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FACULDADE DA AMAZÔNIA

CURSO DE BACHARELADO CIÊNCIAS CONTÁBEIS

IEDA GABRIELLE MARQUES GURATO


SELMA SOUSA DE FREITAS

INDICADORES DE DESEMPENHO SUSTENTÁVEL (ESG) E


DESEMPENHO ECONOMICO-FINANCEIRO.

ANANINDEUA-PA
2023
IEDA GABRIELLE MARQUES GURATO
SELMA SOUSA DE FREITAS

INDICADORES DE DESEMPENHO SUSTENTÁVEL (ESG) E


DESEMPENHO ECONOMICO-FINANCEIRO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como


requisito final para obtenção do grau de Bacharel
em Ciências Contábeis na Faculdade da Amazônia,
sob a orientação do Profa. Ma. Dênia Patrícia
Soares.

ANANINDEUA -PA
2023
IEDA GABRIELLE MARQUES GURATO
SELMA SOUSA DE FREITAS

INDICADORES DE DESEMPENHO SUSTENTÁVEL (ESG) E


DESEMPENHO ECONOMICO-FINANCEIRO.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como


requisito final para obtenção do grau de Bacharel
em Ciências Contábeis na Faculdade da Amazônia,
sob a orientação do Profa. Ma. Dênia Patrícia
Soares.

Nota:________________

DATA DE APROVAÇÃO, ____/____/_______

BANCA EXAMINADORA:
______________________________
Orientador (FAAM)

________________________________
Faculdade da Amazônia

______________________________
Faculdade da Amazônia
Dedico este trabalho a Deus; sem ele eu não
teria capacidade para desenvolver este trabalho.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, que estar sempre presente em todos os momentos da


minha vida, por ter me dados forças e proteção para chegar até aqui nos períodos de
dificuldades. Agradeço aos meus pais, que são meu exemplo de vida, a minha filha e minha
irmão, que embora sejam novas, seja mais sábia e conselheiras.
Agradeço também por todas as experiencias, boas e ruins, que tive ao longo da minha
jornada, cá uma delas me ensinou algo importante sobre mim mesma, sobre ou outros e sobre
a vida. Agradeço pelos momentos de felicidades, pelos momentos de tristeza e pelos momentos
de superação, que tornaram mais fortes e mais resiliente.
Aos meus colegas de turma, principalmente aqueles que se tornaram verdadeiros
amigos, Itamires, Iúzifi, Gustavo e Selma (que é minha dupla do trabalho de conclusão de
curso), foram inúmeros momentos compartilhados, sou grata por todo apoio e tudo que
passamos juntos.
Enfim, agradeço por tudo que recebi ao longo da minha vida, por acreditarem e
contribuir, direta ou indiretamente para que esse trabalho fosse realizado. Espero poder retribuir
de alguma forma, sendo uma pessoa melhor a cada dia e fazendo a diferença na vida daqueles
ao meu redor.

Ieda Gabrielle Marques Gurato.


AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, sempre presente em todos os momentos da minha


vida, por ter guiado meus passos, me dado força e proteção nos períodos de maior dificuldade.
Aos meus pais, (Ana Maria de Sousa Freitas e Milton Oliveira de Freitas), que são
minha base e meus maiores exemplos de vida. Toda e qualquer conquista em minha vida
Quero agradecer também ao meu marido e as minhas irmãs que durante toda a minha
trajetória acadêmica e profissional. O apoio e incentivo de vocês foram fundamentais para que
eu chegasse até aqui. Também gostaria de agradecer aos meus amigos e familiares que sempre
estiveram presentes em minha vida, me apoiando, torcendo por mim e me motivando a
continuar em frente.
Aos professores e colegas que cruzaram meu caminho ao longo dessa jornada, sou
grata pelos ensinamentos, aprendizados e trocas de experiências que tive com cada um de vocês.
Por fim, agradeço a mim mesma por nunca ter desistido, mesmo diante das
dificuldades e desafios que surgiram. Essa conquista é fruto de muita dedicação, esforço e
perseverança, e estou orgulhosa por ter chegado até aqui.

Selma Sousa de Freitas.


“Empresas que se mostram mais alinhadas com os
princípios ESG merecem mais atenção, mais
investimentos, e, eventualmente, suas ações
valorizam.”
(Fabio Alperowitch)
LISTA DE FIGURAS E TABELAS

Figura 1: Indicador de Desempenho ESG ................................................................................25


Figura 2 – Relações ESG x Desempenho Financeiro ...............................................................34
Figura 3: Localização de São Paulo ..........................................................................................37
Figura 4: Localização da empresa Natura .................................................................................38
Figura 5: Fachada da empresa Lócus da Pesquisa ....................................................................39
Figura 6: Localização da empresa Lócus da Pesquisa ..............................................................40
Figura 7: Fachada da empresa Lócus da pesquisa ....................................................................40
Figura 8: Localização da empresa Lócus da Pesquisa ..............................................................41
Figura 9: Fachada da empresa Lócus da pesquisa ....................................................................42
Figura 10: Localização da empresa Lócus da Pesquisa ............................................................43
Figura 11: Fachada da empresa Lócus da pesquisa ..................................................................44

Quadro 1 – Índices de Liquidez................................................................................................30


Quadro 2 – Índices de Endividamento .....................................................................................31
Quadro 3 – Índices de Liquidez dezembro de 2022 .................................................................48
Quadro 4 – Índices de Endividamento dezembro de 2022 ......................................................50
RESUMO

As empresas que adotam práticas de sustentabilidade empresarial visam minimizar os impactos


negativos que suas atividades possam causar ao meio ambiente, além de contribuir para o
desenvolvimento social e econômico das comunidades em que estão inseridas. Essas práticas
incluem a adoção de tecnologias mais limpas e eficientes, a redução do consumo de recursos
naturais, a promoção da diversidade e inclusão, a valorização dos direitos humanos e
trabalhistas, entre outras. Além disso, a sustentabilidade empresarial também pode trazer
benefícios financeiros para as empresas, como a redução de custos com energia, água e matéria-
prima, a melhoria da imagem da empresa perante a sociedade e consumidores, o aumento da
lealdade e satisfação dos funcionários, entre outros. Essa pesquisa possui como objetivo de
investigar as possíveis relações entre indicadores de desempenho sustentável ESG (ambiental,
social, governança) e indicadores de desempenho econômico-financeiro. Foram analisadas
algumas relações entre o desempenho em sustentabilidade empresarial, medido pelos
indicadores ESG, e o desempenho econômico-financeiro das empresas, levando em
consideração notícias controversas divulgadas na mídia sobre as entidades. Quanto a
metodologia caracteriza-se quanto da sua tipologia sendo descritiva de abordagem qualitativa
realizada através de estudo de caso em 4 empresas. Para realização da coleta de dados serão
realizadas nessa investigação a Pesquisa Bibliográfica e Pesquisa documental. A codificação e
análise de dados possui o intuito de analisar qual a relação entre o desempenho financeiro de
mercado e os indicadores de desempenho sustentável (ESG). E podemos concluir que tanto os
indicadores econômicos e financeiros quanto os indicadores de desempenho sustentável estão
sendo cada vez mais utilizados, pois o mercado está cada vez mais competitivo, exigindo com
que as empresas se adaptam ao novo modelo de gestão, no qual, as entidades sofrem grande
pressão não apenas no que tange ao alcance do sucesso, mas principalmente em relação à
sustentabilidade desse sucesso no futuro corporativo. Sobretudo, espera-se com o estudo
contribuir com informações sobre o tema e como contribuição principal demonstrar que além
do retorno financeiro as empresas lócus da pesquisa possuem preocupação em administrar suas
atividades de forma sustentável.

Palavras-Chave: Sustentabilidade, Indicadores de Desempenho Sustentável, Desempenho


Economico-Financeiro.
ABSTRACT

Companies that adopt corporate sustainability practices aim to minimize the negative impacts
that their activities may cause to the environment, in addition to contributing to the social and
economic development of the communities in which they operate. These practices include the
adoption of cleaner and more efficient technologies, reducing the consumption of natural
resources, promoting diversity and inclusion, valuing human and labor rights, among others.
Furthermore, corporate sustainability can also bring financial benefits to companies, such as
reducing energy, water and raw material costs, improving the company's image before society
and consumers, increasing employee loyalty and satisfaction, between others. This research
aims to investigate the possible relationships between ESG (environmental, social, governance)
sustainable performance indicators and economic-financial performance indicators. Some
relationships between corporate sustainability performance, measured by ESG indicators, and
the economic-financial performance of companies were analyzed, taking into account
controversial news published in the media about the entities. As for the methodology, its
typology is characterized by being descriptive of a qualitative approach carried out through a
case study in 4 companies. To carry out data collection, Bibliographic Research and
Documentary Research will be carried out in this investigation. Data coding and analysis aims
to analyze the relationship between market financial performance and sustainable performance
indicators (ESG). And we can conclude that both economic and financial indicators and
sustainable performance indicators are being increasingly used, as the market is increasingly
competitive, requiring companies to adapt to the new management model, in which entities
They are under great pressure not only in terms of achieving success, but mainly in relation to
the sustainability of this success in the corporate future. Above all, the study is expected to
contribute with information on the topic and as a main contribution to demonstrate that, in
addition to the financial return, the companies involved in the research are concerned with
managing their activities in a sustainable manner.
.

Keywords: Sustainability, Sustainable Performance Indicators, Economic-Financial


Performance B3.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 13
1.1 RELEVÂNCIA DO TEMA.............................................................................................. 14
1.2 PROBLEMATIZAÇÃO E PROBLEMA DE PESQUISA .............................................. 15
1.3 OBJETIVOS ..................................................................................................................... 16
1.3.1 Geral .............................................................................................................................. 16
1.3.2 Específicos ..................................................................................................................... 16
1.4 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 16
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO ..................................................................................... 17
2 MARCO REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................ 19
2.1 ENVIRONMENTAL, SOCIAL E GOVERNANCE - ESG ............................................ 19
2.1.1 O que é ESG?................................................................................................................19
2.1.1.1 Environmental (Ambiental) ........................................................................................ 20
2.1.1.2 Social (Social)............................................................................................................ 21
2.1.1.3 Corporate Governance (Governança Corporativa) .................................................... 22
2.1.2 Práticas ESG no Brasil e no mundo ............................................................................. 23
2.1.3 Indicadores ESG ........................................................................................................... 24
2.1.3.1 Ranking Merco Responsabilidade ESG no Brasil...................................................... 26
2.1.3.2 Normas de Divulgação de Informações sobre Sustentabilidade ................................27
2.2 INDICADORES DE DESEMPENHO ECONÔMICO FINANCEIRO.......................... 28
2.3 ESTUDOS QUE FAZEM RELAÇÃO ESG X INDICADORES.................................... 32
3 MARCO REFERENCIAL METODOLOGICO ............................................................ 35
3.1 TIPO E ABORDAGEM DA PESQUISA ........................................................................ 35
3.2 CONTEXTO ESPACIAL E SOCIOECONÔMICO DA PESQUISA ............................. 36
3.3 DELIMITAÇÃO OU DESCRIÇÃO DO LÓCUS DA PESQUISA ................................ 37
3.3.1 Natura & Co ................................................................................................................. 37
3.3.2 Itaú Unibanco............................................................................................................... 39
3.3.3 Boticário ...................................................................................................................... 41
3.3.4 Bradesco........................................................................................................................42
3.4 UNIVERSO E AMOSTRA .............................................................................................. 44
3.5 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS .................................. 45
3.5.1 Pesquisa Bibliográfica ................................................................................................. 45
3.5.2 Pesquisa Documental................................................................................................... 46
3.6 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS ............................................................ 46
3.7 TÉCNICAS DE CODIFICAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS ......................................... 46
4 ANÁLISE DE DADOS .................................................................................................... 48
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..............................................................................................55
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 57
13

