Você está na página 1de 43

UNIVERSIDADE DE SANTO AMARO

Curso de Engenharia Ambiental

Thiago Goulart Freitas Xavier

AVALIAÇÃO DA ADEQUAÇÃO AMBIENTAL DOS POSTOS DE


LAVAGEM DE VEÍCULOS NA CIDADE DE PARAUAPEBAS

Parauapebas – PA
2020
Thiago Goulart Freitas Xavier

AVALIAÇÃO DA ADEQUAÇÃO AMBIENTAL DOS POSTOS DE


LAVAGEM DE VEÍCULOS NA CIDADE DE PARAUAPEBAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Engenharia Ambiental da
Universidade de Santo Amaro – UNISA, como
requisito parcial para obtenção do título
Bacharel em Engenharia Ambiental.
Orientador(a): Prof. Marcos Henrique de
Araújo.

Parauapebas – PA
2020
Thiago Goulart Freitas Xavier

AVALIAÇÃO DA ADEQUAÇÃO AMBIENTAL DOS POSTOS DE


LAVAGEM DE VEÍCULOS NA CIDADE DE PARAUAPEBAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia


Ambiental da Universidade Santo Amaro – UNISA, como requisito parcial para
obtenção do título Bacharel em Engenharia Ambiental.
Orientador: Prof. Prof. Marcos Henrique de Araújo.
Parauapebas 18 de Junho de 2020.

Banca Examinadora

__________________________________
Prof. Dr(a)....................................................

__________________________________
Prof. Dr(a)....................................................

__________________________________
Prof. Dr(a)....................................................

Conceito Final ________________________


RESUMO

Com o crescimento desordenado das cidades, a questão ambiental vem se tornando


um dos temas mais discutidos no âmbito mundial. Novas oportunidades de
empreendimento vêm surgindo, como os postos de lavagem de veículos. Mas, ao
mesmo passo, vêm ocorrendo um aumento considerável dos impactos ambientais
negativos destas atividades. Os objetivos deste trabalho são: Mapear as leis e
normas vigentes relacionadas aos postos de lavagem de veículos e propor medidas
preventivas e mitigadoras para os impactos ambientais decorrentes da atividade.
Para isto, foi feita uma pesquisa de campo através da aplicação de um questionário
em 12 postos de lavagem da cidade de Parauapebas. Assim, foi possível produzir
uma matriz de impactos, relacionando os principais impactos ambientais gerados
nos lava-jatos e concluir que essas microempresas contribuem para o
desenvolvimento econômico e para a distribuição de renda do município. Porém, em
relação à questão ambiental, constatou-se que, a maioria está em desacordo com a
legislação pertinente, o que provoca impactos ambientais negativos.

Palavras-chave: Lava-jatos; Licenciamento ambiental; Impactos ambientais; Matriz


de impactos.
ABSTRACT

With the disorderly growth of cities, the environmental issue has become one of the
most discussed topics worldwide. New entrepreneurial opportunities are emerging,
such as car wash stations. However, at the same time, there has been a
considerable increase in the negative environmental impacts of these activities. The
objectives of this work are to map the laws and regulations in force related to
vehicle wash stations and propose preventive and mitigating measures for the
environmental impacts resulting from the activity. For this, a field research was
carried out through the application of a questionnaire in 12 washing stations in the
city of Parauapebas. Thus, it was possible to produce an impact matrix, listing the
main environmental impacts generated in the car wash and conclude that these
micro-companies contribute to the economic development and income distribution
of the municipality. However, in relation to the environmental issue, it was found
that, most are at odds with the relevant legislation, which causes negative
environmental impacts.

Keywords: Car wash; Environmental licensing; Environmental impacts; Impact


matrix.
LISTA DE SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas


ART - Anotação de Responsabilidade Técnica
CAE – Classificação da Atividade Econômica
CNPJ - Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente
CPF – Cadastro de Pessoa Física
DUAM - Documento Único de Arrecadação Municipal
ECINF – Economia Informal Urbana
IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais
IPTU- Imposto Predial e Territorial Urbano
NBR – Norma Brasileira
PGRS – Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
PIB – Produto Interno Bruto
RG – Registro Geral
SAAEPE – Serviço de Agua e Esgoto de Parauapebas
SEMARH – Secretária do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos
SEMAS – Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Sustentabilidade
SEMMA - Secretaria Municipal de Meio Ambiente
SEPLAM - Secretaria Municipal de Planejamento e Urbanismo
SUPEA - Superintendência de Engenharia Operacional e Controle Ambiental
U.S. EPA –U.S. Environmental Protection Agency (Agência de Proteção
Ambiental dos Estados Unidos)
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Classificação quanto à periculosidade dos resíduos sólidos.................. 20


Figura 2 - Porcentagem de empreendimentos que possuem licença
ambiental......25
Figura 3 - Porcentagem de lava-jatos que possuem alvará de
funcionamento........26
Figura 4 - Porcentagem de empreendimentos que possuem autorização do corpo
de
Bombeiros................................................................................................................26
Figura 5 - Fonte de abastecimento da água
utilizada...............................................27
Figura 6 - Empreendimentos com outorga de
água..................................................27
Figura 7 - Volume de água utilizada
semanalmente.................................................28
Figura 8 - Porcentagem de empreendimento que possuem separação dos resíduos
.................................................................................................................................30
Figura 9 - Formas de acondicionamento dos resíduos............................................31
Figura 10 - Destino final das embalagens contaminadas com produtos
perigosos..................................................................................................................31
Figura 11 - Porcentagem de lava jatos que possuem medidas de controle de ruído
e
vibração....................................................................................................................32
Figura 12 - Porcentagem de lava jatos que possuem um sistema de atendimento a
emergências
ambientais...........................................................................................33
Figura 13 - Porcentagem de empreendimentos que possuem sistema de drenagem
adequado e impermeabilização do
solo....................................................................34
Figura 14 - Tempo de funcionamento dos
empreendimentos...................................35
Figura 15 - Serviços prestados pelos
estabelecimentos...........................................35
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................
2. JUSTIICATIVA...............................................................................................................
3. REVISÃO BIBLIOGRAFICA.......................................................................................
3.1 PROBLEMÁTICA ...................................................................................................13
3.2 LAVA JATOS ..........................................................................................................13
3.3 LICENCIAMENTO AMBIENTAL......................................................................... 14
3.4 OUTORGA ...............................................................................................................17
3.5 EFLUENTES E TRATAMENTOS ..........................................................................18
3.6 RESÍDUOS SÓLIDOS..............................................................................................19
3.7 REUSO DA ÁGUA ..................................................................................................21
4. MATERIAIS E METODOS...........................................................................................
4.1 AREA AMOSTRAL ................................................................................................22
4.2 AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS ..................................................22
4.3 LEVANTAMENTO DOS ASPECTOS AMBIENTAIS .........................................22
4.4 APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO .....................................................................23
4.5 ANALISE DOS DADOS .........................................................................................23
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES...................................................................................
5.1 ARCABOUÇO LEGAL ...........................................................................................24
5.2 AVALIAÇÃO DA ADEQUAÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL........25
6. CONCLUSÃO..................................................................................................................
REFERENCIAS......................................................................................................................
APENDICE..............................................................................................................................
9

1. INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, com o crescimento desordenado das cidades, a


questão ambiental vem se tornando um dos temas mais discutidos no âmbito
mundial. Concernente a esta preocupação, os estudos de ASEVEDO e
JERONIMO (2012), FERREIRA (2010), COSTA (2006), LEÃO et al (2010) que
vêm demonstrado o potencial poluidor das atividades dos postos de lavagem de
veículos nos centros urbanos.
Essas atividades, além do desperdício de água, geram grandes
quantidades de resíduos. Nas águas de lavagem de automóveis podem existir
surfactantes de vários tipos, biodegradáveis ou não, restos de poeira, fuligem,
graxa, gasolina e todo tipo de resíduo produzido pelos automotores (ASEVEDO e
JERÔNIMO, 2012).
Caso estes efluentes sejam lançados sem um tratamento adequado na
rede de esgoto doméstico, ou diretamente nos rios e lagos, podem causar uma
série de danos, entre eles: contaminação das águas superficiais e subterrâneas e
danos às tubulações, em equipamentos e na Estação de Tratamento de Esgoto
da cidade.
Além disso, nestes empreendimentos ocorre a geração de resíduos
sólidos com as mais diversas características, que podem ocasionar danos às
pessoas, aos animais e ao meio ambiente quando não gerenciados corretamente.
No Brasil existe em média 2,4 habitantes por veículos (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE). Em Parauapebas-PA, cidade
escolhida para o estudo de caso deste trabalho, apresenta um veículo para cada
grupo de três moradores.

Com a falta de tempo e as restrições do uso de água para lavagem dos


veículos em condomínios, é crescente a procura por serviços de lavagem de
empreendimento vêm surgindo, e ao mesmo passo vêm ocorrendo um aumento
considerável dos impactos ambientais negativos destas atividades.
Neste contexto, estes empreendimentos colaboram com o
desenvolvimento socioeconômico das cidades, pois promovem a geração de
10

empregos, porém precisam se adequar a legislação ambiental vigente, visando


minimizar seus impactos ambientais negativos.
Por meio de projetos sustentáveis os proprietários do setor de lava-
jatos podem contribuir com a proteção do meio ambiente e também têm
oportunidades de geração de renda; tais projetos são: o uso de sistemas de
captação de águas pluviais, planejamento do reuso da água, uso de produtos
biodegradáveis, correto descarte de embalagens vazias, tratamento de efluentes
e o controle e acompanhamento diário do consumo de água do lava-jato pelo
responsável (SEBRAE, 2012).
Cabe destacar que, em função do potencial poluidor desses
empreendimentos, é necessário obter o licenciamento ambiental, que deve estar
em concordância com a legislação federal, estadual e municipal.
Os empreendedores devem estar atentos, também, ao passivo
ambiental da empresa, o qual pode afetar tanto o valor imobiliário quanto as
finanças e ainda provocar responsabilidade após a venda, caso a área esteja
contaminada (LORENZETT, 2011). Portanto, é de extrema importância a gestão
ambiental adequada da atividade, pois não é somente um cumprimento legal, e
sim uma questão de sobrevivência do negócio.
As empresas dependem do meio ambiente para retirar os insumos de
que precisam para a execução das suas atividades e, como parte de sua
responsabilidade social, devem usá-los racionalmente, como a energia, os
materiais e a água. Esta atitude não só contribui para a preservação ambiental
como também representa economia para a empresa, aumentando as suas
chances de sucesso. Na medida do possível, os materiais devem ser reciclados
ou reutilizados, como a água utilizada na lavagem dos carros em lava-jatos, que
passando por um tratamento, pode ser reutilizada na mesma atividade (COSTA,
2006).
Existem poucas publicações acerca da adequação ambiental dos
postos de lavagem de veículos, principalmente quanto à análise dos impactos
ambientais, aos pontos de melhorias no processo de gestão ambiental, as
alternativas para minimização e mitigação dos danos ambientais e quanto às
tecnologias para a melhoria do sistema de controle de poluição.
Dessa forma, a presente pesquisa tem como objetivo verificar a
situação legal destes estabelecimentos, inventariar seu potencial poluidor e
11

propor medidas mitigadoras para a minimização dos impactos negativos e para


potencialização dos impactos positivos. A adequação ambiental desses
empreendimentos é uma etapa fundamental para a melhoria das condições
ambientais da cidade de Parauapebas.
12

2. JUSTIFICATIVA

Este trabalho tem como finalidade mostrar a definição do assunto


pesquisado, foi explorado de forma bem elaborada para o leitor ter clareza de
como está sendo o processo de adequação ambiental dos postos de lavagem de
veículos na cidade de Parauapebas-Pará
Esse assunto foi bastante discutido pelo fato do mesmo ter como
principal aspecto os processos de adequação ambiental dos postos de lavagem
de veículos na cidade de Parauapebas e conhecer as penalidades da não
implantação nas empresas. Entendemos que o mesmo é de suma importância
para obter um objetivo de como funciona todo esse processo.
Esta adequação é fundamental para o correto gerenciamento dos
recursos naturais, além disso, os órgãos de fiscalização procuram certificar que
as ações causadoras de danos ao meio ambiente sejam conduzidas nos termos
da legislação vigente.

Além da imposição a responsabilidade com o meio ambiente, a


adequação representa a consideração, pelo Poder Público, de que as atividades
potencialmente poluidoras devem adotar critérios estabelecidos pela legislação
local, capaz de garantir o desenvolvimento sustentável sob o ponto de vista
ambiental (MILARÉ, 2013).
13

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Neste tópico procurou-se reunir informações em tópicos específicos,


sendo eles: os postos de lavagem de veículos e suas atividades, licenciamento
ambiental, outorga, efluentes e seu tratamento, resíduos sólidos, reuso da água e
conscientização ambiental.

3.1 PROBLEMÁTICA

O mundo está cada vez mais voltado ao consumo, alimentado pelo


crescimento econômico e pelo desenvolvimentismo. No Brasil, onde o
crescimento tem apresentado sucessivos incrementos nos últimos anos, ficam
claros os efeitos desse cenário. A frota nacional de veículos, impulsionada pelo
aumento do poder aquisitivo do brasileiro, e por uma política econômica
expansionista – sem falar de medidas anticíclicas adotadas como atenuante aos
efeitos da chamada crise do crédito – não só foi renovada como aumentou de
forma notória o número de carros nas ruas (FERREIRA, 2010).
O aumento considerável na frota de veículos colabora também para a
necessidade das atividades de manutenção dos veículos, inclusive os serviços de
limpeza, o que explica o desenvolvimento das microempresas e empresas de
pequeno porte de lavagem de veículos (ROSA et al, 2011).

