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GUIA DA FLORA

DE PORTUGAL
CONTINENTAL
André Carapeto, Paulo Pereira e Miguel Porto

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
ICONOGRAFIA UTILIZADA

Risco Distribuição Frequência na área Aspeto Usos


de extinção global de distribuição geral

CR LU RRR

CRITICAMENTE ENDEMISMO MUITO ÁRVORES MEDICINAL


EM PERIGO LUSITANO RARA

EN IB RR
ARBUSTOS ALIMENTAR MAPA DE DISTRIBUIÇÃO
EM PERIGO ENDEMISMO RARA
IBÉRICO

Novembro
Dezembro
Setembro
Fevereiro

Outubro
VU R

Agosto
Janeiro

Março

Junho
Maio

Julho
Abril
IM
TREPADEIRAS ESSÊNCIAS/
VULNERÁVEL OCASIONAL /USOS INDUSTRIAIS
PREDOMINAN­
TEMENTE
NT IBERO­ DIAGRAMA DE FLORAÇÃO
F
­MAGREBINA
BOLBOSAS
QUASE POUCO E SIMILARES VENENOSAS/
AMEAÇADA FREQUENTE /TÓXICAS
MD 800 m
a 1200 m
LC PREDOMINAN­ FF VARIAÇÃO ALTIMÉTRICA
TEMENTE
HERBÁCEAS
MEDITERRÂNICA
POUCO FREQUENTE PERENES MATERIAIS E
PREOCUPANTE ESTRUTURAS
EU
FFF
DD
PREDOMINAN­ ESPÉCIE PROTEGIDA
MUITO HERBÁCEAS
TEMENTE
INFORMAÇÃO FREQUENTE ANUAIS
EUROPEIA ORNAMENTAL
INSUFICIENTE

PR ESPÉCIE PARCIALMENTE
PROTEGIDA
GRAMINOIDES
PLURIRREGIONAL OU FORRAGEIRAS/
SUBCOSMOPOLITA /SIDERAÇÃO

IN
ANFÍBIAS

EXÓTICA MELÍFERA

AQUÁTICAS

SOCIAL

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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
GUIA DA FLORA
DE PORTUGAL
CONTINENTAL
Autoria
André Carapeto, Paulo Pereira e Miguel Porto

Coordenação científica
Sociedade Portuguesa de Botânica

EDIÇÕES LISBOA CAPITAL VERDE EUROPEIA 2020


BOTÂNICA EM PORTUGUÊS 6

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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Imprensa Nacional
é a marca editorial da

Imprensa Nacional‑Casa da Moeda, S. A.


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1000‑042 Lisboa

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© Câmara Municipal de Lisboa, 2021

Título
Guia da Flora de Portugal Continental

Coordenação científica
Sociedade Portuguesa de Botânica

Autores
André Carapeto, Paulo Pereira e Miguel Porto

Revisão científica
André Carapeto, Paulo Pereira, Miguel Porto e Ana Francisco

Impressão e acabamento
Gráfica Diário do Minho

Edição: Afonso Reis Cabral


Revisão: Carlos Jesus
Capa e conceção gráfica: Rui Henrique
Paginação: Eva Vinagre e Rui Henrique

1.ª edição: julho de 2021


ISBN: 978‑972‑27‑2880‑5
Depósito legal: 473045/20
Edição n.º: 1024317

Obra publicada no âmbito da distinção de Lisboa como Capital


Verde Europeia 2020

FSC ® C159002

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Agradecimentos Contribuidores de dados geográficos do Flora-On
Estêvão Portela‑Pereira, Carlos Vila‑Viçosa, Carlos Aguiar, Udo André Carapeto, Francisco Clamote, Miguel Porto, Paulo Ventura Araújo,
Schwarzer, Paulo Alves, Ana Caperta , José Carlos Costa, Joaquim Ana Júlia Pereira, João Domingues Almeida, João Lourenço, Estêvão
Pessoa, Ana Francisco, Jael Palhas, Richard Lansdown, Carla Portela‑Pereira, Paulo Pereira, David T. Holyoak, Paulo Lemos, Carlos
Pinto Cruz , Paula Canha, António Xavier Pereira Coutinho, Tiago Aguiar, Anabela Amado, Tiago Monteiro‑Henriques, Alexandre Silva,
Monteiro‑Henriques, Jorge Capelo, Carlos Neto, Hélia Marchante, Adelaide Clemente, Rute Caraça, Udo Schwarzer, Maria João Correia,
Susana Tápia e Afonso Petronilho Sílvia Ribeiro, Cristina Tauleigne Gomes, Jan Jansen, Sergio Chozas,
Luís Brás, Vasco Silva, Melanie Köbel, Paulo Silveira, Pedro Beja, Paula
Autores das fotografias Canha, Filipe Covelo, Eduardo Marabuto, João Neiva, Mauro Raposo,
Anabela Amado (AA), Alexandra Silva (AaS), André Carapeto Susana Tápia, José Costa, Sónia Malveiro, Valter Jacinto, João Farminhão,
(AC), Ana Caperta (ACa), Cristina Tauleigne Gomes (ACG), Paulo Cardoso, Miguel Peixoto, Cristina Silva, Nuno Guiomar, Helena
Ana Cristina Tavares (ACT), Ana Júlia Pereira (AJP), Afonso Serrano, Paulo Alves, Horst Engels, José Manuel Rosa‑Pinto, Pedro
Petronilho (AP), Alexandre Silva (AS), Carlos Aguiar (CA), Ministro, AOSP, Sérgio Duarte, Carlos Vila‑Viçosa, Lísia Lopes, Rui
Cristina Estima Ramalho (CER), Carlos Franco (CF), Faria, Carla Pinto Cruz, Pedro Gomes, Carlos Franco, Ana Caperta,
Carlos Pereira (CP), Carla Pinto Cruz (CPC), Duarte Frade Carlos A. Venade, Ana Francisco, Ivo Rodrigues, Sara Lobo Dias, Ester
(DF), Duarte Silva (DS), Estêvão Portela‑Pereira (EPP), Serrão, Duarte Silva, Frédéric Andrieu, Ricardo Quinto‑Canas, Marco
Francisco Barros (FB), Francisco Clamote (FC), Filipe Covelo Jacinto, Américo Pereira, Brian Ottway, Sónia Mendes, Sebastião
(FCo), Gonçalo Marques (GM), Hélia Marchante (HM), Pernes, João Paulo Fonseca, Catarina Meireles, Patricia Rodríguez
Henrique Nepomuceno Alves (HNA), Jael Palhas (JaP), José González, Ana Gonçalves, António Albuquerque, Jael Palhas, Joaquim
Conde (JC), Joana Camejo Rodrigues (JCR), João Domingues Pessoa, Arménio Matos, Otília Correia, Rainer Burkard, Eliana Machado,
Almeida (JDA), João Farminhão (JF), José Luís Vitorino (JLV), Henrique Nepomuceno Alves, João Alves, Luís Nunes Alberto, Manuel
José Monteiro (JM), João Neiva (JN), Joaquim Pessoa (JP), José João Pinto, António Flor, Henk Feith, Luís Zhang, Paula Gonçalves, João
Quiles (JQ), Luís Brás (LB), Lísia Lopes (LL), Adelaide Clemente Filipe Tolentino, Victor Alves, Miguel Berkemeier, José Luís Vitorino,
(MAC), Maria Cristina Duarte (MCD), Miguel Porto (MP), Nelson Sara Valente, Carlos Pereira, Ana Paula Rodrigues, Joana Brehm, Duarte
Fonseca (NF), Nuno Guiomar (NG), Pedro Arsénio (PA), Paula Frade, Paulo Rocha Monteiro, Sérgio Amorim, Hélder Lago, Tiago
Canha (PC), Pedro Gomes (PG), Paulo Lemos (PL), Paulo Lucas Guerreiro, Ana Paiva, Catarina Costa, Cèsar Gutiérrez, António Rebelo,
(PLu), Paulo Pereira (PMP), Pedro Pinho (PP), Patrícia Pinto da Ernestino Maravalhas, Paulo Lopes, Paulo Almeida, Ana Teresa Matos,
Silva (PPS), Paulo Rocha Monteiro (PRM), Paulo Silveira (PS), Afonso Petronilho, Emilio Laguna, Cristina Lopez, Nelson Fonseca, Bruno
Paulo Ventura Araújo & Maria Carvalho (PVA), Rui Faria (RF), Moreira, Margarida T. Santos, José Luís Margarido, João Honrado, Pedro
Richard Lansdown (RL), Ron Porley (RP), Sergio Chozas Vinuesa Arsénio, Anna Trias Blasi, Carlos M. Silva, Sara Calvinho, Joana Camejo,
(SCV), Sónia Malveiro (SM), Tiago Monteiro Henriques (TMH), Francisco Andrade, Dorothee Hagemann, Paulo Lucas, João Pedro Silva,
Udo Schwarzer (US), Vitor Carvalho (VC), Valter Jacinto (VJ) Ana Cortinhas, Isaías Ferreira, Rui Jorge Ramos Teles, Patrícia Gonçalves,
Miguel Geraldes, Ana Filipa Martins, José Carlos Costa, Francisco Areias,
Carlos Carrapato, Luis Gordinho, Jose Martínez‑Garrido, Diana Almeida,
João Henrique Castro Antunes, Johannes Ulrich Urban, Luís Filipe Dias,
João Paulo Dias, José Rodrigues, Jorge Simões, Marízia Menezes Pereira,
Inês Duarte, Carlos Neto, Manuela David, Rita Azedo, Carlos Pinto
Gomes, Sofia Saraiva, Manuel M Machado, André Rebelo, Mário Rui
Duro, Ries van Ool, Natália Pedro, Patrícia Pinto da Silva, J Muller, Luís
Guilherme Sousa, Xermán García Romai, Sílvia Tavares, César Garcia,
Nuno Guégués, Maria José Carapeto, Cassiano Monteiro, Diogo Paulo,
Bruno Cardoso, Jorge Assis, Isabel Marcellot, Ricardo Ramalho, Carla
Marisa Quaresma, Jacinto Diamantino, Miguel Rodrigues, Sara Rocha
Guerreiro, Miguel Brilhante, Domingos Leitão, Margarida Fernandes,
D Pinto, Cristina Mendes, Alexandre Freitas, Francisco Barros, Parque
Biológico de Gaia, Daniel Cardeira, Onno Diekmann, Patrick Lienert,
Isabel Marques, Mário M. Ferreira, Sílvia Neves, Cecília Sérgio, Marina
Ascensão, Sónia Guerreiro, Jorge Capelo, Ilse Kistner, Rui Miguel Félix,
Simon Wates, Susana Neves, Pedro Mascarenhas, Pedro Lopes Moreira,
Daniel Tyteca, Inês Cunha, Maria Cristina Duarte, Da Silva F., João Nuno
Rosa, Francisco Lopes

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ÍNDICE

6 Introdução 184 28. Eufórbias e afins


7 Nota explicativa dos conteúdos 190 29. Umbelíferas
208 30. Gencianas e afins
10 1. Fetos, cavalinhas e licopódios 212 31. Corriolas e solanáceas
20 2. Gimnospérmicas 218 32. Boragináceas
24 3. Carvalhos, amieiros e afins 226 33. Labiadas
28 4. Salgueiros e choupos 238 34. Tanchagens e globulárias
32 5. Oliveiras e afins 242 35. Bocas-de-lobo, escrofulárias e afins
34 6. Árvores e arbustos diversos 258 36. Campanuláceas
42 7. Ranunculáceas 262 37. Rubiáceas
50 8. Papoilas e fumárias 268 38. Valerianas e dipsacáceas
56 9. Cariofiláceas 274 39. Compostas
70 10. Salicórnias, bredos e quenopódios 316 40. Herbáceas diversas
78 11. Polígonos e labaças 324 41. Suculentas
82 12. Limónios e armérias 332 42. Plantas carnívoras
88 13. Hipericões 334 43. Parasitas e hemiparasitas
90 14. Primuláceas 340 44. Trepadeiras
92 15. Salgueirinhas, epilóbios e afins 346 45. Plantas aquáticas
98 16. Linhos 356 46. Juncos, carriços e tabuas
100 17. Geraniáceas 370 47. Gramíneas
104 18. Malváceas 400 48. Jacintos e abróteas
108 19. Violetas 406 49. Alhos e narcisos
110 20. Estevas e sargaços 414 50. Tulipas, fritilárias e afins
116 21. Resedas e afins 418 51. Lírios, açafrões e jarros
120 22. Crucíferas 422 52. Orquídeas
136 23. Urzes e afins
140 24. Troviscos 430 Bibliografia
142 25. Saxifragáceas 431 Portais da Internet
144 26. Rosáceas 432 Índice de nomes científicos
152 27. Leguminosas 445 Índice de nomes comuns

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INTRODUÇÃO

Esta obra tem como objetivo possibilitar uma visão de referência, como a Flora iberica (Castroviejo, S., coord.
abrangente da flora vascular de Portugal continental, geral, 1986-2020) e a Nova Flora de Portugal (Franco, 1971,
pelo que estão ilustrados 2076 táxones (na maioria dos 1984; Franco & Rocha Afonso, 1994, 1998, 2003).
casos, correspondendo a espécies e, mais raramente,
a subespécies ou variedades). Este valor representa mais Ao nível da informação que acompanha cada espécie,
de 60% da diversidade de plantas vasculares assinalada são indicados os principais nomes comuns, a sua ecologia
para Portugal continental, de acordo com a Checklist da resumida, o período de floração mais provável, a sua
Flora de Portugal (Continental, Açores e Madeira) (Sequeira frequência na área de distribuição (variando de muito
et al., 2011). Apesar de o presente trabalho ser focado rara a muito frequente) e usos, quando conhecidos.
nas espécies mais comuns e disseminadas no terri-
tório, procurou-se também dar a conhecer algumas das As espécies estão agrupadas em capítulos e subcapítulos,
espécies mais raras e a maioria das espécies endémicas organizados de modo a facilitar a consulta da obra por
de Portugal continental. parte de um público menos experiente na botânica. Na
maioria dos casos, foram agrupadas com base em seme-
O presente guia incide sobre a flora vascular (plantas lhanças morfológicas, correspondendo às suas famílias
que têm vasos condutores especializados no transporte botânicas (e. g., leguminosas, gramíneas, umbelíferas,
da seiva), que abarca todos os grandes grupos de plantas boragináceas), mas noutros agruparam-se espécies de
terrestres (classe Embryopsida), com exceção do grupo famílias distintas, por vezes pouco relacionadas filoge-
dos ‘briófitos’, constituído pelos musgos (subclasse neticamente (e. g., trepadeiras, herbáceas e árvores de
Bryidae), hepáticas (subclasse Marchantiidae) e famílias isoladas). Em casos excecionais, os capítulos
antóceros (subclasse Anthocerotidae). As plantas vascu- reúnem espécies com evidentes similaridades ecoló-
lares agrupam-se, grosso modo, em três grandes grupos: gicas (e. g., plantas aquáticas) ou biológicas (e. g., parasitas,
o grupo dos ‘pteridófitos’, constituído pelos fetos e lico- suculentas).
pódios, plantas que não produzem semente e que se
reproduzem por esporos; o grupo das gimnospérmicas, Na apresentação de cada capítulo ou subcapítulo, são
plantas com semente mas sem flor, constituído pelas dadas algumas informações sobre as famílias (ou os
coníferas, gnetófitos, cicas e ginkgo; e o grande grupo géneros) nele incluídas. É também fornecida alguma
das angiospérmicas, as plantas com flor (subclasse informação simplificada sobre as espécies não ilus-
Magnoliidae). tradas na obra, na qual se foca, sempre que possível, a
sua distribuição, abundância relativa e ecologia, e, em
O guia aposta numa forte componente visual, com alguns casos, indicações que permitam a sua distinção
imagens do aspeto geral da planta ou da sua inflores- das espécies ilustradas. O código QR presente em cada
cência, por vezes enriquecidas com detalhes do fruto ou capítulo possibilita uma ligação direta a uma pesquisa
das flores, que facilitem o reconhecimento da espécie no no portal Flora-On (https://flora-on.pt/) correspondente
campo. Cada uma das espécies ilustradas é acompanhada a esse conjunto de plantas, permitindo o acesso a mais
por um mapa da sua distribuição no território, baseado conteúdos e informação sobre as mesmas.
nos dados de ocorrências atuais compilados no portal
Flora-On (https://flora-on.pt/) e, em algumas ocasiões,
complementado com informação compilada em obras

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NOTA EXPLICATIVA
DOS CONTEÚDOS

NOMENCLATURA e pelo Pteridophyte Phylogeny Group (PPG I, 2016) para


os pteridófitos (fetos e licopódios). A organização das
Nesta obra, seguiu-se preferencialmente a nomenclatura subclasses das plantas terrestres (classe Embryopsida)
das espécies (e táxones infraspecíficos) constante na baseia-se na classificação proposta por Cantino et al.
Checklist da Flora de Portugal (Continental, Açores e Madeira) (2007) e Chase & Reveal (2009). A evolução, as relações
(Sequeira et al., 2011), por se tratar da obra mais recente filogenéticas e a classificação taxonómica das plantas são
que compila todas as plantas vasculares ocorrentes em temas aprofundados nos volumes II e III desta coleção.
Portugal continental. Sobre esta base, efetuaram-se
algumas alterações, como a adição de plantas omitidas,
por lapso, nessa publicação, plantas descobertas (ou MAPA DE DISTRIBUIÇÃO
confirmadas) posteriormente para a flora nacional e
espécies recentemente descritas. Os mapas de distribuição das espécies foram cons-
truídos de modo automático usando um algoritmo de
Em alguns géneros e famílias, optou-se por uma delimitação de formas (alpha shapes), tendo como base
abordagem divergente à da Checklist da Flora de Portugal, fundamental as quadrículas de presença assinaladas
devido a alterações taxonómicas e nomenclaturais no portal Flora-On (https://flora-on.pt), desenvolvido
entretanto publicadas na Flora iberica (e. g., família Aste- e mantido pela Sociedade Portuguesa de Botânica.
raceae) ou em artigos científicos (e. g., géneros Campanula, Após um processo de verificação e de análise desses
Neotinea, Anacamptis, Orchis). mapas, identificaram-se algumas lacunas e inconsis-
tências e considerou-se necessário rever alguns registos
Na compilação dos nomes comuns aqui apresentados, e complementar a distribuição de algumas espécies
foram consultadas as seguintes obras: Flora iberica com informação adicional. As principais fontes alterna-
(Castroviejo, S., coord. geral, 1986-2020), Portugal tivas de dados foram os Herbários, fundamentalmente,
Botânico de A a Z (Fernandes & Carvalho, 2003), Nomes da Universidade do Algarve (ALGU), Universidade
Vulgares de Plantas Existentes em Portugal (Rocha, 1996) de Aveiro (AVE), Instituto Politécnico de Bragança
e Flora de Portugal (Pereira Coutinho, 1939). Nos casos (BRESA), Universidade de Évora (UEVH) e Universi-
das plantas que possuem vários nomes comuns, foram dade de Coimbra (COI). Foram também utilizados dados
selecionados aqueles que se considerou possuírem uma do portal Plantas Invasoras em Portugal (https://invasoras.
utilização popular mais disseminada. Adicionalmente, pt), descarregados a partir do portal Global Biodiversity
para as plantas sem qualquer designação popular, foram Information Facility (https://www.gbif.pt), e do portal
propostos nomes comuns, os quais se encontram assina- Anthos (http://www.anthos.es). Foram ainda consul-
lados com um asterisco (*). tados diversos botânicos nacionais com conhecimento
específico de algumas espécies ou regiões geográficas,
Relativamente às categorias taxonómicas superiores cujos contributos permitiram afinar diversos mapas.
ao género (famílias, ordens e respetivas subcategorias),
seguiram-se as classificações taxonómicas propostas A distribuição da espécie, sinalizada a verde-claro, deverá
pelo Angiosperm Phylogeny Group (APG IV, 2016) para ser entendida como a área em que é possível a observação
as angiospérmicas (plantas com flor), por Christenhusz da planta em Portugal continental. Em alguns mapas,
et al. (2011) e Ran et al. (2018) para as gimnospérmicas, optou-se por uma dupla coloração, sendo que as áreas a

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verde-escuro correspondem àquelas com maior concen- DISTRIBUIÇÃO GLOBAL
tração de registos de ocorrência, logo, onde a planta é
provavelmente mais frequente. As áreas em branco Para a indicação da distribuição global das espécies
representam extensões do território onde a planta, à luz nativas em Portugal continental, foram consultadas
do conhecimento atual, estará ausente. as seguintes obras de referência: Flora iberica (Castro-
viejo, S., coord. geral, 1986-2020), Flora Vascular de
Na grande maioria dos casos, apresentam-se apenas os Andalucía Occidental (Valdés et al., eds., 1987), Flora
registos de ocorrências espontâneas ou subespontâ- Vascular de Andalucía Oriental (Blanca et al., eds., 2009)
neas, com exceção de algumas espécies arbóreas ampla- e os portais The Euro+Med PlantBase (https://www.
mente plantadas em território nacional (e. g., Pinus pinea, emplantbase.org), Plants of the World online (http://plan-
Eucalyptus globulus) e de algumas espécies cultivadas tsoft heworldonline.org) e Global Biodiversity Information
para alimentação humana ou do gado (e. g., Avena sativa, Facility (https://www.gbif.org).
Lolium rigidum).
As plantas foram enquadradas em seis categorias que
permitem evidenciar o seu carácter endémico ou a sua
ECOLOGIA distribuição predominante. As espécies exóticas, ou
seja, não nativas do território, foram integradas numa
Caracterização sucinta da ecologia da planta, na qual se categoria própria.
indica o tipo de vegetação a que está associada e as carac-
terísticas do substrato que são preferenciais para o seu • Endemismo lusitano: Planta que só existe em
desenvolvimento. Portugal continental.
• Endemismo ibérico: Planta que só existe na Península
Ibérica). As plantas assinaladas com * são quase
DIAGRAMA DE FLORAÇÃO endémicas desta região, ocorrendo também na Maca-
ronésia (arquipélagos da Madeira, Açores, Canárias e
O diagrama de floração pretende sinalizar o período em Cabo Verde).
que é mais provável observar a planta em floração. Para • Predominantemente ibero-magrebina: Planta de
a sua construção utilizaram-se os dados de fenologia ocorrência exclusiva, ou quase, de uma área geográfica
compilados no portal Flora-On (https://flora-on.pt) que inclui a Península Ibérica e o Noroeste de África
e, nos casos em que essa informação era escassa ou (de Marrocos à Tunísia).
inexistente, foi consultada a obra Flora iberica (Castro- • Predominantemente mediterrânica: Planta de distri-
viejo, S., coord. geral, 1986-2020). No caso dos fetos e buição predominantemente mediterrânica (incluindo
dos restantes pteridófitos, apresentados no primeiro obrigatoriamente parte do sul da Europa e do norte de
capítulo, este diagrama deve ser interpretado como o África ou do oeste da Ásia) ou macaronésia, embora
período de produção de esporos (esporulação), dado que possa também ocorrer noutras regiões limítrofes.
estas plantas não produzem flores. • Predominantemente europeia: Planta de distribuição
predominantemente europeia, embora possa também
ocorrer noutras regiões limítrofes. Inclui também as
VARIAÇÃO ALTIMÉTRICA plantas de distribuição europeia sub-regional, como
europeia ocidental, atlântica ou meridional.
Pretende identificar qual o intervalo de altitudes (em • Plurirregional ou subcosmopolita: Planta distribuída
metros) em que é mais provável observar a planta por várias regiões geográficas (holártica, euro-afri-
no território. Para a sua construção utilizaram-se os cana, euro-asiática), ou de distribuição global (cosmo-
dados de ocorrências compilados no portal Flora-On polita) ou quase global (subcosmopolita).
(https://flora-on.pt) e, nos casos em que essa informação • Planta exótica: Planta introduzida, não nativa de
era escassa ou inexistente, foi consultada a obra Flora Portugal continental.
iberica (Castroviejo, S., coord. geral, 1986-2020).

FREQUÊNCIA NA ÁREA DE DISTRIBUIÇÃO


RISCO DE EXTINÇÃO
Indicação da probabilidade de ocorrência de uma espécie
Categoria de risco de extinção da espécie em Portugal no interior da sua área de distribuição em Portugal
continental, apenas para as espécies avaliadas no âmbito continental. Para a sua aferição utilizou-se, como base,
da Lista Vermelha da Flora Vascular de Portugal Continental o número de quadrículas de ocorrência (10x10 km)
(Carapeto et al., 2020), realizada de acordo com a meto- compiladas no portal Flora-On (https://flora-on.pt), e
dologia desenvolvida pela UICN – União Internacional foram efetuados acertos com base na informação provi-
para a Conservação da Natureza. denciada pela experiência de campo dos autores.

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ASPETO GERAL • Forrageiras/Sideração: Planta usada na alimentação
animal ou na sideração de campos agrícolas. Inclui
• Árvores: Plantas de porte arbóreo. plantas usadas em prados para produção de feno,
• Arbustos: Plantas de porte arbustivo, erguido enrelvamentos agrícolas, misturas para poliniza-
ou rasteiro. dores e auxiliares, sementes para alimentação de
• Trepadeiras: Plantas que se desenvolvem sobre outras pássaros, etc.).
plantas, geralmente com crescimento escandente • Melífera: Planta usada para alimentação das abelhas.
(inclui lianas, trepadeiras e algumas epífitas). • Social: Planta associada a diversos tipos de tradições
• Bolbosas e similares: Plantas herbáceas terrestres, culturais, incluindo fins religiosos e cerimoniais,
cujas folhas surgem geralmente do solo, a partir de um superstições e outros usos simbólicos.
bolbo, rizoma ou tubérculo.
• Herbáceas perenes: Plantas herbáceas terrestres
e perenes, embora por vezes reduzidas a uma roseta ESTATUTO DE PROTEÇÃO LEGAL
de folhas basais.
• Herbáceas anuais: Plantas herbáceas terrestres • Espécie protegida: Planta legalmente protegida.
de ciclo de vida anual. Estatuto conferido por, pelo menos, um dos seguintes
• Graminoides: Plantas herbáceas, anuais ou perenes, diplomas legais: Diretiva 92/43/CEE (Anexos II, IV
de aparência semelhante a gramíneas. e V), Convenção de Berna (Anexo I) e Regulamento
• Anfíbias: Plantas herbáceas que ocorrem em locais (CE) n.º 338/97, do Conselho, de 9 de dezembro de
temporaria ou permanentemente inundados, com 1996 (Anexos A e B).
folhas e caules emersos. • Espécie parcialmente protegida: Planta em que
• Aquáticas: Plantas herbáceas aquáticas, enraizadas apenas uma das suas subespécies, ou variedades, é
no fundo e, nesse caso, com folhas submersas ou protegida por lei (estatuto conferido por, pelo menos,
flutuantes à superfície, ou de vida livre e, nesse caso, um dos diplomas legais referidos anteriormente).
flutuantes na massa de água.

USOS

A indicação dos usos das plantas resulta da compilação


de usos de conhecimento popular e de pesquisa biblio-
gráfica. Por limitação de espaço, para cada planta apenas
são apresentados dois usos, embora possam existir mais
aplicações diferentes. Nesses casos foram selecionados
os usos populares aparentemente mais generalizados
em Portugal.

• Medicinal: Planta usada na produção de compostos


farmacêuticos ou usada em mezinhas populares.
• Alimentar: Planta usada em culinária, como alimento
ou tempero, ou na confeção de doces ou bebidas.
• Essências/Usos industriais: Planta usada na extração
de compostos químicos (e. g., óleos essenciais, resinas,
pigmentos, gomas) ou com princípios ativos com
potencial para utilização industrial (e. g., perfumaria,
tinturaria, genética).
• Venenosas/Tóxicas: Planta com toxicidade, venenosa
ou psicotrópica.
• Materiais e estruturas: Planta usada como matéria-
-prima em diversas atividades humanas (e. g., artesa-
nato, construção, carpintaria, tecelagem, lenha, sebes,
telhados verdes).
• Ornamental: Planta cultivada como ornamental ou
com potencial para ser usada como tal.

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1.
FETOS, CAVALINHAS
E LICOPÓDIOS

Neste capítulo reúnem-se as plantas vasculares vulgar-


mente denominadas «pteridófitos», que se caracterizam
pela sua propagação através de esporos, não produzindo
sementes.

Em Portugal continental estão referenciadas cerca de 70


espécies de pteridófitos, que foram aqui segregadas
em dois subgrupos: um que engloba os pteridófitos mais
antigos, como os licopódios (subclasse Lycopodiidae),
as cavalinhas (subclasse Equisetidae) e os fetos-lín-
gua-de-cobra (subclasse Ophioglossidae), e outro que
engloba as espécies de fetos mais evoluídos (subclasse
Polypodiidae).

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SUBGRUPO

LICOPÓDIOS, CAVALINHAS
E LÍNGUAS‑DE‑COBRA
Incluem ‑se neste subcapítulo os licopódios, os isoetes e as selaginelas, A subclasse Equisetidae é representada por uma única família (Equiseta‑
todos representantes da subclasse mais primitiva das plantas vasculares ceae) e por um único género, Equisetum, cujas espécies são popularmente
(Lycopodiidae), e também os grupos de fetos mais primitivos, nomea‑ denominadas cavalinhas. Em Portugal continental assinalam ‑se quatro
damente as cavalinhas (classe Equisetidae) e os fetos‑língua ‑de ‑cobra espécies, das quais apenas E. palustre não consta desta obra. Ocorre em
(classe Ophioglossidae). locais húmidos ou encharcados, em solos de origem aluvionar, nas regiões
centro e norte, distinguindo ‑se de E. ramosissimum por apresentar estróbilos
Na subclasse das Lycopodiidae assinalam ‑se nove espécies, que (cones) obtusos e não mucronados.
pertencem a três famílias (e ordens) distintas: Lycopodiaceae, Selagi‑
nellaceae e Isoetaceae. A família Lycopodiaceae (ordem Lycopodiales) A subclasse Ophioglossidae é também representada por uma única família
é representada por três espécies, todas elas muito raras em Portugal (Ophioglossaceae) e por um único género, Ophioglossum, cujas espécies são
continental: Lycopodium clavatum; Lycopodiella inundata; Palhinhaea cernua, a popularmente denominadas fetos‑língua ‑de ‑cobra. Além de O. lusitani‑
qual, embora seja frequente em algumas ilhas açorianas, tem na serra de cum, assinalam ‑se também: O. vulgatum, raro e observado apenas no Douro
Valongo o único local conhecido de ocorrência na Europa continental. Na Litoral e em Trás‑os‑Montes, e O. azoricum, muito raro e apenas observado
família Selaginellaceae (ordem Selaginellales) assinalam ‑se apenas duas em Trás‑os‑Montes, embora, em ambos os casos, também haja registos
espécies: Selaginella denticulata e Selaginella kraussiana, espécie introduzida de ocorrências históricas isoladas na Beira Alta e no Alto Alentejo.
de aparência similar à anterior, mas de ocorrência pontual na metade
norte do país e na serra de Sintra. A família Isoetaceae (ordem Isoetales)
é representada por quatro espécies do género Isoetes, todas características
de locais temporariamente encharcados e com um aspeto geral seme‑
lhante (distinguíveis pela existência, ou não, de espinhos na base das folhas
e por pormenores dos seus esporos). Além de Isoetes histrix e de I. setacea,
ocorrem também: I. velata, dispersa pelo território, sem espinhos e com os
esporângios cobertos por um véu; I. durieui, rara, com espinhos e esporos
reticulados.

CR
Lycopodium clavatum Lycopodiella inundata EN
LICOPÓDIO, ENXOFRE ‑VEGETAL LICOPÓDIO ‑DOS ‑BREJOS
Ecologia: prados húmidos em Ecologia: clareiras de matos
margens de lagoas e plataformas higrófilos, prados húmidos; em locais
rochosas; em alta montanha. encharcados, com água corrente.

(20 m)
1620 m 170 m
a 1670 m a 1680 m

PR RRR PR RR

Palhinhaea cernua Selaginella denticulata


FETOS, CAVALINHAS E LICOPÓDIOS

CR
PINHEIRINHO, MUSGO ‑DO ‑MATO SELAGINELA
Ecologia: taludes de caminhos; em Ecologia: taludes, rochedos; em
locais húmidos e sombrios. locais húmidos e sombrios.

80 m 30 m
a 200 m a 470 m

PR RRR MD FFF

12
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Isoetes histrix Isoetes setacea
CEBOLINHO ‑DOS ‑CHARCOS‑ CEBOLINHO ‑DOS ‑CHARCOS‑
‑ERIÇADO* ‑IBÉRICO*
Ecologia: em locais com solos Ecologia: em locais com solos
temporariamente encharcados, temporariamente encharcados,
arenosos ou arenoso ‑limosos. arenosos ou arenoso ‑limosos.

10 m
80 m
a 630 m
(850 m)
a 850 m

MD FF EU R

Equisetum telmateia Equisetum arvense


ERVA‑PINHEIRA, CAVALINHA CAVALINHA
Ecologia: bosques ripícolas, margens Ecologia: margens de cursos de
de cursos de água; em locais água; em solos húmidos.
sombrios e húmidos.

10 m
10 m
a 210 m
(400 m)
a 760 m

PR F PR F

Equisetum ramosissimum
CAVALINHA, ERVA‑PINHEIRA
Ecologia: margens de cursos de
água, infestante em regadios
agrícolas e locais perturbados; em
solos húmidos.

10 m
a 400 m
(740 m)

PR FFF

Ophioglossum lusitanicum
LÍNGUA‑DE ‑COBRA, LÍNGUA‑DE‑
‑COBRA‑MENOR
Ecologia: prados anuais, em clareiras
de matos, taludes; em locais húmidos
no inverno.

10 m
a 530 m

MD FF

13
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

FETOS SUPERIORES
Apresentam ‑se neste subgrupo os fetos modernos (subclasse Polypodii‑ Na família Aspleniaceae integram ‑se três géneros e 13 espécies: Asplenium
dae), constituídos por cerca de 54 espécies e 28 géneros, que se agrupam (dez espécies), Ceterach (1) e Phyllitis (1), sendo que apenas uma não é apre‑
em 15 famílias botânicas diferentes. sentada no guia, Asplenium obovatum subsp. protobillotii, mal conhecida, pois
apenas recentemente foi citada para a serra de Monchique.
Algumas destas famílias são escassamente representadas em Portugal
continental, como, por exemplo: Blechnaceae, com duas espécies, o Uma das famílias de fetos mais diversas são as Pteridaceae, com sete
feto ‑pente (Blechnum spicant) e o feto ‑do ‑botão (Woodwardia radicans), géneros e cerca de 12 espécies, das quais cinco são as únicas represen‑
sendo este o maior dos fetos nativos; Marsileaceae, com dois géneros, tantes do seu género: Notholaena marantae, Cosentinia vellea, Cryptogramma
Marsilea e Pilularia, com duas espécies cada, todas aquáticas; Salvinia‑ crispa, Adiantum capillus‑veneris e Anogramma leptophylla. As restantes incluem‑
ceae, com duas espécies exóticas de fetos aquáticos, Azolla filiculoides e ‑se nos géneros Cheilanthes (5) e Pteris (2). Não ilustradas, mencionam ‑se
Salvinia molesta; Polypodiaceae, com três espécies do género Polypodium, também Pteris incompleta, planta macaronésia, cujo carácter nativo no con‑
P. cambricum e as não ilustradas P. interjectum, dispersa de norte a sul, e P. tinente é duvidoso, conhecida apenas da serra de Sintra e dos arredores
vulgare, apenas conhecida no Centro ‑Norte do país. Várias espécies são de Coimbra, em fendas de muros e ruínas; Cheilanthes acrosticha, em casca‑
mesmo as únicas representantes das suas famílias, como, por exemplo, lheiras e fendas de rochas calcárias, no Centro ‑Oeste, serra da Arrábida e
o feto ‑dos pântanos (Thelypteris palustris, Thelypteridaceae), o feto ‑real Barrocal algarvio; Cheilanthes guanchica, raro e restrito à serra de Monchique
(Osmunda regalis, Osmundaceae), o feto ‑filme (Vandenboschia speciosa, Hyme‑ e arredores, onde ocorre, principalmente, em rochas sieníticas; Cheilanthes
nophyllaceae), o feto ‑comum (Pteridium aquilinum, Dennstaedtiaceae), o tinaei, frequente de norte a sul, em fendas de rochas ácidas. Este último
feto ‑de ‑cabelinho (Culcita macrocarpa, Culcitaceae), o feto ‑dos‑carvalhos é semelhante a C. hispanica, da qual se diferencia por ter lâmina ovado‑
(Davallia canariensis, Davalliaceae) e o exótico feto ‑arbóreo (Balantium antarc‑ ‑lanceolada, do mesmo tamanho do pecíolo ou até duas vezes menor, e
ticum, Dickosoniaceae). com pelos glandulares mais curtos e esparsos.

A família Dryopteridaceae engloba oito espécies em dois géneros, Dryop‑ Na família Woodsiaceae assinalam ‑se dois géneros, Athyrium (uma espécie)
teris (sete espécies) e Polystichum (1). Além das espécies ilustradas no e Cystopteris (três espécies), e, além das espécies apresentadas na obra,
guia, ocorrem também: Dryopteris dilatata, frequente em fendas de rochas, assinalam ‑se também Cystopteris fragilis e Cystopteris dickieana, ambas em
em ambientes florestais, nas regiões de clima atlântico; D. guanchica, em fendas de rochas, muros e taludes, em locais húmidos e sombrios, e escas‑
fendas de rocha, em locais muito húmidos, nas serras do Noroeste e, no samente distribuídas no interior norte e centro.
passado, citada também para a serra de Sintra; D. expansa, muito rara,
apenas ocorrendo em cascalheiras acima dos 1700 metros de altitude,
na serra da Estrela; D. carthusiana, rara, em bosques paludosos, no Minho.
As três últimas estão ameaçadas de extinção em Portugal continental.

NT
Marsilea batardae Marsilea quadrifolia CR
TREVO ‑DE ‑QUATRO ‑FOLHAS‑ TREVO ‑DE ‑QUATRO ‑FOLHAS
‑DO ‑SUL, TREVO ‑DE ‑QUATRO‑
Ecologia: lagoas, margens de rios;
‑FOLHAS ‑PELUDO
em locais sujeitos a inundações
Ecologia: margens de rios; em locais periódicas.
sujeitos a inundações periódicas.

50 m 40 m
a 240 m a 60 m

IB R EU RRR

Pilularia globulifera Pilularia minuta


FETOS, CAVALINHAS E LICOPÓDIOS

EN VU
PILULÁRIA PILULÁRIA‑MENOR
Ecologia: pauis, charcos, arrozais; Ecologia: charcos; águas paradas,
águas paradas, pouco profundas. pouco profundas.

10 m 80 m
a 200 m a 230 m

EU RR MD RR

14
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Azolla filiculoides Vandenboschia speciosa CR
AZOLA FETO ‑FILME
Ecologia: invasora em águas paradas Ecologia: taludes rochosos; em
ou de corrente lenta, eutrofizadas. lugares sombrios e muito húmidos.

10 m 220 m
a 760 m a 250 m

IN FFF EU RRR

Osmunda regalis Culcita macrocarpa CR


FETO ‑REAL FETO ‑DO ‑CABELINHO,
CABELINHA
Ecologia: bosques ripícolas, margens
de cursos de água; em locais húmidos Ecologia: fendas de rochas; em locais
e sombrios; acidófila. sombrios e algo húmidos; acidófila.

10 m 150 m
a 870 m
(1320 m)
a 220 m

PR FFF MD RRR

Blechnum spicant Woodwardia radicans VU


FETO ‑PENTE FETO ‑DO ‑BOTÃO, FETO ‑DO‑
‑GERÊS
Ecologia: bosques, margens de
cursos de água; em locais húmidos e Ecologia: bosques, margens de
sombrios. linhas de água; em locais sombrios e
húmidos.

20 m (20 m)
a 1150 m 180 m
(1340 m) a 650 m

PR FF PR R

Davallia canariensis Thelypteris palustris NT


FETO ‑DOS ‑CARVALHOS, FETO ‑DOS ‑PÂNTANOS
CABRINHA
Ecologia: bosques paludosos,
Ecologia: em fendas de rochas ou margens de turfeiras, lagoas e pauis;
epífita em ramos de árvores; em em locais sombrios e muito húmidos.
sítios frescos e algo húmidos.

10 m 10 m
a 490 m a 390 m
(680 m) (500 m)

IM F PR R

Phyllitis scolopendrium
LÍNGUA‑CERVINA, LÍNGUA‑DE‑
‑VEADO, BROEIRA
Ecologia: bosques, rochedos; em
locais húmidos e sombrios.

20 m
a 650 m
(770 m)

PR R

15
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
EN
Asplenium septentrionale Asplenium hemionitis EN
ASPLÉNIO ‑DO ‑NORTE* FETO ‑FOLHA‑DE ‑HERA
Ecologia: fendas de rochas ácidas Ecologia: muros e taludes húmidos,
ou ultramáficas; em zonas de rochedos; em locais sombrios.
montanha.

1190 m 120 m
a 1800 m a 370 m

PR RRR MD RR

Asplenium ruta‑muraria Asplenium petrarchae


ARRUDA‑DOS ‑MUROS AVENCÃO ‑PELUDO
Ecologia: fendas de rochas calcárias. Ecologia: fendas de rochas calcárias.

170 m 20 m
a 1120 m a 450 m

PR R MD R

Asplenium trichomanes Asplenium marinum


subsp. quadrivalens FETO ‑MARINHO*
AVENCÃO Ecologia: fendas de rochas em
Ecologia: fendas de rochas; em locais arribas litorais.
sombrios e solos frescos.

30 m 0m
a 960 m a 330 m
(1340 m) (770 m)

PR FFF PR R

Asplenium billotii Asplenium onopteris


FENTILHO, FÉTILHOS AVENCA‑NEGRA, FEITAS
Ecologia: fendas de rochedos, Ecologia: bosques e matagais; em
taludes; em locais sombrios e locais sombrios e solos frescos.
frescos.

10 m 20 m
a 1000 m a 790 m
(1190 m) (1490 m)

PR FF MD FFF

Ceterach officinarum Polypodium cambricum


FETOS, CAVALINHAS E LICOPÓDIOS

DOURADINHA POLIPÓDIO, FENTELHO


Ecologia: fendas de rochas; Ecologia: muros, fendas de rochedos
preferentemente basófila. e epífito em troncos de árvores.

30 m 10 m
a 640 m a 650 m
(1170 m) (890 m)

PR FFF MD FFF

16
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Asplenium adiantum‑
‑nigrum
FETO ‑NEGRO
Ecologia: bosques, taludes, fendas
de rochedos; em sítios húmidos e
sombrios.

10 m
a 1100 m

PR FF

17
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Anogramma leptophylla Adiantum capillus‑veneris
ANOGRAMA‑DE ‑FOLHA‑ESTREITA AVENCA
Ecologia: rochedos, taludes, muros, Ecologia: rochedos e taludes
bosques; em locais sombrios e com escorrência ou salpico de
húmidos. água; em locais algo sombrios;
preferentemente basófila.

20 m 10 m
a 750 m a 360 m
(1210 m) (780 m)

PR FFF PR FFF

Cheilanthes hispanica Cheilanthes maderensis


FETO ‑LABIADO ‑CASTANHO* FETO ‑LABIADO*
Ecologia: escarpas e fendas de Ecologia: escarpas e fendas de
rochedos; em locais secos e ácidos. rochedos; em locais algo sombrios.

40 m 60 m
a 680 m a 610 m
(820 m) (760 m)

MD F MD R

Cosentinia vellea Notholaena marantae


FETO ‑LABIADO ‑PELUDO* DOURADINHA‑DE ‑MARANTE*,
FETO ‑DE ‑MARANTE*
Ecologia: escarpas, fendas de
rochas; em locais secos e soalheiros. Ecologia: fendas de rochas
ultramáficas; em locais secos e
quentes.

10 m 250 m
a 330 m
(540 m)
a 760 m

PR F PR RR

Pteris vittata Cryptogramma crispa VU


FETO ‑CHINÊS* FETO ‑SALSA*
Ecologia: naturalizada em fendas de Ecologia: fendas de rochedos,
muros e paredes. cascalheiras; em alta montanha.

5m 1670 m
a 100 m a 1880 m

PR R PR RRR

Athyrium filix‑femina Cystopteris viridula


FETOS, CAVALINHAS E LICOPÓDIOS

FETO ‑FÊMEA FIEITOS


Ecologia: bosques, margens de Ecologia: fendas de rochas, muros
linhas de água; em locais húmidos e e taludes; em locais sombrios e
sombrios e solos ácidos. húmidos, perto de cursos de água.

10 m 30 m
a 1130 m
(1580 m)
a 900 m

PR FF PR FF

18
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Polystichum setiferum Dryopteris filix‑mas
FENTANHA FETO ‑MACHO
Ecologia: bosques fechados, Ecologia: rochedos, escarpas,
margens de cursos de água; em locais margens pedregosas de cursos de
sombrios e húmidos. água; em locais húmidos e frescos.

20 m 240 m
a 870 m a 1540 m
(1090 m)

PR FF PR FF

VU
Dryopteris oreades Dryopteris affinis
FETO ‑MACHO ‑DAS ‑SERRAS* FALSO ‑FETO ‑MACHO, FENTILHA
Ecologia: fendas de rochas ácidas; Ecologia: margens de cursos de
em alta montanha. água, bosques; em sítios húmidos e
sombrios; acidófila.

20 m
1560 m
a 1150 m
a 1940 m (1820 m)

EU RR PR FF

Pteridium aquilinum
FETO ‑ORDINÁRIO, FETO ‑DOS‑
‑MONTES, FENTO
Ecologia: colonizador de áreas
ardidas e pastagens abandonadas,
matas e margens de cursos de água;
em solos ácidos, frescos e profundos.

10 m
a 1140 m
(1750 m)

PR FFF

Balantium antarcticum
FETO ‑ARBÓREO ‑DA‑TASMÂNIA*
Ecologia: jardins, naturalizada em
locais sombrios e húmidos.

200 m
a 300 m

IN RRR

19
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
2.
GIMNOSPÉRMICAS

Agrupadas sob a designação informal de gimnos- e pinheiro-de-casquinha (P. sylvestris), e, pelo menos,
pérmicas, apresentam-se neste capítulo as espécies outras três espécies são, ou foram, cultivadas e encon-
das subclasses Cupressidae (cupressófitos), Pinidae tram-se mais ou menos naturalizadas no território:
(pinófitos) e Gnetidae (gnetófitos). São plantas cujos pinheiro-de-alepo (P. halepensis), em regiões calcárias,
primórdios seminais contactam diretamente com o próximas do litoral; pinheiro-larício (P. nigra), cultivado
exterior, ou seja, não estão encerrados num pistilo como nas montanhas da região centro e no Norte trans-
nas angiospérmicas e cujas sementes não se encontram montano; pinheiro-insigne (P. radiata), pontualmente
contidas num verdadeiro fruto, mas sim sobre órgãos de cultivado em serras perto do litoral. Da mesma família,
suporte (escamas ou brácteas, lenhosas na maturação), assinala-se ainda a ocorrência do abeto-de-douglas (Pseu-
inseridos num eixo caulinar e geralmente agregados. dotsuga menziezii), uma árvore nativa do Oeste da América
As estruturas reprodutivas unissexuais resultantes do Norte, mas utilizada em povoamentos florestais
desta agregação designam-se genericamente por estró- em Portugal e que já se encontra como subespontânea
bilos ou cones. Os estróbilos femininos fecundados e em várias regiões montanhosas do Norte do país.
maduros das gimnospérmicas correspondem às suas
frutificações e denominam-se gálbulas nos cupressó- Na família Cupressaceae assinalam-se dois géneros:
fitos (exceto nas Taxaceae e em alguns grupos extraeu- Juniperus e Cupressus. Os zimbros (género Juniperus)
ropeus) e pinhas ou cones nos pinófitos. Nos gnetófitos são representados por quatro espécies: J. communis,
desenvolve-se um estróbilo carnudo, semelhante a uma J. oxycedrus, J. navicularis e J. turbinata, todas ilustradas
baga. Nas gimnospérmicas nativas as folhas são sempre no guia. No género Cupressus não existem espécies
em forma de agulha (aciculares) ou reduzidas a escamas nativas em Portugal, mas duas árvores são amplamente
(escamiformes). cultivadas como ornamentais, o cedro-do-buçaco (C.
lusitanica), o qual, apesar do seu nome, é originário
O termo «conífera» é utilizado frequentemente para da América Central, e o cipreste (C. sempervirens). Outras
designar as espécies das subclasses Cupressidae e espécies pontualmente cultivadas incluem o cipreste-
Pinidae. Em Portugal continental assinalam-se três -dos-pântanos (Taxodium distichum), os cedros (Cedrus
famílias distintas de coníferas: Pinaceae (subclasse spp.) e os falsos-ciprestes (Chamaecyparis spp.), embora
Pinidae), Cupressaceae e Taxaceae (ambas na subclasse não haja informação quanto à sua ocorrência como
Cupressidae). Várias espécies possuem importância subespontâneas.
económica e são amplamente cultivadas, como o pinhei-
ro-bravo (Pinus pinaster), para produção de madeira O teixo (Taxus baccata) é o único representante da família
e resina, o pinheiro-manso (Pinus pinea), para produção Taxaceae em Portugal continental. É uma árvore dioica,
de pinhão, e os ciprestes (Cupressus sempervirens), como que apenas ocorre espontaneamente nas serras do Gerês,
árvores ornamentais. da Estrela e do Caramulo, sendo que nesta última apenas
se conhece um único indivíduo do sexo masculino.
Classificados na família Pinaceae, os pinheiros (género
Pinus) são elementos fundamentais na atual paisagem Os gnetófitos (subclasse Gnetidae) são represen-
florestal de Portugal continental, pois foram abundan- tados em Portugal por apenas uma espécie, a corni-
temente cultivados ao longo do século XX, formando cabra (Ephedra fragilis), presente de modo esporádico
extensos povoamentos nas regiões montanhosas nas arribas litorais da costa sudoeste e do Barlavento
e ao longo da faixa litoral. Três espécies de pinheiros algarvio. A efedrina, um alcaloide muito usado como
são espontâneas em Portugal continental: pinhei- broncodilatador, foi isolada a partir desta planta.
ro-bravo (Pinus pinaster), pinheiro-manso (P. pinea)

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Juniperus communis
ZIMBRO ‑RASTEIRO
Ecologia: matagais rasteiros de alta
montanha.

(610 m)
890 m
a 1990 m

PR R

Juniperus oxycedrus
ZIMBRO ‑COMUM, OXICEDRO
Ecologia: matagais, bosques
perenifólios; em locais soalheiros e
em solos ácidos.

120 m
a 700 m
(840 m)

MD FF

Juniperus navicularis NT
PIORRO, ZIMBRO ‑GALEGO
Ecologia: matagais; em solos
arenosos, ácidos.

10 m
a 80 m
(220 m)

IB F

Juniperus turbinata
SABINA‑DA‑PRAIA, ZIMBRO
Ecologia: matagais em dunas,
arribas litorais e encostas rochosas;
indiferente edáfica.

0m
a 290 m
(740 m)

MD FF

Pinus halepensis Pinus sylvestris EN


PINHEIRO ‑DE ‑ALEPO PINHEIRO ‑DE ‑CASQUINHA,
PINHEIRO ‑SILVESTRE
Ecologia: naturalizado em solos
secos, pedregosos, calcários, perto Ecologia: pinhais, matas; em zonas
do litoral. de montanha.
GIMNOSPÉRMICAS

0m 880 m
a 240 m a 1050 m

IN F PR RR

22
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Pinus pinaster Taxus baccata EN
PINHEIRO ‑BRAVO TEIXO, TEIXEIRA
Ecologia: pinhais, matas; em solos Ecologia: bosques mistos em zonas
ácidos. de montanha; em locais sombrios e
húmidos, em substratos ácidos.

10 m 680 m
a 880 m a 1610 m
(1360 m) (1880 m)

PR FFF PR R

VU
Ephedra fragilis
CORNICABRA, GESTRELA,
ÉFEDRA
Ecologia: matagais, sebes; em
arribas litorais e em solos arenosos
e secos.

10 m
a 50 m

MD R

Pinus pinea
PINHEIRO ‑MANSO
Ecologia: pinhais, matas; em solos
ácidos.

10 m
a 420 m
(730 m)

MD FF

23
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
3.
CARVALHOS,
AMIEIROS
E AFINS

Neste capítulo integram-se as espécies da ordem


Fagales, a qual, em Portugal continental, inclui quatro
famílias botânicas: as fagáceas (carvalhos), as betuláceas
(amieiros e bidoeiros), as juglandáceas (nogueiras) e as
miricáceas (samoucos).

©
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SUBGRUPO

CARVALHOS
E AFINS
As fagáceas incluem os géneros Quercus (carvalhos), Castanea (castanheiro) Carvalho ‑cerquinho é o nome popular dado a um complexo de espécies
e Fagus (faia). de folha marcescente, muito similares, no passado todas incluídas em
Quercus faginea, num sentido alargado, mas atualmente consideradas
A Península Ibérica, em particular a sua parte ocidental, representa um dos duas espécies distintas, embora com nomenclatura ainda em estudo: Q.
principais refúgios do género Quercus na Europa, com elevados valores de faginea, no quadrante nordeste do país; Q. broteroi, no Centro e no Sul do
diversidade genética (Petit et al., 2002). Além da riqueza específica que país. Também de aspeto similar, mas distinguindo ‑se pela presença de um
aqui ocorre, assinala ‑se uma elevada hibridação entre espécies. A identi‑ tomento flocoso nas folhas, o carvalho ‑de ‑monchique (Quercus canariensis)
ficação das espécies é complexa e dificultada pela existência de híbridos é uma espécie relíquia, raríssima e de distribuição restrita à área envolvente
com características intermédias entre as espécies parentais. da serra de Monchique. Da hibridação do carvalho ‑de ‑monchique com
o carvalho ‑cerquinho resulta uma espécie, largamente distribuída pelas
O carvalho ‑alvarinho (Quercus robur) é a árvore predominante dos bosques serras do Sudoeste alentejano e Algarve, Q. marianica (Vila ‑Viçosa et al.,
caducifólios na área de influência atlântica do território (noroeste e centro 2014). A única espécie de porte arbustivo é a carvalhiça (Q. lusitanica), sili‑
litoral) e com alguns isolados no Sul do país (serras de Sintra e de São cícola e não tolerante ao frio invernal, é comum ao longo da faixa litoral a
Mamede). É considerada a existência de duas subespécies, uma mais sul do Vouga, penetrando para o interior ao longo do vale do Tejo.
setentrional (subsp. broteroana) e outra mais meridional (subsp. estremadu‑
rensis), a qual pode ser considerada uma espécie distinta (Q. estremaduren‑ Algumas espécies não autóctones, como o carvalho ‑palustre (Quercus
sis) (Vázquez et al., 2018). O carvalho ‑negral (Q. pyrenaica) é uma árvore palustris), são ocasionalmente utilizadas em arruamentos e jardins,
disseminada no Norte e no Centro do país e muito abundante nas regiões destacando ‑se o carvalho ‑americano (Q. rubra), nativo da costa leste dos
interiores, por ser tolerante à ausência marcada de chuva no verão. Estados Unidos, cultivado em povoamentos florestais, nas regiões mon‑
tanhosas e no interior de Portugal.
Os carvalhos de folha perene incluem o sobreiro (Q. suber), designado
como «árvore nacional» de Portugal, que ocorre em praticamente todo o O castanheiro (Castanea sativa) é uma árvore que num passado longínquo
território, em altitudes abaixo dos 1000 metros e sobre solos ácidos, quer terá ocorrido neste território, mas ter‑se ‑á extinguido devido a alterações
espontaneamente, quer cultivado em povoamentos florestais. A explora‑ climáticas, sendo posteriormente reintroduzido no primeiro milénio antes
ção da sua cortiça representa uma importante atividade económica, sendo de Cristo. Ainda hoje é amplamente cultivado no Norte e interior centro
Portugal um dos maiores produtores mundiais. A azinheira (Q. rotundifolia) é do país, para produção do seu fruto, a castanha. Uma espécie próxima, C.
uma espécie disseminada por todo o país, excetuando a faixa litoral centro‑ crenata, originária da Ásia, é ocasionalmente cultivada como porta‑enxerto.
‑norte, e ecologicamente muito resistente, suportando desde a seca total Embora existam registos fósseis que confirmam a sua ocorrência pretérita
ao frio invernal. O carrasco (Q. coccifera) é representado por duas subes‑ no Norte de Portugal, a faia (Fagus sylvatica) é atualmente considerada uma
pécies, subsp. coccifera, de porte arbustivo e disseminada nas regiões de espécie não nativa. É cultivada em algumas serras do Centro e do Norte,
influência mediterrânica, e subsp. rivasmartinezii, de porte arbóreo e restrita onde se observa a sua regeneração natural.
à orla litoral atlântica e considerada como uma espécie distinta por alguns
autores (Capelo & Costa, 2005).

Quercus robur Quercus pyrenaica


CARVALHO ‑ALVARINHO, CARVALHO ‑NEGRAL, CARVALHO‑
CARVALHO ‑ROBLE ‑DAS ‑BEIRAS
Ecologia: bosques caducifólios e Ecologia: bosques caducifólios;
matas; em solos profundos e frescos, em solos ácidos, principalmente de
ácidos. granitos.

10 m 80 m
a 1050 m a 1190 m
(1280 m) (1580 m)

EU FF MD FF

25
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Quercus faginea Quercus faginea
subsp. faginea subsp. broteroi
PEDAMARRO, CARVALHO‑ CARVALHO ‑CERQUINHO
‑CERQUINHO
Ecologia: bosques, por vezes nas
Ecologia: bosques. margens de cursos de água.

10 m
100 m
a 470 m
a 810 m (810 m)

IB F IM FF

Quercus lusitanica Quercus coccifera


CARVALHIÇA CARRASCO, CARRASQUEIRO
Ecologia: pinhais, matos, bosques; Ecologia: matagais; em solos
em solos ácidos. pedregosos, ácidos ou básicos.

10 m 10 m
a 560 m a 480 m
(820 m) (1410 m)

IM F MD FF

Quercus rotundifolia Quercus suber


AZINHEIRA, AZINHO, CARRASCO, SOBREIRO, SOBREIRA, SOBRO,
SARDÃO CHAPARRO
Ecologia: bosques perenifólios, Ecologia: bosques perenifólios ou
montados, escarpas; indiferente mistos, montados; em solos ácidos.
edáfica.

10 m 10 m
a 830 m a 670 m
(1320 m) (930 m)

MD FFF MD FFF

CR
Quercus canariensis Castanea sativa
CARVALHO ‑DE ‑MONCHIQUE CASTANHEIRO
Ecologia: bosques; em vales e Ecologia: soutos, bosques e matas;
encostas frescas. em zonas de montanha; também
cultivado.

20 m
120 m
a 1050 m
a 640 m (1360 m)

IM RR PR FF CARVALHOS, AMIEIROS E AFINS

26
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

AMIEIROS
E AFINS
Neste subcapítulo são apresentados os géneros das betuláceas (Alnus, e quais resultam de plantações antigas. No presente, vários cultivares e
Corylus e Betula, todos representados por uma única espécie), juglandáceas outras espécies não nativas (e. g., Betula pendula) são utilizados como orna‑
(Juglans, duas espécies) e miricáceas (Myrica, duas espécies), num total de mentais em arruamentos e parques urbanos.
sete espécies, a maioria das quais nativas.
Nas juglandáceas, a nogueira (Juglans regia) é uma árvore nativa do Sudeste
A taxonomia das betuláceas nacionais é algo confusa. Relativamente da Europa e da Ásia Menor, cultivada um pouco por todo o país pela sua
ao amieiro, embora nesta obra seja usado o binome mais amplamente semente (noz) e, pontualmente, assilvestrada. Uma espécie semelhante,
aceite, Alnus glutinosa, um estudo recente sugere que a população nacional originária da América do Norte, J. nigra, não ilustrada, é por vezes utilizada
de amieiro constitui uma espécie distinta, Alnus lusitanica, endémica da em jardins e parques urbanos.
Península Ibérica (Vít et al., 2017). O bidoeiro ou bétula (Betula pubescens)
é uma espécie de taxonomia complexa, não havendo uma concordância Assinalam ‑se duas espécies de miricáceas (Myricaceae), o samouco
em diferentes obras de referência quanto à sua nomenclatura nem quanto (Myrica faya, por vezes integrada num género distinto e designada por
à possível segregação em subespécies. É uma pequena árvore caracte‑ Morella faya), arbusto ou pequena árvore perenifólia, presente em duas
rística de turfeiras e outras zonas húmidas de montanha. Pelo facto de, áreas disjuntas, nas serras do Sudoeste e ao longo do litoral centro, e o
no passado, ter sido amplamente plantada pelos serviços florestais em samouco ‑de ‑brabante (M. gale), um arbusto caducifólio, pouco frequente
regiões montanhosas, é difícil de distinguir quais são as populações nativas e ocorrendo em turfeiras e zonas húmidas, geralmente perto do litoral.

Alnus glutinosa Betula pubescens


AMIEIRO BIDOEIRO, BÉTULA
Ecologia: bosques ripícolas ou Ecologia: bosques ripícolas; em
paludosos. zonas de montanha.

10 m 110 m
a 830 m a 1440 m
(1150 m) (1580 m)

PR FFF PR F

Corylus avellana Juglans regia


AVELEIRA NOGUEIRA
Ecologia: bosques caducifólios Ecologia: cultivada e
ou ripícolas; em locais sombrios e ocasionalmente subespontânea em
húmidos. várzeas e na margem de linhas de
água.

30 m 40 m
a 870 m
(1100 m)
a 700 m

EU F IN F

Myrica faya Myrica gale


SAMOUCO SAMOUCO ‑DO ‑BRABANTE
Ecologia: matagais; em solos frescos, Ecologia: brejos, orlas de lagoas
ácidos; também cultivada. e turfeiras; em solos arenosos,
húmidos.

10 m 10 m
a 710 m a 930 m

MD F PR R

27
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
4.
SALGUEIROS
E CHOUPOS

Em Portugal continental as salicáceas (família Salica- Algumas espécies de Salix são mesmo muito raras
ceae) são representadas por apenas dois géneros: Salix em Portugal, nomeadamente S. caprea e S. triandra,
(salgueiros) e Populus (choupos). apenas registadas em Trás-os-Montes, e S. purpurea,
apenas citada para os arredores de Barca de Alva. Uma
O género Salix inclui plantas de porte arbustivo, arbores- quarta espécie rara, S. pedicellata, poderá mesmo já ter
cente ou arbóreo, que ocorrem associadas às margens desaparecido de Portugal no final do século XX devido
de cursos de água e de outras zonas húmidas, sendo à construção de barragens no Algarve. Duas outras
designadas por vários nomes populares, incluindo espécies de salgueiros são exclusivamente arbustivas:
salgueiros, vimeiros, borrazeiras e seiceiros. No passado, Salix arenaria, presente nas areias do litoral norte e centro,
várias espécies e cultivares de Salix foram amplamente e S. repens, exclusiva das zonas montanhosas do Norte
plantados para aproveitamento das suas ramas flexíveis do país. A sua semelhança leva alguns autores a consi-
(vime) na construção de diversos utensílios e peças derar que pertencem à mesma espécie, S. repens, mas cons-
de artesanato. tituindo subespécies distintas. Assinala-se ainda a ocor-
rência subespontânea de diversos cultivares e espécies
A taxonomia do género Salix é bastante complexa, o que não nativas, como, por exemplo, do grupo de Salix babylo-
torna a correta identificação das plantas um desafio nica (salgueiros-chorões), frequentemente utilizados
muito exigente, mesmo para observadores experientes. como ornamentais em jardins e parques urbanos.
Algumas espécies, como Salix atrocinerea e S. salviifolia
(representado por duas subespécies, subsp. australis, Os choupos (género Populus) são desde há muito culti-
a sul, e subsp. salviifolia, no Centro e no Norte), ocorrem vados com fins ornamentais ou para aproveitamento
de norte a sul do território e são, normalmente, de fácil da sua madeira, pelo que existem dúvidas quanto ao
identificação no terreno, porém outras, como S. alba, carácter nativo das três espécies ocorrentes em Portugal:
S. fragilis, S. neotricha e S. triandra, são semelhantes choupo-branco (Populus alba), choupo-negro (P. nigra)
e de difícil distinção. Estudos recentes apontam para e choupo-tremedor (P. tremula), o mais raro, e presente,
que dois dos táxones mais frequentes em Portugal, Salix de modo pontual, na região norte, perto de cursos de água.
fragilis e S. neotricha, sejam híbridos não nativos, dissemi- Diversos táxones híbridos (e. g., Populus x canescens, Populus
nados no território devido ao seu cultivo para produção x canadensis) e variedades de choupo-negro (e. g., var.
de vime, e correspondendo, respetivamente, a Salix x italica) são frequentemente cultivados em plantações
alopecuroides e Salix x fragilis. Por outro lado, as espécies S. florestais e em parques urbanos.
alba e S. viminalis (outra introduzida para cultivo do vime)
são menos frequentes em território nacional.

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Populus alba Populus nigra
CHOUPO ‑BRANCO, ÁLAMO, CHOUPO ‑NEGRO, ÁLAMO‑
ALBARINHO ‑NEGRO
Ecologia: bosques ripícolas; Ecologia: bosques ripícolas;
também cultivado. também cultivado.

10 m
5m
a 440 m
(690 m)
a 750 m

PR F PR FFF

Populus tremula Salix atrocinerea


CHOUPO‑TREMEDOR BORRAZEIRA‑PRETA, SEICEIRO‑
‑NEGRO, SALGUEIRO ‑PRETO
Ecologia: bosques na margem de
cursos de água e encostas sombrias. Ecologia: bosques e matagais
ripícolas; em substratos ácidos.

190 m 10 m
a1250 m a 1250 m
(1580 m)

PR R PR FFF

Salix salviifolia Salix x alopecuroides


BORRAZEIRA‑BRANCA, (S. fragilis auct. lus.)
SEICEIRO ‑BRANCO, SAZEIRO SALGUEIRO ‑FRÁGIL, VIMEIRO‑
Ecologia: bosques e matagais ‑FRANCÊS
ripícolas; principalmente em cursos Ecologia: bosques ripícolas;
de água de regime torrencial. também cultivado.

10 m 50 m
a 1160 m a 900 m
(1580 m)

IB FFF EU F

Salix neotricha auct. ib. Salix repens EN


SALGUEIRO, VIMEIRO ‑BRÓZIO SALGUEIRO ‑ANÃO, VIMEIRO‑
‑ANÃO
Ecologia: bosques ripícolas.
Ecologia: matos higrófilos, turfeiras;
em alta montanha.

10 m 1330 m
a 740 m a 1440 m

EU F PR RR SALGUEIROS E CHOUPOS

30
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Salix arenaria
SALGUEIRO ‑DAS ‑AREIAS,
VIMEIRO ‑DAS ‑AREIAS
Ecologia: em depressões dunares e
orlas de lagoas; em solos arenosos,
húmidos.

10 m
a 60 m

EU F

31
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
5.
OLIVEIRAS
E AFINS

As oleáceas (Oleaceae) são representadas em Portugal


continental por cinco géneros (Olea, Fraxinus, Ligustrum,
Jasminum e Phillyrea) e apenas seis espécies nativas.

Várias espécies desta família possuem interesse


económico, como a oliveira (Olea europaea), amplamente
cultivada de norte a sul para produção de azeitona, e o
freixo (Fraxinus angustifolia), cultivado pela sua madeira
e como forragem para o gado. Em jardinagem são muito
cultivadas diversas espécies e variedades de jasmineiros
(Jasminum spp.) e de alfenheiros (e. g., Ligustrum spp.).

A taxonomia do género Olea está longe de estar


resolvida. Tradicionalmente é considerada a existência
de duas variedades em Portugal continental, uma que
integra as árvores cultivadas (var. europaea – oliveira)
e outra, de porte arbustivo ou arborescente, que integra
as plantas espontâneas, espinhosas de folhas pequenas
e arredondadas (var. sylvestris – zambujeiro). Alguns
autores sugerem que estas variedades correspondem
a subespécies e que ocorre, no continente, uma terceira
subespécie, O. europaea subsp. cuspidata, que correspon-
deria às árvores de folhas lanceoladas estreitas, com
drupas pequenas, que formam zambujais arborescentes
no Sul de Portugal. No género Phillyrea é por vezes
referida uma terceira espécie distinta, P. media, sobre
a qual há dúvidas, dado que parece corresponder apenas
à variabilidade intrínseca de P. latifolia.

Várias outras oleáceas não nativas podem ser obser-


vadas em Portugal continental, incluindo árvores como
Fraxinus ornus, F. excelsior e F. pennsylvanica, plantadas
em meio urbano ou rural, e arbustos como Jasminum offi-
cinale (jasmineiro-comum), Ligustrum lucidum (alfenhei-
ro-do-japão) e Ligustrum sinense (alfenheiro-da-china),
que se podem encontrar em jardins, sebes e quintas
abandonadas.

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Jasminum fruticans Ligustrum vulgare
JASMINEIRO ‑DO ‑MONTE, ALFENHEIRO, ALFENA,
JASMINEIRO ‑DO ‑CAMPO SANT’ANTONINHAS
Ecologia: matagais, sebes e orlas Ecologia: matagais ripícolas, sebes e
de bosques; em diversos tipos de orlas de bosques; em locais sombrios
substratos, incluindo pedregosos. e em solos algo húmidos; também
cultivado.

20 m 30 m
a 590 m
(820 m)
a 780 m

MD FF PR R

Phillyrea angustifolia Phillyrea latifolia


LENTISCO ‑BASTARDO, ADERNO‑ ADERNO, ADERNO ‑DE ‑FOLHAS‑
‑DE ‑FOLHAS ‑ESTREITAS ‑LARGAS
Ecologia: matagais; em sítios secos e Ecologia: matagais, bosques;
quentes, em substratos pedregosos indiferente edáfica.
ou rochosos; indiferente edáfica.

10 m 30 m
a 620 m
(880 m)
a 460 m

MD FFF MD FF

Olea europaea Olea europaea


var. europaea var. sylvestris
OLIVEIRA ZAMBUJEIRO, ZAMBUJO,
OLIVEIRA‑BRAVA
Ecologia: amplamente cultivada.
Ecologia: matagais; em sítios secos e
quentes, em substratos pedregosos
ou rochosos; indiferente edáfica.

10 m 10 m
a 580 m a 490 m

MD FFF MD FF

Fraxinus angustifolia
subsp. angustifolia
FREIXO
Ecologia: bosques ripícolas, ou
em encostas frescas, com solos
profundos.

10 m
a 840 m
(1400 m)

MD FFF

33
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
6.
ÁRVORES E
ARBUSTOS DIVERSOS

Neste capítulo apresenta-se um conjunto de árvores As tamaricáceas (Tamaricaceae) são representadas por
ou arbustos que, taxonomicamente, se enquadram cinco espécies de tamargueiras (género Tamarix), quase
em famílias botânicas escassamente representadas todas mal conhecidas, devido à complexidade da sua
na flora portuguesa. Adicionalmente, inserem-se distinção. Não ilustradas no livro, assinalam-se também:
também as espécies arbóreas da família Fabaceae, T. canariensis, principalmente em zonas litorais, em solos
as quais, maioritariamente, não são nativas de Portugal. algo salinos; T. gallica, de ocorrência pontual no Centro
As espécies aqui agrupadas não apresentam relações filo- do país; T. mascatensis, citada para o Alentejo e Trás-
genéticas próximas, estando reunidas plantas de linhas -os-Montes; T. parviflora, não nativa, de flores rosadas,
evolutivas mais primitivas, como o loureiro (Laurus utilizada como planta ornamental em arranjos paisagís-
nobilis), de linhagens isoladas, como o azevinho (Ilex aqui- ticos e pontualmente escapada de cultivo.
folium) e o buxo (Buxus sempervirens), e ainda monocotile-
dóneas, como a palmeira-anã (Chamaerops humilis). As ramnáceas (Rhamnaceae) incluem cinco arbustos
nativos, quatro no género que deu o nome à família,
Várias destas espécies são as únicas representantes Rhamnus, e um no género Frangula. Além das espécies
das suas famílias em Portugal continental, incluindo ilustradas, ocorre também Rhamnus lycioides, apenas
o loureiro (Laurus nobilis, família Lauraceae), o azevinho citada para Trás-os-Montes e muito semelhante a R.
(Ilex aquifolium, família Aquifoliaceae), o buxo (Buxus oleioides, mais abundante e disseminada de norte a sul.
sempervirens, família Buxaceae); o evónimo ou barrete- As duas espécies distinguem-se pela pilosidade das suas
-de-padre (Euonymus europaeus, família Celastraceae) folhas, glabras em R. oleioides e pilosas em R. lycioides.
e o sanguinho (Cornus sanguinea, família Cornaceae). O sanguinho-de-água (Frangula alnus) é um arbusto ou
A palmeira-anã ou palmito (Chamaerops humilis) é a única pequena árvore ripícola, que ocorre de norte a sul, assi-
representante nativa das arecáceas (família Arecaceae, nalando-se duas subespécies: subsp. baetica, ao longo
ou Palmae), contudo, em vários pontos do litoral, da faixa litoral sudoeste e provavelmente até ao litoral
é também possível encontrar indivíduos jovens e subes- oeste; subsp. alnus, disseminada pelo país, exceto nas
pontâneos de palmeira-das-canárias (Phoenix canariensis), regiões mais secas e interiores.
amplamente cultivada como planta ornamental.
Embora sejam uma família bastante diversa a nível
As anacardiáceas (Anacardiaceae) são escassamente global, as sapindáceas (Sapindaceae) são representadas
representadas em Portugal, com apenas três espécies em Portugal por apenas um género, Acer, com apenas duas
de porte arbustivo, duas no género Pistacia: P. lentiscus espécies nativas, a zelha (A. monspessulanum) e o bordo-
(aroeira), de folha perene, e P. terebinthus (cornalheira), -comum (A. pseudoplatanus). Podem também encontrar-se
de folha caduca, e uma no género Rhus: R. coraria várias árvores não nativas, como A. campestre, nas serras
(sumagre), de origem mediterrânica, outrora cultivada beirãs, A. platanoides, originária do Centro da Europa
para aproveitamento na indústria dos curtumes. O suma- e América do Norte e pontualmente cultivada como
gre-da-virgínia (Rhus typhina) é uma planta ornamental, ornamental, e A. negundo, ilustrada no guia.
ocasionalmente escapada de cultivo.

