Você está na página 1de 82

1

SOCIEDADE DE ENSINO SUPERIOR DE PATOS DE MINAS


ADE Águas Claras, Conjunto 22, Lote 07
CEP: 71990-000 - Brasília – DF
Telefone (061) 3964-7755 - FAX (061) 3964-7255
E-mail: secretaria@sespa.edu.br

CURSO: TEORIAS E PRÁTICAS EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

LABORATÓRIO DE PRÁTICA CONTÁBIL II

Professor especialista: Alcino Tadeu Rodrigues dos Santos


Licenciatura Plena em Matemática pela Universidade Estadual de Goiás.
Especialista em Matemática e Educação Matemática pela Universidade Estadual de Goiás.
E-mail: alcinotadeu@hotmail.com

Brasília – DF
2017
2

CURSOS REALIZADOS EM
PARCEIRA COM A FACULDADE
SESPA E GPS CURSOS

Breve Histórico da GPS Cursos

A GPS Cursos, situada no coração do Brasil as margens do Rio Araguaia, com sede na avenida
Sebastião Jerônimo dos Santos Qd 09 Lt 28 sala 03 1° andar centro em Aruanã Goiás, nasceu
no ano de 2007 do sonho de dois visionários professores apaixonados pela educação, “Gabriel
e Paulo Silvano” focados na propagação do ensino superior na cidade de Aruanã e região, por
ser uma região que estava desprovida de ensino superior, alavancou parcerias sólidas com
Faculdades, Institutos Educacionais e Universidades. Fortemente atuante na Educação Superior
com diversos alunos matriculados em Graduação, Pós-Graduação e Extensão Universitária.
Atualmente parceira e franqueada da Faculdade SESPA.

Missão

Construir, com excelência, o conhecimento e o saber na educação superior, por meio do


ensino, pesquisa e extensão, buscando formar profissionais que venham a contribuir para o
desenvolvimento social, econômico, científico e cultural, capazes de promover a
transformação e o desenvolvimento do contexto em que estão inseridos.

Visão

Ser referência em educação superior de qualidade, na região do vale do Araguaia, buscando


com base em princípios humanísticos, a inclusão e ascensão social sendo instituição
educacional indispensável à comunidade até o ano de 2017.
3

SUMÁRIO

CAPITULO I

1. CONTABILIDADE X FINANÇAS ..................................................................................... 04


1.1 - A função Financeira ........................................................................................................ 04
1.2 – O Relacionamento com a Contabilidade ......................................................................... 06
1.3 – A Administração de Riscos ............................................................................................. 08
1.4 - Contabilidade Gerencial X Contabilidade Financeira..................................................... 10
1.5 – Fluxo de Caixa ................................................................................................................. 12
1.5.1 – Tipos de Fluxo de Caixa ............................................................................................... 14
Exercícios ................................................................................................................................. 24

CAPITULO II

2. A importância da Informática ......................................................................................... 27


2.1 A Evolução do Processo de Comunicação Contábil .......................................................... 27
2.2 – O Impacto na Contabilidade ............................................................................................ 31
2.3 – A Informatização E o Contador ....................................................................................... 37
Exercícios ................................................................................................................................. 44

CAPITULO III

3. – A Informatização da Contabilidade ................................................................................ 47


3.1 – Sistemas de Informação Contábil .................................................................................... 47
3.1.1 – Sistema de Informação Contábil................................................................................... 50
3.2 – A tomada de decisões ...................................................................................................... 58
Exercícios ................................................................................................................................. 64

CAPITULO IV

4 A Estrutura Contábil ....................................................................................................... 67


4.1 O Patrimônio ................................................................................................................... 67
4.2 As Funções do Patrimônio Líquido ................................................................................ 69
4.3 Grupos do Ativo .............................................................................................................. 70
4.4 Grupos do Passivo ........................................................................................................... 71
4.5 Grupos do Patrimônio Líquido ....................................................................................... 73
4.5.1 – Grupos do Patrimônio Líquido ..................................................................................... 73
4.6 Balanço Patrimonial ........................................................................................................ 74
4.7 Classificação das Contas ................................................................................................. 75
4.8 Fatos Administrativos ..................................................................................................... 77
Exercícios ................................................................................................................................. 81
4

CAPÍTULO I
1. CONTABILIDADE X FINANÇAS

A partir da perspectiva do saber fazer, neste capitulo você terá os seguintes objetivos de
aprendizagem:

 Diferenciar Contabilidade de Finanças.


