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Diretrizes para Sustentabilidade em

edificações: gestão de recursos hídricos

Disciplina Arquitetura Sustententável


Profª Mirna Vitor
A preocupação de economizar água é recente na história da humanidade. Durante
anos, as pessoas puderam consumir água potável à vontade. Mas a oferta de água
doce no mundo vem reduzindo...

A gestão dos recursos hídricos objetiva garantir a disponibilidade e qualidade da


água para seus mais diversos usos, incluindo o abastecimento público e a
preservação do meio ambiente.

A gestão de recursos hídricos integra uma série de iniciativas com o objetivo de


regular e controlar o uso da água, proteger os recursos hídricos, considerando que
a água é um recurso natural fundamental para a manutenção da vida no planeta.
• O Brasil dispõe de 12% da água doce do mundo, porém a distribuição do recurso
pelo território não é equilibrada.

• A maior concentração de águas superficiais (81%) está na Bacia Amazônica, que


abriga apenas 9% da população

• 91% dos habitantes dependem de outras bacias.

Fonte: Agência Senado


Acesso a água tratada no Brasil

• 12 milhões de pessoas não têm água tratada e encanada em casa;

• 64 milhões recebem água de forma precária, ou seja, sem segurança sanitária ou


em quantidade insuficiente para a proteção à saúde;

• deficit de acesso ao abastecimento, segundo o Plano Nacional de Saneamento


Básico (Plansab), atinge, em 70% dos casos, pessoas com renda domiciliar mensal
de até meio salário mínimo

Fonte: Agência Senado


De acordo com a pesquisa Saneamento em Áreas Irregulares nas Grandes
Cidades Brasileiras, do Instituto Trata Brasil:

• 7,9% das residências em comunidades recebem o abastecimento de água


pela rede formal;

• 32,8% das moradias, a água chega por ligações clandestinas;

• 20,5%, por poços;

• 12,7%, chega por cisternas;

• 3,8%, por carros-pipa;

• 22,2%, os moradores buscam água em córregos ou cachoeiras.


Alto índice de perda de água tratada (que chega a 37%) em vazamentos e a
poluição dos rios, que dificulta e muitas vezes inviabiliza sua utilização como fonte
de abastecimento.

Fonte: Agência Senado


Esgotamento sanitário no Brasil:

• Para 18 milhões de brasileiros o


serviço é inexiste;

• Para 96 milhões de brasileiros o


serviço é inadequado;

Fonte: Agência Senado


De acordo com a pesquisa Saneamento em Áreas Irregulares nas Grandes
Cidades Brasileiras, do Instituto Trata Brasil:

• 53,6% das residências pesquisadas foram encontradas fossas rudimentares


nos quintais;

• 17,5% das casas, o esgoto é lançado diretamente nos córregos ou mangue;

• 14,9%, a céu aberto;

• 5,3%, é usada fossa séptica;

• 8,6% dos casos o esgoto é coletado.


No Brasil, a gestão de recursos hídricos segue as diretrizes apontadas pela Lei
das Águas n° 9.433/97, que defende a conservação e o uso racional da água
sob a Política Nacional de Recursos Hídricos.

A ênfase desta política é a despoluição de corpos d’água, ação que depende


de transporte de esgotos sanitários, desassoreamento e controle de erosão;
recuperação e preservação de nascentes e mananciais e prevenção de
impactos das secas e enchentes que abrange ações como barragens
subterrâneas, controle de cheias e recomposição da mata ciliar.
Gestão de recursos hídricos é o conjunto de ações para regular e controlar o
uso da água em diferentes setores.

Fonte: Agência Senado


As cidades com uma população cada vez
maior necessitam de infraestrutura e novas
edificações e de ações integradas acerca
da conservação e preservação dos recursos
hídricos, medidas para compatibilizar o
desenvolvimento urbano com a manutenção
da qualidade e controle do uso eficiente e
seguro da água nas cidades.

A arquitetura e o setor da construção civil


tem um papel importante neste contexto.
No canteiro de obras, a água é o insumo mais utilizado. Estima-se que em
média 50% da água potável fornecida para áreas urbanizadas é destinado para
a construção civil.

Dados do Green Building Council -


GBC mostram que são gastos em
média de 160 a 200 litros de água
para produção de um metro cúbico
de concreto.
Gestão de recursos hídricos no projeto de edificações

Desde a concepção do produto


(edificações), a seleção e aquisição de
materiais, a construção e o uso da
edificação ao longo de sua vida útil,
existem várias atividades diretamente
ou indiretamente relacionadas ao uso
da água.

