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BALEIAS

As baleias são cetáceas:

Os Cetáceos são fascinantes mamíferos aquáticos, que possuem sangue quente


e respiram o ar atmosférico por meio de pulmões, vindo à superfície em
intervalos regulares para realizar as trocas gasosas. Temos o prazer de os
apresentar.

Os Cetáceos, do latim cetus (grande animal marinho) e do grego ketos


(monstro marinho), são animais com formas e tamanhos variados, desde os
pequenos golfinhos, que mal ultrapassam um metro de comprimento, até à
baleia azul, que mede cerca de 25 metros de comprimento e que é o maior
animal vivo da Terra. Além de baleias e golfinhos, outros animais pertencem
a este grupo, como a orca, o boto, o narval e o cachalote. Os Cetáceos
distribuem-se por todos os oceanos e pela maioria dos grandes rios de todo
o mundo, desde as águas quentes do equador até às águas frias dos pólos.
Actualmente estão reconhecidas 81 espécies, mas pensa-se que mais se irão
descobrir.

Peixe ou Cetáceo?

Durante muitos anos pensou-se que as baleias e os golfinhos eram peixes,


com a particularidade de esguichar água (“peixes que esguicham”). À
primeira vista, os golfinhos e os botos podem parecer peixes, em particular
tubarões, pela forma do corpo. As semelhanças são impressionantes, mas se
olharmos com atenção podemos verificar que apesar de viverem na água,
possuírem barbatanas dorsais, laterais e caudais, há algumas diferenças. A
melhor maneira de distinguir um Cetáceo de um peixe, é olhar para a cauda;
a cauda de um Cetáceo é horizontal e move-se de baixo para cima, enquanto a
cauda de um peixe é vertical e move-se lateralmente. Pelo facto de serem
mamíferos, apresentam ainda diferenças fisiológicas, têm sangue quente,
respiram ar e reproduzem-se mais cedo.

Origem

Há cerca de 50 milhões de anos, florestas tropicais, pântanos e mares em


formação foram o habitat de animais terrestres ungulados, cobertos de pêlo
e com quatro patas. Na sua procura por novas fontes de alimento, estes
animais terão começado a explorar o meio marinho. Esta nova forma de vida
levou à necessidade de adaptações ao novo habitat. Durante o período de
adaptação, perderam as características que as adaptavam ao meio terrestre.
Os seus membros desapareceram, o corpo alongou-se, grande parte do pêlo
desapareceu, reduzindo a resistência do corpo à água e a sua cauda foi
substituída por barbatanas.
O processo de deslocação do meio terrestre para o meio aquático levou a
alterações fisiológicas profundas, além da alteração na locomoção, os
animais tiveram de desenvolver novas técnicas de detecção e captura das
suas presas. Todas estas adaptações levaram alguns milhares de anos até ao
aparecimento dos primeiros Cetáceos no oceano.

Os primeiros animais realmente parecidos com baleias – Arqueocetos -


desapareceram há cerca de 30 milhões de anos. Havia várias espécies de
Arqueocetos, de tamanhos muito diversos, variando entre os 2 e os 21
metros. O seu corpo tinha a forma de um torpedo e os membros anteriores
transformaram-se em remos. Actualmente a ordem dos Cetáceos é constituída
apenas por duas classes; Misticetos e Odontocetos.

Características

Os dois grandes tipos de Cetáceos, distinguem-se pelo facto dos Odontocetos


terem dentes e os Misticetos terem barbas. Estes costumam realizar
migrações nos períodos de alimentação e reprodução da espécie, na época do
verão nos pólos, para se alimentarem, e na época do Verão dos trópicos,
para copularem e se reproduzirem. O maior Misticeto é a baleia-azul que
pode atingir até 33m de comprimento. A classe dos Odontocetos é
representada pelos Cetáceos que possuem dentes, como o cachalote, a orca e
os golfinhos. Estes animais têm apenas uma dentição e podem ser encontrados
tanto em mares como em rios (ex.: boto-cor-de-rosa). O cachalote é o maior
Odontoceto e pode medir até 18m. A maioria dos grandes Cetáceos têm barbas
em vez de dentes, e as suas grandes maxilas permitem-lhes apanhar de uma só
vez milhares de crustáceos e peixes.

Todos os Cetáceos apresentam uma ou duas aberturas no topo da cabeça, os


espiráculos que são as aberturas exteriores do sistema respiratório
semelhantes às nossas narinas. Nos Cetáceos com barbas há dois espiráculos,
mas os Odontocetos apresentam apenas um orifício respiratório. Os
espiráculos estão situados geralmente no alto da cabeça, no entanto a forma
exacta e a localização variam consoante a espécie. Quando mergulham,
músculos poderosos fecham os espiráculos evitando assim a entrada de água.
Os olhos são laterais, estando numa posição posterior e imediatamente acima
da linha da boca. As terminações auditivas encontram-se uns centímetros
atrás e abaixo de cada olho. A vida no mar levou-os a perderem o ouvido
externo. Actualmente o ouvido dos Cetáceos não é mais do que um pequeno
orifício na pele.

A maioria dos Cetáceos diferencia-se pelo seu tamanho, pelas suas cores e
desenhos corporais, que no entanto, podem variar entre animais da mesma
espécie. Por vezes o macho e a fêmea são diferentes na sua coloração,
podendo também mudar de cor à medida que envelhecem.

Ao contrário dos mamíferos terrestres, os Cetáceos não possuem espessos


mantos de pelo para os proteger da temperatura exterior, por isso estão
revestidos por uma gordura isoladora, conhecida como camada adiposa, que em
determinadas espécies pode chegar aos 50 cm.

No corpo existem quatro barbatanas, sendo um par peitoral que se situa


atrás da cabeça, uma dorsal, que está ausente em algumas espécies, e por
fim a caudal. As barbatanas peitorais são usadas fundamentalmente para
controlar a posição do corpo e a direcção da deslocação.

Sendo os Cetáceos animais que vivem só no meio aquático, têm um sistema


reprodutor diferente. Embora o ritual de cortejamento possa demorar várias
horas, a cópula é um processo rápido. A gestação varia entre 9 e 16 meses,
nascendo uma ou, raramente, duas crias. O período de amamentação é cerca de
um ano e é nesta fase que aprendem a pescar com o grupo.

Um dos processos sensoriais e comunicativos mais importantes e


especializados é a ecolocalização eu econavegação. Trata-se de um sistema
sensorial no qual o animal obtém informação sobre o meio pela comparação
mental de um sinal acústico emitido com o eco recebido. Foi nos morcegos
que este processo foi inicialmente demonstrado e descrito. No séc. XVIII,
Spallanzani fez várias observações sobre a capacidade de orientação dos
morcegos no escuro, incluindo os morcegos cegos. Já no séc. XX, Norris
sugere que o refinamento deste mecanismo sensorial nos Odontocetos foi um
passo crucial para garantir a supremacia deste grupo relativamente aos
Arqueocetos.

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