 Conhecer a Contabilidade Gerencial e a Financeira
 Aprender a elaborar um fluxo de caixa e intender sua importância.

1.1 - A função Financeira

A função financeira compreende os esforços dependidos objetivando a formulação de


um esquema que seja adequado à maximização dos retornos dos proprietários das ações
ordinárias da empresa, ao mesmo tempo em que possa propiciar a manutenção de certo grau de
liquidez (ARCHER; D`AMBROSIO apud SANVICENTE, 1997).

Praticamente todos os indivíduos e organizações obtêm receitas ou levantam fundos,


gastam ou investem. Finanças ocupam-se do processo, instituições, mercados e instrumentos
envolvidos na transferência de fundos entre pessoas, empresas e governos (GITMAN, 2002).

Finanças poderiam simplesmente ser definidas como os bens de valor líquido ou


agregadas, porém, a área de finanças é muito mais ampla e dinâmica. É a arte e a ciência de
administrarem fundos. De uma forma ou de outra, afeta diretamente a vida de todas as pessoas
e organizações financeiras ou não, privadas ou públicas, grandes ou pequenas, com ou sem fins
lucrativos. Finanças podem ser definidas como os estudos de como as pessoas alocam recursos
escassos ao longo do tempo (GITMAM, 1997).

Diz ainda que, há muitas áreas de estudos e um grande número de oportunidades de


carreira nesse campo. Pode ser também definida como um conjunto de conceitos que ajudam a
5

organizar o pensamento das pessoas e organizações assim como também poderá ser um
conjunto de modelos quantitativos para ajudar as famílias e as empresas a tomarem decisões,
avaliar alternativas e implementá-las.

Hoji (2004), diz ainda que, os proprietários das empresas privadas esperam que seu
investimento produza um retorno compatível com o risco assumido, por meio de geração de
resultados econômicos e financeiros (lucro e caixa) adequados por longo prazo, ou melhor,
indefinidamente, pois o investimento é feito em caráter permanente.

[...] o objetivo básico implícito nas decisões de administração financeira é a maior


rentabilidade possível que possa proporcionar o investimento efetuado por indivíduos
ou instituições caracterizados como proprietários – acionistas ordinários, no caso de
uma sociedade anônima (SANVICENTE, 1997).

Sanvicente (1997) cita, entretanto, que é feita uma ressalva: a rentabilidade máxima,
desde que não seja comprometida a liquidez da empresa.

A existência de um conflito entre esses dois objetivos, dos quais o de rentabilidade


deve ter primazia sobre o de liquidez, que o condiciona e restringe, manifesta-se em
termos de um dilema entre aplicar todos os fundos disponíveis (o que deve levar à
maior rentabilidade total possível para uma dada empresa), e manter inativos alguns
fundos para, por exemplo, proteção ou defesa contra riscos de não se poder pagar
alguma divida. Parece claro, entretanto, que o dinheiro que permanece inativo, embora
útil como proteção contra risco, não produz retorno algum (SANVICENTE, 1997).

A função financeira nas empresas resume-se em uma transformação dos dados


financeiros, de forma que possam ser utilizados para monitorar a situação financeira da
empresa; avaliação da necessidade de se aumentar ou reduzir a capacidade produtiva e;
determinação de aumentos ou reduções dos financiamentos requeridos (ARTHUR, 1994).

