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PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Parauapebas – PA
Março/2018

 
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

PLANO MUNICIPAL

SANEAMENTO BÁSICO

PMSB

Parauapebas – PA

Março/2018

 
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

EQUIPE PREFEITURA

Prefeito: Darci José Lermen


Vice Prefeito: Sérgio Balduino
Chefe de Gabinete: Edson Luiz Bonetti
Secretário Municipal de Fazenda: Keniston de Jesus Braga Rego
Secretário Municipal de Cultura: Wandenilson Santos da Costa
Secretário Municipal de Desenvolvimento: Isaias de Queiroz França
Secretário Municipal de Habitação: Cristhian Martins Miranda
Secretário Municipal de Administração: Cássio André de Oliveira
Secretário Municipal de Assistência Social: Jorge Antônio Benício
Secretário Municipal de Educação: Raimundo de Oliveira Neto
Secretário Municipal de Esporte e Lazer: Laoreci Diniz Faleiro
Secretário Municipal de Meio Ambiente: Dion Leno dos Santos Alves
Secretária Municipal da Mulher: Maria Ângela da Silva
Secretária Municipal de Obras: Maria Silvana de Faria Sousa
Secretário Municipal de Produção Rural: Eurivan Martins Carvalho
Secretário Municipal de Saúde: José das Dores Couto
Secretário Municipal de Urbanismo: Edmar de Cruz Lima
Secretário Municipal de Segurança e Defesa do Cidadão: Wanterlor Bandeira
Secretário Municipal de Planejamento e Gestão: João José Corrêa
Secretário Municipal de Mineração, Energia, Ciência e Tecnologia: Flávio Ribeiro Veras
Procurador Geral do Município: Cláudio Gonçalves Moraes
Gestor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto: Sérgio Balduino
Coordenador Municipal de Terras: Evaldo Melo Cantanhede
Coordenador Municipal da Juventude: Marcelly Negrão
Coordenador de Treinamento e Recursos Humanos: José Roberto Marques Vieira
Coordenador de Relação com a Comunidade: James Deime Souza
Coordenador de Defesa Civil: Valvir Nogueira Fernandes
Coordenador de Proj. Especiais e Captação de Recursos: Cleverland Carvalho de Araújo

 
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

APOIO INSTITUCIONAL

Gabinete do Prefeito
Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão
Secretaria Municipal de Obras
Secretaria Municipal de Urbanismo
Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Parauapebas
Coordenadoria de Captação de Recursos, Projetos Especiais e Gestão de Convênio

EQUIPE TÉCNICA

Alessandra Rosa Martins – Téc. Controle Ambiental

Clayton da Silva Santos – Administrador Público

Cleverland Carvalho de Araújo – Eng. Ambiental

Daniel Benguigui – Eng. Civil

Daniel Magalhães de Araújo – Eng. Mecânico

Eulalia Almeida da Silva – Assistente Social

João Henrique Figueira Areia – Eng. Civil

Kézia Costa de Sousa – Eng. Sanitarista

Lucas da Silva Jorge – Eng. Civil

Luis Gustavo Coelho da Silva – Eng. Civil

Manoel da Conceição Vasconcelos – Gestão Pública

Mariana Moreira Abreu dos Santos – Bióloga

Rafael Batista Mergulhão Filho – Eng. Ambiental

Renato Frateschi Neto – Eng. Civil

Tarcísio Lira Milhomem – Eng. Ambiental

Thais Valadares Oliveira – Eng. Civil

 
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

APOIO TÉCNICO

Acylino José dos Santos Neto – Eng. Civil e Sanitarista


Clóvis Avelino Ribeiro – Sociólogo

 
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Microrregião de Parauapebas, destacada em vermelho ............................ 38

Figura 2 - Principais Massas de Ar no Brasil sobre os Climas Zonais...................... 40

Figura 3 - Classificação Climática do Brasil – Köppen............................................. 42

Figura 4 - Localização da Estação Marabá em relação à Parauapebas...................... 43

Figura 5 - Escoamento x Infiltração.......................................................................... 52

Figura 6 - Domínios Geomorfológicos do Pará......................................................... 53

Figura 7 – Geomorfologia......................................................................................... 56

Figura 8 – Geomorfologia......................................................................................... 57

Figura 9 - Localização das Seções............................................................................ 58

Figura 10 - Seção A.................................................................................................. 58

Figura 11 - Seção B................................................................................................. 59

Figura 12 - Seção C................................................................................................. 59

Figura 13 - Áreas de Risco...................................................................................... 60

Figura 14 - Províncias existentes no Cráton Amazônico........................................ 64

Figura 15 - Setorização das Províncias adotada por Hasui et al (2012)................... 65

Figura 16 - Unidades Litoestratigráficas do Município de Parauapebas.................. 66

Figura 17 – Pedologia.............................................................................................. 67

Figura 18 - Bacias hidrográficas de Parauapebas.................................................... 68

Figura 19 - Cobertura vegetal na área de influência do projeto............................... 79

Figura 20 - Unidades de Conservação encontradas em Parauapebas...................... 81

Figura 21 - APPs encontradas na área de influência do projeto.............................. 85

Figura 22 - Evolução da Mancha Urbana em Parauapebas (1984 - 2016).............. 92

Figura 23 - Formas de abastecimento de água no Município de Parauapebas......... 119

Figura 24 - Pontos de captação SAA 1 e SAA 2..................................................... 122

 
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Figura 25 - Pontos de captação SAA 3................................................................... 122

Figura 26 - Pontos de captação SAA 4................................................................... 123

Figura 27 - Unidades da ETA 1.............................................................................. 124

Figura 28 - Reforço de água tratada do SAA 1 para o SAA 2............................... 125

Figura 29 - Unidades da ETA 02........................................................................... 126

Figura 30 - Unidades da ETA 03........................................................................... 127

Figura 31 - Unidades da ETA 04........................................................................... 128

Figura 32 - Sistema de Abastecimento de Água do município de Parauapebas..... 129

Figura 33 - Zonas de Influência dos reservatórios atendidos pelo SAA 1 e SAA 2. 129

Figura 34 - Área atendida por sistema de esgotamento sanitário.......................... 134

Figura 35 - Parte do SES do município de Parauapebas....................................... 139

Figura 36 - Identificação dos corpos receptores.................................................... 141

Figura 37 - Falta de esgotamento sanitário........................................................... 143

Figura 38 - Principais cursos d’água que atravessam o município de Parauapebas.. 146

Figura 39 - Áreas de escoamento e infiltração do Município de Parauapebas........ 148

Figura 40 - Ilustração das condições de declividade do Município de Parauapebas.. 149

Figura 41 - Setores de risco identificados pela Defesa Civil no Município de


Parauapebas........................................................................................................ 160

Figura 42 - Ilustração de inundação ocorrida no Bairro Riacho Doce (Setor 1)...... 165

Figura 43 - Ilustração de enchente ocorrida no Bairro União (Setor 2), em abril de


2010....................................................................................................................... 165

Figura 44 - No Bairro Rio Verde (Setor 7), casas dispostas à beira do corpo hídrico,
lançando seus resíduos sólidos e águas servidas diretamente no mesmo................ 166

Figura 45- Ilustração demonstrando erosões no solo em rua do Bairro Vila Esperança
(Setor 8)................................................................................................................. 166

Figura 46 - Blocos de rocha em alto declive, com elevada tendência ao


escorregamento. Área no Complexo Bela Vista (Setores 12 e 13)......................... 167

Figura 47 - Morro do Bairro Alto Bonito (Setor 14), antes da retirada das famílias que
habitavam a área em condições precárias.............................................................. 167

 
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Figura 48 - Demarcação de algumas áreas de risco identificadas no Município de


Parauapebas.......................................................................................................... 168

Figura 49 - Área de atendimento de RS................................................................ 176

Figura 50 – Divisão de Bacias de Esgotamento Sanitário de Parauapebas........... 201

 
 

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - População e Área dos Municípios da Microrregião de Parauapebas.... 38

Tabela 2 - 10 dias com maior pluviosidade – Estação Marabá (1973-2016)......... 46

Tabela 3 - Superfície de Escoamento considerada por tipo de uso....................... 50

Tabela 4 - Tipos de Usos por Áreas de Risco....................................................... 62

Tabela 5 - Vazões Máximas, Mínimas e Médias – Bacia do rio Parauapebas....... 69

Tabela 6 - Vazões apuradas no Igarapé Ilha do Coco........................................... 71

Tabela 7 - Características Físicas – Sub bacias do Canal Guanabara II................ 72

Tabela 8 - Vazões apuradas – Sub bacias do Canal Guanabara II........................ 73

Tabela 9 - Espécies endêmicas da região de Carajás............................................. 77

Tabela 10 - Evolução da população: Parauapebas x Pará (2009 a 2014)............. 91

Tabela 11 - População Residente, por Naturalidade em relação à Unidade de


Federação e ao Município 2000/2010.................................................................. 91

Tabela 12 - População por Situação de Domicílio, 1991, 2000 e 2010................ 94

Tabela 13 - Razão de Sexo em Parauapebas 1991, 2000 e 2010.......................... 95

Tabela 14 - Estrutura Etária, Razão de Dependência e Índice de envelhecimento


(1991, 2000 e 2010)............................................................................................. 96

Tabela 15 - PIB Total, Setorial, Percentual de Participação e Taxa Geométrica de


Crescimento Anual 2000-2013........................................................................... 98

Tabela 16 - Empregos por Setor em Parauapebas............................................. 99

Tabela 17 - Empresas por Setor em Parauapebas............................................... 100

Tabela 18 - Indicadores de Renda, Pobreza e Desigualdade, 1991, 2000 e 2010.. 101

Tabela 19 - Ensino Pré-escolar............................................................................ 101

Tabela 20 - Ensino Fundamental......................................................................... 101

Tabela 21 - Ensino Médio.................................................................................... 102

 
 

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Tabela 22 - Nível Educacional da População 1991, 2000 e 2010....................... 105

Tabela 23 - Distribuição Percentual das Internações e Mortes por Grupo de Causas. 107

Tabela 24 - Indicadores de Longevidade, Mortalidade e Fecundidade (1991, 2000,


2010)..................................................................................................................... 108

Tabela 25 - Distribuição de áreas públicas federais de uso especial no município de


Parauapebas....................................................................................................... 111

Tabela 26 - Áreas patrimoniais doadas pela União no atual território de Parauapebas


pelo Programa Terra Legal.................................................................................. 112

Tabela 27 - Legislação municipal sobre disposição de Patrimônio Municipal...... 115

Tabela 28 - Formas de abastecimento de água em Parauapebas.......................... 119

Tabela 29 - Resumo dos SAA’s isolados gerenciados pelo SAAEP no Município de


Parauapebas........................................................................................................ 130

Tabela 30 - Comprimento total da rede coletora de esgoto (2009)....................... 135

Tabela 31 - Resumo dos SES’s gerenciados pelo SAAEP no Município de


Parauapebas........................................................................................................ 141

Tabela 32 - Tipos de esgotamento sanitário........................................................ 142

Tabela 33 - Condições dos bairros catalogados no que tange a pavimentação e


drenagem.............................................................................................................. 151

Tabela 34 - Roteiros............................................................................................. 173

Tabela 35 - Tabela de pontos críticos................................................................. 175

Tabela 36 - Destino do resíduo sólido gerado....................................................... 176

Tabela 37 - Frequência da Coleta......................................................................... 177

Tabela 38 - Quantidade de Veículos..................................................................... 177

Tabela 39 - Feira e Mercado................................................................................. 180

Tabela 40 - Equipamentos disponíveis no aterro sanitário.................................. 182

Tabela 41 - Recursos Humanos disponíveis no aterro sanitário.......................... 182

Tabela 42 - Meta de curto, médio e longo prazo para universalização do Sistema de 184

 
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Abastecimento de Água no município de Parauapebas........................................

Tabela 43 - Valores utilizados no cálculo do consumo de água............................ 185

Tabela 44 - Investimentos no sistema de abastecimento de água no município de


Parauapebas........................................................................................................ 198

Tabela 45 - Cronograma Investimentos em Projetos e obras no SAA do município


199
de Parauapebas....................................................................................................

Tabela 46 - Estimativa de crescimento populacional da área urbana e área rural por


203
período para o município de Parauapebas...........................................................

Tabela 47 - Estimativa de crescimento populacional na área urbana por período para


as bacias de esgotamento sanitário do município de Parauapebas ........................ 204

Tabela 48 - Projeção da produção máxima diária nas Bacias de esgotamento


sanitário no município de Parauapebas.............................................................. 206

Tabela 49 - Metas de atendimento SES’s do município de Parauapebas ............. 206

Tabela 50 - Ações a serem tomadas na Bacia de Esgotamento - BE3................... 209

Tabela 51 - Ações a serem tomadas na Bacia de Esgotamento BE2........................ 212

Tabela 52 - Ações a serem tomadas na Bacia de Esgotamento - BE3.................. 214

Tabela 53 - Ações a serem tomadas na Bacia de Esgotamento BE4 e Sub Bacia 4.1 218

Tabela 54 - Investimentos no sistema de esgotamento sanitário no município de


Parauapebas ..................................................................................................... 223

Tabela 55 - Cronograma Investimentos em Projetos e obras no SES do município


de Parauapebas áreas urbana ............................................................................ 224

Tabela 56 - Extensão de cada corpo hídrico considerado para as diferentes soluções


propostas (tipos de canal).................................................................................. 231

Tabela 57 - Investimento estimado para as obras de macrodrenagem ............... 232

Tabela 58 - Investimento estimado para as obras de microdrenagem ................ 234

Tabela 59 - Investimento estimado para a reconstrução de redes de drenagem


defasadas ................................................................................................................. 235

Tabela 60 - Resumo dos programas e projetos que compõem as medidas estruturais


do Prognóstico ................................................................................................... 237

 
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Tabela 61 - Resumo dos programas e projetos que compõem as medidas não-


estruturais do Prognóstico .............................................................................. 245

Tabela 62 - Resumo dos programas e projetos propostos no Prognóstico ........... 247

Tabela 63 - Investimento Total Previsto em Programas de Drenagem e Manejo de


Águas Pluviais .................................................................................................. 248

Tabela 64 - População de projeto (2017-2037)................................................... 250

Tabela 65 - Per capita de resíduos sólidos domiciliares e de limpeza pública ......... 251

Tabela 66 - Cenário Integral Geração de Resíduos Sólidos e Aproveitamento com


Coleta Seletiva ................................................................................................... 253

Tabela 67 - Cenário Estagnado com geração de resíduos e Aproveitamento com


coleta seletiva..................................................................................................... 254

Tabela 68 - Cenário Demanda de geração de resíduos e aproveitamento com coleta


seletiva............................................................................................................... 255

Tabela 69 - Meta de atendimento de RSU do município de Parauapebas............. 261

Tabela 70 - Valor adotado em obras de sistema de resíduos sólidos urbanos...... 267


Tabela 71 - Investimentos no sistema de resíduos sólidos no município de
Parauapebas......................................................................................................... 267

Tabela 72 - Cronograma Investimentos em Projetos e obras no RSU do município


de Parauapebas................................................................................................... 268
 

   

 
 

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LISTA DE FOTOS

Foto 1 - Rio Parauapebas..................................................................................... 54

Foto 2 - Igarapé Ilha do Coco............................................................................... 54

Foto 3 - Afluente do Igarapé Ilha do Coco............................................................ 55

Foto 4 - Córrego Guanabara, antes de cruzar sob a Rua Araguaia....................... 55

Foto 5 - Alagamento em parte do Bairro Riacho Doce (chuvas em março)........... 61

Foto 6 - Casas às margens do Igarapé Ilha do Coco............................................. 61

Foto 7 - Trecho do Igarapé Ilha do Coco.............................................................. 83

Foto 8 - Trecho do Riacho Doce........................................................................... 83

Foto 9 - Trecho do Córrego Guanabara............................................................... 84

Foto 10 - Trecho Igarapé Açaizal........................................................................ 84

Foto 11 - Canal do Bairro Caetanópolis, destacando à esquerda moradias irregulares


com lançamento de efluentes diretamente do corpo d’água e, à direita, o intenso
desenvolvimento da vegetação nas proximidades das manilhas......................... 155

Foto 12 - Fotografias ilustrando o lançamento de águas servidas diretamente no canal


(à esquerda) e nas sarjetas (à direita)........................................................................ 155

Foto 13 - Canal da Rua Belém, bem estruturado, no entanto, também sofre com a falta
de regularidade em atividades de manutenção e limpeza......................................... 156

Foto 14 - Nota-se, à esquerda, a saída do Canal Belém, rumo ao Rio Parauapebas.. 156

Foto 15 - Igarapé Ilha do Coco, na delimitação entre os Bairros União e Liberdade,


destacando a formação de espumas características de poluição.............................. 157

Foto 16 - Área de lançamento da microdrenagem do Bairro Liberdade, destacando o


desenvolvimento acentuado da vegetação na mesma............................................... 157

Foto 17 - À esquerda pode-se observar a condução, pelas sarjetas, de águas servidas


para o Canal, ilustrado à direita............................................................................... 158

Foto 18 - Escoamento superficial diretamente para o Canal, encaminhando


frequentemente águas servidas................................................................................. 158

Foto 19 - Ilustração de trecho exposto da drenagem do bairro, demonstrando à direita a 159

 
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

falta de limpeza e a presença de resíduos sólidos dispostos inadequadamente no local.

Foto 20 - Canal Altamira, sendo perceptível, por aspectos visuais, o lançamento de


esgoto sanitário no corpo hídrico, além da falta de manutenção das estruturas
adjacentes............................................................................................................. 159

Foto 21 - Moradias irregulares em zona precária do Bairro Casas Populares II....... 160

LISTA DE QUADROS

Quadro 01 – Bairros Atendidos pela Coleta de Esgotamento Sanitário..................... 133

Quadro 02 – Programas para o Sistema de Abastecimento de Água de Parauapebas.. 196

Quadro 03 - Custos adotados em Obras do Sistema de Abastecimento de Água....... 197

Quadro 04 - Metas de Curto, Médio e Longo Prazo para Universalização do Sistema de


Esgotamento Sanitário no Município de Parauapebas............................................. 203

Quadro 05 – Parâmetros de Cálculo de Produção de Esgoto................................... 204

Quadro 06 – Projetos e Obras Definidos para o SES do Município de Parauapebas.. 219

Quadro 07 – Metas e Programas para o Sistema de Esgotamento Sanitário de


Parauapebas........................................................................................................... 221

Quadro 08 – Valor Adotado em Obras do Sistema de Esgotamento Sanitário........ 223


 

 
 

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Pluviometria Média e Temperatura – Estação Marabá (1973-2016).......... 44

Gráfico 2 - Temperatura Média Máxima e Mínima– Estação Marabá (1973-2016)..... 44

Gráfico 3 - Dias com Chuva– Estação Marabá (1973-2016)......................................... 45

Gráfico 4 - Dias com Chuva Acima de 100mm– Estação Marabá (1973-2016)........... 46

Gráfico 5 - Umidade Relativa do Ar– Estação Marabá (1973-2016)........................... 47

Gráfico 6 - Evapotranspiração – Estação Marabá (1973-2016)..................................... 48

Gráfico 7 - Estatística Multidirecional – Estação Marabá (1973-2016)....................... 49

Gráfico 8 - Ventos – Estação Marabá (1973-2016)....................................................... 50

Gráfico 9 - Acompanhamento do Nível do rio Parauapebas......................................... 69

Gráfico 10 - Influência dos cursos d’água no deságue da drenagem do Município..... 147

Gráfico 11 - Condições gerais de pavimentação dos bairros do Município.................. 150

Gráfico 12 - Condições gerais de drenagem dos bairros do Município........................ 151

Gráfico 13 - Porcentagem de bairros com e sem áreas alagáveis em sua extensão...... 151

Gráfico 14 - Estimativa da composição gravimétrica dos RSU coletados no Brasil em


2008............................................................................................................................ 251

 
 

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LISTA DE SIGLAS

PMSB - Plano Municipal de Saneamento Básico

PROSAP - Programa de Saneamento Ambiental de Parauapebas

PNSB - Política Nacional de Saneamento Básico

PNRS - Política Nacional de Resíduos Sólidos

GPSH - Grupo de Pesquisa Hidráulica e Saneamento

NAEA - Núcleo de Altos Estudos da Amazônia

UFPA - Universidade Federal do Pará

FUNASA - Fundação Nacional de Saúde

SUS - Sistema Único de Saúde

CFB - Constituição Federal Brasileira

EC - Estatuto das Cidades

SAAEP - Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Parauapebas

PNEA - Política Nacional de Educação Ambiental

CVRD - Companhia Vale do Rio Doce

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

AAE - Consórcio AmbGis-Umah

BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento

mEc - Massa de Ar Equatorial Continental

mEa - Massa de Ar Equatorial Atlântica

INMET - Instituto Nacional de Meteorologia

OMS - Organização Mundial de Saúde

CPRM - Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais

RADAM - Radar na Amazônia

 
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

DOCEGEO - Rio Doce Geologia e Mineração S/A

EIA - O Estudo de Impacto Ambiental

RIMA - Relatório de Impacto Ambiental

SGHP - Sistema de Gerenciamento Hídrico do Pará

CONAMA - Conselho Nacional de Meio Ambiente

ANA - Agência Nacional de Águas

FLONA - Floresta Nacional de Carajás

PMFNC - Plano de Manejo da Floresta Nacional de Carajás

TI - Terra Indígena

UC - Unidade de Conservação

PARNA - Parque Nacional Campos Ferruginosos

APA - Área de Proteção Ambiental do Igarapé Gelado

RPPN - Reserva Particular do Patrimônio Natural

IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

ICMBIO - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

FAPESPA - Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisa do Pará

IDESP - Instituto de Desenvolvimento, Econômico e Ambiental do Pará

TGCA - Taxa Geométrica de Crescimento Anual

PIB - Produto Interno Bruto

CUP - Centro Universitário de Parauapebas

UFRA - Universidade Federal Rural da Amazônia

FDM - Faculdade de Direito da Metropolitana

FADESA - Faculdade para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia

UNOPAR - Universidade Pitágoras

FAEL - Faculdade Educacional da Lapa

 
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

UNINTER - Centro Universitário Internacional

FAMAP - Faculdade Master de Parauapebas

IFPA - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará

PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

CID - Classificação Internacional das Doenças

PGC - Programa Grande Carajás

INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

GETAT - Grupo Executivo das Terras do Araguaia Tocantins

MDA - Ministério do Desenvolvimento Agrário

PMHIS - Plano Municipal de Habitação de Interesse Social

LOMP - Lei Orgânica do Município de Parauapebas

SAA - Sistemas de Abastecimento de Água

CMB - Conjuntos Motor e Bomba

ETA - Estação de Tratamento de Água

PEAD - Polietileno de Alta Densidade

EEAT - Estações Elevatórias de Água Tratada

ETE - Estação de Tratamento de Esgoto

SES - Sistema de Esgoto Sanitário

DBO - Demanda Bioquímica de Oxigênio

COMDEC - Coordenadoria Municipal de Defesa Civil

PMP - Prefeitura Municipal de Parauapebas

SEMURB - Secretaria de Serviços Urbanos

RCD - Resíduos de Construção e Demolição

RCC - Resíduos da Construção Civil

RSS - Resíduos de Serviços de Saúde

 
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

CAP - Centro de Abastecimento de Parauapebas

CREA - Conselho Regional de Engenharia

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

MP - Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão

SEAIN - Secretaria de Assuntos Internacionais

PERMACRO - Projeto de Estruturação e Revitalização da Macrodrenagem do Município

CBUQ - Concreto Betuminoso Usinado à Quente

PROINFRA - Projeto de Implantação de Infraestrutura de Pavimentação e Microdrenagem em


Bairros Periféricos.

PREDREN - Projeto de Redimensionamento e Reconstrução de Redes de Drenagem


Defasadas

PRIORE - Projeto de Implantação de Obras de Retenção

PROLIMPE - Projeto para Promoção de Regularidade de Limpeza de Dispositivos de


Drenagem

PROMAMEDRE - Projeto de Manutenção de Mecanismos de Drenagem

PRECLANDES - Projeto de Remoção de Instalações Clandestinas de Esgoto

PIREAC - Projeto de Implantação de Reservatórios para Água da Chuva em Prédios Públicos

PRINFARP - Projeto de Instalação de Dispositivos de Infiltração em Áreas Públicas

SIDMAP - Programa de Instituição do Sistema de Informação de Drenagem e Manejo de


Águas Pluviais

PROSIDMAP - Projeto de Criação do SIDMAP

PROSSOLD - Projeto de Apresentação à Sociedade de Soluções Simples para Problemas


Recorrentes de Drenagem

PROPAMC - Projeto de Preservação de Áreas Marginais de Corpos Hídricos

CTR - Central de Tratamento de Resíduos

RSU - Resíduos Sólidos Urbanos

SNIS - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento

 
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

RDO - Resíduos Sólidos Domiciliares

LEV - Locais de Entrega Voluntária

PEV - Pontos de Entregas Voluntárias

PMGIRS - Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos

PRAD - Plano de Recuperação de Área Degradada

 
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

ÍNDICE ANALÍTICO

1 APRESENTAÇÃO............................................................................... 33

2 CONSIDERAÇÕES GERAIS.............................................................. 34

3 DESCRIÇÃO DO MUNICÍPIO DE PARAUAPEBAS....................... 36

3.1 Localização............................................................................................ 37

3.2 Caracterização do Meio Físico.............................................................. 39

3.2.1 Clima..................................................................................................... 39

3.2.1.1 Sistemas de Circulação Atmosférica..................................................... 39

3.2.1.2 Classificação Climática......................................................................... 41

3.2.1.3 Caracterização das Variáveis Climáticas.............................................. 42

3.2.1.3.1 Temperatura.......................................................................................... 44

3.2.1.3.2 Pluviometria.......................................................................................... 45

3.2.1.3.3 Umidade Relativa do Ar....................................................................... 47

3.2.1.3.4 Evapotranspiração................................................................................ 47

3.2.1.3.5 Ventos................................................................................................... 48

3.2.1.3.6 Caracterização da Superfície de Escoamento....................................... 50

3.2.2 Geomorfologia...................................................................................... 52

3.2.2.1 Áreas de Risco...................................................................................... 59

3.2.3 Geologia................................................................................................. 63

3.2.4 Solos..................................................................................................... 66

3.2.5 Hidrologia............................................................................................. 68

3.2.5.1 Vazões Calculadas................................................................................. 70

3.2.5.1.1 Igarapé Chácara das Estrelas................................................................. 70

3.2.5.1.2 Igarapé Ilha do Coco............................................................................. 71

3.2.5.1.3 Canal Guanabara II............................................................................... 72

 
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

3.2.5.1.4 Canal Caetanópolis............................................................................... 73

3.2.5.1.5 Canal Rua da Chácara.......................................................................... 74

3.3 Meio Biótico......................................................................................... 74

3.3.1 Vegetação............................................................................................. 75

3.3.1.1 Áreas Protegidas................................................................................... 79

3.3.1.1.1 Unidades de Conservação e Terras Indígenas...................................... 80

3.3.1.1.2 Áreas de Preservação Permanente........................................................ 82

3.3.1.2 Inter-Relação População Local X Áreas Florestadas........................... 85

3.3.2 Fauna..................................................................................................... 87

3.3.2.1 Mastofauna............................................................................................ 87

3.3.2.2 Ornitofauna............................................................................................ 88

3.3.2.3 Ictiofauna.............................................................................................. 88

3.3.2.4 Insetos Vetores...................................................................................... 89

3.4 Diagnóstico Social................................................................................ 90

3.4.1 Demografia............................................................................................ 91

3.4.1.1 Evolução da População......................................................................... 91

3.4.1.2 Índices Demográficos........................................................................... 94

3.4.1.3 Composição por Sexo........................................................................... 94

3.4.1.4 Distribuição Relativa da População por Sexo em Parauapebas........... 95

3.4.1.5 Composição Etária................................................................................ 95

3.4.2 Economia............................................................................................... 96

3.4.2.1 Dinâmica e Setores Econômicos.......................................................... 97

3.4.2.2 Emprego e Renda.................................................................................. 99

3.4.3 Índices de Desenvolvimento Humano.................................................. 100

3.4.4 Educação............................................................................................... 101

3.4.5 IDHM Educação................................................................................... 102

 
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

3.4.5.1 Crianças e Jovens.................................................................................. 103

3.4.5.2 Expectativa de Anos de Estudo............................................................. 103

3.4.5.3 População Adulta.................................................................................. 103

3.4.5.4 Qualificação Profissional...................................................................... 104

3.4.5.5 Analfabetismo....................................................................................... 104

3.4.5.6 Cursos Profissionalizantes.................................................................... 105

3.4.6 Saúde.................................................................................................... 105

3.4.6.1 Morbidade............................................................................................ 106

3.4.6.2 Óbitos.................................................................................................... 106

3.4.6.3 Mortalidade Infantil.............................................................................. 107

3.4.6.4 Esperança de Vida e Taxa de Fecundidade.......................................... 108

3.5 Uso e Ocupação do Solo....................................................................... 109

3.5.1 Histórico do Surgimento do Município................................................ 109

3.5.2 A Federalização de Terras Devolutas no Sudeste Paraense................. 110

3.5.3 A Constituição da Área Patrimonial do Município de Parauapebas.... 110

A Competência para o Repasse de Áreas Públicas no Município de


3.5.4
Parauapebas.......................................................................................... 111

A incorporação Patrimonial pelo Município de Parauapebas a partir da


3.5.5
Aquisição de Áreas Privadas................................................................ 113

3.5.6 A Disposição do Patrimônio Público pelo Município de Parauapebas.. 115

4 DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE SANEAMENTO BÁSICO..... 118

4.1 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA................................ 118

4.1.1 Situação Atual do Sistema de Abastecimento de Água...................... 118

4.1.2 Sistemas de Abastecimento de Água em Operação............................. 121

4.1.2.1 SAA ETA 1.......................................................................................... 123

4.1.2.2 SAA ETA 2.......................................................................................... 125

4.1.2.3 SAA ETA 3......................................................................................... 126

 
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

4.1.2.4 SAA ETA 4........................................................................................ 127

4.1.3 SAA Isolados - Produção e Tratamento de Água Subterrânea........... 130

4.1.4 Principais Problemas............................................................................ 131

4.2 SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO................................. 132

4.2.1 Situação do Sistema de Esgotamento Sanitário................................... 133

4.2.2 Rede Coletora de Esgoto...................................................................... 134

4.2.3 Unidades de Tratamento de Esgoto...................................................... 135

4.2.4 Corpo Receptor..................................................................................... 140

4.2.5 Principais Problemas............................................................................. 142

4.3 SISTEMA DE DRENAGEM E MANEJO DAS ÁGUAS PLUVIAIS... 144

4.3.1 Macrodrenagem do Município............................................................. 144

4.3.2 Microdrenagem do Município.............................................................. 149


Visitas Técnicas a Alguns Locais Estratégicos para a Drenagem do
4.3.3 154
Município.............................................................................................
Áreas de Risco Catalogadas pela Defesa Civil Áreas de Risco
4.3.4
Catalogadas pela Defesa Civil.............................................................. 160

4.3.5 Considerações Acerca do Diagnóstico................................................. 169

SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS


4.4
SÓLIDOS.............................................................................................. 171

4.4.1 Situação do Sistema de Manejo e Controle de Resíduos Sólidos...... 171

4.4.2 Coleta e Transporte de Resíduos Sólidos Domiciliares....................... 172

4.4.3 Coleta e Transporte de Resíduos Construção e Demolição................. 177

4.4.4 Coleta e Transporte de Resíduos de Serviços de Saúde...................... 178

4.4.5 Coleta Seletiva e Resíduos Volumosos................................................ 178

4.4.6 Varrição Manual de Vias e Logradouros.............................................. 179

4.4.7 Feiras e Mercados................................................................................. 179

4.4.8 Equipe Padrão....................................................................................... 180

4.4.9 Aterro Municipal.................................................................................. 180

 
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

4.4.9.1 Histórico do Aterro Municipal............................................................. 180

4.9.10 Disposição Final................................................................................... 181

PROGNÓSTICO PARA O SISTEMA DE SANEAMENTO BÁSICO


5
DE PARAUAPEBAS........................................................................... 183

5.1 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA – SAA.................... 183

5.1.1 Concepção Proposta para o SAA do Município de Parauapebas....... 183

Objetivos e Metas de Curto, Médio e Longo Prazo para a


5.1.2
Universalização ....................................................................................... 184

5.1.2.1 Projeção da Demanda de Água do Município de Parauapebas........... 184

Programas, Projetos e Ações necessárias para atingir os Objetivos e as


5.1.3
Metas ................................................................................................... 185

5.1.3.1 Ações de Curto Prazo (2017-2020)....................................................... 185

5.1.3.2 Ações de Médio Prazo (2021-2025)..................................................... 186

5.1.3.3 Ações de Longo Prazo (2026-2037)..................................................... 186

5.1.4 Projetos e Obras do SAA....................................................................... 187

5.1.5 Projetos e Obras do SAA...................................................................... 187

5.1.5.1 Grupo 1 - Produção e Tratamento de Água.......................................... 188

5.1.5.1.1 Unidade de Captação de Água Bruta.................................................... 188

5.1.5.1.2 Unidade de Adução de Água Bruta....................................................... 188

5.1.5.1.3 Unidade de Tratamento de Água........................................................... 189

5.1.5.1.4 Unidade Estação Elevatória de Água Tratada....................................... 190

5.1.5.1.5 Unidade de Adução de Água Tratada.................................................... 191

5.1.5.2 Grupo 2 – Reservação e Distribuição.................................................... 191

5.1.5.2.1 Unidade de Reservação (Apoiado e Elevado)....................................... 191

5.1.5.2.2 Unidade de Distribuição........................................................................ 192

5.1.6 Projetos e Obras Área Rural.................................................................. 193

5.1.7 Programas e Ações Estruturantes.......................................................... 193

 
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

5.1.7.1 Programa de Implantação e Manutenção de Hidrômetros................... 194

5.1.7.2 Programa de Uso Racional da Água..................................................... 194

Programa de Redução de Perdas no Sistema de Abastecimento de


5.1.7.3
Água...................................................................................................... 195

Programa de Monitoramento e Gerenciamento da Qualidade da Água


5.1.7.4
Distribuída............................................................................................. 195

5.1.8 Investimentos para atingir os Objetivos e Metas.................................. 196

5.1.9 Projetos e Obras.................................................................................... 196

5.1.10 Programas de Saneamento Básico........................................................ 197

Investimento em Projetos, Obras e Programas do Sistema de


5.1.11
Abastecimento de Água....................................................................... 197

5.1.12 Cronograma Físico-Financeiro............................................................ 198

5.2 SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – SES.................... 199

5.2.1 Concepção Proposta do SES do Município de Parauapebas............. 199

5.2.1.1 Bacia de Esgotamento Sanitário 1....................................................... 199

5.2.1.2 Bacia de Esgotamento Sanitário 2....................................................... 200

5.2.1.3 Bacia de Esgotamento Sanitário 3....................................................... 200

5.2.1.4 Bacia de Esgotamento Sanitário 4....................................................... 200

Objetivos e metas de curto, médio e longo prazo para a


5.2.2
universalização....................................................................................... 202

5.2.3 Projeção da População do Município de Parauapebas....................... 203

5.2.4 Projeção da Produção de Esgoto do Município de Parauapebas....... 204

5.2.4.1 Cálculo da Vazão Doméstica.............................................................. 204

5.2.4.2 Cálculo da Vazão de Infiltração........................................................... 205

5.2.4.3 Cálculo da Vazão de Esgoto Industrial................................................. 205

Programas, projetos e ações necessárias para atingir os objetivos e as


5.2.5
metas ................................................................................................... 206

5.2.5.1 Projetos e Obras do SES....................................................................... 207

 
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

5.2.5.2 Projetos e Obras do SES da Bacia 01................................................... 207

5.2.5.2.1 Rede Coletora de Esgoto Sanitário....................................................... 207

5.2.5.2.2 Estação Elevatória de Esgoto Sanitário................................................ 208

5.2.5.2.3 Estação de Tratamento de Esgoto Sanitário......................................... 208

5.2.5.2.4 Destino Final de Esgoto Tratado.......................................................... 209

5.2.5.3 Projetos e Obras do SES da Bacia 02.................................................. 209

5.2.5.3.1 Rede Coletora de Esgoto Sanitário...................................................... 210

5.2.5.3.2 Estação Elevatória de Esgoto Sanitário............................................... 210

5.2.5.3.3 Estação de Tratamento de Esgoto Sanitário......................................... 210

5.2.5.3.4 Destino Final de Esgoto Tratado.......................................................... 211

5.2.5.4 Projetos e Obras do SES da Bacia 03................................................... 212

5.2.5.4.1 Rede Coletora de Esgoto Sanitário....................................................... 212

5.2.5.4.2 Estação Elevatória de Esgoto Sanitário................................................ 212

5.2.5.4.3 Estação de Tratamento de Esgoto Sanitário......................................... 213

5.2.5.4.4 Destino Final de Esgoto Tratado.......................................................... 213

5.2.5.5 Projetos e Obras do SES da Bacia 04................................................... 214

5.2.5.5.1 Rede Coletora de Esgoto Sanitário....................................................... 214

5.2.5.5.2 Estação Elevatória de Esgoto Sanitário................................................ 215

5.2.5.5.3 Estação de Tratamento de Esgoto Sanitário.......................................... 215

5.2.5.5.4 Destino Final de Esgoto Tratado........................................................... 216

5.2.5.6 Projetos e Obras do SES da Sub-Bacia 4.1........................................... 216

5.2.5.6.1 Rede Coletora de Esgoto Sanitário....................................................... 216

5.2.5.6.2 Estação Elevatória de Esgoto Sanitário................................................. 217

5.2.5.6.3 Estação de Tratamento de Esgoto Sanitário.......................................... 217

5.2.5.6.4 Destino Final de Esgoto Tratado........................................................... 218

5.2.5.7 Projeto e Obras Zona Rural................................................................... 219

 
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

5.2.5.8 Resumo dos Projetos e Obras dos SES’s............................................... 219

5.2.6 Programas e Ações Estruturantes.......................................................... 220

5.2.6.1 Programa de Incentivo a Ligação de Esgoto na Rede Pública............. 220

Programa de Monitoramento e Gerenciamento da Qualidade dos


5.2.6.2
Efluentes de ETE’s................................................................................ 221

5.2.7 Investimentos para atingir os Objetivos e Metas.................................. 222

5.2.7.1 Projetos e Obras.................................................................................... 222

5.2.7.2 Programas de Saneamento Básico........................................................ 222

Investimento em Projetos, Obras e Programas do Sistema de


5.2.7.3
Esgotamento Sanitário.......................................................................... 223

5.2.8 Cronograma Físico-Financeiro............................................................. 224

5.3 SISTEMA DE DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS.. 225

Objetivos Específicos do Plano de Saneamento para o Manejo de


5.3.1
Águas Pluviais....................................................................................... 225

5.3.2 Programas, Projetos e Ações................................................................. 226

5.3.2.1 Medidas Estruturais............................................................................... 226

5.3.2.2 Programa de Universalização dos Sistemas de Drenagem................... 227

Projeto de Saneamento Ambiental, Macrodrenagem e Recuperação de


5.3.2.2.1
Igarapés e Margens do Rio Parauapebas – PROSAP........................... 227

Projeto de Estruturação e Revitalização da Macrodrenagem do


5.3.2.2.2
Município (PERMACRO).................................................................... 228

5.3.2.2.2.1 Igarapé Ilha do Coco (fração não contemplada pelo PROSAP).......... 228

5.3.2.2.2.2 Igarapé Lajeado..................................................................................... 229

5.3.2.2.2.3 Canal Caetanópolis............................................................................... 229

5.3.2.2.2.4 Canal Morada Nova.............................................................................. 230

5.3.2.2.2.5 Canal Casas Populares II...................................................................... 230

5.3.2.2.2.6 Canal Altamira...................................................................................... 230

Projeto de Implantação de Infraestrutura de Pavimentação e


5.3.2.2.3
Microdrenagem em Bairros Periféricos – PROINFRA........................ 232

 
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Projeto de Redimensionamento e Reconstrução de Redes de Drenagem


5.3.2.2.4
Defasadas – PREDREN........................................................................ 234

5.3.2.2.5 Projeto de Implantação de Obras de Retenção – PRIORE.................. 236

5.3.2.2.6 Resumo das Medidas Estruturais.......................................................... 236

5.3.2.3 Medidas Não-Estruturais...................................................................... 237

Programa de Manutenção e Limpeza dos Instrumentos de Micro e


5.3.2.4
Macrodrenagem.................................................................................... 238

Projeto para Promoção de Regularidade de Limpeza de Dispositivos de


5.3.2.4.1
Drenagem – PROLIMPE...................................................................... 238

Projeto de Manutenção de Mecanismos de Drenagem –


5.3.2.4.2
PROMAMEDRE.................................................................................. 238

Projeto de Remoção de Instalações Clandestinas de Esgoto –


5.3.2.4.3
PRECLANDES..................................................................................... 239

Programa de Implantação de Formas de Controle na Fonte em Áreas


5.3.2.5
Públicas................................................................................................. 240

Projeto de Implantação de Reservatórios para Água da Chuva em


5.3.2.5.1
Prédios Públicos – PIREAC................................................................. 240

Projeto de Instalação de Dispositivos de Infiltração em Áreas Públicas


5.3.2.5.2
– PRINFARP........................................................................................ 241

Programa de Instituição do Sistema de Informação de Drenagem e


5.3.2.6
Manejo de Águas Pluviais – SIDMAP................................................. 242

5.3.2.6.1 Projeto de Criação do SIDMAP – PROSIDMAP................................ 242

Programa de Educação Ambiental para Controle de Transtornos


5.3.2.7
Relacionados à Drenagem Municipal................................................... 242

Projeto de Apresentação à Sociedade de Soluções Simples para


5.3.2.7.1
Problemas Recorrentes de Drenagem – PROSSOLD........................... 243

5.3.2.8 Programa de Disciplinamento da Ocupação Urbana............................ 244

Projeto de Preservação de Áreas Marginais de Corpos Hídricos –


5.3.2.8.1
PROPAMC............................................................................................ 244

5.3.2.9 Resumo das Medidas Não-Estruturais.................................................. 245

5.3.2.10 Resumo das Medidas Propostas........................................................... 246

5.4 SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS 249

 
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

SÓLIDOS.............................................................................................

5.4.1 Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos.................................. 249

5.4.2 Objetivos por Serviço........................................................................... 251

5.4.3 Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos................................. 251

5.4.4 Cenários................................................................................................ 253

5.4.4.1 Cenário Integral................................................................................... 253

5.4.4.2 Cenário Estagnado............................................................................... 254

5.4.4.3 Cenário Demanda................................................................................. 255

5.4.5 Metas por Serviço................................................................................ 256

5.4.5.1 Metas Emergenciais e/ou de Curto Prazo............................................ 256

5.4.5.1.1 Implantação Coleta Seletiva................................................................. 256

5.4.5.1.2 Educação Ambiental............................................................................. 256

Fomentar a Organização de Catadores em Cooperativas ou


5.4.5.1.3
Associações.......................................................................................... 257

5.4.5.1.4 Monitorar Pontos de Descarte Irregular............................................... 257

5.4.5.1.5 Revisar o Código de Postura do Município........................................ 257

Aquisição de Nova Área para Implantação de Central de Tratamento


5.4.5.1.6
de Resíduos (CTR)............................................................................... 258

5.4.5.1.7 Implantar LEV e PEV em áreas estratégicas....................................... 258

Finalizar o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos –


5.4.5.1.8
PGIRS.................................................................................................. 258

Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD) para a Área do


5.4.5.1.9
Aterro Municipal.................................................................................. 258

5.4.5.1.10 Fomentar Sistema de Logística Reversa.............................................. 258

5.4.5.1.11 Taxa de Limpeza Pública..................................................................... 259

Incentivar e/ou Fomentar a Implantação de Aterro para Resíduos da


5.4.5.1.12
Construção Civil (RCC)....................................................................... 259

5.4.5.2 Metas de Médio Prazo.......................................................................... 260

5.4.5.2.1 Implantar e Operar CTR...................................................................... 260

 
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

5.4.5.2.2 Definir Ações Referente aos Passivos Ambientais............................... 260

5.4.4.2.3 Implantar Aterro de Resíduos da Construção Civil (RCC)................. 260

5.4.5.3 Metas de Longo Prazo.......................................................................... 260

5.4.5.3.1 Universalizar a cobertura da coleta municipal de resíduos domiciliares. 260

5.4.5.3.2 Universalizar a Cobertura da Coleta Seletiva....................................... 260

Parceria com programas habitacionais para a população de áreas de


5.4.5.3.3
difícil acesso......................................................................................... 261

Programas, Projetos e Ações Necessárias para atingir os Objetivos e as


5.4.6
Metas.................................................................................................. 261

5.4.6.1 Projetos e Obras de Resíduos Sólidos.................................................. 262

5.4.6.1.1 Projeto Sistemas de Acondicionamento, Coleta e Transporte............ 262

5.4.6.1.2 Projeto Sistema de Coleta Seletiva....................................................... 262

5.4.6.1.3 Projeto Sistema de Limpeza de Logradouros Públicos....................... 263

5.4.6.1.4 Projeto de Implantação de Central de Tratamento de Resíduos (CTR).. 263

5.4.6.2 Programas e Ações Estruturantes.......................................................... 263

5.4.6.2.1 Programa “Lixo Zero”.......................................................................... 264

5.4.6.2.2 Programa “Feira Limpa”...................................................................... 264

5.4.6.2.3 Programa de Modernização dos Instrumentos de Controle................ 264

5.4.6.2.4 Programa de Formalização de Catadores e ONG’s.............................. 265

5.4.6.2.5 Programa de Educação Ambiental em Resíduos Sólidos.................... 265

5.4.6.3 Investimentos para atingir os Objetivos e Metas................................. 266

5.4.6.4 Projetos e Obras.................................................................................... 266

5.4.6.5 Programas de Saneamento Básico......................................................... 266

Investimento em Projetos, Obras e Programas do Sistema de Limpeza


5.4.6.6
Pública................................................................................................... 267

5.4.6.7 Cronograma Físico-Financeiro.............................................................. 268

6 CONCLUSÕES.................................................................................... 269

 
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................... 270

ANEXO I............................................................................................. 275

 
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

1 APRESENTAÇÃO

O objetivo deste documento é apresentar as informações necessárias à caracterização do Plano


Municipal de Saneamento Básico do Município de Parauapebas, no Estado do Pará.

O Plano apresenta de forma detalhada o panorama atual da prestação dos serviços de


abastecimento de água, esgotamento sanitário, resíduos sólidos e drenagem de águas pluviais,
bem como os prognósticos, estabelecimento de metas e definição dos investimentos,
necessários para caracterizar o PMSB, em sua versão final.

Nesse contexto, o documento aborda inicialmente o arcabouço legal envolvido com o tema
dos Planos Municipais de Saneamento Básico, ressaltando as leis aplicadas ao setor, dentre
elas a da Política Nacional de Saneamento Básico (Lei 11.445/2007), e da Política Nacional
de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010).

Na sequência é descrito um amplo diagnóstico do município, destacando informações


relativas ao seu histórico, localização, clima, geomorfologia, geologia, hidrologia, meio
biótico, demografia, economia, educação, saúde e uso e ocupação do solo. Vale registrar que
estas informações foram retiradas dos estudos da Avaliação Ambiental Estratégica,
produzidos em 2017, pelo Consórcio AmbGis-Umah, no âmbito do Programa de Saneamento
Ambiental, Macrodrenagem e Revitalização de Igarapés e Margens do Rio Parauapebas –
PROSAP.

Continuando, o documento descreve então o estado atual da prestação dos serviços de


abastecimento de água, esgotamento sanitário, resíduos sólidos e drenagem de águas pluviais.
Nesse particular, deve ser consignado que foram utilizadas, como base de referência os
estudos realizados inicialmente pelas equipes técnicas do Grupo de Pesquisa Hidráulica e
Saneamento (GPSH) e do Núcleo de Altos Estudos da Amazônia (NAEA), da Universidade
Federal do Pará (UFPA).

Concluindo, o documento detalha as ações e os investimentos necessários para equacionar a


prestação dos serviços integrantes do universo do saneamento básico no município e
apresenta, no ANEXO I, os Resultados da Consulta Pública realizada sobre o tema.

33  

 
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

2 CONSIDERAÇÕES GERAIS

O Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB, num conceito amplo, é uma das
ferramentas de gestão para elevar os níveis de salubridade ambiental a fim de promover a
melhoria das condições de vida urbana e rural dos municípios, compreendendo o
abastecimento de água, o esgotamento sanitário, o manejo dos resíduos sólidos e o manejo de
águas pluviais.

Para a FUNASA, o Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB é um conjunto de


diretrizes, estudos, programas, projetos, prioridades, metas, atos normativos e procedimentos
para avaliar o estado de salubridade ambiental, inclusive da prestação dos serviços públicos
relativo ao mesmo, assim como, estabelecer a programação das ações necessárias para a
prestação dos serviços de saneamento básico.

Neste sentido, a oferta dos serviços de saneamento básico deve ser orientada aos princípios
estabelecidos na legislação em vigor, que, essencialmente, são:

I. Universalização do acesso;

II. Integralidade dos serviços, considerando as necessidades da população e a eficácia


das ações e resultados;

III. Promoção da saúde pública e proteção do patrimônio público e privado;

IV. Eficiência da gestão pública;

V. Qualidade dos serviços;

VI. Transparência, participação e controle social; e

VII. Sustentabilidade em todos os aspectos, social, ambiental e econômico.

A fundamentação legal do Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB está sobre:

I. A Constituição Federal Brasileira Em 1988 a Carta Magna do Brasil inclui em seu


artigo 21 inciso XIX a competência da União instituir Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos e definir critérios de outorga de direito de usos.
A Constituição definiu a dominialidade pública das águas entre a União e os Estados
e criou efetivamente um Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;

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PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

II. O Sistema Único de Saúde (Política de Saúde, Lei nº 8.080/90). Que dispõe sobre
as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o
funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências;

III. A Política Nacional de Recursos Hídricos, Lei nº 9.433/1997, que também é


conhecida como “Lei das Águas”, que instituiu a Política Nacional de Recursos
Hídricos e regulamentou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos (SINGREH);

IV. O Estatuto das Cidades (Política Urbana, Lei nº 10.257/2001). Que estabelece as
diretrizes gerais da política urbana. Cria o Estatuto das Cidades, definindo itens a
serem contemplados nos planos diretores municipais, entre eles a questão do
zoneamento ambiental, estudos de impacto de vizinhança e licenciamento;

V. Política Nacional de Saneamento Básico, Lei 11.445/2007, que define um marco


regulatório para o setor de saneamento básico, apoiando-se em princípios como a
universalização do acesso, a eficiência e a sustentabilidade econômica e ambiental
dos serviços.

A lei estabelece ainda a necessidade do titular desenvolver um plano de saneamento


que estabeleça metas e uma política de longo prazo para o setor.

Propõe a lei pela separação entre o operador do serviço e o regulador, o qual é dotado
de autonomia em relação aos operadores e ao poder público titular, devendo exercer
competências plenas entre os prestadores e usuários, normatizando os serviços e
estabelecendo regras sob os aspectos técnicos, econômicos e sociais;

VI. A Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei nº 12.305/2010. Instituída em 02 de


agosto de 2010, e regulamentada pelo Decreto 7.404, de 23 de dezembro do mesmo
ano, a Política Nacional de Resíduos Sólidos integra a Política Nacional do Meio
Ambiente e articula-se com as diretrizes nacionais para o saneamento básico e com a
Política Federal de Saneamento Básico, nos termos da Lei nº 11.445, de 05 de janeiro
de 2007, com a Lei nº 11.107, de 06 de abril de 2005, e com a Política Nacional de
Educação Ambiental, regulada pela Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999”.

A lei estabeleceu prazos para algumas ações, tais como a eliminação de lixões, a
disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos e o planejamento para
implantação da coleta seletiva no âmbito dos municípios até agosto de 2014.

35  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

De acordo com a legislação citada, a implantação da coleta seletiva é obrigatória em


todos os municípios brasileiros que devem atender à meta de 100% de coleta dos
materiais recicláveis e reutilizáveis, os quais devem ser destinados às cooperativas de
catadores e catadores autônomos para triagem e comercialização.

VII. Lei Estadual nº 7.731, de 20/09/2013. Dispõe sobre a Política Estadual de


Saneamento Básico. Tem por finalidade disciplinar o planejamento, os
investimentos, a prestação dos serviços, a regulação e o controle social dos
programas, ações, projetos, obras, atividades e serviços de saneamento básico no
Estado do Pará, respeitadas as atribuições e competências constitucionais dos entes
federados.

Além das leis acima mencionadas, todo o desenvolvimento do trabalho está em consonância
com a Lei Municipal nº 4.328, de 30 de dezembro de 2006, que dispõe sobre o Plano Diretor
do Município de Parauapebas e dá outras providências; Lei Municipal nº 4.231, de 31 de
dezembro 2004, que disciplina o Poder de Polícia Administrativa no âmbito do município de
Parauapebas instituindo o Código de Posturas Municipais e dá outras providências; Lei
Municipal nº 4.385, de 11 de agosto de 2009, que cria o Serviço Autônomo de Água e Esgoto
do Município de Parauapebas – SAAEP, como entidade autárquica de direito público, da
administração municipal indireta. Tem como objetivo desenvolver os serviços de saneamento
na cidade de Parauapebas, no que se refere aos serviços de água e esgoto.

O horizonte de tempo desenvolvido neste Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB


para o Município de Parauapebas é de 20 anos, sendo sua revisão prevista a cada 4 anos,
conforme elaboração do PPA do município.

3 DESCRIÇÃO DO MUNICÍPIO DE PARAUAPEBAS

O Município de Parauapebas tem sua a origem atrelada à existência das reservas de minério
de ferro no Estado do Pará.

Após a descoberta de uma das maiores reservas minerais do mundo na Serra dos Carajás
durante os anos 60, os direitos de exploração da área foram concedidos à empresa Companhia
Vale do Rio Doce – CVRD - (atualmente Vale S.A.). Para a exploração de minério de ferro,

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PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

ouro e manganês, a Vale construiu uma rodovia asfaltada entre a cidade de Marabá e as
instalações da empresa com cerca de 200 km de extensão.

Já com relação ao projeto de extração de minérios chamado “Grande Carajás”, a Vale


construiu um núcleo urbano ao lado do povoado para abrigar seus funcionários, incluindo
trabalhadores que participaram das obras da Estrada de Ferro Carajás, iniciadas em 1981
(inaugurada em 1985), ligando a província mineral ao Porto da Ponta da Madeira, em São
Luís, no Maranhão.

A Vale iniciou ainda a construção de uma infraestrutura básica, com escola, delegacia,
hospital, prédio da administração e rede elétrica. Na época, a Vila de Parauapebas já
acumulava mais de 20 mil habitantes.

Já o movimento migratório para a região teve início na década de 60, tornando-se mais
intenso a partir dos anos 70, com a implantação de uma infraestrutura de transportes, de
comunicação e de energia que integrou esta região do Sudeste paraense ao restante do País.
Até este momento, a população ocupava as margens dos rios por onde, quase exclusivamente,
se deslocavam.

No que se refere à comunicação, até a década de 60, era o telégrafo que atendia a região de
forma precária. O início da atividade mineradora atraiu para a região um contingente
populacional extremamente variado formado predominantemente por operários em busca de
oportunidades de trabalho na construção civil e nas obras de infraestrutura (rodovias,
hidrelétricas), além de garimpeiros na esperança de riqueza, pequenos agricultores à procura
de terra, fazendeiros, madeireiros e outros.

3.1 Localização

O município de Parauapebas encontra-se na porção centro-leste do Estado de Pará, na


microrregião de mesmo nome, no centro da maior reserva mineral do mundo, a Serra do
Carajás, que vem sendo explorada pela Vale do Rio Doce.

O município de Parauapebas foi criado em 10 de maio de 1988, através da Lei Estadual nº


5.443, de 10 de maio de 1988, desmembrado do município de Marabá. O território atual de

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Parauapebas possui 6.886,208 km² e uma densidade demográfica de 22,35 hab/km², com uma
população estimada em 2013 de 176.582 pessoas, segundo dados do IBGE (2013).

