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DE PORTUGAL
CONTINENTAL
André Carapeto, Paulo Pereira e Miguel Porto
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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
ICONOGRAFIA UTILIZADA
CR LU RRR
EN IB RR
ARBUSTOS ALIMENTAR MAPA DE DISTRIBUIÇÃO
EM PERIGO ENDEMISMO RARA
IBÉRICO
Novembro
Dezembro
Setembro
Fevereiro
Outubro
VU R
Agosto
Janeiro
Março
Junho
Maio
Julho
Abril
IM
TREPADEIRAS ESSÊNCIAS/
VULNERÁVEL OCASIONAL /USOS INDUSTRIAIS
PREDOMINAN
TEMENTE
NT IBERO DIAGRAMA DE FLORAÇÃO
F
MAGREBINA
BOLBOSAS
QUASE POUCO E SIMILARES VENENOSAS/
AMEAÇADA FREQUENTE /TÓXICAS
MD 800 m
a 1200 m
LC PREDOMINAN FF VARIAÇÃO ALTIMÉTRICA
TEMENTE
HERBÁCEAS
MEDITERRÂNICA
POUCO FREQUENTE PERENES MATERIAIS E
PREOCUPANTE ESTRUTURAS
EU
FFF
DD
PREDOMINAN ESPÉCIE PROTEGIDA
MUITO HERBÁCEAS
TEMENTE
INFORMAÇÃO FREQUENTE ANUAIS
EUROPEIA ORNAMENTAL
INSUFICIENTE
PR ESPÉCIE PARCIALMENTE
PROTEGIDA
GRAMINOIDES
PLURIRREGIONAL OU FORRAGEIRAS/
SUBCOSMOPOLITA /SIDERAÇÃO
IN
ANFÍBIAS
EXÓTICA MELÍFERA
AQUÁTICAS
SOCIAL
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GUIA DA FLORA
DE PORTUGAL
CONTINENTAL
Autoria
André Carapeto, Paulo Pereira e Miguel Porto
Coordenação científica
Sociedade Portuguesa de Botânica
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Imprensa Nacional
é a marca editorial da
www.incm.pt
www.facebook.com/ImprensaNacional
prelo.incm.pt
editorial.apoiocliente@incm.pt
Título
Guia da Flora de Portugal Continental
Coordenação científica
Sociedade Portuguesa de Botânica
Autores
André Carapeto, Paulo Pereira e Miguel Porto
Revisão científica
André Carapeto, Paulo Pereira, Miguel Porto e Ana Francisco
Impressão e acabamento
Gráfica Diário do Minho
FSC ® C159002
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Agradecimentos Contribuidores de dados geográficos do Flora-On
Estêvão Portela‑Pereira, Carlos Vila‑Viçosa, Carlos Aguiar, Udo André Carapeto, Francisco Clamote, Miguel Porto, Paulo Ventura Araújo,
Schwarzer, Paulo Alves, Ana Caperta , José Carlos Costa, Joaquim Ana Júlia Pereira, João Domingues Almeida, João Lourenço, Estêvão
Pessoa, Ana Francisco, Jael Palhas, Richard Lansdown, Carla Portela‑Pereira, Paulo Pereira, David T. Holyoak, Paulo Lemos, Carlos
Pinto Cruz , Paula Canha, António Xavier Pereira Coutinho, Tiago Aguiar, Anabela Amado, Tiago Monteiro‑Henriques, Alexandre Silva,
Monteiro‑Henriques, Jorge Capelo, Carlos Neto, Hélia Marchante, Adelaide Clemente, Rute Caraça, Udo Schwarzer, Maria João Correia,
Susana Tápia e Afonso Petronilho Sílvia Ribeiro, Cristina Tauleigne Gomes, Jan Jansen, Sergio Chozas,
Luís Brás, Vasco Silva, Melanie Köbel, Paulo Silveira, Pedro Beja, Paula
Autores das fotografias Canha, Filipe Covelo, Eduardo Marabuto, João Neiva, Mauro Raposo,
Anabela Amado (AA), Alexandra Silva (AaS), André Carapeto Susana Tápia, José Costa, Sónia Malveiro, Valter Jacinto, João Farminhão,
(AC), Ana Caperta (ACa), Cristina Tauleigne Gomes (ACG), Paulo Cardoso, Miguel Peixoto, Cristina Silva, Nuno Guiomar, Helena
Ana Cristina Tavares (ACT), Ana Júlia Pereira (AJP), Afonso Serrano, Paulo Alves, Horst Engels, José Manuel Rosa‑Pinto, Pedro
Petronilho (AP), Alexandre Silva (AS), Carlos Aguiar (CA), Ministro, AOSP, Sérgio Duarte, Carlos Vila‑Viçosa, Lísia Lopes, Rui
Cristina Estima Ramalho (CER), Carlos Franco (CF), Faria, Carla Pinto Cruz, Pedro Gomes, Carlos Franco, Ana Caperta,
Carlos Pereira (CP), Carla Pinto Cruz (CPC), Duarte Frade Carlos A. Venade, Ana Francisco, Ivo Rodrigues, Sara Lobo Dias, Ester
(DF), Duarte Silva (DS), Estêvão Portela‑Pereira (EPP), Serrão, Duarte Silva, Frédéric Andrieu, Ricardo Quinto‑Canas, Marco
Francisco Barros (FB), Francisco Clamote (FC), Filipe Covelo Jacinto, Américo Pereira, Brian Ottway, Sónia Mendes, Sebastião
(FCo), Gonçalo Marques (GM), Hélia Marchante (HM), Pernes, João Paulo Fonseca, Catarina Meireles, Patricia Rodríguez
Henrique Nepomuceno Alves (HNA), Jael Palhas (JaP), José González, Ana Gonçalves, António Albuquerque, Jael Palhas, Joaquim
Conde (JC), Joana Camejo Rodrigues (JCR), João Domingues Pessoa, Arménio Matos, Otília Correia, Rainer Burkard, Eliana Machado,
Almeida (JDA), João Farminhão (JF), José Luís Vitorino (JLV), Henrique Nepomuceno Alves, João Alves, Luís Nunes Alberto, Manuel
José Monteiro (JM), João Neiva (JN), Joaquim Pessoa (JP), José João Pinto, António Flor, Henk Feith, Luís Zhang, Paula Gonçalves, João
Quiles (JQ), Luís Brás (LB), Lísia Lopes (LL), Adelaide Clemente Filipe Tolentino, Victor Alves, Miguel Berkemeier, José Luís Vitorino,
(MAC), Maria Cristina Duarte (MCD), Miguel Porto (MP), Nelson Sara Valente, Carlos Pereira, Ana Paula Rodrigues, Joana Brehm, Duarte
Fonseca (NF), Nuno Guiomar (NG), Pedro Arsénio (PA), Paula Frade, Paulo Rocha Monteiro, Sérgio Amorim, Hélder Lago, Tiago
Canha (PC), Pedro Gomes (PG), Paulo Lemos (PL), Paulo Lucas Guerreiro, Ana Paiva, Catarina Costa, Cèsar Gutiérrez, António Rebelo,
(PLu), Paulo Pereira (PMP), Pedro Pinho (PP), Patrícia Pinto da Ernestino Maravalhas, Paulo Lopes, Paulo Almeida, Ana Teresa Matos,
Silva (PPS), Paulo Rocha Monteiro (PRM), Paulo Silveira (PS), Afonso Petronilho, Emilio Laguna, Cristina Lopez, Nelson Fonseca, Bruno
Paulo Ventura Araújo & Maria Carvalho (PVA), Rui Faria (RF), Moreira, Margarida T. Santos, José Luís Margarido, João Honrado, Pedro
Richard Lansdown (RL), Ron Porley (RP), Sergio Chozas Vinuesa Arsénio, Anna Trias Blasi, Carlos M. Silva, Sara Calvinho, Joana Camejo,
(SCV), Sónia Malveiro (SM), Tiago Monteiro Henriques (TMH), Francisco Andrade, Dorothee Hagemann, Paulo Lucas, João Pedro Silva,
Udo Schwarzer (US), Vitor Carvalho (VC), Valter Jacinto (VJ) Ana Cortinhas, Isaías Ferreira, Rui Jorge Ramos Teles, Patrícia Gonçalves,
Miguel Geraldes, Ana Filipa Martins, José Carlos Costa, Francisco Areias,
Carlos Carrapato, Luis Gordinho, Jose Martínez‑Garrido, Diana Almeida,
João Henrique Castro Antunes, Johannes Ulrich Urban, Luís Filipe Dias,
João Paulo Dias, José Rodrigues, Jorge Simões, Marízia Menezes Pereira,
Inês Duarte, Carlos Neto, Manuela David, Rita Azedo, Carlos Pinto
Gomes, Sofia Saraiva, Manuel M Machado, André Rebelo, Mário Rui
Duro, Ries van Ool, Natália Pedro, Patrícia Pinto da Silva, J Muller, Luís
Guilherme Sousa, Xermán García Romai, Sílvia Tavares, César Garcia,
Nuno Guégués, Maria José Carapeto, Cassiano Monteiro, Diogo Paulo,
Bruno Cardoso, Jorge Assis, Isabel Marcellot, Ricardo Ramalho, Carla
Marisa Quaresma, Jacinto Diamantino, Miguel Rodrigues, Sara Rocha
Guerreiro, Miguel Brilhante, Domingos Leitão, Margarida Fernandes,
D Pinto, Cristina Mendes, Alexandre Freitas, Francisco Barros, Parque
Biológico de Gaia, Daniel Cardeira, Onno Diekmann, Patrick Lienert,
Isabel Marques, Mário M. Ferreira, Sílvia Neves, Cecília Sérgio, Marina
Ascensão, Sónia Guerreiro, Jorge Capelo, Ilse Kistner, Rui Miguel Félix,
Simon Wates, Susana Neves, Pedro Mascarenhas, Pedro Lopes Moreira,
Daniel Tyteca, Inês Cunha, Maria Cristina Duarte, Da Silva F., João Nuno
Rosa, Francisco Lopes
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ÍNDICE
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INTRODUÇÃO
Esta obra tem como objetivo possibilitar uma visão de referência, como a Flora iberica (Castroviejo, S., coord.
abrangente da flora vascular de Portugal continental, geral, 1986-2020) e a Nova Flora de Portugal (Franco, 1971,
pelo que estão ilustrados 2076 táxones (na maioria dos 1984; Franco & Rocha Afonso, 1994, 1998, 2003).
casos, correspondendo a espécies e, mais raramente,
a subespécies ou variedades). Este valor representa mais Ao nível da informação que acompanha cada espécie,
de 60% da diversidade de plantas vasculares assinalada são indicados os principais nomes comuns, a sua ecologia
para Portugal continental, de acordo com a Checklist da resumida, o período de floração mais provável, a sua
Flora de Portugal (Continental, Açores e Madeira) (Sequeira frequência na área de distribuição (variando de muito
et al., 2011). Apesar de o presente trabalho ser focado rara a muito frequente) e usos, quando conhecidos.
nas espécies mais comuns e disseminadas no terri-
tório, procurou-se também dar a conhecer algumas das As espécies estão agrupadas em capítulos e subcapítulos,
espécies mais raras e a maioria das espécies endémicas organizados de modo a facilitar a consulta da obra por
de Portugal continental. parte de um público menos experiente na botânica. Na
maioria dos casos, foram agrupadas com base em seme-
O presente guia incide sobre a flora vascular (plantas lhanças morfológicas, correspondendo às suas famílias
que têm vasos condutores especializados no transporte botânicas (e. g., leguminosas, gramíneas, umbelíferas,
da seiva), que abarca todos os grandes grupos de plantas boragináceas), mas noutros agruparam-se espécies de
terrestres (classe Embryopsida), com exceção do grupo famílias distintas, por vezes pouco relacionadas filoge-
dos ‘briófitos’, constituído pelos musgos (subclasse neticamente (e. g., trepadeiras, herbáceas e árvores de
Bryidae), hepáticas (subclasse Marchantiidae) e famílias isoladas). Em casos excecionais, os capítulos
antóceros (subclasse Anthocerotidae). As plantas vascu- reúnem espécies com evidentes similaridades ecoló-
lares agrupam-se, grosso modo, em três grandes grupos: gicas (e. g., plantas aquáticas) ou biológicas (e. g., parasitas,
o grupo dos ‘pteridófitos’, constituído pelos fetos e lico- suculentas).
pódios, plantas que não produzem semente e que se
reproduzem por esporos; o grupo das gimnospérmicas, Na apresentação de cada capítulo ou subcapítulo, são
plantas com semente mas sem flor, constituído pelas dadas algumas informações sobre as famílias (ou os
coníferas, gnetófitos, cicas e ginkgo; e o grande grupo géneros) nele incluídas. É também fornecida alguma
das angiospérmicas, as plantas com flor (subclasse informação simplificada sobre as espécies não ilus-
Magnoliidae). tradas na obra, na qual se foca, sempre que possível, a
sua distribuição, abundância relativa e ecologia, e, em
O guia aposta numa forte componente visual, com alguns casos, indicações que permitam a sua distinção
imagens do aspeto geral da planta ou da sua inflores- das espécies ilustradas. O código QR presente em cada
cência, por vezes enriquecidas com detalhes do fruto ou capítulo possibilita uma ligação direta a uma pesquisa
das flores, que facilitem o reconhecimento da espécie no no portal Flora-On (https://flora-on.pt/) correspondente
campo. Cada uma das espécies ilustradas é acompanhada a esse conjunto de plantas, permitindo o acesso a mais
por um mapa da sua distribuição no território, baseado conteúdos e informação sobre as mesmas.
nos dados de ocorrências atuais compilados no portal
Flora-On (https://flora-on.pt/) e, em algumas ocasiões,
complementado com informação compilada em obras
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NOTA EXPLICATIVA
DOS CONTEÚDOS
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verde-escuro correspondem àquelas com maior concen- DISTRIBUIÇÃO GLOBAL
tração de registos de ocorrência, logo, onde a planta é
provavelmente mais frequente. As áreas em branco Para a indicação da distribuição global das espécies
representam extensões do território onde a planta, à luz nativas em Portugal continental, foram consultadas
do conhecimento atual, estará ausente. as seguintes obras de referência: Flora iberica (Castro-
viejo, S., coord. geral, 1986-2020), Flora Vascular de
Na grande maioria dos casos, apresentam-se apenas os Andalucía Occidental (Valdés et al., eds., 1987), Flora
registos de ocorrências espontâneas ou subespontâ- Vascular de Andalucía Oriental (Blanca et al., eds., 2009)
neas, com exceção de algumas espécies arbóreas ampla- e os portais The Euro+Med PlantBase (https://www.
mente plantadas em território nacional (e. g., Pinus pinea, emplantbase.org), Plants of the World online (http://plan-
Eucalyptus globulus) e de algumas espécies cultivadas tsoft heworldonline.org) e Global Biodiversity Information
para alimentação humana ou do gado (e. g., Avena sativa, Facility (https://www.gbif.org).
Lolium rigidum).
As plantas foram enquadradas em seis categorias que
permitem evidenciar o seu carácter endémico ou a sua
ECOLOGIA distribuição predominante. As espécies exóticas, ou
seja, não nativas do território, foram integradas numa
Caracterização sucinta da ecologia da planta, na qual se categoria própria.
indica o tipo de vegetação a que está associada e as carac-
terísticas do substrato que são preferenciais para o seu • Endemismo lusitano: Planta que só existe em
desenvolvimento. Portugal continental.
• Endemismo ibérico: Planta que só existe na Península
Ibérica). As plantas assinaladas com * são quase
DIAGRAMA DE FLORAÇÃO endémicas desta região, ocorrendo também na Maca-
ronésia (arquipélagos da Madeira, Açores, Canárias e
O diagrama de floração pretende sinalizar o período em Cabo Verde).
que é mais provável observar a planta em floração. Para • Predominantemente ibero-magrebina: Planta de
a sua construção utilizaram-se os dados de fenologia ocorrência exclusiva, ou quase, de uma área geográfica
compilados no portal Flora-On (https://flora-on.pt) que inclui a Península Ibérica e o Noroeste de África
e, nos casos em que essa informação era escassa ou (de Marrocos à Tunísia).
inexistente, foi consultada a obra Flora iberica (Castro- • Predominantemente mediterrânica: Planta de distri-
viejo, S., coord. geral, 1986-2020). No caso dos fetos e buição predominantemente mediterrânica (incluindo
dos restantes pteridófitos, apresentados no primeiro obrigatoriamente parte do sul da Europa e do norte de
capítulo, este diagrama deve ser interpretado como o África ou do oeste da Ásia) ou macaronésia, embora
período de produção de esporos (esporulação), dado que possa também ocorrer noutras regiões limítrofes.
estas plantas não produzem flores. • Predominantemente europeia: Planta de distribuição
predominantemente europeia, embora possa também
ocorrer noutras regiões limítrofes. Inclui também as
VARIAÇÃO ALTIMÉTRICA plantas de distribuição europeia sub-regional, como
europeia ocidental, atlântica ou meridional.
Pretende identificar qual o intervalo de altitudes (em • Plurirregional ou subcosmopolita: Planta distribuída
metros) em que é mais provável observar a planta por várias regiões geográficas (holártica, euro-afri-
no território. Para a sua construção utilizaram-se os cana, euro-asiática), ou de distribuição global (cosmo-
dados de ocorrências compilados no portal Flora-On polita) ou quase global (subcosmopolita).
(https://flora-on.pt) e, nos casos em que essa informação • Planta exótica: Planta introduzida, não nativa de
era escassa ou inexistente, foi consultada a obra Flora Portugal continental.
iberica (Castroviejo, S., coord. geral, 1986-2020).
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ASPETO GERAL • Forrageiras/Sideração: Planta usada na alimentação
animal ou na sideração de campos agrícolas. Inclui
• Árvores: Plantas de porte arbóreo. plantas usadas em prados para produção de feno,
• Arbustos: Plantas de porte arbustivo, erguido enrelvamentos agrícolas, misturas para poliniza-
ou rasteiro. dores e auxiliares, sementes para alimentação de
• Trepadeiras: Plantas que se desenvolvem sobre outras pássaros, etc.).
plantas, geralmente com crescimento escandente • Melífera: Planta usada para alimentação das abelhas.
(inclui lianas, trepadeiras e algumas epífitas). • Social: Planta associada a diversos tipos de tradições
• Bolbosas e similares: Plantas herbáceas terrestres, culturais, incluindo fins religiosos e cerimoniais,
cujas folhas surgem geralmente do solo, a partir de um superstições e outros usos simbólicos.
bolbo, rizoma ou tubérculo.
• Herbáceas perenes: Plantas herbáceas terrestres
e perenes, embora por vezes reduzidas a uma roseta ESTATUTO DE PROTEÇÃO LEGAL
de folhas basais.
• Herbáceas anuais: Plantas herbáceas terrestres • Espécie protegida: Planta legalmente protegida.
de ciclo de vida anual. Estatuto conferido por, pelo menos, um dos seguintes
• Graminoides: Plantas herbáceas, anuais ou perenes, diplomas legais: Diretiva 92/43/CEE (Anexos II, IV
de aparência semelhante a gramíneas. e V), Convenção de Berna (Anexo I) e Regulamento
• Anfíbias: Plantas herbáceas que ocorrem em locais (CE) n.º 338/97, do Conselho, de 9 de dezembro de
temporaria ou permanentemente inundados, com 1996 (Anexos A e B).
folhas e caules emersos. • Espécie parcialmente protegida: Planta em que
• Aquáticas: Plantas herbáceas aquáticas, enraizadas apenas uma das suas subespécies, ou variedades, é
no fundo e, nesse caso, com folhas submersas ou protegida por lei (estatuto conferido por, pelo menos,
flutuantes à superfície, ou de vida livre e, nesse caso, um dos diplomas legais referidos anteriormente).
flutuantes na massa de água.
USOS
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FETOS, CAVALINHAS
E LICOPÓDIOS
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SUBGRUPO
LICOPÓDIOS, CAVALINHAS
E LÍNGUAS‑DE‑COBRA
Incluem ‑se neste subcapítulo os licopódios, os isoetes e as selaginelas, A subclasse Equisetidae é representada por uma única família (Equiseta‑
todos representantes da subclasse mais primitiva das plantas vasculares ceae) e por um único género, Equisetum, cujas espécies são popularmente
(Lycopodiidae), e também os grupos de fetos mais primitivos, nomea‑ denominadas cavalinhas. Em Portugal continental assinalam ‑se quatro
damente as cavalinhas (classe Equisetidae) e os fetos‑língua ‑de ‑cobra espécies, das quais apenas E. palustre não consta desta obra. Ocorre em
(classe Ophioglossidae). locais húmidos ou encharcados, em solos de origem aluvionar, nas regiões
centro e norte, distinguindo ‑se de E. ramosissimum por apresentar estróbilos
Na subclasse das Lycopodiidae assinalam ‑se nove espécies, que (cones) obtusos e não mucronados.
pertencem a três famílias (e ordens) distintas: Lycopodiaceae, Selagi‑
nellaceae e Isoetaceae. A família Lycopodiaceae (ordem Lycopodiales) A subclasse Ophioglossidae é também representada por uma única família
é representada por três espécies, todas elas muito raras em Portugal (Ophioglossaceae) e por um único género, Ophioglossum, cujas espécies são
continental: Lycopodium clavatum; Lycopodiella inundata; Palhinhaea cernua, a popularmente denominadas fetos‑língua ‑de ‑cobra. Além de O. lusitani‑
qual, embora seja frequente em algumas ilhas açorianas, tem na serra de cum, assinalam ‑se também: O. vulgatum, raro e observado apenas no Douro
Valongo o único local conhecido de ocorrência na Europa continental. Na Litoral e em Trás‑os‑Montes, e O. azoricum, muito raro e apenas observado
família Selaginellaceae (ordem Selaginellales) assinalam ‑se apenas duas em Trás‑os‑Montes, embora, em ambos os casos, também haja registos
espécies: Selaginella denticulata e Selaginella kraussiana, espécie introduzida de ocorrências históricas isoladas na Beira Alta e no Alto Alentejo.
de aparência similar à anterior, mas de ocorrência pontual na metade
norte do país e na serra de Sintra. A família Isoetaceae (ordem Isoetales)
é representada por quatro espécies do género Isoetes, todas características
de locais temporariamente encharcados e com um aspeto geral seme‑
lhante (distinguíveis pela existência, ou não, de espinhos na base das folhas
e por pormenores dos seus esporos). Além de Isoetes histrix e de I. setacea,
ocorrem também: I. velata, dispersa pelo território, sem espinhos e com os
esporângios cobertos por um véu; I. durieui, rara, com espinhos e esporos
reticulados.
CR
Lycopodium clavatum Lycopodiella inundata EN
LICOPÓDIO, ENXOFRE ‑VEGETAL LICOPÓDIO ‑DOS ‑BREJOS
Ecologia: prados húmidos em Ecologia: clareiras de matos
margens de lagoas e plataformas higrófilos, prados húmidos; em locais
rochosas; em alta montanha. encharcados, com água corrente.
(20 m)
1620 m 170 m
a 1670 m a 1680 m
PR RRR PR RR
CR
PINHEIRINHO, MUSGO ‑DO ‑MATO SELAGINELA
Ecologia: taludes de caminhos; em Ecologia: taludes, rochedos; em
locais húmidos e sombrios. locais húmidos e sombrios.
80 m 30 m
a 200 m a 470 m
PR RRR MD FFF
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Isoetes histrix Isoetes setacea
CEBOLINHO ‑DOS ‑CHARCOS‑ CEBOLINHO ‑DOS ‑CHARCOS‑
‑ERIÇADO* ‑IBÉRICO*
Ecologia: em locais com solos Ecologia: em locais com solos
temporariamente encharcados, temporariamente encharcados,
arenosos ou arenoso ‑limosos. arenosos ou arenoso ‑limosos.
10 m
80 m
a 630 m
(850 m)
a 850 m
MD FF EU R
10 m
10 m
a 210 m
(400 m)
a 760 m
PR F PR F
Equisetum ramosissimum
CAVALINHA, ERVA‑PINHEIRA
Ecologia: margens de cursos de
água, infestante em regadios
agrícolas e locais perturbados; em
solos húmidos.
10 m
a 400 m
(740 m)
PR FFF
Ophioglossum lusitanicum
LÍNGUA‑DE ‑COBRA, LÍNGUA‑DE‑
‑COBRA‑MENOR
Ecologia: prados anuais, em clareiras
de matos, taludes; em locais húmidos
no inverno.
10 m
a 530 m
MD FF
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SUBGRUPO
FETOS SUPERIORES
Apresentam ‑se neste subgrupo os fetos modernos (subclasse Polypodii‑ Na família Aspleniaceae integram ‑se três géneros e 13 espécies: Asplenium
dae), constituídos por cerca de 54 espécies e 28 géneros, que se agrupam (dez espécies), Ceterach (1) e Phyllitis (1), sendo que apenas uma não é apre‑
em 15 famílias botânicas diferentes. sentada no guia, Asplenium obovatum subsp. protobillotii, mal conhecida, pois
apenas recentemente foi citada para a serra de Monchique.
Algumas destas famílias são escassamente representadas em Portugal
continental, como, por exemplo: Blechnaceae, com duas espécies, o Uma das famílias de fetos mais diversas são as Pteridaceae, com sete
feto ‑pente (Blechnum spicant) e o feto ‑do ‑botão (Woodwardia radicans), géneros e cerca de 12 espécies, das quais cinco são as únicas represen‑
sendo este o maior dos fetos nativos; Marsileaceae, com dois géneros, tantes do seu género: Notholaena marantae, Cosentinia vellea, Cryptogramma
Marsilea e Pilularia, com duas espécies cada, todas aquáticas; Salvinia‑ crispa, Adiantum capillus‑veneris e Anogramma leptophylla. As restantes incluem‑
ceae, com duas espécies exóticas de fetos aquáticos, Azolla filiculoides e ‑se nos géneros Cheilanthes (5) e Pteris (2). Não ilustradas, mencionam ‑se
Salvinia molesta; Polypodiaceae, com três espécies do género Polypodium, também Pteris incompleta, planta macaronésia, cujo carácter nativo no con‑
P. cambricum e as não ilustradas P. interjectum, dispersa de norte a sul, e P. tinente é duvidoso, conhecida apenas da serra de Sintra e dos arredores
vulgare, apenas conhecida no Centro ‑Norte do país. Várias espécies são de Coimbra, em fendas de muros e ruínas; Cheilanthes acrosticha, em casca‑
mesmo as únicas representantes das suas famílias, como, por exemplo, lheiras e fendas de rochas calcárias, no Centro ‑Oeste, serra da Arrábida e
o feto ‑dos pântanos (Thelypteris palustris, Thelypteridaceae), o feto ‑real Barrocal algarvio; Cheilanthes guanchica, raro e restrito à serra de Monchique
(Osmunda regalis, Osmundaceae), o feto ‑filme (Vandenboschia speciosa, Hyme‑ e arredores, onde ocorre, principalmente, em rochas sieníticas; Cheilanthes
nophyllaceae), o feto ‑comum (Pteridium aquilinum, Dennstaedtiaceae), o tinaei, frequente de norte a sul, em fendas de rochas ácidas. Este último
feto ‑de ‑cabelinho (Culcita macrocarpa, Culcitaceae), o feto ‑dos‑carvalhos é semelhante a C. hispanica, da qual se diferencia por ter lâmina ovado‑
(Davallia canariensis, Davalliaceae) e o exótico feto ‑arbóreo (Balantium antarc‑ ‑lanceolada, do mesmo tamanho do pecíolo ou até duas vezes menor, e
ticum, Dickosoniaceae). com pelos glandulares mais curtos e esparsos.
A família Dryopteridaceae engloba oito espécies em dois géneros, Dryop‑ Na família Woodsiaceae assinalam ‑se dois géneros, Athyrium (uma espécie)
teris (sete espécies) e Polystichum (1). Além das espécies ilustradas no e Cystopteris (três espécies), e, além das espécies apresentadas na obra,
guia, ocorrem também: Dryopteris dilatata, frequente em fendas de rochas, assinalam ‑se também Cystopteris fragilis e Cystopteris dickieana, ambas em
em ambientes florestais, nas regiões de clima atlântico; D. guanchica, em fendas de rochas, muros e taludes, em locais húmidos e sombrios, e escas‑
fendas de rocha, em locais muito húmidos, nas serras do Noroeste e, no samente distribuídas no interior norte e centro.
passado, citada também para a serra de Sintra; D. expansa, muito rara,
apenas ocorrendo em cascalheiras acima dos 1700 metros de altitude,
na serra da Estrela; D. carthusiana, rara, em bosques paludosos, no Minho.
As três últimas estão ameaçadas de extinção em Portugal continental.
NT
Marsilea batardae Marsilea quadrifolia CR
TREVO ‑DE ‑QUATRO ‑FOLHAS‑ TREVO ‑DE ‑QUATRO ‑FOLHAS
‑DO ‑SUL, TREVO ‑DE ‑QUATRO‑
Ecologia: lagoas, margens de rios;
‑FOLHAS ‑PELUDO
em locais sujeitos a inundações
Ecologia: margens de rios; em locais periódicas.
sujeitos a inundações periódicas.
50 m 40 m
a 240 m a 60 m
IB R EU RRR
EN VU
PILULÁRIA PILULÁRIA‑MENOR
Ecologia: pauis, charcos, arrozais; Ecologia: charcos; águas paradas,
águas paradas, pouco profundas. pouco profundas.
10 m 80 m
a 200 m a 230 m
EU RR MD RR
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Azolla filiculoides Vandenboschia speciosa CR
AZOLA FETO ‑FILME
Ecologia: invasora em águas paradas Ecologia: taludes rochosos; em
ou de corrente lenta, eutrofizadas. lugares sombrios e muito húmidos.
10 m 220 m
a 760 m a 250 m
IN FFF EU RRR
10 m 150 m
a 870 m
(1320 m)
a 220 m
PR FFF MD RRR
20 m (20 m)
a 1150 m 180 m
(1340 m) a 650 m
PR FF PR R
10 m 10 m
a 490 m a 390 m
(680 m) (500 m)
IM F PR R
Phyllitis scolopendrium
LÍNGUA‑CERVINA, LÍNGUA‑DE‑
‑VEADO, BROEIRA
Ecologia: bosques, rochedos; em
locais húmidos e sombrios.
20 m
a 650 m
(770 m)
PR R
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EN
Asplenium septentrionale Asplenium hemionitis EN
ASPLÉNIO ‑DO ‑NORTE* FETO ‑FOLHA‑DE ‑HERA
Ecologia: fendas de rochas ácidas Ecologia: muros e taludes húmidos,
ou ultramáficas; em zonas de rochedos; em locais sombrios.
montanha.
1190 m 120 m
a 1800 m a 370 m
PR RRR MD RR
170 m 20 m
a 1120 m a 450 m
PR R MD R
30 m 0m
a 960 m a 330 m
(1340 m) (770 m)
PR FFF PR R
10 m 20 m
a 1000 m a 790 m
(1190 m) (1490 m)
PR FF MD FFF
30 m 10 m
a 640 m a 650 m
(1170 m) (890 m)
PR FFF MD FFF
16
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Asplenium adiantum‑
‑nigrum
FETO ‑NEGRO
Ecologia: bosques, taludes, fendas
de rochedos; em sítios húmidos e
sombrios.
10 m
a 1100 m
PR FF
17
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Anogramma leptophylla Adiantum capillus‑veneris
ANOGRAMA‑DE ‑FOLHA‑ESTREITA AVENCA
Ecologia: rochedos, taludes, muros, Ecologia: rochedos e taludes
bosques; em locais sombrios e com escorrência ou salpico de
húmidos. água; em locais algo sombrios;
preferentemente basófila.
20 m 10 m
a 750 m a 360 m
(1210 m) (780 m)
PR FFF PR FFF
40 m 60 m
a 680 m a 610 m
(820 m) (760 m)
MD F MD R
10 m 250 m
a 330 m
(540 m)
a 760 m
PR F PR RR
5m 1670 m
a 100 m a 1880 m
PR R PR RRR
10 m 30 m
a 1130 m
(1580 m)
a 900 m
PR FF PR FF
18
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Polystichum setiferum Dryopteris filix‑mas
FENTANHA FETO ‑MACHO
Ecologia: bosques fechados, Ecologia: rochedos, escarpas,
margens de cursos de água; em locais margens pedregosas de cursos de
sombrios e húmidos. água; em locais húmidos e frescos.
20 m 240 m
a 870 m a 1540 m
(1090 m)
PR FF PR FF
VU
Dryopteris oreades Dryopteris affinis
FETO ‑MACHO ‑DAS ‑SERRAS* FALSO ‑FETO ‑MACHO, FENTILHA
Ecologia: fendas de rochas ácidas; Ecologia: margens de cursos de
em alta montanha. água, bosques; em sítios húmidos e
sombrios; acidófila.
20 m
1560 m
a 1150 m
a 1940 m (1820 m)
EU RR PR FF
Pteridium aquilinum
FETO ‑ORDINÁRIO, FETO ‑DOS‑
‑MONTES, FENTO
Ecologia: colonizador de áreas
ardidas e pastagens abandonadas,
matas e margens de cursos de água;
em solos ácidos, frescos e profundos.
10 m
a 1140 m
(1750 m)
PR FFF
Balantium antarcticum
FETO ‑ARBÓREO ‑DA‑TASMÂNIA*
Ecologia: jardins, naturalizada em
locais sombrios e húmidos.
200 m
a 300 m
IN RRR
19
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
2.
GIMNOSPÉRMICAS
Agrupadas sob a designação informal de gimnos- e pinheiro-de-casquinha (P. sylvestris), e, pelo menos,
pérmicas, apresentam-se neste capítulo as espécies outras três espécies são, ou foram, cultivadas e encon-
das subclasses Cupressidae (cupressófitos), Pinidae tram-se mais ou menos naturalizadas no território:
(pinófitos) e Gnetidae (gnetófitos). São plantas cujos pinheiro-de-alepo (P. halepensis), em regiões calcárias,
primórdios seminais contactam diretamente com o próximas do litoral; pinheiro-larício (P. nigra), cultivado
exterior, ou seja, não estão encerrados num pistilo como nas montanhas da região centro e no Norte trans-
nas angiospérmicas e cujas sementes não se encontram montano; pinheiro-insigne (P. radiata), pontualmente
contidas num verdadeiro fruto, mas sim sobre órgãos de cultivado em serras perto do litoral. Da mesma família,
suporte (escamas ou brácteas, lenhosas na maturação), assinala-se ainda a ocorrência do abeto-de-douglas (Pseu-
inseridos num eixo caulinar e geralmente agregados. dotsuga menziezii), uma árvore nativa do Oeste da América
As estruturas reprodutivas unissexuais resultantes do Norte, mas utilizada em povoamentos florestais
desta agregação designam-se genericamente por estró- em Portugal e que já se encontra como subespontânea
bilos ou cones. Os estróbilos femininos fecundados e em várias regiões montanhosas do Norte do país.
maduros das gimnospérmicas correspondem às suas
frutificações e denominam-se gálbulas nos cupressó- Na família Cupressaceae assinalam-se dois géneros:
fitos (exceto nas Taxaceae e em alguns grupos extraeu- Juniperus e Cupressus. Os zimbros (género Juniperus)
ropeus) e pinhas ou cones nos pinófitos. Nos gnetófitos são representados por quatro espécies: J. communis,
desenvolve-se um estróbilo carnudo, semelhante a uma J. oxycedrus, J. navicularis e J. turbinata, todas ilustradas
baga. Nas gimnospérmicas nativas as folhas são sempre no guia. No género Cupressus não existem espécies
em forma de agulha (aciculares) ou reduzidas a escamas nativas em Portugal, mas duas árvores são amplamente
(escamiformes). cultivadas como ornamentais, o cedro-do-buçaco (C.
lusitanica), o qual, apesar do seu nome, é originário
O termo «conífera» é utilizado frequentemente para da América Central, e o cipreste (C. sempervirens). Outras
designar as espécies das subclasses Cupressidae e espécies pontualmente cultivadas incluem o cipreste-
Pinidae. Em Portugal continental assinalam-se três -dos-pântanos (Taxodium distichum), os cedros (Cedrus
famílias distintas de coníferas: Pinaceae (subclasse spp.) e os falsos-ciprestes (Chamaecyparis spp.), embora
Pinidae), Cupressaceae e Taxaceae (ambas na subclasse não haja informação quanto à sua ocorrência como
Cupressidae). Várias espécies possuem importância subespontâneas.
económica e são amplamente cultivadas, como o pinhei-
ro-bravo (Pinus pinaster), para produção de madeira O teixo (Taxus baccata) é o único representante da família
e resina, o pinheiro-manso (Pinus pinea), para produção Taxaceae em Portugal continental. É uma árvore dioica,
de pinhão, e os ciprestes (Cupressus sempervirens), como que apenas ocorre espontaneamente nas serras do Gerês,
árvores ornamentais. da Estrela e do Caramulo, sendo que nesta última apenas
se conhece um único indivíduo do sexo masculino.
Classificados na família Pinaceae, os pinheiros (género
Pinus) são elementos fundamentais na atual paisagem Os gnetófitos (subclasse Gnetidae) são represen-
florestal de Portugal continental, pois foram abundan- tados em Portugal por apenas uma espécie, a corni-
temente cultivados ao longo do século XX, formando cabra (Ephedra fragilis), presente de modo esporádico
extensos povoamentos nas regiões montanhosas nas arribas litorais da costa sudoeste e do Barlavento
e ao longo da faixa litoral. Três espécies de pinheiros algarvio. A efedrina, um alcaloide muito usado como
são espontâneas em Portugal continental: pinhei- broncodilatador, foi isolada a partir desta planta.
ro-bravo (Pinus pinaster), pinheiro-manso (P. pinea)
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Juniperus communis
ZIMBRO ‑RASTEIRO
Ecologia: matagais rasteiros de alta
montanha.
(610 m)
890 m
a 1990 m
PR R
Juniperus oxycedrus
ZIMBRO ‑COMUM, OXICEDRO
Ecologia: matagais, bosques
perenifólios; em locais soalheiros e
em solos ácidos.
120 m
a 700 m
(840 m)
MD FF
Juniperus navicularis NT
PIORRO, ZIMBRO ‑GALEGO
Ecologia: matagais; em solos
arenosos, ácidos.
10 m
a 80 m
(220 m)
IB F
Juniperus turbinata
SABINA‑DA‑PRAIA, ZIMBRO
Ecologia: matagais em dunas,
arribas litorais e encostas rochosas;
indiferente edáfica.
0m
a 290 m
(740 m)
MD FF
0m 880 m
a 240 m a 1050 m
IN F PR RR
22
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Pinus pinaster Taxus baccata EN
PINHEIRO ‑BRAVO TEIXO, TEIXEIRA
Ecologia: pinhais, matas; em solos Ecologia: bosques mistos em zonas
ácidos. de montanha; em locais sombrios e
húmidos, em substratos ácidos.
10 m 680 m
a 880 m a 1610 m
(1360 m) (1880 m)
PR FFF PR R
VU
Ephedra fragilis
CORNICABRA, GESTRELA,
ÉFEDRA
Ecologia: matagais, sebes; em
arribas litorais e em solos arenosos
e secos.
10 m
a 50 m
MD R
Pinus pinea
PINHEIRO ‑MANSO
Ecologia: pinhais, matas; em solos
ácidos.
10 m
a 420 m
(730 m)
MD FF
23
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
3.
CARVALHOS,
AMIEIROS
E AFINS
©
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SUBGRUPO
CARVALHOS
E AFINS
As fagáceas incluem os géneros Quercus (carvalhos), Castanea (castanheiro) Carvalho ‑cerquinho é o nome popular dado a um complexo de espécies
e Fagus (faia). de folha marcescente, muito similares, no passado todas incluídas em
Quercus faginea, num sentido alargado, mas atualmente consideradas
A Península Ibérica, em particular a sua parte ocidental, representa um dos duas espécies distintas, embora com nomenclatura ainda em estudo: Q.
principais refúgios do género Quercus na Europa, com elevados valores de faginea, no quadrante nordeste do país; Q. broteroi, no Centro e no Sul do
diversidade genética (Petit et al., 2002). Além da riqueza específica que país. Também de aspeto similar, mas distinguindo ‑se pela presença de um
aqui ocorre, assinala ‑se uma elevada hibridação entre espécies. A identi‑ tomento flocoso nas folhas, o carvalho ‑de ‑monchique (Quercus canariensis)
ficação das espécies é complexa e dificultada pela existência de híbridos é uma espécie relíquia, raríssima e de distribuição restrita à área envolvente
com características intermédias entre as espécies parentais. da serra de Monchique. Da hibridação do carvalho ‑de ‑monchique com
o carvalho ‑cerquinho resulta uma espécie, largamente distribuída pelas
O carvalho ‑alvarinho (Quercus robur) é a árvore predominante dos bosques serras do Sudoeste alentejano e Algarve, Q. marianica (Vila ‑Viçosa et al.,
caducifólios na área de influência atlântica do território (noroeste e centro 2014). A única espécie de porte arbustivo é a carvalhiça (Q. lusitanica), sili‑
litoral) e com alguns isolados no Sul do país (serras de Sintra e de São cícola e não tolerante ao frio invernal, é comum ao longo da faixa litoral a
Mamede). É considerada a existência de duas subespécies, uma mais sul do Vouga, penetrando para o interior ao longo do vale do Tejo.
setentrional (subsp. broteroana) e outra mais meridional (subsp. estremadu‑
rensis), a qual pode ser considerada uma espécie distinta (Q. estremaduren‑ Algumas espécies não autóctones, como o carvalho ‑palustre (Quercus
sis) (Vázquez et al., 2018). O carvalho ‑negral (Q. pyrenaica) é uma árvore palustris), são ocasionalmente utilizadas em arruamentos e jardins,
disseminada no Norte e no Centro do país e muito abundante nas regiões destacando ‑se o carvalho ‑americano (Q. rubra), nativo da costa leste dos
interiores, por ser tolerante à ausência marcada de chuva no verão. Estados Unidos, cultivado em povoamentos florestais, nas regiões mon‑
tanhosas e no interior de Portugal.
Os carvalhos de folha perene incluem o sobreiro (Q. suber), designado
como «árvore nacional» de Portugal, que ocorre em praticamente todo o O castanheiro (Castanea sativa) é uma árvore que num passado longínquo
território, em altitudes abaixo dos 1000 metros e sobre solos ácidos, quer terá ocorrido neste território, mas ter‑se ‑á extinguido devido a alterações
espontaneamente, quer cultivado em povoamentos florestais. A explora‑ climáticas, sendo posteriormente reintroduzido no primeiro milénio antes
ção da sua cortiça representa uma importante atividade económica, sendo de Cristo. Ainda hoje é amplamente cultivado no Norte e interior centro
Portugal um dos maiores produtores mundiais. A azinheira (Q. rotundifolia) é do país, para produção do seu fruto, a castanha. Uma espécie próxima, C.
uma espécie disseminada por todo o país, excetuando a faixa litoral centro‑ crenata, originária da Ásia, é ocasionalmente cultivada como porta‑enxerto.
‑norte, e ecologicamente muito resistente, suportando desde a seca total Embora existam registos fósseis que confirmam a sua ocorrência pretérita
ao frio invernal. O carrasco (Q. coccifera) é representado por duas subes‑ no Norte de Portugal, a faia (Fagus sylvatica) é atualmente considerada uma
pécies, subsp. coccifera, de porte arbustivo e disseminada nas regiões de espécie não nativa. É cultivada em algumas serras do Centro e do Norte,
influência mediterrânica, e subsp. rivasmartinezii, de porte arbóreo e restrita onde se observa a sua regeneração natural.
à orla litoral atlântica e considerada como uma espécie distinta por alguns
autores (Capelo & Costa, 2005).
10 m 80 m
a 1050 m a 1190 m
(1280 m) (1580 m)
EU FF MD FF
25
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Quercus faginea Quercus faginea
subsp. faginea subsp. broteroi
PEDAMARRO, CARVALHO‑ CARVALHO ‑CERQUINHO
‑CERQUINHO
Ecologia: bosques, por vezes nas
Ecologia: bosques. margens de cursos de água.
10 m
100 m
a 470 m
a 810 m (810 m)
IB F IM FF
10 m 10 m
a 560 m a 480 m
(820 m) (1410 m)
IM F MD FF
10 m 10 m
a 830 m a 670 m
(1320 m) (930 m)
MD FFF MD FFF
CR
Quercus canariensis Castanea sativa
CARVALHO ‑DE ‑MONCHIQUE CASTANHEIRO
Ecologia: bosques; em vales e Ecologia: soutos, bosques e matas;
encostas frescas. em zonas de montanha; também
cultivado.
20 m
120 m
a 1050 m
a 640 m (1360 m)
26
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
AMIEIROS
E AFINS
Neste subcapítulo são apresentados os géneros das betuláceas (Alnus, e quais resultam de plantações antigas. No presente, vários cultivares e
Corylus e Betula, todos representados por uma única espécie), juglandáceas outras espécies não nativas (e. g., Betula pendula) são utilizados como orna‑
(Juglans, duas espécies) e miricáceas (Myrica, duas espécies), num total de mentais em arruamentos e parques urbanos.
sete espécies, a maioria das quais nativas.
Nas juglandáceas, a nogueira (Juglans regia) é uma árvore nativa do Sudeste
A taxonomia das betuláceas nacionais é algo confusa. Relativamente da Europa e da Ásia Menor, cultivada um pouco por todo o país pela sua
ao amieiro, embora nesta obra seja usado o binome mais amplamente semente (noz) e, pontualmente, assilvestrada. Uma espécie semelhante,
aceite, Alnus glutinosa, um estudo recente sugere que a população nacional originária da América do Norte, J. nigra, não ilustrada, é por vezes utilizada
de amieiro constitui uma espécie distinta, Alnus lusitanica, endémica da em jardins e parques urbanos.
Península Ibérica (Vít et al., 2017). O bidoeiro ou bétula (Betula pubescens)
é uma espécie de taxonomia complexa, não havendo uma concordância Assinalam ‑se duas espécies de miricáceas (Myricaceae), o samouco
em diferentes obras de referência quanto à sua nomenclatura nem quanto (Myrica faya, por vezes integrada num género distinto e designada por
à possível segregação em subespécies. É uma pequena árvore caracte‑ Morella faya), arbusto ou pequena árvore perenifólia, presente em duas
rística de turfeiras e outras zonas húmidas de montanha. Pelo facto de, áreas disjuntas, nas serras do Sudoeste e ao longo do litoral centro, e o
no passado, ter sido amplamente plantada pelos serviços florestais em samouco ‑de ‑brabante (M. gale), um arbusto caducifólio, pouco frequente
regiões montanhosas, é difícil de distinguir quais são as populações nativas e ocorrendo em turfeiras e zonas húmidas, geralmente perto do litoral.
10 m 110 m
a 830 m a 1440 m
(1150 m) (1580 m)
PR FFF PR F
30 m 40 m
a 870 m
(1100 m)
a 700 m
EU F IN F
10 m 10 m
a 710 m a 930 m
MD F PR R
27
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
4.
SALGUEIROS
E CHOUPOS
Em Portugal continental as salicáceas (família Salica- Algumas espécies de Salix são mesmo muito raras
ceae) são representadas por apenas dois géneros: Salix em Portugal, nomeadamente S. caprea e S. triandra,
(salgueiros) e Populus (choupos). apenas registadas em Trás-os-Montes, e S. purpurea,
apenas citada para os arredores de Barca de Alva. Uma
O género Salix inclui plantas de porte arbustivo, arbores- quarta espécie rara, S. pedicellata, poderá mesmo já ter
cente ou arbóreo, que ocorrem associadas às margens desaparecido de Portugal no final do século XX devido
de cursos de água e de outras zonas húmidas, sendo à construção de barragens no Algarve. Duas outras
designadas por vários nomes populares, incluindo espécies de salgueiros são exclusivamente arbustivas:
salgueiros, vimeiros, borrazeiras e seiceiros. No passado, Salix arenaria, presente nas areias do litoral norte e centro,
várias espécies e cultivares de Salix foram amplamente e S. repens, exclusiva das zonas montanhosas do Norte
plantados para aproveitamento das suas ramas flexíveis do país. A sua semelhança leva alguns autores a consi-
(vime) na construção de diversos utensílios e peças derar que pertencem à mesma espécie, S. repens, mas cons-
de artesanato. tituindo subespécies distintas. Assinala-se ainda a ocor-
rência subespontânea de diversos cultivares e espécies
A taxonomia do género Salix é bastante complexa, o que não nativas, como, por exemplo, do grupo de Salix babylo-
torna a correta identificação das plantas um desafio nica (salgueiros-chorões), frequentemente utilizados
muito exigente, mesmo para observadores experientes. como ornamentais em jardins e parques urbanos.