3.2 LAVA-JATOS

As micro e pequenas empresas são de grande importância para a


sustentabilidade socioeconômica do cenário mundial e dos países em
desenvolvimento especialmente, visto que, geram emprego e renda para milhões
de famílias, constituindo-se no suporte econômico e social do País. Elas
contribuem com 20% do PIB; e no mercado informal, estima-se que existam cerca
de 10 milhões de pequenos empreendimentos, empregando aproximadamente 13
milhões de brasileiros, segundo dados da ECINF (2003) (COSTA, 2006).
Os lava-jatos são microempresas e, como tal, colaboram para o
desenvolvimento das cidades, ao participar da distribuição de renda, empregar
14

pessoas e atender outros setores da economia além do público em geral. Mas


também precisam se adequar à sustentabilidade ambiental, não desperdiçando
água nem insumos, tratando seus efluentes e reutilizando a água residuária
(SEBRAE, 2004).
Segundo Teixeira (2003), a indústria de lavagem de veículos inclui
diferentes tipos e operações, cada uma com necessidades e características
próprias. Variam quanto ao volume de água utilizado, carga de contaminantes e
substâncias químicas nos processos de lavagem. São divididos em três tipos:

• Túnel: O veículo segue pelo do interior do


equipamento em formato de túnel, passando por
áreas de lavagem, enxágue, enceramento e
secagem, respectivamente. Dentro da área de
lavagem, o detergente diluído em água é aplicado
e a sujeira é mecanicamente removida por
escovas e/ou jatos de alta pressão. A seguir, o
automóvel é enxaguado com água limpa.
Finalmente, a secagem é realizada com jatos de
ar. O efluente é coletado em uma vala localizada
abaixo do túnel. Em alguns sistemas, a água de
lavagem e de enxágue são mantidas separadas
por uma pequena barreira construída na vala.

• “Rollover”: O automóvel fica parado


enquanto a máquina de lavagem passa por ele. O
equipamento é dotado de escovas em forma
cilíndricas que giram em torno de seu próprio
eixo. Normalmente, são três escovas, duas
laterais e uma superior. O equipamento realiza
movimentos para frente e para trás, cobrindo toda
a área lateral e superior do carro. O efluente
gerado é coletado numa vala situada abaixo do
sistema.

• Lavagem a jato manual: Lava-se o veículo


utilizando uma mangueira com jatos de alta
15

pressão de ar e água; ar, sabão e água


alternando-os. Em alguns casos a água é
coletada numa vala.

3.3 LICENCIAMENTO AMBIENTAL

Segundo a resolução CONAMA nº 01, de 23 de Janeiro de 1986, art.


1º, impacto ambiental é definido como:

Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do


meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das
atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetem: a saúde, a segurança
e o bem estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as
condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos
ambientais (CONAMA, 1986).

De acordo com a definição de impacto ambiental citada anteriormente,


é possível concluir que, os produtos e serviços dos postos de lavagem de
veículos, possuem potencial para causar impacto ao meio ambiente, assim torna-
se necessário à identificação dos seus danos mais significativos.
Como a lavagem de veículos é uma atividade impactante ao meio
ambiente, a instalação e funcionamento desse tipo de empreendimento requer o
licenciamento ambiental, que deve estar em concordância com os seguintes
diplomas legais: Constituição Federal, art. 225; Lei nº 6.938, de 31 de agosto de
1981 (art. 9º. III); Resolução CONAMA 237/1997; Resolução CONAMA 273/2000
e a Resolução CONAMA 357/2005, que foi alterada pela Resolução 430/2011.
O licenciamento ambiental é o instrumento da Política Nacional do
Meio Ambiente, instituída pela Lei nº. 6.938 de 1981, de que dispõe o órgão
ambiental, para controle e monitoramento, gestão e correta utilização dos
recursos naturais, além de possibilitar o controle das diversas fontes de poluição
instaladas no Município (AMMA, 2013).
O licenciamento ambiental está previsto no inciso I do Artigo 1º da
Resolução nº 237/1997 CONAMA, conforme descrito abaixo:
16

I – Licenciamento Ambiental: procedimento administrativo pelo qual o


órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a
operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais,
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob
qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as
disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso

(CONAMA, 1997).

O direito a um meio ambiente ecologicamente harmonioso é garantia


constitucional, prevista na Carta Magna de 1988 m seu artigo 225, que reza que:

[...] todos têm direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado,


de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para os
presentes e futuros gerações. (BRASIL, 1988).

O licenciamento ambiental ocorre, sobretudo, no âmbito estadual, mas


pode ser efetivado também no âmbito federal e, em certa medida, no âmbito
municipal para atividades consideradas de reduzido impacto ou impacto local. No
âmbito federal, para atividades de grande impacto regional ou em áreas de tutela
federal, o licenciamento ambiental se faz através do IBAMA – Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente. No âmbito estadual, o licenciamento ambiental se faz através
de conselhos ou órgãos estaduais de meio ambiente, mesmo modelo usado pelos
municípios que implantaram política e estrutura de gestão ambiental (MACHADO,
2010). No caso de Parauapebas, o licenciamento ambiental da atividade de lava-
jatos é realizado no âmbito municipal, no caso pela Secretaria Municipal de Meio
Ambiente (SEMMA).
Com relação às atividades potencial ou efetivamente poluidoras de
menor porte ou de menor potencial ofensivo, o órgão ambiental competente
poderá estabelecer um procedimento simplificado para essas atividades
independentemente da fase em que se encontrarem tendo em vista § 1º do art. 12
da Resolução 237/97 do CONAMA prever que “Poderão ser estabelecidos
procedimentos simplificados para as atividades e empreendimentos de pequeno
potencial de impacto ambiental, que deverão ser aprovados pelos respectivos
Conselhos de Meio Ambiente” (AMMA, 2013).
São consideradas atividades de baixo impacto ambiental, aquelas
cujos impactos potenciais sejam de magnitude pouco significativa conforme
17

natureza, porte, localização e outras peculiaridades e cujo empreendimento não


possua área útil superior a 500 (quinhentos) metros quadrados (Artigo 2º, da
Instrução Normativa nº 010, 26 de Setembro de 2006).
Caso o empreendimento tenha uma área útil superior a 500 m², a sua
atividade não será considerada de baixo impacto ambiental e então terá que ser
feita a Licença Prévia, de Instalação e Operação

A licença Prévia é através da qual o empreendedor recebe um


certificado atestando a viabilidade ambiental da localização e concepção geral do
seu projeto. Na licença de Instalação, o empreendedor obtém a aprovação da
viabilidade ambiental do projeto do seu empreendimento ou atividade. E a
Licença de Operação autoriza, após as verificações necessárias, o início da
atividade licenciada e o funcionamento de seus equipamentos e instalações de
controle de poluição, de acordo com o previsto na Licença Prévia e de Instalação
(MACHADO, 2010).

O licenciamento ambiental é, portanto, uma das ferramentas essenciais


para o desenvolvimento sustentável, não somente porque ordena o crescimento
econômico, como evita prejuízos à sociedade, seja na forma de prevenção de
catástrofes industriais, poluição de corpos hídricos ou da atmosfera, seja na forma
de, combate à poluição sonora, desordem no espaço urbano, devastação florestal
ou até mesmo danos ao patrimônio histórico ou paisagístico (MACHADO, 2010).
Não se trata, portanto, de simples faculdade do poder público, mas de
um dever constitucional do Estado de cuidar para que qualquer ação humana que
resulte em dano ambiental seja fiscalizada e combatida, evitando assim os
impactos ambientais, constantes nos dias atuais. Porém, há impacto ambiental
toda vez que a ação de fatores externos causados essencialmente pelo homem
são alterados de forma negativa ao meio ambiente (FERREIRA, 2010).