Estima-se que com algumas estratégias


é possível reduzir em até 50% o
consumo de água potável nos
empreendimentos, durante e após a
sua construção.
ABNT NBR 16.782/2019 – Conservação de água em edificações
Gestão de recursos hídricos em edificações considera:

• sistemas micro (sistemas prediais)


• sistemas meso (sistemas de abastecimento de água e coleta de esgoto e
efluentes urbano)
• sistema macro (bacias hidrográficas)

Quanto maior a carência da infraestrutura local, mais complexas as soluções


de projeto a serem implementadas.
Um empreendimento é considerado eficiente, sob o ponto de vista do
uso da água, quando avalia e busca soluções considerando:

• a dinâmica do uso ao longo do tempo (ciclo de vida da edificação);


• a qualidade das atividades realizadas pelos usuário;
• a interface com o meio onde está inserido;
• os impactos ambientais (água, consumo de energia dos equipamentos
hidráulicos, uso de produtos químicos em sistemas de tratamento);
• as necessidades de manutenção (perenidade dos sistemas);
• geração de benfeitorias ao entorno.
O uso da água em edificações é dinâmico, varia com os usuários fixos e
flutuantes, os hábitos locais, a adequação das instalações e sua
manutenção preventiva, entre outros aspectos.

O melhor projeto será aquele que, dentro de uma análise sistêmica de


gestão de demanda e oferta de água, gerar menores impactos ambientais,
reduzir o consumo de água e garantir ou melhorar a qualidade das
atividades realizadas pelos usuários, ocasionando benfeitoria ao entorno.
(ASBEA, 2012)
Diretrizes de projeto para gestão de recursos hídricos em edificações:
1) Desenvolver projeto arquitetônico que viabilize a instalação de dispositivos
hidráulicos que reduzam o consumo, bem como controlem vazões e pressões, tais
como:
• torneiras e chuveiros com restritores,
• registros reguladores,
• torneiras com arejadores,
• bacias sanitárias com volume de descarga reduzido,
• sistema de duplo acionamento de descarga,
• Torneiras e chuveiros com temporizadores (fechamento automático)
Regulador de vazão - é um dispositivo adicionado aos chuveiros, torneiras e
descargas que promove uma compensação de pressões de água dentro dos
equipamentos, impedindo a passagem de um fluxo maior do que o pré-
estabelecido

Arejadores de vazão - são acessórios para torneiras e chuveiros


que misturam ar e água, dando a sensação de maior volume.
• Torneiras acionadas por sensor infravermelho - o fluxo de água cessa
quando as mãos são retiradas do campo de ação do sensor, o sistema
controla o tempo de uso da água, evitando assim o desperdício.

• Torneiras com tempo de fluxo determinado - dispositivo mecânico que,


uma vez acionado, libera o fluxo de água, fechando-se automaticamente
após um tempo determinado.
• O vaso sanitário com válvula de
descarga na parede no modelo
antigo - consumo de 18 litros de
água por descarga –
dependendo do tempo de
acionamento o consumo pode
ser ainda maior

• O vaso sanitário com válvula


de descarga na parede no
modelo atual - consumo de 6
litros de água por descarga
• Vaso sanitário com
caixa acoplada padrão –
consumo de 6 litros por
descarga

• Vaso sanitário com


caixa acoplada duplo
acionamento –
consumo de 3 a 6 litros
por descarga – controle
de vazão para resíduos
líquidos ou sólidos
• A adoção de dispositivos redutores de vazão pode gerar economia de até 80%
do consumo em chuveiros e até 60% de consumo em torneiras, no final 45%
do consumo

• Em uma torneira de pia, a utilização de um arejador de vazão constante pode


proporcionar redução de até 75% no consumo de água.

• Bacias sanitárias com duplo acionamento podem economizar até 60% de água
a cada descarga.