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
As ulmáceas (Ulmaceae) integram apenas três espécies originária da China e outrora cultivada para alimentar
em Portugal, o ulmeiro (Ulmus minor), o lamagueiro para as culturas de bicho-da-seda. Ambas são também
(Ulmus glabra) e o lódão (Celtis australis), todos são plantadas com fins ornamentais. O mesmo se aplica
árvores utilizadas em arruamentos e jardins, mas que à romãzeira (Punica granatum, família Lythraceae), uma
também ocorrem como nativas em Portugal. Os indi- pequena árvore originária da Ásia Menor, amplamente
víduos arbóreos de ulmeiro são cada vez mais escassos, cultivada pelos seus frutos (romãs) e também como
devido à mortalidade causada pela grafiose-do-ulmeiro. ornamental.
Em muitos locais observam-se apenas indivíduos arbus-
tivos e propagação por via vegetativa. Acredita-se que Algumas famílias incluem apenas géneros não nativos.
esses possam corresponder a uma variedade cultivada, O plátano (Platanus x hispanica), não ilustrado, é o único
há muito introduzida para suportes da vinha. representante das platanáceas (Platanaceae), sendo
geralmente considerado um híbrido entre o plátano-eu-
As mirtáceas (Myrtaceae) são representadas por dois ropeu (Platanus orientalis) e o plátano-americano (Platanus
géneros, um nativo, Myrtus, do qual a murta (M. communis) occidentalis). Além de ser utilizado como ornamental
é o único representante, e Eucalyptus, nativo da Austrália, em arruamentos e parques urbanos, ocorre esporadica-
e do qual foram introduzidas diversas espécies com fins mente como subespontâneo ao longo de margens de rios,
florestais, incluindo o amplamente cultivado eucalipto principalmente no Norte do país (e. g., rio Tua). As proteá-
(E. globulus), e os menos frequentes E. camaldulensis, E. ceas (Proteaceae) são representadas por duas espécies
robusta, E. sideroxylon, entre outros. do género Hakea, nativo da Austrália, Hakea sericea e H.
salicifolia. Ambas são perigosas invasoras que têm bene-
As caprifoliáceas (Caprifoliaceae) são descritas com ficiado dos incêndios recorrentes para expandirem a sua
maior detalhe no capítulo «Valerianas e dipsacáceas», área de distribuição no território nacional. O ailanto
contudo são aqui apresentadas as suas espécies arbus- (Ailanthus altissima) é nativo da China e o único repre-
tivas, que pertencem aos géneros: Viburnum (três sentante da família Simaroubaceae. As pitosporáceas
espécies) e Sambucus (2). A lantana-arbórea (Viburnum (Pittosporaceae) são representadas por duas espécies,
lantana), não ilustrada, ocorre apenas de modo espon- Pittosporum tobira, originária da China e do Japão, e P.
tâneo em Trás-os-Montes, onde é rara, embora seja undulatum, originária da Austrália. Ambas foram intro-
cultivada como ornamental noutros pontos do país. duzidas como plantas ornamentais, mas apresentam
elevado potencial invasor, o qual já foi demonstrado nas
As moráceas (Moraceae) incluem a figueira (Ficus carica) ilhas dos Açores e da Madeira, onde representam uma
e as amoreiras (género Morus). A figueira é ampla- grande ameaça para a flora nativa. A lantana (Lantana
mente cultivada pelos seus frutos (figos), subsistindo camara, família Verbenaceae) é um arbusto originário
a incerteza sobre se será uma espécie nativa ou se a sua da América do Sul, amplamente cultivado como orna-
presença resulta de uma introdução antiga, que se tornou mental e subespontâneo em solos arenosos ou pedre-
subespontânea. Duas espécies de amoreiras ocorrem gosos, perto do litoral.
como subespontâneas na margem de alguns rios, prin-
cipalmente no Norte do país, a amoreira-negra (Morus
nigra), originária do Médio Oriente, cultivada pelos
seus frutos comestíveis, e a amoreira-branca (M. alba),

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Na família das escrofulariáceas (Scrophulariaceae)
assinalam-se duas espécies arbustivas (não ilustradas),
cultivadas como ornamentais e ocasionalmente natura-
lizadas: Buddleja davidii, originária da China, subespon-
tânea na zona de influência atlântica do Norte do país,
em terrenos incultos, frequentemente em meios urbanos
ou nos seus arredores; Myoporum laetum, originária
da Nova Zelândia e pontualmente naturalizada ao longo
da faixa litoral.

Na família das leguminosas (Fabaceae) assinalam-se


oito géneros, dominados por espécies de porte arbóreo
ou arborescente: Acacia, Paraserianthes, Robinia, Gleditsia,
Ceratonia, Cercis, Sesbania e Amorpha. A maioria destes
géneros não é nativa de Portugal continental, subsistindo
apenas dúvidas quanto ao carácter nativo da alfarrobeira
(Ceratonia siliqua), uma espécie mediterrânica, que desde
há séculos é amplamente cultivada no Sul do país pelos
seus frutos (alfarrobas), mas da qual também existem
núcleos de plantas subespontâneas (ou espontâneas).
Além das espécies ilustradas no guia, ocorrem também:
Paraserianthes lophantha (albízia), originária da Austrália
e subespontânea em alguns locais do litoral sul; Cercis sili-
quastrum (olaia), cultivada como ornamental e subespon-
tânea em vários pontos do território; Amorpha fruticosa,
originária da América do Norte e pontualmente dispersa,
na região centro (arredores de Coimbra); Sesbania punicea,
originária da América do Sul, em expansão na Beira
Litoral (Baixo Vouga e Baixo Mondego). No género Acacia
estão também naturalizadas: A. mearnsii, semelhante a A.
dealbata, mas com flores pálidas e folhas verde-escuras;
A. baileyana, também semelhante a A. dealbata, mas
com folhas pruinosas e com menos divisões; A. karroo,
com espinhos compridos; A. cyclops, nas arribas litorais;
A. retinodes, na margem de cursos de água do Sul do país
e nas regiões litorais; A. verticillata, com folhas rígidas
e lineares, pouco frequente.

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Laurus nobilis Buxus sempervirens EN
LOUREIRO, LOURO BUXO
Ecologia: matagais e bosques Ecologia: matagais em leitos de
ripícolas; em locais sombrios e em cheia e vales rochosos encaixados;
solos frescos. também cultivado.

10 m 90 m
a 570 m a 570 m
(980 m) (680 m)

MD FFF MD R

VU
Euonymus europaeus Cornus sanguinea
EVÓNIMO, BARRETE ‑DE ‑PADRE SANGUINHO ‑LEGÍTIMO
Ecologia: sebes, orlas de bosques Ecologia: em sebes, orlas de bosques
ripícolas; em solos profundos, caducifólios, matagais ripícolas; em
húmidos. locais frescos e sombrios.

580 m 50 m
a 860 m a 670 m

EU RR PR R

LC
Ilex aquifolium Tamarix africana
AZEVINHO, VISQUEIRO, PICA‑ TAMARGUEIRA, TAMARGUEIRA‑
‑FOLHA ‑DE ‑ESPIGAS ‑GROSSAS*
Ecologia: bosques caducifólios, Ecologia: margens e leitos de ribeiras
matagais ripícolas; em locais de regime torrencial.
sombrios, com solos frescos e
ácidos.

40 m 10 m
a 1320 m a 220 m
(1880 m) (360 m)

PR F MD FF

Hakea salicifolia Hakea sericea


HÁQUEA‑DE ‑FOLHAS ‑DE‑ HÁQUEA‑PICANTE
‑SALGUEIRO
Ecologia: invasora em matos e
Ecologia: invasora em matos e povoamentos florestais.
povoamentos florestais.

30 m 10 m
a 280 m a 600 m

IN R IN FF

Eucalyptus globulus Acer monspessulanum


EUCALIPTO ZELHA
Ecologia: amplamente cultivado e Ecologia: matagais e orlas de
naturalizado em locais frescos. bosques, caducifólios ou perenes;
em solos pedregosos.

50 m
5m
a 630 m
a 810 m
(820 m)

IN FFF PR F

37
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Acer pseudoplatanus Acer negundo
BORDO , PADREIRO, PLÁTANO‑ BORDO ‑NEGUNDO
‑BASTARDO
Ecologia: naturalizada em matas e na
Ecologia: bosques caducifólios, em margem de cursos de água.
zonas de montanha, mas também
cultivado.

20 m 10 m
a 1290 m a 460 m

EU FF IN F

Pittosporum undulatum Rhus coriaria


INCENSO, ÁRVORE ‑DO ‑INCENSO SUMAGRE
Ecologia: invasora em matas. Ecologia: naturalizada em matos; em
solos secos e pedregosos.

50 m 50 m
a 270 m a 630 m
(760 m)

IN F IN F

Pistacia terebinthus Pistacia lentiscus


CORNALHEIRA, TEREBINTO AROEIRA, LENTISCO,
ALFOSTIGUEIRO
Ecologia: matagais; em locais secos,
rochosos ou pedregosos. Ecologia: matagais termófilos;
indiferente edáfica.

50 m 10 m
a 660 m a 360 m
(870 m) (540 m)

MD FF MD FFF

Ailanthus altissima Celtis australis


ESPANTA‑LOBOS, AILANTO, LODOEIRO, LÓDÃO
ÁRVORE ‑DO ‑CÉU
Ecologia: bosques de enconsta ou
Ecologia: invasora em margens de ripícolas; em solos frescos; também
cursos de água, locais humanizados. cultivado.

10 m 20 m
a 830 m a 550 m
(980 m) (680 m)

IN FFF MD F

Ulmus minor Ulmus glabra


ÁRVORES E ARBUSTOS DIVERSOS

ULMEIRO, OLMO, NEGRILHO LAMAGUEIRO, ULMEIRO ‑DA‑


‑MONTANHA
Ecologia: bosques ripícolas, sebes;
também cultivado. Ecologia: bosques caducifólios ou
ripícolas; em zonas de montanha.

10 m
110 m
a 860 m
(1060 m)
a 850 m

PR FFF PR R

38
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Myrtus communis
MURTA, MURTEIRA,
MARTUNHEIRA
Ecologia: matagais, barrancos;
em locais algo húmidos.

10 m
a 360 m
(640 m)

MD FFF

39
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
LC
Rhamnus cathartica Rhamnus alaternus
CAMBRA, CAMBROEIRO, SANGUINHO ‑DAS ‑SEBES,
ESPINHEIRO ‑CERVAL ADERNO ‑BASTARDO
Ecologia: orlas de bosques; solos Ecologia: matagais, sebes;
húmidos. indiferente edáfica.

10 m
610 m
a 490 m
a 820 m (650 m)

PR R MD FF

Rhamnus oleoides Frangula alnus


ESPINHEIRO ‑PRETO SANGUINHO, SANGUINHO ‑DE‑
‑ÁGUA, LANGARINHO
Ecologia: matagais; solos secos e
pedregosos. Ecologia: bosques e matagais
ripícolas ou paludosos, sebes;
em sítios húmidos.

10 m 10 m
a 390 m a 1140 m
(570 m) (1670 m)

MD FF PR FFF

Chamaerops humilis Viburnum opulus VU


PALMEIRA‑ANÃ, PALMEIRA‑DAS‑ NOVELEIRO, CANELEIRO
‑VASSOURAS, PALMITO
Ecologia: orlas de bosques ripícolas;
Ecologia: matos termófilos; em solos em zonas de montanha.
secos.

0m 520 m
a 320 m
(450 m)
a 710 m

MD F PR RR

Viburnum tinus Sambucus ebulus


FOLHADO, LOUREIRO ‑DO‑ SABUGUEIRINHO, ÉBULO,
‑JARDIM SABUGUEIRO ‑ANÃO
Ecologia: matagais, bosques, Ecologia: sebes, orlas de bosques
na margem de linhas de água e ripícolas; em solos profundos,
encostas sombrias. húmidos.

20 m 10 m
a 600 m
(880 m)
a 880 m

MD FFF PR R

Sambucus nigra
ÁRVORES E ARBUSTOS DIVERSOS

SABUGUEIRO, CANDELHEIRO,
CANINEIRO
Ecologia: orlas de bosques ripícolas,
sebes; frequentemente cultivada.

10 m
a 960 m
(1360 m)

PR FF

40
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Ficus carica Ceratonia siliqua
FIGUEIRA, BAFOREIRA ALFARROBEIRA
Ecologia: margens de cursos de Ecologia: matagais, escarpas; em
água, barrancos, escarpas; em locais solos pedregosos, básicos; também
frescos e pedregosos; também cultivada.
cultivada.

10 m 10 m
a 620 m
(790 m)
a 400 m

MD FFF MD F

Acacia dealbata Acacia longifolia


MIMOSA, ACÁCIA‑MIMOSA ACÁCIA‑DE ‑ESPIGAS
Ecologia: invasora em encostas Ecologia: invasora em areias litorais.
frescas e na margem de cursos de
água.

10 m 0m
a 800 m a 270 m
(950 m) (470 m)

IN FFF IN FF

Acacia melanoxylon Acacia pycnantha


AUSTRÁLIA, ACÁCIA‑AUSTRÁLIA ACÁCIA‑NEGRA
Ecologia: invasora em encostas Ecologia: invasora em encostas
sombrias e na margem de cursos de soalheiras, em solos secos e pobres.
água.

10 m 10 m
a 750 m
(940 m)
a 320 m

IN FFF IN F

Acacia saligna Gleditsia triacanthos


ACÁCIA ESPINHEIRO ‑DA‑VIRGÍNIA,
ACÁCIA‑DE ‑TRÊS ‑ESPINHOS
Ecologia: invasora em areias litorais.
Ecologia: invasora em bosques
ripícolas.

10 m 10 m
a 70 m a 660 m
(190 m) (790 m)

IN FF IN F

Robinia pseudoacacia Lantana camara


ROBÍNIA, ACÁCIA‑BASTARDA LANTANA
Ecologia: invasora em bosques Ecologia: naturalizada em locais
frescos e margens de cursos de água. pedregosos, bermas de caminhos.

10 m 0m
a 1050 m
(1300 m)
a 380 m

IN FFF IN R

41
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
7.
RANUNCULÁCEAS

As ranunculáceas (família Ranunculaceae) são represen-


tadas em Portugal continental por 12 géneros (Ranun-
culus, Caltha, Anemone, Adonis, Nigella, Helleborus, Thalic-
trum, Delphinium, Aquilegia, Consolida, Aconitum e Clematis),
os quais englobam cerca de 58 espécies. No âmbito deste
guia, o género Clematis é apresentado no grupo das
trepadeiras.

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

ANÉMONAS, DELFÍNIOS
E AFINS
Apresentam ‑se neste subcapítulo os géneros de ranunculáceas, que se É ainda de destacar a existência de subespécies em Nigella papillosa (subsp.
diferenciam por possuírem flores com simetria bilateral: Delphinium (seis atlantica e subsp. papillosa), que se distinguem pela dimensão das flores
espécies), Aconitum, Aquilegia e Consolida, todos representados por uma única (maiores na subsp. papillosa) e pela presença de papilas no ovário (abun‑
espécie, e ainda os géneros com flores de simetria radial: Anemone (4), Adonis dantes na subsp. papillosa e escassas na subsp. atlantica), e em Aquilegia vulgaris
(2), Nigella (3), Thalictrum (2) e Helleborus (1). (erva ‑pombinha), na qual se distinguem três subespécies: subsp. vulgaris,
subsp. hispanica e subsp. dichroa, sendo esta última a mais disseminada no
Adicionalmente às espécies ilustradas no guia, ocorrem também em território. Como curiosidades botânicas, refira‑se que se podem encontrar
Portugal continental: Anemone nemorosa, espécie florestal, de flores duas formas de Anemone palmata, uma com tépalas amarelas e outra, mais
esbranquiçadas e de ocorrência concentrada no Parque Nacional da rara, com tépalas brancas, e que na população nacional de Adonis microcarpa
Peneda ‑Gerês; Anemone coronaria, de flores azuladas, que ocorre de modo os indivíduos possuem tépalas avermelhadas, enquanto a nível global pre‑
esporádico no Centro ‑Oeste e cujo carácter nativo suscita dúvidas, pois dominam os indivíduos com tépalas amarelas.
é amplamente cultivada como ornamental; Thalictrum minus, que se distribui
no interior centro e no Norte do país, e habita em margens de cursos de
água, em locais soalheiros e pedregosos, mal conhecida; Delphinium nanum,
pouco frequente, nas areias da faixa litoral a sul do rio Tejo; Delphinium fissum
subsp. sordidum, raríssima e restrita aos solos básicos de Trás‑os‑Montes.

Anemone palmata Anemone trifolia


ANÉMONA, FLOR‑DO ‑VENTO subsp. albida
Ecologia: clareiras de matos, ANÉMONA‑DOS ‑BOSQUES
pastagens; em solos argilosos ou Ecologia: prados, orlas de matagais
arenosos, frescos. e bosques; em locais sombrios, solos
húmidos e ácidos.

20 m 50 m
a 540 m a 1220 m
(850 m) (1340 m)

MD FF IB F

VU
Adonis annua Adonis microcarpa VU
ADÓNIS, OLHO ‑DE ‑PERDIZ ADÓNIS ‑MENOR*, LÁGRIMA‑DE‑
‑SANGUE
Ecologia: campos agrícolas e
pousios; em solos básicos. Ecologia: campos agrícolas e
pousios; em solos argilosos, básicos.

100 m 140 m
a 220 m a 280 m

MD RR MD RR

Nigella damascena Nigella gallica


BARBAS ‑DE ‑VELHO, CABELOS ‑DE‑ NIGELA‑FRÁGIL*
‑VÉNUS, DAMAS ‑DO ‑BOSQUE
Ecologia: pousios, taludes.
Ecologia: arvense e em pousios
e orlas de matagais; em solos
pedregosos.
RANUNCULÁCEAS

30 m 50 m
a 390 m
(880 m)
a 280 m

MD F MD RRR

44
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
EN
Nigella papillosa Aquilegia vulgaris
NIGELA‑DAS ‑SEARAS*, ALPIVRE‑ ERVA‑POMBINHA,
‑DOS ‑CAMPOS, NIGELA‑DOS‑ FIDALGUINHOS, AQUILÉGIA
‑BALDIOS*
Ecologia: bosques caducifólios,
Ecologia: pousios; em solos básicos. margens de cursos de água; em locais
sombrios e frescos.

40 m
20 m
a 1230 m
a 240 m (1460 m)

IM RR PR F

Delphinium gracile Delphinium halteratum


ESPORINHAS ESPORAS ‑BRAVAS, MEZERÃO‑
‑MENOR
Ecologia: pousios e pastagens; em
solos secos. Ecologia: pousios e pastagens; em
solos secos.

10 m 10 m
a 420 m
(840 m)
a 770 m

IM F MD F

Delphinium pentagynum Delphinium staphisagria


PASSARINHOS, DELFÍNIO* PAPARRAZ, ERVA‑PIOLHEIRA
Ecologia: orlas de matagais, Ecologia: orlas de matagais; em solos
taludes, rochedos; em solos secos, frescos, por vezes pedregosos.
pedregosos e preferentemente
calcários.

30 m 60 m
a 470 m
(640 m)
a 570 m

IM F MD R

CR
Aconitum napellus Consolida ajacis
subsp. lusitanicum ESPORAS, ESPORINHAS
ACÓNITO, CAPUZ Ecologia: naturalizada em prados
Ecologia: prados húmidos, matagais, húmidos.
na orla de bosques ripícolas.

680 m 200 m
a 730 m a 1000 m

EU RRR IN F

Helleborus foetidus Thalictrum


ERVA‑BESTEIRA speciosissimum
Ecologia: orlas de bosques RUIBARBO ‑DOS ‑POBRES
e matagais, sebes; em solos Ecologia: prados higrófilos, margens
pedregosos, algo húmidos. de cursos de água; em solos húmidos.

100 m 10 m
a 1120 m a 950 m
(1300 m) (1120 m)

MD F IM FF

45
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

RANÚNCULOS AQUÁTICOS E ANFÍBIOS


Este subcapítulo abrange as espécies de ranúnculos (género Ranunculus) nesta obra, assinala‑se ainda a ocorrência de Ranunculus penicillatus, em águas
associadas a meios húmidos, nomeadamente as espécies aquáticas, que correntes, temperadas e pouco profundas, neutras ou ácidas; R. pseudofluitans,
integram o subgénero Batrachium (9) – de flores brancas – e as espécies de exigências ecológicas similares, mas em águas frias; R. saniculifolius, de águas
anfíbias, que integram a secção Flammula do subgénero Ranunculus (4). paradas, temperadas e pouco profundas, geralmente eutróficas e neutras; R. tri‑
A taxonomia do subgénero Batrachium é particularmente complexa. Várias chophyllus, em águas lentas, frias e pouco profundas, básicas. Na secção Flammula
espécies são morfologicamente variáveis e a hibridação é frequente. Em Portugal assinala‑se ainda R. longipes, de pétalas amarelas, pouco frequente em charcos
ocorrem cerca de 13 espécies deste subgénero. Além das espécies apresentadas e depressões temporariamente inundadas, nas regiões norte e centro.

Ranunculus flammula Ranunculus


RANÚNCULO ‑INFLAMATÓRIO* ophioglossifolius
Ecologia: águas doces, paradas ou de RANÚNCULO ‑LÍNGUA‑DE‑
corrente lenta, turfeiras. ‑COBRA*
Ecologia: águas doces, paradas ou de
corrente lenta, turfeiras.

10 m 10 m
a 1080 m a 660 m
(790 m)

PR FF PR F

Ranunculus nodiflorus Ranunculus hederaceus


RANÚNCULO ‑LÍNGUA‑DE‑ RANÚNCULO ‑FOLHA‑DE ‑HERA*
‑COBRA‑MENOR*
Ecologia: águas doces, paradas, frias,
Ecologia: águas doces, paradas; em limpas e pouco profundas, também
substratos ácidos. em turfeiras.

690 m 60 m
a 960 m a 860 m

EU R EU R

Ranunculus tripartitus Ranunculus peltatus


BORBOLETA‑D’ÁGUA‑MENOR* BORBOLETA‑D’ÁGUA ,
RANÚNCULO ‑AQUÁTICO*
Ecologia: águas doces, paradas e
temporárias. Ecologia: águas doces, paradas, frias
e pouco profundas, ácidas.

10 m 10 m
a 500 m a 830 m
(620 m) (980 m)

PR F MD FF

Ranunculus ololeucos Ranunculus omiophyllus


BORBOLETA‑D’ÁGUA‑DE ‑FOLHA‑ BORBOLETA‑D’ÁGUA‑DE ‑FOLHA‑
‑DIVIDIDA* ‑REDONDA*
Ecologia: águas doces, paradas, frias Ecologia: águas doces, paradas; em
e pouco profundas, ácidas; em zonas zonas de montanha.
de montanha.
RANUNCULÁCEAS

10 m 20 m
a 1960 m a 1300 m

EU R PR F

46
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

RANÚNCULOS TERRESTRES
Apresentam ‑se neste subgrupo as restantes espécies de ranúnculos do Não apresentadas nesta obra, ocorrem também: Ranunculus abnormis,
subgénero Ranunculus (18) – em Portugal, todos com flores amarelas – pouco frequente em prados de montanha no interior centro e norte; R.
e ainda a única representante do género Caltha em Portugal, C. palustris. gregarius, abundante em estevais e outros matos na metade sul do país; R.
Muitas das espécies são plantas terrestres, embora algumas sejam pre‑ macrophyllus, aparentemente restrito ao Algarve (com poucos registos) e
dominantemente anfíbias (e. g., R. bulbosus). passível de confusão com R. bulbosus, muito mais abundante e disseminado
pelo país.

Ranunculus bullatus Ranunculus henriquesii VU


MONTÃ‑DE ‑OUTONO, RANÚNCULO ‑DO ‑VOUGA*,
RANÚNCULO ‑BOLHADO* BOTÃO ‑D’OIRO ‑DO ‑VOUGA*
Ecologia: prados anuais, clareiras Ecologia: taludes, bosques
de matos, pastagens; em locais caducifólios, fendas de rochas; em
sombrios e solos compactados, locais sombrios.
temporariamente húmidos.

20 m 110 m
a 400 m a 820 m
(980 m)

MD FF LU R

Ranunculus bupleuroides
RANÚNCULO ‑FOLHA‑DE‑
‑BUPLEURO*
Ecologia: clareiras de matos,
taludes, rochedos; em solos ácidos,
geralmente secos e pedregosos.

40 m
a 1280 m

IB F

Ranunculus nigrescens Ranunculus ollissiponensis


RANÚNCULO‑SERRANO RANÚNCULO ‑DO ‑MONTE*
Ecologia: clareiras de matos e Ecologia: clareiras de matos, fendas
pinhais; em substratos ácidos; em de rochas, taludes.
zonas de montanha.

(140 m)
50 m
390 m
a 970 m
a 1810 m (1560 m)
(1980 m)

IB F IB FFF

Ranunculus muricatus Ranunculus arvensis


BUGALHÓ PATALÔCO, RANÚNCULO‑DOS‑
‑CAMPOS*
Ecologia: arvense, também em
pastagens; em solos húmidos e Ecologia: arvense; em solos frescos.
perturbados.

10 m 40 m
a 720 m a 780 m

PR FFF PR F

47
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Ranunculus gramineus Ranunculus paludosus
RANÚNCULO ‑ELEGANTE* RANÚNCULO ‑DOS ‑PASTOS*
Ecologia: fendas de rochas, prados Ecologia: prados e pastagens secas
ralos; em solos pedregosos, ou algo húmidas; em solos arenosos
geralmente calcários. ou pedregosos.

20 m 30 m
a 500 m a 910 m
(890 m) (1390 m)

MD F MD FFF

Ranunculus parviflorus Ranunculus bulbosus


RANÚNCULO ‑DE ‑FLOR‑ RANÚNCULO ‑BOLBOSO*
‑PEQUENA*
Ecologia: prados higrófilos, lameiros,
Ecologia: arvense, também em margens de ribeiros, valas; em solos
bosques; em locais sombrios, com húmidos ou encharcados.
solos frescos, algo perturbados.

10 m
30 m
a 1610 m
a 830 m (1980 m)

MD F PR FFF

Ranunculus repens Ranunculus sceleratus


BOTÃO ‑D'OIRO MATA‑BOI, PATALÔCO ‑DOS‑
‑VALES
Ecologia: prados húmidos, margens
de cursos de água, charcos; em solos Ecologia: prados e pastagens
húmidos. húmidas; em solos encharcados.

10 m
10 m
a 950 m
(1640 m)
a 40 m

PR FF PR R

Ranunculus ficaria Caltha palustris


CELIDÓNIA‑MENOR, ERVA‑DAS‑ CALTA, MALMEQUER‑DOS‑
‑HEMORRÓIDAS, FICÁRIA ‑BREJOS
Ecologia: prados higrófilos, margens Ecologia: prados húmidos, na
de ribeiros, pousios; em locais margem de cursos de água e
sombrios, com solos húmidos. turfeiras.

10 m 740 m
a 930 m
(1150 m)
a 1360 m

PR FFF PR R RANUNCULÁCEAS

48
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Ranunculus trilobus
PATALÔCO ‑VERDE, RANÚNCULO‑
‑TRILOBADO*
Ecologia: arvense, também em
pastagens; em solos húmidos e
perturbados.

10 m
a 610 m
(820 m)

PR FFF

49
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
8.
PAPOILAS
E FUMÁRIAS

Neste capítulo são apresentadas as papoilas, as fumárias


e as restantes papaveráceas, família que é representada
em Portugal continental por 29 espécies, enquadradas
em nove géneros: Papaver, Glaucium, Eschscholzia, Cheli-
donium, Fumaria, Ceratocapnos, Corydalis, Platycapnos
e Hypecoum.

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

PAPOILAS
E AFINS
Apresentam ‑se todas as espécies dos géneros da subfamília Papaveroi‑
deae: Papaver (6), Glaucium (2), Chelidonium (1) e Eschscholzia (1), o último dos
quais não nativo de Portugal.

Todas as espécies de papoilas (género Papaver) encontram ‑se ilustradas no


guia e são de fácil reconhecimento no campo, com exceção de P. dubium e
P. pinnatifidum, que se distinguem pelas folhas caulinares superiores, profun‑
damente recortadas em P. dubium e recortadas apenas até meio do limbo
em P. pinnatifidum.

Assinala ‑se ainda a existência de duas subespécies de P. somniferum (dormi‑


deira): subsp. setigerum e subsp. somniferum, que se distinguem pela presença
de aristas nos recortes das folhas da subsp. setigerum. Alguns autores
indicam também duas subespécies de P. rhoeas (papoila): subsp. rhoeas,
muito comum, e subsp. strigosum, pouco frequente e que se distingue pela
presença de pelos aplicados nos pedúnculos (patentes na subsp. rhoeas).

Papaver argemone Papaver hybridum


PAPOILA‑LONGA‑PELUDA PAPOILA‑OURIÇADA, PAPOILA‑
‑PELUDA
Ecologia: campos agrícolas, pousios,
pastagens. Ecologia: campos agrícolas, pousios,
pastagens, por vezes ruderal.

20 m
240 m
a 570 m
a 810 m (820 m)

PR F MD FF

Papaver dubium Papaver pinnatifidum


PAPOILA‑LONGA‑DE ‑FOLHAS‑ PAPOILA‑LONGA, PAPOILA‑DE‑
‑FENDIDAS* ‑FOLHAS ‑FENDIDAS
Ecologia: campos agrícolas, pousios, Ecologia: campos agrícolas, pousios,
pastagens, por vezes ruderal. pastagens, por vezes ruderal.

10 m 10 m
a 840 m
(1280 m)
a 270 m

PR FFF MD F

Papaver rhoeas Papaver somniferum


PAPOILA, PAPOILA‑COMUM DORMIDEIRA, PAPOILA‑BRANCA
Ecologia: campos agrícolas, pousios, Ecologia: dunas e arribas litorais,
pastagens, por vezes ruderal. por vezes ruderal, em bermas de
caminhos.
PAPOILAS E FUMÁRIAS

10 m 0m
a 830 m a 440 m
(1060 m) (790 m)

PR FFF PR F

52
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
VU
Glaucium corniculatum Glaucium flavum
PAPOILA‑CORNUDA*, PAPOILA‑DAS ‑PRAIAS
DORMIDEIRA‑CORNICULAR*
Ecologia: dunas, rochedos litorais;
Ecologia: campos agrícolas, pousios. ruderal em areias nitrofilizadas.

120 m 0m
a 270 m a 20 m

MD RR MD R

Chelidonium majus Eschscholzia californica


ERVA‑ANDORINHA, ERVA‑DAS‑ PAPOILA‑DA‑CALIFÓRNIA
‑VERRUGAS, QUELIDÓNIA
Ecologia: invasora em bermas,
Ecologia: sebes, muros, orlas de taludes, pousios; em solos
bosques; ruderal, em sítios húmidos perturbados.
e sombrios.

10 m 10 m
a 870 m a 820 m
(1060 m)

PR FF IN R

SUBGRUPO

FUMÁRIAS
E AFINS
São apresentados neste subgrupo os géneros da subfamília Fumarioideae: No género Ceratocapnos assinalam ‑se duas espécies, ambas trepadeiras e
Fumaria (12), Hypecoum (3), Ceratocapnos (2), Corydalis (1), Platycapnos (1). No que ocorrem em sebes, matagais e orlas de bosque: C. heterocarpa, muito
passado, alguns autores integravam estes géneros numa família separada, rara e localizada apenas no interior alentejano, e C. claviculata, disseminada
as fumariáceas (Fumariaceae). nas regiões norte e centro e da qual se reconhecem duas subespécies:
subsp. claviculata, de flores amarelas e relativamente comum; subsp. picta,
As fumárias (género Fumaria) são ervas anuais, de ramos difusos, frequen‑ endémica das montanhas do Centro e do Norte e distinguível pelas suas
temente trepadeiras, com várias designações populares, incluindo erva‑ flores rosadas.
‑moleirinha, erva ‑pombinha e catarinas. Em Portugal estão identificadas
12 espécies, várias das quais de aspeto muito similar, o que dificulta a sua No género Hypecoum assinala ‑se ainda H. littorale, raríssima e de ocorrência
identificação no terreno, motivo pelo qual algumas são mal conhecidas. muito localizada, nas dunas da ria Formosa.
Além das espécies representadas no livro, ocorrem também: Fumaria
bastardii, F. sepium e F. muralis, disseminadas de norte a sul, e F. densiflora,
apenas na região norte. Assinalam ‑se ainda três espécies previsivelmente
muito raras, dada a sua escassez de registos: F. faurei, apenas citada para o
Algarve; F. petteri subsp. calcarata, citada para o Baixo Alentejo, Beira Baixa e
Trás‑os‑Montes; F. vaillantii, apenas indicada para o Alto Alentejo e Algarve.

Fumaria agraria Fumaria capreolata


FUMÁRIA‑DOS ‑CAMPOS, CATARINAS ‑QUEIMADAS, ERVA‑
CANITOS ‑MOLEIRINHA‑MAIOR
Ecologia: campos agrícolas, sebes; Ecologia: campos agrícolas, sebes,
em solos frescos. orlas de bosques e matagais; em
solos frescos.

10 m
10 m
a 490 m
a 270 m (610 m)

MD F MD FF

53
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Fumaria officinalis Fumaria parviflora
ERVA‑MOLEIRINHA, FUMÁRIA FUMÁRIA‑DE ‑FLORES‑
‑PEQUENAS*, FUMÁRIA‑MENOR
Ecologia: campos agrícolas, pousios.
Ecologia: campos agrícolas, pousios.

100 m 50 m
a 750 m a 590 m

PR F MD F

Platycapnos spicata Corydalis cava VU


SANGUE ‑DE ‑CRISTO COTOVIAS
Ecologia: campos agrícolas, pousios, Ecologia: orlas de bosques
fendas de muros e rochedos. caducifólios; em substratos
rochosos, básicos.

60 m
890 m
a 550 m
(660 m)
a 1110 m

MD F EU RRR

Hypecoum imberbe Hypecoum littorale VU


AMARÍLIA‑DOS ‑CAMPOS* AMARÍLIA‑DAS ‑AREIAS*
Ecologia: campos agrícolas, Ecologia: dunas.
depósitos de areias na margem de
rios.

70 m 0m
a 350 m a 10 m

MD RR MD RR

Ceratocapnos claviculata Ceratocapnos heterocarpa NT


FUMÁRIA‑TREPADEIRA* FUMÁRIA‑ALENTEJANA*,
TREPADEIRA‑DE‑NOUDAR*
Ecologia: sebes, bosques e orlas de
matagais; em locais sombrios e solos Ecologia: Bosques e matagais
ácidos. fechados; em locais sombrios
e substratos pedregosos,
preferentemente básicos.

30 m 70 m
a 1300 m a 320 m
(1620 m)

EU F IM RR PAPOILAS E FUMÁRIAS

54
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Fumaria reuteri
FUMÁRIA‑ARVENSE*
Ecologia: campos agrícolas, pousios.

120 m
a 870 m

EU F

55
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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
9.
CARIOFILÁCEAS

As cariofiláceas (Caryophyllaceae) são uma das famílias


botânicas mais diversas e ricas em endemismos
de Portugal continental, estando registadas mais de 130
espécies herbáceas, anuais ou perenes, que se distribuem
por 32 géneros.

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

ERVA‑PRATA, SAPINHOS
E AFINS
Este subcapítulo inclui as espécies dos géneros Spergularia (12 espécies), Várias das espécies do género Spergularia são muito semelhantes e de
Herniaria (8), Paronychia (4), Spergula (3), Polycarpon (2), Corrigiola (2), Loeflin‑ difícil distinção a olho nu, requerendo, por exemplo, a observação das suas
gia (2) e ainda os géneros monoespecíficos Ortegia, Illecebrum e Chaetonychia. sementes. Por esse motivo, a escassez ou mesmo ausência de registos
A maioria das espécies é anual ou raramente perene, e de hábito rasteiro recentes de algumas espécies poderá estar relacionada com a confusão
ou, menos frequentemente, ereto. com outras espécies mais abundantes. Além das quatro plantas apresenta‑
das no guia, assinalam ‑se ainda: S. australis, S. bocconei, S. heldreichii, S. marina, S.
O género Herniaria é representado por oito espécies, algumas das quais de tangerina e S. fimbriata (não registada nas últimas décadas), todas associadas
muito difícil distinção entre si, sendo necessário recorrer a chaves de iden‑ a solos salgadiços e em locais perto do litoral (arribas, sapais); S. capillacea
tificação e lupa. Além das espécies ilustradas neste guia, ocorrem também: e S. segetalis, ambas em zonas mais interiores, em bermas de caminhos,
H. algarvica, exclusiva do litoral sudoeste; H. ciliolata subsp. robusta, em areias campos agrícolas e pastagens.
litorais, similar a H. maritima, da qual se distingue por ser praticamente glabra
(com folhas apenas ciliadas) e pela sua distribuição distinta (em areias a Reconhecem ‑se duas subespécies de Polycarpon tetraphyllum: subsp.
norte do cabo Carvoeiro); H. hirsuta e H. cinerea, ambas mal conhecidas, tetraphyllum, disseminada em todo o território, e subsp. diphyllum, menos
referenciadas em solos secos e pedregosos do Sul do país, distinguem ‑se frequente, e de Corrigiola litoralis: subsp. litoralis e subsp. perez‑larae, sendo
pela dimensão das sépalas, quase iguais na primeira e desiguais na segunda, a primeira uma erva, geralmente, anual, e a segunda, uma erva perene.
e pelo aspeto, mais compacto em H. cinerea, na qual frequentemente não
se veem as partes expostas dos caules; H. lusitanica subsp. berlengiana, con‑ Não ilustradas no guia, assinalam ‑se ainda Paronychia capitata, rara e apenas
siderada por alguns autores como uma espécie distinta (H. berlengiana), recentemente confirmada para a flora nacional (ocorre no Tejo Superior);
endémica do arquipélago das Berlengas. H. scabrida integra duas subespé‑ Spergula morisonii e Spergula pentandra, ambas associadas a afloramentos
cies: subsp. scabrida, disseminada por todo o território, e subsp. guadarramica, rochosos e campos agrícolas e distribuídas pelas zonas interiores do Norte
detetada em alguns locais do Alto Alentejo, Beira Litoral e Estremadura. e do Centro, principalmente.

No género Loeflingia ocorre também L. hispanica, em solos arenosos das


zonas interiores do Centro e do Sul. Alguns autores consideram uma
terceira espécie, L. tavaresiana, que seria um endemismo das areias do
litoral sul do país, mas atualmente considerada dentro da variabilidade
de L. baetica.

Corrigiola litoralis Corrigiola telephiifolia


ERVA‑POMBINHA, CORREJOLA, ERVA‑POMBINHA‑ÁFILA*,
CORRIOLA CORREJOLA‑ÁFILA*, CORRIOLA‑
‑ÁFILA*
Ecologia: pastagens, clareiras de
Ecologia: pastagens, clareiras de
matos; em solos arenosos, algo
matos, rochedos; em locais secos,
húmidos.
pedregosos ou arenosos.

10 m 20 m
a 880 m a 1030 m
(1530 m) (1300 m)

PR FFF MD FF

Herniaria glabra Herniaria lusitanica


HERNIÁRIA‑CARECA* subsp. lusitanica
Ecologia: bermas de caminhos, HERNIÁRIA‑LUSITANA*, ERVA‑
clareiras de matos; em locais secos. ‑SECA
Ecologia: clareiras de matos, bermas
de caminhos; em solos alterados,
secos.
CARIOFILÁCEAS

0m
10 m
a 1320 m
a 760 m (1530 m)

PR R IB FF

58
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
LC
Herniaria maritima Herniaria scabrida
HERNIÁRIA‑MARINHA*, HERNIÁRIA‑ÁSPERA*
HERNIÁRIA‑DAS ‑PRAIAS*
Ecologia: clareiras de matos, bermas
Ecologia: dunas; em areias neutras de caminhos; em solos pedregosos,
ou básicas. secos.

180 m
0m
a 1490 m
a 70 m (1820 m)

LU R EU F

Loeflingia baetica Chaetonychia cymosa


ERVA‑MARROQUINA* ERVA‑DOS ‑UNHEIROS,
PARONÍQUIA‑DE ‑FLORES‑
Ecologia: clareiras de matos, prados
‑EMPINADAS*
anuais; em solos arenosos secos e
ácidos. Ecologia: prados ralos, clareiras de
matos e pinhais; em solo arenoso,
ácido.

10 m 10 m
a 150 m a 820 m
(980 m)

IM R MD FF

Ortegia hispanica Illecebrum verticillatum


ERVA‑JUNCOSA* ARANHÕES, ARANHIÇOS, ERVA‑
‑SANGUINHA
Ecologia: clareiras de matos,
pousios, bermas de caminhos; em Ecologia: margens temporariamente
solos ácidos. inundadas de charcos e cursos de
água.

(10 m) 10 m
170 m a 1070 m
a 880 m (1710 m)

IB F PR FFF

Paronychia echinulata Paronychia argentea


ERVA‑PREGO ERVA‑PRATA, ERVA‑DOS‑
‑UNHEIROS
Ecologia: prados anuais, clareiras
anuais; em solos arenosos ou Ecologia: clareiras de matos,
pedregosos. pastagens, bermas de caminhos;
em solos secos, ácidos, arenosos ou
pedregosos.

10 m 0m
a 1070 m a 670 m
(1820 m) (930 m)

MD F MD FFF

Paronychia polygonifolia Polycarpon alsinifolium


ERVA‑PRATA‑DA‑ESTRELA* SABONETEIRA‑DAS ‑AREIAS*
Ecologia: prados rupícolas, Ecologia: dunas; em areias algo
rochedos, bermas de caminhos; nitrofilizadas.
em alta montanha e em substratos
ácidos.

(940 m)
1520 m 0m
a 1980 m a 40 m

MD F PR F

59
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Polycarpon tetraphyllum
SABONETEIRA*
Ecologia: ruderal e também em
pousios; em substratos ácidos,
nitrofilizados.

10 m
a 550 m
(1040 m)

MD FFF

Spergularia purpurea Spergularia rubra


SAPINHO ‑ROXO SAPINHO ‑ROSADO
Ecologia: pastagens, prados secos, Ecologia: pastagens, pousios,
bermas de caminhos; em substratos bermas de caminhos; em substratos
ácidos pobres. arenosos, ácidos, pobres.

10 m 10 m
a 1280 m a 1480 m
(1930 m) (1630 m)

IM FFF PR FFF

Spergularia media Spergularia rupicola


SAPINHO ‑DOS‑ESTUÁRIOS* SAPINHO ‑DAS ‑ARRIBAS*
Ecologia: sapais, estuários; em solos Ecologia: arribas e rochedos litorais.
arenosos, salgadiços.

0m 0m
a 250 m a 190 m

PR F EU R

Spergula arvensis
ERVA‑ARANHA, CASSAMELO
Ecologia: arvense e em pastagens;
em solos revolvidos, porosos, ácidos.
CARIOFILÁCEAS

10 m
a 850 m
(1050 m)

PR FFF

60
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

ESTRELÁRIAS, ARENÁRIAS
E AFINS
São apresentadas neste subgrupo as espécies dos géneros: Arenaria (8), No género Sagina integram ‑se mais cinco espécies não ilustradas: S.
Sagina (7), Cerastium (6), Scleranthus (5), Stellaria (5), Minuartia (3), Moehringia maritima, em solos salgadiços ao longo de toda a faixa litoral; S. nodosa, em
(2) e Bufonia, Holosteum, Honckenya, Moenchia, Myosoton e Rhodalsine, todos charcos e depressões húmidas em areias do litoral centro e norte; S. pro‑
com apenas uma espécie. cumbens, em locais húmidos, de norte a sul; S. subulata, rara, habita solos
ácidos e húmidos, na orla litoral do Centro e do Norte; S. sabuletorum, pouco
No género Arenaria, não estão ilustradas quatro espécies, das quais três são conhecida e sem observações recentes, foi citada para Trás‑os‑Montes e
ervas anuais: A. emarginata, apenas presente no Sul do país e que se distingue serra da Estrela.
pelas suas pétalas menores que as sépalas; A. leptoclados, de ocorrência
pontual, de Trás‑os‑Montes ao Alentejo; A. serpyllifolia, pouco conhecida e Outras espécies não ilustradas incluem: Minuartia hybrida, anual delgada
apenas referenciada para Trás‑os‑Montes e Beira Litoral; e uma é perene, com inflorescência laxa e de ocorrência esporádica de norte a sul; Minuartia
A. grandiflora, apenas descoberta em 2020, em rochas calcárias do Centro‑ mediterranea, com inflorescência densa, mas conhecida apenas de escassas
‑Oeste. Alguns autores consideram a existência de duas subespécies colheitas no Centro do país; Rhodalsine geniculata, que se suspeita estar
de A. querioides, uma disseminada nas montanhas do Centro e do Norte extinta em Portugal, dado que não é observada há várias décadas e o local
(subsp. querioides) e outra endémica dos substratos ultrabásicos de Trás‑ onde foi colhida, nos arredores de Sines, sofreu profundas alterações desde
‑os‑Montes (subsp. fontqueri). então; Moehringia pentandra, distribuída pelas áreas de influência mediterrâ‑
nica, em locais sombrios e que se distingue de M. trinervia pelas suas folhas
No género Cerastium assinalam ‑se sete espécies, das quais quatro não ciliadas apenas na base e no pecíolo, sementes rugosas e sépalas menores;
foram contempladas neste guia: C. brachypetalum, distinguível pela sua inflo‑ Stellaria alsine, frequente no Norte e mais escassa a sul, em sítios húmidos e
rescência laxa, ocorre dispersa no território, embora mais frequente no sombrios; Stellaria neglecta, de distribuição esporádica de norte a sul, habita
Norte; C. pumilum, recentemente descoberta no extremo norte de Portugal; prados nitrófilos em locais frescos.
C. ramosissimum, semelhante à anterior, mas mais amplamente distribuída
nas regiões centro e norte; C. semidecandrum, com distribuição similar.

O género Scleranthus é representado por cinco espécies, quase todas anuais


e de pequena dimensão. Além de S. annuus, assinalam ‑se também: S. delortii,
em solos ácidos e pobres do interior das regiões norte e centro; S. perennis,
raríssima e apenas conhecida dos cumes da serra da Estrela; S. polycarpos,
distribuída em regiões interiores, de norte a sul; S. verticillatus, sem registos
recentes e apenas citada para Trás‑os‑Montes.

Arenaria algarbiensis Arenaria conimbricensis


ARENÁRIA‑DO ‑ALGARVE* ARENÁRIA‑DE ‑COIMBRA*
Ecologia: prados ralos, clareiras de Ecologia: prados ralos, clareiras de
matos; em solo arenoso. matos; em locais secos e pedregosos.

10 m 30 m
a 150 m a 610 m

IB RR IB R

Arenaria querioides Arenaria montana


ARENÁRIA‑DE ‑MONTANHA* ARENÁRIA, ARÍSARO
Ecologia: prados rupícolas, clareiras Ecologia: orlas de bosques e
de matos, pastagens; em solos secos, matagais, rochedos e taludes; em
pedregosos. locais sombrios, pedregosos e
ácidos.

(440 m) 20 m
590 m a 1390 m
a 1910 m (1670 m)

IB F MD FF

61
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
VU
Bufonia macropetala Minuartia recurva
subsp. willkommiana MINUÁRTIA‑ALMOFADA*
BUFÓNIA* Ecologia: prados rupícolas de alta
Ecologia: rochedos na margem de montanha.
cursos de água.

(1320 m)
70 m 1550 m
a 420 m a 1990 m

IM R EU F

Myosoton aquaticum Holosteum umbellatum


ESTRELÁRIA‑AQUÁTICA* ESTRELADA, ESTRELÁRIA‑
‑UMBELADA*
Ecologia: margens de cursos de água,
orlas de bosques paludosos. Ecologia: prados anuais, pastagens,
campos agrícolas; em locais algo
perturbados.

10 m 330 m
a 30 m a 970 m

PR RR PR RR

Stellaria graminea Stellaria holostea


ESTRELÁRIA‑HERBÁCEA* ESTRELÁRIA‑DE ‑FOLHA‑
‑ESTREITA*
Ecologia: margens de linhas de água,
clareiras de bosques; em locais Ecologia: clareiras de bosques e
húmidos e sombrios. matagais, sebes.

120 m 70 m
a 1250 m a 1120 m
(1450 m) (1300 m)

PR F PR F

Stellaria media Cerastium diffusum


MORUGEM ‑BRANCA, ORELHA‑DE ‑RATO ‑DIFUSA*,
ESTRELÁRIA‑BRANCA*, ERVA‑ CERÁSTIO ‑DIFUSO*
‑CANÁRIA, ORELHA‑DE‑
Ecologia: prados anuais; em solos
‑TOUPEIRA
arenosos, algo húmidos.
Ecologia: arvense e ruderal.

10 m 10 m
a 810 m a 950 m
(1540 m) (1170 m)

PR FFF PR F

Cerastium fontanum Cerastium glomeratum


subsp. vulgare ORELHA‑DE ‑RATO, CERÁSTIO‑
ORELHA‑DE ‑RATO ‑DAS ‑FONTES* ‑ENOVELADO*

Ecologia: margens de cursos de Ecologia: arvense e ruderal;


água, fontes; em locais sombrios e indiferente edáfica.
húmidos.
CARIOFILÁCEAS

10 m 10 m
a 1560 m a 790 m
(1980 m) (1090 m)

PR FF PR FFF

62
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Honckenya peploides Scleranthus annuus
SAPINHO ‑DAS ‑PRAIAS ERVA‑DURA
Ecologia: dunas. Ecologia: prados secos, depósitos
aluvionares arenosos ou pedregosos;
em locais perturbados ou
ruderalizados.

150 m
0m
a 1540 m
a 10 m (1680 m)

PR R PR F

Moehringia trinervia Moenchia erecta


ARENÁRIA‑DE ‑TRÊS ‑NERVOS* ARENÁRIA‑FRÁGIL*
Ecologia: bosques, matagais; Ecologia: pastagens; em solos
em locais sombrios. porosos, algo húmidos.

40 m
20 m
a 900 m
a 940 m (1550 m)

PR R MD FFF

EN
Sagina saginoides
SAPINHO ‑DA‑ESTRELA*
Ecologia: prados húmidos, turfeiras;
em alta montanha.

(860 m)
1300 m
a 1980 m

PR RR

Sagina apetala
ERVA‑DAS ‑AREIAS*, SAGINA‑DAS‑
‑AREIAS*
Ecologia: pastagens, campos
agrícolas, rochedos; em locais
húmidos.

10 m
a 850 m
(1540 m)

PR FFF

63
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

CRAVINAS
E AFINS
Incluem ‑se neste as espécies dos géneros Dianthus (12), Petrorhagia (3) e No género Dianthus (cravinas) foram descritas subespécies em dois
Saponaria (1). Não ilustradas no guia, são também assinaladas em Portugal táxones, D. laricifolius (subsp. marizii, endémica dos afloramentos de rochas
continental: Dianthus armeria, a única cravina anual, assinalada em pousios no ultramáficas de Trás‑os‑Montes; subsp. caespitosifolius, apenas conhecida
Nordeste transmontano e, no passado, também registada na Beira Baixa; dos afloramentos rochosos no leito e margens do rio Minho; subsp.
Petrorhagia. dubia, registada nas zonas centro e norte do país e passível de laricifolius, a mais disseminada, principalmente nas áreas montanhosas
confusão com P. nanteuilii, muito mais abundante, sendo necessário recorrer das regiões norte e centro) e D. cintranus (subsp. barbatus, endémica das
à chave de identificação para uma adequada distinção. serras do Centro ‑Oeste, e subsp. cintranus, endémica da faixa litoral de
Sintra ‑Cascais).

NT
Petrorhagia saxifraga Petrorhagia nanteuilii
CRAVINA‑DO ‑DOURO* CRAVINA‑VULGAR*
Ecologia: leitos de cheia rochosos Ecologia: clareiras de matos,
e prados rupícolas; em substratos pastagens, bermas de caminhos; em
ácidos. solos secos, pedregosos.

10 m 20 m
a 470 m a 1090 m
(660 m) (1550 m)

EU R MD FFF

Dianthus lusitanus
CRAVINA‑BRAVA
Ecologia: em fendas de rochedos,
escarpas, e depósitos ribeirinhos
de cascalho; em substratos ácidos.

90 m
a 1680 m
(1890 m)

IM FF

Dianthus broteri Dianthus cintranus


CRAVINA‑DAS ‑AREIAS, CRAVINA‑ CRAVINA‑DE ‑SINTRA
‑DE ‑PLUMA*
Ecologia: em fendas de rochedos
Ecologia: clareiras de matos, fendas e clareiras de matos, em solos
de rochedos; em solos secos, pedregosos.
arenosos ou pedregosos.
CARIOFILÁCEAS

30 m
10 m
a 510 m
a 310 m (890 m)

IB F LU R

64
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
NT
Dianthus hyssopifolius
CRAVINA‑GRAÚDA*
Ecologia: prados, clareiras de
matagais, bosques caducifólios,
rochedos.

30 m
a 1080 m

EU RR

65
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Dianthus laricifolius Dianthus langeanus
CRAVINA‑DAS ‑PESQUEIRAS* CRAVINA‑DAS ‑MONTANHAS*
Ecologia: em fendas de rochedos, Ecologia: em fendas de rochedos
prados rupícolas; em substratos e prados rupícolas; em solos
ácidos. pedregosos, ácidos; em zonas de
montanha.

20 m (310 m)
a 1120 m 440 m
(1310 m) a 1500 m

IB F IB R

Dianthus crassipes Saponaria officinalis


CRAVINA‑DO ‑SUL* SABOEIRA, ERVA‑SABOEIRA
Ecologia: em taludes e fendas Ecologia: margens de cursos de
de rochedos ácidos; em locais água, prados húmidos, depósitos de
soalheiros. cascalho em leito de cheia.

10 m
20 m
a 840 m
a 490 m (1260 m)

IB R PR FFF

SUBGRUPO

SILENES
E AFINS
Apresentam ‑se neste subgrupo as espécies do género Silene, um dos mais arenosos na metade sul do país; S. mellifera, com distribuição concentrada
diversificados em Portugal, com 42 espécies já referenciadas como ocor‑ nos arredores da serra de Monchique, com alguns pontos isolados no
rentes no território, e ainda dos géneros Agrostemma, Cucubalus, Lychnis, litoral sudoeste; S. muscipula, associada às regiões de solos básicos, mas
Vaccaria, Velezia, todos com um único representante na flora nacional. em acentuada regressão populacional e atualmente apenas conhecida de
alguns pontos do Alentejo; S. ramosissima, registada para a faixa litoral sul e
Além das 25 espécies de Silene apresentadas no guia, estão referenciadas sudoeste, mas sem quaisquer observações recentes; S. sclerocarpa, pouco
mais 17 espécies em Portugal, algumas das quais pouco conhecidas: S. conhecida, apenas assinalada para o Algarve, mas sem registos recentes;
cintrana, endémica da serra de Sintra e cabo da Roca, muito semelhante S. stricta, raríssima, apenas referenciada para dois locais no Alentejo; S.
a S. longicilia, da qual se distingue por ter cálice e frutos maiores; S. cretica, uniflora, em areias no litoral norte e nas Berlengas, com aspeto semelhante
registada na região centro, mas sem observações recentes; S. decipiens, a S. vulgaris, da qual se distingue pela inflorescência com poucas flores (1‑3).
em campos agrícolas e incultos do Sul do país, geralmente em solo básico; Adicionalmente, assinalam ‑se algumas espécies não nativas: S. armeria,
S. disticha, com ecologia semelhante à anterior, mas ocorrendo principal‑ de ocorrência esporádica no Norte e no Centro, S. pendula, ornamental e
mente no Centro ‑Oeste calcário, com os frutos agrupados no cimo do pontualmente escapada de cultivo na região centro, e S. coelirosa, indicada
caule, conferindo ‑lhe um aspeto distinto de outras; S. dioica, em bosques como subespontânea em alguns locais da Estremadura e Alentejo.
nas zonas montanhosas do Norte; S. gracilis, pouco frequente, em solos

Agrostemma githago Cucubalus baccifer


AXENUZ, BEIJOS ‑DE ‑FREIRA, ERVA‑CUCO, UVAS ‑DO ‑DIABO
NIGELA‑DOS ‑TRIGOS
Ecologia: bosques caducifólios,
Ecologia: arvense. sebes; em locais sombrios e húmidos.
CARIOFILÁCEAS

(40 m)
180 m 10 m
a 1000 m a 830 m
(1180 m)

IN F PR F

66
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
VU
Vaccaria hispanica Velezia rigida
FLOR‑DAS ‑VACAS* CRAVINHO ‑RÍGIDO*
Ecologia: arvense e também em Ecologia: clareiras de matos, prados
pousios; em solos secos, básicos. anuais, pousios; em locais secos,
pedregosos.

110 m 20 m
a 500 m a 770 m
(1060 m) (1160 m)

PR R PR F

EN
Lychnis flos‑cuculi Silene longicilia LC
FLOR‑DE ‑CUCO* SILENE ‑CALCÍCOLA*
Ecologia: orlas de bosques ripícolas Ecologia: orlas de matos, rochedos;
ou paludosos. em substratos pedregosos, básicos.

30 m
10 m
a 510 m
a 460 m (660 m)

EU RR LU F

Silene latifolia Silene marizii LC


ASSOBIOS SILENE ‑DE ‑MARIZ*
Ecologia: orlas de bosques e Ecologia: escarpas, rochedos; em
matagais. locais ensombrados e substratos
ácidos; em zonas de montanha.

10 m 40 m
a 1080 m a 1380 m
(1540 m) (1490 m)

PR FFF IB F

Silene coutinhoi Silene nutans


SILENE ‑DE ‑COUTINHO* SILENE ‑DE ‑FLORES ‑PENDENTES*
Ecologia: orlas de bosques e Ecologia: bosques, prados húmidos,
matagais; em substratos ácidos. afloramentos rochosos; em locais
frescos.

140 m 70 m
a 980 m a 1280 m
(1490 m)

IB R PR FF

Silene acutifolia Silene foetida EN


SILENE ‑FÉTIDA*, ASSOBIO‑ subsp. foetida
‑AGUDO* SILENE ‑DA‑ESTRELA*
Ecologia: em rochedos e Ecologia: em rochedos e prados
cascalheiras; rupícola em zonas de rupícolas de alta montanha.
montanha.

(10 m) (1490 m)
240 m 1630 m
a 1850 m a 1900 m

IB F LU RR

67
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
EN
Silene ciliata Silene legionensis VU
SILENE ‑ELEGANTE* SILENE ‑DE ‑LEÃO*
Ecologia: prados rupícolas de alta Ecologia: prados secos; em solos
montanha. pedregosos, derivados de rochas
ultramáficas.

1630 m 650 m
a 1920 m a 960 m

EU R IB RR

CR
Silene conica Silene boryi
SILENE ‑MIRANDESA* SILENE ‑DURIENSE*
Ecologia: prados e pastagens anuais; Ecologia: rochedos na margem de
em solo arenoso. cursos de água.

330 m 330 m
a 690 m a 520 m

PR RR IM RR

Silene colorata Silene bellidifolia


SILENE ‑ROSADA* SILENE ‑DO ‑OESTE*
Ecologia: arvense e também em Ecologia: prados, pastagens, campos
pastagens e bermas de caminhos. agrícolas; em solos básicos.

10 m 10 m
a 370 m
(780 m)
a 250 m

PR FF MD R

Silene gallica Silene psammitis


NARIZ‑DE ‑ZORRA, ERVA‑ SILENE ‑DAS ‑AREIAS*
‑CABACEIRA, ERVA‑MEL
Ecologia: prados anuais; em solos
Ecologia: arvense e ruderal, bermas secos, arenosos ou pedregosos,
de caminhos; indiferente edáfica. ácidos.

10 m 40 m
a 790 m a 930 m
(1280 m) (1170 m)

PR FFF IM R

Silene rubella Silene fuscata


SILENE ‑VERMELHA* ERVA‑OVELHA, SILENE ‑DOS‑
‑CAMPOS*
Ecologia: campos agrícolas, pousios;
em solos argilosos, básicos. Ecologia: arvense; em solos básicos.
CARIOFILÁCEAS

100 m 80 m
a 250 m a 330 m

MD R MD R

68
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Silene scabriflora Silene portensis
SILENE ‑ÁSPERA* SILENE ‑DA‑MANHÃ*
Ecologia: prados ralos, clareiras de Ecologia: prados anuais; em solos
matos; em solos secos, arenosos, arenosos, ácidos.
ácidos.

10 m 0m
a 860 m a 820 m
(1280 m) (1010 m)

IM FFF MD FF

Silene nocturna Silene inaperta


CABACINHA, SILENE ‑DISCRETA* SILENE ‑QUE ‑NUNCA‑ABRE*
Ecologia: arvense e ruderal. Ecologia: prados e pastagens secas,
rochedos; em solos pedregosos e
ácidos.

30 m
80 m
a 650 m
a 330 m (820 m)

PR F MD FFF

Silene micropetala Silene laeta


SILENE ‑DE ‑PÉTALAS ‑PEQUENAS* SILENE ‑DOS ‑CHARCOS*
Ecologia: prados e pastagens; em Ecologia: prados húmidos.
solo arenoso.

10 m 10 m
a 340 m a 380 m
(550 m) (890 m)

IM R MD FF

Silene littorea Silene niceensis


ALFINETES ‑DAS ‑AREIAS SILENE ‑DAS ‑PRAIAS*
Ecologia: dunas. Ecologia: dunas.

0m 0m
a 80 m a 20 m

IM FF MD FF

NT
Silene rothmaleri Silene vulgaris
SILENE ‑VICENTINA* ERVA‑TRAQUEIRA, BERMIM,
ORELHA‑DE ‑BOI
Ecologia: arribas litorais.
Ecologia: arvense e ruderal.

10 m
0m
a 930 m
a 100 m (1590 m)

LU RR PR FFF

69
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
10.
SALICÓRNIAS,
BREDOS
E QUENOPÓDIOS
As amarantáceas (família Amaranthaceae) são represen-
tadas em Portugal continental por 53 espécies, agrupadas
em 14 géneros: Chenopodium (15 espécies), Amaranthus
(12), Atriplex (5), Salicornia (4), Suaeda (4), Salsola (3), Beta
(3), Sarcocornia (2) e ainda Arthrocnemum, Halimione, Halo-
peplis, Bassia, Patellifolia e Polycnemum, todos represen-
tados por uma única espécie.

Várias espécies desta família estão associadas a estuários


e solos salgadiços, ocorrendo em sapais e arribas litorais,
enquanto outras, principalmente dos géneros Amaran-
thus e Chenopodium, são infestantes de campos agrícolas
ou estão associadas a terrenos perturbados (espécies
ruderais). Refira-se ainda que no passado as amaran-
táceas apenas incluíam o género Amaranthus, enqua-
drando-se os restantes géneros nas quenopodiáceas
(Chenopodiaceae).

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

SALICÓRNIAS
E AFINS
Neste subgrupo incluem ‑se os géneros Salicornia (quatro espécies), Suaeda três espécies: S. fragilis, distribuída desde o estuário do rio Minho ao do rio
(4), Sarcocornia (2), Halimione e Halopeplis (ambos com apenas uma espécie), Guadiana, S. patula e S. dolichostachya, recentemente encontradas e aparente‑
todos representados por espécies que possuem folhas mais ou menos mente restritas ao Algarve. No género Sarcocornia, todas as espécies são
suculentas. Estas espécies ocorrem associadas a solos salgadiços, em perenes. Em S. perennis assinalam ‑se duas subespécies: subsp. perennis, de
sapais e zonas estuarinas ou, menos frequentemente, em arribas expostas porte rasteiro e ocupando as áreas mais baixas do sapal; subsp. alpini, em
à salsugem marítima. posições mais interiores do sapal.

Salicórnia é o nome comum dado às espécies dos géneros Salicornia e Sar‑ No género Suaeda, além das espécies ilustradas, estão também referencia‑
cocornia. As espécies do género Salicornia são anuais e pouco conhecidas, das: S. splendens, apenas referenciada para alguns pontos do litoral centro
desenvolvendo ‑se principalmente entre o final do verão e meados do e sul, distinguível de S. albescens por possuir folhas com filamentos rígidos
outono. No passado, apenas uma espécie era indicada para o território, S. na extremidade e rebordo translúcido; S. spicata, mal conhecida e de ocor‑
ramosissima, contudo estudos mais recentes indicam a existência de mais rência incerta em Portugal.

Salicornia ramosissima Halopeplis amplexicaulis CR


SALICÓRNIA, SAL‑VERDE SALICÓRNIA‑ANÃ*
Ecologia: sapais, estuários; em locais Ecologia: sapais, estuários.
periodicamente inundáveis pelas
marés.

0m 0m
a 20 m a 10 m

EU F MD RRR

Sarcocornia perennis Sarcocornia fruticosa


SARCOCÓRNIA, GRAMATA‑ SARCOCÓRNIA‑ARBUSTIVA*
‑PERENE
Ecologia: sapais, estuários.
Ecologia: sapais, estuários; em locais
periodicamente inundáveis pelas
marés.

0m 0m
a 20 m a 10 m

MD FF PR F SALICÓRNIAS, BREDOS E QUENOPÓDIOS

Suaeda albescens Suaeda vera


VALVERDE ‑ESBRANQUIÇADO* VALVERDE ‑DOS ‑SAPAIS,
BARRILHA
Ecologia: sapais, estuários; em locais
periodicamente inundáveis pelas Ecologia: sapais, estuários, arribas
marés. litorais; em solos salgadiços.

0m 0m
a 10 m a 35 m

IB F MD FF

72
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Halimione portulacoides Arthrocnemum
GRAMATA‑BRANCA, VERDOEGA‑ macrostachyum
‑MARINHA* SALICÓRNIA‑PERENE,
Ecologia: sapais, estuários; em locais ALACRANEIRA
periodicamente inundáveis pelas Ecologia: sapais, estuários, arribas
marés. litorais.

0m 0m
a 10 m a 20 m

PR FFF MD F

SUBGRUPO

ACELGAS
E BARRILHAS
Neste subgrupo incluem ‑se os géneros Atriplex (cinco espécies), Salsola (3),
Beta (3), Patellifolia (1), Polycnemum (1) e Bassia (1).

Além das espécies ilustradas no guia, são também citadas para Portugal
continental: Bassia scoparia, originária da Ásia e do Mediterrâneo Oriental
e de ocorrência ocasional em locais perturbados pelo Homem, bem como
cultivada em jardins; Atriplex glauca, um pequeno arbusto que habita em
sapal alto, citada apenas para o estuário do Sado, onde não é observada
há mais de três décadas, suspeitando ‑se da sua extinção regional. As
outras duas espécies de Atriplex referenciadas para Portugal continental,
A. patula e A. rosea, são ervas anuais associadas a campos agrícolas e outros
locais perturbados, ambas pouco comuns. As acelgas (Beta vulgaris) são
uma espécie cultivada, ocorrendo como subespontânea na metade sul
do território.

Atriplex prostrata Atriplex halimus


ARMOLES ‑BRAVOS, ARMOLES‑ SALGADEIRA
‑SILVESTRES
Ecologia: orlas de sapal, estuários,
Ecologia: campos agrícolas, arribas litorais; em solos salgadiços.
sapais; em locais perturbados e
algo nitrofilizados, incluindo solos
salgadiços e húmidos.

0m 0m
a 400 m
(650 m)
a 70 m

PR FF MD F

Salsola kali Salsola soda


BARRILHA‑ESPINHOSA, BARRILHEIRA‑MAIOR, ALGA‑DA‑
BARRILHEIRA‑ESPINHOSA, SODA‑ ‑TERRA, SODA‑MAIOR
‑ESPINHOSA
Ecologia: sapais, estuários; em solos
Ecologia: dunas, orlas de sapal. salinos e húmidos.

0m 0m
a 20 m a 10 m

PR F PR R

73
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
EN
Patellifolia patellaris Polycnemum arvense
ARMOLE ‑CARNUDA* AMARANTO ‑ESPINHOSO*
Ecologia: arribas litorais; nitrófila. Ecologia: pastagens anuais, pousios;
em solos arenosos e ultrabásicos.

0m 600 m
a 120 m a 700 m

MD RR PR R

Beta maritima
ACELGA‑BRAVA, CELGA‑BRAVA
Ecologia: arribas litorais, bermas de
caminhos, pousios; em solos secos,
frequentemente salgadiços.

0m
a 230 m
(380 m)

MD F

VU SALICÓRNIAS, BREDOS E QUENOPÓDIOS

Beta macrocarpa
ACELGA‑BRAVA‑DO ‑LITORAL*
Ecologia: arribas litorais, sapais,
bermas de caminhos; em areias algo
nitrofilizadas.

5m
a 30 m

MD R

74
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Salsola vermiculata
BARRILHA‑BRANCA,
BARRILHEIRA‑DAS ‑ARRIBAS
Ecologia: orlas de sapal, estuários,
arribas litorais; em solos salgadiços.

0m
a 40 m

MD FF

75
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

BREDOS
E QUENOPÓDIOS
Muitas das espécies de bredos (género Amaranthus), por vezes também Os quenopódios (género Chenopodium) são representados por 15 espécies,
designadas por amarantos, são espécies originárias do continente a maioria das quais pode ser encontrada no mesmo tipo de habitat mencio‑
americano e infestantes em campos agrícolas ou colonizadoras de locais nado para os amarantos, com exceção do C. chenopodioides, espécie de solos
perturbados pelo Homem, como bermas de caminhos e entulhos. No con‑ salgadiços das lagoas litorais. Além das espécies ilustradas, são frequentes
tinente de origem, várias espécies de amarantos são cultivadas há milénios e mais ou menos disseminadas em Portugal C. ambrosioides, C. multifidum
pelas suas sementes comestíveis. (ambas não nativas), C. botrys, C. opulifolium e C. vulvaria, distinguindo ‑se
este último muito facilmente pelo odor a peixe seco. Outras são aparen‑
Em Portugal continental assinalam ‑se 12 espécies, das quais apenas duas temente raras, nomeadamente: C. polyspermum, C. exsuccum, C. ficifolium, C.
são consideradas nativas: A. graecizans subsp. silvestris e A. blitum. Várias glaucum, C. urbicum e C. bonus‑henricus, este último citado no passado para a
espécies são muito semelhantes entre si, pelo que a sua distinção no serra da Estrela, mas de ocorrência duvidosa em Portugal, dado que não
terreno pode ser complicada, requerendo a observação detalhada da sua há registos que o confirmem.
flor ou do seu fruto e o recurso a chaves de identificação. Pelo seu aspeto
geral, podem ‑se agrupar em três grupos: um grupo de folhas largas e caules
eretos, em que se incluem A. hybridus, A. powelii, A. retroflexus, e os ornamentais,
por vezes subespontâneos, A. caudatus e A. hypochondriacus (cristas‑de ‑galo);
um grupo de folhas largas e caules mais ou menos prostrados e difusos, com
A. viridis, A. deflexus, A. blitum e A. graecizans subsp. silvestris; e um grupo com
folhas mais estreitas, em que se incluem A. albus, A. blitoides e A. muricatus.

