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é ronceiro, é ar)lente o que chega-se bem de- physionomia mais particular e toda orio-inal con-
~ b '
pressa á linha do vento, se não cede com facili~ servanclo-se a tradição de suas épocas anteriores.
dade á impressão do vento é duro de borda, affo- Assim,, uma \ista marítima ela cidade da
ga-se na vaga se não fluctua com presteza pelo Bahia sem apresentar o forte de S. Marcello, um
empucho do mar, arfa como um cysne, tem esque~ ' panorama de qualquer das cidades, villas, ou po-
leto, ossada, bochechas, costado, é garboso, ele- voações sem um barco, uma lancha, ou uma ba-
gante, lindo, ou feio, e tantos outros epithetos leeira, ou canôa mesmo, não teria característico
muito conhecidos. valor local, e perderia todo o tom original, sua
Assim tambem a Inglaterra, prototypo de propria physionomia.
força naval, em sua linguagem faz excepção de O que é fóra de duvida é que o barco e seus
suas regras dando animalidade e sexo ao navio, congeneres são typos da navegação indígena da
considerando femea o do commercio, e macho o Bahia, e ,quemquer, que tivesse sob os olhos uma
de guerra man o.f war. paisagem marítima em que houvesse um barco
Não nos parece fóra de proposito o termo-nos navegando, ou fundeado, ou encalhado na praia,
estendido n'essas considerações e elevado até ao sem conhecei-a teria a certeza de estar observando
navio em geral, tratando de construcções indí- um panorama da província da Bahia, o que não
genas, e portanto pequenas ; porque esses typos acontece com outras embarcações, que pertencem
serviram para guiar o homem ao aperfeiçoamento a diversas províncias.
e factura dos grandes vasos, e speci1na ha que Da mesma sorte seria representar a cidade
navegaram, e f!Índa navegam grandes trechos da do Recife sem seu quebra-mar natural, e forte do
nossa costa, e alguns na Bahia representaram Picão com o pharol, e a jangada fóra, ou mesmo
papel bem importante nas luctas da Independencia, uma barcaça, ou canôa de embono; a do Rio sem
sendo que até foram armados com artilheria, e suas altiplanuras, quebradas e picos, ilhas, forta-
por isso considerados canhoneiras de guerra, e lezas, e sem a falúa, que nacionalisou-se, ou um
commandados por distinctos officiaes de nossa ~arco da roça, perú; a de Belem sem uma igarité
Armada. a margem do rio, ou uma montaria com o indo-
lente índio; a de Maceió sem seu coqueiral da
De todos os portos elo Brasil, os do rio Ama- Pajussara, pharol e uma jangada, ou barcaça.
zonas e o da Bahia são os que apresentam uma Bahia com seus 'barcos, lanchas, savetros, ba-
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e entre estes uma armação com forquilha, a que encalha, e na pôpa outros dous inclinados para
tambem chama~ aracambuz, e que se destina ao fóra, que são chamados caçador'!s.
mesmo fim que os das outras. A enora elo banco do mastro é igual á gros-
Este aracambuz é formado de dous pedaços sura delle na parte superior; mas por baixo é
de caibro infincados nos bordos, e de um mats muito maior e elliptica.
arosso e alto no centro com forquilha na parte A carlinga é uma forte taboa com um furo
b
superior, atravessando uma taboa, que é escorada no centro, c uns cinco a oito de cada lado em
entre aquelles, c os dous pés do banco de /:O'Z/trJzo, linhas parallelas, e obliquas á direcção dos páos
e por um outro atravessado um pouco abaixo da jangada, formando eliagonaes, os quaes servem
dos dous pés extremos, e amarrado nos tres. ele carlinga, cada um por sua vez, conforme a
Al;i penduram como nas jangadas ela Bahia, força e direcção dos ventos em relação á ma-
anzóes, bicheiros, cuia de molhar a vela, a qui- reação do panno. Assim são conhecidos o furo do
mano-a que é uma medida de madeira em que terra], o da viração, elo largo, da bolina, etc.
b '
poem a farinha, semelhante ás cafuletas das ba- A abertura feita entre os meios, por onde
leeiras da Bahia, e a pinambaba, ou tapinambaba, passa a esparrela, ou bolina, (~ guarnecida de cor-
grande aducha feita com as linhas ele pescaria tiça pregada n~s páos com tornosinhos de madeira
colhidas em uma crusêta de madeira. para não gastai-os, e para apertar a taboa da
A nomenclatura geral tambcm t' um pouco bolina, que, conforme a força do vento e rumo,
que seguem em relação a elle, abaixam, suspen-
differente.