3.4 OUTORGA

A Lei Federal 9433/97 instituiu o Sistema Nacional de Gerenciamento


de Recursos Hídricos com o objetivo de conservar e recuperar os recursos
hídricos degradados, assim como evitar impactos danosos na qualidade dos
18

recursos hídricos, dentro de uma visão sistêmica, adotando, para isso, como
unidade geográfica de gestão, a bacia hidrográfica.
Segundo Cruz (2011), a legislação brasileira tem como um dos seus
instrumentos para a gestão de recursos hídricos, a outorga de uso da água. Esse
instrumento tem como objetivo racionalizar e compatibilizar a conservação
ambiental e os diferentes usos da água, de tal forma que sejam preservados os
direitos dos usuários, priorizando entre estes o abastecimento público.
Ainda segundo Cruz (2011), a instrução de um processo de outorga é
uma atividade complexa que envolve o balanço entre a disponibilidade hídrica e
as demandas de uso das águas, compatibilizando as necessidades de
conservação ambiental, e está sujeita a restrições de ordem econômica, social e
legal.
E de acordo com Rosa (2012), para a utilização da água de poços e
córregos é necessário que o empreendedor obtenha a outorga, que serve para
dar direto ao dono do estabelecimento de retirar e usar as águas subterrâneas e
superficiais.

3.5 EFLUENTES E TRATAMENTO

O efluente gerado pela atividade de limpeza de automóveis pode


conter quantidades significativas de óleos e graxas, sólidos em suspensão, metais
pesados, surfactantes e substâncias orgânicas (TEIXEIRA, 2003).
Ainda segundo Teixeira (2003), as águas residuárias geradas nas
operações de lavagens de veículos, segundo a U.S. EPA (1999), constituem-se,
em sua grande parte de sabão, água de enxágue e cera. Destaca que, quando
não há enxágue na parte inferior e no motor dos veículos, as concentrações de
agentes desengraxantes, solventes e dos metais pesados, são muito baixas.
Caso contrário, a concentração destes poluentes aumenta consideravelmente.
As concentrações de óleos e graxas podem ocasionar sérios
inconvenientes na coleta e nos sistemas de tratamento das águas residuárias, por
aderirem às superfícies das tubulações, produzindo odores desagradáveis e
diminuindo a área de transporte; podem ainda concentrarem-se formando um
19

material flutuante nos decantadores, que causam entupimentos em filtros de


tratamentos. Esses compostos são responsáveis também por interferir ou inibir os
processos de tratamentos biológicos aeróbios e anaeróbios (Jordão e Pessoa,
2009; Pawlaket al., 2008, apud ROSA, 2011).
Em caso de serem eliminados em corpos d’água sem nenhum
tratamento, os óleos e graxas diminuem o contato da superfície da água e do ar
atmosférico, impedindo as trocas gasosas, reduzindo o oxigênio dissolvido do
meio, afetando a respiração da fauna bentônica e redução da realização da
fotossíntese dos vegetais e plâncton, conduzindo o ambiente ao processo de
eutrofização (TUNDISI, 2003; BUCAS e SALIOT, 2002, apud ROSA, 2011).
Pesquisa do Instituto Tecnológico de Pernambuco (ITEP) descobriu
acúmulo de zinco e cromo, substâncias cancerígenas, na cabeça de peixes
cultivados em viveiros na comunidade do Caranguejo, no bairro de Afogados –
Recife, atribuindo-se a presença dos metais pesados nos viveiros da comunidade
às atividades industriais, como a galvanização e as de lava-jatos das
proximidades (JORNAL DO COMERCIO, 2001).
Braile & Cavalcanti (apud TEIXEIRA, 2003) afirmam que o tratamento
de despejos contendo detergentes é um dos grandes problemas da engenharia
sanitária. Estes compostos contêm nutrientes como fosfato e nitrogênio além de
compostos fenólicos, que afetam propriedades organolépticas da água. Podem
causar a formação de emulsões estáveis dificultando a sua remoção. Após seu
lançamento, podem provocar a formação de espumas disformes nos corpos de
água, facilitando o transporte de uma série de microrganismos, principalmente
bactérias e exercendo o papel de veículo de parasitas.

3.6 RESÍDUOS SÓLIDOS

Existem na literatura diversas definições para resíduos sólidos, porém


de acordo com a Lei 12.305 de 02 de Agosto de 2010:
Resíduos Sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado
resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se
procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido
ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas
particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou
20

em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente


inviáveis em face da melhor tecnologia disponível (Brasil, 2010).

Devido à abrangência do conceito de resíduos sólidos torna-se


necessário se fazer sua classificação. Segundo a ABNT NBR 10.004 (2004), a
classificação de resíduos envolve a identificação do processo ou atividade que
lhes deu origem e de seus constituintes e características e a comparação destes
constituintes com listagem de resíduos e substâncias cujo impacto a saúde e
meio ambiente é conhecido.
Ainda de acordo com a ABNT NBR 10.004 (2004), os resíduos sólidos
se classificam em duas classes, conforme figura 1:

Figura 1 - Classificação quanto à periculosidade dos resíduos sólidos.

Resíduos classe I - Perigosos

Aqueles que apresentam periculosidade, conforme definido em


periculosidade de um resíduo, ou uma das características descritas em
inflamabilidade, toxidade, corrosividade e reatividade, ou constem nos anexos A
ou B.

Resíduos classe II A - Não inertes

Aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos


classe I - Perigosos ou de resíduos classe II B - Inertes, nos termos desta
21

Norma. Os resíduos classe II A – Não inertes podem ter propriedades, tais


como: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água.

Resíduos classe II B - Inertes

Quaisquer resíduos que amostrados de uma forma representativa,


segundo a ABNT NBR 10007, e submetidos a um contato dinâmico e estático
com água destilada ou desionizada, à temperatura ambiente, conforme ABNT
NBR 10006, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a
concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se
aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor, conforme anexo G.
Segundo Grobério et al (2003), nos serviços de lava-jato são gerados
resíduos sólidos oleosos, como óleo lubrificante usado. Além destes, são
produzidos resíduos sólidos de areia misturada com óleo retida nos sistemas de
separação água-óleo, entre outros.