Chenopodium botrys Chenopodium pumilio


AMBRÓSIA‑DAS ‑BOTICAS QUENOPÓDIO ‑FOLHA‑DE‑
‑CARVALHO*
Ecologia: na base de escarpas, mas
mais frequentemente como ruderal. Ecologia: naturalizada, arvense e
ruderal.

120 m 10 m
a 1440 m a 370 m

EU F IN F SALICÓRNIAS, BREDOS E QUENOPÓDIOS

Chenopodium Chenopodium album


ambrosioides ERVA‑COUVINHA, ANSARINA‑
ERVA‑FORMIGUEIRA, ‑BRANCA, CATASSOL
LOMBRIGUEIRA Ecologia: arvense e ruderal; em solos
Ecologia: naturalizada, arvense e nitrofilizados.
ruderal.

10 m 3m
a 520 m
(830 m)
a 800 m

IN FF PR FFF

76
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Chenopodium murale
PÉ ‑DE ‑GANSO
Ecologia: arvense e ruderal;
em solos nitrofilizados.

0m
a 540 m
(850 m)

EU F

Amaranthus retroflexus Amaranthus deflexus


MONCO ‑DE ‑PERU BREDO ‑PERENE, AMARANTO‑
‑ARQUEADO*
Ecologia: naturalizada e infestante
em campos agrícolas, bermas de Ecologia: naturalizada e infestante
caminhos; ruderal. em campos agrícolas, bermas de
caminhos; ruderal.

10 m 10 m
a 780 m a 840 m
(1000 m)

IN FFF IN FF

Amaranthus powelii Amaranthus blitoides


BREDO ‑BICUDO* BREDO, ERVA‑ARANHA
Ecologia: naturalizada e infestante Ecologia: infestante em campos
em campos agrícolas, bermas de agrícolas, bermas de caminhos;
caminhos; ruderal. ruderal.

10 m 10 m
a 500 m a 350 m

IN FF IN F

Amaranthus albus
BREDO ‑BRANCO*
Ecologia: naturalizada e infestante
em campos agrícolas.

100 m
a 700 m

IN F

77
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
11.
POLÍGONOS
E LABAÇAS

As poligonáceas (Polygonaceae) são representadas em expansão na Península Ibérica e já citada para a Beira
em Portugal continental por 37 espécies, agrupadas Baixa. É ainda de realçar a existência de duas subespécies
em sete géneros: Emex, Polygonum, Rumex, Fallopia, em R. pulcher (subsp. woodsii e subsp. pulcher, ambas disse-
Reynoutria, Fagopyrum e Muehlenbeckia, os três últimos não minadas de norte a sul e que se distinguem pela inflores-
nativos. Neste grupo, apenas se apresentam as espécies cência divaricada e frutos mais largos na primeira) e em
dos géneros Rumex (18 espécies), Polygonum (14), Emex (1), R. bucephalophorus (subsp. gallicus, disseminada por todo
Fagopyrum (1) e Reynoutria, (1), excluindo-se os restantes o território, e subsp. hispanicus, mais concentrada nas
géneros, que são desenvolvidos no capítulo dedicado às areias do litoral norte e centro).
trepadeiras.
A sanguinária-do-japão (Reynoutria japonica) é uma
No género Polygonum (polígonos) assinalam-se também: exótica naturalizada em margens de cursos de água
P. bistorta, raríssima, conhecida de um único local no no Noroeste do país e distingue-se das espécies do género
Norte do país, o qual corresponde ao seu limite de distri- Fallopia pelas suas folhas maiores, por possuir flores unis-
buição na Europa; P. salicifolium e P. lapathifolium, ambas sexuais e por não ter hábito de trepadeira. O trigo-sarra-
anfíbias e distribuídas de norte a sul, embora P. salicifo- ceno (Fagopyrum esculentum) foi outrora cultivado pelas
lium esteja mais concentrada em zonas litorais; P. minus, suas sementes principalmente no Norte, e atualmente
assinalada como infestante em arrozais na região centro está a voltar a ser plantado em enrelvamentos. Existem
(arredores de Águeda); P. orientale, ornamental e pontual- registos ocasionais de ocorrência no território, embora
mente escapada de cultivo em vários pontos do país. pareça ser apenas adventício e não naturalizado.
As restantes espécies integram a secção Polygonum,
e todas apresentam um carácter ruderal: P. arenastrum,
distribuída de norte a sul, embora mais frequente
na região norte; P. bellardii, pouco conhecida e citada
apenas para o Alentejo e Estremadura. Uma outra
espécie, P. rurivagum, foi também citada para o Norte
de Portugal, embora careça de confirmação.

No género Rumex, em que se incluem várias espécies


popularmente denominadas labaças ou azedinhas, são
também mencionadas as seguintes espécies nativas: R.
longifolius, muito rara e circunscrita a lameiros no extremo
norte de Trás-os-Montes; R. palustris, na margem de albu-
feiras e charcas, no Alentejo; R. papillaris, de aparência
similar a R. thyrsoides, mas com distribuição distinta
(dispersa nas zonas interiores das regiões norte e centro).
Assinalam-se ainda duas espécies introduzidas: R. frutes-
cens, originária da América do Sul e assinalada no litoral
minhoto, e R. cristatus, originária da Europa Oriental, mas

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Polygonum aviculare Polygonum equisetiforme
SEMPRE ‑NOIVA, CORRIOLA‑ LÍNGUA‑DE ‑GALINHA, ERVA‑DO‑
‑BASTARDA, ERVA‑DAS‑ ‑SANGUE
‑GALINHAS, ERVA‑DOS‑
Ecologia: estuários, sapais, também
‑PASSARINHOS
em pousios; em solos perturbados,
Ecologia: ruderal; em solos arenosos e algo salgadiços.
perturbados e nitrofilizados,
temporariamente húmidos.

10 m 0m
a 900 m a 90 m
(1490 m)

PR FFF MD F

Polygonum maritimum Polygonum capitatum


POLÍGONO ‑MARÍTIMO TAPETE ‑INGLÊS, POLÍGONO ‑DE‑
‑JARDIM
Ecologia: praias e dunas litorais.
Ecologia: naturalizada em muros,
bermas de caminhos, margens de
cursos de água; em locais húmidos.

0m 10 m
a 20 m a 520 m

PR FF IN F

NT
Polygonum amphibium Polygonum hydropiper
PERSICÁRIA‑ANFÍBIA, PERSICÁRIA‑MORDAZ,
POLÍGONO ‑ANFÍBIO PERSICÁRIA‑PICANTE, PIMENTA‑
‑D’ÁGUA
Ecologia: pauis, leitos e margens de
lagoas, valas, remansos; em solos Ecologia: margens de rios, lagoas,
encharcados. valas; em solos temporariamente
encharcados.

10 m 10 m
a 130 m
(690 m)
a 820 m

PR F PR FF

Polygonum persicaria Emex spinosa


ERVA‑PESSEGUEIRA, PERSICÁRIA, AZEDA‑ESPINHOSA*
CRISTAS
Ecologia: arvense e ruderal;
Ecologia: margens de rios, lagoas, geralmente em solos arenosos,
valas; em solos temporariamente perto do litoral.
encharcados.

10 m 0m
a 890 m
(1080 m)
a 130 m

PR FFF MD F

Rumex acetosa Rumex acetosella


AZEDAS ‑BRAVAS, ALAZÃO subsp. angiocarpus
Ecologia: orlas de bosques, em locais AZEDINHAS, LÍNGUA‑DE‑
sombrios, em solos frescos e ácidos. ‑ANDORINHA
Ecologia: arvense, clareiras de
POLÍGONOS E LABAÇAS

matos, prados anuais; em solos


ácidos e pobres.

10 m 10 m
a 910 m a 1370 m
(1280 m) (1980 m)

PR FF PR FFF

80
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Rumex bucephalophorus Rumex induratus
CATACUZES, AZEDA‑DE ‑CÃO AZEDÃO, AZEDA‑ROMANA,
CUNCOS
Ecologia: prados anuais, pousios; em
solos ácidos, pobres. Ecologia: rochedos, taludes,
cascalheiras, depósitos de cascalho
em leitos de cheia; em solos
pedregosos, ácidos.

0m 20 m
a 730 m a 820 m
(1500 m) (1180 m)

MD FFF IM FFF

Rumex conglomeratus Rumex crispus


LABAÇA, PACIÊNCIA LABAÇA‑CRESPA, REGALO ‑DA‑
‑HORTA
Ecologia: prados húmidos, bermas
de caminhos; em solos perturbados, Ecologia: prados húmidos; em solos
húmidos. perturbados, húmidos.

10 m 10 m
a 770 m a 790 m
(900 m) (1260 m)

PR FFF PR FFF

Rumex obtusifolius Rumex pulcher


LABAÇOL, AZEDA‑DE ‑FOLHA‑ LABAÇA‑SINUOSA, COENHA
‑LARGA, RUIBARBO ‑SELVAGEM
Ecologia: prados húmidos, bermas
Ecologia: prados húmidos, bermas de caminhos, pousios; em solos
de caminhos; em solos perturbados, perturbados, húmidos.
húmidos.

10 m 10 m
a 820 m a 700 m
(940 m) (900 m)

PR FF MD FFF

Rumex intermedius Rumex thyrsoides


LABAÇA‑INTERMÉDIA* LABAÇA‑COMPACTA*
Ecologia: orlas de matagais, Ecologia: pastagens, clareiras de
rochedos e raramente em dunas matos; geralmente em solos básicos.
fixas; geralmente, em solos básicos.

20 m 80 m
a 880 m a 680 m
(810 m)

MD F MD R

Rumex roseus Rumex suffruticosus VU


LABAÇA‑DAS ‑AREIAS*, LABAÇA‑ AZEDA‑DA‑ESTRELA*
‑ROSADA*
Ecologia: cascalheiras; em alta
Ecologia: dunas e depósitos de areias montanha.
aluvionares, na margem de rios.

0m 1570 m
a 390 m a 1890 m

MD R IB RR

81
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
12.
LIMÓNIOS
E ARMÉRIAS
As plumbagináceas são uma família representada O género Armeria é ainda mais diversificado, assina-
em Portugal continental por quatro géneros, Plumbago, lando-se 22 espécies e, pelo menos, seis subespécies.
Limoniastrum, Limonium e Armeria, e cerca de 43 espécies, Duas espécies consideram-se extintas, já que as últimas
incluindo diversos endemismos. colheitas das mesmas ocorreram no século XIX e não
voltaram a ser registadas desde então: A. arcuata, no litoral
Os géneros Limonium e Armeria podem ser bastante alentejano, e A. neglecta, nos arredores de Beja. Outras
complexos devido à facilidade de hibridação entre espécies que ocorrem em Portugal incluem: A. gaditana
espécies e à existência de estratégias reprodutivas, e A. velutina, ambas restritas a um único local no Sotavento
como a reprodução sexual via autofecundação, fecun- algarvio e extremamente ameaçadas de extinção, que se
dação cruzada e/ou apomixia (reprodução clonal por via distinguem pelas folhas largas em A. gaditana e os caules
de sementes – apenas em Limonium), pelo que a correta pubescentes em A. velutina; A. macrophylla, nos pinhais
identificação das espécies é, por vezes, bastante difícil. do litoral sul do Algarve, passível de confusão com
A. pinifolia, embora ocorram em áreas geográficas dife-
O género Limonium engloba cerca de 19 espécies rentes; A. arenaria subsp. segoviensis, em prados anuais
em Portugal continental, quase todas associadas à orla sobre solos arenoargilosos, derivados de granito e tempo-
marítima e ocorrendo em arribais ou sapais. Além das rariamente encharcados, conhecida apenas de três locais
dez espécies apresentadas no guia, são também citadas no Alto Alentejo; A. langei, em Trás-os-Montes, nos solos
como ocorrentes: L. binervosum, de ocorrência pontual derivados de rochas ultramáficas, e na qual se segregam
no litoral centro; L. daveaui, endémica da costa portuguesa duas subespécies: subsp. daveaui, na zona de Vinhais-Bra-
e em acentuada regressão populacional, estando atual- gança, e subsp. marizii, endémica do maciço de Morais.
mente circunscrita aos sapais do estuário do Tejo e em Uma outra planta, A. genesiana subsp. belmonteae, foi
elevado risco de extinção; L. dodartii, assinalada apenas citada no passado para o Baixo Alentejo, mas as carac-
para as arribas do Sudoeste alentejano; L. laxiusculum, terísticas das plantas analisadas não são conclusivas,
endémica das arribas do litoral oeste de Portugal, com carecendo de mais investigação.
uma distribuição muito restrita e ameaçada de extinção.
No complexo taxonómico de L. ovalifolium, são inte- Foram descritas subespécies em três das armérias
gradas três espécies: L. lanceolatum, nos sapais entre ilustradas no guia: A. humilis (subsp. humilis, nas serras
a foz do Sado e a foz do Guadiana, L. ovalifolium, ocorre do Gerês e Amarela, e subsp. odorata, mais dissemi-
pontualmente nas arribas a sul do cabo Carvoeiro até nada em várias serras do Noroeste), A. beirana (subsp.
ao Algarve, e L. nydeggeri, endémica, nas arribas da costa beirana, que se distribui nas montanhas da zona centro
sudoeste e do litoral centro. Habitando o sapal baixo e, e do Minho; subsp. monchiquensis, exclusiva da serra
como tal, sujeitas a imersão diária pelas marés, assina- de Monchique e de alguns pontos do litoral sudoeste
lam-se L. narbonense e L. maritimum, esta última recente- algarvio), A. welwitschii (subsp. welwitschii, a mais comum,
mente descrita para a ciência e, à luz do conhecimento de folhas estreitas, e subsp. cinerea, com folhas mais largas
atual, endémica de Portugal continental. Ambas são e mais rara, apenas em alguns locais do litoral centro).
muito similares a L. vulgare e a sua correta identificação
é muito difícil. No passado, também L. auriculae-ursifo- As espécies Plumbago europaea e Limoniastrum monope-
lium foi citada como ocorrendo em Portugal continental, talum são as únicas representantes dos seus géneros
mas, após revisão do material de herbário, a sua presença em Portugal. Embora várias espécies do género Plumbago
não foi confirmada. sejam cultivadas como ornamentais, como, por exemplo,
P. auriculata, não há registo da sua ocorrência como
subespontâneas.

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
EN
Limonium diffusum Limonium ferulaceum LC
LIMÓNIO ‑BRANCO* LIMÓNIO ‑SECO*
Ecologia: sapais; em solos Ecologia: sapais e arribas litorais; em
salgadiços. solos salgadiços.

0m 0m
a 40 m a 60 m

MD RR MD FF

VU
Limonium echioides Limonium sinuatum EN
LIMÓNIO ‑DAS ‑VERRUGAS* ESTATICE, ESTATICE ‑DOS‑
‑JARDINS
Ecologia: arribas litorais.
Ecologia: prados secos,
afloramentos rochosos; em solos
ácidos.

0m 10 m
a 70 m a 80 m

MD R MD RR

Limonium virgatum
LIMÓNIO ‑DAS ‑ARRIBAS*
Ecologia: arribas litorais.

0m
a 90 m

MD FF

VU
Limonium nydeggeri Limonium algarvense NT
LIMÓNIO ‑DE ‑SÃO ‑VICENTE* LIMÓNIO ‑DO ‑ALGARVE*
Ecologia: arribas litorais. Ecologia: sapais; em solos arenosos,
salgadiços.

0m 0m
a 60 m a 20 m

LU R IM FF

VU
Limonium multiflorum Limonium VU
LIMÓNIO ‑FLORÍFERO* plurisquamatum
Ecologia: arribas litorais. LIMÓNIO ‑ESCAMOSO*
Ecologia: arribas litorais.
LIMÓNIOS E ARMÉRIAS

10 m 0m
a 30 m a 60 m

LU R LU RR

84
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Limonium vulgare
LIMÓNIO ‑DOS ‑SAPAIS,
LAVANDA‑DO ‑MAR
Ecologia: sapais, estuários.

0m
a 20 m

EU F

Armeria linkiana
ARMÉRIA‑BRANCA*
Ecologia: prados secos,
afloramentos rochosos; em solos
ácidos.

10 m
a 300 m

IB RR

EN
Armeria berlengensis Armeria beirana
ARMÉRIA‑DAS ‑BERLENGAS* ARMÉRIA‑DAS ‑BEIRAS*
Ecologia: arribas litorais; em solos Ecologia: prados de montanha.
rochosos graníticos.

0m 20 m
a 70 m a 1590 m
(1750 m)

LU RR IB R

VU
Armeria pseudoarmeria Armeria welwitschii LC
CRAVO ‑ROMANO ERVA‑DIVINA, RAIZ‑DIVINA
Ecologia: arribas litorais e Ecologia: dunas e arribas litorais.
afloramentos rochosos; em
substrato granítico ou basáltico.

20 m 0m
a 470 m a 90 m

LU RR LU F

Armeria pungens Armeria humilis


CRAVEIRO ‑DAS ‑AREIAS, ARMÉRIA‑MIÚDA*
ARMÉRIA‑DAS ‑PRAIAS*
Ecologia: prados de montanha e
Ecologia: dunas e arribas litorais. afloramentos rochosos.

0m
730 m
a 70 m
a 1500 m
(100 m)

MD F IB R

85
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
NT
Armeria eriophylla Armeria maritima EN
ARMÉRIA‑LANUDA*, ARMÉRIA‑ RELVA‑DO ‑OLIMPO, RELVA‑DE‑
‑DE ‑BRAGANÇA* ‑ESPANHA, ESTANCADEIRA
Ecologia: prados secos, clareiras de Ecologia: sapais, estuários, arribas
matos, afloramentos rochosos; em litorais; em solos arenosos, húmidos
solos ultrabásicos. e salgadiços.

710 m 0m
a 890 m a 10 m

LU RR PR RR

VU
Armeria pubigera Armeria pinifolia VU
ARMÉRIA‑DA‑BOA‑NOVA* ARMÉRIA‑DAS ‑AGULHAS*
Ecologia: arribas litorais; em Ecologia: clareiras de matos e
substrato granítico. pinhais; em solos arenosos.

0m 20 m
a 20 m a 140 m

IB RR LU F

NT
Armeria rouyana
ARMÉRIA‑DO ‑SADO*
Ecologia: clareiras de matos e pinhais
litorais; em solo arenoso e seco.

10 m
a 90 m

LU F

VU
Armeria sampaioi Armeria transmontana
ARMÉRIA‑DE ‑SAMPAIO* CRAVEIRO ‑DO ‑MONTE,
CRAVEIRO ‑DIVINO
Ecologia: prados e afloramentos
rochosos; em zonas de montanha. Ecologia: prados, clareiras de matos;
em solos ácidos.

(1000 m) 150 m
1200 m a 1270 m
a 1930 m (1630 m)

LU R IB F

NT
Plumbago europaea
DENTILÁRIA, ERVA‑DAS ‑FERIDAS
Ecologia: bermas de caminhos, orlas
de matos; locais secos e pedregosos.
LIMÓNIOS E ARMÉRIAS

10 m
a 400 m
(670 m)

MD R

86
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Limoniastrum
monopetalum
SALGADO, MARISMA‑NEGRAL*
Ecologia: sapais, estuários.

0m
a 20 m

MD FF

87
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
13.
HIPERICÕES

As hipericáceas (família Hypericaceae, por vezes


também designada Guttiferae) são representadas por
um único género, Hypericum (hipericões), com cerca
de 12 espécies em Portugal continental. Praticamente
todas as espécies encontram-se ilustradas no guia, com
exceção de H. montanum, ocorrente nas zonas monta-
nhosas de Trás-os-Montes e da Beira Interior, e de H.
calycinum, amplamente cultivada como ornamental
e ocasionalmente naturalizada.

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Hypericum androsaemum Hypericum elodes
HIPERICÃO ‑DO ‑GERÊS HIPERICÃO ‑DOS ‑BREJOS*
Ecologia: bosques, margens de Ecologia: charcos, turfeiras, brejos;
cursos de água; em locais húmidos e em solos encharcados, ácidos.
sombrios.

30 m 10 m
a 720 m a 1010 m
(850 m) (1170 m)

PR F EU FF

EN
Hypericum pubescens Hypericum tomentosum
HIPERICÃO ‑PUBESCENTE* HIPERICÃO ‑TOMENTOSO*,
CALAFITO
Ecologia: charcos e brejos; em zonas
húmidas, com substrato arenoso. Ecologia: prados húmidos; em
solos argilosos, temporariamente
encharcados.

230 m 10 m
a 340 m a 390 m

MD RR MD F

Hypericum linariifolium Hypericum humifusum


HIPERICÃO ‑ESTRIADO*, PELICÃO HIPERICÃO ‑RASTEIRO*,
MILFURADA
Ecologia: clareiras de matos; em
solos pobres e ácidos. Ecologia: prados húmidos; em solos
húmidos e ácidos.

20 m
5m
a 1140 m
a 1600 m (1550 m)

EU FF PR FFF

Hypericum perfoliatum Hypericum perforatum


HIPERICÃO ‑CELHADO*, HIPERICÃO, ERVA‑DE ‑SÃO ‑JOÃO
HIPERICÃO ‑FRONDOSO*
Ecologia: prados, pousios, clareiras
Ecologia: prados húmidos, clareiras de matos e bosques; indiferente
de bosques. edáfica.

20 m 5m
a 750 m a 1200 m
(880 m)

MD R PR FFF

Hypericum undulatum Hypericum pulchrum


HIPERICÃO ‑ONDULADO* HIPERICÃO ‑DE ‑BOSQUE*
Ecologia: prados higrófilos, margens Ecologia: clareiras de bosques; em
de cursos de água; em solos húmidos, solos ácidos.
ácidos.

10 m 50 m
a 930 m a 1170 m
(1170 m) (1400 m)

PR FFF EU R

89
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
14.
PRIMULÁCEAS

As primuláceas são uma família botânica pouco expres-


siva em Portugal continental, com apenas 13 espécies,
enquadradas em sete géneros: Anagallis (cinco espécies),
Lysimachia (3), Asterolinon, Centunculus, Glaux, Primula
e Samolus (todos com apenas uma espécie).

Além das espécies ilustradas neste guia, ocorrem


também em Portugal continental: Centunculus minimus,
em solos arenosos nas margens de regatos e noutros sítios
húmidos, com elevada exposição solar, de escorrência
esporádica no país, mas possivelmente subamostrada,
pois, dado o seu hábito muito discreto, passa facilmente
despercebida; Anagallis foemina, cuja distribuição é mal
conhecida, provavelmente devido às semelhanças com
A. arvensis (muito abundante em todo o território), da qual
se distingue pelas folhas distais estreitas e lanceoladas,
e pela corola de menor dimensão. Uma outra espécie,
Anagallis crassifolia, foi citada no século XIX para a serra
de Monchique. Distingue-se de A. tenella por ter flores
pouco maiores que o cálice, pedicelos mais compridos que
a folha axilar e folhas alternas, algo engrossadas. Devido
à ausência de quaisquer registos de ocorrência há várias
décadas, suspeita-se de que esteja extinta em Portugal.
É ainda de realçar que o morrião (A. arvensis) pode apre-
sentar flores de duas tonalidades distintas, avermelhadas
ou azuladas.

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Anagallis arvensis Anagallis monelli
MORRIÃO, ERVA‑DO‑ MORRIÃO ‑GRANDE, MORRIÃO‑
‑GARROTILHO ‑DAS ‑AREIAS
Ecologia: arvense e ruderal; Ecologia: dunas, clareiras de matos;
indiferente edáfica. em solos arenosos ou pedregosos.

10 m 10 m
a 550 m a 670 m
(1000 m) (830 m)

PR FFF MD FF

Anagallis tenella Asterolinon linum‑


MORRIÃO ‑DAS ‑TURFEIRAS ‑stellatum
Ecologia: charcos, turfeiras, brejos; FALSO ‑LINHO ‑ESTRELADO*
em solos encharcados. Ecologia: prados anuais, em solos
arenosos, ácidos.

10 m 10 m
a 910 m a 710 m
(1200 m) (1040 m)

MD FF MD FFF

Samolus valerandi Glaux maritima CR


ALFACE ‑DOS ‑RIOS MORRIÃO ‑DOS ‑JUNCAIS*
Ecologia: margens de cursos de Ecologia: prados húmidos; em solos
água, lagoas, fontes; em solos salgadiços.
húmidos.

10 m 0m
a 230 m
(340 m)
a 20 m

PR FF PR RRR

Primula acaulis Lysimachia vulgaris


PRIMAVERAS, ROSAS ‑DA‑ LISIMÁQUIA‑VULGAR, ERVA‑
‑PÁSCOA, PÃO ‑DE ‑LEITE ‑MOEDEIRA
Ecologia: bosques caducifólios, por Ecologia: prados higrófilos, pauis,
vezes ripícolas; em locais húmidos e bosques ripícolas, margens de
sombrios. lagoas e cursos de água; em solos
encharcados.

30 m 10 m
a 1110 m
(1270 m)
a 730 m

MD FF PR FFF

Lysimachia nemorum Lysimachia ephemerum VU


LISIMÁQUIA‑DOS ‑BOSQUES*, LISIMÁQUIA‑BRANCA*
ERVA‑DOS ‑ESCUDOS Ecologia: prados higrófilos, margens
Ecologia: orlas de bosques de cursos de água; em solos húmidos.
caducifólios; em locais muito
húmidos.

70 m 10 m
a 960 m
(1140 m)
a 730 m

EU R MD RR

91
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
15.
SALGUEIRINHAS,
EPILÓBIOS
E AFINS

Neste grupo reúnem-se as litráceas (família Lythra-


ceae, salgueirinhas e afins) e as onagráceas (família
Onagraceae, epilóbios, ervas-dos-burros e afins), ambas
dominadas por espécies herbáceas e pertencentes
à ordem das Myrtales, a qual inclui também as mirtáceas
(cujas espécies foram apresentadas no subcapítulo das
árvores e arbustos diversos).

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

LITRÁCEAS
As litráceas (família Lythraceae) englobam nove espécies, distribuí‑ nas regiões litorais e que se distingue de L. hyssopifolia por ter apêndices
das por três géneros: Lythrum (sete espécies), Ammannia e Rotala, ambos intersepalinos do mesmo tamanho que as sépalas (mais compridos
com apenas uma espécie. São todas espécies herbáceas, associadas em L. hyssopifolia); Rotala indica, originária do Sudeste asiático e naturali‑
a locais húmidos ou temporariamente encharcados. A única espécie zada em arrozais no Baixo Mondego e no Ribatejo, que se distingue das
não herbácea desta família presente em Portugal é a romãzeira (Punica espécies do género Lythrum por ter apenas quatro sépalas e de A. coccinea
granatum), amplamente cultivada pelos seus frutos (romãs). Além das porque possui as flores isoladas nas axilas foliares, enquanto A. coccinea
espécies ilustradas, assinalam ‑se ainda: Lythrum tribracteatum, dispersa as tem agrupadas em glomérulos.

Ammannia coccinea Lythrum thymifolia


CARAPAU, AMÂNIA‑DOS‑ SALICÁRIA‑DE ‑FOLHA‑DE‑
‑ARROZAIS* ‑TOMILHO*
Ecologia: margens de lagoas, Ecologia: prados anuais, em margens
cursos de água e arrozais; em solos de charcos temporários, lagoas e
encharcados e arenosos. cursos de água.

10 m 100 m
a 20 m a 920 m

IN F PR R

Lythrum junceum Lythrum hyssopifolia


ERVA‑SAPA, SALGUEIRINHA, SALICÁRIA‑DE ‑FOLHAS ‑DE‑
SALICÁRIA‑DOS ‑JUNCOS* ‑HISSOPO*
Ecologia: prados higrófilos, em Ecologia: prados higrófilos, em
margens de charcos, lagoas e cursos margens de charcos, lagoas e cursos
de água. de água.

10 m 10 m
a 350 m a 420 m
(650 m) (730 m)

MD FFF PR FFF

Lythrum portula Lythrum borysthenicum


PATINHA SALICÁRIA‑ANÃ‑DE ‑FOLHAS‑
‑LARGAS*
Ecologia: prados higrófilos, em
margens de águas paradas ou lentas. Ecologia: prados higrófilos, em
margens de águas paradas ou lentas.

10 m 20 m
a 1260 m
(1530 m)
a 790 m

PR FF PR FF

Lythrum salicaria
SALGUEIRINHAS, EPILÓBIOS E AFINS

SALGUEIRINHA, ERVA‑CARAPAU,
SALGUEIRA
Ecologia: nas margens e leitos de
cursos de água, lagoas, pauis; em
solos húmidos.

10 m
a 650 m
(980 m)

PR FFF

94
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

ONAGRÁCEAS
Em Portugal continental assinalam ‑se quatro géneros de onagráceas As espécies do género Oenothera são todas originárias do continente
(família Onagraceae): Epilobium (oito espécies), Oenothera (7), Ludwigia (3) americano, estando também referenciadas: O. affinis, dispersa de norte a
e Circaea (1). Todas são espécies herbáceas, frequentemente associadas sul; O. biennis, cultivada como ornamental e naturalizada nas regiões litorais
a locais húmidos e, por vezes, infestantes em campos agrícolas. A esta a norte do Tejo, similar a O. glazoviana, da qual se distingue pelas pétalas
família pertencem também várias espécies amplamente usadas como menores e sépalas verdes; O. indecora subsp. bonariensis, apenas citada
ornamentais, como os brincos‑de ‑princesa (Fuchsia spp.) e as velas‑da‑ para a Estremadura; Oenothera longiflora, de presença incerta, dado o des‑
‑pradaria (Gaura spp.). conhecimento de observações recentes no território. Todas se distribuem
pelas regiões litorais de Portugal continental e estão associadas a solos
No género Epilobium assinalam ‑se ainda em Portugal: E. lanceolatum, em arenosos, algo húmidos.
locais sombrios e húmidos, dispersa nas serras do Norte e do Centro, e
E. angustifolium, rara, nas zonas montanhosas do Norte do país; E. palustre, No género Ludwigia, já foi observada, nos rios Minho e Mondego, L. peploides,
conhecida apenas das serras da Estrela e de Montesinho. Epilobium tetra‑ originária da América do Sul e sinalizada como uma perigosa invasora em vários
gonum possui duas subespécies: subsp. tournefortii e subsp. tetragonum, que países europeus. Possui vistosas flores amarelas e ocorre em águas lentas
se distinguem, com alguma dificuldade, pelas maiores dimensões dos e remansos de rios. Na Beira Litoral, também já foi sinalizada a ocorrência da
elementos florais na subsp. tournefortii. exótica L. grandiflora subsp. hexapetala, em valas e cursos de água em meio urbano.

Epilobium brachycarpum Epilobium tetragonum


EPILÓBIO ‑TARDIO* ERVA‑BONITA
Ecologia: invasora em bermas de Ecologia: prados higrófilos, nos
caminhos e orlas agrícolas; ruderal leitos e margens de linhas de água;
e arvense. por vezes como ruderal, em solos
nitrofilizados e húmidos.

190 m 10 m
a 880 m a 950 m

IN R PR F

Epilobium parviflorum
EPILÓBIO ‑DE ‑FLOR‑MIÚDA*
Ecologia: margens de cursos de
água; em locais húmidos e algo
ruderalizados.

10 m
a 750 m

PR R

Epilobium hirsutum Epilobium obscurum


EPILÓBIO ‑MAIOR* EPILÓBIO ‑SERRILHADO*
Ecologia: prados higrófilos, nos Ecologia: margens de cursos
leitos e margens de linhas de água; de água, taludes e rochas com
em solos nitrofilizados e húmidos. escorrência de água.

50 m
10 m
a 1670 m
a 710 m (1880 m)

PR FF PR F

95
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Oenothera rosea
ERVA‑DOS ‑BURROS ‑ROSADA*,
ONAGRA‑ROSADA*
Ecologia: invasora ruderal; em solos
pedregosos, perturbados, com
alguma humidade.

10 m
a 660 m

IN F

Oenothera stricta Oenothera glazioviana


ERVA‑DOS ‑BURROS ‑DIREITA*, ERVA‑DOS ‑BURROS, BOAS‑
ONAGRA‑DIREITA* ‑NOITES, ONAGRA‑ZÉCORA*
Ecologia: invasora em prados Ecologia: invasora em prados
húmidos; em solos arenosos, húmidos, margens de cursos de água;
húmidos. em solos húmidos.

10 m 10 m
a 250 m
(440 m)
a 790 m

IN R IN F

Ludwigia palustris
SALGUEIRINHAS, EPILÓBIOS E AFINS

LUDEVÍGIA‑PALUSTRE*
Ecologia: prados higrófilos, pauis;
nas margens encharcadas de águas
paradas ou lentas.

10 m
a 690 m

PR F

96
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Circaea lutetiana
ERVA‑DE ‑SANTO ‑ESTÊVÃO, ERVA‑
‑DAS ‑FEITICEIRAS
Ecologia: bosques caducifólios; em
locais húmidos e sombrios.

20 m
a 650 m

PR R

97
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
16.
LINHOS

As lináceas são uma pequena família representada por


apenas dois géneros em Portugal continental: Linum
(linhos), com nove espécies, e Radiola, com apenas
uma espécie.

No género Linum inclui-se o linho (Linum usitatissimum),


cultivado desde a Antiguidade para produção de fibra
e de óleo, mas em declínio desde há algumas décadas.
Outras duas espécies de Linum não apresentadas no guia
são: L. catharticum, de flores brancas e distribuição
muito restrita em Portugal, ocorrendo apenas em Trás-
-os-Montes, em prados húmidos e clareiras de bosque,
acima dos 800 metros de altitude; L. maritimum, assi-
nalada em prados húmidos e juncais, na costa alen-
tejana, mas que não é registada desde a década de 90
do século XX, sendo plausível a sua extinção em território
nacional devido à perda de habitat. São ainda de assinalar
duas subespécies de L. narbonense, ambas raras, que se
encontram geograficamente segregadas: subsp. barrasii
em Trás-os-Montes e subsp. narbonense no Centro-Oeste.

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Linum tenue Linum trigynum
LINHO ‑AMARELO ‑DE ‑PÉTALAS‑ LINHO ‑AMARELO ‑DE ‑PÉTALAS‑
‑GRANDES* ‑PEQUENAS*
Ecologia: pousios, clareiras de Ecologia: pousios, clareiras de
matos; em substratos básicos. matos.

20 m 30 m
a 290 m a 810 m

IM F PR F

Linum strictum Linum setaceum


LINHO ‑ÁSPERO* LINHO ‑DE ‑FOLHA‑ESTREITA*
Ecologia: pousios, clareiras de matos, Ecologia: prados, clareiras de matos,
rochedos; em solos pedregosos, pousios; em substratos básicos.
geralmente básicos.

10 m 20 m
a 370 m
(600 m)
a 340 m

PR FF IM F

VU
Linum narbonense Linum austriacum VU
LINHO ‑BONITO* LINHO ‑AUSTRÍACO*
Ecologia: prados; em substratos Ecologia: prados; em solos arenosos.
básicos e secos.

70 m 330 m
a 700 m a 390 m

MD RRR EU RR

Linum bienne Radiola linoides


LINHO ‑BRAVO, LINHO ‑DE‑ RADIOLA*
‑INVERNO, LINHO ‑GALEGO
Ecologia: prados anuais, em locais
Ecologia: prados; em solos algo temporariamente húmidos; em
húmidos; indiferente edáfica. substratos ácidos.

5m 20 m
a 850 m a 1080 m
(1030 m) (1420 m)

PR FFF PR FF

99
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
17.
GERANIÁCEAS

As geraniáceas (família Geraniaceae) são represen-


tadas em Portugal continental por cerca de 22 espécies,
incluídas em dois géneros nativos: Erodium (dez espécies)
e Geranium (12). Para além destes, ocorrem ocasional-
mente como subespontâneos vários cultivares do género
Pelargonium, perto de habitações e em alguns locais
do litoral rochoso. O género Pelargonium engloba várias
espécies originárias da África do Sul que são amplamente
cultivadas como ornamentais em Portugal e popular-
mente denominadas sardinheiras ou malvas.

Além das espécies apresentadas no guia, no género


Geranium ocorrem também: G. pusillum, pouco conhecido,
assinalado apenas na serra da Estrela e arredores, distin-
gue-se de G. pyrenaicum subsp. lusitanicum, presente
na mesma área, por ser uma espécie anual, com pétalas
apenas ligeiramente bifendidas e folhas com entalhes
profundos e lóbulos estreitos; G. lanuginosum, foi citado
no passado para o Parque Natural da Peneda-Gerês, mas
não existem quaisquer registos recentes e suspeita-se a
sua extinção regional.

No género Erodium assinalam-se ainda: E. neuradifolium,


mal conhecido e apenas citado para locais perturbados,
no litoral algarvio, confundível com E. malacoides, sendo
necessárias chaves de identificação para a sua correta
distinção; E. salzmannii, pouco frequente, assinalado
em areias litorais do Algarve e das penínsulas de Troia
e de Setúbal; E. laciniatum, raro, assinalado em areias
litorais do Algarve e da foz do Sado, mal conhecido
e confundível com E. chium, do qual se distingue por ter
folhas caulinares penatissetas; E. ciconium, escassamente
conhecido e citado apenas para o Alto Alentejo.

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Erodium aethiopicum Erodium cicutarium
BICO ‑DE ‑CEGONHA‑DAS ‑AREIAS BICO ‑DE ‑CEGONHA, REPIMPIM
Ecologia: prados anuais; em solos Ecologia: arvense e ruderal, também
arenosos. em pastagens.

0m 10 m
a 80 m a 960 m

MD FF PR FFF

Erodium chium Erodium botrys


BICO ‑DE ‑CEGONHA‑PEQUENO AGULHETA
Ecologia: arvense e ruderal; em solos Ecologia: arvense e ruderal;
arenosos. indiferente edáfica.

5m 5m
a 50 m a 810 m
(670 m) (1200 m)

MD R MD FFF

Erodium malacoides Erodium moschatum


ERVA‑GARFO, MARIA‑FINA BICO ‑DE ‑CEGONHA‑
‑MOSQUEADO, AGULHA‑DE‑
Ecologia: arvense e ruderal;
‑PASTOR‑MOSCADA
indiferente edáfica.
Ecologia: arvense e ruderal;
indiferente edáfica.

0m 0m
a 360 m a 680 m
(700 m) (1100 m)

PR FFF PR FFF

Geranium rotundifolium
BICO ‑DE ‑POMBA‑MENOR,
GERÂNIO ‑PELUDO
Ecologia: arvense e ruderal, também
em pastagens e orlas de matagais;
indiferente edáfica.

10 m
a 730 m
(1080 m)

PR FFF

Geranium molle
BICO ‑DE ‑POMBA‑MENOR
Ecologia: arvense e ruderal, também
em pastagens e orlas de matagais;
indiferente edáfica.
GERANIÁCEAS

10 m
a 810 m
(1280 m)

PR FFF

102
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Geranium columbinum Geranium dissectum
BICO ‑DE ‑POMBA‑MAIOR COENTRINHO
Ecologia: arvense e ruderal; em solos Ecologia: arvense e ruderal.
com alguma humidade.

10 m 10 m
a 870 m a 750 m
(1120 m) (1160 m)

PR FF PR FFF

Geranium lucidum
GERÂNIO ‑BRILHANTE*
Ecologia: bosques, matagais, sebes
e na base de rochedos; em locais
sombrios e algo húmidos.

60 m
a 990 m
(1390 m)

PR FFF

Geranium pyrenaicum
subsp. lusitanicum
GERÂNIO ‑DE ‑FOLHA‑GRANDE*
Ecologia: arvense e ruderal, também
em bosques, sebes e prados de
montanha.

(100 m)
260 m
a 1260 m

IB F

Geranium robertianum Geranium purpureum


ERVA‑DE ‑SÃO ‑ROBERTO, ERVA‑ ERVA‑DE ‑SÃO ‑ROBERTO, ERVA‑
‑ROBERTA, BICO ‑DE ‑GROU ‑ROBERTA, BICO ‑DE ‑GROU
Ecologia: bosques, matagais, sebes, Ecologia: bosques, matagais, sebes,
rochedos; em locais sombrios. rochedos; em locais sombrios.

10 m 10 m
a 1070 m a 770 m
(1360 m) (1150 m)

PR FF PR FFF

Geranium sanguineum Geranium malviflorum VU


GERÂNIO ‑SANGUÍNEO*, BICO‑ GERÂNIO ‑FLOR‑DE ‑MALVA*
‑DE ‑GROU ‑SANGUÍNEO*
Ecologia: na orla de bosques e
Ecologia: na orla de bosques e prados; em locais sombrios e algo
matagais, por vezes ripícolas; em húmidos.
locais sombrios e algo húmidos.

20 m 80 m
a 1140 m a 180 m

EU R IM RRR

103
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
18.
MALVÁCEAS

As malváceas são uma família representada por cerca


de 22 espécies em Portugal continental, agrupadas
em oito géneros: Malva (6), Lavatera (7), Althaea (4),
Hibiscus (1) e os não nativos Alcea, Sida, Modiola e Abutilon,
todos representados por uma única espécie.

Muitas das espécies dos géneros Lavatera e Malva, popu-


larmente denominadas malvas ou malvaíscos, são
características de locais perturbados por ação humana,
incluindo bermas de caminhos, campos agrícolas,
terrenos incultos e entulhos. Várias espécies não
nativas são infestantes de campos agrícolas e encon-
tram-se em expansão no território nacional (e. g., géneros
Abutilon, Modiola).

Além das espécies ilustradas, assinalam-se ainda


no território: Malva neglecta, distribuída principalmente
na metade norte do país; Malva nicaeensis, semelhante
a M. sylvestris (e a Lavatera cretica), mas com flores bem
menores e menos frequente; Lavatera mauritanica
subsp. davaei, em locais nitrificados de arribas rochosas
e de distribuição restrita ao litoral sudoeste (muito
semelhante a L. cretica, mas com mericarpos diferentes).
No género Althaea ocorrem mais três espécies, todas raras
em Portugal: A. hirsuta, de ocorrência dispersa no terri-
tório; A. cannabina e A. longiflora, ambas apenas registadas
no Alto Alentejo e sem registos de observação recente.

Nesta família enquadram-se ainda várias exóticas refe-


renciadas como subespontâneas no passado, como Malope
trifida, na Estremadura, e Hibiscus trionum, no Ribatejo,
e espécies com interesse agrícola, como os algodoeiros
(género Gossypium), cultivadas para produção de fibra (G.
hirsutum, G. arboreum, G. herbaceum, G. barbadense), embora
não seja certo que estejam naturalizadas na atualidade.
Espécies do género Hibiscus são vulgarmente cultivadas
em jardins, mas não se encontram assilvestradas.

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Lavatera trimestris Lavatera maritima VU
MALVA‑FRISADA* MALVA‑MARÍTIMA*
Ecologia: campos agrícolas, pousios; Ecologia: arribas litorais; em locais
geralmente em solos básicos. secos e soalheiros.

20 m 0m
a 290 m a 130 m
(430 m)

MD F MD RR

EN
Lavatera triloba Lavatera olbia
subsp. triloba MALVAÍSCO ‑DAS ‑SEBES*
MALVA‑PEGANHENTA* Ecologia: orlas de matagais, por
Ecologia: clareiras de matos e arribas vezes ripícolas.
litorais; em calcários.

10 m 10 m
a 370 m a 470 m
(640 m)

IM RR MD F

Lavatera arborea Lavatera cretica


MALVAÍSCO ‑MAIOR, MALVA‑ MALVA, MALVÃO, MALVA‑
‑ARBÓREA ‑BASTARDA
Ecologia: areias litorais; ruderal; Ecologia: arvense e ruderal.
por vezes cultivada e subespontânea
em zonas interiores.

0m 0m
a 50 m a 400 m
(690 m) (570 m)

PR F PR FFF

Malva sylvestris Malva parviflora


MALVA, MALVA‑DAS ‑BOTICAS, MALVA‑DE ‑FLOR‑PEQUENA*
MALVA‑MAIOR
Ecologia: arvense e ruderal.
Ecologia: arvense e ruderal.

20 m 10 m
a 860 m a 370 m

PR FF MD F

Malva tournefortiana Malva hispanica


MALVA‑DE ‑FOLHA‑RECORTADA* MALVA‑DE ‑ESPANHA
Ecologia: pastagens e clareiras Ecologia: campos agrícolas, pousios,
de matos; em solos pedregosos e clareiras de matos, rochedos: em
ácidos. locais secos; indiferente edáfica.
MALVÁCEAS

20 m 20 m
a 940 m a 550 m
(1200 m) (1210 m)

EU FF IM FF

106
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Alcea rosea
MALVAÍSCO, MALVA‑REAL
Ecologia: naturalizada em bermas de
caminhos.

130 m
a 710 m

IN R

CR
Hibiscus palustris Abutilon theophrasti
HIBISCO ‑PALUSTRE* JUTA‑DA‑CHINA, FOLHAS ‑DE‑
‑VELUDO
Ecologia: prados higrófilos, margens
de cursos de água, valas; em solos Ecologia: naturalizada em campos
húmidos. agrícolas.

5m 10 m
a 20 m a 250 m

PR RRR IN F

Modiola caroliniana Sida rhombifolia


MODIOLA* CHÁ‑BRAVO, CHÁ‑INGLÊS
Ecologia: naturalizada em campos Ecologia: naturalizada em campos
agrícolas. agrícolas; bermas de caminhos.

10 m 10 m
a 400 m a 280 m

IN R IN R

Althaea officinalis
MALVA‑BRANCA, ALTEIA
Ecologia: prados higrófilos, margens
de cursos de água, valas; em solos
húmidos.

0m
a 50 m

EU R

107
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
19.
VIOLETAS

As violetas (género Viola) são as únicas representantes


nacionais das violáceas, uma família com cerca de 13
espécies referenciadas em Portugal continental.

A identificação das espécies no terreno é complexa,


pois quase todas possuem aspeto geral muito similar
e flores de tonalidade variável, entre o roxo intenso e o
roxo ténue, por vezes esbranquiçado ou azulado. Duas
espécies inconfundíveis são Viola langeana, a única
de flor amarela atualmente referenciada para Portugal,
frequente nas serras do interior centro, e Viola arbores-
cens, a única violeta lenhosa da flora nacional e que ocorre
exclusivamente nos arredores de Sagres.

Os amores-perfeitos (Viola tricolor e seus híbridos, como


V. × wittrockiana) e a violeta-de-cheiro (V. odorata) são duas
das mais conhecidas representantes do género, mas são
plantas ornamentais, não nativas de Portugal, embora
a última ocorra como escapada de cultivo em alguns
locais, principalmente no Centro do país.

Além das violetas ilustradas no guia, foram também


referenciadas: Viola arvensis, anual, pouco frequente,
no passado citada um pouco por todo o território, mas
em claro declínio, ocorre em searas, campos agrícolas
e pousios. Muito semelhante a V. kitaibeliana, da qual se
separa, com dificuldade, pelas maiores dimensões das
suas sépalas e pétalas; V. hirta, perene, rara, em bosques
caducifólios, nas zonas montanhosas de Trás-os-
-Montes; V. parvula, anual e lanuginosa, raríssima,
em clareiras de urzais e solos arenosos, no extremo norte
de Trás-os-Montes.

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
VU
Viola arborescens Viola kitaibeliana
VIOLETA‑DE ‑SAGRES* VIOLETA‑DOS ‑CAMPOS, ERVA‑
‑DA‑TRINDADE
Ecologia: matos; em substratos
básicos, perto do litoral. Ecologia: arvense e em prados e
pastagens, por vezes, também em
areias litorais.

10 m
10 m
a 940 m
a 60 m (1330 m)

MD RR PR FF

Viola lactea Viola langeana LC


BENESSES ‑DA‑BEIRA, BUNEFES VIOLETA‑AMARELA*
Ecologia: clareiras de matos Ecologia: clareiras de matos, taludes
acidófilos; em solos húmidos. e prados; em solos ácidos em zonas
de montanha.

(340 m)
20 m 760 m
a 1260 m a 1930 m

EU F IB F

Viola suavis Viola bubanii CR


VIOLETA‑SUAVE* VIOLETA‑CANTÁBRICA*
Ecologia: margens de cursos de Ecologia: pastagens de montanha.
água, bosques ripícolas; em locais
frescos.

260 m 1260 m
a 670 m a 1440 m

MD RR EU RRR

Viola palustris Viola riviniana


VIOLETA‑PALUSTRE* VIOLETA‑BRAVA, VIOLETA‑DE‑
‑BOSQUE
Ecologia: matos higrófilos; em solos
ácidos e húmidos. Ecologia: margens de cursos de
água, bosques ripícolas; em locais
frescos.

20 m 20 m
a 1360 m a 1220 m
(1880 m) (1540 m)

PR F PR FF

Viola canina Viola odorata


VIOLETA‑DA‑BEIRA, BENESSE ‑DA‑ VIOLETA‑DE ‑CHEIRO, VIOLETA‑
‑BEIRA, VIOLETA‑CANINA ‑ROXA
Ecologia: matos e bosques higrófilos; Ecologia: naturalizada em margens
em solos ácidos e húmidos. de cursos de água e bosques; em
locais frescos.

450 m 420 m
a 1280 m a 450 m

PR R IN R

109
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
20.
ESTEVAS
E SARGAÇOS

Neste capítulo integram-se as cistáceas, uma família se distinguem porque a primeira apresenta sépalas com
com cerca de 34 espécies, a maioria das quais arbustiva, pelos peltados e estrelados (apenas peltados na subsp.
que se distribuem por cinco géneros: Cistus (9), Halimium halimifolium). No sargaço (H. lasianthum) assinalam-se
(5), Helianthemum (10), Fumana (4) e Tuberaria (6). a subsp. alyssoides, muito abundante nas montanhas
do Norte do país, e a subsp. lasianthum, que predomina
O género Helianthemum é um dos mais diversos da família. no Sul e em cotas mais baixas. No Baixo Alentejo e no
Ademais das espécies ilustradas no guia, ocorrem Algarve ocorre uma variedade, por vezes considerada
também em Portugal continental várias espécies raras como subsp. formosum, com flores maiores e com mácula
e mal conhecidas: H. angustatum, citada para o Algarve negra perto da base das pétalas. Referem-se ainda as três
e Alentejo; H. cinereum subsp. rotundifolium, conhecida variedades descritas para a sargacinha-pegajosa (H.
apenas de uma área circunscrita do Barrocal algarvio; umbellatum): var. umbellatum, disseminada na metade
H. hirtum, assinalada apenas para Trás-os-Montes e com norte do país, var. viscosum, na metade sul, e var. verti-
poucas observações recentes; H. sanguineum, planta cillatum, endémica das areias interiores das bacias
discreta, de ocorrência esporádica nas zonas interiores do Sado e do Tejo. Foram também descritas duas subes-
de influência mediterrânica. No género Tuberaria assi- pécies de Helianthemum marifolium: subsp. marifolium,
nalam-se ainda três espécies anuais, pouco conhe- distribuída nas arribas calcárias entre a serra da Arrábida
cidas e com escassos registos, possivelmente devido e o cabo Espichel e no litoral sudoeste, e a subsp. origa-
a confusão com T. guttata, muito abundante e dissemi- nifolium, exclusiva dos arredores de Sagres. São muito
nada por todo o território: T. commutata, referenciada semelhantes e distinguem-se principalmente porque
para a orla litoral sul, T. macrosepala, assinalada apenas a subsp. origanifolium apresenta as páginas inferiores das
para a Estremadura e Beira Baixa, e T. plantaginea, de ocor- folhas glabras ou glabrescentes e de cor verde, enquanto
rência esporádica ao longo da área de influência mediter- na subsp. marifolium são pubescentes e acinzentadas.
rânica. Refere-se ainda Fumana procumbens, rara e com Alguns autores consideram a subsp. origanifolium como
duas subpopulações disjuntas, nos solos básicos de Trás- uma espécie distinta (H. origanifolium). A taxonomia
-os-Montes e dos arredores de Coimbra. Distingue-se da sargacinha-branca (Helianthemum apenninum) é algo
da muito semelhante F. ericoides pelas suas flores, de um complexa e são consideradas duas subespécies: subsp.
amarelo mais pálido, e pelos seus pedicelos recurvados. apenninum, de flores brancas e com subpopulações
em solos calcários, desde a serra da Arrábida a Trás-os-
Foram também descritas várias subespécies e variedades -Montes, e subsp. stoechadifolium, facilmente distin-
de cistáceas. A esteva (C. ladanifer) é representada por guível pelas suas flores amarelas e com uma distribuição
duas subespécies: subsp. ladanifer, disseminada em toda disjunta, ocorrendo em Trás-os-Montes, no litoral alente-
a área de influência mediterrânica, e subsp. sulcatus, jano e no algarvio. Esta subespécie é por vezes integrada
endémica das arribas litorais da costa sudoeste e consi- noutra espécie (H. croceum subsp. stoechadifolium). O alcar
derada por alguns autores como uma espécie distinta (Tuberaria globulariifolia) também apresenta duas varie-
(C. palhinhae) e por outros como um mero ecótipo litoral. dades: var. globulariifolia, nas montanhas do Noroeste,
A sargaça-das-areias (Halimium halimifolium) possui duas e var. major, endémica do litoral sul algarvio e ameaçada
subespécies: subsp. multiflorum, a mais comum, dissemi- de extinção, por vezes considerada uma espécie distinta
nada nas areias do Centro e do Sul do país, e subsp. halimi- (T. major).
folium, apenas assinalada para o Sotavento algarvio, que

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Cistus crispus Cistus albidus
ROSELHA‑PEQUENA ROSELHA‑GRANDE
Ecologia: matos; em solos secos e Ecologia: matos; em solos secos,
pobres, ácidos. geralmente básicos.

10 m 10 m
a 550 m a 470 m
(1020 m) (650 m)

MD FFF MD FFF

Cistus monspeliensis Cistus psilosepalus LC


SARGAÇO SANGANHO
Ecologia: matos; em solos secos. Ecologia: matos; em solos algo
húmidos.

10 m 10 m
a 360 m a 970 m
(730 m) (1280 m)

MD FFF EU FFF

Cistus salviifolius Cistus populifolius


SANGANHO ‑MOURO, ESTEVINHA ESTEVÃO, LADA
Ecologia: matos; em solos secos. Ecologia: matagais e orlas de
bosques; em sítios frescos e solos
ácidos.

10 m 50 m
a 690 m a 740 m
(1020 m) (1320 m)

MD FFF MD FFF

Cistus libanotis Cistus laurifolius LC


ESTEVA‑FOLHA‑DE ‑ALECRIM* ESTEVA‑FOLHA‑DE ‑LOURO*
Ecologia: matos; em solos arenosos, Ecologia: matos, pinhais; indiferente
ácidos. edáfica.

(410 m)
10 m 540 m
a 100 m a 930 m

IB R MD R

Cistus ladanifer Halimium halimifolium


subsp. ladanifer SARGAÇA‑DAS ‑AREIAS,
ESTEVA, XARA SARGAÇA‑MAIOR

Ecologia: matos; em solos secos e Ecologia: matos; em solos arenosos,


pobres, ácidos. ácidos.
ESTEVAS E SARGAÇOS

10 m 10 m
a 800 m
(1120 m)
a 120 m

MD FFF MD FF

112
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Halimium calycinum Halimium umbellatum
SARGACINHA‑AMARELA SARGACINHO ‑PEGAJOSO
Ecologia: matos; em solos secos, Ecologia: matos, rochedos; em solos
ácidos. pobres, ácidos.

10 m 40 m
a 160 m a 1250 m
(760 m) (1510 m)

IM FF MD FF

Halimium ocymoides Halimium lasianthum


SARGAÇO ‑BRANCO, MATO‑ SARGAÇO, SARGAÇO ‑DAS‑
‑BRANCO ‑SERRAS, SARGANHO ‑MOURO
Ecologia: matos baixos; em solos Ecologia: matos; em solos ácidos
secos, ácidos. algo húmidos, do litoral à montanha.

30 m 20 m
a 1010 m a 1420 m
(1180 m) (1560 m)

IM FF MD FF

Fumana laevipes Fumana thymifolia


FUMANA‑ESBELTA* FUMANA‑FOLHA‑DE ‑TOMILHO*
Ecologia: matos baixos; em locais Ecologia: matos baixos; em locais
soalheiros, em solo pedregoso e soalheiros, em solo pedregoso e
básico. básico.

10 m 20 m
a 420 m a 310 m
(420 m)

MD R MD F

Fumana ericifolia Helianthemum apenninum


FUMANA‑FOLHA‑DE ‑URZE* SARGACINHA‑BRANCA*
Ecologia: matos baixos; em locais Ecologia: matos baixos; em rochedos
soalheiros, em solo pedregoso e ou solos arenosos.
básico.

10 m
90 m
a 1180 m
a 350 m (1320 m)

MD R MD R

Helianthemum Helianthemum marifolium


nummularium SARGACINHO ‑DE ‑FOLHA‑
SARGACINHO‑SERRANO* ‑PEQUENA*

Ecologia: matos baixos; em solos Ecologia: matos baixos, em arribas


pedregosos, ácidos. litorais.

310 m 10 m
a 1140 m
(1260 m)
a 430 m

PR F MD F

113
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Helianthemum ledifolium
SARGACINHO ‑LANOSO*
Ecologia: prados anuais, pousios; em
solos básicos.

20 m
a 630 m

MD F

Helianthemum Helianthemum
salicifolium aegyptiacum
SARGACINHO ‑FOLHA‑DE‑ SARGACINHO ‑DO ‑EGITO*
‑SALGUEIRO*
Ecologia: prados anuais; em solos
Ecologia: prados anuais; ácidos.
principalmente em solos básicos.

20 m 20 m
a 690 m a 870 m
(1080 m)

MD R MD F

Tuberaria globulariifolia Tuberaria globulariifolia EN


var. globulariifolia var. major
ALCAR‑DO ‑GERÊS ALCAR‑DO‑ALGARVE
Ecologia: clareiras de matos; em solo Ecologia: clareiras de matos
xerofíticos e pinhais; em solos
arenoso, ácido.
arenosos consolidados, ácidos.

(80 m) 10 m
500 m a 50 m
a 1370 m (110)

IB F LU RR

Tuberaria lignosa
ALCAR
Ecologia: clareiras de matos; em
solos secos, ácidos.
ESTEVAS E SARGAÇOS

20 m
a 940 m
(1220 m)

MD FF

114
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Tuberaria guttata
ERVA‑DAS ‑TÚBERAS, ALCAR
Ecologia: prados anuais; em solos
ácidos.

10 m
a 1010 m
(1550 m)

MD FFF

115
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
21.
RESEDAS
E AFINS

Reúnem-se neste capítulo as representantes das famílias


Resedaceae, Cleomaceae e Capparaceae.

As resedáceas são representadas em Portugal por dois


géneros, Reseda (oito espécies) e Sesamoides (3), das quais
só duas não são apresentadas neste guia: Reseda alba,
apenas registada em areias nitrificadas da península
de Troia e criticamente ameaçada de extinção; R.
gredensis, exclusiva de cascalheiras e prados cuminais
na serra da Estrela.

As cleomáceas possuem uma única representante


em Portugal, Cleome violacea, uma planta frequente
em solos pedregosos e depósitos de cascalhos, principal-
mente em regiões interiores.

A alcaparreira (Capparis spinosa) é a única representante


nacional das caparáceas. Foi citada no século passado
para o Barrocal algarvio e para os calcários estreme-
nhos, mas não existem quaisquer observações recentes
da espécie em ambiente natural, pelo que a sua ocor-
rência atual em Portugal continental não está confir-
mada, embora seja por vezes cultivada pelos seus botões
comestíveis (alcaparras).

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Reseda luteola
LÍRIO ‑DOS ‑TINTUREIROS
Ecologia: pastagens, pousios e
bermas de caminhos; em solos
pobres; indiferente edáfica.

20 m
a 1030 m
(1360 m)

PR FFF

Reseda lutea Reseda media


RESEDA‑AMARELA* RESEDA‑BRAVA*
Ecologia: pastagens, pousios e Ecologia: pastagens, clareiras de
bermas de caminhos; em solos matos, bermas de caminhos; em
pedregosos ou revolvidos, básicos. solos pobres, ácidos.

10 m 10 m
a 360 m a 690 m
(750 m) (990 m)

PR R MD FFF

Reseda virgata
RESEDA‑CAVALAR*
Ecologia: pastagens, pousios e
bermas de caminhos; em solos
básicos.

290 m
a 970 m
(1120 m)

IB R

Reseda barrelieri EN
RESEDA‑MAIOR*
Ecologia: pousios, taludes; em solos
secos, pedregosos ou revolvidos,
básicos.

540 m
a 700 m

IB RR

Reseda phyteuma Sesamoides suffruticosa


RESEDA‑MENOR*, ERVA‑DE‑ ESTRELETA‑DOS ‑MATOS*
‑SESTEIRAS
Ecologia: pastagens, pousios e
Ecologia: pastagens, pousios e bermas de caminhos; em solos
bermas de caminhos; em solos pobres, ácidos.
básicos.
RESEDAS E AFINS

20 m
90 m
a 1410 m
a 300 m (1550 m)

MD R IM F

118
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Sesamoides purpurascens Cleome violacea
ESTRELETA, ESTRELITA, RESEDA‑ CLEOME ‑VIOLETA*, MOSTARDA‑
‑PARDA* ‑LOUCA
Ecologia: pastagens, pousios e Ecologia: em solos secos,
bermas de caminhos; em solos pedregosos ou arenosos, pobres e
pobres, pedregosos, geralmente ácidos.
ácidos.

10 m 20 m
a 1060 m a 350 m
(1490 m) (870 m)

MD FFF IM FF

Sesamoides spathulifolia
ESTRELETA‑DO ‑LITORAL*
Ecologia: dunas e arribas litorais.

10 m
a 70 m

MD R

119
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
22.
CRUCÍFERAS

As crucíferas (família Brassicaceae) são uma das famílias


botânicas mais diversificadas em Portugal continental,
contando com cerca de 120 espécies que se inserem
em 51 géneros distintos.

Quatro destes géneros não se encontram ilustrados


neste guia, porque são representados por espécies extre-
mamente raras em Portugal continental. São os casos
de Carrichtera annua, planta mediterrânica, indicadora
de condições xéricas e conhecida de um único local
no Algarve; Camelina microcarpa, esporádica em campos
agrícolas da região centro e de Trás-os-Montes; Descu-
rainia sophia, em pousios e locais perturbados em solos
pedregosos, citada principalmente para o interior
do país; Neslia paniculata subsp. thracica, assinalada para
o quadrante noroeste.

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

GOIVOS
E AFINS
Neste subcapítulo integram ‑se 24 espécies, pertencentes a oito géneros: O goivo ‑encarnado (Matthiola incana) é uma erva perene, cultivada como
Arabis (oito espécies), Erysimum (4), Matthiola (4), Malcolmia (3), Murbeckiella ornamental e ocasionalmente subespontânea em arribas litorais. Matthiola
(2), Arabidopsis (1) e Hesperis (1). parviflora foi citada no século passado para os arredores de Loulé, mas não
é registada há décadas, suspeitando ‑se de que possa estar regionalmente
Para além das espécies ilustradas no guia, no género Arabis assinalam ‑se extinta.
ainda A. beirana, descrita já no século xxi e endémica das serras do Centro
do país, e A. glabra, com caules apenas pubescentes na base, e que ocorre No género Malcolmia refere ‑se ainda M. flexuosa, cultivada como ornamental
em orlas sombrias de bosques, nas serras da Estrela, da Malcata e no Norte e ocasionalmente subespontânea no litoral da Estremadura, embora sem
de Trás‑os‑Montes. No género Erysimum (goivos) ocorrem também: E. informação recente quanto à sua ocorrência, e a existência de três subes‑
cheiri (goivo ‑amarelo), planta ornamental, ocasionalmente escapada de pécies de Malcolmia triloba: subsp. gracilima, ao longo da costa sudoeste e do
cultivo, e E. lagascae, em zonas de montanha do interior centro, semelhante Algarve, e subsp. patula, nas areias do Douro Superior e da bacia do Tejo,
a E. linifolium (mais comum), do qual se distingue pelas folhas mais largas, e subsp. triloba, nas areias das bacias do Sado e do Tejo e na orla litoral sul,
com dentes bem visíveis e por não possuir abundantes renovos axilares distinguível pelas folhas caulinares acentuadamente recortadas.
de folhas filiformes.

Arabidopsis thaliana Arabis verna VU


ARABETA ARABETA‑ROXA*
Ecologia: prados ralos, clareiras de Ecologia: cascalheiras, bases de
matos, campos cultivados, muros. escarpas; em locais sombrios e
frescos, preferentemente básicos.

10 m 130 m
a 930 m
(1330 m)
a 590 m

PR FFF MD RR

Arabis juressi
ARABETA‑DO ‑GERÊS*
Ecologia: clareiras de bosques e
matagais; em solos rochosos, ácidos,
em zonas de montanha.

70 m
a 940 m

IB R

Arabis stenocarpa Arabis sadina LC


ARABETA‑DE ‑FRUTOS‑ ARABETA‑SADINA*
‑ESTREITOS*
Ecologia: clareiras de matagais,
Ecologia: orlas de bosques. rochedos; em solos pedregosos,
básicos.
CRUCÍFERAS

340 m 110 m
a 1190 m a 650 m

IB R LU R

122
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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Erysimum linifolium Erysimum merxmuelleri
GOIVO ‑ROXO ‑DOS ‑MONTES* GOIVO ‑AMARELO ‑DA‑ESTRELA*
Ecologia: taludes, rochedos e Ecologia: taludes de estradas
clareiras de matos; em solos e clareiras de matos; em solos
pedregosos, secos e ácidos. pedregosos, ácidos, em zonas de
montanha.

110 m (490 m)
a 1060 m 620 m
(1190 m) a 1580 m

IB F IB R

Arabis planisiliqua
ARABETA‑DE ‑FRUTOS ‑PLANOS*
Ecologia: clareiras de bosques
e matagais, rochedos; em solos
rochosos, geralmente básicos.

40 m
a 520 m
(640 m)

EU R

123
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Malcolmia ramosissima
GOIVINHO ‑DAS ‑AREIAS‑
‑ATLÂNTICO*
Ecologia: prados anuais em clareiras
de matos e pinhais; em solos
arenosos.

10 m
a 50 m

MD R

Malcolmia triloba Malcolmia littorea


GOIVINHO ‑DAS ‑AREIAS* GOIVO ‑DAS ‑PRAIAS, GOIVINHO‑
‑DAS ‑PRAIAS
Ecologia: prados anuais em clareiras
de matos e pinhais; em solos Ecologia: dunas.
arenosos.

10 m 0m
a 350 m a 60 m

IM F MD FF

NT
Hesperis laciniata Matthiola fruticulosa
JULIANA‑SILVESTRE*, HESPÉRIDE* GOIVO ‑DA‑ROCHA
Ecologia: escarpas, cascalheiras e Ecologia: prados rupícolas, clareiras
prados rupícolas; em locais sombrios de matos; em solos pedregosos,
e substratos básicos. calcários ou arenosos.

40 m 10 m
a 560 m a 690 m
(680 m) (820 m)

MD R MD R

Matthiola sinuata Murbeckiella boryi NT


GOIVO ‑DO ‑MAR AGRIÃO ‑DA‑ESTRELA*
Ecologia: dunas e arribas litorais. Ecologia: rochedos, escarpas,
fendas de rochas; principalmente em
granitos; em alta montanha.

(1390 m)
5m 1550 m
a 40 m a 1980 m

MD RR IM R

LC
Murbeckiella sousae
AGRIÃO ‑DA‑ROCHA*,
MURBEQUIELA‑DAS ‑ROCHAS*
Ecologia: rochedos, escarpas,
taludes; principalmente em xistos;
em zona de montanha.

(290 m)
CRUCÍFERAS

400 m
a 1370 m
(1620 m)

LU R

124
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

MOSTARDAS, SARAMAGOS
E AFINS
Este subcapítulo abrange 53 espécies, distribuídas por 17 géneros: Diplo‑ No género Diplotaxis ocorrem também: D. viminea, em campos agrícolas e
taxis (oito espécies), Sisymbrium (8), Cardamine (6), Brassica (5), Rorippa (5), que se distingue das restantes espécies pelas pétalas muito pequenas;
Barbarea (3), Coincya (3), Sinapis (2), Cochlearia (2), Lunaria (2) e ainda Alliaria, D. muralis, arvense e ruderal; D. tenuifolia, de ecologia e distribuição similar
Eruca, Erucastrum, Hirschfeldia, Moricandia, Raphanus e Sisymbrella, todos à espécie anterior, da qual se distingue por ter caules foliosos e glabros na
monoespecíficos. parte média e superior e frutos não patentes; D. siifolia: subsp. siifolia, mal
conhecida e apenas citada em campos agrícolas do Alentejo; D. erucoides, a
Não ilustradas no guia, referem ‑se também: Cochlearia glastifolia, erva única espécie do género com flores brancas, com escassos registos atuais,
anual, ereta e unicaule, raríssima e apenas conhecida da costa sudoeste no centro do país; D. ilorcitana, citada para o Barlavento algarvio, mas sem
(um outro registo em Trás‑os‑Montes carece de confirmação); Rorippa observações recentes e cuja ocorrência em território nacional é incerta.
palustris, associada a margens de cursos de água e outras zonas húmidas, e
ocorrência dispersa nas regiões centro e norte; Coincya cintrana, endémica Os rinchões (género Sisymbrium) são ervas anuais e associadas a meios
dos afloramentos rochosos das serras dos arredores de Lisboa (Sintra, humanizados ou a solos nitrificados. Várias espécies são mal conhecidas:
Montejunto); Lunaria rediviva, erva perene que se distingue de L. annua S. irio, dispersa do Algarve a Trás‑os‑Montes e distinguível de S. orientale
(amplamente cultivada e subespontânea) pelos frutos oblongos e agudos pelos frutos compridos que lhe ultrapassam as flores superiores; S. runcina‑
em ambas as extremidades, e por ter todas as folhas pecioladas. É uma tum, rara e ocorrendo esporadicamente nas regiões mais interiores; S. cras‑
planta mal conhecida e o material de herbário existente é inconclusivo, sifolium, apenas assinalada para o Alto Alentejo e sem registos recentes;
subsistindo dúvidas quanto à sua real ocorrência em Portugal. S. altissimum, alóctone e citada para a área da bacia do rio Tejo; S. polyceratium,
assinalada no passado para os arredores de Lisboa e Golegã e também
No género Cardamine assinalam ‑se ainda: C. flexuosa, frequente em sítios sem registos recentes. Realça ‑se ainda a existência de duas subespécies
húmidos perto de cursos de água, na metade norte do país; C. parvi‑ em S. austriacum, subsp. contortum e subsp. chrysanthum, que se distinguem
flora, anual e glabra, assinalada para o Centro e norte litoral, mas pouco pelos frutos mais compridos e estreitos na subsp. contortum.
conhecida; C. castellana, recentemente descoberta em turfeiras na serra
da Estrela e ameaçada de extinção; C. occulta, exótica, aparentemente em Estão descritas três subespécies de Coincya monensis: subsp. cheiranthos,
expansão, que tem passado despercebida em meios humanizados, nas a mais disseminada e presente, de norte a sul, em vários tipos de habitat,
regiões centro e Norte. embora nunca seja muito abundante; subsp. orophila, restrita à serra da
Estrela e densamente híspida na parte inferior do caule e nas folhas; subsp.
O género Brassica inclui algumas espécies amplamente cultivadas por todo puberula, dispersa no Norte do país e de menor dimensão e menos ramifi‑
o país, como a couve (B. oleracea) e o nabo (B. napus), ambos com diversas cada que as restantes subespécies. Na subespécie cheiranthos foi também
variedades, e que ocorrem esporadicamente como subespontâneos em descrita a var. johnstonii, de hábito prostrado e endémica das dunas do
campos incultos e locais humanizados. Assinalam ‑se ainda Brassica nigra, litoral norte, considerada por vários autores como uma espécie distinta
dispersa por boa parte do território, em campos incultos e solos perturba‑ (C. johnstonii).
dos, e B. tournefortii, rara e associada a solos arenosos da orla litoral.

Raphanus raphanistrum
SARAMAGO, RÁBANO ‑SILVESTRE
Ecologia: arvense e ruderal, pousios,
rochedos; indiferente edáfica.

5m
a 770 m
(1130 m)

PR FFF

125
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Moricandia arvensis Eruca vesicaria
MORICÂNDIA* RÚCULA, ERVA‑FEDORENTA
Ecologia: arvense e ruderal; em Ecologia: pousios, bermas de
substratos secos, geralmente caminhos.
básicos.