dem, ou a tiram quando andam á pôpa. Tambem
Assim pois chamam-se mimburas os páos
a poem vertical, ou inclinada.
exteriores da jangada, e que são mais finos do
A maneira de collocal-a em posição conve-
que os outros, e encavilhados nos bordos, de sorte
niente, assim como o pé elo mastro em uma elas
que fiquem as faces superiores no mesmo plano.
diversas carlingas, de que dispoem, constitue
Correspondem aos papús. maior habilidade dos jangadeiros de Alagoas,
Os bordos são os páos mais grossos da jan- P rnambuco, e Ceará, elo que precisam ter os da
gada. Tem em geral 0,7 metros de circumferencia. Bahia por causa do systema de velas, que é dif-
A jangada na prôa têm um torJZo infincado ferente.
no bordo para os jangadeiros segurarem-a, quando A vela {~ triangular entralhada em corda
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se entregarem á pescaria mesquinha, de que não tinham ne- velas' só sãf im pellidas por
nhuma pratica! Note'lle mais, que no contracto, feito com todas
as formalidades no Ceará, o Sr. Amancio era obrigado a lhes
dar passagem quando não quizessem continuar, e nenhum o.
procurou para tal fim. · · se-
'' Só parece, que mão occulta, guiada por animo mal inten-
cionado, fez frustrar esta empreza tão util, e assim murchar as
viçosas esperanças de seu auctor, o que na verdade é muito
para sentir. »
Os índios Pamarys, ou Paumarys, quasi icthyo-
phagos, vivem nas lagoas das cabeceiras do rio Marcoy e)em sua viagem de Tabatinga
Purús durante as cheias do rio, dentro de grandes c~nta que na despedida da cidade da
balsas, que na língua geral são denominadas Yta- •Rto Negro, hoje Manáos, alguns nego-
pábas e)e durante as vasantes as abandonam, vteram trazei-o a bordo d a em b arcaçao N
.)
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zcna de ré tem duas amuras fixas ás bordas rrrande de dimensCH.:s cxtraordinar~as, e o traquete
h
em buracos, que mantém o respectivo punho a rectanguhr, que é o facto, que as Jiffcrença elas
meto. outras, e têm grande velocidade.
O mastro bo-rancle é um pouco inclinado para { Quando anelam á bolina com vento fresco,
vante, os outros dous são verticaes. os tripolantes collocam-se em pé na borda de
As velas são triangulares, sem nses, e cosi- barlavento agarrados em cabos com balso, a que
das nas vergas. chamam brandacs, tixos ao mastro grande, c: asstm
Os mastros são páos roliços, que passam vão ellcs se affastando da vertical para fóra at(:
pelas énoras dos bancos, e descançam nas carlin- ficarem horisontalmente, á proporção que o .,·ento
uas no fundo da canôa, e têm furos na parte
b
refresca, facto muito singuhr na bahia dt· Todos
superior por onde passam as adriças; sendo os Santos, e digno de attenção para os que na-
quanto ao comprimento, o maior o grande, de- veo·am
b
á vela em embarcaçõ ~s miuJas, por ser o
pois o de prôa, e depois o de ré, e assim as vento muito variavel em força e direcção. Tam-
repectivas vergas. Ha vergas grandes, que exce- bem costumam arriar a amura, ou caro ela vela;
dem em cumprimento ao das respectivas canôas. mas não a escota.
A madeira empregada é geralmente a pinda- Para esta ;..;ymnastica continua (~ preciso muita
hyba branca, que é muito leve e flexível. attenção e muita lig-eireza. Ella tem por fim pro-
Os cabos empregados para aclriças são feitos duzir o mesmo effeito das embarcações duplas elos
de embira: mas para o mastro grande, são d , indígenas da Ou·ania.
côco, ou manilha. De todas as ernharcaçõE:s deste typo na costa
Canôas ha, que navegam cm rio, em que a do Brazil são esta"> as, que têm mais superficie
mezena de prôa é quadrangular e rectangular \ velica, e que mais affrontam o mar e o tempo, e
como os traquetes dos barcos da Bahia, a que ( até perdem a terra de vista.
