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A HISTÓRIA GEOLÓGICA DAS BACIAS DE PETRÓLEO

PORTUGUESAS

Elaborado por: Nuno Miguel


Curso: Eng. de petróleo – 3º período
Professora: Jeneska Florencio
UNIVERSIDADE IGUAÇU - CAMPUS V - ITAPERUNA
RESERVATÓRIOS DE PETRÓLEO

INDICE

INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 4
CLASSIFICAÇÃO DAS BACIAS SEDIMENTARES ............................................................ 5
BACIAS SEDIMNTARES NO BRASIL ................................................................................. 9
AS BACIAS SEDIMENTARES MESO-CENOZÓICAS PORTUGUESAS............................ 10
EVOLUÇÃO DAS BACIAS ............................................................................................. 12
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................14
INDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Processo evolutivo de uma bacia sedimentar ...................................... 42


Figura 2 - Rift do Vale do Leste Africano .................................................................. 52
Figura 3 – Bacia do Amazonas .................................................................................. 62
Figura 4 - Península Arábica e o Mar Vermelho. ..................................................... 72
Figura 5 – Pequenas Antilhas. ..................................................................................... 82
Figura 6 – Vista da bacia de Turfan........................................................................... 82
Figura 7 – Imagem do Mar Morto .............................................................................. 92
Figura 8 – Mapa com as bacias sedimentares portuguesas............................... 112
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INTRODUÇÃO

Antes de entrarmos no estudo geológico de uma bacia sedimentar,


torna-se vital entender o que é uma bacia sedimentar. O termo, nos dias que
correm, foi várias vezes utilizado pelos órgãos de comunicação social (quase
sempre inserido num contexto petrolífero), mas o que é na realidade uma
bacia sedimentar?

Uma bacia
sedimentar não é mais
que uma área
geográfica dotada de
uma depressão
consequente da
subsidência do terreno,
formando assim uma
área onde, ao longo
de centenas de anos,
sedimentos de variadas
formas e tamanhos,
provenientes das áreas
circundantes, se

acumulam e
Figura 1 – Processo evolutivo de uma bacia sedimentar
sobrepõem. Esta
sobreposição vai gerar um aumento de temperatura e pressão nas camadas
inferiores dando início assim a um processo de litificação (também conhecido
como diagénese), que não é mais do que a consolidação da rocha
sedimentar como consequência das condições em que se encontra,
originando assim uma sucessão de extratos de rochas sedimentares.

Do ponto de vista econômico, as bacias sedimentares, regra geral, são


como que ―minas de ouro‖, ainda que ouro preto, já que o processo que as
origina proporciona a acumulação de matéria orgânica que, sob
determinadas condições (tais como elevada temperatura e pressão, e
ausência de oxigênio) irá resultar na formação de petróleo. Para além do
petróleo, nas bacias sedimentares podemos também encontrar lençóis
freáticos e recursos minerais diversos.

Do ponto de vista geológico, as bacias sedimentares são igualmente


importantes, mas por motivos diferentes, pois elas preservam um registro
detalhado do ambiente e dos processos tectônicos que deram forma à
superfície terrestre ao longo do tempo.

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CLASSIFICAÇÃO DAS BACIAS


SEDIMENTARES

A metodologia utilizada para classificar as bacias se baseia


principalmente no tectonismo, tal como a sua posição relativa relativamente
ao limite de placa, a natureza do substrato da crosta, a evolução tectônica e
o grau de deformação. Podemos então classificar as bacias como:

I. Fossas de afundimento;
II. Bacias intracratónicas;
III. Bacias oceânicas;
IV. Margens continentais;
V. Bacias frontais (antearco) e de retroarco;
VI. Bacias intramontanhosas;
VII. Bacias de pull-apart.

I. Fossas de afundimento

As fossas de afundimento estreitas e longas limitadas por falhas normais


conjugadas. São também consequência de uma divergência de placas com
o consequente Rift. Este tipo de estrutura é também denominado Graben.
Podem ser compartimentadas
por Grabens secundários ou
limitadas por Horst (porções
salientes do Rift). A origem
germânica dos nomes dados a
estes acidentes geográficos
deve-se ao fato de estas
estruturas serem facilmente
observáveis no vale do Reno,
ao longo da fronteira franco-
alemã.