5m 30 m
a 20 m a 660 m

MD RRR MD F

Hirschfeldia incana
INEIXA
Ecologia: arvense e ruderal.

10 m
a 710 m
(1090 m)

PR FFF

Sinapis alba Sinapis arvensis


MOSTARDA‑BRAVA MOSTARDA‑DOS ‑CAMPOS
Ecologia: arvense e ruderal, margens Ecologia: infestante em campos
de cursos de água; em solos algo agrícolas; em substratos revolvidos e
húmidos e nitrofilizados. frequentemente nitrofilizados.

10 m 10 m
a 550 m
(740 m)
a 280 m

PR FF PR FF

Brassica barrelieri Brassica oxyrrhina


LABRESTO ‑DE ‑FLOR‑AMARELA* LABRESTO ‑DAS ‑AREIAS*
Ecologia: pastagens, pousios. Ecologia: prados; em solos arenosos.

10 m 0m
a 820 m
(1200 m)
a 130 m

MD FFF IM F

Diplotaxis catholica
GRIZANDRA
Ecologia: arvense, mas também
em pastagens, pousios e bermas de
caminhos; em solos ácidos.
CRUCÍFERAS

10 m
a 360 m
(770 m)

IM FF

126
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Diplotaxis virgata
GRIZANDRA
Ecologia: arvense, mas também
em pastagens, pousios e bermas de
caminhos; em solos ácidos.

10 m
a 320 m

MD F

127
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
VU
Diplotaxis siifolia Sisymbrella aspera
subsp. vicentina SISIMBRELA*
GRIZANDRA‑VICENTINA, Ecologia: margens e leitos secos
GRIZANDRA‑DE ‑SAGRES de ribeiras, bermas de caminhos,
Ecologia: clareiras de matos em prados húmidos.
dunas fixas.

10 m 80 m
a 80 m a 970 m

LU R MD F

Sisymbrium officinale Sisymbrium austriacum


RINCHÃO, ERVA‑DOS‑ RINCHÃO ‑AUSTRÍACO*
‑CANTORES, ERVA‑RINCHÃO
Ecologia: arvense e ruderal.
Ecologia: arvense e ruderal.

10 m 230 m
a 850 m
(1040 m)
a 710 m

PR FFF EU R

Sisymbrium orientale Barbarea vulgaris


RINCHÃO ‑ORIENTAL* ERVA‑DE ‑SANTA‑BÁRBARA, ERVA‑
‑DOS ‑CARPINTEIROS
Ecologia: arvense e ruderal.
Ecologia: prados húmidos, na
margem de cursos de água; em locais
algo sombrios.

10 m 20 m
a 90 m a 640 m

PR R PR R

Barbarea verna Barbarea intermedia


AGRIÃO ‑RINCHÃO* ERVA‑DE ‑XESTRE
Ecologia: prados húmidos; em Ecologia: prados na orla de bosques
substratos ácidos. e margens de cursos de água; em
locais húmidos.

10 m 480 m
a 110 m a 1490 m

EU R EU F

Alliaria petiolata Lunaria annua


ERVA‑ALHEIRA DINHEIRO ‑DO ‑PAPA, MOEDAS‑
‑DO ‑PAPA, CETIM ‑BRANCO
Ecologia: bosques caducifólios;
em locais sombrios, algo húmidos e Ecologia: naturalizada em bosques
nitrofilizados. sombrios; cultivada.
CRUCÍFERAS

30 m 20 m
a 810 m a 690 m

PR F IN R

128
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Coincya monensis
SARAMAGO ‑DE ‑BICO ‑CURVO
Ecologia: rochedos, clareiras de
matos, bermas de caminhos; em
solos arenosos ou pedregosos.

20 m
a 1750 m
(1890 m)

MD FFF

NT
Coincya transtagana Cardamine hirsuta
MOSTARDA‑ALENTEJANA* AGRIÃO ‑MENOR*, AGRIÃO ‑DE‑
‑CANÁRIO
Ecologia: em pastagens pedregosas,
taludes e ladeiras rochosas e Ecologia: rochedos, muros, clareiras
também sobre solos alterados em de matos, bosques; em locais algo
zonas mineiras. húmidos e sombrios.

80 m 10 m
a 260 m a 780 m
(1330 m)

IB RR PR FFF

Cardamine pratensis Rorippa amphibia


CARDAMINA‑DOS ‑PRADOS, NABIÇA‑DE ‑RIO*, AGRIÃO‑
ENXADREIA ‑AMARELO ‑MAIOR*
Ecologia: prados húmidos, margens Ecologia: margens encharcadas de
de linhas de água; em locais húmidos. cursos de água.

10 m
0m
a 270 m
a 900 m (400 m)

PR F PR F

Rorippa nasturtium‑ Rorippa pyrenaica


‑aquaticum AGRIÃO ‑DO ‑NORTE*
AGRIÃO, AGRIÃO ‑DOS ‑RIOS Ecologia: orlas de bosques ripícolas,
Ecologia: margens encharcadas de prados nas margens de rios; em
cursos de água. locais frescos.

0m (0 m)
a 840 m 200 m
(1120 m) a 1060 m

PR FFF EU R

Rorippa sylvestris
AGRIÃO ‑AMARELO*, AGRIÃO‑
‑SILVESTRE*
Ecologia: orlas de bosques ripícolas,
prados nas margens de rios.

10 m
a 580 m

PR R

129
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Erucastrum Cochlearia danica LC
nasturtiifolium COCLEÁRIA
RÚCULA‑FOLHA‑DE ‑AGRIÃO* Ecologia: arribas e rochedos do
Ecologia: rochedos, matos, bermas litoral; em solos salgadiços.
de caminhos; em solos rochosos ou
pedregosos, calcários.

20 m 0m
a 370 m a 10 m

EU R EU RR

SUBGRUPO

MASTRUÇOS, ASSEMBLEIAS
E AFINS
São apresentadas neste subcapítulo 45 espécies, que se inserem em 24 No género Lepidium incluem ‑se mais cinco espécies, quase todas pouco
géneros, a maioria dos quais monoespecífica: Bunias, Cakile, Calepina, Crambe, comuns e deficientemente conhecidas: L. sativum (mastruço), planta cultivada
Capsella, Cardaria, Draba, Erophila, Hornungia, Hymenolobus, Lobularia, Pritzelago, e por vezes subespontânea; L. latifolium, de ocorrência dispersa na área de
Rapistrum, Succowia, Teesdaliopsis e Thlaspi. Os restantes são Lepidium (sete influência mediterrânica; L. graminifolium, apenas indicada para a Estremadura
espécies), Alyssum (5), Biscutella (3), Iberis (3), Isatis (2), Teesdalia (2), Coronopus e para o litoral norte, que se distingue de L. virginicum por ter frutos ápteros
(2) e Jonopsidium (2). e apiculados; L. ruderale, com ocorrências dispersas no Centro e no Norte, e
similar a L. virginicum e a L. graminifolium, das quais se distingue pelas suas pétalas
Não apresentadas no guia, referem ‑se ainda: Teesdalia nudicaulis, frequente ausentes ou inconspícuas; L. campestre, apenas citada para os arredores de
em pastagens e prados pedregosos, distinguível, com alguma dificuldade, Lisboa e sem registos recentes de ocorrência em Portugal, similar a L. hetero‑
de T. coronopifolia pelo formato dos lóbulos das folhas basais (obtusos phyllum, da qual se distingue por ser, geralmente, anual e unicaule.
em T. nudicaulis, agudos em T. coronopifolia) e das pétalas (desiguais em
T. nudicaulis); Isatis tinctoria, outrora cultivada em Trás‑os‑Montes para Foram descritas duas subespécies de eruca ‑marítima (Cakile maritima):
obtenção de um pigmento azul, atualmente é bastante rara e conhecida subsp. integrifolia, em praias e dunas do litoral centro e norte, e subsp.
apenas de um único local; Alyssum granatense, em pousios e locais abertos, maritima, no litoral sul, e de aneixas (Rapistrum rugosum): subsp. linnaeanum,
do Algarve a Trás‑os‑Montes, confundível com A. simplex, mas com sépalas no Centro ‑Oeste e no Alto Alentejo, e subsp. rugosum, muito comum no
persistentes na frutificação e frutos (silículas) com dois tipos de pelos; Sul do território, ambas ocorrendo em pousios e campos agrícolas, e em
Alyssum minutum, nas rochas básicas do Nordeste transmontano e que solos básicos.
se distingue das restantes espécies do género pelos seus frutos glabros;
Alyssum alyssoides, apenas citada para Trás‑os‑Montes e sem registos
recentes; Iberis ciliata subsp. welwitschii, em solos arenosos, no litoral sul
e nas bacias do Sado e do Tejo; Iberis procumbens subsp. microcarpa, em solos
pedregosos calcários do Centro ‑Oeste e serra da Arrábida.

Alyssum serpyllifolium LC
TOMELOS
Ecologia: clareiras de matos,
pousios, bermas de caminhos; em
solos ultrabásicos, pedregosos.
CRUCÍFERAS

340 m
a 910 m

MD F

130
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Alyssum simplex
ALISSO ‑CAMPESTRE*
Ecologia: clareiras de matos,
pousios, campos agrícolas; em solos
pedregosos.

40 m
a 590 m

MD F

131
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Draba muralis Erophila verna
DRABA* DRABA‑PRIMAVERIL*
Ecologia: pousios, bermas de Ecologia: prados anuais, clareiras
caminhos, rochedos; algo nitrófila. de matos, pousios, rochedos;
indiferente edáfica, mas em locais
com alguma humidade.

(30 m) (180 m)
230 m 290 m
a 830 m a 1980 m

PR F PR F

VU
Hymenolobus procumbens Hornungia petraea
AGRIÃO ‑RASTEIRO*, AGRIÃO‑ MASTRUÇO ‑DAS ‑ROCHAS*
‑DAS ‑SALINAS*
Ecologia: fendas de rochas, prados
Ecologia: orlas de sapais, bermas de anuais rupícolas; em substratos
caminhos; em solos arenosos, algo básicos, pedregosos.
salinos e húmidos.

10 m 80 m
a 20 m a 540 m

PR RR MD R

Jonopsidium abulense Jonopsidium acaule LC


COCLEÁRIA‑DOS ‑CAMPOS* COCLEÁRIA‑MENOR
Ecologia: arvense e ruderal; em Ecologia: clareiras de matos e
substratos porosos, húmidos. pinhais, bermas de caminhos;
em substratos com humidade
temporária, em solos arenosos ou
derivados de basaltos.

(230 m) 10 m
360 m a 320 m
a 900 m (480 m)

IB R LU F

Lepidium virginicum Lepidium heterophyllum


MASTRUÇO ‑DAS ‑CALÇADAS*, MASTRUÇO ‑DOS ‑PRADOS,
LEPÍDIO ‑DA‑VIRGÍNIA LEPÍDIO
Ecologia: arvense e ruderal. Ecologia: prados húmidos, clareiras
de bosques.

10 m 30 m
a 90 m a 1320 m
(1550 m)

IN R EU FF

Pritzelago alpina Lobularia maritima


AGRIÃO ‑DOS ‑ALPES* AÇAFATE ‑DA‑PRAIA, ESCUDINHA
Ecologia: fendas de rochas básicas; Ecologia: dunas, arribas litorais,
em locais algo húmidos. prados rupícolas. Também é
cultivada em jardins.
CRUCÍFERAS

0m
510 m
a 350 m
a 550 m (470 m)

EU RRR EU FF

132
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Capsella bursa‑pastoris Teesdaliopsis conferta NT
BOLSA‑DE ‑PASTOR, ERVA‑DO‑ ASSEMBLEIAS ‑DA‑MONTANHA*
‑BOM ‑PASTOR
Ecologia: prados rupícolas; em solos
Ecologia: arvense e ruderal, também arenosos ou pedregosos, ácidos, de
em pastagens, bosques, matos. alta montanha.

10 m 1570 m
a 830 m
(1540 m)
a 1860 m

PR FFF IB R

Teesdalia nudicaulis Thlaspi perfoliatum


ASSEMBLEIAS ‑PEQUENAS* ASSEMBLEIAS ‑PERFOLIADAS*
Ecologia: pousios, pastagens; em Ecologia: campos agrícolas, pousios,
solos arenosos ou pedregosos, rochedos; em solos básicos.
ácidos, algo húmidos.

10 m 50 m
a 1540 m
(1980 m)
a 490 m

PR FF PR F

Calepina irregularis Cardaria draba


ERVA‑DOS ‑PRADOS ERVA‑FOME
Ecologia: prados na orla de bosques; Ecologia: pousios, pastagens;
em sítios algo sombrios e húmidos. em solos perturbados e algo
nitrofilizados.

110 m 50 m
a 810 m a 1470 m

PR R PR R

Coronopus didymus Coronopus squamatus


MASTRUÇO, MENTRUZ‑RASTEIRO NEGABELHA
Ecologia: ruderal e em fendas de Ecologia: ruderal.
muros e calçadas.

0m 20 m
a 390 m a 160 m

IN F PR F

Rapistrum rugosum
ANEIXA
Ecologia: arvense e ruderal, também
em clareiras de matos e pousios;
geralmente em solos básicos,
revolvidos ou pedregosos.

10 m
a 310 m
(420 m)

MD FF

133
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Iberis pectinata Iberis ciliata
ASSEMBLEIAS ‑PENTEADAS* subsp. contracta
Ecologia: clareiras de matos; em ASSEMBLEIAS ‑ROSADAS*
solos argilosos e pedregosos, Ecologia: clareiras de matos; em
descarbonatados. solos argilosos e pedregosos,
descarbonatados.

30 m 10 m
a 290 m a 760 m

IB RR IM R

Iberis procumbens Biscutella auriculata


subsp. procumbens BISCUTELA *
ASSEMBLEIAS Ecologia: prados, pastagens,
Ecologia: matos baixos, em dunas bermas de caminhos; em substratos
e arribas litorais; em substratos geralmente básicos.
arenosos ou rochosos.

10 m 50 m
a 470 m
(660 m)
a 290 m

IB F MD R

Biscutella valentina
BISCUTELA‑VALENTINA*
Ecologia: clareiras de matos,
rochedos, taludes; em solos
pedregosos; indiferente edáfica.

20 m
a 720 m
(990 m)

MD F

Biscutella sempervirens NT
subsp. vicentina
BISCUTELA‑VICENTINA*
Ecologia: clareiras de matos em
dunas fixas e arribas litorais.

10 m
a 90 m

IB R

VU
Isatis platyloba Cakile maritima
PASTEL‑BRAVO ERUCA‑MARÍTIMA, CARQUEJA‑
‑MANSA
Ecologia: escarpas e rochedos; em
locais soalheiros, nitrófila. Ecologia: praias e dunas litorais.
CRUCÍFERAS

460 m 0m
a 660 m a 20 m

IB RR PR FF

134
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
CR
Succowia balearica Crambe hispanica
ERVA‑DOS ‑OURIÇOS* COUVE ‑BASTARDA
Ecologia: escarpas e arribas litorais Ecologia: rochedos, escarpas; em
calcárias. locais abrigados e algo húmidos.

30 m 20 m
a 70 m a 540 m
(810 m)

MD RRR MD R

Bunias erucago
GRIZANDRA, MAÇÃ‑DE ‑BEDEL
Ecologia: margens de linhas de água,
por vezes em campos agrícolas; em
solos algo húmidos e nitrofilizados.

40 m
a 840 m

MD F

135
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
23.
URZES
E AFINS

As ericáceas são representadas em Portugal continental


por 18 espécies, que se enquadram em oito géneros:
Erica (10), Vaccinium (2) e Daboecia, Calluna, Arbutus,
Rhododendron, Monotropa e Corema, todos representados
por uma única espécie. O aspeto das espécies desta
família é muito diversificado, variando desde pequenas
árvores, como o medronheiro (Arbutus unedo), a pequenos
arbustos de folhas aciculares, como as urzes (Erica spp.),
até plantas sem clorofila, como Monotropa hypopitys.
Em obras como a Flora iberica, os géneros Monotropa
e Corema são integrados em famílias distintas, Monotro-
paceae e Empetraceae, respetivamente.

Ademais das 16 espécies ilustradas neste guia, ocorrem


também em Portugal continental: Erica andevalensis,
endémica da faixa piritosa ibérica, e em Portugal
conhecida de um único local no Baixo Alentejo,
na margem de lagoas resultantes de atividade mineira
e tolerante a concentrações elevadas de metais pesados
no solo; Vaccinium uliginosum, restrita aos matos de altitude
da serra da Estrela e que se distingue de V. myrtillus (mais
frequente e dispersa nas serras do Norte) por ter folhas
de margem inteira, com ápice obtuso e algo glaucas.
Tanto E. andevalensis como V. uliginosum estão ameaçadas
de extinção, enquadrando-se na categoria Vulnerável.

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
VU
Monotropa hypopitys Corema album
FALSO ‑NINHO ‑DE ‑PÁSSARO* CAMARINHA, CAMARINHEIRA
Ecologia: bosques e pinhais, Ecologia: dunas, pinhais litorais.
alimentando ‑se de matéría orgânica
em decomposição; em locais
sombrios e húmidos.

530 m 10 m
a 1160 m a 80 m

PR R IB FF

Daboecia cantabrica Calluna vulgaris


URZE ‑IRLANDESA TORGA, QUEIRÓ, URZE
Ecologia: matos acidófilos. Ecologia: matos acidófilos, pinhais,
desde dunas até alta montanha.

10 m 5m
a 940 m a 1350 m
(1050 m) (1960 m)

EU F PR FFF

Erica ciliaris Erica tetralix


LAMEIRINHA, URZE ‑CARAPAÇA, MARGARIÇA, URZE ‑DAS‑
CORDÕES ‑DE ‑FREIRA ‑TURFEIRAS
Ecologia: matos higrófilos, turfeiras; Ecologia: matos higrófilos, turfeiras;
em solos ácidos. em solos ácidos.

10 m 60 m
a 1010 m
(1120 m)
a 1450 m

PR FF EU F

Erica umbellata Erica erigena


QUEIROGA, QUEIRÓ, TORGA URZE ‑DOS ‑BREJOS
Ecologia: matos acidófilos, pinhais. Ecologia: matos higrófilos; em solos
arenosos, ácidos.

5m 10 m
a 1290 m a 200 m
(1620 m) (320 m)

IM FFF EU F

Erica cinerea Erica australis


QUEIRÓ, URZE ‑ROXA URGUEIRA, URZE ‑VERMELHA,
TORGA‑VERMELHA
Ecologia: matos acidófilos.
Ecologia: matos acidófilos; em locais
soalheiros.
URZES E AFINS

20 m 20 m
a 1150 m a 1540 m
(1400 m) (1840 m)

EU FFF IM FFF

138
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Erica lusitanica Erica scoparia
URZE ‑PORTUGUESA URZE ‑DAS ‑VASSOURAS
Ecologia: matos higrófilos; em solos Ecologia: matagais; em solos ácidos
ácidos. ou descarbonatados.

10 m 10 m
a 590 m a 670 m
(1210 m) (930 m)

EU FF MD FFF

Arbutus unedo
MEDRONHEIRO, ÊRVODO,
ERVEDEIRO
Ecologia: matagais, bosques
perenifólios; indiferente edáfica.

20 m
a 760 m
(1040 m)

MD FFF

Vaccinium myrtillus Rhododendron ponticum


UVA‑DO ‑MONTE, ARANDO, subsp. baeticum
MIRTILO ‑BRAVO ADELFEIRA, ADELFA, LOENDRO
Ecologia: matos higrófilos, turfeiras; Ecologia: matagais ripícolas; em
em zonas de montanha, em solos locais húmidos e sombrios, em
ácidos e húmidos. substratos ácidos.

(530 m)
640 m 50 m
a 1510 m a 850 m
(1640 m)

PR R IB R

Erica arborea
URZE ‑BRANCA, URZE ‑ARBÓREA
Ecologia: matagais; em encostas
frescas.

30 m
a 1580 m
(1910 m)

PR FFF

139
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
24.
TROVISCOS

As timeleáceas (Thymeleaceae) são uma família escas-


samente representada em Portugal continental, com
apenas 11 espécies, agrupadas em dois géneros: Thymelaea
(nove espécies) e Daphne (2).

O género Thymelaea (ervas-trovisco) inclui nove


espécies, principalmente arbustos rasteiros e ervas
anuais. Além das espécies ilustradas, assinalam-se para
o território: T. ruizii, raríssima e confirmada num único
local no Nordeste transmontano; T. coridifolia subsp.
dendrobryum, também raríssima e conhecida apenas
em clareiras de urzal, nos pontos mais altos da serra
da Estrela; T. gussonei, rara, em prados sobre solos
básicos no Centro-Oeste e Alto Alentejo. É semelhante
a T. passerina, da qual se distingue por ter flores mascu-
linas com perianto comprido (tubular), enquanto todas
as flores de T. passerina possuem perianto curto. Em 2019
foi encontrada, no Baixo Alentejo, uma novidade para
a flora portuguesa, T. salsa, em comunidades arvenses
de sequeiro. Em sentido contrário, T. hirsuta, colhida
no Algarve, não é registada desde meados do século XIX
e considera-se como regionalmente extinta.

O género Daphne (troviscos) engloba plantas de porte


arbustivo e é representado por apenas duas espécies:
D. gnidium, extremamente comum de norte a sul,
e D. laureola, de distribuição restrita à serra de Sintra,
embora frequente no arquipélago dos Açores.

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
LC
Thymelaea procumbens Thymelaea passerina
TROVISCO ‑RASTEIRO* ERVA‑TROVISCO*
Ecologia: matos acidófilos; em zonas Ecologia: prados e pastagens anuais,
de montanha. pousios.

(60 m)
820 m 190 m
a 1130 m a 380 m

IB RR PR RR

EN
Thymelaea broteriana Thymelaea villosa
TROVISCO ‑DO ‑GERÊS*, TROVISCO ‑ALVAR*
TIMELEIA‑DO ‑GERÊS*
Ecologia: matos acidófilos.
Ecologia: matos acidófilos; em zonas
de montanha.

910 m 20 m
a 1510 m a 480 m

IB R IM F

Daphne laureola CR
TROVISCO ‑LOURO*
Ecologia: bosques e matas fechadas;
em locais sombrios.

440 m
a 460 m

PR RR

Daphne gnidium
TROVISCO, GORREIRO,
TROVISQUEIRO
Ecologia: matos, matagais e bosques
perenifólios; indiferente edáfica.

10 m
a 770 m
(1180 m)

MD FFF

141
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
25.
SAXIFRAGÁCEAS

As saxifragáceas são representadas em Portugal


continental por apenas dois géneros, Saxifraga, o mais
diversificado, com nove espécies, e Chrysosplenium,
com apenas uma espécie (C. oppositifolium).
Além das espécies ilustradas no guia, assinalam-se ainda:
Saxifraga stellaris, exclusivamente na serra da Estrela,
em fontes e rochas ácidas ressumantes, acima de 1500
metros de altitude, e que se distingue da muito mais
frequente S. spathularis porque as suas folhas não apre-
sentam uma margem hialina; S. dichotoma, erva anual,
pioneira em afloramentos de rochas máficas e ultra-
máficas em Trás-os-Montes, passível de confusão com
S. carpetana, da qual se separa porque apresenta folhas
basais profundamente fendidas, glabras ou glabres-
centes, enquanto as folhas basais de S. carpetana têm
fendas menos profundas e possuem pelos glandulosos
abundantes

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Chrysosplenium Saxifraga tridactylites
oppositifolium SAXÍFRAGA‑FOLHAS ‑DE‑
CRISOSPLÉNIO, DOURADINHA ‑ARRUDA*

Ecologia: fontes, regatos; em locais Ecologia: rupícola; em rochas


muito húmidos. básicas, mas também em solos
arenosos siliciosos.

140 m 70 m
a 1330 m a 660 m

EU R PR R

VU
Saxifraga cintrana Saxifraga granulata
QUARESMAS ‑DE ‑SINTRA* QUARESMAS, SAXÍFRAGA‑
‑COMUM, SANÍCULA‑DOS‑
Ecologia: rupícola; em rochas ‑MONTES
calcárias.
Ecologia: rochas, taludes, orlas
de bosques; em locais rochosos
ou pedregosos, sombrios e algo
húmidos.

190 m 40 m
a 660 m a 1150 m
(1820 m)

LU R PR FFF

Saxifraga carpetana Saxifraga fragosoi


SAXÍFRAGA‑DE ‑TRÁS ‑OS‑ SAXÍFRAGA‑DAS ‑ROCHAS*
‑MONTES*
Ecologia: rupícola; em rochas ácidas.
Ecologia: prados húmidos; sobre
solos ácidos ou básicos.

550 m 160 m
a 800 m a 1400 m

IM RR EU F

Saxifraga lepismigena Saxifraga spathularis


SAXÍFRAGA‑ATLÂNTICA* SAXÍFRAGA‑ESPATULADA*
Ecologia: rochas e taludes com Ecologia: rochas e taludes; em
escorrência de água, orlas de meios húmidos, sombrios e sobre
bosque ripícola; em meios húmidos, substratos ácidos.
sombrios e sobre substratos ácidos.

(10 m)
40 m 120 m
a 1010 m a 1840 m

IB F EU F

143
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
26.
ROSÁCEAS

As rosáceas são uma família muito diversa, com cerca


de 76 espécies, enquadradas em 18 géneros, alguns
dos quais exclusivamente representados por espécies
arbóreas ou arbustivas (e. g., Pyrus, Prunus) e outros exclu-
sivamente herbáceos (e. g., Aphanes, Sanguisorba). Nesta
família incluem-se várias espécies utilizadas na alimen-
tação e amplamente cultivadas em Portugal pelos
seus frutos, entre as quais a macieira (Malus domestica),
a pereira (Pyrus communis), a cerejeira (Prunus avium),
a amendoeira (Prunus dulcis), o pessegueiro (Prunus
persica), o damasqueiro (Prunus armeniaca), o marme-
leiro (Cydonia oblonga), a nespereira (Eriobotrya japonica),
o morangueiro (Fragaria x ananassa) e a framboeseira
(Rubus idaeus), entre outras.

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

ROSÁCEAS HERBÁCEAS
Agrupam ‑se neste subcapítulo os géneros de rosáceas dominados por No género Aphanes assinalam ‑se ainda mais três espécies: A. arvensis, A.
plantas herbáceas, anuais ou perenes: Potentilla (9), Aphanes (5), Sanguisorba lusitanica e A. microcarpa, todas semelhantes e de complexa distinção
(3), Geum (3), Agrimonia (2), Filipendula (2), Alchemilla (1), Fragaria (1) e Dus‑ entre si, pelo que a sua real distribuição e requisitos ecológicos são mal
chesnea (1). conhecidos. No género Potentilla são também assinaladas: P. neumanniana,
conhecida apenas da serra de Nogueira e em Bragança, onde ocorre em
Além das espécies ilustradas no guia, assinalam ‑se ainda: Geum hispidum, prados perenes nas clareiras de carvalhais e em taludes de estradas sobre
apenas presente em Trás‑os‑Montes, em lameiros e margens de regatos; rochas máficas, considerada como quase ameaçada; P. rupestris, de flor
Agrimonia procera, de ocorrência esporádica nas regiões interiores, de branca, conhecida apenas dos leitos de cheia rochosos dos rios Minho,
Trás‑os‑Montes ao Alentejo, em orlas de bosques caducifólios e que se Tuela, Sabor e Maçãs. Duas outras espécies foram citadas para Portugal no
distingue, com alguma dificuldade, de A. eupatoria (mais frequente) pela passado, mas não se lhes conhecem quaisquer registos recentes: P. anserina,
pilosidade dos caules (possui pelos não glandulosos compridos e patentes) na Estremadura e foz do Douro, e P. asturica, na serra da Estrela.
e pela coloração verde da página inferior das folhas (verde ‑acinzentado em
A. eupatoria); morangueiro ‑de ‑jardim (Duchesnea indica), planta ornamental,
naturalizada nas regiões norte e centro e nos Açores, que se diferencia do
nativo morangueiro ‑silvestre (Fragaria vesca) por possuir pétalas amarela‑
das e flores sempre solitárias.

Aphanes australis Aphanes cornucopioides


FALSA‑SALSA‑DO ‑SUL* FALSA‑SALSA‑DAS‑
‑CORNUCÓPIAS*
Ecologia: pousios, pastagens,
campos agrícolas, matos; geralmente Ecologia: pousios, pastagens,
em solos arenosos e ácidos. campos agrícolas, matos.

10 m 30 m
a 790 m
(1080 m)
a 790 m

EU FF IM R

Fragaria vesca Alchemilla transiens CR


MORANGUEIRO ‑SILVESTRE ERVA‑DE ‑CETIM*, ALQUEMILA*
Ecologia: bosques, prados húmidos, Ecologia: fendas de rochas ácidas;
bermas e taludes de caminhos; em em alta montanha.
locais sombrios e húmidos.

50 m 1660 m
a 1080 m
(1200 m)
a 1920 m

PR F EU RRR

Potentilla erecta Potentilla reptans


CINCO ‑EM ‑RAMA, TOMENTILHA CINCO ‑EM ‑RAMA, TOMENTILHA
Ecologia: prados e matos higrófilos, Ecologia: prados húmidos, margens
turfeiras; em solos húmidos, ácidos. de linhas de água, bermas de
caminhos; em solos húmidos.

10 m 10 m
ROSÁCEAS

a 1510 m a 860 m
(1910 m) (1100 m)

EU FF PR FFF

146
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
EN
Potentilla montana Potentilla sterilis
POTENTILHA‑DOS ‑MONTES* POTENTILHA‑ESTÉRIL*
Ecologia: orlas de bosques, Ecologia: orlas de bosques
rochedos, taludes, muros. caducifólios, sebes; em locais frescos
e sombrios.

130 m 30 m
a 550 m a 1100 m

EU RR EU R

Geum sylvaticum Geum urbanum


ERVA‑BENTA‑DOS ‑BOSQUES* ERVA‑BENTA, ERVA‑DE ‑SÃO‑
‑BENTO, SANAMUNDA
Ecologia: orlas de matagais e
bosques; em locais ensombrados e Ecologia: orlas de bosques, matagais
algo húmidos. e sebes; em sítios ensombrados e
húmidos.

70 m 20 m
a 1120 m a 1040 m

MD F PR F

Sanguisorba minor Sanguisorba verrucosa


PIMPINELA‑MENOR, TINTINELA PIMPINELA‑COMUM
Ecologia: clareiras de matos, Ecologia: clareiras de matos,
rochedos, pousios, lameiros; rochedos, pousios; em substratos
em substratos pedregosos, algo pedregosos, algo perturbados;
perturbados; indiferente edáfica. indiferente edáfica.

40 m
30 m
a 890 m
a 980 m (1280 m)

PR F PR FFF

Sanguisorba hybrida Agrimonia eupatoria


AGRIMÓNIA‑BASTARDA AGRIMÓNIA, CHÁ‑DOS ‑BOSQUES,
ERVA‑EUPÁTICA
Ecologia: orlas de bosques
perenifólios, prados húmidos perto Ecologia: orlas de bosques, sebes,
de linhas de água; em locais algo pousios.
sombrios e frescos.

40 m 10 m
a 460 m
(680 m)
a 800 m

IB FF PR FF

Filipendula ulmaria Filipendula vulgaris


ERVA‑DAS ‑ABELHAS, RAINHA‑ FILIPÊNDULA
‑DOS ‑PRADOS, ULMEIRA
Ecologia: prados húmidos, orlas de
Ecologia: prados húmidos, orlas de bosques; em solos temporariamente
bosques; em solos húmidos. húmidos.

10 m 50 m
a 1060 m a 1120 m

PR R PR R

147
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

ROSÁCEAS ARBUSTIVAS
E ARBÓREAS
Neste subgrupo incluem ‑se os géneros de rosáceas constituídos por sendo conhecidas de pouquíssimos locais, e outras apresentam uma dis‑
espécies de porte arbustivo (por vezes trepadeiras) ou arbóreo: Rubus tribuição dispersa nas serras do interior norte e centro: R. brigantinus, R.
(silvas, 16 espécies), Rosa (roseiras, 15), Prunus (7), Sorbus (5), Pyrus (2) galloecicus, R. genevieri, R. radula, R. vagabundus e Rubus vestitus. Mencionam ‑se
e Malus, Cydonia, Crataegus, Spiraea e Amelanchier, com apenas uma espécie. também: R. vigoi, de distribuição dispersa, entre Trás‑os‑Montes e a serra
de Sintra; R. peratticus, assinalada apenas em algumas serras do Centro
Os géneros Rosa (roseiras) e Rubus (silvas) são taxonomicamente (Estrela, Montejunto) e do Norte (Alvão); R. caesius, dispersa no Norte do
complexos. Além de muito diversificados, as espécies possuem elevada país; R. praecox, registada na serra do Gerês e em alguns locais de Trás‑os‑
plasticidade morfológica e capacidade de hibridação, pelo que a correta ‑Montes; R. sampaioanus, dispersa pela área de influência atlântica do Norte
identificação da maioria das espécies é um exercício muito difícil. e do Centro e, aparentemente, ausente do Nordeste transmontano. R.
ulmifolius é, de longe, a espécie mais frequente em Portugal, e praticamente
No género Rosa, a maioria das espécies concentra‑se na região norte, prin‑ a única que se pode encontrar na região sul.
cipalmente em Trás‑os‑Montes, região onde se podem encontrar pratica‑
mente todas as espécies nativas de Portugal continental. Adicionalmente Nos restantes géneros, outras espécies não ilustradas no guia são: azereiro‑
às espécies apresentadas no guia, indicam ‑se: R. agrestis, nas montanhas do ‑dos‑danados (Prunus padus), pouco frequente na Beira Interior e em Trás‑os‑
quadrante nordeste; R. andegavensis, conhecida de poucos locais em Trás‑os‑ ‑Montes, que se distingue de P. mahaleb (mais frequente) pelas inflorescên‑
‑Montes; R. blondaeana, mal conhecida, mas com registos dispersos na região cias com mais flores e folhas maiores e ovado ‑lanceoladas; sorveira‑branca
norte; R. corymbifera, dispersa nas serras do Norte e do Centro interior; R. dese‑ (Sorbus aria), rara, em orlas de bosques caducifólios e perto de linhas de água
glisei, apenas citada para o Norte de Trás‑os‑Montes; R. squarrosa, frequente pedregosas, em regiões montanhosas. A população nativa ocorre apenas nas
na região norte e dispersa para sul, até ao Alentejo; R. tomentosa, presente serras da Estrela e do Gerês, embora existam exemplares cultivados noutros
na serra do Gerês e citada também para Trás‑os‑Montes; R. villosa, assina‑ locais (serras da Freita, do Buçaco e da Lousã); sorveira (Sorbus domestica),
lada para Trás‑os‑Montes e para a serra do Gerês; R. vosagiaca, assinalada cultivada no passado e da qual existem dúvidas quanto ao carácter autóctone
para as serras do Norte e do Centro interior; R. rubiginosa, raríssima e apenas da população portuguesa, pois, apesar de poder ocorrer esporadicamente
conhecida de um único local na serra da Estrela, ameaçada de extinção; R. em bosques secundários, são geralmente indivíduos associados a cultivos
canina, distribuída com alguma regularidade de norte a sul, mas escassa nas abandonados; abrunheiro ‑bravo (Prunus insititia) ocorre em sebes e orlas de
regiões mais secas; R. arvensis, apenas recentemente descoberta em territó‑ bosques, em locais frescos, frequente em Trás‑os‑Montes mas de ocorrência
rio nacional, em bosques caducifólios na serra de Nogueira; R. stylosa, apenas esporádica a sul do Douro. Distingue‑se de P. spinosa porque apresenta frutos
confirmada para a região centro; R. gallica é uma planta ornamental, por vezes e folhas de maiores dimensões e raminhos pubescentes.
escapada de cultivo e subespontânea em sebes e perto de cursos de água.
A amendoeira (Prunus dulcis) é amplamente cultivada no Algarve, no
Tal como no género Rosa, a maioria das espécies nativas de Rubus Alentejo e em Trás‑os‑Montes e ocorre pontualmente como subespon‑
concentra ‑se principalmente em Trás‑os‑Montes, onde se registaram tânea em locais secos e pedregosos. Duas espécies alóctones, Pyracantha
todas as espécies já citadas para Portugal continental. Algumas, como R. coccinea e Mespillus germanica, são cultivadas como ornamentais e ocasional‑
canescens e R. castellarnaui, ocorrem exclusivamente nesta região do país, mente podem encontrar‑se indivíduos assilvestrados.

Rosa pouzinii Rosa micrantha


ROSEIRA‑DE ‑PÉS‑ ROSEIRA‑DE ‑FOLHAS‑
‑GLANDULOSOS* ‑GLANDULOSAS*
Ecologia: orlas de matagais e Ecologia: orlas de matagais e
bosques ripícolas, sebes; em solos bosques ripícolas, sebes; em solos
profundos e húmidos. profundos e húmidos.

10 m 60 m
ROSÁCEAS

a 890 m a 860 m
(1010 m) (1080 m)

MD F PR F

148
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Rosa sempervirens
ROSEIRA‑BRAVA
Ecologia: orlas de matagais e
bosques, sebes; em solos profundos
e frescos.

10 m
a 250 m

MD F

149
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Rubus ulmifolius
SILVA‑COMUM
Ecologia: orlas ripícolas, sebes;
ruderal em solos perturbados e
húmidos.

10 m
a 810 m
(1360 m)

PR FFF

Rubus lainzii Rubus henriquesii


SILVA‑DE ‑LAINZ* SILVA‑DE ‑HENRIQUES*
Ecologia: orlas de bosques, margens Ecologia: orlas de bosques e
de cursos de água. matagais; em locais soalheiros.

580 m 520 m
a 1150 m a 1160 m

IB R IB F

Amelanchier ovalis Crataegus monogyna


AMELANQUER, NESPEREIRA‑DO‑ PILRITEIRO, ESPINHEIRO ‑ALVAR,
‑MONTE CARAPETEIRO
Ecologia: bosques e matagais; em Ecologia: matagais e bosques
locais pedregosos ou rochosos, em ripícolas, sebes; em locais sombrios e
zonas de montanha. algo húmidos.

(160 m) 10 m
510 m a 870 m
a 1500 m (1220 m)

PR R PR FFF

VU
Spiraea hypericifolia Cydonia oblonga
subsp. obovata MARMELEIRO
GRINALDA, ESPIREIA* Ecologia: naturalizada em sebes e
Ecologia: orlas de bosques e margens de cursos de água.
matagais ripícolas, sebes; em
margens rochosas de cursos de água
permanentes.

20 m 10 m
a 640 m a 500 m

EU R IN FF

Pyrus bourgaeana Pyrus cordata


CATAPEREIRO, PEREIRA‑BRAVA, PERIQUEIRO, ESCALHEIRO‑
CACHIPIRRO ‑MANSO, ESCAMBRÃO
Ecologia: matos, sebes; em locais Ecologia: orlas de bosques
soalheiros e solos pedregosos; caducifólios, matagais, sebes;
indiferente edáfica. indiferente edáfica.

10 m 10 m
ROSÁCEAS

a 620 m a 1130 m
(840 m) (1360 m)

IM FF PR F

150
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Malus sylvestris Sorbus aucuparia
MACIEIRA‑BRAVA TRAMAZEIRA, CORNOGODINHO
Ecologia: bosques caducifólios, Ecologia: bosques caducifólios,
matas, sebes. matagais, escarpas; em zonas de
montanha.

(30 m)
370 m 740 m
a 1130 m a 1550 m
(1900 m)

EU R PR R

VU
Sorbus latifolia Sorbus torminalis VU
MOSTAJEIRO MOSTAJEIRO ‑DAS ‑CÓLICAS*
Ecologia: bosques caducifólios, Ecologia: bosques e matagais
perto de linhas de água; em zonas de caducifólios; em zonas de montanha.
montanha.

(330 m)
550 m 180 m
a 1140 m a 820 m
(1270 m)

EU R PR R

Prunus avium Prunus lusitanica


CEREJEIRA‑BRAVA, CERDEIRA AZEREIRO
Ecologia: bosques caducifólios; em Ecologia: bosques caducifólios,
locais frescos, com solos profundos, matagais e rochedos em linhas de
também cultivada. água; em locais húmidos; por vezes
cultivada com ornamental.

(20 m)
40 m 250 m
a 1070 m a 880 m
(1360 m)

PR FF MD R

Prunus mahaleb Prunus spinosa


GINJERINEIRA, CEREJEIRA‑DE‑ ABRUNHEIRO ‑BRAVO
‑SANTA‑LÚCIA, CEREJEIRA‑
Ecologia: matagais, sebes.
‑MAHALEB*
Ecologia: bosques, matagais, sebes;
em encostas sombrias e pedregosas.

130 m 10 m
a 730 m a 820 m
(870 m) (930 m)

PR R PR FF

151
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
27.
LEGUMINOSAS

As leguminosas (família Fabaceae) são uma das famílias


botânicas mais diversificadas em Portugal continental,
pois incluem 49 géneros e cerca de 300 táxones. Várias
espécies de leguminosas são muito importantes para
a alimentação e amplamente cultivadas, incluindo
o feijão (Phaseolus vulgaris), a soja (Glycine max), a ervilha
(Pisum sativum), o grão-de-bico (Cicer arietinum), a lentilha
(Lens culinaris), o tremoço (Lupinus albus) e o amendoim
(Arachis hypogaea), entre outras.

Neste grupo apresentam-se apenas 40 géneros e cerca


de 280 táxones, pois as leguminosas de porte arbóreo
(oito géneros e 16 espécies) são apresentadas no grupo
«Árvores e arbustos diversos». Muitas das leguminosas
arbóreas não são nativas de Portugal e pertencem às
subfamílias das cesalpinioídeas (Caesalpinioideae)
e mimosoídeas (Mimosoideae).

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

TREMOCEIROS
E ANAFES
Neste subgrupo incluem ‑se as espécies dos géneros Melilotus (10), Lupinus
(6), Galega (1) e Glycyrrhiza (1).

Não ilustradas no guia, assinalam ‑se também: Glycyrrhiza glabra (alcaçuz),


pouco frequente, com escassos registos na Lezíria do Tejo e no Algarve;
Galega cirujanoi, rara, assinalada apenas para a Lezíria do Tejo e Sintra, havendo
algumas dúvidas sobre o carácter autóctone da planta em Portugal.
No género Melilotus ocorrem ainda: M. elegans, apenas registada no Tejo
Superior e para o Baixo Alentejo; M. infestus, rara e assinalada apenas
para a Estremadura e Alto Alentejo; M. italicus, pouco frequente, mas
cultivada como forragem no passado; M. siculus, em solos salgadiços
próximos do litoral, do Centro e do Sul; M. sulcatus, mal conhecida, mas
com distribuição histórica dispersa no país.

Lupinus luteus Lupinus angustifolius


TREMOCILHA, TREMOCEIRO‑ TREMOCEIRO ‑BRAVO,
‑AMARELO TREMOCEIRO ‑AZUL,
TREMOCEIRO ‑DE ‑FOLHA‑
Ecologia: arvense e ruderal; também ‑ESTREITA
cultivada para enriquecimento de
Ecologia: arvense e ruderal,
solos; em solos ácidos.
também em dunas; em solos ácidos,
geralmente arenosos.

10 m 10 m
a 790 m a 810 m

MD FFF MD FFF

Lupinus micranthus Lupinus cosentinii LC


TREMOCEIRO ‑HIRSUTO* TREMOCEIRO ‑SEDOSO*
Ecologia: arvense e ruderal; em solos Ecologia: arvense e ruderal; em solos
ácidos. ácidos, arenosos e algo salgadiços.

20 m 0m
a 480 m a 50 m

MD FF MD R

Lupinus gredensis Lupinus hispanicus


TREMOCEIRO‑BRAVO, TREMOCEIRO ‑ESPANHOL
TREMOCEIRO ‑DE ‑GREDOS*
Ecologia: arvense e ruderal; em solos
Ecologia: arvense e ruderal; ácidos.
em solos ácidos.
LEGUMINOSAS

(190 m)
530 m 220 m
a 1050 m a 800 m
(1610 m)

IB F IB R

154
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Melilotus spicatus Melilotus segetalis LC
ANAFE ‑NAPOLITANO ANAFA, ANAFE ‑MAIOR
Ecologia: arvense e ruderal. Ecologia: arvense e ruderal; em solos
húmidos, por vezes salgadiços.

10 m
130 m
a 200 m
a 700 m (420 m)

MD R MD F

Melilotus officinalis Melilotus indicus


MELILOTO ‑AMARELO, TREVO ‑DE‑ ANAFE ‑MENOR, MELILOTO ‑DA‑
‑CHEIRO ‑ÍNDIA
Ecologia: arvense e ruderal; em solos Ecologia: arvense e ruderal; em solos
arenosos ou calcários. húmidos.

10 m
10 m
a 310 m
a 430 m (490 m)

PR R PR FFF

Melilotus albus Galega officinalis LC


ANAFE ‑BRANCA GALEGA, CAPRÁRIA, ARRUDA‑
‑CAPRÁRIA
Ecologia: arvense e ruderal, também
nas margens de rios; em solos Ecologia: prados húmidos, nas
húmidos. margens de rios.

10 m 210 m
a 740 m
(1110 m)
a 570 m

PR R PR R

SUBGRUPO

LUZERNAS
Neste subgrupo apresentam ‑se as espécies dos géneros Medicago (19) e no Sul do país, que se distingue por ser praticamente glabra; Trigonella ovalis,
Trigonella (4). rara, apenas muito recentemente confirmada como ocorrente em pousios,
numa área localizada do Baixo Alentejo. Assinalam ‑se ainda duas espécies
Não ilustradas no guia assinalam ‑se também em Portugal: Medicago falcata, nativas do Mediterrâneo Oriental e ocasionalmente subespontâneas:
por vezes considerada apenas uma variedade de M. sativa, da qual se Medicago arborea, de porte arbustivo e cultivada como ornamental; Medicago
distingue pelas flores amarelas; Medicago murex, rara, com escassos registos rugosa, ocasional em prados ruderais nos arredores de Coimbra e de Lisboa.

Medicago italica Medicago polymorpha


LUZERNA‑ITALIANA CARRAPIÇO, LUZERNA‑COMUM
Ecologia: arvense, pousios e bermas Ecologia: arvense, pousios e bermas
de caminhos. de caminhos; indiferente edáfica.

10 m 10 m
a 480 m a 640 m
(640 m) (830 m)

MD F MD FFF

155
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Medicago arabica Medicago truncatula
LUZERNA‑ARÁBICA LUZERNA‑CORTADA, LUZERNA‑
‑DE ‑BARRIL
Ecologia: arvense, bermas de
caminhos; em solos frescos. Ecologia: arvense, pousios e bermas
de caminhos; em solos básicos.

10 m 10 m
a 700 m
(820 m)
a 350 m

PR FFF MD R

Medicago doliata Medicago rigidula


LUZERNA‑DE ‑BARRIL LUZERNA‑PELUDA
Ecologia: arvense, pousios e orlas Ecologia: arvense, pousios e bermas
de matagais; geralmente em solos de caminhos; geralmente em solos
básicos. básicos.

100 m 100 m
a 230 m
(450 m)
a 790 m

MD FF PR F

Medicago littoralis Medicago minima


LUZERNA‑DAS ‑AREIAS LUZERNA‑PEQUENA
Ecologia: dunas e prados, em solos Ecologia: prados; em solos secos e
arenosos do litoral. pedregosos.

0m 40 m
a 120 m a 700 m
(330 m) (820 m)

MD FFF PR FFF

Medicago scutellata Medicago orbicularis


LUZERNA‑ESCUDELADA* LUZERNA‑ORBICULAR
Ecologia: arvense, pousios; em solos Ecologia: arvense e em margens de
básicos. cursos de água; geralmente em solos
básicos.

60 m 20 m
a 350 m a 350 m
(820 m)

MD RR MD F

Medicago blancheana Medicago intertexta


LUZERNA‑ESCUDELADA‑ LUZERNA‑BRAVA, TREVAGEM
‑BICONVEXA*
Ecologia: arvense, bermas de
Ecologia: arvense, pousios; em solos caminhos.
básicos.
LEGUMINOSAS

170 m 5m
a 420 m a 190 m

IN RR MD R

156
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Medicago lupulina Medicago marina
LUZERNA‑PRETA, LUZERNA‑ LUZERNA‑DAS ‑PRAIAS
‑LUPULINA
Ecologia: dunas.
Ecologia: arvense, bermas de
caminhos; em solos básicos.

10 m 0m
a 830 m
(1460 m)
a 20 m

PR FFF MD FF

Medicago sativa Trigonella foenum‑


LUZERNA, ALFAFA ‑graecum
Ecologia: cultivada e naturalizada FENO ‑GREGO
em taludes, pastagens, bermas de Ecologia: cultivada como forragem e
caminhos. ocasionalmente subespontânea em
pastagens.

10 m 150 m
a 790 m a 400 m

IN F IN RR

VU
Trigonella polyceratia Trigonella monspeliaca
FENACHO ‑BRAVO, LUZERNA‑ FENACHO ‑DO ‑SUL, LUZERNA‑
‑BRAVA* ‑DO ‑SUL*
Ecologia: arvense, bermas de Ecologia: arvense, também em
caminhos, margens arenosas de rios; pastagens e clareiras de matos; em
em solos pobres. solos secos, pedregosos e básicos.

120 m 20 m
a 730 m a 600 m

IM R MD F

SUBGRUPO

TREVOS
e Beira Interior, a primeira em solos com capacidade de retenção de água e
a segunda em solos arenosos; T. retusum, também assinalada nas mesmas
regiões, mas ocorrendo em prados sobre solos profundos; T. occidentale,
apenas referida para os solos arenosos do litoral norte; T. spumosum, citada
O género Trifolium (trevos) é o mais diversificado da flora nacional, com para o Algarve e Alentejo, em prados nitrificados. Duas outras espécies
cerca de 45 espécies registadas. Além das 36 espécies ilustradas no guia, não nativas encontram ‑se em expansão no território nacional, devido a
assinalam ‑se ainda: T. diffusum, assinalada apenas para as regiões raianas do serem utilizadas em misturas de sementes para plantação de pastagens
Centro e Alto Alentejo, similar a T. hirtum, da qual se distingue pelos cálices perenes: T. alexandrinum, originária do Mediterrâneo Oriental, e T. suaveolens,
que excedem as corolas; T. gemellum, com inflorescências geminadas, assina‑ originária do Afeganistão e do Norte da Índia, esta última semelhante a
lada em zonas interiores de norte a sul, mas pouco frequente; T. leucanthum e T. resupinatum, embora com flores de maiores dimensões e de coloração
T. phleoides subsp. willkommii, ambas apenas assinaladas em Trás‑os‑Montes rosada a esbranquiçada.

LC
Trifolium campestre Trifolium dubium
TREVÃO, TREVO ‑AMARELO TREVINHO
Ecologia: pousios, pastagens, Ecologia: pastagens, prados
clareiras de matos, bermas húmidos, bermas de caminhos; em
de caminhos; em solos algo solos algo húmidos, ácidos.
nitrofilizados e secos.

10 m 10 m
a 830 m a 1200 m
(1160 m) (1550 m)

PR FFF PR FFF

157
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Trifolium micranthum Trifolium ornithopodioides
TREVO ‑DE ‑FLORES ‑PEQUENAS* TREVO ‑PÉ ‑DE ‑PÁSSARO
Ecologia: prados, margens de cursos Ecologia: prados húmidos; em solos
de água; em solos algo húmidos. húmidos, nitrofilizados.

150 m 180 m
a 980 m a 660 m

MD R PR R

Trifolium resupinatum Trifolium tomentosum


TREVO ‑DA‑PÉRSIA, TREVO ‑DE‑ TREVO ‑TOMENTOSO, TREVO‑
‑FLORES ‑REVIRADAS ‑BOLINHA*
Ecologia: prados e pastagens; em Ecologia: pousios, pastagens,
solos húmidos e nitrofilizados. bermas de caminhos; em solos algo
compactados.

10 m 10 m
a 580 m a 830 m
(750 m) (1030 m)

MD FFF MD FFF

Trifolium physodes Trifolium fragiferum


TREVO ‑FRAMBOESA TREVO ‑MORANGO
Ecologia: prados, clareiras de Ecologia: prados e pastagens; em
bosques; em locais sombrios. solos húmidos, nitrofilizados, por
vezes salgadiços.

250 m 10 m
a 420 m a 690 m

MD R PR F

Trifolium suffocatum Trifolium subterraneum


TREVO ‑ESTRANGULADO TREVO ‑SUBTERRÂNEO
Ecologia: pastagens, bermas de Ecologia: prados, pastagens, bermas
caminhos; em solos compactados, de caminhos; em solos ácidos,
secos. principalmente.

60 m 0m
a 600 m
(800 m)
a 950 m

MD F PR FFF

Trifolium scabrum Trifolium glomeratum


TREVO ‑ÁSPERO TREVO ‑AGLOMERADO*
Ecologia: pousios, pastagens, Ecologia: pousios, pastagens,
clareiras de matos, bermas de clareiras de matos, bermas de
caminhos; em solos pedregosos, caminhos; em solos pedregosos,
geralmente básicos. geralmente ácidos.
LEGUMINOSAS

10 m 10 m
a 780 m a 880 m
(1010 m) (1260 m)

MD FFF MD FFF

158
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Trifolium strictum Trifolium cernuum
TREVO ‑DIREITO* TREVO ‑DE ‑FLORES ‑CAÍDAS*
Ecologia: pastagens, bermas Ecologia: pousios, pastagens; em
de caminhos; em solos solos algo húmidos.
temporariamente encharcados,
ácidos.

160 m 10 m
a 980 m a 880 m
(1220 m) (1260 m)

MD F MD F

Trifolium michelianum Trifolium isthmocarpum


TREVO ‑BALANÇA* TREVO ‑SEMEADO*
Ecologia: pastagens e prados, Ecologia: pousios, bermas de
margens de cursos de água; em solos caminhos; em solos algo húmidos.
algo húmidos e nitrofilizados.

140 m 5m
a 1120 m a 300 m

MD R MD R

Trifolium repens Trifolium nigrescens


TREVO ‑BRANCO, TREVO‑ TREVO ‑ESCURO
‑RASTEIRO
Ecologia: pousios, bermas de
Ecologia: prados, pastagens, bermas caminhos; em solos arenosos.
de caminhos; em solos frescos e
nitrofilizados.

0m 10 m
a 950 m a 180 m

PR FFF MD F

Trifolium vesiculosum Trifolium bocconei


TREVO ‑VESICULOSO* TREVO ‑DAS ‑PASTAGENS*
Ecologia: cultivado para Ecologia: prados anuais; em solos
enriquecimento de pastagens; pobres, secos e ácidos.
subespontâneo em bermas de
estrada e pousios.

10 m 130 m
a 760 m a 730 m
(870 m) (850 m)

IN F MD R

Trifolium arvense Trifolium ligusticum


PÉ ‑DE ‑LEBRE, TREVO ‑DOS‑ TREVO ‑DA‑LIGÚRIA
‑CAMPOS
Ecologia: pousios, pastagens, prados
Ecologia: pousios, pastagens, húmidos; em solos húmidos ou
clareiras de matos, bermas de secos.
caminhos; em solos pobres e secos.

50 m
5m
a 630 m
a 1600 m (750 m)

PR FFF MD F

159
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Trifolium stellatum Trifolium angustifolium
TREVO ‑ESTRELADO RABO ‑DE ‑GATO, TREVO‑
‑MASSAROCO
Ecologia: pousios, pastagens,
clareiras de matos, bermas de Ecologia: pousios, pastagens,
caminhos; em solos pobres, clareiras de matos, bermas de
pedregosos e secos. caminhos; em solos pobres e secos.

5m 5m
a 700 m a 790 m
(1020 m) (1080 m)

MD FFF MD FFF

Trifolium pratense Trifolium striatum


TREVO ‑DOS ‑PRADOS, TREVO‑ TREVO ‑ESTRIADO
‑ROSADO
Ecologia: pousios, pastagens,
Ecologia: prados, lameiros e bermas de caminhos; em solos secos,
pastagens; em solos frescos e arenosos ou pedregosos.
nitrofilizados.

10 m 80 m
a 1120 m a 880 m
(1370 m) (1320 m)

PR FFF PR FF

Trifolium lappaceum Trifolium hirtum


TREVO ‑BARDANA* TREVO ‑ROSA*
Ecologia: prados húmidos, Ecologia: pousios, pastagens; em
pastagens, bermas de caminhos; em solos pobres.
solos arenosos, húmidos.

(10 m)
10 m 130 m
a 430 m a 810 m

MD FF MD R

Trifolium cherleri Trifolium ochroleucon


TREVO ‑ENTAÇADO, FOFOS TREVO ‑DO ‑NORDESTE*
Ecologia: pousios, pastagens, Ecologia: prados, bermas de
clareiras de matos; em solos pobres, caminhos.
secos e ácidos.

10 m 590 m
a 760 m a 980 m

MD FF PR R

Trifolium squamosum Trifolium squarrosum


TREVO ‑ESCAMOSO* TREVO ‑GROSSEIRO*
Ecologia: prados húmidos; em solos Ecologia: prados, pousios, margens
algo salgadiços. de cursos de água; em solos húmidos,
básicos.
LEGUMINOSAS

10 m 10 m
a 530 m
(660 m)
a 490 m

MD FF MD R

160
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Trifolium sylvaticum
TREVO ‑DOS ‑BOSQUES*
Ecologia: prados anuais, pastagens;
em solos algo nitrofilizados.

330 m
a 770 m

PR R

161
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Trifolium obscurum
TREVO ‑OBSCURO*
Ecologia: prados húmidos;
em substratos compactos,
temporariamente encharcados.

20 m
a 220 m

MD R

Trifolium medium Trifolium incarnatum


TREVO ‑BRANCO ‑PEQUENO* TREVO ‑ENCARNADO
Ecologia: prados, pastagens, Ecologia: cultivado em prados
lameiros, orlas de bosques; em zonas anuais e taludes de estradas;
de montanha. subespontâneo em solos
nitrofilizados.

10 m
790 m
a 750 m
a 1120 m (870 m)

EU R IN FFF

SUBGRUPO

CORNICHÕES
E AFINS
Neste subgrupo reúnem ‑se as espécies dos géneros Lotus (13), Dorycnium claramente vilosa, e a L. parviflorus, mas com frutos até três vezes maiores
(3), Hymenocarpus (3), Tetragonolobus (2), Anthyllis (1), Dorycnopsis (1) e do que o cálice; Tetragonolobus purpureus, originária da bacia do Mediterrâ‑
Tripodion (1). neo e das ilhas Canárias e subespontânea em alguns locais de Portugal.
As seguintes subespécies de Anthyllis vulneraria foram também identifica‑
Referem ‑se ainda as seguintes espécies não ilustradas: Lotus arenarius, em das em Portugal continental: subsp. iberica, em dunas e arribas do litoral
areias litorais, apenas conhecida do estuário do Sado e da península de norte; subsp. gandogeri, possivelmente sub ‑representada por confusão
Setúbal, mas também citada para o Algarve; Lotus angustissimus, na metade com outras subespécies; subsp. lusitanica, erva anual de caules simples e
norte do país, semelhante a L. parviflorus, mas com frutos quatro ‑cinco delicados, endémica, mas que corresponderia, segundo os autores da Flora
vezes maiores do que o cálice; Lotus hispidus, semelhante a L. castellanus mas iberica, a uma variação da subsp. gandogeri.

Lotus conimbricensis Lotus creticus


CORNICHÃO ‑BRANCO* CORNICHÃO ‑DAS ‑PRAIAS,
TREVO ‑DE ‑CRETA
Ecologia: pousios e clareiras
de matos; em solos ácidos e Ecologia: dunas e arribas litorais.
temporariamente húmidos.
LEGUMINOSAS

30 m 0m
a 520 m
(850 m)
a 60 m

MD FF MD FFF

162
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Lotus edulis Lotus ornithopodioides NT
CORNICHÃO ‑BOJUDO* CORNICHÃO ‑ALFARROBA*
Ecologia: pousios e bermas de Ecologia: pousios e bermas de
caminhos; em solos pedregosos ou caminhos; em solos pedregosos ou
arenosos. arenosos.

10 m 10 m
a 160 m a 90 m

MD R MD R

Lotus parviflorus Lotus castellanus


CORNICHÃO ‑DE ‑FLOR‑ CORNICHÃO ‑DOS ‑CHARCOS*
‑PEQUENA*
Ecologia: prados, pousios; em solos
Ecologia: pastagens e clareiras algo húmidos.
de matos; em solos ácidos e
temporariamente húmidos.

20 m 10 m
a 440 m a 1040 m
(750 m) (1160 m)

MD FF MD FFF

Lotus corniculatus Lotus glaber


CORNICHÃO ‑COMUM CORNICHÃO ‑GLABRO*
Ecologia: pastagens, clareiras de Ecologia: pousios e bermas de
matos, bermas de caminhos; em caminhos; em solos algo húmidos.
solos temporariamente húmidos,
ácidos.

20 m
100 m
a 1180 m
a 1600 m (1550 m)

PR FF PR R

Lotus pedunculatus Tetragonolobus


ERVA‑COELHEIRA, CORNICHÃO‑ conjugatus
‑DOS ‑RIOS* subsp. requienii
Ecologia: prados higrófilos, margens CORNICHÃO ‑ALARANJADO*
de cursos de água; em solos muito
Ecologia: subespontânea em
húmidos.
campos agrícolas; em solo básico.

10 m 100 m
a 1340 m
(1880 m)
a 200 m

PR FFF IN RRR

Anthyllis vulneraria Anthyllis vulneraria LC


subsp. maura subsp. sampaioana
VULNERÁRIA‑ROSADA* VULNERÁRIA‑AMARELA*
Ecologia: clareiras de matos, arribas Ecologia: prados vivazes, em
litorais; em solos secos e pedregosos. rochedos e solos pedregosos,
derivados de rochas ultramáficas.

(380 m)
0m 560 m
a 490 m a 910 m

MD F LU R

163
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Hymenocarpos cornicina Hymenocarpos hamosus
VULNERÁRIA‑DO ‑NORDESTE* VULNERÁRIA‑CURVADA*
Ecologia: pastagens e prados anuais: Ecologia: dunas e pastagens; em solo
em locais secos, soalheiros, com arenoso.
solos ácidos.

10 m
190 m
a 190 m
a 820 m (480 m)

IM R IM F

Hymenocarpos lotoides Tripodion tetraphyllum


VULNERÁRIA‑RETA*, ALBAIDA VULNERÁRIA‑DE ‑BALÕES*
Ecologia: prados, pastagens, Ecologia: arvense e em pousios e
clareiras de matos; em solos ácidos, clareiras de matos; em solos básicos e
arenosos ou pedregosos. pedregosos.

40 m 10 m
a 840 m a 340 m
(1280 m) (480 m)

IM FFF MD FF

Dorycnopsis gerardi Dorycnium pentaphyllum LC


VULNERÁRIA‑MENOR*, ALBAIDA ERVA‑MATA‑PULGAS
Ecologia: orlas de matagais e de Ecologia: matos, pousios; em solos
bosques, taludes, prados; em secos e pedregosos.
solos ácidos, frequentemente com
humidade superficial.

20 m 20 m
a 710 m a 880 m
(970 m) (1060 m)

MD FF MD F

Dorycnium hirsutum Dorycnium rectum


ERVA‑DO ‑PASTOR ERVA‑SALSICHEIRA*
Ecologia: dunas e arribas litorais. Ecologia: margens de cursos de
água e charcos; em solos básicos ou
ácidos.

10 m
10 m
a 220 m
a 110 m (720 m)

MD F MD FF LEGUMINOSAS

164
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

SERRADELAS
E AFINS
Agrupam ‑se neste subcapítulo as espécies dos géneros Coronilla (5),
Hedysarum (3), Hippocrepis (3), Onobrychis (2), Ornithopus (1), Scorpiurus (3),
Securigera (2), Bituminaria (1) e Argyrolobium (1).

Também foram citadas para Portugal: Onobrychis viciifolia, originária do


Mediterrâneo Oriental e ocasional nos arredores de Lisboa; Hedysarum
flexuosum, citada para as areias perturbadas da península de Troia, onde não
é observada há décadas, sendo provável que esteja regionalmente extinta;
Securigera varia, uma introdução recente, que coloniza bermas de estrada,
na zona urbana de Coimbra; Securigera securidaca, subespontânea na zona
urbana de Coimbra, distingue ‑se da anterior pelas suas flores amarelas
(esbranquiçado ‑rosadas em S. varia).

Ornithopus compressus Ornithopus perpusillus


SERRADELA‑AMARELA, TREVO‑ SERRADELA‑MIÚDA, SERRADELA‑
‑PÉ ‑DE ‑PÁSSARO ‑BRAVA
Ecologia: prados anuais, pastagens, Ecologia: prados, pastagens,
clareiras de matos; em solos ácidos. clareiras de matos; em solos ácidos e
em zonas de montanha.

10 m 20 m
a 860 m a 1500 m
(1550 m) (1610 m)

MD FFF EU FF

Ornithopus pinnatus Ornithopus sativus


SERRADELA‑DELGADA SERRADELA‑BRANCA,
SERRADELA‑DE‑GARRA
Ecologia: prados anuais, pastagens,
clareiras de matos; em solos ácidos. Ecologia: prados anuais, pastagens;
em solos ácidos; também cultivada
em pastagens.

10 m 10 m
a 730 m a 780 m
(1030 m) (1630 m)

PR FFF MD FFF

Scorpiurus muricatus Scorpiurus sulcatus


CORNILHÃO ‑FINO CORNILHÃO
Ecologia: arvense, em pousios e Ecologia: arvense, em pousios e
clareiras de matos; em solos básicos. clareiras de matos; geralmente em
solos básicos.

10 m
40 m
a 320 m
a 290 m (540 m)

MD F MD FF

165
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Scorpiurus vermiculatus Bituminaria bituminosa
CORNILHÃO ‑ESPONJOSO TREVO ‑BETUMINOSO
Ecologia: arvense e ruderal, margens Ecologia: arvense e ruderal, mas
de linhas de água; indiferente edáfica. também em rochedos, arribas
litorais, orlas de bosques e matagais.

10 m 10 m
a 320 m a 580 m
(890 m)

MD FFF MD FFF

Argyrolobium zanonii Onobrychis humilis


ERVA‑DE ‑PRATA SANFENO ‑BRAVO
Ecologia: matos baixos, prados ralos; Ecologia: prados ralos, pousios; em
em solos pedregosos, básicos. solos pobres, pedregosos e ácidos.

20 m 10 m
a 330 m a 360 m

MD R IM F

Hedysarum coronarium Hedysarum glomeratum LC


SANFENO ‑DE ‑ESPANHA, SULA SANFENO ‑CALCÍCOLA*
Ecologia: subespontânea em Ecologia: matos baixos, prados
pastagens e bermas de caminhos. ralos; em solos pedregosos, secos e
básicos.

10 m 10 m
a 150 m a 270 m

IN R MD F

Coronilla repanda Coronilla scorpioides


PASCOINHAS ‑PEQUENAS* PASCOINHAS ‑ESCORPIÃO*
Ecologia: matos, pousios, campos Ecologia: arvense e em pousios; em
agrícolas, bermas de caminhos. solo básico.

10 m 50 m
a 830 m
(1160 m)
a 340 m

MD FFF MD F

VU
Coronilla minima Coronilla juncea
PASCOINHAS ‑DO ‑DOURO* PASCOINHAS ‑DE ‑FOLHAS‑
‑ESTREITAS*
Ecologia: matos baixos em rochedos
no leito de cheias de rios. Ecologia: matos; em solos calcários
pedregosos.
LEGUMINOSAS

140 m 30 m
a 530 m a 340 m

MD RR MD R

166
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Coronilla glauca Hippocrepis multisiliquosa
PASCOINHAS ERVA‑FERRADURA
Ecologia: matos; em solos calcários Ecologia: dunas, pousios; em solos
pedregosos, por vezes em arribas arenosos.
litorais; cultivado em taludes de
estradas.

10 m 10 m
a 450 m a 190 m

MD F MD R

Hippocrepis ciliata Hippocrepis biflora


ERVA‑FERRADURA‑CILIADA* ERVA‑FERRADURA‑DE ‑DUAS‑
‑FLORES*
Ecologia: pousios, campos agrícolas,
bermas de caminhos; em solos Ecologia: pousios, campos agrícolas,
pedregosos, básicos. bermas de caminhos; em solos
pedregosos, básicos.

60 m 110 m
a 310 m a 220 m

MD R MD R

SUBGRUPO

ALFAVACA‑DO ‑MONTE E AFINS


Incluem ‑se neste subgrupo as espécies dos géneros Astragalus (13) e e pelos frutos eretos ou ereto ‑patentes; A. incanus subsp. nummularioides,
Erophaca (1). No género Astragalus estão também referenciadas para o muito rara e apenas conhecida de afloramentos de rochas ultramáficas
território as seguintes espécies: A. sesameus, apenas citada para o Barrocal em Trás‑os‑Montes, em extinção; A. algarbiensis, citada no passado para
algarvio, muito similar a A. stella, da qual se distingue, com alguma dificul‑ os arredores de Faro, não é observada desde o século xix e considera ‑se
dade, pelas inflorescências inferiores sésseis ou com curtos pedúnculos regionalmente extinta.

Astragalus pelecinus Astragalus epiglottis


SAPATETAS, SENRAS SAVEIRINHO ‑PRATEADO*
Ecologia: pastagens e pousios; Ecologia: pastagens, pousios,
principalmente em solos ácidos. clareiras de matos; em solos secos e
pedregosos, básicos.

10 m 20 m
a 750 m
(880 m)
a 350 m

MD FFF MD F

Astragalus cymbaecarpos Astragalus stella EN


SAVEIRINHO ALFAVACA‑ESTRELADA*
Ecologia: pastagens, clareiras de Ecologia: pastagens e pousios; em
matos; em solos pobres, pedregosos solos secos, básicos.
e ácidos.

120 m 90 m
a 820 m a 270 m

IM R IM RR

167
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Astragalus hamosus Astragalus echinatus
ALFAVACA‑DE ‑GANCHO*, ALFAVACA‑RASTEIRA*
ALFAVACA‑ANZOL
Ecologia: pastagens, clareiras
Ecologia: pastagens e pousios; de matos; em solos secos,
principalmente em solos básicos. principalmente básicos.

10 m 20 m
a 660 m a 340 m

PR F MD F

Astragalus boeticus Astragalus glycyphyllos EN


ALFAVACA‑ESPANHOLA, CAFÉ‑ ALCAÇUZ‑BASTARDO, FALSO‑
‑DE ‑POBRE ‑OROZUZ, ASTRÁGALO ‑DOCE
Ecologia: pastagens, pousios; em Ecologia: bosques caducifólios, por
solos arenosos, algo nitrofilizados.
vezes ripícolas.

0m
670 m
a 190 m
(360 m)
a 880 m

PR F PR RRR

VU
Astragalus tragacantha
ALQUITIRA‑DO ‑ALGARVE
Ecologia: arribas litorais.

10 m
a 90 m

MD R

VU

Astragalus glaux
ALFAVACA‑ROSADA*
Ecologia: tomilhais e pousios;
em solo seco e básico.
LEGUMINOSAS

60 m
a 460 m

MD RR

168
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Erophaca baetica
ALFAVACA‑DOS ‑MONTES,
ALFAVACA‑SILVESTRE
Ecologia: orlas de matagais e
bosques; geralmente em locais
frescos.

10 m
a 470 m
(660 m)

IM FFF

169
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

JOINAS
E UNHAS‑DE‑GATO
Reúnem ‑se aqui as espécies do género Ononis (22), incluindo a joina ‑das‑ ao longo da faixa litoral, pouco conhecida devido à complexa distinção
‑areias (Ononis ramosissima) e as unhas‑de ‑gato (Ononis spinosa, O. reclinata). de outras espécies, como O. baetica e O. diffusa; O. dentata, assinalada para
arribas do litoral centro, semelhante a O. reclinata, da qual se distingue pelas
Várias das espécies de Ononis são extremamente raras em Portugal e suas sépalas em forma de espátula e com um ou mais dentes no ápice; O. alo‑
outras são de complexa identificação, sendo necessário o recurso a chaves pecuroides, citada no passado para pousios nos arredores de Coimbra e de
de identificação para a sua correta determinação. Além das ilustradas, Lisboa, embora não seja colhida há mais de três décadas; O. hirta, conhecida
ocorrem também: Ononis laxiflora, raríssima e apenas conhecida de solos de um único registo nos arredores de Lisboa, de meados do século xx,
arenosos dos leitos de cheia do Tejo Superior; O. diffusa, em dunas e areias e considerada como regionalmente extinta.
litorais de norte a sul, pouco frequente; O. broteriana, em solos arenosos,

NT
Ononis variegata Ononis baetica
JOINA‑MARINHA* JOINA‑ROSADA‑DAS ‑AREIAS*
Ecologia: dunas. Ecologia: prados, clareiras de matos
e pinhais; em solos arenosos.