Algumas espécies, como Salix atrocinerea e S. salviifolia
(representado por duas subespécies, subsp. australis, Os choupos (género Populus) são desde há muito culti-
a sul, e subsp. salviifolia, no Centro e no Norte), ocorrem vados com fins ornamentais ou para aproveitamento
de norte a sul do território e são, normalmente, de fácil da sua madeira, pelo que existem dúvidas quanto ao
identificação no terreno, porém outras, como S. alba, carácter nativo das três espécies ocorrentes em Portugal:
S. fragilis, S. neotricha e S. triandra, são semelhantes choupo-branco (Populus alba), choupo-negro (P. nigra)
e de difícil distinção. Estudos recentes apontam para e choupo-tremedor (P. tremula), o mais raro, e presente,
que dois dos táxones mais frequentes em Portugal, Salix de modo pontual, na região norte, perto de cursos de água.
fragilis e S. neotricha, sejam híbridos não nativos, dissemi- Diversos táxones híbridos (e. g., Populus x canescens, Populus
nados no território devido ao seu cultivo para produção x canadensis) e variedades de choupo-negro (e. g., var.
de vime, e correspondendo, respetivamente, a Salix x italica) são frequentemente cultivados em plantações
alopecuroides e Salix x fragilis. Por outro lado, as espécies S. florestais e em parques urbanos.
alba e S. viminalis (outra introduzida para cultivo do vime)
são menos frequentes em território nacional.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Populus alba Populus nigra
CHOUPO ‑BRANCO, ÁLAMO, CHOUPO ‑NEGRO, ÁLAMO‑
ALBARINHO ‑NEGRO
Ecologia: bosques ripícolas; Ecologia: bosques ripícolas;
também cultivado. também cultivado.
10 m
5m
a 440 m
(690 m)
a 750 m
PR F PR FFF
190 m 10 m
a1250 m a 1250 m
(1580 m)
PR R PR FFF
10 m 50 m
a 1160 m a 900 m
(1580 m)
IB FFF EU F
10 m 1330 m
a 740 m a 1440 m
EU F PR RR SALGUEIROS E CHOUPOS
30
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Salix arenaria
SALGUEIRO ‑DAS ‑AREIAS,
VIMEIRO ‑DAS ‑AREIAS
Ecologia: em depressões dunares e
orlas de lagoas; em solos arenosos,
húmidos.
10 m
a 60 m
EU F
31
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
5.
OLIVEIRAS
E AFINS
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Jasminum fruticans Ligustrum vulgare
JASMINEIRO ‑DO ‑MONTE, ALFENHEIRO, ALFENA,
JASMINEIRO ‑DO ‑CAMPO SANT’ANTONINHAS
Ecologia: matagais, sebes e orlas Ecologia: matagais ripícolas, sebes e
de bosques; em diversos tipos de orlas de bosques; em locais sombrios
substratos, incluindo pedregosos. e em solos algo húmidos; também
cultivado.
20 m 30 m
a 590 m
(820 m)
a 780 m
MD FF PR R
10 m 30 m
a 620 m
(880 m)
a 460 m
MD FFF MD FF
10 m 10 m
a 580 m a 490 m
MD FFF MD FF
Fraxinus angustifolia
subsp. angustifolia
FREIXO
Ecologia: bosques ripícolas, ou
em encostas frescas, com solos
profundos.
10 m
a 840 m
(1400 m)
MD FFF
33
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
6.
ÁRVORES E
ARBUSTOS DIVERSOS
Neste capítulo apresenta-se um conjunto de árvores As tamaricáceas (Tamaricaceae) são representadas por
ou arbustos que, taxonomicamente, se enquadram cinco espécies de tamargueiras (género Tamarix), quase
em famílias botânicas escassamente representadas todas mal conhecidas, devido à complexidade da sua
na flora portuguesa. Adicionalmente, inserem-se distinção. Não ilustradas no livro, assinalam-se também:
também as espécies arbóreas da família Fabaceae, T. canariensis, principalmente em zonas litorais, em solos
as quais, maioritariamente, não são nativas de Portugal. algo salinos; T. gallica, de ocorrência pontual no Centro
As espécies aqui agrupadas não apresentam relações filo- do país; T. mascatensis, citada para o Alentejo e Trás-
genéticas próximas, estando reunidas plantas de linhas -os-Montes; T. parviflora, não nativa, de flores rosadas,
evolutivas mais primitivas, como o loureiro (Laurus utilizada como planta ornamental em arranjos paisagís-
nobilis), de linhagens isoladas, como o azevinho (Ilex aqui- ticos e pontualmente escapada de cultivo.
folium) e o buxo (Buxus sempervirens), e ainda monocotile-
dóneas, como a palmeira-anã (Chamaerops humilis). As ramnáceas (Rhamnaceae) incluem cinco arbustos
nativos, quatro no género que deu o nome à família,
Várias destas espécies são as únicas representantes Rhamnus, e um no género Frangula. Além das espécies
das suas famílias em Portugal continental, incluindo ilustradas, ocorre também Rhamnus lycioides, apenas
o loureiro (Laurus nobilis, família Lauraceae), o azevinho citada para Trás-os-Montes e muito semelhante a R.
(Ilex aquifolium, família Aquifoliaceae), o buxo (Buxus oleioides, mais abundante e disseminada de norte a sul.
sempervirens, família Buxaceae); o evónimo ou barrete- As duas espécies distinguem-se pela pilosidade das suas
-de-padre (Euonymus europaeus, família Celastraceae) folhas, glabras em R. oleioides e pilosas em R. lycioides.
e o sanguinho (Cornus sanguinea, família Cornaceae). O sanguinho-de-água (Frangula alnus) é um arbusto ou
A palmeira-anã ou palmito (Chamaerops humilis) é a única pequena árvore ripícola, que ocorre de norte a sul, assi-
representante nativa das arecáceas (família Arecaceae, nalando-se duas subespécies: subsp. baetica, ao longo
ou Palmae), contudo, em vários pontos do litoral, da faixa litoral sudoeste e provavelmente até ao litoral
é também possível encontrar indivíduos jovens e subes- oeste; subsp. alnus, disseminada pelo país, exceto nas
pontâneos de palmeira-das-canárias (Phoenix canariensis), regiões mais secas e interiores.
amplamente cultivada como planta ornamental.
Embora sejam uma família bastante diversa a nível
As anacardiáceas (Anacardiaceae) são escassamente global, as sapindáceas (Sapindaceae) são representadas
representadas em Portugal, com apenas três espécies em Portugal por apenas um género, Acer, com apenas duas
de porte arbustivo, duas no género Pistacia: P. lentiscus espécies nativas, a zelha (A. monspessulanum) e o bordo-
(aroeira), de folha perene, e P. terebinthus (cornalheira), -comum (A. pseudoplatanus). Podem também encontrar-se
de folha caduca, e uma no género Rhus: R. coraria várias árvores não nativas, como A. campestre, nas serras
(sumagre), de origem mediterrânica, outrora cultivada beirãs, A. platanoides, originária do Centro da Europa
para aproveitamento na indústria dos curtumes. O suma- e América do Norte e pontualmente cultivada como
gre-da-virgínia (Rhus typhina) é uma planta ornamental, ornamental, e A. negundo, ilustrada no guia.
ocasionalmente escapada de cultivo.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
As ulmáceas (Ulmaceae) integram apenas três espécies originária da China e outrora cultivada para alimentar
em Portugal, o ulmeiro (Ulmus minor), o lamagueiro para as culturas de bicho-da-seda. Ambas são também
(Ulmus glabra) e o lódão (Celtis australis), todos são plantadas com fins ornamentais. O mesmo se aplica
árvores utilizadas em arruamentos e jardins, mas que à romãzeira (Punica granatum, família Lythraceae), uma
também ocorrem como nativas em Portugal. Os indi- pequena árvore originária da Ásia Menor, amplamente
víduos arbóreos de ulmeiro são cada vez mais escassos, cultivada pelos seus frutos (romãs) e também como
devido à mortalidade causada pela grafiose-do-ulmeiro. ornamental.
Em muitos locais observam-se apenas indivíduos arbus-
tivos e propagação por via vegetativa. Acredita-se que Algumas famílias incluem apenas géneros não nativos.
esses possam corresponder a uma variedade cultivada, O plátano (Platanus x hispanica), não ilustrado, é o único
há muito introduzida para suportes da vinha. representante das platanáceas (Platanaceae), sendo
geralmente considerado um híbrido entre o plátano-eu-
As mirtáceas (Myrtaceae) são representadas por dois ropeu (Platanus orientalis) e o plátano-americano (Platanus
géneros, um nativo, Myrtus, do qual a murta (M. communis) occidentalis). Além de ser utilizado como ornamental
é o único representante, e Eucalyptus, nativo da Austrália, em arruamentos e parques urbanos, ocorre esporadica-
e do qual foram introduzidas diversas espécies com fins mente como subespontâneo ao longo de margens de rios,
florestais, incluindo o amplamente cultivado eucalipto principalmente no Norte do país (e. g., rio Tua). As proteá-
(E. globulus), e os menos frequentes E. camaldulensis, E. ceas (Proteaceae) são representadas por duas espécies
robusta, E. sideroxylon, entre outros. do género Hakea, nativo da Austrália, Hakea sericea e H.
salicifolia. Ambas são perigosas invasoras que têm bene-
As caprifoliáceas (Caprifoliaceae) são descritas com ficiado dos incêndios recorrentes para expandirem a sua
maior detalhe no capítulo «Valerianas e dipsacáceas», área de distribuição no território nacional. O ailanto
contudo são aqui apresentadas as suas espécies arbus- (Ailanthus altissima) é nativo da China e o único repre-
tivas, que pertencem aos géneros: Viburnum (três sentante da família Simaroubaceae. As pitosporáceas
espécies) e Sambucus (2). A lantana-arbórea (Viburnum (Pittosporaceae) são representadas por duas espécies,
lantana), não ilustrada, ocorre apenas de modo espon- Pittosporum tobira, originária da China e do Japão, e P.
tâneo em Trás-os-Montes, onde é rara, embora seja undulatum, originária da Austrália. Ambas foram intro-
cultivada como ornamental noutros pontos do país. duzidas como plantas ornamentais, mas apresentam
elevado potencial invasor, o qual já foi demonstrado nas
As moráceas (Moraceae) incluem a figueira (Ficus carica) ilhas dos Açores e da Madeira, onde representam uma
e as amoreiras (género Morus). A figueira é ampla- grande ameaça para a flora nativa. A lantana (Lantana
mente cultivada pelos seus frutos (figos), subsistindo camara, família Verbenaceae) é um arbusto originário
a incerteza sobre se será uma espécie nativa ou se a sua da América do Sul, amplamente cultivado como orna-
presença resulta de uma introdução antiga, que se tornou mental e subespontâneo em solos arenosos ou pedre-
subespontânea. Duas espécies de amoreiras ocorrem gosos, perto do litoral.
como subespontâneas na margem de alguns rios, prin-
cipalmente no Norte do país, a amoreira-negra (Morus
nigra), originária do Médio Oriente, cultivada pelos
seus frutos comestíveis, e a amoreira-branca (M. alba),
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Na família das escrofulariáceas (Scrophulariaceae)
assinalam-se duas espécies arbustivas (não ilustradas),
cultivadas como ornamentais e ocasionalmente natura-
lizadas: Buddleja davidii, originária da China, subespon-
tânea na zona de influência atlântica do Norte do país,
em terrenos incultos, frequentemente em meios urbanos
ou nos seus arredores; Myoporum laetum, originária
da Nova Zelândia e pontualmente naturalizada ao longo
da faixa litoral.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Laurus nobilis Buxus sempervirens EN
LOUREIRO, LOURO BUXO
Ecologia: matagais e bosques Ecologia: matagais em leitos de
ripícolas; em locais sombrios e em cheia e vales rochosos encaixados;
solos frescos. também cultivado.
10 m 90 m
a 570 m a 570 m
(980 m) (680 m)
MD FFF MD R
VU
Euonymus europaeus Cornus sanguinea
EVÓNIMO, BARRETE ‑DE ‑PADRE SANGUINHO ‑LEGÍTIMO
Ecologia: sebes, orlas de bosques Ecologia: em sebes, orlas de bosques
ripícolas; em solos profundos, caducifólios, matagais ripícolas; em
húmidos. locais frescos e sombrios.
580 m 50 m
a 860 m a 670 m
EU RR PR R
LC
Ilex aquifolium Tamarix africana
AZEVINHO, VISQUEIRO, PICA‑ TAMARGUEIRA, TAMARGUEIRA‑
‑FOLHA ‑DE ‑ESPIGAS ‑GROSSAS*
Ecologia: bosques caducifólios, Ecologia: margens e leitos de ribeiras
matagais ripícolas; em locais de regime torrencial.
sombrios, com solos frescos e
ácidos.
40 m 10 m
a 1320 m a 220 m
(1880 m) (360 m)
PR F MD FF
30 m 10 m
a 280 m a 600 m
IN R IN FF
50 m
5m
a 630 m
a 810 m
(820 m)
IN FFF PR F
37
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Acer pseudoplatanus Acer negundo
BORDO , PADREIRO, PLÁTANO‑ BORDO ‑NEGUNDO
‑BASTARDO
Ecologia: naturalizada em matas e na
Ecologia: bosques caducifólios, em margem de cursos de água.
zonas de montanha, mas também
cultivado.
20 m 10 m
a 1290 m a 460 m
EU FF IN F
50 m 50 m
a 270 m a 630 m
(760 m)
IN F IN F
50 m 10 m
a 660 m a 360 m
(870 m) (540 m)
MD FF MD FFF
10 m 20 m
a 830 m a 550 m
(980 m) (680 m)
IN FFF MD F
10 m
110 m
a 860 m
(1060 m)
a 850 m
PR FFF PR R
38
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Myrtus communis
MURTA, MURTEIRA,
MARTUNHEIRA
Ecologia: matagais, barrancos;
em locais algo húmidos.
10 m
a 360 m
(640 m)
MD FFF
39
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
LC
Rhamnus cathartica Rhamnus alaternus
CAMBRA, CAMBROEIRO, SANGUINHO ‑DAS ‑SEBES,
ESPINHEIRO ‑CERVAL ADERNO ‑BASTARDO
Ecologia: orlas de bosques; solos Ecologia: matagais, sebes;
húmidos. indiferente edáfica.
10 m
610 m
a 490 m
a 820 m (650 m)
PR R MD FF
10 m 10 m
a 390 m a 1140 m
(570 m) (1670 m)
MD FF PR FFF
0m 520 m
a 320 m
(450 m)
a 710 m
MD F PR RR
20 m 10 m
a 600 m
(880 m)
a 880 m
MD FFF PR R
Sambucus nigra
ÁRVORES E ARBUSTOS DIVERSOS
SABUGUEIRO, CANDELHEIRO,
CANINEIRO
Ecologia: orlas de bosques ripícolas,
sebes; frequentemente cultivada.
10 m
a 960 m
(1360 m)
PR FF
40
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Ficus carica Ceratonia siliqua
FIGUEIRA, BAFOREIRA ALFARROBEIRA
Ecologia: margens de cursos de Ecologia: matagais, escarpas; em
água, barrancos, escarpas; em locais solos pedregosos, básicos; também
frescos e pedregosos; também cultivada.
cultivada.
10 m 10 m
a 620 m
(790 m)
a 400 m
MD FFF MD F
10 m 0m
a 800 m a 270 m
(950 m) (470 m)
IN FFF IN FF
10 m 10 m
a 750 m
(940 m)
a 320 m
IN FFF IN F
10 m 10 m
a 70 m a 660 m
(190 m) (790 m)
IN FF IN F
10 m 0m
a 1050 m
(1300 m)
a 380 m
IN FFF IN R
41
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
7.
RANUNCULÁCEAS
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
ANÉMONAS, DELFÍNIOS
E AFINS
Apresentam ‑se neste subcapítulo os géneros de ranunculáceas, que se É ainda de destacar a existência de subespécies em Nigella papillosa (subsp.
diferenciam por possuírem flores com simetria bilateral: Delphinium (seis atlantica e subsp. papillosa), que se distinguem pela dimensão das flores
espécies), Aconitum, Aquilegia e Consolida, todos representados por uma única (maiores na subsp. papillosa) e pela presença de papilas no ovário (abun‑
espécie, e ainda os géneros com flores de simetria radial: Anemone (4), Adonis dantes na subsp. papillosa e escassas na subsp. atlantica), e em Aquilegia vulgaris
(2), Nigella (3), Thalictrum (2) e Helleborus (1). (erva ‑pombinha), na qual se distinguem três subespécies: subsp. vulgaris,
subsp. hispanica e subsp. dichroa, sendo esta última a mais disseminada no
Adicionalmente às espécies ilustradas no guia, ocorrem também em território. Como curiosidades botânicas, refira‑se que se podem encontrar
Portugal continental: Anemone nemorosa, espécie florestal, de flores duas formas de Anemone palmata, uma com tépalas amarelas e outra, mais
esbranquiçadas e de ocorrência concentrada no Parque Nacional da rara, com tépalas brancas, e que na população nacional de Adonis microcarpa
Peneda ‑Gerês; Anemone coronaria, de flores azuladas, que ocorre de modo os indivíduos possuem tépalas avermelhadas, enquanto a nível global pre‑
esporádico no Centro ‑Oeste e cujo carácter nativo suscita dúvidas, pois dominam os indivíduos com tépalas amarelas.
é amplamente cultivada como ornamental; Thalictrum minus, que se distribui
no interior centro e no Norte do país, e habita em margens de cursos de
água, em locais soalheiros e pedregosos, mal conhecida; Delphinium nanum,
pouco frequente, nas areias da faixa litoral a sul do rio Tejo; Delphinium fissum
subsp. sordidum, raríssima e restrita aos solos básicos de Trás‑os‑Montes.
20 m 50 m
a 540 m a 1220 m
(850 m) (1340 m)
MD FF IB F
VU
Adonis annua Adonis microcarpa VU
ADÓNIS, OLHO ‑DE ‑PERDIZ ADÓNIS ‑MENOR*, LÁGRIMA‑DE‑
‑SANGUE
Ecologia: campos agrícolas e
pousios; em solos básicos. Ecologia: campos agrícolas e
pousios; em solos argilosos, básicos.
100 m 140 m
a 220 m a 280 m
MD RR MD RR
30 m 50 m
a 390 m
(880 m)
a 280 m
MD F MD RRR
44
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
EN
Nigella papillosa Aquilegia vulgaris
NIGELA‑DAS ‑SEARAS*, ALPIVRE‑ ERVA‑POMBINHA,
‑DOS ‑CAMPOS, NIGELA‑DOS‑ FIDALGUINHOS, AQUILÉGIA
‑BALDIOS*
Ecologia: bosques caducifólios,
Ecologia: pousios; em solos básicos. margens de cursos de água; em locais
sombrios e frescos.
40 m
20 m
a 1230 m
a 240 m (1460 m)
IM RR PR F
10 m 10 m
a 420 m
(840 m)
a 770 m
IM F MD F
30 m 60 m
a 470 m
(640 m)
a 570 m
IM F MD R
CR
Aconitum napellus Consolida ajacis
subsp. lusitanicum ESPORAS, ESPORINHAS
ACÓNITO, CAPUZ Ecologia: naturalizada em prados
Ecologia: prados húmidos, matagais, húmidos.
na orla de bosques ripícolas.
680 m 200 m
a 730 m a 1000 m
EU RRR IN F
100 m 10 m
a 1120 m a 950 m
(1300 m) (1120 m)
MD F IM FF
45
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
10 m 10 m
a 1080 m a 660 m
(790 m)
PR FF PR F
690 m 60 m
a 960 m a 860 m
EU R EU R
10 m 10 m
a 500 m a 830 m
(620 m) (980 m)
PR F MD FF
10 m 20 m
a 1960 m a 1300 m
EU R PR F
46
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
RANÚNCULOS TERRESTRES
Apresentam ‑se neste subgrupo as restantes espécies de ranúnculos do Não apresentadas nesta obra, ocorrem também: Ranunculus abnormis,
subgénero Ranunculus (18) – em Portugal, todos com flores amarelas – pouco frequente em prados de montanha no interior centro e norte; R.
e ainda a única representante do género Caltha em Portugal, C. palustris. gregarius, abundante em estevais e outros matos na metade sul do país; R.
Muitas das espécies são plantas terrestres, embora algumas sejam pre‑ macrophyllus, aparentemente restrito ao Algarve (com poucos registos) e
dominantemente anfíbias (e. g., R. bulbosus). passível de confusão com R. bulbosus, muito mais abundante e disseminado
pelo país.
20 m 110 m
a 400 m a 820 m
(980 m)
MD FF LU R
Ranunculus bupleuroides
RANÚNCULO ‑FOLHA‑DE‑
‑BUPLEURO*
Ecologia: clareiras de matos,
taludes, rochedos; em solos ácidos,
geralmente secos e pedregosos.
40 m
a 1280 m
IB F
(140 m)
50 m
390 m
a 970 m
a 1810 m (1560 m)
(1980 m)
IB F IB FFF
10 m 40 m
a 720 m a 780 m
PR FFF PR F
47
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Ranunculus gramineus Ranunculus paludosus
RANÚNCULO ‑ELEGANTE* RANÚNCULO ‑DOS ‑PASTOS*
Ecologia: fendas de rochas, prados Ecologia: prados e pastagens secas
ralos; em solos pedregosos, ou algo húmidas; em solos arenosos
geralmente calcários. ou pedregosos.
20 m 30 m
a 500 m a 910 m
(890 m) (1390 m)
MD F MD FFF
10 m
30 m
a 1610 m
a 830 m (1980 m)
MD F PR FFF
10 m
10 m
a 950 m
(1640 m)
a 40 m
PR FF PR R
10 m 740 m
a 930 m
(1150 m)
a 1360 m
PR FFF PR R RANUNCULÁCEAS
48
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Ranunculus trilobus
PATALÔCO ‑VERDE, RANÚNCULO‑
‑TRILOBADO*
Ecologia: arvense, também em
pastagens; em solos húmidos e
perturbados.
10 m
a 610 m
(820 m)
PR FFF
49
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
8.
PAPOILAS
E FUMÁRIAS
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
PAPOILAS
E AFINS
Apresentam ‑se todas as espécies dos géneros da subfamília Papaveroi‑
deae: Papaver (6), Glaucium (2), Chelidonium (1) e Eschscholzia (1), o último dos
quais não nativo de Portugal.
20 m
240 m
a 570 m
a 810 m (820 m)
PR F MD FF
10 m 10 m
a 840 m
(1280 m)
a 270 m
PR FFF MD F
10 m 0m
a 830 m a 440 m
(1060 m) (790 m)
PR FFF PR F
52
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
VU
Glaucium corniculatum Glaucium flavum
PAPOILA‑CORNUDA*, PAPOILA‑DAS ‑PRAIAS
DORMIDEIRA‑CORNICULAR*
Ecologia: dunas, rochedos litorais;
Ecologia: campos agrícolas, pousios. ruderal em areias nitrofilizadas.
120 m 0m
a 270 m a 20 m
MD RR MD R
10 m 10 m
a 870 m a 820 m
(1060 m)
PR FF IN R
SUBGRUPO
FUMÁRIAS
E AFINS
São apresentados neste subgrupo os géneros da subfamília Fumarioideae: No género Ceratocapnos assinalam ‑se duas espécies, ambas trepadeiras e
Fumaria (12), Hypecoum (3), Ceratocapnos (2), Corydalis (1), Platycapnos (1). No que ocorrem em sebes, matagais e orlas de bosque: C. heterocarpa, muito
passado, alguns autores integravam estes géneros numa família separada, rara e localizada apenas no interior alentejano, e C. claviculata, disseminada
as fumariáceas (Fumariaceae). nas regiões norte e centro e da qual se reconhecem duas subespécies:
subsp. claviculata, de flores amarelas e relativamente comum; subsp. picta,
As fumárias (género Fumaria) são ervas anuais, de ramos difusos, frequen‑ endémica das montanhas do Centro e do Norte e distinguível pelas suas
temente trepadeiras, com várias designações populares, incluindo erva‑ flores rosadas.
‑moleirinha, erva ‑pombinha e catarinas. Em Portugal estão identificadas
12 espécies, várias das quais de aspeto muito similar, o que dificulta a sua No género Hypecoum assinala ‑se ainda H. littorale, raríssima e de ocorrência
identificação no terreno, motivo pelo qual algumas são mal conhecidas. muito localizada, nas dunas da ria Formosa.
Além das espécies representadas no livro, ocorrem também: Fumaria
bastardii, F. sepium e F. muralis, disseminadas de norte a sul, e F. densiflora,
apenas na região norte. Assinalam ‑se ainda três espécies previsivelmente
muito raras, dada a sua escassez de registos: F. faurei, apenas citada para o
Algarve; F. petteri subsp. calcarata, citada para o Baixo Alentejo, Beira Baixa e
Trás‑os‑Montes; F. vaillantii, apenas indicada para o Alto Alentejo e Algarve.
10 m
10 m
a 490 m
a 270 m (610 m)
MD F MD FF
53
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Fumaria officinalis Fumaria parviflora
ERVA‑MOLEIRINHA, FUMÁRIA FUMÁRIA‑DE ‑FLORES‑
‑PEQUENAS*, FUMÁRIA‑MENOR
Ecologia: campos agrícolas, pousios.
Ecologia: campos agrícolas, pousios.
100 m 50 m
a 750 m a 590 m
PR F MD F
60 m
890 m
a 550 m
(660 m)
a 1110 m
MD F EU RRR
70 m 0m
a 350 m a 10 m
MD RR MD RR
30 m 70 m
a 1300 m a 320 m
(1620 m)
EU F IM RR PAPOILAS E FUMÁRIAS
54
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Fumaria reuteri
FUMÁRIA‑ARVENSE*
Ecologia: campos agrícolas, pousios.
120 m
a 870 m
EU F
55
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
9.
CARIOFILÁCEAS
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
ERVA‑PRATA, SAPINHOS
E AFINS
Este subcapítulo inclui as espécies dos géneros Spergularia (12 espécies), Várias das espécies do género Spergularia são muito semelhantes e de
Herniaria (8), Paronychia (4), Spergula (3), Polycarpon (2), Corrigiola (2), Loeflin‑ difícil distinção a olho nu, requerendo, por exemplo, a observação das suas
gia (2) e ainda os géneros monoespecíficos Ortegia, Illecebrum e Chaetonychia. sementes. Por esse motivo, a escassez ou mesmo ausência de registos
A maioria das espécies é anual ou raramente perene, e de hábito rasteiro recentes de algumas espécies poderá estar relacionada com a confusão
ou, menos frequentemente, ereto. com outras espécies mais abundantes. Além das quatro plantas apresenta‑
das no guia, assinalam ‑se ainda: S. australis, S. bocconei, S. heldreichii, S. marina, S.
O género Herniaria é representado por oito espécies, algumas das quais de tangerina e S. fimbriata (não registada nas últimas décadas), todas associadas
muito difícil distinção entre si, sendo necessário recorrer a chaves de iden‑ a solos salgadiços e em locais perto do litoral (arribas, sapais); S. capillacea
tificação e lupa. Além das espécies ilustradas neste guia, ocorrem também: e S. segetalis, ambas em zonas mais interiores, em bermas de caminhos,
H. algarvica, exclusiva do litoral sudoeste; H. ciliolata subsp. robusta, em areias campos agrícolas e pastagens.
litorais, similar a H. maritima, da qual se distingue por ser praticamente glabra
(com folhas apenas ciliadas) e pela sua distribuição distinta (em areias a Reconhecem ‑se duas subespécies de Polycarpon tetraphyllum: subsp.
norte do cabo Carvoeiro); H. hirsuta e H. cinerea, ambas mal conhecidas, tetraphyllum, disseminada em todo o território, e subsp. diphyllum, menos
referenciadas em solos secos e pedregosos do Sul do país, distinguem ‑se frequente, e de Corrigiola litoralis: subsp. litoralis e subsp. perez‑larae, sendo
pela dimensão das sépalas, quase iguais na primeira e desiguais na segunda, a primeira uma erva, geralmente, anual, e a segunda, uma erva perene.
e pelo aspeto, mais compacto em H. cinerea, na qual frequentemente não
se veem as partes expostas dos caules; H. lusitanica subsp. berlengiana, con‑ Não ilustradas no guia, assinalam ‑se ainda Paronychia capitata, rara e apenas
siderada por alguns autores como uma espécie distinta (H. berlengiana), recentemente confirmada para a flora nacional (ocorre no Tejo Superior);
endémica do arquipélago das Berlengas. H. scabrida integra duas subespé‑ Spergula morisonii e Spergula pentandra, ambas associadas a afloramentos
cies: subsp. scabrida, disseminada por todo o território, e subsp. guadarramica, rochosos e campos agrícolas e distribuídas pelas zonas interiores do Norte
detetada em alguns locais do Alto Alentejo, Beira Litoral e Estremadura. e do Centro, principalmente.
10 m 20 m
a 880 m a 1030 m
(1530 m) (1300 m)
PR FFF MD FF
0m
10 m
a 1320 m
a 760 m (1530 m)
PR R IB FF
58
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
LC
Herniaria maritima Herniaria scabrida
HERNIÁRIA‑MARINHA*, HERNIÁRIA‑ÁSPERA*
HERNIÁRIA‑DAS ‑PRAIAS*
Ecologia: clareiras de matos, bermas
Ecologia: dunas; em areias neutras de caminhos; em solos pedregosos,
ou básicas. secos.
180 m
0m
a 1490 m
a 70 m (1820 m)
LU R EU F
10 m 10 m
a 150 m a 820 m
(980 m)
IM R MD FF
(10 m) 10 m
170 m a 1070 m
a 880 m (1710 m)
IB F PR FFF
10 m 0m
a 1070 m a 670 m
(1820 m) (930 m)
MD F MD FFF
(940 m)
1520 m 0m
a 1980 m a 40 m
MD F PR F
59
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Polycarpon tetraphyllum
SABONETEIRA*
Ecologia: ruderal e também em
pousios; em substratos ácidos,
nitrofilizados.
10 m
a 550 m
(1040 m)
MD FFF
10 m 10 m
a 1280 m a 1480 m
(1930 m) (1630 m)
IM FFF PR FFF
0m 0m
a 250 m a 190 m
PR F EU R
Spergula arvensis
ERVA‑ARANHA, CASSAMELO
Ecologia: arvense e em pastagens;
em solos revolvidos, porosos, ácidos.
CARIOFILÁCEAS
10 m
a 850 m
(1050 m)
PR FFF
60
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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
ESTRELÁRIAS, ARENÁRIAS
E AFINS
São apresentadas neste subgrupo as espécies dos géneros: Arenaria (8), No género Sagina integram ‑se mais cinco espécies não ilustradas: S.
Sagina (7), Cerastium (6), Scleranthus (5), Stellaria (5), Minuartia (3), Moehringia maritima, em solos salgadiços ao longo de toda a faixa litoral; S. nodosa, em
(2) e Bufonia, Holosteum, Honckenya, Moenchia, Myosoton e Rhodalsine, todos charcos e depressões húmidas em areias do litoral centro e norte; S. pro‑
com apenas uma espécie. cumbens, em locais húmidos, de norte a sul; S. subulata, rara, habita solos
ácidos e húmidos, na orla litoral do Centro e do Norte; S. sabuletorum, pouco
No género Arenaria, não estão ilustradas quatro espécies, das quais três são conhecida e sem observações recentes, foi citada para Trás‑os‑Montes e
ervas anuais: A. emarginata, apenas presente no Sul do país e que se distingue serra da Estrela.
pelas suas pétalas menores que as sépalas; A. leptoclados, de ocorrência
pontual, de Trás‑os‑Montes ao Alentejo; A. serpyllifolia, pouco conhecida e Outras espécies não ilustradas incluem: Minuartia hybrida, anual delgada
apenas referenciada para Trás‑os‑Montes e Beira Litoral; e uma é perene, com inflorescência laxa e de ocorrência esporádica de norte a sul; Minuartia
A. grandiflora, apenas descoberta em 2020, em rochas calcárias do Centro‑ mediterranea, com inflorescência densa, mas conhecida apenas de escassas
‑Oeste. Alguns autores consideram a existência de duas subespécies colheitas no Centro do país; Rhodalsine geniculata, que se suspeita estar
de A. querioides, uma disseminada nas montanhas do Centro e do Norte extinta em Portugal, dado que não é observada há várias décadas e o local
(subsp. querioides) e outra endémica dos substratos ultrabásicos de Trás‑ onde foi colhida, nos arredores de Sines, sofreu profundas alterações desde
‑os‑Montes (subsp. fontqueri). então; Moehringia pentandra, distribuída pelas áreas de influência mediterrâ‑
nica, em locais sombrios e que se distingue de M. trinervia pelas suas folhas
No género Cerastium assinalam ‑se sete espécies, das quais quatro não ciliadas apenas na base e no pecíolo, sementes rugosas e sépalas menores;
foram contempladas neste guia: C. brachypetalum, distinguível pela sua inflo‑ Stellaria alsine, frequente no Norte e mais escassa a sul, em sítios húmidos e
rescência laxa, ocorre dispersa no território, embora mais frequente no sombrios; Stellaria neglecta, de distribuição esporádica de norte a sul, habita
Norte; C. pumilum, recentemente descoberta no extremo norte de Portugal; prados nitrófilos em locais frescos.
C. ramosissimum, semelhante à anterior, mas mais amplamente distribuída
nas regiões centro e norte; C. semidecandrum, com distribuição similar.
10 m 30 m
a 150 m a 610 m
IB RR IB R
(440 m) 20 m
590 m a 1390 m
a 1910 m (1670 m)
IB F MD FF
61
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
VU
Bufonia macropetala Minuartia recurva
subsp. willkommiana MINUÁRTIA‑ALMOFADA*
BUFÓNIA* Ecologia: prados rupícolas de alta
Ecologia: rochedos na margem de montanha.
cursos de água.
(1320 m)
70 m 1550 m
a 420 m a 1990 m
IM R EU F
10 m 330 m
a 30 m a 970 m
PR RR PR RR
120 m 70 m
a 1250 m a 1120 m
(1450 m) (1300 m)
PR F PR F
10 m 10 m
a 810 m a 950 m
(1540 m) (1170 m)
PR FFF PR F
10 m 10 m
a 1560 m a 790 m
(1980 m) (1090 m)
PR FF PR FFF
62
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Honckenya peploides Scleranthus annuus
SAPINHO ‑DAS ‑PRAIAS ERVA‑DURA
Ecologia: dunas. Ecologia: prados secos, depósitos
aluvionares arenosos ou pedregosos;
em locais perturbados ou
ruderalizados.
150 m
0m
a 1540 m
a 10 m (1680 m)
PR R PR F
40 m
20 m
a 900 m
a 940 m (1550 m)
PR R MD FFF
EN
Sagina saginoides
SAPINHO ‑DA‑ESTRELA*
Ecologia: prados húmidos, turfeiras;
em alta montanha.
(860 m)
1300 m
a 1980 m
PR RR
Sagina apetala
ERVA‑DAS ‑AREIAS*, SAGINA‑DAS‑
‑AREIAS*
Ecologia: pastagens, campos
agrícolas, rochedos; em locais
húmidos.
10 m
a 850 m
(1540 m)
PR FFF
63
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
CRAVINAS
E AFINS
Incluem ‑se neste as espécies dos géneros Dianthus (12), Petrorhagia (3) e No género Dianthus (cravinas) foram descritas subespécies em dois
Saponaria (1). Não ilustradas no guia, são também assinaladas em Portugal táxones, D. laricifolius (subsp. marizii, endémica dos afloramentos de rochas
continental: Dianthus armeria, a única cravina anual, assinalada em pousios no ultramáficas de Trás‑os‑Montes; subsp. caespitosifolius, apenas conhecida
Nordeste transmontano e, no passado, também registada na Beira Baixa; dos afloramentos rochosos no leito e margens do rio Minho; subsp.
Petrorhagia. dubia, registada nas zonas centro e norte do país e passível de laricifolius, a mais disseminada, principalmente nas áreas montanhosas
confusão com P. nanteuilii, muito mais abundante, sendo necessário recorrer das regiões norte e centro) e D. cintranus (subsp. barbatus, endémica das
à chave de identificação para uma adequada distinção. serras do Centro ‑Oeste, e subsp. cintranus, endémica da faixa litoral de
Sintra ‑Cascais).
NT
Petrorhagia saxifraga Petrorhagia nanteuilii
CRAVINA‑DO ‑DOURO* CRAVINA‑VULGAR*
Ecologia: leitos de cheia rochosos Ecologia: clareiras de matos,
e prados rupícolas; em substratos pastagens, bermas de caminhos; em
ácidos. solos secos, pedregosos.
10 m 20 m
a 470 m a 1090 m
(660 m) (1550 m)
EU R MD FFF
Dianthus lusitanus
CRAVINA‑BRAVA
Ecologia: em fendas de rochedos,
escarpas, e depósitos ribeirinhos
de cascalho; em substratos ácidos.
90 m
a 1680 m
(1890 m)
IM FF
30 m
10 m
a 510 m
a 310 m (890 m)
IB F LU R
64
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
NT
Dianthus hyssopifolius
CRAVINA‑GRAÚDA*
Ecologia: prados, clareiras de
matagais, bosques caducifólios,
rochedos.
30 m
a 1080 m
EU RR
65
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Dianthus laricifolius Dianthus langeanus
CRAVINA‑DAS ‑PESQUEIRAS* CRAVINA‑DAS ‑MONTANHAS*
Ecologia: em fendas de rochedos, Ecologia: em fendas de rochedos
prados rupícolas; em substratos e prados rupícolas; em solos
ácidos. pedregosos, ácidos; em zonas de
montanha.
20 m (310 m)
a 1120 m 440 m
(1310 m) a 1500 m
IB F IB R
10 m
20 m
a 840 m
a 490 m (1260 m)
IB R PR FFF
SUBGRUPO
SILENES
E AFINS
Apresentam ‑se neste subgrupo as espécies do género Silene, um dos mais arenosos na metade sul do país; S. mellifera, com distribuição concentrada
diversificados em Portugal, com 42 espécies já referenciadas como ocor‑ nos arredores da serra de Monchique, com alguns pontos isolados no
rentes no território, e ainda dos géneros Agrostemma, Cucubalus, Lychnis, litoral sudoeste; S. muscipula, associada às regiões de solos básicos, mas
Vaccaria, Velezia, todos com um único representante na flora nacional. em acentuada regressão populacional e atualmente apenas conhecida de
alguns pontos do Alentejo; S. ramosissima, registada para a faixa litoral sul e
Além das 25 espécies de Silene apresentadas no guia, estão referenciadas sudoeste, mas sem quaisquer observações recentes; S. sclerocarpa, pouco
mais 17 espécies em Portugal, algumas das quais pouco conhecidas: S. conhecida, apenas assinalada para o Algarve, mas sem registos recentes;
cintrana, endémica da serra de Sintra e cabo da Roca, muito semelhante S. stricta, raríssima, apenas referenciada para dois locais no Alentejo; S.
a S. longicilia, da qual se distingue por ter cálice e frutos maiores; S. cretica, uniflora, em areias no litoral norte e nas Berlengas, com aspeto semelhante
registada na região centro, mas sem observações recentes; S. decipiens, a S. vulgaris, da qual se distingue pela inflorescência com poucas flores (1‑3).
em campos agrícolas e incultos do Sul do país, geralmente em solo básico; Adicionalmente, assinalam ‑se algumas espécies não nativas: S. armeria,
S. disticha, com ecologia semelhante à anterior, mas ocorrendo principal‑ de ocorrência esporádica no Norte e no Centro, S. pendula, ornamental e
mente no Centro ‑Oeste calcário, com os frutos agrupados no cimo do pontualmente escapada de cultivo na região centro, e S. coelirosa, indicada
caule, conferindo ‑lhe um aspeto distinto de outras; S. dioica, em bosques como subespontânea em alguns locais da Estremadura e Alentejo.
nas zonas montanhosas do Norte; S. gracilis, pouco frequente, em solos
(40 m)
180 m 10 m
a 1000 m a 830 m
(1180 m)
IN F PR F
66
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
VU
Vaccaria hispanica Velezia rigida
FLOR‑DAS ‑VACAS* CRAVINHO ‑RÍGIDO*
Ecologia: arvense e também em Ecologia: clareiras de matos, prados
pousios; em solos secos, básicos. anuais, pousios; em locais secos,
pedregosos.
110 m 20 m
a 500 m a 770 m
(1060 m) (1160 m)
PR R PR F
EN
Lychnis flos‑cuculi Silene longicilia LC
FLOR‑DE ‑CUCO* SILENE ‑CALCÍCOLA*
Ecologia: orlas de bosques ripícolas Ecologia: orlas de matos, rochedos;
ou paludosos. em substratos pedregosos, básicos.
30 m
10 m
a 510 m
a 460 m (660 m)
EU RR LU F
10 m 40 m
a 1080 m a 1380 m
(1540 m) (1490 m)
PR FFF IB F
140 m 70 m
a 980 m a 1280 m
(1490 m)
IB R PR FF
(10 m) (1490 m)
240 m 1630 m
a 1850 m a 1900 m
IB F LU RR
67
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
EN
Silene ciliata Silene legionensis VU
SILENE ‑ELEGANTE* SILENE ‑DE ‑LEÃO*
Ecologia: prados rupícolas de alta Ecologia: prados secos; em solos
montanha. pedregosos, derivados de rochas
ultramáficas.
1630 m 650 m
a 1920 m a 960 m
EU R IB RR
CR
Silene conica Silene boryi
SILENE ‑MIRANDESA* SILENE ‑DURIENSE*
Ecologia: prados e pastagens anuais; Ecologia: rochedos na margem de
em solo arenoso. cursos de água.
330 m 330 m
a 690 m a 520 m
PR RR IM RR
10 m 10 m
a 370 m
(780 m)
a 250 m
PR FF MD R
10 m 40 m
a 790 m a 930 m
(1280 m) (1170 m)
PR FFF IM R
100 m 80 m
a 250 m a 330 m
MD R MD R
68
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Silene scabriflora Silene portensis
SILENE ‑ÁSPERA* SILENE ‑DA‑MANHÃ*
Ecologia: prados ralos, clareiras de Ecologia: prados anuais; em solos
matos; em solos secos, arenosos, arenosos, ácidos.
ácidos.
10 m 0m
a 860 m a 820 m
(1280 m) (1010 m)
IM FFF MD FF
30 m
80 m
a 650 m
a 330 m (820 m)
PR F MD FFF
10 m 10 m
a 340 m a 380 m
(550 m) (890 m)
IM R MD FF
0m 0m
a 80 m a 20 m
IM FF MD FF
NT
Silene rothmaleri Silene vulgaris
SILENE ‑VICENTINA* ERVA‑TRAQUEIRA, BERMIM,
ORELHA‑DE ‑BOI
Ecologia: arribas litorais.
Ecologia: arvense e ruderal.
10 m
0m
a 930 m
a 100 m (1590 m)
LU RR PR FFF
69
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
10.
SALICÓRNIAS,
BREDOS
E QUENOPÓDIOS
As amarantáceas (família Amaranthaceae) são represen-
tadas em Portugal continental por 53 espécies, agrupadas
em 14 géneros: Chenopodium (15 espécies), Amaranthus
(12), Atriplex (5), Salicornia (4), Suaeda (4), Salsola (3), Beta
(3), Sarcocornia (2) e ainda Arthrocnemum, Halimione, Halo-
peplis, Bassia, Patellifolia e Polycnemum, todos represen-
tados por uma única espécie.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
SALICÓRNIAS
E AFINS
Neste subgrupo incluem ‑se os géneros Salicornia (quatro espécies), Suaeda três espécies: S. fragilis, distribuída desde o estuário do rio Minho ao do rio
(4), Sarcocornia (2), Halimione e Halopeplis (ambos com apenas uma espécie), Guadiana, S. patula e S. dolichostachya, recentemente encontradas e aparente‑
todos representados por espécies que possuem folhas mais ou menos mente restritas ao Algarve. No género Sarcocornia, todas as espécies são
suculentas. Estas espécies ocorrem associadas a solos salgadiços, em perenes. Em S. perennis assinalam ‑se duas subespécies: subsp. perennis, de
sapais e zonas estuarinas ou, menos frequentemente, em arribas expostas porte rasteiro e ocupando as áreas mais baixas do sapal; subsp. alpini, em
à salsugem marítima. posições mais interiores do sapal.
Salicórnia é o nome comum dado às espécies dos géneros Salicornia e Sar‑ No género Suaeda, além das espécies ilustradas, estão também referencia‑
cocornia. As espécies do género Salicornia são anuais e pouco conhecidas, das: S. splendens, apenas referenciada para alguns pontos do litoral centro
desenvolvendo ‑se principalmente entre o final do verão e meados do e sul, distinguível de S. albescens por possuir folhas com filamentos rígidos
outono. No passado, apenas uma espécie era indicada para o território, S. na extremidade e rebordo translúcido; S. spicata, mal conhecida e de ocor‑
ramosissima, contudo estudos mais recentes indicam a existência de mais rência incerta em Portugal.
0m 0m
a 20 m a 10 m
EU F MD RRR
0m 0m
a 20 m a 10 m
0m 0m
a 10 m a 35 m
IB F MD FF
72
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Halimione portulacoides Arthrocnemum
GRAMATA‑BRANCA, VERDOEGA‑ macrostachyum
‑MARINHA* SALICÓRNIA‑PERENE,
Ecologia: sapais, estuários; em locais ALACRANEIRA
periodicamente inundáveis pelas Ecologia: sapais, estuários, arribas
marés. litorais.
0m 0m
a 10 m a 20 m
PR FFF MD F
SUBGRUPO
ACELGAS
E BARRILHAS
Neste subgrupo incluem ‑se os géneros Atriplex (cinco espécies), Salsola (3),
Beta (3), Patellifolia (1), Polycnemum (1) e Bassia (1).
Além das espécies ilustradas no guia, são também citadas para Portugal
continental: Bassia scoparia, originária da Ásia e do Mediterrâneo Oriental
e de ocorrência ocasional em locais perturbados pelo Homem, bem como
cultivada em jardins; Atriplex glauca, um pequeno arbusto que habita em
sapal alto, citada apenas para o estuário do Sado, onde não é observada
há mais de três décadas, suspeitando ‑se da sua extinção regional. As
outras duas espécies de Atriplex referenciadas para Portugal continental,
A. patula e A. rosea, são ervas anuais associadas a campos agrícolas e outros
locais perturbados, ambas pouco comuns. As acelgas (Beta vulgaris) são
uma espécie cultivada, ocorrendo como subespontânea na metade sul
do território.
0m 0m
a 400 m
(650 m)
a 70 m
PR FF MD F
0m 0m
a 20 m a 10 m
PR F PR R
73
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
EN
Patellifolia patellaris Polycnemum arvense
ARMOLE ‑CARNUDA* AMARANTO ‑ESPINHOSO*
Ecologia: arribas litorais; nitrófila. Ecologia: pastagens anuais, pousios;
em solos arenosos e ultrabásicos.
0m 600 m
a 120 m a 700 m
MD RR PR R
Beta maritima
ACELGA‑BRAVA, CELGA‑BRAVA
Ecologia: arribas litorais, bermas de
caminhos, pousios; em solos secos,
frequentemente salgadiços.