Na imagem podemos ver Figura 2 - Rift do Vale do Leste Africano


o rift Vale do Leste Africano que
se estende da Síria até Moçambique.

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As dimensões das fossas de afundimento podem variar entre um ou


várias centenas de quilômetros (podendo mesmo chegar a milhares). Para
este último caso, merecem destaque o Golfo de Suez, o grande Vale do Rift
Este-Americano e o Lago Baikal.

II. Bacias intracratónicas

Este tipo de bacia é


encontrado apenas no interior de
regiões tectonicamente estáveis —
os cratons. Caracterizam-se como
sendo vastas depressões ovais ou
arredondadas onde se depositam
sedimentos normalmente oriundos
do intemperismo sofrido pela
periferia.

A taxa de sedimentação
neste tipo de bacias varia
consoante a transgressão e
regressão marinhas, relacionadas
Figura 3 – Bacia do Amazonas com a subsidência do substrato e
com variações eustáticas do nível dos mares.

Neste tipo de bacias o clima condiciona a distribuição e tipo de


depósitos sedimentares. Quando árido, a sedimentação se dá de forma mais
lenta e vai frequentemente originar depósitos evaporíticos (sal-gema, gesso).
Quando o clima é mais úmido, a taxa de sedimentação é mais alta e origina a
acumulação de matéria carbonosa, o que vai favorecer o a formação de
carvão. Quando a bacia se situa nos bordos dos cratons, onde há a
possibilidade de regressões e transgressões marinhas, há também a
possibilidade de formação de petróleo.

III. Bacias Oceânicas

As bacias oceânicas podem ser encontradas no interior de uma placa


tectônica, mas apenas quando o seu substrato é formado por litosfera
oceânica. Localizam-se nos grandes fundos abissais e, de acordo com o
tectonismo de placas e expansão dos fundos marinhos, este tipo de bacias
tende a permanecer estável durante um longo período de tempo geológico.

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A litosfera oceânica do substrato vai sendo constantemente renovada pelos


rifts das dorsais oceânicas (cadeias montanhosas submersas), e sobre ela vão
sendo depositados sedimentos pelágicos (assim chamados por estarem a ser
depositados em fossas oceânicas).

IV. Margens continentais

Ainda que margens continentais não


sejam, propriamente dito, um tipo de
bacia, a sua evolução (de acordo com o
ciclo de Wilson) condiciona o
aparecimento delas. O processo se inicia
depois da placa continental se fragmentar,
adelgaçar e a crosta oceânica originar um
rift – podemos ver uma situação com estas
características no Mar Vermelho.

A contínua distensão da bacia


Figura 4 - Península Arábica e o Mar
origina uma nova fase que corresponde a Vermelho.
uma margem continental passiva – Tipo
Atlântico (seu nome derivando da frequência com estes bordos no referido
oceano). A sedimentação lenta e progressiva ocorre especialmente nas áreas
de transição entre litosfera oceânica e continental. Prevalece um ambiente
de estabilidade tectônica o que faz com que estas margens sejam
praticamente assísmicas e não vulcânicas.

De acordo com a abundância de sedimentação poderemos distinguir


margens magras (com uma extensão de sedimentos variando entre 2 e 4 km)
e margens gordas (quando o valor excede o limite superior). As primeiras
correspondem a um conjunto de pequenas bacias delineadas por relevos
residuais de origem tectônica que dificultam a deposição sedimentar de
origem continental. Já as segundas possuem uma superfície topográfica mais
homogênea, pois os sedimentos acabam por cobrir os blocos tectônicos
subjacentes. Uma margem magra poderá vir a dar origem a uma margem
gorda, criando então condições para a criação e maturação de petróleo.

As margens continentais maduras, passivas e divergentes, por um


processo de inversão tectônica podem se tornar convergentes. Como
consequência dessa inversão, vai primeiramente aparecer uma zona de
subducção, e, finalmente, dar origem a um processo orogênico - formação ou
rejuvenescimento de montanhas ou cadeias montanhosas.

