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RESPONSÁVEL TÉCNICO
RINALDO DE OLIVEIRA CALHEIROS
Centro de Ecofisiologia e Biofísica
Instituto Agronômico de Campinas
Avenida Theodureto de A. Camargo 1500-Campinas-SP
Caixa Postal 28 CEP 13075630
Fone (19) 32415674
E-mail: rocalhei@iac.sp.gov.br
VINHEDO, SP.
2019
1
SUMÁRIO
I. INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 3
HÍDRICAS ............................................................................................................................ 28
2
I. CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
3
Aplicar políticas como o “IPTU Verde” e outros programas que incentivem o reuso e a
captação da água de chuva;
Elaborar Plano Municipal de Contingência e Emergência conforme indicação do Ministério
Público e da Agência Reguladora;
Realização de diagnóstico detalhado acerca da degradação ambiental com o objetivo de
recuperar as áreas de mananciais;
Fazer esforço para ampliar recursos destinados à preservação dos recursos hídricos e do meio
ambiente no orçamento municipal;
Estabelecer parcerias com municípios vizinhos, para colaboração técnica (eficiência das
estações de tratamento, preservação de bacias, etc.).
Diminuir o déficit de plantio de 2.000.000 (dois milhões) de mudas de árvores para recuperar
as principais microbacias;
Incentivar a produção de alimentos (agricultura familiar) e a vitivinicultura;
Ampliar campanhas de conscientização (educação ambiental) para toda a população,
especialmente na educação básica;
Fortalecer o GAPA (Grupo de Ações Preventivas Ambientais) ligado a Secretaria de
Segurança;
Reuso da água para utilização pública (Corpo de Bombeiros, Jardins, limpeza, etc.). Para o
consumo humano a indicação é de uso da tecnologia de filtragem através de membrana.
Por fim, a Comissão também sugere que se verifique a possibilidade de adotar o modelo
de Jundiaí quanto à convênio com Instituto Agronômico de Campinas (IAC) para mapear
nascentes.
Este trabalho tem como objetivo satisfazer todas as solicitações acima referentes ao
planejamento e recuperação pertinentes ao que se passa a denominar Plano Municipal de
Recursos Hídricos de Vinhedo.
4
APRESENTAÇÃO GERAL
Vinhedo possui uma área total de aproximadamente 82,00 km², o que corresponde a
uma das menores extensões territoriais dentro da Região Metropolitana de Campinas e uma
população de 80.111 habitantes (Fonte: IBGE 2020). Apresenta como coordenada geográfica
latitude de 23°01’47’’, longitude de 46°58’28’’ e altitude de 720m acima do nível do mar.
Possui classificação climática: CWA, isto é, clima temperado, úmido e quente, com inverno
seco, pelo Sistema Kolpen. A pluviosidade média anual é de 1.404 mm. Apresenta relevo de
planalto acidentado, temperatura máxima média de 28ºC e mínima média de 19º C.
Ano População
1991 33.612
1996 38.236
2000 47.215
2007 57.475
2010 63.685
2015 72.550
2020 80.111
5
Tabela I-1 Crescimento da população de Vinhedo até 2030.
6
Figura I-3 Principais eixos estruturais da malha urbana do município de Vinhedo.
7
II. CAPÍTULO II. CLIMA DE VINHEDO COM VISTAS À HIDROLOGIA
CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA
8
Tabela II-1 Dados climáticos de Vinhedo, segundo o CEPAGRI/UNICAMP. Fonte:
http://www.cpa.unicamp.br/outras-informacoes/clima_muni_639.html
VINHEDO, SP.
Latitude: 23g 0m Longitude: 46g 34m Altitude: 720 metros
Classificação Climática de Koeppen: Cwa
Precipitação e Temperatura
9
Figura II-2 Distribuição espacial das altitudes na região de Vinhedo.
Figura II-3 Variação mensal de precipitação pluvial (mm) e temperaturas médias do ar (ºC) para
os municípios componentes do Circuito das Frutas.
10
Figura II-4 Variação espacial das temperaturas máximas médias anuais na região do Circuito das
Frutas.
De maneira geral, observou-se que as médias das temperaturas máximas médias anuais em
Vinhedo variaram de 24,1 a 28,0 ºC, enquanto as médias das temperaturas mínimas médias
anuais foram da ordem de 13,1 a 16,0 ºC.
Para as temperaturas máximas médias anuais verifica-se que a maior área é representada
pela faixa de temperatura entre 26,1 ºC e 27,0 ºC.
Para as temperaturas mínimas médias anuais (figura 5), observa-se que grande parte do
município é representada por temperaturas entre 14,1 ºC e 15 ºC, havendo uma faixa central de
temperaturas mais elevadas, na faixa de 15,1 ºC a 16 ºC.
Figura II-5 Variação espacial das temperaturas mínimas médias anuais na região do Circuito das
Frutas.
11
Na figura 6 são apresentados os valores de temperatura máximas médias mensais para
Vinhedo.
Figura II-6 Variação espacial das temperaturas máximas médias mensais na região de Vinhedo.
Janeiro, Fevereiro e março são os meses mais quentes para Vinhedo, com temperaturas
médias variando entre 28,1 ºC e 30,0 ºC. Já as menores temperaturas máximas média mensais
ocorrem dentro da variação de 23,1 ºC e 25,0 ºC, em junho e julho.
Os valores das temperaturas mínimas médias mensais são apresentados na figura
abaixo.
Figura II-7 Variação espacial das temperaturas mínimas médias mensais na região de Vinhedo.
12
As temperaturas mínimas médias mensais mais baixas foram com valores inferiores a
9,0 °C nas áreas serranas, a nordeste de Vinhedo, no mês de julho. Observa-se que essa região
serrana sempre apresenta as temperaturas médias menores em todos os meses.
Quanto à precipitação, segundo BARDIN-CAMPAROTTO et al. (2013), especialmente
para regiões tropicais, é a principal forma pela qual a água retorna da atmosfera para a
superfície terrestre após os processos de evaporação e condensação, completando o ciclo
hidrológico (Pereira et al., 2002).
Na elaboração dos mapas com a variação espacial da precipitação pluvial média mensal
e anual em Vinhedo foram utilizados dados pluviométricos obtidos junto ao Departamento de
Água e Energia elétrica (DAEE) e ao Instituto Agronômico de Campinas (IAC), para o período
de 1961 a 1990. A consistência dessas séries de precipitação foi avaliada em Bardin (2009).
Os resultados são mostrados nas figuras abaixo.
Figura II-8 Variação espacial da precipitação pluvial total anual (mm) na região do Circuito das
Frutas.
13
JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL
Figura II-9 Variação espacial da precipitação pluvial total mensal (mm) em Vinhedo.
Em relação aos valores mensais de chuva, na figura 9, verifica-se que os meses mais
úmidos são janeiro e dezembro, com valores médios sempre superiores a 240 mm. Em janeiro,
são observados na maior parte do município valores superiores a 220 mm; os meses mais secos
são julho e agosto, com valores de precipitação pluvial até inferiores a 40 mm. Entretanto, o
mês de agosto é mais seco, principalmente na região oeste, com uma grande faixa com valores
inferiores a 40 mm de chuva.
Considerando toda a RMC, descreve bem a Pluviometria Média Anual a qual apresenta
valores que oscilaram entre 1.300 mm e 1.600 mm., sendo que os maiores valores encontraram-
se a leste enquanto que os menores valores ficaram a sul ressaltando, no entanto, que o que
predominaram mesmo foi os índices entre de 1.400 e 1500 mm.
Na análise dos anos menos chuvosos, o ano de 1978 apresentou valores que oscilaram
entre 900 e 1.300 mm.
No ano de 1985, a pluviometria oscilou entre 900 e 1.300 mm. (como no ano de 1978).
Os maiores valores encontram-se a leste da área enquanto que os menores valores ficaram a
oeste e sudeste. Neste ano, a distribuição é semelhante à distribuição normal (relativa à média
do período), sem a ocorrência de células de menores valores, como em 1978.
No ano mais chuvoso, 1983, os valores de precipitação pluviométrica oscilaram entre
2.100 e 2.600 mm, com uma amplitude de 500 mm. Registraram-se os valores mais elevados a
centro - leste da área de estudo enquanto que os menores valores, no centro-oeste da área. A
região noroeste possuiu valores próximos à região centro-leste, ou seja, aproximadamente 2.200
mm.
O Trimestre mais chuvoso foi definido como abrangendo os meses de Janeiro, Fevereiro
e Março. Os valores oscilam entre 550 e 650 mm, com uma amplitude de 100 mm. A
distribuição dos valores mais elevados encontra-se a leste (do centro para o leste), enquanto que
os menores valores estão a oeste, sendo que a sudeste aparece a célula com o menor valor, em
torno de 550 mm.
No Trimestre menos chuvoso (Junho, Julho e Agosto), os valores oscilam entre 120 e
170 mm, com uma amplitude em torno de 50 mm. Nessa análise, a situação dos maiores valores
encontra-se na área do quadrante sul, principalmente, e leste, enquanto que os menores valores
estão a noroeste. Na porção central, os valores oscilam próximos a 140 mm.
A análise dos Transectos Temporo-Espaciais relativos à pluviometria teve como
objetivo específico a análise da existência de uma diferenciação temporo-espacial entre as áreas
14
que apresentaram as maiores variações nos valores da maioria dos elementos climáticos. Os
transectos foram feitos cortando a região no sentido leste-oeste.
Os maiores valores da variação da precipitação pluviométrica no período estão restritos
ao setor centro-leste, na estação do verão, principalmente no mês de janeiro. A distribuição dos
demais valores nos demais meses do ano é praticamente homogênea.
Por sua vez a análise da precipitação pluviométrica nos anos menos chuvosos (1978 e
1985) mostra uma diferenciação bem mais visível na configuração. Essa configuração é bem
mais nítida no ano de 1985 e ocorre principalmente nos meses de maior pluviosidade, com
deslocamentos de células de maiores índices nos meses de novembro a março na região centro-
leste. É importante salientar que no decorrer do período nos dois anos (1978 e 1985) existe uma
diferenciação bastante nítida na configuração, mas os totais pluviométricos pouco se
diferenciam.
Na análise da distribuição da precipitação pluviométrica para o ano mais chuvoso
(1983), continua a evidência da diferenciação de duas áreas distintas (leste e oeste), em forma
da configuração, como também dos montantes, principalmente no final da primavera e nos
meses de verão.
Balanço Hídrico
Figura II-10 Balanço hídrico climatológico para o município de Vinhedo. Def. = deficiência hídrica
e Exc. = excedente hídrico.
Os resultados demonstram que, de maneira geral, esta é uma região úmida, com pouca
deficiência hídrica nos meses de inverno. A maior deficiência hídrica é observada no mês de
15
agosto, sendo menor que 10 mm. Os maiores excedentes hídricos ocorrem nos meses de verão
nos quais, valores acima de 110 mm são observados nos meses de janeiro e dezembro.
Observa-se por meio do balanço hídrico que ocorre um mês de veranico e com menor
armazenamento de água que é abril.
Concordante com esses resultados, Pereira et al. (-) realizando o trabalho de
caracterização climática na Região Metropolitana de Campinas (RMC), também através do
método de Balanço Hídrico de Thorntwhaite & Mather (1955), utilizando séries históricas de 15
anos compreendendo o período homogêneo de 1976 a 1991, obtidas em 31 postos
pluviométricos apontam que, em relação às deficiências hídricas, os resultados foram muito
pequenos, sendo os maiores próximos a 10 mm/ano, no noroeste da área.
Já, segundo os dados do NURMA - Núcleo de Monitoramento Agroclimático –
BHBRASIL “Balanços Hídricos Climatológicos de 500 Localidades Brasileiras”/Engenharia de
Biossistemas/ESALQ/USP (Disponível em http://www.leb.esalq.usp.br/bhbrasil/Saopaulo/) os
dados climáticos de Vinhedo, dentro do Balanço Hídrico, são:
100 100
PLANILHA
80
DE ENTRADA DOS DADOS 80
Meses
60 Num T P N I
60 a ETP
mm
mm
40 de oC mm horas 40 Thornthwaite
20
dias 20 1948
0 0
Jan 30 23,5 218,0 13,39 10,41 2,27 115,53
-20
DEF
-20
Fev -40
28 23,6 204,0 13,04 10,48 2,27 106,09
-40
MarJan Fev 31
Mar Abr Mai Jun 23,0Ago Set149,0
Jul Out Nov 12,50
Dez 10,08Jan Fev2,27 106,12
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Abr 30 20,8
DEF(-1) EXC
53,0 11,79 8,66 2,27 77,17
Mai 31 18,4 41,0 11,15 7,19 2,27 57,09
Jun 30 17,1Mensal43,0
Balanço Hídrico Normal 10,69 6,43 2,27 Retirada e Reposição
Deficiência, Excedente, 44,83
Hídrica ao longo
Jul
250 31 16,9 26,0 10,60 6,32 2,27 do ano 44,74
120
Ago 31 18,5 27,0 10,93 100
7,25 2,27 56,64
Set
200
30 20,0 53,0 11,54 80
8,16 2,27 69,05
Out 31 21,2 119,0 12,22 60
8,91 2,27 86,24
150
Nov 30 22,0 132,0 12,88 9,42 2,27 95,67
mm
mm
40
Dez
100
31 22,7 184,0 13,32 209,88 2,27 109,78
0
50 -20
-40
0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Precipitação ETP ETR Deficiência Excedente Retirada Reposição
16
Tabela II-2 Balanço Hídrico para a localidade de Vinhedo, SP.
ses Meses
Num Num
Meses Num
T P
T N
PT NI P aI N aI ETP
a P-ETP
ETP NEG-AC
P-ETP
ETP NEG-AC
ARM
P-ETP NEG-AC
ARM
ALT ETR
ALT
ARM DEF
ETR
ALT EXC
DEF
ETR EXC
DEF EXC
de de oCde mm
oC horas
mm
oC horas
mm horas Thornthwaite
Thornthwaite
mm Thornthwaite
mm mm
mm mm mm
mm mm
mm mm
mm mm
mm mm
dias dias dias 1948 1948 1948
n Jan
30 30
Jan 23,5
30 218,0
23,5 218,0
13,4
23,5 10,4
13,4
218,0 10,4
2,3
13,4 2,3
10,4 115,53
2,3 115,53
102,5 102,5
115,53
0,0 100,00
0,0
102,5 100,00
0,00
0,0 115,5
0,00
100,00 115,5
0,0
0,00 102,5
0,0
115,5 102,5
0,0 102,5
ev Fev
28 28
Fev 23,6
28 204,0
23,6 204,0
13,0
23,6 10,5
13,0
204,0 10,5
2,3
13,0 2,3
10,5 106,09
2,3 106,09
97,9 97,9
106,09
0,0 100,00
0,0
97,9 100,00
0,00
0,0 106,1
0,00
100,00 106,1
0,0
0,00 97,9
0,0
106,1 97,9
0,0 97,9
ar Mar
31 31
Mar 23,0
31 149,0
23,0 149,0
12,5
23,0 10,1
12,5
149,0 10,1
2,3
12,5 2,3
10,1 106,12
2,3 106,12
42,9 42,9
106,12
0,0 100,00
0,0
42,9 100,00
0,00
0,0 106,1
0,00
100,00 106,1
0,0
0,00 42,9
0,0
106,1 42,9
0,0 42,9
br Abr
30 30
Abr 20,8
30 53,0
20,8 11,8
53,0
20,8 11,8
8,7
53,0 2,3
8,7
11,8 2,3
8,7 77,17
2,3 77,17
-24,2 -24,2
77,17 78,53
-24,2
-24,2 -21,47
78,53
-24,2 -21,47
74,5
78,53 74,5
-21,47
2,7 0,0
2,7
74,5 0,0
2,7 0,0
ai Mai
31 31
Mai 18,4
31 41,0
18,4 11,2
41,0
18,4 11,2
7,2
41,0 2,3
7,2
11,2 2,3
7,2 57,09
2,3 57,09
-16,1 -40,3
-16,1
57,09 66,86
-40,3
-16,1 -11,67
66,86
-40,3 -11,67
52,7
66,86 52,7
-11,67
4,4 0,0
4,4
52,7 0,0
4,4 0,0
n Jun
30 30
Jun 17,1
30 43,0
17,1 10,7
43,0
17,1 10,7
6,4
43,0 2,3
6,4
10,7 2,3
6,4 44,83
2,3 44,83
-1,8 -42,1
-1,8
44,83 65,65
-42,1
-1,8 65,65
-1,22
-42,1 -1,22
44,2
65,65 44,2
0,6
-1,22 0,0
0,6
44,2 0,0
0,6 0,0
ul Jul
31 31
Jul 16,9
31 26,0
16,9 10,6
26,0
16,9 10,6
6,3
26,0 2,3
6,3
10,6 2,3
6,3 44,74
2,3 44,74
-18,7 -60,8
-18,7
44,74 54,43
-60,8
-18,7 -11,22
54,43
-60,8 -11,22
37,2
54,43 37,2
-11,22
7,5 0,0
7,5
37,2 0,0
7,5 0,0
go Ago
31 31
Ago 18,5
31 27,0
18,5 10,9
27,0
18,5 10,9
7,2
27,0 2,3
7,2
10,9 2,3
7,2 56,64
2,3 56,64
-29,6 -90,5
-29,6
56,64 40,47
-90,5
-29,6 -13,96
40,47
-90,5 -13,96
41,0
40,47 15,7
41,0
-13,96 15,7
0,0
41,0 0,0
15,7 0,0
et Set
30 30
Set 20,0
30 53,0
20,0 11,5
53,0
20,0 11,5
8,2
53,0 2,3
8,2
11,5 2,3
8,2 69,05
2,3 69,05
-16,1 -106,5
-16,1
69,05 -106,5
34,46
-16,1 34,46
-6,00
-106,5 -6,00
59,0
34,46 10,1
59,0
-6,00 10,1
0,0
59,0 0,0
10,1 0,0
ut Out
31 31
Out 21,2
31 119,0
21,2 119,0
12,2
21,2 12,2
8,9
119,0 2,3
8,9
12,2 2,3
8,9 86,24
2,3 86,24
32,8 -39,7
32,8
86,24 67,22
-39,7
32,8 32,76
67,22
-39,7 32,76
86,2
67,22 86,2
0,0
32,76 0,0
86,2 0,0
0,0 0,0
ov Nov
30 30
Nov 22,0
30 132,0
22,0 132,0
12,9
22,0 12,9
9,4
132,0 2,3
9,4
12,9 2,3
9,4 95,67
2,3 95,67
36,3 36,3
0,0
95,67 100,00
0,0
36,3 100,00
32,78
0,0 32,78
95,7
100,00 95,7
0,0
32,78 3,6
0,0
95,7 3,6
0,0 3,6
ez Dez
31 31
Dez 22,7
31 184,0
22,7 184,0
13,3
22,7 13,3
9,9
184,0 2,3
9,9
13,3 2,3
9,9 109,78
2,3 109,78
74,2 74,2
109,78
0,0 100,00
0,0
74,2 100,00
0,00
0,0 109,8
0,00
100,00 109,8
0,0
0,00 74,2
0,0
109,8 74,2
0,0 74,2
AIS TOTAIS TOTAIS 247,7 1249,0
247,7 1249,0
144,0
247,7 103,2
144,0
1249,0 103,2
27,2
144,0 27,2
0,0
103,2 968,96
0,0
27,2 968,96
280,0
0,0 280,0
968,96 908
280,0 0,00
908 928,0
0,00
908 928,0
41,0
0,00 321,0
41,0
928,0 321,0
41,0 321,0
IAS MÉDIAS MÉDIAS 20,6 104,1
20,6 104,1
12,0
20,6 12,0
8,6
104,1 2,3
8,6
12,0 2,3
8,6 80,75
2,3 80,75
23,3 23,3
80,75 75,6
23,3 75,6 77,3
75,6 77,3
3,4 26,8
3,4
77,3 26,8
3,4 26,8
17
Verifica-se que os valores de deficiência hídrica são maiores, assim como os meses de
distribuição. Segundo o NURMA, a deficiência hídrica de Vinhedo atinge 41 mm, distribuindo-
se entre os meses de abril a setembro.
Complementarmente, apresenta os dados também para Campinas e Jundiaí, conforme
figuras abaixo.
120 120
100 100
80 80
mm
mm
60 60
40 40
20 20
0
DEF
0
-20
-20
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
DEF(-1) EXC
Balanço Hídrico Normal Mensal Deficiência, Excedente, Retirada e Reposição Hídrica ao longo
300
do ano
140
250 120
100
200 80
60
mm
mm
150
40
20
100
0
50 -20
-40
0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Precipitação ETP ETR Deficiência Excedente Retirada Reposição
18
Tabela II-3 Balanço Hídrico para a localidade de Campinas, SP.
m T Num
MesesMeses MesesP
Num NumT NT P T PI P
N N a NI I I a a ETPa P-ETP ETP
NEG-AC ETP
ARMP-ETP
ETP P-ETP ALT
P-ETP
NEG-AC ETR
NEG-AC
NEG-AC
ARM DEF
ARMALTARM
EXC
ETR ALT
ALT DEF ETR
ETR EXC D
DEF
e oC de mm
de deoC horas
oC mmoC mm horas
mm horas horas Thornthwaite mmThornthwaite Thornthwaite
Thornthwaitemm mm mm
mm mm mm mm mmmmmm mmmmmm mm
mmmm mmmmmm m
as dias dias dias 1948 1948 1948 1948
0 Jan 24,0
Jan 30 Jan240,0
30 3024,0 13,4 24,0240,0
24,0 240,0 10,7 240,0
13,4 13,42,4 13,4
10,7 10,7 10,72,4 2,4119,32
2,4 120,7 0,0119,32 120,7
119,32 119,32
100,00120,70,0 0,00
120,70,0119,3 0,0100,00
100,00 0,00,00100,00
120,7
119,3 0,00
0,00 119,3
119,3
0,0
0,0
120,7
8 Fev 24,4
Fev 28 Fev190,0
28 2824,4 13,0 24,4190,0
24,4 190,0 11,0 190,0
13,0 13,02,4 13,0
11,0 11,0 11,02,4 2,4113,01
2,4 77,0 0,0113,01 77,0
113,01 113,01
100,0077,0 0,0 0,00
77,00,0113,0 0,0100,00
100,00 0,00,00100,00
77,0
113,0 0,00
0,00 113,0
113,0
0,0
0,077,0
1 Mar 23,9
Mar 31 Mar147,0
31 3123,9 12,5 23,9147,0
23,9 147,0 10,7 147,0
12,5 12,52,4 12,5
10,7 10,7 10,72,4 2,4113,96
2,4 33,0 0,0113,96 33,0
113,96 113,96
100,0033,0 0,0 0,00
33,00,0114,0 0,0100,00
100,00 0,00,00100,00
33,0
114,0 0,00
0,00 114,0
114,0
0,0
0,033,0
0 Abr 22,0
Abr 30 Abr71,0
30 3022,0 11,8 22,0 71,0
22,0 71,0 9,4 71,0
11,8 11,82,4 11,8
9,4 9,4 9,42,4 2,4 85,04
2,4 -14,0 -14,085,04 -14,0
85,04 85,04
86,90 -14,0-14,0
-13,10
-14,0-14,084,1-14,086,90
86,90 0,9
-13,10 86,900,0
84,1 -13,10
-13,10 84,1
84,10,9
0,90,0
1 Mai 19,5
Mai 31 Mai65,0
31 3119,5 11,2 19,5 65,0
19,5 65,0 7,9 65,0
11,2 11,22,4 11,2
7,9 7,9 7,92,4 2,4 61,90
2,4 3,1 -10,561,90 3,1
61,90 61,90
90,00 3,1-10,53,103,1-10,561,9-10,590,00
90,00 0,03,1090,00 0,0
61,9 3,10
3,10 61,9
61,90,0
0,00,0
0 Jun 18,3
Jun 30 Jun48,7
30 3018,3 10,7 18,3 48,7
18,3 48,7 7,1 48,7
10,7 10,72,4 10,7
7,1 7,1 7,12,4 2,4 49,16
2,4 -0,5 -11,049,16 -0,5
49,16 49,16
89,59 -0,5-11,0
-0,41
-0,5-11,049,1-11,089,59
89,59 0,0
-0,4189,59 0,0
49,1 -0,41
-0,41 49,1
49,10,0
0,00,0
1 Jul 18,2
Jul 31 Jul 36,8
31 3118,2 10,6 18,2 36,8
18,2 36,8 7,1 36,8
10,6 10,62,4 10,6
7,1 7,1 7,12,4 2,4 49,72
2,4 -12,9 -23,949,72 -12,9
49,72 49,72
78,73 -12,9-23,9
-10,86
-12,9-23,947,7-23,978,73
78,73 2,1
-10,86 78,730,0
47,7 -10,86
-10,86 47,7
47,72,1
2,10,0
1 Ago 19,3
Ago 31 Ago37,0
31 3119,3 10,9 19,3 37,0
19,3 37,0 7,7 37,0
10,9 10,92,4 10,9
7,7 7,7 7,72,4 2,4 59,162,4 -22,2 -46,159,16 -22,2
59,16 59,16
63,08 -22,2-46,1
-15,65
-22,2-46,152,6-46,163,08
63,08 6,5
-15,65 63,080,0
52,6 -15,65
-15,65 52,6
52,66,5
6,50,0
0 Set 21,0
Set 30 Set65,0
30 3021,0 11,5 21,0 65,0
21,0 65,0 8,8 65,0
11,5 11,52,4 11,5
8,8 8,8 8,82,4 2,4 74,252,4 -9,3 -55,374,25 -9,3
74,25 74,25
57,50 -9,3-55,3
-5,58
-9,3-55,370,6-55,357,50
57,50 3,7
-5,5857,500,0
70,6 -5,58
-5,58 70,63,7 70,6
3,70,0
1 Out 22,1
Out 31 Out123,0
31 3122,1 12,2 22,1123,0
22,1 123,0 9,5 123,0
12,2 12,22,4 12,2
9,5 9,5 9,52,4 2,4 92,022,4 31,0 -12,292,02 31,0
92,02 92,02
88,48 31,0-12,2
30,98
31,0-12,292,0-12,288,48
88,48 0,0
30,9888,480,0
92,0 30,98
30,98 92,00,0 92,0
0,00,0
0 Nov 22,9
Nov 30 Nov137,0
30 3022,9 12,9 22,9137,0
22,9 137,0 10,0 137,0
12,9 12,92,4 12,9
10,0 10,0 10,02,4 2,4102,352,4 34,6 102,35
0,0102,35 34,6
102,35
100,0034,6 11,52
0,0 34,60,0102,4 0,0100,00
100,00 0,0
11,52100,00
23,1
102,4 11,52
11,52 0,0 102,4
102,4 0,023,1
1 Dez 23,4
Dez 31 Dez217,0
31 3123,4 13,3 23,4217,0
23,4 217,0 10,3 217,0
13,3 13,32,4 13,3
10,3 10,3 10,32,4 2,4115,302,4 101,7 115,30
0,0115,30 101,7
115,30
100,00101,70,0
0,00
101,70,0115,3 0,0100,00
100,00 0,0
0,00100,00
101,7
115,3 0,00
0,00 0,0 115,3
115,3 0,0
101,7
TOTAIS259,0
TOTAISTOTAIS
1377,5 259,0144,0
259,01377,5 1377,5
259,0 110,3 144,0
1377,5 144,0 110,3 110,3 0,0
29,3144,0 29,3
110,3 29,3
1035,20
29,30,0 0,0
342,3 1035,20
0,0 1035,20342,31054 342,3 0,00
1035,20 1054 1054
342,3 1022,0 0,00 1054
13,2 0,00
1022,0 0,00
355,5 1022,0
13,21022,0
13,2
355,5 1
MÉDIASMÉDIAS
21,6 MÉDIAS114,8 21,6 12,0
21,6 114,8
21,6114,8
9,2 12,0
114,8 12,02,4 12,0
9,2 9,2 9,22,4 2,4 86,272,4 28,5 86,27 86,27 28,5 87,9 28,5
86,27 28,5 85,2 87,9 87,91,1 87,9 85,2 85,21,1 85,2
29,6 1,129,6
19
Balanço Hídrico Normal por Thornthwaite & Mather (1955)
Glauco de Souza Rolim
Paulo Cesar Sentelhas
Departamento de Física e Meteorologia ESALQ-USP
BHnorm V5.0 1999
EXC
100 100
50 50
mm
mm
0 0
-50 -50
-100 -100
DEF
-150
-150
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
DEF(-1) EXC
Balanço Hídrico Normal Mensal Deficiência, Excedente, Retirada e Reposição Hídrica ao longo
250
do ano
150
200 100
50
150
mm
mm
100
-50
-100
50
-150
0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Precipitação ETP ETR Deficiência Excedente Retirada Reposição
20
Tabela II-4 Balanço Hídrico para a localidade de Jundiaí SP.
21
Feições Climáticas
Pereira et al. (-) em seu trabalho de caracterização das feições climáticas (natureza,
comportamento, modo de agir) da RMC, detalham que a Evapotranspiração Potencial é o
processo físico da vaporização de água, fenômeno que só se efetiva com o consumo de energia,
cuja fonte na natureza é a radiação solar. É uma função da quantidade de energia solar
disponível, na superfície vegetada a evapotranspiração potencial é mais elevada.
Apontam que dados de radiação solar da região de Campinas, coletados pelo Instituto
Agronômico de Campinas no período de 1956 a 1966 e adotados como representativo da área da
RMC, indicam o valor médio anual de 237 cal/cm2/dia, sendo que o menor índice aparece em
junho com um total médio de 127 cal/cm2/dia e o maior índice em dezembro com total médio de
329 cal/cm2/dia.
Na RMC (clima tropical alternadamente seco e úmido), a evapotranspiração é mais
elevada quando a área recebe os maiores montantes de precipitação.
Nessa área, a evapotranspiração oscilou entre 900 mm e 1050 mm, com uma amplitude
em torno de 150 mm sendo que ela aumenta de leste para oeste.
Nesse aspecto surge uma primeira evidência da importância da evapotranspiração para a
caracterização das feições climáticas individualizadas, pois é nítida a diferença espacial dessa
distribuição, condicionada em última instância pela altimetria.
Por fim, a disponibilidade hídrica em forma de excedentes é o resultado do confronto
entre os valores de evapotranspiração e precipitação pluviométrica, ou seja, aquele montante
que não foi evapotranspirado é que irá abastecer as águas subterrâneas, os rios, que é utilizado
pelas plantas e que está disponível para o uso humano nas mais diferentes finalidades.
Os autores delimitaram a região metropolitana em feições climáticas. Explicam que é
possível delinear no território paulista dois climas zonais:
Taxonomicamente, o clima zonal (onde está inserida a área da RMC) foi dividido em 02
climas regionais (A1 climas úmidos das costas expostas às massas tropicais e A2 climas
tropicais alternadamente secos e úmidos).
Na figura 14 verifica-se que Vinhedo encontra-se, integralmente, dentro da feição
climática Ia
A Feição Climática I (Unidades a, b e c) ocorrem na Região Metropolitana envolvendo
totalmente o Planalto de Jundiaí, uma faixa de transição entre esses dois compartimentos
geomorfológicos e a parte norte, correspondente a Depressão Periférica.
22
Figura II-14 Mapa de Unidades Climáticas da Região Metropolitana de Campinas – SP
23
.
Tabela II-5 Condições climáticas para a Região Metropolitana de Campinas.
ÁREA
JAN/FEV/MAR JUN/JUL/AGO 700 985 1122 2400 1319 17 a 20 885 548 0
SISTEMAS CLIMAS DOMINADA
a a a a a a a a
POR
520 A 699 150 A 171 1000 1314 1377 2600 1609 951 673
MASSA
OUTUBRO ABRIL
ATMOSFÉRICOS TROPICAIS DE JAN/FEV/MAR JUN/JUL/AGO 600 811 1112 2400 1374 20 A 21 97 380 2A5
I b AR TROPICAL a a a a a a a
A A
MARÍTIMA 567 A 684 132 A 145 700 998 1310 2600 1546 1044 569
EQUATORIAIS ALTERNADAMENTE
COM
JAN/FEV/MAR JUN/JUL/AGO 600 1215 994 2200 1429 20 A 21 982 453 6 A 12
ÍNDICE DE MARÇO SETEMBRO
c a a a a a a a
PARTICIPAÇÃO
E SCOS 627 A 660 118 A 119 700 1324 1065 2300 1547 1012 484
SUPERIOR
24
FENÔMENOS EXTREMOS EM VINHEDO – OCORRÊNCIA DE PRECIPITAÇÕES
MÁXIMAS ESTREMAS
A figura 15 permite destacar nas regiões sudeste e sul do país pontos com elevados
valores de risco, notadamente no Rio grande do Sul e em São Paulo. No nosso estado o destaque
se dá em toda a Região Metropolitana de Campinas e municípios vizinhos, onde as
probabilidades de ocorrência ficam em torno de 20% a 25% ao ano.
Um importante fator a ser considerado é que a maior parte das áreas que apresentam
elevados riscos encontra-se entre os setores com as maiores concentrações populacionais do
país, consistindo no agrupamento de extensas manchas urbanas.
Com isso, há tendência de formação de ilhas de calor (LOMBARDO, 1985), capazes de
tornar mais frequentes as tempestades severas, podendo facilitar ainda mais a formação de
tornados.
Na figura 16, de forma mais detalhada, pode ser observado que a Região Metropolitana
de Campinas, Paulo apresenta o ponto com maior probabilidade de ocorrência situado na cidade
de Itupeva, próximo à divisa com Jundiaí. Vinhedo estaria assim propenso ä elevados riscos de
ocorrência. O modelo probabilístico apontou até 36% de chances anuais de formação de
tornados nesse local.
Várias reportagens e relatos em blogs da Internet foram encontrados relatando
ocorrências ao lado de uma estrada exatamente nesse ponto, com destaque para os seguintes
registros recentes: 04 de maio de 200915; 08 de setembro de 200916 e 09 de janeiro de 2010.
25
Figura II-15 Risco de ocorrência de tornados nas regiões sudeste e sul do país e no estado de São
Paulo.
A localização demarcada como “B” na Figura 7.5 mostra que o risco de ocorrência do
fenômeno também é bastante alto nas proximidades do Rio Tietê, superando 25% em pontos
situados entre as cidades de Itu, Araçariguama e Cabreúva. Tal área corresponde, justamente,
aos arredores do local onde ocorreu o mais destrutivo e dramático tornado já registrado no país.
26
LEGENDA
CAMPINAS
VINHEDO
INDAIATUBA
JUNDIAÍ
ITUPEVA
27
III. CAPÍTULO III. RECURSOS HÍDRICOS E DESCRIÇÃO DAS
CARACTERÍSTICAS FÍSICO-HÍDRICAS
Vinhedo faz parte da Região Metropolitana de Campinas. A figura abaixo mostra sua
localização espacial dentro da RMC.
28
VINHEDO
29
Também são encontrados Granitos peralcalinos, tipo A: Morungaba (mo) pertencentes
ao Magmatismo relacionado ao Orógeno Socorro-Guaxupé. (Figura 4).
Concordante, AGÊNCIA DE ÁGUAS PCJ, 2007 aponta que Vinhedo é constituída, em
sua maior parte, por rochas metamórficas (gnaisses) e ígneas (granitóides e granitos), sobre as
quais ocorrem de modo subordinado rochas sedimentares e sedimentos aluviais, depositados em
planícies fluviais e em planícies alveolares.
Figura III-4 Mapa geológico ampliado do município de Vinhedo. Fonte: Mapa Geológico do estado
de São Paulo (PERROTA et al., 2005).
(1) o Complexo Gnáissico-Granitóide, com idade de 850 a 600 milhões de anos, com rochas
gnáissicas peroaluminosas migmatizadas, intercaladas com granada biotita gnaisses,
gonditos, calcossilicáticas, quartzitos, anfibolitos, micaxistos e xistos;
(2) os Plutões Granitóides, de idade entre 570 a 435 milhões de anos, com granitos foliados
cinza, associados a gnaisses e migmatitos; e (3) a Seqüência Cenozóica, composta por
rochas sedimentares de idade de 26 milhões de anos. Os sedimentos aluvionares e
coluvionares são as rochas de idades recentes (DEMACAMP 2006).
30
O município situa-se em um compartimento geotectônico orientado a NE, com a falha
transcorrente de Jacutinga ao norte, e limitado a sul pela falha de Jundiuvira, com a foliação de
mesma orientação. As tensões trativas, que ocorrem abertas e, portanto, são armazenadores e
transmissores de água, possuem orientação NW e secundariamente NE (Walm Engenharia e
Tecnologia Ambiental, 1999).
As formas de relevo consideradas para o município de Vinhedo têm por base os
critérios adotados por Ponçano et al. (1981) adaptados pela Demacamp (2006), com base nos
trabalhos de Pires Neto (1996), no que se refere aos processos morfodinâmicos considerou-se o
trabalho de Nakazawa (1994).
Com base nesses critérios, Gonçalves Junior (2015) diferenciou as seguintes formas de
relevo no município: Colinas pequenas e Morrotes, Morrotes, Morrotes e Morros, além das
Planícies Fluviais e as Planícies Alveolares. A tabela 1 e a Figura 5 descrevem e distribuem
espacialmente esses relevos.
31
Figura III-5 Mapa geomorfológico de Vinhedo, por Microbacia Hidrográfica. Fonte: Plano Diretor
Participativo de Vinhedo (2007).
32
Embora sejam as formas de relevo mais sensíveis à ocupação no município de Vinhedo,
apresentam-se bem preservadas, devido ao baixo índice de ocupação desses terrenos, quando
comparados com as demais áreas do município. Condicionados pelas limitações de uso e
ocupação, os Morrotes e Morros constituem as áreas mais bem preservadas do município, com
remanescentes florestais nativos e áreas de reflorestamento.
Os Morrotes predominam na porção oeste do município, caracterizando principalmente
a bacia hidrográfica do rio Capivari, esta forma de relevo apresenta-se menos dissecada que o
compartimento dos Morrotes permeados por Morros, porém suas encostas inclinadas também
apresentam características que variam de onduladas à fortemente onduladas. Em vertentes mais
dissecadas, o horizonte de alteração dos Argissolo Vermelho-Amarelo distrófico, por configurar
uma baixa coesão, torna-se facilmente erodível, aumentando os riscos de ocupação sobre essas
porções do compartimento. No entanto, relativamente espessos estes solos apresentam um bom
potencial agrícola, embora a inclinação das encostas também configure um fator limitante a
mecanização. Dessa forma, os Morrotes caracterizam-se como formas de relevo suscetíveis a
interferência antrópica, devido à erodibilidade dos solos principalmente nos setores de encostas
mais íngremes, sendo comum a presença de rastejo, erosão laminar e em sulcos.
Quando ocupados pela urbanização e pela implantação de indústrias, na qual a
terraplanagem expõe os solos, a ação do escoamento pluvial torna estes terrenos ainda mais
suscetíveis à ocorrência de processos erosivos intensos, e ao assoreamento de canais fluviais e
nascentes.
Tanto os Morrotes a oeste quanto os Morrotes permeados por Morros a leste apresentam
a mais baixa densidade populacional do município.
As Colinas Pequenas permeadas por Morrotes cortam a porção central do município de
norte a sul, sua baixa declividade favorece a ocupação urbana, fato que vem sendo
historicamente verificado ao analisarmos o processo de urbanização de Vinhedo.
A presença do Argissolo Vermelho-Amarelo distrófico nesta porção do município tem
favorecido também a manutenção de atividades agrícolas, principalmente na porção sul do
compartimento.
Concordante, a Casa Militar do Gabinete do Governador (2013), afirma que a
caracterização do relevo permite fornecer elementos para planejamento regional, avaliação de
facilidades / dificuldades de urbanização, reconhecimento pedológico, classificação da
capacidade de uso da terra e manejo agrícola, bem como as suscetibilidades à erosão e a
escorregamentos.
Dentro do Contexto Geomorfológico do município de Vinhedo, apresentam-se na figura
7 os principais tipos de relevo da área do Município de Vinhedo individualizados em unidades
homogêneas, definidas principalmente em função da amplitude topográfica, declividade das
encostas e densidade das linhas de drenagem.
Os sistemas de relevo característicos da área são os de Morro em que predominam
declividades médias a altas, acima de 15%, e cujas amplitudes locais variam de 100 a 300 m e, o
de Morrotes, em que predominam declividades médias a altas, acima de 15%, e amplitudes
locais inferiores a 100 m.
O relevo de Morros é dividido, na área, em Morros de Topos Achatados, Mar de Morros
e Morros com Serras Restritas.
Os Morros de Topos Achatados apresentam topos extensos e vertentes com perfis
retilíneos a convexos. O sistema de drenagem apresenta média densidade, com padrão
subparalelo e vales fechados.
O relevo de Mar de Morros apresenta topos arredondados, vertentes com perfis
convexos a retilíneos. Drenagem de alta densidade, com padrão dendrítico a retangular, vales
abertos a fechados, com planícies aluvionares interiores desenvolvidas. Constitui geralmente um
conjunto de formas em “meia laranja”.
Os Morros com Serras Restritas apresentam morros de topos arredondados e vertentes
com perfis retilíneos, por vezes abruptas, e presença de serras restritas. O sistema de drenagem
apresenta alta densidade com padrão dendrítico a pinulado, vales fechados e planícies
aluvionares restritas.
33
O relevo de Morrotes é representado pelos Morrotes Alongados Paralelos, com topos
arredondados e vertentes com perfis retilíneos a convexos. O sistema de drenagem apresenta
alta densidade, com padrão paralelo a treliça e vales fechados (Figura 7).
Figura III-7 Mapa geomorfológico ampliado de Vinhedo. Fonte: Mapa Geomorfológico do estado
de São Paulo (IPT, 1981). Relatório Técnico No 131.384-205 - 41/107
34
caráter alumínico e/ou à saturação por bases < 50%. O horizonte B textural é um horizonte
mineral iluvial com concentração de argila translocada do horizonte A (teor de argila bem mais
elevado do que no horizonte A).
Se o teor de argila for relativamente uniforme entre os horizontes A e B, deve ocorrer
cerosidade relativamente nítida nos agregados estruturais. Geralmente ocorre em relevo
ondulado ou forte ondulado, de cor amarelada ou vermelho-amarelada no horizonte B, o qual
em geral possui maior teor de argila do que o horizonte A. Normalmente, há cerosidade,
especialmente se a textura for argilosa ou muito argilosa.
Mais detalhadamente, os diferentes PVAs existentes em Vinhedo, são assim descritos:
35
Figura III-8 Mapa pedológico ampliado de Vinhedo. Fonte: Mapa Pedológico do estado de São
Paulo (OLIVEIRA et al. 1999).
USO DO SOLO
Segundo Arborea (2017), em 2017 a partir do Google Earth e das cartas do IGC, a
distribuição do uso do solo estava de acordo com as figuras e tabelas abaixo.
A totalização da distribuição por tipo de ocupação nas microbacias hidrográficas de
Vinhedo é apresentada na tabela 2.
36
Figura III-9 Revisão do Uso e Ocupação do solo de Vinhedo -2017, Foto Aérea; (Arbórea, 2017).
37
JUAZEIRO/
STERZEK CRUZEIRO
CAPIVARI
ATENÇÃO: Clique
para acessar as
Microbacias TICO/
USO E OCUPAÇÃO DOS SOLOS
MOINHO DENTRO DAS MICROBACIAS
HIDROGRÁFICAS DE VINHEDO, 2017.
Figura III-10 Revisão do Uso e Ocupação do solo de Vinhedo -2017, Mapa; (Arbórea, 2017).
38
Tabela III-2 Quantificação do Uso e Ocupação do solo de Vinhedo -2017, (Arbórea, 2017).
39
Segundo mapeamento da Elo Ambiental, realizado em 2011, a Tabela 3 mostra a
evolução das Áreas dos diferentes usos do solo mapeados no Plano Diretor de Vinhedo (2006) e
um comparativo com os resultados do mapeamento de 2011.
40
Tabela III-3 Áreas dos usos do solo mapeados no Plano Diretor de Vinhedo (2006) e um
comparativo com os resultados do mapeamento de 2011.
Figura III-11 Uso do Solo e tipo de vegetação encontrados em Vinhedo, em 2011. Fonte: Elo
Ambiental, 2011.
Na figura abaixo, verificam-se as áreas com vegetação nativa (estágios inicial, médio e
avançado) em dois mapeamentos: a do Plano Diretor de Vinhedo realizado em 2006 e do
mapeamento da Elo Ambiental, realizado em 2011. As áreas em verde são áreas não mapeadas
no Plano Diretor de Vinhedo (2006).
41
Figura III-12 Vegetação nativa (estágios inicial, médio e avançado) em dois mapeamentos: a do
Plano Diretor de Vinhedo realizado em 2006 e do mapeamento da Elo Ambiental, realizado em
2011. Fonte: Elo Ambiental, 2011.
As áreas em verde são áreas não mapeadas nesta categoria no Plano Diretor de Vinhedo
(2006) e mapeadas no levantamento de 2011.
Para verificar o real motivo das diferenças nas áreas de vegetação entre as duas datas,
foi feita uma comparação das áreas de vegetação nativa mapeadas no Plano Diretor de Vinhedo
(2006) e nas cartas do IGC (ano de 2002) e verificaram-se muitos locais não classificados como
vegetação nativa no Plano Diretor de Vinhedo (2006) apresentava-se, segundo as cartas do IGC
(ano de 2002), com cobertura de mata e essas áreas não contabilizadas o foram no levantamento
de 2011.
HIDROLOGIA DE VINHEDO
42
LIMITE DA
MICROBACIA DO
BOM JARDIM
LIMITE DA BACIA
DO CAPIVARI
LIMITE DA
MICROBACIA DO
TICO/MOINHO
LIMITE DA BACIA
DO CAPIVARI
43
Na figura 14 pode-se distinguir que as microbacias que compõem o município estão
distribuídas em duas bacias hidrográficas.
As microbacias Sterzek, Juazeiro/Cruzeiro, Paciência/Cristo, Bom Jardim e
Cachoeira/Pinheirinho pertencem à bacia hidrográfica do rio Atibaia; as microbacias Águas do
Buracão, Tico/Moinho, Sta. Cândida, Capivari, São Bento/Capela e Marambaia pertencem à
bacia hidrográfica do rio Capivari.
Figura III-14 Distribuição das microbacias de Vinhedo, dentro das Bacias hidrográficas dos rios
Atibaia e Capivari.
Figura III-15 Rede hidrográfica da parte do município que pertence à bacia do Atibaia.
44
Figura III-16 Rede hidrográfica da parte do município que pertence à bacia do Capivari.
298,49 HA
322,59 HA
1195,71 HA
999,27 HA 531,15 HA
682,25 HA
337,18 HA
448,29 HA
862,26 HA
1625,63 HA
45
A partir desta divisão, as 11 micro-bacias foram subdivididas em 40 sub-bacias
conforme tabela abaixo e a figura 18.
46
Figura III-19 Mapa hidrográfico geral do município de Vinhedo, SP.
Em função de sua topografia, Vinhedo tem uma grande densidade de nascentes em todo
seu território. A figura abaixo mostra essas nascentes baseado na topografia apontada nas cartas
do IGC, partindo-se da premissa que em todo início de grota tem uma nascente, o que não é
verdade.
47
Figura III-20 Densidades de nascentes, por microbacia hidrográfica em Vinhedo.
Além das APPs de topo de morro e dos recursos hídricos, uma conservação fisico-
hídrica deve levar em conta as áreas que apresentem pendentes de 45º. Elo Ambiental (2011)
realizou o mapeamento das áreas de APP de declividade utilizando as curvas de nível das cartas
do IGC (2002). Foi feita uma busca manual em toda a área do município de locais onde as
curvas de nível estivessem distanciadas de no máximo 5m, pois, como elas têm eqüidistância
vertical de 5m, a declividade de 100% (necessárias para caracterizar APP de declividade)
ocorreria nestas condições.
Foi utilizado o conceito de Área Mínima Mapeável (AMM) definido por EMBRAPA
(1995) como menores dimensões que podem ser legivelmente delineadas. Segundo esta
metodologia, a AMM corresponde no mapa a uma área de 0,40 cm² (aproximadamente 0,60cm
x 0,60cm) e para a escala dos mapas de 1:25.000, a AMM real é de 2,50 ha.
Assim, segundo Elo Ambiental (2011), considerando a AMM, não foi encontrada
nenhuma área de APP de declividade no município de Vinhedo.
A tabela 4 e a figura 20 apresentam, para o município de Vinhedo, todas as áreas de
preservação permanente mapeadas utilizando como base as cartas do IGC 2002.
48
Tabela III-5 Áreas dos usos do solo mapeados no Plano Diretor de Vinhedo (2006) e um
comparativo com os resultados do mapeamento da Elo Ambiental, realizado em 2011. Fonte: Elo
Ambiental (2011).
Pode ser verificado que há uma grande diferença, principalmente em relação à APP de
recursos hídricos.
Considerou-se que o motivo para isto é a diferença entre as bases de cursos d’água,
lagos e nascentes, ou seja, o mapeamento atual que utilizou como base as cartas do IGC (2002)
resultou numa quantidade muito maior dessas entidades, provocando assim, uma área maior de
APP.
Figura III-21 Áreas de preservação permanente mapeadas utilizando como base as cartas IGC
(2002) e a metodologia anteriormente apresentada. Fonte: Elo Ambiental (2011).
49
Tabela III-6 Grau de preservação e ocupação das APPs no município de Vinhedo em 2011.
JUAZEIRO/
STERZEK CRUZEIRO
BOM JARDIM
SÃO BENTO/ PACIÊNCIA/
CAPELA CACHOEIRA/ CRISTO
PINHEIRINHO
STA. MARAMBAIA
CÂNDIDA
ÁGUA DO
BURACÃO
CAPIVARI
TICO/
MOINHO
50
Figura III-22 Grau de preservação das APPs no município de Vinhedo em 2011. Fonte: Elo
Ambiental, 2011.
É importante ressaltar que dos 3.270,5 ha protegidos por lei, 296,9ha já estão
urbanizados.
Vinhedo apresenta áreas elevadas a serem preservadas de acordo com os critérios do
antigo Código Florestal. A figura 24 espacializa essas áreas dentro do município e dentro das
microbacias hidrográficas.
51
Figura III-23 Área total protegida para o município de Vinhedo em 2011: Fonte: Elo Ambiental,
2011.
Figura III-24 Hidrologia e as áreas de APP de topo de morro de Vinhedo. Fonte: Elo Ambiental,
2011.
52
Na figura 25 é apresentado o Estagio vegetacional da cobertura vegetal nativa, por
microbacia hidrográfica de Vinhedo.
Figura III-25 Estágio vegetacional da cobertura vegetal nativa, por microbacia hidrográfica de
Vinhedo. Fonte: Elo Ambiental, 2011.
Segundo o apresentado pela Elo Ambiental, 2011, com base no mapa de Aptidão
Agrícola das Terras do Município de Vinhedo (Secretaria Nacional de Planejamento Agrícola –
SUPLAN, 1979) o município de Vinhedo apresenta áreas nas seguintes classes de Aptidão
Agrícola.
1”AB – Aptidão boa para culturas anuais nos níveis de manejo A e B (baixo e médio nível
tecnológico), com aptidão para dois ciclos de cultivos por ano.
1”aB - Aptidão boa para culturas anuais no nível de manejo B (médio nível tecnológico) e
aptidão regular para culturas anuais no nível de manejo A (baixo nível tecnológico), com
aptidão para dois ciclos de cultivos por ano (Figura 26).
53
Figura III-26 Aptidão Agrícola das Terras do Município de Vinhedo. Fonte: Elo Ambiental, 2011.
Área VIN-02 (Sítio Pescarini) – Inundação – (R4 – Muito Alto): A Área VIN-02 compreende
setor de risco, localizado em meio ao Sítio Pescarini, nas proximidades da Rodovia SP-332 -
Estrada Vinhedo / Louveira. Trata-se de uma erosão / deslizamento no corpo da barragem do
lago existente no Sítio, a qual pode vir a causar o rompimento da barragem caso o processo
evolua. A jusante do lago encontra-se a Represa I do município. Tal represa pode vir a ser
atingida pelas águas da represa do Sítio Pescarini, caso o rompimento da barragem ocorra,
provocando uma onda de inundação nos bairros Planalto e Jardim Nova Canudos.
Sugestão de Intervenções
Sugerem-se as seguintes ações para redução dos riscos: (a) realizar o desvio das águas
que estão direcionadas diretamente para a região onde ocorreu o processo (já executado pela
defesa civil); (b) executar uma pequena lombada (murundum ou camalhão) no entorno da
cicatriz/erosão, evitando que as águas pluviais que se concentram sobre o corpo da barragem
escoem na direção da área de ocorrência do processo, auxiliando na evolução do processo; (c)
avaliar os dispositivos de drenagem superficial no entorno da área da barragem, no sentido de
garantir escoamento e controle das águas de superfície; (d) realizar monitoramento diário da
evolução do processo (já executado pela defesa civil); (e) orientar moradores sobre como
proceder em casos de alertas nas situações críticas de chuva; (f) executar, com urgência, a
recomposição do corpo da barragem após o termino do período chuvoso; (g) verificar a
estabilidade do corpo da barragem, já que a mesma foi construída há mais de 50 anos.
Ressalta-se que, como a área se encontra em risco muito alto, tais sugestões de
intervenção devem ser executadas o mais breve possível.
54
Área VIN-06 (Barra Funda) – Inundação – (R3 – Risco Alto): A Área VIN-06 compreende
setor de risco, localizado em área urbana, na proximidade da Avenida Antônio Barbosa, bairro
que possui alta densidade ocupacional e equipamentos públicos instalados, predominando na
área imóveis comerciais. As vias nas proximidades possuem boas condições de pavimentação e
sistemas de drenagens de precários (nas travessias por tubulação) a satisfatórios (vias de
acesso). A drenagem no local, Córrego Barra Funda, é natural, retilínea e encontra-se assoreada.
O canal possui cerca de 5 m de largura (máxima) e margens de 2,5 m de altura. As moradias e
os comércios ocupam tanto a margem direita quanto a margem esquerda do córrego. Segundo
informações da COMDEC, a inundação pode ultrapassar 0,5 m de altura, com raio de alcance
superior a 30 m, ocorrendo de forma rápida. A última inundação ocorreu na segunda semana de
janeiro de 2013. Porém, uma menor área foi atingida pela inundação visto que, desde a
realização de obras em parte da área, a montante, na confluência do Córrego Primavera com o
Córrego Barra Funda, não ocorreram inundações neste trecho. Tal obra aumentou a vazão nas
travessias e protegeu os taludes dos dois córregos com caixas de gabião. Porém, ocorre
inundação nas proximidades da confluência dos Córregos Barra Funda e Pinheirinho. Neste
trecho, as travessias diminuem a vazão do Córrego quando da ocorrência de enchentes,
causando refluxo e inundação. Somado a isso, o trecho final do Barra Funda, antes de desaguar
no Pinheirinho, apresenta muitas curvas fechadas, o que também diminui sua vazão, causando
refluxo e inundação. As travessias do trecho não contemplado pelas obras apresentam, na sua
lateral, um tubo de 0,80 m de diâmetro para auxiliar a vazão, o que não é muito efetivo.
Descrição do Processo Observado e/ou Potencial
Espera-se para a área VIN-06 a ocorrência de inundações rápidas e com grande
possibilidade de impacto nas moradias, comércios e vias de acesso (isolamento de parte do
bairro). Nesse caso, o grau de risco da área VIN-06 foi definido como R3 – Risco Alto.
Relatório Técnico No 131.384-205 - 50/107
Sugestão de Intervenções
Sugerem-se as seguintes ações para redução dos riscos: (a) estudo hidrológico da bacia
do Córrego Barra Funda para dimensionamento de obras de escoamento, visando melhorias nas
travessias e no trecho final, onde o mesmo apresenta uma geometria em curva, o que pode
reduzir sua vazão, aumentando a inundação a montante; (b) avaliação da vazão de água
permitida nas estruturas de pontes e travessias; (c) instalação de réguas de nível de água; (d)
orientação de moradores sobre como proceder em casos de alertas nas situações críticas de
chuva.
55
IV. CAPÍTULO IV. SANEAMENTO BÁSICO
56
Figura IV-1 Vinhedo e seus seis pontos de captação de água bruta.
57
Estação
Captação
Represas Bom Jardim
I, II e III
Rod.
Anhanguera
Estação
Rio Capivari
Captação
Cerâmica
Estação
Captação
Estação Capivari
Captação
Tico
Moinho Estação
Captação
São
Joaquim
Rod. Bandeirantes
REPRESAS DE CAPTAÇÃO
E RESERVAÇÃO
Figura IV-2 Captações de águas superficiais de Vinhedo.
58
ESTAÇÃO CAPTAÇÃO CAPIVARI
Rio Capivari
Rio Capivari
Estação
Captação
Capivari
Estação
Captação
Capivari
Afluente do
Rio Capivari
ESTAÇÃO CAPTAÇÃO
CAPIVARI
Cascata
Ponto de Captação
59
Estação de
Tratamento de
Esgoto de Louveira
Rio Capiva
CAPTAÇÃO DE ÁGUA NO CAPIVARI
ri
- LOUVEIRA -
60
ESTAÇÃO CAPTAÇÃO CÓRREGO BOM JARDIM
LOCALIZAÇÃO: Às margens do Córrego do Bom Jardim, Vinhedo, acesso Rod. Edenor João
Tasca.
COORDENADAS: Latitude 23° 1'9.37"S Longitude 46°56'2.85"O.
OUTORGA: 200 m3/h.
61
ESTAÇÃO CAPTAÇÃO RIO CAPIVARI/LAGOA DA CERÂMICA
Rod.
Anhanguera
Represa São
Joaquim
Represa da
Cerâmica
ESTAÇÃO CAPTAÇÃO
CERÂMICA
62
63
ESTAÇÃO CAPTAÇÃO DE ÁGUA NO TICO MOINHO
LOCALIZAÇÃO: Às margens do córrego do moinho, acesso pela Rod. Eng. Miguel Melhado
de Campos (SP 324).
COORDENADAS: Latitude 23° 3'25.21"S Longitude 47° 2'7.89"O.
OUTORGA: 200 m3/h.
Estação Reservação e
Elevação Tico Moinho
Estação
Captação Fotos do
Tico Moinho Rio Capivari Rio Capivari
Rio Capivari
Represa
Estação
Captação
Capivari
Represa
Afluente do
CórregoRio Capivari
Tico Moinho
Rod.
Bandeirantes
ESTAÇÃO
CAPTAÇÃO DE CAPTAÇÃO
ÁGUA NO TICO
CAPIVARI
MOINHO
64
ESTAÇÃO CAPTAÇÃO RIO CAPIVARI/CÓRREGO DO XOXÓ
65
66
II) CAPTAÇÕES DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
Captação Subterrânea: Volume captado, em média, no ano 2015 foi de 77.000 m³/mês
(106,94 m3/h), sendo a Outorga máxima de 85.265 m³/(mês de30dias) ou 118,42 m³/h ou
88.107 m³/(mês 31dias) o que corresponde a 122,37 m³/h.
Verificar como estão os litígios na Justiça: Ação Popular 995/99; Ação Civil Pública de
Obrigação de Fazer 953/01;
Avaliar contestações técnicas e limites apontados por laudos do DAEE, Unicamp, Grupo
Técnico de Águas Subterrâneas dos Comitês das Bacias PCJ e outros;
Acompanhar resultado do encerramento do contrato de concessão de exploração dos poços
artesianos;
Adicionalmente, em visita técnica à SANEBAVI foram prestadas informações sobre a
demanda máxima de captação já registrada em Vinhedo, ocorrida durante a seca de 2014.
67
Por fim, foram coletados os dados disponíveis no site da SANEBAVI, que se refere a
2013. Todos eles estão relacionados na tabela baixo.
Para a estimativa da suficiência hídrica do Vinhedo, como valor de máxima demanda,
este estudo passou a considerar o valor de somatório das outorgas referente ao período das
chuvas, de Novembro a Junho, 1345 m3/h, sendo 1235 m3/h de água superficial e 110 m3/h de
água subterrânea.
68
Tabela IV-1 Captações de água bruta de Vinhedo.
ETAS MANANCIAIS QUANTIDADE DE TRATAMENTO % DE TRATAMENTO VAZÃO DE PONTOS DE OUTORGA DE CAPTAÇÃO
em média * Da outorga TRATAMENTO CAPTAÇÃO * DE ATÉ **
máx. de capt. em 2014 (Crítica) *** Site*
mananc. superf. * Nov-Jun Jul-Out
mil m³/mês m³/h % % m³/h % m³/h %
ETA I - Jardim Planalto Superficiais 495,0 678,0 71,1 61,6 730,0 71,6 Rio Capivari 600 600,0 400,0 44,6
Lagoa Cerâmica 40 45,0 45,0 3,3
* Responsável pelo Cór. Xoxó/Lagoa S. Joaquim 45 40,0 40,0 3,0
atendimento de 61,6% Córrego Bom Jardim 200 200,0 150,0 14,9
da População (c/ base Represa I 150 150,0 150,0 11,2
na outorg. máx.)
Subterrâneos **** 81,5 113,3 11,7 80,0 7,8 Subterrânea 80,0 80,0 5,9
SUB-TOTAL 576,5 791,3 82,8 61,6 810,0 79,4 1115,0 865,0 82,9
ETA II - Jardim Santa Superficiais 120,0 164,0 17,2 34,3 180,0 17,6 Córrego do Moinho 200 200,0 150,0 14,9
Cândida
* Responsável pelo
atendimento de 34,3% Subterrâneos 30,0 2,9 Subterrânea 30,0 30,0 2,2
da População (c/ base
na outorg. máx.)
SUB-TOTAL 120,0 164,0 17,2 34,3 210,0 20,6 230,0 180,0 17,1
TOTAL 696,5 955,3 100,0 95,9 1020,0 100,0 1345,0 1045,0 100,0
69
ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA DE VINHEDO
70
Figura IV-5 População, número de ligações de água e numero de economias do município de
Vinhedo (SANEBAVI/Fundação SEADE; AG004 - SNIS Sistema nacional de informações sobre
saneamento –Ministério das Cidades).
A SANEBAVI aponta, ainda, que o Número de Ligações Atual atinge 23.475 ligações.
Por fim, a tabela abaixo aponta os principais indicadores do sistema de abastecimento
de água do município de Vinhedo, até 2011.
71
Tabela IV-2 Indicadores do sistema de abastecimento de água do município de Vinhedo.
72
As figuras abaixo mostram, esquematicamente, a evolução de alguns parâmetros
apontados na tabela 2.
Figura IV-6 Apresentação esquemática da evolução de alguns Indicadores do sistema de abastecimento de água do
A de
município tabela 3 aponta o consumo de água medido per capta da ordem de 222,3 L/hab.dia.
Vinhedo.
Esse número é elevado quando se compara com os consumos médios dos estados do
país, mostrados na tabela abaixo.
Por esse ranking, Vinhedo ocuparia o segundo lugar, em comparação com a média dos
estados brasileiros.
Vale ressaltar, para efeito de estimativa da produção de água do município, que,
considerando as perdas na distribuição, na realidade, em 2011, os recursos hídricos de captação
sustentavam uma demanda bruta de 344,3 l/hab./dia sendo que, enfatizando, 122 l/hab./dia se
perde por vazamentos.
73
Tabela IV-3 Consumo médio de água per capta nos diferentes estados brasileiros.
74
Tabela IV-4 Volume e localização das represas hoje existentes.
microbacia
Cachoeira
/Pinheirinho
Paciência e Cristo
Paciência e Cristo
Sta. Cândida
Capivari
Capivari
Capivari
Capivari
75
Figura IV-8 Localização das Represas I (Microbacia Cachoeira/Pinheirinho) e II e III (Microbacia
Paciência e Cristo).
76
Figura IV-11 Localização dos Reservatórios de água tratada.
A somatória das águas das represas e dos reservatórios soma, portanto, 853.877,16 m3
de água. Considerando-se o consumo bruto per capita 322,3 l/hab./dia, essa quantidade de água
armazenada seria consumida por 2.649.324,1 de hab. Com o número de habitantes atendidos
pela SANEBAVI de 66.872 hab., a autonomia de Vinhedo quanto à água é de 39,6 dias.
77
Tabela IV-5 Características dos reservatórios de Vinhedo.
78
MEDIDAS JÁ REALIZADAS DE MELHORIAS E EVOLUÇÃO NO SERVIÇO DE
ABASTECIMENTO PÚBLICO.
A SANEBAVI informa que hoje existem perdas de água inevitáveis durante o processo
relativo à lavagem de filtros nas ETA’s e em descargas para limpeza das tubulações, por
exemplo.
Com a execução das Estações de Tratamento de Lodo (ETL’s), a perda de água neste
processo diminuiu consideravelmente, porém, afirma existirem ainda perdas que podem ser
evitadas, utilizando ajustes e medidas preventivas. São elas:
Figura IV-12 Distribuição da ação de substituição dos hidrômetros com mais de 5 anos.
d) Implantação de macromedidores.
O monitoramento da distribuição e captação de água de vinhedo tem sido aperfeiçoado
pela implantação de macro medidores, tanto nas redes de distribuição, de forma a obedecer a
uma setorização da área do município, como nas captações de água subterrânea.
A figura abaixo mostra a distribuição espacial dessa rede de monitoramento.
79
Figura IV-13 Distribuição espacial da rede de monitoramento.
80
Tabela IV-6 Volume de água produzido e as vazões nas redes de distribuição fornecidas pelo monitoramento.
81
NECESSIDADES FUTURAS NO SISTEMA DE ABASTECIMENTO PÚBLICO DE
ÁGUA
82
Tabela IV-7 Classificação segundo Normas do CONAMA.
Tem-se como ideal que as águas dos mananciais sejam, no mínimo, enquadradas na
Classe 2. Para tanto, a água deve cumprir os seguintes limites:
Os dados de qualidade da água dos corpos hídricos de Vinhedo são escassos e devem
ser futuramente coletados na literatura e trabalhos técnicos buscando subsídios para planos e
estratégias de recuperação.
83
Tabela IV-8 Limites dos parâmetros de qualidade da água para Classe 2.
84
SISTEMA DE COLETA DE ESGOTO
Figura IV-15 Distribuição espacial das três estações de tratamento de esgoto de Vinhedo.
A figura abaixo mostra a evolução das ligações de esgoto ao longo dos últimos anos.
Figura IV-16 Evolução das ligações de esgoto ao longo dos últimos anos. Fonte: ES002 - SNIS
Sistema nacional de informações sobre saneamento, Ministério das Cidades.
85
Tabela IV-9 Principais características do sistema de esgoto de Vinhedo e sua evolução de 1990 a
2016 e sua projeção até 2030.
Vinhedo tem algumas áreas urbanas que utilizam fossas sépticas como destino final do
esgoto.
Esse sistema tende a contaminar a parte superior do aqüífero. Essa contaminação pode
comprometer o abastecimento de água urbano quando existe comunicação entre diferentes
camadas dos aqüíferos através de percolação e de perfuração inadequada dos poços artesianos.
86
NECESSIDADES FUTURAS DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DE
VINHEDO
87
Tabela IV-10 Número de ligações, consumo, vazões e volumes de armazenamento para os anos de 2015.
88
Tabela IV-11 Número de ligações, consumo, vazões e volumes de armazenamento para os anos de 2020.
89
Tabela IV-12 Número de ligações, consumo, vazões e volumes de armazenamento para os anos de 2025.
90
Tabela IV-13 Número de ligações, consumo, vazões e volumes de armazenamento para os anos de 2030.
91
Tabela IV-14 Resumo de 5 em 5 anos para a projeção de vazão nos três sistemas de abastecimento
existentes.
Tabela IV-15 Resumo de 5 em 5 anos para a projeção de reservação nos três sistemas de
abastecimento existentes.
92
Tabela IV-16 Cálculo das vazões de produção necessárias para cada sistema de abastecimento
existente
93
V. CAPÍTULO V. HIDROLOGIA DOS CONDOMÍNIOS
Figura V-1 População residente por município da RMC, 1970 a 2010. Fonte: Censo Demográfico –
IBGE.
Observa-se que de 1970 a 2010, Vinhedo foi um dos municípios que menos cresceu a
sua população em termos de habitantes. Se em termos de numero de habitantes é assim, isso não
94
ocorre quanto à porcentagem de crescimento, tendo sido o 3º maior, como mostra a tabela
abaixo.
Tabela V-1 Taxa de crescimento populacional da RMC e seus municípios - 1970, 1980, 1991, 2000 e
2007 (% a.a.).
95
Figura V-2 Evolução dos loteamentos abertos e fechados em Vinhedo.
Rod.
Anhanguera
(BR 050)
Rod. dos
Bandeirantes
(SP 348)
96
Tabela V-2 Numeração dos condomínios horizontais e loteamentos fechados em Vinhedo
apresentados na figura 1.
(Sede)
(Café)
Na análise das fotos áreas de Vinhedo, pode-se perceber que a área urbana de ocupação
contínua, na porção central do município, está “cercada” tanto a nordeste como a oeste por
empreendimentos residências horizontais fechados (Figura 4),
Figura V-4 Área urbana adensada central “cercada” por loteamentos fechados e condomínios
horizontais. Fonte: Google Earth.
97
A média vertente define o setor de passagem e é onde se processa a quase totalidade da
recarga das águas subterrâneas.
Considerando isso, no trabalho-base utilizado nesse estudo, Gonçalves Junior (2015)
selecionou dois indicadores para compreensão da dinâmica hídrica nas vertentes em Vinhedo:
- A distribuição da cobertura vegetal e;
- A distribuição da impermeabilização dos solos sobre a microbacia. Esta análise foi realizada
através da análise de dados quantificados, tanto dentro como fora dos condomínios
horizontais e loteamentos fechados.
Ressaltam que essa abordagem tem como objetivo único de apontar qual o papel dos
condomínios horizontais e loteamentos fechados na preservação da cobertura vegetal e na
impermeabilização dos solos no município, compreendendo como estes empreendimentos
podem vir a afetar a dinâmica hídrica de Vinhedo, considerada a partir da análise de quanto e
em que ponto das vertentes a cobertura vegetal e a impermeabilização ocorrem considerando
sua distribuição espacial sobre a paisagem.
O mapeamento de cobertura arbórea foi realizado por meio de interpretação visual das
fotografias aéreas, onde as áreas que possuíam ou possuem cobertura arbórea são visualizadas e
recortadas no software Quantum GIS. A mesma técnica foi utilizada no mapeamento de áreas
permeáveis/impermeáveis, entretanto, com variação dos elementos, uma vez que as áreas
correspondentes ao mapeamento da cobertura arbórea não são necessariamente as mais
permeáveis.
Assim, consideraram que as áreas permeáveis ou de baixa impermeabilização
correspondem às áreas com gramíneas, calçadas ecológicas, pastagens, áreas reflorestadas ou
silviculturas, culturas agrícolas em geral, lagos e lagoas com sistemas abertos, e outros
semelhantes.
Já as áreas impermeáveis: os telhados de casas, os prédios e outras construções não
ecológicas, ruas asfaltadas, praças com cimento e concreto e outros semelhantes.
Por fim, no trabalho-base considerado nesse estudo, Gonçalves Junior (2015), a partir
da compreensão dos aspectos gerais da morfometria e da morfodinâmica, realizou a análise das
formas de uso ocupação dos compartimentos estruturantes da paisagem presentes nas 11
microbacias hidrográficas que compõe o município. Esta análise teve como intuito verificar a
historicidade da ocupação e as possibilidades de interferência desses processos sobre as
questões ambientais ligadas a infiltração e ao escoamento superficial das águas das chuvas em
Vinhedo.
98
ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA COBERTURA ARBÓREA E DA
IMPERMEABILIZAÇÃO NOS EMPREENDIMENTOS RESIDENCIAIS
HORIZONTAIS FECHADOS DO MUNIÍPIO DE VINHEDO
Limite dos
Condomínios
horizontais e
loteamentos
Elaborado por Francisco G. Júnior e Raniere G. Paiva, 2014
fechados
Figura V-5 Cobertura Arbórea em Vinhedo, 1962, 1978, 1994, 2012, com destaque aos
empreendimentos residenciais horizontais fechados que havia em 2014.
Verifica-se que de 1962 para 1994 houve um ligeiro incremento na cobertura arbórea
dentro dos condomínios. De 1994 a 2012 essa cobertura manteve-se, praticamente, inalterada.
Isso pode ser mais bem visualizado e quantificado na figura 6.
99
Figura V-6 Indicadores em relação à área total ocupada em 1978, 1994 e 2012 – área interna aos
muros dos condomínios horizontais e loteamentos fechados.
Limite dos
Condomínios
horizontais e
loteamentos
Elaborado por Francisco G. Júnior e Raniere G. Paiva, 2014 fechados
Figura V-7 Áreas de solos impermeáveis e permeáveis em Vinhedo, 1962, 1978, 1994, 2012, com
destaque aos empreendimentos residenciais horizontais fechados que havia em 2014.
Verifica-se, nas áreas ocupadas pelos condomínios em 2014, que de 1962 a 2012 houve
notável aumento da área impermeabilizada, provavelmente tanto em função da abertura de
novos condomínios, a partir de 1962, como do aumento dos lotes com edificações bem como
asfaltamento de ruas naqueles que já havia em 1962. A correta quantificação da evolução da
100
área de cobertura vegetal arbórea por empreendimento residencial horizontal fechado em
Vinhedo, SP., de 1962 a 2012, em km² e % é mostrada na tabela abaixo.
Numa análise final, constatou-se que em 2012, as grandes diferenças entre os
indicadores se reduzem. Em termos de área, a porção central e suas adjacências atingiam um
total de 10,23 km² que, somados com os do bairro Capela, somam 12,27 km² enquanto a soma
das áreas dos empreendimentos residências horizontais fechados atingiam 12,44 km².
Assim, em 2012 os condomínios ocupavam 50,34% da área urbanizada.
A correta quantificação da evolução da Área permeável ou de baixa impermeabilização
por empreendimento residencial horizontal fechado de Vinhedo, SP., em porcentagem de
diminuição no período de 1962 a 2012 é mostrada na tabela abaixo.
101
Tabela V-3 Classificação por percentual de aumento da área de cobertura vegetal arbórea
CLASSIFICAÇÃO POR PERCENTUAL DE AUMENTO DA ÁREA DE COBERTURA VEGETAL ARBÓREA
Condomínio horizontal Cob. Vegetal Cob. Vegetal Cob. Vegetal Cob. Vegetal Cob. Vegetal Cob. Vegetal Cob. Vegetal Cob. Vegetal Área total do cond. Variação de Variação de Variação de
ou loteamento fechado Arbórea Arbórea Arbórea Arbórea Arbórea Arbórea Arbórea Arbórea horizontal ou Área Arbórea Área Arbórea Área Arbórea
lotea/to fechado de 1962 a 2012 de 1962 a 2012 de 1962 a 2012
(Km²) (%) (Km²) (%) (Km²) (%) (Km²) (%) (Km²) (Km²) (Ha) (%)
Res. Ipê Velho 0,000 - 0,000 0,0 0,005 10,0 0,005 10,0 0,050 0,005 0,5 0,0 *
Morada do Bosque 0,000 0,0 0,000 0,0 0,000 0,0 0,011 36,6 0,030 0,011 1,1 36,6
Res. Vale da Santa Fé 0,180 9,1 0,120 6,1 0,330 16,8 0,550 28,0 1,960 0,370 37,0 18,9
Recanto dos Canjaranas 0,041 6,7 0,045 7,3 0,037 6,0 0,120 19,0 0,610 0,079 7,9 12,3
Vila Hípica II 0,009 5,6 0,010 6,2 0,013 8,1 0,025 15,6 0,160 0,016 1,6 10,0
Res. Villa di Treviso 0,003 15,0 0,003 15,0 0,003 15,0 0,005 25,0 0,020 0,002 0,2 10,0
Res. Chácaras do Lago 0,003 0,6 0,000 0,0 0,000 0,0 0,050 10,0 0,500 0,047 4,7 9,4
Res. Terras de Vinhedo 0,000 0,0 0,000 0,0 0,000 0,0 0,029 9,3 0,310 0,029 2,9 9,3
Jardim América 0,006 8,5 0,008 11,4 0,015 21,4 0,012 17,1 0,070 0,006 0,6 8,6
Cond. Estância Marambaia 0,382 13,2 0,362 12,5 0,440 18,8 0,440 18,8 2,870 0,058 5,8 5,6
D'oro 0,014 11,6 0,014 11,6 0,014 11,6 0,020 16,6 0,120 0,006 0,6 5,0
Res. São Miguel 0,000 0,0 0,003 5,0 0,002 3,3 0,002 3,3 0,060 0,002 0,2 3,3
Jardim Il Paradiso 0,000 0,0 0,000 0,0 0,000 0,0 0,002 2,5 0,080 0,002 0,2 2,5
Cond.Vinhas de Vista Alegre (Café) 0,040 8,8 0,040 15,5 0,040 8,8 0,040 8,8 0,450 0,000 0,0 0,0
Res. Grape Village 0,000 0,0 0,000 0,0 0,000 0,0 0,000 0,0 0,080 0,000 0,0 0,0
Res. Alpes de Vinhedo 0,000 0,0 0,000 0,0 0,000 0,0 0,000 0,0 0,140 0,000 0,0 0,0
Recanto dos Paturis 0,006 3,1 0,006 3,1 0,006 3,1 0,006 3,1 0,190 0,000 0,0 0,0
Res. Villagio di Verona 0,000 0,0 0,000 0,0 0,000 0,0 0,000 0,0 0,050 0,000 0,0 0,0
Res. Bosque das Araras 0,000 0,0 0,000 0,0 0,000 0,0 0,000 0,0 0,030 0,000 0,0 0,0
Res. Jardim das Palmeiras 0,000 0,0 0,000 0,0 0,000 0,0 0,000 0,0 0,050 0,000 0,0 0,0
Vila Hípica I 0,020 12,0 0,030 18,7 0,030 18,7 0,017 10,6 0,160 -0,003 -0,3 -1,4
Bosque de Grevilea 0,007 11,6 0,007 11,6 0,006 10,0 0,006 10,0 0,060 -0,001 -0,1 -1,6
Res. Morada do Sol 0,002 2,0 0,000 0,0 0,000 0,0 0,000 0,0 0,100 -0,002 -0,2 -2,0
Recanto Florido 0,010 9,0 0,010 9,0 0,010 9,0 0,004 3,6 0,110 -0,006 -0,6 -5,4
Campos de Toscana 0,094 10,2 0,094 10,2 0,030 3,2 0,044 4,8 0,920 -0,050 -5,0 -5,4
Sol Vinhedo Village 0,007 6,3 0,007 6,3 0,007 6,3 0,000 0,0 0,110 -0,007 -0,7 -6,3
Res. Terras de São Francisco I 0,027 10,0 0,027 10,0 0,027 10,0 0,010 3,7 0,270 -0,017 -1,7 -6,3
Res. Terras de São Francisco II* 0,027 10,0 0,027 10,0 0,027 10,0 0,010 3,7 0,270 -0,017 -1,7 -6,3
Res. Villa Monteverde 0,002 6,6 0,003 10,0 0,000 0,0 0,000 0,0 0,030 -0,002 -0,2 -6,6
Cond. Vinhas de Vista Alegre (Sede) 0,290 25,0 0,032 2,7 0,150 12,9 0,180 15,5 1,160 -0,110 -11,0 -9,5
Res. Reserva da Mata 0,013 18,5 0,013 18,5 0,013 18,5 0,004 5,7 0,070 -0,009 -0,9 -12,8
Jardim Paulista I 0,080 36,3 0,065 29,5 0,010 4,5 0,040 18,1 0,220 -0,040 -4,0 -18,2
São Joaquim 0,570 42,2 0,110 8,1 0,270 20,0 0,270 20,0 1,350 -0,300 -30,0 -22,2
Vivenda das Vinhas 0,007 70,0 0,000 0,0 0,000 0,0 0,000 0,0 0,010 -0,007 -0,7 -70,0
Jardim Europa 0,037 92,0 0,037 92,0 0,037 92,0 0,000 0,0 0,040 -0,037 -3,7 -92,0
Jardim Paulista II 0,030 100,0 0,030 100,0 0,029 96,6 0,001 3,3 0,030 -0,029 -2,9 -96,7
102
Tabela V-4 Classificação por percentual de diminuição de áreas permeáveis ou de baixa impermeabilização
Condomínio horizontal ou loteamento Área permeável Área permeável Área permeável Área permeável Área permeável Área permeável Área permeável Área permeável Área total do cond. Decres. da Área Decres. da Área Decres. da Área
fechado ou de baixa ou de baixa ou de baixa ou de baixa ou de baixa ou de baixa ou de baixa ou de baixa horizontal ou Permeável ou Permeável ou Permeável ou
impermeab. impermeab. impermeab. impermeab. impermeab. impermeab. impermeab. impermeab. lotea/to fechado baixa imperm. baixa imperm. baixa imperm.
de 1962 a 2012 de 1962 a 2012 de 1962 a 2012
(Km²) (%) (Km²) (%) (Km²) (%) (Km²) (%) (Km²) (Km²) (Ha) (%)
Vivenda das Vinhas 0,010 100,0 0,010 100,0 0,010 100,0 0,000 0,0 0,010 0,010 1,0 100,0
Recanto dos Canjaranas 0,610 100,0 0,610 100,0 0,510 83,6 0,040 6,5 0,610 0,570 57,0 93,5
Res. Alpes de Vinhedo 0,140 100,0 0,140 100,0 0,140 100,0 0,010 7,1 0,140 0,130 13,0 92,9
Res. Grape Village 0,080 100,0 0,080 100,0 0,080 100,0 0,010 12,5 0,080 0,070 7,0 87,5
Res. Morada do Sol 0,100 100,0 0,100 100,0 0,100 100,0 0,070 14,2 0,100 0,030 3,0 85,8
Jardim América 0,070 100,0 0,070 100,0 0,060 85,7 0,010 14,2 0,070 0,060 6,0 85,8
Res. Reserva da Mata 0,070 100,0 0,070 100,0 0,070 100,0 0,010 14,2 0,070 0,060 6,0 85,8
Cond.Vinhas de Vista Alegre (Café) 0,450 100,0 0,450 100,0 0,240 53,3 0,080 17,7 0,450 0,370 37,0 82,3
Sol Vinhedo Village 0,110 100,0 0,110 100,0 0,110 100,0 0,020 18,1 0,110 0,090 9,0 81,9
Jardim Paulista I 0,220 100,0 0,220 100,0 0,060 27,2 0,040 18,1 0,220 0,180 18,0 81,9
Res. Jardim das Palmeiras 0,050 100,0 0,050 100,0 0,050 100,0 0,010 20,0 0,050 0,040 4,0 80,0
Jardim Europa 0,040 100,0 0,040 100,0 0,030 75,0 0,010 25,0 0,040 0,030 3,0 75,0
Recanto dos Paturis 0,190 100,0 0,190 100,0 0,170 89,4 0,050 26,3 0,190 0,140 14,0 73,7
Recanto Florido 0,110 100,0 0,110 100,0 0,100 90,9 0,030 27,2 0,110 0,080 8,0 72,8
São Joaquim 1,350 100,0 1,350 100,0 0,900 66,6 0,430 31,8 1,350 0,920 92,0 68,2
Res. Bosque das Araras 0,030 100,0 0,030 100,0 0,030 100,0 0,010 33,3 0,030 0,020 2,0 66,7
Jardim Paulista II 0,030 100,0 0,030 100,0 0,030 100,0 0,010 33,3 0,030 0,020 2,0 66,7
Res. São Miguel 0,060 100,0 0,060 100,0 0,060 100,0 0,020 33,3 0,060 0,040 4,0 66,7
Cond. Vinhas de Vista Alegre (Sede) 1,160 100,0 1,160 100,0 0,750 64,6 0,440 38,0 1,160 0,720 72,0 62,0
Res. Ipê Velho 0,050 100,0 0,050 100,0 0,050 100,0 0,020 40,0 0,050 0,030 3,0 60,0
Res. Villagio di Verona 0,050 100,0 0,050 100,0 0,050 100,0 0,020 40,0 0,050 0,030 3,0 60,0
Bosque de Grevilea 0,140 100,0 0,140 100,0 0,140 100,0 0,060 42,8 0,140 0,080 8,0 57,2
Cond. Estância Marambaia 2,870 100,0 2,870 100,0 1,380 48,0 1,240 43,0 2,870 1,630 163,0 57,0
Res. Terras de São Francisco I 0,270 100,0 0,270 100,0 0,260 96,2 0,120 44,4 0,270 0,150 15,0 55,6
Res. Terras de São Francisco II* 0,270 100,0 0,270 100,0 0,260 96,2 0,120 44,4 0,270 0,150 15,0 55,6
Res. Villa di Treviso 0,020 100,0 0,020 100,0 0,020 100,0 0,010 50,0 0,020 0,010 1,0 50,0
Jardim Il Paradiso 0,080 100,0 0,080 100,0 0,080 100,0 0,040 50,0 0,000 0,040 4,0 50,0
Res. Chácaras do Lago 0,500 100,0 0,500 100,0 0,400 80,0 0,260 52,0 0,500 0,240 24,0 48,0
Res. Terras de Vinhedo 0,310 100,0 0,290 93,5 0,260 83,8 0,180 58,0 0,310 0,130 13,0 42,0
Vila Hípica I 0,160 100,0 0,160 100,0 0,160 100,0 0,100 62,5 0,160 0,060 6,0 37,5
Res. Villa Monteverde 0,030 100,0 0,030 100,0 0,030 100,0 0,020 66,6 0,030 0,010 1,0 33,4
Morada do Bosque 0,030 100,0 0,030 100,0 0,030 100,0 0,020 66,6 0,030 0,010 1,0 33,4
Vila Hípica II 0,160 100,0 0,160 100,0 0,160 100,0 0,110 68,7 0,160 0,050 5,0 31,3
Res. Vale da Santa Fé 1,960 100,0 1,960 100,0 1,760 89,7 1,530 78,0 1,960 0,430 43,0 22,0
Campos de Toscana 0,920 100,0 0,920 100,0 0,920 100,0 0,760 82,6 0,920 0,160 16,0 17,4
D'oro 0,120 100,0 0,120 100,0 0,120 100,0 0,110 91,6 0,120 0,010 1,0 8,4
103
Tabela V-5 Classificação por área de diminuição de áreas permeáveis ou de baixa impermeabilização.
