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PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO

(PMSB)

Santa Cecília do Sul


2020

1
PREFEITA DO MUNICÍPIO DE SANTA CECÍLIA DO SUL

Jusene Consoladora Peruzzo

VICE-PREFEITO DO MUNICÍPIO DE SANTA CECÍLIA DO SUL

João Sirineu Pelissaro

CONSULTORIA

Aquabona Assessoria Ambiental e Segurança do Trabalho LTDA

2
EQUIPE TÉCNICA

Elizeo Renosto: Eng. Sanitarista e Ambiental

COLABORAÇÃO

Equipe técnica da Secretaria Municipal da Agricultura e Meio Ambiente


Secretaria Municipal de Obras
Secretaria Municipal da Educação
Secretaria Municipal da Saúde
Secretaria Municipal de Administração
Secretaria da Fazenda
Secretaria de habitação e Assistência Social
EMATER/ASCAR – Santa Cecília do Sul
Cooperativa de Trabalho dos Recicladores de Resíduos Orgânicos e Inorgânicos
LTDA (COPERCICLA)

3
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO

RELATÓRIO TÉCNICO FINAL

PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA CECÍLIA DO SUL


SANTA CECÍLIA DO SUL - RS

Março, 2020

4
APRESENTAÇÃO

O presente documento consiste no Plano Municipal de Saneamento Básico do


Município de Santa Cecília do Sul, desenvolvido em conformidade com a Lei Federal nº
11.445/07, que estabelece a Política Nacional de Saneamento, e tendo em vista que o
cumprimento das diretrizes estabelecidas pela Lei nº. 12.305/2010 deixa de ser voluntário e passa
a ser obrigatório, é exigido que os Estados e Municípios apresentem seus Planos Municipais de
Saneamento Básico para que possam firmar convênios e contratos com a União para repasse de
recursos nos programas destinados a empreendimentos e serviços relacionados à limpeza urbana
e ao manejo de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por incentivos ou financiamentos de
entidades federais de crédito ou fomento para tal finalidade.
O Plano Municipal de Saneamento Básico de Santa Cecília do Sul integrou em seu
diagnostico a avaliação dos serviços nos quatro eixos do Saneamento Básico, (abastecimento de
água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos e drenagem e
manejo das águas pluviais), identificando as interfaces e as possíveis formas de integração das
funções e atividades de gestão desses componentes, tais como:

• Promover a adequação e integração das propostas do Plano Municipal de Saneamento


Básico e diretrizes das Leis Municipais vigentes;
• Promover a integração das propostas do Plano Municipal de Saneamento Básico aos
demais planos locais e regionais das políticas de saúde, habitação, mobilidade, meio
ambiente, recursos hídricos, prevenção de risco e inclusão social.
• Promover a compatibilização do Plano Municipal de Saneamento Básico com os Planos
de Bacias Hidrográficas onde o município estiver inserido.

Por meio deste plano, o município de Santa Cecília do Sul terá as informações
necessárias para implantar, de forma gradativa, um gerenciamento racional, melhorando a
qualidade de vida da população, além de conscientizá-la.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas


ANTT- Agência Nacional de Transportes Terrestres
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária
CNEM – Comissão Nacional de Energia Nuclear
CNRH - Conselho Nacional de Recursos Hídricos
CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente
COPERCICLA - Cooperativa de Trabalho dos Recicladores de Resíduos Orgânicos e Inorgânicos
DSMA - Departamento de Segurança e Meio Ambiente
EPC – Equipamento de Proteção Coletiva
EPI – Equipamento de Proteção Individual
FEE – Fundação de Economia e Estatística
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICMS – Impostos sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
IDH – Índice de Desenvolvimento Humano
IDHM - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
NBR – Norma Brasileira
NR – Norma Regulamentadora
ODM - Objetivos de Desenvolvimento do Milênio
PAC – Programa de Aceleração do Crescimento
PGIRS – Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos
PGRS – Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
PGRSS – Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde
PIB – Produto Interno Bruto
PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos
PNSB – Pesquisa Nacional de Saneamento Básico
RDC - Resolução da Diretoria Colegiada

6
RNTRC - Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Carga.
RSS – Resíduos Serviço de Saúde
SNIS – Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento
SNSA - Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental

Sumário

1 PLANO DE TRABALHO ......................................................................................11


2 CARACTERIZAÇÃO GERAL DO MUNICÍPIO ..............................................11
2.1 Histórico........................................................................................................... 11
2.1.1 Origem Italiana ..........................................................................................13
2.2 Abrangência geográfica ...................................................................................... 14
2.3 Caracterização do território ......................................................................... 15
2.3.1 Ordenamento Territorial - Zona Urbana....................................................17
2.3.1.1 População residente urbana .......................................................................17
2.3.2 Ordenamento Territorial - Zona Rural.......................................................18
2.3.2.1 População residente rural...........................................................................18
2.3.3 Aspectos socioeconômicos ........................................................................18
2.4 Aspectos ambientais......................................................................................... 18
2.4.1 Relevo ........................................................................................................19
2.4.2 Geologia.....................................................................................................20
2.4.3 Clima .........................................................................................................22
2.4.3.1 Temperatura ...............................................................................................23
2.4.3.2 Chuva ........................................................................................................24
2.4.4 Fauna .........................................................................................................25
2.4.4.1 Vegetação ..................................................................................................25
2.4.5 Hidrografia.................................................................................................27
2.4.6 Estrutura Administrativa .......................................................................30
3 COLETA DE DADOS ............................................................................................30
4 LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS ............................................................31
4.1 LEIS DECRETOS, PORTARIAS E RESOLUÇÕES ................................ 31
4.2 NORMAS TÉCNICAS - ABNT .................................................................... 32
5 ASPECTOS ANTRÓPICOS E SOCIAIS .............................................................33
5.1 Densidade demográfica ................................................................................. 33
5.2 Infraestrutura Viária ......................................................................................... 33
6 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ..................................................34
6.1.1 Abastecimento de Água ...........................................................................34
6.1.2 Zona Urbana ............................................................................................34
6.1.2.1 Captação ...................................................................................................34
6.1.2.2 Tratamento ...............................................................................................35

7
6.1.2.3 Produção ...................................................................................................35
6.1.2.4 Reservação................................................................................................35
6.1.2.5 Ligações ....................................................................................................36
6.1.2.6 Estruturação de tarifação .......................................................................36
6.1.3 Zona rural ................................................................................................36
7 ESGOTAMENTO SANITÁRIO ...........................................................................37
7.1 Sistema de esgotamento sanitário ................................................................. 37
7.2 Diagnóstico do sistema de esgotamento sanitário ....................................... 38
8 LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS .........................38
8.1 Diagnóstico da situação dos resíduos sólidos gerados no Município de
Santa Cecília do Sul................................................................................................... 39
8.1.1 Resíduo doméstico.....................................................................................40
8.1.1.1 Responsabilidade .......................................................................................40
8.1.1.2 Coleta Convencional..................................................................................41
8.1.1.3 Itinerário e Frequência de Coleta...............................................................43
8.1.1.4 Condicionamento e armazenamento ..........................................................43
8.1.1.5 Transporte ..................................................................................................47
8.1.1.6 Tratamento e Disposição Final ..................................................................48
8.1.1.7 Caracterização Física dos Resíduos Sólidos Domésticos ..........................55
8.1.1.8 Produção Per Capita de Resíduos Domésticos ..........................................59
8.2 GERAÇÃO DE RESÍDUOS DA COLETA SELETIVA ................................ 60
8.2.1 Limpeza Pública ........................................................................................62
8.2.1.1 Responsabilidade .......................................................................................62
8.2.1.2 Infraestrutura de coleta ..............................................................................63
8.2.1.3 Acondicionamento e armazenamento ........................................................63
8.2.1.4 Setores, rotas e frequência .........................................................................63
8.2.1.5 Equipe de trabalho, frota, ferramentas e equipamentos.............................64
8.2.2 Resíduos de Serviço de Saúde ...................................................................66
8.2.2.1 Responsabilidade .......................................................................................66
8.2.2.2 Infraestrutura de coleta ..............................................................................66
8.2.2.3 Acondicionamento .....................................................................................66
8.2.2.4 Armazenamento, coleta e transporte .........................................................67
8.2.2.5 Destinação Final ........................................................................................67
8.2.2.6 Dificuldades encontradas...........................................................................68
8.2.3 Resíduos Industriais...................................................................................68
8.2.3.1 Responsabilidade .......................................................................................68
8.2.3.2 Coleta e armazenamento ............................................................................68
8.2.3.3 Transporte e Destinação Final ...................................................................69
8.2.4 Resíduos da Construção Civil....................................................................69
8.2.4.1 Responsabilidade .......................................................................................69
8.2.4.2 Coleta e armazenamento............................................................................69
8.2.4.3 Transporte e Destinação Final ...................................................................70
8.2.5 Pilhas e baterias .........................................................................................71
8.2.5.1 Coleta e armazenamento ............................................................................71

8
8.2.6 Lâmpadas Fluorescentes ............................................................................71
8.2.6.1 Coleta e armazenamento ............................................................................71
8.2.7 Pneus..........................................................................................................71
8.2.7.1 Coleta e armazenamento ............................................................................71
8.2.8 Óleos e Graxas ...........................................................................................71
8.2.8.1 Coleta e armazenamento ............................................................................72
8.2.9 Resíduo Agrícola .......................................................................................72
8.2.9.1 Coleta e armazenamento ............................................................................72
8.2.9.2 Transporte e Destinação Final ...................................................................72
8.2.10 Resíduos Volumosos .................................................................................73
8.2.10.1 Coleta e armazenamento ........................................................................73
8.2.10.2 Transporte e Destinação Final ...............................................................73
8.3 Identificação dos resíduos sólidos e dos geradores sujeitos a plano de
gerenciamento específico ou para sistema de logística reversa .................................. 73
9 DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS ...........................................76
9.1 Área urbana ......................................................................................................... 77
9.2 Área rural ....................................................................................................... 78
10 PROGNÓSTICOS ..............................................................................................79
10.1 Prognóstico e objetivos do plano municipal de saneamento ...................... 79
10.2 Objetivos gerais do plano de saneamento .................................................... 79
11 PLANOS DE AÇÕES E PROJETOS .....................................................................81
11.1 Ações prioritárias na área do saneamento básico ....................................... 82
11.2 Ações para o sistema de abastecimento de água potável ................................. 83
11.3 Ações para o sistema de esgotamento sanitário ............................................... 85
11.4 Ações para o sistema de limpeza urbana e resíduos sólidos ........................ 87
11.5 Ações para o sistema de drenagem e manejo de águas .................................... 89
11.6 Ações para o desenvolvimento institucional.................................................... 90
11.7 Ações para emergências e contingências ......................................................... 90
11.8 Abastecimento de água potável ....................................................................... 91
11.9 Esgotamento sanitário ...................................................................................... 91
11.10 Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos ............................................. 91
11.11 Manejo de águas pluviais e drenagem urbana .............................................. 92
12 AVALIAÇÃO REVISÃO E ENCERRAMENTO ...............................................92
12.1.1 Serão instrumentos deste sistema o (a): .....................................................93
12.1.2 Promoção do direito à cidade ....................................................................93
12.1.3 Promoção da saúde e a qualidade de vida .................................................94
12.1.4 Promoção da sustentabilidade ambiental ...................................................94
12.1.5 Melhoria do gerenciamento e da prestação de serviços ............................94
12.2 Revisão do plano municipal de saneamento .................................................... 95
12.3 Acompanhamento monitoramento e avaliação ................................................ 95
12.4 Elaboração do sistema municipal de informações de saneamento básico ....... 96
12.5 Aprovação do plano municipal de saneamento básico .................................... 97
12.6 Relatório final do plano de saneamento básico................................................ 98
13 CARACTERIZAÇÃO SANITÁRIA E EPIDEMIOLÓGICA.............................99

9
13.1 Habitação ......................................................................................................... 99
14 PROJEÇÃO POPULACIONAL ..........................................................................99
14.1 Taxa de crescimento populacional ................................................................. 100
15 PROGÓSTICOS DAS NECESSIDADES DE SERVIÇOS PÚBLICOS DE
SANEAMENTO ............................................................................................................101
15.1 Sistema de abastecimento de água potável e esgotamento sanitário ............. 101
15.2 Projetos existentes.......................................................................................... 102
15.2.1 Projeção das necessidades de Drenagem e manejo de Águas Pluviais ...102
15.3 ALTERNATIVA DE COMPATIBILIZAÇÃO DAS CARÊNCIAS DE
SERVIÇOS PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO COM AS AÇÕES
DECORRENTES DO PLANO ................................................................................. 103
15.4 Cenário alternativos das demandas por serviços de saneamento básico........ 104
15.4.1 Cenário Tendencial ..................................................................................106
15.4.2 Cenário de universalização ou desejável .................................................107
15.4.3 Cenário normativo ...................................................................................108
16 IDENTIFICAÇÃO DE ALTERNATIVAS DE GASTÃO DOS SERVIÇOS
PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO .................................................................110
16.1 PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO
111
16.1.1 Prestação direta ........................................................................................111
16.1.2 Prestação Indireta – Delegação por concessão, permissão, autorização ou
terceirização ............................................................................................................112
17 PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES NECESSÁRIAS PARA ATINGIR OS
OBJETIVOS E AS METAS ..........................................................................................113
17.1 FORMULAÇÃO DE ESTRATÉGIAS, POLÍTICAS E DIRETRIZES ARA
ALCANÇAR OS OBJETIVOS E METAS .............................................................. 113
ANEXOS .......................................................................................................................115
ANEXO 01 ....................................................................................................................116
FOLHA DE ASSINATURA .........................................................................................116
ANEXO 02 ....................................................................................................................117
PLANILHA SIMPLIFICADA DAS METAS ...............................................................117
ANEXO 03 ....................................................................................................................124
ATA DE ASSINATURA DA AUDIÊNCIA PUBLICA ..............................................124
ANEXO 04 ....................................................................................................................127
ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA (ART) ....................................127

10
1 PLANO DE TRABALHO

Para efeito da Lei nº 11.445/07, considerou-se o saneamento básico, como um conjunto


de serviços, infraestrutura e instalações operacionais de:
• Abastecimento de água potável;
• Esgotamento sanitário;
• Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos;
• Drenagem e manejo das águas pluviais urbanas;
• Controle de vetores;

2 CARACTERIZAÇÃO GERAL DO MUNICÍPIO

2.1 Histórico

O território do município de Santa Cecília do Sul, até o ano de 1900, aproximadamente,


era povoado por caboclos. Foi por volta do ano de 1915, que a família Fernandes adquiriu uma
grande gleba de terras, passando a denomina-la de Fazenda Santa Cecília.

Seus proprietários destinaram uma área para o povoamento atribuindo-lhe o nome de


fazenda. A colonização do local começou quando a empresa Goelzer e Almeida adquiriu uma
área de terras do governo para dividi-la em lotes rurais. A escritura foi lavrada em 17 de novembro
de 1928 no cartório de imóveis de Passo Fundo.

No início de colonização este lugar chamava-se “Paiol Grande” porque havia no centro
da vila um grande galpão que servia de pousada para os tropeiros da época. Uma das preocupações
dos primeiros colonizadores foi a educação, não havendo prédios escolares, as aulas eram
ministradas em casas particulares e, após, na capela construída no povoamento. Foi somente no
ano de 1964 que foi construído o primeiro prédio escolar em terreno doado pelos pais dos alunos,
a Escola de 1º Grau leva o nome de Belarmino Américo de Veiga.

A Vila de Santa Cecília pertencia ao distrito de Água Santa, esta ao município de Passo
Fundo.

11
Após a emancipação de Tapejara, passou a condição de distrito de Tapejara, sob Leis
nº68/57 de 11 de novembro de 1957. A instalação do referido distrito deu-se no dia 05 de janeiro
de 1958, com sede no mesmo povoado. A partir daquela data, o distrito estaria sob administração
própria obedecendo às atribuições de subprefeitos inseridas na Lei Orgânica do Município de
Tapejara.

Com o passar dos anos, a comunidade cecíliense cultivou o desejo de tornar-se


independente, organizando uma comissão emancipatória para os encaminhamentos legais,
realizando sua primeira reunião em 28 de março de 1993. Inúmeras outras reuniões se sucederam
e, após várias tentativas junto ao governo do estado foi concedida a liberação para a realização do
plebiscito emancipatório, em 24 de março de 1996, o qual revelou o desejo de 85% da população
pela emancipação. Em 16 de abril de 1996 é criado o município de Santa Cecília do Sul pela Lei
Nº 10.763 (juntamente com outros 30 novos municípios do Estado), sendo Instalado oficialmente
em 01 de janeiro de 2001 tendo em vista atrasos nos trâmites burocráticos que impediram sua
intalação em 1º de janeiro de 1997.

Figura 1: Bandeira Municipal

12
2.1.1 Origem Italiana

Segundo Piazzetta (2008), após a bem sucedida experiência de colonização alemã no Rio
Grande do Sul, fundada em 1824, o governo imperial brasileiro iniciou um processo semelhante
com imigrantes de origem italiana. Assim, em 1875, começaram a chegar, na província de São
Pedro do Rio Grande do Sul, as primeiras família de imigrantes italianos sendo que o vênetos
constituíram-se no contingente mais numeroso, atingindo no final a percentagem de 54% do total
dos italianos desembarcados no Estado.

Nessa época o Rio Grande do Sul já contava com uma população de aproximadamente
400 mil habitantes e o governo provincial aproveitando a doação de terras, de acordo com a lei
imperial de 1848, iniciou uma política imigratória, sendo a primeira província a fundar colônias
com fundos próprios, podendo assim administrá-los por conta própria. Em 1875 iniciou a criação
de quatro novos núcleos destinados ao assentamento de colonos imigrantes italianos.

Assim foram fundadas as Colônias de Dona Isabel e Conde D’ EU (logo mais conhecidas
como Bento Gonçalves e Garibaldi respectivamente), a Colônia Fundos de Nova Palmira (depois
rebatizada de Colônia Caxias) e a Colônia Silvestre Martins, também conhecida como 4º. Colônia,
por ter sido o quarto núcleo de colonização de municípios gaúchos. Temos então:

1. Colônia Caxias deu origem a Caxias do Sul, Flores da Cunha, Farroupilha e São Marcos;
2. Colônia Dona Isabel formou Bento Gonçalves;
3. Colônia Conde D’ Eu originou Garibaldi e Carlos Barbosa;
4. Colônia Silveira Martins deu origem às cidades de Silveira Martins, Vale Vêneto, Ivorá,
Nova Palma, Faxinal do soturno, São João do Polêsine e Santa Maria.

A partir de 1884, uma vez totalmente ocupadas esses quatro núcleos pioneiros, foram sendo
criadas outras colônias do outro lado do Rio das Antas e assim surgiram:
1. Colônia Antonio Prado, deu origem ao atual município de mesmo nome;
2. Colônia Alfredo Chaves, deu origem a Veranópolis, Nova Prata, Nova Bassano e
Cotiporã;
3. Colônia Guaporé, origem dos municípios de Guaporé, Encantado, Muçum, Serafina
Correa e Casca;

13
4. Colônia encantado, originou os municípios de encantamento e Nova Bréscia.

Ponto importante a ser considerado na colonização italiana de Santa Cecília do Sul é a


religiosidade. As capelas são o marco na paisagem do município, constituído pólos de atração
populacional e organização comunitária, a saber: Linha Fernandes; Linha Santana; Santo
Antônio; Santa Catarina; São Marcos; Santa Terezinha; São Valentim; Vista Alegre.

