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PLANO DE RECURSOS

HÍDRICOS DE VINHEDO, SP.

RESPONSÁVEL TÉCNICO
RINALDO DE OLIVEIRA CALHEIROS
Centro de Ecofisiologia e Biofísica
Instituto Agronômico de Campinas
Avenida Theodureto de A. Camargo 1500-Campinas-SP
Caixa Postal 28 CEP 13075630
Fone (19) 32415674
E-mail: rocalhei@iac.sp.gov.br

VINHEDO, SP.
2019

1
SUMÁRIO

I. INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 3

II. CLIMA DE VINHEDO COM VISTAS À HIDROLOGIA ............................................... 8

III. RECURSOS HÍDRICOS E DESCRIÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS FÍSICO-

HÍDRICAS ............................................................................................................................ 28

IV. SANEAMENTO BÁSICO .............................................................................................. 56

V. HIDROLOGIA DOS CONDOMÍNIOS ........................................................................... 94

VI. RECARGA DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS E A PRODUÇÃO DE ÁGUA. .......... 196

VII. ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE AS OPÇÕES RECUPERAÇÃO FÍSICO-

HÍDRICA DAS MICROBACIAS E A CONSTRUÇÃO DE REPRESAS ........................ 401

VIII. ANÁLISE DE RISCO DO ESTUDO ......................................................................... 419

IX. DIAGNÓSTICO DAS ESPECIFICIDADES DE DEGRADAÇÃO FÍSICO-HÍDRICA

DAS MICROBACIAS DE VINHEDO. .............................................................................. 434

X. CARACTERIZAÇÃO, QUANTIFICAÇÃO E ORÇAMENTAÇÃO DA

RECUPERAÇÃO DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE DOS CORPOS

D’ÁGUA E NASCENTES. ................................................................................................. 543

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I. CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O problema da escassez e fragilidade hídrica do município de Vinhedo já e um fato


assumido por todos como real.
A necessidade de realização de ações efetivas também.
Na realidade, toda a região de Vinhedo, inserida em uma bacia hidrográfica de recurso
hídrico escasso em função do intenso desenvolvimento urbano e industrial tem, igualmente,
seus recursos comprometidos.
Maximizando, isso ocorre em escala de toda a UGRHI 5, que envolve as Bacias
Hidrográficas do Piracicaba, Capivari e Jundiaí, também em função da transposição das suas
águas superficiais realizada pelo Sistema Cantareira para a região metropolitana de São Paulo.
Esse sistema está localizado na cabeceira da Bacia Hidrográfica do Piracicaba, realizando a
retirada, já nos rios Atibaia e Jaguari, principais formadores do rio Piracicaba.
Assim, nesse e para esse município, a recuperação e preservação dos recursos hídricos,
visando a quantidade a qualidade e a garantia da disponibilidade hídrica de forma sustentável e
homogênea deve ser planejada e efetivada a curto e médio prazo sob pena de ficar susceptível a
colapso temporário ou prolongado no abastecimento público.
As ações de curto prazo são voltadas para mitigação de problemas emergentes como,
por exemplo, a qualidade das águas, com a construção de estações de tratamento de efluentes e
programas de uso racional e redução de perdas de água em redes de abastecimento público.
Já as ações de médio prazo visam o aumento da produção de água, promoção de sua
qualidade, implementação de infraestrutura de captação e armazenamento reduzindo, assim o
risco de escassez na disponibilidade de água.
Dessa forma, tanto medidas não estruturais como programas de conscientização/
percepção da população sobre a escassez, redução de consumo e desperdício, zoneamentos
municipais para preservação e ocupação com diretrizes para manutenção dos recursos hídricos
como estruturais, como ações de recuperação de matas nativas e ciliares, recuperação físico-
hídrica dos solos e obras de engenharia são as medidas que podem manter a disponibilidade do
recurso hídrico, de modo sustentável.

PROGNÓSTICO DO PODER LEGISLATIVO

No Trabalho executado pela Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica,


Relatório Final (2015), a Câmara de Vereadores de Vinhedo, naquilo que é de mérito desse
Plano, ressaltam, dentre outros, os seguintes pontos:

Sobre a Revisão do Plano Diretor:

 Ampliar o rigor para concessão de diretrizes de novos loteamentos, a partir de critérios de


sustentabilidade ambiental. Novos loteamentos e indústrias deveriam ter estudos sobre a
viabilidade dos mesmos em relação à segurança hídrica do município;
 Incluir novas áreas de proteção ambiental;

Sobre Planejamento e ampliação da eficiência da gestão aponta:

 Elaborar Plano Diretor de Combate à Crise Hídrica em Sistema Público de Abastecimento de


Água;
 Promover estudo sobre alternativas de captação de água para Vinhedo, pois no município
existem diversas represas e águas que não estão sendo utilizadas;

3
 Aplicar políticas como o “IPTU Verde” e outros programas que incentivem o reuso e a
captação da água de chuva;
 Elaborar Plano Municipal de Contingência e Emergência conforme indicação do Ministério
Público e da Agência Reguladora;
 Realização de diagnóstico detalhado acerca da degradação ambiental com o objetivo de
recuperar as áreas de mananciais;
 Fazer esforço para ampliar recursos destinados à preservação dos recursos hídricos e do meio
ambiente no orçamento municipal;
 Estabelecer parcerias com municípios vizinhos, para colaboração técnica (eficiência das
estações de tratamento, preservação de bacias, etc.).
 Diminuir o déficit de plantio de 2.000.000 (dois milhões) de mudas de árvores para recuperar
as principais microbacias;
 Incentivar a produção de alimentos (agricultura familiar) e a vitivinicultura;
 Ampliar campanhas de conscientização (educação ambiental) para toda a população,
especialmente na educação básica;
 Fortalecer o GAPA (Grupo de Ações Preventivas Ambientais) ligado a Secretaria de
Segurança;
 Reuso da água para utilização pública (Corpo de Bombeiros, Jardins, limpeza, etc.). Para o
consumo humano a indicação é de uso da tecnologia de filtragem através de membrana.

Sobre a recuperação e Sustentabilidade hídrica:

 Muitas nascentes e fontes de água estão soterradas;


 Não há muitas fontes próprias para abastecimento da cidade e não se pode depender de
terceiros, pois há crise hídrica em todo o estado e que atinge as bacias do PCJ;
 Não há perspectiva no curto prazo de obter-se ampliação de outorgas, cabendo, portanto, ao
município potencializar o uso da outorga atual;
 Todas as indicações recebidas vão no sentido de, prioritariamente, cuidar-se daquilo que está
nos limites de Vinhedo (aumentando a reserva, diminuindo as perdas na distribuição,
cuidando das nascentes e mananciais, diminuindo o desperdício, buscando fontes
alternativas);
 A Comissão aponta que o município decretou estado de alerta no final de 2014 e adotou
medidas que contribuíram com a retomada do fornecimento de água. No entanto, ficou
demonstrada a necessidade de maior planejamento.
 Recomenda, ainda, que ao menos os seguintes Planos Municipais devem ser atualizados e/ou
elaborados concomitantemente à atualização do Plano Diretor de Vinhedo:
 Plano Municipal de Recursos Hídricos;
 Lei Municipal nº 12526/2007 - Normas para contenção de enchentes e águas pluviais;
 Lei nº 3.604/2014 - Dispõe sobre a criação do Sistema Municipal de Preservação das
Nascentes;

Por fim, a Comissão também sugere que se verifique a possibilidade de adotar o modelo
de Jundiaí quanto à convênio com Instituto Agronômico de Campinas (IAC) para mapear
nascentes.
Este trabalho tem como objetivo satisfazer todas as solicitações acima referentes ao
planejamento e recuperação pertinentes ao que se passa a denominar Plano Municipal de
Recursos Hídricos de Vinhedo.

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APRESENTAÇÃO GERAL

Vinhedo possui uma área total de aproximadamente 82,00 km², o que corresponde a
uma das menores extensões territoriais dentro da Região Metropolitana de Campinas e uma
população de 80.111 habitantes (Fonte: IBGE 2020). Apresenta como coordenada geográfica
latitude de 23°01’47’’, longitude de 46°58’28’’ e altitude de 720m acima do nível do mar.
Possui classificação climática: CWA, isto é, clima temperado, úmido e quente, com inverno
seco, pelo Sistema Kolpen. A pluviosidade média anual é de 1.404 mm. Apresenta relevo de
planalto acidentado, temperatura máxima média de 28ºC e mínima média de 19º C.

Dados Hidro-Sociológicos do município de Vinhedo

Os principais dados sócio econômicos de Vinhedo são:

 Área de 81,604 km²;


 Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,817 (Fonte: Atlas de Desenvolvimento
Humano, 2010);
 Produto interno bruto (PIB): R$ 116.199,28 (IBGE, 2017), 3ª economia da RMC;
 Longevidade: 78 anos (Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2013)
 População atual: 80.111 habitantes (Fonte: IBGE 2020), População Rural: 2.515 habitantes,
População Urbana: 77.596 habitantes (grau de urbanização SEADE 2020);
 Projeção da População para o ano de 2030: 90.000 habitantes (Fonte: Plano Municipal de
Saneamento 2012).

O crescimento populacional de Vinhedo tem registrado os seguintes números e distribuição:

Ano População
1991 33.612
1996 38.236
2000 47.215
2007 57.475
2010 63.685
2015 72.550
2020 80.111

Figura I-1 Crescimento populacional de Vinhedo de 1991 a 2020.

A Taxa geométrica de crescimento anual - TGCA da população observada no período


de 2000/2010 é de 3,03% a.a., de acordo com dados censitários do IBGE.
Com base nesses dados puderam-se realizar as projeções sobre o crescimento da
população, de acordo com a tabela abaixo, sob diferentes curvas de ajuste.

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Tabela I-1 Crescimento da população de Vinhedo até 2030.

As figuras abaixo mostram, esquematicamente, as curvas.

Figura I-2 Curvas de crescimento populacional de Vinhedo.


No mesmo assunto, segundo COMITÊS PCJ (2013), para o município de Vinhedo, o
SEADE estima uma população para 2012, 2020 e 2030 de 66.386, 77.521 e 85.651 hab.,
respectivamente, com densidades demográficas crescentes de 813,51, 949,97 e 1.049,59
hab./km². Os principais eixos estruturais da malha urbana do município de Vinhedo podem ser
observados na figura 3.

6
Figura I-3 Principais eixos estruturais da malha urbana do município de Vinhedo.

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II. CAPÍTULO II. CLIMA DE VINHEDO COM VISTAS À HIDROLOGIA

CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA

Segundo BARDIN-CAMPAROTTO et al. (2013), a classificação climática tem como


objetivo identificar diferentes zonas com características climáticas e biogeográficas
relativamente homogêneas em uma determinada região (Pereira et al., 2002). A classificação
climática de Köppen é uma das mais conhecidas e nela são definidos cinco grandes grupos. As
classes A, C e D, que identificam climas úmidos; a B identifica áreas secas e a E, identifica
clima polar.
De acordo com a classificação climática de Köppen, a região metropolitana de
Campinas abrange, basicamente, três tipos climáticos distintos, todos correspondentes a climas
úmidos (tipo C) representados na figura 1.
Esta classificação baseia-se fundamentalmente na temperatura, na precipitação pluvial e
na distribuição temporal desses elementos ao longo das estações do ano.
Vinhedo tem a classificação de Cfa, clima subtropical, sem estação seca e temperatura
do mês mais quente maior que 22 ºC.

Figura II-1 Classificação climática segundo Köppen da região de Vinhedo.

Discordante com essa classificação, o CEPAGRI - Centro de Pesquisas Meteorológicas


e Climáticas Aplicadas à Agricultura da UNICAMP classifica o clima de Vinhedo como Cwa.
Aponta, ainda, os dados de temperatura do ar mínima média, máxima média e media mensal,
além das precipitações. Quanto a essa última, aponta a precipitação média anual de 1325,9mm.

A tabela abaixo resume esses dados.

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Tabela II-1 Dados climáticos de Vinhedo, segundo o CEPAGRI/UNICAMP. Fonte:
http://www.cpa.unicamp.br/outras-informacoes/clima_muni_639.html

TEMPERATURA DO AR (C) CHUVA (mm)


MÊS
mínima média máxima média média
JAN 17.8 28.9 23.4 216.6
FEV 18.0 29.0 23.5 179.5
MAR 17.2 28.6 22.9 146.0
ABR 14.6 26.8 20.7 76.0
MAI 11.9 24.8 18.3 64.4
JUN 10.3 23.6 17.0 48.0
JUL 9.8 23.8 16.8 35.5
AGO 11.1 25.8 18.4 31.2
SET 13.0 26.8 19.9 68.9
OUT 14.8 27.4 21.1 122.7
NOV 15.7 28.0 21.9 139.0
DEZ 17.1 28.1 22.6 198.1

Ano 14.3 26.8 20.5 1325.9


Min 9.8 23.6 16.8 31.2
Max 18.0 29.0 23.5 216.6

VINHEDO, SP.
Latitude: 23g 0m Longitude: 46g 34m Altitude: 720 metros
Classificação Climática de Koeppen: Cwa

Precipitação e Temperatura

A temperatura do ar é um elemento meteorológico fundamental para o crescimento e


desenvolvimento das plantas, condicionando a duração das fases fenológicas e do ciclo das
culturas. Dessa forma, o estudo do potencial agrícola de uma região depende de informações
básicas desse elemento, a fim de permitir a elaboração do zoneamento climático para as
diferentes culturas agrícolas (BARDIN-CAMPAROTTO et al., 2013).
Estudos envolvendo a temperatura do ar são limitados pela deficiência de dados
meteorológicos e principalmente, pela falta de séries históricas confiáveis, as quais muitas vezes
comprometem o detalhamento e a precisão dos estudos de zoneamento agroclimático (Feitosa et
al., 1980).
Na elaboração dos mapas que representassem a distribuição espacial das temperaturas
máximas e mínimas médias mensais e anuais para a região de Vinhedo, BARDIN-
CAMPAROTTO et al. (2013), aplicou o método desenvolvido por Bardin et al. (2010) de
estimativa de temperatura do ar. Os dados de altitude utilizados foram os do TOPODATA,
disponibilizados pelo INPE (Valeriano, 2008) – figura 2.

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Figura II-2 Distribuição espacial das altitudes na região de Vinhedo.

Figura II-3 Variação mensal de precipitação pluvial (mm) e temperaturas médias do ar (ºC) para
os municípios componentes do Circuito das Frutas.

Na figura 4 são apresentadas as médias mensais de temperatura média do ar e de


precipitação pluvial, que compõem atualmente a normal climatológica (1961-1990), para
Vinhedo.
Os gráficos demonstram o ciclo sazonal de temperatura e precipitação pluvial ao longo
do ano.
Durante os meses de inverno os valores de chuva são menores, em média 40 mm,
acompanhados da queda no valor da temperatura. Os meses de verão são mais úmidos, com
valores de precipitação pluvial que podem chegar, em média, a 230 mm. Esses valores
demonstram grande variabilidade na distribuição espacial da precipitação pluvial média mensal.
Detalhando-se a temperatura, a distribuição espacial das temperaturas máximas e
mínimas médias mensais e anuais para a região de Vinhedo são apresentadas nas figuras abaixo.

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Figura II-4 Variação espacial das temperaturas máximas médias anuais na região do Circuito das
Frutas.

De maneira geral, observou-se que as médias das temperaturas máximas médias anuais em
Vinhedo variaram de 24,1 a 28,0 ºC, enquanto as médias das temperaturas mínimas médias
anuais foram da ordem de 13,1 a 16,0 ºC.
Para as temperaturas máximas médias anuais verifica-se que a maior área é representada
pela faixa de temperatura entre 26,1 ºC e 27,0 ºC.
Para as temperaturas mínimas médias anuais (figura 5), observa-se que grande parte do
município é representada por temperaturas entre 14,1 ºC e 15 ºC, havendo uma faixa central de
temperaturas mais elevadas, na faixa de 15,1 ºC a 16 ºC.

Figura II-5 Variação espacial das temperaturas mínimas médias anuais na região do Circuito das
Frutas.

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Na figura 6 são apresentados os valores de temperatura máximas médias mensais para
Vinhedo.

JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL

MAIO JUNHO JULHO AGOSTO

SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO

Figura II-6 Variação espacial das temperaturas máximas médias mensais na região de Vinhedo.

Janeiro, Fevereiro e março são os meses mais quentes para Vinhedo, com temperaturas
médias variando entre 28,1 ºC e 30,0 ºC. Já as menores temperaturas máximas média mensais
ocorrem dentro da variação de 23,1 ºC e 25,0 ºC, em junho e julho.
Os valores das temperaturas mínimas médias mensais são apresentados na figura
abaixo.

JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL

MAIO JUNHO JULHO AGOSTO

SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO

Figura II-7 Variação espacial das temperaturas mínimas médias mensais na região de Vinhedo.

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As temperaturas mínimas médias mensais mais baixas foram com valores inferiores a
9,0 °C nas áreas serranas, a nordeste de Vinhedo, no mês de julho. Observa-se que essa região
serrana sempre apresenta as temperaturas médias menores em todos os meses.
Quanto à precipitação, segundo BARDIN-CAMPAROTTO et al. (2013), especialmente
para regiões tropicais, é a principal forma pela qual a água retorna da atmosfera para a
superfície terrestre após os processos de evaporação e condensação, completando o ciclo
hidrológico (Pereira et al., 2002).
Na elaboração dos mapas com a variação espacial da precipitação pluvial média mensal
e anual em Vinhedo foram utilizados dados pluviométricos obtidos junto ao Departamento de
Água e Energia elétrica (DAEE) e ao Instituto Agronômico de Campinas (IAC), para o período
de 1961 a 1990. A consistência dessas séries de precipitação foi avaliada em Bardin (2009).
Os resultados são mostrados nas figuras abaixo.

Figura II-8 Variação espacial da precipitação pluvial total anual (mm) na região do Circuito das
Frutas.

Os resultados demonstraram que, de maneira geral, a precipitação pluvial total anual na


região de Vinhedo se divide em três faixas de precipitação (figura 8), sendo uma que abrange a
região serrana, a nordeste, com valores do total anual de chuvas entre 1500 e 1600 mm, e o resto
do município, dividido entre as faixas entre 1400 e 1500 e, mais a sudoeste, os valores entre
1300 e 1400 mm.

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JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL

MAIO JUNHO JULHO AGOSTO

SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO

Figura II-9 Variação espacial da precipitação pluvial total mensal (mm) em Vinhedo.

Em relação aos valores mensais de chuva, na figura 9, verifica-se que os meses mais
úmidos são janeiro e dezembro, com valores médios sempre superiores a 240 mm. Em janeiro,
são observados na maior parte do município valores superiores a 220 mm; os meses mais secos
são julho e agosto, com valores de precipitação pluvial até inferiores a 40 mm. Entretanto, o
mês de agosto é mais seco, principalmente na região oeste, com uma grande faixa com valores
inferiores a 40 mm de chuva.
Considerando toda a RMC, descreve bem a Pluviometria Média Anual a qual apresenta
valores que oscilaram entre 1.300 mm e 1.600 mm., sendo que os maiores valores encontraram-
se a leste enquanto que os menores valores ficaram a sul ressaltando, no entanto, que o que
predominaram mesmo foi os índices entre de 1.400 e 1500 mm.
Na análise dos anos menos chuvosos, o ano de 1978 apresentou valores que oscilaram
entre 900 e 1.300 mm.
No ano de 1985, a pluviometria oscilou entre 900 e 1.300 mm. (como no ano de 1978).
Os maiores valores encontram-se a leste da área enquanto que os menores valores ficaram a
oeste e sudeste. Neste ano, a distribuição é semelhante à distribuição normal (relativa à média
do período), sem a ocorrência de células de menores valores, como em 1978.
No ano mais chuvoso, 1983, os valores de precipitação pluviométrica oscilaram entre
2.100 e 2.600 mm, com uma amplitude de 500 mm. Registraram-se os valores mais elevados a
centro - leste da área de estudo enquanto que os menores valores, no centro-oeste da área. A
região noroeste possuiu valores próximos à região centro-leste, ou seja, aproximadamente 2.200
mm.
O Trimestre mais chuvoso foi definido como abrangendo os meses de Janeiro, Fevereiro
e Março. Os valores oscilam entre 550 e 650 mm, com uma amplitude de 100 mm. A
distribuição dos valores mais elevados encontra-se a leste (do centro para o leste), enquanto que
os menores valores estão a oeste, sendo que a sudeste aparece a célula com o menor valor, em
torno de 550 mm.
No Trimestre menos chuvoso (Junho, Julho e Agosto), os valores oscilam entre 120 e
170 mm, com uma amplitude em torno de 50 mm. Nessa análise, a situação dos maiores valores
encontra-se na área do quadrante sul, principalmente, e leste, enquanto que os menores valores
estão a noroeste. Na porção central, os valores oscilam próximos a 140 mm.
A análise dos Transectos Temporo-Espaciais relativos à pluviometria teve como
objetivo específico a análise da existência de uma diferenciação temporo-espacial entre as áreas

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que apresentaram as maiores variações nos valores da maioria dos elementos climáticos. Os
transectos foram feitos cortando a região no sentido leste-oeste.
Os maiores valores da variação da precipitação pluviométrica no período estão restritos
ao setor centro-leste, na estação do verão, principalmente no mês de janeiro. A distribuição dos
demais valores nos demais meses do ano é praticamente homogênea.
Por sua vez a análise da precipitação pluviométrica nos anos menos chuvosos (1978 e
1985) mostra uma diferenciação bem mais visível na configuração. Essa configuração é bem
mais nítida no ano de 1985 e ocorre principalmente nos meses de maior pluviosidade, com
deslocamentos de células de maiores índices nos meses de novembro a março na região centro-
leste. É importante salientar que no decorrer do período nos dois anos (1978 e 1985) existe uma
diferenciação bastante nítida na configuração, mas os totais pluviométricos pouco se
diferenciam.
Na análise da distribuição da precipitação pluviométrica para o ano mais chuvoso
(1983), continua a evidência da diferenciação de duas áreas distintas (leste e oeste), em forma
da configuração, como também dos montantes, principalmente no final da primavera e nos
meses de verão.

Balanço Hídrico

Segundo BARDIN-CAMPAROTTO et al. (2013), o balanço hídrico climatológico é


frequentemente utilizado no monitoramento da variação do armazenamento de água no solo. A
evapotranspiração potencial (ETP) é associada à demanda atmosférica por água e a capacidade
de água disponível (CAD), o nível máximo de armazenamento de água do volume de controle,
devendo ser determinado para cada cultura e tipo de solo. Por meio destes dados pode-se
realizar a contabilidade de água no solo e estimar valores de evapotranspiração real, de
deficiência hídrica, de excedente hídrico e do armazenamento de água no solo (Camargo, 1978).
Para o cálculo do balanço hídrico climatológico visando à obtenção de valores de
excedente e déficit hídrico na escala mensal foi utilizado o método de Thornthwaite e Mather
considerando o armazenamento de 100 mm, como descrito em Camargo (1978).
De acordo com Pereira et al. (2002) o balanço hídrico normal, calculado com valores
médios de temperatura e chuva relativos ao período de 1961 a 1990, torna-se um indicador
climatológico da disponibilidade hídrica na região.
Na figura 10 é apresentado o balanço hídrico climatológico para o município de
Vinhedo.

Figura II-10 Balanço hídrico climatológico para o município de Vinhedo. Def. = deficiência hídrica
e Exc. = excedente hídrico.

Os resultados demonstram que, de maneira geral, esta é uma região úmida, com pouca
deficiência hídrica nos meses de inverno. A maior deficiência hídrica é observada no mês de

15
agosto, sendo menor que 10 mm. Os maiores excedentes hídricos ocorrem nos meses de verão
nos quais, valores acima de 110 mm são observados nos meses de janeiro e dezembro.
Observa-se por meio do balanço hídrico que ocorre um mês de veranico e com menor
armazenamento de água que é abril.
Concordante com esses resultados, Pereira et al. (-) realizando o trabalho de
caracterização climática na Região Metropolitana de Campinas (RMC), também através do
método de Balanço Hídrico de Thorntwhaite & Mather (1955), utilizando séries históricas de 15
anos compreendendo o período homogêneo de 1976 a 1991, obtidas em 31 postos
pluviométricos apontam que, em relação às deficiências hídricas, os resultados foram muito
pequenos, sendo os maiores próximos a 10 mm/ano, no noroeste da área.
Já, segundo os dados do NURMA - Núcleo de Monitoramento Agroclimático –
BHBRASIL “Balanços Hídricos Climatológicos de 500 Localidades Brasileiras”/Engenharia de
Biossistemas/ESALQ/USP (Disponível em http://www.leb.esalq.usp.br/bhbrasil/Saopaulo/) os
dados climáticos de Vinhedo, dentro do Balanço Hídrico, são:

Balanço Hídrico Normal por Thornthwaite & Mather (1955)


Glauco de Souza Rolim
Paulo Cesar Sentelhas
Departamento de Física e Meteorologia ESALQ-USP
BHnorm V5.0 1999

CIDADE  Vinhedo LATITUDE -23,03 PERÍODO 41-70

ESTADO  SP LONGITUDE -46,96 FONTE DAEE

CAD (mm)  100 ALTITUDE 702 m


Comentários :
Cálculos OK! Extrato do Balanço Hídrico Mensal Extrato do Balanço Hídrico Mensal
120 120
EXC

100 100
PLANILHA
80
DE ENTRADA DOS DADOS 80
Meses
60 Num T P N I
60 a ETP
mm

mm

40 de oC mm horas 40 Thornthwaite
20
dias 20 1948
0 0
Jan 30 23,5 218,0 13,39 10,41 2,27 115,53
-20
DEF

-20
Fev -40
28 23,6 204,0 13,04 10,48 2,27 106,09
-40
MarJan Fev 31
Mar Abr Mai Jun 23,0Ago Set149,0
Jul Out Nov 12,50
Dez 10,08Jan Fev2,27 106,12
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Abr 30 20,8
DEF(-1) EXC
53,0 11,79 8,66 2,27 77,17
Mai 31 18,4 41,0 11,15 7,19 2,27 57,09
Jun 30 17,1Mensal43,0
Balanço Hídrico Normal 10,69 6,43 2,27 Retirada e Reposição
Deficiência, Excedente, 44,83
Hídrica ao longo
Jul
250 31 16,9 26,0 10,60 6,32 2,27 do ano 44,74
120
Ago 31 18,5 27,0 10,93 100
7,25 2,27 56,64
Set
200
30 20,0 53,0 11,54 80
8,16 2,27 69,05
Out 31 21,2 119,0 12,22 60
8,91 2,27 86,24
150
Nov 30 22,0 132,0 12,88 9,42 2,27 95,67
mm
mm

40
Dez
100
31 22,7 184,0 13,32 209,88 2,27 109,78
0

50 -20

-40
0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Precipitação ETP ETR Deficiência Excedente Retirada Reposição

Figura II-11 Balanço hídrico climatológico para Vinhedo, SP.

Numericamente, aponta a tabela de cálculo do Balanço Hídrico, conforme abaixo.

16
Tabela II-2 Balanço Hídrico para a localidade de Vinhedo, SP.

ses Meses
Num Num
Meses Num
T P
T N
PT NI P aI N aI ETP
a P-ETP
ETP NEG-AC
P-ETP
ETP NEG-AC
ARM
P-ETP NEG-AC
ARM
ALT ETR
ALT
ARM DEF
ETR
ALT EXC
DEF
ETR EXC
DEF EXC
de de oCde mm
oC horas
mm
oC horas
mm horas Thornthwaite
Thornthwaite
mm Thornthwaite
mm mm
mm mm mm
mm mm
mm mm
mm mm
mm mm
dias dias dias 1948 1948 1948
n Jan
30 30
Jan 23,5
30 218,0
23,5 218,0
13,4
23,5 10,4
13,4
218,0 10,4
2,3
13,4 2,3
10,4 115,53
2,3 115,53
102,5 102,5
115,53
0,0 100,00
0,0
102,5 100,00
0,00
0,0 115,5
0,00
100,00 115,5
0,0
0,00 102,5
0,0
115,5 102,5
0,0 102,5
ev Fev
28 28
Fev 23,6
28 204,0
23,6 204,0
13,0
23,6 10,5
13,0
204,0 10,5
2,3
13,0 2,3
10,5 106,09
2,3 106,09
97,9 97,9
106,09
0,0 100,00
0,0
97,9 100,00
0,00
0,0 106,1
0,00
100,00 106,1
0,0
0,00 97,9
0,0
106,1 97,9
0,0 97,9
ar Mar
31 31
Mar 23,0
31 149,0
23,0 149,0
12,5
23,0 10,1
12,5
149,0 10,1
2,3
12,5 2,3
10,1 106,12
2,3 106,12
42,9 42,9
106,12
0,0 100,00
0,0
42,9 100,00
0,00
0,0 106,1
0,00
100,00 106,1
0,0
0,00 42,9
0,0
106,1 42,9
0,0 42,9
br Abr
30 30
Abr 20,8
30 53,0
20,8 11,8
53,0
20,8 11,8
8,7
53,0 2,3
8,7
11,8 2,3
8,7 77,17
2,3 77,17
-24,2 -24,2
77,17 78,53
-24,2
-24,2 -21,47
78,53
-24,2 -21,47
74,5
78,53 74,5
-21,47
2,7 0,0
2,7
74,5 0,0
2,7 0,0
ai Mai
31 31
Mai 18,4
31 41,0
18,4 11,2
41,0
18,4 11,2
7,2
41,0 2,3
7,2
11,2 2,3
7,2 57,09
2,3 57,09
-16,1 -40,3
-16,1
57,09 66,86
-40,3
-16,1 -11,67
66,86
-40,3 -11,67
52,7
66,86 52,7
-11,67
4,4 0,0
4,4
52,7 0,0
4,4 0,0
n Jun
30 30
Jun 17,1
30 43,0
17,1 10,7
43,0
17,1 10,7
6,4
43,0 2,3
6,4
10,7 2,3
6,4 44,83
2,3 44,83
-1,8 -42,1
-1,8
44,83 65,65
-42,1
-1,8 65,65
-1,22
-42,1 -1,22
44,2
65,65 44,2
0,6
-1,22 0,0
0,6
44,2 0,0
0,6 0,0
ul Jul
31 31
Jul 16,9
31 26,0
16,9 10,6
26,0
16,9 10,6
6,3
26,0 2,3
6,3
10,6 2,3
6,3 44,74
2,3 44,74
-18,7 -60,8
-18,7
44,74 54,43
-60,8
-18,7 -11,22
54,43
-60,8 -11,22
37,2
54,43 37,2
-11,22
7,5 0,0
7,5
37,2 0,0
7,5 0,0
go Ago
31 31
Ago 18,5
31 27,0
18,5 10,9
27,0
18,5 10,9
7,2
27,0 2,3
7,2
10,9 2,3
7,2 56,64
2,3 56,64
-29,6 -90,5
-29,6
56,64 40,47
-90,5
-29,6 -13,96
40,47
-90,5 -13,96
41,0
40,47 15,7
41,0
-13,96 15,7
0,0
41,0 0,0
15,7 0,0
et Set
30 30
Set 20,0
30 53,0
20,0 11,5
53,0
20,0 11,5
8,2
53,0 2,3
8,2
11,5 2,3
8,2 69,05
2,3 69,05
-16,1 -106,5
-16,1
69,05 -106,5
34,46
-16,1 34,46
-6,00
-106,5 -6,00
59,0
34,46 10,1
59,0
-6,00 10,1
0,0
59,0 0,0
10,1 0,0
ut Out
31 31
Out 21,2
31 119,0
21,2 119,0
12,2
21,2 12,2
8,9
119,0 2,3
8,9
12,2 2,3
8,9 86,24
2,3 86,24
32,8 -39,7
32,8
86,24 67,22
-39,7
32,8 32,76
67,22
-39,7 32,76
86,2
67,22 86,2
0,0
32,76 0,0
86,2 0,0
0,0 0,0
ov Nov
30 30
Nov 22,0
30 132,0
22,0 132,0
12,9
22,0 12,9
9,4
132,0 2,3
9,4
12,9 2,3
9,4 95,67
2,3 95,67
36,3 36,3
0,0
95,67 100,00
0,0
36,3 100,00
32,78
0,0 32,78
95,7
100,00 95,7
0,0
32,78 3,6
0,0
95,7 3,6
0,0 3,6
ez Dez
31 31
Dez 22,7
31 184,0
22,7 184,0
13,3
22,7 13,3
9,9
184,0 2,3
9,9
13,3 2,3
9,9 109,78
2,3 109,78
74,2 74,2
109,78
0,0 100,00
0,0
74,2 100,00
0,00
0,0 109,8
0,00
100,00 109,8
0,0
0,00 74,2
0,0
109,8 74,2
0,0 74,2
AIS TOTAIS TOTAIS 247,7 1249,0
247,7 1249,0
144,0
247,7 103,2
144,0
1249,0 103,2
27,2
144,0 27,2
0,0
103,2 968,96
0,0
27,2 968,96
280,0
0,0 280,0
968,96 908
280,0 0,00
908 928,0
0,00
908 928,0
41,0
0,00 321,0
41,0
928,0 321,0
41,0 321,0
IAS MÉDIAS MÉDIAS 20,6 104,1
20,6 104,1
12,0
20,6 12,0
8,6
104,1 2,3
8,6
12,0 2,3
8,6 80,75
2,3 80,75
23,3 23,3
80,75 75,6
23,3 75,6 77,3
75,6 77,3
3,4 26,8
3,4
77,3 26,8
3,4 26,8

17
Verifica-se que os valores de deficiência hídrica são maiores, assim como os meses de
distribuição. Segundo o NURMA, a deficiência hídrica de Vinhedo atinge 41 mm, distribuindo-
se entre os meses de abril a setembro.
Complementarmente, apresenta os dados também para Campinas e Jundiaí, conforme
figuras abaixo.

Balanço Hídrico Normal por Thornthwaite & Mather (1955)


Glauco de Souza Rolim
Paulo Cesar Sentelhas
Departamento de Física e Meteorologia ESALQ-USP
BHnorm V5.0 1999

CIDADE  Campinas LATITUDE -22,93 PERÍODO 61-90

ESTADO  SP LONGITUDE -47,08 FONTE IAC

CAD (mm)  100 ALTITUDE 574 m

Extrato do Balanço Hídrico Mensal Extrato do Balanço Hídrico Mensal


140 140
EXC

120 120

100 100

80 80
mm

mm

60 60
40 40
20 20
0
DEF

0
-20
-20
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
DEF(-1) EXC

Balanço Hídrico Normal Mensal Deficiência, Excedente, Retirada e Reposição Hídrica ao longo
300
do ano
140

250 120

100
200 80

60
mm
mm

150
40

20
100
0

50 -20

-40
0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Precipitação ETP ETR Deficiência Excedente Retirada Reposição

Figura II-12 Balanço hídrico climatológico para Campinas, SP.

Numericamente, aponta a tabela de cálculo do Balanço Hídrico, conforme abaixo.

18
Tabela II-3 Balanço Hídrico para a localidade de Campinas, SP.

m T Num
MesesMeses MesesP
Num NumT NT P T PI P
N N a NI I I a a ETPa P-ETP ETP
NEG-AC ETP
ARMP-ETP
ETP P-ETP ALT
P-ETP
NEG-AC ETR
NEG-AC
NEG-AC
ARM DEF
ARMALTARM
EXC
ETR ALT
ALT DEF ETR
ETR EXC D
DEF
e oC de mm
de deoC horas
oC mmoC mm horas
mm horas horas Thornthwaite mmThornthwaite Thornthwaite
Thornthwaitemm mm mm
mm mm mm mm mmmmmm mmmmmm mm
mmmm mmmmmm m
as dias dias dias 1948 1948 1948 1948
0 Jan 24,0
Jan 30 Jan240,0
30 3024,0 13,4 24,0240,0
24,0 240,0 10,7 240,0
13,4 13,42,4 13,4
10,7 10,7 10,72,4 2,4119,32
2,4 120,7 0,0119,32 120,7
119,32 119,32
100,00120,70,0 0,00
120,70,0119,3 0,0100,00
100,00 0,00,00100,00
120,7
119,3 0,00
0,00 119,3
119,3
0,0
0,0
120,7
8 Fev 24,4
Fev 28 Fev190,0
28 2824,4 13,0 24,4190,0
24,4 190,0 11,0 190,0
13,0 13,02,4 13,0
11,0 11,0 11,02,4 2,4113,01
2,4 77,0 0,0113,01 77,0
113,01 113,01
100,0077,0 0,0 0,00
77,00,0113,0 0,0100,00
100,00 0,00,00100,00
77,0
113,0 0,00
0,00 113,0
113,0
0,0
0,077,0
1 Mar 23,9
Mar 31 Mar147,0
31 3123,9 12,5 23,9147,0
23,9 147,0 10,7 147,0
12,5 12,52,4 12,5
10,7 10,7 10,72,4 2,4113,96
2,4 33,0 0,0113,96 33,0
113,96 113,96
100,0033,0 0,0 0,00
33,00,0114,0 0,0100,00
100,00 0,00,00100,00
33,0
114,0 0,00
0,00 114,0
114,0
0,0
0,033,0
0 Abr 22,0
Abr 30 Abr71,0
30 3022,0 11,8 22,0 71,0
22,0 71,0 9,4 71,0
11,8 11,82,4 11,8
9,4 9,4 9,42,4 2,4 85,04
2,4 -14,0 -14,085,04 -14,0
85,04 85,04
86,90 -14,0-14,0
-13,10
-14,0-14,084,1-14,086,90
86,90 0,9
-13,10 86,900,0
84,1 -13,10
-13,10 84,1
84,10,9
0,90,0
1 Mai 19,5
Mai 31 Mai65,0
31 3119,5 11,2 19,5 65,0
19,5 65,0 7,9 65,0
11,2 11,22,4 11,2
7,9 7,9 7,92,4 2,4 61,90
2,4 3,1 -10,561,90 3,1
61,90 61,90
90,00 3,1-10,53,103,1-10,561,9-10,590,00
90,00 0,03,1090,00 0,0
61,9 3,10
3,10 61,9
61,90,0
0,00,0
0 Jun 18,3
Jun 30 Jun48,7
30 3018,3 10,7 18,3 48,7
18,3 48,7 7,1 48,7
10,7 10,72,4 10,7
7,1 7,1 7,12,4 2,4 49,16
2,4 -0,5 -11,049,16 -0,5
49,16 49,16
89,59 -0,5-11,0
-0,41
-0,5-11,049,1-11,089,59
89,59 0,0
-0,4189,59 0,0
49,1 -0,41
-0,41 49,1
49,10,0
0,00,0
1 Jul 18,2
Jul 31 Jul 36,8
31 3118,2 10,6 18,2 36,8
18,2 36,8 7,1 36,8
10,6 10,62,4 10,6
7,1 7,1 7,12,4 2,4 49,72
2,4 -12,9 -23,949,72 -12,9
49,72 49,72
78,73 -12,9-23,9
-10,86
-12,9-23,947,7-23,978,73
78,73 2,1
-10,86 78,730,0
47,7 -10,86
-10,86 47,7
47,72,1
2,10,0
1 Ago 19,3
Ago 31 Ago37,0
31 3119,3 10,9 19,3 37,0
19,3 37,0 7,7 37,0
10,9 10,92,4 10,9
7,7 7,7 7,72,4 2,4 59,162,4 -22,2 -46,159,16 -22,2
59,16 59,16
63,08 -22,2-46,1
-15,65
-22,2-46,152,6-46,163,08
63,08 6,5
-15,65 63,080,0
52,6 -15,65
-15,65 52,6
52,66,5
6,50,0
0 Set 21,0
Set 30 Set65,0
30 3021,0 11,5 21,0 65,0
21,0 65,0 8,8 65,0
11,5 11,52,4 11,5
8,8 8,8 8,82,4 2,4 74,252,4 -9,3 -55,374,25 -9,3
74,25 74,25
57,50 -9,3-55,3
-5,58
-9,3-55,370,6-55,357,50
57,50 3,7
-5,5857,500,0
70,6 -5,58
-5,58 70,63,7 70,6
3,70,0
1 Out 22,1
Out 31 Out123,0
31 3122,1 12,2 22,1123,0
22,1 123,0 9,5 123,0
12,2 12,22,4 12,2
9,5 9,5 9,52,4 2,4 92,022,4 31,0 -12,292,02 31,0
92,02 92,02
88,48 31,0-12,2
30,98
31,0-12,292,0-12,288,48
88,48 0,0
30,9888,480,0
92,0 30,98
30,98 92,00,0 92,0
0,00,0
0 Nov 22,9
Nov 30 Nov137,0
30 3022,9 12,9 22,9137,0
22,9 137,0 10,0 137,0
12,9 12,92,4 12,9
10,0 10,0 10,02,4 2,4102,352,4 34,6 102,35
0,0102,35 34,6
102,35
100,0034,6 11,52
0,0 34,60,0102,4 0,0100,00
100,00 0,0
11,52100,00
23,1
102,4 11,52
11,52 0,0 102,4
102,4 0,023,1
1 Dez 23,4
Dez 31 Dez217,0
31 3123,4 13,3 23,4217,0
23,4 217,0 10,3 217,0
13,3 13,32,4 13,3
10,3 10,3 10,32,4 2,4115,302,4 101,7 115,30
0,0115,30 101,7
115,30
100,00101,70,0
0,00
101,70,0115,3 0,0100,00
100,00 0,0
0,00100,00
101,7
115,3 0,00
0,00 0,0 115,3
115,3 0,0
101,7
TOTAIS259,0
TOTAISTOTAIS
1377,5 259,0144,0
259,01377,5 1377,5
259,0 110,3 144,0
1377,5 144,0 110,3 110,3 0,0
29,3144,0 29,3
110,3 29,3
1035,20
29,30,0 0,0
342,3 1035,20
0,0 1035,20342,31054 342,3 0,00
1035,20 1054 1054
342,3 1022,0 0,00 1054
13,2 0,00
1022,0 0,00
355,5 1022,0
13,21022,0
13,2
355,5 1
MÉDIASMÉDIAS
21,6 MÉDIAS114,8 21,6 12,0
21,6 114,8
21,6114,8
9,2 12,0
114,8 12,02,4 12,0
9,2 9,2 9,22,4 2,4 86,272,4 28,5 86,27 86,27 28,5 87,9 28,5
86,27 28,5 85,2 87,9 87,91,1 87,9 85,2 85,21,1 85,2
29,6 1,129,6

19
Balanço Hídrico Normal por Thornthwaite & Mather (1955)
Glauco de Souza Rolim
Paulo Cesar Sentelhas
Departamento de Física e Meteorologia ESALQ-USP
BHnorm V5.0 1999

CIDADE  Jundiaí LATITUDE -23,20 PERÍODO 61-90

ESTADO  SP LONGITUDE -46,88 FONTE IAC

CAD (mm)  100 ALTITUDE 715 m

Extrato do Balanço Hídrico Mensal Extrato do Balanço Hídrico Mensal


150 150

EXC
100 100

50 50
mm

mm
0 0

-50 -50

-100 -100

DEF
-150
-150
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
DEF(-1) EXC

Balanço Hídrico Normal Mensal Deficiência, Excedente, Retirada e Reposição Hídrica ao longo
250
do ano
150

200 100

50
150
mm
mm

100
-50

-100
50

-150
0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Precipitação ETP ETR Deficiência Excedente Retirada Reposição

Figura II-13 Balanço hídrico climatológico para Jundiaí, SP.

Numericamente, aponta a tabela de cálculo do Balanço Hídrico, conforme abaixo.

20
Tabela II-4 Balanço Hídrico para a localidade de Jundiaí SP.

Meses Num Meses


MesesTNumNum P T T N P P I N N a I I a a ETP P-ETP ETP
NEG-AC
ETP P-ETP ARM
P-ETP
NEG-AC
NEG-AC
ALT ARM
ETRARM DEF
ALT ALTEXC
ETR ETRDEF DEFEXC EXC
de oCde de mm oC oC
horasmm mm horas
horas Thornthwaite mm
Thornthwaite
Thornthwaitemmmm
mm mm mm
mm mm mm
mm mm mm mm mm mm mm mm
dias dias dias 1948 19481948
Jan 30 Jan Jan23,830 30 227,0 23,8 23,8
13,4227,0227,0 10,6 13,4 13,4 3,3
10,6 10,6 3,3 3,3 106,57 120,4106,57106,57
0,0 120,4
100,00
120,4 0,00,000,0 100,00
106,6100,000,00
0,0 0,00120,4
106,6106,6 0,0 0,0 120,4120,4
Fev 28 Fev Fev24,228 28 178,0 24,2 24,2
13,1178,0178,0 10,9 13,1 13,1 3,3
10,9 10,9 3,3 3,3 102,38 75,6 102,38
102,38
0,0 75,6
100,00
75,6 0,00,000,0 100,00
102,4100,000,00
0,0 0,00102,4
75,6 102,4 0,0 0,0 75,6 75,6
Mar 31 Mar Mar23,631 31 144,0 23,6 23,6
12,5144,0144,0 10,5 12,5 12,5 3,3
10,5 10,5 3,3 3,3 99,91 44,1 99,9199,91
0,0 44,1
100,00
44,1 0,00,000,0 100,00
99,9100,000,00
0,0 0,00 44,1
99,9 99,9 0,0 0,0 44,1 44,1
Abr 30 Abr Abr21,330 30 78,0 21,3 21,3
11,8 78,0 78,0 9,0 11,8 11,8 3,39,0 9,0 3,3 3,3 65,03 13,0 65,0365,03
0,0 13,0
100,00
13,0 0,00,000,0 100,00
65,0100,000,00
0,0 0,00 13,0
65,0 65,0 0,0 0,0 13,0 13,0
Mai 31 Mai Mai28,831 31 75,0 28,8 28,8
11,1 75,0 75,0 14,2 11,1 11,1 3,3
14,2 14,2 3,3 3,3 171,92 -96,9 171,92
171,92
-96,9 -96,937,94
-96,9 -96,9
-62,06
-96,9 37,94
137,137,94-62,06
34,9 -62,06
137,1
0,0 137,134,9 34,9 0,0 0,0
Jun 30 Jun Jun27,130 30 58,0 27,1 27,1
10,7 58,0 58,0 12,9 10,7 10,7 3,3
12,9 12,9 3,3 3,3 130,38 -72,4 130,38
130,38
-169,3 -72,418,40
-72,4 -169,3
-19,54
-169,3 18,40
77,518,40-19,54
52,8 -19,5477,5
0,0 77,5 52,8 52,8 0,0 0,0
Jul 31 Jul Jul27,131 31 44,0 27,1 27,1
10,6 44,0 44,0 12,9 10,6 10,6 3,3
12,9 12,9 3,3 3,3 133,62 -89,6 133,62
133,62
-258,9 -89,67,51
-89,6 -258,9
-10,89
-258,9 7,51
54,9 7,51 -10,89
78,7 -10,8954,9
0,0 54,9 78,7 78,7 0,0 0,0
Ago 31 Ago Ago28,631 31 41,0 28,6 28,6
10,9 41,0 41,0 14,0 10,9 10,9 3,3
14,0 14,0 3,3 3,3 164,63 -123,6164,63164,63
-382,5 -123,62,18
-123,6-382,5
-5,33
-382,5 2,18
46,3 2,18 118,3
-5,33 -5,3346,3
0,0 46,3118,3118,3 0,0 0,0
Set 30 Set Set29,730 30 75,0 29,7 29,7
11,5 75,0 75,0 14,8 11,5 11,5 3,3
14,8 14,8 3,3 3,3 190,57 -115,6190,57190,57
-498,1 -115,60,69
-115,6-498,1
-1,49
-498,1 0,69
76,5 0,69 114,1
-1,49 -1,4976,5
0,0 76,5114,1114,1 0,0 0,0
Out 31 Out Out21,331 31 131,0 21,3 21,3
12,2131,0131,0 9,0 12,2 12,2 3,39,0 9,0 3,3 3,3 69,62 61,4 69,6269,62
-47,7 61,462,07
61,4 -47,7
61,38
-47,7 62,07
69,662,0761,38
0,0 61,3869,6
0,0 69,6 0,0 0,0 0,0 0,0
Nov 30 Nov Nov22,430 30 148,0 22,4 22,4
12,9148,0148,0 9,7 12,9 12,9 3,39,7 9,7 3,3 3,3 83,88 64,1 83,8883,88
0,0 64,1
100,00
64,1 0,037,93
0,0 100,00
83,9100,0037,93
0,0 37,9326,2
83,9 83,9 0,0 0,0 26,2 26,2
Dez 31 Dez Dez23,031 31 210,0 23,0 23,0
13,3210,0210,0 10,1 13,3 13,3 3,3
10,1 10,1 3,3 3,3 97,85 112,2 97,8597,85
0,0 112,2
100,00
112,2 0,00,000,0 100,00
97,8100,000,00
0,0 0,00112,2
97,8 97,8 0,0 0,0 112,2112,2
OTAIS TOTAIS
TOTAIS
300,9 1409,0 300,9300,9
144,0
1409,01409,0138,6144,0144,0 39,6
138,6138,6 0,0
39,6 39,6 1416,35
0,0 0,0 -7,3 1416,35
1416,35 -7,3 729 -7,3 0,00 1017,5
729 729 398,8
0,00 0,001017,5
391,51017,5
398,8398,8391,5391,5
ÉDIAS MÉDIAS
MÉDIAS
25,1 117,4 25,1 25,1
12,0117,4117,4 11,5 12,0 12,0 3,3
11,5 11,5 3,3 3,3 118,03 -0,6 118,03
118,03 -0,6 60,7-0,6 60,7
84,8 60,7 33,2 32,6
84,8 84,8 33,2 33,2 32,6 32,6

21
Feições Climáticas

Pereira et al. (-) em seu trabalho de caracterização das feições climáticas (natureza,
comportamento, modo de agir) da RMC, detalham que a Evapotranspiração Potencial é o
processo físico da vaporização de água, fenômeno que só se efetiva com o consumo de energia,
cuja fonte na natureza é a radiação solar. É uma função da quantidade de energia solar
disponível, na superfície vegetada a evapotranspiração potencial é mais elevada.
Apontam que dados de radiação solar da região de Campinas, coletados pelo Instituto
Agronômico de Campinas no período de 1956 a 1966 e adotados como representativo da área da
RMC, indicam o valor médio anual de 237 cal/cm2/dia, sendo que o menor índice aparece em
junho com um total médio de 127 cal/cm2/dia e o maior índice em dezembro com total médio de
329 cal/cm2/dia.
Na RMC (clima tropical alternadamente seco e úmido), a evapotranspiração é mais
elevada quando a área recebe os maiores montantes de precipitação.
Nessa área, a evapotranspiração oscilou entre 900 mm e 1050 mm, com uma amplitude
em torno de 150 mm sendo que ela aumenta de leste para oeste.
Nesse aspecto surge uma primeira evidência da importância da evapotranspiração para a
caracterização das feições climáticas individualizadas, pois é nítida a diferença espacial dessa
distribuição, condicionada em última instância pela altimetria.
Por fim, a disponibilidade hídrica em forma de excedentes é o resultado do confronto
entre os valores de evapotranspiração e precipitação pluviométrica, ou seja, aquele montante
que não foi evapotranspirado é que irá abastecer as águas subterrâneas, os rios, que é utilizado
pelas plantas e que está disponível para o uso humano nas mais diferentes finalidades.
Os autores delimitaram a região metropolitana em feições climáticas. Explicam que é
possível delinear no território paulista dois climas zonais:

- Ao sul, na zona subtropical, o clima é controlado pelas massas Tropicais e Polares,


individualizando-se sob tipos dos climas permanentemente úmido das margens orientais
e subtropicais dos continentes, atacados pela Frente Polar, mas dominados por Sistemas
Tropicais Marítimos.
- Ao norte, onde se insere a área da RMC, o clima é controlado por sistemas tropicais e
equatoriais, que se caracteriza por um clima alternadamente seco e úmido.

Taxonomicamente, o clima zonal (onde está inserida a área da RMC) foi dividido em 02
climas regionais (A1 climas úmidos das costas expostas às massas tropicais e A2 climas
tropicais alternadamente secos e úmidos).
Na figura 14 verifica-se que Vinhedo encontra-se, integralmente, dentro da feição
climática Ia
A Feição Climática I (Unidades a, b e c) ocorrem na Região Metropolitana envolvendo
totalmente o Planalto de Jundiaí, uma faixa de transição entre esses dois compartimentos
geomorfológicos e a parte norte, correspondente a Depressão Periférica.

22
Figura II-14 Mapa de Unidades Climáticas da Região Metropolitana de Campinas – SP

Já a Feição Climática II compreende a Depressão Periférica, onde os tipos de relevo


encontrados são em grande parte colinas amplas de topos sub-horizontalizados, possuindo
divisores locais de bacias de água subterrânea.
A tabela 5 sintetiza as condições climáticas para a Região Metropolitana de Campinas.
Observa-se que a Feição Climática Ia, em que está inserida Vinhedo, possui o trimestre
chuvoso nos meses de outubro a março. O período menos chuvoso ocorre de abril a setembro.
No trimestre chuvoso de janeiro a março ocorrem de 520 a 699 mm de precipitação enquanto no
trimestre menos chuvoso, de junho a agosto, a precipitação ocorre no intervalo de 150 a 171
mm.
Essa é a porção da RMC que apresenta maior altitude, variando de 700 a 1000 m.
Quanto aos atributos climáticos de superfície apresentou, no período considerado, as
mínimas médias anuais nos anos de 1978, variando de 985 a 1314 mm e em 1985, no intervalo
de 1122 a 1377.
Já a média anual máxima registrada foi no intervalo de 2400 a 2600 mm. Concluem que
a média da precipitação anual na região ocorrida no intervalo de 1976 a 1991 variaram de 1319
a 1609 mm.
Já a temperatura média anual variou no intervalo de 17 a 20 oC.
Por fim, o balanço Hídrico Climatológico de Thornthwaite e Mather (1955) indicou a
Evapotranspiração média anual variando de 885 a 951; O excedente hídrico, variando de 548 a
673 e não ocorreu deficiência hídrica nessa região.

23
.
Tabela II-5 Condições climáticas para a Região Metropolitana de Campinas.

CLIMA CLIMA FEIÇÕES CÉLULAS CONTROLES REGIME ATRIBUTOS CLIMÁTICOS DE SUPERFÍCIE


ZONAL REGIONAL CLIMÁTICAS CLIMÁTICAS CLIMÁTICOS PLUVIAL PRECIPITAÇÃO TEMPERATURA BALANÇO HÍDRICO
(mm) MÉDIA EVAPOTRANS- EXCEDENTE DEFICIÊNCIA
PERÍODO PERÍODO TRIMESTRE TRIMESTRE ALTITUDE ANUAL PIRAÇÃO HÍDRICO HÍDRICA
CHUVOSO MENOS CHUVOSO CHUVOSO MENOS CHUVOSO MÍNIMAS MÁXIMA MÉDIA MÉDIA
1978 1985 1983 1976 -1991 ANUAL
o
(mm) (mm) (mm) (mm) (m) C (mm) (mm) (mm)

ÁREA
JAN/FEV/MAR JUN/JUL/AGO 700 985 1122 2400 1319 17 a 20 885 548 0
SISTEMAS CLIMAS DOMINADA
a a a a a a a a
POR
520 A 699 150 A 171 1000 1314 1377 2600 1609 951 673
MASSA
OUTUBRO ABRIL
ATMOSFÉRICOS TROPICAIS DE JAN/FEV/MAR JUN/JUL/AGO 600 811 1112 2400 1374 20 A 21 97 380 2A5

I b AR TROPICAL a a a a a a a
A A
MARÍTIMA 567 A 684 132 A 145 700 998 1310 2600 1546 1044 569
EQUATORIAIS ALTERNADAMENTE
COM
JAN/FEV/MAR JUN/JUL/AGO 600 1215 994 2200 1429 20 A 21 982 453 6 A 12
ÍNDICE DE MARÇO SETEMBRO
c a a a a a a a
PARTICIPAÇÃO
E SCOS 627 A 660 118 A 119 700 1324 1065 2300 1547 1012 484
SUPERIOR

JAN/FEV/MAR JUN/JUL/AGO 600 1064 853 2100 1241 21 948 271 2 A 11


A
II a a a a a a
TROPICAIS ÚMIDOS 50%
529 A 580 132 A 150 1356 1241 2200 1409 1027 404

24
FENÔMENOS EXTREMOS EM VINHEDO – OCORRÊNCIA DE PRECIPITAÇÕES
MÁXIMAS ESTREMAS

A identificação do grau de precipitações máximas estremas é de suma importância para


entendimento do comportamento das tempestades objetivando minimização de risco, previsão
do tempo e planejamento urbano e rural mais adequados.
Candido (2012) em seu trabalho “Tornados e Trombas-D’água no Brasil: Modelo de
Risco e Proposta de Escala de Avaliação de Danos” utilizou os softwares ENVI 4.7 e ArcGis
9.3, elaborou mapas utilizando o elipsóide de referência WGS 1984 e avaliou o modelo
probabilístico obtido mediante investigação de ventos intensos registrados nas áreas que
apresentaram risco mais elevado.
Teve por hipótese inicial o pressuposto de que os eventos tornádicos na Região Centro-
Sul do território brasileiro estariam sendo registrados de forma mais frequente.
Tal aspecto poderia estar associado ao incremento da urbanização desse setor, que tem
apresentado terras cada vez mais recobertas por cidades e culturas agrícolas, que alteram o
albedo e a rugosidade local.
Isso implica em profundas alterações na circulação atmosférica local e global,
ocasionando mudanças em diversos parâmetros atmosféricos, como temperaturas máximas,
mínimas e suas médias, umidade total e relativa do ar, direção dos ventos, intensidade da
convecção, formação de descargas elétricas, entre outros.
A idéia de que as alterações antrópicas impostas pela presença de diversos corpos
d’água de grandes proporções, relacionados à construção de barragens para armazenamento de
água e produção de energia elétrica, estariam relacionadas à intensificação dos eventos de
tempestade.
Assim, o trabalho teve os seguintes objetivos:
- Definir se há a existência de um padrão espacial e temporal nas ocorrências de tornados no
Brasil;
- Elaborar um modelo exibindo o risco de ocorrência de tornados e fenômenos correlatos no
país utilizando ferramentas pouco onerosas;
- Propor escala de avaliação de danos compatível com as estruturas existentes em território
brasileiro.

A figura 15 permite destacar nas regiões sudeste e sul do país pontos com elevados
valores de risco, notadamente no Rio grande do Sul e em São Paulo. No nosso estado o destaque
se dá em toda a Região Metropolitana de Campinas e municípios vizinhos, onde as
probabilidades de ocorrência ficam em torno de 20% a 25% ao ano.
Um importante fator a ser considerado é que a maior parte das áreas que apresentam
elevados riscos encontra-se entre os setores com as maiores concentrações populacionais do
país, consistindo no agrupamento de extensas manchas urbanas.
Com isso, há tendência de formação de ilhas de calor (LOMBARDO, 1985), capazes de
tornar mais frequentes as tempestades severas, podendo facilitar ainda mais a formação de
tornados.
Na figura 16, de forma mais detalhada, pode ser observado que a Região Metropolitana
de Campinas, Paulo apresenta o ponto com maior probabilidade de ocorrência situado na cidade
de Itupeva, próximo à divisa com Jundiaí. Vinhedo estaria assim propenso ä elevados riscos de
ocorrência. O modelo probabilístico apontou até 36% de chances anuais de formação de
tornados nesse local.
Várias reportagens e relatos em blogs da Internet foram encontrados relatando
ocorrências ao lado de uma estrada exatamente nesse ponto, com destaque para os seguintes
registros recentes: 04 de maio de 200915; 08 de setembro de 200916 e 09 de janeiro de 2010.

25
Figura II-15 Risco de ocorrência de tornados nas regiões sudeste e sul do país e no estado de São
Paulo.
A localização demarcada como “B” na Figura 7.5 mostra que o risco de ocorrência do
fenômeno também é bastante alto nas proximidades do Rio Tietê, superando 25% em pontos
situados entre as cidades de Itu, Araçariguama e Cabreúva. Tal área corresponde, justamente,
aos arredores do local onde ocorreu o mais destrutivo e dramático tornado já registrado no país.

26
LEGENDA

CAMPINAS

VINHEDO

INDAIATUBA
JUNDIAÍ

ITUPEVA

Figura II-16 Risco de ocorrência de tornados nas proximidades da cidade de Campinas, SP


(Elaborado pelo autor).

27
III. CAPÍTULO III. RECURSOS HÍDRICOS E DESCRIÇÃO DAS
CARACTERÍSTICAS FÍSICO-HÍDRICAS

CARACTERÍSTICAS FÍSICO-HÍDRICAS DE VINHEDO

Vinhedo faz parte da Região Metropolitana de Campinas. A figura abaixo mostra sua
localização espacial dentro da RMC.

Figura III-1 Localização espacial de Vinhedo dentro da RMC.

Os municípios de Valinhos, Vinhedo, Itatiba, Pedreira, parte de Campinas, de


Jaguariúna e de Santo Antônio da Posse, assentam-se sobre a morfoestrutura do Escudo
Atlântico caracterizada por terras altas, constituídas predominantemente por rochas cristalinas
pré-cambrianas e cambro-ordovicianas, cortadas por intrusivas básicas e alcalinas mesozóico-
terciárias. Sobre ele desenvolveram as morfoescultura da Serrania de Lindóia e do Planalto de
Jundiaí.
A Serrania de Lindóia insere-se como uma faixa de transição entre a Depressão
Periférica e o Planalto de Jundiaí, falhas cortam as litologias do embasamento composto
basicamente por gnaisses, migmatitos, quartzitos e granulitos, penetrados por intrusões
graníticas (AGÊNCIA DE ÁGUAS PCJ, 2007).
Vinhedo está inteiramente inserida no Planalto de Jundiaí que é rebaixado em relação às
demais zonas geomorfológicas do Planalto Atlântico. Os topos dos morros apresentam-se
nivelados entre 820 m a 870 m (AGÊNCIA DE ÁGUAS PCJ, 2007).
Tais áreas apresentam relevo formado por morrotes alongados paralelos, morrotes
dissecados e mar de morros com morros angulosos. A declividade tem predominância de 10% a
20% no Planalto de Jundiaí, onde está localizado o município de Vinhedo (Figura 2).
A distribuição das cotas de altitude de Vinhedo é mostrada na figura 3. Nota-se que a
altitude decresce do nordeste para o sudoeste, passando de 986 m para 631m de altitude.

28
VINHEDO

Figura III-2 Enquadramento do município de Vinhedo na geomorfologia da RMC. Fonte:


Gonçalves Junior (2015).

Figura III-3 Hipsometria de Vinhedo. Fonte: Gonçalves Junior (2015).

O trabalho CASA MILITAR DO GABINETE DO GOVERNADOR (2013) mostra o


recorte do Mapa Geológico do município de Vinhedo, segundo Mapa Geológico do estado de
São Paulo (Perrota et al.,2005).
As rochas do município de Vinhedo pertencem à Província Tocantins e estão
representadas em sua quase totalidade pelas rochas do Complexo Varginha Guaxupé - Unidade
paragnáissica migmatítica superior constituída por (cordierita)-granada-(sillimanita)-biotita
gnaisse bandado, com leucossoma a biotita e granada, micaxisto restrito; nebulito gnáissico
granítico e ortognaisses intrusivos, metapsamito com metacarbonato e gnaisse calciossilicático
subordinados; intercalações de gnaisse básico a intermediário e metabásica.

29
Também são encontrados Granitos peralcalinos, tipo A: Morungaba (mo) pertencentes
ao Magmatismo relacionado ao Orógeno Socorro-Guaxupé. (Figura 4).
Concordante, AGÊNCIA DE ÁGUAS PCJ, 2007 aponta que Vinhedo é constituída, em
sua maior parte, por rochas metamórficas (gnaisses) e ígneas (granitóides e granitos), sobre as
quais ocorrem de modo subordinado rochas sedimentares e sedimentos aluviais, depositados em
planícies fluviais e em planícies alveolares.

Figura III-4 Mapa geológico ampliado do município de Vinhedo. Fonte: Mapa Geológico do estado
de São Paulo (PERROTA et al., 2005).

Em seu trabalho (Sanebavi, 2006) “Caracterização dos terrenos de Vinhedo em relação


à capacidade de infiltração e recarga das águas subterrâneas”, Sueli Y. Pereira e Marcelo V. da
Silveira, com a colaboração da Elo Ambiental, descreve que o aqüífero cristalino que está
presente em Vinhedo é composto no município de três grandes unidades lito-estruturais:

(1) o Complexo Gnáissico-Granitóide, com idade de 850 a 600 milhões de anos, com rochas
gnáissicas peroaluminosas migmatizadas, intercaladas com granada biotita gnaisses,
gonditos, calcossilicáticas, quartzitos, anfibolitos, micaxistos e xistos;
(2) os Plutões Granitóides, de idade entre 570 a 435 milhões de anos, com granitos foliados
cinza, associados a gnaisses e migmatitos; e (3) a Seqüência Cenozóica, composta por
rochas sedimentares de idade de 26 milhões de anos. Os sedimentos aluvionares e
coluvionares são as rochas de idades recentes (DEMACAMP 2006).

30
O município situa-se em um compartimento geotectônico orientado a NE, com a falha
transcorrente de Jacutinga ao norte, e limitado a sul pela falha de Jundiuvira, com a foliação de
mesma orientação. As tensões trativas, que ocorrem abertas e, portanto, são armazenadores e
transmissores de água, possuem orientação NW e secundariamente NE (Walm Engenharia e
Tecnologia Ambiental, 1999).
As formas de relevo consideradas para o município de Vinhedo têm por base os
critérios adotados por Ponçano et al. (1981) adaptados pela Demacamp (2006), com base nos
trabalhos de Pires Neto (1996), no que se refere aos processos morfodinâmicos considerou-se o
trabalho de Nakazawa (1994).
Com base nesses critérios, Gonçalves Junior (2015) diferenciou as seguintes formas de
relevo no município: Colinas pequenas e Morrotes, Morrotes, Morrotes e Morros, além das
Planícies Fluviais e as Planícies Alveolares. A tabela 1 e a Figura 5 descrevem e distribuem
espacialmente esses relevos.

Tabela III-1 Morfometria e Morfodinâmica em Vinhedo

31
Figura III-5 Mapa geomorfológico de Vinhedo, por Microbacia Hidrográfica. Fonte: Plano Diretor
Participativo de Vinhedo (2007).

Observa-se que no município ocorrem Colinas pequenas e Morrotes,


predominantemente na porção central do município; Morrotes que ocorrem na porção oeste;
Morrotes e Morros que configuram a parte leste do município e Planícies fluviais e alveolares
que se desenvolvem ao longo da drenagem. Os Morrotes permeados por Morros ocorrem na
porção leste e centro-sul do município, constituindo terrenos dissecados, fortemente ondulados a
montanhosos. Essa forma de relevo apresenta erosão laminar e rastejo de alta e média
intensidade, sendo muito susceptíveis à interferência humana, devido aos solos mais rasos e a
declividade das vertentes (Figura 6).
Essa forma de relevo sustenta as maiores altitudes do município, constituindo parte do
divisor de águas das bacias dos rios Atibaia e Capivari.

Figura III-6 Declividade de Vinhedo. Fonte: Gonçalves Junior (2015).

32
Embora sejam as formas de relevo mais sensíveis à ocupação no município de Vinhedo,
apresentam-se bem preservadas, devido ao baixo índice de ocupação desses terrenos, quando
comparados com as demais áreas do município. Condicionados pelas limitações de uso e
ocupação, os Morrotes e Morros constituem as áreas mais bem preservadas do município, com
remanescentes florestais nativos e áreas de reflorestamento.
Os Morrotes predominam na porção oeste do município, caracterizando principalmente
a bacia hidrográfica do rio Capivari, esta forma de relevo apresenta-se menos dissecada que o
compartimento dos Morrotes permeados por Morros, porém suas encostas inclinadas também
apresentam características que variam de onduladas à fortemente onduladas. Em vertentes mais
dissecadas, o horizonte de alteração dos Argissolo Vermelho-Amarelo distrófico, por configurar
uma baixa coesão, torna-se facilmente erodível, aumentando os riscos de ocupação sobre essas
porções do compartimento. No entanto, relativamente espessos estes solos apresentam um bom
potencial agrícola, embora a inclinação das encostas também configure um fator limitante a
mecanização. Dessa forma, os Morrotes caracterizam-se como formas de relevo suscetíveis a
interferência antrópica, devido à erodibilidade dos solos principalmente nos setores de encostas
mais íngremes, sendo comum a presença de rastejo, erosão laminar e em sulcos.
Quando ocupados pela urbanização e pela implantação de indústrias, na qual a
terraplanagem expõe os solos, a ação do escoamento pluvial torna estes terrenos ainda mais
suscetíveis à ocorrência de processos erosivos intensos, e ao assoreamento de canais fluviais e
nascentes.
Tanto os Morrotes a oeste quanto os Morrotes permeados por Morros a leste apresentam
a mais baixa densidade populacional do município.
As Colinas Pequenas permeadas por Morrotes cortam a porção central do município de
norte a sul, sua baixa declividade favorece a ocupação urbana, fato que vem sendo
historicamente verificado ao analisarmos o processo de urbanização de Vinhedo.
A presença do Argissolo Vermelho-Amarelo distrófico nesta porção do município tem
favorecido também a manutenção de atividades agrícolas, principalmente na porção sul do
compartimento.
Concordante, a Casa Militar do Gabinete do Governador (2013), afirma que a
caracterização do relevo permite fornecer elementos para planejamento regional, avaliação de
facilidades / dificuldades de urbanização, reconhecimento pedológico, classificação da
capacidade de uso da terra e manejo agrícola, bem como as suscetibilidades à erosão e a
escorregamentos.
Dentro do Contexto Geomorfológico do município de Vinhedo, apresentam-se na figura
7 os principais tipos de relevo da área do Município de Vinhedo individualizados em unidades
homogêneas, definidas principalmente em função da amplitude topográfica, declividade das
encostas e densidade das linhas de drenagem.
Os sistemas de relevo característicos da área são os de Morro em que predominam
declividades médias a altas, acima de 15%, e cujas amplitudes locais variam de 100 a 300 m e, o
de Morrotes, em que predominam declividades médias a altas, acima de 15%, e amplitudes
locais inferiores a 100 m.
O relevo de Morros é dividido, na área, em Morros de Topos Achatados, Mar de Morros
e Morros com Serras Restritas.
Os Morros de Topos Achatados apresentam topos extensos e vertentes com perfis
retilíneos a convexos. O sistema de drenagem apresenta média densidade, com padrão
subparalelo e vales fechados.
O relevo de Mar de Morros apresenta topos arredondados, vertentes com perfis
convexos a retilíneos. Drenagem de alta densidade, com padrão dendrítico a retangular, vales
abertos a fechados, com planícies aluvionares interiores desenvolvidas. Constitui geralmente um
conjunto de formas em “meia laranja”.
Os Morros com Serras Restritas apresentam morros de topos arredondados e vertentes
com perfis retilíneos, por vezes abruptas, e presença de serras restritas. O sistema de drenagem
apresenta alta densidade com padrão dendrítico a pinulado, vales fechados e planícies
aluvionares restritas.

33
O relevo de Morrotes é representado pelos Morrotes Alongados Paralelos, com topos
arredondados e vertentes com perfis retilíneos a convexos. O sistema de drenagem apresenta
alta densidade, com padrão paralelo a treliça e vales fechados (Figura 7).

Figura III-7 Mapa geomorfológico ampliado de Vinhedo. Fonte: Mapa Geomorfológico do estado
de São Paulo (IPT, 1981). Relatório Técnico No 131.384-205 - 41/107

A composição das rochas e as características do relevo condicionam a formação de


solos de textura arenosa/média, onde ocorre predomínio do tipo Argissolo Vermelho-Amarelo.
Nas planícies fluviais e alveolares e nos depósitos de várzea dos rios ocorrem solos
hidromórficos do tipo Gleissolo Háplico.
Detalhando, a Casa Militar do Gabinete do Governador (2013), apresenta o Mapa
Pedológico do município, elaborado a partir do Mapa Pedológico do Estado de São Paulo
realizado por OLIVEIRA et al., 1999, (Figura 8)
Apresentam na área do município cinco tipos de solo, todos argissolos.
Prado (1995) descreve os Argissolos (PVAs) como grupamento de solos com horizonte
B textural, com argila de atividade baixa ou argila de atividade alta desde que conjugada ao

34
caráter alumínico e/ou à saturação por bases < 50%. O horizonte B textural é um horizonte
mineral iluvial com concentração de argila translocada do horizonte A (teor de argila bem mais
elevado do que no horizonte A).
Se o teor de argila for relativamente uniforme entre os horizontes A e B, deve ocorrer
cerosidade relativamente nítida nos agregados estruturais. Geralmente ocorre em relevo
ondulado ou forte ondulado, de cor amarelada ou vermelho-amarelada no horizonte B, o qual
em geral possui maior teor de argila do que o horizonte A. Normalmente, há cerosidade,
especialmente se a textura for argilosa ou muito argilosa.
Mais detalhadamente, os diferentes PVAs existentes em Vinhedo, são assim descritos:

PVA - 17 – Argissolos Vermelho Amarelos Distrófico, A moderado com textura arenosa/média


e média/argilosa, relevo ondulado e forte ondulado.
PVA - 22 – Argissolos Vermelho Amarelos Distrófico, A moderado com textura argilosa e
média cascalhenta/argilosa cascalhenta, fase rochosa em relevo forte ondulado e
montanhoso.
PVA - 36 – Argissolos Vermelho Amarelos Distróficos a moderado com textura média
cascalhenta/ argilosa casacalhenta, fase pedregosa e rochosa, relevo forte ondulado +
AFLORAMENTO DE ROCHAS.
PVA 52 – Argissolos Vermelho-Amarelo Distróficos com textura média/argilosa +
LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS Distróficos, textura argilosa, ambos A
moderado, relevo suave ondulado e ondulado.
PVA 53 – Argissolos Vermelho-Amarelo Distróficos com textura arenosa a média +
LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS Distróficos, textura média, ambos A
moderado, relevo suave ondulado.

35
Figura III-8 Mapa pedológico ampliado de Vinhedo. Fonte: Mapa Pedológico do estado de São
Paulo (OLIVEIRA et al. 1999).

USO DO SOLO

Segundo Arborea (2017), em 2017 a partir do Google Earth e das cartas do IGC, a
distribuição do uso do solo estava de acordo com as figuras e tabelas abaixo.
A totalização da distribuição por tipo de ocupação nas microbacias hidrográficas de
Vinhedo é apresentada na tabela 2.

36
Figura III-9 Revisão do Uso e Ocupação do solo de Vinhedo -2017, Foto Aérea; (Arbórea, 2017).

37
JUAZEIRO/
STERZEK CRUZEIRO

SÃO BENTO/ CACHOEIRA/ BOM JARDIM


PACIÊNCIA/
CAPELA PINHEIRINHO CRISTO
STA. MARAMBAIA
CÂNDIDA
ÁGUA DO
BURACÃO

CAPIVARI

ATENÇÃO: Clique
para acessar as
Microbacias TICO/
USO E OCUPAÇÃO DOS SOLOS
MOINHO DENTRO DAS MICROBACIAS
HIDROGRÁFICAS DE VINHEDO, 2017.

Figura III-10 Revisão do Uso e Ocupação do solo de Vinhedo -2017, Mapa; (Arbórea, 2017).

38
Tabela III-2 Quantificação do Uso e Ocupação do solo de Vinhedo -2017, (Arbórea, 2017).

39
Segundo mapeamento da Elo Ambiental, realizado em 2011, a Tabela 3 mostra a
evolução das Áreas dos diferentes usos do solo mapeados no Plano Diretor de Vinhedo (2006) e
um comparativo com os resultados do mapeamento de 2011.

40
Tabela III-3 Áreas dos usos do solo mapeados no Plano Diretor de Vinhedo (2006) e um
comparativo com os resultados do mapeamento de 2011.

Na figura 11 vêem-se as áreas urbanizadas em dois mapeamentos: a do Plano Diretor de


Vinhedo realizado em 2006 e do mapeamento da Elo Ambiental, realizado em 2011. As áreas
em cinza são áreas não mapeadas no Plano Diretor de Vinhedo (2006).
Pode ser observado que a evolução da área urbanizada foi significativa.

Figura III-11 Uso do Solo e tipo de vegetação encontrados em Vinhedo, em 2011. Fonte: Elo
Ambiental, 2011.

Na figura abaixo, verificam-se as áreas com vegetação nativa (estágios inicial, médio e
avançado) em dois mapeamentos: a do Plano Diretor de Vinhedo realizado em 2006 e do
mapeamento da Elo Ambiental, realizado em 2011. As áreas em verde são áreas não mapeadas
no Plano Diretor de Vinhedo (2006).

41
Figura III-12 Vegetação nativa (estágios inicial, médio e avançado) em dois mapeamentos: a do
Plano Diretor de Vinhedo realizado em 2006 e do mapeamento da Elo Ambiental, realizado em
2011. Fonte: Elo Ambiental, 2011.

As áreas em verde são áreas não mapeadas nesta categoria no Plano Diretor de Vinhedo
(2006) e mapeadas no levantamento de 2011.
Para verificar o real motivo das diferenças nas áreas de vegetação entre as duas datas,
foi feita uma comparação das áreas de vegetação nativa mapeadas no Plano Diretor de Vinhedo
(2006) e nas cartas do IGC (ano de 2002) e verificaram-se muitos locais não classificados como
vegetação nativa no Plano Diretor de Vinhedo (2006) apresentava-se, segundo as cartas do IGC
(ano de 2002), com cobertura de mata e essas áreas não contabilizadas o foram no levantamento
de 2011.

HIDROLOGIA DE VINHEDO

A figura 13 mostra o município de Vinhedo dentro da rede de recursos hídricos


regional.
Aponta também as partes externas das microbacias limítrofes do município, com
destaque a bacia hidrográfica do Capivari, seu principal corpo hídrico.

42
LIMITE DA
MICROBACIA DO
BOM JARDIM

LIMITE DA BACIA
DO CAPIVARI

LIMITE DA
MICROBACIA DO
TICO/MOINHO
LIMITE DA BACIA
DO CAPIVARI

Figura III-13 Rede hidrológica de Vinhedo dentro da rede hidrológica regional.

43
Na figura 14 pode-se distinguir que as microbacias que compõem o município estão
distribuídas em duas bacias hidrográficas.
As microbacias Sterzek, Juazeiro/Cruzeiro, Paciência/Cristo, Bom Jardim e
Cachoeira/Pinheirinho pertencem à bacia hidrográfica do rio Atibaia; as microbacias Águas do
Buracão, Tico/Moinho, Sta. Cândida, Capivari, São Bento/Capela e Marambaia pertencem à
bacia hidrográfica do rio Capivari.

Figura III-14 Distribuição das microbacias de Vinhedo, dentro das Bacias hidrográficas dos rios
Atibaia e Capivari.

As figuras abaixo mostram a rede hidrográfica da parte do município que pertence à


bacia do Atibaia e a que pertence à do Capivari.

Figura III-15 Rede hidrográfica da parte do município que pertence à bacia do Atibaia.

44
Figura III-16 Rede hidrográfica da parte do município que pertence à bacia do Capivari.

Vinhedo é formada por 11 microbacias hidrográficas, conforme a figura 17.

298,49 HA
322,59 HA

1195,71 HA

999,27 HA 531,15 HA
682,25 HA
337,18 HA
448,29 HA

862,26 HA

1625,63 HA

Área total das


microbacias:
8.160 Ha
786,94 HA

Figura III-17 Distribuição espacial e dimensão dos sistemas hidrológicos (microbacias


hidrográficas) do município de vinhedo: (A) Tico/Moinho, (B) Capivari, (C) Santa Cândida, (D)
São Bento/Capela, (E) Marambaia, (F) Sterzek, (G) Cachoeira/Pinheirinho, (H

45
A partir desta divisão, as 11 micro-bacias foram subdivididas em 40 sub-bacias
conforme tabela abaixo e a figura 18.

Figura III-18 Mapa de sub-microbacias deVinhedo. Fonte: Elo Ambiental, 2011.

Hidrologicamente, Vinhedo é drenado ao norte pelos córregos Pinheirinho/Cachoeira,


Paciência/Cristo, Juazeiro/Cruzeiro, Sterzeck e Bom Jardim, afluentes da bacia do Rio Atibaia,
e a sul pelos córregos Água do Buracão, Marambaia, São Bento/Capela, Fazenda Santa Cândida
e Tico/Moinho, afluentes diretos do Rio Capivari que corta o município. A figura 19 mostra a
rede hidrológica e a altitude de Vinhedo.

46
Figura III-19 Mapa hidrográfico geral do município de Vinhedo, SP.

Em função de sua topografia, Vinhedo tem uma grande densidade de nascentes em todo
seu território. A figura abaixo mostra essas nascentes baseado na topografia apontada nas cartas
do IGC, partindo-se da premissa que em todo início de grota tem uma nascente, o que não é
verdade.

47
Figura III-20 Densidades de nascentes, por microbacia hidrográfica em Vinhedo.

TIPO DE OCUPAÇÃO NAS APPS DE VINHEDO.

Além das APPs de topo de morro e dos recursos hídricos, uma conservação fisico-
hídrica deve levar em conta as áreas que apresentem pendentes de 45º. Elo Ambiental (2011)
realizou o mapeamento das áreas de APP de declividade utilizando as curvas de nível das cartas
do IGC (2002). Foi feita uma busca manual em toda a área do município de locais onde as
curvas de nível estivessem distanciadas de no máximo 5m, pois, como elas têm eqüidistância
vertical de 5m, a declividade de 100% (necessárias para caracterizar APP de declividade)
ocorreria nestas condições.
Foi utilizado o conceito de Área Mínima Mapeável (AMM) definido por EMBRAPA
(1995) como menores dimensões que podem ser legivelmente delineadas. Segundo esta
metodologia, a AMM corresponde no mapa a uma área de 0,40 cm² (aproximadamente 0,60cm
x 0,60cm) e para a escala dos mapas de 1:25.000, a AMM real é de 2,50 ha.
Assim, segundo Elo Ambiental (2011), considerando a AMM, não foi encontrada
nenhuma área de APP de declividade no município de Vinhedo.
A tabela 4 e a figura 20 apresentam, para o município de Vinhedo, todas as áreas de
preservação permanente mapeadas utilizando como base as cartas do IGC 2002.

Tabela III-4 Áreas de preservação permanente mapeados em 2011 no município de Vinhedo.

A tabela a seguir apresenta as áreas de preservação permanente identificadas em dois


mapeamentos: a do Plano Diretor de Vinhedo realizado em 2006 e do mapeamento da Elo
Ambiental, realizado em 2011.

48
Tabela III-5 Áreas dos usos do solo mapeados no Plano Diretor de Vinhedo (2006) e um
comparativo com os resultados do mapeamento da Elo Ambiental, realizado em 2011. Fonte: Elo
Ambiental (2011).

Pode ser verificado que há uma grande diferença, principalmente em relação à APP de
recursos hídricos.
Considerou-se que o motivo para isto é a diferença entre as bases de cursos d’água,
lagos e nascentes, ou seja, o mapeamento atual que utilizou como base as cartas do IGC (2002)
resultou numa quantidade muito maior dessas entidades, provocando assim, uma área maior de
APP.

Figura III-21 Áreas de preservação permanente mapeadas utilizando como base as cartas IGC
(2002) e a metodologia anteriormente apresentada. Fonte: Elo Ambiental (2011).

Considerando o mapa de uso do solo em 2011 e as áreas de APP do levantamento da


ELO, foi feito um levantamento dos usos do solo na APP e do estado de preservação, que estão
apresentados na tabela 6 e na figura 22.

49
Tabela III-6 Grau de preservação e ocupação das APPs no município de Vinhedo em 2011.

JUAZEIRO/
STERZEK CRUZEIRO

BOM JARDIM
SÃO BENTO/ PACIÊNCIA/
CAPELA CACHOEIRA/ CRISTO
PINHEIRINHO
STA. MARAMBAIA
CÂNDIDA
ÁGUA DO
BURACÃO

CAPIVARI

TICO/
MOINHO

A área total de preservação permanente a restaurar é de 922,4ha, sendo 187,7ha em topo


de morro e o restante, 734,6ha em matas ciliares. As áreas urbanizadas em APP, que são locais
onde não existem muitas alternativas para a conservação da flora e da fauna, somam 296,9ha,
sendo 105,5ha em topo de morro e 191,4 em matas ciliares.
Essa caracterização é mostrada, espacialmente, na figura 22.

50
Figura III-22 Grau de preservação das APPs no município de Vinhedo em 2011. Fonte: Elo
Ambiental, 2011.

A fim de se determinar o total de áreas protegidas por lei em relação à conservação da


flora e da fauna, foram elaboradas a tabela a seguir e a figura 23 com a área total protegida no
município. Para se chegar a esta área foi feita a somatória das áreas de preservação permanente,
juntamente com as áreas dos fragmentos de vegetação nativa nos estágios inicial, médio e
avançado que estão fora da APP.

Tabela III-7 Área total protegida no município de Vinhedo.

É importante ressaltar que dos 3.270,5 ha protegidos por lei, 296,9ha já estão
urbanizados.
Vinhedo apresenta áreas elevadas a serem preservadas de acordo com os critérios do
antigo Código Florestal. A figura 24 espacializa essas áreas dentro do município e dentro das
microbacias hidrográficas.

51
Figura III-23 Área total protegida para o município de Vinhedo em 2011: Fonte: Elo Ambiental,
2011.

Verifica-se que, majoritariamente, essa área se distribui no sudeste da microbacia do


Bom Jardim, englobando o divisor de águas nordeste da microbacia Água do Buracão e os
divisores sudeste da Paciência e Cristo.
Essa indicação é citada nesse trabalho, pois, sob o aspecto “Produção de Água” essa
indicação de preservação continua válida, a despeito do que preconiza o novo Código Florestal,
desta forma recomenda-se que, caso estas áreas venham a passar por algum processo de
ocupação ou urbanização, sejam delimitadas preferencialmente as áreas definidas como APP
TM IGC 2002 como Áreas Verdes nos termos definidos pela Resolução SMA nº 72, de 18 de
junho de 2017, ou a que vier a substituí-la.

Figura III-24 Hidrologia e as áreas de APP de topo de morro de Vinhedo. Fonte: Elo Ambiental,
2011.

52
Na figura 25 é apresentado o Estagio vegetacional da cobertura vegetal nativa, por
microbacia hidrográfica de Vinhedo.

Figura III-25 Estágio vegetacional da cobertura vegetal nativa, por microbacia hidrográfica de
Vinhedo. Fonte: Elo Ambiental, 2011.

CLASSE DE CAPACIDADE DE USO DO SOLO

Segundo o apresentado pela Elo Ambiental, 2011, com base no mapa de Aptidão
Agrícola das Terras do Município de Vinhedo (Secretaria Nacional de Planejamento Agrícola –
SUPLAN, 1979) o município de Vinhedo apresenta áreas nas seguintes classes de Aptidão
Agrícola.

1”AB – Aptidão boa para culturas anuais nos níveis de manejo A e B (baixo e médio nível
tecnológico), com aptidão para dois ciclos de cultivos por ano.
1”aB - Aptidão boa para culturas anuais no nível de manejo B (médio nível tecnológico) e
aptidão regular para culturas anuais no nível de manejo A (baixo nível tecnológico), com
aptidão para dois ciclos de cultivos por ano (Figura 26).

53
Figura III-26 Aptidão Agrícola das Terras do Município de Vinhedo. Fonte: Elo Ambiental, 2011.

Segundo trabalho de CASA MILITAR DO GABINETE DO GOVERNADOR (2013),


dentro das Áreas de Risco Alto e Muito Alto mapeadas no município de Vinhedo, aquelas que
estão relacionadas aos recursos hídricos são:

Área VIN-02 (Sítio Pescarini) – Inundação – (R4 – Muito Alto): A Área VIN-02 compreende
setor de risco, localizado em meio ao Sítio Pescarini, nas proximidades da Rodovia SP-332 -
Estrada Vinhedo / Louveira. Trata-se de uma erosão / deslizamento no corpo da barragem do
lago existente no Sítio, a qual pode vir a causar o rompimento da barragem caso o processo
evolua. A jusante do lago encontra-se a Represa I do município. Tal represa pode vir a ser
atingida pelas águas da represa do Sítio Pescarini, caso o rompimento da barragem ocorra,
provocando uma onda de inundação nos bairros Planalto e Jardim Nova Canudos.

Descrição do Processo Observado e/ou Potencial


Espera-se para a área VIN-02 a evolução do processo de erosão / deslizamento do corpo
da barragem. Caso ocorra o rompimento espera-se que as águas atinjam a Represa I a jusante,
causando uma onda de inundação nos bairros Planalto e Vila Nova Canudos. Nesse caso, o grau
de risco da área VIN-02 foi definido como R4 – Risco Muito Alto.

Sugestão de Intervenções
Sugerem-se as seguintes ações para redução dos riscos: (a) realizar o desvio das águas
que estão direcionadas diretamente para a região onde ocorreu o processo (já executado pela
defesa civil); (b) executar uma pequena lombada (murundum ou camalhão) no entorno da
cicatriz/erosão, evitando que as águas pluviais que se concentram sobre o corpo da barragem
escoem na direção da área de ocorrência do processo, auxiliando na evolução do processo; (c)
avaliar os dispositivos de drenagem superficial no entorno da área da barragem, no sentido de
garantir escoamento e controle das águas de superfície; (d) realizar monitoramento diário da
evolução do processo (já executado pela defesa civil); (e) orientar moradores sobre como
proceder em casos de alertas nas situações críticas de chuva; (f) executar, com urgência, a
recomposição do corpo da barragem após o termino do período chuvoso; (g) verificar a
estabilidade do corpo da barragem, já que a mesma foi construída há mais de 50 anos.
Ressalta-se que, como a área se encontra em risco muito alto, tais sugestões de
intervenção devem ser executadas o mais breve possível.

54
Área VIN-06 (Barra Funda) – Inundação – (R3 – Risco Alto): A Área VIN-06 compreende
setor de risco, localizado em área urbana, na proximidade da Avenida Antônio Barbosa, bairro
que possui alta densidade ocupacional e equipamentos públicos instalados, predominando na
área imóveis comerciais. As vias nas proximidades possuem boas condições de pavimentação e
sistemas de drenagens de precários (nas travessias por tubulação) a satisfatórios (vias de
acesso). A drenagem no local, Córrego Barra Funda, é natural, retilínea e encontra-se assoreada.
O canal possui cerca de 5 m de largura (máxima) e margens de 2,5 m de altura. As moradias e
os comércios ocupam tanto a margem direita quanto a margem esquerda do córrego. Segundo
informações da COMDEC, a inundação pode ultrapassar 0,5 m de altura, com raio de alcance
superior a 30 m, ocorrendo de forma rápida. A última inundação ocorreu na segunda semana de
janeiro de 2013. Porém, uma menor área foi atingida pela inundação visto que, desde a
realização de obras em parte da área, a montante, na confluência do Córrego Primavera com o
Córrego Barra Funda, não ocorreram inundações neste trecho. Tal obra aumentou a vazão nas
travessias e protegeu os taludes dos dois córregos com caixas de gabião. Porém, ocorre
inundação nas proximidades da confluência dos Córregos Barra Funda e Pinheirinho. Neste
trecho, as travessias diminuem a vazão do Córrego quando da ocorrência de enchentes,
causando refluxo e inundação. Somado a isso, o trecho final do Barra Funda, antes de desaguar
no Pinheirinho, apresenta muitas curvas fechadas, o que também diminui sua vazão, causando
refluxo e inundação. As travessias do trecho não contemplado pelas obras apresentam, na sua
lateral, um tubo de 0,80 m de diâmetro para auxiliar a vazão, o que não é muito efetivo.
Descrição do Processo Observado e/ou Potencial
Espera-se para a área VIN-06 a ocorrência de inundações rápidas e com grande
possibilidade de impacto nas moradias, comércios e vias de acesso (isolamento de parte do
bairro). Nesse caso, o grau de risco da área VIN-06 foi definido como R3 – Risco Alto.
Relatório Técnico No 131.384-205 - 50/107

Sugestão de Intervenções
Sugerem-se as seguintes ações para redução dos riscos: (a) estudo hidrológico da bacia
do Córrego Barra Funda para dimensionamento de obras de escoamento, visando melhorias nas
travessias e no trecho final, onde o mesmo apresenta uma geometria em curva, o que pode
reduzir sua vazão, aumentando a inundação a montante; (b) avaliação da vazão de água
permitida nas estruturas de pontes e travessias; (c) instalação de réguas de nível de água; (d)
orientação de moradores sobre como proceder em casos de alertas nas situações críticas de
chuva.

55
IV. CAPÍTULO IV. SANEAMENTO BÁSICO

CARACTERIZACAO DAS CAPTAÇÕES, OUTORGA E DEMANDA HÍDRICA.

Planejamento e preservação de mananciais.

Os estudos necessários ao bom planejamento, monitoramento e controle dos mananciais


de Vinhedo, dentro do seu Plano de Recursos Hídricos, deverão envolver:

1. Seleção de potenciais mananciais: considerando os custos dos aproveitamentos, ocupação das


bacias e viabilidade de preservação são selecionadas as principais alternativas de
mananciais;
2. Avaliação da disponibilidade dos mananciais: os mananciais são quantificados quanto ao
atendimento da demanda atual e diferentes cenários futuros do desenvolvimento da
comunidade, verificando a necessidade de regularização e os custos envolvidos;
3. Ocupação da bacia e potenciais poluentes: identificação dos usos atuais e propostos para as
bacias dos mananciais, identificando fontes potenciais de poluentes com as cargas atuais e
projetadas para os cenários;
4. Quantificação atual e potencial da qualidade da água dos mananciais: com base nas fontes
atuais e potenciais é estimada a qualidade da água dos mananciais;
5. Seleção dos mananciais: com base na qualidade potencial dos mananciais, no zoneamento, no
desenvolvimento urbano previsto, nos custos e na capacidade de controle da ocupação da
bacia são selecionados os mananciais;
6. Definição de programa de controle do uso do espaço e preservação da bacia: um programa
de conservação da bacia deve ser elaborado visando preservar as condições de qualidade e
quantidade da água como fonte de manancial. Esse programa poderá conter: ocupação
pública de áreas através de parques, incentivos com impostos de áreas preservadas,
readequação das ocupações das áreas, quando possível, reflorestamentos, agricultura sem
uso de defensivos químicos e outros;
7. Projeto de aproveitamento da água: Desenvolvimento do projeto de aproveitamento do
manancial dentro dos estágios de desenvolvimento e uso da comunidade;
8. Plano de Proteção dos Mananciais: Planejamento e implementação de Planos de
Contingenciamento de contaminação dos mananciais e de sua proteção físico-química;
9. Programa sistemático de monitoramento da quantidade e da qualidade da água dos
mananciais selecionados: Monitoramento da quantidade e da qualidade da água em locais
estratégicos para acompanhamento de qualquer alteração que eventualmente possa ocorrer;
10. Mecanismos de controle institucionais da preservação das bacias mananciais: legislação
estadual ou municipal específica de preservação dos mananciais selecionados e;
11. Controle do espaço: o monitoramento do espaço da bacia é essencial devido ao grande
número de invasões e loteamentos clandestinos que ocorrem ao longo dos tempos. Esse
processo somente é possível com investimento na educação ambiental da população do
município.

CAPTAÇÕES DE ÁGUA PARA ABASTECIMENTO PÚBLICO ATUAIS

I) CAPTAÇÕES DAS ÁGUAS DE SUPERFÍCIE

Segundo a Saneamento Básico Vinhedo - SANEBAVI, Vinhedo tem seis pontos de


captação de águas superficiais. As captações, sua distribuição espacial e a descriminação das
vazões de outorgas de cada captação, no período das águas e no período das secas, são
mostradas na figura abaixo.

56
Figura IV-1 Vinhedo e seus seis pontos de captação de água bruta.

Adicionalmente, em resposta à consulta de janeiro de 2016 e concordante com os dados


acima, a SANEBAVI, através do Técnico Sérgio Antunes da Silva - Coordenador Setor
Tratamento de Água, prestou as seguintes informações a respeito de outorga para abastecimento
público de Vinhedo:

 Captação Superficial Córrego Bom Jardim: volume captado aproximado de 190m³/h.


Esclarece que a água é enviada à Represa I para posterior adução para a ETA I.
 Captação Superficial Córrego da Paciência/Cachoeira: volume captado aproximado de
150 m³/h. Informa que a água adentra a Represa I para posterior adução para a ETAI.
 Rio Capivari/Maluf: Captação às margens do rio Capivari, localizada em Louveira, tem o
volume captado aproximado de 500m³/h.
 Rio Capivari/Lagoa da Cerâmica: volume de 40 m³/h. Informa tratar-se de Outorga da
Lagoa da Cerâmica do São Joaquim a qual é uma reserva utilizada em situações especiais.
 Rio Capivari/Córrego do Xoxó: volume de 40 m³/h. Informa tratar-se de outorga do
Córrego do Xoxó/Lagoa Cond. São Joaquim, sendo considerada uma reserva utilizada em
situações especiais.
 Ribeirão do Moinho ou do Tico: volume captado no período era de 200m³/h.

As captações de Vinhedo listadas acima são mostradas nas figuras abaixo.

57
Estação
Captação
Represas Bom Jardim
I, II e III
Rod.
Anhanguera

Estação
Rio Capivari
Captação
Cerâmica

Estação
Captação
Estação Capivari
Captação
Tico
Moinho Estação
Captação
São
Joaquim
Rod. Bandeirantes

REPRESAS DE CAPTAÇÃO
E RESERVAÇÃO
Figura IV-2 Captações de águas superficiais de Vinhedo.

58
ESTAÇÃO CAPTAÇÃO CAPIVARI

LOCALIZAÇÃO: Às margens do rio Capivari, Louveira, SP.


COORDENADAS: Latitude 23° 4'14.39"S Longitude 46°58'23.56"O.
OUTORGA: 600 m3/h.

Rio Capivari

Rio Capivari

Estação
Captação
Capivari

Estação
Captação
Capivari

Afluente do
Rio Capivari

ESTAÇÃO CAPTAÇÃO
CAPIVARI

CAPTAÇÃO DE ÁGUA NO CAPIVARI CAPTAÇÃO DE ÁGUA NO CAPIVARI


- LOUVEIRA - - LOUVEIRA -

Cascata

Ponto de Captação

CAPTAÇÃO DE ÁGUA NO CAPIVARI


- LOUVEIRA -

59
Estação de
Tratamento de
Esgoto de Louveira

Estação de Tratamento de Esgoto de Louveira

Rio Capiva
CAPTAÇÃO DE ÁGUA NO CAPIVARI
ri
- LOUVEIRA -

60
ESTAÇÃO CAPTAÇÃO CÓRREGO BOM JARDIM

LOCALIZAÇÃO: Às margens do Córrego do Bom Jardim, Vinhedo, acesso Rod. Edenor João
Tasca.
COORDENADAS: Latitude 23° 1'9.37"S Longitude 46°56'2.85"O.
OUTORGA: 200 m3/h.

61
ESTAÇÃO CAPTAÇÃO RIO CAPIVARI/LAGOA DA CERÂMICA

LOCALIZAÇÃO: Na Lagoa da Cerâmica, dentro do Condomínio São Joaquim.


COORDENADAS: Latitude 23° 3'50.25"S Longitude 46°59'22.80"O.
OUTORGA: 40 m3/h.

Rod.
Anhanguera

Represa São
Joaquim

Represa da
Cerâmica

ESTAÇÃO CAPTAÇÃO
CERÂMICA

62
63
ESTAÇÃO CAPTAÇÃO DE ÁGUA NO TICO MOINHO

LOCALIZAÇÃO: Às margens do córrego do moinho, acesso pela Rod. Eng. Miguel Melhado
de Campos (SP 324).
COORDENADAS: Latitude 23° 3'25.21"S Longitude 47° 2'7.89"O.
OUTORGA: 200 m3/h.

Estação Reservação e
Elevação Tico Moinho

Estação
Captação Fotos do
Tico Moinho Rio Capivari Rio Capivari
Rio Capivari

Represa

Estação
Captação
Capivari

Represa

Afluente do
CórregoRio Capivari
Tico Moinho

Rod.
Bandeirantes

ESTAÇÃO
CAPTAÇÃO DE CAPTAÇÃO
ÁGUA NO TICO
CAPIVARI
MOINHO

64
ESTAÇÃO CAPTAÇÃO RIO CAPIVARI/CÓRREGO DO XOXÓ

LOCALIZAÇÃO: Às margens do córrego do Xoxó/Lagoa Cond. São Joaquim.


COORDENADAS: Latitude 23° 4'2.02"S Longitude 46°59'9.53"O.
OUTORGA: 45 m3/h.

65
66
II) CAPTAÇÕES DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

A figura abaixo mostra a distribuição espacial dos poços de captação de água


subterrânea.

Figura IV-3 Localização dos poços

Verifica-se que a maioria das captações está na Bacia Hidrográfica do Atibaia e na


microbacia Cachoeira/Pinheirinho. Os poços profundos subterrâneos estão localizados nos
bairros Aquários, Barra Funda, Jardim Planalto, Jardim Miriam, Nova Canudos (2), Santa
Cândida, Santa Fé (2) e São Tomé.
Também, em resposta à consulta de janeiro de 2016 e concordante com os dados acima,
a SANEBAVI prestou as seguintes informações a respeito de outorga de águas subterrâneas
para abastecimento público de Vinhedo:

 Captação Subterrânea: Volume captado, em média, no ano 2015 foi de 77.000 m³/mês
(106,94 m3/h), sendo a Outorga máxima de 85.265 m³/(mês de30dias) ou 118,42 m³/h ou
88.107 m³/(mês 31dias) o que corresponde a 122,37 m³/h.

No Trabalho executado pela Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica,


Relatório Final, (2015), a Câmara de Vereadores de Vinhedo, naquilo que é de mérito desse
Plano e dentre outros, são ressaltados os seguintes pontos:
Em relação aos poços artesianos preconiza:

 Verificar como estão os litígios na Justiça: Ação Popular 995/99; Ação Civil Pública de
Obrigação de Fazer 953/01;
 Avaliar contestações técnicas e limites apontados por laudos do DAEE, Unicamp, Grupo
Técnico de Águas Subterrâneas dos Comitês das Bacias PCJ e outros;
 Acompanhar resultado do encerramento do contrato de concessão de exploração dos poços
artesianos;
Adicionalmente, em visita técnica à SANEBAVI foram prestadas informações sobre a
demanda máxima de captação já registrada em Vinhedo, ocorrida durante a seca de 2014.

67
Por fim, foram coletados os dados disponíveis no site da SANEBAVI, que se refere a
2013. Todos eles estão relacionados na tabela baixo.
Para a estimativa da suficiência hídrica do Vinhedo, como valor de máxima demanda,
este estudo passou a considerar o valor de somatório das outorgas referente ao período das
chuvas, de Novembro a Junho, 1345 m3/h, sendo 1235 m3/h de água superficial e 110 m3/h de
água subterrânea.

Captações de água subterrânea de poços particulares.

A realização das captações de água subterrânea em poços particulares se dá,


principalmente, em Indústrias e Condomínios Residenciais.
No balanço hidrológico esse dado é muito importante na integração da demanda. No
entanto, isso se apresenta com uma dificuldade muito grande uma vez que o único Cadastro-
Registro oficial disponível é o do DAEE que, possui os dados de Concessão de Outorga tão
somente, não espelhando, portanto, o que está, efetivamente, sendo captado em vazão e tempo e
nem mesmo se a captação ainda continua em operação.
A única forma de se contornar esse problema seria a realização, a campo, de um
cadastramento apropriado e que deveria ser renovado de tempos em tempos. O ANEXO I
mostra o Cadastro-Registro do DAEE das captações de água subterrâneas.

68
Tabela IV-1 Captações de água bruta de Vinhedo.
ETAS MANANCIAIS QUANTIDADE DE TRATAMENTO % DE TRATAMENTO VAZÃO DE PONTOS DE OUTORGA DE CAPTAÇÃO
em média * Da outorga TRATAMENTO CAPTAÇÃO * DE ATÉ **
máx. de capt. em 2014 (Crítica) *** Site*
mananc. superf. * Nov-Jun Jul-Out
mil m³/mês m³/h % % m³/h % m³/h %

ETA I - Jardim Planalto Superficiais 495,0 678,0 71,1 61,6 730,0 71,6 Rio Capivari 600 600,0 400,0 44,6
Lagoa Cerâmica 40 45,0 45,0 3,3
* Responsável pelo Cór. Xoxó/Lagoa S. Joaquim 45 40,0 40,0 3,0
atendimento de 61,6% Córrego Bom Jardim 200 200,0 150,0 14,9
da População (c/ base Represa I 150 150,0 150,0 11,2
na outorg. máx.)
Subterrâneos **** 81,5 113,3 11,7 80,0 7,8 Subterrânea 80,0 80,0 5,9

SUB-TOTAL 576,5 791,3 82,8 61,6 810,0 79,4 1115,0 865,0 82,9

ETA II - Jardim Santa Superficiais 120,0 164,0 17,2 34,3 180,0 17,6 Córrego do Moinho 200 200,0 150,0 14,9
Cândida

* Responsável pelo
atendimento de 34,3% Subterrâneos 30,0 2,9 Subterrânea 30,0 30,0 2,2
da População (c/ base
na outorg. máx.)

SUB-TOTAL 120,0 164,0 17,2 34,3 210,0 20,6 230,0 180,0 17,1

TOTAL 696,5 955,3 100,0 95,9 1020,0 100,0 1345,0 1045,0 100,0

Superficiais 910,0 89,2 1235,0 935,0


Subterrâneos 110,0 10,8 110,0 110,0

OBS: As Represas II e III, trabalham como reservação de água do município.


* Dados disponíveis no Site da SANEBAVI - Dados de 2013
** Dados da Palestra Audiência Pública abril de 2016
*** Comunicação Pessoal
**** Os poços profundos subterrâneos estão localizados nos bairros Aquários, Barra Funda, Jardim Planalto,
Jardim Miriam, Nova Canudos (2), Santa Cândida, Santa Fé (2) e São Tomé. Não está descriminação entre os volumes tratados em cada ETA.

69
ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA DE VINHEDO

A SANEBAVI aponta que a população atendida com abastecimento de água é de


66.872 habitantes (92,17%).
Como dificuldade técnica quanto ao abastecimento público, informa que além das áreas
rurais, existem áreas em Vinhedo onde é tecnicamente inviável o abastecimento pela rede
coletiva de água. A localização das Estações de Tratamento de Água - ETAs pode ser observada
na figura abaixo.

Figura IV-4 Localização das Estações de Tratamento de Água - ETAs.

Destacando o consumo do Bairro da Capela, a segunda concentração urbana do


município, informa que a região da Capela representa 25,20% do consumo do município o que
corresponde ao volume demandado, em média, de 94.662.000 de litros de água por mês. Essa
região possui 6158 ligações de água das 21620 existentes no município em 2015, ou seja, 28,5
% de todas as ligações.
Os dados abaixo mostram o número de ligações em Vinhedo e sua evolução nos últimos
anos.

70
Figura IV-5 População, número de ligações de água e numero de economias do município de
Vinhedo (SANEBAVI/Fundação SEADE; AG004 - SNIS Sistema nacional de informações sobre
saneamento –Ministério das Cidades).

A SANEBAVI aponta, ainda, que o Número de Ligações Atual atinge 23.475 ligações.
Por fim, a tabela abaixo aponta os principais indicadores do sistema de abastecimento
de água do município de Vinhedo, até 2011.

71
Tabela IV-2 Indicadores do sistema de abastecimento de água do município de Vinhedo.

72
As figuras abaixo mostram, esquematicamente, a evolução de alguns parâmetros
apontados na tabela 2.

Figura IV-6 Apresentação esquemática da evolução de alguns Indicadores do sistema de abastecimento de água do
A de
município tabela 3 aponta o consumo de água medido per capta da ordem de 222,3 L/hab.dia.
Vinhedo.

Esse número é elevado quando se compara com os consumos médios dos estados do
país, mostrados na tabela abaixo.
Por esse ranking, Vinhedo ocuparia o segundo lugar, em comparação com a média dos
estados brasileiros.
Vale ressaltar, para efeito de estimativa da produção de água do município, que,
considerando as perdas na distribuição, na realidade, em 2011, os recursos hídricos de captação
sustentavam uma demanda bruta de 344,3 l/hab./dia sendo que, enfatizando, 122 l/hab./dia se
perde por vazamentos.

73
Tabela IV-3 Consumo médio de água per capta nos diferentes estados brasileiros.

CAPACIDADE DE RESERVAÇÃO DE ÁGUA DE VINHEDO

A reservação de água no município se dá pela reservação de água bruta, na forma de


represas e no armazenamento de água tratada, em reservatórios.

A) Reservação de água bruta em represas

A capacidade total de reservação de água bruta no município é de 842.840,16 m3,


estando 720.031,54 m3 na bacia do Atibaia e 122.808,62 m3 na bacia do Capivari.
A tabela abaixo aponta as características básicas das represas de abastecimento publico
de Vinhedo.

74
Tabela IV-4 Volume e localização das represas hoje existentes.

microbacia

Cachoeira
/Pinheirinho
Paciência e Cristo

Paciência e Cristo

Sta. Cândida

Capivari
Capivari

Capivari

Capivari

Figura IV-7 Localização das Represas I (Microbacia Cachoeira/Pinheirinho) e II e III (Microbacia


Paciência e Cristo).

75
Figura IV-8 Localização das Represas I (Microbacia Cachoeira/Pinheirinho) e II e III (Microbacia
Paciência e Cristo).

Figura IV-9 Represa I e seu contorno; Represas II e III e seus contornos.

Figura IV-10 Represa II e seu contorno; Represa III e seu contorno.

B) Armazenamento de água tratada, em reservatórios.

A localização e as principais características dos reservatórios de vinhedo são


apresentadas na figura e tabela abaixo.

76
Figura IV-11 Localização dos Reservatórios de água tratada.

A somatória das águas das represas e dos reservatórios soma, portanto, 853.877,16 m3
de água. Considerando-se o consumo bruto per capita 322,3 l/hab./dia, essa quantidade de água
armazenada seria consumida por 2.649.324,1 de hab. Com o número de habitantes atendidos
pela SANEBAVI de 66.872 hab., a autonomia de Vinhedo quanto à água é de 39,6 dias.

77
Tabela IV-5 Características dos reservatórios de Vinhedo.

78
MEDIDAS JÁ REALIZADAS DE MELHORIAS E EVOLUÇÃO NO SERVIÇO DE
ABASTECIMENTO PÚBLICO.

- Diminuição das perdas físicas de água tratada na distribuição e aperfeiçoamento do


serviço.

A SANEBAVI informa que hoje existem perdas de água inevitáveis durante o processo
relativo à lavagem de filtros nas ETA’s e em descargas para limpeza das tubulações, por
exemplo.
Com a execução das Estações de Tratamento de Lodo (ETL’s), a perda de água neste
processo diminuiu consideravelmente, porém, afirma existirem ainda perdas que podem ser
evitadas, utilizando ajustes e medidas preventivas. São elas:

a) Substituição dos hidrômetros com mais de 5 anos


Em 2011 foi realizada a troca de 38% dos hidrômetros o que resultou um incremento de
18% em média na arrecadação. A figura abaixo mostra essa ação.

Figura IV-12 Distribuição da ação de substituição dos hidrômetros com mais de 5 anos.

b) Substituição de Redes de Água antigas.


A SANEBAVI informa que essa ação foi realizada de 2010 a 2013, nos bairros Jd.
Itália, Jd. Junco, Santa Rosa, Jd. Brasil, Vila Corazzari, Região do Mercado Infanger, Jd.
Miriam e Jd. Alba perfazendo 21.645 m de rede. Também atuou no Jardim 3 Irmãos, perfazendo
5.356 m; no Jardim São Matheus, com 6.909m; na Vila João 23, Vila Junqueira, Vila Fátima e
Mingareli, perfazendo 8132m. O total de adequação, portanto, foi de 42.042 m de rede.

c) Adequação das Zonas de Pressão


Informa a SANEBAVI que essa ação contempla os bairros Santa Fé (Fase de testes);
Nova Vinhedo (Concluído); Vista Alegre (Projeto FEHIDRO) e Aquários (em estudo).

d) Implantação de macromedidores.
O monitoramento da distribuição e captação de água de vinhedo tem sido aperfeiçoado
pela implantação de macro medidores, tanto nas redes de distribuição, de forma a obedecer a
uma setorização da área do município, como nas captações de água subterrânea.
A figura abaixo mostra a distribuição espacial dessa rede de monitoramento.

79
Figura IV-13 Distribuição espacial da rede de monitoramento.

Esse monitoramento aperfeiçoou a determinação de perdas na produção e distribuição


da água tratada.
Os dados de volume de água produzido e as vazões nas redes de distribuição fornecidas
pelo monitoramento são apresentados na tabela abaixo.
Assim, a SANEBAVI informa que as perdas aferidas no ano de 2015 atingiram a marca
de 32%. Informa ainda que, de acordo com o PMSB – Plano Municipal de Saneamento Básico,
a meta a ser atingida é de 30% até o ano 2020 e de 25%, até 2030.

80
Tabela IV-6 Volume de água produzido e as vazões nas redes de distribuição fornecidas pelo monitoramento.

81
NECESSIDADES FUTURAS NO SISTEMA DE ABASTECIMENTO PÚBLICO DE
ÁGUA

A SANEBAVI aponta que são necessários os seguintes ajustes operacionais:

1. Automação do Sistema de abastecimento;


2. A atual reservação do município é suficiente apenas no médio prazo. Portanto, é necessário
aumento na oferta de água tratada através da construção de novos Reservatórios de Água
Tratada e, conseqüentemente, execução de novas redes e adutoras. Para atender a região da
Capela, prevê a construção de um reservatório com capacidade de 1.000.000 de litros a ser
instalado ao lado de um já existente no Jardim Florido, de 2 milhões de litros;
3. Implantação de um novo Reservatório no Condomínio Marambaia, ao lado do bairro Casa
Verde, com capacidade de 1.000.000 de litros para auxiliar no abastecimento da região da
Capela;
4. Aumento na oferta por água tratada para as regiões dos bairros Capela, Altos do Morumbi e
Jardim Eldorado;
5. Reforma de um reservatório já existente na Rua Ourinhos, no Condomínio Marambaia, com
capacidade de 230.000litros;
6. Novas alternativas de captações de água bruta como a do Rio Atibaia e;
7. Construção de novas Represas. Existe o projeto da Represa 4, localizada a montante da
Represa 3. Também existem estudos preliminares para construção de outras duas novas
represas no município: uma no bairro da Santa Cândida e outra na própria Fazenda
Cachoeira, que seria a Represa 5 (Brocanello).

Abaixo, mostra-se o mapeamento de possíveis futuras represas.

Figura IV-14 Mapeamento de possíveis futuras represas.

QUALIDADE DA ÁGUA DE VINHEDO

Na tabela abaixo são apresentadas as classes e usos e os condições quanto aos


parâmetros de qualidade da água.

82
Tabela IV-7 Classificação segundo Normas do CONAMA.

Tem-se como ideal que as águas dos mananciais sejam, no mínimo, enquadradas na
Classe 2. Para tanto, a água deve cumprir os seguintes limites:
Os dados de qualidade da água dos corpos hídricos de Vinhedo são escassos e devem
ser futuramente coletados na literatura e trabalhos técnicos buscando subsídios para planos e
estratégias de recuperação.

83
Tabela IV-8 Limites dos parâmetros de qualidade da água para Classe 2.

84
SISTEMA DE COLETA DE ESGOTO

Hoje a população atendida com esgotamento sanitário é de 61.667 habitantes, que


corresponde a 85 % da população.
Como planejamento, a SANEBAVI informa que existem obras em andamento a fim de
levar o sistema de esgotamento sanitário a uma quantidade maior de moradores, como as obras
nos condomínios São Joaquim e Marambaia e nos bairros Vila Fontaine, Altos do Morumbi e
San Diego, além das obras no Distrito Industrial.
Vinhedo conta com três estações de tratamento de esgoto, posicionadas espacialmente,
de acordo com a figura abaixo.

Figura IV-15 Distribuição espacial das três estações de tratamento de esgoto de Vinhedo.

A figura abaixo mostra a evolução das ligações de esgoto ao longo dos últimos anos.

Figura IV-16 Evolução das ligações de esgoto ao longo dos últimos anos. Fonte: ES002 - SNIS
Sistema nacional de informações sobre saneamento, Ministério das Cidades.

A SANEBAVI informa que o número de ligações atual de esgoto é da ordem de 18.846


ligações.
A tabela abaixo aponta, detalhadamente, as principais características do sistema de
esgoto de Vinhedo e sua evolução de 1990 a 2016 e sua projeção até 2030.

85
Tabela IV-9 Principais características do sistema de esgoto de Vinhedo e sua evolução de 1990 a
2016 e sua projeção até 2030.

Vinhedo tem algumas áreas urbanas que utilizam fossas sépticas como destino final do
esgoto.
Esse sistema tende a contaminar a parte superior do aqüífero. Essa contaminação pode
comprometer o abastecimento de água urbano quando existe comunicação entre diferentes
camadas dos aqüíferos através de percolação e de perfuração inadequada dos poços artesianos.

86
NECESSIDADES FUTURAS DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DE
VINHEDO

Segundo a SANEBAVI, os principais desafios que Vinhedo deve enfrentar nos


próximos anos relacionados à captação e afastamento de esgoto são:

1. Diminuição das descargas pluviais nas Redes Coletoras de Esgoto;


2. Manutenção das Redes de Esgoto;
3. Localização de Poços de Visitas / Cadastro / Fiscalização;
4. Desinfecção de PVs;
5. Efluentes Industriais;
6. Atualmente Vinhedo atende 85% da população com relação ao esgotamento sanitário. A meta
é aumentar esse índice o máximo possível, tecnicamente falando;
7. Parceria para a operação do sistema de coleta de esgoto do Condomínio São Joaquim.

PROGNÓSTICOS E PROJEÇÕES DE PARÂMETROS BÁSICOS SOBRE O FUTURO


NO ABASTECIMENTO DE ÁGUA DE VINHEDO.

Segundo o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) elaborado pela


SANEBAVI, nas tabelas abaixo, apresenta-se o prognóstico do número de ligações, consumo,
vazões e volumes de armazenamento para os anos de 2015, 2020, 2025 e 2030, para o
município de Vinhedo, divididos segundo os Setores de Monitoramento da área total do
município, de acordo com a figura abaixo.

Figura IV-17 Distribuição espacial da rede de monitoramento.

87
Tabela IV-10 Número de ligações, consumo, vazões e volumes de armazenamento para os anos de 2015.

88
Tabela IV-11 Número de ligações, consumo, vazões e volumes de armazenamento para os anos de 2020.

89
Tabela IV-12 Número de ligações, consumo, vazões e volumes de armazenamento para os anos de 2025.

90
Tabela IV-13 Número de ligações, consumo, vazões e volumes de armazenamento para os anos de 2030.

91
Tabela IV-14 Resumo de 5 em 5 anos para a projeção de vazão nos três sistemas de abastecimento
existentes.

Tabela IV-15 Resumo de 5 em 5 anos para a projeção de reservação nos três sistemas de
abastecimento existentes.

92
Tabela IV-16 Cálculo das vazões de produção necessárias para cada sistema de abastecimento
existente

93
V. CAPÍTULO V. HIDROLOGIA DOS CONDOMÍNIOS

IMPACTO E SUSTENTABILIDADE HIDROLÓGICA DAS ÁREAS DE


LOTEAMENTOS FECHADOS E CONDOMÍNIOS HORIZONTAIS EM VINHEDO

Para as onze microbacias de Vinhedo, esse estudo foi realizado considerando-se as


quatro principais formas de ocupação do solo existente em Vinhedo: A) Áreas de Loteamentos
fechados e Condomínios horizontais, B) Área Rural, (C) Área densamente Urbanizada e (D)
Área Industrial.

ÁREAS DE LOTEAMENTOS FECHADOS E CONDOMÍNIOS HORIZONTAIS –


CONSIDERAÇÕES GERAIS.

Vinhedo é conhecida regionalmente por sua qualidade de vida elevada, caracterizada


principalmente pelo grande número de loteamentos fechados e condomínios horizontais.
Segundo Gonçalves Junior (2015), a profusão destes empreendimentos imobiliários no
município teve como base seu processo de urbanização consolidado a partir de residências
estabelecidas em “chácaras de recreio”. Estas “novas” formas de habitar apresentam duas
características importantes; são construídas em lotes grandes (por volta de 1.000 m²) e estão
inseridas sob um domínio murado maior cuja entrada é restrita.
Entre os anos de 1970 e 2000, a população de Vinhedo quase que quadruplicou, tendo
como destaque o incremento populacional de mais de 70% entre as décadas de 1970 e 1980,
período concomitante a instalação dos cinco primeiros empreendimentos residenciais
horizontais fechados do município: Vinhas de Vista Alegre - Sede, Vinhas de Vista Alegre -
Café, Condomínio Estância Marambaia, Jardim São Joaquim e Vale da Santa Fé.
Gonçalves Junior (2015) na figura abaixo apresenta o crescimento populacional de
Vinhedo bem como dos outros municípios que compõem a RMC.

Figura V-1 População residente por município da RMC, 1970 a 2010. Fonte: Censo Demográfico –
IBGE.

Observa-se que de 1970 a 2010, Vinhedo foi um dos municípios que menos cresceu a
sua população em termos de habitantes. Se em termos de numero de habitantes é assim, isso não

94
ocorre quanto à porcentagem de crescimento, tendo sido o 3º maior, como mostra a tabela
abaixo.

Tabela V-1 Taxa de crescimento populacional da RMC e seus municípios - 1970, 1980, 1991, 2000 e
2007 (% a.a.).

Esta nova forma de habitar o urbano consolidada através da imagem de um lugar no


qual "em meio à degradação socioambiental das cidades" é possível encontrar níveis elevados
de qualidade de vida, trouxe toda uma (re)definição nas formas e nos conteúdos do urbano,
inclusive carregando uma idéia associada à “sustentabilidade”.
Quanto a isso, para Vinhedo, Gonçalves Junior (2015) procurou responder as seguintes
questões:
- Os condomínios horizontais e loteamentos fechados realmente vendem o que é
oferecido pela propaganda em termos de qualidade ambiental?
- Considerando que sim, esta oferta extravasa os limites do empreendimento?
- Estes empreendimentos conferem mais qualidade ambiental ao município do que as
áreas de urbanização contínua?

A figura abaixo mostra a evolução dos loteamentos abertos e fechados em Vinhedo no


período de 1970 a 2000.

95
Figura V-2 Evolução dos loteamentos abertos e fechados em Vinhedo.

Em 2014, Vinhedo alcançou o montante de 36 empreendimentos residenciais


horizontais fechados, mostrados na Figura e tabela abaixo.

Rod. Visconde de Porto


Seguro
(SP 332)
Estrada da Boiada

Rod.
Anhanguera
(BR 050)

Rod. dos
Bandeirantes
(SP 348)

Rod. Eng. Dr.


Melhado
Campos (SP 324)

Figura V-3 Localização espacial dos Condomínios em Vinhedo.

96
Tabela V-2 Numeração dos condomínios horizontais e loteamentos fechados em Vinhedo
apresentados na figura 1.

(Sede)
(Café)

Na análise das fotos áreas de Vinhedo, pode-se perceber que a área urbana de ocupação
contínua, na porção central do município, está “cercada” tanto a nordeste como a oeste por
empreendimentos residências horizontais fechados (Figura 4),

Figura V-4 Área urbana adensada central “cercada” por loteamentos fechados e condomínios
horizontais. Fonte: Google Earth.

Geohidrologicamente, os divisores de água também chamados de linha de cumeeira das


microbacias configurariam compartimentos indutores de processos e os fundos de vale também
chamados de talvegue, receptores.

97
A média vertente define o setor de passagem e é onde se processa a quase totalidade da
recarga das águas subterrâneas.
Considerando isso, no trabalho-base utilizado nesse estudo, Gonçalves Junior (2015)
selecionou dois indicadores para compreensão da dinâmica hídrica nas vertentes em Vinhedo:
- A distribuição da cobertura vegetal e;
- A distribuição da impermeabilização dos solos sobre a microbacia. Esta análise foi realizada
através da análise de dados quantificados, tanto dentro como fora dos condomínios
horizontais e loteamentos fechados.

Ressaltam que essa abordagem tem como objetivo único de apontar qual o papel dos
condomínios horizontais e loteamentos fechados na preservação da cobertura vegetal e na
impermeabilização dos solos no município, compreendendo como estes empreendimentos
podem vir a afetar a dinâmica hídrica de Vinhedo, considerada a partir da análise de quanto e
em que ponto das vertentes a cobertura vegetal e a impermeabilização ocorrem considerando
sua distribuição espacial sobre a paisagem.
O mapeamento de cobertura arbórea foi realizado por meio de interpretação visual das
fotografias aéreas, onde as áreas que possuíam ou possuem cobertura arbórea são visualizadas e
recortadas no software Quantum GIS. A mesma técnica foi utilizada no mapeamento de áreas
permeáveis/impermeáveis, entretanto, com variação dos elementos, uma vez que as áreas
correspondentes ao mapeamento da cobertura arbórea não são necessariamente as mais
permeáveis.
Assim, consideraram que as áreas permeáveis ou de baixa impermeabilização
correspondem às áreas com gramíneas, calçadas ecológicas, pastagens, áreas reflorestadas ou
silviculturas, culturas agrícolas em geral, lagos e lagoas com sistemas abertos, e outros
semelhantes.
Já as áreas impermeáveis: os telhados de casas, os prédios e outras construções não
ecológicas, ruas asfaltadas, praças com cimento e concreto e outros semelhantes.
Por fim, no trabalho-base considerado nesse estudo, Gonçalves Junior (2015), a partir
da compreensão dos aspectos gerais da morfometria e da morfodinâmica, realizou a análise das
formas de uso ocupação dos compartimentos estruturantes da paisagem presentes nas 11
microbacias hidrográficas que compõe o município. Esta análise teve como intuito verificar a
historicidade da ocupação e as possibilidades de interferência desses processos sobre as
questões ambientais ligadas a infiltração e ao escoamento superficial das águas das chuvas em
Vinhedo.

98
ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA COBERTURA ARBÓREA E DA
IMPERMEABILIZAÇÃO NOS EMPREENDIMENTOS RESIDENCIAIS
HORIZONTAIS FECHADOS DO MUNIÍPIO DE VINHEDO

Foram trabalhados todos os 36 empreendimentos residenciais horizontais fechados em


Vinhedo construídos entre os anos de 1962 até 2012.
A figura 5 mostra a modificação na cobertura arbórea em Vinhedo, em 1962, 1978,
1994, 2012, delimitando-se os empreendimentos residenciais horizontais fechados que havia em
2014.

Limite dos
Condomínios
horizontais e
loteamentos
Elaborado por Francisco G. Júnior e Raniere G. Paiva, 2014
fechados

Figura V-5 Cobertura Arbórea em Vinhedo, 1962, 1978, 1994, 2012, com destaque aos
empreendimentos residenciais horizontais fechados que havia em 2014.

Verifica-se que de 1962 para 1994 houve um ligeiro incremento na cobertura arbórea
dentro dos condomínios. De 1994 a 2012 essa cobertura manteve-se, praticamente, inalterada.
Isso pode ser mais bem visualizado e quantificado na figura 6.

99
Figura V-6 Indicadores em relação à área total ocupada em 1978, 1994 e 2012 – área interna aos
muros dos condomínios horizontais e loteamentos fechados.

A figura abaixo mostra a evolução da permeabilidade de 1962 a 2012, dentro dos


condomínios fechados que havia em 2014.

Limite dos
Condomínios
horizontais e
loteamentos
Elaborado por Francisco G. Júnior e Raniere G. Paiva, 2014 fechados

Figura V-7 Áreas de solos impermeáveis e permeáveis em Vinhedo, 1962, 1978, 1994, 2012, com
destaque aos empreendimentos residenciais horizontais fechados que havia em 2014.

Verifica-se, nas áreas ocupadas pelos condomínios em 2014, que de 1962 a 2012 houve
notável aumento da área impermeabilizada, provavelmente tanto em função da abertura de
novos condomínios, a partir de 1962, como do aumento dos lotes com edificações bem como
asfaltamento de ruas naqueles que já havia em 1962. A correta quantificação da evolução da

100
área de cobertura vegetal arbórea por empreendimento residencial horizontal fechado em
Vinhedo, SP., de 1962 a 2012, em km² e % é mostrada na tabela abaixo.
Numa análise final, constatou-se que em 2012, as grandes diferenças entre os
indicadores se reduzem. Em termos de área, a porção central e suas adjacências atingiam um
total de 10,23 km² que, somados com os do bairro Capela, somam 12,27 km² enquanto a soma
das áreas dos empreendimentos residências horizontais fechados atingiam 12,44 km².
Assim, em 2012 os condomínios ocupavam 50,34% da área urbanizada.
A correta quantificação da evolução da Área permeável ou de baixa impermeabilização
por empreendimento residencial horizontal fechado de Vinhedo, SP., em porcentagem de
diminuição no período de 1962 a 2012 é mostrada na tabela abaixo.

101
Tabela V-3 Classificação por percentual de aumento da área de cobertura vegetal arbórea
CLASSIFICAÇÃO POR PERCENTUAL DE AUMENTO DA ÁREA DE COBERTURA VEGETAL ARBÓREA

Condomínio horizontal Cob. Vegetal Cob. Vegetal Cob. Vegetal Cob. Vegetal Cob. Vegetal Cob. Vegetal Cob. Vegetal Cob. Vegetal Área total do cond. Variação de Variação de Variação de
ou loteamento fechado Arbórea Arbórea Arbórea Arbórea Arbórea Arbórea Arbórea Arbórea horizontal ou Área Arbórea Área Arbórea Área Arbórea
lotea/to fechado de 1962 a 2012 de 1962 a 2012 de 1962 a 2012
(Km²) (%) (Km²) (%) (Km²) (%) (Km²) (%) (Km²) (Km²) (Ha) (%)

1962 1978 1994 2012

Res. Ipê Velho 0,000 - 0,000 0,0 0,005 10,0 0,005 10,0 0,050 0,005 0,5 0,0 *
Morada do Bosque 0,000 0,0 0,000 0,0 0,000 0,0 0,011 36,6 0,030 0,011 1,1 36,6
Res. Vale da Santa Fé 0,180 9,1 0,120 6,1 0,330 16,8 0,550 28,0 1,960 0,370 37,0 18,9
Recanto dos Canjaranas 0,041 6,7 0,045 7,3 0,037 6,0 0,120 19,0 0,610 0,079 7,9 12,3
Vila Hípica II 0,009 5,6 0,010 6,2 0,013 8,1 0,025 15,6 0,160 0,016 1,6 10,0
Res. Villa di Treviso 0,003 15,0 0,003 15,0 0,003 15,0 0,005 25,0 0,020 0,002 0,2 10,0
Res. Chácaras do Lago 0,003 0,6 0,000 0,0 0,000 0,0 0,050 10,0 0,500 0,047 4,7 9,4
Res. Terras de Vinhedo 0,000 0,0 0,000 0,0 0,000 0,0 0,029 9,3 0,310 0,029 2,9 9,3
Jardim América 0,006 8,5 0,008 11,4 0,015 21,4 0,012 17,1 0,070 0,006 0,6 8,6
Cond. Estância Marambaia 0,382 13,2 0,362 12,5 0,440 18,8 0,440 18,8 2,870 0,058 5,8 5,6
D'oro 0,014 11,6 0,014 11,6 0,014 11,6 0,020 16,6 0,120 0,006 0,6 5,0
Res. São Miguel 0,000 0,0 0,003 5,0 0,002 3,3 0,002 3,3 0,060 0,002 0,2 3,3
Jardim Il Paradiso 0,000 0,0 0,000 0,0 0,000 0,0 0,002 2,5 0,080 0,002 0,2 2,5
Cond.Vinhas de Vista Alegre (Café) 0,040 8,8 0,040 15,5 0,040 8,8 0,040 8,8 0,450 0,000 0,0 0,0
Res. Grape Village 0,000 0,0 0,000 0,0 0,000 0,0 0,000 0,0 0,080 0,000 0,0 0,0
Res. Alpes de Vinhedo 0,000 0,0 0,000 0,0 0,000 0,0 0,000 0,0 0,140 0,000 0,0 0,0
Recanto dos Paturis 0,006 3,1 0,006 3,1 0,006 3,1 0,006 3,1 0,190 0,000 0,0 0,0
Res. Villagio di Verona 0,000 0,0 0,000 0,0 0,000 0,0 0,000 0,0 0,050 0,000 0,0 0,0
Res. Bosque das Araras 0,000 0,0 0,000 0,0 0,000 0,0 0,000 0,0 0,030 0,000 0,0 0,0
Res. Jardim das Palmeiras 0,000 0,0 0,000 0,0 0,000 0,0 0,000 0,0 0,050 0,000 0,0 0,0
Vila Hípica I 0,020 12,0 0,030 18,7 0,030 18,7 0,017 10,6 0,160 -0,003 -0,3 -1,4
Bosque de Grevilea 0,007 11,6 0,007 11,6 0,006 10,0 0,006 10,0 0,060 -0,001 -0,1 -1,6
Res. Morada do Sol 0,002 2,0 0,000 0,0 0,000 0,0 0,000 0,0 0,100 -0,002 -0,2 -2,0
Recanto Florido 0,010 9,0 0,010 9,0 0,010 9,0 0,004 3,6 0,110 -0,006 -0,6 -5,4
Campos de Toscana 0,094 10,2 0,094 10,2 0,030 3,2 0,044 4,8 0,920 -0,050 -5,0 -5,4
Sol Vinhedo Village 0,007 6,3 0,007 6,3 0,007 6,3 0,000 0,0 0,110 -0,007 -0,7 -6,3
Res. Terras de São Francisco I 0,027 10,0 0,027 10,0 0,027 10,0 0,010 3,7 0,270 -0,017 -1,7 -6,3
Res. Terras de São Francisco II* 0,027 10,0 0,027 10,0 0,027 10,0 0,010 3,7 0,270 -0,017 -1,7 -6,3
Res. Villa Monteverde 0,002 6,6 0,003 10,0 0,000 0,0 0,000 0,0 0,030 -0,002 -0,2 -6,6
Cond. Vinhas de Vista Alegre (Sede) 0,290 25,0 0,032 2,7 0,150 12,9 0,180 15,5 1,160 -0,110 -11,0 -9,5
Res. Reserva da Mata 0,013 18,5 0,013 18,5 0,013 18,5 0,004 5,7 0,070 -0,009 -0,9 -12,8
Jardim Paulista I 0,080 36,3 0,065 29,5 0,010 4,5 0,040 18,1 0,220 -0,040 -4,0 -18,2
São Joaquim 0,570 42,2 0,110 8,1 0,270 20,0 0,270 20,0 1,350 -0,300 -30,0 -22,2
Vivenda das Vinhas 0,007 70,0 0,000 0,0 0,000 0,0 0,000 0,0 0,010 -0,007 -0,7 -70,0
Jardim Europa 0,037 92,0 0,037 92,0 0,037 92,0 0,000 0,0 0,040 -0,037 -3,7 -92,0
Jardim Paulista II 0,030 100,0 0,030 100,0 0,029 96,6 0,001 3,3 0,030 -0,029 -2,9 -96,7

102
Tabela V-4 Classificação por percentual de diminuição de áreas permeáveis ou de baixa impermeabilização

CLASSIFICAÇÃO POR PERCENTUAL DE DIMINUIÇÃO DE ÁREAS PERMEÁVEIS OU DE BAIXA IMPERMEABILIZAÇÃO

Condomínio horizontal ou loteamento Área permeável Área permeável Área permeável Área permeável Área permeável Área permeável Área permeável Área permeável Área total do cond. Decres. da Área Decres. da Área Decres. da Área
fechado ou de baixa ou de baixa ou de baixa ou de baixa ou de baixa ou de baixa ou de baixa ou de baixa horizontal ou Permeável ou Permeável ou Permeável ou
impermeab. impermeab. impermeab. impermeab. impermeab. impermeab. impermeab. impermeab. lotea/to fechado baixa imperm. baixa imperm. baixa imperm.
de 1962 a 2012 de 1962 a 2012 de 1962 a 2012

(Km²) (%) (Km²) (%) (Km²) (%) (Km²) (%) (Km²) (Km²) (Ha) (%)

1962 1978 1994 2012

Vivenda das Vinhas 0,010 100,0 0,010 100,0 0,010 100,0 0,000 0,0 0,010 0,010 1,0 100,0
Recanto dos Canjaranas 0,610 100,0 0,610 100,0 0,510 83,6 0,040 6,5 0,610 0,570 57,0 93,5
Res. Alpes de Vinhedo 0,140 100,0 0,140 100,0 0,140 100,0 0,010 7,1 0,140 0,130 13,0 92,9
Res. Grape Village 0,080 100,0 0,080 100,0 0,080 100,0 0,010 12,5 0,080 0,070 7,0 87,5
Res. Morada do Sol 0,100 100,0 0,100 100,0 0,100 100,0 0,070 14,2 0,100 0,030 3,0 85,8
Jardim América 0,070 100,0 0,070 100,0 0,060 85,7 0,010 14,2 0,070 0,060 6,0 85,8
Res. Reserva da Mata 0,070 100,0 0,070 100,0 0,070 100,0 0,010 14,2 0,070 0,060 6,0 85,8
Cond.Vinhas de Vista Alegre (Café) 0,450 100,0 0,450 100,0 0,240 53,3 0,080 17,7 0,450 0,370 37,0 82,3
Sol Vinhedo Village 0,110 100,0 0,110 100,0 0,110 100,0 0,020 18,1 0,110 0,090 9,0 81,9
Jardim Paulista I 0,220 100,0 0,220 100,0 0,060 27,2 0,040 18,1 0,220 0,180 18,0 81,9
Res. Jardim das Palmeiras 0,050 100,0 0,050 100,0 0,050 100,0 0,010 20,0 0,050 0,040 4,0 80,0
Jardim Europa 0,040 100,0 0,040 100,0 0,030 75,0 0,010 25,0 0,040 0,030 3,0 75,0
Recanto dos Paturis 0,190 100,0 0,190 100,0 0,170 89,4 0,050 26,3 0,190 0,140 14,0 73,7
Recanto Florido 0,110 100,0 0,110 100,0 0,100 90,9 0,030 27,2 0,110 0,080 8,0 72,8
São Joaquim 1,350 100,0 1,350 100,0 0,900 66,6 0,430 31,8 1,350 0,920 92,0 68,2
Res. Bosque das Araras 0,030 100,0 0,030 100,0 0,030 100,0 0,010 33,3 0,030 0,020 2,0 66,7
Jardim Paulista II 0,030 100,0 0,030 100,0 0,030 100,0 0,010 33,3 0,030 0,020 2,0 66,7
Res. São Miguel 0,060 100,0 0,060 100,0 0,060 100,0 0,020 33,3 0,060 0,040 4,0 66,7
Cond. Vinhas de Vista Alegre (Sede) 1,160 100,0 1,160 100,0 0,750 64,6 0,440 38,0 1,160 0,720 72,0 62,0
Res. Ipê Velho 0,050 100,0 0,050 100,0 0,050 100,0 0,020 40,0 0,050 0,030 3,0 60,0
Res. Villagio di Verona 0,050 100,0 0,050 100,0 0,050 100,0 0,020 40,0 0,050 0,030 3,0 60,0
Bosque de Grevilea 0,140 100,0 0,140 100,0 0,140 100,0 0,060 42,8 0,140 0,080 8,0 57,2
Cond. Estância Marambaia 2,870 100,0 2,870 100,0 1,380 48,0 1,240 43,0 2,870 1,630 163,0 57,0
Res. Terras de São Francisco I 0,270 100,0 0,270 100,0 0,260 96,2 0,120 44,4 0,270 0,150 15,0 55,6
Res. Terras de São Francisco II* 0,270 100,0 0,270 100,0 0,260 96,2 0,120 44,4 0,270 0,150 15,0 55,6
Res. Villa di Treviso 0,020 100,0 0,020 100,0 0,020 100,0 0,010 50,0 0,020 0,010 1,0 50,0
Jardim Il Paradiso 0,080 100,0 0,080 100,0 0,080 100,0 0,040 50,0 0,000 0,040 4,0 50,0
Res. Chácaras do Lago 0,500 100,0 0,500 100,0 0,400 80,0 0,260 52,0 0,500 0,240 24,0 48,0
Res. Terras de Vinhedo 0,310 100,0 0,290 93,5 0,260 83,8 0,180 58,0 0,310 0,130 13,0 42,0
Vila Hípica I 0,160 100,0 0,160 100,0 0,160 100,0 0,100 62,5 0,160 0,060 6,0 37,5
Res. Villa Monteverde 0,030 100,0 0,030 100,0 0,030 100,0 0,020 66,6 0,030 0,010 1,0 33,4
Morada do Bosque 0,030 100,0 0,030 100,0 0,030 100,0 0,020 66,6 0,030 0,010 1,0 33,4
Vila Hípica II 0,160 100,0 0,160 100,0 0,160 100,0 0,110 68,7 0,160 0,050 5,0 31,3
Res. Vale da Santa Fé 1,960 100,0 1,960 100,0 1,760 89,7 1,530 78,0 1,960 0,430 43,0 22,0
Campos de Toscana 0,920 100,0 0,920 100,0 0,920 100,0 0,760 82,6 0,920 0,160 16,0 17,4
D'oro 0,120 100,0 0,120 100,0 0,120 100,0 0,110 91,6 0,120 0,010 1,0 8,4

103
Tabela V-5 Classificação por área de diminuição de áreas permeáveis ou de baixa impermeabilização.

CLASSIFICAÇÃO POR ÁREA DE DIMINUIÇÃO DE ÁREAS PERMEÁVEIS OU DE BAIXA IMPERMEABILIZAÇÃO

Condomínio horizontal ou loteamento Área permeável Área permeável Área permeável Área permeável Área permeável Área permeável Área permeável Área permeável Área total do cond. Decres. da Área Decres. da Área Decres. da Área
fechado ou de baixa ou de baixa ou de baixa ou de baixa ou de baixa ou de baixa ou de baixa ou de baixa horizontal ou Permeável ou Permeável ou Permeável ou
impermeab. impermeab. impermeab. impermeab. impermeab. impermeab. impermeab. impermeab. lotea/to fechado baixa imperm. baixa imperm. baixa imperm.
de 1962 a 2012 de 1962 a 2012 de 1962 a 2012

(Km²) (%) (Km²) (%) (Km²) (%) (Km²) (%) (Km²) (Km²) (Ha) (%)

1962 1978 1994 2012

Cond. Estância Marambaia 2,870 100,0 2,870 100,0 1,380 48,0 1,240 43,0 2,870 1,630 163,0 57,0
São Joaquim 1,350 100,0 1,350 100,0 0,900 66,6 0,430 31,8 1,350 0,920 92,0 68,2
Cond. Vinhas de Vista Alegre (Sede) 1,160 100,0 1,160 100,0 0,750 64,6 0,440 38,0 1,160 0,720 72,0 62,0
Recanto dos Canjaranas 0,610 100,0 0,610 100,0 0,510 83,6 0,040 6,5 0,610 0,570 57,0 93,5
Res. Vale da Santa Fé 1,960 100,0 1,960 100,0 1,760 89,7 1,530 78,0 1,960 0,430 43,0 22,0
Cond.Vinhas de Vista Alegre (Café) 0,450 100,0 0,450 100,0 0,240 53,3 0,080 17,7 0,450 0,370 37,0 82,3
Res. Chácaras do Lago 0,500 100,0 0,500 100,0 0,400 80,0 0,260 52,0 0,500 0,240 24,0 48,0
Jardim Paulista I 0,220 100,0 0,220 100,0 0,060 27,2 0,040 18,1 0,220 0,180 18,0 81,9
Campos de Toscana 0,920 100,0 0,920 100,0 0,920 100,0 0,760 82,6 0,920 0,160 16,0 17,4
Res. Terras de São Francisco I 0,270 100,0 0,270 100,0 0,260 96,2 0,120 44,4 0,270 0,150 15,0 55,6
Res. Terras de São Francisco II* 0,270 100,0 0,270 100,0 0,260 96,2 0,120 44,4 0,270 0,150 15,0 55,6
Recanto dos Paturis 0,190 100,0 0,190 100,0 0,170 89,4 0,050 26,3 0,190 0,140 14,0 73,7
Res. Alpes de Vinhedo 0,140 100,0 0,140 100,0 0,140 100,0 0,010 7,1 0,140 0,130 13,0 92,9
Res. Terras de Vinhedo 0,310 100,0 0,290 93,5 0,260 83,8 0,180 58,0 0,310 0,130 13,0 42,0
Sol Vinhedo Village 0,110 100,0 0,110 100,0 0,110 100,0 0,020 18,1 0,110 0,090 9,0 81,9
Recanto Florido 0,110 100,0 0,110 100,0 0,100 90,9 0,030 27,2 0,110 0,080 8,0 72,8
Bosque de Grevilea 0,140 100,0 0,140 100,0 0,140 100,0 0,060 42,8 0,140 0,080 8,0 57,2
Res. Grape Village 0,080 100,0 0,080 100,0 0,080 100,0 0,010 12,5 0,080 0,070 7,0 87,5
Jardim América 0,070 100,0 0,070 100,0 0,060 85,7 0,010 14,2 0,070 0,060 6,0 85,8
Res. Reserva da Mata 0,070 100,0 0,070 100,0 0,070 100,0 0,010 14,2 0,070 0,060 6,0 85,8
Vila Hípica I 0,160 100,0 0,160 100,0 0,160 100,0 0,100 62,5 0,160 0,060 6,0 37,5
Vila Hípica II 0,160 100,0 0,160 100,0 0,160 100,0 0,110 68,7 0,160 0,050 5,0 31,3
Res. Jardim das Palmeiras 0,050 100,0 0,050 100,0 0,050 100,0 0,010 20,0 0,050 0,040 4,0 80,0
Res. São Miguel 0,060 100,0 0,060 100,0 0,060 100,0 0,020 33,3 0,060 0,040 4,0 66,7
Jardim Il Paradiso 0,080 100,0 0,080 100,0 0,080 100,0 0,040 50,0 0,000 0,040 4,0 50,0
Res. Morada do Sol 0,100 100,0 0,100 100,0 0,100 100,0 0,070 14,2 0,100 0,030 3,0 85,8
Jardim Europa 0,040 100,0 0,040 100,0 0,030 75,0 0,010 25,0 0,040 0,030 3,0 75,0
Res. Ipê Velho 0,050 100,0 0,050 100,0 0,050 100,0 0,020 40,0 0,050 0,030 3,0 60,0
Res. Villagio di Verona 0,050 100,0 0,050 100,0 0,050 100,0 0,020 40,0 0,050 0,030 3,0 60,0
Res. Bosque das Araras 0,030 100,0 0,030 100,0 0,030 100,0 0,010 33,3 0,030 0,020 2,0 66,7
Jardim Paulista II 0,030 100,0 0,030 100,0 0,030 100,0 0,010 33,3 0,030 0,020 2,0 66,7
Vivenda das Vinhas 0,010 100,0 0,010 100,0 0,010 100,0 0,000 0,0 0,010 0,010 1,0 100,0
Res. Villa di Treviso 0,020 100,0 0,020 100,0 0,020 100,0 0,010 50,0 0,020 0,010 1,0 50,0
Res. Villa Monteverde 0,030 100,0 0,030 100,0 0,030 100,0 0,020 66,6 0,030 0,010 1,0 33,4
Morada do Bosque 0,030 100,0 0,030 100,0 0,030 100,0 0,020 66,6 0,030 0,010 1,0 33,4
D'oro 0,120 100,0 0,120 100,0 0,120 100,0 0,110 91,6 0,120 0,010 1,0 8,4

104
Na análise dos empreendimentos residenciais horizontais fechados é importante
destacar que entre 1994 e 2012 foram instalados 25 dos 36 empreendimentos registrados em
Vinhedo. Assim, ao considerarmos a área acrescentada em 2012 (3,69 km²), em relação ao
número de empreendimentos instalados a partir de 1994, torna-se possível constatar uma
redução geral no tamanho dos empreendimentos em relação a aqueles instalados entre 1978 e
1994 (fato comprovado no mapeamento), inclusive este novo padrão acabou por aproximar os
valores dos indicadores entre as áreas, pois muitos dos “pequenos” loteamentos fechados foram
concebidos sem o intuito de preservar ou recompor a cobertura vegetal arbórea, seja ela de
ordem sistêmica ou paisagística. Somado a isso, houve nesse período um aumento no número de
lotes ocupados, o que por fim, ampliou as áreas de impermeabilização.
Como análise final, verificou-se que a cobertura vegetal arbórea da área central e suas
adjacências em 2012 atingia 8,4% (0,86 km²), em relação a sua área total, enquanto os
empreendimentos residências horizontais fechados atingiam 15,11% (1,88 km²),
No que se refere à permeabilidade, a área central e suas adjacências atingiam 43,7% do
total da área (4,48 km²), enquanto os empreendimentos residenciais horizontais fechados
atingiam 47,2% (5,9 km²),
Na região do Bairro Capela e adjacências, apesar da área reduzida (2,4 km²), em
proporção encontraram-se valores bem semelhantes, com a cobertura vegetal arbórea atingindo
12,5% e a as áreas permeáveis, 44,5% do total da área.