Condomínio horizontal ou loteamento Área permeável Área permeável Área permeável Área permeável Área permeável Área permeável Área permeável Área permeável Área total do cond. Decres. da Área Decres. da Área Decres. da Área
fechado ou de baixa ou de baixa ou de baixa ou de baixa ou de baixa ou de baixa ou de baixa ou de baixa horizontal ou Permeável ou Permeável ou Permeável ou
impermeab. impermeab. impermeab. impermeab. impermeab. impermeab. impermeab. impermeab. lotea/to fechado baixa imperm. baixa imperm. baixa imperm.
de 1962 a 2012 de 1962 a 2012 de 1962 a 2012
(Km²) (%) (Km²) (%) (Km²) (%) (Km²) (%) (Km²) (Km²) (Ha) (%)
Cond. Estância Marambaia 2,870 100,0 2,870 100,0 1,380 48,0 1,240 43,0 2,870 1,630 163,0 57,0
São Joaquim 1,350 100,0 1,350 100,0 0,900 66,6 0,430 31,8 1,350 0,920 92,0 68,2
Cond. Vinhas de Vista Alegre (Sede) 1,160 100,0 1,160 100,0 0,750 64,6 0,440 38,0 1,160 0,720 72,0 62,0
Recanto dos Canjaranas 0,610 100,0 0,610 100,0 0,510 83,6 0,040 6,5 0,610 0,570 57,0 93,5
Res. Vale da Santa Fé 1,960 100,0 1,960 100,0 1,760 89,7 1,530 78,0 1,960 0,430 43,0 22,0
Cond.Vinhas de Vista Alegre (Café) 0,450 100,0 0,450 100,0 0,240 53,3 0,080 17,7 0,450 0,370 37,0 82,3
Res. Chácaras do Lago 0,500 100,0 0,500 100,0 0,400 80,0 0,260 52,0 0,500 0,240 24,0 48,0
Jardim Paulista I 0,220 100,0 0,220 100,0 0,060 27,2 0,040 18,1 0,220 0,180 18,0 81,9
Campos de Toscana 0,920 100,0 0,920 100,0 0,920 100,0 0,760 82,6 0,920 0,160 16,0 17,4
Res. Terras de São Francisco I 0,270 100,0 0,270 100,0 0,260 96,2 0,120 44,4 0,270 0,150 15,0 55,6
Res. Terras de São Francisco II* 0,270 100,0 0,270 100,0 0,260 96,2 0,120 44,4 0,270 0,150 15,0 55,6
Recanto dos Paturis 0,190 100,0 0,190 100,0 0,170 89,4 0,050 26,3 0,190 0,140 14,0 73,7
Res. Alpes de Vinhedo 0,140 100,0 0,140 100,0 0,140 100,0 0,010 7,1 0,140 0,130 13,0 92,9
Res. Terras de Vinhedo 0,310 100,0 0,290 93,5 0,260 83,8 0,180 58,0 0,310 0,130 13,0 42,0
Sol Vinhedo Village 0,110 100,0 0,110 100,0 0,110 100,0 0,020 18,1 0,110 0,090 9,0 81,9
Recanto Florido 0,110 100,0 0,110 100,0 0,100 90,9 0,030 27,2 0,110 0,080 8,0 72,8
Bosque de Grevilea 0,140 100,0 0,140 100,0 0,140 100,0 0,060 42,8 0,140 0,080 8,0 57,2
Res. Grape Village 0,080 100,0 0,080 100,0 0,080 100,0 0,010 12,5 0,080 0,070 7,0 87,5
Jardim América 0,070 100,0 0,070 100,0 0,060 85,7 0,010 14,2 0,070 0,060 6,0 85,8
Res. Reserva da Mata 0,070 100,0 0,070 100,0 0,070 100,0 0,010 14,2 0,070 0,060 6,0 85,8
Vila Hípica I 0,160 100,0 0,160 100,0 0,160 100,0 0,100 62,5 0,160 0,060 6,0 37,5
Vila Hípica II 0,160 100,0 0,160 100,0 0,160 100,0 0,110 68,7 0,160 0,050 5,0 31,3
Res. Jardim das Palmeiras 0,050 100,0 0,050 100,0 0,050 100,0 0,010 20,0 0,050 0,040 4,0 80,0
Res. São Miguel 0,060 100,0 0,060 100,0 0,060 100,0 0,020 33,3 0,060 0,040 4,0 66,7
Jardim Il Paradiso 0,080 100,0 0,080 100,0 0,080 100,0 0,040 50,0 0,000 0,040 4,0 50,0
Res. Morada do Sol 0,100 100,0 0,100 100,0 0,100 100,0 0,070 14,2 0,100 0,030 3,0 85,8
Jardim Europa 0,040 100,0 0,040 100,0 0,030 75,0 0,010 25,0 0,040 0,030 3,0 75,0
Res. Ipê Velho 0,050 100,0 0,050 100,0 0,050 100,0 0,020 40,0 0,050 0,030 3,0 60,0
Res. Villagio di Verona 0,050 100,0 0,050 100,0 0,050 100,0 0,020 40,0 0,050 0,030 3,0 60,0
Res. Bosque das Araras 0,030 100,0 0,030 100,0 0,030 100,0 0,010 33,3 0,030 0,020 2,0 66,7
Jardim Paulista II 0,030 100,0 0,030 100,0 0,030 100,0 0,010 33,3 0,030 0,020 2,0 66,7
Vivenda das Vinhas 0,010 100,0 0,010 100,0 0,010 100,0 0,000 0,0 0,010 0,010 1,0 100,0
Res. Villa di Treviso 0,020 100,0 0,020 100,0 0,020 100,0 0,010 50,0 0,020 0,010 1,0 50,0
Res. Villa Monteverde 0,030 100,0 0,030 100,0 0,030 100,0 0,020 66,6 0,030 0,010 1,0 33,4
Morada do Bosque 0,030 100,0 0,030 100,0 0,030 100,0 0,020 66,6 0,030 0,010 1,0 33,4
D'oro 0,120 100,0 0,120 100,0 0,120 100,0 0,110 91,6 0,120 0,010 1,0 8,4
104
Na análise dos empreendimentos residenciais horizontais fechados é importante
destacar que entre 1994 e 2012 foram instalados 25 dos 36 empreendimentos registrados em
Vinhedo. Assim, ao considerarmos a área acrescentada em 2012 (3,69 km²), em relação ao
número de empreendimentos instalados a partir de 1994, torna-se possível constatar uma
redução geral no tamanho dos empreendimentos em relação a aqueles instalados entre 1978 e
1994 (fato comprovado no mapeamento), inclusive este novo padrão acabou por aproximar os
valores dos indicadores entre as áreas, pois muitos dos “pequenos” loteamentos fechados foram
concebidos sem o intuito de preservar ou recompor a cobertura vegetal arbórea, seja ela de
ordem sistêmica ou paisagística. Somado a isso, houve nesse período um aumento no número de
lotes ocupados, o que por fim, ampliou as áreas de impermeabilização.
Como análise final, verificou-se que a cobertura vegetal arbórea da área central e suas
adjacências em 2012 atingia 8,4% (0,86 km²), em relação a sua área total, enquanto os
empreendimentos residências horizontais fechados atingiam 15,11% (1,88 km²),
No que se refere à permeabilidade, a área central e suas adjacências atingiam 43,7% do
total da área (4,48 km²), enquanto os empreendimentos residenciais horizontais fechados
atingiam 47,2% (5,9 km²),
Na região do Bairro Capela e adjacências, apesar da área reduzida (2,4 km²), em
proporção encontraram-se valores bem semelhantes, com a cobertura vegetal arbórea atingindo
12,5% e a as áreas permeáveis, 44,5% do total da área.
Gonçalves Junior (2015) indica para as áreas de urbanização compacta uma evolução da
cobertura arbórea dentro dessas áreas, de acordo com o mostra a figura 8.
105
Elaborado por Francisco G. Júnior e Raniere G. Paiva, 2014
Figura V-8 Cobertura Vegetal Arbórea em Vinhedo, 1962, 1978, 1994, 2012, com destaque as áreas
de urbanização compacta.
Verifica-se que de 1962 para 2012 houve um notável aumento da área de urbanização
compacta.
Já a arborização cresceu ligeiramente, porém proporcionalmente muito inferior ao
crescimento da área compacta central e adjacências.
Isso pode ser mais bem visualizado e quantificado na figura 9.
Figura V-9 Indicadores em relação à área total ocupada em 1962, 1978, 1994 e 2012 – área de
urbanização compacta central e adjacências.
106
Também isso fica mais fácil de visualizar-se na figura abaixo que mostra a alteração da
cobertura Vegetal Arbórea em Vinhedo de 1962, 1978, 1994 e 2012, dentro das áreas de
urbanização compacta atingida em 2012.
107
Elaborado por Francisco G. Júnior e Raniere G. Paiva, 2014
Figura V-11 Áreas de solos impermeáveis e permeáveis em Vinhedo, 1962, 1978, 1994, 2012, com
destaque as áreas de urbanização compacta.
108
Elaborado por Francisco G. Júnior e Raniere G. Paiva, 2014
Figura V-12 Alteração da impermeabilização em Vinhedo de 1962, 1978, 1994 e 2012, dentro das
áreas de urbanização compacta atingida em 2012.
Curiosamente, Gonçalves Junior (2015) indica na figura 13 que houve evolução da área
permeável ou de baixa impermeabilização de 1994 para 2012, ou seja, diminuição da área
impermeável. Concordantemente, em números, na descrição que realiza desse assunto, os indica
como mostrados na tabela abaixo que aponta esse aumento.
Área Central
Bairro Capela*
Isso não é concordante com o visualmente constatado nas figuras, parecendo haver aí
uma contradição. Esses dados demandam mais reflexão e análise.
109
Comparativamente com a área central urbanizada, também são apresentados os dados de
evolução das áreas com cobertura arbórea, permeável e total da área urbanizada para o bairro
Capela. Demonstram o mesmo comportamento da área central.
Figura V-13 Evolução das áreas com cobertura arbórea, permeável e total da área urbanizada
para o bairro Capela.
110
ANÁLISE DE DEGRADAÇÃO FISICO-HÍDRICA POR MICROBACIAS
HIDROGRÁFICAS QUE COMPÓEM O MUNICÍPIO DE VINHEDO.
111
Estes valores altos só não atingem os 100% pelo fato da microbacia possuir cinco
loteamentos fechados, sendo dois na área centro-sul; Vale da Santa Fé e Chácaras do Lago e três
à noroeste; Villa Monteverde, Recanto dos Canjaranas e Villa D'oro.
A Microbacia Hidrográfica Bom Jardim conta com a maior área de vegetação arbórea
preservada de Vinhedo, possuindo em 2012, 6,4 km² de uma área total 11,7 km² (Tabela 7),
sendo boa parte dessa cobertura composta por eucaliptos.
Gonçalves Junior (2015) ressalta que não abordou sobre os possíveis impactos
ambientais causados pela cultura do eucalipto, pois o objetivo de seu trabalho remetia apenas a
sua função na interceptação e no amortecimento do impacto das chuvas, favorecendo a
infiltração e reduzindo o escoamento superficial.
Figura V-14 Localização espacial do Condomínio Vale da Santa Fé (5), Chácaras do Lago (6), Villa
Monteverde (16), Recanto dos Canjaranas (13) e Villa D'oro (33).
112
De fato, a impermeabilização do solo pela construção dos loteamentos fechados nessa
microbacia só pode ser evidenciada a partir da análise das fotos áreas de 1994, pois até 1978
apenas o loteamento fechado Vale da Santa Fé tinha sido instalado na microbacia.
Em 1983 o loteamento fechado Chácaras do Lago foi instalado na divisa com o Vale da
Santa Fé, ao sul. Estes dois empreendimentos possuem os maiores lotes em loteamentos
fechados existentes em Vinhedo, variando entre 1000 e 7000m², sendo que os maiores que
3500m² localizam-se predominantemente no loteamento fechado Vale da Santa Fé.
Como os lotes são grandes conferindo um padrão de chácaras de lazer com grandes
áreas gramadas, a impermeabilização é baixa.
Em 1994 o Vale do Santa Fé apresentava 89% de sua área permeável,
impermeabilizando apenas mais 11% até o ano de 2012.
No Chácara do Lago onde os lotes são menores o processo foi um pouco mais intenso,
em 1994, 81,2% da área do loteamento apresentava-se permeável, em 2012 esse valor se reduz
para 52%.
No que se refere à cobertura vegetal arbórea, o Vale do Santa Fé apresenta um grande
avanço no que se refere preservação. Em 2012, a cobertura arbórea registrada em seu interior
apresentava-se três vezes maior do que a registrada em 1962, e quase cinco vezes maior do que
a registrada em 1978 (um ano após sua instalação).
No loteamento fechado Chácaras do Lago a situação é totalmente diferente, primeiro
por que o loteamento foi instalado em uma área totalmente desmatada, e segundo, por que não
ocorreu nenhuma recomposição da cobertura arbórea na área do empreendimento até 1994, ou
seja, mesmo após 11 de sua instalação não se registraram avanços na recomposição da cobertura
vegetal arbórea. Valores relacionados à recomposição só são notados em 2012 (cerca de 10%)
principalmente nos fundos de vale e nas vertentes de maior declividade.
Por possuir lotes menores e mais adensados, em 2012 o loteamento fechado Chácara do
Lago (quase totalmente ocupado) apresentava 48% de sua área impermeabilizada, o que
consiste num aumento de cerca de 30% em relação a 1994.
Os demais loteamentos fechados localizados a noroeste da microbacia foram todos
instalados após 1994, o Recanto dos Canjaranas e o Villa Monteverde em 1996 e o Vila D'oro
em 2002.
O loteamento Villa Monteverde localizado no interflúvio entre a Microbacia
Hidrográfica Bom Jardim e a Microbacia Hidrográfica Juazeiro (tendo inclusive sua portaria
localizada nesta última) constitui um dos menores loteamentos fechados de Vinhedo, possuindo
cerca de 30000m².
Sua instalação ocorreu sobre uma área que já se apresentava desmatada em 1978,
porém, como apenas cinco casas foram construídas desde sua instalação em 1996, boa parte do
loteamento ainda apresenta características de permeabilidade.
No loteamento fechado Recanto dos Canjaranas registrou-se um aumento de cobertura
arbórea de cerca de três vezes entre 1994 e 2012, quase que exclusivamente na área instituída
como APP dentro do loteamento. O loteamento por estar ocupado quase que em sua totalidade,
apresenta taxas de impermeabilização do solo elevadas, chegando aos 93% em 2012.
O loteamento Villa D'oro, criado em 2002, não apresentava nenhuma residência
construída até 2012, assim, sua área permeável corresponde quase que a totalidade da área do
loteamento, estando por volta de 93%, valor este que desconta apenas a infraestrutura do
loteamento.
A cobertura vegetal arbórea do loteamento foi recomposta após sua instalação, passando
dos 14000m² registrados em 1962, 1978 e 1994 para 20000m² em 2012.
Toda microbacia encontra-se localizada sobre as formas de relevo denominadas
Morrotes e Morros, ou seja, sobre as áreas mais suscetíveis a erosão laminar, sulcos e rastejo
devido às declividades acentuadas, no entanto os compartimentos estruturantes da paisagem
apresentam-se bem preservados, principalmente na porção oeste da microbacia, local onde se
encontra a maior mancha cobertura vegetal arbórea continua de Vinhedo.
No loteamento fechado Vale da Santa Fé os compartimentos estruturantes indutores
localizados nas áreas de maior declividade apresentam-se bem preservados pela cobertura
113
arbórea, fato que conduz a um amortecimento natural para o impacto das chuvas através das
copas das árvores, favorecendo a infiltração.
Nos compartimentos de passagem a impermeabilização dos solos é baixa devido ao
perfil de ocupação em grandes lotes. Por fim, os compartimentos receptores dentro do
loteamento, além da vegetação bem preservada, apresentam quatro lagoas de amortecimento
para os eventos de chuva concentrada, evitando impactos ambientais ao longo do sistema de
drenagem.
O loteamento fechado Chácaras do Lago localizado em um compartimento estruturante
de passagem, apesar de possuir quase metade de sua área impermeabilizada, direciona seu
escoamento superficial para o grande lago a leste, que inclusive dá nome ao empreendimento,
funcionando assim como reservatório de amortecimento.
Este lago não existia em 1962, porém já se fazia presente na foto área de 1978, assim,
pode-se constatar que o lago artificial foi instalado antes do loteamento fechado no intuito de
funcionar como reservatório para o abastecimento de Vinhedo.
O compartimento estruturante indutor localizado no topo da vertente a qual o
loteamento fechado está inserido apresenta-se pouco impermeabilizado.
Nos loteamentos fechados da porção noroeste, não foram constatados problemas
derivados da dinâmica de escoamento superficial das águas.
O Vila Monteverde apesar de estar localizado em um compartimento estruturante
indutor possui áreas permeáveis e que favorecem a infiltração, sendo que sua drenagem é
conduzida para um tributário do córrego Bom Jardim no compartimento estruturante de
passagem a leste do loteamento, local onde se encontra a nascente deste tributário em meio a
uma grande APP.
Além disso, quase na confluência deste tributário com o córrego Bom Jardim, foram
instalados dois reservatório de contenção, também utilizados pelos proprietários rurais.
No Villa D'oro a situação é semelhante, os três compartimentos estruturantes da
paisagem apresentam-se pouco impermeabilizados, sendo o indutor ainda bem preservado pela
cobertura arbórea, a drenagem segue internamente para um tributário do córrego Bom Jardim
que possui em meio à mata um reservatório de amortecimento.
Estes dois loteamentos apresentavam-se ambientalmente estáveis, principalmente por
possuírem baixa densidade de ocupação, no entanto, como seus lotes estão sendo negociados no
mercado imobiliário e por estarem inseridos sobre área classificada como de expansão urbana,
há possibilidade do surgimento de problemas sistêmicos derivados da impermeabilização.
O loteamento Recanto dos Canjaranas está localizado sobre um compartimento
estruturante indutor de processos na divisa entre as Microbacias Hidrográficas Bom Jardim e
Paciência/Cristo e também sobre o compartimento estruturante de passagem em média vertente.
Sua área em 2012 apresentava-se 93% impermeabilizada, porém, o escoamento
direcionado para o córrego Bom Jardim segue antes para um dos tributários do córrego a oeste
do empreendimento onde são encontrados três reservatórios de amortecimento, poucos metros
antes da confluência com o córrego Bom Jardim. O primeiro dos três reservatórios foi
construído antes mesmo de 1962 tendo como intuito inicial o uso da água nas áreas agrícolas.
Os cerca de 10% da área do loteamento voltados para a Microbacia Hidrográfica
Paciência/Cristo tem seu escoamento direcionado para a cabeceira de drenagem do córrego
Cristo em meio à densa área de cobertura arbórea.
Outro ponto importante consiste no fato de que os loteamentos Recanto dos Canjaranas,
Vale da Santa Fé e Chácaras do Lago, foram instalados antes do Plano Diretor de 2007, ou seja,
apesar de estarem inseridos na ZCA Leste são classificados como Zonas Residências 1 (ZR1),
ou seja, seu uso permanece estritamente residencial, porém, mantendo os padrões mínimos
exigidos para preservação dos recursos naturais.
Em trabalho de levantamento físico-hídrico de Vinhedo, para essa microbacia, Elo
Ambiental (2011) indica a seguinte situação de uso do solo mapeado para o ano de 2011 e
também um comparativo entre estas áreas e as áreas mapeadas no Plano Diretor de Vinhedo
(2006).
114
Tabela V-8 Grau de preservação e Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica (A) e Grau de Conservação e Uso das
APPs (B).
Mapeamento (2011)
Mapeamento (2006)
Incremento
115
Figura V-15 Diagnóstico de campo dos parâmetros Estado de Conservação da cobertura vegetal
arbórea da APP dos corpos d’água, Aspecto Visual da Água e Uso e Ocupação do Entorno.
116
Tabela V-9 Relação de impactos detectados na Microbacia (Elo Ambiental, 2007).
117
Figura V-17 Localização e limites da microbacia hidrográfica do Bom Jardim.
Tabela V-10 Três cenários/ metodologias na execução do balanço hídrico da bacia hidrográfica do
Córrego Bom Jardim.
Conclui-se que a bacia hidrográfica do Córrego Bom Jardim apresenta déficits hídricos
severos desde a 1ª captação de água para o abastecimento público de Vinhedo até a foz.
As bacias hidrográficas dos três principais afluentes formadores do Córrego Bom
Jardim, a saber, os cursos d’água da ‘Chácaras do Lago’, ‘Bairro Torres’ e ‘Córrego do
Observatório’ ainda possuem, cada uma ‘alguma’ disponibilidade hídrica remanescente. Essa
disponibilidade, no entanto, não poderia ser aproveitada, tendo em vista que há déficit hídrico à
jusante, a saber, nas captações de água para o abastecimento público existentes.
Para uma melhor análise dos parâmetros qualitativos da água dos pontos de coleta,
considerou-se relevante a estimativa das vazões ecológicas dos pontos de coleta de amostras. A
118
estimativa foi realizada por meio da metodologia consagrada de regionalização de vazões
(cálculos de vazões mínimas).
A vazão mínima é utilizada para o planejamento da bacia hidrográfica, para a avaliação
do cumprimento dos padrões ambientais do corpo receptor e para a alocação de cargas
poluidoras. Assim, a determinação das eficiências requeridas para os tratamentos dos diversos
lançamentos e a capacidade de uso de um corpo de água deve ser determinada nas condições
críticas, que ocorrem no período de vazão mínima.
A vegetação na microbacia do Bom Jardim engloba duas formações de Floresta
Ombrófila Densa, respectivamente montana e aluvial.
Foram encontradas 114 espécies e 04 morfoespécies que não se pode identificar por não
apresentarem flores, frutos e sementes. As 114 espécies são pertencentes a 42 famílias
diferentes, sendo 26 espécies exóticas e 88 nativas. Quanto ao hábito verificou-se, 06 herbáceas,
16 arbustivas e 92 com porte arbóreo.
Na definição das ações de restauração das áreas degradadas considerou a implantação
de Corredores ecológicos que se caracteriza como sendo faixa de cobertura vegetal existente
entre remanescentes de vegetação primária em estágio médio e avançado de regeneração, capaz
de propiciar habitat ou servir de área de trânsito para a fauna residente nos remanescentes.
O estudo constatou que para a implantação dos corredores ecológicos será necessário a
revegetação de algumas áreas e ainda a substituição gradativa do eucalipto por vegetação nativa.
O estudo também preconizou a “Renaturalização de rios e córregos” que se trata de
técnica ainda pouco utilizada no Brasil, mas muito difundida em outros países. Pode ser
aplicada em conjunto com a implantação do parque linear e consiste em promover as condições
necessárias para que o curso de água recupere suas condições naturais. Os benefícios principais
alcançados com essa técnica são a redução dos picos de cheia, a diminuição dos processos
erosivos, a melhoria da qualidade da água e o restabelecimento do ecossistema.
Também aponta como necessário a contenção de encostas instáveis. Os serviços de
restauração de margens próximas ao barramento incluem o retaludamento, a revegetação, o
revestimento e estruturas de contenção que podem ou não utilizar gabiões, por exemplo.
Realizou-se o detalhando da análise por bairro que compõe a microbacia, de acordo com
a figura abaixo, dos quais descreve-se aqui os pertencentes à Vinhedo.
119
O abastecimento é realizado através da extração por poços de captação de água
subterrânea, localizados internamente em cada condomínio. A água coletada pelos poços é
submetida apenas a tratamento simplificado através de adição de cloro e filtragem simples.
O sistema de esgotamento sanitário é realizado por fossas sépticas, individuais para
cada residência dentro dos condomínios. Este tratamento é variável com relação à eficiência, de
acordo com o tipo de dispositivo adotado. A administração dos condomínios procura
recomendar marcas específicas, mas deixa a cargo dos proprietários a escolha do tipo de fossa
séptica. Portanto, considera-se que, caso o tratamento dos esgotos não seja satisfatório, pode
ocorrer poluição difusa do solo e da água subterrânea na região.
Para os moradores que têm um tempo significativo de residência no bairro, a produção
rural atual é vista como praticamente inexistente, sendo cada vez mais constante o abandono de
determinadas culturas e a venda de propriedades rurais para fins residenciais e de lazer. Essa
realidade é constatada pela existência de diversos condomínios e chácaras residenciais e de
lazer, de médio a alto padrão, que alteram não somente a paisagem, mas também o perfil da
população local, a qual passa a ser constituída também por turistas de segunda residência e
novos moradores vindos, especialmente, dos grandes centros urbanos que mantém o trabalho
em seu local de origem.
É importante destacar que nesse bairro encontra-se a barragem João Antunes dos Santos
situada às margens da rodovia municipal Vinhedo/Itatiba, na Fazenda Monte Alegre. Consta
que a construção da barragem foi idealizada por Dom Pedro II para abastecer a cidade de
Campinas e o início de sua construção ocorreu em 1876 sendo concluída em 1891, revelando a
importância da área em dimensões sociais, histórica e culturais. Embora essa barragem esteja
localizada no município de Vinhedo, ela é de propriedade do município de
Valinhos desde 1955, após disputa judicial entre os municípios.
O gerenciamento da área é realizado pelo Departamento de Águas e Esgotos de
Valinhos - DAEV sob autarquia.
Bairro Observatório: Este bairro apresenta uma área de 1,72 km² e está inserido em
quase sua totalidade na bacia do Bom Jardim. Antiga área de produção agrícola, atualmente este
tipo de atividade econômica é praticamente inexistente, onde foram registradas apenas áreas de
pasto.
O abastecimento de água na região é realizado por água encanada provinda do sistema
municipal de abastecimento.
Não foram identificados lançamentos e pontos de abastecimento independentes
significativos.
Nesse bairro está presente uma travessia na divisa de municípios entre Valinhos e
Vinhedo, localizada no Córrego do Bom Jardim (o local encontra-se em risco de assoreamento e
erosão acentuada).
Existem na região dois pequenos barramentos em seqüência. Esses barramentos
localizam-se na região de uma antiga granja desativada e, por conseqüência, hoje sem captação
de água. Há ainda alguns empreendimentos que contam com captação de água subterrânea.
Bairro Cachoeira: O bairro Cachoeira apresenta uma área de 6,22 km², porém uma
pequena porção deste bairro encontra-se inserida na bacia do Bom Jardim, com uso
predominantemente rural, constituído principalmente por silvicultura.
Verificou-se uma forte pressão para a expansão urbana sobre as áreas que ainda não se
encontram urbanizadas.
Estas áreas são, em sua maioria, grandes extensões de pasto com pequenas criações de
gado, indicando uma baixa produtividade rural.
Os relatos dos moradores, que vivem nos bairros há mais de 30 anos, indicam uma
drástica diminuição da produção rural local, como conseqüência do avanço do parcelamento do
solo das antigas fazendas para realização de loteamentos e condomínios, implicando num êxodo
rural e na significativa diminuição e até mesmo extinção de determinadas cultivos.
120
Com o objetivo de identificar os principais impactos ambientais que afetam a Bacia
Hidrográfica do Córrego Bom Jardim o estudo organizou dois encontros de grupos focais com
esse grupo de moradores, sendo um realizado em Vinhedo e o outro em Valinhos,
Seguem abaixo os principais impactos identificados pelos participantes em Vinhedo:
121
Figura V-19 Localização dos pontos de coleta da análise qualitativa.
Ponto 1- próximo à foz do curso d’água - por sua localização recebe, portanto, toda a
contribuição de águas, lançamentos e contaminantes da bacia hidrográfica;
Ponto 2- captação de Valinhos, na barragem do Moinho Velho;
Ponto 3- captação principal de Valinhos;
Ponto 4- captação principal de Vinhedo;
Ponto 5- curso d’água da Chácara do Lago;
Ponto 6- Córrego do Reservatório; e
Ponto 7- Curso d’água do Bairro das Torres (Córrego das Ortizes).
Como resultados das análises, o córrego do Bom Jardim, de acordo com o Decreto
Estadual n°10.755 de 22. nov. 1977, é de Classe 2.
De acordo com o Decreto Estadual nº 8.468, de 08. set. 1976, que regulamentou a Lei
Estadual nº 997, de 31 maio1976, que dispõe sobre a Prevenção e o Controle da Poluição do
122
Meio Ambiente, as águas dos corpos d´água de classe 2 são destinadas ao abastecimento
doméstico, após tratamento convencional, à irrigação de hortaliças ou plantas frutíferas e à
recreação de contato primário (natação, esqui aquático e mergulho).
As águas do Córrego Bom Jardim apresenta a seguinte situação de qualidade:
Coliformes totais
Padrão: contagem abaixo de 1000;
Situação: Contagem elevada em quase todas as análises e em quase todos os pontos de
coleta, em especial para o ponto de coleta nº 1.
Escherichia coli
Padrão: Ausência;
Situação: presente em todas as análises e em todos os pontos de coleta.
DBO5,20
Padrão: Inferior A 5 Mg/L;
Situação: excede o valor máximo permitido para os pontos 1 e 2 em 50% das
amostragens.
Oxigênio Dissolvido:
Padrão: Superior A 5 Mg/L;
Situação: atende ao padrão (menor valor 6,4 mg/l).
Parâmetros Organofosforados (demeton, dimetoato, etc.)
Situação: não atingiram o limite de detecção do cromatógrafo, que é bastante inferior ao
menor limite máximo permitido pela legislação.
123
Artigo 15º - São Áreas de Recuperação Ambiental aquelas cujos usos e ocupações
estejam comprometendo a fluidez, potabilidade, quantidade e qualidade dos mananciais de
abastecimento público e que necessitem de intervenção de caráter corretivo.
Parágrafo único - As Áreas de Recuperação Ambiental serão reenquadradas através do
PDPA em Áreas de Ocupação Dirigida ou de Restrição à Ocupação, quando comprovada a
efetiva recuperação ambiental pelo Relatório de Situação da Qualidade da APRM.
• Áreas enquadradas na atualidade, como AOD’s, com vistas a tornarem-se ARO’s no futuro
próximo;
• Áreas com preempção de uso para a formação de vegetação ciliar ou não com vistas à
formação de corredores ecológicos na bacia hidrográfica do Córrego Bom Jardim;
• Áreas prioritárias que para a compensação ambiental na bacia hidrográfica do Córrego Bom
Jardim quando do licenciamento florestal junto ao(s) órgão(ãos) responsáveis.
O trabalho sugere que para cada área ocupada em ARO (senso estrito), sejam
compensadas no mínimo X vezes em AROp’s (X a ser definido). Essa compensação ambiental
poderá se dar pela aquisição da área ou apenas contrato com o proprietário, desde que sempre
registrada em cartório como reserva legal irrevogável;
A preempção descrita acima, no entanto, será válida até o ano de 2050, até o dia
31.dez.2050; após essa data, em 01.jan.2051, todas as AROp’s ainda não vinculadas a um
processo de compensação ambiental em andamento serão reenquadradas como ARA’s e
deverão ser de imediato recuperadas para a formação dos corredores ecológicos previstos neste
estudo pelo prazo não prorrogável de 10 anos. Após este período, em 01.jan.2061 tais áreas
serão reenquadradas em ARO’s.
Essa metodologia foi estabelecida com o intuito de garantir o desenvolvimento (a
ocupação sustentável) da bacia do Córrego Bom Jardim em não se restringindo direito de
utilização da terra pelos proprietários, mas estabelecendo critérios de compensação ambiental
que permitam a formação de corredores ecológicos futuros.
O direito de uso da terra pré-existente também não foi abalado com exceção ás áreas de
possíveis APPs que possuam vegetação descaracterizada (roçada, plantação, vias de tráfego e
reflorestamento do tipo comercial).
Outro benefício que se observa com a metodologia adotada é a valorização das áreas
enquadradas como AROp’s como “moeda de troca” com empreendimentos a serem instalados
em AOD’s (de senso estrito), noutras palavras, os próprios empreendedores poderão
tornar-se os principais responsáveis pela promoção/implantação dos corredores ecológicos,
quando de sua intenção de ocupar novas áreas na bacia hidrográfica.
124
Os proprietários de terras em áreas enquadradas como AROp’s terão até o fim do ano de
2050 para se valerem desse processo de valorização de suas terras.
O mapa do ‘Zoneamento Ambiental’ da APRM Bom Jardim em áreas de intervenção é
apresentado abaixo.
Conclusão
Comitês PCJ (2013), quanto ao aspecto sanitário e aos recursos hídricos da bacia
hidrográfica do Córrego Bom Jardim - BHBJ, concluiu que:
Quanto aos aspectos de uso do solo e florístico do córrego Bom jardim, concluiu que:
125
Quanto aos aspectos relacionados à gestão da bacia hidrográfica do Córrego Bom
Jardim concluiu que:
126
Figura V-22 Mapa de uso e ocupação do solo;
127
Figura V-24 Mapa dos remanescentes florestais e propostas de corredores ecológicos;
128
MICROBACIA HIDROGRÁFICA - JUAZEIRO / CRUZEIRO
129
Tabela V-11 Evolução das Áreas Permeáveis ou de Baixa Impermeabilização e de Cobertura
Arbórea na Microbacia Hidrográfica Juazeiro.
Figura V-25 Localização espacial do Condomínio Ipê Velho (11), Bosque das Grevíleas (17),
Residencial Morada do Sol (19), Recanto dos Paturis (21), Villagio di Verona (23), Jardim das
Palmeiras (27), Reserva da Mata (34) e Morada do Bosque (35).
130
Em contrapartida, o condomínio horizontal Ipê Velho e os loteamentos fechados
Bosque das Grevíleas, Recanto dos Paturis, Morada do Bosque e Reserva da Mata possuíam em
2012 respectivamente 10%, 10%, 3,1%, 36,6 % e 5,7% de suas áreas cobertas por vegetação
arbórea. O condomínio Ipê Velho possuía seus 10% de cobertura arbórea associada à área verde
de lazer do empreendimento. É importante frisar que antes de sua instalação não havia cobertura
arbórea na área.
No caso do Reserva da Mata, há incorporação de parte da APP do córrego Cruzeiro
quando da instalação do empreendimento, mesmo caso do Morada do Bosque, que incorpora
parte da mata ciliar do córrego Juazeiro.
Tanto o loteamento fechado Bosque de Grevíleas como o Recanto dos Paturis, ocupam
as duas margens do córrego Juazeiro, nesses casos as áreas de cobertura arbóreas preservadas
compreendem as áreas de mata ciliar do córrego.
Dessa forma, pode-se constatar que a margem direita do córrego Juazeiro possui maior
área de cobertura arbórea e conta com menos áreas impermeabilizadas do que a margem
esquerda, mais próxima da área densamente urbanizada da Microbacia Hidrográfica
Pinheirinho/Cachoeira.
A microbacia apresenta-se inserida sobre duas formas de relevo segundo a classificação
adotada, as Colinas e Morrotes e os Morrotes e Morros, sendo que, o córrego Juazeiro, assim
como todos seus tributários, nascem sobre o domínio do Morrotes e Morros, ou seja, todos seus
tributários nascem em sua margem direita onde a declividade chega a 20%, porém o canal
principal corre em meio ao domínio das Colinas e Morrotes onde as vertentes são mais longas e
menos dissecadas, chegando a sua confluência com o córrego Cachoeira. A drenagem dos
tributários e do canal principal é natural, sendo esta canalizada apenas na confluência do
Juazeiro com o córrego Cachoeira já em área de urbanização adensada.
Os compartimentos estruturantes indutores e de passagem da margem direita do córrego
Juazeiro apresentam-se bem preservados, favorecendo a infiltração em detrimento do
escoamento superficial. O compartimento receptor de fundo de vale também apresenta sua mata
ciliar bem preservada, dessa forma evitam-se processos de assoreamento no córrego. A margem
esquerda, que tem seu fluxo direcionado diretamente para o córrego principal, apesar de mais
impermeabilizada também possui uma grande área de infiltração, uma vez que os lotes dessa
porção da Vila João XXIII possuem mais de 1000m², contendo, portanto, importantes áreas
gramadas, que por sua vez amortecem o impacto das chuvas e favorecem a infiltração.
Em 2012, notou-se que os lotes dessa porção da Vila João XVIII, localizados
notadamente sobre o divisor de águas, têm em alguns casos o dobro do tamanho dos lotes dos
loteamentos fechados vizinhos, localizados essencialmente na meia encosta. Dessa forma, a taxa
de infiltração no topo evita que o escoamento transmitido pelas áreas impermeabilizadas torne-
se um excedente na média vertente.
No entanto, toda essa área é classificada no Plano Diretor de 2007 como ZEU2 e ZDD1,
ou seja, apta ao adensamento urbano, dessa forma, como visto na Microbacia Hidrográfica
Pinheirinho/Cachoeira, o processo de expansão da área urbana sobre os vazios e áreas rurais
com vegetação preservada, podem vir a causar instabilidade no sistema, gerando impactos
ambientais em todo vale do córrego Juazeiro, principalmente se o adensamento urbano ocorrer
sobre as áreas mais dissecadas da vertente leste.
Em trabalho de levantamento físico-hídrico de Vinhedo, para essa microbacia, Elo
Ambiental (2011) indica a seguinte situação de uso do solo mapeado para o ano de 2011 e
também um comparativo entre estas áreas e as áreas mapeadas no Plano Diretor de Vinhedo
(2006).
131
Tabela V-12 Grau de preservação e Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica (A) e Grau de Conservação e Uso das
APPs (B).
Mapeamento (2011)
Mapeamento (2006)
Incremento
132
Figura V-26 Diagnóstico de campo dos parâmetros Estado de Conservação da cobertura vegetal
arbórea da APP dos corpos d’água, Aspecto Visual da Água e Uso e Ocupação do Entorno.
133
MICROBACIA HIDROGRÁFICA - PACIÊNCIA/CRISTO
Nesta microbacia foram construídas três represas, sendo que da represa I é captada a
maior porção de água para tratamento na ETA I, a mais importante estação de tratamento do
município, responsável pelo abastecimento de 70% da população de Vinhedo, localizada no
Jardim Planalto na Microbacia Hidrográfica Pinheirinho/Cachoeira.
As represas II e III funcionam como reservatórios.
As três represas dessa microbacia foram construídas sobre o córrego Cachoeira, sendo
que a represa I localiza-se em parte na microbacia Paciência/Cristo e em parte na microbacia
Pinheirinho/Cachoeira.
Pela baixa densidade de ocupação, composta principalmente por propriedades rurais e
chácaras, a permeabilidade é quase total, atingindo 97% segundo o mapeamento de 2012.
Apenas a porção noroeste da microbacia foi urbanizada, e justamente sobre ela foram instalados
134
dois loteamentos fechados, ambos localizados sobre o interflúvio que divide a Microbacia
Hidrográfica Paciência/Cristo da Microbacia Hidrográfica Juazeiro.
Tanto o loteamento fechado Jardim Paulista II como o Jardim Europa foram aprovados
no ano de 2001 e quando da sua instalação impactaram significativamente esta porção da
microbacia.
Figura V-28 Localização espacial do Condomínio Jardim Paulista II (28) e do Jardim Europa (29).
A área onde hoje se encontra o Jardim Paulista II possuía até 1994 cerca de 30000m² de
cobertura vegetal arbórea, em 2012, após sua instalação, este montante praticamente desaparece,
pois são registrados apenas 1000m². No loteamento fechado Jardim Europa o caso é ainda pior,
pois todos os 37000m² de cobertura arbórea registrada até 1994 desaparecem na imagem de
2012.
Ambos os loteamentos encontram-se sobre um importante divisor de águas, porém por
serem recentes e possuírem muitos lotes vazios, apresentavam segundo a análise de 2012, uma
boa área permeável, chegando a 33% no loteamento Jardim Paulista II e 25% no loteamento
Jardim Europa, desses 25%, cerca de 15% correspondem ao gramado da praça central do
empreendimento.
Outro fator que reduz os impactos sistêmicos relacionados aos excedentes hídricos no
Jardim Europa, advém do escoamento direcionado para a represa I, que também funciona como
área de amortecimento para o fluxo pluvial do loteamento.
No caso do loteamento Jardim Paulista II, o escoamento direcionado para o córrego
Cristo, na porção que compreende a Microbacia Hidrográfica Juazeiro, pode vir a contribuir
para que haja sobrecarga no canal, uma vez que segue em parte pela estrutura de escoamento da
Rodovia Edenor João Tasca.
A porção do Jardim Paulista II, que compreende a Microbacia Hidrográfica
Paciência/Cristo, segue o mesmo padrão drenagem do Jardim Europa.
A microbacia apresenta-se localizada sobre duas formas de relevo, na margem esquerda
do córrego Paciência temos as Colinas e Morrotes, enquanto na margem direita temos a
transição para os Morrotes permeados por Morros.
Em ambos os domínios todos os compartimentos estruturantes apresentam-se bem
preservados, configurando esta área também como um importante espaço de lazer público. A
represa II neste contexto, além de fonte de água para abastecimento, funciona como um parque,
135
apresentando fontes naturais para uso local, quadras esportivas, praças e locais para realização
de eventos.
No Plano Diretor de 2007 a microbacia é divida em duas zonas: a Zona de Ocupação
Dirigida I (ZOD1) e a Zona de Conservação Ambiental Leste (ZCA Leste).
A ZOD 1 tem seu limite concomitante com as formas de relevo do tipo Colinas,
portanto constitui uma zona propícia a expansão urbana, no entanto o Plano Diretor deixa claro
que a ocupação dessa zona deve apresentar características “espraiadas” ou de baixo
adensamento, condizentes com os pressupostos de preservação ambiental almejados.
Já na ZCA Leste, que compreende toda a área dos Morrotes e Morros, tem-se como
único intuito a promoção da manutenção da qualidade ambiental, conservando os recursos
naturais da área. Na ZCA Leste são proibidos novos loteamentos para fins urbanos.
Em trabalho de levantamento físico-hídrico de Vinhedo, para essa microbacia, Elo
Ambiental (2011) indica a seguinte situação de uso do solo mapeado para o ano de 2011 e
também um comparativo entre estas áreas e as áreas mapeadas no Plano Diretor de Vinhedo
(2006).
136
Tabela V-14 Grau de preservação e Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica (A) e Grau de Conservação e Uso
das APPs (B).
137
Figura V-29 Diagnóstico de campo dos parâmetros Estado de Conservação da cobertura vegetal
arbórea da APP dos corpos d’água, Aspecto Visual da Água e Uso e Ocupação do Entorno.
138
Tabela V-15 Relação de impactos detectados na Microbacia (Elo Ambiental, 2007).
Garantir o reflorestamento e a recuperação das áreas de recarga das atuais represas (I, II e
III) e das futuras, com as respectivas áreas de recarga.
139
MICROBACIA HIDROGRÁFICA – STERZECK
140
Figura V-31 Localização espacial do Condomínio Vinhas de Vista Alegre – Sede (2) e o Residencial
Villa di Treviso (30).
Este valor relativamente alto pode ser explicado ao verificar-se que a expansão urbana
entre as décadas de 1950 e 1960 em direção à porção norte do município, considerando o núcleo
de ocupação central (Microbacia Hidrográfica Cachoeira/Pinheirinho), se restringia as porções
sul e leste da microbacia. Nesse processo foram instaladas na porção sul as primeiras indústrias
de Vinhedo, das quais destacavam-se a Cerâmica Jatobá e a Carborundum (atualmente Saint
Gobain - indústria de abrasivos).
No sentido leste se estruturavam os bairros Jardim Três Irmãos e Jardim São Mateus.
Segundo a Demacamp (2006), boa parte dos moradores desses bairros possuía seus empregos
vinculados a essas indústrias. Assim, a expansão urbana acabou por conduzir ao desmatamento
da porção “externa” do que viria a ser a área do condomínio.
Entre 1962 e o primeiro ano do condomínio em 1978, a cobertura arbórea interna foi
reduzida de 25% para 2,7%, o que consequentemente conduziu a perda de quase 14% do total
de cobertura arbórea na microbacia (Tabela 16).
141
Entre 1978 e 1994 ocorreu a mesma reversão no quadro de desmatamento visto nas
microbacias anteriores. O condomínio Vinhas de Vista Alegre - Sede ampliou entre 1978 e 1994
mais de 10% da cobertura arbórea registrada em 1978, entre 1994 e 2012 ampliou mais 2,6%,
chegando a um total de 15,5 % de cobertura arbórea dentro de seus limites, o que corresponde a
0,18 km².
Este aumento, por sua vez, conduz a um pequeno aumento no total de cobertura arbórea
na microbacia, que chega em 2012 a 12,9%, 3% a mais que em 1978.
Estes dados demonstram que o condomínio tem sido o principal responsável no
processo de recomposição da cobertura vegetal arbórea da microbacia após 1978.
Além do Condomínio Vinhas de Vista Alegre – Sede foi instalado em 2002 um pequeno
loteamento fechado (20000 m²) ao norte da microbacia, o Villa di Treviso, este loteamento
apresenta uma área relativamente grande (considerando seu tamanho) de cobertura arbórea
preservada em sua porção sudeste (5000 m²).
A impermeabilização nesse processo se ampliou gradativamente na microbacia.
Em 1962, 95,7% da área apresentava características permeáveis, valor reduzido para
85,4% em 1978, período em que o condomínio Vista Alegre já se apresentava estruturado e os
loteamentos abertos se ampliavam a leste e sul.
Em 1994 a área permeável teve seu montante reduzido para 71,2% na microbacia, deste
montante que corresponde a 2,15 km², 0,75 km² correspondem ao condomínio Vinhas de Vista
Alegre – Sede.
Em 2012 as áreas permeáveis na microbacia reduzem-se para 50%, sendo que no
condomínio a área permeável se reduz para 38%.
Estes dados refletem a ocupação favorável propiciada pelas Colinas e Morrotes que
apresentam baixa declividade e possuem perfis de vertente contínuos com segmentos retilíneos
que variam entre 200 e 1000 m de comprimento.
O divisor de águas a sudoeste da microbacia corresponde quase que exatamente ao
traçado da Estrada da Boiada. Considerando que esta estrada existe há muito tempo, servindo a
diferentes ciclos de exploração, há muito que este compartimento estruturante da paisagem não
possui cobertura vegetal arbórea.
Os divisores de águas de sudeste e leste correspondem às áreas que começaram a ser
industrializadas a partir da década de 1950 no município, portanto também não possuem
vegetação significativa.
O limite norte da Microbacia não é caracterizado por interflúvios e sim pelo limite
municipal, uma vez que a Bacia Hidrográfica do córrego Sterzeck se estende para Valinhos.
Assim, podemos afirmar que desde 1962 os divisores de águas que delimitam em Vinhedo a
Microbacia Hidrográfica Sterzeck, não possuíam cobertura vegetal arbórea há muito tempo.
Porém, os fundos de vale se apresentavam relativamente bem preservados em 1962.
Neste ano, o único tributário do córrego Sterzeck em Vinhedo (e que cruza o Vinhas de Vista
Alegre – Sede) apresentava suas margens bem arborizadas (compartimento receptor). O próprio
córrego Sterzeck também apresentava suas margens bem preservadas em 1962, principalmente
no trecho próximo ao ponto de confluência dos canais, localizado fora do que em 1977 seriam
os limites do condomínio.
Em 1978 o quadro de preservação se inverte. Os dois principais canais de drenagem
dessa microbacia perdem quase toda sua cobertura arbórea de margem, primeiro pela
consolidação do condomínio e segundo pela ampliação dos loteamentos abertos a leste do muro
do condomínio. .
Entre 1978 e 1994, uma grande área de cobertura arbórea acaba sendo recomposta na
nascente do principal tributário do córrego Sterzeck, constituindo uma APP.
Nesse processo foram criadas também quatro represas dentro do condomínio, servindo
tanto para o amortecimento do escoamento superficial advindo da estrada da boiada como para
o amortecimento derivado da própria impermeabilização do condomínio (35,3% da área total
em 1994). Logo após o muro do condomínio, no bairro Jardim Três Irmãos, foi construída uma
quinta represa em linearidade com anteriores, sendo, no entanto, pouco menor.
142
Estas cinco represas, que servem de amortecimento, foram criadas para resolver um
problema antigo derivado da urbanização. Entre 1962 e 1978, devido ao aumento da área de
impermeabilização em todos os divisores de águas da microbacia, em ocasiões de ocorrências
de chuvas intensas, o córrego Sterzeck inundava, solapando suas margens e causando
assoreamento a jusante. Visando resolver este problema, a prefeitura entre 1978 e 1994
canalizou o córrego e construiu os reservatórios de amortecimento em seu principal tributário.
Percebe-se neste caso o quão problemáticos podem ser os impactos gerados pela não
apreciação do ambiente de forma sistêmica considerando os compartimentos estruturantes da
paisagem, pois os processos negativos podem ser transmitidos ao longo da vertente para áreas
que em períodos anteriores apresentavam-se estáveis.
A porção norte da microbacia, na divisa com Valinhos, apresenta alguns novos
loteamentos abertos sendo construídos, e que podem vir a causar problemas no futuro caso o
escoamento superficial seja mal planejado.
Os problemas erosivos também podem se acentuar a medida que o solo permanece
exposto nesta área. O relatório técnico realizado pelo IPT, sobre áreas de alto e muito alto risco
a inundações e deslizamentos em Vinhedo, aponta que o setor que compreende a Rua Candido
Portinari nesta porção da microbacia é caracterizado como de alto risco a deslizamentos: [...]
ocorre concentração significativa de água de chuva em superfície. Os lotes encontram-se no
topo do talude, com altura de 7 m, como moradias muito próximas ao topo [...]. Espera-se para a
área VIN-05 a ocorrência de deslizamentos planares rasos nos taludes de corte, os quais podem
remontar, até atingir o fundo das moradias" (IPT, 2013, p.48).
Esta constatação do IPT aponta para um planejamento inadequado do sistema de
drenagem municipal nessa área da microbacia em expansão.
Ainda nesta microbacia, o loteamento fechado Vila di Treviso ocupa a média vertente
ao norte da microbacia, voltada para Valinhos. A área apropriada pelo loteamento já possuía sua
porção sudeste arborizada (desde 1962), assim quando o loteamento fechado foi criado em
2002, apenas fechou este resquício de mata em seu interior, sem causar desmatamento algum. A
mata já fazia parte do terreno e por opção da loteadora e dos moradores, foi mantida. Seu
escoamento superficial é direcionado para um tributário do Sterzeck a oeste do
empreendimento, no qual a vazão é transmitida posteriormente para três pequenos lagos de
amortecimento, já no município de Valinhos.
Em trabalho de levantamento físico-hídrico de Vinhedo, para essa microbacia, Elo
Ambiental (2011) indica a seguinte situação de uso do solo mapeado para o ano de 2011 e
também um comparativo entre estas áreas e as áreas mapeadas no Plano Diretor de Vinhedo
(2006).
143
Tabela V-17 Grau de preservação e Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica (A) e Grau de Conservação e Uso das
APPs (B).
Mapeamento (2011)
Mapeamento (2006)
Incremento
144
Figura V-32 Diagnóstico de campo dos parâmetros Estado de Conservação da cobertura vegetal
arbórea da APP dos corpos d’água, Aspecto Visual da Água e Uso e Ocupação do Entorno.
145
Tabela V-18 Relação de impactos detectados na Microbacia (Elo Ambiental, 2007).
146
MICROBACIA HIDROGRÁFICA - PINHEIRINHO/CACHOEIRA
Em 1962 dos 9,63 km² da microbacia 17,5% possuíam alguma cobertura arbórea,
caracterizadas por grandes manchas isoladas, inclusive próximas do núcleo urbano inicial
(Tabela 19).
Entre 1962 e 1978, devido à expansão do núcleo urbano, a cobertura vegetal arbórea
tem seu montante reduzido em 11%, sendo que os 6,64% remanescentes em 1978 localizam-se
principalmente ao sul da microbacia.
Entre 1978 e 1994 houve uma recomposição significativa da cobertura arbórea ao sul da
microbacia, o que fez com que em 1994 a cobertura arbórea atingisse praticamente os mesmos
valores em área encontrados em 1962.
Esta recomposição na porção sul pode ser explicada pelo aumento da fiscalização. O
córrego Pinheirinho assim como alguns dos mais importantes tributários do córrego Cachoeira
nasce nesta porção da microbacia.
Em 2012 a redução da cobertura arbórea em relação a 1994 é de apenas 2,2%, dentre os
fatores responsáveis podemos citar a expansão urbana do núcleo central em direção ao sul da
microbacia e a alteração de tamanho verificada em muitas das manchas verdes arborizadas ao
longo das vertentes. Nesse processo as áreas maiores tiveram seu tamanho reduzido, ao mesmo
147
tempo em que novas áreas menores surgiam pontualmente, tanto na parte urbanizada ao sul,
como nas áreas centrais, sendo estas associadas ao paisagismo e arborização de calçadas e
praças.
B
A
C
E
F
Figura V-34 Localização espacial do Condomínio Jardim Paulista I (7), Terras de Vinhedo (22),
Jardim América (10), Vivenda das Vinhas (9), São Miguel (25), Terras de São Francisco I e Terras
de São Francisco II (31/32) e Grape Village (18).
148
empreendimentos menores instalados após 1985 foram instalados em áreas em não havia
cobertura arbórea, sendo esta recomposta em alguns casos após a instalação dos loteamentos.
A área onde o Terras de Vinhedo foi instalado só vai apresentar área de cobertura
vegetal arbórea na imagem de 2012, ou seja, de 1962 a 1994 a área apresentava-se totalmente
desmatada, assim é grande a possibilidade de que a recomposição tenha ocorrido apenas após a
instalação do empreendimento.
Em 2000, na transição entre a área de urbanização compacta central e a porção sul foi
instalado o loteamento fechado São Miguel. Este empreendimento localiza-se sobre uma das
áreas previstas pelo Plano Diretor de 2007 como de expansão urbana, principalmente pela
proximidade da área com a avenida que dá acesso a Rodovia Anhanguera.
Os demais loteamentos fechados localizam-se na porção menos adensada ao sul da
microbacia, sendo o Grape Village o primeiro loteamento fechado a inaugurar esta área de
expansão em 1998. O Grape Village e os Terras de São Francisco I e II têm como base de
mobilidade o trecho menos explorado da Estrada da Boiada, sentido Louveira.
No loteamento fechado São Miguel a cobertura arbórea encontrada quando da sua
instalação se manteve a mesma até 2012.
No caso do Grape Village, trata-se do caso de instalação de empreendimentos em áreas
desmatadas e sem recomposição até 2012.
Dos loteamentos fechados da porção sul, o caso de maior desmatamento ocorreu nos
loteamentos Terras de São Francisco I e II, criados respectivamente em 2002 e 2003, porém,
sem divisão aparente (nos limites para essa análise dos empreendimentos foram considerados a
conjunção dos loteamentos).
A cobertura arbórea na área onde seriam instalados estes dois loteamentos apresentava
até 1994, 27.000 m², ou seja, 10 % do total da área futura dos dois empreendimentos (0,27 km²),
porém em 2012, pode-se constatar que esse valor se reduz para apenas 10.000 m². Como o vale
do córrego Pinheirinho divide as áreas dos loteamentos mais ou menos ao meio, toda a redução
de cobertura arbórea para implantação dos lotes poderia vir a ampliar o escoamento superficial
em direção ao córrego, no entanto este problema foi antecipado quando da elaboração do
projeto para instalação desses dois empreendimentos, pois três reservatórios de amortecimento
foram construídos em 2003 no intuito de reduzir a vazão à jusante.
Os loteamentos fechados Terras de São Francisco e o Grape Village localizam-se
justamente na cabeceira de drenagem do córrego Pinheirinho, os Terras de São Francisco
ocupam as duas vertentes que compõe o vale do córrego, enquanto o Grape Village se prolonga
a montante apenas pela vertente da margem esquerda.
Por sua posição, o loteamento Grape Village ocupa essencialmente o divisor de águas
para a área da nascente do córrego Pinheirinho, assim quase todo o escoamento superficial do
loteamento é direcionado para os primeiros metros de desenvolvimento do córrego, sendo o
fluxo amortecido logo em seguida pelos reservatórios dentro do Terras de São Francisco. Parte
desse escoamento segue para Microbacia Hidrográfica Água do Buracão.
A nascente do córrego Pinheirinho, assim como de seus tributários de alto curso,
localiza-se sobre a transição entre os Morrotes e Morros que compõe a Microbacia Hidrográfica
Água do Buracão.
Já as Colinas e Morrotes localizam-se do médio curso do córrego Pinheirinho até a
divisa com Valinhos, o mesmo ocorrendo com os tributários do córrego Cachoeira nesta porção
da microbacia. É importante frisar que a nascente do córrego Cachoeira localiza-se na
Microbacia Hidrográfica Paciência/Cristo.
Dessa forma, em termos gerais, as maiores declividades da microbacia variam entre
15% e 20% nas áreas localizadas ao sul da microbacia, sendo que todas as demais vertentes dos
vales que cortam a área urbana contínua de Vinhedo possuem declividade baixa, por volta de
10% com comprimento de vertente variando de 200 a até 1000m de comprimento o que
caracteriza a microbacia como a mais apta à urbanização.
Todos os compartimentos estruturantes da paisagem localizados ao norte e no centro da
microbacia são ocupados pela urbanização adensada, ou seja, são altamente impermeabilizados.
Em termos de microbacia hidrográfica, a impermeabilização atinge os 49% em 2012, só não
sendo maior pelo fato da porção sul não ter sido ainda totalmente urbanizada.
149
Considerando apenas a área de urbanização contínua na região central do município e
que extravasa para outras microbacias, podemos constatar um gradativo aumento de áreas
permeáveis em km², chegando a 2012 aos 4,48 km², porém em porcentagem os valores variam
pouco, uma vez que a área de urbanização compacta aumenta consideravelmente entre os
períodos analisados, 1,65 km² em 1962 para 10,23 km² em 2012, o mesmo ocorrendo para os
dados de cobertura arbórea.
Assim, as porcentagens de áreas permeáveis e de cobertura arbórea são muito baixas em
relação ao tamanho total da área urbana adensada da região central de Vinhedo, e que
compreende quase que a totalidade da Microbacia Hidrográfica Pinheirinho/Cachoeira.
Neste contexto, os loteamentos fechados Vivenda das Vinhas e Jardim América
direcionam seu escoamento superficial para tributários do córrego Pinheirinho, no caso do
Jardim América e as áreas do entorno adensado, o escoamento é direcionado para um tributário
canalizado que deságua em dois reservatórios de contenção, localizados quase na confluência do
tributário com o córrego Pinheirinho.
Já no caso do Vivenda das Vinhas e das áreas urbanizadas de entorno, o fluxo é
transferido diretamente para o córrego Barra Funda, tributário do Pinheirinho, canalizado em
2012.
Mediante a densidade de urbanização nesta porção da microbacia, torna-se impossível a
análise específica das possíveis influências desses dois loteamentos sobre os compartimentos
estruturantes receptores, como nos casos anteriores. Dessa forma, a análise tem de seguir a
noção de impermeabilização da área urbanizada como um todo. Porém, podemos afirmar que o
Jardim América apresenta a maior área de cobertura arbórea contínua e a segunda maior área
permeável da vertente ao qual foi instalado (a primeira consiste na área gramada do cemitério
municipal, localizada ao lado do loteamento).
Segundo o relatório técnico do IPT sobre as áreas de médio e alto risco a inundação e
deslizamento em Vinhedo, a drenagem no local do Córrego Barra Funda, é natural, retilínea e
encontra-se assoreada. O canal possui cerca de 5m de largura (máxima) e margens de 2,5m de
altura. As moradias e os comércios ocupam tanto a margem direita como a margem esquerda do
córrego. Segundo informações da COMDEC, a inundação pode ultrapassar 0,5m de altura, com
raio de alcance superior a 30 m, ocorrendo de forma rápida. Atualmente uma menor área é
atingida pela inundação visto que, desde a realização das obras em parte da área, a montante, na
confluência do Córrego Primavera com o Córrego Barra Funda, não ocorreram inundações neste
trecho (IPT, 2013, p.49). Este trecho do relatório se refere à confluência entre o córrego Barra
Funda e o córrego Pinheirinho (também canalizado), mais precisamente às margens da Avenida
Antonio Barbosa até sua confluência com o córrego Cachoeira, sendo o córrego Primavera, o
principal responsável pela drenagem natural dos fluxos de água advindos do loteamento fechado
São Miguel e seu entorno.
Percebe-se nesse caso que o principal fator estimulante dos impactos, derivados da
dinâmica hídrica alterada, advém da impermeabilização dos solos em compartimentos
estruturantes, indutores e de passagem. A cada nova obra sobre a vertente torna-se menor a
capacidade de infiltração de água, consequentemente mais rápido e concentrado torna-se o
escoamento superficial, assim novas obras de infraestrutura têm de serem realizadas para
solucionar ou mitigar os problemas causados pelas águas em áreas densamente urbanizadas
(normalmente canalização e rebaixamento de leito). A partir desta premissa, pode-se
prognosticar para esta área da microbacia, um cenário problemático.
De acordo com o Plano Diretor de 2007, as porções centro/sul e sul da microbacia são
classificadas como Zona de Expansão Urbana I e Zona de Expansão Urbana II. Nos dois casos
têm-se como objetivos a ocupação dos vazios urbanos, a abertura de novas áreas de expansão
para novos loteamentos, criando novas centralidades e espaços públicos.
Dessa forma, caso a expansão realmente ocorra, todos os problemas citados podem vir a
se ampliar e as obras realizadas terão de ser adaptadas, caso não tenham sido dimensionadas de
acordo com essa nova perspectiva de expansão.
Outro ponto importante de análise remete aos dois loteamentos fechados localizados na
porção nordeste da microbacia. O escoamento, tanto do Jardim Paulista I como do Terras de
Vinhedo e áreas do entorno, é direcionado diretamente para o córrego Cachoeira, que possui sua
150
drenagem toda canalizada. Logo em frente à portaria do Terras de Vinhedo tem-se a confluência
entre os córregos Cachoeira e Pinheirinho, esta junção é canalizada em uma curva acentuada
que reduz a possibilidade de vazão do canal, a medida que, em períodos de chuvas intensas,
todo o escoamento superficial das áreas densamente ocupadas nas vertentes de leste e oeste da
microbacia seguem para estes dois compartimentos estruturantes receptores. O volume de água
tende a se ampliar significativamente, podendo, portanto estender os casos de enchentes
registrados ao longo da Avenida Antonio Barbosa para além deste ponto de confluência.
No entorno do loteamento fechado Terras de Vinhedo a área é classificada como Zona
de Desenvolvimento Diversificado I (ZDD1). A ZDD1 tem como objetivo promover a ocupação
dos vazios urbanos, otimizando a infraestrutura existente com média densidade, ou seja, seus
objetivos são os mesmos da ZEU2.
A parte diversificada do zoneamento fica por conta da viabilização de novas áreas para
desadensamento das moradias populares inadequadas, regularização e urbanização dos
assentamentos precários existentes, e que estão localizados especificamente ao norte do
loteamento fechado e em todo baixo curso do córrego Cachoeira sentido Valinhos.
Incluem-se nesse planejamento os bairros João XXIII, Vila Pompéia e Jardim São
Mateus. A questão nesse caso está voltada mais a reorganização do que de expansão.
Outro problema é que o loteamento fechado Terras de Vinhedo localiza-se as margens
de um talude de corte muito íngreme as margens do córrego Cachoeira. No relatório do IPT este
ponto não é delimitado como área de risco, porém é importante destacar que o relatório delimita
apenas as áreas de risco alto e muito alto para deslizamentos e enchentes, em uma perspectiva
de intervenção imediata. Assim, ao analisarmos a situação atual deste talude considerando a
perspectiva de expansão urbana da porção nordeste da microbacia, podemos alertar para uma
futura área de risco.
Este talude de corte apresenta sinais de evolução erosiva em sulcos e com características
regressivas, podendo gerar escorregamentos à medida que a parede do talude tornar-se mais
íngreme, configurando, portanto, uma área de atenção, principalmente por seu topo estar
ocupado por residências.
Em trabalho de levantamento físico-hídrico de Vinhedo, para essa microbacia, Elo
Ambiental (2011) indica a seguinte situação de uso do solo mapeado para o ano de 2011 e
também um comparativo entre estas áreas e as áreas mapeadas no Plano Diretor de Vinhedo
(2006).
151
Tabela V-20 Grau de preservação e Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica (A) e Grau de Conservação e Uso
das APPs (B).
152
Figura V-35 Diagnóstico de campo dos parâmetros Estado de Conservação da cobertura vegetal
arbórea da APP dos corpos d’água, Aspecto Visual da Água e Uso e Ocupação do Entorno.
153
Tabela V-21 Relação de impactos detectados na Microbacia (Elo Ambiental, 2007).
Garantir o reflorestamento e a recuperação das áreas de recarga das atuais represas (I, II e
III) e das futuras, com as respectivas áreas de recarga;
154
MICROBACIA HIDROGRÁFICA - ÁGUA DO BURACÃO
155
Buracão, tanto para indústria como para a expansão urbana residencial, que vem adentrando o
interflúvio que divide esta microbacia da Microbacia Hidrográfica Pinheirinho/Cachoeira a
noroeste.
Somado a isso, tem-se a inauguração em 2010 do loteamento fechado Campos de
Toscana.
O loteamento fechado Campos de Toscana possui uma área de 0,92 km², sendo que
75% encontra-se sobre a Microbacia Hidrográfica Água do Buracão, 15% sobre a Microbacia
Hidrográfica Paciência/Cristo e 10% sobre a Microbacia Hidrográfica Pinheirinho/Cachoeira,
portanto o empreendimento localiza-se sobre um importante compartimento estruturante indutor
de processos em Vinhedo.
É interessante destacar que dos 0,094 km² de cobertura arbórea existentes na área onde
seriam erguidos seus muros, cerca de 32 % foram removidos até 1994, restando cerca de
30000m²; em 2012 este valor sobe para 44000m².
Sendo assim pode-se constatar que a empresa responsável pelo empreendimento tem
tomado medidas para recuperação da área, e dentro dos parâmetros possíveis tem também
buscado a valorização do loteamento através do verde, no entanto, como o loteamento já possui
toda sua infraestrutura instalada, os valores de cobertura arbórea dificilmente chegaram ao
montante de vegetação arbórea registrado até 1978.
Por ser recente e possuir poucas casas a área do loteamento fechado é quase totalmente
permeável (82%).
No entanto este loteamento apresenta-se irregular perante as diretrizes estipuladas pelo
zoneamento urbano de Vinhedo.
O Campos de Toscana foi instalado quase que em sua totalidade sobre a ZCA Leste,
sendo sua porção sul instalada sobre a Zona de Interesse Turístico (ZIT) pertencente a
Microbacia Hidrográfica Água do Buracão, mas cabe ressaltar que suas diretrizes para
implantação são anteriores ao Plano Diretor Participativo de Vinhedo vigente, desta forma tendo
sua implantação regular pela lei à época.
Entretanto, a instalação do loteamento desencadeou problemas ambientais de cunho
hídrico através da ocupação e impermeabilização do interflúvio, podendo afetar, por
conseguinte, os compartimentos receptores de baixa vertente das microbacias hidrográficas
Paciência/Cristo e Pinheirinho/Cachoeira, mananciais de abastecimento em Vinhedo.
Em trabalho de levantamento físico-hídrico de Vinhedo, para essa microbacia, Elo
Ambiental (2011) indica a seguinte situação de uso do solo mapeado para o ano de 2011 e
também um comparativo entre estas áreas e as áreas mapeadas no Plano Diretor de Vinhedo
(2006).
156
Tabela V-23 Grau de preservação e Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica (A) e Grau de Conservação e Uso
das APPs (B).
Mapeamento (2011)
Mapeamento (2006)
Incremento
157
Figura V-37 Diagnóstico de campo dos parâmetros Estado de Conservação da cobertura vegetal
arbórea da APP dos corpos d’água, Aspecto Visual da Água e Uso e Ocupação do Entorno.
158
Tabela V-24 Relação de impactos detectados na Microbacia (Elo Ambiental, 2007).
159
II. BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO CAPIVARI
Se entre 1962 e 1978, houve uma pequena redução de cobertura vegetal arbórea na área
referente ao Condomínio, a partir da década de 1980 o quadro de preservação começava a se
inverter, chegando ao ano de 1994 com valores superiores aos de 1962, tanto para a microbacia
(23,4%) quanto para a área do condomínio (18,8%). É importante destacar que em proporção de
área, a vegetação arbórea dentro do condomínio em 1994 (0,44 km²) correspondia à metade de
toda a microbacia (0,88 km²).
160
Figura V-39 Localização espacial do Condomínio Estância Marambaia (1).
No que diz respeito à impermeabilização dos solos, pode se dizer que entre 1962 e 1978
praticamente toda a área da microbacia, apresentava-se permeável. Em 1962 esta
permeabilidade se associava as áreas agrícolas, principalmente na Fazenda Marambaia,
composta basicamente por pastagens. Em 1978 a alta permeabilidade se associava a pequena
ocupação da área do condomínio.
Em 1994 a permeabilidade da microbacia sofreu uma redução de 67,5%, chegando ao
ano de 2012 aos 45%. Isso se deu em grande parte pelo aumento da área impermeável do
condomínio, que entre 1978 e 1994 chegou a 52% e entre 1994 e 2012 a 57%.
Nota-se assim que apesar de ter ocorrido uma redução significativa da área permeável
interna ao condomínio, sua cobertura arbórea se manteve, principalmente nos fundos de vale e
áreas de nascente.
A microbacia hidrográfica do córrego Marambaia localiza-se essencialmente sobre o
domínio das Colinas pequenas. Portanto, de forma geral, a microbacia apresenta menor
161
suscetibilidade aos processos erosivos devido às baixas declividades verificadas, entre 10 e 15%
e vertente longas que variam entre 200 e 1000m, favorecendo, portanto, a ocupação, tanto
agrícola, no período anterior a instalação do condomínio, como urbana após sua instalação.
Em relação aos compartimentos estruturantes da paisagem, verifica-se que a cobertura
vegetal arbórea que mais se altera no decorrer do período localiza-se justamente nas linhas de
cumeeira que delimitam a microbacia hidrográfica com as chamadas Matas de Topo de Morro.
Em 1962 os divisores de água da porção sul, sudeste, sudoeste e norte da microbacia
apresentavam-se bem preservados, porém esta cobertura arbórea quase desaparece na foto área
de 1978, apenas a porção sudoeste na divisa com a microbacia hidrográfica do rio Capivari
mantinha-se arborizada. Em 1994, momento em que o quadro geral se altera através do aumento
da cobertura arbórea na microbacia, percebe-se que o padrão de distribuição também se altera,
apesar do aumento, não se nota (com exceção da porção norte e noroeste da microbacia) a
recomposição efetiva da cobertura arbórea dos interflúvios. As porções norte e noroeste se
destacavam como exceção por possuírem propriedades rurais, granjas e parreirais de uva, nestes
casos a recomposição da cobertura arbórea no interflúvio teve como função principal a redução
do impacto advindo dos ventos de norte.
Entre 1994 e 2012 pequenas manchas verdes se ampliaram por todos os compartimentos
em detrimento das grandes massas contínuas de cobertura arbórea.
No que diz respeito à impermeabilização, notou-se que dentro do condomínio o
tamanho dos lotes (1000 m²) tem influência direta sobre a quantidade de áreas gramadas nas
residências, fato que favorece a infiltração em todos os compartimentos estruturantes. Na área
externa, a impermeabilização dos solos se deu principalmente através da criação de ruas e
avenidas nos interflúvios. A porção nordeste, externa aos muros, sempre se apresentou como a
mais impermeabilizada da microbacia.
Este quadro demonstra que as intervenções no tempo passaram a ser pontuais,
priorizando a recomposição arbórea dos compartimentos receptores de processos, ou de
passagem, que possuíam preferencialmente nascentes. Em contrapartida, os interflúvios
anteriormente arborizados, cederam espaço para a infraestrutura viária e urbanização densa
(porção nordeste da microbacia).
É importante destacar também que a drenagem interna ao condomínio teve seu fluxo
amortizado por represas, que servem tanto como reservatórios de contenção para redução da
vazão a jusante, como para a valorização estética do empreendimento.
Apesar da preservação dos compartimentos estruturantes de passagem e receptores, a
impermeabilização dos divisores de água dessa microbacia podem vir a gerar e transmitir
processos erosivos importantes para os fundos de vale, principalmente se novos loteamentos
forem implantados nas áreas agrícolas de norte e noroeste.
Segundo o Plano Diretor de 2007, estas áreas agrícolas se inserem sobre a Zona de
Desenvolvimento Diversificado 3 (ZDD3), que dentre seus objetivos destaca o direcionamento
da ocupação para equipamentos de pequeno, médio e grande porte, além de permitir a
verticalização de até quatro pavimentos, ou seja, a área classifica-se como de expansão urbana,
no planejamento municipal. Porém, ao mesmo tempo em que fazem parte da ZDD3, as
propriedades rurais desta área são consideradas como Zonas de Especial Interesse Agrícola
(ZEIA), dessa forma, caso os proprietários confirmem o interesse em demarcá-las como tais
comprovando sua produtividade, estas não poderão ser parceladas em lotes.
Em trabalho de levantamento físico-hídrico de Vinhedo, para essa microbacia, Elo
Ambiental (2011) indica a seguinte situação de uso do solo mapeado para o ano de 2011 e
também um comparativo entre estas áreas e as áreas mapeadas no Plano Diretor de Vinhedo
(2006).
162
Tabela V-26 Grau de preservação e Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica (A) e Grau de Conservação e Uso das
APPs (B).
163
Figura V-40 Diagnóstico de campo dos parâmetros Estado de Conservação da cobertura vegetal
arbórea da APP dos corpos d’água, Aspecto Visual da Água e Uso e Ocupação do Entorno.
.
Concluindo a diagnose do estado de preservação dos recursos hídricos de Vinhedo, Elo
Ambiental (2007) relaciona, por microbacia, os principais impactos ambientais detectados,
recomendações, adequações e resultados iniciais deste projeto. Para a Microbacia do
Marambaia, de acordo com os pontos assinalados na figura abaixo, não foram detectados
impactos.
164
RECOMENDAÇÕES DA CÂMARA DE VEREADORES
Microbacia do Capivari
165
MICROBACIA HIDROGRÁFICA - SÃO BENTO/CAPELA
Figura V-42 Localização espacial do Condomínio Vinhas de Vista Alegre – Café (3), Il Paradiso
(15) e Bosque das Araras (26).
166
Neste contexto, o único avanço constatado em termos de preservação só ocorre no ano
de 2012, no loteamento fechado Il Paradiso, e ainda assim correspondendo apenas a 2,5% da
área total interna ao empreendimento.
167
região do bairro Capela apresentava apenas 0,3 km², o que correspondia respectivamente a
81,8% e 16% da cobertura arbórea existente na microbacia fazer as contas.
168
Na foto aérea de 1994 apenas o maior dos três reservatórios existia, sendo os demais
criados justamente para evitar os possíveis problemas oriundos da impermeabilização do solo
no loteamento Il Paradiso, que foi aprovado e fechado.
A área onde foi instalado o loteamento fechado Bosque das Araras, apresentava em
1994 outra atividade, que não a residencial. Entre 1962 e 1978 existe na área apenas uma
extensa clareira gramada.
O Bosque das Araras tem sua portaria localizada no divisor de águas norte da
Microbacia Hidrográfica São Bento/Capela, apresentando declividade que variam entre 15 e
20% em direção ao fundo do vale.
Apesar da declividade e da impermeabilização ampliada a partir de sua implantação,
não se nota sinais de processos erosivos em suas vertentes. O empreendimento direciona seu
escoamento para os córregos paralelos ao empreendimento, localizados nas áreas cobertas por
vegetação, fazendo uso dos sistemas de amortecimento já existentes na porção leste da
microbacia.
Ao longo dos canais principais e afluentes localizados a leste da Rodovia Anhanguera,
desde as nascentes próximas a Estrada da Boiada e próximas a divisa com Valinhos até o rio
Capivari, são encontrados pelo menos mais seis reservatórios de amortecimento, para além dos
já citados, e todos são classificados como áreas alvo para reflorestamento. Estas medidas de
proteção evitam problemas de enchentes nos bairros Altos do Morumbi e Residencial Vida
Nova I, as margens da rodovia.
Outro ponto importante repousa no fato de que esta microbacia, assim como a
Microbacia Hidrográfica Marambaia, apresenta áreas classificadas, segundo o Plano Diretor de
2007, como ZDD3 e que possuem em seu interior as ZEIAs.
No entanto, diferentemente da Microbacia Hidrográfica Marambaia, o interesse em
demarcar essas áreas, evitando o parcelamento futuro, não ocorreu, pois desde 2012 novos
loteamentos abertos vêm sendo instalados sobre as antigas áreas agrícolas da ZDD3 as margens
da Estrada da Capela, expondo os solos à erosão laminar, tanto em compartimentos indutores
como de passagem, e que podem conduzir ao assoreamento dos tributários do Rio Capivari não
só na microbacia São Bento/Capela.
Em trabalho de levantamento físico-hídrico de Vinhedo, para essa microbacia, Elo
Ambiental (2011) indica a seguinte situação de uso do solo mapeado para o ano de 2011 e
também um comparativo entre estas áreas e as áreas mapeadas no Plano Diretor de Vinhedo
(2006).
169
Tabela V-28 Grau de preservação e Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica (A) e Grau de Conservação e Uso das
APPs (B).
170
Figura V-43 Diagnóstico de campo dos parâmetros Estado de Conservação da cobertura vegetal
arbórea da APP dos corpos d’água, Aspecto Visual da Água e Uso e Ocupação do Entorno.
171
Tabela V-29 Relação de impactos detectados na Microbacia (Elo Ambiental, 2007).
172
MICROBACIA HIDROGRÁFICA - SANTA CÂNDIDA
A microbacia contabilizava apenas 11,6% de sua área coberta com vegetação arbórea,
porém, estes valores no decorrer dos anos acabaram se ampliando, quase que dobrando em 1994
e atingindo quase 30% em 2012 (Tabela 30).
Entre 1962 e 1978, a vegetação das principais nascentes e das vertentes mais dissecadas
foi recomposta, efeito da intervenção do Estado sobre a propriedade rural após a promulgação
do Código Florestal em 1965. Entre 1978 e 1994, a microbacia começou a ser urbanizada,
inclusive registrando um avanço menor que o do período anterior em termos de recomposição
da cobertura vegetal arbórea.
173
Nota-se que em 1978 o loteamento Vale Verde (aberto), localizado em Valinhos, já
adentrara a Microbacia Hidrográfica do córrego Santa Cândida por seu interflúvio norte,
reduzindo consequentemente a cobertura vegetal arbórea neste compartimento.
Em 1989 foi instalado o Recanto Florido, o primeiro loteamento fechado na microbacia.
Localizado sobre área já desmatada, possuía apenas em sua porção sudoeste um pequeno
resquício de cobertura arbórea, que compreendia até 1994, 10.000 m². Com a ampliação no
número de lotes entre 1994 e 2012 a cobertura foi reduzida para 4.000 m².
A partir de 1994 outras áreas se urbanizaram na microbacia, em 1996 foi criado o
loteamento fechado Vila Hípica I, ao lado do loteamento fechado Recanto Florido. A área que
corresponderia a sua instalação possuía até 1994, cerca de 30.000 m² de cobertura arbórea,
porém verificou-se que entre 1994 e 2012 apenas 17.000 m² desse montante ainda permaneciam
preservados.
Próximo ao ano 2000, a expansão dos bairros vizinhos ao Bairro Capela acabou
adentrando a microbacia pelo interflúvio, que divide a Microbacia Hidrográfica São
Bento/Capela da Microbacia Hidrográfica Santa Cândida, aumentando a impermeabilização
neste compartimento.
Ainda em 2000 foi instalado no interflúvio entre a Microbacia Hidrográfica Santa
Cândida e Microbacia Hidrográfica Capivari, o loteamento fechado Vila Hípica II, com área de
0,16 km², das quais cerca de 70% localizam-se sobre a Microbacia Hidrográfica Santa Cândida.
Em 2012, a porção de cobertura arbórea referente a estes 70% correspondia a cerca de 85% da
cobertura arbórea total existente dentro do loteamento, ou seja, cerca de 21.000 m². Somando a
área total de cobertura vegetal arbórea no loteamento, nas duas microbacias, temos cerca 25.000
m², conferindo um avanço significativo em relação aos valores encontrados para os anos de
1962, 1978 e 1994.
Condomínio Vila
Verde
(Valinhos, SP)
Figura V-45 Localização espacial do Condomínio Vila Verde (Valinhos, SP), Recanto Florido (8) e
Vila Hípica II (24).