É necessário estudar o padrão de uso e consumo da edificação e o


custo benefício dos equipamentos considerando os custos
ambientais e econômicos a curto, médio e longo prazo.
Diretrizes de projeto para eficiência e gestão de recursos hídricos:

2) Desenvolver projeto arquitetônico que viabilize sistemas prediais de água potáveis


e não potáveis independentes, a partir do:

• aproveitamento de águas pluviais (chuva) precipitadas sobre telhados e outras


superfícies de edificações e estocadas em reservatórios independentes;
• reúso local de águas cinza: efluentes de chuveiros, banheiras, lavatórios, tanques e
máquinas de lavar roupas;
Reuso de água pluvial (chuva)
(a) Captação
A metodologia básica para o projeto de (b) Rede coletora
(c) Filtro
(d) Cisterna
sistemas de coleta, armazenamento, (e) Freio d’água
(f) Sifão-ladrão
tratamento e uso de água pluvial envolve (g) Duto de ventilação
(h) Mangueira flutuante
(i) Bomba d’água
as etapas: (j) Recalque
(k) Reservatório de distribuição
• determinação da precipitação média (l) Alimentação automática de
água potável
(m) Rede de distribuição de
local (mm/mês); água não potável

• determinação da área de coleta


(telhado, pátio, estacionamento);
• determinação do coeficiente de
escoamento superficial;
(a) Captação
• caracterização da qualidade da água (b) Rede coletora
(c) Filtro
(d) Cisterna
pluvial; (e) Freio d’água
(f) Sifão-ladrão
• projeto do reservatório de descarte; (g) Duto de ventilação
(h) Mangueira flutuante
(i) Bomba d’água
• projeto do reservatório de (j) Recalque
(k) Reservatório de distribuição
armazenamento; (l) Alimentação automática de
água potável
(m) Rede de distribuição de
• identificação dos usos da água (demanda água não potável

e qualidade);
• estabelecimento do sistema de
tratamento necessário.
• Avaliar o índice pluviométrico da região é
importante para o dimensionamento do
sistema de aproveitamento de águas
pluviais, para fazer o dimensionamento
de telhados, calhas, reservatórios, filtros e
bombas.

• O volume do reservatório de
armazenamento é calculado em base
anual, considerando-se o regime de
precipitação local e as características de
demanda específica de cada edificação.

• O coeficiente de escoamento superficial é


determinado em função do material e do
acabamento da área de coleta
O sistema de tratamento (filtro) depende da qualidade da água coletada, mas o
mais comum é formado por unidades de sedimentação simples, filtração simples
e desinfecção com cloro ou luz ultravioleta
A água das chuvas poderá ser utilizada, após tratamento adequado, em
atividades que não requeiram o uso de água potável, tais como:

I - rega de vegetação, inclusive hortas;

II - lavagem de roupa;

III - lavagem de veículos;

IV - lavagem de vidros, calçadas e pisos;

V - descarga em vasos sanitários;

VI - combate a incêndios;

VII - recarga de lençol freático.


NBR 15527:2007: Água da Chuva - Aproveitamento de Coberturas em áreas
urbanas para fins não potáveis.
Os sistemas de coleta e aproveitamento de águas pluviais requerem cuidados
gerais e características construtivas que permitam a segurança do abastecimento,
a manutenção e qualidade da água. Ressalta-se:

• evitar a entrada de luz do sol no reservatório;


• manter a tampa de inspeção fechada;
• realizar a limpeza anual do reservatório;
• assegurar que a água coletada seja utilizada somente para fins não potáveis;
• sinalização dos ambientes com placas indicativas junto das torneiras de acesso
geral, com a inscrição “Água não-potável”;
• a qualidade da água deve ser submetida a um processo de monitoramento,
com a implantação de sistemas contínuos de gestão da qualidade da água por
meio de periodicidade de coleta de amostras para análise biológica e físico-
química.
• garantir a independência total dos sistemas (água potável e água de reúso) e
a impossibilidade de mistura por manobra de válvulas.
• Tubulações identificadas por cores.
Coleta, tratamento, armazenamento e reaproveitamento de água pluvial (chuva)

Assistir Vídeo

https://www.youtube.com/watch?v=GYZTjnNNcLE
Reúso de água cinza

O reúso de águas cinzas é um conceito que está relacionado à reutilização de


efluentes domésticos com baixo grau de contaminação, como uma alternativa
conservacionista para a redução do consumo de água potável em uma edificação.

Água cinza: efluentes de chuveiros, banheiras, lavatórios, tanques e máquinas de


lavar roupas, não entraram em contato com águas negras (as misturadas com fezes
e urina) e que podem receber um tratamento e serem reaproveitadas.

