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Parauapebas – PA
Março/2018
PLANO MUNICIPAL
SANEAMENTO BÁSICO
PMSB
Parauapebas – PA
Março/2018
EQUIPE PREFEITURA
APOIO INSTITUCIONAL
Gabinete do Prefeito
Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão
Secretaria Municipal de Obras
Secretaria Municipal de Urbanismo
Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Parauapebas
Coordenadoria de Captação de Recursos, Projetos Especiais e Gestão de Convênio
EQUIPE TÉCNICA
APOIO TÉCNICO
LISTA DE FIGURAS
Figura 7 – Geomorfologia......................................................................................... 56
Figura 8 – Geomorfologia......................................................................................... 57
Figura 17 – Pedologia.............................................................................................. 67
Figura 33 - Zonas de Influência dos reservatórios atendidos pelo SAA 1 e SAA 2. 129
Figura 42 - Ilustração de inundação ocorrida no Bairro Riacho Doce (Setor 1)...... 165
Figura 44 - No Bairro Rio Verde (Setor 7), casas dispostas à beira do corpo hídrico,
lançando seus resíduos sólidos e águas servidas diretamente no mesmo................ 166
Figura 45- Ilustração demonstrando erosões no solo em rua do Bairro Vila Esperança
(Setor 8)................................................................................................................. 166
Figura 47 - Morro do Bairro Alto Bonito (Setor 14), antes da retirada das famílias que
habitavam a área em condições precárias.............................................................. 167
LISTA DE TABELAS
Tabela 23 - Distribuição Percentual das Internações e Mortes por Grupo de Causas. 107
Tabela 42 - Meta de curto, médio e longo prazo para universalização do Sistema de 184
Tabela 53 - Ações a serem tomadas na Bacia de Esgotamento BE4 e Sub Bacia 4.1 218
Tabela 65 - Per capita de resíduos sólidos domiciliares e de limpeza pública ......... 251
LISTA DE FOTOS
Foto 13 - Canal da Rua Belém, bem estruturado, no entanto, também sofre com a falta
de regularidade em atividades de manutenção e limpeza......................................... 156
Foto 14 - Nota-se, à esquerda, a saída do Canal Belém, rumo ao Rio Parauapebas.. 156
Foto 21 - Moradias irregulares em zona precária do Bairro Casas Populares II....... 160
LISTA DE QUADROS
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 13 - Porcentagem de bairros com e sem áreas alagáveis em sua extensão...... 151
LISTA DE SIGLAS
TI - Terra Indígena
UC - Unidade de Conservação
ÍNDICE ANALÍTICO
1 APRESENTAÇÃO............................................................................... 33
2 CONSIDERAÇÕES GERAIS.............................................................. 34
3.1 Localização............................................................................................ 37
3.2.1 Clima..................................................................................................... 39
3.2.1.3.1 Temperatura.......................................................................................... 44
3.2.1.3.2 Pluviometria.......................................................................................... 45
3.2.1.3.4 Evapotranspiração................................................................................ 47
3.2.1.3.5 Ventos................................................................................................... 48
3.2.2 Geomorfologia...................................................................................... 52
3.2.3 Geologia................................................................................................. 63
3.2.4 Solos..................................................................................................... 66
3.2.5 Hidrologia............................................................................................. 68
3.3.1 Vegetação............................................................................................. 75
3.3.2 Fauna..................................................................................................... 87
3.3.2.1 Mastofauna............................................................................................ 87
3.3.2.2 Ornitofauna............................................................................................ 88
3.3.2.3 Ictiofauna.............................................................................................. 88
3.4.1 Demografia............................................................................................ 91
3.4.2 Economia............................................................................................... 96
5.3.2.2.2.1 Igarapé Ilha do Coco (fração não contemplada pelo PROSAP).......... 228
SÓLIDOS.............................................................................................
6 CONCLUSÕES.................................................................................... 269
1 APRESENTAÇÃO
Nesse contexto, o documento aborda inicialmente o arcabouço legal envolvido com o tema
dos Planos Municipais de Saneamento Básico, ressaltando as leis aplicadas ao setor, dentre
elas a da Política Nacional de Saneamento Básico (Lei 11.445/2007), e da Política Nacional
de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010).
33
2 CONSIDERAÇÕES GERAIS
O Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB, num conceito amplo, é uma das
ferramentas de gestão para elevar os níveis de salubridade ambiental a fim de promover a
melhoria das condições de vida urbana e rural dos municípios, compreendendo o
abastecimento de água, o esgotamento sanitário, o manejo dos resíduos sólidos e o manejo de
águas pluviais.
Neste sentido, a oferta dos serviços de saneamento básico deve ser orientada aos princípios
estabelecidos na legislação em vigor, que, essencialmente, são:
I. Universalização do acesso;
34
II. O Sistema Único de Saúde (Política de Saúde, Lei nº 8.080/90). Que dispõe sobre
as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o
funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências;
IV. O Estatuto das Cidades (Política Urbana, Lei nº 10.257/2001). Que estabelece as
diretrizes gerais da política urbana. Cria o Estatuto das Cidades, definindo itens a
serem contemplados nos planos diretores municipais, entre eles a questão do
zoneamento ambiental, estudos de impacto de vizinhança e licenciamento;
Propõe a lei pela separação entre o operador do serviço e o regulador, o qual é dotado
de autonomia em relação aos operadores e ao poder público titular, devendo exercer
competências plenas entre os prestadores e usuários, normatizando os serviços e
estabelecendo regras sob os aspectos técnicos, econômicos e sociais;
A lei estabeleceu prazos para algumas ações, tais como a eliminação de lixões, a
disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos e o planejamento para
implantação da coleta seletiva no âmbito dos municípios até agosto de 2014.
35
Além das leis acima mencionadas, todo o desenvolvimento do trabalho está em consonância
com a Lei Municipal nº 4.328, de 30 de dezembro de 2006, que dispõe sobre o Plano Diretor
do Município de Parauapebas e dá outras providências; Lei Municipal nº 4.231, de 31 de
dezembro 2004, que disciplina o Poder de Polícia Administrativa no âmbito do município de
Parauapebas instituindo o Código de Posturas Municipais e dá outras providências; Lei
Municipal nº 4.385, de 11 de agosto de 2009, que cria o Serviço Autônomo de Água e Esgoto
do Município de Parauapebas – SAAEP, como entidade autárquica de direito público, da
administração municipal indireta. Tem como objetivo desenvolver os serviços de saneamento
na cidade de Parauapebas, no que se refere aos serviços de água e esgoto.
O Município de Parauapebas tem sua a origem atrelada à existência das reservas de minério
de ferro no Estado do Pará.
Após a descoberta de uma das maiores reservas minerais do mundo na Serra dos Carajás
durante os anos 60, os direitos de exploração da área foram concedidos à empresa Companhia
Vale do Rio Doce – CVRD - (atualmente Vale S.A.). Para a exploração de minério de ferro,
36
ouro e manganês, a Vale construiu uma rodovia asfaltada entre a cidade de Marabá e as
instalações da empresa com cerca de 200 km de extensão.
A Vale iniciou ainda a construção de uma infraestrutura básica, com escola, delegacia,
hospital, prédio da administração e rede elétrica. Na época, a Vila de Parauapebas já
acumulava mais de 20 mil habitantes.
Já o movimento migratório para a região teve início na década de 60, tornando-se mais
intenso a partir dos anos 70, com a implantação de uma infraestrutura de transportes, de
comunicação e de energia que integrou esta região do Sudeste paraense ao restante do País.
Até este momento, a população ocupava as margens dos rios por onde, quase exclusivamente,
se deslocavam.
No que se refere à comunicação, até a década de 60, era o telégrafo que atendia a região de
forma precária. O início da atividade mineradora atraiu para a região um contingente
populacional extremamente variado formado predominantemente por operários em busca de
oportunidades de trabalho na construção civil e nas obras de infraestrutura (rodovias,
hidrelétricas), além de garimpeiros na esperança de riqueza, pequenos agricultores à procura
de terra, fazendeiros, madeireiros e outros.
3.1 Localização
37
Parauapebas possui 6.886,208 km² e uma densidade demográfica de 22,35 hab/km², com uma
população estimada em 2013 de 176.582 pessoas, segundo dados do IBGE (2013).
Figura 1 - Microrregião de Parauapebas, destacada em vermelho
Fonte: Wikipedia e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
38
3.2.1 Clima
39
Figura 2 - Principais Massas de Ar no Brasil sobre os Climas Zonais.
Fonte: Adaptado de IBGE, 2017 e Nimer, 198 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
Contudo durante o inverno a mEc fica bastante restrita, abrindo condições para alguma
influência da mEa – Massa de Ar Equatorial Atlântica, contudo essa massa de ar apresenta
mais influência em áreas litorâneas, visto que conforme adentra o continente perde
rapidamente a umidade.
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41
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Figura 3 - Classificação Climática do Brasil - Köppen.
Fonte: Golder, 2009 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
Para a caracterização das variáveis climáticas na área do município foram utilizados os dados
da estação meteorológica do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) de Marabá (Código
INMET 82562 MARABA - PA), localizada a cerca de 100 km a nordeste deste município.
42
Figura 4 - Localização da Estação Marabá em relação à Parauapebas.
Fonte: IBGE 2014 (modificado) e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
43
Gráfico 2 - Pluviometria Média e Temperatura – Estação Marabá (1973-2016).
Fonte: INMET, 2017 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
3.2.1.3.1 Temperatura
Gráfico 3 - Temperatura Média Máxima e Mínima– Estação Marabá (1973-2016).
Fonte: INMET, 2017. Fonte: Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
44
3.2.1.3.2 Pluviometria
A média mensal do semestre mais chuvoso (novembro a abril) é de 253,66 mm, enquanto que
no semestre mais seco (maio a outubro), é de apenas 52,92 mm. Ou seja, a diferença entre o
período mais chuvoso e mais seco, é expressiva.
Com relação a regularidade das chuvas, conforme o Gráfico 3, percebe-se que nos meses mais
chuvosos ocorre, em média, chuvas durante mais da metade dos meses (dezembro a abril
apresentam mais de 15 dias com pluviosidade para ambas as estações). A frequência de
chuvas é importante para a agricultura, visto que auxilia no desenvolvimento adequado das
plantas.
Gráfico 4 - Dias com Chuva– Estação Marabá (1973-2016).
Fonte: INMET, 2017 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
No gráfico a seguir, foram destacados os dias com pluviosidade acima de 100mm. No total
foram identificadas 37 ocorrências com mais de 100mm de chuva em 24 horas. Estes eventos
mais severos ocorrem principalmente entre dezembro e março.
45
Gráfico 5 - Dias com Chuva Acima de 100mm– Estação Marabá (1973-2016).
Fonte: INMET, 2017. Fonte: Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
46
Com relação a Umidade Relativa do Ar, conforme o gráfico a seguir, o período analisado
apresenta boa regularidade na distribuição; é importante frisar que a umidade relativa do ar de
acordo com a OMS deve se situar entre 40% e 70%, quando a umidade relativa do ar está
baixa provoca o ressecamento de mucosas nas vias aéreas, tornando o corpo mais vulnerável a
asma e infecções virais e bacterianas. Contudo quando acima dos 70% o saturado de vapor
interfere no mecanismo corporal de controle de temperatura (Varella, 2014).
Gráfico 6 - Umidade Relativa do Ar– Estação Marabá (1973-2016).
Fonte: INMET, 2017 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
3.2.1.3.4 Evapotranspiração
47
Gráfico 7 - Evapotranspiração – Estação Marabá (1973-2016).
Fonte: INMET, 2017 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
3.2.1.3.5 Ventos
48
Gráfico 8 - Estatística Multidirecional – Estação Marabá (1973-2016).
Fonte: INMET, 2017 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
49
Gráfico 9 - Ventos – Estação Marabá (1973-2016).
Fonte: INMET, 2017 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
Vegetação Infiltração
Campo/Pastagem Infiltração
Cultura Infiltração
Comercial Escoamento
50
Mineração Infiltração
Residencial Escoamento*
Industrial Escoamento
Observação: itens marcados com * foram revisados para identificar grandes áreas de
infiltração
Fonte: Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
A figura a seguir apresenta a situação geral das áreas, sendo que no Anexo 1 é apresentado o
mapa em maior detalhe.
51
Figura 5 - Escoamento x Infiltração.
Fonte: IBGE, 2015; PMP, 2017; Google Earth Pro, 2016 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE),
2017.
3.2.2 Geomorfologia
Os terrenos no estado do Pará são submetidos a um regime climático quente e bastante úmido,
conforme já foi explicitado no item de Clima, assim ocorre intenso intemperismo químico e
forte lixiviação dos solos, formando uma paisagem arrasada e monótona.
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Figura 6 - Domínios Geomorfológicos do Pará.
Fonte: CPRM, 2013 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
53
vezes meândricos, não sendo identificadas fortes anomalias. Destaca-se na rede hídrica na
área de intervenção o Igarapé Ilha do Coco (Foto 2), os demais canais se configuram em
pequenas drenagens que sofrem com processo de urbanização em seu entorno (Foto 3),
recebendo água em grande velocidade durante os períodos de chuva.
Foto 1 - Rio Parauapebas.
Fonte: Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
Foto 2 - Igarapé Ilha do Coco.
Fonte: Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
54
Foto 3 - Afluente do Igarapé Ilha do Coco.
Fonte: Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
Estes canais também apresentam alguns pontos de estrangulamento (Foto 4), o que dificulta a
passagem de água, sobretudo quanto existe o carreamento de entulhos (mormente oriundos de
lixo doméstico e descarte de outros materiais que possam ser levados).
Foto 4 - Córrego Guanabara, antes de cruzar sob a Rua Araguaia.
Fonte: Equipe Técnica e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
55
Figura 7 – Geomorfologia.
Fonte: IBGE, 2015; CPRM, 2008; PMP, 2017; SIVAM, 2004. e Consórcio AmbGis-Umah (AAE),
2017.
Conforme a figura a seguir (o Anexo 2 traz mais detalhes da declividade, enquanto o Anexo 3
ilustra a Altimetria da Área de Influência), os terrenos, por serem bastante trabalhados,
apresentam baixa declividade geral. Contudo destacam-se alguns morrotes residuais com
declividades mais altas. Nas áreas de intervenção, por se tratarem de planícies aluviais, as
declividades são bastante baixas no máximo de 5º.
Foram elaboradas três seções transversais com cortes dos terrenos no entorno das áreas de
intervenção:
56
Figura 8 - Geomorfologia
Fonte: IBGE, 2015; PMP, 2017; Aster Global Digital Elevation Model V2, 2011 e Consórcio AmbGis-Umah
(AAE), 2017
57
Figura 9 - Localização das Seções.
Fonte: IBGE, 2015; PMP, 2017; Aster Global Digital Elevation Model V2, 2011 e Consórcio
AmbGis-Umah (AAE), 2017.
3
2
4
1
Figura 10 - Seção A.
Fonte: Aster Global Digital Elevation Model V2, 2011 – Valores em metros e Consórcio AmbGis-Umah
(AAE), 2017.
58
3
1
2
Figura 11 - Seção B.
Fonte: Aster Global Digital Elevation Model V2, 2011 – Valores em metros. Equipe Técnica e
Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
3
1
2
Figura 12 - Seção C.
Fonte: Aster Global Digital Elevation Model V2, 2011 – Valores em metros. Equipe Técnica e
Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
As áreas de risco foram mapeadas pelo CPRM e pela Defesa Civil Municipal (2014),
conforme a figura a seguir (mais detalhes no Anexo 4):
59
Figura 13 - Áreas de Risco.
Fonte: IBGE, 2015; PMP, 2017; ANA, 2014; CPRM, 2013 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE),
2017.
Foram identificados dois tipos de risco na área urbana: Risco de Inundação Gradual e Risco
de Deslizamento Planar (potencial e já instalado), as principais áreas identificadas são:
• Riacho Doce
• Bairro União
• Cidade Nova
• Liberdade I e II
• Bairro Novo Brasil
• Rio Verde
• Bairro Primavera
Riacho Doce apresenta risco para inundação, com 122 moradias em risco. Está sob influência
da planície de inundação do rio Parauapebas, com processos de inundação anuais. Os arquivos
da Defesa Civil indicam a inundação de abril/2006 com a maior cota de inundação, com o rio
60
atingindo 11,6m. Na área de risco também existe um equipamento público (escola de ensino
fundamental).
Foto 5 - Alagamento em parte do Bairro Riacho Doce (chuvas em março).
Fonte: Defesa Civil de Parauapebas, 2014 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
Foto 6 - Casas às margens do Igarapé Ilha do Coco
Fonte: Defesa Civil de Parauapebas, 2014 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
61
Os principais usos nas áreas mapeadas, por tipo de risco são apresentadas a seguir. Pode-se
perceber que a maior parte das áreas de risco são ocupadas por usos do tipo residencial,
contudo são percebidos também usos comerciais e equipamentos urbanos. Os demais usos
não impõem risco necessariamente a população (vazios urbanos, áreas vegetadas, etc), mas
deve ser mantida uma política para evitar que estas áreas também sejam ocupadas, ampliando
o problema.
62
3.2.3 Geologia
O estado do Pará se assenta na entidade geotectônica Cráton Amazônico, que expõe o seu
embasamento nas províncias Tapajós e Rio Branco, separadas pela Província Amazonas (que
inclui a Bacia do Alto Tapajós). Além da Província Amazonas, aparecem na área do Cráton a
Província Parecis (que inclui a Bacia do Alto Xingu), e as bacias sedimentares do Bananal,
Pantanal Mato-Grossense e Guaporé, bem como coberturas de extensões menores. (Hasui,
2012).
De acordo com o CPRM (2013) o Cráton Amazônico apresenta cinco províncias tectônicas ou
geocronológicas: Carajás (3000-2500 Ma), Transamazonas (2260-1990 Ma), Tapajós-Parima
(2030-1860 Ma), Amazônia Central (1900-1860 Ma) e Rondônia-Juruena (1850-1540 Ma).
63
Área Estudo
Figura 14 - Províncias existentes no Cráton Amazônico.
Fonte: Hasui, 2012 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
64
Área Estudo
Figura 15 - Setorização das Províncias adotada por Hasui et al (2012).
Fonte: Hasui, 2012 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
O município de Parauapebas está inserido no setor Carajás, segundo Hasui et al (2012) este é
o setor menos mal conhecido, juntamente com o setor Rio Maria, em virtude da riqueza
mineral (Província Mineral de Carajás). Foi estudado pela Rio Doce Geologia e Mineração
S/A (DOCEGEO) e explorado pela Companhia do Vale do Rio Doce (CVRD, hoje Vale)
desde 1968, a partir da descoberta das enormes jazidas de minério de ferro. As descobertas
seguintes foram de Fe, Cu, Au, Mn, Ni e Al, principalmente.
65
Este Complexo é representado na área por gnaisses tonalíticos a granodioríticos, por vezes
migmatizados, Trondhjemitos granodioríticos e granitos, com textura inequigranular e
porfiroclástica, formados por plagioclásios, quartzo, microclina, biotita, hornblenda, opacos,
zircão, apatita, alanita, titânita, clorita, moscovita e calcita.
Figura 16 - Unidades Litoestratigráficas do Município de Parauapebas.
Fonte: IBGE, 2015; PMP, 2017; CPRM, 2008 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
3.2.4 Solos
Esta classe compreende solos com B textural, não hidromórficos e com argila de atividade
baixa. Apresentam, além de média a alta saturação de bases, baixa saturação com alumínio, o
que indica menor acidez, bem como conteúdo mineralógico, que encerra comumente
quantidade significativa de minerais primários facilmente decomponíveis, os quais constituem
66
fontes de nutrientes para as plantas, podendo ser considerados solos de média a alta fertilidade
natural.
Estes solos prevalecem nas porções oeste e leste do município. São comuns em todas as zonas
fisiográficas, ocorrendo sob diversos tipos de clima, material originário, relevo e vegetação. O
material originário é constituído predominantemente de saprólito de gnaisses e migmatitos, de
granitos e anortositos (Plutônicas Ácidas) e de micaxistos do Pré-Cambriano.
Figura 17 - Pedologia.
Fonte: IBGE, 2015; PMP, 2017; CPRM, 2008. Fonte: Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
67
3.2.5 Hidrologia
Toda a área de estudo drena para o rio Parauapebas, que é afluente do rio Itacaiúnas, esta
importante drenagem nasce na serra Arqueada (a partir da junção do ribeirão do Caracol e do
igarapé da Onça), seguindo na direção Sul-Norte, seus mais importantes tributários são:
margem esquerda: córrego da Goiaba, rio Sossego, igarapé do Taboca, igarapé Jacaré e
igarapé Cigano ou Mombuca. Pela margem direita recebe os rios Plaquê e Verde, igarapé Ilha
do Côco e os rios Novo e Caracol. De acordo com o EIA/RIMA do projeto Projeto FERRO
CARAJÁS S11D (Golder, 2009) a vazão específica na bacia do rio Parauapebas é de 12,9 L/s
km².
Figura 18 - Bacias hidrográficas de Parauapebas.
68
Fonte: IBGE, 2015; CPRM, 2008; Governo do Pará; Plano Estratégico da Bacia Hidrográfica dos Rios
Tocantins e Araguaia; Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Pará, 2012 e Consórcio AmbGis-
Umah (AAE), 2017.
Conforme o Gráfico a seguir, o rio Parauapebas apresenta boa regularidade no nível de água.
É possível observar que os maiores níveis de água ocorrem nas épocas de maior pluviosidade,
é importante destacar que, mesmo não significando cheias ou inundações em suas margens, o
fato do rio Parauapebas apresentar períodos com nível mais elevado, certamente afeta os
regimes de seus tributários menores, podendo gerar transbordamento nestes canais hídricos.
Gráfico 10 - Acompanhamento do Nível do rio Parauapebas.
Fonte: SEMAS - Boletim DIMEH - BOLETIM HIDROLÓGICO (Consulta no site
https://www.semas.pa.gov.br/2017/03/21/boletim-hidrologico/ em 13/06/2017) e Consórcio AmbGis-Umah
(AAE), 2017.
Segundo a ANA – Agência Nacional de Águas existe uma estação pluviométrica no rio
Parauapebas (Estação 29070100 – rio Parauapebas) onde foram identificadas as vazões entre
02/2016 e 08/2016, confome a tabela a seguir, onde é possível perceber que os maiores
índices de vazão ocorrem nos meses mais chuvosos na região.