Localizado na porção sudeste do Estado, a Microrregião de Parauapebas é formada pelos


seguintes municípios: Água Azul do Norte, Canaã dos Carajás, Curionópolis, Eldorado dos
Carajás e Parauapebas.

 
Figura 1 - Microrregião de Parauapebas, destacada em vermelho
Fonte: Wikipedia e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

Na região onde se localiza, Parauapebas é o município mais populoso, conforme tabela a


seguir.

Tabela 1 - População e Área dos Municípios da Microrregião de Parauapebas.

Municípios Área (km2)* População**

Água Azul do Norte 7.113,961 26.497

Canaã dos Carajás 3.146,407 34.853

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Curionópolis 2.369,098 17.578

Eldorado dos Carajás 2.956,690 32.780

Parauapebas 6.886,280 196.259

Total 22.934,843 307.967


Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
*Área da unidade territorial 2015.
**População estimada em 2016.

3.2 Caracterização do Meio Físico

A descrição das características do meio físico relativa ao município e a região de influência


direta e indireta para os serviços de saneamento do Município de Parauapebas foram retiradas
de estudos da equipe técnica da Prefeitura Municipal de Parauapebas, bem como do
“Relatório de Avaliação Ambiental Estratégica” para o Projeto de Saneamento Ambiental,
Macrodrenagem, Revitalização de Igarapés e Margens do Rio Parauapebas – PROSAP,
programa que está atualmente em preparação, com vista a obter um financiamento do Banco
Interamericano de Desenvolvimento – BID, o qual foi elaborado pelo Consórcio Ambgis-
Umah em 2017.

3.2.1 Clima

O clima e o tempo se apresentam como fatores fundamentais para diversos aspectos


ambientais e econômicos, estando relacionados às mais diversas temáticas, tais como os
recursos atmosféricos, os recursos hídricos, a fauna, a flora, a socioeconomia, dentre outros.

Dessa forma, é apresentada a seguir caracterização síntese dos principais sistemas de


circulação atmosférica e sua relação local; em seguida são apresentadas algumas variáveis
climáticas consideradas mais relevantes.

3.2.1.1 Sistemas de Circulação Atmosférica

O clima e as condições meteorológicas ocorrentes na área do município são fortemente


condicionados pela localização geográfica (latitude) e pelo relevo, que, em ação conjunta com
os grandes sistemas atmosféricos (massas de ar), controlam a distribuição pluviométrica,
evapotranspiração, temperatura, umidade do ar e regime de ventos.

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PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Conforme Nimer (1989), a compreensão do clima da Região Norte do Brasil depende do


conhecimento da influência dos fatores estáticos ou geográficos, como relevo, latitude,
continentalidade e maritimidade, em conjunto com os sistemas regionais de circulação
atmosférica (fatores dinâmicos). As principais massas de ar que influenciam o Brasil são
apresentadas na figura a seguir. Pode-se perceber que Parauapebas é influenciada diretamente
pela mEc durante o verão e pela mEa durante o inverno.

 
Figura 2 - Principais Massas de Ar no Brasil sobre os Climas Zonais.
Fonte: Adaptado de IBGE, 2017 e Nimer, 198 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

Durante o verão A mEc – Massa de Ar Equatorial Continental influencia fortemente a região,


mantendo a temperatura elevada e favorecendo os eventos pluviométricos; esta massa de ar
exerce influência em grande parte do território brasileiro

Contudo durante o inverno a mEc fica bastante restrita, abrindo condições para alguma
influência da mEa – Massa de Ar Equatorial Atlântica, contudo essa massa de ar apresenta
mais influência em áreas litorâneas, visto que conforme adentra o continente perde
rapidamente a umidade.

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PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

3.2.1.2 Classificação Climática

A classificação climática expressa as condições médias da atmosfera terrestre. Estas


condições, apesar de experimentarem variações diárias, mensais e sazonais, são representadas
por faixas climáticas que se mantêm razoavelmente uniformes, dentro de um padrão médio de
oscilação.

Pela classificação de Köppen (figura a seguir), o clima da região Amazônia é do tipo A, ou


seja, tropical úmido com a temperatura média do mês mais frio superior a 18 °C. A
classificação de Köppen apresenta ainda as seguintes subclassificações para o clima da região
amazônica:

• Af – clima tropical úmido, com precipitação média maior ou igual a 60 mm para o


mês mais seco;
• Am – clima tropical úmido de monção, com precipitação excessiva durante alguns
meses;
• Aw – clima tropical úmido, com inverno seco e precipitação média menor que 60 mm
para o mês mais seco.

A área do município está incluída na subclassificação Am.

Na estação chuvosa, os volumes mais expressivos concentram-se no período de janeiro a


março e a precipitação média mensal desse intervalo é da ordem de 240 mm. O período seco
inclui os meses de junho, julho e agosto, cuja média mensal de precipitação é da ordem de 30
mm.

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Figura 3 - Classificação Climática do Brasil - Köppen.
Fonte: Golder, 2009 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

3.2.1.3 Caracterização das Variáveis Climáticas

Para a caracterização das variáveis climáticas na área do município foram utilizados os dados
da estação meteorológica do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) de Marabá (Código
INMET 82562 MARABA - PA), localizada a cerca de 100 km a nordeste deste município.

Os dados coletados pela estação abrangem desde janeiro/1973 a dezembro/2016, o que


representa uma normal climatológica de 43 anos.

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Figura 4 - Localização da Estação Marabá em relação à Parauapebas.
Fonte: IBGE 2014 (modificado) e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

Conforme o gráfico a seguir, a região onde se insere Cariré apresenta regularidade na


distribuição de chuvas e da temperatura, sendo o período mais chuvoso entre os meses de
janeiro e abril, enquanto que o pico de temperatura ocorre, no período mais seco, entre junho
e setembro.

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Gráfico 2 - Pluviometria Média e Temperatura – Estação Marabá (1973-2016).
Fonte: INMET, 2017 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

3.2.1.3.1 Temperatura

Parauapebas apresenta bastante regularidade nas temperaturas, sendo as médias máximas


oscilando entre 31 e 34ºC e as mínimas entre 22 e 23ºC, no período analisado (1973-2017) as
temperaturas máxima e mínima foram, respectivamente, 39,7ºC (01 de setembro de 1962) e
15,6ºC (20 de outubro de 1975).

Conforme o gráfico a seguir, a amplitude térmica é de aproximadamente 10 ºC.

 
Gráfico 3 - Temperatura Média Máxima e Mínima– Estação Marabá (1973-2016).
Fonte: INMET, 2017. Fonte: Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

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3.2.1.3.2 Pluviometria

A média mensal do semestre mais chuvoso (novembro a abril) é de 253,66 mm, enquanto que
no semestre mais seco (maio a outubro), é de apenas 52,92 mm. Ou seja, a diferença entre o
período mais chuvoso e mais seco, é expressiva.

Com relação a regularidade das chuvas, conforme o Gráfico 3, percebe-se que nos meses mais
chuvosos ocorre, em média, chuvas durante mais da metade dos meses (dezembro a abril
apresentam mais de 15 dias com pluviosidade para ambas as estações). A frequência de
chuvas é importante para a agricultura, visto que auxilia no desenvolvimento adequado das
plantas.

 
Gráfico 4 - Dias com Chuva– Estação Marabá (1973-2016).
Fonte: INMET, 2017 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

No gráfico a seguir, foram destacados os dias com pluviosidade acima de 100mm. No total
foram identificadas 37 ocorrências com mais de 100mm de chuva em 24 horas. Estes eventos
mais severos ocorrem principalmente entre dezembro e março.

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Gráfico 5 - Dias com Chuva Acima de 100mm– Estação Marabá (1973-2016).
Fonte: INMET, 2017. Fonte: Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

Tabela 2 - 10 dias com maior pluviosidade – Estação Marabá (1973-2016).


Precipitação em 24
Dia Mês Ano
horas (mm)
1 Fevereiro 1974 157,5

8 Março 1975 140,6

16 Janeiro 1978 140,7

16 Janeiro 1986 131,7

8 Fevereiro 1990 150,3

7 Dezembro 1990 150,8

22 Dezembro 1991 182

17 Janeiro 2004 130,6

27 Abril 2004 133

2 Novembro 2011 162,8

7 Dezembro 2014 148,2

Fonte: INMET, 2017 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

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3.2.1.3.3 Umidade Relativa do Ar

Com relação a Umidade Relativa do Ar, conforme o gráfico a seguir, o período analisado
apresenta boa regularidade na distribuição; é importante frisar que a umidade relativa do ar de
acordo com a OMS deve se situar entre 40% e 70%, quando a umidade relativa do ar está
baixa provoca o ressecamento de mucosas nas vias aéreas, tornando o corpo mais vulnerável a
asma e infecções virais e bacterianas. Contudo quando acima dos 70% o saturado de vapor
interfere no mecanismo corporal de controle de temperatura (Varella, 2014).

 
Gráfico 6 - Umidade Relativa do Ar– Estação Marabá (1973-2016).
Fonte: INMET, 2017 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

3.2.1.3.4 Evapotranspiração

A Evapotranspiração, como era de se esperar, acompanha os períodos de maior e menor


pluviosidade, desta forma sua incidência é muito menor entre julho e setembro (meses mais
secos).

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Gráfico 7 - Evapotranspiração – Estação Marabá (1973-2016).
Fonte: INMET, 2017 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

3.2.1.3.5 Ventos

Em relação aos ventos, observou-se a prevalência em sentido norte. Contudo os períodos de


calmaria ultrapassaram a metade do período amostrado. As velocidades médias não
ultrapassam os 2 m/s, mas foram observadas máximas de 9 m/s nos sentidos norte e nordeste
e de 5 m/s no sentido oeste.

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Gráfico 8 - Estatística Multidirecional – Estação Marabá (1973-2016).
Fonte: INMET, 2017 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

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Gráfico 9 - Ventos – Estação Marabá (1973-2016).
Fonte: INMET, 2017 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

3.2.1.3.6 Caracterização da Superfície de Escoamento

A superfície de escoamento foi estimada a partir do mapeamento de uso da terra levando-se


em consideração a matriz de impermeabilização de cada uso – por exemplo: usos tipicamente
comerciais são mais propensos a serem impermeabilizados, já áreas de vazio urbano
normalmente são pouco impermeabilizadas.

Tabela 3 - Superfície de Escoamento considerada por tipo de uso.


CONSIDERAÇÃO SOBRE A
CLASSE DE USO
SUPERFÍCIE

Vegetação Infiltração

Campo/Pastagem Infiltração

Cultura Infiltração

Comercial Escoamento

Equipamento Urbano Escoamento*

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Expansão urbana Infiltração

Mineração Infiltração

Residencial Escoamento*

Industrial Escoamento

Vazio urbano Infiltração

Observação: itens marcados com * foram revisados para identificar grandes áreas de
infiltração
Fonte: Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

Utilizando-se as estimativas acima, aproximadamente 35% da área de estudo é


impermeabilizada, enquanto 65% é favorável a infiltração. Esses dados são importantes uma
vez que em áreas onde prevalece a impermeabilização, a velocidade da água durante eventos
pluviométricos aumenta significativamente, sobrecarregando os sistemas de drenagem
naturais e/ou artificiais, o que se traduz em transbordamentos e enchentes, sobretudo em
eventos mais fortes.

A figura a seguir apresenta a situação geral das áreas, sendo que no Anexo 1 é apresentado o
mapa em maior detalhe.

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PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

 
Figura 5 - Escoamento x Infiltração.
Fonte: IBGE, 2015; PMP, 2017; Google Earth Pro, 2016 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE),
2017.

3.2.2 Geomorfologia

Os terrenos no estado do Pará são submetidos a um regime climático quente e bastante úmido,
conforme já foi explicitado no item de Clima, assim ocorre intenso intemperismo químico e
forte lixiviação dos solos, formando uma paisagem arrasada e monótona.

As principais paisagens geomorfológicas existentes neste Estado são: planícies de inundação e


terraços fluviais das várzeas amazônicas; tabuleiros e baixos platôs modelados em rochas
sedimentares pouco litificadas; superfícies de aplainamento das áreas cratônicas; planaltos e
serras modelados em coberturas plataformais ou litologias mais resistentes à erosão (CPRM,
2013).

A figura a seguir, apresenta os domínios geomorfológicos existentes no Pará. O município de


Parauapebas está nos domínios Serra dos Carajás e Superfícies Aplainadas do Sul da
Amazônia.

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Figura 6 - Domínios Geomorfológicos do Pará.
Fonte: CPRM, 2013 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

A área de estudo se localiza no domínio geomorfológico Superfícies Aplainadas do Sul da


Amazônia que ocupa extensas áreas do centro sul do Pará, estes terrenos já arrasados
apresentam declividades entre 3 e 10 graus, com amplitudes variando de 20 até no máximo
50m, são bastante arrasados por prolongados processos erosivos, aliados a estabilidade
tectônica, contudo no domínio R4a1 - Domínio de Colinas Amplas e Suaves (Figura 6)
prevalece um relevo colinoso.

Toda a rede de drenagem apresenta um padrão dendrítico a subdendrítico e converge em


sentido aproximado sul-norte desde a divisa com o Mato Grosso até a calha do rio Amazonas,
primordialmente sobre as bacias dos rios Tapajós e Xingu-Iriri. Os rios Xingu e Araguaia,
assim como sua rede tributária, exibem distintas anomalias de drenagem associadas à
neotectônica, tais como cotovelos de drenagem e segmentos retilinizados (CPRM, 2013).

Os canais na área de intervenção se apresenta em vales abertos, com sentido de drenagem


nordeste (para o rio Parauapebas, Foto 1), estes canais apresentam formato radial, algumas

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PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

vezes meândricos, não sendo identificadas fortes anomalias. Destaca-se na rede hídrica na
área de intervenção o Igarapé Ilha do Coco (Foto 2), os demais canais se configuram em
pequenas drenagens que sofrem com processo de urbanização em seu entorno (Foto 3),
recebendo água em grande velocidade durante os períodos de chuva.

 
Foto 1 - Rio Parauapebas.
Fonte: Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

 
Foto 2 - Igarapé Ilha do Coco.
Fonte: Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

54  
 

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Foto 3 - Afluente do Igarapé Ilha do Coco.
Fonte: Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

Estes canais também apresentam alguns pontos de estrangulamento (Foto 4), o que dificulta a
passagem de água, sobretudo quanto existe o carreamento de entulhos (mormente oriundos de
lixo doméstico e descarte de outros materiais que possam ser levados).

 
Foto 4 - Córrego Guanabara, antes de cruzar sob a Rua Araguaia.
Fonte: Equipe Técnica e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

55  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

 
Figura 7 – Geomorfologia.
Fonte: IBGE, 2015; CPRM, 2008; PMP, 2017; SIVAM, 2004. e Consórcio AmbGis-Umah (AAE),
2017.

Conforme a figura a seguir (o Anexo 2 traz mais detalhes da declividade, enquanto o Anexo 3
ilustra a Altimetria da Área de Influência), os terrenos, por serem bastante trabalhados,
apresentam baixa declividade geral. Contudo destacam-se alguns morrotes residuais com
declividades mais altas. Nas áreas de intervenção, por se tratarem de planícies aluviais, as
declividades são bastante baixas no máximo de 5º.

Foram elaboradas três seções transversais com cortes dos terrenos no entorno das áreas de
intervenção:

56  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

 
Figura 8 - Geomorfologia
Fonte: IBGE, 2015; PMP, 2017; Aster Global Digital Elevation Model V2, 2011 e Consórcio AmbGis-Umah
(AAE), 2017

57  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

 
Figura 9 - Localização das Seções.
Fonte: IBGE, 2015; PMP, 2017; Aster Global Digital Elevation Model V2, 2011 e Consórcio
AmbGis-Umah (AAE), 2017.

3  
2   4  
1  

 
Figura 10 - Seção A.
Fonte: Aster Global Digital Elevation Model V2, 2011 – Valores em metros e Consórcio AmbGis-Umah
(AAE), 2017.

58  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

3  

1  
2  

 
Figura 11 - Seção B.
Fonte: Aster Global Digital Elevation Model V2, 2011 – Valores em metros. Equipe Técnica e
Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

3  

1  
2  

 
Figura 12 - Seção C.
Fonte: Aster Global Digital Elevation Model V2, 2011 – Valores em metros. Equipe Técnica e
Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

3.2.2.1 Áreas de Risco

As áreas de risco foram mapeadas pelo CPRM e pela Defesa Civil Municipal (2014),
conforme a figura a seguir (mais detalhes no Anexo 4):

59  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

 
Figura 13 - Áreas de Risco.
Fonte: IBGE, 2015; PMP, 2017; ANA, 2014; CPRM, 2013 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE),
2017.

Foram identificados dois tipos de risco na área urbana: Risco de Inundação Gradual e Risco
de Deslizamento Planar (potencial e já instalado), as principais áreas identificadas são:

• Riacho Doce
• Bairro União
• Cidade Nova
• Liberdade I e II
• Bairro Novo Brasil
• Rio Verde
• Bairro Primavera

Destas, Riacho Doce e Rio Verde estão nas áreas de intervenção.

Riacho Doce apresenta risco para inundação, com 122 moradias em risco. Está sob influência
da planície de inundação do rio Parauapebas, com processos de inundação anuais. Os arquivos
da Defesa Civil indicam a inundação de abril/2006 com a maior cota de inundação, com o rio

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atingindo 11,6m. Na área de risco também existe um equipamento público (escola de ensino
fundamental).

 
Foto 5 - Alagamento em parte do Bairro Riacho Doce (chuvas em março).
Fonte: Defesa Civil de Parauapebas, 2014 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

Rio Verde se localiza parcialmente na planície de inundação do Igarapé Ilha do Coco, é


ocupada por cerca de 36 imóveis, com risco alto para inundação. Em alguns casos as casas se
encontram a um metro da margem do igarapé.

 
Foto 6 - Casas às margens do Igarapé Ilha do Coco
Fonte: Defesa Civil de Parauapebas, 2014 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

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Os principais usos nas áreas mapeadas, por tipo de risco são apresentadas a seguir. Pode-se
perceber que a maior parte das áreas de risco são ocupadas por usos do tipo residencial,
contudo são percebidos também usos comerciais e equipamentos urbanos. Os demais usos
não impõem risco necessariamente a população (vazios urbanos, áreas vegetadas, etc), mas
deve ser mantida uma política para evitar que estas áreas também sejam ocupadas, ampliando
o problema.

Tabela 4 - Tipos de Usos por Áreas de Risco.


Risco Alto Instalado de Inundação Gradual
Classe Área (m²) Área (ha) %
Campo/Pastagem 13.602,72 1,36 2,44%
Comercial 37.005,78 3,70 6,63%
Corpo d'água 3.274,66 0,33 0,59%
Residencial 456.517,56 45,65 81,79%
Vazio urbano 7.866,32 0,79 1,41%
Vegetação 39.910,40 3,99 7,15%
Total Geral 558.177,43 55,82 100,00%
Risco Muito Alto Potencial de Deslizamento Planar
Classe Área (m²) Área (ha) %

Campo/Pastagem 74.188,50 7,42 5,11%


Comercial 60,23 0,01 0,00%
Equipamento 9.584,60 0,96 0,66%
urbano
Residencial 1.232.481,70 123,25 84,97%
Vazio urbano 118.947,37 11,89 8,20%
Vegetação 15.255,27 1,53 1,05%
Total Geral 1.450.517,67 145,05 100,00%
Risco Muito Alto Instalado de Deslizamento Planar

Classe Área (m²) Área (ha) %


Campo/Pastagem 5.565,45 0,56 0,68%
Comercial 29.696,80 2,97 3,62%
Corpo d'água 1.242,02 0,12 0,15%
Equipamento 25.260,56 2,53 3,08%
urbano
Expansão urbana 1.230,80 0,12 0,15%
Residencial 541.775,04 54,18 66,12%
Vazio urbano 13.503,22 1,35 1,65%
Vegetação 201.153,03 20,12 24,55%
Total Geral 819.426,92 81,94 100,00%
Fonte: Defesa Civil de Parauapebas, 2014 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

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3.2.3 Geologia

O estado do Pará se assenta na entidade geotectônica Cráton Amazônico, que expõe o seu
embasamento nas províncias Tapajós e Rio Branco, separadas pela Província Amazonas (que
inclui a Bacia do Alto Tapajós). Além da Província Amazonas, aparecem na área do Cráton a
Província Parecis (que inclui a Bacia do Alto Xingu), e as bacias sedimentares do Bananal,
Pantanal Mato-Grossense e Guaporé, bem como coberturas de extensões menores. (Hasui,
2012).

De acordo com o CPRM (2013) o Cráton Amazônico apresenta cinco províncias tectônicas ou
geocronológicas: Carajás (3000-2500 Ma), Transamazonas (2260-1990 Ma), Tapajós-Parima
(2030-1860 Ma), Amazônia Central (1900-1860 Ma) e Rondônia-Juruena (1850-1540 Ma).

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Área  Estudo  

 
Figura 14 - Províncias existentes no Cráton Amazônico.
Fonte: Hasui, 2012 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

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Área  Estudo  

 
Figura 15 - Setorização das Províncias adotada por Hasui et al (2012).
Fonte: Hasui, 2012 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

O município de Parauapebas está inserido no setor Carajás, segundo Hasui et al (2012) este é
o setor menos mal conhecido, juntamente com o setor Rio Maria, em virtude da riqueza
mineral (Província Mineral de Carajás). Foi estudado pela Rio Doce Geologia e Mineração
S/A (DOCEGEO) e explorado pela Companhia do Vale do Rio Doce (CVRD, hoje Vale)
desde 1968, a partir da descoberta das enormes jazidas de minério de ferro. As descobertas
seguintes foram de Fe, Cu, Au, Mn, Ni e Al, principalmente.

Localmente a Área de Influência, conforme a figura a seguir, se assenta sobre a unidade


A3xi – Unidade Gnáissica – Complexo Xingu, do Arqueano-Paleoproterozóico foi sugerida
durante os trabalhos do RADAM por Silva et al em 1974 (Hasui et al, 2012) para delimitar as
rochas mais antigas e pouco estudadas da porção Sul da Bacia Amazônica e, conforme o
conhecimento local avança, esta unidade vem sendo separada em porções menores.

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Este Complexo é representado na área por gnaisses tonalíticos a granodioríticos, por vezes
migmatizados, Trondhjemitos granodioríticos e granitos, com textura inequigranular e
porfiroclástica, formados por plagioclásios, quartzo, microclina, biotita, hornblenda, opacos,
zircão, apatita, alanita, titânita, clorita, moscovita e calcita.

 
Figura 16 - Unidades Litoestratigráficas do Município de Parauapebas.
Fonte: IBGE, 2015; PMP, 2017; CPRM, 2008 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

3.2.4 Solos

Esta classe compreende solos com B textural, não hidromórficos e com argila de atividade
baixa. Apresentam, além de média a alta saturação de bases, baixa saturação com alumínio, o
que indica menor acidez, bem como conteúdo mineralógico, que encerra comumente
quantidade significativa de minerais primários facilmente decomponíveis, os quais constituem

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fontes de nutrientes para as plantas, podendo ser considerados solos de média a alta fertilidade
natural.

Estes solos prevalecem nas porções oeste e leste do município. São comuns em todas as zonas
fisiográficas, ocorrendo sob diversos tipos de clima, material originário, relevo e vegetação. O
material originário é constituído predominantemente de saprólito de gnaisses e migmatitos, de
granitos e anortositos (Plutônicas Ácidas) e de micaxistos do Pré-Cambriano.

O aproveitamento destes solos exige práticas simples de conservação, quando em relevos


mais planos, mas tende a ser complexa em relevos mais movimentos, a mecanização poderá
ser dificultada pela pedregosidade existente. A principal limitação para o uso agrícola é a falta
de água.

 
Figura 17 - Pedologia.
Fonte: IBGE, 2015; PMP, 2017; CPRM, 2008. Fonte: Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

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3.2.5 Hidrologia

Toda a área de estudo drena para o rio Parauapebas, que é afluente do rio Itacaiúnas, esta
importante drenagem nasce na serra Arqueada (a partir da junção do ribeirão do Caracol e do
igarapé da Onça), seguindo na direção Sul-Norte, seus mais importantes tributários são:
margem esquerda: córrego da Goiaba, rio Sossego, igarapé do Taboca, igarapé Jacaré e
igarapé Cigano ou Mombuca. Pela margem direita recebe os rios Plaquê e Verde, igarapé Ilha
do Côco e os rios Novo e Caracol. De acordo com o EIA/RIMA do projeto Projeto FERRO
CARAJÁS S11D (Golder, 2009) a vazão específica na bacia do rio Parauapebas é de 12,9 L/s
km².

De acordo com os dados do Sistema de Gerenciamento Hídrico do Pará (2012) o rio


Parauapebas se situa na classe 4 da Resolução CONAMA 020/86 com oxigênio dissolvido
entre 3 e 4 mg/L, o que aponta para uma qualidade ruim na água deste importante canal
hídrico, conforme figura a seguir.

 
Figura 18 - Bacias hidrográficas de Parauapebas.

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Fonte: IBGE, 2015; CPRM, 2008; Governo do Pará; Plano Estratégico da Bacia Hidrográfica dos Rios
Tocantins e Araguaia; Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Pará, 2012 e Consórcio AmbGis-
Umah (AAE), 2017.

Conforme o Gráfico a seguir, o rio Parauapebas apresenta boa regularidade no nível de água.
É possível observar que os maiores níveis de água ocorrem nas épocas de maior pluviosidade,
é importante destacar que, mesmo não significando cheias ou inundações em suas margens, o
fato do rio Parauapebas apresentar períodos com nível mais elevado, certamente afeta os
regimes de seus tributários menores, podendo gerar transbordamento nestes canais hídricos.

 
Gráfico 10 - Acompanhamento do Nível do rio Parauapebas.
Fonte: SEMAS - Boletim DIMEH - BOLETIM HIDROLÓGICO (Consulta no site
https://www.semas.pa.gov.br/2017/03/21/boletim-hidrologico/ em 13/06/2017) e Consórcio AmbGis-Umah
(AAE), 2017.

Segundo a ANA – Agência Nacional de Águas existe uma estação pluviométrica no rio
Parauapebas (Estação 29070100 – rio Parauapebas) onde foram identificadas as vazões entre
02/2016 e 08/2016, confome a tabela a seguir, onde é possível perceber que os maiores
índices de vazão ocorrem nos meses mais chuvosos na região.

Tabela 5 - Vazões Máximas, Mínimas e Médias – Bacia do rio Parauapebas.


Estação - Método de Máxima Mínima Média Dia Dia
Data
Código obtenção (m3/s) (m3/s) (m3/s) máxima mínima
29070100 fev/16 Curva de descarga 63,70 9,17 33,90 6 28
29070100 mar/16 Curva de descarga 157,00 7,97 74,40 31 3
29070100 abr/16 Curva de descarga 199,00 29,20 95,90 13 28
29070100 mai/16 Curva de descarga 70,20 17,00 34,30 3 22
29070100 jun/16 Curva de descarga 17,00 6,99 11,50 1 30
29070100 jul/16 Curva de descarga 6,99 2,78 4,88 1 30
29070100 ago/16 Curva de descarga 3,17 2,40 2,69 15 20

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Fonte: ANA – Sistema Hidroweb (consulta em 13/06/2017) e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

3.2.5.1 Vazões Calculadas

As vazões foram calculadas no Relatório Técnico para Solicitação de Outorga de Uso de


Recurso Hídrico para Obras de Canalização de Curso Hídrico, elaborado pela Prefeitura
de Parauapebas para solicitação de outorgas no âmbito do presente projeto. Os cálculos de
vazão utilizam dados de 1983 a 2011, perfazendo assim 28 anos de representação histórica.

3.2.5.1.1 Igarapé Chácara das Estrelas

Para os cálculos, foram consideradas as seguintes características para este canal hídrico:

• Coordenadas em UTM estaca inicial (620.901,5313 e 9.329.773,1534)


• Coordenadas em UTM estaca final (620.635,5177 e 9.330.385,0899)
• Comprimento do Canal: 668 m
• Largura do Talvegue: 7,00 m
• Área da Bacia: 123.000,00 m2 ou 12,3 ha

Os Cálculos de vazão foram elaborados a partir do método de flutuador1, assim a vazão


considerada para este canal foi de 0,0106m³/s.

Para este canal também foram calculadas a vazão mínima de Duração Mensal e Recorrência
Decendial (Q10,M), Vazão Mínima Natural de Dez Anos de Recorrência e Sete dias de
Duração (Q10,7), Vazão Média de Longo Termo (QMLT) e Vazão máxima de Duração
Mensal e Recorrência Decendial (Q10,MAX)

Q10,M = 0,123 L/s ou 0,000123 m³/s


Q10,7 = 0,11 L/s ou 0,00011 m³/s
QMLT = 1,36 L/s ou seja 0,00136 m³/s
Q10,MAX = 3,28 L/s ou 0,00328 m³/s

                                                                                                                       
1
Flutuadores são dispositivos com características físicas que lhe permitem alcançar a mesma velocidade da água onde
flutuam; assim estes dispositivos são soltos em um ponto A e tem o tempo de deslocamento até um ponto B cronometrado,
assim é possível estabelecer a partir do tempo e da distância entre A e B, a velocidade.água onde flutuam; assim estes
dispositivos são soltos em um ponto A e tem o tempo de deslocamento até um ponto B cronometrado, assim é possível
estabelecer a partir do tempo e da distância entre A e B, a velocidade.

70  
 

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3.2.5.1.2 Igarapé Ilha do Coco

Para os cálculos, foram consideradas as seguintes características para este canal hídrico:

Comprimento do Canal: 5.430 m


Largura do Talvegue: 42,00 m
Área da Bacia: 120 km²

Os cálculos considerado a divisão do Igarapé Ilha do Coco em quatro trechos:

• Trecho a
o Coordenadas em UTM estaca inicial (623492,39 e 9325315,38)
o Coordenadas em UTM estaca final (623707,37 e 9327585,59)
• Trecho b
o Coordenadas em UTM estaca inicial (6237076149 e 9327586,22)
o Coordenadas em UTM estaca final (623037,55 e 9328539,16)
• Trecho c
o Coordenadas em UTM estaca inicial (622124,10 e 9328658,36)
o Coordenadas em UTM estaca final (620847,73 e 9328227,47)
• Trecho d
o Coordenadas em UTM estaca inicial (620847,78 e 9328227,65)
o Coordenadas em UTM estaca final (620364,20 e 9328679,44)

Os Cálculos de vazão foram elaborados a partir do método de molinete2, assim as vazões


medidas são apresentadas na tabela a seguir:

Tabela 6 - Vazões apuradas no Igarapé Ilha do Coco.


Vazão do Vazão do Volume do
Intervalo Altura de Vazão do
Tempo escoamento escoamento escoamento
de tempo chuva h rio Q
(h) básico superficial superficial
(h) (mm) (m³/s)
(m³/s) (m³/s) (m³)
10:15 0 0,1 8 9,27 69,2 1246200
10:20 5 0 78,5 10,53 82,0 1475400
10:25 10 0,3 92,5 11,80 91,0 1637100

                                                                                                                       

2 Aparelho dotado basicamente de uma hélice e um “conta-giros”, medindo a velocidade do fluxo d’água que passa por ele,
assim, quando posicionado em diversos pontos da seção do rio determinam o perfil de velocidades desta seção. Com tal perfil
e a geometria da seção, determina-se a vazão como se verá adiante.

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PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

10:30 15 0,1 102,75 13,07 104,7 1884300


10:35 20 0 117,75 14,33 99,7 1794000
10:40 25 0,6 114 15,60 95,4 1717200
10:45 30 10,2 111 16,87 96,1 1730400
10:50 35 7,5 113 18,13 88,9 1599600
10:55 40 0,1 107 19,40 69,5 1251000
11:00 45 9,4 88,9 20,67 45,3 816000
11:05 50 3,2 66 21,93 23,1 415200
11:10 55 16,5 45 23,20 10,8 194400
11:15 60 19,8 34 24,47 2,5 45600,0
11:20 65 0 27 9,27 69,2 1246200
Fonte: Prefeitura de Parauapebas (2015) e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

Para este canal também foram calculadas a Vazão Mínima de Duração Mensal e Recorrência
Decendial (Q10,M), Vazão Mínima Natural de Dez Anos de Recorrência e Sete dias de
Duração (Q10,7), Vazão Média de Longo Termo (QMLT) e Vazão máxima de Duração
Mensal e Recorrência Decendial (Q10,MAX)

Q10,M = 120,0 L/s ou 0,120 m³/s


Q10,7 = 106,6 L/s ou 0,106 m³/s
QMLT = 1.333,2 L/s ou 1,330 m³/s
Q10,MAX = 3.199,7 L/s ou 3,200 m³/s

3.2.5.1.3 Canal Guanabara II

Para os cálculos de vazão, foram delimitadas em oito sub bacias de influência que, conforme a
tabela a seguir, apresenta as seguintes características físicas.

Tabela 7 - Características Físicas – Sub bacias do Canal Guanabara II.


Área Parcial de Área Comprimento
Diferença de
Nós Drenagem Acumulada do Talvegue
cotas (m)
(Km²) Drenagem(km²) (m)
N1-N2 0,78 0,78 680,00 11,00
N9-N2 0,26 0,26 530,00 10,00
N2-N3 0,19 1,23 170,00 1,00
N3-N4 0,12 1,35 180,00 1,00
N4-N5 0,17 1,52 211,00 1,00
N5-N6 0,15 1,67 245,00 1,00
N6-N7 0,28 1,95 245,00 1,00
N7-N8 0,12 2,07 210,00 0,50

72  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Fonte: Prefeitura de Parauapebas (2015) e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

O método de cálculo utilizado para o Canal Guanabara II se baseia no SCS3 (Soil


Conservation Service / USGS), com utilização do modelo CABC. Com esse método foram
atingidos os seguintes resultados:

Tabela 8 - Vazões apuradas – Sub bacias do Canal Guanabara II.


Vazão Vazão Área Da Área
Bacia Nó Inicial Nó Final Inicial Final Bacia Acumulada
(M³/S) (M³/S) (Km²) (Km²)
SB5 N6 N7 0,000 2,941 0,130 0,130
SB6 N7 N8 2,941 6,645 0,150 0,280
SB7 N8 N2 6,645 7,904 0,070 0,350
SB1 N1 N2 0,000 5,855 0,280 0,280
SB2 N2 N3 12,515 20,842 0,420 1,050
SB3 N3 N4 20,842 25,469 0,220 1,270
SB4 N4 N5 25,469 30,206 0,230 1,500
Fonte: Prefeitura de Parauapebas (2015 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

3.2.5.1.4 Canal Caetanópolis

Para os cálculos, foram consideradas as seguintes características para este canal hídrico:

• Coordenadas em UTM estaca inicial (622.903,793 e 9.325.932,751)


• Coordenadas em UTM estaca final (623.381,531 e 9.326.123,239)
• Comprimento do Canal: 364 m
• Largura do Talvegue: 7 m

Os Cálculos de vazão foram elaborados a partir do método de flutuador, assim a vazão


considerada para este canal foi de 0,01534 m³/s.

Para este canal também foram calculadas a vazão mínima de Duração Mensal e Recorrência
Decendial (Q10,M), Vazão Mínima Natural de Dez Anos de Recorrência e Sete dias de
Duração (Q10,7), Vazão Média de Longo Termo (QMLT) e Vazão máxima de Duração
Mensal e Recorrência Decendial (Q10,MAX)
                                                                                                                       
3
Este método é aplicável quando não se dispõe de dados hidrológicos locais.

73  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Q10,M = 3,48 L/s ou 0,00348 m³/s


Q10,7 = 3,093 L/s ou 0,00309 m³/s
QMLT = 12,8876 L/s ou 0,01288 m³/s
Q10,MAX = 30,930 L/s ou 0,0309 m³/s

3.2.5.1.5 Canal Rua da Chácara

Para os cálculos, foram consideradas as seguintes características para este canal hídrico:

• Coordenadas em UTM estaca inicial (620.851,5845 e 9.328.204,8112)


• Coordenadas em UTM estaca final (620.770,1106 e 9.327.771,7206)
• Comprimento do Canal: 81,36 m
• Largura do Talvegue: 7 m

Os Cálculos de vazão foram elaborados a partir do método de flutuador, assim a vazão


considerada para este canal foi de 0,0052 m³/s.

Para este canal também foram calculadas a vazão mínima de Duração Mensal e Recorrência
Decendial (Q10,M), Vazão Mínima Natural de Dez Anos de Recorrência e Sete dias de
Duração (Q10,7), Vazão Média de Longo Termo (QMLT) e Vazão máxima de Duração
Mensal e Recorrência Decendial (Q10,MAX).

Q10,M = 0,564 L/s ou 0,000564 m³/s


Q10,7 = 0,5012 L/s ou 0,0005012 m³/s
QMLT = 6,26 L/s ou 0,00626 m³/s
Q10,MAX = 15,03 L/s ou 0,0015 m³/s

3.3 Meio Biótico

O presente diagnóstico apresenta uma síntese dos fatores bióticos da região de Parauapebas e
suas interações com a urbanização, contextualizando a situação atual dor remanescentes
florestais e as iniciativas de conservação dos mesmos.

74  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Deve-se salientar que este estudo se baseia em uma amostragem expedita de campo e na rica
quantidade de dados secundários existentes na região de estudo.

A seguir, o conteúdo será dividido em tópicos relacionados a vegetação, fauna e áreas


protegidas.

3.3.1 Vegetação

A área do PROSAP está localizada no município de Parauapebas (PA), cujo território


encontra-se fitogeograficamente inserido no domínio de Floresta Amazônica (IBGE, 2004), o
qual é definido como Domínio Morfoclimático de Terras Baixas Equatoriais, caracterizado
por apresentar um amplo gradiente de tipos vegetacionais florestais e não florestais (Ab’
saber, 1971; apud Vale, 2011).

O Pará é o estado mais avançado na Amazônia em registros de áreas privadas no CAR


(Cadastro Ambiental Rural), visto que 60% de suas áreas passiveis de registro já constavam
na base de dados em 2015. Em contrapartida, é também o estado que possui atualmente uma
das maiores taxas de desmatamento na Amazônia (SILVA e NUNES, 2017). Em 2015, a
porcentagem de área desmatada foi de 22,90% sobre a área original florestada
(PRODES/INPE, 2017).

Destacam-se no município de Parauapebas as fitofisionomias de Floresta Ombrófila Densa


Submontana, Floresta Ombrófila Aberta Submontana e Refúgio Vegetacional (SIVAM,
2002), que são considerados como qualquer área diferenciada nos aspectos florísticos e
fisionômicos da flora dominante local (IBGE,2012). A maior representatividade de formações
vegetais encontra-se nas áreas protegidas (item 0, a seguir) e em menor escala em fragmentos
de vegetação remanescente em área urbana, sendo que as florestas primarias são encontradas
apenas no interior da Flona de Carajás (Vale, 2011).

Segundo Manual técnico da Vegetação Brasileira (IBGE, 2012), a Floresta Ombrófila Densa é
caracterizada por apresentar fanerófitos além de lianas lenhosas e epífitas em abundância,
porém sua característica mais marcante está atrelada a fatores climáticos tropicais de elevadas
temperaturas (médias de 25º C) e de alta precipitação, bem distribuídas durante o ano, com até
60 dias secos. A Floresta Ombrófila Densa Submontana, é caracterizada por espécies que
variam de acordo com a latitude. A submata é composta por plântulas de regeneração natural,

75  
 

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além de palmeiras de pequeno porte e lianas herbáceas em maior quantidade. Esta formação é
composta principalmente por indivíduos de alto porte, podendo ultrapassar 50 metros na
Amazônia.

A Floresta Ombrófila Aberta Submontana pode ser observada por toda a Amazônia e tem
como característica uma estrutura mais espaçada, apresentando rupturas no dossel. Em
Parauapebas ocorrem 2 faciações florísticas: com cipó, na região da Flona dos Carajás; e com
palmeiras, em uma pequena faixa ao sul do município, incluindo a APA do Igarapé gelado.
As Florestas Abertas com cipós ocorrem nas encostas e apresentam grandes árvores esparsas
onde estas são total ou parcialmente envolvidas pelos cipós. Já as abertas com palmeiras são
mais comuns nas planícies, sendo muitas vezes relacionadas a terrenos encharcados, com
destaque par as palmeiras açaí (Euterpe oleracea) e o babaçu (Orbignya speciosa) (VALE,
2009a).

A riqueza de espécies destas florestas é grande, como mostram alguns inventários realizados
na área. A listagem de espécies encontrada no município foi compilada da plataforma
SpeciesLink4 e encontra-se no Anexo 5.

É importante destacar que, de forma geral, as espécies identificadas nos levantados


consultados e compilados no presente Estudo são normalmente encontradas em áreas
protegidas.

Além das formações florestais, a Flona de Carajás (descrita no item a seguir) ainda apresenta
– em uma menor escala – a vegetação de canga (Savana Metafólica), caracterizada por uma
vegetação herbáceo – arbustiva de elevada caducifólia sazonal, imprimindo um aspecto
savânico – estépico à paisagem. Ocorre sobre os afloramentos ferruginosos, apresentando
diferentes fisionomias relacionadas a variações no substrato. Este tipo de formação é peculiar
de Carajás (PMFNC, 2016).

O plano de manejo da Flona de Carajas (PMFNC, 2016) aponta algumas espécies endêmicas
para a região, sendo que a maioria destas está relacionada ao ambiente rupestre. A tabela a
seguir apresenta as espécies indicadas no estudo.

                                                                                                                       
4
O SpeciesLink é uma rede de referência em informatização e disponibilização de coleções científicas de forma aberta e on-
line

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Tabela 9 - Espécies endêmicas da região de Carajás.


FAMÍLIA ESPÉCIE AMBIENTE PUBLICAÇÃO
Marsdenia bergii
Apocynaceae Savânico-estépico Morillo, 1993.
Morillo
Cavalcantia glomerata
Barroso & King
Asteraceae (Barroso & R.M.King) Savânico-estépico
(1971)
R.M.King & H.Rob.
Monogereion carajensis
Barroso & King.
Asteraceae G. M. Barroso & R. M. Savânico-estépico
(1971)
King,
Lepidaploa paraensis
Asteraceae Savânico-estépico Rob (1980).
(H.Rob.) H.Rob.
Parapiqueria
Asteraceae cavalcantei R.M.King & Savânico-estépico King & Rob (1980)
H.Rob.
Jacaranda carajasensis
Bignoniaceae Florestal Gentry. (1992)
A.H. Gentry
Ipomoea cavalcantei D.
Convolvulaceae Savânico-estépico Austin (1981)
Austin
Ipomoea marabaensis D. Austin & Secco
Convolvulaceae Savânico-estépico
Austin & Secco (1988)
Hypolytrum paraense M. Alves & Thomas
Cyperaceae Savânico-estépico
Alves & W.W.Thomas (2002).
Eriocaulon carajense
Eriocaulaceae Savânico-estépico Moldenke (1973)
Moldenke
Erythroxylum
Erythroxylaceae ligustrinum DC var. Savânico-estépico Plowman (1984)
carajasense Plowman
Erythroxylum nelson-
Erythroxylaceae Savânico-estépico Plowman (1984)
rosae Plowman
Mimosa skinneri Benth.
Fabaceae Savânico-estépico Barneby (1991)
Var. carajarum Barneby
Heliconia carajasensis
Heliconiaceae Florestal Barreiros (1980)
Barreiros
Utricularia physoceras
Lentiburiaceae Savânico-estépico Taylor (1986)
P. Taylor
Cuphea carajasensis
Lythraceae Savânico-estépico Lourteig (1987)
Lourteig
Axonopus carajasensis
Poaceae Savânico-estépico Bastos (1990)
Bastos
Paspalum carajasense
Poaceae Savânico-estépico Denham (2005)
S.Denham
Sporobolus multiramosus
Longhi-Wagner &
Poaceae Longhi-Wagner & Savânico-estépico
Boechat (1993)
Boechat.
Borreria paraensis Cabral & Bacigalupo
Rubiaceae Savânico-estépico
E.L.Cabral & Bacigalupo (1999)
Rubiaceae Spermacoce Savânico-estépico Delprete (2007)

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FAMÍLIA ESPÉCIE AMBIENTE PUBLICAÇÃO


semiamplexicaule (E.L.
Cabral) Delprete
Perama carajensis
Rubiaceae Savânico-estépico Kirkbr (1980)
J.H.Kirkbr.
Pilocarpus carajaensis
Rutaceae Florestal Skorupa (1998)
Skorupa
Picramnia ferrea Pirani Pirani & Thomas
Simaroubaceae Savânico-estépico
& W.W. Thomas (1988)
Daphnopsis
Longhi-Wagner &
Thymelaeaceae filipedunculata Nevling Florestal
Boechat (1993)
& Barringer
Xyridaceae Xyris brachysepala Kral. Savânico-estépico Kral (1988)
Fonte: Golder (2010) e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

A área de influência do PROSAP está inserida na mancha urbana do município de


Parauapebas, cujas atividades antrópicas modificaram permanentemente a paisagem e a
cobertura vegetal remanescente encontra-se fragmentada em uma matriz ocupada
prioritariamente por uso residencial onde os fragmentos existentes geralmente estão
associados a cursos d’agua.

O plano de manejo da Flona de Carajás (PMFNC, 2016) mostra que espécies exóticas foram
encontradas apenas nas áreas em que houve alteração antrópica como nos núcleos urbanos e
áreas reflorestadas. O capim braquiária (Urocloa spp.), capim meloso (Melinis Minutiflora) e
leucena (Leucaena leucocephala) foram encontrados em áreas reflorestadas, mas ainda
nenhuma espécie exótica foi encontrada no interior da mata nativa.

A figura a seguir apresenta os fragmentos florestais encontrados na área de influência do


projeto.

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Figura 19 - Cobertura vegetal na área de influência do projeto.
Fonte: IBGE, 2015; PMP, 2017; Google Earth Pro, 2016 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

3.3.1.1 Áreas Protegidas

Durante muito tempo sustentava-se a visão de que os recursos naturais eram infinitos, a
superexploração era algo bastante comum, além do que as questões econômicas sempre
tiveram prioridade diante as de preservação, que ficavam sempre em último plano (MOURA,
2006).

Com a mudança dessa visão de recursos infinitos e o aumento gradativo da conscientização


ambiental por parte da sociedade, foram surgindo algumas iniciativas a fim de preservar e
proteger os recursos naturais.

As áreas protegidas são partes do território sob atenção e cuidado especial, em virtude de
algum atributo específico ou até único que elas apresentam. Estas são importantes não apenas
para conservação da biodiversidade e paisagem, mas também como fornecedoras de serviços
ambientais indispensáveis as atividades humanas (FUNDO VALE, 2012).

A seguir serão apresentadas as Unidades de Conservação, Terras Indígenas e Áreas de


Preservação Permanente encontradas no município de Parauapebas. Quanto às Áreas
prioritárias para conservação, não há nenhum registro de área que entre em contato com o
município.

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3.3.1.1.1 Unidades de Conservação e Terras Indígenas

As áreas de conservação são criadas com o intuito de proteger o patrimônio natural e cultural
do País, constituindo um dos principais instrumentos de que dispõe o poder público para
executar um planejamento ambiental coerente (SMPMA, 2004).

No município de Parauapebas são encontradas três Unidades de Conservação (UC) e uma


Terra Indígena (TI). São as UCs: Floresta Nacional (Flona) de Carajás, Parque Nacional
(PARNA) Campos Ferruginosos e a Área de Proteção Ambiental (APA) do Igarapé Gelado; e
a TI Xikrim do Cateté.

As APAs (Área de Proteção Ambiental) geralmente são áreas extensas e pertencem à


categoria de Unidade de conservação de uso sustentável (MMA, 2016b). Estas categorias são
mais desafiadoras justamente pelo seu propósito de atender as necessidades da população,
levando em conta a sustentabilidade e a proteção dos seus recursos e ecossistemas (PINTO,
2014). As FLONAs são áreas sob domínio federal e de uso sustentável, com coberturas
florestais onde há predomínio de espécies nativas. Já os Parques Nacionais envolvem
pesquisa e visitação pública, sendo de preservação integral.

As Terras Indígenas são partes do território nacional, de propriedade da União e habitada por
um ou mais povos indígenas. De acordo com a Constituição Federal vigente, os povos
indígenas detêm o direito originário e o usufruto exclusivo sobre as terras que
tradicionalmente ocupam (ISA, 2017).

Todas as unidades de conservação, exceto Área de Proteção Ambiental (APA) e Reserva


Particular do Patrimônio Natural (RPPN), devem possuir uma zona de amortecimento
(SNUC, 2000). A mesma lei define zona de amortecimento como o entorno de uma unidade
de conservação onde o uso do solo é restrito e sujeito a normas e restrições especificas, como
o intuito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade.

As três áreas de proteção citadas acima e a respectiva zona de amortecimento da FLONA de


Carajás estão ilustradas na figura a seguir, importante destacar que, como o PARNA Campos
Ferruginosos foi criada por decreto de 05 de junho de 2017, a mesma ainda não possui zona
de amortecimento, que deverá ser definida posteriormente por norma técnica do ICMBio:

80  
 

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Figura 20 - Unidades de Conservação encontradas em Parauapebas.
Fonte: IBGE, 2015; MMA, 2016; Funai, 2016 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

A FLONA dos Carajás foi criada pelo Decreto nº 2.486, de 02 de fevereiro de 1998 e
apresenta uma área de aproximadamente 400 mil hectares, abrangendo o município de
Parauapebas, Canaã dos Carajás, e Água Azul do Norte (ICMBIO, 2017). Como pode ser
observado na figura acima, a área do PROSAP não entra em contato com a zona de
amortecimento da FLONA.

A APA Igarapé gelado foi criada pelo decreto nº 97.178, de 1989 e apresenta uma área de
21.600 ha, formando um cinturão verde, a fim de evitar conflitos de terras e proteger as áreas
que cercam a província mineral da Serra dos Carajás (MELLO-THÉRY & LEITE, 2016).
Esta APA acaba fazendo o papel de zona de amortecimento na frente norte da FLONA.

O PARNA dos Campos Ferruginosos foi criado pelo Decreto Presidencial de 05 de junho de
2017, com 79.029 hactares, dividido em 2 polígonos abrangendo parte dos Municípios de
Canaã de Carajás e de Parauapebas. Os principais objetivos do PARNA são:

I. Proteger a diversidade biológica das Serras da Bocaina, do Tarzan e suas paisagens


naturais e valores abióticos associados;

81  
 

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II. Garantir a perenidade dos serviços ecossistêmicos;


III. Garantir a proteção do patrimônio espeleológico de formação ferrífera e da vegetação
de campos rupestres ferruginosos;
IV. Contribuir para a estabilidade ambiental da região onde se insere; e
V. Proporcionar o desenvolvimento de atividades de recreação em contato com a natureza
e do turismo ecológico

A TI Xikrin do Cateté foi homologada a partir do decreto nº 384 de 1991, promovida pela
Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Possui uma área de aproximadamente 439.151 ha,
ocupando os municípios de Agua Azul do Norte, Parauapebas e Marabá. Segundo a Fundação
Nacional de Saúde (FUNASA), a população estimada na reserva era de 1.818 pessoas em
2010 (RCAPCA, 2010).

3.3.1.1.2 Áreas de Preservação Permanente

As Áreas de Preservação Permanente (APPs) são áreas cobertas ou não por vegetação nativa,
localizadas no entorno de rios e nascentes, topos de morros com altura mínima de 100 m e
encostas com declividades superiores a 45º. Estão legalmente protegidas e são
ambientalmente consideradas áreas frágeis e vulneráveis, podendo ser públicas ou privadas,
urbanas ou rurais.

A manutenção das APPs em ambiente urbano é de extrema importância pois possibilita a


valorização da paisagem e do patrimônio natural e construído. Além disso, são diversos os
serviços ambientais proporcionados por estas áreas, como a proteção dos solos prevenindo
inundações e assoreamento de rios (MMA, 2016c). A preservação da mata ciliar é o principal
elemento na manutenção da qualidade e quantidade de água em bacias hidrográficas. E,
portanto, ações de restauração e provimento da conectividade com foco nas zonas ripárias
representam estratégias satisfatórias no aumento percentual da cobertura vegetal de uma
região.

A hidrografia local foi caracterizada por meio de base cedida pela PMP e posteriormente
retificada pela equipe técnica a partir de imagens georreferenciadas na escala de 1:20.000, e
suas respectivas áreas de preservação permanente (APP) foram geradas seguindo as
recomendações do Novo Código Florestal (Lei nº 12.651/2012).

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A seguir, registros fotográficos dos corpos d’água que compõe a área de intervenção do
projeto:

 
Foto 7 - Trecho do Igarapé Ilha do Coco.
Fonte: Equipe técnica e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

 
Foto 8 - Trecho do Riacho Doce.
Fonte: Equipe técnica e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

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Foto 9 - Trecho do Córrego Guanabara.
Fonte: Equipe técnica. Fonte: Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

 
Foto 10 - Trecho Igarapé Açaizal.
Fonte: Equipe técnica e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

A figura a seguir apresenta as APPs encontradas na área de influência do projeto.

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Figura 21 - APPs encontradas na área de influência do projeto.
Fonte: IBGE, 2015; PMP, 2017; Google Earth Pro, 2016 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

Os projetos de melhorias e revitalização propostos pelo PROSAP serão desenvolvidos nos


corpos d’agua marcados na legenda como área de intervenção e suas respectivas APPs.

3.3.1.2 Inter-Relação População Local X Áreas Florestadas

Segundo estudo da Golder Associates (Vale, 2009c), o aumento abrupto de moradores em


Parauapebas por volta da década de oitenta - quando se teve início a exploração de mineração
pela Vale (então denominada Companhia Vale do Rio Doce), promoveu o deslocamento de
populações antigas, provavelmente mais dependentes da mata, de forma que no meio urbano
concentraram-se os indivíduos dependentes da cadeia de mineração. Em contrapartida, a
Flona e a TI Xikrin do Cateté constituem duas regiões especiais, onde a relação entre
comunidade e meio ambiente é diferenciada.

Com base vocacional da própria categoria de UC, diversas ações econômicas e de preservação
são realizadas no interior da Flona, incluindo extração vegetal sustentável, como é o caso da
extração de folhas do jaborandi (Pilocarpus microphyllus) e a coleta de sementes da

85  
 

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castanheira (Bertholletia excelsa). Dentre as espécies nativas ocorrentes na região, estas duas
são as que mais se destacam comercialmente: o jaborandi é utilizado na indústria farmacêutica
e cosmética e da castanheira tem se a comercialização de suas sementes comestíveis (Vale,
2009a). Em Parauapebas há a Cooperativa dos Coletores de Folhas Medicinais, em convênio
com o Ibama, para a execução do manejo sustentável do jaborandi (IBAMA, 2003). Já a
extração de castanhas vem mostrando um decréscimo em sua produção devido as condições
precárias de trabalho enfrentada pelos coletores e pelas condições de mercado desvantajosas.
Atualmente esta ação é realizada apenas pelos índios Xikrins (Vale, 2009a).

Assim como a castanheira, o jaborandi também está na lista de espécies ameaçadas de


extinção, classificadas com o status “em perigo” e “vulnerável”, respectivamente (Portaria
nº443/2014). Vale ressaltar que em ambos os casos, desde que seguido o plano de manejo
corretamente, trata-se de uma atividade sustentável, não oferecendo riscos de morte ao
indivíduo, visto que ocorre a coleta apenas de partes da planta (folhas e sementes no caso).

Além destas duas espécies, o açaí (Euterpe oleraceae) também está envolvido na rede
econômica regional, pelo suco feito de seus frutos, denominado “vinho de açaí”, que é
consumido na região, mas em menor escala se comparado a outras regiões do Norte (Vale,
2009a).

Infelizmente nem todas as práticas que ocorrem no interior da UC são sustentáveis, e a


extração ilegal de madeira do interior da Flona também é uma realidade. O carvão vegetal e a
madeira em tora, atividades relativamente lucrativas, preocupam por colaborarem com a
destruição da mata e por serem atividades dificilmente mapeadas. Um fator positivo é que
estas atividades não fazem parte da identificação cultural da comunidade local, visto que são
controladas por apenas alguns indivíduos específicos e a dependência destes recursos por
parte da população local é mínima (Vale, 2009c).

Há também caso de extrativismos mais esporádicos, como a extração de lenha, que é


condicionado de acordo com demandas domesticas, sendo assim um tipo de extrativismo
vegetal baseado na necessidade de combustível.