chamam burntsquete, c quasi sempre são tintas Nos rios elo interior, onde não é· forte a acção
em cosimento de casca ele mangue, ou de aroeira, dos ventos, ha canôas, qtw são adornadas com
pelo que tomam uma côr ele rôxo-terra. um passara, ou outra figura na pri\a, e tem ca-
Ha outras canôas chamadas do alto em San- marim envidraçado na pôpa. remadas a p{ts, e
tarém e outros pontos da costa, compradoras, no servem para transporte ele passa:-;eiros e famílias
rio de S. Francisco c outros, que usam a vela de ricos senhores ele engenho. Dão uma idéa um
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feitas de madeira muito pezada. Sua fórma é fundeado por ordem do general 1\'la~cira :m fren:e
rectangular, sendo a parte superior curva, e é da villa, poucO depois cidade, de Cacho.ctra no no
grossa no centro, afinando para as extremidades, ~ Paraguassú, para inspeccion~r o ~novunet:to de
que terminam em roda quasi cm aresta. Tem embarque de mercadorias, e tmpe~tr o movtmento
uma alça na parte superior, que prendem em um popu la r em favor da independencta. . .
Em virtude do ataque da retenda escuna,
torno movei encavilhado por dentro em furos da
borda de sotavento, correspondentes aos em que fazendo fogo de bala e metralha no· povo inerme
~ s do r'to e sobretudo da ameaça de arrazar
trabalha a amura da vela grande. e canoa '
A bolina tem dous furos, um a villa, trahindo assim a sua palavra de honra o
de conservar-se neutro em re-
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n'uc!d da, •lUtr•-,, Es'1 v1ctoril t ll'W i sc·mpr•' nwtivn de muito Por 11111 .: 011tro hdo
1·arnJiJ, '· • \ a n•' J:. I t·nno: •,,• \ f·Jn no mar salgadn ;
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Chewulo~. cm krn o Chet> vi~:lct'dur manda dar 'inho <t Hm•s v:to J.u~r.:n<lo cb c Ífhclt :1 \'Íd,
tnpol<tC~to, e cllc de garrafJ em pur:ho, lambem bel1e, e atlr.t Outros J'~lhs '" ':'l." LOm .dc:gria,
o rc .tn den iro d:1 (" 110a, b•rfti,a ,-t'lll l'ÚIIio, r o mo dizem. Le, .: E ru dl',igu:t! orckm
dh f,mde:ttl:t dnr~mte tn". di,h com 11ma h:mdeird ~zul tçc~da C(Jn,istC' :1 t(:rmostfr.l na cJ,·s"rdem.
como pruv.t d~· h.,vu ven<icl•J :1 rq,.1t.1. ( l. 1•f,bn·s JWS• adot·c; em SJ.Vt) ros.
K c;a pmfi:t ele ser Cl····e, tão differente dos outro;: log.ne~, Em C•lll(i,H 1i,c:;q ros.
é •'m u~ml .• l '"rque :1 <itspez.t S<'111J·re • orrc i'"r <onta rios mo F:l7.t'111 c "m l.ll1tfJ .lha!•'
nclorec; do lugar, ·~u·: ,l'Jxiliam os. ~- :ttJ:,ftl. lhh i ~o m1nto a no tr,lhtlho maritim(> reg:tlo:
va1d tde. Hl!tH ,h redes cstcnd,•m,
En~ rt" u•. I·" 1rt0~, e•J-ead.ts e l(lgare•,, qth' f.t t.em f>·.tt~ n,, E v.1rio~ pC') xC's pl•r pequcno~ prenJ<:m;
111:~1", ( rlllht'Ct'lYIO:; u:; ')("f.,;tlinb.:'i. COrrt C:h ÍD\U(;.tç·(·H;)l; e dii.h: (Jilc' att: nos pr) xcs c lltn 'erdade pur.r
S··r peqttC'no no :'llunclo he clt-svcntm,t ·
B.urct (S:tnt' .\ ntonio ). - S:wt' .\n1 <~n i o dd Barr.t ~? d~·
Outms no anzol fi;rclus
l<cvercir0. Tem dOS mi·;ero,., jW\'Xt'S enganados,
Cambôa - .'w~ .a ~en hora da Boa V iagem- Di,1 dt• C':u· Que ::empre da \ÍI i.;ca cnbiçosos
nav.1L Perdem a propria Yid:t por golosos.