69
Fonte: ANA – Sistema Hidroweb (consulta em 13/06/2017) e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
Para os cálculos, foram consideradas as seguintes características para este canal hídrico:
Para este canal também foram calculadas a vazão mínima de Duração Mensal e Recorrência
Decendial (Q10,M), Vazão Mínima Natural de Dez Anos de Recorrência e Sete dias de
Duração (Q10,7), Vazão Média de Longo Termo (QMLT) e Vazão máxima de Duração
Mensal e Recorrência Decendial (Q10,MAX)
1
Flutuadores são dispositivos com características físicas que lhe permitem alcançar a mesma velocidade da água onde
flutuam; assim estes dispositivos são soltos em um ponto A e tem o tempo de deslocamento até um ponto B cronometrado,
assim é possível estabelecer a partir do tempo e da distância entre A e B, a velocidade.água onde flutuam; assim estes
dispositivos são soltos em um ponto A e tem o tempo de deslocamento até um ponto B cronometrado, assim é possível
estabelecer a partir do tempo e da distância entre A e B, a velocidade.
70
Para os cálculos, foram consideradas as seguintes características para este canal hídrico:
• Trecho a
o Coordenadas em UTM estaca inicial (623492,39 e 9325315,38)
o Coordenadas em UTM estaca final (623707,37 e 9327585,59)
• Trecho b
o Coordenadas em UTM estaca inicial (6237076149 e 9327586,22)
o Coordenadas em UTM estaca final (623037,55 e 9328539,16)
• Trecho c
o Coordenadas em UTM estaca inicial (622124,10 e 9328658,36)
o Coordenadas em UTM estaca final (620847,73 e 9328227,47)
• Trecho d
o Coordenadas em UTM estaca inicial (620847,78 e 9328227,65)
o Coordenadas em UTM estaca final (620364,20 e 9328679,44)
2 Aparelho dotado basicamente de uma hélice e um “conta-giros”, medindo a velocidade do fluxo d’água que passa por ele,
assim, quando posicionado em diversos pontos da seção do rio determinam o perfil de velocidades desta seção. Com tal perfil
e a geometria da seção, determina-se a vazão como se verá adiante.
71
Para este canal também foram calculadas a Vazão Mínima de Duração Mensal e Recorrência
Decendial (Q10,M), Vazão Mínima Natural de Dez Anos de Recorrência e Sete dias de
Duração (Q10,7), Vazão Média de Longo Termo (QMLT) e Vazão máxima de Duração
Mensal e Recorrência Decendial (Q10,MAX)
Para os cálculos de vazão, foram delimitadas em oito sub bacias de influência que, conforme a
tabela a seguir, apresenta as seguintes características físicas.
72
Para os cálculos, foram consideradas as seguintes características para este canal hídrico:
Para este canal também foram calculadas a vazão mínima de Duração Mensal e Recorrência
Decendial (Q10,M), Vazão Mínima Natural de Dez Anos de Recorrência e Sete dias de
Duração (Q10,7), Vazão Média de Longo Termo (QMLT) e Vazão máxima de Duração
Mensal e Recorrência Decendial (Q10,MAX)
3
Este método é aplicável quando não se dispõe de dados hidrológicos locais.
73
Para os cálculos, foram consideradas as seguintes características para este canal hídrico:
Para este canal também foram calculadas a vazão mínima de Duração Mensal e Recorrência
Decendial (Q10,M), Vazão Mínima Natural de Dez Anos de Recorrência e Sete dias de
Duração (Q10,7), Vazão Média de Longo Termo (QMLT) e Vazão máxima de Duração
Mensal e Recorrência Decendial (Q10,MAX).
O presente diagnóstico apresenta uma síntese dos fatores bióticos da região de Parauapebas e
suas interações com a urbanização, contextualizando a situação atual dor remanescentes
florestais e as iniciativas de conservação dos mesmos.
74
Deve-se salientar que este estudo se baseia em uma amostragem expedita de campo e na rica
quantidade de dados secundários existentes na região de estudo.
3.3.1 Vegetação
Segundo Manual técnico da Vegetação Brasileira (IBGE, 2012), a Floresta Ombrófila Densa é
caracterizada por apresentar fanerófitos além de lianas lenhosas e epífitas em abundância,
porém sua característica mais marcante está atrelada a fatores climáticos tropicais de elevadas
temperaturas (médias de 25º C) e de alta precipitação, bem distribuídas durante o ano, com até
60 dias secos. A Floresta Ombrófila Densa Submontana, é caracterizada por espécies que
variam de acordo com a latitude. A submata é composta por plântulas de regeneração natural,
75
além de palmeiras de pequeno porte e lianas herbáceas em maior quantidade. Esta formação é
composta principalmente por indivíduos de alto porte, podendo ultrapassar 50 metros na
Amazônia.
A Floresta Ombrófila Aberta Submontana pode ser observada por toda a Amazônia e tem
como característica uma estrutura mais espaçada, apresentando rupturas no dossel. Em
Parauapebas ocorrem 2 faciações florísticas: com cipó, na região da Flona dos Carajás; e com
palmeiras, em uma pequena faixa ao sul do município, incluindo a APA do Igarapé gelado.
As Florestas Abertas com cipós ocorrem nas encostas e apresentam grandes árvores esparsas
onde estas são total ou parcialmente envolvidas pelos cipós. Já as abertas com palmeiras são
mais comuns nas planícies, sendo muitas vezes relacionadas a terrenos encharcados, com
destaque par as palmeiras açaí (Euterpe oleracea) e o babaçu (Orbignya speciosa) (VALE,
2009a).
A riqueza de espécies destas florestas é grande, como mostram alguns inventários realizados
na área. A listagem de espécies encontrada no município foi compilada da plataforma
SpeciesLink4 e encontra-se no Anexo 5.
Além das formações florestais, a Flona de Carajás (descrita no item a seguir) ainda apresenta
– em uma menor escala – a vegetação de canga (Savana Metafólica), caracterizada por uma
vegetação herbáceo – arbustiva de elevada caducifólia sazonal, imprimindo um aspecto
savânico – estépico à paisagem. Ocorre sobre os afloramentos ferruginosos, apresentando
diferentes fisionomias relacionadas a variações no substrato. Este tipo de formação é peculiar
de Carajás (PMFNC, 2016).
O plano de manejo da Flona de Carajas (PMFNC, 2016) aponta algumas espécies endêmicas
para a região, sendo que a maioria destas está relacionada ao ambiente rupestre. A tabela a
seguir apresenta as espécies indicadas no estudo.
4
O SpeciesLink é uma rede de referência em informatização e disponibilização de coleções científicas de forma aberta e on-
line
76
77
O plano de manejo da Flona de Carajás (PMFNC, 2016) mostra que espécies exóticas foram
encontradas apenas nas áreas em que houve alteração antrópica como nos núcleos urbanos e
áreas reflorestadas. O capim braquiária (Urocloa spp.), capim meloso (Melinis Minutiflora) e
leucena (Leucaena leucocephala) foram encontrados em áreas reflorestadas, mas ainda
nenhuma espécie exótica foi encontrada no interior da mata nativa.
78
Figura 19 - Cobertura vegetal na área de influência do projeto.
Fonte: IBGE, 2015; PMP, 2017; Google Earth Pro, 2016 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
Durante muito tempo sustentava-se a visão de que os recursos naturais eram infinitos, a
superexploração era algo bastante comum, além do que as questões econômicas sempre
tiveram prioridade diante as de preservação, que ficavam sempre em último plano (MOURA,
2006).
As áreas protegidas são partes do território sob atenção e cuidado especial, em virtude de
algum atributo específico ou até único que elas apresentam. Estas são importantes não apenas
para conservação da biodiversidade e paisagem, mas também como fornecedoras de serviços
ambientais indispensáveis as atividades humanas (FUNDO VALE, 2012).
79
As áreas de conservação são criadas com o intuito de proteger o patrimônio natural e cultural
do País, constituindo um dos principais instrumentos de que dispõe o poder público para
executar um planejamento ambiental coerente (SMPMA, 2004).
As Terras Indígenas são partes do território nacional, de propriedade da União e habitada por
um ou mais povos indígenas. De acordo com a Constituição Federal vigente, os povos
indígenas detêm o direito originário e o usufruto exclusivo sobre as terras que
tradicionalmente ocupam (ISA, 2017).
80
Figura 20 - Unidades de Conservação encontradas em Parauapebas.
Fonte: IBGE, 2015; MMA, 2016; Funai, 2016 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
A FLONA dos Carajás foi criada pelo Decreto nº 2.486, de 02 de fevereiro de 1998 e
apresenta uma área de aproximadamente 400 mil hectares, abrangendo o município de
Parauapebas, Canaã dos Carajás, e Água Azul do Norte (ICMBIO, 2017). Como pode ser
observado na figura acima, a área do PROSAP não entra em contato com a zona de
amortecimento da FLONA.
A APA Igarapé gelado foi criada pelo decreto nº 97.178, de 1989 e apresenta uma área de
21.600 ha, formando um cinturão verde, a fim de evitar conflitos de terras e proteger as áreas
que cercam a província mineral da Serra dos Carajás (MELLO-THÉRY & LEITE, 2016).
Esta APA acaba fazendo o papel de zona de amortecimento na frente norte da FLONA.
O PARNA dos Campos Ferruginosos foi criado pelo Decreto Presidencial de 05 de junho de
2017, com 79.029 hactares, dividido em 2 polígonos abrangendo parte dos Municípios de
Canaã de Carajás e de Parauapebas. Os principais objetivos do PARNA são:
81
A TI Xikrin do Cateté foi homologada a partir do decreto nº 384 de 1991, promovida pela
Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Possui uma área de aproximadamente 439.151 ha,
ocupando os municípios de Agua Azul do Norte, Parauapebas e Marabá. Segundo a Fundação
Nacional de Saúde (FUNASA), a população estimada na reserva era de 1.818 pessoas em
2010 (RCAPCA, 2010).
As Áreas de Preservação Permanente (APPs) são áreas cobertas ou não por vegetação nativa,
localizadas no entorno de rios e nascentes, topos de morros com altura mínima de 100 m e
encostas com declividades superiores a 45º. Estão legalmente protegidas e são
ambientalmente consideradas áreas frágeis e vulneráveis, podendo ser públicas ou privadas,
urbanas ou rurais.
A hidrografia local foi caracterizada por meio de base cedida pela PMP e posteriormente
retificada pela equipe técnica a partir de imagens georreferenciadas na escala de 1:20.000, e
suas respectivas áreas de preservação permanente (APP) foram geradas seguindo as
recomendações do Novo Código Florestal (Lei nº 12.651/2012).
82
A seguir, registros fotográficos dos corpos d’água que compõe a área de intervenção do
projeto:
Foto 7 - Trecho do Igarapé Ilha do Coco.
Fonte: Equipe técnica e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
Foto 8 - Trecho do Riacho Doce.
Fonte: Equipe técnica e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
83
Foto 9 - Trecho do Córrego Guanabara.
Fonte: Equipe técnica. Fonte: Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
Foto 10 - Trecho Igarapé Açaizal.
Fonte: Equipe técnica e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
84
Figura 21 - APPs encontradas na área de influência do projeto.
Fonte: IBGE, 2015; PMP, 2017; Google Earth Pro, 2016 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
Com base vocacional da própria categoria de UC, diversas ações econômicas e de preservação
são realizadas no interior da Flona, incluindo extração vegetal sustentável, como é o caso da
extração de folhas do jaborandi (Pilocarpus microphyllus) e a coleta de sementes da
85
castanheira (Bertholletia excelsa). Dentre as espécies nativas ocorrentes na região, estas duas
são as que mais se destacam comercialmente: o jaborandi é utilizado na indústria farmacêutica
e cosmética e da castanheira tem se a comercialização de suas sementes comestíveis (Vale,
2009a). Em Parauapebas há a Cooperativa dos Coletores de Folhas Medicinais, em convênio
com o Ibama, para a execução do manejo sustentável do jaborandi (IBAMA, 2003). Já a
extração de castanhas vem mostrando um decréscimo em sua produção devido as condições
precárias de trabalho enfrentada pelos coletores e pelas condições de mercado desvantajosas.
Atualmente esta ação é realizada apenas pelos índios Xikrins (Vale, 2009a).
Além destas duas espécies, o açaí (Euterpe oleraceae) também está envolvido na rede
econômica regional, pelo suco feito de seus frutos, denominado “vinho de açaí”, que é
consumido na região, mas em menor escala se comparado a outras regiões do Norte (Vale,
2009a).
Externamente aos limites da Flona, as práticas extrativistas são incipientes, uma vez que a
quantidade destes recursos explorados em áreas urbanizadas ou de pastagem são mínimos
(Vale,2009c).
86
3.3.2 Fauna
Este item tem como objetivo evidenciar a fauna existente na região de Parauapebas, por meio
de levantamento de dados secundários, baseado em estudos ambientais realizados na região.
A maioria das espécies encontram-se restritas às formações florestais nas áreas protegidas do
município – sobretudo a Flona, visto que os remanescentes florestais encontrados existentes
no restante do território municipal, no geral estão isolados e, um contexto antrópico que reduz
bastante a possibilidade de conectividade destes remanescentes, além dos fatores de pressão
externa sofridos (como o efeito de borda, por exemplo) reduzindo suas funções ecológicas
(BRANDT, 2011).
Lembrando que a Flona de Carajás se localiza em uma das regiões com maiores riqueza e
diversidade de animais do mundo (ICMBIO, 2016), pode-se afirmar que esta diversidade é
muito maior dentro da Flona que nas áreas antropizadas circunvizinhas onde se encontra a
área de influência do projeto. Além disso o rio Parauapebas forma uma barreira física, que
separa a Flona da área antropizada na área de estudo, protegendo parte do limite da Flona e
funcionando como barreira controladora do fluxo de animais, responsável por mantê-los
seguros dentro da unidade de conservação.
A seguir, o assunto será representado pelos grupos mais representativos para o presente
estudo.
3.3.2.1 Mastofauna
O Brasil é o país com maior diversidade de mamíferos do mundo, contando com 652 espécies
descritas e ainda com novas espécies sendo descobertas ocasionalmente, o que é positivo,
visto o aumento da biodiversidade do país, mas, por outro lado, evidencia o baixo grau de
conhecimento da nossa fauna. Dentre as espécies já conhecidas, cerca de 25% são endêmicas,
sendo que na ordem dos primatas este número chega a 50% (VALE, 2009a).
Os mamíferos possuem representantes com diferentes exigências ambientais, que variam suas
necessidades de habitat de acordo com o tamanho corporal, peso e dieta (VALE, 2009a). De
um modo geral, mamíferos de grande e médio porte, principalmente das ordens Carnívora e
Primatas, são bons indicadores de qualidade ambiental, uma vez que demandam por grandes
87
espaços e por floresta bem estruturada para sobrevivência. Os primatas ainda se destacam
como bons indicadores tanto pela sua abundancia quanto pela facilidade de detecção e
identificação (BRANDT, 2011).
Quanto a espécies exóticas, estas geralmente estão relacionadas a presença humana. O rato-
preto (Rattus rattus) e a ratazana (Rattus norvergicus) provavelmente estão presentes em
áreas antropizadas, atraídas pelo lixo doméstico (PMFNC, 2016). Cachorros e gatos
domésticos também podem trazer consequências negativas se forem abandonados e
adentrarem na FLONA de Carajás, podendo causar desequilíbrio à fauna nativa (PMFNC,
2016).
3.3.2.2 Ornitofauna
A região de Carajás pode ser considerada a área com maior número de espécies de aves do
país (MPEG/VALE, 2005 apud BRANDT, 2011). Além disso, diversas espécies de aves raras
têm distribuição na Serra dos Carajás (BRANDT, 2011).
As aves são consideradas um excelente grupo de indicadores biológicos, uma vez que há
relativo bom conhecimento sobre o grupo e um grande número de trabalhos realizados. Além
disso, algumas espécies podem apresentar diversas restrições em relação ao ambiente e suas
mudanças, o que tornam o grupo um dos melhores indicadores biológicos para qualidade
ambiental (BRANDT, 2011).
Quanto as espécies exóticas, há registro de duas espécies para a região da Flona dos Carajás: o
pardal (Passer domesticus) e o pombo-domestico (Columba livia). Aparentemente estas duas
espécies estão presentes apenas na área urbana, não oferecendo impactos relevantes nas
populações de aves silvestres (PMFNC, 2016).
3.3.2.3 Ictiofauna
O Brasil é o pais com maior diversidade de peixes de água doce do mundo. Estima-se a
existência de até 3.000 espécies e a bacia amazônica é reconhecidamente a que abriga o maior
número de espécies.
88
Áreas cobertas por extensas florestas somadas a altos índices pluviométricos, como acontece
na região de estudo, são favoráveis a manutenção de arboviroses. Em decorrência de
desflorestamento e consequente perda de habitat, os vetores tendem a se aproximar das áreas
urbanas, podendo levar ao desencadeamento de surtos e epidemias (BRANDT, 2011). Por
tanto, modificações no ambiente natural aumentam o contato do ser humano com
determinados grupos de insetos que anteriormente estavam isolados no interior da floresta,
podendo desencadear casos de malária, febre amarela, e leishmaniose tegumentar (VALE,
2009c).
A maioria dos mosquitos adaptam-se muito bem ao ambiente urbano, onde há uma vasta
disponibilidade de criadores artificiais e locais de abrigo criados pelo homem, como por
exemplo áreas expostas com lixo a céu aberto, depósitos de inservíveis, áreas industriais,
5
Arboviroses são viroses que tem o mosquito como agente etiológico ou vetores.
89
Em estudo desenvolvido pela Golder Associates, em parceria com a Vale (2009) para o
Projeto Ferro do Carajás S11D, situado na porção sul da Flona de Carajás, foram amostrados
26 pontos em áreas dentro da flona, em locais sem ou com pouca perturbação humana, três
em fazendas, cujo local apresenta diferentes graus de interferência humana e um ponto em
local totalmente antropizado (Mozartinópolis). O total de indivíduos coletados neste estudo
foi de 12.327 exemplares distribuídos em 17 gêneros. Dentre estes, apareceram vetores
importantes da malária (Anopheles darlingi, A. nuneztovari, A. triannulatus e A. oswaldoi).
Embora o transmissor da malária seja abundante na região, há poucos casos registrados da
doença (VALE, 2011).
Também foram coletadas espécies vetores de arboviroses (febre amarela, encefalite equina,
etc). Praticamente todas as espécies mais abundantes e incidentes desta família (Culinaceae)
são transmissoras de pelo menos um vírus conhecido. Os principais vetores de febre amarela
foram levantados no estudo (Haemagogus janthinomys, Haemagogus leucocelaenus, Sabethes
chloropterus e Sabethes belisarioi) mas no geral mostraram-se pouco incidentes.
90
3.4.1 Demografia
91
92
Através da figura anterior, constata-se que a mancha urbana existente em 1984 permanece
pouco alterada até 1990. De 1990 para 1995, há uma expansão entre a área do Igarapé ilha do
Coco e a margem direita do rio Parauapebas, sendo notado o início da ocupação no entorno da
Av. Faruk Salmen.
De 1995 para 2000, não há mudanças significativas na mancha urbana, a não ser o
adensamento de loteamento já existentes em 1995.
Já de 2000 para 2005, há uma rápida expansão na porção da margem direita do Igarapé Ilha
do Coco, e de 2005 para 2008, a ocupação se estende em direção à montante, acompanhando
a margem direita do Igarapé Ilha do Coco.
Já de 2008 para 2010 - ou seja, em apenas 2 anos - há um grande crescimento que atinge a
margem esquerda do Igarapé Lajeado, mas também há uma expansão em direção ao sul.
De 2010 para 2013, porções significativas da margem direita do Igarapé Lajeado são tomadas,
assim como a porção sudeste da Área de Influência.
93
Outro indicador utilizado para traçar o perfil populacional é a razão de sexos, que indica o
número de homens para cada grupo de 100 mulheres. Quando o indicador se encontra acima
de 100, há predominância de homens, e abaixo deste número, há predominância de mulheres.
6
Percentagem da população da área urbana em relação à população total
7
Taxa média geométrica de crescimento anual da população: Percentual de incremento médio anual da população residente
em determinado espaço geográfico, no período considerado. As estimativas de crescimento da população são realizadas pelo
método geométrico. Em termos técnicos, para se obter a taxa de crescimento (r), subtrai-se 1 da raiz enésima do quociente
entre a população final (Pt) e a população no começo do período considerado (P0), multiplicando-se o resultado por 100,
! !!
sendo "n" igual ao número de anos no período: r = − 1 ×100 .
!!
94
De acordo com os dados obtidos pelo Censo Demográfico IBGE, em 1991, o município de
Parauapebas tinha um contingente masculino maior que o feminino, quando o total de homens
representava 52,5% da população.
Essa diferença, porém, foi diminuindo ligeiramente com o passar dos anos, tanto que em 2000
e 2010 a população masculina e feminina apresentou registros equivalentes, com pequeno
acréscimo na quantidade de homens, conforme gráfico a seguir.
No que diz respeito ao perfil etário da população, Parauapebas contabilizava, na década de 90,
grande número de jovens, contando com 22.909 habitantes menores de 15 anos de idade, o
equivalente a 42,95% da sua população em 1991. Em 2000 e em 2010 o município passa a
abarcar uma população em faixa etária propícia à produção, entre 15 e 64 anos de idade, e
também vem aumentando o número de população acima dos 65 anos.
95
pessoas de menos de 15 anos de idade. Valores elevados deste índice indicam que a transição
demográfica se encontra em estágio avançado.
Tabela 14 - Estrutura Etária, Razão de Dependência e Índice de envelhecimento (1991, 2000 e 2010).
65 anos e
531 1,0 1.325 1,9 3.357 2,2
mais:
Razão de
78,41 - 67,97 - 49,46 -
Dependência:
Índice de
Envelhecimen 2,32 - 4,79 - 7,06 -
to
Fonte: IBGE – Censos Demográficos, 1991, 2000 e 2010 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
3.4.2 Economia
São também abordadas as produtividades e poder de produção dos municípios no que tange a
mão de obra disponível, a potencialidade econômica e a renda gerada.
96
O setor terciário, por sua vez, representa 16,25%, enquanto que a participação do primário é
irrisória no município, abaixo de 1% do PIB total de 2013. Vale destacar o baixo percentual
da administração pública em Parauapebas, a participação em 2013 foi de 3,54% - sendo um
indicador da mínima dependência da máquina pública na economia local.
Observa-se que o PIB vem crescendo anualmente a uma importante taxa: 12,69% a.a. No
período 2000-2013, o setor primário foi o que mais cresceu com 13,67% a.a. Apesar disso,
como vimos, sua participação é bem modesta na economia local. A arrecadação de impostos
no município de Parauapebas apresentou aumento significativo, contabilizando 20,69% de
crescimento anual.