3.7 REUSO DA ÁGUA

Reuso é o processo de utilização da água por mais de uma vez, tratada


ou não, para o mesmo ou outro fim. Essa reutilização pode ser direta ou indireta,
decorrente de ações planejadas ou não. Dessa forma, grandes volumes de água
potável podem ser poupados pelo reuso quando se utiliza água de qualidade
inferior (geralmente efluentes pós-tratados) para atendimento das finalidades que
podem prescindir desse recurso dentro dos padrões de potabilidade (KLAUTAU,
2007).
As esferas institucionais estadual e municipal já estão começando a
tomar medidas de gestão, formulando leis ambientais direcionadas
especificamente para essas empresas, com intuito de abordar não apenas o
tratamento de seus efluentes, mas de propor o reuso dessa água (RUBIO et al,
2007).
Mancuso (2003) define que o reuso da água exige o conhecimento
prévio das características físicas, químicas, e biológicas das águas residuárias ou
poluídas, de modo a adequar seu tratamento à obtenção da qualidade baseados
em critérios recomendados em países que possuem tais normas.
22

Uma das formas de reuso de água que vem ganhando destaque em


muitos países é a destinada à lavagem de veículos. Não se pode negar que
milhares de litros de água potável são desperdiçados nesta prática atualmente
(LEITÃO, 1999).
Essa prática deve ser considerada parte de uma atividade mais
abrangente que é o uso racional da água, o qual inclui também, o controle de
perdas e a redução do consumo de água (MORELLI, 2005).

4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 ÁREA AMOSTRAL

Os dados da relação dos postos de lavagem de veículos em


Parauapebas foram adquiridos na Junta Comercial do Estado do Pará – JUCEPA.
As entrevistas foram realizadas apenas com 12 lava-jatos, devido à
desatualização dos dados de cadastro. É importante ressaltar que, foram
considerados para a pesquisa, apenas aqueles empreendimentos que possuem o
serviço de lavagem de veículos, não considerando postos de combustíveis.

4.2 AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

Foram realizadas visitas a campo e utilizou-se a técnica de observação


e levantamento “in loco”, assim foram identificados os aspectos e impactos
positivos e negativos no meio físico, biótico e antrópico, bem como as medidas
mitigadoras dos mesmos. Posteriormente, os dados levantados na fase de
diagnóstico foram estruturados em um Quadro-síntese (Matriz de Interação
baseado em Sanches, 2006) que permitirá estabelecer relações do tipo causa-
23

condição-efeito, além de uma descrição detalhada dos impactos e das medidas


mitigadoras.

Para a elaboração da Matriz de Interação e avaliação dos impactos,


foram adotados os seguintes critérios de análise: Quanto a Qualificação (Positivo
ou Negativo; Direto ou Indireto), quanto a Abrangência Espacial (Local ou
Regional), quanto a Duração e Periodicidade (Temporário, Permanente ou
Cíclico), quanto ao Dinamismo ou Reversibilidade (Reversível ou Irreversível),
quanto a Temporalidade (Imediato, Médio prazo ou Longo prazo) e quanto a
Magnitude (Crítico, Moderado ou Fraco).

4.3 LEVANTAMENTO DOS ASPECTOS LEGAIS

Para levantamento das leis ambientais, foram realizadas pesquisas


bibliográficas na página virtual dos órgãos ambientais de âmbito municipal,
estadual e federal, ou seja, SEMMA, SEMAS e IBAMA, respectivamente. Além de
visitas a estes órgãos para, juntamente com os técnicos responsáveis, obter a
legislação pertinente e a documentação exigida para o licenciamento ambiental
dos postos de lavagem.

4.4 APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO

Para a pesquisa de campo foi utilizado um questionário baseado em


ASEVEDO e JERONIMO (2012), separados em tópicos específicos, com intuito
de facilitar sua estruturação. O mesmo visa à obtenção de dados relativos aos
aspectos legais, recursos hídricos, resíduos sólidos e líquidos, controle de
poluição, aspectos gerais e conscientização ambiental dos empreendedores.

Antes de se iniciar a aplicação do questionário aos proprietários ou


responsáveis pelo empreendimento, foi apresentado o objetivo da pesquisa, bem
como assegurado o sigilo quanto à identificação do lava-jato. Também foi
realizado um pré-teste, com a realização de uma entrevista base, para verificação
de sua eficácia e impessoalidade. Os dados coletados em forma de entrevista
(APÊNDICE) foram previamente analisados, para posterior transposição e análise
de maneira clara e ordenada.
24

4.5 ANÁLISES DOS DADOS


Para análise e interpretação das informações levantadas foi realizado o
cruzamento entre a percepção e a observação dos dados com as variáveis de
estudo separadas por categorias, através de análise gráfica e tabulação.

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 ARCABOUÇO LEGAL

Devido ao potencial de poluição destes empreendimentos, ainda é


necessário obter o licenciamento ambiental, que deve estar com concordância
com as seguintes legislações:
Lei nº 6.938/1981 – Política Nacional do Meio Ambiente;
Lei n° 9.605/1998 – Lei de Crimes Ambientais;
Lei n° 12.305/2010 – Política Nacional de Resíduos Sólidos;
Lei nº 9.433/1997 - Institui a Política Nacional de Recursos
Hídricos;
Resolução CONAMA n° 009/1993 – Estabelece definições e torna
obrigatório o recolhimento e destinação adequada de todo o óleo lubrificante
usado ou contaminado;
Resolução CONAMA n° 273/2000 – Dispõe sobre a prevenção e
controle da poluição em postos de combustíveis e serviços;
Resolução CONAMA n° 430/2011 – Dispõe as condições e padrões de
lançamentos de efluentes;
25

Resolução CONAMA n° 237/1997 – Dispõe sobre a revisão e


complementação dos procedimentos e critérios utilizados para o licenciamento
ambiental; Constituição Federal, art. 225;
DECRETO nº 24.643/1934 - Decreta o Código de Águas;
DECRETO nº 6.514/2008 - Dispõe sobre as infrações e sanções
administrativas ao meio ambiente, estabelece o processo administrativo
federal para apuração destas infrações, e dá outras providências.
Norma da ABNT - NBR 10004 - Resíduos Sólidos – Classificação;
Norma da ABNT - NBR 11.174 - Armazenamento de resíduos classes II
- não inertes e III – inertes;
Norma da ABNT - NBR 1.183 - Armazenamento de resíduos sólidos
perigosos.
5.2 AVALIAÇÃO DA ADEQUAÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL

Diante da lista dos lava-jatos cadastrados, esta pesquisa foi realizada


em 08 destes empreendimento. Sendo assim, os dados obtidos através da
aplicação da entrevista, representam 100% (12) dos postos de lavagem de
veículos encontrados no setor. Todos os empreendimentos visitados possuem
lavagem a jato manual.
A partir das entrevistas realizadas foram verificadas que existem
algumas divergências quanto aos aspectos legais, gerenciamento ambiental e
conscientização dos proprietários. As respostas foram estruturas em gráficos e
tabelas para facilitar a análise dos dados.
Primeiramente foram analisados os aspectos legais dos
empreendimentos. Assim, a figura 2 demonstra que, 58% (7) dos lava-jatos ainda
estão em processo de licenciamento ambiental. Esta realidade evidencia que,
mesmo que este processo seja uma etapa fundamental para o início do
funcionamento do empreendimento, os estabelecimentos somente procuram se
adequar quanto fiscalizados pelos órgãos ambientais. Como a maioria se
encontra em processo de licenciamento, conclui-se que esta fiscalização vem
aumentando.