0m
a 230 m
(380 m)
MD F
Beta macrocarpa
ACELGA‑BRAVA‑DO ‑LITORAL*
Ecologia: arribas litorais, sapais,
bermas de caminhos; em areias algo
nitrofilizadas.
5m
a 30 m
MD R
74
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Salsola vermiculata
BARRILHA‑BRANCA,
BARRILHEIRA‑DAS ‑ARRIBAS
Ecologia: orlas de sapal, estuários,
arribas litorais; em solos salgadiços.
0m
a 40 m
MD FF
75
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
BREDOS
E QUENOPÓDIOS
Muitas das espécies de bredos (género Amaranthus), por vezes também Os quenopódios (género Chenopodium) são representados por 15 espécies,
designadas por amarantos, são espécies originárias do continente a maioria das quais pode ser encontrada no mesmo tipo de habitat mencio‑
americano e infestantes em campos agrícolas ou colonizadoras de locais nado para os amarantos, com exceção do C. chenopodioides, espécie de solos
perturbados pelo Homem, como bermas de caminhos e entulhos. No con‑ salgadiços das lagoas litorais. Além das espécies ilustradas, são frequentes
tinente de origem, várias espécies de amarantos são cultivadas há milénios e mais ou menos disseminadas em Portugal C. ambrosioides, C. multifidum
pelas suas sementes comestíveis. (ambas não nativas), C. botrys, C. opulifolium e C. vulvaria, distinguindo ‑se
este último muito facilmente pelo odor a peixe seco. Outras são aparen‑
Em Portugal continental assinalam ‑se 12 espécies, das quais apenas duas temente raras, nomeadamente: C. polyspermum, C. exsuccum, C. ficifolium, C.
são consideradas nativas: A. graecizans subsp. silvestris e A. blitum. Várias glaucum, C. urbicum e C. bonus‑henricus, este último citado no passado para a
espécies são muito semelhantes entre si, pelo que a sua distinção no serra da Estrela, mas de ocorrência duvidosa em Portugal, dado que não
terreno pode ser complicada, requerendo a observação detalhada da sua há registos que o confirmem.
flor ou do seu fruto e o recurso a chaves de identificação. Pelo seu aspeto
geral, podem ‑se agrupar em três grupos: um grupo de folhas largas e caules
eretos, em que se incluem A. hybridus, A. powelii, A. retroflexus, e os ornamentais,
por vezes subespontâneos, A. caudatus e A. hypochondriacus (cristas‑de ‑galo);
um grupo de folhas largas e caules mais ou menos prostrados e difusos, com
A. viridis, A. deflexus, A. blitum e A. graecizans subsp. silvestris; e um grupo com
folhas mais estreitas, em que se incluem A. albus, A. blitoides e A. muricatus.
120 m 10 m
a 1440 m a 370 m
10 m 3m
a 520 m
(830 m)
a 800 m
IN FF PR FFF
76
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Chenopodium murale
PÉ ‑DE ‑GANSO
Ecologia: arvense e ruderal;
em solos nitrofilizados.
0m
a 540 m
(850 m)
EU F
10 m 10 m
a 780 m a 840 m
(1000 m)
IN FFF IN FF
10 m 10 m
a 500 m a 350 m
IN FF IN F
Amaranthus albus
BREDO ‑BRANCO*
Ecologia: naturalizada e infestante
em campos agrícolas.
100 m
a 700 m
IN F
77
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
11.
POLÍGONOS
E LABAÇAS
As poligonáceas (Polygonaceae) são representadas em expansão na Península Ibérica e já citada para a Beira
em Portugal continental por 37 espécies, agrupadas Baixa. É ainda de realçar a existência de duas subespécies
em sete géneros: Emex, Polygonum, Rumex, Fallopia, em R. pulcher (subsp. woodsii e subsp. pulcher, ambas disse-
Reynoutria, Fagopyrum e Muehlenbeckia, os três últimos não minadas de norte a sul e que se distinguem pela inflores-
nativos. Neste grupo, apenas se apresentam as espécies cência divaricada e frutos mais largos na primeira) e em
dos géneros Rumex (18 espécies), Polygonum (14), Emex (1), R. bucephalophorus (subsp. gallicus, disseminada por todo
Fagopyrum (1) e Reynoutria, (1), excluindo-se os restantes o território, e subsp. hispanicus, mais concentrada nas
géneros, que são desenvolvidos no capítulo dedicado às areias do litoral norte e centro).
trepadeiras.
A sanguinária-do-japão (Reynoutria japonica) é uma
No género Polygonum (polígonos) assinalam-se também: exótica naturalizada em margens de cursos de água
P. bistorta, raríssima, conhecida de um único local no no Noroeste do país e distingue-se das espécies do género
Norte do país, o qual corresponde ao seu limite de distri- Fallopia pelas suas folhas maiores, por possuir flores unis-
buição na Europa; P. salicifolium e P. lapathifolium, ambas sexuais e por não ter hábito de trepadeira. O trigo-sarra-
anfíbias e distribuídas de norte a sul, embora P. salicifo- ceno (Fagopyrum esculentum) foi outrora cultivado pelas
lium esteja mais concentrada em zonas litorais; P. minus, suas sementes principalmente no Norte, e atualmente
assinalada como infestante em arrozais na região centro está a voltar a ser plantado em enrelvamentos. Existem
(arredores de Águeda); P. orientale, ornamental e pontual- registos ocasionais de ocorrência no território, embora
mente escapada de cultivo em vários pontos do país. pareça ser apenas adventício e não naturalizado.
As restantes espécies integram a secção Polygonum,
e todas apresentam um carácter ruderal: P. arenastrum,
distribuída de norte a sul, embora mais frequente
na região norte; P. bellardii, pouco conhecida e citada
apenas para o Alentejo e Estremadura. Uma outra
espécie, P. rurivagum, foi também citada para o Norte
de Portugal, embora careça de confirmação.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Polygonum aviculare Polygonum equisetiforme
SEMPRE ‑NOIVA, CORRIOLA‑ LÍNGUA‑DE ‑GALINHA, ERVA‑DO‑
‑BASTARDA, ERVA‑DAS‑ ‑SANGUE
‑GALINHAS, ERVA‑DOS‑
Ecologia: estuários, sapais, também
‑PASSARINHOS
em pousios; em solos perturbados,
Ecologia: ruderal; em solos arenosos e algo salgadiços.
perturbados e nitrofilizados,
temporariamente húmidos.
10 m 0m
a 900 m a 90 m
(1490 m)
PR FFF MD F
0m 10 m
a 20 m a 520 m
PR FF IN F
NT
Polygonum amphibium Polygonum hydropiper
PERSICÁRIA‑ANFÍBIA, PERSICÁRIA‑MORDAZ,
POLÍGONO ‑ANFÍBIO PERSICÁRIA‑PICANTE, PIMENTA‑
‑D’ÁGUA
Ecologia: pauis, leitos e margens de
lagoas, valas, remansos; em solos Ecologia: margens de rios, lagoas,
encharcados. valas; em solos temporariamente
encharcados.
10 m 10 m
a 130 m
(690 m)
a 820 m
PR F PR FF
10 m 0m
a 890 m
(1080 m)
a 130 m
PR FFF MD F
10 m 10 m
a 910 m a 1370 m
(1280 m) (1980 m)
PR FF PR FFF
80
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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Rumex bucephalophorus Rumex induratus
CATACUZES, AZEDA‑DE ‑CÃO AZEDÃO, AZEDA‑ROMANA,
CUNCOS
Ecologia: prados anuais, pousios; em
solos ácidos, pobres. Ecologia: rochedos, taludes,
cascalheiras, depósitos de cascalho
em leitos de cheia; em solos
pedregosos, ácidos.
0m 20 m
a 730 m a 820 m
(1500 m) (1180 m)
MD FFF IM FFF
10 m 10 m
a 770 m a 790 m
(900 m) (1260 m)
PR FFF PR FFF
10 m 10 m
a 820 m a 700 m
(940 m) (900 m)
PR FF MD FFF
20 m 80 m
a 880 m a 680 m
(810 m)
MD F MD R
0m 1570 m
a 390 m a 1890 m
MD R IB RR
81
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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
12.
LIMÓNIOS
E ARMÉRIAS
As plumbagináceas são uma família representada O género Armeria é ainda mais diversificado, assina-
em Portugal continental por quatro géneros, Plumbago, lando-se 22 espécies e, pelo menos, seis subespécies.
Limoniastrum, Limonium e Armeria, e cerca de 43 espécies, Duas espécies consideram-se extintas, já que as últimas
incluindo diversos endemismos. colheitas das mesmas ocorreram no século XIX e não
voltaram a ser registadas desde então: A. arcuata, no litoral
Os géneros Limonium e Armeria podem ser bastante alentejano, e A. neglecta, nos arredores de Beja. Outras
complexos devido à facilidade de hibridação entre espécies que ocorrem em Portugal incluem: A. gaditana
espécies e à existência de estratégias reprodutivas, e A. velutina, ambas restritas a um único local no Sotavento
como a reprodução sexual via autofecundação, fecun- algarvio e extremamente ameaçadas de extinção, que se
dação cruzada e/ou apomixia (reprodução clonal por via distinguem pelas folhas largas em A. gaditana e os caules
de sementes – apenas em Limonium), pelo que a correta pubescentes em A. velutina; A. macrophylla, nos pinhais
identificação das espécies é, por vezes, bastante difícil. do litoral sul do Algarve, passível de confusão com
A. pinifolia, embora ocorram em áreas geográficas dife-
O género Limonium engloba cerca de 19 espécies rentes; A. arenaria subsp. segoviensis, em prados anuais
em Portugal continental, quase todas associadas à orla sobre solos arenoargilosos, derivados de granito e tempo-
marítima e ocorrendo em arribais ou sapais. Além das rariamente encharcados, conhecida apenas de três locais
dez espécies apresentadas no guia, são também citadas no Alto Alentejo; A. langei, em Trás-os-Montes, nos solos
como ocorrentes: L. binervosum, de ocorrência pontual derivados de rochas ultramáficas, e na qual se segregam
no litoral centro; L. daveaui, endémica da costa portuguesa duas subespécies: subsp. daveaui, na zona de Vinhais-Bra-
e em acentuada regressão populacional, estando atual- gança, e subsp. marizii, endémica do maciço de Morais.
mente circunscrita aos sapais do estuário do Tejo e em Uma outra planta, A. genesiana subsp. belmonteae, foi
elevado risco de extinção; L. dodartii, assinalada apenas citada no passado para o Baixo Alentejo, mas as carac-
para as arribas do Sudoeste alentejano; L. laxiusculum, terísticas das plantas analisadas não são conclusivas,
endémica das arribas do litoral oeste de Portugal, com carecendo de mais investigação.
uma distribuição muito restrita e ameaçada de extinção.
No complexo taxonómico de L. ovalifolium, são inte- Foram descritas subespécies em três das armérias
gradas três espécies: L. lanceolatum, nos sapais entre ilustradas no guia: A. humilis (subsp. humilis, nas serras
a foz do Sado e a foz do Guadiana, L. ovalifolium, ocorre do Gerês e Amarela, e subsp. odorata, mais dissemi-
pontualmente nas arribas a sul do cabo Carvoeiro até nada em várias serras do Noroeste), A. beirana (subsp.
ao Algarve, e L. nydeggeri, endémica, nas arribas da costa beirana, que se distribui nas montanhas da zona centro
sudoeste e do litoral centro. Habitando o sapal baixo e, e do Minho; subsp. monchiquensis, exclusiva da serra
como tal, sujeitas a imersão diária pelas marés, assina- de Monchique e de alguns pontos do litoral sudoeste
lam-se L. narbonense e L. maritimum, esta última recente- algarvio), A. welwitschii (subsp. welwitschii, a mais comum,
mente descrita para a ciência e, à luz do conhecimento de folhas estreitas, e subsp. cinerea, com folhas mais largas
atual, endémica de Portugal continental. Ambas são e mais rara, apenas em alguns locais do litoral centro).
muito similares a L. vulgare e a sua correta identificação
é muito difícil. No passado, também L. auriculae-ursifo- As espécies Plumbago europaea e Limoniastrum monope-
lium foi citada como ocorrendo em Portugal continental, talum são as únicas representantes dos seus géneros
mas, após revisão do material de herbário, a sua presença em Portugal. Embora várias espécies do género Plumbago
não foi confirmada. sejam cultivadas como ornamentais, como, por exemplo,
P. auriculata, não há registo da sua ocorrência como
subespontâneas.
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EN
Limonium diffusum Limonium ferulaceum LC
LIMÓNIO ‑BRANCO* LIMÓNIO ‑SECO*
Ecologia: sapais; em solos Ecologia: sapais e arribas litorais; em
salgadiços. solos salgadiços.
0m 0m
a 40 m a 60 m
MD RR MD FF
VU
Limonium echioides Limonium sinuatum EN
LIMÓNIO ‑DAS ‑VERRUGAS* ESTATICE, ESTATICE ‑DOS‑
‑JARDINS
Ecologia: arribas litorais.
Ecologia: prados secos,
afloramentos rochosos; em solos
ácidos.
0m 10 m
a 70 m a 80 m
MD R MD RR
Limonium virgatum
LIMÓNIO ‑DAS ‑ARRIBAS*
Ecologia: arribas litorais.
0m
a 90 m
MD FF
VU
Limonium nydeggeri Limonium algarvense NT
LIMÓNIO ‑DE ‑SÃO ‑VICENTE* LIMÓNIO ‑DO ‑ALGARVE*
Ecologia: arribas litorais. Ecologia: sapais; em solos arenosos,
salgadiços.
0m 0m
a 60 m a 20 m
LU R IM FF
VU
Limonium multiflorum Limonium VU
LIMÓNIO ‑FLORÍFERO* plurisquamatum
Ecologia: arribas litorais. LIMÓNIO ‑ESCAMOSO*
Ecologia: arribas litorais.
LIMÓNIOS E ARMÉRIAS
10 m 0m
a 30 m a 60 m
LU R LU RR
84
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Limonium vulgare
LIMÓNIO ‑DOS ‑SAPAIS,
LAVANDA‑DO ‑MAR
Ecologia: sapais, estuários.
0m
a 20 m
EU F
Armeria linkiana
ARMÉRIA‑BRANCA*
Ecologia: prados secos,
afloramentos rochosos; em solos
ácidos.
10 m
a 300 m
IB RR
EN
Armeria berlengensis Armeria beirana
ARMÉRIA‑DAS ‑BERLENGAS* ARMÉRIA‑DAS ‑BEIRAS*
Ecologia: arribas litorais; em solos Ecologia: prados de montanha.
rochosos graníticos.
0m 20 m
a 70 m a 1590 m
(1750 m)
LU RR IB R
VU
Armeria pseudoarmeria Armeria welwitschii LC
CRAVO ‑ROMANO ERVA‑DIVINA, RAIZ‑DIVINA
Ecologia: arribas litorais e Ecologia: dunas e arribas litorais.
afloramentos rochosos; em
substrato granítico ou basáltico.
20 m 0m
a 470 m a 90 m
LU RR LU F
0m
730 m
a 70 m
a 1500 m
(100 m)
MD F IB R
85
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NT
Armeria eriophylla Armeria maritima EN
ARMÉRIA‑LANUDA*, ARMÉRIA‑ RELVA‑DO ‑OLIMPO, RELVA‑DE‑
‑DE ‑BRAGANÇA* ‑ESPANHA, ESTANCADEIRA
Ecologia: prados secos, clareiras de Ecologia: sapais, estuários, arribas
matos, afloramentos rochosos; em litorais; em solos arenosos, húmidos
solos ultrabásicos. e salgadiços.
710 m 0m
a 890 m a 10 m
LU RR PR RR
VU
Armeria pubigera Armeria pinifolia VU
ARMÉRIA‑DA‑BOA‑NOVA* ARMÉRIA‑DAS ‑AGULHAS*
Ecologia: arribas litorais; em Ecologia: clareiras de matos e
substrato granítico. pinhais; em solos arenosos.
0m 20 m
a 20 m a 140 m
IB RR LU F
NT
Armeria rouyana
ARMÉRIA‑DO ‑SADO*
Ecologia: clareiras de matos e pinhais
litorais; em solo arenoso e seco.
10 m
a 90 m
LU F
VU
Armeria sampaioi Armeria transmontana
ARMÉRIA‑DE ‑SAMPAIO* CRAVEIRO ‑DO ‑MONTE,
CRAVEIRO ‑DIVINO
Ecologia: prados e afloramentos
rochosos; em zonas de montanha. Ecologia: prados, clareiras de matos;
em solos ácidos.
(1000 m) 150 m
1200 m a 1270 m
a 1930 m (1630 m)
LU R IB F
NT
Plumbago europaea
DENTILÁRIA, ERVA‑DAS ‑FERIDAS
Ecologia: bermas de caminhos, orlas
de matos; locais secos e pedregosos.
LIMÓNIOS E ARMÉRIAS
10 m
a 400 m
(670 m)
MD R
86
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Limoniastrum
monopetalum
SALGADO, MARISMA‑NEGRAL*
Ecologia: sapais, estuários.
0m
a 20 m
MD FF
87
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13.
HIPERICÕES
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Hypericum androsaemum Hypericum elodes
HIPERICÃO ‑DO ‑GERÊS HIPERICÃO ‑DOS ‑BREJOS*
Ecologia: bosques, margens de Ecologia: charcos, turfeiras, brejos;
cursos de água; em locais húmidos e em solos encharcados, ácidos.
sombrios.
30 m 10 m
a 720 m a 1010 m
(850 m) (1170 m)
PR F EU FF
EN
Hypericum pubescens Hypericum tomentosum
HIPERICÃO ‑PUBESCENTE* HIPERICÃO ‑TOMENTOSO*,
CALAFITO
Ecologia: charcos e brejos; em zonas
húmidas, com substrato arenoso. Ecologia: prados húmidos; em
solos argilosos, temporariamente
encharcados.
230 m 10 m
a 340 m a 390 m
MD RR MD F
20 m
5m
a 1140 m
a 1600 m (1550 m)
EU FF PR FFF
20 m 5m
a 750 m a 1200 m
(880 m)
MD R PR FFF
10 m 50 m
a 930 m a 1170 m
(1170 m) (1400 m)
PR FFF EU R
89
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14.
PRIMULÁCEAS
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Anagallis arvensis Anagallis monelli
MORRIÃO, ERVA‑DO‑ MORRIÃO ‑GRANDE, MORRIÃO‑
‑GARROTILHO ‑DAS ‑AREIAS
Ecologia: arvense e ruderal; Ecologia: dunas, clareiras de matos;
indiferente edáfica. em solos arenosos ou pedregosos.
10 m 10 m
a 550 m a 670 m
(1000 m) (830 m)
PR FFF MD FF
10 m 10 m
a 910 m a 710 m
(1200 m) (1040 m)
MD FF MD FFF
10 m 0m
a 230 m
(340 m)
a 20 m
PR FF PR RRR
30 m 10 m
a 1110 m
(1270 m)
a 730 m
MD FF PR FFF
70 m 10 m
a 960 m
(1140 m)
a 730 m
EU R MD RR
91
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15.
SALGUEIRINHAS,
EPILÓBIOS
E AFINS
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SUBGRUPO
LITRÁCEAS
As litráceas (família Lythraceae) englobam nove espécies, distribuí‑ nas regiões litorais e que se distingue de L. hyssopifolia por ter apêndices
das por três géneros: Lythrum (sete espécies), Ammannia e Rotala, ambos intersepalinos do mesmo tamanho que as sépalas (mais compridos
com apenas uma espécie. São todas espécies herbáceas, associadas em L. hyssopifolia); Rotala indica, originária do Sudeste asiático e naturali‑
a locais húmidos ou temporariamente encharcados. A única espécie zada em arrozais no Baixo Mondego e no Ribatejo, que se distingue das
não herbácea desta família presente em Portugal é a romãzeira (Punica espécies do género Lythrum por ter apenas quatro sépalas e de A. coccinea
granatum), amplamente cultivada pelos seus frutos (romãs). Além das porque possui as flores isoladas nas axilas foliares, enquanto A. coccinea
espécies ilustradas, assinalam ‑se ainda: Lythrum tribracteatum, dispersa as tem agrupadas em glomérulos.
10 m 100 m
a 20 m a 920 m
IN F PR R
10 m 10 m
a 350 m a 420 m
(650 m) (730 m)
MD FFF PR FFF
10 m 20 m
a 1260 m
(1530 m)
a 790 m
PR FF PR FF
Lythrum salicaria
SALGUEIRINHAS, EPILÓBIOS E AFINS
SALGUEIRINHA, ERVA‑CARAPAU,
SALGUEIRA
Ecologia: nas margens e leitos de
cursos de água, lagoas, pauis; em
solos húmidos.
10 m
a 650 m
(980 m)
PR FFF
94
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
ONAGRÁCEAS
Em Portugal continental assinalam ‑se quatro géneros de onagráceas As espécies do género Oenothera são todas originárias do continente
(família Onagraceae): Epilobium (oito espécies), Oenothera (7), Ludwigia (3) americano, estando também referenciadas: O. affinis, dispersa de norte a
e Circaea (1). Todas são espécies herbáceas, frequentemente associadas sul; O. biennis, cultivada como ornamental e naturalizada nas regiões litorais
a locais húmidos e, por vezes, infestantes em campos agrícolas. A esta a norte do Tejo, similar a O. glazoviana, da qual se distingue pelas pétalas
família pertencem também várias espécies amplamente usadas como menores e sépalas verdes; O. indecora subsp. bonariensis, apenas citada
ornamentais, como os brincos‑de ‑princesa (Fuchsia spp.) e as velas‑da‑ para a Estremadura; Oenothera longiflora, de presença incerta, dado o des‑
‑pradaria (Gaura spp.). conhecimento de observações recentes no território. Todas se distribuem
pelas regiões litorais de Portugal continental e estão associadas a solos
No género Epilobium assinalam ‑se ainda em Portugal: E. lanceolatum, em arenosos, algo húmidos.
locais sombrios e húmidos, dispersa nas serras do Norte e do Centro, e
E. angustifolium, rara, nas zonas montanhosas do Norte do país; E. palustre, No género Ludwigia, já foi observada, nos rios Minho e Mondego, L. peploides,
conhecida apenas das serras da Estrela e de Montesinho. Epilobium tetra‑ originária da América do Sul e sinalizada como uma perigosa invasora em vários
gonum possui duas subespécies: subsp. tournefortii e subsp. tetragonum, que países europeus. Possui vistosas flores amarelas e ocorre em águas lentas
se distinguem, com alguma dificuldade, pelas maiores dimensões dos e remansos de rios. Na Beira Litoral, também já foi sinalizada a ocorrência da
elementos florais na subsp. tournefortii. exótica L. grandiflora subsp. hexapetala, em valas e cursos de água em meio urbano.
190 m 10 m
a 880 m a 950 m
IN R PR F
Epilobium parviflorum
EPILÓBIO ‑DE ‑FLOR‑MIÚDA*
Ecologia: margens de cursos de
água; em locais húmidos e algo
ruderalizados.
10 m
a 750 m
PR R
50 m
10 m
a 1670 m
a 710 m (1880 m)
PR FF PR F
95
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Oenothera rosea
ERVA‑DOS ‑BURROS ‑ROSADA*,
ONAGRA‑ROSADA*
Ecologia: invasora ruderal; em solos
pedregosos, perturbados, com
alguma humidade.
10 m
a 660 m
IN F
10 m 10 m
a 250 m
(440 m)
a 790 m
IN R IN F
Ludwigia palustris
SALGUEIRINHAS, EPILÓBIOS E AFINS
LUDEVÍGIA‑PALUSTRE*
Ecologia: prados higrófilos, pauis;
nas margens encharcadas de águas
paradas ou lentas.
10 m
a 690 m
PR F
96
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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Circaea lutetiana
ERVA‑DE ‑SANTO ‑ESTÊVÃO, ERVA‑
‑DAS ‑FEITICEIRAS
Ecologia: bosques caducifólios; em
locais húmidos e sombrios.
20 m
a 650 m
PR R
97
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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
16.
LINHOS
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Linum tenue Linum trigynum
LINHO ‑AMARELO ‑DE ‑PÉTALAS‑ LINHO ‑AMARELO ‑DE ‑PÉTALAS‑
‑GRANDES* ‑PEQUENAS*
Ecologia: pousios, clareiras de Ecologia: pousios, clareiras de
matos; em substratos básicos. matos.
20 m 30 m
a 290 m a 810 m
IM F PR F
10 m 20 m
a 370 m
(600 m)
a 340 m
PR FF IM F
VU
Linum narbonense Linum austriacum VU
LINHO ‑BONITO* LINHO ‑AUSTRÍACO*
Ecologia: prados; em substratos Ecologia: prados; em solos arenosos.
básicos e secos.
70 m 330 m
a 700 m a 390 m
MD RRR EU RR
5m 20 m
a 850 m a 1080 m
(1030 m) (1420 m)
PR FFF PR FF
99
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17.
GERANIÁCEAS
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Erodium aethiopicum Erodium cicutarium
BICO ‑DE ‑CEGONHA‑DAS ‑AREIAS BICO ‑DE ‑CEGONHA, REPIMPIM
Ecologia: prados anuais; em solos Ecologia: arvense e ruderal, também
arenosos. em pastagens.
0m 10 m
a 80 m a 960 m
MD FF PR FFF
5m 5m
a 50 m a 810 m
(670 m) (1200 m)
MD R MD FFF
0m 0m
a 360 m a 680 m
(700 m) (1100 m)
PR FFF PR FFF
Geranium rotundifolium
BICO ‑DE ‑POMBA‑MENOR,
GERÂNIO ‑PELUDO
Ecologia: arvense e ruderal, também
em pastagens e orlas de matagais;
indiferente edáfica.
10 m
a 730 m
(1080 m)
PR FFF
Geranium molle
BICO ‑DE ‑POMBA‑MENOR
Ecologia: arvense e ruderal, também
em pastagens e orlas de matagais;
indiferente edáfica.
GERANIÁCEAS
10 m
a 810 m
(1280 m)
PR FFF
102
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Geranium columbinum Geranium dissectum
BICO ‑DE ‑POMBA‑MAIOR COENTRINHO
Ecologia: arvense e ruderal; em solos Ecologia: arvense e ruderal.
com alguma humidade.
10 m 10 m
a 870 m a 750 m
(1120 m) (1160 m)
PR FF PR FFF
Geranium lucidum
GERÂNIO ‑BRILHANTE*
Ecologia: bosques, matagais, sebes
e na base de rochedos; em locais
sombrios e algo húmidos.
60 m
a 990 m
(1390 m)
PR FFF
Geranium pyrenaicum
subsp. lusitanicum
GERÂNIO ‑DE ‑FOLHA‑GRANDE*
Ecologia: arvense e ruderal, também
em bosques, sebes e prados de
montanha.
(100 m)
260 m
a 1260 m
IB F
10 m 10 m
a 1070 m a 770 m
(1360 m) (1150 m)
PR FF PR FFF
20 m 80 m
a 1140 m a 180 m
EU R IM RRR
103
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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
18.
MALVÁCEAS
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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
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Lavatera trimestris Lavatera maritima VU
MALVA‑FRISADA* MALVA‑MARÍTIMA*
Ecologia: campos agrícolas, pousios; Ecologia: arribas litorais; em locais
geralmente em solos básicos. secos e soalheiros.
20 m 0m
a 290 m a 130 m
(430 m)
MD F MD RR
EN
Lavatera triloba Lavatera olbia
subsp. triloba MALVAÍSCO ‑DAS ‑SEBES*
MALVA‑PEGANHENTA* Ecologia: orlas de matagais, por
Ecologia: clareiras de matos e arribas vezes ripícolas.
litorais; em calcários.
10 m 10 m
a 370 m a 470 m
(640 m)
IM RR MD F
0m 0m
a 50 m a 400 m
(690 m) (570 m)
PR F PR FFF
20 m 10 m
a 860 m a 370 m
PR FF MD F
20 m 20 m
a 940 m a 550 m
(1200 m) (1210 m)
EU FF IM FF
106
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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Alcea rosea
MALVAÍSCO, MALVA‑REAL
Ecologia: naturalizada em bermas de
caminhos.
130 m
a 710 m
IN R
CR
Hibiscus palustris Abutilon theophrasti
HIBISCO ‑PALUSTRE* JUTA‑DA‑CHINA, FOLHAS ‑DE‑
‑VELUDO
Ecologia: prados higrófilos, margens
de cursos de água, valas; em solos Ecologia: naturalizada em campos
húmidos. agrícolas.
5m 10 m
a 20 m a 250 m
PR RRR IN F
10 m 10 m
a 400 m a 280 m
IN R IN R
Althaea officinalis
MALVA‑BRANCA, ALTEIA
Ecologia: prados higrófilos, margens
de cursos de água, valas; em solos
húmidos.
0m
a 50 m
EU R
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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
19.
VIOLETAS
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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
VU
Viola arborescens Viola kitaibeliana
VIOLETA‑DE ‑SAGRES* VIOLETA‑DOS ‑CAMPOS, ERVA‑
‑DA‑TRINDADE
Ecologia: matos; em substratos
básicos, perto do litoral. Ecologia: arvense e em prados e
pastagens, por vezes, também em
areias litorais.
10 m
10 m
a 940 m
a 60 m (1330 m)
MD RR PR FF
(340 m)
20 m 760 m
a 1260 m a 1930 m
EU F IB F
260 m 1260 m
a 670 m a 1440 m
MD RR EU RRR
20 m 20 m
a 1360 m a 1220 m
(1880 m) (1540 m)
PR F PR FF
450 m 420 m
a 1280 m a 450 m
PR R IN R
109
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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
20.
ESTEVAS
E SARGAÇOS
Neste capítulo integram-se as cistáceas, uma família se distinguem porque a primeira apresenta sépalas com
com cerca de 34 espécies, a maioria das quais arbustiva, pelos peltados e estrelados (apenas peltados na subsp.
que se distribuem por cinco géneros: Cistus (9), Halimium halimifolium). No sargaço (H. lasianthum) assinalam-se
(5), Helianthemum (10), Fumana (4) e Tuberaria (6). a subsp. alyssoides, muito abundante nas montanhas
do Norte do país, e a subsp. lasianthum, que predomina
O género Helianthemum é um dos mais diversos da família. no Sul e em cotas mais baixas. No Baixo Alentejo e no
Ademais das espécies ilustradas no guia, ocorrem Algarve ocorre uma variedade, por vezes considerada
também em Portugal continental várias espécies raras como subsp. formosum, com flores maiores e com mácula
e mal conhecidas: H. angustatum, citada para o Algarve negra perto da base das pétalas. Referem-se ainda as três
e Alentejo; H. cinereum subsp. rotundifolium, conhecida variedades descritas para a sargacinha-pegajosa (H.
apenas de uma área circunscrita do Barrocal algarvio; umbellatum): var. umbellatum, disseminada na metade
H. hirtum, assinalada apenas para Trás-os-Montes e com norte do país, var. viscosum, na metade sul, e var. verti-
poucas observações recentes; H. sanguineum, planta cillatum, endémica das areias interiores das bacias
discreta, de ocorrência esporádica nas zonas interiores do Sado e do Tejo. Foram também descritas duas subes-
de influência mediterrânica. No género Tuberaria assi- pécies de Helianthemum marifolium: subsp. marifolium,
nalam-se ainda três espécies anuais, pouco conhe- distribuída nas arribas calcárias entre a serra da Arrábida
cidas e com escassos registos, possivelmente devido e o cabo Espichel e no litoral sudoeste, e a subsp. origa-
a confusão com T. guttata, muito abundante e dissemi- nifolium, exclusiva dos arredores de Sagres. São muito
nada por todo o território: T. commutata, referenciada semelhantes e distinguem-se principalmente porque
para a orla litoral sul, T. macrosepala, assinalada apenas a subsp. origanifolium apresenta as páginas inferiores das
para a Estremadura e Beira Baixa, e T. plantaginea, de ocor- folhas glabras ou glabrescentes e de cor verde, enquanto
rência esporádica ao longo da área de influência mediter- na subsp. marifolium são pubescentes e acinzentadas.
rânica. Refere-se ainda Fumana procumbens, rara e com Alguns autores consideram a subsp. origanifolium como
duas subpopulações disjuntas, nos solos básicos de Trás- uma espécie distinta (H. origanifolium). A taxonomia
-os-Montes e dos arredores de Coimbra. Distingue-se da sargacinha-branca (Helianthemum apenninum) é algo
da muito semelhante F. ericoides pelas suas flores, de um complexa e são consideradas duas subespécies: subsp.
amarelo mais pálido, e pelos seus pedicelos recurvados. apenninum, de flores brancas e com subpopulações
em solos calcários, desde a serra da Arrábida a Trás-os-
Foram também descritas várias subespécies e variedades -Montes, e subsp. stoechadifolium, facilmente distin-
de cistáceas. A esteva (C. ladanifer) é representada por guível pelas suas flores amarelas e com uma distribuição
duas subespécies: subsp. ladanifer, disseminada em toda disjunta, ocorrendo em Trás-os-Montes, no litoral alente-
a área de influência mediterrânica, e subsp. sulcatus, jano e no algarvio. Esta subespécie é por vezes integrada
endémica das arribas litorais da costa sudoeste e consi- noutra espécie (H. croceum subsp. stoechadifolium). O alcar
derada por alguns autores como uma espécie distinta (Tuberaria globulariifolia) também apresenta duas varie-
(C. palhinhae) e por outros como um mero ecótipo litoral. dades: var. globulariifolia, nas montanhas do Noroeste,
A sargaça-das-areias (Halimium halimifolium) possui duas e var. major, endémica do litoral sul algarvio e ameaçada
subespécies: subsp. multiflorum, a mais comum, dissemi- de extinção, por vezes considerada uma espécie distinta
nada nas areias do Centro e do Sul do país, e subsp. halimi- (T. major).
folium, apenas assinalada para o Sotavento algarvio, que
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
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Cistus crispus Cistus albidus
ROSELHA‑PEQUENA ROSELHA‑GRANDE
Ecologia: matos; em solos secos e Ecologia: matos; em solos secos,
pobres, ácidos. geralmente básicos.
10 m 10 m
a 550 m a 470 m
(1020 m) (650 m)
MD FFF MD FFF
10 m 10 m
a 360 m a 970 m
(730 m) (1280 m)
MD FFF EU FFF
10 m 50 m
a 690 m a 740 m
(1020 m) (1320 m)
MD FFF MD FFF
(410 m)
10 m 540 m
a 100 m a 930 m
IB R MD R
10 m 10 m
a 800 m
(1120 m)
a 120 m
MD FFF MD FF
112
©
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Halimium calycinum Halimium umbellatum
SARGACINHA‑AMARELA SARGACINHO ‑PEGAJOSO
Ecologia: matos; em solos secos, Ecologia: matos, rochedos; em solos
ácidos. pobres, ácidos.
10 m 40 m
a 160 m a 1250 m
(760 m) (1510 m)
IM FF MD FF
30 m 20 m
a 1010 m a 1420 m
(1180 m) (1560 m)
IM FF MD FF
10 m 20 m
a 420 m a 310 m
(420 m)
MD R MD F
10 m
90 m
a 1180 m
a 350 m (1320 m)
MD R MD R
310 m 10 m
a 1140 m
(1260 m)
a 430 m
PR F MD F
113
©
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Helianthemum ledifolium
SARGACINHO ‑LANOSO*
Ecologia: prados anuais, pousios; em
solos básicos.
20 m
a 630 m
MD F
Helianthemum Helianthemum
salicifolium aegyptiacum
SARGACINHO ‑FOLHA‑DE‑ SARGACINHO ‑DO ‑EGITO*
‑SALGUEIRO*
Ecologia: prados anuais; em solos
Ecologia: prados anuais; ácidos.
principalmente em solos básicos.
20 m 20 m
a 690 m a 870 m
(1080 m)
MD R MD F
(80 m) 10 m
500 m a 50 m
a 1370 m (110)
IB F LU RR
Tuberaria lignosa
ALCAR
Ecologia: clareiras de matos; em
solos secos, ácidos.
ESTEVAS E SARGAÇOS
20 m
a 940 m
(1220 m)
MD FF
114
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Tuberaria guttata
ERVA‑DAS ‑TÚBERAS, ALCAR
Ecologia: prados anuais; em solos
ácidos.
10 m
a 1010 m
(1550 m)
MD FFF
115
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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
21.
RESEDAS
E AFINS
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Reseda luteola
LÍRIO ‑DOS ‑TINTUREIROS
Ecologia: pastagens, pousios e
bermas de caminhos; em solos
pobres; indiferente edáfica.
20 m
a 1030 m
(1360 m)
PR FFF
10 m 10 m
a 360 m a 690 m
(750 m) (990 m)
PR R MD FFF
Reseda virgata
RESEDA‑CAVALAR*
Ecologia: pastagens, pousios e
bermas de caminhos; em solos
básicos.
290 m
a 970 m
(1120 m)
IB R
Reseda barrelieri EN
RESEDA‑MAIOR*
Ecologia: pousios, taludes; em solos
secos, pedregosos ou revolvidos,
básicos.
540 m
a 700 m
IB RR
20 m
90 m
a 1410 m
a 300 m (1550 m)
MD R IM F
118
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Sesamoides purpurascens Cleome violacea
ESTRELETA, ESTRELITA, RESEDA‑ CLEOME ‑VIOLETA*, MOSTARDA‑
‑PARDA* ‑LOUCA
Ecologia: pastagens, pousios e Ecologia: em solos secos,
bermas de caminhos; em solos pedregosos ou arenosos, pobres e
pobres, pedregosos, geralmente ácidos.
ácidos.
10 m 20 m
a 1060 m a 350 m
(1490 m) (870 m)
MD FFF IM FF
Sesamoides spathulifolia
ESTRELETA‑DO ‑LITORAL*
Ecologia: dunas e arribas litorais.
10 m
a 70 m
MD R
119
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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
22.
CRUCÍFERAS
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SUBGRUPO
GOIVOS
E AFINS
Neste subcapítulo integram ‑se 24 espécies, pertencentes a oito géneros: O goivo ‑encarnado (Matthiola incana) é uma erva perene, cultivada como
Arabis (oito espécies), Erysimum (4), Matthiola (4), Malcolmia (3), Murbeckiella ornamental e ocasionalmente subespontânea em arribas litorais. Matthiola
(2), Arabidopsis (1) e Hesperis (1). parviflora foi citada no século passado para os arredores de Loulé, mas não
é registada há décadas, suspeitando ‑se de que possa estar regionalmente
Para além das espécies ilustradas no guia, no género Arabis assinalam ‑se extinta.
ainda A. beirana, descrita já no século xxi e endémica das serras do Centro
do país, e A. glabra, com caules apenas pubescentes na base, e que ocorre No género Malcolmia refere ‑se ainda M. flexuosa, cultivada como ornamental
em orlas sombrias de bosques, nas serras da Estrela, da Malcata e no Norte e ocasionalmente subespontânea no litoral da Estremadura, embora sem
de Trás‑os‑Montes. No género Erysimum (goivos) ocorrem também: E. informação recente quanto à sua ocorrência, e a existência de três subes‑
cheiri (goivo ‑amarelo), planta ornamental, ocasionalmente escapada de pécies de Malcolmia triloba: subsp. gracilima, ao longo da costa sudoeste e do
cultivo, e E. lagascae, em zonas de montanha do interior centro, semelhante Algarve, e subsp. patula, nas areias do Douro Superior e da bacia do Tejo,
a E. linifolium (mais comum), do qual se distingue pelas folhas mais largas, e subsp. triloba, nas areias das bacias do Sado e do Tejo e na orla litoral sul,
com dentes bem visíveis e por não possuir abundantes renovos axilares distinguível pelas folhas caulinares acentuadamente recortadas.
de folhas filiformes.
10 m 130 m
a 930 m
(1330 m)
a 590 m
PR FFF MD RR
Arabis juressi
ARABETA‑DO ‑GERÊS*
Ecologia: clareiras de bosques e
matagais; em solos rochosos, ácidos,
em zonas de montanha.
70 m
a 940 m
IB R
340 m 110 m
a 1190 m a 650 m
IB R LU R
122
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Erysimum linifolium Erysimum merxmuelleri
GOIVO ‑ROXO ‑DOS ‑MONTES* GOIVO ‑AMARELO ‑DA‑ESTRELA*
Ecologia: taludes, rochedos e Ecologia: taludes de estradas
clareiras de matos; em solos e clareiras de matos; em solos
pedregosos, secos e ácidos. pedregosos, ácidos, em zonas de
montanha.
110 m (490 m)
a 1060 m 620 m
(1190 m) a 1580 m
IB F IB R
Arabis planisiliqua
ARABETA‑DE ‑FRUTOS ‑PLANOS*
Ecologia: clareiras de bosques
e matagais, rochedos; em solos
rochosos, geralmente básicos.
40 m
a 520 m
(640 m)
EU R
123
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Malcolmia ramosissima
GOIVINHO ‑DAS ‑AREIAS‑
‑ATLÂNTICO*
Ecologia: prados anuais em clareiras
de matos e pinhais; em solos
arenosos.
10 m
a 50 m
MD R
10 m 0m
a 350 m a 60 m
IM F MD FF
NT
Hesperis laciniata Matthiola fruticulosa
JULIANA‑SILVESTRE*, HESPÉRIDE* GOIVO ‑DA‑ROCHA
Ecologia: escarpas, cascalheiras e Ecologia: prados rupícolas, clareiras
prados rupícolas; em locais sombrios de matos; em solos pedregosos,
e substratos básicos. calcários ou arenosos.
40 m 10 m
a 560 m a 690 m
(680 m) (820 m)
MD R MD R
(1390 m)
5m 1550 m
a 40 m a 1980 m
MD RR IM R
LC
Murbeckiella sousae
AGRIÃO ‑DA‑ROCHA*,
MURBEQUIELA‑DAS ‑ROCHAS*
Ecologia: rochedos, escarpas,
taludes; principalmente em xistos;
em zona de montanha.
(290 m)
CRUCÍFERAS
400 m
a 1370 m
(1620 m)
LU R
124
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
MOSTARDAS, SARAMAGOS
E AFINS
Este subcapítulo abrange 53 espécies, distribuídas por 17 géneros: Diplo‑ No género Diplotaxis ocorrem também: D. viminea, em campos agrícolas e
taxis (oito espécies), Sisymbrium (8), Cardamine (6), Brassica (5), Rorippa (5), que se distingue das restantes espécies pelas pétalas muito pequenas;
Barbarea (3), Coincya (3), Sinapis (2), Cochlearia (2), Lunaria (2) e ainda Alliaria, D. muralis, arvense e ruderal; D. tenuifolia, de ecologia e distribuição similar
Eruca, Erucastrum, Hirschfeldia, Moricandia, Raphanus e Sisymbrella, todos à espécie anterior, da qual se distingue por ter caules foliosos e glabros na
monoespecíficos. parte média e superior e frutos não patentes; D. siifolia: subsp. siifolia, mal
conhecida e apenas citada em campos agrícolas do Alentejo; D. erucoides, a
Não ilustradas no guia, referem ‑se também: Cochlearia glastifolia, erva única espécie do género com flores brancas, com escassos registos atuais,
anual, ereta e unicaule, raríssima e apenas conhecida da costa sudoeste no centro do país; D. ilorcitana, citada para o Barlavento algarvio, mas sem
(um outro registo em Trás‑os‑Montes carece de confirmação); Rorippa observações recentes e cuja ocorrência em território nacional é incerta.
palustris, associada a margens de cursos de água e outras zonas húmidas, e
ocorrência dispersa nas regiões centro e norte; Coincya cintrana, endémica Os rinchões (género Sisymbrium) são ervas anuais e associadas a meios
dos afloramentos rochosos das serras dos arredores de Lisboa (Sintra, humanizados ou a solos nitrificados. Várias espécies são mal conhecidas:
Montejunto); Lunaria rediviva, erva perene que se distingue de L. annua S. irio, dispersa do Algarve a Trás‑os‑Montes e distinguível de S. orientale
(amplamente cultivada e subespontânea) pelos frutos oblongos e agudos pelos frutos compridos que lhe ultrapassam as flores superiores; S. runcina‑
em ambas as extremidades, e por ter todas as folhas pecioladas. É uma tum, rara e ocorrendo esporadicamente nas regiões mais interiores; S. cras‑
planta mal conhecida e o material de herbário existente é inconclusivo, sifolium, apenas assinalada para o Alto Alentejo e sem registos recentes;
subsistindo dúvidas quanto à sua real ocorrência em Portugal. S. altissimum, alóctone e citada para a área da bacia do rio Tejo; S. polyceratium,
assinalada no passado para os arredores de Lisboa e Golegã e também
No género Cardamine assinalam ‑se ainda: C. flexuosa, frequente em sítios sem registos recentes. Realça ‑se ainda a existência de duas subespécies
húmidos perto de cursos de água, na metade norte do país; C. parvi‑ em S. austriacum, subsp. contortum e subsp. chrysanthum, que se distinguem
flora, anual e glabra, assinalada para o Centro e norte litoral, mas pouco pelos frutos mais compridos e estreitos na subsp. contortum.
conhecida; C. castellana, recentemente descoberta em turfeiras na serra
da Estrela e ameaçada de extinção; C. occulta, exótica, aparentemente em Estão descritas três subespécies de Coincya monensis: subsp. cheiranthos,
expansão, que tem passado despercebida em meios humanizados, nas a mais disseminada e presente, de norte a sul, em vários tipos de habitat,
regiões centro e Norte. embora nunca seja muito abundante; subsp. orophila, restrita à serra da
Estrela e densamente híspida na parte inferior do caule e nas folhas; subsp.
O género Brassica inclui algumas espécies amplamente cultivadas por todo puberula, dispersa no Norte do país e de menor dimensão e menos ramifi‑
o país, como a couve (B. oleracea) e o nabo (B. napus), ambos com diversas cada que as restantes subespécies. Na subespécie cheiranthos foi também
variedades, e que ocorrem esporadicamente como subespontâneos em descrita a var. johnstonii, de hábito prostrado e endémica das dunas do
campos incultos e locais humanizados. Assinalam ‑se ainda Brassica nigra, litoral norte, considerada por vários autores como uma espécie distinta
dispersa por boa parte do território, em campos incultos e solos perturba‑ (C. johnstonii).
dos, e B. tournefortii, rara e associada a solos arenosos da orla litoral.
Raphanus raphanistrum
SARAMAGO, RÁBANO ‑SILVESTRE
Ecologia: arvense e ruderal, pousios,
rochedos; indiferente edáfica.
5m
a 770 m
(1130 m)
PR FFF
125
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Moricandia arvensis Eruca vesicaria
MORICÂNDIA* RÚCULA, ERVA‑FEDORENTA
Ecologia: arvense e ruderal; em Ecologia: pousios, bermas de
substratos secos, geralmente caminhos.
básicos.
5m 30 m
a 20 m a 660 m
MD RRR MD F
Hirschfeldia incana
INEIXA
Ecologia: arvense e ruderal.
10 m
a 710 m
(1090 m)
PR FFF
10 m 10 m
a 550 m
(740 m)
a 280 m
PR FF PR FF
10 m 0m
a 820 m
(1200 m)
a 130 m
MD FFF IM F
Diplotaxis catholica
GRIZANDRA
Ecologia: arvense, mas também
em pastagens, pousios e bermas de
caminhos; em solos ácidos.
CRUCÍFERAS
10 m
a 360 m
(770 m)
IM FF
126
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Diplotaxis virgata
GRIZANDRA
Ecologia: arvense, mas também
em pastagens, pousios e bermas de
caminhos; em solos ácidos.
10 m
a 320 m
MD F
127
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
VU
Diplotaxis siifolia Sisymbrella aspera
subsp. vicentina SISIMBRELA*
GRIZANDRA‑VICENTINA, Ecologia: margens e leitos secos
GRIZANDRA‑DE ‑SAGRES de ribeiras, bermas de caminhos,
Ecologia: clareiras de matos em prados húmidos.
dunas fixas.