Com montantes expressivos tanto do PIB total (mais de R$ 20 bilhões), quanto do PIB per
capita (superior a R$ 100 mil), Parauapebas se destaca no cenário estadual. É o segundo
município com a maior participação (16,8%) na produção econômica do Pará, perdendo
apenas para a capital Belém. E ocupa a segunda posição no ranking dos maiores PIB per
capita, atrás de Canaã dos Carajás, que registrou quase R$119 mil por pessoa em 2013, de
acordo a pesquisa da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará
(FAPESPA).
A tabela a seguir apresenta os dados do PIB total, setorial e respectivas participações para o
município de Parauapebas.
97
Tabela 15 - PIB Total, Setorial, Percentual de Participação e Taxa Geométrica de Crescimento Anual 2000-
2013.
Participaç
Participaçã TGCA
Parauapebas 2013 2000* ão PIB
o PIB Total 2000-2013
Total
R$ R$
PIB Total - - 12,69%
20.263.414.736,00 4.287.106.036,70
PIB Setor
R$ 147.766.556,00 0,73% R$ 27.951.682,20 0,65% 13,67%
Primário
PIB Setor R$ R$
75,91% 79,91% 12,25%
Secundário 15.381.781.448,00 3.425.709.801,80
PIB Setor R$
16,25% R$ 770.820.522,89 17,98% 11,82%
Terciário 3.293.436.737,00
Administraç
R$ 718.216.960,00 3,54% R$ 157.489.023,11 3,67% 12,38%
ão Pública**
Impostos R$ 722.213.035,00 3,56% R$ 62.624.029,81 1,46% 20,69%
PIB Per
R$ 114.753,57 - R$ 59.902,55 - 5,13%
Capita
Fonte: IBGE, Produto Interno Bruto dos Municípios, 2000 e 2013 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
*Valores corrigidos pelo IGP-M (FGV) para ano 2013 (in. Banco Central do Brasil/Calculadora do Cidadão,
2016).
**Os valores de administração pública também estão contemplados na contabilização do PIB para o setor
terciário da economia.
No que se refere à geração de emprego e renda no setor primário essa é a atividade menos
expressiva, a despeito de o município estar localizado em uma das principais mesorregiões
agropecuárias do Estado. As atividades primárias desenvolvidas no território Municipal, por
ordem de importância quanto à sua extensão territorial e rendimento econômico, são: a)
pecuária; b) agricultura; e o c) extrativismo vegetal. (FISCHER, Luly – 2014).
98
No total são 48.991 postos de trabalho distribuídos por 2.706 estabelecimentos, conforme
tabelas a seguir, que apresentam dados do Ministério do Trabalho e Emprego, com
informações a respeito do emprego formal e número de estabelecimentos para o ano de 2015,
evidenciando essa situação.
Fonte: Ministério de Trabalho e Emprego – RAIS, 2015 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
99
Fonte: Ministério de Trabalho e Emprego – RAIS, 2015 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
Já em relação aos índices de desenvolvimento humano, observa-se que a renda média obteve
um ligeiro crescimento na década de 1990-2000. Em 1991 a renda per capita média era de R$
392,48, passando em 2000 para R$ 444,97, com uma taxa média anual de crescimento de
1,40%% nesses anos. Porém, entre 2000 e 2010 a renda domiciliar cresceu um pouco mais,
passando para R$ 627,61, ou seja, uma taxa média anual de 3,50%% em relação a 2000 de
acordo com os dados do IPEA. A renda média per capita de Parauapebas pode ser considerada
satisfatória, se comparada com a do Estado do Pará, de apenas R$ 446,76. No entanto, está
abaixo da média nacional (R$ 793,87).
Por sua vez, a pobreza (medida pela proporção de pessoas com renda domiciliar per capita
inferior a R$ 255,00, equivalente à metade do salário mínimo – R$ 510,00 - vigente em
agosto de 2010) diminuiu significativamente nos últimos 20 anos, apesar do aumento
registrado no período 1991-2000, quando o índice passou de 36,32% para 37,34%. Foi na
última década que esse índice sofreu uma queda importante, chegando a 13,17% em 2010.
Nesse indicador, Parauapebas se destaca positivamente tanto em relação ao Pará – onde o
percentual de pobres é de 32,33% - quanto ao Brasil (15,20%). A desigualdade social -
demonstrada pelo Índice de Gini - seguiu o movimento do índice de pobreza, crescendo de
0,59 em 1991 para 0,65 em 2000 e recuando depois para 0,53 em 2010.
100
maior concentração de ganhos em um número menor das pessoas. A tabela a seguir apresenta
os indicadores de renda, pobreza e desigualdade de Parauapebas.
3.4.4 Educação
Escolas 59 56
Escolas 55 68
101
O Ensino Fundamental tem caráter obrigatório para todas as crianças e jovens com idade entre
6 e 14 anos. A duração desta etapa é de nove anos. A obrigatoriedade da matrícula nessa faixa
etária envolve de forma compartilhada os pais ou responsáveis; do Estado pela garantia de
vagas nas escolas públicas; e, finalmente, da sociedade, por fazer valer a própria
obrigatoriedade. Entre 2005 e 2015 a quantidade de matrículas cresceu 83%, ao passo que a
quantidade de escolas e de docentes cresceram em taxas menores (23,6% e 70,7%,
respectivamente).
O Ensino Médio corresponde ao nível de ensino que antigamente era denominado de segundo
grau. Este nível equivale à última fase da educação básica, cujo objetivo é aprofundar os
conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental, bem como preparar o estudante para o
exame de admissão ao Ensino Superior. O curso técnico integrado ao Ensino Médio é
oferecido a quem já concluiu o Ensino Fundamental. Este curso garante tanto a formação do
Ensino Médio quanto a Técnica Profissional. Entre 2005 e 2015, houve aumento tanto do
número de escolas (70%), como de matrículas (58,2%) e de docentes (45,9%).
102
103
Entre 2000 e 2010, esse percentual passou de 33,44% para 60,32%, em Parauapebas, e de
39,76% para 54,92%, no Estado do Pará. Em 1991, os percentuais eram de 30,56%, em
Parauapebas, e 30,09%, no Pará.
3.4.5.5 Analfabetismo
Em 2000 essas taxas decresceram bastante, fenômeno resultante dos investimentos na área da
educação, como se nota nas faixas etárias entre 7 e 14 anos (16,26%), entre 15 e 17 anos
(6,79%), e dos adultos de 18 a 24 anos (7,31%). Essa redução continuou em 2010, com o
índice de crianças (7 a 14 anos) caindo para 1,6%, o de jovens (15 a 18) para 0,7% e o de
adultos (18 a 24) para 1,1%.
Para as pessoas de mais de 25 anos a taxa de analfabetismo está sendo reduzida, porém em
velocidade menor que as demais faixas etárias. Em 1991, 24,56% dos habitantes com mais de
25 anos eram analfabetos, em 2000 esse número caiu para 19,95 %, e em 2010 para 7,2 %,
que apesar de ainda ser uma quantidade considerável mostra a evolução do município na
educação, conforme tabela a seguir.
104
No Senai são oferecidos cursos técnicos nas áreas de automação industrial, eletroeletrônica,
logística, mecânica, mineração e segurança no trabalho.
Enquanto no Senac, há cursos nas áreas de gestão, logística, educação ambiental e inovação.
3.4.6 Saúde
Os estudos elaborados referentes à mortalidade têm por base a Classificação Internacional das
Doenças (CID), elaborada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Esta é composta por
um número muito elevado de doenças, incluindo suas variantes e complicações. Sendo assim,
o Diagnóstico de Saúde limita-se a analisar a situação e a tendência de alguns grandes grupos
de causas de morbidade e mortalidade.
105
O diagnóstico feito neste estudo trata da análise no que concerne à mortalidade e, para isso,
um dos indicadores mais utilizados é o da proporção de óbitos por grupo de causa, em relação
ao total dos óbitos ocorridos em dado período, que é conhecido como mortalidade
proporcional por causa definida.
Sob a mesma base teórica, ainda é analisado a distribuição percentual de internações por
grupo de causas, conferindo assim em um diagnóstico mais detalhado e plausível à avaliação.
3.4.6.1 Morbidade
Na população com até 9 anos de idade a maior incidência de casos hospitalares é de algumas
afecções originadas no período perinatal (29,52% do total dessa faixa etária), seguida de
doenças ligadas ao aparelho respiratório (17,73%).
3.4.6.2 Óbitos
Óbitos mais frequentes estão ligados às causas externas de morbidade e mortalidade, doenças
do aparelho respiratório e neoplasias (tumores), que somam 61,55% do total.
106
Entre os anos de 1991 e 2000, a taxa de mortalidade infantil teve uma ligeira queda em
Parauapebas, passando de 42,6 por mil nascidos vivos em 1991 para 32,3 em 2000. Em 2010
este índice reduziu bastante, chegando a 17,4 por mil nascidos vivos, mostrando que houve
uma melhoria significativa neste indicador.
Parauapebas apresenta índice reduzido quando comparado com os valores do estado do Pará
(20,3 por mil nascidos vivos em 2010) e com os padrões estabelecidos pelas autoridades
internacionais – segundo as metas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio das Nações
Unidas, a mortalidade infantil no país deve estar abaixo de 17,9 óbitos por mil em 2015.
107
Comparativamente, o Brasil atingiu em 2010 o valor de 16,7 mortos a cada mil nascidos
vivos. Entretanto, deve-se tomar o cuidado de observar o indicador ao longo dos anos e,
principalmente, quando a localidade ou região estudada apresentar um pequeno contingente
populacional, o que pode extrapolar os índices mesmo quando há poucos casos desta natureza.
O PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) observa em seus estudos
sobre desenvolvimento humano, outros dois indicadores de saúde e bem-estar: a esperança de
vida ao nascer e a taxa de fecundidade. O primeiro apoia-se na expectativa de anos de vida do
indivíduo a partir do seu nascimento e o segundo o número médio de filhos por mulher.
Em Parauapebas, a esperança de vida ao nascer aumentou 7,9 anos nas últimas duas décadas,
passando de 65,7 anos em 1991 para 68,6 anos em 2000, e para 73,6 anos em 2010.
Comparativamente, em 2010 a esperança de vida ao nascer média para o Estado do Pará era
de 72,4 anos e, para o país, de 73,9 anos. Já a fecundidade caiu bastante no município,
passando de 3,6 em 1991 para 3,3 filhos por mulher no ano 2000 e, finalmente, para 2,6 em
2010.
108
Segundo levantamento realizado por Ferreira (2003) a atual região integrava o território do
Município de Baião, que através da Lei Estadual 1609, de 05 de novembro de 1908 foi
desmembrada, criando o Município de São João do Araguaia, oficialmente instalado em 4 de
fevereiro de 1909, em razão de sua localização estratégica para trocas comerciais.
Apesar de a emancipação municipal ter ocorrido apenas em 1988, os fatores que influenciam
esse processo podem ser retraçados até a década de 1960, quando são descobertas grandes
jazidas de ferro e cobre em uma região, considerada a maior província mineral do mundo
(ÉLERES, 2002), outrora habitada apenas por populações indígenas.
109
A década de 1970, o Estado do Pará passou por um grande processo de federalização de terras
devolutas estaduais, o que ampliou significativa e rapidamente o controle da União sobre a
região, inclusive na sua porção sudeste, na qual está localizada o Município de Parauapebas.
Contudo, em levantamento feito no INCRA SR-27 foram identificadas três doações feitas
pelo GETAT ao Município de Marabá e não apenas duas, conforme indicado nos estudos
anteriores sobre o município: a) doação feita à Prefeitura de Marabá de lote rural sem
denominação com 132,1566 hectares proveniente da gleba Taboca “A” (Processo GETAT
1678/1983); b) doação feita à Prefeitura de Marabá denominada núcleo urbano de
Parauapebas com 229,1673 hectares, proveniente da gleba Rio Novo (Processo GETAT
1678/1983); e c) doação feita à Prefeitura de Marabá denominada lote Rio Verde com área de
110
A identificação de áreas públicas no Município para fins de expansão de áreas urbanas não é
uma tarefa simples, pois envolve inventariar todos os bens públicos existentes nos limites do
território municipal e conhecer sua disponibilidade para alienação por parte do ente federado
detentor.
Portanto, para que o município possa demandar áreas ao Estado e União primeiramente é
necessário excluir quais são os bens públicos de uso especial no município desses dois entes
federados. Considerando o território municipal total desde já podem ser excluídas as áreas da
Terra indígena Xikrin do Cateté e da Floresta Nacional do Carajás, pois são grandes extensões
já afetadas e que não poderão ser doadas ou cedidas ao Município para expansão urbana.
Somente essas duas grandes áreas representam respectivamente 37% e 49% do território
municipal, totalizando 87% da área (quadro abaixo) do Município que não poderão ser objeto
de doação para fins de expansão urbana. (FISCHER, Luly – 2014).
111
Tabela 26 - Áreas patrimoniais doadas pela União no atual território de Parauapebas pelo Programa Terra Legal.
112
Além da doação por parte da União, os municípios podem aumentar suas áreas patrimoniais
através da aquisição de bens privados por doação, compra, dação em pagamento e
desapropriação, bem como pela aprovação de loteamentos urbanos, regularmente registrados
no registro de imóveis que seja proveniente de um documento de propriedade válido, com
origem comprovada.
Neste sentido, podemos afirmar que além das áreas patrimoniais concedidas diretamente pela
União e as adquiridas quando do desmembramento do Município de Marabá acima
mencionadas, a Prefeitura Municipal de Parauapebas pode ter adquirido por compra,
desapropriação ou doação áreas de expansão urbana para a expansão de área patrimonial
urbana nos bairros de Beira Rio (PARAUAPEBAS. Lei n. 3.029/1997), Rio Verde
(PARAUAPEBAS. Lei n. 1.259/1994; PARAUAPEBAS. Lei n. 1.260/1994;
PARAUAPEBAS. Lei n. 2.407/1996), Cidade Nova (PARAUAPEBAS. Leis n. 360/1991;
113
Há ainda outras áreas superiores a 5.000m² que podem ter sido utilizadas para expansão
urbana (PARAUAPEBAS. Lei n. 376/1991; PARAUAPEBAS. Lei n. 1.204/1993;
PARAUAPEBAS. Lei n. 1.240/1994; PARAUAPEBAS. Lei n. 1.476/1994;
PARAUAPEBAS. Lei n. 3.208/1997), mas não é possível identificar a partir da análise
meramente documental sua localização.
As áreas que puderam ser identificadas com base no texto legal que sofreram maior
intervenção, em ordem decrescente, em termo de área foram estão localizadas nos bairros Da
Paz (1.430.509,53 m²), Rio Verde (218.671,13 m²), Zona Rural (145.861,38 m²), Cidade
Nova (73.905,56 m²), Maranhão (24.200 m²), Beira Rio (9.720 m²) e Primavera (810 m²) e em
termos de número de intervenções foram os bairros Rio Verde (22); Cidade Nova (7);
Primavera e União (4); Zona Rural e Canaã dos Carajás (3); Da Paz, Primavera e Maranhão
(2) e Beira Rio (1). (FISCHER, Luly – 2014).
Segundo Luly, a partir dos dados acima, é possível afirmar que apesar do Município de
Parauapebas ter por origem grandes áreas públicas, e a expansão urbana se dá
majoritariamente pela iniciativa privada, tanto na produção habitacional regular ou
irregular/clandestina. A atuação pública na expansão urbana, em regra, é decorrente de
ocupação espontânea, uma vez que a produção habitacional pública regular somente ocorreu à
época da implantação da mina da Serra dos Carajás, que na verdade foi executada pela Vale.
Esse fator pode ser justificado pelo forte crescimento populacional que se operou na região
em razão da implantação do Projeto de exploração mineral da Serra dos Carajás e pelo fato
de, em 2001, mais de 83% da população do município habitar a zona urbana municipal
(IBGE, 2001), tendo esse número sido elevado para, em 2010, para 91% (IBGE, 2010).
(FISCHER, Luly – 2014).
114
115
A primeira lei a tratar a questão patrimonial do Município foi a de n. 31/1989, que “dispõe
sobre a utilização de terras do patrimônio do Município”. Além de ser uma lei patrimonial, o
presente dispositivo legal também estabeleceu a primeira política de desenvolvimento urbano,
com o objetivo de ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o
bem-estar de seus habitantes (art. 1º), mas que, apesar de utilizar uma terminologia de Direito
Urbanístico, restringe-se a regular o uso, disposição e parcelamento do solo.
A Câmara dos Vereadores de Parauapebas promulgou sua primeira lei Orgânica (LOMP) em
5 de abril de 1990, tendo sido emendada uma única vez, em 22 de dezembro de 2009, quando
foi reformada integralmente.
Essa lei foi alterada duas vezes, uma pela lei n. 4.427, de 14 de outubro de 2010 e em 16 de
dezembro de 2011 pela lei n. 4.474. Na primeira modificação o prazo de inalienabilidade do
título de doação foi reduzido para 4 anos. Na segunda, o programa passou a conter um
subprograma denominado habitar feliz, a ser regulamentado pelo poder executivo municipal.
116
Não obstante, essa disposição sobre a CDRU contida no plano diretor não ter sido alterada,
tanto as alterações da Lei municipal n. 4.282/2004, já acima analisadas como a Lei municipal
n. 4.423, de 27 de setembro de 2010 privilegiam a doação, com encargos, para fins de
regularização de interesse social.
No caso da lei que versa sobre programas habitacionais para população de baixa renda, em
geral há uma coincidência entre áreas de ZEIS e as áreas de intervenção do programa, sendo
necessário alterar novamente a legislação para incorporar o que dispõe o plano diretor,
mantendo-se a titulação definitiva para as demais áreas, mesmo que consideremos que essa
alternativa não seja tecnicamente mais adequada para o município.
Já para o caso da lei que trata do loteamento Brasil Novo não há uma violação ao plano
diretor, uma vez que a área objeto de titulação definitiva é não é zoneada como interesse
social pelo plano diretor de 2006. (FISCHER, Luly – 2014).
Neste sentido, cumpre observar que a opção do Poder Público pela alienação do domínio
pleno deve ser bem planejada, pois não há um estoque significativo de terras no município
para a expansão urbana e a migração poderá gerar o esgotamento do estoque de terras
públicas, obrigando o poder público a recomprá-las ou desapropriá-las no futuro.
117
O volume de água superficial é encaminhado para quatro estações de tratamento de água antes
de ser distribuído para a população. No caso do volume de água subterrânea é utilizado
tratamento de cloração.
Nas áreas não atendidas e/ou com deficiências no abastecimento de água, como intermitência
e pressões reduzidas, são empregados carros pipas para o fornecimento público de água para a
população.
Vale ainda observar que existem algumas áreas no município de Parauapebas sem
abastecimento público de água, o que leva os moradores a empregarem soluções próprias para
garantir o consumo de água, como aproveitamento de água de nascentes, rios, açudes, lagos,
igarapés etc. Na Figura 23 são apresentadas as áreas urbanas com e sem abastecimento
público de água.
118
Figura 23 - Formas de abastecimento de água no Município de Parauapebas.
119
Barros
Cidade
Vale
do
Popular
I
Cedere
I
01
São
Raimundo
Nova
Sol
Bairro
da
Popular
II
Vila
Brasil
01
Bom
Jesus
Paz
Liberdade
Chácaras
Vila
Rio
01
São
Luiz
I
da
Lua
Branco
Chácaras
Vila
Beira
Rio
01
Bela
Vista
I
do
Sol
Albanir
Chácaras
Guanabar Vila
das
02
Bela
Vista
II
a
Sansão
Estrelas
Liberdade
I
e
Vila
Paulo
Nova
Vida
01
Morada
Nova
Liberdade
Fontelis
II
Jardim
Novo
Maranhão
01
Talismã
Canadá
Brasil
Chácara
Cachoeira
Parque
das
Altamira
01
do
Cacau
Preta
Nações
I
e
I
Habitar
Vila
Auto
Bambuí
01
Céu
Azul
Feliz
Bonito
Parque
Montes
Bela
Vista
das
01
Céu
Azul
Claros
Naçoes
II
Chácara
Emergência
Morar
dias
Vila
das
01
hospital
Melhores
Carimã
Estrelas
Municipal
Parque
Chácara
Vila
dos
01
Bom
Jardim
da
Lua
Piabanha
Carajás
II
Chácara
Tropical
das
Vila
Nova
02
Jardim
América
II
(Qa
a
Q46)
Nuvens
Chácara
Vales
dos
Palmares
02
Panorama
do
Sol
Carajás
III
Cinco
Bairro
Vila
02
Esperança
Estrelas
Nova
Guanabar
Minerio
05
Serra
Azul
a
II
Karajás
Garimpo
01
Raio
do
Sol
Sul
das
Pedras
Nova
Vida
Bairro
01
Jardim
Paraiso
II
Paraiso
120
Paraiso W.Torres 02
Cidade
São
José
24
Jardim
Nova
08
Carajás
Uma nova ETA localizada na Palmares Sul (SAA3) foi construída para atender a demanda da
Vila Palmares Sul na sua totalidade. Sua capacidade de tratamento é de 122m3/h. Também
deve ser ressaltado que problemas no fornecimento de água em áreas com sistemas coletivos
obrigam a Prefeitura a utilizar carros pipas para regularizar/reforçar o abastecimento de água
em algumas escolas, como na Escola Machado de Assis (Bairro da Guanabara – área do
SAA1) e na Escola Leide Maria II (Bairro Betânia – área do SAA 2).
Na área rural são utilizados poços para o abastecimento de água nas localidades denominadas
de Palmares II, Palmares III, Vila Onalicio Barros, Cedere I, Vila Brasil, Vila Rio Branco,
Vila Albanir, Vila Sansão, , Vila Paulo Fontelis, Cachoeira Preta, Vila Auto Bonito, Vila
Carimã, Vila Piabanha, Vila Nova, Garimpo das Pedras e Brasil.
121
Figura 24 - Pontos de captação SAA 1 e SAA 2.
Figura 25 - Pontos de captação SAA 3.
Nesse manancial estão instalados conjuntos motor e bomba (CMB) para recalque da água
bruta até a Estação de Tratamento de Água (ETA) do SAA 1 e do SAA2.
O SAA 4 tem captação por barramento no igarapé Lajeado, localizado nos assentamentos
Tropical I e II ,como pode ser observado no Figura 26.
122
Figura 26 - Pontos de captação SAA 4.