Ainda com esta realidade existem 17% (2) sem licença ambiental, e
apenas 25% (3) possuem licença. É notório que, ainda existem grandes
26

oportunidades para o desenvolvimento de uma consciência ambiental sobre a


importância deste licenciamento.

Figura 2 – Porcentagem de empreendimentos que possuem licença ambiental.

A figura 3 representa a porcentagem de postos de lavagem de veículos


que possuem alvará de funcionamento junto a Prefeitura de Parauapebas.
Verifica-se que, 75% (9) dos empreendimentos entrevistados possuem alvará de
funcionamento e somente 25% (3) encontra-se com o mesmo vencido ou não os
possuem. Sendo assim, a maioria destes, estão autorizados a exercer suas
atividades de acordo com o zoneamento do município, porém, vale ressaltar que,
esta é uma realidade diferente do licenciamento ambiental.
Figura 3 – Porcentagem de lava-jatos que possuem alvará de funcionamento.

Ainda na análise dos aspectos legais, a partir da figura 4, verifica-se


que todos os empreendimentos possuem autorização do corpo de bombeiros para
27

funcionamento, sendo que, apenas um destes apresenta a autorização vencida. A


autorização do corpo de bombeiro visa à segurança e controle contra incêndios,
deste modo, ela se torna obrigatória para empreendimentos que possuem tal
risco.
Figura 4 – Porcentagem de empreendimentos que possuem autorização do Corpo de Bombeiros.

Analisando os aspectos dos empreendimentos em relação aos


recursos hídricos, a figura 5 representa que, mais da metade dos
empreendimentos utilizam água de poços, e de acordo com a figura 6, somente
25% (3) destes possuem outorga.
A outorga é importante, para assegurar o controle quantitativo e
qualitativo dos usos das águas superficiais e subterrâneas, e ainda, o controle
efetivo do exercício do direito de acesso à água. Cabe ao poder público uma
maior fiscalização, pois a água é um recurso natural de domínio público que deve
ter acesso de uma forma sustentável.
Figura 5 – Fonte de abastecimento da água utilizada. Figura 6 – Empreendimentos com outorga de água.
28

Outro ponto que deve ser considerado em relação aos recursos


hídricos é o consumo de água nos empreendimentos. Este consumo é um
importante aspecto ambiental dos lava-jatos e está diretamente relacionado com a
economia do negócio.
A partir da análise da figura 7, verifica-se que 58% (7) dos postos de
lavagem de veículos pesquisados, não sabem o volume de água utilizado
semanalmente. Este resultado demonstra uma despreocupação em relação ao
controle do consumo de água na lavagem dos veículos, mesmo que este esteja
relacionado ao aumento do custo da taxa de esgoto do empreendimento.
A quantidade de água utilizada nos demais lava-jatos foi estimada, a
partir da quantidade de caixas d´água utilizadas por semana. Não havia, em
nenhum empreendimento, um medidor de vazão e um correto controle deste
insumo. Segundo os proprietários de lava-jatos, a quantidade de água gasta para
lavar um veículo depende da sujeira do mesmo.
Assim, foi constatado de acordo com a figura 7, que 17% (2) dos lava-
jatos utilizam, em média, de 0 a 15 m³ por semana, outros 17% (2) utilizam de 16
a 30 m³ e apenas 8% (1) utilizam acima de 30 m³ de água.
29

Figura 7 – Volume de água utilizada semanalmente.

O reuso de água, bem como, a captação da água pluvial, propiciam o


uso racional e eficiente da água. Além disso, contribuem para reduzir o consumo
de água potável e minimizam a poluição nos mananciais com a diminuição do
volume de efluentes lançados. Nenhum dos lava- jatos estudados possuem
sistema de captação de água pluvial e reuso de água.
O maior problema observado para o desenvolvimento de tecnologias
para o reaproveitamento destas águas é o custo de implantação, operação e
manutenção. Foi constatado que os proprietários não possuem interesse neste
tipo de investimento, mesmo que exista, futuramente, uma redução na quantidade
de água, energia e gastos.
Para a análise dos empreendimentos quanto ao gerenciamento de
resíduos sólidos, é necessário fazer a caracterização dos resíduos gerados, para
posterior destinação ambientalmente adequada. Estes resíduos possuem
classificações distintas, em que cada uma deve obedecer a critérios técnicos que
conduzam à minimização do risco à saúde pública e à qualidade do meio
ambiente. Os tipos de resíduos gerados e suas respectivas classificações estão
listados na tabela a seguir:
Tabela 1 – Classificação dos tipos de resíduos gerados pelo empreendimento.
30

Os resíduos gerados nos diversos setores do empreendimento devem


ser segregados, na fonte geradora, e encaminhados ao devido local de
acondicionamento. A separação dos resíduos tem como finalidade evitar a
mistura de classes, separando aqueles incompatíveis para reciclagem e os
resíduos perigosos dos não perigosos.
A correta separação dos resíduos garante a possibilidade de
reutilização, reciclagem e a segurança no manuseio. Dentre os empreendimentos
estudados, segundo a figura 8, apenas 33% (4) fazem a separação dos resíduos,
ocasionando problemas a saúde dos trabalhadores e também ao meio ambiente.
Além disso, nos empreendimentos que realizam a separação dos resíduos
recicláveis, os mesmos são recolhidos por catadores.
31

Este dado demonstra que não existe um correto gerenciamento dos


resíduos e mostra a falta de conhecimento e/ou conscientização sobre
importância da correta segregação e reciclagem dos mesmos.
Figura 8 – Porcentagem de empreendimento que possuem separação dos resíduos

Além da correta separação, os resíduos também deverão ser


armazenados em locais apropriados e sinalizados. O correto armazenamento
facilita a coleta para o transporte e destino final, evita problemas de saúde
garantindo uma qualidade de vida dos colaboradores, minimiza os impactos
decorrentes da geração dos resíduos e ainda não prejudica o andamento das
atividades do empreendimento.
Através da pesquisa realizada, podemos verificar que apenas 8% (1)
possui um depósito apropriado para armazenamento dos resíduos perigosos
gerados. Além disso, verifica-se que 67% (8) armazenam os resíduos em
tambores e 25% (3) utilizam sacos plásticos. É importante destacar que, a maioria
dos empreendimentos não faz a separação, e por isso considera-se que de forma
geral não existe um correto armazenamento.
Este dado se complementa com o fato de que, nenhum
empreendimento possui o Plano de Gerenciamento de Resíduos. Com isso,
verifica-se a falta de informação e/ou conscientização dos empreendedores
quanto à importância de ações voltadas para o correto gerenciamento dos
mesmos.

Figura 9 – Formas de acondicionamento dos resíduos


32

Os empreendimentos possuem a geração de resíduos perigosos, estes


possuem propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas que podem
acarretar em riscos à saúde pública e/ou riscos ao meio ambiente. Por isso é de
extrema importância o seu correto gerenciamento.

A figura 10 representa o destino final das embalagens de óleo


lubrificantes e contaminadas com graxas, ceras e produtos químicos. Foi
observado que 58% (7) dos empreendimentos retornam as mesmas para o
fornecedor e 42% (5) destinam para aterro sanitário. As embalagens possuem
quantidade considerável de óleo e contaminantes e quando destinadas para
aterro sanitário, provocam a contaminação dos solos e dos recursos hídricos.