2.2 Abrangência geográfica

A abrangência geográfica deste PMSB limita-se as divisas do Município, que tem:


- Ao Norte: Tapejara;
- Ao Sul: Caseiros e Ciríaco;
- Ao Leste: Ibiaçá;
- Ao Oeste: Água Santa.

Figura 2: Limites Municipais.

14
Fonte IBGE, 2012.

2.3 Caracterização do território

A caracterização do município foi realizada com os dados gerais obtidos através da FEE
(Fundação de Economia e Estatística), FAMURS (Federação das Associações de Municípios do
Rio Grande do Sul), Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil e IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística).
O Município de Santa Cecília do Sul está localizado na Região Noroeste do Estado do
Rio Grande do Sul, Integra a Microrregião de Passo Fundo, AMUNOR – Associação dos
Municípios do Nordeste Riograndense, distante da Capital do Estado 291 km, conforme
apresentado.

Localização

• Endereço: A Prefeitura Municipal tem sua sede na RUA PORTO ALEGRE, 591,
• CEP: 99952-000.
• Porte do Município: Micro

15
• Acesso: Tem como via de acesso a BRS-116 ERS-240 ERS-122 ERS-446 BRS-470 ERS-324
ERS-129 BRS-285 ERS-430
Acesso ao Município

Fonte: Google Mapas, 2012

• Lei de criação: Tem sua data de criação em 16/04/1996 Lei 10.763


• Posição Geográfica: latitude 28º 09' 40" S e longitude 51º 55' 52" O

Quadro 1: Dados Município


Estado Município População Área Bioma

RS SANTA CECÍLIA DO 1.644 hab. 200 km2 Mata


SUL Atlântica

Fonte: IBGE, 2018.

Quadro 2: Síntese demográfica

Síntese Demográfica

Ano 1970 1980 1991 2000 2010


População Total - - - - 1655
Masculina - - - - 839

16
Feminina - - - - 816
Urbana - - - - 480
Rural - - - - 1175
Taxa de Urbanização (%) - - - - -

Fonte: Autores

Quadro 3:Dados referente ao Município


Caracterização do Território Mesorregião Sudoeste Rio-Grandense e Região
Geográfica Sul
Área 200 km2
Densidade Demográfica 8,3
Altitude da Sede 627
Ano de Instalação 16/04/1996
Distância da Capital do Estado 291 Km
Microrregião Passo Fundo
Mesorregião
Noroeste Rio-Grandense

Fonte: www.brasilemcidades.gov.br

2.3.1 Ordenamento Territorial - Zona Urbana

É delimitada pelo perímetro urbano legal, divide-se em: Zona Urbana de Ocupação
Prioritária e Zona de Expansão Urbana.
▪ A Zona Urbana de Ocupação Prioritária é composta pelas áreas da cidade efetivamente
ocupadas, servidas por ruas e glebas a elas contíguas, formada pelos bairros e centro do município.
▪ A Zona de Expansão Urbana é constituída pelas áreas da cidade situadas entre a Zona
Urbana de Ocupação Prioritária e o Perímetro Urbano Legal.

2.3.1.1 População residente urbana

17
A população residente urbana no município, conforme IBGE 2010 é de 480 pessoas.

2.3.2 Ordenamento Territorial - Zona Rural

A zona rural do município apresenta as seguintes localidades: Santo Antônio; Linha


Fernandes; Linha Santana; Santa Terezinha; São Valentim; Vista Alegre; Santa Catarina; São
Marcos, e parte da sede próximo a cidade.

2.3.2.1 População residente rural

A população residente rural no município, conforme IBGE 2010 é de 1.175 pessoas.

2.3.3 Aspectos socioeconômicos

Para sumarização dos aspectos socioeconômicos do município, foi utilizado o IDESE


(Índice Sintético), elaborado pela FEE-RS (Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande
do Sul), que abrange um conjunto amplo de indicadores socioeconômicos com o objetivo de
mensurar o grau de desenvolvimento dos municípios do Estado.
O IDESE é inspirado no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), que abrange um
conjunto amplo de indicadores sociais e econômicos classificados em quatro blocos temáticos:
educação, renda, saneamento e saúde.
Nesse contexto, observa-se que o IDESE médio para 2008 apontou um índice de 0,633
para Santa Cecília do Sul - RS, o que inseriu o município em 410º na ordem de colocação em
relação ao total dos municípios gaúchos. Para os outros fatores, os valores encontrados foram:
- Educação: Índice de 0,864 - 169º entre os municípios gaúchos;
- Renda: Índice de 0,779 - 136º posição;
- Saneamento e Domicílios: Índice de 0,062 - 478º lugar;
- Saúde: Índice de 0,826 - 441º na classificação.

2.4 Aspectos ambientais

18
2.4.1 Relevo

Santa Cecília do Sul localiza-se na Região Sul do Brasil, no Estado do Rio Grande do
Sul, sendo que neste situa-se a nordeste, na zona de relevo do planalto médio.

O Planalto Médio se encontra na porção aplainada do Planalto, apresentando cotas que


variam de 400 a 800 metros, com relevo ondulado e fortemente ondulado, formando elevações
arredondadas (coxilhas) com declives de dezenas a centenas de metros. Já os Campos de Cima
da Serra encontram-se nas cotas superiores a 800 metros, com coxilhas alongadas com declives
suaves.
Enquanto que as encostas superior e inferior do Nordeste possuem cotas de 200 a 800
metros, com relevo forte, ondulado e montanhoso, profundamente desgastado pela erosão
regressiva causada pelos rios da região.

Hipsometria

Geomorfologia

19
Fonte: IBGE (2012)

2.4.2 Geologia

20
Grande parte do estado do Rio Grande do Sul foi recoberto pelo derrame basáltico
conhecido como Trapp do Paraná e descrito como Província Magmática do Brasil Meridional.
Esse derrame de lava basáltica ocupa toda a região do Planalto e parte da Campanha gaúcha e
pertence à formação da Serra Geral, formada no Cretáceo Inferior pela deposição de vários
derrames, sendo o material inferior rochas basálticas e o superior rochas ácidas (Maciel Filho,
1990). Devido à grande variação de ambientes considerando os tipos de vegetação, clima e
altitude, essas rochas originaram inúmeras unidades de mapeamento (UM), entre elas: UM Passo
Fundo, UM Estação, UM Erechim, UM Charrua e UM Ciríaco, identificadoras da classificação
dos solos existentes em Santa Cecília do Sul, Figura abaixo.

Geologia

21
Fonte: IBGE (2012)

2.4.3 Clima

Clima

22
2.4.3.1 Temperatura

A temperatura média anual do município fica em torno de 18ºC. O verão é instável, mas
a temperatura varia entre 28ºC e 35ºC. O inverno é bastante frio com temperaturas mínimas
variando entre 7ºC e 9°C, podendo ainda ser registrado temperaturas inferiores a 0ºC. Situado em
latitudes médias, o município sofre constantes invasões de frentes frias de origem polar
implicando em bruscas mudanças de tempo. E com isso o Município apresenta a ocorrência de
geadas, sendo em sua maior freqüência no inverno.

23
Temperatura Média Anual

2.4.3.2 Chuva

O índice pluviométrico anual é elevado, geralmente entre 1.800 a 2.000 mm, apresentado
graficamente na Figura abaixo.
Precipitação Média Anual

24
2.4.4 Fauna

A fauna do Rio Grande do sul necessita de levantamentos mais completos com o objetivo
de identificar os animais que vivem no estado.
Os principais mamíferos presentes no estado são: ratões do banhado, tatus, Gambás,
veados, raposas, lebres; Répteis: lagartos e cobras, anfíbios: sapos e rãs. Uma variedade
considerável de aves: corujas, joão-de-barro, sabiás, papagaio charão, gralhas, canários e outros.
Artrópodes: moscas, gafanhotos, borboletas, abelhas e outros. No ambiente aquático: carpas,
jundiás, lambaris e trairão.

2.4.4.1 Vegetação

As formações vegetais que predominam na região do Planalto são campos e floresta


ombrófila mista do Planalto Médio e campos, floresta ombrófila mista e densa nos Campos de
Cima da Serra. Os campos podem ser divididos em campos de altitude e campos mistos e grossos.
Os campos de altitudes ocorrem em ambientes acima de 900 metros de altitude, com clima
temperado. Apresentam predomínio de vegetação rasteira composta por gêneros Andropogon,

25
Schyzachyrium, Bothriochloa e Trachypogon, Axonopus, Paspalum, Panicum, Festuca, Agrostis,
Poa e Trifolium.
Os campos mistos e grossos se caracterizam pela cobertura vegetal de 60% gramíneas
como o Paspalum natatum (grama forquilha) e Aristida pallens (barba de bode), leguminosas
como as do gênero Desmodium e Phaseolus. A floresta ombrófila densa ocorre em ambientes
acima de 900 metros de altitude com predomínio do pinheiro brasileiro (Araucária angustifólia)
constituindo o andar mais elevado, enquanto que o andar inferior é formado por espécies arbóreas
e arbustivas como Podocarpus (Podocarpus lambertii) e Bracatinga (Mimosa bracaatinga), além
de inúmeras espécies dos gêneros Mirtaceae, Lauraceae, Anacardiaceae e compositae. A floresta
ombrófila mista é composta pela floresta ombrófila densa e elementos de climas mais quentes,
com destaque para a erva mate (ilex paraguaiensis) ocorre principalmente na porção central do
Planalto.
Assim, a fitogeografia original da região era caracterizada essencialmente pela floresta
subtropical com araucária, típica do planalto Riograndense. As árvores nativas existentes no
município são: Cambará, Angico, Pinheiro, Bracatinga, Cedro, Tambaúva, Tarumã, Ipê, entre
outras.

Carta Vegetação

26
Fonte: IBGE (2012)

2.4.5 Hidrografia

A hidrografia do Município de Santa Cecília do Sul compreende a grande Bacia do Rio


Uruguai, sendo hidrografia com densidade concentrada, mas apresentando rios de pequena
extensão. Tal região hidrográfica abrange a porção norte, noroeste e oeste do território sul-rio-
grandense, com uma área de aproximadamente 127.031,13 km², equivalente a 47,88% da área do
Estado. Sua população total está estimada em 2416.404 habitantes, que equivale a 23,73% da

27
população do Estado, distribuídos em 286 municípios, com uma densidade demográfica em torno
de 19,02 hab./km².
O Rio Uruguai, bem como seus afluentes, a montante de Porto Lucena (RS), está muito
encaixado, apresentando-se sinuoso e com curvas meandrantes. Apresenta, também, dois
estreitamentos no leito, um a jusante de Marcelino Ramos (RS), onde o rio apresenta um leito
rochoso, bastante largo que só é todo ocupado em épocas de cheia e outro, que ocorre na reserva
do Parque Estadual do Turvo, em Tenente Portela (RS), onde o rio concentra suas águas em um
lado do leito, cuja margem esquerda é rebaixada. Nesse trecho, o Rio Uruguai recebe, entre outros,
pela margem direita, os Rios do Peixe, Irani, Chapecó, das Antas e Peperi-Guaçu e, pela margem
esquerda, os Rios Forquilha, Ligeiro, Passo Fundo, da Várzea, Guarita e Turvo. Todos se
apresentam encaixados, com corredeiras e quedas d'água em seus leitos, possuindo elevado
potencial energético, em grande parte já utilizado.
A Região Hidrográfica do Rio Uruguai está subdividida em onze unidades hidrográficas:
Apuaê-Inhandava (U-10), Passo Fundo (U-20), Turvo-Santa Rosa-Santo Cristo (U-30), Butuí-
Icamaquâ (U-40), Ibicuí (U-50), Quarai (U-60), Santa Maria (U-70), Negro (U-80), Ijuí (U-90),
Várzea (U-100) e Piratinim (U- 110).

Mapa da bacia hidrográfica do Rio Uruguai dividido em sub bacias

28
O Município de Santa Cecília do Sul pertence à Bacia Apuaê-Inhandava, que reúne todos
os rios e arroios que cruzam o Município, mas antes a isso, a cidade está compreendida na Bacia
do Arroio Boneto, pois este arroio recebe as águas dos demais arroios que passam pelo perímetro
urbano do município. Sua hidrografia possui densidade concentrada, mas apresentando rios de
pequena extensão. A configuração dos leitos dos rios do município, em sua grande maioria
estreitos, favorece um rápido aumento do nível das águas por ocasião das chuvas.
Referida unidade hidrográfica situa-se a norte-nordeste do Estado, entre as coordenadas
geográficas 27°14' e 28°45' de latitude Sul; e 50°42' e 52°26' de longitude Oeste, abrangendo 52
municípios e drenando uma área de 14.743,15 km², contando com uma população de 291.766
habitantes. Seus principais formadores são: Rio Apuaê/Ligeiro, Rio Inhandava/Forquilha, Rio
Bernardo José, Arroio Poatá, Rio Cerquinha, Rio Santana e Arroio da Divisa. O Comitê de
Gerenciamento da Bacia Hidrográfica dos Rios Apuaê-Inhandava (Ligeiro-Forquilha) foi criado
pela Decreto Estadual nº 41.490, de 18/03/2002 e instalado em setembro de 2002.

Principais Rios da região

29
2.4.6 Estrutura Administrativa

A estrutura administrativa do governo municipal é composta por secretarias que possuem


níveis de atuação e abrangência definidos por área. Estas têm como objetivo de criar condições e
realizar as metas e ações propostas. A prefeitura está constituída pelas seguintes secretarias:
• Administração;
• Fazenda;
• Agricultura e Meio Ambiente;
• Planejamento;
• Educação;
• Obras;
• Saúde;
• Habitação e Assistência Social.
• Esporte e Turismo

3 COLETA DE DADOS

30
Visando elaborar uma caracterização geral dos sistemas de água e esgoto de Santa Cecília
do Sul, seu posterior detalhamento e diagnóstico da situação atual foram realizadas análises de
dados secundários e de campo, cruzamento e informações, elaboração de mapas, gráficos e
tabelas, além de pesquisas documentais e entrevistas com técnicos e setores institucionais que
conhecem a realidade local.
As principais fontes de dados utilizados neste trabalho foram:
• SNIS – Sistema Nacional de Informações de Saneamento;
• ANA – Agência Nacional de águas;
• Prefeitura Municipal de Santa Cecília do Sul;
• IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

4 LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS

A seguir listam-se algumas legislações e normas técnicas pertinentes ao sistema de


abastecimento de água.

4.1 LEIS DECRETOS, PORTARIAS E RESOLUÇÕES

• Portaria Federal Nº 1.469 de 29/12/2000, estabelece os procedimentos e


responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo
humano e seu padrão de potabilidade, e das outras providências;
• Portaria Nº 518 do Ministério da Saúde de 25 de março de 2004 (substitui a portaria
federal nº1.469), estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e
vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá
outras providências;
• Lei Federal Nº 9.984 de 17/07/2000, dispõe sobre a criação da Agência Nacional de Água
– ANA;
• Lei Federal Nº 9.433 de 08/01/1997, Institui a política de recursos hídricos, cria o Sistema
de Gerenciamento de Recursos Hídricos;
• Lei Federal Nº 6.050 de 24/05/1974, dispõe sobre a fluoretação da água em sistemas de
abastecimento quando existir estação de tratamento;

31
• Lei Federal Nº 6.938 de 31/08/1981, cria o CONAMA (Conselho Nacional de Meio
Ambiente);
• Resolução CONAMA Nº 357 de 17/03/2005, dispões sobra a classificação dos corpos de
água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as
condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências;
• Resolução CONAMA Nº 274 de 29/11/2000, define a classificação das águas doces,
salobras e salinas essencial a defesa dos níveis de qualidade, avaliados por parâmetros e
indicadores específicos.

4.2 NORMAS TÉCNICAS - ABNT

• ABNT/NBR 10560/1988, determinação de nitrogênio amoniacal na água;


• ABNT/NBR 10561/1988, determinação de resíduos sedimentáveis na água;
• ABNT/NBR 10559/1988, determinação do oxigênio dissolvido na água;
• ABNT/NBR 10739/1989, determinação da demanda bioquímica de oxigênio (DBO) na
água;
• ABNT/NBR 12619/1992, determinação de nitrito na água;
• ABNT/NBR 12620/1992, determinação de nitrato na água;
• ABNT/NBR 12642/1992, determinação de cianeto total na água;
• ABNT/NBR 12621/1992, determinação de dureza total na água;
• ABNT/NBR 13404/1995, determinação de resíduos de pesticidas organoclorados na
água;
• ABNT/NBR 13405/1995, determinação de resíduos de pesticidas organofosforados na
água;
• ABNT/NBR 13406/1995, determinação de resíduos de fenoxiácidos clorados na água;
• ABNT/NBR 13407/1995, determinação de tri halometanos na água;
• ABNT/NBR 12213, projeto de adutora de água para abastecimento público;
• ABNT/NBR 12212, projeto de captação de água subterrânea;
• ABNT/NBR 12214, projeto de sistema de bombeamento de água para abastecimento
publico;

32
• ABNT/NBR 12217, projeto de reservatório de distribuição de água para abastecimento
público.

5 ASPECTOS ANTRÓPICOS E SOCIAIS

5.1 Densidade demográfica

Segundo dados do IBGE (2019), o município de Santa Cecília do Sul apresentava no ano de
2010, uma população equivalente a 1.655 habitantes distribuída em uma unidade territorial de
199 Km², Para estabelecer o comportamento do crescimento populacional do município de
Santa Cecília do Sul buscaram-se as informações históricas, conforme tabela abaixo.

O Quadro abaixo apresenta dados do IBGE da população de Santa Cecília do Sul dos
anos de 2007 e 2010.

Quadro 4: Informações Populacionais


Ano População
(hab)
1991 2051
2000 1716
2007 1719
2010 1655

5.2 Infraestrutura Viária

O Sistema Viário Principal é constituído pelas ruas de maior importância para o fluxo de
trânsito, compreendendo vias já existentes e outras projetadas.
Os principais eixos viários no município de Santa Cecília do Sul é a Rodovia RS 430 que
liga Santa Cecília do Sul ao município de Tapejara e também até a BR 285 (dois oito cinco).
Atualmente, 65% das vias localizadas no centro urbano de Santa Cecília do Sul possuem

33
pavimentação asfáltica, enquanto que 35% possuem estrada de chão. As vias principais e
secundárias que ligam ao interior do município são estradas de chão.
A Secretaria de Obras do município é responsável pela manutenção da malha rodoviária
do município, que é composta de aproximadamente de 750 Km de estradas de chão na Zona Rural
e com 1.3 Km de asfalto na zona urbana.

6 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

6.1.1 Abastecimento de Água

O diagnóstico do sistema de abastecimento de água no município de Santa Cecília do Sul


foi dividido em dois setores, área urbana e área rural.
O abastecimento de água na zona urbana do município de Santa Cecília do Sul é realizado
pela Prefeitura Municipal de Santa Cecília do Sul.

6.1.2 Zona Urbana

No perímetro urbano da cidade são identificados 3 (três) poços na cidade de Santa Cecília
do Sul, dois dos poços se encontram inativos e somente um em utilização.
O sistema de abastecimento de água tratada mantido pelo Município é descrito nos itens
a seguir:

6.1.2.1 Captação

A captação da água subterrânea para o sistema ocorre por bombas submersas nos poços
perfurados. Os pontos de captação localizam-se em 3 pontos do município, em total de três poços
profundos, sendo um em atividade e dois inativos. São listado abaixo o poço ativo e inativos, com
sua respectiva localização e levantamento fotográfico.

Quadro 5: Poços perímetro urbano.