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V. Bacias frontais (ou de antearco) e de retroarco

Estes tipos de bacia estão associados a


um limite convergente de placas oceânica –
continental. Com o choque destas placas, vai
ocorrer a formação de um arco de ilhas
vulcânicas ou uma cadeia montanhosa (arco
vulcânico.

Figura 5 – Pequenas Antilhas. No caso das bacias frontais, pode ocorrer


o acúmulo muito pequeno de sedimentos sob
uma grande quantidade de água, como acontece nas Pequenas Antilhas, ou
até mesmo o inverso como no caso de Makran. As bacias frontais possuem
esse nome porque são encontradas após o arco de ilha ou cadeia
montanhosa.

Já no caso das bacias retroarco, como o nome indica, elas são


encontradas antes do arco vulcânico, e são uma consequência da migração
do mesmo como consequência da distensão radial relativa à margem
continental. É também desta migração que resulta a forma arqueada de
alguns arquipélagos.

Noutros casos o processo distensivo provoca uma rotura na litosfera


continental. Começa assim a formar assim litosfera oceânica jovem originando
um mar marginal profundo.

VI. Bacias intramontanhosas

Depois de se dar a colisão entre


dois blocos tectônicos iguais e
terminados os movimentos horizontais
(cavalgamentos), podem se formar
áreas subsidentes de dimensões
reduzidas (bacias intramontanhosas)
delimitadas por cadeias montanhosas.

Há, no entanto, algumas


exceções, como o caso da Planície
Figura 6 – Vista da bacia de Turfan
Panónica. Neste caso, a bacia que
encontramos corresponde ao antigo Mar Panónico que existiu nos tempos
pliocénicos (última época do antigo período Terciário da era Cenozóica), e
encontra-se atualmente rodeada pelos Alpes, Balcãs e Cárpatos.

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VII. Bacias de Pull-apart

Este tipo de bacia é o resultado do


deslizamento antiparalelo de dois bordos ao
longo de um eixo de desligamento em linha
quebrada. Ao invés dos anteriores, este tipo de
bacia não se forma num ambiente distensivo,
mas antes na passagem para um regime
compressivo. Na região onde se forma a
depressão é vulgar encontrar duas falhas de
desligamento quase paralelas. Resulta assim
desse movimento distensivo um bloco em forma
de losango que se afunda. O Mar Morto é um
exemplo clássico deste tipo de bacia.
A litosfera subjacente a este tipo de bacia
é sempre continental, ainda que mais delgada
Figura 7 – Imagem do Mar Morto que o normal.

BACIAS SEDIMENTARES NO BRASIL

A área total de bacias sedimentares em terras de Vera Cruz perfaz um


total de 6.436.200 km2, dos quais quase ¾ é continental e o restante oceânico.
Das bacias continentais, 70% são interiores e apenas 30% estão junto à costa.
No que respeita às bacias oceânicas, a distribuição é quase que igual, tendo
como ponto de referência 400m de lâmina de água.

A antiguidade das bacias sedimentares brasileiras é bastante elevada,


chegando a datar de eras como o Paleozóico (teve aqui início a formação
das bacias do Paraná e São Francisco), o Mesozóico (podemos aqui incluir
além das bacias do Paraná e São Francisco a do Meio-Norte) e o Cenozóico
(como é o caso das Bacias do Pantanal, Litorânea e alguns trechos da bacia
Amazônica). As maiores são a Amazônica, Parnaíba (também denominada
de bacia do Meio-Norte), a bacia do Paraná e a Central. Já entre as menores,
podemos enumerar a do Recôncavo, Tucano, Pantanal Mato-Grossense, São
Francisco e Litorânea.

Atualmente as bacias que produzem petróleo são as de Campos,


Espírito Santo, Tucano, Recôncavo, Santos, Sergipe-Alagoas, Potiguar e
Solimões, totalizando 25% da área total.