Externamente aos limites da Flona, as práticas extrativistas são incipientes, uma vez que a
quantidade destes recursos explorados em áreas urbanizadas ou de pastagem são mínimos
(Vale,2009c).

86  
 

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3.3.2 Fauna

Este item tem como objetivo evidenciar a fauna existente na região de Parauapebas, por meio
de levantamento de dados secundários, baseado em estudos ambientais realizados na região.

A maioria das espécies encontram-se restritas às formações florestais nas áreas protegidas do
município – sobretudo a Flona, visto que os remanescentes florestais encontrados existentes
no restante do território municipal, no geral estão isolados e, um contexto antrópico que reduz
bastante a possibilidade de conectividade destes remanescentes, além dos fatores de pressão
externa sofridos (como o efeito de borda, por exemplo) reduzindo suas funções ecológicas
(BRANDT, 2011).

Lembrando que a Flona de Carajás se localiza em uma das regiões com maiores riqueza e
diversidade de animais do mundo (ICMBIO, 2016), pode-se afirmar que esta diversidade é
muito maior dentro da Flona que nas áreas antropizadas circunvizinhas onde se encontra a
área de influência do projeto. Além disso o rio Parauapebas forma uma barreira física, que
separa a Flona da área antropizada na área de estudo, protegendo parte do limite da Flona e
funcionando como barreira controladora do fluxo de animais, responsável por mantê-los
seguros dentro da unidade de conservação.

A seguir, o assunto será representado pelos grupos mais representativos para o presente
estudo.

3.3.2.1 Mastofauna

O Brasil é o país com maior diversidade de mamíferos do mundo, contando com 652 espécies
descritas e ainda com novas espécies sendo descobertas ocasionalmente, o que é positivo,
visto o aumento da biodiversidade do país, mas, por outro lado, evidencia o baixo grau de
conhecimento da nossa fauna. Dentre as espécies já conhecidas, cerca de 25% são endêmicas,
sendo que na ordem dos primatas este número chega a 50% (VALE, 2009a).

Os mamíferos possuem representantes com diferentes exigências ambientais, que variam suas
necessidades de habitat de acordo com o tamanho corporal, peso e dieta (VALE, 2009a). De
um modo geral, mamíferos de grande e médio porte, principalmente das ordens Carnívora e
Primatas, são bons indicadores de qualidade ambiental, uma vez que demandam por grandes

87  
 

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espaços e por floresta bem estruturada para sobrevivência. Os primatas ainda se destacam
como bons indicadores tanto pela sua abundancia quanto pela facilidade de detecção e
identificação (BRANDT, 2011).

Quanto a espécies exóticas, estas geralmente estão relacionadas a presença humana. O rato-
preto (Rattus rattus) e a ratazana (Rattus norvergicus) provavelmente estão presentes em
áreas antropizadas, atraídas pelo lixo doméstico (PMFNC, 2016). Cachorros e gatos
domésticos também podem trazer consequências negativas se forem abandonados e
adentrarem na FLONA de Carajás, podendo causar desequilíbrio à fauna nativa (PMFNC,
2016).

3.3.2.2 Ornitofauna

A região de Carajás pode ser considerada a área com maior número de espécies de aves do
país (MPEG/VALE, 2005 apud BRANDT, 2011). Além disso, diversas espécies de aves raras
têm distribuição na Serra dos Carajás (BRANDT, 2011).

As aves são consideradas um excelente grupo de indicadores biológicos, uma vez que há
relativo bom conhecimento sobre o grupo e um grande número de trabalhos realizados. Além
disso, algumas espécies podem apresentar diversas restrições em relação ao ambiente e suas
mudanças, o que tornam o grupo um dos melhores indicadores biológicos para qualidade
ambiental (BRANDT, 2011).

Quanto as espécies exóticas, há registro de duas espécies para a região da Flona dos Carajás: o
pardal (Passer domesticus) e o pombo-domestico (Columba livia). Aparentemente estas duas
espécies estão presentes apenas na área urbana, não oferecendo impactos relevantes nas
populações de aves silvestres (PMFNC, 2016).

3.3.2.3 Ictiofauna

O Brasil é o pais com maior diversidade de peixes de água doce do mundo. Estima-se a
existência de até 3.000 espécies e a bacia amazônica é reconhecidamente a que abriga o maior
número de espécies.

88  
 

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Apesar do número de estudos terem aumentando devido a necessidade de levantamentos para


compor o licenciamento ambiental em empreendimentos na região, estes estudos geralmente
são pontuais e acabam se concentrando em cursos d ‘água de grande porte, enquanto que o
conhecimento de rios menores e afluentes é mais restrito (VALE, 2009b).

No geral, os peixes são excelentes indicadores biológicos, sendo comumente utilizados em


programas de monitoramento (FAUSH et al., 1990 apud Vale, 2009b). Quanto a espécies
exóticas, a falta de estudos acerca da distribuição das espécies dificulta a sua classificação,
mas é possível identificar espécies introduzidas na região de Parauapebas de tambaqui
(Colossoma macropomum) e das tilápias (Oreochromis niloticus) e Tilápia cf. rendalli, todas
relacionadas a fins comerciais e consumo local.

3.3.2.4 Insetos Vetores

Os insetos são considerados bons indicadores ambientais, por responderem rapidamente a


alterações no meio ambiente (LONGINO, op. cit. Apud BRANDT, 2011). É um grupo
extremamente importante a ser estudado devido sua importância nos casos de ocupação
humana, pois estes podem se tornar vetores de doença, como arboviroses5 e parasitoses.

Áreas cobertas por extensas florestas somadas a altos índices pluviométricos, como acontece
na região de estudo, são favoráveis a manutenção de arboviroses. Em decorrência de
desflorestamento e consequente perda de habitat, os vetores tendem a se aproximar das áreas
urbanas, podendo levar ao desencadeamento de surtos e epidemias (BRANDT, 2011). Por
tanto, modificações no ambiente natural aumentam o contato do ser humano com
determinados grupos de insetos que anteriormente estavam isolados no interior da floresta,
podendo desencadear casos de malária, febre amarela, e leishmaniose tegumentar (VALE,
2009c).

A maioria dos mosquitos adaptam-se muito bem ao ambiente urbano, onde há uma vasta
disponibilidade de criadores artificiais e locais de abrigo criados pelo homem, como por
exemplo áreas expostas com lixo a céu aberto, depósitos de inservíveis, áreas industriais,

                                                                                                                       
5
Arboviroses são viroses que tem o mosquito como agente etiológico ou vetores.

89  
 

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sistema de drenagem urbano – principalmente quando sem manutenção ou mal projetado,


entre outras (BRANDT, 2011).

Em estudo desenvolvido pela Golder Associates, em parceria com a Vale (2009) para o
Projeto Ferro do Carajás S11D, situado na porção sul da Flona de Carajás, foram amostrados
26 pontos em áreas dentro da flona, em locais sem ou com pouca perturbação humana, três
em fazendas, cujo local apresenta diferentes graus de interferência humana e um ponto em
local totalmente antropizado (Mozartinópolis). O total de indivíduos coletados neste estudo
foi de 12.327 exemplares distribuídos em 17 gêneros. Dentre estes, apareceram vetores
importantes da malária (Anopheles darlingi, A. nuneztovari, A. triannulatus e A. oswaldoi).
Embora o transmissor da malária seja abundante na região, há poucos casos registrados da
doença (VALE, 2011).

Também foram coletadas espécies vetores de arboviroses (febre amarela, encefalite equina,
etc). Praticamente todas as espécies mais abundantes e incidentes desta família (Culinaceae)
são transmissoras de pelo menos um vírus conhecido. Os principais vetores de febre amarela
foram levantados no estudo (Haemagogus janthinomys, Haemagogus leucocelaenus, Sabethes
chloropterus e Sabethes belisarioi) mas no geral mostraram-se pouco incidentes.

O gênero Culex Ochlerotatus (transmissores de arbovírus) e o Lutzomyia (transmissor da


leishmaniose) também foram encontradas no estudo, mas não foi coletado o transmissor da
dengue (Aedes aegypti).

Em conclusão, as formações florestais apresentam o triplo das espécies de mosquitos


registradas em campos abertos e áreas urbanizadas (Mozartinópolis), sendo que os dados
indicam que a maioria das espécies existentes na área urbanizada são oriundas da floresta
(VALE, 2009b). Contudo é importante destacar que, em áreas urbanas estes vetores acabam
não sofrendo predação e ficam muito próximos aos seres humanos, estando longe de outras
fontes de sangue para completar seus ciclos.

3.4 Diagnóstico Social

O município de Parauapebas conheceu desde a sua origem a forte influência de fatores


exógenos que interferiram decisivamente no processo de evolução do município, atraindo
vários e expressivos contingentes populacionais de outras regiões do Estado e do País para

90  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

atuarem na exploração mineral, no processo de colonização agrária, sempre em busca de uma


melhor qualidade de vida.

Neste sentido, o diagnóstico social do município de Parauapebas compreende o levantamento


de dados relacionados a população, economia, educação, saúde, habitação, saneamento e
demais aspectos diretamente relacionados a qualidade de vida da população parauapebense.

3.4.1 Demografia

3.4.1.1 Evolução da População

O Anuário Estatístico do Pará (2015), documento elaborado pela Fundação Amazônia de


Amparo a Estudos e Pesquisa do Pará (FAPESPA), registrou os valores, a seguir indicados,
que apontam para a evolução da população no município de Parauapebas.

Tabela 10 - Evolução da população: Parauapebas x Pará (2009 a 2014).

Município/Estado 2009 2010* 2011 2012 2013 2014

Parauapebas 152.777 153.908 160.228 166.324 176.582 183.352


Estado do Pará 7.457.119 7.581.051 7.688.531 7.822.205 7.999.729 8.104.880
Fonte: FAPESPA e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
* Censo Demográfico IBGE, 2010.

Tabela 11 - População Residente, por Naturalidade em relação à Unidade de Federação e ao Município


2000/2010.
Naturais da Federação
Não Naturais da
Ano Total Naturais do Não Naturais do
Total Federação
Município Município
2000 71.568 28.785 - - 42.783
2010 153.908 67.814 43.349 24.465 86.094
Fonte: Instituto de Desenvolvimento, Econômico e Ambiental do Pará (IDESP) e Consórcio AmbGis-Umah
(AAE), 2017.

Esses valores indicam a importância do fenômeno da migração na composição da população


de Parauapebas. Nos dois eventos censitários realizados pelo IBGE, o número de pessoas não
naturais do Estado do Pará é significativamente maior que aquele que registra os naturais do
município. A figura a seguir apresenta uma sequência de imagens apresentando a evolução da
mancha urbana de Parauapebas entre 1984 e 2016, sendo todas as imagens datadas do mês de
dezembro dos respectivos anos.

91  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

1984 1990 1995

2000 2005 2008

92  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

2010 2013 2016


Figura 22 - Evolução da Mancha Urbana em Parauapebas (1984 - 2016).
Fonte: Google Earth e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.  

Através da figura anterior, constata-se que a mancha urbana existente em 1984 permanece
pouco alterada até 1990. De 1990 para 1995, há uma expansão entre a área do Igarapé ilha do
Coco e a margem direita do rio Parauapebas, sendo notado o início da ocupação no entorno da
Av. Faruk Salmen.

De 1995 para 2000, não há mudanças significativas na mancha urbana, a não ser o
adensamento de loteamento já existentes em 1995.

Já de 2000 para 2005, há uma rápida expansão na porção da margem direita do Igarapé Ilha
do Coco, e de 2005 para 2008, a ocupação se estende em direção à montante, acompanhando
a margem direita do Igarapé Ilha do Coco.

Já de 2008 para 2010 - ou seja, em apenas 2 anos - há um grande crescimento que atinge a
margem esquerda do Igarapé Lajeado, mas também há uma expansão em direção ao sul.

De 2010 para 2013, porções significativas da margem direita do Igarapé Lajeado são tomadas,
assim como a porção sudeste da Área de Influência.

Por fim, entre 2013 e 2016 ocorre o adensamento de loteamentos já existentes.

93  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

3.4.1.2 Índices Demográficos.

No período 1991-2000, a população de Parauapebas teve uma taxa geométrica de crescimento


de 3,32% a.a., passando de 53.335 habitantes em 1991 para 71.568 em 2000. A taxa de
urbanização6 obteve crescimento expressivo nesse mesmo período de tempo, passando de
51,45% em 1991 para 82,80% em 2000. Observa-se que esse aumento de habitantes na área
urbana refletiu na taxa de crescimento 7negativa de -7,93 da população rural. No último
decênio, entre 2000 e 2010, Parauapebas apresentou uma alta taxa de crescimento de 7,96%
a.a., alcançando os atuais 153.908 habitantes, respectivamente, segundo dados do último
Censo Demográfico do IBGE. Já a taxa de urbanização obteve ligeiro crescimento no período,
passando de 82,80% em 2000 para 90,11% em 2010.

Tabela 12 - População por Situação de Domicílio, 1991, 2000 e 2010.


TGCA TGCA
Parauapebas 1991 2000 2010 1991- 2000-
2000 2010
População Total: 53.335 71.568 153.908 3,32 7,96%
Urbana: 27.443 59.260 138.690 8,93% 8,88%
Rural: 25.892 12.308 15.218 -7,93% 2,14%
Taxa de
51,45% 82,80% 90,11%
Urbanização:
Fonte: IBGE – Censos Demográficos, 1999, 2000 e 2010 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
TGCA: Taxa geométrica de crescimento anual.

3.4.1.3 Composição por Sexo

Outro indicador utilizado para traçar o perfil populacional é a razão de sexos, que indica o
número de homens para cada grupo de 100 mulheres. Quando o indicador se encontra acima
de 100, há predominância de homens, e abaixo deste número, há predominância de mulheres.

                                                                                                                       
6
Percentagem da população da área urbana em relação à população total
7
Taxa média geométrica de crescimento anual da população: Percentual de incremento médio anual da população residente
em determinado espaço geográfico, no período considerado. As estimativas de crescimento da população são realizadas pelo
método geométrico. Em termos técnicos, para se obter a taxa de crescimento (r), subtrai-se 1 da raiz enésima do quociente
entre a população final (Pt) e a população no começo do período considerado (P0), multiplicando-se o resultado por 100,
! !!
sendo "n" igual ao número de anos no período: r = − 1 ×100  .
!!

94  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

De acordo com os dados obtidos pelo Censo Demográfico IBGE, em 1991, o município de
Parauapebas tinha um contingente masculino maior que o feminino, quando o total de homens
representava 52,5% da população.

Essa diferença, porém, foi diminuindo ligeiramente com o passar dos anos, tanto que em 2000
e 2010 a população masculina e feminina apresentou registros equivalentes, com pequeno
acréscimo na quantidade de homens, conforme gráfico a seguir.

3.4.1.4 Distribuição Relativa da População por Sexo em Parauapebas

A proximidade entre a quantidade de homens e mulheres reflete no indicador de Razão de


Sexo, que caiu significativamente nos últimos 20 anos, conforme tabela a seguir.

Tabela 13 - Razão de Sexo em Parauapebas 1991, 2000 e 2010.


Parauapebas 1991 2000 2010
Homens 27.982 36.269 77.893
Mulheres 25.353 35.299 76.015
Razão de Sexo 110,37 102,75 102,47
Fonte: IBGE – Censos Demográficos, 1991, 2000 e 2010 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

3.4.1.5 Composição Etária

No que diz respeito ao perfil etário da população, Parauapebas contabilizava, na década de 90,
grande número de jovens, contando com 22.909 habitantes menores de 15 anos de idade, o
equivalente a 42,95% da sua população em 1991. Em 2000 e em 2010 o município passa a
abarcar uma população em faixa etária propícia à produção, entre 15 e 64 anos de idade, e
também vem aumentando o número de população acima dos 65 anos.

No entanto, a razão de dependência do município apresenta índices muito elevados desde os


anos 90, quando chegou a 78,41, revelando que a disponibilidade de mão de obra era
proporcionalmente pequena para a sustentabilidade econômico-financeira da população. O
descompasso na razão de dependência foi se abrandando ao longo de duas décadas, chegando
a 67,97 em 2000, e caindo para 49,46 em 2010 (IBGE, 2010).

O índice de envelhecimento, outro indicador da composição etária da população, representa a


razão entre o número de pessoas de 65 anos ou mais de idade em relação ao número de

95  
 

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pessoas de menos de 15 anos de idade. Valores elevados deste índice indicam que a transição
demográfica se encontra em estágio avançado.

Em Parauapebas, este indicador tem apontado a participação crescente de idosos em relação


aos jovens - passou de 2,32 em 1991 para 7,06 em 2010 - um fenômeno que reflete a redução
dos níveis de fecundidade e o aumento da esperança de vida da população. Porém, os valores
ainda são modestos, principalmente se comparados ao índice de envelhecimento do Estado do
Pará (15,32) ou do país (30,66) para o ano de 2010. O detalhamento dos índices de
envelhecimento e da razão de dependência de Parauapebas é verificado na tabela a seguir.

Tabela 14 - Estrutura Etária, Razão de Dependência e Índice de envelhecimento (1991, 2000 e 2010).

Parauapebas 1991 % 2000 % 2010 %

Menos de 15 22.90 27.63 47.57


43,0 38,6 30,9
anos: 9 6 5

29.89 42.60 102.9


15 a 64 anos: 56,1 59,5 66,9
5 9 76

65 anos e
531 1,0 1.325 1,9 3.357 2,2
mais:
Razão de
78,41 - 67,97 - 49,46 -
Dependência:
Índice de
Envelhecimen 2,32 - 4,79 - 7,06 -
to
Fonte: IBGE – Censos Demográficos, 1991, 2000 e 2010 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

3.4.2 Economia

Os dados e informações sobre a economia, apresentados a seguir, demonstram o tamanho e a


dinâmica do setor produtivo em Parauapebas, ao longo de um período de tempo. Os dados de
produção são provenientes do IBGE com valores corrigidos, sempre que necessário pelo IGP-
M da Fundação Getúlio Vargas para se formar uma base comparativa de informações.

São também abordadas as produtividades e poder de produção dos municípios no que tange a
mão de obra disponível, a potencialidade econômica e a renda gerada.

96  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Por fim, são observadas as interdependências econômicas da administração pública,


contrabalançando os repasses financeiros, os investimentos públicos e o poderio produtivo e
de contratação dos municípios estudados.

3.4.2.1 Dinâmica e Setores Econômicos

A economia de Parauapebas fundamenta-se, sobretudo, no setor secundário, com 75,91% de


participação na formação do Produto Interno Bruto (2013), reforçando a influência da
indústria de mineração e, sobretudo, da Vale. Em 2000, essa dependência era maior ainda,
com quase 80% da economia baseada na indústria.

O setor terciário, por sua vez, representa 16,25%, enquanto que a participação do primário é
irrisória no município, abaixo de 1% do PIB total de 2013. Vale destacar o baixo percentual
da administração pública em Parauapebas, a participação em 2013 foi de 3,54% - sendo um
indicador da mínima dependência da máquina pública na economia local.

Observa-se que o PIB vem crescendo anualmente a uma importante taxa: 12,69% a.a. No
período 2000-2013, o setor primário foi o que mais cresceu com 13,67% a.a. Apesar disso,
como vimos, sua participação é bem modesta na economia local. A arrecadação de impostos
no município de Parauapebas apresentou aumento significativo, contabilizando 20,69% de
crescimento anual.

Com montantes expressivos tanto do PIB total (mais de R$ 20 bilhões), quanto do PIB per
capita (superior a R$ 100 mil), Parauapebas se destaca no cenário estadual. É o segundo
município com a maior participação (16,8%) na produção econômica do Pará, perdendo
apenas para a capital Belém. E ocupa a segunda posição no ranking dos maiores PIB per
capita, atrás de Canaã dos Carajás, que registrou quase R$119 mil por pessoa em 2013, de
acordo a pesquisa da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará
(FAPESPA).

A tabela a seguir apresenta os dados do PIB total, setorial e respectivas participações para o
município de Parauapebas.

97  
 

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Tabela 15 - PIB Total, Setorial, Percentual de Participação e Taxa Geométrica de Crescimento Anual 2000-
2013.
Participaç
Participaçã TGCA
Parauapebas 2013 2000* ão PIB
o PIB Total 2000-2013
Total
R$ R$
PIB Total - - 12,69%
20.263.414.736,00 4.287.106.036,70
PIB Setor
R$ 147.766.556,00 0,73% R$ 27.951.682,20 0,65% 13,67%
Primário
PIB Setor R$ R$
75,91% 79,91% 12,25%
Secundário 15.381.781.448,00 3.425.709.801,80
PIB Setor R$
16,25% R$ 770.820.522,89 17,98% 11,82%
Terciário 3.293.436.737,00
Administraç
R$ 718.216.960,00 3,54% R$ 157.489.023,11 3,67% 12,38%
ão Pública**
Impostos R$ 722.213.035,00 3,56% R$ 62.624.029,81 1,46% 20,69%
PIB Per
R$ 114.753,57 - R$ 59.902,55 - 5,13%
Capita
Fonte: IBGE, Produto Interno Bruto dos Municípios, 2000 e 2013 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
*Valores corrigidos pelo IGP-M (FGV) para ano 2013 (in. Banco Central do Brasil/Calculadora do Cidadão,
2016).
**Os valores de administração pública também estão contemplados na contabilização do PIB para o setor
terciário da economia.

No que se refere à geração de emprego e renda no setor primário essa é a atividade menos
expressiva, a despeito de o município estar localizado em uma das principais mesorregiões
agropecuárias do Estado. As atividades primárias desenvolvidas no território Municipal, por
ordem de importância quanto à sua extensão territorial e rendimento econômico, são: a)
pecuária; b) agricultura; e o c) extrativismo vegetal. (FISCHER, Luly – 2014).

Dentre as atividades primárias, a pecuária é a predominante no Município, sendo executada


mesmo por pequenos agricultores, através da atividade pecuária leiteira. Entre 1994 e 2010
essa atividade apresentou expansão, no qual se destaca criação de rebanho bovino, seguido de
equinos e muares. Entre o rebanho de médio porte, o que mais se destaca é o efetivo suíno
(50,2%), seguida do rebanho ovino (32%) e caprino (13%), segundo levantamento realizado
em 2010. No rebanho de pequeno porte, a criação de galos, frangos e pintos foi a que mais se
reduziu no Município em comparação com os dados entre 1994 e 2010 (de 71.000 para
15.550 cabeças). A produção apícola no Município é recente e pouco expressiva
(PARAUAPEBAS. PM, 2012b. FISCHER, Luly - 2014).

98  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

A agricultura no município é predominantemente executada em regime de trabalho familiar, e


a criação de assentamentos contribuiu fortemente para esse cenário. Conforme dados do censo
agropecuário (IBGE, 2006) foram identificados em Parauapebas 996 estabelecimentos rurais,
sendo que 84% estão organizados em regime de agricultura familiar (FISCHER, Luly –
2014).

Assim, FISCHER, Luly – 2014, afirma que as atividades econômicas desenvolvidas no


Município possuem forte dependência da atividade mineral. Mesmo o setor terciário e a
indústria da construção civil são impulsionados indiretamente por essa atividade.

3.4.2.2 Emprego e Renda.

A geração de empregos em Parauapebas concentram-se basicamente no setor terciário, com


29.392 postos de trabalho no município (2015), equivalendo a 60% do total dos empregos. A
maior parte da mão de obra do setor terciário é alocada no Comércio e Serviços (69,5%) e os
30,45% empregos restantes se concentram na Administração Pública. O setor primário,
baseado praticamente na extração mineral, também emprega uma parte importante dos
moradores de Parauapebas, representando 22,7% do total de oportunidades geradas.

No total são 48.991 postos de trabalho distribuídos por 2.706 estabelecimentos, conforme
tabelas a seguir, que apresentam dados do Ministério do Trabalho e Emprego, com
informações a respeito do emprego formal e número de estabelecimentos para o ano de 2015,
evidenciando essa situação.

Tabela 16 - Empregos por Setor em Parauapebas.


Serviços
Agropecuária,
Indústria Industriais
Extrativa Construção Admin. Extração
de de Comércio Serviços Total
Mineral Civil Pública Vegetal, Caça
Trans. Utilidade
e Pesca
Pública

10.959 2.493 42 5.924 9.263 11.179 8.950 181 48.991

Fonte: Ministério de Trabalho e Emprego – RAIS, 2015 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

99  
 

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Tabela 17 - Empresas por Setor em Parauapebas.


Serviços
Agropecuária,
Indústria Industriais
Extrativa Construção Admin. Extração
de de Comércio Serviços Total
Mineral Civil Pública Vegetal, Caça
Trans. Utilidade
e Pesca
Pública

9 166 6 207 1.294 932 3 89 2.706

Fonte: Ministério de Trabalho e Emprego – RAIS, 2015 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

3.4.3 Índices de Desenvolvimento Humano.

Já em relação aos índices de desenvolvimento humano, observa-se que a renda média obteve
um ligeiro crescimento na década de 1990-2000. Em 1991 a renda per capita média era de R$
392,48, passando em 2000 para R$ 444,97, com uma taxa média anual de crescimento de
1,40%% nesses anos. Porém, entre 2000 e 2010 a renda domiciliar cresceu um pouco mais,
passando para R$ 627,61, ou seja, uma taxa média anual de 3,50%% em relação a 2000 de
acordo com os dados do IPEA. A renda média per capita de Parauapebas pode ser considerada
satisfatória, se comparada com a do Estado do Pará, de apenas R$ 446,76. No entanto, está
abaixo da média nacional (R$ 793,87).

Por sua vez, a pobreza (medida pela proporção de pessoas com renda domiciliar per capita
inferior a R$ 255,00, equivalente à metade do salário mínimo – R$ 510,00 - vigente em
agosto de 2010) diminuiu significativamente nos últimos 20 anos, apesar do aumento
registrado no período 1991-2000, quando o índice passou de 36,32% para 37,34%. Foi na
última década que esse índice sofreu uma queda importante, chegando a 13,17% em 2010.
Nesse indicador, Parauapebas se destaca positivamente tanto em relação ao Pará – onde o
percentual de pobres é de 32,33% - quanto ao Brasil (15,20%). A desigualdade social -
demonstrada pelo Índice de Gini - seguiu o movimento do índice de pobreza, crescendo de
0,59 em 1991 para 0,65 em 2000 e recuando depois para 0,53 em 2010.

Apesar da redução ao longo dos 20 anos, os valores do indicador de distribuição da renda


medido pelo PNUD ainda são expressivos, principalmente se analisarmos a metodologia de
aferição do Índice de Gini, que estabelece que quanto mais próximo de zero mais equacionada
será a distribuição dos rendimentos na região, e, ao contrário, quanto mais próximo de 1,

100  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

maior concentração de ganhos em um número menor das pessoas. A tabela a seguir apresenta
os indicadores de renda, pobreza e desigualdade de Parauapebas.

Tabela 18 - Indicadores de Renda, Pobreza e Desigualdade, 1991, 2000 e 2010.


Ano
Parauapebas
1991 2000 2010
Renda per capita Média (R$ de 2010*) 392,48 444,97 627,61

Proporção de Pobres (%) 36,32 37,34 13,17

Índice de Gini 0,59 0,65 0,53


Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2013 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
*Valor corrigido pelo IGP-M (FGV) para ano 2010 (in. Banco Central do Brasil/Calculadora do Cidadão, 2017).

3.4.4 Educação

O Ministério da Educação, através do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP),


realizou os Censos Educacionais nos anos de 2005 e 2015, cujos resultados, divulgados pelo
IBGE, são apresentados a seguir:

Tabela 19 - Ensino Pré-escolar.

Indicadores 2005 2015

Escolas 59 56

Matrículas 6.580 7.213

Docentes 276 343


Fonte: IBGE e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

O nível de Ensino Pré-escolar (Educação Infantil) corresponde à primeira etapa da Educação


Básica e, em Parauapebas, no período compreendido entre 2005 e 2015 foi registrada uma
redução na quantidade de escolas destinadas ao atendimento da demanda existente, muito
embora, o número de matrículas tenha aumentado.

Tabela 20 - Ensino Fundamental.


Indicadores 2005 2015

Escolas 55 68

Matrículas 22.687 41.521

101  
 

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Indicadores 2005 2015

Docentes 815 1.391


Fonte: IBGE e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

O Ensino Fundamental tem caráter obrigatório para todas as crianças e jovens com idade entre
6 e 14 anos. A duração desta etapa é de nove anos. A obrigatoriedade da matrícula nessa faixa
etária envolve de forma compartilhada os pais ou responsáveis; do Estado pela garantia de
vagas nas escolas públicas; e, finalmente, da sociedade, por fazer valer a própria
obrigatoriedade. Entre 2005 e 2015 a quantidade de matrículas cresceu 83%, ao passo que a
quantidade de escolas e de docentes cresceram em taxas menores (23,6% e 70,7%,
respectivamente).

Tabela 21 - Ensino Médio.


Indicadores 2005 2015
Escolas 10 17

Matrículas 7.150 11.313

Docentes 207 302


Fonte: IBGE e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

O Ensino Médio corresponde ao nível de ensino que antigamente era denominado de segundo
grau. Este nível equivale à última fase da educação básica, cujo objetivo é aprofundar os
conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental, bem como preparar o estudante para o
exame de admissão ao Ensino Superior. O curso técnico integrado ao Ensino Médio é
oferecido a quem já concluiu o Ensino Fundamental. Este curso garante tanto a formação do
Ensino Médio quanto a Técnica Profissional. Entre 2005 e 2015, houve aumento tanto do
número de escolas (70%), como de matrículas (58,2%) e de docentes (45,9%).

3.4.5 IDHM Educação

A seguir, serão apresentados dados integrantes do Atlas de Desenvolvimento Humano


Municipal. Este documento registra para Parauapebas que, entre os anos 2000 e 2010, ocorreu
a seguinte evolução, no que refere ao setor de Educação:

102  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

3.4.5.1 Crianças e Jovens

Proporções de crianças e jovens frequentando ou tendo completado determinados ciclos


indica a situação da educação entre a população em idade escolar do município e compõe o
IDHM Educação.

Em Parauapebas, a proporção de crianças de 5 a 6 anos na escola é de 91,87%, em 2010. No


mesmo ano, a proporção de crianças de 11 a 13 anos frequentando os anos finais do Ensino
Fundamental é de 86,34%; a proporção de jovens de 15 a 17 anos com Ensino Fundamental
completo é de 51,84%; e a proporção de jovens de 18 a 20 anos com Ensino Médio completo
é de 35,93%.

Entre 1991 e 2010, essas proporções aumentaram, respectivamente, em 66,07 pontos


percentuais, 67,98 pontos percentuais, 40,71 pontos percentuais e 26,78 pontos percentuais.

Em 2010, 83,43% da população de 6 a 17 anos do município estavam cursando o Ensino


Básico regular com até dois anos de defasagem idade-série. Em 2000 eram 67,39% e, em
1991, 66,62%. Dos jovens adultos de 18 a 24 anos, 4,06% estavam cursando o ensino superior
em 2010. Em 2000 eram 0,95% e, em 1991, 0,08%.

3.4.5.2 Expectativa de Anos de Estudo

O indicador Expectativa de Anos de Estudo também sintetiza a frequência escolar da


população em idade escolar. Mais precisamente, indica o número de anos de estudo que uma
criança que inicia a vida escolar no ano de referência deverá completar ao atingir a idade de
18 anos. Entre 2000 e 2010, ela passou de 8,11 anos para 9,26 anos, em Parauapebas,
enquanto no Estado do Pará passou de 6,80 anos para 8,49 anos. Em 1991, a expectativa de
anos de estudo era de 7,72 anos, em Parauapebas, e de 6,48 anos, no Pará.

3.4.5.3 População Adulta

Também compõe o IDHM Educação um indicador de escolaridade da população adulta, o


percentual da população de 18 anos ou mais com o ensino fundamental completo. Esse
indicador carrega uma grande inércia, em função do peso das gerações mais antigas, de menor
escolaridade.

103  
 

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Entre 2000 e 2010, esse percentual passou de 33,44% para 60,32%, em Parauapebas, e de
39,76% para 54,92%, no Estado do Pará. Em 1991, os percentuais eram de 30,56%, em
Parauapebas, e 30,09%, no Pará.

Em 2010, considerando-se a população municipal de 25 anos ou mais de idade, 10,90% eram


analfabetos, 55,20% tinham o Ensino Fundamental completo, 36,86% possuíam o Ensino
Médio completo e 5,73%, o Superior completo. No Brasil, esses percentuais são,
respectivamente, 11,82%, 50,75%, 35,83% e 11,27%.

3.4.5.4 Qualificação Profissional

Para analisar o nível de qualificação profissional da população de Parauapebas, foram


realizadas pesquisas em relação ao analfabetismo existente e a oferta de cursos
profissionalizantes.

3.4.5.5 Analfabetismo

A educação em Parauapebas experimentou uma considerável evolução nos últimos 20 anos,


perceptível pelo decréscimo das taxas de analfabetismo. Em 1991, 39,16% das crianças de 7 a
14 anos eram analfabetas; 13,58% dos jovens de 15 a 17 anos e 13,85% dos adultos de 18 a
24 anos também não possuíam alfabetização.

Em 2000 essas taxas decresceram bastante, fenômeno resultante dos investimentos na área da
educação, como se nota nas faixas etárias entre 7 e 14 anos (16,26%), entre 15 e 17 anos
(6,79%), e dos adultos de 18 a 24 anos (7,31%). Essa redução continuou em 2010, com o
índice de crianças (7 a 14 anos) caindo para 1,6%, o de jovens (15 a 18) para 0,7% e o de
adultos (18 a 24) para 1,1%.

Para as pessoas de mais de 25 anos a taxa de analfabetismo está sendo reduzida, porém em
velocidade menor que as demais faixas etárias. Em 1991, 24,56% dos habitantes com mais de
25 anos eram analfabetos, em 2000 esse número caiu para 19,95 %, e em 2010 para 7,2 %,
que apesar de ainda ser uma quantidade considerável mostra a evolução do município na
educação, conforme tabela a seguir.

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Tabela 22 - Nível Educacional da População 1991, 2000 e 2010.


Taxa de analfabetismo (%)
Faixa etária (anos)
1991 2000 2010
7 a 14 39,16 16,26 1,6
15 a 17 13,58 6,79 0,7
18 a 24 13,85 7,31 1,1
24,56 19,95 7,2
25 anos ou mais
Fonte: IBGE, Censos Demográficos 1991, 2000 e 2010 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.
N/D – Não Disponível.

3.4.5.6 Cursos Profissionalizantes

Por meio de pesquisa no cadastro do e-MEC, foram identificadas nove instituições de


Educação Superior:

• Centro Universitário de Parauapebas


• Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)
• Faculdade de Direito da Metropolitana
• Faculdade para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Fadesa)
• Universidade Pitágoras (Unopar)
• Faculdade Educacional da Lapa (Fael)
• Centro Universitário Internacional (Uninter)
• Faculdade Master de Parauapebas (Famap)
• Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA)

Além disso, Parauapebas conta com oferta de cursos técnicos profissionalizantes.

No Senai são oferecidos cursos técnicos nas áreas de automação industrial, eletroeletrônica,
logística, mecânica, mineração e segurança no trabalho.

Enquanto no Senac, há cursos nas áreas de gestão, logística, educação ambiental e inovação.

3.4.6 Saúde

Os estudos elaborados referentes à mortalidade têm por base a Classificação Internacional das
Doenças (CID), elaborada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Esta é composta por
um número muito elevado de doenças, incluindo suas variantes e complicações. Sendo assim,
o Diagnóstico de Saúde limita-se a analisar a situação e a tendência de alguns grandes grupos
de causas de morbidade e mortalidade.

105  
 

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O diagnóstico feito neste estudo trata da análise no que concerne à mortalidade e, para isso,
um dos indicadores mais utilizados é o da proporção de óbitos por grupo de causa, em relação
ao total dos óbitos ocorridos em dado período, que é conhecido como mortalidade
proporcional por causa definida.

Sob a mesma base teórica, ainda é analisado a distribuição percentual de internações por
grupo de causas, conferindo assim em um diagnóstico mais detalhado e plausível à avaliação.

3.4.6.1 Morbidade

Quanto aos índices de morbidade em Parauapebas, a principal causa de internações refere-se


naturalmente a complicações na gravidez, parto e puerpério, indicando um percentual de
36,45%; seguido de lesões, envenenamento e algumas outras consequências de causas
externas (18,35%) e doenças do aparelho digestivo (7,19%).

Na população com até 9 anos de idade a maior incidência de casos hospitalares é de algumas
afecções originadas no período perinatal (29,52% do total dessa faixa etária), seguida de
doenças ligadas ao aparelho respiratório (17,73%).

Já na população acima de 50 anos verifica-se maior morbidade hospitalar devido às lesões,


envenenamento e algumas outras consequências de causas externas (17,15%) e às doenças do
aparelho circulatório (16,86%).

3.4.6.2 Óbitos

Óbitos mais frequentes estão ligados às causas externas de morbidade e mortalidade, doenças
do aparelho respiratório e neoplasias (tumores), que somam 61,55% do total.

Cabe ressaltar que em Parauapebas o número de internações por doenças infecciosas e


parasitárias atingiu 4,10% do total em 2016 (DATASUS), havendo maior incidência em
pessoas menores de 1 ano.

A contribuição das doenças infecciosas e parasitárias para o total de óbitos registrados em


2014 é de 4,54%, atingido principalmente adultos entre 30 e 39 anos e a faixa etária de 70 a
79 anos.

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Tabela 23 - Distribuição Percentual das Internações e Mortes por Grupo de Causas.


Distribuição Percentual das Internações / Mortalidade Proporcional / Grupo de
Grupo de Causas 2016* Causas 2014**
Causa % Causa %
Causas externas de
Gravidez parto e puerpério 36,45% 33,64%
morbidade e mortalidade
Lesões, envenenamento e algumas
Doenças do aparelho
outras consequências de causas 18,35% 20,29%
circulatório
externas
Doenças do aparelho respiratório 7,19% Neoplasias (tumores) 7,61%
Doenças do aparelho
Doenças do aparelho digestivo 6,57% 6,28%
respiratório
Algumas afecções originadas
Doenças do aparelho circulatório 4,55% 5,47%
no período perinatal
Algumas afecções originadas no Doenças endócrinas
4,10% 4,67%
período perinatal nutricionais e metabólicas
Outros 22,78% Demais causas definidas 22,03%
Fonte: * Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). Acesso em janeiro,
2017. ** MS/SVS/CGIAE - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM. Acesso em janeiro, 2017 e
Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

3.4.6.3 Mortalidade Infantil

Um dos indicadores síntese da situação da saúde e bem-estar da população encontra-se


expresso no Coeficiente de Mortalidade Infantil, representado pelo número de óbitos infantis
(crianças até 1 ano de idade) por mil nascidos vivos. Com este indicador é possível, dentre
outras conclusões, obter pistas para a qualidade de vida, saneamento e saúde dos habitantes de
certa região. A OMS estabelece que os níveis máximos aceitáveis para este indicador estejam
entre 6 e 7.

Entre os anos de 1991 e 2000, a taxa de mortalidade infantil teve uma ligeira queda em
Parauapebas, passando de 42,6 por mil nascidos vivos em 1991 para 32,3 em 2000. Em 2010
este índice reduziu bastante, chegando a 17,4 por mil nascidos vivos, mostrando que houve
uma melhoria significativa neste indicador.

Parauapebas apresenta índice reduzido quando comparado com os valores do estado do Pará
(20,3 por mil nascidos vivos em 2010) e com os padrões estabelecidos pelas autoridades
internacionais – segundo as metas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio das Nações
Unidas, a mortalidade infantil no país deve estar abaixo de 17,9 óbitos por mil em 2015.

107  
 

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Comparativamente, o Brasil atingiu em 2010 o valor de 16,7 mortos a cada mil nascidos
vivos. Entretanto, deve-se tomar o cuidado de observar o indicador ao longo dos anos e,
principalmente, quando a localidade ou região estudada apresentar um pequeno contingente
populacional, o que pode extrapolar os índices mesmo quando há poucos casos desta natureza.

3.4.6.4 Esperança de Vida e Taxa de Fecundidade

O PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) observa em seus estudos
sobre desenvolvimento humano, outros dois indicadores de saúde e bem-estar: a esperança de
vida ao nascer e a taxa de fecundidade. O primeiro apoia-se na expectativa de anos de vida do
indivíduo a partir do seu nascimento e o segundo o número médio de filhos por mulher.

Em Parauapebas, a esperança de vida ao nascer aumentou 7,9 anos nas últimas duas décadas,
passando de 65,7 anos em 1991 para 68,6 anos em 2000, e para 73,6 anos em 2010.
Comparativamente, em 2010 a esperança de vida ao nascer média para o Estado do Pará era
de 72,4 anos e, para o país, de 73,9 anos. Já a fecundidade caiu bastante no município,
passando de 3,6 em 1991 para 3,3 filhos por mulher no ano 2000 e, finalmente, para 2,6 em
2010.

Tabela 24 - Indicadores de Longevidade, Mortalidade e Fecundidade (1991, 2000, 2010).


Parauapebas Estado do Pará
Indicador
1991 2000 2010 1991 2000 2010
Mortalidade até 1 ano
de idade (por 1.000 42,6 32,3 17,4 52,6 33,1 20,3
nascidos vivos)
Esperança de vida ao
65,7 68,6 73,6 63,4 68,5 72,4
nascer (anos)
Taxa de Fecundidade
Total (filhos por 3,6 3,3 2,6 4,2 3,2 2,5
mulher)
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2013 e Consórcio AmbGis-Umah (AAE), 2017.

108  
 

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3.5 Uso e Ocupação do Solo

3.5.1 Histórico do Surgimento do Município

A área que atualmente compreende o município de Parauapebas é resultado de uma série de


subdivisões territoriais fortemente influenciadas pela necessidade de controle territorial e pela
exploração de recursos naturais.

Segundo levantamento realizado por Ferreira (2003) a atual região integrava o território do
Município de Baião, que através da Lei Estadual 1609, de 05 de novembro de 1908 foi
desmembrada, criando o Município de São João do Araguaia, oficialmente instalado em 4 de
fevereiro de 1909, em razão de sua localização estratégica para trocas comerciais.

Ainda segundo Ferreira (2003), em 27 de fevereiro de 1913 ocorre um novo


desmembramento, através da Lei Estadual 1278, que cria o distrito de Marabá, em
decorrência do caucho e de sua localização na confluência entre os rios Tocantins e
Itacaiúnas.

Da mesma forma que prévios desmembramentos municipais, o surgimento do Município de


Parauapebas está ligado a um ciclo econômico. No entanto, diferentemente das situações
precedentes, a exploração econômica fará parte de um projeto coordenado pelo Governo
Federal denominado Programa Grande Carajás (PGC).

Apesar de a emancipação municipal ter ocorrido apenas em 1988, os fatores que influenciam
esse processo podem ser retraçados até a década de 1960, quando são descobertas grandes
jazidas de ferro e cobre em uma região, considerada a maior província mineral do mundo
(ÉLERES, 2002), outrora habitada apenas por populações indígenas.

A emancipação do Município de Parauapebas está diretamente ligada à implantação da


exploração mineral na Serra de Carajás, que, alterou a dinâmica populacional da região,
gerando condições favoráveis para a emancipação municipal. (FISCHER, Luly – 2014).

109  
 

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3.5.2 A Federalização de Terras Devolutas no Sudeste Paraense

A década de 1970, o Estado do Pará passou por um grande processo de federalização de terras
devolutas estaduais, o que ampliou significativa e rapidamente o controle da União sobre a
região, inclusive na sua porção sudeste, na qual está localizada o Município de Parauapebas.

A federalização de terras devolutas permitiu não apenas a implantação de projetos de


colonização ao longo das rodovias para atrair o contingente populacional que migrou para a
região, mas o grande capital, que almejando obter benefícios fiscais através do Programa
Grande Carajás, adquiriu grandes quantitativos de terra, sem necessariamente dar destinação
às terras, na expectativa de valorização (ÉLERES, 2002).

3.5.3 A Constituição da Área Patrimonial do Município de Parauapebas.

A Lei Estadual n. 5.443, de 10 de maio de 1988, que criou no Município de Parauapebas,


dispõe em seu art. 5º que “os bens públicos situados no território do município ora criado
passarão à sua propriedade, quando aplicados exclusivamente, a serviço ou estabelecimento
deste último”.

Inicialmente é necessário identificar quais bens foram transferidos à Parauapebas por


desmembramento de Marabá. Conforme dados obtidos por fontes secundárias (PIQUET,
1998; RODRIGUES, 2002), quando a implantação do projeto mineral na Serra dos Carajás,
duas áreas foram repassadas ao Município de Marabá e que atualmente estão localizadas no
Município de Parauapebas: vila de Parauapebas e povoado Rio Verde, correspondendo
atualmente aos bairros Rio Verde, Cidade Nova e União.

Contudo, em levantamento feito no INCRA SR-27 foram identificadas três doações feitas
pelo GETAT ao Município de Marabá e não apenas duas, conforme indicado nos estudos
anteriores sobre o município: a) doação feita à Prefeitura de Marabá de lote rural sem
denominação com 132,1566 hectares proveniente da gleba Taboca “A” (Processo GETAT
1678/1983); b) doação feita à Prefeitura de Marabá denominada núcleo urbano de
Parauapebas com 229,1673 hectares, proveniente da gleba Rio Novo (Processo GETAT
1678/1983); e c) doação feita à Prefeitura de Marabá denominada lote Rio Verde com área de

110  
 

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151,5278 hectares, proveniente da gleba Carajás III (Processo GETAT 327/1984).


(FISCHER, Luly – 2014).

3.5.4 A Competência para o Repasse de Áreas Públicas no Município de Parauapebas.

A identificação de áreas públicas no Município para fins de expansão de áreas urbanas não é
uma tarefa simples, pois envolve inventariar todos os bens públicos existentes nos limites do
território municipal e conhecer sua disponibilidade para alienação por parte do ente federado
detentor.

Portanto, para que o município possa demandar áreas ao Estado e União primeiramente é
necessário excluir quais são os bens públicos de uso especial no município desses dois entes
federados. Considerando o território municipal total desde já podem ser excluídas as áreas da
Terra indígena Xikrin do Cateté e da Floresta Nacional do Carajás, pois são grandes extensões
já afetadas e que não poderão ser doadas ou cedidas ao Município para expansão urbana.
Somente essas duas grandes áreas representam respectivamente 37% e 49% do território
municipal, totalizando 87% da área (quadro abaixo) do Município que não poderão ser objeto
de doação para fins de expansão urbana. (FISCHER, Luly – 2014).

Tabela 25 - Distribuição de áreas públicas federais de uso especial no município de Parauapebas.


Área  (ha)  %  do  
território  
Tipo  de  Bem  Público  de  Uso   Especial  
Municipa
l  
Floresta  Nacional  do  Carajás   340.764   49,21  
Terra  Indígena  Xikrin  do  Cateté   262.387   37,92  
TOTAL   603.151   87,13  
Fonte: Plano Diretor de Parauapebas (UFPA, 2006). (FISCHER, Luly – 2014).

Segundo levantamento realizado nos cadastrados no Serviço de Patrimônio da União quatro


glebas federais: gleba Engano segunda parte, gleba Rio Novo, gleba Taboca e gleba Verde.
Sobre essas áreas arrecadas e matriculadas em nome da União, ou então desapropriadas foram
criados assentamentos e doadas áreas a particulares que, se tiverem sido devidamente
destacadas do patrimônio público federal a terceiros, poderão ser desapropriadas diretamente
pelo Município. É também dessas áreas glebas federais que se originaram as doações de áreas

111  
 

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patrimoniais do Município de Parauapebas pelo GETAT quando estas ainda integravam o


patrimônio municipal em Marabá.

Com a criação do Programa Terra Legal em 2009 sob a responsabilidade do Ministério do


Desenvolvimento Agrário (MDA), com base na Lei Federal n. 11.952, de 25 de julho de 2009
(arts. 21 a 30), houve nove novas doações feitas ao Município de Parauapebas: 1) Cedere I; 2)
Palmares I; 3) Palmares II; 4) Liberdade I, 5) Liberdade II; 6) Liberdade III; 7) Conjunto
Bambuí/Nova Vida/Guanabara; 8) São Lucas I; e 9) São Lucas II, o que importou em um
incremento patrimonial a Parauapebas de 426,829 hectares (tabela abaixo), e permitirá a
regularização fundiária e habitacional dos munícipes.

Tabela 26 - Áreas patrimoniais doadas pela União no atual território de Parauapebas pelo Programa Terra Legal.

BAIRRO   ÁREA  (HA)   GLEBA  DE  ORIGEM  


Taboca   A,   quadra   1,   Projeto   de   Assentamento  
Carajás  II  e  III,  quadra  1,  lote  3  (matrícula  n.  216,  
Liberdade  I     52,1743   folha   1   de   6/5/1993   do   Cartório   de  
Parauapebas.   Registro   anterior:   matrícula   n.  
11483,  lv.  2,  f.  1,  22/06/1989,  RI  Marabá).  
Taboca   A   (matrícula   n.   216,   folha   1   de   6/5/1993  
do   Cartório   de   Parauapebas.   Registro   anterior:  
Liberdade  II   44,2458  
matrícula   n.   11483,   lv.   2,   f.   1,   22/06/1989,   RI  
Marabá).  
Taboca   A,   quadra   1,   Projeto   de   Assentamento  
Carajás  II  e  III,  quadra  I,  lote  2  (matrícula  n.  216,  
Liberdade  III   37,4245   folha   1   de   6/5/1993   do   Cartório   de  
Parauapebas.   Registro   anterior:   matrícula   n.  
11483,  lv.  2,  f.  1,  22/06/1989,  RI  Marabá).  
Guanabara/Nova  
Taboca   A   (matrícula   n.   216,   folha   1   de   6/5/1993  
Vida,  
do   Cartório   de   Parauapebas.   Registro   anterior:  
55,7943  
matrícula   n.   11483,   lv.   2,   f.   1,   22/06/1989,   RI  
Bambuí/Complexo  
Marabá).  
Esportivo  
Verde   (matricula   n.   219,   livro   ?,   folha   2,   de  
6/5/1993  do  Cartório  de  Parauapebas.  Registro  
Cedere  I   9,5187  
anterior:   matrícula   n.1652,   lv.   2,   f.   1,  
19/04/1989,  RI  Marabá).  
Rio   Novo   (mat.   3154,   f.   1,   de   22/11/2001   do  
Cartório   de   Parauapebas   (origem   PA   Palmares   II  
que   tem   por   Origem   títulos   do   GETAT  
Palmares  I   81,0463  
4(GETAT)82(1)4537,   4(GETAT)82(1)4535,  
4(GETAT)82(1)4541   e   4   (GETAT)82(1)4540,  
matriculados  sob  o  n.  86,  87,  88  e  89  da  f.  1  do  

112  
 

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lv.  2  do  RI  de  Parauapebas).  


Rio   Novo   (mat.   3154,   f.   1,   de   22/11/2001   do  
Cartório   de   Parauapebas   (origem   PA   Palmares   II  
que   tem   por   origem   títulos   do   GETAT  
Palmares  II   57,4520   4(GETAT)82(1)4537,   4(GETAT)82(1)4535,  
4(GETAT)82(1)4541   e   4   (GETAT)82(1)4540,  
matriculados  sob  o  n.  86,  87,  88  e  89  da  f.  1  do  
lv.  2  do  RI  de  Parauapebas).  
Taboca   A,   quadra   1,   Projeto   de   Assentamento  
Carajás   II   e   III,   quadra   2,   lote   6   (matrícula   n.   216,  
São  Lucas  I   46,4158   folha   1   de   6/5/1993   do   Cartório   de   Parauapebas.  
Registro   anterior:   matrícula   n.   11483,   lv.   2,   f.   1,  
22/06/1989,  RI  Marabá).  
Taboca   A,   quadra   1,   Projeto   de   Assentamento  
Carajás   II   e   III,   quadra   2,   lote   7   (matrícula   n.   216,  
São  Lucas  II   42,7573   folha   1   de   6/5/1993   do   Cartório   de   Parauapebas.  
Registro   anterior:   matrícula   n.   11483,   lv.   2,   f.   1,  
22/06/1989,  RI  Marabá).  
TOTAL                        426,829  
Fonte: (FISCHER, Luly – 2014).

3.5.5 A Incorporação Patrimonial pelo Município de Parauapebas a Partir da Aquisição


de Áreas Privadas.

Além da doação por parte da União, os municípios podem aumentar suas áreas patrimoniais
através da aquisição de bens privados por doação, compra, dação em pagamento e
desapropriação, bem como pela aprovação de loteamentos urbanos, regularmente registrados
no registro de imóveis que seja proveniente de um documento de propriedade válido, com
origem comprovada.

No caso do município de Parauapebas, além das doações acima especificadas no quadro


anterior, a legislação municipal de 1989 a 2012 autorizou a aquisição de áreas para o
patrimônio do município pelo Poder Executivo.

Neste sentido, podemos afirmar que além das áreas patrimoniais concedidas diretamente pela
União e as adquiridas quando do desmembramento do Município de Marabá acima
mencionadas, a Prefeitura Municipal de Parauapebas pode ter adquirido por compra,
desapropriação ou doação áreas de expansão urbana para a expansão de área patrimonial
urbana nos bairros de Beira Rio (PARAUAPEBAS. Lei n. 3.029/1997), Rio Verde
(PARAUAPEBAS. Lei n. 1.259/1994; PARAUAPEBAS. Lei n. 1.260/1994;
PARAUAPEBAS. Lei n. 2.407/1996), Cidade Nova (PARAUAPEBAS. Leis n. 360/1991;

113  
 

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PARAUAPEBAS. Lei n. 1.252/1994), Da Paz (PARAUAPEBAS. Lei n.152/1991) e


Maranhão (PARAUAPEBAS. Lei n. 354/1991).

Há ainda outras áreas superiores a 5.000m² que podem ter sido utilizadas para expansão
urbana (PARAUAPEBAS. Lei n. 376/1991; PARAUAPEBAS. Lei n. 1.204/1993;
PARAUAPEBAS. Lei n. 1.240/1994; PARAUAPEBAS. Lei n. 1.476/1994;
PARAUAPEBAS. Lei n. 3.208/1997), mas não é possível identificar a partir da análise
meramente documental sua localização.

As áreas que puderam ser identificadas com base no texto legal que sofreram maior
intervenção, em ordem decrescente, em termo de área foram estão localizadas nos bairros Da
Paz (1.430.509,53 m²), Rio Verde (218.671,13 m²), Zona Rural (145.861,38 m²), Cidade
Nova (73.905,56 m²), Maranhão (24.200 m²), Beira Rio (9.720 m²) e Primavera (810 m²) e em
termos de número de intervenções foram os bairros Rio Verde (22); Cidade Nova (7);
Primavera e União (4); Zona Rural e Canaã dos Carajás (3); Da Paz, Primavera e Maranhão
(2) e Beira Rio (1). (FISCHER, Luly – 2014).

Já no que se refere à aquisição de áreas em decorrência do parcelamento do solo por


aprovação de loteamentos urbanos, segundo levantamento feito pelo próprio Poder Executivo
de Parauapebas (1984-2010), a aquisição de áreas públicas por parte do município apresenta-
se bastante limitada, pois sua implantação, em geral, não é acompanhada do cumprimento da
Lei federal n. 6766, de 19 de dezembro de 1979.

Segundo Luly, a partir dos dados acima, é possível afirmar que apesar do Município de
Parauapebas ter por origem grandes áreas públicas, e a expansão urbana se dá
majoritariamente pela iniciativa privada, tanto na produção habitacional regular ou
irregular/clandestina. A atuação pública na expansão urbana, em regra, é decorrente de
ocupação espontânea, uma vez que a produção habitacional pública regular somente ocorreu à
época da implantação da mina da Serra dos Carajás, que na verdade foi executada pela Vale.
Esse fator pode ser justificado pelo forte crescimento populacional que se operou na região
em razão da implantação do Projeto de exploração mineral da Serra dos Carajás e pelo fato
de, em 2001, mais de 83% da população do município habitar a zona urbana municipal
(IBGE, 2001), tendo esse número sido elevado para, em 2010, para 91% (IBGE, 2010).
(FISCHER, Luly – 2014).