10 m 80 m
a 80 m a 970 m
LU R MD F
10 m 230 m
a 850 m
(1040 m)
a 710 m
PR FFF EU R
10 m 20 m
a 90 m a 640 m
PR R PR R
10 m 480 m
a 110 m a 1490 m
EU R EU F
30 m 20 m
a 810 m a 690 m
PR F IN R
128
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Coincya monensis
SARAMAGO ‑DE ‑BICO ‑CURVO
Ecologia: rochedos, clareiras de
matos, bermas de caminhos; em
solos arenosos ou pedregosos.
20 m
a 1750 m
(1890 m)
MD FFF
NT
Coincya transtagana Cardamine hirsuta
MOSTARDA‑ALENTEJANA* AGRIÃO ‑MENOR*, AGRIÃO ‑DE‑
‑CANÁRIO
Ecologia: em pastagens pedregosas,
taludes e ladeiras rochosas e Ecologia: rochedos, muros, clareiras
também sobre solos alterados em de matos, bosques; em locais algo
zonas mineiras. húmidos e sombrios.
80 m 10 m
a 260 m a 780 m
(1330 m)
IB RR PR FFF
10 m
0m
a 270 m
a 900 m (400 m)
PR F PR F
0m (0 m)
a 840 m 200 m
(1120 m) a 1060 m
PR FFF EU R
Rorippa sylvestris
AGRIÃO ‑AMARELO*, AGRIÃO‑
‑SILVESTRE*
Ecologia: orlas de bosques ripícolas,
prados nas margens de rios.
10 m
a 580 m
PR R
129
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Erucastrum Cochlearia danica LC
nasturtiifolium COCLEÁRIA
RÚCULA‑FOLHA‑DE ‑AGRIÃO* Ecologia: arribas e rochedos do
Ecologia: rochedos, matos, bermas litoral; em solos salgadiços.
de caminhos; em solos rochosos ou
pedregosos, calcários.
20 m 0m
a 370 m a 10 m
EU R EU RR
SUBGRUPO
MASTRUÇOS, ASSEMBLEIAS
E AFINS
São apresentadas neste subcapítulo 45 espécies, que se inserem em 24 No género Lepidium incluem ‑se mais cinco espécies, quase todas pouco
géneros, a maioria dos quais monoespecífica: Bunias, Cakile, Calepina, Crambe, comuns e deficientemente conhecidas: L. sativum (mastruço), planta cultivada
Capsella, Cardaria, Draba, Erophila, Hornungia, Hymenolobus, Lobularia, Pritzelago, e por vezes subespontânea; L. latifolium, de ocorrência dispersa na área de
Rapistrum, Succowia, Teesdaliopsis e Thlaspi. Os restantes são Lepidium (sete influência mediterrânica; L. graminifolium, apenas indicada para a Estremadura
espécies), Alyssum (5), Biscutella (3), Iberis (3), Isatis (2), Teesdalia (2), Coronopus e para o litoral norte, que se distingue de L. virginicum por ter frutos ápteros
(2) e Jonopsidium (2). e apiculados; L. ruderale, com ocorrências dispersas no Centro e no Norte, e
similar a L. virginicum e a L. graminifolium, das quais se distingue pelas suas pétalas
Não apresentadas no guia, referem ‑se ainda: Teesdalia nudicaulis, frequente ausentes ou inconspícuas; L. campestre, apenas citada para os arredores de
em pastagens e prados pedregosos, distinguível, com alguma dificuldade, Lisboa e sem registos recentes de ocorrência em Portugal, similar a L. hetero‑
de T. coronopifolia pelo formato dos lóbulos das folhas basais (obtusos phyllum, da qual se distingue por ser, geralmente, anual e unicaule.
em T. nudicaulis, agudos em T. coronopifolia) e das pétalas (desiguais em
T. nudicaulis); Isatis tinctoria, outrora cultivada em Trás‑os‑Montes para Foram descritas duas subespécies de eruca ‑marítima (Cakile maritima):
obtenção de um pigmento azul, atualmente é bastante rara e conhecida subsp. integrifolia, em praias e dunas do litoral centro e norte, e subsp.
apenas de um único local; Alyssum granatense, em pousios e locais abertos, maritima, no litoral sul, e de aneixas (Rapistrum rugosum): subsp. linnaeanum,
do Algarve a Trás‑os‑Montes, confundível com A. simplex, mas com sépalas no Centro ‑Oeste e no Alto Alentejo, e subsp. rugosum, muito comum no
persistentes na frutificação e frutos (silículas) com dois tipos de pelos; Sul do território, ambas ocorrendo em pousios e campos agrícolas, e em
Alyssum minutum, nas rochas básicas do Nordeste transmontano e que solos básicos.
se distingue das restantes espécies do género pelos seus frutos glabros;
Alyssum alyssoides, apenas citada para Trás‑os‑Montes e sem registos
recentes; Iberis ciliata subsp. welwitschii, em solos arenosos, no litoral sul
e nas bacias do Sado e do Tejo; Iberis procumbens subsp. microcarpa, em solos
pedregosos calcários do Centro ‑Oeste e serra da Arrábida.
Alyssum serpyllifolium LC
TOMELOS
Ecologia: clareiras de matos,
pousios, bermas de caminhos; em
solos ultrabásicos, pedregosos.
CRUCÍFERAS
340 m
a 910 m
MD F
130
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Alyssum simplex
ALISSO ‑CAMPESTRE*
Ecologia: clareiras de matos,
pousios, campos agrícolas; em solos
pedregosos.
40 m
a 590 m
MD F
131
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Draba muralis Erophila verna
DRABA* DRABA‑PRIMAVERIL*
Ecologia: pousios, bermas de Ecologia: prados anuais, clareiras
caminhos, rochedos; algo nitrófila. de matos, pousios, rochedos;
indiferente edáfica, mas em locais
com alguma humidade.
(30 m) (180 m)
230 m 290 m
a 830 m a 1980 m
PR F PR F
VU
Hymenolobus procumbens Hornungia petraea
AGRIÃO ‑RASTEIRO*, AGRIÃO‑ MASTRUÇO ‑DAS ‑ROCHAS*
‑DAS ‑SALINAS*
Ecologia: fendas de rochas, prados
Ecologia: orlas de sapais, bermas de anuais rupícolas; em substratos
caminhos; em solos arenosos, algo básicos, pedregosos.
salinos e húmidos.
10 m 80 m
a 20 m a 540 m
PR RR MD R
(230 m) 10 m
360 m a 320 m
a 900 m (480 m)
IB R LU F
10 m 30 m
a 90 m a 1320 m
(1550 m)
IN R EU FF
0m
510 m
a 350 m
a 550 m (470 m)
EU RRR EU FF
132
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Capsella bursa‑pastoris Teesdaliopsis conferta NT
BOLSA‑DE ‑PASTOR, ERVA‑DO‑ ASSEMBLEIAS ‑DA‑MONTANHA*
‑BOM ‑PASTOR
Ecologia: prados rupícolas; em solos
Ecologia: arvense e ruderal, também arenosos ou pedregosos, ácidos, de
em pastagens, bosques, matos. alta montanha.
10 m 1570 m
a 830 m
(1540 m)
a 1860 m
PR FFF IB R
10 m 50 m
a 1540 m
(1980 m)
a 490 m
PR FF PR F
110 m 50 m
a 810 m a 1470 m
PR R PR R
0m 20 m
a 390 m a 160 m
IN F PR F
Rapistrum rugosum
ANEIXA
Ecologia: arvense e ruderal, também
em clareiras de matos e pousios;
geralmente em solos básicos,
revolvidos ou pedregosos.
10 m
a 310 m
(420 m)
MD FF
133
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Iberis pectinata Iberis ciliata
ASSEMBLEIAS ‑PENTEADAS* subsp. contracta
Ecologia: clareiras de matos; em ASSEMBLEIAS ‑ROSADAS*
solos argilosos e pedregosos, Ecologia: clareiras de matos; em
descarbonatados. solos argilosos e pedregosos,
descarbonatados.
30 m 10 m
a 290 m a 760 m
IB RR IM R
10 m 50 m
a 470 m
(660 m)
a 290 m
IB F MD R
Biscutella valentina
BISCUTELA‑VALENTINA*
Ecologia: clareiras de matos,
rochedos, taludes; em solos
pedregosos; indiferente edáfica.
20 m
a 720 m
(990 m)
MD F
Biscutella sempervirens NT
subsp. vicentina
BISCUTELA‑VICENTINA*
Ecologia: clareiras de matos em
dunas fixas e arribas litorais.
10 m
a 90 m
IB R
VU
Isatis platyloba Cakile maritima
PASTEL‑BRAVO ERUCA‑MARÍTIMA, CARQUEJA‑
‑MANSA
Ecologia: escarpas e rochedos; em
locais soalheiros, nitrófila. Ecologia: praias e dunas litorais.
CRUCÍFERAS
460 m 0m
a 660 m a 20 m
IB RR PR FF
134
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
CR
Succowia balearica Crambe hispanica
ERVA‑DOS ‑OURIÇOS* COUVE ‑BASTARDA
Ecologia: escarpas e arribas litorais Ecologia: rochedos, escarpas; em
calcárias. locais abrigados e algo húmidos.
30 m 20 m
a 70 m a 540 m
(810 m)
MD RRR MD R
Bunias erucago
GRIZANDRA, MAÇÃ‑DE ‑BEDEL
Ecologia: margens de linhas de água,
por vezes em campos agrícolas; em
solos algo húmidos e nitrofilizados.
40 m
a 840 m
MD F
135
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
23.
URZES
E AFINS
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
VU
Monotropa hypopitys Corema album
FALSO ‑NINHO ‑DE ‑PÁSSARO* CAMARINHA, CAMARINHEIRA
Ecologia: bosques e pinhais, Ecologia: dunas, pinhais litorais.
alimentando ‑se de matéría orgânica
em decomposição; em locais
sombrios e húmidos.
530 m 10 m
a 1160 m a 80 m
PR R IB FF
10 m 5m
a 940 m a 1350 m
(1050 m) (1960 m)
EU F PR FFF
10 m 60 m
a 1010 m
(1120 m)
a 1450 m
PR FF EU F
5m 10 m
a 1290 m a 200 m
(1620 m) (320 m)
IM FFF EU F
20 m 20 m
a 1150 m a 1540 m
(1400 m) (1840 m)
EU FFF IM FFF
138
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Erica lusitanica Erica scoparia
URZE ‑PORTUGUESA URZE ‑DAS ‑VASSOURAS
Ecologia: matos higrófilos; em solos Ecologia: matagais; em solos ácidos
ácidos. ou descarbonatados.
10 m 10 m
a 590 m a 670 m
(1210 m) (930 m)
EU FF MD FFF
Arbutus unedo
MEDRONHEIRO, ÊRVODO,
ERVEDEIRO
Ecologia: matagais, bosques
perenifólios; indiferente edáfica.
20 m
a 760 m
(1040 m)
MD FFF
(530 m)
640 m 50 m
a 1510 m a 850 m
(1640 m)
PR R IB R
Erica arborea
URZE ‑BRANCA, URZE ‑ARBÓREA
Ecologia: matagais; em encostas
frescas.
30 m
a 1580 m
(1910 m)
PR FFF
139
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
24.
TROVISCOS
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
LC
Thymelaea procumbens Thymelaea passerina
TROVISCO ‑RASTEIRO* ERVA‑TROVISCO*
Ecologia: matos acidófilos; em zonas Ecologia: prados e pastagens anuais,
de montanha. pousios.
(60 m)
820 m 190 m
a 1130 m a 380 m
IB RR PR RR
EN
Thymelaea broteriana Thymelaea villosa
TROVISCO ‑DO ‑GERÊS*, TROVISCO ‑ALVAR*
TIMELEIA‑DO ‑GERÊS*
Ecologia: matos acidófilos.
Ecologia: matos acidófilos; em zonas
de montanha.
910 m 20 m
a 1510 m a 480 m
IB R IM F
Daphne laureola CR
TROVISCO ‑LOURO*
Ecologia: bosques e matas fechadas;
em locais sombrios.
440 m
a 460 m
PR RR
Daphne gnidium
TROVISCO, GORREIRO,
TROVISQUEIRO
Ecologia: matos, matagais e bosques
perenifólios; indiferente edáfica.
10 m
a 770 m
(1180 m)
MD FFF
141
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
25.
SAXIFRAGÁCEAS
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Chrysosplenium Saxifraga tridactylites
oppositifolium SAXÍFRAGA‑FOLHAS ‑DE‑
CRISOSPLÉNIO, DOURADINHA ‑ARRUDA*
140 m 70 m
a 1330 m a 660 m
EU R PR R
VU
Saxifraga cintrana Saxifraga granulata
QUARESMAS ‑DE ‑SINTRA* QUARESMAS, SAXÍFRAGA‑
‑COMUM, SANÍCULA‑DOS‑
Ecologia: rupícola; em rochas ‑MONTES
calcárias.
Ecologia: rochas, taludes, orlas
de bosques; em locais rochosos
ou pedregosos, sombrios e algo
húmidos.
190 m 40 m
a 660 m a 1150 m
(1820 m)
LU R PR FFF
550 m 160 m
a 800 m a 1400 m
IM RR EU F
(10 m)
40 m 120 m
a 1010 m a 1840 m
IB F EU F
143
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
26.
ROSÁCEAS
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
ROSÁCEAS HERBÁCEAS
Agrupam ‑se neste subcapítulo os géneros de rosáceas dominados por No género Aphanes assinalam ‑se ainda mais três espécies: A. arvensis, A.
plantas herbáceas, anuais ou perenes: Potentilla (9), Aphanes (5), Sanguisorba lusitanica e A. microcarpa, todas semelhantes e de complexa distinção
(3), Geum (3), Agrimonia (2), Filipendula (2), Alchemilla (1), Fragaria (1) e Dus‑ entre si, pelo que a sua real distribuição e requisitos ecológicos são mal
chesnea (1). conhecidos. No género Potentilla são também assinaladas: P. neumanniana,
conhecida apenas da serra de Nogueira e em Bragança, onde ocorre em
Além das espécies ilustradas no guia, assinalam ‑se ainda: Geum hispidum, prados perenes nas clareiras de carvalhais e em taludes de estradas sobre
apenas presente em Trás‑os‑Montes, em lameiros e margens de regatos; rochas máficas, considerada como quase ameaçada; P. rupestris, de flor
Agrimonia procera, de ocorrência esporádica nas regiões interiores, de branca, conhecida apenas dos leitos de cheia rochosos dos rios Minho,
Trás‑os‑Montes ao Alentejo, em orlas de bosques caducifólios e que se Tuela, Sabor e Maçãs. Duas outras espécies foram citadas para Portugal no
distingue, com alguma dificuldade, de A. eupatoria (mais frequente) pela passado, mas não se lhes conhecem quaisquer registos recentes: P. anserina,
pilosidade dos caules (possui pelos não glandulosos compridos e patentes) na Estremadura e foz do Douro, e P. asturica, na serra da Estrela.
e pela coloração verde da página inferior das folhas (verde ‑acinzentado em
A. eupatoria); morangueiro ‑de ‑jardim (Duchesnea indica), planta ornamental,
naturalizada nas regiões norte e centro e nos Açores, que se diferencia do
nativo morangueiro ‑silvestre (Fragaria vesca) por possuir pétalas amarela‑
das e flores sempre solitárias.
10 m 30 m
a 790 m
(1080 m)
a 790 m
EU FF IM R
50 m 1660 m
a 1080 m
(1200 m)
a 1920 m
PR F EU RRR
10 m 10 m
ROSÁCEAS
a 1510 m a 860 m
(1910 m) (1100 m)
EU FF PR FFF
146
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
EN
Potentilla montana Potentilla sterilis
POTENTILHA‑DOS ‑MONTES* POTENTILHA‑ESTÉRIL*
Ecologia: orlas de bosques, Ecologia: orlas de bosques
rochedos, taludes, muros. caducifólios, sebes; em locais frescos
e sombrios.
130 m 30 m
a 550 m a 1100 m
EU RR EU R
70 m 20 m
a 1120 m a 1040 m
MD F PR F
40 m
30 m
a 890 m
a 980 m (1280 m)
PR F PR FFF
40 m 10 m
a 460 m
(680 m)
a 800 m
IB FF PR FF
10 m 50 m
a 1060 m a 1120 m
PR R PR R
147
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
ROSÁCEAS ARBUSTIVAS
E ARBÓREAS
Neste subgrupo incluem ‑se os géneros de rosáceas constituídos por sendo conhecidas de pouquíssimos locais, e outras apresentam uma dis‑
espécies de porte arbustivo (por vezes trepadeiras) ou arbóreo: Rubus tribuição dispersa nas serras do interior norte e centro: R. brigantinus, R.
(silvas, 16 espécies), Rosa (roseiras, 15), Prunus (7), Sorbus (5), Pyrus (2) galloecicus, R. genevieri, R. radula, R. vagabundus e Rubus vestitus. Mencionam ‑se
e Malus, Cydonia, Crataegus, Spiraea e Amelanchier, com apenas uma espécie. também: R. vigoi, de distribuição dispersa, entre Trás‑os‑Montes e a serra
de Sintra; R. peratticus, assinalada apenas em algumas serras do Centro
Os géneros Rosa (roseiras) e Rubus (silvas) são taxonomicamente (Estrela, Montejunto) e do Norte (Alvão); R. caesius, dispersa no Norte do
complexos. Além de muito diversificados, as espécies possuem elevada país; R. praecox, registada na serra do Gerês e em alguns locais de Trás‑os‑
plasticidade morfológica e capacidade de hibridação, pelo que a correta ‑Montes; R. sampaioanus, dispersa pela área de influência atlântica do Norte
identificação da maioria das espécies é um exercício muito difícil. e do Centro e, aparentemente, ausente do Nordeste transmontano. R.
ulmifolius é, de longe, a espécie mais frequente em Portugal, e praticamente
No género Rosa, a maioria das espécies concentra‑se na região norte, prin‑ a única que se pode encontrar na região sul.
cipalmente em Trás‑os‑Montes, região onde se podem encontrar pratica‑
mente todas as espécies nativas de Portugal continental. Adicionalmente Nos restantes géneros, outras espécies não ilustradas no guia são: azereiro‑
às espécies apresentadas no guia, indicam ‑se: R. agrestis, nas montanhas do ‑dos‑danados (Prunus padus), pouco frequente na Beira Interior e em Trás‑os‑
quadrante nordeste; R. andegavensis, conhecida de poucos locais em Trás‑os‑ ‑Montes, que se distingue de P. mahaleb (mais frequente) pelas inflorescên‑
‑Montes; R. blondaeana, mal conhecida, mas com registos dispersos na região cias com mais flores e folhas maiores e ovado ‑lanceoladas; sorveira‑branca
norte; R. corymbifera, dispersa nas serras do Norte e do Centro interior; R. dese‑ (Sorbus aria), rara, em orlas de bosques caducifólios e perto de linhas de água
glisei, apenas citada para o Norte de Trás‑os‑Montes; R. squarrosa, frequente pedregosas, em regiões montanhosas. A população nativa ocorre apenas nas
na região norte e dispersa para sul, até ao Alentejo; R. tomentosa, presente serras da Estrela e do Gerês, embora existam exemplares cultivados noutros
na serra do Gerês e citada também para Trás‑os‑Montes; R. villosa, assina‑ locais (serras da Freita, do Buçaco e da Lousã); sorveira (Sorbus domestica),
lada para Trás‑os‑Montes e para a serra do Gerês; R. vosagiaca, assinalada cultivada no passado e da qual existem dúvidas quanto ao carácter autóctone
para as serras do Norte e do Centro interior; R. rubiginosa, raríssima e apenas da população portuguesa, pois, apesar de poder ocorrer esporadicamente
conhecida de um único local na serra da Estrela, ameaçada de extinção; R. em bosques secundários, são geralmente indivíduos associados a cultivos
canina, distribuída com alguma regularidade de norte a sul, mas escassa nas abandonados; abrunheiro ‑bravo (Prunus insititia) ocorre em sebes e orlas de
regiões mais secas; R. arvensis, apenas recentemente descoberta em territó‑ bosques, em locais frescos, frequente em Trás‑os‑Montes mas de ocorrência
rio nacional, em bosques caducifólios na serra de Nogueira; R. stylosa, apenas esporádica a sul do Douro. Distingue‑se de P. spinosa porque apresenta frutos
confirmada para a região centro; R. gallica é uma planta ornamental, por vezes e folhas de maiores dimensões e raminhos pubescentes.
escapada de cultivo e subespontânea em sebes e perto de cursos de água.
A amendoeira (Prunus dulcis) é amplamente cultivada no Algarve, no
Tal como no género Rosa, a maioria das espécies nativas de Rubus Alentejo e em Trás‑os‑Montes e ocorre pontualmente como subespon‑
concentra ‑se principalmente em Trás‑os‑Montes, onde se registaram tânea em locais secos e pedregosos. Duas espécies alóctones, Pyracantha
todas as espécies já citadas para Portugal continental. Algumas, como R. coccinea e Mespillus germanica, são cultivadas como ornamentais e ocasional‑
canescens e R. castellarnaui, ocorrem exclusivamente nesta região do país, mente podem encontrar‑se indivíduos assilvestrados.
10 m 60 m
ROSÁCEAS
a 890 m a 860 m
(1010 m) (1080 m)
MD F PR F
148
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Rosa sempervirens
ROSEIRA‑BRAVA
Ecologia: orlas de matagais e
bosques, sebes; em solos profundos
e frescos.
10 m
a 250 m
MD F
149
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Rubus ulmifolius
SILVA‑COMUM
Ecologia: orlas ripícolas, sebes;
ruderal em solos perturbados e
húmidos.
10 m
a 810 m
(1360 m)
PR FFF
580 m 520 m
a 1150 m a 1160 m
IB R IB F
(160 m) 10 m
510 m a 870 m
a 1500 m (1220 m)
PR R PR FFF
VU
Spiraea hypericifolia Cydonia oblonga
subsp. obovata MARMELEIRO
GRINALDA, ESPIREIA* Ecologia: naturalizada em sebes e
Ecologia: orlas de bosques e margens de cursos de água.
matagais ripícolas, sebes; em
margens rochosas de cursos de água
permanentes.
20 m 10 m
a 640 m a 500 m
EU R IN FF
10 m 10 m
ROSÁCEAS
a 620 m a 1130 m
(840 m) (1360 m)
IM FF PR F
150
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Malus sylvestris Sorbus aucuparia
MACIEIRA‑BRAVA TRAMAZEIRA, CORNOGODINHO
Ecologia: bosques caducifólios, Ecologia: bosques caducifólios,
matas, sebes. matagais, escarpas; em zonas de
montanha.
(30 m)
370 m 740 m
a 1130 m a 1550 m
(1900 m)
EU R PR R
VU
Sorbus latifolia Sorbus torminalis VU
MOSTAJEIRO MOSTAJEIRO ‑DAS ‑CÓLICAS*
Ecologia: bosques caducifólios, Ecologia: bosques e matagais
perto de linhas de água; em zonas de caducifólios; em zonas de montanha.
montanha.
(330 m)
550 m 180 m
a 1140 m a 820 m
(1270 m)
EU R PR R
(20 m)
40 m 250 m
a 1070 m a 880 m
(1360 m)
PR FF MD R
130 m 10 m
a 730 m a 820 m
(870 m) (930 m)
PR R PR FF
151
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
27.
LEGUMINOSAS
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
TREMOCEIROS
E ANAFES
Neste subgrupo incluem ‑se as espécies dos géneros Melilotus (10), Lupinus
(6), Galega (1) e Glycyrrhiza (1).
10 m 10 m
a 790 m a 810 m
MD FFF MD FFF
20 m 0m
a 480 m a 50 m
MD FF MD R
(190 m)
530 m 220 m
a 1050 m a 800 m
(1610 m)
IB F IB R
154
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Melilotus spicatus Melilotus segetalis LC
ANAFE ‑NAPOLITANO ANAFA, ANAFE ‑MAIOR
Ecologia: arvense e ruderal. Ecologia: arvense e ruderal; em solos
húmidos, por vezes salgadiços.
10 m
130 m
a 200 m
a 700 m (420 m)
MD R MD F
10 m
10 m
a 310 m
a 430 m (490 m)
PR R PR FFF
10 m 210 m
a 740 m
(1110 m)
a 570 m
PR R PR R
SUBGRUPO
LUZERNAS
Neste subgrupo apresentam ‑se as espécies dos géneros Medicago (19) e no Sul do país, que se distingue por ser praticamente glabra; Trigonella ovalis,
Trigonella (4). rara, apenas muito recentemente confirmada como ocorrente em pousios,
numa área localizada do Baixo Alentejo. Assinalam ‑se ainda duas espécies
Não ilustradas no guia assinalam ‑se também em Portugal: Medicago falcata, nativas do Mediterrâneo Oriental e ocasionalmente subespontâneas:
por vezes considerada apenas uma variedade de M. sativa, da qual se Medicago arborea, de porte arbustivo e cultivada como ornamental; Medicago
distingue pelas flores amarelas; Medicago murex, rara, com escassos registos rugosa, ocasional em prados ruderais nos arredores de Coimbra e de Lisboa.
10 m 10 m
a 480 m a 640 m
(640 m) (830 m)
MD F MD FFF
155
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Medicago arabica Medicago truncatula
LUZERNA‑ARÁBICA LUZERNA‑CORTADA, LUZERNA‑
‑DE ‑BARRIL
Ecologia: arvense, bermas de
caminhos; em solos frescos. Ecologia: arvense, pousios e bermas
de caminhos; em solos básicos.
10 m 10 m
a 700 m
(820 m)
a 350 m
PR FFF MD R
100 m 100 m
a 230 m
(450 m)
a 790 m
MD FF PR F
0m 40 m
a 120 m a 700 m
(330 m) (820 m)
MD FFF PR FFF
60 m 20 m
a 350 m a 350 m
(820 m)
MD RR MD F
170 m 5m
a 420 m a 190 m
IN RR MD R
156
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Medicago lupulina Medicago marina
LUZERNA‑PRETA, LUZERNA‑ LUZERNA‑DAS ‑PRAIAS
‑LUPULINA
Ecologia: dunas.
Ecologia: arvense, bermas de
caminhos; em solos básicos.
10 m 0m
a 830 m
(1460 m)
a 20 m
PR FFF MD FF
10 m 150 m
a 790 m a 400 m
IN F IN RR
VU
Trigonella polyceratia Trigonella monspeliaca
FENACHO ‑BRAVO, LUZERNA‑ FENACHO ‑DO ‑SUL, LUZERNA‑
‑BRAVA* ‑DO ‑SUL*
Ecologia: arvense, bermas de Ecologia: arvense, também em
caminhos, margens arenosas de rios; pastagens e clareiras de matos; em
em solos pobres. solos secos, pedregosos e básicos.
120 m 20 m
a 730 m a 600 m
IM R MD F
SUBGRUPO
TREVOS
e Beira Interior, a primeira em solos com capacidade de retenção de água e
a segunda em solos arenosos; T. retusum, também assinalada nas mesmas
regiões, mas ocorrendo em prados sobre solos profundos; T. occidentale,
apenas referida para os solos arenosos do litoral norte; T. spumosum, citada
O género Trifolium (trevos) é o mais diversificado da flora nacional, com para o Algarve e Alentejo, em prados nitrificados. Duas outras espécies
cerca de 45 espécies registadas. Além das 36 espécies ilustradas no guia, não nativas encontram ‑se em expansão no território nacional, devido a
assinalam ‑se ainda: T. diffusum, assinalada apenas para as regiões raianas do serem utilizadas em misturas de sementes para plantação de pastagens
Centro e Alto Alentejo, similar a T. hirtum, da qual se distingue pelos cálices perenes: T. alexandrinum, originária do Mediterrâneo Oriental, e T. suaveolens,
que excedem as corolas; T. gemellum, com inflorescências geminadas, assina‑ originária do Afeganistão e do Norte da Índia, esta última semelhante a
lada em zonas interiores de norte a sul, mas pouco frequente; T. leucanthum e T. resupinatum, embora com flores de maiores dimensões e de coloração
T. phleoides subsp. willkommii, ambas apenas assinaladas em Trás‑os‑Montes rosada a esbranquiçada.
LC
Trifolium campestre Trifolium dubium
TREVÃO, TREVO ‑AMARELO TREVINHO
Ecologia: pousios, pastagens, Ecologia: pastagens, prados
clareiras de matos, bermas húmidos, bermas de caminhos; em
de caminhos; em solos algo solos algo húmidos, ácidos.
nitrofilizados e secos.
10 m 10 m
a 830 m a 1200 m
(1160 m) (1550 m)
PR FFF PR FFF
157
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Trifolium micranthum Trifolium ornithopodioides
TREVO ‑DE ‑FLORES ‑PEQUENAS* TREVO ‑PÉ ‑DE ‑PÁSSARO
Ecologia: prados, margens de cursos Ecologia: prados húmidos; em solos
de água; em solos algo húmidos. húmidos, nitrofilizados.
150 m 180 m
a 980 m a 660 m
MD R PR R
10 m 10 m
a 580 m a 830 m
(750 m) (1030 m)
MD FFF MD FFF
250 m 10 m
a 420 m a 690 m
MD R PR F
60 m 0m
a 600 m
(800 m)
a 950 m
MD F PR FFF
10 m 10 m
a 780 m a 880 m
(1010 m) (1260 m)
MD FFF MD FFF
158
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Trifolium strictum Trifolium cernuum
TREVO ‑DIREITO* TREVO ‑DE ‑FLORES ‑CAÍDAS*
Ecologia: pastagens, bermas Ecologia: pousios, pastagens; em
de caminhos; em solos solos algo húmidos.
temporariamente encharcados,
ácidos.
160 m 10 m
a 980 m a 880 m
(1220 m) (1260 m)
MD F MD F
140 m 5m
a 1120 m a 300 m
MD R MD R
0m 10 m
a 950 m a 180 m
PR FFF MD F
10 m 130 m
a 760 m a 730 m
(870 m) (850 m)
IN F MD R
50 m
5m
a 630 m
a 1600 m (750 m)
PR FFF MD F
159
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Trifolium stellatum Trifolium angustifolium
TREVO ‑ESTRELADO RABO ‑DE ‑GATO, TREVO‑
‑MASSAROCO
Ecologia: pousios, pastagens,
clareiras de matos, bermas de Ecologia: pousios, pastagens,
caminhos; em solos pobres, clareiras de matos, bermas de
pedregosos e secos. caminhos; em solos pobres e secos.
5m 5m
a 700 m a 790 m
(1020 m) (1080 m)
MD FFF MD FFF
10 m 80 m
a 1120 m a 880 m
(1370 m) (1320 m)
PR FFF PR FF
(10 m)
10 m 130 m
a 430 m a 810 m
MD FF MD R
10 m 590 m
a 760 m a 980 m
MD FF PR R
10 m 10 m
a 530 m
(660 m)
a 490 m
MD FF MD R
160
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Trifolium sylvaticum
TREVO ‑DOS ‑BOSQUES*
Ecologia: prados anuais, pastagens;
em solos algo nitrofilizados.
330 m
a 770 m
PR R
161
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Trifolium obscurum
TREVO ‑OBSCURO*
Ecologia: prados húmidos;
em substratos compactos,
temporariamente encharcados.
20 m
a 220 m
MD R
10 m
790 m
a 750 m
a 1120 m (870 m)
EU R IN FFF
SUBGRUPO
CORNICHÕES
E AFINS
Neste subgrupo reúnem ‑se as espécies dos géneros Lotus (13), Dorycnium claramente vilosa, e a L. parviflorus, mas com frutos até três vezes maiores
(3), Hymenocarpus (3), Tetragonolobus (2), Anthyllis (1), Dorycnopsis (1) e do que o cálice; Tetragonolobus purpureus, originária da bacia do Mediterrâ‑
Tripodion (1). neo e das ilhas Canárias e subespontânea em alguns locais de Portugal.
As seguintes subespécies de Anthyllis vulneraria foram também identifica‑
Referem ‑se ainda as seguintes espécies não ilustradas: Lotus arenarius, em das em Portugal continental: subsp. iberica, em dunas e arribas do litoral
areias litorais, apenas conhecida do estuário do Sado e da península de norte; subsp. gandogeri, possivelmente sub ‑representada por confusão
Setúbal, mas também citada para o Algarve; Lotus angustissimus, na metade com outras subespécies; subsp. lusitanica, erva anual de caules simples e
norte do país, semelhante a L. parviflorus, mas com frutos quatro ‑cinco delicados, endémica, mas que corresponderia, segundo os autores da Flora
vezes maiores do que o cálice; Lotus hispidus, semelhante a L. castellanus mas iberica, a uma variação da subsp. gandogeri.
30 m 0m
a 520 m
(850 m)
a 60 m
MD FF MD FFF
162
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Lotus edulis Lotus ornithopodioides NT
CORNICHÃO ‑BOJUDO* CORNICHÃO ‑ALFARROBA*
Ecologia: pousios e bermas de Ecologia: pousios e bermas de
caminhos; em solos pedregosos ou caminhos; em solos pedregosos ou
arenosos. arenosos.
10 m 10 m
a 160 m a 90 m
MD R MD R
20 m 10 m
a 440 m a 1040 m
(750 m) (1160 m)
MD FF MD FFF
20 m
100 m
a 1180 m
a 1600 m (1550 m)
PR FF PR R
10 m 100 m
a 1340 m
(1880 m)
a 200 m
PR FFF IN RRR
(380 m)
0m 560 m
a 490 m a 910 m
MD F LU R
163
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Hymenocarpos cornicina Hymenocarpos hamosus
VULNERÁRIA‑DO ‑NORDESTE* VULNERÁRIA‑CURVADA*
Ecologia: pastagens e prados anuais: Ecologia: dunas e pastagens; em solo
em locais secos, soalheiros, com arenoso.
solos ácidos.
10 m
190 m
a 190 m
a 820 m (480 m)
IM R IM F
40 m 10 m
a 840 m a 340 m
(1280 m) (480 m)
IM FFF MD FF
20 m 20 m
a 710 m a 880 m
(970 m) (1060 m)
MD FF MD F
10 m
10 m
a 220 m
a 110 m (720 m)
MD F MD FF LEGUMINOSAS
164
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
SERRADELAS
E AFINS
Agrupam ‑se neste subcapítulo as espécies dos géneros Coronilla (5),
Hedysarum (3), Hippocrepis (3), Onobrychis (2), Ornithopus (1), Scorpiurus (3),
Securigera (2), Bituminaria (1) e Argyrolobium (1).
10 m 20 m
a 860 m a 1500 m
(1550 m) (1610 m)
MD FFF EU FF
10 m 10 m
a 730 m a 780 m
(1030 m) (1630 m)
PR FFF MD FFF
10 m
40 m
a 320 m
a 290 m (540 m)
MD F MD FF
165
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Scorpiurus vermiculatus Bituminaria bituminosa
CORNILHÃO ‑ESPONJOSO TREVO ‑BETUMINOSO
Ecologia: arvense e ruderal, margens Ecologia: arvense e ruderal, mas
de linhas de água; indiferente edáfica. também em rochedos, arribas
litorais, orlas de bosques e matagais.
10 m 10 m
a 320 m a 580 m
(890 m)
MD FFF MD FFF
20 m 10 m
a 330 m a 360 m
MD R IM F
10 m 10 m
a 150 m a 270 m
IN R MD F
10 m 50 m
a 830 m
(1160 m)
a 340 m
MD FFF MD F
VU
Coronilla minima Coronilla juncea
PASCOINHAS ‑DO ‑DOURO* PASCOINHAS ‑DE ‑FOLHAS‑
‑ESTREITAS*
Ecologia: matos baixos em rochedos
no leito de cheias de rios. Ecologia: matos; em solos calcários
pedregosos.
LEGUMINOSAS
140 m 30 m
a 530 m a 340 m
MD RR MD R
166
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Coronilla glauca Hippocrepis multisiliquosa
PASCOINHAS ERVA‑FERRADURA
Ecologia: matos; em solos calcários Ecologia: dunas, pousios; em solos
pedregosos, por vezes em arribas arenosos.
litorais; cultivado em taludes de
estradas.
10 m 10 m
a 450 m a 190 m
MD F MD R
60 m 110 m
a 310 m a 220 m
MD R MD R
SUBGRUPO
10 m 20 m
a 750 m
(880 m)
a 350 m
MD FFF MD F
120 m 90 m
a 820 m a 270 m
IM R IM RR
167
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Astragalus hamosus Astragalus echinatus
ALFAVACA‑DE ‑GANCHO*, ALFAVACA‑RASTEIRA*
ALFAVACA‑ANZOL
Ecologia: pastagens, clareiras
Ecologia: pastagens e pousios; de matos; em solos secos,
principalmente em solos básicos. principalmente básicos.
10 m 20 m
a 660 m a 340 m
PR F MD F
0m
670 m
a 190 m
(360 m)
a 880 m
PR F PR RRR
VU
Astragalus tragacantha
ALQUITIRA‑DO ‑ALGARVE
Ecologia: arribas litorais.
10 m
a 90 m
MD R
VU
Astragalus glaux
ALFAVACA‑ROSADA*
Ecologia: tomilhais e pousios;
em solo seco e básico.
LEGUMINOSAS
60 m
a 460 m
MD RR
168
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Erophaca baetica
ALFAVACA‑DOS ‑MONTES,
ALFAVACA‑SILVESTRE
Ecologia: orlas de matagais e
bosques; geralmente em locais
frescos.
10 m
a 470 m
(660 m)
IM FFF
169
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
JOINAS
E UNHAS‑DE‑GATO
Reúnem ‑se aqui as espécies do género Ononis (22), incluindo a joina ‑das‑ ao longo da faixa litoral, pouco conhecida devido à complexa distinção
‑areias (Ononis ramosissima) e as unhas‑de ‑gato (Ononis spinosa, O. reclinata). de outras espécies, como O. baetica e O. diffusa; O. dentata, assinalada para
arribas do litoral centro, semelhante a O. reclinata, da qual se distingue pelas
Várias das espécies de Ononis são extremamente raras em Portugal e suas sépalas em forma de espátula e com um ou mais dentes no ápice; O. alo‑
outras são de complexa identificação, sendo necessário o recurso a chaves pecuroides, citada no passado para pousios nos arredores de Coimbra e de
de identificação para a sua correta determinação. Além das ilustradas, Lisboa, embora não seja colhida há mais de três décadas; O. hirta, conhecida
ocorrem também: Ononis laxiflora, raríssima e apenas conhecida de solos de um único registo nos arredores de Lisboa, de meados do século xx,
arenosos dos leitos de cheia do Tejo Superior; O. diffusa, em dunas e areias e considerada como regionalmente extinta.
litorais de norte a sul, pouco frequente; O. broteriana, em solos arenosos,
NT
Ononis variegata Ononis baetica
JOINA‑MARINHA* JOINA‑ROSADA‑DAS ‑AREIAS*
Ecologia: dunas. Ecologia: prados, clareiras de matos
e pinhais; em solos arenosos.
0m 10 m
a 10 m a 200 m
(340 m)
MD R IM F
VU
Ononis hackelii Ononis cossoniana EN
JOINA‑DO ‑SUDOESTE* JOINA‑DAS ‑DUNAS*
Ecologia: pastagens e prados anuais, Ecologia: prados anuais; em solos
em solos arenosos. arenosos, algo nitrofilizados.
30 m 0m
a 170 m a 20 m
LU R IM RR
30 m 10 m
a 480 m a 290 m
MD F IM F
170
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
EN
Ononis biflora Ononis reclinata
JOINA‑DE ‑DUAS ‑FLORES* UNHA‑DE ‑GATO
Ecologia: pousios; em solos básicos. Ecologia: prados anuais, em solos
rochosos ou pedregosos, básicos.
10 m
130 m
a 610 m
a 220 m (840 m)
MD RR MD F
20 m 10 m
a 370 m a 830 m
(540 m) (970 m)
MD F PR FFF
20 m 10 m
a 270 m a 210 m
MD F IM RR
60 m 0m
a 360 m a 240 m
MD R MD FF
40 m 20 m
a 240 m a 330 m
IM F MD F
171
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
ERVILHACAS
E CHÍCHAROS
Reúnem ‑se aqui as ervilhacas, classificadas no género Vicia, um dos mais A ervilheira (Pisum sativum subsp. sativum) é cultivada por todo o país pelas
diversos da família, com 29 espécies já assinaladas, os chícharos (Lathyrus, suas sementes (ervilhas) e ocorre esporadicamente como escapada. No
20), as lentilhas (Lens, 2) e as ervilheiras (Pisum, 1). género Lens, além da lentilha (L. culinaris), ocasionalmente cultivada, há
ainda que mencionar L. lamottei, rara, em pousios de olivais e alfarrobais,
No género Vicia, além das espécies ilustradas, assinalam ‑se ainda: V. amphi‑ em solos básicos do Algarve e do Centro ‑Oeste calcário.
carpa, rara e citada apenas para a Estremadura, distingue ‑se das espécies
do grupo de V. sativa por produzir flores cleistogâmicas (que se autofecun‑ Pertencentes ao género Lathyrus, também ocorrem no território: L. sylves‑
dam, sem chegar a abrir); V. cordata, dispersa na metade sul do território, tris, em matagais e orlas de bosques, na região centro e no litoral sul, é muito
distingue ‑se de V. sativa pelos seus frutos mais estreitos e nunca contraí‑ semelhante a L. latifolius e a sua distinção é complexa; L. setifolius, rara, em
dos entre as sementes, e pelas sementes de menor dimensão; V. articulata, prados secos e pedregosos, distribuída pelo interior, de Trás‑os‑Montes
originária do Mediterrâneo Oriental e cultivada, com pouca frequência, ao Alto Alentejo, semelhante a L. sphaericus, da qual se distingue pelo seu
como forrageira no Nordeste de Portugal, facilmente distinguível pelas fruto trapezoidal (linear‑oblongo em L. sphaericus).
suas estípulas muito distintas; V. faba (faveira), muito cultivada pelas suas
sementes comestíveis (favas), persistindo durante algum tempo em
terrenos em pousio; V. ervilia, originária da bacia mediterrânica, também
cultivada e ocasionalmente escapada; V. incana, aparentemente rara e
de ocorrência pontual na região norte; V. eriocarpa, pouco frequente, em
searas e pousios, na metade sul do país e Beira Baixa; V. monantha subsp.
calcarata, rara, apenas citada para o Barrocal algarvio; V. onobrychioides, rara,
em pousios e clareiras de carvalhais em zonas de montanha, no Nordeste
do país; V. tetrasperma é uma espécie colhida nas margens do rio Douro no
final do século xix, sem quaisquer registos posteriores e considerada como
regionalmente extinta.
10 m 10 m
a 830 m a 980 m
(1050 m) (1550 m)
PR FFF PR FFF
10 m 10 m
a 790 m a 260 m
(900 m) (670 m)
MD FFF MD F
172
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
VU
Vicia bithynica Vicia lathyroides
ERVILHACA‑TURCA, ERVILHACA‑ ERVILHACA‑DOS ‑ARRELVADOS*
‑PELUDA
Ecologia: prados e clareiras de
Ecologia: pousios, sebes, bermas de matos.
caminhos; em solos algo húmidos e
perturbados.
10 m 250 m
a 250 m a 870 m
MD R PR R
30 m 20 m
a 460 m a 840 m
MD F PR F
20 m 10 m
a 910 m a 640 m
(1550 m) (880 m)
MD FFF MD FF
5m 10 m
a 500 m a 830 m
(1050 m) (1050 m)
MD FFF PR FFF
120 m 440 m
a 480 m a 1240 m
MD FF MD F
173
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
DD
Vicia vicioides Vicia villosa
ERVILHACA‑PELUDA* ERVILHACA‑VILOSA
Ecologia: prados; em solos Ecologia: arvense e em prados e
pedregosos, básicos. pastagens.
260 m 160 m
a 300 m a 740 m
IM RRR IN F
VU
Vicia peregrina Vicia orobus VU
ERVILHACA‑ERRANTE*, ERVILHACA‑DO ‑PRADO*
ERVILHACA‑DOS ‑CAMPOS*
Ecologia: bosques caducifólios; em
Ecologia: pastagens, pousios; em zonas de montanha.
solos secos e geralmente básicos.
110 m 1230 m
a 230 m a 1310 m
PR R EU RR
750 m 10 m
a 1210 m a 910 m
(1050 m)
PR RR MD R
30 m 120 m
a 760 m a 800 m
MD R MD RR
10 m
50 m
a 840 m
a 700 m (1490 m)
IN R MD FFF
174
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Lathyrus sphaericus Lathyrus nissolia NT
CIZIRÃO ‑REDONDO* CHÍCHARO‑DOS‑LAMEIROS*
Ecologia: prados, bosques, bermas Ecologia: lameiros e prados
de caminhos; geralmente em solos higrófilos perto de ribeiras ou na orla
ácidos. de bosques caducifólios.
40 m (400 m)
a 820 m 550 m
(1010 m) a 800 m
PR FF PR R
Lathyrus amphicarpos
CHÍCHARO‑SUBTERRÂNEO
Ecologia: pousios, clareiras
de matos. Em solos básicos,
pedregosos.
40 m
a 200 m
(430 m)
MD F
20 m 10 m
a 630 m
(790 m)
a 290 m
PR FF PR FF
20 m 10 m
a 710 m a 570 m
(830 m) (830 m)
PR F MD FFF
10 m 10 m
a 330 m
(500 m)
a 720 m
PR FF PR F
175
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Lathyrus niger Lathyrus linifolius
ERVILHACA‑AMARGA‑PRETA* CIZIRÃO ‑FOLHA‑DE ‑LINHO*
Ecologia: bosques; em locais Ecologia: prados de montanha,
sombrios. orlas de bosques ripícolas; em locais
húmidos e sombrios.
(20 m)
560 m 620 m
a 1200 m a 1220 m
PR R EU R
VU
Lathyrus nudicaulis
CHÍCHARO ‑DESPIDO*,
CHÍCHARO ‑DOS ‑BREJOS*
Ecologia: prados e matos higrófilos,
brejos; em solos arenosos e húmidos.
10 m
a 310 m
(690 m)
IB R
20 m 20 m
a 800 m a 430 m
MD F IN R
NT
Lathyrus pratensis
CHÍCHARO ‑DOS ‑PRADOS*
Ecologia: prados húmidos,lameiros,
orlas de bosques; em zonas de
montanha.
LEGUMINOSAS
660 m
a 1090 m
PR RR
176
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Lathyrus tingitanus
CHÍCHARO ‑DOS ‑AÇORES,
CHÍCHARO ‑DE ‑MARROCOS
Ecologia: ruderal e por vezes em
margens de cursos de água e orlas de
bosques.
10 m
a 400 m
(720 m)
MD F
177
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
GIESTAS
E AFINS
Apresentam ‑se neste subcapítulo as espécies de leguminosas arbustivas ocorrência em Portugal. No género Adenocarpus ocorrem ainda A. his‑
com hábito retamoide (multicaules, com caules delgados, inermes e com panicus subsp. gredensis, com distribuição restrita às serras da Estrela e da
folhas de pequena dimensão) dos géneros Cytisus (6), Retama (2), Spartium Gardunha (considerada em perigo de extinção em Portugal), e A. argyro‑
(1) e, ainda, três espécies do género Genista com aparência semelhante phyllus, apenas conhecida nos arredores de Penha Garcia (avaliada como
(G. florida, G. cinerascens e G. obtusiramea). Englobam ‑se ainda outras legu‑ vulnerável em Portugal). Ambas têm sido reiteradamente confundidas,
minosas arbustivas não espinhosas (inermes) dos géneros Adenocarpus mas distinguem ‑se pela cor e revestimento das suas folhas (prateadas
(1), Anagyris (1) e Teline (1). ou douradas e seríceas em ambas as páginas em A. argyrophyllus; verde‑
‑escuras a verde ‑glaucas e com página superior da folha glabra, ou gla‑
No género Genista, além das apresentadas, foi também citada G. obtu‑ brescente, em A. hispanicus subsp. gredensis). Teline monspessulana é um
siramea, aparentemente rara e circunscrita aos locais de maior altitude arbusto nativo da bacia mediterrânica, cultivado como ornamental
da serra da Estrela, mas sem registos recentes que confirmem a sua e pontualmente subespontâneo.