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AS BACIAS SEDIMENTARES MESO-


CENOZÓICAS PORTUGUESAS

Dados sismológicos adquiridos por uma empresa de geociência


norueguesa permitiram uma melhor demarcação das bacias sedimentares
lusas. Consoante a sua localização, estas bacias foram associadas em dois
grupos, o primeiro abrangendo bacias onshore e offshore, e o segundo
apenas estas últimas:

I. Bacias interiores – encontradas na região interior da margem


continental e estendendo-se frequentemente para onshore

i. Bacia do Porto
ii. Bacia Lusitânica
iii. Bacia do Algarve

II. Bacias exteriores – Localizadas em águas profundas a Oeste e a


Sul das primeiras

i. Bacia Interior da Galiza


ii. Bacia de Peniche
iii. Bacia do Alentejo
iv. Bacia de Sagres
v. Bacia do Golfo de Cadiz

Todas estas bacias tiveram origem nos processos tectônicos que


levaram à formação do Oceano Atlântico Norte.
Destas, a bacia do Porto, localizada ao norte do país tem uma extensão
de 100 km e prolonga-se para além da fronteira luso-espanhola. O
desenvolvimento da bacia ocorre exclusivamente offshore e abrange uma
área compreendida entre 2.150 km2 e 2.800 km2 (se variada a barimétrica até
200 ou 1.000 m, respetivamente) em águas portuguesas. Os sedimentos
mesozóicos depositados nesta bacia podem atingir 8 km de espessura
cobertos por uma camada de sedimentos cenozóicos.

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A bacia Lusitânica pode ser encontrada um pouco ao sul da do Porto e


é considerada a maior das bacias interiores portuguesas, estendendo-se do
continente até o oceano com uma área de cerca de 22.000 km2. O pacote
sedimentar que a preenche (com cerca de 6 km de espessura) tem uma
idade que se assemelha à da bacia nortenha, apresentando, no entanto,
uma espessura maior dos sedimentos jurássicos quando comparados com os
cretáceos. Porém a igualdade na espessura dos sedimentos cenozóicos é
notória.
A bacia do Algarve,
com uma área de 8.500 km2,
encontra-se no extremo sul do
país e estende-se não só pelo
continente como pelo
oceano acompanhando a
linha da costa de forma quase
que paralela. Ela continua por
águas espanholas onde
adotaram o nome de bacia
de Cadiz. A profundidade
sedimentar até o soco
Carbonífero pode ultrapassar
os 7 km e também aqui o
preenchimento é de
sedimentos datados do
Triássico Superior ao
Cenozóico. A espessura

relativa dos sedimentos do Figura 8 – Mapa com as bacias sedimentares portuguesas


Cenozóico, particularmente
do Neogénico, é superior às espessuras das duas bacias anteriormente
mencionadas.
Visto que a maior parte dos dados que cobrem as bacias exteriores é
relativamente recente, a evolução destas bacias não é bem conhecida. A
sua área total é ainda ignorada. Os dados sísmicos fornecidos pela empresa
norueguesa do deep offshore fornece uma idéia do aspecto dessas bacias,
mas os seus limites são ainda incertos. Nesta incerteza podemos também inserir
a espessura sedimentar e a idade dos sedimentos que a compõem. No
entanto, pode-se afirmar que a espessura do pacote sedimentar Cenozóico é
consideravelmente superior ao encontrado nas bacias interiores da margem
ocidental.

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EVOLUÇÃO DAS BACIAS

A primeira fase de rifting, que levou à formação das bacias ocidentais e


meridionais teve início no Triássico Superior e Jurássico Inferior. Os primeiros
depósitos foram sedimentos clásticos, avermelhados, mais ou menos grosseiros
do Triássico Superior que foram sucedidos por espessos depósitos evaporíticos,
especialmente constituídos por sal e anidrite, com alguns dolomitos, margas e
argilitos, cuja idade se situa entre o Triássico Superior e o Hetangiano. A
camada evaporítica, menos desenvolvido na bacia do Porto, é
particularmente espessa nas bacias Lusitanica e Algarve onde, por um
processo halocinético, desempenhou um importante papel no
desenvolvimento da bacia. Nas bacias exteriores, um profundo nível
evaporítico parece ter tido também um importante papel na formação de
armadilhas estruturais (traps), com formação de diversas estruturas
halocinéticas. Sobre esta sequência depositaram-se carbonatos marinhos no
Sinemuriano.

