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Viragem para a Dessalinização em Cabo Verde

50 anos – 1968/2018

Legislação Abrangente a Qualidade da H2O


DR n. 5/2017

ANTÓNIO PEDRO Said Aly PINA


antonio.pina@anas.gov.cv
Viragem para a Dessalinização – 50 Anos 1968/2018

DR n.º 5/2017 da Qualidade da H2O


Qualidade da H2O para o Consumo Humano

Resolução A/RES/64/292 de 28 de junho de 2010


Viragem para a Dessalinização – 50 Anos 1968/2018

DR n.º 5/2017 da Qualidade da H2O

Decreto Legislativo nº 3/2015

Define os princípios fundamentais aplicáveis aos Recursos


Hídricos e estabelece normas que garantem a sua
preservação, qualidade, sustentabilidade, e
aproveitamento racional.
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Categorias de H2O Abrangidas pelos Critérios e DR-n.º 5/2017


a) Águas subterrâneas destinadas à produção de água destinada ao consumo humano;
b) Águas do mar destinadas à produção de água destinada ao consumo humano
através de processos de dessalinização;
c) Água destinada ao consumo humano.

Nota: ficam excluídas as seguintes categorias de água: águas para suporte da vida aquícola;
águas para rega; águas para utilização recreativa; águas superficiais sem utilização
especificada; águas minerais naturais, medicinais e de mesa; águas utilizadas na recarga de
aquíferos; águas para consumo industrial, exceto água utilizada nas indústrias alimentares;
águas de piscinas.
1. Quais as caraterísticas e requisitos da qualidade de água?
ANAS
Nota 1: O regulador Récnico tem a faculdade de, justificadamente, em qualquer momento, e
após consulta à Autoridade de Saúde, determinar para as águas valores mais rigorosos que os
previstos no diploma.

Nota 2: as águas doces subterrâneas, cuja qualidade necessita de tratamento para além de
físico e desinfeção, não podem ser utilizadas para a produção de água destinada ao consumo
humano, salvo quando tal seja expressamente autorizado (consultar o artigo 12º do decreto-
lei nº5/2017.
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Categorias de H2O Abrangidas pelos Critérios e Normas


Quais (e qual a quantidade) os parâmetros para avaliar a qualidade da água para consumo humano?
São 41 os parâmetros:
Organolépticos (4),
Parâmetros físicos-químico (14),
Parâmetros relativos a substâncias indesejáveis (11) – (25),
Parâmetros relativos a substâncias tóxicas (5) – (14),
Parâmetros microbiológicos (7) – (6),
2. Quais os métodos de análise para o controlo da qualidade da água (CQA)?
Os métodos analíticos para o controlo da qualidade das águas destinadas ao consumo humano são efetuados para os
parâmetros constantes do anexos I, II e VIII (consultar os quadros)
3. Em que casos, pode o regulador técnico isentar temporariamente as Entidades Gestoras de aplicar determinados
parâmetros de CQA?
Salvaguardados os imperativos de proteção da saúde pública, quando se verifique a ocorrência de uma das seguintes
circunstâncias:
Situações meteorológicas excecionais ou condições geográficas especiais;
Inundações ou outras catástrofes naturais.
NOTA: a ocorrência das situações previstas no número anterior é obrigatoriamente confirmada pela entidade com
competência para a fiscalização na área correspondente.
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DEVERES das EG no Tratamento da H2O destinada ao Consumo Humano

 Assegurar obrigatoriamente um adequado


tratamento da água destinada ao consumo
humano,
 Submeter a água distribuída a um processo de
desinfeção, o qual deve ser controlado de forma
sistemática pelas entidades gestoras,
 Assegurar a eficácia da desinfeção e garantir, sem
comprometer a desinfeção, que a contaminação
por subprodutos da água, nomeadamente
compostos organoclorados, seja mantida a um
nível mais baixo quanto possível e não ponha em
causa a sua qualidade.
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DEVERES das EG no Tratamento da H2O no Controlo Operacional


 Tomar as medidas necessárias para assegurarem a monitorização
da qualidade da água fornecida, através da aplicação de programas
de controlo operacional, e, na medida do possível, avaliação e
gestão do risco, para todos os sistemas de tratamento e de
abastecimento.
 Manter os registos atualizados das ações desenvolvidas no âmbito
da implementação dos programas de controlo operacional e
disponibilizá-los nas ações de fiscalização.
 Garantir e evidenciar ao Regulador Técnico o controlo contínuo da
integridade das membranas utilizadas no processo de tratamento,
bem como o fornecimento de uma água equilibrada, e não
agressiva (ver quadro II).
 Reportar os parâmetros incluídos no quadro II
Ter em conta as áreas de maior risco da rede de distribuição, como
sejam aquelas onde se verifiquem menores consumos ou maior
tempo de residência da água.
Incluir no programa de controlo da qualidade da água a relação dos
pontos de controlo do cloro residual livre.
Comunicar ao Regulador Técnico, pelas vias por ele definidas e com a
antecedência necessária, os resultados da determinação das
concentrações de desinfetante residual, medidas diariamente.
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Programa de Controlo da Qualidade da Água - PCQA