ÁREAS ABERTAS DENSAMENTE URBANIZADAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS.

ANÁLISES DA EVOLUÇÃO DA COBERTURA ARBÓREA E DA


IMPERMEABILIZAÇÃO NAS ÁREAS DE URBANIZAÇÃO ABERTA, COMPACTA,
ADENSADA E CONTÍNUA NO MUNIÍPIO DE VINHEDO

Foram analisadas as duas principais áreas de urbanização aberta, compacta, adensada e


contínua de Vinhedo de 1962 a 2012:

- A região central e adjacências e;


- A região do Bairro Capela e adjacências.

Gonçalves Junior (2015) indica para as áreas de urbanização compacta uma evolução da
cobertura arbórea dentro dessas áreas, de acordo com o mostra a figura 8.

105
Elaborado por Francisco G. Júnior e Raniere G. Paiva, 2014
Figura V-8 Cobertura Vegetal Arbórea em Vinhedo, 1962, 1978, 1994, 2012, com destaque as áreas
de urbanização compacta.

Verifica-se que de 1962 para 2012 houve um notável aumento da área de urbanização
compacta.
Já a arborização cresceu ligeiramente, porém proporcionalmente muito inferior ao
crescimento da área compacta central e adjacências.
Isso pode ser mais bem visualizado e quantificado na figura 9.

Figura V-9 Indicadores em relação à área total ocupada em 1962, 1978, 1994 e 2012 – área de
urbanização compacta central e adjacências.

106
Também isso fica mais fácil de visualizar-se na figura abaixo que mostra a alteração da
cobertura Vegetal Arbórea em Vinhedo de 1962, 1978, 1994 e 2012, dentro das áreas de
urbanização compacta atingida em 2012.

Adaptado de Francisco G. Júnior e Raniere G. Paiva, 2014


Figura V-10 Alteração da cobertura Vegetal Arbórea em Vinhedo de 1962, 1978, 1994 e 2012,
dentro das áreas de urbanização compacta atingida em 2012.

A figura 11 mostra a evolução da permeabilidade de 1962 a 2012, dentro das áreas de


urbanização compacta.

107
Elaborado por Francisco G. Júnior e Raniere G. Paiva, 2014

Figura V-11 Áreas de solos impermeáveis e permeáveis em Vinhedo, 1962, 1978, 1994, 2012, com
destaque as áreas de urbanização compacta.

Nota-se, como já comentado anteriormente, que houve um notável aumento da área de


urbanização compacta de 1962 para 2012.
Como o esperado, proporcionalmente, o aumento da área impermeabilizada
acompanhou a urbanização.
Pode-se notar que isso ocorreu não em função da supressão da cobertura vegetal
arbórea, que, praticamente, não se alterou, como se vê na figura de alteração da cobertura
Vegetal Arbórea em Vinhedo de 1962, 1978, 1994 e 2012, dentro das áreas de urbanização
compacta atingida em 2012, e sim, pela edificação e abertura e asfaltamento de ruas e avenidas,
principalmente.
Isso fica mais fácil de visualizar-se na figura abaixo que mostra a alteração da
impermeabilização em Vinhedo de 1962, 1978, 1994 e 2012, dentro das áreas de urbanização
compacta atingida em 2012.

108
Elaborado por Francisco G. Júnior e Raniere G. Paiva, 2014

Figura V-12 Alteração da impermeabilização em Vinhedo de 1962, 1978, 1994 e 2012, dentro das
áreas de urbanização compacta atingida em 2012.

Curiosamente, Gonçalves Junior (2015) indica na figura 13 que houve evolução da área
permeável ou de baixa impermeabilização de 1994 para 2012, ou seja, diminuição da área
impermeável. Concordantemente, em números, na descrição que realiza desse assunto, os indica
como mostrados na tabela abaixo que aponta esse aumento.

Evolução da área urbanizada central e do bairro de Capela


e de suas áreas permeáveis

ANO ÁREA TOTAL ÁREAS PERMEÁVEIS PORCENTAGEM


URBANIZADA PERMEÁVEL

Área Central

1962 1,65 0,79 47,9

1978 5,06 2,64 52,2

1994 8,79 3,58 40,7

2012 10,23 4,48 43,8

Bairro Capela*

1994 1,03 0,67 65,1

2012 2,04 0,9078 44,5

* O Bairro Capela só iniciou sua ocupação na década de 1980

Isso não é concordante com o visualmente constatado nas figuras, parecendo haver aí
uma contradição. Esses dados demandam mais reflexão e análise.

109
Comparativamente com a área central urbanizada, também são apresentados os dados de
evolução das áreas com cobertura arbórea, permeável e total da área urbanizada para o bairro
Capela. Demonstram o mesmo comportamento da área central.

Figura V-13 Evolução das áreas com cobertura arbórea, permeável e total da área urbanizada
para o bairro Capela.

110
ANÁLISE DE DEGRADAÇÃO FISICO-HÍDRICA POR MICROBACIAS
HIDROGRÁFICAS QUE COMPÓEM O MUNICÍPIO DE VINHEDO.

BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO ATIBAIA.

MICROBACIA HIDROGRÁFICA - BOM JARDIM

Segundo Relatório Técnico Final da Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica,


da Câmara Municipal de Vinhedo (2015), a Sub-bacia Bom Jardim está localizada em área
mista: rural e urbana, onde se encontram fazendas, sítios, chácaras de recreio além de
loteamentos fechados, como o Santa Fé e Chácaras do Lago.
Segundo os COMITÊS PCJ (2013), sobre dados populacionais da microbacia do Bom
Jardim, a estimativa da população total residente na área de estudo ocorreu a partir da contagem
da população realizada pelo IBGE, por setores censitários em 2007. De acordo com esse
levantamento a população residente total (sendo ela rural e urbana) na Bacia do Bom Jardim
está estimada em 12.508 habitantes.
Além da classificação, e elaboração do mapa de uso do solo e cobertura vegetal,
estimou-se a porcentagem de ocupação por cada um dos tipos dentro da área de estudo, bacia
hidrográfica acrescida de uma faixa (“buffer”) de 100 metros equivale a 39,66 km².

Tabela V-6 Área ocupada por cada tipo de ocupação

As densidades demográficas calculadas sobre os dados de 2000 e 2007 para a população


estimada na bacia hidrográfica do Córrego Bom Jardim são de 276,5 hab./km² e 420,7 hab./km²,
respectivamente. A Taxa geométrica de crescimento anual - TGCA no período, portanto, foi de
6,18%/ ano, muito superior às médias regionais.
Os principais cursos de água que passam por essa região são os córregos: Santa Fé e
Iguatemi (o Córrego Iguatemi não contribui com o abastecimento de Vinhedo, deságua no
conjunto de represas que pertencem a Valinhos).
O ribeirão Bom Jardim contribui com o abastecimento da cidade de Vinhedo através do
bombeamento de parte de suas águas para a Represa I.

Histórico e características de ocupação

A grande quantidade de fazendas, sítios e chácaras de lazer, caracterizam a Microbacia


Hidrográfica Bom Jardim como uma das mais permeáveis de Vinhedo (92% em 2012).

111
Estes valores altos só não atingem os 100% pelo fato da microbacia possuir cinco
loteamentos fechados, sendo dois na área centro-sul; Vale da Santa Fé e Chácaras do Lago e três
à noroeste; Villa Monteverde, Recanto dos Canjaranas e Villa D'oro.

Caracterização das principais alterações físico-hidrológicas da microbacia

A Microbacia Hidrográfica Bom Jardim conta com a maior área de vegetação arbórea
preservada de Vinhedo, possuindo em 2012, 6,4 km² de uma área total 11,7 km² (Tabela 7),
sendo boa parte dessa cobertura composta por eucaliptos.
Gonçalves Junior (2015) ressalta que não abordou sobre os possíveis impactos
ambientais causados pela cultura do eucalipto, pois o objetivo de seu trabalho remetia apenas a
sua função na interceptação e no amortecimento do impacto das chuvas, favorecendo a
infiltração e reduzindo o escoamento superficial.

Tabela V-7 Evolução das Áreas Permeáveis ou de Baixa Impermeabilização e de Cobertura


Arbórea na Microbacia Hidrográfica Bom Jardim.

Figura V-14 Localização espacial do Condomínio Vale da Santa Fé (5), Chácaras do Lago (6), Villa
Monteverde (16), Recanto dos Canjaranas (13) e Villa D'oro (33).

Destes loteamentos, o Villa Monteverde e o Villa D'oro pertencem a ZEU2 segundo o


Plano Diretor de 2007, enquanto os demais se inserem na ZCA Leste.

112
De fato, a impermeabilização do solo pela construção dos loteamentos fechados nessa
microbacia só pode ser evidenciada a partir da análise das fotos áreas de 1994, pois até 1978
apenas o loteamento fechado Vale da Santa Fé tinha sido instalado na microbacia.
Em 1983 o loteamento fechado Chácaras do Lago foi instalado na divisa com o Vale da
Santa Fé, ao sul. Estes dois empreendimentos possuem os maiores lotes em loteamentos
fechados existentes em Vinhedo, variando entre 1000 e 7000m², sendo que os maiores que
3500m² localizam-se predominantemente no loteamento fechado Vale da Santa Fé.
Como os lotes são grandes conferindo um padrão de chácaras de lazer com grandes
áreas gramadas, a impermeabilização é baixa.
Em 1994 o Vale do Santa Fé apresentava 89% de sua área permeável,
impermeabilizando apenas mais 11% até o ano de 2012.
No Chácara do Lago onde os lotes são menores o processo foi um pouco mais intenso,
em 1994, 81,2% da área do loteamento apresentava-se permeável, em 2012 esse valor se reduz
para 52%.
No que se refere à cobertura vegetal arbórea, o Vale do Santa Fé apresenta um grande
avanço no que se refere preservação. Em 2012, a cobertura arbórea registrada em seu interior
apresentava-se três vezes maior do que a registrada em 1962, e quase cinco vezes maior do que
a registrada em 1978 (um ano após sua instalação).
No loteamento fechado Chácaras do Lago a situação é totalmente diferente, primeiro
por que o loteamento foi instalado em uma área totalmente desmatada, e segundo, por que não
ocorreu nenhuma recomposição da cobertura arbórea na área do empreendimento até 1994, ou
seja, mesmo após 11 de sua instalação não se registraram avanços na recomposição da cobertura
vegetal arbórea. Valores relacionados à recomposição só são notados em 2012 (cerca de 10%)
principalmente nos fundos de vale e nas vertentes de maior declividade.
Por possuir lotes menores e mais adensados, em 2012 o loteamento fechado Chácara do
Lago (quase totalmente ocupado) apresentava 48% de sua área impermeabilizada, o que
consiste num aumento de cerca de 30% em relação a 1994.
Os demais loteamentos fechados localizados a noroeste da microbacia foram todos
instalados após 1994, o Recanto dos Canjaranas e o Villa Monteverde em 1996 e o Vila D'oro
em 2002.
O loteamento Villa Monteverde localizado no interflúvio entre a Microbacia
Hidrográfica Bom Jardim e a Microbacia Hidrográfica Juazeiro (tendo inclusive sua portaria
localizada nesta última) constitui um dos menores loteamentos fechados de Vinhedo, possuindo
cerca de 30000m².
Sua instalação ocorreu sobre uma área que já se apresentava desmatada em 1978,
porém, como apenas cinco casas foram construídas desde sua instalação em 1996, boa parte do
loteamento ainda apresenta características de permeabilidade.
No loteamento fechado Recanto dos Canjaranas registrou-se um aumento de cobertura
arbórea de cerca de três vezes entre 1994 e 2012, quase que exclusivamente na área instituída
como APP dentro do loteamento. O loteamento por estar ocupado quase que em sua totalidade,
apresenta taxas de impermeabilização do solo elevadas, chegando aos 93% em 2012.
O loteamento Villa D'oro, criado em 2002, não apresentava nenhuma residência
construída até 2012, assim, sua área permeável corresponde quase que a totalidade da área do
loteamento, estando por volta de 93%, valor este que desconta apenas a infraestrutura do
loteamento.
A cobertura vegetal arbórea do loteamento foi recomposta após sua instalação, passando
dos 14000m² registrados em 1962, 1978 e 1994 para 20000m² em 2012.
Toda microbacia encontra-se localizada sobre as formas de relevo denominadas
Morrotes e Morros, ou seja, sobre as áreas mais suscetíveis a erosão laminar, sulcos e rastejo
devido às declividades acentuadas, no entanto os compartimentos estruturantes da paisagem
apresentam-se bem preservados, principalmente na porção oeste da microbacia, local onde se
encontra a maior mancha cobertura vegetal arbórea continua de Vinhedo.
No loteamento fechado Vale da Santa Fé os compartimentos estruturantes indutores
localizados nas áreas de maior declividade apresentam-se bem preservados pela cobertura

113
arbórea, fato que conduz a um amortecimento natural para o impacto das chuvas através das
copas das árvores, favorecendo a infiltração.
Nos compartimentos de passagem a impermeabilização dos solos é baixa devido ao
perfil de ocupação em grandes lotes. Por fim, os compartimentos receptores dentro do
loteamento, além da vegetação bem preservada, apresentam quatro lagoas de amortecimento
para os eventos de chuva concentrada, evitando impactos ambientais ao longo do sistema de
drenagem.
O loteamento fechado Chácaras do Lago localizado em um compartimento estruturante
de passagem, apesar de possuir quase metade de sua área impermeabilizada, direciona seu
escoamento superficial para o grande lago a leste, que inclusive dá nome ao empreendimento,
funcionando assim como reservatório de amortecimento.
Este lago não existia em 1962, porém já se fazia presente na foto área de 1978, assim,
pode-se constatar que o lago artificial foi instalado antes do loteamento fechado no intuito de
funcionar como reservatório para o abastecimento de Vinhedo.
O compartimento estruturante indutor localizado no topo da vertente a qual o
loteamento fechado está inserido apresenta-se pouco impermeabilizado.
Nos loteamentos fechados da porção noroeste, não foram constatados problemas
derivados da dinâmica de escoamento superficial das águas.
O Vila Monteverde apesar de estar localizado em um compartimento estruturante
indutor possui áreas permeáveis e que favorecem a infiltração, sendo que sua drenagem é
conduzida para um tributário do córrego Bom Jardim no compartimento estruturante de
passagem a leste do loteamento, local onde se encontra a nascente deste tributário em meio a
uma grande APP.
Além disso, quase na confluência deste tributário com o córrego Bom Jardim, foram
instalados dois reservatório de contenção, também utilizados pelos proprietários rurais.
No Villa D'oro a situação é semelhante, os três compartimentos estruturantes da
paisagem apresentam-se pouco impermeabilizados, sendo o indutor ainda bem preservado pela
cobertura arbórea, a drenagem segue internamente para um tributário do córrego Bom Jardim
que possui em meio à mata um reservatório de amortecimento.
Estes dois loteamentos apresentavam-se ambientalmente estáveis, principalmente por
possuírem baixa densidade de ocupação, no entanto, como seus lotes estão sendo negociados no
mercado imobiliário e por estarem inseridos sobre área classificada como de expansão urbana,
há possibilidade do surgimento de problemas sistêmicos derivados da impermeabilização.
O loteamento Recanto dos Canjaranas está localizado sobre um compartimento
estruturante indutor de processos na divisa entre as Microbacias Hidrográficas Bom Jardim e
Paciência/Cristo e também sobre o compartimento estruturante de passagem em média vertente.
Sua área em 2012 apresentava-se 93% impermeabilizada, porém, o escoamento
direcionado para o córrego Bom Jardim segue antes para um dos tributários do córrego a oeste
do empreendimento onde são encontrados três reservatórios de amortecimento, poucos metros
antes da confluência com o córrego Bom Jardim. O primeiro dos três reservatórios foi
construído antes mesmo de 1962 tendo como intuito inicial o uso da água nas áreas agrícolas.
Os cerca de 10% da área do loteamento voltados para a Microbacia Hidrográfica
Paciência/Cristo tem seu escoamento direcionado para a cabeceira de drenagem do córrego
Cristo em meio à densa área de cobertura arbórea.
Outro ponto importante consiste no fato de que os loteamentos Recanto dos Canjaranas,
Vale da Santa Fé e Chácaras do Lago, foram instalados antes do Plano Diretor de 2007, ou seja,
apesar de estarem inseridos na ZCA Leste são classificados como Zonas Residências 1 (ZR1),
ou seja, seu uso permanece estritamente residencial, porém, mantendo os padrões mínimos
exigidos para preservação dos recursos naturais.
Em trabalho de levantamento físico-hídrico de Vinhedo, para essa microbacia, Elo
Ambiental (2011) indica a seguinte situação de uso do solo mapeado para o ano de 2011 e
também um comparativo entre estas áreas e as áreas mapeadas no Plano Diretor de Vinhedo
(2006).

114
Tabela V-8 Grau de preservação e Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica (A) e Grau de Conservação e Uso das
APPs (B).
Mapeamento (2011)
Mapeamento (2006)
Incremento

Em 2007, no projeto Vinhedo Sustentável Meta II - Jovens em Ação a Elo Ambiental


(2007) percorreu todas as microbacias e sub-microbacias do município realizando observações
dos recursos hídricos. Os parâmetros avaliados foram: Estado de Conservação da cobertura
vegetal arbórea da APP dos corpos d’água, Aspecto Visual da Água e Uso e Ocupação do
Entorno. Para a microbacia do Bom Jardim, graficamente, os resultados obtidos foram de
acordo com o apresentado na figura 15.

115
Figura V-15 Diagnóstico de campo dos parâmetros Estado de Conservação da cobertura vegetal
arbórea da APP dos corpos d’água, Aspecto Visual da Água e Uso e Ocupação do Entorno.

Concluindo a diagnose do estado de preservação dos recursos hídricos de Vinhedo, Elo


Ambiental (2007) relaciona, por microbacia, os principais impactos ambientais detectados,
recomendações, adequações e resultados iniciais deste projeto.
Para a Microbacia do Bom Jardim, de acordo com os pontos assinalados na figura 16 os
principais impactos são:

Figura V-16 Impactos detectados e suas localizações (Elo Ambiental, 2007).

116
Tabela V-9 Relação de impactos detectados na Microbacia (Elo Ambiental, 2007).

Recomendações da Câmara de Vereadores

No Trabalho executado pela Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica,


Relatório Final, (2015), a Câmara de Vereadores de Vinhedo, Para a Microbacia do Capivari
recomenda:

 Apoiar a Criação de Áreas de Proteção e Recuperação de Mananciais – APRMs (Lei


estadual 9.866/97) na a microbacia do Bom Jardim – Diagnóstico Ambiental Bacia
Hidrográfica do Córrego Bom Jardim. Realização: Comitês das Bacias Hidrográficas dos
Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí - PCJ, com verbas do Fundo Estadual de Recursos
Hídricos (FEHIDRO), tendo como tomadora e coordenadora a OSCIP Elo Ambiental. O
diagnóstico foi da VM Engenharia e as diretrizes foram da Granziera Consultoria e Direito
Ambiental.
 Apoiar o Projeto Piloto, de iniciativa do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio
Ambiente (GAEMA) do Ministério Público do Estado de São Paulo que propõe a união das
cidades de Valinhos e Vinhedo para recuperar da Bacia do Bom Jardim;
 Colocar em prática o pagamento por serviços ambientais (PSA),

Processo de criação e implantação da APRM Bom Jardim.

Em um estudo mais detalhado sobre a microbacia do Bom Jardim, COMITÊS PCJ


(2013) realizaram a classificação da microbacia como Área de Proteção e Recuperação de
Mananciais – APRM, como modelo de gestão.
Realizou a caracterização do meio físico, biótico e socioeconômico.
Afirmam que a escolha da bacia hidrográfica do Córrego Bom Jardim como projeto
piloto no âmbito dos CBHs-PCJ se deu por sua grande importância regional, afinal, esse
manancial é responsável por até 20% do abastecimento público do município de Vinhedo e de
até 30% do município de Valinhos, SP.
O estudo teve como objetivo subsidiar a elaboração da proposta de minuta de Lei
Específica da APRM Bom Jardim, o que permitirá ao Comitê PCJ encaminhar a condução do
processo de criação e implantação da APRM Bom Jardim, podendo definir-se diretrizes para a
formulação do Plano de Desenvolvimento e Proteção Ambiental - PDPA da microbacia,
orientando quanto às políticas setoriais aplicáveis (habitação, transporte, saneamento¸ manejo,
infraestrutura, etc.) compatíveis com a manutenção da qualidade do manancial.
A figura abaixo mostra a localização e delimita a microbacia hidrográfica do Bom
Jardim.

117
Figura V-17 Localização e limites da microbacia hidrográfica do Bom Jardim.

Definindo o Balanço hídrico e Precipitação, apontam que a precipitação média na bacia


hidrográfica do Córrego Bom Jardim encontra um mínimo de 1350 mm, próximo à foz, e um
máximo de 1550 mm próximo ao Bairro dos Torres.
O balanço hídrico na bacia hidrográfica do Córrego Bom Jardim apresentou resultados
muito ruins. Foram estabelecidos três cenários/metodologias descritos no relatório final. (O
Cenário 1, por exemplo, trata da diferença simples entre o somatório das vazões captadas e
lançadas):

Tabela V-10 Três cenários/ metodologias na execução do balanço hídrico da bacia hidrográfica do
Córrego Bom Jardim.

Conclui-se que a bacia hidrográfica do Córrego Bom Jardim apresenta déficits hídricos
severos desde a 1ª captação de água para o abastecimento público de Vinhedo até a foz.
As bacias hidrográficas dos três principais afluentes formadores do Córrego Bom
Jardim, a saber, os cursos d’água da ‘Chácaras do Lago’, ‘Bairro Torres’ e ‘Córrego do
Observatório’ ainda possuem, cada uma ‘alguma’ disponibilidade hídrica remanescente. Essa
disponibilidade, no entanto, não poderia ser aproveitada, tendo em vista que há déficit hídrico à
jusante, a saber, nas captações de água para o abastecimento público existentes.
Para uma melhor análise dos parâmetros qualitativos da água dos pontos de coleta,
considerou-se relevante a estimativa das vazões ecológicas dos pontos de coleta de amostras. A

118
estimativa foi realizada por meio da metodologia consagrada de regionalização de vazões
(cálculos de vazões mínimas).
A vazão mínima é utilizada para o planejamento da bacia hidrográfica, para a avaliação
do cumprimento dos padrões ambientais do corpo receptor e para a alocação de cargas
poluidoras. Assim, a determinação das eficiências requeridas para os tratamentos dos diversos
lançamentos e a capacidade de uso de um corpo de água deve ser determinada nas condições
críticas, que ocorrem no período de vazão mínima.
A vegetação na microbacia do Bom Jardim engloba duas formações de Floresta
Ombrófila Densa, respectivamente montana e aluvial.
Foram encontradas 114 espécies e 04 morfoespécies que não se pode identificar por não
apresentarem flores, frutos e sementes. As 114 espécies são pertencentes a 42 famílias
diferentes, sendo 26 espécies exóticas e 88 nativas. Quanto ao hábito verificou-se, 06 herbáceas,
16 arbustivas e 92 com porte arbóreo.
Na definição das ações de restauração das áreas degradadas considerou a implantação
de Corredores ecológicos que se caracteriza como sendo faixa de cobertura vegetal existente
entre remanescentes de vegetação primária em estágio médio e avançado de regeneração, capaz
de propiciar habitat ou servir de área de trânsito para a fauna residente nos remanescentes.
O estudo constatou que para a implantação dos corredores ecológicos será necessário a
revegetação de algumas áreas e ainda a substituição gradativa do eucalipto por vegetação nativa.
O estudo também preconizou a “Renaturalização de rios e córregos” que se trata de
técnica ainda pouco utilizada no Brasil, mas muito difundida em outros países. Pode ser
aplicada em conjunto com a implantação do parque linear e consiste em promover as condições
necessárias para que o curso de água recupere suas condições naturais. Os benefícios principais
alcançados com essa técnica são a redução dos picos de cheia, a diminuição dos processos
erosivos, a melhoria da qualidade da água e o restabelecimento do ecossistema.
Também aponta como necessário a contenção de encostas instáveis. Os serviços de
restauração de margens próximas ao barramento incluem o retaludamento, a revegetação, o
revestimento e estruturas de contenção que podem ou não utilizar gabiões, por exemplo.
Realizou-se o detalhando da análise por bairro que compõe a microbacia, de acordo com
a figura abaixo, dos quais descreve-se aqui os pertencentes à Vinhedo.

Figura V-18 Localização dos bairros inseridos na microbacia.

Bairro Caixa D’Água: Trata-se do maior bairro em extensão (área de aproximadamente


10,47 km²) inserido totalmente na bacia do Bom Jardim. Os condomínios abrangem grande área
do bairro e, devido ao padrão social dos moradores, deve apresentar alto consumo de água per
capta.

119
O abastecimento é realizado através da extração por poços de captação de água
subterrânea, localizados internamente em cada condomínio. A água coletada pelos poços é
submetida apenas a tratamento simplificado através de adição de cloro e filtragem simples.
O sistema de esgotamento sanitário é realizado por fossas sépticas, individuais para
cada residência dentro dos condomínios. Este tratamento é variável com relação à eficiência, de
acordo com o tipo de dispositivo adotado. A administração dos condomínios procura
recomendar marcas específicas, mas deixa a cargo dos proprietários a escolha do tipo de fossa
séptica. Portanto, considera-se que, caso o tratamento dos esgotos não seja satisfatório, pode
ocorrer poluição difusa do solo e da água subterrânea na região.
Para os moradores que têm um tempo significativo de residência no bairro, a produção
rural atual é vista como praticamente inexistente, sendo cada vez mais constante o abandono de
determinadas culturas e a venda de propriedades rurais para fins residenciais e de lazer. Essa
realidade é constatada pela existência de diversos condomínios e chácaras residenciais e de
lazer, de médio a alto padrão, que alteram não somente a paisagem, mas também o perfil da
população local, a qual passa a ser constituída também por turistas de segunda residência e
novos moradores vindos, especialmente, dos grandes centros urbanos que mantém o trabalho
em seu local de origem.
É importante destacar que nesse bairro encontra-se a barragem João Antunes dos Santos
situada às margens da rodovia municipal Vinhedo/Itatiba, na Fazenda Monte Alegre. Consta
que a construção da barragem foi idealizada por Dom Pedro II para abastecer a cidade de
Campinas e o início de sua construção ocorreu em 1876 sendo concluída em 1891, revelando a
importância da área em dimensões sociais, histórica e culturais. Embora essa barragem esteja
localizada no município de Vinhedo, ela é de propriedade do município de
Valinhos desde 1955, após disputa judicial entre os municípios.
O gerenciamento da área é realizado pelo Departamento de Águas e Esgotos de
Valinhos - DAEV sob autarquia.

Bairro Observatório: Este bairro apresenta uma área de 1,72 km² e está inserido em
quase sua totalidade na bacia do Bom Jardim. Antiga área de produção agrícola, atualmente este
tipo de atividade econômica é praticamente inexistente, onde foram registradas apenas áreas de
pasto.
O abastecimento de água na região é realizado por água encanada provinda do sistema
municipal de abastecimento.
Não foram identificados lançamentos e pontos de abastecimento independentes
significativos.
Nesse bairro está presente uma travessia na divisa de municípios entre Valinhos e
Vinhedo, localizada no Córrego do Bom Jardim (o local encontra-se em risco de assoreamento e
erosão acentuada).
Existem na região dois pequenos barramentos em seqüência. Esses barramentos
localizam-se na região de uma antiga granja desativada e, por conseqüência, hoje sem captação
de água. Há ainda alguns empreendimentos que contam com captação de água subterrânea.

Bairro Cachoeira: O bairro Cachoeira apresenta uma área de 6,22 km², porém uma
pequena porção deste bairro encontra-se inserida na bacia do Bom Jardim, com uso
predominantemente rural, constituído principalmente por silvicultura.
Verificou-se uma forte pressão para a expansão urbana sobre as áreas que ainda não se
encontram urbanizadas.
Estas áreas são, em sua maioria, grandes extensões de pasto com pequenas criações de
gado, indicando uma baixa produtividade rural.
Os relatos dos moradores, que vivem nos bairros há mais de 30 anos, indicam uma
drástica diminuição da produção rural local, como conseqüência do avanço do parcelamento do
solo das antigas fazendas para realização de loteamentos e condomínios, implicando num êxodo
rural e na significativa diminuição e até mesmo extinção de determinadas cultivos.

120
Com o objetivo de identificar os principais impactos ambientais que afetam a Bacia
Hidrográfica do Córrego Bom Jardim o estudo organizou dois encontros de grupos focais com
esse grupo de moradores, sendo um realizado em Vinhedo e o outro em Valinhos,
Seguem abaixo os principais impactos identificados pelos participantes em Vinhedo:

 Ocupação desordenada do solo: problema relacionado ao aumento de loteamentos na área da


Bacia do Bom Jardim;
 Assoreamento: que atinge grande parte dos lagos, represas e nascentes da região, refletindo
diretamente na diminuição da água da Bacia do Bom Jardim;
 Resíduos Sólidos: embora ocorra coleta pública de lixo regularmente e realização de coleta
seletiva em alguns pontos da região, ocorre uma grande dificuldade quanto à destinação
adequada do lixo.
 Educação Ambiental: a importância da educação ambiental na formação de melhores
cidadãos, especialmente junto às crianças e jovens.
 Extravasor de água: O lago do condomínio Chácaras do Lago, além de enfrentar problemas
de assoreamento, apresenta um problema com o seu extravasor que está avariado
ocasionando vazamento. Os moradores temem que haja um risco maior ainda, com
possibilidade de rompimento da barragem caso o reparo não seja providenciado o mais
rápido possível.
 Estrada de Servidão: uma estrada vizinha ao Sítio Morado do Sol, cujo proprietário julga que
não deve ser permitida passagem de caminhões e tratores, pois acaba afetando a mata e
impactar a área.
 Agrotóxicos: Foi relatado que o uso de fertilizantes químicos é realizado de forma intensiva
pela maior parte dos produtores rurais da região, podendo acarretar na contaminação dos
corpos hídricos.

As propostas dos participantes foram de a) Elaborar projetos visando à proteção e


recuperação do Bom Jardim e b) aplicação de Tecnologias Sustentáveis estimulando o uso de
tecnologias para diminuir o consumo de água para na produção agrícola

Diagnóstico Sanitário Ambiental

A bacia hidrográfica do Córrego Bom Jardim não possui ponto de amostragem


permanente para análise da qualidade das águas assim, foram escolhidos sete pontos para fazer a
coleta de amostras para análise. Os pontos estão mostrados na figura 19 e as demais
informações estão apresentadas no quadro a seguir.

121
Figura V-19 Localização dos pontos de coleta da análise qualitativa.

A escolha desses pontos foi norteada da seguinte maneira:

 Ponto 1- próximo à foz do curso d’água - por sua localização recebe, portanto, toda a
contribuição de águas, lançamentos e contaminantes da bacia hidrográfica;
 Ponto 2- captação de Valinhos, na barragem do Moinho Velho;
 Ponto 3- captação principal de Valinhos;
 Ponto 4- captação principal de Vinhedo;
 Ponto 5- curso d’água da Chácara do Lago;
 Ponto 6- Córrego do Reservatório; e
 Ponto 7- Curso d’água do Bairro das Torres (Córrego das Ortizes).

Como resultados das análises, o córrego do Bom Jardim, de acordo com o Decreto
Estadual n°10.755 de 22. nov. 1977, é de Classe 2.
De acordo com o Decreto Estadual nº 8.468, de 08. set. 1976, que regulamentou a Lei
Estadual nº 997, de 31 maio1976, que dispõe sobre a Prevenção e o Controle da Poluição do

122
Meio Ambiente, as águas dos corpos d´água de classe 2 são destinadas ao abastecimento
doméstico, após tratamento convencional, à irrigação de hortaliças ou plantas frutíferas e à
recreação de contato primário (natação, esqui aquático e mergulho).
As águas do Córrego Bom Jardim apresenta a seguinte situação de qualidade:

 Coliformes totais
Padrão: contagem abaixo de 1000;
Situação: Contagem elevada em quase todas as análises e em quase todos os pontos de
coleta, em especial para o ponto de coleta nº 1.
 Escherichia coli
Padrão: Ausência;
Situação: presente em todas as análises e em todos os pontos de coleta.
 DBO5,20
Padrão: Inferior A 5 Mg/L;
Situação: excede o valor máximo permitido para os pontos 1 e 2 em 50% das
amostragens.
 Oxigênio Dissolvido:
Padrão: Superior A 5 Mg/L;
Situação: atende ao padrão (menor valor 6,4 mg/l).
 Parâmetros Organofosforados (demeton, dimetoato, etc.)
Situação: não atingiram o limite de detecção do cromatógrafo, que é bastante inferior ao
menor limite máximo permitido pela legislação.

Esses resultados permitem concluir que as águas do Córrego Bom Jardim:

 Estão ‘excessivamente’ contaminadas por dejetos animais e humanos;


 Não estão contaminadas com excesso de carga orgânica, ou seja, não apresentam problemas
graves com “DBO5,20”;
 Não apresentam problemas de oxigênio dissolvido, que permite a manutenção da vida
aquática e a prioridade de processos metabólicos e de fermentação da carga orgânica
expressivamente aeróbios e;
 Não está contaminada com elementos chamados organofosforados.

Zoneamento Ambiental da APRM

Com respaldo na Lei Paulista nº. 9.866/1997, realizou-se o Zoneamento Ambiental da


APRM delimitando as áreas de intervenção da bacia hidrográfica do Córrego Bom Jardim.

Segundo a Lei Paulista nº. 9.866/1997:


Artigo 12º - Nas APRMs, para a aplicação de dispositivos normativos de proteção,
recuperação e preservação dos mananciais e para a implementação de políticas públicas, serão
criadas as seguintes Áreas de Intervenção:
I - Áreas de Restrição à Ocupação;
II - Áreas de Ocupação Dirigida; e
III - Áreas de Recuperação Ambiental.
Artigo 13º - São Áreas de Restrição à Ocupação, além das definidas pela Constituição do
Estado e por lei como de preservação permanente, aquelas de interesse para a proteção dos
mananciais e para a preservação, conservação e recuperação dos recursos naturais.
Artigo 14º - São Áreas de Ocupação Dirigida aquelas de interesse para a consolidação
ou implantação de usos rurais e urbanos, desde que atendidos os requisitos que garantam a
manutenção das condições ambientais necessárias à produção de água em quantidade e
qualidade para o abastecimento das populações atuais e futuras.

123
Artigo 15º - São Áreas de Recuperação Ambiental aquelas cujos usos e ocupações
estejam comprometendo a fluidez, potabilidade, quantidade e qualidade dos mananciais de
abastecimento público e que necessitem de intervenção de caráter corretivo.
Parágrafo único - As Áreas de Recuperação Ambiental serão reenquadradas através do
PDPA em Áreas de Ocupação Dirigida ou de Restrição à Ocupação, quando comprovada a
efetiva recuperação ambiental pelo Relatório de Situação da Qualidade da APRM.

Para a delimitação preliminar das ARO’s - Áreas de Restrição à Ocupação, AOD’s –


Áreas de Ocupação Dirigida e ARA’s – Áreas de Recuperação Ambiental, foram utilizadas as
seguintes informações gráficas:

 Mapa do Uso e Ocupação do Solo elaborado sobre a imagem de satélite de 2010,


georreferenciado e ortorretificado;
 Zoneamento urbano vigente dos municípios de Vinhedo e Valinhos, SP;
 Mapa de APP’s conforme nova legislação (25 maio 2012) que define o Código Florestal;
 Mapa de propostas de corredores ecológicos;
 Mapa de declividades críticas (terrenos acima de 30% de declividade);
 Definição da bacia hidrográfica do córrego Bom Jardim sobre a topografia oficial da área de
estudo na escala 1:10.000 do IGC;
 Feições de brejos/pântanos/alagadiços definidas pelo IGC.

Também, nessa etapa do projeto, a equipe julgou necessária a definição de ARO's de


Preempção (Áreas de Restrição à Ocupação de Preempção). São as ARO’s de Preempção ou
AROp’s:

• Áreas enquadradas na atualidade, como AOD’s, com vistas a tornarem-se ARO’s no futuro
próximo;
• Áreas com preempção de uso para a formação de vegetação ciliar ou não com vistas à
formação de corredores ecológicos na bacia hidrográfica do Córrego Bom Jardim;
• Áreas prioritárias que para a compensação ambiental na bacia hidrográfica do Córrego Bom
Jardim quando do licenciamento florestal junto ao(s) órgão(ãos) responsáveis.

O trabalho sugere que para cada área ocupada em ARO (senso estrito), sejam
compensadas no mínimo X vezes em AROp’s (X a ser definido). Essa compensação ambiental
poderá se dar pela aquisição da área ou apenas contrato com o proprietário, desde que sempre
registrada em cartório como reserva legal irrevogável;
A preempção descrita acima, no entanto, será válida até o ano de 2050, até o dia
31.dez.2050; após essa data, em 01.jan.2051, todas as AROp’s ainda não vinculadas a um
processo de compensação ambiental em andamento serão reenquadradas como ARA’s e
deverão ser de imediato recuperadas para a formação dos corredores ecológicos previstos neste
estudo pelo prazo não prorrogável de 10 anos. Após este período, em 01.jan.2061 tais áreas
serão reenquadradas em ARO’s.
Essa metodologia foi estabelecida com o intuito de garantir o desenvolvimento (a
ocupação sustentável) da bacia do Córrego Bom Jardim em não se restringindo direito de
utilização da terra pelos proprietários, mas estabelecendo critérios de compensação ambiental
que permitam a formação de corredores ecológicos futuros.
O direito de uso da terra pré-existente também não foi abalado com exceção ás áreas de
possíveis APPs que possuam vegetação descaracterizada (roçada, plantação, vias de tráfego e
reflorestamento do tipo comercial).
Outro benefício que se observa com a metodologia adotada é a valorização das áreas
enquadradas como AROp’s como “moeda de troca” com empreendimentos a serem instalados
em AOD’s (de senso estrito), noutras palavras, os próprios empreendedores poderão
tornar-se os principais responsáveis pela promoção/implantação dos corredores ecológicos,
quando de sua intenção de ocupar novas áreas na bacia hidrográfica.

124
Os proprietários de terras em áreas enquadradas como AROp’s terão até o fim do ano de
2050 para se valerem desse processo de valorização de suas terras.
O mapa do ‘Zoneamento Ambiental’ da APRM Bom Jardim em áreas de intervenção é
apresentado abaixo.

Figura V-20 Mapa do Zoneamento Ambiental da APRM Bom Jardim.

Conclusão

Comitês PCJ (2013), quanto ao aspecto sanitário e aos recursos hídricos da bacia
hidrográfica do Córrego Bom Jardim - BHBJ, concluiu que:

 Não há posto pluviométrico e fluviométrico;


 Não há ponto de monitoramento permanente da Qualidade das águas;
 O cadastro de usuários dos recursos hídricos, gerenciado pelo DAEE, está desatualizado;
 Balanço hídrico torna-se deficiente a partir da 1ª captação superficial para o abastecimento
público;
 Há utilização generalizada de fossas sépticas por unidades residenciais isoladas sem
adequado controle e monitoramentos das águas subterrâneas;
 Há excessiva contaminação das águas superficiais por coliformes totais e fecais, embora o
indicador de carga orgânica seja satisfatório;
 Há risco potencial de contaminação das águas por agentes patogênicos e;
 Há indícios de erosão na rede de drenagem natural;

Quanto aos aspectos de uso do solo e florístico do córrego Bom jardim, concluiu que:

 Há grande pressão de especulação imobiliária sobre os fragmentos de vegetação


remanescente;
 Há poucos trechos em que ocorreu a ocupação Urbana das APPs nas áreas de montante,
porém há diversos trechos em que esta APP foi invadida para uso agrícola;
 Há diversos trechos nas áreas de jusante em que ocorreu a ocupação urbana das APPs;
 A vegetação remanescente está demasiadamente fragmentada e dispõe de baixa diversidade
e;
 Os fragmentos de vegetação não dispõem de adequados corredores ecológicos.

125
Quanto aos aspectos relacionados à gestão da bacia hidrográfica do Córrego Bom
Jardim concluiu que:

 Os programas de educação ambiental são deficientes;


 Não há integração entre a população da bacia tendo em vista heterogeneidade social que
possibilitem ações integradas e conjuntas de proteção e Conservação;
 A falta de benefícios e serviços públicos são os responsáveis pela evasão rural;
 Há dificuldade na obtenção dos dados completos de Licenças ambientais concedidas e
autuações Lavradas;
 Não há plano de contingência de acidentes com cargas perigosas e;
 Não há restrições de tráfego e permanência de cargas perigosas;
 O plano de macrodrenagem da bacia do ribeirão Pinheiros, Valinhos, SP sugere a
implantação de diversos reservatórios para o amortecimento de Vazões na BHBJ que
erradicarão parcialmente a APP Remanescente e conflitam com os objetivos
doTombamento.

Por fim, o trabalho gerou, dentre outros, os seguintes mapas:

Figura V-21 Mapa do zoneamento urbano.

126
Figura V-22 Mapa de uso e ocupação do solo;

Figura V-23 Mapa das áreas de preservação permanente;

127
Figura V-24 Mapa dos remanescentes florestais e propostas de corredores ecológicos;

128
MICROBACIA HIDROGRÁFICA - JUAZEIRO / CRUZEIRO

Segundo Relatório Técnico Final da Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica,


da Câmara Municipal de Vinhedo (2015), a Sub-bacia Juazeiro/ Cruzeiro está situada em área
predominantemente urbana, onde se encontram chácaras, indústrias, granjas, comércios e
residências. O abastecimento da região é feito pela rede e parte da água é captada do poço
Jardim Miriam.

Histórico e características de ocupação

A microbacia hidrográfica do córrego Juazeiro começou a ser notavelmente urbanizada


após a década de 1980, tendo sua ocupação claramente definida pela instalação do loteamento
fechado Jardim Paulista I, na Microbacia Hidrográfica Pinheirinho/Cachoeira, localizada a
oeste. Antes disso os únicos sinais visíveis de estruturação urbana ocorriam na porção noroeste
da microbacia, local onde se inseriam os primeiros arruamentos do loteamento aberto João
XXIII, na segunda metade da década de 1970, mais precisamente na divisa com a Microbacia
Hidrográfica Pinheirinho/Cachoeira.
A instalação do bairro João XXIII teve como base a demanda por mão de obra para as
antigas indústrias, instaladas principalmente sobre a Microbacia Hidrográfica Sterzeck.
A partir da segunda metade da década de 1980, a porção mais alta do bairro (leste da
Microbacia Hidrográfica Juazeiro) começava a ser ocupada por residências de alto padrão,
construídas em terrenos amplos (superior a 1000m²) estruturadas sobre loteamentos abertos.
Posteriormente estas residências tornaram-se cercadas pelos loteamentos fechados.
Dessa forma, pode-se perceber que a urbanização inicial dessa microbacia esteve
associada ao processo de expansão urbana da porção nordeste da Microbacia Hidrográfica
Pinheirinho/Cachoeira, sendo, portanto, influenciada inicialmente pelas antigas indústrias da
porção norte do município e posteriormente pela instalação do loteamento fechado Jardim
Paulista I, assim, a urbanização parte do baixo curso do córrego Cachoeira, do qual o córrego
Sterzeck é afluente, chegando por fim ao vale do córrego Juazeiro, intensamente ocupado a
partir da década de 1990 em um padrão disperso de urbanização.

Caracterização das principais alterações físico-hidrológicas da microbacia

O interessante é que após 1978 a cobertura arbórea da microbacia se ampliou, ou seja,


ao mesmo tempo em que se urbanizava, a microbacia teve aumentada sua cobertura vegetal
arbórea (Tabela 11). Em 2012, a microbacia apresentava um valor de cobertura arbórea quase
três vezes maior do que o registrado em 1978. Neste processo foram recompostas
principalmente as matas ciliares. Esse aumento acompanhou o padrão disperso de urbanização
desta área, ou seja, a vegetação se amplia pelo fato dessa área não ter sido planejada para ser
urbanizada de forma densa, diferentemente da porção noroeste da microbacia, onde se localiza a
parte baixa do bairro João XXIII.

129
Tabela V-11 Evolução das Áreas Permeáveis ou de Baixa Impermeabilização e de Cobertura
Arbórea na Microbacia Hidrográfica Juazeiro.

Na década de 1990 foram instalados três empreendimentos; o condomínio horizontal


Ipê Velho e os loteamentos fechados Bosque das Grevíleas e Residencial Morada do Sol.
Na década de 2000 foram instalados mais cinco empreendimentos; os loteamentos
fechados Recanto dos Paturis, Villagio di Verona, Jardim das Palmeiras, Reserva da Mata e
Morada do Bosque, conferindo em soma uma área intramuros de 0,68 km², o que corresponde a
cerca de 19% da área da microbacia.
Ao redor destes loteamentos fechados notam-se grandes vazios urbanos, chácaras de
lazer e propriedades rurais.

Figura V-25 Localização espacial do Condomínio Ipê Velho (11), Bosque das Grevíleas (17),
Residencial Morada do Sol (19), Recanto dos Paturis (21), Villagio di Verona (23), Jardim das
Palmeiras (27), Reserva da Mata (34) e Morada do Bosque (35).

A proliferação destes loteamentos conferiu uma taxa de impermeabilização para


microbacia de 41% em 2012, quatro vezes mais que em 1994. É importante destacar que
empreendimento mais antigo desta microbacia (Condomínio Ipê Velho) foi instalado justamente
em 1994.
O Residencial Morada do Bosque e o Villagio de Verona não possuem cobertura
vegetal arbórea em seu interior, porém, ambos localizam-se as margens de APPs.
A área do loteamento fechado Jardim das Palmeiras não possui sinais de cobertura
arbórea desde 1962, continuando assim mesmo após sua instalação.

130
Em contrapartida, o condomínio horizontal Ipê Velho e os loteamentos fechados
Bosque das Grevíleas, Recanto dos Paturis, Morada do Bosque e Reserva da Mata possuíam em
2012 respectivamente 10%, 10%, 3,1%, 36,6 % e 5,7% de suas áreas cobertas por vegetação
arbórea. O condomínio Ipê Velho possuía seus 10% de cobertura arbórea associada à área verde
de lazer do empreendimento. É importante frisar que antes de sua instalação não havia cobertura
arbórea na área.
No caso do Reserva da Mata, há incorporação de parte da APP do córrego Cruzeiro
quando da instalação do empreendimento, mesmo caso do Morada do Bosque, que incorpora
parte da mata ciliar do córrego Juazeiro.
Tanto o loteamento fechado Bosque de Grevíleas como o Recanto dos Paturis, ocupam
as duas margens do córrego Juazeiro, nesses casos as áreas de cobertura arbóreas preservadas
compreendem as áreas de mata ciliar do córrego.
Dessa forma, pode-se constatar que a margem direita do córrego Juazeiro possui maior
área de cobertura arbórea e conta com menos áreas impermeabilizadas do que a margem
esquerda, mais próxima da área densamente urbanizada da Microbacia Hidrográfica
Pinheirinho/Cachoeira.
A microbacia apresenta-se inserida sobre duas formas de relevo segundo a classificação
adotada, as Colinas e Morrotes e os Morrotes e Morros, sendo que, o córrego Juazeiro, assim
como todos seus tributários, nascem sobre o domínio do Morrotes e Morros, ou seja, todos seus
tributários nascem em sua margem direita onde a declividade chega a 20%, porém o canal
principal corre em meio ao domínio das Colinas e Morrotes onde as vertentes são mais longas e
menos dissecadas, chegando a sua confluência com o córrego Cachoeira. A drenagem dos
tributários e do canal principal é natural, sendo esta canalizada apenas na confluência do
Juazeiro com o córrego Cachoeira já em área de urbanização adensada.
Os compartimentos estruturantes indutores e de passagem da margem direita do córrego
Juazeiro apresentam-se bem preservados, favorecendo a infiltração em detrimento do
escoamento superficial. O compartimento receptor de fundo de vale também apresenta sua mata
ciliar bem preservada, dessa forma evitam-se processos de assoreamento no córrego. A margem
esquerda, que tem seu fluxo direcionado diretamente para o córrego principal, apesar de mais
impermeabilizada também possui uma grande área de infiltração, uma vez que os lotes dessa
porção da Vila João XXIII possuem mais de 1000m², contendo, portanto, importantes áreas
gramadas, que por sua vez amortecem o impacto das chuvas e favorecem a infiltração.
Em 2012, notou-se que os lotes dessa porção da Vila João XVIII, localizados
notadamente sobre o divisor de águas, têm em alguns casos o dobro do tamanho dos lotes dos
loteamentos fechados vizinhos, localizados essencialmente na meia encosta. Dessa forma, a taxa
de infiltração no topo evita que o escoamento transmitido pelas áreas impermeabilizadas torne-
se um excedente na média vertente.
No entanto, toda essa área é classificada no Plano Diretor de 2007 como ZEU2 e ZDD1,
ou seja, apta ao adensamento urbano, dessa forma, como visto na Microbacia Hidrográfica
Pinheirinho/Cachoeira, o processo de expansão da área urbana sobre os vazios e áreas rurais
com vegetação preservada, podem vir a causar instabilidade no sistema, gerando impactos
ambientais em todo vale do córrego Juazeiro, principalmente se o adensamento urbano ocorrer
sobre as áreas mais dissecadas da vertente leste.
Em trabalho de levantamento físico-hídrico de Vinhedo, para essa microbacia, Elo
Ambiental (2011) indica a seguinte situação de uso do solo mapeado para o ano de 2011 e
também um comparativo entre estas áreas e as áreas mapeadas no Plano Diretor de Vinhedo
(2006).

131
Tabela V-12 Grau de preservação e Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica (A) e Grau de Conservação e Uso das
APPs (B).
Mapeamento (2011)
Mapeamento (2006)
Incremento

Em 2007, no projeto Vinhedo Sustentável Meta II - Jovens em Ação a Elo Ambiental


(2007) percorreu todas as microbacias e sub-microbacias do município realizando observações
dos recursos hídricos. Os parâmetros avaliados foram: Estado de Conservação da cobertura
vegetal arbórea da APP dos corpos d’água, Aspecto Visual da Água e Uso e Ocupação do
Entorno. Para a microbacia do Juazeiro/Cruzeiro, graficamente, os resultados obtidos foram de
acordo com o apresentado na figura 26.

132
Figura V-26 Diagnóstico de campo dos parâmetros Estado de Conservação da cobertura vegetal
arbórea da APP dos corpos d’água, Aspecto Visual da Água e Uso e Ocupação do Entorno.

Concluindo a diagnose do estado de preservação dos recursos hídricos de Vinhedo, Elo


Ambiental (2007) relaciona, por microbacia, os principais impactos ambientais detectados,
recomendações, adequações e resultados iniciais deste projeto. Para a Microbacia do Juazeiro
/Cruzeiro, de acordo com os pontos assinalados na figura abaixo, não foram detectados
impactos.

Figura V-27 Impactos detectados e suas localizações (Elo Ambiental, 2007).

133
MICROBACIA HIDROGRÁFICA - PACIÊNCIA/CRISTO

Segundo Relatório Técnico Final da Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica,


da Câmara Municipal de Vinhedo (2015), a Sub-bacia Paciência/Cristo tem como ocupações
predominantes propriedades rurais e agrícolas, com presença de algumas fazendas e poucas
casas.
É a principal área para armazenamento de água de Vinhedo, conta com as represas I, II
e III, além da adutora do Bom Jardim. O principal manancial hídrico é o córrego Paciência.

Histórico e características de ocupação

A Microbacia Hidrográfica Paciência/Cristo conjuntamente com as microbacias


hidrográficas dos córregos Água do Buracão e Bom Jardim constituem as áreas mais bem
preservadas de Vinhedo.

Caracterização das principais alterações físico-hidrológicas da microbacia

Em 2012, a Microbacia Hidrográfica Paciência/Cristo contava com mais de 65% de sua


área coberta por vegetação arbórea, o que corresponde a 3,6 km² de um total de área que chega
aos 5,5 km² (Tabela 13). Este valor corresponde a quase o dobro da cobertura arbórea registrada
em 1994. Estes valores se associam a preservação de alguns dos mais importantes mananciais
de abastecimento da cidade, o que faz da microbacia a principal área para armazenamento de
água do município.

Tabela V-13 Evolução das Áreas Permeáveis ou de Baixa Impermeabilização e de Cobertura


Arbórea na Microbacia Hidrográfica Paciência/Cristo.

Nesta microbacia foram construídas três represas, sendo que da represa I é captada a
maior porção de água para tratamento na ETA I, a mais importante estação de tratamento do
município, responsável pelo abastecimento de 70% da população de Vinhedo, localizada no
Jardim Planalto na Microbacia Hidrográfica Pinheirinho/Cachoeira.
As represas II e III funcionam como reservatórios.
As três represas dessa microbacia foram construídas sobre o córrego Cachoeira, sendo
que a represa I localiza-se em parte na microbacia Paciência/Cristo e em parte na microbacia
Pinheirinho/Cachoeira.
Pela baixa densidade de ocupação, composta principalmente por propriedades rurais e
chácaras, a permeabilidade é quase total, atingindo 97% segundo o mapeamento de 2012.
Apenas a porção noroeste da microbacia foi urbanizada, e justamente sobre ela foram instalados

134
dois loteamentos fechados, ambos localizados sobre o interflúvio que divide a Microbacia
Hidrográfica Paciência/Cristo da Microbacia Hidrográfica Juazeiro.
Tanto o loteamento fechado Jardim Paulista II como o Jardim Europa foram aprovados
no ano de 2001 e quando da sua instalação impactaram significativamente esta porção da
microbacia.

Figura V-28 Localização espacial do Condomínio Jardim Paulista II (28) e do Jardim Europa (29).

A área onde hoje se encontra o Jardim Paulista II possuía até 1994 cerca de 30000m² de
cobertura vegetal arbórea, em 2012, após sua instalação, este montante praticamente desaparece,
pois são registrados apenas 1000m². No loteamento fechado Jardim Europa o caso é ainda pior,
pois todos os 37000m² de cobertura arbórea registrada até 1994 desaparecem na imagem de
2012.
Ambos os loteamentos encontram-se sobre um importante divisor de águas, porém por
serem recentes e possuírem muitos lotes vazios, apresentavam segundo a análise de 2012, uma
boa área permeável, chegando a 33% no loteamento Jardim Paulista II e 25% no loteamento
Jardim Europa, desses 25%, cerca de 15% correspondem ao gramado da praça central do
empreendimento.
Outro fator que reduz os impactos sistêmicos relacionados aos excedentes hídricos no
Jardim Europa, advém do escoamento direcionado para a represa I, que também funciona como
área de amortecimento para o fluxo pluvial do loteamento.
No caso do loteamento Jardim Paulista II, o escoamento direcionado para o córrego
Cristo, na porção que compreende a Microbacia Hidrográfica Juazeiro, pode vir a contribuir
para que haja sobrecarga no canal, uma vez que segue em parte pela estrutura de escoamento da
Rodovia Edenor João Tasca.
A porção do Jardim Paulista II, que compreende a Microbacia Hidrográfica
Paciência/Cristo, segue o mesmo padrão drenagem do Jardim Europa.
A microbacia apresenta-se localizada sobre duas formas de relevo, na margem esquerda
do córrego Paciência temos as Colinas e Morrotes, enquanto na margem direita temos a
transição para os Morrotes permeados por Morros.
Em ambos os domínios todos os compartimentos estruturantes apresentam-se bem
preservados, configurando esta área também como um importante espaço de lazer público. A
represa II neste contexto, além de fonte de água para abastecimento, funciona como um parque,

135
apresentando fontes naturais para uso local, quadras esportivas, praças e locais para realização
de eventos.
No Plano Diretor de 2007 a microbacia é divida em duas zonas: a Zona de Ocupação
Dirigida I (ZOD1) e a Zona de Conservação Ambiental Leste (ZCA Leste).
A ZOD 1 tem seu limite concomitante com as formas de relevo do tipo Colinas,
portanto constitui uma zona propícia a expansão urbana, no entanto o Plano Diretor deixa claro
que a ocupação dessa zona deve apresentar características “espraiadas” ou de baixo
adensamento, condizentes com os pressupostos de preservação ambiental almejados.
Já na ZCA Leste, que compreende toda a área dos Morrotes e Morros, tem-se como
único intuito a promoção da manutenção da qualidade ambiental, conservando os recursos
naturais da área. Na ZCA Leste são proibidos novos loteamentos para fins urbanos.
Em trabalho de levantamento físico-hídrico de Vinhedo, para essa microbacia, Elo
Ambiental (2011) indica a seguinte situação de uso do solo mapeado para o ano de 2011 e
também um comparativo entre estas áreas e as áreas mapeadas no Plano Diretor de Vinhedo
(2006).

136
Tabela V-14 Grau de preservação e Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica (A) e Grau de Conservação e Uso
das APPs (B).

Em 2007, no projeto Vinhedo Sustentável Meta II - Jovens em Ação a Elo Ambiental


(2007) percorreu todas as microbacias e sub-microbacias do município realizando observações
dos recursos hídricos. Os parâmetros avaliados foram: Estado de Conservação da cobertura
vegetal arbórea da APP dos corpos d’água, Aspecto Visual da Água e Uso e Ocupação do
Entorno. Para a microbacia do Paciência/Cristo, graficamente, os resultados obtidos foram de
acordo com o apresentado na figura 29.

137
Figura V-29 Diagnóstico de campo dos parâmetros Estado de Conservação da cobertura vegetal
arbórea da APP dos corpos d’água, Aspecto Visual da Água e Uso e Ocupação do Entorno.

Concluindo a diagnose do estado de preservação dos recursos hídricos de Vinhedo, Elo


Ambiental (2007) relaciona, por microbacia, os principais impactos ambientais detectados,
recomendações, adequações e resultados iniciais deste projeto.
Para a Microbacia do Paciência / Cristo, de acordo com os pontos assinalados na figura
abaixo, os principais impactos são:

Figura V-30 Impactos detectados e suas localizações (Elo Ambiental, 2007).

138
Tabela V-15 Relação de impactos detectados na Microbacia (Elo Ambiental, 2007).

RECOMENDAÇÕES DA CÂMARA DE VEREADORES

No Trabalho executado pela Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica,


Relatório Final, (2015), a Câmara de Vereadores de Vinhedo, Para a Microbacia do Capivari
recomenda:

 Garantir o reflorestamento e a recuperação das áreas de recarga das atuais represas (I, II e
III) e das futuras, com as respectivas áreas de recarga.

139
MICROBACIA HIDROGRÁFICA – STERZECK

Segundo Relatório Técnico Final da Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica,


da Câmara Municipal de Vinhedo (2015), a Sub-bacia Sterzeck localiza-se em uma região com
indústrias, residências e loteamentos. Dela fazem parte bairros como Nova Vinhedo, Santa
Claudina e o Vista Alegre (lado da Sede). A região tem como principal curso de água o córrego
Sterzeck.
Esta sub-bacia deságua no Córrego Pinheirinho, logo após a ETE Pinheirinho, na divisa
como município de Valinhos. O Plano Diretor de Abastecimento (2007) cogitou a possibilidade
de transposição de águas, de Valinhos para Vinhedo, a partir desse trecho.

Histórico e características de ocupação

A Microbacia Hidrográfica Sterzeck, juntamente com a Microbacia Hidrográfica


Pinheirinho/Cachoeira foram as primeiras a serem ocupadas pelos processos de urbanização,
possuindo em soma a maior área urbana contínua do município, chegando a 10 km² (em 2012).
A Microbacia Sterzeck localiza-se ao norte de Vinhedo tendo como limite norte da
microbacia a divisa com Valinhos.
É por esta microbacia hidrográfica que a Estrada da Boiada (que já existe desde o século
XVII) liga Vinhedo, Valinhos e Campinas. A história de ocupação da região, que hoje delimita
a área de urbanização contínua de Vinhedo, teve seu início justamente às margens dessa estrada,
mais precisamente na margem leste, funcionando primeiramente como ponto de parada para os
bandeirantes que adentravam as regiões desconhecidas do Estado e posteriormente para os
tropeiros que conduziam suas mulas até Minas Gerais e Goiás.
Considerando conjuntamente o contexto de ocupação antiga e os dados coletados após
1962, podem-se avaliar duas situações no processo de ocupação da microbacia: a primeira
relacionada ao Condomínio Vinhas de Vista Alegre - Sede e a segunda relacionada às pequenas
e médias indústrias instaladas nas porções sul e sudeste dessa microbacia.
O Condomínio Vinhas de Vista Alegre foi divido em duas partes, tendo como limite a
Estrada da Boiada, a porção que pertence a Microbacia Hidrográfica Sterzeck foi denominada
como Sede, enquanto a porção que se localiza a oeste da estrada, na Microbacia Hidrográfica
São Bento/Capela, foi denominada de Café. Ambos foram instalados em 1977 a partir da área
de uma antiga fazenda, cortada pela estrada. Consideram-se, portanto, apenas os dados
referentes à porção do Condomínio Vinhas de Vista Alegre - Sede para a análise dessa
microbacia.
Em 1962, a futura área de instalação desta parte do condomínio (1,16 km²) possuía 25%
de cobertura vegetal arbórea, ou seja, 9% da área da microbacia. No entanto é importante
destacar que este montante representava 42% de toda a área preservada da microbacia.

140
Figura V-31 Localização espacial do Condomínio Vinhas de Vista Alegre – Sede (2) e o Residencial
Villa di Treviso (30).

Este valor relativamente alto pode ser explicado ao verificar-se que a expansão urbana
entre as décadas de 1950 e 1960 em direção à porção norte do município, considerando o núcleo
de ocupação central (Microbacia Hidrográfica Cachoeira/Pinheirinho), se restringia as porções
sul e leste da microbacia. Nesse processo foram instaladas na porção sul as primeiras indústrias
de Vinhedo, das quais destacavam-se a Cerâmica Jatobá e a Carborundum (atualmente Saint
Gobain - indústria de abrasivos).
No sentido leste se estruturavam os bairros Jardim Três Irmãos e Jardim São Mateus.
Segundo a Demacamp (2006), boa parte dos moradores desses bairros possuía seus empregos
vinculados a essas indústrias. Assim, a expansão urbana acabou por conduzir ao desmatamento
da porção “externa” do que viria a ser a área do condomínio.

Caracterização das principais alterações físico-hidrológicas da microbacia

Entre 1962 e o primeiro ano do condomínio em 1978, a cobertura arbórea interna foi
reduzida de 25% para 2,7%, o que consequentemente conduziu a perda de quase 14% do total
de cobertura arbórea na microbacia (Tabela 16).

Tabela V-16 Evolução das Áreas Permeáveis ou de Baixa Impermeabilização e de Cobertura


Arbórea na Microbacia Hidrográfica Sterzeck.

141
Entre 1978 e 1994 ocorreu a mesma reversão no quadro de desmatamento visto nas
microbacias anteriores. O condomínio Vinhas de Vista Alegre - Sede ampliou entre 1978 e 1994
mais de 10% da cobertura arbórea registrada em 1978, entre 1994 e 2012 ampliou mais 2,6%,
chegando a um total de 15,5 % de cobertura arbórea dentro de seus limites, o que corresponde a
0,18 km².
Este aumento, por sua vez, conduz a um pequeno aumento no total de cobertura arbórea
na microbacia, que chega em 2012 a 12,9%, 3% a mais que em 1978.
Estes dados demonstram que o condomínio tem sido o principal responsável no
processo de recomposição da cobertura vegetal arbórea da microbacia após 1978.
Além do Condomínio Vinhas de Vista Alegre – Sede foi instalado em 2002 um pequeno
loteamento fechado (20000 m²) ao norte da microbacia, o Villa di Treviso, este loteamento
apresenta uma área relativamente grande (considerando seu tamanho) de cobertura arbórea
preservada em sua porção sudeste (5000 m²).
A impermeabilização nesse processo se ampliou gradativamente na microbacia.
Em 1962, 95,7% da área apresentava características permeáveis, valor reduzido para
85,4% em 1978, período em que o condomínio Vista Alegre já se apresentava estruturado e os
loteamentos abertos se ampliavam a leste e sul.
Em 1994 a área permeável teve seu montante reduzido para 71,2% na microbacia, deste
montante que corresponde a 2,15 km², 0,75 km² correspondem ao condomínio Vinhas de Vista
Alegre – Sede.
Em 2012 as áreas permeáveis na microbacia reduzem-se para 50%, sendo que no
condomínio a área permeável se reduz para 38%.
Estes dados refletem a ocupação favorável propiciada pelas Colinas e Morrotes que
apresentam baixa declividade e possuem perfis de vertente contínuos com segmentos retilíneos
que variam entre 200 e 1000 m de comprimento.
O divisor de águas a sudoeste da microbacia corresponde quase que exatamente ao
traçado da Estrada da Boiada. Considerando que esta estrada existe há muito tempo, servindo a
diferentes ciclos de exploração, há muito que este compartimento estruturante da paisagem não
possui cobertura vegetal arbórea.
Os divisores de águas de sudeste e leste correspondem às áreas que começaram a ser
industrializadas a partir da década de 1950 no município, portanto também não possuem
vegetação significativa.
O limite norte da Microbacia não é caracterizado por interflúvios e sim pelo limite
municipal, uma vez que a Bacia Hidrográfica do córrego Sterzeck se estende para Valinhos.
Assim, podemos afirmar que desde 1962 os divisores de águas que delimitam em Vinhedo a
Microbacia Hidrográfica Sterzeck, não possuíam cobertura vegetal arbórea há muito tempo.
Porém, os fundos de vale se apresentavam relativamente bem preservados em 1962.
Neste ano, o único tributário do córrego Sterzeck em Vinhedo (e que cruza o Vinhas de Vista
Alegre – Sede) apresentava suas margens bem arborizadas (compartimento receptor). O próprio
córrego Sterzeck também apresentava suas margens bem preservadas em 1962, principalmente
no trecho próximo ao ponto de confluência dos canais, localizado fora do que em 1977 seriam
os limites do condomínio.
Em 1978 o quadro de preservação se inverte. Os dois principais canais de drenagem
dessa microbacia perdem quase toda sua cobertura arbórea de margem, primeiro pela
consolidação do condomínio e segundo pela ampliação dos loteamentos abertos a leste do muro
do condomínio. .
Entre 1978 e 1994, uma grande área de cobertura arbórea acaba sendo recomposta na
nascente do principal tributário do córrego Sterzeck, constituindo uma APP.
Nesse processo foram criadas também quatro represas dentro do condomínio, servindo
tanto para o amortecimento do escoamento superficial advindo da estrada da boiada como para
o amortecimento derivado da própria impermeabilização do condomínio (35,3% da área total
em 1994). Logo após o muro do condomínio, no bairro Jardim Três Irmãos, foi construída uma
quinta represa em linearidade com anteriores, sendo, no entanto, pouco menor.

142
Estas cinco represas, que servem de amortecimento, foram criadas para resolver um
problema antigo derivado da urbanização. Entre 1962 e 1978, devido ao aumento da área de
impermeabilização em todos os divisores de águas da microbacia, em ocasiões de ocorrências
de chuvas intensas, o córrego Sterzeck inundava, solapando suas margens e causando
assoreamento a jusante. Visando resolver este problema, a prefeitura entre 1978 e 1994
canalizou o córrego e construiu os reservatórios de amortecimento em seu principal tributário.
Percebe-se neste caso o quão problemáticos podem ser os impactos gerados pela não
apreciação do ambiente de forma sistêmica considerando os compartimentos estruturantes da
paisagem, pois os processos negativos podem ser transmitidos ao longo da vertente para áreas
que em períodos anteriores apresentavam-se estáveis.
A porção norte da microbacia, na divisa com Valinhos, apresenta alguns novos
loteamentos abertos sendo construídos, e que podem vir a causar problemas no futuro caso o
escoamento superficial seja mal planejado.
Os problemas erosivos também podem se acentuar a medida que o solo permanece
exposto nesta área. O relatório técnico realizado pelo IPT, sobre áreas de alto e muito alto risco
a inundações e deslizamentos em Vinhedo, aponta que o setor que compreende a Rua Candido
Portinari nesta porção da microbacia é caracterizado como de alto risco a deslizamentos: [...]
ocorre concentração significativa de água de chuva em superfície. Os lotes encontram-se no
topo do talude, com altura de 7 m, como moradias muito próximas ao topo [...]. Espera-se para a
área VIN-05 a ocorrência de deslizamentos planares rasos nos taludes de corte, os quais podem
remontar, até atingir o fundo das moradias" (IPT, 2013, p.48).
Esta constatação do IPT aponta para um planejamento inadequado do sistema de
drenagem municipal nessa área da microbacia em expansão.
Ainda nesta microbacia, o loteamento fechado Vila di Treviso ocupa a média vertente
ao norte da microbacia, voltada para Valinhos. A área apropriada pelo loteamento já possuía sua
porção sudeste arborizada (desde 1962), assim quando o loteamento fechado foi criado em
2002, apenas fechou este resquício de mata em seu interior, sem causar desmatamento algum. A
mata já fazia parte do terreno e por opção da loteadora e dos moradores, foi mantida. Seu
escoamento superficial é direcionado para um tributário do Sterzeck a oeste do
empreendimento, no qual a vazão é transmitida posteriormente para três pequenos lagos de
amortecimento, já no município de Valinhos.
Em trabalho de levantamento físico-hídrico de Vinhedo, para essa microbacia, Elo
Ambiental (2011) indica a seguinte situação de uso do solo mapeado para o ano de 2011 e
também um comparativo entre estas áreas e as áreas mapeadas no Plano Diretor de Vinhedo
(2006).

143
Tabela V-17 Grau de preservação e Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica (A) e Grau de Conservação e Uso das
APPs (B).
Mapeamento (2011)
Mapeamento (2006)
Incremento

Em 2007, no projeto Vinhedo Sustentável Meta II - Jovens em Ação a Elo Ambiental


(2007) percorreu todas as microbacias e sub-microbacias do município realizando observações
dos recursos hídricos. Os parâmetros avaliados foram: Estado de Conservação da cobertura
vegetal arbórea da APP dos corpos d’água, Aspecto Visual da Água e Uso e Ocupação do
Entorno. Para a microbacia do Sterzek, graficamente, os resultados obtidos foram de acordo
com o apresentado na figura 32.

144
Figura V-32 Diagnóstico de campo dos parâmetros Estado de Conservação da cobertura vegetal
arbórea da APP dos corpos d’água, Aspecto Visual da Água e Uso e Ocupação do Entorno.

Concluindo a diagnose do estado de preservação dos recursos hídricos de Vinhedo, Elo


Ambiental (2007) relaciona, por microbacia, os principais impactos ambientais detectados,
recomendações, adequações e resultados iniciais deste projeto.
Para a Microbacia do Sterzek, de acordo com os pontos assinalados na figura 33, os
principais impactos são:

Figura V-33 Impactos detectados e suas localizações (Elo Ambiental, 2007).

145
Tabela V-18 Relação de impactos detectados na Microbacia (Elo Ambiental, 2007).

146
MICROBACIA HIDROGRÁFICA - PINHEIRINHO/CACHOEIRA

Segundo Relatório Técnico Final da Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica,


da Câmara Municipal de Vinhedo (2015), a Sub-bacia Cachoeira/Pinheirinho possui como
ocupação predominante o uso diversificado de residências, comércio, indústria e pequenas
propriedades rurais. Abrange os bairros Centro, Santa Rosa e Pinheirinho. O abastecimento de
água, este é feito por rede e a região conta com presença de quatro poços

Histórico e características de ocupação

A Microbacia Hidrográfica Pinheirinho/Cachoeira é a mais urbanizada de Vinhedo,


portanto a mais impermeabilizada, principalmente em seus setores central e norte.
É sobre esta microbacia que o núcleo urbano inicial de Vinhedo foi instalado, mais
precisamente entre o interflúvio da Estrada da Boiada e os fundos de vale dos córregos
Cachoeira e Pinheirinho.

Caracterização das principais alterações físico-hidrológicas da microbacia

Em 1962 dos 9,63 km² da microbacia 17,5% possuíam alguma cobertura arbórea,
caracterizadas por grandes manchas isoladas, inclusive próximas do núcleo urbano inicial
(Tabela 19).

Tabela V-19 Evolução das Áreas Permeáveis ou de Baixa Impermeabilização e de Cobertura


Arbórea na Microbacia Hidrográfica Pinheirinho/Cachoeira.

Entre 1962 e 1978, devido à expansão do núcleo urbano, a cobertura vegetal arbórea
tem seu montante reduzido em 11%, sendo que os 6,64% remanescentes em 1978 localizam-se
principalmente ao sul da microbacia.
Entre 1978 e 1994 houve uma recomposição significativa da cobertura arbórea ao sul da
microbacia, o que fez com que em 1994 a cobertura arbórea atingisse praticamente os mesmos
valores em área encontrados em 1962.
Esta recomposição na porção sul pode ser explicada pelo aumento da fiscalização. O
córrego Pinheirinho assim como alguns dos mais importantes tributários do córrego Cachoeira
nasce nesta porção da microbacia.
Em 2012 a redução da cobertura arbórea em relação a 1994 é de apenas 2,2%, dentre os
fatores responsáveis podemos citar a expansão urbana do núcleo central em direção ao sul da
microbacia e a alteração de tamanho verificada em muitas das manchas verdes arborizadas ao
longo das vertentes. Nesse processo as áreas maiores tiveram seu tamanho reduzido, ao mesmo

147
tempo em que novas áreas menores surgiam pontualmente, tanto na parte urbanizada ao sul,
como nas áreas centrais, sendo estas associadas ao paisagismo e arborização de calçadas e
praças.

B
A
C

E
F

Figura V-34 Localização espacial do Condomínio Jardim Paulista I (7), Terras de Vinhedo (22),
Jardim América (10), Vivenda das Vinhas (9), São Miguel (25), Terras de São Francisco I e Terras
de São Francisco II (31/32) e Grape Village (18).

A microbacia apresenta oito loteamentos fechados: a nordeste existem dois loteamentos


fechados médios, o Jardim Paulista I (1985) e o Terras de Vinhedo (2000), na porção central,
mais ao leste, encontram-se dois loteamentos fechados menores, o Jardim América (1992) e o
Vivenda das Vinhas (1991).
Ao sul na área de transição entre a urbanização contínua e descontínua encontra-se o
loteamento fechado São Miguel (2000), e no extremo sul em área de baixa densidade
populacional localizam-se os loteamentos fechados Terras de São Francisco I (2002), Terras de
São Francisco II (2003) e Grape Village (1998).
O Jardim Paulista I foi o primeiro loteamento fechado criado após a instalação, entre
1974 (Marambaia) e 1983 (Chácaras do Lago), dos grandes empreendimentos residenciais
horizontais fechados.
Instalado em uma área de cerca de 0,22 km², o Jardim Paulista I inaugurava um novo
padrão de empreendimentos residenciais horizontais fechados no município. O Jardim Paulista I
possui menos da metade da área existente no Condomínio Vinhas de Vista Alegre – Café, que é
considerado o menor dentre os grandes empreendimentos antigos.
Esse novo padrão de empreendimento gera novas possibilidades para exploração
imobiliária, inclusive em setores mais próximos do núcleo urbano compacto. Este fato pode ser
comprovado ao verificarmos a presença de dois loteamentos fechados localizados em meio ao
núcleo urbano compacto: o Vivenda das Vinhas que foi instalado em 1991 e constitui o menor
empreendimento residencial horizontal fechado de Vinhedo, com apenas uma rua e cerca de 15
residências e o Jardim América, instalado em 1992 em uma área de 70.000 m²
O Jardim Paulista I inaugurou também o novo setor de expansão, para "além da linha do
trem" na porção norte e nordeste do município, mais precisamente sobre a Microbacia
Hidrográfica Juazeiro.
Em 2000, próximo ao muro noroeste do Jardim Paulista I, foi instalado o loteamento
Terras de Vinhedo, ocupando uma área de 0,31 km², sobre uma área que desde 1962 não
possuía sinais de cobertura arbórea, inclusive este é outro ponto de destaque: muitos dos

148
empreendimentos menores instalados após 1985 foram instalados em áreas em não havia
cobertura arbórea, sendo esta recomposta em alguns casos após a instalação dos loteamentos.
A área onde o Terras de Vinhedo foi instalado só vai apresentar área de cobertura
vegetal arbórea na imagem de 2012, ou seja, de 1962 a 1994 a área apresentava-se totalmente
desmatada, assim é grande a possibilidade de que a recomposição tenha ocorrido apenas após a
instalação do empreendimento.
Em 2000, na transição entre a área de urbanização compacta central e a porção sul foi
instalado o loteamento fechado São Miguel. Este empreendimento localiza-se sobre uma das
áreas previstas pelo Plano Diretor de 2007 como de expansão urbana, principalmente pela
proximidade da área com a avenida que dá acesso a Rodovia Anhanguera.
Os demais loteamentos fechados localizam-se na porção menos adensada ao sul da
microbacia, sendo o Grape Village o primeiro loteamento fechado a inaugurar esta área de
expansão em 1998. O Grape Village e os Terras de São Francisco I e II têm como base de
mobilidade o trecho menos explorado da Estrada da Boiada, sentido Louveira.
No loteamento fechado São Miguel a cobertura arbórea encontrada quando da sua
instalação se manteve a mesma até 2012.
No caso do Grape Village, trata-se do caso de instalação de empreendimentos em áreas
desmatadas e sem recomposição até 2012.
Dos loteamentos fechados da porção sul, o caso de maior desmatamento ocorreu nos
loteamentos Terras de São Francisco I e II, criados respectivamente em 2002 e 2003, porém,
sem divisão aparente (nos limites para essa análise dos empreendimentos foram considerados a
conjunção dos loteamentos).
A cobertura arbórea na área onde seriam instalados estes dois loteamentos apresentava
até 1994, 27.000 m², ou seja, 10 % do total da área futura dos dois empreendimentos (0,27 km²),
porém em 2012, pode-se constatar que esse valor se reduz para apenas 10.000 m². Como o vale
do córrego Pinheirinho divide as áreas dos loteamentos mais ou menos ao meio, toda a redução
de cobertura arbórea para implantação dos lotes poderia vir a ampliar o escoamento superficial
em direção ao córrego, no entanto este problema foi antecipado quando da elaboração do
projeto para instalação desses dois empreendimentos, pois três reservatórios de amortecimento
foram construídos em 2003 no intuito de reduzir a vazão à jusante.
Os loteamentos fechados Terras de São Francisco e o Grape Village localizam-se
justamente na cabeceira de drenagem do córrego Pinheirinho, os Terras de São Francisco
ocupam as duas vertentes que compõe o vale do córrego, enquanto o Grape Village se prolonga
a montante apenas pela vertente da margem esquerda.
Por sua posição, o loteamento Grape Village ocupa essencialmente o divisor de águas
para a área da nascente do córrego Pinheirinho, assim quase todo o escoamento superficial do
loteamento é direcionado para os primeiros metros de desenvolvimento do córrego, sendo o
fluxo amortecido logo em seguida pelos reservatórios dentro do Terras de São Francisco. Parte
desse escoamento segue para Microbacia Hidrográfica Água do Buracão.
A nascente do córrego Pinheirinho, assim como de seus tributários de alto curso,
localiza-se sobre a transição entre os Morrotes e Morros que compõe a Microbacia Hidrográfica
Água do Buracão.
Já as Colinas e Morrotes localizam-se do médio curso do córrego Pinheirinho até a
divisa com Valinhos, o mesmo ocorrendo com os tributários do córrego Cachoeira nesta porção
da microbacia. É importante frisar que a nascente do córrego Cachoeira localiza-se na
Microbacia Hidrográfica Paciência/Cristo.
Dessa forma, em termos gerais, as maiores declividades da microbacia variam entre
15% e 20% nas áreas localizadas ao sul da microbacia, sendo que todas as demais vertentes dos
vales que cortam a área urbana contínua de Vinhedo possuem declividade baixa, por volta de
10% com comprimento de vertente variando de 200 a até 1000m de comprimento o que
caracteriza a microbacia como a mais apta à urbanização.
Todos os compartimentos estruturantes da paisagem localizados ao norte e no centro da
microbacia são ocupados pela urbanização adensada, ou seja, são altamente impermeabilizados.
Em termos de microbacia hidrográfica, a impermeabilização atinge os 49% em 2012, só não
sendo maior pelo fato da porção sul não ter sido ainda totalmente urbanizada.

149
Considerando apenas a área de urbanização contínua na região central do município e
que extravasa para outras microbacias, podemos constatar um gradativo aumento de áreas
permeáveis em km², chegando a 2012 aos 4,48 km², porém em porcentagem os valores variam
pouco, uma vez que a área de urbanização compacta aumenta consideravelmente entre os
períodos analisados, 1,65 km² em 1962 para 10,23 km² em 2012, o mesmo ocorrendo para os
dados de cobertura arbórea.
Assim, as porcentagens de áreas permeáveis e de cobertura arbórea são muito baixas em
relação ao tamanho total da área urbana adensada da região central de Vinhedo, e que
compreende quase que a totalidade da Microbacia Hidrográfica Pinheirinho/Cachoeira.
Neste contexto, os loteamentos fechados Vivenda das Vinhas e Jardim América
direcionam seu escoamento superficial para tributários do córrego Pinheirinho, no caso do
Jardim América e as áreas do entorno adensado, o escoamento é direcionado para um tributário
canalizado que deságua em dois reservatórios de contenção, localizados quase na confluência do
tributário com o córrego Pinheirinho.
Já no caso do Vivenda das Vinhas e das áreas urbanizadas de entorno, o fluxo é
transferido diretamente para o córrego Barra Funda, tributário do Pinheirinho, canalizado em
2012.
Mediante a densidade de urbanização nesta porção da microbacia, torna-se impossível a
análise específica das possíveis influências desses dois loteamentos sobre os compartimentos
estruturantes receptores, como nos casos anteriores. Dessa forma, a análise tem de seguir a
noção de impermeabilização da área urbanizada como um todo. Porém, podemos afirmar que o
Jardim América apresenta a maior área de cobertura arbórea contínua e a segunda maior área
permeável da vertente ao qual foi instalado (a primeira consiste na área gramada do cemitério
municipal, localizada ao lado do loteamento).
Segundo o relatório técnico do IPT sobre as áreas de médio e alto risco a inundação e
deslizamento em Vinhedo, a drenagem no local do Córrego Barra Funda, é natural, retilínea e
encontra-se assoreada. O canal possui cerca de 5m de largura (máxima) e margens de 2,5m de
altura. As moradias e os comércios ocupam tanto a margem direita como a margem esquerda do
córrego. Segundo informações da COMDEC, a inundação pode ultrapassar 0,5m de altura, com
raio de alcance superior a 30 m, ocorrendo de forma rápida. Atualmente uma menor área é
atingida pela inundação visto que, desde a realização das obras em parte da área, a montante, na
confluência do Córrego Primavera com o Córrego Barra Funda, não ocorreram inundações neste
trecho (IPT, 2013, p.49). Este trecho do relatório se refere à confluência entre o córrego Barra
Funda e o córrego Pinheirinho (também canalizado), mais precisamente às margens da Avenida
Antonio Barbosa até sua confluência com o córrego Cachoeira, sendo o córrego Primavera, o
principal responsável pela drenagem natural dos fluxos de água advindos do loteamento fechado
São Miguel e seu entorno.
Percebe-se nesse caso que o principal fator estimulante dos impactos, derivados da
dinâmica hídrica alterada, advém da impermeabilização dos solos em compartimentos
estruturantes, indutores e de passagem. A cada nova obra sobre a vertente torna-se menor a
capacidade de infiltração de água, consequentemente mais rápido e concentrado torna-se o
escoamento superficial, assim novas obras de infraestrutura têm de serem realizadas para
solucionar ou mitigar os problemas causados pelas águas em áreas densamente urbanizadas
(normalmente canalização e rebaixamento de leito). A partir desta premissa, pode-se
prognosticar para esta área da microbacia, um cenário problemático.
De acordo com o Plano Diretor de 2007, as porções centro/sul e sul da microbacia são
classificadas como Zona de Expansão Urbana I e Zona de Expansão Urbana II. Nos dois casos
têm-se como objetivos a ocupação dos vazios urbanos, a abertura de novas áreas de expansão
para novos loteamentos, criando novas centralidades e espaços públicos.
Dessa forma, caso a expansão realmente ocorra, todos os problemas citados podem vir a
se ampliar e as obras realizadas terão de ser adaptadas, caso não tenham sido dimensionadas de
acordo com essa nova perspectiva de expansão.
Outro ponto importante de análise remete aos dois loteamentos fechados localizados na
porção nordeste da microbacia. O escoamento, tanto do Jardim Paulista I como do Terras de
Vinhedo e áreas do entorno, é direcionado diretamente para o córrego Cachoeira, que possui sua

150
drenagem toda canalizada. Logo em frente à portaria do Terras de Vinhedo tem-se a confluência
entre os córregos Cachoeira e Pinheirinho, esta junção é canalizada em uma curva acentuada
que reduz a possibilidade de vazão do canal, a medida que, em períodos de chuvas intensas,
todo o escoamento superficial das áreas densamente ocupadas nas vertentes de leste e oeste da
microbacia seguem para estes dois compartimentos estruturantes receptores. O volume de água
tende a se ampliar significativamente, podendo, portanto estender os casos de enchentes
registrados ao longo da Avenida Antonio Barbosa para além deste ponto de confluência.
No entorno do loteamento fechado Terras de Vinhedo a área é classificada como Zona
de Desenvolvimento Diversificado I (ZDD1). A ZDD1 tem como objetivo promover a ocupação
dos vazios urbanos, otimizando a infraestrutura existente com média densidade, ou seja, seus
objetivos são os mesmos da ZEU2.
A parte diversificada do zoneamento fica por conta da viabilização de novas áreas para
desadensamento das moradias populares inadequadas, regularização e urbanização dos
assentamentos precários existentes, e que estão localizados especificamente ao norte do
loteamento fechado e em todo baixo curso do córrego Cachoeira sentido Valinhos.
Incluem-se nesse planejamento os bairros João XXIII, Vila Pompéia e Jardim São
Mateus. A questão nesse caso está voltada mais a reorganização do que de expansão.
Outro problema é que o loteamento fechado Terras de Vinhedo localiza-se as margens
de um talude de corte muito íngreme as margens do córrego Cachoeira. No relatório do IPT este
ponto não é delimitado como área de risco, porém é importante destacar que o relatório delimita
apenas as áreas de risco alto e muito alto para deslizamentos e enchentes, em uma perspectiva
de intervenção imediata. Assim, ao analisarmos a situação atual deste talude considerando a
perspectiva de expansão urbana da porção nordeste da microbacia, podemos alertar para uma
futura área de risco.
Este talude de corte apresenta sinais de evolução erosiva em sulcos e com características
regressivas, podendo gerar escorregamentos à medida que a parede do talude tornar-se mais
íngreme, configurando, portanto, uma área de atenção, principalmente por seu topo estar
ocupado por residências.
Em trabalho de levantamento físico-hídrico de Vinhedo, para essa microbacia, Elo
Ambiental (2011) indica a seguinte situação de uso do solo mapeado para o ano de 2011 e
também um comparativo entre estas áreas e as áreas mapeadas no Plano Diretor de Vinhedo
(2006).

151
Tabela V-20 Grau de preservação e Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica (A) e Grau de Conservação e Uso
das APPs (B).

Em 2007, no projeto Vinhedo Sustentável Meta II - Jovens em Ação a Elo Ambiental


(2007) percorreu todas as microbacias e sub-microbacias do município realizando observações
dos recursos hídricos. Os parâmetros avaliados foram: Estado de Conservação da cobertura
vegetal arbórea da APP dos corpos d’água, Aspecto Visual da Água e Uso e Ocupação do
Entorno. Para a microbacia do Cachoeira/Pinheirinho, graficamente, os resultados obtidos foram
de acordo com o apresentado na figura 35.

152
Figura V-35 Diagnóstico de campo dos parâmetros Estado de Conservação da cobertura vegetal
arbórea da APP dos corpos d’água, Aspecto Visual da Água e Uso e Ocupação do Entorno.

Concluindo a diagnose do estado de preservação dos recursos hídricos de Vinhedo, Elo


Ambiental (2007) relaciona, por microbacia, os principais impactos ambientais detectados,
recomendações, adequações e resultados iniciais deste projeto. Para a Microbacia do
Cachoeira/Pinheirinho, de acordo com os pontos assinalados na figura abaixo, os principais
impactos são:

Figura V-36 Impactos detectados e suas localizações (Elo Ambiental, 2007).

153
Tabela V-21 Relação de impactos detectados na Microbacia (Elo Ambiental, 2007).

RECOMENDAÇÕES DA CÂMARA DE VEREADORES

No Trabalho executado pela Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica,


Relatório Final, (2015), a Câmara de Vereadores de Vinhedo, Para a Microbacia do Capivari
recomenda:

 Garantir o reflorestamento e a recuperação das áreas de recarga das atuais represas (I, II e
III) e das futuras, com as respectivas áreas de recarga;

154
MICROBACIA HIDROGRÁFICA - ÁGUA DO BURACÃO

Segundo Relatório Técnico Final da Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica,


da Câmara Municipal de Vinhedo (2015), a Sub-bacia Buracão está inserida em uma região
basicamente rural, contando com a presença de chácaras, pequenas propriedades agrícolas e a
Fazenda Monte Alegre (tem contribuição para as represas 1, 2 e 3, Buracão/Paiol Velho e sub-
bacia do Iguatemi).
Tem como principal curso de água o córrego do Buracão e o abastecimento é feito por
rede.

Histórico e características de ocupação

No entanto, a área de modo geral é pouco urbanizada, sendo ocupada principalmente


por chácaras de recreio e pequenas propriedades agrícolas. Recentemente, algumas indústrias e
loteamentos residências também foram instalados na microbacia, porém, como foram
concebidos em um padrão disperso de ocupação, estes têm favorecido a preservação da
cobertura vegetal arbórea de modo geral.

Caracterização das principais alterações físico-hidrológicas da microbacia

Também conhecida como Água do Buracão, a Microbacia Hidrográfica Água do


Buracão é delimitada por formas de relevo do tipo Morrotes e Morros, portanto sua declividade
varia entre 15 e 20% em sua porção leste, atingindo valores superiores a 45% em sua porção
oeste. Portanto a suscetibilidade a problemas ambientais, derivados da ocupação urbana,
aumenta no sentido oeste.
Apesar das perdas entre 1978 e 1994, pode-se verificar que em 2012 a cobertura vegetal
arbórea atingiu quase os mesmos valores registrados em 1962, por volta de 44% (Tabela 22).

Tabela V-22 Evolução das Áreas Permeáveis ou de Baixa Impermeabilização e de Cobertura


Arbórea na Microbacia Hidrográfica Água do Buracão.

A permeabilidade da microbacia também é excelente, chegando a 94% em 2012, porém,


este é o único ano em que o mapeamento registra valores de permeabilidade inferiores aos 99%.
Este fato pode ser explicado pela perda de áreas da planície de inundação do córrego Água do

155
Buracão, tanto para indústria como para a expansão urbana residencial, que vem adentrando o
interflúvio que divide esta microbacia da Microbacia Hidrográfica Pinheirinho/Cachoeira a
noroeste.
Somado a isso, tem-se a inauguração em 2010 do loteamento fechado Campos de
Toscana.
O loteamento fechado Campos de Toscana possui uma área de 0,92 km², sendo que
75% encontra-se sobre a Microbacia Hidrográfica Água do Buracão, 15% sobre a Microbacia
Hidrográfica Paciência/Cristo e 10% sobre a Microbacia Hidrográfica Pinheirinho/Cachoeira,
portanto o empreendimento localiza-se sobre um importante compartimento estruturante indutor
de processos em Vinhedo.
É interessante destacar que dos 0,094 km² de cobertura arbórea existentes na área onde
seriam erguidos seus muros, cerca de 32 % foram removidos até 1994, restando cerca de
30000m²; em 2012 este valor sobe para 44000m².
Sendo assim pode-se constatar que a empresa responsável pelo empreendimento tem
tomado medidas para recuperação da área, e dentro dos parâmetros possíveis tem também
buscado a valorização do loteamento através do verde, no entanto, como o loteamento já possui
toda sua infraestrutura instalada, os valores de cobertura arbórea dificilmente chegaram ao
montante de vegetação arbórea registrado até 1978.
Por ser recente e possuir poucas casas a área do loteamento fechado é quase totalmente
permeável (82%).
No entanto este loteamento apresenta-se irregular perante as diretrizes estipuladas pelo
zoneamento urbano de Vinhedo.
O Campos de Toscana foi instalado quase que em sua totalidade sobre a ZCA Leste,
sendo sua porção sul instalada sobre a Zona de Interesse Turístico (ZIT) pertencente a
Microbacia Hidrográfica Água do Buracão, mas cabe ressaltar que suas diretrizes para
implantação são anteriores ao Plano Diretor Participativo de Vinhedo vigente, desta forma tendo
sua implantação regular pela lei à época.
Entretanto, a instalação do loteamento desencadeou problemas ambientais de cunho
hídrico através da ocupação e impermeabilização do interflúvio, podendo afetar, por
conseguinte, os compartimentos receptores de baixa vertente das microbacias hidrográficas
Paciência/Cristo e Pinheirinho/Cachoeira, mananciais de abastecimento em Vinhedo.
Em trabalho de levantamento físico-hídrico de Vinhedo, para essa microbacia, Elo
Ambiental (2011) indica a seguinte situação de uso do solo mapeado para o ano de 2011 e
também um comparativo entre estas áreas e as áreas mapeadas no Plano Diretor de Vinhedo
(2006).

156
Tabela V-23 Grau de preservação e Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica (A) e Grau de Conservação e Uso
das APPs (B).
Mapeamento (2011)
Mapeamento (2006)
Incremento

Em 2007, no projeto Vinhedo Sustentável Meta II - Jovens em Ação a Elo Ambiental


(2007) percorreu todas as microbacias e sub-microbacias do município realizando observações
dos recursos hídricos. Os parâmetros avaliados foram: Estado de Conservação da cobertura
vegetal arbórea da APP dos corpos d’água, Aspecto Visual da Água e Uso e Ocupação do
Entorno. Para a microbacia do Água do Buracão, graficamente, os resultados obtidos foram de
acordo com o apresentado na figura 37.

157
Figura V-37 Diagnóstico de campo dos parâmetros Estado de Conservação da cobertura vegetal
arbórea da APP dos corpos d’água, Aspecto Visual da Água e Uso e Ocupação do Entorno.

Concluindo a diagnose do estado de preservação dos recursos hídricos de Vinhedo, Elo


Ambiental (2007) relaciona, por microbacia, os principais impactos ambientais detectados,
recomendações, adequações e resultados iniciais deste projeto. Para a Microbacia do Água do
Buracão, de acordo com os pontos assinalados na figura abaixo, os principais impactos são:

Figura V-38 Impactos detectados e suas localizações (Elo Ambiental, 2007).

158
Tabela V-24 Relação de impactos detectados na Microbacia (Elo Ambiental, 2007).

159
II. BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO CAPIVARI

MICROBACIA HIDROGRÁFICA - MARAMBAIA

Segundo Relatório Técnico Final da Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica,


da Câmara Municipal de Vinhedo (2015) a Sub-bacia Marambaia está presente em uma região
com ocupação predominante de residências, chácaras de veraneio e áreas verdes e de lazer. O
abastecimento de água provém predominantemente da Estação de Tratamento de Água (ETA I).
Os pequenos cursos d’água dessa sub-bacia deságuam no Rio Capivari.

Histórico e características de ocupação

Em 1962, a Microbacia Hidrográfica do córrego Marambaia apresentava características


totalmente rurais, sendo constituída principalmente por pequenos sítios alocados ao redor da
Fazenda Marambaia. Neste período, a microbacia como um todo apresentava apenas algumas
manchas de cobertura vegetal arbórea, distribuídas de forma irregular sobre as vertentes.
É importante destacar que nessa época as premissas relacionadas à preservação
sistêmica do ambiente ainda eram recentes. É importante destacar que a maioria das microbacias
hidrográficas de Vinhedo teve sua cobertura arbórea reduzida entre 1962 e 1978.
A partir daí, verificando os mapas evolutivos de cobertura arbórea, percebe-se que
muitas manchas verdes dispersas desaparecem até 1978 ao mesmo tempo em que novas surgem
às margens dos córregos, nas nascentes e nas áreas de preservação permanente em 1994.
Um importante ponto de destaque no processo de ocupação posterior a esta fase
essencialmente rural (não só para esta microbacia hidrográfica, mas para todo o município) se
dá pelo papel adquirido pela Fazenda Marambaia nos anos seguintes. A Fazenda Marambaia
compunha uma área de cerca 200 alqueires.
Com sua decadência, a prefeitura apodera-se de uma parte das terras da fazenda (porção
correspondente hoje ao Parque Municipal Jayme Ferragutti). O restante das terras destinou-se à
aquisição de particulares. Em 1973 houve a venda de lotes residenciais, havendo inclusive a
doação de 150000 m² da fazenda para a construção do clube Banespa.
Em 1974 a Fazenda Marambaia foi fechada e passou a ser loteada efetivamente,
constituindo assim, o primeiro empreendimento residencial horizontal fechado em Vinhedo: o
Condomínio Estância Marambaia. Sua área murada enclausurou 76% da área da microbacia
hidrográfica a qual se insere.

Caracterização das principais alterações físico-hidrológicas da microbacia

Se entre 1962 e 1978, houve uma pequena redução de cobertura vegetal arbórea na área
referente ao Condomínio, a partir da década de 1980 o quadro de preservação começava a se
inverter, chegando ao ano de 1994 com valores superiores aos de 1962, tanto para a microbacia
(23,4%) quanto para a área do condomínio (18,8%). É importante destacar que em proporção de
área, a vegetação arbórea dentro do condomínio em 1994 (0,44 km²) correspondia à metade de
toda a microbacia (0,88 km²).

160
Figura V-39 Localização espacial do Condomínio Estância Marambaia (1).

Essa inversão se deu pela valorização do verde interno ao condomínio, considerada


como parte estratégica do marketing na venda dos lotes, e segundo pela fiscalização mais rígida
inserida a partir do Código Florestal de 1965 (este fato será recorrente nos maiores e mais
antigos empreendimentos residenciais horizontais fechados), como será possível verificar na
análise das próximas microbacias hidrográficas.
Entre 1994 e 2012 a cobertura vegetal arbórea na microbacia obteve um pequeno
aumento na porção externa aos muros do condomínio, cerca de 0,8%, internamente manteve-se
a mesma área de cobertura arbórea. A tabela abaixo aponta a evolução das áreas permeáveis ou
de baixa impermeabilização e da cobertura arbórea na microbacia Hidrográfica do Marambaia.

Tabela V-25 Evolução das Áreas Permeáveis ou de Baixa Impermeabilização e de Cobertura


Arbórea na Microbacia Hidrográfica Marambaia.

No que diz respeito à impermeabilização dos solos, pode se dizer que entre 1962 e 1978
praticamente toda a área da microbacia, apresentava-se permeável. Em 1962 esta
permeabilidade se associava as áreas agrícolas, principalmente na Fazenda Marambaia,
composta basicamente por pastagens. Em 1978 a alta permeabilidade se associava a pequena
ocupação da área do condomínio.
Em 1994 a permeabilidade da microbacia sofreu uma redução de 67,5%, chegando ao
ano de 2012 aos 45%. Isso se deu em grande parte pelo aumento da área impermeável do
condomínio, que entre 1978 e 1994 chegou a 52% e entre 1994 e 2012 a 57%.
Nota-se assim que apesar de ter ocorrido uma redução significativa da área permeável
interna ao condomínio, sua cobertura arbórea se manteve, principalmente nos fundos de vale e
áreas de nascente.
A microbacia hidrográfica do córrego Marambaia localiza-se essencialmente sobre o
domínio das Colinas pequenas. Portanto, de forma geral, a microbacia apresenta menor

161
suscetibilidade aos processos erosivos devido às baixas declividades verificadas, entre 10 e 15%
e vertente longas que variam entre 200 e 1000m, favorecendo, portanto, a ocupação, tanto
agrícola, no período anterior a instalação do condomínio, como urbana após sua instalação.
Em relação aos compartimentos estruturantes da paisagem, verifica-se que a cobertura
vegetal arbórea que mais se altera no decorrer do período localiza-se justamente nas linhas de
cumeeira que delimitam a microbacia hidrográfica com as chamadas Matas de Topo de Morro.
Em 1962 os divisores de água da porção sul, sudeste, sudoeste e norte da microbacia
apresentavam-se bem preservados, porém esta cobertura arbórea quase desaparece na foto área
de 1978, apenas a porção sudoeste na divisa com a microbacia hidrográfica do rio Capivari
mantinha-se arborizada. Em 1994, momento em que o quadro geral se altera através do aumento
da cobertura arbórea na microbacia, percebe-se que o padrão de distribuição também se altera,
apesar do aumento, não se nota (com exceção da porção norte e noroeste da microbacia) a
recomposição efetiva da cobertura arbórea dos interflúvios. As porções norte e noroeste se
destacavam como exceção por possuírem propriedades rurais, granjas e parreirais de uva, nestes
casos a recomposição da cobertura arbórea no interflúvio teve como função principal a redução
do impacto advindo dos ventos de norte.
Entre 1994 e 2012 pequenas manchas verdes se ampliaram por todos os compartimentos
em detrimento das grandes massas contínuas de cobertura arbórea.
No que diz respeito à impermeabilização, notou-se que dentro do condomínio o
tamanho dos lotes (1000 m²) tem influência direta sobre a quantidade de áreas gramadas nas
residências, fato que favorece a infiltração em todos os compartimentos estruturantes. Na área
externa, a impermeabilização dos solos se deu principalmente através da criação de ruas e
avenidas nos interflúvios. A porção nordeste, externa aos muros, sempre se apresentou como a
mais impermeabilizada da microbacia.
Este quadro demonstra que as intervenções no tempo passaram a ser pontuais,
priorizando a recomposição arbórea dos compartimentos receptores de processos, ou de
passagem, que possuíam preferencialmente nascentes. Em contrapartida, os interflúvios
anteriormente arborizados, cederam espaço para a infraestrutura viária e urbanização densa
(porção nordeste da microbacia).
É importante destacar também que a drenagem interna ao condomínio teve seu fluxo
amortizado por represas, que servem tanto como reservatórios de contenção para redução da
vazão a jusante, como para a valorização estética do empreendimento.
Apesar da preservação dos compartimentos estruturantes de passagem e receptores, a
impermeabilização dos divisores de água dessa microbacia podem vir a gerar e transmitir
processos erosivos importantes para os fundos de vale, principalmente se novos loteamentos
forem implantados nas áreas agrícolas de norte e noroeste.
Segundo o Plano Diretor de 2007, estas áreas agrícolas se inserem sobre a Zona de
Desenvolvimento Diversificado 3 (ZDD3), que dentre seus objetivos destaca o direcionamento
da ocupação para equipamentos de pequeno, médio e grande porte, além de permitir a
verticalização de até quatro pavimentos, ou seja, a área classifica-se como de expansão urbana,
no planejamento municipal. Porém, ao mesmo tempo em que fazem parte da ZDD3, as
propriedades rurais desta área são consideradas como Zonas de Especial Interesse Agrícola
(ZEIA), dessa forma, caso os proprietários confirmem o interesse em demarcá-las como tais
comprovando sua produtividade, estas não poderão ser parceladas em lotes.
Em trabalho de levantamento físico-hídrico de Vinhedo, para essa microbacia, Elo
Ambiental (2011) indica a seguinte situação de uso do solo mapeado para o ano de 2011 e
também um comparativo entre estas áreas e as áreas mapeadas no Plano Diretor de Vinhedo
(2006).

162
Tabela V-26 Grau de preservação e Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica (A) e Grau de Conservação e Uso das
APPs (B).

Em 2007, no projeto Vinhedo Sustentável Meta II - Jovens em Ação a Elo Ambiental


(2007) percorreu todas as microbacias e sub-microbacias do município realizando observações
dos recursos hídricos. Os parâmetros avaliados foram: Estado de Conservação da cobertura
vegetal arbórea da APP dos corpos d’água, Aspecto Visual da Água e Uso e Ocupação do
Entorno. Para a microbacia do Marambaia, graficamente, os resultados obtidos foram de acordo
com o apresentado na figura 40.

163
Figura V-40 Diagnóstico de campo dos parâmetros Estado de Conservação da cobertura vegetal
arbórea da APP dos corpos d’água, Aspecto Visual da Água e Uso e Ocupação do Entorno.
.
Concluindo a diagnose do estado de preservação dos recursos hídricos de Vinhedo, Elo
Ambiental (2007) relaciona, por microbacia, os principais impactos ambientais detectados,
recomendações, adequações e resultados iniciais deste projeto. Para a Microbacia do
Marambaia, de acordo com os pontos assinalados na figura abaixo, não foram detectados
impactos.

Figura V-41 Impactos detectados e suas localizações (Elo Ambiental, 2007).

164
RECOMENDAÇÕES DA CÂMARA DE VEREADORES

No Trabalho executado pela Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica,


Relatório Final, (2015), a Câmara de Vereadores de Vinhedo, Para a Microbacia do Capivari
recomenda:

Microbacia do Capivari

 Demarcar e reflorestar toda a área de entorno do Córrego Xoxó, dentro da Zona de


Desenvolvimento Industrial (ZDI), recuperando a APP e as áreas de recarga;
 Uma vez que as nascentes do entorno do Córrego Xoxó foram, na maior parte, soterradas
com o avanço do Distrito Industrial e que as poucas que restam correm sério risco de
desaparecer, promover o efetivo controle sobre a movimentação de terras e implementação
de novos empreendimentos. Considera-se que as áreas de recarga foram assoreadas sendo,
portanto, necessária uma intervenção urgente no local;
 Existem diversos pontos não cumpridos como o Parque Linear do Capivari, Programa
Ambientais previstos no artigo 232, cujos objetivos são garantir a produção de água e a
qualidade de vida (Reflorestamento Ciliar, Combate aos Incêndios Florestais e/ou Áreas
com Manejos Agrários, Extensão Rural, Aprimoramento do Sistema de Abastecimento
Alimentar, Conservação dos Solos e Recursos Hídricos e Valorização do Pedestre e do
Ciclista);
 Apoiar a Criação de Áreas de Proteção e Recuperação de Mananciais – APRMs (Lei
estadual 9.866/97) na microbacia do Capivari – Estudo da Faculdade de Engenharia
Ambiental e do Centro de Ciências Exatas, Ambientais e de Tecnologias da Pontifícia
Universidade Católica de Campinas PUCCAMP) de outubro de 2010;
 Colocar em prática o pagamento por serviços ambientais (PSA);
 Uma vez que as indústrias do Distrito Industrial estão, na sua maioria, sendo abastecidas por
poços que estão secando considera ser um fato preocupante para sustentabilidade de
Vinhedo (o planejamento feito pela SANEBAVI é de substituição gradativa por
abastecimento que será realizado pela ETA III – São Joaquim);
 Mais estudos sobre a Captação no Córrego do Barreiro. Informa que a avaliação realizada há
alguns anos indicou um custo muito alto, além de ser um afluente do Rio Capivari (sendo,
portanto, a mesma outorga) e, há uma potencial disputa pela outorga da Bacia do Rainha
com o município de Louveira.

165
MICROBACIA HIDROGRÁFICA - SÃO BENTO/CAPELA

Segundo Relatório Técnico Final da Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica,


da Câmara Municipal de Vinhedo (2015), a Sub-bacia São Bento/ Capela possui uso misto
tendo grandes áreas com moradias, muitas indústrias, loteamentos fechados e propriedades
agrícolas.

Histórico e características de ocupação

A Microbacia Hidrográfica São Bento/Capela localiza-se a sudoeste da Microbacia


Hidrográfica Sterzeck e a norte/noroeste da Microbacia Hidrográfica Marambaia, tendo o
município de Valinhos como limite norte. Seu limite nordeste acompanha quase que
perfeitamente o contorno da Estrada da Boiada.
Seu processo de ocupação urbana iniciou-se apenas a partir da década de 1970. No
período anterior houve predominância de características rurais.
Em 1977 foi instalada a segunda metade do Condomínio Vinhas de Vista Alegre, na
margem oeste da Estrada da Boiada, denominada Café. Entre 1962 e 2012, o condomínio
manteve a mesma quantidade de cobertura vegetal arbórea, porém reduzindo alguns pontos e
ampliando outros em porcentagens relativamente pequenas. Esta porção do condomínio
apresentava um total de quase 9% de cobertura vegetal arbórea interna, em uma área menor que
o Vinhas de Vista Alegre - Sede, 0,45km².
Ao analisar os demais loteamentos fechados surgidos nas décadas seguintes (Il Paradiso
(1996) e Bosque das Araras (2000)), notou-se que as áreas escolhidas não possuíam sinais de
cobertura vegetal arbórea desde 1962. No caso do Bosque das Araras podemos constatar que
sua instalação ocorreu em meio a uma grande clareira, alocada em meio a uma área bem
preservada.

Figura V-42 Localização espacial do Condomínio Vinhas de Vista Alegre – Café (3), Il Paradiso
(15) e Bosque das Araras (26).

166
Neste contexto, o único avanço constatado em termos de preservação só ocorre no ano
de 2012, no loteamento fechado Il Paradiso, e ainda assim correspondendo apenas a 2,5% da
área total interna ao empreendimento.

Caracterização das principais alterações físico-hidrológicas da microbacia

Em síntese, a microbacia apresenta-se bem preservada em sua porção leste, inclusive


apresentando aspectos de um "cinturão verde", formado por APPs e que isola os três
empreendimentos.
Em geral a área de cobertura arbórea na microbacia sofreu uma redução de 11,78%
entre 1962 e 1978, mas não nas áreas onde seriam implantados os empreendimentos residenciais
fechados. A principal redução se dá nas áreas agrícolas localizadas na divisa com Valinhos e nas
áreas próximas a Estrada da Capela (principal via de acesso para o bairro Capela) a partir da
década de 1980 (Tabela 27).

Tabela V-27 Evolução das Áreas Permeáveis ou de Baixa Impermeabilização e de Cobertura


Arbórea na Microbacia Hidrográfica São Bento/Capela.

Entre 1978 e 1994, a cobertura vegetal arbórea na microbacia se ampliou, atingindo


28,5% em 1994, fato explicado pela reconstituição da vegetação das nascentes, fundos de vale e
das áreas mais dissecadas do relevo na área do "cinturão verde" a leste e nas áreas não
urbanizadas ao norte.
Nesse mesmo período consolidou-se a instalação do bairro Capela, localizado na
margem oeste da Rodovia Anhanguera e da microbacia.
Apresentando características de bairro popular, a região do bairro Capela se ampliou de
forma a constituir a segunda maior área de urbanização contínua do município, anexando
inclusive bairros do lado leste da Rodovia Anhanguera, porém, no período de sua instalação,
que se inicia no final da década de 1970, a área já se apresentava degradada em termos de
desmatamento, não tendo sido muito alterada no sentido de ampliação ou redução dos
remanescentes arbóreos.
No que se refere à impermeabilização da microbacia, em 2012, houve uma situação
semelhante no que se refere à porção leste composta pelos empreendimentos Vinhas de Vista
Alegre - Café, Il Paradiso e Bosque das Araras, que apresentam respectivamente 83%, 50% e
34% de suas áreas impermeabilizadas, e a porção oeste no qual o adensamento urbano do bairro
Capela e seu entorno impermeabilizam cerca de 55% da área.
Apesar da alta impermeabilização, a preservação da cobertura arbórea na porção leste,
fora dos empreendimentos residenciais horizontais fechados, é muito maior que a da porção
oeste, chegando a 1,53k m² do total de cobertura arbórea para a microbacia em 2012, enquanto a

167
região do bairro Capela apresentava apenas 0,3 km², o que correspondia respectivamente a
81,8% e 16% da cobertura arbórea existente na microbacia fazer as contas.

A Microbacia Hidrográfica São Bento/Capela se insere sobre duas classes de relevo: os


Morrotes, que compreendem toda a porção a leste da Rodovia Anhanguera e o norte da
microbacia, e as Colinas permeadas por Morrotes localizadas na porção oeste da rodovia, local
sobre o qual foi instalado o núcleo inicial do bairro Capela.
A dinâmica hídrica das Colinas apresenta-se condicionada as áreas de ocupação
efetivadas sobre os Morrotes, mais altos e que apresentam vertentes mais dissecadas. Dessa
forma, as Colinas nesta microbacia caracterizam-se predominantemente como compartimentos
estruturantes de passagem ou receptores de processos oriundos da ocupação dos Morrotes.
Porém, é importante frisar que entre 1980 e 1994, as vertentes extensas das Colinas ocupadas
pela urbanização do bairro Capela se enquadravam como compartimentos estruturantes
essencialmente indutores de processos, transferindo os materiais erodidos pela exposição dos
solos para os córregos tributários do rio Capivari, ampliando o assoreamento. Nesse período, os
Morrotes que margeiam as Colinas pequenas apresentavam-se ocupados pelas atividades
agrícolas, que apesar de possuírem baixa composição vegetal arbórea, apresentavam extensas
áreas permeáveis de gramíneas.
Entre 1994 e 2012 a ocupação efetiva dos Morrotes amplia gradativamente a
impermeabilização e o escoamento superficial, causando uma série de inundações no bairro.
Com base nessa situação, a prefeitura executou entre 2012 e 2013 uma série de obras de
canalização de caráter emergencial nos córregos Capela e Sitinho, afluentes do rio Capivari.
No relatório técnico do IPT sobre as áreas de alto e muito alto risco a deslizamentos e
inundações em Vinhedo esta área não foi incluída, justamente pela execução das obras.
Ressalta-se que outras áreas foram visitadas durante os trabalhos, mas estas não se
encontram neste relatório por seu risco foi erradicado, como no caso do bairro Capela, onde a
prefeitura realizou intervenções no córrego, evitando as inundações que constantemente
atingiam o bairro (IPT, 2013, p.56).
Na porção leste da Rodovia Anhanguera, totalmente inserida sobre o domínio dos
Morrotes a situação é diferente, tanto no que se refere à preservação da cobertura arbórea a
quantidade de áreas permeáveis como pela presença de reservatórios de contenção para
amortecimento do escoamento superficial.
A Estrada da Boiada, que limita a microbacia a leste, não possuía cobertura vegetal
arbórea significativa em 1962, porém os compartimentos de passagem de processos e receptores
nos fundos de vale apresentavam-se bem preservados, inclusive tendo sido ampliados nas
décadas seguintes.
Todas as áreas de cobertura arbórea nessa região são demarcadas pelo Plano Diretor de
Vinhedo (2007) como APPs, inclusive, dentro do Condomínio Vinhas de Vista Alegre – Café
há uma área de cobertura arbórea bem extensa e que cobre todo o compartimento de passagem
da vertente. Mesmo com o amortecimento realizado pelas copas das árvores, ainda existe um
grande reservatório de contenção no fundo do vale.
É importante destacar que todo o fundo de vale que cruza a área central do condomínio
é arborizado e possui boa permeabilidade. Internamente existem ainda três reservatórios de
contenção, voltados à redução do escoamento superficial derivado das áreas impermeabilizadas
as margens da Estrada da Boiada.
Os outros dois empreendimentos residenciais fechados estão instalados sobre condições
de permeabilidade, porém como já frisado com nada ou quase nada de cobertura arbórea interna.
O loteamento fechado Il Paradiso divide seu muro leste e sul com o Vinhas de Vista
Alegre - Café. Na parte externa de seu muro norte encontra-se três reservatórios de
amortecimento para as águas pluviais. É importante frisar que ao analisarmos estes reservatórios
através de imagens mais recentes, temos a impressão de que eles foram instalados em meio as
APPs, porém esta não é a realidade, pois não existia cobertura vegetal arbórea nesta área da
microbacia (ao menos até 1994), inclusive segundo o Plano Diretor de 2007, esta área é
demarcada como alvo para o reflorestamento e integração as APPs já existentes.

168
Na foto aérea de 1994 apenas o maior dos três reservatórios existia, sendo os demais
criados justamente para evitar os possíveis problemas oriundos da impermeabilização do solo
no loteamento Il Paradiso, que foi aprovado e fechado.
A área onde foi instalado o loteamento fechado Bosque das Araras, apresentava em
1994 outra atividade, que não a residencial. Entre 1962 e 1978 existe na área apenas uma
extensa clareira gramada.
O Bosque das Araras tem sua portaria localizada no divisor de águas norte da
Microbacia Hidrográfica São Bento/Capela, apresentando declividade que variam entre 15 e
20% em direção ao fundo do vale.
Apesar da declividade e da impermeabilização ampliada a partir de sua implantação,
não se nota sinais de processos erosivos em suas vertentes. O empreendimento direciona seu
escoamento para os córregos paralelos ao empreendimento, localizados nas áreas cobertas por
vegetação, fazendo uso dos sistemas de amortecimento já existentes na porção leste da
microbacia.
Ao longo dos canais principais e afluentes localizados a leste da Rodovia Anhanguera,
desde as nascentes próximas a Estrada da Boiada e próximas a divisa com Valinhos até o rio
Capivari, são encontrados pelo menos mais seis reservatórios de amortecimento, para além dos
já citados, e todos são classificados como áreas alvo para reflorestamento. Estas medidas de
proteção evitam problemas de enchentes nos bairros Altos do Morumbi e Residencial Vida
Nova I, as margens da rodovia.
Outro ponto importante repousa no fato de que esta microbacia, assim como a
Microbacia Hidrográfica Marambaia, apresenta áreas classificadas, segundo o Plano Diretor de
2007, como ZDD3 e que possuem em seu interior as ZEIAs.
No entanto, diferentemente da Microbacia Hidrográfica Marambaia, o interesse em
demarcar essas áreas, evitando o parcelamento futuro, não ocorreu, pois desde 2012 novos
loteamentos abertos vêm sendo instalados sobre as antigas áreas agrícolas da ZDD3 as margens
da Estrada da Capela, expondo os solos à erosão laminar, tanto em compartimentos indutores
como de passagem, e que podem conduzir ao assoreamento dos tributários do Rio Capivari não
só na microbacia São Bento/Capela.
Em trabalho de levantamento físico-hídrico de Vinhedo, para essa microbacia, Elo
Ambiental (2011) indica a seguinte situação de uso do solo mapeado para o ano de 2011 e
também um comparativo entre estas áreas e as áreas mapeadas no Plano Diretor de Vinhedo
(2006).

169
Tabela V-28 Grau de preservação e Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica (A) e Grau de Conservação e Uso das
APPs (B).

Em 2007, no projeto Vinhedo Sustentável Meta II - Jovens em Ação a Elo Ambiental


(2007) percorreu todas as microbacias e sub-microbacias do município realizando observações
dos recursos hídricos. Os parâmetros avaliados foram: Estado de Conservação da cobertura
vegetal arbórea da APP dos corpos d’água, Aspecto Visual da Água e Uso e Ocupação do
Entorno. Para a microbacia do São Bento/Capela, graficamente, os resultados obtidos foram de
acordo com o apresentado na figura 43.

170
Figura V-43 Diagnóstico de campo dos parâmetros Estado de Conservação da cobertura vegetal
arbórea da APP dos corpos d’água, Aspecto Visual da Água e Uso e Ocupação do Entorno.

Concluindo a diagnose do estado de preservação dos recursos hídricos de Vinhedo, Elo


Ambiental (2007) relaciona, por microbacia, os principais impactos ambientais detectados,
recomendações, adequações e resultados iniciais deste projeto. Para a Microbacia do São
Bento/Capela, de acordo com os pontos assinalados na figura abaixo, os principais impactos
são:

Figura V-44 Impactos detectados e suas localizações (Elo Ambiental, 2007).

171
Tabela V-29 Relação de impactos detectados na Microbacia (Elo Ambiental, 2007).

172
MICROBACIA HIDROGRÁFICA - SANTA CÂNDIDA

Segundo Relatório Técnico Final da Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica,


da Câmara Municipal de Vinhedo (2015), a Sub-bacia Santa Cândida está inserida em uma área
com ocupação mista: urbana dispersa e diversificada. O abastecimento é feito pela ETA2/Lagoa
Santa Cândida.

Histórico e características de ocupação

A Microbacia Hidrográfica Santa Cândida localiza-se na porção noroeste do município,


seus interflúvios ao norte, noroeste e oeste são quase que concomitantes aos limites municipais
que dividem Vinhedo de Valinhos e Itupeva. A leste o limite se dá no divisor de águas que a
separa da Microbacia Hidrográfica São Bento/Capela, ao sul se encontra a Microbacia
Hidrográfica Capivari.
Esta microbacia, em termos de ocupação apresenta, mesmo atualmente, uma grande
quantidade de propriedades rurais. Em 1962 as poucas áreas com cobertura vegetal arbórea
apresentavam-se distribuídas de forma dispersa, sendo que as únicas porções contínuas
encontravam-se as margens do rio Capivari e nas cabeceiras de drenagem de alguns dos
tributários do córrego Santa Cândida.

Caracterização das principais alterações físico-hidrológicas da microbacia

A microbacia contabilizava apenas 11,6% de sua área coberta com vegetação arbórea,
porém, estes valores no decorrer dos anos acabaram se ampliando, quase que dobrando em 1994
e atingindo quase 30% em 2012 (Tabela 30).

Tabela V-30 Evolução das Áreas Permeáveis ou de Baixa Impermeabilização e de Cobertura


Arbórea na Microbacia Hidrográfica Santa Cândida.

Entre 1962 e 1978, a vegetação das principais nascentes e das vertentes mais dissecadas
foi recomposta, efeito da intervenção do Estado sobre a propriedade rural após a promulgação
do Código Florestal em 1965. Entre 1978 e 1994, a microbacia começou a ser urbanizada,
inclusive registrando um avanço menor que o do período anterior em termos de recomposição
da cobertura vegetal arbórea.

173
Nota-se que em 1978 o loteamento Vale Verde (aberto), localizado em Valinhos, já
adentrara a Microbacia Hidrográfica do córrego Santa Cândida por seu interflúvio norte,
reduzindo consequentemente a cobertura vegetal arbórea neste compartimento.
Em 1989 foi instalado o Recanto Florido, o primeiro loteamento fechado na microbacia.
Localizado sobre área já desmatada, possuía apenas em sua porção sudoeste um pequeno
resquício de cobertura arbórea, que compreendia até 1994, 10.000 m². Com a ampliação no
número de lotes entre 1994 e 2012 a cobertura foi reduzida para 4.000 m².
A partir de 1994 outras áreas se urbanizaram na microbacia, em 1996 foi criado o
loteamento fechado Vila Hípica I, ao lado do loteamento fechado Recanto Florido. A área que
corresponderia a sua instalação possuía até 1994, cerca de 30.000 m² de cobertura arbórea,
porém verificou-se que entre 1994 e 2012 apenas 17.000 m² desse montante ainda permaneciam
preservados.
Próximo ao ano 2000, a expansão dos bairros vizinhos ao Bairro Capela acabou
adentrando a microbacia pelo interflúvio, que divide a Microbacia Hidrográfica São
Bento/Capela da Microbacia Hidrográfica Santa Cândida, aumentando a impermeabilização
neste compartimento.
Ainda em 2000 foi instalado no interflúvio entre a Microbacia Hidrográfica Santa
Cândida e Microbacia Hidrográfica Capivari, o loteamento fechado Vila Hípica II, com área de
0,16 km², das quais cerca de 70% localizam-se sobre a Microbacia Hidrográfica Santa Cândida.
Em 2012, a porção de cobertura arbórea referente a estes 70% correspondia a cerca de 85% da
cobertura arbórea total existente dentro do loteamento, ou seja, cerca de 21.000 m². Somando a
área total de cobertura vegetal arbórea no loteamento, nas duas microbacias, temos cerca 25.000
m², conferindo um avanço significativo em relação aos valores encontrados para os anos de
1962, 1978 e 1994.

Condomínio Vila
Verde
(Valinhos, SP)

Figura V-45 Localização espacial do Condomínio Vila Verde (Valinhos, SP), Recanto Florido (8) e
Vila Hípica II (24).

A impermeabilização da microbacia de modo geral se ampliou pouco, pois em 2012


92,1% das áreas da microbacia ainda apresentam-se permeáveis.
Os canais de drenagem que compõe a Microbacia Hidrográfica Santa Cândida
apresentam-se distribuídos em sua totalidade sobre o domínio dos Morrotes, apresentando,
portanto, suscetibilidade a interferências, devido à erodibilidade dos solos e a declividade
acentuada de algumas de suas vertentes.
Como já frisado, a microbacia se apresenta pouco ocupada, porém a ocupação existente
se deu principalmente nos compartimentos estruturantes indutores de processos, tanto o

174
loteamento fechado Recanto Florido como o Vila Hípica II localizam-se sobre os divisores de
água da microbacia.
No caso do Vila Hípica II, o escoamento superficial segue em parte para o Rio Capivari
e em parte diretamente para o córrego Santa Cândida, no caso do loteamento Recanto Florido, o
escoamento segue para um dos tributários do córrego Santa Cândida paralelo ao loteamento.
No caso do Vila Hípica I, localizado em um compartimento estruturante de passagem, a
situação de escoamento é a mesma, porém, direcionada para um tributário que possui sua
confluência mais a jusante.
Durante a instalação dos três loteamentos, os materiais inconsolidados, derivados da
exposição dos solos, foram transferidos para os canais de drenagem causando assoreamento.
Outro ponto importante se refere ao grande desmatamento realizado a partir da segunda
metade da década de 1980, a leste do que viria a ser em 2000 o loteamento fechado Vila Hípica
II. Esse desmatamento que ocorreu principalmente sobre o divisor de águas teve como intuito a
exploração comercial de areia para construção civil. Esta ação que perdurou até 2005 gerou uma
grande quantidade de material inconsolidado. Dessa forma, tanto a mineração como a instalação
dos loteamentos fechados ampliaram significativamente os níveis de assoreamento no baixo
curso do córrego Santa Cândida e na sua confluência com o Rio Capivari.
A prefeitura em 2007, visando sanar este problema, acabou por realizar alterações nas
diretrizes de ocupação previstas pelo Plano Diretor de 1984 para essa área. Até 2007 todo o vale
do Santa Cândida era setorizado como S3, ou seja, um misto entre área residencial, comercial e
serviços, ou seja, o intuito dessa setorização era o de promover a expansão urbana nessa região,
fato que não ocorreu, a não ser pela instalação dos loteamentos fechados.
No “novo” Plano Diretor de 2007 ficou estabelecido um novo zoneamento para a área,
que passa a ser divida em dois novos setores ou zonas: a Zona Expansão Urbana 2 (ZEU2) e a
Zona de Conservação Ambiental Noroeste (ZCA Noroeste).
A ZEU2 delimita as áreas no entorno dos loteamentos fechados até a divisa com o
Bairro Capela, esta delimitação tem objetivos semelhantes ao de S3, ou seja, abrir novas áreas
de expansão para loteamentos e responder ao futuro crescimento do município.
A grande diferença está na delimitação de quase todo o vale do córrego Santa Cândida
como ZCA Noroeste. Segundo o Art. 59 do Plano Diretor de 2007 (Lei Complementar 66/2007)
"A Zona de Conservação Ambiental Noroeste - ZCA Noroeste é área de manancial e
fragmentos, apresentando alta restrição à ocupação, decorrente da existência de cabeceiras dos
córregos e recursos naturais de interesse ambiental" (VINHEDO, 2007).
Este fato explica o fechamento e recomposição das áreas mineradoras a partir de 2007
não só nesta zona, mas também na ZEU2, uma vez que a ZCA Noroeste tem dentre os seus
objetivos “proteger os mananciais hídricos utilizados ou com possibilidade de utilização para
abastecimento público [...]” (VINHEDO, 2007), ou seja, a proteção é sistêmica, mesmo que a
interferência seja externa a ZCA Noroeste.
Esta delimitação também impede o avanço dos bairros da região da Capela e de
Valinhos sobre os interflúvios da microbacia, evitando assim a ampliação dos processos
erosivos transmitidos para o fundo do vale no médio e alto curso do córrego Santa Cândida.
Porém, caso a ZEU2 seja realmente ocupada por novos loteamentos, os problemas de
assoreamento poderão retornar a microbacia.
Considerando que a delimitação entre a ZEU2 e a ZCA Noroeste não acompanha o
traçado dos compartimentos estruturantes da paisagem e sim a área já urbanizada pelos
loteamentos fechados, qualquer exposição do solo no processo de parcelamento de novos lotes
na ZEU2 poderá acarretar novos episódios de assoreamento. A delimitação entre as zonas
ocorre no meio da vertente, ou seja, em um importante compartimento estruturante de
passagem.
Em trabalho de levantamento físico-hídrico de Vinhedo, para essa microbacia, Elo
Ambiental (2011) indica a seguinte situação de uso do solo mapeado para o ano de 2011 e
também um comparativo entre estas áreas e as áreas mapeadas no Plano Diretor de Vinhedo
(2006).

175
Tabela V-31 Grau de preservação e Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica (A) e Grau de Conservação e Uso das
APPs (B).
Mapeamento (2011)
Mapeamento (2006)
Incremento

Em 2007, no projeto Vinhedo Sustentável Meta II - Jovens em Ação a Elo Ambiental


(2007) percorreu todas as microbacias e sub-microbacias do município realizando observações
dos recursos hídricos. Os parâmetros avaliados foram: Estado de Conservação da cobertura
vegetal arbórea da APP dos corpos d’água, Aspecto Visual da Água e Uso e Ocupação do
Entorno. Para a microbacia do Santa Cândida, graficamente, os resultados obtidos foram de
acordo com o apresentado na figura 46.

176
Figura V-46 Diagnóstico de campo dos parâmetros Estado de Conservação da cobertura vegetal
arbórea da APP dos corpos d’água, Aspecto Visual da Água e Uso e Ocupação do Entorno.

Concluindo a diagnose do estado de preservação dos recursos hídricos de Vinhedo, Elo


Ambiental (2007) relaciona, por microbacia, os principais impactos ambientais detectados,
recomendações, adequações e resultados iniciais deste projeto.
Para a Microbacia Santa Cândida, de acordo com os pontos assinalados na figura
abaixo, os principais impactos são:

Figura V-47 Impactos detectados e suas localizações (Elo Ambiental, 2007).

177
Tabela V-32 Relação de impactos detectados na Microbacia (Elo Ambiental, 2007).

178
MICROBACIA HIDROGRÁFICA - TICO/MOINHO

Segundo Relatório Técnico Final da Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica,


da Câmara Municipal de Vinhedo (2015), a Sub-bacia Tico / Moinho tem como principal
ocupação fazendas, sítios e chácaras. Possui como manancial hídrico o córrego Moinho de onde
é feita a captação de água para abastecimento da região da Capela.

Histórico e características de ocupação

Esta microbacia hidrográfica localizada às margens da Rodovia Bandeirantes, mais


precisamente na porção sudoeste do município, não apresentava loteamentos até 2014 (fechados
ou abertos), sendo ocupada essencialmente por fazendas e sítios, tendo como única grande obra
o parque temático Hopi-Hari localizado as margens da rodovia.

Caracterização das principais alterações físico-hidrológicas da microbacia

Localizada sobre o domínio dos Morrotes, a Microbacia Hidrográfica Tico/Moinho,


apresenta suscetibilidade média e alta a ocupação, fato que contribui para que a urbanização
torne-se restrita nesta área, soma-se a isso o fato de que a microbacia é classificada desde o
Plano Diretor de 1984 como área de preservação de mananciais.
No córrego Moinho é feita a captação de água para abastecimento da população através
da ETA II, localizada no bairro Jardim Santa Cândida. Os córregos Tico e Moinho são
tributários de primeira ordem do rio Capivari, um dos mais importantes mananciais da RMC.
As únicas poucas áreas degradas estão concentradas ao longo da rodovia Bandeirantes e
se associam principalmente aos cortes e aterros realizados em suas margens.
Dessa forma, os compartimentos estruturantes da paisagem nesta microbacia
apresentam-se bem preservados e permeáveis, favorecendo a infiltração das águas em
detrimento do escoamento superficial concentrado, apresentando-se, portanto, estável do ponto
de vista ambiental sistêmico segundo os parâmetros adotados nesta pesquisa (Tabela 33).

Tabela V-33 Evolução das Áreas Permeáveis ou de Baixa Impermeabilização e de Cobertura


Arbórea na Microbacia Hidrográfica Tico/Moinho.

Em trabalho de levantamento físico-hídrico de Vinhedo, para essa microbacia, Elo


Ambiental (2011) indica a seguinte situação de uso do solo mapeado para o ano de 2011 e
também um comparativo entre estas áreas e as áreas mapeadas no Plano Diretor de Vinhedo
(2006).

179
Tabela V-34 Grau de preservação e Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica (A) e Grau de Conservação e Uso das
APPs (B).
Mapeamento (2011)
Mapeamento (2006)
Incremento

Assim, o trabalho de levantamento físico-hídrico, para todo o município de Vinhedo, da


Elo Ambiental (2011), indica a seguinte situação de uso do solo mapeado para o ano de 2011.

180
Tabela V-35 Grau de preservação e Uso dos Solos de todas as Microbacias Hidrográficas (A) e Grau de
Conservação e Uso das suas APPs (B).
Mapeamento (2011)
Mapeamento (2006)
Incremento

Em 2007, no projeto Vinhedo Sustentável Meta II - Jovens em Ação a Elo Ambiental


(2007) percorreu todas as microbacias e sub-microbacias do município realizando observações
dos recursos hídricos. Os parâmetros avaliados foram: Estado de Conservação da cobertura
vegetal arbórea da APP dos corpos d’água, Aspecto Visual da Água e Uso e Ocupação do
Entorno. Para a microbacia do Tico/Moinho, graficamente, os resultados obtidos foram de
acordo com o apresentado na figura 48.

181
Figura V-48 Diagnóstico de campo dos parâmetros Estado de Conservação da cobertura vegetal
arbórea da APP dos corpos d’água, Aspecto Visual da Água e Uso e Ocupação do Entorno.

Concluindo a diagnose do estado de preservação dos recursos hídricos de Vinhedo, Elo


Ambiental (2007) relaciona, por microbacia, os principais impactos ambientais detectados,
recomendações, adequações e resultados iniciais deste projeto. Para a Microbacia do Tico /
Moinho, de acordo com os pontos assinalados na figura abaixo, os principais impactos são:

Figura V-49 Impactos detectados e suas localizações (Elo Ambiental, 2007).

182
Tabela V-36 Relação de impactos detectados na Microbacia (Elo Ambiental, 2007).

RECOMENDAÇÕES DA CÂMARA DE VEREADORES

No Trabalho executado pela Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica,


Relatório Final, (2015), a Câmara de Vereadores de Vinhedo, Para a Microbacia do Capivari
recomenda:

 Combater a poluição no Córrego do Moinho (Córrego do Tico). Há denúncias sobre despejo


de contaminantes do Parque Hopi Hari. Informa que a Comissão de Assuntos Relevantes
encontrou diversos pontos com despejo de esgoto e contaminantes. Também recebeu
informações de moradores que vivem em áreas de mananciais neste sentido. Daí ser preciso
ampliar o rigor da fiscalização e punição contra poluidores do meio ambiente em Vinhedo;
 Colocar em prática o pagamento por serviços ambientais (PSA),

183
MICROBACIA HIDROGRÁFICA - CAPIVARI

Segundo Relatório Técnico Final da Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica,


da Câmara Municipal de Vinhedo (2015), a Sub-bacia do rio Capivari localiza-se em uma área
rural em que a margem tem presença de indústrias de pequeno, médio e grande porte, além de
fazendas. Nessa sub-bacia, localiza-se a fazenda Bahia. O abastecimento de água é decorrente
de captação do rio Capivari e córrego Xoxó.

Histórico e características de ocupação

Para a análise e ocupação do solo pós 1962 foram considerados três eixos de expansão
bem diferenciados quanto as suas funções.
O primeiro eixo, que remete a porção leste da microbacia, possui uma história
semelhante a da Microbacia Hidrográfica do córrego Marambaia, localizada imediatamente a
nordeste da microbacia em questão. Nesta porção da microbacia funcionava a Fazenda São
Joaquim, "produtora de uvas, figos, maças, peras, cereais e inclusive laticínios" (Folha de
Vinhedo, 13 de janeiro de 1954, p.7) e que após sucessivos períodos de crise durante as décadas
de 1960, 1970, acabou por ser vendida e em seguida fechada e loteada, transformando-se no
Condomínio São Joaquim.

Caracterização das principais alterações físico-hidrológicas da microbacia

Esta, que é a maior microbacia hidrográfica de Vinhedo, apresentava em 1962


características essencialmente rurais, inclusive possuindo a maior área de cobertura vegetal
arbórea do município, totalizando 5,2 km² (Tabela 37), além disso, a ausência de loteamentos
(abertos e fechados) garantia a permeabilidade dos solos.

Tabela V-37 Evolução das Áreas Permeáveis ou de Baixa Impermeabilização e de Cobertura


Arbórea na Microbacia Hidrográfica Capivari.

184
Figura V-50 Localização espacial dos Condomínios Condomínio Fazenda São Joaquim (4), Sol
Vinhedo Village (12) e Alpes de Vinhedo (20) e Vila Hípica II (24).