A captação de água bruta no SAA 1 é realizada por quatro CMB’s (conjuntos motor-bomba)
em operação 3+1, com potência de cada motor de 175 CV e vazão média da bomba de 411
m³/h. Esses CMB’s estão instalados em uma balsa presa por cabos de aço na margem do Rio
Parauapebas, sendo a vazão média de captação da ordem de 1.204 m3/h.
Esse barrilete está conectado a uma tubulação (água bruta) de PEAD - Polietileno de Alta
Densidade, diâmetro de 800 mm, 412 m de comprimento e capacidade de 3.600 m³/h,
utilizada para transportar a água captada até a estação de tratamento de água.
123
O tratamento de água realizado na ETA 01, é do tipo Ciclo Completo (convencional), tendo
05 (cinco) etapas de tratamento: coagulação, floculação decantação, filtração e desinfecção.
Na Figura 27 podem ser observadas as unidades de tratamento da ETA 01.
Figura 27 - Unidades de tratamento da ETA 1.
O volume médio dessa ETA é de 870.923,83 m3/mês. Vale ressaltar que, além da vazão
tratada na ETA 1, também é preciso considerar a vazão afluente da ETA do SAA 2, o que
ocorre por um canal de ligação de água tratada, que conecta essas duas ETA’ s, conforme a
Figura 28.
Com isso, a partir da ETA 1 são alimentados o Reservatório de água Bela Vista e a Elevatória
do Betânia, sendo, em seguida, a água encaminhada para a rede de distribuição dos bairros
Rio Verde, Betânia, União, Novo Horizonte, Primavera, Vila Rica, Cidade Nova, Popular I,
Bairro da Paz, Popular II, Liberdade I, Chácaras da Lua, Beira Rio, Chácaras do Sol,
Guanabara, Chácaras das Estrelas, Nova Vida, Liberdade I, Liberdade II, Maranhão, Jardim
Canadá, Chácara do Cacau, Altamira, Bambuí, Habitar Feliz, Bela Vista, Montes Claros,
124
Chácara das Estrelas, Morar dias Melhores, Chácara da Lua, Parque dos Carajás II, Chácara
das Nuvens, Tropical (Qa a Q46), Chácara do Sol, Vales dos Carajás, Cinco Estrelas,
Guanabara II, Karajás Sul, Nova Vida II, Paraiso e São José.
Figura 28 - Reforço de água tratada do SAA 1 para o SAA 2.
A captação de água é realizada em balsa flutuante, com três CMB’s (2+1), cada um com
motor de 250 CV, o que resulta na capacidade de captação de água de 411 m³/h.
No recalque são utilizadas três adutoras flexíveis de água bruta, cada uma com diâmetro de
350 mm (milímetros) e 30 m (metros) de comprimento, conectadas a três barriletes de
500/350 mm.
O tratamento da água bruta é realizado na ETA 2, que é do tipo compacta metálica aberta de
dupla filtração com 28 filtros, sendo 14 ascendentes e 14 descendentes com etapas modulares
125
Figura 29 - Unidades da ETA 02.
A captação de água é realizada em balsa flutuante, com dois CMB’s, cada um com motor de
40 CV, o que resulta na capacidade de captação de água de 122 m³/h.
126
No recalque é utilizada uma adutora flexível de água bruta, com diâmetro de 200 mm
(milímetros) e 1.541m (metros) de comprimento, conectada a um barrilete de 200mm de
diâmetro.
O tratamento da água bruta é realizado na ETA 3, que é do tipo compacta metálica aberta de
dupla filtração com 4 filtros, sendo 2 ascendentes e 2 descendentes com etapas modulares de
tratamento. A água tratada é encaminhada por Estações Elevatórias de Água Tratada (EEAT)
até o reservatório apoiado nos dois Sistemas de Abastecimento de Água. Na Figura 30 podem
ser observadas unidades da ETA 03, o volume médio dessa ETA 3 é de 87.000,00 m³/mês.
Figura 30 - Unidades da ETA 03.
A captação de água é realizada por sistema de barragem, adução por meio de gravidade.
Sendo utilizada adutora flexível de água bruta com diâmetro de 200 mm, e rede de 1.541m de
cumprimento, o que resulta na capacidade de captação de água de 122 m³/h.
127
Figura 31 - Unidades da ETA 04.
De acordo com o Figura 32, a seguir, é possível observar que parte da água tratada na ETA 2
é encaminhada para a saída da ETA 1 e, após a reunião, transportada por duas adutoras de
água tratada, sendo:
a) Uma adutora até o reservatório Bela Vista, quando, então, é encaminhada para a rede
de distribuição de água;
b) A outra adutora até a elevatória do Betânia.
A água tratada é encaminhada por EEAT até reservatório apoiado nos dois Sistemas de
Abastecimento de Água.
128
Figura 32 - Sistema de Abastecimento de Água do município de Parauapebas,
Os reservatórios atendidos pelo sistema de abastecimento (ETA 01 e ETA 02) podem ser
observados esquematicamente na Figura 33.
Figura 33 - Zonas de Influência dos reservatórios atendidos pelo SAA 1 e SAA 2.
129
Tabela 29 - Resumo dos SAA’s isolados gerenciados pelo SAAEP no Município de Parauapebas.
Capacidade do Profundidade
Localidade Vazão (m³/h) Reservatório
(m³) (m)
Palmares II - Poço 63 12,5 150
Palmares II - Poço 64 12 100
100
Palmares II - Poço 85 12 154
Palmares II - Poço 86 6 150
CEDERE I - Poço 66 12 20 80
Vila Onalicio Barros - Poço 65 8 20 100
Vila Rio Branco – poço 68 3 10 120
Vila Sansão - Poço 70 15 156
50
Vila Sansão - Poço 71 15 150
Vila Paulo Fonteles - Poço 01 5 10 70
Vila Paulo Fonteles - Poço 02 30 30 120
Alto Bonito - Poço 01 7 20 126
Vila Albanir - Poço 01 4 20 61
Garimpo das Pedras - Poço 150 20 20 150
Vila Carimã - Poço 67 18 5 180
Vila Brasil - Poço 79 3 5 100
Novo Brasil - Poço 73 9 70 60
Altamira - Poço 01 20 116
Altamira - Poço 02 12 70 120
Altamira - Poço 03 6. 130
Maranhãozinho 2.5 20 70
Escola 18 de Outubro 3 5 70
Cidade Jardim - Poço 15 7 - 150
Cidade Jardim - Poço 16 7 - 150
Cidade Jardim - Poço 17 10 - 150
Cidade Jardim - Poço 18 20 - 110
Cidade Jardim - Poço 19 27 - 150
Cidade Jardim - Poço 21 22 - 150
Cidade Jardim - Poço 22 17 - 150
Cidade Jardim - Poço 26 30 - 150
Cidade Jardim - Poço 28 22 - 204
Cidade Jardim - Poço 29 12 - 170
Cidade Jardim - Poço 31 25 - 150
130
O crescimento populacional ocorrido nos últimos anos não foi acompanhado pelo
desenvolvimento da infraestrutura do sistema de abastecimento de água. Essa situação
resultou no aumento de soluções dos próprios moradores, tendo em muitos imóveis poços
rasos (aquíferos livres), os quais em sua maioria apresentam risco de poluição/contaminação
de esgoto lançado no terreno e/ou de efluentes de fossas sépticas, com risco para saúde da
população.
131
132
Com isso, o déficit de atendimento com sistema coletivo de esgotamento sanitário teve um
aumento expressivo na área de expansão urbana do município de Parauapebas, restringindo a
área de cobertura de coleta de esgoto aos bairros Primavera, Cidade Nova, União, Rio Verde,
Apoema, Cidade Jardim e Conjunto Habitacional Alto Bonito.
Nesses bairros estão instaladas estações de tratamento de média e grande capacidade, sendo
que a descentralização dificulta a operação do sistema de esgotamento sanitário. Além disso,
vale ressaltar que essas unidades de tratamentos apenas recebem grandes contribuições de
esgoto coletado em parte dos bairros relacionados no Quadro 1.
133
É importante ressaltar que a maior parte da população não é atendida por rede de coleta e
tratamento de esgoto sanitário, razão para o grande número de soluções próprias para a
destinação final de esgoto no município. Contudo, em muitas situações, não são observados
os requisitos técnicos necessários nas soluções adotadas pelos moradores, resultando no
lançamento de esgoto bruto em fossas rudimentares, valas ou corpos d´água.
134
a ligação direta nas residências, parte da população não faz a ligação na rede de esgotamento.
Deve-se ressaltar a necessidade de um trabalho de conscientização nessas áreas.
Tubulações/Diâmetros Metros
DN 100 mm 3.217
DN 150 mm 4.660
DN 200 mm 773
DN 250 mm 100
DN 300 mm 450
Redes Condominiais - DN 100 mm 21.346
TOTAL 30.546
Fonte: Prefeitura Municipal de Parauapebas (2013)
Atualmente o Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Parauapebas (SAAEP) possui sob sua
responsabilidade e operação de 07 (sete) Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs): ETE da
10, ETE da 19, ETE Primavera, ETE Rio Verde, ETE Apoena, Cidade Jardim, ETE Alto
Bonito. As ETEs do bairro dos Minérios e Vale do Sol, não foram finalizadas pelas
construtoras e por isso não estão sob responsabilidade do SAAEP, embora tenha funcionários
fazendo sua manutenção devido os bairros possuírem rede coletora e algumas residências
estarem ligadas. A ETE Tropical, não está sob responsabilidade do SAAEP e por não está
finalizada e instalada não há necessidade de manutenção, pois não chega efluente.
A unidade de tratamento está localizada na Rua 10, próximo a Rua O, com área de 9.600m²;
tendo uma lagoa, com um potencial de recebimento de 57.600 m³ de efluentes, e apresenta
uma vazão de entrada de aproximadamente 19 m³/h e de saída de 18 m³/h. Seu sistema está
135
A unidade de tratamento está localizada na Rua 19, próximo à rua L, e possui área equivalente
de 7.800m²; tendo uma lagoa, com capacidade de 11,7m³, profundidade de 1,5m, e vazão de
entrada de 17m³/h. Trata-se de uma lagoa facultativa, sem presença de aerador. No processo
de tratamento o oxigênio é fornecido através de fotossíntese realizada pelas algas que se
proliferam próximo a superfície da lagoa. Devido ao tipo de tratamento atende algumas ruas
do bairro União, mas planeja-se desativa-la em pouco tempo, após construir elevatórias para a
ETE do Rio Verde.
A unidade de tratamento Primavera está localizada na Rua 02 no Bairro Primavera, tendo área
de 20.125m². É uma lagoa, com 50.312,5m³, profundidade de 2,5m, e vazão de entrada de
40m³/h. Atende o bairro Primavera e Cidade Nova.
136
uma lagoa aerada facultativa com dois aeradores. Para melhorar a eficiência do tratamento
seria necessário a instalação de tratamento preliminar e calha parshall na saída.
A unidade de tratamento está localizada na Rua Tiradentes no Bairro Rio Verde, tendo 12.495
m². É uma lagoa, com 37.485 m³, e vazão de entrada de 17m³/h. Atende o bairro Rio Verde.
Possui um sistema com duas elevatórias, sendo uma localizada na Rua Araguaia e outra na
Rua Beira Rio, medindo aproximadamente 2,20 m de diâmetro e 9m de profundidade. Possui
apenas um aerador. Com tratamento similar a ETE da 10.
Localizada na área urbana de Parauapebas, a ETE atende uma parte da rede urbana de
Parauapebas, o conjunto residencial W. Torres e o Shopping Center. Trata-se de uma lagoa de
estabilização aerada, com capacidade de tratar 30 m3/h e tem como receptor o igarapé Ilha do
Coco.
O tipo de tratamento utilizado para a ETE é tratamento por lodos ativados, onde conta com a
seguintes estrutura:
• Elevatória;
• Gradeamento;
• Caixa de areia;
• Câmara anóxica (volume útil 382 m³);
• Lagoa de Aeração (volume útil 2.141 m³);
• Flotador;
• Tanque de contato;
• Centrífuga;
• Tanque de lodo.
Opera com cinco aeradores e, em condições normais de operação, remove até 97% da carga
de DBO, atendendo portanto a exigência de 60% dos padrões de qualidade da Resolução
CONAMA 430, de 2011.
137
A estação de tratamento de esgotos do Loteamento Cidade Jardim (ETE Cidade Jardim) foi
concebida com sistema aeróbio de tratamento, tipo lodos ativados, operado na modalidade de
aeração prolongada. Desta forma, a planta de tratamento possui os seguintes processos
unitários:
Com respeito aos critérios de qualidade impostos para o efluente tratado, tem-se as seguintes
situações, a saber:
138
Embora o SAAEP disponha dessas cinco unidades de tratamento de esgotos, apenas as ETEs
W. Torres e Cidade Jardim apresentam um funcionamento dentro de padrões operacionais
adequados. As demais plantas de depuração existentes apresentam sérios problemas de odor e
de remoção de carga orgânica, principalmente pelo fato dos aeradores não estarem
funcionando.
Figura 34 - Parte do SES do município de Parauapebas.
139
A estação está localizada na PA 160 no Conjunto Habitacional Alto Bonito, está projetada
para atender uma população de aproximadamente 8.400 habitantes, ocupa uma área de 800
m². O tipo de tratamento utilizado para a ETE é tratamento por lodos ativados, onde conta
com a seguintes estrutura:
a) Os efluentes das unidades do Rio Verde, da Rua 10, da Rua 19 são lançados no
Igarapé da Ilha do Coco, que é um afluente direto do Rio Parauapebas.
140
141
na cidade
Corpo Rio Córrego
Igarapé Ilha do Coco
Receptor Parauapebas Lajeado
Fonte: Prefeitura Municipal de Parauapebas (2013).
Além disso, a contribuição de água pluvial em coletores de esgoto sanitário do SAAEP resulta
em problemas operacionais, pois reduz a eficiência das unidades de tratamento de esgoto, ao
aumentar a vazão de entrada e provocar diluição do esgoto a ser tratado.
142
Figura 37 - Falta de esgotamento sanitário.
Fonte: Waldyr Silva e Revista Época (2013).
Desse modo, é necessária a realização de estudos, planos, projetos e obras que venham a
facilitar a universalização da prestação desse serviço aos habitantes, os quais devem ser
baseados em poucos sistemas de coleta e tratamento para o atendimento das demandas, atual e
futura, de esgotamento sanitário no município de Parauapebas.
143
144
Na Figura 39, apresentada na página seguinte, pode ser observado em destaque as extensões
destes cursos d’água, bem como a forma como estão dispostos na área do Município,
principalmente no que se refere ao posicionamento das rodovias e vias mais utilizadas, como
é o caso da Vicinal VS-10, da Rodovia Municipal Faruk Salmen, da Rodovia PA-275 e da
Rodovia PA-160.
O Gráfico 25, apresentado mais adiante, demonstra a influência que os principais cursos
d’água exercem quanto a destinação final das redes de drenagem, em relação proporcional aos
bairros do Município. No total, considerando o tempo disponível para a elaboração do
diagnóstico, puderam ser coletadas informações de apenas 89 dentre os bairros da cidade.
Destaca-se a grande influência que o Rio Parauapebas tem no manejo de águas pluviais, sendo
destino de deságue de cerca de 35% dos bairros do Município. Os igarapés Ilha do Coco e
Lajeado, por sua vez, recepcionam o deságue em 18 e 17% dos bairros, respectivamente,
apresentando também elevada importância para a cidade, tendo em vista suas extensões,
percorrendo o centro e regiões periféricas do Município, como pode ser também observado na
Figura 38.
Observa-se ainda, pelo apresentado na sequência pelo Gráfico 25, o papel que grandes áreas
permeáveis exercem no contexto geral da macrodrenagem do Município, como lagoas locais e
regiões pantanosas naturais, também conhecidas como brejos. Essas áreas exercem funções de
deságue de águas pluviais em aproximadamente 12% dos bairros. O Complexo Altamira, por
sua vez, possui canal próprio, o qual recebe uma contribuição de cerca de 7% dos bairros
catalogados durante o diagnóstico.
145
Figura 38 - Principais cursos d’água que atravessam o município de Parauapebas.
Fonte: AMBGIS; UMAH; PMP; BID, 2017.
146
35,00%
18,00%
17,00%
12,00%
11,00%
7,00%
RIO PARAUAPEBAS IGARAPÉ ILHA DO IGARAPÉ LAJEADO BREJOS/LAGOAS CANAL ALTAMIRA OUTROS
COCO
Gráfico 11 - Influência dos cursos d’água no deságue da drenagem do Município.
Fonte: Equipe técnica.
A Figura 40, também na sequência, ilustra o mapa do relevo de Parauapebas, apresentado sob
a forma de declividades. O relevo inevitavelmente influi no manejo de águas pluviais, ao
passo que se trata de um dos fatores preponderantes para a determinação da direção de
escoamento das águas da chuva, definindo as zonas de contribuição de cada microbacia
disposta na região considerada.
147
Figura 39 - Áreas de escoamento e infiltração do Município de Parauapebas.
Fonte: AMBGIS; UMAH; PMP; BID, 2017.
148
Figura 40 - Ilustração das condições de declividade do Município de Parauapebas.
Fonte: AMBGIS; UMAH; PMP; BID, 2017.
149
35% Com
pavimentação
Sem pavimentação
65%
Gráfico 12 - Condições gerais de pavimentação dos bairros do Município.
Fonte: Equipe técnica.
150
38%
Possui drenagem
Gráfico 13 - Condições gerais de drenagem dos bairros do Município.
Fonte: Equipe técnica.
O Gráfico 13, por sua vez, traz informações acerca de áreas alagáveis no Município, sendo
sua recorrência uma das principais consequências da ausência e da insuficiência de estruturas
para manejo de águas pluviais. Constatou-se que cerca de 31% dos bairros da cidade possuem
áreas alagáveis.
31%
Possui áreas alagáveis
Gráfico 14 - Porcentagem de bairros com e sem áreas alagáveis em sua extensão.
Fonte: Equipe técnica.
151
Beira
Rio
II
Sim
Não
Sim
Ig.
Ilha
do
Coco
Bela
Vista
Sim
Sim
Não
Ig.
Ilha
do
Coco
Betânia
Sim
Sim
Sim
Canal
Altamira
Bom
Jesus
Não
Não
Sim
Rio
Parauapebas
Brasília
Não
Não
Sim
Rio
Parauapebas
Caetanópolis
Sim
Sim
Sim
Ig.
Ilha
do
Coco
Califórnia
Não
Não
Sim
Rio
Parauapebas
Casa
Branca
Não
Não
Sim
Rio
Parauapebas
C.
Populares
I
Sim
Sim
Não
Canal
Altamira
C.
Populares
II
Sim
Sim
Não
Igarapé
Lajeado
Cidade
Jardim
Sim
Sim
Sim
Igarapé
Lajeado
Cidade
Nova
Sim
Sim
Não
Rio
Parauapebas
Da
FAP
Sim
Não
Não
Rio
Parauapebas
Da
Indústria
Sim
Não
Não
Igarapé
Rio
Verde
Do
Lago
Não
Não
Não
Igarapé
Local
Da
Paz
Sim
Sim
Não
Ig.
Ilha
do
Coco
Dos
Minérios
Sim
Sim
Sim
Igarapé
Lajeado
Esplanada
Não
Não
Não
Ig.
Ilha
do
Coco
Guanabara
Sim
Sim
Sim
Ig.
Ilha
do
Coco
Jd.
América
I
Sim
Não
Sim
Rio
Parauapebas
Jd.
América
II
Sim
Não
Sim
Rio
Parauapebas
Jd.
Canadá
I
Sim
Não
Sim
Canal
Altamira
Jd.
Canadá
II
Sim
Não
Sim
Brejo
/
Lagoa
Jd.
Eldorado
Não
Não
Não
Rio
Parauapebas
Jardim
Ipê
Sim
Sim
Não
Igarapé
Lajeado
Jardim
Ipiranga
Sim
Sim
Não
Igarapé
Lajeado
Jardim
Planalto
Não
Não
Não
Rio
Parauapebas
Jardim
Tropical
Sim
Sim
Não
Igarapé
Lajeado
Jd.
Tropical
II
Sim
Sim
Não
Igarapé
Lajeado
Jardim
Veneza
Não
Não
Não
Rio
Parauapebas
Liberdade
I
Sim
Sim
Sim
Rio
Parauapebas
Liberdade
II
Sim
Sim
Sim
Rio
Parauapebas
Linha
Verde
Não
Não
Não
Ig.
Ilha
do
Coco
Lagoa
da
Maranhão
Sim
Sim
Não
Capivara
Possui
rede
de
Possui
áreas
Bairro
Pavimentado?
Local
de
deságue
drenagem?
alagáveis?
Lagoa
da
Maranhão
2
Sim
Não
Não
Capivara
Martini
Sim
Sim
Não
Igarapé
Lajeado
Minas
Gerais
Não
Não
Não
Rio
Parauapebas
Montes
Claros
Não
Não
Não
Rio
Parauapebas
Morada
Nova
Não
Não
Não
Brejo
/
Lagoa
Moveleiros
Sim
Sim
Sim
Igarapé
Lajeado
152
153
! Bairro Caetanópolis:
Corpo hídrico: Canal local, com deságue para um brejo popularmente conhecido como
“Baixada do Grande”, afluente do Igarapé Ilha do Coco.
154
Foto 11 - Canal do Bairro Caetanópolis, destacando à esquerda moradias irregulares com lançamento de
efluentes diretamente do corpo d’água e, à direita, o intenso desenvolvimento da vegetação nas proximidades
das manilhas, também observado na primeira imagem.
Fonte: Equipe técnica.
Foto 12 - Fotografias ilustrando o lançamento de águas servidas diretamente no canal (à esquerda) e nas
sarjetas (à direita).
Fonte: Equipe técnica.
155
Foto 13 - Canal da Rua Belém, bem estruturado, no entanto, também sofre com a falta de
regularidade em atividades de manutenção e limpeza.
Foto 14 - Nota-se, à esquerda, a saída do Canal Belém, rumo ao Rio Parauapebas, onde também se
observa uma intensa formação de vegetação (à direita).
Fonte: Equipe técnica.
156
Os Bairro Liberdade e União são divididos pelo delineamento do Igarapé Ilha do Coco,
ilustrado na Foto15.
Foto 15 - Igarapé Ilha do Coco, na delimitação entre os Bairros União e Liberdade, destacando a
formação de espumas características de poluição.
Fonte: Equipe técnica.
Foto 16 - Área de lançamento da microdrenagem do Bairro Liberdade, destacando o desenvolvimento
acentuado da vegetação na mesma.