Diz ainda que, essas funções abrangem todas as demonstrações contábeis atualmente
utilizadas, porém com ênfase maior no balanço patrimonial e na demonstração de resultado do
exercício. Embora a análise e o planejamento financeiro estejam fortemente vinculados a
demonstrativos financeiros elaborados sob o escudo do regime de competência, seu objetivo
fundamental é avaliar o fluxo de caixa da empresa e desenvolver planos que assegurem que os
recursos adequados estarão disponíveis para o alcance dos objetivos.

A Administração Financeira diz respeito às responsabilidades do administrador em uma


empresa, ela desempenha um papel crucial nas operações da empresa. Preocupar-se com a
6

avaliação do desempenho financeiro é defende propostas que tenham, pelo menos em parte,
méritos financeiros, para conseguir recursos da administração (ARTHUR, 1994).

A dimensão e a importância da função da administração financeira dependem do


tamanho da empresa. Em pequenas empresas, a função geralmente é exercida pelo
departamento de contabilidade. À medida que a empresa cresce, a importância da função
financeira conduz, em geral, à criação de um departamento próprio, dirigido pelo vice-
presidente de finanças e diretamente subordinado ao presidente ou ao executivo principal da
empresa (GITMAN, 2002).

O administrador financeiro contribui consideravelmente com os conhecimentos técnicos


que conduzem de forma harmônica as atividades e operações existentes em função do negócio
da empresa. O mesmo apenas "contribui", visto não ser de sua competência determinar como
tais atividades e operações devem ser conduzidas.

Segundo Sanvicente (1997), o administrador financeiro é um indivíduo preocupado com


a obtenção de recursos monetários para que a empresa desenvolva as suas atividades correntes
e expanda a sua escala de operações, se assim for desejável, e a análise da maneira (eficiência)
com a qual os recursos obtidos são utilizados pelos diversos setores e nas várias áreas de atuação
da empresa.

1.2 – O Relacionamento com a Contabilidade

As atividades financeiras e contábeis de uma empresa estão, geralmente, sob o comando


do vice-presidente financeiro. Essas funções estão estreitamente relacionadas e em geral se
superpõe; de fato, a Administração Financeira e a Contabilidade nem sempre se distinguem
facilmente. Em pequenas empresas, o controller frequentemente assume a função financeira e
em grandes empresas, muitos contadores estão intimamente envolvidos em várias atividades
financeiras. No entanto há duas diferenças básicas entre Finanças e Contabilidade: a ênfase no
fluxo de caixa e na tomada de decisão (GITMAN, 2002).

Ao planejar uma empresa, procura-se formular de maneira explícita as tarefas a serem


cumpridas e prever a obtenção dos recursos necessários para isso, dentro de uma limitação
específica de prazo. Portanto ao falarmos em termos de planos, ou seja, expressões formais das
atividades da empresa e suas subunidades para um período futuro, a própria dimensão temporal
7

já introduz uma distinção entre o planejamento á longo prazo e o planejamento á curto prazo
(SANVICENTE,1997).

Em referência aos planos de desempenho, que se transformam numa etapa subsequente


em orçamentos de desempenho, é preciso levar em conta, antes de qualquer coisa, que uma das
primeiras etapas do processo de planejamento, como foi indicada, aliás, na própria explanação
do planejamento á longo prazo, é a fixação de objetivos. O planejamento consiste em
estabelecer com antecedência as ações a serem executadas dentro de cenários e condições pré-
estabelecidos, estimando os recursos a serem utilizados e atribuindo as responsabilidades, para
atingir os objetivos fixados. Estes objetivos poderão ser atingidos somente com um sistema de
planejamento adequadamente estruturado.

Planejamento financeiro é o processo por meio do qual se calcula quanto de


financiamento é necessário para se dar continuidade às operações de uma companhia e se decide
quando e como a necessidade de fundos será financiada.