Levantamento Poços Artesianos

34
Poço
P01 R. Monte Negro S: 28º 09’ 52,66”
O: 51º 56’ 06,56”
P02 R. Pelotas S: 28º 09’ 40,69”
O: 51º 55’ 49,40”
P03 Área Industrial S: 28º 09’ 52,69”
O: 51º 56’ 06,56”

Vale ressaltar que o poço P01 está totalmente desativado e foi fechado com concreto.
O poço P02 está em atividade, o poço P03 está totalmente ativo sendo o principal abastecimento
do município.

6.1.2.2 Tratamento

Por se tratar de água de manancial subterrâneo com boa qualidade inicial, faz-se
necessário apenas o tratamento de fluoretação e desinfecção para potabilização da água.
Aplicam-se, para isso soluções de hipoclorito de sódio, respectivamente.

6.1.2.3 Produção

Quanto aos dados do município vale ressaltar que o consumo de água existe hidrômetros
somente nas residências, sendo que o poço onde é realizado o abastecimento no perímetro urbano
o mesmo não consta com hidrômetro. São abastecidas em torno de 254 pontos no perímetro
urbano, sendo em média de 10 m³/mês por ponto, totalizando em média 2.440 m³/mês.

6.1.2.4 Reservação

O sistema de abastecimento de água do município conta com 2 (dois) reservatórios um


com 15 m³ e o outro com 10 m³, sendo em fibra de vidro, com essa reservação não ocorre a falta
de água no município.
Da mesma forma há ocorrência de falta de água quando ocorre o rompimento de
tubulações em pontos isolados.

35
6.1.2.5 Ligações

O número de ligações á rede distribuidora é de aproximadamente 254 economias.

6.1.2.6 Estruturação de tarifação

O município aplica um modelo de tarifação unificado com taxa mensal de R$ 20,82 reais
mensais para consumo até 10 m³, sendo consumido uma proporção maior que 10 m³ é cobrado
R$ 3,47 ao m³ excedente.

6.1.3 Zona rural

A área rural do município de Santa Cecília do Sul conta com três modalidades de
abastecimento, sendo elas: por poços artesianos administrados por associações de moradores, por
fonte protegidas e poços particulares.
Abaixo é apresentado relações dos poços localizados na zona rural do município:
A água utilizada para o abastecimento urbano e rural provém de poços artesianos
localizados no munícipio. Quadro abaixo:

Quadro 6: Poços artesianos no município.


Localidade Poço Reservação Famílias
Profundidade Vazão (m³/h) (m³) Atendidas
(m)
Santa Terezinha 144 9,5 27
Vista Alegre 106 8,6 10 14
Vista Alegre 105 3 15 23
Sede

36
Santa Catarina 48 15 14
Santo Antônio 86 10 24
Capela
Santo Antônio 02 180 3,74 10 18
Linha Várzea 140 10 6
Bonita
Linha Santana 65 7,5 15 10
Linha fracasso 120 6,7 20 19, destas 7
pertencem a
Ibiaça
São Marcos 60 5 10 7
Artuso
São Marcos 86 5 10 15, destas 7
Rampazzo pertencem a
Água Santa
São Marcos 100 20 10 16
Girardi
Usina 86 - 10 15
(Coopercicla)
Linha Fernandes 184 5 15 31
Santo Antônio 138 6 20 8
Marsilio
Spagnol 102 12 5 3
Linha Miotto 84 4 10 5

7 ESGOTAMENTO SANITÁRIO

7.1 Sistema de esgotamento sanitário

Esgoto doméstico é conceituado como o despejo líquido, resultante do uso da água para
a higiene e necessidades fisiológicas humanas.

37
Dentre os sistemas de coleta e tratamento mais utilizados têm-se os sistemas individuais
e coletivos. Os sistemas individuais são adotados normalmente no atendimento unifamiliar e é
constituído por uma fossa séptica e um dispositivo de infiltração no solo que poderá ser um poço
negro (sumidouro) ou outro dispositivo de irrigação sub-superficial (valas). Os sistemas coletivos
são compostos por um conjunto de condutos, instalações e equipamentos destinados a coletar,
transportar, condicionar e encaminhar somente esgoto sanitário (doméstico) a uma disposição
final conveniente, de modo contínuo e higienicamente seguro.

7.2 Diagnóstico do sistema de esgotamento sanitário

Em relação a coleta e tratamento de esgoto sanitário, o município não conta com sistemas
coletivos de coleta e/ou tratamento, sendo o mesmo realizado por sistemas individuais ou mesmo
nenhum tipo de tratamento.

8 LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

A Lei de saneamento básico é um marco para a criação de possível iniciativas públicas


com relação aos resíduos sólidos. A Política Nacional de Resíduos, disciplina a coleta, o
destinamento final e o tratamento de resíduos urbanos, perigosos e industriais, entre outros.
O problema da disposição final assume uma magnitude alarmante.
Considerando apenas os resíduos urbanos públicos, o que se percebe é uma ação
generalizada das administrações públicas locais ao longo dos anos em apenas afastar das zonas
urbanas o lixo coletado, depositando-o por vezes em locais absolutamente inadequados, como
encostas florestadas, manguezais, rios, baías e vales. Mais de 80% dos municípios vazam seus
resíduos em locais a céu aberto, em cursos d’água ou em áreas ambientalmente protegidas, a
maioria com a presença de catadores entre eles crianças, denunciando os problemas sociais que a
má gestão do lixo acarreta.
Gerenciar o lixo de forma integrada demanda trabalhar integralmente os aspectos sociais
com o planejamento das ações técnicas e operacionais do sistema de limpeza urbana.

38
A limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos é um conjunto de atividades,
infraestrutura e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino
final do lixo doméstico e do lixo originário de varrição e limpeza de logradouros e vias públicas.
O problema dos resíduos sólidos na grande maioria dos países e particularmente em
determinadas regiões vem se agravando como consequência do acelerado crescimento
populacional, concentração das áreas urbanas, desenvolvimento industrial e mudanças de hábitos.
Geralmente o desenvolvimento econômico de qualquer região vem acompanhado de uma
maior produção de resíduos sólidos. Esta maior produção tem um papel importante entre os
fatores que afetam a saúde da comunidade, constituindo assim um motivo para que se implantem
políticas e soluções técnicas adequadas para resolver os problemas da sua gestão e disposição
final.
Coleta regular, acondicionamento e destino final bem equacionado dos resíduos sólidos
diminuem a incidência de casos de diversas doenças, tais como: peste, febre amarela, dengue,
toxoplasmose, leishmaniose, cisticercose, salmonela, teníase, leptospirose, cólera e febre tifoide.

8.1 Diagnóstico da situação dos resíduos sólidos gerados no Município de Santa Cecília
do Sul.

A produção de lixo nas cidades brasileiras é um fenômeno inevitável que ocorre


diariamente em quantidades e composições que variam com seu nível de
desenvolvimento econômico, com sua população e seus diferentes estratos sociais. Neste
sentido, a diminuição populacional registrado no município de Santa Cecília do Sul deve
ser vista de uma forma diferente para o futuro sendo considerado um aumento
populacional para os próximos anos, dessa forma resultando em um aumento na produção
de resíduos sólidos pela população.
Constitucionalmente, é de competência do poder público local o gerenciamento
dos resíduos sólidos produzidos em suas cidades. Os serviços de manejo dos resíduos
sólidos compreendem a coleta, a limpeza pública bem como a destinação final desses
resíduos, e exercem um forte impacto no orçamento das administrações municipais,
podendo atingir 20,0% dos gastos da municipalidade (IBGE, 2008).

39
No entanto, segundo o Art. 8º da Lei Estadual nº. 9.921 de 27 de Julho de 1993, a
coleta, o transporte, o tratamento, o processamento e a destinação final dos resíduos
sólidos de estabelecimentos industriais, comerciais e de prestação de serviços, inclusive
de saúde, são de
responsabilidade da fonte geradora independentemente da contratação de terceiros, de
direito público ou privado, para execução de uma ou mais dessas atividades.
Desta maneira a responsabilidade do Município no gerenciamento dos resíduos
sólidos deverá somente daqueles provenientes de residências, estabelecimentos
comerciais e prestadores de serviços, e de limpeza pública urbana. O Quadro 10 apresenta
um esquema com a origem e a responsabilidade pelo gerenciamento do resíduo gerado,
devendo ser adotado no município de Santa Cecília do Sul.

Quadro 5: Responsabilidade pelo gerenciamento dos resíduos sólidos

8.1.1 Resíduo doméstico

8.1.1.1 Responsabilidade

Conforme demonstrado no Quadro 10 a coleta, o transporte, o tratamento, o


processamento e a destinação final dos resíduos sólidos domésticos e parte do resíduos
comerciais é de responsabilidade do órgão municipal competente, onde hoje é realizado

40
pela empresa contratada COOPERCICLA. Além disso, a Constituição Federal de 1988
confere ao Município, em seu art. 30, a competência de organizar e prestar, diretamente
ou sob regime de concessão ou permissão os serviços públicos de interesse local
(BRASIL, 1988).

8.1.1.2 Coleta Convencional

Coletar o lixo significa recolher o lixo acondicionado por quem o produz para
encaminhá-lo, mediante transporte adequado, a uma possível estação de transferência, a
um eventual tratamento e à disposição final. A coleta do lixo é o segmento que mais se
desenvolveu dentro do sistema de limpeza urbana e o que apresenta maior abrangência
de atendimento junto à população, ao mesmo tempo em que é a atividade do sistema que
demanda maior percentual, cerca de 50 a 60% dos recursos por parte da municipalidade.
Esse fato se deve à pressão exercida pela população e pelo comércio para que se execute
a coleta com regularidade, respeitando a periodicidade, a frequência e o horário pré-
determinado, evitando-se assim o incômodo da convivência com o lixo nas ruas.
Logo, a coleta e o transporte do lixo é a parte mais sensível aos olhos da população
e mais passível de crítica. Deve funcionar bem e de forma sistemática.
Atualmente, no município de Santa Cecília do Sul, o serviço de coleta de resíduos
domésticos e comercias atende toda a área urbana e, mensalmente, localidades rurais. O
serviço de limpeza urbana, que compreende a coleta, transporte e destinação final dos
resíduos, é realizado pela empresa COOPERCICLA que é contratada pelo município, o
mesmo está analisando a possibilidade de terceirizar este tipo de serviço.
No município de Santa Cecília do Sul está implantando um programa de coleta
seletiva ANEXO 02, com intuito de coletar materiais recicláveis: papéis, plásticos, vidros,
metais e orgânicos, previamente separados na fonte geradora e que podem ser reutilizados
ou reciclados. A coleta seletiva funciona, também, como um processo de educação
ambiental na medida em que sensibiliza a comunidade sobre os problemas do desperdício
de recursos naturais e da poluição causada pelo lixo.
A coleta seletiva contribui para a melhoria do meio ambiente, na medida em que:

41
• Diminui a exploração de recursos naturais;
• Reduz o consumo de energia;
• Diminui a poluição do solo, da água e do ar;
• Prolonga a vida útil dos aterros sanitários;
• Possibilita a reciclagem de materiais que iriam para o lixo;
• Diminui os custos da produção, com o aproveitamento de recicláveis pelas
indústrias;
• Diminui o desperdício;
• Diminui os gastos com a limpeza urbana;
• Cria oportunidade de fortalecer organizações comunitárias;
• Gera emprego e renda pela comercialização dos recicláveis.

Segundo dados do IBGE (2008), os primeiros programas de coleta seletiva e


reciclagem dos resíduos sólidos no Brasil começaram a partir de meados da década de
1980, como alternativas inovadoras para a redução da geração dos resíduos sólidos
domésticos e estímulo à reciclagem. Desde então, comunidades organizadas, indústrias,
empresas e governos locais têm sido mobilizados e induzidos à separação e classificação
dos resíduos nas suas fontes produtoras.
No ano de 2008 as informações oficiais sobre a coleta seletiva dos resíduos sólidos
levantadas pela PNSB identificaram 994 programas de coleta seletiva, demonstrando um
grande avanço na implementação da coleta seletiva nos municípios brasileiros. Logo,
46,0% dos municípios da região Sul informaram a implantação de programas de coleta
seletiva que cobriam todo o município. Na Região Sul, dos programas implementados,
42,1% se concentravam em toda a área urbana da sede do município e 46,0% cobriam
todo o município (IBGE, 2008).

42
8.1.1.3 Itinerário e Frequência de Coleta

Atualmente a coleta dos resíduos domésticos de Santa Cecília do Sul é realizada


pela empresa COOPERCICLA. As rotas e frequência de coleta foram definidas pela
prefeitura municipal, observando a legislação vigente, a quantidade de resíduos gerada
no município, o sistema de trabalho e os recursos financeiros disponíveis para a
implantação do projeto.
O município de Santa Cecília do Sul possui um roteiro de recolhimento PLANO
DE COLETA SELETIVA ANEXO 02 página 26 (vinte e seis) e página 28 (vinte e oito)
diário/mensal dos resíduos sólidos gerados no setor urbano e rural do município em datas
pré-estabelecidas no período diurno.
A frequência de coleta dos resíduos no município vem ocorrendo a cada dois dias
no setor urbano e mensalmente no setor rural, sendo que são 2 coletas de resíduos
convencionais e 1 coleta de resíduos recicláveis ou seja coleta seletiva na área urbana,
coletado nas segunda, quartas e sextas feiras de cada semana, na zona rural sendo
realizado no 1º e 2º dia de cada mês. A rota urbana totaliza uma quilometragem mensal
de aproximadamente 23 km, já na zona rural totaliza quilometragem mensal de
aproximadamente 135 Km.

8.1.1.4 Condicionamento e armazenamento

Conforme verificado em campo, os munícipes de Santa Cecília do Sul armazenam


grande parte do seu lixo em sacolas plásticas, principalmente as provenientes de
supermercados ou em sacos de lixo. Destaca-se que a maioria das sacolas utilizadas para
acondicionar os resíduos sólidos não são biodegradáveis e nem apresentam viabilidade
econômica para serem recicladas, gerando sérios problemas ambientais.
Os sacos plásticos são dispostos em lixeiras em frente às residências ou comércio
Figuras 14. É possível visualizar que em alguns locais ocorre à disposição de resíduos de
maneira inadequada, devido à inexistência de lixeiras ou simplesmente fora das lixeiras
existentes Figuras 15 e Figura 16.

43
Armazenamento do lixo zona urbana

Disposição inadequada dos resíduos

44
Disposição inadequada dos resíduos

45
No centro da cidade e na praça central, encontram-se lixeiras dispostas em pontos
onde ocorre a maior circulação de pessoas, conforme mostra a Figura 17.
Com relação ao lixo gerado no setor rural do município, foi observado que os
mesmos são acondicionados em sacos de lixo, sacolas plásticas e até mesmo em sacos de
ração animal. Posteriormente, são armazenados ao longo da estrada ou em lixeiras até o
momento da coleta pelo caminhão.
Lixeiras praça central

46
8.1.1.5 Transporte

Para o transporte dos resíduos domésticos e comerciais no município de Santa


Cecília do Sul, é feita por caminhões da empresa COOPERCICLA (Figura 18), em
condições de trabalho para coletar e transportar os resíduos domésticos e comerciais até
a sua destinação final.
Com relação a equipe de trabalho responsável pela de coleta e transporte dos
resíduos, esta é composta por 01 (UM) motorista e 02 (dois) coletores Foto 18.
Coleta Urbana

47
8.1.1.6 Tratamento e Disposição Final

Segundo CASADEI et al., (2011) o tratamento dos resíduos sólidos urbanos é


definido como uma série de procedimentos destinados a reduzir a quantidade ou o
potencial poluidor dos resíduos sólidos, seja impedindo descarte de lixo em ambiente ou
local inadequado, seja transformando-o em material inerte ou biologicamente estável.
A necessidade de tratamento do lixo surge mais intensamente nos tempos atuais
como resposta em que fazer com o lixo nos próximos anos já que as administrações
municipais têm se defrontado com a escassez de áreas para a destinação final do lixo e a
necessidade de ampliar a vida útil dos aterros em operação.
Ressalta-se que o tratamento mais eficaz é o prestado pela própria população
quando está empenhada em reduzir a quantidade de lixo, evitando o desperdício,
reaproveitando os materiais, separando os recicláveis em casa ou na própria fonte e se
desfazendo do lixo que produz de maneira correta.
Os resíduos domésticos e comerciais coletados no município de Santa Cecília do Sul são
encaminhados à usina de triagem e disposição final localizada na Linha Vista Alegre próximo a
RS – 463, nas coordenadas geográficas: Lat. -29.45522000°; Long. -51.84521000 ° no município

48
de Santa Cecília do Sul com licença de operação LO nº 8698/2008-DL, ANEXO 06. De propriedade
da empresa COPERCICLA, Figuras 19 e 20 localização da central de triagem.

Localização da usina de triagem COPERCICLA

Vista área aproximada da área

49
O empreendimento é composto de 01 (uma) célula para disposição final dos
rejeitos dos resíduos Figura 21, 01 (uma) célula finalizada Figura 22, 01 (uma) central de
triagem Figura 23, e 02 (duas) lagoas para tratamento do lixiviado, e 02 (duas) para o
tratamento da água de escamento superficial da compostagem lagoa Figura 24.

Célula em operação

Célula Finalizada

50
Central de triagem

Lagoas de tratamento do lixiviado

51
Para o deslocamento e transporte dos resíduos na área do empreendimento é
utilizado uma retroescavadeira e um carregador, o qual transporta os resíduos da esteira
de triagem até a vala de disposição final. A figura seguinte demonstra o veículo utilizado.
Não consta a Figura do carregador.

Retroescavadeira

52
Os resíduos que chegam à usina de triagem e disposição final são encaminhados
diretamente para central de triagem. Nesta, é feita a separação manual dos diversos
componentes do lixo, que são divididos em grupos, de acordo com a sua natureza: matéria
orgânica, materiais recicláveis, rejeitos e resíduos sólidos específicos.
Após a descarga do lixo, os funcionários realizam uma “pré-triagem”, que consiste
na retirada dos volumes considerados de médio ou grande porte como móveis, papelões,
sucatas, plásticos, vidros, etc. e os menores são encaminhados à mesa de triagem.
Triagem dos resíduos

53
A unidade conta com duas esteiras em que os funcionários realizam a triagem dos
resíduos sólidos, após é passado por uma peneira e logo por um triturador sendo que dessa
forma os resíduos
A Figura 27 demonstra de maneira sucinta a forma pela qual ocorre o processo de
triagem dos resíduos sólidos que chegam à usina.

Fluxograma do processo de triagem dos resíduos

O município não conta com central de triagem de propriedade do mesmo dessa


forma a destinação é terceirizada.

54
8.1.1.7 Caracterização Física dos Resíduos Sólidos Domésticos

Ao se considerar a caracterização do lixo domiciliar de um município, é


importante ressaltar que as suas características variam ao longo de seu percurso pelas
unidades de gerenciamento do lixo, desde a geração até o destino final, bem como ao
longo do tempo (VILHENA, 2010).
Para inicio de caracterização dos resíduos sólidos gerados no município de Santa
Cecília do Sul e destinados a usina de triagem e disposição final, foi pesquisado dados
referentes ao sistema de limpeza pública, ou seja, os setores de coleta, frequência de
coleta, características dos veículos coletores, distância dos locais de tratamento e
disposição final e a quantidade de resíduo gerada.
Conforme dados fornecidos pela prefeitura, a quantidade média mensal dos
últimos três meses (Abril, Maio e Junho de 2019) a quantidade resíduos sólidos que são
enviados para a usina de triagem corresponde a 15 toneladas ao mês. Ressalta-se que esse
valor pode sofrer variação em função dos setores de coleta e dos aspectos climáticos e de
sazonalidade, uma vez que, os respectivos aspectos interferem na composição física dos
resíduos e, portanto, na representatividade da amostra. Além disso, feriados, datas
comemorativas e período de férias escolares influenciam na quantidade de lixo gerada
nas cidades.
O Quadro 11 apresenta os principais fatores que exercem forte influência sobre as
características dos resíduos sólidos.
Quadro 6: Fatores que influenciam nas características dos resíduos

55
Para a realização da caracterização gravimétrica dos resíduos sólidos domésticos
que chegam à usina de triagem e disposição final de Santa Cecília do Sul, utilizou-se o
método descrito na ABNT NBR 10007:2004, segunda edição 31.05.2004, que dispõe
sobre a amostragem dos resíduos sólidos, fixando os requisitos exigíveis para amostragem
dos mesmos. O objetivo da amostragem, segundo ao autor Vilhena (2010), é a obtenção
de uma amostra representativa, ou seja, a coleta de uma parcela do resíduo a ser estudado
que, quando analisado, apresente as mesmas características e propriedades de sua massa
total.