174
loteamento fechado Recanto Florido como o Vila Hípica II localizam-se sobre os divisores de
água da microbacia.
No caso do Vila Hípica II, o escoamento superficial segue em parte para o Rio Capivari
e em parte diretamente para o córrego Santa Cândida, no caso do loteamento Recanto Florido, o
escoamento segue para um dos tributários do córrego Santa Cândida paralelo ao loteamento.
No caso do Vila Hípica I, localizado em um compartimento estruturante de passagem, a
situação de escoamento é a mesma, porém, direcionada para um tributário que possui sua
confluência mais a jusante.
Durante a instalação dos três loteamentos, os materiais inconsolidados, derivados da
exposição dos solos, foram transferidos para os canais de drenagem causando assoreamento.
Outro ponto importante se refere ao grande desmatamento realizado a partir da segunda
metade da década de 1980, a leste do que viria a ser em 2000 o loteamento fechado Vila Hípica
II. Esse desmatamento que ocorreu principalmente sobre o divisor de águas teve como intuito a
exploração comercial de areia para construção civil. Esta ação que perdurou até 2005 gerou uma
grande quantidade de material inconsolidado. Dessa forma, tanto a mineração como a instalação
dos loteamentos fechados ampliaram significativamente os níveis de assoreamento no baixo
curso do córrego Santa Cândida e na sua confluência com o Rio Capivari.
A prefeitura em 2007, visando sanar este problema, acabou por realizar alterações nas
diretrizes de ocupação previstas pelo Plano Diretor de 1984 para essa área. Até 2007 todo o vale
do Santa Cândida era setorizado como S3, ou seja, um misto entre área residencial, comercial e
serviços, ou seja, o intuito dessa setorização era o de promover a expansão urbana nessa região,
fato que não ocorreu, a não ser pela instalação dos loteamentos fechados.
No “novo” Plano Diretor de 2007 ficou estabelecido um novo zoneamento para a área,
que passa a ser divida em dois novos setores ou zonas: a Zona Expansão Urbana 2 (ZEU2) e a
Zona de Conservação Ambiental Noroeste (ZCA Noroeste).
A ZEU2 delimita as áreas no entorno dos loteamentos fechados até a divisa com o
Bairro Capela, esta delimitação tem objetivos semelhantes ao de S3, ou seja, abrir novas áreas
de expansão para loteamentos e responder ao futuro crescimento do município.
A grande diferença está na delimitação de quase todo o vale do córrego Santa Cândida
como ZCA Noroeste. Segundo o Art. 59 do Plano Diretor de 2007 (Lei Complementar 66/2007)
"A Zona de Conservação Ambiental Noroeste - ZCA Noroeste é área de manancial e
fragmentos, apresentando alta restrição à ocupação, decorrente da existência de cabeceiras dos
córregos e recursos naturais de interesse ambiental" (VINHEDO, 2007).
Este fato explica o fechamento e recomposição das áreas mineradoras a partir de 2007
não só nesta zona, mas também na ZEU2, uma vez que a ZCA Noroeste tem dentre os seus
objetivos “proteger os mananciais hídricos utilizados ou com possibilidade de utilização para
abastecimento público [...]” (VINHEDO, 2007), ou seja, a proteção é sistêmica, mesmo que a
interferência seja externa a ZCA Noroeste.
Esta delimitação também impede o avanço dos bairros da região da Capela e de
Valinhos sobre os interflúvios da microbacia, evitando assim a ampliação dos processos
erosivos transmitidos para o fundo do vale no médio e alto curso do córrego Santa Cândida.
Porém, caso a ZEU2 seja realmente ocupada por novos loteamentos, os problemas de
assoreamento poderão retornar a microbacia.
Considerando que a delimitação entre a ZEU2 e a ZCA Noroeste não acompanha o
traçado dos compartimentos estruturantes da paisagem e sim a área já urbanizada pelos
loteamentos fechados, qualquer exposição do solo no processo de parcelamento de novos lotes
na ZEU2 poderá acarretar novos episódios de assoreamento. A delimitação entre as zonas
ocorre no meio da vertente, ou seja, em um importante compartimento estruturante de
passagem.
Em trabalho de levantamento físico-hídrico de Vinhedo, para essa microbacia, Elo
Ambiental (2011) indica a seguinte situação de uso do solo mapeado para o ano de 2011 e
também um comparativo entre estas áreas e as áreas mapeadas no Plano Diretor de Vinhedo
(2006).
175
Tabela V-31 Grau de preservação e Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica (A) e Grau de Conservação e Uso das
APPs (B).
Mapeamento (2011)
Mapeamento (2006)
Incremento
176
Figura V-46 Diagnóstico de campo dos parâmetros Estado de Conservação da cobertura vegetal
arbórea da APP dos corpos d’água, Aspecto Visual da Água e Uso e Ocupação do Entorno.
177
Tabela V-32 Relação de impactos detectados na Microbacia (Elo Ambiental, 2007).
178
MICROBACIA HIDROGRÁFICA - TICO/MOINHO
179
Tabela V-34 Grau de preservação e Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica (A) e Grau de Conservação e Uso das
APPs (B).
Mapeamento (2011)
Mapeamento (2006)
Incremento
180
Tabela V-35 Grau de preservação e Uso dos Solos de todas as Microbacias Hidrográficas (A) e Grau de
Conservação e Uso das suas APPs (B).
Mapeamento (2011)
Mapeamento (2006)
Incremento
181
Figura V-48 Diagnóstico de campo dos parâmetros Estado de Conservação da cobertura vegetal
arbórea da APP dos corpos d’água, Aspecto Visual da Água e Uso e Ocupação do Entorno.
182
Tabela V-36 Relação de impactos detectados na Microbacia (Elo Ambiental, 2007).
183
MICROBACIA HIDROGRÁFICA - CAPIVARI
Para a análise e ocupação do solo pós 1962 foram considerados três eixos de expansão
bem diferenciados quanto as suas funções.
O primeiro eixo, que remete a porção leste da microbacia, possui uma história
semelhante a da Microbacia Hidrográfica do córrego Marambaia, localizada imediatamente a
nordeste da microbacia em questão. Nesta porção da microbacia funcionava a Fazenda São
Joaquim, "produtora de uvas, figos, maças, peras, cereais e inclusive laticínios" (Folha de
Vinhedo, 13 de janeiro de 1954, p.7) e que após sucessivos períodos de crise durante as décadas
de 1960, 1970, acabou por ser vendida e em seguida fechada e loteada, transformando-se no
Condomínio São Joaquim.
184
Figura V-50 Localização espacial dos Condomínios Condomínio Fazenda São Joaquim (4), Sol
Vinhedo Village (12) e Alpes de Vinhedo (20) e Vila Hípica II (24).
Em 1978, logo após a instalação do loteamento houve uma redução de cerca de 34% da
cobertura vegetal arbórea dentro dos limites do empreendimento. Em termos de microbacia este
valor representou uma redução de 8,8% da área de cobertura arbórea verificada em 1962, ou
seja, quase 9% da cobertura arbórea da microbacia foram perdidas quando da instalação do
loteamento fechado.
Considerando ainda o ano de 1978, foi possível constatar que ao norte do loteamento
São Joaquim, na porção entre ele e o Condomínio Marambaia, próximo ao acesso a Vinhedo
pela Rodovia Anhanguera, foram instalados também alguns loteamentos abertos sobre áreas já
quase que totalmente desmatadas em 1962.
Entre 1978 e 1994 (como no caso do Condomínio Marambaia) verificou-se uma
recomposição significativa da cobertura arbórea dentro dos limites do loteamento fechado,
chegando a 20% em 1994, um aumento de quase 12% em relação a 1978 e que se manteve até
2012.
No período seguinte, entre 1994 e 2012, foram instalados mais dois loteamentos
fechados nesta porção da microbacia, porém, apresentando características diferentes do São
Joaquim. Além de serem bem menores, estes empreendimentos foram concebidos sobre áreas já
muito desmatadas desde 1962. Após a instalação desses empreendimentos não houve
recomposição da cobertura vegetal arbórea o que é uma característica comum nos loteamentos
instalados após 1994.
O primeiro dos dois loteamentos, denominado Sol Vinhedo Village, foi instalado em
1995 na divisa com o Condomínio Marambaia. A área em que este empreendimento seria
instalado apresentava até 1994, 0,007 km² de cobertura vegetal arbórea, ou seja, antes de sua
instalação apenas 6,36% da área possuía cobertura vegetal arbórea. Ao analisarmos os dados de
2012 podemos constatar que esse valor chega à zero, dessa forma, do período de sua instalação
em 1995 até 2012, toda a cobertura vegetal arbórea interna acabou sendo retirada.
O segundo loteamento fechado denominado Alpes de Vinhedo foi instalado em 1998 na
porção leste da microbacia hidrográfica, tendo o divisor de águas como limite leste máximo
para sua implantação. Este loteamento foi instalado em uma área que desde 1962 não
apresentava índice algum de cobertura arbórea, mantendo-se assim até 2012.
Loteamentos como o Alpes de Vinhedo, que não possuem cobertura arbórea interna,
normalmente fazem uso da vegetação externa aos muros através de um ideal de apreciação da
paisagem, mas sem arcar com os custos de manutenção da cobertura arbórea para preservação
185
das características sistêmicas. Normalmente estes condomínios construídos em pontos elevados
do relevo possibilitam uma visada esteticamente interessante da natureza. No caso do Alpes de
Vinhedo, as residências voltadas para sul e sudeste apresentam uma excelente visada da Serra
do Japi, assim como uma visada de grandes porções de cobertura arbórea pertencentes ao
loteamento São Joaquim e a bacia hidrográfica do rio Capivari.
Percebe-se que quase todos os loteamentos fechados e condomínios horizontais de
Vinhedo foram estruturados sobre os divisores de água, o que reforça esta concepção, porém
sabe-se que não é somente pela questão visual que estes empreendimentos são alocados sobre
estes locais, as condições geotécnicas para construção também são favoráveis.
A segunda área de expansão considerada para a microbacia corresponde à porção
localizada a oeste da Rodovia Anhanguera. Esta porção da microbacia apresenta-se
predominantemente rural, porém convém destacar a inauguração do Distrito Industrial Benedito
Storani às margens da Rodovia Anhanguera e sobre parte da planície de inundação do rio
Capivari, no início da década de 1980, notadamente voltado para a implantação de grandes
empresas.
Inclusive à concepção e instalação do bairro Capela na década de 1980 (terceira área de
expansão desta microbacia), e que possui sua porção sul localizada ao norte da microbacia, teve
como intuito suprir, através da oferta de moradias populares, a demanda por de mão-de-obra
advinda da instalação dessas novas indústrias.
Nesta terceira área de expansão, localizada ao norte, outro importante loteamento
fechado foi instalado em 2000, o Vila Hípica II, localizado a oeste do bairro Capela sobre o
interflúvio que divide a Microbacia Hidrográfica Capivari e a Microbacia Hidrográfica Santa
Cândida ao norte. A instalação do Vila Hípica II tem relação direta com o sucesso do
empreendimento Vila Hípica I, inserido na Microbacia Hidrográfica Santa Cândida em 1996.
O loteamento Vila Hípica II apresenta área de 0,16 km², no qual cerca de 30% estão
localizados sobre a Microbacia Hidrográfica Capivari. Em 2012 a porção de cobertura arbórea
correspondente a estes 30% compreende cerca de 15% do montante de cobertura arbórea total
dentro do loteamento, ou seja, cerca de 3750m².
Em síntese, essas formas de uso e ocupação conduziram a uma redução de 13,41% entre
1962 e 1978 na microbacia, apresentando, no entanto, uma importante recomposição e
ampliação nas décadas seguintes, chegando em 1994 a 24,86% e 2012 a 26,20%. Essa
recomposição se dá principalmente pela baixa exploração urbana, pela presença de chácaras de
lazer, pela delimitação de APP’s e pela baixa exploração dos solos por parte da agricultura
familiar
No que se refere à impermeabilização, praticamente toda a área da microbacia
apresentava-se permeável em 1962, o único ponto impermeável se associava a área pavimentada
da Rodovia Anhanguera. Em 1978 este perfil é levemente alterado devido ao início da
instalação do novo distrito industrial de Vinhedo e do loteamento fechado São Joaquim. Entre
1978 e 1994, a permeabilidade dos solos da microbacia cai para 91,8%, chegando em 2012 aos
75,1%. Apesar da grande quantidade de áreas impermeáveis no distrito industrial, nos
loteamentos fechados e na porção sul da região do Bairro Capela, a microbacia com um todo se
apresenta altamente permeável, dessa forma, os impactos ambientais podem vir a ocorrer de
forma mais expressiva em pontos específicos da microbacia, porém podem desencadear uma
série de problemas para todo o sistema.
A Microbacia Hidrográfica Capivari esta localizada predominantemente sobre as
Colinas permeadas Morrotes, com vertentes possuindo entre 200 e 1000m e com declividades
que variam principalmente entre os 10 e 15%, favoráveis à ocupação.
Porém, na porção oeste da microbacia há predomínio exclusivo dos Morrotes, que
apresentam comprimento de vertente variando entre 200 e 400m e declividade variando entre 15
e 20%.
Na porção leste da microbacia, mais precisamente onde se encontra o loteamento
fechado Alpes de Vinhedo, há algumas características de transição para as áreas de Morrotes e
Morros, ou seja, neste ponto as vertentes apresentam comprimento entre 200 e 400m, como no
caso dos Morrotes, mas as declividades podem vir a atingir mais de 45% em alguns casos,
caracterizando terrenos muito suscetíveis à ocupação.
186
Assim, no que tange os compartimentos estruturantes da paisagem, verifica-se que em
1962 quase que a totalidade do fundo de vale do rio Capivari apresentava-se bem preservado,
assim como os interflúvios e os compartimentos de passagem da microbacia hidrográfica.
A partir do início da década de 1980, mesmo com o avanço da preservação da cobertura
arbórea nas áreas de predomínio dos Morrotes em direção à divisa de Vinhedo com Itupeva,
constataram-se nas demais localidades significativas perdas de área, principalmente na planície
de inundação do rio Capivari, através da ocupação do divisor de águas e da meia encosta.
Os principais fatores contribuintes para essa degradação ligam-se a instalação do
Distrito Industrial Benedito Storani, a urbanização e expansão da região do bairro Capela a
norte e o parcelamento em lotes da Fazenda São Joaquim. Entre os impactos sistêmicos
derivados dessa expansão urbana temos o assoreamento e a contaminação do rio Capivari e a
ampliação dos processos erosivos nas vertentes de maior declividade (Demacamp, 2006).
Considerando apenas o loteamento fechado São Joaquim, podemos constatar que entre
1994 e 2012 houve um pequeno avanço da cobertura arbórea em manchas pontuais na vertente
leste, porém no compartimento de passagem da vertente oeste, desmatada quando da sua
instalação, atualmente a mais impermeabilizada do loteamento, pouco foi feito.
No mapeamento das áreas de risco a deslizamento e inundações do município de
Vinhedo, realizado pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) em 2013, a área em questão é
classificada como de alto risco a inundação. A drenagem no local, Capivari, é natural,
meandrante e encontra-se assoreada. O canal possui cerca de 5m de largura (máxima) e margens
variando de 2 a 4m de altura. Foram observados sinais de solapamento de margem (cicatriz e
trincas no pavimento) em pontos específicos do canal.
As moradias ocupam tanto a margem direita como esquerda do córrego. Segundo
informações da COMDEC, a inundação pode ultrapassar 1,8m de altura, como raio de alcance
superior a 200m, ocorrendo de forma rápida. A inundação ocorre em eventos de chuvas fortes
concentradas, somadas as águas vindas do município de Louveira pelo Rio Capivari, o qual
cruza o condomínio. A inundação ocorre na planície de inundação do Rio Capivari e também
em um afluente localizado na Rua Paranaense, o qual inunda devido à concentração de águas
advindas do sistema de drenagem da Rodovia Anhanguera (IPT, 2013, p.50)
O loteamento fechado São Joaquim foi construído justamente sobre a planície natural de
inundação do Rio Capivari, ou seja, no talvegue. Dessa forma, todas as alterações advindas
tanto das formas de uso e ocupação do solo nas vertentes do próprio loteamento ou próximas
dele, como das vertentes indutoras localizadas a montante do canal, já em Louveira, poderão
conduzir a um aumento do escoamento superficial e por consequência ultrapassar o limite de
suporte da vazão máxima do canal de drenagem.
É importante frisar que a jusante do canal os processos são transmitidos pelo próprio
canal, ou seja, o aumento da energia sobre o limite da capacidade de escoamento do rio pode vir
a solapar as margens em áreas distantes do loteamento fechado.
Outro agravante para o aumento das possibilidades de enchentes no loteamento fechado
São Joaquim advém do escoamento direcionado pelo loteamento fechado Alpes de Vinhedo,
localizado no extremo leste da microbacia. Este loteamento localiza-se no ponto mais alto de
toda a microbacia, sua portaria se encontra sobre o compartimento estruturante que divide as
águas entre a Microbacia Hidrográfica Capivari e a Microbacia Hidrográfica Água do Buracão,
tendo os lotes distribuídos ao longo da vertente da Microbacia Hidrográfica Capivari. O
desnível entre a portaria do loteamento, localizado as margens da Estrada da Boiada, e o rio
Capivari é de 150 metros verticais para 575 metros horizontais, o que confere uma declividade
muito alta para o contexto da microbacia, por volta de 27%.
Esse desnível entre os compartimentos estruturantes ocorre pela transição do domínio
das Colinas para os Morrotes permeados por Morros. Dessa forma, verifica-se que a declividade
do loteamento Alpes de Vinhedo, somado a ausência de cobertura arbórea interna e uma
impermeabilização que chega a quase 91% de sua área total, conduzem em períodos de chuva
intensa um fluxo rápido de escoamento pluvial.
Considerando que o loteamento direciona este escoamento para um tributário de
primeira ordem do rio Capivari, têm-se aí mais um fator contribuinte e para conduzir ao
aumento do volume de água em um curto período de tempo. Dessa forma, o loteamento Alpes
187
de Vinhedo pode induzir pelo tributário a ampliação do risco de enchente no loteamento São
Joaquim.
É importante destacar que ainda na década de 1970 foram construídos dois grandes
reservatórios de água nesta porção da microbacia, um localizado externamente ao muro sudeste
do loteamento São Joaquim, por onde o rio Capivari adentra o loteamento, e outro dentro do
loteamento. No primeiro caso o reservatório visa conter e amortecer a vazão excedente advinda
de Louveira, no segundo caso visa-se conter e amortecer a vazão excedente advinda do distrito
industrial e da Rodovia Anhanguera.
O fato desses reservatórios já existirem na década de 1970, leva a crer que a escolha da
planície de inundação do rio Capivari para a instalação de um grande loteamento residencial
fechado não foi a mais acertada.
Os tributários do rio Capivari que interferem na vazão do Capivari dentro do São
Joaquim são entalhados em vertentes ocupadas por diferentes formas de uso, portanto a solução
para estes episódios de enchentes requerem uma análise não pontual e sim sistêmica.
Em contraponto, apesar dos Morros configurarem terrenos muito suscetíveis à erosão
laminar e a formação de sulcos e rastejo frequentes de média a alta intensidade não se nota
indícios de processos erosivos entre os compartimentos estruturantes da vertente localizados
entre os loteamentos fechados Alpes de Vinhedo e São Joaquim. Isso se dá possivelmente pela
presença de grandes áreas gramadas, localizadas principalmente sobre o compartimento de
passagem, além disso, o próprio fato de que os fluxos superficiais advindos do loteamento
Alpes de Vinhedo são direcionados para um tributário do rio Capivari, evitam a transferência de
excedentes hídricos do loteamento para a vertente. Essa constatação nos leva a crer que o
assoreamento verificado pelo IPT no rio Capivari dentro do São Joaquim, está vinculado
principalmente à expansão do Distrito Industrial Benedito Storani na vertente oposta.
Em situação semelhante, o loteamento fechado Sol Vinhedo Village, que não possui
cobertura arbórea e tem sua área 55% impermeabilizada, direciona seu escoamento para um
reservatório de contenção para amortecimento da vazão localizado no bairro Chácara do Trevo
junto a outro tributário do rio Capivari, porém o escoamento deste loteamento é direcionado
para o canal após o muro do loteamento São Joaquim, portanto não influenciando em seus casos
de enchentes.
As áreas de expansão urbana ocupadas por loteamentos populares, na porção norte da
microbacia, as margens do bairro Capela, também podem vir a causar problemas sistêmicos
relacionados ao escoamento superficial à medida que ocupam continuamente do topo das
colinas até os fundos de vale, portanto descarregando seus excedentes hídricos neste
compartimento, podendo causar enchentes e erosão, principalmente na Rua João Edueta no
bairro Capela.
As demais áreas da microbacia apresentam-se estáveis de acordo com os parâmetros
selecionados por possuírem uma baixa taxa de ocupação, permanecendo, portanto, permeáveis e
com cobertura vegetal arbórea relativamente bem preservada.
Em trabalho de levantamento físico-hídrico de Vinhedo, para essa microbacia, Elo
Ambiental (2011) indica a seguinte situação de uso do solo mapeado para o ano de 2011 e
também um comparativo entre estas áreas e as áreas mapeadas no Plano Diretor de Vinhedo
(2006).
188
Tabela V-38 Grau de preservação e Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica (A) e Grau de Conservação e Uso das
APPs (B).
Mapeamento (2011)
Mapeamento (2006)
Incremento
189
Figura V-51 Diagnóstico de campo dos parâmetros Estado de Conservação da cobertura vegetal
arbória da APP dos corpos d’água, Aspecto Visual da Água e Uso e Ocupação do Entorno.
190
Tabela V-39 Relação de impactos detectados na Microbacia (Elo Ambiental, 2007).
191
CONSIDERAÇÕES SOBRE O ESTADO DE PRESERVAÇÃO DAS NASCENTES DE
VINHEDO
192
CONSIDERAÇÕES FINAIS
193
a) Temporalmente a maioria dos empreendimentos residenciais horizontais fechados causaram
grandes desmatamentos quando de sua instalação, porém, a recomposição da cobertura
arbórea em alguns casos, atingiram valores próximos ou superiores aos registrados no
período anterior a sua instalação.
b) Apesar da impermeabilização do solo ser alta nas duas formas de ocupação (fechada e
aberta), os condomínios horizontais e loteamentos fechados possibilitam uma maior
infiltração de água, em detrimento do escoamento superficial, mesmo em períodos de chuva
intensa, devido principalmente ao tamanho dos seus lotes, que possibilitam a existência de
extensas áreas gramadas.
c) Os compartimentos estruturantes da paisagem indutores de processos são os mais explorados
pelos empreendimentos residenciais horizontais fechados, porém, na maioria dos casos, a
drenagem é amortecida ou pela vegetação interna e/ou pelo direcionamento para
reservatórios de contenção e amortecimento. Os compartimentos estruturantes receptores de
processos são os mais bem preservados, quando se encontram dentro desses
empreendimentos.
d) Excetuando o loteamento fechado São Joaquim, instalado sobre a planície de inundação do
Rio Capivari, todos os outros casos de alto risco a enchentes e deslizamentos registrados
pelo IPT, ocorrem na área de urbanização compacta externa aos muros desses
empreendimentos.
e) Quase todos os canais na área de urbanização adensada são canalizados, o que demonstra a
preocupação da gestão do município com os excedentes derivados do escoamento
superficial, vinculado à impermeabilização dos solos. Em contrapartida, a maioria dos
córregos internos aos loteamentos mantém suas características naturais, permanecendo
assim após ultrapassar seus limites quando em microbacia hidrográficas pouco urbanizadas.
f) Os condomínios horizontais e loteamentos fechados, localizados em microbacias
hidrográficas pouco urbanizadas apresentam-se bem preservados, sem sinais evidentes de
processos erosivos ao longo da vertente, incluem se ai as áreas externas aos muros.
g) Algumas dos indicadores apontam apenas perspectivas futuras de instabilidade ambiental,
por exemplo, quando os empreendimentos são muito recentes e/ou possuem pouca áreas
impermeáveis (Vila D'oro, Campos de Toscana, Villa Monteverde).
h) As microbacias hidrográficas densamente urbanizadas, Cachoeira/Pinheirinho e São
Bento/Capela (porção oeste) são as que configuram maior instabilidade ambiental para o
sistema, segundo as variáveis analisadas.
i) O zoneamento urbano de Vinhedo, concebido pelo Plano Diretor de 2007 prevê novas áreas
de expansão urbana ao redor de áreas dispersas, onde se encontram muitos dos loteamentos
fechados e condomínios horizontais, portanto o diagnóstico realizado por esta pesquisa
pode ser alterado.
j) Apesar das taxas de permeabilidade dos solos e de cobertura vegetal arbórea, tanto nos
empreendimentos residenciais horizontais fechados como nas áreas de urbanização
compacta serem relativamente semelhantes em 2012, temos no primeiro caso, uma
distribuição espacial dos indicadores sobre os compartimentos estruturantes da paisagem
mais condizente com as premissas sistêmicas vinculadas a sustentabilidade ambiental. As
áreas urbanas adensadas e compactas possuem pontos permeáveis dispersos em meio a
áreas de grande impermeabilidade e com poucas áreas continuas de cobertura vegetal
arbórea, caracterizando uma descontinuidade na regulação do sistema ambiental.
194
ambiental urbana, porém estes mesmos empreendimentos devem ser planejados de forma a não
comprometer a sustentabilidade social, principalmente no que tange a mobilidade.
195
VI. CAPÍTULO VI. RECARGA DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS E A
PRODUÇÃO DE ÁGUA.
Adianta-se de princípio que esse trabalho considera a área do município como a área de
recarga a ser trabalhada sendo suas microbacias hidrográficas as unidades de produção de água.
Assim, preconiza ações de intervenção que no município possam ser realizadas, que tem
poder de decisão, dentro de seu território e que, prioritariamente, nele mesmo resulte os
benefícios.
A recarga das águas subterrâneas, assim como a disponibilidade hídrica em uma área
ocorre em diferentes níveis do solo distintos, academicamente, pelos seus diferentes fluxos.
Em seu excelente trabalho (SANEBAVI, 2006) “Caracterização dos terrenos de
Vinhedo em relação à capacidade de infiltração e recarga das águas subterrâneas”, Sueli Y.
Pereira e Marcelo V. da Silveira, com a colaboração da Elo Ambiental, avaliou as condições dos
terrenos do município de Vinhedo ante ao potencial de capacidade de infiltração e recarga das
águas subterrâneas, assim como as características hidrológicas do sistema Cristalino na área do
município e a vulnerabilidade quanto ao potencial de contaminação.
Didaticamente, o sistema de fluxo das águas subterrâneas pode ser caracterizado, de
acordo com a figura 1.
196
trabalho (SANEBAVI, 2006) foram essas as áreas de recarga e descarga consideradas para a
avaliação do potencial de infiltração.
O Fluxo Regional compreenderiam o fluxo entre as microbacias de rios e córregos
principais da região.
Por fim, o Fluxo Inter-Regional envolveria várias bacias hidrográficas, como por
exemplo, o sistema Guarani.
Claro fica que, o Fluxo Local é passível de plena intervenção antrópica tanto em termos
de diminuição, que é hoje a maior situação de ocorrência em função da degradação e
impermeabilização dos solos, como em termos de promoção, quando se aplica o correto manejo
e conservação dos solos. Assim, é nesse fluxo e nessa recarga que trabalha, principalmente, esse
projeto. O resultado em termos de aumento de disponibilidade de água se traduz mais como
água superficial.
O fluxo seguinte, o Fluxo Intermediário, também é passível de intervenção dentro de
um município uma vez que é plenamente possível haver tanto a área de recarga como a área de
surgência dentro do mesmo município, e como, afortunadamente, parece ser o caso de Vinhedo.
Assim, a promoção da capacidade de infiltração de água no solo na área de recarga por meio do
adequado uso e ocupação dos solos e o emprego de práticas conservacionistas permite que haja
um aumento também da disponibilidade hídrica no município tendo o resultado se traduzindo
mais como água subterrânea. Também esse fluxo é trabalhado no presente projeto.
Já os fluxos seguintes, o regional e o inter-regional, geralmente fogem da possibilidade
de intervenção municipal uma vez que tanto a área mais significativa de recarga, como a área de
surgência pode estar fora do território do município. A ação de recuperação hidrológica, nesses
casos deveria ser regional para se refletir em um determinado município.
As águas de uma bacia hidrográfica podem ser divididas em águas superficiais e águas
subterrâneas.
Tucci (1997) aponta que Águas superficiais são encontradas na rede de rios da bacia
hidrográfica onde a população se desenvolve. Uma seção de um rio define a sua bacia
hidrográfica. Essa bacia é a área definida pela topografia superficial em que, a chuva ali
precipitada, potencialmente contribui com escoamento pela seção que a define. A vazão de um
rio é composta pela parcela da água precipitada que escoa superficialmente e pela parcela que se
tornou subterrânea e que surge na superfície do solo através das nascentes e do fluxo de base
nos corpos hídricos.
A disponibilidade varia muito ao longo do ano, portanto é necessário conhecer essa
variabilidade para melhor definir a disponibilidade natural do rio no atendimento da demanda.
A disponibilidade hídrica depende da capacidade de regularização natural do rio ao
longo do ano. Poderá existir um período do ano em que o rio não atenderá a demanda sendo
necessário regularizar a vazão através de um reservatório. A capacidade máxima de
regularização de um reservatório é a vazão média de longo período da bacia, estimada pela
média das médias anuais.
A disponibilidade hídrica de uma bacia é avaliada com base na série hidrológica de
vazões afluentes através da sua distribuição estatística temporal. Essas vazões dependem das
características da precipitação, evapotranspiração (total, variabilidade temporal e espacial) e da
superfície do solo, que são os condicionantes naturais.
As funções estatísticas hidrológicas mais utilizadas para avaliação da disponibilidade
hídrica são a curva de permanência e a curva de regularização. A curva de permanência
relaciona a probabilidade de que uma vazão seja maior ou igual durante o ano (ou do período da
série). Por exemplo, a vazão de Q75 indica que no rio 75% das vazões são maiores ou iguais a
esse valor. A curva de regularização relaciona vazão, volume necessário para regularizar a
referida vazão e o nível de probabilidade da relação.
A demanda urbana usualmente pode ser atendida por pequenas bacias hidrográficas. Na
região Sul e Sudeste do Brasil as pequenas bacias (< 500 km2) têm vazão específica entre 15 e
25 l/s.km2. A demanda usual de cidades médias e grandes é da ordem de 200 l/ha.dia. Dessa
forma, considerando um valor médio para o intervalo acima e que seja possível regularizar 70%
da média, 1 km2 poderia abastecer cerca de 6.000 pessoas. Quando o atendimento da demanda é
197
realizado á partir de grandes mananciais o risco de atendimento quanto à quantidade é muito
pequeno e pode ser realizado usualmente sem regularização.
Segundo COBRAPE (2009), a disponibilidade hídrica subterrânea é definida como a
quantidade de água disponível para uso armazenada nos aqüíferos, ou como o volume de água
que pode ser extraído sem risco de exaustão do aqüífero.
A despeito da simplicidade da definição a estimativa da disponibilidade hídrica
subterrânea requer, além de procedimentos científicos, diretrizes políticas. De acordo com ANA
(2004), a definição de disponibilidade hídrica admite diferentes interpretações e está ligada às
finalidades de planejamento e gerenciamento das bacias.
A disponibilidade hídrica está relacionada diretamente com as reservas de água
subterrânea. Em sentido amplo, define-se reserva como a totalidade da água móvel existente em
um sistema aqüífero. Em outras palavras, a quantidade de água presente somente em camadas
permeáveis.
Com base em Costa (1997), as reservas subterrâneas podem ser distinguidas em:
Figura VI-2 Parâmetros utilizados no cálculo das reservas ativa e permanente de aquíferos livres,
dos tipos sedimentar e fissural.
198
Conejo Lopes (1994) estimou a disponibilidade hídrica para as bacias dos Rios
Piracicaba e Capivari em 15 a 30% da recarga média multianual.
Já o DAEE (1974) calcula que a recarga profunda represente cerca de 5 a 10% da
recarga total e (Liazi et al., 2007) mostraram que a reserva ativa representa, em média, 18% do
escoamento de base das bacias do Estado de São Paulo.
Ainda em termos de conceituação, deve ser distinguida a recarga direta da recarga
profunda.
Recarga Direta é a parcela da precipitação que penetra no solo e atravessa a zona não
saturada do solo indo soma-se à reserva de água subterrânea já existente.
A recarga profunda é a parte da recarga direta que contribui com as águas mais
profundas e/ou aqüífero confinado. Quantitativamente representa a parcela que sobra da recarga
direta descontada a variação do armazenamento do aqüífero não confinado e o fluxo de
escoamento básico.
A figura 3 apresentada por Gomes (2008) mostra esses diferentes fluxos e parcelas da
água subterrânea.
Rp = Rd – Qb – ∆s
Onde:
Rp = Recarga Profunda
Rd = Recarga direta
Qb = Escoamento de base
∆s = Variação do volume subterrâneo armazenado
199
Segundo Maziero et al. (2008), o estudo da estimativa da recarga subterrânea e das
conexões entre os recursos hídricos existentes, em determinada área, fornece os subsídios
necessários para o aproveitamento racional da água subterrânea e superficial, e ainda provê
elementos quantitativos para localização de obras hidráulicas e civis de diferentes fins.
O conceito de recarga de águas subterrâneas pode ser, a princípio, confundido com o
conceito de infiltração. A infiltração é a água que percola da superfície para a zona não saturada.
A recarga é, porém, uma porção desta infiltração, aquela que realmente atinge o nível da água
(Rushton & Ward 1979 apud Neil Ketchum Jr. et al. 2000). Assim, o termo recarga representa a
quantidade de água, por unidade de área, que penetra no subsolo até atingir o lençol freático e a
quantidade de água que contribui para aumentar a reserva subterrânea permanente ou temporária
de aquífero, e, no caso da reserva temporária, é considerada como reserva reguladora ou
renovável, que pode ser considerada como reserva explotável (Vasconcelos, 2005).
A recarga pode ocorrer naturalmente pela precipitação, por rios, canais e lagos, fluxos
interaquíferos e via fenômenos induzidos por atividades humanas, como a irrigação e a
urbanização (Lerner et al., 1990), sendo a precipitação a principal fonte de recarga para
aqüíferos.
Lerner (1997) definiram conceitualmente os principais mecanismos de recarga das
várias fontes possíveis:
• Recarga direta (ou difusa): água adicionada ao reservatório de água subterrânea em excesso
dos déficits de umidade do solo e evapotranspiração por percolação direta vertical através da
zona não saturada;
• Recarga indireta: percolação para o nível da água através do leito de cursos da água
superficial;
• Recarga localizada: uma forma intermediária de recarga, resultante de concentração de água
em superfície na ausência de canais bem definidos.
A recarga acontece de formas diferentes de acordo com o meio. São vários os fatores
que influenciam na chegada de água para recarregar um aqüífero, desde a porosidade e
permeabilidade do solo a fatores externos.
Vários fatores são potenciais controladores da recarga. Segundo Custódio & Llamas
(1981), os fatores são os seguintes:
200
Isso viria ao encontro da assertiva que o processo de estimativa de recarga é interativo e
envolve refinamentos contínuos da taxa de recarga quando dados adicionais são coletados
(Wahnfried e Hirata, 2005).
Lerner et al. (1990) também aponta que a estimativa de recarga, por si só, é uma tarefa
bastante complicada e com erros inerentes, uma vez que não pode ser feita diretamente Além
disso, a variabilidade espacial e temporal das condições hidrometeorológicas é uma fonte de
incerteza considerável.
a) Método do balanço hídrico: Esse método tem sido extensivamente usado para estimativas
quantitativas dos recursos hídricos e dos impactos de atividades humanas no ciclo hidrológico.
O balanço hídrico de uma área é definido pela equação hidrológica, que é basicamente
uma condição da “Lei de Conservação de Massa” aplicada para o ciclo hidrológico.
O balanço hídrico para uma bacia pode ser escrito como:
P + Qin = ET + Qout + ∆ S
em que P é a precipitação; Qin e Qout são a entrada e saída de fluxo da área, respectivamente; ET
é a evapotranspiração; ∆ S é a variação no armazenamento de água.
O método considera que outros fluxos podem ser medidos ou estimados mais facilmente
do que a própria recarga, que assim constitui no termo residual de todos os outros fluxos da
formulação.
O método, adaptado para as condições climatológicas brasileiras, tem sido largamente
aplicado pela sua praticidade em termos da disponibilidade dos dados requeridos (precipitação e
temperatura), da facilidade dos cálculos e dos bons resultados geralmente obtidos (Menegasse-
Velásquez, 1996).
A equação de balanço hídrico considera o total da recarga. Para avaliar os componentes
individuais, utilizam-se as técnicas descritas a seguir.
Para estimar a recarga direta, em climas úmidos, utiliza-se o balanço de umidade do
solo, que depende do tipo de ocupação do solo.
Para o caso da recarga localizada, não há estudos conhecidos e nem dados disponíveis
para quantificá-la individualmente. Se esta recarga ocorre, ela passa pela zona de solo, fazendo
parte, portanto, do balanço de umidade do solo. Para calcular esta componente deve-se
considerar, mesmo em áreas impermeabilizadas, que parte da área é permeável (cerca de 50%),
especialmente em áreas residenciais.
A recarga provinda de redes de águas pluviais também é difícil de estimar, e consiste,
também, em recarga localizada. Para realizar a estimativa, devem-se ter informações da rede de
drenagem de águas pluviais e de possíveis vazamentos.
Mesmo se conhecendo a estrutura desta rede, a recarga por este caminho é episódica,
dificultando ainda mais sua detecção. Dadas estas dificuldades, deve-se, então, considerar que
parte da precipitação se transforma em recarga ou ignorar efeitos da impermeabilização para
parte da superfície (como para a recarga localizada).
Porém, a maior limitação do método do balanço hídrico é que a precisão da estimativa
de recarga depende da precisão com que os outros componentes do ciclo hidrológico foram
medidos ou estimados (Scanlon et al., 2002).
Lerner et al. (1993 apud Lerner 2002) tentaram aplicar o método à cidade de Coventry,
na Inglaterra, porém não obtiveram sucesso. Certamente havia tanto captação de água
subterrânea pelos encanamentos quanto vazamento a partir destes. Infere que a diferença entre
essas entradas e saídas era muito próxima da margem de erro que se obtém ao subtrair dois
números grandes, o que tornou os resultados inconclusivos.
201
Birkle et al. (1998) calcularam a recarga no âmbito de um balanço hídrico para a Bacia
do Vale do México, com o objetivo de prever as implicações dos resultados deste balanço no
consumo de água no futuro. Foi identificado neste estudo a superexploração do aqüífero, uma
vez que a taxa de explotação é cerca de 51,35 m3/s para uma taxa de recarga calculada de 19
m3/s.
Não obstante às suas limitações, dado à escassez de dados básicos e a limitação de
tempo, o Método do balanço hídrico apresenta-se como um dos mais aplicáveis nesse estudo de
estimativa da produção de água em Vinhedo.
No estado de São Paulo se calculou por meio do balanço hídrico, a recarga de toda uma
região utilizando grande área e grande manancial.
Santos et al. (2012) trabalharam com as áreas de recarga do Aquífero Guarani referente
aos municípios de Nuporanga, Santa Rita do Passa Quatro, Analândia, Botucatu e Piraju.
Apontam que esse manancial recebe recarga a partir de dois mecanismos principais: por
infiltração direta de parte das precipitações que ocorrem em sua zona de afloramentos, indo
formar as reservas ativas; e indiretamente das formações sobrepostas ─ Formação Serra Geral
(através de sistemas de fraturas nessas rochas) e Grupo Bauru (através dos poros desses
arenitos).
Historicamente, informam que a primeira avaliação de reservas na porção brasileira do
Sistema Aquífero Guarani (SAG) deve-se a Rebouças (1976). Na ocasião, a reserva permanente
foi estimada em 48 021 km3 e a reserva reguladora ou ativa em 160 km3/ano, subdivididas em
infiltração direta e indireta. A infiltração direta foi calculada considerando-se uma recarga
equivalente a 15% da pluviometria média anual de 1500 mm, precipitando sobre uma área de
87000 km2. A infiltração indireta foi calculada adotando-se valores de condutividade hidráulica,
valor médio de 5.10-8 m/s e de diferença de potencial e espessura média de camada porosa,
entre 100 m e 400 m, respectivamente. Para a estimativa da reserva permanente, foi utilizada
uma área total de 800 000 km2, espessura média de 300 m e porosidade efetiva de 20%.
Já Rocha (1997) apresentou uma avaliação para toda a área do SAG no Brasil Utilizou
como parâmetros pluviometria média de 1500 mm/ano, área de recarga de 150 000 km2, área
confinada de um milhão km2, espessura média de 250 m, porosidade eficaz de 15% e
coeficiente de armazenamento de 10-4. Nesse trabalho o autor adotou, também, o valor de 25%
como índice de reserva explorável (somatória da infiltração direta e indireta).
Outros autores e estudos estimam que, durante o processo de recarga, a parcela de
precipitação que atinge o nível potenciométrico do SAG em sua porção livre, sob a forma de
taxa de infiltração, é da ordem de 20 % da precipitação total (Velásquez, 1996); (Sinelli et al.,
2008). Parte dessa recarga retorna à superfície na forma de escoamento básico, assegurando a
perenidade dos rios, mesmo nos períodos de estiagem, e apenas uma fração da recarga direta
permanece no meio subterrâneo e contribui para a recarga profunda do SAG, formando a
reserva ativa ou renovável do aqüífero, disponível para captação e distribuição para consumo
para os mais diversos tipos de usos.
Assim, a somatória das captações subterrâneas em uma região ou município deve
limitar-se à retirada apenas dessa parcela renovável, caso contrário, a condição de uso desse
manancial passará à condição de super-explotação das águas subterrâneas.
Por outro lado, estudos no município de Ribeirão Preto, localizado na zona de
afloramentos do SAG no estado de São Paulo, mostraram que as taxas de recarga são da ordem
de 4% do índice pluviométrico (Sinelli, 1987), bem abaixo dos valores utilizados nos cálculos
de recarga por diversos autores, que são da ordem de 15 %.
Destacam-se também outros autores como Montaño e Carrión (1990) e Silva Busso
(1999), que realizaram estudos referentes à recarga de água subterrânea em áreas do SAG
aflorantes sendo que os valores encontrados variam de 3 a 3,6% da precipitação média anual.
Santos et al. (2012), trabalhando com o balanço hídrico climatológico pelo método de
Thornthwaite e Matter (1955), apontaram que as taxas pluviométricas de toda a área variaram
de 1400 mm/ano a 1600 mm/ano, com média para o período levantado de 1570 mm/ano. Para o
202
cálculo da reserva ativa utilizou o montante de 4 % do excedente hídrico médio, referente ao
balanço hídrico.
Dessa forma, apontaram que a reserva ativa calculada para o SAG é de
aproximadamente 4,4 x 108 m3/ano na região paulista. Considerando os dados de levantamentos
populacionais referentes ao censo de 2007, essa reserva subterrânea poderia ser responsável
pelo abastecimento direto de uma população aproximada de 5 milhões de habitantes.
Gualdi (-) diferencia a Reserva ativa ou reguladora da reserva Potencial Explotável.
Afirma que nem toda reserva renovável pode ser explotada porque os poços de extração devem
ter um distanciamento mínimo entre si de quilômetros e deve se evitar grandes rebaixamentos
do nível d’água por bateria de poços.
Assim, o potencial explotável refere-se em torno de 25% da reserva ativa.
Para a condição da região de Vinhedo, SANEBAVI (2006) no trabalho “Caracterização
dos terrenos de Vinhedo em relação à capacidade de infiltração e recarga das águas
subterrâneas”, aponta que, de acordo com Walm Engenharia e Tecnologia Ambiental (1999), o
balanço hídrico da região (bacias dos rios Capivari, Atibaia e Jundiaí) no trecho que abrange o
município possui os seguintes valores medianos anuais: precipitação de 1265 mm; evaporação
real de 793 mm; escoamento total de 465 mm, sendo superficial de 302 mm e básico de 167
mm.
Assim, a recarga do aqüífero considerada foi o valor do escoamento básico em 167 mm/
ano, calculada pelo balanço hídrico, e considerou que a taxa do escoamento básico dos rios é a
estimativa de recarga do aqüífero mais raso. Comentam ainda que alguns estudos mais recentes
apontam que 3% do total de precipitação equivalem à recarga profunda, que no caso, alcançam
o aqüífero cristalino. Portanto este valor pode ser estimado em 38 mm/ano, ou 3,12 x 10-3
km3/ano (ou ainda 3,12 x 106 m3/ano).
203
Partindo da hipótese acima, utilizaram a técnica automatizada na separação do
hidrograma pelo “smoothed minima” caracterizando, assim, os escoamentos diretos e
subsuperfíciais potencial.
Considerando que o excedente hídrico constitui-se na recarga acrescida de parcela
relativa aos escoamentos superficiais (direto e subsuperfícial), puderam avaliar a recarga para as
duas sub-bacias como a diferença entre o excedente hídrico e o escoamento superficial.
Observaram que, apesar da ocorrência do veranico, o ano de 2004/2005 alcançou um
valor expressivo de recarga média (744 mm) nas duas sub-bacias experimentais analisadas, ou
seja, próximo de 49% do total precipitado durante o ano citado. Cabendo ressaltar, que a
precipitação média (1.512 mm) do ano 2004/2005 representou um ano médio ao nível das
precipitações médias de longo termo.
O outro ano analisado (2003/2004) com precipitação média (1.098 mm), abaixo da
média de longo termo, teve uma recarga média (294 mm) mais modesta, ou seja, uma média
aproximada de 27% do total precipitado para as duas áreas em análise.
Os métodos descritos a seguir, não podem ser aplicados no presente estudo de Vinhedo
em função da ausência de dados do comportamento do lençol freático, bem como da limitação
de tempo para adquiri-los.
No entanto, é interessante discuti-los para que, no futuro possam ser aplicados visando
maior precisão na determinação da capacidade de produção de água das microbacias
hidrográficas do município.
204
c) Método de Flutuação da Superfície Livre (Water Table Fluctuation - WTF): A
metodologia prevê um monitoramento da flutuação do lençol freático por um período de tempo
tornando-o mais preciso quanto maior for o período de amostragem.
É a técnica mais amplamente usada para estimativa da recarga sendo, no entanto, só
aplicável aos aqüíferos não confinados requerendo o conhecimento do rendimento específico do
solo e das variações nos níveis d’água ao longo de um tempo.
A elevação do nível d’água representa os efeitos combinados da recarga para um evento
de precipitação e da precedente condição de descarga (Healy e Cook, 2002).
Segundo Healy e Cook (2002) e Scanlon et al. (2002), a recarga é calculada como:
R = Sy (dh/dt) = Sy (∆h/∆t)
R = q x ∆t
205
A recarga estimada é o somatório dos valores positivos encontrados para cada intervalo
de tempo considerado. O método é de fácil aplicação, se existir informações da condutividade
hidráulica e do gradiente hidráulico com razoável confiança.
As estimativas de recarga baseadas na Lei de Darcy são altamente imprecisas devido ao
fato da grande variabilidade da condutividade hidráulica relacionada à heterogeneidade do meio
(Scanlon et al., 2002).
Porém, de modo geral, considera-se que o método apresenta bons resultados quando
aplicado em uma área relativamente extensa e quando os dados hidráulicos sejam disponíveis. O
método apresenta limitações quanto a áreas com intenso bombeamento e imprecisão da
estimativa da condutividade hidráulica e da espessura do aqüífero.
▪ Inorgânicos: cátions maiores (Ca2+, Mg2+, K+, Na+ e NH4+), ânions (HCO3-, SO4 2-, Cl-, NO3-),
metais (Fe2+, Fe3+, Mn2+ e metais traços), e outros íons menores (B 3+, PO4 3-, Sr2+, F-, Br-, e
CN-);
▪ Orgânicos: os mais importantes são os clorofluorocarbonos (CFCs), trihalometanos (THMs),
componentes fecais (coprostanol e 1-aminopropanona), compostos relacionados a
detergentes, compostos químicos industriais (incluindo solventes clorados e
hidrocarbonetos);
▪ Particulados: espécies microbiológicas fecais e várias partículas coloidais.
206
PARÂMETROS DE CÁLCULO
Tabela VI-1 Parâmetros deDE DIFERENTES
cálculo
PARÂMETROS de METODOLOGIAS
DE diferentes
CÁLCULO DE DE ESTIMATIVA
metodologias
DIFERENTES DA RECARGA
de estimativa
METODOLOGIAS da DAS ÁGUAS
DErecarga das DA
ESTIMATIVA SUBTERRÂNEAS
águas subterrâneas.
RECARGA DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
mm mm mm mm mm mm mm mm mm mm
mm mm
mm mm mm mm mm mm mm mm mm mm
Vários Maziero
Vários Maziero
WTF Iritani
WTF(1993) Iritani (1993)
Vários Viviani-Lima
Vários Viviani-Lima
Observações: Observações:
Área Urbana Alta Dens. Pop. Método WTFAlta Dens. Pop. Método WTF
Área Urbana 14,5% da precipitação 14,5% da precipitação
88,5% impermeabilização Darcy
88,5% impermeabilização Darcy 38% da precipitação - 62% da recarga
38% daé precipitação
vazamento - 62% da recarga é vazamento
Balanço Hídrico Balanço Hídrico 24,6% da precipitação 24,6% da precipitação
207
Continuação
Tabela VI 1 Parâmetros de cálculo de diferentes metodologias de estimativa da recarga das águas subterrâneas.
PARÂMETROS DE CÁLCULO DE DIFERENTES METODOLOGIAS DE ESTIMATIVA DA RECARGA DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS Continuação
(7) (8) (9) (10) (11) (6) (7)
Taxa de recarga anual (1) (2) (3) (4) (5) Área Urbana Taxa de recarga anual Taxa de recarga anual
Área Urbana Área Urbana Solo nú Cana de Veg. Área Método WTF Aproximação Balanço Área Urbana Santos Baixa Dens. Pop.
Gualdi (-) Área Urbana Alta Dens.
Área Pop.
Urbana Área Rural Área Urbana Área Urbana
Base Alta Dens. Pop. Baixa
de Calculo Dens. Pop
Método Precipitaçãoaçúcar Secundária UrbanaRebouças e outros de Darcye outros Hídrico ANA Pop. Densa
SINELLI ReservaMétodo
Ativa WTF Aproximação Balanço Alta Dens.
potencial explotável Método WTF Baixa
Pop. Aproximação
Dens. Pop Balanço Alta Dens. Pop. Baixa Dens. Pop
Anual % da Precipitação % da Precip. Anual% da Precipitação
% da Precip. Anual % da Precipitação
% da Recarga 4% do Exc. Hidr. de da
25% Darcy Hídrico
Reserv. Ativa de Darcy Hídrico
% da Precipitação
mm mm mm mm mm mmmm mm mm mm mm mm mm mm mm mm mm
Observações:
(1) Rebouças (1976). A infiltração direta SAG foi calculada considerando-se uma recarga equivalente a 15% da pluviometria média anual
Rocha (1997) 25% como índice de reserva explorável (somatória da infiltração direta e indireta).
VELÁSQUEZ, 1996); (SINELLI et al., 2008) parcela de precipitação que atinge o nível potenciométrico do SAG em sua porção livre, sob a forma de taxa de infiltração, é da ordem de 20 % da precipitação total
(2) SINELLI, 1987; FIPAI, 1996 taxas de recarga são da ordem de 4% do índice pluviométrico
(3) ANA (2004, 2005) assumiu que a disponibilidade hídrica subterrânea corresponde a 20% das reservas renováveis, desconsiderando a contribuição das reservas permanentes.
Conejo Lopes (1994) estimou a disponibilidade hídrica para as bacias dos Rios Piracicaba e Capivari em 15 a 30% da recarga média multianual.
(4) Santos et al (2012), reserva ativa utilizou o montante de 4 % do excedente hídrico médio, referente ao balanço hídrico.
(5) Gualdi (-) potencial explotável refere-se em torno de 25% da reserva ativa.
(7) Lerner et al. (1990) Área Urbana; Precip maior 1000mm (x 0,75); Sistema de coleta de água Pluvial Subestimado (x 2); Alta densidade de casas (x 2)
Área Urbana; Precip maior 1000mm (x 0,75); Sistema de coleta de água Pluvial Subestimado (x 2); Baixa densidade de casas (x 0,75)
(11) Viviani-Lima (2007) Área Urbana Baixa Dens. Pop Método WTF
Darcy
Balanço Hídrico
208
- Aplicação dos diferentes métodos de estimativa da recarga em áreas de diferentes ocupações
e uso dos solos em Vinhedo
209
Tabela VI-2 Cálculo daCÁLCULO DA ESTIMATIVA
estimativa
CÁLCULO de
DA recargaDE RECARGA
das
ESTIMATIVA DEáguas DASDAS
ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
subterrâneas
RECARGA ÁGUAS PELAS
pelos diferentes
SUBTERRÂNEAS DIFERENTES
DIFERENTESMETODOLOGIAS
metodologias.
PELOS METODOLOGIAS
1249 548
Precipitação Anual Rebouças 249,8
SINELLI 49,96
Vários Maziero
Vários Viviani-Lima
Observações:
(2) SINELLI, 1987; FIPAI, 1996 taxas de recarga são da ordem de 4% do índice pluviométrico
(3) ANA (2004, 2005) assumiu que a disponibilidade hídrica subterrânea corresponde a 20% das reservas renováveis, desconsiderando a contribuição das reservas permanentes.
Conejo Lopes (1994) estimou a disponibilidade hídrica para as bacias dos Rios Piracicaba e Capivari em 15 a 30% da recarga média multianual.
(4) Santos et al (2012), reserva ativa utilizou o montante de 4 % do excedente hídrico médio, referente ao balanço hídrico.
(5) Gualdi (-) potencial explotável refere-se em torno de 25% da reserva ativa.
(7) Lerner et al. (1990) Área Urbana; Precip maior 1000mm (x 0,75); Sistema de coleta de água Pluvial Subestimado (x 2); Alta densidade de casas (x 2)
Área Urbana; Precip maior 1000mm (x 0,75); Sistema de coleta de água Pluvial Subestimado (x 2); Baixa densidade de casas (x 0,75)
(8) Chaves et al (2009) (Maceió, AL) Solo nú 8% da Precipitação (Solo Tipo Podzólico)
Cana de açúcar 25% da Precipitação
Veg. Secundária 10% da Precipitação
Área Urbana 32% da Precipitação
(9) Maziero et al (2008). (São Carlos, SP) Método WTF - 14,7% da precipitação - Variando de 4 a 35%
(Área Urbanizada - 70%) Aproximação de Darcy - 16,3% da precipitação - Variando de 1,2 a 59,6%
Balanço Hídrico - 17,2% da precipitação (recarga) + 32,8 (escorrimento superficial)
(10) Iritani (1993) - (Cid. Univers. São Paulo, SP) Lei de Darcy - 17,85% da precipitação
(11) Viviani-Lima (2007) Área Urbana Baixa Dens. Pop Método WTF
Darcy
Balanço Hídrico
210
CÁLCULO
CÁLCULODA ESTIMATIVA
ESTIMATIVADE
DERECARGA
RECARGADAS
DASÁGUAS
ÁGUASSUBTERRÂNEAS
SUBTERRÂNEASPELOS
PELASDIFERENTES
DIFERENTES METODOLOGIAS
Continuação
DA METODOLOGIAS
Continuação
(*) (6)
(7) (8) Excedente (9) (1) (2) (10) (3)
(4) (11) (5) Taxa de recarga anual Taxa de
ecarga anual Santos Gualdi (-)
Área Urbana Área Urbana Área Urbana Área Rural Área Urbana
Base
ÁreadeUrbana
Calculo Método
Solo nú Cana de Precipitação
Veg. Área Balanço
Método Hidrico
WTF Rebouças e outros
Aproximação Balanço SINELLIÁrea
e outros
Urbana ANA Reserva
Baixa Ativa
Dens. Pop. potencial explotável Alta Dens.
Alta Dens.
Pop. Pop. Baixa Dens. Pop Alta Dens. Po
Baixa Dens. Pop açúcar Anual
Secundária Urbana % Darcy
de da Precip. Anual
Hídrico% da Precip.
Pop.Anual
Densa % daMétodo
Recarga
WTF (4% do Exc. Hidr. Balanço
Aproximação (25% da Reserv.
Método Ativa Aproximação
WTF Balanço
% da Precipitação Thornthwaite e Mather (1955)
% da Precipitação % da Precipitação de Darcy Hídrico de Darcy Hídrico
mm mm mm mm mm mm
% da Precipitação mm mm mm mm
mm mm mm mm mm
1249 548
recipitação Anual Rebouças 249,8
SINELLI 49,96
Lerner 1644
616,5
rafico de Foster Chaves et al (2009)
99,92 312,25 124,9 399,68
ários Maziero
183,603 203,587 214,828
WTF Iritani (1993)
222,9465
ários Viviani-Lima
218,575 274,78 374,7 181,105 474,62 307,254
Observações:
(2) SINELLI, 1987; FIPAI, 1996 taxas de recarga são da ordem de 4% do índice pluviométrico
(3) ANA (2004, 2005) assumiu que a disponibilidade hídrica subterrânea corresponde a 20% das reservas renováveis, desconsiderando a contribuição das reservas permanentes.
Conejo Lopes (1994) estimou a disponibilidade hídrica para as bacias dos Rios Piracicaba e Capivari em 15 a 30% da recarga média multianual.
(4) Santos et al (2012), reserva ativa utilizou o montante de 4 % do excedente hídrico médio, referente ao balanço hídrico.
(5) Gualdi (-) potencial explotável refere-se em torno de 25% da reserva ativa.
(7) Lerner et al. (1990) Área Urbana; Precip maior 1000mm (x 0,75); Sistema de coleta de água Pluvial Subestimado (x 2); Alta densidade de casas (x 2)
Área Urbana; Precip maior 1000mm (x 0,75); Sistema de coleta de água Pluvial Subestimado (x 2); Baixa densidade de casas (x 0,75)
(8) Chaves et al (2009) (Maceió, AL) Solo nú 8% da Precipitação (Solo Tipo Podzólico)
Cana de açúcar 25% da Precipitação
Veg. Secundária 10% da Precipitação
Área Urbana 32% da Precipitação
(9) Maziero et al (2008). (São Carlos, SP) Método WTF - 14,7% da precipitação - Variando de 4 a 35%
(Área Urbanizada - 70%) Aproximação de Darcy - 16,3% da precipitação - Variando de 1,2 a 59,6%
Balanço Hídrico - 17,2% da precipitação (recarga) + 32,8 (escorrimento superficial)
(10) Iritani (1993) - (Cid. Univers. São Paulo, SP) Lei de Darcy - 17,85% da precipitação
(11) Viviani-Lima (2007) Área Urbana Baixa Dens. Pop Método WTF
Darcy
Balanço Hídrico
211
ESTIMATIVA DE CÁLCULO, PARA ÁREAS EM GERAL, DA RECARGA E DA ÁGUA DISPONÍVEL PARA VINHEDO, SEGUNDO DIFERENTES AUTORES E MÉTODOS.
Tabela VI-3 Estimativa de cálculo, para áreas em geral, da recarga e da água disponível para Vinhedo, segundo diferentes autores e métodos.
(*)
Excedente (1) (2) (3) (4) (5)
Santos Gualdi (-)
Base de Calculo Método Precipitação Balanço Hidrico Rebouças e outros SINELLI e outros ANA Reserva Ativa potencial explotável
Anual % da Precip. Anual % da Precip. Anual % da Recarga (4% do Exc. Hidr. (25% da Reserv. Ativa
Thornthwaite e Mather (1955)
mm mm mm mm mm mm
1249 548
Precipitação Anual Rebouças 249,8
SINELLI 49,96
Lerner
Vários Maziero
Vários Viviani-Lima
Observações:
(2) SINELLI, 1987; FIPAI, 1996 taxas de recarga são da ordem de 4% do índice pluviométrico
(3) ANA (2004, 2005) assumiu que a disponibilidade hídrica subterrânea corresponde a 20% das reservas renováveis, desconsiderando a contribuição das reservas permanentes.
Conejo Lopes (1994) estimou a disponibilidade hídrica para as bacias dos Rios Piracicaba e Capivari em 15 a 30% da recarga média multianual.
(4) Santos et al (2012), reserva ativa utilizou o montante de 4 % do excedente hídrico médio, referente ao balanço hídrico.
(5) Gualdi (-) potencial explotável refere-se em torno de 25% da reserva ativa.
212
ESTIMATIVA DE CÁLCULO, PARA ÁREAS URBANIZADAS, DA RECARGA E DA ÁGUA DISPONÍVEL PARA VINHEDO, SEGUNDO DIFERENTES AUTORES E MÉTODOS.
Tabela VI-4 Estimativa de cálculo para áreas urbanizadas, da recarga e da água disponível para Vinhedo, segundo diferentes autores e métodos.
1249 548
Precipitação Anual Rebouças
SINELLI
Observações:
(7) Lerner et al. (1990) Área Urbana; Precip maior 1000mm (x 0,75); Sistema de coleta de água Pluvial Subestimado (x 2); Alta densidade de casas (x 2)
Área Urbana; Precip maior 1000mm (x 0,75); Sistema de coleta de água Pluvial Subestimado (x 2); Baixa densidade de casas (x 0,75)
(8) Chaves et al (2009) (Maceió, AL) Solo nú 8% da Precipitação (Solo Tipo Podzólico)
Cana de açúcar 25% da Precipitação
Veg. Secundária 10% da Precipitação
Área Urbana 32% da Precipitação
(9) Maziero et al (2008). (São Carlos, SP) Método WTF - 14,7% da precipitação - Variando de 4 a 35%
(Área Urbanizada - 70%) Aproximação de Darcy - 16,3% da precipitação - Variando de 1,2 a 59,6%
Balanço Hídrico - 17,2% da precipitação (recarga) + 32,8 (escorrimento superficial)
(10) Iritani (1993) - (Cid. Univers. São Paulo, SP) Lei de Darcy - 17,85% da precipitação
(11) Viviani-Lima (2007) Área Urbana Baixa Dens. Pop Método WTF
Darcy
Balanço Hídrico
213
ESTIMATIVA DE CÁLCULO, PARA ÁREAS RURAIS, DA RECARGA E DA ÁGUA DISPONÍVEL PARA VINHEDO, SEGUNDO DIFERENTES AUTORES E MÉTODOS.
Tabela VI-5 Estimativa de cálculo para áreas rurais, da recarga e da água disponível para Vinhedo, segundo diferentes autores e métodos.
1249 548
Precipitação Anual Rebouças
SINELLI
Lerner
Vários Maziero
Vários Viviani-Lima
Observações:
(8) Chaves et al (2009) (Maceió, AL) Solo nú 8% da Precipitação (Solo Tipo Podzólico)
Cana de açúcar 25% da Precipitação
Veg. Secundária 10% da Precipitação
Área Urbana 32% da Precipitação
214
4. RECARGA EM ÁREAS URBANIZADAS
- Conceituação
A urbanização pode afetar radicalmente todo o balanço hídrico de uma área, uma vez
que modifica drasticamente a paisagem natural. Em áreas urbanizadas, as fontes e caminhos da
recarga da água subterrânea são mais complicados e numerosos que em áreas não urbanizadas.
A impermeabilização do terreno à infiltração da água da chuva, associada às redes de
drenagem artificiais, modificam o caminho da água provinda da precipitação, essencialmente
aumentando o escoamento superficial, diminuindo a infiltração e a recarga direta.
Acreditava-se que a impermeabilização do terreno fosse o principal fator modificador
da recarga total, diminuindo-a. Tal crença pode parecer óbvia, até mesmo para os leigos. Sabe-
se hoje, porém, que a recarga em uma área urbanizada tende a ser maior que em uma área
equivalente agrícola. Apesar das modificações nos mecanismos de recarga natural, novos
mecanismos são introduzidos, como as perdas de água pela rede de água e esgoto, pela irrigação
de jardins, entre outros (Foster et al. 1999).
Fisicamente, uma vez atingida a superfície, a precipitação proporciona a água necessária
para umedecimento do solo e para escoamento superficial, assim como para percolação
profunda ao nível freático.
A infiltração direta em área urbanizada é reduzida, porém pode haver contribuições
adicionais a partir do aumento do escoamento superficial, assim como de fontes introduzidas
pela urbanização, como vazamentos da rede de água e esgoto tornando a estimativa da recarga
ainda mais agravada.
O complexo e sempre mutável ambiente urbano dificulta a identificação dessas fontes e
trajetórias da recarga, assim como a estimativa da contribuição total para o balanço hídrico
subterrâneo (Lerner, 2002). Esse autor completa dizendo que apesar da importância, os estudos
de recarga efetiva em áreas urbanizadas ainda são muito limitados. Assim, são ainda mais
escassos os trabalhos que estimam a proporção de água de origens naturais e antrópicas.
Também afirma que, em áreas urbanas, fontes pontuais de recarga contínua, como vazamentos
de canos de água e esgoto, causam, localmente, aumentos constantes dos níveis piezométricos e,
fontes de recarga intermitentes, como redes de coleta de águas pluviais, causam respostas
transientes aos níveis piezométricos. Desta forma, não é possível identificar a recarga por fontes
criadas pela urbanização apenas pelos métodos convencionais de estimativa de recarga.
Assim, o cálculo da recarga em áreas urbanas é, portanto, um grande desafio.
Como o já citado anteriormente, o estudo realizado por Lima (2002) e Lojkasek-Lima et
al. (2004), na região da Grande São Paulo demonstra claramente a influência dos vazamentos de
sistemas de drenagem de água pluvial na modificação do fluxo da água subterrânea, tanto pela
observação do aumento dos níveis da água próximos a uma galeria de águas pluviais, quanto
pela ocorrência de substâncias peculiares a esgoto na água subterrânea próxima aos
encanamentos.
Concordante, Viviani-Lima (2007) aponta que em áreas urbanas, a interferência
antrópica (presença de áreas cobertas, impermeabilização de terreno, tubulações subterrâneas)
provoca mudanças nos padrões de recarga natural dos sistemas aqüíferos. Sendo assim, o
mecanismo de recarga está em grande parte associado às perdas das redes de água e esgoto e de
drenagens pluviais. Reforça a afirmação que a quantificação da contribuição deste tipo de
recarga é, portanto, muito importante. Afirma que poucos são os trabalhos científicos que
quantificam a recarga em áreas urbanas, sobretudo identificando suas origens. No Brasil,
trabalhos deste tipo são praticamente inexistentes.
Na tabela 6 as principais modificações introduzidas pela urbanização à recarga de água
subterrânea estão sumarizadas:
215
Tabela VI-6 Sumário do impacto dos principais processos de urbanização na infiltração
subsuperficial de água (adaptada de Lawrence et al. 1998).
216
Tabela VI-7 Densidade habitacional e área impermeável (adaptado de Campana e Tucci, 1994)
Por fim, de acordo com Sueli Y. Pereira e Marcelo V. da Silveira, em seu excelente
trabalho (SANEBAVI, 2006) “Caracterização dos terrenos de Vinhedo em relação à capacidade
de infiltração e recarga das águas subterrâneas”, com a colaboração da Elo Ambiental, aponta
que, de acordo com Walm Engenharia e Tecnologia Ambiental (1999), o balanço hídrico da
região (bacias dos rios Capivari, Atibaia e Jundiaí) no trecho que abrange o município possui os
seguintes valores medianos anuais: precipitação – 1265 mm; evaporação real – 793 mm;
escoamento total – 465 mm, sendo superficial de 302 mm e básico de 167 mm.
A recarga do aqüífero é considerada é o valor do escoamento básico em 167 mm/ ano,
calculada pelo balanço hídrico, e considerando que a taxa do escoamento básico dos rios é a
estimativa de recarga dos aqüíferos mais rasos. Alguns estudos mais recentes apontam que 3%
do total de precipitação equivalem à recarga profunda, que no caso, alcançam o aqüífero
cristalino. Portanto este valor pode ser estimado em 38 mm/ano, ou 3,12 x 10-3 km3/ano (ou
ainda 3,12 x 106 m3/ano).
Por outro lado, há muitos métodos disponíveis para quantificar a recarga subterrânea
assim como há diferentes fontes e processos de recarga. Cada método tem suas próprias
limitações em termos de aplicabilidade e confiança.
Segundo Lerner et al. (1990), pode-se fazer uma estimativa grosseira da recarga urbana,
multiplicando-se o valor da recarga natural pelos fatores listados na tabela 8.
Caso o fator médio deste cálculo for mais que + 25%, devem ser consideradas, então,
estimativas mais detalhadas para fins de modelagem.
Tabela VI-8 Fatores de recarga para diferentes condições (Lerner et al., 1990).
217
Chaves et al. (2009) utilizaram o gráfico proposto por Foster et al. (1999) para a
determinação da recarga da Região Metropolitana de Maceió, em diferentes
coberturas/ocupação dos solos, com estação chuvosa compreendida entre março e agosto,
quando é registrado cerca de 75% da precipitação média anual que corresponde a 1876 mm.
Esta apresentava cerca de 80% de seu suprimento com origem nos recursos hídricos
subterrâneos, através de centenas de poços profundos. Essa cidade vem de longa data
enfrentando problemas quanto ao abastecimento de água para sua população, apresentando uma
demanda considerável de estudos que visem solucionar os problemas quanto à exploração
sustentável dos recursos subterrâneos.
A tabela 9 apresenta a quantidade de recarga calculada nas áreas estudadas, bem como o
percentual dos elementos classificados.
218
Para se ter uma noção da variação de valores que podem ocorrer na determinação da
recarga entre diferentes métodos, um bom exemplo é o trabalho desenvolvido por Maziero et al.
(2008). Estimaram a recarga utilizando os três métodos em São Carlos-SP, em área de intensa
urbanização (cerca de 70%).
O relevo da região apresenta-se bastante irregular, sendo constituído de mesas e morros
isolados resultantes da intensa erosão provocada pelos corpos d’água, que ao partir de zonas
bem elevadas, entalham profundamente o planalto. Essa configuração de planalto cortado por
vales profundamente entalhado. Essas características são bem similares à geomorfologia de
Vinhedo.
A área de estudo compreendeu as duas sub-bacias contíguas dos Córregos do Gregório e
do Tijuco Preto, com áreas de drenagem de, aproximadamente, 18,9 km2 e 3,9 km2,
respectivamente, na zona central do município.
A área apresenta-se bastante impermeabilizada, resultado do intenso processo de
urbanização existente. Para atender os objetivos deste estudo foi dada maior ênfase à
caracterização dos solos superficiais até 12 metros, onde se iniciam os processos de recarga e
onde a interação entre os recursos subterrâneos e superficiais é mais acentuada.
O sistema em estudo é um aqüífero não confinado ou freático.
As chuvas concentraram-se nos meses de outubro a fevereiro (cerca de 80% do total
precipitado no referido período) e houve um período seco de junho a setembro.
O Método de Flutuação da Superfície Livre (método WTF) apresentou um valor médio
para a recarga de 235,1 mm/ano. Este valor representa 14,7% do total de chuvas registrado
(1.596,5 mm) para o ano hidrológico correspondente ao período de fevereiro de 2004 a janeiro
de 2005.
Os autores ressaltam, no entanto, que a definição de um valor médio é questionável,
ante a grande variabilidade dos resultados pontuais. Indicam que na bacia do Tijuco Preto a taxa
de recarga estimada é da ordem de 13,9%, variando entre 4,3% a 21,2%. Na bacia do Córrego
do Gregório a ordem de grandeza da taxa de recarga de 15,6% é semelhante, porém a
variabilidade apresentou-se entre 5,2% e 35,5%.
Essa variabilidade é provocada pela heterogeneidade do solo e por influências
antropogênicas (perdas nas redes de distribuição e esgotos).
Adiantam ainda, que os valores estimados para a recarga pelo método WTF são
específicos para o ano hidrológico em estudo, devendo seus valores ser usados como referência
e que são representativos apenas para a parte baixa da bacia (na proximidade dos rios) onde
estavam localizados os pontos de amostragem. O comportamento nas áreas altas da bacia não
pode ser analisado devido à ausência de poços. De qualquer forma, esses dados poderiam
indicar uma maior variabilidade da recarga em área urbana.
Comparativamente, de modo geral, a taxa de recarga média avaliada pela formulação de
Darcy, para as duas bacias foi de 16,3%, ou seja, 260,6 mm de recarga efetiva para um total
precipitado de 1.596,5 mm.
Também neste caso deve ser observada a grande variabilidade dos valores pontuais
obtidos (de 1,2% a 59,6%). Assim, comparando os poços de monitoramento localizados na
Bacia do Tijuco com os localizados na Bacia do Gregório, observou-se que a taxa de recarga
estimada na Bacia do Tijuco é inferior à metade da obtida na Bacia do Gregório.
Quanto ao Balanço Hídrico, este foi realizado para o período de um ano, utilizando o
método desenvolvido por Thornthwaite-Mather (1955). Esse método baseia-se no confronto da
precipitação pluviométrica (acréscimo de umidade) e a evapotranspiração potencial (perda
potencial de umidade), fornecendo dados mensais de armazenamento de água no solo, o déficit
e o excedente hídrico ou escoamento. É de fundamental importância atentar-se que o termo
escoamento representa a somatória da água que infiltra mais a que escoa superficialmente
(Menegásse-Velásquez, 1996).
O trabalho considerou o solo como capaz de armazenar 100 mm de umidade (Maziero,
2005). A evapotranspiração potencial foi determinada pela expressão de Thornthwaite (1948)
utilizando os valores de temperaturas médias mensais para o ano hidrológico de fevereiro de
2004 a janeiro de 2005.
219
Um dos pontos de maior fragilidade é a determinação do escoamento superficial. No
caso de Maziero et al., (2008) tomado como exemplo nesse estudo, os dados de escoamento
superficial (runoff), para a bacia do Córrego do Gregório, foram produzidos pelo NIBH (2005),
no mesmo período do ano hidrológico em estudo (fevereiro de 2004 a janeiro de 2005) e foram
extrapolados para a outra sub-bacia, a do Tijuco.
Calcularam o valor do excesso anual, obtido pelo método do balanço hídrico como a
diferença entre a precipitação (P = 1.596,5 mm) e a evapotranspiração real (ETR = 798,3 mm),
como de 798,2 mm/ano, equivalente a 50,0% do total de chuvas durante o ano hidrológico.
Considerando o valor de 521 mm para o runoff, fornecido pelo Núcleo Integrado de
Bacias Hidrográficas NIBH/SHSEESC/USP na forma de comunicação pessoal (NIBH, 2005), e
supondo que o excesso do método do balanço hídrico é composto apenas pelas parcelas da
recarga e do runoff, obtiveram para a recarga potencial uma lâmina de 277,4 mm, equivalente a
17,2% do total de chuvas durante o ano hidrológico.
Tecendo considerações entre os diferentes métodos aplicados, para dar a noção do grau
de precisão e incertezas envolvidas na determinação desse parâmetro hidrológico, apontam que
a diferença entre os resultados está relacionada ao fato do método de balanço hídrico considerar
o excesso como sendo a parcela da recarga potencial mais o escoamento superficial (runoff) e os
métodos de Flutuação da Superfície Livre (WTF) e o de Darcy considerarem a recarga
observada diretamente nos poços de monitoramento. O balanço hídrico não considera o fluxo
para fora da bacia e nem o escoamento superficial da água da chuva.
Em áreas urbanizadas, devido à elevada impermeabilização do terreno, fica evidente a
contribuição desta variável, não podendo ser desprezada.
Os métodos WTF e Darcy apresentaram uma taxa média de recarga praticamente igual e
uma mesma similaridade em relação à taxa individual de recarga nos poços de monitoramento
em função de que ambos os métodos utilizam-se de dados de flutuação do nível freático. No
método de Darcy, a condutividade hidráulica é usada diretamente na formulação, enquanto que
no método WTF, o rendimento específico é obtido por formulação empírica que usa como
variável a própria condutividade hidráulica.
Por outro lado, a taxa de recarga potencial obtida no método do balanço hídrico - que é
válida para toda a bacia – apresenta, no entanto, incertezas em alguns parâmetros envolvidos. A
principal deficiência consiste em igualar o excesso do balanço hídrico à somatória da recarga
mais o runoff. No estudo, o valor de runoff foi adotado a partir de dados estimados com base em
referências bibliográficas. Assim, apontam que a taxa de recarga média (17,2%) pode estar
superestimada.
De uma forma ou de outra, em termos de valores médios observou-se uma aparente
convergência entre os métodos analisados (WTF = 14,6%; Darcy = 16,3% e BH = 17,2%).
Ressaltam que deve ser observado que a variabilidade da taxa de recarga em área urbana
é muito grande, conforme o observado nos métodos WTF e Darcy em que a taxa variou
pontualmente entre 1,2% e 59,6% da precipitação registrada no período estudado.
Essa grande variabilidade deve-se à heterogeneidade do solo, à profundidade da
superfície livre do aqüífero e à influência de fatores antropogênicos, como impermeabilização e
vazamentos em redes de esgoto.
Afirmam também que os métodos aplicados para estimativa da recarga subterrânea não
possuem a sensibilidade necessária para a quantificação da recarga efetiva existente no meio
urbano, devido a erros associados à escolha de parâmetros de cálculo e no registro das variações
sazonais da dinâmica do aqüífero em resposta a eventos de recarga indireta. Tais métodos são
indicados para obtenção de valores médios para estimativa da recarga, devendo, em área urbana,
serem complementados com outros dados, como, por exemplo, a taxa de vazamento da rede de
água e esgoto, além das taxas de vazamentos das redes pluviais e contribuições menos sensíveis
(irrigação de e jardins e vazamentos de fossas sépticas), para eliminação da incerteza.
Concluem que as dificuldades enfrentadas na estimativa de recarga em área urbana
exigem uma conceituação teórico-prática bem definida e o uso de mais de uma técnica para
verificação dos resultados.
220
- Exemplo da Aplicação de diferentes métodos para cálculo da recarga em áreas urbanas -
pouca e densamente urbanizada.
Estimar a recarga na Bacia do Alto Tietê, sobre o aqüífero Sistema Aqüífero Sedimentar
(SAS) em duas áreas com diferentes padrões de ocupação urbana (alta e baixa densidade de
impermeabilização), utilizando diferentes métodos (flutuação dos níveis de água,
aproximações darcynianas, hidroquímica, isótopos estáveis); e
Determinar a origem da água de recarga (vazamentos do sistema de água e esgoto ou
infiltração natural de chuva).
221
Já, na escolha da área densamente urbanizada considerou que, dentre outras
características, a área deveria:
222
(1993), de 250 mm/ano (utilizando-se, porém do método de aproximações darcynianas). O valor
médio obtido representa 17,5% do total de chuvas registrado para o ano hidrológico
correspondente ao período de maio de 2004 a abril de 2005 (1407 mm).
Também estaria contemplada nestes resultados a influência de vazamentos das
tubulações de águas pluviais, também episódicas, relacionadas a eventos de chuva. Tem-se que
os vazamentos da rede de água e esgoto são contínuos e, portanto, indetectáveis pelo uso deste
método.
Já na Vila Eutália (Alta Urbanização), a recarga média obtida para a área, tomando em
conta o valor de vazão específica de 12%, foi de 183 mm/ano. Este valor representa 14,5% do
total de chuvas registrado para o ano hidrológico correspondente ao período de maio de 2004 a
abril de 2005. A porcentagem é um pouco menor que a obtida para a área da USP. Neste caso
também a influência dos vazamentos da rede de águas pluviais deve estar contemplada neste
valor de recarga. Vale lembrar que, neste caso, a maior parte da recarga deverá vir por meio de
vazamentos de sistema de água e esgoto, que, em geral, não apresentam variações episódicas
dos níveis d’água, não sendo detectados por este método.
b) Aproximações Darcynianas.
Para a Cidade Universitária da USP também foi utilizado o cálculo de recarga por
aproximações darcynianas.
O valor de recarga calculado para a área foi de 311 mm/ano, representando 22 % do
total de chuvas na região da Cidade Universitária para o ano hidrológico estudado (1407 mm).
Se os métodos utilizados forneceram resultados precisos, a diferença entre a resposta
obtida pela variação de níveis potenciométricos e por aproximações darcynianas forneceria o
valor de recarga urbana na área. A recarga por infiltração direta de chuva, calculada pela
variação dos níveis potenciométricos, foi de 246 mm/ano, enquanto a recarga total calculada por
aproximações darcynianas foi de 311 mm/ano. A recarga urbana, portanto, representaria 65
mm/ano, ou cerca de 20% da recarga total para a área.
Para a Vila Eutália, o valor obtido para a recarga da área foi 481 mm/ano. Este valor
representa 38% do total de chuvas na região do Aricanduva, que é de 1263 mm/ano. Enfatiza-se
aqui a sensibilidade deste método ao valor de condutividade hidráulica da área, que possui
influência direta no valor da recarga.
Se os métodos utilizados forneceram resultados precisos, conforme mencionado para a
USP, a diferença entre a resposta obtida pela variação de níveis potenciométricos e por
aproximações darcynianas forneceria o valor de recarga urbana na área da Vila Eutália. A
recarga por infiltração direta de chuva, calculada pela variação dos níveis potenciométricos, foi
de 183 mm/ano, enquanto a recarga total calculada por aproximações darcynianas foi de 481
mm/ano. A recarga urbana, portanto, representaria 298 mm/ano, ou cerca de 62% da recarga
total para a área.
c) Balanço Hídrico
Para a Cidade Universitária, valor obtido de recarga potencial pelo método do Balanço
Hídrico foi de 423 mm/ano, o que representa 30% dos valores de chuva para o ano
meteorológico estudado (maio de 2004 a abril de 2005).
Já para a Vila Eutália, o valor obtido de recarga potencial por este método foi de 311
mm/ano, o que representa 24,62% dos valores de chuva para o ano meteorológico estudado
(maio de 2004 a abril de 2005).
Viviani-Lima (2007) conclui que os valores obtidos neste trabalho são plausíveis e estão
em concordância com a proposição de Lawrence et al. (1998), conforme o gráfico a seguir, onde
valores obtidos para outras cidades estudadas estão plotados (Figura 7).
223
Figura VI-7 Estimativa da área impermeabilizada por meio da Densidade Habitacional.
224
B. CARACTERIZAÇÃO DO FLUXO LOCAL DE ÁGUA SUBTERRÂNEA DE
VINHEDO.
4.1.1.1 Calculo da recarga antrópica na área urbanizada de Vinhedo, com base nos
Macromedidores da demanda hídrica destinada a cada setor de abastecimento da
SANEBAVI.
225
Tabela VI-10 Cálculo da recarga de água a partir da demanda de consumo (SANEBAVI) – Comunicação Pessoal.
CÁLCULO DA RECARGA DE ÁGUA A PARTIR DA DEMANDA DE CONSUMO (SANEBAVI) Passado pelo Fernando
ETA 1
Setor 1 4.461 73.970 30 22.191 0 0 22.191 266.292
Setor 4
Total 8.775 175.587
Marambaia 1.535 38.897 30 11.669 100 27.228 38.897 466.764
São Joaquim 681 17.951 30 5.385 100 12.566 17.951 215.412
Resto da Área 6.559 118739 30 35.622 0 0 35.622 427.460
Poços
Vale do Sta. Fé 356 9.523 30 2.857 100 6.666 9.523 114.276
São Tomé 158 2.467 30 740 0 0 740 8.881
Jardim Mirian 318 5.282 30 1.585 0 0 1.585 19.015
Altos de Vinhedo* 69 1.538 30 461 0 0 461 5.537
226
Tabela VI-11 Número de ligações, consumo, vazões e volumes de armazenamento, por setor, para
os anos de 2015 (Apresentação da SANEBAVI).