Em 1978, logo após a instalação do loteamento houve uma redução de cerca de 34% da
cobertura vegetal arbórea dentro dos limites do empreendimento. Em termos de microbacia este
valor representou uma redução de 8,8% da área de cobertura arbórea verificada em 1962, ou
seja, quase 9% da cobertura arbórea da microbacia foram perdidas quando da instalação do
loteamento fechado.
Considerando ainda o ano de 1978, foi possível constatar que ao norte do loteamento
São Joaquim, na porção entre ele e o Condomínio Marambaia, próximo ao acesso a Vinhedo
pela Rodovia Anhanguera, foram instalados também alguns loteamentos abertos sobre áreas já
quase que totalmente desmatadas em 1962.
Entre 1978 e 1994 (como no caso do Condomínio Marambaia) verificou-se uma
recomposição significativa da cobertura arbórea dentro dos limites do loteamento fechado,
chegando a 20% em 1994, um aumento de quase 12% em relação a 1978 e que se manteve até
2012.
No período seguinte, entre 1994 e 2012, foram instalados mais dois loteamentos
fechados nesta porção da microbacia, porém, apresentando características diferentes do São
Joaquim. Além de serem bem menores, estes empreendimentos foram concebidos sobre áreas já
muito desmatadas desde 1962. Após a instalação desses empreendimentos não houve
recomposição da cobertura vegetal arbórea o que é uma característica comum nos loteamentos
instalados após 1994.
O primeiro dos dois loteamentos, denominado Sol Vinhedo Village, foi instalado em
1995 na divisa com o Condomínio Marambaia. A área em que este empreendimento seria
instalado apresentava até 1994, 0,007 km² de cobertura vegetal arbórea, ou seja, antes de sua
instalação apenas 6,36% da área possuía cobertura vegetal arbórea. Ao analisarmos os dados de
2012 podemos constatar que esse valor chega à zero, dessa forma, do período de sua instalação
em 1995 até 2012, toda a cobertura vegetal arbórea interna acabou sendo retirada.
O segundo loteamento fechado denominado Alpes de Vinhedo foi instalado em 1998 na
porção leste da microbacia hidrográfica, tendo o divisor de águas como limite leste máximo
para sua implantação. Este loteamento foi instalado em uma área que desde 1962 não
apresentava índice algum de cobertura arbórea, mantendo-se assim até 2012.
Loteamentos como o Alpes de Vinhedo, que não possuem cobertura arbórea interna,
normalmente fazem uso da vegetação externa aos muros através de um ideal de apreciação da
paisagem, mas sem arcar com os custos de manutenção da cobertura arbórea para preservação

185
das características sistêmicas. Normalmente estes condomínios construídos em pontos elevados
do relevo possibilitam uma visada esteticamente interessante da natureza. No caso do Alpes de
Vinhedo, as residências voltadas para sul e sudeste apresentam uma excelente visada da Serra
do Japi, assim como uma visada de grandes porções de cobertura arbórea pertencentes ao
loteamento São Joaquim e a bacia hidrográfica do rio Capivari.
Percebe-se que quase todos os loteamentos fechados e condomínios horizontais de
Vinhedo foram estruturados sobre os divisores de água, o que reforça esta concepção, porém
sabe-se que não é somente pela questão visual que estes empreendimentos são alocados sobre
estes locais, as condições geotécnicas para construção também são favoráveis.
A segunda área de expansão considerada para a microbacia corresponde à porção
localizada a oeste da Rodovia Anhanguera. Esta porção da microbacia apresenta-se
predominantemente rural, porém convém destacar a inauguração do Distrito Industrial Benedito
Storani às margens da Rodovia Anhanguera e sobre parte da planície de inundação do rio
Capivari, no início da década de 1980, notadamente voltado para a implantação de grandes
empresas.
Inclusive à concepção e instalação do bairro Capela na década de 1980 (terceira área de
expansão desta microbacia), e que possui sua porção sul localizada ao norte da microbacia, teve
como intuito suprir, através da oferta de moradias populares, a demanda por de mão-de-obra
advinda da instalação dessas novas indústrias.
Nesta terceira área de expansão, localizada ao norte, outro importante loteamento
fechado foi instalado em 2000, o Vila Hípica II, localizado a oeste do bairro Capela sobre o
interflúvio que divide a Microbacia Hidrográfica Capivari e a Microbacia Hidrográfica Santa
Cândida ao norte. A instalação do Vila Hípica II tem relação direta com o sucesso do
empreendimento Vila Hípica I, inserido na Microbacia Hidrográfica Santa Cândida em 1996.
O loteamento Vila Hípica II apresenta área de 0,16 km², no qual cerca de 30% estão
localizados sobre a Microbacia Hidrográfica Capivari. Em 2012 a porção de cobertura arbórea
correspondente a estes 30% compreende cerca de 15% do montante de cobertura arbórea total
dentro do loteamento, ou seja, cerca de 3750m².
Em síntese, essas formas de uso e ocupação conduziram a uma redução de 13,41% entre
1962 e 1978 na microbacia, apresentando, no entanto, uma importante recomposição e
ampliação nas décadas seguintes, chegando em 1994 a 24,86% e 2012 a 26,20%. Essa
recomposição se dá principalmente pela baixa exploração urbana, pela presença de chácaras de
lazer, pela delimitação de APP’s e pela baixa exploração dos solos por parte da agricultura
familiar
No que se refere à impermeabilização, praticamente toda a área da microbacia
apresentava-se permeável em 1962, o único ponto impermeável se associava a área pavimentada
da Rodovia Anhanguera. Em 1978 este perfil é levemente alterado devido ao início da
instalação do novo distrito industrial de Vinhedo e do loteamento fechado São Joaquim. Entre
1978 e 1994, a permeabilidade dos solos da microbacia cai para 91,8%, chegando em 2012 aos
75,1%. Apesar da grande quantidade de áreas impermeáveis no distrito industrial, nos
loteamentos fechados e na porção sul da região do Bairro Capela, a microbacia com um todo se
apresenta altamente permeável, dessa forma, os impactos ambientais podem vir a ocorrer de
forma mais expressiva em pontos específicos da microbacia, porém podem desencadear uma
série de problemas para todo o sistema.
A Microbacia Hidrográfica Capivari esta localizada predominantemente sobre as
Colinas permeadas Morrotes, com vertentes possuindo entre 200 e 1000m e com declividades
que variam principalmente entre os 10 e 15%, favoráveis à ocupação.
Porém, na porção oeste da microbacia há predomínio exclusivo dos Morrotes, que
apresentam comprimento de vertente variando entre 200 e 400m e declividade variando entre 15
e 20%.
Na porção leste da microbacia, mais precisamente onde se encontra o loteamento
fechado Alpes de Vinhedo, há algumas características de transição para as áreas de Morrotes e
Morros, ou seja, neste ponto as vertentes apresentam comprimento entre 200 e 400m, como no
caso dos Morrotes, mas as declividades podem vir a atingir mais de 45% em alguns casos,
caracterizando terrenos muito suscetíveis à ocupação.

186
Assim, no que tange os compartimentos estruturantes da paisagem, verifica-se que em
1962 quase que a totalidade do fundo de vale do rio Capivari apresentava-se bem preservado,
assim como os interflúvios e os compartimentos de passagem da microbacia hidrográfica.
A partir do início da década de 1980, mesmo com o avanço da preservação da cobertura
arbórea nas áreas de predomínio dos Morrotes em direção à divisa de Vinhedo com Itupeva,
constataram-se nas demais localidades significativas perdas de área, principalmente na planície
de inundação do rio Capivari, através da ocupação do divisor de águas e da meia encosta.
Os principais fatores contribuintes para essa degradação ligam-se a instalação do
Distrito Industrial Benedito Storani, a urbanização e expansão da região do bairro Capela a
norte e o parcelamento em lotes da Fazenda São Joaquim. Entre os impactos sistêmicos
derivados dessa expansão urbana temos o assoreamento e a contaminação do rio Capivari e a
ampliação dos processos erosivos nas vertentes de maior declividade (Demacamp, 2006).
Considerando apenas o loteamento fechado São Joaquim, podemos constatar que entre
1994 e 2012 houve um pequeno avanço da cobertura arbórea em manchas pontuais na vertente
leste, porém no compartimento de passagem da vertente oeste, desmatada quando da sua
instalação, atualmente a mais impermeabilizada do loteamento, pouco foi feito.
No mapeamento das áreas de risco a deslizamento e inundações do município de
Vinhedo, realizado pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) em 2013, a área em questão é
classificada como de alto risco a inundação. A drenagem no local, Capivari, é natural,
meandrante e encontra-se assoreada. O canal possui cerca de 5m de largura (máxima) e margens
variando de 2 a 4m de altura. Foram observados sinais de solapamento de margem (cicatriz e
trincas no pavimento) em pontos específicos do canal.
As moradias ocupam tanto a margem direita como esquerda do córrego. Segundo
informações da COMDEC, a inundação pode ultrapassar 1,8m de altura, como raio de alcance
superior a 200m, ocorrendo de forma rápida. A inundação ocorre em eventos de chuvas fortes
concentradas, somadas as águas vindas do município de Louveira pelo Rio Capivari, o qual
cruza o condomínio. A inundação ocorre na planície de inundação do Rio Capivari e também
em um afluente localizado na Rua Paranaense, o qual inunda devido à concentração de águas
advindas do sistema de drenagem da Rodovia Anhanguera (IPT, 2013, p.50)
O loteamento fechado São Joaquim foi construído justamente sobre a planície natural de
inundação do Rio Capivari, ou seja, no talvegue. Dessa forma, todas as alterações advindas
tanto das formas de uso e ocupação do solo nas vertentes do próprio loteamento ou próximas
dele, como das vertentes indutoras localizadas a montante do canal, já em Louveira, poderão
conduzir a um aumento do escoamento superficial e por consequência ultrapassar o limite de
suporte da vazão máxima do canal de drenagem.
É importante frisar que a jusante do canal os processos são transmitidos pelo próprio
canal, ou seja, o aumento da energia sobre o limite da capacidade de escoamento do rio pode vir
a solapar as margens em áreas distantes do loteamento fechado.
Outro agravante para o aumento das possibilidades de enchentes no loteamento fechado
São Joaquim advém do escoamento direcionado pelo loteamento fechado Alpes de Vinhedo,
localizado no extremo leste da microbacia. Este loteamento localiza-se no ponto mais alto de
toda a microbacia, sua portaria se encontra sobre o compartimento estruturante que divide as
águas entre a Microbacia Hidrográfica Capivari e a Microbacia Hidrográfica Água do Buracão,
tendo os lotes distribuídos ao longo da vertente da Microbacia Hidrográfica Capivari. O
desnível entre a portaria do loteamento, localizado as margens da Estrada da Boiada, e o rio
Capivari é de 150 metros verticais para 575 metros horizontais, o que confere uma declividade
muito alta para o contexto da microbacia, por volta de 27%.
Esse desnível entre os compartimentos estruturantes ocorre pela transição do domínio
das Colinas para os Morrotes permeados por Morros. Dessa forma, verifica-se que a declividade
do loteamento Alpes de Vinhedo, somado a ausência de cobertura arbórea interna e uma
impermeabilização que chega a quase 91% de sua área total, conduzem em períodos de chuva
intensa um fluxo rápido de escoamento pluvial.
Considerando que o loteamento direciona este escoamento para um tributário de
primeira ordem do rio Capivari, têm-se aí mais um fator contribuinte e para conduzir ao
aumento do volume de água em um curto período de tempo. Dessa forma, o loteamento Alpes

187
de Vinhedo pode induzir pelo tributário a ampliação do risco de enchente no loteamento São
Joaquim.
É importante destacar que ainda na década de 1970 foram construídos dois grandes
reservatórios de água nesta porção da microbacia, um localizado externamente ao muro sudeste
do loteamento São Joaquim, por onde o rio Capivari adentra o loteamento, e outro dentro do
loteamento. No primeiro caso o reservatório visa conter e amortecer a vazão excedente advinda
de Louveira, no segundo caso visa-se conter e amortecer a vazão excedente advinda do distrito
industrial e da Rodovia Anhanguera.
O fato desses reservatórios já existirem na década de 1970, leva a crer que a escolha da
planície de inundação do rio Capivari para a instalação de um grande loteamento residencial
fechado não foi a mais acertada.
Os tributários do rio Capivari que interferem na vazão do Capivari dentro do São
Joaquim são entalhados em vertentes ocupadas por diferentes formas de uso, portanto a solução
para estes episódios de enchentes requerem uma análise não pontual e sim sistêmica.
Em contraponto, apesar dos Morros configurarem terrenos muito suscetíveis à erosão
laminar e a formação de sulcos e rastejo frequentes de média a alta intensidade não se nota
indícios de processos erosivos entre os compartimentos estruturantes da vertente localizados
entre os loteamentos fechados Alpes de Vinhedo e São Joaquim. Isso se dá possivelmente pela
presença de grandes áreas gramadas, localizadas principalmente sobre o compartimento de
passagem, além disso, o próprio fato de que os fluxos superficiais advindos do loteamento
Alpes de Vinhedo são direcionados para um tributário do rio Capivari, evitam a transferência de
excedentes hídricos do loteamento para a vertente. Essa constatação nos leva a crer que o
assoreamento verificado pelo IPT no rio Capivari dentro do São Joaquim, está vinculado
principalmente à expansão do Distrito Industrial Benedito Storani na vertente oposta.
Em situação semelhante, o loteamento fechado Sol Vinhedo Village, que não possui
cobertura arbórea e tem sua área 55% impermeabilizada, direciona seu escoamento para um
reservatório de contenção para amortecimento da vazão localizado no bairro Chácara do Trevo
junto a outro tributário do rio Capivari, porém o escoamento deste loteamento é direcionado
para o canal após o muro do loteamento São Joaquim, portanto não influenciando em seus casos
de enchentes.
As áreas de expansão urbana ocupadas por loteamentos populares, na porção norte da
microbacia, as margens do bairro Capela, também podem vir a causar problemas sistêmicos
relacionados ao escoamento superficial à medida que ocupam continuamente do topo das
colinas até os fundos de vale, portanto descarregando seus excedentes hídricos neste
compartimento, podendo causar enchentes e erosão, principalmente na Rua João Edueta no
bairro Capela.
As demais áreas da microbacia apresentam-se estáveis de acordo com os parâmetros
selecionados por possuírem uma baixa taxa de ocupação, permanecendo, portanto, permeáveis e
com cobertura vegetal arbórea relativamente bem preservada.
Em trabalho de levantamento físico-hídrico de Vinhedo, para essa microbacia, Elo
Ambiental (2011) indica a seguinte situação de uso do solo mapeado para o ano de 2011 e
também um comparativo entre estas áreas e as áreas mapeadas no Plano Diretor de Vinhedo
(2006).

188
Tabela V-38 Grau de preservação e Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica (A) e Grau de Conservação e Uso das
APPs (B).
Mapeamento (2011)
Mapeamento (2006)
Incremento

Em 2007, no projeto Vinhedo Sustentável Meta II - Jovens em Ação a Elo Ambiental


(2007) percorreu todas as microbacias e sub-microbacias do município realizando observações
dos recursos hídricos. Os parâmetros avaliados foram: Estado de Conservação da cobertura
vegetal arbórea da APP dos corpos d’água, Aspecto Visual da Água e Uso e Ocupação do
Entorno. Para a microbacia do Capivari, graficamente, os resultados obtidos foram de acordo
com o apresentado na figura 51.

189
Figura V-51 Diagnóstico de campo dos parâmetros Estado de Conservação da cobertura vegetal
arbória da APP dos corpos d’água, Aspecto Visual da Água e Uso e Ocupação do Entorno.

Concluindo a diagnose do estado de preservação dos recursos hídricos de Vinhedo, Elo


Ambiental (2007) relaciona, por microbacia, os principais impactos ambientais detectados,
recomendações, adequações e resultados iniciais deste projeto. Para a Microbacia do Capivari,
de acordo com os pontos assinalados na figura abaixo, os principais impactos são:

Figura V-52 Impactos detectados e suas localizações (Elo Ambiental, 2007).

190
Tabela V-39 Relação de impactos detectados na Microbacia (Elo Ambiental, 2007).

191
CONSIDERAÇÕES SOBRE O ESTADO DE PRESERVAÇÃO DAS NASCENTES DE
VINHEDO

No Trabalho executado pela Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica,


Relatório Final, (2015), a Câmara de Vereadores de Vinhedo, naquilo que é de mérito desse
Plano e dentre outros, são ressaltados os seguintes pontos:

Sobre a manutenção e recuperação de mananciais e nascentes recomenda:

 Garantir o cumprimento da Lei municipal que dispõe sobre o sistema municipal de


preservação às nascentes e mananciais (Lei 3.604/2014);
 Atualizar o “mapa” de nascentes e inicio imediatamente de trabalho de recuperação das que
foram degradadas;
 Realizar a atualização do mapeamento das nascentes de forma georreferenciada usando as
bases que já existem nos programas Vinhedo Sustentável e Vinhedo a Caminho da
Sustentabilidade, da ELO Ambiental;
 Transferir a obrigação de recuperação dos mananciais aos entes públicos e privados que
possuem passivos ambientais;
 Recuperar nascentes que foram mapeadas nos últimos anos por projetos locais e que constem
nas cartas do Instituto Geográfico e Cartográfico do Estado de São Paulo (IGC);

Sobre a ampliação da reserva estratégica recomenda que seja solicitado à SANEBAVI o


custo real para o desassoreamento das represas I, II e III e para a construção de outras fontes de
reservação (represas IV e V);

192
CONSIDERAÇÕES FINAIS

O que se buscou foi compreender como os condomínios horizontais e loteamentos


fechados de Vinhedo se relacionam com as premissas conceituais gerais advindas do conceito
de sustentabilidade urbana, dessa forma, toda a análise realizada partiu de uma discussão bem
delimitada a cerca do papel desempenhado por esses empreendimentos, tanto no que condiz a
sociedade, como ao ambiente (em sentido sistêmico), porém, é importante destacar que os
indicadores selecionados com base neste recorte, também não são suficientes para uma
conclusão “definitiva” desta relação, pois outros poderiam ser considerados (rede de esgoto,
poluição, valorização ou não de áreas, empregabilidade, etc.).
O critério para seleção dos indicadores utilizados teve como base a disponibilidade e
possibilidade de correlação das informações, assim como a capacidade de observação e
reconhecimento destes elementos em campo ou através de fotografias aéreas e imagens de
satélite.
Como são duas dimensões, cada qual com dois indicadores, primeiramente são
apresentadas as considerações acerca da sustentabilidade social urbana, ou seja, referente à
mobilidade e a acessibilidade às áreas verdes e/ou de lazer públicas internas aos muros dos
condomínios e loteamentos fechados, posteriormente são apontadas as considerações advindas
dos indicadores referentes à sustentabilidade ambiental urbana (cobertura vegetal arbórea e
impermeabilização dos solos). Por fim, será apresentada uma síntese, no intuito de verificar se o
concebido como hipótese foi corroborado.
No que tange os indicadores da primeira dimensão, considerou-se que:

a) Os condomínios horizontais e loteamentos fechados ampliam a necessidade de uso de


veículos particulares, fato que vai contra a idéia de integração e articulação presente nas
Políticas de Mobilidade Urbana. Internamente as vias destes empreendimentos dificultam a
locomoção a pé de moradores e funcionários, pois são grandes a distâncias a serem
percorridas, além disso, estes empreendimentos não possuem áreas comerciais ou de
serviços, ou seja, tudo deve ser buscado fora dos muros. Externamente estes
empreendimentos geram interrupções nos traçados originais das ruas, criando becos sem
saída, dificultando a circulação e canalizando os fluxos diários para uma mesma área,
sobrecarregando o sistema viário, principalmente em horário de pico.
b) Devido ao tamanho da área e da extensão dos muros, torna-se restrita a expansão da porção
mais urbanizada de Vinhedo no sentido oeste e nordeste, assim como se torna restrita a
concepção de novas vias de acesso a estas áreas.
c) Todos os loteamentos fechados de Vinhedo restringem o acesso às vias públicas internas, em
nenhum deles, por exemplo, é permitida a entrada por uma portaria e saída por outra,
quando o intuito é apenas atravessá-lo.
d) A configuração interna das ruas dos loteamentos fechados de Vinhedo não apresenta
características de transitoriedade, ou seja, não foram concebidas para que haja uma
integração futura com a malha urbana externa.
f) Vinhedo possui poucas áreas verdes dotadas de infraestrutura dentro dos empreendimentos
residenciais horizontais fechados. As áreas verdes existentes normalmente são APPs, sem
estrutura de lazer instituída, nesses casos a apreciação do verde é apenas contemplativa.
g) As áreas verdes estruturadas para o lazer encontram-se principalmente nos grandes
empreendimentos residenciais fechados mais antigos (Marambaia, Vista Alegre, São
Joaquim, Chácaras do Lago e Vale da Santa Fé), e preferencialmente nos condomínios
horizontais, praças e áreas verdes não são comuns nos loteamentos fechados médios e
pequenos.
h) Em nenhum caso é permitido o acesso livre a não moradores as áreas verdes e (ou) de lazer
internas aos empreendimentos.
j) Os loteamentos fechados subtraem áreas públicas que poderiam ser utilizadas pela população.
Como agravante no caso de Vinhedo, segundo a Lei Complementar nº 98/12, não há
necessidade de compensação destas áreas perdidas.
No que condiz aos indicadores de sustentabilidade ambiental, pode-se concluir que:

193
a) Temporalmente a maioria dos empreendimentos residenciais horizontais fechados causaram
grandes desmatamentos quando de sua instalação, porém, a recomposição da cobertura
arbórea em alguns casos, atingiram valores próximos ou superiores aos registrados no
período anterior a sua instalação.
b) Apesar da impermeabilização do solo ser alta nas duas formas de ocupação (fechada e
aberta), os condomínios horizontais e loteamentos fechados possibilitam uma maior
infiltração de água, em detrimento do escoamento superficial, mesmo em períodos de chuva
intensa, devido principalmente ao tamanho dos seus lotes, que possibilitam a existência de
extensas áreas gramadas.
c) Os compartimentos estruturantes da paisagem indutores de processos são os mais explorados
pelos empreendimentos residenciais horizontais fechados, porém, na maioria dos casos, a
drenagem é amortecida ou pela vegetação interna e/ou pelo direcionamento para
reservatórios de contenção e amortecimento. Os compartimentos estruturantes receptores de
processos são os mais bem preservados, quando se encontram dentro desses
empreendimentos.
d) Excetuando o loteamento fechado São Joaquim, instalado sobre a planície de inundação do
Rio Capivari, todos os outros casos de alto risco a enchentes e deslizamentos registrados
pelo IPT, ocorrem na área de urbanização compacta externa aos muros desses
empreendimentos.
e) Quase todos os canais na área de urbanização adensada são canalizados, o que demonstra a
preocupação da gestão do município com os excedentes derivados do escoamento
superficial, vinculado à impermeabilização dos solos. Em contrapartida, a maioria dos
córregos internos aos loteamentos mantém suas características naturais, permanecendo
assim após ultrapassar seus limites quando em microbacia hidrográficas pouco urbanizadas.
f) Os condomínios horizontais e loteamentos fechados, localizados em microbacias
hidrográficas pouco urbanizadas apresentam-se bem preservados, sem sinais evidentes de
processos erosivos ao longo da vertente, incluem se ai as áreas externas aos muros.
g) Algumas dos indicadores apontam apenas perspectivas futuras de instabilidade ambiental,
por exemplo, quando os empreendimentos são muito recentes e/ou possuem pouca áreas
impermeáveis (Vila D'oro, Campos de Toscana, Villa Monteverde).
h) As microbacias hidrográficas densamente urbanizadas, Cachoeira/Pinheirinho e São
Bento/Capela (porção oeste) são as que configuram maior instabilidade ambiental para o
sistema, segundo as variáveis analisadas.
i) O zoneamento urbano de Vinhedo, concebido pelo Plano Diretor de 2007 prevê novas áreas
de expansão urbana ao redor de áreas dispersas, onde se encontram muitos dos loteamentos
fechados e condomínios horizontais, portanto o diagnóstico realizado por esta pesquisa
pode ser alterado.
j) Apesar das taxas de permeabilidade dos solos e de cobertura vegetal arbórea, tanto nos
empreendimentos residenciais horizontais fechados como nas áreas de urbanização
compacta serem relativamente semelhantes em 2012, temos no primeiro caso, uma
distribuição espacial dos indicadores sobre os compartimentos estruturantes da paisagem
mais condizente com as premissas sistêmicas vinculadas a sustentabilidade ambiental. As
áreas urbanas adensadas e compactas possuem pontos permeáveis dispersos em meio a
áreas de grande impermeabilidade e com poucas áreas continuas de cobertura vegetal
arbórea, caracterizando uma descontinuidade na regulação do sistema ambiental.

Com base nessas considerações pode-se constatar que, de modo geral, os


empreendimentos residenciais horizontais fechados em Vinhedo, favorecem a uma maior
estabilidade ambiental de cunho sistêmico em comparação com as áreas externas ocupadas pela
urbanização compacta. No entanto estes empreendimentos causam uma grande instabilidade nos
primeiros anos de sua instalação, principalmente pela retirada da cobertura arbórea e exposição
dos solos, as quais com o devido planejamento são mitigadas.
Em síntese, considerando os parâmetros analisados, os loteamentos fechados e
condomínios horizontais conduzem de forma mais eficaz ao alcance da sustentabilidade

194
ambiental urbana, porém estes mesmos empreendimentos devem ser planejados de forma a não
comprometer a sustentabilidade social, principalmente no que tange a mobilidade.

195
VI. CAPÍTULO VI. RECARGA DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS E A
PRODUÇÃO DE ÁGUA.

1. CARACTERIZAÇÃO DO TIPO DE ÁGUA SUBTERRÂNEA EM ESTUDO

Adianta-se de princípio que esse trabalho considera a área do município como a área de
recarga a ser trabalhada sendo suas microbacias hidrográficas as unidades de produção de água.
Assim, preconiza ações de intervenção que no município possam ser realizadas, que tem
poder de decisão, dentro de seu território e que, prioritariamente, nele mesmo resulte os
benefícios.
A recarga das águas subterrâneas, assim como a disponibilidade hídrica em uma área
ocorre em diferentes níveis do solo distintos, academicamente, pelos seus diferentes fluxos.
Em seu excelente trabalho (SANEBAVI, 2006) “Caracterização dos terrenos de
Vinhedo em relação à capacidade de infiltração e recarga das águas subterrâneas”, Sueli Y.
Pereira e Marcelo V. da Silveira, com a colaboração da Elo Ambiental, avaliou as condições dos
terrenos do município de Vinhedo ante ao potencial de capacidade de infiltração e recarga das
águas subterrâneas, assim como as características hidrológicas do sistema Cristalino na área do
município e a vulnerabilidade quanto ao potencial de contaminação.
Didaticamente, o sistema de fluxo das águas subterrâneas pode ser caracterizado, de
acordo com a figura 1.

Figura VI-1 Sistema de fluxos dentro de uma área, a partir da recarga.

O Fluxo Local de água subterrânea possuem comportamento influenciado pela


topografia dos terrenos dentro de uma microbacia, por exemplo. As áreas de recarga e descarga
do primeiro tipo de sistema de fluxo são os topos de morros e a meia encosta das microbacias
hidrográficas e a descarga nos canais de primeira e segunda ordem, por meio do fluxo de base,
bem como as nascentes.

O Fluxo Intermediário compreenderiam o fluxo entre as microbacias envolvendo as dos


rios e córregos principais da região. Compreende sistemas mais abrangentes, como as áreas de
divisores das microbacias hidrográficas e as descargas em rios e córregos de maior porte. Nesse

196
trabalho (SANEBAVI, 2006) foram essas as áreas de recarga e descarga consideradas para a
avaliação do potencial de infiltração.
O Fluxo Regional compreenderiam o fluxo entre as microbacias de rios e córregos
principais da região.
Por fim, o Fluxo Inter-Regional envolveria várias bacias hidrográficas, como por
exemplo, o sistema Guarani.
Claro fica que, o Fluxo Local é passível de plena intervenção antrópica tanto em termos
de diminuição, que é hoje a maior situação de ocorrência em função da degradação e
impermeabilização dos solos, como em termos de promoção, quando se aplica o correto manejo
e conservação dos solos. Assim, é nesse fluxo e nessa recarga que trabalha, principalmente, esse
projeto. O resultado em termos de aumento de disponibilidade de água se traduz mais como
água superficial.
O fluxo seguinte, o Fluxo Intermediário, também é passível de intervenção dentro de
um município uma vez que é plenamente possível haver tanto a área de recarga como a área de
surgência dentro do mesmo município, e como, afortunadamente, parece ser o caso de Vinhedo.
Assim, a promoção da capacidade de infiltração de água no solo na área de recarga por meio do
adequado uso e ocupação dos solos e o emprego de práticas conservacionistas permite que haja
um aumento também da disponibilidade hídrica no município tendo o resultado se traduzindo
mais como água subterrânea. Também esse fluxo é trabalhado no presente projeto.
Já os fluxos seguintes, o regional e o inter-regional, geralmente fogem da possibilidade
de intervenção municipal uma vez que tanto a área mais significativa de recarga, como a área de
surgência pode estar fora do território do município. A ação de recuperação hidrológica, nesses
casos deveria ser regional para se refletir em um determinado município.
As águas de uma bacia hidrográfica podem ser divididas em águas superficiais e águas
subterrâneas.
Tucci (1997) aponta que Águas superficiais são encontradas na rede de rios da bacia
hidrográfica onde a população se desenvolve. Uma seção de um rio define a sua bacia
hidrográfica. Essa bacia é a área definida pela topografia superficial em que, a chuva ali
precipitada, potencialmente contribui com escoamento pela seção que a define. A vazão de um
rio é composta pela parcela da água precipitada que escoa superficialmente e pela parcela que se
tornou subterrânea e que surge na superfície do solo através das nascentes e do fluxo de base
nos corpos hídricos.
A disponibilidade varia muito ao longo do ano, portanto é necessário conhecer essa
variabilidade para melhor definir a disponibilidade natural do rio no atendimento da demanda.
A disponibilidade hídrica depende da capacidade de regularização natural do rio ao
longo do ano. Poderá existir um período do ano em que o rio não atenderá a demanda sendo
necessário regularizar a vazão através de um reservatório. A capacidade máxima de
regularização de um reservatório é a vazão média de longo período da bacia, estimada pela
média das médias anuais.
A disponibilidade hídrica de uma bacia é avaliada com base na série hidrológica de
vazões afluentes através da sua distribuição estatística temporal. Essas vazões dependem das
características da precipitação, evapotranspiração (total, variabilidade temporal e espacial) e da
superfície do solo, que são os condicionantes naturais.
As funções estatísticas hidrológicas mais utilizadas para avaliação da disponibilidade
hídrica são a curva de permanência e a curva de regularização. A curva de permanência
relaciona a probabilidade de que uma vazão seja maior ou igual durante o ano (ou do período da
série). Por exemplo, a vazão de Q75 indica que no rio 75% das vazões são maiores ou iguais a
esse valor. A curva de regularização relaciona vazão, volume necessário para regularizar a
referida vazão e o nível de probabilidade da relação.
A demanda urbana usualmente pode ser atendida por pequenas bacias hidrográficas. Na
região Sul e Sudeste do Brasil as pequenas bacias (< 500 km2) têm vazão específica entre 15 e
25 l/s.km2. A demanda usual de cidades médias e grandes é da ordem de 200 l/ha.dia. Dessa
forma, considerando um valor médio para o intervalo acima e que seja possível regularizar 70%
da média, 1 km2 poderia abastecer cerca de 6.000 pessoas. Quando o atendimento da demanda é

197
realizado á partir de grandes mananciais o risco de atendimento quanto à quantidade é muito
pequeno e pode ser realizado usualmente sem regularização.
Segundo COBRAPE (2009), a disponibilidade hídrica subterrânea é definida como a
quantidade de água disponível para uso armazenada nos aqüíferos, ou como o volume de água
que pode ser extraído sem risco de exaustão do aqüífero.
A despeito da simplicidade da definição a estimativa da disponibilidade hídrica
subterrânea requer, além de procedimentos científicos, diretrizes políticas. De acordo com ANA
(2004), a definição de disponibilidade hídrica admite diferentes interpretações e está ligada às
finalidades de planejamento e gerenciamento das bacias.
A disponibilidade hídrica está relacionada diretamente com as reservas de água
subterrânea. Em sentido amplo, define-se reserva como a totalidade da água móvel existente em
um sistema aqüífero. Em outras palavras, a quantidade de água presente somente em camadas
permeáveis.
Com base em Costa (1997), as reservas subterrâneas podem ser distinguidas em:

 Reservas reguladoras, renováveis ou ativas: As reservas ativas representam a quantidade de


água armazenada no aqüífero e renovada anualmente a cada ciclo hidrológico (corresponde à
recarga sazonal). Estas reservas são determinantes para a manutenção do escoamento de base
dos rios (Figura 2).
 Reservas permanentes ou seculares: As reservas permanentes correspondem ao volume de
água acumulado no aqüífero, não variável em decorrência da flutuação sazonal da superfície
potenciométrica (Figura 2).
 Reservas totais ou naturais: As reservas totais englobam as reservas permanentes e ativas,
constituindo a totalidade de água presente nos aqüíferos.
 Reservas explotáveis: As reservas explotáveis constituem a quantidade máxima de água que
poderia ser extraída de um aqüífero, sem riscos de prejuízo ao manancial.

Figura VI-2 Parâmetros utilizados no cálculo das reservas ativa e permanente de aquíferos livres,
dos tipos sedimentar e fissural.

O Texas Water Development Board (TWDB) considera como disponibilidades hídricas


subterrâneas o volume produzido pela recarga efetiva (a recarga efetiva é a quantidade de água
que recarrega o aquífero e está disponível para bombeamento, sendo geralmente menor do que a
recarga total.
Em resumo, as disponibilidades hídricas subterrâneas compreendem parte das reservas
ativas e parte das reservas permanentes dos aqüíferos.
Segundo COBRAPE (2009), a Disponibilidades Hídricas Subterrâneas compreendem o
volume máximo que pode ser extraído dos aqüíferos sem causar risco de exaustão ou provocar
danos ambientais irreversíveis e, na concepção atual, devem abranger parte das reservas ativas e
parte das reservas permanentes dos aqüíferos.
Em estudos hidrogeológicos realizados no Brasil, a ANA (2004) assumiu que a
disponibilidade hídrica subterrânea corresponde a 20% das reservas renováveis,
desconsiderando a contribuição das reservas permanentes.

198
Conejo Lopes (1994) estimou a disponibilidade hídrica para as bacias dos Rios
Piracicaba e Capivari em 15 a 30% da recarga média multianual.
Já o DAEE (1974) calcula que a recarga profunda represente cerca de 5 a 10% da
recarga total e (Liazi et al., 2007) mostraram que a reserva ativa representa, em média, 18% do
escoamento de base das bacias do Estado de São Paulo.
Ainda em termos de conceituação, deve ser distinguida a recarga direta da recarga
profunda.
Recarga Direta é a parcela da precipitação que penetra no solo e atravessa a zona não
saturada do solo indo soma-se à reserva de água subterrânea já existente.
A recarga profunda é a parte da recarga direta que contribui com as águas mais
profundas e/ou aqüífero confinado. Quantitativamente representa a parcela que sobra da recarga
direta descontada a variação do armazenamento do aqüífero não confinado e o fluxo de
escoamento básico.
A figura 3 apresentada por Gomes (2008) mostra esses diferentes fluxos e parcelas da
água subterrânea.

Figura VI-3 Modelo conceitual do balanço hídrico em zona saturada.

A metodologia utilizada no balanço hídrico de Gomes (2008) assume como volume o


aquífero não confinado como o de controle. A entrada no sistema se dá pela recarga direta (Rd)
enquanto a saída do sistema é dada pelo escoamento de base (Qb) e pela recarga profunda (Rp).
A variação do volume subterrâneo armazenado (∆S) é determinada a partir da variação
do nível nos poços de monitoramento.
O modelo considera as recargas laterais (RL) como nulas, em função da localização da
bacia em cotas topográficas elevadas na região e que o divisor d’água subterrâneo coincide com
o superficial. Assim, a equação a seguir representa o cálculo da recarga profunda.

Rp = Rd – Qb – ∆s
Onde:
Rp = Recarga Profunda
Rd = Recarga direta
Qb = Escoamento de base
∆s = Variação do volume subterrâneo armazenado

199
Segundo Maziero et al. (2008), o estudo da estimativa da recarga subterrânea e das
conexões entre os recursos hídricos existentes, em determinada área, fornece os subsídios
necessários para o aproveitamento racional da água subterrânea e superficial, e ainda provê
elementos quantitativos para localização de obras hidráulicas e civis de diferentes fins.
O conceito de recarga de águas subterrâneas pode ser, a princípio, confundido com o
conceito de infiltração. A infiltração é a água que percola da superfície para a zona não saturada.
A recarga é, porém, uma porção desta infiltração, aquela que realmente atinge o nível da água
(Rushton & Ward 1979 apud Neil Ketchum Jr. et al. 2000). Assim, o termo recarga representa a
quantidade de água, por unidade de área, que penetra no subsolo até atingir o lençol freático e a
quantidade de água que contribui para aumentar a reserva subterrânea permanente ou temporária
de aquífero, e, no caso da reserva temporária, é considerada como reserva reguladora ou
renovável, que pode ser considerada como reserva explotável (Vasconcelos, 2005).
A recarga pode ocorrer naturalmente pela precipitação, por rios, canais e lagos, fluxos
interaquíferos e via fenômenos induzidos por atividades humanas, como a irrigação e a
urbanização (Lerner et al., 1990), sendo a precipitação a principal fonte de recarga para
aqüíferos.
Lerner (1997) definiram conceitualmente os principais mecanismos de recarga das
várias fontes possíveis:

• Recarga direta (ou difusa): água adicionada ao reservatório de água subterrânea em excesso
dos déficits de umidade do solo e evapotranspiração por percolação direta vertical através da
zona não saturada;
• Recarga indireta: percolação para o nível da água através do leito de cursos da água
superficial;
• Recarga localizada: uma forma intermediária de recarga, resultante de concentração de água
em superfície na ausência de canais bem definidos.

A recarga acontece de formas diferentes de acordo com o meio. São vários os fatores
que influenciam na chegada de água para recarregar um aqüífero, desde a porosidade e
permeabilidade do solo a fatores externos.
Vários fatores são potenciais controladores da recarga. Segundo Custódio & Llamas
(1981), os fatores são os seguintes:

• condições de superfície: associadas ao tipo de ocupação do solo, grau de compactação do


terreno e sua inclinação topográfica;
• características do terreno: granulometria e textura do material de cobertura e de subsuperfície;
grau de desenvolvimento do perfil de solo, estruturação do terreno e presença de macroporos;
e calor específico do solo, que pode alterar a temperatura do fluido, variando sua viscosidade;
• condições ambientais: umidade inicial do solo, que define a capilaridade e a sorção das águas
iniciais da chuva;
• características do fluido e intensidade da chuva: espessura da lâmina da água sobre o solo e
gradientes hidráulicos descendentes de infiltração, perdas pela evapotranspiração e balanço
hídrico.

Segundo Chaves et al. (2009), infelizmente, dado o atual estado da ciência, é


extremamente difícil de obter precisão em qualquer método para cálculo de recarga. Por esta
razão são aplicados vários métodos de estimação com a finalidade de alcançar consistência nos
resultados (Healy e Cook, 2002).
Scanlon et al. (2002) também afirmam que, visto a dificuldade de precisão dos métodos,
a confiabilidade de cada um é freqüentemente questionável em função de hipóteses
simplificadoras e incertezas de alguns parâmetros requeridos. A única forma de se minimizar
esse problema promovendo a redução das incertezas e o aumento da confiabilidade em
estimativas de recarga é a aplicação de diversos métodos simultaneamente.

200
Isso viria ao encontro da assertiva que o processo de estimativa de recarga é interativo e
envolve refinamentos contínuos da taxa de recarga quando dados adicionais são coletados
(Wahnfried e Hirata, 2005).
Lerner et al. (1990) também aponta que a estimativa de recarga, por si só, é uma tarefa
bastante complicada e com erros inerentes, uma vez que não pode ser feita diretamente Além
disso, a variabilidade espacial e temporal das condições hidrometeorológicas é uma fonte de
incerteza considerável.

2. METODOLOGIAS MAIS UTILIZADAS PARA A MEDIÇÃO DA RECARGA


HÍDRICA

Dentre os métodos físicos mais utilizados na estimativa de recarga subterrânea


destacam-se os citados a seguir:

a) Método do balanço hídrico: Esse método tem sido extensivamente usado para estimativas
quantitativas dos recursos hídricos e dos impactos de atividades humanas no ciclo hidrológico.
O balanço hídrico de uma área é definido pela equação hidrológica, que é basicamente
uma condição da “Lei de Conservação de Massa” aplicada para o ciclo hidrológico.
O balanço hídrico para uma bacia pode ser escrito como:

P + Qin = ET + Qout + ∆ S

em que P é a precipitação; Qin e Qout são a entrada e saída de fluxo da área, respectivamente; ET
é a evapotranspiração; ∆ S é a variação no armazenamento de água.
O método considera que outros fluxos podem ser medidos ou estimados mais facilmente
do que a própria recarga, que assim constitui no termo residual de todos os outros fluxos da
formulação.
O método, adaptado para as condições climatológicas brasileiras, tem sido largamente
aplicado pela sua praticidade em termos da disponibilidade dos dados requeridos (precipitação e
temperatura), da facilidade dos cálculos e dos bons resultados geralmente obtidos (Menegasse-
Velásquez, 1996).
A equação de balanço hídrico considera o total da recarga. Para avaliar os componentes
individuais, utilizam-se as técnicas descritas a seguir.
Para estimar a recarga direta, em climas úmidos, utiliza-se o balanço de umidade do
solo, que depende do tipo de ocupação do solo.
Para o caso da recarga localizada, não há estudos conhecidos e nem dados disponíveis
para quantificá-la individualmente. Se esta recarga ocorre, ela passa pela zona de solo, fazendo
parte, portanto, do balanço de umidade do solo. Para calcular esta componente deve-se
considerar, mesmo em áreas impermeabilizadas, que parte da área é permeável (cerca de 50%),
especialmente em áreas residenciais.
A recarga provinda de redes de águas pluviais também é difícil de estimar, e consiste,
também, em recarga localizada. Para realizar a estimativa, devem-se ter informações da rede de
drenagem de águas pluviais e de possíveis vazamentos.
Mesmo se conhecendo a estrutura desta rede, a recarga por este caminho é episódica,
dificultando ainda mais sua detecção. Dadas estas dificuldades, deve-se, então, considerar que
parte da precipitação se transforma em recarga ou ignorar efeitos da impermeabilização para
parte da superfície (como para a recarga localizada).
Porém, a maior limitação do método do balanço hídrico é que a precisão da estimativa
de recarga depende da precisão com que os outros componentes do ciclo hidrológico foram
medidos ou estimados (Scanlon et al., 2002).
Lerner et al. (1993 apud Lerner 2002) tentaram aplicar o método à cidade de Coventry,
na Inglaterra, porém não obtiveram sucesso. Certamente havia tanto captação de água
subterrânea pelos encanamentos quanto vazamento a partir destes. Infere que a diferença entre
essas entradas e saídas era muito próxima da margem de erro que se obtém ao subtrair dois
números grandes, o que tornou os resultados inconclusivos.

201
Birkle et al. (1998) calcularam a recarga no âmbito de um balanço hídrico para a Bacia
do Vale do México, com o objetivo de prever as implicações dos resultados deste balanço no
consumo de água no futuro. Foi identificado neste estudo a superexploração do aqüífero, uma
vez que a taxa de explotação é cerca de 51,35 m3/s para uma taxa de recarga calculada de 19
m3/s.
Não obstante às suas limitações, dado à escassez de dados básicos e a limitação de
tempo, o Método do balanço hídrico apresenta-se como um dos mais aplicáveis nesse estudo de
estimativa da produção de água em Vinhedo.

- Cálculo da recarga em grandes áreas utilizando-se o método do Balanço Hídrico

No estado de São Paulo se calculou por meio do balanço hídrico, a recarga de toda uma
região utilizando grande área e grande manancial.
Santos et al. (2012) trabalharam com as áreas de recarga do Aquífero Guarani referente
aos municípios de Nuporanga, Santa Rita do Passa Quatro, Analândia, Botucatu e Piraju.
Apontam que esse manancial recebe recarga a partir de dois mecanismos principais: por
infiltração direta de parte das precipitações que ocorrem em sua zona de afloramentos, indo
formar as reservas ativas; e indiretamente das formações sobrepostas ─ Formação Serra Geral
(através de sistemas de fraturas nessas rochas) e Grupo Bauru (através dos poros desses
arenitos).
Historicamente, informam que a primeira avaliação de reservas na porção brasileira do
Sistema Aquífero Guarani (SAG) deve-se a Rebouças (1976). Na ocasião, a reserva permanente
foi estimada em 48 021 km3 e a reserva reguladora ou ativa em 160 km3/ano, subdivididas em
infiltração direta e indireta. A infiltração direta foi calculada considerando-se uma recarga
equivalente a 15% da pluviometria média anual de 1500 mm, precipitando sobre uma área de
87000 km2. A infiltração indireta foi calculada adotando-se valores de condutividade hidráulica,
valor médio de 5.10-8 m/s e de diferença de potencial e espessura média de camada porosa,
entre 100 m e 400 m, respectivamente. Para a estimativa da reserva permanente, foi utilizada
uma área total de 800 000 km2, espessura média de 300 m e porosidade efetiva de 20%.
Já Rocha (1997) apresentou uma avaliação para toda a área do SAG no Brasil Utilizou
como parâmetros pluviometria média de 1500 mm/ano, área de recarga de 150 000 km2, área
confinada de um milhão km2, espessura média de 250 m, porosidade eficaz de 15% e
coeficiente de armazenamento de 10-4. Nesse trabalho o autor adotou, também, o valor de 25%
como índice de reserva explorável (somatória da infiltração direta e indireta).
Outros autores e estudos estimam que, durante o processo de recarga, a parcela de
precipitação que atinge o nível potenciométrico do SAG em sua porção livre, sob a forma de
taxa de infiltração, é da ordem de 20 % da precipitação total (Velásquez, 1996); (Sinelli et al.,
2008). Parte dessa recarga retorna à superfície na forma de escoamento básico, assegurando a
perenidade dos rios, mesmo nos períodos de estiagem, e apenas uma fração da recarga direta
permanece no meio subterrâneo e contribui para a recarga profunda do SAG, formando a
reserva ativa ou renovável do aqüífero, disponível para captação e distribuição para consumo
para os mais diversos tipos de usos.
Assim, a somatória das captações subterrâneas em uma região ou município deve
limitar-se à retirada apenas dessa parcela renovável, caso contrário, a condição de uso desse
manancial passará à condição de super-explotação das águas subterrâneas.
Por outro lado, estudos no município de Ribeirão Preto, localizado na zona de
afloramentos do SAG no estado de São Paulo, mostraram que as taxas de recarga são da ordem
de 4% do índice pluviométrico (Sinelli, 1987), bem abaixo dos valores utilizados nos cálculos
de recarga por diversos autores, que são da ordem de 15 %.
Destacam-se também outros autores como Montaño e Carrión (1990) e Silva Busso
(1999), que realizaram estudos referentes à recarga de água subterrânea em áreas do SAG
aflorantes sendo que os valores encontrados variam de 3 a 3,6% da precipitação média anual.
Santos et al. (2012), trabalhando com o balanço hídrico climatológico pelo método de
Thornthwaite e Matter (1955), apontaram que as taxas pluviométricas de toda a área variaram
de 1400 mm/ano a 1600 mm/ano, com média para o período levantado de 1570 mm/ano. Para o

202
cálculo da reserva ativa utilizou o montante de 4 % do excedente hídrico médio, referente ao
balanço hídrico.
Dessa forma, apontaram que a reserva ativa calculada para o SAG é de
aproximadamente 4,4 x 108 m3/ano na região paulista. Considerando os dados de levantamentos
populacionais referentes ao censo de 2007, essa reserva subterrânea poderia ser responsável
pelo abastecimento direto de uma população aproximada de 5 milhões de habitantes.
Gualdi (-) diferencia a Reserva ativa ou reguladora da reserva Potencial Explotável.
Afirma que nem toda reserva renovável pode ser explotada porque os poços de extração devem
ter um distanciamento mínimo entre si de quilômetros e deve se evitar grandes rebaixamentos
do nível d’água por bateria de poços.
Assim, o potencial explotável refere-se em torno de 25% da reserva ativa.
Para a condição da região de Vinhedo, SANEBAVI (2006) no trabalho “Caracterização
dos terrenos de Vinhedo em relação à capacidade de infiltração e recarga das águas
subterrâneas”, aponta que, de acordo com Walm Engenharia e Tecnologia Ambiental (1999), o
balanço hídrico da região (bacias dos rios Capivari, Atibaia e Jundiaí) no trecho que abrange o
município possui os seguintes valores medianos anuais: precipitação de 1265 mm; evaporação
real de 793 mm; escoamento total de 465 mm, sendo superficial de 302 mm e básico de 167
mm.
Assim, a recarga do aqüífero considerada foi o valor do escoamento básico em 167 mm/
ano, calculada pelo balanço hídrico, e considerou que a taxa do escoamento básico dos rios é a
estimativa de recarga do aqüífero mais raso. Comentam ainda que alguns estudos mais recentes
apontam que 3% do total de precipitação equivalem à recarga profunda, que no caso, alcançam
o aqüífero cristalino. Portanto este valor pode ser estimado em 38 mm/ano, ou 3,12 x 10-3
km3/ano (ou ainda 3,12 x 106 m3/ano).

- Aplicação do método de balanço hídrico realizando-se a separação das componentes da


variável Excedente

A dificuldade do método do balanço hídrico para a avaliação da recarga está na


separação das componentes da variável excedente (EX) que é, na realidade, a somatória da
infiltração além da “reserva de água utilizável pelas plantas” (recarga) e os escoamentos direto e
subsuperfícial potencial.
No caso de terem-se dados de vazão do corpo d’água principal da microbacia, tem-se
que a separação e quantificação do fluxo de base e do escoamento superficial direto podem ser
feitas a partir de diversas técnicas de separação de hidrogramas, podendo ser utilizadas técnicas
manuais ou técnicas automatizadas (Wahl & Wahl, 1995 in Costa, 2005).
Bertol et al. (2006) apontam que dentre as técnicas automatizadas na separação do
hidrograma em seu trabalho realizado no município de Araguari, MG, optou-se pela smoothed
mínima. Nessa técnica é identificado o menor valor de vazão a cada 10 dias consecutivos. Cada
valor mínimo é comparado com seus vizinhos mais próximos. Se 90% de uma dada vazão
mínima são menores que a vazão correspondente aos mínimos anterior e posterior, tem-se um
turning point (pontos de inflexão que definem a separação entre o fluxo superficial e o fluxo de
base).
A despeito de sua simplicidade, é importante ressaltar que as medidas de leituras da
vazão devem ser feitas, preferencialmente, de forma automatizada para que não deixem de
serem registrados picos que podem ocorrer em qualquer hora do dia.
Outro complicador é a retirada de água por captações clandestinas, tanto do leito dos
rios ao nível superficial como do sistema aqüífero mediante poços, pois ambos influenciam o
escoamento de base. Adiantam que a quantificação das extrações ao nível de volume anual é
extremamente complexa, já que, em muitos corpos d’água, não se tem um histórico de
funcionamento destas captações. Portanto, nessas condições, dificilmente se pode avaliar o
fluxo de base mediante técnicas de separação de hidrogramas.
Se isso é verdade para o fluxo de base o mesmo não se aplica para os escoamentos
diretos e subsuperfícial potencial do período de excedente hídrico já que a precipitação,
teoricamente, devera suprir a evapotranspiração real das culturas.

203
Partindo da hipótese acima, utilizaram a técnica automatizada na separação do
hidrograma pelo “smoothed minima” caracterizando, assim, os escoamentos diretos e
subsuperfíciais potencial.
Considerando que o excedente hídrico constitui-se na recarga acrescida de parcela
relativa aos escoamentos superficiais (direto e subsuperfícial), puderam avaliar a recarga para as
duas sub-bacias como a diferença entre o excedente hídrico e o escoamento superficial.
Observaram que, apesar da ocorrência do veranico, o ano de 2004/2005 alcançou um
valor expressivo de recarga média (744 mm) nas duas sub-bacias experimentais analisadas, ou
seja, próximo de 49% do total precipitado durante o ano citado. Cabendo ressaltar, que a
precipitação média (1.512 mm) do ano 2004/2005 representou um ano médio ao nível das
precipitações médias de longo termo.
O outro ano analisado (2003/2004) com precipitação média (1.098 mm), abaixo da
média de longo termo, teve uma recarga média (294 mm) mais modesta, ou seja, uma média
aproximada de 27% do total precipitado para as duas áreas em análise.

b) Utilização de Gráficos: Outra forma de estimar-se a recarga é utilizando o gráfico proposto


por Foster et al. (1999), que, inclusive, apresenta a estimativa de recarga para áreas urbanas com
e sem esgotamento sanitário, bem como em zona rural ou ambiente natural (Figura 4).

Figura VI-4 Estimativa da recarga utilizando o gráfico. (Foster et al., 1999).

Os métodos descritos a seguir, não podem ser aplicados no presente estudo de Vinhedo
em função da ausência de dados do comportamento do lençol freático, bem como da limitação
de tempo para adquiri-los.
No entanto, é interessante discuti-los para que, no futuro possam ser aplicados visando
maior precisão na determinação da capacidade de produção de água das microbacias
hidrográficas do município.

204
c) Método de Flutuação da Superfície Livre (Water Table Fluctuation - WTF): A
metodologia prevê um monitoramento da flutuação do lençol freático por um período de tempo
tornando-o mais preciso quanto maior for o período de amostragem.
É a técnica mais amplamente usada para estimativa da recarga sendo, no entanto, só
aplicável aos aqüíferos não confinados requerendo o conhecimento do rendimento específico do
solo e das variações nos níveis d’água ao longo de um tempo.
A elevação do nível d’água representa os efeitos combinados da recarga para um evento
de precipitação e da precedente condição de descarga (Healy e Cook, 2002).
Segundo Healy e Cook (2002) e Scanlon et al. (2002), a recarga é calculada como:

R = Sy (dh/dt) = Sy (∆h/∆t)

em que Sy é o rendimento específico, h é a altura do nível freático, e t é o tempo.


Essa equação assume que a água que atinge o nível freático entra imediatamente em
armazenamento e que todos os outros componentes do balanço hídrico subterrâneo
(evapotranspiração subterrânea, fluxo de base, entrada e saída de fluxo subsuperficial) são nulos
durante o período de recarga.
A medida de flutuações do nível d’água em poços de monitoramento é uma faceta
importante de muitos estudos de água subterrânea. No entanto, oscilações no nível d’água
podem resultar de uma variedade de fenômenos hidrológicos, alguns naturais e alguns induzidos
pelo homem. Em muitos casos, pode haver mais do que um mecanismo operando
simultaneamente, e para que as medidas sejam interpretadas corretamente é importante o
entendimento dos vários fenômenos atuantes. Além disso, há uma variedade de fenômenos
(evapotranspiração, pressão atmosférica, variações na temperatura, bombeamento de poços e
mudanças naturais ou induzidas na superfície freática) que podem conduzir a flutuações do
nível d’água, e não representarem a verdadeira recarga subterrânea (Lerner et al., 1990).
O método se adapta melhor quando a resposta à recarga é rápida e o nível de água
próximo à superfície. Scanlon et al. 2002 afirmam que a dificuldade deste método é a de
determinar um valor representativo para a vazão específica e de separar a proporção que se deve
à recarga e a que tem outras origens (flutuações devido à pressão atmosférica, presença de
trapeamento de ar pela frente de molhamento ou interferência de poços em bombeamento).
Um exemplo de uso bem sucedido do método de variação dos níveis da água é o
trabalho realizado por Lima (2002), na cidade de São Paulo. Além de detectar a variação do
nível da água do aqüífero freático devido a vazamentos de uma galeria de água pluvial, o autor
detectou a influência da heterogeneidade do meio geológico no fluxo da água subterrânea. A
origem da água de recarga antrópica foi reconhecida pela assinatura química diferente daquela
observada na recarga natural.
O trabalho de Monnier (2001) utilizou níveis da água históricos (do século XIX e XX),
além de dados de vazão específica, para detectar a influência da urbanização próxima a Paris na
recarga. Mesmo após a urbanização (91,6% de impermeabilização do terreno), os níveis não
demonstraram variações significativas. O autor estima que, para manter os níveis, a contribuição
de vazamentos do sistema de abastecimento de água, esgoto e águas pluviais no fluxo da água
subterrânea seja da ordem de 80%.

d) Aproximação de Darcy: De acordo com a Lei de Darcy, a velocidade de percolação da água


no solo é proporcional ao gradiente hidráulico multiplicado por um fator de proporcionalidade,
denominado de condutividade hidráulica.
A lei de Darcy pode ser usada para estimar a recarga através de dois poços de
monitoramento alinhados numa perpendicular ao corpo d’água. O método assume fluxo
constante e nenhuma extração de água subterrânea. A recarga (R) de um aqüífero livre é igual à
velocidade de Darcy (q) multiplicada pelo intervalo de tempo entre medidas consecutivas:

R = q x ∆t

205
A recarga estimada é o somatório dos valores positivos encontrados para cada intervalo
de tempo considerado. O método é de fácil aplicação, se existir informações da condutividade
hidráulica e do gradiente hidráulico com razoável confiança.
As estimativas de recarga baseadas na Lei de Darcy são altamente imprecisas devido ao
fato da grande variabilidade da condutividade hidráulica relacionada à heterogeneidade do meio
(Scanlon et al., 2002).
Porém, de modo geral, considera-se que o método apresenta bons resultados quando
aplicado em uma área relativamente extensa e quando os dados hidráulicos sejam disponíveis. O
método apresenta limitações quanto a áreas com intenso bombeamento e imprecisão da
estimativa da condutividade hidráulica e da espessura do aqüífero.

e) Método Baseado em Assinatura Química: As concentrações de diversos solutos na água


definem sua assinatura geoquímica, que é utilizada para identificar águas e suas origens (Lloyd
& Heathcote 1985 apud Lerner, 2002). Há ainda um grande potencial para o uso das assinaturas
geoquímicas na identificação das várias fontes de recarga urbana. Marcadores potenciais da
assinatura geoquímica da água são (Lerner 2002):

▪ Inorgânicos: cátions maiores (Ca2+, Mg2+, K+, Na+ e NH4+), ânions (HCO3-, SO4 2-, Cl-, NO3-),
metais (Fe2+, Fe3+, Mn2+ e metais traços), e outros íons menores (B 3+, PO4 3-, Sr2+, F-, Br-, e
CN-);
▪ Orgânicos: os mais importantes são os clorofluorocarbonos (CFCs), trihalometanos (THMs),
componentes fecais (coprostanol e 1-aminopropanona), compostos relacionados a
detergentes, compostos químicos industriais (incluindo solventes clorados e
hidrocarbonetos);
▪ Particulados: espécies microbiológicas fecais e várias partículas coloidais.

Um marcador de recarga ideal seria um soluto facilmente analisado, que é peculiar a


uma fonte de água e um caminho, a uma concentração constante na fonte, e que não seja reativo
em nenhuma situação. Tais solutos são raros.
O uso de diversos traçadores combinados pode aumentar a confiabilidade do resultado,
sendo, deste modo, recomendável.

f) Estimativa da recarga natural pelo uso da técnica de separação hidrográfica: Esse


método exige que haja o registro das vazões dos corpos d’água em um período de tempo.
Leonard & Lakey (1989) realizaram uma estimativa da recarga natural na Bacia Otway, em
Victoria, na Austrália.
Eles utilizaram a técnica de separação hidrográfica e análises de rede de fluxo. A
técnica de separação hidrográfica consiste na separação do componente fluxo de base do fluxo
total, a partir de curvas de recessão dos rios. O fluxo de base médio foi calculado. Os autores
obtiveram uma recarga de 14% para a técnica da separação hidrográfica e 17% do total anual de
precipitação para o método de análises de rede de fluxo (neste último caso, para a área de 28
km2, obtiveram 4.800 ML/ano). Tais resultados mostraram-se bastante coerentes entre si,
tornando possível o uso da técnica de separação hidrográfica.

3. DIFERENTES MÉTODOS DE ESTIMATIVA DA RECAGA FORNECIDOS PELA


LITERATURA

A tabela 1 mostra os parâmetros de cálculo de diferentes metodologias de estimativa da


recarga das águas subterrâneas.

206
PARÂMETROS DE CÁLCULO
Tabela VI-1 Parâmetros deDE DIFERENTES
cálculo
PARÂMETROS de METODOLOGIAS
DE diferentes
CÁLCULO DE DE ESTIMATIVA
metodologias
DIFERENTES DA RECARGA
de estimativa
METODOLOGIAS da DAS ÁGUAS
DErecarga das DA
ESTIMATIVA SUBTERRÂNEAS
águas subterrâneas.
RECARGA DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

(6) (6) (7) (7)


(1) (2) (1) (3) (2) (4) (3) (5)
(4) (5) Taxa de recarga anual Taxa de recarga anual
Taxa de recarga anual Taxa de recarga anual
Santos Gualdi
Santos(-) Área Urbana
Gualdi (-) Área Urbana Área
Área Urbana Rural Área
Área Urbana Urbana
Área RuralÁrea Urbana
Área Urbana Área Urbana
Base de Calculo Método
Base de Calculo Precipitação
Método Precipitação Rebouças e outros SINELLI e outros
Rebouças e outros ANA
SINELLI e outros Reserva ANA
Ativa potencial
Reservaexplotável
Ativa Alta Dens.explotável
potencial Pop. Baixa Dens. Pop Pop. Baixa Dens.
Alta Dens. AltaPop
Dens. Pop. Baixa Dens. Pop Pop. Baixa Dens. Pop
Alta Dens.
Anual Anual % da Precip. Anual % da%Precip. Anual
da Precip. Anual % %
dada
Recarga 4% do%Exc.
Precip. Anual Hidr.
da Recarga 25%
4% da
do Reserv.
Exc. Hidr.Ativa 25% da Reserv. Ativa

mm mm mm mm mm mm mm mm mm mm
mm mm
mm mm mm mm mm mm mm mm mm mm

Precipitação Anual Rebouças


Precipitação Anual Rebouças 20 20
SINELLI SINELLI 4 4

Grafico de Foster Foster


Grafico de Foster Foster 500 175 500 100 175 100

Balanço Hídrico ANA


Balanço Hídrico ANA 20 20
Santos Santos 4 425 25

Lerner Lerner Rec x 0,75 x 2 x 2)


Rec x 0,75
Recx x20,75
x 0,75)
x 2 x 2)
Rec x 0,75 x 2 x 0,75)

Grafico de Foster Chaves et al


Grafico de(2009)
Foster Chaves et al (2009)

Vários Maziero
Vários Maziero

WTF Iritani
WTF(1993) Iritani (1993)

Vários Viviani-Lima
Vários Viviani-Lima

Observações: Observações:

(1) Rebouças (1976).


(1) A infiltração direta SAG
Rebouças foi calculada
(1976). considerando-se
A infiltração direta SAG foiuma recarga
calculada equivalente a 15%
considerando-se umada pluviometria
recarga médiaa anual
equivalente 15% da pluviometria média anual
Rocha (1997) 25% como índice Rocha
de reserva explorável (somatória da infiltração direta e indireta).
(1997) 25% como índice de reserva explorável (somatória da infiltração direta e indireta).
VELÁSQUEZ, 1996); (SINELLIVELÁSQUEZ,
et al., 2008) parcela
1996);de precipitação
(SINELLI et al.,que atinge
2008) o nível
parcela de potenciométrico
precipitação quedo SAGoem
atinge suapotenciométrico
nível porção livre, sobdoa SAG
formaem
desua
taxaporção
de infiltração,
livre, sobéada ordem
forma de de 20de
taxa % infiltração,
da precipitação total de 20 % da precipitação total
é da ordem

(2) SINELLI, 1987; (2)


FIPAI, 1996 taxas de recarga
SINELLI, 1987;são da ordem
FIPAI, 1996 de 4% de
taxas do recarga
índice pluviométrico
são da ordem de 4% do índice pluviométrico

(3) ANA (2004, 2005) (3) assumiu que ANA a (2004,


disponibilidade hídricaque
2005) assumiu subterrânea corresponde
a disponibilidade a 20%
hídrica das reservas
subterrânea renováveis,
corresponde desconsiderando
a 20% a contribuição
das reservas renováveis, das reservas permanentes.
desconsiderando a contribuição das reservas permanentes.
Conejo Lopes (1994) estimouConejo a disponibilidade
Lopes (1994) hídrica paraa as
estimou bacias dos Rios
disponibilidade Piracicaba
hídrica para asebacias
Capivari
dosem 15 Piracicaba
Rios a 30% da recarga média
e Capivari em multianual.
15 a 30% da recarga média multianual.
(4) Santos et al (2012),
(4) reserva ativa utilizou
Santos o montante
et al de 4 %ativa
(2012), reserva do excedente
utilizou o hídrico médio,
montante de 4 referente ao balanço
% do excedente hídrico.
hídrico médio, referente ao balanço hídrico.
(5) Gualdi (-) potencial
(5) explotável refere-se
Gualdi (-)em torno deexplotável
potencial 25% da reserva ativa.
refere-se em torno de 25% da reserva ativa.

(6) Grafico de Foster


(6) Grafico de Foster

(7) Lerner et al. (1990)


(7) Lerner et al. (1990) Área Urbana; Precip maior 1000mm (x 0,75);
Área Urbana; Sistema
Precip maiorde coleta de
1000mm (xágua
0,75);Pluvial
SistemaSubestimado (xágua
de coleta de 2); Alta densidade
Pluvial de casas
Subestimado (x (x
2);2)Alta densidade de casas (x 2)
Área Urbana; Precip maior 1000mm (x 0,75);
Área Urbana; Sistema
Precip maiorde coleta de
1000mm (xágua
0,75);Pluvial
SistemaSubestimado (xágua
de coleta de 2); Baixa densidade
Pluvial de casas
Subestimado (xBaixa
(x 2); 0,75) densidade de casas (x 0,75)

(8) Chaves et al (2009)


(8) Chaves et al (2009) Solo nú 8% da Precipitação
Solo nú (Solo Tipo
8%Podzólico)
da Precipitação (Solo Tipo Podzólico)
Cana de açúcar 25%Cana
da Precipitação
de açúcar 25% da Precipitação
Veg. Secundária 10%Veg.
da Precipitação
Secundária 10% da Precipitação
Área Urbana 32%Área
da Precipitação
Urbana 32% da Precipitação

(9) Maziero et al (2008).


(9) Maziero et al (2008). Método WTF - 14,7% da precipitação
Método- WTF
Variando de 4 da
- 14,7% a 35%
precipitação - Variando de 4 a 35%
(Área Urbanizada - 70%) (Área Urbanizada - 70%) Aproximação de Darcy - 16,3% Aproximação
da precipitação
de-Darcy
Variando de 1,2
- 16,3% daaprecipitação
59,6% - Variando de 1,2 a 59,6%
Balanço Hídrico - 17,2% da precipitação (recarga)
Balanço Hídrico + 32,8da
- 17,2% (escorrimento
precipitaçãosuperficial)
(recarga) + 32,8 (escorrimento superficial)

(10) Iritani (1993) - Lei


(10)de Darcy - 17,85% da precipitação
Iritani (1993) - Lei de Darcy - 17,85% da precipitação

(11) Viviani-Lima (2007)


(11) Viviani-Lima (2007) Área Urbana Baixa Dens. Pop Área Urbana BaixaMétodo WTF
Dens. Pop Método WTF
Darcy Darcy
Balanço Hídrico Balanço Hídrico

Área Urbana Alta Dens. Pop. Método WTFAlta Dens. Pop. Método WTF
Área Urbana 14,5% da precipitação 14,5% da precipitação
88,5% impermeabilização Darcy
88,5% impermeabilização Darcy 38% da precipitação - 62% da recarga
38% daé precipitação
vazamento - 62% da recarga é vazamento
Balanço Hídrico Balanço Hídrico 24,6% da precipitação 24,6% da precipitação

207
Continuação
Tabela VI 1 Parâmetros de cálculo de diferentes metodologias de estimativa da recarga das águas subterrâneas.
PARÂMETROS DE CÁLCULO DE DIFERENTES METODOLOGIAS DE ESTIMATIVA DA RECARGA DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS Continuação
(7) (8) (9) (10) (11) (6) (7)
Taxa de recarga anual (1) (2) (3) (4) (5) Área Urbana Taxa de recarga anual Taxa de recarga anual
Área Urbana Área Urbana Solo nú Cana de Veg. Área Método WTF Aproximação Balanço Área Urbana Santos Baixa Dens. Pop.
Gualdi (-) Área Urbana Alta Dens.
Área Pop.
Urbana Área Rural Área Urbana Área Urbana
Base Alta Dens. Pop. Baixa
de Calculo Dens. Pop
Método Precipitaçãoaçúcar Secundária UrbanaRebouças e outros de Darcye outros Hídrico ANA Pop. Densa
SINELLI ReservaMétodo
Ativa WTF Aproximação Balanço Alta Dens.
potencial explotável Método WTF Baixa
Pop. Aproximação
Dens. Pop Balanço Alta Dens. Pop. Baixa Dens. Pop
Anual % da Precipitação % da Precip. Anual% da Precipitação
% da Precip. Anual % da Precipitação
% da Recarga 4% do Exc. Hidr. de da
25% Darcy Hídrico
Reserv. Ativa de Darcy Hídrico
% da Precipitação
mm mm mm mm mm mmmm mm mm mm mm mm mm mm mm mm mm

Precipitação Anual Rebouças 20


SINELLI 4

Grafico de Foster Foster 500 175 100

Balanço Hídrico ANA 20


Santos 4 25

Rec x 0,75 x 2 x Lerner


2)
Rec x 0,75 x 2 x 0,75) Rec x 0,75 x 2 x 2)
Rec x 0,75 x 2 x 0,75)

Grafico de Foster Chaves et al (2009) 8 25 10 32

Vários Maziero 14,7 16,3 17,2

WTF Iritani (1993) 17,85

Vários Viviani-Lima 17,5 22 30 14,5 38 24,6

Observações:

(1) Rebouças (1976). A infiltração direta SAG foi calculada considerando-se uma recarga equivalente a 15% da pluviometria média anual
Rocha (1997) 25% como índice de reserva explorável (somatória da infiltração direta e indireta).
VELÁSQUEZ, 1996); (SINELLI et al., 2008) parcela de precipitação que atinge o nível potenciométrico do SAG em sua porção livre, sob a forma de taxa de infiltração, é da ordem de 20 % da precipitação total

(2) SINELLI, 1987; FIPAI, 1996 taxas de recarga são da ordem de 4% do índice pluviométrico

(3) ANA (2004, 2005) assumiu que a disponibilidade hídrica subterrânea corresponde a 20% das reservas renováveis, desconsiderando a contribuição das reservas permanentes.
Conejo Lopes (1994) estimou a disponibilidade hídrica para as bacias dos Rios Piracicaba e Capivari em 15 a 30% da recarga média multianual.
(4) Santos et al (2012), reserva ativa utilizou o montante de 4 % do excedente hídrico médio, referente ao balanço hídrico.
(5) Gualdi (-) potencial explotável refere-se em torno de 25% da reserva ativa.

(6) Grafico de Foster

(7) Lerner et al. (1990) Área Urbana; Precip maior 1000mm (x 0,75); Sistema de coleta de água Pluvial Subestimado (x 2); Alta densidade de casas (x 2)
Área Urbana; Precip maior 1000mm (x 0,75); Sistema de coleta de água Pluvial Subestimado (x 2); Baixa densidade de casas (x 0,75)

(8) Chaves et al (2009) Solo nú 8% da Precipitação (Solo Tipo Podzólico)


Cana de açúcar 25% da Precipitação
Veg. Secundária 10% da Precipitação
Área Urbana 32% da Precipitação

(9) Maziero et al (2008). Método WTF - 14,7% da precipitação - Variando de 4 a 35%


(Área Urbanizada - 70%) Aproximação de Darcy - 16,3% da precipitação - Variando de 1,2 a 59,6%
Balanço Hídrico - 17,2% da precipitação (recarga) + 32,8 (escorrimento superficial)

(10) Iritani (1993) - Lei de Darcy - 17,85% da precipitação

(11) Viviani-Lima (2007) Área Urbana Baixa Dens. Pop Método WTF
Darcy
Balanço Hídrico

Área Urbana Alta Dens. Pop. Método WTF 14,5% da precipitação


88,5% impermeabilização Darcy 38% da precipitação - 62% da recarga é vazamento
Balanço Hídrico 24,6% da precipitação

208
- Aplicação dos diferentes métodos de estimativa da recarga em áreas de diferentes ocupações
e uso dos solos em Vinhedo

Com base no apresentado, o cálculo da estimativa de recarga para Vinhedo, em


diferentes condições de cobertura do solo e metodologias podem ser resumidos nas tabelas a
seguir.
Para efeito de segurança, para a precipitação anual foi considerado o menor valor
encontrado na literatura 1249 mm/ano, indicado por NURMA- Engenharia de
Biossistemas/ESALQ/USP (Disponível em http://www.leb.esalq.usp.br/bhbrasil/Saopaulo/).

Detalhando-se um pouco mais, a tabela 3 apresenta a estimativa de cálculo, para áreas


em geral, da recarga e da água disponível para Vinhedo, segundo diferentes autores e métodos.
Já a tabela 4 apresenta a estimativa de cálculo, para áreas urbanizadas, da recarga e da
água disponível para Vinhedo, segundo diferentes autores e métodos.
A tabela 5 apresenta a estimativa de cálculo, para áreas rurais, da recarga e da água
disponível para Vinhedo, segundo diferentes autores e métodos.

209
Tabela VI-2 Cálculo daCÁLCULO DA ESTIMATIVA
estimativa
CÁLCULO de
DA recargaDE RECARGA
das
ESTIMATIVA DEáguas DASDAS
ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
subterrâneas
RECARGA ÁGUAS PELAS
pelos diferentes
SUBTERRÂNEAS DIFERENTES
DIFERENTESMETODOLOGIAS
metodologias.
PELOS METODOLOGIAS

(*) (6) (7) (8)


Excedente (1) (2) (3) (4) (5) Taxa de recarga anual Taxa de recarga anual
Santos Gualdi (-) Área Urbana Área Urbana Área Rural Área Urbana Área Urbana Solo nú Cana de Veg
Base de Calculo Método Precipitação Balanço Hidrico Rebouças e outros SINELLI e outros ANA Reserva Ativa potencial explotável Alta Dens. Pop. Baixa Dens. Pop Alta Dens. Pop. Baixa Dens. Pop açúcar Secund
Anual % da Precip. Anual % da Precip. Anual % da Recarga (4% do Exc. Hidr. (25% da Reserv. Ativa % da Precipitaçã
Thornthwaite e Mather (1955)
mm mm mm mm mm mm mm mm mm mm mm mm

1249 548
Precipitação Anual Rebouças 249,8
SINELLI 49,96

Grafico de Foster Foster 500 175 100

Balanço Hídrico ANA 109,6


Santos 21,92 5,2608

Lerner 1644 616,5

Grafico de Foster Chaves et al (2009) 99,92 312,25 124

Vários Maziero

WTF Iritani (1993)

Vários Viviani-Lima

Observações:

1249 Vermelho=dados de entrada 280,8 Azul=dados calculados 500,0 Preto=dados indicados


(*) Variando de 548 a 673mm
(1) Rebouças (1976). A infiltração direta SAG foi calculada considerando-se uma recarga equivalente a 15% da pluviometria média anual
Rocha (1997) 25% como índice de reserva explorável (somatória da infiltração direta e indireta).
VELÁSQUEZ, 1996); (SINELLI et al., 2008) parcela de precipitação que atinge o nível potenciométrico do SAG em sua porção livre, sob a forma de taxa de infiltração, é da ordem de 20 % da precipitação total

(2) SINELLI, 1987; FIPAI, 1996 taxas de recarga são da ordem de 4% do índice pluviométrico

(3) ANA (2004, 2005) assumiu que a disponibilidade hídrica subterrânea corresponde a 20% das reservas renováveis, desconsiderando a contribuição das reservas permanentes.
Conejo Lopes (1994) estimou a disponibilidade hídrica para as bacias dos Rios Piracicaba e Capivari em 15 a 30% da recarga média multianual.
(4) Santos et al (2012), reserva ativa utilizou o montante de 4 % do excedente hídrico médio, referente ao balanço hídrico.
(5) Gualdi (-) potencial explotável refere-se em torno de 25% da reserva ativa.

(6) Grafico de Foster

(7) Lerner et al. (1990) Área Urbana; Precip maior 1000mm (x 0,75); Sistema de coleta de água Pluvial Subestimado (x 2); Alta densidade de casas (x 2)
Área Urbana; Precip maior 1000mm (x 0,75); Sistema de coleta de água Pluvial Subestimado (x 2); Baixa densidade de casas (x 0,75)

(8) Chaves et al (2009) (Maceió, AL) Solo nú 8% da Precipitação (Solo Tipo Podzólico)
Cana de açúcar 25% da Precipitação
Veg. Secundária 10% da Precipitação
Área Urbana 32% da Precipitação

(9) Maziero et al (2008). (São Carlos, SP) Método WTF - 14,7% da precipitação - Variando de 4 a 35%
(Área Urbanizada - 70%) Aproximação de Darcy - 16,3% da precipitação - Variando de 1,2 a 59,6%
Balanço Hídrico - 17,2% da precipitação (recarga) + 32,8 (escorrimento superficial)

(10) Iritani (1993) - (Cid. Univers. São Paulo, SP) Lei de Darcy - 17,85% da precipitação

(11) Viviani-Lima (2007) Área Urbana Baixa Dens. Pop Método WTF
Darcy
Balanço Hídrico

Área Urbana Alta Dens. Pop. Método WTF 14,5% da precipitação


88,5% impermeabilizaçãoDarcy 38% da precipitação - 62% da recarga é vazamento
Balanço Hídrico 24,6% da precipitação

210
CÁLCULO
CÁLCULODA ESTIMATIVA
ESTIMATIVADE
DERECARGA
RECARGADAS
DASÁGUAS
ÁGUASSUBTERRÂNEAS
SUBTERRÂNEASPELOS
PELASDIFERENTES
DIFERENTES METODOLOGIAS
Continuação
DA METODOLOGIAS
Continuação
(*) (6)
(7) (8) Excedente (9) (1) (2) (10) (3)
(4) (11) (5) Taxa de recarga anual Taxa de
ecarga anual Santos Gualdi (-)
Área Urbana Área Urbana Área Urbana Área Rural Área Urbana
Base
ÁreadeUrbana
Calculo Método
Solo nú Cana de Precipitação
Veg. Área Balanço
Método Hidrico
WTF Rebouças e outros
Aproximação Balanço SINELLIÁrea
e outros
Urbana ANA Reserva
Baixa Ativa
Dens. Pop. potencial explotável Alta Dens.
Alta Dens.
Pop. Pop. Baixa Dens. Pop Alta Dens. Po
Baixa Dens. Pop açúcar Anual
Secundária Urbana % Darcy
de da Precip. Anual
Hídrico% da Precip.
Pop.Anual
Densa % daMétodo
Recarga
WTF (4% do Exc. Hidr. Balanço
Aproximação (25% da Reserv.
Método Ativa Aproximação
WTF Balanço
% da Precipitação Thornthwaite e Mather (1955)
% da Precipitação % da Precipitação de Darcy Hídrico de Darcy Hídrico
mm mm mm mm mm mm
% da Precipitação mm mm mm mm
mm mm mm mm mm

1249 548
recipitação Anual Rebouças 249,8
SINELLI 49,96

rafico de Foster Foster 500 175 100

alanço Hídrico ANA 109,6


Santos 21,92 5,2608

Lerner 1644
616,5
rafico de Foster Chaves et al (2009)
99,92 312,25 124,9 399,68
ários Maziero
183,603 203,587 214,828
WTF Iritani (1993)
222,9465
ários Viviani-Lima
218,575 274,78 374,7 181,105 474,62 307,254

Observações:

1249 Vermelho=dados de entrada 280,8 Azul=dados calculados 500,0 Preto=dados indicados


(*) Variando de 548 a 673mm
(1) Rebouças (1976). A infiltração direta SAG foi calculada considerando-se uma recarga equivalente a 15% da pluviometria média anual
Rocha (1997) 25% como índice de reserva explorável (somatória da infiltração direta e indireta).
VELÁSQUEZ, 1996); (SINELLI et al., 2008) parcela de precipitação que atinge o nível potenciométrico do SAG em sua porção livre, sob a forma de taxa de infiltração, é da ordem de 20 % da precipitação total

(2) SINELLI, 1987; FIPAI, 1996 taxas de recarga são da ordem de 4% do índice pluviométrico

(3) ANA (2004, 2005) assumiu que a disponibilidade hídrica subterrânea corresponde a 20% das reservas renováveis, desconsiderando a contribuição das reservas permanentes.
Conejo Lopes (1994) estimou a disponibilidade hídrica para as bacias dos Rios Piracicaba e Capivari em 15 a 30% da recarga média multianual.
(4) Santos et al (2012), reserva ativa utilizou o montante de 4 % do excedente hídrico médio, referente ao balanço hídrico.
(5) Gualdi (-) potencial explotável refere-se em torno de 25% da reserva ativa.

(6) Grafico de Foster

(7) Lerner et al. (1990) Área Urbana; Precip maior 1000mm (x 0,75); Sistema de coleta de água Pluvial Subestimado (x 2); Alta densidade de casas (x 2)
Área Urbana; Precip maior 1000mm (x 0,75); Sistema de coleta de água Pluvial Subestimado (x 2); Baixa densidade de casas (x 0,75)

(8) Chaves et al (2009) (Maceió, AL) Solo nú 8% da Precipitação (Solo Tipo Podzólico)
Cana de açúcar 25% da Precipitação
Veg. Secundária 10% da Precipitação
Área Urbana 32% da Precipitação

(9) Maziero et al (2008). (São Carlos, SP) Método WTF - 14,7% da precipitação - Variando de 4 a 35%
(Área Urbanizada - 70%) Aproximação de Darcy - 16,3% da precipitação - Variando de 1,2 a 59,6%
Balanço Hídrico - 17,2% da precipitação (recarga) + 32,8 (escorrimento superficial)

(10) Iritani (1993) - (Cid. Univers. São Paulo, SP) Lei de Darcy - 17,85% da precipitação

(11) Viviani-Lima (2007) Área Urbana Baixa Dens. Pop Método WTF
Darcy
Balanço Hídrico

Área Urbana Alta Dens. Pop. Método WTF 14,5% da precipitação


88,5% impermeabilizaçãoDarcy 38% da precipitação - 62% da recarga é vazamento
Balanço Hídrico 24,6% da precipitação

211
ESTIMATIVA DE CÁLCULO, PARA ÁREAS EM GERAL, DA RECARGA E DA ÁGUA DISPONÍVEL PARA VINHEDO, SEGUNDO DIFERENTES AUTORES E MÉTODOS.
Tabela VI-3 Estimativa de cálculo, para áreas em geral, da recarga e da água disponível para Vinhedo, segundo diferentes autores e métodos.

(*)
Excedente (1) (2) (3) (4) (5)
Santos Gualdi (-)
Base de Calculo Método Precipitação Balanço Hidrico Rebouças e outros SINELLI e outros ANA Reserva Ativa potencial explotável
Anual % da Precip. Anual % da Precip. Anual % da Recarga (4% do Exc. Hidr. (25% da Reserv. Ativa
Thornthwaite e Mather (1955)
mm mm mm mm mm mm

1249 548
Precipitação Anual Rebouças 249,8
SINELLI 49,96

Grafico de Foster Foster

Balanço Hídrico ANA 109,6


Santos 21,92 5,2608

Lerner

Grafico de Foster Chaves et al (2009)

Vários Maziero

WTF Iritani (1993)

Vários Viviani-Lima

Observações:

1249 Vermelho=dados de entrada 280,8 Azul=dados calculados 500,0 Preto=dados indicados


(*) Variando de 548 a 673mm
(1) Rebouças (1976). A infiltração direta SAG foi calculada considerando-se uma recarga equivalente a 15% da pluviometria média anual
Rocha (1997) 25% como índice de reserva explorável (somatória da infiltração direta e indireta).
VELÁSQUEZ, 1996); (SINELLI et al., 2008) parcela de precipitação que atinge o nível potenciométrico do SAG em sua porção livre, sob a forma de taxa de infiltração, é da ordem de 20 % da precipitação total

(2) SINELLI, 1987; FIPAI, 1996 taxas de recarga são da ordem de 4% do índice pluviométrico

(3) ANA (2004, 2005) assumiu que a disponibilidade hídrica subterrânea corresponde a 20% das reservas renováveis, desconsiderando a contribuição das reservas permanentes.
Conejo Lopes (1994) estimou a disponibilidade hídrica para as bacias dos Rios Piracicaba e Capivari em 15 a 30% da recarga média multianual.
(4) Santos et al (2012), reserva ativa utilizou o montante de 4 % do excedente hídrico médio, referente ao balanço hídrico.
(5) Gualdi (-) potencial explotável refere-se em torno de 25% da reserva ativa.

212
ESTIMATIVA DE CÁLCULO, PARA ÁREAS URBANIZADAS, DA RECARGA E DA ÁGUA DISPONÍVEL PARA VINHEDO, SEGUNDO DIFERENTES AUTORES E MÉTODOS.

Tabela VI-4 Estimativa de cálculo para áreas urbanizadas, da recarga e da água disponível para Vinhedo, segundo diferentes autores e métodos.

(*) (6) (7) (8) (9) (10) (11)


Taxa de recarga anual Taxa de recarga anual Área Urbana
Excedente Área Urbana Área Urbana Área Urbana Área Urbana Área Método WTF Aproximação Balanço Área Urbana Baixa Dens. Pop. Alta Dens. Pop.
Base de Calculo Método Precipitação Balanço Hidrico Alta Dens. Pop. Baixa Dens. Pop Alta Dens. Pop. Baixa Dens. Pop Urbana de Darcy Hídrico Pop. Densa Método WTF Aproximação Balanço Método WTFAproximação Balanço
Anual % da Precipitação % da Precipitação % da Precipitação de Darcy Hídrico de Darcy Hídrico
Thornthwaite e Mather (1955) % da Precipitação
mm mm mm mm mm mm mm mm mm

1249 548
Precipitação Anual Rebouças
SINELLI

Grafico de Foster Foster 500 175

Balanço Hídrico ANA


Santos

Lerner 1644 616,5

Grafico de Foster Chaves et al (2009) 399,68

Vários Maziero 183,603 203,587 214,828

WTF Iritani (1993) 222,9465

Vários Viviani-Lima 218,575 274,78 374,7 181,105 474,62 307,254

Média 289,351667 320,993

Observações:

1249 Vermelho=dados de entrada 280,8 Azul=dados calculados 500,0 Preto=dados indicados


(*) Variando de 548 a 673mm

(6) Grafico de Foster

(7) Lerner et al. (1990) Área Urbana; Precip maior 1000mm (x 0,75); Sistema de coleta de água Pluvial Subestimado (x 2); Alta densidade de casas (x 2)
Área Urbana; Precip maior 1000mm (x 0,75); Sistema de coleta de água Pluvial Subestimado (x 2); Baixa densidade de casas (x 0,75)

(8) Chaves et al (2009) (Maceió, AL) Solo nú 8% da Precipitação (Solo Tipo Podzólico)
Cana de açúcar 25% da Precipitação
Veg. Secundária 10% da Precipitação
Área Urbana 32% da Precipitação

(9) Maziero et al (2008). (São Carlos, SP) Método WTF - 14,7% da precipitação - Variando de 4 a 35%
(Área Urbanizada - 70%) Aproximação de Darcy - 16,3% da precipitação - Variando de 1,2 a 59,6%
Balanço Hídrico - 17,2% da precipitação (recarga) + 32,8 (escorrimento superficial)

(10) Iritani (1993) - (Cid. Univers. São Paulo, SP) Lei de Darcy - 17,85% da precipitação

(11) Viviani-Lima (2007) Área Urbana Baixa Dens. Pop Método WTF
Darcy
Balanço Hídrico

Área Urbana Alta Dens. Pop. Método WTF 14,5% da precipitação


88,5% impermeabilizaçãoDarcy 38% da precipitação - 62% da recarga é vazamento
Balanço Hídrico 24,6% da precipitação

213
ESTIMATIVA DE CÁLCULO, PARA ÁREAS RURAIS, DA RECARGA E DA ÁGUA DISPONÍVEL PARA VINHEDO, SEGUNDO DIFERENTES AUTORES E MÉTODOS.
Tabela VI-5 Estimativa de cálculo para áreas rurais, da recarga e da água disponível para Vinhedo, segundo diferentes autores e métodos.

(*) '(6) (8)


Excedente
Área Rural Solo nú Cana de Veg.
Base de Calculo Método Precipitação Balanço Hidrico açúcar Secundária
Anual % da Precipitação
Thornthwaite e Mather (1955)
mm mm mm

1249 548
Precipitação Anual Rebouças
SINELLI

Grafico de Foster Foster 100

Balanço Hídrico ANA


Santos

Lerner

Grafico de Foster Chaves et al (2009) 99,92 312,25 124,9

Vários Maziero

WTF Iritani (1993)

Vários Viviani-Lima

Observações:

1249 Vermelho=dados de entrada 280,8 Azul=dados calculados 500,0 Preto=dados indicados

(*) Variando de 548 a 673mm

(6) Grafico de Foster

(8) Chaves et al (2009) (Maceió, AL) Solo nú 8% da Precipitação (Solo Tipo Podzólico)
Cana de açúcar 25% da Precipitação
Veg. Secundária 10% da Precipitação
Área Urbana 32% da Precipitação

214
4. RECARGA EM ÁREAS URBANIZADAS

- Conceituação

A urbanização pode afetar radicalmente todo o balanço hídrico de uma área, uma vez
que modifica drasticamente a paisagem natural. Em áreas urbanizadas, as fontes e caminhos da
recarga da água subterrânea são mais complicados e numerosos que em áreas não urbanizadas.
A impermeabilização do terreno à infiltração da água da chuva, associada às redes de
drenagem artificiais, modificam o caminho da água provinda da precipitação, essencialmente
aumentando o escoamento superficial, diminuindo a infiltração e a recarga direta.
Acreditava-se que a impermeabilização do terreno fosse o principal fator modificador
da recarga total, diminuindo-a. Tal crença pode parecer óbvia, até mesmo para os leigos. Sabe-
se hoje, porém, que a recarga em uma área urbanizada tende a ser maior que em uma área
equivalente agrícola. Apesar das modificações nos mecanismos de recarga natural, novos
mecanismos são introduzidos, como as perdas de água pela rede de água e esgoto, pela irrigação
de jardins, entre outros (Foster et al. 1999).
Fisicamente, uma vez atingida a superfície, a precipitação proporciona a água necessária
para umedecimento do solo e para escoamento superficial, assim como para percolação
profunda ao nível freático.
A infiltração direta em área urbanizada é reduzida, porém pode haver contribuições
adicionais a partir do aumento do escoamento superficial, assim como de fontes introduzidas
pela urbanização, como vazamentos da rede de água e esgoto tornando a estimativa da recarga
ainda mais agravada.
O complexo e sempre mutável ambiente urbano dificulta a identificação dessas fontes e
trajetórias da recarga, assim como a estimativa da contribuição total para o balanço hídrico
subterrâneo (Lerner, 2002). Esse autor completa dizendo que apesar da importância, os estudos
de recarga efetiva em áreas urbanizadas ainda são muito limitados. Assim, são ainda mais
escassos os trabalhos que estimam a proporção de água de origens naturais e antrópicas.
Também afirma que, em áreas urbanas, fontes pontuais de recarga contínua, como vazamentos
de canos de água e esgoto, causam, localmente, aumentos constantes dos níveis piezométricos e,
fontes de recarga intermitentes, como redes de coleta de águas pluviais, causam respostas
transientes aos níveis piezométricos. Desta forma, não é possível identificar a recarga por fontes
criadas pela urbanização apenas pelos métodos convencionais de estimativa de recarga.
Assim, o cálculo da recarga em áreas urbanas é, portanto, um grande desafio.
Como o já citado anteriormente, o estudo realizado por Lima (2002) e Lojkasek-Lima et
al. (2004), na região da Grande São Paulo demonstra claramente a influência dos vazamentos de
sistemas de drenagem de água pluvial na modificação do fluxo da água subterrânea, tanto pela
observação do aumento dos níveis da água próximos a uma galeria de águas pluviais, quanto
pela ocorrência de substâncias peculiares a esgoto na água subterrânea próxima aos
encanamentos.
Concordante, Viviani-Lima (2007) aponta que em áreas urbanas, a interferência
antrópica (presença de áreas cobertas, impermeabilização de terreno, tubulações subterrâneas)
provoca mudanças nos padrões de recarga natural dos sistemas aqüíferos. Sendo assim, o
mecanismo de recarga está em grande parte associado às perdas das redes de água e esgoto e de
drenagens pluviais. Reforça a afirmação que a quantificação da contribuição deste tipo de
recarga é, portanto, muito importante. Afirma que poucos são os trabalhos científicos que
quantificam a recarga em áreas urbanas, sobretudo identificando suas origens. No Brasil,
trabalhos deste tipo são praticamente inexistentes.
Na tabela 6 as principais modificações introduzidas pela urbanização à recarga de água
subterrânea estão sumarizadas:

215
Tabela VI-6 Sumário do impacto dos principais processos de urbanização na infiltração
subsuperficial de água (adaptada de Lawrence et al. 1998).

- Estimativa da impermeabilização do solo em área urbanizada.

Segundo Tucci (1997), o planejamento urbano é implementado através do plano diretor


da cidade e a densidade habitacional é o parâmetro de planejamento para cada subdivisão da
cidade (e bacia). Essa densidade é implementada através das seguintes restrições: índice de
ocupação e índice de aproveitamento. O primeiro estabelece a área ocupada em planta e o
segundo se refere ao solo criado, ou seja, a relação entre a área construída e a área do terreno.
Para transferir esses elementos para o modelo hidrológico, em macro-bacias urbanas,
permitindo a estimativa dos cenários de planejamento urbano é necessário converter densidade
habitacional em áreas impermeáveis. Como no planejamento urbano não são especificados o
arruamento e a distribuição das quadras, mas sim os condicionantes da ocupação, tornou-se
necessário estabelecer a relação entre essas variáveis para as macro-bacias.
SCS (1975) utilizou a área impermeável e o tempo de concentração da bacia como os
indicadores da alteração urbana, para simular os dois cenários em microbacias urbanas.
Nesse modelo, os autores apresentam valores típicos de áreas impermeáveis, de acordo
com o tipo de ocupação prevista (residencial, comercial e industrial). Para o tempo de
concentração, são apresentados fatores de correção, de acordo com a área impermeável e a
parcela da bacia com condutos pluviais.
Motta e Tucci (1984) estabeleceram duas curvas que relacionam área impermeável e
densidade habitacional para a bacia do arroio Dilúvio em Porto Alegre. Tucci et al. (1989)
estabeleceram essa relação para a cidade de São Paulo com base em dados de 11 bacias urbanas
e, recentemente, Campana e Tucci (1994) apresentaram essa relação com base nos dados de
Curitiba, Porto Alegre e São Paulo.
Na tabela abaixo são apresentados os valores da curva ajustada. Os dados utilizados não
fazem distinção entre o tipo de concentração urbana, já que abordavam áreas com pelo menos 2
km2.
A tabela retrata bacias com predominância da ocupação residencial e declividade média.
Pode-se observar que o valor máximo encontra-se em 66,7%. O valor adotado pelo SCS (1975)
para áreas residenciais com lotes menores que 500 m2, típico da ocupação urbana brasileira, é de
65%.

216
Tabela VI-7 Densidade habitacional e área impermeável (adaptado de Campana e Tucci, 1994)

Por fim, de acordo com Sueli Y. Pereira e Marcelo V. da Silveira, em seu excelente
trabalho (SANEBAVI, 2006) “Caracterização dos terrenos de Vinhedo em relação à capacidade
de infiltração e recarga das águas subterrâneas”, com a colaboração da Elo Ambiental, aponta
que, de acordo com Walm Engenharia e Tecnologia Ambiental (1999), o balanço hídrico da
região (bacias dos rios Capivari, Atibaia e Jundiaí) no trecho que abrange o município possui os
seguintes valores medianos anuais: precipitação – 1265 mm; evaporação real – 793 mm;
escoamento total – 465 mm, sendo superficial de 302 mm e básico de 167 mm.
A recarga do aqüífero é considerada é o valor do escoamento básico em 167 mm/ ano,
calculada pelo balanço hídrico, e considerando que a taxa do escoamento básico dos rios é a
estimativa de recarga dos aqüíferos mais rasos. Alguns estudos mais recentes apontam que 3%
do total de precipitação equivalem à recarga profunda, que no caso, alcançam o aqüífero
cristalino. Portanto este valor pode ser estimado em 38 mm/ano, ou 3,12 x 10-3 km3/ano (ou
ainda 3,12 x 106 m3/ano).

- Utilização de diferentes métodos para cálculo da recarga em áreas urbanas.

Por outro lado, há muitos métodos disponíveis para quantificar a recarga subterrânea
assim como há diferentes fontes e processos de recarga. Cada método tem suas próprias
limitações em termos de aplicabilidade e confiança.
Segundo Lerner et al. (1990), pode-se fazer uma estimativa grosseira da recarga urbana,
multiplicando-se o valor da recarga natural pelos fatores listados na tabela 8.
Caso o fator médio deste cálculo for mais que + 25%, devem ser consideradas, então,
estimativas mais detalhadas para fins de modelagem.

Tabela VI-8 Fatores de recarga para diferentes condições (Lerner et al., 1990).

217
Chaves et al. (2009) utilizaram o gráfico proposto por Foster et al. (1999) para a
determinação da recarga da Região Metropolitana de Maceió, em diferentes
coberturas/ocupação dos solos, com estação chuvosa compreendida entre março e agosto,
quando é registrado cerca de 75% da precipitação média anual que corresponde a 1876 mm.
Esta apresentava cerca de 80% de seu suprimento com origem nos recursos hídricos
subterrâneos, através de centenas de poços profundos. Essa cidade vem de longa data
enfrentando problemas quanto ao abastecimento de água para sua população, apresentando uma
demanda considerável de estudos que visem solucionar os problemas quanto à exploração
sustentável dos recursos subterrâneos.
A tabela 9 apresenta a quantidade de recarga calculada nas áreas estudadas, bem como o
percentual dos elementos classificados.

Tabela VI-9 Recarga calculada nas áreas com diferentes ocupações.

O coeficiente Kappa de 0,974 representou um bom percentual de acerto na classificação


realizada. Ele é uma medida de concordância entre as amostras da cena e aquelas derivadas
através da classificação da imagem de sensoriamento remoto.
Esse trabalho permite uma comparação de grandeza quanto à estimativa de recarga em
relação a diferentes coberturas do solo.
Os autores apontam que a área urbana é onde a recarga acontece de forma mais
acentuada. Com base no gráfico de Foster, foi calculada uma recarga total (natural mais
artificial) de 600 mm/ano.
Esse valor corresponde a cerca de 32% do valor da precipitação, sendo a maior recarga
dentre as áreas estudadas. Alguns autores atribuem esse valor elevado de recarga a remoção de
vegetação nativa, bem como a infiltração em áreas servidas, sendo este percentual quase o dobro
das demais áreas vegetadas (Lerner et al., 2002; Appleyard, 1995).
Para solo nu, a recarga calculada foi de 8% da precipitação, equivalente a 151 mm/ano.
Segundo Nobre (2006) esse valor é coerente com os solos do tipo podzólico, no domínio em
estudo, apresentam textura argilosa a muito argilosa, por vezes plíntico e normalmente
profundos com menor potencial de infiltração, justificando assim o valor adquirido.
Já a vegetação secundária conferiu uma recarga igual a 10% da precipitação, ou seja,
188 mm/ano. Esse mesmo percentual de precipitação foi verificado por Keese (2005).
Por fim, na área de cana-de-açúcar foi calculada uma recarga equivalente a 25% da
precipitação, ou seja, 469 mm/ano. A recarga na área irrigada foi significativa, neste caso, na
cultura de cana-de-açúcar em comparação com áreas de vegetação nativa. Isto ocorre porque
áreas agrícolas tendem a criar caminhos preferenciais de fluxos. Resultado semelhante pode ser
encontrado nos trabalhos de alguns pesquisadores como citado por Scanlon et al. (2002).
Os autores completam afirmando que a recarga é um parâmetro extremamente difícil de
ser mensurado, sendo geralmente aplicados vários métodos na sua estimativa. Na cidade de
Maceió, como visto, a recarga se distribui em diferentes áreas numa região relativamente grande
o que contribui para elevar a complexidade do cálculo de recarga, sobretudo, de uma vegetação
alterada, com grande infiltração de águas servidas e a presença maciça de cultivos agrícolas.

218
Para se ter uma noção da variação de valores que podem ocorrer na determinação da
recarga entre diferentes métodos, um bom exemplo é o trabalho desenvolvido por Maziero et al.
(2008). Estimaram a recarga utilizando os três métodos em São Carlos-SP, em área de intensa
urbanização (cerca de 70%).
O relevo da região apresenta-se bastante irregular, sendo constituído de mesas e morros
isolados resultantes da intensa erosão provocada pelos corpos d’água, que ao partir de zonas
bem elevadas, entalham profundamente o planalto. Essa configuração de planalto cortado por
vales profundamente entalhado. Essas características são bem similares à geomorfologia de
Vinhedo.
A área de estudo compreendeu as duas sub-bacias contíguas dos Córregos do Gregório e
do Tijuco Preto, com áreas de drenagem de, aproximadamente, 18,9 km2 e 3,9 km2,
respectivamente, na zona central do município.
A área apresenta-se bastante impermeabilizada, resultado do intenso processo de
urbanização existente. Para atender os objetivos deste estudo foi dada maior ênfase à
caracterização dos solos superficiais até 12 metros, onde se iniciam os processos de recarga e
onde a interação entre os recursos subterrâneos e superficiais é mais acentuada.
O sistema em estudo é um aqüífero não confinado ou freático.
As chuvas concentraram-se nos meses de outubro a fevereiro (cerca de 80% do total
precipitado no referido período) e houve um período seco de junho a setembro.
O Método de Flutuação da Superfície Livre (método WTF) apresentou um valor médio
para a recarga de 235,1 mm/ano. Este valor representa 14,7% do total de chuvas registrado
(1.596,5 mm) para o ano hidrológico correspondente ao período de fevereiro de 2004 a janeiro
de 2005.
Os autores ressaltam, no entanto, que a definição de um valor médio é questionável,
ante a grande variabilidade dos resultados pontuais. Indicam que na bacia do Tijuco Preto a taxa
de recarga estimada é da ordem de 13,9%, variando entre 4,3% a 21,2%. Na bacia do Córrego
do Gregório a ordem de grandeza da taxa de recarga de 15,6% é semelhante, porém a
variabilidade apresentou-se entre 5,2% e 35,5%.
Essa variabilidade é provocada pela heterogeneidade do solo e por influências
antropogênicas (perdas nas redes de distribuição e esgotos).
Adiantam ainda, que os valores estimados para a recarga pelo método WTF são
específicos para o ano hidrológico em estudo, devendo seus valores ser usados como referência
e que são representativos apenas para a parte baixa da bacia (na proximidade dos rios) onde
estavam localizados os pontos de amostragem. O comportamento nas áreas altas da bacia não
pode ser analisado devido à ausência de poços. De qualquer forma, esses dados poderiam
indicar uma maior variabilidade da recarga em área urbana.
Comparativamente, de modo geral, a taxa de recarga média avaliada pela formulação de
Darcy, para as duas bacias foi de 16,3%, ou seja, 260,6 mm de recarga efetiva para um total
precipitado de 1.596,5 mm.
Também neste caso deve ser observada a grande variabilidade dos valores pontuais
obtidos (de 1,2% a 59,6%). Assim, comparando os poços de monitoramento localizados na
Bacia do Tijuco com os localizados na Bacia do Gregório, observou-se que a taxa de recarga
estimada na Bacia do Tijuco é inferior à metade da obtida na Bacia do Gregório.
Quanto ao Balanço Hídrico, este foi realizado para o período de um ano, utilizando o
método desenvolvido por Thornthwaite-Mather (1955). Esse método baseia-se no confronto da
precipitação pluviométrica (acréscimo de umidade) e a evapotranspiração potencial (perda
potencial de umidade), fornecendo dados mensais de armazenamento de água no solo, o déficit
e o excedente hídrico ou escoamento. É de fundamental importância atentar-se que o termo
escoamento representa a somatória da água que infiltra mais a que escoa superficialmente
(Menegásse-Velásquez, 1996).
O trabalho considerou o solo como capaz de armazenar 100 mm de umidade (Maziero,
2005). A evapotranspiração potencial foi determinada pela expressão de Thornthwaite (1948)
utilizando os valores de temperaturas médias mensais para o ano hidrológico de fevereiro de
2004 a janeiro de 2005.

219
Um dos pontos de maior fragilidade é a determinação do escoamento superficial. No
caso de Maziero et al., (2008) tomado como exemplo nesse estudo, os dados de escoamento
superficial (runoff), para a bacia do Córrego do Gregório, foram produzidos pelo NIBH (2005),
no mesmo período do ano hidrológico em estudo (fevereiro de 2004 a janeiro de 2005) e foram
extrapolados para a outra sub-bacia, a do Tijuco.
Calcularam o valor do excesso anual, obtido pelo método do balanço hídrico como a
diferença entre a precipitação (P = 1.596,5 mm) e a evapotranspiração real (ETR = 798,3 mm),
como de 798,2 mm/ano, equivalente a 50,0% do total de chuvas durante o ano hidrológico.
Considerando o valor de 521 mm para o runoff, fornecido pelo Núcleo Integrado de
Bacias Hidrográficas NIBH/SHSEESC/USP na forma de comunicação pessoal (NIBH, 2005), e
supondo que o excesso do método do balanço hídrico é composto apenas pelas parcelas da
recarga e do runoff, obtiveram para a recarga potencial uma lâmina de 277,4 mm, equivalente a
17,2% do total de chuvas durante o ano hidrológico.
Tecendo considerações entre os diferentes métodos aplicados, para dar a noção do grau
de precisão e incertezas envolvidas na determinação desse parâmetro hidrológico, apontam que
a diferença entre os resultados está relacionada ao fato do método de balanço hídrico considerar
o excesso como sendo a parcela da recarga potencial mais o escoamento superficial (runoff) e os
métodos de Flutuação da Superfície Livre (WTF) e o de Darcy considerarem a recarga
observada diretamente nos poços de monitoramento. O balanço hídrico não considera o fluxo
para fora da bacia e nem o escoamento superficial da água da chuva.
Em áreas urbanizadas, devido à elevada impermeabilização do terreno, fica evidente a
contribuição desta variável, não podendo ser desprezada.
Os métodos WTF e Darcy apresentaram uma taxa média de recarga praticamente igual e
uma mesma similaridade em relação à taxa individual de recarga nos poços de monitoramento
em função de que ambos os métodos utilizam-se de dados de flutuação do nível freático. No
método de Darcy, a condutividade hidráulica é usada diretamente na formulação, enquanto que
no método WTF, o rendimento específico é obtido por formulação empírica que usa como
variável a própria condutividade hidráulica.
Por outro lado, a taxa de recarga potencial obtida no método do balanço hídrico - que é
válida para toda a bacia – apresenta, no entanto, incertezas em alguns parâmetros envolvidos. A
principal deficiência consiste em igualar o excesso do balanço hídrico à somatória da recarga
mais o runoff. No estudo, o valor de runoff foi adotado a partir de dados estimados com base em
referências bibliográficas. Assim, apontam que a taxa de recarga média (17,2%) pode estar
superestimada.
De uma forma ou de outra, em termos de valores médios observou-se uma aparente
convergência entre os métodos analisados (WTF = 14,6%; Darcy = 16,3% e BH = 17,2%).
Ressaltam que deve ser observado que a variabilidade da taxa de recarga em área urbana
é muito grande, conforme o observado nos métodos WTF e Darcy em que a taxa variou
pontualmente entre 1,2% e 59,6% da precipitação registrada no período estudado.
Essa grande variabilidade deve-se à heterogeneidade do solo, à profundidade da
superfície livre do aqüífero e à influência de fatores antropogênicos, como impermeabilização e
vazamentos em redes de esgoto.
Afirmam também que os métodos aplicados para estimativa da recarga subterrânea não
possuem a sensibilidade necessária para a quantificação da recarga efetiva existente no meio
urbano, devido a erros associados à escolha de parâmetros de cálculo e no registro das variações
sazonais da dinâmica do aqüífero em resposta a eventos de recarga indireta. Tais métodos são
indicados para obtenção de valores médios para estimativa da recarga, devendo, em área urbana,
serem complementados com outros dados, como, por exemplo, a taxa de vazamento da rede de
água e esgoto, além das taxas de vazamentos das redes pluviais e contribuições menos sensíveis
(irrigação de e jardins e vazamentos de fossas sépticas), para eliminação da incerteza.
Concluem que as dificuldades enfrentadas na estimativa de recarga em área urbana
exigem uma conceituação teórico-prática bem definida e o uso de mais de uma técnica para
verificação dos resultados.

220
- Exemplo da Aplicação de diferentes métodos para cálculo da recarga em áreas urbanas -
pouca e densamente urbanizada.

Viviani-Lima (2007) em trabalho de utilização de diferentes métodos para cálculo da


recarga em áreas urbanas considerou a Cidade Universitária com o grau de ocupação do solo
pouco urbanizada e o bairro Vila Eutália como densamente urbanizado.
Cita, como trabalhos anteriores, que a Cidade Universitária da USP, campus da capital
já tinha sido estudada por Iritani (1993), que caracterizou o potencial hídrico do aqüífero
sedimentar, unidade predominante na área, que se espessa na sua porção norte. Estabeleceu um
valor de recarga para a Cidade Universitária de 250 mm/ano, utilizando a “estimativa baseada
na lei de Darcy”.
Marcelino (1999) também estudou a Cidade Universitária, com o uso de modelagem, e
obteve calibração satisfatória baseando-se nos valores de recarga calculados por Iritani (1993) e
Menegasse-Velázquez (1996). Adianta-se que essa região apresenta índices pluviométricos na
faixa de 1.400 mm/ano, tornando a recarga no percentual de 17,8% da precipitação.
Já, para uma área densamente urbanizada, cita Menegasse-Velázquez (1996) que
determinou, para uma área residencial de classe média, um valor de recarga de 60 mm/ano,
utilizando o método de variação do nível da água. Para estimativas de recargas em áreas
urbanas, entretanto, este método não é o mais indicado, pois pressupõe que haja apenas recarga
sazonal e, neste caso, há uma componente importante contínua, que são as perdas da rede de
água e esgoto.
Em seu trabalho Viviani-Lima (2007) teve os seguintes objetivos:

 Estimar a recarga na Bacia do Alto Tietê, sobre o aqüífero Sistema Aqüífero Sedimentar
(SAS) em duas áreas com diferentes padrões de ocupação urbana (alta e baixa densidade de
impermeabilização), utilizando diferentes métodos (flutuação dos níveis de água,
aproximações darcynianas, hidroquímica, isótopos estáveis); e
 Determinar a origem da água de recarga (vazamentos do sistema de água e esgoto ou
infiltração natural de chuva).

Considerou como Área Não-Urbanizada a Cidade Universitária da USP, em São Paulo,


dado à baixa densidade de ocupação possibilitando recarga em áreas verdes, (Figura 5). Isso é
fácil de aquilatar-se a baixa urbanização da Cidade Universitária quando se compara a área
demarcada com o seu contorno.

Figura VI-5 Localização da área de estudo da Cidade Universitária da USP (detalhada em


vermelho) e o contorno do contato do embasamento com os sedimentos na Cidade Universitária da
USP (detalhada em amarelo, baseado em Iritani 1993).

221
Já, na escolha da área densamente urbanizada considerou que, dentre outras
características, a área deveria:

▪ Possuir geologia compatível com a da Cidade Universitária;


▪ Estar contida em uma pequena bacia hidrográfica, para que seja possível controlar as entradas
e saídas de água no sistema;
▪ Possuir ocupação urbana relativamente antiga (mais de 20 anos), em bairro residencial, com
média a alta densidade e;
▪ Ter grande parte de sua área impermeabilizada.

Dentre as áreas visitadas, a que mais se adequou às necessidades do projeto encontrava-


se na Vila Eutália, na Zona Leste de São Paulo. A região iniciou seu processo de urbanização na
década de 30. A área corresponde à mini-bacia de um córrego afluente do rio Aricanduva,
próximo do bairro Aricanduva. A área possui ocupação residencial densa, em geral de
residências de classe média e classe média baixa, com terreno predominantemente
impermeabilizado (exceto em algumas praças, pequenos jardins e pavimentação de
paralelepípedo em algumas ruas, totalizando 88,5%, conforme dados da equipe de
sensoriamento remoto do Projeto Recarga). Na figura 6 se pode aquilatar o grau de urbanização
presente na Vila Eutália.

Figura VI-6 Foto da bacia estudada na Vila Eutália.

O regime de precipitação para o ano estudado na área da Cidade Universitária foi de


1.407 mm (para o período de maio de 2004 a abril de 2005), sendo o mês mais chuvoso o de
janeiro de 2005, com 321 mm de precipitação. O mês mais seco foi o mês de agosto de 2004,
com apenas 5 mm de precipitação.
Já a precipitação para o ano estudado na área da Vila Eutália utilizou-se os dados da
região de Aricanduva e Penha. Em Aricanduva a precipitação foi de 1.263 mm (para o período
de maio de 2004 a abril de 2005), sendo o mês mais chuvoso o de janeiro de 2005, com 312 mm
de precipitação, e o mês mais seco foi agosto de 2004, com nenhuma (0 mm) precipitação.
Na estação Penha, o valor total de precipitação foi de 1.323 mm, sendo o mês mais
chuvoso também o de janeiro de 2005, com 254 mm de precipitação e o mês mais seco foi
agosto de 2004, com apenas 3 mm de precipitação.
Os resultados obtidos de Recarga foram:

a) Flutuações dos Níveis Potenciométricos:

Na Cidade Universitária (Baixa Urbanização), o valor de recarga considerando o valor


médio de vazão específica foi de 246 mm/ano, que se aproxima bem do valor obtido por Iritani

222
(1993), de 250 mm/ano (utilizando-se, porém do método de aproximações darcynianas). O valor
médio obtido representa 17,5% do total de chuvas registrado para o ano hidrológico
correspondente ao período de maio de 2004 a abril de 2005 (1407 mm).
Também estaria contemplada nestes resultados a influência de vazamentos das
tubulações de águas pluviais, também episódicas, relacionadas a eventos de chuva. Tem-se que
os vazamentos da rede de água e esgoto são contínuos e, portanto, indetectáveis pelo uso deste
método.
Já na Vila Eutália (Alta Urbanização), a recarga média obtida para a área, tomando em
conta o valor de vazão específica de 12%, foi de 183 mm/ano. Este valor representa 14,5% do
total de chuvas registrado para o ano hidrológico correspondente ao período de maio de 2004 a
abril de 2005. A porcentagem é um pouco menor que a obtida para a área da USP. Neste caso
também a influência dos vazamentos da rede de águas pluviais deve estar contemplada neste
valor de recarga. Vale lembrar que, neste caso, a maior parte da recarga deverá vir por meio de
vazamentos de sistema de água e esgoto, que, em geral, não apresentam variações episódicas
dos níveis d’água, não sendo detectados por este método.

b) Aproximações Darcynianas.

Para a Cidade Universitária da USP também foi utilizado o cálculo de recarga por
aproximações darcynianas.
O valor de recarga calculado para a área foi de 311 mm/ano, representando 22 % do
total de chuvas na região da Cidade Universitária para o ano hidrológico estudado (1407 mm).
Se os métodos utilizados forneceram resultados precisos, a diferença entre a resposta
obtida pela variação de níveis potenciométricos e por aproximações darcynianas forneceria o
valor de recarga urbana na área. A recarga por infiltração direta de chuva, calculada pela
variação dos níveis potenciométricos, foi de 246 mm/ano, enquanto a recarga total calculada por
aproximações darcynianas foi de 311 mm/ano. A recarga urbana, portanto, representaria 65
mm/ano, ou cerca de 20% da recarga total para a área.
Para a Vila Eutália, o valor obtido para a recarga da área foi 481 mm/ano. Este valor
representa 38% do total de chuvas na região do Aricanduva, que é de 1263 mm/ano. Enfatiza-se
aqui a sensibilidade deste método ao valor de condutividade hidráulica da área, que possui
influência direta no valor da recarga.
Se os métodos utilizados forneceram resultados precisos, conforme mencionado para a
USP, a diferença entre a resposta obtida pela variação de níveis potenciométricos e por
aproximações darcynianas forneceria o valor de recarga urbana na área da Vila Eutália. A
recarga por infiltração direta de chuva, calculada pela variação dos níveis potenciométricos, foi
de 183 mm/ano, enquanto a recarga total calculada por aproximações darcynianas foi de 481
mm/ano. A recarga urbana, portanto, representaria 298 mm/ano, ou cerca de 62% da recarga
total para a área.

c) Balanço Hídrico

Para a Cidade Universitária, valor obtido de recarga potencial pelo método do Balanço
Hídrico foi de 423 mm/ano, o que representa 30% dos valores de chuva para o ano
meteorológico estudado (maio de 2004 a abril de 2005).
Já para a Vila Eutália, o valor obtido de recarga potencial por este método foi de 311
mm/ano, o que representa 24,62% dos valores de chuva para o ano meteorológico estudado
(maio de 2004 a abril de 2005).
Viviani-Lima (2007) conclui que os valores obtidos neste trabalho são plausíveis e estão
em concordância com a proposição de Lawrence et al. (1998), conforme o gráfico a seguir, onde
valores obtidos para outras cidades estudadas estão plotados (Figura 7).

223
Figura VI-7 Estimativa da área impermeabilizada por meio da Densidade Habitacional.

224
B. CARACTERIZAÇÃO DO FLUXO LOCAL DE ÁGUA SUBTERRÂNEA DE
VINHEDO.

4.1 APLICAÇÃO DE METODOLOGIA ESPECÍFICA PARA VINHEDO NO CALCULO DA


RECARGA URBANA A PARTIR DE DADOS PRÓPRIOS DO MUNICÍPIO

4.1.1 RECARGA ANTRÓPICA

4.1.1.1 Calculo da recarga antrópica na área urbanizada de Vinhedo, com base nos
Macromedidores da demanda hídrica destinada a cada setor de abastecimento da
SANEBAVI.

Outra forma de se estimar a recarga no meio urbano de Vinhedo é através da demanda


de água destinada a cada Setor de Abastecimento Público monitorada pela SANEBAVI.
Nessa estimativa deve ser considerada a sub-microbacia e a parte dela que compreende
cada setor, o volume destinado, o percentual de perda e o destino de descarte do esgoto.
Segundo informação do setor de hidrometria da SANEBAVI, a distribuição, por setor,
na área urbanizada de Vinhedo é a apresentada na tabela 10.
Coincidente com esses dados, mas apresentados sob diferente denominação de setores,
os valores de consumo de água de Vinhedo, de acordo com o mostrado na Apresentação da
SANEBAVI, é o apresentado na tabela 11 que passará a ser adotada nesse estudo.

225
Tabela VI-10 Cálculo da recarga de água a partir da demanda de consumo (SANEBAVI) – Comunicação Pessoal.

CÁLCULO DA RECARGA DE ÁGUA A PARTIR DA DEMANDA DE CONSUMO (SANEBAVI) Passado pelo Fernando

Perda no Recarga do Perda no Esgoto Recarga do Recarga Recarga Equivalente


Estação de Setor No de Ligações Vol. Destinado Abastecimento de Abastecimento Canalizado Fossa do Esgoto Total Total População**
Tratamento em 30 dias Água em 30 dias em 30 dias em 30 dias no ano
(Unid.) (m3) (%) (m3) (%) (%) (m3) (m3) (m3) (hab.)

ETA 1
Setor 1 4.461 73.970 30 22.191 0 0 22.191 266.292

Setor 2 1.392 23.485 30 7.046 0 0 7.046 84.546

Setor 3 2.013 33.381 30 10.014 0 0 10.014 120.172

Setor 4
Total 8.775 175.587
Marambaia 1.535 38.897 30 11.669 100 27.228 38.897 466.764
São Joaquim 681 17.951 30 5.385 100 12.566 17.951 215.412
Resto da Área 6.559 118739 30 35.622 0 0 35.622 427.460

ETA 2 6.228 97.605 30 29.282 0 0 29.282 351.378

Poços
Vale do Sta. Fé 356 9.523 30 2.857 100 6.666 9.523 114.276
São Tomé 158 2.467 30 740 0 0 740 8.881
Jardim Mirian 318 5.282 30 1.585 0 0 1.585 19.015
Altos de Vinhedo* 69 1.538 30 461 0 0 461 5.537

Total 2.079.733 22.792

* Abastecimento Próprio e esgoto coletado pela SANEBAVI


** Consumo Unitário = 250l/dia = 91,25 m3/ano

226
Tabela VI-11 Número de ligações, consumo, vazões e volumes de armazenamento, por setor, para
os anos de 2015 (Apresentação da SANEBAVI).

A localização espacial de cada Setor de Distribuição de Água, dentro das microbacias, é


apresentada na figura 8.

JUAZEIRO/
STERZEK CRUZEIRO

CACHOEIRA/ BOM JARDIM


SÃO BENTO/ PINHEIRINHO
PACIÊNCIA/
CAPELA
CRISTO

MARAMBAIA
STA.
CÂNDIDA
ÁGUA DO
BURACÃO

CAPIVARI

TICO/
MOINHO

Figura VI-8 Localização espacial de cada Setor de Distribuição de Água, dentro das microbacias

Esses dados permitiram a determinação da participação de cada microbacia, dentro de


cada Setor de Distribuição de Água e, com isso, o cálculo da contribuição de recarga pela perda
de água de distribuição que cada Setor realiza em cada microbacia hidrográfica do município,
de acordo com a tabela 12.

227
CÁLCULO DA RECARGA ANTRÓPICA DE ÁGUA NA ÁREA URBANIZADA, A PARTIR DA DEMANDA DE CONSUMO
Tabela VI-12 Cálculo da recarga antrópica de água na área urbanizada, a partir da demanda de consumo. (Fonte: Apresentação da SANEBAVI).
(Fonte: Apresentação da SANEBAVI)

CALCULOS DE VAZÕES E DAMANDAS - 2015 DISTRIBUIÇÃO RECARGA RECARGA RECARGA


Consumo NAS MICROBACIAS TOTAL
RESERVAÇÃO (m3) per capita
ANO 2015 Microbacia Participação Consumo Perda na Distribuição Infiltração/Perda
Água*(2) Esgoto* (3)

SETOR População Ligações Consumo Qcons Qdmc*(1) Consumo Teórica Afastamento

(unid.) (m3/mês) (l/s) (m3/mês) (%) (m3/mês) (%) (m3/mês) (%) (m3/mês) (m3/mês)

Mirante das Estrela 11.752,0 3.731,0 82.747,6 31,9 32,6 1.103,3 940,1 7,04 Cachoeira/Pinheirinho 60 49.648,6 14 6.950,8 Canalizado 0,0 0,0 6.950,8
Juazeiro/Cruzeiro 40 33.099,0 14 4.633,9 Canalizado 0,0 0,0 4.633,9

Observatório 6.261,0 1.988,0 44.086,4 17,0 17,4 587,8 500,9 7,04 Bom Jardim 60 26.451,8 14 3.703,3 Canalizado 0,0 0,0 3.703,3
Juazeiro/Cruzeiro 40 17.634,6 14 2.468,8 Canalizado 0,0 0,0 2.468,8

ETA 1 12.114,0 3.846,0 85.295,1 32,9 33,6 1.137,3 969,1 7,04 Cachoeira/Pinheirinho 70 59.706,6 14 8.358,9 Canalizado 0,0 0,0 8.358,9
Sterzek 30 25.588,5 14 3.582,4 Canalizado 0,0 0,0 3.582,4

Estrada da Boiada 22.103,0 7.017,0 155.608,4 60,0 61,4 2.074,8 1.768,3 7,04 Cachoeira/Pinheirinho 22 34.233,8 14 4.792,7 Canalizado 0,0 0,0 4.792,7
Capivari 20
Capivari Cond. São Joaguim 17.951,0 14 2.513,1 Fossa 100,0 15.437,9 17.951,0
Capivari restante 13.170,7 14 1.843,9 Canalizado 0,0 0,0 1.843,9
Marambaia 23 35.789,9 14 5.010,6 Fossa 100,0 30.779,3 35.789,9
São Bento/Capela 13 20.229,1 14 2.832,1 Canalizado 0,0 0,0 2.832,1
Sterzek 22 34.233,8 14 4.792,7 Canalizado 0,0 0,0 4.792,7

Duoflex 9.179,0 2.914,0 56.123,0 21,7 25,5 748,3 734,3 6,11 São Bento/Capela 90 50.510,7 14 7.071,5 Canalizado 0,0 0,0 7.071,5
Capivari 10 5.612,3 14 785,7 Canalizado 0,0 0,0 785,7

Jd. Floreido- ETA II 7.765,0 2.465,0 47.468,4 18,3 21,6 632,9 621,2 6,11 São Bento/Capela 50 23.734,2 14 3.322,8 Canalizado 0,0 0,0 3.322,8
Santa Cândida 25 11.867,1 14 1.661,4 Canalizado 0,0 0,0 1.661,4
Capivari 25 11.867,1 14 1.661,4 Canalizado 0,0 0,0 1.661,4

Santa Fé 1.076,0 342,0 7.542,9 2,9 3,0 100,6 86,1 7,01 Bom Jardim 100 7.542,9 14 1.056,0 Fossa 100,0 6.486,9 7.542,9

TOTAL 70.250,0 22.303,0 478.871,8 184,7 195,1 6.385,0 5.620,0 6,82 478.871,8 67.042,1 52.704,1 119.746,1

*(1) dmc - Distrito Medição e Controle

*(2) Perda na Distribuição de Água 14% - Considerou-se apenas 40% da porcentagem de perda determinado pela SANEBAVI (=35%)

*(3) Assumiu-se que a Perda na coleta e condução do Esgoto é negligenciável quando canalizado por não ser pressurizado e 100% quando o destino for Fossa Asséptica.

228
Deve ser notado que, por critério de segurança, na Perda na Distribuição de Água, para
efeito de recarga subterrânea, considerou-se apenas 40% da porcentagem de perda determinado
pela SANEBAVI (35%) totalizando 14% do volume consumido mensalmente em cada setor,
uma vez que nem toda água despejada nas camadas subsuperficiais dos solos, efetivamente
alcançam os aquíferos.
Em resumo, os dados de recarga Antrópica de origem no abastecimento público e no
destino de esgoto, totalizados por microbacia hidrográfica, são apresentados na tabela 13.

Tabela VI-13 Recarga Antrópica de origem no abastecimento público e no destino de esgoto,


totalizados por microbacia hidrográfica
MICROBACIAS RECARGA
TOTAL ANTRÓPICA

(m3/mês) (m3/ano) %

Tico / Moinho - - -

Capivari 22.242,0 266.904,1 19

Santa Cândida 1.661,4 19.936,7 1

São Bento/Capela 13.226,4 158.716,3 11

Marambaia 35.789,9 429.479,2 30

Sterzek 8.375,1 100.501,6 7

Cachoeira/Pinheirinho 20.102,5 241.229,5 17

Água do Buracão - - -

Juazeiro/Cruzeiro 7.102,7 85.232,4 6

Paciência / Cristo - - -

Bom Jardim 11.246,2 134.953,9 9

TOTAL 119.746,1 1.436.953,8 100,0

Deve ser atentado que essa perda de água do abastecimento público de Vinhedo só
passa a ser contribuição de potencial de produção de água se essas perdas ocorrerem em
microbacias ou em pontos delas que essas águas não estejam já sendo re-captadas e utilizadas
por meio de captações à jusante do ponto de recarga. Ou seja, essa parte da água é captada numa
área, infiltra-se no solo, torna-se superficial nas nascentes e/ou fluxo de base e abandona o
município sem nenhuma captação à jusante de seu ponto de surgência.
Isso pode ser avaliado pela figura 9.
Observa-se que na microbacia do Bom Jardim a área urbanizada está à montante do
ponto de captação Bom Jardim, fazendo com que a água de recarga já esteja sendo utilizada no
próprio abastecimento.
Isso já não ocorre com a captação Córrego da Paciência cuja área urbanizada está à
jusante fazendo com que toda área de recarga de perdas no abastecimento chegue ao aqüífero e
abandone a microbacia e o município sem que seja aproveitada. Assim, claro fica que se no
exutório dessa bacia for instalada uma captação, essa água pode ser considerada como um
volume a mais disponibilizado para aproveitamento de Vinhedo e, assim, pode ser considerada
como “água produzida”.
Já no caso das captações córrego do Xoxó e da Cerâmica, na microbacia do Capivari, a
figura permite mais bem definir a contribuição da área urbanizada.

229
CACHOEIRA/
PINHEIRINHO JUAZEIRO/
CRUZEIRO
150 m3/h (jun - ago)
STERZEK 200 m3/h (nov - jun)

SÃO BENTO/ BOM JARDIM


CAPELA
150 m3/h
STA.
CÂNDIDA

PACIÊNCIA/
150 m3/h (jul - out)
40 m3/h CRISTO
200 m3/h (nov.- jun)

MARAMBAIA ÁGUA DO
45 m3/h
BURACÃO
400 m3/h (jul - out)
600 m3/h (nov.- jun)
CAPIVARI
TICO/
MOINHO

JUAZEIRO/
STERZEK CRUZEIRO

CACHOEIRA/
PINHEIRINHO BOM JARDIM
SÃO BENTO/ PACIÊNCIA/
CAPELA CRISTO

STA. MARAMBAIA
CÂNDIDA
ÁGUA DO
BURACÃO

CAPIVARI

TICO/
MOINHO

Figura VI-9 Pontos de captação e valores de outorga do município de Vinhedo.

230
Vi go

Vi go
a

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st

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la rre

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Be Có

Be Có
Cór Córre Có Córre

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Pinheirinho

Pinheirinho
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o Jardim Jardim

Córrego

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Córrego

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e atório atório

re

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Reserv Reserv

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Vistaórrego

Vista ego
Aleg

Aleg
an

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Córrego Córrego

Córr
a

a
Juazeiro Juazeiro

Se

Se
Córrego Córego
Córr Cór
Córrego Córrego

rra

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Córrego Córrego do Mirante do Mirarente
go re go

Cr ego

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do do Iguatem Córrego Iguatem

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Morumbi

Morumbi
Córrego

do

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ist

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Córrego

Córrego
Sitinho Sitinho Córr. do Cruzeiro Córr

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rio o
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doCórr
São Bento

São Bento

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Córrego

Córrego

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Aq órr

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ch

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Córrego Córrego

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da Paciência da Paciência

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Córrego Córrego
go ra Gallo go ra Gallo
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Fi

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Cóima Cóima

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Córrepresa

Córrepresa
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Pinhe

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go go

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Córreirinho

Córreirinho
FeCórr Córredreira FeCórr Córredreira
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da Pe da Pe

ram o

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rra eg rra eg

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MaCórreg
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gu o gu o
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go

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Sãoórreg Sãoórreg Jardim

o São a Faz
da Capela

da Capela
Jardim
a Fa

Córrego

Córrego
Joã o Joã o
o o
od

od

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Có do
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rr Ba

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Cór Cór
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Córreaqg uim

e g rr

e g rr
re g re g
Cór

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o eir
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Ág o

Ág o
ai o ai o

ua

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Jo l l

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Rio Capivarí Rio Capivarí
a do Buracão a do Buracão
Córrego Águ Córrego Águ
o

o
e

e
Tan go

Tan go
ueir

ueir
Coq go

Coq go
qu

qu
doCórre

doCórre
Do Córre

Do Córre
Córrego Água Córrego Água
do BarreiroCórrego do Barreiro
stri as

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Córrego
as

as
Indúrego d

Indúrego d
do do
oxó

oxó
Prado Prado
Rio Rio
Cap Cap
oX

oX
Cór

Cór
Có M

Có M

iv iv
re g

re g
arí arí
rr oin

rr oin
Cór

Cór
eg h

eg h
o o

o o
do

do

REDE
HIDROLÓGICA
DE VINHEDO

Figura VI-10 Hidrologia do município de Vinhedo, SP.

231
A figura 10 mostra o nome dos córregos bem como o sentido de fluxo da rede de
drenagem. Observa-se que as duas captações estão dentro da área urbanizada. Nota-se também
que as nascentes dos corpos hídricos e suas áreas de captação estão em diferentes condições
físico-hídricas. No caso do córrego do Prado toda sua microbacia está inserida dentro da área
urbanizada. O mesmo já não ocorre com o córrego Xoxó e com o São Joaquim. Como essas
devem ser as microbacias grandes contribuintes dessas duas captações, pode-se considerar que a
área de recarga da perda de distribuição, pelo menos em grande parte, não está sendo
disponibilizada nos pontos de captação e assim, infiltrando-se e perdendo-se no rio Capivari
sem ser aproveitada.
Por fim, na microbacia do Tico/Moinho não há, praticamente, área urbanizada com rede
de abastecimento público e com isso não se considera a contribuição da recarga.
Assim, da tabela inicialmente apresentada de Recarga Antrópica de origem no
abastecimento público, a única contribuição que não deve ser considerada é a da microbacia do
Bom Jardim (Tabela 14).

Tabela VI-14 Recarga Antrópica de origem no abastecimento público e no destino de esgoto,


totalizados por microbacia hidrográfica, sem a contribuição do Bom Jardim.

MICROBACIAS RECARGA
TOTAL ANTRÓPICA

(m3/mês) (m3/ano) %

Tico / Moinho - - -

Capivari 22.242,01 266.904,13 18,6

Santa Cândida 1.661,39 19.936,73 1,4

São Bento/Capela 13.226,36 158.716,31 11,0

Marambaia 35.789,93 429.479,18 29,9

Sterzek 8.375,13 100.501,60 7,0

Cachoeira/Pinheirinho 20.102,46 241.229,48 16,8

Água do Buracão - - -

Juazeiro/Cruzeiro 7.102,70 85.232,45 5,9

Paciência / Cristo - - -

Bom Jardim 11.246,16 134.953,89 9,4

TOTAL 108.499,99 1.301.999,88 90,61

Deve ser atentado que no cálculo da recarga total na área urbanizada, alem da recarga
antrópica realizada pelos sistemas de distribuição de água e esgoto, deve ser considerada a
infiltração pluviométrica das áreas permeáveis.

4.1.1.2 Cálculo da infiltração pluviométrica das áreas permeáveis nas áreas urbanizadas
de Vinhedo

Já a infiltração das águas da chuva foi estimada com base tanto nas áreas urbanizadas
quantificadas no trabalho Diagnóstico Ambiental do Município de Vinhedo/SP executado pela
ELO (2011), como pela Revisão do Uso e Ocupação do solo de Vinhedo, realizada pela
Arbórea.
As tabelas seguintes mostram a distribuição das áreas dos diferentes usos do solo
mapeados em 2011, por sub-bacias do município de Vinhedo.

232
Tabela VI-15 Usos do solo mapeados em 2011, das sub-bacias Tico/Moinho, Capivari Santa
Cândida e São Bento/Capela do município de Vinhedo.

Tabela VI-16 Usos do solo mapeados em 2011, das sub-bacias Marambaia, Sterzeck,
Cachoeira/Pinheirinho e Água do Buracão do município de Vinhedo.

Tabela VI-17 Usos do solo mapeados em 2011, das sub-bacias Juazeiro/Cruzeiro, Paciência /Cristo
e Bom Jardim do município de Vinhedo.

Na distribuição dos tipos de uso dos solos nesse estudo, foi considerado Vegetação em
estágio médio e avançado como Mata Nativa; Silvicultura como Reflorestamento e Não
classificado, Vegetação de cerrado, Vegetação em Estágio Inicial e Solo exposto, como área de
Campo.
Já em 2017 a distribuição do uso do solo estava de acordo com as figuras e tabelas
abaixo:
A totalização da distribuição por tipo de ocupação nas microbacias hidrográficas de
Vinhedo é apresentada na tabela 18.

233
Figura VI-11 Revisão do Uso e Ocupação do solo de Vinhedo -2017, Foto Aérea; (Arbórea, 2017).

234
JUAZEIRO/
STERZEK CRUZEIRO

SÃO BENTO/ CACHOEIRA/ BOM JARDIM


PACIÊNCIA/
CAPELA PINHEIRINHO CRISTO
STA. MARAMBAIA
CÂNDIDA
ÁGUA DO
BURACÃO

CAPIVARI

ATENÇÃO: Clique
para acessar as
Microbacias TICO/
USO E OCUPAÇÃO DOS SOLOS
MOINHO DENTRO DAS MICROBACIAS
HIDROGRÁFICAS DE VINHEDO, 2017.

Figura VI-12 Revisão do Uso e Ocupação do solo de Vinhedo -2017, Mapa; (Arbórea, 2017).

235
Tabela VI-18 Quantificação do Uso e Ocupação do solo de Vinhedo -2017, Mapa; (Arbórea, 2017).

236
237
Tabela VI-19 Totalização da distribuição por tipo de ocupação nas microbacias hidrográficas de Vinhedo.

TIPO DE OCUPAÇÃO

MICROBACIAS URBANA PASTO MATA EUCALIPTO AGRICULTURA LAGOS SOLO PLANÍCIE DE SOMA
EXPOSTO INUNDAÇÃO

Tico / Moinho 47,68 333,34 272,32 0,00 50,40 20,74 65,78 0,00 790,25
Capivari 494,72 620,83 332,81 0,00 27,07 32,50 109,98 12,47 1630,37
Santa Cândida 85,25 251,00 93,94 0,00 0,00 4,02 19,42 0,00 453,63
São Bento / Capela 358,81 169,84 148,81 0,00 3,31 2,53 3,75 0,00 687,05
Marambaia 260,10 33,18 37,44 0,00 0,00 6,34 0,82 0,00 337,88
Sterzeck 221,76 56,44 26,73 0,00 1,90 4,26 0,00 0,00 311,10
Cachoeira/Pinheirinho 747,44 154,05 92,00 0,00 3,20 11,63 3,78 0,00 1012,10
Água do Buracão 110,34 313,45 315,23 42,09 107,24 4,26 2,26 0,00 894,86
Juazeiro / Cruzeiro 202,36 49,83 54,65 0,00 0,00 1,85 10,46 0,00 319,15
Paciência / Cristo 34,18 225,39 205,55 48,63 0,38 13,64 3,70 0,00 531,47
Bom Jardim 350,34 274,88 388,99 138,25 24,62 18,42 4,25 0,00 1199,74

SOMA 2912,98 2482,22 1968,47 228,97 218,11 120,20 224,19 12,47 8167,61

PERCENTUAL 35,66 30,39 24,10 2,80 2,67 1,47 2,74 0,15 100,00

238
Observa-se que as grandes áreas de ocupação são constituídas de área urbana (35%),
pasto (30%) e mata nativa (24%). Assim, sob o aspecto hidrológico, o município teria em torno
de 54% de sua ocupação territorial com áreas que executam recarga primária das águas
subterrâneas.
A agricultura ocupa, praticamente, o mesmo percentual do reflorestamento, sendo de
extensão mais modesta mas que, juntas, ocupam em torno de 6% do território.
Por fim, têm-se as áreas de lagos, solo exposto e planície de inundação.
Entre as duas classificações de ocupação e uso dos solos a principal diferença é que na
de 2017 (Arbórea, 2017) pôde ser identificada a área de agricultura que, no levantamento de
2011, certamente, estava inclusa no “Não Classificado”.
Por sua vez, cada área urbana possui a exigência de percentual de área permeável em
função do Zoneamento do Município de Vinhedo, preconizados no Plano Diretor do Município.
A figura 13 aponta a distribuição espacial do Zoneamento dentro de cada microbacia
hidrográfica do município.
Contudo, nem toda área permeável realiza 100% de infiltração de água. Assim, como
critério de segurança, estimou-se que apenas o percentual de 30% das chuvas ocorridas nessas
áreas, efetivamente contribui com a recarga das águas subterrâneas, ou seja, a eficiência de
recarga desses solos é de 40% do total de precipitação anual. Todos esses dados e a recarga em
cada microbacia hidrográfica são apresentados na tabela 20.

STERZEK JUAZEIRO/
CRUZEIRO

BOM JARDIM
SÃO BENTO/ PACIÊNCIA/
CAPELA CRISTO
CACHOEIRA/
STA. PINHEIRINHO
CÂNDIDA
MARAMBAIA

ÁGUA DO
BURACÃO

CAPIVARI

TICO/
MOINHO

Figura VI-13 Zoneamento do município dentro de cada microbacia hidrográfica.

239
Tabela VI-20 Cálculo
CÁLCULO da recarga
DA RECARGA de água
DE ÁGUA de precipitação
DE PRECIPITAÇÃO NA na área
ÁREA urbanizada.
URBANIZADA

Precipitação Anual: 1249mm

Sub-Bacias Áreas Urbanizadas* Área Permeável Área Efetiva Recarga Recarga Área Efetiva Recarga Recarga
por Lotes Permeável Potencial Efetiva* Permeável Potencial Efetiva*
2011 2017 2011 2017
3 3
ha % ha m /ano ha m /ano

Tico / Moinho 48,42 47,68 80 38,7 483.837,6 48.383,76 38,1 476.389,0 47.638,90

Capivari 427,72 494,72 20 85,5 1.068.438,1 106.843,81 98,9 1.235.810,3 123.581,03

Santa Cândida 80,73 85,25 80 64,6 806.631,2 80.663,12 68,2 851.816,2 85.181,62

São Bento / Capela 223,93 358,81 20 44,8 559.367,1 55.936,71 71,8 896.304,6 89.630,46

Marambaia 244,72 260,10 20 48,9 611.309,6 61.130,96 52,0 649.722,1 64.972,21

Sterzeck 174,12 221,76 20 34,8 434.945,3 43.494,53 44,4 553.966,1 55.396,61

Cachoeira / Pinheirinho 541,09 747,44 20 108,2 1.351.655,1 135.165,51 149,5 1.867.113,8 186.711,38

Água do Buracão 85,38 110,34 80 68,3 853.114,0 85.311,40 88,3 1.102.469,0 110.246,90

Juazeiro / Cruzeiro 169,89 202,36 20 34,0 424.390,5 42.439,05 40,5 505.489,6 50.548,96

Paciência / Cristo 28,70 34,18 80 23,0 286.810,4 28.681,04 27,3 341.549,6 34.154,96

Bom Jardim 355,10 350,34 80 284,1 3.548.184,2 354.818,42 280,3 3.500.613,8 350.061,38

Total 2379,80 2912,98 834,96 1.042.868,29 959,27 1.198.124,42

* Recarga Efetiva = 10% = Metade da média das referências abaixo


Rebouças (1976). A infiltração direta Sistema Aquífero Guarani (SAG) foi calculada considerando-se uma recarga
equivalente a 15% da pluviometria média anual
Rocha (1997) 25% como índice de reserva explorável (somatória da infiltração direta e indireta).
VELÁSQUEZ, 1996); (SINELLI et al., 2008) parcela de precipitação que atinge o nível potenciométrico do SAG em sua porção livre,
sob a forma de taxa de infiltração, é da ordem de 20 % da precipitação total.
*Na classificação do uso e ocupação dos solos da Arbórea (2017) considerou-se como área urbana a "Área Urbana"; "Área Industrial e "Área Comercial".

240
4.2 CÁLCULO DA RECARGA DE ÁGUA NO MEIO URBANO DAS DIFERENTES
MICROBACIAS HIDROGRÁFICAS DE VINHEDO.

Assim, o somatório da recarga da perda na distribuição com a infiltração nas áreas


permeáveis das áreas urbanas é de acordo com o apresentado na tabela 21.

Tabela VI-21 Somatório da recarga da perda na distribuição com a infiltração nas áreas
permeáveis das áreas urbanas de Vinhedo.
MICROBACIAS RECARGA
m3/ano
Infiltração
Perda na Efetiva da TOTAL
Distribuição Precipitação

Tico / Moinho 0,00 47.638,90 47.638,90

Capivari 266.904,13 123.581,03 390.485,17

Santa Cândida 19.936,73 85.181,62 105.118,35

São Bento/Capela 158.716,31 89.630,46 248.346,77

Marambaia 429.479,18 64.972,21 494.451,39

Sterzek 100.501,60 55.396,61 155.898,21

Cachoeira/Pinheirinho 241.229,48 186.711,38 427.940,86

Água do Buracão 0,00 110.246,90 110.246,90

Juazeiro/Cruzeiro 85.232,45 50.548,96 135.781,40

Paciência / Cristo 0,00 34.154,96 34.154,96

Bom Jardim 0,00 350.061,38 350.061,38

TOTAL 1.301.999,88 1.198.124,42 2.500.124,30

Verifica-se que as contribuições da recarga da perda na distribuição e da infiltração nas


áreas permeáveis das áreas urbanas de Vinhedo somam um volume de água de 2.500.124,29
m3/ano ou 6.849.655,60 l/dia. Esse volume, em termos de população equivalente, considerando-
se o consumo de água per capita de 344,3 l/hab./dia, em 2011 (SANEBAVI) corresponderiam a
uma população de 19.894 habitantes.
Deve ser esclarecido que esse parâmetro retrata, na realidade, os três usos de água –
agrícola, industrial/comercial e consumo humano. Assim, partindo-se da premissa que a
quantidade de água de abastecimento público tem como objetivo o atendimento da satisfação
hídrica antrópica, independentemente de seu uso - agrícola, industrial/comercial ou
dessedentação humana, de modo geral, estabeleceu-se esse parâmetro como unidade de
desenvolvimento populacional e econômico de Vinhedo.