0m 20 m
a 120 m a 510 m
(350 m) (1430 m)
MD F IM FF
990 m 380 m
a 1650 m
a 1820 m (1880 m)
IB R MD F
120 m 1540 m
a 1200 m
(1580 m) a 1980 m
IB FFF EU F
178
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Cytisus scoparius Cytisus striatus
GIESTA‑AMARELA, GIESTEIRA‑ MAIAS, GIESTA‑NEGRAL,
‑DAS ‑VASSOURAS, CHAMIÇA GIESTEIRA‑DAS ‑SERRAS
Ecologia: matos, orlas florestais, Ecologia: matagais, pastagens,
sebes, bermas de caminhos; em solos sebes, bermas de caminhos; em solos
ácidos. ácidos.
30 m 20 m
a 1120 m a 1290 m
(1450 m) (1590 m)
EU FF IM FFF
10 m 20 m
a 1430 m
(1670 m)
a 350 m
IM F IM F
10 m 20 m
a 490 m
(700 m)
a 360 m
IN F MD R
LC
Adenocarpus anisochilus Adenocarpus lainzii
CODEÇO ‑DE ‑MONCHIQUE CODEÇO
Ecologia: orlas de bosques e Ecologia: matagais em terrenos
matagais; em solos profundos e incultos; em solos ácidos,
ácidos. perturbados e algo húmidos.
20 m 10 m
a 730 m a 890 m
(870 m) (1090 m)
LU F IB FF
(80 m)
210 m 200 m
a 1180 m a 330 m
(1610 m)
EU FF MD RR
179
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
TOJOS E
GIESTAS ESPINHOSAS
Estão reunidas neste subgrupo as leguminosas arbustivas mais ou menos na subsp. hirsuta) e inflorescências curtas e com poucas flores (multi‑
espinhosas, incluindo a maioria das espécies do género Genista (14) e as floras na subsp. hirsuta). No género Ulex referem ‑se ainda U. argenteus
espécies dos géneros Ulex (10), Stauracanthus (3), Pterospartum (1), Echinos‑ subsp. subsericeus, rara e restrita ao Sotavento algarvio e U. australis subsp.
partium (1) e Calicotome (1). australis, também presente no Sotavento algarvio e subindo ao longo
do vale do Guadiana até ao Alentejo. Estas subespécies são bastante
No género Genista assinala ‑se Genista scorpius, rara e de ocorrência muito semelhantes, distinguindo ‑se pelo revestimento de pelos no caule, retos
localizada em Portugal, circunscrita a dois locais no vale do Douro e aplicados em U. argenteus subsp. subsericeus, enrolados ou ondulados
Internacional (considerada em perigo de extinção em Portugal), e duas em U. australis subsp. australis. No Noroeste do país ocorre Ulex europaeus
subespécies de Genista hirsuta: subsp. hirsuta, no Alentejo e na serra do subsp. europaeus, que se diferencia, com alguma dificuldade, da subsp.
Caldeirão; subsp. algarbiensis, no litoral sul e Barrocal algarvio, que se latebracteatus, mais comum, por apresentar bractéolas menores, mais
diferenciaria por apresentar espinhas e ramas estéreis simples (pinadas estreitas e com ápice agudo.
10 m 30 m
a 560 m
(1540 m)
a 820 m
IM FFF IM F
10 m 580 m
a 430 m
(640 m)
a 1920 m
IM FF EU R
VU
Genista berberidea Genista ancistrocarpa NT
ARRANHA‑LOBOS ALIAGA‑MAIOR*
Ecologia: matos higrófilos, turfeiras. Ecologia: matos higrófilos, brejos,
turfeiras.
LEGUMINOSAS
10 m
20 m
a 350 m
a 760 m (1340 m)
IB RR IM R
180
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Genista falcata
TOJO ‑GADANHO ‑MAIOR
Ecologia: matagais e bosques; em
solos ácidos.
140 m
a 1050 m
IB FF
181
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Genista micrantha Genista polyanthos
ALIAGA‑DE ‑FLOR‑PEQUENA* ESCOVA, GIESTA‑BRAVA
Ecologia: matos higrófilos; em zonas Ecologia: matos; em solos ácidos,
de montanha. pobres e pedregosos.
(700 m)
870 m 10 m
a 1480 m a 230 m
IB R IB F
30 m 20 m
a 860 m a 1360 m
(1010 m) (1550 m)
FF
IB FF IM FFF
(20 m) (530 m)
140 m 740 m
a 370 m a 1820 m
MD F IB F
20 m 10 m
a 500 m a 160 m
(320 m)
IM FF IB FF
10 m 40 m
a 90 m a 510 m
IM F LU FF
182
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
VU
Ulex erinaceus Ulex eriocladus
TOJO ‑DE ‑SAGRES TOJO ‑PRATEADO ‑DO ‑ALENTEJO*
Ecologia: matos em arribas litorais; Ecologia: matos; em solos ácidos.
em solos pedregosos, derivados de
calcários.
150 m
10 m
a 330 m
a 90 m (540 m)
LU R IB F
LC
Ulex densus Ulex airensis LC
TOJO ‑DA‑CHARNECA, TOJO‑ TOJO ‑DA‑SERRA‑DE ‑AIRE*
‑GATUNHO
Ecologia: matos; em solos de origem
Ecologia: matos; em solos calcária ou cascalhos consolidados.
pedregosos, derivados de calcários.
20 m 50 m
a 270 m a 390 m
LU FF LU FF
LC
Ulex australis Ulex jussiaei
subsp. welwitschianus TOJO ‑DURÁZIO
TOJO ‑DO ‑SADO*, TOJO‑ Ecologia: matos, arribas litorais; em
‑MOURISCO* solos ácidos, algo perturbados.
Ecologia: matos; em solos arenosos,
ácidos.
10 m 10 m
a 270 m a 760 m
(420 m) (1050 m)
LU FF LU FF
20 m 10 m
a 820 m a 1170 m
(1070 m) (1550 m)
IB R EU FFF
LC
Ulex europaeus
subsp. latebracteatus
TOJO ‑ARNAL‑DO ‑LITORAL*
Ecologia: matos, orlas de bosques;
em solos ácidos, com alguma
humidade e algo perturbados.
10 m
a 790 m
IB FF
183
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
28.
EUFÓRBIAS
E AFINS
Reúnem-se neste capítulo as plantas incluídas nas O género Chamaesyce reúne cinco espécies de plantas
famílias Euphorbiaceae e Phyllantaceae. anuais, prostradas e com folhas opostas, das quais
apenas C. serpens não está ilustrada no guia. É originária
As euforbiáceas constituem uma família botânica da América tropical e ocorre na metade sul do território,
representada em Portugal continental por cerca de 40 em locais com solo compactado, como caminhos e fendas
espécies, a maioria das quais no género Euphorbia (30). de calçada.
Os restantes géneros são Chamaesyce (cinco espécies),
Mercurialis (4), Chrozophora e Ricinus, ambos com apenas As filantáceas (Phyllantaceae) são uma família predo-
uma espécie. minantemente tropical, anteriormente integradas
nas euforbiáceas. Possuem um único representante
O género Euphorbia é particularmente diverso, incluindo em Portugal, o tamujo (Flueggea tinctoria), um arbusto
espécies com morfologias e biologias muito distintas, dioico, decíduo, espinhoso e muito ramificado, que
desde ervas anuais (e. g., E. pterococca) a arbustos (e. g., E. ocorre em leitos e margens pedregosas de cursos de água
pedroi) e ocupando uma grande variedade de habitats, de regime torrencial.
incluindo dunas instáveis (E. paralias), zonas húmidas
(E. hirsuta), pastagens e clareiras de matos (E. oxyphylla),
campos agrícolas (E. helioscopia) e bosques caducifó-
lios (E. amygdaloides). Não ilustradas no guia, ocorrem
também: E. esula, perene, que habita prados em solos
pedregosos, pouco frequente e de distribuição esporá-
dica, de norte a sul, passível de confusão com E. segetalis;
E. angulata, na orla e sobcoberto de bosques caducifó-
lios no Nordeste transmontano; E. paniculata subsp.
paniculata, em orlas de matos, em locais algo sombrios
e húmidos, no Alentejo; E. matritensis, em locais pedre-
gosos da Beira Interior e Trás-os-Montes, mal conhecida;
E. medicaginea, raríssima e assinalada apenas para
o Barrocal algarvio, onde ocorre em locais perturbados
pelo Homem; E. fl avicoma, recentemente identificada
em Portugal (avaliada como vulnerável em Portugal)
e conhecida de um único local no Centro-Oeste;
E. sulcata, rara, de ocorrência ocasional nos solos básicos
do Barrocal algarvio e Alentejo.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Chamaesyce canescens Chamaesyce maculata
MALEITEIRA‑DOS ‑CAMINHOS* MALEITEIRA‑MACULADA*
Ecologia: locais pisoteados: Ecologia: locais pisoteados:
caminhos, pastagens, fendas de caminhos, fendas de calçada.
calçada.
10 m
40 m
a 760 m
a 280 m (920 m)
PR F IN FF
10 m 0m
a 100 m a 20 m
IN R PR F
10 m 20 m
a 490 m a 370 m
(760 m) (1270 m)
PR FFF MD F
5m 10 m
a 440 m a 510 m
(660 m) (1010 m)
PR FFF PR FFF
Euphorbia falcata
LEITEIRA‑DAS ‑TRÊS ‑QUILHAS
Ecologia: campos agrícolas, pousios,
pastagens.
EUFÓRBIAS E AFINS
20 m
a 640 m
(1010 m)
PR F
186
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Euphorbia paralias Euphorbia terracina
MORGANHEIRA‑DAS ‑PRAIAS ALFORVA‑DO ‑LITORAL*
Ecologia: duna primária. Ecologia: cultivos, incultos, dunas;
em locais perturbados.
0m
0m
a 70 m
a 30 m (340 m)
MD FF MD F
10 m 0m
a 670 m
(1160 m)
a 80 m
MD FF EU F
LC
Euphorbia transtagana Euphorbia hirsuta
LEITEIRA‑DO ‑SUDOESTE* LEITEIRA‑DAS ‑RIBEIRAS*, ÉSULA‑
‑LANOSA*, TITÍMALO ‑LANOSO*
Ecologia: matos xerofílicos; em solos
ácidos, preferentemente arenosos. Ecologia: prados higrófilos, perto de
cursos de água e lagoas.
20 m 10 m
a 250 m a 110 m
IM F MD F
NT
Euphorbia uliginosa Euphorbia serrata
LEITEIRA‑DOS ‑BREJOS* LEITEIRA‑DENTADA, LEITEIRA‑
‑SERRADA
Ecologia: matos higrófilos em brejos
e outras zonas húmidas. Ecologia: pastagens, bermas de
caminhos.
20 m 10 m
a 150 m a 350 m
IB R MD F
10 m 20 m
a 160 m a 1100 m
IB F EU F
187
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Euphorbia amygdaloides Euphorbia pedroi EN
LEITEIRA‑DO ‑BOSQUE TABAIBA‑DO ‑ESPICHEL*,
EUFÓRBIA‑DE ‑GOMES ‑PEDRO
Ecologia: bosques e sebes.
Ecologia: arribas calcárias, rechãs;
em solos pedregosos e incipientes de
origem calcária.
20 m 10 m
a 840 m a 120 m
(1050 m)
PR F LU RR
NT
Euphorbia paniculata Euphorbia paniculata NT
subsp. monchiquensis subsp. welwitschii
LEITEIRA‑DE ‑MONCHIQUE*, LEITEIRA‑DA‑ESTREMADURA*,
TITÍMALO ‑DE ‑MONCHIQUE* TITÍMALO ‑DA‑ESTREMADURA*
Ecologia: orlas de bosques e Ecologia: matos; em substratos
matagais ripícolas; em substratos calcários.
ácidos.
40 m
90 m
a 590 m
(700 m)
a 650 m
IB F LU R
LC
Euphorbia clementei Euphorbia hyberna
LEITEIRA‑DO ‑BARROCAL* LEITEIRA‑DE ‑MONTANHA*
Ecologia: matos; em solos básicos. Ecologia: orlas de bosques
caducifólios ou ripícolas; em zonas
de montanha.
40 m 860 m
a 320 m a 1260 m
IM R EU RR
10 m 40 m
a 580 m
(1090 m)
a 640 m
MD FF MD RR
(130 m)
280 m 20 m
a 920 m a 800 m
(1120 m)
IB F IN R
188
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Chrozophora tinctoria Mercurialis ambigua
TORNASSOL‑DOS ‑TINTUREIROS URTIGA‑MORTA, BARREDOIRO,
BASALHO
Ecologia: ruderal e arvense; incultos,
leitos e margens secas. Ecologia: cultivos, rochedos, muros,
orlas de matagais e bosques.
10 m 10 m
a 300 m a 540 m
(820 m)
MD F MD FFF
10 m 50 m
a 150 m a 700 m
IM R PR R
120 m 10 m
a 370 m a 170 m
(340 m)
EU R IN FF
Flueggea tinctoria
TAMUJO
Ecologia: leitos pedregosos de
cursos de água temporários.
20 m
a 340 m
IB F
189
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
29.
UMBELÍFERAS
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
UMBELÍFERAS
DE ASPETO DISTINTO
Neste subgrupo apresentam ‑se as plantas dos géneros Eryngium (dez As espécies do género Bupleurum são bastantes variáveis no seu porte,
espécies), Bupleurum (8), Hydrocotyle (2), Lilaeopsis (1) e Sanicula (1), variando desde herbáceas, como a perfolhada (B. lancifolium), até arbustos,
cujo aspeto geral difere significativamente dos restantes géneros de como a beleza (B. fruticosum). Além das espécies ilustradas, ocorrem
umbelíferas. também em Portugal continental: B. tenuissimum, de presença ocasional
em pousios sobre solos básicos no litoral centro, semelhante a B. gerardii
No género Eryngium ocorrem também em Portugal continental E. aquifolium, pelo seu aspeto delgado, mas da qual se distingue por ter frutos papilosos;
raríssima e assinalada em taludes e pousios, em solos básicos do Baixo B. rigidum subsp. rigidum, conhecida de poucos locais no Centro ‑Oeste
Alentejo, e E. viviparum, também raríssima, conhecida de um único charco calcário, bastante mais rara do que a subsp. paniculatum, da qual se distingue
temporário em Trás‑os‑Montes. Ambas estão ameaçadas de extinção. por ter folhas basais obovadas e mais largas. Menciona ‑se ainda B. rotun‑
difolium, colhida no final do século xix no Alto Minho, mas que não voltou a
ser registada desde então, assumindo ‑se a sua extinção regional.
5m 0m
a 80 m
(430 m)
a 30 m
EU FF IN F
Sanicula europaea
SANÍCULA
Ecologia: bosques caducifólios; em
zonas de montanha.
360 m
a 1090 m
PR RR
(15 m)
0m 100 m
a 10 m a 850 m
(980 m)
IN RR IM F
192
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Eryngium dilatatum Eryngium campestre
CARDO ‑AZUL‑DOS ‑MATOS CARDO ‑CORREDOR, CARDO ‑DE‑
‑PALMA
Ecologia: clareiras de matos; solos
secos, pedregosos. Ecologia: pousios, pastagens; solos
secos, pedregosos.
20 m 10 m
a 360 m a 830 m
(540 m) (1020 m)
IM F PR FFF
LC
Eryngium duriaei Eryngium corniculatum
CARDO ‑VERDE* CARDO ‑DAS ‑LAGOAS
Ecologia: orlas de bosques e matos, Ecologia: charcos e outros locais
taludes; em locais frescos, em zonas temporariamente encharcados.
de montanha.
(450 m) 30 m
650 m a 710 m
a 1860 m (850 m)
IB R MD F
VU
Eryngium galioides Eryngium maritimum
CARDO ‑AZUL‑DOS ‑CHARCOS* CARDO ‑MARÍTIMO, CARDO‑
‑ROLADOR
Ecologia: charcos e outros locais
temporariamente encharcados. Ecologia: dunas.
30 m 0m
a 850 m a 20 m
IB R PR FFF
10 m 0m
a 30 m a 110 m
IN F MD R
70 m 50 m
a 780 m a 290 m
MD R MD F
193
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Bupleurum fruticosum Bupleurum acutifolium VU
BELEZA, MATA‑BOI BUPLEURO ‑DO ‑CERCAL*, BELEZA‑
‑DO ‑CERCAL*
Ecologia: sebes e orlas de matagais;
em solos frescos. Ecologia: clareiras de matos; em
locais soalheiros e solos pedregosos.
10 m 130 m
a 400 m
(540 m)
a 320 m
MD F LU RR
Bupleurum rigidum
subsp. paniculatum
BUPLEURO ‑RÍGIDO*
Ecologia: clareiras de matos; em
locais soalheiros e solos pedregosos,
básicos.
30 m
a 340 m
(460 m)
MD FF
SUBGRUPO
FUNCHO, CICUTA
E AFINS
Estão reunidas neste subgrupo as plantas dos géneros Oenanthe (seis de montanha, do Norte e do Centro, acima dos 750 metros de altitude;
espécies), Conopodium (4), Bunium (3), Anthriscus (2), Pimpinella (2), Scandix (2), Oenanthe fistulosa, em prados húmidos, distribuída principalmente no litoral
Seseli (2), Smyrnium (2) e ainda vários géneros representados por uma única centro; Oenanthe silaifolia, rara e apenas assinalada para vales fluviais pouco
espécie: Anethum, Berula, Bifora, Chaerophyllum, Conium, Crithmum, Foeniculum, alterados, em Trás‑os‑Montes; Pimpinella major, confirmada recentemente
Kundmannia, Lagoecia, Magydaris, Prangos, Ridolfia, Myrrhoides e Physospermum. nas serras do Norte de Trás‑os‑Montes, habitando orlas de bosques
ripícolas e caducifólios, em solos algo húmidos; Berula erecta, colhida
Não ilustradas no guia, assinalam ‑se também: Bunium macuca e Bunium bul‑ no passado nas margens de zonas húmidas, em vários locais da Beira
bocastanum, duas espécies mal conhecidas, a primeira citada no passado Litoral, mas da qual não existem quaisquer registos de ocorrência desde
para a serra da Arrábida e para o Alto Alentejo, mas sem quaisquer registos a década de 80 do século xx, suspeitando ‑se de que possa estar regional‑
recentes de ocorrência, e a segunda assinalada para o Barrocal algarvio, mente extinta; Anethum graveolens, citada no passado para os solos básicos
onde ocorre em clareiras de matos em solo pedregoso; Conopodium do Algarve e do Alto Alentejo, em searas e campos de cultivo. Outrora
marianum, dispersa na metade sul do país; Conopodium pyrenaeum, em zonas cultivada, existem algumas dúvidas quanto ao seu carácter autóctone.
20 m
70 m
a 630 m
a 420 m (820 m)
MD R PR FFF
194
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
VU
Oenanthe globulosa
EMBUDE ‑GLOBULOSO*
Ecologia: prados húmidos e
charcos temporários.
120 m
a 220 m
MD RR
Oenanthe pimpinelloides
EMBUDE ‑FOLHA‑DE‑
‑PIMPINELA*
Ecologia: prados húmidos.
20 m
a 810 m
PR R
Oenanthe lachenalii
BRUCO ‑DE ‑SALVATERRA,
EMBUDE ‑LITORAL*
Ecologia: prados húmidos.
10 m
a 130 m
EU R
Oenanthe crocata
EMBUDE, RABAÇAS, PREGO‑
‑DO ‑DIABO, SALSA‑PARRILHA
Ecologia: prados húmidos,
ribeiros, lagoas; anfíbia;
indiferente edáfica.
10 m
a 850 m
(1140 m)
MD FFF
10 m 50 m
a 630 m
(800 m)
a 650 m
MD FFF MD F
195
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
LC
Seseli montanum
subsp. peixotoanum
COMINHO ‑DOS ‑MONTES*
Ecologia: clareiras de matos; em
solos ultrabásicos.
580 m
a 950 m
IB R
0m 30 m
a 70 m a 800 m
(1020 m)
PR FF PR FFF
150 m 190 m
a 1330 m a 250 m
PR R PR RR
Physospermum
cornubiense
FALSO ‑BRUCO ‑DOS ‑BOSQUES*
Ecologia: clareiras de matos e
bosques; em solos ácidos.
30 m
a 1340 m
EU FF
70 m
170 m
a 970 m
a 640 m (1420 m)
PR R PR FF
196
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Bunium pachypodum Pimpinella villosa
MACUCA‑DE ‑PÉ ‑GROSSO* ERVA‑DOCE ‑BASTARDA
Ecologia: clareiras de matos; em Ecologia: clareiras de matos, bermas
solos básicos. de caminhos; geralmente em solos
ácidos.
60 m 5m
a 70 m a 760 m
MD RR IM FFF
10 m
20 m
a 830 m
a 260 m (1050 m)
MD F PR FFF
180 m 150 m
a 1520 m a 1060 m
(1880 m) (1180 m)
IB FF IB R
Magydaris panacifolia
BRUCO ‑DE ‑FOLHA‑LARGA*
Ecologia: orlas de matagais, bermas
de caminhos.
20 m
a 800 m
IM FF
Foeniculum vulgare
FUNCHO, ERVA‑DOCE, FIOLHO
Ecologia: pousios, bermas de
caminhos; ruderal.
10 m
a 680 m
(940 m)
MD FFF
197
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
CR
Kundmannia sicula Lagoecia cuminoides NT
AIPO ‑AMARELO ‑DO ‑BARROCAL* COMINHO ‑BASTARDO*
Ecologia: pousios, pastagens; em Ecologia: prados secos; em sítios
solos básicos. com alguma sombra e solos básicos.
10 m 40 m
a 20 m a 390 m
MD RRR MD RR
10 m 10 m
a 300 m a 340 m
(420 m) (480 m)
EU F MD FF
Cachrys libanotis
FÉRULA‑ANÃ‑DO ‑LITORAL*
Ecologia: dunas e arribas litorais.
UMBELÍFERAS
0m
a 60 m
MD R
198
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Crithmum maritimum
FUNCHO ‑MARÍTIMO, PERREXIL‑
‑DO ‑MAR
Ecologia: arribas litorais, raramente
em areias.
0m
a 80 m
PR F
199
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
CENOURAS
E AFINS
Estão incluídas neste subgrupo as cenouras‑bravas (género Daucus, seis Foram descritas quatro subespécies de cenoura‑brava (Daucus carota), duas
espécies) e outros géneros de aspeto mais ou menos semelhante, incluindo das quais não se encontram ilustradas: subsp. maximus, dispersa de norte
Torilis (5), Apium (4), Ammi (2), Pseudorlaya (2), Tordylium (2), Ammoides, Carum, a sul, ao longo da área de influência mediterrânica mais interior (muito
Orlaya, Caropsis, Caucalis, Cyclospermum, Krubera, Petroselinum e Turgenia, todos abundante no Sul do país) e distinguível da subsp. carota pelas dimensões
representados por uma única espécie. superiores do caule, da umbela e dos frutos; subsp. gummifer, em arribas e
dunas litorais, principalmente na metade norte do país, e que se distingue
Além das plantas ilustradas no guia, ocorrem também: Cyclospermum da subsp. halophilus pela forma da umbela (menos globosa) e por detalhes
leptophyllum, originária do continente americano e subespontânea em dos frutos. Foram também descritas três subespécies de Torilis arvensis,
locais ajardinados nos arredores de Lisboa e Porto; Turgenia latifolia, rara, todas mais ou menos disseminadas e de difícil distinção: subsp. purpurea,
em comunidades arvenses de sequeiro de solos básicos do Centro e do distinguível pelas umbelas com poucos raios (menos de quatro) e os
Alto Alentejo, facilmente distinguível pelas suas flores rosadas; Tordylium espinhos dos frutos imaturos geralmente com alguma coloração purpúrea;
apulum, conhecida apenas de poucos locais do Alto Alentejo, onde ocorre subsp. neglecta, de umbélulas claramente radiadas e com pétalas maiores
em pousios e olivais, em solo básico; Torilis japonica, dispersa pelo país, habita do que a subsp. recta, a qual apresenta também um porte menor que a
bermas de caminhos e orlas de campos agrícolas, semelhante a T. arvensis, anterior e umbélulas apenas tenuemente radiadas. Deve ‑se realçar que
da qual se distingue pelo maior número de brácteas (4 ‑12); Apium inundatum, T. arvensis subsp. purpurea é passível de confusão com outras duas espécies
habita em águas paradas, mas é mal conhecida, com registos escassos e menos frequentes, T. elongata e T. leptophylla, as quais, geralmente, têm os
esparsos. espinhos dos frutos imaturos totalmente verdes, mas é necessário o uso
de uma chave de identificação para a sua correta distinção.
Duas outras espécies foram colhidas no passado, mas não apresentam
quaisquer registos de ocorrência atuais, sendo incerta a sua ocorrência Num artigo recente, a população nacional de Apium repens foi considerada
atual: Krubera peregrina, assinalada para terrenos cultivados e pousios como integrante de uma espécie distinta, Helosciadium milfontinum, endémica
na metade sul do país; Caucalis platycarpos, com ocorrências históricas, da costa sudoeste (Cires et al., 2020).
dispersas, de Trás‑os‑Montes ao Algarve.
0m 0m
a 30 m a 10 m
IM F MD F
Orlaya daucoides
FALSA‑CENOURA‑DOS ‑OLIVAIS*
Ecologia: orlas de matagais, sebes,
olivais; em sítios frescos.
UMBELÍFERAS
50 m
a 320 m
MD R
200
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Tordylium maximum
TORDÍLIO ‑MAIOR*, COENTROS‑
‑DAS ‑PANDEIRETAS*
Ecologia: orlas ripícolas, sebes,
pousios.
140 m
a 840 m
(1090 m)
PR F
Torilis arvensis
SALSINHA‑DOS ‑CAMPOS
Ecologia: arvense e ruderal.
10 m
a 780 m
(1490 m)
PR FFF
Torilis nodosa
SALSINHA‑DE ‑CABEÇA‑RENTE*
Ecologia: arvense.
30 m
a 370 m
(720 m)
PR F
70 m 140 m
a 740 m a 1190 m
(1310 m) (1320 m)
IM R MD R
Daucus setifolius
CENOURA‑BRAVA‑MENOR*,
BISNAGA‑CRÉTICA, CENOURA‑
‑DE ‑CÁNDIA
Ecologia: clareiras de matos,
pastagens; em solos ácidos e
pedregosos.
20 m
a 330 m
IM F
201
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Daucus durieua Daucus crinitus
CENOURA‑DURIENSE* CENOURA‑DE ‑FOLHAS ‑MIÚDAS*
Ecologia: prados anuais, pousios; em Ecologia: clareiras de matos,
locais secos e soalheiros. pousios; em locais secos e soalheiros.
150 m 20 m
a 770 m a 500 m
(1280 m) (1010 m)
MD R MD FFF
Daucus muricatus
CENOURA‑BRAVA‑HÍSPIDA*
Ecologia: campos agrícolas, pousios;
arvense.
10 m
a 260 m
(420 m)
MD FF
10 m 0m
a 800 m
(1280 m)
a 110 m
PR FFF LU F
EN
Daucus arcanus Ammoides pusilla
CENOURA‑MIÚDA*, CENOURA‑ ÂMIO‑MENOR*
‑ANÃ*
Ecologia: prados, bermas
Ecologia: arvense; em substratos de caminhos; em solos
secos e básicos. preferentemente básicos.
310 m 60 m
a 410 m a 460 m
(570 m)
IB RRR MD R
VU
Caropsis verticillato‑
‑inundata
ALCARAVIA‑DOS ‑CHARCOS*
Ecologia: locais temporariamente
encharcados; em solo arenoso.
UMBELÍFERAS
20 m
a 110 m
MD R
202
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Carum verticillatum
ALCARAVIA, COMINHO ‑DOS‑
‑PRADOS
Ecologia: prados húmidos.
10 m
a 1360 m
(1690 m)
PR FFF
EN
Apium repens Apium nodiflorum
RABAÇA‑MIÚDA* RABAÇA, SALSA‑BRAVA
Ecologia: charcos e outros locais Ecologia: em águas doces, paradas
temporariamente inundados; em ou de corrente lenta.
solo arenoso.
30 m 5m
a 50 m a 790 m
(940 m)
PR RRR PR FFF
10 m 10 m
a 170 m a 210 m
PR R MD F
Ammi majus
ÂMIO ‑MAIOR*, ÂMIO ‑VULGAR*
Ecologia: pousios, bermas de
caminhos.
10 m
a 660 m
MD FF
Petroselinum segetum
SALSA‑BRAVA
Ecologia: pousios e orlas de
matagais; em solos algo húmidos.
20 m
a 800 m
(1090 m)
EU R
203
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
TÁPSIAS
E AFINS
Este subgrupo engloba as espécies dos géneros Peucedanum (cinco
espécies), Thapsia (4), Angelica (3), Ferula (2), Laserpitium (2), Distichoselinum,
Elaeoselinum, Margotia, Ferulago, Heracleum, Selinum e Pastinaca, todos monoes‑
pecíficos em Portugal.
Além das plantas ilustradas no guia, ocorrem também: Ferula tingitana, rara
e conhecida apenas de dois locais, no Centro ‑Oeste calcário; Laserpitium
prutenicum subsp. dufourianum, apenas observada no Alto Minho, em prados
húmidos; Peucedanum carvifolia, em depressões húmidas no interior ou na
orla de carvalhais, e de ocorrência muito localizada em Trás‑os‑Montes;
Peucedanum officinale, acompanhante de matos ripícolas e presente, princi‑
palmente, na bacia do Douro Superior, com ocorrências isoladas no litoral
centro; Peucedanum oreoselinum, rara, assinalada apenas em orlas de bosques
e matagais, e em leitos de cheia, em Trás‑os‑Montes, em solos mais ou
menos secos e ácidos.
Laserpitium eliasii
subsp. thalictrifolium
SALSA‑BRAVA‑DOS ‑BOSQUES*
Ecologia: orlas de bosques
caducifólios; em solos ácidos.
(380 m)
640 m
a 1260 m
(1460 m)
IB RR
VU
Selinum broteri
SALSA‑LEITEIRA*
Ecologia: prados húmidos, bosques,
clareiras de matos; em locais frescos
e ombrófilos.
50 m
a 800 m
EU R
Peucedanum gallicum
BRUCO ‑BRAVO*, SALSA‑BRAVA*
Ecologia: pastagens, bosques
ripícolas em leitos de cheia; em solos
ácidos, pedregosos e algo húmidos.
UMBELÍFERAS
20 m
a 1250 m
EU F
204
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Peucedanum lancifolium
BRUCO
Ecologia: brejos, turfeiras, prados
húmidos, lameiros; em solos ácidos.
10 m
a 1100 m
(1450 m)
EU F
Pastinaca sativa CR
subsp. sylvestris
CHEROVIA, PASTINAGA
Ecologia: prados; em solo pedregoso,
seco a algo húmido.
700 m
a 800 m
EU RRR
Heracleum sphondylium
BRANCA‑URSINA, CANABRÁS
Ecologia: clareiras de bosques, orlas
ripícolas; em locais sombrios.
10 m
a 940 m
(1360 m)
EU FF
Angelica major
ANGÉLICA‑MAIOR, AMORES
Ecologia: orlas ripícolas, clareiras
de bosques; em solos frescos e solos
ácidos.
(380 m)
590 m
a 1920 m
IB R
Angelica sylvestris
ANGÉLICA‑SILVESTRE, ERVA‑
‑PIOLHEIRA
Ecologia: orlas ripícolas, clareiras
de bosques; em locais frescos e
sombrios.
10 m
a 700 m
(940 m)
PR F
205
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
EN
Angelica pachycarpa Ferula communis
ANGÉLICA‑DO ‑MAR* subsp. catalaunica
Ecologia: arribas litorais. CANAFRECHA, FÉRULA‑COMUM
Ecologia: orlas de matagais
e bosques; em solos frescos,
geralmente pedregosos.
5m
0m
a 630 m
a 10 m (780 m)
IB RR IB FFF
(310 m)
450 m 0m
a 940 m a 720 m
IB R IM FF
Elaeoselinum foetidum
TÁPSIA‑FÉTIDA*, RABAÇA‑
‑FEDORENTA*
Ecologia: orlas de bosques e de
matagais; em locais sombrios, com
solos ácidos.
20 m
a 440 m
IM F
Distichoselinum
tenuifolium
TÁPSIA‑DE ‑FOLHA‑FINA*
Ecologia: clareiras de matos
e rochedos; em solos secos,
pedregosos e básicos.
10 m
a 400 m
IB F
Thapsia transtagana
TÁPSIA‑DE ‑FOLHA‑ESTREITA*
Ecologia: pastagens, pousios e
clareiras de matos.
UMBELÍFERAS
40 m
a 300 m
IM F
206
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Thapsia villosa
TÁPSIA, CANAVOURA
Ecologia: pousios, clareiras de matos
e bosques, arribas litorais, bermas
de caminhos, rochedos; indiferente
edáfica.
20 m
a 830 m
(1080 m)
MD FFF
Thapsia nitida
TÁPSIA‑MAIOR*
Ecologia: sob coberto de pinhais
e bosques perenifólios, orlas de
matagais; em locais sombrios e solos
frescos.
5m
a 590 m
(740 m)
IM F
Thapsia minor
TÁPSIA‑MENOR
Ecologia: clareiras de matos e
sob coberto de pinhais e bosques
perenifólios; em solos ácidos ou
descarbonatados.
20 m
a 1150 m
(1280 m)
IB FFF
207
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
30.
GENCIANAS
E AFINS
Estão agrupadas neste capítulo as gencianáceas (família No género Blackstonia assinala-se ainda B. imperfoliata,
Gentianaceae) e a maioria dos géneros de apocináceas uma erva anual, que habita prados húmidos, princi-
(família Apocynaceae). palmente perto do litoral, mas pode ocorrer também
em regiões mais interiores. Distingue-se das outras
As gencianáceas são representadas em Portugal conti- espécies do género pelos elementos florais de maior
nental por seis géneros, os quais abarcam cerca de 15 dimensão e por as folhas médias do caule serem maiores
espécies: Centaurium (6), Blackstonia (3), Gentiana (2), que as basais e lanceoladas ou ovado-lanceoladas. Foram
Schenkia (2), Cicendia (1) e Exaculum (1). descritas duas subespécies em B. acuminata (subsp.
acuminata e subsp. aestiva, sendo a primeira mais robusta
As espécies popularmente denominadas fel-da-terra do que a segunda) e em B. perfoliata (subsp. perfoliata,
(género Centaurium) são de difícil distinção, sendo maior e mais robusta do que a subsp. intermedia, que
necessário o recurso a chaves de identificação para a sua é uma planta mais grácil).
correta segregação. Ademais das quatro espécies ilus-
tradas no guia, ocorrem também: C. erythraea, apenas As apocináceas são representadas por seis géneros, dos
presente no Minho, embora no passado tenha sido quais quatro são nativos: Vinca (três espécies), Vince-
citada para todo o país, devido a confusão com o disse- toxicum (2), Nerium (1) e Cynanchum (1). Os restantes,
minado C. grandiflorum subsp. majus (Díaz Lifante, 2012); Gomphocarpus (duas espécies) e Araujia (1), são exóticos
C. portense, pouco frequente no litoral norte e recente- e incluem espécies em rápida expansão no território.
mente segregada de C. scilloides, a qual é, atualmente, Por uma questão de organização do guia, as espécies dos
considerada um endemismo açoriano. No passado géneros Araujia, Cynanchum e Vincetoxicum são apresen-
foram também referidas para Portugal (Franco, tadas no grupo das trepadeiras.
1984), C. littorale, de ocorrência duvidosa, citada para
os arredores de Aveiro e que não voltou a ser observada, Além das espécies ilustradas no guia, ocorrem também:
e C. microcalyx, atualmente integrada na variabilidade de Vinca minor, originária do Centro e do Leste europeu
C. grandiflorum subsp. majus (Díaz Lifante, 2012). Recen- e de espontaneidade duvidosa em Portugal, distingue-se
temente segregado de Centaurium, o género Schenkia das congéneres por ter folhas verticiladas (opostas em V.
inclui duas espécies, S. spicata, presença regular ao difformis) e folhas não ciliadas (ciliadas em V. major);
longo da orla litoral, e S. elegans, endemismo ibérico mal Gomphocarpus physocarpus, originária do Sudeste asiático,
conhecido, aparentemente raríssimo e assinalado apenas assinalada em alguns locais da região centro, embora
em poucas localidades do litoral centro. menos frequente do que G. fruticosus, da qual se distingue
por não apresentar frutos (folículos) apiculados.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Blackstonia acuminata
CENTAURO ‑MENOR‑
‑ACUMINADO*
Ecologia: prados ralos; em solos
temporariamente húmidos.
10 m
a 500 m
(850 m)
MD FF
Blackstonia perfoliata
CENTAURO ‑MENOR‑
‑PERFOLIADO*
Ecologia: prados ralos; em solos
temporariamente húmidos.
10 m
a 460 m
(750 m)
MD FF
20 m 40 m
a 840 m a 270 m
(1040 m) (470 m)
MD FF PR R
10 m 5m
a 420 m a 20 m
MD R EU RR
0m 0m
a 430 m a 190 m
IB FFF MD R
210
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Cicendia filiformis Exaculum pusillum
CICÊNDIA* CENTAURO ‑DOS ‑CHARCOS*
Ecologia: prados anuais higrófilos, Ecologia: prados anuais higrófilos,
em locais temporariamente em locais temporariamente
encharcados. encharcados.
20 m 20 m
a 900 m a 850 m
(1100 m) (970 m)
PR FFF MD FF
CR
Gentiana lutea Gentiana pneumonanthe
ARGENÇANA, GENCIANA GENCIANA‑DOS ‑BREJOS,
GENCIANA‑AZUL
Ecologia: fendas de rochas e prados
frescos de alta montanha; em Ecologia: prados húmidos, brejos,
substratos ácidos. turfeiras.
1580 m 10 m
a 1910 m a 1820 m
EU RRR EU F
10 m 10 m
a 460 m
(850 m)
a 770 m
MD FFF IN FF
10 m 20 m
a 170 m a 370 m
IN F MD FF
211
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
31.
CORRIOLAS
E SOLANÁCEAS
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
CORRIOLAS
E AFINS
As convolvuláceas incluem seis géneros em Portugal continental: Convolvu‑ do Mediterrâneo Central, é cultivada como ornamental, sendo incerta
lus (11 espécies), Cuscuta (6), Calystegia (3), Ipomoea (3), Cressa (1) e Dichondra a sua ocorrência atual como subespontânea nos arredores de Lisboa.
(1). No planeamento deste guia, optou ‑se por incluir o género Cuscuta no Reconhecem ‑se ainda duas subespécies de C. siculus: subsp. elongatus, rara,
grupo que reúne as espécies parasitas e os géneros Ipomoea e Calystegia ocorre em fendas de escarpas e rochas calcárias, na serra da Arrábida e
(parcialmente) no grupo das trepadeiras. no Barrocal algarvio; subsp. siculus, dispersa em solos básicos do Centro‑
‑Oeste e do Sul. As duas subespécies distinguem ‑se pela coloração das
Algumas espécies de corriolas (género Convolvulus) não se encontram ilus‑ suas flores, brancas ou azul ‑pálidas na subsp. elongatus e azul ‑escuras na
trados neste guia: C. meonanthus habita campos agrícolas em solos básicos subsp. siculus, e pelo tamanho dos pedicelos, que são menores na subsp.
do Centro ‑Oeste ao Barrocal algarvio e distingue ‑se de C. tricolor, mais siculus.
frequente, por apresentar sépalas glabrescentes e frutos glabros; C. penta‑
petaloides, conhecida apenas do Barrocal algarvio, ocorre em solos pedre‑ Ocorrem também em Portugal: Cressa cretica, de aspeto distinto das
gosos revolvidos e é muito semelhante a C. humilis, da qual se distingue corriolas, mas escassamente conhecida e referenciada apenas no estuário
por ter frutos glabros; C. farinosus, originária da África do Sul e ocasional do Tejo e na ria Formosa; Dichondra micrantha, originária da América Central
em sebes nos arredores de Lisboa e de Coimbra; C. sabatius, originária e ocasionalmente naturalizada perto de meios urbanos.
10 m 10 m
a 330 m a 900 m
(630 m) (1550 m)
MD FF PR FFF
80 m 20 m
a 230 m a 240 m
MD F MD F
20 m 10 m
a 350 m a 350 m
MD R PR RR
214
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
EN
Convolvulus fernandesii Calystegia soldanella
CORRIOLA‑DO ‑ESPICHEL*, COUVE ‑MARINHA, SOLDANELA,
CORRIOLA‑LENHOSA CHAPELETA
Ecologia: arribas litorais e fendas de Ecologia: dunas.
rochas em solo calcário; rupícola.
20 m 0m
a 120 m a 20 m
LU RR PR FF
SUBGRUPO
SOLANÁCEAS
As solanáceas são uma família bastante diversa, na qual se incluem várias Além das espécies ilustradas, estão também presentes: Datura inoxia, infes‑
espécies com grande importância económica e amplamente cultivadas tante agrícola originária da América Central, muito menos frequente que
por todo o mundo, como, por exemplo, o tomateiro (Solanum lycopersicum), a D. stramonium; Physalis peruviana, originária da América do Sul, cultivada pelos
batata (Solanum tuberosum), o pimento (Capsicum annum) e o tabaco (Nicotiana seus frutos e subespontânea em locais com solos perturbados; Solanum
tabacum). mauritianum, subespontânea em alguns locais da Beira Litoral; Solanum
sisymbriifolium, em expansão no interior centro e norte; Solanum lycopersi‑
Em Portugal continental estão assinalados nove géneros, incluindo cum (tomateiro), frequentemente em entulhos e perto de zonas agrícolas;
Datura (duas espécies), Lycium (4), Hyoscyamus (2), Physalis (2) e Solanum, o Solanum laciniatum, nos arredores de Lisboa e alguns outros locais dispersos
mais diversificado, com cerca de 14 espécies, a grande maioria das quais pelo país.
exóticas. Os restantes géneros, Atropa, Mandragora, Nicotiana, Salpichroa e
Withania, são representados por uma única espécie. No planeamento deste Diversas outras espécies de solanáceas cultivadas já foram também
guia, optou ‑se por incluir a doce ‑amarga (Solanum dulcamara) no grupo das assinaladas neste território, provavelmente como adventícias, incluindo
trepadeiras, juntamente com outras Solanales com o mesmo hábito, como a batateira (Solanum tuberosum), Solanum marginatum, Solanum pseudocapsi‑
Calystegia e Ipomoea. cum, Cestrum parqui e Nicotiana tabacum. No género Lycium, mencionam ‑se
também L. barbarum e L. chinense, plantas ornamentais, nativas da China e
ocasionalmente usadas em sebes.
EN
Mandragora autumnalis Atropa belladona
MANDRÁGORA BELADONA
Ecologia: prados, pousios; em solos Ecologia: subespontânea em
argilosos, básicos. bosques, sebes; em sítios húmidos e
sombrios, em solos nitrofilizados.
10 m 20 m
a 200 m a 500 m
MD R PR RR
0m 220 m
a 400 m a 690 m
MD R PR RR
215
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Physalis ixocarpa
CEREJAS ‑DE ‑JUDEU,
ALQUEQUENJE ‑BASTARDO
Ecologia: invasora infestante em
campos agrícolas.
5m
a 400 m
IN FF
EN
Withania frutescens Nicotiana glauca
TOMATEIRO ‑DA‑ARRÁBIDA*, CHARUTEIRA, CHARUTO ‑DO ‑REI
ERVA‑MOURA‑SONÍFERA‑DA‑
Ecologia: naturalizada em entulhos,
‑ARRÁBIDA*
bermas de caminhos; ruderal.
Ecologia: arribas litorais; em locais
secos e quentes.
0m 0m
a 140 m a 220 m
IM RR IN F
0m 0m
a 820 m
(930 m)
a 350 m
IN FFF IN F
0m
10 m
a 810 m
(920 m)
a 440 m
PR FFF PR F
Solanum chenopodioides
ERVA‑MOIRA‑DOS ‑RIOS*
Ecologia: naturalizada em orlas
CORRIOLAS E SOLANÁCEAS
10 m
a 540 m
(800 m)
IN FF
216
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Solanum linnaeanum Solanum citrullifolium
TOMATEIRO ‑DO ‑DIABO TOMATEIRO ‑DO ‑DIABO ‑MENOR*
Ecologia: invasora ruderal; em solos Ecologia: invasora ruderal; em solos
nitrofilizados e algo ensombrados. nitrofilizados.
0m 10 m
a 270 m
(400 m)
a 130 m
IN F IN R
Lycium intricatum VU
CAMBROEIRA‑DAS ‑ARRIBAS*
Ecologia: arribas litorais.
0m
a 80 m
MD R
Lycium europaeum
CAMBROEIRA
Ecologia: matos, sebes; em solos
nitrofilizados, por vezes salgadiços.
0m
a 10 m
MD RR
217
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
32.
BORAGINÁCEAS
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
BORRAGEM
E AFINS
Englobam ‑se neste subcapítulo as espécies dos géneros Anchusa (4), Cyno‑ Sagres, em bermas de caminhos, embora não haja registos em herbários
glossum (3), Nonea (2), Lycopsis (2), Borago, Alkanna, Pulmonaria e Symphytum nacionais que confirmem a sua ocorrência; Alkanna tinctoria, recentemente
(todos com apenas uma espécie). descoberta, em pastagens sobre solo básico no Alto Alentejo e ameaçada
de extinção; Lycopsis orientalis, que foi referenciada para campos cultivados
Não ilustradas no guia, ocorrem também: Symphytum officinale, em margens e pousios de Trás‑os‑Montes e da Beira Alta, embora não se conheçam
de cursos de água, raríssima e assinalada apenas para o Minho; Anchusa registos recentes, talvez por confusão com Lycopsis arvensis, da qual se dife‑
puechii, planta anual, recentemente encontrada em Portugal, que ocorre rencia, com dificuldade, pelo aspeto das cimeiras durante a frutificação,
em comunidades arvenses dos solos básicos do Baixo Alentejo e critica‑ laxas em L. orientalis e densas em L. arvensis, além de detalhes das flores e
mente em perigo de extinção; Nonea micrantha, citada para os arredores de dimensão dos pedicelos dos frutos.
10 m
10 m
a 650 m
(790 m)
a 820 m
MD FF MD FFF
10 m 440 m
a 80 m a 840 m
IB F EU RR
5m 5m
a 390 m
(610 m)
a 340 m
MD FFF IM F
220
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Cynoglossum cheirifolium Cynoglossum
ORELHA‑DE ‑LEBRE ‑DE ‑FOLHAS‑ clandestinum
‑DE ‑GOIVO* ORELHA‑DE ‑LEBRE ‑DE ‑FLOR‑
Ecologia: prados secos e pastagens. ‑FECHADA*
Ecologia: prados secos e pastagens.
130 m 20 m
a 670 m a 350 m
MD R MD F
10 m 610 m
a 580 m a 1240 m
(690 m)
MD F EU RR
SUBGRUPO
MIOSÓTIS
E AFINS
Englobam ‑se neste subgrupo as espécies dos géneros Myosotis (13 e M. retusifolia, em pequenos cursos de água, ao longo do litoral sudoeste.
espécies), Omphalodes (3), Heliotropium (3), Glandora, Buglossoides, Lithosper‑ Refira ‑se ainda que está referenciada a existência em Portugal de duas
mum, Neatostema e Pentaglottis, representados por uma única espécie. subespécies de M. discolor (subsp. discolor, subsp. dubia) e de M. ramosissima
(subsp. globularis, subsp. ramosissima), as quais são de complexa distinção
O género Myosotis é bastante diversificado, contudo várias das espécies entre si.
são de difícil segregação, requerendo o recurso a lupa e chaves de iden‑
tificação. Além das espécies ilustradas, assinalam ‑se ainda: M. arvensis, Estão também referenciadas: Heliotropium curassavicum, originária da
de ocorrência dispersa a norte do rio Tejo; M. balbisiana, em lameiros de América mas naturalizada em solos salgadiços no Algarve e no estuário
montanha, na região norte; M. stricta, rara e apenas citada para Trás‑os‑ do Tejo, e que se distingue das outras espécies do género por ser total‑
‑Montes; M. stolonifera, em sítios húmidos e sombrios, com água corrente, mente glabra e perene; Lithospermum officinale, colhida no século passado em
no Norte e no Centro. Alguns autores consideram ainda a existência de orlas de bosques nos arredores de Vimioso, mas sem qualquer informação
duas espécies endémicas, M. lusitanica, em zonas húmidas em solo arenoso, recente que confirme a sua ocorrência atual.