Pcdr,•ir~''- Sant' Antonio da D.rrra- Domillf'O de Pa·:choa.
It; 1•agipe- Bom Je~cb Ja PL"dr:1 -em l\lonberr:tt, 6 de
Jmeiro. Na pro\'lncta do Rio de Janeiro o processo
:-i. Thomé dt 1';1 ripE- o m~'mo- 21 d~· lk1.embro. da construcção apresenta algumas pequenas diffE"-
lll'~t ck :\fart>- l'lossa SL"nhor:t d:ts -.r,.,-,_,s.
renças.
I: i1a c1,1~ Frad< , · '0nt,' d<? N,1!S:t Senl1nr;r de G;wdelupL")
- Ect:1, t· Santa Ur&lit.t. Derrubado o páo, o falquejam com machado,
Ilha ,]e l\Ldre Dt'os-l\Ltdre Deo!< de Pir~juya.
So I>ar~ - S:.to IJom i ngo,. dando-lhe a. fôrma dE' um parallf'lipipedo, e depois
Ilha de li<l[ .arica ( Vilh), l\Lmguin h o, Porto do·; :-;antos, a·'Ll~qco brnto. Viram-o, desbastam por dentro
Mercez, Jtburú,- S::mt'Antonio dos Vall:tS'Jllt'S, l' ~os,a Se
nhora tia l:'enh:1; Barras d, l'enh~, do Gil r do Po1e- ~os::a
com machado, (' em seguida com enchó goiva, c
Senhor:t eh Conceição na .egund.Htir:t de Carn:n<~l, c ~o; a furam em diversos logares para marcarem a es-
SL•nhor.' cb Pcnh:1 11:1 terÇ't ,eguintt>; fbrr:t Gr:tnde ---·~o~ ..1
Senhor:tdaConc.:iç~;o -~de' f'cvtruro; Ar:ttuha, Caix:t Prt'?<l~,
pPssura da cmbarcaçáo, e a esses furos, que ser-
S<tnt' ,\mar" do Catú, e P0nt: (~ro· -;,1- S.1nt' \ntl:L d<l Cat:1; vem de bitola, dão o nome de balisas.
l:hi,Jcú-Sáo Gc•n~,,lo; P:r~Jtl)l·-\Ltdrc Deo~. dt· PiraJ•n·a;
e Ent arn.1ç.'ro -- ;:-.., '"'·' Sen h. 1r,• d,, f:n, un tç:ln. Quando qurn:m augmentar-lhe a boca, sus-
1\ o bello po<'ma eh~ Botelho ele Olin'ira dedi- pendem-a do chão, a enchem cl'ag-ua, e accenclem
cado á ilha ela l\bré (1) ha o seguintr· cunoso fogo ele cavacos, que o alimentam a pouco e
trecho, que merece ser lE·mbraclo: pouco au~ reconhecerem que está nas climcn.:;ões
desejadas, para o que auxiliam com pontaletes.
f'.l \i1hic• do P~rrJ:1~·.o-por Mar.<•tl Eo1elLo ol'!>lrvum. Li'>óH. (l!l
'\1igucl '\1.11" ·C.ll. 17u5 iJIT. 12S. Deixam-as cheias d'agua por alguns dias para
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força, razão porcrue se faz de propo~ito de entreca~ca de ca~ gam um dormente nos cabeços dos. braços, e entre
tanha-pirer~l ou rle..,embira preta, com malha dt palmo de
largura. (h Cu miz ou Tapagens, devem ser forte~ para e! !es esse dormente e o fakame enfiam as varas para
o~ não quebrar ú força de seus rcpellõt<;. " (' J armação. Em vez de tres ripas parallelas, como
no caso acima, empregam cinco, e mais, amarradas
Chamam-se toldas nas embarcações, que es-
tamos descrevendo, coberturas ele palha em fórma por baixo.
Nas outras embarcações grandes, que têm
ele telhado, ou abauladas, debaixo das quaes abri-
duas toldas, uma d'ellas. a de vante, é cm fórma
gam-se os passageiros e cargas. Elias são conhe-
cidas pelos indígenas sob a denominação de Pa- de telhado, e sua construcção differe um pouco
da da outra.
uacanca.