Fonte: Equipe técnica.
157
Foto 17 - À esquerda pode-se observar a condução, pelas sarjetas, de águas servidas para o Canal,
ilustrado à direita.
Foto 18 - Escoamento superficial diretamente para o Canal, encaminhando frequentemente águas servidas.
Fonte: Equipe técnica.
! Complexo Altamira:
158
Foto 19 - Ilustração de trecho exposto da drenagem do bairro, demonstrando à direita a falta de limpeza
e a presença de resíduos sólidos dispostos inadequadamente no local.
Fonte: Equipe técnica.
Foto 20 - Canal Altamira, sendo perceptível, por aspectos visuais, o lançamento de esgoto
sanitário no corpo hídrico, além da falta de manutenção das estruturas adjacentes.
159
Foto 21 - Moradias irregulares em zona precária do Bairro Casas Populares II.
Fonte: Equipe técnica.
Figura 41 - Setores de risco identificados pela Defesa Civil no Município de Parauapebas.
Fonte: COMDEC; CPRM, 2013.
160
A seguir estão listados os quinze setores dotados de áreas de risco discriminados pelo
COMDEC:
• Setores 12 e 13: Complexo Bela Vista – Bairros Parque das Nações, Jardim América
e São Lucas I e II;
O Setor 01 abrange uma área prioritariamente pertencente ao Bairro Riacho Doce, próxima ao
encontro deste com o Bairro Primavera, compreendendo às ruas 03, 04 e Amazonas, tratando-
se de uma zona submetida a inundações sazonais pelo Rio Parauapebas, que duram em média
três dias (COMDEC; CPRM, 2013).
161
O Setor 02 compreende a Rua 03 do Bairro União, uma área de risco também submetida a
inundações frequentes pelas águas do Rio Parauapebas, especialmente entre os meses de
janeiro e abril (COMDEC; CPRM, 2013).
O Setor 03 engloba as Ruas Zero, A e Belém, estando entre os Bairros Cidade Nova e
Primavera, às margens do Rio Parauapebas. O mesmo também é submetido anualmente a
inundações, por se tratar de zona de várzea do referido rio (COMDEC; CPRM, 2013).
O Setor 04 compreende ao Bairro Liberdade I, especialmente sua zona que margeia o Rio
Parauapebas, a qual possui risco de alagamento; e ao Bairro Liberdade II, principalmente nas
encostas dos morros que cercam a área, onde há grande tendência à ocorrência de inundações
bruscas devido a enxurradas e a deslizamentos de terra, solo e/ou rocha (COMDEC; CPRM,
2013).
O Setor 05 representa uma área sujeita a inundações sazonais pelo Igarapé Ilha do Coco,
afluente da margem direita do Rio Parauapebas, disposta no Bairro Novo Brasil (COMDEC;
CPRM, 2013).
O Setor 06 corresponde ao Bairro Casas Populares II, especialmente sua área que margeia o
Igarapé Lajeado, a qual possui risco elevado de inundações periódicas e, como agravante,
sofre com o aterramento constante de áreas de proteção do corpo hídrico devido a ocupações
irregulares (COMDEC; CPRM, 2013).
162
O Setor 08 engloba o Bairro Liberdade, em uma área do mesmo denominada Vila Esperança,
onde encontra-se locada uma estação elevatória do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de
Parauapebas (SAAEP); e ainda parte do Bairro Nova Vida II, mais especificamente nas
proximidades do local onde está instalada a Estação de Tratamento de Água I (ETA I).
Ambos os locais são áreas de morros, com moradias em condições precárias e risco elevado
de deslizamentos de terra e alagamentos por enxurrada (COMDEC; CPRM, 2013).
O Setor 10 envolve o Bairro Primavera, em especial a zona próxima a Rua Marcos Freire.
Trata-se de uma área de morros, com risco de deslizamento tanto pela ação antrópica (cortes)
quanto natural (chuvas) (COMDEC; CPRM, 2013).
163
! Setores 12 e 13: Complexo Bela Vista – Bairros Parque das Nações, Jardim América e
São Lucas I e II;
O Setor 14 abrange o Bairro Alto Bonito, uma área de morro às margens da PA-160, com
ocupações irregulares em íngremes encostas. As chuvas, atreladas ao corte dos taludes,
corroboram para o risco de deslizamentos nesta região (COMDEC; CPRM, 2013).
Atualmente, o risco desta área encontra-se dissolvido, como melhor descrito mais à frente.
O Setor 15 corresponde ao Bairro Céu Azul, uma área de morro, com declividade de 30 a 45º
e solo argilo-siltoso. Trata-se de uma região com risco de deslizamentos, tanto pelo corte dos
taludes quanto pela ação das chuvas (COMDEC; CPRM, 2013). Hoje, as famílias que
habitavam está localidade já foram quase completamente relocadas, tendo sido dissolvido
grande parte deste setor de risco.
As Figuras de 42 a 47 ilustram alguns dos setores cujas situações foram a pouco apresentadas.
164
Figura 42 - Ilustração de inundação ocorrida no Bairro Riacho Doce (Setor 1).
Fonte: COMDEC; CPRM, 2013.
Figura 43 - Ilustração de enchente ocorrida no Bairro União (Setor 2), em abril de 2010.
Fonte: COMDEC; CPRM, 2013.
165
Figura 44 - No Bairro Rio Verde (Setor 7), casas dispostas à beira do corpo hídrico, lançando seus resíduos
sólidos e águas servidas diretamente no mesmo.
Fonte: COMDEC; CPRM, 2013.
Figura 45- Ilustração demonstrando erosões no solo em rua do Bairro Vila Esperança (Setor 8).
Fonte: COMDEC; CPRM, 2013.
166
Figura 46 - Blocos de rocha em alto declive, com elevada tendência ao escorregamento. Área no Complexo Bela
Vista (Setores 12 e 13).
Fonte: COMDEC; CPRM, 2013.
Figura 47 - Morro do Bairro Alto Bonito (Setor 14), antes da retirada das famílias que habitavam a área em
condições precárias.
Fonte: COMDEC; CPRM, 2013.
O Setor 14 que, conforme brevemente citado, hoje já não mais caracteriza uma área de risco,
especialmente para o manejo de águas pluviais, e foi transformado em um conjunto
residencial vertical, cujas unidades habitacionais foram parcialmente entregues, estando
algumas ainda em obras. Os apartamentos estão sendo destinados às famílias que habitavam
esta área, bem como para algumas outras em situação semelhante advindas de localidades
diversas do município, como é o caso de moradores do Setor 15, também apresentado a
pouco.
167
De modo geral, nota-se pela observação dos setores demarcados pelo COMDEC que estes
são, na maioria dos casos, zonas de habitação irregular, em áreas que deveriam
prioritariamente ter sido reservadas à preservação, considerando sua proximidade com corpos
hídricos, ou seja, tratam-se por lei de Áreas de Preservação Permanente (APP’s). A Lei nº
12.651 de 2012, também conhecida como o Novo Código Florestal Brasileiro, conceitua estes
locais enquanto áreas protegidas, cobertas ou não por vegetação nativa, que possuem função
ambiental de resguardar os recursos hídricos.
Além disso, pode-se observar também a recorrência de morros precariamente habitados, tendo
suas vegetações constantemente suprimidas, em detrimento de cortes para construção de
residências com condições inseguras, tanto estruturais quanto de saneamento básico.
A Figura 49, abaixo, apresenta a demarcação de alguns dos setores de riscos citados.
Figura 48 - Demarcação de algumas áreas de risco identificadas no Município de
Parauapebas.
Fonte: AMBGIS; UMAH; PMP; BID, 2017.
168
De acordo com as situações expostas no presente diagnóstico, observadas tanto por meio das
visitas técnicas como do acesso aos materiais elaborados pela Defesa Civil, é notório um ciclo
vicioso de eventos que contribuem para a grande parte dos problemas enfrentados pelo
manejo de águas pluviais do Município de Parauapebas. Observa-se desde a falta de
planejamento técnico no uso e ocupação de algumas áreas, dotando-as de infraestrutura básica
para o estabelecimento de habitações, até ações prejudiciais para a drenagem da cidade
promovidas pelos próprios moradores.
! Áreas alagáveis:
Notório problema que acompanha a história do Município, sendo recorrente em várias regiões
da cidade, como exposto no capítulo anterior. Percebe-se que o mesmo possui enquanto
elementos causadores uma série de fatores, como exemplo:
169
Também pode ser considerado fator responsável pelos alagamentos recorrentes no Município
a limpeza dos corpos receptores, constatada enquanto insuficiente, a qual envolve desde a
remoção de resíduos sólidos, lançados por moradores, até a capina da vegetação que
naturalmente se desenvolve neles.
170
de rios e igarapés, situação muitas vezes motivada pela ausência de rede específica para coleta
e tratamento de esgoto no Município; e ainda a disposição também de resíduos sólidos nestes
locais, obstruindo dispositivos de drenagem e tornando-os ineficientes.
! Limitações do diagnóstico:
Além disso, outro fator a ser considerado foi o reduzido período disposto para a catalogação
das informações, bem como o pequeno número de técnicos envolvidos na elaboração deste
diagnóstico.
Desde fevereiro de 2016 os serviços de limpeza pública de Parauapebas são executados pelo
Consórcio Paracanãs, composto pelas empresas Terraplena Ltda. e Sanepav Saneamento
Ambiental Ldta. que é responsável pela coleta e transporte dos resíduos sólidos gerados na
zona urbana e rural do município, bem como no Distrito Industrial.
Na Zona Rural os serviços de limpeza Urbana, abrangem as vilas Palmares Sul, Palmares II,
Paulo Fonteles, Sansão, CEDERE I e Onalício Barros. A coleta é realizada por meio
caminhão basculante, a destinação final desses resíduos sólidos é no aterro controlado do
município, com distâncias variadas 8,0 a 80 km. Nas áreas de difícil acesso (morros), a coleta
é realizada com tratores agrícolas com carretas.
171
A coleta dos resíduos sólidos domiciliares no perímetro urbano é composta por uma estrutura
de operação que compreende 1 motorista e 3 coletores por caminhão compactador, com
capacidade de 8,5 toneladas. São 8 caminhões compactadores, onde 2 são considerados como
reserva técnica. A operação de coleta de resíduo urbano é acompanhada por um fiscal, por um
supervisor e por um gerente.
A coleta é dividida em dois turnos, sendo o diurno, das 06:40 às 15:00, e noturno, das 17:40
às 02:00. Caso necessário o horário poderá ser estendidos até que se finalize a coleta.
A área urbana é dividida em 20 roteiros de coleta, zoneados previamente, sendo que desses,
12 são diurnos, 6 alternados segunda, quarta e sexta e 6, terça-feira quinta-feira e sábado; 8
desses roteiros são noturnos, sendo que destes 2 são diários por terem características
comerciais e/ou bairros centrais que possuem maior produção de resíduo doméstico e urbano
e 6 roteiros ocorrem de maneira alternada, sendo três alternados segunda, quarta e sexta, e
outros três, terça-feira quinta-feira e sábado.
As áreas de difícil acesso dispõem de 1 basculante de 6m³, e 1 trator agrícola com implemento
de armazenamento de resíduo; cada equipamento citado é acompanhado de uma guarnição
que envolve 1 motorista ou operador e 2 coletores.
172
A coleta na Zona Rural é realizada todas as quintas-feiras, visto que a produção de resíduo é
pequena, por uma equipe formada por um motorista e 2 coletores; o equipamento utilizado
para esta operação é um basculante de 12m³.
Todo este sistema descrito opera desde fevereiro de 2016, quando foram iniciadas as
atividades do Consórcio Paracanãs.
Tabela 34 - Roteiros.
ROTEIRO BAIRRO FREQUÊNCIA TURNO
1 CIDADE NOVA / UNIÃO DIÁRIA NOTURNO
2 BAIRRO RIO VERDE e DA PAZ DIÁRIA NOTURNO
PRIMAVERA / CH. DA LUA / CH. DAS
ESTRELAS / CH. DAS NUVENS / CH. DO
CACAU / CH. DO SOL / VALE DOS
3 3ª, 5ª e Sábado NOTURNO
CARAJÁS / RESIDENCIAL PORTO
SEGURO / BAIRRO MARANHÃO /
MORRO DOS VENTOS / BETÂNIA
BELA VISTA / SÃO JOSÉ / VIDA NOVA /
REDIDENCIAL BAMBUI / LIBERDADE
4 2ª, 4ª e 6ª Feira NOTURNO
(Entre Av. Princesa Isabel e Av. Perimetral
Norte).
NOVO HORIZONTE / ALTAMIRA /
5 3ª, 5ª e Sábado NOTURNO
BETÂNIA
6 NOVA VIDA / GUANABARÁ II 2ª, 4ª e 6ª Feira NOTURNO
RESIDENCIAL VILA RICA / CASAS
7 3ª, 5ª e Sábado DIURNO
POPULARES I / CASAS POPULARES II
JARDIM CANADÁ / BEIRA RIO / BEIRA
RIO II / PARQUE DOS CARAJÁS I /
8 2ª, 4ª e 6ª Feira DIURNO
PARQUE DOS CARAJÁS II / PARQUE
DOS CARAJÁS III
9 CIDADE JARDIM (Entre PA 275 e Av. B) 3ª, 5ª e Sábado DIURNO
10 LIBERDADE I / LIBERDADE II 2ª, 4ª e 6ª Feira DIURNO
11 CIDADE JARDIM (Entre Av. B e Av. D) 3ª, 5ª e Sábado DIURNO
JARDIM AMERICA II / BELA VISTA /
12 MORADA NOVA / TALISMÃ / SÃO 2ª, 4ª e 6ª Feira DIURNO
LUCAS / ÁGUAS LINDAS
CIDADE JARDIM (Entre Av. D e Av.
13 3ª, 5ª e Sábado DIURNO
Buriti)
PARQUE DAS NAÇÕES / RAIO DE SOL /
14 SÃO LUIZ / BOM JESUS / JARDIM 2ª, 4ª e 6ª Feira DIURNO
PLANALTO / CALIFÓRNIA / SÃO
173
DIFÍCIL ACESSO
ROTEIRO BAIRRO FREQUÊNCIA TURNO
1 ALTO BONITO / RESIDENCIAL 3ª, 5ª e Sábado DIURNO
ALTO DO BOA VISTA / BETÂNIA /
JARDIM CANADÁ / NOVO VIVER
2 LIBERDADE II / NOVA VIDA II / 2ª, 4ª e 6ª Feira DIURNO
MONTES CLAROS / SÃO LUCAS
Algumas áreas do município apesar de atendidas com coleta regular, ainda é possível verificar
acumulação de resíduos sólidos em logradouros ou em terrenos baldios, os chamados pontos
174
ROTEIRO
Rua Santa Luzia nº 300, Bairro Rio Verde divisa com Liberdade I
Rua Bela Vista nº 04, Bairro Nova Esperança próximo a Estação da SAAEP
Rua Rogério Cardoso nº 19, Nova Vida II
Rua Rogério Cardoso, Bairro Nova Vida II
Rua Morumbi nº 06, Bairro Nova Vida II
Rua Morumbi S/N com Montes Claros, Bairro Nova Vida II
Avenida VS10 ao lado da Castanheira, Bairro São Lucas II
Avenida Oeste, Qd. 02, Lt. 12 e Rua Augusto Dias Qd. 06 e 02, Bairro Raio de Sol
Avenida VS10 ao lado da caixa d'água, Bairro Brasília
Avenida VS10, Km 12 próximo a ponte da linha férrea, Zona Rural
Avenida VS10, Km 13, Zona Rural
Avenida VS10, Km 04, Bairro Brasília
Avenida Bom Jardim, Qd. 15, Lt. 02, Bairro Bela Vista
Rua Agatha próximo a caixa d'água, Bairro Bela Vista
Aos fundos do antigo Macre, Bairro Linha Verde
Rua V8, Qd. 415, próximo a caixa d'água, Bairro Cidade Jardim
Rua 08, próximo a escola Fernando Pessoa, Bairro dos Minérios
Avenida Itacaiunas, Qd. 21, Lt. 05, Casas Populares II
Avenida Pará, Qd. 45, Lt. 13, Casas Populares II
Rua Magé com Av. Parú, Casas Populares II
Rua Magé com Av. Buriti, Casas Populares II
Avenida Buriti, atrás da creche, Casas Populares II
Avenida Itacaiunas, Qd. 17, Lt. 21 ao lado do terminal de van, Casas Populares II
Avenida Itacaiunas com Juruã, Casas Populares II
Rua Anuman com Espanha, Qd. 12, Lt. 09, próximo a ponte do projeto pipa
Rua 06, nª 01, Bairro Novo Tempo (Chico das Cortinas)
Rua atrás da reciclagem Martins, Bairro Tropical
Avenida Faruk Salmen, próximo ao hotel Itália
Rua da Policlinica, Bairro Alto da Boa Vista
Avenida A, Bairro Betânia
Rua 10 esquina com Rua São Paulo
Rua 04 ao lado da escola Bom Pastor, Bairro Primavera
Travessa São Paulo esquina com Rua 03
Travessa São Paulo esquina com Rua 01
175
Na Figura 49 pode ser observada a área atendida pela empresa prestadora dos serviços de
coleta e transporte de resíduos sólidos no perímetro urbano e rural do município de
Parauapebas.
Figura 49 - Área de atendimento de RS.
De acordo com estudos realizados pelo IBGE (2010), no município de Parauapebas são
utilizadas oito alternativas para o manejo de resíduos sólidos gerados pela população,
conforme relacionado na Tabela 36.
176
Os resultados do IBGE (2010) mostram que 93,83% dos resíduos sólidos são coletados pelo
prestador do serviço. Segundo os roteiros definidos, a coleta de resíduos sólidos é feita
regulamente no perímetro urbano diariamente ou de duas a três vezes na semana, conforme
apresentado na Tabela 37.
Frequência de coleta %
Diária 09
2 ou 3 vezes por semana 91
Caminhão Basculante 14
Total 23
* reserva técnica
177
Os resíduos são segregados, para evitar que resíduos que reajam entre si, por
incompatibilidade química, sejam introduzidos simultaneamente no incinerador. Para esta
etapa a empresa dispõe de área especifica para manipulação de resíduos.
A coleta seletiva apesar de ser um dos instrumentos de gestão do resíduos sólidos municipais,
ainda não é realidade no município. No entanto aos usuários do aterro municipal é
recomendado que os resíduos que são passíveis de reaproveitamento ou reciclagem sejam
destinados para tais fins.
178
A coleta realizada nas feiras e mercados é feita conforme a da coleta convencional, sendo uma
guarnição e caminhão compactador pela empresa prestadora de serviço.
179
A equipe padrão é para execução dos serviços diversos de limpeza urbana que consiste na
execução de capinação, roçagem, raspagem de terra e areia das pistas de rolamento e sarjetas,
faixas de passeios das áreas do município e pintura do meio-fio.
180
Assim, o Aterro Municipal apesar de chancelado pelo órgão ambiental para prosseguimento
das atividades, não possui nenhuma das licenças, bem como nenhum plano de recuperação
para o mesmo até o momento. Considerando que tais requisitos são relevantes no processo de
licenciamento, tanto da área atual quanto da área futura, para instalação da Central de
Tratamento de Resíduos Sólidos, , estas condições devem ser cumpridas a fim de atender as
normativas ambientais.
A área total do aterro municipal é de aproximadamente 180.000m², sendo que, para expansão,
é necessária uma nova área de cerca de 17.500 m². Essa nova área, localizada ao sul do aterro
sanitário municipal precisará de licenciamento do órgão ambiental, com atendimento de
normas técnicas e ambientais.
Os resíduos são dispostos em área delimitada (frente de serviço), onde antes foi um vazadouro
durante aproximadamente 12 anos. A partir de 2013, começou a receber melhorias para sua
adequação e mitigação dos impactos causados ao meio ambiente para consecução de
características próprias de aterro controlado, onde novas medidas operacionais têm sido
aplicadas ao tratamento dos resíduos, os mesmos recebem cobertura diariamente de solo
siltoso com trator esteira de peso operacional mínimo de 19 toneladas, por outro lado são
181
Veículo/Máquina Quantidade
Retroescavadeira 1
Trator esteira 2
Escavadeira Hidráulica 1
Caminhão Pipa 1
Van 1
Balança 1
Caminhão basculante 3
TOTAL 10
Encarregado 1
Balanceiro 3
Serviços gerais 6
Motorista 5
Operador de máquinas 5
TOTAL 20
182
A área urbana é composta pelos bairros: Brasília, Panorama, Casa Branca, Bom Jesus, São
Luís, Raio de Sol, Parque das Nações I, Parque das Nações II, São Lucas I, São Lucas II e
Residencial Morada Nova, Bela Vista I, Bela Vista II, Jardim América I, Jardim América II,
Caetanópolis, Guanabara I, Guanabara II, Nova Vida I, Nova Vida II, Bairro da Paz, Rio
Verde, Beira Rio I, Liberdade I e Liberdade II, Nova Carajás, Viver Bem Parauapebas,
Amazônia, Novo Brasil, Linha Verde, Esplanada, Paraíso, Cidade Jardim, Parque dos Carajás
I, Parque dos Carajás II, Beira Rio II, Bairro dos Minérios, Palmares I, Alto de Boa Vista,
Betânia, Jardim Canadá, Maranhão, União, Maranhãozinho, Cidade Nova, Primavera,
Chácara, Porto Seguro, Novo Horizonte, Altamira, Alto Bonito, Polo Moveleiro, Vila Rica,
Habitar Feliz I, Habitar Feliz II e Martini.
É importante ressaltar que nesta proposta de concepção foi considerada a área de expansão do
município de Parauapebas e um único sistema de tratamento de água.
183
Para que esse objetivo venha a ser atendido, foram estabelecidas as seguintes metas de curto
(até 2020), médio (2021 a 2025) e longo prazo (2026 a 2037), de acordo com as necessidades
e peculiaridades do SAA do município de Parauapebas.
De acordo com a lei 11.445/2007, os objetivos e metas de curto, médio e longo prazos,
admitem soluções graduais e progressivas, sendo importante a compatibilidade com os demais
planos setoriais do município de Parauapebas.
Tabela 42 – Meta de curto, médio e longo prazo para universalização do Sistema de Abastecimento de
Água no município de Parauapebas.