JUAZEIRO/
STERZEK CRUZEIRO
MARAMBAIA
STA.
CÂNDIDA
ÁGUA DO
BURACÃO
CAPIVARI
TICO/
MOINHO
Figura VI-8 Localização espacial de cada Setor de Distribuição de Água, dentro das microbacias
227
CÁLCULO DA RECARGA ANTRÓPICA DE ÁGUA NA ÁREA URBANIZADA, A PARTIR DA DEMANDA DE CONSUMO
Tabela VI-12 Cálculo da recarga antrópica de água na área urbanizada, a partir da demanda de consumo. (Fonte: Apresentação da SANEBAVI).
(Fonte: Apresentação da SANEBAVI)
(unid.) (m3/mês) (l/s) (m3/mês) (%) (m3/mês) (%) (m3/mês) (%) (m3/mês) (m3/mês)
Mirante das Estrela 11.752,0 3.731,0 82.747,6 31,9 32,6 1.103,3 940,1 7,04 Cachoeira/Pinheirinho 60 49.648,6 14 6.950,8 Canalizado 0,0 0,0 6.950,8
Juazeiro/Cruzeiro 40 33.099,0 14 4.633,9 Canalizado 0,0 0,0 4.633,9
Observatório 6.261,0 1.988,0 44.086,4 17,0 17,4 587,8 500,9 7,04 Bom Jardim 60 26.451,8 14 3.703,3 Canalizado 0,0 0,0 3.703,3
Juazeiro/Cruzeiro 40 17.634,6 14 2.468,8 Canalizado 0,0 0,0 2.468,8
ETA 1 12.114,0 3.846,0 85.295,1 32,9 33,6 1.137,3 969,1 7,04 Cachoeira/Pinheirinho 70 59.706,6 14 8.358,9 Canalizado 0,0 0,0 8.358,9
Sterzek 30 25.588,5 14 3.582,4 Canalizado 0,0 0,0 3.582,4
Estrada da Boiada 22.103,0 7.017,0 155.608,4 60,0 61,4 2.074,8 1.768,3 7,04 Cachoeira/Pinheirinho 22 34.233,8 14 4.792,7 Canalizado 0,0 0,0 4.792,7
Capivari 20
Capivari Cond. São Joaguim 17.951,0 14 2.513,1 Fossa 100,0 15.437,9 17.951,0
Capivari restante 13.170,7 14 1.843,9 Canalizado 0,0 0,0 1.843,9
Marambaia 23 35.789,9 14 5.010,6 Fossa 100,0 30.779,3 35.789,9
São Bento/Capela 13 20.229,1 14 2.832,1 Canalizado 0,0 0,0 2.832,1
Sterzek 22 34.233,8 14 4.792,7 Canalizado 0,0 0,0 4.792,7
Duoflex 9.179,0 2.914,0 56.123,0 21,7 25,5 748,3 734,3 6,11 São Bento/Capela 90 50.510,7 14 7.071,5 Canalizado 0,0 0,0 7.071,5
Capivari 10 5.612,3 14 785,7 Canalizado 0,0 0,0 785,7
Jd. Floreido- ETA II 7.765,0 2.465,0 47.468,4 18,3 21,6 632,9 621,2 6,11 São Bento/Capela 50 23.734,2 14 3.322,8 Canalizado 0,0 0,0 3.322,8
Santa Cândida 25 11.867,1 14 1.661,4 Canalizado 0,0 0,0 1.661,4
Capivari 25 11.867,1 14 1.661,4 Canalizado 0,0 0,0 1.661,4
Santa Fé 1.076,0 342,0 7.542,9 2,9 3,0 100,6 86,1 7,01 Bom Jardim 100 7.542,9 14 1.056,0 Fossa 100,0 6.486,9 7.542,9
TOTAL 70.250,0 22.303,0 478.871,8 184,7 195,1 6.385,0 5.620,0 6,82 478.871,8 67.042,1 52.704,1 119.746,1
*(2) Perda na Distribuição de Água 14% - Considerou-se apenas 40% da porcentagem de perda determinado pela SANEBAVI (=35%)
*(3) Assumiu-se que a Perda na coleta e condução do Esgoto é negligenciável quando canalizado por não ser pressurizado e 100% quando o destino for Fossa Asséptica.
228
Deve ser notado que, por critério de segurança, na Perda na Distribuição de Água, para
efeito de recarga subterrânea, considerou-se apenas 40% da porcentagem de perda determinado
pela SANEBAVI (35%) totalizando 14% do volume consumido mensalmente em cada setor,
uma vez que nem toda água despejada nas camadas subsuperficiais dos solos, efetivamente
alcançam os aquíferos.
Em resumo, os dados de recarga Antrópica de origem no abastecimento público e no
destino de esgoto, totalizados por microbacia hidrográfica, são apresentados na tabela 13.
(m3/mês) (m3/ano) %
Tico / Moinho - - -
Água do Buracão - - -
Paciência / Cristo - - -
Deve ser atentado que essa perda de água do abastecimento público de Vinhedo só
passa a ser contribuição de potencial de produção de água se essas perdas ocorrerem em
microbacias ou em pontos delas que essas águas não estejam já sendo re-captadas e utilizadas
por meio de captações à jusante do ponto de recarga. Ou seja, essa parte da água é captada numa
área, infiltra-se no solo, torna-se superficial nas nascentes e/ou fluxo de base e abandona o
município sem nenhuma captação à jusante de seu ponto de surgência.
Isso pode ser avaliado pela figura 9.
Observa-se que na microbacia do Bom Jardim a área urbanizada está à montante do
ponto de captação Bom Jardim, fazendo com que a água de recarga já esteja sendo utilizada no
próprio abastecimento.
Isso já não ocorre com a captação Córrego da Paciência cuja área urbanizada está à
jusante fazendo com que toda área de recarga de perdas no abastecimento chegue ao aqüífero e
abandone a microbacia e o município sem que seja aproveitada. Assim, claro fica que se no
exutório dessa bacia for instalada uma captação, essa água pode ser considerada como um
volume a mais disponibilizado para aproveitamento de Vinhedo e, assim, pode ser considerada
como “água produzida”.
Já no caso das captações córrego do Xoxó e da Cerâmica, na microbacia do Capivari, a
figura permite mais bem definir a contribuição da área urbanizada.
229
CACHOEIRA/
PINHEIRINHO JUAZEIRO/
CRUZEIRO
150 m3/h (jun - ago)
STERZEK 200 m3/h (nov - jun)
PACIÊNCIA/
150 m3/h (jul - out)
40 m3/h CRISTO
200 m3/h (nov.- jun)
MARAMBAIA ÁGUA DO
45 m3/h
BURACÃO
400 m3/h (jul - out)
600 m3/h (nov.- jun)
CAPIVARI
TICO/
MOINHO
JUAZEIRO/
STERZEK CRUZEIRO
CACHOEIRA/
PINHEIRINHO BOM JARDIM
SÃO BENTO/ PACIÊNCIA/
CAPELA CRISTO
STA. MARAMBAIA
CÂNDIDA
ÁGUA DO
BURACÃO
CAPIVARI
TICO/
MOINHO
230
Vi go
Vi go
a
a
st
st
la rre
la rre
Be Có
Be Có
Cór Córre Có Córre
ze g o
Mo ergzo go
re g B om go drroego B om g o do
Pinheirinho
Pinheirinho
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do Córtre rre
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o Jardim Jardim
Córrego
Córrego
Mo ego
S t ó rr
Córr Córr
ste
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osqgo osqgo rrego do
do Córr
do
Córrego
Sa
Sa
ue uCó
e atório atório
re
re
Reserv Reserv
nt
nt
Vistaórrego
Vista ego
Aleg
Aleg
an
an
Córrego Córrego
Córr
a
a
Juazeiro Juazeiro
Se
Se
Córrego Córego
Córr Cór
Córrego Córrego
rra
rra
Córrego Córrego do Mirante do Mirarente
go re go
Cr ego
Cr ego
do do Iguatem Córrego Iguatem
o
Morumbi
Morumbi
Córrego
do
do
i do Cruzeiro i
ist
ist
Córrego
Córrego
Sitinho Sitinho Córr. do Cruzeiro Córr
rio o
rio o
doCórr
doCórr
São Bento
São Bento
sC
sC
uá eg
uá eg
.
Córrego
Córrego
Sa
Sa
Aq órr
Aq órr
oc
oc
nt
nt
Ca
Ca
C
ais
ais
a
a
ch
ch
Fé
Fé
Córrego Córrego
a
oe
oe
an
an
Seego
Seego
da Paciência da Paciência
m
ir
ir
de rr
de rr
a
a
m Có
m Có
Córrego Córrego
go ra Gallo go ra Gallo
rre ve rre ve
da
da
Fi
Fi
Cóima Cóima
da R
da R
i
ndi
Córrepresa
Córrepresa
ând
Pr Pr
Pinhe
Pinhe
a Câ
go go
ego
ego
Córreirinho
Córreirinho
FeCórr Córredreira FeCórr Córredreira
ta C
a
bai
bai
da Pe da Pe
ram o
ram o
rra eg rra eg
MaCórreg
MaCórreg
. St
gu o gu o
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Serra do Serra do
go
go
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Sãoórreg Sãoórreg Jardim
o São a Faz
da Capela
da Capela
Jardim
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Córrego
Córrego
Joã o Joã o
o o
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re g
re g
rr Ba
rr Ba
Cór Cór
Córreaqg uim
Córreaqg uim
e g rr
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Cór
Cór
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Ág o
Ág o
ai o ai o
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ua
Jo l l
Jo
Rio Capivarí Rio Capivarí
a do Buracão a do Buracão
Córrego Águ Córrego Águ
o
o
e
e
Tan go
Tan go
ueir
ueir
Coq go
Coq go
qu
qu
doCórre
doCórre
Do Córre
Do Córre
Córrego Água Córrego Água
do BarreiroCórrego do Barreiro
stri as
stri as
Córrego
as
as
Indúrego d
Indúrego d
do do
oxó
oxó
Prado Prado
Rio Rio
Cap Cap
oX
oX
Cór
Cór
Có M
Có M
iv iv
re g
re g
arí arí
rr oin
rr oin
Cór
Cór
eg h
eg h
o o
o o
do
do
REDE
HIDROLÓGICA
DE VINHEDO
231
A figura 10 mostra o nome dos córregos bem como o sentido de fluxo da rede de
drenagem. Observa-se que as duas captações estão dentro da área urbanizada. Nota-se também
que as nascentes dos corpos hídricos e suas áreas de captação estão em diferentes condições
físico-hídricas. No caso do córrego do Prado toda sua microbacia está inserida dentro da área
urbanizada. O mesmo já não ocorre com o córrego Xoxó e com o São Joaquim. Como essas
devem ser as microbacias grandes contribuintes dessas duas captações, pode-se considerar que a
área de recarga da perda de distribuição, pelo menos em grande parte, não está sendo
disponibilizada nos pontos de captação e assim, infiltrando-se e perdendo-se no rio Capivari
sem ser aproveitada.
Por fim, na microbacia do Tico/Moinho não há, praticamente, área urbanizada com rede
de abastecimento público e com isso não se considera a contribuição da recarga.
Assim, da tabela inicialmente apresentada de Recarga Antrópica de origem no
abastecimento público, a única contribuição que não deve ser considerada é a da microbacia do
Bom Jardim (Tabela 14).
MICROBACIAS RECARGA
TOTAL ANTRÓPICA
(m3/mês) (m3/ano) %
Tico / Moinho - - -
Água do Buracão - - -
Paciência / Cristo - - -
Deve ser atentado que no cálculo da recarga total na área urbanizada, alem da recarga
antrópica realizada pelos sistemas de distribuição de água e esgoto, deve ser considerada a
infiltração pluviométrica das áreas permeáveis.
4.1.1.2 Cálculo da infiltração pluviométrica das áreas permeáveis nas áreas urbanizadas
de Vinhedo
Já a infiltração das águas da chuva foi estimada com base tanto nas áreas urbanizadas
quantificadas no trabalho Diagnóstico Ambiental do Município de Vinhedo/SP executado pela
ELO (2011), como pela Revisão do Uso e Ocupação do solo de Vinhedo, realizada pela
Arbórea.
As tabelas seguintes mostram a distribuição das áreas dos diferentes usos do solo
mapeados em 2011, por sub-bacias do município de Vinhedo.
232
Tabela VI-15 Usos do solo mapeados em 2011, das sub-bacias Tico/Moinho, Capivari Santa
Cândida e São Bento/Capela do município de Vinhedo.
Tabela VI-16 Usos do solo mapeados em 2011, das sub-bacias Marambaia, Sterzeck,
Cachoeira/Pinheirinho e Água do Buracão do município de Vinhedo.
Tabela VI-17 Usos do solo mapeados em 2011, das sub-bacias Juazeiro/Cruzeiro, Paciência /Cristo
e Bom Jardim do município de Vinhedo.
Na distribuição dos tipos de uso dos solos nesse estudo, foi considerado Vegetação em
estágio médio e avançado como Mata Nativa; Silvicultura como Reflorestamento e Não
classificado, Vegetação de cerrado, Vegetação em Estágio Inicial e Solo exposto, como área de
Campo.
Já em 2017 a distribuição do uso do solo estava de acordo com as figuras e tabelas
abaixo:
A totalização da distribuição por tipo de ocupação nas microbacias hidrográficas de
Vinhedo é apresentada na tabela 18.
233
Figura VI-11 Revisão do Uso e Ocupação do solo de Vinhedo -2017, Foto Aérea; (Arbórea, 2017).
234
JUAZEIRO/
STERZEK CRUZEIRO
CAPIVARI
ATENÇÃO: Clique
para acessar as
Microbacias TICO/
USO E OCUPAÇÃO DOS SOLOS
MOINHO DENTRO DAS MICROBACIAS
HIDROGRÁFICAS DE VINHEDO, 2017.
Figura VI-12 Revisão do Uso e Ocupação do solo de Vinhedo -2017, Mapa; (Arbórea, 2017).
235
Tabela VI-18 Quantificação do Uso e Ocupação do solo de Vinhedo -2017, Mapa; (Arbórea, 2017).
236
237
Tabela VI-19 Totalização da distribuição por tipo de ocupação nas microbacias hidrográficas de Vinhedo.
TIPO DE OCUPAÇÃO
MICROBACIAS URBANA PASTO MATA EUCALIPTO AGRICULTURA LAGOS SOLO PLANÍCIE DE SOMA
EXPOSTO INUNDAÇÃO
Tico / Moinho 47,68 333,34 272,32 0,00 50,40 20,74 65,78 0,00 790,25
Capivari 494,72 620,83 332,81 0,00 27,07 32,50 109,98 12,47 1630,37
Santa Cândida 85,25 251,00 93,94 0,00 0,00 4,02 19,42 0,00 453,63
São Bento / Capela 358,81 169,84 148,81 0,00 3,31 2,53 3,75 0,00 687,05
Marambaia 260,10 33,18 37,44 0,00 0,00 6,34 0,82 0,00 337,88
Sterzeck 221,76 56,44 26,73 0,00 1,90 4,26 0,00 0,00 311,10
Cachoeira/Pinheirinho 747,44 154,05 92,00 0,00 3,20 11,63 3,78 0,00 1012,10
Água do Buracão 110,34 313,45 315,23 42,09 107,24 4,26 2,26 0,00 894,86
Juazeiro / Cruzeiro 202,36 49,83 54,65 0,00 0,00 1,85 10,46 0,00 319,15
Paciência / Cristo 34,18 225,39 205,55 48,63 0,38 13,64 3,70 0,00 531,47
Bom Jardim 350,34 274,88 388,99 138,25 24,62 18,42 4,25 0,00 1199,74
SOMA 2912,98 2482,22 1968,47 228,97 218,11 120,20 224,19 12,47 8167,61
PERCENTUAL 35,66 30,39 24,10 2,80 2,67 1,47 2,74 0,15 100,00
238
Observa-se que as grandes áreas de ocupação são constituídas de área urbana (35%),
pasto (30%) e mata nativa (24%). Assim, sob o aspecto hidrológico, o município teria em torno
de 54% de sua ocupação territorial com áreas que executam recarga primária das águas
subterrâneas.
A agricultura ocupa, praticamente, o mesmo percentual do reflorestamento, sendo de
extensão mais modesta mas que, juntas, ocupam em torno de 6% do território.
Por fim, têm-se as áreas de lagos, solo exposto e planície de inundação.
Entre as duas classificações de ocupação e uso dos solos a principal diferença é que na
de 2017 (Arbórea, 2017) pôde ser identificada a área de agricultura que, no levantamento de
2011, certamente, estava inclusa no “Não Classificado”.
Por sua vez, cada área urbana possui a exigência de percentual de área permeável em
função do Zoneamento do Município de Vinhedo, preconizados no Plano Diretor do Município.
A figura 13 aponta a distribuição espacial do Zoneamento dentro de cada microbacia
hidrográfica do município.
Contudo, nem toda área permeável realiza 100% de infiltração de água. Assim, como
critério de segurança, estimou-se que apenas o percentual de 30% das chuvas ocorridas nessas
áreas, efetivamente contribui com a recarga das águas subterrâneas, ou seja, a eficiência de
recarga desses solos é de 40% do total de precipitação anual. Todos esses dados e a recarga em
cada microbacia hidrográfica são apresentados na tabela 20.
STERZEK JUAZEIRO/
CRUZEIRO
BOM JARDIM
SÃO BENTO/ PACIÊNCIA/
CAPELA CRISTO
CACHOEIRA/
STA. PINHEIRINHO
CÂNDIDA
MARAMBAIA
ÁGUA DO
BURACÃO
CAPIVARI
TICO/
MOINHO
239
Tabela VI-20 Cálculo
CÁLCULO da recarga
DA RECARGA de água
DE ÁGUA de precipitação
DE PRECIPITAÇÃO NA na área
ÁREA urbanizada.
URBANIZADA
Sub-Bacias Áreas Urbanizadas* Área Permeável Área Efetiva Recarga Recarga Área Efetiva Recarga Recarga
por Lotes Permeável Potencial Efetiva* Permeável Potencial Efetiva*
2011 2017 2011 2017
3 3
ha % ha m /ano ha m /ano
Tico / Moinho 48,42 47,68 80 38,7 483.837,6 48.383,76 38,1 476.389,0 47.638,90
Santa Cândida 80,73 85,25 80 64,6 806.631,2 80.663,12 68,2 851.816,2 85.181,62
São Bento / Capela 223,93 358,81 20 44,8 559.367,1 55.936,71 71,8 896.304,6 89.630,46
Cachoeira / Pinheirinho 541,09 747,44 20 108,2 1.351.655,1 135.165,51 149,5 1.867.113,8 186.711,38
Água do Buracão 85,38 110,34 80 68,3 853.114,0 85.311,40 88,3 1.102.469,0 110.246,90
Juazeiro / Cruzeiro 169,89 202,36 20 34,0 424.390,5 42.439,05 40,5 505.489,6 50.548,96
Paciência / Cristo 28,70 34,18 80 23,0 286.810,4 28.681,04 27,3 341.549,6 34.154,96
Bom Jardim 355,10 350,34 80 284,1 3.548.184,2 354.818,42 280,3 3.500.613,8 350.061,38
240
4.2 CÁLCULO DA RECARGA DE ÁGUA NO MEIO URBANO DAS DIFERENTES
MICROBACIAS HIDROGRÁFICAS DE VINHEDO.
Tabela VI-21 Somatório da recarga da perda na distribuição com a infiltração nas áreas
permeáveis das áreas urbanas de Vinhedo.
MICROBACIAS RECARGA
m3/ano
Infiltração
Perda na Efetiva da TOTAL
Distribuição Precipitação
241
5.1 RECUPERAÇÃO FÍSICO-HIDROLÓGICA DAS ÁREAS RURAIS
HIDROLÓGICAMENTE DEGRADADAS.
100% 10%
Interceptação pela
1 100,0 mm Cobertura do solo
3 60% em 72 hs. 2 ( Planta e Mat. Inertes) e
Evapotranspiração = 60 mm escorrimento sup.= 10 mm –
Sobram 30 mm 7% Sobram 90 mm
Perda evaporação intercept.
= 7,0 mm
3%
Escorrimento
superficial = 3,0 mm
4 7%
Escorrimento
Sub-superficial = 7,0 mm
Figura VI-14 Destino das águas e recarga/produção de água nas nascentes e fluxo de base com a
área preservada.
242
34%
100% Interceptação pela
1 100,0 mm Cobertura do solo
3 55% em 72 hs. 2 ( Planta e Mat. Inertes) e
Evapotranspiração = 50 mm escorrimento sup.= 34 mm –
Sobram 11 mm 4% Sobram 66 mm
Perda evaporação intercept.
= 4,0 mm
30%
Escorrimento
superficial = 30,0 mm
4 5% (= 5 mm teórico)
Escorrimento
Sub-superficial = 5,0 mm Nascente assoreada
(tamponada)
Redução de 50% da vazão
5 REC= 100-34-50-6,0 = 6 mm
Recarga das
águas subterrâneas
6,0%
243
16,0%
100% Interceptação pela
1 100,0 mm Cobertura do solo
60% 2 ( Planta e Mat. Inertes) e
3 Evapotranspiração = 60 mm
em 72 hs.
escorrimento sup.= 16,0 mm –
Sobram 24 mm 7,0% Sobram 84,0 mm
Perda evaporação intercept.
= 4,0 mm
Figura VI-16 Destino das águas e produção de água nas nascentes e fluxo de base com a área
recuperada físico-hidricamente em, pelo menos, 70% de seu escorrimento superficial.
- Que Precipitação Anual média de Vinhedo é de 1300 mm, esses 16,1% equivalem a 209,3 mm;
- Que a captação de uma Área Unitária é 1 mm/1ha = 10 m3;
244
Em seqüência são discutidas algumas particularidades dos principais parâmetros
interferentes.
Áreas muito suscetíveis à erosão e de baixa capacidade de produção devem ser mantidas
recobertas com vegetação permanente. Isto permite seu uso econômico, de forma sustentável, e
proporciona sua conservação. Este cuidado deve ser adotado em locais estratégicos, que devem
incluir as nascentes de rios, margem dos cursos d’água e áreas de pendentes acentuadas mesmo
aquém do limite de declividade preconizado pela lei. Vários são os efeitos benéficos desta
prática: filtragem de sedimentos; proteção das barrancas e beiras de rio; grande profundidade e
volume de raízes favorecendo a macroporosidade do solo; diminuição do escoamento
superficial da água no solo; criação de refúgios para fauna e, ainda, fonte de energia (lenha). O
reflorestamento também pode ser feito em faixas intercalando-se com culturas anuais (tipo
consórcio), favorecendo o incremento de matéria orgânica ao solo. A utilização de árvores da
família Leguminosae para recuperar áreas degradadas apresenta várias vantagens,
principalmente na fertilidade do solo beneficiando todas as outras plantas.
As funções do florestamento e reflorestamento na produção de água são a interceptação
da gota da chuva, tanto pela copa como pela serrapilheira, do escorrimento superficial e adição
de matéria orgânica no solo através da deposição de folhas e galhos senescentes.
Esclarece-se que, tecnicamente, a cobertura vegetal de um solo deve ser entendida
incluindo tanto plantas vivas em desenvolvimento vegetativo - árvores, arbustos e vegetação
rasteira, como os seus resíduos mortos deixados sobre o solo, caracterizando o chamado
Mulching.
Segundo Bertoni et al. (1990), os processos envolvidos por ela como reguladora de
enxurradas é conseqüência, na realidade, de uma integração biológica da vegetação com o clima
e com o solo superficial: Há uma proteção física acima do nível do solo exercida pela copa das
arvores e arbustos em diferentes alturas e outra, complementar, na superfície do solo exercida
pela vegetação rasteira e, principalmente, pelas folhas mortas, galhos e outros restos vegetais
(mulching).
Adicionalmente, possibilita que espécies do sub-bosque exigentes em sombra,
fertilidade do solo, umidade, etc. se estabeleçam, retorno da fauna e flora local facilitando o
fluxo gênico e propagação das espécies e outros.
Há algumas particularidades hidrológicas importantes em relação à cobertura florestal
no impedimento do impacto direto da gota da água da chuva no solo que devem ser detalhados.
A interceptação da chuva pela floresta é o processo pelo qual a água da chuva é
temporariamente retida pelas copas das árvores, sendo, subsequentemente, redistribuída em:
Numa precipitação, a água é gradativamente interceptada pela vegetação até que, pela
saturação do dossel, essa água começa a escoar e é então redistribuída pela precipitação direta a
partir da copa e pelo escoamento superficial através do tronco.
Assim, a interceptação vegetal é uma importante parcela das chuvas que acabará sendo
evaporada e perdida para a atmosfera não contribuindo, portanto, no processo de infiltração,
percolação e recarga das águas subterrâneas. Desse modo a vegetação pode ser um importante
papel no ciclo hidrológico quanto à quantidade de água disponível para os ecossistemas terrestre
e aquático.
Interceptação é um processo fortemente dependente das características das
precipitações, das condições climáticas, da densidade da vegetação, da estrutura e arquitetura do
dossel e do comportamento fisiológico das plantas durante o ano (Tucci, 2000). No nível da
superfície da folha, a capacidade individual de retenção é correlacionada com o tamanho da
folha, com sua forma e com a viscosidade da água (Rutter, 1975).
245
Sob o aspecto climático, as pressões externas causadas por ação dos ventos, do tipo e
freqüência das precipitações dentre outras também influenciam no teor de água retida na
vegetação.
Por outro lado, a absorção da água pelas plantas e ingestão animal são, praticamente,
insignificante e assim, não são considerados.
Segundo Giglio et al. (2013), perdas por interceptação de até 36% da chuva total foram
registradas em florestas chilenas (Oyarzún et al., 2011); 22,4% em floresta de sequóias
estadunidense (Reid & Lewis, 2009); 22% em coníferas no Himalaia (Loshali & Singh, 1992).
Em florestas brasileiras, perdas por interceptação de até 37,6% foram registradas em
vegetação ripária de cerradão (Lima & Leopoldo, 2000); 22,6% na região amazônica (Cuartas et
al., 2007); e 20,6% em Mata Atlântica (Alves et al., 2007).
A figura abaixo mostra, esquematicamente, a distribuição e fluxos na copa de uma
árvore.
HÁ PRECIPITAÇÃO INTERNA
246
Tabela VI-22 Valores médios (mm) de precipitação em aberto (PA), precipitação efetiva (PE),
precipitação interna (PI), escoamento pelo tronco (Et) e perdas por interceptação (I) em estágio
inicial (i) e avançado (a) de regeneração, em função da classe de precipitação.
Nesse capitulo destaca-se a importância e particularidade da meia encosta por ser nesse
plano da paisagem que se dá, majoritariamente, o processo de infiltração, percolação e recarga
das águas subterrâneas.
247
De início, já se alerta que nas meias encostas ou partes destas que tenham declividade
superior a 100% na linha de maior declive, o que corresponde a 45°, tem, necessariamente, por
força de lei, que ser preservada, não permitindo seu uso de nenhum tipo, por ser considerada
Área de Preservação Permanente (APP).
A preservação das APPs é de importância fundamental para a produção de água em uma
propriedade rural, em uma microbacia ou em uma bacia hidrográfica, mas para se conseguir
resultados expressivos, só isso não basta.
È necessário que toda a superfície do solo, principalmente a meia encosta, seja encarada
como uma grande captadora da água das chuvas (como se fosse uma bacia, na verdade) e
permita, ao máximo, que a água se infiltre, percole e abasteça as águas subterrâneas. Enfatiza-se
que, se isso não for realizado, haverá escorrimento superficial, erosão e assoreamento dos rios,
enchente e a água abandonará rapidamente a bacia hidrográfica sem dar tempo para ser
aproveitada.
Assim, os princípios de conservação da água na meia encosta de uma bacia hidrográfica ou
em uma propriedade agrícola têm como objetivo tornar a área explorada pela agricultura numa
área que também contribua, efetivamente, com a produção de água.
Daí vem a importância das práticas agrícolas conservacionistas de solo e de água,
abordadas, sucintamente, a seguir.
Deve ser atentado que os métodos e estratégias são concordantes com os aplicados na
conservação de solo cuja preocupação faz parte da conservação da água que é evitar processos
erosivos do solo. Assim, há uma concordância muito grande das práticas empregadas porque os
mesmos princípios físicos estão envolvidos. Assim, conservando-se o solo, significa
condicioná-lo ou recondicioná-lo para suas características originais, ou seja, aquelas que
existiam antes do processo degradatório, recondicionando-o às adequadas características de
capacidade de infiltração, percolação e recarga das águas subterrâneas executando, portanto, a
conservação da água.
Não existe o melhor método ou prática de conservação da água e sim aquela, ou um
conjunto delas, mais adequada para cada situação, exigindo, portanto, discussão e reflexão antes
da tomada de decisão. A escolha dos métodos/práticas é feita em função dos aspectos
ambientais e socioeconômicos de cada proprietário, propriedade e região.
Neste contexto, é importante ter-se em conta que todas as medidas e estratégias que se
empregam na conservação da água no meio rural têm os seguintes objetivos fundamentais:
• Proteger o solo contra o impacto direto da gota das chuvas na superfície do solo que causa o
selamento (fechamento do poro na superfície do solo) e, em seguida, obstrução desses
poros tanto pelos sedimentos respingados pela gota como pelos que vêm se depositando,
trazidos pela enxurrada;
• Aumentar a capacidade do solo em absorver as águas das chuvas (efeito esponja) através,
principalmente, do aumento da porosidade do solo, empregando-se, dentre outros, o
incremento da matéria orgânica do solo;
• Fazer com que a água das chuvas permaneça o máximo possível na meia encosta, antes de
atingir o córrego ou rio e abandonar a bacia sem ter sido aproveitada. Isso se faz
aumentando a rugosidade do solo, ou seja, interceptando e retardando o escorrimento
superficial dando mais oportunidade para a água se infiltrar, percolar e abastecer as águas
subterrâneas;
• Proteger os corpos d’água contra o escorrimento superficial que causa a destruição da
cobertura vegetal de proteção (vegetação ripária e mata ciliar), assoreamento das calhas dos
córregos e rios e eutrofização das águas.
248
Plantas de cobertura; adubação verde - Prática pela qual se cultivam determinadas plantas
(normalmente leguminosas) entre a colheita e o plantio de nova cultura, evitando-se deixar o
solo desprotegido em relação às chuvas que provocariam o selamento superficial, escorrimento,
erosão e pouca infiltração e recarga das águas subterrâneas. Além disso, no final, a cultura é
incorporada ao solo aumentando o teor de matéria orgânica, que se transforma em húmus, um
dos principais elementos de melhorias das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo.
Figura 6. Crotalaria
Figura juncea juncea
VI-18 Crotalaria florescida no campo.
florescida no campo.
Cobertura
Cobertura mortamorta
- É o -uso
É odeuso de resíduos
resíduos vegetais
vegetais da cultura
da cultura anterioranterior
mantidosmantidos na superfície
na superfície do
do
solosolo durante
durante a cultura
a cultura seguinte,
seguinte, comcom o objetivo
o objetivo de evitar
de evitar o impacto
o impacto das gotas
das gotas da chuva,
da chuva, vistovisto
que, na área
área cultivada
cultivadaem emque
queháhácontrole
controledede plantas
plantas invasoras
invasoras rasteiras,
rasteiras, apesar
apesar da da diminuição
diminuição
progressiva da erosão durante o período vegetativo, somente essas plantas não protegem o solo
contra a erosão tão eficientemente como quando contam com a palhada da cultura anterior
mantida e protegendo a superfície do solo.
Combinação de culturas - Consiste em cultivar conjuntamente plantas de diferentes
famílias, com distintas necessidades nutricionais e diversas profundidades do sistema radicular,
que venham a se complementar, principalmente, nutricionalmente. São exemplos, o plantio
conjunto de gramíneas (milho) e leguminosas (feijão) e plantas rasteiras (feijão) e arbóreas
(pinus). Nessas combinações ocorre tanto a adição de Nitrogênio ao solo pela leguminosa
beneficiando a gramínea, como a reciclagem dos nutrientes trazendo-os de camadas profundas,
colocando-os em disponibilidade nas superficiais, aumentando, assim, a produção de biomassa.
Figura VI-19 Sistema agroflorestal envolvendo pinus, erva-mate e soja aos dois anos e meio após a
implantação. http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/ Ervamate/Cultivo da
ErvaMate /15_sistemas_ agroflorestais.htm.
249
apresentam forte capacidade de penetração, aprofundando-se e rompendo camadas
subsuperficiais adensadas do solo. Posteriormente, ao se decomporem forma galerias
facilitando, ainda mais, a penetração da água. Adicionalmente, contribuem com maior equilíbrio
da fertilidade e atividade microbiana do solo e maior produção de biomassa.
Figura 8. VI-20
Figura Colheita de sojadeseguida
Colheita de plantio
soja seguida de milho
de plantio emem
de milho Sorriso, MT
Sorriso, MT(Fonte:
(Fonte:www.agrisus.
www.agrisus.
asp?cod=38; Grupo Pinesso); Lavoura de nabo forrageiro– GO.
org.br/foto. asp?cod=38; Grupo Pinesso); Lavoura de nabo forrageiro– GO. Fonte:
Fonte:
www.biodieselbr.com/ indexswf.html.
www.biodieselbr.com/ indexswf.html.
Cultivo de acordo com a capacidade de uso do solo - as terras devem ser utilizadas em
função da sua aptidão agrícola, que pressupõe a disposição adequada na meia encosta das
florestas/reservas, cultivos perenes, cultivos anuais, pastagens, etc., racionalizando, assim, o
250
aproveitamento do potencial das áreas, a função hidrológica de interceptação de fluxo, de
contenção e proteção do solo e de proteção dos corpos hídricos.
Uso criterioso do fogo - O fogo, apesar de ser uma das maneiras mais fáceis e econômicas
de limpar o terreno, quando aplicado indiscriminadamente, é um dos principais fatores de
degradação do solo e do ambiente. Hidrologicamente destrói a matéria orgânica dos restos
vegetais, principal condicionador físico-hídrico do solo, ficando somente as cinzas, além de
matar organismos do ar, da superfície e do subsolo causando um desastre ecológico (Figura 22).
Figura VI-22 Nascente “queimada” junto com a cana. Testemunha da total ausência de respeito e
cuidado com o recurso hídrico. A nascente não tem nenhuma estrutura de proteção contra o fogo -
cerca de isolamento, acero, da faixa de interface, etc.
Figura
Figura 11.VI-23
PlantioPlantio e práticas
e práticas culturais
culturais mecanizadas
mecanizadas executadas
executadas em curva
em curva de nível.
de nível.
Cultivo
Cultivo mínimo
mínimo - É o-uso
É ominimizado
uso minimizado de máquinas
de máquinas agrícolas
agrícolas sobre sobre
o solo,o com
solo, com a finalidade
de menor revolvimento e compactação preservando, assim a porosidade e estrutura do solo,
aumentando a sua capacidade de infiltração, percolação e armazenamento da água subterrânea.
Plantio direto - É a implantação de uma cultura diretamente sobre a resteva de outra, com a
finalidade de manter o solo coberto, evitando o impacto da gota da chuva.
251
Carreadores e estradas planejadas - A distribuição racional dos caminhos pressupõe
colocá-los, ao máximo do sentido do contorno fazendo-os funcionarem como verdadeiros
terraços, ajudando a defender o terreno contra a erosão. Planeja-se também o menor numero
possível de carreadores em pendente, que fazem ligação entre os nivelados.
Terraceamento - Os terraços são sulcos ou valas construídas transversalmente à direção do
maior declive, sendo construídos basicamente para controlar a erosão e aumentar a umidade do
solo (figura 24). Sob o aspecto hidrológico, os objetivos dos terraços são:
Por ser uma prática que necessita de investimentos, o terraceamento deve ser usado apenas
quando não é possível controlar a erosão em níveis satisfatórios com outras práticas mais
simples. No entanto, o terraceamento é útil em locais onde é comum a ocorrência de chuvas
com intensidade e volume que superam a capacidade de infiltração da água no solo e onde
outras práticas conservacionistas são insuficientes para controlar a enxurrada.
252
A B C
D E
Figura VI-25 (A) Cordões de contorno, localizado na parte alta da encosta, construído com arado de
tração animal. A terra é deixada abaixo da vala, dando uma forma de camalhão, para aumentar a
eficiência na contenção das águas. (B e C) Detalhe do Cordão de contorno
FiguraVI-26
Figura 12. Combinação de terraceamento
de terraceamento
Combinação e “barraginhas”e “barraginhas” e/ourealizando
e/ou caixas de retenção caixas de a retenção realizando a
interceptação do fluxo e a retenção e infiltração da água na meia encosta.
interceptação do fluxo e a retenção e infiltração da água na meia encosta.
253
Subsolagem – Muito conhecida, promove o rompimento de compactação subsuperficial.
Quebra-se a camada profunda adensada (pé de arado ou de grade), com a finalidade de aumentar
a percolação da água no solo.
Escarificação – Com o uso do escarificador, quebra-se a camada densa superior (crostas),
aumentando a capacidade de infiltração da água no solo.
Estruturas de contenção de voçorocas - Voçorocas são buracos de grandes dimensões
formados por processo negligente e adiantado de erosão de uma área agrícola. O objetivo
principal
lentoda intervenção
e oneroso é pararrecorrer
devendo-se o processo erosivo,
a uma uma de
associação vezprocedimentos
que a recuperação da topografia
práticos, tais como
original é, na maioria das vezes, impossível e a readequação da área de voçoroca é um
o fechamento da área, construção de um canal divergente na cabeceira ou cordões de contorno, processo
lento e oneroso devendo-se recorrer a uma associação de procedimentos práticos,
suavização dos taludes, implantação de vegetação protetora e construção de paliçadas dentrotais como eo
fechamento da área, construção de um canal
fora da voçoroca, transversal ao curso da água. divergente na cabeceira ou cordões de contorno,
suavização dos taludes, implantação de vegetação protetora e construção de paliçadas dentro e
fora da voçoroca, transversal ao curso da água.
Figura VI-27 Fotos mostrando o início da formação da voçoroca e, depois, ela já constituída.
em que,
254
De acordo com Smedema e Rycroft (1983), o método racional foi originalmente
desenvolvido para estimar vazões máximas de escoamento em pequenas bacias urbanas, cuja
proporção de área impermeável é grande (para as quais C aproxima-se de um). A ampliação do
uso do método racional para áreas agrícolas é mais apropriada para bacias que não excedem 100
- 200 ha.
O Coeficiente de escoamento superficial (C) é a relação entre o volume que escoa sobre
a superfície do terreno e o volume precipitado, expresso pela equação:
Assim, tem-se que do volume precipitado sobre a bacia, apenas uma parte atinge a seção
de deságüe sob a forma de escoamento superficial, uma vez que parte é interceptada, a outra
preenche as depressões e outra se infiltra no solo, umedecendo-o e abastecendo o lençol
freático. O volume escoado representa, portanto, apenas uma parcela do volume precipitado.
Esse coeficiente é encontrado na literatura para diferentes condições de tipo e
acondicionamento de terreno, de acordo com o apontado nas tabelas abaixo.
255
Tabela VI-24 Coeficiente de escoamento para diferentes terrenos encontrados no meio
rural.
256
Tabela VI-25 Coeficientes de escoamento para áreas agrícolas inferiores a 5000 ha, em função da
topográfica, da cobertura e do tipo de solo.
em que:
em que:
A precipitação é totalmente convertida em abstrações iniciais até o tempo tia, ou seja, até
este momento, a precipitação é convertida em interceptações pela cobertura, armazenamento na
superfície do solo e infiltração, uma vez que abstrações iniciais correspondem a toda
precipitação que ocorre antes do início escoamento superficial englobando, portanto, além da
interceptação e do armazenamento superficial, toda a infiltração acorrida durante esses dois
processos.
Após a ocorrência das abstrações iniciais, começa o escoamento superficial. A partir
deste momento tem-se que o escoamento potencial ou excesso de precipitação corresponde à:
257
Pe = ES + I
Onde:
ES = escoamento superficial total (mm) e:
Pe = escoamento potencial ou excesso de precipitação (mm).
S = infiltração potencial (mm);
Ia = 0,2 S
Onde:
ES = escoamento superficial total (mm) e:
PT = precipitação total (mm) e
S = infiltração potencial (mm);
em que CN é o número da curva, cujo valor pode variar entre 1 e 100, e depende do uso e
manejo da terra, grupo de solo, condição hidrológica e umidade antecedente.
Portanto, para a determinação do escoamento superficial pelo Método do Número da
Curva, é suficiente que se conheça a precipitação que incide sobre a área, para a duração
pretendida, e se obtenha, a partir de tabelas, o valor do número da curva que foi obtido para
diferentes condições de superficie e tipos de solo.
Nas tabelas a seguir constam os valores apresentados no trabalho de TUCCI (1993),
para condições de bacias com ocupação agrícola e urbana.
Os tipos de solos, identificados, são os seguintes:
Solo A: Produz baixo volume de ES e apresenta alta infiltração. Solo arenoso profundo com
pouco silte e argila.
258
Solo B: Menos permeável do que o anterior. Solo arenoso menos profundo do que o tipo A e
com permeabilidade superior à média.
Solo C: Gera volume de ES acima da média e com capacidade de infiltração abaixo da média,
contendo % considerável de argila. Pouco profundo.
Solo D: Contém argilas expansivas. Pouco profundo, com muito baixa capacidade de
infiltração.
Tabela VI-26 Valores do CN para bacias com ocupação agrícola (Tucci, 1993).
259
Tabela VI-27 Valores do CN para bacias com diferentes ocupações (Porto, 1995).
Médias
Boas
260
Tabela VI-29 Correção de CN para umidades diferentes da média (AMC II).
261
Tabela VI-30 Escorrimentos superficiais e suas porcentagens de diminuição de escorrimento.
Precipitação CN S ES Diminuição do
Uso do Solo Uso de Práticas Conservacionistas (Solo C) Escorri/to Sup.
mm mm mm %
CN = número da curva
S = infiltração potencial (mm);
ES = escoamento superficial total (mm) e:
262
5.1.3 Evapotranspiração das culturas
263
Tabela VI-31 Valores totais mensais de precipitação (mm) ao longo do ano observados no
município de Campinas e médio, máximo, mínimo, desvio padrão e coeficiente de variação (%) do
período considerado.
Tabela VI-32 Valores totais mensais de precipitação (mm) ao longo do ano observados no
município de Jundiaí e médio, máximo, mínimo, desvio padrão e coeficiente de variação (%) do
período considerado.
264
Quanto ao regime de Evapotranspiração de referência da região seguem-se a tabela 33.
Tabela VI-33 Valores de evapotranspiração (mm) média diária para cada mês observados nos
municípios de Campinas e Jundiaí e evapotranspiração 80%, máximo, mínimo, desvio padrão e
coeficiente de variação (%) do período considerado.
265
- Coeficiente de cultura
O coeficiente de cultura tem forte significado biológico e varia com a planta, local,
clima, práticas culturais, desenvolvimento vegetativo, disponibilidade de água no solo,
condições de cultivo e molhamento da superfície do solo. Seu valor integra todos os efeitos que
o ambiente e o manejo exercem sobre o desenvolvimento e a transpiração da planta.
O Kc varia, predominantemente, com as características específicas do cultivo e as
práticas culturais adotadas no sistema produtivo que afetam o desenvolvimento das plantas. Tal
fato tem facilitado a transferência de valores padrões de Kc entre locais e climas. Cabe ressaltar,
no entanto, que determinações para condições de cultivo nas diferentes regiões têm grande
importância.
Os Coeficientes de cultura (Kc) adotados no estado de São Paulo têm como base as
indicações de Doorenbos & Pruitt (1977 e 1984) e Allen et. al. (1998) que consideram um
caráter amplo de valores reportados e a variação do consumo de água das culturas a um grande
número de fatores.
Dado à especificidade de algumas culturas exploradas sob irrigação no Estado de São
Paulo e não relacionadas nestas referências de literatura, bem como a existência para algumas
culturas, de alguns trabalhos nacionais sobre a determinação do Kc adequado para as condições
de clima e solo e cultivo, pode ser utilizados, sempre que necessário, valores obtidos em
pesquisas desenvolvidas localmente.
Assim, para estimativa do consumo de água de várias culturas podem ser adotados os
valores de Kc apresentados por Marouelli e Doorenbos & Pruitt, conforme as tabelas abaixo.
Tabela VI-34 Valores de coeficiente de cultura (Kc) nos diferentes estádios de desenvolvimento,
para diversas hortaliças. Fonte: Marouelli et al. (1996).
266
Tabela VI-35 Coeficiente de culturas (Kc) de diversas hortaliças em diferentes estádios de
desenvolvimento. Fonte: Marouelli et. al. (2008).
267
Tabela VI-36 Coeficiente de culturas (Kc) de diversas culturas em diferentes estádios de
desenvolvimento (Doorenbos & Pruitt, 1977).
268
Segundo Voltolini et al. (2012), a importância dos valores de Kc para a irrigação dos
pastos é reconhecida, contudo, ainda são limitados os valores determinados para as plantas
forrageiras tropicais. Citam que Lourenço et al. (2001) obtiveram para o Capim-Tanzânia
manejado em ciclos de pastejo de 36 dias valores de Kc de 0,30 a 0,40 para a fase inicial de
desenvolvimento e de 1,10 a 1,40 na fase final. Esses autores associaram esses valores ao índice
de área foliar, sendo 1,0 a 1,5 logo após o corte e 4,0 a 5,5 ao final do ciclo. Já Lopes et al.
(2003) utilizaram valores de Kc de 0,85 para o capim-elefante enquanto que o valor 1,0 foi
utilizado por Quintanilha et al. (2006) para os capins Mombaça e Marandu. Para o Capim-Bufel
(Cenchrus ciliaris), planta forrageira com baixa exigência hídrica, o Kc médio é de 0,62 (Dantas
Neto et al., 1996) enquanto que para a alfafa (Medicago sativa) o Kc médio variou entre 0,88 a
1,15, o máximo variou de 1,23 a 1,57 e o mínimo de 0,15 a 0,21 (Cunha et al., 1993).
No presente trabalho, considerando-se que os pastos de Vinhedo são sob o regime de
sequeiro, considerou-se o Kc médio de 0,4.
Para o caso das plantas arbóreas nativas a inexistência de dados sobre demanda hídrica é
notável uma vez que essa natureza de estudos visa determinar o consumo hídrico visando a
irrigação, o que não é realizado em áreas ocupadas por cobertura vegetacional nativa.
Assim, utilizaram-se dados apontados por Pires (2012) para a cultura de citrus,
indicados por Allen et al. (1998), na tabela 37.
Tabela VI-37 Coeficiente de cultura para citrus com diferentes graus de cobertura vegetal.
Tabela VI-38 Coeficientes de cultura da uva e de milho, segundo Doorenbos & Pruitt (1977).
269
duração dos diferentes estádios fenológicos, bem como a distribuição dos coeficientes de
cultura.
Figura VI-31 Fases fenológicas do milho e distribuição dos coeficientes de cultura (Kc).
Assim, considerando-se vários cultivos no ano e a média pondera dos Kcs em função do
período fenológico da cultura, obtém-se, para o nosso meio, um Kc médio de 0,81.
Já para a uva, nesse trabalho utilizaram-se os dados obtidos por Pommer (-) de valores
da duração dos subperíodos fenológicos e do ciclo total da videira 'Niabell'.
Tabela VI-39 Duração, em dias, dos sub-períodos fenológicos para uva de mesa cultivar Niabel, em
Jundiaí, SP., para diferentes anos agrícolas.
A figura 32 e a tabela. 40 mostram a distribuição dos Kcs das culturas do milho e da uva
durante o ano e o Kc médio mensal das duas culturas.
270
Título do Gráfico
1,00
0,90
0,80
0,70
0,60
Milho
Kc
0,50
0,40 Uva
0,30 Média
0,20
0,10
0,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Mês
Figura VI-32 Distribuição gráfica dos Kcs das culturas do milho e da uva durante o ano e o Kc
médio mensal das duas culturas.
Tabela VI-40 Distribuição dos Kcs das culturas do milho e da uva durante o ano e o Kc médio
mensal das duas culturas.
271
5.2 CÁLCULO DA PRODUÇÃO DE ÁGUA NO MEIO RURAL DAS DIFERENTES
MICROBACIAS HIDROGRÁFICAS DE VINHEDO, CONSIDERANDO-SE A
CONDIÇÃO FÍSICO-HIDRICA ATUAL E A CONDIÇÃO SOB RECUPERAÇÃO
HIDROLÓGICA.
Tabela VI-41 Evapotranspiração de Referência foi calculada com base no apresentado para a
cidade de Campinas e Jundiaí. Fonte: Calheiros & Pires (2014).
272
Tabela VI-42 Valores médios de Evapotranspiração do Eucalipto, da Pastagem, das Arbóreas Nativas e dos Cultivos Agrícolas de Vinhedo.
MÊS Precipitação (1) Evapotranspiração Referência Coeficiente de Cultura Evapotranspiração da Cultura Evapotranspiração da Cultura Porcentagem de Consumo em Relação à Precipitação
Eucalipto* Pasto** Cultivos Arbóreas Eucalipto Pasto Cultivos Arbóreas Eucalipto Pasto Cultivos Arbóreas Eucalipto Pasto Cultivos Arbóreas
Campinas Jundiaí Média Nativas*** Nativas Nativas Nativas
(mm) (mm/dia) (mm/dia) (mm/mes) (%)
JAN 218,0 4,9 5,4 5,2 0,7 0,4 0,6 0,6 3,6 2,1 3,0 3,1 108,2 61,8 89,5 92,7 49,6 28,3 41,1 42,5
FEV 204,0 5,4 5,5 5,5 0,7 0,4 0,6 0,6 3,8 2,2 3,2 3,3 106,8 61,0 94,7 91,6 52,4 29,9 46,4 44,9
MAR 149,0 4,9 4,9 4,9 0,7 0,4 0,6 0,6 3,4 2,0 2,8 2,9 106,3 60,8 85,2 91,1 71,4 40,8 57,2 61,2
ABR 53,0 4,4 4,3 4,4 0,7 0,4 0,6 0,6 3,0 1,7 2,5 2,6 91,4 52,2 75,6 78,3 172,4 98,5 142,6 147,7
MAI 41,0 4 3,7 3,9 0,7 0,4 0,6 0,6 2,7 1,5 2,2 2,3 83,5 47,7 66,9 71,6 203,8 116,4 163,2 174,7
JUN 43,0 3,7 3,4 3,6 0,7 0,4 0,6 0,6 2,5 1,4 2,1 2,1 74,6 42,6 61,7 63,9 173,4 99,1 143,5 148,6
JUL 26,0 3,7 3,3 3,5 0,7 0,4 0,6 0,6 2,5 1,4 2,0 2,1 76,0 43,4 60,8 65,1 292,1 166,9 234,0 250,4
AGO 27,0 4,6 4,1 4,4 0,7 0,4 0,7 0,6 3,0 1,7 3,0 2,6 94,4 53,9 88,7 80,9 349,6 199,8 328,3 299,7
SET 53,0 5,1 4,8 5,0 0,7 0,4 0,7 0,6 3,5 2,0 3,4 3,0 104,0 59,4 100,9 89,1 196,1 112,1 190,3 168,1
OUT 119,0 5,4 5,4 5,4 0,7 0,4 0,8 0,6 3,8 2,2 4,5 3,2 117,2 67,0 134,3 100,4 98,5 56,3 112,9 84,4
NOV 132,0 5,7 5,8 5,8 0,7 0,4 0,9 0,6 4,0 2,3 4,9 3,5 120,8 69,0 147,4 103,5 91,5 52,3 111,6 78,4
DEZ 184,0 5,5 5,6 5,6 0,7 0,4 0,8 0,6 3,9 2,2 4,5 3,3 120,4 68,8 133,9 103,2 65,5 37,4 72,8 56,1
Ano 1249,0
Min 27,0
Max 218,0
Média 71,5 55,3 54,4 61,2
273
Verifica-se na tabela 42 que há meses em que a porcentagem de consumo em relação à
precipitação é menor que 100%, como no caso do Eucalipto, em janeiro, cuja porcentagem de
consumo em relação à precipitação é 49,6%. Isso significa que, considerando-se apenas o
consumo da cultura, da precipitação total sobrariam 50,4% que iriam realizar a recarga das
águas subterrâneas.
Porém, há meses e culturas em que a Evapotranspiração cultural ultrapassa a
precipitação mensal, teoricamente, não sobrando nada para percolação e recarga (P. ex.
Eucalipto nos meses de abril, maio, etc.).
Nessas condições e nesses meses, mesmo com a implantação de práticas
conservacionistas visando à maior retenção da água que iria escoar pela superfície, a princípio e
grosso modo, essa quantidade de água a mais retida poderia ser insuficiente, ainda, para haver a
recarga.
Para uma contabilidade mais precisa, considerando-se a classificação do uso dos solos
da Arbórea (2017), os outros componentes do processo de recarga – a interceptação da parte
aérea das culturas, o escorrimento superficial e o assoreamento na surgência devem ser
considerados. Isso é possível pela discriminação desses componentes, conforme descrito abaixo.
A determinação da produção de água, nas diferentes coberturas vegetais, nas condições
de microbacia hidrográfica hidrologicamente degradada e preservada, segue a metodologia de
Calheiros (2011) de parselamento de fluxos.
Mesmo ocorrendo algumas exceções, na contabilidade de produção de água de
Vinhedo, a área de mata nativa será considerada como preservada pouco e assim, pouco ou nada
carecendo de práticas conservacionistas.
Assim, para a condição de uma microbacia ou área preservada, com cobertura vegetal
de floresta nativa, com práticas conservacionistas de proteção da água e solo, a distribuição dos
fluxos de uma precipitação de 100 mm, correspondente ao total de 100% da entrada de água no
sistema hidrológico seria de acordo com a figura 33.
100% 10%
Interceptação pela
3 1 100,0 mm Cobertura do solo
60% em 2 hs. 2 ( Planta e Mat. Inertes) e
Evapotranspiração = 60 mm escorrimento sup.= 10 mm –
Sobram 30 mm 7% Sobram 90 mm
Perda interceptação e
evaporação
= 7,0 mm
3%
Escorrimento
superficial = 3,0 mm
4 7%
Escorrimento
Sub-superficial = 7,0 mm
Nascente
Preservada
Figura VI-33 Distribuição dos fluxos de uma precipitação de 100 mm para a condição de uma
microbacia ou área preservada, com cobertura vegetal de floresta nativa, suas nascentes
preservadas e dispondo de práticas conservacionistas de proteção da água e solo.
274
Já para a as áreas de reflorestamento de Vinhedo, mesmo ocorrendo exceções, na
contabilidade de produção de água, a área será considerada como preservada, com práticas
conservacionistas.
Nessa, tem-se que a interceptação é menor que nas espécies arbóreas nativas em função
da densidade foliar. Já o escorrimento superficial da água no solo, em função do manejo cultural
(corte, trânsito de máquinas, período de solo exposto, etc.), apresenta um valor maior que numa
área de mata. Sua evapotranspiração é maior que o de espécies nativas, principalmente pela
maior intensidade metabólica promovida pelo seu acelerado crescimento, e pelo fato da
transpiração ao longo de todo ano se manter mais estável, mesmo no período seco do ano, em
função da maior profundidade de exploração da água no solo de seu sistema radicular.
Por outro lado, a profundidade e a agressividade do sistema radicular do eucalipto
tendem a conduzir uma maior interceptação do fluxo sub-superficial resultando em um valor
menor que o de espécies arbóreas nativas.
Por fim, sem a prática periódica de desassoreamento da nascente, é permitido esperar o
tamponamento da surgência e conseqüente redução de fluxo. A figura 34 mostra,
esquematicamente, a distribuição dos fluxos em uma área de reflorestamento com práticas
conservacionistas, porém, com as nascentes degradadas.
13%
100% Interceptação pela
1 100,0 mm Cobertura do solo
3 70% em 2 hs. 2 ( Planta e Mat. Inertes) e
escorrimento sup.= 13 mm –
Evapotranspiração = 70 mm
6% Sobram 87 mm
Sobram 17 mm
Perda por
Interceptação e
evaporação
= 6,0 mm
7%
Escorrimento
superficial = 7,0 mm
4 4%
Escorrimento
Sub-superficial = 4,0 mm
Nascente
Degradada
Figura VI-34 Distribuição dos fluxos de uma precipitação de 100 mm para a condição de uma
microbacia dispondo de práticas conservacionistas de proteção da água e solo e cobertura vegetal
de eucalipto, porém com as nascentes assoreadas.
Para o terceiro tipo principal de cobertura vegetal existente na área rural de Vinhedo - o
campo degradado - a distribuição de fluxos seria de acordo com o apresentado na figura 35.
Esse tipo de cobertura apresenta uma interceptação ligeiramente menor que o de
espécies arbóreas nativas, porém, como característica hidrológica principal, um elevado
escorrimento superficial em função, quase sempre do mal manejo cultural e ausência quase total
275
de práticas conservacionistas. Das três coberturas é a que menor evapotranspiração apresenta,
em função, principalmente, de sua drástica diminuição no período seco do ano ou, até mesmo,
da entrada em período de dormência. A restrita profundidade do sistema radicular efetivo é a
principal causa desse comportamento fenológico.
Por sua vez, o escorrimento sub-superficial é facilitado pela menor interceptação do
sistema radicular e, por fim, quase sempre, nessas áreas, as nascentes estão muito desprotegidas
quanto à cobertura vegetal protetiva da APP, bem como com o solo compactado na e adjacente
à surgência pelo pisoteio do gado.
26%
100% Interceptação pela
3 1 100,0 mm Cobertura do solo
55% em 2 hs. 2 ( Planta e Mat. Inertes) e
Evapotranspiração = 55 mm escorrimento sup.= 26 mm –
Sobram 19 mm 6% Sobram 74 mm
Perda por
Interceptação e
evaporação
= 6,0 mm 20%
Escorrimento
superficial = 20,0 mm
4 7%
Escorrimento
Sub-superficial = 7,0 mm
Nascente
Degradada
Figura VI-35 Distribuição dos fluxos de uma precipitação de 100 mm para a condição de uma
microbacia sem práticas conservacionistas de proteção da água e solo e cobertura vegetal de campo
degradado.
Por fim, para a condição dos cultivos – milho e uva, a distribuição de fluxos seria de
acordo com o apresentado na figura 36.
Esse tipo de cobertura apresenta uma interceptação menor que a de campo degradado
uma vez que é conduzido em linhas de plantio ficando a área da entrelinha exposta em parte do
ciclo cultural. Isso resulta, também em escorrimento superficial em função, quase sempre, do
mal manejo cultural - principalmente pelo trânsito de máquinas agrícola quando do preparo de
solo e conseqüente compactação, além de, pelo menos, parcial ausência de práticas
conservacionistas.
Considerando-se que a cultura da uva é quase sempre irrigada, porém, só no período
vegetativo e que a cultura do milho raramente o é, a taxa evapotranspirométrica dos cultivos é
ligeiramente superior a de campo nativo degradado.
A restrita profundidade do sistema radicular efetivo também contribui para esse
comportamento da demanda hídrica.
A exemplo do campo degradado, o escorrimento sub-superficial é facilitado pela menor
interceptação do sistema radicular e, por fim, quase sempre, nessas áreas, as nascentes estão
276
muito desprotegidas quanto à cobertura vegetal protetiva da APP, bem como com o solo
compactado na e adjacente à surgência.
20%
100% Interceptação pela
3 1 100,0 mm Cobertura do solo
60% em 2 hs. 2 ( Planta e Mat. Inertes) e
Evapotranspiração = 60 mm escorrimento sup.= 20 mm –
Sobram 20 mm 5% Sobram 80 mm
Perda por
Interceptação e
evaporação
= 5,0 mm 15%
Escorrimento
superficial = 15,0 mm
4 7%
Escorrimento
Sub-superficial = 7,0 mm
Nascente
Degradada
Figura VI-36 Distribuição dos fluxos de uma precipitação de 100 mm para a condição de uma
microbacia sem práticas conservacionistas de proteção da água e solo e cobertura vegetal de
cultivos agrícolas.
277
13%
100% Interceptação pela
3 1 100,0 mm Cobertura do solo
70% em 2 hs. 2 ( Planta e Mat. Inertes) e
Evapotranspiração = 70 mm escorrimento sup.= 13 mm –
Sobram 17 mm 6% Sobram 87 mm
Perda por
Interceptação e
evaporação
= 6,0 mm
7%
Escorrimento
superficial = 7,0 mm
4 4%
Escorrimento
Sub-superficial = 4,0 mm Nascente
Desassoreada
e protegida
Figura VI-37 Distribuição dos fluxos de uma precipitação de 100 mm para a condição de uma
microbacia dispondo de práticas conservacionistas de proteção da água e solo e cobertura vegetal
de eucalipto, com as nascentes desassoreadas.
278
17%
100% Interceptação pela
3 1 100,0 mm Cobertura do solo
55% em 2 hs. 2 ( Planta e Mat. Inertes) e
Evapotranspiração = 55 mm escorrimento sup.= 17 mm –
Sobram 28 mm 7% Sobram 83 mm
Perda por
Interceptação e
evaporação
= 6,0 mm Correção de, apenas,
10%
50% do escorrimento
Escorrimento
superficial na condição
superficial = 20,0 mm
degradada
4 7%
Escorrimento
Sub-superficial = 7,0 mm
Nascente
Degradada
Figura VI-38 Distribuição dos fluxos de uma precipitação de 100 mm para a condição de uma
microbacia com práticas conservacionistas de proteção da água e solo e cobertura vegetal de campo
conservado.
279
12,5%
100% Interceptação pela
3 1 100,0 mm Cobertura do solo
60% em 2 hs. 2 ( Planta e Mat. Inertes) e
Evapotranspiração = 60 mm escorrimento sup.= 12,5 mm –
Sobram 27,5 mm 5% Sobram 87,5 mm
Perda por
Interceptação e
evaporação
= 5,0 mm Correção de, apenas,
7,5%
50% do escorrimento
Escorrimento
superficial na condição
superficial = 7,5 mm
degradada
4 7%
Escorrimento
Sub-superficial = 7,0 mm
Nascente
Degradada
Figura VI-39 Distribuição dos fluxos de uma precipitação de 100 mm para a condição de uma
microbacia com práticas conservacionistas de proteção da água e solo e cobertura vegetal de
cultivos agrícolas.
280
Tabela VI-43 Meses que ocorre excesso de chuva e que, nos quais as práticas conservacionistas, efetivamente resultarão em aumento da recarga.
Porcentagem de Consumo (Evapotranspiração) em Interceptação da Cultura Escorrimento Superficial sem Práticas Escorrimento Superficial com Práticas Precipitação mensal e anual consi
MÊS Precipitação Relação à Precipitação Conservacionistas Conservacionistas Soma interceptações superficiais e Evapotranspiração** os meses de exces
Eucalipto Pasto Agricultura Arbóreas Eucalipto Pasto* Agricultura Arbóreas Eucalipto Pasto Agricultura Arbóreas Eucalipto Pasto Agricultura Arbóreas Eucalipto Pasto Agricultura Arbóreas Eucalipto Pasto Agric
Nativas Nativas Nativas Nativas Nativas
(mm) (%) (%) (%) (%) (%) (mm/mes)
JAN 218,0 49,6 28,3 41,1 42,5 6,0 7,0 5,0 7,0 7,0 20,0 15,0 3,0 7,0 10,0 7,5 3,0 62,6 45,3 53,6 52,5 218,0 218,0
FEV 204,0 52,4 29,9 46,4 44,9 6,0 7,0 5,0 7,0 7,0 20,0 15,0 3,0 7,0 10,0 7,5 3,0 65,4 46,9 58,9 54,9 204,0 204,0
MAR 149,0 71,4 40,8 57,2 61,2 6,0 7,0 5,0 7,0 7,0 20,0 15,0 3,0 7,0 10,0 7,5 3,0 84,4 57,8 69,7 71,2 149,0 149,0
ABR 53,0 172,4 98,5 142,6 147,7 6,0 7,0 5,0 7,0 7,0 20,0 15,0 3,0 7,0 10,0 7,5 3,0 185,4 115,5 155,1 157,7 - -
MAI 41,0 203,8 116,4 163,2 174,7 6,0 7,0 5,0 7,0 7,0 20,0 15,0 3,0 7,0 10,0 7,5 3,0 216,8 133,4 175,7 184,7 - -
JUN 43,0 173,4 99,1 143,5 148,6 6,0 7,0 5,0 7,0 7,0 20,0 15,0 3,0 7,0 10,0 7,5 3,0 186,4 116,1 156,0 158,6 - -
JUL 26,0 292,1 166,9 234,0 250,4 6,0 7,0 5,0 7,0 7,0 20,0 15,0 3,0 7,0 10,0 7,5 3,0 305,1 183,9 246,5 260,4 - -
AGO 27,0 349,6 199,8 328,3 299,7 6,0 7,0 5,0 7,0 7,0 20,0 15,0 3,0 7,0 10,0 7,5 3,0 362,6 216,8 340,8 309,7 - -
SET 53,0 196,1 112,1 190,3 168,1 6,0 7,0 5,0 7,0 7,0 20,0 15,0 3,0 7,0 10,0 7,5 3,0 209,1 129,1 202,8 178,1 - -
OUT 119,0 98,5 56,3 112,9 84,4 6,0 7,0 5,0 7,0 7,0 20,0 15,0 3,0 7,0 10,0 7,5 3,0 111,5 73,3 125,4 94,4 - 119,0
NOV 132,0 91,5 52,3 111,6 78,4 6,0 7,0 5,0 7,0 7,0 20,0 15,0 3,0 7,0 10,0 7,5 3,0 104,5 69,3 124,1 88,4 - 132,0
DEZ 184,0 65,5 37,4 72,8 56,1 6,0 7,0 5,0 7,0 7,0 20,0 15,0 3,0 7,0 10,0 7,5 3,0 78,5 54,4 85,3 66,1 184,0 184,0
Ano 1249,0
Min 27,0
Max 218,0
Média 71,5 55,3 54,4 61,2 755,0 1006,0
*Interceptação da Cultura do Pasto na condição com práticas conservacionistas. Sem as P. Cs a interceptação seria de 6% função menor vigor das plantas.
**Soma interceptações superficiais (Interceptação, Escorrimento Superficial e Evapotranspiração) na condição com práticas conservacionistas
281
Assim, as precipitações mensais e os meses em que se pode considerar que as práticas
conservacionistas irão resultar em aumento de produção de água são apresentados na tabela 44.
282
Tabela VI-45 Valores de taxas de infiltração básica de água no solo (VIB) de diferentes tipos de
solo Ottoni (2003).
283
infiltrações no sentido vertical. Essa afirmação perde sua validade se houver presença de alguma
falha no embasamento, sendo esta possibilidade real uma vez que os riachos (de certa
importância) correm, às vezes, ao longo das próprias falhas geológicas.
Silva, J. W. B. (-) afirma que mesmo em tanques de piscicultura, é difícil calcular com
exatidão as perdas de água por infiltração, pois as mesmas dependem da idade dos viveiros (os
novos perdem mais água), das técnicas de construção deles (os impermeabilizados com terra
argilosa compactada têm as perdas sensivelmente diminuídas), da natureza dos solos (os
argilosos possuem baixa percolação) e a posição de seus pisos com relação ao lençol freático
(quanto menor o espaço que os separa menor a infiltração). Afirmam que, com boa margem de
segurança pode-se considerar uma perda média de 1 mm/dia de lâmina de água por infiltração.
Ainda tratando de infiltração em lagoas de criação de peixes, segundo Ono & Kubitza
(2002), em viveiros com baixa infiltração (<1mm/h) essa reposição não excede 3% do volume
total ao dia. Mesmo em solos com alta infiltração (até 5mm/h) e sob uma alta taxa de
evaporação, a reposição de água sequer ultrapassa 15% ao dia.
Com referencia ä infiltração, Azevedo (1972) aponta que um solo é considerado
impermeável quando tiver níveis de infiltração de até 7 mm de água/dia, ou seja, 0,30 mm/hora.
Dessa forma, dado à natural heterogeneidade dos lagos de Vinhedo e, com isso seu
desempenho hidrológico, é plenamente aceitável e, acima de tudo, conservadora a utilização da
taxa de infiltração e recarga exercida pelos lagos como de 0,30 mm/h.
Já nas planícies de inundação, a contribuição de recarga é temporária, se dando em parte
do ano, no período de chuvas e quando ocorre inundação. Hidrologicamente, o que ocorre é a
expansão da calha do córrego/rio aumentando a área de infiltração. Por sua vez, nas várzeas os
solos têm a permeabilidade dentro da intensidade normal dos solos, com tendência de
ocorrência de fluxos preferenciais. Dentro de todas essas particularidades, o mesmo valor de
taxa de infiltração de água no solo dos lagos pode ser adotado.
Assim, a Produção de Água no meio rural, na condição atual, nas diferentes
microbacias hidrográficas de Vinhedo apresentada na tabela 46.
Da mesma forma, com esses valores da precipitação anual dos meses que ocorre
excesso nas quatro coberturas vegetais principais de Vinhedo pode-se calcular-se a Produção de
Água no meio rural, na condição recuperada hidrologicamente com Práticas Conservacionistas,
nas diferentes microbacias hidrográficas de Vinhedo, que são apresentadas na tabela 47.
284
Tabela VI-46 Cálculo da Produção de água no meio rural, na condição atual, nas diferentes microbacias hidrográficas de Vinhedo.
Tico / Moinho 272,32 0,00 50,40 333,34 20,74 0,00 30,00 821.865,95 8,50 0,00 10,0 38.050,09 9,50 318.570,71 0,30 545.000,21 0,05 0,00 1.723.486,97
Capivari 332,81 0,00 27,07 620,83 32,50 12,47 30,00 1.004.412,49 8,50 0,00 10,0 20.439,05 9,50 593.325,60 0,30 854.021,71 0,05 54.630,77 2.526.829,62
Santa Cândida 93,94 0,00 0,00 251,00 4,02 0,00 30,00 283.520,86 8,50 0,00 10,0 0,00 9,50 239.880,56 0,30 105.767,41 0,05 0,00 629.168,83
São Bento / Capela 148,81 0,00 3,31 169,84 2,53 0,00 30,00 449.099,33 8,50 0,00 10,0 2.497,88 9,50 162.320,12 0,30 66.552,37 0,05 0,00 680.469,69
Marambaia 37,44 0,00 0,00 33,18 6,34 0,00 30,00 113.008,26 8,50 0,00 10,0 0,00 9,50 31.706,25 0,30 166.674,01 0,05 0,00 311.388,53
Sterzeck 26,73 0,00 1,90 56,44 4,26 0,00 30,00 80.681,67 8,50 0,00 10,0 1.435,00 9,50 53.942,94 0,30 112.022,34 0,05 0,00 248.081,95
Cachoeira / Pinheirinho 92,00 0,00 3,20 154,05 11,63 0,00 30,00 277.647,00 8,50 0,00 10,0 2.414,58 9,50 147.222,78 0,30 305.760,23 0,05 0,00 733.044,59
Água do Buracão 315,23 42,09 107,24 313,45 4,26 0,00 30,00 951.371,87 8,50 27.008,51 10,0 80.964,45 9,50 299.560,18 0,30 112.061,26 0,05 0,00 1.470.966,27
Juazeiro / Cruzeiro 54,65 0,00 0,00 49,83 1,85 0,00 30,00 164.934,66 8,50 0,00 10,0 0,00 9,50 47.619,46 0,30 48.688,61 0,05 0,00 261.242,74
Paciência / Cristo 205,55 48,63 0,38 225,39 13,64 0,00 30,00 620.352,90 8,50 31.207,26 10,0 289,38 9,50 215.407,11 0,30 358.370,06 0,05 0,00 1.225.626,70
Bom Jardim 388,99 138,25 24,62 274,88 18,42 0,00 30,00 1.173.957,36 8,50 88.723,05 10,0 18.585,01 9,50 262.701,48 0,30 484.005,25 0,05 0,00 2.027.972,16
Total 1968,47 228,97 218,11 2482,22 70,40 12,47 30,00 5.940.852,35 8,50 146.938,83 10,0 164.675,43 9,50 2.372.257,20 0,30 1.850.038,05 0,05 54.630,77 10.529.392,63
(1)
Fonte: NURMA- Engenharia de Biossistemas/ESALQ/USP
* Equivalente Populacional - Consumo de água produzido per capita (344,3l/hab./dia = 125.66m3/ano, em 2011). Fonte: Indicadores do sistema de abastecimento de água do município de Vinhedo - SANEBAVI.
Taxa de Recarga* - Considerou-se que apenas 1/6 do ano (dois meses) permanece sob inundação.
285
Tabela VI-47 Cálculo da Produção de água no meio rural, na condição de Recuperação com Práticas Conservacionistas, nas diferentes microbacias hidrográficas de Vinhedo.
Tico / Moinho 272,32 0,00 50,40 333,34 20,74 0,00 30,00 821.865,95 17,00 0,00 18,75 71.343,92 18,75 628.757,98 0,30 545.000,21 0,05 0,00 2.066.968,07
Capivari 332,81 0,00 27,07 620,83 32,50 12,47 30,00 1.004.412,49 17,00 0,00 18,75 38.323,21 18,75 1.171.037,37 0,30 854.021,71 0,05 54.630,77 3.122.425,55
Santa Cândida 93,94 0,00 0,00 251,00 4,02 0,00 30,00 283.520,86 17,00 0,00 18,75 0,00 18,75 473.448,47 0,30 105.767,41 0,05 0,00 862.736,74
São Bento / Capela 148,81 0,00 3,31 169,84 2,53 0,00 30,00 449.099,33 17,00 0,00 18,75 4.683,52 18,75 320.368,66 0,30 66.552,37 0,05 0,00 840.703,87
Marambaia 37,44 0,00 0,00 33,18 6,34 0,00 30,00 113.008,26 17,00 0,00 18,75 0,00 18,75 62.578,13 0,30 166.674,01 0,05 0,00 342.260,41
Sterzeck 26,73 0,00 1,90 56,44 4,26 0,00 30,00 80.681,67 17,00 0,00 18,75 2.690,63 18,75 106.466,33 0,30 112.022,34 0,05 0,00 301.860,97
Cachoeira / Pinheirinho 92,00 0,00 3,20 154,05 11,63 0,00 30,00 277.647,00 17,00 0,00 18,75 4.527,33 18,75 290.571,29 0,30 305.760,23 0,05 0,00 878.505,85
Água do Buracão 315,23 42,09 107,24 313,45 4,26 0,00 30,00 951.371,87 17,00 54.017,03 18,75 151.808,35 18,75 591.237,19 0,30 112.061,26 0,05 0,00 1.860.495,69
Juazeiro / Cruzeiro 54,65 0,00 0,00 49,83 1,85 0,00 30,00 164.934,66 17,00 0,00 18,75 0,00 18,75 93.985,78 0,30 48.688,61 0,05 0,00 307.609,06
Paciência / Cristo 205,55 48,63 0,38 225,39 13,64 0,00 30,00 620.352,90 17,00 62.414,53 18,75 542,58 18,75 425.145,61 0,30 358.370,06 0,05 0,00 1.466.825,67
Bom Jardim 388,99 138,25 24,62 274,88 18,42 0,00 30,00 1.173.957,36 17,00 177.446,11 18,75 34.846,89 18,75 518.489,77 0,30 484.005,25 0,05 0,00 2.388.745,38
Total 1968,47 228,97 218,11 2482,22 70,40 12,47 30,00 5.940.852,35 17,00 293.877,66 18,75 308.766,44 18,75 4.682.086,57 0,30 1.850.038,05 0,05 54.630,77 13.130.251,84
(1)
Fonte: NURMA- Engenharia de Biossistemas/ESALQ/USP
* Equivalente Populacional - Consumo de água produzido per capita (344,3l/hab./dia = 125.66m3/ano, em 2011). Fonte: Indicadores do sistema de abastecimento de água do município de Vinhedo - SANEBAVI.
Taxa de Recarga* - Considerou-se que apenas 1/6 do ano (dois meses) permanece sob inundação.
286
Com esses valores de correções hidrológicas e as áreas relativas de cada cobertura
vegetal na microbacia, pode-se estimar o aumento na produção de água de cada microbacia de
Vinhedo se recuperada sua área rural, em relação à condição atual, apresentado na tabela 48.
a) Para o caso das áreas com cobertura vegetal de espécies arbóreas nativas, assume-se que
nessas áreas a recarga está estabilizada e em sua condição normal de área preservada.
Assim, a vazão das nascentes corresponde a 30% do total precipitado.
Assim, na área de mata nativa da microbacia do Tico/Moinho, considerando-se:
- A área de mata nativa de 272,32 ha;
- A Precipitação Anual Efetiva para área de mata nativa é de Vinhedo de 1006,0 mm e que
30,0% desta equivale a 301,8 mm/ano;
- Que a captação de uma Área Unitária é 1 mm/1 ha = 10m3;
Essa área coberta com mata nativa estaria na condição atual produzindo,
aproximadamente:
Porém, ressalta-se que essa água já está sendo produzida em Vinhedo nessa área de
mata nativa e, como não receberá melhorias hidrológicas com práticas conservacionistas, não
pode entrar no computo de aumento da produção de água de Vinhedo.
b) Já na condição de reflorestamento nessa microbacia do Tico/Moinho, considerando-se que a
área de reflorestamento é de zero ha, não haverá aumento nesse tipo de cobertura vegetal.
c) O mesmo já não ocorre para o caso de campo degradado. Nessas áreas a recarga está
comprometida pelas degradações físico-hídrica e de manejo cultural. Assim, o percentual
de recarga atual estimado é de 9,5%. Com a implantação de práticas conservacionistas essa
recarga passaria para 18,75%. Deve ser atentado que, de modo conservador, considerou-se
um benefício efetivo na diminuição do escorrimento superficial de apenas 50% e, também
de forma conservadora, um benefício do desassoreamento das nascentes de apenas 50% da
diferença de fluxo entre a condição de nascente desassoreada e sua condição assoreada.
Com esses números, a área de campo degradado da microbacia do Tico/Moinho,
considerando-se,
287
1 ha - 188,62 mm = 1.886,2 m3/ano
333,34 ha - 188,62 mm = 628.745,90m3/ano = 52.395,49 m3/mês = 1.746.516,41l/dia.
Assim, o ganho hidrológico que se teria, passando de área de campo degradado para
área de campo recuperado, seria de 861.591,3l/dia
Considerando-se o consumo de água per capita em Vinhedo de 344,3 l/hab./dia
(Indicadores do sistema de abastecimento de água do município de Vinhedo – SANEBAVI,
2011) pode-se calcular o Equivalente Populacional que esse ganho de 861.591,3l/dia l/dia
representaria, sendo da ordem de 2502 habitantes.
Enfatiza-se que esse parâmetro retrata, na realidade, os três usos de água – agrícola,
industrial/comercial e consumo humano. Assim, partindo-se da premissa que a quantidade de
água de abastecimento público tem como objetivo o atendimento da satisfação hídrica antrópica,
independentemente de seu uso - agrícola, industrial/comercial ou dessedentação humana, de
modo geral, estabeleceu-se esse parâmetro como unidade de desenvolvimento populacional e
econômico de Vinhedo.
288
Tabela VI-48 Cálculo do ganho hidrológico no meio rural, considerando a recuperação físico-hídrica das diferentes microbacias hidrográficas de Vinhedo.
Tico / Moinho 272,32 0,00 50,40 333,34 20,74 0,00 0,00 0,00 33.293,83 310.187,27 0,00 0,00 343.481,10
Capivari 332,81 0,00 27,07 620,83 32,50 12,47 0,00 0,00 17.884,16 577.711,77 0,00 0,00 595.595,93
Santa Cândida 93,94 0,00 0,00 251,00 4,02 0,00 0,00 0,00 0,00 233.567,91 0,00 0,00 233.567,91
São Bento / Capela 148,81 0,00 3,31 169,84 2,53 0,00 0,00 0,00 2.185,64 158.048,54 0,00 0,00 160.234,18
Marambaia 37,44 0,00 0,00 33,18 6,34 0,00 0,00 0,00 0,00 30.871,88 0,00 0,00 30.871,88
Sterzeck 26,73 0,00 1,90 56,44 4,26 0,00 0,00 0,00 1.255,63 52.523,39 0,00 0,00 53.779,02
Cachoeira / Pinheirinho 92,00 0,00 3,20 154,05 11,63 0,00 0,00 0,00 2.112,76 143.348,50 0,00 0,00 145.461,26
Água do Buracão 315,23 42,09 107,24 313,45 4,26 0,00 0,00 27.008,51 70.843,90 291.677,01 0,00 0,00 389.529,42
Juazeiro / Cruzeiro 54,65 0,00 0,00 49,83 1,85 0,00 0,00 0,00 0,00 46.366,32 0,00 0,00 46.366,32
Paciência / Cristo 205,55 48,63 0,38 225,39 13,64 0,00 0,00 31.207,26 253,20 209.738,50 0,00 0,00 241.198,97
Bom Jardim 388,99 138,25 24,62 274,88 18,42 0,00 0,00 88.723,05 16.261,88 255.788,29 0,00 0,00 360.773,22
Total 1968,47 228,97 218,11 2482,22 70,40 12,47 0,00 146.938,83 144.091,01 2.309.829,38 0,00 0,00 2.600.859,21
(1)
Fonte: NURMA- Engenharia de Biossistemas/ESALQ/USP
* Equivalente Populacional - Consumo de água produzido per capita (344,3l/hab./dia = 125.66m3/ano, em 2011). Fonte: Indicadores do sistema de abastecimento de água do município de Vinhedo - SANEBAVI.
Taxa de Recarga* - Considerou-se que apenas 1/6 do ano (dois meses) permanece sob inundação.
289
C. CARACTERIZAÇÃO DOS FLUXOS INTERMEDIÁRIO E REGIONAL DA ÁGUA
SUBTERRÂNEA DE VINHEDO.
6. DESCRIÇÃO FÍSICA
290
dos parâmetros de vazão, níveis estático e dinâmico, capacidade específica e profundidade dos
poços tubulares profundos existentes em Vinhedo. A figura 40 apresenta a distribuição dos
valores de vazão dos poços em Vinhedo.
Tabela VI-49 Média dos parâmetros de vazão, nível estático, nível dinâmico e capacidade
específica, total dos poços analisados por parâmetro no município de Vinhedo.
A distribuição mostra que a maior porcentagem dos poços apresenta vazão entre 0 e 5
m3/h (52,7%), seguido pelo intervalo de 10 a 20 m3/h (16,4%), 5 a 10 m3/h (14,5%). Apesar de
pequena, porém é significativa a presença de valores maiores que 10 m3/h (cerca de 33%).
291
O mesmo comportamento é apresentado pelos valores de capacidade específica, figura
41. No entanto, este comportamento retrata a baixa produtividade dos poços em sua maioria
(cerca de 54%), moderada a elevada produtividade em 46% do total de poços analisados.
Figura VI-41 Distribuição dos valores de Capacidade Específica dos poços em Vinhedo.