0m 10 m
a 10 m a 200 m
(340 m)

MD R IM F

VU
Ononis hackelii Ononis cossoniana EN
JOINA‑DO ‑SUDOESTE* JOINA‑DAS ‑DUNAS*
Ecologia: pastagens e prados anuais, Ecologia: prados anuais; em solos
em solos arenosos. arenosos, algo nitrofilizados.

30 m 0m
a 170 m a 20 m

LU R IM RR

Ononis pusilla Ononis cintrana


JOINA‑PEQUENA* JOINA‑DOS ‑MATOS ‑PEQUENA*
Ecologia: matos baixos, prados ralos; Ecologia: matos baixos, prados ralos,
em solos pedregosos, básicos. pastagens; em solos pobres, ácidos.
LEGUMINOSAS

30 m 10 m
a 480 m a 290 m

MD F IM F

170
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
EN
Ononis biflora Ononis reclinata
JOINA‑DE ‑DUAS ‑FLORES* UNHA‑DE ‑GATO
Ecologia: pousios; em solos básicos. Ecologia: prados anuais, em solos
rochosos ou pedregosos, básicos.

10 m
130 m
a 610 m
a 220 m (840 m)

MD RR MD F

Ononis mitissima Ononis spinosa


TILHA‑BOI, UNHA‑DE ‑GATO‑ UNHA‑DE ‑GATO ‑ESPINHOSA,
‑MACIA* GATUNHA, RESTA‑BOI
Ecologia: pousios, pastagens, Ecologia: pousios, pastagens,
clareiras de matos; em solos secos, bermas de caminhos; em solos secos.
básicos.

20 m 10 m
a 370 m a 830 m
(540 m) (970 m)

MD F PR FFF

Ononis pubescens Ononis pinnata VU


JOINA‑VISCOSA‑MAIOR* JOINA‑PLUMOSA*
Ecologia: arvense e ruderal; em solos Ecologia: prados em montados e
básicos. pinhais; em solo arenoso.

20 m 10 m
a 270 m a 210 m

MD F IM RR

Ononis natrix Ononis ramosissima


JOINA‑DOS ‑MATOS JOINA‑DAS ‑AREIAS
Ecologia: prados nas margens Ecologia: dunas e, mais raramente,
aluvionares de rios; em solos em pousios e em margens
arenosos ou pedregosos. aluvionares de rios; em solos
arenosos ou calcários.

60 m 0m
a 360 m a 240 m

MD R MD FF

Ononis viscosa Ononis viscosa


subsp. brachycarpa subsp. breviflora
JOINA‑VISCOSA‑DE ‑FLOR‑ JOINA‑VISCOSA‑DE ‑FLOR‑
‑GRANDE* ‑PEQUENA*
Ecologia: arvense e em pousios e Ecologia: arvense e em pousios e
clareiras de matos; em solo básico. bermas de caminhos; em solo básico.

40 m 20 m
a 240 m a 330 m

IM F MD F

171
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

ERVILHACAS
E CHÍCHAROS
Reúnem ‑se aqui as ervilhacas, classificadas no género Vicia, um dos mais A ervilheira (Pisum sativum subsp. sativum) é cultivada por todo o país pelas
diversos da família, com 29 espécies já assinaladas, os chícharos (Lathyrus, suas sementes (ervilhas) e ocorre esporadicamente como escapada. No
20), as lentilhas (Lens, 2) e as ervilheiras (Pisum, 1). género Lens, além da lentilha (L. culinaris), ocasionalmente cultivada, há
ainda que mencionar L. lamottei, rara, em pousios de olivais e alfarrobais,
No género Vicia, além das espécies ilustradas, assinalam ‑se ainda: V. amphi‑ em solos básicos do Algarve e do Centro ‑Oeste calcário.
carpa, rara e citada apenas para a Estremadura, distingue ‑se das espécies
do grupo de V. sativa por produzir flores cleistogâmicas (que se autofecun‑ Pertencentes ao género Lathyrus, também ocorrem no território: L. sylves‑
dam, sem chegar a abrir); V. cordata, dispersa na metade sul do território, tris, em matagais e orlas de bosques, na região centro e no litoral sul, é muito
distingue ‑se de V. sativa pelos seus frutos mais estreitos e nunca contraí‑ semelhante a L. latifolius e a sua distinção é complexa; L. setifolius, rara, em
dos entre as sementes, e pelas sementes de menor dimensão; V. articulata, prados secos e pedregosos, distribuída pelo interior, de Trás‑os‑Montes
originária do Mediterrâneo Oriental e cultivada, com pouca frequência, ao Alto Alentejo, semelhante a L. sphaericus, da qual se distingue pelo seu
como forrageira no Nordeste de Portugal, facilmente distinguível pelas fruto trapezoidal (linear‑oblongo em L. sphaericus).
suas estípulas muito distintas; V. faba (faveira), muito cultivada pelas suas
sementes comestíveis (favas), persistindo durante algum tempo em
terrenos em pousio; V. ervilia, originária da bacia mediterrânica, também
cultivada e ocasionalmente escapada; V. incana, aparentemente rara e
de ocorrência pontual na região norte; V. eriocarpa, pouco frequente, em
searas e pousios, na metade sul do país e Beira Baixa; V. monantha subsp.
calcarata, rara, apenas citada para o Barrocal algarvio; V. onobrychioides, rara,
em pousios e clareiras de carvalhais em zonas de montanha, no Nordeste
do país; V. tetrasperma é uma espécie colhida nas margens do rio Douro no
final do século xix, sem quaisquer registos posteriores e considerada como
regionalmente extinta.

Vicia sativa Vicia angustifolia


ERVILHACA‑COMUM, ERVILHACA‑MIÚDA, LARICA
ERVILHACA‑MANSA
Ecologia: arvense, clareiras de matos
Ecologia: arvense e ruderal; e pastagens.
indiferente edáfica.

10 m 10 m
a 830 m a 980 m
(1050 m) (1550 m)

PR FFF PR FFF

Vicia lutea subsp. lutea Vicia lutea subsp. vestita


ERVILHACA‑AMARELA, ERVILHACA‑ROXA*
ERVILHACA‑DE ‑FLOR‑AMARELA
Ecologia: arvense e ruderal; em solos
Ecologia: arvense e ruderal, orlas de algo húmidos.
matagais.
LEGUMINOSAS

10 m 10 m
a 790 m a 260 m
(900 m) (670 m)

MD FFF MD F

172
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
VU
Vicia bithynica Vicia lathyroides
ERVILHACA‑TURCA, ERVILHACA‑ ERVILHACA‑DOS ‑ARRELVADOS*
‑PELUDA
Ecologia: prados e clareiras de
Ecologia: pousios, sebes, bermas de matos.
caminhos; em solos algo húmidos e
perturbados.

10 m 250 m
a 250 m a 870 m

MD R PR R

Vicia pubescens Vicia hirsuta


ERVILHACA‑PUBESCENTE* ERVILHACA‑DOS ‑LAMEIROS,
CIGERÃO
Ecologia: orlas de bosques e
matagais, arvense e ruderal; em Ecologia: arvense e ruderal;
locais sombrios e algo húmidos. geralmente em locais sombrios,
solos ácidos e pedregosos.

30 m 20 m
a 460 m a 840 m

MD F PR F

Vicia disperma Vicia parviflora


ERVILHACA‑BRAVA‑MIÚDA*, ERVILHACA‑DOS ‑BREJOS*
ERVILHACA‑BRAVA
Ecologia: arvense e em prados
Ecologia: pousios, pastagens e húmidos.
campos agrícolas; em solos ácidos.

20 m 10 m
a 910 m a 640 m
(1550 m) (880 m)

MD FFF MD FF

Vicia benghalensis Vicia dasycarpa


ERVILHACA‑VERMELHA*, ERVILHACA‑GLABRA*
ERVILHACA‑PURPÚREA
Ecologia: arvense e ruderal.
Ecologia: arvense e ruderal.

5m 10 m
a 500 m a 830 m
(1050 m) (1050 m)

MD FFF PR FFF

Vicia pseudocracca Vicia tenuifolia


FALSA‑ERVILHACA* ERVILHACA‑DA‑SERRA*
Ecologia: pastagens e clareiras de Ecologia: orlas de bosques e
matos. matagais.

120 m 440 m
a 480 m a 1240 m

MD FF MD F

173
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
DD
Vicia vicioides Vicia villosa
ERVILHACA‑PELUDA* ERVILHACA‑VILOSA
Ecologia: prados; em solos Ecologia: arvense e em prados e
pedregosos, básicos. pastagens.

260 m 160 m
a 300 m a 740 m

IM RRR IN F

VU
Vicia peregrina Vicia orobus VU
ERVILHACA‑ERRANTE*, ERVILHACA‑DO ‑PRADO*
ERVILHACA‑DOS ‑CAMPOS*
Ecologia: bosques caducifólios; em
Ecologia: pastagens, pousios; em zonas de montanha.
solos secos e geralmente básicos.

110 m 1230 m
a 230 m a 1310 m

PR R EU RR

Vicia sepium Vicia narbonensis NT


ERVILHACA‑DOS ‑LAMEIROS* FAVETA‑DE ‑BEJA
Ecologia: orlas de bosques, prados Ecologia: orlas de bosques, margens
húmidos. de cursos de água; em solos frescos.

750 m 10 m
a 1210 m a 910 m
(1050 m)

PR RR MD R

Pisum sativum Lens nigricans


subsp. elatius LENTILHAS ‑BRAVAS
ERVILHEIRA‑BRAVA Ecologia: pousios, clareiras de
Ecologia: bosques. matos; em solos pedregosos e
pobres.

30 m 120 m
a 760 m a 800 m

MD R MD RR

Lathyrus sativus Lathyrus angulatus


CHÍCHARO CIZIRÃO ‑DE ‑FOLHA‑ESTREITA
Ecologia: cultivado e subespontâneo Ecologia: prados húmidos,
em pousios. pastagens, clareiras de matos; em
solos húmidos e ácidos.
LEGUMINOSAS

10 m
50 m
a 840 m
a 700 m (1490 m)

IN R MD FFF

174
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Lathyrus sphaericus Lathyrus nissolia NT
CIZIRÃO ‑REDONDO* CHÍCHARO‑DOS‑LAMEIROS*
Ecologia: prados, bosques, bermas Ecologia: lameiros e prados
de caminhos; geralmente em solos higrófilos perto de ribeiras ou na orla
ácidos. de bosques caducifólios.

40 m (400 m)
a 820 m 550 m
(1010 m) a 800 m

PR FF PR R

Lathyrus amphicarpos
CHÍCHARO‑SUBTERRÂNEO
Ecologia: pousios, clareiras
de matos. Em solos básicos,
pedregosos.

40 m
a 200 m
(430 m)

MD F

Lathyrus cicera Lathyrus annuus


CHÍCHARO ‑MIÚDO, CHÍCHARO‑ CIZIRÃO ‑AMARELO, CIZIRÃO‑
‑BRAVO, ARACA ‑ANUAL
Ecologia: pousios, campos agrícolas, Ecologia: pousios, prados húmidos,
clareiras de matos. margens de linhas de água; em solos
algo húmidos.

20 m 10 m
a 630 m
(790 m)
a 290 m

PR FF PR FF

Lathyrus aphaca Lathyrus clymenum


ERVILHACA‑OLHO ‑DE ‑BONECA CIZIRÃO ‑DAS ‑TORRES,
CHICHARÃO ‑DE ‑TORRES
Ecologia: pousios, prados húmidos,
margens de linhas de água; em solos Ecologia: matagais, sebes, rochedos;
algo húmidos. em solos secos e pedregosos.

20 m 10 m
a 710 m a 570 m
(830 m) (830 m)

PR F MD FFF

Lathyrus ochrus Lathyrus hirsutus


CHÍCHARO ‑PRETO, ERVILHACA‑ CHÍCHARO ‑PELUDO, CHÍCHARO‑
‑DOS ‑CAMPOS ‑VERRUCOSO*
Ecologia: campos agrícolas, sebes, Ecologia: Prados húmidos; em solos
prados húmidos. ácidos e húmidos.

10 m 10 m
a 330 m
(500 m)
a 720 m

PR FF PR F

175
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Lathyrus niger Lathyrus linifolius
ERVILHACA‑AMARGA‑PRETA* CIZIRÃO ‑FOLHA‑DE ‑LINHO*
Ecologia: bosques; em locais Ecologia: prados de montanha,
sombrios. orlas de bosques ripícolas; em locais
húmidos e sombrios.

(20 m)
560 m 620 m
a 1200 m a 1220 m

PR R EU R

VU
Lathyrus nudicaulis
CHÍCHARO ‑DESPIDO*,
CHÍCHARO ‑DOS ‑BREJOS*
Ecologia: prados e matos higrófilos,
brejos; em solos arenosos e húmidos.

10 m
a 310 m
(690 m)

IB R

Lathyrus latifolius Lathyrus odoratus


CIZIRÃO ERVILHACA‑DE ‑CHEIRO
Ecologia: orlas de matagais, sebes. Ecologia: cultivado e subespontâneo
em terrenos perturbados.

20 m 20 m
a 800 m a 430 m

MD F IN R

NT

Lathyrus pratensis
CHÍCHARO ‑DOS ‑PRADOS*
Ecologia: prados húmidos,lameiros,
orlas de bosques; em zonas de
montanha.
LEGUMINOSAS

660 m
a 1090 m

PR RR

176
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Lathyrus tingitanus
CHÍCHARO ‑DOS ‑AÇORES,
CHÍCHARO ‑DE ‑MARROCOS
Ecologia: ruderal e por vezes em
margens de cursos de água e orlas de
bosques.

10 m
a 400 m
(720 m)

MD F

177
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

GIESTAS
E AFINS
Apresentam ‑se neste subcapítulo as espécies de leguminosas arbustivas ocorrência em Portugal. No género Adenocarpus ocorrem ainda A. his‑
com hábito retamoide (multicaules, com caules delgados, inermes e com panicus subsp. gredensis, com distribuição restrita às serras da Estrela e da
folhas de pequena dimensão) dos géneros Cytisus (6), Retama (2), Spartium Gardunha (considerada em perigo de extinção em Portugal), e A. argyro‑
(1) e, ainda, três espécies do género Genista com aparência semelhante phyllus, apenas conhecida nos arredores de Penha Garcia (avaliada como
(G. florida, G. cinerascens e G. obtusiramea). Englobam ‑se ainda outras legu‑ vulnerável em Portugal). Ambas têm sido reiteradamente confundidas,
minosas arbustivas não espinhosas (inermes) dos géneros Adenocarpus mas distinguem ‑se pela cor e revestimento das suas folhas (prateadas
(1), Anagyris (1) e Teline (1). ou douradas e seríceas em ambas as páginas em A. argyrophyllus; verde‑
‑escuras a verde ‑glaucas e com página superior da folha glabra, ou gla‑
No género Genista, além das apresentadas, foi também citada G. obtu‑ brescente, em A. hispanicus subsp. gredensis). Teline monspessulana é um
siramea, aparentemente rara e circunscrita aos locais de maior altitude arbusto nativo da bacia mediterrânica, cultivado como ornamental
da serra da Estrela, mas sem registos recentes que confirmem a sua e pontualmente subespontâneo.

Retama monosperma Retama sphaerocarpa


PIORNO ‑BRANCO, RETAMA‑ PIORNO ‑AMARELO, PIORNEIRA,
‑BRANCA RETAMA‑AMARELA
Ecologia: matagais em solos Ecologia: matagais, pastagens; em
arenosos; cultivada ao longo dos solos secos, pobres e ácidos.
taludes de estradas.

0m 20 m
a 120 m a 510 m
(350 m) (1430 m)

MD F IM FF

Genista cinerascens Genista florida


PIORNO ‑DE ‑FOLHAS ‑PEQUENAS* PIORNO ‑DOS ‑TINTUREIROS
Ecologia: Matagais; em solos Ecologia: matagais, orlas de bosques
pedregosos ou rochosos, de e sebes; em zonas montanhosas.
montanha.

990 m 380 m
a 1650 m
a 1820 m (1880 m)

IB R MD F

Cytisus multiflorus Cytisus oromediterraneus


GIESTA‑BRANCA PIORNO ‑DA‑ESTRELA,
PIORNEIRA‑DA‑ESTRELA
Ecologia: matos, pastagens; em solos
ácidos e pobres. Ecologia: matagais de alta
montanha; em solos ácidos e
pedregosos.
LEGUMINOSAS

120 m 1540 m
a 1200 m
(1580 m) a 1980 m

IB FFF EU F

178
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Cytisus scoparius Cytisus striatus
GIESTA‑AMARELA, GIESTEIRA‑ MAIAS, GIESTA‑NEGRAL,
‑DAS ‑VASSOURAS, CHAMIÇA GIESTEIRA‑DAS ‑SERRAS
Ecologia: matos, orlas florestais, Ecologia: matagais, pastagens,
sebes, bermas de caminhos; em solos sebes, bermas de caminhos; em solos
ácidos. ácidos.

30 m 20 m
a 1120 m a 1290 m
(1450 m) (1590 m)

EU FF IM FFF

Cytisus grandiflorus Cytisus arboreus


GIESTA‑DAS ‑SEBES subsp. baeticus
Ecologia: matagais e orlas de GIESTA‑ARBÓREA, GIESTEIRA‑
pinhais; em solos arenosos e algo ‑DO ‑SUL
nitrofilizados, ácidos. Ecologia: orlas de bosques, margens
de cursos de água; em solos frescos,
ácidos.

10 m 20 m
a 1430 m
(1670 m)
a 350 m

IM F IM F

Spartium junceum Anagyris foetida


GIESTA‑DOS ‑JARDINS FEDEGOSA
Ecologia: naturalizada em solos Ecologia: sebes e matagais; em solos
arenosos ou básicos; cultivada ao pedregosos, básicos.
longo dos taludes de estradas.

10 m 20 m
a 490 m
(700 m)
a 360 m

IN F MD R

LC
Adenocarpus anisochilus Adenocarpus lainzii
CODEÇO ‑DE ‑MONCHIQUE CODEÇO
Ecologia: orlas de bosques e Ecologia: matagais em terrenos
matagais; em solos profundos e incultos; em solos ácidos,
ácidos. perturbados e algo húmidos.

20 m 10 m
a 730 m a 890 m
(870 m) (1090 m)

LU F IB FF

Adenocarpus complicatus Adenocarpus telonensis


CODEÇO ‑DO ‑INTERIOR CODEÇO ‑PRETO*, CODEÇO ‑DO‑
‑ALENTEJO*
Ecologia: orlas de bosques e
matagais, terrenos incultos; em solos Ecologia: orlas de bosques
ácidos. perenifólios; em solos ácidos.

(80 m)
210 m 200 m
a 1180 m a 330 m
(1610 m)

EU FF MD RR

179
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

TOJOS E
GIESTAS ESPINHOSAS
Estão reunidas neste subgrupo as leguminosas arbustivas mais ou menos na subsp. hirsuta) e inflorescências curtas e com poucas flores (multi‑
espinhosas, incluindo a maioria das espécies do género Genista (14) e as floras na subsp. hirsuta). No género Ulex referem ‑se ainda U. argenteus
espécies dos géneros Ulex (10), Stauracanthus (3), Pterospartum (1), Echinos‑ subsp. subsericeus, rara e restrita ao Sotavento algarvio e U. australis subsp.
partium (1) e Calicotome (1). australis, também presente no Sotavento algarvio e subindo ao longo
do vale do Guadiana até ao Alentejo. Estas subespécies são bastante
No género Genista assinala ‑se Genista scorpius, rara e de ocorrência muito semelhantes, distinguindo ‑se pelo revestimento de pelos no caule, retos
localizada em Portugal, circunscrita a dois locais no vale do Douro e aplicados em U. argenteus subsp. subsericeus, enrolados ou ondulados
Internacional (considerada em perigo de extinção em Portugal), e duas em U. australis subsp. australis. No Noroeste do país ocorre Ulex europaeus
subespécies de Genista hirsuta: subsp. hirsuta, no Alentejo e na serra do subsp. europaeus, que se diferencia, com alguma dificuldade, da subsp.
Caldeirão; subsp. algarbiensis, no litoral sul e Barrocal algarvio, que se latebracteatus, mais comum, por apresentar bractéolas menores, mais
diferenciaria por apresentar espinhas e ramas estéreis simples (pinadas estreitas e com ápice agudo.

Genista triacanthos Genista tournefortii


TOJO ‑GATANHO ‑MENOR, ALIAGA‑DA‑ESTREMADURA
ARRANHA‑LOBO
Ecologia: matos, orlas de bosques;
Ecologia: matos, bosques; em solos em solos pedregosos, básicos.
ácidos.

10 m 30 m
a 560 m
(1540 m)
a 820 m

IM FFF IM F

Genista hirsuta Genista anglica


TOJO ‑SOVELÃO, TOJO‑DO‑SUL, ALIAGA
ALIAGA‑MERINA
Ecologia: matos higrófilos, turfeiras;
Ecologia: matos; em solos pobres e em zonas de montanha.
pedregosos.

10 m 580 m
a 430 m
(640 m)
a 1920 m

IM FF EU R

VU
Genista berberidea Genista ancistrocarpa NT
ARRANHA‑LOBOS ALIAGA‑MAIOR*
Ecologia: matos higrófilos, turfeiras. Ecologia: matos higrófilos, brejos,
turfeiras.
LEGUMINOSAS

10 m
20 m
a 350 m
a 760 m (1340 m)

IB RR IM R

180
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Genista falcata
TOJO ‑GADANHO ‑MAIOR
Ecologia: matagais e bosques; em
solos ácidos.

140 m
a 1050 m

IB FF

181
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Genista micrantha Genista polyanthos
ALIAGA‑DE ‑FLOR‑PEQUENA* ESCOVA, GIESTA‑BRAVA
Ecologia: matos higrófilos; em zonas Ecologia: matos; em solos ácidos,
de montanha. pobres e pedregosos.

(700 m)
870 m 10 m
a 1480 m a 230 m

IB R IB F

Genista hystrix Pterospartum


ABROLHOS, ESCOVA tridentatum
Ecologia: matos; em solos ácidos, CARQUEJA, CARQUEIJA
pobres e pedregosos. Ecologia: matos; em solos ácidos; do
litoral à alta montanha.

30 m 20 m
a 860 m a 1360 m
(1010 m) (1550 m)

FF
IB FF IM FFF

Calicotome villosa Echinospartum ibericum


GIESTA‑ESPINHOSA, AULAGA CALDONEIRA
Ecologia: matos, montados; em solos Ecologia: matos de montanha,
ácidos, secos. rochedos; em solos ácidos.

(20 m) (530 m)
140 m 740 m
a 370 m a 1820 m

MD F IB F

Stauracanthus boivinii Stauracanthus genistoides


TOJO ‑GATUM TOJO ‑MANSO, TOJO ‑CHAMUSCO
Ecologia: matos; em solos ácidos. Ecologia: matos; em solos arenosos.

20 m 10 m
a 500 m a 160 m
(320 m)

IM FF IB FF

Stauracanthus spectabilis Ulex argenteus LC


TOJO ‑BONITO*, TOJO‑ subsp. argenteus
‑CHAMUSCO TOJO ‑PRATEADO
Ecologia: dunas e arribas litorais; em Ecologia: matos; em solos
solos arenosos. pobres, pedregosos, ácidos ou
descarbonatados.
LEGUMINOSAS

10 m 40 m
a 90 m a 510 m

IM F LU FF

182
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
VU
Ulex erinaceus Ulex eriocladus
TOJO ‑DE ‑SAGRES TOJO ‑PRATEADO ‑DO ‑ALENTEJO*
Ecologia: matos em arribas litorais; Ecologia: matos; em solos ácidos.
em solos pedregosos, derivados de
calcários.

150 m
10 m
a 330 m
a 90 m (540 m)

LU R IB F

LC
Ulex densus Ulex airensis LC
TOJO ‑DA‑CHARNECA, TOJO‑ TOJO ‑DA‑SERRA‑DE ‑AIRE*
‑GATUNHO
Ecologia: matos; em solos de origem
Ecologia: matos; em solos calcária ou cascalhos consolidados.
pedregosos, derivados de calcários.

20 m 50 m
a 270 m a 390 m

LU FF LU FF

LC
Ulex australis Ulex jussiaei
subsp. welwitschianus TOJO ‑DURÁZIO
TOJO ‑DO ‑SADO*, TOJO‑ Ecologia: matos, arribas litorais; em
‑MOURISCO* solos ácidos, algo perturbados.
Ecologia: matos; em solos arenosos,
ácidos.

10 m 10 m
a 270 m a 760 m
(420 m) (1050 m)

LU FF LU FF

Ulex micranthus Ulex minor


TOJO ‑GATUNHO TOJO ‑MOLAR
Ecologia: matos; em solos ácidos. Ecologia: matos higrófilos; em solos
ácidos e pobres.

20 m 10 m
a 820 m a 1170 m
(1070 m) (1550 m)

IB R EU FFF

LC
Ulex europaeus
subsp. latebracteatus
TOJO ‑ARNAL‑DO ‑LITORAL*
Ecologia: matos, orlas de bosques;
em solos ácidos, com alguma
humidade e algo perturbados.

10 m
a 790 m

IB FF

183
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
28.
EUFÓRBIAS
E AFINS

Reúnem-se neste capítulo as plantas incluídas nas O género Chamaesyce reúne cinco espécies de plantas
famílias Euphorbiaceae e Phyllantaceae. anuais, prostradas e com folhas opostas, das quais
apenas C. serpens não está ilustrada no guia. É originária
As euforbiáceas constituem uma família botânica da América tropical e ocorre na metade sul do território,
representada em Portugal continental por cerca de 40 em locais com solo compactado, como caminhos e fendas
espécies, a maioria das quais no género Euphorbia (30). de calçada.
Os restantes géneros são Chamaesyce (cinco espécies),
Mercurialis (4), Chrozophora e Ricinus, ambos com apenas As filantáceas (Phyllantaceae) são uma família predo-
uma espécie. minantemente tropical, anteriormente integradas
nas euforbiáceas. Possuem um único representante
O género Euphorbia é particularmente diverso, incluindo em Portugal, o tamujo (Flueggea tinctoria), um arbusto
espécies com morfologias e biologias muito distintas, dioico, decíduo, espinhoso e muito ramificado, que
desde ervas anuais (e. g., E. pterococca) a arbustos (e. g., E. ocorre em leitos e margens pedregosas de cursos de água
pedroi) e ocupando uma grande variedade de habitats, de regime torrencial.
incluindo dunas instáveis (E. paralias), zonas húmidas
(E. hirsuta), pastagens e clareiras de matos (E. oxyphylla),
campos agrícolas (E. helioscopia) e bosques caducifó-
lios (E. amygdaloides). Não ilustradas no guia, ocorrem
também: E. esula, perene, que habita prados em solos
pedregosos, pouco frequente e de distribuição esporá-
dica, de norte a sul, passível de confusão com E. segetalis;
E. angulata, na orla e sobcoberto de bosques caducifó-
lios no Nordeste transmontano; E. paniculata subsp.
paniculata, em orlas de matos, em locais algo sombrios
e húmidos, no Alentejo; E. matritensis, em locais pedre-
gosos da Beira Interior e Trás-os-Montes, mal conhecida;
E. medicaginea, raríssima e assinalada apenas para
o Barrocal algarvio, onde ocorre em locais perturbados
pelo Homem; E. fl avicoma, recentemente identificada
em Portugal (avaliada como vulnerável em Portugal)
e conhecida de um único local no Centro-Oeste;
E. sulcata, rara, de ocorrência ocasional nos solos básicos
do Barrocal algarvio e Alentejo.

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Chamaesyce canescens Chamaesyce maculata
MALEITEIRA‑DOS ‑CAMINHOS* MALEITEIRA‑MACULADA*
Ecologia: locais pisoteados: Ecologia: locais pisoteados:
caminhos, pastagens, fendas de caminhos, fendas de calçada.
calçada.

10 m
40 m
a 760 m
a 280 m (920 m)

PR F IN FF

Chamaesyce nutans Chamaesyce peplis NT


MALEITEIRA‑NUTANTE* MALEITEIRA‑DAS ‑PRAIAS
Ecologia: arvense. Ecologia: praias e dunas litorais.

10 m 0m
a 100 m a 20 m

IN R PR F

Euphorbia peplus Euphorbia pterococca


ÉSULA‑REDONDA, SARMENTO ÉSULA‑ANGULOSA
Ecologia: campos agrícolas, locais Ecologia: campos agrícolas, locais
humanizados, clareiras de matos. humanizados, clareiras de matos.

10 m 20 m
a 490 m a 370 m
(760 m) (1270 m)

PR FFF MD F

Euphorbia helioscopia Euphorbia exigua


ERVA‑MALEITEIRA, TITÍMALO‑ ÉSULA‑MENOR, TITÍMALO‑
‑DOS ‑VALES ‑MENOR
Ecologia: campos agrícolas, pousios, Ecologia: campos agrícolas, pousios,
pastagens. pastagens, clareiras de matos.

5m 10 m
a 440 m a 510 m
(660 m) (1010 m)

PR FFF PR FFF

Euphorbia falcata
LEITEIRA‑DAS ‑TRÊS ‑QUILHAS
Ecologia: campos agrícolas, pousios,
pastagens.
EUFÓRBIAS E AFINS

20 m
a 640 m
(1010 m)

PR F

186
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Euphorbia paralias Euphorbia terracina
MORGANHEIRA‑DAS ‑PRAIAS ALFORVA‑DO ‑LITORAL*
Ecologia: duna primária. Ecologia: cultivos, incultos, dunas;
em locais perturbados.

0m
0m
a 70 m
a 30 m (340 m)

MD FF MD F

Euphorbia segetalis Euphorbia portlandica


ALFORVA‑BRAVA ALFORVA‑DAS ‑ARRIBAS*
Ecologia: matos, pastagens, bermas Ecologia: arribas litorais, raramente
de caminhos, campos cultivados; em em dunas estabilizadas.
locais pedregosos.

10 m 0m
a 670 m
(1160 m)
a 80 m

MD FF EU F

LC
Euphorbia transtagana Euphorbia hirsuta
LEITEIRA‑DO ‑SUDOESTE* LEITEIRA‑DAS ‑RIBEIRAS*, ÉSULA‑
‑LANOSA*, TITÍMALO ‑LANOSO*
Ecologia: matos xerofílicos; em solos
ácidos, preferentemente arenosos. Ecologia: prados higrófilos, perto de
cursos de água e lagoas.

20 m 10 m
a 250 m a 110 m

IM F MD F

NT
Euphorbia uliginosa Euphorbia serrata
LEITEIRA‑DOS ‑BREJOS* LEITEIRA‑DENTADA, LEITEIRA‑
‑SERRADA
Ecologia: matos higrófilos em brejos
e outras zonas húmidas. Ecologia: pastagens, bermas de
caminhos.

20 m 10 m
a 150 m a 350 m

IB R MD F

Euphorbia boetica Euphorbia dulcis


LEITEIRA‑DOS ‑PINHAIS* ÉSULA‑DO ‑BOSQUE*, EUFÓRBIA‑
‑DOCE*
Ecologia: matos e clareiras de
pinhais, em solos arenosos. Ecologia: bosques caducifólios ou
ripícolas.

10 m 20 m
a 160 m a 1100 m

IB F EU F

187
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Euphorbia amygdaloides Euphorbia pedroi EN
LEITEIRA‑DO ‑BOSQUE TABAIBA‑DO ‑ESPICHEL*,
EUFÓRBIA‑DE ‑GOMES ‑PEDRO
Ecologia: bosques e sebes.
Ecologia: arribas calcárias, rechãs;
em solos pedregosos e incipientes de
origem calcária.

20 m 10 m
a 840 m a 120 m
(1050 m)

PR F LU RR

NT
Euphorbia paniculata Euphorbia paniculata NT
subsp. monchiquensis subsp. welwitschii
LEITEIRA‑DE ‑MONCHIQUE*, LEITEIRA‑DA‑ESTREMADURA*,
TITÍMALO ‑DE ‑MONCHIQUE* TITÍMALO ‑DA‑ESTREMADURA*
Ecologia: orlas de bosques e Ecologia: matos; em substratos
matagais ripícolas; em substratos calcários.
ácidos.

40 m
90 m
a 590 m
(700 m)
a 650 m

IB F LU R

LC
Euphorbia clementei Euphorbia hyberna
LEITEIRA‑DO ‑BARROCAL* LEITEIRA‑DE ‑MONTANHA*
Ecologia: matos; em solos básicos. Ecologia: orlas de bosques
caducifólios ou ripícolas; em zonas
de montanha.

40 m 860 m
a 320 m a 1260 m

IM R EU RR

Euphorbia characias Euphorbia nicaeensis LC


TROVISCO ‑MACHO, MALEITEIRA‑ LEITEIRA‑DE ‑NICE*
‑MAIOR, TITÍMALO ‑MAIOR
Ecologia: bermas de caminhos,
Ecologia: matos, orlas de bosques, sebes, orlas de matos; em solos
sebes; preferentemente em solos básicos.
básicos.

10 m 40 m
a 580 m
(1090 m)
a 640 m

MD FF MD RR

Euphorbia oxyphylla Euphorbia lathyris


LEITAREGA, ENGORDA‑PIÇAS, MORGANHEIRA
EUFÓRBIA‑NORDESTINA*
Ecologia: naturalizada em campos
Ecologia: pastagens, matos, bermas agrícolas e bermas de caminhos.
de caminhos; em solos ácidos.
EUFÓRBIAS E AFINS

(130 m)
280 m 20 m
a 920 m a 800 m
(1120 m)

IB F IN R

188
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Chrozophora tinctoria Mercurialis ambigua
TORNASSOL‑DOS ‑TINTUREIROS URTIGA‑MORTA, BARREDOIRO,
BASALHO
Ecologia: ruderal e arvense; incultos,
leitos e margens secas. Ecologia: cultivos, rochedos, muros,
orlas de matagais e bosques.

10 m 10 m
a 300 m a 540 m
(820 m)

MD F MD FFF

Mercurialis elliptica Mercurialis perennis NT


URTIGA‑MORTA‑DAS ‑AREIAS* URTIGA‑MORTA‑DO ‑BOSQUE*,
MERCURIAL‑DOS ‑BOSQUES*
Ecologia: locais perturbados, em
solos arenosos. Ecologia: bosques; em solos frescos
e locais algo sombrios.

10 m 50 m
a 150 m a 700 m

IM R PR R

Mercurialis tomentosa Ricinus communis


URTIGA‑MORTA‑TOMENTOSA* RÍCINO
Ecologia: matos abertos, bermas Ecologia: naturalizado em entulhos,
e taludes, em solos pedregosos ou incultos e terrenos perturbados.
arenosos.

120 m 10 m
a 370 m a 170 m
(340 m)

EU R IN FF

Flueggea tinctoria
TAMUJO
Ecologia: leitos pedregosos de
cursos de água temporários.

20 m
a 340 m

IB F

189
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
29.
UMBELÍFERAS

As umbelíferas (família Apiaceae) são uma das famílias


com maior diversidade de espécies em Portugal, com
cerca de 112 espécies, distribuídas por 53 géneros.

Esta família inclui várias espécies cultivadas pelo


Homem e amplamente utilizadas na alimentação,
incluindo as cenouras (Daucus carota subsp. sativus), o aipo
(Apium graveolens var. dulce), o funcho ou erva-doce (Foeni-
culum vulgare var. dulce), a salsa (Petroselinum crispum) e os
coentros (Coriandrum sativum). Engloba também diversas
espécies com intenso odor, como o aneto (Anethum
graveolens), o bruco-fétido (Margotia gummifera) e a tápsia-
-fétida (Elaeoselinum foetidum), e espécies extremamente
venenosas, como a cicuta (Conium maculatum) e o embude
(Oenanthe crocata), as quais podem ser confundidas com
algumas espécies comestíveis e provocar a morte após
a sua ingestão.

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

UMBELÍFERAS
DE ASPETO DISTINTO
Neste subgrupo apresentam ‑se as plantas dos géneros Eryngium (dez As espécies do género Bupleurum são bastantes variáveis no seu porte,
espécies), Bupleurum (8), Hydrocotyle (2), Lilaeopsis (1) e Sanicula (1), variando desde herbáceas, como a perfolhada (B. lancifolium), até arbustos,
cujo aspeto geral difere significativamente dos restantes géneros de como a beleza (B. fruticosum). Além das espécies ilustradas, ocorrem
umbelíferas. também em Portugal continental: B. tenuissimum, de presença ocasional
em pousios sobre solos básicos no litoral centro, semelhante a B. gerardii
No género Eryngium ocorrem também em Portugal continental E. aquifolium, pelo seu aspeto delgado, mas da qual se distingue por ter frutos papilosos;
raríssima e assinalada em taludes e pousios, em solos básicos do Baixo B. rigidum subsp. rigidum, conhecida de poucos locais no Centro ‑Oeste
Alentejo, e E. viviparum, também raríssima, conhecida de um único charco calcário, bastante mais rara do que a subsp. paniculatum, da qual se distingue
temporário em Trás‑os‑Montes. Ambas estão ameaçadas de extinção. por ter folhas basais obovadas e mais largas. Menciona ‑se ainda B. rotun‑
difolium, colhida no final do século xix no Alto Minho, mas que não voltou a
ser registada desde então, assumindo ‑se a sua extinção regional.

Hydrocotyle vulgaris Hydrocotyle bonariensis


TREVÃO CHAPÉUS
Ecologia: margens de lagoas e outros Ecologia: naturalizado em margens
locais muito húmidos. de lagoas e zonas húmidas; em solo
arenoso.

5m 0m
a 80 m
(430 m)
a 30 m

EU FF IN F

Sanicula europaea
SANÍCULA
Ecologia: bosques caducifólios; em
zonas de montanha.

360 m
a 1090 m

PR RR

Lilaeopsis carolinensis Eryngium tenue


FALSA‑GRAMA‑AQUÁTICA* CARDETE
Ecologia: naturalizada em arrozais Ecologia: clareiras de matos,
e sítios encharcados. pastagens; solos secos, pedregosos;
acidófila.
UMBELÍFERAS

(15 m)
0m 100 m
a 10 m a 850 m
(980 m)

IN RR IM F

192
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Eryngium dilatatum Eryngium campestre
CARDO ‑AZUL‑DOS ‑MATOS CARDO ‑CORREDOR, CARDO ‑DE‑
‑PALMA
Ecologia: clareiras de matos; solos
secos, pedregosos. Ecologia: pousios, pastagens; solos
secos, pedregosos.

20 m 10 m
a 360 m a 830 m
(540 m) (1020 m)

IM F PR FFF

LC
Eryngium duriaei Eryngium corniculatum
CARDO ‑VERDE* CARDO ‑DAS ‑LAGOAS
Ecologia: orlas de bosques e matos, Ecologia: charcos e outros locais
taludes; em locais frescos, em zonas temporariamente encharcados.
de montanha.

(450 m) 30 m
650 m a 710 m
a 1860 m (850 m)

IB R MD F

VU
Eryngium galioides Eryngium maritimum
CARDO ‑AZUL‑DOS ‑CHARCOS* CARDO ‑MARÍTIMO, CARDO‑
‑ROLADOR
Ecologia: charcos e outros locais
temporariamente encharcados. Ecologia: dunas.

30 m 0m
a 850 m a 20 m

IB R PR FFF

Eryngium pandanifolium Bupleurum NT


PITEIRÃO semicompositum
Ecologia: naturalizado nas margens BUPLEURO ‑MARINHO*
de cursos de água, lagoas, valas e Ecologia: arribas litorais, sapais e
arrozais. estuários; em solos salgadiços.

10 m 0m
a 30 m a 110 m

IN F MD R

Bupleurum gerardi Bupleurum lancifolium NT


BUPLEURO ‑DE ‑GERARD* PERFOLHADA
Ecologia: clareiras de matos, prados; Ecologia: arvense; em solos básicos.
geralmente em solos básicos.

70 m 50 m
a 780 m a 290 m

MD R MD F

193
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Bupleurum fruticosum Bupleurum acutifolium VU
BELEZA, MATA‑BOI BUPLEURO ‑DO ‑CERCAL*, BELEZA‑
‑DO ‑CERCAL*
Ecologia: sebes e orlas de matagais;
em solos frescos. Ecologia: clareiras de matos; em
locais soalheiros e solos pedregosos.

10 m 130 m
a 400 m
(540 m)
a 320 m

MD F LU RR

Bupleurum rigidum
subsp. paniculatum
BUPLEURO ‑RÍGIDO*
Ecologia: clareiras de matos; em
locais soalheiros e solos pedregosos,
básicos.

30 m
a 340 m
(460 m)

MD FF

SUBGRUPO

FUNCHO, CICUTA
E AFINS
Estão reunidas neste subgrupo as plantas dos géneros Oenanthe (seis de montanha, do Norte e do Centro, acima dos 750 metros de altitude;
espécies), Conopodium (4), Bunium (3), Anthriscus (2), Pimpinella (2), Scandix (2), Oenanthe fistulosa, em prados húmidos, distribuída principalmente no litoral
Seseli (2), Smyrnium (2) e ainda vários géneros representados por uma única centro; Oenanthe silaifolia, rara e apenas assinalada para vales fluviais pouco
espécie: Anethum, Berula, Bifora, Chaerophyllum, Conium, Crithmum, Foeniculum, alterados, em Trás‑os‑Montes; Pimpinella major, confirmada recentemente
Kundmannia, Lagoecia, Magydaris, Prangos, Ridolfia, Myrrhoides e Physospermum. nas serras do Norte de Trás‑os‑Montes, habitando orlas de bosques
ripícolas e caducifólios, em solos algo húmidos; Berula erecta, colhida
Não ilustradas no guia, assinalam ‑se também: Bunium macuca e Bunium bul‑ no passado nas margens de zonas húmidas, em vários locais da Beira
bocastanum, duas espécies mal conhecidas, a primeira citada no passado Litoral, mas da qual não existem quaisquer registos de ocorrência desde
para a serra da Arrábida e para o Alto Alentejo, mas sem quaisquer registos a década de 80 do século xx, suspeitando ‑se de que possa estar regional‑
recentes de ocorrência, e a segunda assinalada para o Barrocal algarvio, mente extinta; Anethum graveolens, citada no passado para os solos básicos
onde ocorre em clareiras de matos em solo pedregoso; Conopodium do Algarve e do Alto Alentejo, em searas e campos de cultivo. Outrora
marianum, dispersa na metade sul do país; Conopodium pyrenaeum, em zonas cultivada, existem algumas dúvidas quanto ao seu carácter autóctone.

Scandix australis Scandix pecten‑veneris


AGULHEIRA‑MENOR AGULHA‑DE ‑PASTOR, ERVA‑
‑AGULHA, GARFINHOS
Ecologia: arvense, clareiras de
matos. Ecologia: arvense.
UMBELÍFERAS

20 m
70 m
a 630 m
a 420 m (820 m)

MD R PR FFF

194
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
VU
Oenanthe globulosa
EMBUDE ‑GLOBULOSO*
Ecologia: prados húmidos e
charcos temporários.

120 m
a 220 m

MD RR

Oenanthe pimpinelloides
EMBUDE ‑FOLHA‑DE‑
‑PIMPINELA*
Ecologia: prados húmidos.

20 m
a 810 m

PR R

Oenanthe lachenalii
BRUCO ‑DE ‑SALVATERRA,
EMBUDE ‑LITORAL*
Ecologia: prados húmidos.

10 m
a 130 m

EU R

Oenanthe crocata
EMBUDE, RABAÇAS, PREGO‑
‑DO ‑DIABO, SALSA‑PARRILHA
Ecologia: prados húmidos,
ribeiros, lagoas; anfíbia;
indiferente edáfica.

10 m
a 850 m
(1140 m)

MD FFF

Smyrnium olusatrum Smyrnium perfoliatum


SALSA‑DE ‑CAVALO, CEGUDES, SALSA‑DE ‑CAVALO ‑PERFOLIADA*
AIPO ‑DE ‑CAVALO
Ecologia: orlas de bosques, campos
Ecologia: orlas de bosques agrícolas; em locais sombrios;
ripícolas, olivais em pousio, nitrófila.
terrenos incultos, base de
escarpas; em locais sombrios; nitrófila.

10 m 50 m
a 630 m
(800 m)
a 650 m

MD FFF MD F

195
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
LC
Seseli montanum
subsp. peixotoanum
COMINHO ‑DOS ‑MONTES*
Ecologia: clareiras de matos; em
solos ultrabásicos.

580 m
a 950 m

IB R

Seseli tortuosum Anthriscus caucalis


SALSA‑DAS ‑PRAIAS, COMINHO‑ ANTRISCOS*
‑DAS ‑AREIAS, COMINHO ‑DE‑
Ecologia: pousios, sebes e orlas
‑MARSELHA
de matagais; em locais algo
Ecologia: dunas, raramente em nitrofilizados e secos.
arribas e taludes de salinas.

0m 30 m
a 70 m a 800 m
(1020 m)

PR FF PR FFF

Anthriscus sylvestris Bifora testiculata VU


ERVA‑CICUTÁRIA, CICUTA‑DOS‑ COENTROS ‑BRAVOS*
‑BOSQUES
Ecologia: arvense; em solos básicos.
Ecologia: pousios, sebes e orlas
de matagais; em locais algo
nitrofilizados e húmidos.

150 m 190 m
a 1330 m a 250 m

PR R PR RR

Physospermum
cornubiense
FALSO ‑BRUCO ‑DOS ‑BOSQUES*
Ecologia: clareiras de matos e
bosques; em solos ácidos.

30 m
a 1340 m

EU FF

Myrrhoides nodosa Chaerophyllum temulum


MIRROIDES* CEREFOLHO, CEREFÓLIO
Ecologia: orlas de bosques, prados, Ecologia: orlas de bosques e
sebes; em locais sombrios, nitrófila. matagais; em solos frescos, algo
nitrófila.
UMBELÍFERAS

70 m
170 m
a 970 m
a 640 m (1420 m)

PR R PR FF

196
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Bunium pachypodum Pimpinella villosa
MACUCA‑DE ‑PÉ ‑GROSSO* ERVA‑DOCE ‑BASTARDA
Ecologia: clareiras de matos; em Ecologia: clareiras de matos, bermas
solos básicos. de caminhos; geralmente em solos
ácidos.

60 m 5m
a 70 m a 760 m

MD RR IM FFF

Ridolfia segetum Conium maculatum


ENDRO, FUNCHO ‑BASTARDO CICUTA, CEGUDE, ANSARINA‑
‑MALHADA
Ecologia: campos agrícolas, pousios;
geralmente em solo básico. Ecologia: orlas de bosques ripícolas,
terrenos incultos; nitrófila.

10 m
20 m
a 830 m
a 260 m (1050 m)

MD F PR FFF

Conopodium majus Conopodium subcarneum


subsp. marizianum MACUCA*
AGREICHO, CASTANHA‑ Ecologia: pastagens e orlas de
‑SUBTERRÂNEA‑MENOR, BATATA‑ bosques.
‑DA‑ÍNDIA
Ecologia: bosques e matagais; em
solos ácidos.

180 m 150 m
a 1520 m a 1060 m
(1880 m) (1180 m)

IB FF IB R

Magydaris panacifolia
BRUCO ‑DE ‑FOLHA‑LARGA*
Ecologia: orlas de matagais, bermas
de caminhos.

20 m
a 800 m

IM FF

Foeniculum vulgare
FUNCHO, ERVA‑DOCE, FIOLHO
Ecologia: pousios, bermas de
caminhos; ruderal.

10 m
a 680 m
(940 m)

MD FFF

197
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
CR
Kundmannia sicula Lagoecia cuminoides NT
AIPO ‑AMARELO ‑DO ‑BARROCAL* COMINHO ‑BASTARDO*
Ecologia: pousios, pastagens; em Ecologia: prados secos; em sítios
solos básicos. com alguma sombra e solos básicos.

10 m 40 m
a 20 m a 390 m

MD RRR MD RR

Prangos trifida Cachrys sicula


ERVA‑ISQUEIRA, BUGALHÓ FÉRULA‑ANÃ*
Ecologia: pousios, clareiras de Ecologia: pousios, bermas de
matos, bermas de caminhos; caminhos; em solos básicos.
geralmente em solos básicos.

10 m 10 m
a 300 m a 340 m
(420 m) (480 m)

EU F MD FF

Cachrys libanotis
FÉRULA‑ANÃ‑DO ‑LITORAL*
Ecologia: dunas e arribas litorais.
UMBELÍFERAS

0m
a 60 m

MD R

198
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Crithmum maritimum
FUNCHO ‑MARÍTIMO, PERREXIL‑
‑DO ‑MAR
Ecologia: arribas litorais, raramente
em areias.

0m
a 80 m

PR F

199
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

CENOURAS
E AFINS
Estão incluídas neste subgrupo as cenouras‑bravas (género Daucus, seis Foram descritas quatro subespécies de cenoura‑brava (Daucus carota), duas
espécies) e outros géneros de aspeto mais ou menos semelhante, incluindo das quais não se encontram ilustradas: subsp. maximus, dispersa de norte
Torilis (5), Apium (4), Ammi (2), Pseudorlaya (2), Tordylium (2), Ammoides, Carum, a sul, ao longo da área de influência mediterrânica mais interior (muito
Orlaya, Caropsis, Caucalis, Cyclospermum, Krubera, Petroselinum e Turgenia, todos abundante no Sul do país) e distinguível da subsp. carota pelas dimensões
representados por uma única espécie. superiores do caule, da umbela e dos frutos; subsp. gummifer, em arribas e
dunas litorais, principalmente na metade norte do país, e que se distingue
Além das plantas ilustradas no guia, ocorrem também: Cyclospermum da subsp. halophilus pela forma da umbela (menos globosa) e por detalhes
leptophyllum, originária do continente americano e subespontânea em dos frutos. Foram também descritas três subespécies de Torilis arvensis,
locais ajardinados nos arredores de Lisboa e Porto; Turgenia latifolia, rara, todas mais ou menos disseminadas e de difícil distinção: subsp. purpurea,
em comunidades arvenses de sequeiro de solos básicos do Centro e do distinguível pelas umbelas com poucos raios (menos de quatro) e os
Alto Alentejo, facilmente distinguível pelas suas flores rosadas; Tordylium espinhos dos frutos imaturos geralmente com alguma coloração purpúrea;
apulum, conhecida apenas de poucos locais do Alto Alentejo, onde ocorre subsp. neglecta, de umbélulas claramente radiadas e com pétalas maiores
em pousios e olivais, em solo básico; Torilis japonica, dispersa pelo país, habita do que a subsp. recta, a qual apresenta também um porte menor que a
bermas de caminhos e orlas de campos agrícolas, semelhante a T. arvensis, anterior e umbélulas apenas tenuemente radiadas. Deve ‑se realçar que
da qual se distingue pelo maior número de brácteas (4 ‑12); Apium inundatum, T. arvensis subsp. purpurea é passível de confusão com outras duas espécies
habita em águas paradas, mas é mal conhecida, com registos escassos e menos frequentes, T. elongata e T. leptophylla, as quais, geralmente, têm os
esparsos. espinhos dos frutos imaturos totalmente verdes, mas é necessário o uso
de uma chave de identificação para a sua correta distinção.
Duas outras espécies foram colhidas no passado, mas não apresentam
quaisquer registos de ocorrência atuais, sendo incerta a sua ocorrência Num artigo recente, a população nacional de Apium repens foi considerada
atual: Krubera peregrina, assinalada para terrenos cultivados e pousios como integrante de uma espécie distinta, Helosciadium milfontinum, endémica
na metade sul do país; Caucalis platycarpos, com ocorrências históricas, da costa sudoeste (Cires et al., 2020).
dispersas, de Trás‑os‑Montes ao Algarve.

Pseudorlaya minuscula Pseudorlaya pumila


FALSA‑CENOURA‑MENOR* FALSA‑CENOURA‑DAS ‑DUNAS*
Ecologia: dunas. Ecologia: dunas.

0m 0m
a 30 m a 10 m

IM F MD F

Orlaya daucoides
FALSA‑CENOURA‑DOS ‑OLIVAIS*
Ecologia: orlas de matagais, sebes,
olivais; em sítios frescos.
UMBELÍFERAS

50 m
a 320 m

MD R

200
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Tordylium maximum
TORDÍLIO ‑MAIOR*, COENTROS‑
‑DAS ‑PANDEIRETAS*
Ecologia: orlas ripícolas, sebes,
pousios.

140 m
a 840 m
(1090 m)

PR F

Torilis arvensis
SALSINHA‑DOS ‑CAMPOS
Ecologia: arvense e ruderal.

10 m
a 780 m
(1490 m)

PR FFF

Torilis nodosa
SALSINHA‑DE ‑CABEÇA‑RENTE*
Ecologia: arvense.

30 m
a 370 m
(720 m)

PR F

Torilis elongata Torilis leptophylla


SALSINHA‑ALONGADA* SALSINHA‑DE ‑FOLHAS‑
‑DELGADAS*
Ecologia: arvense e ruderal.
Ecologia: arvense e ruderal.

70 m 140 m
a 740 m a 1190 m
(1310 m) (1320 m)

IM R MD R

Daucus setifolius
CENOURA‑BRAVA‑MENOR*,
BISNAGA‑CRÉTICA, CENOURA‑
‑DE ‑CÁNDIA
Ecologia: clareiras de matos,
pastagens; em solos ácidos e
pedregosos.

20 m
a 330 m

IM F

201
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Daucus durieua Daucus crinitus
CENOURA‑DURIENSE* CENOURA‑DE ‑FOLHAS ‑MIÚDAS*
Ecologia: prados anuais, pousios; em Ecologia: clareiras de matos,
locais secos e soalheiros. pousios; em locais secos e soalheiros.

150 m 20 m
a 770 m a 500 m
(1280 m) (1010 m)

MD R MD FFF

Daucus muricatus
CENOURA‑BRAVA‑HÍSPIDA*
Ecologia: campos agrícolas, pousios;
arvense.

10 m
a 260 m
(420 m)

MD FF

Daucus carota Daucus carota NT


subsp. carota subsp. halophilus
CENOURA‑BRAVA CENOURA‑DAS ‑ARRIBAS*,
CENOURA‑VICENTINA*
Ecologia: campos agrícolas,
pastagens, bermas de caminhos; Ecologia: arribas litorais.
arvense e ruderal.

10 m 0m
a 800 m
(1280 m)
a 110 m

PR FFF LU F

EN
Daucus arcanus Ammoides pusilla
CENOURA‑MIÚDA*, CENOURA‑ ÂMIO‑MENOR*
‑ANÃ*
Ecologia: prados, bermas
Ecologia: arvense; em substratos de caminhos; em solos
secos e básicos. preferentemente básicos.

310 m 60 m
a 410 m a 460 m
(570 m)

IB RRR MD R

VU
Caropsis verticillato‑
‑inundata
ALCARAVIA‑DOS ‑CHARCOS*
Ecologia: locais temporariamente
encharcados; em solo arenoso.
UMBELÍFERAS

20 m
a 110 m

MD R

202
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Carum verticillatum
ALCARAVIA, COMINHO ‑DOS‑
‑PRADOS
Ecologia: prados húmidos.

10 m
a 1360 m
(1690 m)

PR FFF

EN
Apium repens Apium nodiflorum
RABAÇA‑MIÚDA* RABAÇA, SALSA‑BRAVA
Ecologia: charcos e outros locais Ecologia: em águas doces, paradas
temporariamente inundados; em ou de corrente lenta.
solo arenoso.

30 m 5m
a 50 m a 790 m
(940 m)

PR RRR PR FFF

Apium graveolens Ammi visnaga


AIPO BISNAGA‑DAS ‑SEARAS,
PALITEIRA, NINHOS ‑DE ‑PERDIZ
Ecologia: pântanos, valas, margens
de cursos de água; em locais Ecologia: pousios, bermas de
húmidos. caminhos.

10 m 10 m
a 170 m a 210 m

PR R MD F

Ammi majus
ÂMIO ‑MAIOR*, ÂMIO ‑VULGAR*
Ecologia: pousios, bermas de
caminhos.

10 m
a 660 m

MD FF

Petroselinum segetum
SALSA‑BRAVA
Ecologia: pousios e orlas de
matagais; em solos algo húmidos.

20 m
a 800 m
(1090 m)

EU R

203
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

TÁPSIAS
E AFINS
Este subgrupo engloba as espécies dos géneros Peucedanum (cinco
espécies), Thapsia (4), Angelica (3), Ferula (2), Laserpitium (2), Distichoselinum,
Elaeoselinum, Margotia, Ferulago, Heracleum, Selinum e Pastinaca, todos monoes‑
pecíficos em Portugal.

Além das plantas ilustradas no guia, ocorrem também: Ferula tingitana, rara
e conhecida apenas de dois locais, no Centro ‑Oeste calcário; Laserpitium
prutenicum subsp. dufourianum, apenas observada no Alto Minho, em prados
húmidos; Peucedanum carvifolia, em depressões húmidas no interior ou na
orla de carvalhais, e de ocorrência muito localizada em Trás‑os‑Montes;
Peucedanum officinale, acompanhante de matos ripícolas e presente, princi‑
palmente, na bacia do Douro Superior, com ocorrências isoladas no litoral
centro; Peucedanum oreoselinum, rara, assinalada apenas em orlas de bosques
e matagais, e em leitos de cheia, em Trás‑os‑Montes, em solos mais ou
menos secos e ácidos.

Laserpitium eliasii
subsp. thalictrifolium
SALSA‑BRAVA‑DOS ‑BOSQUES*
Ecologia: orlas de bosques
caducifólios; em solos ácidos.

(380 m)
640 m
a 1260 m
(1460 m)

IB RR

VU
Selinum broteri
SALSA‑LEITEIRA*
Ecologia: prados húmidos, bosques,
clareiras de matos; em locais frescos
e ombrófilos.

50 m
a 800 m

EU R

Peucedanum gallicum
BRUCO ‑BRAVO*, SALSA‑BRAVA*
Ecologia: pastagens, bosques
ripícolas em leitos de cheia; em solos
ácidos, pedregosos e algo húmidos.
UMBELÍFERAS

20 m
a 1250 m

EU F

204
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Peucedanum lancifolium
BRUCO
Ecologia: brejos, turfeiras, prados
húmidos, lameiros; em solos ácidos.

10 m
a 1100 m
(1450 m)

EU F

Pastinaca sativa CR
subsp. sylvestris
CHEROVIA, PASTINAGA
Ecologia: prados; em solo pedregoso,
seco a algo húmido.

700 m
a 800 m

EU RRR

Heracleum sphondylium
BRANCA‑URSINA, CANABRÁS
Ecologia: clareiras de bosques, orlas
ripícolas; em locais sombrios.

10 m
a 940 m
(1360 m)

EU FF

Angelica major
ANGÉLICA‑MAIOR, AMORES
Ecologia: orlas ripícolas, clareiras
de bosques; em solos frescos e solos
ácidos.

(380 m)
590 m
a 1920 m

IB R

Angelica sylvestris
ANGÉLICA‑SILVESTRE, ERVA‑
‑PIOLHEIRA
Ecologia: orlas ripícolas, clareiras
de bosques; em locais frescos e
sombrios.

10 m
a 700 m
(940 m)

PR F

205
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
EN
Angelica pachycarpa Ferula communis
ANGÉLICA‑DO ‑MAR* subsp. catalaunica
Ecologia: arribas litorais. CANAFRECHA, FÉRULA‑COMUM
Ecologia: orlas de matagais
e bosques; em solos frescos,
geralmente pedregosos.

5m
0m
a 630 m
a 10 m (780 m)

IB RR IB FFF

Ferulago capillaris Margotia gummifera


FÉRULA‑MENOR BRUCO ‑FÉTIDO
Ecologia: orlas de matagais; em sítios Ecologia: clareiras de matos e
secos. pinhais; em solos ácidos.

(310 m)
450 m 0m
a 940 m a 720 m

IB R IM FF

Elaeoselinum foetidum
TÁPSIA‑FÉTIDA*, RABAÇA‑
‑FEDORENTA*
Ecologia: orlas de bosques e de
matagais; em locais sombrios, com
solos ácidos.

20 m
a 440 m

IM F

Distichoselinum
tenuifolium
TÁPSIA‑DE ‑FOLHA‑FINA*
Ecologia: clareiras de matos
e rochedos; em solos secos,
pedregosos e básicos.

10 m
a 400 m

IB F

Thapsia transtagana
TÁPSIA‑DE ‑FOLHA‑ESTREITA*
Ecologia: pastagens, pousios e
clareiras de matos.
UMBELÍFERAS

40 m
a 300 m

IM F

206
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Thapsia villosa
TÁPSIA, CANAVOURA
Ecologia: pousios, clareiras de matos
e bosques, arribas litorais, bermas
de caminhos, rochedos; indiferente
edáfica.

20 m
a 830 m
(1080 m)

MD FFF

Thapsia nitida
TÁPSIA‑MAIOR*
Ecologia: sob coberto de pinhais
e bosques perenifólios, orlas de
matagais; em locais sombrios e solos
frescos.

5m
a 590 m
(740 m)

IM F

Thapsia minor
TÁPSIA‑MENOR
Ecologia: clareiras de matos e
sob coberto de pinhais e bosques
perenifólios; em solos ácidos ou
descarbonatados.

20 m
a 1150 m
(1280 m)

IB FFF

207
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
30.
GENCIANAS
E AFINS

Estão agrupadas neste capítulo as gencianáceas (família No género Blackstonia assinala-se ainda B. imperfoliata,
Gentianaceae) e a maioria dos géneros de apocináceas uma erva anual, que habita prados húmidos, princi-
(família Apocynaceae). palmente perto do litoral, mas pode ocorrer também
em regiões mais interiores. Distingue-se das outras
As gencianáceas são representadas em Portugal conti- espécies do género pelos elementos florais de maior
nental por seis géneros, os quais abarcam cerca de 15 dimensão e por as folhas médias do caule serem maiores
espécies: Centaurium (6), Blackstonia (3), Gentiana (2), que as basais e lanceoladas ou ovado-lanceoladas. Foram
Schenkia (2), Cicendia (1) e Exaculum (1). descritas duas subespécies em B. acuminata (subsp.
acuminata e subsp. aestiva, sendo a primeira mais robusta
As espécies popularmente denominadas fel-da-terra do que a segunda) e em B. perfoliata (subsp. perfoliata,
(género Centaurium) são de difícil distinção, sendo maior e mais robusta do que a subsp. intermedia, que
necessário o recurso a chaves de identificação para a sua é uma planta mais grácil).
correta segregação. Ademais das quatro espécies ilus-
tradas no guia, ocorrem também: C. erythraea, apenas As apocináceas são representadas por seis géneros, dos
presente no Minho, embora no passado tenha sido quais quatro são nativos: Vinca (três espécies), Vince-
citada para todo o país, devido a confusão com o disse- toxicum (2), Nerium (1) e Cynanchum (1). Os restantes,
minado C. grandiflorum subsp. majus (Díaz Lifante, 2012); Gomphocarpus (duas espécies) e Araujia (1), são exóticos
C. portense, pouco frequente no litoral norte e recente- e incluem espécies em rápida expansão no território.
mente segregada de C. scilloides, a qual é, atualmente, Por uma questão de organização do guia, as espécies dos
considerada um endemismo açoriano. No passado géneros Araujia, Cynanchum e Vincetoxicum são apresen-
foram também referidas para Portugal (Franco, tadas no grupo das trepadeiras.
1984), C. littorale, de ocorrência duvidosa, citada para
os arredores de Aveiro e que não voltou a ser observada, Além das espécies ilustradas no guia, ocorrem também:
e C. microcalyx, atualmente integrada na variabilidade de Vinca minor, originária do Centro e do Leste europeu
C. grandiflorum subsp. majus (Díaz Lifante, 2012). Recen- e de espontaneidade duvidosa em Portugal, distingue-se
temente segregado de Centaurium, o género Schenkia das congéneres por ter folhas verticiladas (opostas em V.
inclui duas espécies, S. spicata, presença regular ao difformis) e folhas não ciliadas (ciliadas em V. major);
longo da orla litoral, e S. elegans, endemismo ibérico mal Gomphocarpus physocarpus, originária do Sudeste asiático,
conhecido, aparentemente raríssimo e assinalado apenas assinalada em alguns locais da região centro, embora
em poucas localidades do litoral centro. menos frequente do que G. fruticosus, da qual se distingue
por não apresentar frutos (folículos) apiculados.

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Blackstonia acuminata
CENTAURO ‑MENOR‑
‑ACUMINADO*
Ecologia: prados ralos; em solos
temporariamente húmidos.

10 m
a 500 m
(850 m)

MD FF

Blackstonia perfoliata
CENTAURO ‑MENOR‑
‑PERFOLIADO*
Ecologia: prados ralos; em solos
temporariamente húmidos.

10 m
a 460 m
(750 m)

MD FF

Centaurium maritimum Centaurium pulchellum


FEL‑DA‑TERRA‑AMARELO, CENTAURO ‑DE ‑FLORES‑
GENCIANA‑DA‑PRAIA ‑ESTREITAS*
Ecologia: prados ralos, clareiras Ecologia: prados húmidos.
de matos; em solos com humidade
temporária.

20 m 40 m
a 840 m a 270 m
(1040 m) (470 m)

MD FF PR R

Centaurium tenuiflorum Centaurium chloodes EN


CENTAURO ‑DE ‑FLORES‑ CENTAURO ‑DAS ‑AREIAS*
‑PEQUENAS*
Ecologia: dunas e arribas litorais, em
Ecologia: prados anuais higrófilos; solos arenosos.
em solos arenosos, húmidos.

10 m 5m
a 420 m a 20 m

MD R EU RR

Centaurium grandiflorum Schenkia spicata


subsp. majus CENTAURO ‑ESPIGADO*
FEL‑DA‑TERRA Ecologia: prados húmidos, em solos
Ecologia: prados ralos, clareiras de arenosos e também em sapais.
matos; em solos secos e pedregosos.
GENCIANAS E AFINS

0m 0m
a 430 m a 190 m

IB FFF MD R

210
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Cicendia filiformis Exaculum pusillum
CICÊNDIA* CENTAURO ‑DOS ‑CHARCOS*
Ecologia: prados anuais higrófilos, Ecologia: prados anuais higrófilos,
em locais temporariamente em locais temporariamente
encharcados. encharcados.

20 m 20 m
a 900 m a 850 m
(1100 m) (970 m)

PR FFF MD FF

CR
Gentiana lutea Gentiana pneumonanthe
ARGENÇANA, GENCIANA GENCIANA‑DOS ‑BREJOS,
GENCIANA‑AZUL
Ecologia: fendas de rochas e prados
frescos de alta montanha; em Ecologia: prados húmidos, brejos,
substratos ácidos. turfeiras.

1580 m 10 m
a 1910 m a 1820 m

EU RRR EU F

Vinca difformis Vinca major


PERVINCA, CONGOSSA, ERVA‑DA‑ PERVINCA‑MAIOR, CONGOSSA‑
‑INVEJA ‑MAIOR
Ecologia: orlas de matagais e Ecologia: bosques, margens de
bosques, sebes, margens de cursos cursos de água; em locais sombrios
de água; em locais sombrios e solos e frescos.
algo húmidos.

10 m 10 m
a 460 m
(850 m)
a 770 m

MD FFF IN FF

Gomphocarpus fruticosus Nerium oleander


FALSO ‑ALGODOEIRO, LOENDRO, CEVADILHA
PAINEIRINHA
Ecologia: matagais ripícolas em
Ecologia: invasora em prados cursos de água de regime torrencial.
húmidos, na margem de cursos de
água e bermas de caminhos.

10 m 20 m
a 170 m a 370 m

IN F MD FF

211
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
31.
CORRIOLAS
E SOLANÁCEAS

Englobam-se neste capítulo as espécies da ordem das


Solanales, na qual se incluem duas famílias em Portugal
continental: as convolvuláceas (corriolas e afins) e as
solanáceas (tomateiros, batateiras e afins).

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

CORRIOLAS
E AFINS
As convolvuláceas incluem seis géneros em Portugal continental: Convolvu‑ do Mediterrâneo Central, é cultivada como ornamental, sendo incerta
lus (11 espécies), Cuscuta (6), Calystegia (3), Ipomoea (3), Cressa (1) e Dichondra a sua ocorrência atual como subespontânea nos arredores de Lisboa.
(1). No planeamento deste guia, optou ‑se por incluir o género Cuscuta no Reconhecem ‑se ainda duas subespécies de C. siculus: subsp. elongatus, rara,
grupo que reúne as espécies parasitas e os géneros Ipomoea e Calystegia ocorre em fendas de escarpas e rochas calcárias, na serra da Arrábida e
(parcialmente) no grupo das trepadeiras. no Barrocal algarvio; subsp. siculus, dispersa em solos básicos do Centro‑
‑Oeste e do Sul. As duas subespécies distinguem ‑se pela coloração das
Algumas espécies de corriolas (género Convolvulus) não se encontram ilus‑ suas flores, brancas ou azul ‑pálidas na subsp. elongatus e azul ‑escuras na
trados neste guia: C. meonanthus habita campos agrícolas em solos básicos subsp. siculus, e pelo tamanho dos pedicelos, que são menores na subsp.
do Centro ‑Oeste ao Barrocal algarvio e distingue ‑se de C. tricolor, mais siculus.
frequente, por apresentar sépalas glabrescentes e frutos glabros; C. penta‑
petaloides, conhecida apenas do Barrocal algarvio, ocorre em solos pedre‑ Ocorrem também em Portugal: Cressa cretica, de aspeto distinto das
gosos revolvidos e é muito semelhante a C. humilis, da qual se distingue corriolas, mas escassamente conhecida e referenciada apenas no estuário
por ter frutos glabros; C. farinosus, originária da África do Sul e ocasional do Tejo e na ria Formosa; Dichondra micrantha, originária da América Central
em sebes nos arredores de Lisboa e de Coimbra; C. sabatius, originária e ocasionalmente naturalizada perto de meios urbanos.

Convolvulus althaeoides Convolvulus arvensis


CORRIOLA‑ROSADA, CORRIOLA, CORRIOLA‑ARVENSE,
CAMPAINHAS VERDESELHA
Ecologia: arvense e ruderal. Ecologia: arvense.

10 m 10 m
a 330 m a 900 m
(630 m) (1550 m)

MD FF PR FFF

Convolvulus humilis Convolvulus tricolor


AZURAQUE ‑MENOR, CORRIOLA‑ AZURAQUE, BELA‑MANHÃ,
‑TRICOLOR‑MENOR* CORRIOLA‑TRICOLOR‑MAIOR*
Ecologia: campos agrícolas, pousios; Ecologia: campos agrícolas, pousios;
em solos secos e argilosos. em solos secos e argilosos.

80 m 20 m
a 230 m a 240 m

MD F MD F

Convolvulus siculus Convolvulus lineatus EN


CORRIOLA‑AZUL* CORRIOLA‑PRATEADA*
Ecologia: campos agrícolas, pousios; Ecologia: prados ralos, rochedos; em
CORRIOLAS E SOLANÁCEAS

em solos secos e argilosos. solos secos, pedregosos ou arenosos.

20 m 10 m
a 350 m a 350 m

MD R PR RR

214
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
EN
Convolvulus fernandesii Calystegia soldanella
CORRIOLA‑DO ‑ESPICHEL*, COUVE ‑MARINHA, SOLDANELA,
CORRIOLA‑LENHOSA CHAPELETA
Ecologia: arribas litorais e fendas de Ecologia: dunas.
rochas em solo calcário; rupícola.

20 m 0m
a 120 m a 20 m

LU RR PR FF

SUBGRUPO

SOLANÁCEAS
As solanáceas são uma família bastante diversa, na qual se incluem várias Além das espécies ilustradas, estão também presentes: Datura inoxia, infes‑
espécies com grande importância económica e amplamente cultivadas tante agrícola originária da América Central, muito menos frequente que
por todo o mundo, como, por exemplo, o tomateiro (Solanum lycopersicum), a D. stramonium; Physalis peruviana, originária da América do Sul, cultivada pelos
batata (Solanum tuberosum), o pimento (Capsicum annum) e o tabaco (Nicotiana seus frutos e subespontânea em locais com solos perturbados; Solanum
tabacum). mauritianum, subespontânea em alguns locais da Beira Litoral; Solanum
sisymbriifolium, em expansão no interior centro e norte; Solanum lycopersi‑
Em Portugal continental estão assinalados nove géneros, incluindo cum (tomateiro), frequentemente em entulhos e perto de zonas agrícolas;
Datura (duas espécies), Lycium (4), Hyoscyamus (2), Physalis (2) e Solanum, o Solanum laciniatum, nos arredores de Lisboa e alguns outros locais dispersos
mais diversificado, com cerca de 14 espécies, a grande maioria das quais pelo país.
exóticas. Os restantes géneros, Atropa, Mandragora, Nicotiana, Salpichroa e
Withania, são representados por uma única espécie. No planeamento deste Diversas outras espécies de solanáceas cultivadas já foram também
guia, optou ‑se por incluir a doce ‑amarga (Solanum dulcamara) no grupo das assinaladas neste território, provavelmente como adventícias, incluindo
trepadeiras, juntamente com outras Solanales com o mesmo hábito, como a batateira (Solanum tuberosum), Solanum marginatum, Solanum pseudocapsi‑
Calystegia e Ipomoea. cum, Cestrum parqui e Nicotiana tabacum. No género Lycium, mencionam ‑se
também L. barbarum e L. chinense, plantas ornamentais, nativas da China e
ocasionalmente usadas em sebes.