População Urbana Total Demanda Água Meta de Atendimento
Período
(hab.) (m³/s) da População
2017 184.856 0,33 65,00%
Curto prazo 191.002 – 203.929 100,00%
0,57
(2018 - 2020)
Médio prazo 210.724 – 240.293 100,00%
0,67
(2021 - 2025)
Longo prazo 248.321 – 356.557 100,00%
0,99
(2026 - 2037)
Vale observar que, na projeção anual da demanda de água foi considerado o consumo
residencial no cálculo da vazão máxima diária, tendo como base a projeção de crescimento
populacional do município de Parauapebas.
Para o cálculo da demanda máxima diária de água foram utilizadas os seguintes conceitos:
184
As ações a serem executadas na zona urbana nos períodos estabelecidos estão definidas
abaixo:
185
186
Vale ressaltar que, de acordo com a lei 11.445/2007, os programas, projetos e ações
necessárias para atingir os objetivos e as metas, devem ser de modo compatível com os
respectivos planos plurianuais e com outros planos governamentais correlatos.
Vale ressaltar que a definição dos projetos e obras das unidades considera o volume máximo
diário de água a ser demandado na zona urbana do município de Parauapebas, de acordo com
os valores relacionados na Tabela 1.
Neste Plano é realizado o agrupamento dos projetos e obras das unidades do Sistema de
Abastecimento de água. Ele é dividido em:
187
Ainda é oportuno observar que deverão ser seguidas as Normas Brasileiras vigentes na
elaboração do projeto e na construção das obras, sendo proposta a observação dos seguintes
pontos da NBR 12213/1992 – Projeto de captação de água de superfície para abastecimento
público, que dentre outras medidas estabelece:
• A captação deve ser localizada em trecho reto ou próximo a margem externa do curso
d’água;
• Devem ser reduzidas ao mínimo as alterações no curso de água como consequência da
implantação da obra, em face de possibilidade de erosão ou de assoreamento.
Além disso, é recomendada a adoção de medidas legais para proteção e preservação da área
próxima ao ponto de captação.
A elaboração do projeto e a construção das unidades de adução de água bruta têm como
objetivo o transporte da água do ponto de captação no rio Parauapebas até a entrada da
Estação de Tratamento de Água (ETA).
188
O diâmetro e a extensão das adutoras de água bruta serão definidos na fase de projeto. No
entanto, para possibilitar a estimativa do valor da obra, no presente Plano são consideradas
adutoras com as seguintes características: a) diâmetros de 1100 mm e 800 mm, para atender
aos valores da demanda máxima diária de água (0,99 m³/s) com velocidade de escoamento da
ordem de 0,7 m/s, b) distância cerca de 200 m entre o ponto de captação e as ETA’s.
A ETA 03, localizada no bairro Palmares I, possui capacidade de produção suficiente para
atender a população do bairro na projeção deste plano, sendo prevista apenas sua automação e
modernização.
189
Para isso, no presente projeto é prevista EAT’s com capacidade para atender a demanda diária
de água. Essas unidades deverão ser constituídas por conjuntos motor e bomba (CMB’s) em
paralelo, dispor de automação, equipamentos reserva e gerador de energia elétrica, para
garantir o controle e funcionamento contínuo e, com isso, o abastecimento de água tratada à
população.
Vale ressaltar que os sistemas EEAT’s podem ser instalados em uma única edificação ou em
edificações independentes, o que deverá ser decidido pelo SAAEP no momento da elaboração
e detalhamento dos projetos básico e executivo do SAA.
190
• A adutora deve ser composta de trechos ascendentes com declividade não inferior a
0,2%, oito trechos descendentes e com declividade não inferior a 0,3%, mesmo em
terrenos planos;
• Que adutoras ramificadas devem ter dispositivos para o controle de vazão em cada
ramo alimentador de reservatório, bem como válvulas de fechamento das derivações,
para isolamento e manutenção de trechos sem paralisar totalmente o abastecimento.
191
Vale ressaltar que o aproveitamento dos reservatórios existentes e em fase de projeto no ano
2017 dependerá das definições dos limites de setorização da rede de distribuição de água no
SAA da área urbana do município de Parauapebas, o que será realizado quando o SAAEP
finalizar os projetos e obras em andamento.
No projeto das novas unidades deverão ser observadas as considerações da NBR 12217 -
Projeto de reservatório de distribuição de água para abastecimento público, que cita entre
outras medidas:
• A pressão estática máxima nas tubulações distribuidoras deve ser de 500 kPa, e a
pressão dinâmica mínima, de 100 kPa;
• A velocidade mínima nas tubulações deve ser de 0,6 m/s, e a máxima, de 3,5 m/s;
estes limites referem-se às demandas máximas diárias no início e no final da etapa de
execução da rede.
192
Vale ressaltar que os microssistemas propostos para essas áreas serão constituídos por poço
com CMB, sistema de tratamento simplificado (desferrização), reservatório e ligação, sendo
previsto a elaboração dos projetos executivos e a construção das unidades desses
microssistemas.
Dessa forma, para o atendimento das metas e objetivos são propostos os seguintes programas:
193
O objetivo deste Programa é a disponibilizar condições técnicas necessárias para que a tarifa
cobrada aos usuários corresponda ao real valor do consumo de água. Entre as ações que
devem ser realizadas neste Programa podem ser citadas a definição de processos, o
treinamento e capacitação de pessoal, a sistematização das informações etc. para:
Os resultados deste programa são potencializados por ações de outras atividades previstas
neste Plano, como a setorização da rede de distribuição, a macromedição do volume
distribuído e o monitoramento e atualização das informações.
Os resultados deste Programa são potencializados por ações de outros programas previstos
neste Plano, como a instalação de hidrômetros e o monitoramento e controle do volume
perdido de água.
194
Os resultados desse programa são potencializados por ações de outros programas previstos
neste Plano Diretor, como a instalação de hidrômetros e a redução do desperdício de água.
195
Programas Finalidade
• Programa de Instalação e manutenção de Aumentar o percentual de ligações ativas
Hidrômetros com micromedição
• Programa de Uso Racional da Água Reduzir o consumo per capita de água
• Programa de Redução de Perdas do Reduzir o Volume Perdido de Água no
Sistema de Abastecimento de Água sistema de abastecimento de água
• Programa de controle e monitoramento da
qualidade da água distribuída Garantir a qualidade da água distribuída
Quadro 02 – Programas para o sistema de abastecimento de água de Parauapebas.
196
O valor a ser investido nas atividades de estudos, levantamento e elaboração dos projetos de
engenharia (básico e executivo) foi adotado em 3% do valor das obras, para os quatro
sistemas componentes do saneamento básico. Vale ressaltar que esses projetos de engenharia
197
devem seguir as diretrizes das normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT).
Abastecimento de Água
Área
Atendimento Programas
Projetos (R$) Obras (R$) Total (R$)
(hab) (R$)
Urbana 356.557 R$ 4.492.321 R$ 149.744.020 R$ 23.135.451 R$ 177.371.792
Rural 24.990 R$ 367.605 R$ 12.253.500 R$ 1.893.166 R$ 14.514.271
Modernização e adequação do sistema de abastecimento de água
R$ 40.911.952
existente
Total R$ 232.798.014
Vale ressaltar que o iento total será de R$ 173.781.549 para o atendimento de 381.547
habitantes (100%) da população o município de Parauapebas. Para isso, além da revisão
periódica prevista no Decreto 7.217/2010, ou seja, em prazo não superior a 4 anos e
anteriormente à elaboração do plano plurianual, neste Plano é prevista que ocorra a
atualização da projeção populacional e dos investimento para manutenção de 100% do
atendimento, visando garantir a continuidade do abastecimento de água com a quantidade, a
qualidade e a regularidade esperada pela população do município de Parauapebas.
198
Vale ressaltar que foi considerada a implementação gradativa das ações estruturantes
(programas e desenvolvimento institucional) e estruturais (projetos e obras), para o alcance
das metas e dos objetivos estabelecidos neste Plano.
A área urbana foi dividida nas 04 (quatro) Bacias de Esgotamento Sanitário, conforme
mostradas na figura 50:
Constituída pelo SES 1 que atenderá os Bairros: Cidade Nova, Primavera, União, Brasília,
Panorama, Casa Branca, Bom Jesus, São Luís, Raio de Sol, Parque das Nações I, Parque das
Nações II, São Lucas I, São Lucas II e Residencial Morada Nova, Bela Vista I, Bela Vista II,
Jardim América I, Jardim América II, Caetanópolis, Guanabara I, Guanabara II, Nova Vida I,
199
Nova Vida II, Bairro da Paz, Rio Verde, Beira Rio I, Liberdade I e Liberdade II; bem como a
expansão dessas áreas.
Constituída pelo SES 2 que atenderá os Bairros: Nova Carajás, Viver Bem Parauapebas,
Amazônia, Novo Brasil, Linha Verde, Esplanada, Paraíso; bem como a expansão dessas áreas.
Constituída pelo SES 3 que atenderá os Bairros: Cidade Jardim, Parque dos Carajás I, Parque
dos Carajás II, Beira Rio II, Bairro dos Minérios, bem como a expansão dessas áreas.
Constituída pelo SES 4 que atenderá os Bairros: Alto de Boa Vista, Betânia, Jardim Canadá,
Maranhão, União, Maranhãozinho, Chácara, Porto Seguro, Novo Horizonte, Altamira, Alto
Bonito, Polo Moveleiro, Vila Rica, Habitar Feliz I, Habitar Feliz II, Martini; e pelo SES 5
localizado na sub-bacia 4.1, que atendera exclusivamente Palmares I e expansão.
200
Sub-‐Bacia
4.1
BACIA 4
BACIA 3
BACIA
2
BACIA
1
201
É importante ressaltar que nesta proposta de concepção foi considerada a área de expansão do
município de Parauapebas.
Para que esses objetivos sejam atendidos, foram estabelecidas as seguintes metas de curto,
médio e longo prazo, de acordo com as necessidades e peculiaridades do SES do município de
Parauapebas, para o atendimento da população total de 356.557 habitantes na área urbana e de
24.990 habitantes na área rural, totalizando uma população de 381.547 habitantes no
Município.
De acordo com a lei 11.445/2007, os objetivos e metas de curto, médio e longo prazo,
admitem soluções graduais e progressivas, sendo importante a compatibilidade com os demais
planos setoriais do município de Parauapebas.
202
Quadro 04 - Metas de curto, médio e longo prazo para universalização do Sistema de Esgotamento
Sanitário no município de Parauapebas.
Curto prazo
208.876 – 222.552 0,23 45 %
(2018 - 2020)
Médio prazo
229.722 – 260.789 0,40 70 %
(2021 - 2025)
Longo prazo
269.191– 381.547 0,84 100%
(2026 - *)
*Até atingir a população final
Inicialmente foram considerados os valores de população (urbana, rural e total) no ano 2010,
sendo estimados por período os valores do crescimento até a população do Município de
381.547 habitantes, conforme apresentado na Tabela 46.
Tabela 46 – Estimativa de crescimento populacional da área urbana e área rural por período para o
município de Parauapebas.
População
Período
Urbana Rural Total
Para o melhor planejamento foi realizado a consulta no site oficial do IBGE da demanda
populacional por bairro no ano 2017 e, em seguida, estimado o crescimento populacional em
cada período e por Bacia de Esgotamento Sanitário, conforme apresentada na Tabela 47.
203
Tabela 47 – Estimativa de crescimento populacional na área urbana por período para as bacias de
esgotamento sanitário do município de Parauapebas.
Período BACIA 1 BACIA 2 BACIA 3 BACIA 4 TOTAL
2017 56.170 47.946 41.115 39.625 184.856
2018 – 2020 61.776 53.355 45.218 43.580 203.929
2021 – 2025 72.390 63.849 52.987 51.067 240.293
2026 - 2037 110.892 95.385 70.582 79.697 356.557
A vazão máxima diária foi utilizada para a projeção da produção anual de esgoto sanitário nas
bacias de esgotamento sanitário. Nesse estudo foi considerada a projeção anual da população
e adotado os parâmetros relacionados no 05.
Quadro 05.
A vazão de esgoto sanitário (Qes) da área de Projeto foi calculada com a somatória das vazões
de esgoto doméstico, de infiltração e de efluente industriais, conforme mostrada na seguinte
expressão:
Em que:
204
No estudo foi utilizada a seguinte expressão para calcular a contribuição máxima diária:
Em que:
P ⋅ q ⋅ C ⋅ K1
Qi =
86.400
205
Tabela 48 - Projeção da produção máxima diária nas Bacias de esgotamento sanitário no município de
Parauapebas.
Produção de esgoto (m³/s)
PERÍODO
BACIA 1 BACIA 2 BACIA 3 BACIA 4 TOTAL
2017 0,03 0,02 0,02 0,02 0,09
2018 – 2020 0,07 0,06 0,05 0,05 0,23
2021 – 2025 0,12 0,10 0,09 0,09 0,40
2026 - 2037 0,25 0,22 0,19 0,18 0,84
*Até atingir a população final
206
Vale ressaltar que, de acordo com a lei 11.445/2007, os programas, projetos e ações
necessárias para atingir os objetivos e as metas, de modo compatível com os respectivos
planos plurianuais e com outros planos governamentais correlatos. Além disso, ainda na fase
de projetos devem ser identificadas as possíveis fontes de financiamento.
207
Ainda é oportuno observar que deverão ser seguidas as Normas Brasileiras vigentes no
momento da elaboração do projeto e construção das obras, sendo proposta a observação dos
seguintes pontos da NBR 9649/1986 – Projeto de redes coletoras de esgoto sanitário, que
dentre outras medidas cita:
• É conveniente que o volume útil do poço de sucção tenha capacidade para observar a
diferença entre a vaga máxima horária e a vazão de bombeamento dos CMB
(dimensionados para a vazão máxima diária).
208
A unidade de destino final do esgoto, formada por dispositivos e tubulações, tem como
objetivo, receber, lançar e transportar o esgoto produzido na zona urbana de Parauapebas no
corpo receptor (Rio Parauapebas), pois é o único corpo hídrico na região, com vazão de
diluição suficiente para recebimento de tamanha demanda de efluente tratado.
Para o lançamento de efluentes devem ser seguidas as normas do Conselho Nacional do Meio
Ambiente, n0 430/2011. Bem como o corpo receptor, deverá atender aos parâmetros de
recebimento dos efluentes tratados de acordo com o CONAMA 357/05.
209
Ainda é oportuno observar que deverão ser seguidas as Normas Brasileiras vigentes no
momento da elaboração do projeto e construção das obras, sendo proposta a observação dos
seguintes pontos da NBR 9649/1986 – Projeto de redes coletoras de esgoto sanitário, que
dentre outras medidas cita:
É conveniente que o volume útil do poço de sucção tenha capacidade para observar a
diferença entre a vaga máxima horária e a vazão de bombeamento dos CMB (dimensionados
para a vazão máxima diária).
210
ETE com tratamento preliminar, primário secundário e terciário. Essa ETE deverá ter
capacidade de 0,22 m³/s. No projeto desta unidade deverão ser observadas as considerações
da NBR 12209/1992 - Projeto de estação de tratamento de esgoto sanitário, que dentre outras
medidas cita:
A unidade de destino final do esgoto, formada por dispositivos e tubulações, tem como
objetivo, receber, lançar e transportar o esgoto produzido na zona urbana de Parauapebas no
corpo receptor (Rio Parauapebas), pois é o único corpo hídrico na região, com vazão de
diluição suficiente para recebimento de tamanha demanda de efluente tratado.
Para o lançamento de efluentes devem ser seguidas as normas do Conselho Nacional do Meio
Ambiente, n0 430/2011. Bem como o corpo receptor, deverá atender aos parâmetros de
recebimento dos efluentes tratados de acordo com o CONAMA 357/05.
PERÍODO
AÇÕES
Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo
(2018-2020) (2021 - 2025) (2026 - 2037)
Reestruturação emergencial para o melhor
X
desempenho da ETE Apoema
Ampliação da capacidade de tratamento da
X X
ETE Apoema
211
Ainda é oportuno observar que deverão ser seguidas as Normas Brasileiras vigentes no
momento da elaboração do projeto e construção das obras, sendo proposta a observação dos
seguintes pontos da NBR 9649/1986 – Projeto de redes coletoras de esgoto sanitário, que
dentre outras medidas cita:
212
É conveniente que o volume útil do poço de sucção tenha capacidade para observar a
diferença entre a vaga máxima horária e a vazão de bombeamento dos CMB (dimensionados
para a vazão máxima diária).
A unidade de destino final do esgoto, formada por dispositivos e tubulações, tem como
objetivo, receber, lançar e transportar o esgoto produzido na zona urbana de Parauapebas no
corpo receptor (Rio Parauapebas), pois é o único corpo hídrico na região, com vazão de
diluição suficiente para recebimento de tamanha demanda de efluente tratado.
213
Para o lançamento de efluentes devem ser seguidas as normas do Conselho Nacional do Meio
Ambiente, n0 430/2011. Bem como o corpo receptor, deverá atender aos parâmetros de
recebimento dos efluentes tratados de acordo com o CONAMA 357/05.
Ainda é oportuno observar que deverão ser seguidas as Normas Brasileiras vigentes no
momento da elaboração do projeto e construção das obras, sendo proposta a observação dos
seguintes pontos da NBR 9649/1986 – Projeto de redes coletoras de esgoto sanitário, que
dentre outras medidas cita:
214
• É conveniente que o volume útil do poço de sucção tenha capacidade para observar a
diferença entre a vaga máxima horária e a vazão de bombeamento dos CMB
(dimensionados para a vazão máxima diária).
215
transporte de lodo, a velocidade de escoamento deve estar compreendida entre 0,5 m/s
e 1,8 m/s.
• O acesso às unidades deve ser fácil e adequado às condições de segurança e
comodidade da operação. Escadas tipo “marinheiro” não devem ser permitidas.
A unidade de destino final do esgoto, formada por dispositivos e tubulações, tem como
objetivo, receber, lançar e transportar o esgoto produzido na zona urbana de Parauapebas no
corpo receptor (Rio Parauapebas), pois é o único corpo hídrico na região, com vazão de
diluição suficiente para recebimento de tamanha demanda de efluente tratado.
Para o lançamento de efluentes devem ser seguidas as normas do Conselho Nacional do Meio
Ambiente, n0 430/2011. Bem como o corpo receptor, deverá atender aos parâmetros de
recebimento dos efluentes tratados de acordo com o CONAMA 357/05.
Os projetos e obras das unidades da Sub Bacia 4.1 seguem as definições da alternativa de
concepção escolhida para o SES que abastecerá o distrito de Palmares I.
Ainda é oportuno observar que deverão ser seguidas as Normas Brasileiras vigentes no
momento da elaboração do projeto e construção das obras, sendo proposta a observação dos
seguintes pontos da NBR 9649/1986 – Projeto de redes coletoras de esgoto sanitário, que
dentre outras medidas cita:
216
• É conveniente que o volume útil do poço de sucção tenha capacidade para observar a
diferença entre a vaga máxima horária e a vazão de bombeamento dos CMB
(dimensionados para a vazão máxima diária).
217
A unidade de destino final do esgoto, formada por dispositivos e tubulações, tem como
objetivo, receber, lançar e transportar o esgoto produzido na zona urbana de Parauapebas no
corpo receptor (Rio Parauapebas), pois é o único corpo hídrico na região, com vazão de
diluição suficiente para recebimento de tamanha demanda de efluente tratado.
Para o lançamento de efluentes devem ser seguidas as normas do Conselho Nacional do Meio
Ambiente, n0 430/2011. Bem como o corpo receptor, deverá atender aos parâmetros de
recebimento dos efluentes tratados de acordo com o CONAMA 357/05.
Tabela 53 – Ações a serem tomadas na Bacia de Esgotamento BE4 e Sub Bacia 4.1
PERÍODO
AÇÕES
Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo
(2018-2020) (2021 - 2025) (2026 - 2037)
218
Para as comunidades da zona rural foi previsto microssistemas, com fossa séptica, filtro e
sumidouro, em razão da inviabilidade de adoção de solução coletiva, já que é grande a
dispersão dessas áreas no limite territorial do município, inviabilizando sistema centralizado
nessa área. Com exceção da Vila Sanção que já possui toda rede coletora de esgoto instalada,
deverá ser implantada uma estação de esgoto especificamente para essa região.
No
Quadro 0606 são relacionados os projetos e obras de unidades dos dois sistemas de
esgotamento sanitário programadas para atender a zona urbana do município de Parauapebas.
219
Dessa forma, para o atendimento das metas e objetivos são propostos os seguintes programas:
O objetivo deste Programa é a estruturação das condições técnicas necessárias para incentivar
os usuários a interligarem o ramal predial de esgoto na rede coletora do sistema público. Entre
as ações que devem ser realizadas neste Programa podem ser citadas a definição de processos,
o treinamento e capacitação de pessoal, a sistematização das informações etc. para:
220
Esse Programa favorece a proteção do meio ambiente e da saúde pública da população, pois
evita o lançamento indevido de esgoto sanitário em corpos d’água.
Metas Programas
• Programa de Incentivo a Ligação de Esgoto na
Rede Pública.
Atender a população com sistema
coletivo de esgotamento sanitário. • Programa de monitoramento e gerenciamento da
qualidade dos Efluentes de ETEs.
221
222
O valor a ser investido nas atividades de estudo, levantamento e elaboração dos projetos de
engenharia (básico e executivo) foi adotado em 3% do valor das obras, para os quatro
sistemas componentes do saneamento básico. Vale ressaltar que esses projetos de engenharia
devem seguir as diretrizes das normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT).
Área Atendimen
Projeto Obra Total Programas Total Geral
to
(Hab) (R$) (R$) (R$) (R$) (R$)
243.140.87
Urbana
356.557 7.294.226 7 37.565.265 288.000.368 288.000.368
Rural 24.990 386.820 12.894.000 1.992.123 15.272.943 15.272.943
Modernização e adequação do Sistema de Esgotamento Sanitário existente 14.321.879
TOTAL 317.595.190
223
Vale ressaltar que o investimento total será de R$ 317.595.190 para o atendimento de 381.547
habitantes (100%) da população o município de Parauapebas. Para isso, além da revisão
periódica prevista no Decreto 7.217/2010, ou seja, em prazo não superior a quatro anos e
anteriormente à elaboração do plano plurianual, neste Plano é previsto que ocorra a
atualização da projeção populacional e dos investimentos para manutenção de 100% do
atendimento, visando garantir a continuidade do esgotamento sanitário com a quantidade, a
qualidade e a regularidade esperada pela população do município de Parauapebas.
Vale ressaltar que foi considerada a implantação gradativa das ações estruturantes (programas
e desenvolvimento institucional) e estruturais (projetos e obras), para o alcance das metas e
dos objetivos estabelecidos neste Plano.