5m
10 m
a 780 m
a 320 m (920 m)
PR F PR FFF
221
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Neatostema apulum Buglossoides arvensis
BUGLOSSA‑AMARELA* subsp. arvensis
Ecologia: arvense; geralmente em BUGLOSSA‑BRANCA*
solos básicos. Ecologia: arvense; em solos básicos.
20 m 10 m
a 760 m a 270 m
MD F EU R
140 m 10 m
a 1570 m a 800 m
(1750 m) (1150 m)
IB F PR FFF
3m
10 m
a 400 m
a 770 m (1400 m)
IM FF PR R
10 m 10 m
a 840 m a 910 m
PR F IM F
250 m 10 m
a 1860 m a 1100 m
(1480 m)
IB R MD FFF
222
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Omphalodes linifolia
MIOSÓTIS ‑BRANCO*
Ecologia: prados, pousios,
clareiras de matos; em sítios secos,
geralmente em solos básicos.
10 m
a 600 m
MD F
223
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
CR
Omphalodes Omphalodes nitida
kuzinskyanae MIOSÓTIS ‑DOS ‑BOSQUES*
MIOSÓTIS ‑DAS ‑ARRIBAS* Ecologia: prados higrófilos, margens
Ecologia: areias e arribas litorais. de cursos de água; em solos ácidos.
30 m
0m
a 1140 m
a 90 m (1460 m)
LU RR IB FF
Pentaglottis sempervirens
OLHOS ‑DE ‑GATO
Ecologia: bosques ripícolas ou
de vertente; em locais sombrios
e húmidos, em solos profundos e
ácidos.
10 m
a 930 m
(1370 m)
EU FF
SUBGRUPO
SOAGEM
E AFINS
São apresentadas neste subgrupo as espécies dos géneros Echium (13 Suspeita ‑se de que duas das espécies de Echium citadas para Portugal, E.
espécies), Cerinthe (2) e Onosma (1). arenarium e E. parviflorum, estejam regionalmente extintas, dado que não
são registadas há várias décadas. Ambas se diferenciavam das restantes
No género Echium (soagens) estão também referenciadas: E. vulgare, pouco por possuírem todos os estames inclusos na corola e ocorriam em locais
frequente, em pousios e pastagens de Trás‑os‑Montes e das Beiras, que arenosos não afastados do litoral, E. arenarium, na península de Troia e bacia
se distingue de E. tuberculatum pela menor dimensão do cálice e da flor; E. do Sado, e E. parviflorum, nos arredores de Ponte de Lima.
salmanticum, em prados e bermas da estrada na Beira Interior e na Terra
Quente de Trás‑os‑Montes, muito semelhante a E. lusitanicum, da qual
se distingue, com alguma dificuldade, pela estrutura dos pelos do cálice
e pelos seus estames, muito salientes da corola. Nas Berlengas ocorre
Echium rosulatum subsp. davaei, uma subespécie endémica do arquipélago,
enquanto no resto do território está presente a subsp. rosulatum, muito
abundante no Norte.
VU
Echium boissieri Echium lusitanicum
SOAGEM ‑GIGANTE* SOAJOS
Ecologia: pousios; em solo argiloso. Ecologia: prados e pastagens, orlas
de bosques, clareiras de matos,
bermas de caminhos; em solos
ácidos; em zonas de montanha.
BORAGINÁCEAS
(160 m)
50 m 360 m
a 230 m a 1100 m
(1300 m)
IM RR IB F
224
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
LC
Echium gaditanum Echium tuberculatum
SOAGEM ‑DO ‑ALGARVE*, SOAGEM ‑VIPERINA, VIPERINA
SOAGEM ‑DAS ‑DUNAS
Ecologia: clareiras de matos, bermas
Ecologia: dunas ; em areias algo de caminhos.
nitrofilizadas.
10 m
0m
a 520 m
a 10 m (660 m)
IM F IM F
Echium plantagineum
SOAGEM, CHUPA‑MEL, LÍNGUA‑
‑DE ‑VACA
Ecologia: arvense e ruderal, pousios;
indiferente edáfica.
10 m
a 680 m
(1280 m)
PR FFF
Echium creticum
VIBOREIRA
Ecologia: arvense e ruderal; em solo
geralmente básico.
30 m
a 290 m
MD F
0m
200 m
a 940 m
(1080 m)
a 270 m
IB FF IB RRR
0m 10 m
a 220 m a 270 m
(480 m) (450 m)
MD F MD F
225
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
33.
LABIADAS
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
MENTAS
E AFINS
Neste subgrupo integram ‑se as espécies dos géneros Lamium (sete
espécies), Mentha (5), Ballota (2), Scutellaria (2) e ainda Melissa, Melittis,
Prasium, Lycopus, Acinos, Glechoma, Galeopsis e Marrubium, todos representa‑
dos por uma única espécie.
5m 5m
a 460 m a 920 m
(890 m) (1550 m)
PR F MD FFF
5m
20 m
a 820 m
(1120 m)
a 730 m
PR FFF MD R
10 m
260 m
a 730 m
LABIADAS
a 1160 m (980 m)
PR R PR FFF
228
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Melissa officinalis Melittis melissophyllum
ERVA‑CIDREIRA BETÓNICA‑BASTARDA
Ecologia: bosques, em locais Ecologia: prados húmidos, bosques;
sombrios e húmidos; também em sítios sombrios e frescos.
escapada de cultivo.
10 m (20 m)
a 740 m 220 m
(1060 m) a 1200 m
MD FF EU R
(20 m)
120 m
360 m
a 940 m a 930 m
(1070 m) (1140 m)
PR R PR R
10 m 10 m
a 400 m
(750 m)
a 850 m
IM R EU F
5m
110 m
a 850 m
(1040 m)
a 800 m
PR FFF PR R
10 m 10 m
a 770 m a 1140 m
(910 m) (1750 m)
PR FFF PR FF
229
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Scutellaria minor Scutellaria galericulata
ESCUTELÁRIA‑MENOR* ESCUTELÁRIA*
Ecologia: prados húmidos, juncais, Ecologia: prados húmidos, margens
também na orla de bosques e de cursos de água, orlas de bosques
matagais; em solos ácidos e húmidos. ripícolas.
10 m 10 m
a 1150 m a 130 m
EU FF PR R
10 m
10 m
a 310 m
a 780 m (460 m)
PR FFF MD F
SUBGRUPO
SALVAS
E AFINS
Estão incluídas neste subgrupo as espécies dos géneros Salvia (6), Stachys Trás‑os‑Montes, mas de espontaneidade algo incerta em Portugal; Salvia
(6), Sideritis (5), Nepeta (4), Ajuga (4), Prunella (3) e Cleonia (1). viridis, muito rara, apenas assinalada nos calcários da serra dos Candeei‑
ros e nos arredores de Tavira; Sideritis hyssopifolia, de ocorrência incerta
Para além das espécies ilustradas no guia, ocorrem também em Portugal em Portugal, conhecida apenas de citações antigas para o Centro ‑Oeste
continental: Ajuga chamaepitys, em prados ralos sobre solos básicos, rara e calcário (Pereira Coutinho, 1939); Stachys palustris, muito rara, conhecida
de ocorrência esporádica do Alentejo a Trás‑os‑Montes; Nepeta caerulea, apenas de três locais no Baixo Mondego, na margem de valas e pauis e
em orlas de bosque, mas apenas conhecida da Beira Interior e de Trás‑os‑ em perigo de extinção; Ajuga pyramidalis subsp. pyramidalis, em prados de
‑Montes e considerada em perigo de extinção; Nepeta cataria, de ocorrência montanha do Norte e do Centro do país, distingue ‑se da subsp. meonantha
esporádica no Centro e no Norte do país, em sebes, bermas e entulhos; por ter folhas basais e caulinares semelhantes, geralmente glabras, e
Salvia aethiopis citada no passado para os arredores de Bragança, mas sem dentes do cálice que, no máximo, igualam a dimensão do tubo (folhas
quaisquer registos de observações recentes; Salvia sclarea, assinalada para diferenciadas e pilosas, e dentes maiores que o tubo na subsp. meonantha).
5m 10 m
a 620 m a 350 m
LABIADAS
(1280 m) (480 m)
EU FFF MD FF
230
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Stachys officinalis
BETÓNICA
Ecologia: matos baixos, prados
perenes; em solos ácidos.
20 m
a 1090 m
(1370 m)
PR F
10 m 510 m
a 540 m a 860 m
MD F EU R
20 m 20 m
a 410 m a 990 m
MD FF PR F
440 m 30 m
a 1500 m a 340 m
EU R IM F
20 m
70 m
a 490 m
a 290 m
(620 m)
IM R MD F
231
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Prunella vulgaris Prunella laciniata
PRUNELA, ERVA‑FÉRREA CONSOLDA‑MENOR, ERVA‑
‑FÉRREA‑BRANCA*
Ecologia: prados húmidos, margens
de lagoas ou cursos de água; Ecologia: prados, clareiras de matos;
indiferente edáfica. em solos húmidos.
5m
30 m
a 980 m
(1530 m)
a 1140 m
PR FFF PR R
40 m 30 m
a 1210 m a 390 m
(1330 m) (640 m)
PR F IB F
20 m 20 m
a 780 m
(1320 m)
a 360 m
MD FFF MD R
20 m 40 m
a 350 m a 540 m
MD R MD F
LC
Sideritis arborescens Sideritis montserratiana VU
subsp. lusitanica SIDERITA‑DO‑NORDESTE*
SIDERITA‑ARBÓREA*, ERVA‑DO‑ Ecologia: clareiras e orlas de
‑MÉDO matos; em substratos pedregosos,
Ecologia: matos; em solos geralmente básicos.
pedregosos, básicos.
20 m 240 m
LABIADAS
a 370 m a 560 m
LU R IB RR
232
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
TOMILHOS
E AFINS
Neste subgrupo integram ‑se várias espécies de pequenos arbustos ou, No género Thymus foram descritas subespécies nas seguintes plantas:
por vezes, ervas perenes, incluídas nos géneros Teucrium (12 espécies), Thymus mastichina (subsp. mastichina, frequente de norte a sul do país, e
Thymus (11), Micromeria (2), Thymbra, Origanum, Calamintha e Clinopodium subsp. donyanae, restrita ao litoral algarvio); Thymus zygis (subsp. sylvestris,
(todos apenas com uma espécie). abundante nos calcários do Centro ‑Oeste, e subsp. zygis, restrita aos solos
básicos de Trás‑os‑Montes e pontualmente no Baixo Alentejo); Thymus
Assinalam ‑se também: Micromeria juliana, nativa da zona central da bacia villosus (subsp. villosus, frequente em urzais‑tojais, nos solos ácidos das
mediterrânica, e que ocorre como subespontânea nos calcários da serra serras do Sudoeste, e subsp. lusitanicus, de distribuição restrita ao Centro do
de Sicó e nos arredores de Coimbra; Thymus praecox subsp. britannicus, citada país). No género Teucrium foram também mencionadas para Portugal três
no passado para a serra da Estrela, embora não exista qualquer registo espécies, T. gnaphalodes, T. dunense e T. pseudoscorodonia, cuja presença suscita
recente da planta; Teucrium lusitanicum, presença regular nos calcários do algumas dúvidas pela possibilidade de confusão com espécies similares
Centro ‑Oeste. e pela ausência de material nos herbários nacionais que confirme a sua
ocorrência.
30 m
10 m
a 1110 m
a 420 m (1420 m)
MD F PR FFF
20 m 20 m
a 780 m a 740 m
(1150 m) (1070 m)
IM FFF MD FFF
VU
Thymus albicans Thymus mastichina
TOMILHO ‑ALVADIO* TOMILHO, BELA‑LUZ, SAL‑PURO
Ecologia: matos e clareiras de pinhal; Ecologia: matos baixos, pastagens;
em solos arenosos e secos. em solos secos.
20 m
10 m
a 950 m
a 40 m (1140 m)
IB RR IB FF
233
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Thymus villosus Thymus lotocephalus NT
TOMILHO ‑PELUDO, ERVA‑ TOMILHO ‑CABEÇUDO, ERVA‑
‑AZEITONEIRA ‑URSA
Ecologia: matos baixos; em solos Ecologia: matos baixos; em solos
ácidos. arenosos ou pedregosos.
20 m 20 m
a 430 m
(790 m)
a 280 m
IB F LU F
LC
Thymus camphoratus Thymus carnosus LC
TOMILHO ‑CANFORADO*, TOMILHO ‑DAS ‑PRAIAS
TOMILHO ‑DO ‑SUDOESTE*
Ecologia: dunas.
Ecologia: matos baixos, arribas
litorais, dunas fixas; em solos
arenosos ou rochosos.
0m 0m
a 90 m
(230 m)
a 30 m
LU FF IB F
LC
Thymus capitellatus Thymus zygis
TOMILHO ‑DO ‑MATO TOMILHO, ERVA‑DE ‑SANTA‑
‑MARIA, SAL‑DA‑TERRA
Ecologia: matos baixos, clareiras de
pinhal; em solos arenosos, ácidos. Ecologia: matos baixos, pastagens;
em solos pedregosos, básicos.
50 m
10 m
a 940 m
a 130 m (1200 m)
LU FF IM FF
20 m 620 m
a 1200 m
(1360 m)
a 1380 m
IB F EU R
10 m 10 m
LABIADAS
a 350 m a 280 m
MD FF MD F
234
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Teucrium spinosum Teucrium scordium
CAMÉDRIO ‑ESPINHOSO* CAMÉDRIO ‑AQUÁTICO*,
ESCÓRDIO
Ecologia: pousios, clareiras de
matos.; em solos básicos. Ecologia: margens e leitos de cursos
de água, prados húmidos.
40 m 10 m
a 230 m a 640 m
MD R PR R
30 m 20 m
a 480 m a 290 m
IB F IB R
10 m 5m
a 470 m
(610 m)
a 80 m
MD F LU FF
110 m 590 m
a 530 m a 1910 m
MD R LU F
20 m 20 m
a 1140 m
(1460 m)
a 480 m
EU FFF MD R
235
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
ROSMANINHOS
E AFINS
Neste grupo apresentam ‑se os rosmaninhos (género Lavandula, cinco O contrário sucede em L. pedunculata, pois, seguindo ‑se a Flora iberica
espécies) e outros géneros com plantas arbustivas, como Rosmarinus (1) (Morales, 2010), é representada por uma única subespécie (subsp. peduncu‑
e Phlomis (3), todas ilustradas no guia. lata), mas, de acordo com a Nova Flora de Portugal (Franco, 1984), segrega‑se
em três: subsp. lusitanica, nas areias da bacia sedimentar do Sado e do Tejo,
A taxonomia do género Lavandula é algo complexa, não havendo uma con‑ subsp. sampaioana, nas regiões mais interiores, do Sul a Trás‑os‑Montes;
cordância generalizada relativamente a dois dos táxones que ocorrem subsp. pedunculata, concentrada no Norte do país. Para adensar a complexi‑
em Portugal continental. De acordo com a Flora iberica (Morales, 2010), dade, outros autores afirmam que o nome correto das plantas portuguesas
assinalam ‑se duas subespécies de L. stoechas: subsp. stoechas, a mais disse‑ será L. sampaioana, considerando ‑se duas subespécies: subsp. lusitanica e
minada, com indumento esbranquiçado nas folhas e pedúnculo da inflo‑ subsp. sampaioana (Rivas‑Martínez et al., 1990).
rescência mais curto do que a espiga, e subsp. luisieri, na metade sul do país,
com indumento acinzentado e pedúnculo da inflorescência mais comprido Já foram registadas, como adventícias em Portugal continental, outras
do que a espiga; contudo, segundo a Nova Flora de Portugal (Franco, 1984), espécies de Lavandula, que são cultivadas como ornamentais, nomeada‑
em Portugal ocorre apenas a espécie Lavandula luisieri. mente a alfazema (Lavandula angustifolia), a alfazema ‑denteada (L. dentata)
e a alfazema‑lanuda (L. lanata).
20 m
0m
a 740 m
a 200 m (880 m)
MD R IB FF
20 m 10 m
a 530 m a 850 m
(940 m) (1550 m)
MD FFF IM FFF
Lavandula latifolia
ALFAZEMA‑BRAVA
Ecologia: matos baixos; em solos
básicos e pedregosos.
60 m
LABIADAS
a 240 m
MD RR
236
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
NT
Phlomis herba‑venti Phlomis lychnitis
MARIOILA‑MENOR, ERVA‑DAS‑ SALVA‑BRAVA, SALVA‑DA‑SERRA
‑MOSCAS
Ecologia: matos baixos, prados; em
Ecologia: pousios, clareiras de solos básicos e pedregosos.
matos; em substratos básicos.
90 m 60 m
a 280 m a 530 m
PR R EU F
Phlomis purpurea
MARIOILA
Ecologia: Orlas de bosques e
matagais; em locais soalheiros;
indiferente edáfica.
10 m
a 410 m
(720 m)
IM FF
Rosmarinus officinalis
ALECRIM, ALECRINZEIRO
Ecologia: matos; em locais secos e
soalheiros; também cultivada.
10 m
a 540 m
(670 m)
MD FF
237
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
34.
TANCHAGENS
E GLOBULÁRIAS
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
VU
Littorella uniflora Plantago afra
TANCHAGEM ‑DOS ‑CHARCOS*, ZARAGATOA, ERVA‑DAS ‑PULGAS,
LITORELA* TANCHAGEM
Ecologia: lagoas temporárias Ecologia: pousios, clareiras de
e prados higrófilos; em locais matos, prados ralos; em solos
inundados, pouco profundos. argilosos.
70 m 20 m
a 850 m a 410 m
(760 m)
EU RR PR FFF
EN
Plantago algarbiensis Plantago almogravensis EN
DIABELHA‑DO ‑ALGARVE DIABELHA‑DO ‑ALMOGRAVE
Ecologia: clareiras de matos, prados Ecologia: clareiras de matos em
ralos; em solos argilosos, férricos, arribas litorais; em solos algo
com humidade temporária. ferruginosos e com encharcamento
sazonal.
20 m 20 m
a 90 m a 40 m
IB RR LU RR
(340 m)
540 m 1700 m
a 1880 m a 2000 m
MD F EU RR
Plantago albicans
TANCHAGEM ‑ALVADIA*
Ecologia: pastagens e prados anuais
ralos; em locais secos e soalheiros,
algo nitrofilizados.
10 m
a 380 m
PR F
10 m
0m
a 710 m
a 10 m (850 m)
PR RR MD FFF
240
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Plantago coronopus Plantago serraria
DIABELHA, CORDANITO, TANCHAGEM ‑SERRADA*
TANCHAGEM ‑CORNO ‑DE ‑VEADO
Ecologia: pastagens, caminhos,
Ecologia: arribas litorais, pastagens, clareiras de matos; geralmente em
clareiras de matos, bermas de solos argilosos compactados.
caminhos e locais perturbados;
indiferente edáfica.
0m 10 m
a 940 m a 360 m
(1980 m) (490 m)
PR FFF MD FF
10 m 10 m
a 420 m a 1040 m
(880 m) (1500 m)
MD FFF PR FFF
Plantago major
TANCHAGEM ‑MAIOR
Ecologia: prados, lameiros, pousios,
margens de linhas de água; em solos
húmidos e perturbados.
10 m
a 950 m
(1100 m)
PR FFF
CR
Globularia alypum Globularia vulgaris NT
COROA‑DE ‑FRADE GLOBULÁRIA‑VULGAR*
Ecologia: matos; em locais secos, Ecologia: clareiras de matos, taludes,
soalheiros e pedregosos. rochedos; preferentemente em solos
básicos.
60 m 60 m
a 80 m a 470 m
MD RRR EU RR
241
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
35.
BOCAS‑DE‑LOBO,
ESCROFULÁRIAS
E AFINS
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
BOCAS‑DE‑LOBO
E AFINS
Neste subgrupo apresentam ‑se as plantas popularmente designadas por
bocas‑de ‑lobo (género Antirrhinum, sete espécies) e de géneros semelhan‑
tes, como Chaenorhinum (5), Anarrhinum (3) e Misopates (2), todos atualmente
integrados nas plantagináceas.
VU
Antirrhinum lopesianum Antirrhinum onubense
DRAGÃO ‑DAS ‑ARRIBAS BOCAS ‑DE ‑LOBO ‑DO‑
‑BARROCAL*
Ecologia: fendas de rochas e
escarpas; em locais expostos ou Ecologia: fendas de rochas calcárias;
ligeiramente ensombrados. rupícola.
330 m 70 m
a 600 m a 400 m
IB RR IB R
190 m 70 m
a 1120 m a 750 m
10 m 0m
a 540 m a 80 m
(650 m) (360 m)
IB F IM F
244
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Misopates orontium Misopates calycinum
FOCINHO ‑DE ‑RATO ‑ROSA* FOCINHO ‑DE ‑RATO ‑BRANCO*
Ecologia: arvense, rupícola; em solos Ecologia: arvense e em pousios,
perturbados e algo nitrofilizados; taludes, cascalheiras; em solos
geralmente em solos ácidos. básicos.
5m 20 m
a 660 m a 330 m
(820 m) (470 m)
PR FFF MD FF
20 m 20 m
a 1080 m
(1550 m)
a 990 m
EU FFF LU F
10 m 300 m
a 720 m
(1130 m)
a 350 m
IB F MD RRR
EN
Chaenorhinum Chaenorhinum
serpyllifolium subsp. origanifolium
lusitanicum BOQUINHAS ‑DE ‑LOBO ‑FOLHA‑
BOQUINHAS ‑DE ‑LOBO ‑DO‑ ‑DE ‑ORÉGÃO*
‑SUDOESTE*
Ecologia: fendas de rochas, clareiras
Ecologia: fendas de rochas, clareiras de matos; em solos pedregosos e
de matos; em solos derivados de arenitos, básicos.
básicos.
20 m 10 m
a 80 m a 600 m
LU RR EU R
245
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
ANSARINAS
E AFINS
Expõem ‑se neste subgrupo as ansarinas, plantas herbáceas que se incluem de modo disperso, em taludes de xisto; L. intricata, em clareiras, aparente‑
no género Linaria, um dos mais diversos em Portugal, com cerca de 25 mente rara e restrita a Trás‑os‑Montes. As duas últimas são algo seme‑
táxones já descritos, alguns dos quais endémicos. Apresentam ‑se também lhantes a L. amethystea, embora com inflorescências com menor densidade
as plantas dos géneros Kickxia (5) e Cymbalaria (1), com flores muito seme‑ de flores e forma das sementes, sendo necessária uma chave de identifi‑
lhantes ao género Linaria, no qual já estiveram classificadas. Todos estes cação para uma correta distinção entre as três espécies. Assinalam ‑se
géneros integram ‑se nas plantagináceas. ainda L. amethystea subsp. multipunctata, endémica, que se distingue pelas
suas flores amarelas pontuadas de roxo e com distribuição localizada na
No género Linaria, além das espécies ilustradas no livro, ocorrem também: região centro; L. bipunctata subsp. bipunctata, mal conhecida e assinalada
L. oblongifolia subsp. haenseleri, em solos pedregosos, geralmente básicos, no em depósitos arenosos das bacias do Douro e Sado; L. polygalifolia subsp.
Sul e no Centro interior; L. simplex, de flores amarelas, citada apenas para polygalifolia, nas dunas litorais a norte do rio Tejo; L. supina subsp. maritima,
campos de cultivo na Beira Interior, mas da qual não existem quaisquer de corola esbranquiçada ou amarelo ‑pálida, citada para as areias do litoral
observações recentes; L. diffusa, endémica da região centro, onde ocorre, a norte do rio Douro.
40 m 5m
a 710 m a 130 m
(1260 m)
IB FF LU F
5m
10 m
a 840 m
a 280 m (1070 m)
VU
Linaria micrantha Linaria ricardoi EN
LINÁRIA‑MIÚDA* LINÁRIA‑DOS ‑OLIVAIS*
Ecologia: arvense, pousios; Ecologia: arvense, associada
em solos argilosos, básicos. a culturas agrícolas de sequeiro;
em solos argilosos, básicos.
100 m 100 m
a 240 m
(440 m)
a 250 m
MD R LU R
246
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Linaria incarnata
ANSARINA‑ROXA
Ecologia: prados secos.
100 m
a 850 m
IM F
247
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Linaria elegans Linaria munbyana NT
ANSARINA‑ELEGANTE* ANSARINA‑ANÃ‑DAS‑DUNAS*
Ecologia: prados, pastagens; em Ecologia: dunas.
solos ácidos, pobres.
490 m 1m
a 1460 m a 10 m
IB F IM R
LC
Linaria bipunctata Linaria pedunculata LC
subsp. glutinosa ANSARINA‑ROXA‑DAS ‑PRAIAS*
ANSARINA‑DO ‑SUDOESTE* Ecologia: praias e dunas litorais.
Ecologia: dunas litorais.
5m 0m
a 60 m a 10 m
LU F IM F
LC
Linaria polygalifolia Linaria supina subsp.
subsp. lamarckii supina
ANSARINA‑DA‑PRAIA* ANSARINA‑AMARELA‑
‑DOS‑CALCÁRIOS*
Ecologia: dunas litorais.
Ecologia: clareiras de matos,
rochedos, taludes; em solos
rochosos ou pedregosos, de origem calcária.
0m 40 m
a 30 m a 620 m
IB R EU F
160 m 120 m
a 1500 m
(1800 m)
a 240 m
20 m
80 m
a 1210 m
a 710 m (1330 m)
IB R IB FF
248
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Cymbalaria muralis Kickxia elatine
RUÍNAS, CIMBALÁRIA ESPORAS ‑SAGITADAS*
Ecologia: subespontânea em Ecologia: campos agrícolas,
fendas de rochas, muros e paredes; cultivados ou incultos, bermas de
em locais sombrios. caminhos.
10 m
5m
a 810 m
(920 m)
a 170 m
IN FFF PR R
10 m
10 m
a 230 m
(340 m)
a 330 m
MD F MD F
Kickxia lanigera
ESPORAS ‑LANOSAS*
Ecologia: arvense e em pousios;
geralmente em solos básicos.
20 m
a 270 m
MD F
Kickxia commutata
ESPORAS‑PERENES*
Ecologia: clareiras de matos,
pousios; em solos pedregosos,
básicos.
170 m
a 310 m
MD RR
249
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
ESCROFULÁRIAS
E AFINS
É reunido neste subgrupo um conjunto de espécies, com flores de aspeto O género Limosella é representado por uma única espécie, L. aquatica,
semelhante (mais ou menos tubulares), pertencentes aos géneros: Scrophu‑ raríssima e cuja ocorrência não é confirmada desde meados da década de
laria (13 espécies), Limosella (1), ambos integrados na família Scrophula‑ 90 do século xx, suspeitando ‑se de que possa ter desaparecido de Portugal
riaceae, Digitalis (4) e Gratiola (2), ambos na família Plantaginaecae, e ainda continental.
Lindernia (2), único representante da família Linderniaceae em Portugal.
A dedaleira (Digitalis purpurea) inclui duas subespécies: subsp. purpurea,
Ademais das espécies ilustradas no guia, no género Scrophularia integram‑ muito frequente de norte a sul do país, e subsp. amandiana, endémica do
‑se: S. valdesii, de ocorrência exclusiva nas arribas do Douro Superior; S. bour‑ Alto Douro e da bacia do Tua, que se distingue da anterior por ter o caule
gaeana, apenas conhecida das serras de Arga e da Peneda, no Alto Minho, glabro. As duas espécies do género Gratiola, G. officinalis e G. linifolia, ocorrem
similar a S. herminii, da qual se distingue por ser uma planta pubérula (com no mesmo tipo de habitat e são bastante semelhantes, sendo possível a sua
pilosidade curta), enquanto S. herminii é uma planta pubescente (com pilosi‑ confusão. Distinguem ‑se porque G. linifolia apresenta pedicelos, cálice e
dade evidente); S. peregrina, com escassos registos no país e ocorrendo em bractéolas com pelos glandulosos (glabros em G. officinalis) e bractéolas
locais perturbados e orlas de bosque; S. lyrata, pouco conhecida e de ocor‑ mais curtas do que as sépalas (iguais ou mais compridas do que as sépalas
rência dispersa, em margens de cursos de água e sítios húmidos; S. schous‑ em G. officinalis).
boei, ruderal e nitrófila nas montanhas do Centro interior e Alto Alentejo,
muito semelhante a S. sublyrata (por vezes consideradas como sendo uma No género Lindernia foi também referenciada em Portugal L. procumbens,
única espécie), embora esta última seja exclusiva das areias e das arribas considerada nativa, contrariamente a L. dubia, originária da costa leste da
litorais do Centro e Alentejo. América do Norte. A L. procumbens foi colhida pela última vez em 1946, no
rio Minho. Não existem quaisquer registos posteriores da sua ocorrência,
pelo que se considera como regionalmente extinta.
120 m 160 m
a 1100 m
(1490 m)
a 250 m
LC
Digitalis purpurea Digitalis purpurea
subsp. amandiana subsp. purpurea
DEDALEIRA‑DO ‑DOURO*, DEDALEIRA, ABELOURA,
DEDALEIRA‑DE ‑FOLHAS‑ ESTALINHOS, TRAQUES
‑GLABRAS*
Ecologia: bosques, matos, sebes,
Ecologia: pastagens, clareiras de taludes; em sítios frescos e sombrios,
matos, taludes; em solos pobres, ácidos. geralmente ácidos.
20 m
100 m
a 1130 m
a 710 m (1750 m)
LU R EU FFF
250
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Scrophularia canina Scrophularia frutescens
subsp. canina ESCROFULÁRIA‑DAS ‑AREIAS
ESCROFULÁRIA‑CANINA, Ecologia: dunas.
ESCROFULÁRIA‑MENOR
Ecologia: depósitos de cascalho
nas margens de rios, bermas de
caminhos; em solos pedregosos, revolvidos.
10 m 0m
a 820 m a 70 m
(1010 m) (450 m)
PR FF MD FF
LC
Scrophularia herminii
CHUPADEIRA, ESCROFULÁRIA‑
‑DA‑ESTRELA*
Ecologia: rochedos, margens de
regatos de montanha; em locais
sombrios e húmidos e substratos
ácidos.
(70 m)
500 m
a 1960 m
IB F
LC
Scrophularia sublyrata Scrophularia auriculata
ESCROFULÁRIA‑DO ‑LITORAL* ERVA‑DAS ‑ESCALDADELAS
Ecologia: dunas e arribas litorais; em Ecologia: margens de cursos de
solos algo nitrofilizados. água, pauis; em solos encharcados.
5m 10 m
a 120 m a 920 m
LU R MD FFF
10 m 20 m
a 870 m
(1360 m)
a 320 m
PR FF IM F
LC
Scrophularia grandiflora Lindernia dubia
ESCROFULÁRIA‑DA‑BEIRA* LINDÉRNIA*
Ecologia: orlas de bosques, pousios Ecologia: naturalizada em solos
e bermas de caminhos; em sítios temporariamente encharcados;
sombrios e perturbados. margens de charcos e cursos de
água, arrozais.
10 m 10 m
a 590 m a 480 m
(940 m) (650 m)
LU F IN F
251
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Gratiola linifolia Gratiola officinalis
GRACÍOLA, ERVA‑DO ‑POBRE, GRACÍOLA‑DAS ‑BOTICAS, ERVA‑
LENIFÓLIO ‑DO ‑POBRE, CINIFÓLIO
Ecologia: leitos e margens de cursos Ecologia: leitos e margens de cursos
de água; em solos encharcados. de água; em solos encharcados.
30 m
10 m
a 660 m
(820 m)
a 760 m
IB R PR R
CR
Limosella aquatica
ERVA‑DOS ‑LODOS*
Ecologia: margens de cursos de
água; em solos temporariamente
encharcados.
5m
a 30 m
PR RRR
SUBGRUPO
GALOCRISTA
E AFINS
São aqui agrupadas várias espécies de plantas hemiparasitas, pertencen‑
tes aos géneros Odontites (duas espécies), Parentucellia (2), Euphrasia (2),
Bartsia, Melampyrum, Nothobartsia, Odontitella, Pedicularis e Rhinanthus, todos
com apenas uma espécie. Estas espécies eram anteriormente incluídas
na família Scrophulariaceae, mas atualmente são integradas na família
Orobanchaceae.
10 m
100 m
a 750 m
a 840 m (940 m)
PR FFF MD FFF
252
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Rhinanthus minor Bartsia trixago
GALOCRISTA FLOR‑DE ‑OURO
Ecologia: prados húmidos, lameiros, Ecologia: prados húmidos;
clareiras de bosques caducifólios. indiferente edáfica.
10 m
520 m
a 770 m
a 1330 m (1010 m)
PR F MD FFF
Nothobartsia asperrima
ESCAMÉDRIO
Ecologia: matos e orlas de bosques.
30 m
a 370 m
(540 m)
IM F
570 m 670 m
a 1260 m a 1330 m
EU R EU RR
20 m 500 m
a 1840 m
(1960 m)
a 1060 m
IM FF PR R
10 m 70 m
a 890 m a 380 m
(1290 m) (530 m)
IB F IM R
253
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
VERBASCOS, VERÓNICAS
E AFINS
São reunidos neste subgrupo três géneros cujas espécies apresentam flores O género Veronica é bastante diverso, com cerca de 20 espécies registadas
algo semelhantes, embora atualmente sejam classificados em famílias em Portugal continental, várias delas bastante similares entre si, sendo
botânicas distintas: os verbascos (género Verbascum, nove espécies), necessário recorrer a chaves de identificação para a sua correta distinção.
englobados na família Scrophulariaceae, e ainda as verónicas (género Além das ilustradas, ocorrem também, em campos de cultivo: V. acinifolia,
Veronica, 20 espécies) e Sibthorpia (1), ambos na família Plantaginaceae. V. agrestis, V. polita e V. triphyllos; em zonas húmidas, como margens de rios
e regatos, V. anagalloides, citada esporadicamente para a área de influência
O género Verbascum é representado em Portugal continental por nove mediterrânica, e V. beccabunga, na região norte; V. verna, ocorre em prados
espécies, das quais apenas uma não é nativa, V. levanticum, originária do de montanha do Centro e do Norte. O género Sibthorpia é representado
Mediterrâneo Oriental e naturalizada em muros e paredes antigas, na por uma única espécie, S. europaea.
cidade de Coimbra. Além das espécies ilustradas, mencionam ‑se ainda
V. thapsus, assinalada apenas para Trás‑os‑Montes e confundível com V.
simplex, da qual se distingue por ter uma inflorescência mais compacta e
pela coloração discolor das páginas das folhas basais, e V. giganteum subsp.
martinezii, apenas conhecida das areias da península de Troia e da costa
alentejana, e que se distingue de V. litigiosum pelos seus estames pilosos e
de V. simplex por ter folhas basais com páginas concolores e pelas inflores‑
cências compactas que ocultam o eixo do caule.
10 m
30 m
a 850 m
a 220 m (1080 m)
IB R EU FFF
Verbascum sinuatum
VERBASCO ‑ONDEADO
Ecologia: pastagens, pousios, bermas
de caminhos; em sítios secos e
soalheiros; indiferente edáfica.
10 m
a 370 m
(760 m)
NT
Verbascum litigiosum
VERBASCO ‑DAS ‑AREIAS,
VERBASCO ‑DE ‑FOLHAS ‑GROSSAS
Ecologia: dunas.
10 m
a 60 m
LU R
254
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Verbascum pulverulentum
VERBASCO ‑PULVERULENTO,
CACHAPEIRO, CÁSSIMO
Ecologia: pastagens, pousios,
bermas de caminhos; em sítios secos,
soalheiros; indiferente edáfica.
30 m
a 860 m
EU FF
255
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Verbascum simplex Sibthorpia europaea
VERBASCO, BARBASCO, VELA‑DE‑ ERVA‑LONGA
‑NOSSA‑SENHORA
Ecologia: em taludes, muros,
Ecologia: pastagens, pousios, bosques e nas margens de linhas de
bermas de caminhos; em solos água; em sítios sombrios e húmidos,
ácidos. ácidos.
10 m
10 m
a 920 m
a 790 m (1340 m)
MD F PR FF
10 m 10 m
a 800 m a 960 m
(1040 m) (1980 m)
IN FFF PR FFF
Veronica peregrina
VERÓNICA‑AMERICANA*
Ecologia: naturalizada em solos
perturbados e algo húmidos; arvense
e ruderal;.
20 m
a 590 m
IN F
110 m 10 m
a 830 m a 540 m
(950 m) (730 m)
Veronica scutellata
VERÓNICA‑DOS ‑BREJOS*
Ecologia: prados higrófilos; em solos
encharcados, ácidos.
10 m
a 1140 m
PR R
256
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Veronica serpyllifolia Veronica montana
VERÓNICA‑FOLHAS ‑DE ‑TOMILHO VERÓNICAS
Ecologia: prados húmidos, margens Ecologia: bosques caducifólios;
de regatos; em sítios sombrios e em solos ricos e locais húmidos e
húmidos. sombrios.
10 m
10 m
a 960 m
a 910 m (1140 m)
PR R PR R
NT
Veronica micrantha
VERÓNICA‑DOS ‑ARROIOS*
Ecologia: orlas de bosques e
matagais, por vezes ripícolas; em
locais sombrios.
220 m
a 1190 m
(1300 m)
IB R
(270 m)
500 m 440 m
a 1120 m a 1570 m
PR R PR F
VU
Veronica nevadensis Veronica anagallis‑
VERÓNICA‑DA‑ESTRELA* ‑aquatica
Ecologia: margens de regatos, MORRIÃO ‑DA‑ÁGUA
turfeiras; em solos húmidos e ácidos Ecologia: leitos e margens de
e pequenas massas de água; em alta cursos de água, charcos; em solos
montanha. encharcados.
0m
1330 m
a 800 m
a 1970 m (920 m)
IB RR PR FFF
257
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
36.
CAMPANULÁCEAS
As campanuláceas são representadas em Portugal conti- A taxonomia do género Jasione é bastante complexa, não
nental por cerca de 19 espécies, as quais se agrupam havendo concordância entre diferentes autores quanto
em oito géneros, dos quais Campanula (oito espécies) à validade de alguns táxones que foram descritos para
e Jasione (5) são os mais diversos. Os restantes géneros Portugal, como J. crispa subsp. serpentinica, que seria um
incluem Legousia (quatro espécies), Lobelia, Solenopsis, endemismo lusitano dos solos ultrabásicos de Trás-os-
Wahlenbergia e Trachelium, todos representados por uma -Montes (Franco, 1984), mas atualmente considerado
única espécie, sendo o último alóctone. como uma simples forma de J. sessiliflora (Sales & Hedge,
2001), e Jasione lusitanica, que seria endémico das dunas
Embora nesta obra se apresente Campanula lusitanica de do litoral norte (Franco, 1984), e atualmente considerado
acordo com o conceito da Flora iberica (Sáez & Aldasoro, como uma variedade de J. maritima var. sabularia (Sales &
2001), este táxon foi alvo de uma revisão posterior Hedge, 2001).
(Cano-Maqueda & Talavera, 2011), que o segregou em
vários outros táxones. Nessa revisão, C. lusitanica corres- Além das espécies ilustradas, consideram-se ainda
ponde a uma planta disseminada no Norte do país e com J. crispa e J. laevis subsp. gredensis, ambas restritas aos
algumas ocorrências disjuntas em serras do Centro e Sul prados de montanha da serra da Estrela; a primeira
(e. g., serra de Monchique). Os outros táxones são: C. matri- semelhante a J. sessiliflora, da qual se distingue pelo seu
tensis, disseminada no Centro e Sul do país, C. dieckii, hábito prostrado e pequeno porte, e a segunda afim de J.
presente apenas no Centro-Oeste calcário, e C. transta- montana, da qual se distingue por ser perene e estoloní-
gana, no interior centro e sul. A distinção entre as quatro fera, com caules que enraízam nos entrenós. O botão-
espécies não é fácil, sendo que C. dieckii se distingue -azul (J. montana) é uma espécie morfologicamente
das restantes por ter três estigmas e estilete glabro; muito plástica, sendo reconhecidas quatro variedades:
C. transtagana distingue-se de C. matritensis e de C. lusita- var. montana, a mais disseminada por todo o país; var.
nica por ser muito ramificada e por ter corolas pequenas bracteosa, de pequena dimensão, flores mais ou menos
e folhas do caule pecioladas; C. matritensis e C. lusitanica sésseis e associada a solos básicos (por vezes considerada
distinguem-se, com grande dificuldade, por detalhes como uma espécie própria, J. blepharodon); var. gracilis,
do fruto e das folhas caulinares. No género Legousia disseminada pelo país, com hábito débil, numerosos
assinalam-se também L. speculum-veneris, espécie intro- caules laterais e floração tardia; var. latifolia, caracterís-
duzida e de ocorrência assinalada para a Estremadura, tica do Noroeste, com caules robustos, folhas planas
e L. falcata, citada para a serra da Malcata, mas sem e largas e caules laterais frequentemente férteis.
qualquer confirmação posterior.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Trachelium caeruleum Campanula erinus
FLOR‑DE ‑VIÚVA, VIÚVAS CAMPAINHAS ‑PEQUENAS*,
CAMPÂNULAS ‑PEQUENAS*
Ecologia: fendas de muros e paredes,
taludes; em sítios algo húmidos. Ecologia: prados anuais; arvense e
por vezes rupícola.
10 m
10 m
a 640 m
a 370 m (940 m)
MD R MD FFF
(1440 m)
5m 1550 m
a 900 m a 1940 m
IM FFF IB R
20 m 10 m
a 970 m
(1380 m)
a 700 m
MD FFF IB R
(30 m)
70 m 170 m
a 270 m a 800 m
MD R MD R
Solenopsis laurentia
LAURÊNCIA*
Ecologia: margens de charcos
e cursos de água; em locais
temporariamente encharcados.
CAMPANULÁCEAS
20 m
a 350 m
(500 m)
MD FF
260
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Wahlenbergia hederacea
RUÍNAS
Ecologia: margens de cursos de
água, fontes, turfeiras; em locais
húmidos e sombrios.
20 m
a 1400 m
(1880 m)
EU FF
5m 0m
a 1550 m a 20 m
PR FFF LU R
LC
Jasione sessiliflora
BOTÃO ‑AZUL‑DAS ‑MONTANHAS*
Ecologia: pastagens secas,
rochedos; em solos pedregosos,
graníticos ou ultrabásicos.
(340 m)
560 m
a 1900 m
IM F
Lobelia urens
QUEIMA‑LÍNGUA, LOBÉLIA‑
‑BRAVA, LOBÉLIA‑ACRE
Ecologia: prados húmidos, orlas de
charcos.
10 m
a 980 m
(1360 m)
EU FF
261
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
37.
RUBIÁCEAS
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
AMOR‑DE‑HORTELÃO
E AFINS
Neste subgrupo apresentam ‑se as espécies do género Galium (21), entre as com duas subespécies de difícil separação, subsp. mollugo, mais frequente
quais o amor‑de ‑hortelão (Galium aparine), e dos géneros de rubiáceas com no Norte do país, e subsp. erectum, disseminada por todo o território, e
aparência semelhante, nomeadamente Asperula (4), Sherardia (1) e Rubia (1). com ramos não floríferos ascendentes; G. papillosum, da qual se assinalam
duas subespécies: subsp. papillosum, apenas no Norte do país e na serra da
O género Galium é particularmente diversificado e, para além das espécies Estrela, e subsp. helodes, presente de norte a sul, que se distinguem pelo
expostas no guia, ocorrem também: G. baeticum, apenas referenciada para porte mais robusto das plantas da subespécie papillosum; G. talaveranum,
clareiras de matos em solos pedregosos do Barrocal algarvio, facilmente ocorre em prados húmidos no interior do país, mal conhecida e confundível
confundida com C. concatenatum, da qual se distingue pela pilosidade na com G. mollugo, da qual se distingue, com alguma dificuldade, pelo tipo de
página inferior das folhas (tomentosa em G. baeticum e glabra ou com pelos pilosidade nos ângulos dos seus entrenós e nas margens foliares.
apenas na nervura central em G. concatenatum); G. belizianum, endemismo
ibérico que ocorre nas montanhas do Noroeste do país, confundível com No género Asperula está também referenciada A. cynanchica, erva perene,
G. verum, da qual se distingue por ter frutos glabros (pilosos em G. verum); rara e mal conhecida, citada apenas para a Estremadura e sem observações
G. debile, em prados húmidos e juncais, distribuída esporadicamente do recentes, que se distingue das restantes espécies do género pela sua corola
Algarve a Trás‑os‑Montes, mas ausente das zonas interiores do Sul; G. em forma de funil e com tubo curto.
mollugo, perto de cursos de água ou em locais sombrios e algo húmidos,
Rubia peregrina
RASPA‑LÍNGUA, RUIVA‑BRAVA,
GRANZA‑BRAVA
Ecologia: matagais, bosques e
também em rochedos e arribas
litorais; em locais algo sombrios;
indiferente edáfica.
10 m
a 650 m
(920 m)
MD FFF
10 m 100 m
a 880 m
(1390 m)
a 270 m
PR FFF PR F
20 m
RUBIÁCEAS
50 m
a 450 m
(1340 m)
a 760 m
MD F IB F
264
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Galium rotundifolium
SOLDA‑DE ‑FOLHA‑REDONDA*
Ecologia: bosques caducifólios,
ripícolas; em substratos ácidos.
(350 m)
520 m
a 1390 m
PR R
20 m 540 m
a 1280 m
(1390 m)
a 1280 m
IB FF PR F
180 m 40 m
a 1880 m a 230 m
EU F IM R
VU
Galium concatenatum Galium parisiense
SOLDA‑DO ‑BARROCAL* SOLDA‑DE ‑PARIS*
Ecologia: clareiras de matos, prados; Ecologia: prados anuais, clareiras
em solos pedregosos, básicos. de matos.
40 m 10 m
a 360 m a 1100 m
IM R MD FF
50 m 80 m
a 490 m a 620 m
(790 m) (730 m)
MD F MD F
265
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Galium lucidum Galium palustre
SOLDA‑DE ‑SÃO ‑JOÃO* SOLDA‑DOS ‑CHARCOS*
Ecologia: clareiras de matos, Ecologia: prados higrófilos, charcos,
rochedos, bermas de caminhos; em lagoas e cursos de água.
solos pedregosos, básicos.
20 m 10 m
a 1410 m a 960 m
(1550 m) (1250 m)
MD R PR FF
10 m 170 m
a 720 m a 230 m
MD R MD RR
30 m 20 m
a 360 m a 700 m
(1280 m)
MD F PR FFF
SUBGRUPO
OUTRAS RUBIÁCEAS
Neste subgrupo apresentam ‑se os restantes géneros de rubiáceas, Não ilustrada, Crucianella latifolia é uma erva anual, rara e apenas conhecida
nomeadamente Crucianella (3), Theligonum (1), Cruciata (3) e Valantia (2). do Barrocal algarvio, onde ocorre esporadicamente em clareiras de matos
e pousios. Distingue ‑se de C. angustifolia pela sua inflorescência cilíndrica
(angulosa em C. angustifolia) e pelas folhas lanceoladas e mais largas (geral‑
mente lineares em C. angustifolia).
30 m
RUBIÁCEAS
0m
a 970 m
(1490 m)
a 50 m
MD FFF MD FFF
266
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Theligonum cynocrambe
VERÇA‑DE ‑CÃO
Ecologia: rochedos, cascalheiras,
muros; em locais frescos e em
substratos rochosos ou pedregosos,
básicos.