1 INTRODUÇÃO

A sustentabilidade é um termo que constrói um paralelo entre economia e ecologia,


referindo-se à capacidade de um sistema se tornar resiliente, adaptando-se as adversidades e
beneficiando-se das mudanças ao passar do tempo (VEIGA, 2010). O conceito de
sustentabilidade no meio empresarial surge por volta de 1980 e teve boa adesão pelas empresas
de capital aberto e demais agentes econômicos (ASSAF-NETO, 2020). Nesse contexto,
sustentabilidade pode ser entendida como a urgência de adaptar as estratégias relativas ao
crescimento econômico com a preservação dos sistemas naturais e sem comprometer as
necessidades das gerações futuras (ASSAF-NETO, 2020; CASTRO JUNIOR, 2005;
BRUNTLAND,1987).
As mudanças sociais e ambientais ressignificam a visão de valor definida anteriormente
pela ideia de que uma empresa existe apenas para gerar lucro aos seus acionistas
(ALEXANDRINO, 2020). Conforme a sociedade avança e as mudanças ambientais ficam mais
evidentes, as empresas precisam se adaptar aos interesses de clientes, fornecedores,
investidores, governantes e outros grupos direta ou indiretamente ligados a estas (FREEMAN,
1984). Nesse ínterim, uma empresa será entendida como sustentável ao alinhar sua capacidade
de gerar valor aos sócios, investidores e demais partes interessadas, buscando o equilíbrio entre
as dimensões econômica, ambiental e social, ou seja, o resultado positivo não depende somente
da capacidade de ela gerar lucro, mas também pela sua capacidade de gerar valor para sociedade
como um todo com o menor impacto ambiental possível (ELKINGTON, 2012; SAVITZ, 2013;
VELANI; RIBEIRO, 2009).
A fim de buscar soluções para os desafios que podem comprometer a qualidade da vida
humana no futuro, Kofi Annan, ex-secretário da ONU criou o pacto global no ano 2000, cuja
finalidade é de estimular os CEOs de grandes instituições financeiras a adotarem critérios
Ambientais, Sociais e de Governança (ESG, em inglês) conforme os Princípios do Investimento
Responsáveis (PRI) e incentivar o crescimento sustentável das corporações (ONU, 2021).
Naum (2018) sugere que a adoção dos PRI por grandes instituições financeiras e gestoras de
ativos é o principal motivo para a implementação de fatores ESG nas análises de investimento
e, portanto, reduzindo riscos financeiros e reputacionais dos Investimentos Socialmente
Responsáveis (SRI).
As demonstrações financeiras analisadas individualmente não têm a capacidade de
informar a administração e os investidores sobre todas as questões que interferem no valor da
empresa, tonando-se fundamental compreender as informações ESG (BASSEN; KOVÁCS,
14

2008). A utilização dos indicadores financeiros como medida para análise de investimentos
juntamente com informações sobre a atividade operacional da empresa para comparação entre
os pares pode demonstrar um panorama atual da empresa, evidenciando a evolução do
desempenho econômico-financeiro e as tendências futuras (ASSAF-NETO, 2020).
A adaptação das empresas à sustentabilidade tem sido uma opção buscada por gestores
em momentos de crises econômicas e pode ser o caminho para uma gestão com menos riscos
perante as possibilidades de mudanças sociais e ambientais (CASNICI et al., 2021,
ELKINGTON, 2012).
A adoção de práticas sustentáveis pelas empresas pode ter impacto significativo em seu
desempenho econômico-financeiro. As práticas sustentáveis podem levar a uma redução de
custos, aumento da eficiência operacional, mitigação de riscos regulatórios e reputacionais, e
criação de novas oportunidades de negócios inovadores. Por outro lado, as empresas que não
se preocupam com a sustentabilidade podem enfrentar consequências negativas, como multas
regulatórias, perda de clientes e investidores, e diminuição da confiança do público.
Assim, a análise da relação entre os indicadores de desempenho sustentável e o
desempenho econômico-financeiro das empresas listadas na B3 pode fornecer informações
importantes sobre o papel que a sustentabilidade desempenha no sucesso empresarial. Isso pode
incluir a análise da correlação entre indicadores de desempenho financeiro e indicadores de
desempenho sustentável, bem como o impacto das práticas sustentáveis nas decisões de
investimento e na valorização das empresas. Essa análise pode ser útil para investidores,
reguladores, acadêmicos e outras partes interessadas na B3 e na economia brasileira como um
todo.

1.1 RELEVÂNCIA DO TEMA

A Pesquisa de Trabalho de Conclusão de Curso Intitulado: INDICADORES DE


DESEMPENHO SUSTENTÁVEL (ESG) E DESEMPENHO ECONOMICO-
FINANCEIRO, expõe que o tema tratado neste estudo é de grande relevância para o contexto
mundial atual, entretanto, ainda muito incipiente no que concerne ao âmbito acadêmico
brasileiro, como explicado por Borba (2005). As evidências deste estudo poderão contribuir
para um melhor entendimento sobre como os investidores respondem às questões sociais e ao
risco ambiental, além de enriquecer o debate atual sobre sustentabilidade empresarial, nas
economias em desenvolvimento.
15

Tal entendimento poderá ajudar os decisores políticos e as instituições financeiras,


melhorando a comunicação, direcionando os esforços educacionais e promovendo melhoras
para o gerenciamento de riscos e estratégias (SLOVIC, 1972), pois nos países emergentes ainda
existe uma grande necessidade de conscientização em relação às práticas de sustentabilidade.
Para Rodrigo et al. (2016) isto se deve ao fato de que a realidade das entidades de países
emergentes é diferente, por ocasião dos problemas sociais e de infraestrutura existentes.
A sustentabilidade empresarial ou corporativa, pode ser entendida como o
comprometimento, com o progresso do bem-estar e justiça social, tanto dentro das operações
internas das organizações como no contexto social mais amplo (CLIFTON; AMRAN, 2011).
Nesse sentido, entender como as práticas de sustentabilidade afetam o desempenho
financeiro das empresas é essencial para que os contadores possam fornecer informações
precisas e relevantes aos gestores, investidores e outras partes interessadas. Além disso, a
contabilidade pode ajudar as empresas a identificarem e medir os custos e benefícios de suas
práticas de sustentabilidade, bem como a monitorar e relatar seus impactos financeiros.

1.2 PROBLEMATIZAÇÃO E PROBLEMA DE PESQUISA

O termo ESG vem ganhando destaque nas últimas décadas com o aumento
considerável do número de investimentos que levam em conta os critérios ambientais, sociais
e de governança e como o termo trata sobre questões importantes nas estratégias de negócios
(GARCIA, 2017; HALE, 2020).
Discussões envolvendo o desenvolvimento sustentável desencadearam a inserção
destes pilares no mundo corporativo. Junqueira (2002), observa que a nova mentalidade das
organizações contribui para que os gestores comecem a incluir a sustentabilidade como um dos
fatores a serem analisados. Assim, as decisões dos investidores, passam cada vez mais pela
preocupação de levar em consideração as práticas ambientais, sociais e de governança das
empresas.
É crescente a exigência de transparência nas empresas de forma efetiva e constante,
não sendo apenas uma forma de marketing para possível retorno positivo dos ativos. Para
Tachizawa e Andrade (2008, p.100) “as responsabilidades ambientais e sociais não se
restringem à função ambiental e social (...) esse comprometimento começa nos níveis gerenciais
mais elevados”.
16

Neste contexto, foi traçado como problemática o seguinte questionamento: Quais são
as possíveis relações entre indicadores de desempenho sustentável ESG (ambiental, social,
governança) e indicadores de desempenho econômico-financeiro de empresas?

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Geral

Com intuito de alcançar resposta a tal problemática foi traçado como objetivo geral:
Investigar as possíveis relações entre indicadores de desempenho sustentável ESG (ambiental,
social, governança) e indicadores de desempenho econômico-financeiro.

1.3.2 Específicos

Como objetivos específicos, foram estabelecidos:


i. Apresentar as principais bases teóricas sobre: Environmental, Social and
Governance (ESG), indicadores de desempenho econômico-financeiro e case de sucesso de
empresas que utilizam o Environmental, Social and Governance (ESG);
ii. Descrever as relações entre o desempenho econômico-financeiro e o
desempenho sustentável nas empresas, utilizando métricas de avaliação tanto de mercado,
quanto contábeis para o desempenho financeiro;
iii. Identificar se o desempenho financeiro, das entidades analisadas, possui relação
apenas com as informações de sustentabilidade divulgadas voluntariamente em seus relatórios;
iv. Analisar os indicadores financeiros das empresas brasileiras relacionados aos
indicadores ESG divulgados em 2023.
v. Análise bibliográfica de artigos publicados com a relação ESG e desempenho
financeiro.

1.4 JUSTIFICATIVA

A utilização da variável ESG combinado se justifica por levar em consideração não


apenas as dimensões ambiental, social e de governança do desempenho sustentável, como no
caso de fatores de reputação da organização que pode afetar seu desempenho financeiro. A
17

reputação de uma empresa pode ser afetada por escândalos de corrupção, tragédias ambientais,
trabalho infantil e outras questões sociais que possam afetar a imagem da organização perante
seus clientes, investidores e outras staheholdes. Esses fatores podem ter um impacto
significativo sobre a percebção do mercado em relação à empresa, afetando sua capacidade de
obter financiamento, de atrair talentos e de mantes sua base de clientes (BORBA, 2005).
Sendo assim será analisado as variáveis ESG score combinado permitirá verificar se o
mercado financeiro leva em consideração apenas o que é divulgado pelas empresas em seus
relatórios de sustentabilidade (ESG score ou se fatores externos, como más notícias divulgadas
pela mídia (ESG combinado), também são considerados nas decisões dos investidores.
O podendo analisar se os investidores levam em consideração fatores de reputação,
como os que estão presentes na variável ESG combinado, ao avaliar o desempenho das
empresas. Essa analise pode ajudar a enteder como as empresas são avaliadas pelos investidores
em relação a sua sustentabiliadade e reputação, bem como identificar as principais áreas em
que as empresas precisam melhorar para etender às expectativas dos investidores e do mercado
geral.
Os beneficios desse estudo podem fornecer importantes contribuições para o
entedimento de como os investidores respondem às questões sociais e ao risco ambiental, bem
como para o debate sobre sustentabilidade empresarial nas economias em desenvolvimento.
Esta pesquisa mostra-se relevante ao investigar os efeitos dos indicadores ambiental,
social e de governança sobre o desempenho, ainda pouco explorados no Brasil de forma
conjunta. Além de testar o possível impacto das variáveis de desempenho financeiro sobre o
desempenho ESG das empresas. Desse modo, visa contribuir com o debate acerca da relação
entre o ESG e o desempenho financeiro, bem como, um melhor entendimento nas decisões
políticas, e no gerenciamento de risco e estratégia (MACHADO, et al. 2012).
Portanto, o estudo pode contribuir para avanço da literatura sobre a sustentabilidade
empresarial, fornecendo novas evidências sobre os efeitos da sustentabilidade no desempenho
financeiro das empresas em economias em desenvolvimento.