56
O procedimento adotado para a coleta das amostras representativas foi do tipo
Amostragem em montes ou pilhas de resíduos. Esta etapa consistiu em retirar 3 amostras
de pelo menos três seções (do topo, do meio e da base), conforme mostra a Figura 28
seguinte.

Pontos de retirada de amostras de montes ou pilhas de resíduos

Fonte: ABNT NBR 10007 (2004).

Em cada seção, foram coletadas quatro alíquotas, eqüidistantes, onde os


amostradores penetraram obliquamente nos montes ou pilhas para retirar as amostras.
Essa seleção de amostragem se deu, devido a função do tipo de acondicionamento do
resíduo.
Coleta das amostras

57
Posteriormente, foi realizado o rompimento dos receptáculos (sacos plásticos em
geral) e a homogeneização das alíquotas dos resíduos de modo que a amostra resultante
apresentar-se-á características semelhantes em todos os seus pontos. Feito isso, os
materiais foram separados conforme a sua tipologia e pesados para diagnosticar a sua
porcentagem em peso.
Foi considerado lixo orgânico todo resíduo que tem origem animal ou vegetal, ou
seja, que recentemente fez parte de um ser vivo. Neles pode-se incluir restos de alimentos,
folhas, sementes, restos de carne e ossos, papéis, madeira (palito de dentes) etc.
O lixo inorgânico foi definido como sendo todo o material que não possui origem
biológica, ou seja, que foi produzido através de meios humanos, como plásticos, metais
e alumínios, vidro etc.
Depois da separação das amostras, os rejeitos foram disponibilizados para serem
levados ao aterro sanitário.
Conforme Quadro 12 o qual é possível visualizar a quantidade de resíduos gerados
no Município nos anos de 2010, 2011 e 2012 é possível verificar um aumento
significativo na quantidade de resíduos sólidos gerados.

Quadro 7: Resíduos Sólidos Santa Cecília do Sul


Resíduos 2010 2011 2012 2018

Seco 37.834,00 38.869,00 39.720,00 48.820,00

Orgânico 67.261,00 69.101,00 70.613,00 86.791,00

Rejeito 35.032,00 35.990,00 36.778,00 45.205,00

Total 140.127,00 143.961,00 147.111,00 180.816,00

Frente a esta abordagem e análise das amostras obtidas durante o período de


diagnóstico junto à usina de triagem e disposição final, foi possível realizar a classificação
dos resíduos sólidos que chegam á central de triagem. A respectiva classificação teve sua
base fundamentada na NBR 10.004/04, a qual relata que os resíduos sólidos podem ser

58
classificados quanto a sua natureza física, composição química, riscos potenciais ao meio
ambiente e ainda quanto a sua origem.

Quadro 8:Classificação dos resíduos sólidos que chegam a central de triagem


Tipologia Peso (Kg) Porcentagem (%)
Material Descartada 2946 27,79
Matéria Orgânica 4.346 41
Plástico Duro 242 2,28
Tetra Pak 143 1,35
Vidro 300 2,83
Papel 1.095 10,32
Pet 240 2,27
PVC 56 0,53
Plástico Filme 730 6,89
Ferro 385 3,63
Metais 117 1,11
Total 10.600 100

8.1.1.8 Produção Per Capita de Resíduos Domésticos

Segundo Oliveira et al., (2004), a produção per capita de resíduos sólidos de uma
comunidade pode ser obtida pela divisão da quantidade total de resíduos coletados pela
população atendida. Muitos técnicos consideram de 0,50 a 1,30 hab./dia como a faixa de
variação média para o Brasil conforme Quadro 14:

Quadro 9: Geração Per Capita de Resíduos Domésticos no Brasil

59
Fonte: Ecotécnica (2008)

Para o cálculo da geração per capita de resíduos domésticos do município de Santa


Cecília do Sul, foi utilizada a população urbana estimada pelo IBGE (2011) e as
quantidades de resíduos recebidos mensalmente pela empresa COPERCICLA, obtendo-
se os seguintes dados apresentados no Quadro 15.

Quadro 10: Geração Per Capita de Resíduos Domésticos no Município 2019


População Coleta Doméstica Coleta Per Capita
Urbana (hab) (Kg/mês) Doméstica (Kg/hab.dia)
(Kg/dia)
1644 15068,33 502 0,31

O valor obtido para o per capita foi de 0,31 kg/hab.dia, Quadro 16, o qual pode
ser considerado estimado em relação às referências bibliográficas que utilizam 0,50
kg/hab.dia para população urbana de até 30.000 habitantes Quadro 14. Ressaltamos que
não foram incluídos os resíduos originados nos setores da construção civil e industrial.

8.2 GERAÇÃO DE RESÍDUOS DA COLETA SELETIVA

Apresentamos a seguir o potencial de geração de resíduos recicláveis do município


com base em dados da empresa que recebe a coleta dos resíduos no Município:

60
O Quadro 17 apresenta a quantidades em quilos (Kg) do total de resíduos seco,
orgânico e rejeito coletado no município de Santa Cecília do Sul dos anos de 2010, 2011 e
2012.

Quadro 11: Geração de resíduos anual do município Santa Cecília do Sul


Resíduos 2010 2011 2012 2018

Seco 37.834,00 38.869,00 39.720,00 48.820,00

Orgânico 67.261,00 69.101,00 70.613,00 86.791,00

Rejeito 35.032,00 35.990,00 36.778,00 45.205,00

Total 140.127,00 143.961,00 147.111,00 180.816,00

Para o cálculo da taxa de crescimento de geração per capita ao longo do tempo,


foi considerado o período de 20 anos (2013 a 2033) e uma tendência linear do crescimento
da geração per capita de resíduos de 0,34 a 0,5 kg/hab.dia, obtendo aproximadamente
uma taxa de crescimento de 2,14% a 2,66% ao ano. A fim de avaliar o impacto da geração
de resíduos do município, realizou-se um cálculo para estimativa da quantidade de
resíduos gerados em um período de 20 anos, conforme Quadro 18. Para a realização dos
cálculos e posterior elaboração da tabela, foram utilizados dados populacionais
registrados, taxa de crescimento populacional e a taxa de crescimento per capita anual
apresentada anteriormente.

Quadro 12: Estimativa da geração de resíduos do município de Santa Cecília do Sul


Ano População Taxa de Geração de Geração/ Geração/
crescimento da Resíduo Pessoa/Ano Pessoa/Dia (Kg)
geração (Kg) (Kg)

2019 1644 2,53 15068 113,15 0,31

2020 1647 2,31 15416,1 115,764 0,31716

2021 1650 2,41 15787,6 118,554 0,3248

2022 1653 2,16 16128,6 121,114 0,33182

61
2023 1656 2,41 16517,3 124,033 0,33982

2024 1659 2,32 16900,5 126,911 0,3477

2025 1662 2,52 17326,4 130,109 0,35646

2026 1665 2,42 17745,7 133,258 0,36509

2027 1668 2,51 18191,1 136,602 0,37425

2028 1671 2,28 18605,9 139,717 0,38279

2029 1674 2,51 19072,9 143,224 0,39239

2030 1677 2,57 19563,1 146,905 0,40248

2031 1680 2,18 19989,5 150,107 0,41125

2032 1683 2,13 20415,3 153,305 0,42001

2033 1686 2,27 20878,7 156,785 0,42955

2034 1689 2,3 21358,9 160,391 0,43943

2035 1692 2,29 21848,1 164,064 0,44949

2036 1695 2,29 22348,4 167,821 0,45978

2037 1698 2,28 22857,9 171,647 0,47027

2038 1701 2,27 23376,8 175,543 0,48094

2039 1704 2,26 23905,1 179,511 0,49181

Fonte: AQUABONA a partir de dados fornecidos pela prefeitura e estimativas.

8.2.1 Limpeza Pública

8.2.1.1 Responsabilidade

Conforme demonstrado no Quadro 10, a coleta, o transporte, o tratamento, o


processamento e a destinação final dos resíduos sólidos provenientes da limpeza pública
são de responsabilidade do órgão municipal competente.
Os sistemas de limpeza urbana são elementos essenciais ao planejamento urbano,
à proteção e conservação do meio ambiente e acima de tudo, à garantia de uma qualidade

62
de vida satisfatória para a população. São definidos como os serviços que tem sob sua
responsabilidade a execução da coleta, remoção, transporte e destino final de resíduos
sólidos em geral, remoção de podas, varrição e lavagem de vias públicas, conservação de
monumentos, entre outros e possuem estreita relação com todos os demais componentes
do saneamento básico, em especial com a drenagem urbana.

8.2.1.2 Infraestrutura de coleta

Atualmente o gerenciamento operacional, ou seja, a limpeza, o recolhimento, o


transporte e a destinação final dos resíduos sólidos provenientes da limpeza pública do
município de Santa Cecília do Sul, vem sendo realizado pela COPERCICLA empresa
privada.

8.2.1.3 Acondicionamento e armazenamento

Os resíduos gerados durante os processos de varrição, raspagem, capina, limpeza


de área, pós-eventos, são acondicionados em sacos de lixo ou tonéis. Já os resíduos com
maior volume, resultantes dos processos de roçagens e poda são armazenados no meio
fio da calçada e posteriormente recolhidos por caminhão caçamba.

8.2.1.4 Setores, rotas e frequência

O recolhimento de lixo verde ocorre somente no setor urbano do município de


Santa Cecília do Sul, devido a indisponibilidade de área para o armazenamento desses
resíduos e com vistas a evitar os problemas citados no item – Público de caracterização
dos resíduos.
Destaca-se que a varrição, está atribuída à todas as ruas do município. A varrição
manual ocorre 3 vezes durante a semana sendo nas quartas-feiras quintas-feiras e sextas-
feiras. Já os serviços de poda e capina, bem como o serviço de roçada no município são
de pouca frequência, sendo realizados conforme a demanda. Os demais resíduos são

63
coletados conforme a demanda, ou seja, datas festivas (exposições e eventos), campanhas
especiais de recolhimento, campanhas especiais de limpeza, como é o caso do Programa
COLETA SANTA CECÍLIA DO SUL.

8.2.1.5 Equipe de trabalho, frota, ferramentas e equipamentos

A seguir apresenta-se os serviços de limpeza urbana realizada no município de


Santa Cecília do Sul, além da descrição da equipe de trabalho, frota, ferramentas e
equipamentos utilizados pelos garis para o desenvolvimento da atividade.

Varrição e limpeza dos logradouros


Manual: O processo de varrição manual e limpeza é executado por uma equipe composta
de aproximadamente 03 (três) funcionários, equipados com ferramentas e utensílios
manuais, ou seja, vassoura grande e pequena, pá quadrada e enxada. Para o
armazenamento dos resíduos são utilizados carrinhos de mão. Os quais são responsáveis
pela remoção das ervas daninhas e raspagem da terra dos logradouros, para restabelecer
as condições de drenagem e evitar o mau aspecto das vias públicas. Para o
desenvolvimento da atividade os garis são equipados com enxadas, pá, raspadeira e trator
com raspadeira que variam de tamanho e forma conforme as condições de trabalho.
Roçada e Poda: Com relação aos serviços de roçada realizados no município a prefeitura
disponibiliza uma equipe de trabalho composta por 03 (três) funcionários. As ferramentas
e equipamentos utilizados no processo de roçagem variam conforme a área a ser limpa.
Desta maneira, a roçagem pode ser manual, utilizando-se foices do tipo roçadeira ou
gavião. Devido aos baixos resultados de produtividade com a utilização dessas
ferramentas, os funcionários também utilizam os equipamentos de roçagem mecanizada,
sendo eles: ceifadeiras mecânicas portáteis (carregadas nas costas dos operadores) e
ceifadeiras montadas em tratores de, médio porte, que possuem elevada qualidade e
produtividade no corte da vegetação. Após, os resíduos são coletados pelo caminhão.

Equipamentos da equipe de roçada

64
Destinação Final: Os serviços de poda das árvores situadas nos logradouros públicos são
realizados pela mesma equipe. Os mesmos desenvolvem a atividade com o auxílio de
uma motossera ou foices do tipo roçadeira. Após, os resíduos são coletados pelo caminhão
caçamba. Os resíduos provenientes dos processos de roçada e poda, são destinados de
forma inadequada sendo dispostos em locais de bota fora sem o prévio licenciamento
Figura 31.
Disposição resíduos verdes

65
Os resíduos provenientes da limpeza do cemitério, exposições ou eventos e
aqueles resultantes dos processos de varrição, capina e raspagem são coletados,
armazenados e destinados a usina de triagem e disposição final COPERCICLA.

8.2.2 Resíduos de Serviço de Saúde

8.2.2.1 Responsabilidade

Conforme o Art. 8º da Lei Estadual nº. 9.921 de 27 de Julho de 1993, a coleta, o


transporte, o tratamento, o processamento e a destinação final dos resíduos sólidos de
saúde, são de responsabilidade da fonte geradora independentemente da contratação de
terceiros, de direito público ou privado, para execução de uma ou mais dessas atividades.

8.2.2.2 Infraestrutura de coleta

Conforme a RDC nº 306 (2004), da ANVISA, o gerenciamento dos RSS constitui-


se de um conjunto de procedimentos de gestão, planejados e implementados a partir de
bases cientificas e técnicas, normativas e legais, com objetivo de minimizar a produção
de resíduos e proporcionar aos resíduos gerados, um encaminhamento seguro, de forma
eficiente, visando a proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde pública, dos
recursos naturais e do meio ambiente.
O Município de Santa Cecília do Sul/RS possui apenas uma unidade básica de
saúde.
A Prefeitura Municipal tem empresa terceirizada para a coleta, transporte e
destinação final dos resíduos gerados nas Unidades de Saúde do município, contrato em
ANEXO 03.

8.2.2.3 Acondicionamento

66
Os resíduos gerados nas unidades de saúde de Santa Cecília do Saúde são
segregados no momento da sua geração, de acordo com as características físicas,
químicas, biológicas, o seu estado físico e os riscos envolvidos. O acondicionamento dos
resíduos segregados nas unidades de saúde é feito em sacos plásticos ou em recipientes
específicos para o tipo de material. Os mesmos são identificados conforme a sua
classificação, fornecendo informações ao correto manejo dos mesmos.

8.2.2.4 Armazenamento, coleta e transporte

O armazenamento externo é a guarda dos recipientes de RSS, até a realização da


etapa de coleta externa, em ambiente exclusivo com acesso facilitado para os veículos
coletores. Os resíduos, já acondicionados e identificados são armazenados em bombonas
de aproximadamente 200L, Figura 32.
Vista geral das bombonas para armazenamento dos RSS

8.2.2.5 Destinação Final

67
Os RSS recolhidos são encaminhados para correta destinação final, que pode ser
autoclavagem para reutilização, aterro de resíduos perigosos, incineração, dentre outros,
de acordo com o grau de contaminação dos resíduos.

8.2.2.6 Dificuldades encontradas

Falta de local apropriado para armazenagem provisória até o recolhimento pela


empresa contratada para dar destino final;
- Segregação dos resíduos de acordo com o grau de contaminação.

8.2.3 Resíduos Industriais

8.2.3.1 Responsabilidade

Segundo o Art. 8º da Lei Estadual nº. 9.921 de 27 de Julho de 1993, a coleta, o


transporte, o tratamento, o processamento e a destinação final dos resíduos sólidos de
estabelecimentos industriais são de responsabilidade da fonte geradora
independentemente da contratação de terceiros, de direito público ou privado, para
execução de uma ou mais dessas atividades.
A Resolução nº 313, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), de
29 de outubro de 2002, define resíduo sólido industrial como todo o resíduo que resulte
de atividades industriais e que se encontre nos estados sólido, semi-sólido, gasoso –
quando contido, e líquido – cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na
rede pública de esgoto ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnicas ou
economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível. Ficam incluídos
nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água e aqueles gerados
em equipamentos e instalações de controle de poluição.

8.2.3.2 Coleta e armazenamento

68
Atualmente não há nenhuma atuação conjunta quanto à coleta e armazenamento
dos resíduos industriais do município. Assim, as empresas adotam procedimentos
próprios de coleta e armazenamento dos resíduos, da forma como melhor se adaptam.

8.2.3.3 Transporte e Destinação Final

As empresas de Santa Cecília do Sul destinam seus resíduos a COPERCICLA.


Neste contexto e como forma de orientar e fiscalizar os geradores destes resíduos, o poder
público municipal pode implantar as seguintes ações:
- Solicitar Planos de gerenciamento dos resíduos industriais, quando a atividade envolver
licenciamento ambiental;
- Auxiliar os geradores no processo implementação do planos de gerenciamento de
resíduos;
- Fiscalizar os geradores e orientar a correta destinação destes resíduos.

8.2.4 Resíduos da Construção Civil

8.2.4.1 Responsabilidade

Conforme demonstrado no quadro 6 fundamentado no Art. 8º da Lei Estadual nº.


9.921 de 27 de Julho de 1993, que dispões sobre a coleta, o transporte, o tratamento, o
processamento e a destinação final dos resíduos sólidos da construção civil são da fonte
geradora e na Resolução CONAMA nº. 307 de 05 de Julho de 2002, que estabelece
diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil.

8.2.4.2 Coleta e armazenamento

Conforme verificado no município de Santa Cecília do Sul, os entulhos da


construção civil normalmente permanecem amontoados na área da construção ou lindeira,
ou ainda nas

69
calçadas ou ruas e em contêineres, Figura 33.

Disposição inadequada resíduos da construção civil

Uma pequena fração de resíduos da construção civil tem sido encaminhada á usina
de triagem e disposição final do município, caracterizada como restos de madeira, latas
de tintas, fiação elétrica, tubulação hidráulica, etc. Esses resíduos são segregados e
armazenados na área da usina até a sua destinação final.

8.2.4.3 Transporte e Destinação Final

O transporte dos resíduos é feito pela empresa que esta atuando na obra ou algum
terceiro. Esses resíduos são dispostos em áreas diversas, normalmente em terrenos
desocupados, e alguns casos, em áreas impróprias.
Neste contexto e como forma de orientar e fiscalizar os geradores destes resíduos,
o poder público municipal pode implantar as seguintes ações:
- Auxiliar os geradores nos processo de regularização ambiental de áreas apropriadas para
destinação dos resíduos;
- Fiscalizar os geradores e orientar a correta destinação destes resíduos.

70
8.2.5 Pilhas e baterias

8.2.5.1 Coleta e armazenamento

As pilhas e baterias descartadas podem ser encaminhadas pelos habitantes até o


ponto de coleta de resíduos especiais devidamente identificados. Ecoponto que está sendo
criado e instalado na Escola Municipal Duque de Caxias pelos alunos e professores.