5. RECARGA EM ÁREAS RURAIS

A degradação da capacidade de recarga nas áreas rurais se dá pela perda da capacidade


de infiltração das águas das precipitações no solo. Essa impermeabilização é causada pela ação
antrópica pela mudança da cobertura vegetacional nativa e uso e ocupação das áreas.
Com a perda da capacidade de infiltração dos solos há drástica alteração na intensidade
dos diferentes fluxos de água, passando a predominar o escoamento superficial com os
consequentes processos erosivos, em detrimento da percolação da água no perfil dos solos e
recarga das águas subterrâneas.
A reversão desse processo se dá pela recuperação físico-hidrológica das áreas rurais
hidrologicamente degradadas.

241
5.1 RECUPERAÇÃO FÍSICO-HIDROLÓGICA DAS ÁREAS RURAIS
HIDROLÓGICAMENTE DEGRADADAS.

A recuperação físico-hidrológica das áreas degradadas se dá com a aplicação de práticas


conservacionistas, tais como terraceamento, barraginhas, manejo de culturas, e outras, de forma
a proteger o solo do selamento superficial, de evitar o escorrimento superficial das águas,
promover sua capacidade de infiltração, percolação e recarga das águas subterrâneas.
Em praticamente todas as microbacias de Vinhedo, há áreas a serem recuperadas
visando a produção de água.
As ocupações e uso das terras rurais se dão, principalmente, por áreas de pastagem e
reflorestamento. As ocupações em formas de chácaras e pequenos sítios se dão, em muito menor
expressão com os cultivos da uva e outras fruteiras de clima temperado.
A recarga das águas subterrâneas na área rural pode ser calculada através de várias
metodologias já descritas no capítulo de recarga das águas subterrâneas no meio urbano. Porém,
todas carecem de precisão em função de aplicação de parâmetros que descrevem parcialmente o
processo, como no caso do Balanço Hídrico e/ou originam-se de dados obtidos em diferentes
condições de solo e clima nem sempre coincidentes com os de Vinhedo.
Inegavelmente, além do clima, dois dos principais determinantes na taxa de recarga dos
aqüíferos são o tipo e as características físicas do solo, bem como as práticas conservacionistas
existentes.
Baseado nisso, Calheiros (2011) apresentou uma metodologia de Estimativa de
Recarga/Produção de Água em uma área agrícola considerando os principais parâmetros
agronômicos interferentes.
Assim, tem-se que esses mosaicos, sob condição preservada, apresentam as seguintes
características hidrológicas e destino das águas (Figura 14).

100% 10%
Interceptação pela
1 100,0 mm Cobertura do solo
3 60% em 72 hs. 2 ( Planta e Mat. Inertes) e
Evapotranspiração = 60 mm escorrimento sup.= 10 mm –
Sobram 30 mm 7% Sobram 90 mm
Perda evaporação intercept.
= 7,0 mm

3%
Escorrimento
superficial = 3,0 mm

4 7%
Escorrimento
Sub-superficial = 7,0 mm

5 REC= 100-10-60-7,0 = 23,0 mm


Recarga das
águas subterrâneas
23%

DESTINO DAS ÁGUAS DA


Mas, para efeito de nascentes e corpo d’água
CHUVA EM UMA BACIA
30mm = 30% HIDROGRÁ
HIDROGRÁFICA PRESERVADA

Figura VI-14 Destino das águas e recarga/produção de água nas nascentes e fluxo de base com a
área preservada.

Porém, sob o provável estado de degradação as alterações físico-hidrológicas principais


são mostradas, esquematicamente, na figura 15.

242
34%
100% Interceptação pela
1 100,0 mm Cobertura do solo
3 55% em 72 hs. 2 ( Planta e Mat. Inertes) e
Evapotranspiração = 50 mm escorrimento sup.= 34 mm –
Sobram 11 mm 4% Sobram 66 mm
Perda evaporação intercept.
= 4,0 mm

30%
Escorrimento
superficial = 30,0 mm

4 5% (= 5 mm teórico)
Escorrimento
Sub-superficial = 5,0 mm Nascente assoreada
(tamponada)
Redução de 50% da vazão

5 REC= 100-34-50-6,0 = 6 mm
Recarga das
águas subterrâneas
6,0%

Mas, para efeito de nascentes e corpo d’água


11,0 mm = 11,0% DESTINO DAS ÁGUAS DA
Com a Nascente assoreada (Redução de 50%)
A quantidade final produzida = 5,5mm = 5,5%
CHUVA EM UMA BACIA
HIDROGRÁ
HIDROGRÁFICA DEGRADADA
Figura VI-15 Destino das águas e produção de água nas nascentes e fluxo de base com a área no
atual estágio de degradação.

No caso de um exemplo teórico de correção do solo por práticas conservacionistas, ter-


se-ia a correção de, por exemplo, 70% do escorrimento superficial do solo, ou seja, aumentar
em 70% o atual volume de água das precipitações pluviométricas que está sendo infiltrado no
solo e realizando a recarga das águas subterrâneas.
Evidentemente, esse aporte de água implica em mudanças nos outros parâmetros de
destino das águas (Interceptação pela cobertura vegetal, Evapotranspiração, etc.).
Assim, a estimativa permite separar os parâmetros interferentes na recarga dos
aqüíferos, tornando-se bem mais específico para cada situação do que, por exemplo, o método
do balanço Hídrico, e torna-se tanto mais preciso quanto mais bem é avaliado e precisado cada
um dos parâmetros considerados na separação dos diferentes fluxos da água que compõem esse
balanço hidrológico.
Com isso, no exemplo teórico, a condição corrigida nas características físico-hídricas do
solo resultaria na distribuição e destino das águas mostradas na figura 16.

243
16,0%
100% Interceptação pela
1 100,0 mm Cobertura do solo
60% 2 ( Planta e Mat. Inertes) e
3 Evapotranspiração = 60 mm
em 72 hs.
escorrimento sup.= 16,0 mm –
Sobram 24 mm 7,0% Sobram 84,0 mm
Perda evaporação intercept.
= 4,0 mm

9,0% Diminuição de 70%


Escorrimento do Escorrimento
superficial = 9,0 mm Superficial
4 7% (= 7 mm teórico)
Escorrimento
Sub-superficial = 7,0 mm
Nascente desassoreada
Redução de 10% da vazão

5 REC= 100,0 – 16,0 -60,0 - 7,0 = 17,0 mm


Recarga das águas
subterrâneas
17,0%

DESTINO DAS ÁGUAS DA


Mas, para efeito de nascentes e corpo d’água
24,0 mm = 24,0%
CHUVA EM UMA BACIA
HIDROGRÁ
HIDROGRÁFICA RECUPERADA
24,0mm – 2,4mm (Nascente) = 21,6mm
21,6%

Figura VI-16 Destino das águas e produção de água nas nascentes e fluxo de base com a área
recuperada físico-hidricamente em, pelo menos, 70% de seu escorrimento superficial.

Portanto, a condição descrita, equivale recuperar hidrologicamente uma área


impermeabilizada, passando, em termos de Produção de Água, de uma vazão das Nascentes e
do Fluxo de Base correspondente ao acréscimo de 5,5% para 21,6% numa chuva de 100 mm
(100 mm = 100%) resultando, portanto, numa melhora de 16,1% da vazão das Nascentes e do
Fluxo de Base.
Considerando-se:

- Que Precipitação Anual média de Vinhedo é de 1300 mm, esses 16,1% equivalem a 209,3 mm;
- Que a captação de uma Área Unitária é 1 mm/1ha = 10 m3;

O aumento na Recarga/Produção de água na recuperação de uma área de 146 há, por


exemplo, seria de:
1ha - 209,3 mm = 2.093 m3/ano
146 ha - 209,3 mm = 305.578 m3/ano = 25464,8 m3/mês =
3
848,8m /dia = 848.827,7 l/dia

Evidentemente, esse é um cálculo teórico destinado a dar noção da viabilidade da


estratégia, das grandezas dos parâmetros discutidos e seus resultados na alternativa hidrológica
compensatória apresentada acima, em termos de produção de água.
Os parâmetros a serem considerados devem ser: a taxa de precipitação do local, o grau
de interceptação da cobertura vegetal, distinta para cada tipo de cultivo ou cobertura vegetal
existente bem como do vigor físico; o grau de escorrimento superficial dependente,
principalmente, do tipo de solo, da capacidade de infiltração que apresenta, do declive e das
práticas conservacionistas presentes no terreno; do grau de evapotranspiração, variável para
cada cultura, do escorrimento subsuperficial, dependente do tipo de solo e da inclinação da
rampa e, por fim, no grau de degradação físico do solo nas áreas de surgências, tanto nas
nascentes, como no fluxo de base.

244
Em seqüência são discutidas algumas particularidades dos principais parâmetros
interferentes.

5.1.1 Interceptação da cobertura vegetal

Áreas muito suscetíveis à erosão e de baixa capacidade de produção devem ser mantidas
recobertas com vegetação permanente. Isto permite seu uso econômico, de forma sustentável, e
proporciona sua conservação. Este cuidado deve ser adotado em locais estratégicos, que devem
incluir as nascentes de rios, margem dos cursos d’água e áreas de pendentes acentuadas mesmo
aquém do limite de declividade preconizado pela lei. Vários são os efeitos benéficos desta
prática: filtragem de sedimentos; proteção das barrancas e beiras de rio; grande profundidade e
volume de raízes favorecendo a macroporosidade do solo; diminuição do escoamento
superficial da água no solo; criação de refúgios para fauna e, ainda, fonte de energia (lenha). O
reflorestamento também pode ser feito em faixas intercalando-se com culturas anuais (tipo
consórcio), favorecendo o incremento de matéria orgânica ao solo. A utilização de árvores da
família Leguminosae para recuperar áreas degradadas apresenta várias vantagens,
principalmente na fertilidade do solo beneficiando todas as outras plantas.
As funções do florestamento e reflorestamento na produção de água são a interceptação
da gota da chuva, tanto pela copa como pela serrapilheira, do escorrimento superficial e adição
de matéria orgânica no solo através da deposição de folhas e galhos senescentes.
Esclarece-se que, tecnicamente, a cobertura vegetal de um solo deve ser entendida
incluindo tanto plantas vivas em desenvolvimento vegetativo - árvores, arbustos e vegetação
rasteira, como os seus resíduos mortos deixados sobre o solo, caracterizando o chamado
Mulching.
Segundo Bertoni et al. (1990), os processos envolvidos por ela como reguladora de
enxurradas é conseqüência, na realidade, de uma integração biológica da vegetação com o clima
e com o solo superficial: Há uma proteção física acima do nível do solo exercida pela copa das
arvores e arbustos em diferentes alturas e outra, complementar, na superfície do solo exercida
pela vegetação rasteira e, principalmente, pelas folhas mortas, galhos e outros restos vegetais
(mulching).
Adicionalmente, possibilita que espécies do sub-bosque exigentes em sombra,
fertilidade do solo, umidade, etc. se estabeleçam, retorno da fauna e flora local facilitando o
fluxo gênico e propagação das espécies e outros.
Há algumas particularidades hidrológicas importantes em relação à cobertura florestal
no impedimento do impacto direto da gota da água da chuva no solo que devem ser detalhados.
A interceptação da chuva pela floresta é o processo pelo qual a água da chuva é
temporariamente retida pelas copas das árvores, sendo, subsequentemente, redistribuída em:

a) água que goteja ao solo;


b) água que escoa pelo tronco;
c) água que volta à atmosfera por evaporação direta.

Numa precipitação, a água é gradativamente interceptada pela vegetação até que, pela
saturação do dossel, essa água começa a escoar e é então redistribuída pela precipitação direta a
partir da copa e pelo escoamento superficial através do tronco.
Assim, a interceptação vegetal é uma importante parcela das chuvas que acabará sendo
evaporada e perdida para a atmosfera não contribuindo, portanto, no processo de infiltração,
percolação e recarga das águas subterrâneas. Desse modo a vegetação pode ser um importante
papel no ciclo hidrológico quanto à quantidade de água disponível para os ecossistemas terrestre
e aquático.
Interceptação é um processo fortemente dependente das características das
precipitações, das condições climáticas, da densidade da vegetação, da estrutura e arquitetura do
dossel e do comportamento fisiológico das plantas durante o ano (Tucci, 2000). No nível da
superfície da folha, a capacidade individual de retenção é correlacionada com o tamanho da
folha, com sua forma e com a viscosidade da água (Rutter, 1975).

245
Sob o aspecto climático, as pressões externas causadas por ação dos ventos, do tipo e
freqüência das precipitações dentre outras também influenciam no teor de água retida na
vegetação.
Por outro lado, a absorção da água pelas plantas e ingestão animal são, praticamente,
insignificante e assim, não são considerados.
Segundo Giglio et al. (2013), perdas por interceptação de até 36% da chuva total foram
registradas em florestas chilenas (Oyarzún et al., 2011); 22,4% em floresta de sequóias
estadunidense (Reid & Lewis, 2009); 22% em coníferas no Himalaia (Loshali & Singh, 1992).
Em florestas brasileiras, perdas por interceptação de até 37,6% foram registradas em
vegetação ripária de cerradão (Lima & Leopoldo, 2000); 22,6% na região amazônica (Cuartas et
al., 2007); e 20,6% em Mata Atlântica (Alves et al., 2007).
A figura abaixo mostra, esquematicamente, a distribuição e fluxos na copa de uma
árvore.

PRECIPITAÇÃO COM ALTURA PLUVIOMÉTRICA ALTA

A copa da árvore intercepta e, Nesse processo, a absor-


posteriormente, perde por ção da água pelas plantas e
evaporação em torno de 25% ingestão animal são,
(LINSLEY et alii, 1949) praticamente, insignifican-
tes e, assim, não são
considerados.

KITTREDGE et alii (1941) mediram,


por 6 anos, em Pinheiros de idade 28
anos e determinaram que:
- As perdas por interceptação variaram
de 17 a 28 %.
- A proporção do “Escorrimento pelo
tronco” é da ordem de 1% da Preci-
pitação incidente.

HÁ PRECIPITAÇÃO INTERNA

Segundo Rodrigues (2008), a precipitação incidente


media anual em um experimento com Seringueira foi de
1053,6 mm e desse montante, 791,7 foi efetiva, ou seja, Espera-se maiores interceptações para:
foi 75,1% de chuva que, efetivamente, chegaram ao • Espécies de folhas grandes e rugosas
solo. Essa quantidade foi subdividida em precipitação • Precipitação sob baixa temperatura do ar
interna (66,4%) e pelo escoamento pelo tronco (8,7%). • Precipitação sob ausência de ventos
O restante da água (24,9%) foi perda por interceptação
realizada pela copa da árvore da Seringueira.
Figura VI-17 Particularidades da distribuição e fluxos na copa de uma árvore.

Segundo Lorenzon et al. (2013), em geral, as menores classes de precipitação


proporcionaram as maiores interceptações, como pode ser observado na tabela abaixo. Isso
significa que o dossel florestal possui capacidade máxima de retenção de água da chuva. Dessa
forma, pequenas precipitações não são capazes de saturar completamente a copa das árvores,
onde a precipitação em aberto (PA) refere-se à precipitação ocorrida acima do dossel da
floresta; precipitação interna (PI) é a chuva coletada abaixo da projeção da copa da árvore e
precipitação efetiva é a soma da precipitação interna e do escoamento pelo tronco.

246
Tabela VI-22 Valores médios (mm) de precipitação em aberto (PA), precipitação efetiva (PE),
precipitação interna (PI), escoamento pelo tronco (Et) e perdas por interceptação (I) em estágio
inicial (i) e avançado (a) de regeneração, em função da classe de precipitação.

5.1.2 Escoamento superficial

O escoamento superficial corresponde ao segmento do ciclo hidrológico relativo ao


deslocamento das águas sobre a superfície do solo. É de fundamental importância para o projeto
de obras de engenharia, dimensionadas de modo a suportar as vazões máximas decorrentes do
escoamento superficial.
Avaliando o ciclo hidrológico, espera-se que uma parte do volume total precipitado seja
interceptada pela vegetação, enquanto o restante atinge a superfície do solo provocando o
umedecimento dos agregados do solo e reduzindo suas forças coesivas. Com a continuidade da
ação das chuvas, ocorre a desintegração dos agregados em partículas menores. A quantidade de
solo desestruturado aumenta com a intensidade da precipitação, a velocidade e tamanho das
gotas. Além de ocasionar a liberação de partículas, que obstruem os poros do solo, o impacto
das gotas tende também a compactar esse solo ocasionando o selamento de sua superfície e,
conseqüentemente, reduzindo a capacidade de infiltração da água. O empoçamento da água, nas
depressões existentes na superfície do solo, começa a ocorrer somente quando a intensidade de
precipitação excede a velocidade de infiltração, ou, quando a capacidade de acumulação de água
no solo for ultrapassada. Esgotada a capacidade de retenção superficial, a água começará a
escoar.
Associado ao escoamento superficial ocorre o transporte de partículas do solo que
sofrem deposição somente quando a velocidade do escoamento superficial for reduzida. Além
das partículas de solo em suspensão, o escoamento superficial transporta nutrientes químicos,
matéria orgânica, sementes e defensivos agrícolas que, além de causarem prejuízos diretos à
produção agropecuária, também causam poluição dos cursos d'água.
A reversão desse processo degradatório se dá pela aplicação de práticas em três
elementos da paisagem:

5.1.2.1 Topo de morro


No topo de morro preconiza-se sua conservação mantendo-se uma cobertura
vegetacional nativa, sem ocupação antrópica, pois é designada como área de APP. Evita-se
assim, hidrologicamente, que um processo inicial erosivo causado pela queda de uma gota no
solo desprotegido, promova um escorrimento superficial inicial que, juntando-se à ontros
escorrimentos nessa pequena área, acabe por formar um fluxo considerável já no topo do morro,
desencadeando um processo erosivo em toda a meia encosta;

5.1.2.2 Meia encosta

- Meia encosta: Importância e particularidades

Nesse capitulo destaca-se a importância e particularidade da meia encosta por ser nesse
plano da paisagem que se dá, majoritariamente, o processo de infiltração, percolação e recarga
das águas subterrâneas.

247
De início, já se alerta que nas meias encostas ou partes destas que tenham declividade
superior a 100% na linha de maior declive, o que corresponde a 45°, tem, necessariamente, por
força de lei, que ser preservada, não permitindo seu uso de nenhum tipo, por ser considerada
Área de Preservação Permanente (APP).
A preservação das APPs é de importância fundamental para a produção de água em uma
propriedade rural, em uma microbacia ou em uma bacia hidrográfica, mas para se conseguir
resultados expressivos, só isso não basta.
È necessário que toda a superfície do solo, principalmente a meia encosta, seja encarada
como uma grande captadora da água das chuvas (como se fosse uma bacia, na verdade) e
permita, ao máximo, que a água se infiltre, percole e abasteça as águas subterrâneas. Enfatiza-se
que, se isso não for realizado, haverá escorrimento superficial, erosão e assoreamento dos rios,
enchente e a água abandonará rapidamente a bacia hidrográfica sem dar tempo para ser
aproveitada.
Assim, os princípios de conservação da água na meia encosta de uma bacia hidrográfica ou
em uma propriedade agrícola têm como objetivo tornar a área explorada pela agricultura numa
área que também contribua, efetivamente, com a produção de água.
Daí vem a importância das práticas agrícolas conservacionistas de solo e de água,
abordadas, sucintamente, a seguir.
Deve ser atentado que os métodos e estratégias são concordantes com os aplicados na
conservação de solo cuja preocupação faz parte da conservação da água que é evitar processos
erosivos do solo. Assim, há uma concordância muito grande das práticas empregadas porque os
mesmos princípios físicos estão envolvidos. Assim, conservando-se o solo, significa
condicioná-lo ou recondicioná-lo para suas características originais, ou seja, aquelas que
existiam antes do processo degradatório, recondicionando-o às adequadas características de
capacidade de infiltração, percolação e recarga das águas subterrâneas executando, portanto, a
conservação da água.
Não existe o melhor método ou prática de conservação da água e sim aquela, ou um
conjunto delas, mais adequada para cada situação, exigindo, portanto, discussão e reflexão antes
da tomada de decisão. A escolha dos métodos/práticas é feita em função dos aspectos
ambientais e socioeconômicos de cada proprietário, propriedade e região.
Neste contexto, é importante ter-se em conta que todas as medidas e estratégias que se
empregam na conservação da água no meio rural têm os seguintes objetivos fundamentais:

• Proteger o solo contra o impacto direto da gota das chuvas na superfície do solo que causa o
selamento (fechamento do poro na superfície do solo) e, em seguida, obstrução desses
poros tanto pelos sedimentos respingados pela gota como pelos que vêm se depositando,
trazidos pela enxurrada;
• Aumentar a capacidade do solo em absorver as águas das chuvas (efeito esponja) através,
principalmente, do aumento da porosidade do solo, empregando-se, dentre outros, o
incremento da matéria orgânica do solo;
• Fazer com que a água das chuvas permaneça o máximo possível na meia encosta, antes de
atingir o córrego ou rio e abandonar a bacia sem ter sido aproveitada. Isso se faz
aumentando a rugosidade do solo, ou seja, interceptando e retardando o escorrimento
superficial dando mais oportunidade para a água se infiltrar, percolar e abastecer as águas
subterrâneas;
• Proteger os corpos d’água contra o escorrimento superficial que causa a destruição da
cobertura vegetal de proteção (vegetação ripária e mata ciliar), assoreamento das calhas dos
córregos e rios e eutrofização das águas.

a.1) Práticas vegetativas

Florestamento e reflorestamento - Áreas muito suscetíveis à erosão e de baixa capacidade


de produção devem ser mantidas recobertas com vegetação florestal. Esse procedimento permite
seu uso econômico, de forma sustentável, e proporciona sua conservação.

248
Plantas de cobertura; adubação verde - Prática pela qual se cultivam determinadas plantas
(normalmente leguminosas) entre a colheita e o plantio de nova cultura, evitando-se deixar o
solo desprotegido em relação às chuvas que provocariam o selamento superficial, escorrimento,
erosão e pouca infiltração e recarga das águas subterrâneas. Além disso, no final, a cultura é
incorporada ao solo aumentando o teor de matéria orgânica, que se transforma em húmus, um
dos principais elementos de melhorias das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo.

Figura 6. Crotalaria
Figura juncea juncea
VI-18 Crotalaria florescida no campo.
florescida no campo.

Cobertura
Cobertura mortamorta
- É o -uso
É odeuso de resíduos
resíduos vegetais
vegetais da cultura
da cultura anterioranterior
mantidosmantidos na superfície
na superfície do
do
solosolo durante
durante a cultura
a cultura seguinte,
seguinte, comcom o objetivo
o objetivo de evitar
de evitar o impacto
o impacto das gotas
das gotas da chuva,
da chuva, vistovisto
que, na área
área cultivada
cultivadaem emque
queháhácontrole
controledede plantas
plantas invasoras
invasoras rasteiras,
rasteiras, apesar
apesar da da diminuição
diminuição
progressiva da erosão durante o período vegetativo, somente essas plantas não protegem o solo
contra a erosão tão eficientemente como quando contam com a palhada da cultura anterior
mantida e protegendo a superfície do solo.
Combinação de culturas - Consiste em cultivar conjuntamente plantas de diferentes
famílias, com distintas necessidades nutricionais e diversas profundidades do sistema radicular,
que venham a se complementar, principalmente, nutricionalmente. São exemplos, o plantio
conjunto de gramíneas (milho) e leguminosas (feijão) e plantas rasteiras (feijão) e arbóreas
(pinus). Nessas combinações ocorre tanto a adição de Nitrogênio ao solo pela leguminosa
beneficiando a gramínea, como a reciclagem dos nutrientes trazendo-os de camadas profundas,
colocando-os em disponibilidade nas superficiais, aumentando, assim, a produção de biomassa.

Figura VI-19 Sistema agroflorestal envolvendo pinus, erva-mate e soja aos dois anos e meio após a
implantação. http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/ Ervamate/Cultivo da
ErvaMate /15_sistemas_ agroflorestais.htm.

Sucessão de culturas e rotação com utilização de plantas subsoladoras vegetais – Com


uma sucessão de culturas bem planejada em que logo após a colheita de uma cultura, outra já
está sendo plantada, o solo é rapidamente de novo protegido do impacto da gota e o selamento
superficial, evitando-se a erosão das chuvas (Figura 20). A utilização de plantas subsoladoras
vegetais, tal como o Nabo forrageiro, já é bastante difundida. Hidrologicamente, suas raízes

249
apresentam forte capacidade de penetração, aprofundando-se e rompendo camadas
subsuperficiais adensadas do solo. Posteriormente, ao se decomporem forma galerias
facilitando, ainda mais, a penetração da água. Adicionalmente, contribuem com maior equilíbrio
da fertilidade e atividade microbiana do solo e maior produção de biomassa.

Figura 8. VI-20
Figura Colheita de sojadeseguida
Colheita de plantio
soja seguida de milho
de plantio emem
de milho Sorriso, MT
Sorriso, MT(Fonte:
(Fonte:www.agrisus.
www.agrisus.
asp?cod=38; Grupo Pinesso); Lavoura de nabo forrageiro– GO.
org.br/foto. asp?cod=38; Grupo Pinesso); Lavoura de nabo forrageiro– GO. Fonte:
Fonte:
www.biodieselbr.com/ indexswf.html.
www.biodieselbr.com/ indexswf.html.

Manejo de pastagem / Controle de pastoreio - Consiste em retirar o gado de uma pastagem


quando as plantas ainda recobrem toda a área. O pastoreio rotacionado é o exemplo dessa
prática. O pasto mal conduzido, pelo contrário, torna-se compactado, pobre, advindo sérios
problemas de erosão.
Quebra vento - são barreiras constituídas de renques de árvores dispostas em direção
perpendicular aos ventos dominantes (Figura 21). Sob o aspecto hidrológico, essas barreiras são
plantadas principalmente com a finalidade de reduzir a velocidade do vento e, assim, diminuir a
evapotranspiração das culturas, preservando a umidade do solo, que, então, vai resultar em
aumento da eficiência do aproveitamento das chuvas na recarga das águas subterrâneas.

Figura VI-21 Renque de eucalipto formando um quebra vento.

Plantio em faixa de retenção / Cordões de vegetação permanente - são fileiras de plantas


perenes de crescimento denso, de largura específica, dispostas em contorno e niveladas entre
faixas de rotação com a finalidade de promover a interceptação da enxurrada, retendo a água
mais tempo na meia encosta, dando mais tempo para que haja maior infiltração e recarga das
águas subterrâneas. Algumas espécies recomendadas: cana-de-açúcar, capim vetiver, erva-
cidreira, capim-gordura, capim elefante, etc.
a.2) Práticas edáficas

Cultivo de acordo com a capacidade de uso do solo - as terras devem ser utilizadas em
função da sua aptidão agrícola, que pressupõe a disposição adequada na meia encosta das
florestas/reservas, cultivos perenes, cultivos anuais, pastagens, etc., racionalizando, assim, o

250
aproveitamento do potencial das áreas, a função hidrológica de interceptação de fluxo, de
contenção e proteção do solo e de proteção dos corpos hídricos.
Uso criterioso do fogo - O fogo, apesar de ser uma das maneiras mais fáceis e econômicas
de limpar o terreno, quando aplicado indiscriminadamente, é um dos principais fatores de
degradação do solo e do ambiente. Hidrologicamente destrói a matéria orgânica dos restos
vegetais, principal condicionador físico-hídrico do solo, ficando somente as cinzas, além de
matar organismos do ar, da superfície e do subsolo causando um desastre ecológico (Figura 22).

Figura VI-22 Nascente “queimada” junto com a cana. Testemunha da total ausência de respeito e
cuidado com o recurso hídrico. A nascente não tem nenhuma estrutura de proteção contra o fogo -
cerca de isolamento, acero, da faixa de interface, etc.

a.3) Práticas mecânicas

Preparo do solo, plantio e práticas mecanizadas executadas em curva de nível - É a


primeira medida a ser adotada, uma das mais simples e de grande eficiência. No cultivo em
nível ou contorno, ocorre a formação de pequenos camalhões sobre o terreno que, juntamente
com o cultivo, servirá de obstáculo ao escorrimento, possibilitando a infiltração da água no solo
(Figura 23). É uma das medidas mais eficientes na conservação da água e do solo que, no
entanto, comocomo
entanto, pratica isolada,
pratica é recomendada
isolada, somente
é recomendada para áreas
somente para com
áreasaté
com3%até
de3%
declive sendo,
de declive
osendo,
usual,oassociá-la com outras práticas conservacionistas.
usual, associá-la com outras práticas conservacionistas.

Figura
Figura 11.VI-23
PlantioPlantio e práticas
e práticas culturais
culturais mecanizadas
mecanizadas executadas
executadas em curva
em curva de nível.
de nível.

Cultivo
Cultivo mínimo
mínimo - É o-uso
É ominimizado
uso minimizado de máquinas
de máquinas agrícolas
agrícolas sobre sobre
o solo,o com
solo, com a finalidade
de menor revolvimento e compactação preservando, assim a porosidade e estrutura do solo,
aumentando a sua capacidade de infiltração, percolação e armazenamento da água subterrânea.
Plantio direto - É a implantação de uma cultura diretamente sobre a resteva de outra, com a
finalidade de manter o solo coberto, evitando o impacto da gota da chuva.

251
Carreadores e estradas planejadas - A distribuição racional dos caminhos pressupõe
colocá-los, ao máximo do sentido do contorno fazendo-os funcionarem como verdadeiros
terraços, ajudando a defender o terreno contra a erosão. Planeja-se também o menor numero
possível de carreadores em pendente, que fazem ligação entre os nivelados.
Terraceamento - Os terraços são sulcos ou valas construídas transversalmente à direção do
maior declive, sendo construídos basicamente para controlar a erosão e aumentar a umidade do
solo (figura 24). Sob o aspecto hidrológico, os objetivos dos terraços são:

a) Interceptar e diminuir a velocidade e o volume da enxurrada;


b) Aumentar o conteúdo de umidade no solo pela maior infiltração de água;
c) Reduzir o pico de descarga dos cursos d’água.

Por ser uma prática que necessita de investimentos, o terraceamento deve ser usado apenas
quando não é possível controlar a erosão em níveis satisfatórios com outras práticas mais
simples. No entanto, o terraceamento é útil em locais onde é comum a ocorrência de chuvas
com intensidade e volume que superam a capacidade de infiltração da água no solo e onde
outras práticas conservacionistas são insuficientes para controlar a enxurrada.

Figura VI-24 Terraceamento em área declivosa.

Cordões de contorno - Não basta apenas implantar o sistema de terraceamento na área de


cultivo, esquecendo-se as influências de contorno. O escorrimento das partes mais altas, de
estradas e voçorocas já presentes pode comprometer o terraceamento ainda que bem
planificado. Por isso, muitas vezes, é necessária a construção de cordões de contorno, também
chamados canais divergentes. São pequenos sulcos de base estreita que interceptam o
escorrimento superficial proveniente de uma área de nível superior, desviando-o até
desaguadouros, canais de deságue ou caixas de captação. Tem sido muito empregado em
encostas íngremes de pastagem, normalmente, associados à caixas de captação, chamadas de
“barraginhas”, descritas abaixo. Há, ainda, situações em que a água da enxurrada dos terraços
pode escoar pelas laterais da área dispensando as bacias de retenção sendo substituídas por
canais escoadouros ou canais de deságue vegetados (Bertoni e Lombardi Neto, 1993).

252
A B C

D E

Figura VI-25 (A) Cordões de contorno, localizado na parte alta da encosta, construído com arado de
tração animal. A terra é deixada abaixo da vala, dando uma forma de camalhão, para aumentar a
eficiência na contenção das águas. (B e C) Detalhe do Cordão de contorno

Bacias de retenção, Caixas de captação ou Barraginhas - São buracos construídos no final


dos terraços, cordões de contorno, às margens de carreadores e também isoladas, construídas no
meio da área de cultivo ou no pasto, aproveitando os canais de escoamento naturais do terreno
(Figura 26) Têm a função de receber a água interceptada, armazená-la, infiltrando-a, lentamente
ou, se extravasar durante uma chuva, liberá-la gradativamente, para as caixas de recepção, em
sequência, morro abaixo.

FiguraVI-26
Figura 12. Combinação de terraceamento
de terraceamento
Combinação e “barraginhas”e “barraginhas” e/ourealizando
e/ou caixas de retenção caixas de a retenção realizando a
interceptação do fluxo e a retenção e infiltração da água na meia encosta.
interceptação do fluxo e a retenção e infiltração da água na meia encosta.

253
Subsolagem – Muito conhecida, promove o rompimento de compactação subsuperficial.
Quebra-se a camada profunda adensada (pé de arado ou de grade), com a finalidade de aumentar
a percolação da água no solo.
Escarificação – Com o uso do escarificador, quebra-se a camada densa superior (crostas),
aumentando a capacidade de infiltração da água no solo.
Estruturas de contenção de voçorocas - Voçorocas são buracos de grandes dimensões
formados por processo negligente e adiantado de erosão de uma área agrícola. O objetivo
principal
lentoda intervenção
e oneroso é pararrecorrer
devendo-se o processo erosivo,
a uma uma de
associação vezprocedimentos
que a recuperação da topografia
práticos, tais como
original é, na maioria das vezes, impossível e a readequação da área de voçoroca é um
o fechamento da área, construção de um canal divergente na cabeceira ou cordões de contorno, processo
lento e oneroso devendo-se recorrer a uma associação de procedimentos práticos,
suavização dos taludes, implantação de vegetação protetora e construção de paliçadas dentrotais como eo
fechamento da área, construção de um canal
fora da voçoroca, transversal ao curso da água. divergente na cabeceira ou cordões de contorno,
suavização dos taludes, implantação de vegetação protetora e construção de paliçadas dentro e
fora da voçoroca, transversal ao curso da água.

Figura VI-27 Fotos mostrando o início da formação da voçoroca e, depois, ela já constituída.

Canais de deságue vegetados - São canais de escoamento naturais (grotas secas) ou


Figura 13. Fotos mostrando o início da formação da voçoroca e, depois, ela já constituída.
especialmente construídos e localizados, protegidos por vegetação nativa, com dimensão
suficiente para conduzir o fluxo coletado até as partes baixas do terreno, sem perigo de erosão
Canais de deságue vegetados - São canais de escoamento naturais (grotas secas) ou
em seu leito. Normalmente, procura-se aproveitar as depressões naturais, áreas de pasto ou
especialmente construídos e localizados
bordas de matos, bosques ou zonas arbustivas. Essas estruturas são muito usadas em associação
com curvas em desnível para regiões de baixa infiltração.
Uma complementação desse assunto é apresentada no ANEXO II.

- Eficiência das práticas conservacionistas

A eficiência das práticas conservacionistas quanto à contenção do escorrimento


superficial depende de uma série de fatores. No entanto, em termos gerais, podem-se apresentar
alguns índices básicos.
O parâmetro que representa bem os valores é o Coeficiente de Escoamento Superficial
(C) utilizado na estimativa do escoamento superficial pelo Método Racional, de acordo com a
equação abaixo:

em que,

Qmax = Vazão máxima de escoamento superficial, m3.s-1;


C = Coeficiente de escoamento superficial, adimensional;
im = Intensidade máxima média de precipitação para uma duração igual
ao tempo de concentração, mm.h-1; e
A = Área da bacia de drenagem, ha.

254
De acordo com Smedema e Rycroft (1983), o método racional foi originalmente
desenvolvido para estimar vazões máximas de escoamento em pequenas bacias urbanas, cuja
proporção de área impermeável é grande (para as quais C aproxima-se de um). A ampliação do
uso do método racional para áreas agrícolas é mais apropriada para bacias que não excedem 100
- 200 ha.
O Coeficiente de escoamento superficial (C) é a relação entre o volume que escoa sobre
a superfície do terreno e o volume precipitado, expresso pela equação:

Assim, tem-se que do volume precipitado sobre a bacia, apenas uma parte atinge a seção
de deságüe sob a forma de escoamento superficial, uma vez que parte é interceptada, a outra
preenche as depressões e outra se infiltra no solo, umedecendo-o e abastecendo o lençol
freático. O volume escoado representa, portanto, apenas uma parcela do volume precipitado.
Esse coeficiente é encontrado na literatura para diferentes condições de tipo e
acondicionamento de terreno, de acordo com o apontado nas tabelas abaixo.

Tabela VI-23 Coeficiente de escoamento para diferentes pisos encontrados no


meio urbano.

255
Tabela VI-24 Coeficiente de escoamento para diferentes terrenos encontrados no meio
rural.

256
Tabela VI-25 Coeficientes de escoamento para áreas agrícolas inferiores a 5000 ha, em função da
topográfica, da cobertura e do tipo de solo.

Outro coeficiente que expressa a eficiência das práticas conservacionistas na atenuação


do escorrimento superficial é o Número da Curva (CN) utilizado no Método do Número da
Curva (SCS-USDA) que permite estimar a volume (lâmina) de escoamento superficial a partir
de dados precipitação e de outros parâmetros da bacia. O método foi desenvolvido pelo Soil
Conservation Service (1972), vinculado ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos
(SCS-USDA), a partir de dados de um grande número de bacias experimentais tendo a análise
dessas informações permitindo evidenciar a relação:

em que:

I = infiltração acumulada após o início do ES (mm);


S = infiltração potencial (mm);
ES = escoamento superficial total (mm) e:
Pe = escoamento potencial ou excesso de precipitação (mm).

A equação acima é válida a partir do início do escoamento superficial, sendo:

em que:

PT = precipitação total (mm) e


Ia = abstrações iniciais (mm).

A precipitação é totalmente convertida em abstrações iniciais até o tempo tia, ou seja, até
este momento, a precipitação é convertida em interceptações pela cobertura, armazenamento na
superfície do solo e infiltração, uma vez que abstrações iniciais correspondem a toda
precipitação que ocorre antes do início escoamento superficial englobando, portanto, além da
interceptação e do armazenamento superficial, toda a infiltração acorrida durante esses dois
processos.
Após a ocorrência das abstrações iniciais, começa o escoamento superficial. A partir
deste momento tem-se que o escoamento potencial ou excesso de precipitação corresponde à:

257
Pe = ES + I

Pe = escoamento potencial ou excesso de precipitação (mm).


ES = escoamento superficial total (mm) e:
I = infiltração acumulada após o início do ES (mm);

Pela substituição da equação 3 na 1 e isolando ES, tem-se:

Onde:
ES = escoamento superficial total (mm) e:
Pe = escoamento potencial ou excesso de precipitação (mm).
S = infiltração potencial (mm);

A análise do comportamento verificado nas bacias experimentais estudadas permitiu ao


SCS-USDA evidenciar que:

Ia = 0,2 S

Ia = abstrações iniciais (mm).


S = infiltração potencial (mm);

Pela substituição das equações 2 e 5 na equação 4, tem-se:

Onde:
ES = escoamento superficial total (mm) e:
PT = precipitação total (mm) e
S = infiltração potencial (mm);

O SCS-USDA obteve, a partir da análise de uma série de hidrogramas, a seguinte


relação:

em que CN é o número da curva, cujo valor pode variar entre 1 e 100, e depende do uso e
manejo da terra, grupo de solo, condição hidrológica e umidade antecedente.
Portanto, para a determinação do escoamento superficial pelo Método do Número da
Curva, é suficiente que se conheça a precipitação que incide sobre a área, para a duração
pretendida, e se obtenha, a partir de tabelas, o valor do número da curva que foi obtido para
diferentes condições de superficie e tipos de solo.
Nas tabelas a seguir constam os valores apresentados no trabalho de TUCCI (1993),
para condições de bacias com ocupação agrícola e urbana.
Os tipos de solos, identificados, são os seguintes:

Solo A: Produz baixo volume de ES e apresenta alta infiltração. Solo arenoso profundo com
pouco silte e argila.

258
Solo B: Menos permeável do que o anterior. Solo arenoso menos profundo do que o tipo A e
com permeabilidade superior à média.
Solo C: Gera volume de ES acima da média e com capacidade de infiltração abaixo da média,
contendo % considerável de argila. Pouco profundo.
Solo D: Contém argilas expansivas. Pouco profundo, com muito baixa capacidade de
infiltração.

Tabela VI-26 Valores do CN para bacias com ocupação agrícola (Tucci, 1993).

259
Tabela VI-27 Valores do CN para bacias com diferentes ocupações (Porto, 1995).

Médias
Boas

Os valores de CN, apresentados nessas tabelas, referem-se a condições médias de


umidade antecedente (AMC II). Para situações diferentes da média, a correção do número da
curva pode ser feita utilizando-se as tabelas abaixo.
A tabela 28 permite enquadrar a solo na classe de umidade antecedente à precipitação
de interesse, a partir da chuva acorrida nos cinco dias que antecedem à chuva crítica.

Tabela VI-28 Classes de umidade antecedente do solo.

A correção do valor médio (AMCII) para as outras condições de umidade é obtida


através da tabela 29.

260
Tabela VI-29 Correção de CN para umidades diferentes da média (AMC II).

Aplicando-se para uma condição de distribuição pluviométrica anual semelhante à


região de Vinhedo, apresentada na figura abaixo, um evento de precipitação de 18 mm e
utilizando-se os Números de Curva indicados por Porto (1995), os escorrimentos superficiais e
suas porcentagens de diminuição de escorrimento ficam de acordo com a tabela 30.

Figura VI-28 Distribuição pluviométrica da estação Mirante, em São Paulo.

261
Tabela VI-30 Escorrimentos superficiais e suas porcentagens de diminuição de escorrimento.
Precipitação CN S ES Diminuição do
Uso do Solo Uso de Práticas Conservacionistas (Solo C) Escorri/to Sup.
mm mm mm %

Pomares Sem conservação do solo


(Culturas em Fileira) Linha Reta - Condições Culturais Ruins 18 88 34,636 2,682 72,1

Com conservação do solo


Curva de Nível - Condições culturais boas 82 55,756 0,749

Cultura de Grãos Sem conservação do solo


Linha Reta - Condições Culturais Ruins 18 84 48,381 1,222 53,9

Com conservação do solo


Curva de Nível - Condições culturais boas 81 59,580 0,564

Pasto Sem conservação do solo


Linha Reta - Condições Culturais Ruins 18 86 41,349 1,854 92,7

Com conservação do solo


Curva de Nível - Condições culturais boas 70 108,857 0,135

CN = número da curva
S = infiltração potencial (mm);
ES = escoamento superficial total (mm) e:

5.1.2.3 Talvegue e áreas de contorno dos corpos hídricos

Constituem-se em áreas de surgência das águas subterrâneas e devem ser protegidas


com vegetação nativa, sem ocupação antrópica, pois é designada como área de APP, cuja
importância, particularidades e recuperação serão descritos no capítulo “Recuperação
Vegetacional das áreas de APP das Microbacias Hidrográficas de Vinhedo”.
As práticas conservacionistas no contorno dos corpos d’água envolvem desde obras
hidráulicas retificadoras, ações de recondicionamento de corpos d’água, até coberturas vegetais
protetoras. Dentre essa última, as matas ciliares são destaque por proporcionar e prevenir
naturalmente, uma série de impactos ambientais tanto na faixa ribeirinha como na própria calha
do corpo d’água. As denominadas popularmente matas ciliares ou matas de galeria são, na
verdade, apenas a parte da floresta ripária que ficam localizadas às margens dos cursos d’água.
A floresta ripária, que juntamente com o capim e arbustos nativos devem cobrir a APP – Área
de proteção Permanente - desempenha diferentes e fundamentais funções tais como filtro contra
assoreamento e contaminações da água, corredor gênico, habitat de alimentação, reprodução e
abrigo de inúmeros animais, estabilização das margens, ecossistema específico para inúmeras
espécies vegetais ainda nem estudadas pelo homem, etc.
As principais causas de degradação das matas ciliares são o desmatamento para
implantação de cultivos agrícolas, expansão de áreas urbanas, obtenção de madeira, incêndios, a
extração de areia nos rios, especulação imobiliária, e outras.

Figura VI-29 Mata de Galeria bem formada.

262
5.1.3 Evapotranspiração das culturas

Os processos de evaporação da água do solo e da transpiração das plantas ocorrem


simultaneamente numa comunidade vegetal e são primariamente afetados pelos mesmos fatores
meteorológicos e pela disponibilidade de água no solo. A dificuldade em separar os dois
processos levou à utilização de ambos denominando-se evapotranspiração.
O termo Evapotranspiração Potencial (ETP) foi introduzido por Penman (1948) como
a quantidade de água consumida por uma superfície vegetada uniforme, com 8 a 15 cm de
altura, em crescimento ativo, saudável, cobrindo totalmente a superfície do solo e sem restrição
hídrica. A cultura que tem sido adotada como referência é a da grama. Posteriormente, esse
conceito foi revisto e redefinido em termos físicos e o processo denominado de
Evapotranspiração de Referência (ETo) (Allen et al., 1998). Desta forma, ETo ou demanda
climática pode ser estimada apenas com base nos principais elementos meteorológicos.
Os métodos de estimativa da ETo podem ser agrupados em empíricos, aerodinâmico,
balanço de energia, combinados e correlação dos turbilhões conforme descrito por Pereira
(1997). Os métodos para estimativa da ETo variam de simples a complexos, podendo usar uma
ou mais variáveis. A seleção do método deve levar em consideração a disponibilidade de dados,
o clima, a finalidade e a escala de tempo (período) a que são ajustados. O método considerado
como padrão mundial para determinação de ETo é o de Penman-Monteith (ALLEN et al.,
1998).
O consumo de água das plantas e a produção se relacionam muito bem à
evapotranspiração de referência (ETo) e por isso são muito utilizados para fins de projeto e
manejo da irrigação, estudo ecofisiológico das culturas e gestão de recursos hídricos.
A evapotranspiração da cultura (ETc) representa a quantidade de água que deve ser
reposta ao solo para manter o crescimento em condições ideais. A ETc pode ser medida
diretamente por lisímetros, por estudos de balanço hídrico de campo ou pelo método do balanço
de energia. Tais métodos, pela complexidade envolvida, são, normalmente, utilizados para fins
de pesquisa. Além de medir a ETc, possibilitam a determinação dos valores de coeficiente de
cultura (Kc) e, desse modo, fornecem meios para estimativa da demanda de água.
A ETc pode ser estimada a partir da evapotranspiração de referência (ETo) e do
coeficiente de cultura (Kc) conforme a seguinte expressão (Doorenbos & Kassam, 1979):
ETc = ETo. Kc (1)
onde:
ETo: evapotranspiração de referência, em mm dia-1;
ETc: evapotranspiração da cultura, em mm dia-1;
Kc: coeficiente de cultura (decimal).

- Precipitação e Evapotranspiração Potencial

Quanto ao regime de precipitação na região de Vinhedo, de acordo com as tabelas


abaixo se verificou que há forte concentração das precipitações de outubro a março nos
municípios de Campinas e Jundiaí. Os valores mínimos variaram de julho a agosto. Os CV das
precipitações são maiores nos períodos mais secos do ano (junho a setembro). A assim a época
em que a necessidade de irrigação complementar as chuvas é maior coincide com o período
crítico de disponibilidade hídrica nos mananciais.

263
Tabela VI-31 Valores totais mensais de precipitação (mm) ao longo do ano observados no
município de Campinas e médio, máximo, mínimo, desvio padrão e coeficiente de variação (%) do
período considerado.

Tabela VI-32 Valores totais mensais de precipitação (mm) ao longo do ano observados no
município de Jundiaí e médio, máximo, mínimo, desvio padrão e coeficiente de variação (%) do
período considerado.

264
Quanto ao regime de Evapotranspiração de referência da região seguem-se a tabela 33.

Tabela VI-33 Valores de evapotranspiração (mm) média diária para cada mês observados nos
municípios de Campinas e Jundiaí e evapotranspiração 80%, máximo, mínimo, desvio padrão e
coeficiente de variação (%) do período considerado.

Fonte: Calheiros & Pires (2014).

Graficamente a figura 30 apresenta os valores de ETo média, o valor equivalente a 80%


de probabilidade acumulada, para os dois municípios.

Figura VI-30 Valores de evapotranspiração (ETo) média e equivalente a


80% de probabilidade acumulada (ETo 80%P) dos municípios de
Campinas e Jundiaí no período de 2007 a 2013.

265
- Coeficiente de cultura

O coeficiente de cultura tem forte significado biológico e varia com a planta, local,
clima, práticas culturais, desenvolvimento vegetativo, disponibilidade de água no solo,
condições de cultivo e molhamento da superfície do solo. Seu valor integra todos os efeitos que
o ambiente e o manejo exercem sobre o desenvolvimento e a transpiração da planta.
O Kc varia, predominantemente, com as características específicas do cultivo e as
práticas culturais adotadas no sistema produtivo que afetam o desenvolvimento das plantas. Tal
fato tem facilitado a transferência de valores padrões de Kc entre locais e climas. Cabe ressaltar,
no entanto, que determinações para condições de cultivo nas diferentes regiões têm grande
importância.
Os Coeficientes de cultura (Kc) adotados no estado de São Paulo têm como base as
indicações de Doorenbos & Pruitt (1977 e 1984) e Allen et. al. (1998) que consideram um
caráter amplo de valores reportados e a variação do consumo de água das culturas a um grande
número de fatores.
Dado à especificidade de algumas culturas exploradas sob irrigação no Estado de São
Paulo e não relacionadas nestas referências de literatura, bem como a existência para algumas
culturas, de alguns trabalhos nacionais sobre a determinação do Kc adequado para as condições
de clima e solo e cultivo, pode ser utilizados, sempre que necessário, valores obtidos em
pesquisas desenvolvidas localmente.
Assim, para estimativa do consumo de água de várias culturas podem ser adotados os
valores de Kc apresentados por Marouelli e Doorenbos & Pruitt, conforme as tabelas abaixo.

Tabela VI-34 Valores de coeficiente de cultura (Kc) nos diferentes estádios de desenvolvimento,
para diversas hortaliças. Fonte: Marouelli et al. (1996).

266
Tabela VI-35 Coeficiente de culturas (Kc) de diversas hortaliças em diferentes estádios de
desenvolvimento. Fonte: Marouelli et. al. (2008).

267
Tabela VI-36 Coeficiente de culturas (Kc) de diversas culturas em diferentes estádios de
desenvolvimento (Doorenbos & Pruitt, 1977).

Sobre o eucalipto, Alves et al. (2013) determinaram as necessidades hídricas da cultura


do eucalipto irrigado, tendo como referência a estimativa do coeficiente dual de cultura (Kc
dual). Os valores médios para os coeficientes de cultura estimados foram de 0,57; 0,13 e 0,70
para Ke, Kcb e kc, na fase inicial de crescimento e de 0,01; 0,81 e 0,82 na fase média de
crescimento da cultura sendo Ke o Coeficiente de Evaporação do Solo, que descreve a
evaporação ocorrida da superfície do solo para a atmosfera, o Kcb o Coeficiente Basal da
cultura, que descreve a transpiração da planta e o Kc, a Evapotranspiração da Cultura que é a
somatória das duas extrações de água
No presente trabalho foi adotado o Kc médio para o eucalipto de 0,70.

268
Segundo Voltolini et al. (2012), a importância dos valores de Kc para a irrigação dos
pastos é reconhecida, contudo, ainda são limitados os valores determinados para as plantas
forrageiras tropicais. Citam que Lourenço et al. (2001) obtiveram para o Capim-Tanzânia
manejado em ciclos de pastejo de 36 dias valores de Kc de 0,30 a 0,40 para a fase inicial de
desenvolvimento e de 1,10 a 1,40 na fase final. Esses autores associaram esses valores ao índice
de área foliar, sendo 1,0 a 1,5 logo após o corte e 4,0 a 5,5 ao final do ciclo. Já Lopes et al.
(2003) utilizaram valores de Kc de 0,85 para o capim-elefante enquanto que o valor 1,0 foi
utilizado por Quintanilha et al. (2006) para os capins Mombaça e Marandu. Para o Capim-Bufel
(Cenchrus ciliaris), planta forrageira com baixa exigência hídrica, o Kc médio é de 0,62 (Dantas
Neto et al., 1996) enquanto que para a alfafa (Medicago sativa) o Kc médio variou entre 0,88 a
1,15, o máximo variou de 1,23 a 1,57 e o mínimo de 0,15 a 0,21 (Cunha et al., 1993).
No presente trabalho, considerando-se que os pastos de Vinhedo são sob o regime de
sequeiro, considerou-se o Kc médio de 0,4.
Para o caso das plantas arbóreas nativas a inexistência de dados sobre demanda hídrica é
notável uma vez que essa natureza de estudos visa determinar o consumo hídrico visando a
irrigação, o que não é realizado em áreas ocupadas por cobertura vegetacional nativa.
Assim, utilizaram-se dados apontados por Pires (2012) para a cultura de citrus,
indicados por Allen et al. (1998), na tabela 37.

Tabela VI-37 Coeficiente de cultura para citrus com diferentes graus de cobertura vegetal.

Conduçao de Plantas Cítricas com Plantas Invasoras

Cobertura do solo Kc Altura


das Plantas

Plantas cobrindo 70% da área 0,70 - 0,75 4

Plantas cobrindo 50% da área 0,70 - 0,75 3

Plantas cobrindo 20% da área 0,70 - 0,75 2

No presente trabalho, considerando-se que os maciços florestais de Vinhedo estão sob o


regime de sequeiro, considerou-se o Kc médio de 0,6.
Por fim, no caso da agricultura, em Vinhedo ocorre majoritáriamente o cultivo da uva e
de milho que, segundo Doorenbos & Pruitt (1977) possuem Kcs médios de:

Tabela VI-38 Coeficientes de cultura da uva e de milho, segundo Doorenbos & Pruitt (1977).

Agronomicamente, o milho é uma cultura anual e hoje, em função da disponibilidade de


materiais genéticos, pode ser plantado, praticamente, o ano todo. A figura abaixo apresenta a

269
duração dos diferentes estádios fenológicos, bem como a distribuição dos coeficientes de
cultura.

Figura VI-31 Fases fenológicas do milho e distribuição dos coeficientes de cultura (Kc).

Assim, considerando-se vários cultivos no ano e a média pondera dos Kcs em função do
período fenológico da cultura, obtém-se, para o nosso meio, um Kc médio de 0,81.
Já para a uva, nesse trabalho utilizaram-se os dados obtidos por Pommer (-) de valores
da duração dos subperíodos fenológicos e do ciclo total da videira 'Niabell'.

Tabela VI-39 Duração, em dias, dos sub-períodos fenológicos para uva de mesa cultivar Niabel, em
Jundiaí, SP., para diferentes anos agrícolas.

Assim, durante o ano, os Kcs da uva podem ser assim distribuídos:

Sub-Período Fenológico Ano Média Kc Data


1999 2000 2001
Poda-Brotação 15 15 14 15 0,35 10/08 a 24/08
Brotação-Florescimento 39 39 36 38 0,55 25/08 a 01/10
Florescimento-Grão de Ervilha 18 15 15 16 0,80 02/10 a 17/10
Grão de Ervilha-Grão Verde 17 20 18 18 0,90 18/10 a 04/11
Grão Verde-Início da Maturação 32 29 34 32 0,80 05/11 a 06/12
Início da Maturação-Colheita 23 20 23 22 0,70 07/12 a 28/12
Dormência 29/12 a 09/08

A figura 32 e a tabela. 40 mostram a distribuição dos Kcs das culturas do milho e da uva
durante o ano e o Kc médio mensal das duas culturas.

270
Título do Gráfico
1,00
0,90
0,80
0,70
0,60
Milho
Kc

0,50
0,40 Uva
0,30 Média
0,20
0,10
0,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Mês
Figura VI-32 Distribuição gráfica dos Kcs das culturas do milho e da uva durante o ano e o Kc
médio mensal das duas culturas.

Tabela VI-40 Distribuição dos Kcs das culturas do milho e da uva durante o ano e o Kc médio
mensal das duas culturas.

Mês Milho Uva Média

1 0,81 0,35 0,58


2 0,81 0,35 0,58
3 0,81 0,35 0,58
4 0,81 0,35 0,58
5 0,81 0,35 0,58
6 0,81 0,35 0,58
7 0,81 0,35 0,58
8 0,81 0,55 0,68
9 0,81 0,55 0,68
10 0,81 0,85 0,83
11 0,81 0,9 0,85
12 0,81 0,8 0,80

271
5.2 CÁLCULO DA PRODUÇÃO DE ÁGUA NO MEIO RURAL DAS DIFERENTES
MICROBACIAS HIDROGRÁFICAS DE VINHEDO, CONSIDERANDO-SE A
CONDIÇÃO FÍSICO-HIDRICA ATUAL E A CONDIÇÃO SOB RECUPERAÇÃO
HIDROLÓGICA.

Em termos de ocupação da área rural, na maioria das microbacias de Vinhedo, há,


predominantemente, duas coberturas vegetais:
a) Vegetação arbórea, na grande maioria floresta nativa e parte reflorestamento de
Eucalipto e Pinus. Encontra-se, também, florestamento de espécies nativas misturada com
eucalipto, principalmente e;
b) Vegetação herbácea que, na realidade, caracterizam-se como pastagens, muitas com
baixa aplicação de práticas conservacionistas e quase sempre, degradadas.

A Evapotranspiração de Referência foi calculada com base no apresentado para a cidade


de Campinas e Jundiaí (Tabela 41).

Tabela VI-41 Evapotranspiração de Referência foi calculada com base no apresentado para a
cidade de Campinas e Jundiaí. Fonte: Calheiros & Pires (2014).

Assim, num cálculo inicial, considerando-se a classificação do uso do solo de 2017 a


Evapotranspiração das coberturas vegetais, pasto, florestamento de espécies nativas arbóreas,
reflorestamento do eucalipto e das culturas do milho e da uva, a partir dos coeficientes de
cultura e Evapotranspiração Potencial apresentados anteriormente, podem ser apresentada de
acordo com a tabela abaixo.

272
Tabela VI-42 Valores médios de Evapotranspiração do Eucalipto, da Pastagem, das Arbóreas Nativas e dos Cultivos Agrícolas de Vinhedo.

MÊS Precipitação (1) Evapotranspiração Referência Coeficiente de Cultura Evapotranspiração da Cultura Evapotranspiração da Cultura Porcentagem de Consumo em Relação à Precipitação
Eucalipto* Pasto** Cultivos Arbóreas Eucalipto Pasto Cultivos Arbóreas Eucalipto Pasto Cultivos Arbóreas Eucalipto Pasto Cultivos Arbóreas
Campinas Jundiaí Média Nativas*** Nativas Nativas Nativas
(mm) (mm/dia) (mm/dia) (mm/mes) (%)

JAN 218,0 4,9 5,4 5,2 0,7 0,4 0,6 0,6 3,6 2,1 3,0 3,1 108,2 61,8 89,5 92,7 49,6 28,3 41,1 42,5
FEV 204,0 5,4 5,5 5,5 0,7 0,4 0,6 0,6 3,8 2,2 3,2 3,3 106,8 61,0 94,7 91,6 52,4 29,9 46,4 44,9
MAR 149,0 4,9 4,9 4,9 0,7 0,4 0,6 0,6 3,4 2,0 2,8 2,9 106,3 60,8 85,2 91,1 71,4 40,8 57,2 61,2
ABR 53,0 4,4 4,3 4,4 0,7 0,4 0,6 0,6 3,0 1,7 2,5 2,6 91,4 52,2 75,6 78,3 172,4 98,5 142,6 147,7
MAI 41,0 4 3,7 3,9 0,7 0,4 0,6 0,6 2,7 1,5 2,2 2,3 83,5 47,7 66,9 71,6 203,8 116,4 163,2 174,7
JUN 43,0 3,7 3,4 3,6 0,7 0,4 0,6 0,6 2,5 1,4 2,1 2,1 74,6 42,6 61,7 63,9 173,4 99,1 143,5 148,6
JUL 26,0 3,7 3,3 3,5 0,7 0,4 0,6 0,6 2,5 1,4 2,0 2,1 76,0 43,4 60,8 65,1 292,1 166,9 234,0 250,4
AGO 27,0 4,6 4,1 4,4 0,7 0,4 0,7 0,6 3,0 1,7 3,0 2,6 94,4 53,9 88,7 80,9 349,6 199,8 328,3 299,7
SET 53,0 5,1 4,8 5,0 0,7 0,4 0,7 0,6 3,5 2,0 3,4 3,0 104,0 59,4 100,9 89,1 196,1 112,1 190,3 168,1
OUT 119,0 5,4 5,4 5,4 0,7 0,4 0,8 0,6 3,8 2,2 4,5 3,2 117,2 67,0 134,3 100,4 98,5 56,3 112,9 84,4
NOV 132,0 5,7 5,8 5,8 0,7 0,4 0,9 0,6 4,0 2,3 4,9 3,5 120,8 69,0 147,4 103,5 91,5 52,3 111,6 78,4
DEZ 184,0 5,5 5,6 5,6 0,7 0,4 0,8 0,6 3,9 2,2 4,5 3,3 120,4 68,8 133,9 103,2 65,5 37,4 72,8 56,1

Ano 1249,0
Min 27,0
Max 218,0
Média 71,5 55,3 54,4 61,2

* Fonte: Alves et al. (2013). 'http://www.scielo.br/pdf/cerne/v19n2/a08v19n2.pdf.


** Fonte: Voltolini et al. (2012). 'http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/54863/1/12-Pastos-e-manejo-do-pastejo-em-areas-irrigadas.pdf-18-12-2.pdf
*** Fonte: Pires (2012). 'http://www.gtacc.com.br/pdf/irrigation/120.pdf
(1)
Fonte: NURMA- Engenharia de Biossistemas/ESALQ/USP

273
Verifica-se na tabela 42 que há meses em que a porcentagem de consumo em relação à
precipitação é menor que 100%, como no caso do Eucalipto, em janeiro, cuja porcentagem de
consumo em relação à precipitação é 49,6%. Isso significa que, considerando-se apenas o
consumo da cultura, da precipitação total sobrariam 50,4% que iriam realizar a recarga das
águas subterrâneas.
Porém, há meses e culturas em que a Evapotranspiração cultural ultrapassa a
precipitação mensal, teoricamente, não sobrando nada para percolação e recarga (P. ex.
Eucalipto nos meses de abril, maio, etc.).
Nessas condições e nesses meses, mesmo com a implantação de práticas
conservacionistas visando à maior retenção da água que iria escoar pela superfície, a princípio e
grosso modo, essa quantidade de água a mais retida poderia ser insuficiente, ainda, para haver a
recarga.
Para uma contabilidade mais precisa, considerando-se a classificação do uso dos solos
da Arbórea (2017), os outros componentes do processo de recarga – a interceptação da parte
aérea das culturas, o escorrimento superficial e o assoreamento na surgência devem ser
considerados. Isso é possível pela discriminação desses componentes, conforme descrito abaixo.
A determinação da produção de água, nas diferentes coberturas vegetais, nas condições
de microbacia hidrográfica hidrologicamente degradada e preservada, segue a metodologia de
Calheiros (2011) de parselamento de fluxos.
Mesmo ocorrendo algumas exceções, na contabilidade de produção de água de
Vinhedo, a área de mata nativa será considerada como preservada pouco e assim, pouco ou nada
carecendo de práticas conservacionistas.
Assim, para a condição de uma microbacia ou área preservada, com cobertura vegetal
de floresta nativa, com práticas conservacionistas de proteção da água e solo, a distribuição dos
fluxos de uma precipitação de 100 mm, correspondente ao total de 100% da entrada de água no
sistema hidrológico seria de acordo com a figura 33.

100% 10%
Interceptação pela
3 1 100,0 mm Cobertura do solo
60% em 2 hs. 2 ( Planta e Mat. Inertes) e
Evapotranspiração = 60 mm escorrimento sup.= 10 mm –
Sobram 30 mm 7% Sobram 90 mm
Perda interceptação e
evaporação
= 7,0 mm
3%
Escorrimento
superficial = 3,0 mm

4 7%
Escorrimento
Sub-superficial = 7,0 mm

Nascente
Preservada

5 REC= 100-10-60-7,0 = 23,0 mm


Recarga das
águas subterrâneas
23%

DESTINO DAS ÁGUAS DA


CHUVA EM UMA BACIA
Na Nascente Preservada, para efeito de surgência HIDROGRÁ
HIDROGRÁFICA E AS NASCENTES
da água inclui-se o Escorrimento Sub-superficial PRESERVADAS, COM COBERTURA VEGETAL DE
= 30mm = 30%
MATA NATIVA

Figura VI-33 Distribuição dos fluxos de uma precipitação de 100 mm para a condição de uma
microbacia ou área preservada, com cobertura vegetal de floresta nativa, suas nascentes
preservadas e dispondo de práticas conservacionistas de proteção da água e solo.

274
Já para a as áreas de reflorestamento de Vinhedo, mesmo ocorrendo exceções, na
contabilidade de produção de água, a área será considerada como preservada, com práticas
conservacionistas.
Nessa, tem-se que a interceptação é menor que nas espécies arbóreas nativas em função
da densidade foliar. Já o escorrimento superficial da água no solo, em função do manejo cultural
(corte, trânsito de máquinas, período de solo exposto, etc.), apresenta um valor maior que numa
área de mata. Sua evapotranspiração é maior que o de espécies nativas, principalmente pela
maior intensidade metabólica promovida pelo seu acelerado crescimento, e pelo fato da
transpiração ao longo de todo ano se manter mais estável, mesmo no período seco do ano, em
função da maior profundidade de exploração da água no solo de seu sistema radicular.
Por outro lado, a profundidade e a agressividade do sistema radicular do eucalipto
tendem a conduzir uma maior interceptação do fluxo sub-superficial resultando em um valor
menor que o de espécies arbóreas nativas.
Por fim, sem a prática periódica de desassoreamento da nascente, é permitido esperar o
tamponamento da surgência e conseqüente redução de fluxo. A figura 34 mostra,
esquematicamente, a distribuição dos fluxos em uma área de reflorestamento com práticas
conservacionistas, porém, com as nascentes degradadas.

13%
100% Interceptação pela
1 100,0 mm Cobertura do solo
3 70% em 2 hs. 2 ( Planta e Mat. Inertes) e
escorrimento sup.= 13 mm –
Evapotranspiração = 70 mm
6% Sobram 87 mm
Sobram 17 mm
Perda por
Interceptação e
evaporação
= 6,0 mm
7%
Escorrimento
superficial = 7,0 mm

4 4%
Escorrimento
Sub-superficial = 4,0 mm

Nascente
Degradada

5 REC= 100 – 13 – 70 - 4,0 = 13 mm


Recarga das
águas subterrâneas
13,0%

DESTINO DAS ÁGUAS DA


Na surgência desassoreada, para efeito de vazão seria
CHUVA EM UMA BACIA
17 mm = 17% HIDROGRÁ
HIDROGRÁFICA COM COBERTURA
Mas na Nascente degradada, com a surgência compactada VEGETAL DE EUCALIPTO
e/ou assoreada tem-se uma restrição física de 50%, para
efeito de vazão 8,5mm = 8,5%

Figura VI-34 Distribuição dos fluxos de uma precipitação de 100 mm para a condição de uma
microbacia dispondo de práticas conservacionistas de proteção da água e solo e cobertura vegetal
de eucalipto, porém com as nascentes assoreadas.

Para o terceiro tipo principal de cobertura vegetal existente na área rural de Vinhedo - o
campo degradado - a distribuição de fluxos seria de acordo com o apresentado na figura 35.
Esse tipo de cobertura apresenta uma interceptação ligeiramente menor que o de
espécies arbóreas nativas, porém, como característica hidrológica principal, um elevado
escorrimento superficial em função, quase sempre do mal manejo cultural e ausência quase total

275
de práticas conservacionistas. Das três coberturas é a que menor evapotranspiração apresenta,
em função, principalmente, de sua drástica diminuição no período seco do ano ou, até mesmo,
da entrada em período de dormência. A restrita profundidade do sistema radicular efetivo é a
principal causa desse comportamento fenológico.
Por sua vez, o escorrimento sub-superficial é facilitado pela menor interceptação do
sistema radicular e, por fim, quase sempre, nessas áreas, as nascentes estão muito desprotegidas
quanto à cobertura vegetal protetiva da APP, bem como com o solo compactado na e adjacente
à surgência pelo pisoteio do gado.

26%
100% Interceptação pela
3 1 100,0 mm Cobertura do solo
55% em 2 hs. 2 ( Planta e Mat. Inertes) e
Evapotranspiração = 55 mm escorrimento sup.= 26 mm –
Sobram 19 mm 6% Sobram 74 mm
Perda por
Interceptação e
evaporação
= 6,0 mm 20%
Escorrimento
superficial = 20,0 mm

4 7%
Escorrimento
Sub-superficial = 7,0 mm

Nascente
Degradada

5 REC= 100 – 26 – 55 - 7,0 = 12 mm


Recarga das
águas subterrâneas
12,0%

DESTINO DAS ÁGUAS DA


Na surgência desassoreada, para efeito de vazão seria CHUVA EM UMA BACIA
19 mm = 19% HIDROGRÁ
HIDROGRÁFICA COM COBERTURA
Mas na Nascente degradada, com a surgência compactada
e/ou assoreada tem-se uma restrição física de 50%, para VEGETAL DE CAMPO DEGRADADO
efeito de vazão 9,5mm = 9,5%

Figura VI-35 Distribuição dos fluxos de uma precipitação de 100 mm para a condição de uma
microbacia sem práticas conservacionistas de proteção da água e solo e cobertura vegetal de campo
degradado.

Por fim, para a condição dos cultivos – milho e uva, a distribuição de fluxos seria de
acordo com o apresentado na figura 36.
Esse tipo de cobertura apresenta uma interceptação menor que a de campo degradado
uma vez que é conduzido em linhas de plantio ficando a área da entrelinha exposta em parte do
ciclo cultural. Isso resulta, também em escorrimento superficial em função, quase sempre, do
mal manejo cultural - principalmente pelo trânsito de máquinas agrícola quando do preparo de
solo e conseqüente compactação, além de, pelo menos, parcial ausência de práticas
conservacionistas.
Considerando-se que a cultura da uva é quase sempre irrigada, porém, só no período
vegetativo e que a cultura do milho raramente o é, a taxa evapotranspirométrica dos cultivos é
ligeiramente superior a de campo nativo degradado.
A restrita profundidade do sistema radicular efetivo também contribui para esse
comportamento da demanda hídrica.
A exemplo do campo degradado, o escorrimento sub-superficial é facilitado pela menor
interceptação do sistema radicular e, por fim, quase sempre, nessas áreas, as nascentes estão

276
muito desprotegidas quanto à cobertura vegetal protetiva da APP, bem como com o solo
compactado na e adjacente à surgência.

20%
100% Interceptação pela
3 1 100,0 mm Cobertura do solo
60% em 2 hs. 2 ( Planta e Mat. Inertes) e
Evapotranspiração = 60 mm escorrimento sup.= 20 mm –
Sobram 20 mm 5% Sobram 80 mm
Perda por
Interceptação e
evaporação
= 5,0 mm 15%
Escorrimento
superficial = 15,0 mm

4 7%
Escorrimento
Sub-superficial = 7,0 mm

Nascente
Degradada

5 REC= 100 – 20 – 60 - 7,0 = 13 mm


Recarga das
águas subterrâneas
13,0%

DESTINO DAS ÁGUAS DA


CHUVA EM UMA BACIA
Na surgência desassoreada, para efeito de vazão seria HIDROGRÁFICA COM COBERTURA
20 mm = 20% VEGETAL DE CULTIVO SEM
Mas na Nascente degradada, com a surgência compactada
e/ou assoreada tem-se uma restrição física de 50%, para PRÁTICAS CONSERVACIONISTAS
efeito de vazão 10mm = 10%

Figura VI-36 Distribuição dos fluxos de uma precipitação de 100 mm para a condição de uma
microbacia sem práticas conservacionistas de proteção da água e solo e cobertura vegetal de
cultivos agrícolas.

As correções/adequações hidrológicas mínimas, por sua vez, a serem implementadas


nos citados usos e ocupações rurais do solo mais presentes em Vinhedo - mata nativa,
reflorestamento com eucalipto, pastagem degradada e cultivos da uva e do milho, são as que se
segue.
Como citado anteriormente, no caso de mata nativa, pressupõe-se que estão bem
formadas, não necessitam de práticas conservacionistas e suas nascentes estão protegidas e não
assoreadas. Assim nenhuma intervenção necessita ser feita e, por outro lado não se conseguirá
ganhos em produção de água nessas áreas.
Na prática, sempre é necessário algum desassoreamento das nascentes, por mínimo que
seja, pois erosão laminar é um fenômeno natural mesmo em áreas preservadas. Com isso, na
prática, no ponto de surgência sempre haverá um ganho hidrológico.
Já no caso de eucalipto será considerado que o escorrimento superficial é pequeno uma
vez que as áreas de eucalipto de Vinhedo, em sua maioria, apresentam plantio em nível e
terraceamento. Assim, a significativa correção hidrológica será no desassoreamento das
nascentes uma vez que o manejo da cultura (preparo do solo, plantio e colheita) e do solo é bem
mais intenso que numa área de mata nativa, conforme a figura 37.
Com isso, a vazão das nascentes passaria de 8,5% para 17% em relação a uma
precipitação de 100 mm.
Deve ser notado que se assumiu que a parcela da água que antes não podia sair na
nascente ficava retida nos lençóis freáticos e seria consumida como evapotranspiração adicional
do eucalipto, fato esse perfeitamente passivo de inferência dado à grande profundidade do
sistema radicular da espécie bem como sua natureza fisiológica de conservação e exploração de
água.

277
13%
100% Interceptação pela
3 1 100,0 mm Cobertura do solo
70% em 2 hs. 2 ( Planta e Mat. Inertes) e
Evapotranspiração = 70 mm escorrimento sup.= 13 mm –
Sobram 17 mm 6% Sobram 87 mm
Perda por
Interceptação e
evaporação
= 6,0 mm
7%
Escorrimento
superficial = 7,0 mm

4 4%
Escorrimento
Sub-superficial = 4,0 mm Nascente
Desassoreada
e protegida

5 REC= 100 – 13 – 70 - 4,0 = 13 mm


Recarga das
águas subterrâneas
13,0%

DESTINO DAS ÁGUAS DA


CHUVA EM UMA BACIA
Na surgência desassoreada, para efeito de vazão seria HIDROGRÁ
HIDROGRÁFICA COM COBERTURA
17 mm = 17% VEGETAL DE EUCALIPTO COM RECUPERAÇ
RECUPERAÇÃO
Com as Nascentes recuperadas, ou seja, sem restrição física,
o fluxo da nascente permanece 17%. E PROTEÇ
PROTEÇÃO DAS NASCENTES

Figura VI-37 Distribuição dos fluxos de uma precipitação de 100 mm para a condição de uma
microbacia dispondo de práticas conservacionistas de proteção da água e solo e cobertura vegetal
de eucalipto, com as nascentes desassoreadas.

No caso do campo degradado as grandes correções hidrológicas seriam a


implementação de práticas conservacionistas de água e solo e o desassoreamento das nascentes,
conforme a figura 38.
Assim, conservadoramente, será considerado que a implantação de práticas
conservacionistas básicas (Terraceamento e Caixas de Contenção – Barraginhas) irá reduzir em
apenas 50% do escorrimento superficial passando de 20% de escorrimento para 10%.
Na prática, a redução de escorrimento com essas práticas básicas é bem maior uma vez
que, num terraceamento bem feito, praticamente toda a água de escorrimento superficial é
interceptada.
Deve ser notado que se considerou a interceptação da parte aérea ligeiramente maior
uma vez que o desenvolvimento da parte aérea da gramínea tende a ser mais vigorosa.
Com isso, a vazão das nascentes passaria de 9,5% para 28,0% em relação a uma
precipitação de 100 mm. Com o desassoreamento das nascentes, esta também seria o fluxo da
surgência. A título de segurança será considerado que o aumento de vazão será de apenas 50%
da melhoria efetiva, resultando numa vazão de 18,75% de uma precipitação de 100 mm.

278
17%
100% Interceptação pela
3 1 100,0 mm Cobertura do solo
55% em 2 hs. 2 ( Planta e Mat. Inertes) e
Evapotranspiração = 55 mm escorrimento sup.= 17 mm –
Sobram 28 mm 7% Sobram 83 mm
Perda por
Interceptação e
evaporação
= 6,0 mm Correção de, apenas,
10%
50% do escorrimento
Escorrimento
superficial na condição
superficial = 20,0 mm
degradada
4 7%
Escorrimento
Sub-superficial = 7,0 mm

Nascente
Degradada

5 REC= 100 – 17 – 55 - 7,0 = 21 mm


Recarga das
águas subterrâneas
21,0%

DESTINO DAS ÁGUAS DA


CHUVA EM UMA BACIA
Na surgência desassoreada, para efeito de vazão seria
HIDROGRÁFICA COM COBERTURA
28 mm = 28% VEGETAL DE CAMPO COM PRÁTICAS
Com as Nascentes recuperadas, ou seja, sem restrição física, CONSERVACIONISTAS E RECUPERAÇÃO DAS
o fluxo da nascente permanece 28%. Com Coef. Segurança
de melhoria efetiva 50% = 18,75% (em relação à 9,5%) NASCENTES

Figura VI-38 Distribuição dos fluxos de uma precipitação de 100 mm para a condição de uma
microbacia com práticas conservacionistas de proteção da água e solo e cobertura vegetal de campo
conservado.

Já nos cultivos as grandes correções hidrológicas seriam a implementação ou melhoria


das práticas conservacionistas de água e solo e o desassoreamento das nascentes, conforme a
figura 39.
Assim, conservadoramente, foi considerado que a implantação de práticas
conservacionistas básicas (Terraceamento e Caixas de Contenção – Barraginhas) irá reduzir em
apenas 50% do escorrimento superficial passando de 15% de escorrimento para 7,5%.
Na prática, a redução de escorrimento com essas práticas básicas é bem maior uma vez
que, num terraceamento bem feito, praticamente toda a água de escorrimento superficial é
interceptada.
Com isso, a vazão das nascentes passaria de 10% para 27,50% em relação a uma
precipitação de 100 mm. Com o desassoreamento das nascentes, esta também seria o fluxo da
surgência. A título de segurança será considerado que o aumento de vazão será de apenas 50%
da melhoria efetiva, resultando numa vazão de 18,75% de uma precipitação de 100 mm.

279
12,5%
100% Interceptação pela
3 1 100,0 mm Cobertura do solo
60% em 2 hs. 2 ( Planta e Mat. Inertes) e
Evapotranspiração = 60 mm escorrimento sup.= 12,5 mm –
Sobram 27,5 mm 5% Sobram 87,5 mm
Perda por
Interceptação e
evaporação
= 5,0 mm Correção de, apenas,
7,5%
50% do escorrimento
Escorrimento
superficial na condição
superficial = 7,5 mm
degradada
4 7%
Escorrimento
Sub-superficial = 7,0 mm

Nascente
Degradada

5 REC= 100 – 12,5 – 60 - 7,0 = 20,5 mm


Recarga das
águas subterrâneas
20,5%

DESTINO DAS ÁGUAS DA


CHUVA EM UMA BACIA
Na surgência desassoreada, para efeito de vazão seria HIDROGRÁFICA COM COBERTURA
27,5 mm = 27,5% VEGETAL DE CULTIVO COM
Com as Nascentes recuperadas, ou seja, sem restrição física,
o fluxo da nascente permanece 27,5%. Com Coef. Segurança PRÁTICAS CONSERVACIONISTAS
de melhoria efetiva 50% = 18,75% (em relação à 10,0%)

Figura VI-39 Distribuição dos fluxos de uma precipitação de 100 mm para a condição de uma
microbacia com práticas conservacionistas de proteção da água e solo e cobertura vegetal de
cultivos agrícolas.

Com tudo isso, na contabilidade mais precisa considerando os componentes do processo


de recarga – a interceptação da parte aérea das culturas, o escorrimento superficial e a
Evapotranspiração das culturas, tem-se a tabela 43.

280
Tabela VI-43 Meses que ocorre excesso de chuva e que, nos quais as práticas conservacionistas, efetivamente resultarão em aumento da recarga.

Porcentagem de Consumo (Evapotranspiração) em Interceptação da Cultura Escorrimento Superficial sem Práticas Escorrimento Superficial com Práticas Precipitação mensal e anual consi
MÊS Precipitação Relação à Precipitação Conservacionistas Conservacionistas Soma interceptações superficiais e Evapotranspiração** os meses de exces
Eucalipto Pasto Agricultura Arbóreas Eucalipto Pasto* Agricultura Arbóreas Eucalipto Pasto Agricultura Arbóreas Eucalipto Pasto Agricultura Arbóreas Eucalipto Pasto Agricultura Arbóreas Eucalipto Pasto Agric
Nativas Nativas Nativas Nativas Nativas
(mm) (%) (%) (%) (%) (%) (mm/mes)

JAN 218,0 49,6 28,3 41,1 42,5 6,0 7,0 5,0 7,0 7,0 20,0 15,0 3,0 7,0 10,0 7,5 3,0 62,6 45,3 53,6 52,5 218,0 218,0
FEV 204,0 52,4 29,9 46,4 44,9 6,0 7,0 5,0 7,0 7,0 20,0 15,0 3,0 7,0 10,0 7,5 3,0 65,4 46,9 58,9 54,9 204,0 204,0
MAR 149,0 71,4 40,8 57,2 61,2 6,0 7,0 5,0 7,0 7,0 20,0 15,0 3,0 7,0 10,0 7,5 3,0 84,4 57,8 69,7 71,2 149,0 149,0
ABR 53,0 172,4 98,5 142,6 147,7 6,0 7,0 5,0 7,0 7,0 20,0 15,0 3,0 7,0 10,0 7,5 3,0 185,4 115,5 155,1 157,7 - -
MAI 41,0 203,8 116,4 163,2 174,7 6,0 7,0 5,0 7,0 7,0 20,0 15,0 3,0 7,0 10,0 7,5 3,0 216,8 133,4 175,7 184,7 - -
JUN 43,0 173,4 99,1 143,5 148,6 6,0 7,0 5,0 7,0 7,0 20,0 15,0 3,0 7,0 10,0 7,5 3,0 186,4 116,1 156,0 158,6 - -
JUL 26,0 292,1 166,9 234,0 250,4 6,0 7,0 5,0 7,0 7,0 20,0 15,0 3,0 7,0 10,0 7,5 3,0 305,1 183,9 246,5 260,4 - -
AGO 27,0 349,6 199,8 328,3 299,7 6,0 7,0 5,0 7,0 7,0 20,0 15,0 3,0 7,0 10,0 7,5 3,0 362,6 216,8 340,8 309,7 - -
SET 53,0 196,1 112,1 190,3 168,1 6,0 7,0 5,0 7,0 7,0 20,0 15,0 3,0 7,0 10,0 7,5 3,0 209,1 129,1 202,8 178,1 - -
OUT 119,0 98,5 56,3 112,9 84,4 6,0 7,0 5,0 7,0 7,0 20,0 15,0 3,0 7,0 10,0 7,5 3,0 111,5 73,3 125,4 94,4 - 119,0
NOV 132,0 91,5 52,3 111,6 78,4 6,0 7,0 5,0 7,0 7,0 20,0 15,0 3,0 7,0 10,0 7,5 3,0 104,5 69,3 124,1 88,4 - 132,0
DEZ 184,0 65,5 37,4 72,8 56,1 6,0 7,0 5,0 7,0 7,0 20,0 15,0 3,0 7,0 10,0 7,5 3,0 78,5 54,4 85,3 66,1 184,0 184,0

Ano 1249,0
Min 27,0
Max 218,0
Média 71,5 55,3 54,4 61,2 755,0 1006,0

*Interceptação da Cultura do Pasto na condição com práticas conservacionistas. Sem as P. Cs a interceptação seria de 6% função menor vigor das plantas.
**Soma interceptações superficiais (Interceptação, Escorrimento Superficial e Evapotranspiração) na condição com práticas conservacionistas

281
Assim, as precipitações mensais e os meses em que se pode considerar que as práticas
conservacionistas irão resultar em aumento de produção de água são apresentados na tabela 44.

Tabela VI-44 Precipitação mensal e anual considerando-se apenas os meses de excesso.

Precipitação mensal e anual considerando-se


MÊS
apenas os meses de excesso

Eucalipto Pasto Agricultura Arbóreas


Nativas
(mm/mes)

JAN 218,0 218,0 218,0 218,0


FEV 204,0 204,0 204,0 204,0
MAR 149,0 149,0 149,0 149,0
ABR - - - -
MAI - - - -
JUN - - - -
JUL - - - -
AGO - - - -
SET - - - -
OUT - 119,0 119,0
NOV - 132,0 132,0
DEZ 184,0 184,0 184,0 184,0

Ano 755,0 1006,0 755,0 1006,0

Verifica-se que, para o Eucalipto, por exemplo, os meses em que as práticas


conservacionistas irão resultar em aumento de produção de água são janeiro, fevereiro, março e
dezembro, num total anual de chuva de 755,0 mm.
Com esses valores da precipitação anual dos meses que ocorre excesso nas quatro
coberturas vegetais principais de Vinhedo é possível calcular-se a Produção de Água no meio
rural, na condição atual, nas diferentes microbacias hidrográficas de Vinhedo.
Como parte da contabilidade da produção de água, hidrologicamente, as áreas de lagos e
planícies de inundação devem ser consideradas também e têm comportamentos semelhantes.
As perdas por infiltração nas represas constituem um fator de difícil avaliação, mas de
suma importância, já que para a quase totalidade dos pequenos reservatórios constatam-se
rebaixamentos bem superiores aos resultantes somente da evaporação.
Os lagos realizam a recarga de forma permanente, porém em taxa de infiltração de água
reduzida, dado ao selamento e à compactação do solo de fundo.
A título informação e comparação, em solos de superfície, os valores de taxas de
infiltração básica de água no solo (VIB) são extremamente variáveis dependendo de uma serie
de fatores como tipo de solo, manejo, etc. Grosso modo, podem variar de 300 mm/h a 7,5 mm/h,
como o apresentado por Ottoni (2003).

282
Tabela VI-45 Valores de taxas de infiltração básica de água no solo (VIB) de diferentes tipos de
solo Ottoni (2003).

Normalmente, a natureza do fluxo de água em região cristalina, como o de Vinhedo,


apresenta em lagos perda por percolação profunda de pouca grandeza. De fato, principalmente
os solos rasos, encontram-se em contato com o embasamento cristalino de tal maneira que, após
umedecimento lateral, no momento do enchimento do açude, podem-se descartar maiores

283
infiltrações no sentido vertical. Essa afirmação perde sua validade se houver presença de alguma
falha no embasamento, sendo esta possibilidade real uma vez que os riachos (de certa
importância) correm, às vezes, ao longo das próprias falhas geológicas.
Silva, J. W. B. (-) afirma que mesmo em tanques de piscicultura, é difícil calcular com
exatidão as perdas de água por infiltração, pois as mesmas dependem da idade dos viveiros (os
novos perdem mais água), das técnicas de construção deles (os impermeabilizados com terra
argilosa compactada têm as perdas sensivelmente diminuídas), da natureza dos solos (os
argilosos possuem baixa percolação) e a posição de seus pisos com relação ao lençol freático
(quanto menor o espaço que os separa menor a infiltração). Afirmam que, com boa margem de
segurança pode-se considerar uma perda média de 1 mm/dia de lâmina de água por infiltração.
Ainda tratando de infiltração em lagoas de criação de peixes, segundo Ono & Kubitza
(2002), em viveiros com baixa infiltração (<1mm/h) essa reposição não excede 3% do volume
total ao dia. Mesmo em solos com alta infiltração (até 5mm/h) e sob uma alta taxa de
evaporação, a reposição de água sequer ultrapassa 15% ao dia.
Com referencia ä infiltração, Azevedo (1972) aponta que um solo é considerado
impermeável quando tiver níveis de infiltração de até 7 mm de água/dia, ou seja, 0,30 mm/hora.
Dessa forma, dado à natural heterogeneidade dos lagos de Vinhedo e, com isso seu
desempenho hidrológico, é plenamente aceitável e, acima de tudo, conservadora a utilização da
taxa de infiltração e recarga exercida pelos lagos como de 0,30 mm/h.
Já nas planícies de inundação, a contribuição de recarga é temporária, se dando em parte
do ano, no período de chuvas e quando ocorre inundação. Hidrologicamente, o que ocorre é a
expansão da calha do córrego/rio aumentando a área de infiltração. Por sua vez, nas várzeas os
solos têm a permeabilidade dentro da intensidade normal dos solos, com tendência de
ocorrência de fluxos preferenciais. Dentro de todas essas particularidades, o mesmo valor de
taxa de infiltração de água no solo dos lagos pode ser adotado.
Assim, a Produção de Água no meio rural, na condição atual, nas diferentes
microbacias hidrográficas de Vinhedo apresentada na tabela 46.
Da mesma forma, com esses valores da precipitação anual dos meses que ocorre
excesso nas quatro coberturas vegetais principais de Vinhedo pode-se calcular-se a Produção de
Água no meio rural, na condição recuperada hidrologicamente com Práticas Conservacionistas,
nas diferentes microbacias hidrográficas de Vinhedo, que são apresentadas na tabela 47.

284
Tabela VI-46 Cálculo da Produção de água no meio rural, na condição atual, nas diferentes microbacias hidrográficas de Vinhedo.

Precipitação média anual de Vinhedo: 1.249mm 0

Soma da precipitação Anual nos meses de Excesso


Mata Nativa: 1006
Reflorestamento: 755
Campo: 1006
Agricultura 755

MICROBACIAS ÁREA PRODUÇÃO DE ÁGUA ATUAL Total


Vol. Produzido
Mata Nativa Reflorestamento Agricultura Campo Lagos Planície de Mata Nativa Reflorestamento Agricultura Campo Lagos Planície de Inundação
Inundação % Recarga Vol. Produzido % Recarga Vol. Produzido % Recarga Vol. Produzido % Recarga Vol. Produzido Taxa de Recarga Vol. Produzido Taxa de Recarga* Vol. Produzido
(ha) (m3/ano) (m3/ano) (m3/ano) (m3/ano) mm/h (m3/ano) mm/h (m3/ano) (m3/ano)

Tico / Moinho 272,32 0,00 50,40 333,34 20,74 0,00 30,00 821.865,95 8,50 0,00 10,0 38.050,09 9,50 318.570,71 0,30 545.000,21 0,05 0,00 1.723.486,97

Capivari 332,81 0,00 27,07 620,83 32,50 12,47 30,00 1.004.412,49 8,50 0,00 10,0 20.439,05 9,50 593.325,60 0,30 854.021,71 0,05 54.630,77 2.526.829,62

Santa Cândida 93,94 0,00 0,00 251,00 4,02 0,00 30,00 283.520,86 8,50 0,00 10,0 0,00 9,50 239.880,56 0,30 105.767,41 0,05 0,00 629.168,83

São Bento / Capela 148,81 0,00 3,31 169,84 2,53 0,00 30,00 449.099,33 8,50 0,00 10,0 2.497,88 9,50 162.320,12 0,30 66.552,37 0,05 0,00 680.469,69

Marambaia 37,44 0,00 0,00 33,18 6,34 0,00 30,00 113.008,26 8,50 0,00 10,0 0,00 9,50 31.706,25 0,30 166.674,01 0,05 0,00 311.388,53

Sterzeck 26,73 0,00 1,90 56,44 4,26 0,00 30,00 80.681,67 8,50 0,00 10,0 1.435,00 9,50 53.942,94 0,30 112.022,34 0,05 0,00 248.081,95

Cachoeira / Pinheirinho 92,00 0,00 3,20 154,05 11,63 0,00 30,00 277.647,00 8,50 0,00 10,0 2.414,58 9,50 147.222,78 0,30 305.760,23 0,05 0,00 733.044,59

Água do Buracão 315,23 42,09 107,24 313,45 4,26 0,00 30,00 951.371,87 8,50 27.008,51 10,0 80.964,45 9,50 299.560,18 0,30 112.061,26 0,05 0,00 1.470.966,27

Juazeiro / Cruzeiro 54,65 0,00 0,00 49,83 1,85 0,00 30,00 164.934,66 8,50 0,00 10,0 0,00 9,50 47.619,46 0,30 48.688,61 0,05 0,00 261.242,74

Paciência / Cristo 205,55 48,63 0,38 225,39 13,64 0,00 30,00 620.352,90 8,50 31.207,26 10,0 289,38 9,50 215.407,11 0,30 358.370,06 0,05 0,00 1.225.626,70

Bom Jardim 388,99 138,25 24,62 274,88 18,42 0,00 30,00 1.173.957,36 8,50 88.723,05 10,0 18.585,01 9,50 262.701,48 0,30 484.005,25 0,05 0,00 2.027.972,16

Total 1968,47 228,97 218,11 2482,22 70,40 12,47 30,00 5.940.852,35 8,50 146.938,83 10,0 164.675,43 9,50 2.372.257,20 0,30 1.850.038,05 0,05 54.630,77 10.529.392,63

(1)
Fonte: NURMA- Engenharia de Biossistemas/ESALQ/USP
* Equivalente Populacional - Consumo de água produzido per capita (344,3l/hab./dia = 125.66m3/ano, em 2011). Fonte: Indicadores do sistema de abastecimento de água do município de Vinhedo - SANEBAVI.
Taxa de Recarga* - Considerou-se que apenas 1/6 do ano (dois meses) permanece sob inundação.

285
Tabela VI-47 Cálculo da Produção de água no meio rural, na condição de Recuperação com Práticas Conservacionistas, nas diferentes microbacias hidrográficas de Vinhedo.

Precipitação média anual de Vinhedo: 1.249mm 0

Soma da precipitação Anual nos meses de Excesso


Mata Nativa: 1006
Reflorestamento: 755
Campo: 1006
Agricultura 755

MICROBACIAS ÁREA PRODUÇÃO DE ÁGUA COM RECUPERAÇÃO Total


Vol. Produzido
Mata Nativa Reflorestamento Agricultura Campo Lagos Planície de Mata Nativa Reflorestamento Agricultura Campo Lagos Planície de Inundação
Inundação % Recarga Vol. Produzido % Recarga Vol. Produzido % Recarga Vol. Produzido % Recarga Vol. Produzido Taxa de Recarga Vol. Produzido Taxa de Recarga* Vol. Produzido
(ha) (m3/ano) (m3/ano) (m3/ano) (m3/ano) mm/h (m3/ano) mm/h (m3/ano) (m3/ano)

Tico / Moinho 272,32 0,00 50,40 333,34 20,74 0,00 30,00 821.865,95 17,00 0,00 18,75 71.343,92 18,75 628.757,98 0,30 545.000,21 0,05 0,00 2.066.968,07

Capivari 332,81 0,00 27,07 620,83 32,50 12,47 30,00 1.004.412,49 17,00 0,00 18,75 38.323,21 18,75 1.171.037,37 0,30 854.021,71 0,05 54.630,77 3.122.425,55

Santa Cândida 93,94 0,00 0,00 251,00 4,02 0,00 30,00 283.520,86 17,00 0,00 18,75 0,00 18,75 473.448,47 0,30 105.767,41 0,05 0,00 862.736,74

São Bento / Capela 148,81 0,00 3,31 169,84 2,53 0,00 30,00 449.099,33 17,00 0,00 18,75 4.683,52 18,75 320.368,66 0,30 66.552,37 0,05 0,00 840.703,87

Marambaia 37,44 0,00 0,00 33,18 6,34 0,00 30,00 113.008,26 17,00 0,00 18,75 0,00 18,75 62.578,13 0,30 166.674,01 0,05 0,00 342.260,41

Sterzeck 26,73 0,00 1,90 56,44 4,26 0,00 30,00 80.681,67 17,00 0,00 18,75 2.690,63 18,75 106.466,33 0,30 112.022,34 0,05 0,00 301.860,97

Cachoeira / Pinheirinho 92,00 0,00 3,20 154,05 11,63 0,00 30,00 277.647,00 17,00 0,00 18,75 4.527,33 18,75 290.571,29 0,30 305.760,23 0,05 0,00 878.505,85

Água do Buracão 315,23 42,09 107,24 313,45 4,26 0,00 30,00 951.371,87 17,00 54.017,03 18,75 151.808,35 18,75 591.237,19 0,30 112.061,26 0,05 0,00 1.860.495,69

Juazeiro / Cruzeiro 54,65 0,00 0,00 49,83 1,85 0,00 30,00 164.934,66 17,00 0,00 18,75 0,00 18,75 93.985,78 0,30 48.688,61 0,05 0,00 307.609,06

Paciência / Cristo 205,55 48,63 0,38 225,39 13,64 0,00 30,00 620.352,90 17,00 62.414,53 18,75 542,58 18,75 425.145,61 0,30 358.370,06 0,05 0,00 1.466.825,67

Bom Jardim 388,99 138,25 24,62 274,88 18,42 0,00 30,00 1.173.957,36 17,00 177.446,11 18,75 34.846,89 18,75 518.489,77 0,30 484.005,25 0,05 0,00 2.388.745,38

Total 1968,47 228,97 218,11 2482,22 70,40 12,47 30,00 5.940.852,35 17,00 293.877,66 18,75 308.766,44 18,75 4.682.086,57 0,30 1.850.038,05 0,05 54.630,77 13.130.251,84

(1)
Fonte: NURMA- Engenharia de Biossistemas/ESALQ/USP
* Equivalente Populacional - Consumo de água produzido per capita (344,3l/hab./dia = 125.66m3/ano, em 2011). Fonte: Indicadores do sistema de abastecimento de água do município de Vinhedo - SANEBAVI.
Taxa de Recarga* - Considerou-se que apenas 1/6 do ano (dois meses) permanece sob inundação.

286
Com esses valores de correções hidrológicas e as áreas relativas de cada cobertura
vegetal na microbacia, pode-se estimar o aumento na produção de água de cada microbacia de
Vinhedo se recuperada sua área rural, em relação à condição atual, apresentado na tabela 48.

Utilizando-se como exemplo a microbacia do Tico-Moinho, tem-se:

a) Para o caso das áreas com cobertura vegetal de espécies arbóreas nativas, assume-se que
nessas áreas a recarga está estabilizada e em sua condição normal de área preservada.
Assim, a vazão das nascentes corresponde a 30% do total precipitado.
Assim, na área de mata nativa da microbacia do Tico/Moinho, considerando-se:
- A área de mata nativa de 272,32 ha;
- A Precipitação Anual Efetiva para área de mata nativa é de Vinhedo de 1006,0 mm e que
30,0% desta equivale a 301,8 mm/ano;
- Que a captação de uma Área Unitária é 1 mm/1 ha = 10m3;

Essa área coberta com mata nativa estaria na condição atual produzindo,
aproximadamente:

1 ha - 301,8mm = 3.018 m3/ano


272,32 ha - 301,8mm = 821.861,76 m3/ano = 68.488,48m3/mês = 2.282,94
m3/dia = 2.282.949,33 l/dia.

Porém, ressalta-se que essa água já está sendo produzida em Vinhedo nessa área de
mata nativa e, como não receberá melhorias hidrológicas com práticas conservacionistas, não
pode entrar no computo de aumento da produção de água de Vinhedo.
b) Já na condição de reflorestamento nessa microbacia do Tico/Moinho, considerando-se que a
área de reflorestamento é de zero ha, não haverá aumento nesse tipo de cobertura vegetal.
c) O mesmo já não ocorre para o caso de campo degradado. Nessas áreas a recarga está
comprometida pelas degradações físico-hídrica e de manejo cultural. Assim, o percentual
de recarga atual estimado é de 9,5%. Com a implantação de práticas conservacionistas essa
recarga passaria para 18,75%. Deve ser atentado que, de modo conservador, considerou-se
um benefício efetivo na diminuição do escorrimento superficial de apenas 50% e, também
de forma conservadora, um benefício do desassoreamento das nascentes de apenas 50% da
diferença de fluxo entre a condição de nascente desassoreada e sua condição assoreada.
Com esses números, a área de campo degradado da microbacia do Tico/Moinho,
considerando-se,

- A área de campo degradado é de 333,34 ha;


- A Precipitação Anual Efetiva para área de campo degradado é de 1006,0 mm e que 9,5% desta
equivale a 95,57 mm/ano;
- Que a captação de uma Área Unitária é 1 mm/1 ha = 10m3;

Essa área estaria produzindo atualmente, aproximadamente:

1 ha - 95,57 mm = 955,70 m3/ano


333,34 ha - 95,57 mm = 318.573,03 m3/ano = 26.547,75m3/mês = 884.925,10 l/dia.
Já com a recuperação físico-hidrológica da área de campo da microbacia do
Tico/Moinho, considerando-se,

- A área de campo é de 333,34 ha;


- A Precipitação Anual Efetiva para área de campo é de 1006,0 mm e que 18,75% desta
equivale a 188,62 mm/ano;
- Que a captação de uma Área Unitária é 1 mm/1 ha = 10m3;

Essa área estaria produzindo atualmente, aproximadamente:

287
1 ha - 188,62 mm = 1.886,2 m3/ano
333,34 ha - 188,62 mm = 628.745,90m3/ano = 52.395,49 m3/mês = 1.746.516,41l/dia.

Assim, o ganho hidrológico que se teria, passando de área de campo degradado para
área de campo recuperado, seria de 861.591,3l/dia
Considerando-se o consumo de água per capita em Vinhedo de 344,3 l/hab./dia
(Indicadores do sistema de abastecimento de água do município de Vinhedo – SANEBAVI,
2011) pode-se calcular o Equivalente Populacional que esse ganho de 861.591,3l/dia l/dia
representaria, sendo da ordem de 2502 habitantes.
Enfatiza-se que esse parâmetro retrata, na realidade, os três usos de água – agrícola,
industrial/comercial e consumo humano. Assim, partindo-se da premissa que a quantidade de
água de abastecimento público tem como objetivo o atendimento da satisfação hídrica antrópica,
independentemente de seu uso - agrícola, industrial/comercial ou dessedentação humana, de
modo geral, estabeleceu-se esse parâmetro como unidade de desenvolvimento populacional e
econômico de Vinhedo.

288
Tabela VI-48 Cálculo do ganho hidrológico no meio rural, considerando a recuperação físico-hídrica das diferentes microbacias hidrográficas de Vinhedo.

Precipitação média anual de Vinhedo: 1.249mm

Soma da precipitação Anual nos meses de Excesso


Mata Nativa: 1006
Reflorestamento: 755
Campo: 1006
Agricultura 755

MICROBACIAS ÁREA GANHO HIDROLÓGICO GANHO


TOTAL
Mata Nativa Reflorestamento Agricultura Campo Lagos Planície de Mata Nativa Reflorestamento Agricultura Campo Lagos Plan. Inundação
Inundação
(ha) (ha) (ha) (m3/ano) (m3/ano) (m3/ano) (m3/ano) (m3/ano) (m3/ano) (m3/ano)

Tico / Moinho 272,32 0,00 50,40 333,34 20,74 0,00 0,00 0,00 33.293,83 310.187,27 0,00 0,00 343.481,10

Capivari 332,81 0,00 27,07 620,83 32,50 12,47 0,00 0,00 17.884,16 577.711,77 0,00 0,00 595.595,93

Santa Cândida 93,94 0,00 0,00 251,00 4,02 0,00 0,00 0,00 0,00 233.567,91 0,00 0,00 233.567,91

São Bento / Capela 148,81 0,00 3,31 169,84 2,53 0,00 0,00 0,00 2.185,64 158.048,54 0,00 0,00 160.234,18

Marambaia 37,44 0,00 0,00 33,18 6,34 0,00 0,00 0,00 0,00 30.871,88 0,00 0,00 30.871,88

Sterzeck 26,73 0,00 1,90 56,44 4,26 0,00 0,00 0,00 1.255,63 52.523,39 0,00 0,00 53.779,02

Cachoeira / Pinheirinho 92,00 0,00 3,20 154,05 11,63 0,00 0,00 0,00 2.112,76 143.348,50 0,00 0,00 145.461,26

Água do Buracão 315,23 42,09 107,24 313,45 4,26 0,00 0,00 27.008,51 70.843,90 291.677,01 0,00 0,00 389.529,42

Juazeiro / Cruzeiro 54,65 0,00 0,00 49,83 1,85 0,00 0,00 0,00 0,00 46.366,32 0,00 0,00 46.366,32

Paciência / Cristo 205,55 48,63 0,38 225,39 13,64 0,00 0,00 31.207,26 253,20 209.738,50 0,00 0,00 241.198,97

Bom Jardim 388,99 138,25 24,62 274,88 18,42 0,00 0,00 88.723,05 16.261,88 255.788,29 0,00 0,00 360.773,22

Total 1968,47 228,97 218,11 2482,22 70,40 12,47 0,00 146.938,83 144.091,01 2.309.829,38 0,00 0,00 2.600.859,21

(1)
Fonte: NURMA- Engenharia de Biossistemas/ESALQ/USP
* Equivalente Populacional - Consumo de água produzido per capita (344,3l/hab./dia = 125.66m3/ano, em 2011). Fonte: Indicadores do sistema de abastecimento de água do município de Vinhedo - SANEBAVI.
Taxa de Recarga* - Considerou-se que apenas 1/6 do ano (dois meses) permanece sob inundação.

289
C. CARACTERIZAÇÃO DOS FLUXOS INTERMEDIÁRIO E REGIONAL DA ÁGUA
SUBTERRÂNEA DE VINHEDO.

6. DESCRIÇÃO FÍSICA

Em seu trabalho (SANEBAVI, 2006) “Caracterização dos terrenos de Vinhedo em


relação à capacidade de infiltração e recarga das águas subterrâneas”, Sueli Y. Pereira e Marcelo
V. da Silveira, com a colaboração da Elo Ambiental, realiza uma avaliação preliminar das
características hidrogeológicas do Aqüífero Cristalino na área do município de Vinhedo, da
vulnerabilidade dos aqüíferos (neste caso específico, do aqüífero livre) e das condições de
recarga de cada terreno, de acordo com o zoneamento de Vinhedo no caso denominada de
Potencial Atual de Infiltração dos Solos.
Consideraram como premissa básica as interações e inter-relações existentes do ciclo
hidrológico: a dinâmica das águas faz com que todos os corpos de água (rios, reservatórios,
água subterrânea, umidade dos solos e as águas que percorrem em subsuperfície, além da
própria superfície terrestre) se interajam e que qualquer modificação em um destes componentes
do ciclo interfere em toda sua dinâmica.
O uso e ocupação das terras e as várias atividades humanas podem aumentar ou
diminuir os processos de precipitação regional, evapotranspiração, infiltração das águas e
conseqüentemente, a disponibilidade do recurso hídrico na região afetada.

- Características Hidrogeológicas do Aqüífero Cristalino e análise da produtividade dos


poços tubulares profundos na área do município de Vinhedo.

O estudo preliminar das características hidrogeológicas do Aqüífero Cristalino na área


do município consiste de uma análise dos dados e das condições de ocorrência por meio dos
poços tubulares profundos existentes em cadastros institucionais tais como o DAEE/ SIAGAS,
CPRM e relatórios técnicos de empresas privadas.
A nível regional, os autores consideraram os estudos realizados no Cristalino pela
empresa Walm Engenharia e Tecnologia Ambiental em vários municípios da Grande São Paulo
que apresentaram capacidades específicas entre zero e 2,4 m3/h/m (mediana entre 0,017 e 0,118
m3/h/m, e média entre 0,055 e 0,228 m3/h/m), vazões entre zero e 49,50 m3/h (mediana entre
1,55 e 7,05 m3/h e médias, entre 4,18 e 9,68 m3/h).
Citam que, segundo Lopes (1994), o aqüífero Cristalino situado nas bacias dos rios
Piracicaba, Jundiaí e Capivari caracteriza-se como de extensão regional, porosidade de fissuras,
heterogêneo, livre a semi-confinado e descontínuo. Capacidade específica entre 0,01 a 7 m3/h
por metro de rebaixamento, Transmissividade entre 0,1 a 100 m2/dia; Coeficiente de
Armazenamento de 0,001 a 1 (nas zonas de rocha alterada) e Reserva explotável de 9,68 m3/s.
O aqüífero Cenozóico caracteriza-se, segundo o mesmo autor como de extensão
limitada, livre, porosidade granular, descontínuo, heterogêneo, anisotrópico, Capacidade
Específica entre 0,1 a 5 m3/h por metro de rebaixamento; transmissividade, 2 a 50 m2/dia,
permeabilidade aparente entre 0,1 a 2 m/dia; coeficiente de armazenamento /porosidade efetiva,
entre 0,001 a 0,1.
Em Vinhedo, a Walm Engenharia e Tecnologia Ambiental (1999) constatou que as
vazões dos 61 poços cadastrados por ela apresentaram as seguintes estatísticas de produção:
vazões variaram entre 0,11 a 55,0 m3/h, com média de 9,0 m3/h e mediana de 4,0 m3/h, e
capacidade específica entre 0,02 m3/h/m até 1,22 m3/h/m em 28 poços, com média de 0,23
m3/h/m e média de 0,09 m3/h/m. Esta empresa cita que 30% dos poços apresentam
produtividade maior que a média regional.
Neste estudo, os poços usados para análise hidrogeológica, em número de 126, possuem
uma heterogeneidade de informações sobre produção, propriedades, aspectos construtivos e
aqüíferos explotados. A tabela 49 apresenta os valores médios, medianos, máximos e mínimos

290
dos parâmetros de vazão, níveis estático e dinâmico, capacidade específica e profundidade dos
poços tubulares profundos existentes em Vinhedo. A figura 40 apresenta a distribuição dos
valores de vazão dos poços em Vinhedo.

Tabela VI-49 Média dos parâmetros de vazão, nível estático, nível dinâmico e capacidade
específica, total dos poços analisados por parâmetro no município de Vinhedo.

Observam que as informações apresentam grande dispersão de valores de produção


(vazão e capacidade específica) provavelmente causados pelos seguintes fatores:

1) O aqüífero cristalino caracteriza-se como heterogêneo, anisotrópico e descontínuo; os


fraturamentos nem sempre dão continuidade na transmissão de água subterrânea. O tipo de
material de alteração (argiloso ou arenoso) que preenche as fraturas, assim como a abertura
destas também interfere na produção de águas subterrâneas nos poços tubulares profundos
(denominados comumente de artesianos);
2) Locação dos poços sem critérios hidrogeológicos. Em sua maioria, os poços são locados sem
estudos prévios de viabilidade de captação, provocando elevada dispersão dos dados de
produção e;
3) Aspectos construtivos. A boa ou a má qualidade construtiva do poço também interfere em
sua produção; a idade e a falta de manutenção dos poços existentes levam a queda de
produção.

Figura VI-40 Distribuição dos valores de vazão dos poços em Vinhedo.

A distribuição mostra que a maior porcentagem dos poços apresenta vazão entre 0 e 5
m3/h (52,7%), seguido pelo intervalo de 10 a 20 m3/h (16,4%), 5 a 10 m3/h (14,5%). Apesar de
pequena, porém é significativa a presença de valores maiores que 10 m3/h (cerca de 33%).

291
O mesmo comportamento é apresentado pelos valores de capacidade específica, figura
41. No entanto, este comportamento retrata a baixa produtividade dos poços em sua maioria
(cerca de 54%), moderada a elevada produtividade em 46% do total de poços analisados.

Figura VI-41 Distribuição dos valores de Capacidade Específica dos poços em Vinhedo.

A figura 42 apresenta a distribuição das vazões por profundidade dos poços. Apesar da
elevada faixa de variação, nota-se a tendência dos maiores valores de vazão em poços de
profundidades entre 140 metros e 220 metros, exceção do poço de maior vazão encontrada,
menor que 85 metros de profundidade.

Figura VI-42 Relação entre Profundidade e Vazão dos poços em Vinhedo.

A figura 43 apresenta a distribuição das capacidades específicas por profundidade dos


poços. Os maiores valores situam-se na faixa entre 80 e 200 metros de profundidade.
Estes dados podem indicar que a produtividade dos poços em Cristalino situa-se na
faixa de profundidade entre 100 e 200 metros em Vinhedo. Em geral, os poços tubulares
profundos na região são construídos de forma a captar o contato entre a rocha alterada e a sã
(região preferencial de fluxo das águas subterrâneas) e nas fraturas nas rochas sãs do cristalino.
De acordo com informações verbais, a profundidade recomendada para perfuração em
Cristalino em São Paulo é de 150 metros, onde as fraturas se encontram abertas.
No caso de Vinhedo, estas profundidades recomendadas podem se estender a 200
metros. No entanto ressalva-se que poços tubulares perfurados devem possuir estudos de
viabilidade de captação.

292
Figura VI-43 Relação entre profundidade e Capacidade Específica dos poços em Vinhedo.

A produtividade é avaliada em relação aos demais parâmetros (NE, ND e rebaixamento)


nas figuras 44 e 45.
Em relação ao nível estático (NE) nas profundidades menores que 25 metros
concentram a maioria dos poços. O rebaixamento e o nível dinâmico muito profundo são
reflexos da baixa produtividade dos poços (Vazão e Capacidade Específica).

Figura VI-44 Vazão por Nível Estático (NE), Nível Dinâmico (ND) e Rebaixamento.

De acordo com o Plano Diretor do município, os poços estão locados na área urbana no
córrego da Cachoeira e Pinheirinho, no córrego do Tico e Moinho, e outros, no ribeirão Bom
Jardim.
O uso da água subterrânea é voltado principalmente ao abastecimento, principalmente
na bacia do córrego da Cachoeira e Pinheirinho. Na bacia do Córrego do Tico e Moinho, o uso é
preponderantemente industrial. Na região da Caixa D’Água, o uso das águas subterrâneas é
voltado aos condomínios.

293
Figura VI-45 Capacidade Específica por Nível Estático (NE), Nível Dinâmico (ND) e
Rebaixamento.

O número total de poços em Vinhedo é desconhecido devido à existência de poços não


outorgados. Estima-se cerca de 350 poços existentes, com base em outros levantamentos em
municípios, cerca de 400% de diferença. A demanda estimada é de 82.000 m3/ mês, ou 0,032
m3/s.
O cálculo da reserva explotável foi baseado no escoamento básico de 167 mm/ano
multiplicado pela área de 82 km2 e um índice percentual de 20%, admitido como parcela
correspondente a disponibilidade de água subterrânea. O valor estimado é de 2,74 x 106 m3/ano.
Em relação à demanda calculada, há comprometimento elevado dos recursos
explotáveis versus demanda, em 86 %.
De acordo com Walm Engenharia e Tecnologia Ambiental (1999), cuja reserva
estimada é de 5,5 x 106 m3/ano, a taxa de explotação seria de 42,5%.

- Determinação do Potencial de Infiltração Atual do Município.

O Potencial de Infiltração Atual de uma área é resultado do cruzamento do Potencial de


Infiltração Natural dos Solos versus o Potencial de Infiltração em Relação ao Uso e Ocupação
das Terras.

- Potencial de Infiltração Natural dos Solos

Sobre o Potencial de Infiltração Natural dos Solos do município quanto ao fluxo


intermediário de água subterrânea Sueli Y. Pereira e Marcelo V. da Silveira em Sanebavi (2006)
levaram em consideração os seguintes elementos do meio físico:

a) Rochas e solos. Os terrenos do município consistem de rochas gnáissicas, migmatíticas,


granitos foliados dos Plutões Granitóides, rochas sedimentares de idade Cenozóica e
sedimentos aluvionares e coluvionares de idades recentes (DEMACAMP 2006). As rochas
graníticas e gnáissicas comportam os relevos de morros e morrotes e solos argilosos a
argilo-arenosos de alteração areno-argilosos ou argilo-siltosos, enquanto que os
sedimentos, as partes mais baixas às margens de rios e córregos de importância,
constituem-se de planícies aluvionares e pedimentares. As rochas existentes constituem-se
no aqüífero Cristalino onde a água percola. O solo e manto de alteração são os ambientes
por onde a água se infiltra, em maior ou menor velocidade, de acordo com as
características físicas (permeabilidade) dos materiais que os compõem. O solo e manto de
alteração possuem porosidades granulares enquanto que as rochas graníticas e gnáissicas,
porosidades fissurais (Figura 46).

294
Figura VI-46 Modelo clássico de sistema aqüífero cristalino, com a percolação em fissuras da
rocha.

b) Formas de Relevo e Altitude. Microbacias em situações mais elevadas foram classificadas


áreas de recarga regional de sistemas de fluxo intermediário de água subterrânea. A
hipsometria do município foi considerada na elaboração das dinâmicas das águas
superficiais (predomínio do escoamento superficial) e das águas subterrâneas (dinâmica
dos aqüíferos rasos e mais profundos). A figura 47 apresenta o município dentro do mapa
hipsométrico da região, em que as maiores altitudes situam-se na região leste e as mais
baixas, nas bacias do rio Capivari (sudoeste). As formas de relevo como vale, vertente e
topo foram os critérios para avaliar de modo qualitativo as declividades do terreno e a
predominância ou não dos processos de escoamento superficial.

Figura VI-47 Esboço de mapa hipsométrico do município de Vinhedo. Áreas de cores vermelhas
escuro a marrom – acima de 800 m; áreas de cores pardas – 700 a 800 m; verde – 600 a 700 m;
amarelo – abaixo de 600 m; Sentido do fluxo intermediário com a área de recarga e descarga
no rio Capivari (Elo Ambiental 2006).

c) Estruturas e sistemas de drenagem. Considera-se que o sistema de drenagem do município


indica fraturamentos/falhamentos das rochas cristalinas. As microbacias, situadas em
maior altitude (portanto, de maior carga hidráulica), foram consideradas como
descarga local, porém contribuinte (recarga) para o sistema de fluxo intermediário.
As considerações apresentadas no item “b” e “c” desse trabalho permitem definir o sentido
do fluxo intermediário de acordo com a figura 48.

295
d) Chuva e sua dinâmica. Considera-se que o comportamento das chuvas é o mesmo em todo o
município, apesar de que há variações provocadas pelas diferenças de circulação e altitudes
dos terrenos, porém, não há informações. O potencial de infiltração varia de acordo com a
contínua precipitação, pois é dependente da variável umidade. Nas primeiras chuvas, logo
após as estiagens, o solo tem alto potencial de infiltração que decai à medida que se
encharca. Quando seu potencial tende a zero, o processo de escoamento superficial se
inicia e começa a ser o processo principal, em relação à infiltração.

e) Sistema de fluxo das águas subterrâneas. Os sistemas de fluxo local e intermediário das águas
subterrâneas foram considerados na avaliação, de acordo com a figura 48. Os sistemas de
fluxo local de água subterrânea possuem comportamento influenciado pela topografia dos
terrenos (microbacias, por exemplo). Os sistemas de fluxo intermediário compreenderiam
as bacias de rios e córregos principais da região. As áreas de recarga e descarga do
primeiro tipo de sistema de fluxo são os topos de morros e morrotes e a descarga nos
canais de primeira e segunda ordem, bem como as nascentes (e olhos d´água). O seguinte
tipo de fluxo já compreende sistemas mais abrangentes, como as áreas de divisores de
bacias hidrográficas e descargas em rios e córregos de maior porte. Essas áreas de recarga
e descarga foram consideradas para a avaliação do potencial de infiltração. O modelo de
circulação das águas subterrâneas e os vários tipos de aqüíferos em rochas ígneas e
metamórficas são mostrados na figura 48.

Obs.: Saprolito é o horizonte de transição entre solo e rochas. É pouco atingido por processos pedogênicos, onde
se podem encontrar muitas características da rocha-matriz.

Figura VI-48 Modelo de circulação das águas subterrâneas e tipos de aqüíferos existentes em
rochas fraturadas.

A extrema variação dos tipos de fraturamentos (abertas, fechadas, continuas e


descontínuas), o solo de alteração (que podem ser confinantes, semi-confinantes e permeáveis) e
as diferenças de cargas hidráulicas das águas subterrâneas são as causas das heterogeneidades
deste aqüífero. A principal dinâmica das águas situa-se entre a rocha sã e o saprolito, e em
farturas/ falhas de alta transmissividade e de grande extensão.

f) Uso de parâmetros de fácil leitura e de uso prático para tomadores de decisão. Procurou-se
delimitar as classes de potencial de infiltração de modo prático para definição de ações
para o Plano Diretor. A tabela 50 apresenta uma síntese dos critérios de classificação do

296
potencial natural dos solos do município de Vinhedo (ou seja, sem interferência do uso e
ocupação das terras) de infiltração no município.

Tabela VI-50 Síntese dos critérios de classificação do potencial de infiltração natural dos solos do
município de Vinhedo.

Grosso modo, as melhores áreas de infiltração são os terrenos menos declivosos e topos
de morros, onde se encontram solos mais desenvolvidos. Em relação ao uso e ocupação das
terras, considera-se como maior potencial de infiltração para qualquer área, aquela com
vegetação nativa não perturbada (original). Com o uso e ocupação das terras, a condição mais
favorável de infiltração se modifica. Em geral, as áreas urbanizadas possuem alto índice de
impermeabilização e, portanto, são consideradas as áreas menos favoráveis.
A figura 49 apresenta o mapa de Potencial de Infiltração Natural dos Solos do
município de Vinhedo.

297
Curvas Hipsométricas
Curvas Hipsométricas JUAZEIRO/
STERZEK JUAZEIRO/
STERZEK CRUZEIRO
CRUZEIRO

BOM JARDIM
SÃO PACIÊNCIA/ BOM JARDIM
SÃO BENTO/
BENTO/ CACHOEIRA/ PACIÊNCIA/
CAPELA CRISTO
CACHOEIRA/ CRISTO
CAPELA PINHEIRINHO
PINHEIRINHO
STA.
STA. MARAMBAIA
CÂNDIDA MARAMBAIA
CÂNDIDA ÁGUA DO
DO
ÁGUA
BURACÃO
BURACÃO

CAPIVARI
CAPIVARI
Potencial Natural de Infiltração de
Água no Solo

TICO/
TICO/
MOINHO
MOINHO

Figura VI-49 Potencial de Infiltração Natural do município.

298
- Potencial de Infiltração em Relação ao Uso e Ocupação das Terras.

Grosso modo, em relação ao Potencial de Infiltração em Relação ao Uso e Ocupação


das Terras é considerada a escala apresentada na tabela 51.

Tabela VI-51 Potencial de infiltração em relação ao uso e ocupação das terras.

A figura 45 apresenta o mapeamento do Uso e Ocupação das Terras.

- Potencial de Infiltração Atual das áreas

O cruzamento do Potencial de Infiltração Natural dos Solos versus o Potencial de


Infiltração em Relação ao Uso e Ocupação das Terras produzirá o Potencial de Infiltração Atual
de uma área, ou seja, a situação atual do potencial de infiltração. A tabela 52 apresenta esta
classificação.

Tabela VI-52 Potencial de Infiltração Atual das terras.

A figura 51 relaciona o mapa do Potencial Natural de infiltração dos solos de Vinhedo e


o Zoneamento do Uso e Ocupação dos Solos no Município de Vinhedo apontados no ultimo
Plano Diretor.

299
Figura VI-50 Mapeamento do Uso e ocupação das terras do município.

300
Figura VI-51 Potencial Natural de Infiltração dos solos de Vinhedo e seu Zoneamento do Uso e Ocupação dos Solos.

301
- Vulnerabilidade de Contaminação Potencial

Quanto à vulnerabilidade de contaminação potencial do aqüífero da região a


classificação foi definida pela metodologia GOD (Foster & Hirata, 1991), e adaptada para as
condições de área de estudo.
De imediato adianta-se que os autores, consideraram nesse trabalho o mapa de nível de
água referente ao aqüífero livre (freático) da área estudada, pois consideraram serem os
aqüíferos mais frágeis ante uma contaminação e constituem-se de fonte secundária de aqüíferos
mais profundos (no caso, o aqüífero captado pelo poço). Assim, rigorosamente, esse estudo fica
predominantemente válido para os aqüíferos livres.
Definem a vulnerabilidade à contaminação do aqüífero como as características
intrínsecas das camadas que separam a zona saturada do aqüífero à superfície do terreno, ao
qual se determina sua sensibilidade a ser afetada adversamente por uma carga contaminante
aplicada na superfície.
Já o perigo a contaminação da água subterrânea é definido como a probabilidade da qual
a água subterrânea na parte superior do aqüífero seja contaminada em um nível inaceitável pelas
atividades que se desenvolvem na superfície do terreno sobrejacente.
Esse método empírico e engloba sucessivamente três fatores:

- Identificação do tipo de ocorrência da água subterrânea, num intervalo de 0 a 1;


- Especificação dos tipos litológicos acima da zona saturada do aqüífero, discriminando-se o
grau de consolidação e das características granulométricas e litológicas, representado numa
escala de 0,3 a 1,0 e;
- Estimativa da profundidade do nível de água, numa escala 0,4 a 1,0.

Os índices de vulnerabilidade, numa escala de 0 a 1, será o produto resultante da


multiplicação desses três parâmetros.
Os canais de drenagens e os fraturamentos definidos pelo mapeamento geológico, os
níveis de afloramento das águas pelas nascentes, as características litológicas de cada corpo
rochoso e o manto de alteração foram considerados para a análise de vulnerabilidade. Na área
ocorrem as seguintes litologias:

- Rocha granítica com manto de alteração, com declividades de média a alta;


- Sedimentos das planícies aluviais de canais de drenagem (solos de Aluvião e areias grossas),
com nível freático subaflorante, situados próximos e nas zonas de fraqueza das rochas.

Nessas litologias, em geral, os solos são argilosos a argilos-arenoso e solos de alteração


areno-argilosos ou argilo-siltosos, francamente erodíveis.
As áreas mais elevadas apresentam rochas com matacões, em material de alteração
arenosa. Nas porções da área situadas nas encostas, provavelmente são solos pouco espessos e
com presença de rochas aflorantes, principalmente na região leste do município (Figura 52).

302
Figura VI-52 Localização espacial da Serra dos Cocais dentro do município de Vinhedo.

Alguns critérios considerados na metodologia foram:

- O mapa de nível de água é referente ao aqüífero livre (freático) da área estudada, pois se
consideram aqüíferos mais frágeis ante uma contaminação e constituem-se de fonte
secundária de aqüíferos mais profundos (no caso, o aqüífero captado pelos poços da
Sanebavi);
- Existência de solos areno-argilosos na zona não saturada, permeável;
- Existência de fraturamentos da rocha e em canais de drenagem e proximidades (o critério
riacho-fenda é valido para análise de potencialidade como também de vulnerabilidade);
- Tipificação de Aqüífero semi-livre (os cobertos) e livre (em áreas de planícies e próximos aos
canais de drenagens) e;
- Delimitação das classes de vulnerabilidade com uso de parâmetros de fácil leitura e de uso
prático para tomadores de decisão.

A tabela 53 apresenta as classes definidas no município.

Tabela VI-53 Classes de vulnerabilidade da água subterrânea no município de Vinhedo.

303
Com esses critérios, o estudo mostrou que os terrenos mais vulneráveis situam-se em
áreas de Cristalino próximas a vales e canais de drenagens e planícies aluvionares dos corpos de
água principais sendo os topos e encostas com classificação de moderada vulnerabilidade.

- Áreas prioritárias para recuperação objetivando a produção de água subterrânea para


Vinhedo

A determinação das áreas prioritárias para recuperação objetivando a produção de água


subterrânea para Vinhedo visa dar maior disponibilidade desse tipo de água para o próprio
uso do e no município de Vinhedo.
Os seguintes critérios foram adotados:

- Potencial de Infiltração Natural das áreas do município de Vinhedo

Esse parâmetro indica quais áreas dentro do município possuem maior potencial de
infiltração e, consequentemente, de recarga dos aqüíferos profundos relativos aos que realizam
os fluxos intermediário e regional e que são hoje explorados pela SANEBAVI para
abastecimento público (Figura 53).

Curvas Hipsométricas
Curvas Hipsométricas JUAZEIRO/
STERZEK JUAZEIRO/
STERZEK CRUZEIRO
CRUZEIRO

BOM JARDIM
SÃO PACIÊNCIA/ BOM JARDIM
SÃO BENTO/
BENTO/ CACHOEIRA/ PACIÊNCIA/
CAPELA CRISTO
CACHOEIRA/ CRISTO
CAPELA PINHEIRINHO
PINHEIRINHO
STA.
STA. MARAMBAIA
CÂNDIDA MARAMBAIA
CÂNDIDA ÁGUA DO
DO
ÁGUA
BURACÃO
BURACÃO

CAPIVARI
CAPIVARI
Potencial Natural de Infiltração de
Água no Solo

TICO/
TICO/
MOINHO
MOINHO

Figura VI-53 Mapeamento do Potencial de Infiltração Natural das áreas do município de Vinhedo.

304
- Localização espacial da mancha de área urbana do município

Esse parâmetro permite delimitar as áreas de maior limitação para a recuperação físico-
hidrológica uma vez que já está com ocupação antrópica consolidada restringindo, em muito, as
opões técnicas de promoção da taxa natural de infiltração de água no solo (Figura 54).

Curvas Hipsométricas
Curvas
Curvas çada –
Área esbranquiç
esbranqui
Hipsométricas
Hipsométricas JUAZEIRO/
Mancha de ocupaç
ocupação STERZEK JUAZEIRO/
JUAZEIRO/
CRUZEIRO
Urbana/Industrial STERZEK
STERZEK CRUZEIRO
CRUZEIRO

BOM JARDIM
SÃO BENTO/ PACIÊNCIA/ BOM
BOMJARDIM
JARDIM
SÃO
SÃOBENTO/
BENTO/
CAPELA CACHOEIRA/PACIÊNCIA/
PACIÊNCIA/
CRISTO
CAPELA
CAPELA CACHOEIRA/
CACHOEIRA/
PINHEIRINHO CRISTO
CRISTO
PINHEIRINHO
PINHEIRINHO
STA. MARAMBAIA
STA.
STA. MARAMBAIA
MARAMBAIA
CÂNDIDA
CÂNDIDA
CÂNDIDA ÁGUA DO
ÁGUA
ÁGUADODO
BURACÃO
BURACÃO
BURACÃO

CAPIVARI
CAPIVARI
CAPIVARI Potencial Atual de
Potencial Natural de Infiltração de
Infiltração de Água no
Água no Solo
Solo

TICO/
TICO/
TICO/
MOINHO
MOINHO
MOINHO

Figura VI-54 Localização espacial da mancha de área urbana do município dentro do mapeamento
do Potencial de Infiltração Natural das áreas de Vinhedo.

- Sentido dos fluxos Intermediário e regional.

Sentido do fluxo intermediário com a área de recarga e descarga no rio Capivari


definido em Elo Ambiental 2006 (Figura 55).

305
Curvas Hipsométricas
çada –
Área esbranquiç
esbranqui
JUAZEIRO/
Curvas
CurvasHipsométricas
Hipsométricas STERZEK JUAZEIRO/
JUAZEIRO/
CRUZEIRO
Mancha de ocupaç
ocupação
Urbana/Industrial STERZEK
STERZEK CRUZEIRO
CRUZEIRO

BOM JARDIM
SÃO BENTO/ PACIÊNCIA/ BOM
BOMJARDIM
JARDIM
SÃO
SÃOBENTO/
BENTO/
CAPELA CACHOEIRA/PACIÊNCIA/
PACIÊNCIA/
CRISTO
CAPELA
CAPELA CACHOEIRA/
CACHOEIRA/ CRISTO
PINHEIRINHO CRISTO
STA. PINHEIRINHO
PINHEIRINHO
MARAMBAIA
STA.
STA.
CÂNDIDA MARAMBAIA
MARAMBAIA
CÂNDIDA
CÂNDIDA ÁGUA DO
ÁGUA
ÁGUADODO
BURACÃO
BURACÃO
BURACÃO
Sentido dos fluxos
Intermediá
Intermediário e
CAPIVARI Regional
CAPIVARI
CAPIVARI Potencial Atual de
Potencial Natural de Infiltração de
Infiltração deSolo
Água no Água no
Solo
TICO/
TICO/
TICO/
MOINHO
MOINHO
MOINHO

Figura VI-55 Sentido dos fluxos Intermediário e regional dentro do território de Vinhedo.

A figura 56 mostra a distribuição espacial dos poços de captação de água subterrânea


operados atualmente pela SANEBAVI em Vinhedo.

Figura VI-56 Distribuição espacial dos poços de captação de água subterrânea da SANEBAVI.

Esses parâmetros, analisados conjuntamente permitem identificar as áreas prioritárias e


mais promissoras para o aumento da Produção de Águas Subterrâneas no e para o município de
Vinhedo e, consequentemente, sua disponibilidade hídrica (Figura 57).

306
P12 - ETE
ÁREA PRIORITÁ
PRIORITÁRIA
P11 - MIRIAM BOM JARDIM
Curvas Hipsométricas
JUAZEIRO/
STERZEK CRUZEIRO

P06 - CANUDOS
BOM JARDIM
SÃO BENTO/ C04 - CAMPO P05PACIÊNCIA/
– POSTO DO JORGE
CACHOEIRA/P04 - APOSENTADOS S01 – SANTA FÉ

CAPELA CRISTO
PINHEIRINHO
STA. MARAMBAIA
CÂNDIDA
C04 - CAMPO
ÁGUA DO
BURACÃO
C01 - PONTE ÁREA PRIORITÁ
PRIORITÁRIA
ÁGUA DO BURACÃO

CAPIVARI
Potencial Natural de Infiltração de
Água no Solo

TICO/
MOINHO

Figura VI-57 Áreas prioritárias e mais promissoras para o aumento da Produção de Águas
Subterrâneas no e para o município de Vinhedo.

- Caracterização das Zonas do Plano Diretor em relação ao potencial de infiltração do


município de Vinhedo

307
Macrozona de Proteção Ambiental Leste; Zona de Conservação Ambiental Leste, Zona
Residencial 1 e Zona de Ocupação Dirigida.

A figura 58 mostra a distribuição espacial dessas zonas dentro da Macrozona.


ERZEK JUAZEIRO/ Zona Residencial 1

CRUZEIRO
Zona de
Conservação
Zona de Ocupação Ambiental Leste
Dirigida

BOM JARDIM
/ PACIÊNCIA/
CACHOEIRA/ CRISTO
PINHEIRINHO
Zona Residencial 1
ARAMBAIA

ÁGUA DO
BURACÃO Contorno da Macrozona
de Proteção Ambiental
Leste

Figura VI-58 Zona de Conservação Ambiental Leste, Zona Residencial 1 e Zona de Ocupação
ARI Dirigida dentro da Macrozona de Proteção Ambiental Leste.

A figura 59 mostra o Mapa hipsométrico dentro da área da Macrozona de Proteção


Ambiental Leste.

Contorno da Macrozona
de Proteção Ambiental
Leste

Figura VI-59 Mapa hipsométrico dentro da área da Macrozona de Proteção Ambiental Leste.
Áreas de cores esbranquiçadas, cotas mais elevadas atingindo 980m; Áreas de cores vermelhas
escuro a marrom, cotas acima de 800 m; áreas de cores pardas, cotas de 700 a 800 m; áreas de cores

308
pardas, cotas de 700 a 800 m; áreas de cor verde, cotas de 600 a 700 m; cor amarelo, abaixo de 600
m (Elo Ambiental 2006).

Observa-se que a Macrozona de Proteção Ambiental Leste compreende, principalmente,


terrenos de cotas mais elevadas do município limítrofes de Valinhos e Itatiba. São áreas
constituídas de granitos foliados cinza, brancos e róseos, equigranulares e porfiríticos,
associadas à hornblenda gnaisses, migmatitos nebulíticos de composição granítica,
monzogranítica a granodiorítica. Estas rochas apresentam-se com solo argiloso a argilo-
arenosos e solos de alteração areno-argilosos ou argilo-siltosos, francamente erodíveis.
Em relação às águas subterrâneas esta região constitui-se como áreas de recarga e
nascentes.
Em termos de Capacidade de Infiltração Natural dos Solos a região possui a
classificação de alto potencial (capacidade de infiltração > escoamento superficial) em topos de
morros e vales (considera-se que as planícies e rios de maior elevação topográfica tenham bom
potencial de infiltração e recarga) e as vertentes mais declivosas, baixo potencial (prevalecendo
o processo de escoamento superficial). Isso é mostrado na figura 60.

COTA 780

COTA 800
COTA 900

JUAZEIRO/
STERZEK CRUZEIRO

BOM JARDIM
SÃO BENTO/ PACIÊNCIA/
CAPELA CACHOEIRA/ CRISTO
PINHEIRINHO COTA 920
MARAMBAIA
ÁGUA DO
BURACÃO

CAPIVARI
Potencial Natural de Infiltração de
Água no Solo

TICO/ Contorno da Macrozona


MOINHO de Proteção Ambiental
Leste
COTA 720

Figura VI-60 Potencial Natural de Infiltração da Macrozona de Proteção Ambiental Leste;


microbacias do Paciência e Cristo e Bom Jardim, com o teórico sentido dos fluxos Intermediário e
Regional.

O uso e ocupação das terras nessa Macrozona de Proteção Ambiental Leste é


apresentada na figura 61.

309
Recanto dos
Canjaranas

Vale do Sta. Fé

Chácara

Figura VI-61 Uso e ocupação das terras na Macrozona de Proteção Ambiental Leste.

A tabela 54 apresenta a classificação do potencial Atual de infiltração nessa macrozona.

Tabela VI-54 Potencial Atual de infiltração (potencial de infiltração versus uso e ocupação das
terras) na Macrozona de Proteção Ambiental Leste.

Nesta análise, considerou-se que o campo sujo seria a mata em regeneração e o solo
exposto como a pior forma de ocupação em relação ao potencial de infiltração.
O material de alteração arenoso e declividade indicam alta fragilidade dos terrenos à
ocupação e cuidados severos são recomendados para os usos urbanos e rurais.
No tocante à vulnerabilidade dos aqüíferos as classificações variam de Moderada, onde
o nível da água subterrânea é mais profundo, a Alta, em que o nível de água subterrânea é mais
raso.
A figura 62 aponta, com base na geomorfologia, a vulnerabilidade dos aqüíferos na
Macrozona de Proteção Ambiental Leste.
Um dos maiores cuidados deve ser dado ao saneamento nas microbacias do Paciência e
Cristo e do Bom Jardim, que compõem a Macrozona de Proteção Ambiental Leste em função
dos teóricos sentidos dos fluxos Intermediários e Regional, mostrado na figura 63. Assim,
alerta-se que o esgotamento sanitário é também realizado por fossas sépticas ampliando, em
muito, o potencial de contaminação do solo e conseqüentemente as águas subterrâneas. Esse é o
caso dos loteamentos Santa Fé e Chácaras do Lago que estão inseridos Zona Residencial 1 e em
uma área de manancial.

310
Figura VI-62 Vulnerabilidade dos aqüíferos na Macrozona de Proteção Ambiental Leste com base
na geomorfologia (Morrotes e morros vulnerabilidade Moderada; Planícies fluviais vulnerabilidade
alta).

Também nesse sentido, agora com relação à agricultura, nessa Macrozona, a uva ainda
tem certa importância. Se não for bem manejada, pode ser uma fonte poluidora de mananciais.
Produtos tais como ditiocarbamato (Dithane – classe toxicológica III), hidrocarboneto alifático
(Trione – classe toxicológica IV), sulfato de cobre – CuSO4 (calda bordalesa – classe
toxicológica IV) e outros agroquímicos, como era o caso do Folidol, podem atingir corpos de
água superficiais ou também pode percolar através do solo e contaminar as águas subterrâneas.
Assim, o manejo de toda a atividade agrícola desenvolvida nessas microbacias -
Paciência e Cristo e Bom Jardim, lembrando, pelo sentido dos fluxos de águas subterrâneas,
deve ser repensado e, talvez reprogramado.
Finalizando seu importante trabalho, Sueli Y. Pereira e Marcelo V. da Silveira, dentre
outras, recomendam:

- em cada terreno rural ou lote recomendar diretrizes de manutenção de percentagem de


áreas vegetadas (principalmente com vegetação nativa) e não impermeabilizadas
(edificadas);
- definir áreas de terrenos para loteamentos rurais, privilegiando terrenos de grandes
áreas (maiores que 5.000 m2); em casos de loteamentos consolidados, apresentarem
plano de manejo ambiental;
- em vertentes íngremes manter a mata nativa;
- nesses terrenos, definir áreas sem edificação e impermeabilização para que tenha
infiltração de chuvas - a sugestão de impermeabilização é de 30% do total do terreno;
- os loteamentos devem apresentar ações, projetos e programas ambientais para a
manutenção do ecossistema local (meio físico, fauna e flora), captação e definição de
instalação de fossas ecológicas ou sistemas de tratamento de esgoto, de modo a impedir
a infiltração e contaminação das águas subterrâneas e superficiais;
- avaliar e conscientizar os produtores rurais da área no tocante ao manejo das terras
cultivadas, agroquímicos e desmatamentos. Incentivar a cultura orgânica.

311
STERZEK JUAZEIRO/
CRUZEIRO

Macrozona de Proteção Ambiental Sudoeste - Zona de Conservação Ambiental


BOM JARDIM Sudoeste,
Zona de OcupaçãoSÃO
Dirigida
BENTO/
2.
SÃO BENTO/ PACIÊNCIA/
CAPELA CRISTO
CACHOEIRA/
A figura 63 mostra a distribuição espacial dessa macrozona.
STA. PINHEIRINHO
CÂNDIDA
MARAMBAIA

ÁGUA DO
BURACÃO

CAPIVARI

TICO/
MOINHO

Zona de
Conservação
Ambiental Sudoeste
Zona de Ocupação
Dirigida 2
Contorno da Macrozona
de Proteção Ambiental
Sudoeste

Figura VI-63 Zona de Conservação Ambiental Sudoeste e Zona de Ocupação Dirigida 2 dentro da
Macrozona de Proteção Ambiental Sudoeste.

A figura 64 mostra o Mapa hipsométrico dentro da área da Macrozona de Proteção


Ambiental Sudoeste.

720
660

COTA 640
COTA 720

COTA 740
760
660

COTA 760
COTA 660

700

COTA 740 Contorno da Macrozona


de Proteção Ambiental
Sudoeste

Figura VI-64 Mapa hipsométrico dentro da área da Macrozona de Proteção Ambiental Sudoeste.
Áreas de cor marrom, cota de 760 m; áreas de cor verde, cotas de 720 m; cor branca de 660 m
(Adaptado de Elo Ambiental 2006).

312
Esta macrozona envolve a Zona de Conservação Sudoeste e a Zona de Ocupação
Dirigida 2. Distribui-se à margem direita do Córrego do Moinho e seu limite com a Macrozona
de Consolidação Urbana é o divisor de águas da bacia do Córrego do Moinho e da bacia do rio
Capivari.
As rochas encontradas são predominantemente gnaisses xistosos e seus solos
superficiais são argilosos a argilo-siltosos, porém o solo de alteração é areno-argiloso a argilo-
siltoso.
O potencial de infiltração natural neste tipo de relevo é bom pela permeabilidade
encontrada nos solos de alteração, e moderada, nas vertentes mais íngremes, e praticamente
todas as nascentes encontram-se neste relevo ou em seu limite.
A figura 65 mostra, espacialmente, que a capacidade de infiltração na microbacia é, em
quase sua totalidade alta, havendo pequenas manchas de média capacidade de infiltração nas
vertentes mais íngremes, restando áreas de baixa infiltração apenas ao longo dos cursos d'água.

Figura VI-65 Potencial Natural da Infiltração das áreas da microbacia do Tico/Moinho, com o
teórico sentido dos fluxos Intermediário e Regional.

O uso e ocupação das terras nessa Macrozona de Proteção Ambiental Sudoeste é


apresentada na figura 66.