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

Esse trabalho de conclusão de curso está estruturado em 5 (cinco) partes da seguinte


forma:
Na primeira parte a introdução é apresentada a relevância tema, problematização e
problema da pesquisa, objetivo geral, objetivos específicos, justificativa e estrutura do trabalho.
18

Na segunda parte será abordado o referencial teórico, possuindo como principais itens
Environmental, Social and Governance (ESG), indicadores de desempenho econômico-
financeiro e case de sucesso de empresas que utilizam o Environmental, Social and Governance
(ESG).
A terceira parte será apresentado o marco referencial metodológico, apresenta o tipo e
abordagem da pesquisa, contexto espacial e socioeconômico da pesquisa, delimitação ou
descrição do lócus da pesquisa, universo e amostra, técnicas e instrumento para a coleta de
dados, técnicas de codificação e análise de dados.
A quarta parte será apresentada a análise dos dados, obtido na investigação bem como
o alcance dos objetivos levantados no início da pesquisa, considerando o estudo de caso em
empresas da B3.
Por fim, as considerações finais apresentando a resposta a problemática da
investigação, seguida das referências, anexos e apêndices.
19

2 MARCO REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 ENVIRONMENTAL, SOCIAL E GOVERNANCE - ESG

A responsabilidade social está intrinsecamente ligada a dois fatores essenciais: ética e


transparência na gestão de negócios (ETHOS, 2003). A responsabilidade social empresarial
(RSE), também conhecida como responsabilidade social corporativa, é um tema relevante que
tem sido discutido nas últimas décadas à medida que a informação e a tecnologia avançam e a
sociedade busca maior transparência nas informações (BORGER, 2001).
Kreitlon (2004) observa que há um consenso considerável em relação às três
características básicas que uma empresa socialmente responsável deve demonstrar. Isso inclui
o reconhecimento do impacto de suas atividades na sociedade, a gestão dos impactos
econômicos, sociais e ambientais em âmbito local e global, e a busca desses objetivos por meio
do diálogo contínuo com as partes interessadas, muitas vezes estabelecendo parcerias com
outros grupos e organizações.
É cada vez mais evidente que as questões ambientais, sociais e de governança
influenciam as decisões empresariais e as práticas adotadas, afetando o desempenho e o retorno
da sociedade e dos stakeholders. A responsabilidade social empresarial e a responsabilidade
social corporativa são fundamentadas no poder social, reconhecendo que as decisões
empresariais têm implicações sociais e devem levar em consideração o interesse da sociedade
(GUIMARÃES, 1984 apud DAVIS, 1978).

2.1.1 O que é ESG?

De acordo com o relatório "Who Cares Wins" da ONU, lançado em 2005, a sigla
ESG surgiu como uma métrica fundamental para avaliar a sustentabilidade das empresas (ONU,
2005). O conceito ESG é composto por três pilares interdependentes: Environment (Meio
Ambiente), Social (Social) e Governance (Governança) (ONU, 2005).
No âmbito do pilar ambiental, as empresas devem adotar práticas que visem à
conservação do meio ambiente e à mitigação de impactos ambientais. Já no pilar social, é
importante que as empresas estabeleçam relações sólidas e responsáveis com seus públicos
internos e externos, incluindo fornecedores, clientes e stakeholders (ONU, 2005).
Por fim, o pilar de governança abrange aspectos como governança corporativa,
compliance, transparência e confiabilidade nos relatórios e demonstrativos empresariais, além
de controles internos e externos, como auditoria (ONU, 2005).
20

Santos e Pizarro (2021) afirmam que a adoção de práticas sustentáveis pelas


empresas se tornou uma necessidade evidente do ponto de vista social e econômico, e que a
preocupação com o meio ambiente e as questões sociais deve ser integrada à estratégia
empresarial de longo prazo para garantir a sobrevivência das empresas. Nunes (2020)
acrescenta que a abordagem ESG é uma forma de avaliar a sustentabilidade das empresas a
partir de três pilares: a gestão responsável do meio ambiente, a preocupação com as questões
sociais e a adoção de boas práticas de governança corporativa.
Pinto e Rezende (2022) destacam que a adoção de critérios ESG na avaliação dos
investimentos tem ganhado destaque no mercado financeiro brasileiro, principalmente entre os
investidores institucionais. Esses autores argumentam que empresas que adotam práticas
sustentáveis tendem a apresentar melhores resultados financeiros e a ter maior resiliência diante
de crises, contribuindo para a redução do risco financeiro e maximização do retorno a longo
prazo.

2.1.1.1 Environmental (Ambiental)

Antes mesmo da popularização do termo ESG, diversas inciativas foram criadas com o
objetivo de trazer uma equação mais equilibrada entre o crescimento econômico e o
desenvolvimento sustentável. Várias dessas iniciativas já traziam práticas relacionadas aos
pilares ESG, mas principalmente ao pilar Environmental (ambiental). O Pacto Global, por
exemplo, lançado em julho de 2000 como iniciativa da ONU já trazia dentre 10, 3 princípios
relacionados às responsabilidades ambientais das empresas:

• Princípio 7: As empresas devem apoiar uma abordagem preventiva aos desafios


ambientais.

• Princípio 8: Desenvolver iniciativas para promover maior responsabilidade ambiental.

• Princípio 9: Incentivar o desenvolvimento e difusão de tecnologias ambientalmente


amigáveis.

(OS 10 PRINCÍPIOS. [S. l.], 2000)

O aspecto ambiental do tripé da sustentabilidade (TBL) também trazia algumas práticas


que as empresas deveriam seguir para alcançar esse pilar. Segundo GOEL (2010), o pilar
ambiental do tripé refere-se ao engajamento em práticas que não comprometam os recursos
ambientais para gerações futuras. Refere-se ao uso eficiente de recursos de energia, reduzindo
21

as emissões de gases de efeito estufa, e minimizar a pegada ecológica. É importante ressaltar


que não existe um conjunto único de práticas que devem ser seguidas para uma empresa ser
considerada ambientalmente sustentável e responsável uma vez que diferentes iniciativas e
instituições exploram esse âmbito de diferentes maneiras.

Trazendo uma visão mais atual, de acordo com KOLLER et al. (2019), o E em ESG, se
diz a respeito de critérios ambientais, os quais incluem a energia que a empresa utiliza, os
resíduos que ela descarta, os recursos dos quais necessita e as consequências para os seres vivos
como resultado. Além disso, não menos importante, o pilar E engloba as emissões de carbono
e as mudanças climáticas. Já para a S&P GLOBAL (2020c), em relação ao elemento E, eles
utilizam quatro fatores-chave específicos da organização (emissões de gases de efeito estufa,
emissão de resíduos, uso de água, e uso da terra) para determinar se a entidade está gerenciando
ativamente e efetivamente suas exposições a riscos ambientais.

Dessa forma, percebe-se que a dimensão ambiental, apesar das diferentes literaturas,
traz aspectos bem parecido em relação às responsabilidades da empresa focando principalmente
nas questões relativas à sua interação com o planeta terra.

2.1.1.2 Social (Social)

Dentro da dimensão social do ESG, também é possível encontrar diferentes iniciativas


que mais tarde se contemplariam no pilar social do ESG. O Pacto Global, por exemplo, não
possui uma dimensão exclusivamente social, porém possuem 2 esferas – direitos humanos e
trabalho – relacionadas às responsabilidades sociais de uma empresa. No pilar de Direitos
Humanos existem 2 princípios:

• Princípio 1: As empresas devem apoiar e respeitar a proteção de direitos humanos


reconhecidos internacionalmente.

• Princípio 2: Assegurar-se de sua não participação em violações destes direitos.

Já no pilar de Trabalho existem 4 princípios:

• Princípio 3: As empresas devem apoiar a liberdade de associação e o reconhecimento


efetivo do direito à negociação coletiva.

• Princípio 4: A eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou compulsório.

• Princípio 5: A abolição efetiva do trabalho infantil.


22

• Princípio 6: Eliminar a discriminação no emprego.

(OS 10 PRINCÍPIOS. [S. l.], 2000)


Já na visão do TBL, o tripé social refere-se à condução de práticas benéficas e justas
para o trabalho, para o capital humano e a comunidade (ELKINGTON, 1998). Sendo assim, a
atuação social centra-se na interação entre a comunidade e a organização e aborda questões
relacionadas ao envolvimento da comunidade, relações com os funcionários e salários justos
(GOEL, 2010).
Partindo para uma visão mais atual do pilar social, de acordo com a S&P GLOBAL
(2021b), se os outros aspectos de ESG - riscos e oportunidades ambientais e de governança -
estão principalmente preocupados com os efeitos de sua corporação no planeta ou de suas
funções internas e políticas, os fatores sociais são principalmente aqueles que surgirão nas
relações entre a empresa e as pessoas e as instituições fora dela. Sendo assim, é possível
entender que o desempenho das práticas de sustentabilidade social reflete em como e quais
medidas uma empresa traduziu seus objetivos sociais em práticas que visam melhores
condições de trabalho, saúde e segurança, relacionamento com funcionários, bem-estar,
diversidade, direitos humanos, práticas trabalhistas justas e envolvimento da comunidade, entre
outros. (ALSAYEGH e at., 2020). Outra definição para o pilar social vem do KOLLER et al.
(2019), que argumentam que o S diz a respeito de critérios sociais e aborda os relacionamentos
que sua empresa tem e a reputação que ela promove com pessoas e instituições dentro do seu
ecossistema. S também inclui relações de trabalho, diversidade e inclusão e como cada empresa
opera dentro da sociedade mais ampla e diversa. Apesar das diferentes visões e definições,
percebe-se que todos trazem uma visão das relações da empresa com a sociedade.

2.1.1.3 Corporate Governance (Governança Corporativa)

De acordo com a S&P GLOBAL (2020a), ao analisar fatores ambientais, sociais e de


governança, o elemento “G” é frequentemente esquecido em meio a considerações sobre risco
climático, implicações sociais e outros riscos e oportunidades “E” e “S”. Dentro do Pacto
Global, por exemplo, apenas um princípio se relaciona à dimensão de Governança. O pilar
anticorrupção que traz o Princípio 10 diz que as empresas devem combater a corrupção em
todas as suas formas, inclusive extorsão e propina (OS 10 PRINCÍPIOS. [S. l.], 2000). No
entanto, compreender os riscos e oportunidades de governança na tomada de decisões é
23

fundamental, visto que práticas inadequadas de governança corporativa estiveram no centro de


alguns dos maiores escândalos corporativos.
Também de acordo com a S&P GLOBAL (2020c), o "G" em ESG refere-se aos fatores
de governança da tomada de decisão, desde a formulação de políticas soberanas até a
distribuição de direitos e responsabilidades entre os diferentes participantes nas empresas,
incluindo o conselho de administração, gerentes, acionistas e partes interessadas. Para eles,
quatro fatores-chave específicos da organização (estrutura e supervisão, código e valores,
transparência e relatórios, e riscos financeiros e operacionais) são avaliados para determinar se
a entidade gerencia de forma ativa e eficaz sua exposição aos riscos e oportunidades de
governança.
Sendo assim, percebe-se que os fatores de governança indicam as regras e
procedimentos para países e corporações e permitem que os investidores selecionem as práticas
de governança adequadas, assim como fariam com os fatores ambientais e sociais. O objetivo
de uma corporação, o papel e a composição dos conselhos de administração, os direitos dos
acionistas e como o desempenho corporativo é medido são elementos essenciais das estruturas
de governança corporativa. Outra visão é do KOLLER et al. (2019), que argumentar que o G
de governança, é o sistema interno de práticas, controles e procedimentos que a empresa adota
para se governar, tomar decisões eficazes, cumprir a lei e atender às necessidades das partes
interessadas externas. Toda empresa, que em si mesma é uma criação legal, requer uma
governança.

2.1.2 Práticas ESG no Brasil e no mundo

A sigla é usada para se referir a boas práticas adotadas com fim a impactar positivamente
o meio ambiente, a estimular o desenvolvimento social, dentro e fora do local de trabalho, bem
como a garantir a integridade das operações das empresas. Indicadores ESG seriam capazes de
oferecer dados atrelados à sustentabilidade e a informações não financeiras, apontando
elementos de valor a médio e longo prazo (FERNANDES; LINHARES, 2017).
Os agentes do mercado têm sido pressionados a adotar comportamentos mais alinhados
às noções de desenvolvimento sustentável estabelecidas por grupos e instituições nacionais ou
internacionais. Ao mesmo tempo, a demanda por práticas ESG tem se mostrado uma política
lucrativa para as empresas. Agentes comprometidos com tais iniciativas vêm sendo
beneficiados economicamente para além dos impactos sociais e ambientais positivos gerados
pelas mudanças em suas operações (NASCIMENTO OLIVEIRA, 2022, p. 151).
24

Segundo Gabrielle Jacobi Kollign, Gernardes Andrade Silva, e Mayra Peixoto Rody, no
artigo ESG: Empreendedorismo Sustentável e as perspectivas da Industria 4.0, publicado na
revista do curso de Direito Strong Business School da FGV (Fundação Getúlio Vargas):
" [...] o empreendedorismo da atualidade, exige dos seus líderes e gestores muito mais
que um produto de qualidade ou com menor preço. Diante do pleito global por
sustentabilidade, a exigência empresarial da atualidade é pautada na observância de
práticas que possuem responsabilidade ambiental e a tomada de medidas que
contribuam para a sustentabilidade, ainda como na responsabilidade social da empresa
com todos os seus relacionados e com o local de sua operação e inserção, bem como
nas boas práticas de governança que transmitam integridade, transparência e
conformidade. Sendo assim, para que o Agronegócio se mantenha no seu patamar de
importância e que não acarrete maio degradação ambiental e desigualdade social e
econômica é necessário que ele rompa o paradigma existente e migre para o conceito
da Economia Digital sustentável, baseada nos pilares ESG, empenhando esforços de
vários setores, sejam de ordem institucional, quanto de ordem de monitoramento e
cobrança por parte dos movimentos sociais, ainda como na elaboração e aprovação de
políticas públicas que assegurem maior observância aos princípios ESG e ao
compliance ambiental, já exigidos mundialmente, em todos os tipos de negociações e
tratativas". (Kollign, Silva, Rody, 2022, pg. 28 - 29).