EN
Mandragora autumnalis Atropa belladona
MANDRÁGORA BELADONA
Ecologia: prados, pousios; em solos Ecologia: subespontânea em
argilosos, básicos. bosques, sebes; em sítios húmidos e
sombrios, em solos nitrofilizados.

10 m 20 m
a 200 m a 500 m

MD R PR RR

Hyoscyamus albus Hyoscyamus niger EN


MEIMENDRO ‑BRANCO MEIMENDRO ‑NEGRO
Ecologia: fendas de muros e Ecologia: fendas de muros e
rochedos, arribas litorais; em solos rochedos, pousios; em solos
pedregosos e nitrofilizados. pedregosos e nitrofilizados.

0m 220 m
a 400 m a 690 m

MD R PR RR

215
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Physalis ixocarpa
CEREJAS ‑DE ‑JUDEU,
ALQUEQUENJE ‑BASTARDO
Ecologia: invasora infestante em
campos agrícolas.

5m
a 400 m

IN FF

EN
Withania frutescens Nicotiana glauca
TOMATEIRO ‑DA‑ARRÁBIDA*, CHARUTEIRA, CHARUTO ‑DO ‑REI
ERVA‑MOURA‑SONÍFERA‑DA‑
Ecologia: naturalizada em entulhos,
‑ARRÁBIDA*
bermas de caminhos; ruderal.
Ecologia: arribas litorais; em locais
secos e quentes.

0m 0m
a 140 m a 220 m

IM RR IN F

Datura stramonium Salpichroa origanifolia


FIGUEIRA‑DO ‑INFERNO, ORELHA‑DE ‑OVELHA
CASTANHEIRO ‑DO ‑DIABO
Ecologia: invasora em sebes,
Ecologia: invasora, infestante de pousios, margens de linhas de água;
campos agrícolas; arvense e ruderal. em locais perturbados e húmidos.

0m 0m
a 820 m
(930 m)
a 350 m

IN FFF IN F

Solanum nigrum Solanum villosum


ERVA‑MOIRA ERVA‑MOIRA‑PELUDA*
Ecologia: arvense e ruderal; em solos Ecologia: arvense e ruderal; em solos
nitrofilizados e algo ensombrados. nitrofilizados e algo ensombrados.

0m
10 m
a 810 m
(920 m)
a 440 m

PR FFF PR F

Solanum chenopodioides
ERVA‑MOIRA‑DOS ‑RIOS*
Ecologia: naturalizada em orlas
CORRIOLAS E SOLANÁCEAS

agrícolas e de bosques ripícolas;


em solos perturbados.

10 m
a 540 m
(800 m)

IN FF

216
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Solanum linnaeanum Solanum citrullifolium
TOMATEIRO ‑DO ‑DIABO TOMATEIRO ‑DO ‑DIABO ‑MENOR*
Ecologia: invasora ruderal; em solos Ecologia: invasora ruderal; em solos
nitrofilizados e algo ensombrados. nitrofilizados.

0m 10 m
a 270 m
(400 m)
a 130 m

IN F IN R

Lycium intricatum VU
CAMBROEIRA‑DAS ‑ARRIBAS*
Ecologia: arribas litorais.

0m
a 80 m

MD R

Lycium europaeum
CAMBROEIRA
Ecologia: matos, sebes; em solos
nitrofilizados, por vezes salgadiços.

0m
a 10 m

MD RR

217
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
32.
BORAGINÁCEAS

As boragináceas são uma família que possui um centro


de diversidade na região da bacia do Mediterrâneo, não
sendo de admirar que em Portugal continental seja repre-
sentada por cerca de 50 espécies, as quais se integram
em 19 géneros.

Além das espécies apresentadas no guia, assinalam-se


ainda duas espécies ocasionalmente naturalizadas:
Phacelia tanacetifolia, uma erva originária da América
do Norte, cultivada como ornamental e melífera,
e Wigandia caracasana, arbusto originário da América
Central, cultivado como ornamental.

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

BORRAGEM
E AFINS
Englobam ‑se neste subcapítulo as espécies dos géneros Anchusa (4), Cyno‑ Sagres, em bermas de caminhos, embora não haja registos em herbários
glossum (3), Nonea (2), Lycopsis (2), Borago, Alkanna, Pulmonaria e Symphytum nacionais que confirmem a sua ocorrência; Alkanna tinctoria, recentemente
(todos com apenas uma espécie). descoberta, em pastagens sobre solo básico no Alto Alentejo e ameaçada
de extinção; Lycopsis orientalis, que foi referenciada para campos cultivados
Não ilustradas no guia, ocorrem também: Symphytum officinale, em margens e pousios de Trás‑os‑Montes e da Beira Alta, embora não se conheçam
de cursos de água, raríssima e assinalada apenas para o Minho; Anchusa registos recentes, talvez por confusão com Lycopsis arvensis, da qual se dife‑
puechii, planta anual, recentemente encontrada em Portugal, que ocorre rencia, com dificuldade, pelo aspeto das cimeiras durante a frutificação,
em comunidades arvenses dos solos básicos do Baixo Alentejo e critica‑ laxas em L. orientalis e densas em L. arvensis, além de detalhes das flores e
mente em perigo de extinção; Nonea micrantha, citada para os arredores de dimensão dos pedicelos dos frutos.

Anchusa azurea Anchusa undulata


LÍNGUA‑DE ‑VACA, BUGLOSSA‑ BUGLOSSA
‑AZUL, BORRAGEM ‑BASTARDA
Ecologia: arvense e ruderal;
Ecologia: arvense e ruderal; em solo indiferente edáfica.
geralmente básico.

10 m
10 m
a 650 m
(790 m)
a 820 m

MD FF MD FFF

Anchusa calcarea Lycopsis arvensis


BUGLOSSA‑DOS ‑CALCÁRIOS* BUGLOSSA‑ARVENSE*
Ecologia: dunas, areias litorais. Ecologia: arvense e ruderal.

10 m 440 m
a 80 m a 840 m

IB F EU RR

Borago officinalis Nonea vesicaria


BORRAGEM BUGLOSSA‑NEGRA
Ecologia: arvense e ruderal. Ecologia: arvense; geralmente em
solos básicos.

5m 5m
a 390 m
(610 m)
a 340 m

MD FFF IM F

220
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Cynoglossum cheirifolium Cynoglossum
ORELHA‑DE ‑LEBRE ‑DE ‑FOLHAS‑ clandestinum
‑DE ‑GOIVO* ORELHA‑DE ‑LEBRE ‑DE ‑FLOR‑
Ecologia: prados secos e pastagens. ‑FECHADA*
Ecologia: prados secos e pastagens.

130 m 20 m
a 670 m a 350 m

MD R MD F

Cynoglossum creticum Pulmonaria longifolia


ORELHA‑DE ‑LEBRE PULMONÁRIA
Ecologia: prados secos e pastagens. Ecologia: bosques caducifólios; em
locais sombrios e solos profundos.

10 m 610 m
a 580 m a 1240 m
(690 m)

MD F EU RR

SUBGRUPO

MIOSÓTIS
E AFINS
Englobam ‑se neste subgrupo as espécies dos géneros Myosotis (13 e M. retusifolia, em pequenos cursos de água, ao longo do litoral sudoeste.
espécies), Omphalodes (3), Heliotropium (3), Glandora, Buglossoides, Lithosper‑ Refira ‑se ainda que está referenciada a existência em Portugal de duas
mum, Neatostema e Pentaglottis, representados por uma única espécie. subespécies de M. discolor (subsp. discolor, subsp. dubia) e de M. ramosissima
(subsp. globularis, subsp. ramosissima), as quais são de complexa distinção
O género Myosotis é bastante diversificado, contudo várias das espécies entre si.
são de difícil segregação, requerendo o recurso a lupa e chaves de iden‑
tificação. Além das espécies ilustradas, assinalam ‑se ainda: M. arvensis, Estão também referenciadas: Heliotropium curassavicum, originária da
de ocorrência dispersa a norte do rio Tejo; M. balbisiana, em lameiros de América mas naturalizada em solos salgadiços no Algarve e no estuário
montanha, na região norte; M. stricta, rara e apenas citada para Trás‑os‑ do Tejo, e que se distingue das outras espécies do género por ser total‑
‑Montes; M. stolonifera, em sítios húmidos e sombrios, com água corrente, mente glabra e perene; Lithospermum officinale, colhida no século passado em
no Norte e no Centro. Alguns autores consideram ainda a existência de orlas de bosques nos arredores de Vimioso, mas sem qualquer informação
duas espécies endémicas, M. lusitanica, em zonas húmidas em solo arenoso, recente que confirme a sua ocorrência atual.

Heliotropium supinum Heliotropium europaeum


TORNASSOL‑ANÃO* ERVA‑DAS ‑VERRUGAS,
VERRUCÁRIA, TORNASSOL
Ecologia: margens e leitos secos de
Ecologia: campos agrícolas, bermas
cursos de água, charcos temporários.
de caminhos; arvense e ruderal.

5m
10 m
a 780 m
a 320 m (920 m)

PR F PR FFF

221
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Neatostema apulum Buglossoides arvensis
BUGLOSSA‑AMARELA* subsp. arvensis
Ecologia: arvense; geralmente em BUGLOSSA‑BRANCA*
solos básicos. Ecologia: arvense; em solos básicos.

20 m 10 m
a 760 m a 270 m

MD F EU R

Myosotis persoonii Myosotis discolor


MIOSÓTIS ‑AMARELA*, NÃO ‑ME‑ NÃO ‑ME ‑ESQUEÇAS, ORELHA‑DE‑
‑ESQUEÇAS ‑AMARELO* ‑RATO
Ecologia: campos agrícolas, pousios; Ecologia: prados húmidos; arvense;
em solos algo húmidos, ácidos. em solos algo húmidos, ácidos.

140 m 10 m
a 1570 m a 800 m
(1750 m) (1150 m)

IB F PR FFF

Myosotis debilis Myosotis laxa


MIOSÓTIS ‑DÉBIL*, NÃO ‑ME‑ subsp. caespitosa
‑ESQUEÇAS ‑DÉBIL* MIOSÓTIS ‑LASSA
Ecologia: prados húmidos, margens Ecologia: prados húmidos; em solos
de charcos e cursos de água; em solos ácidos.
ácidos.

3m
10 m
a 400 m
a 770 m (1400 m)

IM FF PR R

Myosotis ramosissima Myosotis welwitschii


MIOSÓTIS ‑RAMOSA* NÃO ‑ME‑ MIOSÓTIS, NÃO ‑ME ‑ESQUEÇAS
‑ESQUEÇAS ‑RAMOSO*
Ecologia: prados húmidos, margens
Ecologia: prados húmidos; de charcos e cursos de água; em solos
indiferente edáfica. ácidos.

10 m 10 m
a 840 m a 910 m

PR F IM F

Myosotis stolonifera Glandora prostrata


MIOSÓTIS ‑ ESTOLHOSA, NÃO ‑ME‑ ERVA‑DAS ‑SETE ‑SANGRIAS,
‑ESQUEÇAS ‑ESTOLHOSO SARGACINHA
Ecologia: locais encharcados, em Ecologia: matos; em solos ácidos ou
solos ácidos. descarbonatados.
BORAGINÁCEAS

250 m 10 m
a 1860 m a 1100 m
(1480 m)

IB R MD FFF

222
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Omphalodes linifolia
MIOSÓTIS ‑BRANCO*
Ecologia: prados, pousios,
clareiras de matos; em sítios secos,
geralmente em solos básicos.

10 m
a 600 m

MD F

223
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
CR
Omphalodes Omphalodes nitida
kuzinskyanae MIOSÓTIS ‑DOS ‑BOSQUES*
MIOSÓTIS ‑DAS ‑ARRIBAS* Ecologia: prados higrófilos, margens
Ecologia: areias e arribas litorais. de cursos de água; em solos ácidos.

30 m
0m
a 1140 m
a 90 m (1460 m)

LU RR IB FF

Pentaglottis sempervirens
OLHOS ‑DE ‑GATO
Ecologia: bosques ripícolas ou
de vertente; em locais sombrios
e húmidos, em solos profundos e
ácidos.

10 m
a 930 m
(1370 m)

EU FF

SUBGRUPO

SOAGEM
E AFINS
São apresentadas neste subgrupo as espécies dos géneros Echium (13 Suspeita ‑se de que duas das espécies de Echium citadas para Portugal, E.
espécies), Cerinthe (2) e Onosma (1). arenarium e E. parviflorum, estejam regionalmente extintas, dado que não
são registadas há várias décadas. Ambas se diferenciavam das restantes
No género Echium (soagens) estão também referenciadas: E. vulgare, pouco por possuírem todos os estames inclusos na corola e ocorriam em locais
frequente, em pousios e pastagens de Trás‑os‑Montes e das Beiras, que arenosos não afastados do litoral, E. arenarium, na península de Troia e bacia
se distingue de E. tuberculatum pela menor dimensão do cálice e da flor; E. do Sado, e E. parviflorum, nos arredores de Ponte de Lima.
salmanticum, em prados e bermas da estrada na Beira Interior e na Terra
Quente de Trás‑os‑Montes, muito semelhante a E. lusitanicum, da qual
se distingue, com alguma dificuldade, pela estrutura dos pelos do cálice
e pelos seus estames, muito salientes da corola. Nas Berlengas ocorre
Echium rosulatum subsp. davaei, uma subespécie endémica do arquipélago,
enquanto no resto do território está presente a subsp. rosulatum, muito
abundante no Norte.

VU
Echium boissieri Echium lusitanicum
SOAGEM ‑GIGANTE* SOAJOS
Ecologia: pousios; em solo argiloso. Ecologia: prados e pastagens, orlas
de bosques, clareiras de matos,
bermas de caminhos; em solos
ácidos; em zonas de montanha.
BORAGINÁCEAS

(160 m)
50 m 360 m
a 230 m a 1100 m
(1300 m)

IM RR IB F

224
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
LC
Echium gaditanum Echium tuberculatum
SOAGEM ‑DO ‑ALGARVE*, SOAGEM ‑VIPERINA, VIPERINA
SOAGEM ‑DAS ‑DUNAS
Ecologia: clareiras de matos, bermas
Ecologia: dunas ; em areias algo de caminhos.
nitrofilizadas.

10 m
0m
a 520 m
a 10 m (660 m)

IM F IM F

Echium plantagineum
SOAGEM, CHUPA‑MEL, LÍNGUA‑
‑DE ‑VACA
Ecologia: arvense e ruderal, pousios;
indiferente edáfica.

10 m
a 680 m
(1280 m)

PR FFF

Echium creticum
VIBOREIRA
Ecologia: arvense e ruderal; em solo
geralmente básico.

30 m
a 290 m

MD F

Echium rosulatum Onosma tricerosperma CR


SOAGEM ‑DAS ‑VÍBORAS, CARDO‑ subsp. tricerosperma
‑DAS ‑VÍBORAS OLHO ‑DE ‑LOBO*
Ecologia: ruderal; em solos Ecologia: matos baixos; em solos
nitrofilizados e algo húmidos. pedregosos e básicos.

0m
200 m
a 940 m
(1080 m)
a 270 m

IB FF IB RRR

Cerinthe gymnandra Cerinthe major


CHUPA‑MEL‑BRANCO* CHUPA‑MEL‑ROXO*
Ecologia: arvense; em solos algo Ecologia: arvense, pousios; em solos
nitrofilizados, geralmente arenosos. básicos algo nitrofilizados.

0m 10 m
a 220 m a 270 m
(480 m) (450 m)

MD F MD F

225
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
33.
LABIADAS

As labiadas (Lamiaceae) são uma família bastante


diversificada em Portugal, com 30 géneros e cerca de 92
espécies. Engloba várias espécies aromáticas, como
os tomilhos (género Thymus), o alecrim (Rosmarinus),
os orégãos (Origanum), os rosmaninhos (Lavandula) e as
hortelãs e mentas (Mentha).

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

MENTAS
E AFINS
Neste subgrupo integram ‑se as espécies dos géneros Lamium (sete
espécies), Mentha (5), Ballota (2), Scutellaria (2) e ainda Melissa, Melittis,
Prasium, Lycopus, Acinos, Glechoma, Galeopsis e Marrubium, todos representa‑
dos por uma única espécie.

Não ilustradas no guia, ocorrem também: Mentha longifolia, raríssima


e apenas conhecida de Trás‑os‑Montes; Lamium coutinhoi, endémica da
região centro, onde ocorre em bermas, taludes húmidos e campos cultiva‑
dos, muito semelhante a L. amplexicaule, da qual se distingue pelas brácteas
pecioladas e também pela presença de bractéolas; Lamium gevorense, rara
e apenas assinalada para o Alto Alentejo; Lamium bifidum, distinguível das
restantes espécies do mesmo género pelas suas flores brancas, habita em
orlas de bosques, no interior da região centro.

Mentha aquatica Mentha suaveolens


HORTELÃ‑DE ‑ÁGUA MENTASTRO, HORTELÃ‑BRAVA
Ecologia: margens de lagoas e cursos Ecologia: margens de lagoas e cursos
de água; em sítios encharcados. de água, prados húmidos.

5m 5m
a 460 m a 920 m
(890 m) (1550 m)

PR F MD FFF

Mentha pulegium Mentha cervina


POEJO, HORTELÃ‑PIMENTA‑ HORTELÃ‑DA‑RIBEIRA, ERVA‑
‑MANSA ‑PEIXEIRA
Ecologia: margens de lagoas, Ecologia: margens e leitos de cursos
charcos e cursos de água de água temporários; em solos
temporários; em solos ácidos, arenosos ou pedregosos.
húmidos.

5m
20 m
a 820 m
(1120 m)
a 730 m

PR FFF MD R

Acinos alpinus Lycopus europaeus


SATUREJA‑DAS ‑MONTANHAS* MARROIO ‑D’ÁGUA
Ecologia: clareiras de matos e Ecologia: margens de lagoas e cursos
bosques; em solos pedregosos. de água; em sítios encharcados.

10 m
260 m
a 730 m
LABIADAS

a 1160 m (980 m)

PR R PR FFF

228
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Melissa officinalis Melittis melissophyllum
ERVA‑CIDREIRA BETÓNICA‑BASTARDA
Ecologia: bosques, em locais Ecologia: prados húmidos, bosques;
sombrios e húmidos; também em sítios sombrios e frescos.
escapada de cultivo.

10 m (20 m)
a 740 m 220 m
(1060 m) a 1200 m

MD FF EU R

Galeopsis tetrahit Glechoma hederacea


URTIGA‑CÂNHAMO ‑COMUM*, HERA‑TERRESTRE
GALEOPSE*
Ecologia: bosques caducifólios; em
Ecologia: bosques e sebes; em sítios húmidos e sombrios.
locais frescos, sombrios e algo
perturbados.

(20 m)
120 m
360 m
a 940 m a 930 m
(1070 m) (1140 m)

PR R PR R

Ballota hirsuta Ballota nigra


MARROIO ‑PELUDO MARROIO ‑NEGRO, ERVA‑DAS‑
‑LAMPARINAS
Ecologia: entulhos, bermas de
caminhos; em solos nitrofilizados; Ecologia: entulhos, bermas de
ruderal. caminhos,orlas de bosque; em solos
nitrofilizados; ruderal.

10 m 10 m
a 400 m
(750 m)
a 850 m

IM R EU F

Lamium amplexicaule Lamium hybridum


CHUPAPITOS, CHUCHA‑PITOS URTIGA‑FALSA
Ecologia: orlas de matagais, prados Ecologia: orlas de bosques; em locais
húmidos, campos agrícolas. húmidos e sombrios.

5m
110 m
a 850 m
(1040 m)
a 800 m

PR FFF PR R

Lamium purpureum Lamium maculatum


CHUCHAS‑PEQUENAS*, CHUCHAS
LÂMIO‑ROXO
Ecologia: orlas de bosques, margens
Ecologia: orlas de bosques, prados de cursos de água; em locais húmidos
húmidos, campos agrícolas. e sombrios.

10 m 10 m
a 770 m a 1140 m
(910 m) (1750 m)

PR FFF PR FF

229
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Scutellaria minor Scutellaria galericulata
ESCUTELÁRIA‑MENOR* ESCUTELÁRIA*
Ecologia: prados húmidos, juncais, Ecologia: prados húmidos, margens
também na orla de bosques e de cursos de água, orlas de bosques
matagais; em solos ácidos e húmidos. ripícolas.

10 m 10 m
a 1150 m a 130 m

EU FF PR R

Marrubium vulgare Prasium majus


MARROIO ‑BRANCO MADRE ‑DE ‑ESMERALDA, PRÁSIO
Ecologia: entulhos, bermas de Ecologia: rupícola e na orla de
caminhos, pastagens: em solos matagais; em substratos calcários,
nitrofilizados; ruderal. rochosos ou pedregosos.

10 m
10 m
a 310 m
a 780 m (460 m)

PR FFF MD F

SUBGRUPO

SALVAS
E AFINS
Estão incluídas neste subgrupo as espécies dos géneros Salvia (6), Stachys Trás‑os‑Montes, mas de espontaneidade algo incerta em Portugal; Salvia
(6), Sideritis (5), Nepeta (4), Ajuga (4), Prunella (3) e Cleonia (1). viridis, muito rara, apenas assinalada nos calcários da serra dos Candeei‑
ros e nos arredores de Tavira; Sideritis hyssopifolia, de ocorrência incerta
Para além das espécies ilustradas no guia, ocorrem também em Portugal em Portugal, conhecida apenas de citações antigas para o Centro ‑Oeste
continental: Ajuga chamaepitys, em prados ralos sobre solos básicos, rara e calcário (Pereira Coutinho, 1939); Stachys palustris, muito rara, conhecida
de ocorrência esporádica do Alentejo a Trás‑os‑Montes; Nepeta caerulea, apenas de três locais no Baixo Mondego, na margem de valas e pauis e
em orlas de bosque, mas apenas conhecida da Beira Interior e de Trás‑os‑ em perigo de extinção; Ajuga pyramidalis subsp. pyramidalis, em prados de
‑Montes e considerada em perigo de extinção; Nepeta cataria, de ocorrência montanha do Norte e do Centro do país, distingue ‑se da subsp. meonantha
esporádica no Centro e no Norte do país, em sebes, bermas e entulhos; por ter folhas basais e caulinares semelhantes, geralmente glabras, e
Salvia aethiopis citada no passado para os arredores de Bragança, mas sem dentes do cálice que, no máximo, igualam a dimensão do tubo (folhas
quaisquer registos de observações recentes; Salvia sclarea, assinalada para diferenciadas e pilosas, e dentes maiores que o tubo na subsp. meonantha).

Stachys arvensis Stachys ocymastrum


RABO ‑DE ‑RAPOSA MENOR* RABO ‑DE ‑RAPOSA
Ecologia: arvense e em pastagens Ecologia: arvense e em pousios
e clareiras de matos; indiferente e clareiras de matos; geralmente
edáfica. em solos básicos.

5m 10 m
a 620 m a 350 m
LABIADAS

(1280 m) (480 m)

EU FFF MD FF

230
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Stachys officinalis
BETÓNICA
Ecologia: matos baixos, prados
perenes; em solos ácidos.

20 m
a 1090 m
(1370 m)

PR F

Stachys germanica Stachys sylvatica LC


BETÓNICA‑BRANCA* RABO ‑DE ‑RAPOSA‑DE ‑TRÁS ‑OS‑
‑MONTES, BETÓNICA‑SILVESTRE,
Ecologia: orlas de bosques e
PEIXINHO ‑DA‑CERCA
matagal, pousios; em solos básicos.
Ecologia: bosques e margens de
cursos de água; em locais húmidos e
sombrios.

10 m 510 m
a 540 m a 860 m

MD F EU R

Ajuga iva Ajuga reptans


ERVA‑CRINA, IVA‑MOSCADA BÚGULA, LÍNGUA‑DE ‑BOI, ERVA‑
‑CAROCHA
Ecologia: pastagens, clareiras de
matos; em solos compactados. Ecologia: prados húmidos, bosques
caducifólios; em sítios húmidos e
sombrios.

20 m 20 m
a 410 m a 990 m

MD FF PR F

Ajuga pyramidalis Cleonia lusitanica


subsp. meonantha CLEÓNIA*
BÚGULA‑PIRAMIDAL Ecologia: clareiras de matos, prados
Ecologia: prados de montanha, anuais; em solos básicos, secos e
bosques caducifólios; em sítios pedregosos.
húmidos e sombrios.

440 m 30 m
a 1500 m a 340 m

EU R IM F

Nepeta multibracteata Nepeta tuberosa


NÊVEDA‑RAMOSA* NÊVEDA‑TUBEROSA*
Ecologia: orlas de matagal, bermas Ecologia: pousios, pastagens; em
de caminhos; em solos ácidos, secos. solos básicos.

20 m
70 m
a 490 m
a 290 m
(620 m)

IM R MD F

231
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Prunella vulgaris Prunella laciniata
PRUNELA, ERVA‑FÉRREA CONSOLDA‑MENOR, ERVA‑
‑FÉRREA‑BRANCA*
Ecologia: prados húmidos, margens
de lagoas ou cursos de água; Ecologia: prados, clareiras de matos;
indiferente edáfica. em solos húmidos.

5m
30 m
a 980 m
(1530 m)
a 1140 m

PR FFF PR R

Prunella grandiflora Salvia sclareoides


PRUNELA‑DE ‑FLOR‑GRANDE* SALVA‑DO ‑SUL, SALVA‑VISCOSA‑
‑DOS ‑MONTES*
Ecologia: prados húmidos, clareiras
de matagais; em solos frescos. Ecologia: clareiras de matagais,
prados; em solos pedregosos,
básicos.

40 m 30 m
a 1210 m a 390 m
(1330 m) (640 m)

PR F IB F

Salvia verbenaca Salvia argentea


SALVA‑DOS ‑CAMINHOS, ERVA‑ SALVA‑BRANCA
‑CRISTA, JARVÃO
Ecologia: pastagens, pousios,
Ecologia: pastagens, bermas de bermas de caminhos; em solos
caminhos, campos cultivados, pedregosos, secos.
terrenos perturbados; em solos algo
nitrofilizados.

20 m 20 m
a 780 m
(1320 m)
a 360 m

MD FFF MD R

Sideritis romana Sideritis hirsuta


SIDERITA‑MIÚDA* SIDERITA‑PELUDA*
Ecologia: pousios, clareiras de Ecologia: matos; em solos
matos; em solos pedregosos, pedregosos, básicos.
básicos.

20 m 40 m
a 350 m a 540 m

MD R MD F

LC
Sideritis arborescens Sideritis montserratiana VU
subsp. lusitanica SIDERITA‑DO‑NORDESTE*
SIDERITA‑ARBÓREA*, ERVA‑DO‑ Ecologia: clareiras e orlas de
‑MÉDO matos; em substratos pedregosos,
Ecologia: matos; em solos geralmente básicos.
pedregosos, básicos.

20 m 240 m
LABIADAS

a 370 m a 560 m

LU R IB RR

232
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

TOMILHOS
E AFINS
Neste subgrupo integram ‑se várias espécies de pequenos arbustos ou, No género Thymus foram descritas subespécies nas seguintes plantas:
por vezes, ervas perenes, incluídas nos géneros Teucrium (12 espécies), Thymus mastichina (subsp. mastichina, frequente de norte a sul do país, e
Thymus (11), Micromeria (2), Thymbra, Origanum, Calamintha e Clinopodium subsp. donyanae, restrita ao litoral algarvio); Thymus zygis (subsp. sylvestris,
(todos apenas com uma espécie). abundante nos calcários do Centro ‑Oeste, e subsp. zygis, restrita aos solos
básicos de Trás‑os‑Montes e pontualmente no Baixo Alentejo); Thymus
Assinalam ‑se também: Micromeria juliana, nativa da zona central da bacia villosus (subsp. villosus, frequente em urzais‑tojais, nos solos ácidos das
mediterrânica, e que ocorre como subespontânea nos calcários da serra serras do Sudoeste, e subsp. lusitanicus, de distribuição restrita ao Centro do
de Sicó e nos arredores de Coimbra; Thymus praecox subsp. britannicus, citada país). No género Teucrium foram também mencionadas para Portugal três
no passado para a serra da Estrela, embora não exista qualquer registo espécies, T. gnaphalodes, T. dunense e T. pseudoscorodonia, cuja presença suscita
recente da planta; Teucrium lusitanicum, presença regular nos calcários do algumas dúvidas pela possibilidade de confusão com espécies similares
Centro ‑Oeste. e pela ausência de material nos herbários nacionais que confirme a sua
ocorrência.

Micromeria graeca Clinopodium vulgare


HISSOPO ‑BRAVO, ZOPE, CLINOPÓDIO, ZÓPIRO
MICROMÉRIA*
Ecologia: orlas de bosques e
Ecologia: matos baixos, rochedos; matagais; em locais algo sombrios.
em substratos básicos, secos e
pedregosos.

30 m
10 m
a 1110 m
a 420 m (1420 m)

MD F PR FFF

Origanum vulgare Calamintha nepeta


subsp. virens ERVA‑DAS ‑AZEITONAS, NÊVEDA
ORÉGÃO Ecologia: orlas de matagais,
Ecologia: orlas de bosques e bosques, sebes ; indiferente edáfica.
matagais, pousios, prados.

20 m 20 m
a 780 m a 740 m
(1150 m) (1070 m)

IM FFF MD FFF

VU
Thymus albicans Thymus mastichina
TOMILHO ‑ALVADIO* TOMILHO, BELA‑LUZ, SAL‑PURO
Ecologia: matos e clareiras de pinhal; Ecologia: matos baixos, pastagens;
em solos arenosos e secos. em solos secos.

20 m
10 m
a 950 m
a 40 m (1140 m)

IB RR IB FF

233
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Thymus villosus Thymus lotocephalus NT
TOMILHO ‑PELUDO, ERVA‑ TOMILHO ‑CABEÇUDO, ERVA‑
‑AZEITONEIRA ‑URSA
Ecologia: matos baixos; em solos Ecologia: matos baixos; em solos
ácidos. arenosos ou pedregosos.

20 m 20 m
a 430 m
(790 m)
a 280 m

IB F LU F

LC
Thymus camphoratus Thymus carnosus LC
TOMILHO ‑CANFORADO*, TOMILHO ‑DAS ‑PRAIAS
TOMILHO ‑DO ‑SUDOESTE*
Ecologia: dunas.
Ecologia: matos baixos, arribas
litorais, dunas fixas; em solos
arenosos ou rochosos.

0m 0m
a 90 m
(230 m)
a 30 m

LU FF IB F

LC
Thymus capitellatus Thymus zygis
TOMILHO ‑DO ‑MATO TOMILHO, ERVA‑DE ‑SANTA‑
‑MARIA, SAL‑DA‑TERRA
Ecologia: matos baixos, clareiras de
pinhal; em solos arenosos, ácidos. Ecologia: matos baixos, pastagens;
em solos pedregosos, básicos.

50 m
10 m
a 940 m
a 130 m (1200 m)

LU FF IM FF

Thymus caespititius Thymus pulegioides


TORMENTELO, ALECRIM ‑DA‑ SERPÃO
‑SERRA
Ecologia: prados, matos, clareiras de
Ecologia: matos baixos, rochedos; bosques; em sítios algo húmidos.
em solos pedregosos.

20 m 620 m
a 1200 m
(1360 m)
a 1380 m

IB F EU R

Thymbra capitata Teucrium


TOMILHO, TOMILHO ‑DE ‑CRETA pseudochamaepitys
Ecologia: matos baixos, pousios CAMÉDRIO ‑DE ‑FOLHA‑ESTREITA*
longos; em solos pedregosos, Ecologia: prados rupícolas, clareiras
básicos. e orlas de matos; em solos básicos
e pedregosos.

10 m 10 m
LABIADAS

a 350 m a 280 m

MD FF MD F

234
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Teucrium spinosum Teucrium scordium
CAMÉDRIO ‑ESPINHOSO* CAMÉDRIO ‑AQUÁTICO*,
ESCÓRDIO
Ecologia: pousios, clareiras de
matos.; em solos básicos. Ecologia: margens e leitos de cursos
de água, prados húmidos.

40 m 10 m
a 230 m a 640 m

MD R PR R

Teucrium haenseleri Teucrium algarbiense


PÓLIO ‑HIRSUTO* PÓLIO ‑ALGARVIO*
Ecologia: matos baixos, prados; em Ecologia: matos baixos, prados;
locais secos e pedregosos. em locais secos e em substratos
arenosos ou pedregosos.

30 m 20 m
a 480 m a 290 m

IB F IB R

Teucrium capitatum Teucrium vincentinum LC


PÓLIO ‑ESBRANQUIÇADO* PÓLIO ‑VICENTINO*
Ecologia: matos baixos; em sítios Ecologia: arribas litorais; em solos
soalheiros e pedregosos, em solos arenosos ou rochosos.
básicos.

10 m 5m
a 470 m
(610 m)
a 80 m

MD F LU FF

Teucrium chamaedrys Teucrium salviastrum LC


CARVALHINHA, ERVA‑CARVALHA, PÓLIO ‑DAS ‑MONTANHAS*,
CAMÉDRIO PÓLIO ‑DAS ‑ROCHAS*
Ecologia: matos baixos, rochedos; Ecologia: escarpas e rochedos, em
em solos básicos e pedregosos. zonas de montanha; em rochas
ácidas.

110 m 590 m
a 530 m a 1910 m

MD R LU F

Teucrium scorodonia Teucrium fruticans


SALVA‑BASTARDA, MATO ‑BRANCO, SALVA‑AMARGA
ESCORODÓNIA
Ecologia: matagais, orlas de
Ecologia: bosques e matagais; em bosques; em sítios secos e
locais sombrios. soalheiros; também cultivada.

20 m 20 m
a 1140 m
(1460 m)
a 480 m

EU FFF MD R

235
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

ROSMANINHOS
E AFINS
Neste grupo apresentam ‑se os rosmaninhos (género Lavandula, cinco O contrário sucede em L. pedunculata, pois, seguindo ‑se a Flora iberica
espécies) e outros géneros com plantas arbustivas, como Rosmarinus (1) (Morales, 2010), é representada por uma única subespécie (subsp. peduncu‑
e Phlomis (3), todas ilustradas no guia. lata), mas, de acordo com a Nova Flora de Portugal (Franco, 1984), segrega‑se
em três: subsp. lusitanica, nas areias da bacia sedimentar do Sado e do Tejo,
A taxonomia do género Lavandula é algo complexa, não havendo uma con‑ subsp. sampaioana, nas regiões mais interiores, do Sul a Trás‑os‑Montes;
cordância generalizada relativamente a dois dos táxones que ocorrem subsp. pedunculata, concentrada no Norte do país. Para adensar a complexi‑
em Portugal continental. De acordo com a Flora iberica (Morales, 2010), dade, outros autores afirmam que o nome correto das plantas portuguesas
assinalam ‑se duas subespécies de L. stoechas: subsp. stoechas, a mais disse‑ será L. sampaioana, considerando ‑se duas subespécies: subsp. lusitanica e
minada, com indumento esbranquiçado nas folhas e pedúnculo da inflo‑ subsp. sampaioana (Rivas‑Martínez et al., 1990).
rescência mais curto do que a espiga, e subsp. luisieri, na metade sul do país,
com indumento acinzentado e pedúnculo da inflorescência mais comprido Já foram registadas, como adventícias em Portugal continental, outras
do que a espiga; contudo, segundo a Nova Flora de Portugal (Franco, 1984), espécies de Lavandula, que são cultivadas como ornamentais, nomeada‑
em Portugal ocorre apenas a espécie Lavandula luisieri. mente a alfazema (Lavandula angustifolia), a alfazema ‑denteada (L. dentata)
e a alfazema‑lanuda (L. lanata).

Lavandula multifida Lavandula viridis


ALFAZEMA‑DE ‑FOLHA‑ ROSMANINHO ‑VERDE
‑RECORTADA
Ecologia: orlas de bosques e
Ecologia: matos em arribas litorais matagais; em locais sombrios e em
e escarpas, matos termófilos; em solos ácidos.
locais soalheiros.

20 m
0m
a 740 m
a 200 m (880 m)

MD R IB FF

Lavandula stoechas Lavandula pedunculata


ROSMANINHO, RASMONO, ROSMANINHO ‑MAIOR,
CABEÇUDA RASMONO ‑MAIOR
Ecologia: matos baixos; em locais Ecologia: matos baixos; em locais
secos e soalheiros. secos e soalheiros e solos ácidos.

20 m 10 m
a 530 m a 850 m
(940 m) (1550 m)

MD FFF IM FFF

Lavandula latifolia
ALFAZEMA‑BRAVA
Ecologia: matos baixos; em solos
básicos e pedregosos.

60 m
LABIADAS

a 240 m

MD RR

236
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
NT
Phlomis herba‑venti Phlomis lychnitis
MARIOILA‑MENOR, ERVA‑DAS‑ SALVA‑BRAVA, SALVA‑DA‑SERRA
‑MOSCAS
Ecologia: matos baixos, prados; em
Ecologia: pousios, clareiras de solos básicos e pedregosos.
matos; em substratos básicos.

90 m 60 m
a 280 m a 530 m

PR R EU F

Phlomis purpurea
MARIOILA
Ecologia: Orlas de bosques e
matagais; em locais soalheiros;
indiferente edáfica.

10 m
a 410 m
(720 m)

IM FF

Rosmarinus officinalis
ALECRIM, ALECRINZEIRO
Ecologia: matos; em locais secos e
soalheiros; também cultivada.

10 m
a 540 m
(670 m)

MD FF

237
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
34.
TANCHAGENS
E GLOBULÁRIAS

Na sua mais recente interpretação, as plantagináceas


são representadas em Portugal por 16 géneros e 103
táxones, incluindo vários géneros que, anteriormente,
eram integrados nas famílias Scrophulariaceae e Globu-
lariaceae. Nesta obra, as plantagináceas apresentam-se
distribuídas por três grupos distintos: tanchagens
e globulárias (géneros Plantago, Litorella e Globularia),
bocas-de-lobo, escrofulárias e afins (géneros Antirrhinum,
Anarrhinum, Chaenorhinum, Cymbalaria, Digitalis, Gratiola,
Linaria, Misopates, Sibthorpia, Veronica) e plantas aquáticas
(género Callitriche).

Neste capítulo agrupam-se os géneros Plantago (tancha-


gens e diabelhas, 16 espécies), Litorella (1) e Globularia (2).

Além das espécies ilustradas no guia, são também


referenciadas em Portugal continental: P. macrorhiza,
comum nas dunas do litoral algarvio, muito parecida
a P. coronopus, da qual se distingue por ser perene, ter
folhas algo carnudas e cepas geralmente ramificadas;
P. loeflingii, anual, mal conhecida, e escassamente assi-
nalada para as regiões interiores do Alto Alentejo, das
Beiras e de Trás-os-Montes, passível de confusão com P.
bellardii, da qual pode ser distinguida por ter as brácteas
e as sépalas glabras, ainda que, por vezes, apresente
alguns cílios na bráctea. Menciona-se ainda Plantago
sempervirens, uma espécie perene, colhida pela última vez
em 1905 nos arredores da foz do rio Tua e que não voltou
a ser observada, pelo que se considera como regional-
mente extinta.

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
VU
Littorella uniflora Plantago afra
TANCHAGEM ‑DOS ‑CHARCOS*, ZARAGATOA, ERVA‑DAS ‑PULGAS,
LITORELA* TANCHAGEM
Ecologia: lagoas temporárias Ecologia: pousios, clareiras de
e prados higrófilos; em locais matos, prados ralos; em solos
inundados, pouco profundos. argilosos.

70 m 20 m
a 850 m a 410 m
(760 m)

EU RR PR FFF

EN
Plantago algarbiensis Plantago almogravensis EN
DIABELHA‑DO ‑ALGARVE DIABELHA‑DO ‑ALMOGRAVE
Ecologia: clareiras de matos, prados Ecologia: clareiras de matos em
ralos; em solos argilosos, férricos, arribas litorais; em solos algo
com humidade temporária. ferruginosos e com encharcamento
sazonal.

20 m 20 m
a 90 m a 40 m

IB RR LU RR

Plantago holosteum Plantago alpina NT


DIABELHA‑DA‑MONTANHA* TANCHAGEM ‑ALPINA*
Ecologia: prados ralos de montanha, Ecologia: prados ralos de alta
fendas de rochas, bermas; em solos montanha; em solos saibrosos,
saibrosos, ácidos. ácidos.

(340 m)
540 m 1700 m
a 1880 m a 2000 m

MD F EU RR

Plantago albicans
TANCHAGEM ‑ALVADIA*
Ecologia: pastagens e prados anuais
ralos; em locais secos e soalheiros,
algo nitrofilizados.

10 m
a 380 m

PR F

Plantago maritima Plantago bellardii


TANCHAGEM ‑MARÍTIMA TANCHAGEM ‑DOS ‑PASTOS*
TANCHAGENS E GLOBULÁRIAS

Ecologia: estuários, rochedos Ecologia: pastagens, prados anuais


litorais. ralos, clareiras de matos; em solos
geralmente ácidos.

10 m
0m
a 710 m
a 10 m (850 m)

PR RR MD FFF

240
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Plantago coronopus Plantago serraria
DIABELHA, CORDANITO, TANCHAGEM ‑SERRADA*
TANCHAGEM ‑CORNO ‑DE ‑VEADO
Ecologia: pastagens, caminhos,
Ecologia: arribas litorais, pastagens, clareiras de matos; geralmente em
clareiras de matos, bermas de solos argilosos compactados.
caminhos e locais perturbados;
indiferente edáfica.

0m 10 m
a 940 m a 360 m
(1980 m) (490 m)

PR FFF MD FF

Plantago lagopus Plantago lanceolata


ORELHA‑DE ‑LEBRE, LÍNGUA‑DE‑ CORRIJÓ, LÍNGUA‑DE ‑OVELHA,
‑OVELHA, ERVA‑DA‑MOSCA TANCHAGEM ‑MENOR
Ecologia: pastagens, pousios, Ecologia: pastagens, pousios,
bermas de caminhos; em solos secos lameiros, bermas de caminhos; em
e algo nitrofilizados. solos algo húmidos e nitrofilizados.

10 m 10 m
a 420 m a 1040 m
(880 m) (1500 m)

MD FFF PR FFF

Plantago major
TANCHAGEM ‑MAIOR
Ecologia: prados, lameiros, pousios,
margens de linhas de água; em solos
húmidos e perturbados.

10 m
a 950 m
(1100 m)

PR FFF

CR
Globularia alypum Globularia vulgaris NT
COROA‑DE ‑FRADE GLOBULÁRIA‑VULGAR*
Ecologia: matos; em locais secos, Ecologia: clareiras de matos, taludes,
soalheiros e pedregosos. rochedos; preferentemente em solos
básicos.

60 m 60 m
a 80 m a 470 m

MD RRR EU RR

241
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
35.
BOCAS‑DE‑LOBO,
ESCROFULÁRIAS
E AFINS

Neste subcapítulo apresenta-se um grupo de plantas


que, até recentemente, eram conjuntamente integradas
na família Scrophulariaceae, mas que, em consequência
de estudos genéticos que vieram esclarecer a sua relação
filogenética, foram segregadas em três famílias distintas:
Scrophulariaceae, Plantaginaceae e Orobanchaceae.

No seu entendimento mais atual, a família Scrophula-


riaceae é representada por cinco géneros em Portugal:
Scrophularia, Verbascum, Limosella, Myoporum e Buddleja.
Os géneros Myoporum e Buddleja (não ilustrados, mas
mencionados no capítulo dedicado às árvores e arbustos
de famílias diversas) são arbustos cultivados como orna-
mentais e ocasionalmente subespontâneos. As famílias
Plantaginaceae e Orobanchaceae são apresentadas com
maior detalhe nos grupos «Tanchagens e globulárias»
e «Parasitas e hemiparasitas», respetivamente.

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

BOCAS‑DE‑LOBO
E AFINS
Neste subgrupo apresentam ‑se as plantas popularmente designadas por
bocas‑de ‑lobo (género Antirrhinum, sete espécies) e de géneros semelhan‑
tes, como Chaenorhinum (5), Anarrhinum (3) e Misopates (2), todos atualmente
integrados nas plantagináceas.

As bocas‑de ‑lobo (género Antirrhinum) englobam sete espécies, das quais


apenas A. rothmaleri não se encontra ilustrada. É uma planta recentemente
segregada de A. braun ‑blanquetii (com a qual era confundida), endémica dos
solos ultrabásicos de Trás‑os‑Montes, raríssima e considerada em perigo
de extinção devido ao reduzido tamanho da sua população. No género
Chaenorhinum referenciam ‑se ainda duas espécies não ilustradas no guia:
C. minus, citada no passado para vários locais do interior do país, embora
sem registos recentes, e C. segoviense, mencionada para os solos básicos
de Trás‑os‑Montes, embora se suspeite essa citação possa resultar de
confusão com C. origanifolium.

VU
Antirrhinum lopesianum Antirrhinum onubense
DRAGÃO ‑DAS ‑ARRIBAS BOCAS ‑DE ‑LOBO ‑DO‑
‑BARROCAL*
Ecologia: fendas de rochas e
escarpas; em locais expostos ou Ecologia: fendas de rochas calcárias;
ligeiramente ensombrados. rupícola.

330 m 70 m
a 600 m a 400 m

IB RR IB R

Antirrhinum meonanthum Antirrhinum graniticum


BOCAS‑DE‑LOBO‑AMARELAS*, BOCAS ‑DE ‑LOBO ‑DO ‑DOURO*
MORTES
Ecologia: fendas de rochedos,
Ecologia: fendas de rochas, muros, muros, cascalheiras, bermas de
bermas de caminhos; em solos caminhos; em solos pedregosos,
ácidos. ácidos.

190 m 70 m
a 1120 m a 750 m

IB R IB F BOCAS-DE-LOBO, ESCROFULÁRIAS E AFINS

Antirrhinum linkianum Antirrhinum cirrhigerum


BOCAS ‑DE ‑LOBO ‑DO ‑OESTE*, BOCAS ‑DE ‑LOBO ‑DAS ‑DUNAS*
PAPÕES
Ecologia: matos em dunas e arribas
Ecologia: fendas de rochedos, litorais.
muros, cascalheiras, bermas de
caminhos; em solos pedregosos,
calcários.

10 m 0m
a 540 m a 80 m
(650 m) (360 m)

IB F IM F

244
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Misopates orontium Misopates calycinum
FOCINHO ‑DE ‑RATO ‑ROSA* FOCINHO ‑DE ‑RATO ‑BRANCO*
Ecologia: arvense, rupícola; em solos Ecologia: arvense e em pousios,
perturbados e algo nitrofilizados; taludes, cascalheiras; em solos
geralmente em solos ácidos. básicos.

5m 20 m
a 660 m a 330 m
(820 m) (470 m)

PR FFF MD FF

Anarrhinum bellidifolium Anarrhinum LC


SAMACALO, MACERÓVIA longipedicellatum
Ecologia: clareiras de matos, taludes, MACERÓVIA‑PEDUNCULADA*
escarpas; em solos pobres, secos e Ecologia: rochedos, taludes; em
pedregosos, ácidos. locais secos e expostos, em solos
ácidos.

20 m 20 m
a 1080 m
(1550 m)
a 990 m

EU FFF LU F

Anarrhinum duriminium Chaenorhinum CR


SAMACALO ‑PELUDO*, rubrifolium
MACERÓVIA‑DO ‑DOURO* BOQUINHAS ‑AMARELAS*
Ecologia: rochedos, escarpas, Ecologia: prados ralos, caminhos.
taludes; em substratos ácidos.

10 m 300 m
a 720 m
(1130 m)
a 350 m

IB F MD RRR

EN
Chaenorhinum Chaenorhinum
serpyllifolium subsp. origanifolium
lusitanicum BOQUINHAS ‑DE ‑LOBO ‑FOLHA‑
BOQUINHAS ‑DE ‑LOBO ‑DO‑ ‑DE ‑ORÉGÃO*
‑SUDOESTE*
Ecologia: fendas de rochas, clareiras
Ecologia: fendas de rochas, clareiras de matos; em solos pedregosos e
de matos; em solos derivados de arenitos, básicos.
básicos.

20 m 10 m
a 80 m a 600 m

LU RR EU R

245
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

ANSARINAS
E AFINS
Expõem ‑se neste subgrupo as ansarinas, plantas herbáceas que se incluem de modo disperso, em taludes de xisto; L. intricata, em clareiras, aparente‑
no género Linaria, um dos mais diversos em Portugal, com cerca de 25 mente rara e restrita a Trás‑os‑Montes. As duas últimas são algo seme‑
táxones já descritos, alguns dos quais endémicos. Apresentam ‑se também lhantes a L. amethystea, embora com inflorescências com menor densidade
as plantas dos géneros Kickxia (5) e Cymbalaria (1), com flores muito seme‑ de flores e forma das sementes, sendo necessária uma chave de identifi‑
lhantes ao género Linaria, no qual já estiveram classificadas. Todos estes cação para uma correta distinção entre as três espécies. Assinalam ‑se
géneros integram ‑se nas plantagináceas. ainda L. amethystea subsp. multipunctata, endémica, que se distingue pelas
suas flores amarelas pontuadas de roxo e com distribuição localizada na
No género Linaria, além das espécies ilustradas no livro, ocorrem também: região centro; L. bipunctata subsp. bipunctata, mal conhecida e assinalada
L. oblongifolia subsp. haenseleri, em solos pedregosos, geralmente básicos, no em depósitos arenosos das bacias do Douro e Sado; L. polygalifolia subsp.
Sul e no Centro interior; L. simplex, de flores amarelas, citada apenas para polygalifolia, nas dunas litorais a norte do rio Tejo; L. supina subsp. maritima,
campos de cultivo na Beira Interior, mas da qual não existem quaisquer de corola esbranquiçada ou amarelo ‑pálida, citada para as areias do litoral
observações recentes; L. diffusa, endémica da região centro, onde ocorre, a norte do rio Douro.

Linaria amethystea Linaria algarviana NT


subsp. amethystea POMBINHAS ‑DO ‑ALGARVE
POMBINHAS, ANSARINA‑ Ecologia: pousios, pastagens; em
‑AMETISTA* solos arenosos.
Ecologia: pousios, pastagens,
campos agrícolas, clareiras de
matos; em solos ácidos.

40 m 5m
a 710 m a 130 m
(1260 m)

IB FF LU F

Linaria viscosa Linaria spartea


ANSARINA‑PEGAJOSA* ANSARINA‑DOS ‑CAMPOS,
AVELINO
Ecologia: pousios, pastagens,
clareiras de matos; em solos ácidos. Ecologia: pousios, pastagens,
campos agrícolas, clareiras de
matos; em solos arenosos, ácidos.

5m
10 m
a 840 m
a 280 m (1070 m)

IB F EU FFF BOCAS-DE-LOBO, ESCROFULÁRIAS E AFINS

VU
Linaria micrantha Linaria ricardoi EN
LINÁRIA‑MIÚDA* LINÁRIA‑DOS ‑OLIVAIS*
Ecologia: arvense, pousios; Ecologia: arvense, associada
em solos argilosos, básicos. a culturas agrícolas de sequeiro;
em solos argilosos, básicos.

100 m 100 m
a 240 m
(440 m)
a 250 m

MD R LU R

246
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Linaria incarnata
ANSARINA‑ROXA
Ecologia: prados secos.

100 m
a 850 m

IM F

247
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Linaria elegans Linaria munbyana NT
ANSARINA‑ELEGANTE* ANSARINA‑ANÃ‑DAS‑DUNAS*
Ecologia: prados, pastagens; em Ecologia: dunas.
solos ácidos, pobres.

490 m 1m
a 1460 m a 10 m

IB F IM R

LC
Linaria bipunctata Linaria pedunculata LC
subsp. glutinosa ANSARINA‑ROXA‑DAS ‑PRAIAS*
ANSARINA‑DO ‑SUDOESTE* Ecologia: praias e dunas litorais.
Ecologia: dunas litorais.

5m 0m
a 60 m a 10 m

LU F IM F

LC
Linaria polygalifolia Linaria supina subsp.
subsp. lamarckii supina
ANSARINA‑DA‑PRAIA* ANSARINA‑AMARELA‑
‑DOS‑CALCÁRIOS*
Ecologia: dunas litorais.
Ecologia: clareiras de matos,
rochedos, taludes; em solos
rochosos ou pedregosos, de origem calcária.

0m 40 m
a 30 m a 620 m

IB R EU F

Linaria saxatilis Linaria hirta VU


ANSARINA‑DAS ‑ROCHAS* LINÁRIA‑DOS ‑POUSIOS*
Ecologia: rochedos, pastagens; Ecologia: arvense, associada
em solos secos, pedregosos ou a culturas agrícolas de sequeiro;
arenosos, ácidos. em solos argilosos, básicos.

160 m 120 m
a 1500 m
(1800 m)
a 240 m

IB FF IB R BOCAS-DE-LOBO, ESCROFULÁRIAS E AFINS

Linaria aeruginea Linaria triornithophora


ANSARINA‑VERMELHA* ESPORAS ‑BRAVAS
Ecologia: pousios, clareiras Ecologia: orlas de bosques
de matos, taludes; em solos caducifólios e matagais, taludes;
pedregosos. Em locais sombrios e em substratos
ácidos.

20 m
80 m
a 1210 m
a 710 m (1330 m)

IB R IB FF

248
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Cymbalaria muralis Kickxia elatine
RUÍNAS, CIMBALÁRIA ESPORAS ‑SAGITADAS*
Ecologia: subespontânea em Ecologia: campos agrícolas,
fendas de rochas, muros e paredes; cultivados ou incultos, bermas de
em locais sombrios. caminhos.

10 m
5m
a 810 m
(920 m)
a 170 m

IN FFF PR R

Kickxia cirrhosa Kickxia spuria subsp.


ESPORAS ‑DE ‑GAVINHAS* integrifolia
Ecologia: prados húmidos, margens ESPORAS‑COMUNS*
de charcos; em solos húmidos, Ecologia: campos cultivados,
arenosos e ácidos. pousios, bermas de caminhos; em
solos revolvidos, algo argilosos e
pedregosos.

10 m
10 m
a 230 m
(340 m)
a 330 m

MD F MD F

Kickxia lanigera
ESPORAS ‑LANOSAS*
Ecologia: arvense e em pousios;
geralmente em solos básicos.

20 m
a 270 m

MD F

Kickxia commutata
ESPORAS‑PERENES*
Ecologia: clareiras de matos,
pousios; em solos pedregosos,
básicos.

170 m
a 310 m

MD RR

249
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

ESCROFULÁRIAS
E AFINS
É reunido neste subgrupo um conjunto de espécies, com flores de aspeto O género Limosella é representado por uma única espécie, L. aquatica,
semelhante (mais ou menos tubulares), pertencentes aos géneros: Scrophu‑ raríssima e cuja ocorrência não é confirmada desde meados da década de
laria (13 espécies), Limosella (1), ambos integrados na família Scrophula‑ 90 do século xx, suspeitando ‑se de que possa ter desaparecido de Portugal
riaceae, Digitalis (4) e Gratiola (2), ambos na família Plantaginaecae, e ainda continental.
Lindernia (2), único representante da família Linderniaceae em Portugal.
A dedaleira (Digitalis purpurea) inclui duas subespécies: subsp. purpurea,
Ademais das espécies ilustradas no guia, no género Scrophularia integram‑ muito frequente de norte a sul do país, e subsp. amandiana, endémica do
‑se: S. valdesii, de ocorrência exclusiva nas arribas do Douro Superior; S. bour‑ Alto Douro e da bacia do Tua, que se distingue da anterior por ter o caule
gaeana, apenas conhecida das serras de Arga e da Peneda, no Alto Minho, glabro. As duas espécies do género Gratiola, G. officinalis e G. linifolia, ocorrem
similar a S. herminii, da qual se distingue por ser uma planta pubérula (com no mesmo tipo de habitat e são bastante semelhantes, sendo possível a sua
pilosidade curta), enquanto S. herminii é uma planta pubescente (com pilosi‑ confusão. Distinguem ‑se porque G. linifolia apresenta pedicelos, cálice e
dade evidente); S. peregrina, com escassos registos no país e ocorrendo em bractéolas com pelos glandulosos (glabros em G. officinalis) e bractéolas
locais perturbados e orlas de bosque; S. lyrata, pouco conhecida e de ocor‑ mais curtas do que as sépalas (iguais ou mais compridas do que as sépalas
rência dispersa, em margens de cursos de água e sítios húmidos; S. schous‑ em G. officinalis).
boei, ruderal e nitrófila nas montanhas do Centro interior e Alto Alentejo,
muito semelhante a S. sublyrata (por vezes consideradas como sendo uma No género Lindernia foi também referenciada em Portugal L. procumbens,
única espécie), embora esta última seja exclusiva das areias e das arribas considerada nativa, contrariamente a L. dubia, originária da costa leste da
litorais do Centro e Alentejo. América do Norte. A L. procumbens foi colhida pela última vez em 1946, no
rio Minho. Não existem quaisquer registos posteriores da sua ocorrência,
pelo que se considera como regionalmente extinta.

Digitalis thapsi Digitalis mariana EN


DEDALEIRA‑DAS ‑ROCHAS, subsp. heywoodii
ABOLEIRA, PEGAJO DEDALEIRA‑DE ‑MONSARAZ*,
Ecologia: fendas de rochas, clareiras DEDALEIRA‑BRANCA
de matos; em solos ácidos, pobres. Ecologia: fendas de rochas
graníticas.

120 m 160 m
a 1100 m
(1490 m)
a 250 m

IB FF IB RR BOCAS-DE-LOBO, ESCROFULÁRIAS E AFINS

LC
Digitalis purpurea Digitalis purpurea
subsp. amandiana subsp. purpurea
DEDALEIRA‑DO ‑DOURO*, DEDALEIRA, ABELOURA,
DEDALEIRA‑DE ‑FOLHAS‑ ESTALINHOS, TRAQUES
‑GLABRAS*
Ecologia: bosques, matos, sebes,
Ecologia: pastagens, clareiras de taludes; em sítios frescos e sombrios,
matos, taludes; em solos pobres, ácidos. geralmente ácidos.

20 m
100 m
a 1130 m
a 710 m (1750 m)

LU R EU FFF

250
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Scrophularia canina Scrophularia frutescens
subsp. canina ESCROFULÁRIA‑DAS ‑AREIAS
ESCROFULÁRIA‑CANINA, Ecologia: dunas.
ESCROFULÁRIA‑MENOR
Ecologia: depósitos de cascalho
nas margens de rios, bermas de
caminhos; em solos pedregosos, revolvidos.

10 m 0m
a 820 m a 70 m
(1010 m) (450 m)

PR FF MD FF

LC
Scrophularia herminii
CHUPADEIRA, ESCROFULÁRIA‑
‑DA‑ESTRELA*
Ecologia: rochedos, margens de
regatos de montanha; em locais
sombrios e húmidos e substratos
ácidos.

(70 m)
500 m
a 1960 m

IB F

LC
Scrophularia sublyrata Scrophularia auriculata
ESCROFULÁRIA‑DO ‑LITORAL* ERVA‑DAS ‑ESCALDADELAS
Ecologia: dunas e arribas litorais; em Ecologia: margens de cursos de
solos algo nitrofilizados. água, pauis; em solos encharcados.

5m 10 m
a 120 m a 920 m

LU R MD FFF

Scrophularia scorodonia Scrophularia sambucifolia


ERVA‑DO ‑MAU ‑OLHADO, ESCROFULÁRIA‑FOLHA‑DE‑
TROLHA ‑SABUGUEIRO*
Ecologia: orlas de bosques e Ecologia: taludes, margens de
matagais, frequentemente ripícolas; linhas de água; geralmente em solos
em locais frescos e sombrios. profundos, básicos.

10 m 20 m
a 870 m
(1360 m)
a 320 m

PR FF IM F

LC
Scrophularia grandiflora Lindernia dubia
ESCROFULÁRIA‑DA‑BEIRA* LINDÉRNIA*
Ecologia: orlas de bosques, pousios Ecologia: naturalizada em solos
e bermas de caminhos; em sítios temporariamente encharcados;
sombrios e perturbados. margens de charcos e cursos de
água, arrozais.

10 m 10 m
a 590 m a 480 m
(940 m) (650 m)

LU F IN F

251
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Gratiola linifolia Gratiola officinalis
GRACÍOLA, ERVA‑DO ‑POBRE, GRACÍOLA‑DAS ‑BOTICAS, ERVA‑
LENIFÓLIO ‑DO ‑POBRE, CINIFÓLIO
Ecologia: leitos e margens de cursos Ecologia: leitos e margens de cursos
de água; em solos encharcados. de água; em solos encharcados.

30 m
10 m
a 660 m
(820 m)
a 760 m

IB R PR R

CR
Limosella aquatica
ERVA‑DOS ‑LODOS*
Ecologia: margens de cursos de
água; em solos temporariamente
encharcados.

5m
a 30 m

PR RRR

SUBGRUPO

GALOCRISTA
E AFINS
São aqui agrupadas várias espécies de plantas hemiparasitas, pertencen‑
tes aos géneros Odontites (duas espécies), Parentucellia (2), Euphrasia (2),
Bartsia, Melampyrum, Nothobartsia, Odontitella, Pedicularis e Rhinanthus, todos
com apenas uma espécie. Estas espécies eram anteriormente incluídas
na família Scrophulariaceae, mas atualmente são integradas na família
Orobanchaceae.

Deste conjunto, apenas uma espécie não é apresentada no guia: Euphrasia


minima, citada para os lameiros de altitude da serra de Montesinho e con‑
siderada regionalmente extinta, pois não é colhida desde a década de 30
do século xx. É de notar que Bartsia trixago pode apresentar flores brancas
ou flores amarelas, não devendo esta última forma ser confundida com
Parentucellia viscosa.

BOCAS-DE-LOBO, ESCROFULÁRIAS E AFINS

Parentucellia latifolia Parentucellia viscosa


ERVA‑PEGANHENTA‑PEQUENA* ERVA‑PEGANHENTA
Ecologia: prados anuais, pastagens; Ecologia: prados húmidos,
em solos arenosos ou pedregosos, pastagens; em solos húmidos
algo húmidos. e algo nitrofilizados.

10 m
100 m
a 750 m
a 840 m (940 m)

PR FFF MD FFF

252
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Rhinanthus minor Bartsia trixago
GALOCRISTA FLOR‑DE ‑OURO
Ecologia: prados húmidos, lameiros, Ecologia: prados húmidos;
clareiras de bosques caducifólios. indiferente edáfica.

10 m
520 m
a 770 m
a 1330 m (1010 m)

PR F MD FFF

Nothobartsia asperrima
ESCAMÉDRIO
Ecologia: matos e orlas de bosques.

30 m
a 370 m
(540 m)

IM F

Melampyrum pratense Euphrasia hirtella EN


subsp. latifolium EUFRÁSIA‑PELUDA*
TRIGO ‑DE ‑VACA Ecologia: prados húmidos de
Ecologia: bosques caducifólios, montanha, lameiros.
pinhais; em sítios sombrios.

570 m 670 m
a 1260 m a 1330 m

EU R EU RR

Pedicularis sylvatica Odontites vernus


subsp. lusitanica GALOCRISTA‑ROXO*
ERVA‑PIOLHEIRA Ecologia: pousios, searas, bermas
Ecologia: turfeiras, prados higrófilos; de caminhos, clareiras de matos;
em solos húmidos, ácidos. indiferente edáfica.

20 m 500 m
a 1840 m
(1960 m)
a 1060 m

IM FF PR R

Odontitella virgata Odontites viscosus LC


ERVA‑MATA‑PULGA‑AMARELA* subsp. australis
Ecologia: prados secos, clareiras de ERVA‑MATA‑PULGA‑VISCOSA*
matos e bosques. Ecologia: clareiras de matos; em
encostas secas e substratos básicos.

10 m 70 m
a 890 m a 380 m
(1290 m) (530 m)

IB F IM R

253
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

VERBASCOS, VERÓNICAS
E AFINS
São reunidos neste subgrupo três géneros cujas espécies apresentam flores O género Veronica é bastante diverso, com cerca de 20 espécies registadas
algo semelhantes, embora atualmente sejam classificados em famílias em Portugal continental, várias delas bastante similares entre si, sendo
botânicas distintas: os verbascos (género Verbascum, nove espécies), necessário recorrer a chaves de identificação para a sua correta distinção.
englobados na família Scrophulariaceae, e ainda as verónicas (género Além das ilustradas, ocorrem também, em campos de cultivo: V. acinifolia,
Veronica, 20 espécies) e Sibthorpia (1), ambos na família Plantaginaceae. V. agrestis, V. polita e V. triphyllos; em zonas húmidas, como margens de rios
e regatos, V. anagalloides, citada esporadicamente para a área de influência
O género Verbascum é representado em Portugal continental por nove mediterrânica, e V. beccabunga, na região norte; V. verna, ocorre em prados
espécies, das quais apenas uma não é nativa, V. levanticum, originária do de montanha do Centro e do Norte. O género Sibthorpia é representado
Mediterrâneo Oriental e naturalizada em muros e paredes antigas, na por uma única espécie, S. europaea.
cidade de Coimbra. Além das espécies ilustradas, mencionam ‑se ainda
V. thapsus, assinalada apenas para Trás‑os‑Montes e confundível com V.
simplex, da qual se distingue por ter uma inflorescência mais compacta e
pela coloração discolor das páginas das folhas basais, e V. giganteum subsp.
martinezii, apenas conhecida das areias da península de Troia e da costa
alentejana, e que se distingue de V. litigiosum pelos seus estames pilosos e
de V. simplex por ter folhas basais com páginas concolores e pelas inflores‑
cências compactas que ocultam o eixo do caule.

Verbascum barnadesii Verbascum virgatum


VERBASCO ‑DO ‑SUL* VERBASCO ‑DAS ‑VARAS,
BLATÁRIA‑MAIOR
Ecologia: pastagens, clareiras de
matos, bermas de caminhos; em Ecologia: pastagens, pousios,
solos ácidos. bermas de caminhos; em solos
ácidos algo húmidos e nitrofilizados.

10 m
30 m
a 850 m
a 220 m (1080 m)

IB R EU FFF

Verbascum sinuatum
VERBASCO ‑ONDEADO
Ecologia: pastagens, pousios, bermas
de caminhos; em sítios secos e
soalheiros; indiferente edáfica.

10 m
a 370 m
(760 m)

PR FFF BOCAS-DE-LOBO, ESCROFULÁRIAS E AFINS

NT
Verbascum litigiosum
VERBASCO ‑DAS ‑AREIAS,
VERBASCO ‑DE ‑FOLHAS ‑GROSSAS
Ecologia: dunas.

10 m
a 60 m

LU R

254
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Verbascum pulverulentum
VERBASCO ‑PULVERULENTO,
CACHAPEIRO, CÁSSIMO
Ecologia: pastagens, pousios,
bermas de caminhos; em sítios secos,
soalheiros; indiferente edáfica.

30 m
a 860 m

EU FF

255
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Verbascum simplex Sibthorpia europaea
VERBASCO, BARBASCO, VELA‑DE‑ ERVA‑LONGA
‑NOSSA‑SENHORA
Ecologia: em taludes, muros,
Ecologia: pastagens, pousios, bosques e nas margens de linhas de
bermas de caminhos; em solos água; em sítios sombrios e húmidos,
ácidos. ácidos.

10 m
10 m
a 920 m
a 790 m (1340 m)

MD F PR FF

Veronica persica Veronica arvensis


VERÓNICA‑DA‑PÉRSIA VERÓNICA‑DOS ‑CAMPOS
Ecologia: naturalizada em campos Ecologia: arvense e em pousios; em
agrícolas, jardins, bermas de solos perturbados, secos e expostos.
caminhos.

10 m 10 m
a 800 m a 960 m
(1040 m) (1980 m)

IN FFF PR FFF

Veronica peregrina
VERÓNICA‑AMERICANA*
Ecologia: naturalizada em solos
perturbados e algo húmidos; arvense
e ruderal;.

20 m
a 590 m

IN F

Veronica hederifolia Veronica cymbalaria


VERÓNICA‑FOLHA‑DE ‑HERA VERÓNICA‑BRANCA‑DOS‑
‑CAMPOS*
Ecologia: arvense e ruderal.
Ecologia: arvense, ruderal, rupícola.

110 m 10 m
a 830 m a 540 m
(950 m) (730 m)

PR F MD F BOCAS-DE-LOBO, ESCROFULÁRIAS E AFINS

Veronica scutellata
VERÓNICA‑DOS ‑BREJOS*
Ecologia: prados higrófilos; em solos
encharcados, ácidos.

10 m
a 1140 m

PR R

256
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Veronica serpyllifolia Veronica montana
VERÓNICA‑FOLHAS ‑DE ‑TOMILHO VERÓNICAS
Ecologia: prados húmidos, margens Ecologia: bosques caducifólios;
de regatos; em sítios sombrios e em solos ricos e locais húmidos e
húmidos. sombrios.

10 m
10 m
a 960 m
a 910 m (1140 m)

PR R PR R

NT
Veronica micrantha
VERÓNICA‑DOS ‑ARROIOS*
Ecologia: orlas de bosques e
matagais, por vezes ripícolas; em
locais sombrios.

220 m
a 1190 m
(1300 m)

IB R

Veronica chamaedrys Veronica officinalis


VERÓNICA, VERÓNICA‑ VERÓNICA‑DAS ‑BOTICAS
‑FOLHA‑DE ‑CARVALHINHA*
Ecologia: bosques, prados húmidos;
Ecologia: orlas de bosques e prados em solos ácidos e zonas de
húmidos. montanha.

(270 m)
500 m 440 m
a 1120 m a 1570 m

PR R PR F

VU
Veronica nevadensis Veronica anagallis‑
VERÓNICA‑DA‑ESTRELA* ‑aquatica
Ecologia: margens de regatos, MORRIÃO ‑DA‑ÁGUA
turfeiras; em solos húmidos e ácidos Ecologia: leitos e margens de
e pequenas massas de água; em alta cursos de água, charcos; em solos
montanha. encharcados.

0m
1330 m
a 800 m
a 1970 m (920 m)

IB RR PR FFF

257
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
36.
CAMPANULÁCEAS

As campanuláceas são representadas em Portugal conti- A taxonomia do género Jasione é bastante complexa, não
nental por cerca de 19 espécies, as quais se agrupam havendo concordância entre diferentes autores quanto
em oito géneros, dos quais Campanula (oito espécies) à validade de alguns táxones que foram descritos para
e Jasione (5) são os mais diversos. Os restantes géneros Portugal, como J. crispa subsp. serpentinica, que seria um
incluem Legousia (quatro espécies), Lobelia, Solenopsis, endemismo lusitano dos solos ultrabásicos de Trás-os-
Wahlenbergia e Trachelium, todos representados por uma -Montes (Franco, 1984), mas atualmente considerado
única espécie, sendo o último alóctone. como uma simples forma de J. sessiliflora (Sales & Hedge,
2001), e Jasione lusitanica, que seria endémico das dunas
Embora nesta obra se apresente Campanula lusitanica de do litoral norte (Franco, 1984), e atualmente considerado
acordo com o conceito da Flora iberica (Sáez & Aldasoro, como uma variedade de J. maritima var. sabularia (Sales &
2001), este táxon foi alvo de uma revisão posterior Hedge, 2001).
(Cano-Maqueda & Talavera, 2011), que o segregou em
vários outros táxones. Nessa revisão, C. lusitanica corres- Além das espécies ilustradas, consideram-se ainda
ponde a uma planta disseminada no Norte do país e com J. crispa e J. laevis subsp. gredensis, ambas restritas aos
algumas ocorrências disjuntas em serras do Centro e Sul prados de montanha da serra da Estrela; a primeira
(e. g., serra de Monchique). Os outros táxones são: C. matri- semelhante a J. sessiliflora, da qual se distingue pelo seu
tensis, disseminada no Centro e Sul do país, C. dieckii, hábito prostrado e pequeno porte, e a segunda afim de J.
presente apenas no Centro-Oeste calcário, e C. transta- montana, da qual se distingue por ser perene e estoloní-
gana, no interior centro e sul. A distinção entre as quatro fera, com caules que enraízam nos entrenós. O botão-
espécies não é fácil, sendo que C. dieckii se distingue -azul (J. montana) é uma espécie morfologicamente
das restantes por ter três estigmas e estilete glabro; muito plástica, sendo reconhecidas quatro variedades:
C. transtagana distingue-se de C. matritensis e de C. lusita- var. montana, a mais disseminada por todo o país; var.
nica por ser muito ramificada e por ter corolas pequenas bracteosa, de pequena dimensão, flores mais ou menos
e folhas do caule pecioladas; C. matritensis e C. lusitanica sésseis e associada a solos básicos (por vezes considerada
distinguem-se, com grande dificuldade, por detalhes como uma espécie própria, J. blepharodon); var. gracilis,
do fruto e das folhas caulinares. No género Legousia disseminada pelo país, com hábito débil, numerosos
assinalam-se também L. speculum-veneris, espécie intro- caules laterais e floração tardia; var. latifolia, caracterís-
duzida e de ocorrência assinalada para a Estremadura, tica do Noroeste, com caules robustos, folhas planas
e L. falcata, citada para a serra da Malcata, mas sem e largas e caules laterais frequentemente férteis.
qualquer confirmação posterior.