313
Figura VI-66 Uso e ocupação das terras na Macrozona de Proteção Ambiental Sudoeste.

Esta macrozona caracteriza-se pela criação de gado e áreas de pastagem. É uma área de
mananciais hídricos, com muitas nascentes e córregos.
O potencial atual de infiltração é avaliado segundo a tabela 55 e figura 65.

Tabela VI-55 O potencial atual de infiltração na Macrozona de Proteção Ambiental Sudoeste.

O potencial baixo das áreas das indústrias reflete a impermeabilização em edificações e


arruamentos dentro do terreno.
A vulnerabilidade atribuída nessa macrozona e microbacia varia de Moderada a Alta. A
classe Alta é atribuída às planícies aluviais.
A figura 67 aponta, com base na geomorfologia, a vulnerabilidade dos aqüíferos na
Macrozona de Proteção Ambiental Sudoeste.

314
Figura VI-67 . Vulnerabilidade dos aqüíferos na Macrozona de Proteção Ambiental Sudoeste com
base na geomorfologia (Morrotes vulnerabilidade Moderada; Planícies fluviais vulnerabilidade
alta).

Sueli Y. Pereira e Marcelo V. da Silveira, dentre outras, recomendam:

- manejo adequado para o gado, pois ao buscar acesso à água, pisoteia as nascentes e córregos,
contribuindo para o assoreamento destes, o pasto é um uso preocupante em relação à capacidade
de infiltração em terrenos;
- cuidados no cultivo do Milho, pois são utilizados insumos como calcário (~1300 kg/ha.ano),
adubação com NPK (~250; 250; 100 kg/ha.ano) herbicida (0,5 l/ha.ano) e inseticidas (0,8
l/ha.ano);
- cuidados no cultivo do morango realizado nesta área, pois se usam vários agrotóxicos
(Cercobin, Malathion, Cobox, Agral, Folpan). São ainda cultivados o café e a uva (já
mencionada na zona de conservação ambiental leste);
- definir áreas de terrenos para loteamentos rurais, privilegiando terrenos de grandes áreas.

315
Macrozona de Proteção Ambiental Noroeste;

Compreende a região noroeste de Vinhedo, os terrenos da margem esquerda do rio

os afluentes do Córrego da Capela.


STERZEK
Capivari, basicamente a micro bacia do Córrego da Fazenda de Santa Cândida e as cabeceiras e
JUAZEIRO/
Apesar desta zona possuir vocação para o desenvolvimento diversificado, essa zona possui
mananciais e cabeceiras, com muitas nascentes. CRUZEIRO
A figura 68 mostra a distribuição espacial dessa Macrozona.

SÃO BENTO/ PACIÊN


CAPELA CRIS
CACHOEIRA/
STA. PINHEIRINHO
CÂNDIDA
MARAMBAIA

ÁG
BU

Figura VI-68 - Macrozona de Conservação Ambiental Noroeste.

CAPIVARI
A figura 69 mostra o Mapa Hipsométrico dentro da área da Macrozona de Conservação
Ambiental Noroeste.

TICO/
MOINHO

316
Figura VI-69 - Mapa hipsométrico dentro da área da Macrozona de Proteção Ambiental Noroeste.
Áreas de cores esbranquiçadas, cotas mais elevadas atingindo 980m; Áreas de cores vermelhas
escuro a marrom, cotas acima de 800 m; áreas de cores pardas, cotas de 700 a 800 m; áreas de cores
pardas, cotas de 700 a 800 m; áreas de cor verde, cotas de 600 a 700 m; cor amarelo, abaixo de 600
m (Elo Ambiental 2006).

O relevo mais acidentado e seu solo erodível impõem algumas restrições à ocupação.
Essas áreas situam-se no tipo de Morrotes, e possuem bom potencial a infiltração. A
manutenção de alguns critérios ambientais no desenvolvimento diversificado é recomendável
nessa zona.

Limites da Macrozona de
Curvas Hipsométricas Consolidação Urbana
JUAZEIRO/
STERZEK CRUZEIRO

BOM JARDIM
SÃO BENTO/ PACIÊNCIA/ Limites da Macrozona de
CAPELA CACHOEIRA/ CRISTO
Proteção Ambiental Noroeste
PINHEIRINHO
STA. MARAMBAIA
CÂNDIDA
ÁGUA DO
BURACÃO

CAPIVARI
Potencial Natural de Infiltração de
Água no Solo

TICO/
MOINHO

Figura VI-70 - Potencial Natural de Infiltração da Macrozona de Proteção Ambiental Noroeste.

317
O uso e ocupação das terras nessa Macrozona de Proteção Ambiental Noroeste é
apresentada na figura 71.

Figura VI-71 - Uso e ocupação das terras na Macrozona de Proteção Ambiental Noroeste.

Verifica-se que grande parte da área é tomada por pasto e campo sujo. As
culturas ocupam uma pequena parte no limite leste da Macrozona.
Nesta análise, considerou-se que o campo sujo seria a mata em regeneração.
O material de alteração arenoso e declividade indicam alta fragilidade dos
terrenos à ocupação e cuidados severos são recomendados para os usos urbanos e rurais.

Limites da Macrozona de Proteção Ambiental Noroeste

Figura VI-72 - Vulnerabilidade dos aqüíferos na Macrozona de Proteção Ambiental Noroeste com
base na geomorfologia (Morrotes e morros vulnerabilidade Moderada; Planícies fluviais
vulnerabilidade alta).

318
Finalizando seu importante trabalho, Sueli Y. Pereira e Marcelo V. da Silveira, dentre
outras, recomendam:

- estudos sobre a capacidade de suporte para os diversos usos, ante ao meio físico e a
capacidade de manutenção do potencial de infiltração e uso da água subterrânea;
- controle dos usos da água por poços tubulares profundos;
- instalação de programas de redução de perdas na rede de saneamento, tanto para a
água potável e principalmente para a rede de esgoto;
- recuperação e preservação das áreas de proteção permanente, em cabeceiras de canais
de primeira ordem e segunda ordem, e vertentes íngremes;
- em cada terreno ou lote recomendar diretrizes de manutenção de percentagem de áreas
vegetadas (principalmente com vegetação nativa) e não impermeabilizadas (edificadas);
- nesses terrenos, definir áreas sem edificação e impermeabilização para que tenha
infiltração de chuvas.
- os loteamentos que existirem devem apresentar ações, projetos e programas
ambientais para a manutenção do ecossistema local (meio físico, fauna e flora),
captação e definição de instalação de fossas ecológicas ou sistemas de tratamento de
esgoto, de modo a impedir a infiltração e contaminação das águas subterrâneas e
superficiais.
- avaliar e conscientizar os produtores rurais da área no tocante ao manejo das terras
cultivadas, agroquímicos e desmatamentos.

319
Macrozona de Requalificação Urbano-Ambiental e Macrozona de Consolidação Urbana.

A figura 73 mostra a distribuição espacial dessas macrozonas e suas respectivas zonas


de uso e ocupação.

Zona de Zona de
Desenvolvimento Expansão
Diversificado 3 STERZEK JUAZEIRO/ Urbana

CRUZEIRO
Zona de
Residencial 1

Zona de BOM JARDIM


Desenvolvimento
Diversificado 2
SÃO BENTO/ PACIÊNCIA/
CAPELA CRISTO
CACHOEIRA/
STA. PINHEIRINHO
CÂNDIDA
MARAMBAIA

ÁGUA DO
BURACÃO
Zona de
Interesse
Turístico
CAPIVARI Zona de
Residencial 2
Limites da Macrozona de
Zona de Consolidação Urbana
Desenvolvimento
Industrial Limites da Macrozona de
Requalificação Urbano –
Ambiental
TICO/
MOINHO
Figura VI-73 Zonas dentro da Macrozona de Requalificação Urbano-Ambiental e da Macrozona
de Consolidação Urbana.

A figura 74 mostra o Mapa hipsométrico dentro das áreas das Macrozonas.

Cota 740 Cota 780

Cota 760

Cota 740

Cota 760

Cota 660
Cota 660

Cota 720

Limites da Macrozona de
Consolidação Urbana

Limites da Macrozona de
Requalificação Urbano –
Ambiental

Figura VI-74 Mapa hipsométrico dentro da área da Macrozona de Requalificação Urbano-


Ambiental e da Macrozona de Consolidação Urbana. Áreas de cor marrom claro, cota de 760 m;
áreas de cor verde, cotas de 720 m; cor branca de 660 m (Adaptado de Elo Ambiental 2006).

320
A figura 75 e a tabela 56 apresentam o Potencial Natural de infiltração das áreas
existentes nessas Macrozonas.

Limites da Macrozona de
Consolidação Urbana
Curvas Hipsométricas
JUAZEIRO/
Limites da Macrozona de STERZEK CRUZEIRO
Requalificação Urbano –
Ambiental

BOM JARDIM
SÃO BENTO/ PACIÊNCIA/
CAPELA CACHOEIRA/ CRISTO
PINHEIRINHO
STA. MARAMBAIA
CÂNDIDA
ÁGUA DO
BURACÃO

CAPIVARI
Potencial Natural de Infiltração de
Água no Solo

TICO/
MOINHO

Figura VI-75 Potencial Natural da Infiltração das áreas nas Macrozona de Requalificação Urbano-
Ambiental e da Macrozona de Consolidação Urbana, com o teórico sentido dos fluxos
Intermediário e Regional.

O uso e ocupação das terras nessa Macrozona de Requalificação Urbano-Ambiental e da


Macrozona de Consolidação Urbana são apresentados na figura 76.

Morada
do Sol

Vista Alegre R. dos


Terras de Canjaranas
Vinhedo

Vista Alegre

Jardim
Paulista

Marambaia
Terras de São
Hípica
Francisco

Recanto
Hípica II Florido

São Joaquim

Figura VI-76 Uso e ocupação das terras na Macrozona de Requalificação Urbano-Ambiental e da


Macrozona de Consolidação Urbana com destaque aos principais condomínios residenciais.

A tabela 56 apresenta o potencial atual de infiltração em função do uso e ocupação da


terra.

321
Tabela VI-56 Potencial Atual de infiltração (potencial de infiltração versus uso e ocupação das
terras) nas Macrozonas.

A figura 77 aponta, com base na geomorfologia, a vulnerabilidade dos aqüíferos nas


Macrozona de Requalificação Urbano-Ambiental e na Macrozona de Consolidação Urbana.
.

Limites da Macrozona de Consolidação Urbana


Limites da Macrozona Requalificação Urbano-
Ambiental
Figura VI-77 Vulnerabilidade dos aqüíferos na Macrozona de Requalificação Urbano – Ambiental
- Zona de Interesse Turístico com base na geomorfologia (Morrotes vulnerabilidade Moderada;
Morrotes e Morros – vulnerabilidade Moderada, Colinas Pequenas e Morrotes – vulnerabilidade
Moderada, Colinas Pequenas e Morrotes – vulnerabilidade Moderada, Planícies Alveolares -
vulnerabilidade alta e Planícies fluviais - vulnerabilidade alta).

a) Caracterização Geral da Macrozona de Requalificação Urbano-Ambiental

Nessa Macrozona a determinação precisa das Zonas que a compõem tornou-se difícil
uma vez que na Lei Complementar 66-07 do Plano Diretor Participativo de Vinhedo, na Seção
V, Art. 61, na descrição do Zoneamento da Macrozona de Requalificação Urbano-Ambiental,
consta:

322
Porém, na descrição das subseções só há a descrição da Zona de Interesse Turístico –
ZIT.
A mesma Zona Exclusivamente Residencial 1 aparece na Seção II – conforme abaixo.

Nessa seção há a descrição da Zona Exclusivamente Residencial 1, conforme abaixo:

Já a Zona Exclusivamente Residencial 2 – ZER-2, não aparece sua descrição em todo o


documento.
Por outro lado, no mapa de Zoneamento do Município não aparece nenhuma “Zona
Exclusivamente Residencial”.
Assim, nesse trabalho será considerado o apontado pelos autores Sueli Y. Pereira e
Marcelo V. da Silveira (Sanebavi, 2006) sendo a Macrozona de Requalificação Urbano –
Ambiental composta apenas da Zona de Interesse Turístico.

a.1) Zona de Interesse Turístico.

Essa área abrange os tipos de terreno Morrotes e Morros e Morrotes possuindo as


maiores altitudes de Vinhedo e também são áreas de recarga regional.
O tipo de relevo Morrotes faz parte da microbacia do Córrego Água do Barreiro, que
flui em direção sudoeste-nordeste.
As rochas que suportam este ambiente são os granitos foliados e gnaisses xistosos.
Os solos de alteração são areno-argilosos a argilosiltosos e micáceos e possuem boa
permeabilidade e assim alto potencial de infiltração em topos de morros e vales, cobrindo quase
toda a zona e baixo potencial, em vertentes íngremes que é o caso das áreas ä noroeste da Zona
de Interesse Turístico.
A despeito de neste último prevalecer o escoamento superficial que abastece os canais
de drenagem, podem também ser considerados como áreas de recargas de aqüíferos de um
sistema de fluxo intermediário.

323
A Serra do Jardim possui nascentes do córrego Água do Barreiro.
Os Morrotes são relevos também com declividades elevadas, porém situam-se em cotas
mais baixas que os Morrotes e Morros, na porção leste de Vinhedo e extensa faixa na região
oeste. As rochas encontradas são predominantemente gnaisses xistosos e seus solos superficiais
são argilosos a argilo-siltosos, porém, o solo de alteração é areno-argiloso a argilo-siltoso.
Os loteamentos aqui existentes, como San Diego, Paiol Velho, não possuem coleta de
esgoto sendo o esgotamento sanitário realizado por fossas sépticas, poluindo o solo, as águas
subterrâneas, e até mesmo o córrego Pinheirinho.
As pequenas propriedades agrícolas de Vinhedo estão bem caracterizadas aqui, com
granjas (o que pode gerar efluente com forte carga orgânica), cultivo de citrus, figo, pêssego, e
uva.
Para o cultivo de citrus, insumos como ditiocarbamato (Dhitane – classe toxicológica
III), CaSx (Calda sulfucálcica – classe toxicológica IV) e outros (Malathion, Tedion, Cupravit
Azul), são muito utilizados.
No cultivo de figo são usados ditiocarbamato (Dhitane – classe toxicológica III), CaSx
(Calda sulfucálcica – classe toxicológica IV), sulfato de cobre – CuSO4 (calda bordalesa –
classe toxicológica IV), (Kumulus – classe toxicológica IV), cal hidratada, (Captan – classe
toxicológica III), (Round Up – classe toxicológica IV) e (Trione – classe toxicológica IV).
Para o pêssego são usados Folidol, Captan, Ben Late, Trione e Round up. Para a uva,
com já exposto, usa-se o Dithane, Folidol, Trione, calda bordalesa e formicidas.
Em Vinhedo 80% das propriedades são de até 5 ha, formando assim um mosaico de
vários cultivos. Porém, nota-se que os agroquímicos utilizados, não raramente, são os mesmos.
Esta zona de interesse turístico é um bom exemplo, pois no cultivo de citrus, figo,
pêssego e uva se repetem os mesmos pesticidas:

 Ditiocarbamato (Dhitane – classe toxicológica III)


 CaSx (Calda sulfucálcica – classe toxicológica IV)
 Sulfato de cobre – CuSO4 (calda bordalesa – classe toxicológica IV)
 (Trione – classe toxicológica IV).
 (Folidol)
 (Round Up – classe toxicológica IV)
 (Captan – classe toxicológica III)

A utilização anual de agrotóxicos no município é da ordem de 40 toneladas, em que a


maior parte pertence a este pequeno grupo de pesticidas, concentrando ainda mais os mesmos
poluentes no solo e nos mananciais.
Para essa zona, Sueli Y. Pereira e Marcelo V. da Silveira, dentre outras, recomendam:

- definir áreas de terrenos para loteamentos rurais, privilegiando terrenos de grandes


áreas;
- em cada terreno ou lote recomendar diretrizes de manutenção de percentagem de áreas
vegetadas (principalmente com vegetação nativa) e não impermeabilizadas (edificadas);
- os loteamentos rurais e demais que existirem devem apresentar ações, projetos e
programas ambientais para a manutenção do ecossistema local (meio físico, fauna e
flora), captação e definição de instalação de fossas ecológicas ou sistemas de tratamento
de esgoto, de modo a impedir a infiltração e contaminação das águas subterrâneas e
superficiais;
- avaliar e conscientizar os produtores rurais da área no tocante ao manejo das terras
cultivadas, agroquímicos e desmatamentos, bem como preservação de nascentes e seus
sistemas de drenagem.

b) Caracterização Geral da Macrozona de Consolidação Urbana.

324
Essa macrozona abrange os tipos de relevo Colinas Pequenas e Morrotes, que
compreendem a bacia do Córrego da Cachoeira e Pinheirinho e da bacia do Capivari, parte de
Morrotes e Morros, que são as cabeceiras do Córrego do Pinheirinho e do Pinheirinho, e
Morrotes, que se situam na porção oeste, margem esquerda do rio Capivari.
Várias Zonas distribuem-se sobre ela e serão descritas a seguir.

b.1) Zona Residencial 1, Zona Residencial 2, Zona de Expansão Urbana 1 e Zona de


Desenvolvimento Diversificado 1 e Zona Central.

A figura abaixo mostra, dentro da Macrozona de Consolidação Urbana, a Zona


Residencial 1, Zona Residencial 2, Zona de Expansão Urbana 1, Zona de Desenvolvimento
Diversificado 1 e a Zona Central.

Zona de Zona de Expansão


Desenvolvimento Urbana 1
Diversificado 1 STERZEK JUAZEIRO/
CRUZEIRO
0Zona de
Residencial 1

BOM JARDIM
Zona de Central
SÃO BENTO/ PACIÊNCIA/
CAPELA CRISTO
CACHOEIRA/
STA. PINHEIRINHO
CÂNDIDA
MARAMBAIA

ÁGUA DO
BURACÃO

CAPIVARI 0Zona de
Residencial 2
Limites da Macrozona de
Consolidação Urbana

TICO/
MOINHO
Figura VI-78 Zona Residencial 1, Zona Residencial 2, Zona de Expansão Urbana 1, Zona de
Desenvolvimento Diversificado 1 e Zona Central, dentro da Macrozona de Consolidação Urbana.

Apresentam-se nessa região três grandes Zonas Residenciais 1, posicionadas na bacia


do rio Capivari.
Já a Zona Residencial 2, as Zonas de Expansão Urbana 1 e a de Desenvolvimento
Diversificado 1 situam-se na bacia do rio Pinheirinho.
Essas zonas situam-se em relevo de Colinas Pequenas e Morrotes de menores
declividades e altitude e é sustentado por gnaisses xistosos e rochas sedimentares de idade
Terciária.
Os solos são argilo-siltosos, por vezes micáceos, e, portanto relativamente com
capacidade de infiltração menor que os tipos de relevo anteriores, porém a baixa declividade
favorece o tempo de infiltração.
De acordo com o modelo de circulação das águas subterrâneas proposto, estas áreas, de
menores altitudes do município, são áreas que favorecem a descarga das águas subterrâneas,
principalmente na região do rio Capivari e Córrego do Pinheirinho.
As vulnerabilidades do aqüífero à contaminação variam de Alta (planícies aluviais e
margens de canais de drenagem) à Moderada.
Em termos de capacidade de infiltração, os terrenos apresentam capacidade alta e
média.

325
Há presença de loteamentos estritamente residenciais como São Joaquim cujo
esgotamento sanitário é feito por fossas sépticas. Esta área faz parte diretamente da Bacia do
Rio Capivari.
Por outro lado, há vários poços tubulares profundos de uso público e comercial/
industrial.
Para as zonas, Sueli Y. Pereira e Marcelo V. da Silveira, dentre outras, recomendam:

- controle dos usos da água por poços tubulares profundos;


- instalação de programas de redução de perdas na rede de saneamento, tanto para a água
potável e principalmente para a rede de esgoto;
- em cada terreno ou lote recomendar diretrizes de manutenção de percentagem de áreas
vegetadas (principalmente com vegetação nativa) e não impermeabilizadas (edificadas);
- nesses terrenos, definir áreas sem edificação e impermeabilização para que tenha
infiltração de chuvas;
- os loteamentos devem apresentar ações, projetos e programas ambientais para a
manutenção do ecossistema local (meio físico, fauna e flora), captação e definição de
instalação de fossas ecológicas ou sistemas de tratamento de esgoto, de modo a impedir
a infiltração e contaminação das águas subterrâneas e superficiais.

b.2) Zona de Desenvolvimento Diversificado 2.

A figura 79 mostra, dentro da Macrozona de Consolidação Urbana, a Zona de


Desenvolvimento Diversificado 2.

Zona de
Desenvolvimento
Diversificado 2 STERZEK JUAZEIRO/
CRUZEIRO

BOM JARDIM
SÃO BENTO/ PACIÊNCIA/
CAPELA CRISTO
CACHOEIRA/
STA. PINHEIRINHO
CÂNDIDA
MARAMBAIA

ÁGUA DO
BURACÃO

CAPIVARI
Limites da Macrozona de
Consolidação Urbana

TICO/
MOINHO
Figura VI-79 Zona de Desenvolvimento Diversificado 2, dentro da Macrozona de Consolidação
Urbana.

Compreende a região oeste de Vinhedo, os terrenos da margem direita do rio Capivari,


basicamente a microbacia do Córrego da Fazenda de Santa Cândida e as cabeceiras e os
afluentes do Córrego da Capela.
Apesar desta zona possuir vocação para o desenvolvimento diversificado, possui
mananciais e cabeceiras, com muitas nascentes. O relevo mais acidentado e seu solo erodível
impõem algumas restrições à ocupação.

326
Essas áreas situam-se no relevo de Morrotes e possuem bom potencial de infiltração. A
manutenção de alguns critérios ambientais no desenvolvimento diversificado é recomendável
nessa zona.
A outra zona de desenvolvimento diversificado situa-se em áreas de colinas pequenas e
morrotes. A capacidade de infiltração é boa a moderada e a vulnerabilidade das águas
subterrâneas é considerada Moderada a Alta
Para as zonas citadas, Sueli Y. Pereira e Marcelo V. da Silveira, dentre outras,
recomendam:

- estudos sobre a capacidade de suporte para os diversos usos, ante ao meio físico e a
capacidade de manutenção do potencial de infiltração e uso da água subterrânea;
- controle dos usos da água por poços tubulares profundos;
- instalação de programas de redução de perdas na rede de saneamento, tanto para a água
potável e principalmente para a rede de esgoto;
- recuperação e preservação das áreas de proteção permanente, em cabeceiras de canais
de primeira ordem e segunda ordem e vertentes íngremes;
- em cada terreno ou lote recomendar diretrizes de manutenção de percentagem de áreas
vegetadas (principalmente com vegetação nativa) e não impermeabilizadas (edificadas);
- nesses terrenos, definir áreas sem edificação e impermeabilização para que tenha
infiltração de chuvas;
- os loteamentos devem apresentar ações, projetos e programas ambientais para a
manutenção do ecossistema local (meio físico, fauna e flora), captação e definição de
instalação de fossas ecológicas ou sistemas de tratamento de esgoto, de modo a impedir
a infiltração e contaminação das águas subterrâneas e superficiais;
- avaliar e conscientizar os produtores rurais da área no tocante ao manejo das terras
cultivadas, agroquímicos e desmatamentos.

b.3) Zona de Desenvolvimento Diversificado 3 e Zona de Ocupação Controlada.

A figura 80 mostra, dentro da Macrozona de Consolidação Urbana, as Zona de


Desenvolvimento Diversificado 3 e Zona de Ocupação Controlada.

Zona de
Desenvolvimento
Diversificado 3 STERZEK JUAZEIRO/
CRUZEIRO

BOM JARDIM
SÃO BENTO/ PACIÊNCIA/
CAPELA CRISTO
CACHOEIRA/
STA. PINHEIRINHO
CÂNDIDA
MARAMBAIA

ÁGUA DO
BURACÃO

CAPIVARI
Limites da Macrozona de
Consolidação Urbana

Zona de Ocupação
Controlada

TICO/
MOINHO
Figura VI-80 Zona de Desenvolvimento Diversificado 3 e Zona de Ocupação Controlada, dentro da
Macrozona de Consolidação Urbana.

327
Essas zonas caracterizam-se por situarem, principalmente, em áreas mais baixas,
abrangendo as planícies do córrego do Morumbi e Capivari.
Possuem de médio a alto potencial de infiltração, são áreas de descarga de água
subterrânea, apresentam alta vulnerabilidade à contaminação, pelo nível raso da água
subterrânea e alta permeabilidade do sedimento.
Para essas zonas Sueli Y. Pereira e Marcelo V. da Silveira, dentre outras, recomendam:

- estudos sobre a capacidade de suporte para os diversos usos, ante ao meio físico e a
capacidade de manutenção do potencial de infiltração e uso da água subterrânea;
- evitar ocupação em planícies aluvionares;
- controle dos usos da água por poços tubulares profundos;
- muitas áreas dessas zonas são áreas de ocorrência de inundações, por isso cisternas em
cada edificação para coleta de água de chuva e ruas com bom potencial de infiltração
são recomendáveis na área;
- em cada terreno ou lote recomendar diretrizes de manutenção de percentagem de áreas
vegetadas (principalmente com vegetação nativa) e não impermeabilizadas (edificadas);
- nesses terrenos, definir áreas sem edificação e impermeabilização para que tenha
infiltração de chuvas;
- os loteamentos devem apresentar ações, projetos e programas ambientais para a
manutenção do ecossistema local (meio físico, fauna e flora), captação e definição de
instalação de fossas ecológicas ou sistemas de tratamento de esgoto, de modo a impedir
a infiltração e contaminação das águas subterrâneas e superficiais;
- avaliar e conscientizar os produtores rurais da área no tocante ao manejo das terras
cultivadas, agroquímicos e desmatamentos.

b.4) Zona de Desenvolvimento Industrial.

A figura 81 mostra, dentro da Macrozona de Consolidação Urbana, a Zona de


Desenvolvimento Industrial.

STERZEK JUAZEIRO/
CRUZEIRO

BOM JARDIM
SÃO BENTO/ PACIÊNCIA/
CAPELA CRISTO
CACHOEIRA/
STA. PINHEIRINHO
CÂNDIDA
MARAMBAIA

ÁGUA DO
BURACÃO

CAPIVARI
Limites da Macrozona de
Consolidação Urbana

Zona de
Desenvolvimento
Diversificado 2
TICO/
MOINHO
Figura VI-81 Zona de Desenvolvimento Industrial, dentro da Macrozona de Consolidação Urbana.

328
Situa-se parte no relevo de Morrotes parte na planície aluvionar do rio Capivari e relevo
de Colinas pequenas e Morrotes. O primeiro apresenta altas declividades e rochas gnáissicas
foliadas em geral. Os solos de alteração são areno-argilosos a argilo-siltosos e micáceos e
possuem boa permeabilidade e assim bom potencial de infiltração.
Podem ser considerados como áreas de recargas de aqüíferos de um sistema de fluxo
intermediário, em que os fluxos da água subterrânea obedecem a bacias hidrográficas de rios.
O segundo relevo apresenta declividades e altitudes menores e é sustentado por gnaisses
xistosos e rochas sedimentares de idade Terciária. Os solos são argilo-siltosos, por vezes
micáceos e, portanto, relativamente com capacidade de infiltração moderada e boa, cuja baixa
declividade favorece o tempo de infiltração. De acordo com o modelo de circulação das águas
subterrâneas proposto, estas áreas, de menores altitudes do município, são áreas que favorecem
a descarga das águas subterrâneas, principalmente na região do rio Capivari e Córrego do
Pinheirinho.
A moderada a alta vulnerabilidade dos aqüíferos requer cuidados na instalação do
parque industrial, para evitar e prevenir possíveis contaminações da água subterrânea.
Para essa zona, Sueli Y. Pereira e Marcelo V. da Silveira, dentre outras, recomendam:

- evitar ocupação em planícies aluvionares;


- controle dos usos da água por poços tubulares profundos;
- recuperação e preservação das áreas de proteção permanente, em cabeceiras de canais
de primeira ordem e segunda ordem e planícies aluvionares, de acordo com as leis
vigentes;
- muitas áreas dessas zonas são áreas de ocorrência de inundações, por isso cisternas em
cada edificação para coleta de água de chuva, ruas com bom potencial de infiltração são
recomendáveis na área;
- nesses terrenos, definir áreas sem edificação e impermeabilização para que tenha
infiltração de chuvas;
- as indústrias devem apresentar ações, projetos e programas ambientais para a
manutenção do ecossistema local (meio físico, fauna e flora), captação e definição de
instalação de fossas ecológicas ou sistemas de tratamento de esgoto e efluente, de modo
a impedir a infiltração e contaminação das águas subterrâneas e superficiais.

329
D. CÁLCULO DO POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE ÁGUA E
AUTOSSUFICIÊNCIA HÍDRICA DE VINHEDO.

Obedecendo aos dois fluxos de água no solo presentes em Vinhedo apontados por
SANEBAVI (2006) “Caracterização dos terrenos de Vinhedo em relação à capacidade de
infiltração e recarga das águas subterrâneas”, a análise da produção de água do município será
dividida em Produção de água no Sistema de Fluxo Local e Produção de água no Sistema de
Fluxo Intermediário.

7. PRODUÇÃO DE ÁGUA NO SISTEMA DE FLUXO LOCAL

Diferentes Cenários de Produção de Água no Sistema de Fluxo Local de Vinhedo em função de


diferentes condições de estrutura de captação e de conservação de suas microbacias
hidrográficas.

Com todos esses dados é possível estimar-se a condição de disponibilidade hídrica de


Vinhedo em diferentes cenários de estrutura e de conservação

7.1 Cenário 1 - Considerando os Valores de Outorga

No Cenário 1 calcula-se a disponibilidade hídrica no município de Vinhedo


considerando-se, unicamente, os valores de Outorga. Nesse Cenário 1, dois Cenários distintos
são aqui discutidos.

- Cenário 1a - Considerando os Valores de Outorga - Condição Atual

Na condição atual a disponibilidade hídrica do município de Vinhedo é dada pelos


valores de Outorga conferidos pelo DAEE à SANEBAVI.
Segundo a Saneamento Básico Vinhedo - SANEBAVI, Vinhedo tem seis pontos de
captação de águas superficiais. As captações, sua distribuição espacial e a descriminação das
vazões de outorgas de cada captação, no período das águas e no período das secas, são
mostradas na figura abaixo.

330
Figura VI-82 Vinhedo e seus 6 pontos de captação de água bruta superficiais.

Já em relação às captações de águas subterrâneas, a localização dos poços é de acordo


com o apresentado na figura 83 e os valores, de acordo com a tabela 57.

Figura VI-83 Distribuição espacial dos poços de captação de água subterrânea de Vinhedo.

Verifica-se que a maioria das captações está na Bacia Hidrográfica do Atibaia e na


microbacia Cachoeira/Pinheirinho. Os poços profundos subterrâneos estão localizados nos
bairros Aquários, Barra Funda, Jardim Planalto, Jardim Miriam, Nova Canudos (2), Santa
Cândida, Santa Fé (2) e São Tomé.
A tabela 57 mostra os dados de Vazão de Outorga atuais de água superficial e
subterrânea de Vinhedo.
A tabela 58 mostra os valores obtidos de vazão e de Equivalente Populacional.

331
Tabela VI-57 Dados de Vazão de Outorga atuais de Vinhedo.
NANCIAIS
ETAS QUANTIDADE DE TRATAMENTO
MANANCIAIS QUANTIDADE
ETAS TRATAMENTO
DEMANANCIAIS
% DE TRATAMENTO QUANTIDADE
% VAZÃO DE DE TRATAMENTO
DE TRATAMENTO VAZÃO%DE
PONTOS DEDETRATAMENTO PONTOS VAZÃO DE
DEOUTORGA DE CAPTAÇÃO PONTOS DE DE CAPTAÇÃO
OUTORGA OUT
em média * média
emDa *
outorga TRATAMENTO em média *
Da outorga TRATAMENTO
CAPTAÇÃO Da*outorga TRATAMENTO
CAPTAÇÃO * DE ATÉ ** CAPTAÇÃODE* ATÉ **
máx. de capt. em 2014
máx.(Crítica)
de capt.*** máx.***
em 2014 (Crítica) de capt. em 2014 (Crítica) ***
Site* Site* Site*
mananc. superf. * mananc. superf. * mananc. superf. * Nov-Jun Jul-Out Nov-Jun Jul-Out N
mil m³/mês m³/h mil%m³/mês m³/h
% % mil m³/mês%
m³/h %m³/h %
m³/h % % m³/h %
m³/h m³/h
% %

- Jardim Planalto
ficiais 495,0 ETA I - Jardim
Superficiais
678,0 Planalto
495,0
71,1 Superficiais
678,0
61,6 71,1 495,0 61,671,6
730,0 678,0 Rio 730,0
71,1
Capivari 71,6 61,6Rio Capivari
600730,0 71,6
600,0 Rio Capivari
600
400,0 600,0
44,6 400,0 600 44,6
Lagoa Cerâmica Lagoa Cerâmica
40 45,0 Lagoa Cerâmica 45,0
4045,0 3,3 45,0 40 3,3
onsável pelo * Responsável pelo Cór. Xoxó/Lagoa
Cór. Xoxó/Lagoa S. Joaquim 45 S. Joaquim
40,0 4540,0
Cór. Xoxó/Lagoa40,0 Joaquim 40,0
S.3,0 45 3,0
mento de 61,6% atendimento de 61,6% Córrego Bom Jardim 200Jardim
Córrego Bom 200,0 200
Córrego
150,0 200,0
Bom Jardim
14,9 150,0 200 14,9
ulação (c/ base da População (c/ base Represa I Represa I 150 150,0 150
Represa
150,0I 150,0
11,2 150,0 150 11,2
rg. máx.) na outorg. máx.)
rrâneos **** 81,5 113,3 ****
Subterrâneos 81,5
11,7 113,3 11,7
Subterrâneos **** 80,0
81,5 80,0
113,3 Subterrânea
7,8 11,7 7,8 Subterrânea 80,0 7,8
80,0 Subterrânea
80,0 80,0
5,9 80,0 5,9

TOTAL 576,5 791,3 576,5


SUB-TOTAL 82,8 791,3
61,6 82,8 576,5 61,679,4
810,0 791,3 810,0
82,8 79,4 61,6 810,0 79,4
1115,0 865,0 1115,0
82,9 865,0 82,9 1

Ificiais Superficiais
- Jardim Santa 120,0 164,0 120,0
ETA II - Jardim Santa
17,2 164,0
Superficiais
34,3 17,2 120,0 34,317,6
180,0 180,0
164,0 Córrego
17,2
do Moinho Moinho
17,6 34,3Córrego do200
180,0 17,6
200,0 200
Córrego
150,0 200,0
do Moinho
14,9 150,0 200 14,9
da Cândida

onsável pelo * Responsável pelo


rrâneos
mento de 34,3% Subterrâneos
atendimento de 34,3% Subterrâneos 30,0 2,9 30,0
Subterrânea 2,9 Subterrânea 30,0 2,9
30,0 Subterrânea
30,0 30,0
2,2 30,0 2,2
ulação (c/ base da População (c/ base
rg. máx.) na outorg. máx.)

TOTAL 120,0 164,0 120,0


SUB-TOTAL 17,2 164,0
34,3 17,2 120,0 34,320,6
210,0 164,0 210,0
17,2 20,6 34,3 210,0 20,6
230,0 180,0 230,0
17,1 180,0 17,1

L 696,5 TOTAL
955,3 696,5
100,0 955,3
95,9 696,5 95,9
100,0 1020,0 955,3
100,0 1020,0
100,0 100,0 95,9 1020,0
Total 100,0
1345,0 1045,0 1345,0
100,0 1045,0 100,0 1

ficiais Superficiais 910,0 89,2 910,0 89,2 910,0


Superficial 89,2
1235,0 935,0 1235,0 935,0 1
rrâneos Subterrâneos 110,0 10,8 110,0 10,8 110,0
Subterrânea 10,8
110,0 110,0 110,0 110,0

As
comoRepresas II e III,
reservação de trabalham comoOBS:reservação
água do município. de água
As Represas dotrabalham
II e III, município.como reservação de água do município.
EBAVI - Dados no
s disponíveis 2013da SANEBAVI
de Site - Dados
* Dados de 2013 no Site da SANEBAVI - Dados de 2013
disponíveis
ca da
os Palestra
abril de 2016Audiência Pública ** abril de 2016
Dados da Palestra Audiência Pública abril de 2016
municação Pessoal *** Comunicação Pessoal
os estãoprofundos
poços localizados nos bairros estão
subterrâneos **** Oslocalizados
Aquários,poços nos bairros
profundos
Barra Funda, Aquários,
subterrâneos
Jardim Barralocalizados
Planalto,estão nosPlanalto,
Funda, Jardim bairros Aquários, Barra Funda, Jardim Planalto,
ardim Miriam,
2), Santa NovaSanta
Cândida, Canudos
Fé (2) e Santa
(2), Cândida,
Jardim
São Tomé. Não Santa
Miriam, Fé (2)
está Nova e São Tomé.
Canudos
descriminação (2), Não
Santa
entre está descriminação
Cândida,
os volumes Santa Fé
tratados em entre
(2) os
e São
cada volumes
Tomé.
ETA. Nãotratados em cada ETA.entre os volumes tratados em cada ETA.
está descriminação

332
Tabela VI-58 Valores obtidos de vazão e de Equivalente Populacional.
Valores de Outorga

Unidades Período Chuvoso Período Seco


de novembro a Junho de Julho a Outubro
(8 meses) (4 meses)

Vazões
m3/h 1.345 1.045
l/dia 32.280.000 25.080.000

Consumo per capita/dia 344,3 344,3

Equivalente Populacional 93.755 72.843

A distribuição esquemática das entradas e saídas de água no sistema hidrológico de


Vinhedo pode ser observada na figura 84.

No período chuvoso (de novembro a Junho) a outorga de Vinhedo é de 1235 m3/h de


águas superficiais e 110 m3/h de águas subterrâneas, somando 1345 m3/h. Isso equivale à
captação total de 32.280.000 l/dia de águas superficiais e subterrâneas. Considerando-se o
consumo per capita de 344,3 l/dia, valor esse que já inclui a perda na distribuição (35,4%), esse
volume é suficiente para o abastecimento de 93.755 hab.
Já no período de seca (de Julho a Outubro) o volume outorgado é de 935 m3/h de águas
superficiais e 110 m3/h de águas subterrâneas, somando 1045 m3/h. Isso equivale a um total de
captação de 25.080.000l/dia. Considerando-se o consumo per capita de 344,3 l/dia, esse volume
é suficiente para o abastecimento de 72.843hab.

CACHOEIRA/
PINHEIRINHO JUAZEIRO/
CRUZEIRO
150 m3/h (jun - ago)
STERZEK 200 m3/h (nov - jun)

SÃO BENTO/ BOM JARDIM


CAPELA
150 m3/h
STA. CENÁ
CENÁRIO 1a
CÂNDIDA

PACIÊNCIA/
150 m3/h (jul - out)
40 m3/h CRISTO
200 m3/h (nov.- jun)

MARAMBAIA ÁGUA DO
45 m3/h
BURACÃO
400 m3/h (jul - out)
600 m3/h (nov.- jun)
CAPIVARI
TICO/
MOINHO ES
C
SU OR
DI PE PE RI
ST RD RF ME
RI A IC N
BU NA IAL TO

TICO/ ÃO
MOINHO

Figura VI-84 Distribuição esquemática das entradas de água no sistema hidrológico de Vinhedo –
Cenário 1a - Considerando os Valores de Outorga - Condição Atual

333
Nesse cenário, dentre outras coisas, deve ser considerado que:

a) Preconiza-se a ocorrência de um ano normal de precipitações e assim, que toda


a vazão de outorga, efetivamente, possa ser captada;
b) A estrutura de captação de água pode ser aumentada para o valor de outorga,
porém, a localização dessas se mantém igual à atual;

Um fator importante a ser atentado nesse cenário é que a atual localização das captações
hoje de Vinhedo não permite que seja aproveitada a parcela de água de perda na distribuição em
nenhuma delas, com exceção da captação do Bom Jardim que está à jusante do condomínio
Campos de Toscana, que recebe água encanada.
A figura 85 mostra a posição das captações em relação à região de abastecimento
publico de Vinhedo.

CAPTAÇÕES

Figura VI-85 Localização espacial das captações de água bruta de Vinhedo.

Assim, praticamente, 35% de toda água captada, tanto na de transposição da captação


do Capivari, em Louveira, como das localizadas dentro do município se perdem para o solo e
parte dessas abandona o município sem ter sido aproveitada. Tem-se aqui como premissa a
separação dos fluxos preconizados por Sueli Pereira em SANEBAVI, 2006 e que as água de
perda na distribuição fiquem restritas ao sistema de fluxo local, o que, na realidade pode não
ocorrer, havendo contribuição do aqüífero não confinado para o confinado, num fluxo dinâmico.
Não deve ser deixado de considerar-se aqui também a água de esgoto, conforme o apresentado
no Item “Calculo da recarga, da área urbanizada, com base na demanda hídrica destinada a
cada setor de abastecimento da SANEBAVI”
Por fim, se junta à essa perda anterior a perda de parte das águas da precipitação que, no
solo degradado das microbacias, não consegue se infiltrar no solo, escorre superficialmente,
caem no corpo hídrico e também abandonam o município sem ter sido aproveitada.

334
- Dependência hídrica de Vinhedo em relação a outros municípios.

Na situação do Cenário 1 com base na Outorga, verifica-se que a dependência hídrica de


Vinhedo em relação a outros municípios é de:

a) No período chuvoso, Vinhedo é dependente em 45% da captação do Capivari


bem como das políticas de preservação de recursos hídricos de Louveira e, no período
seco de 38%. Isso representa a suscetibilidade de 41.823 hab. no período chuvoso e
27.882 no período seco do ano.

b) A dependência de Vinhedo em relação a outros municípios é bem maior que o


enunciado no item anterior. Isso porque, as captações do Bom Jardim e do Tico-Moinho
dependem da recarga que ocorrem em partes dessas microbacias que pertencem à
Valinhos e Itupeva, respectivamente.

Na microbacia do Bom Jardim, da sua área de captação, cerca de 25% é pertence ao


município de Valinhos e, assim, dependente das políticas de preservação de recursos hídricos
daquele município.

399,00 ha

1195,71 ha

Figura VI-86 Relação entre a área de captação da microbacia do Bom Jardim, dentro e fora do
município de Vinhedo.

Já na microbacia do Tico-Moinho, a porcentagem de área de captação pertencente a


outro município, no caso Itupeva, é bem maior. De acordo com a figura 87 o limite do
município é o córrego Tico-Moinho.

335
Figura VI-87 Limite de município nos limites da microbacia do Tico-Moinho.

Porém, os limites da microbacia avançam sobre o município de Itupeva tendo cerca de


67% de sua área nesse município (Figura 83).

786,94 ha

1640 ha

Figura VI-88 Relação entre a área de captação da microbacia do Tico-Moinho, dentro e fora do
município de Vinhedo.

336
Relembra-se que as outorgas dessas captações são:

Tabela VI-59 Valores de Outorga das microbacias do Bom Jardim e do Tico-Moinho.

Com isso, dos valores de outorga de captação de água de Vinhedo, a porcentagem de


água produzida exclusivamente dentro do município de Vinhedo é o mostrado na tabela 60.

Tabela VI-60 Porcentagem de água superficial produzida exclusivamente dentro do município de


Vinhedo (Autossuficiência Hídrica) em relação aos seus valores de outorga de captação de água.

Outorga de Captação de até... Água Produzida


Captações dentro do Município

Nov - Jun Jul - Out Nov - Jun Jul - Out


3
m /h
Superficiais

Capivarí 600,0 400,0 0 0


Xoxó 45,0 45,0 45,0 45,0
Cerâmica 40,0 40,0 40,0 40,0
Tico-Moinho 200,0 150,0 66 49,5
Bom Jardim 200,0 150,0 150 112,5
Paciência 150,0 150,0 150,0 150,0

Sub-Total 1235,0 935,0 451,0 397,0

Subterrâneas 110,0 110,0 110,0 110,0

Sub-Total 110,0 110,0 110,0 110,0

Total 1345,0 1045,0 561,0 507,0

% Produção de água própria de Vinhedo 41,7 48,5

Obs: Tico-Moinho 33% produzida no município; Bom Jardim 75% produzida no município.

Observa-se que, dos valores de outorga conferidos à Vinhedo, no período chuvoso,


apenas 41,7% é efetivamente produzido em Vinhedo, estando, portanto, o município sem
controle algum de 58,3% da água que precisa. Já no período seco, de julho a outubro, essa
porcentagem de dependência abaixa ligeiramente para 51,5%.
Assim, em qualquer período do ano, Vinhedo não tem controle algum em mais de 50%
de toda água autorizada a captar, ou seja, sua Autossuficiência Hídrica é de menos de 50%.
Em assim sendo, o número máximo de habitantes atendidos nesse cenário de água
exclusivamente produzida dentro do município seria de 39.105 hab., acordo com a tabela 61.

337
Tabela VI-61 Número de habitantes atendidos pela água superficial produzida exclusivamente
dentro do município de Vinhedo.

Água Produzida População Atendida*


Captações dentro do Município

Nov - Jun Jul - Out Nov - Jun Jul - Out


3
m /h Hab.
Superficiais 451,0 397,0 31.437,7 27.673,5

Subterrâneas 110,0 110,0 7.667,7 7.667,7

Total 561,0 507,0 39.105,4 35.341,3

População atual** 73.855

* Equivalente Populacional - Consumo de água produzido per capita (344,3l/hab./dia, em 2011). Fonte: Indicadores
do sistema de abastecimento de água do município de Vinhedo - SANEBAVI.
**População estimada em 2016: (Fonte: http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=355670).

Esse quadro pode se agravar nos próximos anos se for considerada a projeção de
aumento da população, como mostra a tabela 62.

Tabela VI-62 População, número de ligações de água e numero de economias do município de


Vinhedo.

Fonte: (SANEBAVI/Fundação SEADE; AG004 -SNIS Sistema nacional de informações sobre saneamento –
Ministério das cidades).

338
- Cenário 1b - Considerando os Valores de Outorga - Condição Atual com localização das
captações no exutório das microbacias ou de conjunto delas.

Esse cenário tem todas as características hidrológicas do anterior, porém essa alternativa
prevê a instalação de uma estrutura de captação fixa ou móvel no exutório de cada microbacia
hidrográfica ou de um conjunto delas. Dessa forma, a parte da água que é perdida na
distribuição de água (35% de toda água captada) e que hoje abandona a microbacia e o
município passa a ser aproveitada e considerada água disponível.
A distribuição esquemática das entradas e saídas de água no sistema hidrológico de
Vinhedo pode ser observada na figura 89.
CACHOEIRA/
PINHEIRINHO JUAZEIRO/
CRUZEIRO
150 m3/h (jun - ago)
STERZEK 200 m3/h (nov - jun)

SÃO BENTO/ BOM JARDIM


CAPELA
150 m3/h
STA. CENÁ
CENÁRIO 1b
CÂNDIDA

PACIÊNCIA/
150 m3/h (jul - out)
40 m3/h CRISTO
200 m3/h (nov.- jun)

MARAMBAIA ÁGUA DO
45 m3/h
BURACÃO
400 m3/h (jul - out)
600 m3/h (nov.- jun)
CAPIVARI
TICO/
MOINHO
ES
C
SU OR
PE RI
RF ME
IC NT Estrutura de Captaç
Captação no Exutó
Exutório de cada Microbacia
IA O
L
TICO/
MOINHO

Figura VI-89 Distribuição esquemática das entradas de água no sistema hidrológico de Vinhedo –
Cenário 1b - Considerando os Valores de Outorga - Condição Atual com localização das captações
no exutório das microbacias ou de conjunto delas.

Os valores de vazão e Equivalente Populacional desse Cenário 1b são apresentados na


tabela 63.

339
Tabela VI-63 Valores obtidos de vazão e de Equivalente Populacional.
Valores de Outorga

Unidades Período Chuvoso Período Seco


de novembro a Junho de Julho a Outubro
(8 meses) (4 meses)

Vazões
m3/h 1.345 1.045
l/dia 32.280.000 25.080.000

Consumo per capita (l/dia) 344,3 344,3

Equivalente Populacional 93.755 72.843

Captação (m3/h)

Total Captado 1.345 1.045

Captação do Bom Jardim 200 150

Perda Subterranea (m3/h)

14% do Captado menos B. Jardim 160,3 125,3

Captação + Recarga
m3/h 1.505 1.170
l/dia 36.127.200 28.087.200

Equivalente Populacional 104.929 81.578

Obs.: Como Recarga Efetiva, considerou-se apenas 40% da porcentagem de perda na


distribuição (35%), ou seja, 14% da água captada e distribuída.

Notar que a única exceção é a microbacia do Bom Jardim em função da localização da


captação em relação à perda de distribuição de água que ocorre no condomínio Campos de
Toscana, à montante dessa.
Assim, no período chuvoso (de novembro a Junho) a outorga de Vinhedo soma 1235
m3/h de águas superficiais e 110 m3/h de águas subterrâneas, totalizando 1345 m3/h. Isso
equivale à captação de 32.280.000 l/dia.
Considerando-se o consumo per capita de 344,3 l/dia valor esse que já inclui a perda na
distribuição (35,4%), esse volume é suficiente para o abastecimento de 93.755 hab. Com a re-
captação da água pedida na distribuição, considerando-se que apenas 14% no valor captado
chegam e fazem recarga do aqüífero, a água disponível passa para 36.127.200 l/dia que, por sua
vez, representa um equivalente populacional de 104.929 hab.
Fazendo o mesmo raciocínio para o período de seca (de Julho a Outubro) o potencial de
abastecimento passaria de 72.843 hab. para 81.578 hab.
Evidentemente todas as limitações e riscos discutidos no cenário anterior são válidos
para esse cenário e assim, considerado também de muito risco.
Por outro lado, como está sendo captada a água da Perda na Distribuição, a
dependências em relação aos outros municípios diminui.
Abaixo a tabela 64 mostra a Porcentagem de água superficial produzida exclusivamente
dentro do município de Vinhedo em relação aos seus valores de outorga de captação de água,
considerando-se a recuperação de 14% da Perda na Distribuição.

340
Tabela VI-64 Porcentagem de água superficial produzida exclusivamente dentro do município de
Vinhedo (Autossuficiência Hídrica) em relação aos seus valores de outorga de captação de água no
Cenário 1b.

Outorga de Captação de até... Água Produzida


Captações dentro do Município

Nov - Jun Jul - Out Nov - Jun Jul - Out


m3/h
Superficiais

Capivarí 600,0 400,0 0 0


Xoxó 45,0 45,0 45,0 45,0
Cerâmica 40,0 40,0 40,0 40,0
Tico-Moinho 200,0 150,0 66 49,5
Bom Jardim 200,0 150,0 150 112,5
Paciência 150,0 150,0 150,0 150,0

Sub-Total 1235,0 935,0 451,0 397,0

Subterrâneas 110,0 110,0 110,0 110,0

Sub-Total 110,0 110,0 110,0 110,0

Total 1345,0 1045,0 561,0 507,0

Recuperaão 14% Perda 160,3 125,3

Vazão Final 721,3 632,3

% Produção de água própria de Vinhedo 53,6 60,5

Obs: Tico-Moinho 33% produzida no município; Bom Jardim 75% produzida no município.

Observa-se que, dos valores de outorga conferidos à Vinhedo, no período chuvoso,


passa-se a ter 53,6% produzido em Vinhedo, estando, portanto, o município sem controle algum
de 46,4% da água que precisa. Já no período seco, de julho a outubro, produz-se 60,5% da
demanda abaixando a dependência cerca de 40%.
Assim, em qualquer período do ano, Vinhedo não tem controle algum em mais de 40%
de toda água autorizada a captar, ou seja, sua Autossuficiência Hídrica é de menos de 54%.
Em assim sendo, o número máximo de habitantes atendidos nesse cenário de água
exclusivamente produzida dentro do município seria de 50.279 hab., acordo com a tabela 65.

341
Tabela VI-65 Número de habitantes atendidos pela água superficial produzida exclusivamente
dentro do município de Vinhedo no Cenário 1b.

Água Produzida População Atendida*


Captações dentro do Município

Nov - Jun Jul - Out Nov - Jun Jul - Out


m3/h Hab.
Superficiais 451,0 397,0 31.438 27.674

Subterrâneas 110,0 110,0 7.668 7.668

Sub-Total 561,0 507,0 39.105 35.341

Recup. Perda 160,3 125,3 11.174 8.734

Total 721,3 632,3 50.279 44.076

População atual** 73.855

342
7.2 Cenário 2 - Considerando a Captação do Capivari em Louveira (Valor de Outorga) e a
água produzida dentro do município com a Precipitação, baseado nos componentes de
entrada no sistema hidrológico de Vinhedo.

Considera-se, alem da água de transposição vindo da captação do Capivari, realizada no


município de Louveira, todas as outras entradas de água no sistema hidrológico de Vinhedo
proporcionadas pela precipitação. Nessa metodologia de análise, teoricamente, deveria ser
diferenciada a água armazenada nos aqüíferos não confinados da água dos aqüíferos confinados,
de acordo com o preconizado por Sueli Y. Pereira e Marcelo V. da Silveira em Sanebavi (2006).
Porém, da forma como está sendo abordada, nesse trabalho, a entrada de água no sistema
hidrológico essa separação é desnecessária porque as práticas conservacionistas e as
recuperações físico-hídricas recomendadas para o fluxo local resultam numa também maior
recarga das águas subterrâneas do fluxo intermediário. Assim, enfatizando, no cálculo do valor
do incremento de produção de água no fluxo local já ficou considerado o volume das águas que
migrariam pra o fluxo intermediário.

Nesse Cenário 2, várias condições distintas são aqui discutidas.

- Cenário 2a - Considerando a Captação do Capivari em Louveira (Valor de Outorga) e a


água produzida dentro do município com a Precipitação, baseado nos componentes de
entrada no sistema hidrológico de Vinhedo, com localização das captações no exutório das
microbacias ou de conjunto delas e microbacias hidrográficas, ou parte delas
exclusivamente pertencentes ao município, na condição físico-hídrica atual degradada.

São consideradas as entradas de água no sistema hidrológico sendo:

- Na Área Urbana, a infiltração das águas das chuvas nas áreas permeáveis e o volume de água
de transposição vindo da captação do Capivari, realizado no rio Capivari, no município de
Louveira.
- Na Área Rural, as infiltrações da precipitação e recargas realizadas pelas partes das
microbacias hidrográficas pertencentes ao município, na condição físico-hídrica atual, ou
seja, na condição degradada.

A distribuição esquemática das entradas de água no sistema hidrológico de Vinhedo


pode ser observada na figura 85.
Nessa alternativa considera-se:

- a instalação de uma estrutura de captação fixa ou móvel no exutório de cada microbacia


hidrográfica ou de um conjunto delas. Dessa forma, a parte da água que é perdida na
distribuição de água (35% de toda água captada) e que hoje abandona a microbacia e o
município passa a ser aproveitada e considerada água disponível;
- microbacias hidrográficas, ou parte delas exclusivamente pertencentes ao município.

Os valores das entradas na área urbana são apresentados na tabela 66.

343
CACHOEIRA/
PRECIPITAÇ
PRECIPITAÇÃO E PINHEIRINHO JUAZEIRO/
CRUZEIRO
RECARGA 150 m3/h (jun - ago)
STERZEK 200 m3/h (nov - jun)

SÃO BENTO/ BOM JARDIM


CAPELA
150 m3/h
STA.
CÂNDIDA
CENÁ
CENÁRIO 2a

PACIÊNCIA/
150 m3/h (jul - out)
40 m3/h CRISTO
200 m3/h (nov.- jun)

MARAMBAIA ÁGUA DO
45 m3/h
BURACÃO
400 m3/h (jul - out)
600 m3/h (nov.- jun)
CAPIVARI
TICO/
MOINHO

ESCORRIMENTO
SUPERFICIAL Estrutura de Captaç
Captação no Exutó
Exutório de cada Microbacia

Figura VI-90 Distribuição esquemática das entradas de água no sistema hidrológico de Vinhedo –
Cenário 2a - Considerando a Captação do Capivari em Louveira, a Precipitação com base nos seus
componentes de entrada no sistema hidrológico, localização das captações no exutório e
microbacias hidrográficas físico-hidricamente degradadas.

Tabela VI-66 Somatório das entradas de água da Captação do Capivarí, em Louveira e da


Infiltração nas Áreas Permeáveis das Áreas Urbanas.

Infiltração Água de Transposição da Equivalente


MICROBACIAS Efetiva da Captação do Capivari/Louveira TOTAL Populacional***
Precipitação* PERÍODO**

Chuvoso Seco
Nov - Jun Jul - Out

(m3/ano) (m3) (m3/ano) (hab.)

Tico / Moinho 47.638,90

Capivari 123.581,03

Santa Cândida 85.181,62

São Bento/Capela 89.630,46

Marambaia 64.972,21

Sterzek 55.396,61

Cachoeira/Pinheirinho 186.711,38

Água do Buracão 110.246,90

Juazeiro/Cruzeiro 50.548,96

Paciência / Cristo 34.154,96

Bom Jardim 350.061,38

TOTAL 1.198.124,42 3.484.800,00 1.180.800,00 5.863.724,42 46.663,41

* Infiltração Efetiva = 10% = Metade da média das referências Rebouças (1976); Rocha (1997); VELÁSQUEZ, 1996); (SINELLI et al., 2008)
**Água de Transposição da Captação do Capivari/Louveira: 600m 3/h Nov-Jun = 8 meses = 242 dias ; 400m 3/h Jul-Out. = 4 meses = 123 dias.
*** Equivalente Populacional - Consumo de água produzido per capita (344,3l/hab./dia, em 2011). Fonte: Indicadores do sistema de
abastecimento de água do município de Vinhedo - SANEBAVI.

Deve ser atentado que a perda na distribuição já está inclusa no valor de captação do
Capivari e, dada à posição das captações nos exutórios das microbacias, já está sendo re-captada
não havendo necessidade de ser calculada.
Já na Área Rural, as recargas realizadas pelas microbacias hidrográficas na condição
físico-hídrica atual, ou seja, na condição degradada são apresentas na tabela 67.

344
A totalização da produção de água nesse Cenário 2a - Considerando a Captação do
Capivari em Louveira, a Precipitação com base nos seus componentes de entrada no sistema
hidrológico, localização das captações no exutório e microbacias hidrográficas físico-
hidricamente degradadas é mostrada na tabela 68.

345
Tabela VI-67 Produção de água no meio rural, na condição físico-hídrica atual das diferentes microbacias hidrográficas de Vinhedo.
Precipitação média anual de Vinhedo: 1.249mm

Soma da precipitação Anual nos meses de Excesso


Mata Nativa: 1006
Reflorestamento: 755
Campo: 1006
Agricultura 755

MICROBACIAS ÁREA

Mata Nativa Reflorestamento Agricultura Campo Lagos Planície de Mata Nativa Reflorestamento
Inundação % Recarga Vol. Produzido % Recarga Vol. P
(ha) (ha) (ha) (m3/ano) (m3

Tico / Moinho 272,32 0,00 50,40 333,34 20,74 0,00 30,00 821.865,95 8,50 0

Capivari 332,81 0,00 27,07 620,83 32,50 12,47 30,00 1.004.412,49 8,50 0

Santa Cândida 93,94 0,00 0,00 251,00 4,02 0,00 30,00 283.520,86 8,50 0

São Bento / Capela 148,81 0,00 3,31 169,84 2,53 0,00 30,00 449.099,33 8,50 0

Marambaia 37,44 0,00 0,00 33,18 6,34 0,00 30,00 113.008,26 8,50 0

Sterzeck 26,73 0,00 1,90 56,44 4,26 0,00 30,00 80.681,67 8,50 0

Cachoeira / Pinheirinho 92,00 0,00 3,20 154,05 11,63 0,00 30,00 277.647,00 8,50 0

Água do Buracão 315,23 42,09 107,24 313,45 4,26 0,00 30,00 951.371,87 8,50 27.0

Juazeiro / Cruzeiro 54,65 0,00 0,00 49,83 1,85 0,00 30,00 164.934,66 8,50 0

Paciência / Cristo 205,55 48,63 0,38 225,39 13,64 0,00 30,00 620.352,90 8,50 31.2

Bom Jardim 388,99 138,25 24,62 274,88 18,42 0,00 30,00 1.173.957,36 8,50 88.7

Total 1968,47 228,97 218,11 2482,22 70,40 12,47 30,00 5.940.852,35 8,50 146.

(1)
Fonte: NURMA- Engenharia de Biossistemas/ESALQ/USP
* Equivalente Populacional - Consumo de água produzido per capita (344,3l/hab./dia = 125.66m 3/ano, em 2011). Fonte: Indicadores do sistema de abastecimento de água do município de Vinhedo - SANEBAVI.
Taxa de Recarga* - Considerou-se que apenas 1/6 do ano (dois meses) permanece sob inundação.

346
0

Continuação

PRODUÇÃO DE ÁGUA ATUAL Total


Vol. Produzido Equivalente
agos Planície de Mata Nativa Reflorestamento Agricultura Campo Lagos Planície de Inundação Populacional*
Inundação % Recarga Vol. Produzido % Recarga Vol. Produzido % Recarga Vol. Produzido % Recarga Vol. Produzido Taxa de Recarga Vol. Produzido Taxa de Recarga* Vol. Produzido
(m3/ano) (m3/ano) (m3/ano) (m3/ano) mm/h
3
(m /ano) mm/h (m3/ano) (m3/ano) (hab.)

0,74 0,00 30,00 821.865,95 8,50 0,00 10,0 38.050,09 9,50 318.570,71 0,30 545.000,21 0,05 0,00 1.723.486,97 13.715,48

2,50 12,47 30,00 1.004.412,49 8,50 0,00 10,0 20.439,05 9,50 593.325,60 0,30 854.021,71 0,05 54.630,77 2.526.829,62 20.108,46

4,02 0,00 30,00 283.520,86 8,50 0,00 10,0 0,00 9,50 239.880,56 0,30 105.767,41 0,05 0,00 629.168,83 5.006,91

2,53 0,00 30,00 449.099,33 8,50 0,00 10,0 2.497,88 9,50 162.320,12 0,30 66.552,37 0,05 0,00 680.469,69 5.415,17

6,34 0,00 30,00 113.008,26 8,50 0,00 10,0 0,00 9,50 31.706,25 0,30 166.674,01 0,05 0,00 311.388,53 2.478,02

4,26 0,00 30,00 80.681,67 8,50 0,00 10,0 1.435,00 9,50 53.942,94 0,30 112.022,34 0,05 0,00 248.081,95 1.974,23

1,63 0,00 30,00 277.647,00 8,50 0,00 10,0 2.414,58 9,50 147.222,78 0,30 305.760,23 0,05 0,00 733.044,59 5.833,56

4,26 0,00 30,00 951.371,87 8,50 27.008,51 10,0 80.964,45 9,50 299.560,18 0,30 112.061,26 0,05 0,00 1.470.966,27 11.705,92

1,85 0,00 30,00 164.934,66 8,50 0,00 10,0 0,00 9,50 47.619,46 0,30 48.688,61 0,05 0,00 261.242,74 2.078,96

3,64 0,00 30,00 620.352,90 8,50 31.207,26 10,0 289,38 9,50 215.407,11 0,30 358.370,06 0,05 0,00 1.225.626,70 9.753,52

8,42 0,00 30,00 1.173.957,36 8,50 88.723,05 10,0 18.585,01 9,50 262.701,48 0,30 484.005,25 0,05 0,00 2.027.972,16 16.138,57

0,40 12,47 30,00 5.940.852,35 8,50 146.938,83 10,0 164.675,43 9,50 2.372.257,20 0,30 1.850.038,05 0,05 54.630,77 10.529.392,63 83.792,72

bastecimento de água do município de Vinhedo - SANEBAVI.

347
Tabela VI-68 Totalização da produção de água no Cenário 2a - Considerando a Captação do
Capivari em Louveira, a Precipitação com base nos seus componentes de entrada no sistema
hidrológico, localização das captações no exutório e microbacias hidrográficas físico-hidricamente
degradadas.

Total
Vol. Produzido Equivalente Vol. Produzido Equivalente Vol. Produzido Equivalente
MICROBACIAS Área Urbana Populacional* Área Rural Populacional* Populacional*

(m3/ano) (hab.) (m3/ano) (hab.) (m3/ano) (hab.)

Tico / Moinho 1.723.486,97 13.715,48

Capivari 2.526.829,62 20.108,46

Santa Cândida 629.168,83 5.006,91

São Bento / Capela 680.469,69 5.415,17

Marambaia 311.388,53 2.478,02

Sterzeck 248.081,95 1.974,23

Cachoeira / Pinheirinho 733.044,59 5.833,56

Água do Buracão 1.470.966,27 11.705,92

Juazeiro / Cruzeiro 261.242,74 2.078,96

Paciência / Cristo 1.225.626,70 9.753,52

Bom Jardim 2.027.972,16 16.138,57

Total 5.863.724,42 46.663,41 10.529.392,63 83.792,72 16.393.117,05 130.456,13

Verifica-se que a produção de água atual no meio urbano é de 5.863.724,41m3/ano e


que a recarga no meio rural hoje é de 10.529.392,63 m3/ano somando-se 16.393.117,04 m3/ano.
Esse volume representa um Equivalente Populacional de 130.456 habitantes, considerando-se o
consumo per capita de água de 344,3l/hab./dia, registrado em 2011 (Fonte: Indicadores do
sistema de abastecimento de água do município de Vinhedo – SANEBAVI).
Segundo o IBGE, a população estimada de Vinhedo em 2016 era de 73.855 hab.
(http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=355670)
Assim, adianta-se que o Equivalente Populacional calculado de 130.456 hab. está longe
de significar que Vinhedo poderia aumentar sua população em 56.601 hab. e considerar-se
autossuficiente e autosustentável hidricamente.
Isso porque, em primeiro lugar, seria necessária a instalação de toda uma infra-estrutura
de captação e condução de água nas a partir dos exutórios das diferentes microbacias, hoje
inexistente.
Em segundo lugar, e principalmente, a última seca ocorrida na região mostrou que o
atual sistema de abastecimento de água de Vinhedo foi insuficiente para fazer frente àquela
intensidade de deficiência pluviométrica. Como será visto adiante, uma vez que esse evento tem
uma alta estimativa de porcentagem de retorno de 22%, o bom senso orienta para considerar-se
a atual capacidade de produção de água de Vinhedo como o limite máximo populacional da
atual capacidade de abastecimento de água de Vinhedo.
Assim, toda melhoria, promoção hídrica ou aumento da disponibilidade de água que
venha ser implementada em Vinhedo ter-se-ia sua quantificação de benefício considerada a
partir de seu numero atual de habitantes.

348
- Cenário 2b - Considerando a Captação do Capivari em Louveira (Valor de Outorga) e a
Precipitação com base nos seus componentes de entrada no sistema hidrológico de
Vinhedo, com localização das captações no exutório das microbacias ou de conjunto delas
e microbacias hidrográficas, ou parte delas exclusivamente pertencentes ao município, na
condição recuperada.

Nessa condição, o ganho hidrológico da recuperação físico-hídrica das microbacias


hidrográficas de Vinhedo seria encarado como um “Volume de Reserva” para ser de pronto
utilizado nas condições:

a) De escassez hídrica, em que haja restrição de captação do Capivari permitindo,


assim, a plena satisfação hídrica da sua população, ou seja, nenhum ou um menor
racionamento de água;
b) Pronta substituição de alguma captação já existente no município que
temporariamente ou permanentemente se veja comprometida, por exemplo, pela
contaminação do manancial por acidente com carga perigosa;
c) Política de aumento planejado da população e outros.

Os mesmos componentes de entrada de água no sistema hidrológico de Vinhedo


considerados no Cenário 2a são aqui também considerados, ou seja:

- Na Área Urbana, a infiltração das águas das chuvas nas áreas permeáveis e o
volume de água de transposição vindo da captação do Capivari, realizado no rio
Capivari, porém no município de Louveira.
- Na Área Rural, as infiltrações da precipitação e recargas realizadas pelas partes das
microbacias hidrográficas pertencentes ao município, porém, agora, na condição
físico-hídrica recuperada, ou seja, na condição em que será recuperada, pelo menos
em parte, as características dos solos de infiltração, percolação e recargas das águas
dos aqüíferos não finados. Preconiza-se, portanto, a implementação de práticas
conservacionistas de água e solo nos diferentes planos da paisagem: no talvegue, na
meia encosta e nos topos de morros.

Essa alternativa também prevê a instalação de uma estrutura de captação fixa ou móvel
no exutório de cada microbacia hidrográfica ou de um conjunto delas.
A distribuição esquemática das entradas de água no sistema hidrológico de Vinhedo
para esse Cenário 2b - Considerando a Captação do Capivari em Louveira, a Precipitação com
base nos seus componentes de entrada no sistema hidrológico, localização das captações no
exutório e microbacias hidrográficas físico-hidricamente recuperadas pode ser observada na
figura 86.

349
CACHOEIRA/
PRECIPITAÇ
PRECIPITAÇÃO E PINHEIRINHO JUAZEIRO/
CRUZEIRO
RECARGA 150 m3/h (jun - ago)
STERZEK 200 m3/h (nov - jun)

SÃO BENTO/ BOM JARDIM


CAPELA
150 m3/h
STA.
CÂNDIDA
CENÁ
CENÁRIO 2b

PACIÊNCIA/
150 m3/h (jul - out)
40 m3/h CRISTO
200 m3/h (nov.- jun)

MARAMBAIA ÁGUA DO
45 m3/h
BURACÃO
400 m3/h (jul - out)
600 m3/h (nov.- jun)
CAPIVARI
TICO/
MOINHO
ESCORRIMENTO
SUPERFICIAL
MINIMIZADO
Estrutura de Captaç
Captação no Exutó
Exutório de cada Microbacia

Figura VI-91 Distribuição esquemática das entradas de água no sistema hidrológico de Vinhedo –
Cenário 2b - Considerando a Captação do Capivari em Louveira, a Precipitação com base nos seus
componentes de entrada no sistema hidrológico, localização das captações no exutório e
microbacias hidrográficas físico-hidricamente recuperadas.

Dessa forma, as duas entradas de água que se teria seriam a precipitação e a captação do
Capivari, em Louveira.
A produção de água seria a parcela da água de precipitação que é retida, infiltrada e
percolada para os aqüíferos não confinados nas microbacias ou partes delas pertencentes ao
município.
Deve ser notado que com a localização das novas captações nos exutórios das
microbacias, mesmo a parcela de perda de água na distribuição da captação do Capivari
contribuiria na disponibilidade hídrica do município. Já está inclusa no valor de captação do
Capivari e como está sendo re-captada não há necessidade de ser calculada.
Enfatiza-se que o diferencial desse Cenário 2b em relação ao Cenário 2a é a produção
maior de água na área rural em função a implementação de práticas conservacionistas na meia
encosta, restituição das APPs de mata de topo de morro e a recuperação vegetacional das APPs
nos elementos hidrológicos (cursos d’água, represas e lagos e nascentes) nas microbacias
hidrográficas de Vinhedo.
Os valores das entradas na área urbana são apresentados na tabela 69.

350
Tabela VI-69 Somatório das entradas de água da Captação do Capivari, em Louveira e da
Infiltração nas Áreas Permeáveis das Áreas Urbanas.

Infiltração Água de Transposição da Equivalente


MICROBACIAS Efetiva da Captação do Capivari/Louveira TOTAL Populacional***
Precipitação* PERÍODO**

Chuvoso Seco
Nov - Jun Jul - Out

(m3/ano) (m3) (m3/ano) (hab.)

Tico / Moinho 47.638,90

Capivari 123.581,03

Santa Cândida 85.181,62

São Bento/Capela 89.630,46

Marambaia 64.972,21

Sterzek 55.396,61

Cachoeira/Pinheirinho 186.711,38

Água do Buracão 110.246,90

Juazeiro/Cruzeiro 50.548,96

Paciência / Cristo 34.154,96

Bom Jardim 350.061,38

TOTAL 1.198.124,42 3.484.800,00 1.180.800,00 5.863.724,42 46.663,41

* Infiltração Efetiva = 10% = Metade da média das referências Rebouças (1976); Rocha (1997); VELÁSQUEZ, 1996); (SINELLI et al., 2008)
**Água de Transposição da Captação do Capivari/Louveira: 600m 3/h Nov-Jun = 8 meses = 242 dias ; 400m 3/h Jul-Out. = 4 meses = 123 dias.
*** Equivalente Populacional - Consumo de água produzido per capita (344,3l/hab./dia, em 2011). Fonte: Indicadores do sistema de
abastecimento de água do município de Vinhedo - SANEBAVI.

Já na Área Rural, as recargas realizadas pelas microbacias hidrográficas na condição


físico-hídrica recuperada são apresentas na tabela 70.
O ganho hidrológico da recuperação físico-hídrica das microbacias de Vinhedo em
relação à condição atual degradada é apresentado na tabela 71.
Por último, a totalização da produção de água somando-se a área urbana com a área
rural é apresentada na tabela 72.
Verifica-se que a produção de água atual no meio urbano é de 5.863.724,41m3/ano e
que a recarga no meio rural já passa para 13.130.251,84 m3/ano somando-se 18.993.976,26
m3/ano. Esse volume representa um Equivalente Populacional de 151.153,72 habitantes,
considerando-se o consumo per capita de água de 344,3l/hab./dia, registrado em 2011 (Fonte:
Indicadores do sistema de abastecimento de água do município de Vinhedo – SANEBAVI).

351
Tabela VI-70 Produção de água no meio rural, na condição físico-hídrica recuperada das diferentes microbacias hidrográficas de Vinhedo.

Precipitação média anual de Vinhedo: 1.249mm

Soma da precipitação Anual nos meses de Excesso


Mata Nativa: 1006
Reflorestamento: 755
Campo: 1006
Agricultura 755

MICROBACIAS ÁREA

Mata Nativa Reflorestamento Agricultura Campo Lagos Planície de Mata Nativa


Inundação % Recarga Vol. Produzido
(ha) (ha) (ha) (m3/ano)

Tico / Moinho 272,32 0,00 50,40 333,34 20,74 0,00 30,00 821.865,95

Capivari 332,81 0,00 27,07 620,83 32,50 12,47 30,00 1.004.412,49

Santa Cândida 93,94 0,00 0,00 251,00 4,02 0,00 30,00 283.520,86

São Bento / Capela 148,81 0,00 3,31 169,84 2,53 0,00 30,00 449.099,33

Marambaia 37,44 0,00 0,00 33,18 6,34 0,00 30,00 113.008,26

Sterzeck 26,73 0,00 1,90 56,44 4,26 0,00 30,00 80.681,67

Cachoeira / Pinheirinho 92,00 0,00 3,20 154,05 11,63 0,00 30,00 277.647,00

Água do Buracão 315,23 42,09 107,24 313,45 4,26 0,00 30,00 951.371,87

Juazeiro / Cruzeiro 54,65 0,00 0,00 49,83 1,85 0,00 30,00 164.934,66

Paciência / Cristo 205,55 48,63 0,38 225,39 13,64 0,00 30,00 620.352,90

Bom Jardim 388,99 138,25 24,62 274,88 18,42 0,00 30,00 1.173.957,36

Total 1968,47 228,97 218,11 2482,22 70,40 12,47 30,00 5.940.852,35

(1)
Fonte: NURMA- Engenharia de Biossistemas/ESALQ/USP
* Equivalente Populacional - Consumo de água produzido per capita (344,3l/hab./dia = 125.66m 3/ano, em 2011). Fonte: Indicadores do sistema de abastecimento de água do município de Vinhedo - SANEBAVI.
Taxa de Recarga* - Considerou-se que apenas 1/6 do ano (dois meses) permanece sob inundação.

352
0

Continuação

PRODUÇÃO DE ÁGUA COM RECUPERAÇÃO Total


Vol. Produzido Equivalente
Planície de Mata Nativa Reflorestamento Agricultura Campo Lagos Planície de Inundação Populacional*
Inundação % Recarga Vol. Produzido % Recarga Vol. Produzido % Recarga Vol. Produzido % Recarga Vol. Produzido Taxa de Recarga Vol. Produzido Taxa de Recarga* Vol. Produzido
(m3/ano) (m3/ano) (m3/ano) (m3/ano) mm/h (m3/ano) mm/h (m3/ano) 3
(m /ano) (hab.)

0,00 30,00 821.865,95 17,00 0,00 18,75 71.343,92 18,75 628.757,98 0,30 545.000,21 0,05 0,00 2.066.968,07 16.448,89

12,47 30,00 1.004.412,49 17,00 0,00 18,75 38.323,21 18,75 1.171.037,37 0,30 854.021,71 0,05 54.630,77 3.122.425,55 24.848,21

0,00 30,00 283.520,86 17,00 0,00 18,75 0,00 18,75 473.448,47 0,30 105.767,41 0,05 0,00 862.736,74 6.865,64

0,00 30,00 449.099,33 17,00 0,00 18,75 4.683,52 18,75 320.368,66 0,30 66.552,37 0,05 0,00 840.703,87 6.690,31

0,00 30,00 113.008,26 17,00 0,00 18,75 0,00 18,75 62.578,13 0,30 166.674,01 0,05 0,00 342.260,41 2.723,70

0,00 30,00 80.681,67 17,00 0,00 18,75 2.690,63 18,75 106.466,33 0,30 112.022,34 0,05 0,00 301.860,97 2.402,20

0,00 30,00 277.647,00 17,00 0,00 18,75 4.527,33 18,75 290.571,29 0,30 305.760,23 0,05 0,00 878.505,85 6.991,13

0,00 30,00 951.371,87 17,00 54.017,03 18,75 151.808,35 18,75 591.237,19 0,30 112.061,26 0,05 0,00 1.860.495,69 14.805,79

0,00 30,00 164.934,66 17,00 0,00 18,75 0,00 18,75 93.985,78 0,30 48.688,61 0,05 0,00 307.609,06 2.447,95

0,00 30,00 620.352,90 17,00 62.414,53 18,75 542,58 18,75 425.145,61 0,30 358.370,06 0,05 0,00 1.466.825,67 11.672,97

0,00 30,00 1.173.957,36 17,00 177.446,11 18,75 34.846,89 18,75 518.489,77 0,30 484.005,25 0,05 0,00 2.388.745,38 19.009,59

12,47 30,00 5.940.852,35 17,00 293.877,66 18,75 308.766,44 18,75 4.682.086,57 0,30 1.850.038,05 0,05 54.630,77 13.130.251,84 104.490,31

e água do município de Vinhedo - SANEBAVI.

353
Tabela VI-71 Ganho hidrológico da recuperação físico-hídrica das microbacias de Vinhedo

Precipitação média anual de Vinhedo: 1.249mm

Soma da precipitação Anual nos meses de Excesso


Mata Nativa: 1006
Reflorestamento: 755
Campo: 1006
Agricultura 755

MICROBACIAS ÁREA GANHO HIDROLÓGICO GANHO Equivalente


TOTAL Populacional*
Mata Nativa Reflorestamento Agricultura Campo Lagos Planície de Mata Nativa Reflorestamento Agricultura Campo Lagos Plan. Inundação
Inundação
(ha) (ha) (ha) (m3/ano) (m3/ano) (m3/ano) (m3/ano) (m3/ano) (m3/ano) (m3/ano) (hab.)

Tico / Moinho 272,32 0,00 50,40 333,34 20,74 0,00 0,00 0,00 33.293,83 310.187,27 0,00 0,00 343.481,10 2.733,42

Capivari 332,81 0,00 27,07 620,83 32,50 12,47 0,00 0,00 17.884,16 577.711,77 0,00 0,00 595.595,93 4.739,74

Santa Cândida 93,94 0,00 0,00 251,00 4,02 0,00 0,00 0,00 0,00 233.567,91 0,00 0,00 233.567,91 1.858,73

São Bento / Capela 148,81 0,00 3,31 169,84 2,53 0,00 0,00 0,00 2.185,64 158.048,54 0,00 0,00 160.234,18 1.275,14

Marambaia 37,44 0,00 0,00 33,18 6,34 0,00 0,00 0,00 0,00 30.871,88 0,00 0,00 30.871,88 245,68

Sterzeck 26,73 0,00 1,90 56,44 4,26 0,00 0,00 0,00 1.255,63 52.523,39 0,00 0,00 53.779,02 427,97

Cachoeira / Pinheirinho 92,00 0,00 3,20 154,05 11,63 0,00 0,00 0,00 2.112,76 143.348,50 0,00 0,00 145.461,26 1.157,58

Água do Buracão 315,23 42,09 107,24 313,45 4,26 0,00 0,00 27.008,51 70.843,90 291.677,01 0,00 0,00 389.529,42 3.099,87

Juazeiro / Cruzeiro 54,65 0,00 0,00 49,83 1,85 0,00 0,00 0,00 0,00 46.366,32 0,00 0,00 46.366,32 368,98

Paciência / Cristo 205,55 48,63 0,38 225,39 13,64 0,00 0,00 31.207,26 253,20 209.738,50 0,00 0,00 241.198,97 1.919,46

Bom Jardim 388,99 138,25 24,62 274,88 18,42 0,00 0,00 88.723,05 16.261,88 255.788,29 0,00 0,00 360.773,22 2.871,03

Total 1968,47 228,97 218,11 2482,22 70,40 12,47 0,00 146.938,83 144.091,01 2.309.829,38 0,00 0,00 2.600.859,21 20.697,59

(1)
Fonte: NURMA- Engenharia de Biossistemas/ESALQ/USP
* Equivalente Populacional - Consumo de água produzido per capita (344,3l/hab./dia = 125.66m3/ano, em 2011). Fonte: Indicadores do sistema de abastecimento de água do município de Vinhedo - SANEBAVI.
Taxa de Recarga* - Considerou-se que apenas 1/6 do ano (dois meses) permanece sob inundação.

354
Tabela VI-72 Totalização da produção de água no Cenário 2b - Considerando a Captação do Capivari em Louveira, a Precipitação com base nos seus componentes de entrada no sistema hidrológico, localização das captações no exutório e
microbacias hidrográficas físico-hidricamente recuperadas.

Total
Vol. Produzido Equivalente Vol. Produzido Equivalente Vol. Produzido Equivalente
MICROBACIAS Área Urbana Populacional* Área Rural Populacional* Populacional*

(m3/ano) (hab.) (m3/ano) (hab.) (m3/ano) (hab.)

Tico / Moinho 2.066.968,07 16.448,89

Capivari 3.122.425,55 24.848,21

Santa Cândida 862.736,74 6.865,64

São Bento / Capela 840.703,87 6.690,31

Marambaia 342.260,41 2.723,70

Sterzeck 301.860,97 2.402,20

Cachoeira / Pinheirinho 878.505,85 6.991,13

Água do Buracão 1.860.495,69 14.805,79

Juazeiro / Cruzeiro 307.609,06 2.447,95

Paciência / Cristo 1.466.825,67 11.672,97

Bom Jardim 2.388.745,38 19.009,59

Total 5.863.724,42 46.663,41 13.130.251,84 104.490,31 18.993.976,26 151.153,72

* Equivalente Populacional - Consumo de água produzido per capita (344,3l/hab./dia = 125.66m 3/ano, em 2011). Fonte: Indicadores do sistema de abastecimento de água do município de Vinhedo - SANEBAVI.

355
Nessa condição, o ganho hidrológico da recuperação físico-hídrica das microbacias
hidrográficas de Vinhedo seria encarado como um “Volume de Reserva” para ser de pronto
utilizado nas condições:
a) De escassez hídrica, em que haja restrição de captação do Capivari permitindo,
assim, a plena satisfação hídrica da sua população, ou seja, nenhum ou um menor
racionamento de água;
b) Pronta substituição de alguma captação já existente no município que
temporariamente ou permanentemente se veja comprometida, por exemplo, pela
contaminação do manancial por acidente com carga perigosa;
c) Política de aumento planejado da população e outros.

É importantíssimo ressaltar e enfatizar que essa alternativa ainda mantém uma


preocupante dependência hídrica de Vinhedo em relação à Louveira bem como de todas as
políticas e intervenções que aquele município promova em seus recursos hídricos.
Também se enfatiza que essa alternativa, antes de tudo, só é possível com investimento
para adequação das estruturas novas de captação, com práticas conservacionistas e com
recomposição vegetacional das APPs.

356
7.3 Cenário 3 – Condição de buscando a autossuficiência hídrica de Vinhedo suprimindo a
captação do Capivari, localização das captações no exutório das microbacias ou de
conjunto delas, microbacias hidrográficas, ou parte delas, exclusivamente pertencentes ao
município recuperadas hidrologicamente.

Nessa condição, o município de Vinhedo contaria apenas com a água produzida na sua
área territorial.
Passaria a não contar com a captação do Capivari, sendo a única fonte de entrada a
precipitação pluviométrica e sua produção de água a parcela da precipitação que conseguisse
reter, infiltrar e realizar a recarga das águas dos aqüíferos não confinados.
A vantagem desse cenário seria:

a) Vinhedo não dependeria de nenhum manancial de água que não estivesse sob seu
controle;
b) Vinhedo poderia assumir a Política de aumento da população planejada baseado no
limite da disponibilidade de seus recursos hídricos e;
c) Nessa condição, as captações externas é que poderiam passaria a serem consideradas
como emergenciais e ou encaradas como um “Volume de Reserva” para ser utilizado
na condição de escassez hídrica, tendendo minimizar a chance de ser castigada,
mesmo em severa crise hídrica, com escassez hídrica ou racionamento de água.

- Cenário 3a - Condição buscando a autossuficiência hídrica de Vinhedo, suprimindo a


captação do Capivari, microbacias hidrográficas condição atual, degradadas.

Os componentes de entrada no sistema hidrológico de Vinhedo seriam considerados:

- Na Área Urbana, apenas a infiltração das águas das chuvas nas áreas permeáveis;
- Na Área Rural, a infiltração da precipitação e recargas realizadas pelas partes das
microbacias hidrográficas pertencentes ao município, na condição físico-hídrica atual,
ou seja, degradada nas suas características de infiltração nos solos, percolação e
recargas das águas dos aqüíferos não confinados.

Essa alternativa também prevê a instalação de uma estrutura de captação fixa ou móvel
no exutório de cada microbacia hidrográfica ou de um conjunto delas.
Assim, enfatiza-se, com a localização das novas captações nos exutórios das
microbacias, mesmo a parcela de perda de água na distribuição seria re-captada.
A distribuição esquemática das entradas de água no sistema hidrológico de Vinhedo
para esse Cenário 3 pode ser observada na figura 92.

357
CACHOEIRA/
PRECIPITAÇ
PRECIPITAÇÃO E PINHEIRINHO JUAZEIRO/
CRUZEIRO
RECARGA 150 m3/h (jun - ago)
STERZEK 200 m3/h (nov - jun)

SÃO BENTO/ BOM JARDIM


CAPELA
150 m3/h
STA.
CÂNDIDA

PACIÊNCIA/
150 m3/h (jul - out)
40 m3/h CRISTO
200 m3/h (nov.- jun)

MARAMBAIA ÁGUA DO
45 m3/h
BURACÃO
400 m3/h (jul - out)
600 m3/h (nov.- jun)
CAPIVARI
TICO/
MOINHO
ESCORRIMENTO
SUPERFICIAL
Estrutura de Captaç
Captação no Exutó
Exutório de cada Microbacia

CENÁRIO 3a – SEM CAPTAÇ


CENÁ CAPTAÇÃO
EXTERNA, COMPONENTES DE ENTRADA
NO SISTEMA HIDROLÓ
HIDROLÓGICO COM
MICROBACIAS DEGRADADAS.
Figura VI-92 Distribuição esquemática das entradas de água no sistema hidrológico de Vinhedo –
Condição 3a - Buscando a autossuficiência hídrica de Vinhedo, suprimindo a captação do Capivari,
microbacias hidrográficas condição atual, degradadas, localização das captações no exutório das
microbacias ou de conjunto delas, microbacias hidrográficas, ou parte delas, exclusivamente
pertencentes ao município.

A produção de água na área urbana seria, exclusivamente, a parcela da água de


precipitação que é retida, infiltrada nas áreas permeáveis e percolada para os aqüíferos não
confinados. Os valores das entradas na área urbana são apresentados na tabela 73.

358
Tabela VI-73 Valores das entradas na área urbana das diferentes microbacias hidrográficas de
Vinhedo.

Infiltração Água de Transposição da Equivalente


MICROBACIAS Efetiva da Captação do Capivari/Louveira TOTAL Populacional**
Precipitação* PERÍODO

Chuvoso Seco
Nov - Jun Jul - Out

(m3/ano) (m3/ano) (m3/ano) (hab.)

Tico / Moinho 47.638,90

Capivari 123.581,03

Santa Cândida 85.181,62

São Bento/Capela 89.630,46

Marambaia 64.972,21

Sterzek 55.396,61

Cachoeira/Pinheirinho 186.711,38

Água do Buracão 110.246,90

Juazeiro/Cruzeiro 50.548,96

Paciência / Cristo 34.154,96

Bom Jardim 350.061,38

TOTAL 1.198.124,42 - - 1.198.124,42 9.533,93

* Infiltração Efetiva = Entrada de água da Infiltração nas Áreas Permeáveis das Áreas Urbanas = 10% = Metade da média das referências Rebouças (1976);
Rocha (1997); VELÁSQUEZ, 1996); (SINELLI et al., 2008)
** Equivalente Populacional - Consumo de água produzido per capita (344,3l/hab./dia, em 2011). Fonte: Indicadores do sistema de
abastecimento de água do município de Vinhedo - SANEBAVI.

Nesse Cenário 3a a maior produção de água será na área rural, porém, com as
microbacias hidrográficas na condição físico-hídrica atual, ou seja, degradadas, resultando em
baixa infiltração e percolação de água no solo, refletindo em baixa recarga das águas
subterrâneas.
Por outro lado, o escorrimento superficial das águas de precipitação é significativo.
Assim, na área Rural, as recargas realizadas pelas microbacias hidrográficas na
condição físico-hídrica degradada são apresentas na tabela 74.
Por último, a totalização da produção de água somando-se a área urbana com a área
rural é apresentada na tabela 75.
Verifica-se que a produção de água no meio urbano passaria para apenas 1.198.124,41
m3/ano e que a recarga no meio rural é de 10.529.392,63 m3/ano somando-se 11.727.517,04
m3/ano. Esse volume representa um Equivalente Populacional de 93.326,64 habitantes,
considerando-se o consumo per capita de água de 344,3l/hab./dia, registrado em 2011 (Fonte:
Indicadores do sistema de abastecimento de água do município de Vinhedo – SANEBAVI).

359
Tabela VI-74 Produção de água no meio rural, na condição físico-hídrica degradada das diferentes microbacias hidrográficas de Vinhedo.

Precipitação média anual de Vinhedo: 1.249mm

Soma da precipitação Anual nos meses de Excesso


Mata Nativa: 1006
Reflorestamento: 755
Campo: 1006
Agricultura 755

MICROBACIAS ÁREA

Mata Nativa Reflorestamento Agricultura Campo Lagos Planície de Mata Nativa Reflorestamento
Inundação % Recarga Vol. Produzido % Recarga Vol. Produzido %
(ha) (ha) (ha) (m3/ano) (m3/ano)

Tico / Moinho 272,32 0,00 50,40 333,34 20,74 0,00 30,00 821.865,95 8,50 0,00

Capivari 332,81 0,00 27,07 620,83 32,50 12,47 30,00 1.004.412,49 8,50 0,00

Santa Cândida 93,94 0,00 0,00 251,00 4,02 0,00 30,00 283.520,86 8,50 0,00

São Bento / Capela 148,81 0,00 3,31 169,84 2,53 0,00 30,00 449.099,33 8,50 0,00

Marambaia 37,44 0,00 0,00 33,18 6,34 0,00 30,00 113.008,26 8,50 0,00

Sterzeck 26,73 0,00 1,90 56,44 4,26 0,00 30,00 80.681,67 8,50 0,00

Cachoeira / Pinheirinho 92,00 0,00 3,20 154,05 11,63 0,00 30,00 277.647,00 8,50 0,00

Água do Buracão 315,23 42,09 107,24 313,45 4,26 0,00 30,00 951.371,87 8,50 27.008,51

Juazeiro / Cruzeiro 54,65 0,00 0,00 49,83 1,85 0,00 30,00 164.934,66 8,50 0,00

Paciência / Cristo 205,55 48,63 0,38 225,39 13,64 0,00 30,00 620.352,90 8,50 31.207,26

Bom Jardim 388,99 138,25 24,62 274,88 18,42 0,00 30,00 1.173.957,36 8,50 88.723,05

Total 1968,47 228,97 218,11 2482,22 70,40 12,47 30,00 5.940.852,35 8,50 146.938,83

(1)
Fonte: NURMA- Engenharia de Biossistemas/ESALQ/USP
* Equivalente Populacional - Consumo de água produzido per capita (344,3l/hab./dia = 125.66m3/ano, em 2011). Fonte: Indicadores do sistema de abastecimento de água do município de Vinhedo - SANEBAVI.
Taxa de Recarga* - Considerou-se que apenas 1/6 do ano (dois meses) permanece sob inundação.

360
Continuação
0

PRODUÇÃO DE ÁGUA ATUAL Total


Vol. Produzido Equivalente
agos Planície de Mata Nativa Reflorestamento Agricultura Campo Lagos Planície de Inundação Populacional*
Inundação % Recarga Vol. Produzido % Recarga Vol. Produzido % Recarga Vol. Produzido % Recarga Vol. Produzido Taxa de Recarga Vol. Produzido Taxa de Recarga* Vol. Produzido
(m3/ano) (m3/ano) (m3/ano) (m3/ano) mm/h (m3/ano) mm/h (m3/ano) (m3/ano) (hab.)

20,74 0,00 30,00 821.865,95 8,50 0,00 10,0 38.050,09 9,50 318.570,71 0,30 545.000,21 0,05 0,00 1.723.486,97 13.715,48

32,50 12,47 30,00 1.004.412,49 8,50 0,00 10,0 20.439,05 9,50 593.325,60 0,30 854.021,71 0,05 54.630,77 2.526.829,62 20.108,46

4,02 0,00 30,00 283.520,86 8,50 0,00 10,0 0,00 9,50 239.880,56 0,30 105.767,41 0,05 0,00 629.168,83 5.006,91

2,53 0,00 30,00 449.099,33 8,50 0,00 10,0 2.497,88 9,50 162.320,12 0,30 66.552,37 0,05 0,00 680.469,69 5.415,17

6,34 0,00 30,00 113.008,26 8,50 0,00 10,0 0,00 9,50 31.706,25 0,30 166.674,01 0,05 0,00 311.388,53 2.478,02

4,26 0,00 30,00 80.681,67 8,50 0,00 10,0 1.435,00 9,50 53.942,94 0,30 112.022,34 0,05 0,00 248.081,95 1.974,23

11,63 0,00 30,00 277.647,00 8,50 0,00 10,0 2.414,58 9,50 147.222,78 0,30 305.760,23 0,05 0,00 733.044,59 5.833,56

4,26 0,00 30,00 951.371,87 8,50 27.008,51 10,0 80.964,45 9,50 299.560,18 0,30 112.061,26 0,05 0,00 1.470.966,27 11.705,92

1,85 0,00 30,00 164.934,66 8,50 0,00 10,0 0,00 9,50 47.619,46 0,30 48.688,61 0,05 0,00 261.242,74 2.078,96

13,64 0,00 30,00 620.352,90 8,50 31.207,26 10,0 289,38 9,50 215.407,11 0,30 358.370,06 0,05 0,00 1.225.626,70 9.753,52

18,42 0,00 30,00 1.173.957,36 8,50 88.723,05 10,0 18.585,01 9,50 262.701,48 0,30 484.005,25 0,05 0,00 2.027.972,16 16.138,57

70,40 12,47 30,00 5.940.852,35 8,50 146.938,83 10,0 164.675,43 9,50 2.372.257,20 0,30 1.850.038,05 0,05 54.630,77 10.529.392,63 83.792,72

stecimento de água do município de Vinhedo - SANEBAVI.

361
Tabela VI-75 Totalização da produção de água no Cenário 3a – Condição de autossuficiência hídrica suprimindo a captação do Capivari, localização das captações
no exutório das microbacias ou de conjunto delas, microbacias hidrográficas, ou parte delas, exclusivamente pertencentes ao município, degradadas
hidrologicamente.

Total
Vol. Produzido Equivalente Vol. Produzido Equivalente Vol. Produzido Equivalente
MICROBACIAS Área Urbana Populacional* Área Rural Populacional* Populacional*

(m3/ano) (hab.) (m3/ano) (hab.) (m3/ano) (hab.)

Tico / Moinho 1.723.486,97 13.715,48

Capivari 2.526.829,62 20.108,46

Santa Cândida 629.168,83 5.006,91

São Bento / Capela 680.469,69 5.415,17

Marambaia 311.388,53 2.478,02

Sterzeck 248.081,95 1.974,23

Cachoeira / Pinheirinho 733.044,59 5.833,56

Água do Buracão 1.470.966,27 11.705,92

Juazeiro / Cruzeiro 261.242,74 2.078,96

Paciência / Cristo 1.225.626,70 9.753,52

Bom Jardim 2.027.972,16 16.138,57

Total 1.198.124,42 9.533,93 10.529.392,63 83.792,72 11.727.517,05 93.326,65

362
- Cenário 3b - Condição buscando a autossuficiência hídrica de Vinhedo, suprimindo a
captação do Capivari, microbacias hidrográficas recuperadas hidrologicamente.

Os componentes de entrada no sistema hidrológico de Vinhedo seriam considerados:

- Na Área Urbana, apenas a infiltração das águas das chuvas nas áreas permeáveis;
- Na Área Rural, a infiltração da precipitação e recargas realizadas pelas partes das
microbacias hidrográficas pertencentes ao município, na condição físico-hídrica
recuperada, ou mais precisamente, na condição em que será recuperada (parcialmente
recuperada), nas suas características de infiltração nos solos, percolação e recargas das
águas dos aqüíferos não confinados. Preconiza-se, portanto, a implementação de
práticas conservacionistas de água e solo nos diferentes planos da paisagem: no
talvegue, na meia encosta e nos topos de morros.

Essa alternativa também prevê a instalação de uma estrutura de captação fixa ou móvel
no exutório de cada microbacia hidrográfica ou de um conjunto delas.
Assim, enfatiza-se, com a localização das novas captações nos exutórios das
microbacias, mesmo a parcela de perda de água na distribuição seria re-captada.
A distribuição esquemática das entradas de água no sistema hidrológico de Vinhedo
para esse Cenário 3 pode ser observada na figura 93.

CACHOEIRA/
PRECIPITAÇ
PRECIPITAÇÃO E PINHEIRINHO JUAZEIRO/
CRUZEIRO
RECARGA 150 m3/h (jun - ago)
STERZEK 200 m3/h (nov - jun)

SÃO BENTO/ BOM JARDIM


CAPELA
150 m3/h
STA.
CÂNDIDA

PACIÊNCIA/
150 m3/h (jul - out)
40 m3/h CRISTO
200 m3/h (nov.- jun)

MARAMBAIA ÁGUA DO
45 m3/h
BURACÃO
400 m3/h (jul - out)
600 m3/h (nov.- jun)
CAPIVARI
TICO/
MOINHO
ESCORRIMENTO
SUPERFICIAL
MINIMIZADO
Estrutura de Captaç
Captação no Exutó
Exutório de cada Microbacia

CENÁRIO 3b – SEM CAPTAÇ


CENÁ CAPTAÇÃO
EXTERNA, COMPONENTES DE ENTRADA
NO SISTEMA HIDROLÓ
HIDROLÓGICO COM
MICROBACIAS RECUPERADAS.
Figura VI-93 Distribuição esquemática das entradas de água no sistema hidrológico de Vinhedo –
Condição 3b - Buscando a autossuficiência hídrica de Vinhedo, suprimindo a captação do Capivari,
microbacias hidrográficas nas condições físico-hídricas recuperadas, localização das captações no
exutório das microbacias ou de conjunto delas, microbacias hidrográficas, ou parte delas,
exclusivamente pertencentes ao município.

A produção de água na área urbana seria, exclusivamente, a parcela da água de


precipitação que é retida, infiltrada nas áreas permeáveis e percolada para os aqüíferos não
confinados. Os valores das entradas na área urbana são apresentados na tabela 76.

363
Tabela VI-76 Valores das entradas na área urbana das diferentes microbacias hidrográficas de
Vinhedo.

Infiltração Água de Transposição da Equivalente


MICROBACIAS Efetiva da Captação do Capivari/Louveira TOTAL Populacional**
Precipitação* PERÍODO

Chuvoso Seco
Nov - Jun Jul - Out

(m3/ano) (m3/ano) (m3/ano) (hab.)

Tico / Moinho 47.638,90

Capivari 123.581,03

Santa Cândida 85.181,62

São Bento/Capela 89.630,46

Marambaia 64.972,21

Sterzek 55.396,61

Cachoeira/Pinheirinho 186.711,38

Água do Buracão 110.246,90

Juazeiro/Cruzeiro 50.548,96

Paciência / Cristo 34.154,96

Bom Jardim 350.061,38

TOTAL 1.198.124,42 - - 1.198.124,42 9.533,93

* Infiltração Efetiva = 10% = Metade da média das referências Rebouças (1976); Rocha (1997); VELÁSQUEZ, 1996); (SINELLI et al., 2008)
*** Equivalente Populacional - Consumo de água produzido per capita (344,3l/hab./dia, em 2011). Fonte: Indicadores do sistema de
abastecimento de água do município de Vinhedo - SANEBAVI.

Nesse Cenário 3b a maior produção de água será na área rural contemplada de práticas
conservacionistas na meia encosta, restituição das APPs de mata de topo de morro e a
recuperação vegetacional das APPs nos elementos hidrológicos (cursos d’água, represas e lagos
e nascentes). Assim, na área Rural, as recargas realizadas pelas microbacias hidrográficas na
condição físico-hídrica recuperada são apresentas na tabela 77.
Por último, a totalização da produção de água somando-se a área urbana com a área
rural é apresentada na tabela 78.
Verifica-se que a produção de água no meio urbano passaria para apenas 1.198.124,41
m3/ano e que a recarga no meio rural é de 13.130.251,84 m3/ano somando-se 14.328.376,26
m3/ano. Esse volume representa um Equivalente Populacional de 114.024 habitantes,
considerando-se o consumo per capita de água de 344,3l/hab./dia, registrado em 2011 (Fonte:
Indicadores do sistema de abastecimento de água do município de Vinhedo – SANEBAVI).

364
Tabela VI-77 Produção de água no meio rural, na condição físico-hídrica recuperada das diferentes microbacias hidrográficas de Vinhedo.

Precipitação média anual de Vinhedo: 1.249mm

Soma da precipitação Anual nos meses de Excesso


Mata Nativa: 1006
Reflorestamento: 755
Campo: 1006
Agricultura 755

MICROBACIAS ÁREA

Mata Nativa Reflorestamento Agricultura Campo Lagos Planície de Mata Nativa Reflorestamento
Inundação % Recarga Vol. Produzido % Recarga Vol. Prod
(ha) (ha) (ha) (m3/ano) (m3/an

Tico / Moinho 272,32 0,00 50,40 333,34 20,74 0,00 30,00 821.865,95 17,00 0,00

Capivari 332,81 0,00 27,07 620,83 32,50 12,47 30,00 1.004.412,49 17,00 0,00

Santa Cândida 93,94 0,00 0,00 251,00 4,02 0,00 30,00 283.520,86 17,00 0,00

São Bento / Capela 148,81 0,00 3,31 169,84 2,53 0,00 30,00 449.099,33 17,00 0,00

Marambaia 37,44 0,00 0,00 33,18 6,34 0,00 30,00 113.008,26 17,00 0,00

Sterzeck 26,73 0,00 1,90 56,44 4,26 0,00 30,00 80.681,67 17,00 0,00

Cachoeira / Pinheirinho 92,00 0,00 3,20 154,05 11,63 0,00 30,00 277.647,00 17,00 0,00

Água do Buracão 315,23 42,09 107,24 313,45 4,26 0,00 30,00 951.371,87 17,00 54.017

Juazeiro / Cruzeiro 54,65 0,00 0,00 49,83 1,85 0,00 30,00 164.934,66 17,00 0,00

Paciência / Cristo 205,55 48,63 0,38 225,39 13,64 0,00 30,00 620.352,90 17,00 62.414

Bom Jardim 388,99 138,25 24,62 274,88 18,42 0,00 30,00 1.173.957,36 17,00 177.446

Total 1968,47 228,97 218,11 2482,22 70,40 12,47 30,00 5.940.852,35 17,00 293.877

(1)
Fonte: NURMA- Engenharia de Biossistemas/ESALQ/USP
* Equivalente Populacional - Consumo de água produzido per capita (344,3l/hab./dia = 125.66m 3/ano, em 2011). Fonte: Indicadores do sistema de abastecimento de água do município de Vinhedo - SANEBAVI.
Taxa de Recarga* - Considerou-se que apenas 1/6 do ano (dois meses) permanece sob inundação.

365
Continuação
0

PRODUÇÃO DE ÁGUA COM RECUPERAÇÃO Total


Vol. Produzido Equivalente
Planície de Mata Nativa Reflorestamento Agricultura Campo Lagos Planície de Inundação Populacional*
Inundação % Recarga Vol. Produzido % Recarga Vol. Produzido % Recarga Vol. Produzido % Recarga Vol. Produzido Taxa de Recarga Vol. Produzido Taxa de Recarga* Vol. Produzido
(m3/ano) (m3/ano) (m3/ano) (m3/ano) mm/h (m3/ano) mm/h (m3/ano) (m3/ano) (hab.)

0,00 30,00 821.865,95 17,00 0,00 18,75 71.343,92 18,75 628.757,98 0,30 545.000,21 0,05 0,00 2.066.968,07 16.448,89

12,47 30,00 1.004.412,49 17,00 0,00 18,75 38.323,21 18,75 1.171.037,37 0,30 854.021,71 0,05 54.630,77 3.122.425,55 24.848,21

0,00 30,00 283.520,86 17,00 0,00 18,75 0,00 18,75 473.448,47 0,30 105.767,41 0,05 0,00 862.736,74 6.865,64

0,00 30,00 449.099,33 17,00 0,00 18,75 4.683,52 18,75 320.368,66 0,30 66.552,37 0,05 0,00 840.703,87 6.690,31

0,00 30,00 113.008,26 17,00 0,00 18,75 0,00 18,75 62.578,13 0,30 166.674,01 0,05 0,00 342.260,41 2.723,70

0,00 30,00 80.681,67 17,00 0,00 18,75 2.690,63 18,75 106.466,33 0,30 112.022,34 0,05 0,00 301.860,97 2.402,20

0,00 30,00 277.647,00 17,00 0,00 18,75 4.527,33 18,75 290.571,29 0,30 305.760,23 0,05 0,00 878.505,85 6.991,13

0,00 30,00 951.371,87 17,00 54.017,03 18,75 151.808,35 18,75 591.237,19 0,30 112.061,26 0,05 0,00 1.860.495,69 14.805,79

0,00 30,00 164.934,66 17,00 0,00 18,75 0,00 18,75 93.985,78 0,30 48.688,61 0,05 0,00 307.609,06 2.447,95

0,00 30,00 620.352,90 17,00 62.414,53 18,75 542,58 18,75 425.145,61 0,30 358.370,06 0,05 0,00 1.466.825,67 11.672,97

0,00 30,00 1.173.957,36 17,00 177.446,11 18,75 34.846,89 18,75 518.489,77 0,30 484.005,25 0,05 0,00 2.388.745,38 19.009,59

12,47 30,00 5.940.852,35 17,00 293.877,66 18,75 308.766,44 18,75 4.682.086,57 0,30 1.850.038,05 0,05 54.630,77 13.130.251,84 104.490,31

do município de Vinhedo - SANEBAVI.

366
Tabela VI-78 Totalização da produção de água no Cenário 3 – Condição de autossuficiência hídrica suprimindo a captação do Capivari, localização das captações
no exutório das microbacias ou de conjunto delas, microbacias hidrográficas, ou parte delas, exclusivamente pertencentes ao município recuperadas
hidrologicamente.

Total
Vol. Produzido Equivalente Vol. Produzido Equivalente Vol. Produzido Equivalente
MICROBACIAS Área Urbana Populacional* Área Rural Populacional* Populacional*

(m3/ano) (hab.) (m3/ano) (hab.) (m3/ano) (hab.)

Tico / Moinho 2.066.968,07 16.448,89

Capivari 3.122.425,55 24.848,21

Santa Cândida 862.736,74 6.865,64

São Bento / Capela 840.703,87 6.690,31

Marambaia 342.260,41 2.723,70

Sterzeck 301.860,97 2.402,20

Cachoeira / Pinheirinho 878.505,85 6.991,13

Água do Buracão 1.860.495,69 14.805,79

Juazeiro / Cruzeiro 307.609,06 2.447,95

Paciência / Cristo 1.466.825,67 11.672,97

Bom Jardim 2.388.745,38 19.009,59

Total 1.198.124,42 9.533,93 13.130.251,84 104.490,31 14.328.376,26 114.024,24

367
8. PRODUÇÃO DE ÁGUA NO SISTEMA DE FLUXO INTERMEDIÁRIO.

A presente discussão sobre a produção de água do fluxo intermediário não tem o


objetivo de agregar esse valor à disponibilidade hídrica de Vinhedo já calculado no fluxo local.
Isso porque as práticas conservacionistas e as recuperações físico-hídricas recomendadas para o
fluxo local implicam diretamente numa também maior recarga das águas subterrâneas do fluxo
intermediário. Assim, enfatizando, no cálculo do valor do incremento de produção de água no
fluxo local já ficou considerado o volume das águas que migrariam pra o fluxo intermediário.
No entanto, objetivando individualizar a quantificação do potencial de produção de água
da área que é considerada como de recarga desse fluxo intermediário, passa-se a apresentar a
discussão seguinte.
O Sistema de Fluxo Intermediário compreende a disponibilidade hídrica das águas
subterrâneas de Vinhedo.
De acordo com SANEBAVI (2006) em “Caracterização dos terrenos de Vinhedo em
relação à capacidade de infiltração e recarga das águas subterrâneas”, as microbacias em
situações mais elevadas foram classificadas como áreas de recarga regional de sistemas de fluxo
intermediário de água subterrânea. A figura 89 apresenta o mapa hipsométrico, em que as
maiores altitudes situam-se na região leste e as mais baixas, nas bacias do rio Capivari
(sudoeste).
Assim, quanto às estruturas e sistemas de drenagem, detalha que as microbacias,
situadas em maior altitude (portanto, de maior carga hidráulica), foram consideradas como
descarga local, porém contribuinte (recarga) para o sistema de fluxo intermediário (Figura 89A).
Esse tipo de fluxo compreende sistemas mais abrangentes que o Sistema de fluxo local,
como as áreas de divisores de bacias hidrográficas e descargas em rios e córregos de maior
porte.
No trabalho citado, as áreas de recarga e descarga foram consideradas para a avaliação
do potencial de infiltração local (Figura 94B).

Curvas Hipsométricas
JUAZEIRO/
A Curvas Hipsométricas
STERZEK
STERZEK
JUAZEIRO/
CRUZEIRO
CRUZEIRO

BOM JARDIM
SÃO PACIÊNCIA/ BOM JARDIM
SÃO BENTO/
BENTO/ CACHOEIRA/ PACIÊNCIA/
CAPELA CRISTO
CACHOEIRA/ CRISTO
CAPELA PINHEIRINHO
PINHEIRINHO
STA.
STA. MARAMBAIA
CÂNDIDA MARAMBAIA
CÂNDIDA ÁGUA DO
DO
ÁGUA
BURACÃO
BURACÃO

CAPIVARI
CAPIVARI
Potencial Natural de Infiltração de
Água no Solo

TICO/
TICO/
MOINHO
MOINHO

Figura VI-94 A) Esboço de mapa hipsométrico do município de Vinhedo. Áreas de cores


F
vermelhas escuro a marrom – acima de 800 m; áreas de cores pardas – 700 a 800 m; verde – 600
a 700 m; amarelo – abaixo de 600 m (Elo Ambiental 2006); B) Mapa do Potencial natural da
infiltração de água no solo em Vinhedo.

Assim, o sentido do fluxo intermediário em Vinhedo, grosso modo, teria sua área de
recarga na parte leste do município, nas partes altas da microbacia do Bom Jardim.

368
- Quantificação da produção de água considerando a área de recarga do fluxo
intermediário.

A distribuição espacial da área de recarga do fluxo intermediário dentro do município


de Vinhedo é apresentada na figura 95A.

Contorno da
área de recarga
(SANEBAVI, 2006)

Contorno da
área de
recarga

Contorno da área
de Topo de Morro
(ELO Ambiental, 2011)

B
Figura VI-95 A) Delimitação da área de recarga do fluxo intermediário de Vinhedo; B) Delimitação da
área de recarga do fluxo intermediário e a delimitação da área de topo de morro identificada no
trabalho ELO Ambiental (2011).

De forma mais detalhada, a figura 90B mostra a delimitação da área de recarga do fluxo
intermediário e a delimitação da área de topo de morro identificada no trabalho ELO Ambiental
(2011).
A área compreende, aproximadamente, 1.730 ha, distribuindo-se, nas microbacias Água
do Buracão, Paciência e Cristo, Juazeiro e Cruzeiro e em, praticamente, toda microbacia do
Bom Jardim.
Se nessa área for considerado, de acordo com SANEBAVI (2006) que “a recarga do
aqüífero considerada é o valor do escoamento básico em 167 mm/ ano, calculada pelo balanço
hídrico e também Santos et al. (2012), que para o cálculo da reserva ativa utilizou o montante de
4 % do excedente hídrico médio, referente ao balanço hídrico, a lâmina de precipitação anual
que executaria a recarga do fluxo intermediário seria de 6,68 mm/ano e o volume máximo
teórico de recarga, 115.564 m3/ano.
O Equivalente Populacional desse valor seria de, aproximadamente, 1000 pessoas.

369
E. ANÁLISE COMPARATIVA DA PRODUÇÃO DE ÁGUA COM O MÉTODO
DE REGIONALIZAÇÃO (DAEE)

O método de cálculo da vazão pela regionalização. Trata-se de um Estudo realizado


pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE que é o órgão gestor dos recursos
hídricos do Estado de São Paulo. Foi baseado em 444 postos pluviométricos, séries de descargas
mensais de 219 estações fluviométricas e séries de vazões diárias de 88 postos fluviométricos
entre 1972 e 1983 (DAEE, 1988).
Deve ser lembrado que nesse presente trabalho as áreas a serem trabalhadas como
produtoras de água estão na área rural.
A tabela 79 mostra as dimensões das diferentes coberturas vegetais na área rural e sua
proporção em relação à área total da microbacia.

Tabela VI-79 Áreas a serem recuperadas por Uso do Solo, total e proporção em relação à área total
da microbacia.

TIPO DE COBERTURA VEGETAL NA ÁREA RURAL ÁREA TOTAL PROPORÇÃO


DA DA ÁREA
MICROBACIAS Mata Nativa Reflores- Agricultura Campo Total BACIA* TRABALHADA
tamento
(ha) (ha) %

Tico / Moinho 272,32 0,00 50,40 333,34 656,06 786,94 83,37

Capivari 332,81 0,00 27,07 620,83 980,71 1.625,63 60,33

Santa Cândida 93,94 0,00 0,00 251,00 344,94 448,29 76,95

São Bento / Capela 148,81 0,00 3,31 169,84 321,96 682,25 47,19

Marambaia 37,44 0,00 0,00 33,18 70,62 337,18 20,94

Sterzeck 26,73 0,00 1,90 56,44 85,08 298,49 28,50

Cachoeira / Pinheirinho 92,00 0,00 3,20 154,05 249,24 1024,62 24,33

Água do Buracão 315,23 42,09 107,24 313,45 778,00 862,26 90,23

Juazeiro / Cruzeiro 54,65 0,00 0,00 49,83 104,48 322,59 32,39

Paciência / Cristo 205,55 48,63 0,38 225,39 479,95 531,15 90,36

Bom Jardim 388,99 138,25 24,62 274,88 826,73 1195,71 69,14

Total 1.968,47 228,97 218,11 2.482,22 4.897,77 8.115,11 60,35

* Área da Bacia dentro do município de Vinhedo


* Área da bacia dentro do município de vinhedo.
Há uma discordância entre a Área do Municípío apontada pelo IBGE (81,604 km2 = 8160,4 ha) http://cidades.ibge.gov.br/painel/painel.php?codmun=355670
Háe ELO
uma discordância
AMBIENTAL, entre aAmbiental
2011. Diagnóstico área do município
do Município apontada
de Vinhedo/SP. pelo IBGE
Vinhedo,159 (81,604
p. (8.115,33 ha) km2 = 8160,4 ha)
http://cidades.ibge.gov.br/painel/painel.php?codmun=355670; e Elo Ambiental, 2011. Diagnóstico ambiental do município de
Vinhedo/SP. Vinhedo, 159 p. (8.115,33 ha).

Por outro lado, deve ser lembrado que nesse presente trabalho já foi destacado que as
áreas que foram consideradas como recebedoras de intervenções para recuperação físico-
hidrológica visando o aumento na produção de água foram as ocupadas por reflorestamento,
campo e agricultura. Assim, as áreas de mata nativa, mesmo algumas necessitando de
adequações, foram consideradas como “preservadas” não recebendo intervenções.
Assim, nos cálculos desenvolvidos até aqui de produção de água, a diferença entre o
volume de água produzido na condição “degradada” em relação à “recuperada” refere-se
unicamente ao ganho hidrológico alcançado nas áreas de reflorestamento, campo e agricultura.
A tabela 80 reapresenta o cálculo da produção de água das microbacias de Vinhedo nas
situações físico-hídricas degradada e recuperada e o ganho hidrológico.

370
Tabela VI-80 Calculo da produção de água das microbacias de Vinhedo na situação físico-hídrica degradada e recuperada.

PRODUÇÃO PRODUÇÃO GANHO EQUIVALENTE

ÁREA RECUPERADA ATUAL ÁGUA DE ÁGUA COM TOTAL POPULACIONAL*


DEGRADADA RECUPERAÇÃO
MICROBACIAS Mata Nativa Reflores- Agricultura Campo Vol. Produzido
tamento
(ha) (m3/ano) (m3/ano) (hab.)

Tico / Moinho 272,32 0,00 50,40 333,34 1.723.486,97 2.066.968,07 343.481,10 2.733,42

Capivari 332,81 0,00 27,07 620,83 2.526.829,62 3.122.425,55 595.595,93 4.739,74

Santa Cândida 93,94 0,00 0,00 251,00 629.168,83 862.736,74 233.567,91 1.858,73

São Bento / Capela 148,81 0,00 3,31 169,84 680.469,69 840.703,87 160.234,18 1.275,14

Marambaia 37,44 0,00 0,00 33,18 311.388,53 342.260,41 30.871,88 245,68

Sterzeck 26,73 0,00 1,90 56,44 248.081,95 301.860,97 53.779,02 427,97

Cachoeira / Pinheirinho 92,00 0,00 3,20 154,05 733.044,59 878.505,85 145.461,26 1.157,58

Água do Buracão 315,23 42,09 107,24 313,45 1.470.966,27 1.860.495,69 389.529,42 3.099,87

Juazeiro / Cruzeiro 54,65 0,00 0,00 49,83 261.242,74 307.609,06 46.366,32 368,98

Paciência / Cristo 205,55 48,63 0,38 225,39 1.225.626,70 1.466.825,67 241.198,97 1.919,46

Bom Jardim 388,99 138,25 24,62 274,88 2.027.972,16 2.388.745,38 360.773,22 2.871,03

Total 1.968,47 228,97 218,11 2.482,22 10.529.392,63 13.130.251,84 2.600.859,21 20.697,59

* Equivalente Populacional - Consumo de água produzido per capita (344,3l/hab./dia = 125.66m 3/ano, em 2011). Fonte: Indicadores do sistema de abastecimento de água do município de Vinhedo - SANEBAVI.

371
Concordante com o acima, na aplicação do Método de Regionalização disponível no
site do DAEE para as diferentes microbacias de Vinhedo, como dados de entrada, também foi
considerada a área ocupada somente pelo reflorestamento, campo e agricultura.
A tabela 81 mostra os valores de entrada para o cálculo das vazões pelo Método da
Regionalização.

Os tipos de vazões calculados foram:

- Vazão média de longo termo: Que se refere à descarga média plurianual;


- Volume de regularização: Que estima o volume de armazenamento necessário para
atender demandas que superam sazonalmente as disponibilidades hídricas, restringindo-se
às estiagens intra-anuais;
- Curva de Permanência: Que se refere à amplitude de variação das vazões e freqüência
com que cada vazão ocorre numa seção do rio;
- Vazão mínima anual de "d" meses consecutivos com "T" anos de período de retorno
(m 3 /s) e;
- Vazão mínima anual de 7 dias consecutivos com "T" anos de período de retorno - Q 7,T:
Que é um cálculo de vazão mínima que sofre menos influência de erros operacionais e
intervenções humanas no curso de água que a vazão Mínima Diária e é suficientemente
mais detalhada que a vazão mínima mensal.

O ANEXO III mostra, por microbacia hidrográfica de Vinhedo, os valores e gráficos das
diferentes vazões calculadas pelo Método da Regionalização.
A tabela 82 resume os dados de vazão obtidos.
A avaliação da consistência dos dados da metodologia empregada nesse trabalho no
cálculo da produção de água das microbacia hidrográficas de Vinhedo nas condições degradadas
e hidrologicamente recuperadas pode ser feita comparando-se em questão de ordem de grandeza
(não em valores absolutos) com as vazões/volume obtidos pelo método da Regionalização
(DAEE, 1988) mostrada na tabela 83.

372
Tabela VI-81 Valores de entrada para o cálculo das vazões pelo método da Regionalização (DAEE, 1988).

Coordenadas Geográficas ÁREA RECUPERADA


do Exutório das Microbacias
MICROBACIAS Reflores- Agricultura Campo Total
tamento
Latitude Longitude (ha) (ha) km2

Tico / Moinho 23° 3'31.90"S 47° 2'10.95"O 0,00 50,40 333,34 383,74 3,84

Capivari 23° 3'22.77"S 47° 2'14.10"O 0,00 27,07 620,83 647,90 6,48

Santa Cândida 23° 3'19.90"S 47° 2'5.55"O 0,00 0,00 251,00 251,00 2,51

São Bento / Capela 23° 3'13.36"S 47° 0'25.38"O 0,00 3,31 169,84 173,15 1,73

Marambaia 23° 3'7.48"S 47° 0'1.60"O 0,00 0,00 33,18 33,18 0,33

Sterzeck 23° 0'24.93"S 46°59'14.57"O 0,00 1,90 56,44 58,34 0,58

Cachoeira / Pinheirinho 23° 0'25.16"S 46°59'1.47"O 0,00 3,20 154,05 157,25 1,57

Água do Buracão 23° 3'54.39"S 46°56'47.35"O 42,09 107,24 313,45 462,77 4,63

Juazeiro / Cruzeiro 23° 0'37.46"S 46°58'51.01"O 0,00 0,00 49,83 49,83 0,50

Paciência / Cristo 23° 1'53.59"S 46°57'54.10"O 48,63 0,38 225,39 274,40 2,74

Bom Jardim 23° 0'27.77"S 46°57'24.42"O 138,25 24,62 274,88 437,75 4,38

Total 228,97 218,11 2.482,22 2.929,30 29,29

(1) Diferença de precipitação Anual entre microbacias - Entre as precipitações de cada microbacia fornecidas pelo Método da regionalização
(2) Diferença de precipitação Anual entre Metodologias - Entre as precipitações de cada microbacia fornecidas pelo Método da Regionalização e a precipitação considerda na
Metodologia do Cálculo de Produção de Água - 1249 mm.

373
Tabela VI-82 Valores das diferentes vazões e da precipitação anual calculadas pelo método da Regionalização (DAEE, 1988).
Diferença Diferença
Precipitação Precipitação Precipitação Curva de Permanência VMADMC
MICROBACIAS Anual Met. Anual entre Anual entre QMLT P (%)" de Permanência Meses Q7,10
Regionaliz. Micorbacias Metodologias
(1249mm) 50 100 1 6
(1) (2)
(mm) (m3/s)

Tico / Moinho 1275,9 0,0 26,9 0,035 0,028 0,008 0,010 0,014 0,007

Capivari 1275,9 0,0 26,9 0,060 0,047 0,013 0,017 0,023 0,013

Santa Cândida 1275,9 0,0 26,9 0,023 0,018 0,005 0,006 0,009 0,005

São Bento / Capela 1285,0 9,1 36,0 0,016 0,013 0,004 0,005 0,006 0,003

Marambaia 1287,7 11,8 38,7 0,003 0,002 0,001 0,001 0,001 0,001

Sterzeck 1289,4 13,5 40,4 0,006 0,005 0,002 0,002 0,003 0,002

Cachoeira / Pinheirinho 1289,4 13,5 40,4 0,015 0,013 0,005 0,005 0,007 0,004

Água do Buracão 1297,9 22,0 48,9 0,046 0,039 0,015 0,016 0,021 0,013

Juazeiro / Cruzeiro 1291,5 15,6 42,5 0,005 0,004 0,002 0,002 0,002 0,001

Paciência / Cristo 1293,1 17,2 44,1 0,027 0,022 0,009 0,010 0,012 0,008

Bom Jardim 1294,2 18,3 45,2 0,043 0,036 0,014 0,015 0,019 0,012

Total

Obs:
(1) Diferença de precipitação Anual entre microbacias - Entre as precipitações de cada microbacia fornecidas pelo Método da regionalização
(2) Diferença de precipitação Anual entre Metodologias - Entre as precipitações de cada microbacia fornecidas pelo Método da Regionalização e a precipitação considerda na
Metodologia do Cálculo de Produção de Água - 1249 mm.
QMLT: Vazão média de longo termo
VMADMC: Vazão mínima anual de "d" meses consecutivos com 10 anos de período de retorno.
Q7,10: Vazão mínima anual de 7 dias consecutivos com 10 anos de período de retorno.

374
Tabela VI-83 Comparação entre as vazões/volume de água produzido (m3/ano) obtidos nesse trabalho com as vazões/volume de água produzido pelo método da
Regionalização (DAEE, 1988).
Curva de Permanência PRODUÇÃO PRODUÇÃO PRODUÇÃO
QMLT VMADMC Q7,10 ATUAL ÁGUA DE ÁGUA COM DE ÁGUA COM
MICROBACIAS P (%)" de Permanência Meses DEGRADADA RECUPERAÇÃO RECUPERAÇÃO
50 100 1 6 Vol. Produzido (1) Vol. Produzido (2)

3
(m /ano)

Tico / Moinho 1.103.760,00 883.008,00 252.288,00 315.360,00 441.504,00 220.752,00 356.620,80 700.101,90 1.220.764,32

Capivari 1.892.160,00 1.482.192,00 409.968,00 536.112,00 725.328,00 409.968,00 613.764,64 1.209.360,58 2.122.342,90

Santa Cândida 725.328,00 567.648,00 157.680,00 189.216,00 283.824,00 157.680,00 239.880,56 473.448,47 833.269,31

São Bento / Capela 504.576,00 409.968,00 126.144,00 157.680,00 189.216,00 94.608,00 164.818,00 325.052,18 571.342,47

Marambaia 94.608,00 63.072,00 31.536,00 31.536,00 31.536,00 31.536,00 31.706,25 62.578,13 110.137,51

Sterzeck 189.216,00 157.680,00 63.072,00 63.072,00 94.608,00 63.072,00 55.377,94 109.156,96 191.685,75

Cachoeira / Pinheirinho 473.040,00 409.968,00 157.680,00 157.680,00 220.752,00 126.144,00 149.637,36 295.098,62 518.649,20

Água do Buracão 1.450.656,00 1.229.904,00 473.040,00 504.576,00 662.256,00 409.968,00 407.533,14 797.062,57 1.337.487,85

Juazeiro / Cruzeiro 157.680,00 126.144,00 63.072,00 63.072,00 63.072,00 31.536,00 47.619,46 93.985,78 165.414,98

Paciência / Cristo 851.472,00 693.792,00 283.824,00 315.360,00 378.432,00 252.288,00 246.903,75 488.102,71 811.538,92

Bom Jardim 1.356.048,00 1.135.296,00 441.504,00 473.040,00 599.184,00 378.432,00 370.009,55 730.782,77 1.145.743,13

Total 8.798.544,00 7.158.672,00 2.459.808,00 2.806.704,00 3.689.712,00 2.175.984,00 2.683.871,46 5.284.730,67 9.028.376,33

Obs:
QMLT: Vazão média de longo termo
VMADMC: Vazão mínima anual de "d" meses consecutivos com 10 anos de período de retorno.
Q7,10: Vazão mínima anual de 7 dias consecutivos com 10 anos de período de retorno.
(1) Somente consideradas as áreas de Reflorestamento, Agricultura e Pasto.
(2) Cálculo da produção de água sem os coeficientes de segurança - 50% de ganho do escorrimento superficial e 50% de ganho no desassoreamento das nascentes.

375
IMPORTANCIA DO CÁLCULO DO POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE ÁGUA
E AUTOSSUFICIÊNCIA HÍDRICA DE VINHEDO.

De acordo com a legislação vigente, a retirada de água de um manancial só é legalmente


possível a partir da solicitação e Concessão de Outorga, que, no estado de São Paulo é realizada
pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica- DAEE enquanto órgão gestor dos recursos
hídricos do estado de São Paulo.
Assim, dentro da decorrência dos objetivos desse trabalho, as novas solicitações e as
adequações de novos valores de outorga a partir da recuperação físico-hídrica das microbacias
hidrográficas de vinhedo serão apresentadas no capítulo seguinte “Calculo da compatibilização
do ganho na produção de água com o direito de outorga”.
No entanto, a importância do cálculo do potencial de produção de água e
autossuficiência hídrica de Vinhedo se manifestam no caso de ocorrências de graves crises
hídricas, como a ocorrida recentemente nos anos 2013/2014.
Nesse biênio vinhedo, assim como todos os outros municípios da Região Metropolitana
de Campinas, sofreu uma enorme restrição em seu abastecimento público.
Segundo Coelho et al (-) a região sudeste do Brasil sofreu durante os verões 2013/2014
e 2014/2015 importantes déficits de precipitação, resultando no estabelecimento de condições
de seca e uma crítica crise de água com impactos em diversos setores da sociedade, incluindo o
abastecimento humano, agricultura e a geração de energia hidroelétrica. O maior reservatório de
abastecimento humano de água, o sistema Cantareira, atingiu em Janeiro de 2015 seu menor
volume histórico de armazenamento (5%), forçando o governo do Estado de São Paulo a
instalar um sistema de bombeamento para trazer águas de profundidades jamais utilizadas
visando evitar o colapso de abastecimento da cidade de São Paulo.
Em 12/02/2014, em Vinhedo, a situação assim se apresentava: A Represa I, em Vinhedo (SP),
está com a metade do nível normal na parte mais profunda, que é de 4,20 metros. Em determinados
trechos é possível caminhar. A Saneamento Básico Vinhedo (Sanebavi) utilizou uma foto desta
represa em um folhetim para tentar convencer os moradores a economizar água. O título da
publicação é: "Olhe a situação da Represa I".

Figura VI-96 Situação da Represa I, em Vinhedo (SP).

Por causa da estiagem, a Sanebavi vem realizando manobras para garantir o abastecimento
de todas as regiões da cidade, que tem cerca de 70 mil moradores e 22 mil ligações entre residências,
empresa, prédios públicos e escolas. Os 36 reservatórios do município estão sendo monitorados 24
horas por dia. E quanto uma região apresenta um consumo acima do normal, principalmente por
causa do calor, manobras são feitas para evitar o colapso. Com estas manobras, bairros chegam a
ficar até 4 horas sem abastecimento.
Carros, calçadas, quintais e piscinas não devem ser lavados. O Sanebavi ainda dá
indicações de economia:

 Mantenha a torneira fechada enquanto escova os dentes;


 Tome banhos rápidos de até cinco minutos;

376
 Não utilize a descarga do vaso sanitário sem necessidade;
 Use as máquinas de lavar louças e roupa somente se necessário;
 Feche a torneira enquanto torce a roupa no tanque;
 A piscina deve ser limpa com água filtrada e não drenada e;
 Reutilize a água sempre que possível.

12/02/2014 17h01 - Com metade do nível, represa em Vinhedo tem trechos de caminhada – Sanebavi pede consumo racional na cidade
durante a estiagem. (http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2014/02/com-metade-do-nivel-represa-em-vinhedo-tem-
trechos-de-caminhada.html).

Por essa data, em 16 de fevereiro de 2014, sob forte pressão, os municípios assumiam
posturas desesperadas para garantir o mínimo de água para sua população. Nesse contexto
divulgava-se: Começou a Guerra Pela Água - Americana, Sumaré e Paulínia ficaram sem a
água do Rio Atibaia (SP) - Campinas bloqueia rio e afeta cidades vizinhas.
Diante do risco cada vez maior de racionamento, Campinas represou toda a água do
rio que abastece a cidade e secou todo o curso restante, pondo em risco o abastecimento de
cidades vizinhas.
A medida da Sanasa (empresa local de saneamento), ao lançar pedras e terra no rio
Atibaia há duas semanas, teve como objetivo diminuir a velocidade da água e facilitar a
captação diante da seca.
Mas sem as chuvas e com o leito cada vez mais seco, a obra, chamada de enrocamento,
se transformou no bloqueio completo.
Hoje, toda a água que chega a Campinas pelo rio Atibaia é distribuída na própria
cidade, já que o fluxo natural está interrompido.

Figura VI-97 Bloqueio completo do rio Atibaia para abastecimento de Campinas.

Outras cidades e grandes indústrias da região dependem do Atibaia, que passa ainda
por Paulínia, Sumaré e Americana, se junta ao rio Jaguari e forma o Piracicaba.
A SANASA tem licença para captar até 4,7 m³/s de água do Atibaia, que estava ontem
com apenas 3,4 m³/s de vazão. A média histórica de fevereiro é de 45 m³/s no local.
A empresa informou que a obra é legal e não é preciso autorização para realizá-la,
pois está captando menos do que a vazão permitida.
"Esse enrocamento tem de ter autorização do Departamento de Águas e Energia
Elétrica", diz Francisco Lahoz, Secretário-Executivo do Consórcio Intermunicipal da Bacia dos
Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. "A legislação diz que é preciso manter uma vazão mínima
para manter o curso d'água", completa Lahoz.
Procurada, a Agência Nacional de Águas informou que o DAEE (Departamento
Estadual de Águas e Energia) deve analisar o caso, pois, o Atibaia é um rio estadual.
Também procurado, o DAEE não respondeu até a conclusão desta edição.

377
Afetados - Na terça, a Rhodia, maior empresa de produtos químicos do Brasil,
paralisou uma de suas linhas de produção, na fábrica de Paulínia, devido à pouca
disponibilidade de água no rio Atibaia.
A maior refinaria da Petrobras no país, a REPLAN também faz captação no Atibaia.
Procurada, a petrolífera informou que está operando suas unidades industriais normalmente
em Paulínia, mas "está atenta à situação de estiagem e mantém contatos permanentes com os
órgãos competentes". "Uma indústria ter de reduzir a produção é uma catástrofe, pois causa
demissões e gera inflação", diz José Nunes Filho, diretor do Ciesp Campinas.

Lucas Sampaio de Campinas, 16 de fevereiro de 2014. http://sosriosdobrasil.blogspot.com.br/2014/02/comecou-guerra-pela-


agua-americana.html

Na RMC, ainda em agosto de 2014, continuaria o nível assustador de restrição hídrica.


O Correio Popular assim a descrevia: Situação de seca do Rio Atibaia é desesperadora - Vazão
chegou a 1,72 m³/s e levou o DAEE a liberar mais água do Sistema Cantareira para o rio. “A
situação do Rio Atibaia para o abastecimento de Campinas (SP) é desesperadora, segundo o
presidente da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (SANASA), Arly de Lara
Romeo. A empresa conseguiu nesta segunda-feira (25) a liberação de mais 1 m3 de água por
segundo do Sistema Cantareira e evitar, assim, a deflagração de racionamento na cidade. Os
sinais de agravamento da crise hídrica vieram no domingo, quando o rio registrou uma vazão
de 1,72 m3/s, a segunda mais baixa registrada desde fevereiro, a vazão chegou a 1,64 m3/s e
por pouco a cidade não entrou em rodízio”.
No Atibaia, a situação é desoladora. As pedras afloraram na superfície do rio e embora
haja pouca água no rio, não chegou ainda aquele cenário de rio morto que ocorreu em
fevereiro, quando a SANASA estava captando toda a água que chegava e não deixava nenhum
volume seguir em frente.
Hoje, a empresa está retirando 80% da água que passa na sua captação, deixando
seguir 20% em frente para garantir a vazão ecológica do rio.
O Sistema Cantareira operou nesta segunda-feira com 11,4% de sua capacidade,
incluindo o chamado volume morto das represas. Em ritmo de queda constante, os
reservatórios receberam ontem apenas 5,34 m3/s dos rios que nascem no Sul de Minas e são
represados em Bragança Paulista, Joanópolis, Nazaré Paulista e outras cidades e verteram 3
m3/s para a região de Campinas e 17,8 m3/s para a Grande São Paulo.

25/08/2014; Maria Teresa Costa; Correio Popular; Campinas.


(http://correio.rac.com.br/_conteudo/2014/08/capa/campinas_e_rmc/200835-situacao-de-seca-do-rio-atibaia-e-
desesperadora.html)

Dois meses, outubro de 2014, depois, em Vinhedo se noticiava: VINHEDO: Prefeito


declara estado de emergência por causa da seca.
Autorização para requisitar, administrativamente, recursos hídricos particulares, em
destaque lagoas e nascentes, com o objetivo de atender às necessidades gerais e pontuais de
Vinhedo; instalação de mais redutores de vazão de água nas escolas municipais, como forma
de controle de desperdício, suspensão das atividades nas piscinas públicas e nomeação da
Comissão de Gestão de Crise de Abastecimento Hídrico de Vinhedo.
Estas são algumas das ações anunciadas pela Prefeitura de Vinhedo, após o decreto nº
216, assinado pelo prefeito Jaime Cruz ontem, dia 15, que estabelece situação de Emergência
após a necessária interrupção da captação de água no Rio Capivari, por conta da alta
concentração de poluentes no Rio, que é um dos principais mananciais de Vinhedo. “A
necessária interrupção na captação de água do Capivari resulta numa redução na água
produzida pelo sistema da ETA 1, atingindo boa parte dos bairros da cidade. Assim, para evitar
a necessidade limite de implantar um rodízio, estabelecemos estas medidas como mais uma
ação que se somam às já realizadas pela Prefeitura desde o final de 2013, quando anunciamos
o racionamento na cidade”, comentou o prefeito Jaime Cruz.
A SANEBAVI – Saneamento Básico Vinhedo, autarquia responsável pelo
gerenciamento da água na cidade, esclarece que estas medidas evitam o desabastecimento em

378
longa escala na cidade. “Já estamos, também, analisando lagos particulares da cidade que,
pelo decreto, teremos condições de captar água para amenizar o déficit de água potável para
fornecimento à população”, afirmou o superintendente da Sanebavi, Odair Seraphim.

16/10/2014. (http://www.fn10.com.br/vinhedo-prefeito-declara-estado-de-emergencia-por-causa-da-seca/)

Também, em 17/10, matéria do Correio Popular espelhava a situação em diversos


municípios da região: A falta de água já está atingindo mais de 1 milhão de pessoas em dez
cidades da região de Campinas, oito delas com racionamento implantado. A crise hídrica
rebaixou o volume na calha dos rios e vem, a cada dia, aumentando a concentração de
poluentes, o que compromete o tratamento da água para abastecimento público de 1,1 milhões
de pessoas.
Vinhedo está em racionamento desde novembro do ano passado e nesta quinta-feira
decretou estado de emergência. Indaiatuba teve que interromper a captação de água na terça-
feira (14) e iniciou na quarta (15) um rodízio no abastecimento na zona norte da cidade — a
parte baixa, com 39 bairros, fica sem água das 22h às 6h, enquanto a parte alta tem corte no
fornecimento das 6h às 22h.
Desde fevereiro, 117 mil moradores de Valinhos vivem com o racionamento de água,
cujo abastecimento é interrompido das 10h às 4h do dia seguinte, duas vezes por semana,
enquanto os 64 mil habitantes de Cosmópolis ficam sem água das 22h às 7h desde fevereiro,
intercalando diariamente as duas áreas em que a cidade foi dividida.
Os 57 mil moradores de Nova Odessa estão em racionamento desde julho, quando a
cidade foi dividida em parte alta e parte baixa e cada uma delas fica sem água, em dias
alternados, das 21h às 10h. De três reservatórios do sistema Recanto, dois já secaram e a
empresa de saneamento deve começar a bombear o volume morto da terceira represa hoje.
Os 160 mil moradores de Itu estão sob racionamento desde fevereiro, com interrupção
no fornecimento diariamente das 20h às 4h.
Em Salto, 110 mil pessoas estão em racionamento de água desde fevereiro. A cidade foi
dividida por regiões e o fornecimento é interrompido das 8h às 14h, em sistema de rodízio. O
objetivo é evitar que toda a cidade seja atingida pelo rodízio ao mesmo tempo. Foi a primeira
cidade paulista a decretar emergência em razão da seca.
Em Saltinho, os 8 mil moradores vivem o drama da seca desde julho, com corte no
abastecimento diariamente por seis horas, das 8h às 11h e das 16h às 19h.
Americana iniciou o rodízio no uso de reservatórios, que está submetendo os 220 mil
habitantes a risco de desabastecimento.
17/10/2014 Maria Teresa Costa; DRAMA: Falta d'água já afeta 1,1 milhões na região de Campinas - Crise hídrica rebaixou
a calha dos rios, aumentando a poluição e dificultando o abastecimento.
(http://correio.rac.com.br/_conteudo/2014/10/capa/campinas_e_rmc/215288-falta-d-agua-ja-afeta-1-1-milhao-na-regiao-de-
campinas.html)

Um dos exemplos mais críticos ocorreu no município de Itu. Assim descreve O G1.
GLOBO, em 20/10/2014: A situação em Itu é resultado da falta d'água que assola a cidade
desde 5 de fevereiro deste ano, quando a concessionária de águas implantou o racionamento na
cidade. No início, o rodízio era feito apenas nos bairros mais altos. Nos meses seguintes, o
racionamento foi ampliado pelo menos mais três vezes e atualmente está em vigor na cidade
toda.
O problema é que os moradores reclamam que o rodízio de água não é cumprido como
anunciado pela empresa e muitos bairros estão sem água há dias. Há moradores que relatam que
chegam a ficar 15 dias sem água. O abastecimento com caminhões-pipa também é alvo de
reclamações. Até o atendimento ao consumidor gera queixas, já que muitas vezes o morador
fica vários minutos no telefone e não consegue ser atendido.
Cerca de 50 pessoas protestaram por causa da falta d'água em Itu (SP) durante a sessão da
Câmara dos Vereadores realizada nesta segunda-feira (20). Com cartazes e narizes de palhaço, os
moradores cobraram por soluções. Por diversas vezes, a sessão da Câmara precisou ser interrompida.

379
Figura VI-98 - Moradores voltaram a Câmara de Itu para pedir socorro à cidade (foto: Ana
Carolina Levorato/g1).

Entre gritos dos manifestantes e paralisações da sessão, os vereadores aproveitaram a reunião


para votar um requerimento solicitando a presença do prefeito.
A Justiça passou de R$ 200,00 para R$ 500,00 a multa por imóveis que ficarem mais de 48
horas sem água. Os promotores também elaboraram um pedido de intervenção do estado.
Um grupo de moradores realizou um protesto ao lado da bica do bairro Santa Terezinha, nesta
segunda-feira. Cerca de 250 pessoas, segundo a Polícia Militar, atearam fogo em pneus, madeira e
móveis velhos, interditando o trânsito de veículo.