A figura 42 apresenta a distribuição das vazões por profundidade dos poços. Apesar da
elevada faixa de variação, nota-se a tendência dos maiores valores de vazão em poços de
profundidades entre 140 metros e 220 metros, exceção do poço de maior vazão encontrada,
menor que 85 metros de profundidade.
292
Figura VI-43 Relação entre profundidade e Capacidade Específica dos poços em Vinhedo.
Figura VI-44 Vazão por Nível Estático (NE), Nível Dinâmico (ND) e Rebaixamento.
De acordo com o Plano Diretor do município, os poços estão locados na área urbana no
córrego da Cachoeira e Pinheirinho, no córrego do Tico e Moinho, e outros, no ribeirão Bom
Jardim.
O uso da água subterrânea é voltado principalmente ao abastecimento, principalmente
na bacia do córrego da Cachoeira e Pinheirinho. Na bacia do Córrego do Tico e Moinho, o uso é
preponderantemente industrial. Na região da Caixa D’Água, o uso das águas subterrâneas é
voltado aos condomínios.
293
Figura VI-45 Capacidade Específica por Nível Estático (NE), Nível Dinâmico (ND) e
Rebaixamento.
294
Figura VI-46 Modelo clássico de sistema aqüífero cristalino, com a percolação em fissuras da
rocha.
Figura VI-47 Esboço de mapa hipsométrico do município de Vinhedo. Áreas de cores vermelhas
escuro a marrom – acima de 800 m; áreas de cores pardas – 700 a 800 m; verde – 600 a 700 m;
amarelo – abaixo de 600 m; Sentido do fluxo intermediário com a área de recarga e descarga
no rio Capivari (Elo Ambiental 2006).
295
d) Chuva e sua dinâmica. Considera-se que o comportamento das chuvas é o mesmo em todo o
município, apesar de que há variações provocadas pelas diferenças de circulação e altitudes
dos terrenos, porém, não há informações. O potencial de infiltração varia de acordo com a
contínua precipitação, pois é dependente da variável umidade. Nas primeiras chuvas, logo
após as estiagens, o solo tem alto potencial de infiltração que decai à medida que se
encharca. Quando seu potencial tende a zero, o processo de escoamento superficial se
inicia e começa a ser o processo principal, em relação à infiltração.
e) Sistema de fluxo das águas subterrâneas. Os sistemas de fluxo local e intermediário das águas
subterrâneas foram considerados na avaliação, de acordo com a figura 48. Os sistemas de
fluxo local de água subterrânea possuem comportamento influenciado pela topografia dos
terrenos (microbacias, por exemplo). Os sistemas de fluxo intermediário compreenderiam
as bacias de rios e córregos principais da região. As áreas de recarga e descarga do
primeiro tipo de sistema de fluxo são os topos de morros e morrotes e a descarga nos
canais de primeira e segunda ordem, bem como as nascentes (e olhos d´água). O seguinte
tipo de fluxo já compreende sistemas mais abrangentes, como as áreas de divisores de
bacias hidrográficas e descargas em rios e córregos de maior porte. Essas áreas de recarga
e descarga foram consideradas para a avaliação do potencial de infiltração. O modelo de
circulação das águas subterrâneas e os vários tipos de aqüíferos em rochas ígneas e
metamórficas são mostrados na figura 48.
Obs.: Saprolito é o horizonte de transição entre solo e rochas. É pouco atingido por processos pedogênicos, onde
se podem encontrar muitas características da rocha-matriz.
Figura VI-48 Modelo de circulação das águas subterrâneas e tipos de aqüíferos existentes em
rochas fraturadas.
f) Uso de parâmetros de fácil leitura e de uso prático para tomadores de decisão. Procurou-se
delimitar as classes de potencial de infiltração de modo prático para definição de ações
para o Plano Diretor. A tabela 50 apresenta uma síntese dos critérios de classificação do
296
potencial natural dos solos do município de Vinhedo (ou seja, sem interferência do uso e
ocupação das terras) de infiltração no município.
Tabela VI-50 Síntese dos critérios de classificação do potencial de infiltração natural dos solos do
município de Vinhedo.
Grosso modo, as melhores áreas de infiltração são os terrenos menos declivosos e topos
de morros, onde se encontram solos mais desenvolvidos. Em relação ao uso e ocupação das
terras, considera-se como maior potencial de infiltração para qualquer área, aquela com
vegetação nativa não perturbada (original). Com o uso e ocupação das terras, a condição mais
favorável de infiltração se modifica. Em geral, as áreas urbanizadas possuem alto índice de
impermeabilização e, portanto, são consideradas as áreas menos favoráveis.
A figura 49 apresenta o mapa de Potencial de Infiltração Natural dos Solos do
município de Vinhedo.
297
Curvas Hipsométricas
Curvas Hipsométricas JUAZEIRO/
STERZEK JUAZEIRO/
STERZEK CRUZEIRO
CRUZEIRO
BOM JARDIM
SÃO PACIÊNCIA/ BOM JARDIM
SÃO BENTO/
BENTO/ CACHOEIRA/ PACIÊNCIA/
CAPELA CRISTO
CACHOEIRA/ CRISTO
CAPELA PINHEIRINHO
PINHEIRINHO
STA.
STA. MARAMBAIA
CÂNDIDA MARAMBAIA
CÂNDIDA ÁGUA DO
DO
ÁGUA
BURACÃO
BURACÃO
CAPIVARI
CAPIVARI
Potencial Natural de Infiltração de
Água no Solo
TICO/
TICO/
MOINHO
MOINHO
298
- Potencial de Infiltração em Relação ao Uso e Ocupação das Terras.
299
Figura VI-50 Mapeamento do Uso e ocupação das terras do município.
300
Figura VI-51 Potencial Natural de Infiltração dos solos de Vinhedo e seu Zoneamento do Uso e Ocupação dos Solos.
301
- Vulnerabilidade de Contaminação Potencial
302
Figura VI-52 Localização espacial da Serra dos Cocais dentro do município de Vinhedo.
- O mapa de nível de água é referente ao aqüífero livre (freático) da área estudada, pois se
consideram aqüíferos mais frágeis ante uma contaminação e constituem-se de fonte
secundária de aqüíferos mais profundos (no caso, o aqüífero captado pelos poços da
Sanebavi);
- Existência de solos areno-argilosos na zona não saturada, permeável;
- Existência de fraturamentos da rocha e em canais de drenagem e proximidades (o critério
riacho-fenda é valido para análise de potencialidade como também de vulnerabilidade);
- Tipificação de Aqüífero semi-livre (os cobertos) e livre (em áreas de planícies e próximos aos
canais de drenagens) e;
- Delimitação das classes de vulnerabilidade com uso de parâmetros de fácil leitura e de uso
prático para tomadores de decisão.
303
Com esses critérios, o estudo mostrou que os terrenos mais vulneráveis situam-se em
áreas de Cristalino próximas a vales e canais de drenagens e planícies aluvionares dos corpos de
água principais sendo os topos e encostas com classificação de moderada vulnerabilidade.
Esse parâmetro indica quais áreas dentro do município possuem maior potencial de
infiltração e, consequentemente, de recarga dos aqüíferos profundos relativos aos que realizam
os fluxos intermediário e regional e que são hoje explorados pela SANEBAVI para
abastecimento público (Figura 53).
Curvas Hipsométricas
Curvas Hipsométricas JUAZEIRO/
STERZEK JUAZEIRO/
STERZEK CRUZEIRO
CRUZEIRO
BOM JARDIM
SÃO PACIÊNCIA/ BOM JARDIM
SÃO BENTO/
BENTO/ CACHOEIRA/ PACIÊNCIA/
CAPELA CRISTO
CACHOEIRA/ CRISTO
CAPELA PINHEIRINHO
PINHEIRINHO
STA.
STA. MARAMBAIA
CÂNDIDA MARAMBAIA
CÂNDIDA ÁGUA DO
DO
ÁGUA
BURACÃO
BURACÃO
CAPIVARI
CAPIVARI
Potencial Natural de Infiltração de
Água no Solo
TICO/
TICO/
MOINHO
MOINHO
Figura VI-53 Mapeamento do Potencial de Infiltração Natural das áreas do município de Vinhedo.
304
- Localização espacial da mancha de área urbana do município
Esse parâmetro permite delimitar as áreas de maior limitação para a recuperação físico-
hidrológica uma vez que já está com ocupação antrópica consolidada restringindo, em muito, as
opões técnicas de promoção da taxa natural de infiltração de água no solo (Figura 54).
Curvas Hipsométricas
Curvas
Curvas çada –
Área esbranquiç
esbranqui
Hipsométricas
Hipsométricas JUAZEIRO/
Mancha de ocupaç
ocupação STERZEK JUAZEIRO/
JUAZEIRO/
CRUZEIRO
Urbana/Industrial STERZEK
STERZEK CRUZEIRO
CRUZEIRO
BOM JARDIM
SÃO BENTO/ PACIÊNCIA/ BOM
BOMJARDIM
JARDIM
SÃO
SÃOBENTO/
BENTO/
CAPELA CACHOEIRA/PACIÊNCIA/
PACIÊNCIA/
CRISTO
CAPELA
CAPELA CACHOEIRA/
CACHOEIRA/
PINHEIRINHO CRISTO
CRISTO
PINHEIRINHO
PINHEIRINHO
STA. MARAMBAIA
STA.
STA. MARAMBAIA
MARAMBAIA
CÂNDIDA
CÂNDIDA
CÂNDIDA ÁGUA DO
ÁGUA
ÁGUADODO
BURACÃO
BURACÃO
BURACÃO
CAPIVARI
CAPIVARI
CAPIVARI Potencial Atual de
Potencial Natural de Infiltração de
Infiltração de Água no
Água no Solo
Solo
TICO/
TICO/
TICO/
MOINHO
MOINHO
MOINHO
Figura VI-54 Localização espacial da mancha de área urbana do município dentro do mapeamento
do Potencial de Infiltração Natural das áreas de Vinhedo.
305
Curvas Hipsométricas
çada –
Área esbranquiç
esbranqui
JUAZEIRO/
Curvas
CurvasHipsométricas
Hipsométricas STERZEK JUAZEIRO/
JUAZEIRO/
CRUZEIRO
Mancha de ocupaç
ocupação
Urbana/Industrial STERZEK
STERZEK CRUZEIRO
CRUZEIRO
BOM JARDIM
SÃO BENTO/ PACIÊNCIA/ BOM
BOMJARDIM
JARDIM
SÃO
SÃOBENTO/
BENTO/
CAPELA CACHOEIRA/PACIÊNCIA/
PACIÊNCIA/
CRISTO
CAPELA
CAPELA CACHOEIRA/
CACHOEIRA/ CRISTO
PINHEIRINHO CRISTO
STA. PINHEIRINHO
PINHEIRINHO
MARAMBAIA
STA.
STA.
CÂNDIDA MARAMBAIA
MARAMBAIA
CÂNDIDA
CÂNDIDA ÁGUA DO
ÁGUA
ÁGUADODO
BURACÃO
BURACÃO
BURACÃO
Sentido dos fluxos
Intermediá
Intermediário e
CAPIVARI Regional
CAPIVARI
CAPIVARI Potencial Atual de
Potencial Natural de Infiltração de
Infiltração deSolo
Água no Água no
Solo
TICO/
TICO/
TICO/
MOINHO
MOINHO
MOINHO
Figura VI-55 Sentido dos fluxos Intermediário e regional dentro do território de Vinhedo.
Figura VI-56 Distribuição espacial dos poços de captação de água subterrânea da SANEBAVI.
306
P12 - ETE
ÁREA PRIORITÁ
PRIORITÁRIA
P11 - MIRIAM BOM JARDIM
Curvas Hipsométricas
JUAZEIRO/
STERZEK CRUZEIRO
P06 - CANUDOS
BOM JARDIM
SÃO BENTO/ C04 - CAMPO P05PACIÊNCIA/
– POSTO DO JORGE
CACHOEIRA/P04 - APOSENTADOS S01 – SANTA FÉ
FÉ
CAPELA CRISTO
PINHEIRINHO
STA. MARAMBAIA
CÂNDIDA
C04 - CAMPO
ÁGUA DO
BURACÃO
C01 - PONTE ÁREA PRIORITÁ
PRIORITÁRIA
ÁGUA DO BURACÃO
CAPIVARI
Potencial Natural de Infiltração de
Água no Solo
TICO/
MOINHO
Figura VI-57 Áreas prioritárias e mais promissoras para o aumento da Produção de Águas
Subterrâneas no e para o município de Vinhedo.
307
Macrozona de Proteção Ambiental Leste; Zona de Conservação Ambiental Leste, Zona
Residencial 1 e Zona de Ocupação Dirigida.
CRUZEIRO
Zona de
Conservação
Zona de Ocupação Ambiental Leste
Dirigida
BOM JARDIM
/ PACIÊNCIA/
CACHOEIRA/ CRISTO
PINHEIRINHO
Zona Residencial 1
ARAMBAIA
ÁGUA DO
BURACÃO Contorno da Macrozona
de Proteção Ambiental
Leste
Figura VI-58 Zona de Conservação Ambiental Leste, Zona Residencial 1 e Zona de Ocupação
ARI Dirigida dentro da Macrozona de Proteção Ambiental Leste.
Contorno da Macrozona
de Proteção Ambiental
Leste
Figura VI-59 Mapa hipsométrico dentro da área da Macrozona de Proteção Ambiental Leste.
Áreas de cores esbranquiçadas, cotas mais elevadas atingindo 980m; Áreas de cores vermelhas
escuro a marrom, cotas acima de 800 m; áreas de cores pardas, cotas de 700 a 800 m; áreas de cores
308
pardas, cotas de 700 a 800 m; áreas de cor verde, cotas de 600 a 700 m; cor amarelo, abaixo de 600
m (Elo Ambiental 2006).
COTA 780
COTA 800
COTA 900
JUAZEIRO/
STERZEK CRUZEIRO
BOM JARDIM
SÃO BENTO/ PACIÊNCIA/
CAPELA CACHOEIRA/ CRISTO
PINHEIRINHO COTA 920
MARAMBAIA
ÁGUA DO
BURACÃO
CAPIVARI
Potencial Natural de Infiltração de
Água no Solo
309
Recanto dos
Canjaranas
Vale do Sta. Fé
Chácara
Figura VI-61 Uso e ocupação das terras na Macrozona de Proteção Ambiental Leste.
Tabela VI-54 Potencial Atual de infiltração (potencial de infiltração versus uso e ocupação das
terras) na Macrozona de Proteção Ambiental Leste.
Nesta análise, considerou-se que o campo sujo seria a mata em regeneração e o solo
exposto como a pior forma de ocupação em relação ao potencial de infiltração.
O material de alteração arenoso e declividade indicam alta fragilidade dos terrenos à
ocupação e cuidados severos são recomendados para os usos urbanos e rurais.
No tocante à vulnerabilidade dos aqüíferos as classificações variam de Moderada, onde
o nível da água subterrânea é mais profundo, a Alta, em que o nível de água subterrânea é mais
raso.
A figura 62 aponta, com base na geomorfologia, a vulnerabilidade dos aqüíferos na
Macrozona de Proteção Ambiental Leste.
Um dos maiores cuidados deve ser dado ao saneamento nas microbacias do Paciência e
Cristo e do Bom Jardim, que compõem a Macrozona de Proteção Ambiental Leste em função
dos teóricos sentidos dos fluxos Intermediários e Regional, mostrado na figura 63. Assim,
alerta-se que o esgotamento sanitário é também realizado por fossas sépticas ampliando, em
muito, o potencial de contaminação do solo e conseqüentemente as águas subterrâneas. Esse é o
caso dos loteamentos Santa Fé e Chácaras do Lago que estão inseridos Zona Residencial 1 e em
uma área de manancial.
310
Figura VI-62 Vulnerabilidade dos aqüíferos na Macrozona de Proteção Ambiental Leste com base
na geomorfologia (Morrotes e morros vulnerabilidade Moderada; Planícies fluviais vulnerabilidade
alta).
Também nesse sentido, agora com relação à agricultura, nessa Macrozona, a uva ainda
tem certa importância. Se não for bem manejada, pode ser uma fonte poluidora de mananciais.
Produtos tais como ditiocarbamato (Dithane – classe toxicológica III), hidrocarboneto alifático
(Trione – classe toxicológica IV), sulfato de cobre – CuSO4 (calda bordalesa – classe
toxicológica IV) e outros agroquímicos, como era o caso do Folidol, podem atingir corpos de
água superficiais ou também pode percolar através do solo e contaminar as águas subterrâneas.
Assim, o manejo de toda a atividade agrícola desenvolvida nessas microbacias -
Paciência e Cristo e Bom Jardim, lembrando, pelo sentido dos fluxos de águas subterrâneas,
deve ser repensado e, talvez reprogramado.
Finalizando seu importante trabalho, Sueli Y. Pereira e Marcelo V. da Silveira, dentre
outras, recomendam:
311
STERZEK JUAZEIRO/
CRUZEIRO
ÁGUA DO
BURACÃO
CAPIVARI
TICO/
MOINHO
Zona de
Conservação
Ambiental Sudoeste
Zona de Ocupação
Dirigida 2
Contorno da Macrozona
de Proteção Ambiental
Sudoeste
Figura VI-63 Zona de Conservação Ambiental Sudoeste e Zona de Ocupação Dirigida 2 dentro da
Macrozona de Proteção Ambiental Sudoeste.
720
660
COTA 640
COTA 720
COTA 740
760
660
COTA 760
COTA 660
700
Figura VI-64 Mapa hipsométrico dentro da área da Macrozona de Proteção Ambiental Sudoeste.
Áreas de cor marrom, cota de 760 m; áreas de cor verde, cotas de 720 m; cor branca de 660 m
(Adaptado de Elo Ambiental 2006).
312
Esta macrozona envolve a Zona de Conservação Sudoeste e a Zona de Ocupação
Dirigida 2. Distribui-se à margem direita do Córrego do Moinho e seu limite com a Macrozona
de Consolidação Urbana é o divisor de águas da bacia do Córrego do Moinho e da bacia do rio
Capivari.
As rochas encontradas são predominantemente gnaisses xistosos e seus solos
superficiais são argilosos a argilo-siltosos, porém o solo de alteração é areno-argiloso a argilo-
siltoso.
O potencial de infiltração natural neste tipo de relevo é bom pela permeabilidade
encontrada nos solos de alteração, e moderada, nas vertentes mais íngremes, e praticamente
todas as nascentes encontram-se neste relevo ou em seu limite.
A figura 65 mostra, espacialmente, que a capacidade de infiltração na microbacia é, em
quase sua totalidade alta, havendo pequenas manchas de média capacidade de infiltração nas
vertentes mais íngremes, restando áreas de baixa infiltração apenas ao longo dos cursos d'água.
Figura VI-65 Potencial Natural da Infiltração das áreas da microbacia do Tico/Moinho, com o
teórico sentido dos fluxos Intermediário e Regional.
313
Figura VI-66 Uso e ocupação das terras na Macrozona de Proteção Ambiental Sudoeste.
Esta macrozona caracteriza-se pela criação de gado e áreas de pastagem. É uma área de
mananciais hídricos, com muitas nascentes e córregos.
O potencial atual de infiltração é avaliado segundo a tabela 55 e figura 65.
314
Figura VI-67 . Vulnerabilidade dos aqüíferos na Macrozona de Proteção Ambiental Sudoeste com
base na geomorfologia (Morrotes vulnerabilidade Moderada; Planícies fluviais vulnerabilidade
alta).
- manejo adequado para o gado, pois ao buscar acesso à água, pisoteia as nascentes e córregos,
contribuindo para o assoreamento destes, o pasto é um uso preocupante em relação à capacidade
de infiltração em terrenos;
- cuidados no cultivo do Milho, pois são utilizados insumos como calcário (~1300 kg/ha.ano),
adubação com NPK (~250; 250; 100 kg/ha.ano) herbicida (0,5 l/ha.ano) e inseticidas (0,8
l/ha.ano);
- cuidados no cultivo do morango realizado nesta área, pois se usam vários agrotóxicos
(Cercobin, Malathion, Cobox, Agral, Folpan). São ainda cultivados o café e a uva (já
mencionada na zona de conservação ambiental leste);
- definir áreas de terrenos para loteamentos rurais, privilegiando terrenos de grandes áreas.
315
Macrozona de Proteção Ambiental Noroeste;
ÁG
BU
CAPIVARI
A figura 69 mostra o Mapa Hipsométrico dentro da área da Macrozona de Conservação
Ambiental Noroeste.
TICO/
MOINHO
316
Figura VI-69 - Mapa hipsométrico dentro da área da Macrozona de Proteção Ambiental Noroeste.
Áreas de cores esbranquiçadas, cotas mais elevadas atingindo 980m; Áreas de cores vermelhas
escuro a marrom, cotas acima de 800 m; áreas de cores pardas, cotas de 700 a 800 m; áreas de cores
pardas, cotas de 700 a 800 m; áreas de cor verde, cotas de 600 a 700 m; cor amarelo, abaixo de 600
m (Elo Ambiental 2006).
O relevo mais acidentado e seu solo erodível impõem algumas restrições à ocupação.
Essas áreas situam-se no tipo de Morrotes, e possuem bom potencial a infiltração. A
manutenção de alguns critérios ambientais no desenvolvimento diversificado é recomendável
nessa zona.
Limites da Macrozona de
Curvas Hipsométricas Consolidação Urbana
JUAZEIRO/
STERZEK CRUZEIRO
BOM JARDIM
SÃO BENTO/ PACIÊNCIA/ Limites da Macrozona de
CAPELA CACHOEIRA/ CRISTO
Proteção Ambiental Noroeste
PINHEIRINHO
STA. MARAMBAIA
CÂNDIDA
ÁGUA DO
BURACÃO
CAPIVARI
Potencial Natural de Infiltração de
Água no Solo
TICO/
MOINHO
317
O uso e ocupação das terras nessa Macrozona de Proteção Ambiental Noroeste é
apresentada na figura 71.
Figura VI-71 - Uso e ocupação das terras na Macrozona de Proteção Ambiental Noroeste.
Verifica-se que grande parte da área é tomada por pasto e campo sujo. As
culturas ocupam uma pequena parte no limite leste da Macrozona.
Nesta análise, considerou-se que o campo sujo seria a mata em regeneração.
O material de alteração arenoso e declividade indicam alta fragilidade dos
terrenos à ocupação e cuidados severos são recomendados para os usos urbanos e rurais.
Figura VI-72 - Vulnerabilidade dos aqüíferos na Macrozona de Proteção Ambiental Noroeste com
base na geomorfologia (Morrotes e morros vulnerabilidade Moderada; Planícies fluviais
vulnerabilidade alta).
318
Finalizando seu importante trabalho, Sueli Y. Pereira e Marcelo V. da Silveira, dentre
outras, recomendam:
- estudos sobre a capacidade de suporte para os diversos usos, ante ao meio físico e a
capacidade de manutenção do potencial de infiltração e uso da água subterrânea;
- controle dos usos da água por poços tubulares profundos;
- instalação de programas de redução de perdas na rede de saneamento, tanto para a
água potável e principalmente para a rede de esgoto;
- recuperação e preservação das áreas de proteção permanente, em cabeceiras de canais
de primeira ordem e segunda ordem, e vertentes íngremes;
- em cada terreno ou lote recomendar diretrizes de manutenção de percentagem de áreas
vegetadas (principalmente com vegetação nativa) e não impermeabilizadas (edificadas);
- nesses terrenos, definir áreas sem edificação e impermeabilização para que tenha
infiltração de chuvas.
- os loteamentos que existirem devem apresentar ações, projetos e programas
ambientais para a manutenção do ecossistema local (meio físico, fauna e flora),
captação e definição de instalação de fossas ecológicas ou sistemas de tratamento de
esgoto, de modo a impedir a infiltração e contaminação das águas subterrâneas e
superficiais.
- avaliar e conscientizar os produtores rurais da área no tocante ao manejo das terras
cultivadas, agroquímicos e desmatamentos.
319
Macrozona de Requalificação Urbano-Ambiental e Macrozona de Consolidação Urbana.
Zona de Zona de
Desenvolvimento Expansão
Diversificado 3 STERZEK JUAZEIRO/ Urbana
CRUZEIRO
Zona de
Residencial 1
ÁGUA DO
BURACÃO
Zona de
Interesse
Turístico
CAPIVARI Zona de
Residencial 2
Limites da Macrozona de
Zona de Consolidação Urbana
Desenvolvimento
Industrial Limites da Macrozona de
Requalificação Urbano –
Ambiental
TICO/
MOINHO
Figura VI-73 Zonas dentro da Macrozona de Requalificação Urbano-Ambiental e da Macrozona
de Consolidação Urbana.
Cota 760
Cota 740
Cota 760
Cota 660
Cota 660
Cota 720
Limites da Macrozona de
Consolidação Urbana
Limites da Macrozona de
Requalificação Urbano –
Ambiental
320
A figura 75 e a tabela 56 apresentam o Potencial Natural de infiltração das áreas
existentes nessas Macrozonas.
Limites da Macrozona de
Consolidação Urbana
Curvas Hipsométricas
JUAZEIRO/
Limites da Macrozona de STERZEK CRUZEIRO
Requalificação Urbano –
Ambiental
BOM JARDIM
SÃO BENTO/ PACIÊNCIA/
CAPELA CACHOEIRA/ CRISTO
PINHEIRINHO
STA. MARAMBAIA
CÂNDIDA
ÁGUA DO
BURACÃO
CAPIVARI
Potencial Natural de Infiltração de
Água no Solo
TICO/
MOINHO
Figura VI-75 Potencial Natural da Infiltração das áreas nas Macrozona de Requalificação Urbano-
Ambiental e da Macrozona de Consolidação Urbana, com o teórico sentido dos fluxos
Intermediário e Regional.
Morada
do Sol
Vista Alegre
Jardim
Paulista
Marambaia
Terras de São
Hípica
Francisco
Recanto
Hípica II Florido
São Joaquim
321
Tabela VI-56 Potencial Atual de infiltração (potencial de infiltração versus uso e ocupação das
terras) nas Macrozonas.
Nessa Macrozona a determinação precisa das Zonas que a compõem tornou-se difícil
uma vez que na Lei Complementar 66-07 do Plano Diretor Participativo de Vinhedo, na Seção
V, Art. 61, na descrição do Zoneamento da Macrozona de Requalificação Urbano-Ambiental,
consta:
322
Porém, na descrição das subseções só há a descrição da Zona de Interesse Turístico –
ZIT.
A mesma Zona Exclusivamente Residencial 1 aparece na Seção II – conforme abaixo.
323
A Serra do Jardim possui nascentes do córrego Água do Barreiro.
Os Morrotes são relevos também com declividades elevadas, porém situam-se em cotas
mais baixas que os Morrotes e Morros, na porção leste de Vinhedo e extensa faixa na região
oeste. As rochas encontradas são predominantemente gnaisses xistosos e seus solos superficiais
são argilosos a argilo-siltosos, porém, o solo de alteração é areno-argiloso a argilo-siltoso.
Os loteamentos aqui existentes, como San Diego, Paiol Velho, não possuem coleta de
esgoto sendo o esgotamento sanitário realizado por fossas sépticas, poluindo o solo, as águas
subterrâneas, e até mesmo o córrego Pinheirinho.
As pequenas propriedades agrícolas de Vinhedo estão bem caracterizadas aqui, com
granjas (o que pode gerar efluente com forte carga orgânica), cultivo de citrus, figo, pêssego, e
uva.
Para o cultivo de citrus, insumos como ditiocarbamato (Dhitane – classe toxicológica
III), CaSx (Calda sulfucálcica – classe toxicológica IV) e outros (Malathion, Tedion, Cupravit
Azul), são muito utilizados.
No cultivo de figo são usados ditiocarbamato (Dhitane – classe toxicológica III), CaSx
(Calda sulfucálcica – classe toxicológica IV), sulfato de cobre – CuSO4 (calda bordalesa –
classe toxicológica IV), (Kumulus – classe toxicológica IV), cal hidratada, (Captan – classe
toxicológica III), (Round Up – classe toxicológica IV) e (Trione – classe toxicológica IV).
Para o pêssego são usados Folidol, Captan, Ben Late, Trione e Round up. Para a uva,
com já exposto, usa-se o Dithane, Folidol, Trione, calda bordalesa e formicidas.
Em Vinhedo 80% das propriedades são de até 5 ha, formando assim um mosaico de
vários cultivos. Porém, nota-se que os agroquímicos utilizados, não raramente, são os mesmos.
Esta zona de interesse turístico é um bom exemplo, pois no cultivo de citrus, figo,
pêssego e uva se repetem os mesmos pesticidas:
324
Essa macrozona abrange os tipos de relevo Colinas Pequenas e Morrotes, que
compreendem a bacia do Córrego da Cachoeira e Pinheirinho e da bacia do Capivari, parte de
Morrotes e Morros, que são as cabeceiras do Córrego do Pinheirinho e do Pinheirinho, e
Morrotes, que se situam na porção oeste, margem esquerda do rio Capivari.
Várias Zonas distribuem-se sobre ela e serão descritas a seguir.
BOM JARDIM
Zona de Central
SÃO BENTO/ PACIÊNCIA/
CAPELA CRISTO
CACHOEIRA/
STA. PINHEIRINHO
CÂNDIDA
MARAMBAIA
ÁGUA DO
BURACÃO
CAPIVARI 0Zona de
Residencial 2
Limites da Macrozona de
Consolidação Urbana
TICO/
MOINHO
Figura VI-78 Zona Residencial 1, Zona Residencial 2, Zona de Expansão Urbana 1, Zona de
Desenvolvimento Diversificado 1 e Zona Central, dentro da Macrozona de Consolidação Urbana.
325
Há presença de loteamentos estritamente residenciais como São Joaquim cujo
esgotamento sanitário é feito por fossas sépticas. Esta área faz parte diretamente da Bacia do
Rio Capivari.
Por outro lado, há vários poços tubulares profundos de uso público e comercial/
industrial.
Para as zonas, Sueli Y. Pereira e Marcelo V. da Silveira, dentre outras, recomendam:
Zona de
Desenvolvimento
Diversificado 2 STERZEK JUAZEIRO/
CRUZEIRO
BOM JARDIM
SÃO BENTO/ PACIÊNCIA/
CAPELA CRISTO
CACHOEIRA/
STA. PINHEIRINHO
CÂNDIDA
MARAMBAIA
ÁGUA DO
BURACÃO
CAPIVARI
Limites da Macrozona de
Consolidação Urbana
TICO/
MOINHO
Figura VI-79 Zona de Desenvolvimento Diversificado 2, dentro da Macrozona de Consolidação
Urbana.
326
Essas áreas situam-se no relevo de Morrotes e possuem bom potencial de infiltração. A
manutenção de alguns critérios ambientais no desenvolvimento diversificado é recomendável
nessa zona.
A outra zona de desenvolvimento diversificado situa-se em áreas de colinas pequenas e
morrotes. A capacidade de infiltração é boa a moderada e a vulnerabilidade das águas
subterrâneas é considerada Moderada a Alta
Para as zonas citadas, Sueli Y. Pereira e Marcelo V. da Silveira, dentre outras,
recomendam:
- estudos sobre a capacidade de suporte para os diversos usos, ante ao meio físico e a
capacidade de manutenção do potencial de infiltração e uso da água subterrânea;
- controle dos usos da água por poços tubulares profundos;
- instalação de programas de redução de perdas na rede de saneamento, tanto para a água
potável e principalmente para a rede de esgoto;
- recuperação e preservação das áreas de proteção permanente, em cabeceiras de canais
de primeira ordem e segunda ordem e vertentes íngremes;
- em cada terreno ou lote recomendar diretrizes de manutenção de percentagem de áreas
vegetadas (principalmente com vegetação nativa) e não impermeabilizadas (edificadas);
- nesses terrenos, definir áreas sem edificação e impermeabilização para que tenha
infiltração de chuvas;
- os loteamentos devem apresentar ações, projetos e programas ambientais para a
manutenção do ecossistema local (meio físico, fauna e flora), captação e definição de
instalação de fossas ecológicas ou sistemas de tratamento de esgoto, de modo a impedir
a infiltração e contaminação das águas subterrâneas e superficiais;
- avaliar e conscientizar os produtores rurais da área no tocante ao manejo das terras
cultivadas, agroquímicos e desmatamentos.
Zona de
Desenvolvimento
Diversificado 3 STERZEK JUAZEIRO/
CRUZEIRO
BOM JARDIM
SÃO BENTO/ PACIÊNCIA/
CAPELA CRISTO
CACHOEIRA/
STA. PINHEIRINHO
CÂNDIDA
MARAMBAIA
ÁGUA DO
BURACÃO
CAPIVARI
Limites da Macrozona de
Consolidação Urbana
Zona de Ocupação
Controlada
TICO/
MOINHO
Figura VI-80 Zona de Desenvolvimento Diversificado 3 e Zona de Ocupação Controlada, dentro da
Macrozona de Consolidação Urbana.
327
Essas zonas caracterizam-se por situarem, principalmente, em áreas mais baixas,
abrangendo as planícies do córrego do Morumbi e Capivari.
Possuem de médio a alto potencial de infiltração, são áreas de descarga de água
subterrânea, apresentam alta vulnerabilidade à contaminação, pelo nível raso da água
subterrânea e alta permeabilidade do sedimento.
Para essas zonas Sueli Y. Pereira e Marcelo V. da Silveira, dentre outras, recomendam:
- estudos sobre a capacidade de suporte para os diversos usos, ante ao meio físico e a
capacidade de manutenção do potencial de infiltração e uso da água subterrânea;
- evitar ocupação em planícies aluvionares;
- controle dos usos da água por poços tubulares profundos;
- muitas áreas dessas zonas são áreas de ocorrência de inundações, por isso cisternas em
cada edificação para coleta de água de chuva e ruas com bom potencial de infiltração
são recomendáveis na área;
- em cada terreno ou lote recomendar diretrizes de manutenção de percentagem de áreas
vegetadas (principalmente com vegetação nativa) e não impermeabilizadas (edificadas);
- nesses terrenos, definir áreas sem edificação e impermeabilização para que tenha
infiltração de chuvas;
- os loteamentos devem apresentar ações, projetos e programas ambientais para a
manutenção do ecossistema local (meio físico, fauna e flora), captação e definição de
instalação de fossas ecológicas ou sistemas de tratamento de esgoto, de modo a impedir
a infiltração e contaminação das águas subterrâneas e superficiais;
- avaliar e conscientizar os produtores rurais da área no tocante ao manejo das terras
cultivadas, agroquímicos e desmatamentos.
STERZEK JUAZEIRO/
CRUZEIRO
BOM JARDIM
SÃO BENTO/ PACIÊNCIA/
CAPELA CRISTO
CACHOEIRA/
STA. PINHEIRINHO
CÂNDIDA
MARAMBAIA
ÁGUA DO
BURACÃO
CAPIVARI
Limites da Macrozona de
Consolidação Urbana
Zona de
Desenvolvimento
Diversificado 2
TICO/
MOINHO
Figura VI-81 Zona de Desenvolvimento Industrial, dentro da Macrozona de Consolidação Urbana.
328
Situa-se parte no relevo de Morrotes parte na planície aluvionar do rio Capivari e relevo
de Colinas pequenas e Morrotes. O primeiro apresenta altas declividades e rochas gnáissicas
foliadas em geral. Os solos de alteração são areno-argilosos a argilo-siltosos e micáceos e
possuem boa permeabilidade e assim bom potencial de infiltração.
Podem ser considerados como áreas de recargas de aqüíferos de um sistema de fluxo
intermediário, em que os fluxos da água subterrânea obedecem a bacias hidrográficas de rios.
O segundo relevo apresenta declividades e altitudes menores e é sustentado por gnaisses
xistosos e rochas sedimentares de idade Terciária. Os solos são argilo-siltosos, por vezes
micáceos e, portanto, relativamente com capacidade de infiltração moderada e boa, cuja baixa
declividade favorece o tempo de infiltração. De acordo com o modelo de circulação das águas
subterrâneas proposto, estas áreas, de menores altitudes do município, são áreas que favorecem
a descarga das águas subterrâneas, principalmente na região do rio Capivari e Córrego do
Pinheirinho.
A moderada a alta vulnerabilidade dos aqüíferos requer cuidados na instalação do
parque industrial, para evitar e prevenir possíveis contaminações da água subterrânea.
Para essa zona, Sueli Y. Pereira e Marcelo V. da Silveira, dentre outras, recomendam:
329
D. CÁLCULO DO POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE ÁGUA E
AUTOSSUFICIÊNCIA HÍDRICA DE VINHEDO.
Obedecendo aos dois fluxos de água no solo presentes em Vinhedo apontados por
SANEBAVI (2006) “Caracterização dos terrenos de Vinhedo em relação à capacidade de
infiltração e recarga das águas subterrâneas”, a análise da produção de água do município será
dividida em Produção de água no Sistema de Fluxo Local e Produção de água no Sistema de
Fluxo Intermediário.
330
Figura VI-82 Vinhedo e seus 6 pontos de captação de água bruta superficiais.
Figura VI-83 Distribuição espacial dos poços de captação de água subterrânea de Vinhedo.
331
Tabela VI-57 Dados de Vazão de Outorga atuais de Vinhedo.
NANCIAIS
ETAS QUANTIDADE DE TRATAMENTO
MANANCIAIS QUANTIDADE
ETAS TRATAMENTO
DEMANANCIAIS
% DE TRATAMENTO QUANTIDADE
% VAZÃO DE DE TRATAMENTO
DE TRATAMENTO VAZÃO%DE
PONTOS DEDETRATAMENTO PONTOS VAZÃO DE
DEOUTORGA DE CAPTAÇÃO PONTOS DE DE CAPTAÇÃO
OUTORGA OUT
em média * média
emDa *
outorga TRATAMENTO em média *
Da outorga TRATAMENTO
CAPTAÇÃO Da*outorga TRATAMENTO
CAPTAÇÃO * DE ATÉ ** CAPTAÇÃODE* ATÉ **
máx. de capt. em 2014
máx.(Crítica)
de capt.*** máx.***
em 2014 (Crítica) de capt. em 2014 (Crítica) ***
Site* Site* Site*
mananc. superf. * mananc. superf. * mananc. superf. * Nov-Jun Jul-Out Nov-Jun Jul-Out N
mil m³/mês m³/h mil%m³/mês m³/h
% % mil m³/mês%
m³/h %m³/h %
m³/h % % m³/h %
m³/h m³/h
% %
- Jardim Planalto
ficiais 495,0 ETA I - Jardim
Superficiais
678,0 Planalto
495,0
71,1 Superficiais
678,0
61,6 71,1 495,0 61,671,6
730,0 678,0 Rio 730,0
71,1
Capivari 71,6 61,6Rio Capivari
600730,0 71,6
600,0 Rio Capivari
600
400,0 600,0
44,6 400,0 600 44,6
Lagoa Cerâmica Lagoa Cerâmica
40 45,0 Lagoa Cerâmica 45,0
4045,0 3,3 45,0 40 3,3
onsável pelo * Responsável pelo Cór. Xoxó/Lagoa
Cór. Xoxó/Lagoa S. Joaquim 45 S. Joaquim
40,0 4540,0
Cór. Xoxó/Lagoa40,0 Joaquim 40,0
S.3,0 45 3,0
mento de 61,6% atendimento de 61,6% Córrego Bom Jardim 200Jardim
Córrego Bom 200,0 200
Córrego
150,0 200,0
Bom Jardim
14,9 150,0 200 14,9
ulação (c/ base da População (c/ base Represa I Represa I 150 150,0 150
Represa
150,0I 150,0
11,2 150,0 150 11,2
rg. máx.) na outorg. máx.)
rrâneos **** 81,5 113,3 ****
Subterrâneos 81,5
11,7 113,3 11,7
Subterrâneos **** 80,0
81,5 80,0
113,3 Subterrânea
7,8 11,7 7,8 Subterrânea 80,0 7,8
80,0 Subterrânea
80,0 80,0
5,9 80,0 5,9
Ificiais Superficiais
- Jardim Santa 120,0 164,0 120,0
ETA II - Jardim Santa
17,2 164,0
Superficiais
34,3 17,2 120,0 34,317,6
180,0 180,0
164,0 Córrego
17,2
do Moinho Moinho
17,6 34,3Córrego do200
180,0 17,6
200,0 200
Córrego
150,0 200,0
do Moinho
14,9 150,0 200 14,9
da Cândida
L 696,5 TOTAL
955,3 696,5
100,0 955,3
95,9 696,5 95,9
100,0 1020,0 955,3
100,0 1020,0
100,0 100,0 95,9 1020,0
Total 100,0
1345,0 1045,0 1345,0
100,0 1045,0 100,0 1
As
comoRepresas II e III,
reservação de trabalham comoOBS:reservação
água do município. de água
As Represas dotrabalham
II e III, município.como reservação de água do município.
EBAVI - Dados no
s disponíveis 2013da SANEBAVI
de Site - Dados
* Dados de 2013 no Site da SANEBAVI - Dados de 2013
disponíveis
ca da
os Palestra
abril de 2016Audiência Pública ** abril de 2016
Dados da Palestra Audiência Pública abril de 2016
municação Pessoal *** Comunicação Pessoal
os estãoprofundos
poços localizados nos bairros estão
subterrâneos **** Oslocalizados
Aquários,poços nos bairros
profundos
Barra Funda, Aquários,
subterrâneos
Jardim Barralocalizados
Planalto,estão nosPlanalto,
Funda, Jardim bairros Aquários, Barra Funda, Jardim Planalto,
ardim Miriam,
2), Santa NovaSanta
Cândida, Canudos
Fé (2) e Santa
(2), Cândida,
Jardim
São Tomé. Não Santa
Miriam, Fé (2)
está Nova e São Tomé.
Canudos
descriminação (2), Não
Santa
entre está descriminação
Cândida,
os volumes Santa Fé
tratados em entre
(2) os
e São
cada volumes
Tomé.
ETA. Nãotratados em cada ETA.entre os volumes tratados em cada ETA.
está descriminação
332
Tabela VI-58 Valores obtidos de vazão e de Equivalente Populacional.
Valores de Outorga
Vazões
m3/h 1.345 1.045
l/dia 32.280.000 25.080.000
CACHOEIRA/
PINHEIRINHO JUAZEIRO/
CRUZEIRO
150 m3/h (jun - ago)
STERZEK 200 m3/h (nov - jun)
PACIÊNCIA/
150 m3/h (jul - out)
40 m3/h CRISTO
200 m3/h (nov.- jun)
MARAMBAIA ÁGUA DO
45 m3/h
BURACÃO
400 m3/h (jul - out)
600 m3/h (nov.- jun)
CAPIVARI
TICO/
MOINHO ES
C
SU OR
DI PE PE RI
ST RD RF ME
RI A IC N
BU NA IAL TO
IÇ
TICO/ ÃO
MOINHO
Figura VI-84 Distribuição esquemática das entradas de água no sistema hidrológico de Vinhedo –
Cenário 1a - Considerando os Valores de Outorga - Condição Atual
333
Nesse cenário, dentre outras coisas, deve ser considerado que:
Um fator importante a ser atentado nesse cenário é que a atual localização das captações
hoje de Vinhedo não permite que seja aproveitada a parcela de água de perda na distribuição em
nenhuma delas, com exceção da captação do Bom Jardim que está à jusante do condomínio
Campos de Toscana, que recebe água encanada.
A figura 85 mostra a posição das captações em relação à região de abastecimento
publico de Vinhedo.
CAPTAÇÕES
334
- Dependência hídrica de Vinhedo em relação a outros municípios.
399,00 ha
1195,71 ha
Figura VI-86 Relação entre a área de captação da microbacia do Bom Jardim, dentro e fora do
município de Vinhedo.
335
Figura VI-87 Limite de município nos limites da microbacia do Tico-Moinho.
786,94 ha
1640 ha
Figura VI-88 Relação entre a área de captação da microbacia do Tico-Moinho, dentro e fora do
município de Vinhedo.
336
Relembra-se que as outorgas dessas captações são:
Obs: Tico-Moinho 33% produzida no município; Bom Jardim 75% produzida no município.
337
Tabela VI-61 Número de habitantes atendidos pela água superficial produzida exclusivamente
dentro do município de Vinhedo.
* Equivalente Populacional - Consumo de água produzido per capita (344,3l/hab./dia, em 2011). Fonte: Indicadores
do sistema de abastecimento de água do município de Vinhedo - SANEBAVI.
**População estimada em 2016: (Fonte: http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=355670).
Esse quadro pode se agravar nos próximos anos se for considerada a projeção de
aumento da população, como mostra a tabela 62.
Fonte: (SANEBAVI/Fundação SEADE; AG004 -SNIS Sistema nacional de informações sobre saneamento –
Ministério das cidades).
338
- Cenário 1b - Considerando os Valores de Outorga - Condição Atual com localização das
captações no exutório das microbacias ou de conjunto delas.
Esse cenário tem todas as características hidrológicas do anterior, porém essa alternativa
prevê a instalação de uma estrutura de captação fixa ou móvel no exutório de cada microbacia
hidrográfica ou de um conjunto delas. Dessa forma, a parte da água que é perdida na
distribuição de água (35% de toda água captada) e que hoje abandona a microbacia e o
município passa a ser aproveitada e considerada água disponível.
A distribuição esquemática das entradas e saídas de água no sistema hidrológico de
Vinhedo pode ser observada na figura 89.
CACHOEIRA/
PINHEIRINHO JUAZEIRO/
CRUZEIRO
150 m3/h (jun - ago)
STERZEK 200 m3/h (nov - jun)
PACIÊNCIA/
150 m3/h (jul - out)
40 m3/h CRISTO
200 m3/h (nov.- jun)
MARAMBAIA ÁGUA DO
45 m3/h
BURACÃO
400 m3/h (jul - out)
600 m3/h (nov.- jun)
CAPIVARI
TICO/
MOINHO
ES
C
SU OR
PE RI
RF ME
IC NT Estrutura de Captaç
Captação no Exutó
Exutório de cada Microbacia
IA O
L
TICO/
MOINHO
Figura VI-89 Distribuição esquemática das entradas de água no sistema hidrológico de Vinhedo –
Cenário 1b - Considerando os Valores de Outorga - Condição Atual com localização das captações
no exutório das microbacias ou de conjunto delas.
339
Tabela VI-63 Valores obtidos de vazão e de Equivalente Populacional.
Valores de Outorga
Vazões
m3/h 1.345 1.045
l/dia 32.280.000 25.080.000
Captação (m3/h)
Captação + Recarga
m3/h 1.505 1.170
l/dia 36.127.200 28.087.200
340
Tabela VI-64 Porcentagem de água superficial produzida exclusivamente dentro do município de
Vinhedo (Autossuficiência Hídrica) em relação aos seus valores de outorga de captação de água no
Cenário 1b.
Obs: Tico-Moinho 33% produzida no município; Bom Jardim 75% produzida no município.
341
Tabela VI-65 Número de habitantes atendidos pela água superficial produzida exclusivamente
dentro do município de Vinhedo no Cenário 1b.
342
7.2 Cenário 2 - Considerando a Captação do Capivari em Louveira (Valor de Outorga) e a
água produzida dentro do município com a Precipitação, baseado nos componentes de
entrada no sistema hidrológico de Vinhedo.
- Na Área Urbana, a infiltração das águas das chuvas nas áreas permeáveis e o volume de água
de transposição vindo da captação do Capivari, realizado no rio Capivari, no município de
Louveira.
- Na Área Rural, as infiltrações da precipitação e recargas realizadas pelas partes das
microbacias hidrográficas pertencentes ao município, na condição físico-hídrica atual, ou
seja, na condição degradada.
343
CACHOEIRA/
PRECIPITAÇ
PRECIPITAÇÃO E PINHEIRINHO JUAZEIRO/
CRUZEIRO
RECARGA 150 m3/h (jun - ago)
STERZEK 200 m3/h (nov - jun)
PACIÊNCIA/
150 m3/h (jul - out)
40 m3/h CRISTO
200 m3/h (nov.- jun)
MARAMBAIA ÁGUA DO
45 m3/h
BURACÃO
400 m3/h (jul - out)
600 m3/h (nov.- jun)
CAPIVARI
TICO/
MOINHO
ESCORRIMENTO
SUPERFICIAL Estrutura de Captaç
Captação no Exutó
Exutório de cada Microbacia
Figura VI-90 Distribuição esquemática das entradas de água no sistema hidrológico de Vinhedo –
Cenário 2a - Considerando a Captação do Capivari em Louveira, a Precipitação com base nos seus
componentes de entrada no sistema hidrológico, localização das captações no exutório e
microbacias hidrográficas físico-hidricamente degradadas.
Chuvoso Seco
Nov - Jun Jul - Out
Capivari 123.581,03
Marambaia 64.972,21
Sterzek 55.396,61
Cachoeira/Pinheirinho 186.711,38
Juazeiro/Cruzeiro 50.548,96
* Infiltração Efetiva = 10% = Metade da média das referências Rebouças (1976); Rocha (1997); VELÁSQUEZ, 1996); (SINELLI et al., 2008)
**Água de Transposição da Captação do Capivari/Louveira: 600m 3/h Nov-Jun = 8 meses = 242 dias ; 400m 3/h Jul-Out. = 4 meses = 123 dias.
*** Equivalente Populacional - Consumo de água produzido per capita (344,3l/hab./dia, em 2011). Fonte: Indicadores do sistema de
abastecimento de água do município de Vinhedo - SANEBAVI.
Deve ser atentado que a perda na distribuição já está inclusa no valor de captação do
Capivari e, dada à posição das captações nos exutórios das microbacias, já está sendo re-captada
não havendo necessidade de ser calculada.
Já na Área Rural, as recargas realizadas pelas microbacias hidrográficas na condição
físico-hídrica atual, ou seja, na condição degradada são apresentas na tabela 67.
344
A totalização da produção de água nesse Cenário 2a - Considerando a Captação do
Capivari em Louveira, a Precipitação com base nos seus componentes de entrada no sistema
hidrológico, localização das captações no exutório e microbacias hidrográficas físico-
hidricamente degradadas é mostrada na tabela 68.
345
Tabela VI-67 Produção de água no meio rural, na condição físico-hídrica atual das diferentes microbacias hidrográficas de Vinhedo.
Precipitação média anual de Vinhedo: 1.249mm
MICROBACIAS ÁREA
Mata Nativa Reflorestamento Agricultura Campo Lagos Planície de Mata Nativa Reflorestamento
Inundação % Recarga Vol. Produzido % Recarga Vol. P
(ha) (ha) (ha) (m3/ano) (m3
Tico / Moinho 272,32 0,00 50,40 333,34 20,74 0,00 30,00 821.865,95 8,50 0
Capivari 332,81 0,00 27,07 620,83 32,50 12,47 30,00 1.004.412,49 8,50 0
Santa Cândida 93,94 0,00 0,00 251,00 4,02 0,00 30,00 283.520,86 8,50 0
São Bento / Capela 148,81 0,00 3,31 169,84 2,53 0,00 30,00 449.099,33 8,50 0
Marambaia 37,44 0,00 0,00 33,18 6,34 0,00 30,00 113.008,26 8,50 0
Sterzeck 26,73 0,00 1,90 56,44 4,26 0,00 30,00 80.681,67 8,50 0
Cachoeira / Pinheirinho 92,00 0,00 3,20 154,05 11,63 0,00 30,00 277.647,00 8,50 0
Água do Buracão 315,23 42,09 107,24 313,45 4,26 0,00 30,00 951.371,87 8,50 27.0
Juazeiro / Cruzeiro 54,65 0,00 0,00 49,83 1,85 0,00 30,00 164.934,66 8,50 0
Paciência / Cristo 205,55 48,63 0,38 225,39 13,64 0,00 30,00 620.352,90 8,50 31.2
Bom Jardim 388,99 138,25 24,62 274,88 18,42 0,00 30,00 1.173.957,36 8,50 88.7
Total 1968,47 228,97 218,11 2482,22 70,40 12,47 30,00 5.940.852,35 8,50 146.
(1)
Fonte: NURMA- Engenharia de Biossistemas/ESALQ/USP
* Equivalente Populacional - Consumo de água produzido per capita (344,3l/hab./dia = 125.66m 3/ano, em 2011). Fonte: Indicadores do sistema de abastecimento de água do município de Vinhedo - SANEBAVI.
Taxa de Recarga* - Considerou-se que apenas 1/6 do ano (dois meses) permanece sob inundação.
346
0
Continuação
0,74 0,00 30,00 821.865,95 8,50 0,00 10,0 38.050,09 9,50 318.570,71 0,30 545.000,21 0,05 0,00 1.723.486,97 13.715,48
2,50 12,47 30,00 1.004.412,49 8,50 0,00 10,0 20.439,05 9,50 593.325,60 0,30 854.021,71 0,05 54.630,77 2.526.829,62 20.108,46
4,02 0,00 30,00 283.520,86 8,50 0,00 10,0 0,00 9,50 239.880,56 0,30 105.767,41 0,05 0,00 629.168,83 5.006,91
2,53 0,00 30,00 449.099,33 8,50 0,00 10,0 2.497,88 9,50 162.320,12 0,30 66.552,37 0,05 0,00 680.469,69 5.415,17
6,34 0,00 30,00 113.008,26 8,50 0,00 10,0 0,00 9,50 31.706,25 0,30 166.674,01 0,05 0,00 311.388,53 2.478,02
4,26 0,00 30,00 80.681,67 8,50 0,00 10,0 1.435,00 9,50 53.942,94 0,30 112.022,34 0,05 0,00 248.081,95 1.974,23
1,63 0,00 30,00 277.647,00 8,50 0,00 10,0 2.414,58 9,50 147.222,78 0,30 305.760,23 0,05 0,00 733.044,59 5.833,56
4,26 0,00 30,00 951.371,87 8,50 27.008,51 10,0 80.964,45 9,50 299.560,18 0,30 112.061,26 0,05 0,00 1.470.966,27 11.705,92
1,85 0,00 30,00 164.934,66 8,50 0,00 10,0 0,00 9,50 47.619,46 0,30 48.688,61 0,05 0,00 261.242,74 2.078,96
3,64 0,00 30,00 620.352,90 8,50 31.207,26 10,0 289,38 9,50 215.407,11 0,30 358.370,06 0,05 0,00 1.225.626,70 9.753,52
8,42 0,00 30,00 1.173.957,36 8,50 88.723,05 10,0 18.585,01 9,50 262.701,48 0,30 484.005,25 0,05 0,00 2.027.972,16 16.138,57
0,40 12,47 30,00 5.940.852,35 8,50 146.938,83 10,0 164.675,43 9,50 2.372.257,20 0,30 1.850.038,05 0,05 54.630,77 10.529.392,63 83.792,72
347
Tabela VI-68 Totalização da produção de água no Cenário 2a - Considerando a Captação do
Capivari em Louveira, a Precipitação com base nos seus componentes de entrada no sistema
hidrológico, localização das captações no exutório e microbacias hidrográficas físico-hidricamente
degradadas.
Total
Vol. Produzido Equivalente Vol. Produzido Equivalente Vol. Produzido Equivalente
MICROBACIAS Área Urbana Populacional* Área Rural Populacional* Populacional*
348
- Cenário 2b - Considerando a Captação do Capivari em Louveira (Valor de Outorga) e a
Precipitação com base nos seus componentes de entrada no sistema hidrológico de
Vinhedo, com localização das captações no exutório das microbacias ou de conjunto delas
e microbacias hidrográficas, ou parte delas exclusivamente pertencentes ao município, na
condição recuperada.
- Na Área Urbana, a infiltração das águas das chuvas nas áreas permeáveis e o
volume de água de transposição vindo da captação do Capivari, realizado no rio
Capivari, porém no município de Louveira.
- Na Área Rural, as infiltrações da precipitação e recargas realizadas pelas partes das
microbacias hidrográficas pertencentes ao município, porém, agora, na condição
físico-hídrica recuperada, ou seja, na condição em que será recuperada, pelo menos
em parte, as características dos solos de infiltração, percolação e recargas das águas
dos aqüíferos não finados. Preconiza-se, portanto, a implementação de práticas
conservacionistas de água e solo nos diferentes planos da paisagem: no talvegue, na
meia encosta e nos topos de morros.
Essa alternativa também prevê a instalação de uma estrutura de captação fixa ou móvel
no exutório de cada microbacia hidrográfica ou de um conjunto delas.
A distribuição esquemática das entradas de água no sistema hidrológico de Vinhedo
para esse Cenário 2b - Considerando a Captação do Capivari em Louveira, a Precipitação com
base nos seus componentes de entrada no sistema hidrológico, localização das captações no
exutório e microbacias hidrográficas físico-hidricamente recuperadas pode ser observada na
figura 86.
349
CACHOEIRA/
PRECIPITAÇ
PRECIPITAÇÃO E PINHEIRINHO JUAZEIRO/
CRUZEIRO
RECARGA 150 m3/h (jun - ago)
STERZEK 200 m3/h (nov - jun)
PACIÊNCIA/
150 m3/h (jul - out)
40 m3/h CRISTO
200 m3/h (nov.- jun)
MARAMBAIA ÁGUA DO
45 m3/h
BURACÃO
400 m3/h (jul - out)
600 m3/h (nov.- jun)
CAPIVARI
TICO/
MOINHO
ESCORRIMENTO
SUPERFICIAL
MINIMIZADO
Estrutura de Captaç
Captação no Exutó
Exutório de cada Microbacia
Figura VI-91 Distribuição esquemática das entradas de água no sistema hidrológico de Vinhedo –
Cenário 2b - Considerando a Captação do Capivari em Louveira, a Precipitação com base nos seus
componentes de entrada no sistema hidrológico, localização das captações no exutório e
microbacias hidrográficas físico-hidricamente recuperadas.
Dessa forma, as duas entradas de água que se teria seriam a precipitação e a captação do
Capivari, em Louveira.
A produção de água seria a parcela da água de precipitação que é retida, infiltrada e
percolada para os aqüíferos não confinados nas microbacias ou partes delas pertencentes ao
município.
Deve ser notado que com a localização das novas captações nos exutórios das
microbacias, mesmo a parcela de perda de água na distribuição da captação do Capivari
contribuiria na disponibilidade hídrica do município. Já está inclusa no valor de captação do
Capivari e como está sendo re-captada não há necessidade de ser calculada.
Enfatiza-se que o diferencial desse Cenário 2b em relação ao Cenário 2a é a produção
maior de água na área rural em função a implementação de práticas conservacionistas na meia
encosta, restituição das APPs de mata de topo de morro e a recuperação vegetacional das APPs
nos elementos hidrológicos (cursos d’água, represas e lagos e nascentes) nas microbacias
hidrográficas de Vinhedo.
Os valores das entradas na área urbana são apresentados na tabela 69.
350
Tabela VI-69 Somatório das entradas de água da Captação do Capivari, em Louveira e da
Infiltração nas Áreas Permeáveis das Áreas Urbanas.
Chuvoso Seco
Nov - Jun Jul - Out
Capivari 123.581,03
Marambaia 64.972,21
Sterzek 55.396,61
Cachoeira/Pinheirinho 186.711,38
Juazeiro/Cruzeiro 50.548,96
* Infiltração Efetiva = 10% = Metade da média das referências Rebouças (1976); Rocha (1997); VELÁSQUEZ, 1996); (SINELLI et al., 2008)
**Água de Transposição da Captação do Capivari/Louveira: 600m 3/h Nov-Jun = 8 meses = 242 dias ; 400m 3/h Jul-Out. = 4 meses = 123 dias.
*** Equivalente Populacional - Consumo de água produzido per capita (344,3l/hab./dia, em 2011). Fonte: Indicadores do sistema de
abastecimento de água do município de Vinhedo - SANEBAVI.
351
Tabela VI-70 Produção de água no meio rural, na condição físico-hídrica recuperada das diferentes microbacias hidrográficas de Vinhedo.
MICROBACIAS ÁREA
Tico / Moinho 272,32 0,00 50,40 333,34 20,74 0,00 30,00 821.865,95
Santa Cândida 93,94 0,00 0,00 251,00 4,02 0,00 30,00 283.520,86
São Bento / Capela 148,81 0,00 3,31 169,84 2,53 0,00 30,00 449.099,33
Cachoeira / Pinheirinho 92,00 0,00 3,20 154,05 11,63 0,00 30,00 277.647,00
Água do Buracão 315,23 42,09 107,24 313,45 4,26 0,00 30,00 951.371,87
Juazeiro / Cruzeiro 54,65 0,00 0,00 49,83 1,85 0,00 30,00 164.934,66
Paciência / Cristo 205,55 48,63 0,38 225,39 13,64 0,00 30,00 620.352,90
Bom Jardim 388,99 138,25 24,62 274,88 18,42 0,00 30,00 1.173.957,36
(1)
Fonte: NURMA- Engenharia de Biossistemas/ESALQ/USP
* Equivalente Populacional - Consumo de água produzido per capita (344,3l/hab./dia = 125.66m 3/ano, em 2011). Fonte: Indicadores do sistema de abastecimento de água do município de Vinhedo - SANEBAVI.
Taxa de Recarga* - Considerou-se que apenas 1/6 do ano (dois meses) permanece sob inundação.
352
0
Continuação
0,00 30,00 821.865,95 17,00 0,00 18,75 71.343,92 18,75 628.757,98 0,30 545.000,21 0,05 0,00 2.066.968,07 16.448,89
12,47 30,00 1.004.412,49 17,00 0,00 18,75 38.323,21 18,75 1.171.037,37 0,30 854.021,71 0,05 54.630,77 3.122.425,55 24.848,21
0,00 30,00 283.520,86 17,00 0,00 18,75 0,00 18,75 473.448,47 0,30 105.767,41 0,05 0,00 862.736,74 6.865,64
0,00 30,00 449.099,33 17,00 0,00 18,75 4.683,52 18,75 320.368,66 0,30 66.552,37 0,05 0,00 840.703,87 6.690,31
0,00 30,00 113.008,26 17,00 0,00 18,75 0,00 18,75 62.578,13 0,30 166.674,01 0,05 0,00 342.260,41 2.723,70
0,00 30,00 80.681,67 17,00 0,00 18,75 2.690,63 18,75 106.466,33 0,30 112.022,34 0,05 0,00 301.860,97 2.402,20
0,00 30,00 277.647,00 17,00 0,00 18,75 4.527,33 18,75 290.571,29 0,30 305.760,23 0,05 0,00 878.505,85 6.991,13
0,00 30,00 951.371,87 17,00 54.017,03 18,75 151.808,35 18,75 591.237,19 0,30 112.061,26 0,05 0,00 1.860.495,69 14.805,79
0,00 30,00 164.934,66 17,00 0,00 18,75 0,00 18,75 93.985,78 0,30 48.688,61 0,05 0,00 307.609,06 2.447,95
0,00 30,00 620.352,90 17,00 62.414,53 18,75 542,58 18,75 425.145,61 0,30 358.370,06 0,05 0,00 1.466.825,67 11.672,97
0,00 30,00 1.173.957,36 17,00 177.446,11 18,75 34.846,89 18,75 518.489,77 0,30 484.005,25 0,05 0,00 2.388.745,38 19.009,59
12,47 30,00 5.940.852,35 17,00 293.877,66 18,75 308.766,44 18,75 4.682.086,57 0,30 1.850.038,05 0,05 54.630,77 13.130.251,84 104.490,31
353
Tabela VI-71 Ganho hidrológico da recuperação físico-hídrica das microbacias de Vinhedo
Tico / Moinho 272,32 0,00 50,40 333,34 20,74 0,00 0,00 0,00 33.293,83 310.187,27 0,00 0,00 343.481,10 2.733,42
Capivari 332,81 0,00 27,07 620,83 32,50 12,47 0,00 0,00 17.884,16 577.711,77 0,00 0,00 595.595,93 4.739,74
Santa Cândida 93,94 0,00 0,00 251,00 4,02 0,00 0,00 0,00 0,00 233.567,91 0,00 0,00 233.567,91 1.858,73
São Bento / Capela 148,81 0,00 3,31 169,84 2,53 0,00 0,00 0,00 2.185,64 158.048,54 0,00 0,00 160.234,18 1.275,14
Marambaia 37,44 0,00 0,00 33,18 6,34 0,00 0,00 0,00 0,00 30.871,88 0,00 0,00 30.871,88 245,68
Sterzeck 26,73 0,00 1,90 56,44 4,26 0,00 0,00 0,00 1.255,63 52.523,39 0,00 0,00 53.779,02 427,97
Cachoeira / Pinheirinho 92,00 0,00 3,20 154,05 11,63 0,00 0,00 0,00 2.112,76 143.348,50 0,00 0,00 145.461,26 1.157,58
Água do Buracão 315,23 42,09 107,24 313,45 4,26 0,00 0,00 27.008,51 70.843,90 291.677,01 0,00 0,00 389.529,42 3.099,87
Juazeiro / Cruzeiro 54,65 0,00 0,00 49,83 1,85 0,00 0,00 0,00 0,00 46.366,32 0,00 0,00 46.366,32 368,98
Paciência / Cristo 205,55 48,63 0,38 225,39 13,64 0,00 0,00 31.207,26 253,20 209.738,50 0,00 0,00 241.198,97 1.919,46
Bom Jardim 388,99 138,25 24,62 274,88 18,42 0,00 0,00 88.723,05 16.261,88 255.788,29 0,00 0,00 360.773,22 2.871,03
Total 1968,47 228,97 218,11 2482,22 70,40 12,47 0,00 146.938,83 144.091,01 2.309.829,38 0,00 0,00 2.600.859,21 20.697,59
(1)
Fonte: NURMA- Engenharia de Biossistemas/ESALQ/USP
* Equivalente Populacional - Consumo de água produzido per capita (344,3l/hab./dia = 125.66m3/ano, em 2011). Fonte: Indicadores do sistema de abastecimento de água do município de Vinhedo - SANEBAVI.
Taxa de Recarga* - Considerou-se que apenas 1/6 do ano (dois meses) permanece sob inundação.
354
Tabela VI-72 Totalização da produção de água no Cenário 2b - Considerando a Captação do Capivari em Louveira, a Precipitação com base nos seus componentes de entrada no sistema hidrológico, localização das captações no exutório e
microbacias hidrográficas físico-hidricamente recuperadas.
Total
Vol. Produzido Equivalente Vol. Produzido Equivalente Vol. Produzido Equivalente
MICROBACIAS Área Urbana Populacional* Área Rural Populacional* Populacional*
* Equivalente Populacional - Consumo de água produzido per capita (344,3l/hab./dia = 125.66m 3/ano, em 2011). Fonte: Indicadores do sistema de abastecimento de água do município de Vinhedo - SANEBAVI.
355
Nessa condição, o ganho hidrológico da recuperação físico-hídrica das microbacias
hidrográficas de Vinhedo seria encarado como um “Volume de Reserva” para ser de pronto
utilizado nas condições:
a) De escassez hídrica, em que haja restrição de captação do Capivari permitindo,
assim, a plena satisfação hídrica da sua população, ou seja, nenhum ou um menor
racionamento de água;
b) Pronta substituição de alguma captação já existente no município que
temporariamente ou permanentemente se veja comprometida, por exemplo, pela
contaminação do manancial por acidente com carga perigosa;
c) Política de aumento planejado da população e outros.
356
7.3 Cenário 3 – Condição de buscando a autossuficiência hídrica de Vinhedo suprimindo a
captação do Capivari, localização das captações no exutório das microbacias ou de
conjunto delas, microbacias hidrográficas, ou parte delas, exclusivamente pertencentes ao
município recuperadas hidrologicamente.
Nessa condição, o município de Vinhedo contaria apenas com a água produzida na sua
área territorial.
Passaria a não contar com a captação do Capivari, sendo a única fonte de entrada a
precipitação pluviométrica e sua produção de água a parcela da precipitação que conseguisse
reter, infiltrar e realizar a recarga das águas dos aqüíferos não confinados.
A vantagem desse cenário seria:
a) Vinhedo não dependeria de nenhum manancial de água que não estivesse sob seu
controle;
b) Vinhedo poderia assumir a Política de aumento da população planejada baseado no
limite da disponibilidade de seus recursos hídricos e;
c) Nessa condição, as captações externas é que poderiam passaria a serem consideradas
como emergenciais e ou encaradas como um “Volume de Reserva” para ser utilizado
na condição de escassez hídrica, tendendo minimizar a chance de ser castigada,
mesmo em severa crise hídrica, com escassez hídrica ou racionamento de água.
- Na Área Urbana, apenas a infiltração das águas das chuvas nas áreas permeáveis;
- Na Área Rural, a infiltração da precipitação e recargas realizadas pelas partes das
microbacias hidrográficas pertencentes ao município, na condição físico-hídrica atual,
ou seja, degradada nas suas características de infiltração nos solos, percolação e
recargas das águas dos aqüíferos não confinados.
Essa alternativa também prevê a instalação de uma estrutura de captação fixa ou móvel
no exutório de cada microbacia hidrográfica ou de um conjunto delas.
Assim, enfatiza-se, com a localização das novas captações nos exutórios das
microbacias, mesmo a parcela de perda de água na distribuição seria re-captada.
A distribuição esquemática das entradas de água no sistema hidrológico de Vinhedo
para esse Cenário 3 pode ser observada na figura 92.
357
CACHOEIRA/
PRECIPITAÇ
PRECIPITAÇÃO E PINHEIRINHO JUAZEIRO/
CRUZEIRO
RECARGA 150 m3/h (jun - ago)
STERZEK 200 m3/h (nov - jun)
PACIÊNCIA/
150 m3/h (jul - out)
40 m3/h CRISTO
200 m3/h (nov.- jun)
MARAMBAIA ÁGUA DO
45 m3/h
BURACÃO
400 m3/h (jul - out)
600 m3/h (nov.- jun)
CAPIVARI
TICO/
MOINHO
ESCORRIMENTO
SUPERFICIAL
Estrutura de Captaç
Captação no Exutó
Exutório de cada Microbacia
358
Tabela VI-73 Valores das entradas na área urbana das diferentes microbacias hidrográficas de
Vinhedo.
Chuvoso Seco
Nov - Jun Jul - Out
Capivari 123.581,03
Marambaia 64.972,21
Sterzek 55.396,61
Cachoeira/Pinheirinho 186.711,38
Juazeiro/Cruzeiro 50.548,96
* Infiltração Efetiva = Entrada de água da Infiltração nas Áreas Permeáveis das Áreas Urbanas = 10% = Metade da média das referências Rebouças (1976);
Rocha (1997); VELÁSQUEZ, 1996); (SINELLI et al., 2008)
** Equivalente Populacional - Consumo de água produzido per capita (344,3l/hab./dia, em 2011). Fonte: Indicadores do sistema de
abastecimento de água do município de Vinhedo - SANEBAVI.
Nesse Cenário 3a a maior produção de água será na área rural, porém, com as
microbacias hidrográficas na condição físico-hídrica atual, ou seja, degradadas, resultando em
baixa infiltração e percolação de água no solo, refletindo em baixa recarga das águas
subterrâneas.
Por outro lado, o escorrimento superficial das águas de precipitação é significativo.
Assim, na área Rural, as recargas realizadas pelas microbacias hidrográficas na
condição físico-hídrica degradada são apresentas na tabela 74.
Por último, a totalização da produção de água somando-se a área urbana com a área
rural é apresentada na tabela 75.
Verifica-se que a produção de água no meio urbano passaria para apenas 1.198.124,41
m3/ano e que a recarga no meio rural é de 10.529.392,63 m3/ano somando-se 11.727.517,04
m3/ano. Esse volume representa um Equivalente Populacional de 93.326,64 habitantes,
considerando-se o consumo per capita de água de 344,3l/hab./dia, registrado em 2011 (Fonte:
Indicadores do sistema de abastecimento de água do município de Vinhedo – SANEBAVI).
359
Tabela VI-74 Produção de água no meio rural, na condição físico-hídrica degradada das diferentes microbacias hidrográficas de Vinhedo.
MICROBACIAS ÁREA
Mata Nativa Reflorestamento Agricultura Campo Lagos Planície de Mata Nativa Reflorestamento
Inundação % Recarga Vol. Produzido % Recarga Vol. Produzido %
(ha) (ha) (ha) (m3/ano) (m3/ano)
Tico / Moinho 272,32 0,00 50,40 333,34 20,74 0,00 30,00 821.865,95 8,50 0,00
Capivari 332,81 0,00 27,07 620,83 32,50 12,47 30,00 1.004.412,49 8,50 0,00
Santa Cândida 93,94 0,00 0,00 251,00 4,02 0,00 30,00 283.520,86 8,50 0,00
São Bento / Capela 148,81 0,00 3,31 169,84 2,53 0,00 30,00 449.099,33 8,50 0,00
Marambaia 37,44 0,00 0,00 33,18 6,34 0,00 30,00 113.008,26 8,50 0,00
Sterzeck 26,73 0,00 1,90 56,44 4,26 0,00 30,00 80.681,67 8,50 0,00
Cachoeira / Pinheirinho 92,00 0,00 3,20 154,05 11,63 0,00 30,00 277.647,00 8,50 0,00
Água do Buracão 315,23 42,09 107,24 313,45 4,26 0,00 30,00 951.371,87 8,50 27.008,51
Juazeiro / Cruzeiro 54,65 0,00 0,00 49,83 1,85 0,00 30,00 164.934,66 8,50 0,00
Paciência / Cristo 205,55 48,63 0,38 225,39 13,64 0,00 30,00 620.352,90 8,50 31.207,26
Bom Jardim 388,99 138,25 24,62 274,88 18,42 0,00 30,00 1.173.957,36 8,50 88.723,05
Total 1968,47 228,97 218,11 2482,22 70,40 12,47 30,00 5.940.852,35 8,50 146.938,83
(1)
Fonte: NURMA- Engenharia de Biossistemas/ESALQ/USP
* Equivalente Populacional - Consumo de água produzido per capita (344,3l/hab./dia = 125.66m3/ano, em 2011). Fonte: Indicadores do sistema de abastecimento de água do município de Vinhedo - SANEBAVI.
Taxa de Recarga* - Considerou-se que apenas 1/6 do ano (dois meses) permanece sob inundação.
360
Continuação
0
20,74 0,00 30,00 821.865,95 8,50 0,00 10,0 38.050,09 9,50 318.570,71 0,30 545.000,21 0,05 0,00 1.723.486,97 13.715,48
32,50 12,47 30,00 1.004.412,49 8,50 0,00 10,0 20.439,05 9,50 593.325,60 0,30 854.021,71 0,05 54.630,77 2.526.829,62 20.108,46
4,02 0,00 30,00 283.520,86 8,50 0,00 10,0 0,00 9,50 239.880,56 0,30 105.767,41 0,05 0,00 629.168,83 5.006,91
2,53 0,00 30,00 449.099,33 8,50 0,00 10,0 2.497,88 9,50 162.320,12 0,30 66.552,37 0,05 0,00 680.469,69 5.415,17
6,34 0,00 30,00 113.008,26 8,50 0,00 10,0 0,00 9,50 31.706,25 0,30 166.674,01 0,05 0,00 311.388,53 2.478,02
4,26 0,00 30,00 80.681,67 8,50 0,00 10,0 1.435,00 9,50 53.942,94 0,30 112.022,34 0,05 0,00 248.081,95 1.974,23
11,63 0,00 30,00 277.647,00 8,50 0,00 10,0 2.414,58 9,50 147.222,78 0,30 305.760,23 0,05 0,00 733.044,59 5.833,56
4,26 0,00 30,00 951.371,87 8,50 27.008,51 10,0 80.964,45 9,50 299.560,18 0,30 112.061,26 0,05 0,00 1.470.966,27 11.705,92
1,85 0,00 30,00 164.934,66 8,50 0,00 10,0 0,00 9,50 47.619,46 0,30 48.688,61 0,05 0,00 261.242,74 2.078,96
13,64 0,00 30,00 620.352,90 8,50 31.207,26 10,0 289,38 9,50 215.407,11 0,30 358.370,06 0,05 0,00 1.225.626,70 9.753,52
18,42 0,00 30,00 1.173.957,36 8,50 88.723,05 10,0 18.585,01 9,50 262.701,48 0,30 484.005,25 0,05 0,00 2.027.972,16 16.138,57
70,40 12,47 30,00 5.940.852,35 8,50 146.938,83 10,0 164.675,43 9,50 2.372.257,20 0,30 1.850.038,05 0,05 54.630,77 10.529.392,63 83.792,72
361
Tabela VI-75 Totalização da produção de água no Cenário 3a – Condição de autossuficiência hídrica suprimindo a captação do Capivari, localização das captações
no exutório das microbacias ou de conjunto delas, microbacias hidrográficas, ou parte delas, exclusivamente pertencentes ao município, degradadas
hidrologicamente.
Total
Vol. Produzido Equivalente Vol. Produzido Equivalente Vol. Produzido Equivalente
MICROBACIAS Área Urbana Populacional* Área Rural Populacional* Populacional*
362
- Cenário 3b - Condição buscando a autossuficiência hídrica de Vinhedo, suprimindo a
captação do Capivari, microbacias hidrográficas recuperadas hidrologicamente.
- Na Área Urbana, apenas a infiltração das águas das chuvas nas áreas permeáveis;
- Na Área Rural, a infiltração da precipitação e recargas realizadas pelas partes das
microbacias hidrográficas pertencentes ao município, na condição físico-hídrica
recuperada, ou mais precisamente, na condição em que será recuperada (parcialmente
recuperada), nas suas características de infiltração nos solos, percolação e recargas das
águas dos aqüíferos não confinados. Preconiza-se, portanto, a implementação de
práticas conservacionistas de água e solo nos diferentes planos da paisagem: no
talvegue, na meia encosta e nos topos de morros.
Essa alternativa também prevê a instalação de uma estrutura de captação fixa ou móvel
no exutório de cada microbacia hidrográfica ou de um conjunto delas.
Assim, enfatiza-se, com a localização das novas captações nos exutórios das
microbacias, mesmo a parcela de perda de água na distribuição seria re-captada.
A distribuição esquemática das entradas de água no sistema hidrológico de Vinhedo
para esse Cenário 3 pode ser observada na figura 93.
CACHOEIRA/
PRECIPITAÇ
PRECIPITAÇÃO E PINHEIRINHO JUAZEIRO/
CRUZEIRO
RECARGA 150 m3/h (jun - ago)
STERZEK 200 m3/h (nov - jun)
PACIÊNCIA/
150 m3/h (jul - out)
40 m3/h CRISTO
200 m3/h (nov.- jun)
MARAMBAIA ÁGUA DO
45 m3/h
BURACÃO
400 m3/h (jul - out)
600 m3/h (nov.- jun)
CAPIVARI
TICO/
MOINHO
ESCORRIMENTO
SUPERFICIAL
MINIMIZADO
Estrutura de Captaç
Captação no Exutó
Exutório de cada Microbacia
363
Tabela VI-76 Valores das entradas na área urbana das diferentes microbacias hidrográficas de
Vinhedo.
Chuvoso Seco
Nov - Jun Jul - Out
Capivari 123.581,03
Marambaia 64.972,21
Sterzek 55.396,61
Cachoeira/Pinheirinho 186.711,38
Juazeiro/Cruzeiro 50.548,96
* Infiltração Efetiva = 10% = Metade da média das referências Rebouças (1976); Rocha (1997); VELÁSQUEZ, 1996); (SINELLI et al., 2008)
*** Equivalente Populacional - Consumo de água produzido per capita (344,3l/hab./dia, em 2011). Fonte: Indicadores do sistema de
abastecimento de água do município de Vinhedo - SANEBAVI.
Nesse Cenário 3b a maior produção de água será na área rural contemplada de práticas
conservacionistas na meia encosta, restituição das APPs de mata de topo de morro e a
recuperação vegetacional das APPs nos elementos hidrológicos (cursos d’água, represas e lagos
e nascentes). Assim, na área Rural, as recargas realizadas pelas microbacias hidrográficas na
condição físico-hídrica recuperada são apresentas na tabela 77.
Por último, a totalização da produção de água somando-se a área urbana com a área
rural é apresentada na tabela 78.
Verifica-se que a produção de água no meio urbano passaria para apenas 1.198.124,41
m3/ano e que a recarga no meio rural é de 13.130.251,84 m3/ano somando-se 14.328.376,26
m3/ano. Esse volume representa um Equivalente Populacional de 114.024 habitantes,
considerando-se o consumo per capita de água de 344,3l/hab./dia, registrado em 2011 (Fonte:
Indicadores do sistema de abastecimento de água do município de Vinhedo – SANEBAVI).
364
Tabela VI-77 Produção de água no meio rural, na condição físico-hídrica recuperada das diferentes microbacias hidrográficas de Vinhedo.
MICROBACIAS ÁREA
Mata Nativa Reflorestamento Agricultura Campo Lagos Planície de Mata Nativa Reflorestamento
Inundação % Recarga Vol. Produzido % Recarga Vol. Prod
(ha) (ha) (ha) (m3/ano) (m3/an
Tico / Moinho 272,32 0,00 50,40 333,34 20,74 0,00 30,00 821.865,95 17,00 0,00
Capivari 332,81 0,00 27,07 620,83 32,50 12,47 30,00 1.004.412,49 17,00 0,00
Santa Cândida 93,94 0,00 0,00 251,00 4,02 0,00 30,00 283.520,86 17,00 0,00
São Bento / Capela 148,81 0,00 3,31 169,84 2,53 0,00 30,00 449.099,33 17,00 0,00
Marambaia 37,44 0,00 0,00 33,18 6,34 0,00 30,00 113.008,26 17,00 0,00
Sterzeck 26,73 0,00 1,90 56,44 4,26 0,00 30,00 80.681,67 17,00 0,00
Cachoeira / Pinheirinho 92,00 0,00 3,20 154,05 11,63 0,00 30,00 277.647,00 17,00 0,00
Água do Buracão 315,23 42,09 107,24 313,45 4,26 0,00 30,00 951.371,87 17,00 54.017
Juazeiro / Cruzeiro 54,65 0,00 0,00 49,83 1,85 0,00 30,00 164.934,66 17,00 0,00
Paciência / Cristo 205,55 48,63 0,38 225,39 13,64 0,00 30,00 620.352,90 17,00 62.414
Bom Jardim 388,99 138,25 24,62 274,88 18,42 0,00 30,00 1.173.957,36 17,00 177.446
Total 1968,47 228,97 218,11 2482,22 70,40 12,47 30,00 5.940.852,35 17,00 293.877
(1)
Fonte: NURMA- Engenharia de Biossistemas/ESALQ/USP
* Equivalente Populacional - Consumo de água produzido per capita (344,3l/hab./dia = 125.66m 3/ano, em 2011). Fonte: Indicadores do sistema de abastecimento de água do município de Vinhedo - SANEBAVI.
Taxa de Recarga* - Considerou-se que apenas 1/6 do ano (dois meses) permanece sob inundação.