114  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Segundo diagnóstico para a elaboração do Plano Municipal de Habitação de Interesse Social


elaborado pela Prefeitura de Parauapebas em conjunto com a Fundação Vale
(PARAUAPEBAS. PM, 2012a, p. 76), utilizando dados do censo do IBGE (2010), apenas
pouco mais da metade das unidades habitacionais de Parauapebas são próprias (51,5%), o que
não indica uma verdadeira regularidade dominial, mas somente que o declarante que
participou na pesquisa apresenta algum documento que o forneça segurança jurídica, seja um
título, escritura ou matrícula no registro de imóveis. Ainda segundo os dados do IBGE (2010),
mais de um terço de todos os imóveis dos municípios são alugados (37%), o que indica um
mercado imobiliário aquecido por uma população flutuante.

3.5.6 A Disposição do Patrimônio Público pelo Município de Parauapebas.

A respeito da disposição do patrimônio público pelo Município de Parauapebas, a Dra. Luly,


em seu estudo, Ordenamento Territorial e Planejamento Municipal, apresenta um
demonstrativo histórico para a melhor compreensão do processo de uso e ocupação do solo. O
qual pode ser resumido na tabela abaixo.

Tabela 27 - Legislação municipal sobre disposição de Patrimônio Municipal.


Número  da  Lei   Ementa   Status  
Parcialmente   revogado   pela   Lei  
Dispõe  sobre  a.  utilização  de  terras   n.   792,   de   27   de   outubro   de  
31/1989,   de   20   de   do   Patrimônio   do   Município   de   1992  e  
dezembro  de  1989   Parauapebas   e   dá   outras  
providências   alterado  pela  Lei  n.  4.345,  de  12  
de  outubro  de  2007.  
s/n,  de  05  de  abril  
Promulgação   da   Lei   Orgânica   Emendada   uma   vez   em   22   de  
Municipal   dezembro  de  2009  
de  1990  
Alterada   pela   Lei   n.   4.427,   de  
4282,  de  31  de   Autoriza  o  Poder  Executivo  a  criar  e  
14   de   outubro   de   2010   e   pela  
implantar   o   programa   Morar-­‐Dias  
Lei  n.  4.474,  de  16  de  dezembro  
dezembro  de  2004   Melhores  
de  2011.  
4.328,  de  30  de   Dispõe   sobre   o   plano   diretor   do  
município   de   Parauapebas   e   dá   Em  vigor  
dezembro  de  2006   outras  providências  
Dispõe   sobre   a   autorização   para   o  
Poder   Executivo   proceder   a  
4.423,  de  27  de  
regularização  fundiária  de  453  lotes  
Em  vigor  
no   Parcelamento   Novo   Brasil,  
setembro  de  2010  
através   de   doação   às   pessoas  
carentes.  
Fonte: (FISCHER, Luly – 2014).

115  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

A primeira lei a tratar a questão patrimonial do Município foi a de n. 31/1989, que “dispõe
sobre a utilização de terras do patrimônio do Município”. Além de ser uma lei patrimonial, o
presente dispositivo legal também estabeleceu a primeira política de desenvolvimento urbano,
com o objetivo de ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o
bem-estar de seus habitantes (art. 1º), mas que, apesar de utilizar uma terminologia de Direito
Urbanístico, restringe-se a regular o uso, disposição e parcelamento do solo.

A Câmara dos Vereadores de Parauapebas promulgou sua primeira lei Orgânica (LOMP) em
5 de abril de 1990, tendo sido emendada uma única vez, em 22 de dezembro de 2009, quando
foi reformada integralmente.

No que toca às disposições relativas ao patrimônio municipal, primeiramente a LOMP de


1990 estabelecia em seu art. 11, I que integram os bens municipais “todas as coisas móveis e
imóveis, semoventes, direitos e ações que a qualquer título lhe pertençam e os que lhe vierem
a ser atribuídos” (PARAUAPEBAS. PM, 1990) e que cabe à Câmara Municipal, com a
sanção do Prefeito, legislar sobre a alienação de bens imóveis e a aquisição de bens imóveis,
doações onerosas e sem encargos, e desapropriações (art. 23, XI e XII), que deverão ser
aprovadas mediante lei complementar (art. 58, XII e XIII). (FISCHER, Luly – 2014).

Em razão da alteração da obrigatoriedade do uso de CRDU para fins de regularização


fundiária de população de baixa renda é que pode ser considerada legal a disposição da lei
municipal n. 4282, de 31 de dezembro de 2004, que instituiu o programa Morar-Dias
Melhores que dispõe sobre possibilidade de doação de áreas urbanas (art. 2º) às famílias
cadastradas pela Secretaria Municipal de Assuntos Comunitários, desde que preencham os
seguintes critérios: a) residência no município há pelo menos 3 anos; b) renda familiar até 2
salários mínimos; c) não possuir outro imóvel; d) se possuir filhos, que estejam regularmente
matriculados em instituição de ensino. Os títulos expedidos na égide do presente projeto
possuirão cláusula de inalienabilidade pelo prazo de 10 anos (art. 3º).

Essa lei foi alterada duas vezes, uma pela lei n. 4.427, de 14 de outubro de 2010 e em 16 de
dezembro de 2011 pela lei n. 4.474. Na primeira modificação o prazo de inalienabilidade do
título de doação foi reduzido para 4 anos. Na segunda, o programa passou a conter um
subprograma denominado habitar feliz, a ser regulamentado pelo poder executivo municipal.

116  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

O plano diretor municipal (PARAUAPEBAS. Lei n. 4.328/2006), a despeito de não tratar


diretamente sobre a disposição do patrimônio municipal, possui alguns artigos que possuem
impacto sobre a questão: a) o art. 30, §5º veda a doação de imóveis situados em ZEIS; b) o
art. 30, §6º veda a regularização fundiária de ocupações localizadas nos bens de interesse
comum, quais sejam: leitos de cursos d’água e igarapés, áreas destinadas à realização de obras
ou planos urbanísticos de interesse coletivo; c) a possibilidade de desapropriação de imóveis
urbanos por descumprimento de sua função social e posterior venda, incorporação, concessão
real de uso, locação ou outorga de direito de superfície, mediante licitação, a quem estiver em
condições de dar destinação social prevista no plano urbanístico (art. 110, § 1º). (FISCHER,
Luly – 2014).

Portanto, o plano diretor vigente, de modo geral, privilegia a CDRU à transferência de


domínio pleno em áreas de ZEIS. Essa medida é salutar para a proteção do patrimônio
municipal tendo em vista a flutuação da população na área urbana do Município.

Não obstante, essa disposição sobre a CDRU contida no plano diretor não ter sido alterada,
tanto as alterações da Lei municipal n. 4.282/2004, já acima analisadas como a Lei municipal
n. 4.423, de 27 de setembro de 2010 privilegiam a doação, com encargos, para fins de
regularização de interesse social.

No caso da lei que versa sobre programas habitacionais para população de baixa renda, em
geral há uma coincidência entre áreas de ZEIS e as áreas de intervenção do programa, sendo
necessário alterar novamente a legislação para incorporar o que dispõe o plano diretor,
mantendo-se a titulação definitiva para as demais áreas, mesmo que consideremos que essa
alternativa não seja tecnicamente mais adequada para o município.

Já para o caso da lei que trata do loteamento Brasil Novo não há uma violação ao plano
diretor, uma vez que a área objeto de titulação definitiva é não é zoneada como interesse
social pelo plano diretor de 2006. (FISCHER, Luly – 2014).

Neste sentido, cumpre observar que a opção do Poder Público pela alienação do domínio
pleno deve ser bem planejada, pois não há um estoque significativo de terras no município
para a expansão urbana e a migração poderá gerar o esgotamento do estoque de terras
públicas, obrigando o poder público a recomprá-las ou desapropriá-las no futuro.

117  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

4 DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE SANEAMENTO BÁSICO

4.1 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

4.1.1 Situação Atual do Sistema de Abastecimento de Água

A prestação dos serviços de abastecimento de água no município de Parauapebas é de


responsabilidade do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Parauapebas (SAAEP), que
utiliza sistemas coletivos, sistemas isolados e carros pipa para o atendimento da população.

Atualmente, o SAAEP gerencia dois Sistemas de Abastecimento de Água (SAA) com


captação de água em manancial superficial e 64 sistemas isolados que utilizam captação de
água em manancial subterrâneo.

De acordo com o SAAEP, a captação de água bruta é de 2.820 m3/h, sendo:


a) 1.238 m3/h de água em manancial superficial no SAA 1 (São José );
b) 420 m3/h de água em manancial superficial no SAA 2 (São José);
c) 122 m³/h de água em manancial superficial no SAA 3 (Palmares Sul);
d) 122 m³/h de água em manancial superficial no SAA 4 (Tropical e I e II);
e) 918 m3/h de água em manancial subterrânea captado em 64 poços, distribuídos em
vários bairro na cidade.

O volume de água superficial é encaminhado para quatro estações de tratamento de água antes
de ser distribuído para a população. No caso do volume de água subterrânea é utilizado
tratamento de cloração.

Nas áreas não atendidas e/ou com deficiências no abastecimento de água, como intermitência
e pressões reduzidas, são empregados carros pipas para o fornecimento público de água para a
população.

Vale ainda observar que existem algumas áreas no município de Parauapebas sem
abastecimento público de água, o que leva os moradores a empregarem soluções próprias para
garantir o consumo de água, como aproveitamento de água de nascentes, rios, açudes, lagos,
igarapés etc. Na Figura 23 são apresentadas as áreas urbanas com e sem abastecimento
público de água.

118  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

 
Figura 23 - Formas de abastecimento de água no Município de Parauapebas.

Na Tabela 28 são relacionados os bairros por tipo de abastecimento de água no Município de


Parauapebas.

Tabela 28 - Formas de abastecimento de água em Parauapebas.


Sistema  Coletivo   Sistema  Isolado   Carro  
SAA  1   SAA  2   SAA3   SAA4   Poços   Qtde.   Pipa  
Nova  
Rio  Verde   Betânia   Palmares  I   Tropical   01   Caetanópolis  
Vitória  
Novo   Palmares  
União     Ipiranga   02   Jardim  América  I  
Horizonte   II  
Vila  
Primavera   Vila  Rica     Linhão   01   São  Lucas  I  e  II  
Onalicio  

119  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Barros  
Cidade   Vale  do  
Popular  I     Cedere  I   01   São  Raimundo  
Nova   Sol  
Bairro  da  
Popular  II       Vila  Brasil   01   Bom  Jesus  
Paz  
Liberdade   Chácaras   Vila  Rio  
    01   São  Luiz  
I   da  Lua   Branco  
Chácaras   Vila  
Beira  Rio       01   Bela  Vista  I  
do  Sol   Albanir  
Chácaras  
Guanabar Vila  
das       02   Bela  Vista  II  
a   Sansão  
Estrelas  
Liberdade  
I  e   Vila  Paulo  
Nova  Vida       01   Morada  Nova  
Liberdade   Fontelis  
II  
Jardim   Novo  
Maranhão       01   Talismã  
Canadá   Brasil  
Chácara   Cachoeira   Parque  das  
Altamira       01  
do  Cacau   Preta   Nações  I  e  I  
Habitar   Vila  Auto  
Bambuí       01   Céu  Azul  
Feliz   Bonito  
Parque  
Montes  
Bela  Vista       das   01   Céu  Azul  
Claros  
Naçoes  II  
Chácara   Emergência  
Morar  dias   Vila  
das       01   hospital  
Melhores   Carimã  
Estrelas   Municipal  
Parque  
Chácara   Vila  
dos       01   Bom  Jardim  
da  Lua   Piabanha  
Carajás  II  
Chácara  
Tropical  
das       Vila  Nova   02   Jardim  América  II  
(Qa  a  Q46)  
Nuvens  
Chácara   Vales  dos   Palmares  
    02   Panorama  
do  Sol   Carajás   III  
Cinco   Bairro  Vila  
      02   Esperança  
Estrelas   Nova  
Guanabar
      Minerio   05   Serra  Azul  
a  II  
Karajás   Garimpo  
      01   Raio  do  Sol  
Sul   das  Pedras  
Nova  Vida   Bairro  
      01   Jardim  Paraiso  
II   Paraiso  

120  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Paraiso         W.Torres   02    

Cidade  
São  José         24    
Jardim  
Nova  
        08    
Carajás  

Uma nova ETA localizada na Palmares Sul (SAA3) foi construída para atender a demanda da
Vila Palmares Sul na sua totalidade. Sua capacidade de tratamento é de 122m3/h. Também
deve ser ressaltado que problemas no fornecimento de água em áreas com sistemas coletivos
obrigam a Prefeitura a utilizar carros pipas para regularizar/reforçar o abastecimento de água
em algumas escolas, como na Escola Machado de Assis (Bairro da Guanabara – área do
SAA1) e na Escola Leide Maria II (Bairro Betânia – área do SAA 2).

Na área rural são utilizados poços para o abastecimento de água nas localidades denominadas
de Palmares II, Palmares III, Vila Onalicio Barros, Cedere I, Vila Brasil, Vila Rio Branco,
Vila Albanir, Vila Sansão, , Vila Paulo Fontelis, Cachoeira Preta, Vila Auto Bonito, Vila
Carimã, Vila Piabanha, Vila Nova, Garimpo das Pedras e Brasil.

4.1.2 Sistemas de Abastecimento de Água em Operação

As captações de água do SAA 1 e do SAA 2 são realizadas em manancial superficial, no caso


o Rio Parauapebas, que é localizado nas proximidades da área urbana, como pode ser
observado no Figura 24. O SAA 3 tem sua captação também no Rio Parauapebas e a mesma
localiza-se no Distrito da Palmares Sul como pode ser visualizado no Figura 25.

121  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

 
Figura 24 - Pontos de captação SAA 1 e SAA 2.

 
Figura 25 - Pontos de captação SAA 3.

Nesse manancial estão instalados conjuntos motor e bomba (CMB) para recalque da água
bruta até a Estação de Tratamento de Água (ETA) do SAA 1 e do SAA2.

O SAA 4 tem captação por barramento no igarapé Lajeado, localizado nos assentamentos
Tropical I e II ,como pode ser observado no Figura 26.

122  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

 
Figura 26 - Pontos de captação SAA 4.

4.1.2.1 SAA ETA 1

A captação de água bruta no SAA 1 é realizada por quatro CMB’s (conjuntos motor-bomba)
em operação 3+1, com potência de cada motor de 175 CV e vazão média da bomba de 411
m³/h. Esses CMB’s estão instalados em uma balsa presa por cabos de aço na margem do Rio
Parauapebas, sendo a vazão média de captação da ordem de 1.204 m3/h.

De acordo com o Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Parauapebas, a altura de recalque


da água bruta é de 69 m para superar o desnível entre os pontos de captação e de chegada na
ETA. O transporte da água bruta bombeada do rio é realizado em mangotes flexíveis (350 mm
de diâmetro e 30 m de comprimento) conectados a um barrilete (500 mm de diâmetro)
instalado próximo à casa de máquinas.

Esse barrilete está conectado a uma tubulação (água bruta) de PEAD - Polietileno de Alta
Densidade, diâmetro de 800 mm, 412 m de comprimento e capacidade de 3.600 m³/h,
utilizada para transportar a água captada até a estação de tratamento de água.

123  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

O tratamento de água realizado na ETA 01, é do tipo Ciclo Completo (convencional), tendo
05 (cinco) etapas de tratamento: coagulação, floculação decantação, filtração e desinfecção.
Na Figura 27 podem ser observadas as unidades de tratamento da ETA 01.

 
Figura 27 - Unidades de tratamento da ETA 1.

O volume médio dessa ETA é de 870.923,83 m3/mês. Vale ressaltar que, além da vazão
tratada na ETA 1, também é preciso considerar a vazão afluente da ETA do SAA 2, o que
ocorre por um canal de ligação de água tratada, que conecta essas duas ETA’ s, conforme a
Figura 28.

O volume de água tratada é transportado em uma adutora de 500 mm de PRFV com


aproximadamente 1.000 m de comprimento, tendo ramificações em tubulação de ferro
fundido.

Com isso, a partir da ETA 1 são alimentados o Reservatório de água Bela Vista e a Elevatória
do Betânia, sendo, em seguida, a água encaminhada para a rede de distribuição dos bairros
Rio Verde, Betânia, União, Novo Horizonte, Primavera, Vila Rica, Cidade Nova, Popular I,
Bairro da Paz, Popular II, Liberdade I, Chácaras da Lua, Beira Rio, Chácaras do Sol,
Guanabara, Chácaras das Estrelas, Nova Vida, Liberdade I, Liberdade II, Maranhão, Jardim
Canadá, Chácara do Cacau, Altamira, Bambuí, Habitar Feliz, Bela Vista, Montes Claros,

124  
 

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Chácara das Estrelas, Morar dias Melhores, Chácara da Lua, Parque dos Carajás II, Chácara
das Nuvens, Tropical (Qa a Q46), Chácara do Sol, Vales dos Carajás, Cinco Estrelas,
Guanabara II, Karajás Sul, Nova Vida II, Paraiso e São José.

 
Figura 28 - Reforço de água tratada do SAA 1 para o SAA 2.

4.1.2.2 SAA ETA 2

A captação de água é realizada em balsa flutuante, com três CMB’s (2+1), cada um com
motor de 250 CV, o que resulta na capacidade de captação de água de 411 m³/h.

No recalque são utilizadas três adutoras flexíveis de água bruta, cada uma com diâmetro de
350 mm (milímetros) e 30 m (metros) de comprimento, conectadas a três barriletes de
500/350 mm.

O tratamento da água bruta é realizado na ETA 2, que é do tipo compacta metálica aberta de
dupla filtração com 28 filtros, sendo 14 ascendentes e 14 descendentes com etapas modulares

125  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

de tratamento. A água tratada é encaminhada por Estações Elevatórias de Água Tratada


(EEAT) até reservatório apoiado nos dois Sistemas de Abastecimento de Água. Na Figura 29
podem ser observadas unidades da ETA 02, o volume médio dessa ETA 2 é de 310.400,00
m³/mês.

 
Figura 29 - Unidades da ETA 02.

4.1.2.3 SAA - ETA 3

A captação de água é realizada em balsa flutuante, com dois CMB’s, cada um com motor de
40 CV, o que resulta na capacidade de captação de água de 122 m³/h.

126  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

No recalque é utilizada uma adutora flexível de água bruta, com diâmetro de 200 mm
(milímetros) e 1.541m (metros) de comprimento, conectada a um barrilete de 200mm de
diâmetro.

O tratamento da água bruta é realizado na ETA 3, que é do tipo compacta metálica aberta de
dupla filtração com 4 filtros, sendo 2 ascendentes e 2 descendentes com etapas modulares de
tratamento. A água tratada é encaminhada por Estações Elevatórias de Água Tratada (EEAT)
até o reservatório apoiado nos dois Sistemas de Abastecimento de Água. Na Figura 30 podem
ser observadas unidades da ETA 03, o volume médio dessa ETA 3 é de 87.000,00 m³/mês.

 
Figura 30 - Unidades da ETA 03.

4.1.2.4 SAA – ETA 4

A captação de água é realizada por sistema de barragem, adução por meio de gravidade.
Sendo utilizada adutora flexível de água bruta com diâmetro de 200 mm, e rede de 1.541m de
cumprimento, o que resulta na capacidade de captação de água de 122 m³/h.

O sistema de recalque é composto de um conjunto de duas CMB’s de 50 CV que abastece um


reservatório de 500m³ com volume médio dessa ETA 4 é de 87.000,00 m³/mês, Figura 31.

127  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

 
Figura 31 - Unidades da ETA 04.

De acordo com o Figura 32, a seguir, é possível observar que parte da água tratada na ETA 2
é encaminhada para a saída da ETA 1 e, após a reunião, transportada por duas adutoras de
água tratada, sendo:
a) Uma adutora até o reservatório Bela Vista, quando, então, é encaminhada para a rede
de distribuição de água;
b) A outra adutora até a elevatória do Betânia.

A água tratada é encaminhada por EEAT até reservatório apoiado nos dois Sistemas de
Abastecimento de Água.

128  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

 
Figura 32 - Sistema de Abastecimento de Água do município de Parauapebas,

Os reservatórios atendidos pelo sistema de abastecimento (ETA 01 e ETA 02) podem ser
observados esquematicamente na Figura 33.

 
Figura 33 - Zonas de Influência dos reservatórios atendidos pelo SAA 1 e SAA 2.

129  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

4.1.3 SAA isolados - Produção e Tratamento de Água subterrânea

O SAA isolado do município de Parauapebas é constituído por unidade de captação


subterrânea de água bruta (sessenta e quatro poços com bombeamentos), reservação
(reservatório apoiado e ou elevado, elevatória de água) e rede de distribuição de água, tendo,
ainda desinfecção simples da água (aplicação de cloro). Na Tabela 29 são relacionados os
bairros por SAA’s isolados gerenciados pelo SAAEP no município de Parauapebas.

Tabela 29 - Resumo dos SAA’s isolados gerenciados pelo SAAEP no Município de Parauapebas.
Capacidade do Profundidade
Localidade Vazão (m³/h) Reservatório
(m³) (m)
Palmares II - Poço 63 12,5 150
Palmares II - Poço 64 12 100
100
Palmares II - Poço 85 12 154
Palmares II - Poço 86 6 150
CEDERE I - Poço 66 12 20 80
Vila Onalicio Barros - Poço 65 8 20 100
Vila Rio Branco – poço 68 3 10 120
Vila Sansão - Poço 70 15 156
50
Vila Sansão - Poço 71 15 150
Vila Paulo Fonteles - Poço 01 5 10 70
Vila Paulo Fonteles - Poço 02 30 30 120
Alto Bonito - Poço 01 7 20 126
Vila Albanir - Poço 01 4 20 61
Garimpo das Pedras - Poço 150 20 20 150
Vila Carimã - Poço 67 18 5 180
Vila Brasil - Poço 79 3 5 100
Novo Brasil - Poço 73 9 70 60
Altamira - Poço 01 20 116
Altamira - Poço 02 12 70 120
Altamira - Poço 03 6. 130
Maranhãozinho 2.5 20 70
Escola 18 de Outubro 3 5 70
Cidade Jardim - Poço 15 7 - 150
Cidade Jardim - Poço 16 7 - 150
Cidade Jardim - Poço 17 10 - 150
Cidade Jardim - Poço 18 20 - 110
Cidade Jardim - Poço 19 27 - 150
Cidade Jardim - Poço 21 22 - 150
Cidade Jardim - Poço 22 17 - 150
Cidade Jardim - Poço 26 30 - 150
Cidade Jardim - Poço 28 22 - 204
Cidade Jardim - Poço 29 12 - 170
Cidade Jardim - Poço 31 25 - 150

130  
 

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Cidade Jardim - Poço 33 16 - 138


Cidade Jardim - Poço 34 18 - 110
Cidade Jardim - Poço 36 20 - 180
Cidade Jardim - Poço 37 7 - 150
Cidade Jardim - Poço 38 25 - 150
Cidade Jardim - Poço 39 19 - 110
Cidade Jardim - Poço 40 17 - 150
Cidade Jardim - Poço 41 15 - 150
Cidade Jardim - Poço 42 10 - 150
Cidade Jardim - Poço 48 13 - 140
Cidade Jardim - Poço 49 15 - 150

4.1.4 Principais Problemas

O crescimento populacional ocorrido nos últimos anos não foi acompanhado pelo
desenvolvimento da infraestrutura do sistema de abastecimento de água. Essa situação
resultou no aumento de soluções dos próprios moradores, tendo em muitos imóveis poços
rasos (aquíferos livres), os quais em sua maioria apresentam risco de poluição/contaminação
de esgoto lançado no terreno e/ou de efluentes de fossas sépticas, com risco para saúde da
população.

Além disso, o abastecimento público de água no município de Parauapebas apresenta


problemas como:
a) Necessidade de proteção do manancial superficial de água bruta, em razão da grande
proximidade de habitações e do lançamento indevido de resíduos e esgotos;
b) Necessidade de aumentar a capacidade das unidades de produção, tratamento,
elevação, adução, reservação e distribuição de água, para ampliar a área de
atendimento e atender ao crescimento populacional;
c) Necessidade de reestruturar a forma de captação de água superficial;
d) Necessidade de reestruturar o funcionamento dos sistemas, para evitar despesas
desnecessárias, como de energia elétrica;
e) Falta de setorização da rede de distribuição;
f) Falta de tratamento completo de água distribuída;
g) Rede de distribuição de água com trechos antigos e que precisam ser substituídos;
h) Intermitência sistemática do fornecimento de água,

131  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

i) Perda de grande volume de água na operação das unidades, em vazamentos e em


ligações clandestinas;
j) Reduzido controle operacional;
k) Desperdícios de água;
l) Ligações clandestinas que contribuem, significativamente, para o elevado índice de
perdas nos SAA’s;
m) Furto de água em hidrantes;
n) Falta de macromedição da vazão de água nas unidades do SAA; e
o) Reduzido percentual de micromedição.

Vale ressaltar que os atuais problemas comprometem a qualidade do serviço prestado e


dificultam a sustentabilidade operacional e comercial. Além disso, o crescimento
populacional terá grande impacto na produção, tratamento e distribuição de água no
município de Parauapebas.

4.2 SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

O Esgotamento Sanitário é constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações


operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados de esgotos
sanitários, desde as ligações prediais e início de redes coletoras de esgoto até o lançamento
final no meio ambiente, dentro dos parâmetros conforme legislação
existente.

Segundo o Ministério das Cidades (BRASIL, 2009) os objetivos setoriais específicos ao


gerenciamento dos serviços de esgotamento sanitário são:

• Resolver carências de atendimento, garantido o esgotamento a toda a população e a


outras atividades urbanas;
• Implantar, ampliar e/ou melhorar a infraestrutura para tratamento de esgoto e
despoluição dos corpos hídricos;
• Proteger e valorizar os mananciais de especial interesse, com destaque para os
destinados ao consumo humano;
• Caracterizar, controlar e prevenir os riscos de poluição dos corpos hídricos;  

132  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

• Reforçar a comunicação com a sociedade e promover a educação para a


sustentabilidade.              

4.2.1 Situação do Sistema de Esgotamento Sanitário

A prestação dos serviços de esgotamento sanitário no município de Parauapebas é de


responsabilidade do SAAEP que atualmente atende 40.471 habitantes (20 %) dos 202.356
habitantes.

Segundo a Prefeitura de Parauapebas (2013), as unidades existentes foram inicialmente


instaladas pela empresa Vale, sendo, posteriormente, construídos sistemas de esgotamento
sanitário em condomínios.

Com isso, o déficit de atendimento com sistema coletivo de esgotamento sanitário teve um
aumento expressivo na área de expansão urbana do município de Parauapebas, restringindo a
área de cobertura de coleta de esgoto aos bairros Primavera, Cidade Nova, União, Rio Verde,
Apoema, Cidade Jardim e Conjunto Habitacional Alto Bonito.

Nesses bairros estão instaladas estações de tratamento de média e grande capacidade, sendo
que a descentralização dificulta a operação do sistema de esgotamento sanitário. Além disso,
vale ressaltar que essas unidades de tratamentos apenas recebem grandes contribuições de
esgoto coletado em parte dos bairros relacionados no Quadro 1.    

Quadro 1 – Bairros atendidos pela coleta de esgotamento sanitário.


Unidades de Tratamento
Bairros com
Coleta Cidade Alto
Primavera Rio Verde Rua 10 Apoema
Jardim Bonito
Cidade Nova X X X
Cidade
X
Jardim
Conj. Hab.
X
Alto Bonito
Apoema
X
(Wtorres)
Primavera X
Rio Verde X
União X
Fonte: Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Parauapebas (2017).

133  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Figura 34 – Área atendida por sistema de esgotamento sanitário.

Atualmente os efluentes tratados das estações de tratamento de esgotamento sanitário são


lançados em corpos hídricos, todos devidamente autorizados pelo órgão ambiental
competente, são estes; Igarapé da Ilha do Coco, Córrego Lajeado e Rio Parauapebas.

É importante ressaltar que a maior parte da população não é atendida por rede de coleta e
tratamento de esgoto sanitário, razão para o grande número de soluções próprias para a
destinação final de esgoto no município. Contudo, em muitas situações, não são observados
os requisitos técnicos necessários nas soluções adotadas pelos moradores, resultando no
lançamento de esgoto bruto em fossas rudimentares, valas ou corpos d´água.

Assim, a atual desestruturação da infraestrutura de esgotamento sanitário vem colocando em


risco a saúde pública e prejudicando o meio ambiente no município de Parauapebas.

4.2.2 Rede Coletora de Esgoto

A implantação de rede coletora de esgoto não acompanhou o crescimento acelerado da


cidade, estando restrita apenas a uma área pequena e a um número reduzido de ligações.
Observa-se que em alguns bairros atendidos por rede coletora, no qual o município não realiza

134  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

a ligação direta nas residências, parte da população não faz a ligação na rede de esgotamento.
Deve-se ressaltar a necessidade de um trabalho de conscientização nessas áreas.

De acordo com a Prefeitura de Parauapebas (2013), existem 30.546 m de rede coletora.


Porém, a maior parte, 21.346 m (69,9%), é localizada em áreas condominiais, conforme
apresentado na Tabela 30.

Tabela 30 - Comprimento total da rede coletora de esgoto (2009).

Tubulações/Diâmetros Metros
DN 100 mm 3.217
DN 150 mm 4.660
DN 200 mm 773
DN 250 mm 100
DN 300 mm 450
Redes Condominiais - DN 100 mm 21.346
TOTAL 30.546
Fonte: Prefeitura Municipal de Parauapebas (2013)

4.2.3 Unidades de Tratamento de Esgoto

Atualmente o Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Parauapebas (SAAEP) possui sob sua
responsabilidade e operação de 07 (sete) Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs): ETE da
10, ETE da 19, ETE Primavera, ETE Rio Verde, ETE Apoena, Cidade Jardim, ETE Alto
Bonito. As ETEs do bairro dos Minérios e Vale do Sol, não foram finalizadas pelas
construtoras e por isso não estão sob responsabilidade do SAAEP, embora tenha funcionários
fazendo sua manutenção devido os bairros possuírem rede coletora e algumas residências
estarem ligadas. A ETE Tropical, não está sob responsabilidade do SAAEP e por não está
finalizada e instalada não há necessidade de manutenção, pois não chega efluente.

• ETE da Rua 10 ou ETE do Bairro União

A unidade de tratamento está localizada na Rua 10, próximo a Rua O, com área de 9.600m²;
tendo uma lagoa, com um potencial de recebimento de 57.600 m³ de efluentes, e apresenta
uma vazão de entrada de aproximadamente 19 m³/h e de saída de 18 m³/h. Seu sistema está

135  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

interligado com uma caneleta de recebimento de 2,5m de diâmetro e 6m de profundidade e


um aerador. Atende o bairro União.

O sistema contempla apenas o tratamento a nível secundário, responsável principalmente pela


redução da matéria orgânica. A ETE consiste em uma lagoa aerada facultativa precedida de
uma caixa de distribuição de efluente com calha parshall. Nesse sistema, a Demanda
Bioquímica de Oxigênio (DBO) solúvel e finamente particulada é estabilizada por bactérias
aeróbias dispersas no meio liquido, de forma que o oxigênio requerido por estes
microrganismos é fornecido por meio de um aerador mecanizado. Já a DBO suspensa tende a
sedimentar no fundo da lagoa, onde é composta anaerobiamente por outras espécies de
bactérias, formando o lodo de fundo. O sistema de tratamento preliminar encontra-se
desativado e o esgoto está chegando diretamente a rede coletora da lagoa. Para melhorar a
eficiência do tratamento seria necessário a instalação de mais um aerador, calha parshall na
saída, reativar tratamento preliminar e um tratamento mais eficiente do lodo produzido.

• Unidade de Tratamento Rua 19

A unidade de tratamento está localizada na Rua 19, próximo à rua L, e possui área equivalente
de 7.800m²; tendo uma lagoa, com capacidade de 11,7m³, profundidade de 1,5m, e vazão de
entrada de 17m³/h. Trata-se de uma lagoa facultativa, sem presença de aerador. No processo
de tratamento o oxigênio é fornecido através de fotossíntese realizada pelas algas que se
proliferam próximo a superfície da lagoa. Devido ao tipo de tratamento atende algumas ruas
do bairro União, mas planeja-se desativa-la em pouco tempo, após construir elevatórias para a
ETE do Rio Verde.

• ETE do Bairro Primavera

A unidade de tratamento Primavera está localizada na Rua 02 no Bairro Primavera, tendo área
de 20.125m². É uma lagoa, com 50.312,5m³, profundidade de 2,5m, e vazão de entrada de
40m³/h. Atende o bairro Primavera e Cidade Nova.

O sistema é similar ao tratamento da ETE 10, contempla apenas o tratamento a nível


secundário, responsável principalmente pela redução da matéria orgânica. A ETE consiste em

136  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

uma lagoa aerada facultativa com dois aeradores. Para melhorar a eficiência do tratamento
seria necessário a instalação de tratamento preliminar e calha parshall na saída.

• ETE do Bairro Rio Verde

A unidade de tratamento está localizada na Rua Tiradentes no Bairro Rio Verde, tendo 12.495
m². É uma lagoa, com 37.485 m³, e vazão de entrada de 17m³/h. Atende o bairro Rio Verde.

Possui um sistema com duas elevatórias, sendo uma localizada na Rua Araguaia e outra na
Rua Beira Rio, medindo aproximadamente 2,20 m de diâmetro e 9m de profundidade. Possui
apenas um aerador. Com tratamento similar a ETE da 10.

• ETE APOEMA (WTORRES)

Localizada na área urbana de Parauapebas, a ETE atende uma parte da rede urbana de
Parauapebas, o conjunto residencial W. Torres e o Shopping Center. Trata-se de uma lagoa de
estabilização aerada, com capacidade de tratar 30 m3/h e tem como receptor o igarapé Ilha do
Coco.

O tipo de tratamento utilizado para a ETE é tratamento por lodos ativados, onde conta com a
seguintes estrutura:

• Elevatória;
• Gradeamento;
• Caixa de areia;
• Câmara anóxica (volume útil 382 m³);
• Lagoa de Aeração (volume útil 2.141 m³);
• Flotador;
• Tanque de contato;
• Centrífuga;
• Tanque de lodo.

Opera com cinco aeradores e, em condições normais de operação, remove até 97% da carga
de DBO, atendendo portanto a exigência de 60% dos padrões de qualidade da Resolução
CONAMA 430, de 2011.

• ETE do Bairro Cidade Jardim

137  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

A estação de tratamento de esgotos do Loteamento Cidade Jardim (ETE Cidade Jardim) foi
concebida com sistema aeróbio de tratamento, tipo lodos ativados, operado na modalidade de
aeração prolongada. Desta forma, a planta de tratamento possui os seguintes processos
unitários:

• Estrutura de chegada do esgoto bruto;


• Gradeamento médio manual;
• Gradeamento fino manual;
• Desarenação do tipo canal com velocidade constante;
• Tratamento biológico aeróbio por meio do processo de lodos ativados, constituído
de tanques de aeração com sistema de retorno de lodo e descarte de excesso de
lodos ativados;
• Decantadores secundários;
• Tanque de contato;
• Sistema de desinfecção por cloro (hipoclorito de sódio) e
• Sistema de desidratação compostos por membranas filtrantes.

Com respeito aos critérios de qualidade impostos para o efluente tratado, tem-se as seguintes
situações, a saber:

• Necessidade de produção de um efluente com baixa carga orgânica, podendo-se


estimar um valor de DBO menor do que 30 mg/L;
• Necessidade de produção de um efluente com baixa concentração de SST,
sugerindo-se um valor inferior a 20 mg/L, o que deverá possibilitar a geração de
um efluente com valor de turbidez inferior a 5,0 UNT, o que possibilitará o seu
eventual reuso futuro;
• Necessidade de produção de um efluente nitrificado com uma concentração de
nitrogênio amoniacal menor do que 1,0 mg NH3-N/L ; e
• Necessidade de desinfecção do efluente tratado para fins de lançamento no corpo
receptor.

Portanto, considerando a qualidade requerida para o efluente tratado e assumindo que o


efluente final necessite ser totalmente nitrificado já para a primeira etapa, definiu-se pela
concepção da ETE Cidade Jardim como sendo composta por um tratamento biológico aeróbio

138  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

e que permitisse a produção de um lodo biológico de excesso já estabilizado. Assim sendo,


optou-se pela concepção da ETE Cidade Jardim como sendo composta por um sistema de
lodos ativados modalidade aeração prolongada e desidratação do lodo por membranas
filtrantes.

Embora o SAAEP disponha dessas cinco unidades de tratamento de esgotos, apenas as ETEs
W. Torres e Cidade Jardim apresentam um funcionamento dentro de padrões operacionais
adequados. As demais plantas de depuração existentes apresentam sérios problemas de odor e
de remoção de carga orgânica, principalmente pelo fato dos aeradores não estarem
funcionando.

No Mapa 6 podem ser observadas as unidades de tratamento existentes e em implantação no


perímetro urbano do município de Parauapebas, enquanto na Figura 35 são apresentadas
fotografias de unidades do sistema de esgotamento sanitário existente no município de
Parauapebas

 
Figura 34 - Parte do SES do município de Parauapebas.

139  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Vale observar que não foram identificados os volumes, as formas de acondicionamento, de


transporte e os locais de destino final do lodo gerado nas unidades de tratamento de esgoto.

• ESTAÇÃO DE TRATAMENTO ALTO BONITO

A estação está localizada na PA 160 no Conjunto Habitacional Alto Bonito, está projetada
para atender uma população de aproximadamente 8.400 habitantes, ocupa uma área de 800
m². O tipo de tratamento utilizado para a ETE é tratamento por lodos ativados, onde conta
com a seguintes estrutura:

• Caixa de Entrada com gradeamento;


• Tanque de homogeneização;
• Bombas submersas de efluente bruto;
• Reatores Aerados;
• Sopradores;
• Decantadores;
• Bombas de deslocamento positivo;
• Calha Parshall;
• Sala Elétrica;
• Casa de máquinas e casa química
• Reservatório de produtos químicos;
• Bombas dosadoras.

A estação trata efluentes originados apenas do Conjunto Habitacional Alto Bonito, um


programa municipal de habitação, onde o volume médio e efluente que chega na estação é
aproximadamente 36 m³/h.

4.2.4 Corpo Receptor

Na Figura 36 são representados os pontos de lançamento dos efluentes das unidades de


tratamento instaladas no município de Parauapebas, no caso:

a) Os efluentes das unidades do Rio Verde, da Rua 10, da Rua 19 são lançados no
Igarapé da Ilha do Coco, que é um afluente direto do Rio Parauapebas.

140  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

b) O efluente da unidade de tratamento Primavera é lançado no Rio Parauapebas.

Figura 36 - Identificação dos corpos receptores.

Na Tabela 31 são resumidas as principais informações das unidades de tratamento do


município de Parauapebas.

Tabela 31 – Resumo dos SES’s gerenciados pelo SAAEP no Município de Parauapebas.


Sistema de UNIDADES DE TRATAMENTO
Esgotament Cidade Alto
o Sanitário Primavera Rio Verde Rua 10 Apoema
Jardim Bonito
Área 20.125m² 12.495m² 9.600m² 8.120 m² 32.000 m² 800 m²
Potencial de
recebimento 50.312,5m³ 37.485m³ 57.600m³ 14.400 m³ 1.100 m³
2.500 m³
aproximado
Profundidad
5m 5m 5m 3m 4m 12 m
e
Vazão de
35 m³/h 17 m³/h 18 m³/h 38 m³/h 170 m³/h 35 m³/h
lançamento
Bairro
Bairro Trecho do Apoema; Bairro
Trecho do Conjunto
Primavera e Bairro Shopping Cidade
Bairro Rio Habitacion
Efluente trecho do União e municipal e Jardim
Verde e al Alto
Bairro Cidade Caminhões Etapas 9ª,
União Bonito
cidade Nova Nova Limpa fossa 10ª e 11ª
que operam

141  
 

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na cidade
Corpo Rio Córrego
Igarapé Ilha do Coco
Receptor Parauapebas Lajeado
Fonte: Prefeitura Municipal de Parauapebas (2013).

4.2.5 Principais Problemas

As deficiências na infraestrutura de coleta e tratamento de esgoto sanitário fazem com que a


população utilize soluções alternativas e diversificadas para o afastamento do esgoto sanitário,
as quais nem sempre são adequadas. Na Tabela 32 são relacionados dados da Pesquisa
Nacional de Saneamento Básico por amostra de domicílios, realizada no ano de 2010, pelo
IBGE.

Tabela 32 - Tipos de esgotamento sanitário.


Tipo  de  esgotamento  sanitário   Domicílios   %  
Rede  geral  ou  pluvial  de  esgoto   6.627   15,51  
Fossa  séptica     13.297   31,12  
Fossa  rudimentar   20.528   48,05  
Vala   928   2,17  
Rio  ou  lago   179   0,42  
Outro  tipo     425   0,99  
Não  tinham     742   1,74  
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2010).

Os resultados do IBGE indicam que, na maioria dos domicílios, o esgoto sanitário é


encaminhado para fossa rudimentar, sendo essa solução uma possível fonte de poluição /
contaminação do meio ambiente, mais especificamente do aquífero subterrâneo.

Além disso, a contribuição de água pluvial em coletores de esgoto sanitário do SAAEP resulta
em problemas operacionais, pois reduz a eficiência das unidades de tratamento de esgoto, ao
aumentar a vazão de entrada e provocar diluição do esgoto a ser tratado.

Como a implantação do sistema de esgotamento sanitário não acompanhou o crescimento da


cidade é alto o risco para a saúde pública e para o meio ambiente. Essa situação facilita a
transmissão de doenças, o que demanda maiores investimentos no setor de saúde, além de
comprometer a qualidade de vida da população em geral.

142  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Na Figura 37 são mostradas fotografias de locais com problemas de esgotamento sanitário no


município de Parauapebas.

 
Figura 37 - Falta de esgotamento sanitário.
Fonte: Waldyr Silva e Revista Época (2013).

O diagnóstico levantado apontou os seguintes principais problemas para o sistema de


esgotamento sanitário de Parauapebas:

• A deficiência na infraestrutura de coleta e tratamento de esgotos sanitários fazem com


que a população utilize soluções alternativas, as quais nem sempre são adequadas; na
maioria dos domicílios, o esgoto sanitário é encaminhado para uma fossa rudimentar,
que é uma possível fonte de poluição/contaminação do meio ambiente;
• A pequena capacidade das unidades de tratamento existentes impede a incorporação
de esgotos gerados em áreas próximas;
• A falta de controle de lodo e do biogás gerado nas unidades de tratamento existentes;
• O lançamento do esgoto bruto diretamente nos logradouros; e
• A poluição/contaminação do sistema de drenagem urbana e dos corpos receptores –
Igarapé Ilha do Coco e Rio Parauapebas – pelo lançamento do esgoto indevido.

Desse modo, é necessária a realização de estudos, planos, projetos e obras que venham a
facilitar a universalização da prestação desse serviço aos habitantes, os quais devem ser
baseados em poucos sistemas de coleta e tratamento para o atendimento das demandas, atual e
futura, de esgotamento sanitário no município de Parauapebas.

143  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

4.3 SISTEMA DE DRENAGEM E MANEJO DAS ÁGUAS PLUVIAIS

Ações que conduzam a promoção do Saneamento Básico de um município são de vital


importância para a melhoria da qualidade de vida de sua população, especialmente no que
tange a manutenção da saúde da mesma. São as quatro esferas essenciais do Saneamento
Básico o abastecimento de água, o esgotamento sanitário, o manejo de resíduos sólidos e o
manejo de águas pluviais.

Ao manejo de águas pluviais cabem ações relacionadas a macro e a microdrenagem de um


local, envolvendo desde a instalação de bocas de lobo e da construção de sarjetas até a
estruturação de canais de grande porte para a condução das águas de seus igarapés e rios, por
exemplo.

O presente diagnóstico foi constituído para a apresentação da realidade atual do município de


Parauapebas, no que se refere ao manejo de águas pluviais e, consequentemente, às condições
do sistema de drenagem, de modo a embasar proposições e projetos futuros para a promoção
de melhorias nestes eixos na cidade.

Parauapebas é um município de relevo caracterizado por colinas dissecadas e morros baixos,


com amplitude aproximada de 20 a 50 metros e declividades da ordem de 5 a 40º, envolvidos
por planícies de inundação. A região apresenta um período chuvoso delimitado entre os meses
de dezembro e abril, tendo seus picos de precipitação entre os meses de fevereiro e março. O
período de estiagem, por sua vez, vai de maio a novembro, não sendo um processo tão
rigoroso. A cidade está inserida no contexto hidrológico do Rio Parauapebas, sendo este um
afluente do Rio Itacaiúnas.

4.3.1 Macrodrenagem do Município

Para a realização do diagnóstico de macrodrenagem faz-se necessário ter conhecimento das


bacias e microbacias da região e, nesse sentido, identificar em qual contexto as delimitações
do Município estão inseridas. Tal detalhamento é de suma importância para a percepção do
direcionamento natural das águas pluviais, para que assim possam haver intervenções que
possibilitem o crescimento e desenvolvimento no uso e ocupação do solo, de forma adequada.

144  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Os principais cursos d’água do Município de Parauapebas, com contribuição de deságue na


estrutura de macrodrenagem, são: Rio Parauapebas; Igarapé Ilha do Coco e afluentes; Igarapé
Lajeado; Igarapé Chácara das Estrelas; Canal Altamira.

Na Figura 39, apresentada na página seguinte, pode ser observado em destaque as extensões
destes cursos d’água, bem como a forma como estão dispostos na área do Município,
principalmente no que se refere ao posicionamento das rodovias e vias mais utilizadas, como
é o caso da Vicinal VS-10, da Rodovia Municipal Faruk Salmen, da Rodovia PA-275 e da
Rodovia PA-160.

O Gráfico 25, apresentado mais adiante, demonstra a influência que os principais cursos
d’água exercem quanto a destinação final das redes de drenagem, em relação proporcional aos
bairros do Município. No total, considerando o tempo disponível para a elaboração do
diagnóstico, puderam ser coletadas informações de apenas 89 dentre os bairros da cidade.

Destaca-se a grande influência que o Rio Parauapebas tem no manejo de águas pluviais, sendo
destino de deságue de cerca de 35% dos bairros do Município. Os igarapés Ilha do Coco e
Lajeado, por sua vez, recepcionam o deságue em 18 e 17% dos bairros, respectivamente,
apresentando também elevada importância para a cidade, tendo em vista suas extensões,
percorrendo o centro e regiões periféricas do Município, como pode ser também observado na
Figura 38.

Observa-se ainda, pelo apresentado na sequência pelo Gráfico 25, o papel que grandes áreas
permeáveis exercem no contexto geral da macrodrenagem do Município, como lagoas locais e
regiões pantanosas naturais, também conhecidas como brejos. Essas áreas exercem funções de
deságue de águas pluviais em aproximadamente 12% dos bairros. O Complexo Altamira, por
sua vez, possui canal próprio, o qual recebe uma contribuição de cerca de 7% dos bairros
catalogados durante o diagnóstico.

145  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

 
Figura 38 - Principais cursos d’água que atravessam o município de Parauapebas.
Fonte: AMBGIS; UMAH; PMP; BID, 2017.

146  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

35,00%

18,00%

17,00%

12,00%

11,00%
7,00%

RIO PARAUAPEBAS IGARAPÉ ILHA DO IGARAPÉ LAJEADO BREJOS/LAGOAS CANAL ALTAMIRA OUTROS
COCO
 
Gráfico 11 - Influência dos cursos d’água no deságue da drenagem do Município.
Fonte: Equipe técnica.

É também de vital importância para a macrodrenagem de um município a consideração do


estado de suas superfícies, de modo a caracterizá-las quanto ao potencial que possuem para
infiltração ou escoamento superficial de águas precipitadas. Para tanto, apresenta-se o mapa
da Figura 39, na qual estão discriminadas superfícies de escoamento, ou seja, aquelas
prioritariamente impermeáveis, representadas por regiões asfaltadas, casas, comércios e afins;
e superfícies de infiltração, especialmente representadas pelas áreas verdes do Município.

A Figura 40, também na sequência, ilustra o mapa do relevo de Parauapebas, apresentado sob
a forma de declividades. O relevo inevitavelmente influi no manejo de águas pluviais, ao
passo que se trata de um dos fatores preponderantes para a determinação da direção de
escoamento das águas da chuva, definindo as zonas de contribuição de cada microbacia
disposta na região considerada.

147  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

 
Figura 39 - Áreas de escoamento e infiltração do Município de Parauapebas.
Fonte: AMBGIS; UMAH; PMP; BID, 2017.

148  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

 
Figura 40 - Ilustração das condições de declividade do Município de Parauapebas.
Fonte: AMBGIS; UMAH; PMP; BID, 2017.

4.3.2 Microdrenagem do Município

Os sistemas de drenagem podem ser classificados, de acordo com suas dimensões, em


sistemas de microdrenagem, também denominados de sistemas iniciais de drenagem. À
microdrenagem cabe a coleta e encaminhamento das águas superficiais e subterrâneas, através
de pequenas e médias galerias, fazendo ainda parte do sistema outros componentes do projeto
que contribuem para que tal finalidade, como sarjetas, meios-fios, bocas-de-lobo e as usuais
redes de manilhas.

149  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Em levantamento realizado em 89 bairros do Município de Parauapebas, abordando


características referentes ao conjunto de elementos que contribuem significativamente para as
condições de manejo de águas pluviais, foi possível identificar as situações expostas nos
Gráficos 11, 12 e 13 que seguem, bem como na Tabela 33 e em figuras apresentadas no
capítulo posterior, referente às visitas técnicas.

O Gráfico 11, abaixo, aborda informações a respeito da existência de pavimentação nos


bairros. Observa-se que 65% dos bairros de Parauapebas possuem pavimentação, total ou
parcial, e os 35% restantes não.

35% Com
pavimentação
Sem pavimentação
65%

 
Gráfico 12 - Condições gerais de pavimentação dos bairros do Município.
Fonte: Equipe técnica.

O Gráfico 12 mostra a proporção de bairros que apresentam elementos de microdrenagem,


como sarjetas, meios-fios, bocas de lobo e outras, nos bairros catalogados. O Município de
Parauapebas possui 62% de seus bairros dotadas de redes de drenagem, ressaltando que não
necessariamente atendidos em sua totalidade, e os demais não possuem qualquer dispositivo
instalado para essa finalidade.

150  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

38%
Possui drenagem

Não possui drenagem


62%

 
Gráfico 13 - Condições gerais de drenagem dos bairros do Município.
Fonte: Equipe técnica.

O Gráfico 13, por sua vez, traz informações acerca de áreas alagáveis no Município, sendo
sua recorrência uma das principais consequências da ausência e da insuficiência de estruturas
para manejo de águas pluviais. Constatou-se que cerca de 31% dos bairros da cidade possuem
áreas alagáveis.

31%
Possui áreas alagáveis

Não possui áreas alagáveis


69%

 
Gráfico 14 - Porcentagem de bairros com e sem áreas alagáveis em sua extensão.
Fonte: Equipe técnica.

Tabela 33 - Condições dos bairros catalogados no que tange a pavimentação e drenagem.


Possui  rede  de   Possui  áreas  
Bairro   Pavimentado?   Local  de  deságue  
drenagem?   alagáveis?  
Águas  Lindas   Não   Não   Não   Ig.  Ilha  do  Coco  
Altamira   Sim   Sim   Sim   Canal  Altamira  
Alto  Boa  Vista   Não   Não   Não   Igarapé  Lajeado  
Alto  Bonito   Sim   Sim   Não   Brejo  /  Lagoa  
Alvorá   Sim   Sim   Não   Ig.  Ilha  do  Coco  
Amazonas   Sim   Sim   Não   Ig.  Ilha  do  Coco  
Beira  Rio  I   Sim   Sim   Não   Ig.  Ilha  do  Coco  

151  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Beira  Rio  II   Sim   Não   Sim   Ig.  Ilha  do  Coco  
Bela  Vista   Sim   Sim   Não   Ig.  Ilha  do  Coco  
Betânia   Sim   Sim   Sim   Canal  Altamira  
Bom  Jesus   Não   Não   Sim   Rio  Parauapebas  
Brasília   Não   Não   Sim   Rio  Parauapebas  
Caetanópolis   Sim   Sim   Sim   Ig.  Ilha  do  Coco  
Califórnia   Não   Não   Sim   Rio  Parauapebas  
Casa  Branca   Não   Não   Sim   Rio  Parauapebas  
C.  Populares  I   Sim   Sim   Não   Canal  Altamira  
C.  Populares  II   Sim   Sim   Não   Igarapé  Lajeado  
Cidade  Jardim   Sim   Sim   Sim   Igarapé  Lajeado  
Cidade  Nova   Sim   Sim   Não   Rio  Parauapebas  
Da  FAP   Sim   Não   Não   Rio  Parauapebas  
Da  Indústria   Sim   Não   Não   Igarapé  Rio  Verde  
Do  Lago   Não   Não   Não   Igarapé  Local  
Da  Paz   Sim   Sim   Não   Ig.  Ilha  do  Coco  
Dos  Minérios   Sim   Sim   Sim   Igarapé  Lajeado  
Esplanada   Não   Não   Não   Ig.  Ilha  do  Coco  
Guanabara   Sim   Sim   Sim   Ig.  Ilha  do  Coco  
Jd.  América  I   Sim   Não   Sim   Rio  Parauapebas  
Jd.  América  II   Sim   Não   Sim   Rio  Parauapebas  
Jd.  Canadá  I   Sim   Não   Sim   Canal  Altamira  
Jd.  Canadá  II   Sim   Não   Sim   Brejo  /  Lagoa  
Jd.  Eldorado   Não   Não   Não   Rio  Parauapebas  
Jardim  Ipê   Sim   Sim   Não   Igarapé  Lajeado  
Jardim  Ipiranga   Sim   Sim   Não   Igarapé  Lajeado  
Jardim  Planalto   Não   Não   Não   Rio  Parauapebas  
Jardim  Tropical   Sim   Sim   Não   Igarapé  Lajeado  
Jd.  Tropical  II   Sim   Sim   Não   Igarapé  Lajeado  
Jardim  Veneza   Não   Não   Não   Rio  Parauapebas  
Liberdade  I   Sim   Sim   Sim   Rio  Parauapebas  
Liberdade  II   Sim   Sim   Sim   Rio  Parauapebas  
Linha  Verde   Não   Não   Não   Ig.  Ilha  do  Coco  
Lagoa  da  
Maranhão   Sim   Sim   Não  
Capivara  
Possui  rede  de   Possui  áreas  
Bairro   Pavimentado?   Local  de  deságue  
drenagem?   alagáveis?  
Lagoa  da  
Maranhão  2   Sim   Não   Não  
Capivara  
Martini   Sim   Sim   Não   Igarapé  Lajeado  
Minas  Gerais   Não   Não   Não   Rio  Parauapebas  
Montes  Claros   Não   Não   Não   Rio  Parauapebas  
Morada  Nova   Não   Não   Não   Brejo  /  Lagoa  
Moveleiros   Sim   Sim   Sim   Igarapé  Lajeado  

152  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Nova  Capital   Sim   Sim   Sim   Brejo  /  Lagoa  


Nova  Carajás   Sim   Sim   Sim   Brejo  /  Lagoa  
Igarapé  
Nova  Vida   Sim   Sim   Sim  
Guanabara  
Igarapé  
Nova  Vida  II   Sim   Sim   Sim  
Guanabara  
Novo  Brasil   Sim   Sim   Sim   Ig.  Ilha  do  Coco  
Novo  Horizonte   Sim   Sim   Sim   Canal  Altamira  
Novo  Paraíso   Sim   Sim   Sim   Ig.  Ilha  do  Coco  
N.  Viver  /  N.  
Não   Não   Não   Rio  Parauapebas  
Vitória  
Palmares  II   Sim   Sim   Não   Igarapé  Local  
Palmares  Sul   Sim   Sim   Não   Rio  Parauapebas  
Panorama   Não   Não   Não   Rio  Parauapebas  
Paraíso   Sim   Sim   Não   Brejo  /  Lagoa  
P.  das  Nações  I   Não   Não   Não   Rio  Parauapebas  
P.  das  Nações  II   Não   Não   Não   Rio  Parauapebas  
P.  dos  Carajás  I   Sim   Sim   Sim   Brejo  /  Lagoa  
P.  dos  Carajás  II   Sim   Sim   Sim   Brejo  /  Lagoa  
P.  dos  Carajás  III   Não   Não   Não   Igarapé  Lajeado  
Primavera   Sim   Sim   Não   Rio  Parauapebas  
Raio  de  Sol   Não   Não   Não   Brejo  /  Lagoa  
Renascer   Não   Não   Não   Igarapé  Local  
R.  Amec  Ville   Sim   Sim   Não   Igarapé  Lajeado  
R.  Apoema   Sim   Sim   Não   Brejo  /  Lagoa  
Igarapé  
R.  Bambuí   Sim   Sim   Não  
Guanabara  
R.  Chác.  da  Lua   Sim   Sim   Não   Rio  Parauapebas  
R.  C.  das  Estrelas   Sim   Sim   Não   Rio  Parauapebas  
R.  Chác.  do  Sol   Sim   Sim   Não   Canal  Belém  
R.  Novo  Tempo   Não   Não   Não   Igarapé  Lajeado  
R.  Porto  Seguro   Não   Sim   Não   Rio  Parauapebas  
R.  São  Raimundo   Não   Não   Não   Rio  Parauapebas  
R.  V.  dos  Carajás   Sim   Sim   Sim   Brejo  /  Lagoa  
R.  Vila  Nova   Sim   Sim   Não   Igarapé  Lajeado  
Ribeiros   Não   Sim   Não   Ig.  Ilha  do  Coco  
Rio  Verde   Sim   Sim   Não   Ig.  Ilha  do  Coco  
Santa  Luzia   Não   Não   Não   Rio  Parauapebas  
São  José   Sim   Não   Não   Rio  Parauapebas  
Possui  rede  de   Possui  áreas  
Bairro   Pavimentado?   Local  de  deságue  
drenagem?   alagáveis?  
São  Lucas   Não   Não   Não   Ig.  Ilha  do  Coco  

153  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

São  Lucas  II   Não   Não   Não   Rio  Parauapebas  


São  Luiz   Não   Não   Não   Rio  Parauapebas  
Triunfo   Não   Não   Não   Rio  Parauapebas  
União   Sim   Sim   Não   Rio  Parauapebas  

Vale  do  Sol   Sim   Sim   Não   Igarapé  Lajeado  

Vila  Rica   Sim   Sim   Não   Canal  Altamira  


Fonte: Equipe técnica.