Figura VI-99 - Rua foi interditada com fogo em móveis velhos e pneus (foto: Ana Carolina
Levorato/G1).

Durante uma manifestação, um morador aproveitou para protestar de uma forma


inusitada. Ele aproveitou a água que jorrava de um caminhão-pipa para tomar banho. O local
ficou sem fornecimento de água há mais de uma semana, de acordo com os manifestantes.

Figura VI-100 - Morador "toma banho" com água de caminhão-pipa (foto: tem você).

380
Ainda durante o protesto, um grupo de pessoas colocou fogo em pneus e em contêineres
em volta de um caminhão-pipa.
Por causa de ataques a caminhões-pipa, a guarda civil municipal começou a escoltar os
veículos há cerca de duas semanas. A GCM é avisada pela manhã quais os bairros que serão
percorridos e acompanham o comboio. Três a quatro viaturas ficam à disposição para escoltar
os caminhões em alguns bairros.
A estiagem tem feito os moradores enfrentarem um verdadeiro martírio em busca de
água. Como o cronograma de racionamento não é cumprido e as solicitações de caminhão-pipa
nem sempre são atendidas, segundo os moradores, poços, bicas, fontes e lagoas se tornaram
pontos de peregrinação na cidade. Tem gente que está indo de madrugada buscar água na bica.

Figura VI-101 - Fila da água em bicas.

O problema é que ninguém sabe a qualidade da água. "O que a gente sabe é que a água
vem de uma lagoa, mas não sabemos se é boa. Se quiser tomar banho tem que fazer esse sacrifício.
Senão, a gente fica sem tomar banho", diz um morador.
Morador afirma que está há quase 20 dias sem água. A situação é tão crítica que o
banho do filho de 3 anos, tem sido na bica com freqüência. "tem que pegar água para lavar
louça, lavar roupa. Inclusive tomar banho aqui."

Figura VI-102 - Criança toma banho em bica em Itu (foto: reprodução/Tv Tem).

Desespero: Alguns moradores dizem que ficam até um mês sem receber uma gota nas
torneiras. O pouco que chega às casas é com o caminhão-pipa. No desespero de encontrar água, os
moradores estão apelando até para a zona rural.

381
Figura VI-103 - Moradores estão pegando água em pasto (Foto: Paulo Roberto de Souza/TEM
Você).

20/10/2014 19h01 -. Moradores de Itu voltam à câmara para pedir socorro - Sessão teve momentos tensos e várias vezes foi
interrompida. Moradores pedem solução para a crise do abastecimento de água. Http://g1.globo.com/sao-paulo/sorocaba-
jundiai/noticia/2014/10/moradores-voltam-camara-de-itu-para-pedir-socorro-cidade.html

Três dias depois (23/10/2014) escrevia-se: Após o Ministério Público reforçar a


importância de que as reclamações sobre a falta d'água na cidade sejam registradas, o órgão já
registrou mais de 1 mil ocorrências em menos de uma semana. Em um dia, 400 reclamações de
moradores foram protocoladas.
Na ação, o MP apresentou uma carta de recomendação ao prefeito para que tome
previdências no sentido de tentar amenizar a situação dos reservatórios. De acordo com a
liminar, caso a água não chegue até o imóvel, a população deve reclamar na concessionária que
terá que resolver o problema em 48 horas e a prefeitura será multada.
Na semana passada, os vereadores tentaram criar uma comissão especial de inquérito
(CEI) para investigar a falta de abastecimento na cidade e principalmente o contrato entre a
prefeitura e a empresa águas de Itu.
Na quinta-feira (22), o procurador geral da justiça de São Paulo, Márcio Fernando Elias
Rosa, solicitou informações da prefeitura de Itu e da concessionária responsável pelo
abastecimento de água na cidade, sobre o abastecimento de água na cidade depois que recebeu a
visita de dois parlamentares eleitos pela região.
O governo estadual precisou intervir e, a partir de segunda-feira (27), 20 caminhões-
pipa vão reforçar o abastecimento nos bairros mais críticos.
Segundo o coordenador da Defesa Civil do Estado de São Paulo, José Rodrigues de Oliveira,
outras medidas serão tomadas para amenizar a crise na cidade. "Estamos mandando pra Itu sete tubos
flexíveis, que são tanques, que serão colocados na cidade juntos aos que já existem, para que as pessoas
possam ir até lá e pegar água potável", explica.
Mas essas medidas são para amenizar e não resolver a falta d'água em Itu. Atualmente, a
cidade, tem uma demanda de 62 milhões de litros de água por dia, mas sobrevive com apenas 10
milhões. "Onde nós encontramos água, nós estamos buscando a melhor forma de trazer” conta o
coordenador da Defesa Civil de Itu, Marco Antônio Augusto.

23/10/2014. Prefeitura não descarta decretar estado de calamidade pública em Itu - Prefeito admite que a situação da falta
de água na cidade é crítica. Moradores convivem com racionamento há oito meses. http://g1.globo.com/sao-paulo/sorocaba-
jundiai/noticia/2014/10/prefeitura-nao-descarta-decretar-estado-de-calamidade-publica-em-itu.html

Nessa época as seguintes matérias veiculavam na imprensa local:

 Manifestantes cercam caminhão-pipa em Itu e colocam fogo em volta;


 Manifestante 'toma banho' com água de caminhão-pipa em protesto em Itu;
 Moradores de Itu precisam tomar cuidado com água vinda de bicas;
 Caminhões-pipa recebem escolta da guarda municipal em Itu;
 Moradores de Itu fazem peregrinação em busca de água;
 Moradores de Itu fazem abaixo assinado pedindo intervenção;

382
 Moradores interditam duas rodovias durante protesto em Itu;
 Após 9 meses de estiagem, Itu mapeia 'pontos críticos' no abastecimento;
 Defesa civil estadual vai acompanhar crise no abastecimento de água em Itu;
 Morador improvisa carro-pipa para distribuir água em Itu;
 Apesar de protesto, prefeito descarta estado de calamidade pública em Itu;
 Jornalista é atingido por bala de borracha durante protesto em Itu e;
 Moradores reclamam que rodízio de água não é cumprido em Itu.

Análise de risco de repetição da seca ocorrida em 2013/2014

A análise de risco climático relacionado à seca em Vinhedo foi realizada no Capítulo


VIII através da análise da significância da precipitação média anual considerada no estudo, da
seca de 2013/2014 perante as características de regime de precipitação de Vinhedo e da análise
de risco da alternativa recuperaçao físico-hídrica das microbacias hidrográficas de Vinhedo.

383
F. CALCULO DA COMPATIBILIZAÇAO DO GANHO NA PRODUÇAO DE ÁGUA
COM O DIREITO DE OUTORGA.

O processo de concessão de outorga do DAEE limita a vazão concedida à vazão de Q 7,10


– Média das menores vazões ocorridas durante sete dias consecutivos, com retorno de dez anos .
O método oficial utilizado na estimativa da Q 7,10 é o da Regionalização Hidrológica no
Estado de São Paulo.
O procedimento atual do DAEE não dispõe de dispositivo que, a partir da recuperação
hidrológica de uma bacia hidrográfica já outorgada seja concedido, de imediato, acréscimo total
ou gradativo da taxa de outorga nessa bacia ou microbacia.
O procedimento possível requer que, a partir da recuperação, haja um sistema de
monitoramento de vazão durante um período mínimo de cinco anos e, com os dados obtidos e
comprovação de efetivo aumento de vazão, seja reivindicada uma revisão de outorga e, assim, o
acréscimo de seu valor.
Se por um lado essa sistemática é, inegavelmente racional, segura e justa tecnicamente,
politicamente pode ser um desestímulo ä administração pública do município de momento uma
vez que o investimento é realizado na sua administração para o beneficio recair em outra.
Assim, é exigido um altruísmo nem sempre presente nos planejamentos e aspirações de
contexto político.
Legalmente, no entanto, há remediação para esse grande impasse. A proposição de dois
deles é apresentada de acordo com o que se segue:

A) GANHO DE PRIMEIRO MOMENTO NA DISPONIBILIDADE DE ÁGUA POR


MEIO DE SOLICITAÇAO DE OUTORGA EM MICROBACIAS OU
SUBMICROBACIAS QUE AINDA NÃO POSSUI CAPTAÇÃO (OUTORGA).

Respaldada por um plano efetivo e com garantias de execução de recuperação


hidrológica nas microbacias do município, entende-se ser absolutamente pertinente a solicitação
por parte do município e a concessão, por parte do DAEE, de outorga em microbacias do
município que ainda não têm outorga. Assim, garante-se, de imediato um retorno do
empreendimento ambiental.
Em Vinhedo, as microbacias hidrográficas pertencentes ao município que já tem
concessão de outorga são as apresentadas na tabela abaixo.

Tabela VI-84 Microbacias pertencentes ao município que já têm concessão de outorga.

AUMENTO POTENCIAL
CAPTAÇÕES LOCALIZADAS DENTRO DE VINHEDO ATUAIS PRODUÇÃO PRODUÇÃO GAN
OUTORGAS DE CAPTAÇÃO ATUAL ÁGUA DE ÁGUA COM TOT
DE ATÉ DEGRADADA RECUPERAÇÃO

NOV-JUN JUL-OUT

3
m /h m3/ano

LAGOA CERÂMICA 45,0 45,0 10.529.392,6 13.130.251,8 2.600


CÓR. XOXÓ/LAGOA S. JOAQUIM 40,0 40,0
CÓR. BOM JARDIM 200,0 150,0
REPRESA I 150,0 150,0
CÓR. MOINHO 200,0 150,0

SOMA 635,0 535,0


A distribuição espacial dessas microbacias no município
Vazao de Outorga (Porcentagem teórica 50% da Q7,10)
é apresentada
635,0 535,0
na figura abaixo.
Vazão teórica da Q7,10 (100%) 1.270,0 1.070,0
Vazão de acrescimo a ser reveindicada de outorga (15% da Q7,10) 190,5 160,5 29
Equivalente Populacional (344l/dia = 0,0143m3/h) 13.321,7 11.223,8
Vazão de captação final 825,5 695,5

384
*Concessão de
Outorga de
Valinhos

*Concessão de
Outorga envolvida na
Captação do Capivari

MICROBACIAS E SUB-MICROBACIAS JÁ
COM OUTORGA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA
SUPERFICIAL

Figura VI-104 - Distribuição espacial das microbacias ou submicrobacias de Vinhedo que já possuem outorga para captação de água de abastecimento público.

385
De forma um pouco mais detalhada apresentam-se essas áreas individualizadas.

MICROBACIA DO TICO/MOINHO
SUB-MICROBACIAS JÁ COM OUTORGA
MICROBACIA DO CAPIVARI DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA SUPERFICIAL
SUB-MICROBACIAS JÁ COM OUTORGA
DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA SUPERFICIAL

*Concessão de
Outorga de
REPRESA 1 Valinhos

MICROBACIA DO MICROBACIA DO BOM JARDIM


PACIÊNCIA/CRISTO SUB-MICROBACIAS JÁ COM OUTORGA
SUB-MICROBACIAS JÁ COM OUTORGA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA SUPERFICIAL
DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA SUPERFICIAL

Concessão de outorga
envolvida na captação do
Capivari

MICROBACIA ÁGUA DO
BURACÃO
MICROBACIA JÁ COM OUTORGA DE
CAPTAÇÃO DE ÁGUA SUPERFICIAL

Figura VI-105 - Microbacias ou submicrobacias de Vinhedo que já possuem outorga para captação
de água de abastecimento público.

Excetuando-se essas sub ou microbacias, as que sobram no município que ainda não
tem concessão de outorga e que, a principio, tem maior facilidade e potencial de aproveitamento
são as descriminadas na tabela 85.

386
Tabela VI-85 Sub ou microbacias hidrográficas de Vinhedo passíveis de solicitação de outorga.
PRODUÇÃO PRODUÇÃO GANHO EQUIVALENTE ÁREA TOTAL ÁREA DA BACIA PORCENTGEM
COBERTURA DO SOLO ATUAL ÁGUA DE ÁGUA COM TOTAL POPULACIONAL DA BACIA PASSÍVEL DE DA
MICROBACIAS DEGRADADA RECUPERAÇÃO SER SOLICITADA MICROBACIA
Mata Nativa Reflorestamento Agricultura Campo Lagos Planície de OUTORGA
Inundação
(ha) (m3/ano) hab. ha ha %

Tico / Moinho 272,32 0,00 50,40 333,34 20,74 0,00 1.723.486,97 2.066.968,07 343.481,10 2.733,42 786,94 0,00 0,00

Capivari 332,81 0,00 27,07 620,83 32,50 12,47 2.526.829,62 3.122.425,55 595.595,93 4.739,74 1.625,63 270,00 16,61
102,00 6,27
71,00 4,37

Santa Cândida 93,94 0,00 0,00 251,00 4,02 0,00 629.168,83 862.736,74 233.567,91 1.858,73 448,29 448,29 100,00

São Bento / Capela 148,81 0,00 3,31 169,84 2,53 0,00 680.469,69 840.703,87 160.234,18 1.275,14 682,25 324,00 47,49
90,00 13,19

Marambaia 37,44 0,00 0,00 33,18 6,34 0,00 311.388,53 342.260,41 30.871,88 245,68 337,18 0,00 0,00

Sterzeck 26,73 0,00 1,90 56,44 4,26 0,00 248.081,95 301.860,97 53.779,02 427,97 298,49 0,00 0,00

Cachoeira / Pinheirinho 92,00 0,00 3,20 154,05 11,63 0,00 733.044,59 878.505,85 145.461,26 1.157,58 999,27 225,00 22,52

Água do Buracão 315,23 42,09 107,24 313,45 4,26 0,00 1.470.966,27 1.860.495,69 389.529,42 3.099,87 862,26 862,26 100,00

Juazeiro / Cruzeiro 54,65 0,00 0,00 49,83 1,85 0,00 261.242,74 307.609,06 46.366,32 368,98 322,59 0,00 0,00

Paciência / Cristo 205,55 48,63 0,38 225,39 13,64 0,00 1.225.626,70 1.466.825,67 241.198,97 1.919,46 531,15 0,00 0,00

Bom Jardim 388,99 138,25 24,62 274,88 18,42 0,00 2.027.972,16 2.388.745,38 360.773,22 2.871,03 1.195,71 0,00 0,00

Total 1.968,47 228,97 218,11 2.482,22 70,40 12,47 10.529.392,63 13.130.251,84 2.600.859,21 20.697,59 8.089,76 2.392,55 -

(1)
Fonte: NURMA- Engenharia de Biossistemas/ESALQ/USP
* Equivalente Populacional - Consumo de água produzido per capita (344,3l/hab./dia = 125.66m 3/ano, em 2011). Fonte: Indicadores do sistema de abastecimento de água do município de Vinhedo - SANEBAVI.
(1) VAZÃO Q 7,10: Calculada pelo Método da Regionalização.

387
(Continuação)
GANHO EQUIVALENTE ÁREA TOTAL ÁREA DA
ÁREA DABACIA
BACIA PORCENTGEM
PORCENTGEM VAZÃO
VAZÃO VAZÃO
VAZÃO VOLUME
VOLUME EQUIVALENTE
EQUIVALENTE PRODUÇÃO PRODUÇÃO GANHO EQUIVALENTE ÁRE
TOTAL POPULACIONAL DA BACIA PASSÍVEL DE
PASSÍVEL DE DA
DA QQ7,10 (1)
(1)
7,10COBERTURA DO50%
50%
SOLO NO NO
ANOANO POPULACIONAL
POPULACIONAL ATUAL ÁGUA DE ÁGUA COM TOTAL POPULACIONAL DA
MICROBACIAS SER SOLICITADA
SER SOLICITADA MICROBACIA
MICROBACIA Q
Q7,10
7,10 DEGRADADA RECUPERAÇÃO
OUTORGA
Mata
OUTORGA
Nativa Reflorestamento Agricultura Campo Lagos Planície de
Inundação
hab. ha ha
ha %
%
3 3
mm/s /s
(ha) m3/ano
m3/ano hab. hab. (m3/ano) hab.

343.481,10 Tico / Moinho


2.733,42 786,94 0,00
272,32
0,00 0,00
0,00
0,00 --
50,40 --
333,34 20,74 0,00 1.723.486,97 2.066.968,07 343.481,10 2.733,42 7

595.595,93 Capivari
4.739,74 1.625,63 270,00
332,81
270,00 16,61
0,00
16,61 0,0050
0,0050
27,07 0,0025
0,0025
620,83 78.840,00
78.840,00
32,50 627,41 627,4112,47 2.526.829,62 3.122.425,55 595.595,93 4.739,74 1.
102,00
102,00 6,27
6,27 0,0020
0,0020 0,0010
0,0010 31.536,00
31.536,00 250,96 250,96
71,00
71,00 4,37
4,37 0,0010
0,0010 0,0005
0,0005 15.768,00
15.768,00 125,48 125,48

233.567,91 Santa Cândida 448,29


1.858,73 448,29
448,29
93,94 100,00
0,00
100,00 0,0090
0,0090
0,00 0,0045
0,0045
251,00 141.912,00
141.912,00
4,02 1.129,33
1.129,33
0,00 629.168,83 862.736,74 233.567,91 1.858,73 4

160.234,18 São Bento / Capela


1.275,14 682,25 324,00
148,81
324,00 47,49
0,00
47,49 0,0070
0,0070
3,31 0,0035
0,0035
169,84 110.376,00
110.376,00
2,53 878,37 878,370,00 680.469,69 840.703,87 160.234,18 1.275,14 6
90,00
90,00 13,19
13,19 0,0020
0,0020 0,0010
0,0010 31.536,00
31.536,00 250,96 250,96

30.871,88 Marambaia
245,68 337,18 0,00
37,44
0,00 0,00
0,00
0,00 0,00
- --
33,18 6,34 0,00 311.388,53 342.260,41 30.871,88 245,68 3

53.779,02 Sterzeck
427,97 298,49 0,00
26,73
0,00 0,00
0,00
0,00 1,90
- --
56,44 4,26 0,00 248.081,95 301.860,97 53.779,02 427,97 2

145.461,26 Cachoeira / Pinheirinho


1.157,58 999,27 225,00
225,00
92,00 22,52
0,00
22,52 0,0060
0,0060
3,20 0,0030
0,0030
154,05 94.608,00
94.608,00
11,63 752,89 752,890,00 733.044,59 878.505,85 145.461,26 1.157,58 9

389.529,42 Água do Buracão


3.099,87 862,26 862,26
315,23
862,26 100,00
42,09
100,00 0,0240
0,0240
107,24 0,0120
0,0120
313,45 378.432,00
378.432,00
4,26 3.011,55
3.011,55
0,00 1.470.966,27 1.860.495,69 389.529,42 3.099,87 8

46.366,32 Juazeiro / Cruzeiro


368,98 322,59 0,00
54,65
0,00 0,00
0,00
0,00 0,00
- --
49,83 1,85 0,00 261.242,74 307.609,06 46.366,32 368,98 3

241.198,97 Paciência / Cristo531,15


1.919,46 0,00
205,55
0,00 0,00
48,63
0,00 0,38
- --
225,39 13,64 0,00 1.225.626,70 1.466.825,67 241.198,97 1.919,46 5

360.773,22 Bom Jardim


2.871,03 1.195,71 0,00
388,99
0,00 0,00
138,25
0,00 24,62
- --
274,88 18,42 0,00 2.027.972,16 2.388.745,38 360.773,22 2.871,03 1.

2.600.859,21 20.697,59
Total 8.089,76 2.392,55
1.968,47
2.392,55 --
228,97 0,032
0,056
218,11 0,016
2.482,22
0,028 504.576,00
883.008,00
70,40 4.015,41
7.026,96
12,47 10.529.392,63 13.130.251,84 2.600.859,21 20.697,59 8.

(1)
Fonte: NURMA- Engenharia de Biossistemas/ESALQ/USP
* Equivalente Populacional - Consumo de água produzido per capita (344,3l/hab./dia = 125.66m 3/ano, em 2011). Fonte: Indicadores do sistema de abastecimento de água do município de Vinhedo - SANEBAVI.
(1) VAZÃO Q 7,10: Calculada pelo Método da Regionalização.

388
As microbacias ou parte delas outorgável são Capivari, com sub-microbacias de 270,0 -
102,0 e 71,0 hectares; Santa Cândida, com 448,3 hectares; São Bento/Capela com 324,0 e 90,0
hectares; Cachoeira/Pinheirinho com 225,0 hectares.
Deve ser destacada que a microbacia Água do Buracão não seria passível de outorga
uma vez que a captação do Capivari está à jusante dessa microbacia. Essa é a razão dela ser
excluída na contabilidade na tabela 85.
Caso haja um entendimento favorável por parte do DAEE para o aproveitamento dessa
microbacia no primeiro momento, toda a microbacia, com 862,3 hectares seria considerada área
de captação com a vazão disponível seguindo o critério de concessão de 50% da vazão de Q
7,10. Isso somaria a Vazão de 0,012 m3/s, correspondendo ao equivalente populacional de 3.011
hab.
Assim, no primeiro momento, no qual se pediria outorga nas microbacias ou parte delas
que ainda não possuem outorga, a vazão que seria disponibilizada seria de 0,016 m3/s, de
equivalente populacional correspondente a 4015 hab.
Já as microbacias que não poderiam contribuir com nenhuma outorga significativa são
Juazeiro/Cruzeiro; Paciência/Cristo; Bom Jardim; Tico/Moinho; Marambaia e Sterzeck.
A distribuição espacial dessas microbacias outorgáveis no município é apresentada na
figura abaixo.

Microbacia Outorgável
dependendo da
interpretação do DAEE

MAPA DAS MICROBACIAS DE VINHEDO


PONTOS DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA SUPERFICIAL PARA
ABASTECIMENTO PÚBLICO

NOVAS CAPTAÇÕES

Figura VI-106 - Distribuição espacial das microbacias ou submicrobacias de Vinhedo outorgáveis


para captação de água de abastecimento público.

De forma um pouco mais detalhada apresentam-se essas áreas individualizadas na


figura 102.

389
71 ha

RIO CAPIVARI

102 ha

Concessão de outorga 270 ha


envolvida na captação do
Capivari

MICROBACIA DO CAPIVARÍ NOVAS CAPTAÇÕES


MICROBACIA ÁGUA DO SUB-MICROBACIAS INICIALMENTE
BURACÃO POSSÍVEIS ,TÉCNICAMENTE, DE
MICROBACIA JÁ COM OUTORGA DE REQUERIMENTO DE OUTORGA DE
CAPTAÇÃO DE ÁGUA SUPERFICIAL CAPTAÇÃO DE ÁGUA SUPERFICIAL

90 ha

324 ha

MICROBACIA DO 225 ha MICROBACIA DO SÃO


CACHOEIRA/PINHEIRINHO BENTO/CAPELA
SUB-MICROBACIAS INICIALMENTE SUB-MICROBACIAS INICIALMENTE
POSSÍVEIS ,TÉCNICAMENTE, DE POSSÍVEIS, TÉCNICAMENTE, DE
REQUERIMENTO DE OUTORGA DE NOVAS CAPTAÇÕES
NOVAS CAPTAÇÕES REQUERIMENTO DE OUTORGA DE
CAPTAÇÃO DE ÁGUA SUPERFICIAL CAPTAÇÃO DE ÁGUA SUPERFICIAL

MICROBACIA DO SANTA
CÂNDIDA
SUB-MICROBACIAS INICIALMENTE
POSSÍVEIS, TÉCNICAMENTE, DE
REQUERIMENTO DE OUTORGA DE
CAPTAÇÃO DE ÁGUA SUPERFICIAL

448 ha

NOVAS CAPTAÇÕES

Figura VI-107 - Microbacias ou submicrobacias de Vinhedo outorgáveis para captação de água de


abastecimento público.

390
B) GANHO DE SEGUNDO MOMENTO (NO MÍNIMO CINCO ANOS) NA
DISPONIBILIDADE DE ÁGUA POR MEIO DE SOLICITAÇAO DE AUMENTO
DO VALOR DE OUTORGA EM MICROBACIAS OU SUBMICROBACIAS QUE JÁ
POSSUI CAPTAÇÃO (OUTORGA).

Também respaldada por um plano efetivo e com garantias de execução de recuperação


hidrológica nas microbacias do município, entende-se ser absolutamente pertinente a solicitação
por parte do município e a concessão, por parte do DAEE, de outorga em microbacias do
município que já tem outorga desde que seja realizado um monitoramento de, no mínimo, cinco
anos e a comprovado o aumento efetivo da vazão no exutório da microbacia e/ou no ponto de
captação. Assim, seria possível esperar-se, no segundo momento, um retorno do
empreendimento ambiental.
Em Vinhedo, as microbacias hidrográficas pertencentes ao município que já tem
concessão de outorga são as apresentadas na figura 106. São as sub-microbacias ou microbacias
da Lagoa da Cerâmica, Córrego Xoxó/Lagoa S. Joaquim, Córrego Bom Jardim, Represa I,
Córrego do Moinho e Água do Buracão.
Assim, prevê-se que, após o período de monitoramento hidrológico, poderia ser
solicitado o aumento do valor de outorga de 15%, passando-se de 50% da Q 7,10 para 65%, num
acrescimento de vazão de 173,5 m3/h (considerando-se o menor valor referente ao período seco
Julho-Outubro).
Com isso, a vazão de outorga passaria no período de julho a outubro - período mais
crítico – de 578,2 m3/h para 751,7 m3/h o que representaria um equivalente populacional de
12.100 hab.
Conforme a tabela 86 esse valor de solicitação é ético política e tecnicamente uma vez
que o valor de aumento da vazão estimado com o investimento na recuperação das sub e
microbacias envolvidas será de 296,9 m3/h, portanto, a quantidade reivindicada.

391
Tabela VI-86 Valor de aumento de outorga que poderia ser solicitado após o período de monitoramento hidrológico.

AUMENTO POTENCIAL
CAPTAÇÕES LOCALIZADAS DENTRO DE VINHEDO ATUAIS PRODUÇÃO PRODUÇÃO GANHO
OUTORGAS DE CAPTAÇÃO ATUAL ÁGUA DE ÁGUA COM TOTAL
DE ATÉ DEGRADADA RECUPERAÇÃO

NOV-JUN JUL-OUT

m3/h m3/ano

LAGOA CERÂMICA 45,0 45,0 10.529.392,6 13.130.251,8 2.600.859,2


CÓR. XOXÓ/LAGOA S. JOAQUIM 40,0 40,0
CÓR. BOM JARDIM 200,0 150,0
REPRESA I 150,0 150,0
CÓR. MOINHO 200,0 150,0

CAPIVARI (50% da Q7,10 da recuperação hidrológica da Microbacia Água do Buracão) 43,2 43,2

SOMA 678,2 578,2

Vazao de Outorga (Porcentagem teórica 50% da Q7,10) 678,2 578,2


Vazão teórica da Q7,10 (100%) 1.356,4 1.156,4
Vazão de acrescimo a ser reveindicada de outorga (15% da Q7,10) 203,5 173,5 296,9 m3/h
3
Equivalente Populacional (344l/dia = 0,0143m /h) 14.194,9 12.101,9
Vazão de captação final 881,7 751,7

392
C) GANHO DE TOTAL (DE PRIMEIRO MOMENTO E DE SEGUNDO MOMENTO NO
MÍNIMO APÓS CINCO ANOS) NA DISPONIBILIDADE DE ÁGUA TANTO PELA
SOLICITAÇAO DE OUTORGA NA MICRO OU SUB-MICROBACIAS QUE NÃO
POSSUEM OUTORGA COMO POR MEIO DE SOLICITAÇÃO DE AUMENTO DO
VALOR DE OUTORGA EM MICROBACIAS OU SUBMICROBACIAS QUE JÁ
POSSUEM CAPTAÇÃO (OUTORGA).

Nesse cenário seriam solicitadas as novas outorgas, que acrescidas do aumento do valor
das outorgas já existentes, comporiam o quadro final de sustentabilidade hídrica de Vinhedo.
Vinhedo poderia crescer o “Equivalente Populacional” em mais 16.117 hab. de forma
hidrologicamente autossuficiente. A tabela 87 resume os dados de vazão e População
Equivalente.
Considerando-se, como população-base a atual população estimada em 2016 de 73.855
hab. pelo IBGE, nesse cenário a população sustentável de Vinhedo seria de 89.972 hab.

Tabela VI-87 Dados de vazão e População Equivalente alcançados com a recuperação físico-
hídrica das microbacias do município.

Vazão Primeiro Segundo Total


Momento Momento
Vazão Acréscimo
50% da Q7,10 Outorga de
Captação
Jul-Out

m3/s 0,016 0,048 0,064

m3/h 57,60 173,46 231,06

m3/dia 1.382,40 4.163,04 5.545,44

l/dia 1.382.400,00 4.163.040,00 5.545.440

Equiv. Pop. (344l/dia/hab) 4.015 12.102 16.117

393
USO DE PEQUENAS REPRESAS DE REGULARIZAÇÃO DE VAZÃO.

Essa alternativa prevê que em todas as microbacias haverá a instalação de novas


pequenas represas e/ou adequação das já existentes com a função hidrológica de regularização
de vazão. Com isso, perante os dispositivos do DAEE, pode-se solicitar, de imediato, tanto a
outorga em microbacias que já tem outorga para captação de água para abastecimento público,
como nas microbacias que ainda não tem a concessão só que com a vantagem de poder requer-
se uma vazão maior.
Nessa estratégia, tanto a outorga assume valores de vazão maiores, como o processo
burocrático de solicitação e concessão da outorga torna-se muito mais simplificado. Isso porque,
enquanto na condição sem represas de regularização o valor de outorga é concedido com base
em 50 a 80% da Q7,10; com as represas de regularização os valores são calculados com base na
vazão de regularização menos 100% da Q7,10 resultando valores maiores. Burocraticamente, há
enorme vantagem pois a concessão pode ser dada sem passar pelos trâmites processuais
convencionais, se o volume armazenado for de até 30.000 m3 de água, bastando o cadastro do
projeto hidrológico de adequação das pequenas represas.

Exemplificando, toma-se a Microbacia Água do Buracão.


Sem o uso de Pequenas Represas de Regularização de Vazão, segundo o Cálculo das
Vazões da Microbacia pelo Método da Regionalização – DAEE, a partir da recuperação físico-
hídrica da bacia seria possível reivindicar a seguinte outorga:

 Área recuperada físico-hidricamente: 4,63 ha;


 Q7,10 : 0,013 m3/s, com tempo de retorno de 10 anos;
 Pedido de outorga de 50% dessa Q7,10 : 0,0065 m3/s;
 Equivalente populacional: 3.011 hab. e;
 Quando: De imediato, se não se atingiu a Q7,10 ou após 5 anos de monitoramento (se
produzir mais água no período).

Já na condição com o uso de pequenas barragens para regularização de vazão, os


cálculos de concessão de outorga são os apresentados na figura 110.
A área considerada passa a ser de toda a microbacia hidrográfica.
A Q7,10 é de 0,024 m3/s para um tempo de retorno de 10 anos.
Considerando-se o volume total armazenado de 29.000 m3 no somatório de todas as
pequenas represas, resulta-se a Vazão Firme de 0,0375 m3/s. Assim, a vazão outorgável seria a
Vazão Firme menos a vazão Q7,10:

Vcap = 0,0375 m3/s- 0,024= 0,0135 m3/s= 48,6 m3/h.

Essa vazão corresponde a um Equivalente Populacional de 3.390 hab.


Vale ressaltar que, inclusive o processo de implementação do projeto das pequenas
represas fica muito facilitado uma vez que, conforme mostra a figura 110, já há a presença de
várias pequenas represas nessa microbacia que, juntas, já somam 3,22 há de área bastando,
portanto, para atingir o volume de 29.000 m3 armazenado, adequações na profundidade dessas
da ordem de, aproximadamente, 1,0 m de profundidade média.
Evidentemente isso exige um acerto de colaboração com os proprietários das pequenas
represas de, a princípio, se as obras ficassem sob o encargo da administração pública, só teriam
a ganhar.
Realizando-se esses cálculos para todas as microbacias hidrográficas de Vinhedo, os
dados obtidos são apresentados na tabela 88.

394
Método da Regionalização –
DAEE

Esse volume é abaixo de 30.000 m3 dispensando outorga.

A vazão de captaçãoseria a Vazão Firme menos a vazão Q7,10

Vcap. = 0,0375 – 0,024 = 0,0135 m3/s = 48,6 m3/h. = 3.390 Equivalente


Populacional.
Volume Água
Armazenada de
29.000m3

REPRESAS JÁ EXISTENTES
NA MICROBACIA ÁGUA DO
BURACÃO

0,11ha

0,05ha

0,05ha 0,26ha

0,13ha
0,51ha

0,1ha
0,1ha 0,11ha
0,12ha
0,1ha 01,ha 0,23ha
0,1ha 0,1ha
0,33ha
0,13ha 0,12ha 01,ha
0,1ha

0,27ha
ÁREA TOTAL DAS REPRESAS: 3,22 HA

Figura VI-108 Dados de vazão utilizando pequenas represas de regularização de vazão na


microbacia água do Buracão; Represas já existentes na microbacia água do Buracão.

395
Tabela VI-88 Cálculos de Vazão de Regularização para todas as microbacias hidrográficas de Vinhedo.

COORDENADAS DO EXUTÓRIO ÁREA TOTAL PRECIPITAÇÃO VAZÃO VAZÃO VAZÃO DE VOLUME DE VAZÃO PRODUÇÃO PRODUÇÃO GANHO VAZÃO EQUIVALENTE
MICROBACIAS DA BACIA MÉDIA DE Q7,10 (1) REGULARIZAÇÃO REGULARIZAÇÃO OUTORGÁVEL ATUAL ÁGUA DE ÁGUA COM TOTAL PRODUZIDA DA POPULACIONAL
LONGO TERMO DEGRADADA RECUPERAÇÃO RECUPERAÇÃO (2)

Latitude Longitude ha mm m3/s (10 6 m 3 ) m3/s (m3/ano) m3/s hab.

Sem Outorga

Capivari 23° 3'22.74"S 47° 2'13.63"O 1.625,63 1275,9 0,150 0,031 0,050 0,026 0,0190 2.526.829,62 3.122.425,55 595.595,93 0,0189 4.739,74

Santa Cândida 23° 3'20.63"S 47° 2'4.98"O 448,29 1275,9 0,041 0,009 0,017 0,030 0,0080 629.168,83 862.736,74 233.567,91 0,0074 1.858,73

São Bento / Capela 23° 3'12.49"S 47° 0'24.57"O 682,25 1285 0,065 0,014 0,024 0,026 0,0100 680.469,69 840.703,87 160.234,18 0,0051 1.275,14

Cachoeira / Pinheirinho 23° 0'25.01"S 46°59'3.60"O 999,27 1289,4 0,096 0,028 0,042 0,030 0,0140 733.044,59 878.505,85 145.461,26 0,0046 1.157,58

Água do Buracão 23° 3'53.37"S 46°56'47.59"O 862,26 1297,9 0,085 0,024 0,037 0,026 0,0130 1.470.966,27 1.860.495,69 389.529,42 0,0124 3.099,87

Com Outorga

Tico / Moinho 23° 3'32.33"S 47° 2'11.15"O 786,94 1275,9 0,073 0,015 0,027 0,029 0,0120 1.723.486,97 2.066.968,07 343.481,10 0,0109 2.733,42

Marambaia 23° 3'6.64"S 47° 0'1.34"O 337,18 1287,7 0,032 0,007 0,014 0,030 0,0069 311.388,53 342.260,41 30.871,88 0,0010 245,68

Sterzeck 23° 0'26.38"S 46°59'14.19"O 298,49 1289,4 0,029 0,008 0,015 0,030 0,0068 248.081,95 301.860,97 53.779,02 0,0017 427,97

Juazeiro / Cruzeiro 23° 0'41.27"S 46°58'52.14"O 322,59 1291,5 0,031 0,009 0,016 0,027 0,0070 261.242,74 307.609,06 46.366,32 0,0015 368,98

Paciência / Cristo 23° 1'52.47"S 46°57'53.96"O 531,15 1293,1 0,052 0,015 0,024 0,027 0,0090 1.225.626,70 1.466.825,67 241.198,97 0,0076 1.919,46

Bom Jardim 23° 0'32.99"S 46°57'20.03"O 1.195,71 1294,2 0,117 0,034 0,050 0,031 0,0160 2.027.972,16 2.388.745,38 360.773,22 0,0114 2.871,03

Total 8.089,76 0,771 0,194 0,316 0,312 0,122 11.838.278,046 14.439.137,257 2.600.859,210 0,0825 20.697,59

(1) VAZÃO Q 7,10: Calculada pelo Método da Regionalização.


(2) EQUIVALENTE POPULACIONAL: Consumo de água produzido per capita (344,3l/hab./dia = 125.66m3/ano, em 2011). Fonte: Indicadores do sistema de abastecimento de água do município de Vinhedo - SANEBAVI.

396
Observa-se que a Vazão Outorgável Total com as pequenas represas de
regularização atinge um valor de 0,122 m3/s.
Observa-se também que a Vazão Produzida com a recuperação físico-hídrica das
microbacias resultaria numa vazão de 0,0825 m3/s.
Isso quer dizer que essa estratégia de pequenas represas que é muito mais fácil
de ser implementada permite uma outorga maior do que o valor produzido na
recuperação, ou seja, de imediato e de forma menos burocrática pode-se fazer uso e ter
benefício de toda a água produzida no esforço de recuperação.
Essa vazão de 0,0825 m3/s, como já foi apresentado, corresponde a um
Equivalente Populacional de 20.697 hab.
Aqui deve ser feito mais uma reflexão de conceito: numa análise rápida, pode
ser questionado se essa estratégia não poderia ser utilizada junto ao DAEE sem se
comprometer com o trabalho de recuperação físico-hídricas das microbacias, uma vez
que o DAEE não o exige. Alerta-se que não se deve esquecer que a outorga não garante
que se terá a vazão outorgada. Assim somente com a recuperação é possível estabelecer-
se um grau de garantia de que irá se ter disponível a água para ser captada.
Esta, num primeiro momento, parece ser, de todas, a estratégia mais adequada
para atingir-se a autossuficiëncia hídrica de Vinhedo.

397
TABELA RESUMO DAS ALTERNATIVAS DE PRODUÇÃO DE ÁGUA DO
MUNICÍPIO DE VINHEDO

398
PRODUÇÃO DE ÁGUA

Período Chuvoso Período Sêco No ano


CUSTO

FLUXO/AQUÍFERO/ABRANGÊNCIA CRITÉRIO DE POSSIBILIDADE CENÁRIO SUB-CENÁRIO CARACTERÍSTICA Equivalente Equivalente Equivalente PREMISSAS VANTAGENS DESVANTAGENS
Vazão/Volume Vazão/Volume Vazão/Volume
Populacional Populacional Populacional

l/dia m3/período unidade l/dia m3/período unidade m3/ano unidade R$

A disponibilidade hídrica de Vinhedo é dada pelos valores de Outorga dos seis pontos de captação de
águas superficiais. conferidos pelo DAEE à SANEBAVI. Acrescentam-se 9 poços de captações de águas
subterrâneas. A atual localização das captações hoje de Vinhedo não permite que seja aproveitada a parcela de água de
No período chuvoso (de novembro a Junho) a outorga de Vinhedo é de 1235 m3/h de águas superficiais e Perda na Distribuição em nenhuma delas, com exceção da captação do Bom Jardim que está à jusante do
condomínio Campos de Toscana, que recebe água encanada. Assim, praticamente, 35% de toda água
110 m3/h de águas subterrâneas, somando 1345 m3/h. Isso equivale à captação total de 32.280.000 l/dia de a) Preconiza a ocorrência de um ano normal de precipitações
captada, tanto na de transposição da captação do Capivari, em Louveira, como das localizadas dentro do
águas superficiais e subterrâneas. e assim, que toda a vazão de outorga, efetivamente, possa ser
município se perdem para o solo e parte dessas abandona o município sem ter sido aproveitada.
Considerando-se o consumo per capita de 344 l/dia, valor esse que já inclui a perda na distribuição captada;
Ocorre perda de parte das águas da precipitação que, no solo degradado das microbacias, não consegue
Cenário 1a - Considerando os Valores de Outorga - Condição (35,4%), esse volume é suficiente para o abastecimento de 93.755 hab. b) A estrutura de captação de água deve ser aumentada para
32.280.000,00 7.811.760,00 93.755 25.080.000,00 3.084.840,00 72.843 10.896.600,00 - Não demanda investimentos. se infiltrar, escorre superficialmente, caem no corpo hídrico e também abandonam o município sem ter sido
Atual Já no período de seca (de Julho a Outubro) o volume outorgado é de 935 m3/h de águas superficiais e 110 o valor de outorga, porém, a localização dessas se mantém
aproveitada.
m3/h de águas subterrâneas, somando 1045 m3/h. Isso equivale à um total de captação de 25.080.000l/dia. igual à atual.
Há uma preocupante dependência hídrica de Vinhedo em relação a outros municípios de:
Considerando-se o consumo per capita de 344,3 l/dia, esse volume é suficiente para o abastecimento de a) No período chuvoso, Vinhedo é dependente em 45% da captação do Capivari bem como das
72.843 hab. políticas de preservação de recursos hídricos de Louveira e, no período seco, de 38%. Isso representa a suscetibilidade de 41.823 hab. no período chuvoso e 27.882 no período seco do ano;
b) A dependência de Vinhedo em relação a outros municípios é bem maior que o enunciado no item anterior uma vez que as captações do Bom Jardim e do Tico-Moinho dependem da recarga que ocorrem em partes dessas microbacia
Portanto, em qualquer período do ano, Vinhedo não tem controle algum em mais de 50% de toda água autorizada a captar, ou seja, sua Autossuficiência Hídrica é de menos de 50%, sendo que o número máximo de habitantes atendidos nesse c

Cenário 1 - Considerando os Valores de Outorga

Esse cenário tem todas as características hidrológicas do anterior, porém prevê a instalação de estruturas
de captação fixa ou móvel no exutório de cada microbacia hidrográfica ou de um conjunto delas. 1) Ocorre perda de parte das águas da precipitação que, no solo degradado das microbacias, não
Dessa forma, a água de Perda na Distribuição (35% de toda água captada) passa a ser aproveitada e consegue se infiltrar, escorre superficialmente, caem no corpo hídrico e abandonam o município sem ter
a) Preconiza a ocorrência de um ano normal de precipitações sido aproveitada.
considerada água disponível. No período chuvoso (de novembro a Junho) a outorga de Vinhedo soma 1235
e assim, que toda a vazão de outorga, efetivamente, possa ser 2) A despeito de diminuir um pouco em relação ao Cenário 1a, ainda há uma preocupante dependência
m3/h de águas superficiais e 110 m3/h de águas subterrâneas, totalizando 1345 m3/h. Isso equivale à
Cenário 1b - Considerando os Valores de Outorga - Condição captada; A parte da água que é perdida na distribuição de água (35% de toda hídrica de Vinhedo em relação a outros municípios. No período chuvoso, Vinhedo é dependente em 46,4%
captação de 32.280.000 l/dia.
Atual com localização das captações no exutório das 36.127.200,00 8.742.782,40 104.929 28.087.200,00 3.454.725,60 81.578 12.197.508,00 b) Prevê a instalação de estruturas de captação fixa ou móvel água captada) e que hoje abandona a microbacia e o município da captação do Capivari bem como das políticas de preservação de recursos hídricos de Louveira e, no
Considerando-se o consumo per capita de 344 l/dia, valor esse que já inclui a perda na distribuição
microbacias ou de conjunto delas. - no exutório de cada microbacia hidrográfica ou de um conjunto passa a ser aproveitada e considerada água disponível. período seco, de 40%. Portanto, em qualquer período do ano, Vinhedo não tem controle algum em mais de,
(35,4%), esse volume é suficiente para o abastecimento de 93.755 hab. Com a re-captação da água pedida
delas. aproximadamente, 40% de toda água autorizada a captar, ou seja, sua Autossuficiência Hídrica é de no
na distribuição, considerando-se que apenas 14% no valor captado chegam e fazem recarga do aqüífero, a
máximo, 60%, sendo que o número máximo de habitantes atendidos nesse cenário de água exclusivamente
água disponível passa para 36.127.200 l/dia que, por sua vez, representa um equivalente populacional de
produzida dentro do município seria de 50.279 hab. isso representa a suscetibilidade de 23.576 hab. no
104.929 hab. Fazendo o mesmo raciocínio para o período de seca (de Julho a Outubro) o potencial de
período chuvoso e 27.882 no período seco do ano.
abastecimento passaria de 72.843 hab. para 81.578 hab.
3) Há investimento para adequação das estruturas novas de captação.

Considera-se a transposição vindo da captação do Capivari (Louveira) e todas as outras entradas de água
Adianta-se que o Equivalente Populacional calculado de 130.456 habitantes está longe de significar que
no sistema hidrológico de Vinhedo proporcionadas pela precipitação. Nessa metodologia de análise,
Vinhedo, de sua população estimada em 2016 de 73.855 hab. (IBGE), poderia aumentá-la em 56.601 hab. e
teoricamente, deveria ser diferenciada a água armazenada nos aqüíferos não confinados da dos confinados
considerar-se autossuficiente e autossustentável hidricamente. Isso porque hoje seria necessária a
(Sanebavi (2006), porém, a forma de abordagem nesse trabalho, isso é desnecessário porque a
Cenário 2a -Considerando a Captação do Capivari em instalação de toda uma infra-estrutura de captação e condução de água a partir dos exutórios da
recuperações físico-hídrica implementado para o fluxo local resultam, também, numa maior recarga das
Louveira (Valor de Outorga) e a água produzida dentro do microbacias e, também e principalmente, que diante da última seca ocorrida o atual sistema e estratégia de
águas subterrâneas do fluxo intermediário. As entradas de água no sistema hidrológico são:
município com a Precipitação, baseado nos componentes de abastecimento de água de Vinhedo revelou-se frágil e insuficiente, evento esse com uma estimativa de
a) Na Área Urbana, a infiltração das chuvas nas áreas permeáveis e a transposição da captação do
entrada no sistema hidrológico de Vinhedo, com localização 16.393.117,04 130.456 tempo de retorno alta de 22%. Assim, o bom senso orienta para se considere a atual população
Capivari em Louveira;
das captações no exutório das microbacias ou de conjunto (Equivalência Populacional) como o limite máximo que a atual estrutura de abastecimento de água pode
b) Na Área Rural, as infiltrações e recargas realizadas pelas partes das microbacias hidrográficas
delas e microbacias hidrográficas, ou parte delas atender. Assim, toda melhoria, promoção hídrica ou aumento da disponibilidade de água que venha ser
pertencentes ao município, na condição físico-hídrica atual, ou seja, na condição degradada.
exclusivamente pertencentes ao município, na condição físico- implementada em Vinhedo ter-se-ia sua quantificação de benefício considerada a partir de seu numero
Nessa alternativa considera-se a instalação de uma estrutura de captação fixa ou móvel no exutório de
hídrica atual degradada. atual de habitantes.
cada microbacia hidrográfica ou de um conjunto delas possibilitando re-captar as perdas de distribuição.
Essa alternativa ainda mantém uma preocupante dependência hídrica de Vinhedo em relação à Louveira bem como de todas as políticas e intervenções que aquele município promova em seus recursos hídricos.
Só são consideradas as microbacias hidrográficas, ou parte delas exclusivamente pertencentes
POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE ÁGUA Há investimento para adequação das estruturas novas de captação.
ao município.
Cenário 2 - Considerando a Captação do Capivari em
Louveira (Valor de Outorga) e a água produzida dentro do
município com a Precipitação, baseado nos componentes de
entrada no sistema hidrológico de Vinhedo.

Os mesmos componentes de entrada de água no sistema hidrológico de Vinhedo considerados no Cenário


Nessa condição, o ganho hidrológico da recuperação físico-hídrica
2a são aqui também considerados, ou seja:
das microbacias hidrográficas de Vinhedo seria encarado como um
Cenário 2b - Considerando a Captação do Capivari em a) Na Área Urbana, a infiltração das águas das chuvas nas áreas permeáveis e o volume de água de
“Volume de Reserva” para ser de pronto utilizado nas condições:
Louveira (Valor de Outorga) e a água produzida dentro do transposição vindo da captação do Capivari, realizado no rio Capivari, porém no município de Louveira e,
a) De escassez hídrica, em que haja restrição de captação do Essa alternativa ainda mantém uma preocupante dependência hídrica de Vinhedo em relação à Louveira
município com a Precipitação, baseado nos componentes de b) Na Área Rural, as infiltrações da precipitação e recargas realizadas pelas partes das microbacias
Capivari permitindo, assim, a plena satisfação hídrica da sua bem como de todas as políticas e intervenções que aquele município promova em seus recursos hídricos.
entrada no sistema hidrológico de Vinhedo, com localização hidrográficas pertencentes ao município, porém, agora, na condição físico-hídrica recuperada, preconizando-
18.993.976,26 151.153 população, ou seja, nenhum ou um menor racionamento de água; Há investimento para adequação das estruturas novas de captação, com práticas conservacionistas e com
das captações no exutório das microbacias ou de conjunto se, portanto, a implementação de práticas conservacionistas de água e solo nos diferentes planos da
b) Pronta substituição de alguma captação já existente no município recomposição vegetacional das APPs.
delas e microbacias hidrográficas, ou parte delas paisagem, ou seja, no talvegue, na meia encosta e nos topos de morros.
que temporariamente ou permanentemente se veja comprometida,
exclusivamente pertencentes ao município, na na condição Nessa alternativa considera-se a instalação de uma estrutura de captação fixa ou móvel no exutório de
por exemplo, pela contaminação do manancial por acidente com
recuperada. cada microbacia hidrográfica ou de um conjunto delas possibilitando re-captar as perdas de distribuição.
carga perigosa;
Só são consideradas as microbacias hidrográficas, ou parte delas exclusivamente pertencentes ao
c) Política de aumento planejado da população e outros.
município.

Os componentes de entrada são:


A vantagem desse cenário seria:
a) Na Área Urbana, apenas a infiltração das águas das chuvas nas áreas permeáveis;
a) A maior parte das necessidades hídricas de Vinhedo dependeria
b) Na Área Rural, a infiltração da precipitação e recargas realizadas pelas partes das microbacias
de mananciais de água que estivesse sob seu controle;
hidrográficas pertencentes ao município, na condição físico-hídrica atual, ou seja degradada nas suas
b) Vinhedo poderia assumir a Política de controle de aumento da
características de infiltração nos solos, percolação e recargas das águas dos aqüíferos não confinados.
população/crescimento baseado no limite da disponibilidade de seus Em se considerando a população estimada em 2016 de 73.855 hab. pelo IBGE, Vinhedo estaria na
Cenário 3a - Condição buscando a autossuficiência hídrica de Essa alternativa também prevê a instalação de uma estrutura de captação fixa ou móvel no exutório de cada
recursos hídricos buscando a autossuficiência e; condição de aumento do Equivalente Populacional em 19.471 habitantes.
Vinhedo, suprimindo a captação do Capivari, microbacias microbacia hidrográfica ou de um conjunto delas possibilitando que a parcela de perda de água na 11.727.517,04 93.326
c) Nessa condição, as captações externas hoje existentes é que Há investimento para adequação das estruturas novas de captação.
hidrográficas condição atual, degradadas. distribuição seja re-captada.
passariam a ser consideradas como complementares e/ou
Nesse Cenário 3a a maior produção de água será na área rural, porém, com as microbacias hidrográficas
emergenciais, encaradas como um “Volume de Reserva” para ser
na condição físico-hídrica atual, ou seja, degradadas, resultando em baixa infiltração e percolação de água
utilizado na condição de escassez hídrica, tendendo minimizar a
no solo, refletindo em baixa recarga das águas subterrâneas.
chance de ser castigada, mesmo em severa crise hídrica, com
Por outro lado, o escorrimento superficial das águas de precipitação são significativos.
escassez ou racionamento de água.
1. PRODUÇÃO DE ÁGUA NO SISTEMA DE FLUXO LOCAL
AQUÍFERO NÃO CONFINADO; FLUXO EXCLUSIVAMENTE Cenário 3 – Condição buscando a autossuficiência hídrica de
DENTRO DA MICROBACIA HIDROGRÁFICA Vinhedo, suprimindo a captação do Capivari, localização das
captações no exutório das microbacias ou de conjunto delas,
microbacias hidrográficas, ou parte delas, exclusivamente
pertencentes ao município.

Os componentes de entrada no sistema hidrológico de Vinhedo seriam:


a) Na Área Urbana, apenas a infiltração das águas das chuvas nas áreas permeáveis; A vantagem desse cenário seria:
b) Na Área Rural, a infiltração da precipitação e recargas realizadas pelas partes das microbacias a) Vinhedo não dependeria de nenhum manancial de água que não
hidrográficas pertencentes ao município, na condição físico-hídrica recuperada, ou mais precisamente, na estivesse sob seu controle;
condição em que venha à ser recuperada (parcialmente recuperada) nas suas características de infiltração b) Vinhedo poderia assumir a Política de aumento da população
(*1)
Cenário 3b - Condição buscando a autossuficiência hídrica de nos solos, percolação e recargas das águas dos aqüíferos não confinados. planejada baseado no limite da disponibilidade de seus recursos 14.827.400,00
Há investimento para adequação das estruturas novas de captação, em práticas conservacionistas e na
Vinhedo, suprimindo a captação do Capivari, microbacias Preconiza-se, portanto, a implementação de práticas conservacionistas de água e solo nos diferentes 14.328.376,26 114.024 hídricos e; OU
recomposição vegetacional das APPs. (*2)
hidrográficas recuperadas hidrologicamente. planos da paisagem: no talvegue, na meia encosta e nos topos de morros. c) Nessa condição, as captações externas é que poderiam passaria 36.042.700,29
Essa alternativa também prevê a instalação de uma estrutura de captação fixa ou móvel no exutório de cada a serem consideradas como emergenciais e ou encaradas como um
microbacia hidrográfica ou de um conjunto delas possibilitando a re-captação da perda de água na “Volume de Reserva” para ser utilizado na condição de escassez
distribuição. hídrica, tendendo minimizar a chance de ser castigada, mesmo em
Nesse Cenário 3b a maior produção de água será na área rural contemplada de práticas conservacionistas severa crise hídrica, com escassez ou racionamento de água.
na meia encosta, restituição das APPs de mata de topo de morro e a recuperação vegetacional das APPs nos elementos hidrológicos (cursos d’água, represas e lagos e nascentes).

SEM REPRESAS DE REGULARIZAÇÃO


Por esse critério, os dados apontam que Vinhedo poderia crescer o
Respaldada por um plano efetivo e com garantias de execução de recuperação hidrológica nas microbacias “Equivalente Populacional” em mais 4.015 hab. de forma
do município, entende-se ser absolutamente pertinente a solicitação por parte do município e a concessão, hidrologicamente autossuficiente, se forem concedidos as outorgas
por parte do DAEE, de outorga em microbacias do município que ainda não têm outorga. para as microbacias ou sub-microbacias que ainda não possuem
Assim, garante-se, de imediato um retorno parcial do empreendimento ambiental. outorga e se as intervenções físico-hídricas nas suas microbacias
As microbacias ou parte delas outorgável são Capivari, com sub-microbacias de 270,0 - 102,0 e 71,0 hidrográficas forem implementadas.
hectares; Santa Cândida, com 448,3 hectares; São Bento/Capela com 324,0 e 90,0 hectares; Há investimento para adequação das estruturas novas de captação, em práticas conservacionistas e na
Ganho de “Primeiro Momento” na disponibilidade de água por 504.576,00 4.015 Os cálculos foram considerando a concessão de 50% da Q 7,10,
Cachoeira/Pinheirinho com 225,0 hectares. A microbacia Água do Buracão não seria passível de outorga recomposição vegetacional das APPs.
meio de Solicitação de Outorga em microbacias ou porém, há possibilidade, dentro das prerrogativas do DAEE, de ser
submicrobacias que ainda não possuem captação (outorga). uma vez que a captação do Capivari está a jusante dessa microbacia. Caso haja um entendimento favorável concedido até 80% da Q7,10.
por parte do DAEE para o aproveitamento dessa microbacia no primeiro momento, toda ela, com 862,3 Nesse cenário, considerando-se a atual população estimada em
hectares, seria considerada área de captação com a vazão disponível seguindo o critério de concessão de 2016 de 73.855 hab. pelo IBGE, a população sustentável de
50% da vazão de Q 7,10. Isso somaria a Vazão de 0,012 m3/s, correspondendo ao equivalente populacional de 3.011 hab. Vinhedo seria, no primeiro instante, de 77.870 hab.

SEM REPRESAS DE REGULARIZAÇÃO Acréscimo de 15% no valor da outorga atual (173,5 m3/h)

Por esse critério, os dados apontam que Vinhedo poderia crescer o


“Equivalente Populacional” em mais 12.102 hab. de forma
hidrologicamente autossuficiente, se for concedido o acréscimo do
valor de Outorga de 15% (passando de 50 para 65% da Q 7,10 ) nas
Também respaldada por um plano efetivo e com garantias de execução de recuperação hidrológica nas
microbacias ou sub-microbacias que já possuem outorga e se as
microbacias do município, entende-se ser absolutamente pertinente a solicitação por parte do município e a
intervenções físico-hídricas nas suas microbacias hidrográficas
concessão, por parte do DAEE, de outorga em microbacias do município que já tem outorga desde que seja
forem implementadas.
realizado um monitoramento de, no mínimo, cinco anos e comprovado o aumento efetivo da vazão no
O valor de acréscimo é compatível uma vez que há possibilidade,
Ganho de “Segundo Momento” (no mínimo cinco anos) na exutório da microbacia e/ou no ponto de captação. Assim, seria possível esperar-se, no segundo momento, Há investimento para adequação das estruturas novas de captação, em práticas conservacionistas e na
1.519.509,60 12.102 dentro das prerrogativas do DAEE, de ser concedido até 80% da
disponibilidade de água por meio de solicitação de aumento um retorno do empreendimento ambiental. Em Vinhedo, as microbacias hidrográficas pertencentes ao recomposição vegetacional das APPs.
4.163.040,00 512.053,92 12.102 Q7,10 e também referendado por esse aumento representar apenas
do Valor de Outorga em microbacias ou sub-microbacias que município que já tem concessão de outorga são as sub-microbacias ou microbacias da Lagoa da Cerâmica,
3 3
já possuem captação (outorga). Córrego Xoxó/Lagoa S. Joaquim, Córrego Bom Jardim, Represa I, Córrego do Moinho e Água do Buracão. 173,5 m /h contra um aumento da vazão de 296.9 m /h na produção
Assim, prevê-se que, após o período de monitoramento hidrológico, poderia ser solicitado o aumento do de água com a recuperação físico-hídrica.
valor de outorga de 15%, passando-se de 50% da Q 7,10 para 65%, num acrescimento de vazão de 173,5 m3/h (considerando-se o menor valor referente ao período seco Julho-Outubro). Considerando-se, como população-base a atual população estimada
em 2016 de 73.855 hab. pelo IBGE, nesse cenário a população
sustentável de Vinhedo seria, nesse segundo instante, de 85.956
hab.

COMPATIBILIZAÇAO DO GANHO NA PRODUÇAO DE ÁGUA


COM O DIREITO DE OUTORGA. SEM REPRESAS DE REGULARIZAÇÃO

Por esse critério, os dados apontam que Vinhedo poderia crescer o


“Equivalente Populacional” em mais 16.116 hab. de forma
Ganho de Total ( de "Primeiro Momento" e de “Segundo
hidrologicamente autossuficiente.
Momento” (no mínimo após cinco anos) na disponibilidade de Há investimento para adequação das estruturas novas de captação, em práticas conservacionistas e na
2.024.085,60 16.117 Considerando-se, como população-base a atual população estimada
água tanto pela solicitação de Outorga na micro ou sub- recomposição vegetacional das APPs.
em 2016 de 73.855 hab. pelo IBGE, nesse cenário a população
microbacias que não possuem Outorga como por meio de
sustentável de Vinhedo seria de 89.971 hab.
solicitação de aumento do Valor de Outorga em microbacias
ou sub-microbacias que já possuem captação (outorga).

COM REPRESAS DE REGULARIZAÇÃO


Exige um acerto de colaboração com os proprietários das
pequenas represas que, a princípio, se as obras ficassem sob
o encargo da administração pública, só teriam a ganhar.
Os cálculos apontam que a Vazão Outorgável Total com as
pequenas represas de regularização atinge um valor de 0,122
3
m /s.
Nessa estratégia, tanto a outorga assume valores de vazão maiores, como o processo burocrático de
Prevê-se, em todas as microbacias, a instalação e/ou Lembra-se que a Vazão Produzida com a recuperação físico-
solicitação e concessão da outorga torna-se muito mais simplificado. Isso porque, enquanto na condição Reivindicação, concessão e benefício imediato na disponibilidade de
adequação das pequenas represas já existentes com a função sem represas de regularização o valor de outorga é concedido com base em 50 a 80% da Q 7,10 ; com as hídrica das microbacias resulta numa vazão de 0,0825 m3/s.
água em função da recuperação físico-hídrica das microbacias
hidrológica de regularização de vazão. Com isso, perante os Isso quer dizer que essa estratégia de pequenas represas, Exige um processo de articulação, principalmente com os proprietários das pequenas represas da área
represas de regularização os valores são calculados com base na vazão de regularização menos 100% da 2.600.859,21 20.697 hidrológicas de Vinhedo. Menor processo burocrático e muito maior
dispositivos do DAEE, pode-se solicitar, de imediato, tanto a que é muito mais fácil de ser implementada, permite uma rural.
Q7,10 resultando valores maiores. Burocraticamente, há enorme vantagem pois a concessão pode ser dada probabilidade de concessão. Vazões de concessão
outorga em microbacias que já tem outorga para captação de outorga maior do que o valor produzido na recuperação, ou
sem passar pelos tramites processuais convencionais, se o volume armazenado for de até 30.000 m 3 de significativamente maiores que as de outras estratégias.
água para abastecimento público, como nas microbacias que seja, de imediato e de forma menos burocrática, pode-se fazer
água, bastando o cadastro do projeto hidrológico de adequação das pequenas represas.
ainda não tem a concessão só que com a vantagem de poder uso e ter benefício de toda a água produzida no esforço de
requer-se uma vazão maior. recuperação.
Essa vazão de 0,0825 m3/s, como já foi apresentado,
corresponde a um Equivalente Populacional de de 20.697
hab.

A área de 1730 ha distribui-se nas microbacias Água do


Buracão, Paciência e Cristo, Juazeiro e Cruzeiro e em,
praticamente, toda microbacia do Bom Jardim. Considerado
2. PRODUÇÃO DE ÁGUA NO SISTEMA DE FLUXO O cálculo desse fluxo teve como objetivo apenas a quantificação uma vez que o aumento da produção de que a recarga do aqüífero considerada é o do escoamento
INTERMEDIÁRIO AQUÍFERO CONFINADO; FLUXO POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE ÁGUA suas águas já é, naturalmente, contemplada pelas medidas hidrológicas corretivas implementadas no fluxo 115.564,00 1.000 básico de 167 mm/ano, (balanço hídrico SANEBAVI(2006) e
INTERMICROBACIAS HIDROGRÁFICAS local. também Santos et al (2012), que indica a reserva ativa como
de 4 % do excedente do balanço hídrico, a recarga do fluxo
intermediário seria de 6,68 mm/ano, correspondente à
115.564 m3/ano e Equivalente Populacional de 1000 pessoas.

Prevê a construção de quatro novas represas dentro do


município, Represa Nova – Córrego Bom Jardim, Represa
Nova 4 – Faz. Cachoeira, Represa Nova – Santa Cândida,
Represa Nova – Cór. Do Moinho/Faz. Pau A Pique. A
capacidade estimada, em primeira aproximação, seria de
2.847.000 m3. Comparativamente, a opção de recuperação
físico-hídrica permite o armazenamento de água no solo de Reivindicação, concessão e benefício imediato na disponibilidade de Comparativamente com os custos envolvidos na opção de recuperação físico-hídrica das bacias
água. Menor processo burocrático e muito maior probabilidade de hidrográficas essa alternativa seria, aproximadamente, 100% maior, se na recuperação físico-hídrica o
CONSTRUÇÃO DE NOVAS REPRESAS* POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE ÁGUA 2.600.859,21 m3 o que dá uma diferença de armazenagem de 2.847.000,00 77.807.968,28
concessão. Vazões de concessão significativamente maiores que as poder público custeasse toda as práticas conservacionistas, incluindo reflorestamento das APPs e
246.140,79 m3 correspondente a um equivalente populacional
de outras estratégias. cercamento das nascentes; e de 500% se a Adm. Pública custeasse apenas o Reflorestamento das APPs.
de 1.958 hab. a profundidade média das represas foi estimada
através de algumas represas de abastecimento público já
existentes em Vinhedo ficando como de 3,0m. Os custos das
represas foi estimado com base nos dados obtido da futura
represa de Campinas. Assim, o custo do m3 represado ficou
em R$ 9,32 e o m2 desapropriado em R$ 35,00.

A dependência de Vinhedo em relação a outros municípios aumentaria ainda mais uma vez que o
Essa nova Captação no Rio Atibaia seria no município de manancial estaria localizado em Itatiba e, pior, esse manancial já abastece, a montante, Jundiaí, Atibaia e
Itatiba, com um sistema de captação e o recalque na extensão Itatiba cujos municípios irão precisar cada vez mais de água em função de seu crescimento, que é
NOVA CAPTAÇÃO NO RIO ATIBAIA DISPONIBILIZAÇAO DE ÁGUA
de, aproximadamente, 7,0 km desembocando no Ribeirão do inexorável, correndo-se o risco de, principalmente num evento drástico de escassez hídrica como foi em
Bom Jardim e, daí, bombeado para a Represa II. 2013/2014, não haver água para Vinhedo captar nesse manancial.
Vinhedo abriria mão de uma autossuficiência hídrica.

* Baseado na proposta apresentada pelo Sr. José Carlos Gasparini.

(*1) Com a Administração Pública custeando apenas a Recomposição das APPs ; (*2) Com a Administração Pública custeando toda a Recuperação Fisico-Hídrica: Práticas de Conservação de Água e Solo, Reflorestamento das APPs, Cercamento, etc.

399
400
VII. CAPÍTULO VII. ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE AS OPÇÕES
RECUPERAÇÃO FÍSICO-HÍDRICA DAS MICROBACIAS E A
CONSTRUÇÃO DE REPRESAS

A análise comparativa entre as opções recuperação físico-hídrica das


microbacias e a construção de represas foi realizada com base na ótima colaboração de
proposta apresentada pelo Senhor José Carlos Gasparini em audiência pública da
Revisão do Plano Diretor de Vinhedo, de acordo com as figuras abaixo.

Figura VII-1 Abertura da apresentação sobre construção de novas represas e pontos de captação de
água bruta (J. Gasparini).

A opção orientava para as construções de represas indicadas na figura abaixo.

401
3. CAPTAÇÃO
ATIBAIA

1. REPRESA
B. JARDIM

5. REPRESA 2. REPRESA 4
STA. CÂNDIDA

4. CAPTAÇÃO
BARREIRO/BURACÃO

6. REPRESA
PAU A PIQUE

Figura VII-2 Distribuição espacial das novas represas e pontos de captação.

402
As represas indicadas são concordantes com as também listadas pela
SANEBAVI (Figura 3).

Figura VII-3 Distribuição espacial das novas represas e pontos de captação apresentadas pela
SANEBAVI.

Detalhando-se, as represas e/ou captações indicadas foram as que se seguem.

1. Nova Represa - Córrego Bom Jardim; Bairro Caixa D’Água.

Observações:
 Estabelecer uma parceria com a cidade de Valinhos para construção de novas
represas;
 Proposta original que previa três represas ficou parcialmente inviável em
decorrência da construção de um novo loteamento e desmembramentos na região;
 Ainda é possível implantar novos reservatórios, porém, de menor capacidade de
armazenamento;
 Prefeitura precisa declarar área de u1lidade pública para assegurar a viabilidade do
projeto;
 Necessidade de revisar e implantar os marcos territoriais.

As características físicas dessa nova represa seriam de acordo com as figuras


abaixo.

403
REPRESA BOM JARDIM

1. REPRESA NOVA 1 – CÓRREGO BOM JARDIM

Perímetro da área de demarcação: 5,67 km


Área de demarcação: 41,4 Ha
Área inundada: 15,2 Ha
Perímetro da área inundada: 2,57km
21,89 ha Área desapropriação: 28,48 Ha

6,59 ha

REPRESA BOM JARDIM

1. REPRESA NOVA – CÓRREGO BOM JARDIM

Figura VII-4 Localização e características físicas da Nova Represa Córrego Bom Jardim.

404
2. Nova Represa - Represa 4, nas terras da Fazenda Cachoeira.

Observações:
• Este projeto NÃO corresponde ao projeto da Represa 4 que a Prefeitura e
a SANEBAVI tem em mente (Santo Antonio/Monte Alegre);
• Interligada com o recalque de água do Bom Jardim.

As características físicas dessa nova represa seriam de acordo com as figuras


abaixo.

3. Captação
Figura de água bruta
VII-5 Localização - Solicitar físicas
e características outorga para Represa
da Nova captação4. no Rio Atibaia.

405
Observações:
• Estratégia de contingência futura, caso a bacia do Capivari não ofereça
boas condições para suportar o abastecimento de Vinhedo.

As características físicas dessa nova captação seriam de acordo com as figuras


abaixo.

Figura VII-6 Localização de possível ponto da nova solicitação de outorga


para captação no Rio Atibaia.

406
4. Captação da água bruta – Córrego do Barreiro com o Córrego do Buracão.

Observações:
• Água de excelente qualidade e de fácil tratamento;
• Captar antes de cair no rio Capivari.

As características físicas dessa nova captação seriam de acordo com as figuras


abaixo.

Figura VII-7 Localização e características físicas da captação da água bruta – Córrego do Barreiro com o
Córrego do Buracão.

407
5. Nova Represa - Represa Santa Cândida (Vizinho do Vale Verde).

As características físicas dessa nova represa seriam de acordo com as figuras


abaixo.

Perímetro da área de demarcação: 2,22 km


Área de demarcação: 21,0 Ha
Área inundada: 21,0 Ha
Perímetro da área inundada: 2,22 km
Área desapropriação: 33,78 Ha

33,78 ha

5. REPRESA NOVA – SANTA CÂNDIDA ETA II

Figura VII-8 Localização e características físicas da Nova Represa Santa Cândida.

408
6. Nova Represa - Represa da Fazenda Pau a Pique (Pescarini).

Observação:
• Nascentes do córrego do Moinho (divisa com Itupeva).

As características físicas dessa nova represa seriam de acordo com as figuras


abaixo.

6. REPRESA NOVA – CÓRREGO DO MOINHO/FAZ. PAU A PIQUE

61,70 ha

Perímetro da área de demarcação: 2,80 km


Área de demarcação: 44,70 Ha
Área inundada: 44,70 Ha
Perímetro da área inundada: 2,80 km
Área desapropriação: 61,70 Ha

Figura VII-9 Localização e características físicas da Nova Represa da Fazenda Pau a Pique.

Uma vez estabelecidas as áreas das novas represas, o cálculo do volume


armazenado se faz com a estimativa da profundidade média das represas.

409
Para essa estimativa foram utilizadas as características das represas já existentes
em Vinhedo (Tabela1).
Tabela VII-1 Características de Represas de Vinhedo.

REPRESA Perímetro Área Profundidade Volume


Média
km Ha m m3

REPRESA I 1,43 5,71 2,90 165.484,56

REPRESA II 2,3 7,91 3,69 291.748,91

REPRESA III 0,68 1,8 1,15 20.753,92

MÉDIA 15,42 2,58

Considerando os dados da tabela 1 é calculada a profundidade média de 2,58 m.


A título de segurança de cálculo, nos volumes represados nas novas represas
considerou-se a profundidade média de 3 metros.
Assim, os volumes das novas represas seriam os apresentados na tabela abaixo.

410
Tabela VII-2 Cálculo e comparativo do volume de produção de água das opções de reservação e a de recuperação hidrológica.
Área Inundada Área
Desapropriada
OPÇÕES Perímetro Área Profundidade Volume
Média
km Ha m m3 Ha
1. REPRESAS

REPRESA NOVA – CÓRREGO BOM JARDIM 2,57 15,20 3,00 456.000,00 28,48

REPRESA NOVA 4 – FAZ. CACHOEIRA 1,60 14,00 3,00 420.000,00 22,51

REPRESA NOVA – SANTA CÂNDIDA 2,22 21,00 3,00 630.000,00 33,78

REPRESA NOVA – CÓR. DO MOINHO/FAZ. PAU A PIQUE 2,80 44,70 3,00 1.341.000,00 61,70

TOTAL 94,90 2.847.000,00 146,47

2. RECUPERAÇÃO HIDROLÓGIA DAS MICROBACIAS 2.600.859,21

TOTAL ARMAZENADO RECUPERAÇÃO HIDROLÓGIA DAS MICROBACIAS 2.600.859,21

DIFERENÇA 246.140,79

EQUIVALENTE POPULACIONAL (1) 1.958,78

(1)
Consumo Per Capita: 125,66 m3/ano

411
Verifica-se que a quantidade de água possível de ser armazenada na opção
represamento corresponde a 2.847.000 m3 enquanto que a opção de recuperação físico-
hídrica permite o armazenamento de água no solo de 2.600.859,21 m3 o que dá uma
diferença de armazenagem de 246.140,79 m3 correspondente a um equivalente
populacional de 1.958 hab.
Deve ser lembrado que no cálculo da opção recuperação físico-hídrica foram
utilizados significativos coeficientes de segurança permitindo esperar-se que, em termos
de volume efetivamente retido, essa opção assuma valores maiores que o represamento.
A análise comparativa segue com a análise econômica.
Na instalação de uma represa os custos são divididos na construção do
barramento e na desapropriação da área. Para a estimativa da comparação de custos
entre as duas opções em discussão, utilizaram-se os dados apontados pelo pré-projeto da
construção de uma barragem para abastecimento público no município de Campinas – o
Barramento Rio Atibaia cujas características gerais são apresentadas nas figuras e tabela
abaixo.

412
Figura VII-10 Características gerais do novo Barramento de Campinas no Rio Atibaia.

413
Tabela VII-3 Estimativa de Custo da Represa de Atibaia de Campinas.

Descrimina ção R$
Custo total da Obra 350.875.003,00

Íte ns d e Custo

Barramento 162.719.758,00

Elevat ória , Siste m a Ad uto r e Pro je to (10%) 35.087.500,30

Desapropria ção 153.067.744,70

Soma 350.875.003,00

414
Tabela VII-4 Características e parâmetros de custo do Barramento Rio Atibaia de Campinas.

Volume Útil População Consumo Capacidade Autonomia Vazão Custo Custo Custo por m3 Área

Referência de Campinas per capita/dia de Abasteci/to Abasteci/to da Obra (1) Barramento Represado Desapropr

litros m3 hab. l/dia hab. dia m3/s R$ R$/m3 m2

BARRAMENTO RIO ATIBAIA


com sistema adutor interligando às ETAs 3 e 4 17.453.000.000 17.453.000 1.135.623 217,36 80.294.336,38 71 2,0 350.875.003,00 162.719.758,29 9,32 3.582.143

Observações
(1)
Custo Total da Obra: R$ 350.875.003,00 - Incluindo:Barramento, Elevatória, Sistema adutor, Desapropriações e projetos. Valores atualizados até fev./17 (INCC DI).

(2)
Custo Total da Obra: R$ 350.875.003,00; Custo do Barramento: R$ 162.719.758,00; Estimativa de Custo da Elevatória, Sistema Adutor e Projeto: Desapropriação: R$ 188.155.245,00

Capacidade Autonomia Vazão Custo Custo Custo por m3 Área Custo de Valor da Terra

de Abasteci/to Abasteci/to da Obra (1) Barramento Represado Desapropriada Desapropriação (2)

hab. dia m3/s R$ R$/m3 m2 R$ R$/m2

80.294.336,38 71 2,0 350.875.003,00 162.719.758,29 9,32 3.582.143,12 153.067.744,70 42,73

v./17 (INCC DI).

Desapropriação: R$ 188.155.245,00

415
O consumo per capita de Campinas foi calculado segundo a tabela abaixo.

Tabela VII-5 total


Consumo Consumo total decomércio,
de água (indústria, água (indústria,
agricultura ecomércio,
doméstico), agricultura e doméstico),
em metros cúbicos (m³) em metros
cúbicos (m³).

Ano Consumo total(1) População total Consumo per capita


do município
m3/ano hab. m3/ano/hab. m3/dia/hab. l/dia/hab. l/dia/hab.
(2)
liquido bruto

2015 75.081.160 1.135.623 66,11 0,18 181,14 217,36

(1)
Consumo total de água (indústria, comércio, agricultura e doméstico), em metros cúbicos (m³)
http://indicadores.cidadessustentaveis.org.br/br/SP/campinas/consumo-de-agua-per-capita..
(2)
Índice de Perda na Distribuição de água em Campinas = 20%
http://www.portalcbncampinas.com.br/2017/02/campinas-e-destaque-em-ranking-de-saneamento-divulgado-pelo-instituto-trata-brasil/

Transportando-se esses parâmetros de custo para as novas barragens propostas


para Vinhedo e realizando-se uma analise comparativa de custo entre as opções
Barramento e Recuperação Físico-hídrica encontram-se os valores apresentados na
tabela 6.

416
Tabela VII-6 Comparação entre as opões de produção de água de recuperação físico-hídrica das microbacias de Vinhedo e o represamento.
1
Áre a a se r re cupe ra da Custo das Pr ática s Co nse rva cio nista s* Custo de Recupera ção
Vegetacional das APPs *4 TOTAL
Microbacias Reflores- Agricultura Campo Total Subsolagem Terraceamento Barraginhas*2 Cercamento *3 Custo Total APP Degradada Custo Total
tamento Densidade Total Custo
Nascentes Nascente
ha R$ Unid./ha Unid. R$ R$ ha R$ R$

Custo Recuperção Físico -Hídrica

Tico/Moinho 0,00 50,40 333,34 383,74 575.602,55 730.162,50 1.381.446,13 0,084 28 140.526,25 2.827.737,43 111,00 1.554.000,00 4.381.737,43

Capivari 0,00 27,07 620,83 647,90 971.849,81 1.232.809,49 2.332.439,55 0,056 35 174.687,59 4.711.786,45 182,60 2.556.400,00 7.268.186,45

Santa Cândida 0,00 0,00 251,00 251,00 376.499,78 477.596,94 903.599,47 0,062 16 78.803,10 1.836.499,29 56,30 788.200,00 2.624.699,29

São Be nto / Ca p e la 0,00 3,31 169,84 173,15 259.729,00 329.471,04 623.349,59 0,029 5 25.026,96 1.237.576,59 44,20 618.800,00 1.856.376,59

Marambaia 0,00 0,00 33,18 33,18 49.763,92 63.126,45 119.433,41 0,039 1 6.429,48 238.753,26 5,10 71.400,00 310.153,26

Sterzeck 0,00 1,90 56,44 58,34 87.516,08 111.015,76 210.038,58 0,027 2 7.604,03 416.174,45 15,90 222.600,00 638.774,45

Cachoeira Pinheirinho 0,00 3,20 154,05 157,25 235.867,78 299.202,65 566.082,67 0,029 4 22.471,88 1.123.624,98 67,90 950.600,00 2.074.224,98

Ág ua do Bura cão 42,09 107,24 313,45 462,77 694.153,86 880.547,02 1.665.969,26 0,071 22 111.461,52 3.352.131,66 111,00 1.554.000,00 4.906.131,66

Juazeiro / Cruzeiro 0,00 0,00 49,83 49,83 74.740,19 94.809,31 179.376,44 0,028 1 6.987,56 355.913,50 22,50 315.000,00 670.913,50

Paciência e Cristo 48,63 0,38 225,39 274,40 411.605,45 522.129,13 987.853,08 0,075 17 85.320,25 2.006.907,91 103,70 1.451.800,00 3.458.707,91

Bom Jardim 138,25 24,62 274,88 437,75 656.619,38 832.933,84 1.575.886,50 0,031 9 42.755,07 3.108.194,79 338,90 4.744.600,00 7.852.794,79

Total 228,97 218,11 2.482,22 2.929,30 4.393.947,78 5.573.804,13 10.545.474,68 139,67 702.073,70 21.215.300,29 1.059,10 14.827.400,00 36.042.700,29

Custo da Opção Re pre sa me nto

Custo do Barramento (R$) 26.543.468,28 %da Op ção Re cup e ra ção


3
Volume Represado (m ) 2.847.000,00 Físco -h íd rica d a s Micro b a cia s
3
Custo de Represamento (R$/m ) 9,32 em rela ção a o Re p re sa m e nto

Custo da Desapropria ção 51.264.500,00 Total 46,3


Áre a a se r d e sa p ro p ria d a (m 2) 1.464.700 Op çõe s d e Re sp o nd e r p e lo s Ga sto s p e la Ad m inistra ção P úb lica :
2
Preço d a Te rra (R$/m ) 35,00 Refloresta/to das APPs 19,1

Custo Total 77.807.968,28

Observa ção
Preço ANA/2015 Preço Atua liza d o
R$ de Cálculo

Terraceamento (ha ) 380,56 1.902,78


Barraginha (unid) 240,00 1.200,00
Cercamento APP (k m) 16.000,00 16.000,00 Outra Refer ência : Ce rca co m e sta ca s d e m a d e ira ro liça , d =10cm (d e 7 a t é 11cm ), d ista nte s a 1,50m e m o ur õe s ro liço s, d =12cm (d e 10 a t é 15cm ), d ista nte s a 50,00m - 4 fio s d e
Estimativa Subsolagem (ha) 300,00 1.500,00 arame farpado (m): R$ 13,4 /m = R$ 13.400/k m
Custo de Revegeta ção d a APP (ha ) 14.000,00
1
* Cinco vezes o preço ANA
2
* Tr ês unid a d e s/ha .
3
* Realizado só na s áre a s d e Ca m p o Nascentes de Cabeceira Per ím e tro Na sce nte (k m ): 0,31416
*4 Consideradas as APPs de Topo de Morro e dos Corpos d' ág ua e Na sce nte s se g und o Elo Am b ie nta l (2011)

417
Verifica-se que considerando-se os custos com a implementação de práticas
conservacionistas básicas e absolutamente necessárias para as áreas rurais de Vinhedo o
montante do investimento é da ordem de R$ 21.215.300,29 incluindo o cercamento das
nascentes. Já o da recuperação vegetacional das APPs de cursos d’água e das nascentes
nas microbacias, o montante do investimento é da ordem de 14.827.400,00.
Assim, o custo total dessa opção de aumento da produção de água em Vinhedo é
de R$ 36.042.700,00.
Por outro lado, o custo da construção de novas represas gira em torno de R$
77.808.000,00 sendo o maior montante gasto com desapropriação – R$ 51264500,00
considerando-se o valor a terra como R$ 35,00/m2.

Assim, duas alternativas de pronto se apresentam:


a) caso a administração pública assuma integralmente os custos da recuperação
físico-hídrica das microbacias de Vinhedo, o dispêndio ficaria 46% do custo das
represas;
b) caso a Administração Pública oferte aos proprietários rurais os custos da
recuperação vegetacional das APPs e, como contrapartida, a práticas conservacionistas e
o cercamento das nascentes seja realizados por esses proprietários, a proporção entre
investimentos ficaria em torno de 19% da opção de represamento.

Comparando-se o custo de unidade de água retida/represada pelas duas opções,


tem-se que o valor do m3 represado seria de R$ 27,33 enquanto o retido pelas práticas
conservacionistas seria de R$ 14,00, caso a Administração Pública arque com todo o
custo e R$ 5,70 caso a Administração Pública conceda a recuperação vegetacional das
APPs e, como contrapartida, a práticas conservacionistas e o cercamento das nascentes
sejam realizados pelos proprietários rurais (Tabela 7).

Tabela VII-7 Comparativo de custo da unidade de água represada/retida pelas opções de


represamento e a de recuperação físico-hídrica das microbacias de Vinhedo.

Custo por Unidade de Ág ua Re tid a Investimento Volume Retido Custo Total Custo por
da Administra ção Volume Retido
Púb lica
3
R$ m R$ R$
Custo da Opção Re pre sa me nto 2.847.000,00 77.807.968,28 27,33

Total 2.600.859,21 36.042.700,29 13,86


Custo Recuperção Físico -Hídrica
Refloresta/to das APPs 2.600.859,21 14.827.400,00 5,70

418
VIII. CAPÍTULO VIII. ANÁLISE DE RISCO DO ESTUDO

ANÁLISE DA SIGNIFICÂNCIA DA PRECIPITAÇÃO MÉDIA ANUAL


CONSIDERADA NO ESTUDO, DA SECA DE 2013/2014 PERANTE AS
CARACTERÍSTICAS DE REGIME DE PRECIPITAÇÃO DE VINHEDO E ANÁLISE
DE RISCO DA ALTERNATIVA RECUPERAÇAO FÍSICO-HÍDRICA DAS
MICROBACIAS HIDROGRÁFICAS DE VINHEDO.

No presente trabalho, como fator de segurança de cálculo, para a precipitação anual foi
considerado o menor valor encontrado na literatura - 1249 mm/ano, indicado por NURMA-
Engenharia de Biosistemas/ESALQ/USP (Disponível em
http://www.leb.esalq.usp.br/bhbrasil/Saopaulo/).
A significância desse valor perante as características de regime de precipitação de
Vinhedo é discutida conforme se segue.
Vinhedo não possui uma série de registros climáticos de longo período. Assim, pode-se
recorrer aos dados registrados em Campinas e Jundiaí, cuja situação média climática envolve o
município de Vinhedo.

 Análise ocorrência de seca em Campinas

As precipitações registradas ao longo de 127 anos em Campinas são apresentadas na


tabela 1.
A figura 1 mostra esses registros esquematicamente.
Nela é possível observar-se os anos de ocorrência de precipitações anuais menores que
1249 mm.
A maior precipitação atingiu 2112,7mm em 1983 e a menor foi de 836,5 mm, em 1944.
Visualmente não se verifica nenhuma tendência de mudança climática nesse período.
Colocando-os ranqueados de menor registro para o maior, a seqüência é apresentada na
tabela 2.
Em Campinas, num período de 127 anos, verifica-se que em 38 anos ocorreram
precipitações anuais menores ou iguais a 1249 mm.

419
Tabela VIII-1 Precipitações registradas em Campinas de 1890 a 2016.

Ano Chuva (mm) Ano Chuva (mm) Ano Chuva (mm)

1890 1478,1 1932 1489,6 1974 1344,9


1891 1937,6 1933 1034,0 1975 1318,1
1892 1415,4 1934 1306,1 1976 1856,4
1893 1333,5 1935 1502,4 1977 1431,5
1894 1357,2 1936 1569,0 1978 917,5
1895 1644,3 1937 1447,9 1979 1376,1
1896 1294,5 1938 1197,1 1980 1345,8
1897 1334,6 1939 1337,4 1981 1137,5
1898 1682,4 1940 1344,8 1982 1652,2
1899 1949,5 1941 1603,2 1983 2112,7
1900 1476,0 1942 1059,6 1984 1135,3
1901 1273,4 1943 1382,1 1985 1047,4
1902 1307,8 1944 836,5 1986 1541,1
1903 1017,3 1945 1462,7 1987 1440,3
1904 1635,9 1946 1220,5 1988 1369,7
1905 1729,5 1947 1660,1 1989 1243,4
1906 1273,5 1948 965,1 1990 1410,1
1907 1491,6 1949 1216,3 1991 1790,0
1908 1026,5 1950 1479,0 1992 1141,9
1909 1339,5 1951 1500,1 1993 1448,0
1910 1086,5 1952 1017,0 1994 1319,3
1911 1607,2 1953 1265,2 1995 1617,9
1912 1608,3 1954 1248,7 1996 1646,0
1913 1144,1 1955 1379,3 1997 1559,5
1914 1482,9 1956 1213,6 1998 1353,9
1915 1211,1 1957 1547,6 1999 1319,7
1916 1236,0 1958 1414,7 2000 1467,9
1917 1164,5 1959 1221,8 2001 1406,3
1918 1278,3 1960 1404,8 2002 1143,0
1919 1225,8 1961 1338,3 2003 1484,4
1920 1746,0 1962 1386,2 2004 1237,9
1921 923,8 1963 1193,9 2005 1563,8
1922 1646,2 1964 1435,9 2006 1265,0
1923 1903,6 1965 1661,6 2007 1475,7
1924 886,2 1966 1306,0 2008 1351,5
1925 1238,6 1967 1433,3 2009 1614,2
1926 1848,8 1968 939,1 2010 1191,9
1927 1561,5 1969 1214,5 2011 1675,9
1928 1277,7 1970 1891,2 2012 1432,5
1929 1737,5 1971 1127,3 2013 1128,9
1930 1280,8 1972 1608,6 2014 900,9
1931 1984,5 1973 1217,0 2015 1525,6
2016 1584,9
Média 1389,6

420
Título do Gráfico
2300,0
2200,0
2100,0
2000,0
(mm)

1900,0
1800,0
1700,0
1600,0
PRECIPITAÇÃO

1500,0
1400,0
Título do Eixo

1300,0
1200,0
1100,0
1000,0 Série1
900,0
800,0
700,0
600,0
500,0
400,0
300,0 CAMPINAS
200,0
100,0
0,0
1880 1890 1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020 2030

Título do Eixo
ANO

Chuva (mm)
2400
2300
2200
2100
2000
PRECIPITAÇÃO (mm)

1900
1800
1700
1600
1500
1400
1300
1200
1100 Chuva (mm)
1000
900
800
700
600
500
400
300
200
JUNDIAÍ
100
0
1880 1890 1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020 2030

ANO
Figura VIII-1 Precipitações registradas em Campinas de 1890 a 2016 e em Jundiaí de 1942 a 2016.

421
Tabela VIII-2 Ranqueamento das precipitações ocorridas em Campinas, de menor registro para o
maior.

Ano Chuva (mm) Ano Chuva (mm) Ano Chuva (mm)

1944 836,5 1928 1277,7 1890 1478,1


1924 886,2 1918 1278,3 1950 1479,0
2014 900,9 1930 1280,8 1914 1482,9
1978 917,5 1896 1294,5 2003 1484,4
1921 923,8 1966 1306,0 1932 1489,6
1968 939,1 1934 1306,1 1907 1491,6
1948 965,1 1902 1307,8 1951 1500,1
1952 1017,0 1975 1318,1 1935 1502,4
1903 1017,3 1994 1319,3 2015 1525,6
1908 1026,5 1999 1319,7 1986 1541,1
1933 1034,0 1893 1333,5 1957 1547,6
1985 1047,4 1897 1334,6 1997 1559,5
1942 1059,6 1939 1337,4 1927 1561,5
1910 1086,5 1961 1338,3 2005 1563,8
1971 1127,3 1909 1339,5 1936 1569,0
2013 1128,9 1940 1344,8 2016 1584,9
1984 1135,3 1974 1344,9 1941 1603,2
1981 1137,5 1980 1345,8 1911 1607,2
1992 1141,9 2008 1351,5 1912 1608,3
2002 1143,0 1998 1353,9 1972 1608,6
1913 1144,1 1894 1357,2 2009 1614,2
1917 1164,5 1988 1369,7 1995 1617,9
2010 1191,9 1979 1376,1 1904 1635,9
1963 1193,9 1955 1379,3 1895 1644,3
1938 1197,1 1943 1382,1 1996 1646,0
1915 1211,1 1962 1386,2 1922 1646,2
1956 1213,6 1960 1404,8 1982 1652,2
1969 1214,5 2001 1406,3 1947 1660,1
1949 1216,3 1990 1410,1 1965 1661,6
1973 1217,0 1958 1414,7 2011 1675,9
1946 1220,5 1892 1415,4 1898 1682,4
1959 1221,8 1977 1431,5 1905 1729,5
1919 1225,8 2012 1432,5 1929 1737,5
1916 1236,0 1967 1433,3 1920 1746,0
2004 1237,9 1964 1435,9 1991 1790,0
1925 1238,6 1987 1440,3 1926 1848,8
1989 1243,4 1937 1447,9 1976 1856,4
1954 1248,7 1993 1448,0 1970 1891,2
2006 1265,0 1945 1462,7 1923 1903,6
1953 1265,2 2000 1467,9 1891 1937,6
1901 1273,4 2007 1475,7 1899 1949,5
1906 1273,5 1900 1476,0 1931 1984,5
1983 2112,7
Média 1389,6

Aos dados foi aplicado o teste de Lilliefors obtendo-se o valor de 0,0445 (com Valor
Crítico de 5% igual a 0,0816) indicando que, de acordo com o teste de Lilliefors, a distribuição
normal pode ser utilizada para estimar a probabilidade de ocorrência de totais anuais de chuva
em Campinas ao nível de 5% de significância.
Na figura 2 são apresentadas as probabilidades de ocorrência de precipitações, de
acordo com o teste de Lilliefors.

422
Probabilidade (%)
90,00
Chuva Anual Probabilidade
80,00
de Ocorrência
chuva ≤ 70,00

(mm) (%) 60,00


50,00
800 0,9 40,00 Probabilidade (%)
1000 5,9 30,00
1200 22,4
20,00
1400 51,7
10,00
1600 80,0
0,00
0 500 1000 1500 2000

Figura VIII-2 Probabilidades de ocorrência de precipitações em Campinas, de acordo com o teste de


Lilliefors.

Verifica-se que em Campinas a probabilidade de ocorrer valores de chuva igual ou


inferiores a 1200 mm é, aproximadamente, 22,4 %, de acordo com a distribuição normal sendo
essa a margem de risco do presente projeto de recuperação físico-hídrica das microbacias de
Vinhedo.
Isso quer dizer que a chuva média anual considerada no estudo (1249 mm/ano) tem
probabilidade de ocorrer em 80% dos anos.
Essa análise pode envolver, também, o recente período de seca ocorrido nos anos de
2014/2015.
Uma seca é mais bem representada quando se considera o período de anos adjacentes ao
ano de maior criticidade.
Destacando-se da tabela 1 esses anos e um ano antes e um ano depois, a situação,
perante a média anual considerada nesse estudo de 1249,0mm posiciona-se de acordo com a
figura 3.
Chuva (mm)
1750,0
1700,0
1650,0
1600,0
1550,0
1500,0
1450,0
PRECIPITAÇÃO (mm)

1400,0
1350,0
1300,0
Chuva (mm)
1250,0
1200,0
1150,0
1100,0
1050,0
1000,0
950,0
900,0
850,0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Figura VIII-3 Precipitações anuais ocorridas anteriores


ANO e posteriores ao período de seca ocorrido
nos anos de 2013/2014.

Verifica-se que nos anos 2013/2014 os totais de precipitação anuais foram ainda abaixo
de 1249 mm. O ano de 2012 não concorreu para seca, uma vez que atingiu um bom índice de
1485,4mm.
Isso mostra o acerto em considerar-se a precipitação anual de 1250 mm como média de
precipitação anual para Vinhedo uma vez que esse estudo de sustentabilidade hídrica aproxima-
se mais da ocorrência de uma seca que, por vivência tem-se hoje a noção exata do dano que a
ocorrência de apenas dois anos de precipitações abaixo desse valor refletem na disponibilidade
hídrica na região de Vinhedo.

423
Em adição a análise em escala anual, a condição extremamente seca do ano de 2014
pode ser também evidenciada pela aplicação do Índice Padronizado de Precipitação aos totais
anuais de precipitação pluvial.
O Índice de Precipitação Padronizado (Standard Precipitation Índex – SPI) é
comumente utilizado para o monitoramento de condições associadas à secas e excesso de chuva.
O SPI foi desenvolvido por McKee et al. (1993) e é baseado somente no produto de
precipitação.
A tabela 3 qualifica o grau da seca em função do Índice SPI.

Tabela VIII-3 Qualificação d o grau da seca em função do Índice SPI.

Valor do SPI Categoria de Sêca


≥ 2.00 Extremamente Úmido
1.50 to 1.99 Muito Úmico
1.00 to 1.49 Moderadamente Úmido
0.99 to -0.99 Normal
−1.00 to −1.49 Moderadamente Sêco
−1.50 to −1.99 Severamente Sêco
≤ −2.00 Extremamente Sêco

A distribuição dos Índices SPI na série de dados pluviométricos de Campinas é


apresentada na figura 4.
De forma mais detalhada, a tabela 4 apresenta os anos e seus meses mais secos da série
histórica de Campinas, segundo o SPI.
Conforme observado na figuras 4 e na Tabela 4, esse índice de seca assumiu o menor
valor em Campinas no ano de 2014 e no mês de fevereiro, caracteristicamente chuvoso na nossa
região (-3,62).
Considerando o algorítmo de cálculo do SPI, descrito em diversos trabalhos tais como
Hayes et al. (1996) e Meschiatti & Blain (2016), a probabilidade de ocorrência associada a esses
valores, em porcentagem, é inferior a 1%.
Esclarece-se ainda que a adequação do SPI às condições climáticas de Campinas é
observada em diversos trabalhos como Meschiatti & Blain (2016).

424
SPI SPI SPI SPI SPI

0,00
0,50
1,00
1,50
2,50
3,00
3,50
4,00

2,00

-3,50
-3,00
-2,50
-2,00
-1,50
-0,50

-4,00
-1,00

0,00
0,50
1,00
1,50
3,00
3,50
4,00
0,00
0,50
1,00
1,50
2,50
3,00
3,50
4,00
0,00
0,50
1,00
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00

2,00
2,50
2,00
1,50

-3,00
-2,50
-2,00
-1,50
-3,00
-2,50
-2,00
-1,50
-3,50
-3,00
-2,50
-2,00
-1,00
-0,50

-4,00
-3,50
-1,00
-0,50
-4,00
-3,50
-1,00
-0,50
-4,00
-1,50

0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
3,00
3,50
4,00

2,50

-4,00
-3,00
-2,50
-2,00
-1,50
-1,00

-3,50
-0,50
2010 1980 1950 1920 1890
2010 1980 1950 1920 1890
2010 1981 1951 1921 1891
2010 1982 1952 1922 1892
2010 1983 1953 1923 1893
2010 1983 1953 1923 1893
2011 1984 1954 1924 1894
2011 1985 1955 1925 1895
2011 1986 1956 1926 1896
2011 1986 1956 1926 1896
2011 1987 1957 1927 1897
2011 1988 1958 1928 1898
2012 1989 1959 1929 1899
2012 1989 1959 1929 1899
2012 1990 1960 1930 1900
2012 1991 1961 1931 1901
2012 1992 1962 1932 1902
2012 1992 1962 1932 1902
2013 1993 1963 1933 1903
2013 1994 1964 1934 1904
2013 1995 1965 1935 1905
2013 1995 1965 1935 1905
2013 1996 1966 1936 1906
2013 1997 1967 1937 1907
Campinas 1920-1949

Campinas 1980-2009
Campinas 1950-1979
Campinas 1890-1919

Campinas 2010-2016
2014 1998 1968 1938 1908
2014 1998 1968 1938 1908
2014
Quantificação histórica da Seca

Quantificação histórica da Seca


Quantificação histórica da Seca
Quantificação histórica da Seca

Quantificação histórica da Seca


1999 1969 1939 1909
2014 1940
2000 1970 1910
2014 1941
2001 1971 1911
2014
2001 1971 1941 1911
2015
2002 1972 1942 1912
2015
2003 1973 1943 1913
2015
2004 1974 1944 1914
2015
2004 1974 1944 1914
2015
2005 1975 1945 1915
2015
2006 1976 1946 1916
2016
2007 1977 1947 1917
2016
2007 1977 1947 1917

Figura VIII-4 Distribuição dos Índices SPI na série de dados pluviométricos de Campinas.
2016
2016 2008 1978 1948 1918
2016 2009 1979 1949 1919
2016

425
Tabela VIII-4 Anos e seus meses mais secos da série histórica de Campinas, segundo o SPI.

Ano Mês Índice de Seca: SPI


2014 2 -3,62
1908 3 -3,61
2000 4 -3,29
1985 10 -3,01
1956 11 -3,00
1978 1 -2,98
1913 10 -2,87
1919 3 -2,81
1921 10 -2,76
1930 3 -2,75

 Análise ocorrência de seca em Jundiaí

Já em Jundiaí as precipitações registradas ao longo de 75 anos são apresentadas na


tabela 5.
A figura 1 mostra esses registros esquematicamente.
Nela é possível observar-se os anos de ocorrência de precipitações anuais menores que
1249 mm.
A maior precipitação atingiu 2404,7 mm em 1983 e a menor foi de 935,1 mm, em 1944.
Visualmente não se verifica nenhuma tendência de mudança climática nesse período.
Colocando-os ranqueados de menor registro para o maior, a seqüência é apresentada na
tabela 6.
Em Jundiaí, num período de 75 anos, verifica-se que em 21 anos ocorreu precipitação
anual menor ou igual a 1249 mm.
Aos dados de Jundiaí foi aplicado o teste de Lilliefors obtendo-se o valor de 0,0718
(num Valor Crítico (5%) igual a 0,0816) indicando que, de acordo com o teste de Lilliefors, a
distribuição normal pode ser utilizada para estimar a probabilidade de ocorrência de totais
anuais de chuva em Jundiaí ao nível de 5% de significância.
Na figura 5 são apresentadas as probabilidades de ocorrência de precipitações, de
acordo com o teste de Lilliefors.

426
Tabela VIII-5 Precipitações registradas em Jundiaí de 1942 a 2016.

Ano Chuva (mm) Ano Chuva (mm)

1942 1102,5 1980 1282,2


1943 1241 1981 1238,7
1944 935,1 1982 1926,8
1945 1505 1983 2404,7
1946 1110 1984 1110,2
1947 1876,5 1985 1177,3
1948 1514 1986 1629,5
1949 1445,5 1987 1847,3
1950 1359,9 1988 1489,7
1951 1332,9 1989 1549,2
1952 1059,1 1990 1375,1
1953 1047,9 1991 1566
1954 1228,4 1992 1499,2
1955 1116,2 1993 1518,6
1956 1210 1994 1452,7
1957 1598,4 1995 1625,7
1958 1409,2 1996 1490,5
1959 1353,9 1997 1977,3
1960 1588,6 1998 1476,1
1961 941,9 1999 1154,1
1962 1426,7 2000 1530,4
1963 980,7 2001 1280,2
1964 1472,2 2002 1347,1
1965 1749,92 2003 1320,6
1966 1457,68 2004 1536,9
1967 1325,4 2005 1522,5
1968 970 2006 1528,9
1969 975,3 2007 1371,1
1970 1644,9 2008 1340
1971 1456,1 2009 1633,5
1972 1508,2 2010 1350,5
1973 1353 2011 1710,9
1974 1222 2012 1485,4
1975 1147,6 2013 1204,3
1976 1864,4 2014 943,5
1977 1353,4 2015 1402
1978 1259,2 2016 1591,2
1979 1253,2 Média 1403,8

427
Tabela VIII-6 Ranqueamento das precipitações ocorridas em Jundiaí, de menor registro para o
maior.

Ano Chuva (mm) Ano Chuva (mm)

1944 935,1 1958 1409,2


1961 941,9 1962 1426,7
2014 943,5 1949 1445,5
1968 970,0 1994 1452,7
1969 975,3 1971 1456,1
1963 980,7 1966 1457,7
1953 1047,9 1964 1472,2
1952 1059,1 1998 1476,1
1942 1102,5 2012 1485,4
1946 1110,0 1988 1489,7
1984 1110,2 1996 1490,5
1955 1116,2 1992 1499,2
1975 1147,6 1945 1505,0
1999 1154,1 1972 1508,2
1985 1177,3 1948 1514,0
2013 1204,3 1993 1518,6
1956 1210,0 2005 1522,5
1974 1222,0 2006 1528,9
1954 1228,4 2000 1530,4
1981 1238,7 2004 1536,9
1943 1241,0 1989 1549,2
1979 1253,2 1991 1566,0
1978 1259,2 1960 1588,6
2001 1280,2 2016 1591,2
1980 1282,2 1957 1598,4
2003 1320,6 1995 1625,7
1967 1325,4 1986 1629,5
1951 1332,9 2009 1633,5
2008 1340,0 1970 1644,9
2002 1347,1 2011 1710,9
2010 1350,5 1965 1749,9
1973 1353,0 1987 1847,3
1977 1353,4 1976 1864,4
1959 1353,9 1947 1876,5
1950 1359,9 1982 1926,8
2007 1371,1 1997 1977,3
1990 1375,1 1983 2404,7
2015 1402,0 Média 1403,8

428
Probabilidade (%)
90,00
Chuva Anual Probabilidade
80,00
(mm) (%) 70,00
60,00
800 1,2 50,00
1000 6,5 40,00 Probabilidade (%)
30,00
1200 22,2
20,00
1400 49,4
10,00
1600 76,9 0,00
0 500 1000 1500 2000

Figura VIII-5 Probabilidades de ocorrência de precipitações em Jundiaí, de acordo com o teste


de Lilliefors.
Verifica-se que em Jundiaí a probabilidade de ocorrer valores de chuva igual ou
inferiores a 1200 mm é, aproximadamente, 22%, de acordo com a distribuição normal sendo,
portanto, esse o nível de risco do presente estudo.
Essa análise pode envolver, também, o recente período de seca ocorrido nos anos de
2013/2014.
Destacando-se da tabela 5 esses anos e um ano antes e um ano depois, a situação,
perante a média anual considerada nesse estudo de 1249,0mm posiciona-se de acordo com a
figura 6.

Figura VIII-6 Precipitações anuais ocorridas anteriores e posteriores ao período de seca ocorrido
nos anos de 2013/2014.

Verifica-se que nos anos 2013/2014 os totais de precipitação anual foram abaixo de
1249 mm e que 2012 não concorreu para seca, uma vez que atingiu um bom índice de 1710,9
mm.
As mesmas considerações sobre a pertinência de considerar-se a precipitação média
anual de 1249 mm realizada na análise de Campinas aqui se aplica também.
Em adição a análise em escala anual, a condição extremamente seca do ano de 2014
pode ser também evidenciada pela aplicação do Índice Padronizado de Precipitação aos totais
mensais de precipitação pluvial.
A distribuição dos Índices SPI na série de dados pluviométricos de Jundiaí é
apresentada na figura 7.

429
4,50
4,00
3,50
Quantificação histórica da Seca
3,00 Jundiaí 1942-1971
2,50
2,00
1,50
1,00
0,50
SPI

0,00
-0,50
-1,00
-1,50
-2,00
-2,50
-3,00
-3,50
-4,00
-4,50
1942
1942
1943
1944
1945
1945
1946
1947
1948
1948
1949
1950
1951
1951
1952
1953
1954
1954
1955
1956
1957
1957
1958
1959
1960
1960
1961
1962
1963
1963
1964
1965
1966
1966
1967
1968
1969
1969
1970
1971
4,50
4,00
3,50
Quantificação histórica da Seca
3,00 Jundiaí 1972-2001
2,50
2,00
1,50
1,00
0,50
SPI

0,00
-0,50
-1,00
-1,50
-2,00
-2,50
-3,00
-3,50
-4,00
-4,50
1972
1972
1973
1974
1975
1975
1976
1977
1978
1978
1979
1980
1981
1981
1982
1983
1984
1984
1985
1986
1987
1987
1988
1989
1990
1990
1991
1992
1993
1993
1994
1995
1996
1996
1997
1998
1999
1999
2000
2001
4,50
4,00
3,50
Quantificação histórica da Seca
3,00 Jundiaí 2002-2016
2,50
2,00
1,50
1,00
0,50
SPI

0,00
-0,50
-1,00
-1,50
-2,00
-2,50
-3,00
-3,50
-4,00
-4,50
2002
2002
2002
2003
2003
2004
2004
2004
2005
2005
2006
2006
2007
2007
2007
2008
2008
2009
2009
2009
2010
2010
2011
2011
2012
2012
2012
2013
2013
2014
2014
2014
2015
2015
2016
2016
Figura VIII-7 Distribuição dos Índices SPI na série de dados pluviométricos de Jundiaí.

De forma mais detalhada, a tabela 7 apresenta os anos e seus meses mais secos da série
histórica segundo o SPI

430
Tabela VIII-7 Anos e seus meses mais secos da série histórica segundo o SPI.
Tabela 2: Meses mais secos da série histórica segundo o SPI
Ano Mês Índice de Seca: SPI
2014 10 -4,30
1956 11 -4,23
1984 2 -3,46
1997 3 -3,31
1969 2 -2,68
1984 10 -2,62
1942 10 -2,59
1993 3 -2,40
1981 2 -2,37
2002 12 -2,34

Conforme observado na figura 7 e na tabela 7, esse índice de seca assumiu os menores


valores em Jundiaí no ano de 2014 e no mês de outubro (-4.30). Considerando o algorítmo de
cálculo do SPI, descrito em diversos trabalhos tais como Hayes et al. (1996) e Meschiatti &
Blain (2016), a probabilidade de ocorrência associada a esses valores, em porcentagem, é
inferior a 1%.
Individualizando-se os dados um pouco mais e servindo-se dos dados de Campinas,
talvez, uma das análises que melhor traduz a severidade da seca do ano de 2014 seja a análise
do déficit hídrico acumulado nos três meses de menor precipitação na nossa região.
Para tanto, trabalhando-se em escala mensal, dentro da série de 1891 a 2016,
considerou-se o SPI médio ocorrido nos três meses de seca – maio a julho de todos esses anos.
A tabela 8 aponta o resultado.
Observa-se que, efetivamente, dos 126 anos de registro, o ano em que o período de
maio a julho foi mais drástico ocorreu justamente em 2014, quando média dos SPIs dos3 meses
alcançou o valor de -2,857.
A título de comparação, o período desses três meses mais chuvoso deu-se em 1983 com
o índice positivo de 2,491.

431
Tabela VIII-8 SPI mensal do período de 1891 a 2016 considerou-se a média dos índices ocorridos
nos três meses de seca – maio a julho.

Classificação Ano SPI Classificação Ano SPI Classificação Ano SPI

1 2014 -2,85763 43 1896 -0,36894 85 1996 0,424677


2 1969 -2,05539 44 1894 -0,35936 86 1913 0,424895
3 1941 -1,85916 45 1920 -0,35116 87 2001 0,430553
4 1930 -1,8389 46 1910 -0,33461 88 1963 0,43144
5 1925 -1,74887 47 2004 -0,26358 89 1892 0,452294
6 1992 -1,66253 48 1994 -0,18718 90 1961 0,491504
7 1949 -1,58512 49 1985 -0,17988 91 2007 0,492224
8 1943 -1,56557 50 1984 -0,17462 92 1951 0,574793
9 1934 -1,50474 51 1948 -0,15324 93 1977 0,631695
10 1989 -1,47725 52 1974 -0,14344 94 1995 0,683902
11 1903 -1,45207 53 1933 -0,12298 95 1926 0,696949
12 1959 -1,45003 54 1960 -0,12033 96 1939 0,704238
13 1978 -1,3856 55 1917 -0,08499 97 1932 0,715532
14 1911 -1,24105 56 1956 -0,07105 98 1898 0,731767
15 1986 -1,23862 57 1897 -0,05567 99 1993 0,757004
16 1981 -1,12536 58 1957 -0,01954 100 1999 0,760294
17 2000 -1,12136 59 1973 -0,01018 101 1958 0,783009
18 1953 -1,11758 60 2003 -0,00649 102 1990 0,816193
19 1938 -1,11549 61 1966 0,004586 103 1997 0,845141
20 1914 -1,10797 62 1988 0,031122 104 2016 0,899466
21 1964 -1,09149 63 1901 0,045285 105 1921 0,988111
22 2009 -1,06104 64 1946 0,048456 106 1900 1,050433
23 1952 -1,01579 65 2008 0,062564 107 1923 1,103411
24 1908 -0,96223 66 2015 0,065849 108 1991 1,145147
25 2006 -0,88457 67 1936 0,104978 109 2005 1,170069
26 1918 -0,87563 68 1940 0,134782 110 2012 1,191226
27 1945 -0,83186 69 1907 0,139848 111 1895 1,202052
28 1955 -0,80638 70 1967 0,168324 112 2010 1,212724
29 1924 -0,73937 71 1928 0,180533 113 1965 1,280561
30 1919 -0,72312 72 1972 0,180699 114 1891 1,284049
31 1916 -0,72008 73 1954 0,181499 115 1937 1,303218
32 2013 -0,69451 74 1893 0,193848 116 1976 1,314081
33 1904 -0,68573 75 1922 0,215212 117 1929 1,409174
34 1975 -0,67869 76 1998 0,253695 118 1942 1,445015
35 1962 -0,63677 77 1982 0,275087 119 1912 1,473135
36 1944 -0,59866 78 1906 0,290065 120 1899 1,527507
37 1902 -0,57311 79 2011 0,327023 121 1987 1,611795
38 1971 -0,5507 80 1950 0,341052 122 1970 1,835839
39 1979 -0,54821 81 1947 0,384753 123 1927 1,853818
40 1968 -0,50742 82 1935 0,386002 124 1931 1,966589
41 2002 -0,45476 83 1980 0,392242 125 1905 2,180456
42 1909 -0,44196 84 1915 0,395184 126 1983 2,491238

Para maximizar o efeito dessa seca, pode ser observado também que, 2013 já vinha se
apresentando como um ano seco, tendo-se a media de SPI de maio, junho e julho de 2013
atingindo - 0,695.
A análise que qualifica a severidade relativa desse período de dois anos de seca -
2013/2014 é conduzida de acordo com o que se segue.
No período de 126 anos de registro de Campinas, calculou-se a SPI médio de todos dois
anos consecutivos (Biênios). A tabela 9 mostra o resultado.
Os dados mostram que o biênio 2013/2014 apresentou um SPI médio de -0,589 sendo
que esse valor o classifica, apenas, como o vigésimo primeiro biênio mais seco já registrado na
região de Campinas. Isso quer dizer que outros vinte biênios de um total de 146 foram ainda
mais secos que 2013/2014 que já resultou numa condição desesperadora na nossa região. Isso
ressalta a importância do esforço em se assegurar uma maior estabilidade na disponibilidade de
água para o município de Vinhedo, como propõe o presente estudo.

432
Tabela VIII-9 SPI média de todos os Biênios dentro do período de 126 anos de registro de Campinas

Ordem Biênio SDI Ordem Biênio SDI Ordem Biênio SDI

1 19 51 a 19 52 -1,710 43 19 63 a 19 64 -0,400 85 19 48 a 19 49 0,281


2 19 50 a 19 51 -1,445 44 19 68 a 19 69 -0,388 86 20 `03 a 20 `04 0,308
3 19 44 a 19 45 -1,379 45 19 91 a 19 92 -0,381 87 19 49 a 19 50 0,308
4 18 91 a 18 92 -1,259 46 19 `06 a 19 `07 -0,357 88 19 `02 a 19 `03 0,311
5 19 `07 a 19 `08 -1,257 47 19 46 a 19 47 -0,351 89 19 98 a 19 99 0,316
6 20 12 a 20 13 -1,174 48 19 84 a 19 85 -0,346 90 19 `01 a 19 `02 0,373
7 18 95 a 18 96 -1,150 49 19 39 a 19 40 -0,345 91 19 24 a 19 25 0,393
8 19 57 a 19 58 -0,965 50 19 47 a 19 48 -0,321 92 19 79 a 19 80 0,400
9 19 43 a 19 44 -0,953 51 19 75 a 19 76 -0,294 93 19 93 a 19 94 0,428
10 19 27 a 19 28 -0,913 52 20 `05 a 20 `06 -0,271 94 19 95 a 19 96 0,431
11 19 22 a 19 23 -0,899 53 20 `01 a 20 0 -0,261 95 19 96 a 19 97 0,437
12 18 92 a 18 93 -0,871 54 20 `60 a 20 `07 -0,246 96 19 19 a 19 20 0,473
13 18 94 a 18 95 -0,871 55 19 12 a 19 13 -0,217 97 19 33 a 19 34 0,476
14 19 62 a 19 63 -0,865 56 19 10 a 19 11 -0,179 98 18 93 a 18 94 0,500
15 19 89 a 19 90 -0,779 57 19 55 a 19 56 -0,177 99 19 40 a 19 41 0,580
16 19 52 a 19 53 -0,754 58 19 78 a 19 79 -0,146 100 19 83 a 19 84 0,584
17 19 67 a 19 68 -0,736 59 19 99 a 20 `00 -0,106 101 19 41 a 19 42 0,614
18 19 58 a 19 59 -0,707 60 19 38 a 19 39 -0,073 102 19 `05 a 19 `06 0,653
19 19 14 a 19 15 -0,698 61 19 74 a 19 75 -0,045 103 19 94 a 19 95 0,667
20 19 90 a 19 91 -0,669 62 19 70 a 19 71 -0,040 104 19 97 a 19 98 0,697
21 20 13 a 20 14 -0,589 63 19 80 a 19 81 -0,039 105 20 `08 a 20 `09 0,726
22 19 `09 a 19 10 -0,587 64 20 14 a 20 15 -0,032 106 19 61 a 19 62 0,733
23 19 45 a 19 46 -0,583 65 19 28 a 19 29 -0,028 107 19 36 a 19 37 0,736
24 19 18 a 19 19 -0,583 66 20 10 a 20 11 -0,019 108 19 20 a 19 21 0,781
25 19 `08 a 19 `09 -0,563 67 19 69 a 19 70 -0,004 109 19 86 a 19 87 0,790
26 19 56 a 19 57 -0,561 68 19 73 a 19 74 0,040 110 20 `09 a 20 10 0,796
27 20 `04 a 20 `05 -0,548 69 20 `00 a 20 `01 0,045 111 19 65 a 19 66 0,797
28 20 15 a 20 16 -0,528 70 19 53 a 19 54 0,059 112 19 11 a 19 12 0,849
29 19 71 a 19 72 -0,487 71 19 42 a 19 43 0,076 113 19 29 a 19 30 0,907
30 19 88 a 19 89 -0,480 72 18 98 a 18 99 0,097 114 18 99 a 19 `00 0,948
31 19 15 a 19 16 -0,474 73 18 90 a 18 91 0,151 115 19 64 a 19 65 0,958
32 19 37 a 19 38 -0,472 74 19 26 a 19 27 0,170 116 19 82 a 19 83 0,966
33 20 `07 a 20 `08 -0,459 75 19 16 a 19 17 0,185 117 19 59 a 19 60 0,968
34 19 87 a 19 88 -0,458 76 19 66 a 19 67 0,194 118 19 0 a 19 `01 1,000
35 19 13 a 19 14 -0,454 77 18 96 a 18 97 0,195 119 19 34 a 19 35 1,046
36 19 92 a 19 93 -0,444 78 19 77 a 19 78 0,199 120 19 `04 a 19 `05 1,173
37 20 11 a 20 12 -0,443 79 20 `02 a 20 `03 0,215 121 19 31 a 19 32 1,220
38 19 23 a 19 24 -0,424 80 19 32 a 19 33 0,221 122 19 25 a 19 26 1,221
39 19 72 a 19 73 -0,420 81 19 81 a 19 82 0,223 123 19 35 a 19 36 1,254
40 19 21 a 19 22 -0,416 82 19 76 a 19 77 0,227 124 19 `03 a 19 `04 1,312
41 19 17 a 19 18 -0,410 83 19 54 a 19 55 0,227 125 19 60 a 19 61 1,336
42 18 97 a 18 98 -0,402 84 19 85 a 19 86 0,256 126 19 30 a 19 31 1,367

433
IX. CAPÍTULO IX. DIAGNÓSTICO DAS ESPECIFICIDADES DE
DEGRADAÇÃO FÍSICO-HÍDRICA DAS MICROBACIAS DE
VINHEDO.

Esse diagnóstico teve como base trabalhos já executados em Vinhedo, mais


especificamente, Elo Ambiental (2007, 2011 e 2015) e Câmara Municipal de Vinhedo (2015).
As indicações de degradação de cada microbacia são de acordo com o que se segue:

I. BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO ATIBAIA.

MICROBACIA BOM JARDIM

Segundo Relatório Técnico Final da Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica,


da Câmara Municipal de Vinhedo (2015), a Sub-bacia Bom Jardim está localizada em área
mista: rural e urbana, onde se encontram fazendas, sítios, chácaras de recreio além de
loteamentos fechados, como o Santa Fé e Chácaras do Lago.
Em 2007, no projeto Vinhedo Sustentável Meta II - Jovens em Ação a Elo Ambiental
(2007) percorreu todas as microbacias e sub-microbacias do município realizando observações
dos recursos hídricos. Os dados levantados são apresentados a seguir.

Principais Rios e Córregos: Córrego Bom Jardim, Iguatemi.


Sub-Microbacias: L1, L2, L3, L4 e L5.
Predominância do Estado de Conservação das APPs: Alterado.
Principais Usos do Solo no Entorno das APPs: Apicultura, Beneficiamento de substrato
vegetal, Captação de água superficial e subterrânea, Condomínios, Cultivo de uva, Pastagem,
Plantação eucalipto e pinus, Urbanização.
Principais Impactos Ambientais: Avanço agropastoril, Avanço de urbanização em APPs, Corte
ilegal de espécies nativas em APPs, Despejo de efluentes, Extração de pedras, Área de
cultivo em APPs, Queimadas, Represamento.

Figura IX-1 Córrego Bom Jardim, Corte de Eucalipto em área de APPs.

434
ASPECTOS SOCIAIS

Segundo os COMITÊS PCJ (2013), sobre dados populacionais da microbacia do Bom


Jardim, a estimativa da população total residente na área de estudo ocorreu a partir da contagem
da população realizada pelo IBGE, por setores censitários em 2007. De acordo com esse
levantamento a população residente total (sendo ela rural e urbana) na Bacia do Bom Jardim
está estimada em 12.508 habitantes.
A microbacia está localizada em área mista: rural e urbana. Constatou-se a presença de
algumas chácaras, fazendas, casas, mas também de condomínios fechados. As moradias são de
aspecto rural; as vias de acesso são parcialmente asfaltadas; as casas de alvenaria, com energia
elétrica, fossas, poços d´água e captação de água direto da nascente. As moradias demonstram a
desigualdade social existente entre os moradores dos condomínios e o restante da população
local. Portanto, as realidades são diferentes em alguns aspectos: social, cultural e econômico.
A maior parte da população não é natural da região. Observou-se que ocorre
assentamento de barracos confeccionados por lonas e restos de madeira; os moradores extraem
minerais (rochas graníticas para construção civil) e não possuem nenhum tipo de infra-estrutura
(energia, água, banheiro, coleta de lixo); sua alimentação é feita em fogão improvisado, onde a
lenha usada é da própria floresta.
O lixo é queimado, o que interfere negativamente no ecossistema e com perigo de
incêndio.
Os moradores se mostraram, na maioria, pouco preocupados com a preservação
ambiental.

Histórico e características de ocupação

A grande quantidade de fazendas, sítios e chácaras de lazer caracterizam a Microbacia


Hidrográfica Bom Jardim como uma das mais permeáveis de Vinhedo (92% em 2012).
Estes valores altos só não atingem os 100% pelo fato da microbacia possuir cinco
loteamentos fechados, sendo dois na área centro-sul; Vale da Santa Fé e Chácaras do Lago e três
à noroeste; Villa Monteverde, Recanto dos Canjaranas e Villa D'oro.

Caracterização das principais alterações físico-hidrológicas da microbacia

A Microbacia Hidrográfica Bom Jardim conta com a maior área de vegetação arbórea
preservada de Vinhedo, possuindo em 2012, 6,4 Km² de uma área total 11,7 Km² (Tabela 23),
sendo boa parte dessa cobertura composta por eucaliptos.
Gonçalves Junior (2015) ressalta que não abordou sobre os possíveis impactos
ambientais causados pela cultura do eucalipto, pois o objetivo de seu trabalho remetia apenas a
sua função na interceptação e no amortecimento do impacto das chuvas, favorecendo a
infiltração e reduzindo o escoamento superficial.

435
Tabela IX-1 Evolução das Áreas Permeáveis ou de Baixa Impermeabilização e de Cobertura
Arbórea na Microbacia Hidrográfica Bom Jardim.

Figura IX-2 Localização espacial do Condomínio Vale da Santa Fé (5), Chácaras do Lago (6), Villa
Monteverde (16), Recanto dos Canjaranas (13) e Villa D'oro (33).

Destes loteamentos, o Villa Monteverde e o Villa D'oro pertencem a ZEU2 segundo o


Plano Diretor de 2007, enquanto os demais se inserem na ZCA Leste.
De fato, a impermeabilização do solo pela construção dos loteamentos fechados nessa
microbacia só pode ser evidenciada a partir da análise das fotos áreas de 1994, pois até 1978
apenas o loteamento fechado Vale da Santa Fé tinha sido instalado na microbacia.
Em 1983 o loteamento fechado Chácaras do Lago foi instalado na divisa com o Vale da
Santa Fé, ao sul. Estes dois empreendimentos possuem os maiores lotes em loteamentos
fechados existentes em Vinhedo, variando entre 1000 e 7000m², sendo que os maiores que
3500m² localizam-se predominantemente no loteamento fechado Vale da Santa Fé.
Como os lotes são grandes conferindo um padrão de chácaras de lazer com grandes
áreas gramadas, a impermeabilização é baixa.
Em 1994 o Vale do Santa Fé apresentava 89% de sua área permeável,
impermeabilizando apenas mais 11% até o ano de 2012.
No Chácara do Lago onde os lotes são menores o processo foi um pouco mais intenso,
em 1994, 81,2% da área do loteamento apresentava-se permeável, em 2012 esse valor se reduz
para 52%.

436
No que se refere à cobertura vegetal arbórea, o Vale do Santa Fé apresenta um grande
avanço no que se refere preservação. Em 2012, a cobertura arbórea registrada em seu interior
apresentava-se três vezes maior do que a registrada em 1962, e quase cinco vezes maior do que
a registrada em 1978 (um ano após sua instalação).
No loteamento fechado Chácaras do Lago a situação é totalmente diferente, primeiro
por que o loteamento foi instalado em uma área totalmente desmatada, e segundo, por que não
ocorreu nenhuma recomposição da cobertura arbórea na área do empreendimento até 1994, ou
seja, mesmo após 11 de sua instalação não se registraram avanços na recomposição da cobertura
vegetal arbórea. Valores relacionados à recomposição só são notados em 2012 (cerca de 10%)
principalmente nos fundos de vale e nas vertentes de maior declividade.
Por possuir lotes menores e mais adensados, em 2012 o loteamento fechado Chácara do
Lago (quase totalmente ocupado) apresentava 48% de sua área impermeabilizada, o que
consiste num aumento de cerca de 30% em relação a 1994.
Os demais loteamentos fechados localizados a noroeste da microbacia foram todos
instalados após 1994, o Recanto dos Canjaranas e o Villa Monteverde em 1996 e o Vila D'oro
em 2002.
O loteamento Villa Monteverde localizado no interflúvio entre a Microbacia
Hidrográfica Bom Jardim e a Microbacia Hidrográfica Juazeiro (tendo inclusive sua portaria
localizada nesta última) constitui um dos menores loteamentos fechados de Vinhedo, possuindo
cerca de 30000m².
Sua instalação ocorreu sobre uma área que já se apresentava desmatada em 1978,
porém, como apenas cinco casas foram construídas desde sua instalação em 1996, boa parte do
loteamento ainda apresenta características de permeabilidade.
No loteamento Recanto dos Canjaranas registrou-se um aumento de cobertura arbórea
de cerca de três vezes entre 1994 e 2012, quase que exclusivamente na área instituída como
APP dentro do loteamento. O loteamento por estar ocupado quase que em sua totalidade,
apresenta taxas de impermeabilização do solo elevadas, chegando aos 93% em 2012.
O loteamento Villa D'oro, criado em 2002, não apresentava nenhuma residência
construída até 2012, assim, sua área permeável corresponde quase que a totalidade da área do
loteamento, estando por volta de 93%, valor este que desconta apenas a infraestrutura do
loteamento.
A cobertura vegetal arbórea do loteamento foi recomposta após sua instalação, passando
dos 14000m² registrados em 1962, 1978 e 1994 para 20000m² em 2012.
Toda microbacia encontra-se localizada sobre as formas de relevo denominadas
Morrotes e Morros, ou seja, sobre as áreas mais suscetíveis a erosão laminar, sulcos e rastejo
devido às declividades acentuadas, no entanto os compartimentos estruturantes da paisagem
apresentam-se bem preservados, principalmente na porção oeste da microbacia, local onde se
encontra a maior mancha cobertura vegetal arbórea continua de Vinhedo.
No loteamento fechado Vale da Santa Fé os compartimentos estruturantes indutores
localizados nas áreas de maior declividade apresentam-se bem preservados pela cobertura
arbórea, fato que conduz a um amortecimento natural para o impacto das chuvas através das
copas das árvores, favorecendo a infiltração.
Nos compartimentos de passagem a impermeabilização dos solos é baixa devido ao
perfil de ocupação em grandes lotes. Por fim, os compartimentos receptores dentro do
loteamento, além da vegetação bem preservada, apresentam quatro lagoas de amortecimento
para os eventos de chuva concentrada, evitando impactos ambientais ao longo do sistema de
drenagem.
O loteamento fechado Chácaras do Lago localizado em um compartimento estruturante
de passagem, apesar de possuir quase metade de sua área impermeabilizada, direciona seu
escoamento superficial para o grande lago a leste, que inclusive dá nome ao empreendimento,
funcionando assim como reservatório de amortecimento.
Este lago não existia em 1962, porém já se fazia presente na foto área de 1978, assim,
pode-se constatar que o lago artificial foi instalado antes do loteamento fechado no intuito de
funcionar como reservatório para o abastecimento de Vinhedo.

437
O compartimento estruturante indutor localizado no topo da vertente a qual o
loteamento fechado está inserido apresenta-se pouco impermeabilizado.
Nos loteamentos fechados da porção noroeste, não foram constatados problemas
derivados da dinâmica de escoamento superficial das águas.
O Vila Monteverde apesar de estar localizado em um compartimento estruturante
indutor possui áreas permeáveis e que favorecem a infiltração, sendo que sua drenagem é
conduzida para um tributário do córrego Bom Jardim no compartimento estruturante de
passagem a leste do loteamento, local onde se encontra a nascente deste tributário em meio a
uma grande APP.
Além disso, quase na confluência deste tributário com o córrego Bom Jardim, foram
instalados dois reservatório de contenção, também utilizados pelos proprietários rurais.
No Villa D'oro a situação é semelhante, os três compartimentos estruturantes da
paisagem apresentam-se pouco impermeabilizados, sendo o indutor ainda bem preservado pela
cobertura arbórea, a drenagem segue internamente para um tributário do córrego Bom Jardim
que possui em meio à mata um reservatório de amortecimento.
Estes dois loteamentos apresentavam-se ambientalmente estáveis, principalmente por
possuírem baixa densidade de ocupação, no entanto, como seus lotes estão sendo negociados no
mercado imobiliário e por estarem inseridos sobre área classificada como de expansão urbana,
há possibilidade do surgimento de problemas sistêmicos derivados da impermeabilização.
O loteamento Recanto dos Canjaranas está localizado sobre um compartimento
estruturante indutor de processos na divisa entre as Microbacias Hidrográficas Bom Jardim e
Paciência/Cristo e também sobre o compartimento estruturante de passagem em média vertente.
Sua área em 2012 apresentava-se 93% impermeabilizada, porém, o escoamento
direcionado para o córrego Bom Jardim segue antes para um dos tributários do córrego a oeste
do empreendimento onde são encontrados três reservatórios de amortecimento, poucos metros
antes da confluência com o córrego Bom Jardim. O primeiro dos três reservatórios foi
construído antes mesmo de 1962 tendo como intuito inicial o uso da água nas áreas agrícolas.
Os cerca de 10% da área do loteamento voltados para a Microbacia Hidrográfica
Paciência/Cristo tem seu escoamento direcionado para a cabeceira de drenagem do córrego
Cristo em meio à densa área de cobertura arbórea.
Outro ponto importante consiste no fato de que os loteamentos Recanto dos Canjaranas,
Vale da Santa Fé e Chácaras do Lago, foram instalados antes do Plano Diretor de 2007, ou seja,
apesar de estarem inseridos na ZCA Leste são classificados como Zonas Residências 1 (ZR1),
ou seja, seu uso permanece estritamente residencial, porém, mantendo os padrões mínimos
exigidos para preservação dos recursos naturais.

ASPECTOS AMBIENTAIS

A microbacia apresenta-se alterada na maior parte do seu território. A região tem


características diversificadas, com presença de chácaras, fazendas e de condomínio em
construção. A fonte de renda dos moradores é a agropecuária. Algumas APPs encontram-se
impactadas.
Existe a presença de represamentos e lagos artificiais e regiões de várzea com alto
índice de concentração de poluentes.
Também, outras nascentes estão impactadas devido ao pisoteamento de gado.
Há avanço de urbanização em APPs, plantação e avanço de pastagens em APPs, despejo
de efluentes, queimadas, represamento, extração de pedras, corte ilegal de espécies nativas em
áreas de APP.
Segundo os COMITÊS PCJ (2013), estimou-se a porcentagem de ocupação por cada um
dos tipos dentro da área de estudo, bacia hidrográfica acrescida de uma faixa (“buffer”) de 100
metros equivale a 39,66 km².

438
Tabela IX-2 Área ocupada por cada tipo de ocupação.

As densidades demográficas calculadas sobre os dados de 2000 e 2007 para a população


estimada na bacia hidrográfica do Córrego Bom Jardim são de 276,5 hab./km² e 420,7 hab./km²,
respectivamente. A Taxa geométrica de crescimento anual - TGCA no período, portanto, foi de
6,18%/ ano, muito superior às médias regionais.
Os principais cursos de água que passam por essa região são os córregos: Santa Fé e
Iguatemi (o Córrego Iguatemi não contribui com o abastecimento de Vinhedo, deságua no
conjunto de represas que pertencem a Valinhos).
O ribeirão Bom Jardim contribui com o abastecimento da cidade de Vinhedo através do
bombeamento de parte de suas águas para a Represa I.
Em trabalho de levantamento físico-hídrico de Vinhedo, para essa microbacia, Elo
Ambiental (2011) indica a seguinte situação de uso do solo mapeado para o ano de 2011 e
também um comparativo entre estas áreas e as áreas mapeadas no Plano Diretor de Vinhedo
(2006).

439
Tabela IX-3 Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica em 2006 e 2011 e sua variação no período; Grau de
Conservação e Uso das APPs da microbacia.

Mapeamento (2011)
Mapeamento (2006)
Incremento

Já em levantamento do Uso e Ocupação do solo recente, segundo a Arborea (2017) a


Microbacia do Bom Jardim apresentou a seguinte ocupação:

440
Tabela IX-4 Uso dos Solos da Microbacia do Bom Jardim em 2017.

No trabalho Elo Ambiental (2007), no diagnóstico de características físico-hídricas da


Microbacia do Bom Jardim, a localização dos pontos de amostragem é mostrada na figura 3.

Figura IX-3 Pontos de amostragem e observação na Microbacia do Bom Jardim.

Os parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da APP dos corpos


d’água, aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno, para a microbacia do Bom Jardim,
graficamente, apresentaram-se, de acordo com a figura 4.

441
Figura IX-4 Diagnóstico de campo dos parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal
arbórea da APP dos corpos d’água, aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno.

Em complementação, as porcentagens da ocorrência de cada qualificação de outros


parâmetros da microbacia são apresentadas na figura 5.

Aspecto Visual da Água Largura dos córregos

Bom Inadequado Ruim Larga (Larg.>5 m) Média (Larg. 2 a 5 m) Estreita (Larg.<2 m)

Estado de Conservação - Nascente e Entorno Uso e Ocupação do Solo – Nascente e Entorno

Agropecuária
Áreas
Preservadas
Aglomerado Rural

Áreas Área Urbanizada


Alteradas
Área Industrial

Áreas Solo Exposto


Impactadas
Outros Usos

Figura IX-5 Parâmetros físicos da microbacia.

Concluindo a diagnose do estado de preservação dos recursos hídricos de Vinhedo, Elo


Ambiental (2007) relaciona, por microbacia, os principais impactos ambientais detectados,
recomendações, adequações e resultados iniciais deste projeto.

442
Para a Microbacia do Bom Jardim, de acordo com os pontos assinalados na figura e a
tabela abaixo, os principais impactos são:

Figura IX-6 Impactos detectados e suas localizações (Elo Ambiental, 2007).

Tabela IX-5 Relação de impactos detectados na Microbacia (Elo Ambiental, 2007).

Obs.: o Ponto 31 que é apresentado no mapa refere-se à Microbacia Paciência e Cristo; Sub-Microbacia
J1; Condomínio Canjaranas; Nascente impactada em frente à portaria da Associação dos Moradores do
Canjaranas; Rodovia Edenor João Tasca.

Recomendações da Câmara de Vereadores

No Trabalho executado pela Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica,


Relatório Final, (2015), a Câmara de Vereadores de Vinhedo, para a Microbacia do Bom Jardim
recomenda:

 Apoiar a Criação de Áreas de Proteção e Recuperação de Mananciais – APRMs (Lei


estadual 9.866/97) na a microbacia do Bom Jardim – Diagnóstico Ambiental Bacia
Hidrográfica do Córrego Bom Jardim. Realização: Comitês das Bacias Hidrográficas dos
Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí - PCJ, com verbas do Fundo Estadual de Recursos
Hídricos (FEHIDRO), tendo como tomadora e coordenadora a OSCIP Elo Ambiental. O

443
diagnóstico foi da VM Engenharia e as diretrizes foram da Granziera Consultoria e Direito
Ambiental.
 Apoiar o Projeto Piloto, de iniciativa do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio
Ambiente (GAEMA) do Ministério Público do Estado de São Paulo que propõe a união das
cidades de Valinhos e Vinhedo para recuperar da Bacia do Bom Jardim;
 Colocar em prática o pagamento por serviços ambientais (PSA),

Segundo ELO AMBIENTAL (2007, a Microbacia Bom Jardim, importante área de


captação para abastecimento público, também apresenta áreas preservadas, entretanto vêm
sofrendo grande pressão imobiliária devido à expansão de loteamentos residenciais.

Processo de criação e implantação da APRM Bom Jardim.

Em um estudo mais detalhado sobre a microbacia do Bom Jardim, COMITÊS PCJ


(2013) realizaram a classificação da microbacia como Área de Proteção e Recuperação de
Mananciais – APRM, como modelo de gestão.
Realizou a caracterização do meio físico, biótico e socioeconômico.
Afirmam que a escolha da bacia hidrográfica do Córrego Bom Jardim como projeto
piloto no âmbito dos CBHs-PCJ se deu por sua grande importância regional, afinal, esse
manancial é responsável por até 20% do abastecimento público do município de Vinhedo e de
até 30% do município de Valinhos, SP.
O estudo teve como objetivo subsidiar a elaboração da proposta de minuta de Lei
Específica da APRM Bom Jardim, o que permitirá ao Comitê PCJ encaminhar a condução do
processo de criação e implantação da APRM Bom Jardim, podendo definir-se diretrizes para a
formulação do Plano de Desenvolvimento e Proteção Ambiental - PDPA da microbacia,
orientando quanto às políticas setoriais aplicáveis (habitação, transporte, saneamento¸ manejo,
infraestrutura, etc.) compatíveis com a manutenção da qualidade do manancial.
A figura abaixo mostra a localização e delimita a microbacia hidrográfica do Bom
Jardim.

444
Figura IX-7 Localização e limites da microbacia hidrográfica do Bom Jardim.

Definindo o Balanço hídrico e Precipitação, apontam que a precipitação média na bacia


hidrográfica do Córrego Bom Jardim encontra um mínimo de 1350 mm, próximo à foz, e um máximo de
1550 mm próximo ao Bairro dos Torres.
O balanço hídrológico na bacia hidrográfica do Córrego Bom Jardim apresentou resultados
muito ruins. Foram estabelecidos três cenários/metodologias descritos no relatório final. (O Cenário 1,
por exemplo, trata da diferença simples entre o somatório das vazões captadas e lançadas):

Tabela IX-6 Três cenários/metodologias na execução do balanço hídrico da bacia hidrográfica do Córrego
Bom Jardim.

445
Conclui-se que a bacia hidrográfica do Córrego Bom Jardim apresenta déficits hídricos severos
desde a 1ª captação de água para o abastecimento público de Vinhedo até a foz.
As bacias hidrográficas dos 3 principais afluentes formadores do Córrego Bom Jardim, a saber,
os cursos d’água da ‘Chácaras do Lago’, ‘Bairro Torres’ e ‘Córrego do Observatório’ ainda possuem,
cada uma ‘alguma’ disponibilidade hídrica remanescente. Essa disponibilidade, no entanto, não poderia
ser aproveitada, tendo em vista que há déficit hídrico à jusante, a saber, nas captações de água para o
abastecimento público existentes.
Para uma melhor análise dos parâmetros qualitativos da água dos pontos de coleta, considerou-
se relevante a estimativa das vazões ecológicas dos pontos de coleta de amostras. A estimativa foi
realizada por meio da metodologia consagrada de regionalização de vazões (cálculos de vazões
mínimas).
A vazão mínima é utilizada para o planejamento da bacia hidrográfica, para a avaliação do
cumprimento dos padrões ambientais do corpo receptor e para a alocação de cargas poluidoras. Assim, a
determinação das eficiências requeridas para os tratamentos dos diversos lançamentos e a capacidade de
uso de um corpo de água deve ser determinada nas condições críticas, que ocorrem no período de vazão
mínima.
A vegetação na microbacia do Bom Jardim engloba duas formações de Floresta Ombrófila
Densa, respectivamente montana e aluvial.
Foram encontradas 114 espécies e 04 morfoespécies que não se pode identificar por não
apresentarem flores, frutos e sementes. As 114 espécies são pertencentes a 42 famílias diferentes, sendo
26 espécies exóticas e 88 nativas. Quanto ao hábito verificaram-se, 06 herbáceas, 16 arbustivas e 92 com
porte arbóreo.
Na definição das ações de restauração das áreas degradadas considerou a implantação de
Corredores ecológicos que se caracteriza como sendo faixa de cobertura vegetal existente entre
remanescentes de vegetação primária em estágio médio e avançado de regeneração, capaz de propiciar
habitat ou servir de área de trânsito para a fauna residente nos remanescentes.
O estudo constatou que para a implantação dos corredores ecológicos será necessária a
revegetação de algumas áreas e ainda a substituição gradativa do eucalipto por vegetação nativa.
O estudo também preconizou a “Renaturalização de rios e córregos” que se trata de técnica
ainda pouco utilizada no Brasil, mas muito difundida em outros países. Pode ser aplicada em conjunto
com a implantação do parque linear e consiste em promover as condições necessárias para que o curso
de água recupere suas condições naturais. Os benefícios principais alcançados com essa técnica são a
reduções dos picos de cheia, a diminuição dos processos erosivos, a melhoria da qualidade da água e o
restabelecimento do ecossistema.
Também aponta como necessário a contenção de encostas instáveis. Os serviços de restauração
de margens próximas ao barramento incluem o retaludamento, a revegetação, o revestimento e estruturas
de contenção que podem ou não utilizar gabiões, por exemplo.
Realizou-se o detalhamento da análise por bairro que compõe a microbacia, de acordo com a
figura abaixo, dos quais se descreve aqui os pertencentes à Vinhedo.