8.2.6 Lâmpadas Fluorescentes

8.2.6.1 Coleta e armazenamento

Frente a esta problemática, cada cidadão tem como responsabilidade realizar a


triagem das lâmpadas fluorescentes dos demais resíduos domésticos e encaminhá-los aos
postos de coleta autorizado. Anterior à armazenagem, as lâmpadas florescentes são
revestidas em jornais ou colocadas em caixas de papelão, sendo posteriormente
armazenadas em prateleiras de madeira, permanecendo neste local até o momento da sua
coleta e destinação final.

8.2.7 Pneus

8.2.7.1 Coleta e armazenamento

Ressalta-se que não há pontos de coleta de pneus no município de Santa Cecília


do Sul. Desta maneira, os moradores são instruídos a destinarem os seus pneus inservíveis
junto a empresas que atuam na troca de pneus e consertos de pneus em geral.

8.2.8 Óleos e Graxas

71
8.2.8.1 Coleta e armazenamento

Os resíduos gerados na manutenção dos veículos públicos são armazenados em


tambores no barracão da oficina da Prefeitura. Quando atingem 100 litros os mesmos são
encaminhados a reciclagem.
Nos estabelecimentos privados, tais como lojas, postos de combustíveis, oficinas
mecânicas, concessionárias, indústrias em geral, transportadoras e agricultores, os
resíduos de óleos e graxas também devem ser armazenados em tambores, e
posteriormente coletados por empresas terceirizadas, as quais dão a destinação correta.
No caso das estopas, filtros e serragem contaminadas com óleo e graxa, o processo de
armazenamento ocorre da mesma forma.

8.2.9 Resíduo Agrícola

8.2.9.1 Coleta e armazenamento

Coordenado pela Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente e apoiado


pela Prefeitura Municipal de Santa Cecília do Sul, através de seu órgão de Proteção ao
Meio Ambiente, da Emater/RS, foi criado o Programa de Recolhimento de embalagens
de agrotóxicos destinado a coletar e destinar de maneira correta as embalagens de
agrotóxicos geradas em Santa Cecília do Sul. O programa conta com um roteiro pré-
estabelecido informando a data, horário, localidade e propriedade ou entidade onde serão
realizadas as coletas das embalagens, também foi desenvolvida uma cartilha ANEXO 04

8.2.9.2 Transporte e Destinação Final

O transporte é realizado pela prefeitura municipal, sendo que o transporte é


realizado em parceria com cooperativas do Município, quanto a destinação final das
embalagens coletadas no município são de responsabilidade de empresa terceirizada. A
mesma destina as embalagens de agrotóxicos para a reciclagem.

72
8.2.10 Resíduos Volumosos

8.2.10.1 Coleta e armazenamento

Consiste na coleta sistemática dos objetos classificados como resíduos volumosos


e não passíveis de remoção pela coleta regular de resíduo em razão de suas dimensões
excessivas, compreendendo, restos de móveis, sofás, colchões, geladeiras, fogões e outros
objetos de grande volume, julgados inservíveis pelo seu gerador. Os mesmos são
armazenados até o momento da coleta em locais próximos das lixeiras ou em terrenos
baldios.

8.2.10.2 Transporte e Destinação Final

Os resíduos volumosos, aqui classificados, são recolhidos pela COPERCICLA e


encaminhados à usina de tratamento e disposição final no município de Santa Cecília do
Sul COPERCICLA. No local de recepção, os mesmos são armazenados, sendo
posteriormente descaracterizado (reduzidos em pedaços) para a disposição final.

8.3 Identificação dos resíduos sólidos e dos geradores sujeitos a plano de


gerenciamento específico ou para sistema de logística reversa

O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e o Sistema de Logística Reversa


são
instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, sendo os mesmos definidos no
Art. 3º da Lei 12.305/10, por meio dos incisos X e XII, ou seja:
Inciso X – Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos: conjunto de ações
exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento

73
e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final
ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão
integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos,
exigidos na forma desta Lei.
Inciso XII – Sistema de Logística Reversa: instrumento de desenvolvimento econômico
e social caracterizado pelo conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a
viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para
reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final
ambientalmente adequada.” Assim, a Política Nacional de Resíduos Sólidos também
estabelece a responsabilidade compartilhada pelos resíduos entre geradores, poder
público, fabricantes e importadores.
A Lei 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos no seu artigo
20 dispõe sobre os resíduos e os responsáveis sujeitos à elaboração de plano de
gerenciamento de resíduos sólidos, ou seja:
I - os geradores de resíduos sólidos previstos nas alíneas “e”, “f”, “g” e “k” do inciso I do
art.
13;
II - os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços que:
a) gerem resíduos perigosos;
b) gerem resíduos que, mesmo caracterizados como não perigosos, por sua natureza,
composição ou volume, não sejam equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder
público
municipal;
III - as empresas de construção civil, nos termos do regulamento ou de normas
estabelecidas
pelos órgãos do SISNAMA;
IV - os responsáveis pelos terminais e outras instalações referidas na alínea “j” do inciso
I do
art. 13 e, nos termos do regulamento ou de normas estabelecidas pelos órgãos do
SISNAMA

74
e, se couber, do SNVS, as empresas de transporte;
V - os responsáveis por atividades agrossilvopastoris, se exigido pelo órgão competente
do
SISNAMA, do SNVS ou do SUASA (BRASIL, 2010).
Além dos resíduos sólidos descritos no Art. 20, ainda é previsto no Art. 13 da Lei
12.305/10 demais resíduos sólidos sujeitos a elaboração de plano de gerenciamento de
resíduos sólidos sendo eles:
• Resíduo de Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico;
• Resíduos Industriais;
• Resíduos de Serviço de Saúde;
• Resíduos de serviços de transportes;
• Resíduos de mineração.

Já o Art. 33 da mesma lei, relata que são obrigados a estruturar e implementar


sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor,
de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos
sólidos, os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de:
I - agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem,
após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas as regras de gerenciamento de resíduos
perigosos previstas em lei ou regulamento, em normas estabelecidas pelos órgãos do
SISNAMA, do SNVS e do SUASA, ou em normas técnicas;
II - pilhas e baterias;
III - pneus;
IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;
V - lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;
VI - produtos eletroeletrônicos e seus componentes (BRASIL, 2010).

Com base nas diretrizes expostas na Política Nacional de Resíduos Sólidos, o


Quadro 19 apresenta a relação dos resíduos sólidos e seus respectivos fabricantes,

75
importadores, distribuidores e comerciantes, sujeitos à elaboração do PGRS e/ou a
implantação do sistema de Logística Reversa.

Quadro 13: Resíduos sujeitos a elaboração de PGRS ou Logística Reversa

A seguinte relação pode ser atribuída e implementada nos estabelecimentos do


município de Santa Cecília do Sul que geram os respectivos resíduos sólidos, ficando a
cargo dos mesmos a elaboração dos PGRS e a implantação do sistema de logística reversa
na forma de retorno dos produtos pós consumo, de forma independente do serviço público
de limpeza urbana conforme as condicionantes expostas pela Lei 12.305/10.

9 DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS

A drenagem e manejo das águas pluviais urbanas são um conjunto de atividades,


infraestrutura e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, de transporte,
detenção e retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das
águas pluviais drenadas nas áreas urbanas.
No processo de assentamento dos agrupamentos populacionais, o sistema de drenagem
urbana se sobressai como um dos mais sensíveis dos problemas causados pela urbanização, tanto
em razão das dificuldades de esgotamento das águas pluviais como devido a interferência com os

76
demais sistemas de infraestrutura. A retenção da água na superfície do solo pode proporcionar a
proliferação dos mosquitos responsáveis pela disseminação da malária e dengue, entre outros.
Além disso, a falta de um sistema de drenagem urbana apropriada pode trazer transtorno à
população com inundações e alagamentos fazendo com que as águas a serem drenadas se
misturem a resíduos sólidos, esgoto sanitário e/ou fezes, propiciando com isso o aparecimento de
doenças como a leptospirose, diarreias, febre tifoide etc. Portanto, a falta de atenção à drenagem
urbana pode afetar diretamente a qualidade de vida das populações e representar uma ameaça para
a saúde humana.

9.1 Área urbana

Existem no município de Santa Cecília do Sul aproximadamente 60% de ruas com rede
de drenagem pluvial. No perímetro urbano também há presença de ruas que não possuem
drenagem como mostra as figuras abaixo:
Figura 37: Ruas sem drenagem

77
Figura 38: Ruas sem drenagem

9.2 Área rural

Em grande parte das localidades do interior não existe sistema de tubulações para a
drenagem pluvial. Nas áreas essencialmente agrícolas as águas da chuva são facilmente
absorvidas pelo solo, em virtude das tecnologias aplicadas no sistema de plantio direto.
Nas estradas se encontram abaixo do nível das lavouras, as aguas pluviais vem sendo
canalizadas para dentro das propriedades ou quando isso não é possível são abertas valas, ao longo
do trecho, para absorver as águas.

78
Apesar da pouca estrutura não são registrados grandes problemas com relação a drenagem
pluvial.

10 PROGNÓSTICOS

10.1 Prognóstico e objetivos do plano municipal de saneamento

Identificada a situação do esgotamento sanitário do município de Santa Cecília do Sul em


seus quatro eixos de aplicação: abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, drenagem
pluvial e limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, pode-se enfim elabora o plano de objetivos
e metas para o saneamento de Santa Cecília do Sul.
10.2 Objetivos gerais do plano de saneamento

Os principais objetivos gerais de um PMSB são os seguintes:

Objetivo 1: Promoção da Salubridade Ambiental e da Saúde Coletiva: garantir a


qualidade ambiental como condição essencial para a promoção e melhoria da saúde coletiva;
garantir um nível razoável de atendimento com sistemas e serviços de saneamento; promover a
recuperação e o controle da qualidade ambiental, garantindo acesso pleno dos cidadãos aos
serviços e sistemas de saneamento.
Objetivo 2: Proteção dos Recursos Hídricos e Controle da Poluição: garantir a qualidade
dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos, principalmente os mananciais destinados ao
consumo humano; garantir um nível razoável de atendimento com sistemas de drenagem e
tratamento dos efluentes (em particular os domésticos); promover a recuperação e o controle da
qualidade dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos, por meio de tratamento e da redução
das cargas poluentes e da poluição difusa.
Objetivo 3: Abastecimento de Água às populações urbana e rural e Atividades
Econômicas: assegurar uma gestão racional da demanda de água, em função dos recursos
disponíveis e das perspectivas socioeconômicas; procurar uma gestão sustentável e integrada dos
mananciais subterrâneos e superficiais; garantir a quantidade de água necessária para o
abastecimento às populações e o desenvolvimento das atividades econômicas; promover a

79
conservação dos recursos hídricos por meio da redução das perdas nos sistemas ou da reutilização
da água.
Objetivo 4: Proteção da Natureza: assegurar a proteção do meio ambiente, com ênfase na
proteção do solo e nos meios aquáticos e ribeirinhos com maior interesse ecológico, a proteção e
recuperação de habitat e condições de suporte das espécies nos meios hídricos; estabelecer
condições adequadas de manejo do solo para evitar degradação; estabelecer vazões “ecológicas”
e evitar a excessiva artificialização do regime hidrológico dos cursos de água.
Objetivo 5: Proteção Contra Situações Hidrológicas Extremas e Acidentes de Poluição:
promover a minimização dos efeitos econômicos e sociais das secas por meio de medidas de
gestão em função das disponibilidades de água, impondo restrições ao fornecimento em situação
de seca e promovendo a racionalização dos consumos através de planos de contingência;
promover a minimização dos efeitos econômicos e sociais das enchentes por meio do
ordenamento da ocupação das áreas ribeirinhas sujeitas a inundações e o estabelecimento de
mapas de risco de inundação, a regularização e a conservação da rede de drenagem; a implantação
de obras de controle; promover a minimização dos efeitos econômicos e sociais de acidentes de
poluição, via o estabelecimento de planos de emergência, visando a minimização dos seus efeitos.
Objetivo 6: Valorização Social e Econômica dos Recursos Ambientais: estabelecer
prioridades de uso para os recursos ambientais e definir a destinação dos diversos resíduos
provenientes da atividade humana; promover a identificação dos locais com aptidão para usos
específicos relacionados ao saneamento ambiental; promover a valorização econômica dos
recursos ambientais, ordenando os empreendimentos no território.
Objetivo7: Ordenamento do Território: preservar as áreas de várzea; impor
condicionamento aos usos do solo por meio da definição de diretrizes de ordenamento e de
ocupação; promover a reabilitação e renaturalização dos leitos de rios e canais; promover o
zoneamento em termos de uso e ocupação do solo.
Objetivo 8: Normatização Jurídico-Institucional: assegurar a simplificação e
racionalização dos processos de gestão da política e dos sistemas de saneamento básico; promover
a melhoria da coordenação interinstitucional, corrigir eventuais deficiências da legislação vigente.
Objetivo 9: Sustentabilidade Econômico-financeira: promover a sustentabilidade
econômica e financeira dos sistemas de saneamento e a utilização racional dos recursos hídricos,
incentivar a adoção dos princípios usuário-pagador e poluidor-pagador.

80
Objetivo 10: Outros objetivos: aprofundar o conhecimento dos recursos hídricos;
promover o monitoramento quantitativo e qualitativo das águas superficiais e subterrâneas;
promover o estudo e o pesquisa aplicada, criando e mantendo as bases de dados adequadas ao
planejamento e à gestão sustentável dos recursos hídricos; promover a participação da população
através de informação, formação e sensibilização para a necessidades de proteger os recursos
naturais, especificamente os recursos hídricos; incentivar a implantação de programa de controle
da erosão do solo.

11 PLANOS DE AÇÕES E PROJETOS

As propostas de ações e projetos apresentados neste PMSB, são resultado de um processo


de análise e consultas realizadas por ocasião das reuniões, assim como, análises de sua viabilidade
e temporalidade de execução, considerando o prazo emergencial (E) – período de até 1 ano, o
curto prazo - período de 1 a 4 anos, o médio prazo (M) – período de 4 a 8 anos e o longo prazo
(L) – período de 8 a 20 anos e permanentes (P) – ações que devem ser realizadas constantemente.
Estas ações e os projetos foram classificados nas seguintes áreas: abastecimento de água,
esgotamento sanitário, resíduos sólidos, drenagem pluvial e desenvolvimento institucional.
O alcance deste PMSB é de vinte anos, apesar de algumas ações propostas tenham prazo
de execução maior ou terão caráter permanente. Os períodos visando estabelecer as prioridades
foram definidos pelo comitê executivo.
O quadro abaixo apresenta as siglas utilizadas para caracterizar a prioridade, define os
períodos de sua realização. Em todas as ações, a participação da cidadania é de grande
importância, pois dela também dependem os resultados almejados.

Quadro 16: Definição de prioridades


PRIORIDADES
E – Emergencial Até 1 ano
C – Curto Prazo 1 a 4 anos
M – Médio Prazo De 4 a 8 anos
L – Longo Prazo De 8 a 20 anos
P – Permanentes Ações constantes

81
11.1 Ações prioritárias na área do saneamento básico

Os objetivos gerais apresentados no item anterior, num nível maior de detalhamento,


podem ser desagregados em objetivos setoriais específicos. Estes objetivos gerais nortearam os
objetivos setoriais numa espécie de regra de ações prioritárias para o saneamento. De forma
sintetizada as ações da municipalidade deverão atender as orientações que seguem:

1. Promoção da salubridade ambiental e da saúde coletiva;


2. Proteção dos recursos hídricos e controle da poluição;
3. Abastecimento de água às populações e atividades econômicas;
4. Proteção da natureza;
5. Proteção contra Situações hidrológicas extremas e acidentes de poluição;
6. Valorização social e econômica dos recursos ambientais;
7. Ordenamento de território;
8. Normatização jurídico-institucional;
9. Sustentabilidade econômico-financeira;
10. Outros objetivos.

O resultado da análise de dados e informações do diagnóstico de serviços de saneamento


básico integrante deste plano municipal de saneamento básico aponta quais ações foram
identificadas como prioritárias. Essas ações serão citadas novamente dentro das suas respectivas
áreas.

• Solução para problemas existentes que em situação adversas de clima e ambiente venham
a comprometer o sistema de distribuição de água potável para a população urbana e rural.
• Ações de prevenção de doenças e controle de vetores que possam vir a desenvolver
situações de epidemia.
• Adequação de situações de saneamento impróprias que possam vir a gerar danos a saúde
particular e pública;
• Aperfeiçoar serviços de recolhimento, seleção e destinação de resíduos sólidos;
• Regular o sistema de recolhimento de esgoto doméstico e industrial;

82
• Intensificar campanhas de conscientização ambiental;
• Programas de proteção e preservação dos mananciais hídricos, margens de arroios e áreas
ciliares;
• Controle rigoroso e frequente de qualidade nos serviços;
• Implantação de políticas de recolhimento de resíduos especiais.

Identificados os objetivos gerais revela-se a importância de estabelecer metas especificas


para cada um dos sistemas observados nos diagnósticos.

11.2 Ações para o sistema de abastecimento de água potável


A partir de reuniões dos comitês: organizador e executivo e de audiências públicas e
consultas populares elaborou-se um rol de questões importantes a serem atendidas pelo plano
municipal de saneamento. Estas ações se relacionam à ampliação e prestação dos serviços de água
visando a universalização do atendimento destes serviços, com qualidade e controle social.
No contexto das ações visando a ampliação e a prestação dos serviços de abastecimento
de água com qualidade, as propostas de ações para o sistema de abastecimento de água orientam-
se nas seguintes ordens de prioridade:

EMERGENCIAL

• Lançamento de uma campanha de sensibilização da população para as questões da


qualidade, da racionalização do uso da água e da adimplência do pagamento;
• Resolver carências de abastecimento, garantindo o fornecimento de água a toda a
população, indústria e irrigação. (realizado, atualização 2020).

PERMANENTES

• Modernização do modelo de gestão;


• Ações de preservação da bacia hidrográfica, mananciais subterrâneos, rios, fontes e do
meio ambiente;

83
• Realização de atividades de educação ambiental afim de desenvolver a consciência
ecológica nas pessoas de todas as idades;
• Manutenção e conservação do sistema de abastecimento urbano e rural;
• Controle da qualidade da água distribuída na área urbana e rural.
• Realização das analises ficas, químicas e bacteriológicas da água distribuída na área rural;
• Capacitação de profissionais para atuar no tratamento de água distribuída nas áreas rurais;
• Reforçar a capacidade fiscalizadora dos órgãos competentes;

CURTO PRAZO

• Recuperação e ampliação das estruturas físicas e troca de equipamentos danificados na


área urbana e rurais; (realizado, atualização 2020).
• Ampliação da capacidade de abastecimento de água na área urbana; (realizado,
atualização 2020).
• Mapeamento e regulamentação dos sistemas de abastecimento de água do meio rural;
• Implantação de um sistema de controle permanente da qualidade da água distribuída nas
localidades rurais;
• Localizar e identificar fontes e nascentes localizadas no território do município;
• Troca de parte da tubulação antigas de amianto por tubulação de PVC; (realizado,
atualização 2020).
• Implantação de macro e micromedição; (realizado parcialmente, falta macromedidor,
atualização 2020).

MÉDIO PRAZO

• Desenvolver programa de aproveitamento das águas pluviais para fins múltiplos com
benefícios aos que aderirem a essa metodologia;
• Conclusão da troca de parte das tubulações antigas de amianto por tubulações de PVC;
(realizado, atualização 2020).

84
• Implantação de um sistema unificado de abastecimento de água para a área rural;
(realizado, atualização 2020).
• Desenvolver programa de preservação das fontes e nascentes existentes no território do
município;
• Adequar a capacidade de produção e reservação as necessidades demandadas; (realizado,
atualização 2020).
• Constituição de mecanismos de financiamento específicos para garantir o abastecimento
de água dos aglomerados rurais ou dispersos; (realizado, atualização 2020).