Uma postura sólida em ESG e compliance mais do que um diferencial para as


organizações – ela vem se tornando o padrão mínimo exigido. Em outras palavras, o mercado
e as boas práticas exigem que as corporações tenham a melhor postura ética e demonstrem a
seus investidores, consumidores e parceiros uma sincera intenção de fazer o bem a comunidade
e realizar os seus negócios de forma íntegra, preocupando-se com o social e garantindo a
utilização dos melhores preceitos de governança corporativa (NASCIMENTO OLIVEIRA,
Juliana., 2022, p. 507).

2.1.3 Indicadores ESG


Um indicador é uma medida que utiliza taxas, proporções, estatísticas, Índices ou
construtos para demonstrar a evolução de fenômenos relacionados aos recursos e ativos
naturais. Para Atkinson et al. (1999) e Mueller (1999), um indicador deve refletir o
comportamento de um fenômeno em um determinado período, ser útil como sensor para
problemas ambientais emergentes, mostrar a tendências das variáveis em análise em um
horizonte de tempo, ser de fácil entendimento, atender as necessidades dos usuários e ser
produzido com a periodicidade desejada.
Os indicadores ambientais devem estar focados nas tendências das mudanças ambientais
e nas pressões que as causaram (NATIONAL ROUND TABLE ON THE ENVIRONMENT AND
THE ECONOMY (2003) apud, MOTA, et al. 2017). Eles refletem as medidas do Estado e das
pressões sobre o meio ambiente, cujo objetivo é despertar a consciência sobre este e mostrar o
progresso na direção do desenvolvimento sustentável.
25

De acordo com Marnika et al. (2015), os indicadores sociais estão relacionados com os
recursos humanos, incluindo a criação de empregos diretos e indiretos, as formas de uso a serem
adotadas após a recuperação de ·áreas degradadas, bem como a saúde e segurança dos
trabalhadores e da comunidade local. Esses indicadores concentram-se na responsabilidade
social das empresas, relacionando o bem-estar humano às atividades de negócios.
Além disso, os indicadores econômicos são indicativos do impacto positivo da
atividade, na economia da região, bem como dos custos de operação e investimentos para
proteção ambiental de uma ·área maior. Portanto, é essencial que os indicadores econômicos
incluam as medidas usuais de desempenho financeiro, como lucros e retornos para os acionistas,
mas também reflitam os contextos mais amplos em que as empresas operam (MARNIKA,
2015).
Por outro lado, os indicadores econômicos nos relatórios de sustentabilidade se
concentram na forma como uma organização afeta os públicos, com os quais mantém interações
econômicas diretas e indiretas, incluindo acionistas, clientes, fornecedores, funcionários e o
setor público. (MOTA, MANESCHY, et al., 2017).

Figura 1: Indicador de Desempenho ESG

Fonte: SoftExpert ESG

Os frameworks ESG são ferramentas e estruturas que ajudam as empresas a relatarem


e gerenciar seus impactos ambientais, sociais e de governança (ESG). Eles fornecem diretrizes
para as empresas implementarem práticas sustentáveis e responsáveis, bem como para medir e
comunicar seu desempenho em relação a essas práticas.
Existem vários frameworks ESG disponíveis que são amplamente utilizados por
empresas e investidores, dentre os quais podemos citar:
26

• Global Reporting Initiative (GRI): é um framework internacional que fornece


diretrizes para a elaboração de relatórios de sustentabilidade. Ele se concentra em
questões ambientais, sociais e de governança, incluindo mudanças climáticas,
direitos humanos e diversidade e inclusão.
• Sustainability Accounting Standards Board (SASB): é um conjunto de padrões que
ajudam as empresas a relatarem seu desempenho ESG de forma consistente e
comparável. Os padrões SASB se concentram em áreas de risco financeiro material
para empresas em setores específicos.
• Task Force on Climate-related Financial Disclosures (TCFD): é um framework que
ajuda as empresas a relatarem seus riscos e oportunidades relacionados às mudanças
climáticas. Ele se concentra em quatro áreas principais: governança, estratégia,
gerenciamento de riscos e métricas e metas.
• United Nations Global Compact (UNGC): é uma iniciativa da ONU que incentiva as
empresas a adotarem práticas sustentáveis e responsáveis. Ele se concentra em dez
princípios relacionados a direitos humanos, trabalho, meio ambiente e
anticorrupção.
• International Integrated Reporting Council (IIRC): esse conselho é responsável por
divulgar o International Framework (IR) que adota uma abordagem baseada em
princípios fornecendo orientações que as empresas devem seguir ao preparar
relatórios para os usuários finais abrangendo o conteúdo ESG para ativos tangíveis e
intangíveis.
• Carbon Disclosure Project (CDP): reúne informações sobre cada organização por
meio de um questionário detalhado e, em seguida, produz uma pontuação usando
seus próprios critérios. O CDP se concentra em tópicos relacionados ao meio
ambiente e não cobre diretamente os aspectos sociais e de governança.

2.1.3.1 Ranking Merco Responsabilidade ESG no Brasil

A pesquisa de campo do Ranking Merco Responsabilidade ESG no Brasil ocorreu entre


julho 2022 e dezembro de 2022. A pesquisa apresenta as 100 melhores empresas em um cenário
geral de responsabilidade ESG, além das empresas que se destacam nas práticas de cada um de
seus pilares, resultando em mais três rankings de acordo com as siglas Environmental (E),
Social (S) e Governance (G).
27

O processo investigativo tem cinco ondas de avaliação, com 16 grupos/fontes de


informação. Nele são realizadas entrevistas com membros de alta hierarquia das organizações,
que escolhem 10 organizações com faturamento superior a 40 milhões de dólares anuais.
Para cada organização sinalizada, cada entrevistado aponta três fortalezas e uma
fraqueza. Isso considerando variáveis econômicas e financeiras, qualidade da oferta, ética,
talento, responsabilidade corporativa, inovação e dimensão internacional.
Em seguida, são consultados analistas financeiros, ONGs, associações de consumidores,
agentes da mídia, acadêmicos, representantes do governo e gestores de mídias sociais.
Ao final, as próprias empresas que estão sendo avaliadas são solicitadas a responder
uma pesquisa com o objetivo de averiguação final de mérito.
Em 2022 as 10 empresas mais responsáveis em ESG no Brasil, foram:

1. Natura
2. Itaú Unibanco
3. AMBEV
4. Google
5. Grupo Boticário
6. Magazine Luiza
7. Bradesco
8. Unilever
9. Nestlé
10. Danone

2.1.3.2 Normas de Divulgação de Informações sobre Sustentabilidade

As Normas Brasileiras de Contabilidade para Divulgação e Asseguração de Informações


sobre Sustentabilidade (NBC TDS e NBC TAS) têm o objetivo de alinhar as práticas brasileiras
às normas internacionais de divulgação de sustentabilidade emitidas pelo International
Sustainability Standards Board (ISSB). Essa harmonização é importante para garantir a
conectividade entre as práticas de divulgação de sustentabilidade e os padrões globais de
contabilidade (IFRS).
A Resolução A Resolução CFC nº 1.710/2023 norteia sobre a adoção das Normas
Brasileiras de Preparação e Asseguração de Relatórios de Sustentabilidade convergidas aos
padrões internacionais.
28

As empresas com capital aberto, fundos de investimento e companhias securitizadoras,


serão obrigadas a utilizar os padrões S1 e S2 da IFRS, além de revisar todo seu ambiente de
controles internos que garantam a qualidade da informação a ser disponibilizada através do
relatório de sustentabilidade.

2.2 INDICADORES DE DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO

Durante um longo período e até hoje em alguns lugares o desempenho ficou associado
com a produtividade, que visava identificar quem produzia e quem não produzia. Com o passar
do tempo está visão começa a ser classificada como um termômetro das necessidades e das
realizações das organizações e dos indivíduos, ou seja, é um poderoso instrumento para a
orientação e promoção do crescimento pessoal e profissional das pessoas e das empresas
(BARBOSA, 1996).
Desta forma, as demonstrações financeiras são importantes, pois auxiliam os gestores
na tomada de decisões e ajudam a analisar seus resultados, possibilitando aos sócios e
administradores elaborarem estratégias que venham a auxiliá-los na busca por métodos que os
mantenham fortes no mercado e possibilitem que suas atividades além de lucrativas sejam
baseadas em métodos sustentáveis.
Nos últimos anos as questões ambientais ganham destaque, com isso, as empresas
preocupam-se em aderir estratégias sustentáveis em suas atividades, demonstrando seus
resultados a sociedade com o intuito de apresentar suas práticas sustentáveis, conquistando
ainda mais espaço no mercado em relação à concorrência e assim, valorizando sua imagem
perante os clientes.
Por meio da avaliação do desempenho empresarial é possível chegar a valores que
demonstram se a empresa possui resultados positivos ou negativos, isso contribui para a tomada
de decisões tanto por parte dos sócios como também de possíveis investidores. A análise dos
indicadores financeiros é importante para a entidade, pois têm como finalidade demonstrar se
os métodos traçados pela empresa estão contribuindo para melhorar seus resultados financeiros
(CARVALHO; SANTOS; RÊGO, 2010).
As demonstrações financeiras auxiliam na tomada de decisões e servem como base para
analisar possíveis investimentos a serem realizados. Além disso, permitem detectar como a
companhia está apresentando seus resultados nas atividades que desempenha, demonstrando
seus pontos fortes e fracos. Esta análise pode ser observada no Balanço Patrimonial e na
29

Demonstração do Resultado do Exercício, pois com elas é possível identificar de forma mais
objetiva a situação econômica e financeira (SILVA; SOUZA, 2011).
A contabilidade tem se aperfeiçoado, buscando informações para aos seus usuários com
o propósito de expressar de forma eficiente à posição da empresa, seja ela financeira patrimonial
ou econômica, auxiliando assim na tomada de decisões e na análise do desempenho da empresa.
Se tornando importante, diante da modernização e de novas tecnologias, possibilitando a análise
do desempenho com frequência, para que possam atingir seus objetivos e resultados positivos
para seu negócio. Porém, para isso as demonstrações contábeis possuem alguns índices que
facilitam estas observações, que devem ser utilizados dependendo das características e da
atividade desenvolvida (CARVALHO; SANTOS; RÊGO, 2010).
A análise econômica e financeira possibilita aos administradores e sócios, conhecer a
saúde financeira da empresa, identificando o seu grau de liquidez, além de ajudar na
interpretação das variações do patrimônio e da riqueza gerada por sua movimentação,
permitindo perceber também a capacidade de solvência da empresa. Esta análise pode ser feita
comparando períodos, pois assim, possibilita uma melhor avaliação dos resultados da
instituição, que ajudará em decisões futuras (OLIVEIRA et al., 2010).
Por meio de indicadores financeiros é possível analisar os investimentos, visando o
desenvolvimento e afirmação no mercado, que está cada dia mais concorrido, além desta
preocupação com seus índices de lucratividade, ocorre também grande preocupação com seu
desenvolvimento sustentável e com isso os gestores se vêm pressionados a produzir
informações, resultados de forma consciente e acima de tudo verificar se está conseguindo
atingir seus objetivos (GUTH; FERNANDES, PEREIRA, 2011).
Conforme, Kuhl e Gusmão (2014) há vários indicadores que facilitam na tomada de
decisões, que avaliam o desempenho das instituições. Dentre estes é possível destacar os mais
utilizados como o índice de liquidez, de rentabilidade e o índice de endividamento.
O índice de liquidez segundo Oliveira et al. (2010) representa o quanto a empresa possui
para liquidar suas obrigações com terceiros, e são subdivididos em índice de liquidez imediata,
liquidez corrente, liquidez seca e liquidez geral, conforme quadro a seguir:

Quadro 01: Índice de Liquidez


Índice Conceito Fórmula Literatura
30

Demonstra quanto
imediatamente à
empresa possui para
Liquidez Imediata pagar suas obrigações Liquidez Imediata = Oliveira et al.
em curto prazo, Disponível / Passivo (2010)
confrontando as Circulante
disponibilidades com
relação ao seu passivo
Representa quantos
reais de dívida à
empresa possui para
Liquidez Corrente pagamento, das Liquidez Corrente = Oliveira et al.
obrigações em curto Ativo Circulante / (2010)
prazo, confrontando o Passivo Circulante
ativo circulante com
relação ao passivo
circulante
Avalia os ativos e
passivos da empresa, Liquidez corrente =
desconsiderando os (Ativo circulante – Oliveira et al.
Liquidez Seca estoques, Estoques) / Passivo (2010)
apresentando a circulante)
capacidade da
empresa de pagar
suas obrigações
considerando o
disponível e as
duplicatas a receber
sem considerar suas
vendas.
calcula a capacidade
em longo prazo da Liquidez Geral =
empresa, comparando (Ativo Circulante +
31

Liquidez Geral com suas dívidas em Realizável em Longo Oliveira et al.


curto e longo prazo e Prazo) / (Passivo (2010)
tudo que ela Circulante + Exigível
converterá em em Longo Prazo)
dinheiro neste
período.
Fonte: Criado pelas autoras (2023).
No quadro 02, os índices de endividamento avaliam os recursos da empresa e como
estes são utilizados, indicando a dependência da empresa com relação ao capital de terceiros,
são divididos em índice de participação de capital de terceiros, índice de composição do
endividamento e o índice de endividamento geral (OLIVEIRA et al., 2010).

Quadro 02: Índice de Endividamento


Índice Conceito Fórmula Literatura

Estabelece relação do
que a empresa deve (Passivo Circulante
Participação do para terceiros e o + Exigível de longo Oliveira et al.
capital de terceiros dinheiro que os sócios prazo) / (Passivo (2010)
investiram na Circulante +
empresa, ou seja, o Exigível a longo
patrimônio prazo + Patrimônio
Líquido)

composição do Revela o quanto a Passivo Circulante / Oliveira et al.


endividamento dívida da empresa (Passivo Circulante (2010)
está concentrada no + Exigível de Longo
curto prazo. Prazo)
Evidencia a
Endividamento geral participação do capital Oliveira et al.
(Capital de
de terceiros com (2010)
terceiros / Ativos
relação ao passivo da
totais) x 100
empresa
Fonte: Criado pelas autoras (2023).
32

O índice de rentabilidade segundo Guth, Fernandes e Pereira (2011) visa demonstrar


como está a situação da empresa no decorrer de suas atividades, ou seja, verifica se a empresa
está gerando rendimentos tanto aos sócios como ao capital investido, além de saber qual a
margem líquida em relação às vendas.
Este índice é dividido em taxa de retorno sobre investimento e taxa de rentabilidade do
patrimônio líquido.
O índice de retorno sobre investimento representa os investimentos totais que a empresa
possui no período, ou seja, quanto rendeu os investimentos e, qual o grau êxito econômico da
empresa. O índice de rentabilidade do patrimônio líquido, conforme Oliveira, et al. (2010)
demonstra o retorno que os sócios adquiriram no decorrer do exercício, ou seja, mensura o lucro
da empresa. Nos dois casos pode-se observar que quanto maior o resultado melhor, pois ambos
demonstram quanto à empresa obtêm de lucro para cada R$ 1,00 investido.
A interpretação de todos estes índices conforme Oliveira et al. (2010) deixa de ser
apenas dados estatísticos quando observado de forma correta, pois é possível identificar a saúde
financeira da empresa analisando as estratégias que poderão ser estabelecidas pela
administração, e com isso os resultados da instituição ganharão mais clareza e os riscos poderão
ser minimizados. Desta forma, é importante observar que os índices variam de uma empresa
para outra, dependendo do seu ramo de atividade, do perfil de cada gestor e de tantos outros
fatores que influenciam tanto o ambiente externo quanto interno.

2.3 ESTUDOS QUE FAZEM RELAÇÃO ESG X INDICADORES

Os crescentes debates, sobre sustentabilidade, em âmbito mundial, têm colocado em


pauta a responsabilidade das organizações no tocante ao futuro das próximas gerações.
Autoridades governamentais, juntamente com a ONU têm promovido iniciativas com o intuito
de demonstrar ao setor empresarial que a adoção de práticas de sustentabilidade ao negócio,
traz benefícios não só ao meio ambiente e a sociedade, mas consequentemente pode melhorar
o desempenho da entidade como um todo, adicionando valor às instituições. Dessa forma, tanto
a avaliação do desempenho financeiro, quanto a avaliação do valor criado nas instituições, são
relevantes e decisivas para uma gestão de sucesso.
Segundo Alshehhi et al (2018), os mercados estão se tornando cada vez mais
competitivos, ocasionando mudanças em um ritmo acelerado, e assim exigindo que as
33

organizações se adaptem ao novo modelo de empresa sustentável disseminado. No qual, as


entidades sofrem grande pressão não apenas no que tange ao alcance do sucesso, mas
principalmente em relação à sustentabilidade desse sucesso no futuro corporativo. Neste
sentido, espera-se que as empresas concentrem esforços para atingir um desempenho
financeiro-econômico satisfatório para além do curto prazo, visando à sustentabilidade
econômica, ambiental e social. Para uma maior compreensão da relação entre sustentabilidade
e desempenho financeiro, faz-se necessária a consolidação do entendimento no que concerne
ao conceito de desempenho financeiro e como sua forma de avaliação sofreu mudanças ao longo
do tempo.
Diversos estudos acadêmicos que tentaram provar o impacto positivo entre o
desenvolvimento das práticas de sustentabilidade no desempenho financeiro, perceberam que a
existência de tal relação é muito mais complexa, identificando tanto relações positivas, quanto
negativas, inclusive nulas. A busca de pesquisadores e profissionais por respostas que
expliquem a relação entre desenvolvimento sustentável e desempenho financeiro das empresas
não é novidade, porém os resultados obtidos ainda são muito variáveis e inconsistentes.
Analisando essa relação, Ingio e Albareda (2019) investigaram empresas líderes na
promoção da inovação orientada para a sustentabilidade, mensurada por meio de scores ESG.
Os autores constataram que a inovação orientada para a sustentabilidade influencia
positivamente o desempenho financeiro, bem como impulsiona a concorrência. Em empresas
de países desenvolvidos, Garcia e Orsato (2020) encontram uma relação positiva e
estatisticamente significativa entre o desempenho em ESG e o desempenho financeiro, mas
uma correlação negativa entre essas dimensões em empresas de mercados emergentes.
Os resultados de Ahmad, Mobarek e Roni (2022), que analisaram empresas FTSE350
do Reino Unido constaram que empresas com alto ESG apresentam alto desempenho financeiro
em comparação com empresas com baixo ESG. Os resultados do desempenho ESG total
indicam que o ESG tem um impacto positivo e significativo no desempenho financeiro da
empresa. No entanto, no caso do desempenho individual de ESG, os resultados são mistos. Os
autores indicam que o desempenho social e de governança têm um impacto positivo e
significativo na performance, enquanto o ambiental é negativo.
Segundo Surroca, Tribó e Waddock (2010) existem três possibilidades no que se refere
a relação causal entre ESG e os Indicadores econômico – financeiro das organizações, conforme
demonstra a figura:
34

Figura 2 – Relações ESG x Desempenho Financeiro

Fonte: Adaptado de Preston e O’Bannon (1997).


35

3 MARCO REFERENCIAL METODOLOGICO

Nesse capítulo são apresentados os aspectos metodológicos utilizados nessa


investigação. Vale destacar que o conceito de metodologia pode ser considerado como um
conjunto pré-determinado de procedimentos, regras e operações a serem seguidas com intuito
de proporcionar objetividade e clareza na construção dos trabalhos acadêmicos e pesquisas
científicas através da utilização de métodos e técnicas.
No entanto, é importante lembrar que os métodos utilizados em uma pesquisa científica
podem variar de acordo com a sua natureza e com as questões que se propõe a responder. Por
exemplo, algumas pesquisas envolvem experimentos em laboratório, enquanto outras são
baseadas em análise de dados ou em estudos de caso.
Independentemente do método utilizado, é importante que ele seja coerente com os
objetivos da pesquisa e que seja descrito de forma clara e detalhada para que outros
pesquisadores possam compreender e reproduzir o trabalho. Isso permite que a pesquisa seja
verificada e validada por outros cientistas, aumentando a confiança nos resultados e ajudando
a avançar o conhecimento em uma determinada área.
Assim sendo com uso da metodologia da pesquisa cientifica se busca alcançar os
objetivos específicos: apresentar as principais bases teóricas sobre: Environmental, Social and
Governance (ESG), indicadores de desempenho econômico financeiro e case de sucesso de
empresas que utilizam o Environmental, Social and Governance (ESG); descrever as relações
entre o desempenho econômico-financeiro e o desempenho sustentável nas empresas da B3,
utilizando métricas de avaliação tanto de mercado, quanto contábeis para o desempenho
financeiro; identificar se o desempenho financeiro, das entidades analisadas, possui relação
apenas com as informações de sustentabilidade divulgadas voluntariamente em seus relatórios;
e expor através de análises com defasagens temporais de até 3 anos se os efeitos ocasionados
pelas práticas de sustentabilidade no desempenho financeiro, têm impacto positivo apenas no
longo prazo.
O capítulo apresenta o tipo e abordagem da pesquisa, contexto espacial e
socioeconômico da pesquisa, delimitação ou descrição do lócus da pesquisa, universo e
amostra, técnicas e instrumento para a coleta de dados, técnicas de codificação e análise de
dados.

3.1 TIPO E ABORDAGEM DA PESQUISA


36

A referida pesquisa caracteriza-se quanto da sua tipologia sendo descritiva de


abordagem qualitativa realizada através de pesquisa bibliográfica e documental e quantitativa.
As pesquisas descritivas de acordo com Gil (2008), consiste em descrever as
características de determinado fenômeno e estabelecer uma relação entre variáveis. Esta
pesquisa pode ser classificada como um estudo de caso no qual será utilizado uma abordagem
qualitativa com uso de dados secundários. Segundo Creswell (2010), o método qualitativo é um
conjunto de técnicas que buscam compreender e descrever a complexidade dos fenômenos
sociais, por meio da coleta de dados não estruturados, tais como entrevistas abertas, observações
participantes e análise de documentos.
De acordo com diversos pesquisadores, a pesquisa qualitativa tem como objetivo
compreender o significado que as pessoas atribuem aos fenômenos estudados e, portanto,
valoriza a subjetividade e a interpretação dos dados coletados (BOGDAN; BILLEN, 1994;
DENZIN; LINCOLN, 2011). Essa abordagem geralmente envolve uma coleta de dados mais
aberta e flexível, como entrevistas em profundidade, observação participante e análise de
documentos, permitindo que o pesquisador explore e descubra novos insights durante o
processo de pesquisa (CRESWELL, 2013).
Esse método enfatiza a interpretação dos dados em seu contexto natural, buscando
compreender as perspectivas dos participantes e as múltiplas dimensões do fenômeno estudado.
Em geral, os resultados do método qualitativos são apresentados em forma de narrativas
descritivas e detalhadas, que procuram captar a complexidade e a riqueza das experiencias
vividas pelos sujeitos envolvidos. Assim, pode-se concluir que o estudo se caracteriza como
descritivo, já que as práticas de sustentabilidade adotadas pela empresa Natura estabelece uma
relação entre as dimensões econômicas, sociais e ambientais.