446
Figura IX-8 Localização dos bairros inseridos na microbacia.

Bairro Caixa D’Água: Trata-se do maior bairro em extensão (área de aproximadamente 10,47 km²)
inserido totalmente na bacia do Bom Jardim. Os condomínios abrangem grande área do bairro e, devido
ao padrão social dos moradores, deve apresentar alto consumo de água per capta.
O abastecimento é realizado através da extração por poços de captação de água subterrânea,
localizados internamente em cada condomínio. A água coletada pelos poços é submetida apenas a
tratamento simplificado através de adição de cloro e filtragem simples.
O sistema de esgotamento sanitário é realizado por fossas sépticas, individuais para cada
residência dentro dos condomínios. Este tratamento é variável com relação à eficiência, de acordo com o
tipo de dispositivo adotado. A administração dos condomínios procura recomendar marcas específicas,
mas deixa a cargo dos proprietários a escolha do tipo de fossa séptica. Portanto, considera-se que, caso o
tratamento dos esgotos não seja satisfatório, pode ocorrer poluição difusa do solo e da água subterrânea
na região.
Para os moradores que têm um tempo significativo de residência no bairro, a produção rural
atual é vista como praticamente inexistente, sendo cada vez mais constante o abandono de determinadas
culturas e a venda de propriedades rurais para fins residenciais e de lazer. Essa realidade é constatada
pela existência de diversos condomínios e chácaras residenciais e de lazer, de médio a alto padrão, que
alteram não somente a paisagem, mas também o perfil da população local, a qual passa a ser constituída
também por turistas de segunda residência e novos moradores vindos, especialmente, dos grandes
centros urbanos que mantém o trabalho em seu local de origem.
É importante destacar que nesse bairro encontra-se a barragem João Antunes dos Santos situada
às margens da rodovia municipal Vinhedo/Itatiba, na Fazenda Monte Alegre. A construção da barragem
foi idealizada por Dom Pedro II para abastecer a cidade de Campinas e o início de sua construção
ocorreu em 1876 sendo concluída em 1891, revelando a importância da área em dimensões social,
histórica e cultural. Embora essa barragem esteja localizada no município de Vinhedo, ela é de
propriedade do município de Valinhos desde 1955, após disputa judicial entre os municípios.
O gerenciamento da área é realizado pelo Departamento de Águas e Esgotos de Valinhos -
DAEV sob autarquia.

Bairro Observatório: Este bairro apresenta uma área de 1,72 km² e está inserido em quase sua totalidade
na bacia do Bom Jardim. Antiga área de produção agrícola, atualmente este tipo de atividade econômica
é praticamente inexistente, onde foram registradas apenas áreas de pasto.
O abastecimento de água na região é realizado por água encanada provinda do sistema
municipal de abastecimento.
Não foram identificados lançamentos e pontos de abastecimento independentes significativos.
Nesse bairro está presente uma travessia na divisa de municípios entre Valinhos e Vinhedo,
localizada no Córrego do Bom Jardim (o local encontra-se em risco de assoreamento e erosão
acentuada).

447
Existem na região dois pequenos barramentos em sequência. Esses barramentos localizam-se na
região de uma antiga granja desativada e, por consequência, hoje sem captação de água. Há ainda alguns
empreendimentos que contam com captação de água subterrânea.

Bairro Cachoeira: O bairro Cachoeira apresenta uma área de 6,22 km², porém uma pequena porção
deste bairro encontra-se inserida na bacia do Bom Jardim, com uso predominantemente rural,
constituído principalmente por silvicultura.

Análise Geral: Verificou-se uma forte pressão para a expansão urbana sobre as áreas que ainda
não se encontram urbanizadas.
Estas áreas são, em sua maioria, grandes extensões de pasto com pequenas criações de gado,
indicando uma baixa produtividade rural.
Os relatos dos moradores, que vivem nos bairros há mais de 30 anos, indicam uma drástica
diminuição da produção rural local, como consequência do avanço do parcelamento do solo das antigas
fazendas para realização de loteamentos e condomínios, implicando num êxodo rural e na significativa
diminuição e até mesmo extinção de determinadas cultivos.
Com o objetivo de identificar os principais impactos ambientais que afetam a Bacia
Hidrográfica do Córrego Bom Jardim o estudo organizou dois encontros de grupos focais com esse
grupo de moradores, sendo um realizado em Vinhedo e o outro em Valinhos,
Seguem abaixo os principais impactos identificados pelos participantes em Vinhedo:

 Ocupação desordenada do solo: problema relacionado ao aumento de loteamentos na área da Bacia


do Bom Jardim;
 Assoreamento: que atinge grande parte dos lagos, represas e nascentes da região, refletindo
diretamente na diminuição da água da Bacia do Bom Jardim;
 Resíduos Sólidos: embora ocorra coleta pública de lixo regularmente e realização de coleta seletiva
em alguns pontos da região, ocorre uma grande dificuldade quanto à destinação adequada do lixo.
 Educação Ambiental: a importância da educação ambiental na formação de melhores cidadãos,
especialmente junto às crianças e jovens.
 Extravasor de água: O lago do condomínio Chácaras do Lago, além de enfrentar problemas de
assoreamento, apresenta um problema com o seu extravasor que está avariado ocasionando vazamento.
Os moradores temem que haja um risco maior ainda, com possibilidade de rompimento da barragem
caso o reparo não seja providenciado o mais rápido possível.
 Estrada de Servidão: uma estrada vizinha ao Sítio Morada do Sol, cujo proprietário julga que não
deve ser permitida passagem de caminhões e tratores, pois acaba afetando a mata e impactar a área.
 Agrotóxicos: Foi relatado que o uso de fertilizantes químicos é realizado de forma intensiva pela
maior parte dos produtores rurais da região, podendo acarretar na contaminação dos corpos hídricos.

As propostas dos participantes foram de a) Elaborar projetos visando à proteção e recuperação


do Bom Jardim e b) aplicação de tecnologias sustentáveis estimulando o uso de tecnologias para
diminuir o consumo de água para na produção agrícola.

4 – DIAGNÓSTICO SANITÁRIO AMBIENTAL

A bacia hidrográfica do Córrego Bom Jardim não possui ponto de amostragem permanente para
análise da qualidade das águas assim, foram escolhidos 7 pontos para fazer a coleta de amostras para
análise.
Os pontos estão mostrados na figura colocada a seguir e as demais informações estão
apresentadas no quadro a seguir.
A escolha desses pontos foi norteada da seguinte maneira:

448
 Ponto 1- Próximo à foz do curso d’água - por sua localização recebe, portanto, toda a contribuição de
águas, lançamentos e contaminantes da bacia hidrográfica;
 Ponto 2- Captação de Valinhos, na barragem do Moinho Velho;
 Ponto 3- Captação principal de Valinhos;
 Ponto 4- Captação principal de Vinhedo;
 Ponto 5- Curso d’água da Chácara do Lago;
 Ponto 6- Córrego do Reservatório; e
 Ponto 7- Curso d’água do Bairro das Torres (Córrego das Ortizes).

Figura IX-9 Localização dos pontos de coleta da análise qualitativa.

Como resultados das análises, o córrego do Bom Jardim, de acordo com o Decreto Estadual
n°10.755 de 22 nov.1977, é de Classe 2.

449
De acordo com o Decreto Estadual nº 8.468, de 08 set.1976, que regulamentou a Lei Estadual nº
997, de 31 de maio de 1976, que dispõe sobre a Prevenção e o Controle da Poluição do Meio Ambiente,
as águas dos corpos d´água de classe 2 são destinadas ao abastecimento doméstico, após tratamento
convencional, à irrigação de hortaliças ou plantas frutíferas e à recreação de contato primário (natação,
esqui aquático e mergulho).
As águas do Córrego Bom Jardim apresenta a seguinte situação de qualidade:

 Coliformes totais - Padrão: contagem baixo de 1000; Situação atual: Contagem elevada em quase
todas as análises e em quase todos os pontos de coleta, em especial para o ponto de coleta nº 1.
 Escherichia coli - Padrão: Ausência; Situação atual: presente em todas as análises e em todos os
pontos de coleta.
 DBO5,20 - Padrão: Inferior A 5 Mg/L; Situação atual: excede o valor máximo permitido para os
pontos 1 e 2 em 50% das amostragens.
 Oxigênio Dissolvido - Padrão: Superior A 5 Mg/L: Situação atual: atende ao padrão (menor valor 6,4
mg/l).
 Parâmetros Organofosforados (demeton, dimetoato, etc.): Situação atual: não atingiram o limite de
detecção do cromatógrafo, que é bastante inferior ao menor limite máximo permitido pela
legislação.

Esses resultados permitem concluir que as águas do Córrego Bom Jardim:

 Estão ‘excessivamente’ contaminadas por dejetos animais e humanos;


 Não estão contaminadas com excesso de carga orgânica, ou seja, não apresentam problemas graves
com “DBO5,20”;
 Não apresentam problemas de oxigênio dissolvido, que permite a manutenção da vida aquática e a
prioridade de processos metabólicos e de fermentação da carga orgânica expressivamente aeróbia e;
 Não está contaminada com elementos chamados organofosforados.

ZONEAMENTO AMBIENTAL DA APRM

Com respaldo na Lei Paulista nº. 9.866/1997, realizou-se o Zoneamento Ambiental da APRM
delimitando as áreas de intervenção da bacia hidrográfica do Córrego Bom Jardim.

Segundo a Lei Paulista nº. 9.866/1997:


Artigo 12º - Nas APRMs, para a aplicação de dispositivos normativos de proteção, recuperação e
preservação dos mananciais e para a implementação de políticas públicas, serão criadas as seguintes
Áreas de Intervenção:
I - Áreas de Restrição à Ocupação - ARO’s;
II - Áreas de Ocupação Dirigida - AOD’s e;
III - Áreas de Recuperação Ambiental - ARA’s.
Artigo 13º - São Áreas de Restrição à Ocupação, além das definidas pela Constituição do Estado
e por lei como de preservação permanente, aquelas de interesse para a proteção dos mananciais e para
a preservação, conservação e recuperação dos recursos naturais.
Artigo 14º - São Áreas de Ocupação Dirigida aquelas de interesse para a consolidação ou
implantação de usos rurais e urbanos, desde que atendidos os requisitos que garantam a manutenção
das condições ambientais necessárias à produção de água em quantidade e qualidade para o
abastecimento das populações atuais e futuras.
Artigo 15º - São Áreas de Recuperação Ambiental aquelas cujos usos e ocupações estejam
comprometendo a fluidez, potabilidade, quantidade e qualidade dos mananciais de abastecimento
público e que necessitem de intervenção de caráter corretivo.

450
Parágrafo único - As Áreas de Recuperação Ambiental serão reenquadradas através do PDPA
em Áreas de Ocupação Dirigida ou de Restrição à Ocupação, quando comprovada a efetiva
recuperação ambiental pelo Relatório de Situação da Qualidade da APRM.

Para a delimitação preliminar das ARO’s - Áreas de Restrição à Ocupação, AOD’s – Áreas de
Ocupação Dirigida e ARA’s – Áreas de Recuperação Ambiental foram utilizadas as seguintes
informações gráficas:
 Mapa do Uso e Ocupação do Solo elaborado sobre a imagem de satélite de 2010, georreferenciado e
ortorretificado;
 Zoneamento urbano vigente dos municípios de Vinhedo e Valinhos, SP;
 Mapa de APP’s conforme nova legislação (25/maio/2012) que define o Código Florestal;
 Mapa de propostas de corredores ecológicos;
 Mapa de declividades críticas (terrenos acima de 30% de declividade);
 Definição da bacia hidrográfica do córrego Bom Jardim sobre a topografia oficial da área de estudo
na escala 1:10.000 do IGC;
 Feições de brejos/pântanos/alagadiços definidas pelo IGC.

Também, nessa etapa do projeto, a equipe julgou necessária a definição de ARO's de Preempção
(Áreas de Restrição à Ocupação de Preempção). São as ARO’s de Preempção ou AROp’s:

 Áreas enquadradas na atualidade, como AOD’s, com vistas a tornarem-se ARO’s no futuro próximo;
 Áreas com preempção de uso para a formação de vegetação ciliar ou não com vistas à formação de
corredores ecológicos na bacia hidrográfica do Córrego Bom Jardim;
 Áreas prioritárias para a compensação ambiental na bacia hidrográfica do Córrego Bom Jardim
quando do licenciamento florestal junto ao(s) órgão(ãos) responsáveis.

O trabalho sugere que para cada área ocupada em ARO (senso estrito), sejam compensadas no
mínimo X vezes em AROp’s (X a ser definido). Essa compensação ambiental poderá se dar pela
aquisição da área ou apenas contrato com o proprietário, desde que sempre registrada em cartório como
reserva legal irrevogável;
A preempção descrita acima, no entanto, será válida até o ano de 2050, até o dia 31/dez/2050;
após essa data, em 01/jan/2051, todas as AROp’s ainda não vinculadas a um processo de compensação
ambiental em andamento serão reenquadradas como ARA’s e deverão ser de imediato recuperadas para
a formação dos corredores ecológicos previstos neste estudo pelo prazo não prorrogável de 10 anos.
Após este período, em 01/jan/2061 tais áreas serão reenquadradas em ARO’s.
Essa metodologia foi estabelecida com o intuito de garantir o desenvolvimento (a ocupação
sustentável) da bacia do Córrego Bom Jardim em não se restringindo direito de utilização da terra pelos
proprietários, mas estabelecendo critérios de compensação ambiental que permitam a formação de
corredores ecológicos futuros.
O direito de uso da terra pré-existente também não foi abalado com exceção às áreas de
possíveis APPs que possuam vegetação descaracterizada (roçada, plantação, vias de tráfego e
reflorestamento do tipo comercial).
Outro benefício que se observa com a metodologia adotada é a valorização das áreas
enquadradas como AROp’s como “moeda de troca” com empreendimentos a serem instalados em
AOD’s (de senso estrito), noutras palavras, os próprios empreendedores poderão tornar-se os principais
responsáveis pela promoção/implantação dos corredores ecológicos, quando de sua intenção de ocupar
novas áreas na bacia hidrográfica.
Os proprietários de terras em áreas enquadradas como AROp’s terão até o fim do ano de 2050
para se valerem desse processo de valorização de suas terras.
O mapa do ‘Zoneamento Ambiental’ da APRM Bom Jardim em áreas de intervenção é
apresentado abaixo.

451
Figura IX-10 Mapa do Zoneamento Ambiental da APRM Bom Jardim.

Conclusão

Comitês PCJ (2013), quanto ao aspecto sanitário e aos recursos hídricos da bacia hidrográfica do
Córrego Bom Jardim - BHBJ, concluiu que:

 Não há posto pluviométrico e fluviométrico;


 Não há ponto de monitoramento permanente da Qualidade das águas;
 O cadastro de usuários dos recursos hídricos, gerenciado pelo DAEE, está desatualizado;
 Balanço hídrológico torna-se deficiente a partir da 1ª captação superficial para o abastecimento
público;
 Há utilização generalizada de fossas sépticas por unidades residenciais isoladas sem adequado
controle e monitoramentos das águas subterrâneas;
 Há excessiva contaminação das águas superficiais por coliformes totais e fecais, embora o indicador
de carga orgânica seja satisfatório;
 Há risco potencial de contaminação das águas por agentes patogênicos e;
 Há indícios de erosão na rede de drenagem natural;
 Quanto aos aspectos de uso do solo e florísticos do córrego Bom jardim, concluiu que:
- Há grande pressão de especulação imobiliária sobre os fragmentos de vegetação remanescente;
- Há poucos trechos em que ocorreu a ocupação Urbana das APPs nas áreas de montante, porém - há
diversos trechos em que esta APP foi invadida para uso agrícola;
- Há diversos trechos nas áreas de jusante em que ocorreu a ocupação urbana das APPs;
- A vegetação remanescente está demasiadamente fragmentada e dispõe de baixa diversidade e;
- Os fragmentos de vegetação não dispõem de adequados corredores ecológicos.
 Quanto aos aspectos relacionados à gestão da bacia hidrográfica do Córrego Bom Jardim concluiu
que:

- Os programas de educação ambiental são deficientes;


- Não há integração entre a população da bacia tendo em vista heterogeneidade social que
possibilitem ações integradas e conjuntas de proteção e Conservação;
- A falta de benefícios e serviços públicos são os responsáveis pela evasão rural;

452
- Há dificuldade na obtenção dos dados completos de licenças ambientais concedidas e autuações
lavradas;
- Não há plano de contingência de acidentes com cargas perigosas e;
- Não há restrições de tráfego e permanência de cargas perigosas;
- O plano de macrodrenagem da bacia do ribeirão Pinheiros, Valinhos, SP sugere a implantação de
diversos reservatórios para o amortecimento de Vazões na BHBJ que erradicarão parcialmente a
APP Remanescente e conflitam com os objetivos do Tombamento.
Por fim, o trabalho gerou, dentre outros, os seguintes mapas:

Figura IX-11 Mapa do zoneamento urbano.

Figura IX-12 Mapa de uso e ocupação do solo.

453
Figura IX-13 Mapa das áreas de preservação permanente.

Figura IX-14 Mapa dos remanescentes florestais e propostas de corredores ecológicos.

454
MICROBACIA JUAZEIRO / CRUZEIRO

Segundo Relatório Técnico Final da Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica, da


Câmara Municipal de Vinhedo (2015), a Sub-bacia Juazeiro/ Cruzeiro está situada em área
predominantemente urbana, onde se encontram chácaras, indústrias, granjas, comércios e residências. O
abastecimento da região é feito pela rede e parte da água é captada do poço Jardim Miriam.
Em 2007, no projeto Vinhedo Sustentável Meta II - Jovens em Ação a Elo Ambiental (2007)
percorreu todas as microbacias e sub-microbacias do município realizando observações dos recursos
hídricos. Os dados levantados são apresentados a seguir.

Principais Rios e Córregos: Córrego do Juazeiro.


Sub-Microbacias: I1
Predominância do Estado de Conservação das APPs: Impactado.
Principais Usos do Solo no Entorno das APPs: Aglomerado rural de extensão urbana, Área urbanizada
consolidada.
Principais Impactos Ambientais: Ausência de floresta nativa, Avanço de urbanização, Emissão de
cargas poluidoras, Encostas em processo erosivo, Excesso de sedimento no leito do córrego, Cultura
de figo.

Figura IX-15 Visão macro Sub-bacia, Córrego Divina Providência assoreado.

ASPECTOS SOCIAIS

Região marcadamente urbana (bairro João XXIII).


O bairro tem moradores de diferentes classes sociais, alguns conscientes do ambiente local e
outros que não tinham nenhuma informação sobre o assunto.

A maioria dos moradores elogiou a Prefeitura por manilhar e tubular o córrego. Os moradores
receberam muito bem a equipe de pesquisadores e mostraram preocupação com o assunto em questão. O
acúmulo de lixo nos terrenos baldios atraía um número significativo de ratos e animais peçonhentos à
região.

Histórico e características de ocupação

455
A microbacia hidrográfica do córrego Juazeiro começou a ser notavelmente urbanizada após a
década de 1980, tendo sua ocupação claramente definida pela instalação do loteamento fechado Jardim
Paulista I, na Microbacia Hidrográfica Pinheirinho/Cachoeira, localizada a oeste. Antes disso os únicos
sinais visíveis de estruturação urbana ocorriam na porção noroeste da microbacia, local onde se inseriam
os primeiros arruamentos do loteamento aberto João XXIII, na segunda metade da década de 1970, mais
precisamente na divisa com a Microbacia Hidrográfica Pinheirinho/Cachoeira.
A instalação do bairro João XXIII teve como base a demanda por mão de obra para as antigas
indústrias, instaladas principalmente sobre a Microbacia Hidrográfica Sterzeck.
A partir da segunda metade da década de 1980, a porção mais alta do bairro (leste da Microbacia
Hidrográfica Juazeiro) começava a ser ocupada por residências de alto padrão, construídas em terrenos
amplos (superior a 1000 m²) estruturadas sobre loteamentos abertos. Posteriormente estas residências
tornaram-se cercadas pelos loteamentos fechados.

Dessa forma, pode-se perceber que a urbanização inicial dessa microbacia esteve associada ao
processo de expansão urbana da porção nordeste da Microbacia Hidrográfica Pinheirinho/Cachoeira,
sendo, portanto, influenciada inicialmente pelas antigas indústrias da porção norte do município e
posteriormente pela instalação do loteamento fechado Jardim Paulista I, assim, a urbanização parte do
baixo curso do córrego Cachoeira, do qual o córrego Sterzeck é afluente, chegando por fim ao vale do
córrego Juazeiro, intensamente ocupado a partir da década de 1990 em um padrão disperso de
urbanização.

Caracterização das principais alterações físico-hidrológicas da microbacia

O interessante é que após 1978 a cobertura arbórea da microbacia se ampliou, ou seja, ao mesmo
tempo em que se urbanizava, a microbacia teve aumentada sua cobertura vegetal arbórea (Tabela 20).
Em 2012, a microbacia apresentava um valor de cobertura arbórea quase três vezes maior do que o
registrado em 1978. Neste processo foram recompostas principalmente as matas ciliares. Esse aumento
acompanhou o padrão disperso de urbanização desta área, ou seja, a vegetação se amplia pelo fato dessa
área não ter sido planejada para ser urbanizada de forma densa, diferentemente da porção noroeste da
microbacia, onde se localiza a parte baixa do bairro João XXIII.

Tabela IX-7 Evolução das Áreas Permeáveis ou de Baixa Impermeabilização e de Cobertura Arbórea na
Microbacia Hidrográfica Juazeiro.

Na década de 1990 foram instalados três empreendimentos; o condomínio horizontal Ipê Velho
e os loteamentos fechados Bosque das Grevíleas e Residencial Morada do Sol.
Na década de 2000 foram instalados mais cinco empreendimentos; os loteamentos fechados
Recanto dos Paturis, Villagio di Verona, Jardim das Palmeiras, Reserva da Mata e Morada do Bosque,
conferindo em soma uma área intramuros de 0,68 Km², o que corresponde a cerca de 19% da área da
microbacia.
Ao redor destes loteamentos fechados notam-se grandes vazios urbanos, chácaras de lazer e
propriedades rurais.

456
Figura IX-16 Localização espacial do Condomínio Ipê Velho (11), Bosque das Grevíleas (17), Residencial
Morada do Sol (19), Recanto dos Paturis (21), Villagio di Verona (23), Jardim das Palmeiras (27), Reserva
da Mata (34) e Morada do Bosque (35).

A proliferação destes loteamentos conferiu uma taxa de impermeabilização para microbacia de


41% em 2012, quatro vezes mais que em 1994. É importante destacar que empreendimento mais antigo
desta microbacia (Condomínio Ipê Velho) foi instalado justamente em 1994.
O Residencial Morada do Bosque e o Villagio de Verona não possuem cobertura vegetal arbórea
em seu interior, porém, ambos localizam-se as margens de APPs.
A área do loteamento fechado Jardim das Palmeiras não possui sinais de cobertura arbórea desde
1962, continuando assim mesmo após sua instalação.
Em contrapartida, o condomínio horizontal Ipê Velho e os loteamentos fechados Bosque das
Grevíleas, Recanto dos Paturis, Morada do Bosque e Reserva da Mata possuíam em 2012
respectivamente 10%, 10%, 3,1%, 36,6 % e 5,7% de suas áreas cobertas por vegetação arbórea. O
condomínio Ipê Velho possuía seus 10% de cobertura arbórea associada à área verde de lazer do
empreendimento. É importante frisar que antes de sua instalação não havia cobertura arbórea na área.
No caso do Reserva da Mata, há incorporação de parte da APP do córrego Cruzeiro quando da
instalação do empreendimento, mesmo caso do Morada do Bosque, que incorpora parte da mata ciliar do
córrego Juazeiro.
Tanto o loteamento fechado Bosque de Grevíleas como o Recanto dos Paturis, ocupam as duas
margens do córrego Juazeiro, nesses casos as áreas de cobertura arbóreas preservadas compreendem as
áreas de mata ciliar do córrego.
Dessa forma, pode-se constatar que a margem direita do córrego Juazeiro possui maior área de
cobertura arbórea e conta com menos áreas impermeabilizadas do que a margem esquerda, mais
próxima da área densamente urbanizada da Microbacia Hidrográfica Pinheirinho/Cachoeira.
A microbacia apresenta-se inserida sobre duas formas de relevo segundo a classificação adotada,
as Colinas e Morrotes e os Morrotes e Morros, sendo que, o córrego Juazeiro, assim como todos seus
tributários, nasce sobre o domínio do Morrotes e Morros, ou seja, todos seus tributários nascem em sua
margem direita onde a declividade chega a 20%, porém o canal principal corre em meio ao domínio das
Colinas e Morrotes onde as vertentes são mais longas e menos dissecadas, chegando a sua confluência
com o córrego Cachoeira. A drenagem dos tributários e do canal principal é natural, sendo esta
canalizada apenas na confluência do Juazeiro com o córrego Cachoeira já em área de urbanização
adensada.
Os compartimentos estruturantes indutores e de passagem da margem direita do córrego
Juazeiro apresentam-se bem preservados, favorecendo a infiltração em detrimento do escoamento
superficial. O compartimento receptor de fundo de vale também apresenta sua mata ciliar bem

457
preservada, dessa forma evitam-se processos de assoreamento no córrego. A margem esquerda, que tem
seu fluxo direcionado diretamente para o córrego principal, apesar de mais impermeabilizada também
possui uma grande área de infiltração, uma vez que os lotes dessa porção da Vila João XXIII possuem
mais de 1000m², contendo, portanto, importantes áreas gramadas, que por sua vez amortecem o impacto
das chuvas e favorecem a infiltração.
Em 2012, notou-se que os lotes dessa porção da Vila João XVIII, localizados notadamente sobre
o divisor de águas, têm em alguns casos o dobro do tamanho dos lotes dos loteamentos fechados
vizinhos, localizados essencialmente na meia encosta. Dessa forma, a taxa de infiltração no topo evita
que o escoamento transmitido pelas áreas impermeabilizadas torne-se um excedente na média vertente.
No entanto, toda essa área é classificada no Plano Diretor de 2007 como ZEU2 e ZDD1, ou seja,
apta ao adensamento urbano, dessa forma, como visto na Microbacia Hidrográfica
Pinheirinho/Cachoeira, o processo de expansão da área urbana sobre os vazios e áreas rurais com
vegetação preservada, podem vir a causar instabilidade no sistema, gerando impactos ambientais em
todo vale do córrego Juazeiro, principalmente se o adensamento urbano ocorrer sobre as áreas mais
dissecadas da vertente leste.

ASPECTOS AMBIENTAIS

A microbacia apresenta-se impactada na maioria de seu território. A região apresenta áreas


urbanas em expansão em quase toda a extensão das APPs percorridas. Nos locais analisados, observa-se
a ausência de floresta ripária, grande emissão de cargas poluidoras, excesso de sedimentos nos córregos,
encostas em erosão, avanço de urbanização e solo exposto.
A região tem características urbanas, com a presença de vias, casas e condomínios fechados
próximos às áreas de APP.
Desta forma, conclui-se que a região necessita de grande controle e preservação ambiental
devido ao grau de impacto que se encontra.
Nos locais analisados observou-se ausência de mata ciliar, existência de leitos com excesso de
sedimentos e de poluentes, encostas em processo erosivo, avanço de urbanização e presença de áreas
tubuladas, canalizadas, impermeabilizadas e soterradas, média diversidade biológica, e solo exposto.
Em trabalho de levantamento físico-hídrico de Vinhedo, para essa microbacia, Elo
Ambiental (2011) indica a seguinte situação de uso do solo mapeado para o ano de 2011 e também um
comparativo entre estas áreas e as áreas mapeadas no Plano Diretor de Vinhedo (2006).

458
Tabela IX-8 Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica em 2006 e 2011 e sua variação no período; Grau de
Conservação e Uso das APPs da microbacia.
Mapeamento (2011)
Mapeamento (2006)
Incremento

Já em levantamento do Uso e Ocupação do solo recente, segundo a Arborea (2017) a Microbacia


do Juazeiro / Cruzeiro apresentou a seguinte ocupação:

459
Tabela IX-9 Uso dos Solos da Microbacia do Juazeiro / Cruzeiro em 2017.

No trabalho Elo Ambiental (2007), no diagnóstico de características físico-hídricas da


Microbacia do Juazeiro / Cruzeiro, a localização dos pontos de amostragem é mostrada na figura 17.

Figura IX-17 Pontos de amostragem e observação na Microbacia do Juazeiro / Cruzeiro.

Os parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da APP dos corpos d’água,
aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno, para a microbacia do Juazeiro / Cruzeiro,
graficamente, apresentaram-se, de acordo com a figura 18.

460
Figura IX-18 Diagnóstico de campo dos parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da
APP dos corpos d’água, aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno.

Em complementação, as porcentagens da ocorrência de cada qualificação de outros parâmetros


da microbacia são apresentadas na figura 19.

Aspecto Visual da Água Largura dos córregos

Bom Inadequado Ruim Larga (Larg.>5 m) Média (Larg. 2 a 5 m) Estreita (Larg.<2 m)

Estado de Conservação - Nascente e Entorno Uso e Ocupação do Solo – Nascente e Entorno

Agropecuária
Áreas
Preservadas
Aglomerado Rural

Áreas Área Urbanizada


Alteradas
Área Industrial

Áreas Solo Exposto


Impactadas
Outros Usos

Figura IX-19 Parâmetros físicos da microbacia.

Segundo ELO AMBIENTAL (2007) a microbacia Cruzeiro é uma das que apresenta as áreas
mais impactadas do município, devido ao avanço da urbanização sem medidas efetivas de controle
ambiental; avanço de atividades agropecuárias e avanço de áreas industriais em APPs.

461
MICROBACIA PACIÊNCIA / CRISTO

Segundo Relatório Técnico Final da Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica, da


Câmara Municipal de Vinhedo (2015), a Sub-bacia Paciência/Cristo tem como ocupações
predominantes propriedades rurais e agrícolas, com presença de algumas fazendas e poucas casas.
Em 2007, no projeto Vinhedo Sustentável Meta II - Jovens em Ação a Elo Ambiental (2007)
percorreu todas as microbacias e sub-microbacias do município realizando observações dos recursos
hídricos. Os dados levantados são apresentados a seguir.

Principais Rios e Córregos: Córregos Paciência, Cachoeira, Cristo, da Represa e da Pedreira.


Sub-Microbacias: J1 e J2.
Predominância do Estado de Conservação das APPs: Alterado.
Principais Usos do Solo no Entorno das APPs: Aglomerado rural consolidado, Desmatamento,
Silvicultura, Solo exposto por deslizamento, Represas Assoreadas.
Principais Impactos Ambientais: Assoreamento pela transposição do ribeirão Bom Jardim, Corte de
espécies nativas, Desvio do córrego para manejo agrário, Erosões, Formação de planícies de várzeas.

Figura IX-20 Visão macro da área de preservação permanente, Córrego contribuinte da represa II.

ASPECTOS SOCIAIS

A microbacia está localizada em área rural, com a presença de algumas fazendas e poucas casas.
Os moradores não têm muitas informações sobre o meio ambiente.

Histórico e características de ocupação

A Microbacia Hidrográfica Paciência/Cristo conjuntamente com as microbacias hidrográficas


dos córregos Água do Buracão e Bom Jardim constituem as áreas mais bem preservadas de Vinhedo.

Caracterização das principais alterações físico-hidrológicas da microbacia

Em 2012, a Microbacia Hidrográfica Paciência/Cristo contava com mais de 65% de sua área
coberta por vegetação arbórea, o que corresponde a 3,6 Km² de um total de área que chega aos 5,5 Km²
(Tabela 21). Este valor corresponde a quase o dobro da cobertura arbórea registrada em 1994. Estes
valores se associam a preservação de alguns dos mais importantes mananciais de abastecimento da
cidade, o que faz da microbacia a principal área para armazenamento de água do município.

462
Tabela IX-10 Evolução das Áreas Permeáveis ou de Baixa Impermeabilização e de Cobertura Arbórea na
Microbacia Hidrográfica Paciência/Cristo.

Nesta microbacia foram construídas três represas, sendo que da represa I é captada a maior
porção de água para tratamento na ETA I, a mais importante estação de tratamento do município,
responsável pelo abastecimento de 70% da população de Vinhedo, localizada no Jardim Planalto na
Microbacia Hidrográfica Pinheirinho/Cachoeira.
As represas II e III funcionam como reservatórios. As três represas dessa microbacia foram
construídas sobre o córrego Paciência, sendo que a represa I localiza-se em parte na microbacia
Paciência/Cristo e em parte na microbacia Pinheirinho/Cachoeira.
Pela baixa densidade de ocupação, composta principalmente por propriedades rurais e chácaras,
a permeabilidade é quase total, atingindo 97% segundo o mapeamento de 2012. Apenas a porção
noroeste da microbacia foi urbanizada, e justamente sobre ela foram instalados dois loteamentos
fechados, ambos localizados sobre o interflúvio que divide a Microbacia Hidrográfica Paciência/Cristo
da Microbacia Hidrográfica Juazeiro.
Tanto o loteamento fechado Jardim Paulista II como o Jardim Europa foram aprovados no ano
de 2001 e quando da sua instalação impactaram significativamente esta porção da microbacia.

Figura IX-21 Localização espacial do Condomínio Jardim Paulista II (28) e do Jardim Europa (29).

A área onde hoje se encontra o Jardim Paulista II possuía até 1994 cerca de 30000m² de
cobertura vegetal arbórea, em 2012, após sua instalação, este montante praticamente desaparece, pois
são registrados apenas 1000m². No loteamento fechado Jardim Europa o caso é ainda pior, pois todos os
37000m² de cobertura arbórea registrada até 1994 desaparecem na imagem de 2012.
Ambos os loteamentos encontram-se sobre um importante divisor de águas, porém por serem
recentes e possuírem muitos lotes vazios, apresentavam segundo a análise de 2012, uma boa área

463
permeável, chegando a 33% no loteamento Jardim Paulista II e 25% no loteamento Jardim Europa,
desses 25%, cerca de 15% correspondem ao gramado da praça central do empreendimento.
Outro fator que reduz os impactos sistêmicos relacionados aos excedentes hídricos no Jardim
Europa, advém do escoamento direcionado para a represa I, que também funciona como área de
amortecimento para o fluxo pluvial do loteamento.
No caso do loteamento Jardim Paulista II, o escoamento direcionado para o córrego Cachoeira,
na porção que compreende a Microbacia Hidrográfica Juazeiro, pode vir a contribuir para que haja
sobrecarga no canal, uma vez que segue em parte pela estrutura de escoamento da Rodovia Edenor João
Tasca.
A porção do Jardim Paulista II, que compreende a Microbacia Hidrográfica Paciência/Cristo,
segue o mesmo padrão drenagem do Jardim Europa.
A microbacia apresenta-se localizada sobre duas formas de relevo, na margem esquerda do
córrego Paciência temos as Colinas e Morrotes, enquanto na margem direita temos a transição para os
Morrotes permeados por Morros.
Em ambos os domínios todos os compartimentos estruturantes apresentam-se bem preservados,
configurando esta área também como um importante espaço de lazer público. A represa II neste
contexto, além de fonte de água para abastecimento, funciona como um parque, apresentando fontes
naturais para uso local, quadras esportivas, praças e locais para realização de eventos.
No Plano Diretor de 2007 a microbacia é divida em duas zonas: a Zona de Ocupação Dirigida I
(ZOD1) e a Zona de Conservação Ambiental Leste (ZCA Leste).
A ZOD 1 tem seu limite concomitante com as formas de relevo do tipo Colinas, portanto
constitui uma zona propícia a expansão urbana, no entanto o Plano Diretor deixa claro que a ocupação
dessa zona deve apresentar características “espraiadas” ou de baixo adensamento, condizentes com os
pressupostos de preservação ambiental almejados.
Já na ZCA Leste, que compreende toda a área dos Morrotes e Morros, tem-se como único intuito
a promoção da manutenção da qualidade ambiental, conservando os recursos naturais da área. Na ZCA
Leste são proibidos novos loteamentos para fins urbanos.

ASPECTOS AMBIENTAIS

É a principal área para armazenamento de água de Vinhedo, conta com as represas I, II e III,
além da adutora do Bom Jardim. O principal manancial hídrico é o córrego Paciência.
A microbacia apresenta-se alterada em quase totalidade de seu território. A região apresenta área
rural consolidada, com fazendas e algumas casas. Alguns moradores utilizam-se da agropecuária e
outros tipos de renda. A área analisada é importante para o futuro da cidade de Vinhedo, por ser área de
recarga de manancial de abastecimento público, com um número significativo de nascentes preservadas.
Entretanto, algumas nascentes estão impactadas por processos erosivos e assoreamentos, pelo
avanço da agricultura e da pastagem e pela canalização de cursos d’água.
Há solo exposto nos topos de morros, avanço de pastagem nas áreas de APP, processo erosivo
no leito dos córregos e nascentes, focos de queimada e desmatamento, avanço da plantação de eucaliptos
e ausência de mata ciliar.
Em trabalho de levantamento físico-hídrico de Vinhedo, para essa microbacia, Elo
Ambiental (2011) indica a seguinte situação de uso do solo mapeado para o ano de 2011 e também um
comparativo entre estas áreas e as áreas mapeadas no Plano Diretor de Vinhedo (2006).

464
Tabela IX-11 Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica em 2006 e 2011 e sua variação no período; Grau de
Conservação e Uso das APPs da microbacia.

Mapeamento (2011)
Mapeamento (2006)
Incremento

Já em levantamento do Uso e Ocupação do solo recente, segundo a Arborea (2017) a Microbacia


do Paciência / Cristo apresentou a seguinte ocupação:

465
Tabela IX-12 Uso dos Solos da Microbacia do Paciência / Cristo em 2017.

No trabalho Elo Ambiental (2007), no diagnóstico de características físico-hídricas da


Microbacia do Paciência / Cristo, a localização dos pontos de amostragem é mostrada na figura 22.

Figura IX-22 Pontos de amostragem e observação na Microbacia do Paciência / Cristo.

Os parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da APP dos corpos d’água,
aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno, para a microbacia do Paciência / Cristo,
graficamente, apresentaram-se, de acordo com a figura 23.

466
Figura IX-23 Diagnóstico de campo dos parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da
APP dos corpos d’água, aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno.

Em complementação, as porcentagens da ocorrência de cada qualificação de outros parâmetros


da microbacia são apresentadas na figura 24.
Aspecto Visual da Água Largura dos córregos

Bom Inadequado Ruim Larga (Larg.>5 m) Média (Larg. 2 a 5 m) Estreita (Larg.<2 m)

Estado de Conservação - Nascente e Entorno Uso e Ocupação do Solo – Nascente e Entorno

Agropecuária
Áreas
Preservadas
Aglomerado Rural

Áreas Área Urbanizada


Alteradas
Área Industrial

Áreas Solo Exposto


Impactadas
Outros Usos

Figura IX-24 Parâmetros físicos da microbacia.

Concluindo a diagnose do estado de preservação dos recursos hídricos de Vinhedo, Elo


Ambiental (2007) relaciona, por microbacia, os principais impactos ambientais detectados,
recomendações, adequações e resultados iniciais deste projeto.
Para a Microbacia do Paciência / Cristo, de acordo com os pontos assinalados na figura e a
tabela abaixo, os principais impactos são:

467
Figura IX-25 Impactos detectados e suas localizações (Elo Ambiental, 2007).

468
Tabela IX-13 Relação de impactos detectados na Microbacia (Elo Ambiental, 2007).

Recomendações da Câmara de Vereadores

No Trabalho executado pela Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica, Relatório Final,
(2015), a Câmara de Vereadores de Vinhedo, Para a Microbacia do Capivari recomenda:

 Garantir o reflorestamento e a recuperação das áreas de recarga das atuais represas (I, II e III) e das
futuras, com as respectivas áreas de recarga;

469
MICROBACIA STERZECK

Segundo Relatório Técnico Final da Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica, da


Câmara Municipal de Vinhedo (2015), a Sub-bacia Sterzeck localiza-se em uma região com indústrias,
residências e loteamentos. Dela fazem parte bairros como Nova Vinhedo, Santa Claudina e o Vista
Alegre (lado da Sede). A região tem como principal curso de água o córrego Sterzeck.
Em 2007, no projeto Vinhedo Sustentável Meta II - Jovens em Ação a Elo Ambiental (2007)
percorreu todas as microbacias e sub-microbacias do município realizando observações dos recursos
hídricos. Os dados levantados são apresentados a seguir.

Principais Rios e Córregos: Córrego do Sterzeck.


Sub-Microbacias: F1.
Predominância do Estado de Conservação das APPs: Alterado.
Principais Usos do Solo no Entorno das APPs: Área de Lazer, Conjunto Residencial.
Principais Impactos Ambientais: Disposição de entulho de construção e resíduos sólidos, Descarga de
efluentes domésticos, Propriedades em APPs, Erosão, Assoreamento; Expansão urbana.

Figura IX-26 Diferentes trechos do Córrego Sterzeck.

ASPECTOS SOCIAIS

Fazem parte da microbacia os bairros Nova Vinhedo, Santa Claudina, localizado na divisa entre
os municípios de Vinhedo e Valinhos e o condomínio Vista Alegre.
O bairro Nova Vinhedo tem muitas casas. A população pertence, aparentemente, à classe média
e com a maioria dos moradores acima dos 50 anos idade, a maior parte aposentados. Já o bairro Santa
Claudina tem um aspecto urbano, com algum comércio e indústrias de pequeno, médio e grande porte. O
Condomínio Vista Alegre abriga uma população de alto poder aquisitivo.
A população tem característica mista e, conseqüentemente, assim as suas relações com as
questões ambientais. Em Nova Vinhedo, por exemplo, poucos moradores conheciam as questões
ambientais, mas o assunto chamou sua atenção. Houve reclamações quanto ao pequeno número de
árvores, o que lhe dá um aspecto demasiado urbano. Uma das principais reclamações ambientais foi o
número alto de ratos, baratas e, principalmente, de caramujos.
No bairro Santa Claudina a recepção foi muito boa; os moradores conheciam e se interessavam
pelo assunto. O maior problema ambiental, segundo eles, são as indústrias que margeiam o córrego
(Sterzeck), por lançarem poluentes tanto nos córregos quanto no ar da região. Os moradores reclamaram
do mau cheiro e da irresponsabilidade ambiental por parte das indústrias locais.

470
Histórico e características de ocupação

A Microbacia Hidrográfica Sterzeck, juntamente com a Microbacia Hidrográfica


Pinheirinho/Cachoeira foram as primeiras a serem ocupadas pelos processos de urbanização, possuindo
em soma a maior área urbana contínua do município, chegando a 10 Km² (em 2012).
A Microbacia Sterzeck localiza-se ao norte de Vinhedo tendo como limite norte da microbacia a
divisa com Valinhos.
É por esta microbacia hidrográfica que a Estrada da Boiada (que já existe desde o século XVII)
liga Vinhedo, Valinhos e Campinas. A história de ocupação da região, que hoje delimita a área de
urbanização contínua de Vinhedo, teve seu início justamente às margens dessa estrada, mais
precisamente na margem leste, funcionando primeiramente como ponto de parada para os bandeirantes
que adentravam as regiões desconhecidas do Estado e posteriormente para os tropeiros que conduziam
suas mulas até Minas Gerais e Goiás.
Considerando conjuntamente o contexto de ocupação antiga e os dados coletados após 1962,
pode-se avaliar duas situações no processo de ocupação da microbacia: a primeira relacionada ao
Condomínio Vinhas de Vista Alegre - Sede e a segunda relacionada às pequenas e médias indústrias
instaladas nas porções sul e sudeste dessa microbacia.
O Condomínio Vinhas de Vista Alegre foi divido em duas partes, tendo como limite a Estrada
da Boiada, a porção que pertence a Microbacia Hidrográfica Sterzeck foi denominada como Sede,
enquanto a porção que se localiza a oeste da estrada, na Microbacia Hidrográfica São Bento/Capela, foi
denominada de Café. Ambos foram instalados em 1977 a partir da área de uma antiga fazenda, cortada
pela estrada. Consideram-se, portanto, apenas os dados referentes à porção do Condomínio Vinhas de
Vista Alegre – Sede para a análise dessa microbacia.

Figura IX-27 Localização espacial do Condomínio Vinhas de Vista Alegre – Sede (2) e o Residencial Villa di
Treviso (30).

Em 1962, a futura área de instalação desta parte do condomínio (1,16 Km²) possuía 25% de
cobertura vegetal arbórea, ou seja, 9% da área da microbacia. No entanto é importante destacar que este
montante representava 42% de toda a área preservada da microbacia.
Este valor relativamente alto pode ser explicado ao verificar-se que a expansão urbana entre as
décadas de 1950 e 1960 em direção à porção norte do município, considerando o núcleo de ocupação
central (Microbacia Hidrográfica Cachoeira/Pinheirinho), se restringia as porções sul e leste da
microbacia. Nesse processo foram instaladas na porção sul as primeiras indústrias de Vinhedo, das quais
se destacavam a Cerâmica Jatobá e a Carborundum (atualmente Saint Gobain - indústria de abrasivos).

471
No sentido leste se estruturavam os bairros Jardim Três Irmãos e Jardim São Mateus. Segundo a
Demacamp (2006), boa parte dos moradores desses bairros possuía seus empregos vinculados a essas
indústrias. Assim, a expansão urbana acabou por conduzir ao desmatamento da porção “externa” do que
viria a ser a área do condomínio.

Caracterização das principais alterações físico-hidrológicas da microbacia

Entre 1962 e o primeiro ano do condomínio em 1978, a cobertura arbórea interna foi reduzida de
25% para 2,7%, o que consequentemente conduziu a perda de quase 14% do total de cobertura arbórea
na microbacia.

Tabela IX-14 Evolução das Áreas Permeáveis ou de Baixa Impermeabilização e de Cobertura Arbórea na
Microbacia Hidrográfica Sterzeck.

Entre 1978 e 1994 ocorreu a mesma reversão no quadro de desmatamento visto nas microbacias
anteriores. O condomínio Vinhas de Vista Alegre - Sede ampliou entre 1978 e 1994 mais de 10% da
cobertura arbórea registrada em 1978, entre 1994 e 2012 ampliou mais 2,6%, chegando a um total de
15,5 % de cobertura arbórea dentro de seus limites, o que corresponde a 0,18 Km².
Este aumento, por sua vez, conduz a um pequeno aumento no total de cobertura arbórea na
microbacia, que chega em 2012 a 12,9%, 3% a mais que em 1978.
Estes dados demonstram que o condomínio tem sido o principal responsável no processo de
recomposição da cobertura vegetal arbórea da microbacia após 1978.
Além do Condomínio Vinhas de Vista Alegre – Sede foi instalado em 2002 um pequeno
loteamento fechado (20000 m²) ao norte da microbacia, o Villa di Treviso, este loteamento apresenta
uma área relativamente grande (considerando seu tamanho) de cobertura arbórea preservada em sua
porção sudeste (5000 m²).
A impermeabilização nesse processo se ampliou gradativamente na microbacia.
Em 1962, 95,7% da área apresentava características permeáveis, valor reduzido para 85,4% em
1978, período em que o condomínio Vista Alegre já se apresentava estruturado e os loteamentos abertos
se ampliavam a leste e sul.
Em 1994 a área permeável teve seu montante reduzido para 71,2% na microbacia, deste
montante que corresponde a 2,15 Km², 0,75 Km² correspondem ao condomínio Vinhas de Vista Alegre
– Sede.
Em 2012 as áreas permeáveis na microbacia reduzem-se para 50%, sendo que no condomínio a
área permeável se reduz para 38%.
Estes dados refletem a ocupação favorável propiciada pelas Colinas e Morrotes que apresentam
baixa declividade e possuem perfis de vertente contínuos com segmentos retilíneos que variam entre 200
e 1000 m de comprimento.
O divisor de águas a sudoeste da microbacia corresponde quase que exatamente ao traçado da
Estrada da Boiada. Considerando que esta estrada existe há muito tempo, servindo a diferentes ciclos de
exploração, há muito que este compartimento estruturante da paisagem não possui cobertura vegetal
arbórea.

472
Os divisores de águas de sudeste e leste correspondem às áreas que começaram a ser
industrializadas a partir da década de 1950 no município, portanto também não possuem vegetação
significativa.
O limite norte da Microbacia não é caracterizado por interflúvios e sim pelo limite municipal,
uma vez que a Bacia Hidrográfica do córrego Sterzeck se estende para Valinhos. Assim, podemos
afirmar que desde 1962 os divisores de águas que delimitam em Vinhedo a Microbacia Hidrográfica
Sterzeck, não possuíam cobertura vegetal arbórea há muito tempo.
Porém, os fundos de vale se apresentavam relativamente bem preservados em 1962. Neste ano,
o único tributário do córrego Sterzeck em Vinhedo (e que cruza o Vinhas de Vista Alegre – Sede)
apresentava suas margens bem arborizadas (compartimento receptor). O próprio córrego Sterzeck
também apresentava suas margens bem preservadas em 1962, principalmente no trecho próximo ao
ponto de confluência dos canais, localizado fora do que em 1977 seriam os limites do condomínio.
Em 1978 o quadro de preservação se inverte. Os dois principais canais de drenagem dessa
microbacia perdem quase toda sua cobertura arbórea de margem, primeiro pela consolidação do
condomínio e segundo pela ampliação dos loteamentos abertos a leste do muro do condomínio. .
Entre 1978 e 1994, uma grande área de cobertura arbórea acaba sendo recomposta na nascente
do principal tributário do córrego Sterzeck, constituindo uma APP.
Nesse processo foram criadas também quatro represas dentro do condomínio, servindo tanto
para o amortecimento do escoamento superficial advindo da estrada da boiada como para o
amortecimento derivado da própria impermeabilização do condomínio (35,3% da área total em 1994).
Logo após o muro do condomínio, no bairro Jardim Três Irmãos, foi construída uma quinta represa em
linearidade com anteriores, sendo, no entanto, pouco menor.
Estas cinco represas, que servem de amortecimento, foram criadas para resolver um problema
antigo derivado da urbanização. Entre 1962 e 1978, devido ao aumento da área de impermeabilização
em todos os divisores de águas da microbacia, em ocasiões de ocorrências de chuvas intensas, o córrego
Sterzeck inundava, solapando suas margens e causando assoreamento a jusante. Visando resolver este
problema, a prefeitura entre 1978 e 1994 canalizou o córrego e construiu os reservatórios de
amortecimento em seu principal tributário.
Percebe-se neste caso o quão problemáticos podem ser os impactos gerados pela não apreciação
do ambiente de forma sistêmica considerando os compartimentos estruturantes da paisagem, pois os
processos negativos podem ser transmitidos ao longo da vertente para áreas que em períodos anteriores
apresentavam-se estáveis.
A porção norte da microbacia, na divisa com Valinhos, apresenta alguns novos loteamentos
abertos sendo construídos, e que podem vir a causar problemas no futuro caso o escoamento superficial
seja mal planejado.
Os problemas erosivos também podem se acentuar a medida que o solo permanece exposto nesta
área. O relatório técnico realizado pelo IPT, sobre áreas de alto e muito alto risco a inundações e
deslizamentos em Vinhedo, aponta que o setor que compreende a Rua Candido Portinari nesta porção da
microbacia é caracterizado como de alto risco a deslizamentos: [...] ocorre concentração significativa de
água de chuva em superfície. Os lotes encontram-se no topo do talude, com altura de 7 m, como
moradias muito próximas ao topo [...]. Espera-se para a área VIN-05 a ocorrência de deslizamentos
planares rasos nos taludes de corte, os quais podem remontar, até atingir o fundo das moradias" (IPT,
2013, p.48).
Esta constatação do IPT aponta para um planejamento inadequado do sistema de drenagem
municipal nessa área da microbacia em expansão.
Ainda nesta microbacia, o loteamento fechado Vila di Treviso ocupa a média vertente ao norte
da microbacia, voltada para Valinhos. A área apropriada pelo loteamento já possuía sua porção sudeste
arborizada (desde 1962), assim quando o loteamento fechado foi criado em 2002, apenas fechou este
resquício de mata em seu interior, sem causar desmatamento algum. A mata já fazia parte do terreno e
por opção da loteadora e dos moradores, foi mantida. Seu escoamento superficial é direcionado para um
tributário do Sterzeck a oeste do empreendimento, no qual a vazão é transmitida posteriormente para três
pequenos lagos de amortecimento, já no município de Valinhos.

ASPECTOS AMBIENTAIS

473
Esta sub-bacia deságua no Córrego Pinheirinho, logo após a ETE Pinheirinho, na divisa como
município de Valinhos. O Plano Diretor de Abastecimento (2007) cogitou a possibilidade de
transposição de águas, de Valinhos para Vinhedo, a partir desse trecho.
A partir dos levantamentos de campo, observou-se que a microbacia apresenta-se alterada na
maioria de seu território. Ocorrem a presença de casas e vias asfaltadas em quase toda a extensão das
APPs percorridas.
A região tem características urbanas, com a presença de condomínios fechados em toda sua
extensão e lotes em áreas de APP.
Nos locais analisados observa-se a ausência de floresta ripária, existência de nascentes
canalizadas, solo exposto por desmatamento e processos erosivos acentuados.
Em trabalho de levantamento físico-hídrico de Vinhedo, para essa microbacia, Elo
Ambiental (2011) indica a seguinte situação de uso do solo mapeado para o ano de 2011 e também um
comparativo entre estas áreas e as áreas mapeadas no Plano Diretor de Vinhedo (2006).

474
Tabela IX-15 Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica em 2006 e 2011 e sua variação no período; Grau de
Conservação e Uso das APPs da microbacia.

Já em levantamento do Uso e Ocupação do solo recente, segundo a Arborea (2017) a Microbacia


do Sterzeck apresentou a seguinte ocupação:

475
Tabela IX-16 Uso dos Solos da Microbacia do Sterzeck em 2017.

No trabalho Elo Ambiental (2007), no diagnóstico de características físico-hídricas da


Microbacia do Sterzeck, a localização dos pontos de amostragem é mostrada na figura 28.

Figura IX-28 Pontos de amostragem e observação na Microbacia do Sterzeck.

Os parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da APP dos corpos d’água,
aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno, para a microbacia do Sterzeck, graficamente,
apresentaram-se, de acordo com a figura 29.

476
Figura IX-29 Diagnóstico de campo dos parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da
APP dos corpos d’água, aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno.

Em complementação, as porcentagens da ocorrência de cada qualificação de outros parâmetros


da microbacia são apresentadas na figura 30.

Aspecto Visual da Água Largura dos córregos

Bom Inadequado Ruim Larga (Larg.>5 m) Média (Larg. 2 a 5 m) Estreita (Larg.<2 m)

Estado de Conservação - Nascente e Entorno Uso e Ocupação do Solo – Nascente e Entorno

Áreas Outros Usos


Preservadas
Solo Exposto

Áreas Área Industrial


Alteradas
Área Urbanizada

Aglomerado Rural
Áreas
Impactadas
Agropecuária

Figura IX-30 Parâmetros físicos da microbacia.

Concluindo a diagnose do estado de preservação dos recursos hídricos de Vinhedo, Elo


Ambiental (2007) relaciona, por microbacia, os principais impactos ambientais detectados,
recomendações, adequações e resultados iniciais deste projeto.
Para a Microbacia do Sterzek, de acordo com os pontos assinalados na figura e a tabela abaixo,
os principais impactos são:

477
Figura IX-31 Impactos detectados e suas localizações (Elo Ambiental, 2007).

Tabela IX-17 Relação de impactos detectados na Microbacia (Elo Ambiental, 2007).

478
MICROBACIA CACHOEIRA - PINHEIRINHO

Segundo Relatório Técnico Final da Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica, da


Câmara Municipal de Vinhedo (2015), a Sub-bacia Cachoeira/ Pinheirinho possui como ocupação
predominante o uso diversificado de residências, comércio, indústria e pequenas propriedades rurais.
Abrange os bairros Centro, Santa Rosa e Pinheirinho. O abastecimento de água, este é feito por rede e a
região conta com presença de quatro poços.
Em 2007, no projeto Vinhedo Sustentável Meta II - Jovens em Ação a Elo Ambiental (2007)
percorreu todas as microbacias e sub-microbacias do município realizando observações dos recursos
hídricos. Os dados levantados são apresentados a seguir.

Principais Rios e Córregos: Córrego Pinheirinho, Primavera, da Represa João Gasparini I


Sub-Microbacias: G1, G2, G3 e G4.
Predominância do Estado de Conservação das APPs: Impactada
Principais Usos do Solo no Entorno das APPs: Áreas ociosas/abandonadas, Áreas urbanizadas
consolidadas, Agropecuária (pastagens), Áreas de cultura, Presença parcial de floresta nativa,
Silvicultura.
Principais Impactos Ambientais: Propriedades em APPs, Acúmulo de sedimentos, Grande emissão de
cargas poluidoras, Solo exposto por deslizamento e desmatamento, Encostas em processo erosivo,
Lançamentos de efluentes domésticos, Corte de espécies nativas, Pisoteio de gado em nascentes e
córregos, Reservatórios com assoreamento.

Figura IX-32 Visão macro da sub-bacia, Córrego do Pinheirinho.

ASPECTOS SOCIAIS

Abrange os bairros do Centro, Santa Rosa e Pinheirinho. No primeiro, há um pequeno número


de casas e grande concentração de comércio. O Rio Pinheirinho (canalizado) atravessa o bairro. No
bairro Pinheirinho há um pequeno número de casas e um grande número de chácaras, o que lhe dá uma
característica rural. O Rio Pinheirinho o atravessa.
População predominantemente mista, com identidades isoladas e muito diferenciadas entre si.
Por serem bairros de características muito específicas, é impossível traçar um perfil geral.
Os moradores apontaram como maiores problemas o crescimento exagerado da cidade nos
últimos anos e a falta da água como reflexo desse crescimento desordenado.
No bairro do Centro, alguns moradores foram bastante receptivos, embora os comerciantes
demonstrassem grande desconfiança em tratar assuntos relacionados à renda; outros demonstraram
pouco interesse em assuntos ambientais. Já no Pinheirinho, houve grande interesse por parte dos

479
moradores, que expressaram desapontamento pelo desinteresse do poder público em relação à
preservação ambiental. Houve destaque para problemas causados pelos grandes loteamentos destinados
à instalação dos Condomínios. Por fim, no bairro Santa Rosa, os moradores não demonstraram grande
interesse pela pesquisa.

Histórico e características de ocupação

A Microbacia Hidrográfica Pinheirinho/Cachoeira é a mais urbanizada de Vinhedo, portanto a


mais impermeabilizada, principalmente em seu setor central e norte.
É sobre esta microbacia que o núcleo urbano inicial de Vinhedo foi instalado, mais precisamente
entre o interflúvio da Estrada da Boiada e os fundos de vale dos córregos Cachoeira e Pinheirinho.

Caracterização das principais alterações físico-hidrológicas da microbacia

Em 1962 dos 9,63 Km² da microbacia 17,5% possuíam alguma cobertura arbórea, caracterizadas
por grandes manchas isoladas, inclusive próximas do núcleo urbano inicial.

Tabela IX-18 Evolução das Áreas Permeáveis ou de Baixa Impermeabilização e de Cobertura Arbórea na
Microbacia Hidrográfica Pinheirinho/Cachoeira.

Entre 1962 e 1978, devido à expansão do núcleo urbano, a cobertura vegetal arbórea tem seu
montante reduzido em 11%, sendo que os 6,64% remanescentes em 1978 localizam-se principalmente
ao sul da microbacia.
Entre 1978 e 1994 houve uma recomposição significativa da cobertura arbórea ao sul da
microbacia, o que fez com que em 1994 a cobertura arbórea atingisse praticamente os mesmos valores
em área encontrados em 1962.
Esta recomposição na porção sul pode ser explicada pelo aumento da fiscalização. O córrego
Pinheirinho assim como alguns dos mais importantes tributários do córrego Cachoeira nascem nesta
porção da microbacia.
Em 2012 a redução da cobertura arbórea em relação a 1994 é de apenas 2,2%, dentre os fatores
responsáveis podemos citar a expansão urbana do núcleo central em direção ao sul da microbacia e a
alteração de tamanho verificada em muitas das manchas verdes arborizadas ao longo das vertentes.
Nesse processo as áreas maiores tiveram seu tamanho reduzido, ao mesmo tempo em que novas áreas
menores surgiam pontualmente, tanto na parte urbanizada ao sul, como nas áreas centrais, sendo estas
associadas ao paisagismo e arborização de calçadas e praças.

480
B
A
C

E
F

Figura IX-33 Localização espacial do Condomínio Jardim Paulista I (7), Terras de Vinhedo (22), Jardim
América (10), Vivenda das Vinhas (9), São Miguel (25), Terras de São Francisco I e Terras de São Francisco
II (31/32) e Grape Village (18).

A microbacia apresenta oito loteamentos fechados: a nordeste existem dois loteamentos


fechados médios, o Jardim Paulista I (1985) e o Terras de Vinhedo (2000), na porção central, mais ao
leste, encontram-se dois loteamentos fechados menores, o Jardim América (1992) e o Vivenda das
Vinhas (1991).
Ao sul na área de transição entre a urbanização contínua e descontínua encontra-se o loteamento
fechado São Miguel (2000), e no extremo sul em área de baixa densidade populacional localizam-se os
loteamentos fechados Terras de São Francisco I (2002), Terras de São Francisco II (2003) e Grape
Village (1998).
O Jardim Paulista I foi o primeiro loteamento fechado criado após a instalação, entre 1974
(Marambaia) e 1983 (Chácaras do Lago), dos grandes empreendimentos residenciais horizontais
fechados.
Instalado em uma área de cerca de 0,22 Km², o Jardim Paulista I inaugurava um novo padrão de
empreendimentos residenciais horizontais fechados no município. O Jardim Paulista I possui menos da
metade da área existente no Condomínio Vinhas de Vista Alegre – Café, que é considerado o menor
dentre os grandes empreendimentos antigos.
Esse novo padrão de empreendimento gera novas possibilidades para exploração imobiliária,
inclusive em setores mais próximos do núcleo urbano compacto. Este fato pode ser comprovado ao
verificarmos a presença de dois loteamentos fechados localizados em meio ao núcleo urbano compacto:
o Vivenda das Vinhas que foi instalado em 1991 e constitui o menor empreendimento residencial
horizontal fechado de Vinhedo, com apenas uma rua e cerca de 15 residências e o Jardim América,
instalado em 1992 em uma área de 70.000m².
O Jardim Paulista I inaugurou também o novo setor de expansão, para "além da linha do trem"
na porção norte e nordeste do município, mais precisamente sobre a Microbacia Hidrográfica Juazeiro.
Em 2000, próximo ao muro noroeste do Jardim Paulista I, foi instalado o loteamento Terras de
Vinhedo, ocupando uma área de 0,31 Km², sobre uma área que desde 1962 não possuía sinais de
cobertura arbórea, inclusive este é outro ponto de destaque: muitos dos empreendimentos menores
instalados após 1985 foram instalados em áreas em não havia cobertura arbórea, sendo esta recomposta
em alguns casos após a instalação dos loteamentos.
A área onde o Terras de Vinhedo foi instalado só vai apresentar área de cobertura vegetal
arbórea na imagem de 2012, ou seja, de 1962 a 1994 a área apresentava-se totalmente desmatada, assim
é grande a possibilidade de que a recomposição tenha ocorrido apenas após a instalação do
empreendimento.

481
Em 2000, na transição entre a área de urbanização compacta central e a porção sul foi instalado
o loteamento fechado São Miguel. Este empreendimento localiza-se sobre uma das áreas previstas pelo
Plano Diretor de 2007 como de expansão urbana, principalmente pela proximidade da área com a
avenida que dá acesso a Rodovia Anhanguera.
Os demais loteamentos fechados localizam-se na porção menos adensada ao sul da microbacia,
sendo o Grape Village o primeiro loteamento fechado a inaugurar esta área de expansão em 1998. O
Grape Village e os Terras de São Francisco I e II têm como base de mobilidade o trecho menos
explorado da Estrada da Boiada, sentido Louveira.
No loteamento fechado São Miguel a cobertura arbórea encontrada quando da sua instalação se
manteve a mesma até 2012.
No caso do Grape Village, trata-se do caso de instalação de empreendimentos em áreas
desmatadas e sem recomposição até 2012.
Dos loteamentos fechados da porção sul, o caso de maior desmatamento ocorreu nos
loteamentos Terras de São Francisco I e II, criados respectivamente em 2002 e 2003, porém sem divisão
aparente (nos limites para essa análise dos empreendimentos foram considerados a conjunção dos
loteamentos).
A cobertura arbórea na área onde seriam instalados estes dois loteamentos apresentava até 1994,
27.000m², ou seja, 10 % do total da área futura dos dois empreendimentos (0,27 Km²), porém em 2012,
pode-se constatar que esse valor se reduz para apenas 10.000m². Como o vale do córrego Pinheirinho
divide as áreas dos loteamentos mais ou menos ao meio, toda a redução de cobertura arbórea para
implantação dos lotes poderia vir a ampliar o escoamento superficial em direção ao córrego, no entanto
este problema foi antecipado quando da elaboração do projeto para instalação desses dois
empreendimentos, pois três reservatórios de amortecimento foram construídos em 2003 no intuito de
reduzir a vazão à jusante.
Os loteamentos fechados Terras de São Francisco e o Grape Village localizam-se justamente na
cabeceira de drenagem do córrego Pinheirinho, os Terras de São Francisco ocupam as duas vertentes
que compõe o vale do córrego, enquanto o Grape Village se prolonga a montante apenas pela vertente da
margem esquerda.
Por sua posição, o loteamento Grape Village ocupa essencialmente o divisor de águas para a
área da nascente do córrego Pinheirinho, assim quase todo o escoamento superficial do loteamento é
direcionado para os primeiros metros de desenvolvimento do córrego, sendo o fluxo amortecido logo em
seguida pelos reservatórios dentro do Terras de São Francisco. Parte desse escoamento segue para
Microbacia Hidrográfica Água do Buracão.
A nascente do córrego Pinheirinho, assim como de seus tributários de alto curso, localizam-se
sobre a transição entre os Morrotes e Morros que compõe a Microbacia Hidrográfica Água do Buracão.
Já as Colinas e Morrotes localizam-se do médio curso do córrego Pinheirinho até a divisa com
Valinhos, o mesmo ocorrendo com os tributários do córrego Cachoeira nesta porção da microbacia. É
importante frisar que a nascente do córrego Cachoeira localiza-se na Microbacia Hidrográfica
Paciência/Cristo.
Dessa forma, em termos gerais, as maiores declividades da microbacia variam entre 15% e 20%
nas áreas localizadas ao sul da microbacia, sendo que todas as demais vertentes dos vales que cortam a
área urbana contínua de Vinhedo possuem declividade baixa, por volta de 10% com comprimento de
vertente variando de 200 a até 1000m de comprimento, o que caracteriza a microbacia como a mais apta
à urbanização.
Todos os compartimentos estruturantes da paisagem localizados ao norte e no centro da
microbacia são ocupados pela urbanização adensada, ou seja, são altamente impermeabilizados. Em
termos de microbacia hidrográfica, a impermeabilização atinge os 49% em 2012, só não sendo maior
pelo fato da porção sul não ter sido ainda totalmente urbanizada.
Considerando apenas a área de urbanização contínua na região central do município e que
extravasa para outras microbacias, podemos constatar um gradativo aumento de áreas permeáveis em
Km², chegando a 2012 aos 4,48 Km², porém em porcentagem os valores variam pouco, uma vez que a
área de urbanização compacta aumenta consideravelmente entre os períodos analisados, 1,65 Km² em
1962 para 10,23 Km² em 2012, o mesmo ocorrendo para os dados de cobertura arbórea.

482
Assim, as porcentagens de áreas permeáveis e de cobertura arbórea são muito baixas em relação
ao tamanho total da área urbana adensada da região central de Vinhedo, e que compreende quase que a
totalidade da Microbacia Hidrográfica Pinheirinho/Cachoeira.
Neste contexto, os loteamentos fechados Vivenda das Vinhas e Jardim América direcionam seu
escoamento superficial para tributários do córrego Pinheirinho, no caso do Jardim América e as áreas do
entorno adensado, o escoamento é direcionado para um tributário canalizado que deságua em dois
reservatórios de contenção, localizados quase na confluência do tributário com o córrego Pinheirinho.
Já no caso do Vivenda das Vinhas e das áreas urbanizadas de entorno, o fluxo é transferido
diretamente para o córrego Barra Funda, tributário do Pinheirinho, canalizado em 2012.
Mediante a densidade de urbanização nesta porção da microbacia, torna-se impossível a análise
específica das possíveis influências desses dois loteamentos sobre os compartimentos estruturantes
receptores, como nos casos anteriores. Dessa forma, a análise tem de seguir a noção de
impermeabilização da área urbanizada como um todo. Porém, podemos afirmar que o Jardim América
apresenta a maior área de cobertura arbórea contínua e a segunda maior área permeável da vertente ao
qual foi instalado (a primeira consiste na área gramada do cemitério municipal, localizada ao lado do
loteamento).
Segundo o relatório técnico do IPT sobre as áreas de médio e alto risco a inundação e
deslizamento em Vinhedo, a drenagem no local do Córrego Barra Funda, é natural, retilínea e encontra-
se assoreada. O canal possui cerca de 5m de largura (máxima) e margens de 2,5m de altura. As moradias
e os comércios ocupam tanto a margem direita como a margem esquerda do córrego. Segundo
informações da COMDEC, a inundação pode ultrapassar 0,5m de altura, com raio de alcance superior a
30 m, ocorrendo de forma rápida. Atualmente uma menor área é atingida pela inundação visto que,
desde a realização das obras em parte da área, a montante, na confluência do Córrego Primavera com o
Córrego Barra Funda, não ocorreram inundações neste trecho (IPT, 2013, p.49). Este trecho do relatório
se refere à confluência entre o córrego Barra Funda e o córrego Pinheirinho (também canalizado), mais
precisamente às margens da Avenida Antonio Barbosa até sua confluência com o córrego Cachoeira,
sendo o córrego Primavera, o principal responsável pela drenagem natural dos fluxos de água advindos
do loteamento fechado São Miguel e seu entorno.
Percebe-se nesse caso que o principal fator estimulante dos impactos, derivados da dinâmica
hídrica alterada, advém da impermeabilização dos solos em compartimentos estruturantes, indutores e de
passagem. A cada nova obra sobre a vertente torna-se menor a capacidade de infiltração de água,
consequentemente mais rápido e concentrado torna-se o escoamento superficial, assim novas obras de
infraestrutura têm de serem realizadas para solucionar ou mitigar os problemas causados pelas águas em
áreas densamente urbanizadas (normalmente canalização e rebaixamento de leito). A partir desta
premissa, pode-se prognosticar para esta área da microbacia, um cenário problemático.
De acordo com o Plano Diretor de 2007, as porções centro/sul e sul da microbacia são
classificadas como Zona de Expansão Urbana I e Zona de Expansão Urbana II. Nos dois casos têm-se
como objetivos a ocupação dos vazios urbanos, a abertura de novas áreas de expansão para novos
loteamentos, criando novas centralidades e espaços públicos.
Dessa forma, caso a expansão realmente ocorra, todos os problemas citados podem vir a se
ampliar e as obras realizadas terão de ser adaptadas, caso não tenham sido dimensionadas de acordo com
essa nova perspectiva de expansão.
Outro ponto importante de análise remete aos dois loteamentos fechados localizados na porção
nordeste da microbacia. O escoamento, tanto do Jardim Paulista I como do Terras de Vinhedo e áreas do
entorno, é direcionado diretamente para o córrego Cachoeira, que possui sua drenagem toda canalizada.
Logo em frente à portaria do Terras de Vinhedo tem-se a confluência entre os córregos Cachoeira e
Pinheirinho, esta junção é canalizada em uma curva acentuada que reduz a possibilidade de vazão do
canal, a medida que, em períodos de chuvas intensas, todo o escoamento superficial das áreas
densamente ocupadas nas vertentes de leste e oeste da microbacia seguem para estes dois
compartimentos estruturantes receptores. O volume de água tende a se ampliar significativamente
podendo, portanto, estender os casos de enchentes registrados ao longo da Avenida Antonio Barbosa
para além deste ponto de confluência.
No entorno do loteamento fechado Terras de Vinhedo a área é classificada como Zona de
Desenvolvimento Diversificado I (ZDD1). A ZDD1 tem como objetivo promover a ocupação dos vazios

483
urbanos, otimizando a infraestrutura existente com média densidade, ou seja, seus objetivos são os
mesmos da ZEU2.
A parte diversificada do zoneamento fica por conta da viabilização de novas áreas para
desadensamento das moradias populares inadequadas, regularização e urbanização dos assentamentos
precários existentes, e que estão localizados especificamente ao norte do loteamento fechado e em todo
baixo curso do córrego Cachoeira sentido Valinhos.
Incluem-se nesse planejamento os bairros João XXIII, Vila Pompéia e Jardim São Mateus. A
questão nesse caso está voltada mais a reorganização do que de expansão.
Outro problema é que o loteamento fechado Terras de Vinhedo localiza-se as margens de um
talude de corte muito íngreme as margens do córrego Cachoeira. No relatório do IPT este ponto não é
delimitado como área de risco, porém é importante destacar que o relatório delimita apenas as áreas de
risco alto e muito alto para deslizamentos e enchentes, em uma perspectiva de intervenção imediata.
Assim, ao analisarmos a situação atual deste talude considerando a perspectiva de expansão urbana da
porção nordeste da microbacia, podemos alertar para uma futura área de risco.
Este talude de corte apresenta sinais de evolução erosiva em sulcos e com características
regressivas, podendo gerar escorregamentos à medida que a parede do talude tornar-se mais íngreme,
configurando, portanto, uma área de atenção, principalmente por seu topo estar ocupado por residências.

ASPECTOS AMBIENTAIS

A partir dos levantamentos de campo, observou-se que a microbacia apresenta-se impactada na


maioria de seu território. Ocorre a presença de edifícios, residências, áreas comerciais e ruas asfaltadas
em quase toda a extensão das APPs percorridas. Nos locais analisados, observa-se a presença parcial ou
total de floresta ripária, nascentes assoreadas e soterradas, baixa qualidade da água, média diversidade
biológica, grande emissão de cargas poluidoras e excesso de sedimentos nos córregos.
A região tem características urbanas, com a presença de residências e comércio nas APPs. Desta
forma, conclui-se que na região há grande necessidade de controle e de preservação ambiental.
Os agentes mais observados foram: encostas em processos erosivos, grandes contribuintes de
cargas poluidoras, áreas canalizadas, impermeabilizadas e soterradas, baixa diversidade biológica,
acúmulo de sedimentos no córrego e solo exposto por desmatamentos.
Em trabalho de levantamento físico-hídrico de Vinhedo, para essa microbacia, Elo
Ambiental (2011) indica a seguinte situação de uso do solo mapeado para o ano de 2011 e também um
comparativo entre estas áreas e as áreas mapeadas no Plano Diretor de Vinhedo (2006).

484
Tabela IX-19 Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica em 2006 e 2011 e sua variação no período.
Mapeamento (2011)
Mapeamento (2006)
Incremento

Grau de Conservação e Uso das APPs da microbacia.

Já em levantamento do Uso e Ocupação do solo recente, segundo a Arborea (2017) a Microbacia


do Cachoeira / Pinheirinho apresentou a seguinte ocupação:

485
Tabela IX-20 Uso dos Solos da Microbacia do Cachoeira / Pinheirinho em 2017.

No trabalho Elo Ambiental (2007), no diagnóstico de características físico-hídricas da


Microbacia do Cachoeira - Pinheirinho, a localização dos pontos de amostragem é mostrada na figura
abaixo.

Figura IX-34 Pontos de amostragem e observação na Microbacia do Cachoeira - Pinheirinho.

Os parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da APP dos corpos d’água,
aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno, para a microbacia do Cachoeira - Pinheirinho,
graficamente, apresentaram-se, de acordo com a figura 35.

486
Figura IX-35 Diagnóstico de campo dos parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da
APP dos corpos d’água, aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno.

Em complementação, as porcentagens da ocorrência de cada qualificação de outros parâmetros


da microbacia são apresentadas na figura 36.

Aspecto Visual da Água Largura dos córregos

Bom Inadequado Ruim Larga (Larg.>5 m) Média (Larg. 2 a 5 m) Estreita (Larg.<2 m)

Estado de Conservação - Nascente e Entorno Uso e Ocupação do Solo – Nascente e Entorno

Agropecuária
Áreas
Preservadas
Aglomerado Rural

Áreas Área Urbanizada


Alteradas
Área Industrial

Áreas Solo Exposto


Impactadas
Outros Usos

Figura IX-36 Parâmetros físicos da microbacia.

Concluindo a diagnose do estado de preservação dos recursos hídricos de Vinhedo, Elo


Ambiental (2007) relaciona, por microbacia, os principais impactos ambientais detectados,
recomendações, adequações e resultados iniciais deste projeto.
Para a Microbacia do Cachoeira/Pinheirinho, de acordo com os pontos assinalados na figura e a
tabela abaixo, os principais impactos são:

487
Figura IX-37 Impactos detectados e suas localizações (Elo Ambiental, 2007).

Tabela IX-21 Relação de impactos detectados na Microbacia (Elo Ambiental, 2007).

Recomendações da Câmara de Vereadores

No Trabalho executado pela Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica, Relatório Final,
(2015), a Câmara de Vereadores de Vinhedo, Para a Microbacia do Capivari recomenda:

 Garantir o reflorestamento e a recuperação das áreas de recarga das atuais represas (I, II e III) e das
futuras, com as respectivas áreas de recarga;

Segundo ELO AMBIENTAL (2007) A microbacias Pinheirinho é uma das que apresenta as
áreas mais impactadas do município, devido ao avanço da urbanização sem medidas efetivas de controle
ambiental; avanço de atividades agropecuárias e avanço de áreas industriais em APPs.

488
II - BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO CAPIVARI

MICROBACIA ÁGUA DO BURACÃO

Segundo Relatório Técnico Final da Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica, da


Câmara Municipal de Vinhedo (2015), a Sub-bacia Buracão está inserida em uma região basicamente
rural, contando com a presença de chácaras, pequenas propriedades agrícolas e a Fazenda Monte Alegre
(tem contribuição para as represas 1, 2 e 3, Buracão/Paiol Velho e sub-bacia do Iguatemi).
Em 2007, no projeto Vinhedo Sustentável Meta II - Jovens em Ação a Elo Ambiental (2007)
percorreu todas as microbacias e sub-microbacias do município realizando observações dos recursos
hídricos. Os dados levantados são apresentados a seguir.

Principais Rios e Córregos: Córrego Água do Buracão.


Sub-Microbacias: H1, H2, H3, H4 e H5.
Predominância do Estado de Conservação das APPs: Alterado.
Principais Usos do Solo no Entorno das APPs: Aglomerado rural consolidado, Agricultura permanente,
Agricultura temporária, Área rural de extensão urbana, Floresta nativa, Silvicultura.
Principais Impactos Ambientais: Emissão de cargas poluidoras, Disposição de resíduos, Descarga de
efluentes, Encostas em processo erosivo, Expansão urbana, Leitos com excesso de sedimentos,
Cultura de figo, Planícies assoreadas com formação de várzeas.

Figura IX-38 Assoreamento em córrego e nascente assoreada.

ASPECTOS SOCIAIS

A microbacia é toda constituída de área rural. Muitos moradores são oriundos de famílias
antigas.
Os moradores demonstraram muita preocupação com a preservação do meio ambiente na região.
Muitos convivem com a área ambiental, têm sua renda do cultivo de uva e criticaram os criadores de
porcos que despejam os resíduos nos córregos da região.

Histórico e características de ocupação

No entanto, a área de modo geral é pouco urbanizada, sendo ocupada principalmente por
chácaras de recreio e pequenas propriedades agrícolas. Recentemente, algumas indústrias e loteamentos

489
residências também foram instalados na microbacia, porém, como foram concebidos em um padrão
disperso de ocupação, estes têm favorecido a preservação da cobertura vegetal arbórea de modo geral.
Caracterização das principais alterações físico-hidrológicas da microbacia

Também conhecida como Água do Buracão, a Microbacia Hidrográfica Água do Buracão é


delimitada por formas de relevo do tipo Morrotes e Morros, portanto sua declividade varia entre 15 e
20% em sua porção leste, atingindo valores superiores a 45% em sua porção oeste. Portanto a
suscetibilidade a problemas ambientais, derivados da ocupação urbana, aumenta no sentido oeste.
Apesar das perdas entre 1978 e 1994, pode-se verificar que em 2012 a cobertura vegetal arbórea
atingiu quase os mesmos valores registrados em 1962, por volta de 44%.

Tabela IX-22 Evolução das Áreas Permeáveis ou de Baixa Impermeabilização e de Cobertura Arbórea na
Microbacia Hidrográfica Água do Buracão.

A permeabilidade da microbacia também é excelente, chegando a 94% em 2012, porém, este é o


único ano em que o mapeamento registra valores de permeabilidade inferiores aos 99%. Este fato pode
ser explicado pela perda de áreas da planície de inundação do córrego Água do Buracão, tanto para
indústria como para a expansão urbana residencial, que vem adentrando o interflúvio que divide esta
microbacia da Microbacia Hidrográfica Pinheirinho/Cachoeira a noroeste.
Somado a isso, tem-se a inauguração em 2010 do loteamento fechado Campos de Toscana.
O loteamento fechado Campos de Toscana possui uma área de 0,92 Km², sendo que 75%
encontra-se sobre a Microbacia Hidrográfica Água do Buracão, 15% sobre a Microbacia Hidrográfica
Paciência/Cristo e 10% sobre a Microbacia Hidrográfica Pinheirinho/Cachoeira, portanto o
empreendimento localiza-se sobre um importante compartimento estruturante indutor de processos em
Vinhedo.
É interessante destacar que dos 0,094 Km² de cobertura arbórea existentes na área onde seriam
erguidos seus muros, cerca de 32% foram removidos até 1994, restando cerca de 30000m²; em 2012 este
valor sobe para 44000m².
Sendo assim pode-se constatar que a empresa responsável pelo empreendimento tem tomado
medidas para recuperação da área, e dentro dos parâmetros possíveis tem também buscado a valorização
do loteamento através do verde, no entanto, como o loteamento já possui toda sua infraestrutura
instalada, os valores de cobertura arbórea dificilmente chegaram ao montante de vegetação arbórea
registrado até 1978.
Por ser recente e possuir poucas casas, a área do loteamento fechado é quase totalmente
permeável (82%).
O Campos de Toscana foi instalado quase que em sua totalidade sobre a ZCA Leste, sendo sua
porção sul instalada sobre a Zona de Interesse Turístico (ZIT) pertencente a Microbacia Hidrográfica
Água do Buracão, mas cabe ressaltar que suas diretrizes para implantação são anteriores ao Plano
Diretor Participativo de Vinhedo vigente, desta forma tendo sua implantação regular pela lei à época.
Entretanto, a instalação do loteamento desencadeou problemas ambientais de cunho hídrico
através da ocupação e impermeabilização do interflúvio, podendo afetar, por conseguinte, os

490
compartimentos receptores de baixa vertente das microbacias hidrográficas Paciência/Cristo e
Pinheirinho/Cachoeira, mananciais de abastecimento em Vinhedo.

ASPECTOS AMBIENTAIS

Tem como principal curso de água o córrego do Buracão e o abastecimento é feito por rede.
A microbacia apresenta-se alterada na maioria de seu território. Ocorre a presença de casas,
pequenas chácaras, agricultura permanente e estradas de terra em grandes extensões de APPs. As
influências negativas verificadas devem-se às vias de acesso sem pavimento, com solo exposto em
processo erosivo e ao descarte de resíduos sólidos inertes, carreados para os córregos.
Constatou-se a formação de reservatórios em áreas rurais, com objetivo de captação de água
para irrigação de culturas agrícolas.
Outros dados significativos estão na alteração das florestas ripárias, devido ao desmatamento,
avanços da agricultura, pastagens e exposição do solo nas margens dos córregos.
Desta forma, conclui-se que mesmo sendo uma região apenas alterada, existem diversos indícios
da necessidade de controle e de preservação ambiental na área.
Há processos erosivos e assoreamento no leito do córrego, emissão de cargas poluidoras (devido
principalmente ao despejo de dejetos de suínos e de lixo), média diversidade biológica e avanço da
urbanização, baixa qualidade da água, excesso de sedimentos nos leitos dos córregos, ausência de mata
ciliar, agricultura comercial e manutenção de estradas com capina química, avanço da agricultura,
transposição de córrego para reservatórios.
Em trabalho de levantamento físico-hídrico de Vinhedo, para essa microbacia, Elo
Ambiental (2011) indica a seguinte situação de uso do solo mapeado para o ano de 2011 e também um
comparativo entre estas áreas e as áreas mapeadas no Plano Diretor de Vinhedo (2006).

491
Tabela IX-23 Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica em 2006 e 2011 e sua variação no período; Grau de
Conservação e Uso das APPs da microbacia.

Mapeamento (2011)
Mapeamento (2006)
Incremento

Já em levantamento do Uso e Ocupação do solo recente, segundo a Arborea (2017) a Microbacia


Água do Buracão apresentou a seguinte ocupação:

492
Tabela IX-24 Uso dos Solos da Microbacia Água do Buracão em 2017.

No trabalho Elo Ambiental (2007), no diagnóstico de características físico-hídricas da


Microbacia Água do Buracão, a localização dos pontos de amostragem é mostrada na figura 39.

Figura IX-39 Pontos de amostragem e observação na Microbacia do Água do Buracão.

Os parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da APP dos corpos d’água,
aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno, para a microbacia Água do Buracão, graficamente,
apresentaram-se, de acordo com a figura 40.

493
Figura IX-40 Diagnóstico de campo dos parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da
APP dos corpos d’água, aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno.

Em complementação, as porcentagens da ocorrência de cada qualificação de outros parâmetros


da microbacia são apresentadas na figura 41.
Aspecto Visual da Água Largura dos córregos

Bom Inadequado Ruim Larga (Larg.>5 m) Média (Larg. 2 a 5 m) Estreita (Larg.<2 m)

Estado de Conservação - Nascente e Entorno Uso e Ocupação do Solo – Nascente e Entorno

Agropecuária
Áreas
Preservadas
Aglomerado Rural

Áreas Área Urbanizada


Alteradas
Área Industrial

Áreas Solo Exposto


Impactadas
Outros Usos

Figura IX-41 Parâmetros físicos da microbacia.

Concluindo a diagnose do estado de preservação dos recursos hídricos de Vinhedo, Elo


Ambiental (2007) relaciona, por microbacia, os principais impactos ambientais detectados,
recomendações, adequações e resultados iniciais deste projeto.
Para a Microbacia Água do Buracão, de acordo com os pontos assinalados na figura e a tabela
abaixo, os principais impactos são:

494
Figura IX-42 Impactos detectados e suas localizações (Elo Ambiental, 2007).

495
Tabela IX-25 Relação de impactos detectados na Microbacia (Elo Ambiental, 2007).

Segundo ELO AMBIENTAL (2007), dos indicadores analisados, quanto ao estado de


conservação, concluiu-se que a microbacia Água do Buracão apresenta áreas mais preservadas, devido
aos seguintes fatores: conservação dos fragmentos florestais - mata ciliar; áreas com altitudes mais
elevadas; acesso mais restrito para atividades antrópicas; regiões com características rurais e certo
afastamento de regiões mais urbanizadas.

496
MICROBACIA TICO – MOINHO

Segundo Relatório Técnico Final da Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica, da


Câmara Municipal de Vinhedo (2015), a Sub-bacia Tico / Moinho tem como principal ocupação
fazendas, sítios e chácaras. Possui como manancial hídrico o córrego Moinho de onde é feita a captação
de água para abastecimento da região da Capela.
Em 2007, no projeto Vinhedo Sustentável Meta II - Jovens em Ação a Elo Ambiental (2007)
percorreu todas as microbacias e sub-microbacias do município realizando observações dos recursos
hídricos. Os dados levantados são apresentados a seguir.

Principais Rios e Córregos: Córrego do Moinho.


Sub-Microbacias: A1, A2 e A3.
Predominância do Estado de Conservação das APPs: Alterado.
Principais Usos do Solo no Entorno das APPs: Área ociosa, Floresta nativa, Pastagem, Plantio Perene e
Rotatividade e Solo exposto por deslizamento, queimadas e pastagem.
Principais Impactos Ambientais: Abertura de estradas em APPs, Abertura de vias para acesso de
servidão e trilhas para ecoturismo, Agricultura com o uso de agrotóxicos e captação de água de
reservatórios, Assoreamento e eutrofização de lagos, Erosão ao longo dos córregos, Queimadas em
APPs e topos de morro.

Figura IX-43 Erosão no Córrego do Moinho e Queimadas em topo de morro.

ASPECTOS SOCIAIS

A microbacia está localizada numa região rural, com a presença de sítios e chácaras, mas
também de condomínios. As vias de acesso são de terra; as casas de alvenaria, com energia elétrica,
fossas e captação de água direta da nascente.
A maior parte da população não é natural da região. Alguns moradores utilizam-se da
agricultura de subsistência como renda, constituída principalmente de plantação de uvas.
Os moradores da região se mostraram, em sua maioria, preocupados com a questão ambiental,
seja pela preservação, seja pela crítica à atuação dos bombeiros frente às queimadas freqüentes e do
assédio dos corretores imobiliários com o objetivo de implantar futuros loteamentos na área. Outra
constante reclamação é a ausência de coleta de lixo, deixando como solução a sua incineração.

Histórico e características de ocupação

497
Esta microbacia hidrográfica localizada às margens da Rodovia Bandeirantes, mais
precisamente na porção sudoeste do município, não apresentava loteamentos até 2014 (fechados ou
abertos), sendo ocupada essencialmente por fazendas e sítios, tendo como única grande obra o parque
temático Hopi-Hari localizado as margens da rodovia.

Caracterização das principais alterações físico-hidrológicas da microbacia

Localizada sobre o domínio dos Morrotes, a Microbacia Hidrográfica Tico/Moinho, apresenta


suscetibilidade média e alta a ocupação, fato que contribui para que a urbanização torne-se restrita nesta
área, soma-se a isso o fato de que a microbacia é classificada, desde o Plano Diretor de 1984, como área
de preservação de mananciais.
No córrego Moinho é feita a captação de água para abastecimento da população através da ETA
II, localizada no bairro Jardim Santa Cândida. Os córregos Tico e Moinho são tributários de primeira
ordem do rio Capivari, um dos mais importantes mananciais da RMC.
As únicas poucas áreas degradas estão concentradas ao longo da rodovia Bandeirantes e se
associam principalmente aos cortes e aterros realizados em suas margens.
Dessa forma, os compartimentos estruturantes da paisagem nesta microbacia apresentam-se bem
preservados e permeáveis, favorecendo a infiltração das águas em detrimento do escoamento superficial
concentrado, apresentando-se, portanto, estável do ponto de vista ambiental sistêmico segundo os
parâmetros adotados nesta pesquisa.

Tabela IX-26 Evolução das Áreas Permeáveis ou de Baixa Impermeabilização e de Cobertura Arbórea na
Microbacia Hidrográfica Tico/Moinho.

ASPECTOS AMBIENTAIS

A microbacia apresenta-se alterada na maioria de seu território. Ocorre a presença de pastagens,


plantio, erosão e assoreamento em quase toda a extensão das Áreas de Preservação Permanente (APPs)
percorridas. As vias rurais são bastante movimentadas pelo acesso aos parques temáticos, escoamento
dos produtos rurais e transportes em geral. Em certos pontos, são despejados entulhos, resíduos sólidos
que potencializam os impactos sobre os corpos d´água e reservatórios. A agricultura é diversificada,
sendo a maior parte plantação perene de tomate e sazonal de milho e pasto. Ocorrem também áreas
ociosas e com queimadas em APPs e topos de morro.
Em alguns trechos, percebem-se fragmentos de vegetação nativa nas APPs. Entretanto, elas já
vêm sendo exploradas para o uso de práticas esportivas, ocasionando impactos em decorrência da
abertura de trilhas, erosões nos taludes, acúmulo de lixo, entre outros.
Há escoamento da água superficial pluvial nas áreas de solo exposto, formando processos
erosivos ao longo dos córregos e reservatórios locais; escoamento da irrigação dos tomates, contendo
agrotóxicos. Observa-se que o processo erosivo é muito significativo em função das interferências
físicas do desmatamento, movimentação do solo e agricultura.

498
Em trabalho de levantamento físico-hídrico de Vinhedo, para essa microbacia, Elo
Ambiental (2011) indica a seguinte situação de uso do solo mapeado para o ano de 2011 e também um
comparativo entre estas áreas e as áreas mapeadas no Plano Diretor de Vinhedo (2006).

Tabela IX-27 Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica em 2006 e 2011 e sua variação no período; Grau de
Conservação e Uso das APPs da microbacia.
Mapeamento (2011)
Mapeamento (2006)
Incremento

Já em levantamento do Uso e Ocupação do solo recente, segundo a Arborea (2017) a Microbacia


Tico / Moinho apresentou a seguinte ocupação:

499
Tabela IX-28 Uso dos Solos da Microbacia Tico / Moinho em 2017.

No trabalho Elo Ambiental (2007), no diagnóstico de características físico-hídricas da


Microbacia do Tico/Moinho, a localização dos pontos de amostragem é mostrada na figura 44.

Figura IX-44 Pontos de amostragem e observação na Microbacia do Tico/Moinho.

Os parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da APP dos corpos d’água,
aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno, para a microbacia do Tico/Moinho, graficamente,
apresentaram-se, de acordo com a figura 45.

500
Figura IX-45 Diagnóstico de campo dos parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da
APP dos corpos d’água, aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno.

Em complementação, as porcentagens da ocorrência de cada qualificação de outros parâmetros


da microbacia são apresentadas na figura 46.

Aspecto Visual da Água Largura dos córregos

Bom Inadequado Ruim


Larga (Larg.>5 m) Média (Larg. 2 a 5 m) Estreita (Larg.<2 m)

Estado de Conservação - Nascente e Entorno Uso e Ocupação do Solo – Nascente e Entorno


Áreas Agropecuária
Preservadas
Aglomerado Rural
Área Urbanizada
Áreas
Alteradas
Área Industrial

Áreas Solo Exposto


Impactadas
Outros Usos

Figura IX-46 Parâmetros físicos da microbacia.

Concluindo a diagnose do estado de preservação dos recursos hídricos de Vinhedo, Elo


Ambiental (2007) relaciona, por microbacia, os principais impactos ambientais detectados,
recomendações, adequações e resultados iniciais deste projeto.
Para a Microbacia do Tico / Moinho, de acordo com os pontos assinalados na figura e a tabela
abaixo, os principais impactos são:

501
Figura IX-47 Impactos detectados e suas localizações (Elo Ambiental, 2007).

Tabela IX-29 Relação de impactos detectados na Microbacia (Elo Ambiental, 2007).

Recomendações da Câmara de Vereadores

No Trabalho executado pela Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica, Relatório Final,
(2015), a Câmara de Vereadores de Vinhedo, Para a Microbacia do Capivari recomenda:

 Combater a poluição no Córrego do Moinho (Córrego do Tico). Há denúncias sobre despejo de


contaminantes do Parque Hopi Hari. Informa que a Comissão de Assuntos Relevantes encontrou
diversos pontos com despejo de esgoto e contaminantes. Também recebeu informações de moradores
que vivem em áreas de mananciais neste sentido. Daí ser preciso ampliar o rigor da fiscalização e
punição contra poluidores do meio ambiente em Vinhedo;
 Colocar em prática o pagamento por serviços ambientais (PSA),

Segundo ELO AMBIENTAL (2007), a Microbacia Tico Moinho, importante área de captação
para abastecimento do Bairro da Capela, também apresenta áreas preservadas, entretanto vem sofrendo
grande pressão imobiliária devido à expansão do distrito industrial.

502
MICROBACIA CAPIVARI

Segundo Relatório Técnico Final da Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica, da


Câmara Municipal de Vinhedo (2015), a Sub-bacia do rio Capivari localiza-se em uma área rural em que
a margem tem presença de indústrias de pequeno, médio e grande porte, além de fazendas. Nessa sub-
bacia, localiza-se a fazenda Bahia. O abastecimento de água é decorrente de captação do rio Capivari e
córrego Xoxó.
Em 2007, no projeto Vinhedo Sustentável Meta II - Jovens em Ação a Elo Ambiental (2007)
percorreu todas as microbacias e sub-microbacias do município realizando observações dos recursos
hídricos. Os dados levantados são apresentados a seguir.

Principais Rios e Córregos: Rio Capivari, Córrego do Tanque, Cruzeiro, Xoxó.


Sub-Microbacias: B1, B2, B3, B4, B5, B6, B7, B8, B9, B10.
Predominância do Estado de Conservação das APPs: Impactado.
Principais Usos do Solo no Entorno das APPs: Área industrial, Área urbanizada, Condomínios
fechados, Cultivo de uva, Floresta nativa parcial, Granjas e pocilgas, Pastagem, Terraplanagem
industrial grande porte, Supressão da floresta riparia.
Principais Impactos Ambientais: Assoreamentos, Avanço industrial, Avanço da urbanização, Corte
ilegal de árvores em APPs, Desmatamento, Desvio do córrego, Erosões, Lagos artificiais, Manilhas e
tubos, Poluição da água, Extração de areia.

Figura IX-48 Avanço do Rio Capivari na cavas de extração de área; Efluentes Industriais.

ASPECTOS SOCIAIS

A microbacia está localizada numa região rural.


Não há casas em sua extensão, mas a região que a margeia tem a presença de algumas indústrias
de pequeno, médio e grande porte, além de fazendas. Nessa micro-bacia está localizada a Fazenda
Bahia, de extrema importância para a pesquisa social e ambiental, pela existência de nascentes e
córregos em seus limites.
As moradias são de aspecto rural; a via de acesso, de terra; as casas, de alvenaria, com energia
elétrica, fossas e poços d’água.
Com relação às questões ambientais, os moradores da região se mostraram, em sua maioria,
preocupados com a questão ambiental.

503
Histórico e características de ocupação

Para a análise e ocupação do solo pós 1962 foram considerados três eixos de expansão bem
diferenciados quanto as suas funções.
O primeiro eixo, que remete a porção leste da microbacia, possui uma história semelhante a da
Microbacia Hidrográfica do córrego Marambaia, localizada imediatamente a nordeste da microbacia em
questão. Nesta porção da microbacia funcionava a Fazenda São Joaquim, "produtora de uvas, figos,
maças, peras, cereais e inclusive laticínios" (Folha de Vinhedo, 13 de janeiro de 1954, p.7) e que após
sucessivos períodos de crise durante as décadas de 1960, 1970, acabou por ser vendida e em seguida
fechada e loteada, transformando-se no Condomínio São Joaquim.

Caracterização das principais alterações físico-hidrológicas da microbacia

Esta, que é a maior microbacia hidrográfica de Vinhedo, apresentava em 1962 características


essencialmente rurais, inclusive possuindo a maior área de cobertura vegetal arbórea do município,
totalizando 5,2 Km² (Tabela 15), além disso, a ausência de loteamentos (abertos e fechados) garantia a
permeabilidade dos solos.

Tabela IX-30 Evolução das Áreas Permeáveis ou de Baixa Impermeabilização e de Cobertura Arbórea na
Microbacia Hidrográfica Capivari.

Figura IX-49 Localização espacial dos Condomínios Condomínio Fazenda São Joaquim (4), Sol Vinhedo
Village (12) e Alpes de Vinhedo (20) e Vila Hípica II (24).

504
Em 1978, logo após a instalação do loteamento houve uma redução de cerca de 34% da
cobertura vegetal arbórea dentro dos limites do empreendimento. Em termos de microbacia este valor
representou uma redução de 8,8% da área de cobertura arbórea verificada em 1962, ou seja, quase 9% da
cobertura arbórea da microbacia foram perdidas quando da instalação do loteamento fechado.
Considerando ainda o ano de 1978, foi possível constatar que ao norte do loteamento São
Joaquim, na porção entre ele e o Condomínio Marambaia, próximo ao acesso a Vinhedo pela Rodovia
Anhanguera, foram instalados também alguns loteamentos abertos sobre áreas já quase que totalmente
desmatadas em 1962.
Entre 1978 e 1994 (como no caso do Condomínio Marambaia) verificou-se uma recomposição
significativa da cobertura arbórea dentro dos limites do loteamento fechado, chegando a 20% em 1994,
um aumento de quase 12% em relação a 1978 e que se manteve até 2012.
No período seguinte, entre 1994 e 2012, foram instalados mais dois loteamentos fechados nesta
porção da microbacia, porém, apresentando características diferentes do São Joaquim. Além de serem
bem menores, estes empreendimentos foram concebidos sobre áreas já muito desmatadas desde 1962.
Após a instalação desses empreendimentos não houve recomposição da cobertura vegetal arbórea o que
é uma característica comum nos loteamentos instalados após 1994.
O primeiro dos dois loteamentos, denominado Sol Vinhedo Village, foi instalado em 1995 na
divisa com o Condomínio Marambaia. A área em que este empreendimento seria instalado apresentava
até 1994, 0,007 Km² de cobertura vegetal arbórea, ou seja, antes de sua instalação apenas 6,36% da área
possuía cobertura vegetal arbórea. Ao analisarmos os dados de 2012 podemos constatar que esse valor
chega à zero, dessa forma, do período de sua instalação em 1995 até 2012, toda a cobertura vegetal
arbórea interna acabou sendo retirada.
O segundo loteamento fechado denominado Alpes de Vinhedo foi instalado em 1998 na porção
leste da microbacia hidrográfica, tendo o divisor de águas como limite leste máximo para sua
implantação. Este loteamento foi instalado em uma área que desde 1962 não apresentava índice algum
de cobertura arbórea, mantendo-se assim até 2012.
Loteamentos como o Alpes de Vinhedo, que não possuem cobertura arbórea interna,
normalmente fazem uso da vegetação externa aos muros através de um ideal de apreciação da paisagem,
mas sem arcar com os custos de manutenção da cobertura arbórea para preservação das características
sistêmicas. Normalmente estes condomínios construídos em pontos elevados do relevo possibilitam uma
visada esteticamente interessante da natureza. No caso do Alpes de Vinhedo, as residências voltadas
para sul e sudeste apresentam uma excelente visada da Serra do Japi, assim como uma visada de grandes
porções de cobertura arbórea pertencentes ao loteamento São Joaquim e a bacia hidrográfica do rio
Capivari.
Percebe-se que quase todos os loteamentos fechados e condomínios horizontais de Vinhedo
foram estruturados sobre os divisores de água, o que reforça esta concepção, porém sabe-se que não é
somente pela questão visual que estes empreendimentos são alocados sobre estes locais, as condições
geotécnicas para construção também são favoráveis.
A segunda área de expansão considerada para a microbacia corresponde à porção localizada a
oeste da Rodovia Anhanguera. Esta porção da microbacia apresenta-se predominantemente rural, porém
convêm destacar a inauguração do Distrito Industrial Benedito Storani às margens da Rodovia
Anhanguera e sobre parte da planície de inundação do rio Capivari, no início da década de 1980,
notadamente voltado para a implantação de grandes empresas.
Inclusive à concepção e instalação do bairro Capela na década de 1980 (terceira área de
expansão desta microbacia), e que possui sua porção sul localizada ao norte da microbacia, teve como
intuito suprir, através da oferta de moradias populares, a demanda por de mão-de-obra advinda da
instalação dessas novas indústrias.
Nesta terceira área de expansão, localizada ao norte, outro importante loteamento fechado foi
instalado em 2000, o Vila Hípica II, localizado a oeste do bairro Capela sobre o interflúvio que divide a
Microbacia Hidrográfica Capivari e a Microbacia Hidrográfica Santa Cândida ao norte. A instalação do
Vila Hípica II tem relação direta com o sucesso do empreendimento Vila Hípica I, inserido na
Microbacia Hidrográfica Santa Cândida em 1996.
O loteamento Vila Hípica II apresenta área de 0,16 Km², no qual cerca de 30% está localizada
sobre a Microbacia Hidrográfica Capivari. Em 2012 a porção de cobertura arbórea correspondente a

505
estes 30% compreende cerca de 15% do montante de cobertura arbórea total dentro do loteamento, ou
seja, cerca de 3750m².
Em síntese, essas formas de uso e ocupação conduziram a uma redução de 13,41% entre 1962 e
1978 na microbacia, apresentando, no entanto, uma importante recomposição e ampliação nas décadas
seguintes, chegando em 1994 a 24,86% e 2012 a 26,20%. Essa recomposição se dá principalmente pela
baixa exploração urbana, pela presença de chácaras de lazer, pela delimitação de APPs e pela baixa
exploração dos solos por parte da agricultura familiar.
No que se refere à impermeabilização, praticamente toda a área da microbacia apresentava-se
permeável em 1962, o único ponto impermeável se associava à área pavimentada da Rodovia
Anhanguera. Em 1978 este perfil é levemente alterado devido ao início da instalação do novo distrito
industrial de Vinhedo e do loteamento fechado São Joaquim. Entre 1978 e 1994, a permeabilidade dos
solos da microbacia cai para 91,8%, chegando em 2012 aos 75,1%. Apesar da grande quantidade de
áreas impermeáveis no distrito industrial, nos loteamentos fechados e na porção sul da região do Bairro
Capela, a microbacia com um todo se apresenta altamente permeável, dessa forma, os impactos
ambientais podem vir a ocorrer de forma mais expressiva em pontos específicos da microbacia, porém
podem desencadear uma série de problemas para todo o sistema.
A Microbacia Hidrográfica Capivari esta localizada predominantemente sobre as Colinas
permeadas Morrotes, com vertentes possuindo entre 200 e 1000m e com declividades que variam
principalmente entre os 10 e 15%, favoráveis à ocupação.
Porém, na porção oeste da microbacia há predomínio exclusivo dos Morrotes, que apresentam
comprimento de vertente variando entre 200 e 400m e declividade variando entre 15 e 20%.
Na porção leste da microbacia, mais precisamente onde se encontra o loteamento fechado Alpes
de Vinhedo, há algumas características de transição para as áreas de Morrotes e Morros, ou seja, neste
ponto as vertentes apresentam comprimento entre 200 e 400m, como no caso dos Morrotes, mas as
declividades podem vir a atingir mais de 45% em alguns casos, caracterizando terrenos muito
suscetíveis à ocupação.
Assim, no que tange os compartimentos estruturantes da paisagem, verifica-se que em 1962
quase que a totalidade do fundo de vale do rio Capivari apresentava-se bem preservado, assim como os
interflúvios e os compartimentos de passagem da microbacia hidrográfica.
A partir do início da década de 1980, mesmo com o avanço da preservação da cobertura arbórea
nas áreas de predomínio dos Morrotes em direção à divisa de Vinhedo com Itupeva, constataram-se nas
demais localidades significativas perdas de área, principalmente na planície de inundação do rio
Capivari, através da ocupação do divisor de águas e da meia encosta.
Os principais fatores contribuintes para essa degradação ligam-se a instalação do Distrito
Industrial Benedito Storani, a urbanização e expansão da região do bairro Capela a norte e o
parcelamento em lotes da Fazenda São Joaquim. Entre os impactos sistêmicos derivados dessa expansão
urbana temos o assoreamento e a contaminação do rio Capivari e a ampliação dos processos erosivos nas
vertentes de maior declividade (Demacamp, 2006).
Considerando apenas o loteamento fechado São Joaquim, podemos constatar que entre 1994 e
2012 houve um pequeno avanço da cobertura arbórea em manchas pontuais na vertente leste, porém no
compartimento de passagem da vertente oeste, desmatada quando da sua instalação, atualmente a mais
impermeabilizada do loteamento, pouco foi feito.
No mapeamento das áreas de risco a deslizamento e inundações do município de Vinhedo,
realizado pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) em 2013, a área em questão é classificada como
de alto risco a inundação. A drenagem no local, Capivari, é natural, meandrante e encontra-se assoreada.
O canal possui cerca de 5m de largura (máxima) e margens variando de 2 a 4m de altura. Foram
observados sinais de solapamento de margem (cicatriz e trincas no pavimento) em pontos específicos do
canal.
As moradias ocupam tanto a margem direita como esquerda do córrego. Segundo informações
da COMDEC, a inundação pode ultrapassar 1,8m de altura, como raio de alcance superior a 200m,
ocorrendo de forma rápida. A inundação ocorre em eventos de chuvas fortes concentradas, somadas as
águas vindas do município de Louveira pelo Rio Capivari, o qual cruza o condomínio. A inundação
ocorre na planície de inundação do Rio Capivari e também em um afluente localizado na Rua
Paranaense, o qual inunda devido à concentração de águas advindas do sistema de drenagem da Rodovia
Anhanguera (IPT, 2013, p.50).

506
O loteamento fechado São Joaquim foi construído justamente sobre a planície natural de
inundação do Rio Capivari, ou seja, no talvegue. Dessa forma, todas as alterações advindas tanto das
formas de uso e ocupação do solo nas vertentes do próprio loteamento ou próximas dele, como das
vertentes indutoras localizadas a montante do canal, já em Louveira, poderão conduzir a um aumento do
escoamento superficial e por conseqüência ultrapassar o limite de suporte da vazão máxima do canal de
drenagem.
É importante frisar que a jusante do canal os processos são transmitidos pelo próprio canal, ou
seja, o aumento da energia sobre o limite da capacidade de escoamento do rio pode vir a solapar as
margens em áreas distantes do loteamento fechado.
Outro agravante para o aumento das possibilidades de enchentes no loteamento fechado São
Joaquim advém do escoamento direcionado pelo loteamento fechado Alpes de Vinhedo, localizado no
extremo leste da microbacia. Este loteamento localiza-se no ponto mais alto de toda a microbacia, sua
portaria se encontra sobre o compartimento estruturante que divide as águas entre a Microbacia
Hidrográfica Capivari e a Microbacia Hidrográfica Água do Buracão, tendo os lotes distribuídos ao
longo da vertente da Microbacia Hidrográfica Capivari. O desnível entre a portaria do loteamento,
localizado as margens da Estrada da Boiada, e o rio Capivari é de 150 metros verticais para 575 metros
horizontais, o que confere uma declividade muito alta para o contexto da microbacia, por volta de 27%.
Esse desnível entre os compartimentos estruturantes ocorre pela transição do domínio das
Colinas para os Morrotes permeados por Morros. Dessa forma, verifica-se que a declividade do
loteamento Alpes de Vinhedo, somado a ausência de cobertura arbórea interna e uma impermeabilização
que chega a quase 91% de sua área total, conduzem em períodos de chuva intensa um fluxo rápido de
escoamento pluvial.
Considerando que o loteamento direciona este escoamento para um tributário de primeira ordem
do rio Capivari, tem-se aí mais um fator contribuinte e para conduzir ao aumento do volume de água em
um curto período de tempo. Dessa forma, o loteamento Alpes de Vinhedo pode induzir pelo tributário a
ampliação do risco de enchente no loteamento São Joaquim.
É importante destacar que ainda na década de 1970 foram construídos dois grandes reservatórios
de água nesta porção da microbacia, um localizado externamente ao muro sudeste do loteamento São
Joaquim, por onde o rio Capivari adentra o loteamento, e outro dentro do loteamento. No primeiro caso
o reservatório visa conter e amortecer a vazão excedente advinda de Louveira, no segundo caso visa-se
conter e amortecer a vazão excedente advinda do distrito industrial e da Rodovia Anhanguera.
O fato desses reservatórios já existirem na década de 1970, leva a crer que a escolha da planície
de inundação do rio Capivari para a instalação de um grande loteamento residencial fechado não foi a
mais acertada.
Os tributários do rio Capivari que interferem na vazão do Capivari dentro do São Joaquim são
entalhados em vertentes ocupadas por diferentes formas de uso, portanto a solução para estes episódios
de enchentes requer uma análise não pontual e sim sistêmica.
Em contraponto, apesar dos Morros configurarem terrenos muito suscetíveis à erosão laminar e
a formação de sulcos e rastejo frequentes de média a alta intensidade, não se nota indícios de processos
erosivos entre os compartimentos estruturantes da vertente localizados entre os loteamentos fechados
Alpes de Vinhedo e São Joaquim. Isso se dá possivelmente pela presença de grandes áreas gramadas,
localizadas principalmente sobre o compartimento de passagem, além disso, o próprio fato de que os
fluxos superficiais advindos do loteamento Alpes de Vinhedo são direcionados para um tributário do rio
Capivari, evitam a transferência de excedentes hídricos do loteamento para a vertente. Essa constatação
nos leva a crer que o assoreamento verificado pelo IPT no rio Capivari dentro do São Joaquim, está
vinculado principalmente à expansão do Distrito Industrial Benedito Storani na vertente oposta.
Em situação semelhante, o loteamento fechado Sol Vinhedo Village, que não possui cobertura
arbórea e tem sua área 55% impermeabilizada, direciona seu escoamento para um reservatório de
contenção para amortecimento da vazão localizado no bairro Chácara do Trevo junto a outro tributário
do rio Capivari, porém o escoamento deste loteamento é direcionado para o canal após o muro do
loteamento São Joaquim, portanto não influenciando em seus casos de enchentes.
As áreas de expansão urbana ocupadas por loteamentos populares, na porção norte da
microbacia, as margens do bairro Capela, também podem vir a causar problemas sistêmicos
relacionados ao escoamento superficial à medida que ocupam continuamente do topo das colinas até os

507
fundos de vale, portanto descarregando seus excedentes hídricos neste compartimento, podendo causar
enchentes e erosão, principalmente na Rua João Edueta no bairro Capela.
As demais áreas da microbacia apresentam-se estáveis de acordo com os parâmetros
selecionados por possuírem uma baixa taxa de ocupação, permanecendo, portanto, permeáveis e com
cobertura vegetal arbórea relativamente bem preservada.

ASPECTOS AMBIENTAIS

O território da microbacia encontra-se parcialmente alterado e impactado; acusa a presença de


indústrias de médio e grande porte, avanço de urbanização recente, com condomínios fechados, algumas
fazendas, moradias rurais e áreas de pastagens.
Muitas indústrias despejam seus efluentes diretamente no Rio Capivari que, em alguns trechos,
está totalmente impróprio para qualquer tipo de uso, com água de coloração escura, mau cheiro e
espumas, devido à concentração de poluentes industriais.
Os moradores utilizam-se da agropecuária como fonte de renda. O rio Capivari também é usado
por alguns moradores para retirada de areia, para venda. As áreas de APP são utilizadas como pastagem,
permitindo acesso do gado às nascentes, danificando-as.
O rio Capivari recebe também o esgoto proveniente da cidade de Louveira.
Existe um acelerado processo de impactação, por ser um local de expansão urbana e industrial.
As regiões com áreas de preservação, nascentes e matas ciliares encontram-se em processo de
impactação com matas ciliares derrubadas, lagos assoreados e em processo de eutrofização e córregos
com alterações físicas ao longo das vias públicas.
Em trabalho de levantamento físico-hídrico de Vinhedo, para essa microbacia, Elo
Ambiental (2011) indica a seguinte situação de uso do solo mapeado para o ano de 2011 e também um
comparativo entre estas áreas e as áreas mapeadas no Plano Diretor de Vinhedo (2006).

508
Tabela IX-31 Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica em 2006 e 2011 e sua variação no período; Grau de
Conservação e Uso das APPs da microbacia.
Mapeamento (2011)
Mapeamento (2006)
Incremento

Já em levantamento do Uso e Ocupação do solo recente, segundo a Arborea (2017) a Microbacia


do Capivari apresentou a seguinte ocupação:

509
Tabela IX-32 Uso dos Solos da Microbacia do Capivari em 2017.

No trabalho Elo Ambiental (2007), no diagnóstico de características físico-hídricas da


Microbacia do Capivari, a localização dos pontos de amostragem é mostrada na figura 50.

Figura IX-50 Pontos de amostragem e observação na Microbacia do Capivari.

Os parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da APP dos corpos d’água,
aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno, para a microbacia do Capivari, graficamente,
apresentaram-se, de acordo com a figura 51.

510
Figura IX-51 Diagnóstico de campo dos parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da
APP dos corpos d’água, aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno.

Em complementação, as porcentagens da ocorrência de cada qualificação de outros parâmetros


da microbacia são apresentadas na figura 52.

Aspecto Visual da Água Largura dos córregos

Larga (Larg.>5 m) Média (Larg. 2 a 5 m) Estreita (Larg.<2 m)


Bom Inadequado Ruim

Estado de Conservação - Nascente e Entorno


Uso e Ocupação do Solo – Nascente e Entorno
Áreas Agropecuária
Preservadas
Aglomerado Rural

Áreas Área Urbanizada


Alteradas
Área Industrial

Áreas Solo Exposto


Impactadas
Outros Usos

Figura IX-52 Parâmetros físicos da microbacia.

511
Em seu trabalho ELO AMBIENTAL (2007), a entidade também realizou diagnóstico da
qualidade de água na microbacia do Capivari.
Foram considerados nove pontos de coleta ao longo do Rio Capivari (Figura ) permitindo que se
tenha uma avaliação da qualidade da água que apresenta o trecho em que esse rio passa no município.
Os pontos coletados na microbacia foram de acordo com a figura. Segue abaixo os principais resultados:

Figura IX-53 Principais parâmetros da qualidade da água do rio Capivari, no trecho de Vinhedo.

512
Amônia: a presença em um recurso hídrico de NH3 ou NH4 caracteriza a poluição recente por
esgotos domésticos. O Nitrogênio na forma de Amônia Livre é tóxico aos peixes e, dentro dos processos
bioquímicos, a conversão de Amônia a Nitrito e deste a Nitrato consome oxigênio dissolvido no meio e
altera a condição da vida aquática. Observa-se através do gráfico, o ciclo do nitrogênio, estando a forma
amoniacal presente somente nos pontos onde a contaminação pode ser um tanto recente (pontos 1, 6 e 8)
e mantendo concentrações em níveis considerados normais nos demais pontos.
Nitrato: Produto final da estabilização aeróbica do nitrogênio orgânico. Em grandes
quantidades contribui como causa da metemoglobinemia infantil. Caracteriza uma poluição remota em
função de que o Nitrogênio encontra-se no seu último estágio de oxidação.
Nitrito: são rapidamente oxidados a nitrato e podem indicar poluição juntamente com amônia e
nitrato. Sua toxicidade é bem conhecida embora não tenham sido estabelecidos limites aceitáveis.
Oxigênio dissolvido: é um indicador de poluição por despejos orgânicos empregado para
controlar processos de aeração, dado indispensável nos estudos de atividades fotossintetizadas e da
corrosão da água. Por isso é um importante fator para avaliar a qualidade do manancial.
Indica o grau de arejamento da água. É um excelente indicativo da qualidade da água. A
presença de oxigênio dissolvido é de importância vital para os seres aquáticos aeróbios. A introdução de
OD no recurso hídrico ocorre através da fotossíntese, da ação de aeradores ou do próprio contato com o
ar atmosférico. O teor de O2 na água varia, principalmente com a temperatura e com a altitude. Quanto
maior a concentração, melhor a qualidade.
Percebe-se pelo gráfico acima que as concentrações de OD ao longo dos pontos de coleta,
sofreram algumas alterações, mas se repararmos a situação inicial e a final, o rio se recuperou muito
bem de todas as degradações que sofreu, principalmente no ponto 6.
DBO 5 dias 20°C: empregado para avaliar a concentração de material orgânico que requer
oxigênio para sua degradação. Indicador de poluição por despejos orgânicos e uma medida importante
da qualidade do manancial. A estabilização ou decomposição biológica da matéria orgânica lançada ou
presente na água envolve o consumo de oxigênio (molecular) dissolvido na água, nos processos
metabólicos desses organismos biológicos aeróbios. Em função do citado anteriormente, a redução da
taxa de oxigênio dissolvido em um recurso hídrico pode indicar atividade bacteriana decompondo
matéria orgânica.
Fosfatos: em algumas águas de abastecimento pode promover o crescimento de plantas
aquáticas, alterando as características das mesmas. Pode ser empregado como indicador de
contaminação por fertilizantes e/ou resíduos industriais. Os íons nitrato e fosfato são normalmente os
nutrientes limitantes do processo de eutrofização. Considera-se que um nível de 0,02mg/L previne a
floração de algas, mas concentrações menores que 0,003mg/L são nichos ecológicos deficientes em
fósforo. Logo, o fósforo desempenha grande papel no processo de eutrofização e sua concentração em
excesso pode levar a uma alta produção de fitoplâncton na água.
A eutrofização é um desequilíbrio que ocorre em rios e lagos que recebem efluentes sanitários.
A palavra deriva do grego, significando bem nutrido.
Caracterizando o crescimento exagerado de organismos aquáticos autotróficos e autótrofos
(organismos que absorvem energia diretamente da luz solar, ou seja, são fotossintetizantes),
particularmente algas planctônicas e ervas aquáticas, as macrófitas. Observando o gráfico e a partir da
explicação acima, entende-se porque o ponto 6 de coleta está com um nível altíssimo de fosfatos.
Como conclusão geral, ELO AMBIENTAL (2007) aponta que as análises limnológicas
realizadas em pontos do Rio Capivari e alguns de seus afluentes demonstram que o Rio Capivari já
chega ao município de Vinhedo com alto nível de cargas poluidoras, principalmente do município de
Louveira que lança diretamente o esgoto sem tratamento no rio. Ao longo de seu percurso no município,
o rio passa por um processo de diminuição da concentração de efluentes, devido, sobretudo, ao tipo de
solo e a presença de bactérias que favorecem a filtragem e a flutuação da matéria orgânica. Entretanto,
existem pontos específicos no município (como o efluente Germânia) que contribuem significativamente
com o lançamento de elevadas cargas de contaminação de fertilizantes e resíduos industriais.
Segundo ELO AMBIENTAL (2007) a microbacia Capivari, é uma das que apresenta as áreas
mais impactadas do município, devido ao avanço da urbanização sem medidas efetivas de controle
ambiental; avanço de atividades agropecuárias e avanço de áreas industriais em APPs.

513
Concluindo a diagnose do estado de preservação dos recursos hídricos de Vinhedo, Elo
Ambiental (2007) relaciona, por microbacia, os principais impactos ambientais detectados,
recomendações, adequações e resultados iniciais deste projeto.
Para a Microbacia do Capivari, de acordo com os pontos assinalados na figura e a tabela abaixo,
os principais impactos são:

Figura IX-54 Impactos detectados e suas localizações (Elo Ambiental, 2007).

Recomendações da Câmara de Vereadores

No Trabalho executado pela Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica, Relatório Final,
(2015), a Câmara de Vereadores de Vinhedo, Para a Microbacia do Capivari recomenda:

 Demarcar e reflorestar toda a área de entorno do Córrego Xoxó, dentro da Zona de Desenvolvimento
Industrial (ZDI), recuperando a APP e as áreas de recarga;
 Uma vez que as nascentes do entorno do Córrego Xoxó foram, na maior parte, soterradas com o
avanço do Distrito Industrial e que as poucas que restam correm sério risco de desaparecer, promover
o efetivo controle sobre a movimentação de terras e implementação de novos empreendimentos.
Considera-se que as áreas de recarga foram assoreadas sendo, portanto, necessária uma intervenção
urgente no local;
 Existem diversos pontos não cumpridos como o Parque Linear do Capivari, Programas Ambientais
previstos no artigo 232, cujos objetivos são garantir a produção de água e a qualidade de vida
(Reflorestamento Ciliar, Combate aos Incêndios Florestais e/ou Áreas com Manejos Agrários,
Extensão Rural, Aprimoramento do Sistema de Abastecimento Alimentar, Conservação dos Solos e
Recursos Hídricos e Valorização do Pedestre e do Ciclista);
 Apoiar a Criação de Áreas de Proteção e Recuperação de Mananciais – APRMs (Lei estadual
9.866/97) na microbacia do Capivari – Estudo da Faculdade de Engenharia Ambiental e do Centro de
Ciências Exatas, Ambientais e de Tecnologias da Pontifícia Universidade Católica de Campinas
PUCCAMP) de outubro de 2010;
 Colocar em prática o pagamento por serviços ambientais (PSA);
 Uma vez que as indústrias do Distrito Industrial estão, na sua maioria, sendo abastecidas por poços
que estão secando considera ser um fato preocupante para sustentabilidade de Vinhedo (o

514
planejamento feito pela SANEBAVI é de substituição gradativa por abastecimento que será realizado
pela ETA III – São Joaquim);
 Mais estudos sobre a Captação no Córrego do Barreiro. Informa que a avaliação realizada há alguns
anos indicou um custo muito alto, além de ser um afluente do Rio Capivari (sendo, portanto, a
mesma outorga) e, há uma potencial disputa pela outorga da Bacia do Rainha com o município de
Louveira.

Tabela IX-33 Relação de impactos detectados na Microbacia (Elo Ambiental, 2007).

515
MICROBACIA SANTA CÂNDIDA

Segundo Relatório Técnico Final da Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica, da


Câmara Municipal de Vinhedo (2015), a Sub-bacia Santa Cândida está inserida em uma área com
ocupação mista: urbana dispersa e diversificada. O abastecimento é feito pela ETA2/Lagoa Santa
Cândida.
Em 2007, no projeto Vinhedo Sustentável Meta II - Jovens em Ação a Elo Ambiental (2007)
percorreu todas as microbacias e sub-microbacias do município realizando observações dos recursos
hídricos. Os dados levantados são apresentados a seguir.

Principais Rios e Córregos: Rio Capivari, Córrego Santa Cândida.


Sub-Microbacias: C1 e C2.
Predominância do Estado de Conservação das APPs: Alterado.
Principais Usos do Solo no Entorno das APPs: Avanço de pastagem, Conjuntos Residenciais, Floresta
ripária parcial.
Principais Impactos Ambientais: Assoreamentos, Desmatamento recente, Erosões, Avanço de pastagem,
Queimadas.

Figura IX-55 Faz. Sta Cândida; Reservatório da Fazenda Santa Cândida.

ASPECTOS SOCIAIS

A microbacia está localizada em área rural, com a presença de alguns sítios, chácaras e fazendas
e também de algumas empresas de pequeno e médio porte. Muitos dos moradores residem em casas
cedidas pelos patrões, proprietários das empresas.
A maior parte da população não é natural da região. Alguns moradores utilizam-se da
agricultura de subsistência como renda, constituída principalmente de plantação de uvas.
A maioria dos moradores conhece o córrego, por residirem próximo à estação de tratamento de
água. Todos os moradores que residem na região convivem de perto com a área ambiental e
descreveram e criticaram o estado de preservação do Rio Capivari, um rio extenso e muito poluído; os
moradores criticaram o cheiro do rio.

Histórico e características de ocupação

A Microbacia Hidrográfica Santa Cândida localiza-se na porção noroeste do município, seus


interflúvios ao norte, noroeste e oeste são quase que concomitantes aos limites municipais que dividem

516
Vinhedo de Valinhos e Itupeva. A leste o limite se dá no divisor de águas que a separa da Microbacia
Hidrográfica São Bento/Capela, ao sul se encontra a Microbacia Hidrográfica Capivari.
Esta microbacia, em termos de ocupação apresenta, mesmo atualmente, uma grande quantidade
de propriedades rurais. Em 1962 as poucas áreas com cobertura vegetal arbórea apresentavam-se
distribuídas de forma dispersa, sendo que as únicas porções contínuas encontravam-se as margens do rio
Capivari e nas cabeceiras de drenagem de alguns dos tributários do córrego Santa Cândida.

Caracterização das principais alterações físico-hidrológicas da microbacia

A microbacia contabilizava apenas 11,6% de sua área coberta com vegetação arbórea, porém,
estes valores no decorrer dos anos acabaram se ampliando, quase que dobrando em 1994 e atingindo
quase 30% em 2012 (Tabela 18).

Tabela IX-34 Evolução das Áreas Permeáveis ou de Baixa Impermeabilização e de Cobertura Arbórea na
Microbacia Hidrográfica Santa Cândida.

Entre 1962 e 1978, a vegetação das principais nascentes e das vertentes mais dissecadas foi
recomposta, efeito da intervenção do Estado sobre a propriedade rural após a promulgação do Código
Florestal em 1965.
Entre 1978 e 1994, a microbacia começou a ser urbanizada, inclusive registrando um avanço
menor que o do período anterior em termos de recomposição da cobertura vegetal arbórea.
Nota-se que em 1978 o loteamento Vale Verde (aberto), localizado em Valinhos, já adentrara a
Microbacia Hidrográfica do córrego Santa Cândida por seu interflúvio norte, reduzindo
consequentemente a cobertura vegetal arbórea neste compartimento.
Em 1989 foi instalado o Recanto Florido, o primeiro loteamento fechado na microbacia.
Localizado sobre área já desmatada, possuía apenas em sua porção sudoeste um pequeno resquício de
cobertura arbórea, que compreendia até 1994, 10.000m². Com a ampliação no número de lotes entre
1994 e 2012 a cobertura foi reduzida para 4.000m².
A partir de 1994 outras áreas se urbanizaram na microbacia, em 1996 foi criado o loteamento
fechado Vila Hípica I, ao lado do loteamento fechado Recanto Florido. A área que corresponderia a sua
instalação possuía até 1994, cerca de 30.000m² de cobertura arbórea, porém verificou-se que entre 1994
e 2012 apenas 17.000m² desse montante ainda permaneciam preservados.
Próximo ao ano 2000, a expansão dos bairros vizinhos ao Bairro Capela acabou adentrando a
microbacia pelo interflúvio, que divide a Microbacia Hidrográfica São Bento/Capela da Microbacia
Hidrográfica Santa Cândida, aumentando a impermeabilização neste compartimento.
Ainda em 2000 foi instalado no interflúvio entre a Microbacia Hidrográfica Santa Cândida e
Microbacia Hidrográfica Capivari, o loteamento fechado Vila Hípica II, com área de 0,16 Km², das
quais cerca de 70% localizam-se sobre a Microbacia Hidrográfica Santa Cândida. Em 2012, a porção de
cobertura arbórea referente a estes 70% correspondia a cerca de 85% da cobertura arbórea total existente

517
dentro do loteamento, ou seja, cerca de 21.000m². Somando a área total de cobertura vegetal arbórea no
loteamento, nas duas microbacias, temos cerca 25.000 m², conferindo um avanço significativo em
relação aos valores encontrados para os anos de 1962, 1978 e 1994.
Condomínio Vila
ValeVerde
Verde
(Valinhos, SP)

Figura IX-56 Localização espacial do Loteamento Vale Verde (Valinhos/Vinhedo, SP), Recanto Florido (8)
e Vila Hípica II (24).

A impermeabilização da microbacia de modo geral se ampliou pouco, pois em 2012 92,1% das
áreas da microbacia ainda apresentam-se permeáveis.
Os canais de drenagem que compõe a Microbacia Hidrográfica Santa Cândida apresentam-se
distribuídos em sua totalidade sobre o domínio dos Morrotes, apresentando, portanto, suscetibilidade a
interferências, devido à erodibilidade dos solos e a declividade acentuada de algumas de suas vertentes.
Como já frisado, a microbacia se apresenta pouco ocupada, porém a ocupação existente se deu
principalmente nos compartimentos estruturantes indutores de processos, tanto o loteamento fechado
Recanto Florido como o Vila Hípica II localizam-se sobre os divisores de água da microbacia.
No caso do Vila Hípica II, o escoamento superficial segue em parte para o Rio Capivari e em
parte diretamente para o córrego Santa Cândida, no caso do loteamento Recanto Florido, o escoamento
segue para um dos tributários do córrego Santa Cândida paralelo ao loteamento.
No caso do Vila Hípica I, localizado em um compartimento estruturante de passagem, a situação
de escoamento é a mesma, porém, direcionada para um tributário que possui sua confluência mais a
jusante.
Durante a instalação dos três loteamentos, os materiais inconsolidados, derivados da exposição
dos solos, foram transferidos para os canais de drenagem causando assoreamento.
Outro ponto importante se refere ao grande desmatamento realizado a partir da segunda metade
da década de 1980, a leste do que viria a ser em 2000 o loteamento fechado Vila Hípica II. Esse
desmatamento que ocorreu principalmente sobre o divisor de águas teve como intuito a exploração
comercial de areia para construção civil. Esta ação que perdurou até 2005 gerou uma grande quantidade
de material inconsolidado. Dessa forma, tanto a mineração como a instalação dos loteamentos fechados
ampliaram significativamente os níveis de assoreamento no baixo curso do córrego Santa Cândida e na
sua confluência com o Rio Capivari.
A prefeitura em 2007, visando sanar este problema, acabou por realizar alterações nas diretrizes
de ocupação previstas pelo Plano Diretor de 1984 para essa área. Até 2007 todo o vale do Santa Cândida
era setorizado como S3, ou seja, um misto entre área residencial, comercial e serviços, ou seja, o intuito
dessa setorização era o de promover a expansão urbana nessa região, fato que não ocorreu, a não ser pela
instalação dos loteamentos fechados.
No “novo” Plano Diretor de 2007 ficou estabelecido um novo zoneamento para a área, que passa
a ser divida em dois novos setores ou zonas: a Zona Expansão Urbana 2 (ZEU2) e a Zona de
Conservação Ambiental Noroeste (ZCA Noroeste).

518
A ZEU2 delimita as áreas no entorno dos loteamentos fechados até a divisa com o Bairro
Capela, esta delimitação tem objetivos semelhantes ao de S3, ou seja, abrir novas áreas de expansão para
loteamentos e responder ao futuro crescimento do município.
A grande diferença está na delimitação de quase todo o vale do córrego Santa Cândida como
ZCA Noroeste. Segundo o Art. 59 do Plano Diretor de 2007 (Lei Complementar 66/2007) "A Zona de
Conservação Ambiental Noroeste - ZCA Noroeste é área de manancial e fragmentos, apresentando alta
restrição à ocupação, decorrente da existência de cabeceiras dos córregos e recursos naturais de interesse
ambiental" (VINHEDO, 2007).
Este fato explica o fechamento e recomposição das áreas mineradoras a partir de 2007 não só
nesta zona, mas também na ZEU2, uma vez que a ZCA Noroeste tem dentre os seus objetivos “proteger
os mananciais hídricos utilizados ou com possibilidade de utilização para abastecimento público [...]”
(VINHEDO, 2007), ou seja, a proteção é sistêmica, mesmo que a interferência seja externa a ZCA
Noroeste.
Esta delimitação também impede o avanço dos bairros da região da Capela e de Valinhos sobre
os interflúvios da microbacia, evitando assim a ampliação dos processos erosivos transmitidos para o
fundo do vale no médio e alto curso do córrego Santa Cândida.
Porém, caso a ZEU2 seja realmente ocupada por novos loteamentos, os problemas de
assoreamento poderão retornar a microbacia.
Considerando que a delimitação entre a ZEU2 e a ZCA Noroeste não acompanha o traçado dos
compartimentos estruturantes da paisagem e sim a área já urbanizada pelos loteamentos fechados,
qualquer exposição do solo no processo de parcelamento de novos lotes na ZEU2 poderá acarretar novos
episódios de assoreamento. A delimitação entre as zonas ocorre no meio da vertente, ou seja, em um
importante compartimento estruturante de passagem.

ASPECTOS AMBIENTAIS

A maior parte da microbacia apresenta-se alterada, em processo de impactação.


A região tem características pouco diversificadas, com a presença de algumas chácaras e
condomínios. Alguns moradores utilizam-se da agropecuária como fonte de renda e outros da
agricultura.
Diversas Áreas de Preservação Permanente (APPs) são influenciadas por vias públicas de terra,
ocorrendo erosões e assoreamentos por material civil, resíduos sólidos urbanos e rompimento de
manilhas meia-cana. Há também invasão de gado no interior das APPs.
Nos condomínios levantados existem alguns pontos considerados impactados, em todos os
quesitos da planilha ambiental.
Em locais de chácaras, existem moradores que canalizam nascentes para a captação direta,
provocando processos erosivos, processos de eutrofização natural nos lagos, que são usados para retirar
argila depois da eutrofização completa. É grande o interesse comercial dos proprietários por essa matéria
prima.
Existe uma quantidade de nascentes impactadas pela presença de erosões e assoreamentos, pelo
avanço da agricultura, pastagens, desmatamentos, avanço da urbanização e pela presença de áreas
canalizadas, tubuladas e manilhadas.
Em trabalho de levantamento físico-hídrico de Vinhedo, para essa microbacia, Elo
Ambiental (2011) indica a seguinte situação de uso do solo mapeado para o ano de 2011 e também um
comparativo entre estas áreas e as áreas mapeadas no Plano Diretor de Vinhedo (2006).

519
Tabela IX-35 Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica em 2006 e 2011 e sua variação no período; Grau de
Conservação e Uso das APPs da microbacia.
Mapeamento (2011)
Mapeamento (2006)
Incremento

Já em levantamento do Uso e Ocupação do solo recente, segundo a Arborea (2017) a Microbacia


do Santa Cândida apresentou a seguinte ocupação:

Tabela IX-36 Uso dos Solos da Microbacia do Santa Cândida em 2017.

520
No trabalho Elo Ambiental (2007), no diagnóstico de características físico-hídricas da
Microbacia do Santa Cândida, a localização dos pontos de amostragem é mostrada na figura 57.

Figura IX-57 Pontos de amostragem e observação na Microbacia do Santa Cândida.

Os parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da APP dos corpos d’água,
aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno, para a microbacia do Santa Cândida, graficamente,
apresentaram-se, de acordo com a figura 58.

521
Figura IX-58 Diagnóstico de campo dos parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da
APP dos corpos d’água, aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno.

Em complementação, as porcentagens da ocorrência de cada qualificação de outros parâmetros


da microbacia são apresentadas na figura 59.

Aspecto Visual da Água Largura dos córregos

Bom Inadequado Ruim Larga (Larg.>5 m) Média (Larg. 2 a 5 m) Estreita (Larg.<2 m)

Estado de Conservação - Nascente e Entorno Uso e Ocupação do Solo – Nascente e Entorno

Áreas Agropecuária
Preservadas
Aglomerado Rural

Áreas Área Urbanizada


Alteradas
Área Industrial

Áreas Solo Exposto


Impactadas
Outros Usos

Figura IX-59 Parâmetros físicos da microbacia.

Concluindo a diagnose do estado de preservação dos recursos hídricos de Vinhedo, Elo


Ambiental (2007) relaciona, por microbacia, os principais impactos ambientais detectados,
recomendações, adequações e resultados iniciais deste projeto.
Para a Microbacia Santa Cândida, de acordo com os pontos assinalados na figura abaixo, os
principais impactos são:

522
Figura IX-60 Impactos detectados e suas localizações (Elo Ambiental, 2007).

Tabela IX-37 Relação de impactos detectados na Microbacia (Elo Ambiental, 2007).

Segundo ELO AMBIENTAL (2007), a microbacia Santa Cândida, é uma das que apresenta as
áreas mais impactadas do município, devido ao avanço da urbanização sem medidas efetivas de controle
ambiental; avanço de atividades agropecuárias e avanço de áreas industriais em APPs.

523
MICROBACIA SÃO BENTO / CAPELA

Segundo Relatório Técnico Final da Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica, da


Câmara Municipal de Vinhedo (2015), a Sub-bacia São Bento/ Capela possui uso misto tendo grandes
áreas com moradias, muitas indústrias, loteamentos fechados e propriedades agrícolas.
Em 2007, no projeto Vinhedo Sustentável Meta II - Jovens em Ação a Elo Ambiental (2007)
percorreu todas as microbacias e sub-microbacias do município realizando observações dos recursos
hídricos. Os dados levantados são apresentados a seguir.

Principais Rios e Córregos: Córrego São Bento / Capela, Córrego Fim de Semana, Morumbi.
Sub-Microbacias: D1, D2, D3 e D4.
Predominância do Estado de Conservação das APPs: Alterado.
Principais Usos do Solo no Entorno das APPs: Área urbana, Áreas de lazer, Loteamentos residenciais,
Pastagem, Plantio.
Principais Impactos Ambientais: Erosão, Disposição de entulho de construção, resíduos sólidos nas
APPs, Descarga de efluentes domésticos, Assoreamento, Desmatamento, Expansão urbana, Lagos
soterrados com formação de várzeas.

Figura IX-61 Impactos ambientais margeando o Córrego da Capela; Córrego Fim de Semana.

ASPECTOS SOCIAIS

O local analisado foi o Bairro da Capela, o mais extenso e mais populoso a ser entrevistado, um
bairro periférico em cuja extensão se encontram alguns córregos.
As moradias são de aspecto urbano; as vias de acesso são asfaltadas, as casas de alvenaria, com
energia elétrica, redes de água e esgoto. A maior parte da população não é natural da região e as
realidades são diferentes nos aspectos social, cultural e econômico.
Os moradores se mostraram, em sua maioria, preocupados com a preservação ambiental. A
recepção ao grupo de pesquisadores foi muito boa.

Histórico e características de ocupação

A Microbacia Hidrográfica São Bento/Capela localiza-se a sudoeste da Microbacia Hidrográfica


Sterzeck e a norte/noroeste da Microbacia Hidrográfica Marambaia, tendo o município de Valinhos

524
como limite norte. Seu limite nordeste acompanha quase que perfeitamente o contorno da Estrada da
Boiada.
Seu processo de ocupação urbana iniciou-se apenas a partir da década de 1970. No período
anterior houve predominância de características rurais.
Em 1977 foi instalada a segunda metade do Condomínio Vinhas de Vista Alegre, na margem
oeste da Estrada da Boiada, denominada Café. Entre 1962 e 2012, o condomínio manteve a mesma
quantidade de cobertura vegetal arbórea, porém reduzindo alguns pontos e ampliando outros em
porcentagens relativamente pequenas. Esta porção do condomínio apresentava um total de quase 9% de
cobertura vegetal arbórea interna, em uma área menor que o Vinhas de Vista Alegre - Sede, 0,45 Km².
Ao analisar os demais loteamentos fechados surgidos nas décadas seguintes (Il Paradiso (1996)
e Bosque das Araras (2000)), notou-se que as áreas escolhidas não possuíam sinais de cobertura vegetal
arbórea desde 1962. No caso do Bosque das Araras podemos constatar que sua instalação ocorreu em
meio a uma grande clareira, alocada em meio a uma área bem preservada.

Figura IX-62 Localização espacial do Condomínio Vinhas de Vista Alegre – Café (3), Il Paradiso (15) e
Bosque das Araras (26).

Neste contexto, o único avanço constatado em termos de preservação só ocorre no ano de 2012,
no loteamento fechado Il Paradiso, e ainda assim correspondendo apenas a 2,5% da área total interna ao
empreendimento.

Caracterização das principais alterações físico-hidrológicas da microbacia

Em síntese, a microbacia apresenta-se bem preservada em sua porção leste, inclusive


apresentando aspectos de um "cinturão verde", formado por APPs e que isola os três empreendimentos.
Em geral a área de cobertura arbórea na microbacia sofreu uma redução de 11,78% entre 1962 e
1978, mas não nas áreas onde seriam implantados os empreendimentos residenciais fechados. A
principal redução se dá nas áreas agrícolas localizadas na divisa com Valinhos e nas áreas próximas a
Estrada da Capela (principal via de acesso para o bairro Capela) a partir da década de 1980.

Tabela IX-38 Evolução das Áreas Permeáveis ou de Baixa Impermeabilização e de Cobertura Arbórea na
Microbacia Hidrográfica São Bento/Capela.