Ex. para a lavagem de 8 quilos de roupa são utilizados cerca de 100 litros de água,
volume suficiente para dar 16 descargas.
Sistemas isolados
Sistemas de reúso de águas
cinzas isolados das edificações,
fazem a distribuição direta a
pontos de uso externo por
gravidade ou bombeamento
Sistemas integrados
Sistemas de reúso de águas
cinzas integrados às edificações,
promovem a distribuição indireta
de água em pontos de usos não
potáveis internos e/ou externos

(a) Rede coletora


(b) Filtro grosso
(c) Sedimentação
(d) Expurgo de sedimentos
(e) Tratamento biológico
(f) Reservatório de retenção e desinfecção
(g) Extravasor
(h) Bomba d’água
(i) Unidade de Controle
(j) Reservatório de distribuição
(k) Válvula solenóide
(l) Abastecimento de água potável
(m) Rede de distribuição
LEI Nº 1192, DE 31 DE DEZEMBRO DE 2007
(Regulamentada pelo Decreto nº 9849/2008)

CRIA, NO MUNICÍPIO DE MANAUS, O PROGRAMA DE TRATAMENTO E USO


RACIONAL DAS ÁGUAS NAS EDIFICAÇÕES - PRO-ÁGUAS.

Art. 4º Os sistema hidráulico-sanitários de novas edificações devem ser projetados


visando não apenas o conforto e segurança dos usuários, mas também a
sustentabilidade da gestão dos recursos hídricos.
Art. 20 Após tratamento adequado, será permitida a realização de águas servidas
nas seguintes atividades:

I - rega de vegetação, exceto hortas;

II - descarga em vaso sanitários;

III - combate a incêndios; e

IV - recarga de lençol freático.


Sempre que houver aproveitamento das águas servidas para as finalidades acima,
deverão ser atendidas as normas sanitárias vigentes e as condições técnicas
especificas estabelecidas pelo órgão municipal responsável pela vigilância visando:

I - evitar o consumo indevido, definindo sinalização de alerta padronizada a ser


colocada em local visível junto ao ponto de água não-potável e determinando os
tipos de utilização admitidos para a água servida;

II - garantir padrões de qualidade da água apropriados ao tipo de utilização previsto,


definindo os dispositivos, processos e tratamentos necessários para a manutenção
desta qualidade;
III - impedir a contaminação do sistema predial destinado à água potável, sendo
terminantemente vedada qualquer comunicação entre este sistema de
reaproveitamento, o sistema predial destinado à água potável e o sistema de
abastecimento da concessionária.

§ 2º Os empreendimentos que implantarem, espontaneamente, o sistema de reuso


de águas servidas, poderão requerer os incentivos previstos no art. 81 da Lei nº 605,
de 24 de julho de 2001, e sua regulamentação.
Assista o vídeo

https://www.youtube.com/watch?v=vBlzZfh4KMw
Diretrizes de projeto para gestão de recursos hídricos:

3) Desenvolver projeto arquitetônico que diminua os impactos da edificação e


contribua para a drenagem urbana, diminuindo os riscos de alagação e
inundação em épocas de chuvas, implantando sistemas como:

• sistemas de aproveitamento de águas pluviais aliado a sistema de retenção para


assegurar o escoamento controlado quer no meio natural, quer no sistema de
drenagem (caixas de retardo);
Calhas, condutores, canaletas e tubulações fazem parte do processo de
retenção das águas nos reservatórios, que é feito à medida que toda a água da
chuva incidente no lote é direcionada às piscininhas. Depois disso, o excedente
segue para o sistema de drenagem urbana.
LEI Nº 1192, DE 31 DE DEZEMBRO DE 2007
(Regulamentada pelo Decreto nº 9849/2008)

Art. 17. Nos novos empreendimentos ou aplicações, que tenham área


impermeabilizada superior a quinhentos metros quadrados, é obrigatória a
implantação de reservatórios que retardem o escoamento das águas pluviais para
rede de drenagem.
§ 1º Ficam dispensados de construir o reservatório para captação de águas
pluviais os empreendimentos já instalados, desde que atendam à taxa de
permeabilidade conforme a legislação urbanística.