Entre o dormente e a borda enfiam caibros
Nas pequenas montarias, que só têm o casco,
pregam por dentro na borda, de um e outro lado, grossos de uma determinada altura, que fiquem
um dormente com furos quadrados, de distancia acima ela borda em condição de servirem de toletcs
em distancia, do tamanho necessario, e correspon- para os remos trabalhados por homens trepados
dente á cobertura, "que querem fazer. na tolda.
N'estes furos introduzem varas, e as curvam Nos centros das cavernas, que correspondem
nas extremidades, passando uma pela outra das aos extremos da tolda, que tem de se fazer, abrem
furos, onde introduzem as pontas dos pés direitos.
I
homologas, e amarram com cipó.
Em cima os fixam na posição vertical com
Feito isto, passam uma ripa no ponto culmi-
cipós á cumieira, de onde partem as do vigamento
nante d'cstes arcos, e amarram-a a elles, e assim
da tolda, que é amarrada aos caibros da borda.
outras duas parallelas, que tudo juncto fórma a
armaçào da tolda. Actualmente empregam estas cobt:rturas de
Depois cobrem com a palha de: diversas pal-
meiras da mesma maneira, que se faz nas casas
chamadas de palha, e forram de novamente por
fóra com talos de palmeira para o vento
descobrir.
lGARETf:- Rio Amazonu.s
Nas montarias, que tem cavername,
e) J.1etROlLI. sobre o Pdxt l)ir~ urucú,-- Rodrit:;,u..:-. Ferreira,
acl('Semelhantes a estas ha outra~ embarcações
d.l H:l>. :\ac. 17&7. ' hecidas pelo nome ele igm·dés.
...
qtre se determine que estas embarca-
a ·sua existencia no fim do seculo
um facto historico citado nas
Pernambuco. em que figuraram duas
com denominação de barcas, o que
nos póde autorisar a affirmar que
que nos occupamos, visto como
se encontra em outros do porto
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- * jangadinha, que levam os pescadores dentro da jangada para fóra, e servem para amarrar-se a escota da vela. (Ala-
grande, quando ,yão á pescaria das agulhas (Pernambuco) gôas, Pernambuco e Ceará). )
-mineiro, vide barco mineiro. Caçar - Alar as escotas das velas.
Bracear- Mover as vergas n'um, ou n'outro sentido no Caahimbos * - Páos curvos, que servem para formar a prôa
plano horizontal. " e popa das canôas de embono e barcacinhas. (Alagôas e
Bracear a panejar- Bracear até a vela ficar no plano do Pernambuco).
vento de sorte que elle bata. Caçoilos - Pequenas bolas de madeira, com um furo por
Braços- Cabos que dão movimento ás vergas no plano ho- onde passa um cabo, c~1~mado zarro d_a boca dll: caran-
rizontal. gueija; servem para fac1htar a sua sub1da e descida no
- Prolongamentos das cavernas, que a ellas se encavilham mastro.
para formarem o todo. Cadaste - Parte da embarcação collocada na pôpa em se-
guimento á quilha, onde pregam o taboado do costado,
Brandáes- Cabos que aguentam os mastros no sentido e ferragens do leme.
transversal ao navio. São fixos ao costado.
Cadernal - Apparelho como o moitão, tendo, porém, mais
- * Cabos fixos no tope do mastro grande das canôas, e com
de um gome e roldana.
balso na outra extremidade, em que se mettem os canoei-
ros para se aguentarem, e affastarem o corpo da canôa, Cafulêta * .-- Vasilha de madeira de fórma tronconica, que
até ficarem horizontaes afim d' ellas não virarem (Bahia ). serve de medida de farinha para ração diaria dos baleei-
Brosio *-Parte fraca, ou arruinada de um páo (Bahia). ros (Bahia).
Buraçanga * - Vide Araçanga. Cahir - (á ré) - Recuar para o lado da pôpa . .Mastro ca-
Burrinhas * -Jangadas pequenas, que só uzam uma vela lzido - inclinado.
quadrangular, e pescam junto á costa (Bahia). Calado - Altura comprehendida entre a parte inferior da
Burriquete *-Vela triangular içada na pôpa das garoupei- quilha e a linha d'agua.
ras, e que serve para ellas aproarem ao vento, quando Calafetar - Introduzir estopa nas juntas das taboas, e co-
estão na pesca das garoupas (Bahia). Outros chamam brir depois com breu.
burrusquete.
