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Universidade Eduardo Mondlane


Faculdade de Ciências
Departamento de Geologia

Licenciatura em Cartografia e Pesquisa Geológica


Hidrogeologia
Trabalho Prático II

Funcionamento e Gestão Integrada de Bacias


Hidrográficas

Discente: Kelven Ulisse Simango


Leandro Amigos Ramos
Naufal Mogne

Docente: Prof. Doutor Farrise

Maputo, Outubro 2022


Índice
Introdução......................................................................................................3
Gestão Integrada de Bacias Hidrográficas....................................................4
Princípios gerais............................................................................................4
Medidas para Gestão e Conservação dos seus componentes........................5
Medidas não estruturais.............................................................................5
Medidas estruturais...................................................................................5
Esgotamento Sanitário...............................................................................5
Proteção de nascentes................................................................................5
Gestão das Áreas de Recarga........................................................................6
Para aquíferos confinados.........................................................................6
Para aquíferos não confinados...................................................................6
Medidas de uso racional da água...................................................................6
Medidas de uso racional da água no meio urbano....................................6
Medidas de uso racional da água no meio rural........................................7
Medidas de uso racional da água na agricultura.......................................7
Medidas de uso racional da água na pecuária...........................................7
Conclusão......................................................................................................8
Introdução
Bacia hidrográfica ou também chamada bacia de drenagem é a
extensão de terra onde toda a água superficial que flui, converge em um
único ponto que pode ser a foz de um rio, um lago ou oceano. É
considerada a unidade territorial de planejamento e gerenciamento das
águas.
A Gestão integrada de bacias hidrográficas (GIBH) é um subtema de
gestão integrada dos recursos hídricos (GIRH) e envolve a implementação
da GIRH a nível de uma bacia.
Acordos e princípios internacionais forneceram os princípios e
estruturas para a GIRH. Dois grandes eventos internacionais deram
impulso à formalização destes princípios: a Conferência Internacional
sobre Água e Ambiente; Conferência da ONU sobre o Ambiente e
Desenvolvimento. A Conferência Internacional sobre Água e
Desenvolvimento, organizada em Dublin definiu recomendações para a
ação ao nível local, nacional e internacional com base em quatro princípios
de orientação, que se tornaram conhecidos como os Princípios de Dublin.
Os princípios são os seguintes:
A água doce é um recurso finito e vulnerável, essencial para
sustentar a vida, o desenvolvimento e o meio ambiente
Desenvolvimento e gestão de água devem ser baseados numa
abordagem participativa que envolva usuários, planeadores e
políticos em todos os níveis;
As mulheres desempenham um papel central no fornecimento,
gestão e proteção da água
A água tem um valor económico em todos os seus usos competitivos
e deve ser reconhecida como um bem económico
Gestão Integrada de Bacias Hidrográficas
É o processo de gestão das actividades humanas e recursos naturais
em termos de bacias hidrográficas, levando em consideração questões
sociais, económicas e ambientais, bem como interesses da comunidade
local e questões como como impactos do crescimento e mudanças
climáticas. A gestão integrada de bacias hidrográficas lida com a
complexidade das interações entre sistemas socioeconómicos e
ecossistemas e visa sustentar e restaurar a saúde, a biodiversidade e a
produtividade dos ecossistemas por meio de estratégias que integrem as
necessidades da economia e da sociedade. Ao adotar uma abordagem
GIBH podemos desenvolver planos que apoiem
Melhor quantidade e quantidade de água;
Gestão de inundações e erosão;
Biodiversidades e habitats resilientes;
Oportunidades económicas e recreativas sustentáveis;
Melhoria da qualidade de vida das comunidades
Maior capacidade da bacia para se adaptar aos impactos das
mudanças climáticas, urbanização e outros estressores

Princípios gerais
Existem 8 princípios que deverão orientar a Gestão Integrada da
Bacia Hidrográfica (GIBH):
1- Envolvimento e sentido de posse por parte dos decisores;
2- Melhoria do desenho da gestão da bacia levando em consideração
a informação científica, social e económica relevante;
3- Aplicação de diversos acordos institucionais para responder às
necessidades específicas de cada bacia com base nas diferenças na
hidrologia, capacidade e intervenientes;
4-Definição clara do papel e estrutura da organização da bacia
hidrográfica (RBO);
5- Forte defesa da bacia hidrográfica impulsionada por uma liderança
forte;
6- Dar prioridade a acções especificadas dentro de um Plano de
Gestão da Bacia Hidrográfica implementado a curto prazo;
7- Responsabilização através do acompanhamento contínuo da
implementação e eficácia do plano de gestão da bacia hidrográfica;
8- Parcerias com governos locais para uma implementação efectiva.
9- A integração das funções para colaboração possibilita a
coordenação horizontal e vertical entre uma variedade de
intervenientes de diferentes sectores.