PERÍODO
Unidades Total
Curto prazo Médio prazo Longo prazo
(2018 - 2020) (2021 - 2025) (2026 - 2037)
SES
67.171.447 73.123.276 177.300.468 317.595.190
224
225
226
227
Estão previstos no PROSAP custos da ordem de US$ 48,45 milhões em “melhoria ambiental
e habitacional”, o que inclui drenagem urbana, reassentamento, desapropriação e obras dos
parques urbanos e lineares. Para as vias urbanas, está estimado um investimento de US$ 10,66
milhões. E, por sua vez, para estudos, projetos, supervisão de obras e, de modo geral, tudo o
que envolve engenharia e administração do PROSAP como um todo, US$ 4,34 milhões.
No intuito de reverter a situação presente, este projeto objetiva estruturar os canais, igarapés e
rios que compõem a macrodrenagem do Município, especialmente aqueles que não estão
contemplados pelo PROSAP, além de promover a revitalização de suas margens.
Cada corpo hídrico deve ser tratado individualmente, considerando suas particularidades no
dimensionamento de sua seção, na definição do tipo de revestimento que será aplicado em sua
extensão, bem como se será necessário revesti-lo, dentre outras especificações. A seguir,
encontram-se listados os cursos d’água considerados no PERMACRO, bem como a
caracterização do que se propõe aplicar em cada um deles.
Para o referido trecho, propõe-se a adoção de duas medidas distintas, sendo elas: o
revestimento em concreto de aproximadamente 10% do mesmo, especialmente nas
proximidades do Bairro Novo Brasil, onde as instalações de habitações irregulares às margens
228
do Igarapé já se tornaram frequentes; e a regularização das margens de, em média, 22% dele,
formando um canal permeável, revestido por material argiloso compactado, em regiões
próximas de ocupações urbanas, mesmo que ainda resguardadas, a exemplo da extensão que
atravessa o Bairro Cidade Jardim. Para os 68% restantes da extensão do Igarapé é sugerido a
manutenção e preservação do seu estado natural.
O Igarapé Lajeado possui uma extensão média de 12,40 km ao longo dos limites de ocupação
urbana do Município. Propõe-se proceder com a construção de um canal revestido em
concreto em aproximadamente 7% de seu trajeto, especialmente no trecho disposto entre os
Bairros Cidade Jardim e dos Minérios; e com a regularização de outros 25% de sua extensão
para a constituição de canais com seção permeável, revestidos com material argiloso
compactado. Sugere-se para esta última solução apresentada principalmente trechos deste
corpo hídrico dispostos nas proximidades do Bairro Jardim Tropical.
Este Canal é um afluente do Igarapé Ilha do Coco e está situado em uma área intensamente
ocupada, tendo em suas margens frequentemente dispostas moradias irregulares. Para ele são
propostas sugestões de melhoria, englobando desde a desapropriação das casas que o
margeiam, até a construção de um canal revestido em concreto ao longo de toda a sua
extensão (1.127 metros), considerando inclusive uma breve bifurcação em sua extremidade,
entre os Bairros Caetanópolis e Bela Vista. Foi tomada para desapropriação neste canal uma
medida linear de aproximadamente 1.000 metros.
229
Este corpo hídrico é um afluente do Rio Parauapebas e tem início no Bairro Morada Nova,
percorrendo a Avenida VS-10, importante via do Município. Ele possui uma extensão de
aproximadamente 1.169 metros e para o mesmo propõe-se duas soluções complementares,
sendo elas: a construção de um canal revestido em concreto em seu trecho que antecede a
Avenida VS-10, ou seja, aquele disposto no interior do Bairro Morada Nova (44% do total); e
para o trecho posterior a esta via, que equivale aos outros 56% de sua extensão, o
estabelecimento de um canal regularizado, com seção permeável, revestido por solo argiloso
compactado. No referido canal, está prevista a desapropriação no decorrer de
aproximadamente 275 metros.
O Canal Altamira atravessa todo o Complexo Altamira, formado por cinco bairros, sendo
eles: Novo Horizonte, Betânia, Altamira, Casas Populares I e Vila Rica. O mesmo possui uma
extensão de aproximadamente 2.096 metros. Para ele, propõe-se a construção de um canal
fechado em 17% do seu trajeto, com duas linhas de aduelas 2,00 m x 2,00 m; e a realização de
regularização das seções do canal, mantendo-o permeável, revestido somente com material
argiloso, nos 83% restantes de sua extensão. Neste caso, foi também considerado necessário
proceder com a desapropriação das moradas instaladas às margens de, em média, 713 metros
do canal.
Na Tabela 56, estão discriminadas as extensões, em metros, dos seis corpos hídricos
considerados pelo PERMACRO, subdividindo-as nas três soluções propostas.
230
Tabela 56: Extensão de cada corpo hídrico considerado para as diferentes soluções propostas.
Projeto: PERMACRO
Corpos Hídricos (extensão em metros)
Tipo de Igarapé Canal Total
Igarapé Canal Canal Casas Canal
Canal Ilha do Morada (m)
Lajeado Caetanópolis Populares II Altamira
Coco Nova
Fechado
(em 0 0 0 0 0 356 356
aduelas)
Aberto
revestido
620 816 1.127 510 422 0 3.495
em
concreto
Aberto
com seção 1.393 3.106 0 659 0 1740 6.898
permeável
Na Tabela 57, abaixo, estão apresentados os custos estimados para as obras de cada um dos
tipos de canais sugeridos. Além disso, estão também demonstrados os custos para a
disposição de equipamentos públicos nas proximidades dos canais abertos, como academias
ao ar livre, quiosques e quadras de esporte, considerados iguais a 40% do valor estimado para
as obras; e os custos de projeto, tomados enquanto 5% também do valor das obras. O
investimento total previsto, presente na referida tabela, foi igual, portanto, a soma dos custos
das obras, dos equipamentos públicos e dos projetos (todos estes em reais por quilometro),
multiplicada pela extensão total dos trechos dos corpos hídricos para os quais a solução foi
proposta.
231
232
para então alcançar regiões à montante. Além disso, serão priorizadas áreas de risco, inclusas
em planícies de inundação, considerando a particularidade de suas condições.
Vale observar que no Município existem bairros que foram irregularmente asfaltados, sem
qualquer constituição prévia de seus sistemas de drenagem, e, devido à dificuldade de fazê-lo
pós-pavimentação, estes serão contemplados pelo projeto apenas em fases mais adiantadas.
Além dos bairros que não possuem qualquer dispositivo de microdrenagem (38% daqueles
sobre os quais informações foram levantadas, como consta no diagnóstico), existem aqueles
que são dotados de alguns dispositivos de drenagem, mas ainda de maneira muito aquém de
sua necessidade total. Estes também serão contemplados pelo projeto, sendo considerada a
conclusão de suas estruturas de drenagem.
A previsão dos investimentos necessários para a atuação deste projeto foi realizada com base
na constituição de um orçamento comum, tendo como unidade primária o custo de uma obra
deste tipo por quilometro quadrado e considerando tabelas de referências de preço atualizadas
como as do SINAPI, SEDOP e DNIT. No cálculo, foram incluídos serviços preliminares, de
terraplenagem, de pavimentação, de drenagem e de desmobilização de obra. Partiu-se da
estimativa que, em um quilometro quadrado, há em média 18 km de vias, dispostas em três
ruas paralelas, entrecortadas por outras quinze ruas perpendiculares. Posteriormente, foram
definidas a quantidade de manilhas, bocas de lobo, poços de visita e instrumentos de
drenagem afins.
233
Sendo este um projeto de grande porte, que demandará uma expressiva alocação de recursos,
sua execução está prevista para todo o horizonte do Plano, ou seja, para até 20 anos. Logo, seu
desenvolvimento abrange metas de curto, médio e longo prazo, sendo elas:
" A curto prazo (até cinco anos), pretende-se atingir com infraestrutura de pavimentação
e drenagem pelo menos 75% dos bairros, ou seja, 13% a mais do total que possui até o
presente momento.
" A médio prazo (de cinco a dez anos), espera-se alcançar com esta estruturação pelo
menos 85% dos bairros.
" A longo prazo (de dez a vinte anos), almeja-se que 100% dos bairros, pelo menos
daqueles existentes até o presente momento (2017), estejam dotados de pavimentação
e drenagem.
234
crescimento que vigorou no Município nas últimas décadas; além de promover sua
reconstrução com base em projetos atualizados.
O PREDEN, diferentemente dos projetos anteriormente citados, tem por foco não a
construção de estruturas novas, mas a readequação de redes existentes. Assim, nele serão
trabalhados os 62% dos bairros do Município que possuem alguma rede de drenagem,
considerando, para fim de estimativa, que 15% destes, ou seja, aproximadamente 10% do total
de bairros existentes até o presente momento, necessitam que suas redes de drenagem sejam
redimensionadas e reconstruídas.
É fato que este projeto, bem como os demais, necessita no decorrer de sua implementação que
estudos analíticos sejam realizados, de modo a avaliar cada caso específico do Município
separadamente e para ele estabelecer as soluções mais adequadas.
235
Obras de retenção são formas de controle de jusante. Elas funcionam como reservatórios,
impedindo que o escoamento em meio a um evento de cheia deságue diretamente no sistema
de drenagem à jusante, armazenando a água precipitada e, por consequência,
descongestionando o sistema.
Uma vez que a determinação dos melhores locais para a instalação destas obras, bem como
das dimensões ideais para elas depende da realização de estudos e projetos específicos, o
valor para investimentos no PRIORE não poderá ser aqui descriminado, considerando
sobremaneira o reduzido tempo disposto para o desenvolvimento do presente Prognóstico. No
entanto, apenas em caráter estimativo, será aqui considerado que as obras de retenção irão
demandar em torno de 15% do valor do investimento total na macrodrenagem, sem
desapropriação, ou seja, pouco mais que 15 milhões de reais.
A Tabela 60 apresenta um breve resumo dos projetos citados na seção relativa às medidas
estruturais propostas neste Prognóstico, discriminando suas metas e o investimento necessário
para a atuação de cada um deles.
236
Tabela 60: Resumo dos programas e projetos que compõem as medidas estruturais do Prognóstico.
São medidas não-estruturais, ou estruturantes, aquelas através das quais faz-se possível atuar
na causa dos problemas, fornecendo suporte técnico, político e gerencial para a prestação dos
serviços, de modo que a mesma se desenvolva de forma sustentável. Procura-se através delas
melhorar a gestão, reduzir perdas e ainda contribuir paulatinamente para o aperfeiçoamento da
infraestrutura física. A partir do fortalecimento de medidas não-estruturais, investimentos em
medidas estruturais acabam por se tornar mais eficazes e eficientes. Os programas não-
estruturais propostos neste Plano, bem como seus respectivos projetos, estão descritos abaixo.
237
Este programa visa, como o seu próprio nome permite inferir, a constituição de projetos e
ações que conduzam à frequente manutenção e limpeza dos instrumentos que compõem a
micro e a macrodrenagem do Município. Assim sendo, são projetos instituídos a partir deste
programa aqueles descritos na sequência.
É no intuito de reverter esta situação no decorrer dos anos que seguirão, que o presente
projeto é proposto, citando enquanto ação primordial não apenas a limpeza de instrumentos
essenciais para a drenagem, mas também a promoção de sua regularidade. Lembrando que
este serviço engloba desde a remoção de vegetação dos aparelhos utilizados no manejo de
águas pluviais até a desobstrução daqueles bloqueados por resíduos sólidos.
É fácil inferir que este não é um projeto com período final delimitado. Na verdade, é essencial
que sua atuação seja mantida constante, ao longo de todo o horizonte do plano e ainda além,
estando envolvido entre metas de curto, médio e longo prazo.
238
Assim sendo, pode-se inferir a necessidade de atuação do referido projeto no decorrer de todo
o horizonte do Plano de Saneamento, ou até que redes de esgoto se encontrem estabelecidas
nos bairros do Município em sua totalidade, atendendo devidamente seus habitantes. A
remoção consistirá, principalmente, na vedação das instalações de esgoto que deságuam nas
redes de drenagem, desativando-as permanentemente e inviabilizando que a contaminação por
elas provocada continue.
239
Intitulam-se formas de controle na fonte aquelas capazes de permitir uma redução na vazão da
água que chega ao sistema de drenagem, a partir de medidas que atuam na “fonte” ou, de
modo mais claro, sobre lotes, praças e passeios. Elas normalmente agem através do
armazenamento da água precipitada ou mesmo do aumento da área disponível para sua
infiltração.
Os projetos que compõem este programa e tem por objetivo comum a promoção da
implantação de formas de controle na fonte, especialmente em áreas públicas, servindo ainda
de incentivo para a população na utilização de medidas semelhantes em áreas privadas,
seguem descritos.
Ainda que, inevitavelmente, a aplicação deste projeto onere um pouco a construção dos
equipamentos públicos, deve-se considerar os efeitos positivos da implantação dos referidos
reservatórios. Eles são benéficos tanto para o manejo de águas pluviais na região de seu
estabelecimento, podendo chegar inclusive a gerar economia em projetos de microdrenagem,
quanto para a conscientização da população a respeito da importância de práticas sustentáveis.
Cria-se assim um meio para que a cidade se torne uma referência no que tange a
responsabilidade ambiental.
240
Considerando que as áreas urbanas que constituem as cidades têm se tornado cada vez mais
impermeáveis, aumentando o escoamento superficial e dificultando a drenagem, estimular a
reservação de espaços para infiltração é essencial para promoção da qualidade do manejo de
águas pluviais do Município. Vale observar que, mesmo a cidade sendo contemplada com
sistemas de micro e macrodrenagem estruturados, tal ação é capaz de permitir a atenuação da
vazão destinada a estes.
Pavimentos permeáveis, a título de exemplo, podem ser utilizados enquanto revestimento para
o piso de estacionamentos públicos, uma vez que obras como estas possuem normalmente
extensas áreas, as quais caso sejam impermeabilizadas comprometem a infiltração do solo.
241
Este programa visa a instituição de um banco de dados para o Município, capaz de alimentar o
Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento (SNIS), no que se refere a drenagem e
ao manejo de águas pluviais. O projeto que delimita suas ações está descrito abaixo.
Levando em conta a atual situação do Município, na qual o mesmo não possui qualquer
agrupamento de informações acerca das condições estruturais de micro e macrodrenagem, é
de grande valia a instauração de um sistema informatizado, capaz de auxiliar na constituição
de projetos, no planejamento de obras novas e de manutenção, e demais intervenções.
O presente projeto estabelece enquanto meta de curto prazo, ou seja, executável em até cinco
anos, a elaboração do referido sistema. No entanto, para que as informações contidas no
mesmo se apresentem sempre de forma fidedigna, torna-se imprescindível sua atualização
constante, sendo aqui proposto um período semestral para a execução desta atividade. Logo, o
monitoramento do sistema deve ser realizado ao longo de todo o horizonte do Plano.
Considerando o citado, é objetivo deste programa fazer uso da educação ambiental para a
melhoria das atuais condições de drenagem e manejo de águas pluviais do Município, bem
242
como da qualidade de vida de sua população. O projeto por ele proposto encontra-se descrito
na sequência.
Entre os temas a serem abordados, pode ser citada a questão da importância de evitar o
lançamento de esgoto doméstico na rede de drenagem, bem como a disposição irregular de
resíduos sólidos em corpos hídricos. Uma vez que atuando desta forma contribui-se
significativamente para a melhoria da qualidade da água, para uma utilização adequada dos
dispositivos de drenagem existentes e para sanar problemas recorrentes de alagamentos.
Outro tema a ser tratado nessas campanhas é a diferenciação da drenagem de águas pluviais
em relação aos demais eixos que compõem o saneamento básico, visto que esta é
frequentemente confundida, principalmente com o esgotamento sanitário, devido a deficiência
local de redes com esta finalidade.
Também deve ser inclusa na pauta das palestras realizadas a instrução a respeito da
importância da preservação de áreas que margeiam corpos hídricos, enfatizando a
irregularidade da instalação de moradias nestas regiões, além de frisar as recomendações
legais relacionadas.
É interessante ainda aproveitar estas oportunidades para inteirar a população com relação a
importância da reservação de áreas permeáveis em seus terrenos, contribuindo desta maneira
com o alívio da vazão de escoamento superficial em vias que circundam suas moradias. Vale
frisar que o Plano Diretor de Parauapebas, através da Lei nº 4.328/2006, já estabelecia
percentuais referentes a taxa máxima de ocupação, bem como a taxa de permeabilidade a ser
empregada durante a ocupação de acordo com os diversos usos dos lotes.
243
Não há dúvida que problemas como esses estão estreitamente relacionados ao rápido e
desordenado crescimento populacional da cidade. No entanto, para os próximos vinte anos,
horizonte do Plano de Saneamento, torna-se inevitável propor atitudes que modifiquem
paulatinamente esta realidade, especialmente no que tange ao saneamento básico, de modo a
melhorar a qualidade da vida dos munícipes.
O PROPAMC é, neste contexto, indicado enquanto meio para reversão da situação presente.
Para a preservação das regiões que ladeiam córregos, igarapés, canais e rios do Município,
propõe-se, à princípio:
244
Na Tabela 61 estão dispostos todos os programas e projetos que compõem as medidas não-
estruturais propostas no presente Prognóstico, bem como uma descrição sucinta de suas
metas. Além disso, é mostrado na referida tabela o investimento necessário à atuação destas
medidas, não citado até então. Considerando a extensa gama de projetos sugeridos nesta seção
e a subjetividade envolvida na maioria de suas ações, a estimativa deste investimento foi
realizada com base em uma porcentagem do valor a ser despendido com a aplicação das
medidas estruturais, igual 40%.
Tabela 61: Resumo dos programas e projetos que compõem as medidas não-estruturais do Prognóstico.
Investimento
Programas Necessário à
Atuação das
Medidas Não-
Projetos Metas Estruturais
em R$
Programa de Manutenção e Limpeza dos Instrumentos de Micro e
Macrodrenagem
Curto, médio e longo prazo: manter a limpeza
PROLIMPE regular dos dispositivos de drenagem, promovendo
rodízio de atendimento entre os bairros.
Curto, médio e longo prazo: atuar na manutenção
PROMAMEDRE de mecanismos de drenagem sempre que houver
demanda.
245
246
MEDIDAS ESTRUTURAIS
Programas Projetos
MEDIDAS NÃO-ESTRUTURAIS
Programas Projetos
Projeto para promoção de regularidade de limpeza de
dispositivos de drenagem – PROLIMPE.
Programa de manutenção e Projeto de manutenção de mecanismos de drenagem –
limpeza dos instrumentos de PROMAMEDRE.
micro e macrodrenagem
Projeto de remoção de instalações clandestinas de
esgoto – PRECLANDES.
Projeto de implantação de reservatórios para água da
Programa de implantação de chuva em prédios públicos – PIREAC.
formas de controle na fonte em
áreas públicas Projeto de instalação de dispositivos de infiltração em
áreas públicas - PRINFARP.
Programa de instituição do
Sistema de Informação de
Projeto de criação do SIDMAP – PROSIDMAP.
Drenagem e Manejo de Águas
Pluviais (SIDMAP)
Programa de educação ambiental
Projeto de apresentação à sociedade de soluções
para controle de transtornos
simples para problemas recorrentes de drenagem –
relacionados à drenagem
PROSSOLD.
municipal
Programa de disciplinamento da Projeto de preservação de áreas marginais de corpos
ocupação urbana hídricos – PROPAMC.
A Tabela 63, disposta após esta última, por sua vez, demonstra o investimento total estimado
para os programas de drenagem e manejo de águas pluviais.
247
Tabela 63: Investimento Total Previsto em Programas de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais.
Investimentos
Medidas Programas
Necessários em R$
248
Com isso, teremos medidas de caráter emergencial (Execução imediata), curto prazo (12 a 36
meses), médio prazo (48 a 84 meses) e longo prazo de (96 a 240 meses).
249
250
Composição
Gravimetrica
2,9
16,7
13,1
Metais
Vidro
2,4
Materia
orgânica
Outros
51,4
Gráfico 154 - Estimativa da composição gravimétrica dos RSU coletados no Brasil em 2008.
Fonte: Elaborado a partir de IBGE (2010b) e artigos diversos.
251
definição dos objetivos que devem ser alcançados e implementados e que nortearão as
tomadas de ação da gestão municipal, bem como subsidiar as ações do Plano Municipal de
Saneamento Básico, na componente resíduos sólidos.
252
5.4.4 Cenários
Assim, considerando esse cenário integral num horizonte de projeto de 20 anos e metas
progressivas de redução na geração de resíduos e aproveitamento dos mesmos pela coleta
seletiva, temos:
Tabela 66 - Cenário Integral geração de Resíduos Sólidos e Aproveitamento com Coleta Seletiva.
Geração per Geração Geração
capita de diária de anual de
População Aproveitamento
Prazo Ano resíduos resíduos resíduos
(hab) Coleta Seletiva
sólidos sólidos sólidos
(kg/hab/dia) (ton/dia) (ton/ano)
2017 202.356 1,01 204,38 74.598,54 23.796,93
Curto 2018 208.876 1,01 210,96 77.002,14 24.563,68
Prazo 2019 215.605 1,01 217,76 79.482,78 25.355,01
2020 222.552 1,01 224,78 82.043,79 26 .171,97
2021 229.722 0,96 220,53 80.494,59 25.677,77
2022 237.123 0,96 227,64 83.087,90 26.505,04
Médio
2023 244.763 0,96 234,97 85.764,96 27.359,02
Prazo
2024 252.649 0,96 242,54 88.528,21 28.240,50
2025 260.789 0,96 250,36 91.380,47 29.150,37
2026 269.191 0,91 244,96 89.411,79 28.522,36
2027 277.864 0,91 252,86 92.292,53 29.441,32
2028 286.816 0,91 261,00 95.265,93 30.389,83
2029 296.057 0,91 269,41 98.335,33 31.368,97
2030 305.595 0,86 262,81 95.926,27 30.600,48
Longo 2031 315.441 0,86 271,28 99.016,93 31.586,40
Prazo 2032 325.604 0,86 280,02 102.207,10 32.604,06
2033 336.094 0,86 289,04 105.499,91 33.654,47
2034 346.922 0,8 277,54 101.301,22 32.315,09
2035 358.100 0,8 286,48 104.565,20 33.356,30
2036 369.637 0,8 295,71 107.934,00 34.430,95
2037 381.546 0,8 305,24 111.411,43 35.540,25
253
Cenário Estagnado é aquele em que os padrões atuais de gestão das componentes se manterão
os mesmos, não acompanhando a dinamicidade social, tecnológica, cultural e etc.; nesse
cenário, a população não buscará atingir os objetivos da não geração, redução, reutilização,
reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente
adequada dos rejeitos, por não ter sido inserida no processo participativo de gestão dos
resíduos sólidos.