4.3.3 Visitas Técnicas a Alguns Locais Estratégicos para a Drenagem do Município

Os problemas observados no município de Parauapebas, no que se refere a drenagem e


manejo de águas pluviais, estão inseridos no contexto geral das deficiências de sua estrutura
de saneamento básico. Pontos críticos notados em várias regiões da cidade apresentam
semelhanças em suas causas e consequências, conforme segue demonstrado.

! Bairro Caetanópolis:

Corpo hídrico: Canal local, com deságue para um brejo popularmente conhecido como
“Baixada do Grande”, afluente do Igarapé Ilha do Coco.

Nota-se nas Fotos 11 e 12 moradias em condições irregulares; lançamento de esgoto sanitário


e resíduos sólidos diretamente no curso d’água, obstruindo o canal; e ainda falta de
manutenção e limpeza ao longo do mesmo.

154  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

 
Foto 11 - Canal do Bairro Caetanópolis, destacando à esquerda moradias irregulares com lançamento de
efluentes diretamente do corpo d’água e, à direita, o intenso desenvolvimento da vegetação nas proximidades
das manilhas, também observado na primeira imagem.
Fonte: Equipe técnica.

 
Foto 12 - Fotografias ilustrando o lançamento de águas servidas diretamente no canal (à esquerda) e nas
sarjetas (à direita).
Fonte: Equipe técnica.

! Bairro Primavera / Chácara das Estrelas:

Corpo hídrico: Canal Belém / Rio Parauapebas.

155  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

O referido canal, apresentado nas Fotos 13 e 14, é o melhor estruturado no Município, em


termos de dimensionamento, e um dos mais antigos nele dispostos. No entanto, também nele
observa-se falta de manutenção e limpeza com regularidade.

 
Foto 13 - Canal da Rua Belém, bem estruturado, no entanto, também sofre com a falta de
regularidade em atividades de manutenção e limpeza.

Fonte: Equipe técnica.

 
Foto 14 - Nota-se, à esquerda, a saída do Canal Belém, rumo ao Rio Parauapebas, onde também se
observa uma intensa formação de vegetação (à direita).
Fonte: Equipe técnica.

! Bairro Liberdade / União:

Corpo hídrico: Rio Parauapebas / Igarapé Ilha do Coco.

156  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Os Bairro Liberdade e União são divididos pelo delineamento do Igarapé Ilha do Coco,
ilustrado na Foto15.

 
Foto 15 - Igarapé Ilha do Coco, na delimitação entre os Bairros União e Liberdade, destacando a
formação de espumas características de poluição.
Fonte: Equipe técnica.

Na Foto16 está apresentada uma região de deságue da drenagem do Bairro Liberdade no


Igarapé Ilha do Coco, na extremidade da Rua Macapá, na qual observa-se ausência de
manutenção e limpeza.

 
Foto 16 - Área de lançamento da microdrenagem do Bairro Liberdade, destacando o desenvolvimento
acentuado da vegetação na mesma.
Fonte: Equipe técnica.

! Bairro Nova Vida:

Corpo hídrico: Igarapé Guanabara.

Observa-se nesta área o frequente lançamento de águas servidas nas ruas e,


consequentemente, no corpo hídrico, conduzindo ao desenvolvimento acentuado da vegetação

157  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

nas proximidades do mesmo, devido principalmente à elevada concentração de matéria


orgânica na água drenada (Fotos 17 e 18).

 
Foto 17 - À esquerda pode-se observar a condução, pelas sarjetas, de águas servidas para o Canal,
ilustrado à direita.

Fonte: Equipe técnica.

 
Foto 18 - Escoamento superficial diretamente para o Canal, encaminhando frequentemente águas servidas.
Fonte: Equipe técnica.

! Complexo Altamira:

Corpo hídrico: Canal Altamira.

Observa-se elementos de micro e macrodrenagem no bairro (Fotos 19 e 20). Entretanto, é


notório ainda a falta de manutenção e limpeza, aliada ao constante lançamento de resíduos
sólidos diretamente no canal por moradores.

158  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

 
Foto 19 - Ilustração de trecho exposto da drenagem do bairro, demonstrando à direita a falta de limpeza
e a presença de resíduos sólidos dispostos inadequadamente no local.
Fonte: Equipe técnica.

 
Foto 20 - Canal Altamira, sendo perceptível, por aspectos visuais, o lançamento de esgoto
sanitário no corpo hídrico, além da falta de manutenção das estruturas adjacentes.

! Bairro Casas Populares II:

Corpo hídrico: Igarapé Lajeado.

Na Foto 21 podem ser observadas concomitantemente várias situações adversas, como


moradias em regiões inadequadas, lançamento de esgoto sanitário diretamente no curso
d’água e a falta de limpeza e manutenção do local.

159  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

 
Foto 21 - Moradias irregulares em zona precária do Bairro Casas Populares II.
Fonte: Equipe técnica.

4.3.4 Áreas de Risco Catalogadas pela Defesa Civil

A Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (COMDEC) da Prefeitura Municipal de


Parauapebas (PMP) identificou, por meio da realização de um diagnóstico situacional geral
das áreas de risco do município, no ano de 2013, quinze setores críticos na cidade, no que
tange a presença de áreas alagáveis ou com elevado potencial para deslizamentos de terra e
erosões, distribuídos conforme demonstra a Figura 41.

 
Figura 41 - Setores de risco identificados pela Defesa Civil no Município de Parauapebas.
Fonte: COMDEC; CPRM, 2013.

160  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

A seguir estão listados os quinze setores dotados de áreas de risco discriminados pelo
COMDEC:

• Setor 01: Bairro Riacho Doce;

• Setor 02: Bairro União;

• Setor 03: Bairro Cidade Nova;

• Setor 04: Bairros Liberdade I e II;

• Setor 05: Bairro Novo Brasil;

• Setor 06: Bairro Casas Populares II;

• Setor 07: Bairro Rio Verde;

• Setor 08: Bairro Liberdade (Vila Esperança);

• Setor 09: Bairro Maranhão II;

• Setor 10: Bairro Primavera;

• Setor 11: Bairro Nova Vitória;

• Setores 12 e 13: Complexo Bela Vista – Bairros Parque das Nações, Jardim América
e São Lucas I e II;

• Setor 14: Bairro Alto Bonito;

• Setor 15: Bairro Céu Azul.

A situação de cada um dos setores supracitados, considerando o apresentado pelo COMDEC /


CPRM (2013) em seu diagnóstico, encontram-se sucintamente relatadas na sequência:

! Setor 01: Bairro Riacho Doce;

O Setor 01 abrange uma área prioritariamente pertencente ao Bairro Riacho Doce, próxima ao
encontro deste com o Bairro Primavera, compreendendo às ruas 03, 04 e Amazonas, tratando-
se de uma zona submetida a inundações sazonais pelo Rio Parauapebas, que duram em média
três dias (COMDEC; CPRM, 2013).

! Setor 02: Bairro União;

161  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

O Setor 02 compreende a Rua 03 do Bairro União, uma área de risco também submetida a
inundações frequentes pelas águas do Rio Parauapebas, especialmente entre os meses de
janeiro e abril (COMDEC; CPRM, 2013).

! Setor 03: Bairro Cidade Nova;

O Setor 03 engloba as Ruas Zero, A e Belém, estando entre os Bairros Cidade Nova e
Primavera, às margens do Rio Parauapebas. O mesmo também é submetido anualmente a
inundações, por se tratar de zona de várzea do referido rio (COMDEC; CPRM, 2013).

! Setor 04: Bairros Liberdade I e II;

O Setor 04 compreende ao Bairro Liberdade I, especialmente sua zona que margeia o Rio
Parauapebas, a qual possui risco de alagamento; e ao Bairro Liberdade II, principalmente nas
encostas dos morros que cercam a área, onde há grande tendência à ocorrência de inundações
bruscas devido a enxurradas e a deslizamentos de terra, solo e/ou rocha (COMDEC; CPRM,
2013).

! Setor 05: Bairro Novo Brasil;

O Setor 05 representa uma área sujeita a inundações sazonais pelo Igarapé Ilha do Coco,
afluente da margem direita do Rio Parauapebas, disposta no Bairro Novo Brasil (COMDEC;
CPRM, 2013).

! Setor 06: Bairro Casas Populares II;

O Setor 06 corresponde ao Bairro Casas Populares II, especialmente sua área que margeia o
Igarapé Lajeado, a qual possui risco elevado de inundações periódicas e, como agravante,
sofre com o aterramento constante de áreas de proteção do corpo hídrico devido a ocupações
irregulares (COMDEC; CPRM, 2013).

! Setor 07: Bairro Rio Verde;

162  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

O Setor 07 compreende ao Bairro Rio Verde, em especial a sua planície de inundação do


Igarapé Ilha do Coco, onde existem casas construídas a menos de um metro do corpo hídrico,
as quais lançam águas servidas diretamente no mesmo (COMDEC; CPRM, 2013).

! Setor 08: Bairro Liberdade (Vila Esperança);

O Setor 08 engloba o Bairro Liberdade, em uma área do mesmo denominada Vila Esperança,
onde encontra-se locada uma estação elevatória do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de
Parauapebas (SAAEP); e ainda parte do Bairro Nova Vida II, mais especificamente nas
proximidades do local onde está instalada a Estação de Tratamento de Água I (ETA I).
Ambos os locais são áreas de morros, com moradias em condições precárias e risco elevado
de deslizamentos de terra e alagamentos por enxurrada (COMDEC; CPRM, 2013).

! Setor 09: Bairro Maranhão II;

O Setor 09 compreende ao Bairro Maranhão II, às Margens da Rodovia Municipal Faruk


Salmen, uma área de morros com solo rico em material argiloso e histórico de deslizamento.
O risco de deslizamentos nesta região se justifica tanto pelo corte muitas vezes irregular dos
taludes quanto pela ação natural das chuvas (COMDEC; CPRM, 2013).

! Setor 10: Bairro Primavera;

O Setor 10 envolve o Bairro Primavera, em especial a zona próxima a Rua Marcos Freire.
Trata-se de uma área de morros, com risco de deslizamento tanto pela ação antrópica (cortes)
quanto natural (chuvas) (COMDEC; CPRM, 2013).

! Setor 11: Bairro Nova Vitória;

O Setor 11 corresponde ao Bairro / Conjunto Nova Vitória, localizado às margens da Rodovia


Municipal Faruk Salmen, no sentido do Bairro Palmares I. Apresenta um relevo do tipo
morros, com declividade média de 30º, e ocupação desordenada. É uma área com risco de
deslizamento de solo e / ou rocha devido ao corte dos taludes e as chuvas (COMDEC; CPRM,
2013).

163  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

! Setores 12 e 13: Complexo Bela Vista – Bairros Parque das Nações, Jardim América e
São Lucas I e II;

Os Setores 12 e 13 estão compreendidos no complexo denominado pelo COMDEC / CPRM


(2013) enquanto Bela Vista, incluindo os Bairros Parque das Nações, Jardim América e São
Lucas I e II. Trata-se de uma área com declividade elevada e grande risco de deslizamento de
solo e / ou rocha, tanto por ação do corte de taludes quanto por enxurradas em períodos
chuvosos.

! Setor 14: Bairro Alto Bonito;

O Setor 14 abrange o Bairro Alto Bonito, uma área de morro às margens da PA-160, com
ocupações irregulares em íngremes encostas. As chuvas, atreladas ao corte dos taludes,
corroboram para o risco de deslizamentos nesta região (COMDEC; CPRM, 2013).
Atualmente, o risco desta área encontra-se dissolvido, como melhor descrito mais à frente.

! Setor 15: Bairro Céu Azul.

O Setor 15 corresponde ao Bairro Céu Azul, uma área de morro, com declividade de 30 a 45º
e solo argilo-siltoso. Trata-se de uma região com risco de deslizamentos, tanto pelo corte dos
taludes quanto pela ação das chuvas (COMDEC; CPRM, 2013). Hoje, as famílias que
habitavam está localidade já foram quase completamente relocadas, tendo sido dissolvido
grande parte deste setor de risco.

As Figuras de 42 a 47 ilustram alguns dos setores cujas situações foram a pouco apresentadas.

164  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

 
Figura 42 - Ilustração de inundação ocorrida no Bairro Riacho Doce (Setor 1).
Fonte: COMDEC; CPRM, 2013.

 
Figura 43 - Ilustração de enchente ocorrida no Bairro União (Setor 2), em abril de 2010.
Fonte: COMDEC; CPRM, 2013.

165  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

 
Figura 44 - No Bairro Rio Verde (Setor 7), casas dispostas à beira do corpo hídrico, lançando seus resíduos
sólidos e águas servidas diretamente no mesmo.
Fonte: COMDEC; CPRM, 2013.

 
Figura 45- Ilustração demonstrando erosões no solo em rua do Bairro Vila Esperança (Setor 8).
Fonte: COMDEC; CPRM, 2013.

166  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

 
Figura 46 - Blocos de rocha em alto declive, com elevada tendência ao escorregamento. Área no Complexo Bela
Vista (Setores 12 e 13).
Fonte: COMDEC; CPRM, 2013.

 
Figura 47 - Morro do Bairro Alto Bonito (Setor 14), antes da retirada das famílias que habitavam a área em
condições precárias.
Fonte: COMDEC; CPRM, 2013.

O Setor 14 que, conforme brevemente citado, hoje já não mais caracteriza uma área de risco,
especialmente para o manejo de águas pluviais, e foi transformado em um conjunto
residencial vertical, cujas unidades habitacionais foram parcialmente entregues, estando
algumas ainda em obras. Os apartamentos estão sendo destinados às famílias que habitavam
esta área, bem como para algumas outras em situação semelhante advindas de localidades
diversas do município, como é o caso de moradores do Setor 15, também apresentado a
pouco.

167  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

De modo geral, nota-se pela observação dos setores demarcados pelo COMDEC que estes
são, na maioria dos casos, zonas de habitação irregular, em áreas que deveriam
prioritariamente ter sido reservadas à preservação, considerando sua proximidade com corpos
hídricos, ou seja, tratam-se por lei de Áreas de Preservação Permanente (APP’s). A Lei nº
12.651 de 2012, também conhecida como o Novo Código Florestal Brasileiro, conceitua estes
locais enquanto áreas protegidas, cobertas ou não por vegetação nativa, que possuem função
ambiental de resguardar os recursos hídricos.

Além disso, pode-se observar também a recorrência de morros precariamente habitados, tendo
suas vegetações constantemente suprimidas, em detrimento de cortes para construção de
residências com condições inseguras, tanto estruturais quanto de saneamento básico.

Em ambos os casos apresentados, é latente o risco de inundações, enxurradas e deslizamentos


de terra em épocas nas quais há precipitação acentuada no município, fazendo-se necessário o
desenvolvimento de ações para um melhor manejo das águas pluviais nestes setores.

A Figura 49, abaixo, apresenta a demarcação de alguns dos setores de riscos citados.

 
Figura 48 - Demarcação de algumas áreas de risco identificadas no Município de
Parauapebas.
Fonte: AMBGIS; UMAH; PMP; BID, 2017.

168  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

4.3.5 Considerações Acerca do Diagnóstico

As atividades de drenagem e manejo de águas pluviais estão inseridas no contexto de serviços


que compõem o saneamento básico e, neste sentido, é válido ressaltar a influência que cada
componente, atividade, ou mesmo a sua ausência tem no resultado final.

De acordo com as situações expostas no presente diagnóstico, observadas tanto por meio das
visitas técnicas como do acesso aos materiais elaborados pela Defesa Civil, é notório um ciclo
vicioso de eventos que contribuem para a grande parte dos problemas enfrentados pelo
manejo de águas pluviais do Município de Parauapebas. Observa-se desde a falta de
planejamento técnico no uso e ocupação de algumas áreas, dotando-as de infraestrutura básica
para o estabelecimento de habitações, até ações prejudiciais para a drenagem da cidade
promovidas pelos próprios moradores.

! Áreas alagáveis:

Notório problema que acompanha a história do Município, sendo recorrente em várias regiões
da cidade, como exposto no capítulo anterior. Percebe-se que o mesmo possui enquanto
elementos causadores uma série de fatores, como exemplo:

• Planejamento técnico do Município:

A falta de um plano municipal direcionado às atividades de manejo de águas pluviais


impossibilita o direcionamento do uso e ocupação do solo de forma adequada, através de
regulamentações. Uma vez que, para implementação de tais instrumentos, faz-se necessário o
conhecimento detalhado de condições específicas do Município, como sua geomorfologia,
planialtimetria, a disposição de suas bacias hidrográficas e microbaciais, dentre outras.

O acesso a tais informações possibilita o dimensionamento adequado das estruturas que


compõem o sistema de drenagem de um local, respeitando características essenciais dos
corpos d’água que o margeiam, como vazão, velocidade de escoamento e volume máximo
natural, de acordo com o índice pluviométrico médio da região, por exemplo.

• Moradias em condições irregulares:

169  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

É também fator preponderante para a incidência de áreas alagáveis a ocupação irregular de


regiões às margens dos cursos d’água. Tal situação se desenvolve por diversas causas,
inclusive por problemas sociais e econômicos específicos do Município. Além disso, deve-se
considerar a falta de instrução de seus moradores, principalmente no que tange ao respeito às
áreas de preservação legalmente instituídas e ao conhecimento da abrangência total do corpo
hídrico, especialmente nos períodos com índices pluviométricos mais acentuados.

• Falta de manutenção e limpeza dos canais:

Também pode ser considerado fator responsável pelos alagamentos recorrentes no Município
a limpeza dos corpos receptores, constatada enquanto insuficiente, a qual envolve desde a
remoção de resíduos sólidos, lançados por moradores, até a capina da vegetação que
naturalmente se desenvolve neles.

O acelerado crescimento de vegetais nestes cursos d’água se deve principalmente à excessiva


disponibilidade de material orgânica na água drenada, considerando o lançamento frequente
de dejetos de esgoto nos dispositivos destinados prioritariamente ao recebimento de águas
pluviais, como observado nas imagens destacadas no capítulo referente às visitas técnicas.

Percebe-se ainda que serviços de limpeza e manutenção em componentes de drenagem


existentes, como estruturas de meio-fio, bocas de lobo, poços de visita, manilhas e galerias é
insuficiente, o que pode ser atrelado a reduzida quantidade de mão-de-obra e de equipamentos
reservados pela Prefeitura para este fim, especialmente se considerada a larga abrangência
atual dos bairros do município.

! A contribuição da população para a drenagem municipal:

Observa-se no Município, de modo geral, a ausência de informações a respeito da importância


que um adequado manejo de águas pluviais tem na qualidade de vida de uma população e no
desenvolvimento de uma região. Além disso, há falta de consciência de que ações individuais,
quando adequadamente empregadas, são capazes de proporcionar efeitos tão benéficos quanto
intervenções estruturais de grande porte.

Destaca-se como costumeiro para a população de Parauapebas atitudes como o lançamento de


esgoto sanitário diretamente em redes de drenagem construídas, ou mesmo no curso natural

170  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

de rios e igarapés, situação muitas vezes motivada pela ausência de rede específica para coleta
e tratamento de esgoto no Município; e ainda a disposição também de resíduos sólidos nestes
locais, obstruindo dispositivos de drenagem e tornando-os ineficientes.

! Limitações do diagnóstico:

É importante frisar algumas limitações encontradas no decorrer da elaboração do presente


diagnóstico, como a ausência de algumas ferramentas que auxiliariam na coleta e análise de
dados, como um trabalho de georreferenciamento, capaz de enriquecer o estudo,
proporcionando maior clareza nas informações a serem utilizadas como diretrizes para o
prognóstico e, por isso, sugerido para a revisão deste documento.

Além disso, outro fator a ser considerado foi o reduzido período disposto para a catalogação
das informações, bem como o pequeno número de técnicos envolvidos na elaboração deste
diagnóstico.

4.4 SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

4.4.1 Situação do Sistema de Manejo e Controle de Resíduos Sólidos

Desde fevereiro de 2016 os serviços de limpeza pública de Parauapebas são executados pelo
Consórcio Paracanãs, composto pelas empresas Terraplena Ltda. e Sanepav Saneamento
Ambiental Ldta. que é responsável pela coleta e transporte dos resíduos sólidos gerados na
zona urbana e rural do município, bem como no Distrito Industrial.

Na Zona Rural os serviços de limpeza Urbana, abrangem as vilas Palmares Sul, Palmares II,
Paulo Fonteles, Sansão, CEDERE I e Onalício Barros. A coleta é realizada por meio
caminhão basculante, a destinação final desses resíduos sólidos é no aterro controlado do
município, com distâncias variadas 8,0 a 80 km. Nas áreas de difícil acesso (morros), a coleta
é realizada com tratores agrícolas com carretas.

Com os serviços terceirizados, à partir de fevereiro de 2016, a Prefeitura, tendo como


responsável a Secretaria de Serviços Urbanos – SEMURB, sob a coordenação do Setor de
Limpeza Pública, passou a executar somente a fiscalização desses serviços.

171  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Os serviços executados são:

a) Coleta e transporte de resíduos sólidos domiciliares;


b) Coleta e tratamento dos resíduos de serviços de saúde;
c) Equipe de coleta seletiva e resíduos volumosos;
d) Varrição manual de vias e logradouros;
e) Coleta mecanizada e transporte de entulhos;
f) Coleta e transporte de galharias (galhadas) e resíduos verdes;
g) Equipe de capina mecanizada;
h) Limpeza de feiras e mercados; e
i) Equipes padrão de serviços diversos.

4.4.2 Coleta e Transporte de Resíduos Sólidos Domiciliares.

A coleta dos resíduos sólidos domiciliares no perímetro urbano é composta por uma estrutura
de operação que compreende 1 motorista e 3 coletores por caminhão compactador, com
capacidade de 8,5 toneladas. São 8 caminhões compactadores, onde 2 são considerados como
reserva técnica. A operação de coleta de resíduo urbano é acompanhada por um fiscal, por um
supervisor e por um gerente.

A coleta é dividida em dois turnos, sendo o diurno, das 06:40 às 15:00, e noturno, das 17:40
às 02:00. Caso necessário o horário poderá ser estendidos até que se finalize a coleta.

A área urbana é dividida em 20 roteiros de coleta, zoneados previamente, sendo que desses,
12 são diurnos, 6 alternados segunda, quarta e sexta e 6, terça-feira quinta-feira e sábado; 8
desses roteiros são noturnos, sendo que destes 2 são diários por terem características
comerciais e/ou bairros centrais que possuem maior produção de resíduo doméstico e urbano
e 6 roteiros ocorrem de maneira alternada, sendo três alternados segunda, quarta e sexta, e
outros três, terça-feira quinta-feira e sábado.

As áreas de difícil acesso dispõem de 1 basculante de 6m³, e 1 trator agrícola com implemento
de armazenamento de resíduo; cada equipamento citado é acompanhado de uma guarnição
que envolve 1 motorista ou operador e 2 coletores.

172  
 

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A coleta na Zona Rural é realizada todas as quintas-feiras, visto que a produção de resíduo é
pequena, por uma equipe formada por um motorista e 2 coletores; o equipamento utilizado
para esta operação é um basculante de 12m³.

Todo este sistema descrito opera desde fevereiro de 2016, quando foram iniciadas as
atividades do Consórcio Paracanãs.

Tabela 34 - Roteiros.
ROTEIRO BAIRRO FREQUÊNCIA TURNO
1 CIDADE NOVA / UNIÃO DIÁRIA NOTURNO
2 BAIRRO RIO VERDE e DA PAZ DIÁRIA NOTURNO
PRIMAVERA / CH. DA LUA / CH. DAS
ESTRELAS / CH. DAS NUVENS / CH. DO
CACAU / CH. DO SOL / VALE DOS
3 3ª, 5ª e Sábado NOTURNO
CARAJÁS / RESIDENCIAL PORTO
SEGURO / BAIRRO MARANHÃO /
MORRO DOS VENTOS / BETÂNIA
BELA VISTA / SÃO JOSÉ / VIDA NOVA /
REDIDENCIAL BAMBUI / LIBERDADE
4 2ª, 4ª e 6ª Feira NOTURNO
(Entre Av. Princesa Isabel e Av. Perimetral
Norte).
NOVO HORIZONTE / ALTAMIRA /
5 3ª, 5ª e Sábado NOTURNO
BETÂNIA
6 NOVA VIDA / GUANABARÁ II 2ª, 4ª e 6ª Feira NOTURNO
RESIDENCIAL VILA RICA / CASAS
7 3ª, 5ª e Sábado DIURNO
POPULARES I / CASAS POPULARES II
JARDIM CANADÁ / BEIRA RIO / BEIRA
RIO II / PARQUE DOS CARAJÁS I /
8 2ª, 4ª e 6ª Feira DIURNO
PARQUE DOS CARAJÁS II / PARQUE
DOS CARAJÁS III
9 CIDADE JARDIM (Entre PA 275 e Av. B) 3ª, 5ª e Sábado DIURNO
10 LIBERDADE I / LIBERDADE II 2ª, 4ª e 6ª Feira DIURNO
11 CIDADE JARDIM (Entre Av. B e Av. D) 3ª, 5ª e Sábado DIURNO
JARDIM AMERICA II / BELA VISTA /
12 MORADA NOVA / TALISMÃ / SÃO 2ª, 4ª e 6ª Feira DIURNO
LUCAS / ÁGUAS LINDAS
CIDADE JARDIM (Entre Av. D e Av.
13 3ª, 5ª e Sábado DIURNO
Buriti)
PARQUE DAS NAÇÕES / RAIO DE SOL /
14 SÃO LUIZ / BOM JESUS / JARDIM 2ª, 4ª e 6ª Feira DIURNO
PLANALTO / CALIFÓRNIA / SÃO

173  
 

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RAIMUNDO / CASA BRANCA /


PANORAMA / BRASILIA / DISTRITO
INDUSTRIAL
14 CEDERI I 4ª e 6ª Feira DIURNO
POLO MOVELEIRO / RESIDENCIAL
VILA NOVA / BAIRRO DOS MINÉRIOS /
15 3ª, 5ª e Sábado DIURNO
CIDADE JARDIM (Entre Av. Buriti e Rua
S/D)
GUANABARÁ / CAETANOPOLIS /
16 PARAISO / ESPLANADA / LINHA 2ª, 4ª e 6ª Feira DIURNO
VERDE
JARDIM IPIRANGA / JARDIM
17 TROPICAL II / JARDI TROPICAL I / 3ª, 5ª e Sábado DIURNO
RESIDENCIAL NOVO TEMPO
NOVO BRASIL / NOVA CAPITAL /
AMAZÔNIA / VIVER BEM
PARAUAPEBAS / ALVORÁ /
18 2ª, 4ª e 6ª Feira DIURNO
RESIDENCIAL VISTA DO VALE / NOVA
CARAJÁS (Entre Av. Serra Arqueada e PA
275)
JARDIM IPÉ / VALE DO SOL /
RESIDENCIAL MARTINI / ESPERANÇA /
19 3ª, 5ª e Sábado DIURNO
SANTA LUZIA / JARDIM PARAISO /
PALMARES SUL / PALMARES II
Quinzenal / 5ª
19 GARIMPO DAS PEDRAS DIURNO
ou 6ª Feira
ESTAÇÃO CONHECIMENTO / VILA
19 SANSÃO / PAULO FONTELES / SANTA 5ª Feira DIURNO
CRUZ
20 NOVA CARAJÁS 2ª, 4ª e 6ª Feira DIURNO

DIFÍCIL ACESSO
ROTEIRO BAIRRO FREQUÊNCIA TURNO
1 ALTO BONITO / RESIDENCIAL 3ª, 5ª e Sábado DIURNO
ALTO DO BOA VISTA / BETÂNIA /
JARDIM CANADÁ / NOVO VIVER
2 LIBERDADE II / NOVA VIDA II / 2ª, 4ª e 6ª Feira DIURNO
MONTES CLAROS / SÃO LUCAS

Algumas áreas do município apesar de atendidas com coleta regular, ainda é possível verificar
acumulação de resíduos sólidos em logradouros ou em terrenos baldios, os chamados pontos

174  
 

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críticos, bem como na prática de moradores queimarem ou enterrarem os resíduos gerados,


especialmente nas áreas mais afastadas do centro.

Tabela 35 - Tabela de pontos críticos.


PONTOS CRÍTICOS (COLETA DE RESÍDUO DOMICILIAR)

ROTEIRO
Rua Santa Luzia nº 300, Bairro Rio Verde divisa com Liberdade I
Rua Bela Vista nº 04, Bairro Nova Esperança próximo a Estação da SAAEP
Rua Rogério Cardoso nº 19, Nova Vida II
Rua Rogério Cardoso, Bairro Nova Vida II
Rua Morumbi nº 06, Bairro Nova Vida II
Rua Morumbi S/N com Montes Claros, Bairro Nova Vida II
Avenida VS10 ao lado da Castanheira, Bairro São Lucas II
Avenida Oeste, Qd. 02, Lt. 12 e Rua Augusto Dias Qd. 06 e 02, Bairro Raio de Sol
Avenida VS10 ao lado da caixa d'água, Bairro Brasília
Avenida VS10, Km 12 próximo a ponte da linha férrea, Zona Rural
Avenida VS10, Km 13, Zona Rural
Avenida VS10, Km 04, Bairro Brasília
Avenida Bom Jardim, Qd. 15, Lt. 02, Bairro Bela Vista
Rua Agatha próximo a caixa d'água, Bairro Bela Vista
Aos fundos do antigo Macre, Bairro Linha Verde
Rua V8, Qd. 415, próximo a caixa d'água, Bairro Cidade Jardim
Rua 08, próximo a escola Fernando Pessoa, Bairro dos Minérios
Avenida Itacaiunas, Qd. 21, Lt. 05, Casas Populares II
Avenida Pará, Qd. 45, Lt. 13, Casas Populares II
Rua Magé com Av. Parú, Casas Populares II
Rua Magé com Av. Buriti, Casas Populares II
Avenida Buriti, atrás da creche, Casas Populares II
Avenida Itacaiunas, Qd. 17, Lt. 21 ao lado do terminal de van, Casas Populares II
Avenida Itacaiunas com Juruã, Casas Populares II
Rua Anuman com Espanha, Qd. 12, Lt. 09, próximo a ponte do projeto pipa
Rua 06, nª 01, Bairro Novo Tempo (Chico das Cortinas)
Rua atrás da reciclagem Martins, Bairro Tropical
Avenida Faruk Salmen, próximo ao hotel Itália
Rua da Policlinica, Bairro Alto da Boa Vista
Avenida A, Bairro Betânia
Rua 10 esquina com Rua São Paulo
Rua 04 ao lado da escola Bom Pastor, Bairro Primavera
Travessa São Paulo esquina com Rua 03
Travessa São Paulo esquina com Rua 01

175  
 

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Travessa São Paulo esquina com Rua 0


Estrada de acesso ao Salobo próximo à entrada do Aterro Municipal

Na Figura 49 pode ser observada a área atendida pela empresa prestadora dos serviços de
coleta e transporte de resíduos sólidos no perímetro urbano e rural do município de
Parauapebas.

 
Figura 49 - Área de atendimento de RS.

De acordo com estudos realizados pelo IBGE (2010), no município de Parauapebas são
utilizadas oito alternativas para o manejo de resíduos sólidos gerados pela população,
conforme relacionado na Tabela 36.

Tabela 36 - Destino do resíduo sólido gerado.


Destino  do  Lixo   Unidade   %  
Coletado  pelo  serviço  de  limpeza   40.091   93,83  
Coletado  em  caçamba  pelo  serviço  de  limpeza   758   1,77  
Queimado  (na  propriedade)   1.440   3,37  

176  
 

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Enterrado  (na  propriedade)   51   0,12  


Jogado  em  terrenos  baldios  e  logradouros   289   0,68  
Jogados  em  rios  ou  lagos   07   0,02  
Fonte: IBGE (2010).

Os resultados do IBGE (2010) mostram que 93,83% dos resíduos sólidos são coletados pelo
prestador do serviço. Segundo os roteiros definidos, a coleta de resíduos sólidos é feita
regulamente no perímetro urbano diariamente ou de duas a três vezes na semana, conforme
apresentado na Tabela 37.

Tabela 37 - Frequência da Coleta.

Frequência de coleta %
Diária 09
2 ou 3 vezes por semana 91

Segundo a Prefeitura de Parauapebas (2017) a estimativa de coleta de resíduos sólidos


urbanos (coleta pública) e entulhos são de aproximadamente 9.000 toneladas/mês.

Na Tabela 38 são apresentados os veículos utilizados nos serviços de coleta de resíduos


sólidos no perímetro urbano de Parauapebas.

Tabela 38 - Quantidade de Veículos.


Tipo de Veículo Quant.
Caminhão compactador 8*

Caminhão Basculante 14

Trator agrícola com carreta 1

Total 23
* reserva técnica

4.4.3 Coleta e Transporte de Resíduos Construção e Demolição.

A coleta de resíduos sólidos de construção e demolição (RCD), é executada por agentes


autônomos que utilizam caixas brooks para o acondicionamento e caminhões poliguindastes
para o transporte.

177  
 

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Em Parauapebas, a coleta de Resíduos da Construção Civil (RCC), dispostos de forma


irregular e nos casos em que não é possível definir o gerador, é realizada pela empresa
responsável pela limpeza urbana, no entanto, o mesmo é caracterizado como entulho.

A operação para remoção de entulhos envolve um encarregado de campo, que


preliminarmente visualiza as áreas onde possuem volume considerável, e este encaminha a
equipe ao local. Atualmente são utilizados 4 equipes de coleta mecanizada e transporte de
entulho, estas possuem 1 pá carregadeira, 3 basculantes de 12m³ cada, além de 2 Auxiliares de
Serviços Gerais.

4.4.4 Coleta e Transporte de Resíduos de Serviços de Saúde.

Em relação ao manejo de Resíduos de Serviços de Saúde (RSS), o município, incluindo


geradores públicos e privados, gera, em média, 8.000 kg/mês. A coleta, transporte e
tratamento são realizados por empresa subcontratada localizada em Ananindeua/PA, onde são
incinerados.

A incineração é o tratamento ideal para resíduo contaminante ou tóxico, especialmente de


hospitais, portos, aeroportos, lixo industriais perigosos e resíduos da agropecuária, pois
elimina agentes biológicos, químicos e físicos. Uma vantagem no equipamento de
incineração: são equipamentos de autocombustão, onde o próprio lixo é o combustível,
reduzindo o custo com combustíveis não renováveis e o impacto ambiental.

Os resíduos são segregados, para evitar que resíduos que reajam entre si, por
incompatibilidade química, sejam introduzidos simultaneamente no incinerador. Para esta
etapa a empresa dispõe de área especifica para manipulação de resíduos.

4.4.5 Coleta Seletiva e Resíduos Volumosos.

A coleta seletiva apesar de ser um dos instrumentos de gestão do resíduos sólidos municipais,
ainda não é realidade no município. No entanto aos usuários do aterro municipal é
recomendado que os resíduos que são passíveis de reaproveitamento ou reciclagem sejam
destinados para tais fins.

178  
 

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No município há iniciativa de formação de catadores, em cooperativa, que atuam coletando


resíduos em locais como supermercado, ruas ou em eventos festivos que ocorrem na cidade.
No aterro municipal não há presença de catadores.

Em relação aos resíduos volumosos, o serviço compreende a remoção de restos de poda e


resíduos de manutenção de áreas verdes, executados nas vias públicas, inclusive transporte até
o aterro municipal.

A equipe é composta por um operador, dois auxiliares de serviços gerais e um caminhão do


tipo munck, o transporte é feito por caminhão basculante.

4.4.6 Varrição Manual de Vias e Logradouros

A varrição é realizada nas principais vias pavimentadas, praças, estacionamentos e áreas de


aglomeração de pessoas (comercial). A varrição manual é composta por 71 varredores que são
acompanhados por 2 encarregados de campo.

Os roteiros de varrição são definidos previamente, conforme as características dos mesmos, os


principais parâmetros utilizados são extensão e produção, a partir da qual é definida a equipe,
podendo ser com 2 a 3 varredores. Em roteiros de pequena extensão e/ou baixa produção de
resíduos, usa-se apenas um varredor. Média varrição em vias e logradouros é de
aproximadamente 6.487 km/eixo.

4.4.7 Feiras e Mercados

A coleta realizada nas feiras e mercados é feita conforme a da coleta convencional, sendo uma
guarnição e caminhão compactador pela empresa prestadora de serviço.

No centro de Abastecimento de Parauapebas - CAP, e no Mercado do Rio Verde os dias de


maior geração de resíduos são aos sábados e domingos respectivamente, sendo que o
acondicionamento é feito em contêineres com capacidade de 500L. Nas feiras do Guanabara,
Cidade Jardim, Liberdade e Tropical há necessidade de um contêiner, pois são fixas em seus
respectivos dias de funcionamento.

179  
 

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Tabela 39 - Feira e Mercado.


Frequência
Feira Local Contêiner
(Coleta)
Centro de
Abastecimento de Faruk Salmen Diariamente 04
Parauapebas (CAP)

Mercado do Rio Verde Av. Liberdade – Rio Verde Diariamente 04

Rua “B” entre a Rua 5 e 4 –


Rua “B” Diariamente 01
Cidade Nova

Guanabara Av. Bom Jardim - Guanabara Quinta-Feira -

Cidade Jardim Av.”C” – Cidade Jardim Sexta-feira -

Liberdade Praça do Liberdade – Liberdade Terça-feira -

Tropical Rua F18 - Tropical Quarta-feira -

4.4.8 Equipe Padrão

A equipe padrão é para execução dos serviços diversos de limpeza urbana que consiste na
execução de capinação, roçagem, raspagem de terra e areia das pistas de rolamento e sarjetas,
faixas de passeios das áreas do município e pintura do meio-fio.

4.4.9 Aterro Municipal

4.4.9.1 Histórico do Aterro Municipal

Em 2005, mediante provocação do Conselho Regional de Engenharia do Para - CREA, o


Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, autuou
a Prefeitura de Parauapebas devido a prática de deposição de resíduos sólidos urbanos em
vazadouro ou lixão. Com o embargo da referida área e no sentido de que a população não
fosse mais penalizada, houve consenso entre as partes , o que resultou em dois TAC’s, bem
como desembargo da área, com cumprimento e implementação das medidas mitigadoras a fim
de minimizar os impactos e dá continuidade as atividades de operação do aterro.

180  
 

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Assim, o Aterro Municipal apesar de chancelado pelo órgão ambiental para prosseguimento
das atividades, não possui nenhuma das licenças, bem como nenhum plano de recuperação
para o mesmo até o momento. Considerando que tais requisitos são relevantes no processo de
licenciamento, tanto da área atual quanto da área futura, para instalação da Central de
Tratamento de Resíduos Sólidos, , estas condições devem ser cumpridas a fim de atender as
normativas ambientais.

A área total do aterro municipal é de aproximadamente 180.000m², sendo que, para expansão,
é necessária uma nova área de cerca de 17.500 m². Essa nova área, localizada ao sul do aterro
sanitário municipal precisará de licenciamento do órgão ambiental, com atendimento de
normas técnicas e ambientais.

4.4.10 Disposição Final.

O Aterro Municipal de Parauapebas atualmente é o único local disponível para disposição


final dos resíduos coletados no município, nos casos em que não há interesse de reutilização
ou reciclagem, ou quaisquer outras formas de destinação de interesse econômico. Ressalta-se
que os resíduos sólidos coletados no centro de maior geração, da área urbana do município de
Parauapebas distam em média de 10 quilômetros do Aterro Municipal.

No Aterro Municipal só é permitida a disposição de resíduos classificados como classe II A e


classe II B (Inerte), porém o sistema de verificação não é eficiente para garantir tais
condições, pois é de caráter declaratório do usuário o tipo de resíduos que ele está
descartando, no entanto o mesmo é informado das condições para deposição, em suma nada
de caráter perigoso ou proveniente dos serviços de saúde, sendo que nenhuma taxa é paga
pelo usuário para usufruir de tais serviços.

Os resíduos são dispostos em área delimitada (frente de serviço), onde antes foi um vazadouro
durante aproximadamente 12 anos. A partir de 2013, começou a receber melhorias para sua
adequação e mitigação dos impactos causados ao meio ambiente para consecução de
características próprias de aterro controlado, onde novas medidas operacionais têm sido
aplicadas ao tratamento dos resíduos, os mesmos recebem cobertura diariamente de solo
siltoso com trator esteira de peso operacional mínimo de 19 toneladas, por outro lado são

181  
 

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retirados, os resíduos metálicos, pneus os demais resíduos que possam comprometer a


compactação ou mesmo os maquinários, encaminhados para outra destinação.

O Aterro Municipal dispõe de balança com capacidade de 60ton, sistema de drenagem de


chorume e lagoas de acumulação (impermeabilizada com manta PEAD), cinturão verde em
desenvolvimento, sistema de drenagem e queima de biogás e estrutura administrativa de apoio
as atividades operacionais.

As tabelas 40 e 41, a seguir discriminam os equipamentos disponíveis no aterro sanitário e os


recursos humanos disponíveis.

Tabela 40 - Equipamentos disponíveis no aterro sanitário.

Veículo/Máquina Quantidade

Retroescavadeira 1
Trator esteira 2
Escavadeira Hidráulica 1
Caminhão Pipa 1
Van 1
Balança 1
Caminhão basculante 3

TOTAL 10

Tabela 41 - Recursos Humanos disponíveis no aterro sanitário.

Recursos humanos Quantidade

Encarregado 1

Balanceiro 3

Serviços gerais 6

Motorista 5

Operador de máquinas 5

TOTAL 20

182  
 

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5 PROGNÓSTICO PARA O SISTEMA DE SANEAMENTO BÁSICO DE


PARAUAPEBAS.

5.1 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA – SAA.

5.1.1 Concepção Proposta para o SAA do Município de Parauapebas.

A concepção proposta para o município de Parauapebas área urbana é baseada no


aproveitamento, adequação e ampliação do sistema existente, bem como na construção de
novas unidades do Sistema de Abastecimento de Água existente. Para área Rural do
município é proposto microssistemas de abastecimento de água, pela grande dispersão de
comunidades rurais no limite territorial dificultarem a utilização de soluções coletivas, razão
para a proposta de implantação de microssistemas na área rural do município de Parauapebas.

A área urbana é composta pelos bairros: Brasília, Panorama, Casa Branca, Bom Jesus, São
Luís, Raio de Sol, Parque das Nações I, Parque das Nações II, São Lucas I, São Lucas II e
Residencial Morada Nova, Bela Vista I, Bela Vista II, Jardim América I, Jardim América II,
Caetanópolis, Guanabara I, Guanabara II, Nova Vida I, Nova Vida II, Bairro da Paz, Rio
Verde, Beira Rio I, Liberdade I e Liberdade II, Nova Carajás, Viver Bem Parauapebas,
Amazônia, Novo Brasil, Linha Verde, Esplanada, Paraíso, Cidade Jardim, Parque dos Carajás
I, Parque dos Carajás II, Beira Rio II, Bairro dos Minérios, Palmares I, Alto de Boa Vista,
Betânia, Jardim Canadá, Maranhão, União, Maranhãozinho, Cidade Nova, Primavera,
Chácara, Porto Seguro, Novo Horizonte, Altamira, Alto Bonito, Polo Moveleiro, Vila Rica,
Habitar Feliz I, Habitar Feliz II e Martini.

É importante ressaltar que nesta proposta de concepção foi considerada a área de expansão do
município de Parauapebas e um único sistema de tratamento de água.

O sistema de abastecimento de água - SAA é baseado na ampliação das unidades de produção


e expansão das unidades de distribuição de água em operação no município de Parauapebas.
No caso da etapa de produção serão aproveitadas e ampliadas as unidades de captação, adução
de água bruta e estação de tratamento de água de ciclo completo. A água tratada será
bombeada para transporte em adutora de água tratada até os reservatórios, sendo, então, a
água armazenada antes da distribuição para os bairros.

183  
 

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5.1.2 Objetivos e Metas de Curto, Médio e Longo Prazo para a Universalização

No planejamento das ações foi estabelecido o objetivo de garantir o fornecimento de água em


quantidade, qualidade e regularidade, para melhorar a qualidade de vida da população do
município de Parauapebas.

Para que esse objetivo venha a ser atendido, foram estabelecidas as seguintes metas de curto
(até 2020), médio (2021 a 2025) e longo prazo (2026 a 2037), de acordo com as necessidades
e peculiaridades do SAA do município de Parauapebas.

De acordo com a lei 11.445/2007, os objetivos e metas de curto, médio e longo prazos,
admitem soluções graduais e progressivas, sendo importante a compatibilidade com os demais
planos setoriais do município de Parauapebas.

No presente plano é prevista a universalização da prestação dos serviços de abastecimento


(100% da população) no município de Parauapebas. Para isso, é necessário recuperar e
expandir o sistema coletivo de abastecimento de água, sendo as metas de atendimento
apresentadas na Tabela 42.

Tabela 42 – Meta de curto, médio e longo prazo para universalização do Sistema de Abastecimento de
Água no município de Parauapebas.
População Urbana Total Demanda Água Meta de Atendimento
Período
(hab.) (m³/s) da População
2017 184.856 0,33 65,00%
Curto prazo 191.002 – 203.929 100,00%
0,57
(2018 - 2020)
Médio prazo 210.724 – 240.293 100,00%
0,67
(2021 - 2025)
Longo prazo 248.321 – 356.557 100,00%
0,99
(2026 - 2037)

5.1.2.1 Projeção da Demanda de Água do Município de Parauapebas.

Vale observar que, na projeção anual da demanda de água foi considerado o consumo
residencial no cálculo da vazão máxima diária, tendo como base a projeção de crescimento
populacional do município de Parauapebas.

Para o cálculo da demanda máxima diária de água foram utilizadas os seguintes conceitos:

184  
 

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" Vazão máxima diária,


Q = q x P x k1,
Onde,
Q = Vazão média, em m³/dia;
q = Consumo per capita de água, em L/habitante x dia;
P = População a ser abastecida, em habitante;
K1 = Coeficiente de máxima vazão diária;

Na Tabela 43 são estabelecidos os parâmetros utilizados no cálculo do consumo de água.

Tabela 43 – Valores utilizados no cálculo do consumo de água


Demanda per capita Alcance do Plano Nível de atendimento
K1
de água q (L/hab.dia) Diretor (Anos) (%)
200 1,2 20 100

5.1.3 Programas, Projetos e Ações necessárias para atingir os Objetivos e as Metas

O planejamento dos projetos, ações estruturais (obras) e ações estruturantes (programas),


objetiva o aumento do atendimento e a melhor prestação dos serviços de abastecimento de
água no município de Parauapebas.

Para isso, são previstas a reforma e a ampliação de instalações existentes e a construção de


novas unidades de abastecimento de água, de acordo com as diretrizes da alternativa de
concepção, bem como a observação dos valores de população atendida (meta de cobertura)
nos três períodos definidos no presente Plano, conforme relacionado na Tabela 1.

As ações a serem executadas na zona urbana nos períodos estabelecidos estão definidas
abaixo:

5.1.3.1 Ações de Curto Prazo (2017-2020).

• Adequação das unidades do sistema de reservação com a recuperação e reativação de


reservatórios;
• Interligação de reservatórios, expandindo a rede de adução de água tratada aos bairros
com maior precariedade;

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• Construção de novo sistema de captação no Rio Parauapebas provido de canal de


tomada d’água, gradeamento e desarenação, com capacidade de atender a demanda de
toda a população do período e possibilidade de ampliação para os horizontes
posteriores, até a máxima vazão estimada de 0,99 m³/s;
• Potenciação e reestruturação da ETA 01, aumentando a capacidade de produção de
água tratada para suprir o consumo da população nos período de curto e médio prazo;
• Substituição de adutora de água bruta interligando a Estação Elevatória da Captação
para a Estação de Tratamento de Água 01 (ETA 01), com capacidade de atender a
produção de água da estação;
• Instalação de sistemas de macromedição na entrada e saída das ETA’s;
• Construção de redes de distribuição para atender a população do período prevendo a
expansão demográfica dos horizontes posteriores;
• Substituição e instalação de hidrômetros em todas as unidades abastecidas pelo SAA;
• Instituição de programas e ações de redução de perdas e eficiência energética;

5.1.3.2 Ações de Médio Prazo (2021-2025).

• Ampliação do sistema para atender a demanda do período, comtemplando a


potenciação da captação e tratamento de água e construção de novas redes de
distribuição; e
• Modernização do sistema de gerenciamento de produção e abastecimento de água
prevendo a automação de processos nas etapas de captação, tratamento e distribuição;

5.1.3.3 Ações de Longo Prazo (2026-2037).

• Reestruturação e potenciação da ETA 02 com a instalação de unidades de coagulação,


floculação, decantação, passando a utilizar o sistema de ciclo completo de tratamento,
aumentando sua capacidade de produção;
• Potenciação do sistema de captação para a vazão de projeto final;
• Construção de novas unidades de reservação para atender a demanda diária do
município; e
• Ampliação das redes de distribuição alcançando a totalidade de atendimento
estabelecido para o período.

186  
 

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No caso do abastecimento de água de pequenas localidades da área rural, é prevista a


implantação de microssistemas de abastecimento de água, em razão da dispersão e das
características específicas dessas comunidades na área do município.

Vale ressaltar que, de acordo com a lei 11.445/2007, os programas, projetos e ações
necessárias para atingir os objetivos e as metas, devem ser de modo compatível com os
respectivos planos plurianuais e com outros planos governamentais correlatos.

5.1.4 Projetos e Obras do SAA.

Os projetos e obras de abastecimento de água no SAA do município de Parauapebas foram


planejados em um único sistema integrado, prevendo o aproveitamento das unidades
existentes.

Vale ressaltar que a definição dos projetos e obras das unidades considera o volume máximo
diário de água a ser demandado na zona urbana do município de Parauapebas, de acordo com
os valores relacionados na Tabela 1.

Neste Plano é realizado o agrupamento dos projetos e obras das unidades do Sistema de
Abastecimento de água. Ele é dividido em:

• Grupo 1 (captação e tratamento) com as unidades de captação de água bruta, adução


de água bruta, tratamento de água, elevação de água tratada e adução de água tratada;

• Grupo 2 (setores de distribuição) com as unidades de reservação (apoiado e elevado),


elevação e rede de distribuição de água tratada.

A seguir são relacionados os projetos e obras previstos para o Sistema de Abastecimento de


água do município de Parauapebas.

5.1.5 Projetos e Obras do SAA.

No planejamento do SAA é previsto a repotenciação das unidades de captação e de tratamento


de água, bem como a expansão da rede de distribuição.

187  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

5.1.5.1 Grupo 1 - Produção e Tratamento de Água.

Os projetos e obras das unidades do Grupo 1 seguem as definições da alternativa de


concepção escolhida para o SAA que abastecerá o município, ou seja, captação e recalque de
água em manancial superficial (Rio Parauapebas), adutoras com escoamento forçado e ETA
de ciclo completo.

5.1.5.1.1 Unidade de Captação de Água Bruta.

A elaboração do projeto e a construção da unidade de adução de água bruta têm como


objetivo a utilização de água bruta do rio Parauapebas. Para isso, é prevista a construção de
uma nova estação elevatória com canal de tomada de água provido de gradeamento e
elemento de desarenação, além dos equipamentos eletromecânicos necessários para atender a
demanda diária de água do SAA do município de Parauapebas, no caso 0,99 m³/s. Assim, os
sistemas das Captações I e II serão substituídos ao término das obras do novo conjunto.

Ainda é oportuno observar que deverão ser seguidas as Normas Brasileiras vigentes na
elaboração do projeto e na construção das obras, sendo proposta a observação dos seguintes
pontos da NBR 12213/1992 – Projeto de captação de água de superfície para abastecimento
público, que dentre outras medidas estabelece:

• A captação deve ser localizada em trecho reto ou próximo a margem externa do curso
d’água;
• Devem ser reduzidas ao mínimo as alterações no curso de água como consequência da
implantação da obra, em face de possibilidade de erosão ou de assoreamento.

Além disso, é recomendada a adoção de medidas legais para proteção e preservação da área
próxima ao ponto de captação.

5.1.5.1.2 Unidade de Adução de Água Bruta.

A elaboração do projeto e a construção das unidades de adução de água bruta têm como
objetivo o transporte da água do ponto de captação no rio Parauapebas até a entrada da
Estação de Tratamento de Água (ETA).

188  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

O diâmetro e a extensão das adutoras de água bruta serão definidos na fase de projeto. No
entanto, para possibilitar a estimativa do valor da obra, no presente Plano são consideradas
adutoras com as seguintes características: a) diâmetros de 1100 mm e 800 mm, para atender
aos valores da demanda máxima diária de água (0,99 m³/s) com velocidade de escoamento da
ordem de 0,7 m/s, b) distância cerca de 200 m entre o ponto de captação e as ETA’s.

No projeto dessa unidade deverão ser observadas as recomendações da NBR 12215/1991 –


Projeto de adutora de água para abastecimento público.

5.1.5.1.3 Unidade de Tratamento de Água.

Este Plano propõe a modernização e potenciação das Estações de Tratamento de Água do


município, elevando a capacidade total de tratamento de água para atender a demanda diária
de 0,99 m³/s.

Para a ETA 01 é prevista a construção de mais um módulo com unidades de coagulação,


floculação, decantação, filtração, desinfecção e correção de pH, além de ações de
reestruturação do tratamento, aumentando sua capacidade de produção. A ETA 02 que
atualmente utiliza o método de dupla filtração passará a ser de ciclo completo, contando com
todas as etapas de tratamento, semelhante ao sistema da ETA 01, e ambas deverão possuir
sistemas de medição de vazão na entrada e na saída do tratamento.

A partir do aumento da capacidade de produção e distribuição do SAA, este plano prevê a


desativação da ETA 04 que atualmente abastece o bairro Tropical, passando a ser atendido
pelas ETA 01 e 02.

A ETA 03, localizada no bairro Palmares I, possui capacidade de produção suficiente para
atender a população do bairro na projeção deste plano, sendo prevista apenas sua automação e
modernização.

No projeto das ETA’s deverão ser observadas as recomendações da NBR 12216/1992 -


Projeto de estação de tratamento de água para abastecimento público.

189  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

5.1.5.1.4 Unidade Estação Elevatória de Água Tratada.

O objetivo da elaboração do projeto e da construção da Estação Elevatória de Água Tratada


(EEAT) é o fornecimento da energia necessária para o transporte e/ou elevação da massa
líquida até os reservatórios dos bairros.