365
Continuação
0
0,00 30,00 821.865,95 17,00 0,00 18,75 71.343,92 18,75 628.757,98 0,30 545.000,21 0,05 0,00 2.066.968,07 16.448,89
12,47 30,00 1.004.412,49 17,00 0,00 18,75 38.323,21 18,75 1.171.037,37 0,30 854.021,71 0,05 54.630,77 3.122.425,55 24.848,21
0,00 30,00 283.520,86 17,00 0,00 18,75 0,00 18,75 473.448,47 0,30 105.767,41 0,05 0,00 862.736,74 6.865,64
0,00 30,00 449.099,33 17,00 0,00 18,75 4.683,52 18,75 320.368,66 0,30 66.552,37 0,05 0,00 840.703,87 6.690,31
0,00 30,00 113.008,26 17,00 0,00 18,75 0,00 18,75 62.578,13 0,30 166.674,01 0,05 0,00 342.260,41 2.723,70
0,00 30,00 80.681,67 17,00 0,00 18,75 2.690,63 18,75 106.466,33 0,30 112.022,34 0,05 0,00 301.860,97 2.402,20
0,00 30,00 277.647,00 17,00 0,00 18,75 4.527,33 18,75 290.571,29 0,30 305.760,23 0,05 0,00 878.505,85 6.991,13
0,00 30,00 951.371,87 17,00 54.017,03 18,75 151.808,35 18,75 591.237,19 0,30 112.061,26 0,05 0,00 1.860.495,69 14.805,79
0,00 30,00 164.934,66 17,00 0,00 18,75 0,00 18,75 93.985,78 0,30 48.688,61 0,05 0,00 307.609,06 2.447,95
0,00 30,00 620.352,90 17,00 62.414,53 18,75 542,58 18,75 425.145,61 0,30 358.370,06 0,05 0,00 1.466.825,67 11.672,97
0,00 30,00 1.173.957,36 17,00 177.446,11 18,75 34.846,89 18,75 518.489,77 0,30 484.005,25 0,05 0,00 2.388.745,38 19.009,59
12,47 30,00 5.940.852,35 17,00 293.877,66 18,75 308.766,44 18,75 4.682.086,57 0,30 1.850.038,05 0,05 54.630,77 13.130.251,84 104.490,31
366
Tabela VI-78 Totalização da produção de água no Cenário 3 – Condição de autossuficiência hídrica suprimindo a captação do Capivari, localização das captações
no exutório das microbacias ou de conjunto delas, microbacias hidrográficas, ou parte delas, exclusivamente pertencentes ao município recuperadas
hidrologicamente.
Total
Vol. Produzido Equivalente Vol. Produzido Equivalente Vol. Produzido Equivalente
MICROBACIAS Área Urbana Populacional* Área Rural Populacional* Populacional*
367
8. PRODUÇÃO DE ÁGUA NO SISTEMA DE FLUXO INTERMEDIÁRIO.
Curvas Hipsométricas
JUAZEIRO/
A Curvas Hipsométricas
STERZEK
STERZEK
JUAZEIRO/
CRUZEIRO
CRUZEIRO
BOM JARDIM
SÃO PACIÊNCIA/ BOM JARDIM
SÃO BENTO/
BENTO/ CACHOEIRA/ PACIÊNCIA/
CAPELA CRISTO
CACHOEIRA/ CRISTO
CAPELA PINHEIRINHO
PINHEIRINHO
STA.
STA. MARAMBAIA
CÂNDIDA MARAMBAIA
CÂNDIDA ÁGUA DO
DO
ÁGUA
BURACÃO
BURACÃO
CAPIVARI
CAPIVARI
Potencial Natural de Infiltração de
Água no Solo
TICO/
TICO/
MOINHO
MOINHO
Assim, o sentido do fluxo intermediário em Vinhedo, grosso modo, teria sua área de
recarga na parte leste do município, nas partes altas da microbacia do Bom Jardim.
368
- Quantificação da produção de água considerando a área de recarga do fluxo
intermediário.
Contorno da
área de recarga
(SANEBAVI, 2006)
Contorno da
área de
recarga
Contorno da área
de Topo de Morro
(ELO Ambiental, 2011)
B
Figura VI-95 A) Delimitação da área de recarga do fluxo intermediário de Vinhedo; B) Delimitação da
área de recarga do fluxo intermediário e a delimitação da área de topo de morro identificada no
trabalho ELO Ambiental (2011).
De forma mais detalhada, a figura 90B mostra a delimitação da área de recarga do fluxo
intermediário e a delimitação da área de topo de morro identificada no trabalho ELO Ambiental
(2011).
A área compreende, aproximadamente, 1.730 ha, distribuindo-se, nas microbacias Água
do Buracão, Paciência e Cristo, Juazeiro e Cruzeiro e em, praticamente, toda microbacia do
Bom Jardim.
Se nessa área for considerado, de acordo com SANEBAVI (2006) que “a recarga do
aqüífero considerada é o valor do escoamento básico em 167 mm/ ano, calculada pelo balanço
hídrico e também Santos et al. (2012), que para o cálculo da reserva ativa utilizou o montante de
4 % do excedente hídrico médio, referente ao balanço hídrico, a lâmina de precipitação anual
que executaria a recarga do fluxo intermediário seria de 6,68 mm/ano e o volume máximo
teórico de recarga, 115.564 m3/ano.
O Equivalente Populacional desse valor seria de, aproximadamente, 1000 pessoas.
369
E. ANÁLISE COMPARATIVA DA PRODUÇÃO DE ÁGUA COM O MÉTODO
DE REGIONALIZAÇÃO (DAEE)
Tabela VI-79 Áreas a serem recuperadas por Uso do Solo, total e proporção em relação à área total
da microbacia.
São Bento / Capela 148,81 0,00 3,31 169,84 321,96 682,25 47,19
Por outro lado, deve ser lembrado que nesse presente trabalho já foi destacado que as
áreas que foram consideradas como recebedoras de intervenções para recuperação físico-
hidrológica visando o aumento na produção de água foram as ocupadas por reflorestamento,
campo e agricultura. Assim, as áreas de mata nativa, mesmo algumas necessitando de
adequações, foram consideradas como “preservadas” não recebendo intervenções.
Assim, nos cálculos desenvolvidos até aqui de produção de água, a diferença entre o
volume de água produzido na condição “degradada” em relação à “recuperada” refere-se
unicamente ao ganho hidrológico alcançado nas áreas de reflorestamento, campo e agricultura.
A tabela 80 reapresenta o cálculo da produção de água das microbacias de Vinhedo nas
situações físico-hídricas degradada e recuperada e o ganho hidrológico.
370
Tabela VI-80 Calculo da produção de água das microbacias de Vinhedo na situação físico-hídrica degradada e recuperada.
Tico / Moinho 272,32 0,00 50,40 333,34 1.723.486,97 2.066.968,07 343.481,10 2.733,42
Santa Cândida 93,94 0,00 0,00 251,00 629.168,83 862.736,74 233.567,91 1.858,73
São Bento / Capela 148,81 0,00 3,31 169,84 680.469,69 840.703,87 160.234,18 1.275,14
Cachoeira / Pinheirinho 92,00 0,00 3,20 154,05 733.044,59 878.505,85 145.461,26 1.157,58
Água do Buracão 315,23 42,09 107,24 313,45 1.470.966,27 1.860.495,69 389.529,42 3.099,87
Juazeiro / Cruzeiro 54,65 0,00 0,00 49,83 261.242,74 307.609,06 46.366,32 368,98
Paciência / Cristo 205,55 48,63 0,38 225,39 1.225.626,70 1.466.825,67 241.198,97 1.919,46
Bom Jardim 388,99 138,25 24,62 274,88 2.027.972,16 2.388.745,38 360.773,22 2.871,03
* Equivalente Populacional - Consumo de água produzido per capita (344,3l/hab./dia = 125.66m 3/ano, em 2011). Fonte: Indicadores do sistema de abastecimento de água do município de Vinhedo - SANEBAVI.
371
Concordante com o acima, na aplicação do Método de Regionalização disponível no
site do DAEE para as diferentes microbacias de Vinhedo, como dados de entrada, também foi
considerada a área ocupada somente pelo reflorestamento, campo e agricultura.
A tabela 81 mostra os valores de entrada para o cálculo das vazões pelo Método da
Regionalização.
O ANEXO III mostra, por microbacia hidrográfica de Vinhedo, os valores e gráficos das
diferentes vazões calculadas pelo Método da Regionalização.
A tabela 82 resume os dados de vazão obtidos.
A avaliação da consistência dos dados da metodologia empregada nesse trabalho no
cálculo da produção de água das microbacia hidrográficas de Vinhedo nas condições degradadas
e hidrologicamente recuperadas pode ser feita comparando-se em questão de ordem de grandeza
(não em valores absolutos) com as vazões/volume obtidos pelo método da Regionalização
(DAEE, 1988) mostrada na tabela 83.
372
Tabela VI-81 Valores de entrada para o cálculo das vazões pelo método da Regionalização (DAEE, 1988).
Tico / Moinho 23° 3'31.90"S 47° 2'10.95"O 0,00 50,40 333,34 383,74 3,84
Capivari 23° 3'22.77"S 47° 2'14.10"O 0,00 27,07 620,83 647,90 6,48
Santa Cândida 23° 3'19.90"S 47° 2'5.55"O 0,00 0,00 251,00 251,00 2,51
São Bento / Capela 23° 3'13.36"S 47° 0'25.38"O 0,00 3,31 169,84 173,15 1,73
Marambaia 23° 3'7.48"S 47° 0'1.60"O 0,00 0,00 33,18 33,18 0,33
Cachoeira / Pinheirinho 23° 0'25.16"S 46°59'1.47"O 0,00 3,20 154,05 157,25 1,57
Água do Buracão 23° 3'54.39"S 46°56'47.35"O 42,09 107,24 313,45 462,77 4,63
Juazeiro / Cruzeiro 23° 0'37.46"S 46°58'51.01"O 0,00 0,00 49,83 49,83 0,50
Paciência / Cristo 23° 1'53.59"S 46°57'54.10"O 48,63 0,38 225,39 274,40 2,74
Bom Jardim 23° 0'27.77"S 46°57'24.42"O 138,25 24,62 274,88 437,75 4,38
(1) Diferença de precipitação Anual entre microbacias - Entre as precipitações de cada microbacia fornecidas pelo Método da regionalização
(2) Diferença de precipitação Anual entre Metodologias - Entre as precipitações de cada microbacia fornecidas pelo Método da Regionalização e a precipitação considerda na
Metodologia do Cálculo de Produção de Água - 1249 mm.
373
Tabela VI-82 Valores das diferentes vazões e da precipitação anual calculadas pelo método da Regionalização (DAEE, 1988).
Diferença Diferença
Precipitação Precipitação Precipitação Curva de Permanência VMADMC
MICROBACIAS Anual Met. Anual entre Anual entre QMLT P (%)" de Permanência Meses Q7,10
Regionaliz. Micorbacias Metodologias
(1249mm) 50 100 1 6
(1) (2)
(mm) (m3/s)
Tico / Moinho 1275,9 0,0 26,9 0,035 0,028 0,008 0,010 0,014 0,007
Capivari 1275,9 0,0 26,9 0,060 0,047 0,013 0,017 0,023 0,013
Santa Cândida 1275,9 0,0 26,9 0,023 0,018 0,005 0,006 0,009 0,005
São Bento / Capela 1285,0 9,1 36,0 0,016 0,013 0,004 0,005 0,006 0,003
Marambaia 1287,7 11,8 38,7 0,003 0,002 0,001 0,001 0,001 0,001
Sterzeck 1289,4 13,5 40,4 0,006 0,005 0,002 0,002 0,003 0,002
Cachoeira / Pinheirinho 1289,4 13,5 40,4 0,015 0,013 0,005 0,005 0,007 0,004
Água do Buracão 1297,9 22,0 48,9 0,046 0,039 0,015 0,016 0,021 0,013
Juazeiro / Cruzeiro 1291,5 15,6 42,5 0,005 0,004 0,002 0,002 0,002 0,001
Paciência / Cristo 1293,1 17,2 44,1 0,027 0,022 0,009 0,010 0,012 0,008
Bom Jardim 1294,2 18,3 45,2 0,043 0,036 0,014 0,015 0,019 0,012
Total
Obs:
(1) Diferença de precipitação Anual entre microbacias - Entre as precipitações de cada microbacia fornecidas pelo Método da regionalização
(2) Diferença de precipitação Anual entre Metodologias - Entre as precipitações de cada microbacia fornecidas pelo Método da Regionalização e a precipitação considerda na
Metodologia do Cálculo de Produção de Água - 1249 mm.
QMLT: Vazão média de longo termo
VMADMC: Vazão mínima anual de "d" meses consecutivos com 10 anos de período de retorno.
Q7,10: Vazão mínima anual de 7 dias consecutivos com 10 anos de período de retorno.
374
Tabela VI-83 Comparação entre as vazões/volume de água produzido (m3/ano) obtidos nesse trabalho com as vazões/volume de água produzido pelo método da
Regionalização (DAEE, 1988).
Curva de Permanência PRODUÇÃO PRODUÇÃO PRODUÇÃO
QMLT VMADMC Q7,10 ATUAL ÁGUA DE ÁGUA COM DE ÁGUA COM
MICROBACIAS P (%)" de Permanência Meses DEGRADADA RECUPERAÇÃO RECUPERAÇÃO
50 100 1 6 Vol. Produzido (1) Vol. Produzido (2)
3
(m /ano)
Tico / Moinho 1.103.760,00 883.008,00 252.288,00 315.360,00 441.504,00 220.752,00 356.620,80 700.101,90 1.220.764,32
Capivari 1.892.160,00 1.482.192,00 409.968,00 536.112,00 725.328,00 409.968,00 613.764,64 1.209.360,58 2.122.342,90
Santa Cândida 725.328,00 567.648,00 157.680,00 189.216,00 283.824,00 157.680,00 239.880,56 473.448,47 833.269,31
São Bento / Capela 504.576,00 409.968,00 126.144,00 157.680,00 189.216,00 94.608,00 164.818,00 325.052,18 571.342,47
Marambaia 94.608,00 63.072,00 31.536,00 31.536,00 31.536,00 31.536,00 31.706,25 62.578,13 110.137,51
Sterzeck 189.216,00 157.680,00 63.072,00 63.072,00 94.608,00 63.072,00 55.377,94 109.156,96 191.685,75
Cachoeira / Pinheirinho 473.040,00 409.968,00 157.680,00 157.680,00 220.752,00 126.144,00 149.637,36 295.098,62 518.649,20
Água do Buracão 1.450.656,00 1.229.904,00 473.040,00 504.576,00 662.256,00 409.968,00 407.533,14 797.062,57 1.337.487,85
Juazeiro / Cruzeiro 157.680,00 126.144,00 63.072,00 63.072,00 63.072,00 31.536,00 47.619,46 93.985,78 165.414,98
Paciência / Cristo 851.472,00 693.792,00 283.824,00 315.360,00 378.432,00 252.288,00 246.903,75 488.102,71 811.538,92
Bom Jardim 1.356.048,00 1.135.296,00 441.504,00 473.040,00 599.184,00 378.432,00 370.009,55 730.782,77 1.145.743,13
Total 8.798.544,00 7.158.672,00 2.459.808,00 2.806.704,00 3.689.712,00 2.175.984,00 2.683.871,46 5.284.730,67 9.028.376,33
Obs:
QMLT: Vazão média de longo termo
VMADMC: Vazão mínima anual de "d" meses consecutivos com 10 anos de período de retorno.
Q7,10: Vazão mínima anual de 7 dias consecutivos com 10 anos de período de retorno.
(1) Somente consideradas as áreas de Reflorestamento, Agricultura e Pasto.
(2) Cálculo da produção de água sem os coeficientes de segurança - 50% de ganho do escorrimento superficial e 50% de ganho no desassoreamento das nascentes.
375
IMPORTANCIA DO CÁLCULO DO POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE ÁGUA
E AUTOSSUFICIÊNCIA HÍDRICA DE VINHEDO.
Por causa da estiagem, a Sanebavi vem realizando manobras para garantir o abastecimento
de todas as regiões da cidade, que tem cerca de 70 mil moradores e 22 mil ligações entre residências,
empresa, prédios públicos e escolas. Os 36 reservatórios do município estão sendo monitorados 24
horas por dia. E quanto uma região apresenta um consumo acima do normal, principalmente por
causa do calor, manobras são feitas para evitar o colapso. Com estas manobras, bairros chegam a
ficar até 4 horas sem abastecimento.
Carros, calçadas, quintais e piscinas não devem ser lavados. O Sanebavi ainda dá
indicações de economia:
376
Não utilize a descarga do vaso sanitário sem necessidade;
Use as máquinas de lavar louças e roupa somente se necessário;
Feche a torneira enquanto torce a roupa no tanque;
A piscina deve ser limpa com água filtrada e não drenada e;
Reutilize a água sempre que possível.
12/02/2014 17h01 - Com metade do nível, represa em Vinhedo tem trechos de caminhada – Sanebavi pede consumo racional na cidade
durante a estiagem. (http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2014/02/com-metade-do-nivel-represa-em-vinhedo-tem-
trechos-de-caminhada.html).
Por essa data, em 16 de fevereiro de 2014, sob forte pressão, os municípios assumiam
posturas desesperadas para garantir o mínimo de água para sua população. Nesse contexto
divulgava-se: Começou a Guerra Pela Água - Americana, Sumaré e Paulínia ficaram sem a
água do Rio Atibaia (SP) - Campinas bloqueia rio e afeta cidades vizinhas.
Diante do risco cada vez maior de racionamento, Campinas represou toda a água do
rio que abastece a cidade e secou todo o curso restante, pondo em risco o abastecimento de
cidades vizinhas.
A medida da Sanasa (empresa local de saneamento), ao lançar pedras e terra no rio
Atibaia há duas semanas, teve como objetivo diminuir a velocidade da água e facilitar a
captação diante da seca.
Mas sem as chuvas e com o leito cada vez mais seco, a obra, chamada de enrocamento,
se transformou no bloqueio completo.
Hoje, toda a água que chega a Campinas pelo rio Atibaia é distribuída na própria
cidade, já que o fluxo natural está interrompido.
Outras cidades e grandes indústrias da região dependem do Atibaia, que passa ainda
por Paulínia, Sumaré e Americana, se junta ao rio Jaguari e forma o Piracicaba.
A SANASA tem licença para captar até 4,7 m³/s de água do Atibaia, que estava ontem
com apenas 3,4 m³/s de vazão. A média histórica de fevereiro é de 45 m³/s no local.
A empresa informou que a obra é legal e não é preciso autorização para realizá-la,
pois está captando menos do que a vazão permitida.
"Esse enrocamento tem de ter autorização do Departamento de Águas e Energia
Elétrica", diz Francisco Lahoz, Secretário-Executivo do Consórcio Intermunicipal da Bacia dos
Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. "A legislação diz que é preciso manter uma vazão mínima
para manter o curso d'água", completa Lahoz.
Procurada, a Agência Nacional de Águas informou que o DAEE (Departamento
Estadual de Águas e Energia) deve analisar o caso, pois, o Atibaia é um rio estadual.
Também procurado, o DAEE não respondeu até a conclusão desta edição.
377
Afetados - Na terça, a Rhodia, maior empresa de produtos químicos do Brasil,
paralisou uma de suas linhas de produção, na fábrica de Paulínia, devido à pouca
disponibilidade de água no rio Atibaia.
A maior refinaria da Petrobras no país, a REPLAN também faz captação no Atibaia.
Procurada, a petrolífera informou que está operando suas unidades industriais normalmente
em Paulínia, mas "está atenta à situação de estiagem e mantém contatos permanentes com os
órgãos competentes". "Uma indústria ter de reduzir a produção é uma catástrofe, pois causa
demissões e gera inflação", diz José Nunes Filho, diretor do Ciesp Campinas.
378
longa escala na cidade. “Já estamos, também, analisando lagos particulares da cidade que,
pelo decreto, teremos condições de captar água para amenizar o déficit de água potável para
fornecimento à população”, afirmou o superintendente da Sanebavi, Odair Seraphim.
16/10/2014. (http://www.fn10.com.br/vinhedo-prefeito-declara-estado-de-emergencia-por-causa-da-seca/)
Um dos exemplos mais críticos ocorreu no município de Itu. Assim descreve O G1.
GLOBO, em 20/10/2014: A situação em Itu é resultado da falta d'água que assola a cidade
desde 5 de fevereiro deste ano, quando a concessionária de águas implantou o racionamento na
cidade. No início, o rodízio era feito apenas nos bairros mais altos. Nos meses seguintes, o
racionamento foi ampliado pelo menos mais três vezes e atualmente está em vigor na cidade
toda.
O problema é que os moradores reclamam que o rodízio de água não é cumprido como
anunciado pela empresa e muitos bairros estão sem água há dias. Há moradores que relatam que
chegam a ficar 15 dias sem água. O abastecimento com caminhões-pipa também é alvo de
reclamações. Até o atendimento ao consumidor gera queixas, já que muitas vezes o morador
fica vários minutos no telefone e não consegue ser atendido.
Cerca de 50 pessoas protestaram por causa da falta d'água em Itu (SP) durante a sessão da
Câmara dos Vereadores realizada nesta segunda-feira (20). Com cartazes e narizes de palhaço, os
moradores cobraram por soluções. Por diversas vezes, a sessão da Câmara precisou ser interrompida.
379
Figura VI-98 - Moradores voltaram a Câmara de Itu para pedir socorro à cidade (foto: Ana
Carolina Levorato/g1).
Figura VI-99 - Rua foi interditada com fogo em móveis velhos e pneus (foto: Ana Carolina
Levorato/G1).
Figura VI-100 - Morador "toma banho" com água de caminhão-pipa (foto: tem você).
380
Ainda durante o protesto, um grupo de pessoas colocou fogo em pneus e em contêineres
em volta de um caminhão-pipa.
Por causa de ataques a caminhões-pipa, a guarda civil municipal começou a escoltar os
veículos há cerca de duas semanas. A GCM é avisada pela manhã quais os bairros que serão
percorridos e acompanham o comboio. Três a quatro viaturas ficam à disposição para escoltar
os caminhões em alguns bairros.
A estiagem tem feito os moradores enfrentarem um verdadeiro martírio em busca de
água. Como o cronograma de racionamento não é cumprido e as solicitações de caminhão-pipa
nem sempre são atendidas, segundo os moradores, poços, bicas, fontes e lagoas se tornaram
pontos de peregrinação na cidade. Tem gente que está indo de madrugada buscar água na bica.
O problema é que ninguém sabe a qualidade da água. "O que a gente sabe é que a água
vem de uma lagoa, mas não sabemos se é boa. Se quiser tomar banho tem que fazer esse sacrifício.
Senão, a gente fica sem tomar banho", diz um morador.
Morador afirma que está há quase 20 dias sem água. A situação é tão crítica que o
banho do filho de 3 anos, tem sido na bica com freqüência. "tem que pegar água para lavar
louça, lavar roupa. Inclusive tomar banho aqui."
Figura VI-102 - Criança toma banho em bica em Itu (foto: reprodução/Tv Tem).
Desespero: Alguns moradores dizem que ficam até um mês sem receber uma gota nas
torneiras. O pouco que chega às casas é com o caminhão-pipa. No desespero de encontrar água, os
moradores estão apelando até para a zona rural.
381
Figura VI-103 - Moradores estão pegando água em pasto (Foto: Paulo Roberto de Souza/TEM
Você).
20/10/2014 19h01 -. Moradores de Itu voltam à câmara para pedir socorro - Sessão teve momentos tensos e várias vezes foi
interrompida. Moradores pedem solução para a crise do abastecimento de água. Http://g1.globo.com/sao-paulo/sorocaba-
jundiai/noticia/2014/10/moradores-voltam-camara-de-itu-para-pedir-socorro-cidade.html
23/10/2014. Prefeitura não descarta decretar estado de calamidade pública em Itu - Prefeito admite que a situação da falta
de água na cidade é crítica. Moradores convivem com racionamento há oito meses. http://g1.globo.com/sao-paulo/sorocaba-
jundiai/noticia/2014/10/prefeitura-nao-descarta-decretar-estado-de-calamidade-publica-em-itu.html
382
Moradores interditam duas rodovias durante protesto em Itu;
Após 9 meses de estiagem, Itu mapeia 'pontos críticos' no abastecimento;
Defesa civil estadual vai acompanhar crise no abastecimento de água em Itu;
Morador improvisa carro-pipa para distribuir água em Itu;
Apesar de protesto, prefeito descarta estado de calamidade pública em Itu;
Jornalista é atingido por bala de borracha durante protesto em Itu e;
Moradores reclamam que rodízio de água não é cumprido em Itu.
383
F. CALCULO DA COMPATIBILIZAÇAO DO GANHO NA PRODUÇAO DE ÁGUA
COM O DIREITO DE OUTORGA.
AUMENTO POTENCIAL
CAPTAÇÕES LOCALIZADAS DENTRO DE VINHEDO ATUAIS PRODUÇÃO PRODUÇÃO GAN
OUTORGAS DE CAPTAÇÃO ATUAL ÁGUA DE ÁGUA COM TOT
DE ATÉ DEGRADADA RECUPERAÇÃO
NOV-JUN JUL-OUT
3
m /h m3/ano
384
*Concessão de
Outorga de
Valinhos
*Concessão de
Outorga envolvida na
Captação do Capivari
MICROBACIAS E SUB-MICROBACIAS JÁ
COM OUTORGA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA
SUPERFICIAL
Figura VI-104 - Distribuição espacial das microbacias ou submicrobacias de Vinhedo que já possuem outorga para captação de água de abastecimento público.
385
De forma um pouco mais detalhada apresentam-se essas áreas individualizadas.
MICROBACIA DO TICO/MOINHO
SUB-MICROBACIAS JÁ COM OUTORGA
MICROBACIA DO CAPIVARI DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA SUPERFICIAL
SUB-MICROBACIAS JÁ COM OUTORGA
DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA SUPERFICIAL
*Concessão de
Outorga de
REPRESA 1 Valinhos
Concessão de outorga
envolvida na captação do
Capivari
MICROBACIA ÁGUA DO
BURACÃO
MICROBACIA JÁ COM OUTORGA DE
CAPTAÇÃO DE ÁGUA SUPERFICIAL
Figura VI-105 - Microbacias ou submicrobacias de Vinhedo que já possuem outorga para captação
de água de abastecimento público.
Excetuando-se essas sub ou microbacias, as que sobram no município que ainda não
tem concessão de outorga e que, a principio, tem maior facilidade e potencial de aproveitamento
são as descriminadas na tabela 85.
386
Tabela VI-85 Sub ou microbacias hidrográficas de Vinhedo passíveis de solicitação de outorga.
PRODUÇÃO PRODUÇÃO GANHO EQUIVALENTE ÁREA TOTAL ÁREA DA BACIA PORCENTGEM
COBERTURA DO SOLO ATUAL ÁGUA DE ÁGUA COM TOTAL POPULACIONAL DA BACIA PASSÍVEL DE DA
MICROBACIAS DEGRADADA RECUPERAÇÃO SER SOLICITADA MICROBACIA
Mata Nativa Reflorestamento Agricultura Campo Lagos Planície de OUTORGA
Inundação
(ha) (m3/ano) hab. ha ha %
Tico / Moinho 272,32 0,00 50,40 333,34 20,74 0,00 1.723.486,97 2.066.968,07 343.481,10 2.733,42 786,94 0,00 0,00
Capivari 332,81 0,00 27,07 620,83 32,50 12,47 2.526.829,62 3.122.425,55 595.595,93 4.739,74 1.625,63 270,00 16,61
102,00 6,27
71,00 4,37
Santa Cândida 93,94 0,00 0,00 251,00 4,02 0,00 629.168,83 862.736,74 233.567,91 1.858,73 448,29 448,29 100,00
São Bento / Capela 148,81 0,00 3,31 169,84 2,53 0,00 680.469,69 840.703,87 160.234,18 1.275,14 682,25 324,00 47,49
90,00 13,19
Marambaia 37,44 0,00 0,00 33,18 6,34 0,00 311.388,53 342.260,41 30.871,88 245,68 337,18 0,00 0,00
Sterzeck 26,73 0,00 1,90 56,44 4,26 0,00 248.081,95 301.860,97 53.779,02 427,97 298,49 0,00 0,00
Cachoeira / Pinheirinho 92,00 0,00 3,20 154,05 11,63 0,00 733.044,59 878.505,85 145.461,26 1.157,58 999,27 225,00 22,52
Água do Buracão 315,23 42,09 107,24 313,45 4,26 0,00 1.470.966,27 1.860.495,69 389.529,42 3.099,87 862,26 862,26 100,00
Juazeiro / Cruzeiro 54,65 0,00 0,00 49,83 1,85 0,00 261.242,74 307.609,06 46.366,32 368,98 322,59 0,00 0,00
Paciência / Cristo 205,55 48,63 0,38 225,39 13,64 0,00 1.225.626,70 1.466.825,67 241.198,97 1.919,46 531,15 0,00 0,00
Bom Jardim 388,99 138,25 24,62 274,88 18,42 0,00 2.027.972,16 2.388.745,38 360.773,22 2.871,03 1.195,71 0,00 0,00
Total 1.968,47 228,97 218,11 2.482,22 70,40 12,47 10.529.392,63 13.130.251,84 2.600.859,21 20.697,59 8.089,76 2.392,55 -
(1)
Fonte: NURMA- Engenharia de Biossistemas/ESALQ/USP
* Equivalente Populacional - Consumo de água produzido per capita (344,3l/hab./dia = 125.66m 3/ano, em 2011). Fonte: Indicadores do sistema de abastecimento de água do município de Vinhedo - SANEBAVI.
(1) VAZÃO Q 7,10: Calculada pelo Método da Regionalização.
387
(Continuação)
GANHO EQUIVALENTE ÁREA TOTAL ÁREA DA
ÁREA DABACIA
BACIA PORCENTGEM
PORCENTGEM VAZÃO
VAZÃO VAZÃO
VAZÃO VOLUME
VOLUME EQUIVALENTE
EQUIVALENTE PRODUÇÃO PRODUÇÃO GANHO EQUIVALENTE ÁRE
TOTAL POPULACIONAL DA BACIA PASSÍVEL DE
PASSÍVEL DE DA
DA QQ7,10 (1)
(1)
7,10COBERTURA DO50%
50%
SOLO NO NO
ANOANO POPULACIONAL
POPULACIONAL ATUAL ÁGUA DE ÁGUA COM TOTAL POPULACIONAL DA
MICROBACIAS SER SOLICITADA
SER SOLICITADA MICROBACIA
MICROBACIA Q
Q7,10
7,10 DEGRADADA RECUPERAÇÃO
OUTORGA
Mata
OUTORGA
Nativa Reflorestamento Agricultura Campo Lagos Planície de
Inundação
hab. ha ha
ha %
%
3 3
mm/s /s
(ha) m3/ano
m3/ano hab. hab. (m3/ano) hab.
595.595,93 Capivari
4.739,74 1.625,63 270,00
332,81
270,00 16,61
0,00
16,61 0,0050
0,0050
27,07 0,0025
0,0025
620,83 78.840,00
78.840,00
32,50 627,41 627,4112,47 2.526.829,62 3.122.425,55 595.595,93 4.739,74 1.
102,00
102,00 6,27
6,27 0,0020
0,0020 0,0010
0,0010 31.536,00
31.536,00 250,96 250,96
71,00
71,00 4,37
4,37 0,0010
0,0010 0,0005
0,0005 15.768,00
15.768,00 125,48 125,48
30.871,88 Marambaia
245,68 337,18 0,00
37,44
0,00 0,00
0,00
0,00 0,00
- --
33,18 6,34 0,00 311.388,53 342.260,41 30.871,88 245,68 3
53.779,02 Sterzeck
427,97 298,49 0,00
26,73
0,00 0,00
0,00
0,00 1,90
- --
56,44 4,26 0,00 248.081,95 301.860,97 53.779,02 427,97 2
2.600.859,21 20.697,59
Total 8.089,76 2.392,55
1.968,47
2.392,55 --
228,97 0,032
0,056
218,11 0,016
2.482,22
0,028 504.576,00
883.008,00
70,40 4.015,41
7.026,96
12,47 10.529.392,63 13.130.251,84 2.600.859,21 20.697,59 8.
(1)
Fonte: NURMA- Engenharia de Biossistemas/ESALQ/USP
* Equivalente Populacional - Consumo de água produzido per capita (344,3l/hab./dia = 125.66m 3/ano, em 2011). Fonte: Indicadores do sistema de abastecimento de água do município de Vinhedo - SANEBAVI.
(1) VAZÃO Q 7,10: Calculada pelo Método da Regionalização.
388
As microbacias ou parte delas outorgável são Capivari, com sub-microbacias de 270,0 -
102,0 e 71,0 hectares; Santa Cândida, com 448,3 hectares; São Bento/Capela com 324,0 e 90,0
hectares; Cachoeira/Pinheirinho com 225,0 hectares.
Deve ser destacada que a microbacia Água do Buracão não seria passível de outorga
uma vez que a captação do Capivari está à jusante dessa microbacia. Essa é a razão dela ser
excluída na contabilidade na tabela 85.
Caso haja um entendimento favorável por parte do DAEE para o aproveitamento dessa
microbacia no primeiro momento, toda a microbacia, com 862,3 hectares seria considerada área
de captação com a vazão disponível seguindo o critério de concessão de 50% da vazão de Q
7,10. Isso somaria a Vazão de 0,012 m3/s, correspondendo ao equivalente populacional de 3.011
hab.
Assim, no primeiro momento, no qual se pediria outorga nas microbacias ou parte delas
que ainda não possuem outorga, a vazão que seria disponibilizada seria de 0,016 m3/s, de
equivalente populacional correspondente a 4015 hab.
Já as microbacias que não poderiam contribuir com nenhuma outorga significativa são
Juazeiro/Cruzeiro; Paciência/Cristo; Bom Jardim; Tico/Moinho; Marambaia e Sterzeck.
A distribuição espacial dessas microbacias outorgáveis no município é apresentada na
figura abaixo.
Microbacia Outorgável
dependendo da
interpretação do DAEE
NOVAS CAPTAÇÕES
389
71 ha
RIO CAPIVARI
102 ha
90 ha
324 ha
MICROBACIA DO SANTA
CÂNDIDA
SUB-MICROBACIAS INICIALMENTE
POSSÍVEIS, TÉCNICAMENTE, DE
REQUERIMENTO DE OUTORGA DE
CAPTAÇÃO DE ÁGUA SUPERFICIAL
448 ha
NOVAS CAPTAÇÕES
390
B) GANHO DE SEGUNDO MOMENTO (NO MÍNIMO CINCO ANOS) NA
DISPONIBILIDADE DE ÁGUA POR MEIO DE SOLICITAÇAO DE AUMENTO
DO VALOR DE OUTORGA EM MICROBACIAS OU SUBMICROBACIAS QUE JÁ
POSSUI CAPTAÇÃO (OUTORGA).
391
Tabela VI-86 Valor de aumento de outorga que poderia ser solicitado após o período de monitoramento hidrológico.
AUMENTO POTENCIAL
CAPTAÇÕES LOCALIZADAS DENTRO DE VINHEDO ATUAIS PRODUÇÃO PRODUÇÃO GANHO
OUTORGAS DE CAPTAÇÃO ATUAL ÁGUA DE ÁGUA COM TOTAL
DE ATÉ DEGRADADA RECUPERAÇÃO
NOV-JUN JUL-OUT
m3/h m3/ano
CAPIVARI (50% da Q7,10 da recuperação hidrológica da Microbacia Água do Buracão) 43,2 43,2
392
C) GANHO DE TOTAL (DE PRIMEIRO MOMENTO E DE SEGUNDO MOMENTO NO
MÍNIMO APÓS CINCO ANOS) NA DISPONIBILIDADE DE ÁGUA TANTO PELA
SOLICITAÇAO DE OUTORGA NA MICRO OU SUB-MICROBACIAS QUE NÃO
POSSUEM OUTORGA COMO POR MEIO DE SOLICITAÇÃO DE AUMENTO DO
VALOR DE OUTORGA EM MICROBACIAS OU SUBMICROBACIAS QUE JÁ
POSSUEM CAPTAÇÃO (OUTORGA).
Nesse cenário seriam solicitadas as novas outorgas, que acrescidas do aumento do valor
das outorgas já existentes, comporiam o quadro final de sustentabilidade hídrica de Vinhedo.
Vinhedo poderia crescer o “Equivalente Populacional” em mais 16.117 hab. de forma
hidrologicamente autossuficiente. A tabela 87 resume os dados de vazão e População
Equivalente.
Considerando-se, como população-base a atual população estimada em 2016 de 73.855
hab. pelo IBGE, nesse cenário a população sustentável de Vinhedo seria de 89.972 hab.
Tabela VI-87 Dados de vazão e População Equivalente alcançados com a recuperação físico-
hídrica das microbacias do município.
393
USO DE PEQUENAS REPRESAS DE REGULARIZAÇÃO DE VAZÃO.
394
Método da Regionalização –
DAEE
REPRESAS JÁ EXISTENTES
NA MICROBACIA ÁGUA DO
BURACÃO
0,11ha
0,05ha
0,05ha 0,26ha
0,13ha
0,51ha
0,1ha
0,1ha 0,11ha
0,12ha
0,1ha 01,ha 0,23ha
0,1ha 0,1ha
0,33ha
0,13ha 0,12ha 01,ha
0,1ha
0,27ha
ÁREA TOTAL DAS REPRESAS: 3,22 HA
395
Tabela VI-88 Cálculos de Vazão de Regularização para todas as microbacias hidrográficas de Vinhedo.
COORDENADAS DO EXUTÓRIO ÁREA TOTAL PRECIPITAÇÃO VAZÃO VAZÃO VAZÃO DE VOLUME DE VAZÃO PRODUÇÃO PRODUÇÃO GANHO VAZÃO EQUIVALENTE
MICROBACIAS DA BACIA MÉDIA DE Q7,10 (1) REGULARIZAÇÃO REGULARIZAÇÃO OUTORGÁVEL ATUAL ÁGUA DE ÁGUA COM TOTAL PRODUZIDA DA POPULACIONAL
LONGO TERMO DEGRADADA RECUPERAÇÃO RECUPERAÇÃO (2)
Sem Outorga
Capivari 23° 3'22.74"S 47° 2'13.63"O 1.625,63 1275,9 0,150 0,031 0,050 0,026 0,0190 2.526.829,62 3.122.425,55 595.595,93 0,0189 4.739,74
Santa Cândida 23° 3'20.63"S 47° 2'4.98"O 448,29 1275,9 0,041 0,009 0,017 0,030 0,0080 629.168,83 862.736,74 233.567,91 0,0074 1.858,73
São Bento / Capela 23° 3'12.49"S 47° 0'24.57"O 682,25 1285 0,065 0,014 0,024 0,026 0,0100 680.469,69 840.703,87 160.234,18 0,0051 1.275,14
Cachoeira / Pinheirinho 23° 0'25.01"S 46°59'3.60"O 999,27 1289,4 0,096 0,028 0,042 0,030 0,0140 733.044,59 878.505,85 145.461,26 0,0046 1.157,58
Água do Buracão 23° 3'53.37"S 46°56'47.59"O 862,26 1297,9 0,085 0,024 0,037 0,026 0,0130 1.470.966,27 1.860.495,69 389.529,42 0,0124 3.099,87
Com Outorga
Tico / Moinho 23° 3'32.33"S 47° 2'11.15"O 786,94 1275,9 0,073 0,015 0,027 0,029 0,0120 1.723.486,97 2.066.968,07 343.481,10 0,0109 2.733,42
Marambaia 23° 3'6.64"S 47° 0'1.34"O 337,18 1287,7 0,032 0,007 0,014 0,030 0,0069 311.388,53 342.260,41 30.871,88 0,0010 245,68
Sterzeck 23° 0'26.38"S 46°59'14.19"O 298,49 1289,4 0,029 0,008 0,015 0,030 0,0068 248.081,95 301.860,97 53.779,02 0,0017 427,97
Juazeiro / Cruzeiro 23° 0'41.27"S 46°58'52.14"O 322,59 1291,5 0,031 0,009 0,016 0,027 0,0070 261.242,74 307.609,06 46.366,32 0,0015 368,98
Paciência / Cristo 23° 1'52.47"S 46°57'53.96"O 531,15 1293,1 0,052 0,015 0,024 0,027 0,0090 1.225.626,70 1.466.825,67 241.198,97 0,0076 1.919,46
Bom Jardim 23° 0'32.99"S 46°57'20.03"O 1.195,71 1294,2 0,117 0,034 0,050 0,031 0,0160 2.027.972,16 2.388.745,38 360.773,22 0,0114 2.871,03
Total 8.089,76 0,771 0,194 0,316 0,312 0,122 11.838.278,046 14.439.137,257 2.600.859,210 0,0825 20.697,59
396
Observa-se que a Vazão Outorgável Total com as pequenas represas de
regularização atinge um valor de 0,122 m3/s.
Observa-se também que a Vazão Produzida com a recuperação físico-hídrica das
microbacias resultaria numa vazão de 0,0825 m3/s.
Isso quer dizer que essa estratégia de pequenas represas que é muito mais fácil
de ser implementada permite uma outorga maior do que o valor produzido na
recuperação, ou seja, de imediato e de forma menos burocrática pode-se fazer uso e ter
benefício de toda a água produzida no esforço de recuperação.
Essa vazão de 0,0825 m3/s, como já foi apresentado, corresponde a um
Equivalente Populacional de 20.697 hab.
Aqui deve ser feito mais uma reflexão de conceito: numa análise rápida, pode
ser questionado se essa estratégia não poderia ser utilizada junto ao DAEE sem se
comprometer com o trabalho de recuperação físico-hídricas das microbacias, uma vez
que o DAEE não o exige. Alerta-se que não se deve esquecer que a outorga não garante
que se terá a vazão outorgada. Assim somente com a recuperação é possível estabelecer-
se um grau de garantia de que irá se ter disponível a água para ser captada.
Esta, num primeiro momento, parece ser, de todas, a estratégia mais adequada
para atingir-se a autossuficiëncia hídrica de Vinhedo.
397
TABELA RESUMO DAS ALTERNATIVAS DE PRODUÇÃO DE ÁGUA DO
MUNICÍPIO DE VINHEDO
398
PRODUÇÃO DE ÁGUA
FLUXO/AQUÍFERO/ABRANGÊNCIA CRITÉRIO DE POSSIBILIDADE CENÁRIO SUB-CENÁRIO CARACTERÍSTICA Equivalente Equivalente Equivalente PREMISSAS VANTAGENS DESVANTAGENS
Vazão/Volume Vazão/Volume Vazão/Volume
Populacional Populacional Populacional
A disponibilidade hídrica de Vinhedo é dada pelos valores de Outorga dos seis pontos de captação de
águas superficiais. conferidos pelo DAEE à SANEBAVI. Acrescentam-se 9 poços de captações de águas
subterrâneas. A atual localização das captações hoje de Vinhedo não permite que seja aproveitada a parcela de água de
No período chuvoso (de novembro a Junho) a outorga de Vinhedo é de 1235 m3/h de águas superficiais e Perda na Distribuição em nenhuma delas, com exceção da captação do Bom Jardim que está à jusante do
condomínio Campos de Toscana, que recebe água encanada. Assim, praticamente, 35% de toda água
110 m3/h de águas subterrâneas, somando 1345 m3/h. Isso equivale à captação total de 32.280.000 l/dia de a) Preconiza a ocorrência de um ano normal de precipitações
captada, tanto na de transposição da captação do Capivari, em Louveira, como das localizadas dentro do
águas superficiais e subterrâneas. e assim, que toda a vazão de outorga, efetivamente, possa ser
município se perdem para o solo e parte dessas abandona o município sem ter sido aproveitada.
Considerando-se o consumo per capita de 344 l/dia, valor esse que já inclui a perda na distribuição captada;
Ocorre perda de parte das águas da precipitação que, no solo degradado das microbacias, não consegue
Cenário 1a - Considerando os Valores de Outorga - Condição (35,4%), esse volume é suficiente para o abastecimento de 93.755 hab. b) A estrutura de captação de água deve ser aumentada para
32.280.000,00 7.811.760,00 93.755 25.080.000,00 3.084.840,00 72.843 10.896.600,00 - Não demanda investimentos. se infiltrar, escorre superficialmente, caem no corpo hídrico e também abandonam o município sem ter sido
Atual Já no período de seca (de Julho a Outubro) o volume outorgado é de 935 m3/h de águas superficiais e 110 o valor de outorga, porém, a localização dessas se mantém
aproveitada.
m3/h de águas subterrâneas, somando 1045 m3/h. Isso equivale à um total de captação de 25.080.000l/dia. igual à atual.
Há uma preocupante dependência hídrica de Vinhedo em relação a outros municípios de:
Considerando-se o consumo per capita de 344,3 l/dia, esse volume é suficiente para o abastecimento de a) No período chuvoso, Vinhedo é dependente em 45% da captação do Capivari bem como das
72.843 hab. políticas de preservação de recursos hídricos de Louveira e, no período seco, de 38%. Isso representa a suscetibilidade de 41.823 hab. no período chuvoso e 27.882 no período seco do ano;
b) A dependência de Vinhedo em relação a outros municípios é bem maior que o enunciado no item anterior uma vez que as captações do Bom Jardim e do Tico-Moinho dependem da recarga que ocorrem em partes dessas microbacia
Portanto, em qualquer período do ano, Vinhedo não tem controle algum em mais de 50% de toda água autorizada a captar, ou seja, sua Autossuficiência Hídrica é de menos de 50%, sendo que o número máximo de habitantes atendidos nesse c
Esse cenário tem todas as características hidrológicas do anterior, porém prevê a instalação de estruturas
de captação fixa ou móvel no exutório de cada microbacia hidrográfica ou de um conjunto delas. 1) Ocorre perda de parte das águas da precipitação que, no solo degradado das microbacias, não
Dessa forma, a água de Perda na Distribuição (35% de toda água captada) passa a ser aproveitada e consegue se infiltrar, escorre superficialmente, caem no corpo hídrico e abandonam o município sem ter
a) Preconiza a ocorrência de um ano normal de precipitações sido aproveitada.
considerada água disponível. No período chuvoso (de novembro a Junho) a outorga de Vinhedo soma 1235
e assim, que toda a vazão de outorga, efetivamente, possa ser 2) A despeito de diminuir um pouco em relação ao Cenário 1a, ainda há uma preocupante dependência
m3/h de águas superficiais e 110 m3/h de águas subterrâneas, totalizando 1345 m3/h. Isso equivale à
Cenário 1b - Considerando os Valores de Outorga - Condição captada; A parte da água que é perdida na distribuição de água (35% de toda hídrica de Vinhedo em relação a outros municípios. No período chuvoso, Vinhedo é dependente em 46,4%
captação de 32.280.000 l/dia.
Atual com localização das captações no exutório das 36.127.200,00 8.742.782,40 104.929 28.087.200,00 3.454.725,60 81.578 12.197.508,00 b) Prevê a instalação de estruturas de captação fixa ou móvel água captada) e que hoje abandona a microbacia e o município da captação do Capivari bem como das políticas de preservação de recursos hídricos de Louveira e, no
Considerando-se o consumo per capita de 344 l/dia, valor esse que já inclui a perda na distribuição
microbacias ou de conjunto delas. - no exutório de cada microbacia hidrográfica ou de um conjunto passa a ser aproveitada e considerada água disponível. período seco, de 40%. Portanto, em qualquer período do ano, Vinhedo não tem controle algum em mais de,
(35,4%), esse volume é suficiente para o abastecimento de 93.755 hab. Com a re-captação da água pedida
delas. aproximadamente, 40% de toda água autorizada a captar, ou seja, sua Autossuficiência Hídrica é de no
na distribuição, considerando-se que apenas 14% no valor captado chegam e fazem recarga do aqüífero, a
máximo, 60%, sendo que o número máximo de habitantes atendidos nesse cenário de água exclusivamente
água disponível passa para 36.127.200 l/dia que, por sua vez, representa um equivalente populacional de
produzida dentro do município seria de 50.279 hab. isso representa a suscetibilidade de 23.576 hab. no
104.929 hab. Fazendo o mesmo raciocínio para o período de seca (de Julho a Outubro) o potencial de
período chuvoso e 27.882 no período seco do ano.
abastecimento passaria de 72.843 hab. para 81.578 hab.
3) Há investimento para adequação das estruturas novas de captação.
Considera-se a transposição vindo da captação do Capivari (Louveira) e todas as outras entradas de água
Adianta-se que o Equivalente Populacional calculado de 130.456 habitantes está longe de significar que
no sistema hidrológico de Vinhedo proporcionadas pela precipitação. Nessa metodologia de análise,
Vinhedo, de sua população estimada em 2016 de 73.855 hab. (IBGE), poderia aumentá-la em 56.601 hab. e
teoricamente, deveria ser diferenciada a água armazenada nos aqüíferos não confinados da dos confinados
considerar-se autossuficiente e autossustentável hidricamente. Isso porque hoje seria necessária a
(Sanebavi (2006), porém, a forma de abordagem nesse trabalho, isso é desnecessário porque a
Cenário 2a -Considerando a Captação do Capivari em instalação de toda uma infra-estrutura de captação e condução de água a partir dos exutórios da
recuperações físico-hídrica implementado para o fluxo local resultam, também, numa maior recarga das
Louveira (Valor de Outorga) e a água produzida dentro do microbacias e, também e principalmente, que diante da última seca ocorrida o atual sistema e estratégia de
águas subterrâneas do fluxo intermediário. As entradas de água no sistema hidrológico são:
município com a Precipitação, baseado nos componentes de abastecimento de água de Vinhedo revelou-se frágil e insuficiente, evento esse com uma estimativa de
a) Na Área Urbana, a infiltração das chuvas nas áreas permeáveis e a transposição da captação do
entrada no sistema hidrológico de Vinhedo, com localização 16.393.117,04 130.456 tempo de retorno alta de 22%. Assim, o bom senso orienta para se considere a atual população
Capivari em Louveira;
das captações no exutório das microbacias ou de conjunto (Equivalência Populacional) como o limite máximo que a atual estrutura de abastecimento de água pode
b) Na Área Rural, as infiltrações e recargas realizadas pelas partes das microbacias hidrográficas
delas e microbacias hidrográficas, ou parte delas atender. Assim, toda melhoria, promoção hídrica ou aumento da disponibilidade de água que venha ser
pertencentes ao município, na condição físico-hídrica atual, ou seja, na condição degradada.
exclusivamente pertencentes ao município, na condição físico- implementada em Vinhedo ter-se-ia sua quantificação de benefício considerada a partir de seu numero
Nessa alternativa considera-se a instalação de uma estrutura de captação fixa ou móvel no exutório de
hídrica atual degradada. atual de habitantes.
cada microbacia hidrográfica ou de um conjunto delas possibilitando re-captar as perdas de distribuição.
Essa alternativa ainda mantém uma preocupante dependência hídrica de Vinhedo em relação à Louveira bem como de todas as políticas e intervenções que aquele município promova em seus recursos hídricos.
Só são consideradas as microbacias hidrográficas, ou parte delas exclusivamente pertencentes
POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE ÁGUA Há investimento para adequação das estruturas novas de captação.
ao município.
Cenário 2 - Considerando a Captação do Capivari em
Louveira (Valor de Outorga) e a água produzida dentro do
município com a Precipitação, baseado nos componentes de
entrada no sistema hidrológico de Vinhedo.
SEM REPRESAS DE REGULARIZAÇÃO Acréscimo de 15% no valor da outorga atual (173,5 m3/h)
A dependência de Vinhedo em relação a outros municípios aumentaria ainda mais uma vez que o
Essa nova Captação no Rio Atibaia seria no município de manancial estaria localizado em Itatiba e, pior, esse manancial já abastece, a montante, Jundiaí, Atibaia e
Itatiba, com um sistema de captação e o recalque na extensão Itatiba cujos municípios irão precisar cada vez mais de água em função de seu crescimento, que é
NOVA CAPTAÇÃO NO RIO ATIBAIA DISPONIBILIZAÇAO DE ÁGUA
de, aproximadamente, 7,0 km desembocando no Ribeirão do inexorável, correndo-se o risco de, principalmente num evento drástico de escassez hídrica como foi em
Bom Jardim e, daí, bombeado para a Represa II. 2013/2014, não haver água para Vinhedo captar nesse manancial.
Vinhedo abriria mão de uma autossuficiência hídrica.
(*1) Com a Administração Pública custeando apenas a Recomposição das APPs ; (*2) Com a Administração Pública custeando toda a Recuperação Fisico-Hídrica: Práticas de Conservação de Água e Solo, Reflorestamento das APPs, Cercamento, etc.
399
400
VII. CAPÍTULO VII. ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE AS OPÇÕES
RECUPERAÇÃO FÍSICO-HÍDRICA DAS MICROBACIAS E A
CONSTRUÇÃO DE REPRESAS
Figura VII-1 Abertura da apresentação sobre construção de novas represas e pontos de captação de
água bruta (J. Gasparini).
401
3. CAPTAÇÃO
ATIBAIA
1. REPRESA
B. JARDIM
5. REPRESA 2. REPRESA 4
STA. CÂNDIDA
4. CAPTAÇÃO
BARREIRO/BURACÃO
6. REPRESA
PAU A PIQUE
402
As represas indicadas são concordantes com as também listadas pela
SANEBAVI (Figura 3).
Figura VII-3 Distribuição espacial das novas represas e pontos de captação apresentadas pela
SANEBAVI.
Observações:
Estabelecer uma parceria com a cidade de Valinhos para construção de novas
represas;
Proposta original que previa três represas ficou parcialmente inviável em
decorrência da construção de um novo loteamento e desmembramentos na região;
Ainda é possível implantar novos reservatórios, porém, de menor capacidade de
armazenamento;
Prefeitura precisa declarar área de u1lidade pública para assegurar a viabilidade do
projeto;
Necessidade de revisar e implantar os marcos territoriais.
403
REPRESA BOM JARDIM
6,59 ha
Figura VII-4 Localização e características físicas da Nova Represa Córrego Bom Jardim.
404
2. Nova Represa - Represa 4, nas terras da Fazenda Cachoeira.
Observações:
• Este projeto NÃO corresponde ao projeto da Represa 4 que a Prefeitura e
a SANEBAVI tem em mente (Santo Antonio/Monte Alegre);
• Interligada com o recalque de água do Bom Jardim.
3. Captação
Figura de água bruta
VII-5 Localização - Solicitar físicas
e características outorga para Represa
da Nova captação4. no Rio Atibaia.
405
Observações:
• Estratégia de contingência futura, caso a bacia do Capivari não ofereça
boas condições para suportar o abastecimento de Vinhedo.
406
4. Captação da água bruta – Córrego do Barreiro com o Córrego do Buracão.
Observações:
• Água de excelente qualidade e de fácil tratamento;
• Captar antes de cair no rio Capivari.
Figura VII-7 Localização e características físicas da captação da água bruta – Córrego do Barreiro com o
Córrego do Buracão.
407
5. Nova Represa - Represa Santa Cândida (Vizinho do Vale Verde).
33,78 ha
408
6. Nova Represa - Represa da Fazenda Pau a Pique (Pescarini).
Observação:
• Nascentes do córrego do Moinho (divisa com Itupeva).
61,70 ha
Figura VII-9 Localização e características físicas da Nova Represa da Fazenda Pau a Pique.
409
Para essa estimativa foram utilizadas as características das represas já existentes
em Vinhedo (Tabela1).
Tabela VII-1 Características de Represas de Vinhedo.
410
Tabela VII-2 Cálculo e comparativo do volume de produção de água das opções de reservação e a de recuperação hidrológica.
Área Inundada Área
Desapropriada
OPÇÕES Perímetro Área Profundidade Volume
Média
km Ha m m3 Ha
1. REPRESAS
REPRESA NOVA – CÓRREGO BOM JARDIM 2,57 15,20 3,00 456.000,00 28,48
REPRESA NOVA – CÓR. DO MOINHO/FAZ. PAU A PIQUE 2,80 44,70 3,00 1.341.000,00 61,70
DIFERENÇA 246.140,79
(1)
Consumo Per Capita: 125,66 m3/ano
411
Verifica-se que a quantidade de água possível de ser armazenada na opção
represamento corresponde a 2.847.000 m3 enquanto que a opção de recuperação físico-
hídrica permite o armazenamento de água no solo de 2.600.859,21 m3 o que dá uma
diferença de armazenagem de 246.140,79 m3 correspondente a um equivalente
populacional de 1.958 hab.
Deve ser lembrado que no cálculo da opção recuperação físico-hídrica foram
utilizados significativos coeficientes de segurança permitindo esperar-se que, em termos
de volume efetivamente retido, essa opção assuma valores maiores que o represamento.
A análise comparativa segue com a análise econômica.
Na instalação de uma represa os custos são divididos na construção do
barramento e na desapropriação da área. Para a estimativa da comparação de custos
entre as duas opções em discussão, utilizaram-se os dados apontados pelo pré-projeto da
construção de uma barragem para abastecimento público no município de Campinas – o
Barramento Rio Atibaia cujas características gerais são apresentadas nas figuras e tabela
abaixo.
412
Figura VII-10 Características gerais do novo Barramento de Campinas no Rio Atibaia.
413
Tabela VII-3 Estimativa de Custo da Represa de Atibaia de Campinas.
Descrimina ção R$
Custo total da Obra 350.875.003,00
Íte ns d e Custo
Barramento 162.719.758,00
Soma 350.875.003,00
414
Tabela VII-4 Características e parâmetros de custo do Barramento Rio Atibaia de Campinas.
Volume Útil População Consumo Capacidade Autonomia Vazão Custo Custo Custo por m3 Área
Referência de Campinas per capita/dia de Abasteci/to Abasteci/to da Obra (1) Barramento Represado Desapropr
Observações
(1)
Custo Total da Obra: R$ 350.875.003,00 - Incluindo:Barramento, Elevatória, Sistema adutor, Desapropriações e projetos. Valores atualizados até fev./17 (INCC DI).
(2)
Custo Total da Obra: R$ 350.875.003,00; Custo do Barramento: R$ 162.719.758,00; Estimativa de Custo da Elevatória, Sistema Adutor e Projeto: Desapropriação: R$ 188.155.245,00
Capacidade Autonomia Vazão Custo Custo Custo por m3 Área Custo de Valor da Terra
Desapropriação: R$ 188.155.245,00
415
O consumo per capita de Campinas foi calculado segundo a tabela abaixo.
(1)
Consumo total de água (indústria, comércio, agricultura e doméstico), em metros cúbicos (m³)
http://indicadores.cidadessustentaveis.org.br/br/SP/campinas/consumo-de-agua-per-capita..
(2)
Índice de Perda na Distribuição de água em Campinas = 20%
http://www.portalcbncampinas.com.br/2017/02/campinas-e-destaque-em-ranking-de-saneamento-divulgado-pelo-instituto-trata-brasil/
416
Tabela VII-6 Comparação entre as opões de produção de água de recuperação físico-hídrica das microbacias de Vinhedo e o represamento.
1
Áre a a se r re cupe ra da Custo das Pr ática s Co nse rva cio nista s* Custo de Recupera ção
Vegetacional das APPs *4 TOTAL
Microbacias Reflores- Agricultura Campo Total Subsolagem Terraceamento Barraginhas*2 Cercamento *3 Custo Total APP Degradada Custo Total
tamento Densidade Total Custo
Nascentes Nascente
ha R$ Unid./ha Unid. R$ R$ ha R$ R$
Tico/Moinho 0,00 50,40 333,34 383,74 575.602,55 730.162,50 1.381.446,13 0,084 28 140.526,25 2.827.737,43 111,00 1.554.000,00 4.381.737,43
Capivari 0,00 27,07 620,83 647,90 971.849,81 1.232.809,49 2.332.439,55 0,056 35 174.687,59 4.711.786,45 182,60 2.556.400,00 7.268.186,45
Santa Cândida 0,00 0,00 251,00 251,00 376.499,78 477.596,94 903.599,47 0,062 16 78.803,10 1.836.499,29 56,30 788.200,00 2.624.699,29
São Be nto / Ca p e la 0,00 3,31 169,84 173,15 259.729,00 329.471,04 623.349,59 0,029 5 25.026,96 1.237.576,59 44,20 618.800,00 1.856.376,59
Marambaia 0,00 0,00 33,18 33,18 49.763,92 63.126,45 119.433,41 0,039 1 6.429,48 238.753,26 5,10 71.400,00 310.153,26
Sterzeck 0,00 1,90 56,44 58,34 87.516,08 111.015,76 210.038,58 0,027 2 7.604,03 416.174,45 15,90 222.600,00 638.774,45
Cachoeira Pinheirinho 0,00 3,20 154,05 157,25 235.867,78 299.202,65 566.082,67 0,029 4 22.471,88 1.123.624,98 67,90 950.600,00 2.074.224,98
Ág ua do Bura cão 42,09 107,24 313,45 462,77 694.153,86 880.547,02 1.665.969,26 0,071 22 111.461,52 3.352.131,66 111,00 1.554.000,00 4.906.131,66
Juazeiro / Cruzeiro 0,00 0,00 49,83 49,83 74.740,19 94.809,31 179.376,44 0,028 1 6.987,56 355.913,50 22,50 315.000,00 670.913,50
Paciência e Cristo 48,63 0,38 225,39 274,40 411.605,45 522.129,13 987.853,08 0,075 17 85.320,25 2.006.907,91 103,70 1.451.800,00 3.458.707,91
Bom Jardim 138,25 24,62 274,88 437,75 656.619,38 832.933,84 1.575.886,50 0,031 9 42.755,07 3.108.194,79 338,90 4.744.600,00 7.852.794,79
Total 228,97 218,11 2.482,22 2.929,30 4.393.947,78 5.573.804,13 10.545.474,68 139,67 702.073,70 21.215.300,29 1.059,10 14.827.400,00 36.042.700,29
Observa ção
Preço ANA/2015 Preço Atua liza d o
R$ de Cálculo
417
Verifica-se que considerando-se os custos com a implementação de práticas
conservacionistas básicas e absolutamente necessárias para as áreas rurais de Vinhedo o
montante do investimento é da ordem de R$ 21.215.300,29 incluindo o cercamento das
nascentes. Já o da recuperação vegetacional das APPs de cursos d’água e das nascentes
nas microbacias, o montante do investimento é da ordem de 14.827.400,00.
Assim, o custo total dessa opção de aumento da produção de água em Vinhedo é
de R$ 36.042.700,00.
Por outro lado, o custo da construção de novas represas gira em torno de R$
77.808.000,00 sendo o maior montante gasto com desapropriação – R$ 51264500,00
considerando-se o valor a terra como R$ 35,00/m2.
Custo por Unidade de Ág ua Re tid a Investimento Volume Retido Custo Total Custo por
da Administra ção Volume Retido
Púb lica
3
R$ m R$ R$
Custo da Opção Re pre sa me nto 2.847.000,00 77.807.968,28 27,33
418
VIII. CAPÍTULO VIII. ANÁLISE DE RISCO DO ESTUDO
No presente trabalho, como fator de segurança de cálculo, para a precipitação anual foi
considerado o menor valor encontrado na literatura - 1249 mm/ano, indicado por NURMA-
Engenharia de Biosistemas/ESALQ/USP (Disponível em
http://www.leb.esalq.usp.br/bhbrasil/Saopaulo/).
A significância desse valor perante as características de regime de precipitação de
Vinhedo é discutida conforme se segue.
Vinhedo não possui uma série de registros climáticos de longo período. Assim, pode-se
recorrer aos dados registrados em Campinas e Jundiaí, cuja situação média climática envolve o
município de Vinhedo.
419
Tabela VIII-1 Precipitações registradas em Campinas de 1890 a 2016.
420
Título do Gráfico
2300,0
2200,0
2100,0
2000,0
(mm)
1900,0
1800,0
1700,0
1600,0
PRECIPITAÇÃO
1500,0
1400,0
Título do Eixo
1300,0
1200,0
1100,0
1000,0 Série1
900,0
800,0
700,0
600,0
500,0
400,0
300,0 CAMPINAS
200,0
100,0
0,0
1880 1890 1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020 2030
Título do Eixo
ANO
Chuva (mm)
2400
2300
2200
2100
2000
PRECIPITAÇÃO (mm)
1900
1800
1700
1600
1500
1400
1300
1200
1100 Chuva (mm)
1000
900
800
700
600
500
400
300
200
JUNDIAÍ
100
0
1880 1890 1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020 2030
ANO
Figura VIII-1 Precipitações registradas em Campinas de 1890 a 2016 e em Jundiaí de 1942 a 2016.
421
Tabela VIII-2 Ranqueamento das precipitações ocorridas em Campinas, de menor registro para o
maior.
Aos dados foi aplicado o teste de Lilliefors obtendo-se o valor de 0,0445 (com Valor
Crítico de 5% igual a 0,0816) indicando que, de acordo com o teste de Lilliefors, a distribuição
normal pode ser utilizada para estimar a probabilidade de ocorrência de totais anuais de chuva
em Campinas ao nível de 5% de significância.
Na figura 2 são apresentadas as probabilidades de ocorrência de precipitações, de
acordo com o teste de Lilliefors.
422
Probabilidade (%)
90,00
Chuva Anual Probabilidade
80,00
de Ocorrência
chuva ≤ 70,00
1400,0
1350,0
1300,0
Chuva (mm)
1250,0
1200,0
1150,0
1100,0
1050,0
1000,0
950,0
900,0
850,0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Verifica-se que nos anos 2013/2014 os totais de precipitação anuais foram ainda abaixo
de 1249 mm. O ano de 2012 não concorreu para seca, uma vez que atingiu um bom índice de
1485,4mm.
Isso mostra o acerto em considerar-se a precipitação anual de 1250 mm como média de
precipitação anual para Vinhedo uma vez que esse estudo de sustentabilidade hídrica aproxima-
se mais da ocorrência de uma seca que, por vivência tem-se hoje a noção exata do dano que a
ocorrência de apenas dois anos de precipitações abaixo desse valor refletem na disponibilidade
hídrica na região de Vinhedo.
423
Em adição a análise em escala anual, a condição extremamente seca do ano de 2014
pode ser também evidenciada pela aplicação do Índice Padronizado de Precipitação aos totais
anuais de precipitação pluvial.
O Índice de Precipitação Padronizado (Standard Precipitation Índex – SPI) é
comumente utilizado para o monitoramento de condições associadas à secas e excesso de chuva.
O SPI foi desenvolvido por McKee et al. (1993) e é baseado somente no produto de
precipitação.
A tabela 3 qualifica o grau da seca em função do Índice SPI.
424
SPI SPI SPI SPI SPI
0,00
0,50
1,00
1,50
2,50
3,00
3,50
4,00
2,00
-3,50
-3,00
-2,50
-2,00
-1,50
-0,50
-4,00
-1,00
0,00
0,50
1,00
1,50
3,00
3,50
4,00
0,00
0,50
1,00
1,50
2,50
3,00
3,50
4,00
0,00
0,50
1,00
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
2,00
2,50
2,00
1,50
-3,00
-2,50
-2,00
-1,50
-3,00
-2,50
-2,00
-1,50
-3,50
-3,00
-2,50
-2,00
-1,00
-0,50
-4,00
-3,50
-1,00
-0,50
-4,00
-3,50
-1,00
-0,50
-4,00
-1,50
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
3,00
3,50
4,00
2,50
-4,00
-3,00
-2,50
-2,00
-1,50
-1,00
-3,50
-0,50
2010 1980 1950 1920 1890
2010 1980 1950 1920 1890
2010 1981 1951 1921 1891
2010 1982 1952 1922 1892
2010 1983 1953 1923 1893
2010 1983 1953 1923 1893
2011 1984 1954 1924 1894
2011 1985 1955 1925 1895
2011 1986 1956 1926 1896
2011 1986 1956 1926 1896
2011 1987 1957 1927 1897
2011 1988 1958 1928 1898
2012 1989 1959 1929 1899
2012 1989 1959 1929 1899
2012 1990 1960 1930 1900
2012 1991 1961 1931 1901
2012 1992 1962 1932 1902
2012 1992 1962 1932 1902
2013 1993 1963 1933 1903
2013 1994 1964 1934 1904
2013 1995 1965 1935 1905
2013 1995 1965 1935 1905
2013 1996 1966 1936 1906
2013 1997 1967 1937 1907
Campinas 1920-1949
Campinas 1980-2009
Campinas 1950-1979
Campinas 1890-1919
Campinas 2010-2016
2014 1998 1968 1938 1908
2014 1998 1968 1938 1908
2014
Quantificação histórica da Seca
Figura VIII-4 Distribuição dos Índices SPI na série de dados pluviométricos de Campinas.
2016
2016 2008 1978 1948 1918
2016 2009 1979 1949 1919
2016
425
Tabela VIII-4 Anos e seus meses mais secos da série histórica de Campinas, segundo o SPI.
426
Tabela VIII-5 Precipitações registradas em Jundiaí de 1942 a 2016.
427
Tabela VIII-6 Ranqueamento das precipitações ocorridas em Jundiaí, de menor registro para o
maior.
428
Probabilidade (%)
90,00
Chuva Anual Probabilidade
80,00
(mm) (%) 70,00
60,00
800 1,2 50,00
1000 6,5 40,00 Probabilidade (%)
30,00
1200 22,2
20,00
1400 49,4
10,00
1600 76,9 0,00
0 500 1000 1500 2000
Figura VIII-6 Precipitações anuais ocorridas anteriores e posteriores ao período de seca ocorrido
nos anos de 2013/2014.
Verifica-se que nos anos 2013/2014 os totais de precipitação anual foram abaixo de
1249 mm e que 2012 não concorreu para seca, uma vez que atingiu um bom índice de 1710,9
mm.
As mesmas considerações sobre a pertinência de considerar-se a precipitação média
anual de 1249 mm realizada na análise de Campinas aqui se aplica também.
Em adição a análise em escala anual, a condição extremamente seca do ano de 2014
pode ser também evidenciada pela aplicação do Índice Padronizado de Precipitação aos totais
mensais de precipitação pluvial.
A distribuição dos Índices SPI na série de dados pluviométricos de Jundiaí é
apresentada na figura 7.
429
4,50
4,00
3,50
Quantificação histórica da Seca
3,00 Jundiaí 1942-1971
2,50
2,00
1,50
1,00
0,50
SPI
0,00
-0,50
-1,00
-1,50
-2,00
-2,50
-3,00
-3,50
-4,00
-4,50
1942
1942
1943
1944
1945
1945
1946
1947
1948
1948
1949
1950
1951
1951
1952
1953
1954
1954
1955
1956
1957
1957
1958
1959
1960
1960
1961
1962
1963
1963
1964
1965
1966
1966
1967
1968
1969
1969
1970
1971
4,50
4,00
3,50
Quantificação histórica da Seca
3,00 Jundiaí 1972-2001
2,50
2,00
1,50
1,00
0,50
SPI
0,00
-0,50
-1,00
-1,50
-2,00
-2,50
-3,00
-3,50
-4,00
-4,50
1972
1972
1973
1974
1975
1975
1976
1977
1978
1978
1979
1980
1981
1981
1982
1983
1984
1984
1985
1986
1987
1987
1988
1989
1990
1990
1991
1992
1993
1993
1994
1995
1996
1996
1997
1998
1999
1999
2000
2001
4,50
4,00
3,50
Quantificação histórica da Seca
3,00 Jundiaí 2002-2016
2,50
2,00
1,50
1,00
0,50
SPI
0,00
-0,50
-1,00
-1,50
-2,00
-2,50
-3,00
-3,50
-4,00
-4,50
2002
2002
2002
2003
2003
2004
2004
2004
2005
2005
2006
2006
2007
2007
2007
2008
2008
2009
2009
2009
2010
2010
2011
2011
2012
2012
2012
2013
2013
2014
2014
2014
2015
2015
2016
2016
Figura VIII-7 Distribuição dos Índices SPI na série de dados pluviométricos de Jundiaí.
De forma mais detalhada, a tabela 7 apresenta os anos e seus meses mais secos da série
histórica segundo o SPI
430
Tabela VIII-7 Anos e seus meses mais secos da série histórica segundo o SPI.
Tabela 2: Meses mais secos da série histórica segundo o SPI
Ano Mês Índice de Seca: SPI
2014 10 -4,30
1956 11 -4,23
1984 2 -3,46
1997 3 -3,31
1969 2 -2,68
1984 10 -2,62
1942 10 -2,59
1993 3 -2,40
1981 2 -2,37
2002 12 -2,34
431
Tabela VIII-8 SPI mensal do período de 1891 a 2016 considerou-se a média dos índices ocorridos
nos três meses de seca – maio a julho.
Para maximizar o efeito dessa seca, pode ser observado também que, 2013 já vinha se
apresentando como um ano seco, tendo-se a media de SPI de maio, junho e julho de 2013
atingindo - 0,695.
A análise que qualifica a severidade relativa desse período de dois anos de seca -
2013/2014 é conduzida de acordo com o que se segue.
No período de 126 anos de registro de Campinas, calculou-se a SPI médio de todos dois
anos consecutivos (Biênios). A tabela 9 mostra o resultado.
Os dados mostram que o biênio 2013/2014 apresentou um SPI médio de -0,589 sendo
que esse valor o classifica, apenas, como o vigésimo primeiro biênio mais seco já registrado na
região de Campinas. Isso quer dizer que outros vinte biênios de um total de 146 foram ainda
mais secos que 2013/2014 que já resultou numa condição desesperadora na nossa região. Isso
ressalta a importância do esforço em se assegurar uma maior estabilidade na disponibilidade de
água para o município de Vinhedo, como propõe o presente estudo.
432
Tabela VIII-9 SPI média de todos os Biênios dentro do período de 126 anos de registro de Campinas
433
IX. CAPÍTULO IX. DIAGNÓSTICO DAS ESPECIFICIDADES DE
DEGRADAÇÃO FÍSICO-HÍDRICA DAS MICROBACIAS DE
VINHEDO.
434
ASPECTOS SOCIAIS
A Microbacia Hidrográfica Bom Jardim conta com a maior área de vegetação arbórea
preservada de Vinhedo, possuindo em 2012, 6,4 Km² de uma área total 11,7 Km² (Tabela 23),
sendo boa parte dessa cobertura composta por eucaliptos.
Gonçalves Junior (2015) ressalta que não abordou sobre os possíveis impactos
ambientais causados pela cultura do eucalipto, pois o objetivo de seu trabalho remetia apenas a
sua função na interceptação e no amortecimento do impacto das chuvas, favorecendo a
infiltração e reduzindo o escoamento superficial.
435
Tabela IX-1 Evolução das Áreas Permeáveis ou de Baixa Impermeabilização e de Cobertura
Arbórea na Microbacia Hidrográfica Bom Jardim.
Figura IX-2 Localização espacial do Condomínio Vale da Santa Fé (5), Chácaras do Lago (6), Villa
Monteverde (16), Recanto dos Canjaranas (13) e Villa D'oro (33).
436
No que se refere à cobertura vegetal arbórea, o Vale do Santa Fé apresenta um grande
avanço no que se refere preservação. Em 2012, a cobertura arbórea registrada em seu interior
apresentava-se três vezes maior do que a registrada em 1962, e quase cinco vezes maior do que
a registrada em 1978 (um ano após sua instalação).
No loteamento fechado Chácaras do Lago a situação é totalmente diferente, primeiro
por que o loteamento foi instalado em uma área totalmente desmatada, e segundo, por que não
ocorreu nenhuma recomposição da cobertura arbórea na área do empreendimento até 1994, ou
seja, mesmo após 11 de sua instalação não se registraram avanços na recomposição da cobertura
vegetal arbórea. Valores relacionados à recomposição só são notados em 2012 (cerca de 10%)
principalmente nos fundos de vale e nas vertentes de maior declividade.
Por possuir lotes menores e mais adensados, em 2012 o loteamento fechado Chácara do
Lago (quase totalmente ocupado) apresentava 48% de sua área impermeabilizada, o que
consiste num aumento de cerca de 30% em relação a 1994.
Os demais loteamentos fechados localizados a noroeste da microbacia foram todos
instalados após 1994, o Recanto dos Canjaranas e o Villa Monteverde em 1996 e o Vila D'oro
em 2002.
O loteamento Villa Monteverde localizado no interflúvio entre a Microbacia
Hidrográfica Bom Jardim e a Microbacia Hidrográfica Juazeiro (tendo inclusive sua portaria
localizada nesta última) constitui um dos menores loteamentos fechados de Vinhedo, possuindo
cerca de 30000m².
Sua instalação ocorreu sobre uma área que já se apresentava desmatada em 1978,
porém, como apenas cinco casas foram construídas desde sua instalação em 1996, boa parte do
loteamento ainda apresenta características de permeabilidade.
No loteamento Recanto dos Canjaranas registrou-se um aumento de cobertura arbórea
de cerca de três vezes entre 1994 e 2012, quase que exclusivamente na área instituída como
APP dentro do loteamento. O loteamento por estar ocupado quase que em sua totalidade,
apresenta taxas de impermeabilização do solo elevadas, chegando aos 93% em 2012.
O loteamento Villa D'oro, criado em 2002, não apresentava nenhuma residência
construída até 2012, assim, sua área permeável corresponde quase que a totalidade da área do
loteamento, estando por volta de 93%, valor este que desconta apenas a infraestrutura do
loteamento.
A cobertura vegetal arbórea do loteamento foi recomposta após sua instalação, passando
dos 14000m² registrados em 1962, 1978 e 1994 para 20000m² em 2012.
Toda microbacia encontra-se localizada sobre as formas de relevo denominadas
Morrotes e Morros, ou seja, sobre as áreas mais suscetíveis a erosão laminar, sulcos e rastejo
devido às declividades acentuadas, no entanto os compartimentos estruturantes da paisagem
apresentam-se bem preservados, principalmente na porção oeste da microbacia, local onde se
encontra a maior mancha cobertura vegetal arbórea continua de Vinhedo.
No loteamento fechado Vale da Santa Fé os compartimentos estruturantes indutores
localizados nas áreas de maior declividade apresentam-se bem preservados pela cobertura
arbórea, fato que conduz a um amortecimento natural para o impacto das chuvas através das
copas das árvores, favorecendo a infiltração.
Nos compartimentos de passagem a impermeabilização dos solos é baixa devido ao
perfil de ocupação em grandes lotes. Por fim, os compartimentos receptores dentro do
loteamento, além da vegetação bem preservada, apresentam quatro lagoas de amortecimento
para os eventos de chuva concentrada, evitando impactos ambientais ao longo do sistema de
drenagem.
O loteamento fechado Chácaras do Lago localizado em um compartimento estruturante
de passagem, apesar de possuir quase metade de sua área impermeabilizada, direciona seu
escoamento superficial para o grande lago a leste, que inclusive dá nome ao empreendimento,
funcionando assim como reservatório de amortecimento.
Este lago não existia em 1962, porém já se fazia presente na foto área de 1978, assim,
pode-se constatar que o lago artificial foi instalado antes do loteamento fechado no intuito de
funcionar como reservatório para o abastecimento de Vinhedo.
437
O compartimento estruturante indutor localizado no topo da vertente a qual o
loteamento fechado está inserido apresenta-se pouco impermeabilizado.
Nos loteamentos fechados da porção noroeste, não foram constatados problemas
derivados da dinâmica de escoamento superficial das águas.
O Vila Monteverde apesar de estar localizado em um compartimento estruturante
indutor possui áreas permeáveis e que favorecem a infiltração, sendo que sua drenagem é
conduzida para um tributário do córrego Bom Jardim no compartimento estruturante de
passagem a leste do loteamento, local onde se encontra a nascente deste tributário em meio a
uma grande APP.
Além disso, quase na confluência deste tributário com o córrego Bom Jardim, foram
instalados dois reservatório de contenção, também utilizados pelos proprietários rurais.
No Villa D'oro a situação é semelhante, os três compartimentos estruturantes da
paisagem apresentam-se pouco impermeabilizados, sendo o indutor ainda bem preservado pela
cobertura arbórea, a drenagem segue internamente para um tributário do córrego Bom Jardim
que possui em meio à mata um reservatório de amortecimento.
Estes dois loteamentos apresentavam-se ambientalmente estáveis, principalmente por
possuírem baixa densidade de ocupação, no entanto, como seus lotes estão sendo negociados no
mercado imobiliário e por estarem inseridos sobre área classificada como de expansão urbana,
há possibilidade do surgimento de problemas sistêmicos derivados da impermeabilização.
O loteamento Recanto dos Canjaranas está localizado sobre um compartimento
estruturante indutor de processos na divisa entre as Microbacias Hidrográficas Bom Jardim e
Paciência/Cristo e também sobre o compartimento estruturante de passagem em média vertente.
Sua área em 2012 apresentava-se 93% impermeabilizada, porém, o escoamento
direcionado para o córrego Bom Jardim segue antes para um dos tributários do córrego a oeste
do empreendimento onde são encontrados três reservatórios de amortecimento, poucos metros
antes da confluência com o córrego Bom Jardim. O primeiro dos três reservatórios foi
construído antes mesmo de 1962 tendo como intuito inicial o uso da água nas áreas agrícolas.
Os cerca de 10% da área do loteamento voltados para a Microbacia Hidrográfica
Paciência/Cristo tem seu escoamento direcionado para a cabeceira de drenagem do córrego
Cristo em meio à densa área de cobertura arbórea.
Outro ponto importante consiste no fato de que os loteamentos Recanto dos Canjaranas,
Vale da Santa Fé e Chácaras do Lago, foram instalados antes do Plano Diretor de 2007, ou seja,
apesar de estarem inseridos na ZCA Leste são classificados como Zonas Residências 1 (ZR1),
ou seja, seu uso permanece estritamente residencial, porém, mantendo os padrões mínimos
exigidos para preservação dos recursos naturais.
ASPECTOS AMBIENTAIS
438
Tabela IX-2 Área ocupada por cada tipo de ocupação.
439
Tabela IX-3 Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica em 2006 e 2011 e sua variação no período; Grau de
Conservação e Uso das APPs da microbacia.
Mapeamento (2011)
Mapeamento (2006)
Incremento
440
Tabela IX-4 Uso dos Solos da Microbacia do Bom Jardim em 2017.
441
Figura IX-4 Diagnóstico de campo dos parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal
arbórea da APP dos corpos d’água, aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno.
Agropecuária
Áreas
Preservadas
Aglomerado Rural
442
Para a Microbacia do Bom Jardim, de acordo com os pontos assinalados na figura e a
tabela abaixo, os principais impactos são:
Obs.: o Ponto 31 que é apresentado no mapa refere-se à Microbacia Paciência e Cristo; Sub-Microbacia
J1; Condomínio Canjaranas; Nascente impactada em frente à portaria da Associação dos Moradores do
Canjaranas; Rodovia Edenor João Tasca.
443
diagnóstico foi da VM Engenharia e as diretrizes foram da Granziera Consultoria e Direito
Ambiental.
Apoiar o Projeto Piloto, de iniciativa do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio
Ambiente (GAEMA) do Ministério Público do Estado de São Paulo que propõe a união das
cidades de Valinhos e Vinhedo para recuperar da Bacia do Bom Jardim;
Colocar em prática o pagamento por serviços ambientais (PSA),
444
Figura IX-7 Localização e limites da microbacia hidrográfica do Bom Jardim.
Tabela IX-6 Três cenários/metodologias na execução do balanço hídrico da bacia hidrográfica do Córrego
Bom Jardim.
445
Conclui-se que a bacia hidrográfica do Córrego Bom Jardim apresenta déficits hídricos severos
desde a 1ª captação de água para o abastecimento público de Vinhedo até a foz.
As bacias hidrográficas dos 3 principais afluentes formadores do Córrego Bom Jardim, a saber,
os cursos d’água da ‘Chácaras do Lago’, ‘Bairro Torres’ e ‘Córrego do Observatório’ ainda possuem,
cada uma ‘alguma’ disponibilidade hídrica remanescente. Essa disponibilidade, no entanto, não poderia
ser aproveitada, tendo em vista que há déficit hídrico à jusante, a saber, nas captações de água para o
abastecimento público existentes.
Para uma melhor análise dos parâmetros qualitativos da água dos pontos de coleta, considerou-
se relevante a estimativa das vazões ecológicas dos pontos de coleta de amostras. A estimativa foi
realizada por meio da metodologia consagrada de regionalização de vazões (cálculos de vazões
mínimas).