LONGO PRAZO

• Modernização das instalações e estruturas utilizadas no sistema de abastecimento de água


incluindo poços, abrigos, laboratórios, escritório e veículos;
• Adequar a capacidade de produção e reservação às necessidades demandadas;

11.3 Ações para o sistema de esgotamento sanitário

No município de Santa Cecília do Sul não existe estação de tratamento de esgoto e nem
sistema de coleta do mesmo. Grande parte das residências possui um sistema de fossa séptica ou
rudimentar. Visando estabelecer um serviço adequado e de qualidade, as propostas de ações para
o sistema de esgotamento sanitário (SEE) orientam-se nas seguinte ordens de prioridade:

EMERGENCIAL

• Lançamento de uma campanha de sensibilização da população para as questões


responsabilidade com o meio ambiente, adequação de estruturas de saneamento e
destinação adequada do esgoto doméstico;
• Resolver carências em áreas sem as devidas condições de saneamento básico;

85
PERMANENTES

• Ações de preservação de baixa hidrográfica, mananciais subterrâneos, rios, fontes e do


meio ambiente;
• Realização de atividades de educação ambiental afim de desenvolver a consciência
ecológica nas pessoas de todas as idades;
• Manutenção e conservação dos sistemas de esgotamento sanitário urbano e rural.
• Controle da contaminação dos recursos naturais;
• Realizar constantemente campanhas de sensibilização da população para as questões da
saúde, vetores, poluição dos corpos hídricos e de ligações de esgoto sanitário;
• Identificar e cadastra os sistemas de esgotamento individuais nas áreas rurais e urbanas e
adequá-los a normas;
• Formar e capacitar profissionais para atuar na fiscalização dos sistemas de esgotamento
sanitário.
• Localizar situações de esgotamento irregulares e buscar soluções;

CURTO PRAZO

• Resolver problemas de carências, garantindo o esgotamento a toda população


• Constituir programa de identificação de poços de agua desativados que estão sendo
utilizados de forma irregular e providenciar;
• Implantação de um sistema de monitoramento da contaminação dos recursos naturais;
• Adoção de tecnologia de infraestrutura adequada à realidade socioeconômica e ambiental
local;

MÉDIO PRAZO

• Realizar e normatizar as construções de fossas sépticas bem como instituir sistema de


limpeza e descarte adequados; (realizado, atualização 2020).

86
• Adoção de tecnologias com capacidade de atender ao padrão de lançamento de efluentes
preconizado pela resolução CONSEMA nº 128;
• Prever implantação em etapas adequadas à demanda social e às condições técnicas;
• Construir mecanismos específicos de financiamento visando garantir a implantação de
soluções de esgotamento sanitário em aglomerados rurais ou no meio disperso;
• Estudo de concepção de instalação de um sistema de coleta e tratamento de esgoto
sanitário para fossas sépticas.

LONGO PRAZO

• Implantação de um sistema de tratamento de esgoto sanitário urbano conforme estudo


técnico prévio;
• Desenvolvimento de um programa de tratamento e aproveitamento de efluentes.

11.4 Ações para o sistema de limpeza urbana e resíduos sólidos


O município de Santa Cecília do Sul possui sistema de coleta seletiva do lixo na área
urbana e nas comunidades. No intuito de aperfeiçoar e expandir este serviço, as propostas de ações
para o sistema de limpeza urbana de resíduos Sólidos orientam-se nas seguintes diretrizes e ordens
de prioridade.

EMERGENCIAL

• Lançamento de uma campanha de sensibilização da população para as questões


destinação adequada dos resíduos sólidos;
• Resolver carências de recolhimento e destinação adequada de resíduos sólidos.
(realizado, atualização 2020).

PERMANENTES

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• Modernização do modelo de gestão;
• Ações de conscientização sobre a preparação e destinação dos resíduos sólidos;
• Realização de atividades de educação ambiental afim de desenvolver a consciência
ecológica nas pessoas de todas as idades.
• Manutenção e conservação do sistema de recolhimento, triagem e descrte dos resíduos
sólidos da área urbana e rural;
• Monitoramento da contaminação dos recursos naturais.
• Adequação da capacidade de triagem e destinação dos resíduos;
• Capacitação de profissionais para atuar na instrução da correta separação dos resíduos
pela comunidade

CURTO PRAZO

• Recuperação a ampliação das estruturas físicas e troca de equipamentos danificados nas


áreas urbana e rurais;
• Ampliação da abrangência do sistema de coleta seletiva; (realizado, atualização 2020.
• Mapeamento e regulamentação dos sistemas de coleta no interior do município;
(realizado, atualização 2020).
• Implantação de um sistema de monitoramento da contaminação dos mananciais hídricos;
• Aprimorar o sistema de varredura e limpeza urbana capacitando profissionais e
adequando os locais de descarte; (realizado, atualização 2020).
• Incentivar a coleta seletiva e destinação adequada de lixos considerados especiais;
(realizado, atualização 2020).
• Ampliar serviços de limpeza urbana; (realizado, atualização 2020).
• Reforçar a capacidade fiscalizadora dos órgãos competentes.

MÉDIO PRAZO

• Desenvolver programa de aproveitamento dos resíduos passiveis de reciclagem;


(realizado, atualização 2020).
• Ampliação da abrangência do sistema de coleta seletiva; (realizado, atualização 2020).

88
• Desenvolver parcerias para descarte de lixos especiais; (realizado, atualização 2020).
• Aprimorar a coleta seletiva do lixo, fiscalizando a destinação adequada a materiais como:
vidros, lâmpadas, pilhas, baterias, eletrônicos, embalagens de agrotóxicos, óleos dentre
outros; (realizado parcialmente, atualização 2020).
• Constituição de mecanismos de financiamento específicos para garantir a coleta, triagem
e destinação e destinação adequada dos resíduos sólidos; (realizado, atualização 2020).

LONGO PRAZO

• Modernização das instalações e estruturas utilizadas no sistema de coleta, triagem e


destinação dos resíduos sólidos; (realizado, atualização 2020).
• Concluir a ampliação dos sistemas de coleta seletiva dos resíduos de forma a abranger
todo o território do município. (realizado, atualização 2020).

11.5 Ações para o sistema de drenagem e manejo de águas


Os objetivos e metas para o manejo de águas pluviais no município de Santa Cecília do
Sul seguirão a seguinte ordem de prioridade:

EMERGENCIAL

• Resolver carências nos sistemas de drenagem que causem situações de risco para a
população. (realizado, atualização 2020).

PERMANENTES

• Realizar manutenção e limpeza no sistema de drenagem pluvial;


• Desenvolver programas de conscientização para manutenção e limpeza das instalações
do sistema de drenagem pluvial;
• Aperfeiçoar o sistema de drenagem pluvial de acordo com as necessidades identificadas.

CURTO PRAZO

• Mapear o sistema de drenagem pluvial na área urbana;


• Localizar áreas de risco de área rural e urbana visando aperfeiçoar o sistema de drenagem;

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• Identificar regiões urbanas onde não exista sistema de drenagem urbana;
• Incentivar práticas agrícolas que favoreçam a absorção das águas pluviais;
• Localizar assentamentos em locais de risco;
• Normatizar a implantação de sistema de drenagem pluvial para novos loteamentos e áreas
urbanizadas. (realizado, atualização 2020).

MÉDIO PRAZO

• Realizar estudos de viabilidade técnica e financeira de implantação de sistemas de


drenagem em locais desprovidos de qualquer sistema;
• Projetar soluções para assentamentos em áreas de risco;
• Ampliar sistema de drenagem pluvial existente;
• Determinar mecanismos de financiamento para obras de drenagem pluvial.

LONGO PRAZO

• Aplicar soluções apontamento em estudo de viabilidade para assentamentos em áreas de


risco;
• Concluir implantação de sistema de drenagem adequado em toda área urbana do
município.

11.6 Ações para o desenvolvimento institucional


Por ocasião da realização do diagnóstico dos serviços de saneamento básico, constatou-
se no âmbito das secretarias municipais uma grande fragmentação no encaminhamento das ações.
A integração das atividades das áreas de saneamento básico com as demais secretarias municipais
será de fundamental importância para a garantia da gestão pública de qualidade e do alcance dos
resultados e metas propostas para estes serviços. Praticamente todas as áreas possuem uma
interface em maior ou menor escalas com a temática do saneamento básico.

11.7 Ações para emergências e contingências


Do ponto de vista formal, o objetivo essencial do plano de saneamento é o correto
atendimento à população com serviços públicos adequados e universais, nos termos das leis
federais 11.445/07 e 8.987/95.

90
11.8 Abastecimento de água potável
As situações emergenciais na operação do sistema de abastecimento de água ocorrem
quando da ocasião de paralisações na produção, na adução e na distribuição.
Estes eventos continuarão a ser resolvidos através dos procedimentos de manutenção.
Evidencia-se que quanto melhor for mantido o sistema, e quanto mais ampla fora
capacidade de atendimento, as situações de emergência e de contingência serão reduzidas.
Portanto, a solução dos principais problemas nas situações de emergência ou de
contingência, dizem respeito à alocação de recursos financeiros.
Os recursos poderão provir do erário, de financiamentos em geral, ou de parcerias
público-privadas na forma de concessões plenas ou parciais, nos termos da lei.

11.9 Esgotamento sanitário

As situações emergenciais do sistema de esgotamento sanitário ocorrem quando situações


adversas impedem o correto funcionamento de cada um dos sistemas. Estes eventos continuarão
a ser resolvidos através dos procedimentos de manutenção e limpeza periódica das fossas sépticas.
Evidencia-se que quanto melhor for mantido o sistema, e quando mais ampla for à
capacidade de atendimento, as situações de emergência e de contingencia serão reduzidas.
Portanto, a solução dos principais problemas nas situações de emergência ou de
contingencia, dizem respeito à alocação de recursos financeiros.
Os recursos poderão provir do erário, de financiamento em geral, ou de parcerias público-
privadas na forma de concessões plenas ou parciais, nos termos da lei.

11.10 Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos

As situações emergenciais na operação do sistema de manejo e disposição final de


resíduos sólidos ocorrem quando da ocasião de paralisações de prestação dos serviços, por
deficiência dos equipamentos, por desorganização na sua prestação, ou por greves de
trabalhadores.
Estes eventos continuarão a ser resolvidas através dos procedimentos de manutenção e
reposição de equipamentos e através de gestões administrativas em geral, incluindo a do pessoal
alocado nos serviços.

91
Evidencia-se que, quanto melhor mantido o sistema, e quanto mais ampla fora a
capacidade de atendimento, as situações de emergência e de contingência serão reduzidas.
Portanto, a solução dos principais problemas nas situações de emergência ou de
contingência diz respeito à alocação de recursos financeiros.
Os recursos poderão provir do erário, de financiamento em geral, ou de parcerias público-
privadas na forma de concessões plenas ou parciais, nos termos da lei.

11.11 Manejo de águas pluviais e drenagem urbana

O sistema de microdrenagem existente no município tem razoável cobertura,


necessitando, no entanto, ampliações, reformas e melhorias do sistema físico.
As situações emergenciais na operação do sistema de drenagem ocorrem apenas quando
da ocasião das enchentes, estas afetam as condições das estruturas naturais de macrodrenagem.
Não há como separar os eventos.
Assim, resta a tomada de atitudes políticas e institucionais para ações emergências nas
operações dos serviços públicos de macrodrenagem: predição por parte da defesa civil, evacuação
de populações e bens nas áreas de risco, atendimento emergencial de acidentes, mobilizaçãodo
funcionalismo público municipal no atendimento às demandas de atuação pessoal, mobilização
do empresariado para apoios operacionais e financeiros, atuação jurídico-institucional nos
decretos de situação de emergência e calamidade pública, ações administrativas de obtenção de
recursos junto aos governos estadual e federal, contratações emergenciais de empresas
prestadoras de serviços e outras ações assemelhadas típicas de acidentes naturais.
Os principais aspectos contingenciais dizem respeito à alocação de recursos financeiros
nos casos de paralisações operacionais, para sustentar as ações retro citadas.

12 AVALIAÇÃO REVISÃO E ENCERRAMENTO

O plano contém mecanismos para acompanhamento, monitoramento e avaliação das


ações programadas, considerando a implementação, os resultados alcançados, as modificações
necessárias, bem como para o processo da revisão periódica, que vai ocorrer, no máximo, a cada
quatro anos.

92
Para que essas atividades sejam realizadas adequadamente, será estabelecida uma equipe
e/ou conselho municipal formado por autoridades e técnicos da prefeitura, representantes da
sociedade civil e representantes das concessionárias prestadores de serviços que fiscalizará o
acompanhamento das ações sistemáticas, poderá inda ser criada uma lei com o estabelecimento
de políticas para o saneamento municipal.
Ao final dos 20 anos do horizonte do Plano, deverá ser elaborada a complementação das
intervenções sugeridas e incluir novas demandas para a área de planejamento do PMSB.
O sucesso do PMSB está condicionado a um processo de permanente revisão e
atualização e, para tanto, o próprio plano deve prever ações complementares, como o
monitoramento de dados e estudos adicionais.
Para a execução racional e organizada das ações de saneamento básico, uma estratégia
promissora será a organização do sistema municipal de saneamento básico (SMSB),composto por
instâncias, instrumentos básicos de gestão e um conjunto de agentes institucionais que, no âmbito
das respectivas competências, atribuições, prerrogativas e funções, integram-se, de modo
articulado e cooperativo, para a formulação das politicas, definição de estratégias, execução e
avaliação das ações de saneamento básico.

12.1.1 Serão instrumentos deste sistema o (a):

Respeitada a autonomia municipal e assegurando um processo de planejamento


participativo, considerando o desenvolvimento, a organização e a execução de serviços e obras
de interesse comum para o saneamento básico, a partir dos resultados das propostas de intervenção
nos diferentes cenários, buscar-se-á trabalhar através de planos de ações específicos, o conjunto
de alternativas indicadas pelo ministérios das cidade e secretaria nacional de saneamento
ambiental que orienta a compatibilização qualiquantitativa entre demandas e disponibilidade de
serviços. Tal conjunto se caracterizará como o cenário normativo objeto do PMSB e irá
contemplar:

12.1.2 Promoção do direito à cidade

Integrando a política de saneamento à política de desenvolvimento urbano a às diretrizes


definidas no plano municipal de saneamento básico serão integradas aos futuros Planos Diretores

93
e aos demais planos municipais, quando virão a existir, assegurando a promoção do direito à
cidade.
E, em particular, à política municipal de habitação de interesse social e aos programas de
produção de moradia social, urbanização, regularização fundiária e erradicação de áreas de risco
e de integração de favelas e assentamentos precários, que será implementado no ano de 2014.

12.1.3 Promoção da saúde e a qualidade de vida


A definição de metas de salubridade ambiental, visando à promoção da melhoria da
qualidade de vida e a redução de riscos e agravos à saúde, garantindo a universalização, a
regularidade e continuidade dos serviços básicos de saneamento básico e preservação ambiental
também serão asseguradas pelo plano municipal de saneamento básico.
A promoção da integralidade das ações, compreendidas como o conjunto de todas as
atividades e componentes de cada um dos diversos serviços de saneamento básico adequados à
saúde pública e à segurança da vida e do patrimônio público e privado.

12.1.4 Promoção da sustentabilidade ambiental

As ações de saneamento básico devem incorporar, de forma indissociável, as três


dimensões da sustentabilidade: a ambiental, a social, e a econômica.
O plano municipal de saneamento básico deve estimular o uso sustentável da energia e
dos recursos ambientais, o emprego de tecnologias limpas e de praticas que considerem as
restrições do meio ambiente, assim como a integração de infra-estruturas e serviços com a gestão
eficiente dos recursos hídricos, e a observância de indicadores sanitários, epidemiológicos,
ambientais e apontaras causas e soluções para deficiências detectadas.

12.1.5 Melhoria do gerenciamento e da prestação de serviços

Faz-se necessária a definição de programas de revitalização da prestação dos serviços e


de investimento na infraestrutura de saneamento básico, que valorizem os aspectos da eficiência,
da qualidade e da sustentabilidade econômica na sua atual organização.
Cabe ressaltar a importância da condicionante legal da politica federal de saneamento
básico (art 50, da Lei 11.445/07), para acesso a recursos onerosos e não onerosos da união ou sob

94
sua gestão, que requer a inclusão nos planos de desenvolvimento regionais e de saneamento básico
de um programa permanente destinado a promover o desenvolvimento institucional dos serviços
públicos de saneamento básico, para o alcance de níveis crescentes de desenvolvimento técnico,
gerencial, econômico e financeiro e melhor aproveitamento de instalações existentes.
Uma das ferramentas que podem auxiliar na melhoria do gerenciamento é o sistema
integrado de gestão de serviços de saneamento. Outro aspecto a destacar é que o plano municipal
de saneamento básico elaborado considera o desenvolvimento, a organização e a execução de
ações, serviços e obras de interesse comum para o saneamento básico, respeitada a autonomia
municipal.
O plano de ação leva em conta a lei 9.433/1997, pela qual os demais entes devem subsidiar
a gestão dos recursos hídricos da bacia hidrográfica onde o município encontra-se inserido,
assegurando um processo de planejamento participativo.

12.2 Revisão do plano municipal de saneamento

Imediatamente após a elaboração e aprovação do plano municipal de saneamento devera


ser elaborado um cronograma de revisão. Este cronograma deverá estabelecer revisões que não
poderão exceder o prazo de quatro anos.

12.3 Acompanhamento monitoramento e avaliação

Na etapa de implementação e acompanhamento, os gestores deverão acompanhar a


execução das ações previstas, monitoramento indicadores e disponibilizando informações.
Deverão também cobrar dos responsáveis, ações específicas previstas no plano e
condicionadas à indicadores estabelecidos como orientadores para a tomada de decisão.
O acompanhamento e monitoramento serão feito por meio dos programas apresentados
no quadro abaixo. Vale ressaltar, também, que os programas relacionados na tabela são os mais
relevantes.
Quadro 17: Ações e programas

95
12.4 Elaboração do sistema municipal de informações de saneamento básico

O município de Santa Cecília do Sul criará um programa de gerenciamento de


informações de saneamento básico que deverá ser colocado em prática em 2020. O município

96
deverá promover a avaliação do conjunto de indicadores proposto no quadro 17, objetivando
construir um sistema municipal de informações de saneamento básico.
Esse sistema deverá ser alimentando periodicamente para que o PMSB possa ser avaliado,
possibilitando verificar a sustentabilidade da prestação de serviços de saneamento básico no
município.
O sistema deverá conter um banco de dados, podendo estar associado a ferramentas de
geoprocessamento para facilitar a manipulação dos dados e a visualização da situação de cada
serviço afetado no município. Com isso, será possível identificar os problemas e auxiliar a tomada
de decisão em tempo hábil, para a resolução dos problemas relacionados com os serviços de
saneamento básico.
O sistema municipal de informações de saneamento básico deverá conter indicadores fácil
obtenção, apuração e compreensão e confiáveis do ponto de vista do conteúdo e fontes. Devem
ser capazes de medir objetivos e metas e contemplar os critérios analíticos da eficácia, eficiência
e efetividade da prestação dos serviços.
Deverá, por fim, contemplar as funções de gestão: planejamento, prestação, regulação,
fiscalização e o controle social.
É importante que este sistema seja construído atendendo às diretrizes do Sistema Nacional
de Informação em Saneamento – SINISA, do Ministério das Cidades, criado pela LNSB.