Para isso, no presente projeto é prevista EAT’s com capacidade para atender a demanda diária
de água. Essas unidades deverão ser constituídas por conjuntos motor e bomba (CMB’s) em
paralelo, dispor de automação, equipamentos reserva e gerador de energia elétrica, para
garantir o controle e funcionamento contínuo e, com isso, o abastecimento de água tratada à
população.

Vale ressaltar que os sistemas EEAT’s podem ser instalados em uma única edificação ou em
edificações independentes, o que deverá ser decidido pelo SAAEP no momento da elaboração
e detalhamento dos projetos básico e executivo do SAA.

No projeto desta unidade deverão ser observadas as recomendações da NBR 12214/92 -


Projeto de sistema de bombeamento de água para abastecimento público, que dentre outras
medidas cita:

• Número mínimo de bombas igual a duas unidades;


• Previsão de uma ou mais unidades de reserva para o caso em que a parada de uma das
bombas não permita recalcar a vazão máxima ou transferir o volume total diário
previsto em projeto;
• Bombas de mesmo tipo e, de preferência, de mesma vazão ou de vazões múltiplas
entre si;
• Implantação em etapas sucessivas, visando a reduzir a ociosidade do sistema de
bombeamento;
• Conjunto de bombas capaz de atender às exigências operacionais em toda a faixa
prevista de vazão, sem prejuízo apreciável do rendimento de cada unidade;
• Consideração do efeito regularizador de reservatório a jusante;
• Redução da soma dos custos a valor presente, relativos a implantação, despesas
financeiras e despesas de exploração.

190  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

5.1.5.1.5 Unidade de Adução de Água Tratada.

O objetivo da elaboração do projeto e da construção da unidade de adução de água tratada é o


transporte da água da ETA até os reservatórios dos setores de distribuição, dos bairros.

No projeto dessa unidade deverão ser observadas as recomendações da NBR 12215/1991 –


Projeto de adutora de água para abastecimento público, que dentre outras medidas cita:

• A adutora deve ser composta de trechos ascendentes com declividade não inferior a
0,2%, oito trechos descendentes e com declividade não inferior a 0,3%, mesmo em
terrenos planos;
• Que adutoras ramificadas devem ter dispositivos para o controle de vazão em cada
ramo alimentador de reservatório, bem como válvulas de fechamento das derivações,
para isolamento e manutenção de trechos sem paralisar totalmente o abastecimento.

5.1.5.2 Grupo 2 – Reservação e Distribuição.

Os projetos e obras das unidades do Grupo 2 seguem as definições da alternativa de


concepção escolhida, ou seja, setor de distribuição com as unidades de reservação (apoiado e
elevado), estação elevatória e rede de distribuição de água nos bairros.

Para garantir o abastecimento de água da população no período de projeto e a construção das


unidades de produção e tratamento, no presente plano é definido o aproveitamento das
unidades em operação e em fase de construção do SAAEP.

Como a capacidade e a área de abrangência desses reservatórios, elevatórias e rede de


distribuição não atendem as demandas e o crescimento da população na área urbana, neste
documento é prevista a implantação dessas unidades.

5.1.5.2.1 Unidade de Reservação (Apoiado e Elevado).

O objetivo da elaboração do projeto e da construção das unidades de reservação (apoiado e


elevado) é o armazenamento da água tratada, de acordo com a vazão diária e os valores
normatizados para o atendimento da população do SAA (acima de 10 m.c.a.).

191  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Vale ressaltar que o aproveitamento dos reservatórios existentes e em fase de projeto no ano
2017 dependerá das definições dos limites de setorização da rede de distribuição de água no
SAA da área urbana do município de Parauapebas, o que será realizado quando o SAAEP
finalizar os projetos e obras em andamento.

No projeto das novas unidades deverão ser observadas as considerações da NBR 12217 -
Projeto de reservatório de distribuição de água para abastecimento público, que cita entre
outras medidas:

• A velocidade de água na canalização de entrada não deve exceder o dobro da


velocidade na adutora que alimenta o reservatório;
• A velocidade da água na canalização de saída não deve exceder uma vez e meia a
velocidade na tubulação da rede principal imediatamente a jusante;
• Deve existir estrutura de medição e controle de vazão na entrada e/ou na saída do
reservatório.

5.1.5.2.2 Unidade de Distribuição.

A elaboração do projeto e a construção da rede de distribuição de água têm como objetivo a


ampliação da rede de distribuição de água da área urbana do município de Parauapebas, bem
como a substituição de tubulações existentes, o atendimento da expansão urbana e a
implantação de novas ligações de água.

No projeto da rede de distribuição sugere-se cumprir as recomendações da NBR 12218/92 -


Projeto de rede de distribuição de água para abastecimento público, que estabelece, dentre
outras medidas:

• A pressão estática máxima nas tubulações distribuidoras deve ser de 500 kPa, e a
pressão dinâmica mínima, de 100 kPa;
• A velocidade mínima nas tubulações deve ser de 0,6 m/s, e a máxima, de 3,5 m/s;
estes limites referem-se às demandas máximas diárias no início e no final da etapa de
execução da rede.

192  
 

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5.1.6 Projetos e Obras Área Rural.

No planejamento do abastecimento do município de Parauapebas é previsto o atendimento da


população da área rural com água potável por microssistemas de abastecimento de água, em
razão da inviabilidade de adoção de solução convencional, já que é grande a dispersão dessas
áreas no limite territorial do município.

Vale ressaltar que os microssistemas propostos para essas áreas serão constituídos por poço
com CMB, sistema de tratamento simplificado (desferrização), reservatório e ligação, sendo
previsto a elaboração dos projetos executivos e a construção das unidades desses
microssistemas.

No projeto desses microssistemas deverão ser observadas as considerações da NBR


12212/1992 – “Projeto de poço para captação de água subterrânea”, da NBR 12216/1992 -
Projeto de estação de tratamento de água para abastecimento público e da NBR 12217 -
Projeto de reservatório de distribuição de água para abastecimento público.

5.1.7 Programas e Ações Estruturantes.

Os Programas / Ações Estruturantes propostos neste Plano são relacionados às atividades de


desenvolvimento institucional da empresa, tendo como finalidade melhorar os processos,
capacitar os funcionários e adequar procedimentos para otimizar dos recursos e a prestação
dos serviços de abastecimento de água de acordo com os objetivos e metas propostos para a
quantidade, qualidade e regularidade da água a ser fornecida para a população do município
de Parauapebas.

Dessa forma, para o atendimento das metas e objetivos são propostos os seguintes programas:

a) Programa de Instalação e Manutenção de Hidrômetros;


b) Programa de Uso Racional de Água;
c) Programa de Redução de Perdas no Sistema de Abastecimento de Água;
d) Programa de Monitoramento e Gerenciamento da Qualidade da Água.

193  
 

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5.1.7.1 Programa de Implantação e Manutenção de Hidrômetros.

O objetivo deste Programa é a disponibilizar condições técnicas necessárias para que a tarifa
cobrada aos usuários corresponda ao real valor do consumo de água. Entre as ações que
devem ser realizadas neste Programa podem ser citadas a definição de processos, o
treinamento e capacitação de pessoal, a sistematização das informações etc. para:

a) Aquisição, armazenamento e instalação de hidrômetros;


b) Leitura, faturamento e relacionamento com os clientes;
c) Manutenção e recuperação dos hidrômetros.

Os resultados deste programa são potencializados por ações de outras atividades previstas
neste Plano, como a setorização da rede de distribuição, a macromedição do volume
distribuído e o monitoramento e atualização das informações.

5.1.7.2 Programa de Uso Racional da Água.

O objetivo deste Programa é o desenvolvimento de ações educativas para a conscientização


do usuário quanto a necessidade de correto consumo da água, pois isso aumentará o volume
de reserva do SAA, reduzirá a tarifa cobrada ao usuário e possibilitará o atendimento de
outras áreas com melhores valores de vazão e de pressão. Entre as ações que devem ser
enfocadas neste programa podem ser citadas:

a) Preparação de material didático ou de divulgação;


b) Realização de eventos públicos;
c) Campanhas em diferentes meios de comunicação;
d) Realização de Visitas de consumidores às instalações da empresa.

Os resultados deste Programa são potencializados por ações de outros programas previstos
neste Plano, como a instalação de hidrômetros e o monitoramento e controle do volume
perdido de água.

194  
 

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5.1.7.3 Programa de Redução de Perdas no Sistema de Abastecimento de Água.

O objetivo deste Programa é o desenvolvimento de ações necessárias para o monitoramento


das informações, controle operacional e redução do volume perdido de água em todo o
sistema, o que impacta diretamente nas Despesas de Exploração (DEX) da empresa (energia
elétrica, produtos químicos, pessoal etc.). Entre as ações que devem ser realizadas neste
Programa estão:

a) Macromedição na entrada e saída das unidades;


b) Automação e transmissão de dados;
c) Setorização da Rede de Distribuição de Água;
d) Implantação de Registros de Manobras para isolamento de áreas;
e) Implantação de Distritos de Medição e Controle e do Centro de Controle Operacional,
com registros operacionais de manobras e recuperação de vazamentos;
f) Atualização do Cadastro Técnico;
g) Compatibilização dos Cadastros Técnico e Comercial;
h) Eliminação de ligações clandestinas de água;
i) Implantação de Ações de Eficiência Energética nos SAA.

Os resultados desse programa são potencializados por ações de outros programas previstos
neste Plano Diretor, como a instalação de hidrômetros e a redução do desperdício de água.

5.1.7.4 Programa de Monitoramento e Gerenciamento da Qualidade da Água


Distribuída.

O objetivo deste Programa é o desenvolvimento de ações necessárias para garantir a


potabilidade da água distribuída, contribuindo para a qualidade de vida e a saúde pública da
população do município de Parauapebas. Entre as ações que devem ser realizadas neste
Programa estão:

• Elaboração de Plano de Amostragem, coleta de amostras, determinações laboratoriais


de acordo com as recomendações da Portaria 2.914/2012, do Ministério da Saúde, e
atendendo a legislação Federal, Estadual e Municipal e as normas técnicas sobre o
tema;
• Proteção de mananciais;

195  
 

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• Otimização e Manutenção da ETA e demais unidades do sistema;


• Divulgação dos resultados para a população.

No Quadro 02 são apresentadas as ações necessárias para o desenvolvimento dos programas


propostos de acordo com as metas estabelecidas para o município de Parauapebas.

Programas Finalidade
• Programa de Instalação e manutenção de Aumentar o percentual de ligações ativas
Hidrômetros com micromedição
• Programa de Uso Racional da Água Reduzir o consumo per capita de água
• Programa de Redução de Perdas do Reduzir o Volume Perdido de Água no
Sistema de Abastecimento de Água sistema de abastecimento de água
• Programa de controle e monitoramento da
qualidade da água distribuída Garantir a qualidade da água distribuída
Quadro 02 – Programas para o sistema de abastecimento de água de Parauapebas.

5.1.8 Investimentos para atingir os Objetivos e Metas.

Os investimentos necessários para os projetos, obras e programas foram determinados a partir


da análise dos déficits atuais e futuros do sistema de abastecimento de água do município de
Parauapebas.

Assim, o aumento do atendimento e a melhor prestação dos serviços do sistema de


abastecimento de água do município de Parauapebas requer o planejamento das necessidades
estruturais e estruturantes. Para isso, foram estabelecidas metas de atendimento para os
projetos e obras de ampliação e / ou melhoria nas instalações dos sistemas de abastecimento
de água, bem como para os programas específicos, que devem enfatizar o desenvolvimento
institucional.

5.1.9 Projetos e Obras.

Neste documento são estabelecidos valores de investimentos para o sistema de abastecimento


de água a partir de 2017 sendo considerados:

a) Os valores de população a ser atendida em cada meta;


b) Os valores de referência de custo médio por tipo de obra (Quadro );

196  
 

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c) Os investimentos em estudos, levantamentos e projetos de engenharia corresponde a


3% do valor das obras para realização dos respectivos sistema;
d) Os valores para modernização e adequação do sistema existente correspondem a 40%
do valor de investimento para atendimento da população atual.

5.1.10 Programas de Saneamento Básico.

Os Programas propostos neste Plano são relacionados às atividades de desenvolvimento


institucional da empresa, tendo como finalidade melhorar os processos, capacitar os
funcionários e adequar procedimentos para otimizar dos recursos e a prestação dos serviços de
abastecimento de água de acordo com os objetivos e metas propostos para a quantidade,
qualidade e regularidade da água a ser fornecida para a população do município de
Parauapebas.

5.1.11 Investimento em Projetos, Obras e Programas do Sistema de Abastecimento de


Água.

No 03 quadro são apresentados os valores para obras do sistema de abastecimento de água.

Obras Custo Médio - Unidade


1.0 Produção de Água – Sistema Público
1.1 Custo Médio R$ 26.400,00 por l/s instalado
2.0 Ligações – Sistema Público
2.1 Custo Médio por Ligação R$ 78,00 por ligação
2.2 Custo Médio por Hidrômetro R$ 60,00 por hidrômetro
3.0 Rede – Sistema
3.1 Custo da Rede por Extensão R$ 72,00 por m
4.0 Reservatório – Sistema Público
4.1 Custo Médio por Volume R$ 960,00 por m³
5.0 Água – Sistema Alternativo
5.1 Custo Unitário por Família R$ 3.600,00 por família
Quadro 03 – Custos adotados em obras do sistema de abastecimento de água

O valor a ser investido nas atividades de estudos, levantamento e elaboração dos projetos de
engenharia (básico e executivo) foi adotado em 3% do valor das obras, para os quatro
sistemas componentes do saneamento básico. Vale ressaltar que esses projetos de engenharia

197  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

devem seguir as diretrizes das normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT).

Na determinação dos valores de investimento em programas de Desenvolvimento


Institucional foi considerado o percentual de 15% do valor total de investimento estimado
para projetos e obras no município de Parauapebas (área urbana e área rural) conforme
relacionado.

Os valores de investimentos necessários para o atendimento da área urbanas e rural do


município de Parauapebas são apresentados na Tabela 44.

Tabela 44 – Investimentos no sistema de abastecimento de água no município de Parauapebas.

Abastecimento de Água
Área
Atendimento Programas
Projetos (R$) Obras (R$) Total (R$)
(hab) (R$)
Urbana 356.557 R$ 4.492.321 R$ 149.744.020 R$ 23.135.451 R$ 177.371.792
Rural 24.990 R$ 367.605 R$ 12.253.500 R$ 1.893.166 R$ 14.514.271
Modernização e adequação do sistema de abastecimento de água
R$ 40.911.952
existente
Total R$ 232.798.014

Vale ressaltar que o iento total será de R$ 173.781.549 para o atendimento de 381.547
habitantes (100%) da população o município de Parauapebas. Para isso, além da revisão
periódica prevista no Decreto 7.217/2010, ou seja, em prazo não superior a 4 anos e
anteriormente à elaboração do plano plurianual, neste Plano é prevista que ocorra a
atualização da projeção populacional e dos investimento para manutenção de 100% do
atendimento, visando garantir a continuidade do abastecimento de água com a quantidade, a
qualidade e a regularidade esperada pela população do município de Parauapebas.

5.1.12 Cronograma Físico-Financeiro.

No cronograma físico-financeiro foram identificados todos os projetos e obras, ações


necessárias para o atendimento das demandas de água do SAA do município de Parauapebas.
Também foram identificados os programas de desenvolvimento institucional que compõem as
ações estruturantes estabelecidas neste plano.

198  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Vale ressaltar que foi considerada a implementação gradativa das ações estruturantes
(programas e desenvolvimento institucional) e estruturais (projetos e obras), para o alcance
das metas e dos objetivos estabelecidos neste Plano.

Na Tabela45 é apresentado o cronograma físico-financeiro dos investimentos a serem


realizados nos sistemas de abastecimento de água nos horizontes de curto, médio e longo
prazo estabelecidos.

Tabela 45 – Cronograma Investimentos em Projetos e obras no SAA do município de Parauapebas.


Abastecimento  de  Água  
Unidades  
Curto  Prazo  (2018-­‐ Médio  Prazo   Longo  Prazo  
Total  (R$)  
2020)   (2021-­‐2025)   (2026-­‐2037)  

SAA   R$  111.493.571   R$  29.280.528   R$  92.023.915   R$  232.798.014  

5.2 SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – SES.

5.2.1 Concepção Proposta do SES do Município de Parauapebas.

A concepção proposta para a área urbana do município de Parauapebas é baseada no


aproveitamento, adequação e ampliação do sistema existente, bem como na construção de
novas unidades do Sistema de Esgotamento Sanitário existente.

Para a área Rural do município é proposto a utilização de microssistemas de esgotamento


sanitário, em razão da dispersão das comunidades rurais dificultar a utilização de soluções
coletivas.

A área urbana foi dividida nas 04 (quatro) Bacias de Esgotamento Sanitário, conforme
mostradas na figura 50:

5.2.1.1 Bacia de Esgotamento Sanitário 1

Constituída pelo SES 1 que atenderá os Bairros: Cidade Nova, Primavera, União, Brasília,
Panorama, Casa Branca, Bom Jesus, São Luís, Raio de Sol, Parque das Nações I, Parque das
Nações II, São Lucas I, São Lucas II e Residencial Morada Nova, Bela Vista I, Bela Vista II,
Jardim América I, Jardim América II, Caetanópolis, Guanabara I, Guanabara II, Nova Vida I,

199  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Nova Vida II, Bairro da Paz, Rio Verde, Beira Rio I, Liberdade I e Liberdade II; bem como a
expansão dessas áreas.

5.2.1.2 Bacia de Esgotamento Sanitário 2

Constituída pelo SES 2 que atenderá os Bairros: Nova Carajás, Viver Bem Parauapebas,
Amazônia, Novo Brasil, Linha Verde, Esplanada, Paraíso; bem como a expansão dessas áreas.

5.2.1.3 Bacia de Esgotamento Sanitário 3

Constituída pelo SES 3 que atenderá os Bairros: Cidade Jardim, Parque dos Carajás I, Parque
dos Carajás II, Beira Rio II, Bairro dos Minérios, bem como a expansão dessas áreas.

5.2.1.4 Bacia de Esgotamento Sanitário 4

Constituída pelo SES 4 que atenderá os Bairros: Alto de Boa Vista, Betânia, Jardim Canadá,
Maranhão, União, Maranhãozinho, Chácara, Porto Seguro, Novo Horizonte, Altamira, Alto
Bonito, Polo Moveleiro, Vila Rica, Habitar Feliz I, Habitar Feliz II, Martini; e pelo SES 5
localizado na sub-bacia 4.1, que atendera exclusivamente Palmares I e expansão.

200  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Figura 50 – Divisão de Bacias de Esgotamento Sanitário de Parauapebas

   
 

Sub-­‐Bacia    
4.1  

BACIA  4  

BACIA  3  

BACIA  2  
BACIA  1  

201  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

O sistema de esgotamento sanitário será do tipo convencional (coletivo), sendo na concepção


prevista a reestruturação de 02 (duas) Estações de Tratamento, ETE-Cidade jardim, que
atenderá a região da Bacia de Esgotamento BE3 e ETE-Apoema, que atenderá a região da
Bacia de Esgotamento BE2. É prevista também a construção de mais 03 (três) Estações de
Tratamento de Esgotos para atender a demanda populacional da Bacia de Esgotamento BE4;
Sub-Bacia 4.1 e BE1  

É importante ressaltar que nesta proposta de concepção foi considerada a área de expansão do
município de Parauapebas.

5.2.2 Objetivos e metas de curto, médio e longo prazo para a universalização

No planejamento das ações foi estabelecido o objetivo de garantir a coleta de esgoto


regularmente e adequada destinação final, para melhorar a qualidade de vida da população do
município de Parauapebas.

Para que esses objetivos sejam atendidos, foram estabelecidas as seguintes metas de curto,
médio e longo prazo, de acordo com as necessidades e peculiaridades do SES do município de
Parauapebas, para o atendimento da população total de 356.557 habitantes na área urbana e de
24.990 habitantes na área rural, totalizando uma população de 381.547 habitantes no
Município.

De acordo com a lei 11.445/2007, os objetivos e metas de curto, médio e longo prazo,
admitem soluções graduais e progressivas, sendo importante a compatibilidade com os demais
planos setoriais do município de Parauapebas.

Assim, no presente plano é prevista a universalização da prestação dos serviços de coleta


(100% da população) no município de Parauapebas até a população de 381.547 habitantes.
Para isso, é necessário recuperar e expandir o sistema coletivo de esgotamento, sendo no
Quadro 04 é apresentado as metas de atendimento.

202  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Quadro 04 - Metas de curto, médio e longo prazo para universalização do Sistema de Esgotamento
Sanitário no município de Parauapebas.

População Total Produção de Esgoto Meta de Atendimento


Período
(hab.) (m³/s) da População

2017 202.356 0,09 20 %

Curto prazo
208.876 – 222.552 0,23 45 %
(2018 - 2020)
Médio prazo
229.722 – 260.789 0,40 70 %
(2021 - 2025)
Longo prazo
269.191– 381.547 0,84 100%
(2026 - *)
*Até atingir a população final

5.2.3 Projeção da População do Município de Parauapebas

Inicialmente foram considerados os valores de população (urbana, rural e total) no ano 2010,
sendo estimados por período os valores do crescimento até a população do Município de
381.547 habitantes, conforme apresentado na Tabela 46.

Tabela 46 – Estimativa de crescimento populacional da área urbana e área rural por período para o
município de Parauapebas.
População
Período
Urbana Rural Total

2017 184.856 17.500 202.356

2018 – 2020 191.002 – 203.929 17.875 - 18.624 222.552

2021 – 2025 210.724 – 240.293 18.998 - 20.496 260.789

2026 - 2037 248.321 – 356.557 20.871 - 24.990 381.547


*Até atingir a população final

Para o melhor planejamento foi realizado a consulta no site oficial do IBGE da demanda
populacional por bairro no ano 2017 e, em seguida, estimado o crescimento populacional em
cada período e por Bacia de Esgotamento Sanitário, conforme apresentada na Tabela 47.

203  
 

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Tabela 47 – Estimativa de crescimento populacional na área urbana por período para as bacias de
esgotamento sanitário do município de Parauapebas.
Período BACIA 1 BACIA 2 BACIA 3 BACIA 4 TOTAL
2017 56.170 47.946 41.115 39.625 184.856
2018 – 2020 61.776 53.355 45.218 43.580 203.929
2021 – 2025 72.390 63.849 52.987 51.067 240.293
2026 - 2037 110.892 95.385 70.582 79.697 356.557

5.2.4 Projeção da Produção de Esgoto do Município de Parauapebas

A vazão máxima diária foi utilizada para a projeção da produção anual de esgoto sanitário nas
bacias de esgotamento sanitário. Nesse estudo foi considerada a projeção anual da população
e adotado os parâmetros relacionados no 05.  

Quadro  05.  

Quadro 05 - Parâmetros de cálculo de produção de esgoto.


PARÂMETROS DE CÁLCULO DE PRODUÇÃO DE ESGOTO
Cota per capita de água (L/hab.dia) 200
Coeficiente do dia de maior consumo (K1) 1,20
Coeficiente de retorno 0,8
População (%) 100

A vazão de esgoto sanitário (Qes) da área de Projeto foi calculada com a somatória das vazões
de esgoto doméstico, de infiltração e de efluente industriais, conforme mostrada na seguinte
expressão:

Qes = Qdom + Qinf + Qind

Em que:

Qdom = Vazão Doméstica (L/s);

Qinf = Vazão de Infiltração (L/s);

Qind = Vazão Industrial (L/s).

204  
 

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5.2.4.1 Cálculo da Vazão Doméstica

No estudo foi utilizada a seguinte expressão para calcular a contribuição máxima diária:

Vazão Máxima Diária Doméstica

Em que:

P ⋅ q ⋅ C ⋅ K1
Qi =
86.400

Q máx = vazão doméstica máxima diária de esgoto (L/s);

P = população atendida (Hab.);

q = consumo per capita de água (L/hab.dia);

C = coeficiente de retorno de esgoto/água;

K1 = coeficiente de maior consumo diário.

5.2.4.2 Cálculo da Vazão de Infiltração

A vazão de infiltração é decorrente da afluência indevida de águas subterrâneas e pluviais na


rede coletora de esgoto sanitário, o que pode ocorrer em tubulações com juntas mal
conectadas ou com singularidades danificadas. Portanto, o estabelecimento da vazão de
infiltração depende da futura extensão de coletores nas vias, da qualidade do material a se
empregado e da eficiência dos procedimentos construtivos quando da execução das obras.
Como essas informações não são disponíveis na etapa de planejamento no presente
documento, foi considerado que o valor da vazão de infiltração corresponde a 5% da vazão
domestica nas Bacias de Esgotamento Sanitário.

5.2.4.3 Cálculo da Vazão de Esgoto Industrial

Na estimativa da vazão de esgoto industrial foram atribuídos percentuais de contribuição


aplicados sobre a vazão doméstica, de acordo com a estimativa das atividades industriais a
serem desenvolvidas nas Bacias de Esgotamento, configurando a seguinte situação:

205  
 

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Em todas as Bacias foram aplicados o valor percentual de 3% da vazão doméstica.

Tabela 48 - Projeção da produção máxima diária nas Bacias de esgotamento sanitário no município de
Parauapebas.
Produção de esgoto (m³/s)
PERÍODO
BACIA 1 BACIA 2 BACIA 3 BACIA 4 TOTAL
2017 0,03 0,02 0,02 0,02 0,09
2018 – 2020 0,07 0,06 0,05 0,05 0,23
2021 – 2025 0,12 0,10 0,09 0,09 0,40
2026 - 2037 0,25 0,22 0,19 0,18 0,84
*Até atingir a população final

5.2.5 Programas, projetos e ações necessárias para atingir os objetivos e as metas

O planejamento dos projetos, ações estruturais (obras) e ações estruturantes (programas),


objetiva aumentar o atendimento e melhorar prestação dos serviços de esgotamento sanitário
do município de Parauapebas.

Para isso, são previstas a reforma e a ampliação de instalações existentes e a construção de


novas unidades de esgotamento sanitário, de acordo com as diretrizes da alternativa de
concepção, bem como a observação dos valores de população atendida (meta de cobertura)
nos três períodos definidos no presente Plano, conforme relacionado na Tabela 49.

Tabela 49 – Metas de atendimento SES’s do município de Parauapebas.


Meta de População Total
Período (ano) População Total (hab.)
Atendimento Atendida (hab.)
2017 202.356 20 % 40. 471
Curto prazo
208.876 – 222.552 45 % 100.148
(2018 - 2020)
Médio prazo
229.722 – 260.789 70 % 182.552
(2021 - 2025)
Longo prazo
269.191– 381.547 100% 381.547
(2026 - 2037)

No caso do sistema de esgotamento sanitário de pequenas localidades da área rural, é prevista


a implantação de microssistemas, em razão da dispersão e das características especificas
dessas comunidades na área do município. Para isso, foi estabelecida população de 24.990
hab. na área rural.

206  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Vale ressaltar que, de acordo com a lei 11.445/2007, os programas, projetos e ações
necessárias para atingir os objetivos e as metas, de modo compatível com os respectivos
planos plurianuais e com outros planos governamentais correlatos. Além disso, ainda na fase
de projetos devem ser identificadas as possíveis fontes de financiamento.

5.2.5.1 Projetos e Obras do SES.

Os projetos e obras de esgotamento sanitário no SES do município de Parauapebas foram


planejados em um único sistema integrado por Bacia para as bacias de 1 a 3 e para a bacia 4
dois sistemas distintos

Os projetos e obras do sistema integrado de esgotamento sanitário da zona urbana a partir de


2018 são divididos nas seguintes unidades:

• Rede coletora de esgoto sanitário;


• Estação elevatória de esgoto sanitário;
• Estação de tratamento de esgoto sanitário;
• Destino Final de esgoto tratado

A seguir são relacionados os projetos e obras previstos para o Sistema de Esgotamento


Sanitário por Bacia de esgotamento sanitário.

5.2.5.2 Projetos e Obras do SES da Bacia 01.

Os projetos e obras das unidades do SES da BE1 seguem as definições da alternativa de


concepção do SES que atenderá os bairros localizados na BE 1 ou seja, o esgoto será coletado
e bombeado para uma única ETE.

5.2.5.2.1 Rede Coletora de Esgoto Sanitário.

A elaboração do projeto e a construção da unidade de coleta têm como objetivo o rápido


afastamento do esgoto sanitário do ponto de geração, sempre que possível será aproveitada a
topografia do terreno para evitar grandes profundidades o que aumenta o custo de
implantação.

207  
 

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Ainda é oportuno observar que deverão ser seguidas as Normas Brasileiras vigentes no
momento da elaboração do projeto e construção das obras, sendo proposta a observação dos
seguintes pontos da NBR 9649/1986 – Projeto de redes coletoras de esgoto sanitário, que
dentre outras medidas cita:

• Os diâmetros a empregar devem ser os previstos nas normas e especificações


brasileiras relativas aos diversos materiais, o menor não sendo inferior a DN 100.
• A máxima declividade admissível é aquela para qual se tenha vt= 5m/s.

5.2.5.2.2 Estação Elevatória de Esgoto Sanitário.

A elaboração do projeto e a construção da Estação Elevatória de Esgoto (EEE) tem como


finalidade o transporte do esgoto de um ponto de cota mais baixa até um ponto de cota mais
elevada ou mais distante. Para isso, no presente projeto é previsto EEE com capacidade para
atender a produção de esgoto de 0,25 m³/s. Essa unidade deverá ser constituída por conjuntos
motor e bomba (CMB’s) em paralelo, dispor de automação, equipamentos reserva e gerador
de energia elétrica, para garantir o controle e funcionamento contínuo.

• É conveniente que o volume útil do poço de sucção tenha capacidade para observar a
diferença entre a vaga máxima horária e a vazão de bombeamento dos CMB
(dimensionados para a vazão máxima diária).

5.2.5.2.3 Estação de Tratamento de Esgoto Sanitário.

O objetivo da elaboração do projeto e a construção da Estação de Tratamento de Esgoto


(ETE) é tratar o efluente coletado e adequar este de acordo com os padrões estabelecidos pelo
Conselho Nacional do Meio Ambiente, n0 430/2011. Para isso foi prevista ETE com
tratamento preliminar, primário secundário e terciário. Essa ETE deverá ter capacidade da
ordem de 0,25 m³/s, para atender a população a longo prazo.

No projeto desta unidade deverão ser observadas as considerações da NBR 12209/1992 -


Projeto de estação de tratamento de esgoto sanitário, que dentre outras medidas cita:

• Deve ser prevista canalização de desvio (by-pass) para isolar a ETE.

208  
 

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• Recomenda-se que as unidades de tratamento da ETE possuam dispositivos que


permitam seu isolamento.
• Deve ser previsto o dispositivo de medição da vazão afluente à ETE. As canalizações
devem ser dimensionadas de modo a evitar deposição de sólidos, em função das
características do líquido transportado. No caso de canalização de transporte de lodo, a
velocidade de escoamento deve estar compreendida entre 0,5 m/s e 1,8 m/s.
• O acesso às unidades deve ser fácil e adequado às condições de segurança e
comodidade da operação. Escadas tipo “marinheiro” não devem ser permitidas.

5.2.5.2.4 Destino Final de Esgoto Tratado.

A unidade de destino final do esgoto, formada por dispositivos e tubulações, tem como
objetivo, receber, lançar e transportar o esgoto produzido na zona urbana de Parauapebas no
corpo receptor (Rio Parauapebas), pois é o único corpo hídrico na região, com vazão de
diluição suficiente para recebimento de tamanha demanda de efluente tratado.

Para o lançamento de efluentes devem ser seguidas as normas do Conselho Nacional do Meio
Ambiente, n0 430/2011. Bem como o corpo receptor, deverá atender aos parâmetros de
recebimento dos efluentes tratados de acordo com o CONAMA 357/05.

Tabela 50 – Ações a serem tomadas na Bacia de Esgotamento BE1.


PERÍODO
AÇÕES Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo
(2018-2020) (2021 - 2025) (2026 - 2037)
Desativação das ETEs Bairro União, X X
Rio verde, Rua 19, Primavera
Instalação da ETE para atendimento X
X
da BE
Implantação de Rede Coletora de X X
X
Esgoto-RCE
Implantação de Estação Elevatórias- X
X X
EE

5.2.5.3 Projetos e Obras do SES da Bacia 02.

Os projetos e obras das unidades do SES da Bacia 02 seguem as definições da alternativa de


concepção escolhida para o SES que abastecerá os bairros da BE 2.

209  
 

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5.2.5.3.1 Rede Coletora de Esgoto Sanitário.

A elaboração do projeto e a construção da unidade de coleta têm como objetivo o rápido


afastamento do esgoto sanitário do ponto de geração, sempre que possível será aproveitada a
topografia do terreno para evitar grandes profundidades, o que aumenta o custo de
implantação.

Ainda é oportuno observar que deverão ser seguidas as Normas Brasileiras vigentes no
momento da elaboração do projeto e construção das obras, sendo proposta a observação dos
seguintes pontos da NBR 9649/1986 – Projeto de redes coletoras de esgoto sanitário, que
dentre outras medidas cita:

• Os diâmetros a empregar devem ser os previstos nas normas e especificações


brasileiras relativas aos diversos materiais, o menor não sendo inferior a DN 100.
• A máxima declividade admissível é aquela para qual se tenha vt= 5m/s.  

5.2.5.3.2 Estação Elevatória de Esgoto Sanitário.

A elaboração do projeto e a construção da Estação Elevatória de Esgoto (EEE) tem como


finalidade o transporte do esgoto de um ponto de cota mais baixa até um ponto de cota mais
elevada ou mais distante. Para isso, no presente projeto é previsto EEE com capacidade para
atender a produção de esgoto de 0,22 m³/s. Essa unidade deverá ser constituída por conjuntos
motor e bomba (CMB’s) em paralelo, dispor de automação, equipamentos reserva e gerador
de energia elétrica, para garantir o controle e funcionamento contínuo.

É conveniente que o volume útil do poço de sucção tenha capacidade para observar a
diferença entre a vaga máxima horária e a vazão de bombeamento dos CMB (dimensionados
para a vazão máxima diária).

5.2.5.3.3 Estação de Tratamento de Esgoto Sanitário.

O objetivo da elaboração do projeto e a construção da Estação de Tratamento de Esgoto


(ETE) é tratar o efluente 0,22 m3/s coletado e adequar este de acordo com os padrões
estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente, n0 430/2011. Para isso foi prevista

210  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

ETE com tratamento preliminar, primário secundário e terciário. Essa ETE deverá ter
capacidade de 0,22 m³/s. No projeto desta unidade deverão ser observadas as considerações
da NBR 12209/1992 - Projeto de estação de tratamento de esgoto sanitário, que dentre outras
medidas cita:

• Deve ser prevista canalização de desvio (by-pass) para isolar a ETE.


• Recomenda-se que as unidades de tratamento da ETE possuam dispositivos que
permitam seu isolamento.
• Deve ser previsto pelo menos o dispositivo de medição da vazão afluente à ETE. As
canalizações devem ser dimensionadas de modo a evitar deposição de sólidos, em
função das características do líquido transportado. No caso de canalização de
transporte de lodo, a velocidade de escoamento deve estar compreendida entre 0,5 m/s
e 1,8 m/s.
• O acesso às unidades deve ser fácil e adequado às condições de segurança e
comodidade da operação. Escadas tipo “marinheiro” não devem ser permitidas

5.2.5.3.4 Destino Final de Esgoto Tratado.

A unidade de destino final do esgoto, formada por dispositivos e tubulações, tem como
objetivo, receber, lançar e transportar o esgoto produzido na zona urbana de Parauapebas no
corpo receptor (Rio Parauapebas), pois é o único corpo hídrico na região, com vazão de
diluição suficiente para recebimento de tamanha demanda de efluente tratado.

Para o lançamento de efluentes devem ser seguidas as normas do Conselho Nacional do Meio
Ambiente, n0 430/2011. Bem como o corpo receptor, deverá atender aos parâmetros de
recebimento dos efluentes tratados de acordo com o CONAMA 357/05.

Tabela 51 – Ações a serem tomadas na Bacia de Esgotamento BE2

PERÍODO
AÇÕES
Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo
(2018-2020) (2021 - 2025) (2026 - 2037)
Reestruturação emergencial para o melhor
X
desempenho da ETE Apoema
Ampliação da capacidade de tratamento da
X X
ETE Apoema

211  
 

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Implantação de Rede Coletora de Esgoto-


X X
RCE

Implantação de Estação Elevatórias-EE X X

5.2.5.4 Projetos e Obras do SES da Bacia 03.

Os projetos e obras das unidades do SES da Bacia 03 seguem as definições da alternativa de


concepção escolhida para o SES que abastecerá os bairros da BE 3.

5.2.5.4.1 Rede Coletora de Esgoto Sanitário.

A elaboração do projeto e a construção da unidade de coleta têm como objetivo o rápido


afastamento do esgoto sanitário do ponto de geração, sempre que possível será aproveitada a
topografia do terreno para evitar grandes profundidades, o que aumenta o custo de
implantação.

Ainda é oportuno observar que deverão ser seguidas as Normas Brasileiras vigentes no
momento da elaboração do projeto e construção das obras, sendo proposta a observação dos
seguintes pontos da NBR 9649/1986 – Projeto de redes coletoras de esgoto sanitário, que
dentre outras medidas cita:

• Os diâmetros a empregar devem ser os previstos nas normas e especificações


brasileiras relativas aos diversos materiais, o menor não sendo inferior a DN 100.
• A máxima declividade admissível é aquela para qual se tenha vt= 5m/s.

5.2.5.4.2 Estação Elevatória de Esgoto Sanitário.

A elaboração do projeto e a construção da Estação Elevatória de Esgoto (EEE) tem como


finalidade o transporte do esgoto de um ponto de cota mais baixa até um ponto de cota mais
elevada ou mais distante. Para isso, no presente projeto é previsto EEE com capacidade para
atender a produção de esgoto de 0,19 m³/s. Essa unidade deverá ser constituída por conjuntos
motor e bomba (CMB’s) em paralelo, dispor de automação, equipamentos reserva e gerador
de energia elétrica, para garantir o controle e funcionamento contínuo.

212  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

É conveniente que o volume útil do poço de sucção tenha capacidade para observar a
diferença entre a vaga máxima horária e a vazão de bombeamento dos CMB (dimensionados
para a vazão máxima diária).

5.2.5.4.3 Estação de Tratamento de Esgoto Sanitário.

O objetivo da elaboração do projeto e a construção da Estação de Tratamento de Esgoto


(ETE) é tratar o efluente 0,19 m³/s coletado e adequar este de acordo com os padrões
estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente, n0 430/2011. Para isso foi prevista
ETE com tratamento preliminar, primário secundário e terciário. Essa ETE deverá ter
capacidade de 0,19 m³/s. No projeto desta unidade deverão ser observadas as considerações
da NBR 12209/1992 - Projeto de estação de tratamento de esgoto sanitário, que dentre outras
medidas cita:

• Deve ser prevista canalização de desvio (by-pass) para isolar a ETE.


• Recomenda-se que as unidades de tratamento da ETE possuam dispositivos que
permitam seu isolamento.
• Deve ser previsto pelo menos o dispositivo de medição da vazão afluente à ETE. As
canalizações devem ser dimensionadas de modo a evitar deposição de sólidos, em
função das características do líquido transportado. No caso de canalização de
transporte de lodo, a velocidade de escoamento deve estar compreendida entre 0,5 m/s
e 1,8 m/s.
• O acesso às unidades deve ser fácil e adequado às condições de segurança e
comodidade da operação. Escadas tipo “marinheiro” não devem ser permitidas.

5.2.5.4.4 Destino Final de Esgoto Tratado.

A unidade de destino final do esgoto, formada por dispositivos e tubulações, tem como
objetivo, receber, lançar e transportar o esgoto produzido na zona urbana de Parauapebas no
corpo receptor (Rio Parauapebas), pois é o único corpo hídrico na região, com vazão de
diluição suficiente para recebimento de tamanha demanda de efluente tratado.

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PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Para o lançamento de efluentes devem ser seguidas as normas do Conselho Nacional do Meio
Ambiente, n0 430/2011. Bem como o corpo receptor, deverá atender aos parâmetros de
recebimento dos efluentes tratados de acordo com o CONAMA 357/05.

Tabela 52 – Ações a serem tomadas na Bacia de Esgotamento - BE3


PERÍODO
AÇÕES Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo
(2018-2020) (2021 - 2025) (2026 - 2037)
Ampliação da capacidade de
X
tratamento da ETE Cidade Jardim
Implantação de Rede Coletora de
X X
Esgoto - RCE
Implantação de Estação Elevatórias -
X X X
EE
Desativação da ETE Bairro dos
X X
Minérios

5.2.5.5 Projetos e Obras do SES da Bacia 04.

Os projetos e obras das unidades do SES da Bacia 04 seguem as definições da alternativa de


concepção escolhida para o SES que abastecerá os bairros da BE 4.

5.2.5.5.1 Rede Coletora de Esgoto Sanitário.

A elaboração do projeto e a construção da unidade de coleta têm como objetivo o rápido


afastamento do esgoto sanitário do ponto de geração, sempre que possível será aproveitada a
topografia do terreno para evitar grandes profundidades o que aumenta o custo de
implantação.

Ainda é oportuno observar que deverão ser seguidas as Normas Brasileiras vigentes no
momento da elaboração do projeto e construção das obras, sendo proposta a observação dos
seguintes pontos da NBR 9649/1986 – Projeto de redes coletoras de esgoto sanitário, que
dentre outras medidas cita:  

214  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

• Os diâmetros a empregar devem ser os previstos nas normas e especificações


brasileiras relativas aos diversos materiais, o menor não sendo inferior a DN 100.
• A máxima declividade admissível é aquela para qual se tenha vt= 5m/s.

5.2.5.5.2 Estação Elevatória de Esgoto Sanitário.

A elaboração do projeto e a construção da Estação Elevatória de Esgoto (EEE) tem como


finalidade o transporte do esgoto de um ponto de cota mais baixa até um ponto de cota mais
elevada ou mais distante. Para isso, no presente projeto é previsto EEE com capacidade para
atender a produção de esgoto de 0,18 m³/s. Essa unidade deverá ser constituída por conjuntos
motor e bomba (CMB’s) em paralelo, dispor de automação, equipamentos reserva e gerador
de energia elétrica, para garantir o controle e funcionamento contínuo.

• É conveniente que o volume útil do poço de sucção tenha capacidade para observar a
diferença entre a vaga máxima horária e a vazão de bombeamento dos CMB
(dimensionados para a vazão máxima diária).

5.2.5.5.3 Estação de Tratamento de Esgoto Sanitário.

O objetivo da elaboração do projeto e a construção da Estação de Tratamento de Esgoto


(ETE) é tratar o efluente 0,18 m³/s coletado e adequar este de acordo com os padrões
estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente, n0 430/2011. Para isso foi prevista
ETE com tratamento preliminar, primário secundário e terciário. Essa ETE deverá ter
capacidade de 0,18 m³/s. No projeto desta unidade deverão ser observadas as considerações
da NBR 12209/1992 - Projeto de estação de tratamento de esgoto sanitário, que dentre outras
medidas cita:

• Deve ser prevista canalização de desvio (by-pass) para isolar a ETE.


• Recomenda-se que as unidades de tratamento da ETE possuam dispositivos que
permitam seu isolamento.
• Deve ser previsto pelo menos o dispositivo de medição da vazão afluente à ETE. As
canalizações devem ser dimensionadas de modo a evitar deposição de sólidos, em
função das características do líquido transportado. No caso de canalização de

215  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

transporte de lodo, a velocidade de escoamento deve estar compreendida entre 0,5 m/s
e 1,8 m/s.
• O acesso às unidades deve ser fácil e adequado às condições de segurança e
comodidade da operação. Escadas tipo “marinheiro” não devem ser permitidas.

5.2.5.5.4 Destino Final de Esgoto Tratado.

A unidade de destino final do esgoto, formada por dispositivos e tubulações, tem como
objetivo, receber, lançar e transportar o esgoto produzido na zona urbana de Parauapebas no
corpo receptor (Rio Parauapebas), pois é o único corpo hídrico na região, com vazão de
diluição suficiente para recebimento de tamanha demanda de efluente tratado.

Para o lançamento de efluentes devem ser seguidas as normas do Conselho Nacional do Meio
Ambiente, n0 430/2011. Bem como o corpo receptor, deverá atender aos parâmetros de
recebimento dos efluentes tratados de acordo com o CONAMA 357/05.

5.2.5.6 Projetos e Obras do SES da Sub-Bacia 4.1.

Os projetos e obras das unidades da Sub Bacia 4.1 seguem as definições da alternativa de
concepção escolhida para o SES que abastecerá o distrito de Palmares I.

5.2.5.6.1 Rede Coletora de Esgoto Sanitário.

A elaboração do projeto e a construção da unidade de coleta têm como objetivo o rápido


afastamento do esgoto sanitário do ponto de geração, sempre que possível será aproveitada a
topografia do terreno para evitar grandes profundidades o que aumenta o custo de
implantação.

Ainda é oportuno observar que deverão ser seguidas as Normas Brasileiras vigentes no
momento da elaboração do projeto e construção das obras, sendo proposta a observação dos
seguintes pontos da NBR 9649/1986 – Projeto de redes coletoras de esgoto sanitário, que
dentre outras medidas cita:

• Os diâmetros a empregar devem ser os previstos nas normas e especificações


brasileiras relativas aos diversos materiais, o menor não sendo inferior a DN 100.

216  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

• A máxima declividade admissível é aquela para qual se tenha vt= 5m/s.

5.2.5.6.2 Estação Elevatória de Esgoto Sanitário.

A elaboração do projeto e a construção da Estação Elevatória de Esgoto (EEE) tem como


finalidade o transporte do esgoto de um ponto de cota mais baixa até um ponto de cota mais
elevada ou mais distante. Para isso, no presente projeto é previsto EEE com capacidade para
atender a produção de esgoto de para uma projeção de 20 anos. Essa unidade deverá ser
constituída por conjuntos motor e bomba (CMB’s) em paralelo, dispor de automação,
equipamentos reserva e gerador de energia elétrica, para garantir o controle e funcionamento
contínuo.

• É conveniente que o volume útil do poço de sucção tenha capacidade para observar a
diferença entre a vaga máxima horária e a vazão de bombeamento dos CMB
(dimensionados para a vazão máxima diária).

5.2.5.6.3 Estação de Tratamento de Esgoto Sanitário.

O objetivo da elaboração do projeto e a construção da Estação de Tratamento de Esgoto


(ETE) é tratar o efluente coletado e adequar este de acordo com os padrões estabelecidos pelo
Conselho Nacional do Meio Ambiente, n0 430/2011. Para isso foi prevista ETE com
tratamento preliminar, primário secundário e terciário. No projeto desta unidade deverão ser
observadas as considerações da NBR 12209/1992 - Projeto de estação de tratamento de esgoto
sanitário, que dentre outras medidas cita:

• Deve ser prevista canalização de desvio (by-pass) para isolar a ETE.


• Recomenda-se que as unidades de tratamento da ETE possuam dispositivos que
permitam seu isolamento.
• Deve ser previsto pelo menos o dispositivo de medição da vazão afluente à ETE. As
canalizações devem ser dimensionadas de modo a evitar deposição de sólidos, em
função das características do líquido transportado. No caso de canalização de
transporte de lodo, a velocidade de escoamento deve estar compreendida entre 0,5 m/s
e 1,8 m/s.

217  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

• O acesso às unidades deve ser fácil e adequado às condições de segurança e


comodidade da operação. Escadas tipo “marinheiro” não devem ser permitidas.

5.2.5.6.4 Destino Final de Esgoto Tratado.

A unidade de destino final do esgoto, formada por dispositivos e tubulações, tem como
objetivo, receber, lançar e transportar o esgoto produzido na zona urbana de Parauapebas no
corpo receptor (Rio Parauapebas), pois é o único corpo hídrico na região, com vazão de
diluição suficiente para recebimento de tamanha demanda de efluente tratado.

Para o lançamento de efluentes devem ser seguidas as normas do Conselho Nacional do Meio
Ambiente, n0 430/2011. Bem como o corpo receptor, deverá atender aos parâmetros de
recebimento dos efluentes tratados de acordo com o CONAMA 357/05.

Tabela 53 – Ações a serem tomadas na Bacia de Esgotamento BE4 e Sub Bacia 4.1

PERÍODO
AÇÕES
Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo
(2018-2020) (2021 - 2025) (2026 - 2037)

Instalação da Estação de Tratamento de


X
Esgoto ETE
Instalação da Estação de Tratamento de
Esgoto ETE para atendimento da Sub X
Bacia 4.1
Implantação de Rede Coletora de
X X
Esgoto-RCE
Implantação de Rede Coletora de
Esgoto-RCE para atendimento da Sub X X
Bacia 4.1

Implantação de Estação Elevatórias-EE X X

Implantação de Estação Elevatórias-EE


X X
para atendimento da Sub Bacia 4.1

Desativação da ETE do Alto Bonito X

218  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

5.2.5.7 Projeto e Obras Zona Rural.

Para as comunidades da zona rural foi previsto microssistemas, com fossa séptica, filtro e
sumidouro, em razão da inviabilidade de adoção de solução coletiva, já que é grande a
dispersão dessas áreas no limite territorial do município, inviabilizando sistema centralizado
nessa área. Com exceção da Vila Sanção que já possui toda rede coletora de esgoto instalada,
deverá ser implantada uma estação de esgoto especificamente para essa região.

No projeto desse sistema deverão ser observadas as considerações da NBR 7229/1993 –


“Projeto, construção e operação de sistemas de tanque sépticos” e a NBR 13969/1997–
“Tanque sépticos – Unidade de tratamento complementar e disposição final dos efluentes
líquidos – Projeto, construção e operação”, que dentre outras medidas.

5.2.5.8 Resumo dos Projetos e Obras dos SES’s.

No

Quadro 0606 são relacionados os projetos e obras de unidades dos dois sistemas de
esgotamento sanitário programadas para atender a zona urbana do município de Parauapebas.

Quadro 06 – Projetos e obras definidos para o SES do município de Parauapebas.


SES UNIDADES PROJETOS E OBRAS
Coleta e transporte de esgoto bruto
Rede coletora de esgoto sanitário;
(0,25 m³/s).
Estação elevatória de esgoto sanitário; Elevação de esgoto bruto (0,25 m³/s).
BE1
Estação de tratamento de esgoto ETE Convencional, com capacidade
sanitário; de 0,25 m³/s.
Emissário com capacidade de 0,25
Destino Final de esgoto tratado
m³/s.
Coleta e transporte de esgoto bruto
Rede coletora de esgoto sanitário;
(0,22 m³/s).
Estação elevatória de esgoto sanitário; Elevação de esgoto bruto (0,22 m³/s).
BE2
Estação de tratamento de esgoto ETE Convencional, com capacidade
sanitário; de 0,22 m³/s.
Emissário com capacidade de 0,22
Destino Final de esgoto tratado
m³/s.
Coleta e transporte de esgoto bruto
BE3 Rede coletora de esgoto sanitário;
(0,19 m³/s).

219  
 

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Estação elevatória de esgoto sanitário; Elevação de esgoto bruto (0,19 m³/s).


Estação de tratamento de esgoto ETE Convencional, com capacidade
sanitário; de 0,19 m³/s.
Emissário com capacidade de 0,19
Destino Final de esgoto tratado
m³/s
Coleta e transporte de esgoto bruto
Rede coletora de esgoto sanitário;
(0,18 m³/s).
Estação elevatória de esgoto sanitário; Elevação de esgoto bruto (0,18 m³/s).
BE4
Estação de tratamento de esgoto ETE Convencional, com capacidade
sanitário; de 0,18 m³/s.
Emissário com capacidade de 0,18
Destino Final de esgoto tratado
m³/s.

5.2.6 Programas e Ações Estruturantes.

Os Programas / Ações estruturantes propostos neste Plano são relacionados às atividades de


desenvolvimento institucional da empresa, tendo como finalidade melhorar os processos,
capacitar os funcionários e adequar procedimentos para otimizar os recursos e a prestação dos
serviços de esgotamento sanitário de acordo com os requisitos de quantidade, qualidade e
regularidade da coleta de esgoto no município de Parauapebas.

Dessa forma, para o atendimento das metas e objetivos são propostos os seguintes programas:

a) Programa de Incentivo a Ligação de Esgoto na Rede Pública; e


b) Programa de Monitoramento e Gerenciamento da Qualidade dos Efluentes de ETE’s.

5.2.6.1 Programa de Incentivo a Ligação de Esgoto na Rede Pública.

O objetivo deste Programa é a estruturação das condições técnicas necessárias para incentivar
os usuários a interligarem o ramal predial de esgoto na rede coletora do sistema público. Entre
as ações que devem ser realizadas neste Programa podem ser citadas a definição de processos,
o treinamento e capacitação de pessoal, a sistematização das informações etc. para:

a) Conscientizar o usuário quanto à necessidade do serviço;


b) Viabilizar o serviço no menor tempo possível e com a qualidade técnica necessária;
c) Atualizar os cadastros técnico e comercial;

220  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Esse Programa favorece a proteção do meio ambiente e da saúde pública da população, pois
evita o lançamento indevido de esgoto sanitário em corpos d’água.

5.2.6.2 Programa de Monitoramento e Gerenciamento da Qualidade dos Efluentes de


ETE’s.

O objetivo deste Programa é o desenvolvimento de ações necessárias para tornar seguro o


destino dos efluentes de Estações de Tratamento de Esgoto, contribuindo para a qualidade de
vida e a saúde pública da população do município de Parauapebas. Entre as ações que devem
ser realizadas neste Programa estão:

• Implantação de estrutura laboratorial;


• Elaboração de Plano de Amostragem, coleta de amostras, determinações laboratoriais
para o monitoramento de eficiência do tratamento do esgoto e dos efluentes líquido,
lodo e gás das ETE’s;
• Classificar o corpo receptor de acordo com a resolução do Conselho Nacional do Meio
Ambiente, n0 430/2011, para avaliar as alterações que devem ser realizadas no
tratamento e, com isso, adequar o lançamento do efluente líquido da ETE;
• Estudo de alternativas de aproveitamento do lodo e do biogás;
• Otimização e Manutenção da rede coletora e das estações elevatórias e de tratamento
de esgoto;
• Treinamento e capacitação de funcionários.

Esse Programa possibilita o maior controle da eficiência do tratamento de esgoto, o que é


importante para a proteção do meio ambiente e da saúde pública da população.

No Quadro 07 são apresentadas as ações necessárias para o desenvolvimento dos programas


propostos de acordo com as metas estabelecidas para o município de Parauapebas.

Quadro 07 – Metas e Programas para o Sistema de Esgotamento Sanitário de Parauapebas

Metas Programas
• Programa de Incentivo a Ligação de Esgoto na
Rede Pública.
Atender a população com sistema
coletivo de esgotamento sanitário. • Programa de monitoramento e gerenciamento da
qualidade dos Efluentes de ETEs.

221  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

5.2.7 Investimentos para atingir os Objetivos e Metas.

Os investimentos necessários para os projetos, obras e programas foram determinados a partir


da análise dos déficits atuais e futuros do sistema de esgotamento sanitário do município de
Parauapebas.

Assim, para o aumento do atendimento e a melhor prestação dos serviços do sistema de


esgotamento sanitário do município de Parauapebas é preciso o planejamento das
necessidades estruturais e estruturantes. Para isso, foram estabelecidas metas de atendimento
para os projetos e obras de ampliação e/ou melhoria nas instalações dos sistemas de
esgotamento sanitário, bem como para os programas específicos, que devem enfatizar o
desenvolvimento institucional.

5.2.7.1 Projetos e Obras.

Neste documento são estabelecidos valores de investimentos para o sistema de esgotamento


sanitário a partir do ano de 2017 sendo considerados:

a) Os valores de população a ser atendida em cada meta;


b) Os valores de referência em R$/Hab (quadro 08);
c) O investimento em estudos, levantamentos e projetos de engenharia corresponde a 3%
do valor das obras para realização dos respectivos sistemas.
d) Os valores para modernização e adequação dos sistemas existente correspondem a
10% do valor total do investimento.