3.2 CONTEXTO ESPACIAL E SOCIOECONÔMICO DA PESQUISA

As empresas lócus da pesquisa Natura & Co, Itaú Unibanco, Boticário e Bradesco,
ambas possuem suas matrizes e/ou lojas na Cidade de São Paulo.
Na cidade de São Paulo, os habitantes se chamam paulista. A área territorial do estado
é de aproximadamente 248.219,481 km² (IBGE 2020). Sua densidade demográfica é de cerca
de 186 km². (BRASIL ESCOLA, 2023).
O PIB (Produto Interno Bruto) em 2020: R$ 2,4 trilhões, o estado de São Paulo é o
mais populoso e economicamente desenvolvido do Brasil, representando cerca de 30% do PIB
nacional. É um centro importante de produção industrial, com destaque para a indústria
37

automotiva, alimentícia, de tecnologia e de serviços. Também é um importante centro


financeiro, com a presença de grandes bancos e instituições financeiras (SÃO PAULO. Sp. Gov
– Online). Além disso com base nos dados mais recentes disponíveis, referentes a 2021, posso
fornecer as seguintes informações sobre o estado de São Paulo.

Figura 3 - Localização de São Paulo

Fonte: Google Maps (2023)

Um centro importante de produção industrial, com destaque para a indústria automotiva,


alimentícia, de tecnologia e de serviços. Também é um importante centro financeiro, com a
presença de grandes bancos e instituições financeiras. O setor de serviços é responsável por
grande parte da economia do estado, com destaque para os setores de comércio, transporte e
comunicações, além de serviços profissionais e técnicos. O estado também é um importante
produtor agrícola, sendo o maior produtor nacional de cana-de-açúcar, laranja e café.

3.3 DELIMITAÇÃO OU DESCRIÇÃO DO LÓCUS DA PESQUISA

A pesquisa que será utilizada para amostra desse estudo tendo em foco as empresas
Natura & Co, Itaú Unibanco, Boticário e Bradesco, elas contêm informações relevantes sobre
suas práticas, para captar o efeito de curto e longo prazo do ESG sobre o desempenho
financeiro.

3.3.1 Natura & Co

Natura Cosméticos Ecoparque a empresa estar localizada no bairro do Parque de


Anhanguera km 30,5 – Cajamar, São Paulo. Possuindo inúmeras filiais pelo mundo, ela é a
maior multinacional brasileira no setor de cosméticos fundada em 1969, teve como principal
38

objetivo prezar pelo bem-estar de seus clientes, através de um atendimento eficaz e que garante
total segurança para o consumido. (NATURA, 2023)
Onde tem uma política de sustentabilidade muito forte, que inclui o uso de ingredientes
naturais, a redução do impacto ambiental de suas operações e a promoção de um ambiente de
trabalho justo e inclusivo. Além disso a Natura tem uma forte presença em projetos de
responsabilidade social, incluindo ações de educação e desenvolvimento comunitário. A
abordagem da Natura em relação à sustentabilidade social tem sido amplamente reconhecida,
tanto no Brasil quanto internacionalmente.
Ela possui quatros valores fundamentais da sua marca, tais como: humanismo,
equilíbrio, transparência e criatividade, onde evidência com muita clareza o seu
comportamento, esses quatros valores são considerados fundamentais para a marca que
refletem a visão da empresa em relação ao seu papel na sociedade e no meio ambiente. O
equilíbrio é outro valor importante da Natura, que se relaciona com a busca por um
desenvolvimento sustentável e responsável. A empresa se preocupa em minimizar seu impacto
ambiental e social, através da adoção de práticas de gestão sustentável, do uso de ingredientes
naturais e do incentivo ao consumo consciente.
Figura 4 - Localização da empresa Natura.

Fonte: Google Maps (2023)

A transparência é um terceiro valor fundamental da marca Natura, que busca ser aberta
e honesta em todas as suas relações com os públicos com os quais interage. Isso inclui a
transparência em relação à origem dos ingredientes utilizados em seus produtos, à forma como
são produzidos e comercializados, e em relação à gestão de sua cadeia de suprimentos.
39

Figura 5 - Fachada da empresa Lócus da Pesquisa

Fonte: Natura.com

Por fim, a criatividade é um valor que expressa a capacidade da Natura de inovar e


criar soluções sustentáveis para as necessidades de seus clientes, além de promover um
ambiente de trabalho criativo e estimulante para seus colaboradores. Esses valores são
considerados
fundamentais para a marca Natura, que os colocar em prática em todas as suas
atividades e relacionamentos, buscando sempre ser uma empresa responsável, ética e
sustentável.

3.3.2 Itaú Unibanco

Itaú Unibanco, comumente chamado de Itaú, é o maior banco privado do Brasil e maior
conglomerado financeiro do hemisfério sul, com sede na cidade de São Paulo, no estado
homônimo. Maior e mais valioso banco da América Latina, o Itaú — vencedor na categoria
Impacto na Pandemia, do guia Melhores de ESG, da EXAME — entende a importância da
acessibilidade e inclusão para todos os empreendedores brasileiros, e, por isso, busca oferecer
produtos e serviços que melhorem a gestão financeira desses negócios.
É o maior banco privado brasileiro em valor de mercado e a marca mais valiosa do
Brasil, avaliada em R$ 40,5 bilhões segundo o ranking Interbrand 2021, está em 1º lugar entre
as 10 melhores empresas para se trabalhar no Brasil em 2023 com mais de 10 mil funcionários.
A história do Itaú, evidencia um padrão consistente de rentabilidade aos acionistas, a
construção de uma marca de sucesso, a promoção da satisfação dos colaboradores e a busca em
gerar impacto positivo para a sociedade.
40

Figura 6 - Localização da empresa Lócus da Pesquisa

Fonte: Google Maps (2023)

O Itaú Unibanco é uma instituição que se orgulha em atuar de forma íntegra e ética. Por
isso, nos empenhamos em estabelecer vínculos duradouros e perenes com nossos públicos de
relacionamento, prezamos pela satisfação permanente de nossos clientes por meio de nossos
produtos e serviços, avaliamos os impactos socioambientais de nossa atividade financeira,
atuamos de forma transparente e íntegra nos negócios e relacionamentos e adotamos práticas
que contribuam para a construção de valor compartilhado.

Figura 7 - Fachada da empresa Lócus da pesquisa

Fonte: Própria do Itaú Unibanco.

O compromisso que mantém com a comunidade contribui para o atingimento dos


Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela ONU. É por isso que a instituição
apoia a frente de empreendedorismo para ampliar o desenvolvimento social no país. Com uma
41

forte atuação em ESG, o Itaú reavaliou sua estratégia e atualizou suas metas, estimulando ainda
mais independência e inclusão financeira com a criação do ITI, banco digital e gratuito.
A proposta da plataforma é contribuir para o crescimento de 300 mil micros, pequenas
e médias empresas até 2026, oferecendo apoio à gestão e às decisões estratégicas, abertura de
novos mercados, assessoria para recuperação financeira e acesso às melhores fontes de
financiamento para crescimento.

3.3.3 Boticário

O grupo Boticário nasceu em 1977, como uma pequena farmácia de manipulação


movida pela alquimia dos cosméticos e das relações humanas. O seu fundador sonhava em
construir uma marca de beleza 100% brasileira, com produtos de alta qualidade, inspirados no
amor e no cuidado com as pessoas.

Figura 8 - Localização da empresa Lócus da Pesquisa

Fonte: Google Maps (2023)

Sustentabilidade é um tema transversal no grupo boticário e deve estar presente em


todas as decisões, desde o processo de pesquisa, fornecimento e fabricação, até distribuição e
pós consumo.
Desde 2019, há um setor estruturado de diversidade, equidade e inclusão, pelo qual
são estabelecidas metas palpáveis e cotidianas pela ampliação e valorização da pluralidade,
com impactos positivos nos ambientes internos e externos.
42

Figura 9 - Fachada da empresa Lócus da pesquisa

Fonte: Própria do Boticário.


Atento ao desafio de proporcionar ambientes de trabalhos mais diversos e inclusivos, o
Grupo O Boticário, que também figura no guia Melhores de ESG, na categoria Bem-Estar
conta, desde 2019, com um setor estruturado de diversidade, equidade e inclusão, cujo papel é
estabelecer metas palpáveis e cotidianas pela ampliação da valorização da pluralidade.
Compromissos e resultados em 2023.
Mapear e solucionar 150% de todo resíduo sólido gerado pela nossa cadeia - resultado
37%.
Neutralizar as emissões de gases de efeito estufa (GEE), utilizar 100% de eletricidade
renovável na operação direta4 e zerar o balanço hídrico de água industrial – resultados 97%
de energia e 37% de água.
Utilizar 100% de matérias-primas de fontes renováveis ou fontes alternativas de menor
impacto - resultado 47%.

3.3.4 Bradesco

O Bradesco é fundado em 1943, em Marília, no interior de São Paulo, com o nome de


Banco Brasileiro de Descontos. Sua estratégia inicial consiste em atrair o pequeno comerciante,
o funcionário público, pessoas de posses modestas, ao contrário dos bancos da época, que só
tinham atenções para os grandes proprietários de terras. O Bradesco é um dos primeiros a
estimular o uso de cheques por seus correntistas, que são orientados a preencher as folhas nas
próprias Agências. Em 1946, a matriz é transferida para a capital paulista, na rua Álvares
Penteado, no centro da cidade.
43

Figura 10 - Localização da empresa Lócus da Pesquisa

Fonte: Google Maps (2023)

Em um ambiente de constantes e desafiadoras mudanças, as organizações precisam ser


resilientes e capazes de gerar valor a clientes, funcionários, investidores e sociedade. A gestão
de aspectos ambientais, sociais e de governança (ESG), em conjunto com os fatores
econômicos, torna-se essencial para a consistência e o sucesso de longo prazo das empresas.
O Bradesco busca aprimorar continuamente a gestão dos fatores relacionados à
sustentabilidade e entende como etapa fundamental a atualização da estratégia, de maneira a
refletir rapidamente as mudanças que ocorrem no nosso entorno.
Considerando os principais desafios e tendências globais da agenda, revisando o
Planejamento Estratégico de Sustentabilidade para intensificar a atuação em temas que exigem
transformação nos negócios da Organização. Dessa forma, 3 pilares principais, foram definidos,
para promover uma agenda de mudança: cidadania financeira, agenda climática, negócios
sustentáveis.
Figura 11 - Fachada da empresa Lócus da pesquisa

Fonte: Própria do Bradesco.


44

A gestão dos fatores ambientais, sociais e de governança (ASG) tem sido avaliada
majoritariamente acima da média pelos principais índices de sustentabilidade de bolsas de
valores e agências especializadas em ratings ASG, nacionais e internacionais.