Figura 10 – Destino final das embalagens contaminadas com produtos perigosos.


33

Com relação aos resíduos orgânicos, verifica-se que estes, em todos


os estabelecimentos, são recolhidos pela Prefeitura de Parauapebas e destinados
para aterro sanitário.
Ainda no tocante aos resíduos perigosos, foi observado que, nenhum
dos lava-jatos possuem certificados de destinação e também não possuem um
inventário dos mesmos. O que evidencia a falta de interesse e conscientização
sobre o destino e tratamento final dos resíduos gerados.
Foram selecionados alguns pontos importantes para análise dos
empreendimentos em relação ao controle de poluição, dentre eles, existe o
controle de ruídos e vibrações. As alterações em relação a este aspecto são
consideradas um impacto na estrutura urbana. Os ruídos, bem como, as
vibrações podem causar problemas à saúde, deste modo, necessita-se de
controle e manutenção dos equipamentos para não ultrapassar os valores
máximos permitidos.
Os empreendimentos cujas atividades possuem estes níveis acima dos
padrões estabelecidos pela legislação, como os lava-jatos, devem utilizar
tratamento acústico que limite a passagem do som para o seu exterior, assim não
causa um desconforto para a população das áreas vizinhas aos
estabelecimentos.
Para minimizar esses problemas, algumas medidas podem ser
adotadas como: calibração e manutenção das máquinas, revisão de
equipamentos e confinamento do compressor. A figura 11 mostra que metade dos
lava-jatos possui esse sistema de confinamento e que somente 17% (2) possuem
algumas das outras ações para controle de ruídos e vibrações.

Figura 11 - Porcentagem de lava jatos que possuem medidas de controle de ruído e vibração
34

Ainda referente ao controle de poluição, é necessário destacar que


empreendimentos que possuem riscos ambientais devem se preocupar com o
atendimento a emergências. Os riscos podem estar presentes em todos os
lugares e nem sempre são evidentes.
Todas as empresas devem estar atentas à gestão de qualquer impacto
que possa acontecer na sociedade. Assim, atualmente é crescente o número de
empresas que se importam com estas responsabilidades ambientais, possuindo
atendimento emergencial a vazamento de produtos perigosos e ações defensivas
em caso de acidentes.
Normalmente os empreendimentos trabalham com empresas
especializadas neste tipo de serviço. Porém, de acordo com esta pesquisa,
somente 25% (3) dos empreendimentos visitados possuem contato, ou conhecem
essas empresas, o que é demonstrado na figura 12.
Figura 12 - Porcentagem de lava jatos que possuem um sistema de atendimento a emergências ambientais.
35

É importante verificar, também, se existe um sistema de drenagem e


impermeabilização do solo. Estes sistemas são necessários, pois os efluentes
gerados da lavagem dos carros devem ser direcionados para as caixas de
tratamento, evitando deste modo à contaminação do solo e águas.
A figura 13 representa que em 75% (9) dos empreendimentos existe
um sistema de drenagem adequado e impermeabilização do solo, sendo que
apenas 25% (3) não possuem.

Figura 13 – Porcentagem de empreendimentos que possuem sistema de drenagem adequado e impermeabilização do


solo.

A impermeabilização do solo é importante, pois este evita a


contaminação do solo e consequentemente do lençol freático, os lava-jatos que
não possuíam este sistema, tem seu piso revestido com pedregulho, este não é
adequado para esta atividade, pois possui características permeáveis.
Referente aos resíduos líquidos e ao controle de poluição relacionada
aos efluentes verifica-se que, todos os empreendimentos lançam seus efluentes
na rede pública de esgoto.
Para as questões relacionadas aos aspectos gerais dos lava-jatos,
foram identificadas algumas informações relevantes que poderão contribuir para a
análise do nível de conscientização dos gerentes e proprietários dos lava-jatos.
A figura 14 representa o tempo de atuação dos empreendimentos, vale
ressaltar que, foi considerado nas entrevistas apenas o tempo de gestão dos
donos atuais. Verificou-se que 41% (5) destes empreendimentos possuem menos
36

de um ano de atuação, sendo considerado deste modo como novos


empreendimentos, o que demonstra o crescente aumento destas micro empresas.
Figura 14 – Tempo de funcionamento dos empreendimentos.

Ainda sobre os aspectos gerais, foram analisados quais os serviços


prestados pelos empreendimentos. Através das atividades realizadas é possível
identificar os resíduos gerados e quais os impactos ambientais causados, estes
dados estão representados na figura 15.

Figura 15 – serviços prestados pelos estabelecimentos.


37

6. CONCLUSÃO

Mediante as análises dos resultados, pode-se concluir que, os lava-


jatos estudados, são microempresas que contribuem para o desenvolvimento
econômico e para a distribuição de renda do município. Porém, em relação à
questão ambiental, constatou-se que, a maioria está em desacordo com a
legislação pertinente, o que provoca impactos ambientais negativos.
De acordo com esta realidade, observa-se que existe um paradoxo
entre a questão econômica e ambiental destas atividades, pois ao mesmo tempo
em que contribuem para o desenvolvimento local, também prejudicam o meio
ambiente. Este contrassenso é devido, principalmente, à falta de esclarecimentos,
seja por falta de interesse dos proprietários, ou por falta de assistência técnica e
fiscalização por parte dos órgãos ambientais.
Diante da problemática encontrada em relação às questões como:
utilização de recursos hídricos, impermeabilização do solo, geração de efluentes,
geração de resíduos, geração de ruídos e vibrações, utilização de produtos
químicos e manutenção e limpeza do sistema de tratamento de efluentes,
assegura-se que, estes corroboram com a maximização dos impactos ambientais
da cidade de Parauapebas. Deste modo, torna-se imprescindível que existam
maiores orientações dos responsáveis sobre os riscos desta atividade para o
meio ambiente e também para a saúde do trabalhador.
Ao buscar informações, os empreendedores podem atuar de forma
mais responsável perante o meio ambiente, para isso torna-se necessário à
aplicação de ações que conscientizem os funcionários, proprietários e sociedade
a respeito destas atividades, a fim de orientá-los sobre correto gerenciamento
ambiental deste setor.

É importante ressaltar, que para o desenvolvimento socioambiental


deste setor, são necessários maiores investimentos em tecnologias que unem
preservação ambiental com o retorno financeiro e segurança dos funcionários.
38

Além disso, é necessário que os órgão públicos, seja na esfera federal, estadual
ou municipal, viabilizem esse tipo de investimento por parte dos proprietários,
podendo ser estes incentivos através de: campanhas, treinamentos, redução de
impostos e financiamentos.
A presente pesquisa revela que, devido à importância desta
problemática, existem oportunidades para estudos futuros, como por exemplo:
acerca da segurança dos funcionários, devido ao não uso de EPI´s; referente aos
lavadores de carros nas ruas, este que é um tema bastante pertinente,
principalmente quando se trata da cidade de Parauapebas, elaboração e
disponibilização de materiais educativos que possam assegurar uma Educação
Ambiental para os proprietários e funcionários; e buscar soluções alternativas que
possam melhorar as existentes, ou novas tecnologias que consigam aliar o
desenvolvimento deste setor na economia e também na preservação do meio
ambiente.
39

7. REFERENCIAS

ABNT; Resíduos Sólidos - Classificação, ABNT: Rio de Janeiro, 2004, (norma


técnica NBR – 10004).