5.2.7.2 Programas de Saneamento Básico.

Os Programas propostos neste Plano são relacionados às atividades de desenvolvimento


institucional da empresa, tendo como finalidade melhorar os processos, capacitar os
funcionários e adequar procedimentos para otimizar dos recursos e a prestação dos serviços de
esgotamento sanitário de acordo com os objetivos e metas propostos para a quantidade,
qualidade e regularidade da água a ser fornecida para a população do município de
Parauapebas.

222  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

5.2.7.3 Investimento em Projetos, Obras e Programas do Sistema de Esgotamento


Sanitário.

No Quadro 08 são apresentados os valores para obras do sistema de esgotamento sanitário.

Quadro 08 – Valor adotado em obras do sistema de esgotamento sanitário


Área Urbana Unidade Valor (R$/hab)
Estação de tratamento de
L/s 30.000,00
esgoto
Ligação Ligação 336,00
Rede Coletora m 336,00
Área Rural Unidade Valor (R$/hab)
Sistemas Alternativos Unidade 2.400,00

O valor a ser investido nas atividades de estudo, levantamento e elaboração dos projetos de
engenharia (básico e executivo) foi adotado em 3% do valor das obras, para os quatro
sistemas componentes do saneamento básico. Vale ressaltar que esses projetos de engenharia
devem seguir as diretrizes das normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT).

Na determinação dos valores de investimento em programas de Desenvolvimento


Institucional foi considerado o percentual de 15 % do valor total de investimento estimado
para projetos e obras no município de Parauapebas (área urbana e área rural).

Os valores de investimentos necessários para o atendimento da área urbanas e rural do


município de Parauapebas são apresentados na Tabela .

Tabela 54 - Investimentos no sistema de esgotamento sanitário no município de Parauapebas


Esgotamento Sanitário

Área Atendimen
Projeto Obra Total Programas Total Geral
to
(Hab) (R$) (R$) (R$) (R$) (R$)
243.140.87
Urbana
356.557 7.294.226 7 37.565.265 288.000.368 288.000.368
Rural 24.990 386.820 12.894.000 1.992.123 15.272.943 15.272.943
Modernização e adequação do Sistema de Esgotamento Sanitário existente 14.321.879
TOTAL 317.595.190

223  
 

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Vale ressaltar que o investimento total será de R$ 317.595.190 para o atendimento de 381.547
habitantes (100%) da população o município de Parauapebas. Para isso, além da revisão
periódica prevista no Decreto 7.217/2010, ou seja, em prazo não superior a quatro anos e
anteriormente à elaboração do plano plurianual, neste Plano é previsto que ocorra a
atualização da projeção populacional e dos investimentos para manutenção de 100% do
atendimento, visando garantir a continuidade do esgotamento sanitário com a quantidade, a
qualidade e a regularidade esperada pela população do município de Parauapebas.

5.2.8 Cronograma Físico-Financeiro.

No cronograma físico-financeiro foram identificados todos os projetos, obras e ações


necessárias para o atendimento da produção de esgoto do SES do município de Parauapebas.
Também foram identificados os principais programas de desenvolvimento institucional que
compõem as ações estruturantes estabelecidas neste plano.

Vale ressaltar que foi considerada a implantação gradativa das ações estruturantes (programas
e desenvolvimento institucional) e estruturais (projetos e obras), para o alcance das metas e
dos objetivos estabelecidos neste Plano.

Na Tabela 55 é apresentado o cronograma físico-financeiro dos investimentos a serem


realizados nos sistemas de esgotamento sanitário.

Tabela 55 – Cronograma Investimentos em Projetos e obras no SES do município de Parauapebas áreas


urbana.

PERÍODO
Unidades Total
Curto prazo Médio prazo Longo prazo
(2018 - 2020) (2021 - 2025) (2026 - 2037)

SES
67.171.447 73.123.276 177.300.468 317.595.190

224  
 

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5.3 SISTEMA DE DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS.

5.3.1 Objetivos Específicos do Plano de Saneamento para o Manejo de Águas Pluviais.

Basicamente, são problemas elencados no diagnóstico de drenagem e manejo de águas


pluviais, os quais norteiam os objetivos do Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB
de Parauapebas, os listados na sequência:

• Ausência de estruturação de sistemas de microdrenagem em alguns bairros do


Município, estando 38% destes sem qualquer dispositivo instalado para esta
finalidade;
• Presença de áreas alagáveis em 31% dos bairros, em sua maioria habitadas, compondo
setores de elevado risco;
• Ausência de investimentos na estruturação dos canais que constituem a
macrodrenagem do Município;
• Lançamento recorrente de esgoto sanitário e resíduos sólidos nos elementos de micro e
macrodrenagem;
• Ausência de regularidade na manutenção e limpeza dos dispositivos de
microdrenagem, bem como dos canais, igarapés e das margens dos rios;
• Necessidade de redimensionamento e reestruturação dos instrumentos de drenagem
dispostos nos bairros que já são atendidos por esses serviços;
• Intensa poluição por matéria orgânica dos corpos hídricos do Município;
• Alta incidência de cortes irregulares em taludes, aumentando a tendência a
deslizamentos de terra, especialmente em períodos chuvosos;
• Presença de moradias em condições inadequadas em Áreas de Preservação
Permanente (APP’s);
• Carência de informações planialtimétricas, como aquelas alcançadas por
georreferenciamento, para o maior conhecimento das delimitações das áreas de
contribuição dos corpos hídricos do Município.

Considerando os efeitos de cada um destes problemas sobre a qualidade de vida da população


do Município, são objetivos do presente plano e, portanto, a base do que se pretende alcançar
através de sua consolidação:

225  
 

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• Promover a estruturação de sistemas de microdrenagem em todos os bairros do


Município, principalmente naqueles até então carentes destes dispositivos, bem como
dos corpos hídricos que compõem a macrodrenagem que os atende, universalizando o
acesso aos serviços de drenagem e manejo de águas pluviais;
• Eliminar pontos de lançamento de esgoto sanitário na rede de drenagem e propor
métodos para a coibição da continuidade de ações deste tipo;
• Promover a regularidade de serviços de manutenção e limpeza dos sistemas de micro e
macrodrenagem;
• Redimensionar e reestruturar redes existentes, de acordo com as necessidades
específicas de cada área, a exemplo da eventual expansão da zona de contribuição do
sistema de um determinado local;
• Constituir projetos e ações que inviabilizem a ocupação de áreas passíveis de
alagamentos, deslizamentos de terra e / ou APP’s, bem como a reocupação de áreas
desapropriadas por estes motivos;
• Estabelecer enquanto prioridade a realização de um levantamento planialtimétrico
georreferenciado que englobe toda a extensão do Município, de modo a melhor
estruturar soluções de drenagem;
• Determinar critérios para a implantação de loteamentos, que englobem a
obrigatoriedade de condições mínimas de infraestrutura de saneamento básico, para
que seu recebimento pela Prefeitura seja efetivado;
• Constituir base de dados com informações inerentes a drenagem e ao manejo de águas
pluviais no Município e estabelecer prazos para a sua atualização contínua.

5.3.2 Programas, Projetos e Ações.

5.3.2.1 Medidas Estruturais.

Intitulam-se medidas estruturais aquelas relacionadas à constituição de infraestruturas físicas,


as quais normalmente envolvem investimentos em obras. Tratam-se de ações indispensáveis
para a ampliação da área de cobertura de atendimento de serviços de saneamento.

Considerando o horizonte de vinte anos, no que tange à drenagem e ao manejo de águas


pluviais, propõe-se para o Município de Parauapebas o desenvolvimento dos seguintes
programas, de caráter estrutural:

226  
 

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5.3.2.2 Programa de Universalização dos Sistemas de Drenagem.

A universalização do acesso é um dos princípios fundamentais que regem os serviços


públicos de saneamento básico, previstos na Lei nº 11.445 / 2007, em seu art. 2º. É visando o
atendimento a este princípio, até então distante da realidade municipal, especialmente no que
se refere aos sistemas de drenagem, que este programa está sendo aqui sugerido. O mesmo
contempla alguns projetos específicos, descritos na sequência.

5.3.2.2.1 Projeto de Saneamento Ambiental, Macrodrenagem e Recuperação de


Igarapés e Margens do Rio Parauapebas – PROSAP.

Dentre os projetos apresentados na sequência, ao longo do prognóstico deste Plano, o


PROSAP é o único já estruturado e em fase de aprovação. Trata-se de um projeto de curto e
médio prazo, com horizonte de execução de seis anos, o qual visa promover soluções para
problemas de saneamento ambiental do Município, especialmente em áreas próximas a alguns
dos corpos hídricos que atravessam a cidade, sendo eles o Igarapé Ilha do Coco, o Igarapé
Guanabara e o Igarapé Riacho Doce (Chácara das Estrelas). Todos eles são afluentes do Rio
Parauapebas.

O PROSAP engloba, no que tange à drenagem urbana, a execução de obras de


macrodrenagem ao longo do traçado original dos referidos canais, revestindo o fundo e as
paredes dos mesmos em 50% de seus trechos; a remoção de imóveis irregulares dispostos em
suas margens, bem como a realocação de famílias que residem nas áreas de interferência do
Projeto; e a construção de parques lineares, novas vias e a urbanização destes locais. Além da
drenagem, é previsto o atendimento a outras áreas do saneamento básico.

Considerando informações disponíveis no Resumo da Carta Consulta nº 60.088 do Ministério


do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MP), através da Secretaria de Assuntos
Internacionais (SEAIN), publicada em 16 de outubro de 2017, referente a este Projeto, serão,
aproximadamente, 9.482 metros de canais abrangidos pelas obras de manejo de águas
pluviais; entre 6.200 e 22.933 metros de sistemas de microdrenagem instalados; 23,30 km de
vias; dois parques urbanos; e 21,40 hectares de parques lineares construídos às margens dos
corpos hídricos.

227  
 

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Estão previstos no PROSAP custos da ordem de US$ 48,45 milhões em “melhoria ambiental
e habitacional”, o que inclui drenagem urbana, reassentamento, desapropriação e obras dos
parques urbanos e lineares. Para as vias urbanas, está estimado um investimento de US$ 10,66
milhões. E, por sua vez, para estudos, projetos, supervisão de obras e, de modo geral, tudo o
que envolve engenharia e administração do PROSAP como um todo, US$ 4,34 milhões.

5.3.2.2.2 Projeto de Estruturação e Revitalização da Macrodrenagem do Município


(PERMACRO).

Como citado no diagnóstico, existe no Município apenas um canal devidamente estruturado e


dimensionado, revestido em concreto, em questão o Canal da Rua Belém. Os demais, não são
revestidos e possuem pouco ou nenhum beneficiamento, estando em sua condição natural e,
em muitos casos, margeados diretamente por casas, as quais lançam seus resíduos diretamente
nos mesmos.

No intuito de reverter a situação presente, este projeto objetiva estruturar os canais, igarapés e
rios que compõem a macrodrenagem do Município, especialmente aqueles que não estão
contemplados pelo PROSAP, além de promover a revitalização de suas margens.

Cada corpo hídrico deve ser tratado individualmente, considerando suas particularidades no
dimensionamento de sua seção, na definição do tipo de revestimento que será aplicado em sua
extensão, bem como se será necessário revesti-lo, dentre outras especificações. A seguir,
encontram-se listados os cursos d’água considerados no PERMACRO, bem como a
caracterização do que se propõe aplicar em cada um deles.

5.3.2.2.2.1 Igarapé Ilha do Coco (fração não contemplada pelo PROSAP).

Este igarapé, de fundamental importância para o manejo de águas pluviais do Município,


possui uma extensão total de, aproximadamente, 16,40 km, somadas suas bifurcações. Destes,
será considerada pelo PERMACRO apenas um trecho de, em média, 6,40 km, o qual se
estende até o Lago do bairro Nova Carajás.

Para o referido trecho, propõe-se a adoção de duas medidas distintas, sendo elas: o
revestimento em concreto de aproximadamente 10% do mesmo, especialmente nas
proximidades do Bairro Novo Brasil, onde as instalações de habitações irregulares às margens

228  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

do Igarapé já se tornaram frequentes; e a regularização das margens de, em média, 22% dele,
formando um canal permeável, revestido por material argiloso compactado, em regiões
próximas de ocupações urbanas, mesmo que ainda resguardadas, a exemplo da extensão que
atravessa o Bairro Cidade Jardim. Para os 68% restantes da extensão do Igarapé é sugerido a
manutenção e preservação do seu estado natural.

Em ambos os casos de intervenção citados, indica-se a construção de parques lineares às


margens dos canais estabelecidos, bem como de obras de lazer para a população e ainda,
eventualmente, de vias que auxiliem no escoamento do tráfego no Município. Vale antecipar
que desapropriações serão necessárias, ao longo de pelo menos 150 metros destes canais.

5.3.2.2.2.2 Igarapé Lajeado.

O Igarapé Lajeado possui uma extensão média de 12,40 km ao longo dos limites de ocupação
urbana do Município. Propõe-se proceder com a construção de um canal revestido em
concreto em aproximadamente 7% de seu trajeto, especialmente no trecho disposto entre os
Bairros Cidade Jardim e dos Minérios; e com a regularização de outros 25% de sua extensão
para a constituição de canais com seção permeável, revestidos com material argiloso
compactado. Sugere-se para esta última solução apresentada principalmente trechos deste
corpo hídrico dispostos nas proximidades do Bairro Jardim Tropical.

5.3.2.2.2.3 Canal Caetanópolis.

Este Canal é um afluente do Igarapé Ilha do Coco e está situado em uma área intensamente
ocupada, tendo em suas margens frequentemente dispostas moradias irregulares. Para ele são
propostas sugestões de melhoria, englobando desde a desapropriação das casas que o
margeiam, até a construção de um canal revestido em concreto ao longo de toda a sua
extensão (1.127 metros), considerando inclusive uma breve bifurcação em sua extremidade,
entre os Bairros Caetanópolis e Bela Vista. Foi tomada para desapropriação neste canal uma
medida linear de aproximadamente 1.000 metros.

229  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

5.3.2.2.2.4 Canal Morada Nova.

Este corpo hídrico é um afluente do Rio Parauapebas e tem início no Bairro Morada Nova,
percorrendo a Avenida VS-10, importante via do Município. Ele possui uma extensão de
aproximadamente 1.169 metros e para o mesmo propõe-se duas soluções complementares,
sendo elas: a construção de um canal revestido em concreto em seu trecho que antecede a
Avenida VS-10, ou seja, aquele disposto no interior do Bairro Morada Nova (44% do total); e
para o trecho posterior a esta via, que equivale aos outros 56% de sua extensão, o
estabelecimento de um canal regularizado, com seção permeável, revestido por solo argiloso
compactado. No referido canal, está prevista a desapropriação no decorrer de
aproximadamente 275 metros.

5.3.2.2.2.5 Canal Casas Populares II.

O referido canal atravessa o Bairro Casas Populares II e deságua no Igarapé Lajeado, se


estendendo ao longo de 422 metros. Para ele, é proposta a construção de um canal revestido
em concreto ao longo de toda a sua extensão, fazendo-se necessária a realização de
desapropriação em, pelo menos, 385 metros lineares no decorrer de suas margens.

5.3.2.2.2.6 Canal Altamira.

O Canal Altamira atravessa todo o Complexo Altamira, formado por cinco bairros, sendo
eles: Novo Horizonte, Betânia, Altamira, Casas Populares I e Vila Rica. O mesmo possui uma
extensão de aproximadamente 2.096 metros. Para ele, propõe-se a construção de um canal
fechado em 17% do seu trajeto, com duas linhas de aduelas 2,00 m x 2,00 m; e a realização de
regularização das seções do canal, mantendo-o permeável, revestido somente com material
argiloso, nos 83% restantes de sua extensão. Neste caso, foi também considerado necessário
proceder com a desapropriação das moradas instaladas às margens de, em média, 713 metros
do canal.

Na Tabela 56, estão discriminadas as extensões, em metros, dos seis corpos hídricos
considerados pelo PERMACRO, subdividindo-as nas três soluções propostas.

230  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Tabela 56: Extensão de cada corpo hídrico considerado para as diferentes soluções propostas.
Projeto: PERMACRO
Corpos Hídricos (extensão em metros)
Tipo de Igarapé Canal Total
Igarapé Canal Canal Casas Canal
Canal Ilha do Morada (m)
Lajeado Caetanópolis Populares II Altamira
Coco Nova
Fechado
(em 0 0 0 0 0 356 356
aduelas)
Aberto
revestido
620 816 1.127 510 422 0 3.495
em
concreto
Aberto
com seção 1.393 3.106 0 659 0 1740 6.898
permeável

Para a estimativa do investimento necessário para a execução destas soluções foram


estruturados orçamentos considerando os insumos e serviços indispensáveis a construção de
cada um dos tipos de canais propostos. Foram utilizadas enquanto referência para os preços
tabelas atualizadas do SINAPI, do DNIT e do SEDOP. Para o canal fechado, por exemplo,
foram levadas em conta etapas desde a mobilização de obra, escavação, disposição das
aduelas, compactação de aterro, construção de pavimento em Concreto Betuminoso Usinado à
Quente (CBUQ), execução de meio-fio, sarjeta e calçada, até a desmobilização da obra. No
caso dos canais abertos, os valores foram estabelecidos partindo da estimativa de uma seção
trapezoidal, com taludes laterais de 1,5:1,0, 15 metros de fundo e 4 metros de profundidade,
ambos com passeios laterais, gramados e guarda-corpos em suas margens.

Na Tabela 57, abaixo, estão apresentados os custos estimados para as obras de cada um dos
tipos de canais sugeridos. Além disso, estão também demonstrados os custos para a
disposição de equipamentos públicos nas proximidades dos canais abertos, como academias
ao ar livre, quiosques e quadras de esporte, considerados iguais a 40% do valor estimado para
as obras; e os custos de projeto, tomados enquanto 5% também do valor das obras. O
investimento total previsto, presente na referida tabela, foi igual, portanto, a soma dos custos
das obras, dos equipamentos públicos e dos projetos (todos estes em reais por quilometro),
multiplicada pela extensão total dos trechos dos corpos hídricos para os quais a solução foi
proposta.

231  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Tabela 57: Investimento estimado para as obras de macrodrenagem.


Custos de
Custos de Investimento
Custo das equipamentos
Tipo de Canal Extensão (km) projeto total previsto
obras (R$/km) públicos
(R$/km) (R$)
(R$/km)
Fechado (em
0,356 8.257.946,29 0,00 412.897,31 3.086.820,32
aduelas)
Aberto revestido
3,495 10.154.553,37 4.061.821,35 507.727,67 51.460.737,86
em concreto
Aberto com
6,898 4.575.736,19 1.830.294,48 228.786,81 45.766.970,93
seção permeável
Total 100.314.529,12

Em obras desta magnitude torna-se indispensável considerar, ainda, os valores envolvidos na


realização de reassentamentos e desapropriações. Para esta estimativa foram levados em conta
os valores apresentados na Carta Consulta do PROSAP, na qual existe um orçamento
disponível de US$ 4.798.743,00 para esta finalidade, em uma obra que se estenderá ao longo
de 9.482,00 metros. Transformando o valor orçado pelo projeto para real e dividindo-o pela
extensão linear da abrangência das obras de macrodrenagem, tem-se um custo de R$ 1.670,10
por metro de desapropriação / reassentamento. Assim, multiplicando este custo por metro pela
somatória das extensões previstas para desapropriação pelo PERMACRO ao longo do Igarapé
Ilha do Coco e dos canais Caetanópolis, Morada Nova, Casas Populares II e Altamira, a qual
totalizou 2.523 metros, tem-se um custo de desapropriação para o presente projeto de R$
4.213.652,64. O valor total do PERMACRO é, portanto, a soma do custo com desapropriação
daquele apresentado na Tabela 57, para as obras de macrodrenagem, igual a R$
104.528.181,76.

Considerando a extensão das obras a serem realizadas e os custos demandados, é prevista a


atuação do projeto no decorrer dos vinte anos de horizonte do Plano, tendo como meta de
curto prazo (até 5 anos) a execução de pelo menos 25% das obras propostas; de médio prazo
(até 10 anos), de 50% delas; e de longo prazo (até 20 anos), dos 50% restantes, concluindo as
intervenções sugeridas para o sistema de macrodrenagem do Município.

5.3.2.2.3 Projeto de Implantação de Infraestrutura de Pavimentação e Microdrenagem


em Bairros Periféricos – PROINFRA.

Este projeto visa possibilitar a estruturação de bairros periféricos, carentes de pavimentação e


drenagem, constituindo para eles ações estruturais que permitam a implementação de sua
infraestrutura neste sentido. O delineamento destas ações se dará partindo de regiões mais à
jusante dos corpos hídricos, que reúnem zonas de contribuição de drenagem mais expressivas,

232  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

para então alcançar regiões à montante. Além disso, serão priorizadas áreas de risco, inclusas
em planícies de inundação, considerando a particularidade de suas condições.

Vale observar que no Município existem bairros que foram irregularmente asfaltados, sem
qualquer constituição prévia de seus sistemas de drenagem, e, devido à dificuldade de fazê-lo
pós-pavimentação, estes serão contemplados pelo projeto apenas em fases mais adiantadas.

Além dos bairros que não possuem qualquer dispositivo de microdrenagem (38% daqueles
sobre os quais informações foram levantadas, como consta no diagnóstico), existem aqueles
que são dotados de alguns dispositivos de drenagem, mas ainda de maneira muito aquém de
sua necessidade total. Estes também serão contemplados pelo projeto, sendo considerada a
conclusão de suas estruturas de drenagem.

Há de se considerar a possibilidade de expansão ocupacional do Município de Parauapebas,


dentro do horizonte do Plano, para além dos bairros identificados no diagnóstico, sendo
fundamental também para eles a implantação de infraestrutura necessária.

As licitações constituídas para a colocação em prática das ações do PROINFRA deverão


contemplar a construção de sistemas de microdrenagem em cada bairro, preferencialmente
considerados separadamente, notando suas peculiaridades e incluindo manilhas, poços de
visita, bocas de lobo e dispositivos afins; bem como a estruturação do pavimento das
respectivas localidades, envolvendo desde atividades de terraplenagem até a disposição da
camada de desgaste (revestimento superficial), cujo tipo é selecionado de acordo com cada
situação, e de meios-fios e sarjetas.

A previsão dos investimentos necessários para a atuação deste projeto foi realizada com base
na constituição de um orçamento comum, tendo como unidade primária o custo de uma obra
deste tipo por quilometro quadrado e considerando tabelas de referências de preço atualizadas
como as do SINAPI, SEDOP e DNIT. No cálculo, foram incluídos serviços preliminares, de
terraplenagem, de pavimentação, de drenagem e de desmobilização de obra. Partiu-se da
estimativa que, em um quilometro quadrado, há em média 18 km de vias, dispostas em três
ruas paralelas, entrecortadas por outras quinze ruas perpendiculares. Posteriormente, foram
definidas a quantidade de manilhas, bocas de lobo, poços de visita e instrumentos de
drenagem afins.

233  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Visto que o Município, considerando toda a zona de ocupação urbana, possui


aproximadamente 55,29 km² e que, conforme Diagnóstico apresentado, 38% de seus bairros
não são dotados de qualquer sistema de drenagem, trabalhou-se com a hipótese de que
também, em média, 38% de sua área não é atendida por microdrenagem, ou seja, 21,01 km².

A Tabela 58 apresenta discriminados o custo estimado para as obras de microdrenagem, o


valor para a realização de seus projetos (aqui estabelecido enquanto 5% do valor das obras), a
área a ser atendida e o investimento total do PROINFRA, obtido através da multiplicação da
área de atendimento do projeto pelo valor da soma entre custo de obra e de projeto.

Tabela 58: Investimento estimado para as obras de microdrenagem.


Projeto: PROINFRA
Área a ser atendida Custo das obras Custo de projeto Investimento total
pelo projeto (km²) (R$/km²) (R$/km²) previsto (R$)
21,01 19.842.503,19 992.125,16 437.735.541,62

Sendo este um projeto de grande porte, que demandará uma expressiva alocação de recursos,
sua execução está prevista para todo o horizonte do Plano, ou seja, para até 20 anos. Logo, seu
desenvolvimento abrange metas de curto, médio e longo prazo, sendo elas:

" A curto prazo (até cinco anos), pretende-se atingir com infraestrutura de pavimentação
e drenagem pelo menos 75% dos bairros, ou seja, 13% a mais do total que possui até o
presente momento.
" A médio prazo (de cinco a dez anos), espera-se alcançar com esta estruturação pelo
menos 85% dos bairros.
" A longo prazo (de dez a vinte anos), almeja-se que 100% dos bairros, pelo menos
daqueles existentes até o presente momento (2017), estejam dotados de pavimentação
e drenagem.

5.3.2.2.4 Projeto de Redimensionamento e Reconstrução de Redes de Drenagem


Defasadas – PREDREN.

A este projeto interessa a readequação de redes de drenagem existentes e já defasadas perante


às necessidades presentes, bem como às futuras. Ou seja, objetiva-se redimensionar redes que
não mais estejam atendendo sua demanda, devido a elevada idade da mesma, bem como ao
período em que foi estabelecida, no qual talvez não tenha sido considerada a grande taxa de

234  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

crescimento que vigorou no Município nas últimas décadas; além de promover sua
reconstrução com base em projetos atualizados.

O PREDEN, diferentemente dos projetos anteriormente citados, tem por foco não a
construção de estruturas novas, mas a readequação de redes existentes. Assim, nele serão
trabalhados os 62% dos bairros do Município que possuem alguma rede de drenagem,
considerando, para fim de estimativa, que 15% destes, ou seja, aproximadamente 10% do total
de bairros existentes até o presente momento, necessitam que suas redes de drenagem sejam
redimensionadas e reconstruídas.

Tendo por base os mesmos parâmetros considerados para a definição do investimento


necessário no PROINFRA, a Tabela 59 apresenta o valor estimado para a execução do
PREDREN. Nela, foram levados em conta custos para a construção de um novo sistema de
drenagem em 10% dos bairros do Município (aproximadamente 5,53 km² de sua área), de
projeto e ainda um custo adicional de 2%, calculado sobre o custo das obras, relativo a
serviços de demolição também demandados, neste caso.

Tabela 59: Investimento estimado para a reconstrução de redes de drenagem defasadas.


Projeto: PREDREN
Área a ser Custo adicional
Custo das Custo de projeto Investimento total
atendida pelo de demolição
obras (R$/km²) (R$/km²) previsto (R$)
projeto (km²) (R$/km²)

5,53 19.842.503,19 992.125,16 396.850,06 117.410.075,63

É fato que este projeto, bem como os demais, necessita no decorrer de sua implementação que
estudos analíticos sejam realizados, de modo a avaliar cada caso específico do Município
separadamente e para ele estabelecer as soluções mais adequadas.

Levando em conta a menor necessidade de urgência em relação a atuação do PREDREN, se


comparado ao PROINFRA e ao PERMACRO, será aqui para ele estabelecida apenas meta de
longo prazo, a ser colocada em prática em até 20 anos, sendo ela o redimensionamento e a
reconstrução de todas as redes de drenagem consideradas defasadas e que possam estar por
isso prejudicando a dinâmica do manejo de águas pluviais do Município.

235  
 

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5.3.2.2.5 Projeto de Implantação de Obras de Retenção – PRIORE.

Obras de retenção são formas de controle de jusante. Elas funcionam como reservatórios,
impedindo que o escoamento em meio a um evento de cheia deságue diretamente no sistema
de drenagem à jusante, armazenando a água precipitada e, por consequência,
descongestionando o sistema.

Estes reservatórios mantêm-se permanentemente molhados, sendo que a água neles


armazenada pode evaporar, infiltrar no solo ou, ainda, ser utilizada para outras finalidades,
como a irrigação. Eles atuam como um lago artificial, servindo também para usos urbanísticos
e de recreação. Têm, entretanto, enquanto diferencial, sua função específica para o manejo de
águas pluviais do Município.

Uma vez que a determinação dos melhores locais para a instalação destas obras, bem como
das dimensões ideais para elas depende da realização de estudos e projetos específicos, o
valor para investimentos no PRIORE não poderá ser aqui descriminado, considerando
sobremaneira o reduzido tempo disposto para o desenvolvimento do presente Prognóstico. No
entanto, apenas em caráter estimativo, será aqui considerado que as obras de retenção irão
demandar em torno de 15% do valor do investimento total na macrodrenagem, sem
desapropriação, ou seja, pouco mais que 15 milhões de reais.

É indispensável indicar a relevância de obras deste tipo para a dinamização do manejo de


águas pluviais de um local. Logo, fica a proposta de proceder com sua implantação em pontos
críticos para a drenagem do Município, no decorrer do horizonte do Plano, após atestada a
viabilidade de fazê-lo em uma dada área. Logo, sua meta de execução é também de longo
prazo, ou seja, de até 20 anos.

5.3.2.2.6 Resumo das Medidas Estruturais.

A Tabela 60 apresenta um breve resumo dos projetos citados na seção relativa às medidas
estruturais propostas neste Prognóstico, discriminando suas metas e o investimento necessário
para a atuação de cada um deles.

236  
 

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Tabela 60: Resumo dos programas e projetos que compõem as medidas estruturais do Prognóstico.

Programa de Universalização dos Sistemas de Drenagem


Investimento
Projetos Metas Necessário
R$
Curto e médio prazo: promover melhorias dos
sistemas de micro e macrodrenagem, além da
PROSAP construção de vias e parques nas áreas 195.087.047,10 *
próximas aos Igarapés Ilha do Coco,
Guanabara e Riacho Doce.
Curto prazo: execução de 25% das obras
propostas.
Médio prazo: execução de 50% das obras
PERMACRO 104.528.181,76
propostas.
Longo Prazo: alcançar a conclusão das obras
propostas.
Curto prazo: atender com microdrenagem
75% dos bairros.
Médio prazo: atender com microdrenagem
PROINFRA 437.735.541,62
85% dos bairros.
Longo Prazo: atender com microdrenagem
todos os bairros.
Longo Prazo: promover o redimensionamento

PREDREN e a reconstrução de todas as redes de 117.410.075,63


drenagem defasadas.
Longo Prazo: implantar obras de retenção em
PRIORE 15.000.000,00
pontos críticos para a drenagem do Município.
Investimento Total Previsto Para o Programa 869.760.846,11
* Valor referente apenas a “Melhoria Ambiental e Habitacional” e à construção de vias urbanas, citadas na
Carta Consulta do PROSAP.

5.3.2.3 Medidas Não-Estruturais.

São medidas não-estruturais, ou estruturantes, aquelas através das quais faz-se possível atuar
na causa dos problemas, fornecendo suporte técnico, político e gerencial para a prestação dos
serviços, de modo que a mesma se desenvolva de forma sustentável. Procura-se através delas
melhorar a gestão, reduzir perdas e ainda contribuir paulatinamente para o aperfeiçoamento da
infraestrutura física. A partir do fortalecimento de medidas não-estruturais, investimentos em
medidas estruturais acabam por se tornar mais eficazes e eficientes. Os programas não-
estruturais propostos neste Plano, bem como seus respectivos projetos, estão descritos abaixo.

237  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

5.3.2.4 Programa de Manutenção e Limpeza dos Instrumentos de Micro e


Macrodrenagem.

Este programa visa, como o seu próprio nome permite inferir, a constituição de projetos e
ações que conduzam à frequente manutenção e limpeza dos instrumentos que compõem a
micro e a macrodrenagem do Município. Assim sendo, são projetos instituídos a partir deste
programa aqueles descritos na sequência.

5.3.2.4.1 Projeto para Promoção de Regularidade de Limpeza de Dispositivos de


Drenagem – PROLIMPE.

A ausência de limpeza de dispositivos de drenagem pode, em períodos de intensa


precipitação, colaborar para alagamentos e inundações. No diagnóstico, diversos canais do
Município foram apresentados, demonstrando recorrente falta de limpeza nos mesmos.

É no intuito de reverter esta situação no decorrer dos anos que seguirão, que o presente
projeto é proposto, citando enquanto ação primordial não apenas a limpeza de instrumentos
essenciais para a drenagem, mas também a promoção de sua regularidade. Lembrando que
este serviço engloba desde a remoção de vegetação dos aparelhos utilizados no manejo de
águas pluviais até a desobstrução daqueles bloqueados por resíduos sólidos.

Assim, o PROLIMPE objetiva a formação de equipes de funcionários na prefeitura com


função exclusiva e permanente de limpeza dos dispositivos de macro e microdrenagem, sendo
sua atuação promovida sob a forma de rodízio entre os bairros e setores existentes, de modo
que a regularidade deste serviço seja garantida. Além das equipes, certamente, este projeto
deve contemplar recurso suficiente para o aluguel e / ou compra dos materiais e equipamentos
necessários para a viabilização de sua execução.

É fácil inferir que este não é um projeto com período final delimitado. Na verdade, é essencial
que sua atuação seja mantida constante, ao longo de todo o horizonte do plano e ainda além,
estando envolvido entre metas de curto, médio e longo prazo.

5.3.2.4.2 Projeto de Manutenção de Mecanismos de Drenagem – PROMAMEDRE.

A manutenção deficiente de mecanismos de drenagem é também um fator que muito


influência na ocorrência de alagamentos em regiões periféricas e centrais do Município. Esta

238  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

atividade consiste na recuperação de elementos danificados, como manilhas, bocas de lobo,


sarjetas e outros, seja em função do alcance do limite de sua vida útil ou mesmo por ações
antrópicas.

A este projeto cabe a atuação na manutenção de mecanismos de drenagem, mediante


demanda, ao longo de todo o horizonte do Plano. Para tanto, deve ser previsto no orçamento
municipal um fundo emergencial capaz de custear esta atividade.

5.3.2.4.3 Projeto de Remoção de Instalações Clandestinas de Esgoto – PRECLANDES.

Considerando o cenário atual do Município, onde predomina a ausência de coleta de esgoto,


uma parcela dos moradores opta por medidas alternativas apropriadas, como a construção de
fossas sépticas, enquanto a maioria acaba por se utilizar de meios clandestinos para o
lançamento de seus efluentes, normalmente destinando-os às redes e canais envolvidos no
manejo de águas pluviais.

O PRECLANDES foi constituído para promover a remoção de instalações clandestinas de


esgoto das redes de drenagem. Porém, deve-se considerar que antes do início da execução das
atividades do projeto em uma dada região, é essencial a estruturação de redes de esgoto que
atendam a população que reside na mesma. Ou seja, as ações do esgotamento sanitário e da
desativação dos meios clandestinos de lançamento na drenagem devem ser coordenadas,
atuando concomitantemente nos bairros do Município.

Assim sendo, pode-se inferir a necessidade de atuação do referido projeto no decorrer de todo
o horizonte do Plano de Saneamento, ou até que redes de esgoto se encontrem estabelecidas
nos bairros do Município em sua totalidade, atendendo devidamente seus habitantes. A
remoção consistirá, principalmente, na vedação das instalações de esgoto que deságuam nas
redes de drenagem, desativando-as permanentemente e inviabilizando que a contaminação por
elas provocada continue.

Da mesma maneira como citado para as atividades de manutenção do PROMAMEDRE, para


que o PRECLANDES seja colocado em prática será também indispensável a previsão no
orçamento municipal de um fundo que promova o custeamento de suas atividades, mantendo-
as constantes até que ligações clandestinas sejam extintas, uma vez que a meta primordial do
projeto é eliminá-las completamente.

239  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

5.3.2.5 Programa de Implantação de Formas de Controle na Fonte em Áreas Públicas.

Intitulam-se formas de controle na fonte aquelas capazes de permitir uma redução na vazão da
água que chega ao sistema de drenagem, a partir de medidas que atuam na “fonte” ou, de
modo mais claro, sobre lotes, praças e passeios. Elas normalmente agem através do
armazenamento da água precipitada ou mesmo do aumento da área disponível para sua
infiltração.

Os projetos que compõem este programa e tem por objetivo comum a promoção da
implantação de formas de controle na fonte, especialmente em áreas públicas, servindo ainda
de incentivo para a população na utilização de medidas semelhantes em áreas privadas,
seguem descritos.

5.3.2.5.1 Projeto de Implantação de Reservatórios para Água da Chuva em Prédios


Públicos – PIREAC.

É fato que estabelecer a utilização de formas sustentáveis de armazenamento e reutilização de


água da chuva para fins secundários em prédios existentes é inconcebível. No entanto, fazer
isso com prédios novos, especialmente aqueles que possuam um terreno com área expressiva
(superior a 1.000 m²), é perfeitamente plausível. Principalmente porquê, neste caso, tratam-se
de prédios públicos, nos quais existe a possibilidade de incluir a estrutura de armazenamento
de água da chuva, normalmente enterrada, no projeto, bem como no orçamento a serem
encaminhados para licitação, deixando sua execução sob responsabilidade da empresa que
vencer o certame.

Ainda que, inevitavelmente, a aplicação deste projeto onere um pouco a construção dos
equipamentos públicos, deve-se considerar os efeitos positivos da implantação dos referidos
reservatórios. Eles são benéficos tanto para o manejo de águas pluviais na região de seu
estabelecimento, podendo chegar inclusive a gerar economia em projetos de microdrenagem,
quanto para a conscientização da população a respeito da importância de práticas sustentáveis.
Cria-se assim um meio para que a cidade se torne uma referência no que tange a
responsabilidade ambiental.

240  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

5.3.2.5.2 Projeto de Instalação de Dispositivos de Infiltração em Áreas Públicas -


PRINFARP.

Considerando que as áreas urbanas que constituem as cidades têm se tornado cada vez mais
impermeáveis, aumentando o escoamento superficial e dificultando a drenagem, estimular a
reservação de espaços para infiltração é essencial para promoção da qualidade do manejo de
águas pluviais do Município. Vale observar que, mesmo a cidade sendo contemplada com
sistemas de micro e macrodrenagem estruturados, tal ação é capaz de permitir a atenuação da
vazão destinada a estes.

O PRINFARP tem, portanto, como objetivo o incentivo a implementação de dispositivos de


infiltração em áreas de domínio público, como parques, praças, estacionamentos, canteiros,
calçadas e demais áreas de entorno de prédios. São alguns destes dispositivos pavimentos
permeáveis, trincheiras de infiltração, jardins de chuva, canteiros pluviais, biovaletas e outros.

Pavimentos permeáveis, a título de exemplo, podem ser utilizados enquanto revestimento para
o piso de estacionamentos públicos, uma vez que obras como estas possuem normalmente
extensas áreas, as quais caso sejam impermeabilizadas comprometem a infiltração do solo.

Já as trincheiras de infiltração podem ser empregadas em parques e praças, sendo instaladas


em grandes áreas de passeio. Jardins de chuva, canteiros pluviais e biovaletas, por sua vez,
partem de um mesmo princípio de funcionamento, compondo o leque de possibilidades para
seu uso a aplicação em parques, praças e especialmente em canteiros. Além dos benefícios
técnicos da instalação destes dispositivos, há de se considerar a contribuição paisagística
possibilitada para as áreas públicas onde eles vierem a ser inseridos.

Considerando a possibilidade de os referidos dispositivos de infiltração serem instalados em


algumas áreas públicas existentes, ainda que existam limitações para tais intervenções, é meta
de curto e médio prazo deste projeto fazê-lo. Como meta de longo prazo, por sua vez,
incentiva-se a construção de novos parques, praças, estacionamentos e canteiros, que possuam
desde a sua concepção o caráter sustentável e que, com isso, contemplem os mais diferentes
dispositivos com estas finalidades no escopo de suas obras.

241  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

5.3.2.6 Programa de Instituição do Sistema de Informação de Drenagem e Manejo de


Águas Pluviais - SIDMAP.

Este programa visa a instituição de um banco de dados para o Município, capaz de alimentar o
Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento (SNIS), no que se refere a drenagem e
ao manejo de águas pluviais. O projeto que delimita suas ações está descrito abaixo.

5.3.2.6.1 Projeto de Criação do SIDMAP – PROSIDMAP.

Levando em conta a atual situação do Município, na qual o mesmo não possui qualquer
agrupamento de informações acerca das condições estruturais de micro e macrodrenagem, é
de grande valia a instauração de um sistema informatizado, capaz de auxiliar na constituição
de projetos, no planejamento de obras novas e de manutenção, e demais intervenções.

O levantamento de informações para a constituição do banco de dados partirá de verificações


em campo das estruturas existentes, em muitos casos fazendo-se valer também da intervenção
promovida por atividades de manutenção para essa identificação. Em se tratando de redes
novas, deve ser exigido pela Prefeitura projetos das mesmas junto aos responsáveis, capazes
de alimentar o SIDMAP.

O presente projeto estabelece enquanto meta de curto prazo, ou seja, executável em até cinco
anos, a elaboração do referido sistema. No entanto, para que as informações contidas no
mesmo se apresentem sempre de forma fidedigna, torna-se imprescindível sua atualização
constante, sendo aqui proposto um período semestral para a execução desta atividade. Logo, o
monitoramento do sistema deve ser realizado ao longo de todo o horizonte do Plano.

5.3.2.7 Programa de Educação Ambiental para Controle de Transtornos Relacionados


à Drenagem Municipal.

Medidas de educação ambiental, quando bem executadas, tendem a proporcionar efeitos


expressivos no comportamento da sociedade, ao passo que induzem sua conscientização e
auxiliam na alteração de seus costumes rotineiros. Percebe-se grande influência da ausência
de medidas desse tipo na fonte da maioria dos problemas identificados no diagnóstico.

Considerando o citado, é objetivo deste programa fazer uso da educação ambiental para a
melhoria das atuais condições de drenagem e manejo de águas pluviais do Município, bem

242  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

como da qualidade de vida de sua população. O projeto por ele proposto encontra-se descrito
na sequência.

5.3.2.7.1 Projeto de Apresentação à Sociedade de Soluções Simples para Problemas


Recorrentes de Drenagem – PROSSOLD.

Através desse projeto almeja-se a promoção, pela Prefeitura, de campanhas periódicas de


conscientização, especialmente no que se refere a boas práticas para a reversão da atual
situação do Município, no decorrer de todo o horizonte do Plano.

Entre os temas a serem abordados, pode ser citada a questão da importância de evitar o
lançamento de esgoto doméstico na rede de drenagem, bem como a disposição irregular de
resíduos sólidos em corpos hídricos. Uma vez que atuando desta forma contribui-se
significativamente para a melhoria da qualidade da água, para uma utilização adequada dos
dispositivos de drenagem existentes e para sanar problemas recorrentes de alagamentos.

Outro tema a ser tratado nessas campanhas é a diferenciação da drenagem de águas pluviais
em relação aos demais eixos que compõem o saneamento básico, visto que esta é
frequentemente confundida, principalmente com o esgotamento sanitário, devido a deficiência
local de redes com esta finalidade.

Também deve ser inclusa na pauta das palestras realizadas a instrução a respeito da
importância da preservação de áreas que margeiam corpos hídricos, enfatizando a
irregularidade da instalação de moradias nestas regiões, além de frisar as recomendações
legais relacionadas.

É interessante ainda aproveitar estas oportunidades para inteirar a população com relação a
importância da reservação de áreas permeáveis em seus terrenos, contribuindo desta maneira
com o alívio da vazão de escoamento superficial em vias que circundam suas moradias. Vale
frisar que o Plano Diretor de Parauapebas, através da Lei nº 4.328/2006, já estabelecia
percentuais referentes a taxa máxima de ocupação, bem como a taxa de permeabilidade a ser
empregada durante a ocupação de acordo com os diversos usos dos lotes.

243  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

5.3.2.8 Programa de Disciplinamento da Ocupação Urbana.

Como mostrado no Diagnóstico, existe no Município atualmente uma desorganização intensa


na ocupação urbana. É possível observar com frequência moradias irregulares instaladas em
diversos canais que compõem a macrodrenagem, tanto às margens destes quanto efetivamente
sobre eles, dispostas em palafitas.

Não há dúvida que problemas como esses estão estreitamente relacionados ao rápido e
desordenado crescimento populacional da cidade. No entanto, para os próximos vinte anos,
horizonte do Plano de Saneamento, torna-se inevitável propor atitudes que modifiquem
paulatinamente esta realidade, especialmente no que tange ao saneamento básico, de modo a
melhorar a qualidade da vida dos munícipes.

É no intuito de promover o disciplinamento da ocupação urbana no decorrer dos anos que


seguem a instituição deste Plano, tendo por finalidade primordial o beneficiamento das
condições de drenagem e manejo de águas pluviais no Município, que o presente programa é
proposto, sendo os projetos que o constituem apresentados abaixo.

5.3.2.8.1 Projeto de Preservação de Áreas Marginais de Corpos Hídricos – PROPAMC.

Como citado, há no Município um constante desrespeito às áreas que margeiam corpos


hídricos. Elas, em tese, deveriam ser permanentemente reservadas à preservação, dada sua
importante função ambiental na proteção destes recursos.

O PROPAMC é, neste contexto, indicado enquanto meio para reversão da situação presente.
Para a preservação das regiões que ladeiam córregos, igarapés, canais e rios do Município,
propõe-se, à princípio:

• A intensificação de atividades de fiscalização pela secretaria responsável, de modo a


impedir a ocupação de áreas que ainda possuam vegetação nativa e/ou que não estejam
habitadas;
• A implantação de áreas de lazer, com quadras, academias ao ar livre, parques e
construções semelhantes, em regiões onde desapropriações tenham sido efetivadas,
inviabilizando que nelas se instalem novas moradias;

244  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

• O desenvolvimento de atividades de conservação de áreas verdes, como exemplo a


proibição de disposição de resíduos sólidos nestes locais, por meio de placas
informativas, acompanhadas de fiscalização regular.

Algumas atividades comuns a secretarias específicas da Prefeitura, como a Secretaria


Municipal de Meio Ambiente (SEMMA) e a Secretaria Municipal de Urbanismo (SEMURB),
podem contribuir na atenuação de custos relacionados a efetivação das ações do projeto.
Dentre elas: fiscalizar e impedir ocupações irregulares de áreas de preservação permanente; e
coordenar o manejo de resíduos sólidos. Já a constituição de áreas de lazer, por outro lado,
dependerá de recursos provenientes deste projeto, prevendo assim dotação necessária no
orçamento anual do Município. No que tange a sua atuação, se desenvolverá ao longo de todo
o horizonte do Plano.

5.3.2.9 Resumo das Medidas Não-Estruturais.

Na Tabela 61 estão dispostos todos os programas e projetos que compõem as medidas não-
estruturais propostas no presente Prognóstico, bem como uma descrição sucinta de suas
metas. Além disso, é mostrado na referida tabela o investimento necessário à atuação destas
medidas, não citado até então. Considerando a extensa gama de projetos sugeridos nesta seção
e a subjetividade envolvida na maioria de suas ações, a estimativa deste investimento foi
realizada com base em uma porcentagem do valor a ser despendido com a aplicação das
medidas estruturais, igual 40%.

Tabela 61: Resumo dos programas e projetos que compõem as medidas não-estruturais do Prognóstico.
Investimento
Programas Necessário à
Atuação das
Medidas Não-
Projetos Metas Estruturais
em R$
Programa de Manutenção e Limpeza dos Instrumentos de Micro e
Macrodrenagem
Curto, médio e longo prazo: manter a limpeza
PROLIMPE regular dos dispositivos de drenagem, promovendo
rodízio de atendimento entre os bairros.
Curto, médio e longo prazo: atuar na manutenção
PROMAMEDRE de mecanismos de drenagem sempre que houver
demanda.

245  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Curto, médio e longo prazo: atuar na remoção de


PRECLANDES instalações clandestinas de esgoto, ligadas
irregularmente às redes de drenagem.
Programa de Implantação de Formas de Controle na Fonte em Áreas
Públicas
Curto, médio e longo prazo: incluir a implantação
de reservatórios para água da chuva nos processos
PIREAC
licitatórios de obras de prédios públicos com área de
terreno superior a 1.000 m².
Curto e médio prazo: inserir dispositivos de
infiltração, dentro das possibilidades, em áreas
públicas existentes.
PRINFARP
Longo prazo: construir novos parques, praças e afins
com caráter sustentável atrelado à sua concepção e
diversos dispositivos de infiltração integrados.
Programa de Instituição do Sistema de Informação de Drenagem e
Manejo de Águas Pluviais
Curto prazo: criação do Sistema de Informação de
Drenagem e Manejo de Águas Pluviais (SIDMAP).
PROSIDMAP
Médio e longo prazo: promover o monitoramento do
sistema, bem como sua atualização semestral.
Programa de Educação Ambiental para Controle de Transtornos
Relacionados à Drenagem
Curto, médio e longo prazo: promoção de
campanhas periódicas de conscientização da
PROSSOLD
população a respeito de soluções simples para
problemas recorrentes de drenagem.
Programa de Disciplinamento da Ocupação Urbana
Curto, médio e longo prazo: através de diferentes
ações e do apoio de diversas Secretariais do
PROPAMC Município, promover a preservação das áreas que
margeiam os corpos hídricos que compõem o sistema
de macrodrenagem local.
TOTAL 347.904.338,44

5.3.2.10 Resumo das Medidas Propostas.

A Tabela 62, apresentada na sequência, ilustra o resumo de todos os programas e projetos


propostos, tanto para as medidas estruturais quanto para as não-estruturais.

246  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Tabela 62: Resumo dos programas e projetos propostos no Prognóstico.

MEDIDAS ESTRUTURAIS

Programas Projetos

Projeto de saneamento ambiental, macrodrenagem e


recuperação de igarapés e margens do Rio Parauapebas
– PROSAP.
Projeto de estruturação e revitalização da
macrodrenagem do Município – PERMACRO.
Programa de universalização dos Projeto de implantação de infraestrutura de
sistemas de drenagem pavimentação e microdrenagem em bairros periféricos
– PROINFRA.
Projeto de redimensionamento e reconstrução de redes
de drenagem defasadas – PREDEN.
Projeto de implantação de obras de retenção –
PRIORE.

MEDIDAS NÃO-ESTRUTURAIS

Programas Projetos
Projeto para promoção de regularidade de limpeza de
dispositivos de drenagem – PROLIMPE.
Programa de manutenção e Projeto de manutenção de mecanismos de drenagem –
limpeza dos instrumentos de PROMAMEDRE.
micro e macrodrenagem
Projeto de remoção de instalações clandestinas de
esgoto – PRECLANDES.
Projeto de implantação de reservatórios para água da
Programa de implantação de chuva em prédios públicos – PIREAC.
formas de controle na fonte em
áreas públicas Projeto de instalação de dispositivos de infiltração em
áreas públicas - PRINFARP.
Programa de instituição do
Sistema de Informação de
Projeto de criação do SIDMAP – PROSIDMAP.
Drenagem e Manejo de Águas
Pluviais (SIDMAP)
Programa de educação ambiental
Projeto de apresentação à sociedade de soluções
para controle de transtornos
simples para problemas recorrentes de drenagem –
relacionados à drenagem
PROSSOLD.
municipal
Programa de disciplinamento da Projeto de preservação de áreas marginais de corpos
ocupação urbana hídricos – PROPAMC.

A Tabela 63, disposta após esta última, por sua vez, demonstra o investimento total estimado
para os programas de drenagem e manejo de águas pluviais.

247  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Tabela 63: Investimento Total Previsto em Programas de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais.
Investimentos
Medidas Programas
Necessários em R$

Programa de Universalização dos Sistemas de


Estruturais 869.760.846,11
Drenagem

Programa de Manutenção e Limpeza dos


Instrumentos de Micro e Macrodrenagem

Programa de Implantação de Formas de Controle


na Fonte em Áreas Públicas

Programa de Instituição do Sistema de


Não-Estruturais Informação de Drenagem e Manejo de Águas 347.904.338,44
Pluviais

Programa de Educação Ambiental para Controle


de Transtornos Relacionados à Drenagem

Programa de Disciplinamento da Ocupação


Urbana

INVESTIMENTO TOTAL PREVISTO 1.217.665.184,55

248  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

5.4 SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

5.4.1 Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos.

A Limpeza Urbana e o manejo de resíduos sólidos compreende um conjunto de atividades,


infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e
destino final do lixo doméstico, bem como do lixo originário da varrição e limpeza de
logradouros e vias públicas, com implicações em todas as outras componentes do saneamento
básico, refletindo diretamente na qualidade ambiental e de vida, portanto, uma gestão
eficiente e participativa é primordial nesse processo.

Dessa forma, estruturar um sistema capaz de atender toda a população integralmente e


consolidar as variáveis a serem consideradas nesse processo é essencial na universalização de
acesso. Dessa forma, por contemplar todo o território do município, área urbana e rural, a
projeção populacional é fator determinante, por sua dinamicidade.

Conforme a projeção populacional apresentada na tabela 64, serão propostos 3 cenários ao


longo de um horizonte de projeto de 20 anos (2017 - 2037), bem como as medidas a serem
implementadas, logo serão priorizadas, conforme a necessidade de sua urgência e o grau de
complexidade de execução.

Com isso, teremos medidas de caráter emergencial (Execução imediata), curto prazo (12 a 36
meses), médio prazo (48 a 84 meses) e longo prazo de (96 a 240 meses).

Os cenários definidos serão 3 (três):

• Cenário Integral - teremos compreendidas todas as atividades e componentes de cada


um dos diversos serviços de saneamento básico, propiciando à população o acesso na
conformidade de suas necessidades e maximizando a eficácia das ações e resultados.
• Cenário Estagnado - é aquele em que os padrões atuais de gestão das componentes se
manterão os mesmos, não acompanhando a dinamicidade social, tecnológica, cultural
e etc..
• Cenário Demanda - neste a gestão municipal trabalhará tentando suprir as demandas
que forem surgindo, a fim de atender a comunidade em suas necessidades imediatas,
ainda que persistentes.

249  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Assim, os padrões de geração e consumo estão intrinsecamente relacionado a população a ser


atendida, bem como a qualidade e quantidade de resíduos sólidos resultantes.

Tabela 64 – População de projeto (2017-2037)


Prazo Ano População
2017 202.356
2018 208.876
Curto Prazo
2019 215.605
2020 222.552
2021 229.722
2022 237.123
Médio Prazo 2023 244.763
2024 252.649
2025 260.789
2026 269.191
2027 277.864
2028 286.816
2029 296.057
2030 305.595
2031 315.441
Longo Prazo
2032 325.604
2033 336.094
2034 346.922
2035 358.100
2036 369.637
2037 381.547

Segundo o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS - Versão Preliminar, 2011), a


estimativa da quantidade dos diferentes tipos de resíduos produzidos, são provenientes da
média de 93 estudos de caracterização física realizados entre 1995 e 2008, para a composição
gravimétrica média do Brasil. Ressalta-se para o fato de esses estudos nem sempre utilizarem
a mesma metodologia (frequência, escolha da amostra e divisão das categorias), o que resulta
numa estimativa do comportamento real da situação.

250  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

O Gráfico14 apresenta a composição gravimétrica média dos Resíduos Sólidos Urbanos


(RSU) no Brasil, considerando como base a quantidade de resíduos sólidos urbanos coletados
no ano de 2008.

Composição  Gravimetrica  
2,9  
16,7   13,1  
Metais  

Papel,  papelão  e  tetrapak  


13,5   Plásqco  total  

Vidro  
2,4   Materia  orgânica  

Outros  
51,4  

Gráfico 154 - Estimativa da composição gravimétrica dos RSU coletados no Brasil em 2008.
Fonte: Elaborado a partir de IBGE (2010b) e artigos diversos.

No Diagnóstico do manejo de Resíduos Sólidos Urbanos de 2015, do Sistema Nacional de


Informações sobre Saneamento – SNIS, em seu componente "Resíduos Sólidos", o município
de Parauapebas apresenta os seguintes per capita em relação a geração de resíduos sólidos
domiciliares (RDO) e de limpeza pública (RPU), que serão usados como referência no
planejamento das ações de coleta seletiva e destino final.

Tabela 65 – Per capita de resíduos sólidos domiciliares e de limpeza pública.


Tipo de Resíduos População Atendida Per Capita
RDO +RDU Urbana 1,12
RDO População Total 0,98
RDO+RPU População Total 1,01
Fonte: SNIS (2015)

5.4.2 Objetivos por Serviço

5.4.3 Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010) é o referencial na gestão da


limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. Em seu Art. 7º, dos incisos I até XV, temos a

251  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

definição dos objetivos que devem ser alcançados e implementados e que nortearão as
tomadas de ação da gestão municipal, bem como subsidiar as ações do Plano Municipal de
Saneamento Básico, na componente resíduos sólidos.