Assim, considerando esse cenário estagnado num horizonte de projeto de 20 anos e metas
progressivas de geração de resíduos e com pouco aproveitamento dos mesmos pela coleta
seletiva, sem apoio aos catadores e sem investimentos em projetos de educação ambiental
temos:
Tabela 67 - Cenário Estagnado com geração de resíduos e Aproveitamento com coleta seletiva.
Geração per Geração Geração
capita de diária de anual de
População Aproveitamento
Prazo Ano resíduos resíduos resíduos
(hab) Coleta Seletiva
sólidos sólidos sólidos
(kg/hab/dia) (ton/dia) (ton/ano)
2017 202.356 1,01 204,38 74.598,54 713,91
Curto 2018 208.876 1,01 210,96 77.002,14 736,91
Prazo 2019 215.605 1,01 217,76 79.482,78 760,65
2020 222.552 1,01 224,78 82.043,79 785,16
2021 229.722 1,06 243,51 88.879,44 850,58
2022 237.123 1,06 251,35 91.742,89 877,98
Médio
2023 244.763 1,06 259,45 94.698,80 906,27
Prazo
2024 252.649 1,06 267,81 97.749,90 935,47
2025 260.789 1,06 276,44 100.899,26 965,61
2026 269.191 1,16 312,26 113.975,47 1.090,75
2027 277.864 1,16 322,32 117.647,62 1.125,89
2028 286.816 1,16 332,71 121.437,89 1.162,16
2029 296.057 1,16 343,43 125.350,53 1.199,60
2030 305.595 1,4 427,83 156.159,05 1.494,44
Longo 2031 315.441 1,4 441,62 161.190,35 1.542,59
Prazo 2032 325.604 1,4 455,85 166.383,64 1.592,29
2033 336.094 1,8 604,97 220.813,76 2.113,19
2034 346.922 1,8 624,46 227.927,75 2.181,27
2035 358.100 1,8 644,58 235.271,70 2.251,55
2036 369.637 2,5 924,09 337.293,76 3.227,90
2037 381.546 2,5 953,87 348.160,73 3.331,90
254
O cenário demanda não trabalha com planejamento eficiente, ou com uma margem de
segurança o bastante para contemplar as necessidades da população, assim apesar de buscar
atingir os objetivos da não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos
resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, a falta de
planejamento municipal de gestão, com ferramentas essências, não são utilizadas
eficientemente ou não existem.
Assim, considerando esse cenário demanda num horizonte de projeto de 20 anos e com
algumas metas progressivas de não geração de resíduos e com aproveitamento dos mesmos
pela coleta seletiva, por meio de incentivo aos catadores e projetos de educação ambiental
temos:
255
Inicialmente a coleta seletiva não será estruturada de forma plena, pois a ela antecede um
projeto de educação ambiental, que irá subsidiar a importância da responsabilidade
compartilhada dos cidadãos, que precisam entender a sua importância nesse processo,
portanto, é antes de tudo uma meta de execução prolongada.
A educação ambiental é uma meta, que assim como a coleta seletiva, não esgota sua
finalidade num prazo definido, ela é permanente, disciplinada pela Lei 9.795/99, que trata
sobre a educação ambiental, e institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras
providências, define educação ambiental como os processos por meio dos quais o indivíduo e
a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências
256
voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia
qualidade de vida e sua sustentabilidade.
257
Na Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010), em seu Art. 33, Incisos de I a
VI, determina que são obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa,
mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço
público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, importadores,
distribuidores e comerciantes de:
258
Logo temos:
259
260
• Como – Investimentos no sistema de coleta seletiva, parcerias com outros setores para
fins de descontos em taxas públicas, fortalecendo a educação ambiental.
Com isso, as metas do presente Plano são para a implantação das etapas de tratamento e
destinação final de resíduos de forma adequada, observando, ainda, o aumento gradual até
100% dos serviços de coleta e transporte de resíduos sólidos.
261
Vale ressaltar que, de acordo com a lei 11.445/2007, os programas, projetos e ações
necessárias para atingir os objetivos e as metas, devem ser de modo compatível com os
respectivos planos plurianuais e com outros planos governamentais correlatos.
Os projetos a serem elaborados deverão ser concebidos sob a ótica de um plano global de
gerenciamento de um sistema de resíduos sólidos para o município, não devendo, portanto,
ser restringido somente aos aspectos técnicos de engenharia.
A formulação das alternativas tem como objetivo contemplar ações que permitirão otimizar o
sistema mediante sua reestruturação e expansão, a fim de torná-lo o mais produtivo e
econômico possível.
O projeto tem como objetivo atender interesses preservacionistas e possibilitar uma sensível
redução das quantidades de resíduos dispostos em aterros sanitários.
262
O projeto tem como objetivo evitar: problemas sanitários para a comunidade; interferências
perigosas no trânsito de veículos; riscos de acidentes para pedestres; prejuízos ao turismo;
inundações das ruas pelo entupimento dos ralos.
Dessa forma, para o atendimento das metas e objetivos são propostos os seguintes programas:
263
O objetivo deste Programa é conscientizar a população a não jogar resíduos nas ruas, praças e
locais públicos. Além das ações de informação e da distribuição de cartilhas e folhetos, esse
programa também prevê a fiscalização e, possivelmente, a aplicação de multas para:
Os resultados deste programa são potencializados por outras atividades previstos neste Plano,
como a implantação de Coleta Seletiva e de Programas de Educação Ambiental.
Os resultados deste programa são potencializados por outras atividades previstos neste Plano,
como a implantação de Coleta Seletiva e de Programas de Educação Ambiental.
264
Os resultados deste programa são potencializados por outras atividades previstos neste Plano,
como pelo Programa “Lixo Zero” e por Programas de Educação Ambiental.
O objetivo deste Programa é formalizar a presença dos catadores e das ONG’s envolvidas no
Sistema de Resíduos Sólidos. Entre as ações que devem ser realizadas neste Programa podem
ser citadas a criação de cadastros, de mecanismos de identificação e de capacitação para:
Os resultados deste programa são potencializados por outras atividades previstos neste Plano,
como por Programas de Coleta Seletiva e de Educação Ambiental.
Os resultados deste programa são potencializados por outras atividades previstos neste Plano,
como pelos Programas “Lixo Zero” e “Feira Limpa”.
265
266
O valor a ser investido nas atividades de estudos, levantamento e elaboração dos projetos de
engenharia (básico e executivo) foi adotado em 3% do valor das obras, para os quatro
sistemas componentes do saneamento básico. Vale ressaltar que esses projetos de engenharia
devem seguir as diretrizes das normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT).
Total 112.819.898,76
267
Vale ressaltar que foi considerada a implementação gradativa das ações estruturantes
(programas e desenvolvimento institucional) e estruturais (projetos e obras), para o alcance
das metas e dos objetivos estabelecidos neste Plano.
268
6 CONCLUSÕES
Como pode ser constatado, o presente Plano atende o arcabouço legal vigente para o setor,
notadamente a Lei 11.445/2007, ao mesmo tempo em que pode se tornar um instrumento
efetivo de planejamento das ações de universalização do saneamento no município de
Parauapebas.
Com essa abordagem, o Plano deverá ser utilizado como uma ferramenta de gestão,
orientando o desenvolvimento das ações municipais que buscam elevar as condições de
salubridade ambiental e melhorar a qualidade de vida urbana e rural, compreendendo o
abastecimento de água, o esgotamento sanitário, o manejo dos resíduos sólidos e o manejo de
águas pluviais.
Finalizando, vale ressaltar que os valores dos custos dos investimentos indicados no presente
Plano, baseiam-se em valores unitários referenciais, utilizados como benchmarking, sendo
assim, portanto, valores estimados. A plena definição dos custos desses investimentos
ocorrerá quando do detalhamento dos projetos executivos de cada segmento, quando então
poderão ser estabelecidos com precisão os empreendimentos a serem executados e as
inversões requeridas.
269
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
________. NBR – 12212/1992: Projeto de poço para captação de água subterrânea. Rio de
Janeiro, 1992.
________. NBR – 12215/1991: Projeto de adutora de água para abastecimento público. Rio
de Janeiro, 1991.
________. NBR – 9649/1986: Projeto de redes coletoras de esgoto sanitário. Rio de Janeiro,
1986.
270
________. @Cidades. [Planilhas eletrônicas]. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/cidadesat/default.php>. Acesso em: 1 mar. 2013.
271
Saneamento: diagnóstico dos serviços de água e esgotos. Brasília, 2009. Disponível em:
<http://www.snis.gov.br/>. Acesso em: 18 mar. 2013.
272
________. Censo demográfico 2000. Mapa dos setores urbanos, cartogramas e folhas para
fins estatísticos. Descrição dos setores. Pará. Rio de Janeiro: IBGE, 2000. 1 CD-ROM.
273
274
ANEXO I
275
CONSULTA PÚBLICA
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A Consulta teve ampla divulgação através de meios digitais (portal da PMP, página da PMP
no Facebook, Whatsapp e blogs locais), rádios, emissoras de TV, distribuição de folders,
fixação de cartazes e entrega de formulários físicos nos estabelecimentos de ensino superior e
técnico, do município de Parauapebas. Estima-se que em torno de 50 mil pessoas tiveram
acesso a divulgação deste procedimento.
276
277
278
279
280
281
No total, foram recebidas 254 contribuições da população, distribuídas entre os mais de 113
bairros ou localidades da zona urbana e rural do Município de Parauapebas.
Com relação à participação por faixa etária, a idade dos participantes da Consulta variou de
15 anos (idade mínima) aos 67 anos (idade máxima) e a faixa etária que teve maior
participação foi entre 31 a 45 anos conforme gráfico 01 abaixo. Nesse quesito, 251
participantes responderam no questionário.
46-‐70
31-‐45
21-‐25
15-‐20
0 20 40 60 80 100 120
Participantes (Quantidade)
Com relação à participação por gênero, o sexo masculino teve maior participação do que o
sexo feminino (57% - Masculino e 43% - Feminino).
43%
Masculino
Feminino
57%
Quanto à participação por bairros ou loteamentos, onde obteve-se 246 respostas, destaca-se a
participação dos moradores do bairro Cidade Jardim com 33 participações, o que corresponde
a 13,4% do total, seguido dos bairros Liberdade I (14 participações - 5,7%), Cidade Nova,
282
União e da Paz (12 participações cada - 4,9% cada), Rio Verde e União (11 participações cada
- 4,5% cada), conforme gráfico abaixo.
30
õ
25
ç
a
20
p
15
c
10
i
5
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…
0
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P
a
R
g
P
i
d
L
C
Á
i
s
Ci
Casa
Bairro ou Loteamento
Gráfico 3 - Participação por bairro ou loteamento
283
Pergunta 2.1. Alguém na sua família apresentou alguma doença ou algum tipo de
problema que possa estar relacionado com a água, com o lixo, com o esgoto ou com as
chuvas?
Grande parte dos participantes informaram que já apresentaram alguma doença relacionada
aos componentes do saneamento básico no municipio. Não foram relatados quais tipos
doenças que os participantes apresentaram e que pudessem agregar à pergunta.
284
Percebe-se que a grande maioria dos participantes tem seus domicílios abastecidos pela rede
pública de abastecimento de água (mais de 70%), contudo, existem domicílios em localidades
no município que tem abastecimento de água por cisternas (caixas d'águas), poços artesianos e
caminhão pipa, em conjunto ou não com o abastecimento pela rede pública. Esta pergunta
obteve 270 respostas, bem acima da quantidade de participantes da Consulta, o que demonstra
que parte dos participantes tem o seu abastecimento de água por meio de duas ou mais formas
diferentes.
Pergunta 3.1
250
200
196
150
100
50
31 20 20 0 3
0
Rede
Pública Cisternas Caminhão Poço Cacimbas Não
Sei
Pipa Artesiano
285
Pergunta 3.2
140
120 131
120
100
80
60
40
20
2
0
Sim Não Não
Sei
Pergunta 3.2. (Continuidade) Em caso negativo, quantas vezes por semana a água chega
na sua casa?
60
58
50
40 43
30
20 23
10 16
0
1
vez 2
vezes 3
vezes 4
ou
5
vezes
Outra grande deficiência apresentada pelos participantes está relacionada à qualidade da água (mais de
50% dos participantes relataram). Este problema pode ser observado no Gráfico 9, em que a cor da
água apresenta um grau maior de reclamação, seguida do gosto, sujeira, odor e outras características
não informadas.
286
Pergunta 3.3
140
120 128
100
80 94
60
40
20 31
0
Sim Não Não
sei
Por conta da falta de água constante no município, verifica-se um alto percentual de caixas
d'água nos domicílios.
287
Pergunta 3.4
250
234
200
150
100
50
19 0
0
Sim Não Não
Sei
Esta pergunta foi incluída para possibilitar identificar o percentual de domicílios com
piscinas, em Parauapebas, com o objetivo verificar se há desperdício de água por conta do mal
uso pelos usuários. Contudo, a maioria dos participantes da consulta não possui piscina em
suas residências.
Pergunta 3.5
300
250
242
200
150
100
50
11
0
Sim Não
288
rural. Essa situação faz com que a população tenha que fazer uso de fossas sépticas e
sumidouros, conforme Gráfico 13, prejudicando, ambientalmente, o solo ambientalmente e o
lençol freático.
Pergunta 4.1
140
120 128
119
100
80
60
40
20
6
0
Sim Não Não
Sei
Pergunta 4.2.
140
120 133
100
80
60
40
49 46
20 8 5 6 26
0
289
Pergunta 4.3
250
200
197
150
100
50
30 26
0
Sim Não Não
sei
Pergunta 4.4. Em sua casa você se incomoda com o mal cheiro da Estação de
Tratamento de Esgoto?
Pergunta 4.4
200
180
160 177
140
120
100
80
60 76
40
20
0
0
Sim Não Não
sei
Pergunta 5.1. Em sua casa/ rua ocorre algum problema no período chuvoso?
290
Neste quesito, mais da metade dos participantes informaram que passam por problemas no
período chuvoso, principalmente nos meses de janeiro a abril, época onde ocorrem grandes
precipitações que interfere nos domicílios e logradouros do município de Parauapebas.
Conforme Gráfico 17, o maior problema que ocorre no período chuvoso é o alagamento,
seguido posteriormente pelo retorno dos esgotos e inundações. Por ter características
topográficas que propiciam essas situações, o município e seus moradores são bastante com
esses fatos.
Pergunta 5.1
160
140
120 135
100 113
80
60
40
20
5
0
Sim Não Não
sei
291
Por não haver uma rede de drenagem implantada em toda a cidade, grande parte da
precipitação chuvosa escorre pelas ruas do município.
Pergunta 5.2
250
200
207
150
100
50
48 52
0
Valas Corre
na
rua Sarjetas
Pergunta 5.3. É feito a manutenção e limpeza das bocas de lobo e galerias da rua onde
você mora?
Pergunta 5.3
200
180 189
160
140
120
100
80
60
40
20 40
24
0
Sim Não Não
sei
292
Pergunta 5.4
140
120 131
120
100
80
60
40
20
2
0
Sim Não Não
sei
Pergunta 5.4. (Continuidade) Caso positivo, existe alguma vegetação que proteja o
córrego/rio?
50
40
30
31
20
10
0
Sim Não Não
sei
293
Quanto à coleta de lixo observa-se que o município cumpre satisfatoriamente este quesito com
percentual acima de 95% de cobertura, segundo os participantes da Consulta.
Pergunta 6.1
300
250
243
200
150
100
50
10
0
Sim Não
Gráfico 23 - Resposta à pergunta 6.1
Relativo a este quesito verifica-se que os intervalos para as coletas do lixo são variados,
ocorrendo com mais frequência a cada 2 vezes por semana, ou a cada 3 dias por semana.
100
104
94
80
60
40
20 31
13 3
0
1
vez
por A
cada
3
dias 2
vezes
por A
cada
15
dias De
segunda
à
semana semana sexta
Gráfico 24 - da resposta à pergunta 6.1
294
Pergunta 6.2. Próximo de onde você mora existem terrenos vazios ou locais que são
utilizados como “depósito de lixo/entulho”?
Apesar do alto índice de cobertura da coleta de lixo e das frequências de coleta, o município
ainda possui pontos que servem como depósito de lixo/entulho, ou seja, mini lixões na zona
urbana e rural do Município.
Pergunta 6.2
160
140 147
120
100
98
80
60
40
20
8
0
Sim Não Não
sei
Pergunta 6.3
120
100 109
80
60 74
40 51
20 28
26 5
0
Varrição Poda
de Coleta
de Coleta
de Coleta Nenhum
árvores sobras
de animal seletiva
materiais
de morto
obras
295
Pergunta 6.4
250
200
203
150
100
50
40 10
0
Sim Não Não
sei
Pergunta 6.5. Você acha importante separar o seu lixo doméstico para coleta seletiva?
Apesar de não ter uma frequência alta de coleta seletiva no município, a maioria dos
participantes entende que é importante separar o lixo doméstico para a coleta seletiva. Cabe
estimular mais ainda a população e cobrar do prestador dos serviços de limpeza pública a
execução deste serviço especifico.
Pergunta 6.5
300
250
247
200
150
100
50
6
0
Sim Não
Pergunta 6.5. (Continuidade) Em caso positivo, você sabe separar corretamente o seu
lixo doméstico?
296
200 218
150
100
50
33
0
Sim Não
Pergunta 6.6. Você sabe para onde vai o resíduo coletado em sua cidade?
Percebe-se que grande parte dos participantes tem noção para onde são destinados os resíduos
coletados, conforme se observa no Gráfico 30.
Pergunta 6.6
160
140
120 137
100
80
60 75
40
46
20
6 6
0
Aterro Lixão Terrenos Rios
e Não
sei
sanitário baldios córregos
Gráfico 30- Resposta à pergunta 6.6
3. CRÍTICAS E SUGESTÕES
Foram enviadas 126 (cento e vinte e seis) sugestões e críticas. Foram consideradas as que
podem ser objeto de programa, projeto ou ação de médio e longo prazo, de acordo com o
horizonte temporal do Plano Municipal de Saneamento Básico.
297
“Após fazer todo o serviço de macrodrenagem, vejo muito importante que a cidade implante
a coletiva seletiva, construindo um CMD(Central de Materiais Descartáveis), onde, além de
reciclar o lixo, gera emprego e renda com o próprio lixo coletado na cidade.”
“Venho por meio deste contribuir com esta pesquisa levantando os pontos a serem
melhorados em nossa cidade e ao mesmo tempo iluminar as consequências causadas à minha
família e nossa vizinha gerado pelos transtornos de frequentes alagamentos gerados no
período chuvoso devido, falta de saneamento estruturado que suporte a carga e vazão da
água da chuva em seus limites recebidos. A Rua Santa Maria, na região baixa, antes da Rua
Daniele Perez, onde se inicia um córrego e recebe águas das ruas de cima, como a Luiz
Gonzaga, passa por problemas de inundações e alagamentos todas as vezes que ocorre a
menor chuva possível, devido todas tubulações de esgoto estarem entupidas e assim não
permitem uma rápida vazão para evitar o acumulo da água e, consequentemente, o
alagamento. Enfim, o povo dessa rua não aguenta mais toda vez essa situação
rotineira, desgastante, cansativa, que nos envergonha em tempos chuvosos. Ninguém sai de
casa, contaminação e possibilidades de proliferação de doenças contagiosas nas crianças.”
“Nas feiras itinerantes sempre sobra lixo que os feirantes não dão o devido destino, logo
deveria haver a coleta de lixo após o término dessas feiras. No Lago da Nova Carajás não
possui sequer uma lixeira, o que deveria ser dada maior atenção nesses locais de grande
acumulação de pessoas, quanto a instalação de container.”
“Em minha rua o carro de lixo não passa. As bocas de lobo são abertas o que causa um
grande risco. O tratamento de água na nossa cidade ainda tem muito que melhorar, ainda
não temos água de qualidade, a água vem muito fraca e não dá pra abastecer quem tem
caixa em lugar alto. Deve existir mais campanhas de conscientização sobre o lixo, com
separar o lixo doméstico, e de nãos jogar o lixo na rua como é o casa de muitos condutores
ignorantes que ver isso nas aulas de legislação mas não respeitam.”
298
“A coleta de lixo tem que ser melhorada. Os garis recolhem, muitas vezes o lixo pela
metade, pois o caminhão não os espera. Gostaria que a prefeitura fizesse um controle sobre
os animais soltos nas rua. Na minha rua existem cavalos soltos e já fizemos algumas
reclamações mas ninguém resolveu. Esses dias contei um "grupo" de 11 (onze) cavalos
pastando ao lado da minha casa, nos lotes. Estes animais acabam muitas vezes rasgando e
espalhando o lixo, sem falar nos riscos para o transito. Uma vergonha! A minha casa fica
numa esquina e existe uma boca de lobo. Mas devido a grande quantidade de terra na rua
uma grande quantidade de água das chuvas se acumula e causa alagamento. Falta limpeza
da rua, melhoria da coleta de lixo e controle dos animais (cavalos) soltos. Ruas escuras,
sujas, lixo e alagamentos, animais perambulando (até parece uma fazenda e não um bairro),
péssima coleta de lixo (até parece que os garis são atletas corredores dos 100 metros rasos),
limpeza dos lotes baldios, falta d`água e elevada quantidade de cloro.”
299
“Há 30 anos que resido em Parauapebas e nenhuma solução foi apresentada para o
problema da ETE do bairro União, o esgoto transborda na rua no período chuvoso.”
“Deve haver manutenção da rede de esgoto, pois existe muito esgoto a céu aberto, tornando
a cidade feia e fedorenta.”
“No bairro onde moro e ao redor do mesmo não existe praticamente nenhum serviço publico
que possa melhorar ou ate mesmo atender de forma adequada a população que aqui vive
que não são poucas e a cada dia aumenta mais e com esse aumento desordenado nada a feito
pra cuidar do Meio Ambiente. Não temos coleta seletiva, não temos rede de esgoto, não
temos tratamento da agua, não temos coleta de lixo, não temos asfalto, não temos posto de
saude, não temos destinação a animais mortos. Enfim, as autoridades sabem, mas nada faz.”
4. CONCLUSÃO
Esta consulta possibilitará estabelecer uma “linha de base” possibilitando futuras avaliações
junto à população do município, quanto à efetividade das ações previstas no PMSB e
executadas ao longo do tempo.
300