40 m
a 360 m
PR F
(80 m)
500 m 260 m
a 1220 m a 1250 m
EU F PR R
240 m 100 m
a 820 m a 330 m
PR R MD R
Valantia muralis
VALÂNTIA‑DOS ‑MUROS*
Ecologia: rochedos, clareiras de
matos, por vezes arvense; em
solos secos, pedregosos e algo
nitrofilizados, básicos.
5m
a 470 m
MD FF
267
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
38.
VALERIANAS
E DIPSACÁCEAS
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
VALERIANÁCEAS
V. dentata, assinalada para o Centro ‑Oeste calcário e para Trás‑os‑Montes,
distingue ‑se de V. eriocarpa por ser uma planta praticamente glabra; V.
echinata, rara e apenas conhecida nos solos básicos do Alentejo, é a única
espécie com dois tipos de frutos claramente distintos e cujos frutos são
Em Portugal ocorrem quatro géneros de valerianáceas: Valerianella ornamentados com três «corninhos»; V. multidentata, recentemente des‑
(oito espécies), Valeriana (4), Centranthus (2), Fedia (1). O género Valeria‑ coberta e conhecida de um único local no Alto Alentejo, distingue ‑se das
nella (alfaces‑de ‑coelho, canónigos) é o mais diverso, com a maioria das restantes pelos seus frutos com mais de 11 dentes. Ocorrem também
espécies associada às regiões de solos básicos do país e encontrando ‑se mais duas espécies de valerianas, ambas ameaçadas de extinção: Valeriana
principalmente em campos agrícolas, pousios e clareiras de matos com montana, raríssima e apenas conhecida da serra do Gerês, e Valeriana officina‑
solos revolvidos. Além das espécies ilustradas no guia, ocorrem também: lis, em locais sombrios e húmidos, nas serras do Norte de Trás‑os‑Montes.
10 m 40 m
a 320 m
(440 m)
a 350 m
MD FF PR R
70 m 10 m
a 810 m a 730 m
(1010 m) (850 m)
PR FF PR FF
40 m 30 m
a 340 m
(580 m)
a 440 m
MD F MD R
VU
Valeriana dioica Valeriana tuberosa
VALERIANA‑DOS ‑ARROIOS* VALERIANA‑COMUM
Ecologia: bosques ripícolas; em solos Ecologia: orlas de matos e bosques;
VALERIANAS E DIPSACÁCEAS
10 m 30 m
a 1080 m a 420 m
EU RR PR F
270
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Centranthus calcitrapae Centranthus ruber
CALCÍTRAPA ALFINETES, CUIDADO ‑DOS‑
‑HOMENS
Ecologia: clareiras de matos,
pousios, fendas de rochedos e Ecologia: fendas de rochas e muros;
muros; indiferente edáfica, algo rupícola e algo nitrófila; também
nitrófila. cultivada.
10 m 20 m
a 910 m
(1800 m)
a 800 m
MD FFF MD F
SUBGRUPO
DIPSACÁCEAS
Em Portugal, as dipsacáceas englobam dez géneros e um total de 18 Uma terceira espécie do género Knautia, K. arvensis, foi também citada para
espécies, várias das quais bastante raras em Portugal, incluindo Succisella Trás‑os‑Montes, contudo, o material colhido foi posteriormente identifi‑
carvalhoana, Knautia subscaposa e Succisa pinnatifida. cado como sendo K. subscaposa, não se confirmando, por ora, a sua ocorrên‑
cia em território nacional. Refere ‑se ainda Symphoricarpos albus, um arbusto
Nesta família incluem ‑se os cardos‑penteadores (género Dipsacus, do qual ornamental, originário da América do Norte, citado como pontualmente
adveio o nome da família), cujas inflorescências espinhosas eram empre‑ naturalizado na Beira Alta e em Trás‑os‑Montes.
gadas, no passado, para cardar a lã. Por esse motivo, Dipsacus sativus foi
outrora cultivada e citada como ocasionalmente subespontânea na região Foram descritas subespécies em Lomelosia simplex, que se distinguem,
centro. Não se conhecem registos recentes, sendo incerta a sua ocorrência com alguma dificuldade, pela forma das folhas caulinares: subsp. dentata,
atual em Portugal. Distingue ‑se das outras espécies de Dipsacus pelas suas com folhas liradas e penatífidas, e subsp. simplex, com folhas penatissetas.
brácteas involucrais espinhosas, que são menores do que a inflorescência Identificam ‑se também subespécies de Scabiosa columbaria: subsp. affinis,
e não ascendentes. apenas no Centro ‑Oeste calcário, e subsp. columbaria, dispersa nas regiões
norte e centro. Distinguem ‑se, com dificuldade, pela menor dimensão dos
capítulos e de diversos pormenores das flores na subsp. affinis.
Dipsacus comosus
CARDO ‑PENTEADOR‑BRAVO*
Ecologia: pousios, bermas de
caminhos; em solos algo húmidos e
nitrofilizados.
10 m
a 690 m
(800 m)
IB FF
10 m 60 m
a 830 m a 430 m
PR F MD R
271
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Pterocephalidium
diandrum
CABEÇA‑DE ‑PLUMAS*
Ecologia: clareiras de matos e
pinhais; em solos secos e ácidos.
10 m
a 980 m
(1110 m)
IB F
Pycnocomon intermedium
ESCABIOSA‑DAS ‑AREIAS*,
PERPÉTUAS‑ROXAS‑DA‑PRAIA
Ecologia: clareiras de matos e
pinhais; em solos arenosos.
10 m
a 120 m
IB R
Pycnocomon rutifolium
ESCABIOSA‑DA‑PRAIA, ARRUDA‑
‑DA‑PRAIA
Ecologia: clareiras de matos e
pinhais; em solos arenosos.
0m
a 70 m
MD R
40 m 80 m
a 300 m a 360 m
MD FF MD R
Scabiosa atropurpurea
SAUDADES ‑ROXAS, SUSPIROS,
SUSPIROS ‑ROXOS
VALERIANAS E DIPSACÁCEAS
5m
a 460 m
(1190 m)
MD FFF
272
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Scabiosa columbaria
ESCABIOSA‑COLUMBÁRIA*
Ecologia: clareiras de matos; em
solos básicos.
260 m
a 1320 m
PR R
30 m 10 m
a 350 m a 820 m
IB R IB RR
VU
Succisa pinnatifida Succisa pratensis
ESCABIOSA‑DOS ‑MONTES* ESCABIOSA‑DOS ‑PRADOS,
ERVA‑DE ‑SÃO ‑JOSÉ, MORSO ‑DO‑
Ecologia: clareiras de matos
‑DIABO
acidófilos.
Ecologia: prados húmidos, turfeiras.
(50 m)
20 m 420 m
a 910 m a 1470 m
IB R PR R
Knautia subscaposa
ESCABIOSA‑DOS ‑ESCAPOS*
Ecologia: clareiras de matos; em
solos básicos e secos.
70 m
a 830 m
IB RR
Knautia nevadensis
ESCABIOSA‑DOS ‑BOSQUES*
Ecologia: prados húmidos e bosques
ripícolas; em zonas de montanha.
780 m
a 1140 m
EU RR
273
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
39.
COMPOSTAS
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
CARDOS
E AFINS
Cardo é o nome popular utilizado para designar vários géneros de mais disseminado, por ter capítulos menores e cilíndricos; Carduus pycno‑
compostas espinhosas, embora por vezes seja também aplicado a cephalus, em pastagens e bermas de caminhos, principalmente na metade
espécies de outras famílias (e. g., Eryngium nas umbelíferas e Dipsacus nas norte do país, distingue ‑se de C. tenuiflorus por possuir capítulos geralmente
caprifoliáceas). De um modo geral, caracterizam ‑se por serem plantas pedunculados (sésseis em C. tenuiflorus); Carlina vulgaris subsp. spinosa,
herbáceas, anuais ou perenes, mais ou menos robustas, com capítulos apenas assinalada para orlas de matagais e bosques em Trás‑os‑Montes;
globosos ou cilíndricos, brácteas coriáceas e espinhosas e folhas geral‑ Carthamus creticus, originária do Mediterrâneo Oriental, subespontânea
mente espinhosas. em pastagens no Sul do país e durante muito tempo confundida com C.
lanatus, da qual se distingue pelas suas brácteas involucrais, claramente
Neste subcapítulo dedicado aos cardos apresentam ‑se 16 géneros, que recurvadas e maiores do que o capítulo.
reúnem cerca de 45 espécies: Carduus (nove espécies), Cirsium (6), Cynara
(4), Carlina (4), Onopordum (4), Carthamus (3), Carduncellus (2), Scolymus (2) e Algumas espécies de cardos não são registadas há várias décadas e
ainda Arctium, Atractylis, Echinops, Notobasis, Picnomon, Ptilostemon e Sylibum, suspeita ‑se de que possam estar regionalmente extintas: Onopordum macra‑
todos representados no território por uma única espécie. canthum, citada para o interior sudeste e que se distingue das restantes
espécies do género pelas suas espinhas do capítulo muito compridas;
Não ilustradas no guia, ocorrem também em Portugal continental: Cardun‑ Ptilostemon casabonae, nativa do Mediterrâneo Oriental e citada como
cellus cuatrecasasii, raríssima e ameaçada de extinção, apenas conhecida de naturalizada nos arredores de Lisboa; açafroa (Carthamus tinctorius), de
orlas de olivais extensivos, no Baixo Alentejo; Carduus lusitanicus, nas orlas origem incerta, cultivada no passado para obter corantes e ocasional‑
de matagais e bosques, em solos ácidos; Carduus bourgeanus, em pousios e mente subespontânea; Cirsium pyrenaicum, assinalada em ervaçais húmidos
bermas, em solos básicos do interior sul; Carduus asturicus (= C. gayanus), em nos arredores do Porto e de Aveiro; Cirsium valdespinulosum, citada para a
urzais de montanha nas serras do Noroeste, distingue ‑se de C. carpetanus, península de Setúbal e para Vendas Novas.
10 m 10 m
a 810 m a 450 m
(1280 m) (860 m)
MD FFF MD FFF
10 m 5m
a 330 m a 320 m
(470 m)
MD FF MD F
276
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Carduus meonanthus Carduus carpetanus
CARDO ‑DAS ‑AREIAS* CARDO ‑DA‑MONTANHA*
Ecologia: em solos arenosos algo Ecologia: pastagens e matos de
nitrofilizados. montanha.
0m 570 m
a 70 m a 1550 m
(150 m) (1720 m)
IM F IB F
LC
Carduus broteri Carduus platypus
CARDO ‑LUSITANO CARDO ‑DOS ‑BOSQUES*
Ecologia: clareiras de matagais Ecologia: clareiras de bosques,
abertos, bermas de caminhos; em bermas de caminhos, pousios,
locais secos e solos derivados de margens de linhas de água; em solos
calcários. frescos.
(190 m)
60 m 370 m
a 550 m a 1050 m
LU F IB F
10 m 10 m
a 930 m a 290 m
(1300 m) (500 m)
PR FFF MD F
Cirsium arvense
CARDO ‑DAS ‑VINHAS, CARDO‑
‑HEMORROIDAL, CARDO‑
‑RASTEIRO
Ecologia: campos agrícolas, pousios,
bermas de caminhos; em solos algo
húmidos e nitrofilizados.
10 m
a 1050 m
(1210 m)
PR F
Cirsium palustre
CARDO ‑PALUSTRE
Ecologia: prados higrófilos, bosques
paludosos; em solos encharcados.
10 m
a 1440 m
PR FF
277
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Cirsium filipendulum Cirsium vulgare
CARDO ‑FILIPÊNDULA* CARDO ‑ROXO*
Ecologia: prados húmidos; em solos Ecologia: pousios, bermas de
húmidos e arenosos. caminhos; em solos algo húmidos e
perturbados.
10 m 10 m
a 1180 m a 1080 m
(1350 m) (1980 m)
EU F PR FFF
EN
Cirsium welwitschii
CARDO ‑DOS ‑BREJOS*
Ecologia: prados higrófilos, em
brejos e turfeiras; em solos arenosos
encharcados.
20 m
a 100 m
LU R
10 m 20 m
a 1090 m
(1220 m)
a 410 m
PR F IB R
130 m 140 m
a 940 m a 560 m
PR F MD RR
VU
Cynara tournefortii Cynara algarbiensis
ALCACHOFRA‑RASTEIRA* ALCACHOFRA‑ALGARVIA*
Ecologia: pastagens, pousios e Ecologia: pastagens, clareiras
clareiras de matos; em solos secos, de matos, bermas de caminhos;
argilosos e básicos. em solos ácidos.
COMPOSTAS
40 m 10 m
a 230 m a 460 m
(840 m)
IB R IB FF
278
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Cynara humilis Cynara cardunculus
ALCACHOFRA‑DE ‑SÃO ‑JOÃO, ALCACHOFRA, CARDO ‑DO‑
ALCACHOFRA‑BRAVA ‑COALHO
Ecologia: pastagens, pousios, Ecologia: pastagens, pousios,
clareiras de matos; em locais bermas de caminhos; em locais
soalheiros e secos. soalheiros e solos nitrofilizados.
10 m 10 m
a 360 m a 400 m
(550 m) (670 m)
IM FF MD FFF
10 m 10 m
a 690 m a 300 m
(800 m) (410 m)
MD FFF MD F
60 m 10 m
a 720 m a 290 m
PR R IM F
10 m 0m
a 680 m a 520 m
(840 m) (760 m)
MD FF MD FFF
Scolymus maculatus
CARDO ‑MALHADO, CARDO‑
‑BRANCO, ESCÓLIMO ‑MALHADO
Ecologia: pastagens, pousios,
bermas de caminhos, dunas; em
locais soalheiros e solos algo
nitrofilizados.
10 m
a 240 m
(320 m)
MD FF
279
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
CARDAZOLAS
E AFINS
Reúnem ‑se aqui cerca de 40 espécies com capítulos mais ou menos No que diz respeito aos infratáxones, foram identificadas subespécies em
globosos, brácteas coriáceas e frequentemente espinhosas, e folhas não C. langei (subsp. langei, disseminada na região norte; subsp. exilis, dispersa
espinhosas (exceto Galactites), ao contrário dos cardos. De um modo geral, na região centro; subsp. rothmaleriana, endémica da serra da Estrela e
a maioria das espécies aqui apresentadas possui um porte menor do que arredores; subsp. coutinhoi, na zona interior da Beira Baixa e Alto Alentejo;
os géneros apresentados no subgrupo anterior. Incluem ‑se 12 géneros: subsp. geresensis, nas montanhas do Noroeste), C. limbata (subsp. limbata,
Centaurea (23 espécies), Klasea (6), Rhaponticum (= Leuzea, 3), Rhaponticoides frequente nas zonas montanhosas do Norte; subsp. lusitana, endémica das
(2), Cheirolophus (2), Xeranthemum (2), Cnicus, Crupina, Galactites, Jurinea, Man‑ serras do Caramulo, da Freita, da Arada e do Arestal), C. aspera (subsp. ste‑
tisalca, Serratula, Staehelina e Volutaria, todos só com uma espécie. nophylla, em solos arenosos do litoral algarvio; subsp. aspera, em depósitos
arenosos dos rios Douro e Tejo), C. nigra (subsp. rivularis, disseminada na
O género Centaurea é um dos mais diversos da flora nacional, com cerca região norte e nas montanhas do Centro; subsp. carpetana, apenas citada
de 23 espécies e mais de uma dezena de subespécies descritas, várias das para a Beira Baixa), C. ornata (subsp. ornata, nas zonas interiores do Algarve
quais de complexa identificação. Não ilustradas no guia, ocorrem também a Trás‑os‑Montes; subsp. interrupta, com espinhos claramente maiores, e
no território: C. alba, raríssima, em perigo de extinção, apenas conhecida de apenas presente no Sudeste), C. pullata (subsp. pullata, perene e disseminada
dois locais, nos leitos de cheia pedregosos do rio Tejo; C. occasus, ameaçada na metade sul do país; subsp. baetica, anual e citada apenas para o Algarve
de extinção, endémica do Barrocal algarvio; C. cordubensis, C. aristata, C. e Alentejo).
beturica (ameaçada de extinção), três espécies de aparência muito seme‑
lhante e escassamente conhecidas, que se encontram, de modo muito O género Klasea engloba seis espécies distribuídas principalmente pelo
localizado, no quadrante sudeste; C. diluta, inconfundível pelo seu porte e Centro e pelo Sul do país, com uma única exceção, K. legionensis, endemismo
ornamentação das brácteas, em pousios e bermas e de ocorrência espo‑ ibérico dos cumes das serras do Gerês/Xurês. Outros táxones não ilus‑
rádica no Centro e no Sul; C. graminifolia (= C. triumfetti subsp. lingulata), trados incluem: K. pinnatifida, em perigo de extinção, de ocorrência muito
de flores azuis, encontra ‑se apenas sob coberto de bosques caducifó‑ pontual em clareiras de matos, em solos básicos do Alentejo; K. algarbiensis
lios, em Trás‑os‑Montes; C. exarata, ameaçada de extinção, coberta por (vulnerável) em clareiras de urzais‑tojais no Sul do país, frequentemente
uma lanugem branca e pegajosa, ocorre em solos arenosos com alguma acaule e com aspeto e preferências ecológicas semelhantes a K. monardii
humidade, rara e apenas conhecida de poucos locais no litoral centro e nas subsp. integrifolia, da qual se diferencia, com dificuldade, por ter as brácteas
bacias sedimentares dos rios Tejo e Sado; C. jacea subsp. angustifolia, recen‑ involucrais médias gradualmente atenuadas em espinha; K. flavescens subsp.
temente redescoberta, em lameiros de Trás‑os‑Montes. Na orla litoral e mucronata, raríssima e conhecida de poucos locais no Barrocal algarvio,
geralmente em solos arenosos podem encontrar‑se: C. sphaerocephala, que distingue ‑se da subsp. neglecta por ter flores rosadas.
se distingue pelos espinhos das brácteas inseridos numa só fileira, pelos
aquénios sem papilho e caule rastejante; C. susannae, recentemente descrita Pertencentes a outros géneros, ocorrem também: Rhaponticum exaltatum (=
na costa sudoeste, que se distingue da anterior por apresentar aquénios Leuzea rhaponticoides), raríssima e ameaçada de extinção, ocorre em sobco‑
com papilho e caule ereto ou ascendente. Ambas se distinguem de C. polya‑ berto de bosques caducifólios de Trás‑os‑Montes; Xeranthemum cylindra‑
cantha, muito mais disseminada, porque esta possui numerosos espinhos ceum, rara e conhecida apenas de pousios sobre solo básico, nos arredores
nas brácteas dos capítulos, os quais não estão dispostos em fileiras. Uma de Bragança.
quarta espécie de aspeto semelhante à anteriores, C. lusitanica, endémica,
ocorre em habitat distinto e em zonas mais interiores (orlas de matos e
sebes em solos básicos).
Centaurea benedicta
CARDO ‑BENTO, CARDO ‑SANTO
Ecologia: campos agrícolas, pousios,
pastagens, bermas de caminhos; em
solos secos.
COMPOSTAS
130 m
a 810 m
PR F
280
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
EN
Centaurea amblensis
CENTÁUREA‑RAIANA*
Ecologia: clareiras de matos e
bosques, bermas de caminhos; em
zonas de montanha, em solos ácidos.
800 m
a 1100 m
IB RR
281
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Centaurea pullata Centaurea langei
CARDINHO ‑DAS ‑ALMORREIMAS, CENTÁUREA‑DO ‑NORTE*
CENTÁUREA‑PARDA
Ecologia: prados secos, bermas de
Ecologia: arvense e ruderal; caminhos, rochedos; acidófila.
geralmente em solos básicos.
10 m 130 m
a 410 m a 1200 m
(650 m) (1800 m)
MD FF IB FF
80 m 10 m
a 1120 m
(1260 m)
a 710 m
IB R MD FFF
10 m 100 m
a 850 m a 570 m
(1100 m) (820 m)
IB F LU R
50 m 10 m
a 1030 m a 1190 m
(1170 m) (1390 m)
IN R IB F
5m 10 m
a 370 m a 780 m
(640 m) (990 m)
PR R MD FFF
282
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Centaurea polyacantha Jurinea humilis VU
OURIÇO ‑DAS ‑DUNAS*, JURÍNEA*
CARDAZOLA‑DAS ‑AREIAS*
Ecologia: clareiras de matos,
Ecologia: dunas e clareiras de matos prados ralos, rochedos; em solos
em solos arenosos. pedregosos e ácidos, em cumeadas,
em zonas de montanha.
0m 1070 m
a 150 m a 1390 m
IM F MD RR
NT
Rhaponticoides fraylensis Rhaponticoides africana
CARDAZOLA‑ROXA, CENTÁUREA‑ CENTÁUREA‑AFRICANA*
‑VICENTINA
Ecologia: matos e clareiras de
Ecologia: matos, orlas de bosques e bosques; geralmente em solos
matagais; em solos ácidos. ácidos.
30 m 20 m
a 250 m a 300 m
(450 m) (650 m)
LU F IM R
10 m 10 m
a 550 m
(880 m)
a 670 m
MD FFF MD FF
Cheirolophus
sempervirens
LAVA‑PÉ, VIOMAL
Ecologia: orlas de bosques e
matagais; em locais sombrios.
10 m
a 470 m
EU F
NT
Cheirolophus uliginosus Rhaponticum coniferum
LAVA‑PÉ ‑DOS ‑BREJOS* CARDO ‑PINHEIRO ‑MENOR*
Ecologia: orlas de matagais Ecologia: clareiras de matos e
higrófilos, brejos; em solos húmidos. bosques; em solos pedregosos e
básicos.
10 m 50 m
a 270 m
(820 m)
a 640 m
IB F MD F
283
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
VU
Rhaponticum longifolium Serratula tinctoria
CARDO ‑PINHEIRO* SERRÁTULA‑DOS ‑TINTUREIROS*
Ecologia: prados e matos higrófilos; Ecologia: matos e prados higrófilos,
em solos arenosos algo húmidos. turfeiras; em solos húmidos ácidos,
geralmente em zonas de montanha.
40 m 30 m
a 300 m a 1420 m
LU RR PR R
20 m 30 m
a 430 m a 380 m
(850 m) (500 m)
IB F LU F
80 m
40 m
a 830 m
a 370 m (1180 m)
IM R PR F
VU
Xeranthemum inapertum Volutaria crupinoides EN
PERPÉTUAS ‑DOS ‑PRADOS CENTÁUREA‑MAGREBINA*
Ecologia: pousios, clareiras de Ecologia: escarpas, rochedos;
matos; em solos pedregosos. em locais soalheiros, secos e em
substratos calcários.
580 m 170 m
a 790 m a 200 m
MD RR MD RRR
Staehelina dubia
PINCEL*
Ecologia: matos baixos; em solos
básicos.
COMPOSTAS
40 m
a 470 m
(820 m)
MD FF
284
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
ESCORCIONEIRAS
E AFINS
Neste subgrupo incluem ‑se as escorcioneiras (género Scorzonera, quatro de extinção. Não é observada em Portugal desde o final do século xx,
espécies) e as espécies de géneros afins, como Podospermum (1), Avellara receando ‑se que possa estar regionalmente extinta; Tragopogon crocifo‑
(1), Tragopogon (3) e Geropogon (1) ou com aspeto algo similar, como Cata‑ lius, de flor variando entre o amarelo e o vermelho ‑escuro, encontra ‑se
nanche (2). apenas em Trás‑os‑Montes. Mencionam ‑se ainda duas outras variedades
de Scorzonera hispanica: var. hispanica, de folhas lanceoladas e largas, com
Além dos táxones ilustrados no guia, ocorrem também: Scorzonera baetica, margem dentada ou inteira, algo ondulada, presente na Beira Alta e em
um endemismo ibérico que em Portugal apenas ocorre em alguns pontos Trás‑os‑Montes, e var. pinnatifida, de folhas lineares, estreitas e onduladas,
das serras litorais do Sudoeste; Avellara fistulosa, uma planta anfíbia, dentadas ou por vezes laciniadas, citada apenas nas zonas interiores do
endémica do Sudoeste da Península Ibérica e globalmente ameaçada Alentejo.
5m
40 m
a 790 m
(1320 m)
a 810 m
MD F IM F
NT
Scorzonera hispanica
var. crispatula
ESCORCIONEIRA‑DE ‑FOLHA‑
‑CRISPADA*
Ecologia: pousios, clareiras de
matos; em solos argilosos, básicos.
90 m
a 170 m
MD R
Scorzonera hispanica EN
var. asphodeloides
ESCORCIONEIRA‑DE ‑FOLHA‑
‑ONDULADA*
Ecologia: pousios, clareiras
de matos; em sítios secos,
preferentemente em substratos ácidos.
50 m
a 340 m
(470 m)
EU RR
285
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Scorzonera humilis
ESCORCIONEIRA‑DOS ‑BREJOS*
Ecologia: prados e matos higrófilos,
bosques; em locais sombrios, em
solos húmidos e ácidos.
20 m
a 1310 m
EU R
10 m 190 m
a 300 m
(440 m)
a 840 m
MD FF PR R
Tragopogon porrifolius
BARBAS ‑DE ‑BODE ‑ROXO*,
SALSIFI ‑FOLHA‑DE ‑PORRO*
Ecologia: pousios, taludes, bermas;
em solos básicos.
110 m
a 540 m
(830 m)
MD R
VU
Catananche caerulea
CHICÓRIA‑FINA*
Ecologia: prados ralos, clareiras de
matos; em solos básicos, secos.
40 m
a 140 m
MD RRR
EN
Catananche lutea
subsp. carpholepis
CHICÓRIA‑AMARELA*
Ecologia: prados, pousios; em solos
argilosos, geralmente básicos.
COMPOSTAS
70 m
a 240 m
MD RR
286
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
SERRALHAS, CHICÓRIAS
E AFINS
Este grupo inclui oito géneros de compostas com herbáceas, anuais ou Algumas obras reconhecem duas subespécies em Sonchus asper (subsp.
perenes, com flores sempre liguladas, com látex branco ou amarelo, geral‑ glaucescens, bienal, com uma roseta de folhas basais mais ou menos rígidas
mente inermes ou, mais raramente, espinhosas: Sonchus (sete espécies), e espinhosas; subsp. asper, anual, com folhas geralmente dispostas ao longo
Lactuca (4), Reichardia (3), Cichorium (2), Tolpis (2), Urospermum, Hyoseris e do caule e moles, algumas das quais sem espinhos) e em Lactuca viminea
Arnoseris, com apenas uma espécie. (subsp. viminea, dispersa por todo o território, e subsp. chondrilliflora, em
ambientes rochosos e distribuída, principalmente, na metade norte do
A alface (Lactuca sativa) é a planta mais conhecida do seu género, sendo país, e que se distinguem com dificuldade, pela menor dimensão dos frutos
muito utilizada na alimentação e cultivada em todo o país. Também a e anteras, da subsp. chondrilliflora).
endívia (Cichorium endivia) e a chicória ‑do ‑café (Cichorium intybus) são cul‑
tivadas, embora com menos frequência.
Lactuca saligna
ALFACE ‑BRAVA‑DOS ‑CAMINHOS
Ecologia: pousios, bermas de
caminhos, entulhos; em solos
pedregosos ou ruderalizados,
geralmente básicos.
10 m
a 740 m
(850 m)
PR F
Lactuca serriola
ALFACE ‑BRAVA‑SERRADA*
Ecologia: ruderal, por vezes arvense
ou rupícola; em solos secos e algo
nitrofilizados.
10 m
a 910 m
(1190 m)
PR FFF
Lactuca viminea
ALFACE ‑BRAVA‑DAS ‑ROCHAS*
Ecologia: escarpas, cascalheiras,
taludes, bermas de caminhos; em
solos secos e pedregosos.
30 m
a 1430 m
(1860 m)
EU FF
287
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Lactuca virosa
ALFACE ‑BRAVA‑MAIOR
Ecologia: arvense e ruderal, também
em clareiras de bosques, pousios;
em solos frescos, revolvidos e
nitrofilizados.
10 m
a 1040 m
(1260 m)
MD FF
10 m 10 m
a 900 m a 710 m
(1080 m) (1280 m)
PR FFF PR FFF
10 m 0m
a 790 m a 40 m
MD F PR R
0m 10 m
a 420 m a 460 m
(650 m) (720 m)
MD FFF PR FFF
10 m 0m
a 500 m
(1010 m)
a 60 m
MD FFF IM F
288
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Reichardia intermedia
LEITUGUINHA‑DOS ‑POUSIOS*
Ecologia: pousios e pastagens; em
sítios secos; indiferente edáfica.
20 m
a 310 m
(490 m)
MD FF
Reichardia picroides
LEITUGUINHA‑DOS ‑CAMINHOS*
Ecologia: arvense e ruderal, por
vezes rupícola; indiferente edáfica.
0m
a 440 m
(730 m)
MD F
20 m 40 m
a 830 m a 840 m
(1010 m) (980 m)
MD FFF MD FFF
(110 m)
10 m
220 m
a 270 m a 1550 m
(440 m) (1950 m)
MD R PR FF
289
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
DENTES‑DE‑LEÃO
E AFINS
Neste conjunto agrupam ‑se 12 géneros de compostas, vários dos quais do Sado, e da qual subsistem dúvidas sobre se será nativa ou introduzida;
incluem espécies que são popularmente designadas por dente ‑de ‑leão: Scorzoneroides pyrenaica subsp. cantabrica, em prados de montanha na serra
Taraxacum (17), Crepis (7), Thrincia (7), Scorzoneroides (6), Hedypnois (3), Hypo‑ da Estrela.
chaeris (2), Helminthotheca (2), Picris (2), Rhagadiolus (2) e Lapsana, Leontodon e
Chondrilla, com apenas uma espécie. O género Taraxacum é um dos mais diversos em Portugal continental, mas
também um dos taxonomicamente mais complexos, sendo que as prin‑
Não ilustradas no guia, assinalam ‑se também: Crepis pulchra, de ocorrên‑ cipais obras de referência, como a Nova Flora de Portugal (Franco, 1984),
cia restrita em prados em Trás‑os‑Montes; Crepis calycina, que seria uma a Checklist da Flora de Portugal (Continental, Açores e Madeira) (Sequeira et al.,
espécie endémica, descrita das colinas dos arredores de Tomar, que não 2011) e a Flora iberica (Galán de Mera, 2018), apresentam combinações
voltou a ser herborizada desde o século xix e que poderá ser apenas uma nomenclaturais diferentes. Por esse motivo, o número de espécies referen‑
forma de Crepis taraxicifolia; Thrincia saxatilis, em prados húmidos, dissemi‑ ciadas como ocorrentes em Portugal continental é algo incerto, estando
nada pelo país; Thrincia lusitanica, endémica das arribas calcárias do litoral referenciadas 32, 25 e 17 espécies, respetivamente. Nesta obra optou ‑se
centro ‑oeste; Thrincia tingitana, nas areias e arribas do litoral centro; Thrincia por seguir a nomenclatura da revisão da Flora iberica, por ser a publicação
maroccana subsp. ribatejana, endémica das areias interiores das lezírias do mais recente. A maioria das espécies é mal conhecida, dada a elevada difi‑
Tejo; Leontodon hispidus, com duas subespécies (subsp. hispidus e subsp. bour‑ culdade de as identificar no terreno, o que resulta num escasso conheci‑
gaeanus), ambas presentes nas serras da Estrela e do Gerês; Hedypnois cretica, mento da sua distribuição. As espécies deste género podem ocorrer em
assinalada apenas em prados anuais do litoral do Algarve e da Estremadura ambientes variáveis, desde relvados urbanos e fendas de calçada a prados
(Talavera, 2018), mal conhecida, diferencia ‑se de H. rhagadioloides pelos de montanha e orlas de bosques caducifólios. Algumas espécies são
seus capítulos pêndulos antes da floração e pelas brácteas em forma de endémicas de Portugal e com distribuição restrita e por isso ameaçadas de
estrela na fase de dispersão e de H. arenaria, com maior dificuldade, por por‑ extinção, como T. triforme, na serra de Monchique, e T. estrelense, na serra da
menores do fruto (aquénio). No género Scorzoneroides estão referenciadas Estrela e no Minho, outras endémicas da Península Ibérica, como T. duriense
mais quatro espécies, quase todas mal conhecidas: S. carpetana, apenas e T. pinto ‑silvae, ambas presentes nas regiões centro e norte, enquanto
conhecida em lameiros húmidos e cervunais da serra de Montesinho (Trás‑ outras estão amplamente distribuídas pela Europa, como T. marklundii, T.
‑os‑Montes); S. autumnalis, citada para as montanhas do Noroeste, mas sundbergii, T. ekmanii e T. nordstedti.
sem registos recentes; S. muelleri, citada no passado para arrozais na bacia
Rhagadiolus edulis
RAGADÍOLO ‑COMESTÍVEL*
Ecologia: campos agrícolas, pousios
e, por vezes, bermas de caminhos.
10 m
a 680 m
(870 m)
MD FF
90 m 10 m
a 280 m a 880 m
(510 m) (1210 m)
MD FF PR FF
290
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Chondrilla juncea Crepis lampsanoides
LEITUGA‑BRANCA ALMEIROA‑FOLHA‑DE‑
‑LABRESTO*
Ecologia: bermas de caminhos,
incultos, pastagens; em locais algo Ecologia: prados húmidos, bosques;
perturbados. em solos frescos, férteis e ácidos.
10 m 80 m
a 1080 m
(1460 m)
a 1830 m
PR FFF EU F
10 m 10 m
a 760 m a 950 m
(1080 m) (1490 m)
MD FFF PR FFF
20 m 100 m
a 660 m a 260 m
MD F MD RR
Leontodon hispidus
subsp. bourgaeanus
LEITUGA‑PELUDA‑DA‑
‑MONTANHA*
Ecologia: prados rupícolas; em solos
pedregosos, de granitos, em alta
montanha.
1380 m
a 1980 m
IB R
5m
1m
a 850 m
(1380 m)
a 50 m
EU FFF EU F
291
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Thrincia tuberosa
LEITUGA‑TUBEROSA*
Ecologia: pastagens, prados,
clareiras de bosques; indiferente
edáfica, em solos com alguma
humidade.
20 m
a 500 m
(850 m)
MD FFF
Scorzoneroides palisiae
FALSA‑ESCORCIONEIRA‑DO‑
‑ALENTEJO*
Ecologia: pastagens e prados anuais;
em locais secos.
100 m
a 330 m
IM R
10 m
5m
a 960 m
a 900 m (1550 m)
MD FFF PR FFF
Hypochaeris radicata
ERVA‑DAS ‑TETAS, LEITUGA‑
‑PELUDA*
Ecologia: pastagens, prados
húmidos, desde dunas litorais à alta
montanha; indiferente edáfica.
10 m
a 1290 m
(1930 m)
PR FFF
10 m 180 m
a 500 m a 840 m
EU R IB FF
292
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Hedypnois arenaria
ERVA‑DO ‑LEITE ‑DAS ‑AREIAS*
Ecologia: dunas.
0m
a 15 m
IM F
293
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
EN
Picris cupuligera Helminthotheca echioides
RASPA‑SAIAS ‑DO ‑BARROCAL RASPA‑SAIAS
Ecologia: pastagens e pousios; em Ecologia: arvense e ruderal.
solos básicos.
10 m 10 m
a 30 m a 430 m
(920 m)
IM RR MD FFF
Helminthotheca spinosa
RASPA‑SAIAS ‑ESPINHOSO
Ecologia: clareiras de bosques e
matagais; indiferente edáfica.
20 m
a 480 m
IB FF
Picris hieracioides
RASPA‑SAIAS ‑DO ‑NORTE*
Ecologia: bosques caducifólios e
prados frescos.
COMPOSTAS
10 m
a 1060 m
(1460 m)
EU FF
294
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
PILOSELAS
E AFINS
Nesse subgrupo enquadram ‑se quatro géneros: Hieracium (20 espécies), No género Pilosella, estreitamente aparentado com Hieracium, assinalam ‑se
Pilosella (8), Andryala (5), Hispidella (1). mais seis espécies, praticamente todas associadas a pastagens em zonas
de montanha, no Centro e no Norte do país: P. officinarum, P. capillata, P. pele‑
O género Hieracium é um dos mais diversos da família das compostas, repre‑ teriana, P. subtardans, P. saussureoides e P. galiciana, esta apenas assinalada para
sentado por cerca de 20 espécies em Portugal continental, muitas das a serra da Estrela. No género Andryala destaca ‑se ainda Andryala cintrana,
quais são de complexa identificação, pelo que permanecem mal conhe‑ uma espécie endémica das arribas do litoral de Sintra ‑Cascais, apenas
cidas. Além das espécies ilustradas no guia, foram também citadas para recentemente descrita para a ciência e, por isso, ainda mal conhecida.
Portugal: H. arevacorum, H. carpetanum, H. diaphanoides, H. flagelliferum, H.
glaucinum, H. hirsutum, H. lachenalii, H. laevigatum, H. lusitanicum, H. maculatum,
H. murorum, H. orthoglossum, H. pulmonarioides, H. saxifragum, H. schmidtii, H.
vasconicum e H. visontinum. A grande maioria das espécies distribui ‑se apenas
na metade norte de Portugal, ocorrendo em áreas de montanha. Várias são
espécies de ampla distribuição europeia, como H. murorum, H. saxifragum, ou
mesmo global, como H. sabaudum e H. umbellatum.
Pilosella castellana
PILOSELA‑CASTELHANA*
Ecologia: pastagens, clareiras de
bosques; em solos ácidos e pobres,
em zonas de montanha.
700 m
a 1890 m
IM FF
Pilosella pseudopilosella
PILOSELA‑DO ‑NORTE*
Ecologia: pastagens secas e
soalheiras; em solos pobres.
560 m
a 1250 m
(1410 m)
MD R
(150 m)
260 m 890 m
a 1410 m a 1410 m
(1560 m)
IB F MD RR
295
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Hieracium umbellatum Hieracium sabaudum
HIERÁCIO ‑UMBELADO* HIERÁCIO ‑DOS ‑ARROIOS*
Ecologia: rochedos, em leitos de Ecologia: bosque, margens de
cheia de cursos de água ou orlas de ribeiras, bermas de caminhos; em
bosques. solos ácidos.
10 m 30 m
a 890 m a 1350 m
PR R EU F
Andryala arenaria
ALFACE ‑DAS ‑AREIAS*
Ecologia: prados ralos, clareiras de
matos; em solos arenosos.
10 m
a 340 m
(520 m)
IM FF
Andryala rothia
ERVA‑POLVINHENTA
Ecologia: pousios, pastagens; em
locais secos e substratos ácidos.
40 m
a 450 m
(620 m)
IM F
Andryala integrifolia
TRIPA‑DE ‑OVELHA, ALFACE ‑DO‑
‑MONTE
Ecologia: pousios, pastagens;
ruderal; indiferente edáfica.
10 m
a 960 m
(1380 m)
MD FFF
EN
Andryala ragusina
ORELHAS ‑DE ‑COELHO
Ecologia: prados em depósitos
aluvionais, de areias ou cascalhos;
em solos secos.
COMPOSTAS
20 m
a 360 m
MD RR
296
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
PERPÉTUAS, ERVAS‑DOS‑NINHOS
E AFINS
Reúnem ‑se nesse subgrupo 11 géneros, que se caracterizam por apre‑ No género Helichrysum assinalam ‑se ainda duas espécies exóticas, originá‑
sentar flores não liguladas e pouco conspícuas e, geralmente, com caules rias da África do Sul, cultivadas como ornamentais e subespontâneas em
e folhas revestidas por um denso indumento de pelos que lhes confere uma alguns locais do litoral centro e norte, H. foetidum e H. petiolare. A subespécie
coloração acinzentada: Filago (7), Helichrysum (6), Gamochaeta (5), Santolina H. serotinum subsp. serotinum é conhecida de uma única colheita para Trás‑
(3), Achillea (2), Logfia (2), Phagnalon (2), Bombycilaena, Gnaphalium, Micropus, ‑os‑Montes (Galbany Casals et al., 2019). Na Nova Flora de Portugal (Franco,
Otanthus. 1984) assinalava ‑se também H. decumbens, de hábito prostrado das arribas
da costa sudoeste, mas que atualmente se considera somente um ecótipo
Não ilustradas, estão também referenciadas: Bombycilaena erecta, rara, litoral de H. stoechas.
ameaçada de extinção, com apenas dois registos históricos em Portugal,
um em Trás‑os‑Montes e outro no cabo Mondego; Santolina rosmarinifolia, As espécies do género Gamochaeta são todas exóticas e ocorrem em
conhecida apenas dos solos básicos e pedregosos da península de Setúbal, espaços ajardinados e outros locais humanizados. Além das espécies
muito afim de S. impressa, da qual se distingue, com dificuldade, pelas suas apresentadas, assinala ‑se G. subfalcata, em solos húmidos e perturbados
folhas dimórficas e detalhes das brácteas externas. das regiões litorais do Norte e do Centro, e duas espécies cuja ocorrência
suscita algumas dúvidas: Gamochaeta simplicicaulis, semelhante a G. coarctata,
As espécies do género Filago são de complexa distinção entre si, sendo citada apenas para os arredores do Porto; Gamochaeta calviceps, referida para
necessário o recurso a chaves de identificação especializadas para as o Minho e semelhante a G. subfalcata.
segregar com base em pormenores dos frutos e das inflorescências.
Além das espécies ilustradas, assinalam ‑se ainda: F. albicans e F. lutescens,
de aparência similar, distinguindo ‑se pela coloração do indumento
(acinzentado ‑esbranquiçado na primeira e amarelado na segunda) e pelas
inflorescências menores de F. albicans; F. gaditana, em areias estabilizadas,
de norte a sul; F. pygmaea, no Centro e no Sul do país; F. lusitanica, em regiões
mais interiores, as três últimas acaules ou com caules rastejantes, e no
passado colocadas no género Evax, juntamente com F. carpetana.
10 m 20 m
a 840 m a 1380 m
(1210 m) (1550 m)
MD F PR FF
Phagnalon rupestre
ALECRIM ‑DAS ‑PAREDES ‑MENOR*
Ecologia: fendas de rochedos,
clareiras de matos, arribas litorais;
em solos rochosos ou pedregosos,
básicos.
10 m
a 280 m
(490 m)
PR F
297
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Phagnalon saxatile
ALECRIM ‑DAS ‑PAREDES,
MACELA‑DA‑ISCA
Ecologia: rochedos, clareiras de
matos, muros, bermas de caminhos;
em solos rochosos ou pedregosos;
indiferente edáfica.
5m
a 670 m
(940 m)
MD FFF
LC
Santolina impressa Santolina semidentata LC
MARCETÃO ‑DAS ‑AREIAS MARCETÃO ‑DE ‑TRÁS ‑OS‑
‑MONTES*
Ecologia: matos e pinhais; em solos
arenosos ácidos algo perturbados. Ecologia: matos em solos rochosos
ou pedregosos, ultrabásicos.
10 m 440 m
a 60 m a 950 m
(1270 m)
LU F IB F
0m 90 m
a 30 m a 350 m
MD FF MD RR
10 m 10 m
a 810 m a 1440 m
(1360 m) (1750 m)
PR FFF PR FF
10 m 40 m
a 1030 m a 790 m
(1320 m) (1080 m)
EU F PR FFF
298
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Helichrysum serotinum
subsp. picardii
PERPÉTUAS ‑DAS ‑AREIAS, CARIL‑
‑DAS ‑AREIAS
Ecologia: dunas e matos baixos em
solos arenosos.
0m
a 70 m
(360 m)
IM FFF
5m 30 m
a 800 m a 860 m
(1040 m) (1020 m)
PR FFF PR FFF
20 m 20 m
a 310 m a 470 m
IN F IN R
Helichrysum stoechas
PERPÉTUAS
Ecologia: matos baixos; em sítios
secos e soalheiros; indiferente
edáfica.
10 m
a 860 m
(1100 m)
MD FFF
299
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
ERVAS‑LOIRAS
E AFINS
Reúnem ‑se neste subgrupo as espécies dos géneros Senecio (20), Calendula de Senecio, muito semelhantes e todas nativas da África do Sul: S. mikanioides,
(3) e Doronicum (2) e Petasites (1). S. angulatus e S. tamoides, a primeira sem flores liguladas, a segunda com
flores menores, folhas ovadas a romboidais e aquénios pilosos, e a terceira
No género Senecio, um dos mais diversificados em Portugal, referem ‑se com flores maiores, folhas mais ou menos palmadas e aquénios glabros.
ainda: S. leucanthemifolius, rara e apenas conhecida de ambientes arenosos
ruderalizados nas redondezas de Alcácer do Sal, similar a S. gallicus, da qual Além dos táxones apresentados, assinalam ‑se também: Petasites pyrenai‑
se diferencia por possuir as brácteas tingidas de negro; S. doria subsp. legio‑ cus, originária do Mediterrâneo Oriental, cultivada como ornamental e
nensis (= S. legionensis), apenas conhecida em lameiros do extremo norte subespontânea em alguns locais da região centro; Calendula officinalis (mara‑
minhoto (ameaçada de extinção); S. bicolor subsp. cineraria, exótica, em vilhas), cultivada como ornamental e medicinal, de ocorrência ocasional
arribas rochosas do litoral; S. elegans, originária da África do Sul, naturali‑ em entulhos, bermas, geralmente próximo de povoações; Roldana petasitis,
zada em vários locais do litoral e facilmente reconhecível pelas suas flores arbusto originário do México e localmente subespontâneo no litoral norte
com lígulas arroxeadas; S. erucifolius, provavelmente de introdução recente, (e. g., estuário do Cávado). Tussilago farfara foi também citada para o Minho
através de misturas de sementes usadas em arrelvados urbanos. Com no passado, mas não se conhecem quaisquer registos que comprovem a
folhas carnudas e hábito trepador, assinalam ‑se três espécies exóticas sua ocorrência como naturalizada em Portugal.
5m 10 m
a 580 m a 510 m
(1280 m) (650 m)
PR FFF IM F
Calendula suffruticosa
subsp. algarbiensis
ERVA‑VAQUEIRA‑DAS ‑AREIAS*
Ecologia: dunas e arribas litorais.
0m
a 80 m
IB FF
EN
Calendula suffruticosa
subsp. cinerea
ERVA‑VAQUEIRA‑DE ‑SÃO‑
‑VICENTE*
Ecologia: arribas litorais.
COMPOSTAS
10 m
a 70 m
LU RR
300
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
VU
Doronicum carpetanum Doronicum plantagineum
DORÓNICO ‑DA‑ESTRELA*, DORÓNICO*
DORÓNICO ‑SERRANO*
Ecologia: bosques, bases de
Ecologia: bosques, linhas de água, rochedos; em locais sombrios,
bases de rochedos; em locais frescos.
sombrios, frescos em zonas de
montanha.
40 m
1250 m
a 1170 m
a 1500 m (1280 m)
IB RR MD R
0m 5m
a 70 m a 740 m
(730 m) (1550 m)
MD F PR FFF
10 m 10 m
a 1390 m a 780 m
(1750 m) (1020 m)
PR FF MD FFF
NT
Senecio minutus Senecio doronicum EN
ERVA‑LOIRA‑MÍNIMA* subsp. lusitanicus
Ecologia: cascalheiras, taludes ERVA‑LOIRA‑DO ‑OESTE*
pedregosos. Ecologia: clareiras de matos, prados
vivazes; em solos rochosos ou
pedregosos, em cumeadas.
40 m 180 m
a 520 m a 660 m
IM R LU RR
Senecio aquaticus
TASNEIRA‑DA‑ÁGUA, SACA‑FOGO
Ecologia: margens de cursos de
água, prados húmidos.
10 m
a 180 m
PR F
301
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Senecio jacobaea
ERVA‑DE ‑SÃO ‑TIAGO, TASNA
Ecologia: pastagens, pousios,
bermas de caminhos.