§ 2º Os empreendimentos já instalados que implantarem, espontaneamente, o


reservatório de águas pluviais, poderão requerer os incentivos previstos no art.
81 da Lei nº 605, de 24 de julho de 2001, e sua regulamentação.
Para diminuir os impactos da edificação e contribuir para a drenagem urbana,
diminuindo os riscos de alagação e inundação em épocas de chuvas, deve-se
implantar sistemas como:

• sistemas de infiltração a fim de


manter o ciclo da água com o
aumento do coeficiente de
permeabilidade, por meio de
aumento de área verde dos espaços
externos;
• uso de materiais permeáveis para
pavimentação (asfalto e concreto
porosos) ou de pavimentos permeáveis
com vegetação em estacionamentos
etc.;
• os “jardins de chuva” ou sistemas de
biorretenção em calçadas (áreas urbanas)
ou nos projetos paisagísticos de
edificações;
“jardins de chuva” ou sistemas de biorretenção
“jardins de chuva” ou sistemas de biorretenção
“jardins de chuva” ou sistemas de biorretenção
Diretrizes de projeto para gestão de recursos hídricos:

4) especificar projetos de paisagismo que não necessitem de excessivo consumo de


água nos serviços de conservação e manutenção;
RESOLUÇÃO Nº 087/2016 – COMDEMA,
DE 01 DE DEZEMBRO DE 2016
Espécies nativas e exóticas recomendadas para a
arborização urbana da cidade de Manaus

Pequeno porte
Cebolão - Clusia insignis
Papoula - Hibiscus rosa sinensis
Flamboyant mirim - Caesalpinia pulcherrima
Ipê Jardim - Tecoma stans
Espécies nativas e exóticas recomendadas para a
arborização urbana da cidade de Manaus

Médio porte
Palmeira Manilla - Veitchia merrellii
Diretrizes de projeto para gestão de recursos hídricos:

5) Desenvolver projeto arquitetônico que diminua os impactos da edificação


relativo a poluição dos rios e lençóis freáticos, implantando estações de
tratamento de águas cinzas e negras próprias quando houver necessidade, por
exemplo:

• em locais onde a rede pública existente


não destine o efluente coletado para uma
estação de tratamento de efluentes (ETE);
Com relação ao tratamento de esgoto
sanitário gerado por uma edificação,
podem-se considerar duas situações: o
sistema é ligado à rede pública de coleta
de esgoto sanitário ou o edifício dispõe de
sistema local de tratamento de esgotos.
Estações de tratamento de esgoto - ETE
Sistemas de zonas de raízes combinados com fossa séptica
Os jardins filtrantes (ou fitorestauração) é uma tecnologia francesa que consiste no
uso de plantas nativas para tratar esgotos domésticos e efluentes industriais.
Jardins filtrantes ou fitorrestauração
O tratamento dos resíduos é feito por meio de uma seqüência de jardins, formados
por tipos de plantas aquáticas. Cada jardim tem plantas com raízes capazes de absorver e
filtrar determinado tipo de resíduos promovendo, assim, uma etapa do processo de
despoluição da água.
• Com tecnologia de simples compreensão, a fitorestauração no tratamento de esgotos de
indústrias, por exemplo, além de utilizar vários tipos de plantas, obtém sucesso porque o
custo é baixo. O preço para instalação é apenas 20% abaixo de uma ETE convencional,
a grande diferença se dá na manutenção que, por não utilizar produtos químicos e a
capacitação da mão de obra ser simples, diminui consideravelmente os custos em
comparação com a ETE. Um jardim médio, para cuidar do esgoto de uma cidade de 10
mil habitantes, custa em torno de R$ 2 milhões.

• Como essa tecnologia tem como base a absorção dos resíduos pelas plantas, não há
decomposição dos resíduos ou qualquer processo químico que resulte em geração de
gás, eliminando o mal cheiro durante o processo de tratamento. Isso possibilita a
aplicação dessa tecnologia em locais próximos a moradias ou locais públicos.
Plantas Mais Utilizadas em Jardins Filtrantes
As plantas utilizadas nos sistemas de zonas de raízes são conhecidas como
macrófitas.

• Segundo estudos da UFSC, as plantas mais utilizadas no Brasil em jardins filtrantes


são: Typha sp. (Taboa); Cynodon sp. (Grama-bermudas); Eleocharis sp.; Cyperus
papyrus (papiro); Zizaniopsis sp. (Espadana); Oryza sativa (Arroz), (BUENO, 2013).
Referências Bibliográficas

Guia sustentabilidade na arquitetura : diretrizes de escopo para projetistas e contratantes / Grupo de


Trabalho de Sustentabilidade ASBEA . -São Paulo : Prata Design, 2012.

Princípios e Parâmetros para a Construção Sustentável


Eloy Fassi Casagrande

Aproveitamento de águas pluviais e reúso de águas cinzas em edificações: padrões de qualidade,


critérios de instalação e manutenção / Daniel Richard Sant’Ana (coordenador). Brasília, 2017. p.

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