Medidas para Gestão e Conservação dos seus componentes


Medidas não estruturais
São aquelas que permitem a minimização dos efeitos de cheia, entre
essas medidas podemos destacar:
Zoneamento de áreas inundáveis
Sistema de previsão de cheias
Educação ambienta
Medidas estruturais
São aquelas que modificam o fluxo de água através de obras na bacia
ou no rio e destacam-se:
Bacias de detenção
Bacias de retenção
Canais verdes
Esgotamento Sanitário
Após a utilização e o consumo, a água de abastecimento dá origem a
o que chamamos de esgoto e a medida mais eficaz de controle da poluição
da água é a implantação de sistemas de colecta e tratamento de esgotos
domésticos e industriais, evitando despejos nos corpos da água
Proteção de nascentes
Uma nascente sendo um afloramento de água superficial de um
aquífero ou lençol freático, a sua preservação é fundamental para a
manutenção do ecossistema pois exerce um papel regulador da qualidade e
quantidade das águas. Para tal são usados três sistemas:
Isolamento da área para garantir a autorrecuperação;
Introdução de espécies diversas de plantas;
Implantação de comunidade florestal;
Gestão das Áreas de Recarga
As áreas de recarga constituem regiões de fragilidade ambiental por
serem pontos de recarga ou afloramento de aquíferos, sendo assim
suscetíveis a contaminação por poluentes
Para aquíferos confinados
São sugeridas as seguintes medidas de controle para as áreas de
recarga:
Reduzir do desmatamento e impermeabilização da área
Não permitir depósitos de resíduos sólidos ou líquidos na área
Definir a área como de preservação permanente
Para aquíferos não confinados
São sugeridas as seguintes medidas de controle para as áreas de
recarga:
Características do solo
Permeabilidade do solo
Profundidade do lençol freático
Direção e taxa de escoamento do fluxo de água subterrânea
Profundidade da camada impermeável
Técnicas de contenção do escoamento superficial para a recarga

Medidas de uso racional da água


A água é um recurso valioso e que precisamos conservar para garantir
nossa sobrevivência e a de todo o planeta.
Medidas de uso racional da água no meio urbano
A conservação da água é o conjunto de práticas, técnicas e tecnologias para
melhorar a eficiência no seu uso. As ações de conservação de água são
aquelas que:
• Reduzem a quantidade de água extraída dos suprimentos;
• Reduzem o consumo de água;
• Reduzem o consumo de desperdícios;
• Reduzem as perdas da água;
• Aumentam a eficiência do uso da água;
• Aumentam a reciclagem e a reutilização da água;
• Evitam a poluição da água.
Essas ações para conservação da água podem ser realizadas em três níveis:
• Macro= abrange sistemas hidrográficos. Refere-se ao aprimoramento da
legislação, tomada de ações institucionais, articulação política, realização
de estudos de disponibilidade hídrica, entre outros;
• Meso= abrange sistemas públicos urbanos de abastecimento de água e de
coleta de esgoto sanitário. São as ações para controle e redução de perdas
físicas e não físicas;
• Micro= abrange sistemas prediais.
Medidas de uso racional da água no meio rural
As medidas de uso racional da água no meio rural são apresentadas
considerando a atividade agrícola e a atividade de pecuária.
Medidas de uso racional da água na agricultura
São sugeridas as seguintes medidas de uso racional da água na agricultura
para preservação dos recursos hídricos
*A utilização de equipamentos projetados adequadamente, que
apresentem maiores chances de alcance de otimização de quantidade
(maior eficiência, em função de características do clima, solo e cultivos
locais);
*A oportunidade de oferta de água (dotação hídrica local) aos cultivos;
*A utilização de procedimentos agrícolas que tornem todo o sistema
produtivo técnica, econômica, ambiental e socialmente sustentável
*Desenvolvimento de processos de irrigação localizada que minimizem
perdas em geral
Medidas de uso racional da água na pecuária
O uso racional da água na pecuária deve ser abordado considerando as
particularidades de cada criação. Temos como possíveis medidas a serem
integradas na pecuária:
• Otimização da utilização da água numa exploração pecuária;
• Adequação de aspectos de concepção/construção das instalações
pecuárias e do equipamento utilizado;
• Utilização de água residuárias em fins diversos;
• Adequação de procedimentos na gestão de resíduos – remoção por via
sólida de dejetos
Conclusão
A gestão integrada de bacias hidrográficas é essencial para se alcançar o
desenvolvimento sustentável. A função primaria da água consiste no
abastecimento, através do uso das águas na cidade e no campo para o
consumo humano. As bacias hidrográficas desempenham um papel muito
importante para o desenvolvimento das actividades económicas ligadas ao
sector primário da economia, como a pecuária e a agricultura. Devem ser
implementadas técnicas para a redução significativa do consumo da água
nessas actividades, sem o comprometimento das mesmas. E importante que
todos usem a água de forma consciente para que este bem precioso possa
ser usado por muito anos e as gerações futuras possam usufruir dessa
mesma água.

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