12.5 Aprovação do plano municipal de saneamento básico

Após elaboração do Diagnóstico e Prognóstico, peças que formam o plano municipal de


saneamento básico do município de Santa Cecília do Sul, foi realizada uma audiência pública de
atualização no dia 09 de março de 2020, em evento formal, que discutiu ampla a
democraticamente o plano com os diversos segmentos da sociedade, de forma a proceder a sua
aprovação.
A execução do PMSB é de responsabilidade das diversas instituições do município,
inclusive delegatórias da prestação e da regulação e fiscalização dos serviços. O acompanhamento
e avaliação de sua execução ficam a cargo da instância ou organismo instituído ou designado para
esse fim no próprio processo de construção do PMSB.

97
12.6 Relatório final do plano de saneamento básico

Conforme as características e a complexidade local devem ser previsto tantos produtos


quanto necessário para o adequado desdobramento do processo de definição da política e
elaboração do plano municipal de saneamento básico. Os produtos devem corresponder a
conteúdo definidos, identificáveis e compreensíveis em si, os quais, de forma articulada e/ou
sequencial, representem o processo em todas as suas fases e etapas e se constituam no documento
final da política do plano de saneamento básico.
Os produtos finais do planejamento em longo prazo das ações em Saneamento Básico
deverão ser desdobrados em duas categorias:
• O relatório dos trabalhos desenvolvidos pelo município com o apoio dos comitês
executivo e comitê de coordenação, contemplando os itens adiante listados.
• O Plano Municipal de Saneamento Básico, de forma sintética, contemplando de forma
objetiva as decisões das autoridades municipais sobre o que fazer, quando e com que
recursos.

A título de exemplo podemos listar os seguintes conteúdos ou produtos relatório dos


trabalhos:
• Produto 1 – Definição do processo de elaboração: Plano de trabalho para a elaboração da
política e do plano, Coordenação, diretrizes e participação da sociedade;
• Produto 2 – Caracterização institucional do município e da prestação dos serviços e
capacidade econômico financeiro; Diagnóstico do social e da situação da prestação dos
serviços de saneamento básico e seus impactos nas condições de vida e no ambiente
natural.
• Produto 3 – Prognóstico e alternativas para universalização dos serviços de saneamento
básico. Objetivos e Metas.
• Produto 4 – Concepção dos programas, projetos e ações a serem implementados para o
alcance dos objetivos e metas. Definição das ações para emergência e contingência.
• Produto 5 – Mecanismos e procedimentos de controle social e dos instrumentos para o
monitoramento e avaliação sistemática da eficiência, eficácia e efetividade das ações
programadas.
• Produto 6 – Sistema Municipal das informações de Saneamento Básico.

98
• Produto 7 – Relatório Final do PMSB.

13 CARACTERIZAÇÃO SANITÁRIA E EPIDEMIOLÓGICA

13.1 Habitação

O objetivo deste levantamento foi o de promover uma maior caracterização da


infraestrutura habitacional existente no município de Santa Cecília do Sul, a fim de localiza-la no
território e permitir um encaminhamento para futuras localizações de projetos habitacionais e de
saneamento. Foram utilizadas técnicas de levantamento de dados objetivas perceptivas.
Como estratégia para essa avaliação, foi adotada a aplicação de questionários aos agentes
comunitários de saúde vinculados ao Programa Saúde da Família, quanto ao quadro das
necessidades habitacionais das áreas onde o programa se implementa. Tratou-se de um processo
não só de coleta de informações, mas sobremaneira de troca de conhecimento com agentes
municipais que conhecem muito a realidade das famílias de Santa Cecília do Sul. Foram feitas
reuniões de capacitação dos agentes para aprofundamento dos conceitos, para analisar os dados
levantados, para comprovação dos mesmos e para troca de conhecimento sobre a cidade. Por fim,
foram feitas visitas apontando pelo questionário.
A forma de apresentação dos dados levantados adotará a seguinte sequência:

• Apresentação do território da cidade e das áreas abrangidas pelos questionários aplicados


aos agentes comunitários de saúde, juntamente com dados numéricos referentes a esta
abrangência;
• Apresentação dos programas e comparativos dos dados habitacionais entre Área urbana
e Área rural;
• Detalhamento dos dados por área (urbana e Rural);
• Conclusão sobre o levantamento realizado, indicando as áreas de maior vulnerabilidade,
maior inadequação, maior déficit, etc.

14 PROJEÇÃO POPULACIONAL

99
14.1 Taxa de crescimento populacional

A taxa de crescimento populacional corresponde ao percentual de incremento


médio anual da população residente em determinado espaço geográfico, no período
considerado. O valor da taxa refere-se à média anual obtida para um período de anos
compreendido entre dois momentos, em geral correspondentes aos censos demográficos.
A mesma indica o ritmo de crescimento populacional, sendo influenciada pela dinâmica
da natalidade, da mortalidade e das migrações.
As estimativas de crescimento da população no município de Santa Cecília do Sul
foram realizadas pelo método geométrico. O grande problema em relação à população de
2007 a 2010 foi o índice negativo do aumento da população, porém foi estabelecido um
aumento do índice da população para se ter uma segurança quanto a geração dos resíduos.

Quadro 18: Projeção populacional para os próximos 20 anos, atualizada com a


taxa estabelecida anteriormente porem com população estimada pelo IBGE
2019.
Ano População Taxa de
crescimento %

2019 1644 0,2

2020 1647 0,2

2021 1650 0,2

2022 1653 0,2

2023 1656 0,2

2024 1659 0,2

100
2025 1662 0,2

2026 1665 0,2

2027 1668 0,2

2028 1671 0,2

2029 1674 0,2

2030 1677 0,2

2031 1680 0,2

2032 1683 0,2

2033 1686 0,2

2034 1689 0,2

2035 1692 0,2

2036 1695 0,2

2037 1698 0,2

2038 1701 0,2

2039 1704 0,2

A exigência da Lei 11.445/07, de se efetuar revisões do plano a cada 4 anos, exigirá uma
avaliação periódica das projeções efetuadas e se estas estão apontando populações dentro do
previsto nesse estudo; recomenda-se que as datas revisões, sempre que possível, sejam efetuadas
quando ocorrerem censos e contagens do IBGE.

15 PROGÓSTICOS DAS NECESSIDADES DE SERVIÇOS PÚBLICOS DE


SANEAMENTO

15.1 Sistema de abastecimento de água potável e esgotamento sanitário

Este item do plano municipal de saneamento básico tem o intuito de abordar a situação
atual, a definição das metas, a projeção das demandas, a identificação das necessidades e por fim
o estudo de viabilidade técnica e econômico-financeira dos sistemas de abastecimento de água e
esgotamento sanitário do município de Lajeado.

101
15.2 Projetos existentes

As demandas estabelecidas pelas reuniões técnicas estão hierarquizadas por ordem de


prioridade e estão apresentadas na tabela abaixo.

Quadro 19: Hierarquização das demandas do sistema de abastecimento de água.

Quadro 20: Hierarquização das demandas do sistema de esgotamento sanitário

15.2.1 Projeção das necessidades de Drenagem e manejo de Águas Pluviais

As projeções das demandas referentes ao sistema de drenagem urbana foram construídas


levando-se em conta a disponibilidade de estruturas de drenagem em vias pavimentadas para as
áreas urbanizadas do município; o incremento de novas vias a serem implantadas; a recuperação
da drenagem existente e a implantação de rede drenagem nas vias que atualmente não estão
pavimentadas.
Segundo informações do departamento de engenharia da prefeitura de Santa Cecília do
Sul o município conta com 60% das vias pavimentadas chegando aproximadamente a 30 km de
redes já instaladas, ficando cerca de 20 km de vias sem drenagem de águas pluviais.

102
A hierarquização das demandas para drenagem e manejo de aguas pluviais está
apresentada no quadro abaixo.
Quadro 21: Hierarquização das demandas do sistema de drenagem urbana.

15.3 ALTERNATIVA DE COMPATIBILIZAÇÃO DAS CARÊNCIAS


DE SERVIÇOS PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO COM AS AÇÕES
DECORRENTES DO PLANO

A pouca disponibilidade de serviços relativos ao saneamento básico é fator limitante para


o desenvolvimento sustentável de um município. No caso do município de Santa Cecília do Sul
esta situação de carência foi abordada na etapa do diagnostico constate do presente plano, no qual
também foram analisadas as demandas por serviços públicos essenciais como: abastecimento de
água, esgotamento sanitário, resíduos sólidos urbanos e drenagem urbana.
A projeção da evolução da demanda da sociedade por tais serviços públicos no horizonte
do Plano, ou seja, um período de 20 anos estabelecendo um cenário denominado tendencial. A
partir desta “Tendência” de desenvolvimento do setor saneamento, emerge a necessidade de
analisar alternativas de aumento e/ou melhoramento de disponibilidade dos serviços público deste
setor no município.
A harmonização entre os aspectos relativos às carências dos serviços de saneamento
básico no Município e as ações decorrentes do Plano, prescinde da análise das disponibilidades e
demandas, atuais e futuras, para o atendimento da população.
A partir do diagnóstico da situação atual do setor saneamento foi possível conhecer
carências, demandas e disponibilidades de serviços, estimando as ações necessário à eficiência;
eficácia e efetividade intrínseca para a prestação dos serviços públicos do setor do saneamento.
Com o intuito de estimar alternativas de intervenção e de mitigação dos problemas
decorrentes das carência atuais, esta foram projetadas a partir de cenários alternativos de evolução

103
gradativa do atendimento, qualiquatitativo, para o horizonte de 20 anos. Desta forma, foram
construídos 3 (três) cenários para cada serviço de saneamento:

• O cenário tendencial considera a manutenção das condições atuais;


• O cenário de universalização ou desejável considera a universalização e adequação dos
sistemas de saneamento, visando um horizonte de 20 anos;
• O cenário normativo considera a compatibilização qualiquantitativa entre demandas e
disponibilidade de serviços, resultante das definições do estudo de projeção populacional
e dos aspectos levantados pelo comitê executivo de saneamento.

Quadro 22: Alternativas de compatibilização das necessidades e disponibilidades dos serviços.

15.4 Cenário alternativos das demandas por serviços de saneamento básico

O desenvolvimento de cenário necessários ao planejamento envolve o conhecimento


sobre os futuros possíveis e plausíveis do setor do saneamento básico do município. Porém, estes
cenários futuros devem estar apoiados nas prerrogativas de necessidades de melhorias,
estabelecidas pela demanda observadas na fase de diagnóstico municipal.
Um cenário é definido como sendo um retrato rico e detalhamento de um futuro plausível,
retrato tão cheio de vida que, ao vê-lo, um planejador pode claramente identificar e compreender

104
os problemas, os desafios e as oportunidades que tal ambiente poderia apresentar (THE
FUTURES GROUP, 1994).
Partindo da situação atual é possível vislumbrar diferentes futuros de acordo com
estabelecimento de cenário específico necessário ao planejamento.

Figura 40: Diferentes tipos de cenários alternativos

Portanto, os diferentes cenários alternativos têm por objetivo identificar, dimensionar,


analisar e prever a implantação de alternativas de intervenção para a solução das carências
relativas aos serviços de saneamento básico.
O Guia para elaboração de planos municipais de saneamento (BRASIL,2009) aponta dois
cenários Críticos de evolução:
• Cenário I: considera as principais tendências de desenvolvimento observadas no
município no passado recente, considerando, para o futuro, uma moderada influência de
vetores estratégicos de desenvolvimentos associados a algumas capacidades de
modernização socioeconômica e de desempenho do sistema urbano.
• Cenário II: considera as principais tendências de desenvolvimento observadas no
município no passado recente e incorpora, como elemento diretivo, os principais vetores
estratégicos de desenvolvimento associados à mobilização de capacidade de
modernização econômica e de desempenho do sistema urbano.

Buarque (2003) propõe que na caracterização dos cenários é possível distinguir dois
grandes conjuntos diferenciados segundo sua qualidade, especificamente, quando a isenção ou

105
presença do desejo dos formuladores do futuro: cenários exploratórios e cenário normativo. Para
o autor, os cenários exploratórios têm um conteúdo essencialmente técnico e decorrem de um
tratamento racional das probabilidades e procuram intencionalmente excluir as vontades e os
desejos dos formuladores no desenho e na descrição do futuro. Um dos tipos de cenários
exploratórios utilizados é o cenário extrapolai-vos, que reproduz no futuro os comportamentos
dominantes no passado. Este tipo de cenário é denominado como cenário tendencial, em que as
tendências do passado são mantidas ao longo do período de planejamento.
O cenário denominado de cenário de universalização ou desejável reflete-se na melhor
situação possível para o futuro, onde a melhor tendência de desenvolvimento é realizada ao longo
do período de planejamento, sem preocupação com a plausibilidade. Este cenário reflete-se em
desejos que, sem um correto planejamento, não passarão de utopias sem aplicabilidade prática.
Já, o cenário denominado normativo aproxima-se das aspirações do decisor em relações
ao futuro, ou seja, reflete a melhor situação possível, a mais plausível e viável. Constitui-se como
o cenário capaz de ser efetivamente construído, demonstrado técnica e logicamente como viável.
Este cenário parte, também da expressão da vontade coletiva, sem desviar da possibilidade de
aplicação.
Cave ressaltar que a possibilidade de universalização dos serviços de saneamento básico
está sempre vinculada à disponibilidade de recursos para investimentos nesta área. Portanto, os
investimentos necessários ao cenário normativo devem estar apoiados na disponibilidade de
recurso através de incentivos em programas governamentais que visam o fomento do setor de
saneamento básico do município.
Portanto, para o desenvolvimento do plano municipal de saneamento baisoc são utilizados
os seguintes cenários, resumidamente:
• O cenário tendencial considera a manutenção das condições atuais;
• O cenário de universalização ou desejável considerar a universalização e adequação dos
sistemas de saneamento visando um horizonte de 20 anos;
• O cenário normativo se configura a partir das alternativas que promovera a
compatibilização quali quantitativa entre as demandas e disponibilidade de serviços.

15.4.1 Cenário Tendencial

106
Este cenário caracteriza-se pela manutenção das condições atuais de cobertura dos
serviços de saneamento básico acompanhando o crescimento vegetativo da população ao longo
dos anos. Dessa forma, os índices de atendimento dos serviços são mantidos ao longo do horizonte
do plano, como apresentado no Quadro 23.

Quadro 23: Índice de atendimento no cenário tendencial.

Cabe ressaltar que a neste cenário futuro são mantidas as condições atuais, de acordo com
as demandas observadas na fase de diagnóstico. Neste caso, supõe-se que os equipamento e
infraestruturas existentes recebam apenas as manutenções usuais, realizadas ao longo do período
do plano para que estes sistemas não entrem em colapso.
O mesmo acontece com os projetos que atualmente estão em processo de elaboração
atendidas.
Considera-se, também, que os índices de perdas no sistema de abastecimento de água
sejam mantidos ao longo do período de planejamento. Nesse sentido, considera-se que as redes
coletoras de esgotamento sanitário não sejam implantadas no município, o que sustentaria a
condição de ligações irregulares de esgotamento sanitário na rede de drenagem urbana,
acarretando sérios problemas aos recursos hídricos próximos a área urbana.

15.4.2 Cenário de universalização ou desejável

O cenário de universalização ou desejável considera a universalização e adequação dos


sistemas de saneamento visando o horizonte do plano. Portanto, neste cenário os índices de
atendimento dos serviços de saneamento básico são universalizados ao longo do período de
planejamento, como apresentado no quadro 24.

Quadro 24: índice de atendimento no cenário de universalização ou desejável.

107
15.4.3 Cenário normativo

O cenário normativo e definido como aquele possível de ser alcançado, factível com as
condições operacionais e financeiras do município, conforme entendimento do grupo execução
de saneamento. Portanto, este cenário foi construído a partir das alternativas que promoverá a
compatibilização quali-quantitativa entre demandas e disponibilidade de serviços.
Visto que a política nacional de saneamento básico (Lei nº 11.445/07) tem como principio
fundamental a universalidade do acesso aos serviços de saneamento básico, este plano busca a
integralização do atendimento à população, contemplando no final de projeto os índices mais
próximos possíveis da universalização.
Para a criação do cenário normativo foram considerados alguns aspectos importantes
acerca dos desejos da coletividade:
• Serviços de saneamento acompanhado a demanda;
• Setores atuando articulados e planejado;
• Universalidade, integralidade e equidade consideradas como metas permanentes e
alcançáveis;
• Proteção ambiental ainda insuficiente, porém, com investimentos cada vez maiores;
• Regularização dos serviços de saneamento básico, com os possíveis resultados positivos
desta intervenção;
• Participação popular mais ativa, com usuários mais esclarecidos e exigentes;
• Aumento da integração entre municípios circunvizinhos para a gestão compartilhada dos
serviços de saneamento básico.
Portanto, o cenário normativo apresenta os índices de atendimento dos serviços de
saneamento, Quadro 25 possíveis de serem realizados ao longo do período de planejamento e vai
ao encontro da decisão tomada pelo grupo executivo de saneamento, através dos encontros
comunitários realizados no município.

108
Quadro 25: Índice de atendimento ao cenário normativo.

Segundo documento elaborado pelo ministério das cidades sobre saneamento a


erradicação das carências em saneamento ambiental é uma questão essencial enquanto traz
benefícios para a saúde pública e para a qualidade ambiental de um município. (BRASIL,2005).
A partir da última década consolida-se o compromisso do governo federal em estabelecer
uma política de liberação de recursos para que estados e municípios promovam a universalização
do acesso aos serviços de saneamento. No quadriênio 2007-2010 os investimentos no setor
alcançaram patamares significativos e nunca antes registrados. Mesmo assim, a pulverização de
investimentos expressivos em todo o país, não é suficiente para o desenvolvimento do setor, haja
vista que o grande desafio é justamente a mudança da cultura institucional e técnica, adotando-se
como paradigma a visão integrada do saneamento abrangendo as ações em abastecimento de água,

109
esgotamento sanitário, gestão integrada de resíduos sólidos e manejo sustentável das águas
pluviais urbanas e sua repercussão no desenvolvimento urbano sustentável.
A equalização das deficiências do setor está diretamente relacionado com o emprenho
dos gestores públicos, bem como das aspirações da coletividade na construção de um
desenvolvimento futuro realmente sustentável.
É com esta visão que o município se empenha na tentativa de alcançar o objetivo de
universalização do setor no horizonte do plano, acreditando no potencial de desenvolvimento
local através de incentivos federais técnicos e financeiros, bem como apoio à capacitação
institucional, sendo que tais fatores foram considerados na decisão de assumir o cenário
normativo na construção do plano.

16 IDENTIFICAÇÃO DE ALTERNATIVAS DE GASTÃO DOS SERVIÇOS


PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO

A Lei Federal nº 11.445/07 no capítulo II dispõe a respeito do exercício da titularidade e


prevê que o titular do (município) deverá formular a política pública de saneamento básico,
devendo para tanto, desempenhar um rol de condições, prevista no art 9º, como: elaborar os planos
de saneamento básico; prestar diretamente ou autorizar delegação dos serviços; definir ente
responsável pela regulação e fiscalização dos serviços; adotar parâmetros para garantia do
atendimento essencial à saúde pública; fuxar direitos e deveres dos usuários; estabelecer
mecanismos de controle social; estabelecer sistema de informações sobre os serviços.
Complementando as informações sobre a titularidade, no tocante aos resíduos sólidos, no
Artigo 26º da Lei Federal nº 12.305/2010, o titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de
manejo de resíduos sólidos é responsável pela organização e prestação direta ou indireta desses
serviços, observados o respectivo Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (caso
este for consolidado), a Lei nº 11.445, de 2007, as disposições da Lei nº 12.305/2010 e seu
regulamento.
Diante das exigências legais supramencionadas é imprescindível apresentar alternativas
institucionais para o exercício das atividades de planejamento, regulação, fiscalização e prestação
de serviços, bem como a formulação de estratégias, políticas e diretrizes para alcançar os objetivos
e metas do Plano Municipal de Saneamento básico, incluindo a criação ou adequação de órgão
municipais de prestação de serviços, regulação e de assistência técnica.