3.4 UNIVERSO E AMOSTRA

Universo, trata-se por definir toda a população que será objeto de estudo. Segundo
Vergara (2010, p. 46) “entenda-se aqui por população não o número de habitantes de um local,
como é largamente conhecido o termo, mas um conjunto de elementos (empresas, produtos,
pessoas) que possuem as características que serão objeto de estudo”.
Segundo Gil (1999) universo ou população é um conjunto definido de elementos que
possuem determinadas características. Dessa forma o universo da pesquisa são as empresas que
divulgam seus demonstrativos econômicos e financeiros.
A seleção da amostra deve ser feita de forma aleatória e imparcial, para que todos os
elementos do universo tenham a mesma chance de serem incluídos na amostra. Isso é conhecido
como amostragem probabilística e é considerado o método mais adequado para garantir a
validade estatística dos resultados. Segundo Vergara (2010), amostra ou população amostral, é
uma parte do universo escolhida segundo algum critério de representativa.
Nesse contexto, a amostra da pesquisa foi composta por 4 (quatro) empresas, Natura
& Co, Itaú Unibanco, Boticário e Bradesco.
Ao que se refere ao tipo de tipologia será adotado a amostra não-probabilista. De
acordo com Prodanov e Freitas (2013), as amostras não probabilistas são compostas de forma
ocidental ou internacional. Desta forma as amostras não probabilistas são compostas por
elementos que não foram selecionados de forma aleatórias e não possuem a mesma
probabilidade de serem escolhidos para fazer parte dos elementos é baseada em critérios
específicos, como conveniência, acessibilidade, intencionalidade, entre outros. Portanto é de
grande relevância considerar a escolha do tipo de amostragem a ser utilizada em uma pesquisa,
de acordo com os objetivos do estudo e as características da população em estudo.

3.5 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS

Para realização da coleta de dados serão realizadas nessa investigação a Pesquisa Bibliográfica
e Pesquisa documental.
45

3.5.1 Pesquisa Bibliográfica

A pesquisa bibliográfica funciona como um grande norteador para que o pesquisador


consiga um profundo embasamento teórico sobre o assunto a ser abordado. Podendo ser citado
como os meios que contribuem para essa pesquisa, a saber: livros, artigos, monografias e
documentos digitais.
Segundo Gil (2002, p. 44 e 45) “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em
material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. Na visão de
Lakatos e Marconi (2015, p. 43 e 44) “trata-se de levantamento de toda a bibliografia já
publicada, em forma de livros, revistas, publicações avulsas e impressa escrita. Sua finalidade
é colocar o pesquisador em contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado
assunto”.
Com base na percepção dos autores acima, a pesquisa bibliográfica possibilita ao
pesquisador estar em contato direto com todos os documentos já publicados, fornecendo uma
gama de informações sobre o assunto abordado e facilita a triagem do conteúdo do assunto.
A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao
investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que
poderia pesquisar diretamente. Essa vantagem torna-se particularmente importante quando o
problema de pesquisa requer dados muito dispersos pelo espaço.

3.5.2 Pesquisa Documental

A pesquisa documental é muito parecida com a pesquisa bibliográfica, porém tem


objetivos bem mais específicos. Baseia-se na análise de conteúdo de diversos formatos de
documento ou de um determinado tipo específico, tais como fichas, mapas, formulários, cartas,
bilhetes, fotografias, entre outros, com o objetivo de desenvolver respostas quantitativas ou
qualitativas acerca de um fenômeno específico (GIL, 2009).
A análise documental constitui uma técnica importante na pesquisa qualitativa, seja
complementando informações obtidas por outras técnicas, seja desvelando aspectos novos de
um tema ou problema. (LUDKE e ANDRÉ, 1986).
Para realização do mesmo, foi necessário utilizar na pesquisas empresas que estão
listadas na B3, tais como Natura, Bradesco, Itáu para demonstrar as questões relacionadas às
dimensões econômicas, sociais e ambientais em seu balanço social. Com intuito de explorar a
forma que as empresas evidenciam suas práticas de responsabilidade social e ambiental, o
46

estudo utiliza abordagens que considera o aspecto econômicos e sociais das operações da
empresa.

3.6 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS

O procedimento de coleta de dados teve início em fevereiro de 2023 pesquisa


Bibliográfica e Pesquisa documental, tendo como base a teoria dos autores: Gil (2008),
Creswell (2010), Bogdan, Billen, Denzin. e Lincoln (2011), Creswell (2013), Vegara (1997),
Vegara (2010), Prodanov e Freitas (2013), Sites: Merco.info, Natura, Itaú Unibanco, Bradesco
e Boticário.

3.7 TÉCNICAS DE CODIFICAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS

O tópico presente têm o intuito de analisar qual a relação entre o desempenho


financeiro de mercado e os indicadores de desempenho sustentável (ESG).
Segundo o autor Yin (2001, p. 153) “da mesma forma que em um levantamento usual,
a codificação pode ser verificada de maneira cruzada e sua confiabilidade avaliada, e os
resultados do levantamento do caso serão essencialmente qualitativos em natureza”.
Sendo assim essa verificação cruzada consiste em uma revisão sistemática dos dados
codificados por outro pesquisador ou equipe de pesquisa, com o objetivo de confirmar a
consistência e a validade dos resultados obtidos. Essa etapa é fundamental para garantir a
confiabilidade dos dados e assegurar que os resultados obtidos sejam precisos e confiáveis.
Vale ressaltar que, apesar de envolver a codificação de dados, os resultados de um
estudo de caso são essencialmente qualitativos em natureza. Isso significa que as conclusões e
interpretações obtidas a partir dos dados coletados são baseadas em análises e descrições
detalhadas dos fenômenos estudados, sem a utilização de técnicas estatísticas ou quantitativas
para a análise dos dados.
Por essa razão, os estudos de caso são especialmente úteis em pesquisas que buscam
compreender fenômenos complexos e multifacetados, nos quais não é possível utilizar
abordagens quantitativas ou generalizações estatísticas para obter resultados conclusivos. A
utilização de técnicas qualitativas, como a codificação de dados, permite uma compreensão
mais aprofundada e contextualizada dos fenômenos estudados, contribuindo para o
desenvolvimento de teorias e hipóteses mais robustas e fundamentadas.
47

4. ANÁLISE DOS DADOS

Com relação aos objetivos o estudo é descritivo, pois conforme Raupp e Beuren (2012),
esse tipo de pesquisa tem como finalidade analisar e descrever sobre um determinado problema,
configurando-se como um estudo explicativo, ou seja, procura apresentar características da
amostra estudada, comparando e observando métodos e modelos referentes ao estudo
elaborado.
Em relação aos procedimentos, caracteriza-se como análise documental, pois a pesquisa
foi elaborada tendo base nos dados evidenciados pelas empresas, disponíveis no site da B3.
Segundo Raupp e Beuren (2012), a pesquisa com característica de análise documental é válida
por meio de materiais que ainda não receberam nenhuma análise aprofundada e visa interpretar
uma informação bruta e transformá-la em dados mais específicos e de melhor entendimento.
Nesse contexto, a responsabilidade social é apontada como forma utilizada pelas
entidades para repensar suas atitudes perante suas atividades empresariais, visando também à
permanência no mercado globalizado, que com o passar do tempo está exigindo uma postura
socialmente responsável ao oferecer seus produtos e serviços, além da proteção do meio
ambiente, contribuindo para o desenvolvimento sustentável sem se preocupar somente com as
leis, mas sim com sua gestão e a coletividade (HOLANDA, et al., 2012).
Nas tabelas 1 e 2 é possível observar os índices que foram utilizados para a realização
da análise, estes demonstrarão quais empresas possuem os melhores desempenhos durante o
exercício de suas atividades.

Quadro 3 – Índices de Liquidez dezembro 2022

INDICES DE EMPRESAS
LIQUIDEZ NATURA BOTICÁRIO ITAU BRADESCO
UNIBANCO

IMEDIATA 0,34 4,05 0,49 0,49


CORRENTE 1,82 6,51 0,83 1,69
SECA 1,36 5,76 1,33 1,33
GERAL 0,77 6,27 0,82 -
Fonte: Criado pelas autoras (2023)
48

Com base na tabela 1, na Análise de Liquidez Imediata, a Empresa Natura, no balanço


de 2022, indicava que para cada um real de obrigações a curto prazo, possuía 0,34 de bens
numerários para efetuar o pagamento de suas obrigações. Enquanto na Liquidez Corrente
possuía para cada real de dívida a curto prazo, o valor de 1,82 de bens e direitos também a curto
prazo para pagamento de seus passivos. Já na Liquidez Seca a empresa tinha para cada real de
obrigação a curto prazo 1,36 de bens e direitos também a curto prazo para quitação de suas
obrigações, mesmo que não utilizasse suas mercadorias para revenda. Ainda segundo a tabela
1 em sua Liquidez Geral a Natura apresenta 0,77 para cada obrigações totais de bens e direitos
para pagamento de suas obrigações.
Conforme a Tabela 1, a Empresa Boticário em sua Análise de Liquidez Imediata, em
dezembro no ano de 2022, informava que para cada um real de obrigações a curto prazo, possuía
4,05 de bens numerários para efetuar o pagamento de suas obrigações. Enquanto na análise do
índice de Liquidez Corrente a sua capacidade para pagamento de suas dívidas a curto prazo,
para cada real de dívida a curto prazo a empresa teria de 6,51 de bens e direitos também a curto
prazo para honrar os seus compromissos. Na Liquidez Seca informa o valor de 5,76 à disposição
da organização em bens e direitos a curto prazo para efetuar o pagamento de obrigações também
a curto prazo. Ainda fundado na tabela 1 em sua Liquidez Geral a empresa Boticário apresenta
6,27 para cada obrigações totais de bens e direitos para pagamento de suas obrigações.
Apoiado na tabela 1, o Banco Itaú Unibanco em sua Análise de Liquidez Imediata
também em balanço anual, apresentava em 2022 para cada um real de obrigações a curto prazo,
a empresa possuía 0,49 de bens numerários para quitação de suas obrigações. Ainda
fundamentado na tabela 1 em sua análise de Liquidez Corrente a empresa teria 0,83 de bens e
direitos a curto prazo para honrar compromissos também a curto prazo. Na Liquidez Seca
informa o valor de 1,33 à disposição da organização em bens e direitos a curto prazo para efetuar
o pagamento de obrigações também a curto prazo. E na Liquidez Geral apresenta 0,82 em bens
circulantes e direitos a receber a curto prazo a longo prazo, para efetuar o pagamento de dívidas
totais.
Fundado na tabela 1, a empresa Bradesco em dezembro de 2022, em sua análise de
Liquidez Imediata para cada um real de dívidas a curto prazo apresentava 0,49 de bens
numerários para quitação de suas obrigações. Enquanto na análise do índice de Liquidez
Corrente a sua capacidade para pagamento de suas obrigações a curto prazo, para cada real era
de 1,69 de bens e direitos também a curto prazo para honrar os seus compromissos. O Bradesco
em sua análise de Liquidez Seca em seu balanço de 2022 teria para cada um real de obrigações
1,33 de bens e direitos também a curto prazo para efetuar o pagamento de suas dívidas, ainda
49

que não utilizasse as suas mercadorias para revenda. Em sua análise de Liquidez Geral a
empresa não possuí, hoje, capital suficiente para arcar com todas as suas obrigações.

Quadro 4 – Índices de Endividamento dezembro de 2022

INDICES DE EMPRESAS
ENDIVIDAMENTO NATURA BOTICÁRIO ITAU BRADESCO
UNIBANCO
COMPOSIÇÃO DO
CAPITAL DE 0,80 0,18 1,00 8,76
TERCEIROS
COMPOSIÇÃO DO
0,42 0,91 1,00 -
ENDIVIDAMENTO
ENDIVIDAMENTO
80,32 0,15 - 0,89
GERAL
Fonte: Criado pelas autoras (2023).