Calar- (o leme), collocal-o em seu Jogar, mettendo os ma-
Burrusquete *-Vela rectangular içada no mastro de vantc
de certas canôas (Bahia). chos nas respectivas femeas.
Cabeços_*-:__ Dous páos fixos na quilha dos barcos na pôpa, Camarote * - Tolda de palha, madeira ou couro, feita na
e. sahentes do convés, que servem para amarrarem as es- pôpa das barcas (Rio S. Francisco).
pias, quando fundeam a quatro ferros (Bahia). Cambão *- Retenida, ou braço do traquete dos barco~, que
Cabos de laborar, ou de manobra- são os que têm uma serve para cambai-o, quando viram de bordo (Bahm).
extremidade firme, e servem para a manobra das vergas Cambichos * - Pequenas forquilhas cravadas nos papús das
e das velas. jangadas, tendo o vertice para cima. Serve:n para se
Cabotagem - Navegação feita na costa com a terra a vista, fixar nelles a amura e a escota das velas (Bah1a).
ou de cabos a cabos.
Cambotas da garra * - As ultimas cavernas de pôpa dos
Cabrestos * - Voltas de linha passadas nos extremos do barcos (Bahia).
banco do mastro para cavilhas atravessadas nos páos das
jangadas, afim de o reforçarem (Ceará). Cangalha * - Parte supplementar, de madei~a, fixa e enca-
vilhada na pôpa e borda das canôas (Bah1a).
Caçadores * - Toletes encavilhados em uma travessa de ma-
deira fixa nos páos da jangada na popa. São inclinados Canhamo - Especie de linho de que se fazem os cabos.
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Canôa * - Nome generico dado ás embarcações feitas de Casco - Corpo do navio.-* - Funqo das embarcações do
um tronco cavado."" Amazonas. São feitos ao fogo, e depois encavernados,
bordada, ou de voga * Canôa que tem um supple· fechados á prôa e á pôpa, e augmentados para cima.
mento de madeira em toda a borda de ré avante para Castànhas - Peças de madeira, ou de ferro, com abas, por
tornai-a mais alta, e poder ser movida a remos (Rio de onde são pregadas, tendo uma abertura, em que se mette
Janeiro). qualquer objecto, que ~e quer fixar.
coberta * - Grande canôa encavernada, com mastros Cava da zinga * -Abertura elliptica feita em um supple-
fixos, e toldas de palha (Amazonia). mento de madeira, fixa na travessa da pôpa da jangada,
de embono * - Grande canôa, feita de muitos páos e quando é de cinco páos (Ceará).
com cavernas, na qual servem de forma as duas bandas de Cavernas -- Peças de madeira curva fixas á quilha da em-
uma canôa, serradas pela quilha, e armada com duas velas barcação, as quaes representam a sua ossada, ou es-
triangulares. Tem no costado de um e outro lado páos queleto.
de jangada, ou outra madeira leve, para aguentai-a me-
lhor no mar, e são esses os embonos, de que tiram ellas Cavilhas - Tornos de madeira, ou de metal, que atraves-
o nome (Pernambuco). sam duas ou mais peças de uma embarcação para li-
gal-as.
grande * - Grandes embarcações do rio Guahiba, com
um mastro e mastaréo no centro, e duas velas rodondas Cevadeira- Vela quadrada antigamente usada por baixo do
semelhando um traquete e um velacho (Rio Grande do Sul). gurupés em uma verga do mesmo nome.
de guerra * - Canôas grandes (Matto Grosso). Chabocar *-Desbastar um tronco de arvore para dar-lhe
a fórma grosseira de canôa (Bahia).
do alto * - Canôa grande, que sahe muito fóra do porto
(Bahia). Chaleira*- Pequeno assoalho na pôpa das baleeiras (Bahia).
Carangueijas -Vergas em que se envergam as velas latinas Chassos- Peças de construcção naval collocadas entre os
quadrangulares. vá os.
Carlinga - Madeira encavilhada na sobrequilha, com uma Chefe do anno *-Juiz, ou principal dos canoeiros, durante
abertura, onde entra a mecha do mastro. Na baleeira um anno, o qual é eleito na vespera da festa, ou romaria,
chama-se pia. que elles costumam fazer (Bahia).