• Proteção da saúde pública e da qualidade ambiental;


• Não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem
como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos;
• Estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços;
• Adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como forma de
minimizar impactos ambientais;
• Redução do volume e da periculosidade dos resíduos perigosos;
• Incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de matérias-primas
e insumos derivados de materiais recicláveis e reciclados;
• Gestão integrada de resíduos sólidos;
• Articulação entre as diferentes esferas do poder público, e destas com o setor
empresarial, com vistas à cooperação técnica e financeira para a gestão integrada de
resíduos sólidos;
• Capacitação técnica continuada na área de resíduos sólidos;
• Regularidade, continuidade, funcionalidade e universalização da prestação dos
serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, com adoção de
mecanismos gerenciais e econômicos que assegurem a recuperação dos custos dos
serviços prestados, como forma de garantir sua sustentabilidade operacional e
financeira, observada a Lei nº 11.445, de 2007;
• Prioridade, nas aquisições e contratações governamentais, para: Produtos reciclados e
recicláveis; Bens, serviços e obras que considerem critérios compatíveis com padrões
de consumo social e ambientalmente sustentáveis;
• Integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações que
envolvam a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;
• Estímulo à implementação da avaliação do ciclo de vida do produto;
• Incentivo ao desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental e empresarial voltados
para a melhoria dos processos produtivos e ao reaproveitamento dos resíduos sólidos,
incluídos a recuperação e o aproveitamento energético;
• Estímulo à rotulagem ambiental e ao consumo sustentável.

252  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

5.4.4 Cenários

5.4.4.1 Cenário Integral

O Cenário Integral é onde temos compreendidas todas as atividades e componentes de cada


um dos diversos serviços de saneamento básico, propiciando à população o acesso na
conformidade de suas necessidades e maximizando a eficácia das ações e resultados.

Assim, considerando esse cenário integral num horizonte de projeto de 20 anos e metas
progressivas de redução na geração de resíduos e aproveitamento dos mesmos pela coleta
seletiva, temos:

Tabela 66 - Cenário Integral geração de Resíduos Sólidos e Aproveitamento com Coleta Seletiva.
Geração per Geração Geração
capita de diária de anual de
População Aproveitamento
Prazo Ano resíduos resíduos resíduos
(hab) Coleta Seletiva
sólidos sólidos sólidos
(kg/hab/dia) (ton/dia) (ton/ano)
2017 202.356 1,01 204,38 74.598,54 23.796,93
Curto 2018 208.876 1,01 210,96 77.002,14 24.563,68
Prazo 2019 215.605 1,01 217,76 79.482,78 25.355,01
2020 222.552 1,01 224,78 82.043,79 26 .171,97
2021 229.722 0,96 220,53 80.494,59 25.677,77
2022 237.123 0,96 227,64 83.087,90 26.505,04
Médio
2023 244.763 0,96 234,97 85.764,96 27.359,02
Prazo
2024 252.649 0,96 242,54 88.528,21 28.240,50
2025 260.789 0,96 250,36 91.380,47 29.150,37
2026 269.191 0,91 244,96 89.411,79 28.522,36
2027 277.864 0,91 252,86 92.292,53 29.441,32
2028 286.816 0,91 261,00 95.265,93 30.389,83
2029 296.057 0,91 269,41 98.335,33 31.368,97
2030 305.595 0,86 262,81 95.926,27 30.600,48
Longo 2031 315.441 0,86 271,28 99.016,93 31.586,40
Prazo 2032 325.604 0,86 280,02 102.207,10 32.604,06
2033 336.094 0,86 289,04 105.499,91 33.654,47
2034 346.922 0,8 277,54 101.301,22 32.315,09
2035 358.100 0,8 286,48 104.565,20 33.356,30
2036 369.637 0,8 295,71 107.934,00 34.430,95
2037 381.546 0,8 305,24 111.411,43 35.540,25

253  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

5.4.4.2 Cenário Estagnado

Cenário Estagnado é aquele em que os padrões atuais de gestão das componentes se manterão
os mesmos, não acompanhando a dinamicidade social, tecnológica, cultural e etc.; nesse
cenário, a população não buscará atingir os objetivos da não geração, redução, reutilização,
reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente
adequada dos rejeitos, por não ter sido inserida no processo participativo de gestão dos
resíduos sólidos.

Assim, considerando esse cenário estagnado num horizonte de projeto de 20 anos e metas
progressivas de geração de resíduos e com pouco aproveitamento dos mesmos pela coleta
seletiva, sem apoio aos catadores e sem investimentos em projetos de educação ambiental
temos:

Tabela 67 - Cenário Estagnado com geração de resíduos e Aproveitamento com coleta seletiva.
Geração per Geração Geração
capita de diária de anual de
População Aproveitamento
Prazo Ano resíduos resíduos resíduos
(hab) Coleta Seletiva
sólidos sólidos sólidos
(kg/hab/dia) (ton/dia) (ton/ano)
2017 202.356 1,01 204,38 74.598,54 713,91
Curto 2018 208.876 1,01 210,96 77.002,14 736,91
Prazo 2019 215.605 1,01 217,76 79.482,78 760,65
2020 222.552 1,01 224,78 82.043,79 785,16
2021 229.722 1,06 243,51 88.879,44 850,58
2022 237.123 1,06 251,35 91.742,89 877,98
Médio
2023 244.763 1,06 259,45 94.698,80 906,27
Prazo
2024 252.649 1,06 267,81 97.749,90 935,47
2025 260.789 1,06 276,44 100.899,26 965,61
2026 269.191 1,16 312,26 113.975,47 1.090,75
2027 277.864 1,16 322,32 117.647,62 1.125,89
2028 286.816 1,16 332,71 121.437,89 1.162,16
2029 296.057 1,16 343,43 125.350,53 1.199,60
2030 305.595 1,4 427,83 156.159,05 1.494,44
Longo 2031 315.441 1,4 441,62 161.190,35 1.542,59
Prazo 2032 325.604 1,4 455,85 166.383,64 1.592,29
2033 336.094 1,8 604,97 220.813,76 2.113,19
2034 346.922 1,8 624,46 227.927,75 2.181,27
2035 358.100 1,8 644,58 235.271,70 2.251,55
2036 369.637 2,5 924,09 337.293,76 3.227,90
2037 381.546 2,5 953,87 348.160,73 3.331,90

254  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

5.4.4.3 Cenário Demanda

Cenário Demanda, é aquele em que a gestão municipal trabalhará tentando suprir as


demandas que forem surgindo, a fim de atender a comunidade em suas necessidades
imediatas, ainda que persistentes.

O cenário demanda não trabalha com planejamento eficiente, ou com uma margem de
segurança o bastante para contemplar as necessidades da população, assim apesar de buscar
atingir os objetivos da não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos
resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, a falta de
planejamento municipal de gestão, com ferramentas essências, não são utilizadas
eficientemente ou não existem.

Assim, considerando esse cenário demanda num horizonte de projeto de 20 anos e com
algumas metas progressivas de não geração de resíduos e com aproveitamento dos mesmos
pela coleta seletiva, por meio de incentivo aos catadores e projetos de educação ambiental
temos:

Tabela 68 - Cenário Demanda de geração de resíduos e aproveitamento com coleta seletiva.


Geração per Geração Geração
capita de diária de anual de
População Aproveitamento
Prazo Ano resíduos resíduos resíduos
(hab) Coleta Seletiva
sólidos sólidos sólidos
(kg/hab/dia) (ton/dia) (ton/ano)
2017 202.356 1,01 204,38 74.598,54 11.189,78
Curto 2018 208.876 1,01 210,96 77.002,14 11.550,32
Prazo 2019 215.605 1,01 217,76 79.482,78 11.922,42
2020 222.552 1,01 224,78 82.043,79 12.306,57
2021 229.722 1,06 243,51 88.879,44 13.331,92
2022 237.123 1,06 251,35 91.742,89 13.761,43
Médio
2023 244.763 1,06 259,45 94.698,80 14.204,82
Prazo
2024 252.649 1,06 267,81 97.749,90 14.662,48
2025 260.789 1,06 276,44 100.899,26 15.134,89
2026 269.191 1,16 312,26 113.975,47 17.096,32
2027 277.864 1,16 322,32 117.647,62 17.647,14
Longo 2028 286.816 1,16 332,71 121.437,89 18.215,68
Prazo 2029 296.057 1,16 343,43 125.350,53 18.802,58
2030 305.595 1,16 354,49 129.388,92 19.408,34
2031 315.441 1,16 365,91 133.557,72 20.033,66

255  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

2032 325.604 1,16 377,70 137.860,73 20.679,11


2033 336.094 1,16 389,87 142.302,20 21.345,33
2034 346.922 1,16 402,43 146.886,77 22.033,02
2035 358.100 1,16 415,40 151.619,54 22.742,93
2036 369.637 1,16 428,78 156.504,31 23.475,65
2037 381.546 1,16 442,59 161.546,58 24.231,99

5.4.5 Metas por Serviço.

5.4.5.1 Metas Emergenciais e/ou de Curto Prazo.

5.4.5.1.1 Implantação Coleta Seletiva.

Um dos instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010), a coleta


seletiva é a segregação prévia dos resíduos sólidos, conforme sua constituição ou composição,
para fins de aproveitamento, reutilização ou reciclagem.

Inicialmente a coleta seletiva não será estruturada de forma plena, pois a ela antecede um
projeto de educação ambiental, que irá subsidiar a importância da responsabilidade
compartilhada dos cidadãos, que precisam entender a sua importância nesse processo,
portanto, é antes de tudo uma meta de execução prolongada.

• Meta – Implantação da Coleta Seletiva;


• Porque – A fim de atingir os objetivos de não geração, redução, reutilização,
reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final
ambientalmente adequada dos rejeitos;
• Como – Projetos de educação ambiental sobre a importância da preservação do meio
ambiente, padrões de consumo sustentável, valorização dos resíduos sólidos

5.4.5.1.2 Educação Ambiental.

A educação ambiental é uma meta, que assim como a coleta seletiva, não esgota sua
finalidade num prazo definido, ela é permanente, disciplinada pela Lei 9.795/99, que trata
sobre a educação ambiental, e institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras
providências, define educação ambiental como os processos por meio dos quais o indivíduo e
a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências

256  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia
qualidade de vida e sua sustentabilidade.

• Meta – Educação Ambiental;


• Porque – Para a construção de valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e
competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do
povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade;
• Como – Caráter formal e não-formal como, por exemplo, nos currículos escolares e
com campanhas educativas e ações voltadas para padrões de consumo sustentável e
destinação/disposição correta dos resíduos, etc.

5.4.5.1.3 Fomentar a Organização de Catadores em Cooperativas ou Associações.

• Meta – Integrar catadores;


• Porque – Para integrar os catadores informais para o trabalho formal em forma de
cooperativa;
• Como – Por meio de incentivo à criação e ao desenvolvimento de cooperativas ou de
outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis.

5.4.5.1.4 Monitorar Pontos de Descarte Irregular.

• Meta – Monitorar pontos de descarte irregular;


• Porque – Para controlar o sistema de limpeza pública e planejar ações de expansão na
cobertura e outras ações de educação ambiental;
• Como – Por meio de fiscalização de pontos de descarte irregular e canais de
denúncias, e registro dos dados em software de mapa.

5.4.5.1.5 Revisar o Código de Postura do Município.

• Meta – Revisar código de postura do município;


• Porque – Na seção que trata da gestão do resíduos no município é conflitante com o
definido nas políticas nacional de resíduos sólidos e da política nacional de
saneamento;
• Como – Esfera política competente.

257  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

5.4.5.1.6 Aquisição de Nova Área para Implantação de Central de Tratamento de


Resíduos (CTR).

• Meta – Aquisição de área para implantar central de tratamento de resíduos (CTR);


• Porque – Para destinação/disposição ambientalmente adequada dos resíduos;
• Como – Recursos poder público.

5.4.5.1.7 Implantar LEV e PEV em áreas estratégicas.

• Meta – Implantar estruturas de locais e pontos de entrega voluntaria (LEV e PEV);


• Porque – Para atender os locais de difícil acesso para o sistema de limpeza pública, já
com fins de segregação para coleta seletiva;
• Como – Baias, centrais de coleta ou contêineres em locais estratégicos.

5.4.5.1.8 Finalizar o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos –


PGIRS.

• Meta – Revisar/Finalizar o PGIRS;


• Porque – Instrumento de gestão para instruir a coleta e manejo de resíduos sólidos;
• Como – Por consultoria ou grupos de trabalhos formados por técnicos do quadro
municipal de servidores, em caráter multidisciplinar;

5.4.5.1.9 Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD) para a Área do Aterro


Municipal.

• Meta – PRAD para a área do aterro municipal;


• Porque – Para atendimento as legislações ambientais;
• Como – Contratação de equipe multidisciplinar para elaboração do Plano.

5.4.5.1.10 Fomentar Sistema de Logística Reversa.

Na Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010), em seu Art. 33, Incisos de I a
VI, determina que são obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa,
mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço
público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, importadores,
distribuidores e comerciantes de:

258  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

I. Agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja


embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas as regras de
gerenciamento de resíduos perigosos previstas em lei ou regulamento, em normas
estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, ou em normas técnicas;
II. Pilhas e baterias;
III. Pneus;
IV. Óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;
V. Lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;
VI. Produtos eletroeletrônicos e seus componentes.

Logo temos:

• Meta – Fomentar sistema de logística reversa;


• Porque – Para fins de destinação/disposição adequada de resíduos com potencial
poluidor;
• Como – Acordo setoriais entre o poder público e fabricantes, importadores,
distribuidores ou comerciantes, tendo em vista a implantação da responsabilidade
compartilhada pelo ciclo de vida do produto.

5.4.5.1.11 Taxa de Limpeza Pública

• Meta – Definir e disciplinar a aplicação de Taxa de Limpeza Pública;


• Porque – Além do caráter educativo, utilização para fins de custeio dos serviços de
limpeza e manejo dos resíduos no município;
• Como – Por esfera competente e consulta pública.

5.4.5.1.12 Incentivar e/ou Fomentar a Implantação de Aterro para Resíduos da


Construção Civil (RCC).

• Meta – Incentivar setores privados a implantação de Aterro para RCC;


• Porque – Para destinação adequada e potencial aproveitamento e reciclagem desses
resíduos;
• Como – Audiências Públicas de discussão para definir estratégias de apoio e
financiamentos.

259  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

5.4.5.2 Metas de Médio Prazo

5.4.5.2.1 Implantar e Operar CTR.

• Meta – Implantar e operar a CTR;


• Porque – Para atendimento as legislações ambientais, que definem como local de
destinação ambientalmente adequado;
• Como – Em área compatível a atividade de aterro sanitário.

5.4.5.2.2 Definir Ações Referente aos Passivos Ambientais.

• Meta – Passivos ambientais;


• Porque – Contrapartida aos impactos causados a população e ao meio ambiente;
• Como – Programas e ações que beneficiem a comunidade e ao meio ambiente.

5.4.5.2.3 Implantar Aterro de Resíduos da Construção Civil (RCC);

• Meta – Implantar e operar a Aterro de RCC;


• Porque – Para atendimento as legislações ambientais, que definem como local de
destinação ambientalmente adequado;
• Como – Em área compatível a atividade de aterro para resíduos da construção civil.

5.4.5.3 Metas de Longo Prazo

5.4.5.3.1 Universalizar a cobertura da coleta municipal de resíduos domiciliares

• Meta – Universalizar limpeza pública em todo o território municipal;


• Porque – Para contribuir com a salubridade ambiental;
• Como – Investimentos no sistema de coleta municipal de resíduos: aumento de frota,
treinamento da equipe, ampliação dos serviços de varrição, capina e roço, etc.

5.4.5.3.2 Universalizar a Cobertura da Coleta Seletiva

• Meta – Universalizar coleta seletiva em todo o território municipal;


• Porque – Para contribuir com a salubridade ambiental;

260  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

• Como – Investimentos no sistema de coleta seletiva, parcerias com outros setores para
fins de descontos em taxas públicas, fortalecendo a educação ambiental.

5.4.5.3.3 Parceria com programas habitacionais para a população de áreas de difícil


acesso.

• Meta – População em áreas de difícil acesso;


• Porque – Atendidas por equipes especiais do sistema público de coleta, porque moram
em áreas de difícil acesso;
• Como - Parceria com programas habitacionais para atendimento a estes cidadãos.

5.4.6 Programas, Projetos e Ações Necessárias para atingir os Objetivos e as Metas

O planejamento dos projetos, ações estruturais (obras) e ações estruturantes (programas)


objetiva o aumento do atendimento e a melhor prestação dos serviços de resíduos sólidos no
município de Parauapebas.

Como atualmente o município de Parauapebas já é bem atendido com coleta e transporte de


resíduos sólidos, no caso da ordem de 90% da população já recebe esse serviço.

Com isso, as metas do presente Plano são para a implantação das etapas de tratamento e
destinação final de resíduos de forma adequada, observando, ainda, o aumento gradual até
100% dos serviços de coleta e transporte de resíduos sólidos.

Assim, na tabela 69 são relacionados os valores de população atendida (meta de cobertura)


nos três períodos definidos no presente Plano.

Tabela 69 - Meta de atendimento de RSU do município de Parauapebas.


População Urbana Atendida
População Total Meta de
Período (hab.) com Tratamento e
Atendida Atendimento
Destinação Final Adequados
2017 202.356 0,00% -
Curto Prazo (2018 - 2020) 208.876 - 222.552 30% 66.765
Médio Prazo (2021 - 2025) 229.722 - 260.789 60% 156.473
Longo Prazo (2026 - *) 269.191 - 381.547 100% 381.547
*Até atingir a população final.

261  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Vale ressaltar que, de acordo com a lei 11.445/2007, os programas, projetos e ações
necessárias para atingir os objetivos e as metas, devem ser de modo compatível com os
respectivos planos plurianuais e com outros planos governamentais correlatos.

5.4.6.1 Projetos e Obras de Resíduos Sólidos.

Os projetos a serem elaborados deverão ser concebidos sob a ótica de um plano global de
gerenciamento de um sistema de resíduos sólidos para o município, não devendo, portanto,
ser restringido somente aos aspectos técnicos de engenharia.

A seguir são relacionados os projetos previstos para o Sistema de Resíduos Sólidos.

a) Projeto Sistemas de Acondicionamento, Coleta e Transporte


b) Projeto Sistema de Coleta Seletiva
c) Projeto Sistema de Limpeza de Logradouros Públicos
d) Projeto de Implantação da Central de Tratamento, reaproveitamento e disposição final.

5.4.6.1.1 Projeto Sistemas de Acondicionamento, Coleta e Transporte.

A formulação das alternativas tem como objetivo contemplar ações que permitirão otimizar o
sistema mediante sua reestruturação e expansão, a fim de torná-lo o mais produtivo e
econômico possível.

Deverá conter no projeto justificativa técnica; memorial descritivo, com características e


especificações dos equipamentos, tipo de serviço a ser executado; capacidade de produção;
necessidade diária de movimentação de terra/lixo, devendo haver compatibilidade entre
capacidade e necessidade e planilha orçamentária.

5.4.6.1.2 Projeto Sistema de Coleta Seletiva.

O projeto tem como objetivo atender interesses preservacionistas e possibilitar uma sensível
redução das quantidades de resíduos dispostos em aterros sanitários.

Deverá conter no projeto justificativa técnica; memorial descritivo, com características e


especificações dos equipamentos, tipo de serviço a ser executado; capacidade de produção;

262  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

necessidade diária de movimentação de terra/lixo, devendo haver compatibilidade entre


capacidade e necessidade; planilha orçamentária.

5.4.6.1.3 Projeto Sistema de Limpeza de Logradouros Públicos.

O projeto tem como objetivo evitar: problemas sanitários para a comunidade; interferências
perigosas no trânsito de veículos; riscos de acidentes para pedestres; prejuízos ao turismo;
inundações das ruas pelo entupimento dos ralos.

Deverá conter no projeto justificativa técnica, plano de varrição e planilha orçamentária.

5.4.6.1.4 Projeto de Implantação de Central de Tratamento de Resíduos (CTR).

O projeto tem como objetivo a implantação de unidades licenciadas de disposição final; o


encerramento dos lixões; recuperação ambiental de áreas degradadas por lixões; provisão
complementar de infraestrutura e equipamentos para a coleta seletiva regular de material
reciclável e indução à minimização e ao aproveitamento econômico dos resíduos.

5.4.6.2 Programas e Ações Estruturantes.

Os Programas / Ações Estruturantes propostos neste Plano são relacionados às atividades de


desenvolvimento institucional da empresa, tendo como finalidade melhorar os processos,
capacitar os funcionários e adequar procedimentos para otimizar dos recursos e a prestação
dos serviços de resíduos sólidos de acordo com os objetivos e metas propostos para a
regularização do Sistema de Resíduos Sólidos do município de Parauapebas.

Dessa forma, para o atendimento das metas e objetivos são propostos os seguintes programas:

a) Programa “Lixo Zero”;


b) Programa “Feira Limpa”;
c) Programa de Modernização dos Instrumentos de Controle;
d) Programa de Formalização de Catadores e ONG’s;
e) Programas de Educação Ambiental em Resíduos Sólidos.

263  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

5.4.6.2.1 Programa “Lixo Zero”.

O objetivo deste Programa é conscientizar a população a não jogar resíduos nas ruas, praças e
locais públicos. Além das ações de informação e da distribuição de cartilhas e folhetos, esse
programa também prevê a fiscalização e, possivelmente, a aplicação de multas para:

a) Redução da quantidade de resíduos sólidos encontrados nas ruas;


b) Evitar que os resíduos sólidos urbanos sejam encontrados indevidamente os corpos
hídricos e nas redes de esgoto e de drenagem urbana.

Os resultados deste programa são potencializados por outras atividades previstos neste Plano,
como a implantação de Coleta Seletiva e de Programas de Educação Ambiental.

5.4.6.2.2 Programa “Feira Limpa”.

O objetivo deste Programa é melhorar o acondicionamento dos resíduos sólidos em feiras.


Entre as ações que devem ser realizadas neste Programa podem ser citadas a distribuição de
sacolas de polipropileno, a instrução dos feirantes em relação ao acondicionamento e à
destinação dos resíduos, além da colocação de containers de coleta seletiva para:

a) Reduzir / Eliminar o acúmulo de resíduos sólidos de maneira inadequada em feiras;


b) Facilitar a coleta e a destinação final adequadas dos resíduos sólidos de feiras;
c) Evitar a proliferação de possíveis vetores de doenças.

Os resultados deste programa são potencializados por outras atividades previstos neste Plano,
como a implantação de Coleta Seletiva e de Programas de Educação Ambiental.

5.4.6.2.3 Programa de Modernização dos Instrumentos de Controle.

O objetivo deste Programa é modernizar os instrumentos de controle e fiscalização dos


sistemas de Resíduos Sólidos. Entre as ações que devem ser realizadas neste Programa podem
ser citadas a fiscalização por análise de imagens aéreas e o rastreamento eletrônico de
veículos de transporte de resíduos sólidos para:

a) Melhorar o controle dos serviços de transporte de resíduos;

264  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

b) Facilitar a identificação de falhas, fraudes e de áreas não atendidas por coleta de


resíduos, (Pontos de descarte irregular).

Os resultados deste programa são potencializados por outras atividades previstos neste Plano,
como pelo Programa “Lixo Zero” e por Programas de Educação Ambiental.

5.4.6.2.4 Programa de Formalização de Catadores e ONG’s.

O objetivo deste Programa é formalizar a presença dos catadores e das ONG’s envolvidas no
Sistema de Resíduos Sólidos. Entre as ações que devem ser realizadas neste Programa podem
ser citadas a criação de cadastros, de mecanismos de identificação e de capacitação para:

a) Realizar a inclusão social através da melhoria da remuneração, das condições de


trabalho e da capacitação dos catadores;
b) Facilitar o controle e a fiscalização das atividades de associações de catadores e de
ONG’s.

Os resultados deste programa são potencializados por outras atividades previstos neste Plano,
como por Programas de Coleta Seletiva e de Educação Ambiental.

5.4.6.2.5 Programa de Educação Ambiental em Resíduos Sólidos.

O objetivo deste Programa é potencializar os demais Projetos e Programas previstos neste


Plano. Entre as ações que devem ser realizadas neste Programa podem ser citadas a realização
de palestras, a elaboração e distribuição de cartilhas e folhetos e a veiculação de comerciais
nos meios de comunicação para:

a) Disciplinar as ações de geradores, transportadores e receptores de resíduos sólidos;


b) Melhorar o funcionamento do Sistema de Resíduos Sólidos.

Os resultados deste programa são potencializados por outras atividades previstos neste Plano,
como pelos Programas “Lixo Zero” e “Feira Limpa”.

265  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

5.4.6.3 Investimentos para atingir os Objetivos e Metas.

Os investimentos necessários para os projetos, obras e programas foram determinados a partir


da análise dos déficits atuais e futuros do sistema de resíduos sólidos urbanos no município de
Parauapebas.

Assim, o aumento do atendimento e a melhor prestação dos serviços do sistema de resíduos


sólidos do município de Parauapebas requer o planejamento das necessidades estruturais e
estruturantes. Para isso, foram estabelecidas metas de atendimento para os projetos e obras de
ampliação e/ou melhoria nas instalações dos sistemas de resíduos sólidos, bem como para os
programas específicos, que devem enfatizar o desenvolvimento institucional.

5.4.6.4 Projetos e Obras.

Neste documento são estabelecidos valores de investimentos para o sistema de resíduos


sólidos a partir de 2018 sendo considerados:

a) Os valores de população a ser atendida em cada meta;


b) Os valores de referência em R$/Hab
c) Os investimento em estudos, levantamentos e projetos de engenharia corresponde a
3% do valor das obras para realização dos respectivo sistema.

Os valores para modernização e adequação dos sistemas existente correspondem a 10% do


valor total do investimento.

5.4.6.5 Programas de Saneamento Básico.

Os Programas propostos neste Plano são relacionados às atividades de desenvolvimento


institucional da empresa, tendo como finalidade melhorar os processos, capacitar os
funcionários e adequar procedimentos para otimização dos recursos e a prestação dos serviços
de coleta e tratamento de resíduos sólidos de acordo com os objetivos e metas propostos para
a quantidade, qualidade e regularidade da coleta a ser fornecida para a população do
município de Parauapebas.

266  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

5.4.6.6 Investimento em Projetos, Obras e Programas do Sistema de Limpeza Pública.

Na Tabela 70 são apresentados os valores para obras do sistema de resíduos sólidos,


considerando apenas o custo médio mensal por toneladas (coleta, transporte e disposição
final).

Tabela 70 - Valor adotado em obras de sistema de resíduos sólidos urbanos.

Obras População Atendida Valor (R$/ton)

Resíduos Sólidos 381.547 226,94

O valor a ser investido nas atividades de estudos, levantamento e elaboração dos projetos de
engenharia (básico e executivo) foi adotado em 3% do valor das obras, para os quatro
sistemas componentes do saneamento básico. Vale ressaltar que esses projetos de engenharia
devem seguir as diretrizes das normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT).

Na determinação dos valores de investimento em programas de Desenvolvimento


Institucional foi considerado o percentual de 15 % do valor total de investimento estimado
para projetos e obras no município de Parauapebas (área urbana e área rural) conforme
relacionado.

Os valores de investimentos necessários para o atendimento da população total atendida do


município de Parauapebas são apresentados na Error!  Reference  source  not  found.  71.

Tabela 71 - Investimentos no sistema de resíduos sólidos no município de Parauapebas.


Resíduos Sólidos
População Atendi
Projeto Obra Total Programas Total Geral
Atendida mento
(Hab) (R$) (R$) (R$) (R$) (R$)

Total 381.547 2.597.641,48 86.588.049,24 89.185.690,72 13.377.853,61 102.563.544,32

Modernização e adequação do sistema de coleta e transporte existentes 10.256.354,43

Total  112.819.898,76  

267  
 

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Vale ressaltar que o investimento total será de R$ 112.819.898,76, para o atendimento de


381.547 habitantes (100%) da população do município de Parauapebas. Para isso, além da
revisão periódica prevista no Decreto 7.217/2010, ou seja, em prazo não superior a 4 anos e
anteriormente à elaboração do plano plurianual, neste Plano é prevista que ocorra a
atualização da projeção populacional e dos investimento para manutenção de 100% do
atendimento, visando garantir a continuidade da coleta e destinação final dos resíduos sólidos
urbanos em quantidade, qualidade e a regularidade esperada pela população do município de
Parauapebas.

5.4.6.7 Cronograma Físico-Financeiro.

No cronograma físico-financeiro foram identificados todos os projetos, obras e ações


necessárias para o atendimento da produção de resíduos sólidos do município de Parauapebas.
Também foram identificados os programas de desenvolvimento institucional que compõem as
ações estruturantes estabelecidas neste plano.

Vale ressaltar que foi considerada a implementação gradativa das ações estruturantes
(programas e desenvolvimento institucional) e estruturais (projetos e obras), para o alcance
das metas e dos objetivos estabelecidos neste Plano.

Na tabela 72 é apresentado o cronograma físico-financeiro dos investimentos em projetos e


programas a serem realizados no sistema de resíduo sólido área urbana.

Tabela 72 - Cronograma Investimentos em Projetos e obras no RSU do município de Parauapebas.


Período
Unidades Total
Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo
(2018 - 2020) (2021 - 2025) (2026 - *)

RSU R$ 26.755.707,22 R$ 26.755.707,22 R$ 35.674.276,29 R$ 89.185.690,72

*Até atingir a população final.

Os recursos destinados aos programas no valor de R$ 13.377.853,61 e os previstos para


modernização e adequação dos sistema de coleta e transporte existentes, no valor de R$
10.256.354,43 serão desembolsados em parcelas iguais ao longo do período de investimento
do plano.

268  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

6 CONCLUSÕES

Como pode ser constatado, o presente Plano atende o arcabouço legal vigente para o setor,
notadamente a Lei 11.445/2007, ao mesmo tempo em que pode se tornar um instrumento
efetivo de planejamento das ações de universalização do saneamento no município de
Parauapebas.

Com essa abordagem, o Plano deverá ser utilizado como uma ferramenta de gestão,
orientando o desenvolvimento das ações municipais que buscam elevar as condições de
salubridade ambiental e melhorar a qualidade de vida urbana e rural, compreendendo o
abastecimento de água, o esgotamento sanitário, o manejo dos resíduos sólidos e o manejo de
águas pluviais.

Finalizando, vale ressaltar que os valores dos custos dos investimentos indicados no presente
Plano, baseiam-se em valores unitários referenciais, utilizados como benchmarking, sendo
assim, portanto, valores estimados. A plena definição dos custos desses investimentos
ocorrerá quando do detalhamento dos projetos executivos de cada segmento, quando então
poderão ser estabelecidos com precisão os empreendimentos a serem executados e as
inversões requeridas.

269  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

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Janeiro, 1992.

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PORTAL AMAZÔNIA. Parauapebas, município do Pará. Disponível:


<http://portalamazonia.globo.com/pscript/amazoniadeaaz/artigoAZ.php?idAz=615>. Acesso
em: 18 mar. 2013.

PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO. Atlas do


Desenvolvimento Humano no Brasil 2003. PNUD, 2003 Disponível em:
<http://ead01.virtual.pucminas.br/idhs/02_pnud/relatorios.htm>. Acesso em: 08 junho 2013.

Revista Época. Falta de Esgotamento Sanitário. 2 Figura. Disponível em <


http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI231403-15223,00.html > Acessado em: 4
jul. 2013.

SILVA, Waldyr. Falta de Esgotamento Sanitário. 2 Figura. Disponível em <


http://blogdowaldyr.blogspot.com.br/2011/03/moradores-do-complexo-guanabara-dizem.html
> Acessado em: 4 jul. 2013.

SIQUEIRA, Moema Miranda de; CANÇADO, Vera L. O desafio da efetividade na gestão de


serviços urbanos. Revista do Serviço Público, ano 52, n. 4, p. 71-88, out. / dez. 2001.

BRASIL. Lei nº 11.445 / 2007, de 05 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais


para o saneamento básico. Legislação Federal.

273  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MP). Resumo da Carta Consulta


nº 60.088 do Ministério do Planejamento, publicada em 16 de outubro de 2017. Secretaria
de Assuntos Internacionais (SEAIN). Brasília, 2017.

PARAUAPEBAS. Lei nº 4.328/2006, de 30 de dezembro de 2006. Dispõe sobre o Plano


Diretor de Parauapebas e dá outras providências. Procuradoria Geral do Município.
Prefeitura Municipal de Parauapebas.

274  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

ANEXO I

275  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

CONSULTA PÚBLICA
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

No período de 06 a 29 de novembro de 2017, a Prefeitura Municipal de Parauapebas realizou


uma Consulta Pública para colher informações e sugestões da população acerca das
condições das estruturas e da execução dos serviços componentes do saneamento básico –
abastecimento de água potável, coleta, tratamento e disposição de esgotos sanitários,
drenagem e manejo de águas pluviais e limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. A
Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão (SEPLAN) e a Coordenadoria Municipal de
Projetos Especiais, Captação de Recursos e Gestão de Convênios, coordenaram este processo.

A Consulta teve ampla divulgação através de meios digitais (portal da PMP, página da PMP
no Facebook, Whatsapp e blogs locais), rádios, emissoras de TV, distribuição de folders,
fixação de cartazes e entrega de formulários físicos nos estabelecimentos de ensino superior e
técnico, do município de Parauapebas. Estima-se que em torno de 50 mil pessoas tiveram
acesso a divulgação deste procedimento.

Imagem 1 - Consulta Pública disponível no portal da PMP.

276  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Imagem 2 - Folder de divulgação da Consulta Pública.

Imagem 3-Cartaz de divulgação da Audiência Pública.

277  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Imagem 4 - Fixação de cartaz na Escola Imagem 5 - Fixação de cartaz no HGP.


Municipal Chico Mendes.

Imagem 6 - Fixação de cartaz na Imagem 7 - Distribuição dos folders aos


Faculdade FADESA. alunos do SENAC.

Imagem 4 - Distribuição dos folders na


Escola Municipal Chico Mendes..

278  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Com o intuito de mobilizar ainda mais a população, principalmente das periferias de


Parauapebas, foram enviados convites, por meio de ofícios, às associações comunitárias,
especificamente do Complexo VS 10, para que mobilizassem as lideranças e pessoas da
comunidade a participar da Audiência Pública, que foi realizada no dia 17 de novembro de
2017, no IFPA Campus Parauapebas.

Todos estes procedimentos de mobilização e de divulgação visavam obedecer ao disposto na


Lei nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007, cujos objetivos são de incentivar a população nas
tomadas de decisões para a formulação da Política Pública Municipal e na elaboração do
Plano Municipal de Saneamento Básico.

Imagem 9 - Convite entregue ao presidente da Imagem 10 - Convite entregue à presidente


Associação Comunitária do Parque São Luiz da Associação Comunitária do Parque das
(VS 10). Nações (VS 10).
   

A Consulta Pública foi realizada através da aplicação de um questionário contendo 33 (trinta e


três) perguntas semifechadas e 01 (uma) aberta onde se poderia colher criticas ou sugestões.
Foram disponibilizados questionários físico (imagens a seguir) e digital através do link
http://bit.ly/2gSJiS2.

279  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Imagem 11 - Questionário Físico da Consulta Popular - Folha 01

280  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Imagem 12 - Questionário Físico da Consulta Popular - Folha 02

281  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

No total, foram recebidas 254 contribuições da população, distribuídas entre os mais de 113
bairros ou localidades da zona urbana e rural do Município de Parauapebas.

Com relação à participação por faixa etária, a idade dos participantes da Consulta variou de
15 anos (idade mínima) aos 67 anos (idade máxima) e a faixa etária que teve maior
participação foi entre 31 a 45 anos conforme gráfico 01 abaixo. Nesse quesito, 251
participantes responderam no questionário.

Participação  por  faixa  etária

46-­‐70

31-­‐45

Faixa Etária 26-­‐30


(Anos)
Participantes

21-­‐25

15-­‐20

0 20 40 60 80 100 120
Participantes (Quantidade)

Gráfico 1- Participação por faixa etária

Com relação à participação por gênero, o sexo masculino teve maior participação do que o
sexo feminino (57% - Masculino e 43% - Feminino).

Participação  por  Gênero

43%
Masculino
Feminino
57%

Gráfico 2 - Participação por gênero

Quanto à participação por bairros ou loteamentos, onde obteve-se 246 respostas, destaca-se a
participação dos moradores do bairro Cidade Jardim com 33 participações, o que corresponde
a 13,4% do total, seguido dos bairros Liberdade I (14 participações - 5,7%), Cidade Nova,

282  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

União e da Paz (12 participações cada - 4,9% cada), Rio Verde e União (11 participações cada
- 4,5% cada), conforme gráfico abaixo.

Participações por Bairro ou Loteamento


35
s
e

30
õ

25
ç
a

20
p

15
c

10
i

5
a t
r i


0
P

o
a

a
s

I
I

I
I
e

I
é
I

a
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a  

a
V

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a  
i

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L

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o
 

d
o  

a  
J

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o

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l
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e  

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al
T

B
M

e
b
R

a
E
u
i

o
M
d

P
a

R
g

P
i
d

L
C

Á
i

s  
Ci

Casa
Bairro ou Loteamento
Gráfico 3 - Participação por bairro ou loteamento

2. RESULTADOS DA CONSULTA PÚBLICA

A seguir são apresentados os resultados das respostas recebidas no processo da Consulta


Pública.

Pergunta 1.6. Quantas pessoas moram na sua casa, além de você?

As respostas demonstraram que o núcleo familiar de grande parte dos participantes da


Consulta é formado por três a cinco pessoas, por domicilio. Ao todo, 248 participantes
responderam à pergunta.

283  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Gráfico 4 - Resposta à pergunta 1.6

Pergunta 2.1. Alguém na sua família apresentou alguma doença ou algum tipo de
problema que possa estar relacionado com a água, com o lixo, com o esgoto ou com as
chuvas?

Grande parte dos participantes informaram que já apresentaram alguma doença relacionada
aos componentes do saneamento básico no municipio. Não foram relatados quais tipos
doenças que os participantes apresentaram e que pudessem agregar à pergunta.

Gráfico 5 - Resposta à pergunta 2.1

284  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Pergunta 3.1. O abastecimento de água na sua casa vem de onde?

Percebe-se que a grande maioria dos participantes tem seus domicílios abastecidos pela rede
pública de abastecimento de água (mais de 70%), contudo, existem domicílios em localidades
no município que tem abastecimento de água por cisternas (caixas d'águas), poços artesianos e
caminhão pipa, em conjunto ou não com o abastecimento pela rede pública. Esta pergunta
obteve 270 respostas, bem acima da quantidade de participantes da Consulta, o que demonstra
que parte dos participantes tem o seu abastecimento de água por meio de duas ou mais formas
diferentes.

Pergunta 3.1
250

200
196
150

100

50
31 20 20 0 3
0
Rede  Pública Cisternas Caminhão Poço Cacimbas Não  Sei
Pipa Artesiano

Gráfico 6 - Resposta à pergunta 3.1

Pergunta 3.2. Em sua casa chega água todo dia?

O abastecimento de água no município possui apresenta diversos problemas, conforme se


demonstra no gráfico 7, pois quase 50% dos participantes relataram que não recebem água em
seus domicílios. As causas mais prováveis destas deficiências são a manutenção constante das
redes de abastecimento de água, provocando descontinuidade no sistema, desligamentos
programados decorrentes do racionamento, falhas na programação do abastecimento de água
por carro pipa, entre outros fatores, o que faz com que grande parte da população tenha água
em dias alternados, conforme pode se observar no gráfico 8.

285  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Pergunta 3.2
140

120 131
120
100

80

60

40

20
2
0
Sim Não Não  Sei

Gráfico 7- Resposta à pergunta 3.2

Pergunta 3.2. (Continuidade) Em caso negativo, quantas vezes por semana a água chega
na sua casa?

Pergunta 3.2. Continuidade


70

60
58
50

40 43
30

20 23
10 16

0
1  vez 2  vezes 3  vezes 4  ou  5  vezes

Gráfico 8 - Continuidade da resposta à pergunta 3.1

Pergunta 3.3. A qualidade da água é boa?

Outra grande deficiência apresentada pelos participantes está relacionada à qualidade da água (mais de
50% dos participantes relataram). Este problema pode ser observado no Gráfico 9, em que a cor da
água apresenta um grau maior de reclamação, seguida do gosto, sujeira, odor e outras características
não informadas.

286  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Pergunta 3.3
140

120 128

100

80 94

60

40

20 31

0
Sim Não Não  sei

Gráfico 9 - Resposta à pergunta 3.3

Pergunta 3.3. (Continuidade) Em caso negativo, quais problemas a água apresenta?

Pergunta 3.3. Continuidade


100
90
80 86
81
70
60
50 55
40 46
30
20 25
10
0
Cor Gosto Odor Sujeira Outros

Gráfico 10 - Continuidade da resposta à pergunta 3.3

Pergunta 3.4. Em sua casa existe caixa d’água (reservatório)?

Por conta da falta de água constante no município, verifica-se um alto percentual de caixas
d'água nos domicílios.

287  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Pergunta 3.4
250

234
200

150

100

50

19 0
0
Sim Não Não  Sei

Gráfico 11 - Resposta à pergunta 3.4

Pergunta 3.5. Em sua casa existe piscina?

Esta pergunta foi incluída para possibilitar identificar o percentual de domicílios com
piscinas, em Parauapebas, com o objetivo verificar se há desperdício de água por conta do mal
uso pelos usuários. Contudo, a maioria dos participantes da consulta não possui piscina em
suas residências.

Pergunta 3.5
300

250
242
200

150

100

50
11
0
Sim Não

Gráfico 12 - Resposta à pergunta 3.5

Pergunta 4.1. Sua casa tem rede de esgoto?

Um dos maiores problemas relativos ao saneamento no município de Parauapebas é o elevado


percentual de domicílios sem redes de esgotos sanitários, principalmente nas periferias e zona

288  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

rural. Essa situação faz com que a população tenha que fazer uso de fossas sépticas e
sumidouros, conforme Gráfico 13, prejudicando, ambientalmente, o solo ambientalmente e o
lençol freático.

A Consulta confirma esta deficiência, conforme observado no Gráfico 14.

Pergunta 4.1
140

120 128
119
100

80

60

40

20
6
0
Sim Não Não  Sei

Gráfico 13 - Resposta à pergunta 4.1

Pergunta 4.2. Para onde vai o esgoto da sua casa?

Pergunta 4.2.
140
120 133
100
80
60
40
49 46
20 8 5 6 26
0

Gráfico 14 - Resposta à pergunta 4.2

Pergunta 4.3. Existe tratamento de esgoto na rua onde você mora?

289  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Pergunta 4.3
250

200
197
150

100

50

30 26
0
Sim Não Não  sei

Gráfico 15 - Resposta à pergunta 4.3

Pergunta 4.4. Em sua casa você se incomoda com o mal cheiro da Estação de
Tratamento de Esgoto?

Muito embora a maioria das unidades de tratamento de esgotos do município se localizem


dentro da área urbana, a consulta demonstrou que a população não é incomodada pelo mau
cheiro das instalações, que pode estar sendo ocasionado por falhas no tratamento.

Pergunta 4.4
200
180
160 177
140
120
100
80
60 76
40
20
0
0
Sim Não Não  sei

Gráfico 16 - Resposta à pergunta 4.4

Pergunta 5.1. Em sua casa/ rua ocorre algum problema no período chuvoso?

290  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Neste quesito, mais da metade dos participantes informaram que passam por problemas no
período chuvoso, principalmente nos meses de janeiro a abril, época onde ocorrem grandes
precipitações que interfere nos domicílios e logradouros do município de Parauapebas.

Conforme Gráfico 17, o maior problema que ocorre no período chuvoso é o alagamento,
seguido posteriormente pelo retorno dos esgotos e inundações. Por ter características
topográficas que propiciam essas situações, o município e seus moradores são bastante com
esses fatos.

Pergunta 5.1
160
140
120 135

100 113

80
60
40
20
5
0
Sim Não Não  sei

Gráfico 17 - Resposta à pergunta 5.1

Pergunta 5.1. (Continuidade) Caso positivo, quais problemas ocorrem?

Pergunta 5.1 Continuidade


80
70
69
60
50 55
40
30 38
34
20
10
0
Alagamento Retorno  de  esgoto Inundação Outros

Gráfico 18 - Continuidade da resposta à pergunta 5.1

Pergunta 5.2. Quando chove a água vai para onde?

291  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Por não haver uma rede de drenagem implantada em toda a cidade, grande parte da
precipitação chuvosa escorre pelas ruas do município.

Pergunta 5.2
250

200
207

150

100

50
48 52

0
Valas Corre  na  rua Sarjetas

Gráfico 19 - Resposta à pergunta 5.2

Pergunta 5.3. É feito a manutenção e limpeza das bocas de lobo e galerias da rua onde
você mora?

Outro agravante percebido pela população participante da Consulta é a falta de manutenção e


limpeza das bocas de lobo e galerias para recebimento das águas da chuva. Esta situação
colabora para a formação de alagamentos.

Pergunta 5.3
200
180 189
160
140
120
100
80
60
40
20 40
24
0
Sim Não Não  sei

Gráfico 20 - Resposta à pergunta 5.3

Pergunta 5.4. Você mora próximo a algum córrego ou rio?

292  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Este quesito demonstra a vulnerabilidade ambiental e social dos participantes da Consulta. No


caso de precipitações de chuvas intensas, elas correm um grande risco de terem seus
domicílios alagados por conta do avanço do leito do córrego ou rio e devem ser tomadas
medidas anteriores ao período chuvoso para que esta situação diminua ou não ocorra mais,
considerando que parte das margens desses córregos e rios estão desprotegidos de vegetação,
conforme se pode analisar do Gráfico 21.

Pergunta 5.4
140

120 131
120
100

80

60

40

20
2
0
Sim Não Não  sei

Gráfico 21 - Resposta à pergunta 5.4

Pergunta 5.4. (Continuidade) Caso positivo, existe alguma vegetação que proteja o
córrego/rio?

Pergunta 5.4 Continuidade


80
70 74
60 68

50
40
30
31
20
10
0
Sim Não Não  sei

Gráfico 22 - Continuidade da resposta à pergunta 5.4

Pergunta 6.1. Há coleta de lixo na sua rua?

293  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Quanto à coleta de lixo observa-se que o município cumpre satisfatoriamente este quesito com
percentual acima de 95% de cobertura, segundo os participantes da Consulta.

Pergunta 6.1
300

250
243
200

150

100

50
10
0
Sim Não
Gráfico 23 - Resposta à pergunta 6.1

Pergunta 6.1. (Continuidade) Em caso positivo, qual a frequência?

Relativo a este quesito verifica-se que os intervalos para as coletas do lixo são variados,
ocorrendo com mais frequência a cada 2 vezes por semana, ou a cada 3 dias por semana.

Pergunta 6.1 Continuidade


120

100
104
94
80

60

40

20 31
13 3
0
1  vez  por A  cada  3  dias 2  vezes  por A  cada  15  dias De  segunda  à
semana semana sexta
Gráfico 24 - da resposta à pergunta 6.1

294  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Pergunta 6.2. Próximo de onde você mora existem terrenos vazios ou locais que são
utilizados como “depósito de lixo/entulho”?

Apesar do alto índice de cobertura da coleta de lixo e das frequências de coleta, o município
ainda possui pontos que servem como depósito de lixo/entulho, ou seja, mini lixões na zona
urbana e rural do Município.

Pergunta 6.2
160
140 147
120
100
98
80
60
40
20
8
0
Sim Não Não  sei

Gráfico 25 - Resposta à pergunta 6.2

Pergunta 6.3. Quais serviços de limpeza urbana existem na sua rua?

Neste quesito é apresentada a variabilidade de serviços de limpeza executadas nas ruas da


zona urbana de Parauapebas. Verifica-se o baixo índice de coleta seletiva, corroborado pelo
Gráfico 26, assim como não é realizado nenhum serviço conforme Gráfico 27.

Pergunta 6.3
120
100 109
80
60 74

40 51
20 28
26 5
0
Varrição Poda  de Coleta  de Coleta  de Coleta Nenhum
árvores sobras  de animal seletiva
materiais  de morto
obras

Gráfico 26 - Resposta à pergunta 6.3

295  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Pergunta 6.4. Existe coleta seletiva no bairro onde você mora?

Pergunta 6.4
250

200
203

150

100

50
40 10
0
Sim Não Não  sei

Gráfico 27- Resposta à pergunta 6.4

Pergunta 6.5. Você acha importante separar o seu lixo doméstico para coleta seletiva?

Apesar de não ter uma frequência alta de coleta seletiva no município, a maioria dos
participantes entende que é importante separar o lixo doméstico para a coleta seletiva. Cabe
estimular mais ainda a população e cobrar do prestador dos serviços de limpeza pública a
execução deste serviço especifico.

Pergunta 6.5
300

250
247
200

150

100

50
6
0
Sim Não

Gráfico 28 - Resposta à pergunta 6.4

Pergunta 6.5. (Continuidade) Em caso positivo, você sabe separar corretamente o seu
lixo doméstico?

296  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

Pergunta 6.5 Continuidade


250

200 218

150

100

50

33
0
Sim Não

Gráfico 29 - Continuidade da resposta à pergunta 6.5

Pergunta 6.6. Você sabe para onde vai o resíduo coletado em sua cidade?

Percebe-se que grande parte dos participantes tem noção para onde são destinados os resíduos
coletados, conforme se observa no Gráfico 30.

Pergunta 6.6
160
140
120 137

100
80
60 75

40
46
20
6 6
0
Aterro Lixão Terrenos Rios  e Não  sei
sanitário baldios córregos
Gráfico 30- Resposta à pergunta 6.6

3. CRÍTICAS E SUGESTÕES

Foram enviadas 126 (cento e vinte e seis) sugestões e críticas. Foram consideradas as que
podem ser objeto de programa, projeto ou ação de médio e longo prazo, de acordo com o
horizonte temporal do Plano Municipal de Saneamento Básico.

A seguir, com as devidas correções, são apresentadas as sugestões e críticas.

297  
 

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

1. Participante: Jânio Lucena de Azevedo (Resposta Nº 07 – Bairro União)

“Após fazer todo o serviço de macrodrenagem, vejo muito importante que a cidade implante
a coletiva seletiva, construindo um CMD(Central de Materiais Descartáveis), onde, além de
reciclar o lixo, gera emprego e renda com o próprio lixo coletado na cidade.”

2. Participante: Antônio Sócrates Souza (Resposta Nº 71 – Bairro Guanabara)

“Venho por meio deste contribuir com esta pesquisa levantando os pontos a serem
melhorados em nossa cidade e ao mesmo tempo iluminar as consequências causadas à minha
família e nossa vizinha gerado pelos transtornos de frequentes alagamentos gerados no
período chuvoso devido, falta de saneamento estruturado que suporte a carga e vazão da
água da chuva em seus limites recebidos. A Rua Santa Maria, na região baixa, antes da Rua
Daniele Perez, onde se inicia um córrego e recebe águas das ruas de cima, como a Luiz
Gonzaga, passa por problemas de inundações e alagamentos todas as vezes que ocorre a
menor chuva possível, devido todas tubulações de esgoto estarem entupidas e assim não
permitem uma rápida vazão para evitar o acumulo da água e, consequentemente, o
alagamento. Enfim, o povo dessa rua não aguenta mais toda vez essa situação
rotineira, desgastante, cansativa, que nos envergonha em tempos chuvosos. Ninguém sai de
casa, contaminação e possibilidades de proliferação de doenças contagiosas nas crianças.”

3. Participante: Pedro da Silva Lima (Resposta Nº 83 – Bairro Nova Carajás)

“Nas feiras itinerantes sempre sobra lixo que os feirantes não dão o devido destino, logo
deveria haver a coleta de lixo após o término dessas feiras. No Lago da Nova Carajás não
possui sequer uma lixeira, o que deveria ser dada maior atenção nesses locais de grande
acumulação de pessoas, quanto a instalação de container.”

4. Participante: Nayara (Resposta Nº 101 – Bairro Liberdade I)

“Em minha rua o carro de lixo não passa. As bocas de lobo são abertas o que causa um
grande risco. O tratamento de água na nossa cidade ainda tem muito que melhorar, ainda
não temos água de qualidade, a água vem muito fraca e não dá pra abastecer quem tem
caixa em lugar alto. Deve existir mais campanhas de conscientização sobre o lixo, com
separar o lixo doméstico, e de nãos jogar o lixo na rua como é o casa de muitos condutores
ignorantes que ver isso nas aulas de legislação mas não respeitam.”

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PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

5. Participante: Miguel Ângelo (Resposta Nº 110 – Bairro Apoema)

“Fazer campanhas educativas em relação à separação, coleta e armazenamento de lixo.


Investir em empresas de reciclagem, o que gera recursos, educa, conscientiza e promove a
sustentabilidade.”

6. Participante: Sérgio Augusto de Ávilla (Resposta Nº 122 – Bairro Cidade Jardim)

“A coleta de lixo tem que ser melhorada. Os garis recolhem, muitas vezes o lixo pela
metade, pois o caminhão não os espera. Gostaria que a prefeitura fizesse um controle sobre
os animais soltos nas rua. Na minha rua existem cavalos soltos e já fizemos algumas
reclamações mas ninguém resolveu. Esses dias contei um "grupo" de 11 (onze) cavalos
pastando ao lado da minha casa, nos lotes. Estes animais acabam muitas vezes rasgando e
espalhando o lixo, sem falar nos riscos para o transito. Uma vergonha! A minha casa fica
numa esquina e existe uma boca de lobo. Mas devido a grande quantidade de terra na rua
uma grande quantidade de água das chuvas se acumula e causa alagamento. Falta limpeza
da rua, melhoria da coleta de lixo e controle dos animais (cavalos) soltos. Ruas escuras,
sujas, lixo e alagamentos, animais perambulando (até parece uma fazenda e não um bairro),
péssima coleta de lixo (até parece que os garis são atletas corredores dos 100 metros rasos),
limpeza dos lotes baldios, falta d`água e elevada quantidade de cloro.”

7. Participante: Francisco Gomes de Araújo (Resposta 163 – Bairro Betânia)

“Infelizmente não há construção de bocas de lobo suficientes em muitos cruzamentos das


vias urbanas no bairro onde moro. Desta forma, a água pluvial que se junta ao esgoto
doméstico termina por correr livremente sobre a camada asfáltica por horas e até dias,
comprometendo sua durabilidade. Mas sabemos que, aliado a esse problema, ainda falta
muita educação ambiental em toda a nossa população, independente de nível ou posição
social, cultura ou escolaridade, haja vista presenciarmos diariamente essas pessoas jogando
lixo na rua, sem condicionamento adequado, o que leva ao problema relatado mesmo nos
locais onde há a boca de lobo, causando seus devidos entupimentos. Somos um Município
jovem, mas não jovem que não possamos aprender e reparar nossos erros, adotando ações de
Respeito e Cidadania.”

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PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARAUAPEBAS

8. Participante: Elissandra Lima (Resposta Nº 180 – Bairro União)

“Há 30 anos que resido em Parauapebas e nenhuma solução foi apresentada para o
problema da ETE do bairro União, o esgoto transborda na rua no período chuvoso.”

9. Participante: Desconhecido (Resposta Nº 181 – Bairro Cidade Nova)

“Deve haver manutenção da rede de esgoto, pois existe muito esgoto a céu aberto, tornando
a cidade feia e fedorenta.”

10. Participante: Alesson Silva Neto (Resposta Nº 251 – Loteamento Panorama)

“No bairro onde moro e ao redor do mesmo não existe praticamente nenhum serviço publico
que possa melhorar ou ate mesmo atender de forma adequada a população que aqui vive
que não são poucas e a cada dia aumenta mais e com esse aumento desordenado nada a feito
pra cuidar do Meio Ambiente. Não temos coleta seletiva, não temos rede de esgoto, não
temos tratamento da agua, não temos coleta de lixo, não temos asfalto, não temos posto de
saude, não temos destinação a animais mortos. Enfim, as autoridades sabem, mas nada faz.”

4. CONCLUSÃO

As informações levantadas pela Consulta Pública (pesquisa qualitativa, críticas e sugestões)


foram utilizadas para subsidiar as propostas de melhorias no contexto do saneamento básico,
constantes do Plano Municipal de Saneamento Básico do Município de Parauapebas.

Esta consulta possibilitará estabelecer uma “linha de base” possibilitando futuras avaliações
junto à população do município, quanto à efetividade das ações previstas no PMSB e
executadas ao longo do tempo.

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