Segundo a Tabela 2, na Análise do Endividamento da Empresa Natura em sua


Composição do Capital de Terceiros, em dezembro do ano de 2022 tinha, para cada real de
recurso próprio 0,80 de recurso de terceiro utilizado no funcionamento da empresa. Em sua
Composição do Endividamento informa que para cada real de dívidas totais, 0,42 tinha um
vencimento a curto prazo. Enquanto em seu Endividamento Geral para cada real de aplicações
de recursos em bens e direitos, 80,32 eram provenientes de recursos de terceiros.
Baseado na Tabela 2, a Empresa Boticário em sua Análise na Composição do Capital
de Terceiros, informa que para cada real de recurso próprio, foi necessário 0,18 de recursos de
terceiros para o bom funcionamento da organização. Enquanto na Composição do
Endividamento, indica que para cada real de dívidas totais, 0,91 tinham o vencimento a curto
prazo em relação ao total de obrigações. Já em seu Endividamento Geral certifica que para cada
um real de aplicações totais de recursos em bens e direitos, 0,15 eram advindos de recursos de
terceiros.
Segundo a Tabela 2, o Itaú Unibanco na Composição do Capital de Terceiros, informa
que para cada real de recurso próprio foi utilizado 1,00 de recurso de terceiros para o bom
funcionamento da organização. Já na Composição do Endividamento, informa o valor de
dívidas com vencimento a curto prazo, ou seja, para cada real de dívidas totais, 1,00 tinham um
50

vencimento a curto prazo. Com relação ao seu Endividamento Geral a empresa não informou o
total de aplicação de recursos, ou seja, o quanto foi comprado com recursos de terceiros.
Conforme a Tabela 2, a Empresa Bradesco, em sua Análise de Endividamento, na
Composição do Capital de Terceiros, informa que para cada real de recurso próprio, foi
necessário 8,76 de recursos de terceiros para o bom funcionamento da empresa. Em sua Análise
a respeito da Composição do Endividamento o Bradesco não informou o valor de dívidas com
vencimento a curto prazo em relação ao total de obrigações. No Indicie de Endividamento Geral
em seu balanço do ano de 2022 informou que para cada um real de aplicação de recurso em
bens e direitos 0,89 eram provenientes de recursos de terceiros.
Ao incorporar a análise ESG (Ambiental, Social e Governança), podemos observar que:
Na análise Ambiental:
A Natura destaca-se por adotar práticas sustentáveis, havendo assim a ascensão de sua
imagem ambiental, o que pode impactar positivamente na liquidez e no acesso a recursos.
O Boticário, com sua sólida posição financeira, pode considerar investimentos
adicionais em iniciativas ambientais para alinhar-se ainda mais com os critérios ESG.
Na análise Social:
Ambas as empresas, Natura e Boticário, controlam o fortalecimento de suas iniciativas
sociais para construir uma reputação sólida e atrair consumidores socialmente conscientes.
O setor bancário, representado por Itaú Unibanco e Bradesco, são capazes de focar em
políticas internas e externas que promovam inclusão social, impactando positivamente na
percepção do público.
Na análise de Governança: A eficiência na governança corporativa é primordial. Natura
e Boticário possuem potencial para fortalecer suas estruturas e garantir transparência e
responsabilidade, o que pode influenciar positivamente os índices de liquidez, conforme aponta
os estudos de Garcia e Orsato (2020) que encontram uma relação positiva e estatisticamente
significativa entre o desempenho em ESG e o desempenho financeiro.
Itaú Unibanco e Bradesco enfatizam o destaque de práticas sólidas de governança,
construindo confiança entre investidores e stakeholders. Segundo Oliveira (2022) demonstrar a
seus investidores, consumidores e parceiros uma sincera intenção de fazer o bem a comunidade
e realizar os seus negócios de forma íntegra, preocupando-se com o social e garantindo a
utilização dos melhores preceitos de governança corporativa.
Natura e Boticário apreciam de benefícios ao comunicar práticas ESG sólidas,
potencialmente atraindo investidores alinhados com valores sustentáveis. Itaú Unibanco e
51

Bradesco, como instituições financeiras, podem focar em políticas de empréstimos


responsáveis e transparência para melhorar seus índices de governança ESG.
Ao comparar com outros estudos, é essencial analisar como as métricas ESG
influenciam a avaliação de desempenho e liquidez, considerando se esses fatores são abordados
por autores anteriores.
Integrar o ESG à análise financeira fornece uma perspectiva mais holística, alinhando
práticas sustentáveis com desempenho econômico e fortalecendo a posição das empresas no
mercado.
A Natura na análise de ESG – Ambiental (E), tem histórico de compromisso com a
sustentabilidade ambiental. Destaca-se por práticas relacionadas à biodiversidade e ingredientes
naturais em seus produtos. Já O Boticário na análise destaca-se pôr a avaliação das práticas
relacionadas à cadeia de suprimentos, embalagens sustentáveis e redução do impacto ambiental.
A Natura enfatiza a responsabilidade social, apoiando comunidades locais e
promovendo programas de inclusão social e políticas voltadas para a diversidade e inclusão
podem ser destacadas, considerando a natureza do setor de cosméticos. Com relação a este
aspecto a empresa O Boticário destaca-se por suas iniciativas sociais, como projetos
comunitários e programas de empoderamento social. Ela avalia a gestão de relacionamentos
com fornecedores, considerando a responsabilidade social na cadeia produtiva.
Ainda com base na análise de ESG – Governança, a empresa Natura com base na
transparência utiliza-se das práticas de governança como essencial, incluindo a estrutura do
conselho e a remuneração executiva. Diante disso, a empresa O Boticário, com relação a
Governança (G), examina as suas políticas e práticas de governança, incluindo a estrutura do
conselho e as medidas anticorrupção.
De acordo com os índices de liquidez, a Natura, em sua liquidez imediata, comparada
ao Grupo O Boticário, apesar de conseguir efetuar o pagamento de suas obrigações no curto
prazo, encontra-se em desvantagem em relação ao Grupo Boticário que consegue ter dinheiro
suficiente no caixa para pagar praticamente todas as suas obrigações no curto prazo. Já na
análise corrente, a Natura, tem capital equivalente ao montante de suas dívidas e ainda sobra
recursos. Contudo o Grupo Boticário possuí um melhor resultado financeiro para honrar com
suas obrigações no curto prazo. Ainda com relação aos índices de liquidez, a empresa Natura,
em sua análise seca, tem capacidade para honrar com suas obrigações no curto prazo, ou seja,
ela possuiu mais ativos líquidos, do que obrigações de curto prazo com exceção dos estoques.
Já O Boticário permanece em vantagem financeira quando se trata de liquidez seca, isto é,
52

indica que a empresa possui ativos circulantes suficientes para cobrir suas obrigações de curto
prazo.
Quando se trata de índices de liquidez geral, a empresa Natura, encontra-se em
desvantagem em relação ao grupo O Boticário, mas isso não significa necessariamente um sinal
negativo, pois é possível que estejam concentrados no longo prazo. Já O Boticário, em sua
liquidez geral, possui capital disponível suficiente para arcar com todas as suas obrigações.
As empresas em geral, precisam de auxílio na tomada de suas decisões. Dentre os
indicadores financeiros, os índices de liquidez, são responsáveis por avaliar a situação
financeira de uma organização e a sua capacidade para honrar com suas obrigações tanto no
curto prazo, longo prazo ou prazo imediato.
Conforme Hernandes; Begalli (2015, p. 320):

Indicadores de liquidez é um dos principais tipos de indicadores, pois demonstra a


situação financeira da empresa e sua capacidade de saldar suas obrigações. A
interpretação intrínseca desses índices tem como referência o número 1, pois se o
indicador for maior que 1 significa que a empresa tem mais direitos que obrigações
indicando boa liquidez e vice-versa.

Nos índices de endividamento a Natura, em sua composição do capital de terceiros com


relação a Boticário demonstra dependência de recursos próprios, enquanto a Boticário possui
pouca dependência com relação a captação de recursos de terceiros. Já em sua composição de
endividamento, a Natura possui um melhor resultado para empresa, comparado com O
Boticário que possuí alto indicie de endividamento a vencer a curto prazo. Já em seu
endividamento geral, a Natura não se encontra num resultado satisfatório, ou seja, grande parte
de seus ativos estão financiados com recursos de terceiros. Enquanto a empresa O Boticário em
seu endividamento geral configura-se como um ótimo resultado, isto é, seus ativos são
financiados com poucos recursos de terceiros.
Nesse sentido, a Natura, em 2022, permanece em posição destacada no ranking da
Merco Responsabilidade ESG, demonstrando um firme comprometimento em alinhar-se aos
objetivos delineados pelos princípios ESG (Ambiental, Social e Governança). Figurando na
posição no ranking 1, com uma pontuação de 10.000. Logo a 1 posição no ranking do ano
anterior. Enquanto o Grupo Boticário segue na posição 5, com uma pontuação de 7.793 no
ranking da Merco Responsabilidade ESG.
É através desses indicadores que é analisado o nível de endividamento da empresa.
Também são os indicadores de endividamento que nos informam se a empresa se utiliza mais
53

de recursos de terceiros ou de recursos dos proprietários. Saberemos se os recursos de terceiros


têm seu vencimento em maior parte a curto prazo ou a longo prazo (MARION, 2012, p. 94).
As empresas funcionam financiadas por recursos, os quais são provenientes de duas
fontes: recursos próprios e recursos de terceiros. Diante disso, em termos de dívida, quando
menos dívida a empresa tiver, melhor para ela. Com tudo, é quase impossível a empresa não ter
constituído dívidas. Já que na maioria das vezes, ela é levada a essa situação.
54

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base na revisão teórica presente neste estudo, percebe-se que as empresas estão
cada vez mais conscientes de como podem e como devem contribuir para o desenvolvimento
sustentável, gerindo as suas operações de modo a consolidar o crescimento económico e
aumentar a competitividade, ao mesmo tempo que asseguram a defesa do ambiente e promovem
o comportamento ético e socialmente responsável. Essa consciência não limitada às empresas,
mas abrangendo também a sociedade e os investidores têm elevado a necessidade dos
empresários em adotar práticas ESG e divulgá-las ao público. E apesar de ser um tema e uma
necessidade antiga, apenas recentemente ele ganhou maiores repercussões principalmente pela
popularidade do termo ESG. Entretanto ainda existem poucos estudos trazendo análises do
cenário das empresas brasileiras em relação às práticas ESG.
Pode-se concluir que o objetivo geral - Investigar as possíveis relações entre indicadores
de desempenho sustentável ESG (ambiental, social, governança) e indicadores de desempenho
econômico-financeiro, foi plenamente concluído uma vez que foi possível analisar o grau de
conformidade com cada uma das assertivas relacionadas aos pilares ESG com base na pesquisa
aplicada. Além disso, os objetivos específicos também foram atingidos uma vez que as análises
contemplaram todos os pontos listados nos objetivos específicos. E podemos destacar que tanto
os indicadores econômicos e financeiros quanto os indicadores de desempenho sustentável
estão sendo cada vez mais utilizados, pois o mercado está cada vez mais competitivo, exigindo
com que as empresas se adaptam ao novo modelo de gestão, no qual, as entidades sofrem grande
pressão não apenas no que tange ao alcance do sucesso, mas principalmente em relação à
sustentabilidade desse sucesso no futuro corporativo. Neste sentido, espera-se que as empresas
concentrem esforços para atingir um desempenho financeiro-econômico satisfatório para além
do curto prazo, visando à sustentabilidade econômica, ambiental e social (ALSHEHHI et. al,
2018).
Os estudos neste sentido são mais escassos em economias em desenvolvimento,
principalmente no que tange ao estudo das dimensões ambientais, sociais e de governança
(ESG), de forma unificada como representação da sustentabilidade e atrelada a dimensão
econômica. Segundo Garcia (2017), nos países emergentes existe uma fragilidade no ambiente
institucional, como a atuação dos órgãos reguladores na fiscalização e medidas de combate à
corrupção, além do mercado de capitais menor, se comparado ao de países desenvolvidos. Não
55

apresentando, portanto, agentes impulsionadores para uma maior cobrança em relação ao


desempenho sustentável das entidades.
Por fim, nossas sugestões para pesquisas futuras incluem: ampliar o período estudado;
empregar métodos alternativos de estimação e incluir outras variáveis ao modelo. Diante disso,
é possível perceber que o presente estudo permite uma série de análises complementares
podendo ser feitas segmentações regionais que poderão apresentar diferentes resultados com
base na propagação do conhecimento de ESG na região, por exemplo.
À medida que as empresas se familiarizam melhor com o termo ESG, incluem essas
pautas em suas agendas, promovem ações de impacto positivo e divulgam melhor essas
informações ao público externo, os pesquisadores devem se concentrar em tornar os dados de
divulgação ESG comparáveis entre empresas e países. Esse trabalho é apenas um primeiro
passo para futuras iniciativas para entender melhor o contexto brasileiro em relação às práticas
ESG.
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