Caro * - Amura das velas das -canôas, lanchas e barcos. Chicotear*- Acção de vibrar uma linha n'agoa, quando
(Bahia). muito têza.
Carregar - Alar as carregadeiras, com o fim de abafarem o Chumaceira- Peça de madeira fixada sobre a tabica, ou
panno. alcatrate dos escaleres, que é atravessada pelas forquetas,
ou toletes dos remos.
- * Acção da balêa mergulhar, apresentando a cauda fóra
d'agua (Bahia). * - Pedaços de madeira encaixados, e encavilhados na
borda das canôas, onde infincam os toletes para os remos.
Carregadeiras - Cabos, que servem para fazer as velas
latinas encolherem-se, e unirem-se ás suas vergas, e Chumbada*- Pedaço de chumbo, ou outro qualquer corpo
mastros. pezado, que se amarra junto ao anzol, para ir ao fundo.
Carro da pôpa Armação da pôpa da embarcação, for- Clara - (do leme) abertura por onde passa a cabeça do
mada nos navios de cadaste, gio, cambotas, coral, man· leme.
cos, etc. Cintado- É a parte do costado da embarcação mais saliente,
Casa da bolina * -Rasgo feito em uma taboa encavilhada e formada pelas taboas mais grossas pregadas de pôpa a
aos páos da jangada, para passar a taboa da bolina e não prôa, chamadas cintas.
gastar os mesmos páos (Ceará). Coberta*- Vide Canôa coberta.
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Esparrela *-Vide bolina . quilha e salientes do convés, que servem de abitas para
•
Espeques*- Os tres páos encavilhados nos das jangadas, as amarras (Bahia).
)
que formam o aracambuz (Ceará). Fundear - Largar ancora no fundo para segurar a embar-
Espicha- Vara que se mette no ilho! do peno! d~ uma rnção.
vela em uma das extremidades, ficando a outra em um Fundo de prato- (Navio de -) E' aquelle cujas cavernas
estropo do mastro, afim de destender a vela, que toma a na quilha estão no mesmo plano, ou formam um angulo
fórma quadrangular, dispensando assim a carangueija, obtuso.
Estais- Cabos que aguentam os mastros e mastaréos de ré Fuzil - Haste de ferro encavilhada na extremidade inferior
para vante. no costado, e na outra tendo uma bigota, onde fixam os
ovens, ou brandáes dos mastros.
Estaleiro- Lugar onde se constroe qualquer embarcação.
Galha * - Ala da balêa (Bahia).
Esteira do navio -Rasto deixado no mar pela pôpa da
embarcação em movimento. Gambarras * - Grandes canôas empregadas na conducção
de gado da ilha Marajó. Têm dous mastros e gurupés, e
Estibordo- Vide Boreste. velas latinas quadrangulares (Pará).
Estropo- Pedaço de cabo com as extremidades cosidas em Ganhar barlavento - Collocar-se a barlavento.
cujo seio, ou curvatura, se colloca qualqner objecto para
ser abarcado por elle, e se poder içar.- da verga, é o que Garoupeira * -Embarcação empregada principalmente na
está passado na verga para se fixar a adriça. pesca da garoupa, entre Bahia e Rio de Janetro. Tem um
mastro avante do meio com um redondo, e outro na
Fabricar-- Concertar, ou reparar. pôpa com uma vela triangular. Uzam algumas uma bu-
Faina - Qualquer trabalho de bordo, manobra, suspender, jarrona.
fundear, etc. Gaviête - Grande peça de madeira fixa na pôpa das em-
Falcão- (ter. ant.) Canhão de tres pollegadas de diametro, barcações, tendo na extremidade superior um rodete por
que jogava bailas de libra e meia. Devia seu nome ao onde passa a amarra, para se suspender a ancora.
facto de ser muito destructivo. Gios - Peças de madeira fixas no cadaste, e que servem para
Falcame *-Taboas sobrepostas ao casco das embarcações e apoio das cambotas, e travamento da ossada da embarca-
n'elle pregadas, e nas cavernas (Amazonia). ' ção na pôpa.
Fateixa- Haste de ferro tendo em uma extremidade uma Goiçama * - Linha fina, sem anzol, para a pesca das agu-
argolla, e na outra quatro braços curvos com unhas. lhas (Ceará).