ASEVEDO, K. C. S.; JERÔNIMO, C. E. M. Diagnóstico ambiental de postos de


lavagem de veículos (lava-jatos) em Natal-RN. Scientia Plena, v. 8, n. 11, nov.
2012.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, 1988.

BRASIL. Lei 9.433. Política nacional de recursos hídricos. Brasília: Secretaria


de Recursos Hídricos, Ministério do Meio Ambiente dos Recursos Hídricos e da
Amazônia Legal, 1997.

BRASIL. Lei n° 12.305: Lei de Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a


Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. 24 p., Brasília, DF, 2010.

COSTA, M. J. C. Tratamento Biológico de Efluentes de Lava-jato. 2006. 100 f.


Dissertação (Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente). PRODEMA,
Universidade Federal da Paraíba, Campina Grande – PB.

CRUZ, J.C. Disponibilidade Hídrica para Outorga: Avaliação de Aspectos


Técnicos e Conceituais. 2001.189f. Tese (Doutorado Em Engenharia). Instituto
de Pesquisas Hidráulicas, Universidade Federal Do Rio Grande Do Sul. Porto
Alegre, dezembro de 2001.

FERREIRA, H. W. J. Licenciamento Ambiental – Estudo de Caso Sobre a


Atividade Lava – Jato na Cidade de Imperatriz–MA.
40

Brasília, 2010. Monografia (Graduação em Administração). Departamento de


Administração, Universidade de Brasília.
GROBÉRIO, Fernando; BRAGA, Florindo dos Santos; SOUZA, Milena Ribeiro;

BERTOL DE, Adelmo Inácio. Caracterização de resíduos sólidos oleosos de


postos de serviço automotivo da cidade de Vitória-ES. Anais. In: 22º
Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, Joinville, Santa
Catarina, 2003. Pag. 02.

KLAUTAU, J. P.; GONÇALVES, F. M.: REUSO DE ÁGUA: um projeto e sua


viabilidade aplicada a lava-jatos. XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos.
São Paulo, 2007.

LEÃO, E. A. S. et al. O reuso da água: um estudo de caso na lavagem de


veículos em lava-jato de Belém/PA. XVI Congresso Brasileiro de Águas
Subterrâneas e XVII Encontro Nacional de Perfuradores de Poços. São Luís,
2010.
LEITÃO, Sanderson A. M., Bases para estruturação das atividades de reuso
de água no Brasil – Estágio atual, Artigo apresentado no II Encontro das Águas,
Montevideu, 1999. 6p.

LORENZETTI, D. B. et al. Gestão de Recursos Hídricos em postos de


combustíveis. Diálogos e Ciência – Revista da Faculdade de Tecnologia e
Ciências – Rede de Ensino FTC. Ano 9, n 26, jun. 2011.
MACHADO, A.M. O Novo Modelo De Licenciamento Ambiental Do Estado Do
Rio De Janeiro. Universidade Cândido Mende. Rio de Janeiro, 2010.

MANCUSO, Pedro C. S. & SANTOS, Hilton F., Reuso de água, Editora Malone
Ltda – São Paulo, 2003. 576 p.
MORELLI, E. B. Reuso De Água Na Lavagem De Veículo. 2005. 92 f.
Dissertação
(Mestrado em Engenharia). Escola Politécnica da Universidade de São Paulo,
São Paulo.
41

RESOLUÇÃO CONAMA Nº 237, DE 19 DE dezembro DE 1997. Disponível em:


<http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res97/res23797.html> Acesso em: 10 de
fevereiro de 2020.

RUBIO, J.; ZANETI, R. N.; ALVARES, C. L. A. Reúso de água de lavagem de


veículos via floculação - flotação avançada. In: CONGRESSO BRASILEIRO
DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL, 24, 2007, Belo Horizonte. Anais...
Belo Horizonte: ABES, 2007.

SEBRAE (2004). Experiências SEBRAE com implantação de gestão


ambiental em micro e pequenas empresas. Brasília, 76 pp.

TEIXEIRA, Priscila C., Emprego da flotação por ar dissolvido no tratamento


de efluentes de lavagem de veículos visando a reciclagem da água.
Dissertação apresentada à Faculdade de Engenharia Civil da Universidade
Estadual de Campinas, Campinas – S.P., 2003. 199p.
42

APÊNDICE

QUESTIONÁRIO
QUESTIONÁRIO
Aspectos Legais
1- Possui licença ambiental?
2- Possui alvará de funcionamento?
3- Quando utilizado poços de abastecimento, possui
outorga ou dispensa de uso da água?
4- Possui autorização do corpo de bombeiro?

Recursos Hídricos
1 - Qual a fonte de abastecimento da água utilizada?
2 -Qual o volume de água utilizada semanalmente?
3 - Possui sistema de reuso de água?
4 - Possui sistema de captação de águas pluviais?

Resíduos Líquidos
1 - Possui sistema de drenagem adequado?
2 - Possui tratamento dos efluentes gerados?
3 - Qual a destinação dos efluentes líquidos?

Resíduos Sólidos
1- Quais são os tipos de resíduos gerados pelo
empreendimento?
2- Possui separação dos resíduos?
3- Qual a forma de armazenamento dos resíduos
gerados?
4- Possui PGRS?
5- Qual o destino final dos resíduos?
6- Os resíduos perigosos possuem certificado de
destinação final?
7- Possui elaboração do inventário anual de resíduos
sólidos? O mesmo é protocolado junto ao órgão
ambiental?
43

Controle de Poluição
1- Existe impermeabilização do solo?
2–É realizada a limpeza do sistema de tratamento
dos efluentes? Se sim, qual a frequência?
3- Possui sistema de atendimento a emergências
ambientais?
4- Possui monitoramento da qualidade dos
efluentes?
5- Possui medidas de controle para ruídos e
vibrações?

Aspectos Gerais
1 - Qual o tempo de funcionamento do lava-jato?
2 - Qual a quantidade de funcionários do estabelecimento?
3 - Qual escolaridade do responsável pelo estabelecimento?
3 - Qual a quantidade média de veículos lavados semanalmente?
4 - Quais os serviços prestados pelo empreendimento?
5 - Qual a quantidade média de shampoo utilizado semanalmente?
6 - Quais são os principais produtos químicos utilizados?

Conscientização Ambiental
1- Quais são os benefícios e problemas encontrados
para a conservação e reuso da água?
2- Você acha que seu lava-jato gera impacto ao meio
ambiente?
3- Você possui conhecimento das leis pertinentes
aos postos de lavagem de veículos?
4- Qual a principal finalidade em preservar o meio
ambiente?
5- Você teve e/ou tem dificuldade em obter
informações sobre o empreendimento no órgão
ambiental?

Você também pode gostar