A vazão mínima é utilizada para o planejamento da bacia hidrográfica, para a avaliação do
cumprimento dos padrões ambientais do corpo receptor e para a alocação de cargas poluidoras. Assim, a
determinação das eficiências requeridas para os tratamentos dos diversos lançamentos e a capacidade de
uso de um corpo de água deve ser determinada nas condições críticas, que ocorrem no período de vazão
mínima.
A vegetação na microbacia do Bom Jardim engloba duas formações de Floresta Ombrófila
Densa, respectivamente montana e aluvial.
Foram encontradas 114 espécies e 04 morfoespécies que não se pode identificar por não
apresentarem flores, frutos e sementes. As 114 espécies são pertencentes a 42 famílias diferentes, sendo
26 espécies exóticas e 88 nativas. Quanto ao hábito verificaram-se, 06 herbáceas, 16 arbustivas e 92 com
porte arbóreo.
Na definição das ações de restauração das áreas degradadas considerou a implantação de
Corredores ecológicos que se caracteriza como sendo faixa de cobertura vegetal existente entre
remanescentes de vegetação primária em estágio médio e avançado de regeneração, capaz de propiciar
habitat ou servir de área de trânsito para a fauna residente nos remanescentes.
O estudo constatou que para a implantação dos corredores ecológicos será necessária a
revegetação de algumas áreas e ainda a substituição gradativa do eucalipto por vegetação nativa.
O estudo também preconizou a “Renaturalização de rios e córregos” que se trata de técnica
ainda pouco utilizada no Brasil, mas muito difundida em outros países. Pode ser aplicada em conjunto
com a implantação do parque linear e consiste em promover as condições necessárias para que o curso
de água recupere suas condições naturais. Os benefícios principais alcançados com essa técnica são a
reduções dos picos de cheia, a diminuição dos processos erosivos, a melhoria da qualidade da água e o
restabelecimento do ecossistema.
Também aponta como necessário a contenção de encostas instáveis. Os serviços de restauração
de margens próximas ao barramento incluem o retaludamento, a revegetação, o revestimento e estruturas
de contenção que podem ou não utilizar gabiões, por exemplo.
Realizou-se o detalhamento da análise por bairro que compõe a microbacia, de acordo com a
figura abaixo, dos quais se descreve aqui os pertencentes à Vinhedo.
446
Figura IX-8 Localização dos bairros inseridos na microbacia.
Bairro Caixa D’Água: Trata-se do maior bairro em extensão (área de aproximadamente 10,47 km²)
inserido totalmente na bacia do Bom Jardim. Os condomínios abrangem grande área do bairro e, devido
ao padrão social dos moradores, deve apresentar alto consumo de água per capta.
O abastecimento é realizado através da extração por poços de captação de água subterrânea,
localizados internamente em cada condomínio. A água coletada pelos poços é submetida apenas a
tratamento simplificado através de adição de cloro e filtragem simples.
O sistema de esgotamento sanitário é realizado por fossas sépticas, individuais para cada
residência dentro dos condomínios. Este tratamento é variável com relação à eficiência, de acordo com o
tipo de dispositivo adotado. A administração dos condomínios procura recomendar marcas específicas,
mas deixa a cargo dos proprietários a escolha do tipo de fossa séptica. Portanto, considera-se que, caso o
tratamento dos esgotos não seja satisfatório, pode ocorrer poluição difusa do solo e da água subterrânea
na região.
Para os moradores que têm um tempo significativo de residência no bairro, a produção rural
atual é vista como praticamente inexistente, sendo cada vez mais constante o abandono de determinadas
culturas e a venda de propriedades rurais para fins residenciais e de lazer. Essa realidade é constatada
pela existência de diversos condomínios e chácaras residenciais e de lazer, de médio a alto padrão, que
alteram não somente a paisagem, mas também o perfil da população local, a qual passa a ser constituída
também por turistas de segunda residência e novos moradores vindos, especialmente, dos grandes
centros urbanos que mantém o trabalho em seu local de origem.
É importante destacar que nesse bairro encontra-se a barragem João Antunes dos Santos situada
às margens da rodovia municipal Vinhedo/Itatiba, na Fazenda Monte Alegre. A construção da barragem
foi idealizada por Dom Pedro II para abastecer a cidade de Campinas e o início de sua construção
ocorreu em 1876 sendo concluída em 1891, revelando a importância da área em dimensões social,
histórica e cultural. Embora essa barragem esteja localizada no município de Vinhedo, ela é de
propriedade do município de Valinhos desde 1955, após disputa judicial entre os municípios.
O gerenciamento da área é realizado pelo Departamento de Águas e Esgotos de Valinhos -
DAEV sob autarquia.
Bairro Observatório: Este bairro apresenta uma área de 1,72 km² e está inserido em quase sua totalidade
na bacia do Bom Jardim. Antiga área de produção agrícola, atualmente este tipo de atividade econômica
é praticamente inexistente, onde foram registradas apenas áreas de pasto.
O abastecimento de água na região é realizado por água encanada provinda do sistema
municipal de abastecimento.
Não foram identificados lançamentos e pontos de abastecimento independentes significativos.
Nesse bairro está presente uma travessia na divisa de municípios entre Valinhos e Vinhedo,
localizada no Córrego do Bom Jardim (o local encontra-se em risco de assoreamento e erosão
acentuada).
447
Existem na região dois pequenos barramentos em sequência. Esses barramentos localizam-se na
região de uma antiga granja desativada e, por consequência, hoje sem captação de água. Há ainda alguns
empreendimentos que contam com captação de água subterrânea.
Bairro Cachoeira: O bairro Cachoeira apresenta uma área de 6,22 km², porém uma pequena porção
deste bairro encontra-se inserida na bacia do Bom Jardim, com uso predominantemente rural,
constituído principalmente por silvicultura.
Análise Geral: Verificou-se uma forte pressão para a expansão urbana sobre as áreas que ainda
não se encontram urbanizadas.
Estas áreas são, em sua maioria, grandes extensões de pasto com pequenas criações de gado,
indicando uma baixa produtividade rural.
Os relatos dos moradores, que vivem nos bairros há mais de 30 anos, indicam uma drástica
diminuição da produção rural local, como consequência do avanço do parcelamento do solo das antigas
fazendas para realização de loteamentos e condomínios, implicando num êxodo rural e na significativa
diminuição e até mesmo extinção de determinadas cultivos.
Com o objetivo de identificar os principais impactos ambientais que afetam a Bacia
Hidrográfica do Córrego Bom Jardim o estudo organizou dois encontros de grupos focais com esse
grupo de moradores, sendo um realizado em Vinhedo e o outro em Valinhos,
Seguem abaixo os principais impactos identificados pelos participantes em Vinhedo:
A bacia hidrográfica do Córrego Bom Jardim não possui ponto de amostragem permanente para
análise da qualidade das águas assim, foram escolhidos 7 pontos para fazer a coleta de amostras para
análise.
Os pontos estão mostrados na figura colocada a seguir e as demais informações estão
apresentadas no quadro a seguir.
A escolha desses pontos foi norteada da seguinte maneira:
448
Ponto 1- Próximo à foz do curso d’água - por sua localização recebe, portanto, toda a contribuição de
águas, lançamentos e contaminantes da bacia hidrográfica;
Ponto 2- Captação de Valinhos, na barragem do Moinho Velho;
Ponto 3- Captação principal de Valinhos;
Ponto 4- Captação principal de Vinhedo;
Ponto 5- Curso d’água da Chácara do Lago;
Ponto 6- Córrego do Reservatório; e
Ponto 7- Curso d’água do Bairro das Torres (Córrego das Ortizes).
Como resultados das análises, o córrego do Bom Jardim, de acordo com o Decreto Estadual
n°10.755 de 22 nov.1977, é de Classe 2.
449
De acordo com o Decreto Estadual nº 8.468, de 08 set.1976, que regulamentou a Lei Estadual nº
997, de 31 de maio de 1976, que dispõe sobre a Prevenção e o Controle da Poluição do Meio Ambiente,
as águas dos corpos d´água de classe 2 são destinadas ao abastecimento doméstico, após tratamento
convencional, à irrigação de hortaliças ou plantas frutíferas e à recreação de contato primário (natação,
esqui aquático e mergulho).
As águas do Córrego Bom Jardim apresenta a seguinte situação de qualidade:
Coliformes totais - Padrão: contagem baixo de 1000; Situação atual: Contagem elevada em quase
todas as análises e em quase todos os pontos de coleta, em especial para o ponto de coleta nº 1.
Escherichia coli - Padrão: Ausência; Situação atual: presente em todas as análises e em todos os
pontos de coleta.
DBO5,20 - Padrão: Inferior A 5 Mg/L; Situação atual: excede o valor máximo permitido para os
pontos 1 e 2 em 50% das amostragens.
Oxigênio Dissolvido - Padrão: Superior A 5 Mg/L: Situação atual: atende ao padrão (menor valor 6,4
mg/l).
Parâmetros Organofosforados (demeton, dimetoato, etc.): Situação atual: não atingiram o limite de
detecção do cromatógrafo, que é bastante inferior ao menor limite máximo permitido pela
legislação.
Com respaldo na Lei Paulista nº. 9.866/1997, realizou-se o Zoneamento Ambiental da APRM
delimitando as áreas de intervenção da bacia hidrográfica do Córrego Bom Jardim.
450
Parágrafo único - As Áreas de Recuperação Ambiental serão reenquadradas através do PDPA
em Áreas de Ocupação Dirigida ou de Restrição à Ocupação, quando comprovada a efetiva
recuperação ambiental pelo Relatório de Situação da Qualidade da APRM.
Para a delimitação preliminar das ARO’s - Áreas de Restrição à Ocupação, AOD’s – Áreas de
Ocupação Dirigida e ARA’s – Áreas de Recuperação Ambiental foram utilizadas as seguintes
informações gráficas:
Mapa do Uso e Ocupação do Solo elaborado sobre a imagem de satélite de 2010, georreferenciado e
ortorretificado;
Zoneamento urbano vigente dos municípios de Vinhedo e Valinhos, SP;
Mapa de APP’s conforme nova legislação (25/maio/2012) que define o Código Florestal;
Mapa de propostas de corredores ecológicos;
Mapa de declividades críticas (terrenos acima de 30% de declividade);
Definição da bacia hidrográfica do córrego Bom Jardim sobre a topografia oficial da área de estudo
na escala 1:10.000 do IGC;
Feições de brejos/pântanos/alagadiços definidas pelo IGC.
Também, nessa etapa do projeto, a equipe julgou necessária a definição de ARO's de Preempção
(Áreas de Restrição à Ocupação de Preempção). São as ARO’s de Preempção ou AROp’s:
Áreas enquadradas na atualidade, como AOD’s, com vistas a tornarem-se ARO’s no futuro próximo;
Áreas com preempção de uso para a formação de vegetação ciliar ou não com vistas à formação de
corredores ecológicos na bacia hidrográfica do Córrego Bom Jardim;
Áreas prioritárias para a compensação ambiental na bacia hidrográfica do Córrego Bom Jardim
quando do licenciamento florestal junto ao(s) órgão(ãos) responsáveis.
O trabalho sugere que para cada área ocupada em ARO (senso estrito), sejam compensadas no
mínimo X vezes em AROp’s (X a ser definido). Essa compensação ambiental poderá se dar pela
aquisição da área ou apenas contrato com o proprietário, desde que sempre registrada em cartório como
reserva legal irrevogável;
A preempção descrita acima, no entanto, será válida até o ano de 2050, até o dia 31/dez/2050;
após essa data, em 01/jan/2051, todas as AROp’s ainda não vinculadas a um processo de compensação
ambiental em andamento serão reenquadradas como ARA’s e deverão ser de imediato recuperadas para
a formação dos corredores ecológicos previstos neste estudo pelo prazo não prorrogável de 10 anos.
Após este período, em 01/jan/2061 tais áreas serão reenquadradas em ARO’s.
Essa metodologia foi estabelecida com o intuito de garantir o desenvolvimento (a ocupação
sustentável) da bacia do Córrego Bom Jardim em não se restringindo direito de utilização da terra pelos
proprietários, mas estabelecendo critérios de compensação ambiental que permitam a formação de
corredores ecológicos futuros.
O direito de uso da terra pré-existente também não foi abalado com exceção às áreas de
possíveis APPs que possuam vegetação descaracterizada (roçada, plantação, vias de tráfego e
reflorestamento do tipo comercial).
Outro benefício que se observa com a metodologia adotada é a valorização das áreas
enquadradas como AROp’s como “moeda de troca” com empreendimentos a serem instalados em
AOD’s (de senso estrito), noutras palavras, os próprios empreendedores poderão tornar-se os principais
responsáveis pela promoção/implantação dos corredores ecológicos, quando de sua intenção de ocupar
novas áreas na bacia hidrográfica.
Os proprietários de terras em áreas enquadradas como AROp’s terão até o fim do ano de 2050
para se valerem desse processo de valorização de suas terras.
O mapa do ‘Zoneamento Ambiental’ da APRM Bom Jardim em áreas de intervenção é
apresentado abaixo.
451
Figura IX-10 Mapa do Zoneamento Ambiental da APRM Bom Jardim.
Conclusão
Comitês PCJ (2013), quanto ao aspecto sanitário e aos recursos hídricos da bacia hidrográfica do
Córrego Bom Jardim - BHBJ, concluiu que:
452
- Há dificuldade na obtenção dos dados completos de licenças ambientais concedidas e autuações
lavradas;
- Não há plano de contingência de acidentes com cargas perigosas e;
- Não há restrições de tráfego e permanência de cargas perigosas;
- O plano de macrodrenagem da bacia do ribeirão Pinheiros, Valinhos, SP sugere a implantação de
diversos reservatórios para o amortecimento de Vazões na BHBJ que erradicarão parcialmente a
APP Remanescente e conflitam com os objetivos do Tombamento.
Por fim, o trabalho gerou, dentre outros, os seguintes mapas:
453
Figura IX-13 Mapa das áreas de preservação permanente.
454
MICROBACIA JUAZEIRO / CRUZEIRO
ASPECTOS SOCIAIS
A maioria dos moradores elogiou a Prefeitura por manilhar e tubular o córrego. Os moradores
receberam muito bem a equipe de pesquisadores e mostraram preocupação com o assunto em questão. O
acúmulo de lixo nos terrenos baldios atraía um número significativo de ratos e animais peçonhentos à
região.
455
A microbacia hidrográfica do córrego Juazeiro começou a ser notavelmente urbanizada após a
década de 1980, tendo sua ocupação claramente definida pela instalação do loteamento fechado Jardim
Paulista I, na Microbacia Hidrográfica Pinheirinho/Cachoeira, localizada a oeste. Antes disso os únicos
sinais visíveis de estruturação urbana ocorriam na porção noroeste da microbacia, local onde se inseriam
os primeiros arruamentos do loteamento aberto João XXIII, na segunda metade da década de 1970, mais
precisamente na divisa com a Microbacia Hidrográfica Pinheirinho/Cachoeira.
A instalação do bairro João XXIII teve como base a demanda por mão de obra para as antigas
indústrias, instaladas principalmente sobre a Microbacia Hidrográfica Sterzeck.
A partir da segunda metade da década de 1980, a porção mais alta do bairro (leste da Microbacia
Hidrográfica Juazeiro) começava a ser ocupada por residências de alto padrão, construídas em terrenos
amplos (superior a 1000 m²) estruturadas sobre loteamentos abertos. Posteriormente estas residências
tornaram-se cercadas pelos loteamentos fechados.
Dessa forma, pode-se perceber que a urbanização inicial dessa microbacia esteve associada ao
processo de expansão urbana da porção nordeste da Microbacia Hidrográfica Pinheirinho/Cachoeira,
sendo, portanto, influenciada inicialmente pelas antigas indústrias da porção norte do município e
posteriormente pela instalação do loteamento fechado Jardim Paulista I, assim, a urbanização parte do
baixo curso do córrego Cachoeira, do qual o córrego Sterzeck é afluente, chegando por fim ao vale do
córrego Juazeiro, intensamente ocupado a partir da década de 1990 em um padrão disperso de
urbanização.
O interessante é que após 1978 a cobertura arbórea da microbacia se ampliou, ou seja, ao mesmo
tempo em que se urbanizava, a microbacia teve aumentada sua cobertura vegetal arbórea (Tabela 20).
Em 2012, a microbacia apresentava um valor de cobertura arbórea quase três vezes maior do que o
registrado em 1978. Neste processo foram recompostas principalmente as matas ciliares. Esse aumento
acompanhou o padrão disperso de urbanização desta área, ou seja, a vegetação se amplia pelo fato dessa
área não ter sido planejada para ser urbanizada de forma densa, diferentemente da porção noroeste da
microbacia, onde se localiza a parte baixa do bairro João XXIII.
Tabela IX-7 Evolução das Áreas Permeáveis ou de Baixa Impermeabilização e de Cobertura Arbórea na
Microbacia Hidrográfica Juazeiro.
Na década de 1990 foram instalados três empreendimentos; o condomínio horizontal Ipê Velho
e os loteamentos fechados Bosque das Grevíleas e Residencial Morada do Sol.
Na década de 2000 foram instalados mais cinco empreendimentos; os loteamentos fechados
Recanto dos Paturis, Villagio di Verona, Jardim das Palmeiras, Reserva da Mata e Morada do Bosque,
conferindo em soma uma área intramuros de 0,68 Km², o que corresponde a cerca de 19% da área da
microbacia.
Ao redor destes loteamentos fechados notam-se grandes vazios urbanos, chácaras de lazer e
propriedades rurais.
456
Figura IX-16 Localização espacial do Condomínio Ipê Velho (11), Bosque das Grevíleas (17), Residencial
Morada do Sol (19), Recanto dos Paturis (21), Villagio di Verona (23), Jardim das Palmeiras (27), Reserva
da Mata (34) e Morada do Bosque (35).
457
preservada, dessa forma evitam-se processos de assoreamento no córrego. A margem esquerda, que tem
seu fluxo direcionado diretamente para o córrego principal, apesar de mais impermeabilizada também
possui uma grande área de infiltração, uma vez que os lotes dessa porção da Vila João XXIII possuem
mais de 1000m², contendo, portanto, importantes áreas gramadas, que por sua vez amortecem o impacto
das chuvas e favorecem a infiltração.
Em 2012, notou-se que os lotes dessa porção da Vila João XVIII, localizados notadamente sobre
o divisor de águas, têm em alguns casos o dobro do tamanho dos lotes dos loteamentos fechados
vizinhos, localizados essencialmente na meia encosta. Dessa forma, a taxa de infiltração no topo evita
que o escoamento transmitido pelas áreas impermeabilizadas torne-se um excedente na média vertente.
No entanto, toda essa área é classificada no Plano Diretor de 2007 como ZEU2 e ZDD1, ou seja,
apta ao adensamento urbano, dessa forma, como visto na Microbacia Hidrográfica
Pinheirinho/Cachoeira, o processo de expansão da área urbana sobre os vazios e áreas rurais com
vegetação preservada, podem vir a causar instabilidade no sistema, gerando impactos ambientais em
todo vale do córrego Juazeiro, principalmente se o adensamento urbano ocorrer sobre as áreas mais
dissecadas da vertente leste.
ASPECTOS AMBIENTAIS
458
Tabela IX-8 Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica em 2006 e 2011 e sua variação no período; Grau de
Conservação e Uso das APPs da microbacia.
Mapeamento (2011)
Mapeamento (2006)
Incremento
459
Tabela IX-9 Uso dos Solos da Microbacia do Juazeiro / Cruzeiro em 2017.
Os parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da APP dos corpos d’água,
aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno, para a microbacia do Juazeiro / Cruzeiro,
graficamente, apresentaram-se, de acordo com a figura 18.
460
Figura IX-18 Diagnóstico de campo dos parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da
APP dos corpos d’água, aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno.
Agropecuária
Áreas
Preservadas
Aglomerado Rural
Segundo ELO AMBIENTAL (2007) a microbacia Cruzeiro é uma das que apresenta as áreas
mais impactadas do município, devido ao avanço da urbanização sem medidas efetivas de controle
ambiental; avanço de atividades agropecuárias e avanço de áreas industriais em APPs.
461
MICROBACIA PACIÊNCIA / CRISTO
Figura IX-20 Visão macro da área de preservação permanente, Córrego contribuinte da represa II.
ASPECTOS SOCIAIS
A microbacia está localizada em área rural, com a presença de algumas fazendas e poucas casas.
Os moradores não têm muitas informações sobre o meio ambiente.
Em 2012, a Microbacia Hidrográfica Paciência/Cristo contava com mais de 65% de sua área
coberta por vegetação arbórea, o que corresponde a 3,6 Km² de um total de área que chega aos 5,5 Km²
(Tabela 21). Este valor corresponde a quase o dobro da cobertura arbórea registrada em 1994. Estes
valores se associam a preservação de alguns dos mais importantes mananciais de abastecimento da
cidade, o que faz da microbacia a principal área para armazenamento de água do município.
462
Tabela IX-10 Evolução das Áreas Permeáveis ou de Baixa Impermeabilização e de Cobertura Arbórea na
Microbacia Hidrográfica Paciência/Cristo.
Nesta microbacia foram construídas três represas, sendo que da represa I é captada a maior
porção de água para tratamento na ETA I, a mais importante estação de tratamento do município,
responsável pelo abastecimento de 70% da população de Vinhedo, localizada no Jardim Planalto na
Microbacia Hidrográfica Pinheirinho/Cachoeira.
As represas II e III funcionam como reservatórios. As três represas dessa microbacia foram
construídas sobre o córrego Paciência, sendo que a represa I localiza-se em parte na microbacia
Paciência/Cristo e em parte na microbacia Pinheirinho/Cachoeira.
Pela baixa densidade de ocupação, composta principalmente por propriedades rurais e chácaras,
a permeabilidade é quase total, atingindo 97% segundo o mapeamento de 2012. Apenas a porção
noroeste da microbacia foi urbanizada, e justamente sobre ela foram instalados dois loteamentos
fechados, ambos localizados sobre o interflúvio que divide a Microbacia Hidrográfica Paciência/Cristo
da Microbacia Hidrográfica Juazeiro.
Tanto o loteamento fechado Jardim Paulista II como o Jardim Europa foram aprovados no ano
de 2001 e quando da sua instalação impactaram significativamente esta porção da microbacia.
Figura IX-21 Localização espacial do Condomínio Jardim Paulista II (28) e do Jardim Europa (29).
A área onde hoje se encontra o Jardim Paulista II possuía até 1994 cerca de 30000m² de
cobertura vegetal arbórea, em 2012, após sua instalação, este montante praticamente desaparece, pois
são registrados apenas 1000m². No loteamento fechado Jardim Europa o caso é ainda pior, pois todos os
37000m² de cobertura arbórea registrada até 1994 desaparecem na imagem de 2012.
Ambos os loteamentos encontram-se sobre um importante divisor de águas, porém por serem
recentes e possuírem muitos lotes vazios, apresentavam segundo a análise de 2012, uma boa área
463
permeável, chegando a 33% no loteamento Jardim Paulista II e 25% no loteamento Jardim Europa,
desses 25%, cerca de 15% correspondem ao gramado da praça central do empreendimento.
Outro fator que reduz os impactos sistêmicos relacionados aos excedentes hídricos no Jardim
Europa, advém do escoamento direcionado para a represa I, que também funciona como área de
amortecimento para o fluxo pluvial do loteamento.
No caso do loteamento Jardim Paulista II, o escoamento direcionado para o córrego Cachoeira,
na porção que compreende a Microbacia Hidrográfica Juazeiro, pode vir a contribuir para que haja
sobrecarga no canal, uma vez que segue em parte pela estrutura de escoamento da Rodovia Edenor João
Tasca.
A porção do Jardim Paulista II, que compreende a Microbacia Hidrográfica Paciência/Cristo,
segue o mesmo padrão drenagem do Jardim Europa.
A microbacia apresenta-se localizada sobre duas formas de relevo, na margem esquerda do
córrego Paciência temos as Colinas e Morrotes, enquanto na margem direita temos a transição para os
Morrotes permeados por Morros.
Em ambos os domínios todos os compartimentos estruturantes apresentam-se bem preservados,
configurando esta área também como um importante espaço de lazer público. A represa II neste
contexto, além de fonte de água para abastecimento, funciona como um parque, apresentando fontes
naturais para uso local, quadras esportivas, praças e locais para realização de eventos.
No Plano Diretor de 2007 a microbacia é divida em duas zonas: a Zona de Ocupação Dirigida I
(ZOD1) e a Zona de Conservação Ambiental Leste (ZCA Leste).
A ZOD 1 tem seu limite concomitante com as formas de relevo do tipo Colinas, portanto
constitui uma zona propícia a expansão urbana, no entanto o Plano Diretor deixa claro que a ocupação
dessa zona deve apresentar características “espraiadas” ou de baixo adensamento, condizentes com os
pressupostos de preservação ambiental almejados.
Já na ZCA Leste, que compreende toda a área dos Morrotes e Morros, tem-se como único intuito
a promoção da manutenção da qualidade ambiental, conservando os recursos naturais da área. Na ZCA
Leste são proibidos novos loteamentos para fins urbanos.
ASPECTOS AMBIENTAIS
É a principal área para armazenamento de água de Vinhedo, conta com as represas I, II e III,
além da adutora do Bom Jardim. O principal manancial hídrico é o córrego Paciência.
A microbacia apresenta-se alterada em quase totalidade de seu território. A região apresenta área
rural consolidada, com fazendas e algumas casas. Alguns moradores utilizam-se da agropecuária e
outros tipos de renda. A área analisada é importante para o futuro da cidade de Vinhedo, por ser área de
recarga de manancial de abastecimento público, com um número significativo de nascentes preservadas.
Entretanto, algumas nascentes estão impactadas por processos erosivos e assoreamentos, pelo
avanço da agricultura e da pastagem e pela canalização de cursos d’água.
Há solo exposto nos topos de morros, avanço de pastagem nas áreas de APP, processo erosivo
no leito dos córregos e nascentes, focos de queimada e desmatamento, avanço da plantação de eucaliptos
e ausência de mata ciliar.
Em trabalho de levantamento físico-hídrico de Vinhedo, para essa microbacia, Elo
Ambiental (2011) indica a seguinte situação de uso do solo mapeado para o ano de 2011 e também um
comparativo entre estas áreas e as áreas mapeadas no Plano Diretor de Vinhedo (2006).
464
Tabela IX-11 Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica em 2006 e 2011 e sua variação no período; Grau de
Conservação e Uso das APPs da microbacia.
Mapeamento (2011)
Mapeamento (2006)
Incremento
465
Tabela IX-12 Uso dos Solos da Microbacia do Paciência / Cristo em 2017.
Os parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da APP dos corpos d’água,
aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno, para a microbacia do Paciência / Cristo,
graficamente, apresentaram-se, de acordo com a figura 23.
466
Figura IX-23 Diagnóstico de campo dos parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da
APP dos corpos d’água, aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno.
Agropecuária
Áreas
Preservadas
Aglomerado Rural
467
Figura IX-25 Impactos detectados e suas localizações (Elo Ambiental, 2007).
468
Tabela IX-13 Relação de impactos detectados na Microbacia (Elo Ambiental, 2007).
No Trabalho executado pela Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica, Relatório Final,
(2015), a Câmara de Vereadores de Vinhedo, Para a Microbacia do Capivari recomenda:
Garantir o reflorestamento e a recuperação das áreas de recarga das atuais represas (I, II e III) e das
futuras, com as respectivas áreas de recarga;
469
MICROBACIA STERZECK
ASPECTOS SOCIAIS
Fazem parte da microbacia os bairros Nova Vinhedo, Santa Claudina, localizado na divisa entre
os municípios de Vinhedo e Valinhos e o condomínio Vista Alegre.
O bairro Nova Vinhedo tem muitas casas. A população pertence, aparentemente, à classe média
e com a maioria dos moradores acima dos 50 anos idade, a maior parte aposentados. Já o bairro Santa
Claudina tem um aspecto urbano, com algum comércio e indústrias de pequeno, médio e grande porte. O
Condomínio Vista Alegre abriga uma população de alto poder aquisitivo.
A população tem característica mista e, conseqüentemente, assim as suas relações com as
questões ambientais. Em Nova Vinhedo, por exemplo, poucos moradores conheciam as questões
ambientais, mas o assunto chamou sua atenção. Houve reclamações quanto ao pequeno número de
árvores, o que lhe dá um aspecto demasiado urbano. Uma das principais reclamações ambientais foi o
número alto de ratos, baratas e, principalmente, de caramujos.
No bairro Santa Claudina a recepção foi muito boa; os moradores conheciam e se interessavam
pelo assunto. O maior problema ambiental, segundo eles, são as indústrias que margeiam o córrego
(Sterzeck), por lançarem poluentes tanto nos córregos quanto no ar da região. Os moradores reclamaram
do mau cheiro e da irresponsabilidade ambiental por parte das indústrias locais.
470
Histórico e características de ocupação
Figura IX-27 Localização espacial do Condomínio Vinhas de Vista Alegre – Sede (2) e o Residencial Villa di
Treviso (30).
Em 1962, a futura área de instalação desta parte do condomínio (1,16 Km²) possuía 25% de
cobertura vegetal arbórea, ou seja, 9% da área da microbacia. No entanto é importante destacar que este
montante representava 42% de toda a área preservada da microbacia.
Este valor relativamente alto pode ser explicado ao verificar-se que a expansão urbana entre as
décadas de 1950 e 1960 em direção à porção norte do município, considerando o núcleo de ocupação
central (Microbacia Hidrográfica Cachoeira/Pinheirinho), se restringia as porções sul e leste da
microbacia. Nesse processo foram instaladas na porção sul as primeiras indústrias de Vinhedo, das quais
se destacavam a Cerâmica Jatobá e a Carborundum (atualmente Saint Gobain - indústria de abrasivos).
471
No sentido leste se estruturavam os bairros Jardim Três Irmãos e Jardim São Mateus. Segundo a
Demacamp (2006), boa parte dos moradores desses bairros possuía seus empregos vinculados a essas
indústrias. Assim, a expansão urbana acabou por conduzir ao desmatamento da porção “externa” do que
viria a ser a área do condomínio.
Entre 1962 e o primeiro ano do condomínio em 1978, a cobertura arbórea interna foi reduzida de
25% para 2,7%, o que consequentemente conduziu a perda de quase 14% do total de cobertura arbórea
na microbacia.
Tabela IX-14 Evolução das Áreas Permeáveis ou de Baixa Impermeabilização e de Cobertura Arbórea na
Microbacia Hidrográfica Sterzeck.
Entre 1978 e 1994 ocorreu a mesma reversão no quadro de desmatamento visto nas microbacias
anteriores. O condomínio Vinhas de Vista Alegre - Sede ampliou entre 1978 e 1994 mais de 10% da
cobertura arbórea registrada em 1978, entre 1994 e 2012 ampliou mais 2,6%, chegando a um total de
15,5 % de cobertura arbórea dentro de seus limites, o que corresponde a 0,18 Km².
Este aumento, por sua vez, conduz a um pequeno aumento no total de cobertura arbórea na
microbacia, que chega em 2012 a 12,9%, 3% a mais que em 1978.
Estes dados demonstram que o condomínio tem sido o principal responsável no processo de
recomposição da cobertura vegetal arbórea da microbacia após 1978.
Além do Condomínio Vinhas de Vista Alegre – Sede foi instalado em 2002 um pequeno
loteamento fechado (20000 m²) ao norte da microbacia, o Villa di Treviso, este loteamento apresenta
uma área relativamente grande (considerando seu tamanho) de cobertura arbórea preservada em sua
porção sudeste (5000 m²).
A impermeabilização nesse processo se ampliou gradativamente na microbacia.
Em 1962, 95,7% da área apresentava características permeáveis, valor reduzido para 85,4% em
1978, período em que o condomínio Vista Alegre já se apresentava estruturado e os loteamentos abertos
se ampliavam a leste e sul.
Em 1994 a área permeável teve seu montante reduzido para 71,2% na microbacia, deste
montante que corresponde a 2,15 Km², 0,75 Km² correspondem ao condomínio Vinhas de Vista Alegre
– Sede.
Em 2012 as áreas permeáveis na microbacia reduzem-se para 50%, sendo que no condomínio a
área permeável se reduz para 38%.
Estes dados refletem a ocupação favorável propiciada pelas Colinas e Morrotes que apresentam
baixa declividade e possuem perfis de vertente contínuos com segmentos retilíneos que variam entre 200
e 1000 m de comprimento.
O divisor de águas a sudoeste da microbacia corresponde quase que exatamente ao traçado da
Estrada da Boiada. Considerando que esta estrada existe há muito tempo, servindo a diferentes ciclos de
exploração, há muito que este compartimento estruturante da paisagem não possui cobertura vegetal
arbórea.
472
Os divisores de águas de sudeste e leste correspondem às áreas que começaram a ser
industrializadas a partir da década de 1950 no município, portanto também não possuem vegetação
significativa.
O limite norte da Microbacia não é caracterizado por interflúvios e sim pelo limite municipal,
uma vez que a Bacia Hidrográfica do córrego Sterzeck se estende para Valinhos. Assim, podemos
afirmar que desde 1962 os divisores de águas que delimitam em Vinhedo a Microbacia Hidrográfica
Sterzeck, não possuíam cobertura vegetal arbórea há muito tempo.
Porém, os fundos de vale se apresentavam relativamente bem preservados em 1962. Neste ano,
o único tributário do córrego Sterzeck em Vinhedo (e que cruza o Vinhas de Vista Alegre – Sede)
apresentava suas margens bem arborizadas (compartimento receptor). O próprio córrego Sterzeck
também apresentava suas margens bem preservadas em 1962, principalmente no trecho próximo ao
ponto de confluência dos canais, localizado fora do que em 1977 seriam os limites do condomínio.
Em 1978 o quadro de preservação se inverte. Os dois principais canais de drenagem dessa
microbacia perdem quase toda sua cobertura arbórea de margem, primeiro pela consolidação do
condomínio e segundo pela ampliação dos loteamentos abertos a leste do muro do condomínio. .
Entre 1978 e 1994, uma grande área de cobertura arbórea acaba sendo recomposta na nascente
do principal tributário do córrego Sterzeck, constituindo uma APP.
Nesse processo foram criadas também quatro represas dentro do condomínio, servindo tanto
para o amortecimento do escoamento superficial advindo da estrada da boiada como para o
amortecimento derivado da própria impermeabilização do condomínio (35,3% da área total em 1994).
Logo após o muro do condomínio, no bairro Jardim Três Irmãos, foi construída uma quinta represa em
linearidade com anteriores, sendo, no entanto, pouco menor.
Estas cinco represas, que servem de amortecimento, foram criadas para resolver um problema
antigo derivado da urbanização. Entre 1962 e 1978, devido ao aumento da área de impermeabilização
em todos os divisores de águas da microbacia, em ocasiões de ocorrências de chuvas intensas, o córrego
Sterzeck inundava, solapando suas margens e causando assoreamento a jusante. Visando resolver este
problema, a prefeitura entre 1978 e 1994 canalizou o córrego e construiu os reservatórios de
amortecimento em seu principal tributário.
Percebe-se neste caso o quão problemáticos podem ser os impactos gerados pela não apreciação
do ambiente de forma sistêmica considerando os compartimentos estruturantes da paisagem, pois os
processos negativos podem ser transmitidos ao longo da vertente para áreas que em períodos anteriores
apresentavam-se estáveis.
A porção norte da microbacia, na divisa com Valinhos, apresenta alguns novos loteamentos
abertos sendo construídos, e que podem vir a causar problemas no futuro caso o escoamento superficial
seja mal planejado.
Os problemas erosivos também podem se acentuar a medida que o solo permanece exposto nesta
área. O relatório técnico realizado pelo IPT, sobre áreas de alto e muito alto risco a inundações e
deslizamentos em Vinhedo, aponta que o setor que compreende a Rua Candido Portinari nesta porção da
microbacia é caracterizado como de alto risco a deslizamentos: [...] ocorre concentração significativa de
água de chuva em superfície. Os lotes encontram-se no topo do talude, com altura de 7 m, como
moradias muito próximas ao topo [...]. Espera-se para a área VIN-05 a ocorrência de deslizamentos
planares rasos nos taludes de corte, os quais podem remontar, até atingir o fundo das moradias" (IPT,
2013, p.48).
Esta constatação do IPT aponta para um planejamento inadequado do sistema de drenagem
municipal nessa área da microbacia em expansão.
Ainda nesta microbacia, o loteamento fechado Vila di Treviso ocupa a média vertente ao norte
da microbacia, voltada para Valinhos. A área apropriada pelo loteamento já possuía sua porção sudeste
arborizada (desde 1962), assim quando o loteamento fechado foi criado em 2002, apenas fechou este
resquício de mata em seu interior, sem causar desmatamento algum. A mata já fazia parte do terreno e
por opção da loteadora e dos moradores, foi mantida. Seu escoamento superficial é direcionado para um
tributário do Sterzeck a oeste do empreendimento, no qual a vazão é transmitida posteriormente para três
pequenos lagos de amortecimento, já no município de Valinhos.
ASPECTOS AMBIENTAIS
473
Esta sub-bacia deságua no Córrego Pinheirinho, logo após a ETE Pinheirinho, na divisa como
município de Valinhos. O Plano Diretor de Abastecimento (2007) cogitou a possibilidade de
transposição de águas, de Valinhos para Vinhedo, a partir desse trecho.
A partir dos levantamentos de campo, observou-se que a microbacia apresenta-se alterada na
maioria de seu território. Ocorrem a presença de casas e vias asfaltadas em quase toda a extensão das
APPs percorridas.
A região tem características urbanas, com a presença de condomínios fechados em toda sua
extensão e lotes em áreas de APP.
Nos locais analisados observa-se a ausência de floresta ripária, existência de nascentes
canalizadas, solo exposto por desmatamento e processos erosivos acentuados.
Em trabalho de levantamento físico-hídrico de Vinhedo, para essa microbacia, Elo
Ambiental (2011) indica a seguinte situação de uso do solo mapeado para o ano de 2011 e também um
comparativo entre estas áreas e as áreas mapeadas no Plano Diretor de Vinhedo (2006).
474
Tabela IX-15 Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica em 2006 e 2011 e sua variação no período; Grau de
Conservação e Uso das APPs da microbacia.
475
Tabela IX-16 Uso dos Solos da Microbacia do Sterzeck em 2017.
Os parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da APP dos corpos d’água,
aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno, para a microbacia do Sterzeck, graficamente,
apresentaram-se, de acordo com a figura 29.
476
Figura IX-29 Diagnóstico de campo dos parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da
APP dos corpos d’água, aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno.
Aglomerado Rural
Áreas
Impactadas
Agropecuária
477
Figura IX-31 Impactos detectados e suas localizações (Elo Ambiental, 2007).
478
MICROBACIA CACHOEIRA - PINHEIRINHO
ASPECTOS SOCIAIS
479
moradores, que expressaram desapontamento pelo desinteresse do poder público em relação à
preservação ambiental. Houve destaque para problemas causados pelos grandes loteamentos destinados
à instalação dos Condomínios. Por fim, no bairro Santa Rosa, os moradores não demonstraram grande
interesse pela pesquisa.
Em 1962 dos 9,63 Km² da microbacia 17,5% possuíam alguma cobertura arbórea, caracterizadas
por grandes manchas isoladas, inclusive próximas do núcleo urbano inicial.
Tabela IX-18 Evolução das Áreas Permeáveis ou de Baixa Impermeabilização e de Cobertura Arbórea na
Microbacia Hidrográfica Pinheirinho/Cachoeira.
Entre 1962 e 1978, devido à expansão do núcleo urbano, a cobertura vegetal arbórea tem seu
montante reduzido em 11%, sendo que os 6,64% remanescentes em 1978 localizam-se principalmente
ao sul da microbacia.
Entre 1978 e 1994 houve uma recomposição significativa da cobertura arbórea ao sul da
microbacia, o que fez com que em 1994 a cobertura arbórea atingisse praticamente os mesmos valores
em área encontrados em 1962.
Esta recomposição na porção sul pode ser explicada pelo aumento da fiscalização. O córrego
Pinheirinho assim como alguns dos mais importantes tributários do córrego Cachoeira nascem nesta
porção da microbacia.
Em 2012 a redução da cobertura arbórea em relação a 1994 é de apenas 2,2%, dentre os fatores
responsáveis podemos citar a expansão urbana do núcleo central em direção ao sul da microbacia e a
alteração de tamanho verificada em muitas das manchas verdes arborizadas ao longo das vertentes.
Nesse processo as áreas maiores tiveram seu tamanho reduzido, ao mesmo tempo em que novas áreas
menores surgiam pontualmente, tanto na parte urbanizada ao sul, como nas áreas centrais, sendo estas
associadas ao paisagismo e arborização de calçadas e praças.
480
B
A
C
E
F
Figura IX-33 Localização espacial do Condomínio Jardim Paulista I (7), Terras de Vinhedo (22), Jardim
América (10), Vivenda das Vinhas (9), São Miguel (25), Terras de São Francisco I e Terras de São Francisco
II (31/32) e Grape Village (18).
481
Em 2000, na transição entre a área de urbanização compacta central e a porção sul foi instalado
o loteamento fechado São Miguel. Este empreendimento localiza-se sobre uma das áreas previstas pelo
Plano Diretor de 2007 como de expansão urbana, principalmente pela proximidade da área com a
avenida que dá acesso a Rodovia Anhanguera.
Os demais loteamentos fechados localizam-se na porção menos adensada ao sul da microbacia,
sendo o Grape Village o primeiro loteamento fechado a inaugurar esta área de expansão em 1998. O
Grape Village e os Terras de São Francisco I e II têm como base de mobilidade o trecho menos
explorado da Estrada da Boiada, sentido Louveira.
No loteamento fechado São Miguel a cobertura arbórea encontrada quando da sua instalação se
manteve a mesma até 2012.
No caso do Grape Village, trata-se do caso de instalação de empreendimentos em áreas
desmatadas e sem recomposição até 2012.
Dos loteamentos fechados da porção sul, o caso de maior desmatamento ocorreu nos
loteamentos Terras de São Francisco I e II, criados respectivamente em 2002 e 2003, porém sem divisão
aparente (nos limites para essa análise dos empreendimentos foram considerados a conjunção dos
loteamentos).
A cobertura arbórea na área onde seriam instalados estes dois loteamentos apresentava até 1994,
27.000m², ou seja, 10 % do total da área futura dos dois empreendimentos (0,27 Km²), porém em 2012,
pode-se constatar que esse valor se reduz para apenas 10.000m². Como o vale do córrego Pinheirinho
divide as áreas dos loteamentos mais ou menos ao meio, toda a redução de cobertura arbórea para
implantação dos lotes poderia vir a ampliar o escoamento superficial em direção ao córrego, no entanto
este problema foi antecipado quando da elaboração do projeto para instalação desses dois
empreendimentos, pois três reservatórios de amortecimento foram construídos em 2003 no intuito de
reduzir a vazão à jusante.
Os loteamentos fechados Terras de São Francisco e o Grape Village localizam-se justamente na
cabeceira de drenagem do córrego Pinheirinho, os Terras de São Francisco ocupam as duas vertentes
que compõe o vale do córrego, enquanto o Grape Village se prolonga a montante apenas pela vertente da
margem esquerda.
Por sua posição, o loteamento Grape Village ocupa essencialmente o divisor de águas para a
área da nascente do córrego Pinheirinho, assim quase todo o escoamento superficial do loteamento é
direcionado para os primeiros metros de desenvolvimento do córrego, sendo o fluxo amortecido logo em
seguida pelos reservatórios dentro do Terras de São Francisco. Parte desse escoamento segue para
Microbacia Hidrográfica Água do Buracão.
A nascente do córrego Pinheirinho, assim como de seus tributários de alto curso, localizam-se
sobre a transição entre os Morrotes e Morros que compõe a Microbacia Hidrográfica Água do Buracão.
Já as Colinas e Morrotes localizam-se do médio curso do córrego Pinheirinho até a divisa com
Valinhos, o mesmo ocorrendo com os tributários do córrego Cachoeira nesta porção da microbacia. É
importante frisar que a nascente do córrego Cachoeira localiza-se na Microbacia Hidrográfica
Paciência/Cristo.
Dessa forma, em termos gerais, as maiores declividades da microbacia variam entre 15% e 20%
nas áreas localizadas ao sul da microbacia, sendo que todas as demais vertentes dos vales que cortam a
área urbana contínua de Vinhedo possuem declividade baixa, por volta de 10% com comprimento de
vertente variando de 200 a até 1000m de comprimento, o que caracteriza a microbacia como a mais apta
à urbanização.
Todos os compartimentos estruturantes da paisagem localizados ao norte e no centro da
microbacia são ocupados pela urbanização adensada, ou seja, são altamente impermeabilizados. Em
termos de microbacia hidrográfica, a impermeabilização atinge os 49% em 2012, só não sendo maior
pelo fato da porção sul não ter sido ainda totalmente urbanizada.
Considerando apenas a área de urbanização contínua na região central do município e que
extravasa para outras microbacias, podemos constatar um gradativo aumento de áreas permeáveis em
Km², chegando a 2012 aos 4,48 Km², porém em porcentagem os valores variam pouco, uma vez que a
área de urbanização compacta aumenta consideravelmente entre os períodos analisados, 1,65 Km² em
1962 para 10,23 Km² em 2012, o mesmo ocorrendo para os dados de cobertura arbórea.
482
Assim, as porcentagens de áreas permeáveis e de cobertura arbórea são muito baixas em relação
ao tamanho total da área urbana adensada da região central de Vinhedo, e que compreende quase que a
totalidade da Microbacia Hidrográfica Pinheirinho/Cachoeira.
Neste contexto, os loteamentos fechados Vivenda das Vinhas e Jardim América direcionam seu
escoamento superficial para tributários do córrego Pinheirinho, no caso do Jardim América e as áreas do
entorno adensado, o escoamento é direcionado para um tributário canalizado que deságua em dois
reservatórios de contenção, localizados quase na confluência do tributário com o córrego Pinheirinho.
Já no caso do Vivenda das Vinhas e das áreas urbanizadas de entorno, o fluxo é transferido
diretamente para o córrego Barra Funda, tributário do Pinheirinho, canalizado em 2012.
Mediante a densidade de urbanização nesta porção da microbacia, torna-se impossível a análise
específica das possíveis influências desses dois loteamentos sobre os compartimentos estruturantes
receptores, como nos casos anteriores. Dessa forma, a análise tem de seguir a noção de
impermeabilização da área urbanizada como um todo. Porém, podemos afirmar que o Jardim América
apresenta a maior área de cobertura arbórea contínua e a segunda maior área permeável da vertente ao
qual foi instalado (a primeira consiste na área gramada do cemitério municipal, localizada ao lado do
loteamento).
Segundo o relatório técnico do IPT sobre as áreas de médio e alto risco a inundação e
deslizamento em Vinhedo, a drenagem no local do Córrego Barra Funda, é natural, retilínea e encontra-
se assoreada. O canal possui cerca de 5m de largura (máxima) e margens de 2,5m de altura. As moradias
e os comércios ocupam tanto a margem direita como a margem esquerda do córrego. Segundo
informações da COMDEC, a inundação pode ultrapassar 0,5m de altura, com raio de alcance superior a
30 m, ocorrendo de forma rápida. Atualmente uma menor área é atingida pela inundação visto que,
desde a realização das obras em parte da área, a montante, na confluência do Córrego Primavera com o
Córrego Barra Funda, não ocorreram inundações neste trecho (IPT, 2013, p.49). Este trecho do relatório
se refere à confluência entre o córrego Barra Funda e o córrego Pinheirinho (também canalizado), mais
precisamente às margens da Avenida Antonio Barbosa até sua confluência com o córrego Cachoeira,
sendo o córrego Primavera, o principal responsável pela drenagem natural dos fluxos de água advindos
do loteamento fechado São Miguel e seu entorno.
Percebe-se nesse caso que o principal fator estimulante dos impactos, derivados da dinâmica
hídrica alterada, advém da impermeabilização dos solos em compartimentos estruturantes, indutores e de
passagem. A cada nova obra sobre a vertente torna-se menor a capacidade de infiltração de água,
consequentemente mais rápido e concentrado torna-se o escoamento superficial, assim novas obras de
infraestrutura têm de serem realizadas para solucionar ou mitigar os problemas causados pelas águas em
áreas densamente urbanizadas (normalmente canalização e rebaixamento de leito). A partir desta
premissa, pode-se prognosticar para esta área da microbacia, um cenário problemático.
De acordo com o Plano Diretor de 2007, as porções centro/sul e sul da microbacia são
classificadas como Zona de Expansão Urbana I e Zona de Expansão Urbana II. Nos dois casos têm-se
como objetivos a ocupação dos vazios urbanos, a abertura de novas áreas de expansão para novos
loteamentos, criando novas centralidades e espaços públicos.
Dessa forma, caso a expansão realmente ocorra, todos os problemas citados podem vir a se
ampliar e as obras realizadas terão de ser adaptadas, caso não tenham sido dimensionadas de acordo com
essa nova perspectiva de expansão.
Outro ponto importante de análise remete aos dois loteamentos fechados localizados na porção
nordeste da microbacia. O escoamento, tanto do Jardim Paulista I como do Terras de Vinhedo e áreas do
entorno, é direcionado diretamente para o córrego Cachoeira, que possui sua drenagem toda canalizada.
Logo em frente à portaria do Terras de Vinhedo tem-se a confluência entre os córregos Cachoeira e
Pinheirinho, esta junção é canalizada em uma curva acentuada que reduz a possibilidade de vazão do
canal, a medida que, em períodos de chuvas intensas, todo o escoamento superficial das áreas
densamente ocupadas nas vertentes de leste e oeste da microbacia seguem para estes dois
compartimentos estruturantes receptores. O volume de água tende a se ampliar significativamente
podendo, portanto, estender os casos de enchentes registrados ao longo da Avenida Antonio Barbosa
para além deste ponto de confluência.
No entorno do loteamento fechado Terras de Vinhedo a área é classificada como Zona de
Desenvolvimento Diversificado I (ZDD1). A ZDD1 tem como objetivo promover a ocupação dos vazios
483
urbanos, otimizando a infraestrutura existente com média densidade, ou seja, seus objetivos são os
mesmos da ZEU2.
A parte diversificada do zoneamento fica por conta da viabilização de novas áreas para
desadensamento das moradias populares inadequadas, regularização e urbanização dos assentamentos
precários existentes, e que estão localizados especificamente ao norte do loteamento fechado e em todo
baixo curso do córrego Cachoeira sentido Valinhos.
Incluem-se nesse planejamento os bairros João XXIII, Vila Pompéia e Jardim São Mateus. A
questão nesse caso está voltada mais a reorganização do que de expansão.
Outro problema é que o loteamento fechado Terras de Vinhedo localiza-se as margens de um
talude de corte muito íngreme as margens do córrego Cachoeira. No relatório do IPT este ponto não é
delimitado como área de risco, porém é importante destacar que o relatório delimita apenas as áreas de
risco alto e muito alto para deslizamentos e enchentes, em uma perspectiva de intervenção imediata.
Assim, ao analisarmos a situação atual deste talude considerando a perspectiva de expansão urbana da
porção nordeste da microbacia, podemos alertar para uma futura área de risco.
Este talude de corte apresenta sinais de evolução erosiva em sulcos e com características
regressivas, podendo gerar escorregamentos à medida que a parede do talude tornar-se mais íngreme,
configurando, portanto, uma área de atenção, principalmente por seu topo estar ocupado por residências.
ASPECTOS AMBIENTAIS
484
Tabela IX-19 Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica em 2006 e 2011 e sua variação no período.
Mapeamento (2011)
Mapeamento (2006)
Incremento
485
Tabela IX-20 Uso dos Solos da Microbacia do Cachoeira / Pinheirinho em 2017.
Os parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da APP dos corpos d’água,
aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno, para a microbacia do Cachoeira - Pinheirinho,
graficamente, apresentaram-se, de acordo com a figura 35.
486
Figura IX-35 Diagnóstico de campo dos parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da
APP dos corpos d’água, aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno.
Agropecuária
Áreas
Preservadas
Aglomerado Rural
487
Figura IX-37 Impactos detectados e suas localizações (Elo Ambiental, 2007).
No Trabalho executado pela Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica, Relatório Final,
(2015), a Câmara de Vereadores de Vinhedo, Para a Microbacia do Capivari recomenda:
Garantir o reflorestamento e a recuperação das áreas de recarga das atuais represas (I, II e III) e das
futuras, com as respectivas áreas de recarga;
Segundo ELO AMBIENTAL (2007) A microbacias Pinheirinho é uma das que apresenta as
áreas mais impactadas do município, devido ao avanço da urbanização sem medidas efetivas de controle
ambiental; avanço de atividades agropecuárias e avanço de áreas industriais em APPs.
488
II - BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO CAPIVARI
ASPECTOS SOCIAIS
A microbacia é toda constituída de área rural. Muitos moradores são oriundos de famílias
antigas.
Os moradores demonstraram muita preocupação com a preservação do meio ambiente na região.
Muitos convivem com a área ambiental, têm sua renda do cultivo de uva e criticaram os criadores de
porcos que despejam os resíduos nos córregos da região.
No entanto, a área de modo geral é pouco urbanizada, sendo ocupada principalmente por
chácaras de recreio e pequenas propriedades agrícolas. Recentemente, algumas indústrias e loteamentos
489
residências também foram instalados na microbacia, porém, como foram concebidos em um padrão
disperso de ocupação, estes têm favorecido a preservação da cobertura vegetal arbórea de modo geral.
Caracterização das principais alterações físico-hidrológicas da microbacia
Tabela IX-22 Evolução das Áreas Permeáveis ou de Baixa Impermeabilização e de Cobertura Arbórea na
Microbacia Hidrográfica Água do Buracão.
490
compartimentos receptores de baixa vertente das microbacias hidrográficas Paciência/Cristo e
Pinheirinho/Cachoeira, mananciais de abastecimento em Vinhedo.
ASPECTOS AMBIENTAIS
Tem como principal curso de água o córrego do Buracão e o abastecimento é feito por rede.
A microbacia apresenta-se alterada na maioria de seu território. Ocorre a presença de casas,
pequenas chácaras, agricultura permanente e estradas de terra em grandes extensões de APPs. As
influências negativas verificadas devem-se às vias de acesso sem pavimento, com solo exposto em
processo erosivo e ao descarte de resíduos sólidos inertes, carreados para os córregos.
Constatou-se a formação de reservatórios em áreas rurais, com objetivo de captação de água
para irrigação de culturas agrícolas.
Outros dados significativos estão na alteração das florestas ripárias, devido ao desmatamento,
avanços da agricultura, pastagens e exposição do solo nas margens dos córregos.
Desta forma, conclui-se que mesmo sendo uma região apenas alterada, existem diversos indícios
da necessidade de controle e de preservação ambiental na área.
Há processos erosivos e assoreamento no leito do córrego, emissão de cargas poluidoras (devido
principalmente ao despejo de dejetos de suínos e de lixo), média diversidade biológica e avanço da
urbanização, baixa qualidade da água, excesso de sedimentos nos leitos dos córregos, ausência de mata
ciliar, agricultura comercial e manutenção de estradas com capina química, avanço da agricultura,
transposição de córrego para reservatórios.
Em trabalho de levantamento físico-hídrico de Vinhedo, para essa microbacia, Elo
Ambiental (2011) indica a seguinte situação de uso do solo mapeado para o ano de 2011 e também um
comparativo entre estas áreas e as áreas mapeadas no Plano Diretor de Vinhedo (2006).
491
Tabela IX-23 Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica em 2006 e 2011 e sua variação no período; Grau de
Conservação e Uso das APPs da microbacia.
Mapeamento (2011)
Mapeamento (2006)
Incremento
492
Tabela IX-24 Uso dos Solos da Microbacia Água do Buracão em 2017.
Os parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da APP dos corpos d’água,
aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno, para a microbacia Água do Buracão, graficamente,
apresentaram-se, de acordo com a figura 40.
493
Figura IX-40 Diagnóstico de campo dos parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da
APP dos corpos d’água, aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno.
Agropecuária
Áreas
Preservadas
Aglomerado Rural
494
Figura IX-42 Impactos detectados e suas localizações (Elo Ambiental, 2007).
495
Tabela IX-25 Relação de impactos detectados na Microbacia (Elo Ambiental, 2007).
496
MICROBACIA TICO – MOINHO
ASPECTOS SOCIAIS
A microbacia está localizada numa região rural, com a presença de sítios e chácaras, mas
também de condomínios. As vias de acesso são de terra; as casas de alvenaria, com energia elétrica,
fossas e captação de água direta da nascente.
A maior parte da população não é natural da região. Alguns moradores utilizam-se da
agricultura de subsistência como renda, constituída principalmente de plantação de uvas.
Os moradores da região se mostraram, em sua maioria, preocupados com a questão ambiental,
seja pela preservação, seja pela crítica à atuação dos bombeiros frente às queimadas freqüentes e do
assédio dos corretores imobiliários com o objetivo de implantar futuros loteamentos na área. Outra
constante reclamação é a ausência de coleta de lixo, deixando como solução a sua incineração.
497
Esta microbacia hidrográfica localizada às margens da Rodovia Bandeirantes, mais
precisamente na porção sudoeste do município, não apresentava loteamentos até 2014 (fechados ou
abertos), sendo ocupada essencialmente por fazendas e sítios, tendo como única grande obra o parque
temático Hopi-Hari localizado as margens da rodovia.
Tabela IX-26 Evolução das Áreas Permeáveis ou de Baixa Impermeabilização e de Cobertura Arbórea na
Microbacia Hidrográfica Tico/Moinho.
ASPECTOS AMBIENTAIS
498
Em trabalho de levantamento físico-hídrico de Vinhedo, para essa microbacia, Elo
Ambiental (2011) indica a seguinte situação de uso do solo mapeado para o ano de 2011 e também um
comparativo entre estas áreas e as áreas mapeadas no Plano Diretor de Vinhedo (2006).
Tabela IX-27 Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica em 2006 e 2011 e sua variação no período; Grau de
Conservação e Uso das APPs da microbacia.
Mapeamento (2011)
Mapeamento (2006)
Incremento
499
Tabela IX-28 Uso dos Solos da Microbacia Tico / Moinho em 2017.
Os parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da APP dos corpos d’água,
aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno, para a microbacia do Tico/Moinho, graficamente,
apresentaram-se, de acordo com a figura 45.
500
Figura IX-45 Diagnóstico de campo dos parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da
APP dos corpos d’água, aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno.
501
Figura IX-47 Impactos detectados e suas localizações (Elo Ambiental, 2007).
No Trabalho executado pela Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica, Relatório Final,
(2015), a Câmara de Vereadores de Vinhedo, Para a Microbacia do Capivari recomenda:
Segundo ELO AMBIENTAL (2007), a Microbacia Tico Moinho, importante área de captação
para abastecimento do Bairro da Capela, também apresenta áreas preservadas, entretanto vem sofrendo
grande pressão imobiliária devido à expansão do distrito industrial.
502
MICROBACIA CAPIVARI
Figura IX-48 Avanço do Rio Capivari na cavas de extração de área; Efluentes Industriais.
ASPECTOS SOCIAIS
503
Histórico e características de ocupação
Para a análise e ocupação do solo pós 1962 foram considerados três eixos de expansão bem
diferenciados quanto as suas funções.
O primeiro eixo, que remete a porção leste da microbacia, possui uma história semelhante a da
Microbacia Hidrográfica do córrego Marambaia, localizada imediatamente a nordeste da microbacia em
questão. Nesta porção da microbacia funcionava a Fazenda São Joaquim, "produtora de uvas, figos,
maças, peras, cereais e inclusive laticínios" (Folha de Vinhedo, 13 de janeiro de 1954, p.7) e que após
sucessivos períodos de crise durante as décadas de 1960, 1970, acabou por ser vendida e em seguida
fechada e loteada, transformando-se no Condomínio São Joaquim.
Tabela IX-30 Evolução das Áreas Permeáveis ou de Baixa Impermeabilização e de Cobertura Arbórea na
Microbacia Hidrográfica Capivari.
Figura IX-49 Localização espacial dos Condomínios Condomínio Fazenda São Joaquim (4), Sol Vinhedo
Village (12) e Alpes de Vinhedo (20) e Vila Hípica II (24).
504
Em 1978, logo após a instalação do loteamento houve uma redução de cerca de 34% da
cobertura vegetal arbórea dentro dos limites do empreendimento. Em termos de microbacia este valor
representou uma redução de 8,8% da área de cobertura arbórea verificada em 1962, ou seja, quase 9% da
cobertura arbórea da microbacia foram perdidas quando da instalação do loteamento fechado.
Considerando ainda o ano de 1978, foi possível constatar que ao norte do loteamento São
Joaquim, na porção entre ele e o Condomínio Marambaia, próximo ao acesso a Vinhedo pela Rodovia
Anhanguera, foram instalados também alguns loteamentos abertos sobre áreas já quase que totalmente
desmatadas em 1962.
Entre 1978 e 1994 (como no caso do Condomínio Marambaia) verificou-se uma recomposição
significativa da cobertura arbórea dentro dos limites do loteamento fechado, chegando a 20% em 1994,
um aumento de quase 12% em relação a 1978 e que se manteve até 2012.
No período seguinte, entre 1994 e 2012, foram instalados mais dois loteamentos fechados nesta
porção da microbacia, porém, apresentando características diferentes do São Joaquim. Além de serem
bem menores, estes empreendimentos foram concebidos sobre áreas já muito desmatadas desde 1962.
Após a instalação desses empreendimentos não houve recomposição da cobertura vegetal arbórea o que
é uma característica comum nos loteamentos instalados após 1994.
O primeiro dos dois loteamentos, denominado Sol Vinhedo Village, foi instalado em 1995 na
divisa com o Condomínio Marambaia. A área em que este empreendimento seria instalado apresentava
até 1994, 0,007 Km² de cobertura vegetal arbórea, ou seja, antes de sua instalação apenas 6,36% da área
possuía cobertura vegetal arbórea. Ao analisarmos os dados de 2012 podemos constatar que esse valor
chega à zero, dessa forma, do período de sua instalação em 1995 até 2012, toda a cobertura vegetal
arbórea interna acabou sendo retirada.
O segundo loteamento fechado denominado Alpes de Vinhedo foi instalado em 1998 na porção
leste da microbacia hidrográfica, tendo o divisor de águas como limite leste máximo para sua
implantação. Este loteamento foi instalado em uma área que desde 1962 não apresentava índice algum
de cobertura arbórea, mantendo-se assim até 2012.
Loteamentos como o Alpes de Vinhedo, que não possuem cobertura arbórea interna,
normalmente fazem uso da vegetação externa aos muros através de um ideal de apreciação da paisagem,
mas sem arcar com os custos de manutenção da cobertura arbórea para preservação das características
sistêmicas. Normalmente estes condomínios construídos em pontos elevados do relevo possibilitam uma
visada esteticamente interessante da natureza. No caso do Alpes de Vinhedo, as residências voltadas
para sul e sudeste apresentam uma excelente visada da Serra do Japi, assim como uma visada de grandes
porções de cobertura arbórea pertencentes ao loteamento São Joaquim e a bacia hidrográfica do rio
Capivari.
Percebe-se que quase todos os loteamentos fechados e condomínios horizontais de Vinhedo
foram estruturados sobre os divisores de água, o que reforça esta concepção, porém sabe-se que não é
somente pela questão visual que estes empreendimentos são alocados sobre estes locais, as condições
geotécnicas para construção também são favoráveis.
A segunda área de expansão considerada para a microbacia corresponde à porção localizada a
oeste da Rodovia Anhanguera. Esta porção da microbacia apresenta-se predominantemente rural, porém
convêm destacar a inauguração do Distrito Industrial Benedito Storani às margens da Rodovia
Anhanguera e sobre parte da planície de inundação do rio Capivari, no início da década de 1980,
notadamente voltado para a implantação de grandes empresas.
Inclusive à concepção e instalação do bairro Capela na década de 1980 (terceira área de
expansão desta microbacia), e que possui sua porção sul localizada ao norte da microbacia, teve como
intuito suprir, através da oferta de moradias populares, a demanda por de mão-de-obra advinda da
instalação dessas novas indústrias.
Nesta terceira área de expansão, localizada ao norte, outro importante loteamento fechado foi
instalado em 2000, o Vila Hípica II, localizado a oeste do bairro Capela sobre o interflúvio que divide a
Microbacia Hidrográfica Capivari e a Microbacia Hidrográfica Santa Cândida ao norte. A instalação do
Vila Hípica II tem relação direta com o sucesso do empreendimento Vila Hípica I, inserido na
Microbacia Hidrográfica Santa Cândida em 1996.
O loteamento Vila Hípica II apresenta área de 0,16 Km², no qual cerca de 30% está localizada
sobre a Microbacia Hidrográfica Capivari. Em 2012 a porção de cobertura arbórea correspondente a
505
estes 30% compreende cerca de 15% do montante de cobertura arbórea total dentro do loteamento, ou
seja, cerca de 3750m².
Em síntese, essas formas de uso e ocupação conduziram a uma redução de 13,41% entre 1962 e
1978 na microbacia, apresentando, no entanto, uma importante recomposição e ampliação nas décadas
seguintes, chegando em 1994 a 24,86% e 2012 a 26,20%. Essa recomposição se dá principalmente pela
baixa exploração urbana, pela presença de chácaras de lazer, pela delimitação de APPs e pela baixa
exploração dos solos por parte da agricultura familiar.
No que se refere à impermeabilização, praticamente toda a área da microbacia apresentava-se
permeável em 1962, o único ponto impermeável se associava à área pavimentada da Rodovia
Anhanguera. Em 1978 este perfil é levemente alterado devido ao início da instalação do novo distrito
industrial de Vinhedo e do loteamento fechado São Joaquim. Entre 1978 e 1994, a permeabilidade dos
solos da microbacia cai para 91,8%, chegando em 2012 aos 75,1%. Apesar da grande quantidade de
áreas impermeáveis no distrito industrial, nos loteamentos fechados e na porção sul da região do Bairro
Capela, a microbacia com um todo se apresenta altamente permeável, dessa forma, os impactos
ambientais podem vir a ocorrer de forma mais expressiva em pontos específicos da microbacia, porém
podem desencadear uma série de problemas para todo o sistema.
A Microbacia Hidrográfica Capivari esta localizada predominantemente sobre as Colinas
permeadas Morrotes, com vertentes possuindo entre 200 e 1000m e com declividades que variam
principalmente entre os 10 e 15%, favoráveis à ocupação.
Porém, na porção oeste da microbacia há predomínio exclusivo dos Morrotes, que apresentam
comprimento de vertente variando entre 200 e 400m e declividade variando entre 15 e 20%.
Na porção leste da microbacia, mais precisamente onde se encontra o loteamento fechado Alpes
de Vinhedo, há algumas características de transição para as áreas de Morrotes e Morros, ou seja, neste
ponto as vertentes apresentam comprimento entre 200 e 400m, como no caso dos Morrotes, mas as
declividades podem vir a atingir mais de 45% em alguns casos, caracterizando terrenos muito
suscetíveis à ocupação.
Assim, no que tange os compartimentos estruturantes da paisagem, verifica-se que em 1962
quase que a totalidade do fundo de vale do rio Capivari apresentava-se bem preservado, assim como os
interflúvios e os compartimentos de passagem da microbacia hidrográfica.
A partir do início da década de 1980, mesmo com o avanço da preservação da cobertura arbórea
nas áreas de predomínio dos Morrotes em direção à divisa de Vinhedo com Itupeva, constataram-se nas
demais localidades significativas perdas de área, principalmente na planície de inundação do rio
Capivari, através da ocupação do divisor de águas e da meia encosta.
Os principais fatores contribuintes para essa degradação ligam-se a instalação do Distrito
Industrial Benedito Storani, a urbanização e expansão da região do bairro Capela a norte e o
parcelamento em lotes da Fazenda São Joaquim. Entre os impactos sistêmicos derivados dessa expansão
urbana temos o assoreamento e a contaminação do rio Capivari e a ampliação dos processos erosivos nas
vertentes de maior declividade (Demacamp, 2006).
Considerando apenas o loteamento fechado São Joaquim, podemos constatar que entre 1994 e
2012 houve um pequeno avanço da cobertura arbórea em manchas pontuais na vertente leste, porém no
compartimento de passagem da vertente oeste, desmatada quando da sua instalação, atualmente a mais
impermeabilizada do loteamento, pouco foi feito.
No mapeamento das áreas de risco a deslizamento e inundações do município de Vinhedo,
realizado pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) em 2013, a área em questão é classificada como
de alto risco a inundação. A drenagem no local, Capivari, é natural, meandrante e encontra-se assoreada.
O canal possui cerca de 5m de largura (máxima) e margens variando de 2 a 4m de altura. Foram
observados sinais de solapamento de margem (cicatriz e trincas no pavimento) em pontos específicos do
canal.
As moradias ocupam tanto a margem direita como esquerda do córrego. Segundo informações
da COMDEC, a inundação pode ultrapassar 1,8m de altura, como raio de alcance superior a 200m,
ocorrendo de forma rápida. A inundação ocorre em eventos de chuvas fortes concentradas, somadas as
águas vindas do município de Louveira pelo Rio Capivari, o qual cruza o condomínio. A inundação
ocorre na planície de inundação do Rio Capivari e também em um afluente localizado na Rua
Paranaense, o qual inunda devido à concentração de águas advindas do sistema de drenagem da Rodovia
Anhanguera (IPT, 2013, p.50).
506
O loteamento fechado São Joaquim foi construído justamente sobre a planície natural de
inundação do Rio Capivari, ou seja, no talvegue. Dessa forma, todas as alterações advindas tanto das
formas de uso e ocupação do solo nas vertentes do próprio loteamento ou próximas dele, como das
vertentes indutoras localizadas a montante do canal, já em Louveira, poderão conduzir a um aumento do
escoamento superficial e por conseqüência ultrapassar o limite de suporte da vazão máxima do canal de
drenagem.
É importante frisar que a jusante do canal os processos são transmitidos pelo próprio canal, ou
seja, o aumento da energia sobre o limite da capacidade de escoamento do rio pode vir a solapar as
margens em áreas distantes do loteamento fechado.
Outro agravante para o aumento das possibilidades de enchentes no loteamento fechado São
Joaquim advém do escoamento direcionado pelo loteamento fechado Alpes de Vinhedo, localizado no
extremo leste da microbacia. Este loteamento localiza-se no ponto mais alto de toda a microbacia, sua
portaria se encontra sobre o compartimento estruturante que divide as águas entre a Microbacia
Hidrográfica Capivari e a Microbacia Hidrográfica Água do Buracão, tendo os lotes distribuídos ao
longo da vertente da Microbacia Hidrográfica Capivari. O desnível entre a portaria do loteamento,
localizado as margens da Estrada da Boiada, e o rio Capivari é de 150 metros verticais para 575 metros
horizontais, o que confere uma declividade muito alta para o contexto da microbacia, por volta de 27%.
Esse desnível entre os compartimentos estruturantes ocorre pela transição do domínio das
Colinas para os Morrotes permeados por Morros. Dessa forma, verifica-se que a declividade do
loteamento Alpes de Vinhedo, somado a ausência de cobertura arbórea interna e uma impermeabilização
que chega a quase 91% de sua área total, conduzem em períodos de chuva intensa um fluxo rápido de
escoamento pluvial.
Considerando que o loteamento direciona este escoamento para um tributário de primeira ordem
do rio Capivari, tem-se aí mais um fator contribuinte e para conduzir ao aumento do volume de água em
um curto período de tempo. Dessa forma, o loteamento Alpes de Vinhedo pode induzir pelo tributário a
ampliação do risco de enchente no loteamento São Joaquim.
É importante destacar que ainda na década de 1970 foram construídos dois grandes reservatórios
de água nesta porção da microbacia, um localizado externamente ao muro sudeste do loteamento São
Joaquim, por onde o rio Capivari adentra o loteamento, e outro dentro do loteamento. No primeiro caso
o reservatório visa conter e amortecer a vazão excedente advinda de Louveira, no segundo caso visa-se
conter e amortecer a vazão excedente advinda do distrito industrial e da Rodovia Anhanguera.
O fato desses reservatórios já existirem na década de 1970, leva a crer que a escolha da planície
de inundação do rio Capivari para a instalação de um grande loteamento residencial fechado não foi a
mais acertada.
Os tributários do rio Capivari que interferem na vazão do Capivari dentro do São Joaquim são
entalhados em vertentes ocupadas por diferentes formas de uso, portanto a solução para estes episódios
de enchentes requer uma análise não pontual e sim sistêmica.
Em contraponto, apesar dos Morros configurarem terrenos muito suscetíveis à erosão laminar e
a formação de sulcos e rastejo frequentes de média a alta intensidade, não se nota indícios de processos
erosivos entre os compartimentos estruturantes da vertente localizados entre os loteamentos fechados
Alpes de Vinhedo e São Joaquim. Isso se dá possivelmente pela presença de grandes áreas gramadas,
localizadas principalmente sobre o compartimento de passagem, além disso, o próprio fato de que os
fluxos superficiais advindos do loteamento Alpes de Vinhedo são direcionados para um tributário do rio
Capivari, evitam a transferência de excedentes hídricos do loteamento para a vertente. Essa constatação
nos leva a crer que o assoreamento verificado pelo IPT no rio Capivari dentro do São Joaquim, está
vinculado principalmente à expansão do Distrito Industrial Benedito Storani na vertente oposta.
Em situação semelhante, o loteamento fechado Sol Vinhedo Village, que não possui cobertura
arbórea e tem sua área 55% impermeabilizada, direciona seu escoamento para um reservatório de
contenção para amortecimento da vazão localizado no bairro Chácara do Trevo junto a outro tributário
do rio Capivari, porém o escoamento deste loteamento é direcionado para o canal após o muro do
loteamento São Joaquim, portanto não influenciando em seus casos de enchentes.
As áreas de expansão urbana ocupadas por loteamentos populares, na porção norte da
microbacia, as margens do bairro Capela, também podem vir a causar problemas sistêmicos
relacionados ao escoamento superficial à medida que ocupam continuamente do topo das colinas até os
507
fundos de vale, portanto descarregando seus excedentes hídricos neste compartimento, podendo causar
enchentes e erosão, principalmente na Rua João Edueta no bairro Capela.
As demais áreas da microbacia apresentam-se estáveis de acordo com os parâmetros
selecionados por possuírem uma baixa taxa de ocupação, permanecendo, portanto, permeáveis e com
cobertura vegetal arbórea relativamente bem preservada.
ASPECTOS AMBIENTAIS
508
Tabela IX-31 Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica em 2006 e 2011 e sua variação no período; Grau de
Conservação e Uso das APPs da microbacia.
Mapeamento (2011)
Mapeamento (2006)
Incremento
509
Tabela IX-32 Uso dos Solos da Microbacia do Capivari em 2017.
Os parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da APP dos corpos d’água,
aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno, para a microbacia do Capivari, graficamente,
apresentaram-se, de acordo com a figura 51.
510
Figura IX-51 Diagnóstico de campo dos parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da
APP dos corpos d’água, aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno.
511
Em seu trabalho ELO AMBIENTAL (2007), a entidade também realizou diagnóstico da
qualidade de água na microbacia do Capivari.
Foram considerados nove pontos de coleta ao longo do Rio Capivari (Figura ) permitindo que se
tenha uma avaliação da qualidade da água que apresenta o trecho em que esse rio passa no município.
Os pontos coletados na microbacia foram de acordo com a figura. Segue abaixo os principais resultados:
Figura IX-53 Principais parâmetros da qualidade da água do rio Capivari, no trecho de Vinhedo.
512
Amônia: a presença em um recurso hídrico de NH3 ou NH4 caracteriza a poluição recente por
esgotos domésticos. O Nitrogênio na forma de Amônia Livre é tóxico aos peixes e, dentro dos processos
bioquímicos, a conversão de Amônia a Nitrito e deste a Nitrato consome oxigênio dissolvido no meio e
altera a condição da vida aquática. Observa-se através do gráfico, o ciclo do nitrogênio, estando a forma
amoniacal presente somente nos pontos onde a contaminação pode ser um tanto recente (pontos 1, 6 e 8)
e mantendo concentrações em níveis considerados normais nos demais pontos.
Nitrato: Produto final da estabilização aeróbica do nitrogênio orgânico. Em grandes
quantidades contribui como causa da metemoglobinemia infantil. Caracteriza uma poluição remota em
função de que o Nitrogênio encontra-se no seu último estágio de oxidação.
Nitrito: são rapidamente oxidados a nitrato e podem indicar poluição juntamente com amônia e
nitrato. Sua toxicidade é bem conhecida embora não tenham sido estabelecidos limites aceitáveis.
Oxigênio dissolvido: é um indicador de poluição por despejos orgânicos empregado para
controlar processos de aeração, dado indispensável nos estudos de atividades fotossintetizadas e da
corrosão da água. Por isso é um importante fator para avaliar a qualidade do manancial.
Indica o grau de arejamento da água. É um excelente indicativo da qualidade da água. A
presença de oxigênio dissolvido é de importância vital para os seres aquáticos aeróbios. A introdução de
OD no recurso hídrico ocorre através da fotossíntese, da ação de aeradores ou do próprio contato com o
ar atmosférico. O teor de O2 na água varia, principalmente com a temperatura e com a altitude. Quanto
maior a concentração, melhor a qualidade.
Percebe-se pelo gráfico acima que as concentrações de OD ao longo dos pontos de coleta,
sofreram algumas alterações, mas se repararmos a situação inicial e a final, o rio se recuperou muito
bem de todas as degradações que sofreu, principalmente no ponto 6.
DBO 5 dias 20°C: empregado para avaliar a concentração de material orgânico que requer
oxigênio para sua degradação. Indicador de poluição por despejos orgânicos e uma medida importante
da qualidade do manancial. A estabilização ou decomposição biológica da matéria orgânica lançada ou
presente na água envolve o consumo de oxigênio (molecular) dissolvido na água, nos processos
metabólicos desses organismos biológicos aeróbios. Em função do citado anteriormente, a redução da
taxa de oxigênio dissolvido em um recurso hídrico pode indicar atividade bacteriana decompondo
matéria orgânica.
Fosfatos: em algumas águas de abastecimento pode promover o crescimento de plantas
aquáticas, alterando as características das mesmas. Pode ser empregado como indicador de
contaminação por fertilizantes e/ou resíduos industriais. Os íons nitrato e fosfato são normalmente os
nutrientes limitantes do processo de eutrofização. Considera-se que um nível de 0,02mg/L previne a
floração de algas, mas concentrações menores que 0,003mg/L são nichos ecológicos deficientes em
fósforo. Logo, o fósforo desempenha grande papel no processo de eutrofização e sua concentração em
excesso pode levar a uma alta produção de fitoplâncton na água.
A eutrofização é um desequilíbrio que ocorre em rios e lagos que recebem efluentes sanitários.
A palavra deriva do grego, significando bem nutrido.
Caracterizando o crescimento exagerado de organismos aquáticos autotróficos e autótrofos
(organismos que absorvem energia diretamente da luz solar, ou seja, são fotossintetizantes),
particularmente algas planctônicas e ervas aquáticas, as macrófitas. Observando o gráfico e a partir da
explicação acima, entende-se porque o ponto 6 de coleta está com um nível altíssimo de fosfatos.
Como conclusão geral, ELO AMBIENTAL (2007) aponta que as análises limnológicas
realizadas em pontos do Rio Capivari e alguns de seus afluentes demonstram que o Rio Capivari já
chega ao município de Vinhedo com alto nível de cargas poluidoras, principalmente do município de
Louveira que lança diretamente o esgoto sem tratamento no rio. Ao longo de seu percurso no município,
o rio passa por um processo de diminuição da concentração de efluentes, devido, sobretudo, ao tipo de
solo e a presença de bactérias que favorecem a filtragem e a flutuação da matéria orgânica. Entretanto,
existem pontos específicos no município (como o efluente Germânia) que contribuem significativamente
com o lançamento de elevadas cargas de contaminação de fertilizantes e resíduos industriais.
Segundo ELO AMBIENTAL (2007) a microbacia Capivari, é uma das que apresenta as áreas
mais impactadas do município, devido ao avanço da urbanização sem medidas efetivas de controle
ambiental; avanço de atividades agropecuárias e avanço de áreas industriais em APPs.
513
Concluindo a diagnose do estado de preservação dos recursos hídricos de Vinhedo, Elo
Ambiental (2007) relaciona, por microbacia, os principais impactos ambientais detectados,
recomendações, adequações e resultados iniciais deste projeto.
Para a Microbacia do Capivari, de acordo com os pontos assinalados na figura e a tabela abaixo,
os principais impactos são:
No Trabalho executado pela Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica, Relatório Final,
(2015), a Câmara de Vereadores de Vinhedo, Para a Microbacia do Capivari recomenda:
Demarcar e reflorestar toda a área de entorno do Córrego Xoxó, dentro da Zona de Desenvolvimento
Industrial (ZDI), recuperando a APP e as áreas de recarga;
Uma vez que as nascentes do entorno do Córrego Xoxó foram, na maior parte, soterradas com o
avanço do Distrito Industrial e que as poucas que restam correm sério risco de desaparecer, promover
o efetivo controle sobre a movimentação de terras e implementação de novos empreendimentos.
Considera-se que as áreas de recarga foram assoreadas sendo, portanto, necessária uma intervenção
urgente no local;
Existem diversos pontos não cumpridos como o Parque Linear do Capivari, Programas Ambientais
previstos no artigo 232, cujos objetivos são garantir a produção de água e a qualidade de vida
(Reflorestamento Ciliar, Combate aos Incêndios Florestais e/ou Áreas com Manejos Agrários,
Extensão Rural, Aprimoramento do Sistema de Abastecimento Alimentar, Conservação dos Solos e
Recursos Hídricos e Valorização do Pedestre e do Ciclista);
Apoiar a Criação de Áreas de Proteção e Recuperação de Mananciais – APRMs (Lei estadual
9.866/97) na microbacia do Capivari – Estudo da Faculdade de Engenharia Ambiental e do Centro de
Ciências Exatas, Ambientais e de Tecnologias da Pontifícia Universidade Católica de Campinas
PUCCAMP) de outubro de 2010;
Colocar em prática o pagamento por serviços ambientais (PSA);
Uma vez que as indústrias do Distrito Industrial estão, na sua maioria, sendo abastecidas por poços
que estão secando considera ser um fato preocupante para sustentabilidade de Vinhedo (o
514
planejamento feito pela SANEBAVI é de substituição gradativa por abastecimento que será realizado
pela ETA III – São Joaquim);
Mais estudos sobre a Captação no Córrego do Barreiro. Informa que a avaliação realizada há alguns
anos indicou um custo muito alto, além de ser um afluente do Rio Capivari (sendo, portanto, a
mesma outorga) e, há uma potencial disputa pela outorga da Bacia do Rainha com o município de
Louveira.
515
MICROBACIA SANTA CÂNDIDA
ASPECTOS SOCIAIS
A microbacia está localizada em área rural, com a presença de alguns sítios, chácaras e fazendas
e também de algumas empresas de pequeno e médio porte. Muitos dos moradores residem em casas
cedidas pelos patrões, proprietários das empresas.
A maior parte da população não é natural da região. Alguns moradores utilizam-se da
agricultura de subsistência como renda, constituída principalmente de plantação de uvas.
A maioria dos moradores conhece o córrego, por residirem próximo à estação de tratamento de
água. Todos os moradores que residem na região convivem de perto com a área ambiental e
descreveram e criticaram o estado de preservação do Rio Capivari, um rio extenso e muito poluído; os
moradores criticaram o cheiro do rio.