10 m
a 1030 m
(1190 m)
PR FFF
680 m 20 m
a 890 m a 550 m
EU RRR IB RR
Senecio inaequidens
ERVA‑LOIRA‑SUL‑AFRICANA*
Ecologia: invasora em areias litorais,
em locais perturbados.
4m
a 40 m
IN R
Senecio angulatus
ERVA‑LOIRA‑TREPADEIRA*
Ecologia: naturalizado em sebes,
muros.
0m
a 260 m
IN R
Senecio mikanioides
HERA‑DO ‑CABO, ERVA‑DE ‑SÃO‑
‑TIAGO
Ecologia: naturalizado, em sebes.
COMPOSTAS
0m
a 410 m
(540 m)
IN R
302
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
VU
Senecio pyrenaicus
subsp. caespitosus
ERVA‑LOIRA‑DA‑ESTRELA
Ecologia: em escarpas e fendas
de rochedos; locais sombrios,
em substratos graníticos de alta
montanha.
(1460 m)
1580 m
a 1890 m
LU RR
303
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
MARGARIDAS, PAMPILHOS
E MALMEQUERES
Neste subgrupo agregam ‑se as margaridas, os pampilhos e outras Algumas espécies são cultivadas como ornamentais e ocorrem ocasio‑
compostas herbáceas com inflorescências semelhantes. Possuem um nalmente assilvestradas próximo de povoações: Arctotis stoechadifolia, ori‑
disco central, bem evidente, composto por flores não liguladas e uma ginária da África do Sul e subespontânea no Sul do país, em areias litorais
faixa externa com flores liguladas bem evidentes (ausente em algumas humanizadas; Osteospermum ecklonis e Gazania rigens, ambas originárias da
espécies). Incluem ‑se cerca de 60 espécies e 27 géneros: Tanacetum (cinco África do Sul e ocasionalmente escapadas de jardins, perto de habitações;
espécies), Leucanthemum (4), Anthemis (4), Bellis (4), Aster (3), Anacyclus (2), Symphyotrichum laeve, originária da América do Norte e citada recentemente
Chamaemelum (2), Matricaria (3), Glebionis (2), Conyza (2), Cotula (2), Erigeron para as Caldas de Monchique (Algarve); Tanacetum parthenium, originária
(2), Leucanthemopsis (2), Symphyotrichum (3), Vogtia (2) e ainda Cladanthus, Cota, do Mediterrâneo Oriental, cultivada como ornamental e naturalizada em
Tripleurospermum, Otospermum Glossopappus, Coleostephus, Prolongoa, Heteran‑ prados nitrófilos em solos húmidos, na metade norte do país; Tanacetum
themis, Lepidophorum, Daveaua, Phalacrocarpum, Gazania, Osteospermum, Arctotis, balsamita, originária do Sudoeste asiático, cultivada como ornamental,
Arctotheca, todos representados apenas por uma espécie. citada apenas para Trás‑os‑Montes.
Além das 40 espécies ilustradas no guia, ocorrem também em Portugal Outras espécies foram referidas no passado como ocorrentes em Portugal
continental: Anacyclus clavatus, casual em solos humanizados, no interior do continental, mas atualmente não se consideram como pertencentes à flora
país; Matricaria aurea (= Chamomilla aurea) e Matricaria chamomilla (= Chamomilla nacional. Algumas porque eram de ocorrência duvidosa, como Bellis micro‑
recutita), ambas em comunidades ruderais e arvenses, a primeira ocasional cephala, erva anual, semelhante a B. annua, mas de menor dimensão, citada
no Sul do país e a segunda assinalada em Trás‑os‑Montes e no Centro‑ para o Sul de Portugal, e Leucanthemum paludosum, da qual não se conhecem
‑Oeste; Anthemis alpestris, erva perene , em pastagens e clareiras de matos, exemplares portugueses, noutros casos porque subsistem dúvidas quanto
em Trás‑os‑Montes e na Beira Alta, com duas variedades, uma sem lígulas, à sua validade enquanto espécies diferenciadas, não sendo consideradas
var. alpestris, mais comum, e outra com lígulas brancas, var. ligulata, menos na obra de referência mais recente, a Flora iberica: Conyza sumatrensis, C. ivifolia
frequente; Aster sedifolius, em prados pedregosos de montanha, na serra e C. bilbaoana, todas integradas na sinonímia de C. bonariensis; Tanacetum gra‑
do Gerês; Erigeron acris, pouco frequente no Centro e no Norte, em solos cilicaule, enquadrada dentro da variabilidade morfológica de T. corymbosum,
com alguma humidade, arenosos ou pedregosos; Leucanthemum lacustre, e que seria uma planta mais delgada e com poucos capítulos; Coleostephus
endémica de Portugal, conhecida apenas dos Açores e dos arredores da clausonis, considerada dentro da variabilidade de C. myconis.
lagoa de Óbidos, em ambientes palustres; Leucanthemum vulgare, em bermas
de caminhos e orlas de bosque, em alguns locais dispersos no Norte do Há ainda a assinalar a existência de subespécies em: Anthemis arvensis (subsp.
país; Prolongoa hispanica, endemismo ibérico recentemente encontrado em arvensis, disseminada no Norte e no Centro; subsp. incrassata, frequente
Portugal, conhecido de um único local, um depósito de mina abandonada, no Sul do país e no litoral centro); Leucanthemopsis flaveola (subsp. flaveola,
no Baixo Alentejo (ameaçada de extinção); Vogtia microphylla (= Tanacetum apenas em Trás‑os‑Montes, e subsp. ricoi, frequente nas montanhas gra‑
microphyllum), com floração tardia e sem lígulas, em restolhos, em declínio níticas do Centro interior e norte); Leucanthemum sylvaticum (subsp. merinoi,
por todo o país, criticamente em perigo de extinção; Tanacetum corymbo‑ rara, em arribas litorais do Minho; subsp. sylvaticum, em ambientes rochosos
sum, pouco frequente, em clareiras de bosques, nas regiões centro e norte, ou pedregosos, nas montanhas do Centro e do Norte); Phalacrocarpum
similar a T. mucronulatum, da qual se distingue por ter capítulos dispostos oppositifolium (subsp. oppositifolium, frequente nas montanhas do Centro,
em corimbo regular e folhas acetinadas na página inferior (viloso ‑lanosas e subsp. hoffmannseggii, apenas nas montanhas do Minho e do Nordeste
em T. mucronulatum). transmontano. Por vezes consideradas espécies distintas, segregam ‑se
pela forma das suas folhas: ovadas e penatipartidas na primeira; lanceo‑
ladas e serradas na segunda).
10 m 0m
a 380 m a 100 m
IN F IN F
304
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Anacyclus radiatus Coleostephus myconis
subsp. radiatus PAMPILHO ‑DE ‑MICÃO,
PÃO ‑POSTO, PIMPOSTO PAMPILHO ‑DOS ‑CAMPOS,
OLHOS ‑DE ‑BOI
Ecologia: ruderal.
Ecologia: arvense e ruderal.
10 m
0m
a 640 m
a 230 m (940 m)
MD FFF MD FFF
Anthemis arvensis
MARGAÇÃO, FALSA‑CAMOMILA
Ecologia: arvense e ruderal.
60 m
a 1120 m
(1550 m)
MD FFF
Anthemis cotula
MACELA‑FÉTIDA, ERVA‑MIJONA,
FEDEGOSA, FUNCHO ‑DE ‑BURRO
Ecologia: arvense e ruderal; em solos
secos e algo nitrofilizados.
10 m
a 970 m
(1140 m)
MD FFF
EN
Cota triumfetti
FALSA‑CAMOMILA, MACELA‑
‑GALEGA
Ecologia: orlas de matagais e
pousios; principalmente em solos
básicos.
(60 m)
250 m
a 840 m
EU RR
10 m
0m
a 660 m
a 10 m (790 m)
MD F MD FFF
305
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Chamaemelum nobile
MACELA, CAMOMILA‑ROMANA,
CAMOMILA‑DE ‑PARIS, MACELA‑
‑FLOR
Ecologia: Pousios, clareiras de
matos, caminhos; em solos algo
húmidos e nitrofilizados.
10 m
a 1230 m
(1610 m)
MD FFF
10 m 20 m
a 850 m a 1050 m
(1090 m)
MD FFF IN F
10 m 5m
a 590 m a 260 m
(760 m)
PR FFF PR FFF
NT
Otospermum glabrum
MARGAÇA‑GLABRA*
Ecologia: prados anuais em
pastagens, pousios, bermas de
caminhos; em solos argilosos, com
alguma humidade.
30 m
a 310 m
IM R
CR
Daveaua anthemoides Tripleurospermum
MARGARIDA‑DE ‑DAVEAU* maritimum
Ecologia: pastagens com alguma CAMOMILA‑MARINHA*
humidade, pousios. Ecologia: dunas, estuários; em solos
arenosos ruderalizados.
COMPOSTAS
180 m 0m
a 240 m a 10 m
IM RRR EU R
306
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
CR
Heteranthemis Glossopappus macrotus
viscidehirta PAMPILHO ‑ESCARIOSO*
PAMPILHO ‑VISCOSO* Ecologia: arvense; em solos básicos.
Ecologia: clareiras de pinhais e
retamais; em solos arenosos.
0m 80 m
a 10 m a 330 m
IM RR IM F
Leucanthemum
pseudosylvaticum
MARGARIDA‑MAIOR‑DAS‑
‑RIBEIRAS*
Ecologia: margens de ribeiras, orlas
de bosques, bermas de caminhos.
10 m
a 740 m
IB F
Leucanthemum
sylvaticum
MARGARIDA‑MAIOR
Ecologia: escarpas, rochedos, orlas
de bosques; em solos rochosos ou
pedregosos.
270 m
a 840 m
IB R
Lepidophorum repandum
MACELA‑ESPATULADA
Ecologia: clareiras de matos
e pinhais; em solos ácidos,
em sítios algo húmidos e sombrios.
10 m
a 470 m
(820 m)
IB FF
40 m
10 m
a 530 m
a 320 m (1150 m)
MD R IB R
307
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Tanacetum vulgare Leucanthemopsis flaveola
ATANÁSIA, ATANÁSIA‑DAS‑ MALMEQUER‑SULFUROSO*
‑BOTICAS, ERVA‑DE ‑SÃO‑
Ecologia: prados rupícolas, clareiras
‑MARCOS
de matos; em solos secos, ácidos.
Ecologia: naturalizado em sebes,
muros.
70 m 130 m
a 1400 m a 1370 m
IN R IB F
Phalacrocarpum
oppositifolium subsp.
oppositifolium
MARGARIDA‑DAS ‑ROCHAS*
Ecologia: rupícola, em rochedos,
escarpas e encostas pedregosas; em
substrato ácido, principalmente granito.
(630 m)
800 m
a 1900 m
IB F
10 m
550 m
a 360 m
a 1310 m (700 m)
IB F MD FF
Bellis sylvestris
BONINA‑DO ‑MONTE,
MARGARIDA‑DO ‑MONTE
Ecologia: prados, clareiras de
matagais, taludes; em locais algo
sombrios e húmidos.
30 m
a 830 m
(1130 m)
MD FFF
Bellis perennis
BONINA, MARGARIDA
Ecologia: prados, clareiras de
matagais, taludes; em locais algo
sombrios e húmidos.
COMPOSTAS
10 m
a 1040 m
(1160 m)
PR FF
308
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Leucanthemopsis
pulverulenta
MARGARIDA‑PULVERULENTA*
Ecologia: pastagens, clareiras de
matos, viária; em solos arenosos,
ácidos.
400 m
a 920 m
IB F
309
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
EN
Aster aragonensis
ESTRELA‑DE ‑ARAGÃO*
Ecologia: clareiras de matos, fendas
de rochedos, por vezes em leitos de
cheia; em substratos rochosos ou
pedregosos, básicos.
190 m
a 1140 m
IB R
Aster tripolium
ESTRELA‑DO ‑SAPAL*,
MALMEQUER‑DO ‑SAPAL*
Ecologia: sapais, estuários; em
solos salgados, frequentemente
encharcados.
0m
a 20 m
PR F
Symphyotrichum
squamatum
ESTRELA‑COMUM*, MATA‑
‑JORNALEIROS
Ecologia: invasora em solos
perturbados, húmidos.
5m
a 420 m
(740 m)
IN FFF
Symphyotrichum
lanceolatum
ESTRELA‑LANCEOLADA*
Ecologia: naturalizada em margens
de cursos de água.
10 m
a 790 m
IN F
0m 0m
a 550 m a 750 m
IN FFF IN FFF
310
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Erigeron karvinskianus Arctotheca calendula
VITADÍNIA‑DAS ‑FLORISTAS, ERVA‑GORDA
MARGARIDA‑DAS ‑FLORISTAS
Ecologia: invasora em areias litorais.
Ecologia: naturalizada em rochedos,
muros; em locais sombrios e
húmidos.
10 m 0m
a 670 m
(830 m)
a 170 m
IN FF IN FF
SUBGRUPO
ÉNULAS, ARZOLAS
E AFINS
Neste subgrupo, algo heterogéneo, englobam ‑se 20 géneros, a maioria autores como um simples ecótipo litoral de P. arabica subsp. hispanica
dos quais representada por plantas herbáceas perenes e inermes: Inula (= P. paludosa); Helianthus annuus (girassol), originária da América do Norte,
(3), Artemisia (8), Asteriscus (3), Bidens (3), Dittrichia (2), Galinsoga (2), Soliva amplamente cultivada, ocasionalmente subespontânea em campos
(2), Helianthus (2), Limbarda, Jasonia, Solidago, Arnica, Pulicaria, Eupatorium, incultos e entulhos; Helianthus tuberosus (tupinambo), amplamente cultivada
Ageratina, Ambrosia, Baccaris, Plecostachys (todos representados por uma como ornamental e, tal como a anterior, ocasionalmente subespontânea;
única espécie). Assinalam ‑se ainda alguns géneros cujos frutos são espi‑ Xanthium orientale, que se distingue, com dificuldade, de X. strumarium por
nhosos ou ganchudos, Xanthium (2) e Acanthoxanthium (1). ser uma planta aromática e com frutos, e respetivos espinhos, de maior
dimensão.
Ademais das espécies ilustradas no guia, estão também referenciadas:
Bidens tripartita, a única considerada nativa nesse género, presente em Algumas espécies não ilustradas no guia são as únicas representantes
zonas húmidas, no Centro e no Norte do país, embora pouco conhecida, do seu género em Portugal, nomeadamente: Ambrosia artemisiifolia, Eclipta
possivelmente devido a confusão com B. frondosa, da qual se distingue por prostrata, Plecostachys serpyllifolia e Gaillardia aristata, todas exóticas e oca‑
não ter as folhas médias do caule penatissetas e por possuir aquénios com sionalmente subespontâneas em locais humanizados, como bermas de
pelos direcionados para trás (para a frente em B. frondosa); Artemisia campes‑ caminhos, espaços ajardinados, fendas de calçada, muros e relvados. Em
tris, de porte arbustivo, pouco frequente, conhecida de solos arenosos do estuários do litoral norte foi recentemente sinalizada Baccaris halimifolia,
Douro Superior; Artemisia arborescens, cultivada como ornamental e oca‑ nativa da América do Norte e já identificada como uma perigosa invasora
sionalmente subespontânea; Artemisia absinthium, planta nitrófila, pouco no continente europeu.
frequente na região norte e ocasionalmente cultivada pelas suas folhas
(absinto); Artemisia tournefortiana, originária do Oeste asiático e por vezes A táveda (Dittrichia viscosa) é uma planta aromática, com duas subespécies
subespontânea em margens de cursos de água na região centro; Galinsoga descritas: subsp. viscosa no Centro e no Sul; subsp. revoluta, apenas na orla
quadriradiata, originária do México e subespontânea em depósitos arenosos litoral sul e sudoeste. Ambas são muito abundantes em pastagens, bermas
na margem de cursos de água, bermas húmidas e espaços ajardinados, de caminhos e outros locais com solos perturbados. Uma terceira subes‑
na metade norte do país; Pulicaria vulgaris, em solos temporariamente pécie é por vezes considerada, subsp. maritima, endémica das arribas da
inundados, no Norte de Trás‑os‑Montes; Pulicaria microcephala, endémica costa sudoeste, contudo, parece ser apenas um ecótipo litoral de hábito
das ilhas Berlengas em perigo de extinção, mas considerada por alguns rasteiro e folhas algo carnudas.
Solidago virgaurea
VARA‑DE ‑OURO
Ecologia: clareiras de matos e
bosques, dunas; em solo arenoso,
ácido.
10 m
a 1870 m
PR F
311
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Inula conyzae Inula salicina
ÉNULA‑MAIOR* ÉNULA‑FOLHA‑DE ‑SALGUEIRO*
Ecologia: clareiras de bosques e Ecologia: clareiras de matagais e
matagais. matos higrófilos,bosques ripícolas,
fendas de rochedos em leitos de
cheia.
40 m 10 m
a 930 m a 1000 m
PR R PR R
NT
Inula montana Limbarda crithmoides
ÉNULA‑DOS ‑MONTES* CAMPÂNULA‑DA‑PRAIA,
MADORNEIRA‑BASTARDA
Ecologia: prados rupícolas; em solos
básicos ou ultrabásicos, secos e Ecologia: sapais, estuários; em solos
pedregosos. salgadiços.
360 m 0m
a 570 m a 50 m
MD RR MD F
10 m 10 m
a 180 m a 480 m
(460 m) (810 m)
PR F MD FFF
Pulicaria arabica
subsp. hispanica
ERVA‑PULGUEIRA, MATA‑PULGAS
Ecologia: prados húmidos; em solos
temporariamente encharcados e
locais perturbados.
10 m
a 730 m
(880 m)
IM FFF
Dittrichia graveolens
ÉNULA‑CHEIROSA*, ERVA‑DOS‑
‑BÁLSAMOS
Ecologia: pousios; em solos secos e
algo nitrofilizados.
COMPOSTAS
10 m
a 810 m
PR FFF
312
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Dittrichia viscosa Jasonia tuberosa NT
subsp. viscosa JASÓNIA*
TÁVEDA, TÁGUEDA, ÉNULA‑ Ecologia: pousios, bermas de
‑PEGANHOSA caminhos; em solos básicos.
Ecologia: pastagens, incultos,
bermas de caminhos; ruderal.
10 m 660 m
a 610 m
(1080 m)
a 700 m
PR FFF MD RR
Asteriscus spinosus
PAMPILHO ‑ESPINHOSO
Ecologia: pousios, matos, bermas de
caminhos; em solos secos.
10 m
a 410 m
(670 m)
MD FFF
LC
Asteriscus maritimus Asteriscus aquaticus
PAMPILHO ‑MARÍTIMO PAMPILHO ‑AQUÁTICO
Ecologia: arribas litorais. Ecologia: prados anuais em clareiras
de matos e pousios; em solos
pedregosos ou argilosos, básicos.
0m 10 m
a 70 m a 380 m
(620 m)
MD FF MD F
NT
Arnica montana Eupatorium cannabinum
subsp. atlantica TREVO ‑CERVINO
ARNICA Ecologia: margens de cursos de água,
Ecologia: prados húmidos, lameiros, valas e orlas de bosques; em locais
brejos e turfeiras. húmidos.
130 m 10 m
a 1390 m a 700 m
(1050 m)
EU R PR FF
10 m 10 m
a 360 m a 900 m
IN F IN F
313
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Bidens aurea Bidens frondosa
CHÁ‑DE ‑MARROCOS, CHÁ‑DE‑ ERVA‑RAPA, CHATOS
‑ESPANHA
Ecologia: invasora em margens de
Ecologia: naturalizada em valas e cursos de água.
margens de cursos de água.
10 m 10 m
a 630 m a 770 m
(830 m) (960 m)
IN F IN FFF
10 m 10 m
a 310 m a 860 m
(1080 m)
IN F IN FFF
Artemisia crithmifolia
MADORNEIRA, ERVA‑
‑LOMBRIGUEIRA
Ecologia: dunas.
0m
a 40 m
EU FFF
Artemisia vulgaris
ARTEMÍSIA‑VERDADEIRA, ERVA‑
‑DE ‑FOGO
Ecologia: bermas de caminhos, orlas
florestais; em locais revolvidos e
nitrofilizados.
30 m
a 920 m
PR F
Artemisia caerulescens
ARTEMÍSIA‑DOS ‑SAPAIS*
Ecologia: sapais e salinas.
COMPOSTAS
0m
a 10 m
MD F
314
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Artemisia verlotiorum
ARTEMÍSIA‑CHINESA*
Ecologia: naturalizada em prados
nitrófilos nas margens de rios,
bermas de caminhos.
10 m
a 530 m
(700 m)
IN F
Acanthoxanthium
spinosum
ARZOLA, PICA‑TRÊS, ERVA‑DE‑
‑SANTA‑HELENA
Ecologia: infestante em campos
agrícolas e pastagens; nitrófila
10 m
a 830 m
IN FF
Xanthium strumarium
BARDANA‑MENOR
Ecologia: infestante agrícola e
também nas margens de rios; ruderal
e nitrófila.
10 m
a 430 m
PR FFF
10 m 10 m
a 280 m a 360 m
IN F IN F
315
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
40.
HERBÁCEAS
DIVERSAS
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
ESPÉCIES NATIVAS
As peoniáceas são uma família com um único género, Paeonia, o qual é repre‑ As portulacáceas são também representadas por três espécies, incluindo
sentado em Portugal por duas espécies, a peónia ‑das‑boticas (P. officinalis as comuns beldroegas (Portulaca oleracea), das quais se diferenciam quatro
subsp. microcarpa), rara, e a rosa ‑albardeira (P. broteri), mais frequente. As subespécies, com base na dimensão e ornamentação das sementes.
poligaláceas são representadas por um único género em Portugal, Polygala, Assinalam ‑se também duas espécies do género Montia: M. fontana, com
com quatro espécies: P. microphylla, P. monspeliaca, P. serpyllifolia e P. vulgaris. duas subespécies: subsp. amporitana e subsp. chondrosperma, que se distin‑
guem essencialmente porque a primeira coloniza habitats mais húmidos e
As urticáceas são uma família representada por apenas dois géneros, Urtica possui sementes mais brilhantes; M. perfoliata (não ilustrada), uma exótica
(quatro espécies) e Parietaria (3), cujas espécies são frequentes em locais de ocorrência pontual no Alto Alentejo, Trás‑os‑Montes e Douro Litoral,
sombrios e solos nitrificados, com exceção de U. pilulifera, muito rara em com folhas basais em roseta e apenas duas folhas caulinares perfolhadas.
Portugal. As rutáceas são uma família que inclui espécies com elevada
importância na alimentação, como as laranjeiras (Citrus x sinensis), os As verbenáceas incluem algumas espécies que são cultivadas com fre‑
limoeiros (Citrus x limon) e os restantes citrinos. Em Portugal é represen‑ quência pelas suas flores vistosas e folhas aromáticas, incluindo a lúcia‑
tada por apenas dois géneros nativos, as arrudas (Ruta, três espécies) e ‑lima ou bela ‑luísa (Aloysia citrodora) e a lantana (Lantana camara, ilustrada
Haplophyllum, endemismo ibérico, criticamente em perigo de extinção, que no capítulo «Árvores e arbustos de famílias isoladas»). No território são
apenas foi assinalado para Portugal na última década. referenciadas como espontâneas ou subespontâneas nove espécies, em
quatro géneros: Verbena (seis espécies), Lantana (1), Phyla (1) e Lippia (1). No
As franqueniáceas são representadas apenas por três espécies do género género Verbena estão incluídas as únicas duas espécies nativas, V. officinalis
Frankenia, a menos frequente das quais é F. boissieri (não ilustrada), uma e V. supina. Não ilustradas no guia, assinalam ‑se também Verbena incompta,
erva perene de distribuição restrita ao litoral sul algarvio, onde ocorre em de introdução recente e em clara expansão, V. brasiliensis e V. rigida. Lippia
terrenos salgadiços. As zigofiláceas incluem duas espécies de géneros alba é um arbusto ornamental, assinalado como subespontâneo no Baixo
distintos: Fagonia cretica, raríssima e restrita às arribas calcárias do litoral Vouga, tal como Phyla filiformis, que é uma erva perene já detetada em vários
da Arrábida (em perigo de extinção), e Tribulus terrestris, com distribuição pontos do país.
alargada no território.
LC
Paeonia broteri Paeonia officinalis
ROSA‑ALBARDEIRA, ROSA‑DE‑ subsp. microcarpa
‑LOBO, ERVA‑DE ‑SANTA‑CLARA, ROSA‑ALBARDEIRA‑PELUDA,
ERVA‑CASTA PEÓNIA‑DAS ‑BOTICAS, ERVA‑DE‑
Ecologia: orlas de bosques e ‑SANTA‑ROSA, ERVA‑CASTA
matagais; em locais sombrios e Ecologia: bosques e locais sombrios;
pedregosos. em zonas montanhosas.
40 m 270 m
a 880 m
(1090 m)
a 1120 m
EU FF MD RR
20 m 30 m
a 350 m a 1230 m
(490 m) (1580 m)
PR F PR FF
318
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Polygala serpyllifolia Polygala microphylla LC
POLÍGALA‑DE ‑FOLHA‑DE‑ POLÍGALA‑DA‑MONTANHA*
‑TOMILHO*
Ecologia: matos; em sítios rochosos
Ecologia: prados, matos, clareiras de e secos, em substratos ácidos.
bosques; em substratos ácidos, de
montanha.
(10 m)
320 m 130 m
a 1740 m a 1380 m
(1940 m)
EU R IB F
Haplophyllum linifolium CR
ARRUDA‑ELEGANTE*
Ecologia: bermas de caminhos,
orlas de matos; em solo pedregoso
calcário.
370 m
a 390 m
IM RRR
10 m 10 m
a 770 m a 480 m
(1010 m) (720 m)
MD FF MD FF
5m 1m
a 330 m
(760 m)
a 10 m
PR FF PR R
10 m
0m
a 1090 m
a 80 m (1980 m)
MD FFF PR FFF
319
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Urtica membranacea Urtica urens
URTIGA‑ALTA, ORTIGÃO URTIGA‑MENOR*
Ecologia: ruderal e nitrófila. Ecologia: ruderal e nitrófila.
0m
10 m
a 460 m
(660 m)
a 800 m
MD FFF PR FF
EN
Urtica pilulifera Parietaria judaica
URTIGA‑BOLEIRA* ALFAVACA‑DE ‑COBRA,
PARIETÁRIA, PULITÁRIA
Ecologia: ruderal e nitrófila.
Ecologia: rochedos, muros; ruderal.
0m
80 m
a 690 m
a 540 m (910 m)
MD RR MD FFF
10 m 190 m
a 360 m a 720 m
MD FF MD F
10 m 10 m
a 770 m a 210 m
MD F MD RR
30 m 10 m
a 1560 m a 840 m
(1980 m) (1100 m)
PR FF PR FFF
320
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Glinus lotoides Mollugo verticillata
MOLUGO ‑ESTIVAL CABELO ‑DE ‑GUIA, CAPIM ‑TAPETE
Ecologia: margens temporariamente Ecologia: naturalizado em margens
inundadas de rios; em solos temporariamente inundadas de rios;
arenosos. em solos arenosos.
10 m 10 m
a 350 m a 220 m
PR F IN R
10 m 20 m
a 920 m a 400 m
(1080 m) (550 m)
PR FFF PR F
LC
Oxalis acetosella
ALELUIA, ERVA‑DO ‑AMOR,
TREVO ‑AZEDO ‑DOS ‑BOSQUES
Ecologia: bosques; em locais
húmidos e sombrios, por vezes
rochosos.
240 m
a 1140 m
PR RR
321
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
ESPÉCIES EXÓTICAS
As oxalidáceas são representadas em Portugal por um único género, As fitolacáceas são representadas por duas espécies exóticas do género
Oxalis, e cerca de oito espécies, a maioria das quais é de origem exótica, Phytolacca: P. americana, disseminada pelo território, e P. heterotepala, a norte
assinalando ‑se apenas uma espécie nativa, Oxalis acetosella, rara, nos do rio Sado, geralmente perto de zonas urbanas. Nas comelináceas
bosques do extremo norte do país. Para além das espécies apresentadas assinalam ‑se duas espécies, Tradescantia fluminensis, invasora já dissemi‑
no guia, são também referidas como presentes no território: Oxalis articulata, nada no território, e Commelina communis, naturalizada e em expansão nas
O. debilis, O. dillenii e O. latifolia, todas originárias do continente americano e margens de vários rios do Noroeste de Portugal, facilmente distinguível
em expansão na metade norte do território. Todas estas possuem flores pelas suas flores azuis.
rosadas, com exceção de O. dillenii, que possui flores amarelas.
10 m 10 m
a 290 m a 150 m
IN F IN R
10 m 0m
a 720 m a 360 m
(660 m)
IN FF IN FFF
10 m 10 m
a 340 m a 250 m
IN R IN F
322
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Acanthus mollis Mirabilis jalapa
ACANTO, ACANTO ‑DOS ‑POETAS BOAS ‑NOITES, MARAVILHAS
Ecologia: naturalizada em matas, Ecologia: naturalizada em solos
margens de rios; umbrófila e nitrófila. perturbados; ruderal.
10 m 10 m
a 290 m a 510 m
IN FF IN F
10 m
10 m
a 440 m
a 670 m (740 m)
IN FFF IN FFF
323
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
41.
SUCULENTAS
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
ARROZ‑DOS‑TELHADOS
E AFINS
As crassuláceas são representadas em Portugal continental pelos cuminais da serra da Estrela. Não é observada há décadas, suspeitando ‑se
géneros Sedum (17 espécies), Crassula (7), Umbilicus (2), Pistorinia, Aichryson de que esteja regionalmente extinta.
e Aeonium (1).
No género Crassula mencionam ‑se ainda várias espécies exóticas,
Além das 14 espécies de Sedum ilustradas na obra, assinalam ‑se ainda: algumas com aspeto algo similar a espécies nacionais, como C. aquatica,
Sedum pruinatum, perene de flores amarelas, pouco frequente nas zonas assinalada para os arrozais do Baixo Mondego e semelhante a C. vaillantii,
de montanha no Centro e no Norte do país, que se distingue de espécies e C. campestris, encontrada pontualmente a colonizar afloramentos
similares (principalmente S. forsterianum) por apresentar uma inflores‑ rochosos no Alentejo interior e também em ruínas, no Algarve e seme‑
cência pouco ramificada e de menor dimensão, e caules estéreis na ponta lhante à nativa C. tillaea, muito abundante. Outras espécies possuem um
de um pedúnculo mais ou menos comprido; S. caespitosum, pequena erva aspeto muito distinto, como C. multicava e C. ovata, ambas ornamentais
anual que ocorre em prados secos, na zona interior, de Trás‑os‑Montes e pontualmente escapadas de cultivo, e C. peduncularis, naturalizada no
ao Alentejo. Com hábito semelhante, a S. arenarium distingue ‑se pelos seus Baixo Mondego. Aichryson laxum é uma erva anual, originária das Canárias,
frutos, dispostos em forma de estrela quando maduros; Sedum candollei, subespontânea apenas na serra de Sintra, nas fendas de muros e rochas
anual, com flores rosadas a violáceas, registada exclusivamente em prados em locais sombrios.
5m 30 m
a 760 m
(1030 m)
a 820 m
MD FFF PR R
Umbilicus heylandianus
CONCHELOS ‑DO ‑BOSQUE*,
UMBIGO ‑DE ‑VÉNUS ‑DO‑
‑BOSQUE*
Ecologia: bosques e rochedos; em
locais sombrios; indiferente edáfica.
10 m
a 1090 m
(1880 m)
PR R
1m 120 m
a 1875 m a 600 m
MD FFF IB RR
326
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Sedum maireanum Sedum arenarium
ARROZ‑DOS ‑TELHADOS ‑DOS‑ ARROZ‑DOS ‑TELHADOS ‑DAS‑
‑CHARCOS* ‑AREIAS*
Ecologia: prados higrófilos de Ecologia: prados ralos, pastagens,
montanha, charcos temporários; em rochedos; em substratos arenosos
substratos rochosos ou arenosos, ou rochosos, ácidos.
temporariamente encharcados.
10 m
100 m
a 1390 m
a 1520 m (1980 m)
IM R IB FFF
60 m 0m
a 840 m a 440 m
(1120 m) (560 m)
MD F MD F
20 m 690 m
a 610 m
(850 m)
a 1490 m
MD FF IB R
0m 10 m
a 610 m a 740 m
(800 m) (980 m)
PR F PR FFF
20 m
10 m
a 1710 m
a 1900 m (1960 m)
EU FF MD FFF
327
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Sedum hirsutum Sedum amplexicaule
ARROZ‑DOS ‑TELHADOS‑ ARROZ‑DOS ‑TELHADOS ‑DE‑
‑PELUDO*, UNHA‑DE ‑GATO ‑FOLHA‑FINA*
Ecologia: escarpas e rochedos; Ecologia: rochedos, muros, bermas
rupícola em substratos ácidos. de caminhos; indiferente edáfica.
40 m 40 m
a 1380 m a 920 m
(1950 m) (1390 m)
MD FFF MD FF
0m
0m
a 450 m
(710 m)
a 110 m
MD FFF IN R
Sedum forsterianum
ARROZ‑DOS ‑TELHADOS ‑DO‑
‑BOSQUE*, ERVA‑PINHEIRA‑
‑MENOR*
Ecologia: orlas de bosques e
matagais, taludes, rochedos; em
substratos pedregosos, ácidos.
SUCULENTAS
40 m
a 1030 m
(1380 m)
EU FFF
328
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
CATOS
E OUTRAS SUCULENTAS
Neste subgrupo apresentam ‑se as espécies das famílias Aizoaceae e Austrocylindropuntia, facilmente distinguíveis pelos seus caules suculentos,
Cactaceae e ainda algumas monocotiledóneas suculentas dos géneros espalmados no primeiro género e cilíndricos no segundo. A figueira ‑da‑
Aloe (família Asphodelaceae), Agave e Furcraea (família Asparagaceae). ‑índia (Opuntia ficus‑indica, por vezes denominada O. maxima) é cultivada
pelos seus frutos comestíveis (figos ‑da ‑índia ou figos ‑de ‑piteira), e
As aizoáceas são uma família representada em Portugal continental por espécies como Opuntia dillenii e Austrocylindropuntia subulata foram intro‑
cerca de 11 espécies, a maioria das quais exótica, agrupadas em sete duzidas para a construção de sebes espinhosas para cercar o gado.
géneros: Mesembryanthemum (três espécies), Drosanthemum (2), Carpobro‑ Não ilustrada no guia, O. elata é uma invasora em expansão nas arribas e
tus (2), Disphyma, Lampranthus, Tetragonia e Aizoon (1). Não representadas vertentes soalheiras do vale do Douro Superior. Várias outras espécies
nesta obra, estão também referenciadas várias espécies originárias da de Opuntia podem ocasionalmente ser observadas em ambientes rurais,
África do Sul: Carpobrotus acinaciformis, pouco frequente, distinguindo ‑se de, plantadas perto de casas.
muito mais comum, C. edulis por possuir folhas cuja secção é um triângulo
isósceles; Mesembryanthemum crystallinum, pontual em arribas litorais, como, As monocotiledóneas suculentas distinguem ‑se facilmente por
por exemplo, nas ilhas Berlengas; Mesembryanthemum cordifolium (= Aptenia apresentarem uma roseta basal de folhas suculentas e espinhosas.
cordifolia), cultivada como ornamental e esporadicamente assilvestrada, Assinalam ‑se três géneros de asparagáceas, Agave, Furcraea e Yucca, e
principalmente no litoral centro e sul; Lampranthus multiradiatus, cultivada um de asfodeláceas, Aloe. A piteira (Agave americana), disseminada no
como ornamental e naturalizada em alguns locais do Sul do país; Drosanthe‑ Sul do país, é originária do México e foi introduzida para produção de
mum floribundum, ocasional, em taludes e entulhos, próximo de povoações; fibra (sisal), para formação de sebes e como ornamental em jardins
Drosanthemum candens, em arribas litorais da região centro. No passado foi rústicos. Com aspeto similar à piteira, mas distinguindo ‑se pelas suas
citada Sesuvium portulacastrum em areias e rochedos costeiros da margem folhas suculentas verde ‑escuras (cinzento ‑azuladas na piteira), Furcraea
sul do estuário do Tejo, embora não haja registos recentes que confirmem foetida é muito menos frequente. Outras espécies de Agave (e. g., A.
a sua ocorrência atual, pelo que se suspeita de que já não ocorra em terri‑ attenuata) e de Yucca (e. g., Y. aloifolia) são cultivadas como ornamentais
tório nacional. em Portugal e pontualmente podem ser observadas assilvestradas. Em
locais próximos do litoral ocorrem assilvestradas algumas espécies do
A família Cactaceae, originária do continente americano, é represen‑ género Aloe, incluindo A. arborescens, A. maculata e A. vera, amplamente
tada em Portugal por espécies subespontâneas dos géneros Opuntia e cultivadas como ornamentais.
Carpobrotus edulis
CHORÃO, CHORÃO ‑DAS ‑PRAIAS
Ecologia: invasora em dunas e
arribas litorais.
0m
a 60 m
IN FFF
10 m 0m
a 100 m a 70 m
IN F IN R
329
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Austrocylindropuntia Opuntia dillenii
subulata FIGUEIRA‑DA‑ÍNDIA‑ESPINHOSA,
AGULHA‑DE ‑EVA PALMA‑DE ‑ESPINHO
0m 1m
a 80 m a 350 m
(270 m)
IN R IN F
0m 0m
a 60 m a 300 m
IN F IN FFF
Furcraea foetida
PITEIRA‑AMARELA, FURCROIA
Ecologia: naturalizada em sebes,
entulhos, bermas de caminhos.
10 m
a 360 m
IN F
CR
Aizoon hispanicum
ESTRELINHA‑DAS ‑ARRIBAS*,
AIZOA*
Ecologia: arribas litorais.
10 m
SUCULENTAS
a 100 m
PR RRR
330
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Mesembryanthemum
nodiflorum
ERVA‑DO ‑ORVALHO, BARRILHA,
PLANTA‑DE ‑GELO*
Ecologia: arribas litorais, estuários;
em solos salgadiços.
0m
a 60 m
PR F
331
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
42.
PLANTAS
CARNÍVORAS
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Pinguicula lusitanica Pinguicula vulgaris NT
PINGUÍCULA PINGUÍCULA‑DO ‑GERÊS*
Ecologia: margens e taludes de Ecologia: turfeiras, taludes e
cursos de água e charcos; em solos rochedos; em substratos ácidos, com
ácidos e muito húmidos, arenosos ou escorrência de água.
turfosos, com escorrência de água.
20 m 640 m
a 930 m
(1320 m)
a 1390 m
PR R PR RR
Utricularia australis VU
UTRICULÁRIA
Ecologia: em águas paradas, ácidas:
lagoas, charcos, arrozais.
10 m
a 240 m
PR R
VU
Utricularia gibba
UTRICULÁRIA‑MENOR*
Ecologia: em águas paradas, ácidas:
lagoas, charcos, brejos.
10 m
a 100 m
PR RR
Drosera intermedia
ORVALHINHA‑DE ‑FOLHA‑
‑ESTREITA*, RORELA
Ecologia: turfeiras, brejos, margens
de lagoas; em solos encharcados,
ácidos.
10 m
a 830 m
(1000 m)
PR R
(460 m)
20 m
670 m
a 1660 m a 530 m
(1880 m) (1140 m)
PR R IM R
333
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
43.
PARASITAS
E HEMIPARASITAS
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
ERVAS‑TOIRAS
As orobancáceas são uma família exclusivamente de plantas holopara‑ Na espécie Orobanche ramosa consideram ‑se três subespécies: subsp.
sitas ou hemiparasitas, englobando 11 géneros e cerca de 30 espécies. ramosa, nos solos básicos, do Algarve a Trás‑os‑Montes; subsp. mutelii, assi‑
A maioria dos géneros de orobancáceas, que são hemiparasitas, foi apre‑ nalada apenas para o Alto Alentejo; subsp. nana, planta débil e não ramosa,
sentada no capítulo «Bocas‑de ‑lobo, escrofulárias e afins», dada a seme‑ assinalada para o Baixo Alentejo e Barrocal algarvio, e por vezes conside‑
lhança morfológica com esse grupo (até recentemente, eram consideradas rada uma espécie distinta (O. nana).
na mesma família, Scrophulariaceae).
No passado, outras quatro espécies foram citadas como presentes em
Neste subcapítulo apresentam ‑se as espécies dos géneros Orobanche Portugal, contudo essas citações poderão ter resultado de confusão com
(17 espécies) e Cistanche (1), holoparasitas, todas popularmente deno‑ espécies similares, dado que ainda não foi confirmada inequivocamente
minadas ervas ‑toiras. Além das espécies ilustradas no guia, ocorrem a sua ocorrência: Orobanche artemisiae‑campestris, referida para o Algarve
ainda: Orobanche calendulae, parasita de diversas espécies de compostas e Estremadura, na Flora iberica; O. densiflora, cujas citações para a costa
e de outras herbáceas, pouco conhecida e com registos esporádicos na sudoeste parecem resultar todas de confusão com indivíduos hipocromá‑
Estremadura, Alentejo, Trás ‑os ‑Montes e no litoral norte; O. latisquama, ticos de O. foetida; Orobanche purpurea, parasita de Achillea millefolium, citada
parasita do alecrim e, provavelmente, de outras arbustivas (tojos, para o Minho, mas sem registos recentes que confirmem a sua ocorrência;
sargaços), nos calcários do Centro ‑Oeste e Alto Alentejo; O. rosmarina, O maritima, citada para a costa sudoeste, e por vezes considerada apenas
tal como a anterior, parasita do alecrim e presente nos calcários da uma variedade de O. minor.
serra da Arrábida e do Centro ‑Oeste; O. schultzii, uma das ervas ‑toira
de maior porte, parasita de umbelíferas, como o funcho, e de ocor‑
rência muito escassa no Barrocal algarvio e nos arredores de Lisboa.
20 m 20 m
a 540 m a 540 m
(790 m)
PR FFF EU F
30 m
50 m
a 1270 m
a 840 m (1380 m)
PR F EU FFF
336
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
VU
Orobanche arenaria Orobanche clausonis
ERVA‑TOIRA‑DAS ‑AREIAS ERVA‑TOIRA‑DAS ‑SOLDAS*
Ecologia: parasita de arbustivas em Ecologia: parasita de rubiáceas, em
areias litorais. matagais.
0m 40 m
a 10 m a 350 m
(460 m)
PR RR IM R
0m 20 m
a 510 m a 330 m
IM F MD F
Orobanche rapum‑
‑genistae
ERVA‑TOIRA‑MAIOR, RABO ‑DE‑
‑ZORRA
Ecologia: parasita de leguminosas
arbustivas, em matos.
20 m
a 1570 m
(1860 m)
EU FF
Cistanche phelypaea
ERVA‑TOIRA‑DO ‑SAPAL, PIÇA‑
‑DE ‑CÃO
Ecologia: parasita de arbustivas, em
sapais; em solos salgadiços.
0m
a 10 m
MD FF
337
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO
SANTALÁCEAS
E OUTRAS
Neste subcapítulo são apresentadas as representantes das famílias Santa‑ A família Cynomoriaceae é constituída por um único género e uma única
laceae, Cytinaceae e Cynomoriaceae, e ainda as espécies do género Cuscuta. espécie (duas, segundo alguns autores), Cynomorium coccineum, que se
distribui desde o Sul de Portugal até à Ásia Central. É uma espécie sem
As santaláceas são uma família de plantas hemiparasitas, que ocorrem, clorofila e parasita de raízes de plantas halófilas, principalmente Salsola
geralmente, em zonas temperadas ou tropicais. Em Portugal continental vermiculata, e, possivelmente, de outras amarantáceas.
foram citadas oito espécies, agrupadas em quatro géneros, dois terres‑
tres, Thesium (três espécies), Osyris (2), e dois epífitos, que se desenvol‑ O género Cuscuta enquadra ‑se taxonomicamente nas convolvuláceas,
vem sobre os ramos de outras plantas, Viscum (2), Arceuthobium (1). Não uma família apresentada com maior detalhe no capítulo «Corriolas e
ilustradas, mencionam ‑se: Thesium pyrenaicum, em prados e pastagens de solanáceas». Em Portugal continental estão referenciadas sete espécies
montanha do Norte do país, distingue ‑se, com alguma dificuldade, de de Cuscuta, popularmente denominadas enleios ou cabelos. São plantas
T. humifusum pela forma do perianto; Viscum cruciatum, colhida no passado parasitas sem raízes, e unidas ao hospedeiro através de haustórios cauli‑
em ramos de oliveiras, nos arredores de Portalegre, e, tal como sucede nares, podendo formar grandes massas que cobrem quase completa‑
com Viscum album, há décadas que a sua presença em Portugal não é confir‑ mente os seus caules. São facilmente confundíveis entre si, distinguindo‑
mada, suspeitando ‑se de que ambas possam encontrar‑se regionalmente ‑se por pormenores das flores. É necessário o recurso a lupa e chaves de
extintas; Arceuthobium oxycedri, epífito sobre coníferas, cuja possível ocor‑ identificação para a sua correta distinção. Ademais das espécies ilustradas
rência em Portugal continental é suportada apenas por duas citações, no guia, assinalam ‑se ainda: C. approximata, pouco conhecida, com registos
uma muito antiga, para o Sudoeste alentejano, e uma do início do século dispersos pela metade norte do país; C. australis, assinalada apenas para a
xxi, para a serra de Montemuro, contudo não foi possível confirmar Beira Litoral, parasita em espécies de Polygonum e Calystegia, e confundí‑
nenhuma das duas, pelo que a sua ocorrência atual permanece incerta. vel com a mais comum, C. campestris; C. epithymum, assinalada dispersa um
pouco por todo o país, em diversos tipos de hospedeiros e confundível
As citináceas (Cytinaceae) são uma pequena família recentemente com C. planiflora; C. monogyna, raríssima e apenas assinalada nas margens
segregada da Rafflesiaceae após estudos filogenéticos com recurso a do Guadiana, na zona de Elvas, parasitando tamargueiras (Tamarix sp.),
dados moleculares, que sugeriam a sua inclusão numa ordem distinta embora não se conheçam quaisquer observações recentes. No passado,
(Malvales). É representada em Portugal por apenas duas espécies do ocorria também Cuscuta epilinum, originária da Ásia e parasita do linho
género Cytinus, C. ruber e C. hypocistis, sendo esta última muito mais comum. cultivado (Linum usitatissimum), poderá ter desaparecido completamente
São plantas sem clorofila, endoparasitas nas raízes de espécies arbustivas, de Portugal com o declínio desta cultura no Norte do país.
principalmente de cistáceas (estevas, roselhas e sargaços). Alguns autores
reconhecem duas subespécies em C. hypocistis: subsp. hypocistis e subsp.
macranthus, que se distinguem pela dimensão das flores, as quais excedem
claramente as brácteas na subsp. macranthus.
10 m 50 m
a 1450 m a 520 m
MD FF MD R
338
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
EN
Cynomorium coccineum Viscum album CR
PIÇA‑DE ‑MOURO, CAGALHÃO‑ VISCO, VISCO ‑BRANCO*
‑DE ‑FRADE
Ecologia: epífito hemiparasita,
Ecologia: parasita de arbustivas, principalmente de árvores
em arribas litorais e sapais; em solos caducifólias.
salgadiços.
0m 400 m
a 10 m a 800 m
PR RR PR RRR
EN
Thesium humile Thesium humifusum
ERVA‑SÂNDALO ‑DAS ‑AREIAS* ERVA‑SÂNDALO*
Ecologia: clareiras de matos; em Ecologia: clareiras de matos, prados;
solos secos e arenosos. em sítios secos.
140 m
20 m
a 980 m
a 110 m (1090 m)
MD RR MD R
0m 20 m
a 330 m a 660 m
(530 m) (950 m)
PR F MD FFF
30 m 10 m
a 400 m
(920 m)
a 430 m
PR R IN F
339
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.