110
16.1 PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO

A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CRFB/88) consagrou o


município como entidade federativa indispensável, incluindo-o na organização político-
administrativo da República Federativa do Brasil, garantindo plena autonomia administrativa
financeira e política, conforme preceitua art. 18, caput 2, do mandamento constitucional em vigor.
A divisão das competências para prestação de serviço público pelas entidades estatais –
União, Estado, Distrito Federal e Município – visa sempre ao interesse próprio de cada esfera
administrativa, à natureza e extensão dos serviços, e ainda à capacidade para executá-los
vantajosamente para a administração e ara os administradores, sempre respeita o princípio da
predominância de interesse.
Nesse contexto, a Constituição Federal de 1988, em seu art. 30, V3, institui competência
para organizar e prestar os serviços públicos de interesse local dos municípios assegurando sua
autonomia administrativa.
Interpretar essa disposição constitucional significa dizer que serviços públicos de
saneamento básico é claramente atribuído aos municípios, sendo este ente federado competente
para prestá-lo e organizá-lo haja vista o interesse local ou predominantemente local destes
serviços.
Assim, uma política de saneamento deve partir do pressuposto de que o município tem
autonomia e competência constitucional sobre a gestão dos serviços de saneamento básico, no
âmbito de seu território, respeitando as condições gerais estabelecidas na legislação nacional
sobre o assunto.
Nesse sentido, o documento elaborado pelo Ministério das Cidades “peças Técnicas
Relativas a Planos Municipais de Saneamento Básico” (BRASIL,2009, p.247) disserta: apesar
desses dispositivos constitucionais, foi somente com a Lei Nacional de Saneamento básico (Lei
nº 11.445/2007) que se estabeleceram as diretrizes normativas nacionais, disciplinado de forma
mais clara o exercício, pelos titulares, das funções de gestão dos serviços de saneamento básico.

16.1.1 Prestação direta

111
A Lei nº 11.445/2007 prevê que o titular (município) preste diretamente os serviços
públicos de saneamento básico. Esta prestação pode ocorrer via administração central ou
descentralizada (outorga). (art. 9º,II). A prestação centralizada ocorre por meio de órgão da
administração pública. Já, a prestação direta descentralizada pode ocorrer por autarquia, empresa
pública, sociedade de economia mista e fundação.

16.1.2 Prestação Indireta – Delegação por concessão, permissão,


autorização ou terceirização

O poder Público Municipal, titular dos serviços públicos de saneamento básico, pode
delegar a prestação dos serviços para terceiros, sempre por meio de licitação (Lei nº 8.666/93), na
forma de concessão, permissão, autorização ou terceirização.
Existem três alternativas de delegação que são consideradas viáveis para o setor: as
concessões comuns, as parcerias público-privadas e os contratos de terceirização.
Na concessão comum, a administração pública delega a prestação das atividades, para
uma empresa privada ou estatal que deverá atender a legislação e regulação do titular, às normas
gerais da Lei nº 8.984/1995, que dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de
serviços públicos. Nesta modalidade, o poder concedente não paga ao particular pelo serviço, poi,
há uma relação direta ente a concessionária e o usuário, ou seja, não há despesa pública envolvida,
o usuário é quem paga.
Sobre a concessão comum Carvalho Filho (2008,9.346) ensina que:
Concessão de serviços públicos é o contrato
administrativo pelo qual a administração pública
transfere à pessoa jurídica ou a consórcio de empresas
a execução de certa atividade de interesse coletivo,
remunerada através do sistema de tarifas pagas pelos
usuários. Nessa relação jurídica, a Administração
Pública é denominada de.

Nas parcerias públicos-privadas, Lei nº 11.079/2004 (art, 2º nº4) a concessão


administrativa visa justamente o oposto da concessão comum. O poder Público (administração
pública) assume o papel de usuário e paga pelo serviço em seu lugar. É exigido investimento
mínimo do particular de 20 milhões de reais e prazo contratual de, no mínimo, 5 (cinco) anos.

112
17 PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES NECESSÁRIAS PARA ATINGIR
OS OBJETIVOS E AS METAS

17.1 FORMULAÇÃO DE ESTRATÉGIAS, POLÍTICAS E DIRETRIZES ARA


ALCANÇAR OS OBJETIVOS E METAS

O plano contempla ações imediatas, além de ações de curto, médio e longo prazo para
solucionar os gargalos existentes no setor de saneamento, e promover a melhoria da salubridade
ambiental municipal, uma vez que englobam serviços públicos básicos e, portanto, essenciais para
a manutenção da saúde integral da coletividade.
A programação referente ás ações imediatas é a ponte entre as demandas de serviços e
ações existentes referentes às ações imediatas é a ponte entre as demandas de serviços e ações
existentes referentes à problemática do saneamento básico e o próprio Plano, partindo-se para
uma hierarquização e priorização dos programas, projetos e ações mais imediatas.
O Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) contém as diretrizes, os princípios e
finalidades que representam a base de uma hierarquia sob a qual são construídos os programas,
projetos e ações.
Com o intuito de alcançar os objetivos e metas do plano de saneamento básico são
definidos os programas, projetos e ações voltados à promoção do saneamento básico, que
contemplam as seguintes temáticas:
• Promoção do direito à cidade;
• Promoção da saúde e da qualidade de vida;
• Promoção da sustentabilidade ambiental;
• Melhoria do gerenciamento e da prestação dos serviços.
Estes devem estar ajustados com o plano plurianual de Santa Cecília do Sul, bem como
com eventuais planos correlacionados, de forma a identificar possíveis fontes de financiamento,
de acompanhamento e avaliação e de integração entre si e com outros programas e projetos de
setores afins.
Visando garantir as condições necessárias ao desenvolvimento do setor saneamento no
Município de Santa Cecília do Sul está sendo proposta a criação de programas permanentes, em
uma escala macro, para atuação transversal comum a todos os programas, projetos e ações

113
setoriais propostos no presente plano, que se destacam a seguir: Programa de estruturação
Administração; Programa de Implantação, Manutenção e avaliação do sistema de informações de
saneamento Básico; Programa de Fortalecimento Técnico-Instituvional; Programa de ações
complementares intersetoriais; programa de educação ambiental e mobilização Social que serão
detalhados no item relacionado aos programas estruturantes.

114
ANEXOS

115
ANEXO 01
FOLHA DE ASSINATURA

_______________________________
Jusene Consoladora Peruzzo
Prefeita Municipal

_______________________________
João Sirineu Pelissaro
Vice Prefeito Municipal

______________________________
AQUABONA
Assessoria Ambiental e Segurança do Trabalho LTDA

116
ANEXO 02
PLANILHA SIMPLIFICADA DAS METAS

117
Emergencial Até 1 ano Não realizado
Curto prazo 1 a 4 anos
Realizado parcialmente
Médio prazo De 4 a 8
Longo prazo De 8 a 20 Realizado completamente
Permanente Constante

Quem
ITEM Descrição Prazo
Característica fazer
ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Permanente 11.2 Modernização do modelo de gestão; Prefeitura Constante


Capacitação de profissionais para atuar no
Permanente 11.2 tratamento de água distribuída nas áreas Prefeitura Constante
rurais;
Reforçar a capacidade fiscalizadora dos
Permanente 11.2 Prefeitura Constante
órgãos competentes;
Ações de preservação da bacia
Permanente 11.3 hidrográfica, mananciais subterrâneos, rios, Prefeitura Constante
fontes e do meio ambiente;
Realização de atividades de educação
ambiental afim de desenvolver a
Permanente 11.4 Prefeitura Constante
consciência ecológica nas pessoas de todas
as idades;
Manutenção e conservação do sistema de
Permanente 11.5 Prefeitura Constante
abastecimento urbano e rural;
Controle da qualidade da água distribuída
Permanente 11.6 Prefeitura Constante
na área urbana e rural.
Realização das analises fisicas, químicas e
Permanente 11.7 bacteriológicas da água distribuída na área Prefeitura Constante
rural;
Lançamento de uma campanha de
sensibilização da população para as
Emergencial 11.2 questões da qualidade, da racionalização Prefeitura até 2021
do uso da água e da adimplência do
pagamento;
Resolver carências de abastecimento,
Emergencial 11.2 garantindo o fornecimento de água a toda Prefeitura -
a população, indústria e irrigação.
Recuperação e ampliação das estruturas
Curto Prazo 11.2 físicas e troca de equipamentos danificados Prefeitura -
na área urbana e rurais;
Ampliação da capacidade de abastecimento
Curto Prazo 11.2 Prefeitura -
de água na área urbana;

118
Mapeamento e regulamentação dos
Curto Prazo 11.2 sistemas de abastecimento de água do meio Prefeitura até 2024
rural;
Implantação de um sistema de controle
Curto Prazo 11.2 permanente da qualidade da água Prefeitura até 2024
distribuída nas localidades rurais;
Localizar e identificar fontes e nascentes
Curto Prazo 11.2 Prefeitura até 2024
localizadas no território do município;
Troca de parte da tubulação antigas de
Curto Prazo 11.2 Prefeitura -
amianto por tubulação de PVC;
Curto Prazo 11.2 Implantação de macro e micromedição; Prefeitura até 2024
Troca de parte das tubulações antigas de
Curto Prazo 11.2 Prefeitura -
amianto por tubulações de PVC;
Desenvolver programa de aproveitamento
das águas pluviais para fins múltiplos com
Médio Prazo 11.2 Prefeitura até 2028
benefícios aos que aderirem a essa
metodologia;
Conclusão da troca tubulações antigas de
Médio Prazo 11.2 Prefeitura -
amianto por tubulações de PVC;
Implantação de um sistema unificado de
Médio Prazo 11.2 Prefeitura -
abastecimento de água para a área rural;
Desenvolver programa de preservação das
Médio Prazo 11.2 fontes e nascentes existentes no território Prefeitura até 2028
do município;
Adequar a capacidade de produção e
Médio Prazo 11.2 Prefeitura -
reservação as necessidades demandadas;
Constituição de mecanismos de
financiamento específicos para garantir o
Médio Prazo 11.2 Prefeitura -
abastecimento de água dos aglomerados
rurais ou dispersos;
Modernização das instalações e estruturas
utilizadas no sistema de abastecimento de
Longo Prazo 11.2 Prefeitura até 2040
água incluindo poços, abrigos, laboratórios,
escritório e veículos;
Adequar a capacidade de produção e
Longo Prazo 11.2 Prefeitura até 2040
reservação às necessidades demandadas;

ESGOTO SANITÁRIO
Ações de preservação de baixa
Permanente 11.3 hidrográfica, mananciais subterrâneos, rios, Prefeitura Constante
fontes e do meio ambiente;
Realização de atividades de educação
11.3 Prefeitura Constante
Permanente ambiental afim de desenvolver a

119
consciência ecológica nas pessoas de todas
as idades;
Localizar situações de esgotamento
Permanente 11.3 Prefeitura Constante
irregulares e buscar soluções;
Manutenção e conservação dos sistemas de
11.3 Prefeitura Constante
Permanente esgotamento sanitário urbano e rural.
Controle da contaminação dos recursos
11.3 Prefeitura Constante
Permanente naturais;
Realizar constantemente campanhas de
sensibilização da população para as
11.3 questões da saúde, vetores, poluição dos Prefeitura Constante
corpos hídricos e de ligações de esgoto
Permanente sanitário;
Identificar e cadastra os sistemas de
Permanente 11.3 esgotamento individuais nas áreas rurais e Prefeitura Constante
urbanas e adequá-los a normas;
Formar e capacitar profissionais para atuar
Permanente 11.3 na fiscalização dos sistemas de Prefeitura Constante
esgotamento sanitário
Lançamento de uma campanha de
sensibilização da população para as
questões responsabilidade com o meio
Emergencial 11.3 Prefeitura até 2021
ambiente, adequação de estruturas de
saneamento e destinação adequada do
esgoto doméstico;
Resolver carências em áreas sem as devidas
Emergencial 11.3 Prefeitura até 2021
condições de saneamento básico;
Resolver problemas de carências,
Curto Prazo 11.3 Prefeitura até 2024
garantindo o esgotamento a toda população
Constituir programa de identificação de
poços de agua desativados que estão sendo
Curto Prazo 11.3 Prefeitura até 2024
utilizados de forma irregular e
providenciar;
Implantação de um sistema de
Curto Prazo 11.3 monitoramento da contaminação dos Prefeitura até 2024
recursos naturais;
Realizar e normatizar as construções de
Médio Prazo 11.3 fossas sépticas bem como instituir sistema Prefeitura -
de limpeza e descarte adequados;
Adoção de tecnologias com capacidade de
atender ao padrão de lançamento de
Médio Prazo 11.3 Prefeitura até 2028
efluentes preconizado pela resolução
CONSEMA nº 128;
Prever implantação em etapas adequadas à
Médio Prazo 11.3 Prefeitura até 2028
demanda social e às condições técnicas;

120
Construir mecanismos específicos de
financiamento visando garantir a
Médio Prazo 11.3 implantação de soluções de esgotamento Prefeitura até 2028
sanitário em aglomerados rurais ou no meio
disperso;
Implantação de um sistema de tratamento
Longo Prazo 11.3 de esgoto sanitário urbano conforme estudo Prefeitura até 2040
técnico prévio;
Desenvolvimento de um programa de
Longo Prazo 11.3 Prefeitura até 2040
tratamento e aproveitamento de efluentes.
RESÍDUOS SÓLIDOS
Permanente 11.4 Modernização do modelo de gestão; Prefeitura Constante
Ações de conscientização sobre a
Permanente 11.4 preparação e destinação dos resíduos Prefeitura Constante
sólidos;
Realização de atividades de educação
ambiental afim de desenvolver a
Permanente 11.4 Prefeitura Constante
consciência ecológica nas pessoas de todas
as idades.
Reforçar a capacidade fiscalizadora dos
Permanente 11.4 Prefeitura Constante
órgãos competentes.
Manutenção e conservação do sistema de
Permanente 11.4 recolhimento, triagem e descrte dos Prefeitura Constante
resíduos sólidos da área urbana e rural;
Monitoramento da contaminação dos
Permanente 11.4 Prefeitura Constante
recursos naturais.
Capacitação de profissionais para atuar na
Permanente 11.4 instrução da correta separação dos resíduos Prefeitura Constante
pela comunidade;
Adequação da capacidade de triagem e
Permanente 11.4 Prefeitura Constante
destinação dos resíduos;
Lançamento de uma campanha de
sensibilização da população para as
Emergencial 11.4 Prefeitura até 2021
questões destinação adequada dos resíduos
sólidos;
Emergencial 11.4 Resolver carências de recolhimento e Prefeitura -
destinação adequada de resíduos sólidos.
Recuperação a ampliação das estruturas
Curto Prazo 11.4 físicas e troca de equipamentos danificados Prefeitura -
nas áreas urbana e rurais;
Ampliação da abrangência do sistema de
Curto Prazo 11.4 Prefeitura -
coleta seletiva;
Mapeamento e regulamentação dos
Curto Prazo 11.4 Prefeitura -
sistemas de coleta no interior do município;

121
Implantação de um sistema de
Curto Prazo 11.4 monitoramento da contaminação dos Prefeitura até 2024
mananciais hídricos;
Aprimorar o sistema de varredura e limpeza
Curto Prazo 11.4 urbana capacitando profissionais e Prefeitura -
adequando os locais de descarte;
Incentivar a coleta seletiva e destinação
Curto Prazo 11.4 Prefeitura -
adequada de lixos considerados especiais;
Curto Prazo 11.4 Ampliar serviços de limpeza urbana; Prefeitura -
Desenvolver programa de aproveitamento
Médio Prazo 11.4 Prefeitura -
dos resíduos passiveis de reciclagem;
Ampliação da abrangência do sistema de
Médio Prazo 11.4 Prefeitura -
coleta seletiva;
Desenvolver parcerias para descarte de
Médio Prazo 11.4 Prefeitura -
lixos especiais;
Aprimorar a coleta seletiva do lixo,
fiscalizando destinação adequada a
Médio Prazo 11.4 materiais como: vidros, lâmpadas, pilhas, Prefeitura até 2028
baterias, eletrônicos, embalagens de
agrotóxicos, óleos dentre outros;
Constituição de mecanismos de
financiamento específicos para garantir a
Médio Prazo 11.4 Prefeitura -
coleta, triagem e destinação e destinação
adequada dos resíduos sólidos;
Modernização das instalações e estruturas
Longo Prazo 11.4 utilizadas no sistema de coleta, triagem e Prefeitura -
destinação dos resíduos sólidos;
Concluir a ampliação dos sistemas de
Longo Prazo 11.4 coleta seletiva dos resíduos de forma a Prefeitura -
abranger todo o território do município.

DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS


Realizar manutenção e limpeza no sistema
Permanente 11.5 Prefeitura Constante
de drenagem pluvial;
Desenvolver programas de conscientização
Permanente 11.5 para manutenção e limpeza das instalações Prefeitura Constante
do sistema de drenagem pluvial;
Aperfeiçoar o sistema de drenagem pluvial
Permanente 11.5 de acordo com as necessidades Prefeitura Constante
identificadas.
Permanente 11.5 Localizar assentamentos em locais de risco; Prefeitura Constante

Localizar áreas de risco de área rural e


Permanente 11.5 urbana visando aperfeiçoar o sistema de Prefeitura Constante
drenagem;

122
Resolver carências nos sistemas de
Emergencial 11.5 drenagem que causem situações de risco Prefeitura -
para a população.
Mapear o sistema de drenagem pluvial na
Curto Prazo 11.5 Prefeitura até 2024
área urbana;
Identificar regiões urbanas onde não exista
Curto Prazo 11.5 Prefeitura até 2024
sistema de drenagem urbana;
Incentivar práticas agrícolas que favoreçam
Curto Prazo 11.5 Prefeitura até 2024
a absorção das águas pluviais;
Normatizar a implantação de sistema de
Curto Prazo 11.5 drenagem pluvial para novos loteamentos e Prefeitura -
áreas urbanizadas.
Realizar estudos de viabilidade técnica e
financeira de implantação de sistemas de
Médio Prazo 11.5 Prefeitura até 2028
drenagem em locais desprovidos de
qualquer sistema;
Projetar soluções para assentamentos em
Médio Prazo 11.5 Prefeitura até 2028
áreas de risco;
Ampliar sistema de drenagem pluvial
Médio Prazo 11.5 Prefeitura até 2028
existente;
Determinar mecanismos de financiamento
Médio Prazo 11.5 Prefeitura até 2028
para obras de drenagem pluvial.
Aplicar soluções apontamento em estudo
Longo Prazo 11.5 de viabilidade para assentamentos em áreas Prefeitura até 2040
de risco;
Concluir implantação de sistema de
Longo Prazo 11.5 drenagem adequado em toda área urbana do Prefeitura até 2040
município.

123
ANEXO 03
ATA DE ASSINATURA DA AUDIÊNCIA PUBLICA

124
125
ANEXO 03
FOLHA DE ASSINATURA

_______________________
Jusene Consoladora Peruzzo
Prefeita Municipal

____________________________
João Sirineu Pelissaro
Vice Prefeito Municipal

126
______________________________
AQUABONA
Assessoria Ambiental e Segurança do Trabalho LTDA
Elizeo Renosto
Engenheiro Sanitarista e Ambiental/ CREA-RS SC1539378

ANEXO 04
ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA (ART) Nº 10682486

127

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