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br/opiniao/6273287/experiencias-pioneiras-no-reuso-industrial-de-agua
Aquapolo
Em 2012 concretizou-se em São Paulo a primeira experiência brasileira de reúso industrial de
grande porte, o Aquapolo, que fornece 650 L/s de água de reúso para o Polo Petroquímico de
Capuava, município de Mauá. Fruto de parceria entre a BRK Ambiental e a Sabesp, com contrato
com validade de 41 anos, recebe o efluente tratado pela Sabesp na ETE ABC, faz tratamento
complementar e o adequa a padrões de qualidade determinados pelas indústrias, que usam o
insumo em torres de resfriamento, geração de vapor e caldeiras.
Estas indústrias deixaram de usar 900 milhões de L/mês antes captados no rio Tamanduateí,
liberando água para a diluição dos esgotos despejados a jusante, e permitindo aos usuários se
resguardarem contra prejuízos decorrentes de crises hídricas. É o caso da Braskem, petroquímica
que firmou com o Aquapolo contrato de fornecimento para 40 anos, garantindo segurança hídrica a
suas três unidades locais, que passaram pela crise hídrica de 2014-15 sem restrição produtiva, com
aumento na produção e evitando prejuízos de centenas de milhões de reais.
Essa água de melhor qualidade permitiu economia adicional com o aumento da recirculação interna
de água, redução de serviços de manutenção e substituição de equipamentos. Este caso mostra
que contratos de compra de água de reuso devem ser considerados como um seguro, valor a ser
pago para impedir potencial perda financeira maior. Empresas que ainda fazem análise econômica
imediatista consideram altos os custos inerentes ao reúso, desconsiderando o risco hídrico e o
potencial prejuízo associado ao agravamento da escassez.
Grandes consumidores já racionalizam processos, mas o reúso de água de fontes externas ainda é
incipiente no país