 As EG são responsáveis pela elaboração e implementação dos PCQA e devem dispor, no


início de cada ano civil, de um PCQA, aprovado pelo Regulador Técnico.
 O PCQA deve ser submetido à aprovação do Regulador Técnico no seguinte período:
 Entidades gestoras em alta - até 15 de setembro do ano anterior ao período a que diz
respeito;
 Entidades gestoras em baixa - até 30 de setembro do ano anterior ao período a que diz
respeito.
 O PCQA considera-se tacitamente aprovado na ausência de pronúncia do RT no prazo
máximo de 60 dias contados a partir de 30 de setembro de cada ano. Ainda que não
aprovado o PCQA, devem as entidades gestoras realizarem o controlo da qualidade da
água destinada ao consumo humano, de acordo com o disposto no Decreto-lei nº5/2017.
 As EG devem implementar integralmente o PCQA aprovado pelo RT, devendo ser-lhe
comunicada imediatamente qualquer alteração ao programa previamente aprovado.
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Programa de Controlo da Qualidade da Água - PCQA

 As EG em ALTA devem preparar e manter um registo atualizado do(s) Sistema(s) de


Abastecimento contendo:
 Planta esquemática com a localização e a identificação dos pontos de entrega e das
infraestruturas existentes e respetivas interligações;
 Volumes de água entregues, em cada ponto, às entidades gestoras em baixa;
 Estimativa da população abastecida por cada ponto de entrega;
 Descrição das medidas corretivas tomadas para cumprir com os valores paramétricos;
 Informação das situações de restrição à utilização da água destinada ao consumo
humano que tenham ocorrido.
 As EG em BAIXA devem preparar e manter um registo atualizado contendo:
 Planta do município e/ou zona de influência da entidade gestora, com a delimitação das
zonas de abastecimento e indicação esquemática das infraestruturas existentes;
 Identificação de pontos de amostragem, ao longo de todo o Sistema de abastecimento;
 volumes de água entregues, em cada zona de abastecimento;
 Estimativa da população servida, por zona de abastecimento……..
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Norma de Qualidade da H2O

6.1 Até 2030, alcançar o acesso universal e equitativo a água potável e segura para O quadro para água potável segura é uma
todos;
6.2 Alcançar o acesso a saneamento e higiene adequados e equitativos para todos, e abordagem de gestão preventiva/PEDAGÓGICA
acabar com a defecação a céu aberto, com especial atenção para as necessidades das que inclui três componentes principais:
mulheres e meninas e daqueles em situação de vulnerabilidade;
6.3 Melhorar a qualidade da água, reduzindo a poluição, eliminando despejo e
minimizando a liberação de produtos químicos e materiais perigosos, reduzindo à
metade a proporção de águas residuais não tratadas e aumentando substancialmente 1. Metas baseadas na saúde com base em
a reciclagem e reutilização segura globalmente; avaliação de riscos e classes de riscos para a
6.4 Aumentar substancialmente a eficiência do uso da água em todos os setores e
assegurar retiradas sustentáveis e o abastecimento de água doce para enfrentar a
saúde;
escassez de água, e reduzir substancialmente o número de pessoas que sofrem com a
escassez de água;
6.5 Implementar a gestão integrada dos recursos hídricos em todos os níveis, 2. Planos de Segurança da Água (WSPs);
inclusive via cooperação transfronteiriça, conforme apropriado;
6.6 Proteger e restaurar ecossistemas relacionados com a água, incluindo montanhas,
florestas, zonas húmidas, rios, aquíferos e lagos; 3. Um sistema de vigilância independente que
6.a Ampliar a cooperação internacional e o apoio à capacitação para os países em verifica que o acima está funcionando
desenvolvimento em atividades e programas relacionados à água e saneamento, corretamente.
incluindo a coleta de água, a dessalinização, a eficiência no uso da água, o tratamento
de efluentes, a reciclagem e as tecnologias de reuso
6.b Apoiar e fortalecer a participação das comunidades locais, para melhorar a gestão
da água e do saneamento
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Parâmetros de Qualidade da H2O


CAPÍTULO II
(A que se refere os artigos 3.º, 6.º, 9.º, 10.º, 14.º, 16.º, 23.º
e 34.º do DL nº5/2017) Os Valores Paramétricos (VP) para a QUALIDADE DAS ÁGUAS DOCES SUBTERRÂNEAS DESTINADA A
água destinada ao consumo humano fornecida por redes PRODUÇÃO DE ÁGUA PARA O CONSUMO HUMANO.
de distribuição, por fontanários não ligados à rede de
distribuição, por pontos de entrega, por autotanques ou
CAPÍTULO III
navios-cisterna, por reservatórios não ligados à rede de
distribuição, utilizada numa empresa da indústria alimentar
QUALIDADE DE ÁGUA DESTINADA AO CONSUMO HUMANO.
ou posta à venda em garrafas ou outros recipientes, são os
seguintes:
CAPÍTULO I CAPÍTULO IV
OBJETO, ÂMBITO E DEFINIÇÕES.
CONTROLO DA QUALIDADE E AMOSTRAGEM E MÉTODOS.
Consideram-se, em função dos seus principais usos, as seguintes
categorias de água:

a) Águas subterrâneas destinadas à produção de água para


consumo humano; CAPÍTULO V

c) Águas do mar destinadas à produção de água para consumo FISCALIZAÇÃO E INSPEÇÃO.


humano através de processos de dessalinização;

d) Água destinada ao consumo humano.