A subsidência continuou e, durante o Jurássico Inferior e Médio, uma


grande quantidade de carbonatos marinhos profundos foi depositada nas
bacias Lusitânica e do Porto. Esta transgressão terminou no Pliensbaquiano-
Toarciano. Ao longo dos bordos ocidental e oriental, da região sul da bacia
Lusitânica desenvolveram-se, entre o Bajociano e o Caloviano, plataformas
cabonatadas de baixa profundidade que indicam o início de uma regressão.
Na bacia do Algarve, embora a subsidência tenha continuado, o mar
permaneceu a uma profundidade relativamente baixa sobre uma plataforma
carbonatada bem desenvolvida. No decorrer do Liásico Superior depositaram-
se sobretudo dolomitos, margas e calcários margosos seguidos, durante o
Dogger, por calcários muitas vezes de fácies recifal e por margas.

Do Caloviano Superior ao Oxfordiano, teve lugar um levantamento


regional nas bacias interiores (e talvez nas exteriores também) que deu origem
a uma discordância regional importante. No Oxfordiano Superior a subsidência
volta a ocorrer com taxas elevadas. A intrusão de material continental clástico
grosseiro nas rochas no decorrer do Kimeridgiano, marcou a segunda fase de
rifting que culminou com a separação, no Aptiano, das placas Ibérica e Norte
Americana.

A deposição de material terrígeno continuou durante o Cretáceo


Inferior sobre as bacias do Porto e Lusitânica. Ambientes marinhos terão
persistido na região austral da bacia Lusitânica desde o Jurássico Superior ao
Cretáceo. Noutros locais uma discordância regional separa os sedimentos
depositados neste período. Com a retomada da subsidência durante o

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Cenomaniano-Turoniano, um mar pouco profundo invade todas as bacias


depositando margas e calcários.

Na bacia do Algarve persistiram condições marinhas pouco profundas


mais ou menos contínuas durante o Jurássico Superior e o Cretáceo Inferior,
sem uma evidência clara da segunda fase de rifting.

A transgressão do Cretáceo atinge o seu máximo no Cenomaniano,


tendo a sedimentação apenas recomeçado no norte da bacia Lusitânica e
na bacia do Porto no Turoniano e Senoniano.

Durante o Paleogénico, a sedimentação é basicamente constituída por


material clástico continental, depositado no sudeste da bacia Lusitânica e
material clástico e carbonatos marinhos pouco profundos no norte da bacia
Lusitânica e na bacia do Porto. Na bacia do Algarve depositaram-se finos
leitos de carbonatos, intercalados por vezes com areias e argilas.

No Neogénico ocorreu um novo período de subsidência e transgressão


em todas as bacias, particularmente no sul da bacia Lusitânica e nas bacias
do Alentejo e Algarve, onde foram acumuladas espessas sequências de
materiais terrígenos e de carbonatos marinhos pouco profundos.

Em resultado da colisão entre as placas Africana e Euroasiática, as


primeiras compressões foram sentidas no Eocénico (fase Pirináica da orogenia
Alpina) originando encurtamento crustal e inversões nas bacias,
particularmente no norte da bacia Lusitânica e na bacia do Porto. Em
contraste, a fase Bética da mesma orogenia afetou especialmente a parte sul
da bacia Lusitânica, a bacia do Alentejo e do Algarve. A maior parte da
estruturação do preenchimento sedimentar das bacias em consequência
destes episódios compressivos, foi controlada pelo padrão de falhas hercínicas
do soco e amplificada pela halocinese que, em casos extremos, levou à
formação de diapiros que cortaram toda a cobertura sedimentar.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

1. http://pt.wikipedia.org/wiki/Geologia_do_Brasil#Bacias_sedimentares
2. http://yovengodetodaspartes.blogspot.com/2008/08/o-topo-da-
frica.html
3. http://fossil.uc.pt/imags/Ciclo%20sedimentar.jpg
4. http://www.funape.org.br/geomorfologia/cap2/2.5.gif
5. http://www.infobrasil.org/oppa/images/ptapmapnl.gif
6. http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/9/9e/Hortoba
gy-ziehbrunnen.jpg/250px-Hortobagy-ziehbrunnen.jpg
7. http://media-2.web.britannica.com/eb-media/80/4780-004-
CDF575A7.jpg
8. http://www.dgge.pt/dpep/pt/geology_pt.htm

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