525
Entre 1978 e 1994, a cobertura vegetal arbórea na microbacia se ampliou, atingindo 28,5% em
1994, fato explicado pela reconstituição da vegetação das nascentes, fundos de vale e das áreas mais
dissecadas do relevo na área do "cinturão verde" a leste e nas áreas não urbanizadas ao norte.
Nesse mesmo período consolidou-se a instalação do bairro Capela, localizado na margem oeste
da Rodovia Anhanguera e da microbacia.
Apresentando características de bairro popular, a região do bairro Capela se ampliou de forma a
constituir a segunda maior área de urbanização contínua do município, anexando inclusive bairros do
lado leste da Rodovia Anhanguera, porém, no período de sua instalação, que se inicia no final da década
de 1970, a área já se apresentava degradada em termos de desmatamento, não tendo sido muito alterada
no sentido de ampliação ou redução dos remanescentes arbóreos.
No que se refere à impermeabilização da microbacia, em 2012, houve uma situação semelhante
no que se refere à porção leste composta pelos empreendimentos Vinhas de Vista Alegre - Café, Il
Paradiso e Bosque das Araras, que apresentam respectivamente 83%, 50% e 34% de suas áreas
impermeabilizadas, e a porção oeste no qual o adensamento urbano do bairro Capela e seu entorno
impermeabilizam cerca de 55% da área.
Apesar da alta impermeabilização, a preservação da cobertura arbórea na porção leste, fora dos
empreendimentos residenciais horizontais fechados, é muito maior que a da porção oeste, chegando a
1,53 Km² do total de cobertura arbórea para a microbacia em 2012, enquanto a região do bairro Capela
apresentava apenas 0,3 Km², o que correspondia respectivamente a 81,8% e 16% da cobertura arbórea
existente na microbacia.
A Microbacia Hidrográfica São Bento/Capela se insere sobre duas classes de relevo: os
Morrotes, que compreendem toda a porção a leste da Rodovia Anhanguera e o norte da microbacia, e as
Colinas permeadas por Morrotes localizadas na porção oeste da rodovia, local sobre o qual foi instalado
o núcleo inicial do bairro Capela.
A dinâmica hídrica das Colinas apresenta-se condicionada as áreas de ocupação efetivadas sobre
os Morrotes, mais altos e que apresentam vertentes mais dissecadas. Dessa forma, as Colinas nesta
microbacia caracterizam-se predominantemente como compartimentos estruturantes de passagem ou
receptores de processos oriundos da ocupação dos Morrotes. Porém, é importante frisar que entre 1980 e
1994, as vertentes extensas das Colinas ocupadas pela urbanização do bairro Capela se enquadravam
como compartimentos estruturantes essencialmente indutores de processos, transferindo os materiais
erodidos pela exposição dos solos para os córregos tributários do rio Capivari, ampliando o
assoreamento. Nesse período, os Morrotes que margeiam as Colinas pequenas apresentavam-se
ocupados pelas atividades agrícolas, que apesar de possuírem baixa composição vegetal arbórea,
apresentavam extensas áreas permeáveis de gramíneas.
Entre 1994 e 2012 a ocupação efetiva dos Morrotes amplia gradativamente a impermeabilização
e o escoamento superficial, causando uma série de inundações no bairro. Com base nessa situação, a
prefeitura executou entre 2012 e 2013 uma série de obras de canalização de caráter emergencial nos
córregos Capela e Sitinho, afluentes do rio Capivari.
No relatório técnico do IPT sobre as áreas de alto e muito alto risco a deslizamentos e
inundações em Vinhedo esta área não foi incluída, justamente pela execução das obras.

526
Ressalta-se que outras áreas foram visitadas durante os trabalhos, mas estas não se encontram
neste relatório por seu risco foi erradicado, como no caso do bairro Capela, onde a prefeitura realizou
intervenções no córrego, evitando as inundações que constantemente atingiam o bairro (IPT, 2013,
p.56).
Na porção leste da Rodovia Anhanguera, totalmente inserida sobre o domínio dos Morrotes a
situação é diferente, tanto no que se refere à preservação da cobertura arbórea a quantidade de áreas
permeáveis como pela presença de reservatórios de contenção para amortecimento do escoamento
superficial.
A Estrada da Boiada, que limita a microbacia a leste, não possuía cobertura vegetal arbórea
significativa em 1962, porém os compartimentos de passagem de processos e receptores nos fundos de
vale apresentavam-se bem preservados, inclusive tendo sido ampliados nas décadas seguintes.
Todas as áreas de cobertura arbórea nessa região são demarcadas pelo Plano Diretor de Vinhedo
(2007) como APPs, inclusive, dentro do Condomínio Vinhas de Vista Alegre – Café há uma área de
cobertura arbórea bem extensa e que cobre todo o compartimento de passagem da vertente. Mesmo com
o amortecimento realizado pelas copas das árvores, ainda existe um grande reservatório de contenção no
fundo do vale.
É importante destacar que todo o fundo de vale que cruza a área central do condomínio é
arborizado e possui boa permeabilidade. Internamente existem ainda três reservatórios de contenção,
voltados à redução do escoamento superficial derivado das áreas impermeabilizadas as margens da
Estrada da Boiada.
Os outros dois empreendimentos residenciais fechados estão instalados sobre condições de
permeabilidade, porém como já frisado com nada ou quase nada de cobertura arbórea interna.
O loteamento fechado Il Paradiso divide seu muro leste e sul com o Vinhas de Vista Alegre -
Café. Na parte externa de seu muro norte, encontram-se três reservatórios de amortecimento para as
águas pluviais. É importante frisar que ao analisarmos estes reservatórios através de imagens mais
recentes, temos a impressão de que eles foram instalados em meio as APPs, porém esta não é a
realidade, pois não existia cobertura vegetal arbórea nesta área da microbacia (ao menos até 1994),
inclusive segundo o Plano Diretor de 2007, esta área é demarcada como alvo para o reflorestamento e
integração as APPs já existentes.
Na foto aérea de 1994 apenas o maior dos três reservatórios existia, sendo os demais criados
justamente para evitar os possíveis problemas oriundos da impermeabilização do solo no loteamento Il
Paradiso, que foi aprovado e fechado.
A área onde foi instalado o loteamento fechado Bosque das Araras, apresentava em 1994 outra
atividade, que não a residencial. Entre 1962 e 1978 existe na área apenas uma extensa clareira gramada.
O Bosque das Araras tem sua portaria localizada no divisor de águas norte da Microbacia
Hidrográfica São Bento/Capela, apresentando declividade que variam entre 15 e 20% em direção ao
fundo do vale.
Apesar da declividade e da impermeabilização ampliada a partir de sua implantação, não se nota
sinais de processos erosivos em suas vertentes. O empreendimento direciona seu escoamento para os
córregos paralelos ao empreendimento, localizados nas áreas cobertas por vegetação, fazendo uso dos
sistemas de amortecimento já existentes na porção leste da microbacia.
Ao longo dos canais principais e afluentes localizados a leste da Rodovia Anhanguera, desde as
nascentes próximas a Estrada da Boiada e próximas a divisa com Valinhos até o rio Capivari, são
encontrados pelo menos mais seis reservatórios de amortecimento, para além dos já citados, e todos são
classificados como áreas alvo para reflorestamento. Estas medidas de proteção evitam problemas de
enchentes nos bairros Altos do Morumbi e Residencial Vida Nova I, as margens da rodovia.
Outro ponto importante repousa no fato de que esta microbacia, assim como a Microbacia
Hidrográfica Marambaia, apresenta áreas classificadas, segundo o Plano Diretor de 2007, como ZDD3 e
que possuem em seu interior as ZEIAs.
No entanto, diferentemente da Microbacia Hidrográfica Marambaia, o interesse em demarcar
essas áreas, evitando o parcelamento futuro, não ocorreu, pois desde 2012 novos loteamentos abertos
vêm sendo instalados sobre as antigas áreas agrícolas da ZDD3 as margens da Estrada da Capela,
expondo os solos à erosão laminar, tanto em compartimentos indutores como de passagem, e que podem
conduzir ao assoreamento dos tributários do Rio Capivari não só na microbacia São Bento/Capela.

527
ASPECTOS AMBIENTAIS

A microbacia apresenta-se alterada na maioria de seu território e susceptível à impactação.


Ocorre a presença de casas e vias asfaltadas, presença de poluição (lixo e esgoto) em quase toda a
extensão das APPs percorridas.
A região tem características urbanas, com casas e lotes em área de APP e condomínios fechados.
Desta forma, conclui-se que existe a necessidade de controle e de preservação ambiental na área.
Nos locais analisados observou-se a ausência de floresta ripária, existência de leitos com
excesso de sedimentos, solo exposto, abertura de vias públicas para o avanço urbano, processo erosivo
acentuado e nascentes manilhadas e soterradas.
Em trabalho de levantamento físico-hídrico de Vinhedo, para essa microbacia, Elo
Ambiental (2011) indica a seguinte situação de uso do solo mapeado para o ano de 2011 e também um
comparativo entre estas áreas e as áreas mapeadas no Plano Diretor de Vinhedo (2006).

528
Tabela IX-39 Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica em 2006 e 2011 e sua variação no período; Grau de
Conservação e Uso das APPs da microbacia.

Já em levantamento do Uso e Ocupação do solo recente, segundo a Arborea (2017) a Microbacia


do São Bento / Capela apresentou a seguinte ocupação:

529
Tabela IX-40 Uso dos Solos da Microbacia do São Bento / Capela em 2017.

No trabalho Elo Ambiental (2007), no diagnóstico de características físico-hídricas da


Microbacia do São Bento / Capela, a localização dos pontos de amostragem é mostrada na figura 63.

Figura IX-63 Pontos de amostragem e observação na Microbacia do São Bento / Capela.

Os parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da APP dos corpos d’água,
aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno, para a microbacia do São Bento / Capela,
graficamente, apresentaram-se, de acordo com a figura 64.

530
Figura IX-64 Diagnóstico de campo dos parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da
APP dos corpos d’água, aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno.

Em complementação, as porcentagens da ocorrência de cada qualificação de outros parâmetros


da microbacia são apresentadas na figura 65.

Aspecto Visual da Água Largura dos córregos

Bom Inadequado Ruim Larga (Larg.>5 m) Média (Larg. 2 a 5 m) Estreita (Larg.<2 m)

Estado de Conservação - Nascente e Entorno Uso e Ocupação do Solo – Nascente e Entorno


Agropecuária
Áreas
Preservadas
Aglomerado Rural

Área Urbanizada
Áreas
Alteradas Área Industrial

Solo Exposto
Áreas
Impactadas Outros Usos

Figura IX-65 Parâmetros físicos da microbacia.

Concluindo a diagnose do estado de preservação dos recursos hídricos de Vinhedo, Elo


Ambiental (2007) relaciona, por microbacia, os principais impactos ambientais detectados,
recomendações, adequações e resultados iniciais deste projeto.
Para a Microbacia do São Bento/Capela, de acordo com os pontos assinalados na figura e a
tabela abaixo, os principais impactos são:

531
Figura IX-66 Impactos detectados e suas localizações (Elo Ambiental, 2007).

IX-41 Relação de impactos detectados na Microbacia (Elo Ambiental, 2007).

Segundo ELO AMBIENTAL (2007) a microbacia Capela, é uma das que apresenta as áreas
mais impactadas do município, devido ao avanço da urbanização sem medidas efetivas de controle
ambiental; avanço de atividades agropecuárias e avanço de áreas industriais em APPs.

532
MICROBACIA MARAMBAIA

Segundo Relatório Técnico Final da Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica, da


Câmara Municipal de Vinhedo (2015) a Sub-bacia Marambaia está presente em uma região com
ocupação predominante de residências, chácaras de veraneio e áreas verdes e de lazer. O abastecimento
de água provém predominantemente da Estação de Tratamento de Água (ETA I).
Em 2007, no projeto Vinhedo Sustentável Meta II - Jovens em Ação a Elo Ambiental (2007)
percorreu todas as microbacias e sub-microbacias do município realizando observações dos recursos
hídricos. Os dados levantados são apresentados a seguir.

Principais Rios e Córregos: Rio Capivari, Córrego da Bica do Boi, Córrego Marambaia,
Córrego das Setes Lagoas.
Sub-Microbacias: E1, E2 e E3.
Predominância do Estado de Conservação das APPs: Alterado.
Principais Usos do Solo no Entorno das APPs: Conjunto residencial, Chácaras de veraneio, Comércio
gastronômico, Áreas verdes e de lazer.
Principais Impactos Ambientais: Falta de saneamento básico, Lançamentos de efluente doméstico em
córregos, Corte de flora nativa, Vias públicas e privadas em APP, Formação de estrutura de área de
lazer (quadras poliesportivas e reservatórios em processo de assoreamento), Represamento, erosão e
assoreamento de reservatórios e cursos d’água.

Figura IX-67 Impacto ambiental em Córrego do Marambaia

ASPECTOS SOCIAIS

O local analisado desta microbacia foi o Condomínio Marambaia e pequenas chácaras ao seu
entorno.
O Condomínio Marambaia foi o primeiro grande condomínio de Vinhedo, onde grande parte de
seus moradores veio de outras cidades.
As características sociais da população não puderam ser identificadas, pois devido ao
regulamento interno do Condomínio, a equipe de pesquisa social não teve contato direto com os
condôminos para aplicação dos questionários. Esta se fez por intermédio da administração do
condomínio.

533
Histórico e características de ocupação

Em 1962, a Microbacia Hidrográfica do córrego Marambaia apresentava características


totalmente rurais, sendo constituída principalmente por pequenos sítios alocados ao redor da Fazenda
Marambaia. Neste período, a microbacia como um todo apresentava apenas algumas manchas de
cobertura vegetal arbórea, distribuídas de forma irregular sobre as vertentes.
É importante destacar que nessa época as premissas relacionadas à preservação sistêmica do
ambiente ainda eram recentes.
É importante destacar que a maioria das microbacias hidrográficas de Vinhedo teve sua
cobertura arbórea reduzida entre 1962 e 1978.
A partir daí, verificando os mapas evolutivos de cobertura arbórea, percebe-se que muita
mancha verde dispersa desaparecem até 1978 ao mesmo tempo em que novas surgem às margens dos
córregos, nas nascentes e nas áreas de preservação permanente em 1994.
Um importante ponto de destaque no processo de ocupação posterior a esta fase essencialmente
rural (não só para esta microbacia hidrográfica, mas para todo o município) se dá pelo papel adquirido
pela Fazenda Marambaia nos anos seguintes.
A Fazenda Marambaia compunha uma área de cerca 200 alqueires.
Com sua decadência, a prefeitura ocupa uma parte das terras da fazenda (porção correspondente
hoje ao Parque Municipal Jayme Ferragutti). O restante das terras destinou-se à aquisição de
particulares.
Em 1973 houve a venda de lotes residenciais, havendo inclusive a doação de 150000 m² da
fazenda para a construção do clube Banespa.
Em 1974 a Fazenda Marambaia foi fechada e passou a ser loteada efetivamente, constituindo
assim, o primeiro empreendimento residencial horizontal fechado em Vinhedo: o Condomínio Estância
Marambaia. Sua área murada enclausurou 76% da área da microbacia hidrográfica a qual se insere.

Figura IX-68 Localização espacial do Condomínio Estância Marambaia (1).

Caracterização das principais alterações físico-hidrológicas da microbacia

Se entre 1962 e 1978, houve uma pequena redução de cobertura vegetal arbórea na área
referente ao Condomínio, a partir da década de 1980 o quadro de preservação começava a se inverter,
chegando ao ano de 1994 com valores superiores aos de 1962, tanto para a microbacia (23,4%) quanto
para a área do condomínio (18,8%). É importante destacar que em proporção de área, a vegetação
arbórea dentro do condomínio em 1994 (0,44 Km²) correspondia à metade de toda a microbacia (0,88
Km²).

534
Essa inversão se deu pela valorização do verde interno ao condomínio, considerada como parte
estratégica do marketing na venda dos lotes, e segundo pela fiscalização mais rígida inserida a partir do
Código Florestal de 1965 (este fato será recorrente nos maiores e mais antigos empreendimentos
residenciais horizontais fechados), como será possível verificar na análise das próximas microbacias
hidrográficas.
Entre 1994 e 2012 a cobertura vegetal arbórea na microbacia obteve um pequeno aumento na
porção externa aos muros do condomínio, cerca de 0,8%, internamente manteve-se a mesma área de
cobertura arbórea.
A tabela abaixo aponta a evolução das áreas permeáveis ou de baixa impermeabilização e da
cobertura arbórea na microbacia Hidrográfica do Marambaia.

Tabela IX-42 Evolução das Áreas Permeáveis ou de Baixa Impermeabilização e de Cobertura Arbórea na
Microbacia Hidrográfica Marambaia.

No que diz respeito à impermeabilização dos solos, pode se dizer que entre 1962 e 1978
praticamente toda a área da microbacia, apresentava-se permeável. Em 1962 esta permeabilidade se
associava as áreas agrícolas, principalmente na Fazenda Marambaia, composta basicamente por
pastagens. Em 1978 a alta permeabilidade se associava a pequena ocupação da área do condomínio.
Em 1994 a permeabilidade da microbacia sofreu uma redução de 67,5%, chegando ao ano de
2012 aos 45%. Isso se deu em grande parte pelo aumento da área impermeável do condomínio, que entre
1978 e 1994 chegou a 52% e entre 1994 e 2012 a 57%.
Nota-se assim que apesar de ter ocorrido uma redução significativa da área permeável interna ao
condomínio, sua cobertura arbórea se manteve, principalmente nos fundos de vale e áreas de nascente.
A microbacia hidrográfica do córrego Marambaia localiza-se essencialmente sobre o domínio
das Colinas pequenas. Portanto, de forma geral, a microbacia apresenta menor suscetibilidade aos
processos erosivos devido às baixas declividades verificadas, entre 10 e 15% e vertente longas que
variam entre 200 e 1000m, favorecendo, portanto, a ocupação, tanto agrícola, no período anterior a
instalação do condomínio, como urbana após sua instalação.
Em relação aos compartimentos estruturantes da paisagem, verifica-se que a cobertura vegetal
arbórea que mais se altera no decorrer do período localiza-se justamente nas linhas de cumieira que
delimitam a microbacia hidrográfica com as chamadas Matas de Topo de Morro.
Em 1962 os divisores de água da porção sul, sudeste, sudoeste e norte da microbacia
apresentavam-se bem preservados, porém esta cobertura arbórea quase desaparece na foto área de 1978,
apenas a porção sudoeste na divisa com a microbacia hidrográfica do rio Capivari mantinha-se
arborizada. Em 1994, momento em que o quadro geral se altera através do aumento da cobertura arbórea
na microbacia, percebe-se que o padrão de distribuição também se altera, apesar do aumento, não se
nota (com exceção da porção norte e noroeste da microbacia) a recomposição efetiva da cobertura
arbórea dos interflúvios. As porções norte e noroeste se destacavam como exceção por possuírem
propriedades rurais, granjas e parreirais de uva, nestes casos a recomposição da cobertura arbórea no
interflúvio teve como função principal a redução do impacto advindo dos ventos de norte.
Entre 1994 e 2012 pequenas manchas verdes se ampliaram por todos os compartimentos em
detrimento das grandes massas contínuas de cobertura arbórea.
No que diz respeito à impermeabilização, notou-se que dentro do condomínio o tamanho dos
lotes (1000 m²) tem influência direta sobre a quantidade de áreas gramadas nas residências, fato que

535
favorece a infiltração em todos os compartimentos estruturantes. Na área externa, a impermeabilização
dos solos se deu principalmente através da criação de ruas e avenidas nos interflúvios. A porção
nordeste, externa aos muros, sempre se apresentou como a mais impermeabilizada da microbacia.
Este quadro demonstra que as intervenções no tempo passaram a ser pontuais, priorizando a
recomposição arbórea dos compartimentos receptores de processos, ou de passagem, que possuíam
preferencialmente nascentes. Em contrapartida, os interflúvios anteriormente arborizados, cederam
espaço para a infraestrutura viária e urbanização densa (porção nordeste da microbacia).
É importante destacar também que a drenagem interna ao condomínio teve seu fluxo amortizado
por represas, que servem tanto como reservatórios de contenção para redução da vazão a jusante, como
para a valorização estética do empreendimento.
Apesar da preservação dos compartimentos estruturantes de passagem e receptores, a
impermeabilização dos divisores de água dessa microbacia podem vir a gerar e transmitir processos
erosivos importantes para os fundos de vale, principalmente se novos loteamentos forem implantados
nas áreas agrícolas de norte e noroeste.
Segundo o Plano Diretor de 2007, estas áreas agrícolas se inserem sobre a Zona de
Desenvolvimento Diversificado 3 (ZDD3), que dentre seus objetivos destaca o direcionamento da
ocupação para equipamentos de pequeno, médio e grande porte, além de permitir a verticalização de até
quatro pavimentos, ou seja, a área classifica-se como de expansão urbana, no planejamento municipal.
Porém, ao mesmo tempo em que fazem parte da ZDD3, as propriedades rurais desta área são
consideradas como Zonas de Especial Interesse Agrícola (ZEIA), dessa forma, caso os proprietários
confirmem o interesse em demarcá-las como tais comprovando sua produtividade, estas não poderão ser
parceladas em lotes.

ASPECTOS AMBIENTAIS

Os pequenos cursos d’água dessa sub-bacia deságuam no Rio Capivari.

A microbacia apresenta-se alterada na maioria de seu território. A região tem características


urbanas, condomínio fechado e pequenas chácaras.
Nos locais analisados, observa-se presença parcial de floresta nativa, áreas verdes no interior do
Parque Municipal Jayme Ferragut, nascentes assoreadas, resíduos sólidos provindos de escoamento
superficial causado por estradas de terra muito próximas ao córrego.
As áreas pesquisadas apresentam córregos canalizados e soterrados, e construções em áreas de
APP.
Há processos erosivos e assoreamento no leito dos córregos, emissão de cargas poluidoras
(lixo), média diversidade biológica, pouca concentração de floresta nativa, baixa qualidade dos
parâmetros da água, presença de vias e áreas tubuladas, propriedades no interior de APPs e vias rurais
em processos erosivos, com emissão de resíduos provindos do escoamento superficial de águas pluviais.
Em trabalho de levantamento físico-hídrico de Vinhedo, para essa microbacia, Elo
Ambiental (2011) indica a seguinte situação de uso do solo mapeado para o ano de 2011 e também um
comparativo entre estas áreas e as áreas mapeadas no Plano Diretor de Vinhedo (2006).

536
Tabela IX-43 Uso dos Solos da Microbacia Hidrográfica em 2006 e 2011 e sua variação no período; Grau de
Conservação e Uso das APPs da microbacia.

Já em levantamento do Uso e Ocupação do solo recente, segundo a Arborea (2017) a Microbacia


do Marambaia apresentou a seguinte ocupação:

537
Tabela IX-44 Uso dos Solos da Microbacia do Marambaia em 2017.

No trabalho Elo Ambiental (2007), no diagnóstico de características físico-hídricas da


Microbacia do Marambaia, a localização dos pontos de amostragem é mostrada na figura 69.

Figura IX-69 Pontos de amostragem e observação na Microbacia do Marambaia.

Os parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da APP dos corpos d’água,
aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno, para a microbacia do Marambaia, graficamente,
apresentaram-se, de acordo com a figura 70.

Figura IX-70 Diagnóstico de campo dos parâmetros estado de conservação da cobertura vegetal arbórea da
APP dos corpos d’água, aspecto visual da água e uso e ocupação do entorno.

538
Em complementação, as porcentagens da ocorrência de cada qualificação de outros parâmetros
da microbacia são apresentadas na figura 71.

Aspecto Visual da Água Largura dos córregos

Bom Inadequado Ruim Larga (Larg.>5 m) Média (Larg. 2 a 5 m) Estreita (Larg.<2 m)

Estado de Conservação - Nascente e Entorno Uso e Ocupação do Solo – Nascente e Entorno

Áreas Agropecuária
Preservadas
Aglomerado Rural

Área Urbanizada
Áreas
Alteradas Área Industrial

Solo Exposto
Áreas
Impactadas Outros Usos

Figura IX-71 Parâmetros físicos da microbacia.

539
CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE OS RECURSOS HÍDRICOS REALIZADOS NOS
DIFERENTES DIAGNÓSTICOS REALIZADOS.

I. Comissão de Assuntos Relevantes da Câmara de Vereadores de Vinhedo

No Trabalho executado pela Comissão de Assuntos Relevantes – Crise Hídrica, Relatório Final,
(2015), a Câmara de Vereadores de Vinhedo, naquilo que é de mérito desse Plano e dentre outros, são
ressaltados os seguintes pontos:

a) Sobre a manutenção e recuperação de mananciais e nascentes recomenda:

 Garantir o cumprimento da Lei municipal que dispõe sobre o sistema municipal de preservação às
nascentes e mananciais (Lei 3.604/2014);
 Atualizar o “mapa” de nascentes e inicio imediatamente de trabalho de recuperação das que foram
degradadas;
 Realizar a atualização do mapeamento das nascentes de forma georreferenciada usando as bases que
já existem nos programas Vinhedo Sustentável e Vinhedo a Caminho da Sustentabilidade, da
ELO Ambiental;
 Transferir a obrigação de recuperação dos mananciais aos entes públicos e privados que possuem
passivos ambientais;
 Recuperar nascentes que foram mapeadas nos últimos anos por projetos locais e que constem nas
cartas do Instituto Geográfico e Cartográfico do Estado de São Paulo (IGC);

b) Sobre disponibilidade hídrica de Vinhedo

Sobre a ampliação da reserva estratégica recomenda que seja solicitado à SANEBAVI os custos
reais para o desassoreamento das represas I, II e III e para a construção de outras fontes de reservação
(represas IV e V);

c) Sobre a Revisão do Plano Diretor

 Ampliar o rigor para concessão de diretrizes de novos loteamentos, a partir de critérios de


sustentabilidade ambiental. Novos loteamentos e indústrias deveriam ter estudos sobre a
viabilidade dos mesmos em relação à segurança hídrica do município;
 Incluir novas áreas de proteção ambiental.

d) Sobre Planejamento e ampliação da eficiência da gestão

 Elaborar Plano Diretor de Combate à Crise Hídrica em Sistema Público de Abastecimento de Água;
 Promover estudo sobre alternativas de captação de água para Vinhedo, pois no município existem
diversas represas e águas que não estão sendo utilizadas;
 Aplicar políticas como o “IPTU Verde” e outros programas que incentivem o reuso e a captação da
água de chuva;
 Elaborar Plano Municipal de Contingência e Emergência conforme indicação do Ministério Público e
da Agência Reguladora;
 Realização de diagnóstico detalhado acerca da degradação ambiental com o objetivo de recuperar as
áreas de mananciais;
 Fazer esforço para ampliar recursos destinados à preservação dos recursos hídricos e do meio
ambiente no orçamento municipal;
 Estabelecer parcerias com municípios vizinhos, para colaboração técnica (eficiência das estações de
tratamento, preservação de bacias, etc.);
 Diminuir o déficit de plantio de 2.000.000 (dois milhões) de mudas de árvores para recuperar as
principais Sub-bacias;

540
 Incentivar a produção de alimentos (agricultura familiar) e a vitivinicultura;
 Ampliar campanhas de conscientização (educação ambiental) para toda a população, especialmente
na educação básica;
 Fortalecer o GAPA (Grupo de Ações Preventivas Ambientais) ligado a Secretaria de Segurança;
 Reuso da água para utilização pública (Corpo de Bombeiros, Jardins, limpeza etc.). Para o consumo
humano a indicação é de uso da tecnologia de filtragem através de membrana.

e) Em relação aos poços artesianos

 Verificar como estão os litígios na Justiça: Ação Popular 995/99; Ação Civil Pública de Obrigação de
Fazer 953/01;
 Avaliar contestações técnicas e limites apontados por laudos do DAEE, Unicamp, Grupo Técnico de
Águas Subterrâneas dos Comitês das Bacias PCJ e outros;
 Acompanhar resultado do encerramento do contrato de concessão de exploração dos poços
artesianos;

II. Segundo Elo Ambiental - Projeto Vinhedo Sustentável Meta II - Jovens Em Ação (2007).

A análise do estado de conservação das nascentes e seu entorno demonstrou que mais de 90%
estão alteradas ou impactadas, apresentando, como principais impactos as encostas em processos
erosivos e/ou assoreamentos e leitos com excesso de sedimentos devido ao avanço da urbanização sem
medidas efetivas de controle ambiental.
A análise da qualidade da água, levando em conta o aspecto visual das nascentes, indicou que
aprox. 80% está com qualidade inadequada ou ruim.
A análise do uso e ocupação do solo, predominantes no entorno das nascentes do município,
indica a predominância dos aglomerados rurais (39%) e área urbanizada (38%), esta última em forte
expansão.
Os levantamentos de campo também puderam demonstrar que existe um grande número de
práticas predatórias e ilegais em nascentes e APPs (como queimadas, cortes de árvores, lançamento de
lixos e entulhos, edificações e captações de água irregulares), resultando em áreas com necessidades
urgentes de recuperação ambiental.
As principais causas dos impactos ambientais de Vinhedo são: avanço da urbanização sem
medidas efetivas de controle ambiental, avanço de atividades agropecuárias em APPs e avanço de áreas
industriais em APPs.

• Os principais impactos gerados pelo avanço da urbanização são: manejo indevido na manutenção das vias
públicas; erosões de encostas; nascentes canalizadas, impermeabilizadas ou soterradas; desmatamentos
ilegais; aberturas de vias, aterros, tubulações em APPs; lançamento de efluentes domésticos e resíduos
sólidos e demarcação de lotes no interior de APPs.
• Os principais impactos gerados pelas atividades agropecuárias são: desmatamentos de encostas;
assoreamento dos leitos dos rios; manejo de queimadas; lançamento de agrotóxicos direto nos rios e
nascentes e pisoteio de animais resultando compactação do solo.
• Os principais impactos gerados pelo avanço industrial são: lançamento direto de efluentes de resíduos
industriais (sólidos inertes e não inertes); abertura de vias, manilhas e tubulações em APPs e nascentes
canalizadas, impermeabilizadas ou soterradas.
Diagnosticou-se também a falta de fiscalização e ausência do poder público no sentido de
implementar ações imediatas e punitivas nos casos de degradação.
Conclui-se, por fim, que o município de Vinhedo vem sofrendo uma forte pressão ambiental
pelo acelerado crescimento urbano, sendo fundamental o estabelecimento de medidas e ações
emergenciais (em curto prazo), mas principalmente, de um conjunto de políticas públicas e projetos
integrados em médio e longo prazos, que apontem e implementem soluções concretas e sustentáveis.
Dentre os vários dados sociais, compilados, analisados e diagnosticados, ELO AMBIENTAL
(2007) ressalta que há necessidade de promoverem-se trabalhos de educação ambiental, pois a maioria

541
da população desconhece formas de participação, mas se interessa pelas questões do meio ambiente.
Entende-se exigir esforços múltiplos tanto de técnicos qualificados na área ambiental, como de
profissionais competentes para atuar no trabalho comunitário, de projetos participativos e educativos.

542
X. CAPÍTULO X. CARACTERIZAÇÃO, QUANTIFICAÇÃO E
ORÇAMENTAÇÃO DA RECUPERAÇÃO DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO
PERMANENTE DOS CORPOS D’ÁGUA E NASCENTES.

INTRODUÇAO

A caracterização e quantificação da recuperação das áreas de preservação permanente dos


corpos d’água e nascentes são de fundamental importância no processo de produção de água. Dentro do
foco desse estudo, a recuperação e manutenção física correta dessas áreas resultam em vários benefícios
aos recursos hídricos.
Destacam-se a proteção física de áreas suscetíveis à erosão hídrica, tais como topos de morro, a
proteção física dos corpos d’água (riachos, córregos, rios e lagos) contra o escorrimento de sedimentos
vindos da meia encosta, a adequada condição físico-hídrica dos solos das áreas de surgência e fluxo de
base e o equilíbrio dos ecossistemas ligados ao sistema hidrológico através de vários fatores
interferentes físicos (como a temperatura das águas), faunísticos (como proteção, refugio e
desenvolvimento da fauna, especialmente a ligada ao meio aquático e ao meio ecótono) e o adequado
balanço de elementos químicos responsáveis pela qualidade da água.
A recuperação dessas Áreas de Proteção Permanente - APPs se dá através da aplicação de
práticas agrícolas conservacionistas bem como com a recuperação da cobertura vegetacional nativa
buscando, ao máximo, sua condição original.
Tudo isso são aspecto determinantes à produção de água de uma bacia hidrográfica e,
consequentemente, do município que elas compõem.

OBJETIVOS

Geral
 Maximizar a produção de água de uma áreas/bacia hidrográfica/Município;
Específicos
 Caracterizar o grau de degradação física das áreas de APPs ligadas aos recursos hídricos de Vinhedo.
 Quantificar a recuperação vegetacional das áreas de APPs.

MATERIAL E MÉTODOS

O material inicial utilizado foi o mapa de identificação e localização das Nascentes de Cabeceira
de Vinhedo realizado pela ELO AMBIENTAL (2011).
Esse estudo foi baseado na carta topográfica do IGC.
Ocorre que, principalmente em terrenos acidentados, como é o caso do “Mar de Morros” de
Vinhedo, nem toda grota ou depressão topográfica origina uma nascente, podendo existir as
denominadas “grotas secas”.
Assim, objetivando a conferência inicial e expedita da existência real desses indicativos de
nascentes foram realizadas visitas a campo com o registro fotográfico do local das nascentes, de sua
cobertura vegetacional atual e, quando possível, a caracterização e registro da surgência.
Assim foram originadas as condições de nascentes visitadas e não, uma vez que a nem todas as
nascentes foi permitido o acesso e/ou havia muita dificuldade em acessá-la.
Além da visita a campo realizou-se a identificação da existência ou não de uma nascente através
de imagens, notadamente pelo Google. A presença de uma lagoa a jusante do ponto de indicativo de
nascente foi, por exemplo, um dos parâmetros de definição.
Assim originaram as caracterizações “Há nascentes”, "Provavelmente há nascentes” e “Não há
nascentes”.
Outra definição técnica contribuinte à condição “Provavelmente há nascentes” foi a presença de
indícios de surgência, porém ausência de escorrimento em função, dentre outras, da época do ano e/ou

543
taxa de ocorrência de precipitações no período anterior. Essas nascentes podem, em parte, serem
consideradas temporárias.
A caracterização da necessidade, tipo e quantificação da recuperação vegetacional das áreas de
APP dos corpos d’água – riachos, córregos, rios e lagos – foi realizada utilizando-se a imagem do
Google Hearth Pro – Imagem LandSat/Copernicus, Data SIO, NOAA, US NAVY, NGA, GEBCO
@2018 de 2708/2017.
Para tanto se percorreu trecho por trecho de cada curso d'água identificando-se a extensão de
cada falha vegetacional. Os tipos de recomposição descriminados foram “Supressão/Plantio” quando a
APP é ocupada por exótica, p. ex. Eucalipto; “Refl. Completo” quando a vegetação nativa da APP foi
suprimida; “Enriquecimento” quando a vegetação nativa da APP foi parcialmente suprimida ou muito
alterada; “Nada a fazer” no caso da cobertura vegetacional integra e; “Não existe mais” quando a
nascente foi destruída por ação antrópica e/ou possivelmente tratava-se de grota seca.
Cada área de recuperação vegetacional das nascentes e trechos de cursos d’água foram
relacionados em tabela de Excel e contabilizados.
O detalhamento de imagens que contém os trechos de APPs a serem recuperados, as nascentes e
os Indicativos de Nascentes é apresentado no Relatório Digitalizado que acompanha esse relatório
impresso.

RESULTADOS

A quantificação das restaurações necessárias nas Áreas de Preservação Permanente de cursos


d'água e de nascentes é apresentada por Microbacia Hidrográfica do município, conforme a figura
abaixo.

DISTRIBUIÇ
DISTRIBUIÇÃO E ÁREA DOS SISTEMAS HIDROLÓ
HIDROLÓGICOS DAS
MICROBACIAS HIDROGRÁ
HIDROGRÁFICAS DE VINHEDO
Área total das
Microbacias: 8.160 Ha

298,49 HA
322,59 HA

1195,71 HA

999,27 HA 531,15 HA
682,25 HA
337,18 HA
448,29 HA

862,26 HA

1625,63 HA

786,94 HA

Figura X-1 Microbacias Hidrográficas do município de Vinhedo.

544
MICROBACIA ÁGUA DO BURACÃO

Objetivando melhor entendimento, a microbacia foi dividida, de acordo com a figura abaixo.

Cór.


D o Pa

r.
iol
LADO DIREITO

Ág
u a
do
Ba
rre
iro
LADO ESQUERDO
o
do Buracã
Cór. Água

iro
re
ar
d oB
ua
Ág
r.

ÁGUA DO BURACÃO

Figura X-2 Divisão da microbacia na apresentação da restauração.

A parte do lado direito, detalhando os trechos dos córregos e as nascentes é apresentada na figura
abaixo.

LEGENDA Limite da
Limite da
AB 20 – NASCENTES IDENTIFICADAS A CAMPO Microbacia
AB 20 – NASCENTES AINDA NÃO IDENTIFICADAS A CAMPO
Microbacia

AB 20
AB 19 AB 12
AB 13
AB 18
AB 21 AB 11

AB 0
AB 22 AB 14
AB 17 AB 4 AB 3
AB 15
AB 5
AB 23
AB 6
AB 16
Cór

AB 7
gua

AB 24
d
o Ba

AB 1
rreir
o

AB 2

AB 10 AB 8
LOUVEIRA
Ág

AB 9
ua
do
Bu

AB 26
rac

AB 63
ão

AB 61
o
AB 27 eir AB 25 AB 62
arr
d oB
a
gu
AB 29 r.Á LOUVEIRA

ÁGUA DO BURACÃO
HÁ NASCENTE
AB 28
PROVÁVEL /TE HÁ NASCENTE
NÁO HÁ NASCENTE
APARENTE/TE NÃO HÁ NASCENTE LADO DIREITO
Figura X-3 - Trechos dos córregos e as nascentes da parte do lado direito da Microbacia Água do Buracão.

A parte do lado esquerdo, detalhando os trechos dos córregos e as nascentes é apresentada na


figura abaixo.

545
Limite da
Limite da
ÁGUA DO BURACÃO Microbacia
Microbacia

LADO ESQUERDO
AB 44
AB 45
AB 52
AB 54
AB 46 AB 51
AB 47

AB 40 AB 55
AB 50
AB 56 AB 53

r .D
oP AB 48
AB 39 aio
l
AB 49
AB 57
HÁ NASCENTE Có
r .D
PROVÁVEL /TE HÁ NASCENTE AB 42 oP
aio
NÁO HÁ NASCENTE
APARENTE/TE NÃO HÁ NASCENTE AB 41 l
AB 33
AB 32
AB 43
AB 37

AB 59

Ág
o
Buracã

ua
o
Água d AB 61

do
AB 58
AB 30

Bu
rac
ão
AB 38
AB 36 AB 60
AB 31

AB 35
LEGENDA iro
rre
AB 34
AB 20 – NASCENTES IDENTIFICADAS A CAMPO Ba
AB 20 – NASCENTES AINDA NÃO IDENTIFICADAS A CAMPO do
ua
. Ág
r

Figura X-4 - Trechos dos córregos e as nascentes da parte do lado esquerdo da Microbacia Água do
Buracão.

A quantificação da recuperação das APPs de nascentes e cursos d’água da microbacia é


apresentada nas tabelas abaixo.

546
X-1 Quantificação da recuperação de APPs de nascentes e cursos d’água da Microbacia Água do Buracão.
SUB-MICROBACIAS PARTE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)

LADO DIREITO Nascente AB 00 0,39 Enriquecimento


L8 567m 567 1,70 Enriquecimento
L9 321m 321 0,96 Enriquecimento
L10 570m 570 3,42
Nascente AB 01 0,79
L11 125m 125 0,75
Nascente AB 2 Nada a fazer
Nascente AB 03 0,79
Nascente AB 04 0,79
L12 393m 393 2,36
Nascente AB 5 Nada a fazer
Nascente AB 06 0,39 Enriquecimento
Nascente AB 07 0,39 Enriquecimento
L13 168m 168 1,01
Nascente AB 8 Nada a fazer
Nascente AB 9 Nada a fazer
Nascente AB 10 Não existe mais
L15 470m 470 1,41 Enriquecimento
Nascente AB 11 Nada a fazer
Nascente AB 12 Nada a fazer
Nascente AB 13 Nada a fazer
Nascente AB 14 Nada a fazer
Nascente AB 15 Não existe mais
Nascente AB 16 Nada a fazer
Nascente AB 17 Nada a fazer
Nascente AB 18 0,79 Supressão/Plantio
L1 326m 326 1,96
Nascente AB 19 0,79 Supressão/Plantio
L2 466m 466 2,80
Nascente AB 20 0,79 Supressão/Plantio
L3 150m 150 0,90
Nascente AB 21 0,79 Supressão/Plantio
L4 288m 288 1,73
Nascente AB 22 0,79 Supressão/Plantio
L5 214m 214 1,28
L6 116m 116 0,35 Enriquecimento
Nascente AB 23 100 0,30 Enriquecimento
L7 494m 494 1,48 Enriquecimento
Nascente AB 63 0,79 Supressão/Plantio
L16 647m 647 3,88
Nascente AB 62 0,79 Supressão/Plantio
Nascente AB 61 0,79 Supressão/Plantio
L17 130m 130 0,78
L18 192m 192 0,58 Enriquecimento
Nascente AB 24 0,39 Enriquecimento
L20 515m 515 1,55 Enriquecimento
Nascente AB 25 0,39 Enriquecimento
L19 196m 196 0,59 Enriquecimento
Nascente AB 26 0,39 Enriquecimento
Nascente AB 27 0,39 Enriquecimento
Nascente AB 28 Nada a fazer
Nascente AB 29 Não existe mais
L21 654m 654 1,96 Enriquecimento

Sub-Total 43,13

(CONTINUA)

547
SUB-MICROBACIAS PARTE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)

LADO ESQUERDO Nascente AB 30 0,39 Enriquecimento


L22 380m 380 1,14 Enriquecimento
Nascente AB 31 0,39 Enriquecimento
L23 280m 280 0,84 Enriquecimento
Nascente AB 32 Nada a fazer
Nascente AB 33 Nada a fazer
L24 520m 520 1,56 Enriquecimento
Nascente AB 35 Não existe mais
Nascente AB 36 0,39 Enriquecimento
L26 475m 475 1,43 Enriquecimento
L27 128m 128 0,77
Nascente AB 34 0,39 Enriquecimento
L28 186m 186 0,56 Enriquecimento
L29 269m 269 0,81 Enriquecimento
Nascente AB 37 Nada a fazer
Nascente AB 38 Nada a fazer
L30 81m 81 0,49
Nascente AB 39 0,39 Enriquecimento
Nascente AB 40 Nada a fazer
Nascente AB 41 0,39 Enriquecimento
L31 410m 410 1,23 Enriquecimento
Nascente AB 42 0,39 Enriquecimento
L32 190m 190 1,14
Nascente AB 43 0,39 Enriquecimento
L33 129m 129 0,39 Enriquecimento
Nascente AB 44 0,39 Enriquecimento
Nascente AB 45 Não existe mais
Nascente AB 46 Nada a fazer
Nascente AB 47 0,39 Enriquecimento
Nascente AB 48 Nada a fazer
Nascente AB 49 Nada a fazer
L34 193m 193 0,58 Enriquecimento
L35 122m 122 0,37 Enriquecimento
Nascente AB 51 0,39 Enriquecimento
L36 258m 258 1,55
Nascente AB 50 0,79 Supressão/Plantio
Nascente AB 52 0,79 Supressão/Plantio
L37 135m 135 0,81
Nascente AB 53 0,79 Supressão/Plantio
L38 261m 261 1,57
L39 191m 191 1,15
Nascente AB 54 0,39 Enriquecimento
L40 277m 277
L41 210m 210 0,63 Enriquecimento
Nascente AB 55 Nada a fazer
Nascente AB 56 Nada a fazer
Nascente AB 57 0,79
L42 232m 232 0,70 Enriquecimento
L43 534m 534 1,60 Enriquecimento
L44 332m 332 1,00 Enriquecimento
L45 154m 154 0,46 Enriquecimento
Nascente AB 58 0,79
Nascente AB 59 Não existe mais
L46 462m 462 1,39 Enriquecimento
L47 150m 150 0,45 Enriquecimento
L48 581m 581 1,74 Enriquecimento

Sub-Total 32,96

TOTAL GERAL DA MICROBACIA 76,09

Já a quantificação da restauração que deve ser realizada só nas APPs das nascentes dessa
microbacia é apresentada na tabela abaixo.

548
X-2 Quantificação do número de nascentes, do tipo e da área de revegetação das APPs - Microbacia
Hidrográfica Água do Buracão.
SUB-MICROBACIAS QUANTIDADE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)

LADO DIREITO
1 Nascente AB 00 0,39 Enriquecimento
2 Nascente AB 06 0,39 Enriquecimento
3 Nascente AB 07 0,39 Enriquecimento
4 Nascente AB 23 100 0,30 Enriquecimento
5 Nascente AB 24 0,39 Enriquecimento
6 Nascente AB 25 0,39 Enriquecimento
7 Nascente AB 26 0,39 Enriquecimento
8 Nascente AB 27 0,39 Enriquecimento

Sub-Total 3,05

1 Nascente AB 11 Nada a fazer


2 Nascente AB 12 Nada a fazer
3 Nascente AB 13 Nada a fazer
4 Nascente AB 14 Nada a fazer
5 Nascente AB 16 Nada a fazer
6 Nascente AB 17 Nada a fazer
7 Nascente AB 2 Nada a fazer
8 Nascente AB 28 Nada a fazer
9 Nascente AB 5 Nada a fazer
10 Nascente AB 8 Nada a fazer
11 Nascente AB 9 Nada a fazer

Sub-Total 0,00

1 Nascente AB 10 Não existe mais


2 Nascente AB 15 Não existe mais
3 Nascente AB 29 Não existe mais

Sub-Total 0,00

1 Nascente AB 01 0,79
2 Nascente AB 03 0,79
3 Nascente AB 04 0,79
4 Nascente AB 18 0,79 Supressão/Plantio
5 Nascente AB 19 0,79 Supressão/Plantio
6 Nascente AB 20 0,79 Supressão/Plantio
7 Nascente AB 21 0,79 Supressão/Plantio
8 Nascente AB 22 0,79 Supressão/Plantio
9 Nascente AB 63 0,79 Supressão/Plantio
10 Nascente AB 62 0,79 Supressão/Plantio
11 Nascente AB 61 0,79 Supressão/Plantio

Sub-Total 8,64

Sub-Total 11,69

(CONTINUA)

549
SUB-MICROBACIAS QUANTIDADE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)

LADO ESQUERDO 1 Nascente AB 30 0,39 Enriquecimento


2 Nascente AB 31 0,39 Enriquecimento
3 Nascente AB 34 0,39 Enriquecimento
4 Nascente AB 36 0,39 Enriquecimento
5 Nascente AB 39 0,39 Enriquecimento
6 Nascente AB 41 0,39 Enriquecimento
7 Nascente AB 42 0,39 Enriquecimento
8 Nascente AB 43 0,39 Enriquecimento
9 Nascente AB 44 0,39 Enriquecimento
10 Nascente AB 47 0,39 Enriquecimento
11 Nascente AB 51 0,39 Enriquecimento
12 Nascente AB 54 0,39 Enriquecimento

Sub-Total 4,71

1 Nascente AB 32 Nada a fazer


2 Nascente AB 33 Nada a fazer
3 Nascente AB 37 Nada a fazer
4 Nascente AB 38 Nada a fazer
5 Nascente AB 40 Nada a fazer
6 Nascente AB 46 Nada a fazer
7 Nascente AB 48 Nada a fazer
8 Nascente AB 49 Nada a fazer
9 Nascente AB 55 Nada a fazer
10 Nascente AB 56 Nada a fazer

Sub-Total 0,00

1 Nascente AB 35 Não existe mais


2 Nascente AB 45 Não existe mais
3 Nascente AB 59 Não existe mais

Sub-Total 0,00

1 Nascente AB 50 0,79 Supressão/Plantio


2 Nascente AB 52 0,79 Supressão/Plantio
3 Nascente AB 53 0,79 Supressão/Plantio
4 Nascente AB 57 0,79
5 Nascente AB 58 0,79

Sub-Total 3,93

Sub-Total 8,64

TOTAL GERAL DA MICROBACIA 20,33

Por fim, a quantificação e o custo da restauração, por tipo de APP da microbacia são
apresentados na tabela abaixo.

X-3 Quantificação, especificação e orçamentação da recuperação de APPs de nascentes e cursos d'água da


Microbacia Água do Buracão.

ÁREA DE PROTEÇAO ÁREA CUSTO CUSTO TOTAL


PERMANENTE POR
ÁGUA DO BURACÃO HECTARE
(Ha) (R$) (R$)

Cursos d'gua 55,76 20.000,00 1.115.160,00

Nascentes 20,33 20.000,00 406.554,00

Total 76,09 20.000,00 1.521.714,00

Custo por Hectare: Correponde a plantio, replantio e manutenção por dois anos

550
MICROBACIA DO BOM JARDIM

Objetivando melhor entendimento, a microbacia foi dividida, de acordo com a figura abaixo.

SUB-
SUB-MICROBACIAS CÓ
CÓRREGO
DO BOM JARDIM MARGEM DE
VINHEDO

Limite de Município

L1

L2 L4

L3

Figura X-5 Divisão da microbacia na apresentação da restauração.

A Parte L4 da Microbacia do Bom Jardim, detalhando os trechos dos córregos e as nascentes é


apresentada na figura abaixo.

BJ1
VALINHOS
BJ2
Córrego do BJ5 (PARTE H)
Bom BJ3
servatório
Jardim BJ20 Córrego do Re E BJ4
BJ6
SE
RR BJ9
G Cór BJ7 BJ8 A
DO
D BJ10
rego
BJ19
F San
ta F
S
CO
é CA
IS BJ11
BJ18 C BJ12B
BJ17
B
BJ12A
BJ16
RDIM
BJ15 DO JA
SERRA
A T IBA
nta
F é ITA
Sa
go
rre

BJ14

BJ13
LEGENDA
AB 20 – NASCENTES IDENTIFICADAS A CAMPO
SUB-MICROBACIA L4 AB 20 – NASCENTES AINDA NÃO IDENTIFICADAS A CAMPO

HÁ NASCENTE
PROVÁVEL /TE HÁ NASCENTE
NÁO HÁ NASCENTE
APARENTE/TE NÃO HÁ NASCENTE
LOUVEIRA

Figura X-6 - Trechos dos córregos e as nascentes da Parte L4 da Microbacia do Bom Jardim.

A Parte L3 da Microbacia do Bom Jardim, detalhando os trechos dos córregos e as nascentes é


apresentada na figura abaixo.

551
SUB-MICROBACIA L3

C
Córre
go Igu
atemi
BJ21
D

MATA NATIVA ALTERADA B

BJ22

BJ23
EUCALIPTO / PINUS

LEGENDA
AB 20 – NASCENTES IDENTIFICADAS A CAMPO
AB 20 – NASCENTES AINDA NÃO IDENTIFICADAS A CAMPO

EUCALIPTO / PINUS
HÁ NASCENTE
RDIM
PROVÁVEL /TE HÁ NASCENTE DO JA
NÁO HÁ NASCENTE
APARENTE/TE NÃO HÁ NASCENTE
SERRA

Figura X-7 - Trechos dos córregos e as nascentes da Parte L3 da Microbacia do Bom Jardim.

A Parte L2 da Microbacia do Bom Jardim, detalhando os trechos dos córregos e as nascentes é


apresentada na figura abaixo.

F
SUB-MICROBACIA L2
BJ33

rre
go
BJ32 E I gu
ate
m i Córre
go Igu
atemi

EUCALIPTO/PINUS
D
BJ31 MATA NATIVA
ALTERADA

BJ30
BJ28
C

BJ29 B BJ27

EUCALIPTO/PINUS
BJ26
BJ25

HÁ NASCENTE
PROVÁVEL /TE HÁ NASCENTE
A EUCALIPTO/PINUS

NÁO HÁ NASCENTE
APARENTE/TE NÃO HÁ NASCENTE
BJ24A

EUCALIPTO/PINUS
BJ24
RDIM
DO JA
SERRA
LEGENDA
AB 20 – NASCENTES IDENTIFICADAS A CAMPO
AB 20 – NASCENTES AINDA NÃO IDENTIFICADAS A CAMPO

Figura X-8 - Trechos dos córregos e as nascentes da Parte L2 da Microbacia do Bom Jardim.

A Parte L1 da Microbacia do Bom Jardim, detalhando os trechos dos córregos e as nascentes é


apresentada na figura abaixo.

552
SUB-MICROBACIA L1

a
Bela Vist
Córrego

rreg
od
C oB
om
J ard
BJ37 im

ro
tei
os
oM
od
rreg

B
A
BJ36
BJ34

LEGENDA
AB 20 – NASCENTES IDENTIFICADAS A CAMPO
AB 20 – NASCENTES AINDA NÃO IDENTIFICADAS A CAMPO
BJ35

HÁ NASCENTE
PROVÁVEL /TE HÁ NASCENTE
NÁO HÁ NASCENTE
APARENTE/TE NÃO HÁ NASCENTE

Figura X-9 - Trechos dos córregos e as nascentes da Parte L1 da Microbacia do Bom Jardim.

A quantificação da recuperação das APPs de nascentes e cursos d’água da microbacia é


apresentada nas tabelas abaixo.

553
X-4 Quantificação da recuperação de APPs de nascentes e cursos d'água da Microbacia do Bom Jardim.
SUB-MICROBACIAS PARTE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)

L1 A Nascente BJ34 0,39 Enriquecimento


38-180m 180 0,54 Enriquecimento
39-108m 108 0,65
Sub-Total 1,58

B Nascente BJ35 0,39 Enriquecimento


Nascente BJ36 0,79
40-240m 240 1,44
41-291m 291 1,75
42-340m 340 1,02 Enriquecimento
Sub-Total 5,38

C Nascente BJ37 0,39 Enriquecimento


43-350m 350 1,05 Uma margem
44-255m 255 0,77 Enriquecimento
Sub-Total 2,21

Total 9,17

L2 A Nascente BJ24 0,39 Enriquecimento


Nascente BJ24A 0,00 Nada a fazer
29-214m 214 1,28
30-412m 412 2,47
Sub-Total 4,15

B Nascente BJ25 0,79 Supressão/Plantio


Nascente BJ26 0,79 Supressão/Plantio
Nascente BJ27 0,79 Supressão/Plantio
31-40m 40 0,24 Supressão/Plantio
32-140m 140 0,84 Supressão/Plantio
33-80m 80 0,48 Supressão/Plantio
Sub-Total 3,92

C Nascente BJ28 0,39 Enriquecimento


Sub-Total 0,39

D Nascente BJ29 0,79 Supressão/Plantio


34-470m 470 2,82 Supressão/Plantio
Sub-Total 3,61

E Nascente BJ30 0,79 Supressão/Plantio


Nascente BJ31 0,79 Supressão/Plantio
35-660m 660 3,96 Supressão/Plantio
36-405m 405 1,22 Uma margem
Sub-Total 6,75

F
37-80m 80 0,48
Nascente BJ32 0,00 Nada a fazer
Nascente BJ33 Não existe mais
Sub-Total 0,48

Total 19,29

(CONTINUA)

554
SUB-MICROBACIAS PARTE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)

L3 A Nascente BJ23 0,00 Nada a fazer


19-70m 70 0,21 Uma margem
20-48m 48 0,14 Uma margem
21-50m 50 0,15 Uma margem
22-162m 162 0,49 Uma margem
23-132m 132 0,40 Uma margem
24-200m 200 0,60 Uma margem
Sub-Total 1,99

B Nascente BJ22 0,39 Enriquecimento


25-130m 130 0,39 Uma margem
Sub-Total 0,78

C Nascente BJ21 0,00 Nada a fazer


26-85m 85 0,51
27-74m 74 0,22 Uma margem
28-70m 70 0,21 Uma margem
Sub-Total 0,94

D 0,00 Nada a fazer


Sub-Total 0,00

Total 3,71

(CONTINUA)

555
SUB-MICROBACIAS PARTE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)

L4 A Nascente BJ14 0,79


Nascente BJ13 0,79
Nascente BJ15 0,39 Enriquecimento
Nascente BJ16 0,79
1-378m 378 2,27
2-427m 427 2,56
3-132 132 0,40 Enriquecimento
4-147m 147 0,44 Lago 1 - Uma margem
5-165m 165 0,50 Lago 2 - Uma margem/Supressão
6-130m 130 0,39 Lago 3 - Uma margem
Sub-Total 9,30

B Nascente BJ12A 0,00 Nada a fazer


Nascente BJ12B 0,00 Nada a fazer
7-139m 139 0,42 Uma margem
Nascente BJ17 0,00 Nada a fazer
Sub-Total 0,42

C 0,00 Nada a fazer


Sub-Total 0,00

D Nascente BJ11 0,39 Enriquecimento


Nascente BJ10 0,39 Enriquecimento
Nascente BJ9 0,39 Enriquecimento
Nascente BJ8 0,39 Enriquecimento
8A-338m 338 1,01 Enriquecimento
8B-470m 470 1,41 Enriquecimento
Nascente 18 8-110m 110 0,33 Uma margem
9-460m 460 0,69 Uma margem/ Enriquecimento
Sub-Total 5,01

E Nascente BJ6 0,00 Nada a fazer


Nascente BJ5 0,79
Nascente BJ7 0,39 Enriquecimento
10-110m 110 0,66
11-70m 70 0,21 Uma margem
Sub-Total 2,05

F 12-68m 68 0,20 Uma margem


13-78m 78 0,23 Uma margem
14-72m 72 0,11 Uma margem/ Supressão
Sub-Total 0,55

G Nascente BJ19 0,00 Nada a fazer


Nascente BJ20 0,79
15-120m 120 0,36 Uma margem
16-100m 100 0,30 Uma margem
17-74m 74 0,44
Sub-Total 1,89

H Nascente BJ1 0,00 Nada a fazer


Nascente BJ2 0,00 Nada a fazer
Nascente BJ3 0,00 Não existe mais
Nascente BJ4 0,00 Não existe mais
18-110m 110 0,33 Uma margem
Sub-Total 0,33

Total 19,55

TOTAL GERAL DA MICROBACIA 51,72

Já a quantificação da restauração que deve ser realizada só nas APPs das nascentes dessa
microbacia é apresentada nas tabelas abaixo

556
X-5 Quantificação do número de nascentes, do tipo e da área de revegetação das APPs - Microbacia
Hidrográfica do Bom Jardim.
SUB-MICROBACIAS QUANTIDADE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)

L1 1 Nascente BJ34 0,39 Enriquecimento


2 Nascente BJ35 0,39 Enriquecimento
3 Nascente BJ37 0,39 Enriquecimento

Sub-Total 1,18

1 Nascente BJ36 0,79

Sub-Total 0,79

Total do L1 1,96

L2 1 Nascente BJ24 0,39 Enriquecimento


2 Nascente BJ28 0,39 Enriquecimento

Sub-Total 0,79

1 Nascente BJ24A 0,00 Nada a fazer


2 Nascente BJ32 0,00 Nada a fazer

Sub-Total 0,00

1 Nascente BJ33 Não existe mais

Sub-Total 0,00

1 Nascente BJ25 0,79 Supressão/Plantio


2 Nascente BJ26 0,79 Supressão/Plantio
3 Nascente BJ27 0,79 Supressão/Plantio
4 Nascente BJ29 0,79 Supressão/Plantio
5 Nascente BJ30 0,79 Supressão/Plantio
6 Nascente BJ31 0,79 Supressão/Plantio

Sub-Total 4,71

Total do L2 5,50

L3

1 Nascente BJ22 0,39 Enriquecimento

Sub-Total 0,39

1 Nascente BJ23 0,00 Nada a fazer


2 Nascente BJ21 0,00 Nada a fazer

Sub-Total 0,00

Total do L3 0,39

(CONTINUA)

557
SUB-MICROBACIAS QUANTIDADE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)

L4 1 Nascente 18 8-110m 110 0,33 Enriquecimento


2 Nascente BJ15 0,39 Enriquecimento
3 Nascente BJ11 0,39 Enriquecimento
4 Nascente BJ10 0,39 Enriquecimento
5 Nascente BJ9 0,39 Enriquecimento
6 Nascente BJ8 0,39 Enriquecimento
7 Nascente BJ7 0,39 Enriquecimento

Sub-Total 2,69

1 Nascente BJ12A 0,00 Nada a fazer


2 Nascente BJ12B 0,00 Nada a fazer
3 Nascente BJ17 0,00 Nada a fazer
4 Nascente BJ6 0,00 Nada a fazer
5 Nascente BJ19 0,00 Nada a fazer
6 Nascente BJ1 0,00 Nada a fazer
7 Nascente BJ2 0,00 Nada a fazer

Sub-Total 0,00

1 Nascente BJ3 0,00 Não existe mais


2 Nascente BJ4 0,00 Não existe mais

Sub-Total 0,00

1 Nascente BJ14 0,79


2 Nascente BJ13 0,79
3 Nascente BJ16 0,79
4 Nascente BJ5 0,79
5 Nascente BJ20 0,79

Sub-Total 3,93

Total do L4 6,61

TOTAL GERAL DA MICROBACIA 14,47

Por fim, a quantificação e o custo da restauração, por tipo de APP da microbacia são
apresentados na tabela abaixo.

X-6 Quantificação, especificação e orçamentação da recuperação de APPs de nascentes e cursos d'água da


Microbacia do Bom Jardim.
ÁREA DE PROTEÇAO ÁREA CUSTO CUSTO TOTAL
PERMANENTE POR
BOM JARDIM HECTARE
(Ha) (R$) (R$)

Cursos d'gua 37,25 20.000,00 745.020,00

Nascentes 14,47 20.000,00 289.344,00

Total 51,72 20.000,00 1.034.364,00

Custo por Hectare: Correponde a plantio, replantio e manutenção por dois anos

558
MICROBACIA DO CACHOEIRA / PINHEIRINHO

Objetivando melhor entendimento, a microbacia foi dividida, de acordo com a figura abaixo.
ELO

CACHOEIRA /
PINHEIRINHO
EXUTÓRIO

B
CPI 28
CPI 29

CPI 26 CPI 23

CPI 27

CPI 24
CPI 25

CACHOEIRA /
PINHEIRINHO
CPI 14
ELO CPI CPI
21 21

EXUTÓRIO CPI
CPI22
13 CPI 22
CPI 19 CPI 20
CPI 14b CPI 19

CPI 9b
A CPI 11 CPI 18

CPI 9 CPI 10
CPI 17

CPI 8 CPI 16
CPI 15

CPI 7

MICROBACIA
CACHOEIRA / CPI 5 CPI 6
CPI 2

PINHEIRINHO CPI 4
CACHOEIRA / CPI 1

PINHEIRINHO CPI 3

CABECEIRA

Figura X-10 Divisão da microbacia na apresentação da restauração.

A Parte da Cabeceira da Microbacia do Cachoeira / Pinheirinho, detalhando os trechos dos


córregos e as nascentes é apresentada na figura abaixo.

CPI 14 ra
a ve
o Prim
ELO reg CPI 21
Cór
Córreg

rr
eg

CPI 13 CPI 22
oF

o da R
err

CPI 20
ag

Cór.
ut

CPI 19
epresa

CPI 14b Gallo Córrego da Pedreira



rre
go
Sã CPI 11 CPI 18
CPI 9b oJ

o
CPI 9 CPI 10
CPI 17
Córrego Pi

CPI 8 CPI 16
CPI 15
nheirinho

Limite da
Microbacia

CPI 7

CPI 2
CPI 5 CPI 6

CPI 4
CACHOEIRA / CPI 1

PINHEIRINHO CPI 3

CABECEIRA
Figura X-11 - Trechos dos córregos e as nascentes da Parte da Cabeceira da Microbacia do Cachoeira /
Pinheirinho.

A Parte do Exutório da Microbacia do Cachoeira / Pinheirinho, detalhando os trechos dos


córregos e as nascentes é apresentada na figura abaixo.

559
LEGENDA
AB 20 – NASCENTES IDENTIFICADAS A CAMPO
ELO
CACHOEIRA /
PINHEIRINHO
AB 20 – NASCENTES AINDA NÃO IDENTIFICADAS A CAMPO

Córrego Pinheirinho
HÁ NASCENTE
PROVÁVEL /TE HÁ NASCENTE EXUTÓRIO
NÁO HÁ NASCENTE
APARENTE/TE NÃO HÁ NASCENTE

CPI 29

CPI 28
LIMITE DE CPI 26 CPI 23
io
MICROBACIA ár
A qu
go
CPI 27 rre

Limite da
Microbacia
CPI 24

Córrego Pinheirinho
CPI 25

Córreg
o da C
achoe
ira
era
av
rim
oP
rr eg CPI 21
C ó

rre

CPI 22
go
Fe

CPI 19
rra
utg

Figura X-12 - Trechos dos córregos e as nascentes da Parte do Exutório da Microbacia do Cachoeira /
Pinheirinho.

A quantificação da recuperação das APPs de nascentes e cursos d’água da Microbacia é


apresentada na tabela abaixo.

560
X-7 Quantificação da recuperação de APPs de nascentes e cursos d'água da Microbacia do
Cachoeira/Pinheirinho.
SUB-MICROBACIAS PARTE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)

CABECEIRA

PARTE CPI 1 Nascente CPI 01 0,79


L1 252m 252 1,51
Nascente CPI 02 Nada a fazer
L2 97m 97 0,29 Enriquecimento
Nascente CPI 3 0,39 Enriquecimento
L3 266m 266 0,80 Enriquecimento
Nascente CPI 04 0,00 Não existe mais
Nascente CPI 05 0,39 Enriquecimento
L4 70m 70 0,21 Enriquecimento
Nascente CPI 06 Nada a fazer
L5 71m 71 0,21 Enriquecimento
Nascente CPI 07 Nada a fazer
Nascente CPI 08 0,79
L6 190m 190 1,14
Nascente CPI 09 0,00 Não existe mais
L 7 335m 335 1,01 Enriquecimento
L8 362m 362 1,09 Enriquecimento
L9 78m 78 0,23 Enriquecimento
L10 20 m 20 0,12
Nascente CPI 09B Nada a fazer
L11 512m 512 3,07
Nascente CPI 10 Nada a fazer
Nascente CPI 11 0,00 Não existe mais
L12 114m 114 0,34 Enriquecimento
Nascente CPI 13 0,39 Enriquecimento
L 13 112 m 112 0,34 Enriquecimento
L14 203m 203 0,61 Enriquecimento
Nascente CPI 14 0,00 Não existe mais
Nascente CPI 14B 0,39 Enriquecimento
L15 267m 267 0,80 Enriquecimento

Sub-Total 14,91

PARTE CPI 2 Nascente CPI 15 0,00 Não existe mais


Nascente CPI 16 0,79
L16 384m 384 1,15 Enriquecimento
Nascente CPI 17 Nada a fazer
L17 160 m 160 0,48 Enriquecimento
L 18 573m 573 1,72 Enriquecimento
Nascente CPI 18 0,39 Enriquecimento
L19 744 m 744 2,23 Enriquecimento
L20 421m 421 1,26 Enriquecimento
L 21 274m 274 1,64
Nascente CPI 19 0,39 Enriquecimento
L23 154m 154 0,92
Nascente CPI 20 Nada a fazer
L 22 344m 344 1,03 Enriquecimento
L24 190 m 190 1,14
L 25 1018m 1018 3,05 Enriquecimento
Nascente CPI 21 0,79
L26 243m 243 0,73 Enriquecimento
Nascente CPI 22 Nada a fazer

Sub-Total 17,73

EXUTÓRIO Nascente CPI 23 Nada a fazer


L 30 247m 247 0,74 Enriquecimento
Nascente CPI 24 0,39 Enriquecimento
L27 163m 163 0,49 Enriquecimento
Nascente CPI 25 Nada a fazer
Nascente CPI 26 Nada a fazer
L28 169m 169 0,51 Enriquecimento
Nascente CPI 27 Nada a fazer
Nascente CPI 28 Nada a fazer
L29 356m 356 1,07 Enriquecimento
Nascente CPI 29 0,00 Não existe mais

Sub-Total 3,20

TOTAL GERAL DA MICROBACIA 35,83

Já a quantificação da restauração que deve ser realizada só nas APPs das nascentes dessa
microbacia é apresentada na tabela abaixo

561
X-8 Quantificação do número de nascentes, do tipo e da área de revegetação das APPs - Microbacia
Hidrográfica do Cachoeira/Pinheirinho.
SUB-MICROBACIAS QUANTIDADE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)

CABECEIRA
1 Nascente CPI 3 0,39 Enriquecimento
PARTE CPI 1 2 Nascente CPI 05 0,39 Enriquecimento
3 Nascente CPI 13 0,39 Enriquecimento
4 Nascente CPI 14B 0,39 Enriquecimento

Sub-Total 1,57

1 Nascente CPI 02 Nada a fazer


2 Nascente CPI 06 Nada a fazer
3 Nascente CPI 07 Nada a fazer
4 Nascente CPI 09B Nada a fazer
5 Nascente CPI 10 Nada a fazer

Sub-Total 0,00

1 Nascente CPI 04 0,00 Não existe mais


2 Nascente CPI 09 0,00 Não existe mais
3 Nascente CPI 11 0,00 Não existe mais
4 Nascente CPI 14 0,00 Não existe mais

Sub-Total 0,00

1 Nascente CPI 01 0,79


2 Nascente CPI 08 0,79

Sub-Total 1,57

Sub-Total 3,14

PARTE CPI 2
1 Nascente CPI 18 0,39 Enriquecimento
2 Nascente CPI 19 0,39 Enriquecimento

Sub-Total 0,79

1 Nascente CPI 17 Nada a fazer


2 Nascente CPI 20 Nada a fazer
3 Nascente CPI 22 Nada a fazer

Sub-Total 0,00

1 Nascente CPI 15 0,00 Não existe mais

Sub-Total 0,00

1 Nascente CPI 21 0,79


2 Nascente CPI 16 0,79

Sub-Total 1,57

Sub-Total 2,36

EXUTÓRIO 1 Nascente CPI 24 0,39 Enriquecimento

Sub-Total 0,39

1 Nascente CPI 23 Nada a fazer


2 Nascente CPI 25 Nada a fazer
3 Nascente CPI 26 Nada a fazer
4 Nascente CPI 27 Nada a fazer
5 Nascente CPI 28 Nada a fazer

Sub-Total 0,00

1 Nascente CPI 29 0,00 Não existe mais

Sub-Total 0,00

Sub-Total 0,39

TOTAL GERAL DA MICROBACIA 5,89

562
Por fim, a quantificação e o custo da restauração, por tipo de APP da microbacia são
apresentados na tabela abaixo.

X-9 Quantificação, especificação e orçamentação da recuperação de APPs de nascentes e cursos d'água da


Microbacia do Cachoeira/Pinheirinho.

ÁREA DE PROTEÇAO ÁREA CUSTO CUSTO TOTAL


PERMANENTE POR
CACHOEIRA/PINHEIRINHO HECTARE
(Ha) (R$) (R$)

Cursos d'gua 29,94 20.000,00 598.860,00

Nascentes 5,89 20.000,00 117.810,00

Total 35,83 20.000,00 716.670,00

Custo por Hectare: Correponde a plantio, replantio e manutenção por dois anos

563
MICROBACIA DO CAPIVARI

Objetivando melhor entendimento, a microbacia foi dividida, de acordo com a figura abaixo.

CP 2
CP 1

CAPIVARI

Figura X-13 Divisão da microbacia na apresentação da restauração.

A Parte CP 1 da Microbacia do Capivari, detalhando os trechos dos córregos e as nascentes é


apresentada na figura abaixo.

CP 13 CP 12
Córre

CP 14
go

CP 46 CP 15
São Jo

CP 47 CP 17
aq
uim

CP 18

CP 19
eiro
oqu
Do C

CP 20
rego

CP 45
s a

CP 44
Cór

dústri

CP 43

Limite
Limite da
Das In

r

re
go

Microbacia CP 42
o

CP 36
go X

do
go

Pr

CP 11
ad

CP 23
re
Córre

CP 37 CP 10
Cór

CP 39 CP 22
CP 38 CP 35

CP 40 CP 41 CP 21

CAPIVARI
CP 34
CP 25
CP 26 CP 33C
CP 9A
PARTE 1
CP 24
CP 32 CP 9
CP 27; CP 28; CP 29 CP 8
CP 30; CP 31 CP 5
CP6; CP 7
CP 4
CP 33A CP33B CP 1 HÁ NASCENTE
LEGENDA CP 3 CP 2
PROVÁVEL /TE HÁ NASCENTE
AB 20 – NASCENTES IDENTIFICADAS A CAMPO
NÁO HÁ NASCENTE
APARENTE/TE NÃO HÁ NASCENTE
AB 20 – NASCENTES AINDA NÃO IDENTIFICADAS A CAMPO

Figura X-14 - Trechos dos córregos e as nascentes da Parte CP 1 da Microbacia do Capivari.

A Parte CP 2 da Microbacia do Capivari, detalhando os trechos dos córregos e as nascentes é


apresentada na figura abaixo.

564
CP 61 CP 62
CP 55
CP 54
CP 56 CP 63 CP 48
CP 57
CP 79 CP 58 CP 60 CP 48B
CP 90 CP 89 CP 59 CP 65 Parque Capela
CP 88 CP 81 CP 64
CP 87 CP 80 CP 67 CP 66
CP 86 CP 77 CP 76
CP 50 CP 49
CP 91
CP 68
CP 78
CP 51

PIVARI

eiro
RIO CA
CP 85 RIO CA PIVARI

oqu
CP 75

ue
CP 82

Do C
CP 84

nq
Ta
Do

rego
CP 83 CP 53
go
re

Cór
CP 71
r

CP 74 CP 72
CP 73 CP 70
CP 52
CP 69
CP 36

CAPIVARI
PARTE 2

Figura X-15 - Trechos dos córregos e as nascentes da Parte CP 2 da Microbacia do Capivari.

A quantificação da recuperação das APPs de nascentes e cursos d’água da microbacia é


apresentada nas tabelas abaixo.

565
X-10 Quantificação da recuperação de APPs de nascentes e cursos d'água da Microbacia do Capivari.
SUB-MICROBACIAS PARTE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)

PARTE 1 Nascente CP 01 0,39 Enriquecimento


L 1 781m 781 2,34 Enriquecimento
Nascente CP 02 0,00 Não existe mais
Nascente CP 03 0,39 Enriquecimento
Nascente CP 04 0,00 Não existe mais
Nascente CP 05 0,39 Enriquecimento
Nascente CP 06 0,39 Enriquecimento
Nascente CP 07 0,39 Enriquecimento
Nascente CP 08 0,00 Não existe mais
Nascente CP 09 0,00 Não existe mais
Nascente CP 9A Nada a fazer
L 2 477m 477 1,43 Enriquecimento
L3 997m 997 2,99 Enriquecimento
L4 242m 242 0,73 Enriquecimento
L5 384m 384 2,30
L 6 78 m 78 0,47
Nascente CP 10 0,39 Enriquecimento
Nascente CP 11 0,39 Enriquecimento
Nascente CP 12 0,39 Enriquecimento
L7 730m 730 2,19 Enriquecimento
Nascente CP 13 0,39 Enriquecimento
L8 520m 520 1,56 Enriquecimento
Nascente CP 14 Nada a fazer
L9 170m 170 0,51 Enriquecimento
Nascente CP 15 Nada a fazer
L10 543m 543 1,63 Enriquecimento
L11 328m 328 1,97
Nascente CP 17 Nada a fazer
L12 480m 480 1,44 Enriquecimento
Nascente CP 18 Nada a fazer
L13 201m 201 0,60 Enriquecimento
Nascente CP 19 Nada a fazer
Nascente CP 20 Nada a fazer
L 14 543m 543 1,63 Enriquecimento
L15 557m 557 1,67 Enriquecimento
Nascente CP 21 0,39 Enriquecimento
Nascente CP 22 Nada a fazer
Nascente CP 23 Nada a fazer
L16 786m 786 2,36 Enriquecimento
Nascente CP 33A 0,00 Não existe mais
Nascente CP 33B 0,79

(CONTINUA)

566
SUB-MICROBACIAS PARTE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)

PARTE 1 L17 811m 811 4,87


(CONTINUAÇÃO) Nascente CP 33C 0,79
Nascente CP 34 0,00 Não existe mais
Nascente CP 35 0,00 Não existe mais
Nascente CP 30 Nada a fazer
Nascente CP 31 Nada a fazer
Nascente CP 32 0,00 Não existe mais
L18 112m 112 0,67
L19 429m 429 2,57
Nascente CP 27 Nada a fazer
Nascente CP 28 Nada a fazer
Nascente CP 29 Nada a fazer
L20 69m 69 0,41
Nascente CP 24 0,39 Enriquecimento
Nascente CP 25 0,00 Não existe mais
Nascente CP 26 0,39 Enriquecimento
L21 163m 163 0,98
L 22 977m 977 2,93 Enriquecimento
L23 234m 234 0,70 Enriquecimento
Nascente CP 41 0,79
Nascente CP 40 0,00 Não existe mais
L24 614m 614 3,68
Nascente CP 36 Nada a fazer
Nascente CP 37 Nada a fazer
Nascente CP 38 0,00 Não existe mais
Nascente CP 39 0,39 Enriquecimento
L 25 525m 525 1,58 Enriquecimento
Nascente CP 42 0,00 Não existe mais
Nascente CP 43 0,00 Não existe mais
Nascente CP 44 0,00 Não existe mais
Nascente CP 45 0,00 Não existe mais
L26 450m 450 1,35 Enriquecimento
L 27 729m 729 4,37
Nascente CP 46 Nada a fazer
L28 828m 828 2,48 Enriquecimento
L29 542m 542 1,63 Enriquecimento
L30 735m 735 2,21 Enriquecimento
L31 684m 684 2,05 Enriquecimento
Nascente CP 47 Nada a fazer

Sub-Total 65,77

(CONTINUA)

567
SUB-MICROBACIAS PARTE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)

PARTE 2 Nascente CP 48 Nada a fazer


L 33 110m 110 0,66
L 34 363m 363 1,09 Enriquecimento
Nascente CP 48B 0,00 Em recomposição
Nascente CP 49 0,39 Enriquecimento
Nascente CP 50 0,39 Enriquecimento
Nascente CP 51 Nada a fazer
L36 592m 592 1,78 Enriquecimento
L32 583m 583 1,75 Enriquecimento
Nascente CP 52 0,39 Enriquecimento
L 37 662m 662 1,99 Enriquecimento
Nascente CP 53 0,39 Enriquecimento
L 38 169m 169 0,51 Enriquecimento
Nascente CP 54 0,39 Enriquecimento
Nascente CP 55 0,39 Enriquecimento
Nascente CP 56 0,39 Enriquecimento
Nascente CP 57 0,39 Enriquecimento
Nascente CP 58 0,39 Enriquecimento
Nascente CP 59 0,39 Enriquecimento
Nascente CP 60 0,39 Enriquecimento
Nascente CP 61 0,39 Enriquecimento
Nascente CP 62 0,39 Enriquecimento
Nascente CP 63 0,00 Não existe mais
Nascente CP 64 0,39 Enriquecimento
Nascente CP 65 0,39 Enriquecimento
Nascente CP 66 0,00 Não existe mais
Nascente CP 68 0,39 Enriquecimento
Nascente CP 69 0,00 Não existe mais
L 39 604m 604 3,62
Nascente CP 70 0,00 Não existe mais
Nascente CP 71 0,00 Não existe mais
L40 102 m 102 0,61
L 41 205m 205 1,23
L 42 927 m 927 2,78 Enriquecimento
Nascente CP 72 L 43 619m 619 1,86 Enriquecimento
L 44 328m 328 0,98 Enriquecimento
Nascente CP 73 0,39 Enriquecimento
Nascente CP 74 Nada a fazer
L 52 134m 134 0,40 Enriquecimento
L 45 752m 752 2,26 Enriquecimento
Nascente CP 75 0,00 Não existe mais
L 46 207m 207 1,24
Nascente CP 62 0,00 Não existe mais
Nascente CP 63 Nada a fazer
L 48 445m 445 1,34 Enriquecimento
Nascente CP 65 Nada a fazer
L 49 125m 125 0,38 Enriquecimento
Nascente CP 68 0,79
L 50 100m 100 0,60
L51 469m 469 1,41 Enriquecimento
L56 658m 658 1,97 Enriquecimento
Nascente CP 76 0,39 Enriquecimento
Nascente CP 77 0,39 Enriquecimento
Nascente CP 78 0,39 Enriquecimento
Nascente CP 79 0,39 Enriquecimento
Nascente CP 80 0,39 Enriquecimento
Nascente CP 81 0,39 Enriquecimento
Nascente CP 82 0,79
L53 219m 219 1,31
Nascente CP 83 0,39 Enriquecimento
L54 248m 248 1,49
Nascente CP 84 0,39 Enriquecimento
Nascente CP 85 Nada a fazer
L56 658m 658 1,97 Enriquecimento
L 57 75m 75 0,45
Nascente CP 86 0,39 Enriquecimento
Nascente CP 87 0,39 Enriquecimento
Nascente CP 88 0,39 Enriquecimento
Nascente CP 89 Nada a fazer
Nascente CP 90 Nada a fazer
Nascente CP 91 L 58 155m 155 0,47 Enriquecimento

Sub-Total 46,70

TOTAL GERAL DA MICROBACIA 112,47

Já a quantificação da restauração que deve ser realizada só nas APPs das nascentes dessa
microbacia é apresentada nas tabelas abaixo

568
X-11 Quantificação do número de nascentes, do tipo e da área de revegetação das APPs - Microbacia
Hidrográfica do Capivari.
SUB-MICROBACIAS QUANTIDADE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)

PARTE 1
1 Nascente CP 01 0,39 Enriquecimento
2 Nascente CP 03 0,39 Enriquecimento
3 Nascente CP 05 0,39 Enriquecimento
4 Nascente CP 06 0,39 Enriquecimento
5 Nascente CP 07 0,39 Enriquecimento
6 Nascente CP 10 0,39 Enriquecimento
7 Nascente CP 11 0,39 Enriquecimento
8 Nascente CP 12 0,39 Enriquecimento
9 Nascente CP 13 0,39 Enriquecimento
10 Nascente CP 21 0,39 Enriquecimento
11 Nascente CP 24 0,39 Enriquecimento
12 Nascente CP 26 0,39 Enriquecimento
13 Nascente CP 39 0,39 Enriquecimento

Sub-Total 5,11

1 Nascente CP 9A 0,00 Nada a fazer


2 Nascente CP 14 0,00 Nada a fazer
3 Nascente CP 15 0,00 Nada a fazer
4 Nascente CP 17 0,00 Nada a fazer
5 Nascente CP 18 0,00 Nada a fazer
6 Nascente CP 19 0,00 Nada a fazer
7 Nascente CP 20 0,00 Nada a fazer
8 Nascente CP 22 0,00 Nada a fazer
9 Nascente CP 23 0,00 Nada a fazer
10 Nascente CP 30 0,00 Nada a fazer
11 Nascente CP 31 0,00 Nada a fazer
12 Nascente CP 27 0,00 Nada a fazer
13 Nascente CP 28 0,00 Nada a fazer
14 Nascente CP 29 0,00 Nada a fazer
15 Nascente CP 36 0,00 Nada a fazer
16 Nascente CP 37 0,00 Nada a fazer
17 Nascente CP 46 0,00 Nada a fazer
18 Nascente CP 47 0,00 Nada a fazer

Sub-Total 0,00

1 Nascente CP 02 0,00 Não existe mais


2 Nascente CP 04 0,00 Não existe mais
3 Nascente CP 08 0,00 Não existe mais
4 Nascente CP 09 0,00 Não existe mais
5 Nascente CP 33A 0,00 Não existe mais
6 Nascente CP 34 0,00 Não existe mais
7 Nascente CP 35 0,00 Não existe mais
8 Nascente CP 32 0,00 Não existe mais
9 Nascente CP 25 0,00 Não existe mais
10 Nascente CP 40 0,00 Não existe mais
11 Nascente CP 38 0,00 Não existe mais
12 Nascente CP 42 0,00 Não existe mais
13 Nascente CP 43 0,00 Não existe mais
14 Nascente CP 44 0,00 Não existe mais
15 Nascente CP 45 0,00 Não existe mais

Sub-Total 0,00

1 Nascente CP 33B 0,79


2 Nascente CP 33C 0,79
3 Nascente CP 41 0,79

Sub-Total 2,36

SUB-TOTAL DA PARTE 1 7,46

(CONTINUA)

569
SUB-MICROBACIAS QUANTIDADE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)

PARTE 2
1 Nascente CP 49 0,39 Enriquecimento
2 Nascente CP 50 0,39 Enriquecimento
3 Nascente CP 52 0,39 Enriquecimento
4 Nascente CP 53 0,39 Enriquecimento
5 Nascente CP 54 0,39 Enriquecimento
6 Nascente CP 55 0,39 Enriquecimento
7 Nascente CP 56 0,39 Enriquecimento
8 Nascente CP 57 0,39 Enriquecimento
9 Nascente CP 58 0,39 Enriquecimento
10 Nascente CP 59 0,39 Enriquecimento
11 Nascente CP 60 0,39 Enriquecimento
12 Nascente CP 61 0,39 Enriquecimento
13 Nascente CP 62 0,39 Enriquecimento
14 Nascente CP 64 0,39 Enriquecimento
15 Nascente CP 65 0,39 Enriquecimento
16 Nascente CP 68 0,39 Enriquecimento
17 Nascente CP 73 0,39 Enriquecimento
18 Nascente CP 76 0,39 Enriquecimento
19 Nascente CP 77 0,39 Enriquecimento
20 Nascente CP 78 0,39 Enriquecimento
21 Nascente CP 79 0,39 Enriquecimento
22 Nascente CP 80 0,39 Enriquecimento
23 Nascente CP 81 0,39 Enriquecimento
24 Nascente CP 83 0,39 Enriquecimento
25 Nascente CP 84 0,39 Enriquecimento
26 Nascente CP 86 0,39 Enriquecimento
27 Nascente CP 87 0,39 Enriquecimento
28 Nascente CP 88 0,39 Enriquecimento
29 Nascente CP 91 L 58 155m 155 0,47 Enriquecimento
30 Nascente CP 72 L 43 619m 619 1,86 Enriquecimento

Sub-Total 13,32

1 Nascente CP 48B 0,00 Em recomposição


2 Nascente CP 48 0,00 Nada a fazer
3 Nascente CP 51 0,00 Nada a fazer
4 Nascente CP 74 0,00 Nada a fazer
5 Nascente CP 63 0,00 Nada a fazer
6 Nascente CP 65 0,00 Nada a fazer
7 Nascente CP 85 0,00 Nada a fazer
8 Nascente CP 89 0,00 Nada a fazer
9 Nascente CP 90 0,00 Nada a fazer

Sub-Total 0,00

1 Nascente CP 63 0,00 Não existe mais


2 Nascente CP 66 0,00 Não existe mais
3 Nascente CP 69 0,00 Não existe mais
4 Nascente CP 70 0,00 Não existe mais
5 Nascente CP 71 0,00 Não existe mais
6 Nascente CP 75 0,00 Não existe mais
7 Nascente CP 62 0,00 Não existe mais

Sub-Total 0,00

1 Nascente CP 68 0,79
2 Nascente CP 82 0,79

Sub-Total 1,57

SUB-TOTAL DA PARTE 2 14,89

TOTAL GERAL DA MICROBACIA 22,35

Por fim, a quantificação e o custo da restauração, por tipo de APP da microbacia são
apresentados na tabela abaixo.

570
X-12 Quantificação, especificação e orçamentação da recuperação de APPs de nascentes e cursos d'água da
Microbacia do Capivari.

ÁREA DE PROTEÇAO ÁREA CUSTO CUSTO TOTAL


PERMANENTE POR
CAPIVARI HECTARE
(Ha) (R$) (R$)

Cursos d'gua 90,12 20.000,00 1.802.460,00

Nascentes 22,35 20.000,00 446.994,00

Total 112,47 20.000,00 2.249.454,00

Custo por Hectare: Correponde a plantio, replantio e manutenção por dois anos

571
MICROBACIA DO JUAZEIRO/CRUZEIRO

A microbacia é apresentada na figura abaixo.

LIMITE DO
MUNICÍ
MUNICÍPIO

Có LIMITE DA
rre MICROBACIA
go
Sa Có
nt r re
an go
Do
a Bo
sq
ue

Córrego Juazeiro

Cór
r ego
d oM
iran
te

Cór
. do
Cru
zeir
o

Figura X-16 Microbacia do Juazeiro/Cruzeiro.

A quantificação da recuperação das APPs de nascentes e cursos d’água da microbacia é


apresentada na tabela abaixo.

X-13 Quantificação da recuperação de APPs de nascentes e cursos d'água da Microbacia do


Juazeiro/Cruzeiro.
SUB-MICROBACIAS PARTE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)

Nascente JC 1 0,39 Enriquecimento


L1 808m 808 2,42 Enriquecimento
Nascente JC 2 L2 492m 492 1,48 Enriquecimento
L3 160m 160 0,48 Enriquecimento
L4 320m 320 0,96 Enriquecimento
Nascente JC 3 0,39 Enriquecimento
Nascente JC 4 Nada a Fazer
Nascente JC 5 0,39 Enriquecimento
L5 401m 401 1,20 Enriquecimento
Nascente JC 6 0,39 Enriquecimento
Nascente JC 7 Não existe mais
Nascente JC 8 Não existe mais
L6 154m 154 0,46 Enriquecimento
Nascente JC 9 0,39 Enriquecimento
L7 331m 331 0,99 Enriquecimento

Sub-Total 9,95

TOTAL GERAL DA MICROBACIA 9,95

572
Já a quantificação da restauração que deve ser realizada só nas APPs das nascentes dessa
microbacia é apresentada na tabela abaixo

X-14 Quantificação do número de nascentes, do tipo e da área de revegetação das APPs - Microbacia
Hidrográfica do Juazeiro/Cruzeiro.
SUB-MICROBACIAS QUANTIDADE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)

1 Nascente JC 1 0,39 Enriquecimento


2 Nascente JC 3 0,39 Enriquecimento
3 Nascente JC 5 0,39 Enriquecimento
4 Nascente JC 6 0,39 Enriquecimento
5 Nascente JC 9 0,39 Enriquecimento
6 Nascente JC 2 L2 492m 492 1,48 Enriquecimento

Sub-Total 3,43

1 Nascente JC 4 0,00 Nada a Fazer

Sub-Total 0,00

1 Nascente JC 7 0,00 Não existe mais


2 Nascente JC 8 0,00 Não existe mais

Sub-Total 0,00

TOTAL GERAL DA MICROBACIA 3,43

Por fim, a quantificação e o custo da restauração, por tipo de APP da microbacia são
apresentados na tabela abaixo.

X-15 Quantificação, especificação e orçamentação da recuperação de APPs de nascentes e cursos d'água da


Microbacia do Juazeiro/Cruzeiro.
ÁREA DE PROTEÇAO ÁREA CUSTO CUSTO TOTAL
PERMANENTE POR
JUAZEIRO/CRUZEIRO HECTARE
(Ha) (R$) (R$)

Cursos d'gua 6,52 20.000,00 130.440,00

Nascentes 3,43 20.000,00 68.520,00

Total 9,95 20.000,00 198.960,00

Custo por Hectare: Correponde a plantio, replantio e manutenção por dois anos

573
MICROBACIA DO MARAMBAIA.

Objetivando melhor entendimento, a microbacia foi dividida, de acordo com a figura abaixo.

MARAMBAIA
ELO MAR 2
MAR 11

Limite da
MAR 1 Microbacia
MAR 12A MAR 3
MAR 6
MAR 5
MAR 12B
MAR 8
MR 1
MAR 13
DDD MAR 9

MAR 10
Suposto
córregoMR 2

MAR 4
MAR 7

Figura X-17 Divisão da microbacia na apresentação da restauração.

A Parte MR 1 da Microbacia do Marambaia, detalhando os trechos dos córregos e as nascentes é


apresentada na figura abaixo.

MARAMBAIA
ELO MAR 2
MAR 11
PARTE MR 1 Limite da
MAR 1 Microbacia
MAR 12A MAR 3

MAR 5
MAR 12B
ia
ba
ram
Ma

MAR 13
ego
rr

MAR 7

i
ivar
Cap
Rio
HÁ NASCENTE
PROVÁVEL /TE HÁ NASCENTE
NÁO HÁ NASCENTE
APARENTE/TE NÃO HÁ NASCENTE

Figura X-18 - Trechos dos córregos e as nascentes da Parte MR 1 da Microbacia do Marambaia.

A Parte MR 2 da Microbacia do Marambaia, detalhando os trechos dos córregos e as nascentes é


apresentada na figura abaixo.

574
MARAMBAIA
ELO

PARTE MR 2

MAR 6

MAR 8

Limite da
Microbacia
MAR 9

MAR 10
Suposto
córrego

MAR 4

HÁ NASCENTE
PROVÁVEL /TE HÁ NASCENTE
NÁO HÁ NASCENTE
APARENTE/TE NÃO HÁ NASCENTE

Figura X-19 - Trechos dos córregos e as nascentes da Parte MR 2 da Microbacia do Marambaia.

A quantificação da recuperação das APPs de nascentes e cursos d’água da Microbacia é


apresentada na tabela abaixo.

X-16 Quantificação da recuperação de APPs de nascentes e cursos d'água da Microbacia do Marambaia.


SUB-MICROBACIAS PARTE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)

PARTE 1 Nascente MAR 1 0,00 Nada a fazer


Nascente MAR 2 0,00 Nada a fazer
Nascente MAR 11 0,00 Nada a fazer
Nascente MAR 12A Nada a fazer
L1 97m 97 0,29 Enriquecimento
Nascente MAR 12B 0,00 Nada a fazer
Nascente MAR 13 0,00 Nada a fazer
Nascente MAR 5 0,00 Nada a fazer
L2 540m 540 3,24
Nascente MAR 7 Nada a fazer

Sub-Total 3,53

PARTE 2 Nascente MAR 6 0,00 Nada a fazer


Nascente MAR 8 0,00 Nada a fazer
Nascente MAR 9 0,00 Nada a fazer
Nascente MAR 10 0,00 Nada a fazer
Nascente MAR 4 0,00 Nada a fazer

Sub-Total 0,00

Total 3,53

TOTAL GERAL DA MICROBACIA 3,53 Hectares

Já a quantificação da restauração que deve ser realizada só nas APPs das nascentes dessa
microbacia é apresentada na tabela abaixo

575
X-17 Quantificação do número de nascentes, do tipo e da área de revegetação das APPs - Microbacia
Hidrográfica do Marambaia.
SUB-MICROBACIAS QUANTIDADE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)

PARTE 1
1 Nascente MAR 1 0,00 Nada a fazer
2 Nascente MAR 2 0,00 Nada a fazer
3 Nascente MAR 11 0,00 Nada a fazer
4 Nascente MAR 12A 0,00 Nada a fazer
5 Nascente MAR 12B 0,00 Nada a fazer
6 Nascente MAR 13 0,00 Nada a fazer
7 Nascente MAR 5 0,00 Nada a fazer
8 Nascente MAR 7 0,00 Nada a fazer

Sub-Total 0,00

PARTE 2
1 Nascente MAR 6 0,00 Nada a fazer
2 Nascente MAR 8 0,00 Nada a fazer
3 Nascente MAR 9 0,00 Nada a fazer
4 Nascente MAR 10 0,00 Nada a fazer
5 Nascente MAR 4 0,00 Nada a fazer

Sub-Total 0,00

TOTAL GERAL DA MICROBACIA 0,00 Hectares

Por fim, a quantificação e o custo da restauração, por tipo de APP da microbacia são
apresentados na tabela abaixo.

X-18 Quantificação, especificação e orçamentação da recuperação de APPs de nascentes e cursos d'água da


microbacia do Marambaia.
ÁREA DE PROTEÇAO ÁREA CUSTO CUSTO TOTAL
PERMANENTE POR
MARAMBAIA HECTARE
(Ha) (R$) (R$)

Cursos d'gua 3,53 20.000,00 70.620,00

Nascentes 0,00 20.000,00 0,00

Total 3,53 20.000,00 70.620,00

Custo por Hectare: Correponde a plantio, replantio e manutenção por dois anos

576
MICROBACIA PACIÊNCIA E CRISTO

Objetivando melhor entendimento, a microbacia foi dividida, de acordo com a figura abaixo.

MICROBACIA
DO PACIÊNCIA E CRISTO

TO
RIS
OC
PC1

OD
EG
RR

PC2
C
Ó
RR
EG
O
DA
PA
CI
ÊN
CI
A

Figura X-20 Divisão da microbacia na apresentação da restauração.

A Parte PC 1 da Microbacia Paciência e Cristo, detalhando os trechos dos córregos e as


nascentes é apresentada na figura abaixo.

FAZENDA CACHOEIRA SUB-MICROBACIA PC1


CLICK P/ ACESSAR

D
PC 33 PC 32
PC 31

PC 34 PC 28
PC 38 PC 29
o PC 27
ist
Cr
PC 39 PC 35 do PC 26
PC 37 go PC 25
PC 36A re
ór
C
Córrego do Cristo A
C B PC 24
PC 23
PC 40
PC 22

Cór
reg
od
aP
aciê
ncia

Figura X-21 - Trechos dos córregos e as nascentes da Parte PC 1 da Microbacia Paciência e Cristo.

A Parte PC 2 da Microbacia Paciência e Cristo, detalhando os trechos dos córregos e as


nascentes é apresentada na figura abaixo.

577
SUB-MICROBACIA PC2

PC 12
PC 13

PC 14

PC 11
PC 15B PC 15A C
E PC 4
PC 20 PC 8

PC 21
D PC 3
PC 19
PC 18 Córrego da Paciência PC 36

PC 17
PC 10 B A
PC 5
PC 1
PC 9 PC 7
PC 16
PC 2

PC 6

Figura X-22 - Trechos dos córregos e as nascentes da Parte PC 2 da Microbacia Paciência e Cristo.

A quantificação da recuperação das APPs de nascentes e cursos d’água da microbacia é


apresentada nas tabelas abaixo.

578
X-19 Quantificação da recuperação de APPs de nascentes e cursos d'água da Microbacia Paciência e Cristo.

SUB-MICROBACIAS PARTE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO


COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)

PC1 A Nascente 22 0,39 Enriquecimento


Nascente 23 0,39 Enriquecimento
Nascente 24 0,79
1-50m 50 0,30
Nascente 25 0,79
2-60m 60 0,36
3-102m 102 0,61
4-58m 58 0,35
5-143m 143 0,86
6-157m 157 0,94
7-52m 52 0,16 Enriquecimento
8-63m 63 0,38
Nascente 26 - Não Existe Mais
Nascente 27 0,39 Enriquecimento
Nascente 28 0,79
9-86m 86 0,26 Enriquecimento
10-291m 291 0,87 Enriquecimento
11-189m 189 1,13
12-177m 177 1,06
13-173m 173 1,04
Sub-Total 11,85

B Nascente 29 0,00 Nada a fazer


Nascente 31 0,00 Nada a fazer
Nascente 32 0,00 Nada a fazer
Nascente 33 0,79
14-188m 188 0,56 Uma margem
Nascente 34 0,39 Enriquecimento
Nascente 35 0,79
15-411m 441 2,65
16-331m 331 0,99 Uma margem
Sub-Total 6,17

C Nascente 36A 0,00 Nada a fazer


17-190m 190 1,14
Nascente 37 0,79
18-81m 81 0,49
Nascente 38 0,79
19-82m 82 0,49
20-63m 63 0,38
21-338m 338 2,03
Nascente 39 0,79
22-190m 190 0,57 Enriquecimento
Nascente 40 0,00 Nada a fazer
Sub-Total 7,45

Total 25,47

(CONTINUA)

579
SUB-MICROBACIAS PARTE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)

PC2 A Nascente 1 0,79 Supressão e Plantio


23-575m 575 3,45 Supressão e Plantio
Nascente 2 0,79 Supressão e Plantio
25-168m 168 1,01 Supressão e Plantio
Nascente 3 0,79 Supressão e Plantio
24-172m 172 1,03 Supressão e Plantio
26-214m 214 1,28 Supressão e Plantio
Nascente 4 0,79 Supressão e Plantio
27-286m 286 1,72 Supressão e Plantio
28-243m 243 1,46 Supressão e Plantio
Nascente 5 0,79 Supressão e Plantio
29-200m 200 1,20 Supressão e Plantio
30-261m 261 1,57 Supressão e Plantio
Nascente 6 0,00 Não existe mais

Sub-Total 16,64

B 32-573m 573 1,72 Uma margem


Nascente 7 - Não Existe Mais
Nascente 8 0,79 Supressão/Plantio
33-300m 300 1,80 Supressão e Plantio
Nascente 9 0,79
34-162m 162 0,97
Nascente 10 0,00 Não existe mais
35-260m 260 0,78 Uma margem
Sub-Total 6,84

C 36-116m 116 0,35 Uma margem


Nascente 11 0,79 Supressão e Plantio
37-503m 503 1,51 Enriquecimento
Nascente 12 0,00 Nada a fazer
Nascente 13 0,39 Enriquecimento
Nascente 14 0,39 Enriquecimento
38-180m 180 0,54 Enriquecimento
Nascente 15A 0,39 Enriquecimento
39-112m 112 0,67
Sub-Total 5,03

D Nascente 16 0,39 Enriquecimento


Nascente 17 0,79
40-158m 158 0,95
41A-123m 123 0,37 Uma margem
Nascente 18 0,39 Enriquecimento
Nascente 19 0,00 Não existe mais
41B-52m 52 0,16 Uma margem
42-270m 270 0,81 Uma margem
Nascente 15B 0,39 Enriquecimento
Sub-Total 4,25

E Nascente 20 0,79
43-122m 122 0,37 Enriquecimento
44-55m 55 0,17 Uma margem
45-49m 49 0,15 Uma margem
Nascente 21 0,00 Nada a fazer
46-220m 220 1,32
Sub-Total 2,78

Total 35,55

TOTAL GERAL DA MICROBACIA 61,02

Já a quantificação da restauração que deve ser realizada só nas APPs das nascentes dessa
microbacia é apresentada na tabela abaixo

580
X-20 Quantificação do número de nascentes, do tipo e da área de revegetação das APPs - Microbacia
Hidrográfica do Paciência e Cristo.
SUB-MICROBACIAS QUANTIDADE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)

PC1 1 Nascente 22 0,39 Enriquecimento


2 Nascente 23 0,39 Enriquecimento
3 Nascente 27 0,39 Enriquecimento
4 Nascente 34 0,39 Enriquecimento

Sub-Total 1,57

1 Nascente 29 0,00 Nada a fazer


2 Nascente 31 0,00 Nada a fazer
3 Nascente 32 0,00 Nada a fazer
4 Nascente 36A 0,00 Nada a fazer
5 Nascente 40 0,00 Nada a fazer

Sub-Total 0,00

1 Nascente 26 0,00 Não Existe Mais

Sub-Total 0,00

1 Nascente 24 0,79
2 Nascente 25 0,79
3 Nascente 28 0,79
4 Nascente 33 0,79
5 Nascente 35 0,79
6 Nascente 37 0,79
7 Nascente 38 0,79
8 Nascente 39 0,79

Sub-Total 6,28

Sub-Total do PC1 7,85

PC2 1 Nascente 13 0,39 Enriquecimento


2 Nascente 14 0,39 Enriquecimento
3 Nascente 15A 0,39 Enriquecimento
4 Nascente 16 0,39 Enriquecimento
5 Nascente 18 0,39 Enriquecimento
6 Nascente 15B 0,39 Enriquecimento

Sub-Total 2,36

1 Nascente 12 0,00 Nada a fazer


2 Nascente 21 0,00 Nada a fazer

Sub-Total 0,00

1 Nascente 6 0,00 Não existe mais


2 Nascente 7 0,00 Não Existe Mais
3 Nascente 10 0,00 Não existe mais
4 Nascente 19 0,00 Não existe mais

Sub-Total 0,00

1 Nascente 1 0,79 Supressão e Plantio


2 Nascente 2 0,79 Supressão e Plantio
3 Nascente 3 0,79 Supressão e Plantio
4 Nascente 4 0,79 Supressão e Plantio
5 Nascente 5 0,79 Supressão e Plantio
6 Nascente 8 0,79 Supressão/Plantio
7 Nascente 9 0,79
8 Nascente 11 0,79 Supressão e Plantio
9 Nascente 17 0,79
10 Nascente 20 0,79

Sub-Total 7,85

Sub-Total do PC2 10,21

TOTAL GERAL DA MICROBACIA 18,06 HECTARES

581
Por fim, a quantificação e o custo da restauração, por tipo de APP da microbacia são
apresentados na tabela abaixo.

X-21 Quantificação, especificação e orçamentação da recuperação de APPs de nascentes e cursos d'água da


microbacia do Paciência e Cristo.

ÁREA DE PROTEÇAO ÁREA CUSTO CUSTO TOTAL


PERMANENTE POR
PACIÊNCIA E CRISTO HECTARE
(Ha) (R$) (R$)

Cursos d'gua 42,95 20.000,00 859.020,00

Nascentes 18,06 20.000,00 361.284,00

Total 61,02 20.000,00 1.220.304,00

Custo por Hectare: Correponde a plantio, replantio e manutenção por dois anos

582
MICROBACIA DO SANTA CÂNDIDA.

Objetivando melhor entendimento, a microbacia foi dividida, de acordo com a figura abaixo.

SANTA
CÂNDIDA

SC 1

SC 2

Rio
C ap
ivari

Figura X-23 - Divisão da microbacia na apresentação da restauração.

A Parte SC 1 da Microbacia do Santa Cândida, detalhando os trechos dos córregos e as nascentes


é apresentada na figura abaixo.

SATC 1
SANTA
ELO Provável
SATC 2
CÂNDIDA
Junção Nascente
N4 e N5

SATC 4 SATC 3
PARTE 1 Limite da SATC 6
Microbacia
SATC 5
SATC 9
SATC 7
SATC 10 SATC 11

Prováveis
Nascentes
SATC 8
ida
ând

SATC 12
C
ta.
z. S

SATC 14
. Fa
Cór

SATC 13
ida
nd
. Câ
ta
S
z.
Fa
r.

HÁ NASCENTE

Rio PROVÁVEL /TE HÁ NASCENTE


C ap NÁO HÁ NASCENTE
APARENTE/TE NÃO HÁ NASCENTE
iva
ri
Figura X-24 - Trechos dos córregos e as nascentes da Parte SC 1 da Microbacia do Santa Cândida.

583
A Parte SC 2 da Microbacia do Santa Cândida, detalhando os trechos dos córregos e as nascentes
é apresentada na figura abaixo.

SANTA
ELO
PARTE SC PARTE 2
CÂNDIDA
PARTE 2 Limite da
Microbacia

ida
SATC 25

ândC
ta.
SATC 24

z. S
SATC 26
. Fa
Có r
SATC 17
SATC 27
SATC 15 SATC 18

SATC 22
SATC 19

SATC 28
SATC 16
ida
nd

.
ta
.S
az
.F

SATC 20
r

SATC 23 SATC 21

HÁ NASCENTE
Provável
PROVÁVEL /TE HÁ NASCENTE
Rio Nascente Provável
NÁO HÁ NASCENTE
Ca Nascente APARENTE/TE NÃO HÁ NASCENTE
piv
ari
Figura X-25 - Trechos dos córregos e as nascentes da Parte SC 2 da Microbacia do Santa Cândida.

A quantificação da recuperação das APPs de nascentes e cursos d’água da Microbacia é


apresentada na tabela abaixo.

584
X-22 Quantificação da recuperação de APPs de nascentes e cursos d'água da Microbacia do Santa Cândida.
SUB-MICROBACIAS PARTE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)

PARTE SATC 1 Nascente SATC 1 Nada a fazer


L2 90m 36 0,11 Enriquecimento
L1 36m 90 0,27 Enriquecimento
Nascente SATC 2 0,00 Não existe mais
Nascente SATC 3 Nada a fazer
L3 77m 77 0,23 Enriquecimento
L4 62m 62 0,19 Enriquecimento
L5 82m 82 0,25 Enriquecimento
Nascente SATC 4 0,39 Enriquecimento
L6 230m 230 0,69 Enriquecimento
Nascente SATC 5 0,39 Enriquecimento
L7 320m 320 0,96 Enriquecimento
Nascente SATC 6 0,39 Enriquecimento
L8 190m 190 0,57 Enriquecimento
Nascente SATC 7 Nada a fazer
Nascente SATC 8 Nada a fazer
Nascente SATC 9 0,39 Enriquecimento
L9 100m 100 0,30 Enriquecimento
L10 316m 316 0,95 Enriquecimento
Nascente SATC 10 0,00 Não existe mais
Nascente SATC 11 0,00 Não existe mais
Nascente SATC 12 0,39 Enriquecimento
L11 60m 60 0,18 Enriquecimento
L12 72m 72 0,22 Enriquecimento
L13 230m 230 0,69 Enriquecimento
Nascente SATC 13 Nada a fazer
Nascente SATC 14 0,00 Não existe mais
L14 70m 70 0,21 Enriquecimento
L15 80m 80 0,24 Enriquecimento
L16 195m 195 0,59 Enriquecimento

Sub-Total 8,58

PARTE SATC 2 Nascente SATC 15 0,39 Enriquecimento


L17 506m 506 3,04
L18 278m 278 1,67
L19 515m 515 1,55 Enriquecimento
Nascente SATC 22 0,79
L20 307m 307 1,84
Nascente SATC 16 Nada a fazer
Nascente SATC 17 0,79
L21 167m 167 0,50 Enriquecimento
Nascente SATC 18 0,39 Enriquecimento
Nascente SATC 19 Nada a fazer
L22 400m 400 1,20 Enriquecimento
Nascente SATC 20 0,79
L23 174m 174 1,04
Nascente SATC 21 Nada a fazer
(L24 467m) 467 1,40 Enriquecimento
L25 395m 395 2,37
L26 377m 377 1,13 Enriquecimento
Nascente SATC 24 Nada a fazer
Nascente SATC 25 Nada a fazer
Nascente SATC 26 Nada a fazer
Nascente SATC 27 0,39 Enriquecimento
Nascente SATC 28 0,79
L27 160m 160 0,96
L28 783m 783 4,70

Sub-Total 25,73

TOTAL GERAL DA MICROBACIA 34,31

585
Já a quantificação da restauração que deve ser realizada só nas APPs das nascentes dessa
microbacia é apresentada na tabela abaixo

X-23 Quantificação do número de nascentes, do tipo e da área de revegetação das APPs - Microbacia
Hidrográfica do Santa Cândida.
SUB-MICROBACIAS QUANTIDADE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)

PARTE SATC 1 1 Nascente SATC 4 0,39 Enriquecimento


2 Nascente SATC 5 0,39 Enriquecimento
3 Nascente SATC 6 0,39 Enriquecimento
4 Nascente SATC 9 0,39 Enriquecimento
5 Nascente SATC 12 0,39 Enriquecimento

Sub-Total 1,95

1 Nascente SATC 1 0,00 Nada a fazer


2 Nascente SATC 3 0,00 Nada a fazer
3 Nascente SATC 7 0,00 Nada a fazer
4 Nascente SATC 8 0,00 Nada a fazer
5 Nascente SATC 13 0,00 Nada a fazer

Sub-Total 0,00

1 Nascente SATC 2 0,00 Não existe mais


2 Nascente SATC 10 0,00 Não existe mais
3 Nascente SATC 11 0,00 Não existe mais
4 Nascente SATC 14 0,00 Não existe mais

Sub-Total 0,00

Sub-Total do SATC 1 1,95

PARTE SATC 2
1 Nascente SATC 15 0,39 Enriquecimento
2 Nascente SATC 18 0,39 Enriquecimento
3 Nascente SATC 27 0,39 Enriquecimento

Sub-Total 1,17

1 Nascente SATC 16 0,00 Nada a fazer


2 Nascente SATC 19 0,00 Nada a fazer
3 Nascente SATC 21 0,00 Nada a fazer
4 Nascente SATC 24 0,00 Nada a fazer
5 Nascente SATC 25 0,00 Nada a fazer
6 Nascente SATC 26 0,00 Nada a fazer

Sub-Total 0,00

1 Nascente SATC 22 0,79


2 Nascente SATC 17 0,79
3 Nascente SATC 20 0,79
4 Nascente SATC 28 0,79

Sub-Total 3,16

Sub-Total do SATC 2 4,33

TOTAL GERAL DA MICROBACIA 6,28

Por fim, a quantificação e o custo da restauração, por tipo de APP da microbacia são
apresentados na tabela abaixo.

586
X-24 Quantificação, especificação e orçamentação da recuperação de APPs de nascentes e cursos d'água da
microbacia do Santa Cândida.
ÁREA DE PROTEÇAO ÁREA CUSTO CUSTO TOTAL
PERMANENTE POR
SANTA CÂNDIDA HECTARE
(Ha) (R$) (R$)

Cursos d'gua 28,03 20.000,00 560.520,00

Nascentes 6,28 20.000,00 125.600,00

Total 34,31 20.000,00 686.120,00

Custo por Hectare: Correponde a plantio, replantio e manutenção por dois anos

587
MICROBACIA DO SÃO BENTO / CAPELA

Objetivando melhor entendimento, a microbacia foi dividida, de acordo com a figura abaixo.

SÃO ELO
BENTO / SC 1 SC 2
SC 14
CAPELA SC 3 SC 19
SC 16

SC 4 SC 15
SC 5 SC 12B
SC 6 SC 17
SC 11
SC 12A
SC 18

CÓRREGO DAS
SC P2 SC 10

NASCENTES DE SC 1 A
SC 5
SC 7
SC 13
SC 8 SC P1

SC 9

Figura X-26 Divisão da microbacia na apresentação da restauração.

A Parte SC P1 da Microbacia do São Bento / Capela, detalhando os trechos dos córregos e as


nascentes é apresentada na figura abaixo.

SÃO ELO
BENTO / SC 1 SC 2

CAPELA
Limite da
SC 3 Microbacia

PARTE 1
to
en
oB

SC 4

SC 5
go
rre

SC 6


rre
go
Do
Sit

i
umb
in
ho

CÓRREGO DAS a
Mor

an
NASCENTES DE SC 1 A Sem
de
go

SC 5
Fim
e

go
Córr

SC 7 rre

SC 8

SC 9
pela
a
Da C
ego
Córr

HÁ NASCENTE
PROVÁVEL /TE HÁ NASCENTE
NÁO HÁ NASCENTE
APARENTE/TE NÃO HÁ NASCENTE

Figura X-27 - Trechos dos córregos e as nascentes da Parte SC P1 da Microbacia do São Bento / Capela.

A Parte SC P2 da Microbacia do São Bento / Capela, detalhando os trechos dos córregos e as


nascentes é apresentada na figura abaixo.

588
SÃO ELO
BENTO / SC 14
CAPELA SC 19
SC 16

PARTE 2

to
en
SC 15

oB

SC 12B

go
rre
SC 17


SC 11


rre
SC 12A

go
SC 18

Do
Sit

i
SC 10

umb
in
ho
a

Mor
an
em
d eS

go
Fim

e
ego

Córr
rr

SC 13

Limite da
Microbacia
apela
Da C
ego
Córr

HÁ NASCENTE
PROVÁVEL /TE HÁ NASCENTE
NÁO HÁ NASCENTE
APARENTE/TE NÃO HÁ NASCENTE

Figura X-28 - Trechos dos córregos e as nascentes da Parte SC P2 da Microbacia do São Bento / Capela.

A quantificação da recuperação das APPs de nascentes e cursos d’água da Microbacia é


apresentada na tabela abaixo.

589
X-25 . Quantificação da recuperação de APPs de nascentes e cursos d'água da Microbacia do São Bento /
Capela.

SUB-MICROBACIAS PARTE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO


COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)

PARTE 1 A Nascente SC 1 Nada a fazer


Nascente SC 2 Nada a fazer
Nascente SC 3 0,39 Enriquecimento
Nascente SC 4 0,39 Enriquecimento
L1 102m 102 0,31 Enriquecimento
L2 109m 109 0,33 Enriquecimento
L3 121m 121 0,73
L4 93m 93 0,28 Margem Lago
L5A 330m 330 1,98
L5B 307m 307 1,84
L6A 220m 220 1,32
Nascente SC 5 0,39 Enriquecimento
Nascente SC 6 0,39 Enriquecimento
L6B 370m 370 1,11 Enriquecimento
B Nascente SC 7 Nada a fazer
Nascente SC 8 Nada a fazer
Nascente SC 9 Nada a fazer
L7 575m 575 1,73 Enriquecimento
L8 375m 375 1,13 Enriquecimento

Sub-Total 12,31

PARTE 2 A Nascente SC 10 0,39 Enriquecimento


L9 725m 725 2,18 Enriquecimento
Nascente SC 11 0,39 Enriquecimento
Nascente SC 12A Nada a fazer
Nascente SC 12B Nada a fazer
L10 98m 98 0,29 Margem Lago
L11 112m 112 0,34 Margem Lago
L12 340m 340 1,02 Enriquecimento
L13 33m 33 0,10 Margem Lago
Nascente SC 13 0,39 Enriquecimento
B Nascente SC 14 Nada a fazer
Nascente SC 15 Nada a fazer
Nascente SC 16 Nada a fazer
Nascente SC 19 Nada a fazer
Nascente SC 17 Nada a fazer
Nascente SC 18 Nada a fazer
L14 106m 106 0,32 Enriquecimento
L15 494m 494 1,48 Enriquecimento

Sub-Total 6,90

Total 19,21

TOTAL GERAL DA MICROBACIA 19,21 Hectares

Já a quantificação da restauração que deve ser realizada só nas APPs das nascentes dessa
microbacia é apresentada na tabela abaixo

590
X-26 Quantificação do número de nascentes, do tipo e da área de revegetação das APPs - Microbacia
Hidrográfica do São Bento / Capela.
SUB-MICROBACIAS QUANTIDADE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)

PARTE 1
1 Nascente SC 3 0,39 Enriquecimento
2 Nascente SC 4 0,39 Enriquecimento
3 Nascente SC 5 0,39 Enriquecimento
4 Nascente SC 6 0,39 Enriquecimento

Sub-Total 1,57

1 Nascente SC 1 0,00 Nada a fazer


2 Nascente SC 2 0,00 Nada a fazer
3 Nascente SC 7 0,00 Nada a fazer
4 Nascente SC 8 0,00 Nada a fazer
5 Nascente SC 9 0,00 Nada a fazer

Sub-Total 0,00

Sub-Total da Parte 1 1,57

PARTE 2
1 Nascente SC 10 0,39 Enriquecimento
2 Nascente SC 11 0,39 Enriquecimento
3 Nascente SC 13 0,39 Enriquecimento

Sub-Total 1,18

1 Nascente SC 12A 0,00 Nada a fazer


2 Nascente SC 12B 0,00 Nada a fazer
3 Nascente SC 14 0,00 Nada a fazer
4 Nascente SC 15 0,00 Nada a fazer
5 Nascente SC 16 0,00 Nada a fazer
6 Nascente SC 19 0,00 Nada a fazer
7 Nascente SC 17 0,00 Nada a fazer
8 Nascente SC 18 0,00 Nada a fazer

Sub-Total 0,00

Sub-Total da Parte 2 1,18

TOTAL GERAL DA MICROBACIA 2,75 Hectares

Por fim, a quantificação e o custo da restauração, por tipo de APP da microbacia são
apresentados na tabela abaixo.

X-27 Quantificação, especificação e orçamentação da recuperação de APPs de nascentes e cursos d'água da


microbacia do São Bento / Capela.
ÁREA DE PROTEÇAO ÁREA CUSTO CUSTO TOTAL
PERMANENTE POR
SÃO BENTO / CAPELA HECTARE
(Ha) (R$) (R$)

Cursos d'gua 16,46 20.000,00 329.280,00

Nascentes 2,75 20.000,00 54.978,00

Total 19,21 20.000,00 384.258,00

Custo por Hectare: Correponde a plantio, replantio e manutenção por dois anos

591
MICROBACIA DO STERZECK

Objetivando melhor entendimento, a microbacia foi dividida, de acordo com a figura abaixo.

Limite do ST 7 STERZECK
Municí
Município
ST 6
ST 8

ST 1
ST 5
ST 4

ST 3

Limite da ST 2
Microbacia

ST 3

ST 2 Limite da
Microbacia

HÁ NASCENTE ST 1
PROVÁVEL /TE HÁ NASCENTE
NÁO HÁ NASCENTE
APARENTE/TE NÃO HÁ NASCENTE

Figura X-29 Divisão da microbacia na apresentação da restauração.

A Parte ST 1 da Microbacia do Sterzeck, detalhando os trechos dos córregos e as nascentes é


apresentada na figura abaixo.

PARTE ST 1
Limite da
Microbacia

Limite do
Municí
Município

NF
Limite do ST 7
Microbacia

NF
LAGO
L3 90m
NF

ST 6 LAGO

ST 8
NF

L2 82m

L1 43m
ST 5
NF: Nada da Fazer

HÁ NASCENTE LEGENDA
PROVÁVEL /TE HÁ NASCENTE AB 20 – NASCENTES IDENTIFICADAS A CAMPO
NÁO HÁ NASCENTE AB 20 – NASCENTES AINDA NÃO IDENTIFICADAS A CAMPO
APARENTE/TE NÃO HÁ NASCENTE

Figura X-30 - Trechos dos córregos e as nascentes da Parte ST 1 da Microbacia do Sterzeck.

A Parte ST 2 da Microbacia do Sterzeck, detalhando os trechos dos córregos e as nascentes é


apresentada na figura abaixo.

592
ck
erze
PARTE ST 2

o St
reg
Cór
ST 4
L7 130m

ST 3

NF

L6 70m

L5 100m
L4 177m NF: Nada a Fazer
Limite da

ck
Microbacia
erze

g re
o St

ta Ale
reg
Cór

go Vis
Córr e
NF

ST 2

Figura X-31 - Trechos dos córregos e as nascentes da Parte ST 2 da Microbacia do Sterzeck.

A Parte ST 3 da Microbacia do Sterzeck, detalhando os trechos dos córregos e as nascentes é


apresentada na figura abaixo.

PARTE ST 3

Limite do
Microbacia
g re

NF
ta A le
go Vis

NF
Córre

NF: Nada a Fazer

NF

ST 1

Figura X-32 - Trechos dos córregos e as nascentes da Parte ST 3 da Microbacia do Sterzeck.

A quantificação da recuperação das APPs de nascentes e cursos d’água da Microbacia é


apresentada na tabela abaixo.

593
X-28 Quantificação da recuperação de APPs de nascentes e cursos d'água da Microbacia do Sterzeck.
SUB-MICROBACIAS PARTE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)

PARTE ST 1 Nascente ST 5 0,39 Enriquecimento


L1 43m 43 0,13 Enriquecimento
Nascente ST 6 Nada a fazer
L2 82m 82 0,25 Enriquecimento
Nascente ST 7 0,79 Supressão/Plantio
L3 90m 90 0,27 Enriquecimento
Nascente ST 8 Nada a fazer

Sub-Total 1,82

PARTE ST 2 Nascente ST 2 Nada a fazer


L4 177m 177 0,53 Enriquecimento
L5 100m 100 0,30 Enriquecimento
Nascente ST 3 Nada a fazer
L6 70m 70 0,21 Enriquecimento
L7 130m 130 0,39 Enriquecimento
Nascente ST 4 Nada a fazer

Sub-Total 1,43

PARTE ST 3 Nascente ST 1 Nada a fazer

Sub-Total 0,00

TOTAL GERAL DA MICROBACIA 3,25

Já a quantificação da restauração que deve ser realizada só nas APPs das nascentes dessa
microbacia é apresentada na tabela abaixo

594
X-29 Quantificação do número de nascentes, do tipo e da área de revegetação das APPs - Microbacia
Hidrográfica do Sterzeck.
SUB-MICROBACIAS QUANTIDADE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)

PARTE ST 1
1 Nascente ST 5 0,39 Enriquecimento

Sub-Total 0,39

1 Nascente ST 6 0,00 Nada a fazer


2 Nascente ST 8 0,00 Nada a fazer

Sub-Total 0,00

1 Nascente ST 7 0,79 Supressão/Plantio

Sub-Total 0,79

Sub-Total do ST1 1,18

PARTE ST 2
1 Nascente ST 2 0,00 Nada a fazer
2 Nascente ST 3 0,00 Nada a fazer
3 Nascente ST 4 0,00 Nada a fazer

Sub-Total 0,00

Sub-Total do ST2 0,00

PARTE ST 3
1 Nascente ST 1 0,00 Nada a fazer

Sub-Total 0,00

Sub-Total do ST3 0,00

TOTAL GERAL DA MICROBACIA 1,18

Por fim, a quantificação e o custo da restauração, por tipo de APP da microbacia são
apresentados na tabela abaixo.

595
X-30 Quantificação, especificação e orçamentação da recuperação de APPs de nascentes e cursos d'água da
microbacia do Sterzeck.
ÁREA DE PROTEÇAO ÁREA CUSTO CUSTO TOTAL
PERMANENTE POR
STERZECK HECTARE
(Ha) (R$) (R$)

Cursos d'gua 2,08 20.000,00 41.520,00

Nascentes 1,18 20.000,00 23.562,00

Total 3,25 20.000,00 65.082,00

Custo por Hectare: Correponde a plantio, replantio e manutenção por dois anos

596
MICROBACIA DO TICO/MOINHO

Objetivando melhor entendimento, a microbacia foi dividida, de acordo com a figura abaixo.

SUB- MICROBACIAS CÓRREGO


DO TICO/MOINHO MARGEM DE
VINHEDO

TM1

RR
EG
O
DO

TM2
M
O
IN

CÓR
REG
HO

O TIC
O
Ro
d.
Ba
nd

TM3
eir
an
tes

Figura X-33 Divisão da microbacia na apresentação da restauração.

A quantificação da recuperação das APPs de nascentes e cursos d’água da Microbacia é


apresentada nas tabelas abaixo.

597
X-31 Quantificação da recuperação de APPs de nascentes e cursos d'água da Microbacia do Tico/Moinho.
SUB-MICROBACIAS PARTE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)

TM1 A Nascente TM 49 0,39 Enriquecimento


1-27m 27 0,08 Enriquecimento
3-94m 94 0,56
Nascente TM 53B 0,79
Nascente TM 50 Nada a fazer
Nascente TM 51 Nada a fazer
8-70m 70 0,21 Enriquecimento
Nascente TM 52 0,39 Enriquecimento
9-87m 87 0,26 Enriquecimento
Nascente TM 53 0,00 Não existe mais

Sub-Total 2,69

B Nascente TM 54 0,79
13-65m 65 0,39
14-113m 113 0,34 Enriquecimento
15-102m 102 0,31 Enriquecimento
16-253m 253 1,52
17-197m 197 0,59 Enriquecimento
18-196m 196 0,59 Enriquecimento
19-72m 72 0,43
20-148m 148 0,89
21-63m 63 0,19 Enriquecimento
22-33m 33 0,10 Enriquecimento
23-94m 94 0,56
24-400m 400 1,20 Enriquecimento
25-200m 200 1,20
Sub-Total 9,09

C Nascente TM 55 0,00 Não existe mais


Nascente TM 56 0,00 Não existe mais
28-50m 50 0,15 Enriquecimento
29-40m 40 0,24
Sub-Total 0,39

D Nascente TM 57 0,79
Nascente TM 58 0,39 Enriquecimento
Nascente TM 59 0,00 Não existe mais
Nascente TM 60 0,39 Enriquecimento
32-20m 20 0,06 Enriquecimento
33-53m 53 0,16 Uma margem
34-97m 97 0,29 Uma margem
Sub-Total 2,08

E Nascente TM 61 0,39 Enriquecimento


36-159m 159 0,48 Uma margem
Nascente TM 62 0,39 Enriquecimento
Nascente TM 63 0,39 Enriquecimento
Sub-Total 1,66

F Nascente TM 64 0,39 Enriquecimento


Nascente TM 65 0,39 Enriquecimento
37-64m 64 0,38
38-48m 48 0,14 Enriquecimento
Nascente TM 66 0,39 Enriquecimento
39-420m 420 2,52
40-72m 72 0,22 Uma margem
41-433m 433 1,30 Uma margem
42-83m 83 0,25 Uma margem
Sub-Total 5,99

Total 21,89

(CONTINUA)

598
SUB-MICROBACIAS PARTE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)

TM2 PARTE A

A1 Nascente TM 22A 0,79


43-149m 149 0,89
Nascente TM 22B 0,79
44-14m 14 0,08
45-104m 104 0,31 Uma margem
46-109m 109 0,33 Uma margem
47-143m 143 0,43 Uma margem
Nascente TM 22C Nada a fazxer
Nascente TM 41 0,79
48-137m 137 0,82
Nascente TM 42 0,79
49-146m 146 0,88
50-70m 70 0,42
Sub-Total 7,31

A2 Nascente TM 23 0,00 Não existe mais


Nascente TM 24 0,00 Não existe mais
Nascente TM 25 0,79
53-150m 150 0,45 Uma margem
Nascente TM 26 0,39 Enriquecimento
Nascente TM 27 0,39 Enriquecimento
Sub-Total 2,02

A3 Nascente TM 28 0,39 Enriquecimento


54-81m 81 0,24 Enriquecimento
Nascente TM 29 0,00 Não existe mais
Nascente TM 30 0,00 Não existe mais
Nascente TM 31 Nada a fazxer
Nascente TM 32 Nada a fazxer
Nascente TM 33 0,39 Enriquecimento
Nascente TM 34 0,00 Não existe mais
Sub-Total 1,03

A4 Nascente TM 35 0,39 Enriquecimento


55-120m 120 0,72
Nascente TM 36 0,39 Enriquecimento
56-133m 133 0,40 Uma margem
Nascente TM 37 0,00 Não existe mais
Sub-Total 1,90

Total Parte A 12,26

PARTE B

B1 Nascente TM 38 0,79
57-33m 33 0,20
Nascente TM 39 0,79
58-20m 20 0,12
76-270m 270 0,81 Enriquecimento
59-164m 164 0,98
60-140m 140 0,42 Enriquecimento
61-260m 260 0,78 Uma margem
62-520m 520 3,12
Nascente TM 43 Nada a fazxer
Sub-Total 8,00

B2 Nascente TM 44 0,39 Enriquecimento


Nascente TM 45 0,39 Enriquecimento
Nascente TM 46 0,39 Enriquecimento
Nascente TM 47 0,39 Enriquecimento
Nascente TM 48 Nada a fazxer
Nascente TM 22 0,79
77 - 574 574 3,44
Sub-Total 5,80

Total Parte B 13,80

Total 26,06

(CONTINUA)

599
SUB-MICROBACIAS PARTE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)

TM3 A Nascente TM 1 Nada a fazxer


63-109m 109 0,65
Nascente TM 2 Nada a fazxer
64-76m 76 0,23 Uma margem
65-36m 36 0,22
66-250m 250 1,50
Sub-Total 2,60

B Nascente TM 3 Nada a fazxer


Nascente TM 4 0,39 Enriquecimento
Nascente TM 5 0,39 Enriquecimento
67-98m 98 0,29 Enriquecimento
Nascente TM 6 0,39 Enriquecimento
68-130m 130 0,39 Enriquecimento
Nascente TM 7 Nada a fazxer
Nascente TM 8 0,39 Enriquecimento
Nascente TM 9 0,39 Enriquecimento
Nascente TM 10 Nada a fazxer
69-122m 122 0,37 Enriquecimento
70-200m 200 0,60 Uma margem
71-466m 466 1,40 Uma margem
Sub-Total 5,01

C Nascente TM 11 Nada a fazxer


Nascente TM 12 Nada a fazxer
Nascente TM 13 Nada a fazxer
Nascente TM 14 0,79
73-50m 50 0,30
Nascente TM 15 0,39 Enriquecimento/Possível Voçoroca
Nascente TM 16 Nada a fazxer
Nascente TM 17 Nada a fazxer
Nascente TM 18 0,39 Enriquecimento/Possível Voçoroca
Nascente TM 19 0,39 Enriquecimento/Possível Voçoroca
Nascente TM 20 Nada a fazxer
Nascente TM 21 0,79
75 -1638m 1638 4,91 Enriquecimento
Sub-Total 7,96

Total 15,57

TOTAL GERAL DA MICROBACIA 63,53

Já a quantificação da restauração que deve ser realizada só nas APPs das nascentes dessa
microbacia é apresentada nas tabelas abaixo.

600
X-32 Quantificação do número de nascentes, do tipo e da área de revegetação das APPs - Microbacia
Hidrográfica do Tico/Moinho.
SUB-MICROBACIAS QUANTIDADE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)

TM1 1 Nascente TM 49 0,39 Enriquecimento


2 Nascente TM 52 0,39 Enriquecimento
3 Nascente TM 58 0,39 Enriquecimento
4 Nascente TM 60 0,39 Enriquecimento
5 Nascente TM 61 0,39 Enriquecimento
6 Nascente TM 62 0,39 Enriquecimento
7 Nascente TM 63 0,39 Enriquecimento
8 Nascente TM 64 0,39 Enriquecimento
9 Nascente TM 65 0,39 Enriquecimento
10 Nascente TM 66 0,39 Enriquecimento

Sub-Total 3,93

1 Nascente TM 50 0,00 Nada a fazer


2 Nascente TM 51 0,00 Nada a fazer

Sub-Total 0,00

1 Nascente TM 53 0,00 Não existe mais


2 Nascente TM 55 0,00 Não existe mais
3 Nascente TM 56 0,00 Não existe mais
4 Nascente TM 59 0,00 Não existe mais

Sub-Total 0,00

1 Nascente TM 53B 0,79


2 Nascente TM 54 0,79
3 Nascente TM 57 0,79

Sub-Total 2,36

Sub-Total do TM1 6,28

TM2
1 Nascente TM 26 0,39 Enriquecimento
2 Nascente TM 27 0,39 Enriquecimento
3 Nascente TM 28 0,39 Enriquecimento
4 Nascente TM 33 0,39 Enriquecimento
5 Nascente TM 35 0,39 Enriquecimento
6 Nascente TM 36 0,39 Enriquecimento
7 Nascente TM 44 0,39 Enriquecimento
8 Nascente TM 45 0,39 Enriquecimento
9 Nascente TM 46 0,39 Enriquecimento
10 Nascente TM 47 0,39 Enriquecimento

Sub-Total 3,93

1 Nascente TM 22C 0,00 Nada a fazxer


2 Nascente TM 31 0,00 Nada a fazxer
3 Nascente TM 32 0,00 Nada a fazxer
4 Nascente TM 43 0,00 Nada a fazxer
5 Nascente TM 48 0,00 Nada a fazxer

Sub-Total 0,00

1 Nascente TM 23 0,00 Não existe mais


2 Nascente TM 24 0,00 Não existe mais
3 Nascente TM 29 0,00 Não existe mais
4 Nascente TM 30 0,00 Não existe mais
5 Nascente TM 34 0,00 Não existe mais
6 Nascente TM 37 0,00 Não existe mais

Sub-Total 0,00

1 Nascente TM 22A 0,79


2 Nascente TM 22B 0,79
3 Nascente TM 41 0,79
4 Nascente TM 42 0,79
5 Nascente TM 25 0,79
6 Nascente TM 38 0,79
7 Nascente TM 39 0,79
8 Nascente TM 22 0,79

Sub-Total 6,28

Sub-Total do TM2 10,21

(CONTINUA)

601
SUB-MICROBACIAS QUANTIDADE TRECHOS RECUPERAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRIMENTO ÁREA
(m) (ha)

TM3
1 Nascente TM 4 0,39 Enriquecimento
2 Nascente TM 5 0,39 Enriquecimento
3 Nascente TM 6 0,39 Enriquecimento
4 Nascente TM 8 0,39 Enriquecimento
5 Nascente TM 9 0,39 Enriquecimento
6 Nascente TM 15 0,39 Enriquecimento/Possível Voçoroca
7 Nascente TM 18 0,39 Enriquecimento/Possível Voçoroca
8 Nascente TM 19 0,39 Enriquecimento/Possível Voçoroca

Sub-Total 3,14

1 Nascente TM 1 0,00 Nada a fazxer


2 Nascente TM 2 0,00 Nada a fazxer
3 Nascente TM 3 0,00 Nada a fazxer
4 Nascente TM 7 0,00 Nada a fazxer
5 Nascente TM 10 0,00 Nada a fazxer
6 Nascente TM 11 0,00 Nada a fazxer
7 Nascente TM 12 0,00 Nada a fazxer
8 Nascente TM 13 0,00 Nada a fazxer
9 Nascente TM 16 0,00 Nada a fazxer
10 Nascente TM 17 0,00 Nada a fazxer
11 Nascente TM 20 0,00 Nada a fazxer

Sub-Total 0,00

1 Nascente TM 14 0,79
2 Nascente TM 21 0,79

Sub-Total 1,57

Sub-Total do TM3 4,71

TOTAL GERAL DA MICROBACIA 21,21 HECTARES

Por fim, a quantificação e o custo da restauração, por tipo de APP da microbacia são
apresentados na tabela abaixo.

X-33 Quantificação, especificação e orçamentação da recuperação de APPs de nascentes e cursos d'água da


microbacia do Tico/Moinho.

ÁREA DE PROTEÇAO ÁREA CUSTO CUSTO TOTAL


PERMANENTE POR
TICO/MOINHO HECTARE
(Ha) (R$) (R$)

Cursos d'gua 42,32 20.000,00 846.420,00

Nascentes 21,21 20.000,00 424.116,00

Total 63,53 20.000,00 1.270.536,00

Custo por Hectare: Correponde a plantio, replantio e manutenção por dois anos

QUANTIFICAÇAO TOTAL DE RECUPERAÇÃO

Enfatiza-se que na quantificação do número de nascentes de cabeceira apontadas nesse trabalho


foram considerados dois tipos de levantamentos:
a) As previstas segundo as cartas do IGC e,

602
b) As efetivamente existentes nas microbacias de Vinhedo diagnosticadas através das visitas a
campo, bem como análise dos indícios hidrológicos utilizando as imagens do Google Hearth
Pro. Os dados são apresentados na tabela abaixo.

X-34 Quantificação do número de nascentes de cabeceira previstas segundo as Cartas do IGC, bem como as
efetivamente existentes nas microbacias de Vinhedo.

CARACTERIZAÇÃO DA NASCENTE (1)

ORDEM MICROBACIA PARTE


HÁ NÃO HÁ PROVAVELMENTE NÃO TOTAL
HÁ VISITADA

1 ÁGUA DO BURACÃO
Lado Direito 4 3 22 3 32
Lado Esquerdo 12 3 16 0 31

SUB-TOTAL 16 6 38 3 63

TOTAL DE NASCENTES QUE ESFETIVAMENTE EXISTEM NA MICROBACIA 57

2 BOM JARDIM
Parte L1 2 0 2 0 4
Parte L2 2 1 7 1 11
Parte L3 2 0 1 0 3
Parte L4 8 2 9 2 21

SUB-TOTAL 14 3 19 3 39

TOTAL DE NASCENTES QUE ESFETIVAMENTE EXISTEM NA MICROBACIA 36

3 CACHOEIRA/PINHEIRINHO
Parte Cabeceira 6 6 7 5 24
Parte Exutório 4 1 2 0 7

SUB-TOTAL 10 7 9 5 31

TOTAL DE NASCENTES QUE ESFETIVAMENTE EXISTEM NA MICROBACIA 24

4 CAPIVARI
Parte CP1 15 14 20 0 49
Parte CP2 11 6 8 21 46

SUB-TOTAL 26 20 28 21 95

TOTAL DE NASCENTES QUE ESFETIVAMENTE EXISTEM NA MICROBACIA 75

5 JUAZEIRO/CRUZEIRO 5 2 2 0 9

SUB-TOTAL 5 2 2 0 9

TOTAL DE NASCENTES QUE ESFETIVAMENTE EXISTEM NA MICROBACIA 7

(CONTINUA)

603
(1)
CARACTERIZAÇÃO DA NASCENTE

ORDEM MICROBACIA PARTE


HÁ NÃO HÁ PROVAVELMENTE NÃO TOTAL
HÁ VISITADA

6 MARAMBAIA 11 0 2 0 13

SUB-TOTAL 11 0 2 0 13

TOTAL DE NASCENTES QUE ESFETIVAMENTE EXISTEM NA MICROBACIA 13

7 PACIÊNCIA E CRISTO
Lado PC1 4 1 11 2 18
Lado PC2 9 4 5 4 22

SUB-TOTAL 13 5 16 6 40

TOTAL DE NASCENTES QUE ESFETIVAMENTE EXISTEM NA MICROBACIA 35

8 SANTA CÂNDIDA 6 4 16 1 27

SUB-TOTAL 6 4 16 1 27

TOTAL DE NASCENTES QUE ESFETIVAMENTE EXISTEM NA MICROBACIA 23

9 SÃO BENTO / CAPELA


Parte SC1 2 0 7 0 9
Parte SC2 4 0 4 3 11

SUB-TOTAL 6 0 11 3 20

TOTAL DE NASCENTES QUE ESFETIVAMENTE EXISTEM NA MICROBACIA 20

10 STERZECK 6 0 2 0 8

SUB-TOTAL 6 0 2 0 8

TOTAL DE NASCENTES QUE ESFETIVAMENTE EXISTEM NA MICROBACIA 8

11 TICO/MOINHO
Parte TM1 5 4 4 6 19
Parte TM2 2 6 17 4 29
Parte TM3 3 0 18 0 21

SUB-TOTAL 10 10 39 10 69

TOTAL DE NASCENTES QUE ESFETIVAMENTE EXISTEM NA MICROBACIA 59

TOTAL 357

(1) HÁ: Comprovada sua existëncia pela visita a campo e/ou presença de corpos d'água a jusante.
NÃO HÁ: Nascente que desapareceu ou nunca existiu.
(1) HÁ: Comprovada
PROVAVELMENTE HÁ: sua existência
Nascente pela efetiva
sem comprovação
NÃO VISITADA: Acesso ainda não possível.
visita a campo
da existência, e/ou
porém presença
com fortes vestígios. de corpos d'água a jusante.

NÃOTOTAL
HÁ:DENascente queESFETIVAMENTE
NASCENTES QUE desapareceu ou nunca
EXISTEM existiu.
NA MICROBACIA: Soma de todas as nascentes indicadas na Carta do IGC, excluindas as caracterizadas como não mais existentes.

PROVAVELMENTE HÁ: Nascente sem comprovação efetiva da existência, porém com fortes vestígios.
NÃO VISITADA: Acesso ainda não possível.
TOTAL DE NASCENTES QUE ESFETIVAMENTE EXISTEM NA MICROBACIA: Soma de todas as nascentes
indicadas na Carta do IGC, excluídas as caracterizadas como não mais existentes.

A totalização da quantificação do número de nascentes, do tipo e da área de revegetação da


APP, para todo o município de Vinhedo é apresentada na Tabela-Resumo abaixo.

604
X-35 Totalização da quantificação do número de nascentes, do tipo e da área de revegetação da APP, para
todo o município de Vinhedo.

Ordem Microbacia Tipo de Recomposição Total Área CUSTO


(ha) (R$)
Enriquecimento Nada à fazer Completo

1 ÁGUA DO BURACÃO 20 21 16 57 20,3 406.554,00

2 BOM JARDIM 13 11 12 36 14,5 289.344,00

3 CACHOEIRA/PINHEIRINHO 7 13 4 24 5,9 117.810,00

4 CAPIVARI 43 27 5 75 22,3 446.994,00

5 JUAZEIRO/CRUZEIRO 6 1 0 7 3,4 68.520,00

6 MARAMBAIA 0 13 0 13 0,0 0,00

7 PACIÊNCIA E CRISTO 10 7 18 35 18,1 361.284,00

8 SANTA CÂNDIDA 8 11 4 23 6,3 125.600,00

9 SÃO BENTO / CAPELA 7 13 0 20 2,7 54.978,00

10 STERZECK 1 6 1 8 1,2 23.562,00

11 TICO/MOINHO 28 18 13 59 21,2 424.116,00

TOTAL 143 141 73 357 115,9 2.318.762,00

Custo de Revegetação da APP (ha) R$ 20.000,00

A totalização da recuperação das APPs para todo o município de Vinhedo é apresentada na


Tabela-Resumo abaixo, em que foram consideradas apenas as nascentes efetivamente existentes e os
trechos de cada curso d'água que compõem a rede hidrológica da microbacia.

605
X-36 Totalização para todo o município de Vinhedo da recuperação de APPs de nascentes efetivamente
existentes e cursos d'água das microbacias de Vinhedo e a orçamentação.

ORDEM MICROBACIA ÁREA CUSTO


(ha) (R$)

1 ÁGUA DO BURACÃO 76,09 1.521.714,00

2 BOM JARDIM 51,72 1.034.364,00

3 CACHOEIRA/PINHEIRINHO 35,83 716.670,00

4 CAPIVARI 112,47 2.249.454,00

5 JUAZEIRO/CRUZEIRO 9,95 198.960,00

6 MARAMBAIA 3,53 70.620,00

7 PACIÊNCIA E CRISTO 61,02 1.220.304,00

8 SANTA CÂNDIDA 34,31 686.120,00

9 SÃO BENTO / CAPELA 19,21 384.258,00

10 STERZECK 3,25 65.082,00

11 TICO/MOINHO 63,53 1.270.536,00

TOTAL GERAL DA MICROBACIA 470,90 9.418.082,00

Custo de Revegetação da APP (ha) R$ 20.000,00

606

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