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Trachelium caeruleum Campanula erinus
FLOR‑DE ‑VIÚVA, VIÚVAS CAMPAINHAS ‑PEQUENAS*,
CAMPÂNULAS ‑PEQUENAS*
Ecologia: fendas de muros e paredes,
taludes; em sítios algo húmidos. Ecologia: prados anuais; arvense e
por vezes rupícola.

10 m
10 m
a 640 m
a 370 m (940 m)

MD R MD FFF

Campanula lusitanica Campanula herminii VU


CAMPAINHAS, CAMPÂNULAS CAMPAINHAS ‑DA‑ESTRELA
Ecologia: prados secos, matos; Ecologia: prados, matos, rochedos
acidófila. e ribeiras; em solos ácidos, húmidos,
por vezes rochosos; em alta
montanha.

(1440 m)
5m 1550 m
a 900 m a 1940 m

IM FFF IB R

Campanula rapunculus Campanula primulifolia VU


CAMPAINHAS ‑RABANETE, CAMPAINHAS ‑DE ‑MONCHIQUE*
CAMPÂNULA, RAPÔNCIO
Ecologia: bosques e matagais
Ecologia: orlas de bosques e ripícolas; em locais sombrios e
matagais, margens de cursos de permanentemente húmidos.
água; indiferente edáfica.

20 m 10 m
a 970 m
(1380 m)
a 700 m

MD FFF IB R

Legousia hybrida Legousia scabra


LEGÓSIA‑CORIMBOSA* LEGÓSIA‑DE ‑ESPIGA*
Ecologia: arvense; em solos básicos. Ecologia: prados, orlas de bosques;
em solos pedregosos.

(30 m)
70 m 170 m
a 270 m a 800 m

MD R MD R

Solenopsis laurentia
LAURÊNCIA*
Ecologia: margens de charcos
e cursos de água; em locais
temporariamente encharcados.
CAMPANULÁCEAS

20 m
a 350 m
(500 m)

MD FF

260
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Wahlenbergia hederacea
RUÍNAS
Ecologia: margens de cursos de
água, fontes, turfeiras; em locais
húmidos e sombrios.

20 m
a 1400 m
(1880 m)

EU FF

Jasione montana Jasione maritima NT


BOTÃO ‑AZUL var. sabularia
Ecologia: pousios, clareiras de BOTÃO ‑AZUL‑DAS ‑PRAIAS*
matos, rochedos; em solos pobres; Ecologia: dunas.
indiferente edáfica.

5m 0m
a 1550 m a 20 m

PR FFF LU R

LC
Jasione sessiliflora
BOTÃO ‑AZUL‑DAS ‑MONTANHAS*
Ecologia: pastagens secas,
rochedos; em solos pedregosos,
graníticos ou ultrabásicos.

(340 m)
560 m
a 1900 m

IM F

Lobelia urens
QUEIMA‑LÍNGUA, LOBÉLIA‑
‑BRAVA, LOBÉLIA‑ACRE
Ecologia: prados húmidos, orlas de
charcos.

10 m
a 980 m
(1360 m)

EU FF

261
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
37.
RUBIÁCEAS

Em Portugal continental estão referenciadas 36 espécies


de rubiáceas, agrupadas em oito géneros: Galium (21
espécies), Cruciata (3), Asperula (4), Crucianella (3),
Valantia (2), Rubia, Sherardia e Thelygonum, com apenas
uma espécie.

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

AMOR‑DE‑HORTELÃO
E AFINS
Neste subgrupo apresentam ‑se as espécies do género Galium (21), entre as com duas subespécies de difícil separação, subsp. mollugo, mais frequente
quais o amor‑de ‑hortelão (Galium aparine), e dos géneros de rubiáceas com no Norte do país, e subsp. erectum, disseminada por todo o território, e
aparência semelhante, nomeadamente Asperula (4), Sherardia (1) e Rubia (1). com ramos não floríferos ascendentes; G. papillosum, da qual se assinalam
duas subespécies: subsp. papillosum, apenas no Norte do país e na serra da
O género Galium é particularmente diversificado e, para além das espécies Estrela, e subsp. helodes, presente de norte a sul, que se distinguem pelo
expostas no guia, ocorrem também: G. baeticum, apenas referenciada para porte mais robusto das plantas da subespécie papillosum; G. talaveranum,
clareiras de matos em solos pedregosos do Barrocal algarvio, facilmente ocorre em prados húmidos no interior do país, mal conhecida e confundível
confundida com C. concatenatum, da qual se distingue pela pilosidade na com G. mollugo, da qual se distingue, com alguma dificuldade, pelo tipo de
página inferior das folhas (tomentosa em G. baeticum e glabra ou com pelos pilosidade nos ângulos dos seus entrenós e nas margens foliares.
apenas na nervura central em G. concatenatum); G. belizianum, endemismo
ibérico que ocorre nas montanhas do Noroeste do país, confundível com No género Asperula está também referenciada A. cynanchica, erva perene,
G. verum, da qual se distingue por ter frutos glabros (pilosos em G. verum); rara e mal conhecida, citada apenas para a Estremadura e sem observações
G. debile, em prados húmidos e juncais, distribuída esporadicamente do recentes, que se distingue das restantes espécies do género pela sua corola
Algarve a Trás‑os‑Montes, mas ausente das zonas interiores do Sul; G. em forma de funil e com tubo curto.
mollugo, perto de cursos de água ou em locais sombrios e algo húmidos,

Rubia peregrina
RASPA‑LÍNGUA, RUIVA‑BRAVA,
GRANZA‑BRAVA
Ecologia: matagais, bosques e
também em rochedos e arribas
litorais; em locais algo sombrios;
indiferente edáfica.

10 m
a 650 m
(920 m)

MD FFF

Galium aparine Galium tricornutum


AMOR‑DE ‑HORTELÃO SOLDA‑ÁSPERA*
Ecologia: arvense e ruderal, margens Ecologia: campos agrícolas, pousios;
de cursos de água, sebes. em solos secos, básicos.

10 m 100 m
a 880 m
(1390 m)
a 270 m

PR FFF PR F

Galium verrucosum Galium glaucum LC


ERVA‑CONFEITEIRA subsp. australe
Ecologia: pousios, clareiras de SOLDA‑BRANCA*
matos, rochedos, cascalheiras; em Ecologia: rochedos em leitos de
solos secos, pedregosos, geralmente cheia, escarpas; em solos rochosos
básicos. ou pedregosos, ácidos.

20 m
RUBIÁCEAS

50 m
a 450 m
(1340 m)
a 760 m

MD F IB F

264
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Galium rotundifolium
SOLDA‑DE ‑FOLHA‑REDONDA*
Ecologia: bosques caducifólios,
ripícolas; em substratos ácidos.

(350 m)
520 m
a 1390 m

PR R

Galium broterianum Galium verum


SOLDA‑RIPÍCOLA* ERVA‑COALHEIRA, GALIÃO
Ecologia: bosques ripícolas, linhas Ecologia: bosques, prados, bermas
de água. de caminhos; em solos com alguma
humidade.

20 m 540 m
a 1280 m
(1390 m)
a 1280 m

IB FF PR F

Galium saxatile Galium viscosum VU


SOLDA‑DAS ‑ROCHAS* SOLDA‑PERFUMADA*
Ecologia: rochedos, bosques, prados Ecologia: pousios, clareiras de
húmidos; em locais sombrios. matos; em solos secos básicos.

180 m 40 m
a 1880 m a 230 m

EU F IM R

VU
Galium concatenatum Galium parisiense
SOLDA‑DO ‑BARROCAL* SOLDA‑DE ‑PARIS*
Ecologia: clareiras de matos, prados; Ecologia: prados anuais, clareiras
em solos pedregosos, básicos. de matos.

40 m 10 m
a 360 m a 1100 m

IM R MD FF

Galium murale Galium minutulum


SOLDA‑DOS ‑MUROS SOLDA‑PEQUENA*
Ecologia: clareiras de matos, Ecologia: prados anuais, clareiras
rochedos, bermas de caminhos; de matos; em solos pedregosos ou
em solos pedregosos, secos e algo arenosos.
perturbados.

50 m 80 m
a 490 m a 620 m
(790 m) (730 m)

MD F MD F

265
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Galium lucidum Galium palustre
SOLDA‑DE ‑SÃO ‑JOÃO* SOLDA‑DOS ‑CHARCOS*
Ecologia: clareiras de matos, Ecologia: prados higrófilos, charcos,
rochedos, bermas de caminhos; em lagoas e cursos de água.
solos pedregosos, básicos.

20 m 10 m
a 1410 m a 960 m
(1550 m) (1250 m)

MD R PR FF

Asperula aristata Asperula arvensis


subsp. scabra ASPÉRULA‑DOS ‑CAMPOS*
ASPÉRULA‑DE ‑QUATRO ‑FOLHAS* Ecologia: arvense; em solos básicos.
Ecologia: clareiras de matos,
rochedos; em substratos pedregosos
ou arenosos; indiferente edáfica.

10 m 170 m
a 720 m a 230 m

MD R MD RR

Asperula hirsuta Sherardia arvensis


ASPÉRULA‑PELUDA* GRANZA‑DOS ‑CAMPOS*
Ecologia: matos baixos, rochedos; Ecologia: arvense e em clareiras
em substratos pedregosos, básicos. de matos, pastagens e pousios;
indiferente edáfica.

30 m 20 m
a 360 m a 700 m
(1280 m)

MD F PR FFF

SUBGRUPO

OUTRAS RUBIÁCEAS
Neste subgrupo apresentam ‑se os restantes géneros de rubiáceas, Não ilustrada, Crucianella latifolia é uma erva anual, rara e apenas conhecida
nomeadamente Crucianella (3), Theligonum (1), Cruciata (3) e Valantia (2). do Barrocal algarvio, onde ocorre esporadicamente em clareiras de matos
e pousios. Distingue ‑se de C. angustifolia pela sua inflorescência cilíndrica
(angulosa em C. angustifolia) e pelas folhas lanceoladas e mais largas (geral‑
mente lineares em C. angustifolia).

Crucianella angustifolia Crucianella maritima


GRANZA‑DE ‑FOLHA‑ESTREITA* GRANZA‑DA‑PRAIA, GRANZA‑
‑MARÍTIMA
Ecologia: pousios, clareiras de
matos, rochedos; em locais secos; Ecologia: dunas e arribas litorais.
indiferente edáfica.

30 m
RUBIÁCEAS

0m
a 970 m
(1490 m)
a 50 m

MD FFF MD FFF

266
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Theligonum cynocrambe
VERÇA‑DE ‑CÃO
Ecologia: rochedos, cascalheiras,
muros; em locais frescos e em
substratos rochosos ou pedregosos,
básicos.

40 m
a 360 m

PR F

Cruciata glabra Cruciata laevipes


subsp. hirticaulis CRUCIATA*
CRUCIATA* Ecologia: prados; em locais sombrios
Ecologia: prados; em locais sombrios e algo húmidos.
e húmidos.

(80 m)
500 m 260 m
a 1220 m a 1250 m

EU F PR R

Cruciata pedemontana Valantia hispida


CRUCIATA‑DOS ‑RELVADOS* VALÂNTIA‑HÍSPIDA*
Ecologia: prados anuais, clareiras de Ecologia: rochedos, clareiras de
matos, bermas de caminhos. matos, por vezes arvense; em solos
secos, pedregosos ou revolvidos,
básicos.

240 m 100 m
a 820 m a 330 m

PR R MD R

Valantia muralis
VALÂNTIA‑DOS ‑MUROS*
Ecologia: rochedos, clareiras de
matos, por vezes arvense; em
solos secos, pedregosos e algo
nitrofilizados, básicos.

5m
a 470 m

MD FF

267
©
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38.
VALERIANAS
E DIPSACÁCEAS

Apresenta-se neste capítulo a maioria das espécies


que integram a família Caprifoliaceae, representada
em Portugal continental por 36 espécies, agrupadas
em 14 géneros. Segundo a filogenia mais recente
(APG IV, 2016), a família Caprifoliaceae engloba vários
géneros, que anteriormente eram integrados em duas
famílias botânicas distintas, Valerianaceae e Dipsa-
caceae, as quais são apresentadas em dois subcapí-
tulos separados. Além das espécies apresentadas neste
capítulo, nas caprifoliáceas insere-se ainda o género
Lonicera (madressilvas, quatro espécies), o qual é apre-
sentado no capítulo dedicado às trepadeiras.

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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

VALERIANÁCEAS
V. dentata, assinalada para o Centro ‑Oeste calcário e para Trás‑os‑Montes,
distingue ‑se de V. eriocarpa por ser uma planta praticamente glabra; V.
echinata, rara e apenas conhecida nos solos básicos do Alentejo, é a única
espécie com dois tipos de frutos claramente distintos e cujos frutos são
Em Portugal ocorrem quatro géneros de valerianáceas: Valerianella ornamentados com três «corninhos»; V. multidentata, recentemente des‑
(oito espécies), Valeriana (4), Centranthus (2), Fedia (1). O género Valeria‑ coberta e conhecida de um único local no Alto Alentejo, distingue ‑se das
nella (alfaces‑de ‑coelho, canónigos) é o mais diverso, com a maioria das restantes pelos seus frutos com mais de 11 dentes. Ocorrem também
espécies associada às regiões de solos básicos do país e encontrando ‑se mais duas espécies de valerianas, ambas ameaçadas de extinção: Valeriana
principalmente em campos agrícolas, pousios e clareiras de matos com montana, raríssima e apenas conhecida da serra do Gerês, e Valeriana officina‑
solos revolvidos. Além das espécies ilustradas no guia, ocorrem também: lis, em locais sombrios e húmidos, nas serras do Norte de Trás‑os‑Montes.

Fedia cornucopiae Valerianella eriocarpa


CHUCHAPITOS, CORNUCÓPIA, ALFACE ‑DE ‑COELHO, ERVA‑DOS‑
ALFACE ‑DE ‑ARGEL ‑CANÓNIGOS
Ecologia: arvense; em solos básicos. Ecologia: pousios.

10 m 40 m
a 320 m
(440 m)
a 350 m

MD FF PR R

Valerianella coronata Valerianella locusta


ALFACE ‑DE ‑COELHO ‑COROADA* ALFACE ‑DE ‑COELHO, SABOISA,
VALERIANINHA, CANÓNIGOS
Ecologia: arvense; indiferente
edáfica. Ecologia: arvense e ruderal.

70 m 10 m
a 810 m a 730 m
(1010 m) (850 m)

PR FF PR FF

Valerianella discoidea Valerianella microcarpa


ALFACE ‑DE ‑COELHO ‑ROBUSTA* ALFACE ‑DE ‑COELHO ‑MIÚDA*
Ecologia: arvense; em solos básicos. Ecologia: pousios, clareiras de
matos.

40 m 30 m
a 340 m
(580 m)
a 440 m

MD F MD R

VU
Valeriana dioica Valeriana tuberosa
VALERIANA‑DOS ‑ARROIOS* VALERIANA‑COMUM
Ecologia: bosques ripícolas; em solos Ecologia: orlas de matos e bosques;
VALERIANAS E DIPSACÁCEAS

ácidos. em substratos básicos.

10 m 30 m
a 1080 m a 420 m

EU RR PR F

270
©
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Centranthus calcitrapae Centranthus ruber
CALCÍTRAPA ALFINETES, CUIDADO ‑DOS‑
‑HOMENS
Ecologia: clareiras de matos,
pousios, fendas de rochedos e Ecologia: fendas de rochas e muros;
muros; indiferente edáfica, algo rupícola e algo nitrófila; também
nitrófila. cultivada.

10 m 20 m
a 910 m
(1800 m)
a 800 m

MD FFF MD F

SUBGRUPO

DIPSACÁCEAS
Em Portugal, as dipsacáceas englobam dez géneros e um total de 18 Uma terceira espécie do género Knautia, K. arvensis, foi também citada para
espécies, várias das quais bastante raras em Portugal, incluindo Succisella Trás‑os‑Montes, contudo, o material colhido foi posteriormente identifi‑
carvalhoana, Knautia subscaposa e Succisa pinnatifida. cado como sendo K. subscaposa, não se confirmando, por ora, a sua ocorrên‑
cia em território nacional. Refere ‑se ainda Symphoricarpos albus, um arbusto
Nesta família incluem ‑se os cardos‑penteadores (género Dipsacus, do qual ornamental, originário da América do Norte, citado como pontualmente
adveio o nome da família), cujas inflorescências espinhosas eram empre‑ naturalizado na Beira Alta e em Trás‑os‑Montes.
gadas, no passado, para cardar a lã. Por esse motivo, Dipsacus sativus foi
outrora cultivada e citada como ocasionalmente subespontânea na região Foram descritas subespécies em Lomelosia simplex, que se distinguem,
centro. Não se conhecem registos recentes, sendo incerta a sua ocorrência com alguma dificuldade, pela forma das folhas caulinares: subsp. dentata,
atual em Portugal. Distingue ‑se das outras espécies de Dipsacus pelas suas com folhas liradas e penatífidas, e subsp. simplex, com folhas penatissetas.
brácteas involucrais espinhosas, que são menores do que a inflorescência Identificam ‑se também subespécies de Scabiosa columbaria: subsp. affinis,
e não ascendentes. apenas no Centro ‑Oeste calcário, e subsp. columbaria, dispersa nas regiões
norte e centro. Distinguem ‑se, com dificuldade, pela menor dimensão dos
capítulos e de diversos pormenores das flores na subsp. affinis.

Dipsacus comosus
CARDO ‑PENTEADOR‑BRAVO*
Ecologia: pousios, bermas de
caminhos; em solos algo húmidos e
nitrofilizados.

10 m
a 690 m
(800 m)

IB FF

Dipsacus fullonum Cephalaria leucantha


CARDO ‑PENTEADOR‑DO ‑NORTE* SAUDADES ‑BRANCAS*,
SUSPIROS ‑BRANCOS ‑DOS‑
Ecologia: pousios, pastagens,
‑MONTES
bermas de caminhos; em solos
húmidos. Ecologia: clareiras de matos; em
solos pedregosos e básicos.

10 m 60 m
a 830 m a 430 m

PR F MD R

271
©
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Pterocephalidium
diandrum
CABEÇA‑DE ‑PLUMAS*
Ecologia: clareiras de matos e
pinhais; em solos secos e ácidos.

10 m
a 980 m
(1110 m)

IB F

Pycnocomon intermedium
ESCABIOSA‑DAS ‑AREIAS*,
PERPÉTUAS‑ROXAS‑DA‑PRAIA
Ecologia: clareiras de matos e
pinhais; em solos arenosos.

10 m
a 120 m

IB R

Pycnocomon rutifolium
ESCABIOSA‑DA‑PRAIA, ARRUDA‑
‑DA‑PRAIA
Ecologia: clareiras de matos e
pinhais; em solos arenosos.

0m
a 70 m

MD R

Lomelosia simplex Lomelosia stellata


ESCABIOSA‑SIMPLES* ESCABIOSA‑ESTRELADA*
Ecologia: arvense e ruderal; em solos Ecologia: clareiras de matos; em
básicos. solos básicos e secos.

40 m 80 m
a 300 m a 360 m

MD FF MD R

Scabiosa atropurpurea
SAUDADES ‑ROXAS, SUSPIROS,
SUSPIROS ‑ROXOS
VALERIANAS E DIPSACÁCEAS

Ecologia: bermas de caminhos,


pastagens, pousios; indiferente
edáfica.

5m
a 460 m
(1190 m)

MD FFF

272
©
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Scabiosa columbaria
ESCABIOSA‑COLUMBÁRIA*
Ecologia: clareiras de matos; em
solos básicos.

260 m
a 1320 m

PR R

Scabiosa galianoi Succisella carvalhoana EN


ESCABIOSA‑DE ‑GALIANO* ESCABIOSA‑DOS ‑PAUIS*
Ecologia: pousios, clareiras de Ecologia: prados húmidos e bosques
matos; em solos básicos. paludosos.

30 m 10 m
a 350 m a 820 m

IB R IB RR

VU
Succisa pinnatifida Succisa pratensis
ESCABIOSA‑DOS ‑MONTES* ESCABIOSA‑DOS ‑PRADOS,
ERVA‑DE ‑SÃO ‑JOSÉ, MORSO ‑DO‑
Ecologia: clareiras de matos
‑DIABO
acidófilos.
Ecologia: prados húmidos, turfeiras.

(50 m)
20 m 420 m
a 910 m a 1470 m

IB R PR R

Knautia subscaposa
ESCABIOSA‑DOS ‑ESCAPOS*
Ecologia: clareiras de matos; em
solos básicos e secos.

70 m
a 830 m

IB RR

Knautia nevadensis
ESCABIOSA‑DOS ‑BOSQUES*
Ecologia: prados húmidos e bosques
ripícolas; em zonas de montanha.

780 m
a 1140 m

EU RR

273
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
39.
COMPOSTAS

As compostas (família Asteraceae) são uma das prin-


cipais famílias botânicas presentes em Portugal, com
cerca de 390 espécies registadas no continente, uma
evidência da influência mediterrânica que se faz sentir
na maior parte do território. Dada a elevada riqueza
específica desta família, foram criados 11 subgrupos
que permitem segregar os géneros com base nas seme-
lhanças morfológicas das espécies, facilitando a consulta
da obra a qualquer utilizador não especialista. Importa
realçar que estes subgrupos não pretendem representar
qualquer afinidade filogenética ou evolutiva entre
os géneros, nem corresponde a quaisquer categorias
taxonómicas inferiores à família.

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SUBGRUPO

CARDOS
E AFINS
Cardo é o nome popular utilizado para designar vários géneros de mais disseminado, por ter capítulos menores e cilíndricos; Carduus pycno‑
compostas espinhosas, embora por vezes seja também aplicado a cephalus, em pastagens e bermas de caminhos, principalmente na metade
espécies de outras famílias (e. g., Eryngium nas umbelíferas e Dipsacus nas norte do país, distingue ‑se de C. tenuiflorus por possuir capítulos geralmente
caprifoliáceas). De um modo geral, caracterizam ‑se por serem plantas pedunculados (sésseis em C. tenuiflorus); Carlina vulgaris subsp. spinosa,
herbáceas, anuais ou perenes, mais ou menos robustas, com capítulos apenas assinalada para orlas de matagais e bosques em Trás‑os‑Montes;
globosos ou cilíndricos, brácteas coriáceas e espinhosas e folhas geral‑ Carthamus creticus, originária do Mediterrâneo Oriental, subespontânea
mente espinhosas. em pastagens no Sul do país e durante muito tempo confundida com C.
lanatus, da qual se distingue pelas suas brácteas involucrais, claramente
Neste subcapítulo dedicado aos cardos apresentam ‑se 16 géneros, que recurvadas e maiores do que o capítulo.
reúnem cerca de 45 espécies: Carduus (nove espécies), Cirsium (6), Cynara
(4), Carlina (4), Onopordum (4), Carthamus (3), Carduncellus (2), Scolymus (2) e Algumas espécies de cardos não são registadas há várias décadas e
ainda Arctium, Atractylis, Echinops, Notobasis, Picnomon, Ptilostemon e Sylibum, suspeita ‑se de que possam estar regionalmente extintas: Onopordum macra‑
todos representados no território por uma única espécie. canthum, citada para o interior sudeste e que se distingue das restantes
espécies do género pelas suas espinhas do capítulo muito compridas;
Não ilustradas no guia, ocorrem também em Portugal continental: Cardun‑ Ptilostemon casabonae, nativa do Mediterrâneo Oriental e citada como
cellus cuatrecasasii, raríssima e ameaçada de extinção, apenas conhecida de naturalizada nos arredores de Lisboa; açafroa (Carthamus tinctorius), de
orlas de olivais extensivos, no Baixo Alentejo; Carduus lusitanicus, nas orlas origem incerta, cultivada no passado para obter corantes e ocasional‑
de matagais e bosques, em solos ácidos; Carduus bourgeanus, em pousios e mente subespontânea; Cirsium pyrenaicum, assinalada em ervaçais húmidos
bermas, em solos básicos do interior sul; Carduus asturicus (= C. gayanus), em nos arredores do Porto e de Aveiro; Cirsium valdespinulosum, citada para a
urzais de montanha nas serras do Noroeste, distingue ‑se de C. carpetanus, península de Setúbal e para Vendas Novas.

Carlina corymbosa Carlina racemosa


CARDO ‑AMARELO, CARDOL CARDO ‑ASNIL
Ecologia: clareiras de matos; Ecologia: pastagens, pousios;
indiferente edáfica. indiferente edáfica.

10 m 10 m
a 810 m a 450 m
(1280 m) (860 m)

MD FFF MD FFF

Carlina gummifera Atractylis cancellata


CARDO ‑DO ‑VISCO, CARDO ‑COROADO
MASTAGUEIRA
Ecologia: prados anuais em clareiras
Ecologia: pastagens, pousios de matos e pousios; em solos secos,
e clareiras de mato; em locais pedregosos ou argilosos, geralmente
soalheiros e quentes. básicos.
COMPOSTAS

10 m 5m
a 330 m a 320 m
(470 m)

MD FF MD F

276
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Carduus meonanthus Carduus carpetanus
CARDO ‑DAS ‑AREIAS* CARDO ‑DA‑MONTANHA*
Ecologia: em solos arenosos algo Ecologia: pastagens e matos de
nitrofilizados. montanha.

0m 570 m
a 70 m a 1550 m
(150 m) (1720 m)

IM F IB F

LC
Carduus broteri Carduus platypus
CARDO ‑LUSITANO CARDO ‑DOS ‑BOSQUES*
Ecologia: clareiras de matagais Ecologia: clareiras de bosques,
abertos, bermas de caminhos; em bermas de caminhos, pousios,
locais secos e solos derivados de margens de linhas de água; em solos
calcários. frescos.

(190 m)
60 m 370 m
a 550 m a 1050 m

LU F IB F

Carduus tenuiflorus Carduncellus caeruleus


CARDO ‑COMUM CARDO ‑AZUL
Ecologia: prados nitrófilos, Ecologia: pousios, clareiras de
pousios, entulhos; em solos soltos, matos; geralmente em solos básicos.
perturbados e nitrificados.

10 m 10 m
a 930 m a 290 m
(1300 m) (500 m)

PR FFF MD F

Cirsium arvense
CARDO ‑DAS ‑VINHAS, CARDO‑
‑HEMORROIDAL, CARDO‑
‑RASTEIRO
Ecologia: campos agrícolas, pousios,
bermas de caminhos; em solos algo
húmidos e nitrofilizados.

10 m
a 1050 m
(1210 m)

PR F

Cirsium palustre
CARDO ‑PALUSTRE
Ecologia: prados higrófilos, bosques
paludosos; em solos encharcados.

10 m
a 1440 m

PR FF

277
©
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Cirsium filipendulum Cirsium vulgare
CARDO ‑FILIPÊNDULA* CARDO ‑ROXO*
Ecologia: prados húmidos; em solos Ecologia: pousios, bermas de
húmidos e arenosos. caminhos; em solos algo húmidos e
perturbados.

10 m 10 m
a 1180 m a 1080 m
(1350 m) (1980 m)

EU F PR FFF

EN
Cirsium welwitschii
CARDO ‑DOS ‑BREJOS*
Ecologia: prados higrófilos, em
brejos e turfeiras; em solos arenosos
encharcados.

20 m
a 100 m

LU R

Arctium minus Onopordum nervosum


BARDANA, ERVA‑DOS ‑TINHOSOS CARDO ‑BURRIQUEIRO ‑DO ‑SUL*
Ecologia: prados nitrófilos, em Ecologia: pastagens, bermas de
bermas de caminhos e outros locais caminhos, ruderal; em sítios secos e
perturbados; ruderal; em locais solos básicos.
frescos e algo ensombrados.

10 m 20 m
a 1090 m
(1220 m)
a 410 m

PR F IB R

Onopordum acanthium Onopordum illyricum VU


CARDO ‑BURRIQUEIRO ‑DO‑ CARDO ‑BURRIQUEIRO‑
‑NORTE*, ACANTO ‑BASTARDO ‑ELEGANTE*
Ecologia: pastagens, bermas de Ecologia: pastagens, ruderal; em
caminhos, ruderal; em sítios secos e sítios secos e solos ácidos.
solos ácidos.

130 m 140 m
a 940 m a 560 m

PR F MD RR

VU
Cynara tournefortii Cynara algarbiensis
ALCACHOFRA‑RASTEIRA* ALCACHOFRA‑ALGARVIA*
Ecologia: pastagens, pousios e Ecologia: pastagens, clareiras
clareiras de matos; em solos secos, de matos, bermas de caminhos;
argilosos e básicos. em solos ácidos.
COMPOSTAS

40 m 10 m
a 230 m a 460 m
(840 m)

IB R IB FF

278
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Cynara humilis Cynara cardunculus
ALCACHOFRA‑DE ‑SÃO ‑JOÃO, ALCACHOFRA, CARDO ‑DO‑
ALCACHOFRA‑BRAVA ‑COALHO
Ecologia: pastagens, pousios, Ecologia: pastagens, pousios,
clareiras de matos; em locais bermas de caminhos; em locais
soalheiros e secos. soalheiros e solos nitrofilizados.

10 m 10 m
a 360 m a 400 m
(550 m) (670 m)

IM FF MD FFF

Silybum marianum Notobasis syriaca


CARDO ‑DE ‑SANTA‑MARIA, CARDO ‑ESPINHOSO*
CARDO ‑LEITEIRO
Ecologia: pousios, bermas de
Ecologia: pastagens, bermas de caminhos; em solos secos, básicos,
caminhos; em solos nitrofilizados. algo nitrofilizados.

10 m 10 m
a 690 m a 300 m
(800 m) (410 m)

MD FFF MD F

Picnomon acarna Echinops strigosus


CARDO ‑ESPINHOSO ‑DAS‑ CARDO ‑DE ‑ISCA
‑PASTAGENS*
Ecologia: pastagens e campos
Ecologia: pousios e clareiras de agrícolas; em locais secos.
matos; em solos básicos.

60 m 10 m
a 720 m a 290 m

PR R IM F

Carthamus lanatus Scolymus hispanicus


CÁRTAMO ‑LANOSO* CARDO ‑DE ‑OURO,
TENGARRINHA, CANGARINHA
Ecologia: arvense e ruderal; em sítios
secos. Ecologia: pastagens, pousios,
bermas de caminhos; em locais
soalheiros e solos nitrofilizados.

10 m 0m
a 680 m a 520 m
(840 m) (760 m)

MD FF MD FFF

Scolymus maculatus
CARDO ‑MALHADO, CARDO‑
‑BRANCO, ESCÓLIMO ‑MALHADO
Ecologia: pastagens, pousios,
bermas de caminhos, dunas; em
locais soalheiros e solos algo
nitrofilizados.

10 m
a 240 m
(320 m)

MD FF

279
©
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SUBGRUPO

CARDAZOLAS
E AFINS
Reúnem ‑se aqui cerca de 40 espécies com capítulos mais ou menos No que diz respeito aos infratáxones, foram identificadas subespécies em
globosos, brácteas coriáceas e frequentemente espinhosas, e folhas não C. langei (subsp. langei, disseminada na região norte; subsp. exilis, dispersa
espinhosas (exceto Galactites), ao contrário dos cardos. De um modo geral, na região centro; subsp. rothmaleriana, endémica da serra da Estrela e
a maioria das espécies aqui apresentadas possui um porte menor do que arredores; subsp. coutinhoi, na zona interior da Beira Baixa e Alto Alentejo;
os géneros apresentados no subgrupo anterior. Incluem ‑se 12 géneros: subsp. geresensis, nas montanhas do Noroeste), C. limbata (subsp. limbata,
Centaurea (23 espécies), Klasea (6), Rhaponticum (= Leuzea, 3), Rhaponticoides frequente nas zonas montanhosas do Norte; subsp. lusitana, endémica das
(2), Cheirolophus (2), Xeranthemum (2), Cnicus, Crupina, Galactites, Jurinea, Man‑ serras do Caramulo, da Freita, da Arada e do Arestal), C. aspera (subsp. ste‑
tisalca, Serratula, Staehelina e Volutaria, todos só com uma espécie. nophylla, em solos arenosos do litoral algarvio; subsp. aspera, em depósitos
arenosos dos rios Douro e Tejo), C. nigra (subsp. rivularis, disseminada na
O género Centaurea é um dos mais diversos da flora nacional, com cerca região norte e nas montanhas do Centro; subsp. carpetana, apenas citada
de 23 espécies e mais de uma dezena de subespécies descritas, várias das para a Beira Baixa), C. ornata (subsp. ornata, nas zonas interiores do Algarve
quais de complexa identificação. Não ilustradas no guia, ocorrem também a Trás‑os‑Montes; subsp. interrupta, com espinhos claramente maiores, e
no território: C. alba, raríssima, em perigo de extinção, apenas conhecida de apenas presente no Sudeste), C. pullata (subsp. pullata, perene e disseminada
dois locais, nos leitos de cheia pedregosos do rio Tejo; C. occasus, ameaçada na metade sul do país; subsp. baetica, anual e citada apenas para o Algarve
de extinção, endémica do Barrocal algarvio; C. cordubensis, C. aristata, C. e Alentejo).
beturica (ameaçada de extinção), três espécies de aparência muito seme‑
lhante e escassamente conhecidas, que se encontram, de modo muito O género Klasea engloba seis espécies distribuídas principalmente pelo
localizado, no quadrante sudeste; C. diluta, inconfundível pelo seu porte e Centro e pelo Sul do país, com uma única exceção, K. legionensis, endemismo
ornamentação das brácteas, em pousios e bermas e de ocorrência espo‑ ibérico dos cumes das serras do Gerês/Xurês. Outros táxones não ilus‑
rádica no Centro e no Sul; C. graminifolia (= C. triumfetti subsp. lingulata), trados incluem: K. pinnatifida, em perigo de extinção, de ocorrência muito
de flores azuis, encontra ‑se apenas sob coberto de bosques caducifó‑ pontual em clareiras de matos, em solos básicos do Alentejo; K. algarbiensis
lios, em Trás‑os‑Montes; C. exarata, ameaçada de extinção, coberta por (vulnerável) em clareiras de urzais‑tojais no Sul do país, frequentemente
uma lanugem branca e pegajosa, ocorre em solos arenosos com alguma acaule e com aspeto e preferências ecológicas semelhantes a K. monardii
humidade, rara e apenas conhecida de poucos locais no litoral centro e nas subsp. integrifolia, da qual se diferencia, com dificuldade, por ter as brácteas
bacias sedimentares dos rios Tejo e Sado; C. jacea subsp. angustifolia, recen‑ involucrais médias gradualmente atenuadas em espinha; K. flavescens subsp.
temente redescoberta, em lameiros de Trás‑os‑Montes. Na orla litoral e mucronata, raríssima e conhecida de poucos locais no Barrocal algarvio,
geralmente em solos arenosos podem encontrar‑se: C. sphaerocephala, que distingue ‑se da subsp. neglecta por ter flores rosadas.
se distingue pelos espinhos das brácteas inseridos numa só fileira, pelos
aquénios sem papilho e caule rastejante; C. susannae, recentemente descrita Pertencentes a outros géneros, ocorrem também: Rhaponticum exaltatum (=
na costa sudoeste, que se distingue da anterior por apresentar aquénios Leuzea rhaponticoides), raríssima e ameaçada de extinção, ocorre em sobco‑
com papilho e caule ereto ou ascendente. Ambas se distinguem de C. polya‑ berto de bosques caducifólios de Trás‑os‑Montes; Xeranthemum cylindra‑
cantha, muito mais disseminada, porque esta possui numerosos espinhos ceum, rara e conhecida apenas de pousios sobre solo básico, nos arredores
nas brácteas dos capítulos, os quais não estão dispostos em fileiras. Uma de Bragança.
quarta espécie de aspeto semelhante à anteriores, C. lusitanica, endémica,
ocorre em habitat distinto e em zonas mais interiores (orlas de matos e
sebes em solos básicos).

Centaurea benedicta
CARDO ‑BENTO, CARDO ‑SANTO
Ecologia: campos agrícolas, pousios,
pastagens, bermas de caminhos; em
solos secos.
COMPOSTAS

130 m
a 810 m

PR F

280
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
EN
Centaurea amblensis
CENTÁUREA‑RAIANA*
Ecologia: clareiras de matos e
bosques, bermas de caminhos; em
zonas de montanha, em solos ácidos.

800 m
a 1100 m

IB RR

281
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Centaurea pullata Centaurea langei
CARDINHO ‑DAS ‑ALMORREIMAS, CENTÁUREA‑DO ‑NORTE*
CENTÁUREA‑PARDA
Ecologia: prados secos, bermas de
Ecologia: arvense e ruderal; caminhos, rochedos; acidófila.
geralmente em solos básicos.

10 m 130 m
a 410 m a 1200 m
(650 m) (1800 m)

MD FF IB FF

Centaurea limbata Centaurea melitensis


CENTÁUREA‑DA‑GRALHEIRA* CARDO ‑BEIJA‑NA‑MÃO,
CENTÁUREA‑DE ‑MALTA
Ecologia: clareiras de matos e
bosques, prados, rochedos; em Ecologia: campos agrícolas, pousios,
zonas de montanha. bermas de caminhos; em solos secos;
indiferente edáfica.

80 m 10 m
a 1120 m
(1260 m)
a 710 m

IB R MD FFF

Centaurea ornata Centaurea crocata VU


CARDAZOL, LAVA‑PÉ, CIGARRAS CARDAZOLA‑AMARELA‑DE‑
‑MONCHIQUE
Ecologia: pastagens, clareiras
de matos, bermas de caminhos, Ecologia: clareiras de matos, bermas
rochedos em leitos de cheia; em e taludes; em solos pedregosos,
solos secos algo nitrofilizados. ácidos.

10 m 100 m
a 850 m a 570 m
(1100 m) (820 m)

IB F LU R

Centaurea cyanus Centaurea nigra


FIDALGUINHOS, LOIOS ‑DOS‑ subsp. rivularis
‑JARDINS CENTÁUREA‑DOS ‑LAMEIROS*
Ecologia: naturalizada em campos Ecologia: prados higrófilos, lameiros,
agrícolas e pousios. bosques caducifólios, margens de
linhas de água.

50 m 10 m
a 1030 m a 1190 m
(1170 m) (1390 m)

IN R IB F

Centaurea aspera Centaurea calcitrapa


LOIOS ‑ÁSPEROS CARDO ‑ESTRELADO
Ecologia: clareiras de matos, bermas Ecologia: pastagens, bermas
de caminhos, pastagens; em solos de caminhos; ruderal; em solos
arenosos algo nitrificados. compactados e nitrofilizados.
COMPOSTAS

5m 10 m
a 370 m a 780 m
(640 m) (990 m)

PR R MD FFF

282
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Centaurea polyacantha Jurinea humilis VU
OURIÇO ‑DAS ‑DUNAS*, JURÍNEA*
CARDAZOLA‑DAS ‑AREIAS*
Ecologia: clareiras de matos,
Ecologia: dunas e clareiras de matos prados ralos, rochedos; em solos
em solos arenosos. pedregosos e ácidos, em cumeadas,
em zonas de montanha.

0m 1070 m
a 150 m a 1390 m

IM F MD RR

NT
Rhaponticoides fraylensis Rhaponticoides africana
CARDAZOLA‑ROXA, CENTÁUREA‑ CENTÁUREA‑AFRICANA*
‑VICENTINA
Ecologia: matos e clareiras de
Ecologia: matos, orlas de bosques e bosques; geralmente em solos
matagais; em solos ácidos. ácidos.

30 m 20 m
a 250 m a 300 m
(450 m) (650 m)

LU F IM R

Galactites tomentosus Mantisalca salmantica


CARDO CARDAZOLA‑DOS ‑CAMINHOS*
Ecologia: arvense e ruderal, também Ecologia: pousios, bermas de
em pastagens e clareiras de matos. caminhos; em solos secos, básicos.

10 m 10 m
a 550 m
(880 m)
a 670 m

MD FFF MD FF

Cheirolophus
sempervirens
LAVA‑PÉ, VIOMAL
Ecologia: orlas de bosques e
matagais; em locais sombrios.

10 m
a 470 m

EU F

NT
Cheirolophus uliginosus Rhaponticum coniferum
LAVA‑PÉ ‑DOS ‑BREJOS* CARDO ‑PINHEIRO ‑MENOR*
Ecologia: orlas de matagais Ecologia: clareiras de matos e
higrófilos, brejos; em solos húmidos. bosques; em solos pedregosos e
básicos.

10 m 50 m
a 270 m
(820 m)
a 640 m

IB F MD F

283
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
VU
Rhaponticum longifolium Serratula tinctoria
CARDO ‑PINHEIRO* SERRÁTULA‑DOS ‑TINTUREIROS*
Ecologia: prados e matos higrófilos; Ecologia: matos e prados higrófilos,
em solos arenosos algo húmidos. turfeiras; em solos húmidos ácidos,
geralmente em zonas de montanha.

40 m 30 m
a 300 m a 1420 m

LU RR PR R

Klasea integrifolia Klasea boetica LC


subsp. monardii subsp. lusitanica
SERRÁTULA‑DO ‑SUDOESTE* SERRÁTULA‑LUSITANA
Ecologia: clareiras de matos; em Ecologia: clareiras de matos; em
solos ácidos. solos argilosos ou pedregosos,
geralmente básicos.

20 m 30 m
a 430 m a 380 m
(850 m) (500 m)

IB F LU F

Klasea flavescens Crupina vulgaris


subsp. neglecta CRUPINA‑COMUM*
SERRÁTULA‑AMARELA* Ecologia: clareiras de matos,
Ecologia: clareiras de matos; em prados anuais; em locais secos e
solos pedregosos, básicos. pedregosos.

80 m
40 m
a 830 m
a 370 m (1180 m)

IM R PR F

VU
Xeranthemum inapertum Volutaria crupinoides EN
PERPÉTUAS ‑DOS ‑PRADOS CENTÁUREA‑MAGREBINA*
Ecologia: pousios, clareiras de Ecologia: escarpas, rochedos;
matos; em solos pedregosos. em locais soalheiros, secos e em
substratos calcários.

580 m 170 m
a 790 m a 200 m

MD RR MD RRR

Staehelina dubia
PINCEL*
Ecologia: matos baixos; em solos
básicos.
COMPOSTAS

40 m
a 470 m
(820 m)

MD FF

284
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

ESCORCIONEIRAS
E AFINS
Neste subgrupo incluem ‑se as escorcioneiras (género Scorzonera, quatro de extinção. Não é observada em Portugal desde o final do século xx,
espécies) e as espécies de géneros afins, como Podospermum (1), Avellara receando ‑se que possa estar regionalmente extinta; Tragopogon crocifo‑
(1), Tragopogon (3) e Geropogon (1) ou com aspeto algo similar, como Cata‑ lius, de flor variando entre o amarelo e o vermelho ‑escuro, encontra ‑se
nanche (2). apenas em Trás‑os‑Montes. Mencionam ‑se ainda duas outras variedades
de Scorzonera hispanica: var. hispanica, de folhas lanceoladas e largas, com
Além dos táxones ilustrados no guia, ocorrem também: Scorzonera baetica, margem dentada ou inteira, algo ondulada, presente na Beira Alta e em
um endemismo ibérico que em Portugal apenas ocorre em alguns pontos Trás‑os‑Montes, e var. pinnatifida, de folhas lineares, estreitas e onduladas,
das serras litorais do Sudoeste; Avellara fistulosa, uma planta anfíbia, dentadas ou por vezes laciniadas, citada apenas nas zonas interiores do
endémica do Sudoeste da Península Ibérica e globalmente ameaçada Alentejo.

Podospermum laciniatum Scorzonera angustifolia


ESCORCIONEIRA‑LACINIADA* ESCORCIONEIRA‑DE ‑FOLHA‑
‑ESTREITA*
Ecologia: pousios, pastagens,
bermas de caminhos, orlas de Ecologia: clareiras de matos,
sapal e salinas; em locais secos e pastagens; em locais secos e
descampados. soalheiros, em solos pedregosos.

5m
40 m
a 790 m
(1320 m)
a 810 m

MD F IM F

NT
Scorzonera hispanica
var. crispatula
ESCORCIONEIRA‑DE ‑FOLHA‑
‑CRISPADA*
Ecologia: pousios, clareiras de
matos; em solos argilosos, básicos.

90 m
a 170 m

MD R

Scorzonera hispanica EN
var. asphodeloides
ESCORCIONEIRA‑DE ‑FOLHA‑
‑ONDULADA*
Ecologia: pousios, clareiras
de matos; em sítios secos,
preferentemente em substratos ácidos.

50 m
a 340 m
(470 m)

EU RR

285
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Scorzonera humilis
ESCORCIONEIRA‑DOS ‑BREJOS*
Ecologia: prados e matos higrófilos,
bosques; em locais sombrios, em
solos húmidos e ácidos.

20 m
a 1310 m

EU R

Geropogon hybridus Tragopogon dubius


BARBAS ‑DE ‑BODE ‑MENOR*, BARBAS ‑DE ‑BODE ‑AMARELO*
CRAVEIRO ‑DA‑SERRA
Ecologia: prados e pastagens; em
Ecologia: arvense e em pousios; solos algo nitrofilizados.
em solos pedregosos, básicos.

10 m 190 m
a 300 m
(440 m)
a 840 m

MD FF PR R

Tragopogon porrifolius
BARBAS ‑DE ‑BODE ‑ROXO*,
SALSIFI ‑FOLHA‑DE ‑PORRO*
Ecologia: pousios, taludes, bermas;
em solos básicos.

110 m
a 540 m
(830 m)

MD R

VU
Catananche caerulea
CHICÓRIA‑FINA*
Ecologia: prados ralos, clareiras de
matos; em solos básicos, secos.

40 m
a 140 m

MD RRR

EN
Catananche lutea
subsp. carpholepis
CHICÓRIA‑AMARELA*
Ecologia: prados, pousios; em solos
argilosos, geralmente básicos.
COMPOSTAS

70 m
a 240 m

MD RR

286
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

SERRALHAS, CHICÓRIAS
E AFINS
Este grupo inclui oito géneros de compostas com herbáceas, anuais ou Algumas obras reconhecem duas subespécies em Sonchus asper (subsp.
perenes, com flores sempre liguladas, com látex branco ou amarelo, geral‑ glaucescens, bienal, com uma roseta de folhas basais mais ou menos rígidas
mente inermes ou, mais raramente, espinhosas: Sonchus (sete espécies), e espinhosas; subsp. asper, anual, com folhas geralmente dispostas ao longo
Lactuca (4), Reichardia (3), Cichorium (2), Tolpis (2), Urospermum, Hyoseris e do caule e moles, algumas das quais sem espinhos) e em Lactuca viminea
Arnoseris, com apenas uma espécie. (subsp. viminea, dispersa por todo o território, e subsp. chondrilliflora, em
ambientes rochosos e distribuída, principalmente, na metade norte do
A alface (Lactuca sativa) é a planta mais conhecida do seu género, sendo país, e que se distinguem com dificuldade, pela menor dimensão dos frutos
muito utilizada na alimentação e cultivada em todo o país. Também a e anteras, da subsp. chondrilliflora).
endívia (Cichorium endivia) e a chicória ‑do ‑café (Cichorium intybus) são cul‑
tivadas, embora com menos frequência.

Não apresentadas no livro, ocorrem também: Cichorium pumilum, erva anual,


que ocorre com pouca frequência no Centro e no Sul do país em pousios,
caminhos e clareiras de matos; Sonchus aquatilis, rara e conhecida de poucos
locais nas bacias dos rios Tejo e Sado, muito semelhante a S. maritimus,
contudo ocorre em águas doces interiores e não em águas salobras, como
a última.

Lactuca saligna
ALFACE ‑BRAVA‑DOS ‑CAMINHOS
Ecologia: pousios, bermas de
caminhos, entulhos; em solos
pedregosos ou ruderalizados,
geralmente básicos.

10 m
a 740 m
(850 m)

PR F

Lactuca serriola
ALFACE ‑BRAVA‑SERRADA*
Ecologia: ruderal, por vezes arvense
ou rupícola; em solos secos e algo
nitrofilizados.

10 m
a 910 m
(1190 m)

PR FFF

Lactuca viminea
ALFACE ‑BRAVA‑DAS ‑ROCHAS*
Ecologia: escarpas, cascalheiras,
taludes, bermas de caminhos; em
solos secos e pedregosos.

30 m
a 1430 m
(1860 m)

EU FF

287
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Lactuca virosa
ALFACE ‑BRAVA‑MAIOR
Ecologia: arvense e ruderal, também
em clareiras de bosques, pousios;
em solos frescos, revolvidos e
nitrofilizados.

10 m
a 1040 m
(1260 m)

MD FF

Sonchus asper Sonchus oleraceus


SERRALHA‑ÁSPERA, SERRALHA‑ SERRALHA, SERRALHA‑MACIA
‑PRETA, SERRALHA‑ESPINHOSA
Ecologia: arvense e ruderal;
Ecologia: arvense e ruderal. indiferente edáfica.

10 m 10 m
a 900 m a 710 m
(1080 m) (1280 m)

PR FFF PR FFF

Sonchus tenerrimus Sonchus maritimus NT


SERRALHA‑MACIA‑DE ‑FOLHA‑ SERRALHA‑MARÍTIMA,
‑ALONGADA* SERRALHA‑DA‑PRAIA
Ecologia: arvense e ruderal, também Ecologia: estuários, sapais, lagoas
em rochedos, muros; em solos costeiras; em solos húmidos e
geralmente básicos e nitrofilizados. salgadiços.

10 m 0m
a 790 m a 40 m

MD F PR R

Sonchus bulbosus Cichorium intybus


CONDRILA‑DE ‑DIOSCÓRIDES CHICÓRIA‑DO ‑CAFÉ, ALMEIRÃO
Ecologia: dunas e pinhais litorais. Ecologia: campos agrícolas, pousios,
bermas de caminhos.

0m 10 m
a 420 m a 460 m
(650 m) (720 m)

MD FFF PR FFF

Urospermum picroides Reichardia gaditana


LEITUGA‑DE ‑BURRO LEITUGUINHA‑DAS ‑PRAIAS*
Ecologia: arvense e ruderal, também Ecologia: dunas.
em rochedos e clareiras de matos.
COMPOSTAS

10 m 0m
a 500 m
(1010 m)
a 60 m

MD FFF IM F

288
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Reichardia intermedia
LEITUGUINHA‑DOS ‑POUSIOS*
Ecologia: pousios e pastagens; em
sítios secos; indiferente edáfica.

20 m
a 310 m
(490 m)

MD FF

Reichardia picroides
LEITUGUINHA‑DOS ‑CAMINHOS*
Ecologia: arvense e ruderal, por
vezes rupícola; indiferente edáfica.

0m
a 440 m
(730 m)

MD F

Tolpis barbata Tolpis umbellata


OLHO ‑DE ‑MOCHO OLHO ‑DE ‑MOCHO ‑MENOR*
Ecologia: pousios, pastagens e Ecologia: pousios, pastagens e
clareiras de matos; em solos ácidos. clareiras de matos; em solos ácidos.

20 m 40 m
a 830 m a 840 m
(1010 m) (980 m)

MD FFF MD FFF

Hyoseris scabra Arnoseris minima


LEITUGA‑ESCÁBRIDA* AMARELA*
Ecologia: prados anuais em clareiras Ecologia: prados anuais e clareiras
de matos; em solos pedregosos, de matos, em zonas de montanha;
básicos. em solos ácidos.

(110 m)
10 m
220 m
a 270 m a 1550 m
(440 m) (1950 m)

MD R PR FF

289
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

DENTES‑DE‑LEÃO
E AFINS
Neste conjunto agrupam ‑se 12 géneros de compostas, vários dos quais do Sado, e da qual subsistem dúvidas sobre se será nativa ou introduzida;
incluem espécies que são popularmente designadas por dente ‑de ‑leão: Scorzoneroides pyrenaica subsp. cantabrica, em prados de montanha na serra
Taraxacum (17), Crepis (7), Thrincia (7), Scorzoneroides (6), Hedypnois (3), Hypo‑ da Estrela.
chaeris (2), Helminthotheca (2), Picris (2), Rhagadiolus (2) e Lapsana, Leontodon e
Chondrilla, com apenas uma espécie. O género Taraxacum é um dos mais diversos em Portugal continental, mas
também um dos taxonomicamente mais complexos, sendo que as prin‑
Não ilustradas no guia, assinalam ‑se também: Crepis pulchra, de ocorrên‑ cipais obras de referência, como a Nova Flora de Portugal (Franco, 1984),
cia restrita em prados em Trás‑os‑Montes; Crepis calycina, que seria uma a Checklist da Flora de Portugal (Continental, Açores e Madeira) (Sequeira et al.,
espécie endémica, descrita das colinas dos arredores de Tomar, que não 2011) e a Flora iberica (Galán de Mera, 2018), apresentam combinações
voltou a ser herborizada desde o século xix e que poderá ser apenas uma nomenclaturais diferentes. Por esse motivo, o número de espécies referen‑
forma de Crepis taraxicifolia; Thrincia saxatilis, em prados húmidos, dissemi‑ ciadas como ocorrentes em Portugal continental é algo incerto, estando
nada pelo país; Thrincia lusitanica, endémica das arribas calcárias do litoral referenciadas 32, 25 e 17 espécies, respetivamente. Nesta obra optou ‑se
centro ‑oeste; Thrincia tingitana, nas areias e arribas do litoral centro; Thrincia por seguir a nomenclatura da revisão da Flora iberica, por ser a publicação
maroccana subsp. ribatejana, endémica das areias interiores das lezírias do mais recente. A maioria das espécies é mal conhecida, dada a elevada difi‑
Tejo; Leontodon hispidus, com duas subespécies (subsp. hispidus e subsp. bour‑ culdade de as identificar no terreno, o que resulta num escasso conheci‑
gaeanus), ambas presentes nas serras da Estrela e do Gerês; Hedypnois cretica, mento da sua distribuição. As espécies deste género podem ocorrer em
assinalada apenas em prados anuais do litoral do Algarve e da Estremadura ambientes variáveis, desde relvados urbanos e fendas de calçada a prados
(Talavera, 2018), mal conhecida, diferencia ‑se de H. rhagadioloides pelos de montanha e orlas de bosques caducifólios. Algumas espécies são
seus capítulos pêndulos antes da floração e pelas brácteas em forma de endémicas de Portugal e com distribuição restrita e por isso ameaçadas de
estrela na fase de dispersão e de H. arenaria, com maior dificuldade, por por‑ extinção, como T. triforme, na serra de Monchique, e T. estrelense, na serra da
menores do fruto (aquénio). No género Scorzoneroides estão referenciadas Estrela e no Minho, outras endémicas da Península Ibérica, como T. duriense
mais quatro espécies, quase todas mal conhecidas: S. carpetana, apenas e T. pinto ‑silvae, ambas presentes nas regiões centro e norte, enquanto
conhecida em lameiros húmidos e cervunais da serra de Montesinho (Trás‑ outras estão amplamente distribuídas pela Europa, como T. marklundii, T.
‑os‑Montes); S. autumnalis, citada para as montanhas do Noroeste, mas sundbergii, T. ekmanii e T. nordstedti.
sem registos recentes; S. muelleri, citada no passado para arrozais na bacia

Rhagadiolus edulis
RAGADÍOLO ‑COMESTÍVEL*
Ecologia: campos agrícolas, pousios
e, por vezes, bermas de caminhos.

10 m
a 680 m
(870 m)

MD FF

Rhagadiolus stellatus Lapsana communis


RAGADÍOLO ‑ESTRELADO* subsp. communis
Ecologia: campos agrícolas, pousios LABRESTO, LAPSANA
e, por vezes, bermas de caminhos. Ecologia: bosques, margens de
cursos de água, bermas de caminhos;
em locais sombrios, húmidos e
perturbados.
COMPOSTAS

90 m 10 m
a 280 m a 880 m
(510 m) (1210 m)

MD FF PR FF

290
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Chondrilla juncea Crepis lampsanoides
LEITUGA‑BRANCA ALMEIROA‑FOLHA‑DE‑
‑LABRESTO*
Ecologia: bermas de caminhos,
incultos, pastagens; em locais algo Ecologia: prados húmidos, bosques;
perturbados. em solos frescos, férteis e ácidos.

10 m 80 m
a 1080 m
(1460 m)
a 1830 m

PR FFF EU F

Crepis taraxacifolia Crepis capillaris


ALMEIROA, ALMEIROSA ALMEIRÃO ‑BRANCO, ALMEIROA‑
‑BRANCA, BARBA‑DE ‑FALCÃO
Ecologia: arvense e ruderal; em solos
perturbados, nitrofilizados. Ecologia: arvense e ruderal; em solos
perturbados ou revolvidos.

10 m 10 m
a 760 m a 950 m
(1080 m) (1490 m)

MD FFF PR FFF

Crepis foetida Crepis pusilla VU


ALMEIROA‑FÉTIDA, ALMEIROA‑ ALMEIROA‑MÍNIMA*
‑DOS ‑COMBOIOS
Ecologia: prados anuais em
Ecologia: pousios, pastagens, clareiras de matos e caminhos; em
clareiras de matos, bermas de solos pedregosos, calcários, algo
caminhos; em sítios secos, algo compactados.
pedregosos.

20 m 100 m
a 660 m a 260 m

MD F MD RR

Leontodon hispidus
subsp. bourgaeanus
LEITUGA‑PELUDA‑DA‑
‑MONTANHA*
Ecologia: prados rupícolas; em solos
pedregosos, de granitos, em alta
montanha.

1380 m
a 1980 m

IB R

Thrincia hispida Thrincia glabrata


LEITUGA‑DOS ‑MONTES LEITUGA‑DAS ‑DUNAS*
Ecologia: arvense e em pousios, Ecologia: dunas litorais, solos
pastagens, clareiras de matos; salgadiços.
indiferente edáfica.

5m
1m
a 850 m
(1380 m)
a 50 m

EU FFF EU F

291
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Thrincia tuberosa
LEITUGA‑TUBEROSA*
Ecologia: pastagens, prados,
clareiras de bosques; indiferente
edáfica, em solos com alguma
humidade.

20 m
a 500 m
(850 m)

MD FFF

Scorzoneroides palisiae
FALSA‑ESCORCIONEIRA‑DO‑
‑ALENTEJO*
Ecologia: pastagens e prados anuais;
em locais secos.

100 m
a 330 m

IM R

Hedypnois rhagadioloides Hypochaeris glabra


ALFACE ‑DE ‑PORCO, ERVA‑DO‑ LEITUGA‑GLABRA*
‑LEITE, ALFACE ‑DE ‑CRETA
Ecologia: prados, clareiras de
Ecologia: campos cultivados, matos; geralmente em solos ácidos e
pousios, bermas de caminhos; arenosos, com alguma humidade.
em locais secos.

10 m
5m
a 960 m
a 900 m (1550 m)

MD FFF PR FFF

Hypochaeris radicata
ERVA‑DAS ‑TETAS, LEITUGA‑
‑PELUDA*
Ecologia: pastagens, prados
húmidos, desde dunas litorais à alta
montanha; indiferente edáfica.

10 m
a 1290 m
(1930 m)

PR FFF

Taraxacum marklundii Taraxacum pinto‑silvae


DENTE ‑DE ‑LEÃO ‑ATLÂNTICO* DENTE ‑DE ‑LEÃO
Ecologia: prados, jardins, bermas de Ecologia: prados húmidos,
caminhos; em solos nitrofilizados e pastagens, bosques, jardins; em
húmidos. solos nitrofilizados e húmidos.
.
COMPOSTAS

10 m 180 m
a 500 m a 840 m

EU R IB FF

292
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Hedypnois arenaria
ERVA‑DO ‑LEITE ‑DAS ‑AREIAS*
Ecologia: dunas.

0m
a 15 m

IM F

293
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
EN
Picris cupuligera Helminthotheca echioides
RASPA‑SAIAS ‑DO ‑BARROCAL RASPA‑SAIAS
Ecologia: pastagens e pousios; em Ecologia: arvense e ruderal.
solos básicos.

10 m 10 m
a 30 m a 430 m
(920 m)

IM RR MD FFF

Helminthotheca spinosa
RASPA‑SAIAS ‑ESPINHOSO
Ecologia: clareiras de bosques e
matagais; indiferente edáfica.

20 m
a 480 m

IB FF

Picris hieracioides
RASPA‑SAIAS ‑DO ‑NORTE*
Ecologia: bosques caducifólios e
prados frescos.
COMPOSTAS

10 m
a 1060 m
(1460 m)

EU FF

294
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

PILOSELAS
E AFINS
Nesse subgrupo enquadram ‑se quatro géneros: Hieracium (20 espécies), No género Pilosella, estreitamente aparentado com Hieracium, assinalam ‑se
Pilosella (8), Andryala (5), Hispidella (1). mais seis espécies, praticamente todas associadas a pastagens em zonas
de montanha, no Centro e no Norte do país: P. officinarum, P. capillata, P. pele‑
O género Hieracium é um dos mais diversos da família das compostas, repre‑ teriana, P. subtardans, P. saussureoides e P. galiciana, esta apenas assinalada para
sentado por cerca de 20 espécies em Portugal continental, muitas das a serra da Estrela. No género Andryala destaca ‑se ainda Andryala cintrana,
quais são de complexa identificação, pelo que permanecem mal conhe‑ uma espécie endémica das arribas do litoral de Sintra ‑Cascais, apenas
cidas. Além das espécies ilustradas no guia, foram também citadas para recentemente descrita para a ciência e, por isso, ainda mal conhecida.
Portugal: H. arevacorum, H. carpetanum, H. diaphanoides, H. flagelliferum, H.
glaucinum, H. hirsutum, H. lachenalii, H. laevigatum, H. lusitanicum, H. maculatum,
H. murorum, H. orthoglossum, H. pulmonarioides, H. saxifragum, H. schmidtii, H.
vasconicum e H. visontinum. A grande maioria das espécies distribui ‑se apenas
na metade norte de Portugal, ocorrendo em áreas de montanha. Várias são
espécies de ampla distribuição europeia, como H. murorum, H. saxifragum, ou
mesmo global, como H. sabaudum e H. umbellatum.

Pilosella castellana
PILOSELA‑CASTELHANA*
Ecologia: pastagens, clareiras de
bosques; em solos ácidos e pobres,
em zonas de montanha.

700 m
a 1890 m

IM FF

Pilosella pseudopilosella
PILOSELA‑DO ‑NORTE*
Ecologia: pastagens secas e
soalheiras; em solos pobres.

560 m
a 1250 m
(1410 m)

MD R

Hispidella hispanica Hieracium amplexicaule


HISPIDELA* HIERÁCIO ‑DAS ‑SERRAS*
Ecologia: pastagens, clareiras de Ecologia: prados rupícolas, fendas de
bosques, matos, solos pedregosos; rochedos; em zonas de montanha.
em solos ácidos, em zonas de
montanha.

(150 m)
260 m 890 m
a 1410 m a 1410 m
(1560 m)

IB F MD RR

295
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Hieracium umbellatum Hieracium sabaudum
HIERÁCIO ‑UMBELADO* HIERÁCIO ‑DOS ‑ARROIOS*
Ecologia: rochedos, em leitos de Ecologia: bosque, margens de
cheia de cursos de água ou orlas de ribeiras, bermas de caminhos; em
bosques. solos ácidos.

10 m 30 m
a 890 m a 1350 m

PR R EU F

Andryala arenaria
ALFACE ‑DAS ‑AREIAS*
Ecologia: prados ralos, clareiras de
matos; em solos arenosos.

10 m
a 340 m
(520 m)

IM FF

Andryala rothia
ERVA‑POLVINHENTA
Ecologia: pousios, pastagens; em
locais secos e substratos ácidos.

40 m
a 450 m
(620 m)

IM F

Andryala integrifolia
TRIPA‑DE ‑OVELHA, ALFACE ‑DO‑
‑MONTE
Ecologia: pousios, pastagens;
ruderal; indiferente edáfica.

10 m
a 960 m
(1380 m)

MD FFF

EN
Andryala ragusina
ORELHAS ‑DE ‑COELHO
Ecologia: prados em depósitos
aluvionais, de areias ou cascalhos;
em solos secos.
COMPOSTAS

20 m
a 360 m

MD RR

296
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

PERPÉTUAS, ERVAS‑DOS‑NINHOS
E AFINS
Reúnem ‑se nesse subgrupo 11 géneros, que se caracterizam por apre‑ No género Helichrysum assinalam ‑se ainda duas espécies exóticas, originá‑
sentar flores não liguladas e pouco conspícuas e, geralmente, com caules rias da África do Sul, cultivadas como ornamentais e subespontâneas em
e folhas revestidas por um denso indumento de pelos que lhes confere uma alguns locais do litoral centro e norte, H. foetidum e H. petiolare. A subespécie
coloração acinzentada: Filago (7), Helichrysum (6), Gamochaeta (5), Santolina H. serotinum subsp. serotinum é conhecida de uma única colheita para Trás‑
(3), Achillea (2), Logfia (2), Phagnalon (2), Bombycilaena, Gnaphalium, Micropus, ‑os‑Montes (Galbany Casals et al., 2019). Na Nova Flora de Portugal (Franco,
Otanthus. 1984) assinalava ‑se também H. decumbens, de hábito prostrado das arribas
da costa sudoeste, mas que atualmente se considera somente um ecótipo
Não ilustradas, estão também referenciadas: Bombycilaena erecta, rara, litoral de H. stoechas.
ameaçada de extinção, com apenas dois registos históricos em Portugal,
um em Trás‑os‑Montes e outro no cabo Mondego; Santolina rosmarinifolia, As espécies do género Gamochaeta são todas exóticas e ocorrem em
conhecida apenas dos solos básicos e pedregosos da península de Setúbal, espaços ajardinados e outros locais humanizados. Além das espécies
muito afim de S. impressa, da qual se distingue, com dificuldade, pelas suas apresentadas, assinala ‑se G. subfalcata, em solos húmidos e perturbados
folhas dimórficas e detalhes das brácteas externas. das regiões litorais do Norte e do Centro, e duas espécies cuja ocorrência
suscita algumas dúvidas: Gamochaeta simplicicaulis, semelhante a G. coarctata,
As espécies do género Filago são de complexa distinção entre si, sendo citada apenas para os arredores do Porto; Gamochaeta calviceps, referida para
necessário o recurso a chaves de identificação especializadas para as o Minho e semelhante a G. subfalcata.
segregar com base em pormenores dos frutos e das inflorescências.
Além das espécies ilustradas, assinalam ‑se ainda: F. albicans e F. lutescens,
de aparência similar, distinguindo ‑se pela coloração do indumento
(acinzentado ‑esbranquiçado na primeira e amarelado na segunda) e pelas
inflorescências menores de F. albicans; F. gaditana, em areias estabilizadas,
de norte a sul; F. pygmaea, no Centro e no Sul do país; F. lusitanica, em regiões
mais interiores, as três últimas acaules ou com caules rastejantes, e no
passado colocadas no género Evax, juntamente com F. carpetana.

Achillea ageratum Achillea millefolium


MACELA‑DE ‑SÃO ‑JOÃO, MILEFÓLIO, MILFOLHADA, ERVA‑
MARCELA‑MOURISCA, AGERATO ‑DAS ‑CORTADELAS
Ecologia: prados algo húmidos, orlas Ecologia: prados higrófilos, orlas
de bosques, bermas de caminhos. de bosques caducifólios; em locais
húmidos e sombrios, em montanha.

10 m 20 m
a 840 m a 1380 m
(1210 m) (1550 m)

MD F PR FF

Phagnalon rupestre
ALECRIM ‑DAS ‑PAREDES ‑MENOR*
Ecologia: fendas de rochedos,
clareiras de matos, arribas litorais;
em solos rochosos ou pedregosos,
básicos.

10 m
a 280 m
(490 m)

PR F

297
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Phagnalon saxatile
ALECRIM ‑DAS ‑PAREDES,
MACELA‑DA‑ISCA
Ecologia: rochedos, clareiras de
matos, muros, bermas de caminhos;
em solos rochosos ou pedregosos;
indiferente edáfica.

5m
a 670 m
(940 m)

MD FFF

LC
Santolina impressa Santolina semidentata LC
MARCETÃO ‑DAS ‑AREIAS MARCETÃO ‑DE ‑TRÁS ‑OS‑
‑MONTES*
Ecologia: matos e pinhais; em solos
arenosos ácidos algo perturbados. Ecologia: matos em solos rochosos
ou pedregosos, ultrabásicos.

10 m 440 m
a 60 m a 950 m
(1270 m)

LU F IB F

Otanthus maritimus Micropus supinus VU


CORDEIRINHOS ‑DA‑PRAIA ALGODOEIRO ‑ANÃO*
Ecologia: dunas. Ecologia: prados ralos, clareiras de
matos; em sítios secos, em solos
pedregosos ou compactados,
básicos.

0m 90 m
a 30 m a 350 m

MD FF MD RR

Logfia gallica Logfia minima


ERVA‑DOS ‑MOINHOS, ERVA‑DOS‑ ERVA‑DOS ‑MOINHOS ‑MENOR*
‑NINHOS
Ecologia: pousios, clareiras de
Ecologia: pousios, clareiras de matos, prados anuais.
matos, prados anuais.

10 m 10 m
a 810 m a 1440 m
(1360 m) (1750 m)

PR FFF PR FF

Filago carpetana Filago pyramidata


ERVA‑DOS ‑NINHOS ERVA‑DOS ‑NINHOS, ERVA‑DOS‑
‑MOINHOS
Ecologia: pousios, prados ralos,
clareiras de matos; em solos ácidos, Ecologia: pousios, prados ralos,
arenosos ou saibrosos. clareiras de matos; em solos secos e
pedregosos.
COMPOSTAS

10 m 40 m
a 1030 m a 790 m
(1320 m) (1080 m)

EU F PR FFF

298
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Helichrysum serotinum
subsp. picardii
PERPÉTUAS ‑DAS ‑AREIAS, CARIL‑
‑DAS ‑AREIAS
Ecologia: dunas e matos baixos em
solos arenosos.

0m
a 70 m
(360 m)

IM FFF

Helichrysum luteoalbum Gnaphalium uliginosum


PERPÉTUA‑DOS ‑CHARCOS* FALSA‑PERPÉTUA‑DOS ‑BREJOS*
Ecologia: prados higrófilos, margens Ecologia: margens e leitos de
de cursos de água, por vezes ruderal; cursos de água, expostos após
em solos arenosos, húmidos. encharcamento sazonal; em
substratos arenosos e húmidos.

5m 30 m
a 800 m a 860 m
(1040 m) (1020 m)

PR FFF PR FFF

Gamochaeta coarctata Gamochaeta pensylvanica


FALSA‑PERPÉTUA‑DE ‑ROSETA* FALSA‑PERPÉTUA‑DA‑
Ecologia: naturalizada em arrelvados ‑PENSILVÂNIA*
urbanos, bermas de caminhos, Ecologia: naturalizada em arrelvados
margens de ribeiros; em solos urbanos, bermas de caminhos,
húmidos. margens de ribeiros; em solos
húmidos.

20 m 20 m
a 310 m a 470 m

IN F IN R

Helichrysum stoechas
PERPÉTUAS
Ecologia: matos baixos; em sítios
secos e soalheiros; indiferente
edáfica.