Femea de governo~- Pequenos calços de madeira pre- Gongo * - Especie de croque uzado nas barcas do Alto
gados nas extremtdades dos páos da jangada, onde tra- S. Francisco, que servem para agarrarem-se aos galhos
balha o leme (Ceará). das arvores nas margens.
Femea do leme - Ferragem fixa no cadaste, ou no proprio Gorne - Abertura feita nos moitões, cadernaes, amuradas,
leme, e em que gyra o respectivo macho. mastros e mastaréos, em que se introduzem as roldanas,
Ferrar o panno- Colhei-o, e unil-o á verga. para correr o cabo.
Folgar --:- Arriar qualquer cabo que está tezo. Governaduras - Machos e femeas do leme.
Forra de rizes- Percintas, ou tiras cosidas na vela para for- Guardadores *- Caixões em fórma triangular, fixos nas
talecerem a, e onde se abrem ilhozes para receberem os amuradas da baleeira a prôa, que servem para n'elles se
nzes. guardarem as lanças (Bahia).
Frades *- Duas cavernas da prôa dos barcos, fixadas na Guarda lanças * - Vide Guardadores.
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Pique e boca- (Adriça de-) Cabos, que içam a boca da ca- Redondo- Vela rectangular.
rangueija, e o wes, ou penal. Remadeiras * - Chumaceiras de madeir."\, encaixadas e enca-
Pirajás ou Parajás * - Agoaceiros da costa da Bahia, ifUe vilhadas na borda da canôa, e atravessadas por um tolete
se succedem com pequenos intervallos, principalmente no (Rio de Janeiro;.
inverno, e que trazem vento forte, mas de pouca tluração. Repic~r- Suspender mais o peno!, ou extremidade das ca-
Piuba * - Páo de jangada (Ceará). rangueijas.
Plumas- Cabos passados do alto de um mastro; ou páo Retranca- Verga horisantal, tendo uma extremidade apoiada
qualquer a bordo, para mantel o em uma posição conve- no mastro, e na outra é cassada uma vela latina.
niente. Risar- Amarrar parte do panno na verga com rises afim de
Poita *-Corda de embira empregada como amarra nas jan- diminuir-lhe a superficie.
gadas de Alagôas, Pernambuco e Ceará.- Pedra atracada Roda de prôa- Prolongamento da quilha de parte inferior
por páos com pontas, que serve de ancora ás jangadas e da prôa para cima.
canôas da Bahia.
Rodella * - Chapuzes, ou taboas, que pregam na prôa e pôpa
Pontal- Altura da face superior da caverna mestra na dos cascos (Amazonas).
linha da quilha á face inferior do vao da coberta.
Sapatilhas- Aros de metal, em roda dos. quaes adapta-se o
Pôpa- Parte posterior da embarcação, opposta á prôa. cabo para não ser estragado pelo gato, ou outro cabo.
fechada, pôpa que termina em ~ngulo. Saveiro *-Embarcação de pesca e de transporte de passa-
- cortada, pôpa formada de taboado plano e perpendicular geiros, e de carga (Bahia). Embarcações puramente de
á quilha. carga, as quaes não usam velas (Rio de Janeiro).
Porão- Espaço comprchendido entre a sobrequilha c a co- Sepultura*- Escotilha das canôas de embono, e barca-
berta. cinhas, por onde recebem a carga (Aiagôas e Pernam-
Punhos das velas- Pontos de união das tralhas, ou lados buco).
das velas; ou vertices dos angulos formados pelas tralhas. Serra boca*- Cabo que se passa em roda dos queixos da
Pranchas*- Embarcações feitas das duas bandas de uma balêa, para apertai-os, e não entrar ag~a pela boca.
canôa, entre as quaes se colloca uma, ou mais taboa,;, e (Bahia).
encaverna-se o todo (Rio de Janeiro). Serrêtas *-Dormentes dos barcos, saveiros, c mais embar-
cações. (Bahia ).
Quarta-Angulo do rumo igual a' 11" e 45'· E' a trigcsima
segunda parte da circumfercncia da rosa dos ventos. Sobre pôpa *-Bordadura de ré da canôa, ou a parte da
pôpa do supplemento de madeira fixo na borda da canôa
Querenar * - Encalhar (Rio de Janeiro).
outro ·