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Parâmetros da Qualidade da H2O


I. Limpeza e Higienização dos
CAPÍTULO VI
Reservatórios e Autotanques;
1. Conjunto de análises efetuadas à qualidade Secção II – Programa de
CONTRAORDENAÇÕES. da água Controlo da Qualidade da
II.
Água Formação “Cloragem
(PCQA)
Artigo 19º Elaboração e
em Sistema
CAPÍTULO VII
2. Em pontos representativos do sistema de
de Abastecimento da Água;
implementação
abastecimento
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS.
As entidades gestoras são
3. Calculadas em função dos volumes de água III. “Técnica
responsáveis de Colheita de amostras
pela elaboração de
ANEXOSproduzida ou da e implementação dos PCQA e
água fornecidos à população água para consumo Humano”;
devem dispor, no início de
I – PARÂMETROS DE QUALIDADE DAS ÁGUAS DESTINADAS AO CONSUMO cada ano civil, de um PCQA,
4. Distribuídas equitativamente no tempo e
HUMANO (VALORES PARÂMETRICOS; aprovado pela autoridade
espaço para garantir a qualidade da água competente.
II – PARÂMETROS DE QUALIDADE DAS ÁGUAS
para DESTINADAS
consumo humano AO CONSUMO IV. Métodos analíticos para os
HUMANO PRODUZIDAS POR PROCESSO DE DESSALINIZAÇÃO;

III – MÉTODOS DE REFRÊNCIA PARA AMOSTRAGEM DE VERIFICAÇÃO DA


parâmetros microbiológicos de
QUALIDADE DA ÁGUA E CARATERÍSTICAS DE DESENPENHO DOS MÉTODOS Controlo de Rotina 1;
ANALÍTICOS;
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Frequência mínima de amostragem e de análise
da H2O destinada para o Consumo Humano
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PLATAFORMA SIRAS

iterativo

ÍNDICE DE QUALIDADE DA H2O

0≤IQA≤25 Sem Qualidade


OD; CF; pH; DBO5; 25≤IQA≤50 Má Qualidade
NO3-; PO43-; Tº; 50≤IQA≤70 Qualidade Média
Turbidez; RT 70≤IQA≤90 Boa Qualidade
90≤IQA≤100 Excelente Qualidade
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Forças Dinamizadoras Convergentes de Mudança, na Evolução do Abastecimento e Saneamento

 Aumento da população e do consumo da água,


 Expansão das áreas urbanas (concentração de população),
 Aumento da contaminação/poluição e redução de recursos,
 Pressão de aumento e da exigência da sociedade,
 Efeitos das alterações climáticas.
Alterações Climáticas – Impacto na Quantidade e Qualidade da Água

 Aumento da temperatura da água,


 Redução da disponibilidade da água,
 Intrusão salina nos aquíferos costeiros,
 Aumento da concentração dos poluentes.
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Desafios e Especificidades do Setor em Cabo Verde

 Carência de água (e de energia). Água por vezes com cloretos. Em regra abastecimento
intermitente,
 Limitados recursos económicos. Por vezes limitação de quadros em recursos hídricos e
saneamento,
 Infraestruturas limitadas, por vezes envelhecidas. Elevadas perda de água nas redes de
distribuição. Dificuldades de verificação ao caudal de incêndio. Infraestruturas
subdimensionadas para caudais pluviais,
 Escassa população servida por rede de ETAR.
 Aproveitamento limitado de subprodutos do
tratamento de águas residuais.
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Desafios e Especificidades do Setor em Cabo Verde


Elaborar PCQA de todas as Operadoras do país,

Implementação da maioria dos parâmetros exigidos no Controlo das Origens;

Realizar ensaios de intercomparação laboratorial como laboratório reconhecido internacionalmente para verificar e assegurar a
credibilidade dos resultados obtidos no Laboratório da ANAS;
Iniciar a implementação de PCQA de pelo menos cinco (5) operadoras;

Capacitar as operadoras no Módulo de qualidade da água da Plataforma SIRAS (Elaborar PCQA, Comunicar Incumprimentos);

http://anas.gov.cv/dessalinizacao_agua_salobra/
 


Sensibilidade para a importância do Ambiente.
50 anos!

“As consequências potenciais para saúde, decorrente da má qualidade da água, são, tais que seu controlo
deve ser sempre de suma importância e nunca deve ser comprometida.”
Guidelines for drinking-water quality, 4th edition

Obrigado!

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