10 m
a 860 m
(1100 m)

MD FFF

299
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

ERVAS‑LOIRAS
E AFINS
Reúnem ‑se neste subgrupo as espécies dos géneros Senecio (20), Calendula de Senecio, muito semelhantes e todas nativas da África do Sul: S. mikanioides,
(3) e Doronicum (2) e Petasites (1). S. angulatus e S. tamoides, a primeira sem flores liguladas, a segunda com
flores menores, folhas ovadas a romboidais e aquénios pilosos, e a terceira
No género Senecio, um dos mais diversificados em Portugal, referem ‑se com flores maiores, folhas mais ou menos palmadas e aquénios glabros.
ainda: S. leucanthemifolius, rara e apenas conhecida de ambientes arenosos
ruderalizados nas redondezas de Alcácer do Sal, similar a S. gallicus, da qual Além dos táxones apresentados, assinalam ‑se também: Petasites pyrenai‑
se diferencia por possuir as brácteas tingidas de negro; S. doria subsp. legio‑ cus, originária do Mediterrâneo Oriental, cultivada como ornamental e
nensis (= S. legionensis), apenas conhecida em lameiros do extremo norte subespontânea em alguns locais da região centro; Calendula officinalis (mara‑
minhoto (ameaçada de extinção); S. bicolor subsp. cineraria, exótica, em vilhas), cultivada como ornamental e medicinal, de ocorrência ocasional
arribas rochosas do litoral; S. elegans, originária da África do Sul, naturali‑ em entulhos, bermas, geralmente próximo de povoações; Roldana petasitis,
zada em vários locais do litoral e facilmente reconhecível pelas suas flores arbusto originário do México e localmente subespontâneo no litoral norte
com lígulas arroxeadas; S. erucifolius, provavelmente de introdução recente, (e. g., estuário do Cávado). Tussilago farfara foi também citada para o Minho
através de misturas de sementes usadas em arrelvados urbanos. Com no passado, mas não se conhecem quaisquer registos que comprovem a
folhas carnudas e hábito trepador, assinalam ‑se três espécies exóticas sua ocorrência como naturalizada em Portugal.

Calendula arvensis Calendula suffruticosa


ERVA‑VAQUEIRA, BELAS ‑NOITES, subsp. lusitanica
ERVA‑DE ‑SANTA‑MARIA ERVA‑VAQUEIRA‑DOS‑
Ecologia: arvense e ruderal; ‑ROCHEDOS*
indiferente edáfica. Ecologia: rupícola.

5m 10 m
a 580 m a 510 m
(1280 m) (650 m)

PR FFF IM F

Calendula suffruticosa
subsp. algarbiensis
ERVA‑VAQUEIRA‑DAS ‑AREIAS*
Ecologia: dunas e arribas litorais.

0m
a 80 m

IB FF

EN
Calendula suffruticosa
subsp. cinerea
ERVA‑VAQUEIRA‑DE ‑SÃO‑
‑VICENTE*
Ecologia: arribas litorais.
COMPOSTAS

10 m
a 70 m

LU RR

300
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
VU
Doronicum carpetanum Doronicum plantagineum
DORÓNICO ‑DA‑ESTRELA*, DORÓNICO*
DORÓNICO ‑SERRANO*
Ecologia: bosques, bases de
Ecologia: bosques, linhas de água, rochedos; em locais sombrios,
bases de rochedos; em locais frescos.
sombrios, frescos em zonas de
montanha.

40 m
1250 m
a 1170 m
a 1500 m (1280 m)

IB RR MD R

Senecio gallicus Senecio vulgaris


ERVA‑LOIRA‑DAS ‑AREIAS* TASNEIRINHA, CARDO ‑MORTO
Ecologia: dunas e em solos arenosos Ecologia: arvense e ruderal, mas
do interior. também em bosques, matagais;
indiferente edáfica.

0m 5m
a 70 m a 740 m
(730 m) (1550 m)

MD F PR FFF

Senecio sylvaticus Senecio lividus


ERVA‑LOIRA‑DE ‑FLOR‑PEQUENA ERVA‑LOIRA‑DE ‑FLOR‑GRANDE
Ecologia: clareiras de bosques, Ecologia: clareiras de bosques,
pinhais; preferentemente em solos pinhais; em solos ácidos, com alguma
arenosos, ácidos. humidade.

10 m 10 m
a 1390 m a 780 m
(1750 m) (1020 m)

PR FF MD FFF

NT
Senecio minutus Senecio doronicum EN
ERVA‑LOIRA‑MÍNIMA* subsp. lusitanicus
Ecologia: cascalheiras, taludes ERVA‑LOIRA‑DO ‑OESTE*
pedregosos. Ecologia: clareiras de matos, prados
vivazes; em solos rochosos ou
pedregosos, em cumeadas.

40 m 180 m
a 520 m a 660 m

IM R LU RR

Senecio aquaticus
TASNEIRA‑DA‑ÁGUA, SACA‑FOGO
Ecologia: margens de cursos de
água, prados húmidos.

10 m
a 180 m

PR F

301
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Senecio jacobaea
ERVA‑DE ‑SÃO ‑TIAGO, TASNA
Ecologia: pastagens, pousios,
bermas de caminhos.

10 m
a 1030 m
(1190 m)

PR FFF

Senecio bayonnensis Senecio lopezii EN


ERVA‑LOIRA‑DOS ‑BOSQUES* ERVA‑LOIRA‑DE ‑MONCHIQUE*
Ecologia: prados húmidos e galerias Ecologia: orlas de bosques; em solos
ripícolas; em zonas de montanha. profundos.

680 m 20 m
a 890 m a 550 m

EU RRR IB RR

Senecio inaequidens
ERVA‑LOIRA‑SUL‑AFRICANA*
Ecologia: invasora em areias litorais,
em locais perturbados.

4m
a 40 m

IN R

Senecio angulatus
ERVA‑LOIRA‑TREPADEIRA*
Ecologia: naturalizado em sebes,
muros.

0m
a 260 m

IN R

Senecio mikanioides
HERA‑DO ‑CABO, ERVA‑DE ‑SÃO‑
‑TIAGO
Ecologia: naturalizado, em sebes.
COMPOSTAS

0m
a 410 m
(540 m)

IN R

302
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
VU

Senecio pyrenaicus
subsp. caespitosus
ERVA‑LOIRA‑DA‑ESTRELA
Ecologia: em escarpas e fendas
de rochedos; locais sombrios,
em substratos graníticos de alta
montanha.

(1460 m)
1580 m
a 1890 m

LU RR

303
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

MARGARIDAS, PAMPILHOS
E MALMEQUERES
Neste subgrupo agregam ‑se as margaridas, os pampilhos e outras Algumas espécies são cultivadas como ornamentais e ocorrem ocasio‑
compostas herbáceas com inflorescências semelhantes. Possuem um nalmente assilvestradas próximo de povoações: Arctotis stoechadifolia, ori‑
disco central, bem evidente, composto por flores não liguladas e uma ginária da África do Sul e subespontânea no Sul do país, em areias litorais
faixa externa com flores liguladas bem evidentes (ausente em algumas humanizadas; Osteospermum ecklonis e Gazania rigens, ambas originárias da
espécies). Incluem ‑se cerca de 60 espécies e 27 géneros: Tanacetum (cinco África do Sul e ocasionalmente escapadas de jardins, perto de habitações;
espécies), Leucanthemum (4), Anthemis (4), Bellis (4), Aster (3), Anacyclus (2), Symphyotrichum laeve, originária da América do Norte e citada recentemente
Chamaemelum (2), Matricaria (3), Glebionis (2), Conyza (2), Cotula (2), Erigeron para as Caldas de Monchique (Algarve); Tanacetum parthenium, originária
(2), Leucanthemopsis (2), Symphyotrichum (3), Vogtia (2) e ainda Cladanthus, Cota, do Mediterrâneo Oriental, cultivada como ornamental e naturalizada em
Tripleurospermum, Otospermum Glossopappus, Coleostephus, Prolongoa, Heteran‑ prados nitrófilos em solos húmidos, na metade norte do país; Tanacetum
themis, Lepidophorum, Daveaua, Phalacrocarpum, Gazania, Osteospermum, Arctotis, balsamita, originária do Sudoeste asiático, cultivada como ornamental,
Arctotheca, todos representados apenas por uma espécie. citada apenas para Trás‑os‑Montes.

Além das 40 espécies ilustradas no guia, ocorrem também em Portugal Outras espécies foram referidas no passado como ocorrentes em Portugal
continental: Anacyclus clavatus, casual em solos humanizados, no interior do continental, mas atualmente não se consideram como pertencentes à flora
país; Matricaria aurea (= Chamomilla aurea) e Matricaria chamomilla (= Chamomilla nacional. Algumas porque eram de ocorrência duvidosa, como Bellis micro‑
recutita), ambas em comunidades ruderais e arvenses, a primeira ocasional cephala, erva anual, semelhante a B. annua, mas de menor dimensão, citada
no Sul do país e a segunda assinalada em Trás‑os‑Montes e no Centro‑ para o Sul de Portugal, e Leucanthemum paludosum, da qual não se conhecem
‑Oeste; Anthemis alpestris, erva perene , em pastagens e clareiras de matos, exemplares portugueses, noutros casos porque subsistem dúvidas quanto
em Trás‑os‑Montes e na Beira Alta, com duas variedades, uma sem lígulas, à sua validade enquanto espécies diferenciadas, não sendo consideradas
var. alpestris, mais comum, e outra com lígulas brancas, var. ligulata, menos na obra de referência mais recente, a Flora iberica: Conyza sumatrensis, C. ivifolia
frequente; Aster sedifolius, em prados pedregosos de montanha, na serra e C. bilbaoana, todas integradas na sinonímia de C. bonariensis; Tanacetum gra‑
do Gerês; Erigeron acris, pouco frequente no Centro e no Norte, em solos cilicaule, enquadrada dentro da variabilidade morfológica de T. corymbosum,
com alguma humidade, arenosos ou pedregosos; Leucanthemum lacustre, e que seria uma planta mais delgada e com poucos capítulos; Coleostephus
endémica de Portugal, conhecida apenas dos Açores e dos arredores da clausonis, considerada dentro da variabilidade de C. myconis.
lagoa de Óbidos, em ambientes palustres; Leucanthemum vulgare, em bermas
de caminhos e orlas de bosque, em alguns locais dispersos no Norte do Há ainda a assinalar a existência de subespécies em: Anthemis arvensis (subsp.
país; Prolongoa hispanica, endemismo ibérico recentemente encontrado em arvensis, disseminada no Norte e no Centro; subsp. incrassata, frequente
Portugal, conhecido de um único local, um depósito de mina abandonada, no Sul do país e no litoral centro); Leucanthemopsis flaveola (subsp. flaveola,
no Baixo Alentejo (ameaçada de extinção); Vogtia microphylla (= Tanacetum apenas em Trás‑os‑Montes, e subsp. ricoi, frequente nas montanhas gra‑
microphyllum), com floração tardia e sem lígulas, em restolhos, em declínio níticas do Centro interior e norte); Leucanthemum sylvaticum (subsp. merinoi,
por todo o país, criticamente em perigo de extinção; Tanacetum corymbo‑ rara, em arribas litorais do Minho; subsp. sylvaticum, em ambientes rochosos
sum, pouco frequente, em clareiras de bosques, nas regiões centro e norte, ou pedregosos, nas montanhas do Centro e do Norte); Phalacrocarpum
similar a T. mucronulatum, da qual se distingue por ter capítulos dispostos oppositifolium (subsp. oppositifolium, frequente nas montanhas do Centro,
em corimbo regular e folhas acetinadas na página inferior (viloso ‑lanosas e subsp. hoffmannseggii, apenas nas montanhas do Minho e do Nordeste
em T. mucronulatum). transmontano. Por vezes consideradas espécies distintas, segregam ‑se
pela forma das suas folhas: ovadas e penatipartidas na primeira; lanceo‑
ladas e serradas na segunda).

Cotula australis Cotula coronopifolia


BOTÃO ‑DE ‑ÁGUA, MARGARIDA‑ BOTÕES ‑DE ‑LATÃO
‑DA‑AUSTRÁLIA*
Ecologia: naturalizada em estuários
Ecologia: naturalizada em fendas de e outras zonas húmidas litorais;
calçada, muros. em solos arenosos, húmidos e
salgadiços.
COMPOSTAS

10 m 0m
a 380 m a 100 m

IN F IN F

304
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Anacyclus radiatus Coleostephus myconis
subsp. radiatus PAMPILHO ‑DE ‑MICÃO,
PÃO ‑POSTO, PIMPOSTO PAMPILHO ‑DOS ‑CAMPOS,
OLHOS ‑DE ‑BOI
Ecologia: ruderal.
Ecologia: arvense e ruderal.

10 m
0m
a 640 m
a 230 m (940 m)

MD FFF MD FFF

Anthemis arvensis
MARGAÇÃO, FALSA‑CAMOMILA
Ecologia: arvense e ruderal.

60 m
a 1120 m
(1550 m)

MD FFF

Anthemis cotula
MACELA‑FÉTIDA, ERVA‑MIJONA,
FEDEGOSA, FUNCHO ‑DE ‑BURRO
Ecologia: arvense e ruderal; em solos
secos e algo nitrofilizados.

10 m
a 970 m
(1140 m)

MD FFF

EN
Cota triumfetti
FALSA‑CAMOMILA, MACELA‑
‑GALEGA
Ecologia: orlas de matagais e
pousios; principalmente em solos
básicos.

(60 m)
250 m
a 840 m

EU RR

Anthemis maritima Chamaemelum fuscatum


MALMEQUER‑DAS ‑PRAIAS MARGAÇA‑DE ‑INVERNO,
MARGAÇA‑FUSCA
Ecologia: dunas.
Ecologia: campos agrícolas,
pastagens; em solos algo húmidos.

10 m
0m
a 660 m
a 10 m (790 m)

MD F MD FFF

305
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Chamaemelum nobile
MACELA, CAMOMILA‑ROMANA,
CAMOMILA‑DE ‑PARIS, MACELA‑
‑FLOR
Ecologia: Pousios, clareiras de
matos, caminhos; em solos algo
húmidos e nitrofilizados.

10 m
a 1230 m
(1610 m)

MD FFF

Cladanthus mixtus Matricaria discoidea


MARGAÇA CAMOMILA
Ecologia: arvense e ruderal; Ecologia: naturalizada em bermas
indiferente edáfica. de caminhos e prados; em solos
nitrofilizados, algo húmidos e
compactados.

10 m 20 m
a 850 m a 1050 m
(1090 m)

MD FFF IN F

Glebionis segetum Glebionis coronaria


PAMPILHO ‑DAS ‑SEARAS PAMPILHO, MALMEQUER
Ecologia: arvense; acidófila. Ecologia: arvense e ruderal; em solos
nitrofilizados.

10 m 5m
a 590 m a 260 m
(760 m)

PR FFF PR FFF

NT
Otospermum glabrum
MARGAÇA‑GLABRA*
Ecologia: prados anuais em
pastagens, pousios, bermas de
caminhos; em solos argilosos, com
alguma humidade.

30 m
a 310 m

IM R

CR
Daveaua anthemoides Tripleurospermum
MARGARIDA‑DE ‑DAVEAU* maritimum
Ecologia: pastagens com alguma CAMOMILA‑MARINHA*
humidade, pousios. Ecologia: dunas, estuários; em solos
arenosos ruderalizados.
COMPOSTAS

180 m 0m
a 240 m a 10 m

IM RRR EU R

306
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
CR
Heteranthemis Glossopappus macrotus
viscidehirta PAMPILHO ‑ESCARIOSO*
PAMPILHO ‑VISCOSO* Ecologia: arvense; em solos básicos.
Ecologia: clareiras de pinhais e
retamais; em solos arenosos.

0m 80 m
a 10 m a 330 m

IM RR IM F

Leucanthemum
pseudosylvaticum
MARGARIDA‑MAIOR‑DAS‑
‑RIBEIRAS*
Ecologia: margens de ribeiras, orlas
de bosques, bermas de caminhos.

10 m
a 740 m

IB F

Leucanthemum
sylvaticum
MARGARIDA‑MAIOR
Ecologia: escarpas, rochedos, orlas
de bosques; em solos rochosos ou
pedregosos.

270 m
a 840 m

IB R

Lepidophorum repandum
MACELA‑ESPATULADA
Ecologia: clareiras de matos
e pinhais; em solos ácidos,
em sítios algo húmidos e sombrios.

10 m
a 470 m
(820 m)

IB FF

Vogtia annua Tanacetum mucronulatum


ATANÁSIA‑DAS ‑SEARAS*, JOINA‑ ATANÁSIA‑MAIOR
‑DAS ‑SEARAS
Ecologia: orlas de bosques e
Ecologia: pousios e restolhos. matagais.

40 m
10 m
a 530 m
a 320 m (1150 m)

MD R IB R

307
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Tanacetum vulgare Leucanthemopsis flaveola
ATANÁSIA, ATANÁSIA‑DAS‑ MALMEQUER‑SULFUROSO*
‑BOTICAS, ERVA‑DE ‑SÃO‑
Ecologia: prados rupícolas, clareiras
‑MARCOS
de matos; em solos secos, ácidos.
Ecologia: naturalizado em sebes,
muros.

70 m 130 m
a 1400 m a 1370 m

IN R IB F

Phalacrocarpum
oppositifolium subsp.
oppositifolium
MARGARIDA‑DAS ‑ROCHAS*
Ecologia: rupícola, em rochedos,
escarpas e encostas pedregosas; em
substrato ácido, principalmente granito.

(630 m)
800 m
a 1900 m

IB F

Phalacrocarpum Bellis annua


oppositifolium subsp. BONINA‑ANUAL, MARGARIDA‑
hoffmannseggii ‑MENOR, MARGARIDA‑ANUAL

MARGARIDA‑DAS ‑ROCHAS ‑DO‑ Ecologia: pastagens, clareiras de


‑NORDESTE* matos, caminhos; em solos algo
húmidos, frequentemente arenosos.
Ecologia: rupícola, em rochedos,
escarpas e encostas pedregosas; em substrato
ácido.

10 m
550 m
a 360 m
a 1310 m (700 m)

IB F MD FF

Bellis sylvestris
BONINA‑DO ‑MONTE,
MARGARIDA‑DO ‑MONTE
Ecologia: prados, clareiras de
matagais, taludes; em locais algo
sombrios e húmidos.

30 m
a 830 m
(1130 m)

MD FFF

Bellis perennis
BONINA, MARGARIDA
Ecologia: prados, clareiras de
matagais, taludes; em locais algo
sombrios e húmidos.
COMPOSTAS

10 m
a 1040 m
(1160 m)

PR FF

308
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Leucanthemopsis
pulverulenta
MARGARIDA‑PULVERULENTA*
Ecologia: pastagens, clareiras de
matos, viária; em solos arenosos,
ácidos.

400 m
a 920 m

IB F

309
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
EN
Aster aragonensis
ESTRELA‑DE ‑ARAGÃO*
Ecologia: clareiras de matos, fendas
de rochedos, por vezes em leitos de
cheia; em substratos rochosos ou
pedregosos, básicos.

190 m
a 1140 m

IB R

Aster tripolium
ESTRELA‑DO ‑SAPAL*,
MALMEQUER‑DO ‑SAPAL*
Ecologia: sapais, estuários; em
solos salgados, frequentemente
encharcados.

0m
a 20 m

PR F

Symphyotrichum
squamatum
ESTRELA‑COMUM*, MATA‑
‑JORNALEIROS
Ecologia: invasora em solos
perturbados, húmidos.

5m
a 420 m
(740 m)

IN FFF

Symphyotrichum
lanceolatum
ESTRELA‑LANCEOLADA*
Ecologia: naturalizada em margens
de cursos de água.

10 m
a 790 m

IN F

Conyza bonariensis Conyza canadensis


AVOADINHA‑PELUDA, AVOADINHA‑DO ‑CANADÁ
ABOADEIRA
Ecologia: invasora em solos
Ecologia: invasora em solos perturbados; ruderal e arvense.
perturbados; ruderal e arvense.
COMPOSTAS

0m 0m
a 550 m a 750 m

IN FFF IN FFF

310
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Erigeron karvinskianus Arctotheca calendula
VITADÍNIA‑DAS ‑FLORISTAS, ERVA‑GORDA
MARGARIDA‑DAS ‑FLORISTAS
Ecologia: invasora em areias litorais.
Ecologia: naturalizada em rochedos,
muros; em locais sombrios e
húmidos.

10 m 0m
a 670 m
(830 m)
a 170 m

IN FF IN FF

SUBGRUPO

ÉNULAS, ARZOLAS
E AFINS
Neste subgrupo, algo heterogéneo, englobam ‑se 20 géneros, a maioria autores como um simples ecótipo litoral de P. arabica subsp. hispanica
dos quais representada por plantas herbáceas perenes e inermes: Inula (= P. paludosa); Helianthus annuus (girassol), originária da América do Norte,
(3), Artemisia (8), Asteriscus (3), Bidens (3), Dittrichia (2), Galinsoga (2), Soliva amplamente cultivada, ocasionalmente subespontânea em campos
(2), Helianthus (2), Limbarda, Jasonia, Solidago, Arnica, Pulicaria, Eupatorium, incultos e entulhos; Helianthus tuberosus (tupinambo), amplamente cultivada
Ageratina, Ambrosia, Baccaris, Plecostachys (todos representados por uma como ornamental e, tal como a anterior, ocasionalmente subespontânea;
única espécie). Assinalam ‑se ainda alguns géneros cujos frutos são espi‑ Xanthium orientale, que se distingue, com dificuldade, de X. strumarium por
nhosos ou ganchudos, Xanthium (2) e Acanthoxanthium (1). ser uma planta aromática e com frutos, e respetivos espinhos, de maior
dimensão.
Ademais das espécies ilustradas no guia, estão também referenciadas:
Bidens tripartita, a única considerada nativa nesse género, presente em Algumas espécies não ilustradas no guia são as únicas representantes
zonas húmidas, no Centro e no Norte do país, embora pouco conhecida, do seu género em Portugal, nomeadamente: Ambrosia artemisiifolia, Eclipta
possivelmente devido a confusão com B. frondosa, da qual se distingue por prostrata, Plecostachys serpyllifolia e Gaillardia aristata, todas exóticas e oca‑
não ter as folhas médias do caule penatissetas e por possuir aquénios com sionalmente subespontâneas em locais humanizados, como bermas de
pelos direcionados para trás (para a frente em B. frondosa); Artemisia campes‑ caminhos, espaços ajardinados, fendas de calçada, muros e relvados. Em
tris, de porte arbustivo, pouco frequente, conhecida de solos arenosos do estuários do litoral norte foi recentemente sinalizada Baccaris halimifolia,
Douro Superior; Artemisia arborescens, cultivada como ornamental e oca‑ nativa da América do Norte e já identificada como uma perigosa invasora
sionalmente subespontânea; Artemisia absinthium, planta nitrófila, pouco no continente europeu.
frequente na região norte e ocasionalmente cultivada pelas suas folhas
(absinto); Artemisia tournefortiana, originária do Oeste asiático e por vezes A táveda (Dittrichia viscosa) é uma planta aromática, com duas subespécies
subespontânea em margens de cursos de água na região centro; Galinsoga descritas: subsp. viscosa no Centro e no Sul; subsp. revoluta, apenas na orla
quadriradiata, originária do México e subespontânea em depósitos arenosos litoral sul e sudoeste. Ambas são muito abundantes em pastagens, bermas
na margem de cursos de água, bermas húmidas e espaços ajardinados, de caminhos e outros locais com solos perturbados. Uma terceira subes‑
na metade norte do país; Pulicaria vulgaris, em solos temporariamente pécie é por vezes considerada, subsp. maritima, endémica das arribas da
inundados, no Norte de Trás‑os‑Montes; Pulicaria microcephala, endémica costa sudoeste, contudo, parece ser apenas um ecótipo litoral de hábito
das ilhas Berlengas em perigo de extinção, mas considerada por alguns rasteiro e folhas algo carnudas.

Solidago virgaurea
VARA‑DE ‑OURO
Ecologia: clareiras de matos e
bosques, dunas; em solo arenoso,
ácido.

10 m
a 1870 m

PR F

311
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Inula conyzae Inula salicina
ÉNULA‑MAIOR* ÉNULA‑FOLHA‑DE ‑SALGUEIRO*
Ecologia: clareiras de bosques e Ecologia: clareiras de matagais e
matagais. matos higrófilos,bosques ripícolas,
fendas de rochedos em leitos de
cheia.

40 m 10 m
a 930 m a 1000 m

PR R PR R

NT
Inula montana Limbarda crithmoides
ÉNULA‑DOS ‑MONTES* CAMPÂNULA‑DA‑PRAIA,
MADORNEIRA‑BASTARDA
Ecologia: prados rupícolas; em solos
básicos ou ultrabásicos, secos e Ecologia: sapais, estuários; em solos
pedregosos. salgadiços.

360 m 0m
a 570 m a 50 m

MD RR MD F

Pulicaria dysenterica Pulicaria odora


ERVA‑DAS ‑DISENTERIAS ERVA‑MONTÃ
Ecologia: prados húmidos em zonas Ecologia: prados, matos, bosques;
encharcadas. indiferente edáfica, mas em solos
com alguma humidade temporária.

10 m 10 m
a 180 m a 480 m
(460 m) (810 m)

PR F MD FFF

Pulicaria arabica
subsp. hispanica
ERVA‑PULGUEIRA, MATA‑PULGAS
Ecologia: prados húmidos; em solos
temporariamente encharcados e
locais perturbados.

10 m
a 730 m
(880 m)

IM FFF

Dittrichia graveolens
ÉNULA‑CHEIROSA*, ERVA‑DOS‑
‑BÁLSAMOS
Ecologia: pousios; em solos secos e
algo nitrofilizados.
COMPOSTAS

10 m
a 810 m

PR FFF

312
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Dittrichia viscosa Jasonia tuberosa NT
subsp. viscosa JASÓNIA*
TÁVEDA, TÁGUEDA, ÉNULA‑ Ecologia: pousios, bermas de
‑PEGANHOSA caminhos; em solos básicos.
Ecologia: pastagens, incultos,
bermas de caminhos; ruderal.

10 m 660 m
a 610 m
(1080 m)
a 700 m

PR FFF MD RR

Asteriscus spinosus
PAMPILHO ‑ESPINHOSO
Ecologia: pousios, matos, bermas de
caminhos; em solos secos.

10 m
a 410 m
(670 m)

MD FFF

LC
Asteriscus maritimus Asteriscus aquaticus
PAMPILHO ‑MARÍTIMO PAMPILHO ‑AQUÁTICO
Ecologia: arribas litorais. Ecologia: prados anuais em clareiras
de matos e pousios; em solos
pedregosos ou argilosos, básicos.

0m 10 m
a 70 m a 380 m
(620 m)

MD FF MD F

NT
Arnica montana Eupatorium cannabinum
subsp. atlantica TREVO ‑CERVINO
ARNICA Ecologia: margens de cursos de água,
Ecologia: prados húmidos, lameiros, valas e orlas de bosques; em locais
brejos e turfeiras. húmidos.

130 m 10 m
a 1390 m a 700 m
(1050 m)

EU R PR FF

Ageratina adenophora Helianthus annuus


ABUNDÂNCIA, INÇA‑MUITO, GIRASSOL
MILHO ‑COZIDO
Ecologia: cultivado e
Ecologia: naturalizada em margens ocasionalmente subespontâneo em
de cursos de água e orlas de bosques. pousios e bermas de caminhos.

10 m 10 m
a 360 m a 900 m

IN F IN F

313
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Bidens aurea Bidens frondosa
CHÁ‑DE ‑MARROCOS, CHÁ‑DE‑ ERVA‑RAPA, CHATOS
‑ESPANHA
Ecologia: invasora em margens de
Ecologia: naturalizada em valas e cursos de água.
margens de cursos de água.

10 m 10 m
a 630 m a 770 m
(830 m) (960 m)

IN F IN FFF

Bidens pilosa Galinsoga parviflora


MALPICA, PICA‑PICA ERVA‑DA‑MODA
Ecologia: naturalizada em bermas Ecologia: invasora em campos
de caminhos e margens de cursos de agrícolas e em meio urbano.
água; ruderal.

10 m 10 m
a 310 m a 860 m
(1080 m)

IN F IN FFF

Artemisia crithmifolia
MADORNEIRA, ERVA‑
‑LOMBRIGUEIRA
Ecologia: dunas.

0m
a 40 m

EU FFF

Artemisia vulgaris
ARTEMÍSIA‑VERDADEIRA, ERVA‑
‑DE ‑FOGO
Ecologia: bermas de caminhos, orlas
florestais; em locais revolvidos e
nitrofilizados.

30 m
a 920 m

PR F

Artemisia caerulescens
ARTEMÍSIA‑DOS ‑SAPAIS*
Ecologia: sapais e salinas.
COMPOSTAS

0m
a 10 m

MD F

314
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Artemisia verlotiorum
ARTEMÍSIA‑CHINESA*
Ecologia: naturalizada em prados
nitrófilos nas margens de rios,
bermas de caminhos.

10 m
a 530 m
(700 m)

IN F

Acanthoxanthium
spinosum
ARZOLA, PICA‑TRÊS, ERVA‑DE‑
‑SANTA‑HELENA
Ecologia: infestante em campos
agrícolas e pastagens; nitrófila

10 m
a 830 m

IN FF

Xanthium strumarium
BARDANA‑MENOR
Ecologia: infestante agrícola e
também nas margens de rios; ruderal
e nitrófila.

10 m
a 430 m

PR FFF

Soliva sessilis Soliva stolonifera


ROSETA‑ESPINHOSA ROSETA‑ESTOLHOSA*
Ecologia: invasora em prados, Ecologia: naturalizada em caminhos,
jardins. fendas de calçada ou em clareiras de
matos; em solos compactados.

10 m 10 m
a 280 m a 360 m

IN F IN F

315
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
40.
HERBÁCEAS
DIVERSAS

Neste capítulo apresenta-se um conjunto de plantas


herbáceas ou, mais raramente, arbustivas de pequeno
porte, espontâneas ou subespontâneas, que se incluem
em famílias botânicas que são escassamente represen-
tadas na flora nacional. O agrupamento das famílias
neste capítulo não é indicativo de qualquer proximidade
filogenética entre as famílias, embora sejam quase todas
dicotiledóneas, com exceção das comelináceas (Comme-
linaceae), representantes das monocotiledóneas.

Algumas famílias só integram espécies consideradas


nativas, como as peoniáceas (Paeoniaceae), urticáceas
(Urticaceae), as poligaláceas (Polygalaceae), as rutáceas
(Rutaceae), as franqueniáceas (Frankeniaceae) e as zigo-
filáceas (Zygophyllaceae). Outras são exclusivamente
exóticas, incluindo as acantáceas (Acanthaceae), tropaeo-
láceas (Tropaeolaceae), hidrangeáceas (Hydrangeaceae),
nictagináceas (Nyctaginaceae) e fitolacáceas (Phytolac-
caceae), e algumas famílias incluem espécies nativas
e espécies não nativas, nomeadamente as molugináceas
(Molluginaceae), as oxalidáceas (Oxalidaceae), as portu-
lacáceas (Portulacaceae) e as verbenáceas (Verbenaceae).

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

ESPÉCIES NATIVAS
As peoniáceas são uma família com um único género, Paeonia, o qual é repre‑ As portulacáceas são também representadas por três espécies, incluindo
sentado em Portugal por duas espécies, a peónia ‑das‑boticas (P. officinalis as comuns beldroegas (Portulaca oleracea), das quais se diferenciam quatro
subsp. microcarpa), rara, e a rosa ‑albardeira (P. broteri), mais frequente. As subespécies, com base na dimensão e ornamentação das sementes.
poligaláceas são representadas por um único género em Portugal, Polygala, Assinalam ‑se também duas espécies do género Montia: M. fontana, com
com quatro espécies: P. microphylla, P. monspeliaca, P. serpyllifolia e P. vulgaris. duas subespécies: subsp. amporitana e subsp. chondrosperma, que se distin‑
guem essencialmente porque a primeira coloniza habitats mais húmidos e
As urticáceas são uma família representada por apenas dois géneros, Urtica possui sementes mais brilhantes; M. perfoliata (não ilustrada), uma exótica
(quatro espécies) e Parietaria (3), cujas espécies são frequentes em locais de ocorrência pontual no Alto Alentejo, Trás‑os‑Montes e Douro Litoral,
sombrios e solos nitrificados, com exceção de U. pilulifera, muito rara em com folhas basais em roseta e apenas duas folhas caulinares perfolhadas.
Portugal. As rutáceas são uma família que inclui espécies com elevada
importância na alimentação, como as laranjeiras (Citrus x sinensis), os As verbenáceas incluem algumas espécies que são cultivadas com fre‑
limoeiros (Citrus x limon) e os restantes citrinos. Em Portugal é represen‑ quência pelas suas flores vistosas e folhas aromáticas, incluindo a lúcia‑
tada por apenas dois géneros nativos, as arrudas (Ruta, três espécies) e ‑lima ou bela ‑luísa (Aloysia citrodora) e a lantana (Lantana camara, ilustrada
Haplophyllum, endemismo ibérico, criticamente em perigo de extinção, que no capítulo «Árvores e arbustos de famílias isoladas»). No território são
apenas foi assinalado para Portugal na última década. referenciadas como espontâneas ou subespontâneas nove espécies, em
quatro géneros: Verbena (seis espécies), Lantana (1), Phyla (1) e Lippia (1). No
As franqueniáceas são representadas apenas por três espécies do género género Verbena estão incluídas as únicas duas espécies nativas, V. officinalis
Frankenia, a menos frequente das quais é F. boissieri (não ilustrada), uma e V. supina. Não ilustradas no guia, assinalam ‑se também Verbena incompta,
erva perene de distribuição restrita ao litoral sul algarvio, onde ocorre em de introdução recente e em clara expansão, V. brasiliensis e V. rigida. Lippia
terrenos salgadiços. As zigofiláceas incluem duas espécies de géneros alba é um arbusto ornamental, assinalado como subespontâneo no Baixo
distintos: Fagonia cretica, raríssima e restrita às arribas calcárias do litoral Vouga, tal como Phyla filiformis, que é uma erva perene já detetada em vários
da Arrábida (em perigo de extinção), e Tribulus terrestris, com distribuição pontos do país.
alargada no território.

As molugináceas são representadas por três espécies, Glinus lotoides e


duas espécies no género Mollugo, M. verticillata e M. cerviana, esta última
não exposta no guia. Trata ‑se de uma planta anual de ocorrência esporá‑
dica, citada para as margens arenosas dos rios Douro e Tejo e cujo carácter
nativo é duvidoso, pois trata‑se de uma planta tropical, mas disseminada
pelo globo.

LC
Paeonia broteri Paeonia officinalis
ROSA‑ALBARDEIRA, ROSA‑DE‑ subsp. microcarpa
‑LOBO, ERVA‑DE ‑SANTA‑CLARA, ROSA‑ALBARDEIRA‑PELUDA,
ERVA‑CASTA PEÓNIA‑DAS ‑BOTICAS, ERVA‑DE‑
Ecologia: orlas de bosques e ‑SANTA‑ROSA, ERVA‑CASTA
matagais; em locais sombrios e Ecologia: bosques e locais sombrios;
pedregosos. em zonas montanhosas.

40 m 270 m
a 880 m
(1090 m)
a 1120 m

EU FF MD RR

Polygala monspeliaca Polygala vulgaris


POLÍGALA‑DE ‑MONTPELLIER* ERVA‑LEITEIRA, POLÍGALA‑
‑COMUM*
Ecologia: prados, pastagens,
clareiras de matos; em solos básicos. Ecologia: prados, clareiras de matos,
sebes.
HERBÁCEAS DIVERSAS

20 m 30 m
a 350 m a 1230 m
(490 m) (1580 m)

PR F PR FF

318
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Polygala serpyllifolia Polygala microphylla LC
POLÍGALA‑DE ‑FOLHA‑DE‑ POLÍGALA‑DA‑MONTANHA*
‑TOMILHO*
Ecologia: matos; em sítios rochosos
Ecologia: prados, matos, clareiras de e secos, em substratos ácidos.
bosques; em substratos ácidos, de
montanha.

(10 m)
320 m 130 m
a 1740 m a 1380 m
(1940 m)

EU R IB F

Haplophyllum linifolium CR
ARRUDA‑ELEGANTE*
Ecologia: bermas de caminhos,
orlas de matos; em solo pedregoso
calcário.

370 m
a 390 m

IM RRR

Ruta montana Ruta angustifolia


ARRUDÃO ARRUDA, ERVA‑DAS ‑BRUXAS,
ARRUDA‑DE ‑FOLHA‑ESTREITA
Ecologia: matos; em locais
soalheiros, pedregosos e secos; Ecologia: matos; em locais
indiferente edáfica. soalheiros, pedregosos e secos.

10 m 10 m
a 770 m a 480 m
(1010 m) (720 m)

MD FF MD FF

Ruta chalepensis Frankenia pulverulenta


ARRUDA, ERVA‑DAS ‑BRUXAS, FLOR‑DE ‑ANDORINHA*
ARRUDA‑DE ‑FOLHA‑LARGA
Ecologia: sapais, prados halófilos; em
Ecologia: matos; em locais solos salgadiços.
soalheiros, pedregosos e secos.

5m 1m
a 330 m
(760 m)
a 10 m

PR FF PR R

Frankenia laevis Urtica dioica


RASTEIRA, URZE ‑MARINHA* URTIGA‑COMUM
Ecologia: sapais, arribas litorais. Ecologia: sob coberto de bosques,
mas também ruderal e nitrófila; em
locais sombrios.

10 m
0m
a 1090 m
a 80 m (1980 m)

MD FFF PR FFF

319
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Urtica membranacea Urtica urens
URTIGA‑ALTA, ORTIGÃO URTIGA‑MENOR*
Ecologia: ruderal e nitrófila. Ecologia: ruderal e nitrófila.

0m
10 m
a 460 m
(660 m)
a 800 m

MD FFF PR FF

EN
Urtica pilulifera Parietaria judaica
URTIGA‑BOLEIRA* ALFAVACA‑DE ‑COBRA,
PARIETÁRIA, PULITÁRIA
Ecologia: ruderal e nitrófila.
Ecologia: rochedos, muros; ruderal.

0m
80 m
a 690 m
a 540 m (910 m)

MD RR MD FFF

Parietaria mauritanica Parietaria lusitanica


PARIETÁRIA‑DE ‑FOLHA‑LARGA* PARIETÁRIA‑LUSITANA*
Ecologia: rochedos, muros; ruderal. Ecologia: rochedos, muros; em locais
sombrios e húmidos.

10 m 190 m
a 360 m a 720 m

MD FF MD F

Tribulus terrestris Fagonia cretica EN


ABROLHOS FAGÓNIA*
Ecologia: arvense e ruderal. Ecologia: escarpas e cascalheiras;
em rocha calcária.

10 m 10 m
a 770 m a 210 m

MD F MD RR

Montia fontana Portulaca oleracea


MERUGES, MERUJINHA BELDROEGA, BALDROEGA
Ecologia: margens de cursos de Ecologia: arvense e ruderal.
água, fontes.
HERBÁCEAS DIVERSAS

30 m 10 m
a 1560 m a 840 m
(1980 m) (1100 m)

PR FF PR FFF

320
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Glinus lotoides Mollugo verticillata
MOLUGO ‑ESTIVAL CABELO ‑DE ‑GUIA, CAPIM ‑TAPETE
Ecologia: margens temporariamente Ecologia: naturalizado em margens
inundadas de rios; em solos temporariamente inundadas de rios;
arenosos. em solos arenosos.

10 m 10 m
a 350 m a 220 m

PR F IN R

Verbena officinalis Verbena supina


VERBENA, ALJABÃO, ALGEBRADO VERBENA‑MENOR*
Ecologia: margens de cursos de água Ecologia: margens temporariamente
e ruderal; em locais ensombrados e inundadas de rios; em solos
húmidos. arenosos.

10 m 20 m
a 920 m a 400 m
(1080 m) (550 m)

PR FFF PR F

LC
Oxalis acetosella
ALELUIA, ERVA‑DO ‑AMOR,
TREVO ‑AZEDO ‑DOS ‑BOSQUES
Ecologia: bosques; em locais
húmidos e sombrios, por vezes
rochosos.

240 m
a 1140 m

PR RR

321
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

ESPÉCIES EXÓTICAS
As oxalidáceas são representadas em Portugal por um único género, As fitolacáceas são representadas por duas espécies exóticas do género
Oxalis, e cerca de oito espécies, a maioria das quais é de origem exótica, Phytolacca: P. americana, disseminada pelo território, e P. heterotepala, a norte
assinalando ‑se apenas uma espécie nativa, Oxalis acetosella, rara, nos do rio Sado, geralmente perto de zonas urbanas. Nas comelináceas
bosques do extremo norte do país. Para além das espécies apresentadas assinalam ‑se duas espécies, Tradescantia fluminensis, invasora já dissemi‑
no guia, são também referidas como presentes no território: Oxalis articulata, nada no território, e Commelina communis, naturalizada e em expansão nas
O. debilis, O. dillenii e O. latifolia, todas originárias do continente americano e margens de vários rios do Noroeste de Portugal, facilmente distinguível
em expansão na metade norte do território. Todas estas possuem flores pelas suas flores azuis.
rosadas, com exceção de O. dillenii, que possui flores amarelas.

Várias das famílias apresentadas neste subcapítulo são representadas em


Portugal continental por uma única espécie, como, por exemplo, o acanto
(Acanthus mollis, acantáceas), as chagas (Tropaeolum majus, tropaeoláceas), as
boas‑noites (Mirabilis jalapa, nictagináceas) e a hortênsia (Hydrangea macro‑
phylla, hidrangeáceas), esta última, não apresentada nesta obra, é muito
utilizada como ornamental e ocorre ocasionalmente escapada de cultivo
(subespontânea nos Açores).

Verbena incompta Phyla filiformis


JARVÃO, URGEBÃO FALSA‑VERBENA‑RASTEJANTE*
Ecologia: naturalizada em sítios Ecologia: naturalizada em caminhos
húmidos. e afloramentos rochosos.

10 m 10 m
a 290 m a 150 m

IN F IN R

Oxalis corniculata Oxalis pes‑caprae


TREVO ‑AZEDO ‑DA‑ÍNDIA AZEDAS, ERVA‑AZEDA, TREVO‑
‑AZEDO, BOAS ‑NOITES, ERVA‑
Ecologia: naturalizada em muros,
‑PATA
fendas de calçada, bermas de
caminhos. Ecologia: invasora em campos
agrícolas e pastagens.

10 m 0m
a 720 m a 360 m
(660 m)

IN FF IN FFF

Oxalis purpurea Tropaeolum majus


BEIJOS ‑DE ‑FRADE, TREVO‑ CAPUCHINHAS, CHAGAS
‑VERMELHO
Ecologia: naturalizada em
Ecologia: naturalizada em pastagens, matas, taludes, entulhos e locais
pousios, caminhos; em solo arenoso. perturbados; em locais sombrios.
HERBÁCEAS DIVERSAS

10 m 10 m
a 340 m a 250 m

IN R IN F

322
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Acanthus mollis Mirabilis jalapa
ACANTO, ACANTO ‑DOS ‑POETAS BOAS ‑NOITES, MARAVILHAS
Ecologia: naturalizada em matas, Ecologia: naturalizada em solos
margens de rios; umbrófila e nitrófila. perturbados; ruderal.

10 m 10 m
a 290 m a 510 m

IN FF IN F

Phytolacca americana Tradescantia fluminensis


TINTUREIRA, BAGA‑MOIRA ERVA‑DA‑FORTUNA
Ecologia: invasora em margens de Ecologia: invasora em bosques e
cursos de água, pousios; em solos matagais, principalmente ripícolas;
frescos e perturbados. em locais sombrios, com solos
frescos ou húmidos.

10 m
10 m
a 440 m
a 670 m (740 m)

IN FFF IN FFF

323
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
41.
SUCULENTAS

Neste capítulo são agrupadas várias famílias dominadas


por espécies com folhas suculentas, ainda que possam ser
filogeneticamente distantes. Assim, reúnem-se dicotile-
dóneas das famílias Crassulaceae, Aizoaceae e Cactaceae
e algumas monocotiledóneas dos géneros Aloe (família
Asphodelaceae), Agave e Furcraea (família Asparagaceae).

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

ARROZ‑DOS‑TELHADOS
E AFINS
As crassuláceas são representadas em Portugal continental pelos cuminais da serra da Estrela. Não é observada há décadas, suspeitando ‑se
géneros Sedum (17 espécies), Crassula (7), Umbilicus (2), Pistorinia, Aichryson de que esteja regionalmente extinta.
e Aeonium (1).
No género Crassula mencionam ‑se ainda várias espécies exóticas,
Além das 14 espécies de Sedum ilustradas na obra, assinalam ‑se ainda: algumas com aspeto algo similar a espécies nacionais, como C. aquatica,
Sedum pruinatum, perene de flores amarelas, pouco frequente nas zonas assinalada para os arrozais do Baixo Mondego e semelhante a C. vaillantii,
de montanha no Centro e no Norte do país, que se distingue de espécies e C. campestris, encontrada pontualmente a colonizar afloramentos
similares (principalmente S. forsterianum) por apresentar uma inflores‑ rochosos no Alentejo interior e também em ruínas, no Algarve e seme‑
cência pouco ramificada e de menor dimensão, e caules estéreis na ponta lhante à nativa C. tillaea, muito abundante. Outras espécies possuem um
de um pedúnculo mais ou menos comprido; S. caespitosum, pequena erva aspeto muito distinto, como C. multicava e C. ovata, ambas ornamentais
anual que ocorre em prados secos, na zona interior, de Trás‑os‑Montes e pontualmente escapadas de cultivo, e C. peduncularis, naturalizada no
ao Alentejo. Com hábito semelhante, a S. arenarium distingue ‑se pelos seus Baixo Mondego. Aichryson laxum é uma erva anual, originária das Canárias,
frutos, dispostos em forma de estrela quando maduros; Sedum candollei, subespontânea apenas na serra de Sintra, nas fendas de muros e rochas
anual, com flores rosadas a violáceas, registada exclusivamente em prados em locais sombrios.

Crassula tillaea Crassula vaillantii


ERVA‑MUSGO* CRÁSSULA‑DOS ‑CHARCOS*
Ecologia: clareiras de matos, Ecologia: margens de cursos
bermas de caminhos, rochedos; em de água e charcos; em solos
solos arenosos, temporariamente temporariamente inundados.
húmidos.

5m 30 m
a 760 m
(1030 m)
a 820 m

MD FFF PR R

Umbilicus heylandianus
CONCHELOS ‑DO ‑BOSQUE*,
UMBIGO ‑DE ‑VÉNUS ‑DO‑
‑BOSQUE*
Ecologia: bosques e rochedos; em
locais sombrios; indiferente edáfica.

10 m
a 1090 m
(1880 m)

PR R

Umbilicus rupestris Pistorinia hispanica EN


CONCHELOS, UMBIGO ‑DE‑ PISTORÍNIA*, CONCHELOS ‑DA‑
‑VÉNUS, ORELHA‑DE ‑MONGE, ‑ÁGUA*
SOMBREIRINHO ‑DOS ‑TELHADOS
Ecologia: prados anuais, em
Ecologia: rupícola e epifíta, mas
depósitos de areias aluvionares e
também em clareiras de matos; em
taludes rochosos.
substratos rochosos ou arenosos,
sombrios e algo húmidos.
SUCULENTAS

1m 120 m
a 1875 m a 600 m

MD FFF IB RR

326
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Sedum maireanum Sedum arenarium
ARROZ‑DOS ‑TELHADOS ‑DOS‑ ARROZ‑DOS ‑TELHADOS ‑DAS‑
‑CHARCOS* ‑AREIAS*
Ecologia: prados higrófilos de Ecologia: prados ralos, pastagens,
montanha, charcos temporários; em rochedos; em substratos arenosos
substratos rochosos ou arenosos, ou rochosos, ácidos.
temporariamente encharcados.

10 m
100 m
a 1390 m
a 1520 m (1980 m)

IM R IB FFF

Sedum andegavense Sedum mucizonia


ARROZ‑DOS ‑TELHADOS ‑DA‑ MUCIZÓNIA*
‑RAIA*
Ecologia: rochedos, muros, clareiras
Ecologia: prados ralos, pastagens, de matos; em substratos rochosos ou
rochedos; em substratos arenosos pedregosos, geralmente básicos.
ou rochosos, ácidos.

60 m 0m
a 840 m a 440 m
(1120 m) (560 m)

MD F MD F

Sedum rubens Sedum pedicellatum LC


ARROZ‑DOS ‑TELHADOS‑ ARROZ‑DOS ‑TELHADOS ‑DA‑
‑VERMELHO*, FAVÁRIA‑ ‑MONTANHA*
‑VERMELHA
Ecologia: prados ralos, rochedos; em
Ecologia: prados ralos, clareiras de substratos arenosos ou pedregosos,
matos, rochedos; em substratos ácidos.
arenosos ou pedregosos, geralmente
básicos.

20 m 690 m
a 610 m
(850 m)
a 1490 m

MD FF IB R

Sedum acre Sedum album


UVA‑DE ‑CÃO, VERMICULÁRIA ARROZ‑DOS ‑TELHADOS,
PINHÕES ‑DE ‑RATO
Ecologia: dunas, depósitos de areias
aluvionares, rochedos. Ecologia: rochedos, muros, bermas
de caminhos; indiferente edáfica,
algo nitrófilo.

0m 10 m
a 610 m a 740 m
(800 m) (980 m)

PR F PR FFF

Sedum anglicum Sedum brevifolium


ARROZ‑DOS ‑TELHADOS ‑DO‑ ARROZ‑DOS ‑TELHADOS‑
‑NORTE* ‑BRANCO*, ARROZ‑DOS ‑MUROS
Ecologia: prados ralos, rochedos, Ecologia: escarpas, rochedos,
muros; em substratos pedregosos ou cascalheiras; rupícola em substratos
arenosos, ácidos. ácidos.

20 m
10 m
a 1710 m
a 1900 m (1960 m)

EU FF MD FFF

327
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Sedum hirsutum Sedum amplexicaule
ARROZ‑DOS ‑TELHADOS‑ ARROZ‑DOS ‑TELHADOS ‑DE‑
‑PELUDO*, UNHA‑DE ‑GATO ‑FOLHA‑FINA*
Ecologia: escarpas e rochedos; Ecologia: rochedos, muros, bermas
rupícola em substratos ácidos. de caminhos; indiferente edáfica.

40 m 40 m
a 1380 m a 920 m
(1950 m) (1390 m)

MD FFF MD FF

Sedum sediforme Aeonium arboreum


ERVA‑PINHEIRA SAIÃO, ENSAIÃO
Ecologia: dunas, rochedos, muros, Ecologia: naturalizada em areias
clareiras de matos; em substratos litorais.
arenosos, rochosos ou pedregosos.

0m
0m
a 450 m
(710 m)
a 110 m

MD FFF IN R

Sedum forsterianum
ARROZ‑DOS ‑TELHADOS ‑DO‑
‑BOSQUE*, ERVA‑PINHEIRA‑
‑MENOR*
Ecologia: orlas de bosques e
matagais, taludes, rochedos; em
substratos pedregosos, ácidos.
SUCULENTAS

40 m
a 1030 m
(1380 m)

EU FFF

328
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

CATOS
E OUTRAS SUCULENTAS
Neste subgrupo apresentam ‑se as espécies das famílias Aizoaceae e Austrocylindropuntia, facilmente distinguíveis pelos seus caules suculentos,
Cactaceae e ainda algumas monocotiledóneas suculentas dos géneros espalmados no primeiro género e cilíndricos no segundo. A figueira ‑da‑
Aloe (família Asphodelaceae), Agave e Furcraea (família Asparagaceae). ‑índia (Opuntia ficus‑indica, por vezes denominada O. maxima) é cultivada
pelos seus frutos comestíveis (figos ‑da ‑índia ou figos ‑de ‑piteira), e
As aizoáceas são uma família representada em Portugal continental por espécies como Opuntia dillenii e Austrocylindropuntia subulata foram intro‑
cerca de 11 espécies, a maioria das quais exótica, agrupadas em sete duzidas para a construção de sebes espinhosas para cercar o gado.
géneros: Mesembryanthemum (três espécies), Drosanthemum (2), Carpobro‑ Não ilustrada no guia, O. elata é uma invasora em expansão nas arribas e
tus (2), Disphyma, Lampranthus, Tetragonia e Aizoon (1). Não representadas vertentes soalheiras do vale do Douro Superior. Várias outras espécies
nesta obra, estão também referenciadas várias espécies originárias da de Opuntia podem ocasionalmente ser observadas em ambientes rurais,
África do Sul: Carpobrotus acinaciformis, pouco frequente, distinguindo ‑se de, plantadas perto de casas.
muito mais comum, C. edulis por possuir folhas cuja secção é um triângulo
isósceles; Mesembryanthemum crystallinum, pontual em arribas litorais, como, As monocotiledóneas suculentas distinguem ‑se facilmente por
por exemplo, nas ilhas Berlengas; Mesembryanthemum cordifolium (= Aptenia apresentarem uma roseta basal de folhas suculentas e espinhosas.
cordifolia), cultivada como ornamental e esporadicamente assilvestrada, Assinalam ‑se três géneros de asparagáceas, Agave, Furcraea e Yucca, e
principalmente no litoral centro e sul; Lampranthus multiradiatus, cultivada um de asfodeláceas, Aloe. A piteira (Agave americana), disseminada no
como ornamental e naturalizada em alguns locais do Sul do país; Drosanthe‑ Sul do país, é originária do México e foi introduzida para produção de
mum floribundum, ocasional, em taludes e entulhos, próximo de povoações; fibra (sisal), para formação de sebes e como ornamental em jardins
Drosanthemum candens, em arribas litorais da região centro. No passado foi rústicos. Com aspeto similar à piteira, mas distinguindo ‑se pelas suas
citada Sesuvium portulacastrum em areias e rochedos costeiros da margem folhas suculentas verde ‑escuras (cinzento ‑azuladas na piteira), Furcraea
sul do estuário do Tejo, embora não haja registos recentes que confirmem foetida é muito menos frequente. Outras espécies de Agave (e. g., A.
a sua ocorrência atual, pelo que se suspeita de que já não ocorra em terri‑ attenuata) e de Yucca (e. g., Y. aloifolia) são cultivadas como ornamentais
tório nacional. em Portugal e pontualmente podem ser observadas assilvestradas. Em
locais próximos do litoral ocorrem assilvestradas algumas espécies do
A família Cactaceae, originária do continente americano, é represen‑ género Aloe, incluindo A. arborescens, A. maculata e A. vera, amplamente
tada em Portugal por espécies subespontâneas dos géneros Opuntia e cultivadas como ornamentais.

Carpobrotus edulis
CHORÃO, CHORÃO ‑DAS ‑PRAIAS
Ecologia: invasora em dunas e
arribas litorais.

0m
a 60 m

IN FFF

Tetragonia tetragonoides Disphyma crassifolium


ESPINAFRES ‑DA‑NOVA‑ZELÂNDIA CABELEIRA‑DA‑RAINHA
Ecologia: naturalizada em solos Ecologia: subespontânea em arribas
arenosos perturbados. litorais e sapais.

10 m 0m
a 100 m a 70 m

IN F IN R

329
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Austrocylindropuntia Opuntia dillenii
subulata FIGUEIRA‑DA‑ÍNDIA‑ESPINHOSA,
AGULHA‑DE ‑EVA PALMA‑DE ‑ESPINHO

Ecologia: naturalizada em entulhos, Ecologia: invasora em sebes,


sebes. entulhos, bermas de caminhos;
em sítios quentes e secos, em solo
arenoso.

0m 1m
a 80 m a 350 m
(270 m)

IN R IN F

Opuntia maxima Agave americana


FIGUEIRA‑DA‑ÍNDIA, PITEIRA‑DA‑ PITA, PITEIRA, AGAVE
‑ÍNDIA, CATO
Ecologia: invasora em locais secos e
Ecologia: invasora em sebes, soalheiros.
escarpas, bermas de caminhos; em
sítios quentes e secos, em solos
pedregosos.

0m 0m
a 60 m a 300 m

IN F IN FFF

Furcraea foetida
PITEIRA‑AMARELA, FURCROIA
Ecologia: naturalizada em sebes,
entulhos, bermas de caminhos.

10 m
a 360 m

IN F

CR

Aizoon hispanicum
ESTRELINHA‑DAS ‑ARRIBAS*,
AIZOA*
Ecologia: arribas litorais.

10 m
SUCULENTAS

a 100 m

PR RRR

330
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Mesembryanthemum
nodiflorum
ERVA‑DO ‑ORVALHO, BARRILHA,
PLANTA‑DE ‑GELO*
Ecologia: arribas litorais, estuários;
em solos salgadiços.

0m
a 60 m

PR F

331
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
42.
PLANTAS
CARNÍVORAS

Neste grupo incluem-se oito espécies pertencentes


a três famílias distintas: Lentibulariaceae, Droseraceae
e Drosophyllaceae. Na família Lentibulariaceae enqua-
dram-se cinco espécies, distribuídas em dois géneros,
Pinguicula (duas espécies) e Utricularia (três espécies).
A família Droseraceae é representada por duas espécies
do género Drosera, popularmente denominadas orvalhi-
nhas ou rorelas, D. rotundifolia e D. intermedia. O pinhei-
ro-baboso (Drosophylllum lusitanicum) é a única represen-
tante global da família Drosophyllaceae, sendo um ramo
evolutivo ímpar da filogenia das angiospérmicas. É uma
espécie quase endémica de Portugal continental, onde
se encontra a maioria dos efetivos da população global,
a qual se distribui também pelo Sul de Espanha e pelo
Norte de Marrocos.

As espécies dos géneros Drosophyllum, Drosera e Pingui-


cula são características de solos ácidos, secos no caso
de Drosophyllum, encharcados nas restantes, muito
pobres em compostos azotados, e obtêm parte dos
nutrientes de que necessitam a partir de proteínas
animais. As plantas destes três géneros segregam subs-
tâncias pegajosas nas suas folhas, que lhes permitem
capturar pequenos animais, principalmente insetos,
que são posteriormente digeridos através da liber-
tação de enzimas produzidas por glândulas presentes
nas folhas. As espécies aquáticas do género Urticularia
têm câmaras especiais, denominadas utrículos, que
funcionam como armadilhas de sucção, capturando não
só pequenos animais (normalmente artrópodes) como
também algas, digerindo-os de seguida.

A única espécie não ilustrada no guia, Utricularia subulata,


é uma planta mais terrestre que as suas congéneres,
habitando turfeiras e áreas temporariamente enchar-
cadas, perto do litoral. Com distribuição quase cosmopo-
lita, foi colhida apenas num único local da Beira Litoral,
no final da década de 60 do século XX, mas crê-se que
atualmente esteja extinta em Portugal, pois não voltou
a ser registada desde então.

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
Pinguicula lusitanica Pinguicula vulgaris NT
PINGUÍCULA PINGUÍCULA‑DO ‑GERÊS*
Ecologia: margens e taludes de Ecologia: turfeiras, taludes e
cursos de água e charcos; em solos rochedos; em substratos ácidos, com
ácidos e muito húmidos, arenosos ou escorrência de água.
turfosos, com escorrência de água.

20 m 640 m
a 930 m
(1320 m)
a 1390 m

PR R PR RR

Utricularia australis VU
UTRICULÁRIA
Ecologia: em águas paradas, ácidas:
lagoas, charcos, arrozais.

10 m
a 240 m

PR R

VU
Utricularia gibba
UTRICULÁRIA‑MENOR*
Ecologia: em águas paradas, ácidas:
lagoas, charcos, brejos.

10 m
a 100 m

PR RR

Drosera intermedia
ORVALHINHA‑DE ‑FOLHA‑
‑ESTREITA*, RORELA
Ecologia: turfeiras, brejos, margens
de lagoas; em solos encharcados,
ácidos.

10 m
a 830 m
(1000 m)

PR R

Drosera rotundifolia Drosophyllum lusitanicum VU


ORVALHINHA‑DE ‑FOLHA‑ PINHEIRO ‑BABOSO, ERVA‑
‑REDONDA*, RORELA ‑PINHEIRA‑ORVALHADA, BABA‑
‑DE ‑LOBO
Ecologia: turfeiras, margens de
lagoas; em solos encharcados, Ecologia: orlas de matos e bosques;
ácidos; em zonas de montanha. em substratos ácidos.

(460 m)
20 m
670 m
a 1660 m a 530 m
(1880 m) (1140 m)

PR R IM R

333
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
43.
PARASITAS
E HEMIPARASITAS

Neste grupo integram-se vários géneros de plantas que


obtêm os nutrientes de que necessitam para o seu desen-
volvimento a partir da seiva das raízes ou dos ramos
de outras plantas (hospedeiros) através de estruturas
especializadas denominadas haustórios.

Incluem-se aqui todas as representantes das famílias


Cynomoriaceae, Cytinaceae e Santalaceae, e ainda
as espécies dos géneros Orobanche e Cistanche (família
Orobanchaceae) e Cuscuta (família Convolvulaceae).

As espécies holoparasitas (géneros Orobanche, Cistanche,


Cytinus, Cynomorium, Cuscuta) são aquelas que extraem
a seiva elaborada dos seus hospedeiros. Como não
possuem clorofila, estas espécies são parasitas obriga-
tórias. As espécies que sugam a seiva bruta dos hospe-
deiros, completada, ou não, com alguns fotoassimilados,
são denominadas hemiparasitas (géneros Thesium,
Osyris, Viscum). Estas espécies possuem clorofila, o que
lhes permite realizar a fotossíntese. Várias possuem
raízes e podem mesmo sobreviver na ausência do hospe-
deiro, sendo denominadas hemiparasitas facultativas
(e. g., Osyris, Thesium). Alguns destes hemiparasitas, como
Osyris lanceolata, são parasitas obrigatórios durante uma
parte do seu ciclo de vida, geralmente nos estágios iniciais
de desenvolvimento. De notar que há várias outras
espécies hemiparasitas, não incluídas neste grupo, que
são apresentadas no subgrupo «Galocrista e afins», por
exemplo, Bartsia, Parentucellia, Rhinanthus, etc.

©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

ERVAS‑TOIRAS
As orobancáceas são uma família exclusivamente de plantas holopara‑ Na espécie Orobanche ramosa consideram ‑se três subespécies: subsp.
sitas ou hemiparasitas, englobando 11 géneros e cerca de 30 espécies. ramosa, nos solos básicos, do Algarve a Trás‑os‑Montes; subsp. mutelii, assi‑
A maioria dos géneros de orobancáceas, que são hemiparasitas, foi apre‑ nalada apenas para o Alto Alentejo; subsp. nana, planta débil e não ramosa,
sentada no capítulo «Bocas‑de ‑lobo, escrofulárias e afins», dada a seme‑ assinalada para o Baixo Alentejo e Barrocal algarvio, e por vezes conside‑
lhança morfológica com esse grupo (até recentemente, eram consideradas rada uma espécie distinta (O. nana).
na mesma família, Scrophulariaceae).
No passado, outras quatro espécies foram citadas como presentes em
Neste subcapítulo apresentam ‑se as espécies dos géneros Orobanche Portugal, contudo essas citações poderão ter resultado de confusão com
(17 espécies) e Cistanche (1), holoparasitas, todas popularmente deno‑ espécies similares, dado que ainda não foi confirmada inequivocamente
minadas ervas ‑toiras. Além das espécies ilustradas no guia, ocorrem a sua ocorrência: Orobanche artemisiae‑campestris, referida para o Algarve
ainda: Orobanche calendulae, parasita de diversas espécies de compostas e Estremadura, na Flora iberica; O. densiflora, cujas citações para a costa
e de outras herbáceas, pouco conhecida e com registos esporádicos na sudoeste parecem resultar todas de confusão com indivíduos hipocromá‑
Estremadura, Alentejo, Trás ‑os ‑Montes e no litoral norte; O. latisquama, ticos de O. foetida; Orobanche purpurea, parasita de Achillea millefolium, citada
parasita do alecrim e, provavelmente, de outras arbustivas (tojos, para o Minho, mas sem registos recentes que confirmem a sua ocorrência;
sargaços), nos calcários do Centro ‑Oeste e Alto Alentejo; O. rosmarina, O maritima, citada para a costa sudoeste, e por vezes considerada apenas
tal como a anterior, parasita do alecrim e presente nos calcários da uma variedade de O. minor.
serra da Arrábida e do Centro ‑Oeste; O. schultzii, uma das ervas ‑toira
de maior porte, parasita de umbelíferas, como o funcho, e de ocor‑
rência muito escassa no Barrocal algarvio e nos arredores de Lisboa.

Orobanche ramosa Orobanche hederae


ERVA‑TOIRA‑RAMOSA* ERVA‑TOIRA‑DAS ‑HERAS*
Ecologia: parasita de vários Ecologia: parasita, principalmente
hospedeiros, em pousios, prados, de hera, em bosques e matagais.
clareiras de matos.

20 m 20 m
a 540 m a 540 m
(790 m)

PR FFF EU F

Orobanche minor Orobanche gracilis


ERVA‑TOIRA‑MENOR, ERVA‑ ERVA‑TOIRA‑ENSANGUENTADA,
‑TOIRA‑PEQUENA* PÚTEGAS ‑DE ‑RAPOSA
PARASITAS E HEMIPARASITAS

Ecologia: parasita de leguminosas Ecologia: parasita de leguminosas,


herbáceas, em pousios, prados. em matos.

30 m
50 m
a 1270 m
a 840 m (1380 m)

PR F EU FFF

336
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
VU
Orobanche arenaria Orobanche clausonis
ERVA‑TOIRA‑DAS ‑AREIAS ERVA‑TOIRA‑DAS ‑SOLDAS*
Ecologia: parasita de arbustivas em Ecologia: parasita de rubiáceas, em
areias litorais. matagais.

0m 40 m
a 10 m a 350 m
(460 m)

PR RR IM R

Orobanche foetida Orobanche crenata


ERVA‑TOIRA‑DENEGRIDA ERVA‑TOIRA, BRINCALHETA,
PENACHOS
Ecologia: parasita de leguminosas,
em areias litorais, campos agrícolas, Ecologia: parasita de leguminosas,
matos. em campos agrícolas e pousios.

0m 20 m
a 510 m a 330 m

IM F MD F

Orobanche rapum‑
‑genistae
ERVA‑TOIRA‑MAIOR, RABO ‑DE‑
‑ZORRA
Ecologia: parasita de leguminosas
arbustivas, em matos.

20 m
a 1570 m
(1860 m)

EU FF

Cistanche phelypaea
ERVA‑TOIRA‑DO ‑SAPAL, PIÇA‑
‑DE ‑CÃO
Ecologia: parasita de arbustivas, em
sapais; em solos salgadiços.

0m
a 10 m

MD FF

337
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
SUBGRUPO

SANTALÁCEAS
E OUTRAS
Neste subcapítulo são apresentadas as representantes das famílias Santa‑ A família Cynomoriaceae é constituída por um único género e uma única
laceae, Cytinaceae e Cynomoriaceae, e ainda as espécies do género Cuscuta. espécie (duas, segundo alguns autores), Cynomorium coccineum, que se
distribui desde o Sul de Portugal até à Ásia Central. É uma espécie sem
As santaláceas são uma família de plantas hemiparasitas, que ocorrem, clorofila e parasita de raízes de plantas halófilas, principalmente Salsola
geralmente, em zonas temperadas ou tropicais. Em Portugal continental vermiculata, e, possivelmente, de outras amarantáceas.
foram citadas oito espécies, agrupadas em quatro géneros, dois terres‑
tres, Thesium (três espécies), Osyris (2), e dois epífitos, que se desenvol‑ O género Cuscuta enquadra ‑se taxonomicamente nas convolvuláceas,
vem sobre os ramos de outras plantas, Viscum (2), Arceuthobium (1). Não uma família apresentada com maior detalhe no capítulo «Corriolas e
ilustradas, mencionam ‑se: Thesium pyrenaicum, em prados e pastagens de solanáceas». Em Portugal continental estão referenciadas sete espécies
montanha do Norte do país, distingue ‑se, com alguma dificuldade, de de Cuscuta, popularmente denominadas enleios ou cabelos. São plantas
T. humifusum pela forma do perianto; Viscum cruciatum, colhida no passado parasitas sem raízes, e unidas ao hospedeiro através de haustórios cauli‑
em ramos de oliveiras, nos arredores de Portalegre, e, tal como sucede nares, podendo formar grandes massas que cobrem quase completa‑
com Viscum album, há décadas que a sua presença em Portugal não é confir‑ mente os seus caules. São facilmente confundíveis entre si, distinguindo‑
mada, suspeitando ‑se de que ambas possam encontrar‑se regionalmente ‑se por pormenores das flores. É necessário o recurso a lupa e chaves de
extintas; Arceuthobium oxycedri, epífito sobre coníferas, cuja possível ocor‑ identificação para a sua correta distinção. Ademais das espécies ilustradas
rência em Portugal continental é suportada apenas por duas citações, no guia, assinalam ‑se ainda: C. approximata, pouco conhecida, com registos
uma muito antiga, para o Sudoeste alentejano, e uma do início do século dispersos pela metade norte do país; C. australis, assinalada apenas para a
xxi, para a serra de Montemuro, contudo não foi possível confirmar Beira Litoral, parasita em espécies de Polygonum e Calystegia, e confundí‑
nenhuma das duas, pelo que a sua ocorrência atual permanece incerta. vel com a mais comum, C. campestris; C. epithymum, assinalada dispersa um
pouco por todo o país, em diversos tipos de hospedeiros e confundível
As citináceas (Cytinaceae) são uma pequena família recentemente com C. planiflora; C. monogyna, raríssima e apenas assinalada nas margens
segregada da Rafflesiaceae após estudos filogenéticos com recurso a do Guadiana, na zona de Elvas, parasitando tamargueiras (Tamarix sp.),
dados moleculares, que sugeriam a sua inclusão numa ordem distinta embora não se conheçam quaisquer observações recentes. No passado,
(Malvales). É representada em Portugal por apenas duas espécies do ocorria também Cuscuta epilinum, originária da Ásia e parasita do linho
género Cytinus, C. ruber e C. hypocistis, sendo esta última muito mais comum. cultivado (Linum usitatissimum), poderá ter desaparecido completamente
São plantas sem clorofila, endoparasitas nas raízes de espécies arbustivas, de Portugal com o declínio desta cultura no Norte do país.
principalmente de cistáceas (estevas, roselhas e sargaços). Alguns autores
reconhecem duas subespécies em C. hypocistis: subsp. hypocistis e subsp.
macranthus, que se distinguem pela dimensão das flores, as quais excedem
claramente as brácteas na subsp. macranthus.

Cytinus hypocistis Cytinus ruber


COALHADAS, PÚTEGAS‑ COALHADAS ‑VERMELHAS,
‑AMARELAS PÚTEGAS ‑VERMELHAS
PARASITAS E HEMIPARASITAS

Ecologia: parasita de cistáceas, em Ecologia: parasita de cistáceas, em


matos. matos.

10 m 50 m
a 1450 m a 520 m

MD FF MD R

338
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.
EN
Cynomorium coccineum Viscum album CR
PIÇA‑DE ‑MOURO, CAGALHÃO‑ VISCO, VISCO ‑BRANCO*
‑DE ‑FRADE
Ecologia: epífito hemiparasita,
Ecologia: parasita de arbustivas, principalmente de árvores
em arribas litorais e sapais; em solos caducifólias.
salgadiços.

0m 400 m
a 10 m a 800 m

PR RR PR RRR

EN
Thesium humile Thesium humifusum
ERVA‑SÂNDALO ‑DAS ‑AREIAS* ERVA‑SÂNDALO*
Ecologia: clareiras de matos; em Ecologia: clareiras de matos, prados;
solos secos e arenosos. em sítios secos.

140 m
20 m
a 980 m
a 110 m (1090 m)

MD RR MD R

Osyris lanceolata Osyris alba


SÂNDALO ‑AFRICANO*, CÁSSIA‑ CÁSSIA‑BRANCA, MATA‑PULGAS,
‑DE ‑FOLHA‑LARGA* SÂNDALO ‑BRANCO*
Ecologia: matagais; em locais secos Ecologia: orlas de bosques e
e soalheiros. matagais, frequentemente ripícolas,
sebes; em locais frescos.

0m 20 m
a 330 m a 660 m
(530 m) (950 m)

PR F MD FFF

Cuscuta planiflora Cuscuta campestris


ENLEIOS ‑ROSA ENLEIOS ‑DOS ‑CAMPOS,
CABELOS ‑DE ‑NOSSA‑SENHORA
Ecologia: parasita de herbáceas e
arbustivas; em locais soalheiros e Ecologia: parasita de herbáceas; em
secos. locais soalheiros e perturbados.

30 m 10 m
a 400 m
(920 m)
a 430 m

PR R IN F

339
©
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. NÃO É PERMITIDA A COMERCIALIZAÇÃO.

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