516
Vinhedo de Valinhos e Itupeva. A leste o limite se dá no divisor de águas que a separa da Microbacia
Hidrográfica São Bento/Capela, ao sul se encontra a Microbacia Hidrográfica Capivari.
Esta microbacia, em termos de ocupação apresenta, mesmo atualmente, uma grande quantidade
de propriedades rurais. Em 1962 as poucas áreas com cobertura vegetal arbórea apresentavam-se
distribuídas de forma dispersa, sendo que as únicas porções contínuas encontravam-se as margens do rio
Capivari e nas cabeceiras de drenagem de alguns dos tributários do córrego Santa Cândida.
A microbacia contabilizava apenas 11,6% de sua área coberta com vegetação arbórea, porém,
estes valores no decorrer dos anos acabaram se ampliando, quase que dobrando em 1994 e atingindo
quase 30% em 2012 (Tabela 18).
Tabela IX-34 Evolução das Áreas Permeáveis ou de Baixa Impermeabilização e de Cobertura Arbórea na
Microbacia Hidrográfica Santa Cândida.
Entre 1962 e 1978, a vegetação das principais nascentes e das vertentes mais dissecadas foi
recomposta, efeito da intervenção do Estado sobre a propriedade rural após a promulgação do Código
Florestal em 1965.
Entre 1978 e 1994, a microbacia começou a ser urbanizada, inclusive registrando um avanço
menor que o do período anterior em termos de recomposição da cobertura vegetal arbórea.
Nota-se que em 1978 o loteamento Vale Verde (aberto), localizado em Valinhos, já adentrara a
Microbacia Hidrográfica do córrego Santa Cândida por seu interflúvio norte, reduzindo
consequentemente a cobertura vegetal arbórea neste compartimento.
Em 1989 foi instalado o Recanto Florido, o primeiro loteamento fechado na microbacia.
Localizado sobre área já desmatada, possuía apenas em sua porção sudoeste um pequeno resquício de
cobertura arbórea, que compreendia até 1994, 10.000m². Com a ampliação no número de lotes entre
1994 e 2012 a cobertura foi reduzida para 4.000m².
A partir de 1994 outras áreas se urbanizaram na microbacia, em 1996 foi criado o loteamento
fechado Vila Hípica I, ao lado do loteamento fechado Recanto Florido. A área que corresponderia a sua
instalação possuía até 1994, cerca de 30.000m² de cobertura arbórea, porém verificou-se que entre 1994
e 2012 apenas 17.000m² desse montante ainda permaneciam preservados.
Próximo ao ano 2000, a expansão dos bairros vizinhos ao Bairro Capela acabou adentrando a
microbacia pelo interflúvio, que divide a Microbacia Hidrográfica São Bento/Capela da Microbacia
Hidrográfica Santa Cândida, aumentando a impermeabilização neste compartimento.
Ainda em 2000 foi instalado no interflúvio entre a Microbacia Hidrográfica Santa Cândida e
Microbacia Hidrográfica Capivari, o loteamento fechado Vila Hípica II, com área de 0,16 Km², das
quais cerca de 70% localizam-se sobre a Microbacia Hidrográfica Santa Cândida. Em 2012, a porção de
cobertura arbórea referente a estes 70% correspondia a cerca de 85% da cobertura arbórea total existente
517
dentro do loteamento, ou seja, cerca de 21.000m². Somando a área total de cobertura vegetal arbórea no
loteamento, nas duas microbacias, temos cerca 25.000 m², conferindo um avanço significativo em
relação aos valores encontrados para os anos de 1962, 1978 e 1994.
Condomínio Vila
ValeVerde
Verde
(Valinhos, SP)
Figura IX-56 Localização espacial do Loteamento Vale Verde (Valinhos/Vinhedo, SP), Recanto Florido (8)
e Vila Hípica II (24).
A impermeabilização da microbacia de modo geral se ampliou pouco, pois em 2012 92,1% das
áreas da microbacia ainda apresentam-se permeáveis.
Os canais de drenagem que compõe a Microbacia Hidrográfica Santa Cândida apresentam-se
distribuídos em sua totalidade sobre o domínio dos Morrotes, apresentando, portanto, suscetibilidade a
interferências, devido à erodibilidade dos solos e a declividade acentuada de algumas de suas vertentes.
Como já frisado, a microbacia se apresenta pouco ocupada, porém a ocupação existente se deu
principalmente nos compartimentos estruturantes indutores de processos, tanto o loteamento fechado
Recanto Florido como o Vila Hípica II localizam-se sobre os divisores de água da microbacia.
No caso do Vila Hípica II, o escoamento superficial segue em parte para o Rio Capivari e em
parte diretamente para o córrego Santa Cândida, no caso do loteamento Recanto Florido, o escoamento
segue para um dos tributários do córrego Santa Cândida paralelo ao loteamento.
No caso do Vila Hípica I, localizado em um compartimento estruturante de passagem, a situação
de escoamento é a mesma, porém, direcionada para um tributário que possui sua confluência mais a
jusante.
Durante a instalação dos três loteamentos, os materiais inconsolidados, derivados da exposição
dos solos, foram transferidos para os canais de drenagem causando assoreamento.
Outro ponto importante se refere ao grande desmatamento realizado a partir da segunda metade
da década de 1980, a leste do que viria a ser em 2000 o loteamento fechado Vila Hípica II. Esse
desmatamento que ocorreu principalmente sobre o divisor de águas teve como intuito a exploração
comercial de areia para construção civil. Esta ação que perdurou até 2005 gerou uma grande quantidade
de material inconsolidado. Dessa forma, tanto a mineração como a instalação dos loteamentos fechados
ampliaram significativamente os níveis de assoreamento no baixo curso do córrego Santa Cândida e na
sua confluência com o Rio Capivari.
A prefeitura em 2007, visando sanar este problema, acabou por realizar alterações nas diretrizes
de ocupação previstas pelo Plano Diretor de 1984 para essa área. Até 2007 todo o vale do Santa Cândida
era setorizado como S3, ou seja, um misto entre área residencial, comercial e serviços, ou seja, o intuito
dessa setorização era o de promover a expansão urbana nessa região, fato que não ocorreu, a não ser pela
instalação dos loteamentos fechados.
No “novo” Plano Diretor de 2007 ficou estabelecido um novo zoneamento para a área, que passa
a ser divida em dois novos setores ou zonas: a Zona Expansão Urbana 2 (ZEU2) e a Zona de
Conservação Ambiental Noroeste (ZCA Noroeste).
518
A ZEU2 delimita as áreas no entorno dos loteamentos fechados até a divisa com o Bairro
Capela, esta delimitação tem objetivos semelhantes ao de S3, ou seja, abrir novas áreas de expansão para
loteamentos e responder ao futuro crescimento do município.
A grande diferença está na delimitação de quase todo o vale do córrego Santa Cândida como
ZCA Noroeste. Segundo o Art. 59 do Plano Diretor de 2007 (Lei Complementar 66/2007) "A Zona de
Conservação Ambiental Noroeste - ZCA Noroeste é área de manancial e fragmentos, apresentando alta
restrição à ocupação, decorrente da existência de cabeceiras dos córregos e recursos naturais de interesse
ambiental" (VINHEDO, 2007).
Este fato explica o fechamento e recomposição das áreas mineradoras a partir de 2007 não só
nesta zona, mas também na ZEU2, uma vez que a ZCA Noroeste tem dentre os seus objetivos “proteger
os mananciais hídricos utilizados ou com possibilidade de utilização para abastecimento público [...]”
(VINHEDO, 2007), ou seja, a proteção é sistêmica, mesmo que a interferência seja externa a ZCA
Noroeste.
Esta delimitação também impede o avanço dos bairros da região da Capela e de Valinhos sobre
os interflúvios da microbacia, evitando assim a ampliação dos processos erosivos transmitidos para o
fundo do vale no médio e alto curso do córrego Santa Cândida.
Porém, caso a ZEU2 seja realmente ocupada por novos loteamentos, os problemas de
assoreamento poderão retornar a microbacia.
Considerando que a delimitação entre a ZEU2 e a ZCA Noroeste não acompanha o traçado dos
compartimentos estruturantes da paisagem e sim a área já urbanizada pelos loteamentos fechados,
qualquer exposição do solo no processo de parcelamento de novos lotes na ZEU2 poderá acarretar novos
episódios de assoreamento. A delimitação entre as zonas ocorre no meio da vertente, ou seja, em um
importante compartimento estruturante de passagem.
ASPECTOS AMBIENTAIS
519
Tabela IX-35 Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica em 2006 e 2011 e sua variação no período; Grau de
Conservação e Uso das APPs da microbacia.
Mapeamento (2011)
Mapeamento (2006)
Incremento
520
No trabalho Elo Ambiental (2007), no diagnóstico de características físico-hídricas da
Microbacia do Santa Cândida, a localização dos pontos de amostragem é mostrada na figura 57.
Os parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da APP dos corpos d’água,
aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno, para a microbacia do Santa Cândida, graficamente,
apresentaram-se, de acordo com a figura 58.
521
Figura IX-58 Diagnóstico de campo dos parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da
APP dos corpos d’água, aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno.
Áreas Agropecuária
Preservadas
Aglomerado Rural
522
Figura IX-60 Impactos detectados e suas localizações (Elo Ambiental, 2007).
Segundo ELO AMBIENTAL (2007), a microbacia Santa Cândida, é uma das que apresenta as
áreas mais impactadas do município, devido ao avanço da urbanização sem medidas efetivas de controle
ambiental; avanço de atividades agropecuárias e avanço de áreas industriais em APPs.
523
MICROBACIA SÃO BENTO / CAPELA
Principais Rios e Córregos: Córrego São Bento / Capela, Córrego Fim de Semana, Morumbi.
Sub-Microbacias: D1, D2, D3 e D4.
Predominância do Estado de Conservação das APPs: Alterado.
Principais Usos do Solo no Entorno das APPs: Área urbana, Áreas de lazer, Loteamentos residenciais,
Pastagem, Plantio.
Principais Impactos Ambientais: Erosão, Disposição de entulho de construção, resíduos sólidos nas
APPs, Descarga de efluentes domésticos, Assoreamento, Desmatamento, Expansão urbana, Lagos
soterrados com formação de várzeas.
Figura IX-61 Impactos ambientais margeando o Córrego da Capela; Córrego Fim de Semana.
ASPECTOS SOCIAIS
O local analisado foi o Bairro da Capela, o mais extenso e mais populoso a ser entrevistado, um
bairro periférico em cuja extensão se encontram alguns córregos.
As moradias são de aspecto urbano; as vias de acesso são asfaltadas, as casas de alvenaria, com
energia elétrica, redes de água e esgoto. A maior parte da população não é natural da região e as
realidades são diferentes nos aspectos social, cultural e econômico.
Os moradores se mostraram, em sua maioria, preocupados com a preservação ambiental. A
recepção ao grupo de pesquisadores foi muito boa.
524
como limite norte. Seu limite nordeste acompanha quase que perfeitamente o contorno da Estrada da
Boiada.
Seu processo de ocupação urbana iniciou-se apenas a partir da década de 1970. No período
anterior houve predominância de características rurais.
Em 1977 foi instalada a segunda metade do Condomínio Vinhas de Vista Alegre, na margem
oeste da Estrada da Boiada, denominada Café. Entre 1962 e 2012, o condomínio manteve a mesma
quantidade de cobertura vegetal arbórea, porém reduzindo alguns pontos e ampliando outros em
porcentagens relativamente pequenas. Esta porção do condomínio apresentava um total de quase 9% de
cobertura vegetal arbórea interna, em uma área menor que o Vinhas de Vista Alegre - Sede, 0,45 Km².
Ao analisar os demais loteamentos fechados surgidos nas décadas seguintes (Il Paradiso (1996)
e Bosque das Araras (2000)), notou-se que as áreas escolhidas não possuíam sinais de cobertura vegetal
arbórea desde 1962. No caso do Bosque das Araras podemos constatar que sua instalação ocorreu em
meio a uma grande clareira, alocada em meio a uma área bem preservada.
Figura IX-62 Localização espacial do Condomínio Vinhas de Vista Alegre – Café (3), Il Paradiso (15) e
Bosque das Araras (26).
Neste contexto, o único avanço constatado em termos de preservação só ocorre no ano de 2012,
no loteamento fechado Il Paradiso, e ainda assim correspondendo apenas a 2,5% da área total interna ao
empreendimento.
Tabela IX-38 Evolução das Áreas Permeáveis ou de Baixa Impermeabilização e de Cobertura Arbórea na
Microbacia Hidrográfica São Bento/Capela.
525
Entre 1978 e 1994, a cobertura vegetal arbórea na microbacia se ampliou, atingindo 28,5% em
1994, fato explicado pela reconstituição da vegetação das nascentes, fundos de vale e das áreas mais
dissecadas do relevo na área do "cinturão verde" a leste e nas áreas não urbanizadas ao norte.
Nesse mesmo período consolidou-se a instalação do bairro Capela, localizado na margem oeste
da Rodovia Anhanguera e da microbacia.
Apresentando características de bairro popular, a região do bairro Capela se ampliou de forma a
constituir a segunda maior área de urbanização contínua do município, anexando inclusive bairros do
lado leste da Rodovia Anhanguera, porém, no período de sua instalação, que se inicia no final da década
de 1970, a área já se apresentava degradada em termos de desmatamento, não tendo sido muito alterada
no sentido de ampliação ou redução dos remanescentes arbóreos.
No que se refere à impermeabilização da microbacia, em 2012, houve uma situação semelhante
no que se refere à porção leste composta pelos empreendimentos Vinhas de Vista Alegre - Café, Il
Paradiso e Bosque das Araras, que apresentam respectivamente 83%, 50% e 34% de suas áreas
impermeabilizadas, e a porção oeste no qual o adensamento urbano do bairro Capela e seu entorno
impermeabilizam cerca de 55% da área.
Apesar da alta impermeabilização, a preservação da cobertura arbórea na porção leste, fora dos
empreendimentos residenciais horizontais fechados, é muito maior que a da porção oeste, chegando a
1,53 Km² do total de cobertura arbórea para a microbacia em 2012, enquanto a região do bairro Capela
apresentava apenas 0,3 Km², o que correspondia respectivamente a 81,8% e 16% da cobertura arbórea
existente na microbacia.
A Microbacia Hidrográfica São Bento/Capela se insere sobre duas classes de relevo: os
Morrotes, que compreendem toda a porção a leste da Rodovia Anhanguera e o norte da microbacia, e as
Colinas permeadas por Morrotes localizadas na porção oeste da rodovia, local sobre o qual foi instalado
o núcleo inicial do bairro Capela.
A dinâmica hídrica das Colinas apresenta-se condicionada as áreas de ocupação efetivadas sobre
os Morrotes, mais altos e que apresentam vertentes mais dissecadas. Dessa forma, as Colinas nesta
microbacia caracterizam-se predominantemente como compartimentos estruturantes de passagem ou
receptores de processos oriundos da ocupação dos Morrotes. Porém, é importante frisar que entre 1980 e
1994, as vertentes extensas das Colinas ocupadas pela urbanização do bairro Capela se enquadravam
como compartimentos estruturantes essencialmente indutores de processos, transferindo os materiais
erodidos pela exposição dos solos para os córregos tributários do rio Capivari, ampliando o
assoreamento. Nesse período, os Morrotes que margeiam as Colinas pequenas apresentavam-se
ocupados pelas atividades agrícolas, que apesar de possuírem baixa composição vegetal arbórea,
apresentavam extensas áreas permeáveis de gramíneas.
Entre 1994 e 2012 a ocupação efetiva dos Morrotes amplia gradativamente a impermeabilização
e o escoamento superficial, causando uma série de inundações no bairro. Com base nessa situação, a
prefeitura executou entre 2012 e 2013 uma série de obras de canalização de caráter emergencial nos
córregos Capela e Sitinho, afluentes do rio Capivari.
No relatório técnico do IPT sobre as áreas de alto e muito alto risco a deslizamentos e
inundações em Vinhedo esta área não foi incluída, justamente pela execução das obras.
526
Ressalta-se que outras áreas foram visitadas durante os trabalhos, mas estas não se encontram
neste relatório por seu risco foi erradicado, como no caso do bairro Capela, onde a prefeitura realizou
intervenções no córrego, evitando as inundações que constantemente atingiam o bairro (IPT, 2013,
p.56).
Na porção leste da Rodovia Anhanguera, totalmente inserida sobre o domínio dos Morrotes a
situação é diferente, tanto no que se refere à preservação da cobertura arbórea a quantidade de áreas
permeáveis como pela presença de reservatórios de contenção para amortecimento do escoamento
superficial.
A Estrada da Boiada, que limita a microbacia a leste, não possuía cobertura vegetal arbórea
significativa em 1962, porém os compartimentos de passagem de processos e receptores nos fundos de
vale apresentavam-se bem preservados, inclusive tendo sido ampliados nas décadas seguintes.
Todas as áreas de cobertura arbórea nessa região são demarcadas pelo Plano Diretor de Vinhedo
(2007) como APPs, inclusive, dentro do Condomínio Vinhas de Vista Alegre – Café há uma área de
cobertura arbórea bem extensa e que cobre todo o compartimento de passagem da vertente. Mesmo com
o amortecimento realizado pelas copas das árvores, ainda existe um grande reservatório de contenção no
fundo do vale.
É importante destacar que todo o fundo de vale que cruza a área central do condomínio é
arborizado e possui boa permeabilidade. Internamente existem ainda três reservatórios de contenção,
voltados à redução do escoamento superficial derivado das áreas impermeabilizadas as margens da
Estrada da Boiada.
Os outros dois empreendimentos residenciais fechados estão instalados sobre condições de
permeabilidade, porém como já frisado com nada ou quase nada de cobertura arbórea interna.
O loteamento fechado Il Paradiso divide seu muro leste e sul com o Vinhas de Vista Alegre -
Café. Na parte externa de seu muro norte, encontram-se três reservatórios de amortecimento para as
águas pluviais. É importante frisar que ao analisarmos estes reservatórios através de imagens mais
recentes, temos a impressão de que eles foram instalados em meio as APPs, porém esta não é a
realidade, pois não existia cobertura vegetal arbórea nesta área da microbacia (ao menos até 1994),
inclusive segundo o Plano Diretor de 2007, esta área é demarcada como alvo para o reflorestamento e
integração as APPs já existentes.
Na foto aérea de 1994 apenas o maior dos três reservatórios existia, sendo os demais criados
justamente para evitar os possíveis problemas oriundos da impermeabilização do solo no loteamento Il
Paradiso, que foi aprovado e fechado.
A área onde foi instalado o loteamento fechado Bosque das Araras, apresentava em 1994 outra
atividade, que não a residencial. Entre 1962 e 1978 existe na área apenas uma extensa clareira gramada.
O Bosque das Araras tem sua portaria localizada no divisor de águas norte da Microbacia
Hidrográfica São Bento/Capela, apresentando declividade que variam entre 15 e 20% em direção ao
fundo do vale.
Apesar da declividade e da impermeabilização ampliada a partir de sua implantação, não se nota
sinais de processos erosivos em suas vertentes. O empreendimento direciona seu escoamento para os
córregos paralelos ao empreendimento, localizados nas áreas cobertas por vegetação, fazendo uso dos
sistemas de amortecimento já existentes na porção leste da microbacia.
Ao longo dos canais principais e afluentes localizados a leste da Rodovia Anhanguera, desde as
nascentes próximas a Estrada da Boiada e próximas a divisa com Valinhos até o rio Capivari, são
encontrados pelo menos mais seis reservatórios de amortecimento, para além dos já citados, e todos são
classificados como áreas alvo para reflorestamento. Estas medidas de proteção evitam problemas de
enchentes nos bairros Altos do Morumbi e Residencial Vida Nova I, as margens da rodovia.
Outro ponto importante repousa no fato de que esta microbacia, assim como a Microbacia
Hidrográfica Marambaia, apresenta áreas classificadas, segundo o Plano Diretor de 2007, como ZDD3 e
que possuem em seu interior as ZEIAs.
No entanto, diferentemente da Microbacia Hidrográfica Marambaia, o interesse em demarcar
essas áreas, evitando o parcelamento futuro, não ocorreu, pois desde 2012 novos loteamentos abertos
vêm sendo instalados sobre as antigas áreas agrícolas da ZDD3 as margens da Estrada da Capela,
expondo os solos à erosão laminar, tanto em compartimentos indutores como de passagem, e que podem
conduzir ao assoreamento dos tributários do Rio Capivari não só na microbacia São Bento/Capela.
527
ASPECTOS AMBIENTAIS
528
Tabela IX-39 Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica em 2006 e 2011 e sua variação no período; Grau de
Conservação e Uso das APPs da microbacia.
529
Tabela IX-40 Uso dos Solos da Microbacia do São Bento / Capela em 2017.
Os parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da APP dos corpos d’água,
aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno, para a microbacia do São Bento / Capela,
graficamente, apresentaram-se, de acordo com a figura 64.
530
Figura IX-64 Diagnóstico de campo dos parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da
APP dos corpos d’água, aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno.
Área Urbanizada
Áreas
Alteradas Área Industrial
Solo Exposto
Áreas
Impactadas Outros Usos
531
Figura IX-66 Impactos detectados e suas localizações (Elo Ambiental, 2007).
Segundo ELO AMBIENTAL (2007) a microbacia Capela, é uma das que apresenta as áreas
mais impactadas do município, devido ao avanço da urbanização sem medidas efetivas de controle
ambiental; avanço de atividades agropecuárias e avanço de áreas industriais em APPs.
532
MICROBACIA MARAMBAIA
Principais Rios e Córregos: Rio Capivari, Córrego da Bica do Boi, Córrego Marambaia,
Córrego das Setes Lagoas.
Sub-Microbacias: E1, E2 e E3.
Predominância do Estado de Conservação das APPs: Alterado.
Principais Usos do Solo no Entorno das APPs: Conjunto residencial, Chácaras de veraneio, Comércio
gastronômico, Áreas verdes e de lazer.
Principais Impactos Ambientais: Falta de saneamento básico, Lançamentos de efluente doméstico em
córregos, Corte de flora nativa, Vias públicas e privadas em APP, Formação de estrutura de área de
lazer (quadras poliesportivas e reservatórios em processo de assoreamento), Represamento, erosão e
assoreamento de reservatórios e cursos d’água.
ASPECTOS SOCIAIS
O local analisado desta microbacia foi o Condomínio Marambaia e pequenas chácaras ao seu
entorno.
O Condomínio Marambaia foi o primeiro grande condomínio de Vinhedo, onde grande parte de
seus moradores veio de outras cidades.
As características sociais da população não puderam ser identificadas, pois devido ao
regulamento interno do Condomínio, a equipe de pesquisa social não teve contato direto com os
condôminos para aplicação dos questionários. Esta se fez por intermédio da administração do
condomínio.
533
Histórico e características de ocupação
Se entre 1962 e 1978, houve uma pequena redução de cobertura vegetal arbórea na área
referente ao Condomínio, a partir da década de 1980 o quadro de preservação começava a se inverter,
chegando ao ano de 1994 com valores superiores aos de 1962, tanto para a microbacia (23,4%) quanto
para a área do condomínio (18,8%). É importante destacar que em proporção de área, a vegetação
arbórea dentro do condomínio em 1994 (0,44 Km²) correspondia à metade de toda a microbacia (0,88
Km²).
534
Essa inversão se deu pela valorização do verde interno ao condomínio, considerada como parte
estratégica do marketing na venda dos lotes, e segundo pela fiscalização mais rígida inserida a partir do
Código Florestal de 1965 (este fato será recorrente nos maiores e mais antigos empreendimentos
residenciais horizontais fechados), como será possível verificar na análise das próximas microbacias
hidrográficas.
Entre 1994 e 2012 a cobertura vegetal arbórea na microbacia obteve um pequeno aumento na
porção externa aos muros do condomínio, cerca de 0,8%, internamente manteve-se a mesma área de
cobertura arbórea.
A tabela abaixo aponta a evolução das áreas permeáveis ou de baixa impermeabilização e da
cobertura arbórea na microbacia Hidrográfica do Marambaia.
Tabela IX-42 Evolução das Áreas Permeáveis ou de Baixa Impermeabilização e de Cobertura Arbórea na
Microbacia Hidrográfica Marambaia.
No que diz respeito à impermeabilização dos solos, pode se dizer que entre 1962 e 1978
praticamente toda a área da microbacia, apresentava-se permeável. Em 1962 esta permeabilidade se
associava as áreas agrícolas, principalmente na Fazenda Marambaia, composta basicamente por
pastagens. Em 1978 a alta permeabilidade se associava a pequena ocupação da área do condomínio.
Em 1994 a permeabilidade da microbacia sofreu uma redução de 67,5%, chegando ao ano de
2012 aos 45%. Isso se deu em grande parte pelo aumento da área impermeável do condomínio, que entre
1978 e 1994 chegou a 52% e entre 1994 e 2012 a 57%.
Nota-se assim que apesar de ter ocorrido uma redução significativa da área permeável interna ao
condomínio, sua cobertura arbórea se manteve, principalmente nos fundos de vale e áreas de nascente.
A microbacia hidrográfica do córrego Marambaia localiza-se essencialmente sobre o domínio
das Colinas pequenas. Portanto, de forma geral, a microbacia apresenta menor suscetibilidade aos
processos erosivos devido às baixas declividades verificadas, entre 10 e 15% e vertente longas que
variam entre 200 e 1000m, favorecendo, portanto, a ocupação, tanto agrícola, no período anterior a
instalação do condomínio, como urbana após sua instalação.
Em relação aos compartimentos estruturantes da paisagem, verifica-se que a cobertura vegetal
arbórea que mais se altera no decorrer do período localiza-se justamente nas linhas de cumieira que
delimitam a microbacia hidrográfica com as chamadas Matas de Topo de Morro.
Em 1962 os divisores de água da porção sul, sudeste, sudoeste e norte da microbacia
apresentavam-se bem preservados, porém esta cobertura arbórea quase desaparece na foto área de 1978,
apenas a porção sudoeste na divisa com a microbacia hidrográfica do rio Capivari mantinha-se
arborizada. Em 1994, momento em que o quadro geral se altera através do aumento da cobertura arbórea
na microbacia, percebe-se que o padrão de distribuição também se altera, apesar do aumento, não se
nota (com exceção da porção norte e noroeste da microbacia) a recomposição efetiva da cobertura
arbórea dos interflúvios. As porções norte e noroeste se destacavam como exceção por possuírem
propriedades rurais, granjas e parreirais de uva, nestes casos a recomposição da cobertura arbórea no
interflúvio teve como função principal a redução do impacto advindo dos ventos de norte.
Entre 1994 e 2012 pequenas manchas verdes se ampliaram por todos os compartimentos em
detrimento das grandes massas contínuas de cobertura arbórea.
No que diz respeito à impermeabilização, notou-se que dentro do condomínio o tamanho dos
lotes (1000 m²) tem influência direta sobre a quantidade de áreas gramadas nas residências, fato que
535
favorece a infiltração em todos os compartimentos estruturantes. Na área externa, a impermeabilização
dos solos se deu principalmente através da criação de ruas e avenidas nos interflúvios. A porção
nordeste, externa aos muros, sempre se apresentou como a mais impermeabilizada da microbacia.
Este quadro demonstra que as intervenções no tempo passaram a ser pontuais, priorizando a
recomposição arbórea dos compartimentos receptores de processos, ou de passagem, que possuíam
preferencialmente nascentes. Em contrapartida, os interflúvios anteriormente arborizados, cederam
espaço para a infraestrutura viária e urbanização densa (porção nordeste da microbacia).
É importante destacar também que a drenagem interna ao condomínio teve seu fluxo amortizado
por represas, que servem tanto como reservatórios de contenção para redução da vazão a jusante, como
para a valorização estética do empreendimento.
Apesar da preservação dos compartimentos estruturantes de passagem e receptores, a
impermeabilização dos divisores de água dessa microbacia podem vir a gerar e transmitir processos
erosivos importantes para os fundos de vale, principalmente se novos loteamentos forem implantados
nas áreas agrícolas de norte e noroeste.
Segundo o Plano Diretor de 2007, estas áreas agrícolas se inserem sobre a Zona de
Desenvolvimento Diversificado 3 (ZDD3), que dentre seus objetivos destaca o direcionamento da
ocupação para equipamentos de pequeno, médio e grande porte, além de permitir a verticalização de até
quatro pavimentos, ou seja, a área classifica-se como de expansão urbana, no planejamento municipal.
Porém, ao mesmo tempo em que fazem parte da ZDD3, as propriedades rurais desta área são
consideradas como Zonas de Especial Interesse Agrícola (ZEIA), dessa forma, caso os proprietários
confirmem o interesse em demarcá-las como tais comprovando sua produtividade, estas não poderão ser
parceladas em lotes.
ASPECTOS AMBIENTAIS
536
Tabela IX-43 Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica em 2006 e 2011 e sua variação no período; Grau de
Conservação e Uso das APPs da microbacia.
537
Tabela IX-44 Uso dos Solos da Microbacia do Marambaia em 2017.
Os parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da APP dos corpos d’água,
aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno, para a microbacia do Marambaia, graficamente,
apresentaram-se, de acordo com a figura 70.
Figura IX-70 Diagnóstico de campo dos parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da
APP dos corpos d’água, aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno.
538
Em complementação, as porcentagens da ocorrência de cada qualificação de outros parâmetros
da microbacia são apresentadas na figura 71.
Áreas Agropecuária
Preservadas
Aglomerado Rural
Área Urbanizada
Áreas
Alteradas Área Industrial
Solo Exposto
Áreas
Impactadas Outros Usos
539
CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE OS RECURSOS HÍDRICOS REALIZADOS NOS
DIFERENTES DIAGNÓSTICOS REALIZADOS.
No Trabalho executado pela Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica, Relatório Final,
(2015), a Câmara de Vereadores de Vinhedo, naquilo que é de mérito desse Plano e dentre outros, são
ressaltados os seguintes pontos:
Garantir o cumprimento da Lei municipal que dispõe sobre o sistema municipal de preservação às
nascentes e mananciais (Lei 3.604/2014);
Atualizar o “mapa” de nascentes e inicio imediatamente de trabalho de recuperação das que foram
degradadas;
Realizar a atualização do mapeamento das nascentes de forma georreferenciada usando as bases que
já existem nos programas Vinhedo Sustentável e Vinhedo a Caminho da Sustentabilidade, da
ELO Ambiental;
Transferir a obrigação de recuperação dos mananciais aos entes públicos e privados que possuem
passivos ambientais;
Recuperar nascentes que foram mapeadas nos últimos anos por projetos locais e que constem nas
cartas do Instituto Geográfico e Cartográfico do Estado de São Paulo (IGC);
Sobre a ampliação da reserva estratégica recomenda que seja solicitado à SANEBAVI os custos
reais para o desassoreamento das represas I, II e III e para a construção de outras fontes de reservação
(represas IV e V);
Elaborar Plano Diretor de Combate à Crise Hídrica em Sistema Público de Abastecimento de Água;
Promover estudo sobre alternativas de captação de água para Vinhedo, pois no município existem
diversas represas e águas que não estão sendo utilizadas;
Aplicar políticas como o “IPTU Verde” e outros programas que incentivem o reuso e a captação da
água de chuva;
Elaborar Plano Municipal de Contingência e Emergência conforme indicação do Ministério Público e
da Agência Reguladora;
Realização de diagnóstico detalhado acerca da degradação ambiental com o objetivo de recuperar as
áreas de mananciais;
Fazer esforço para ampliar recursos destinados à preservação dos recursos hídricos e do meio
ambiente no orçamento municipal;
Estabelecer parcerias com municípios vizinhos, para colaboração técnica (eficiência das estações de
tratamento, preservação de bacias, etc.);
Diminuir o déficit de plantio de 2.000.000 (dois milhões) de mudas de árvores para recuperar as
principais Sub-bacias;
540
Incentivar a produção de alimentos (agricultura familiar) e a vitivinicultura;
Ampliar campanhas de conscientização (educação ambiental) para toda a população, especialmente
na educação básica;
Fortalecer o GAPA (Grupo de Ações Preventivas Ambientais) ligado a Secretaria de Segurança;
Reuso da água para utilização pública (Corpo de Bombeiros, Jardins, limpeza etc.). Para o consumo
humano a indicação é de uso da tecnologia de filtragem através de membrana.
Verificar como estão os litígios na Justiça: Ação Popular 995/99; Ação Civil Pública de Obrigação de
Fazer 953/01;
Avaliar contestações técnicas e limites apontados por laudos do DAEE, Unicamp, Grupo Técnico de
Águas Subterrâneas dos Comitês das Bacias PCJ e outros;
Acompanhar resultado do encerramento do contrato de concessão de exploração dos poços
artesianos;
II. Segundo Elo Ambiental - Projeto Vinhedo Sustentável Meta II - Jovens Em Ação (2007).
A análise do estado de conservação das nascentes e seu entorno demonstrou que mais de 90%
estão alteradas ou impactadas, apresentando, como principais impactos as encostas em processos
erosivos e/ou assoreamentos e leitos com excesso de sedimentos devido ao avanço da urbanização sem
medidas efetivas de controle ambiental.
A análise da qualidade da água, levando em conta o aspecto visual das nascentes, indicou que
aprox. 80% está com qualidade inadequada ou ruim.
A análise do uso e ocupação do solo, predominantes no entorno das nascentes do município,
indica a predominância dos aglomerados rurais (39%) e área urbanizada (38%), esta última em forte
expansão.
Os levantamentos de campo também puderam demonstrar que existe um grande número de
práticas predatórias e ilegais em nascentes e APPs (como queimadas, cortes de árvores, lançamento de
lixos e entulhos, edificações e captações de água irregulares), resultando em áreas com necessidades
urgentes de recuperação ambiental.
As principais causas dos impactos ambientais de Vinhedo são: avanço da urbanização sem
medidas efetivas de controle ambiental, avanço de atividades agropecuárias em APPs e avanço de áreas
industriais em APPs.
• Os principais impactos gerados pelo avanço da urbanização são: manejo indevido na manutenção das vias
públicas; erosões de encostas; nascentes canalizadas, impermeabilizadas ou soterradas; desmatamentos
ilegais; aberturas de vias, aterros, tubulações em APPs; lançamento de efluentes domésticos e resíduos
sólidos e demarcação de lotes no interior de APPs.
• Os principais impactos gerados pelas atividades agropecuárias são: desmatamentos de encostas;
assoreamento dos leitos dos rios; manejo de queimadas; lançamento de agrotóxicos direto nos rios e
nascentes e pisoteio de animais resultando compactação do solo.
• Os principais impactos gerados pelo avanço industrial são: lançamento direto de efluentes de resíduos
industriais (sólidos inertes e não inertes); abertura de vias, manilhas e tubulações em APPs e nascentes
canalizadas, impermeabilizadas ou soterradas.
Diagnosticou-se também a falta de fiscalização e ausência do poder público no sentido de
implementar ações imediatas e punitivas nos casos de degradação.
Conclui-se, por fim, que o município de Vinhedo vem sofrendo uma forte pressão ambiental
pelo acelerado crescimento urbano, sendo fundamental o estabelecimento de medidas e ações
emergenciais (em curto prazo), mas principalmente, de um conjunto de políticas públicas e projetos
integrados em médio e longo prazos, que apontem e implementem soluções concretas e sustentáveis.
Dentre os vários dados sociais, compilados, analisados e diagnosticados, ELO AMBIENTAL
(2007) ressalta que há necessidade de promoverem-se trabalhos de educação ambiental, pois a maioria
541
da população desconhece formas de participação, mas se interessa pelas questões do meio ambiente.
Entende-se exigir esforços múltiplos tanto de técnicos qualificados na área ambiental, como de
profissionais competentes para atuar no trabalho comunitário, de projetos participativos e educativos.
542
X. CAPÍTULO X. CARACTERIZAÇÃO, QUANTIFICAÇÃO E
ORÇAMENTAÇÃO DA RECUPERAÇÃO DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO
PERMANENTE DOS CORPOS D’ÁGUA E NASCENTES.
INTRODUÇAO
OBJETIVOS
Geral
Maximizar a produção de água de uma áreas/bacia hidrográfica/Município;
Específicos
Caracterizar o grau de degradação física das áreas de APPs ligadas aos recursos hídricos de Vinhedo.
Quantificar a recuperação vegetacional das áreas de APPs.
MATERIAL E MÉTODOS
O material inicial utilizado foi o mapa de identificação e localização das Nascentes de Cabeceira
de Vinhedo realizado pela ELO AMBIENTAL (2011).
Esse estudo foi baseado na carta topográfica do IGC.
Ocorre que, principalmente em terrenos acidentados, como é o caso do “Mar de Morros” de
Vinhedo, nem toda grota ou depressão topográfica origina uma nascente, podendo existir as
denominadas “grotas secas”.
Assim, objetivando a conferência inicial e expedita da existência real desses indicativos de
nascentes foram realizadas visitas a campo com o registro fotográfico do local das nascentes, de sua
cobertura vegetacional atual e, quando possível, a caracterização e registro da surgência.
Assim foram originadas as condições de nascentes visitadas e não, uma vez que a nem todas as
nascentes foi permitido o acesso e/ou havia muita dificuldade em acessá-la.
Além da visita a campo realizou-se a identificação da existência ou não de uma nascente através
de imagens, notadamente pelo Google. A presença de uma lagoa a jusante do ponto de indicativo de
nascente foi, por exemplo, um dos parâmetros de definição.
Assim originaram as caracterizações “Há nascentes”, "Provavelmente há nascentes” e “Não há
nascentes”.
Outra definição técnica contribuinte à condição “Provavelmente há nascentes” foi a presença de
indícios de surgência, porém ausência de escorrimento em função, dentre outras, da época do ano e/ou
543
taxa de ocorrência de precipitações no período anterior. Essas nascentes podem, em parte, serem
consideradas temporárias.
A caracterização da necessidade, tipo e quantificação da recuperação vegetacional das áreas de
APP dos corpos d’água – riachos, córregos, rios e lagos – foi realizada utilizando-se a imagem do
Google Hearth Pro – Imagem LandSat/Copernicus, Data SIO, NOAA, US NAVY, NGA, GEBCO
@2018 de 2708/2017.
Para tanto se percorreu trecho por trecho de cada curso d'água identificando-se a extensão de
cada falha vegetacional. Os tipos de recomposição descriminados foram “Supressão/Plantio” quando a
APP é ocupada por exótica, p. ex. Eucalipto; “Refl. Completo” quando a vegetação nativa da APP foi
suprimida; “Enriquecimento” quando a vegetação nativa da APP foi parcialmente suprimida ou muito
alterada; “Nada a fazer” no caso da cobertura vegetacional integra e; “Não existe mais” quando a
nascente foi destruída por ação antrópica e/ou possivelmente tratava-se de grota seca.
Cada área de recuperação vegetacional das nascentes e trechos de cursos d’água foram
relacionados em tabela de Excel e contabilizados.
O detalhamento de imagens que contém os trechos de APPs a serem recuperados, as nascentes e
os Indicativos de Nascentes é apresentado no Relatório Digitalizado que acompanha esse relatório
impresso.
RESULTADOS
DISTRIBUIÇ
DISTRIBUIÇÃO E ÁREA DOS SISTEMAS HIDROLÓ
HIDROLÓGICOS DAS
MICROBACIAS HIDROGRÁ
HIDROGRÁFICAS DE VINHEDO
Área total das
Microbacias: 8.160 Ha
298,49 HA
322,59 HA
1195,71 HA
999,27 HA 531,15 HA
682,25 HA
337,18 HA
448,29 HA
862,26 HA
1625,63 HA
786,94 HA
544
MICROBACIA ÁGUA DO BURACÃO
Objetivando melhor entendimento, a microbacia foi dividida, de acordo com a figura abaixo.
Cór.
Có
D o Pa
r.
iol
LADO DIREITO
Ág
u a
do
Ba
rre
iro
LADO ESQUERDO
o
do Buracã
Cór. Água
iro
re
ar
d oB
ua
Ág
r.
Có
ÁGUA DO BURACÃO
A parte do lado direito, detalhando os trechos dos córregos e as nascentes é apresentada na figura
abaixo.
LEGENDA Limite da
Limite da
AB 20 – NASCENTES IDENTIFICADAS A CAMPO Microbacia
AB 20 – NASCENTES AINDA NÃO IDENTIFICADAS A CAMPO
Microbacia
AB 20
AB 19 AB 12
AB 13
AB 18
AB 21 AB 11
AB 0
AB 22 AB 14
AB 17 AB 4 AB 3
AB 15
AB 5
AB 23
AB 6
AB 16
Cór
.Á
AB 7
gua
AB 24
d
o Ba
AB 1
rreir
o
AB 2
AB 10 AB 8
LOUVEIRA
Ág
AB 9
ua
do
Bu
AB 26
rac
AB 63
ão
AB 61
o
AB 27 eir AB 25 AB 62
arr
d oB
a
gu
AB 29 r.Á LOUVEIRA
Có
ÁGUA DO BURACÃO
HÁ NASCENTE
AB 28
PROVÁVEL /TE HÁ NASCENTE
NÁO HÁ NASCENTE
APARENTE/TE NÃO HÁ NASCENTE LADO DIREITO
Figura X-3 - Trechos dos córregos e as nascentes da parte do lado direito da Microbacia Água do Buracão.
545
Limite da
Limite da
ÁGUA DO BURACÃO Microbacia
Microbacia
LADO ESQUERDO
AB 44
AB 45
AB 52
AB 54
AB 46 AB 51
AB 47
AB 40 AB 55
AB 50
AB 56 AB 53
Có
r .D
oP AB 48
AB 39 aio
l
AB 49
AB 57
HÁ NASCENTE Có
r .D
PROVÁVEL /TE HÁ NASCENTE AB 42 oP
aio
NÁO HÁ NASCENTE
APARENTE/TE NÃO HÁ NASCENTE AB 41 l
AB 33
AB 32
AB 43
AB 37
AB 59
Ág
o
Buracã
ua
o
Água d AB 61
do
AB 58
AB 30
Bu
rac
ão
AB 38
AB 36 AB 60
AB 31
AB 35
LEGENDA iro
rre
AB 34
AB 20 – NASCENTES IDENTIFICADAS A CAMPO Ba
AB 20 – NASCENTES AINDA NÃO IDENTIFICADAS A CAMPO do
ua
. Ág
r
Có
Figura X-4 - Trechos dos córregos e as nascentes da parte do lado esquerdo da Microbacia Água do
Buracão.
546
X-1 Quantificação da recuperação de APPs de nascentes e cursos d’água da Microbacia Água do Buracão.
SUB-MICROBACIAS PARTE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)
Sub-Total 43,13
(CONTINUA)
547
SUB-MICROBACIAS PARTE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)
Sub-Total 32,96
Já a quantificação da restauração que deve ser realizada só nas APPs das nascentes dessa
microbacia é apresentada na tabela abaixo.
548
X-2 Quantificação do número de nascentes, do tipo e da área de revegetação das APPs - Microbacia
Hidrográfica Água do Buracão.
SUB-MICROBACIAS QUANTIDADE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)
LADO DIREITO
1 Nascente AB 00 0,39 Enriquecimento
2 Nascente AB 06 0,39 Enriquecimento
3 Nascente AB 07 0,39 Enriquecimento
4 Nascente AB 23 100 0,30 Enriquecimento
5 Nascente AB 24 0,39 Enriquecimento
6 Nascente AB 25 0,39 Enriquecimento
7 Nascente AB 26 0,39 Enriquecimento
8 Nascente AB 27 0,39 Enriquecimento
Sub-Total 3,05
Sub-Total 0,00
Sub-Total 0,00
1 Nascente AB 01 0,79
2 Nascente AB 03 0,79
3 Nascente AB 04 0,79
4 Nascente AB 18 0,79 Supressão/Plantio
5 Nascente AB 19 0,79 Supressão/Plantio
6 Nascente AB 20 0,79 Supressão/Plantio
7 Nascente AB 21 0,79 Supressão/Plantio
8 Nascente AB 22 0,79 Supressão/Plantio
9 Nascente AB 63 0,79 Supressão/Plantio
10 Nascente AB 62 0,79 Supressão/Plantio
11 Nascente AB 61 0,79 Supressão/Plantio
Sub-Total 8,64
Sub-Total 11,69
(CONTINUA)
549
SUB-MICROBACIAS QUANTIDADE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)
Sub-Total 4,71
Sub-Total 0,00
Sub-Total 0,00
Sub-Total 3,93
Sub-Total 8,64
Por fim, a quantificação e o custo da restauração, por tipo de APP da microbacia são
apresentados na tabela abaixo.
Custo por Hectare: Correponde a plantio, replantio e manutenção por dois anos
550
MICROBACIA DO BOM JARDIM
Objetivando melhor entendimento, a microbacia foi dividida, de acordo com a figura abaixo.
SUB-
SUB-MICROBACIAS CÓ
CÓRREGO
DO BOM JARDIM MARGEM DE
VINHEDO
Limite de Município
L1
L2 L4
L3
BJ1
VALINHOS
BJ2
Córrego do BJ5 (PARTE H)
Bom BJ3
servatório
Jardim BJ20 Córrego do Re E BJ4
BJ6
SE
RR BJ9
G Cór BJ7 BJ8 A
DO
D BJ10
rego
BJ19
F San
ta F
S
CO
é CA
IS BJ11
BJ18 C BJ12B
BJ17
B
BJ12A
BJ16
RDIM
BJ15 DO JA
SERRA
A T IBA
nta
F é ITA
Sa
go
rre
Có
BJ14
BJ13
LEGENDA
AB 20 – NASCENTES IDENTIFICADAS A CAMPO
SUB-MICROBACIA L4 AB 20 – NASCENTES AINDA NÃO IDENTIFICADAS A CAMPO
HÁ NASCENTE
PROVÁVEL /TE HÁ NASCENTE
NÁO HÁ NASCENTE
APARENTE/TE NÃO HÁ NASCENTE
LOUVEIRA
Figura X-6 - Trechos dos córregos e as nascentes da Parte L4 da Microbacia do Bom Jardim.
551
SUB-MICROBACIA L3
C
Córre
go Igu
atemi
BJ21
D
BJ22
BJ23
EUCALIPTO / PINUS
LEGENDA
AB 20 – NASCENTES IDENTIFICADAS A CAMPO
AB 20 – NASCENTES AINDA NÃO IDENTIFICADAS A CAMPO
EUCALIPTO / PINUS
HÁ NASCENTE
RDIM
PROVÁVEL /TE HÁ NASCENTE DO JA
NÁO HÁ NASCENTE
APARENTE/TE NÃO HÁ NASCENTE
SERRA
Figura X-7 - Trechos dos córregos e as nascentes da Parte L3 da Microbacia do Bom Jardim.
F
SUB-MICROBACIA L2
BJ33
Có
rre
go
BJ32 E I gu
ate
m i Córre
go Igu
atemi
EUCALIPTO/PINUS
D
BJ31 MATA NATIVA
ALTERADA
BJ30
BJ28
C
BJ29 B BJ27
EUCALIPTO/PINUS
BJ26
BJ25
HÁ NASCENTE
PROVÁVEL /TE HÁ NASCENTE
A EUCALIPTO/PINUS
NÁO HÁ NASCENTE
APARENTE/TE NÃO HÁ NASCENTE
BJ24A
EUCALIPTO/PINUS
BJ24
RDIM
DO JA
SERRA
LEGENDA
AB 20 – NASCENTES IDENTIFICADAS A CAMPO
AB 20 – NASCENTES AINDA NÃO IDENTIFICADAS A CAMPO
Figura X-8 - Trechos dos córregos e as nascentes da Parte L2 da Microbacia do Bom Jardim.
552
SUB-MICROBACIA L1
a
Bela Vist
Córrego
Có
rreg
od
C oB
om
J ard
BJ37 im
ro
tei
os
oM
od
rreg
Có
B
A
BJ36
BJ34
LEGENDA
AB 20 – NASCENTES IDENTIFICADAS A CAMPO
AB 20 – NASCENTES AINDA NÃO IDENTIFICADAS A CAMPO
BJ35
HÁ NASCENTE
PROVÁVEL /TE HÁ NASCENTE
NÁO HÁ NASCENTE
APARENTE/TE NÃO HÁ NASCENTE
Figura X-9 - Trechos dos córregos e as nascentes da Parte L1 da Microbacia do Bom Jardim.
553
X-4 Quantificação da recuperação de APPs de nascentes e cursos d'água da Microbacia do Bom Jardim.
SUB-MICROBACIAS PARTE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)
Total 9,17
F
37-80m 80 0,48
Nascente BJ32 0,00 Nada a fazer
Nascente BJ33 Não existe mais
Sub-Total 0,48
Total 19,29
(CONTINUA)
554
SUB-MICROBACIAS PARTE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)
Total 3,71
(CONTINUA)
555
SUB-MICROBACIAS PARTE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)
Total 19,55
Já a quantificação da restauração que deve ser realizada só nas APPs das nascentes dessa
microbacia é apresentada nas tabelas abaixo
556
X-5 Quantificação do número de nascentes, do tipo e da área de revegetação das APPs - Microbacia
Hidrográfica do Bom Jardim.
SUB-MICROBACIAS QUANTIDADE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)
Sub-Total 1,18
Sub-Total 0,79
Total do L1 1,96
Sub-Total 0,79
Sub-Total 0,00
Sub-Total 0,00
Sub-Total 4,71
Total do L2 5,50
L3
Sub-Total 0,39
Sub-Total 0,00
Total do L3 0,39
(CONTINUA)
557
SUB-MICROBACIAS QUANTIDADE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)
Sub-Total 2,69
Sub-Total 0,00
Sub-Total 0,00
Sub-Total 3,93
Total do L4 6,61
Por fim, a quantificação e o custo da restauração, por tipo de APP da microbacia são
apresentados na tabela abaixo.
Custo por Hectare: Correponde a plantio, replantio e manutenção por dois anos
558
MICROBACIA DO CACHOEIRA / PINHEIRINHO
Objetivando melhor entendimento, a microbacia foi dividida, de acordo com a figura abaixo.
ELO
CACHOEIRA /
PINHEIRINHO
EXUTÓRIO
B
CPI 28
CPI 29
CPI 26 CPI 23
CPI 27
CPI 24
CPI 25
CACHOEIRA /
PINHEIRINHO
CPI 14
ELO CPI CPI
21 21
EXUTÓRIO CPI
CPI22
13 CPI 22
CPI 19 CPI 20
CPI 14b CPI 19
CPI 9b
A CPI 11 CPI 18
CPI 9 CPI 10
CPI 17
CPI 8 CPI 16
CPI 15
CPI 7
MICROBACIA
CACHOEIRA / CPI 5 CPI 6
CPI 2
PINHEIRINHO CPI 4
CACHOEIRA / CPI 1
PINHEIRINHO CPI 3
CABECEIRA
CPI 14 ra
a ve
o Prim
ELO reg CPI 21
Cór
Córreg
Có
rr
eg
CPI 13 CPI 22
oF
o da R
err
CPI 20
ag
Cór.
ut
CPI 19
epresa
CPI 8 CPI 16
CPI 15
nheirinho
Limite da
Microbacia
CPI 7
CPI 2
CPI 5 CPI 6
CPI 4
CACHOEIRA / CPI 1
PINHEIRINHO CPI 3
CABECEIRA
Figura X-11 - Trechos dos córregos e as nascentes da Parte da Cabeceira da Microbacia do Cachoeira /
Pinheirinho.
559
LEGENDA
AB 20 – NASCENTES IDENTIFICADAS A CAMPO
ELO
CACHOEIRA /
PINHEIRINHO
AB 20 – NASCENTES AINDA NÃO IDENTIFICADAS A CAMPO
Córrego Pinheirinho
HÁ NASCENTE
PROVÁVEL /TE HÁ NASCENTE EXUTÓRIO
NÁO HÁ NASCENTE
APARENTE/TE NÃO HÁ NASCENTE
CPI 29
CPI 28
LIMITE DE CPI 26 CPI 23
io
MICROBACIA ár
A qu
go
CPI 27 rre
Có
Limite da
Microbacia
CPI 24
Córrego Pinheirinho
CPI 25
Córreg
o da C
achoe
ira
era
av
rim
oP
rr eg CPI 21
C ó
Có
rre
CPI 22
go
Fe
CPI 19
rra
utg
Figura X-12 - Trechos dos córregos e as nascentes da Parte do Exutório da Microbacia do Cachoeira /
Pinheirinho.
560
X-7 Quantificação da recuperação de APPs de nascentes e cursos d'água da Microbacia do
Cachoeira/Pinheirinho.
SUB-MICROBACIAS PARTE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)
CABECEIRA
Sub-Total 14,91
Sub-Total 17,73
Sub-Total 3,20
Já a quantificação da restauração que deve ser realizada só nas APPs das nascentes dessa
microbacia é apresentada na tabela abaixo
561
X-8 Quantificação do número de nascentes, do tipo e da área de revegetação das APPs - Microbacia
Hidrográfica do Cachoeira/Pinheirinho.
SUB-MICROBACIAS QUANTIDADE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)
CABECEIRA
1 Nascente CPI 3 0,39 Enriquecimento
PARTE CPI 1 2 Nascente CPI 05 0,39 Enriquecimento
3 Nascente CPI 13 0,39 Enriquecimento
4 Nascente CPI 14B 0,39 Enriquecimento
Sub-Total 1,57
Sub-Total 0,00
Sub-Total 0,00
Sub-Total 1,57
Sub-Total 3,14
PARTE CPI 2
1 Nascente CPI 18 0,39 Enriquecimento
2 Nascente CPI 19 0,39 Enriquecimento
Sub-Total 0,79
Sub-Total 0,00
Sub-Total 0,00
Sub-Total 1,57
Sub-Total 2,36
Sub-Total 0,39
Sub-Total 0,00
Sub-Total 0,00
Sub-Total 0,39
562
Por fim, a quantificação e o custo da restauração, por tipo de APP da microbacia são
apresentados na tabela abaixo.
Custo por Hectare: Correponde a plantio, replantio e manutenção por dois anos
563
MICROBACIA DO CAPIVARI
Objetivando melhor entendimento, a microbacia foi dividida, de acordo com a figura abaixo.
CP 2
CP 1
CAPIVARI
CP 13 CP 12
Córre
CP 14
go
CP 46 CP 15
São Jo
CP 47 CP 17
aq
uim
CP 18
CP 19
eiro
oqu
Do C
CP 20
rego
CP 45
s a
CP 44
Cór
dústri
CP 43
Có
Limite
Limite da
Das In
r
xó
re
go
Microbacia CP 42
o
CP 36
go X
do
go
Pr
CP 11
ad
CP 23
re
Córre
CP 37 CP 10
Cór
CP 39 CP 22
CP 38 CP 35
CP 40 CP 41 CP 21
CAPIVARI
CP 34
CP 25
CP 26 CP 33C
CP 9A
PARTE 1
CP 24
CP 32 CP 9
CP 27; CP 28; CP 29 CP 8
CP 30; CP 31 CP 5
CP6; CP 7
CP 4
CP 33A CP33B CP 1 HÁ NASCENTE
LEGENDA CP 3 CP 2
PROVÁVEL /TE HÁ NASCENTE
AB 20 – NASCENTES IDENTIFICADAS A CAMPO
NÁO HÁ NASCENTE
APARENTE/TE NÃO HÁ NASCENTE
AB 20 – NASCENTES AINDA NÃO IDENTIFICADAS A CAMPO
564
CP 61 CP 62
CP 55
CP 54
CP 56 CP 63 CP 48
CP 57
CP 79 CP 58 CP 60 CP 48B
CP 90 CP 89 CP 59 CP 65 Parque Capela
CP 88 CP 81 CP 64
CP 87 CP 80 CP 67 CP 66
CP 86 CP 77 CP 76
CP 50 CP 49
CP 91
CP 68
CP 78
CP 51
PIVARI
eiro
RIO CA
CP 85 RIO CA PIVARI
oqu
CP 75
ue
CP 82
Do C
CP 84
nq
Ta
Do
rego
CP 83 CP 53
go
re
Cór
CP 71
r
Có
CP 74 CP 72
CP 73 CP 70
CP 52
CP 69
CP 36
CAPIVARI
PARTE 2
565
X-10 Quantificação da recuperação de APPs de nascentes e cursos d'água da Microbacia do Capivari.
SUB-MICROBACIAS PARTE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)
(CONTINUA)
566
SUB-MICROBACIAS PARTE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)
Sub-Total 65,77
(CONTINUA)
567
SUB-MICROBACIAS PARTE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)
Sub-Total 46,70
Já a quantificação da restauração que deve ser realizada só nas APPs das nascentes dessa
microbacia é apresentada nas tabelas abaixo
568
X-11 Quantificação do número de nascentes, do tipo e da área de revegetação das APPs - Microbacia
Hidrográfica do Capivari.
SUB-MICROBACIAS QUANTIDADE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)
PARTE 1
1 Nascente CP 01 0,39 Enriquecimento
2 Nascente CP 03 0,39 Enriquecimento
3 Nascente CP 05 0,39 Enriquecimento
4 Nascente CP 06 0,39 Enriquecimento
5 Nascente CP 07 0,39 Enriquecimento
6 Nascente CP 10 0,39 Enriquecimento
7 Nascente CP 11 0,39 Enriquecimento
8 Nascente CP 12 0,39 Enriquecimento
9 Nascente CP 13 0,39 Enriquecimento
10 Nascente CP 21 0,39 Enriquecimento
11 Nascente CP 24 0,39 Enriquecimento
12 Nascente CP 26 0,39 Enriquecimento
13 Nascente CP 39 0,39 Enriquecimento
Sub-Total 5,11
Sub-Total 0,00
Sub-Total 0,00
Sub-Total 2,36
(CONTINUA)
569
SUB-MICROBACIAS QUANTIDADE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)
PARTE 2
1 Nascente CP 49 0,39 Enriquecimento
2 Nascente CP 50 0,39 Enriquecimento
3 Nascente CP 52 0,39 Enriquecimento
4 Nascente CP 53 0,39 Enriquecimento
5 Nascente CP 54 0,39 Enriquecimento
6 Nascente CP 55 0,39 Enriquecimento
7 Nascente CP 56 0,39 Enriquecimento
8 Nascente CP 57 0,39 Enriquecimento
9 Nascente CP 58 0,39 Enriquecimento
10 Nascente CP 59 0,39 Enriquecimento
11 Nascente CP 60 0,39 Enriquecimento
12 Nascente CP 61 0,39 Enriquecimento
13 Nascente CP 62 0,39 Enriquecimento
14 Nascente CP 64 0,39 Enriquecimento
15 Nascente CP 65 0,39 Enriquecimento
16 Nascente CP 68 0,39 Enriquecimento
17 Nascente CP 73 0,39 Enriquecimento
18 Nascente CP 76 0,39 Enriquecimento
19 Nascente CP 77 0,39 Enriquecimento
20 Nascente CP 78 0,39 Enriquecimento
21 Nascente CP 79 0,39 Enriquecimento
22 Nascente CP 80 0,39 Enriquecimento
23 Nascente CP 81 0,39 Enriquecimento
24 Nascente CP 83 0,39 Enriquecimento
25 Nascente CP 84 0,39 Enriquecimento
26 Nascente CP 86 0,39 Enriquecimento
27 Nascente CP 87 0,39 Enriquecimento
28 Nascente CP 88 0,39 Enriquecimento
29 Nascente CP 91 L 58 155m 155 0,47 Enriquecimento
30 Nascente CP 72 L 43 619m 619 1,86 Enriquecimento
Sub-Total 13,32
Sub-Total 0,00
Sub-Total 0,00
1 Nascente CP 68 0,79
2 Nascente CP 82 0,79
Sub-Total 1,57
Por fim, a quantificação e o custo da restauração, por tipo de APP da microbacia são
apresentados na tabela abaixo.
570
X-12 Quantificação, especificação e orçamentação da recuperação de APPs de nascentes e cursos d'água da
Microbacia do Capivari.
Custo por Hectare: Correponde a plantio, replantio e manutenção por dois anos
571
MICROBACIA DO JUAZEIRO/CRUZEIRO
LIMITE DO
MUNICÍ
MUNICÍPIO
Có LIMITE DA
rre MICROBACIA
go
Sa Có
nt r re
an go
Do
a Bo
sq
ue
Córrego Juazeiro
Cór
r ego
d oM
iran
te
Cór
. do
Cru
zeir
o
Sub-Total 9,95
572
Já a quantificação da restauração que deve ser realizada só nas APPs das nascentes dessa
microbacia é apresentada na tabela abaixo
X-14 Quantificação do número de nascentes, do tipo e da área de revegetação das APPs - Microbacia
Hidrográfica do Juazeiro/Cruzeiro.
SUB-MICROBACIAS QUANTIDADE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)
Sub-Total 3,43
Sub-Total 0,00
Sub-Total 0,00
Por fim, a quantificação e o custo da restauração, por tipo de APP da microbacia são
apresentados na tabela abaixo.
Custo por Hectare: Correponde a plantio, replantio e manutenção por dois anos
573
MICROBACIA DO MARAMBAIA.
Objetivando melhor entendimento, a microbacia foi dividida, de acordo com a figura abaixo.
MARAMBAIA
ELO MAR 2
MAR 11
Limite da
MAR 1 Microbacia
MAR 12A MAR 3
MAR 6
MAR 5
MAR 12B
MAR 8
MR 1
MAR 13
DDD MAR 9
MAR 10
Suposto
córregoMR 2
MAR 4
MAR 7
MARAMBAIA
ELO MAR 2
MAR 11
PARTE MR 1 Limite da
MAR 1 Microbacia
MAR 12A MAR 3
MAR 5
MAR 12B
ia
ba
ram
Ma
MAR 13
ego
rr
Có
MAR 7
i
ivar
Cap
Rio
HÁ NASCENTE
PROVÁVEL /TE HÁ NASCENTE
NÁO HÁ NASCENTE
APARENTE/TE NÃO HÁ NASCENTE
574
MARAMBAIA
ELO
PARTE MR 2
MAR 6
MAR 8
Limite da
Microbacia
MAR 9
MAR 10
Suposto
córrego
MAR 4
HÁ NASCENTE
PROVÁVEL /TE HÁ NASCENTE
NÁO HÁ NASCENTE
APARENTE/TE NÃO HÁ NASCENTE
Sub-Total 3,53
Sub-Total 0,00
Total 3,53
Já a quantificação da restauração que deve ser realizada só nas APPs das nascentes dessa
microbacia é apresentada na tabela abaixo
575
X-17 Quantificação do número de nascentes, do tipo e da área de revegetação das APPs - Microbacia
Hidrográfica do Marambaia.
SUB-MICROBACIAS QUANTIDADE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)
PARTE 1
1 Nascente MAR 1 0,00 Nada a fazer
2 Nascente MAR 2 0,00 Nada a fazer
3 Nascente MAR 11 0,00 Nada a fazer
4 Nascente MAR 12A 0,00 Nada a fazer
5 Nascente MAR 12B 0,00 Nada a fazer
6 Nascente MAR 13 0,00 Nada a fazer
7 Nascente MAR 5 0,00 Nada a fazer
8 Nascente MAR 7 0,00 Nada a fazer
Sub-Total 0,00
PARTE 2
1 Nascente MAR 6 0,00 Nada a fazer
2 Nascente MAR 8 0,00 Nada a fazer
3 Nascente MAR 9 0,00 Nada a fazer
4 Nascente MAR 10 0,00 Nada a fazer
5 Nascente MAR 4 0,00 Nada a fazer
Sub-Total 0,00
Por fim, a quantificação e o custo da restauração, por tipo de APP da microbacia são
apresentados na tabela abaixo.
Custo por Hectare: Correponde a plantio, replantio e manutenção por dois anos
576
MICROBACIA PACIÊNCIA E CRISTO
Objetivando melhor entendimento, a microbacia foi dividida, de acordo com a figura abaixo.
MICROBACIA
DO PACIÊNCIA E CRISTO
TO
RIS
OC
PC1
OD
EG
RR
CÓ
PC2
C
Ó
RR
EG
O
DA
PA
CI
ÊN
CI
A
D
PC 33 PC 32
PC 31
PC 34 PC 28
PC 38 PC 29
o PC 27
ist
Cr
PC 39 PC 35 do PC 26
PC 37 go PC 25
PC 36A re
ór
C
Córrego do Cristo A
C B PC 24
PC 23
PC 40
PC 22
Cór
reg
od
aP
aciê
ncia
Figura X-21 - Trechos dos córregos e as nascentes da Parte PC 1 da Microbacia Paciência e Cristo.
577
SUB-MICROBACIA PC2
PC 12
PC 13
PC 14
PC 11
PC 15B PC 15A C
E PC 4
PC 20 PC 8
PC 21
D PC 3
PC 19
PC 18 Córrego da Paciência PC 36
PC 17
PC 10 B A
PC 5
PC 1
PC 9 PC 7
PC 16
PC 2
PC 6
Figura X-22 - Trechos dos córregos e as nascentes da Parte PC 2 da Microbacia Paciência e Cristo.
578
X-19 Quantificação da recuperação de APPs de nascentes e cursos d'água da Microbacia Paciência e Cristo.
Total 25,47
(CONTINUA)
579
SUB-MICROBACIAS PARTE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)
Sub-Total 16,64
E Nascente 20 0,79
43-122m 122 0,37 Enriquecimento
44-55m 55 0,17 Uma margem
45-49m 49 0,15 Uma margem
Nascente 21 0,00 Nada a fazer
46-220m 220 1,32
Sub-Total 2,78
Total 35,55
Já a quantificação da restauração que deve ser realizada só nas APPs das nascentes dessa
microbacia é apresentada na tabela abaixo
580
X-20 Quantificação do número de nascentes, do tipo e da área de revegetação das APPs - Microbacia
Hidrográfica do Paciência e Cristo.
SUB-MICROBACIAS QUANTIDADE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)
Sub-Total 1,57
Sub-Total 0,00
Sub-Total 0,00
1 Nascente 24 0,79
2 Nascente 25 0,79
3 Nascente 28 0,79
4 Nascente 33 0,79
5 Nascente 35 0,79
6 Nascente 37 0,79
7 Nascente 38 0,79
8 Nascente 39 0,79
Sub-Total 6,28
Sub-Total 2,36
Sub-Total 0,00
Sub-Total 0,00
Sub-Total 7,85
581
Por fim, a quantificação e o custo da restauração, por tipo de APP da microbacia são
apresentados na tabela abaixo.
Custo por Hectare: Correponde a plantio, replantio e manutenção por dois anos
582
MICROBACIA DO SANTA CÂNDIDA.
Objetivando melhor entendimento, a microbacia foi dividida, de acordo com a figura abaixo.
SANTA
CÂNDIDA
SC 1
SC 2
Rio
C ap
ivari
SATC 1
SANTA
ELO Provável
SATC 2
CÂNDIDA
Junção Nascente
N4 e N5
SATC 4 SATC 3
PARTE 1 Limite da SATC 6
Microbacia
SATC 5
SATC 9
SATC 7
SATC 10 SATC 11
Prováveis
Nascentes
SATC 8
ida
ând
SATC 12
C
ta.
z. S
SATC 14
. Fa
Cór
SATC 13
ida
nd
. Câ
ta
S
z.
Fa
r.
Có
HÁ NASCENTE
583
A Parte SC 2 da Microbacia do Santa Cândida, detalhando os trechos dos córregos e as nascentes
é apresentada na figura abaixo.
SANTA
ELO
PARTE SC PARTE 2
CÂNDIDA
PARTE 2 Limite da
Microbacia
ida
SATC 25
ândC
ta.
SATC 24
z. S
SATC 26
. Fa
Có r
SATC 17
SATC 27
SATC 15 SATC 18
SATC 22
SATC 19
SATC 28
SATC 16
ida
nd
Câ
.
ta
.S
az
.F
SATC 20
r
Có
SATC 23 SATC 21
HÁ NASCENTE
Provável
PROVÁVEL /TE HÁ NASCENTE
Rio Nascente Provável
NÁO HÁ NASCENTE
Ca Nascente APARENTE/TE NÃO HÁ NASCENTE
piv
ari
Figura X-25 - Trechos dos córregos e as nascentes da Parte SC 2 da Microbacia do Santa Cândida.
584
X-22 Quantificação da recuperação de APPs de nascentes e cursos d'água da Microbacia do Santa Cândida.
SUB-MICROBACIAS PARTE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)
Sub-Total 8,58
Sub-Total 25,73
585
Já a quantificação da restauração que deve ser realizada só nas APPs das nascentes dessa
microbacia é apresentada na tabela abaixo
X-23 Quantificação do número de nascentes, do tipo e da área de revegetação das APPs - Microbacia
Hidrográfica do Santa Cândida.
SUB-MICROBACIAS QUANTIDADE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)
Sub-Total 1,95
Sub-Total 0,00
Sub-Total 0,00
PARTE SATC 2
1 Nascente SATC 15 0,39 Enriquecimento
2 Nascente SATC 18 0,39 Enriquecimento
3 Nascente SATC 27 0,39 Enriquecimento
Sub-Total 1,17
Sub-Total 0,00
Sub-Total 3,16
Por fim, a quantificação e o custo da restauração, por tipo de APP da microbacia são
apresentados na tabela abaixo.
586
X-24 Quantificação, especificação e orçamentação da recuperação de APPs de nascentes e cursos d'água da
microbacia do Santa Cândida.
ÁREA DE PROTEÇAO ÁREA CUSTO CUSTO TOTAL
PERMANENTE POR
SANTA CÂNDIDA HECTARE
(Ha) (R$) (R$)
Custo por Hectare: Correponde a plantio, replantio e manutenção por dois anos
587
MICROBACIA DO SÃO BENTO / CAPELA
Objetivando melhor entendimento, a microbacia foi dividida, de acordo com a figura abaixo.
SÃO ELO
BENTO / SC 1 SC 2
SC 14
CAPELA SC 3 SC 19
SC 16
SC 4 SC 15
SC 5 SC 12B
SC 6 SC 17
SC 11
SC 12A
SC 18
CÓRREGO DAS
SC P2 SC 10
NASCENTES DE SC 1 A
SC 5
SC 7
SC 13
SC 8 SC P1
SC 9
SÃO ELO
BENTO / SC 1 SC 2
CAPELA
Limite da
SC 3 Microbacia
PARTE 1
to
en
oB
SC 4
Sã
SC 5
go
rre
SC 6
Có
Có
rre
go
Do
Sit
i
umb
in
ho
CÓRREGO DAS a
Mor
an
NASCENTES DE SC 1 A Sem
de
go
SC 5
Fim
e
go
Córr
SC 7 rre
Có
SC 8
SC 9
pela
a
Da C
ego
Córr
HÁ NASCENTE
PROVÁVEL /TE HÁ NASCENTE
NÁO HÁ NASCENTE
APARENTE/TE NÃO HÁ NASCENTE
Figura X-27 - Trechos dos córregos e as nascentes da Parte SC P1 da Microbacia do São Bento / Capela.
588
SÃO ELO
BENTO / SC 14
CAPELA SC 19
SC 16
PARTE 2
to
en
SC 15
oB
Sã
SC 12B
go
rre
SC 17
Có
SC 11
Có
rre
SC 12A
go
SC 18
Do
Sit
i
SC 10
umb
in
ho
a
Mor
an
em
d eS
go
Fim
e
ego
Córr
rr
Có
SC 13
Limite da
Microbacia
apela
Da C
ego
Córr
HÁ NASCENTE
PROVÁVEL /TE HÁ NASCENTE
NÁO HÁ NASCENTE
APARENTE/TE NÃO HÁ NASCENTE
Figura X-28 - Trechos dos córregos e as nascentes da Parte SC P2 da Microbacia do São Bento / Capela.
589
X-25 . Quantificação da recuperação de APPs de nascentes e cursos d'água da Microbacia do São Bento /
Capela.
Sub-Total 12,31
Sub-Total 6,90
Total 19,21
Já a quantificação da restauração que deve ser realizada só nas APPs das nascentes dessa
microbacia é apresentada na tabela abaixo
590
X-26 Quantificação do número de nascentes, do tipo e da área de revegetação das APPs - Microbacia
Hidrográfica do São Bento / Capela.
SUB-MICROBACIAS QUANTIDADE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)
PARTE 1
1 Nascente SC 3 0,39 Enriquecimento
2 Nascente SC 4 0,39 Enriquecimento
3 Nascente SC 5 0,39 Enriquecimento
4 Nascente SC 6 0,39 Enriquecimento
Sub-Total 1,57
Sub-Total 0,00
PARTE 2
1 Nascente SC 10 0,39 Enriquecimento
2 Nascente SC 11 0,39 Enriquecimento
3 Nascente SC 13 0,39 Enriquecimento
Sub-Total 1,18
Sub-Total 0,00
Por fim, a quantificação e o custo da restauração, por tipo de APP da microbacia são
apresentados na tabela abaixo.
Custo por Hectare: Correponde a plantio, replantio e manutenção por dois anos
591
MICROBACIA DO STERZECK
Objetivando melhor entendimento, a microbacia foi dividida, de acordo com a figura abaixo.
Limite do ST 7 STERZECK
Municí
Município
ST 6
ST 8
ST 1
ST 5
ST 4
ST 3
Limite da ST 2
Microbacia
ST 3
ST 2 Limite da
Microbacia
HÁ NASCENTE ST 1
PROVÁVEL /TE HÁ NASCENTE
NÁO HÁ NASCENTE
APARENTE/TE NÃO HÁ NASCENTE
PARTE ST 1
Limite da
Microbacia
Limite do
Municí
Município
NF
Limite do ST 7
Microbacia
NF
LAGO
L3 90m
NF
ST 6 LAGO
ST 8
NF
L2 82m
L1 43m
ST 5
NF: Nada da Fazer
HÁ NASCENTE LEGENDA
PROVÁVEL /TE HÁ NASCENTE AB 20 – NASCENTES IDENTIFICADAS A CAMPO
NÁO HÁ NASCENTE AB 20 – NASCENTES AINDA NÃO IDENTIFICADAS A CAMPO
APARENTE/TE NÃO HÁ NASCENTE
592
ck
erze
PARTE ST 2
o St
reg
Cór
ST 4
L7 130m
ST 3
NF
L6 70m
L5 100m
L4 177m NF: Nada a Fazer
Limite da
ck
Microbacia
erze
g re
o St
ta Ale
reg
Cór
go Vis
Córr e
NF
ST 2
PARTE ST 3
Limite do
Microbacia
g re
NF
ta A le
go Vis
NF
Córre
NF
ST 1
593
X-28 Quantificação da recuperação de APPs de nascentes e cursos d'água da Microbacia do Sterzeck.
SUB-MICROBACIAS PARTE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)
Sub-Total 1,82
Sub-Total 1,43
Sub-Total 0,00
Já a quantificação da restauração que deve ser realizada só nas APPs das nascentes dessa
microbacia é apresentada na tabela abaixo
594
X-29 Quantificação do número de nascentes, do tipo e da área de revegetação das APPs - Microbacia
Hidrográfica do Sterzeck.
SUB-MICROBACIAS QUANTIDADE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)
PARTE ST 1
1 Nascente ST 5 0,39 Enriquecimento
Sub-Total 0,39
Sub-Total 0,00
Sub-Total 0,79
PARTE ST 2
1 Nascente ST 2 0,00 Nada a fazer
2 Nascente ST 3 0,00 Nada a fazer
3 Nascente ST 4 0,00 Nada a fazer
Sub-Total 0,00
PARTE ST 3
1 Nascente ST 1 0,00 Nada a fazer
Sub-Total 0,00
Por fim, a quantificação e o custo da restauração, por tipo de APP da microbacia são
apresentados na tabela abaixo.
595
X-30 Quantificação, especificação e orçamentação da recuperação de APPs de nascentes e cursos d'água da
microbacia do Sterzeck.
ÁREA DE PROTEÇAO ÁREA CUSTO CUSTO TOTAL
PERMANENTE POR
STERZECK HECTARE
(Ha) (R$) (R$)
Custo por Hectare: Correponde a plantio, replantio e manutenção por dois anos
596
MICROBACIA DO TICO/MOINHO
Objetivando melhor entendimento, a microbacia foi dividida, de acordo com a figura abaixo.
TM1
CÓ
RR
EG
O
DO
TM2
M
O
IN
CÓR
REG
HO
O TIC
O
Ro
d.
Ba
nd
TM3
eir
an
tes
597
X-31 Quantificação da recuperação de APPs de nascentes e cursos d'água da Microbacia do Tico/Moinho.
SUB-MICROBACIAS PARTE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)
Sub-Total 2,69
B Nascente TM 54 0,79
13-65m 65 0,39
14-113m 113 0,34 Enriquecimento
15-102m 102 0,31 Enriquecimento
16-253m 253 1,52
17-197m 197 0,59 Enriquecimento
18-196m 196 0,59 Enriquecimento
19-72m 72 0,43
20-148m 148 0,89
21-63m 63 0,19 Enriquecimento
22-33m 33 0,10 Enriquecimento
23-94m 94 0,56
24-400m 400 1,20 Enriquecimento
25-200m 200 1,20
Sub-Total 9,09
D Nascente TM 57 0,79
Nascente TM 58 0,39 Enriquecimento
Nascente TM 59 0,00 Não existe mais
Nascente TM 60 0,39 Enriquecimento
32-20m 20 0,06 Enriquecimento
33-53m 53 0,16 Uma margem
34-97m 97 0,29 Uma margem
Sub-Total 2,08
Total 21,89
(CONTINUA)
598
SUB-MICROBACIAS PARTE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)
TM2 PARTE A
PARTE B
B1 Nascente TM 38 0,79
57-33m 33 0,20
Nascente TM 39 0,79
58-20m 20 0,12
76-270m 270 0,81 Enriquecimento
59-164m 164 0,98
60-140m 140 0,42 Enriquecimento
61-260m 260 0,78 Uma margem
62-520m 520 3,12
Nascente TM 43 Nada a fazxer
Sub-Total 8,00
Total 26,06
(CONTINUA)
599
SUB-MICROBACIAS PARTE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)
Total 15,57
Já a quantificação da restauração que deve ser realizada só nas APPs das nascentes dessa
microbacia é apresentada nas tabelas abaixo.
600
X-32 Quantificação do número de nascentes, do tipo e da área de revegetação das APPs - Microbacia
Hidrográfica do Tico/Moinho.
SUB-MICROBACIAS QUANTIDADE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)
Sub-Total 3,93
Sub-Total 0,00
Sub-Total 0,00
Sub-Total 2,36
TM2
1 Nascente TM 26 0,39 Enriquecimento
2 Nascente TM 27 0,39 Enriquecimento
3 Nascente TM 28 0,39 Enriquecimento
4 Nascente TM 33 0,39 Enriquecimento
5 Nascente TM 35 0,39 Enriquecimento
6 Nascente TM 36 0,39 Enriquecimento
7 Nascente TM 44 0,39 Enriquecimento
8 Nascente TM 45 0,39 Enriquecimento
9 Nascente TM 46 0,39 Enriquecimento
10 Nascente TM 47 0,39 Enriquecimento
Sub-Total 3,93
Sub-Total 0,00
Sub-Total 0,00
Sub-Total 6,28
(CONTINUA)
601
SUB-MICROBACIAS QUANTIDADE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)
TM3
1 Nascente TM 4 0,39 Enriquecimento
2 Nascente TM 5 0,39 Enriquecimento
3 Nascente TM 6 0,39 Enriquecimento
4 Nascente TM 8 0,39 Enriquecimento
5 Nascente TM 9 0,39 Enriquecimento
6 Nascente TM 15 0,39 Enriquecimento/Possível Voçoroca
7 Nascente TM 18 0,39 Enriquecimento/Possível Voçoroca
8 Nascente TM 19 0,39 Enriquecimento/Possível Voçoroca
Sub-Total 3,14
Sub-Total 0,00
1 Nascente TM 14 0,79
2 Nascente TM 21 0,79
Sub-Total 1,57
Por fim, a quantificação e o custo da restauração, por tipo de APP da microbacia são
apresentados na tabela abaixo.
Custo por Hectare: Correponde a plantio, replantio e manutenção por dois anos
602
b) As efetivamente existentes nas microbacias de Vinhedo diagnosticadas através das visitas a
campo, bem como análise dos indícios hidrológicos utilizando as imagens do Google Hearth
Pro. Os dados são apresentados na tabela abaixo.
X-34 Quantificação do número de nascentes de cabeceira previstas segundo as Cartas do IGC, bem como as
efetivamente existentes nas microbacias de Vinhedo.
1 ÁGUA DO BURACÃO
Lado Direito 4 3 22 3 32
Lado Esquerdo 12 3 16 0 31
SUB-TOTAL 16 6 38 3 63
2 BOM JARDIM
Parte L1 2 0 2 0 4
Parte L2 2 1 7 1 11
Parte L3 2 0 1 0 3
Parte L4 8 2 9 2 21
SUB-TOTAL 14 3 19 3 39
3 CACHOEIRA/PINHEIRINHO
Parte Cabeceira 6 6 7 5 24
Parte Exutório 4 1 2 0 7
SUB-TOTAL 10 7 9 5 31
4 CAPIVARI
Parte CP1 15 14 20 0 49
Parte CP2 11 6 8 21 46
SUB-TOTAL 26 20 28 21 95
5 JUAZEIRO/CRUZEIRO 5 2 2 0 9
SUB-TOTAL 5 2 2 0 9
(CONTINUA)
603
(1)
CARACTERIZAÇÃO DA NASCENTE
6 MARAMBAIA 11 0 2 0 13
SUB-TOTAL 11 0 2 0 13
7 PACIÊNCIA E CRISTO
Lado PC1 4 1 11 2 18
Lado PC2 9 4 5 4 22
SUB-TOTAL 13 5 16 6 40
8 SANTA CÂNDIDA 6 4 16 1 27
SUB-TOTAL 6 4 16 1 27
SUB-TOTAL 6 0 11 3 20
10 STERZECK 6 0 2 0 8
SUB-TOTAL 6 0 2 0 8
11 TICO/MOINHO
Parte TM1 5 4 4 6 19
Parte TM2 2 6 17 4 29
Parte TM3 3 0 18 0 21
SUB-TOTAL 10 10 39 10 69
TOTAL 357
(1) HÁ: Comprovada sua existëncia pela visita a campo e/ou presença de corpos d'água a jusante.
NÃO HÁ: Nascente que desapareceu ou nunca existiu.
(1) HÁ: Comprovada
PROVAVELMENTE HÁ: sua existência
Nascente pela efetiva
sem comprovação
NÃO VISITADA: Acesso ainda não possível.
visita a campo
da existência, e/ou
porém presença
com fortes vestígios. de corpos d'água a jusante.
NÃOTOTAL
HÁ:DENascente queESFETIVAMENTE
NASCENTES QUE desapareceu ou nunca
EXISTEM existiu.
NA MICROBACIA: Soma de todas as nascentes indicadas na Carta do IGC, excluindas as caracterizadas como não mais existentes.
PROVAVELMENTE HÁ: Nascente sem comprovação efetiva da existência, porém com fortes vestígios.
NÃO VISITADA: Acesso ainda não possível.
TOTAL DE NASCENTES QUE ESFETIVAMENTE EXISTEM NA MICROBACIA: Soma de todas as nascentes
indicadas na Carta do IGC, excluídas as caracterizadas como não mais existentes.
604
X-35 Totalização da quantificação do número de nascentes, do tipo e da área de revegetação da APP, para
todo o município de Vinhedo.
605
X-36 Totalização para todo o município de Vinhedo da recuperação de APPs de nascentes efetivamente
existentes e cursos d'água das microbacias de Vinhedo e a orçamentação.
606