Sem um procedimento confiável para estimar as necessidades de financiamento, uma


companhia pode acabar não tendo fundos suficientes para pagar seus compromissos, como juros
sobre empréstimos, duplicadas a pagar, despesas de aluguel e despesas de serviços públicos.
Uma empresa fica inadimplente se não for capaz de saldar suas obrigações contratuais, como
despesas de juros sobre empréstimos. Portanto, a falta de um planejamento financeiro sólido
pode causar falta de liquidez e, por isso, a falência – mesmo quando os ativos totais, incluindo
ativos não – líquidos, como estoque, instalações e equipamentos, forem maiores que os
passivos, a administração precisa fazer um planejamento financeiro metódico para avaliar as
necessidades futuras para financiamento. A época dos diferentes tipos de financiamento
também é crítica para o planejamento financeiro (BRAGA, 1996).

As fontes de financiamento incluem: dívidas de curto e de longo prazo, ações ordinárias


e preferências, e lucros retidos. Esses que são lucros acumulados depois de impostos e
dividendo, são uma fonte de financiamento especialmente desejável. A capacidade de a empresa
expandir suas operações usando os lucros retidos é sinal de solvência financeira, porque tais
fundos tornam uma empresa financeiramente autossuficiente (BRAGA, 1996).

O processo de planejamento financeiro inicia-se com planos financeiros á longo prazo,


ou estratégicos, que por sua vez direcionam a formulação de planos e orçamentos operacionais
8

á curto prazo. De forma geral, é por meio desses planos e orçamentos á curto prazo que se
programam os objetivos estratégicos á longo prazo da empresa (GITMAN, 2002).

De acordo com Hoji (2004), o papel do controller, que é um executivo responsável pela
área de controladoria, ainda não está claramente definida em algumas empresas. A principal
função do controller é dar suporte a gestão dos negócios das empresas para que esta atinja seus
objetivos por meio de informações gerenciais em tempo hábil para tomada de decisões a um
custo razoável.

1.3 – A Administração dos Riscos

Hoje em dia, e cada vez mais, o mercado é facilmente abalado por crises avassaladoras.
A celeridade de que se revestem as negociações do mercado internacional hoje, sobretudo com
as facilidades criadas entre os países integrantes dos Blocos Econômicos, as grandes somas de
capital que envolve as chamadas megafusões – questões mais atuais no painel financeiro
mundial – facilitam em muito as crises em nível internacional (ARTHUR, 1994).

Num mercado tão predatório, empresas consideradas antes sólidas torres, podem ser
derrubadas em um único dia, e grandes impérios podem ser derrotados por uma ou outra
negociação errada. Hoje e doravante, o mercado demanda e demandará cada vez mais decisões
rápidas. Essa celeridade, por sua vez, deve ser revestida de proteção (ARTHUR, 1994).

Por causa de diversos fatores fora do controle da administração da empresa, os retornos


prometidos por um projeto de investimento estão sujeitos à incerteza: modificação de
tecnologia, surgimento ou desaparecimento de novos concorrentes ou produtos
complementares ou substitutos, o comportamento da economia nacional e internacional,
mudanças de política governamental de controle de preços ou de custos de insumos utilizados,
variações climáticas, etc (SANVICENTE, 1997).

O risco existe em todas as atividades empresariais. Tudo o que é decidido hoje visando
a um resultado no futuro, esta sujeita a algum grau de risco. Somente o que já aconteceu está
livre de risco, pois é um fato consumado. Com base em condições e fatos conhecidos, podem-
se estabelecer premissas e projetar os fatos que acontecerão no futuro. Esses fatos projetados
poderão realmente acontecer, mas não serão "exatamente" como havíamos projetado (HOJI,
2004).
9

A existência de uma relação positiva entre risco e retorno nominal e esperado deve ser
evidente. Depois de avaliar o risco inerente a um dado título, os investidores tendem a comprar
aqueles títulos que se espera que forneçam um retorno condizente com o risco percebido. O
retorno efetivo obtido nesse título afetará os atos desses investidores subsequentes – se
venderão, manterão ou comprarão títulos adicionais. Além disso, a maioria dos investidores
procura certos tipos de títulos que forneçam uma determinada faixa de comportamento de risco
e retorno (GITMAN, 2002).

Os administradores financeiros devem tentar manter receitas elevadas e custos baixos,


mas devem também considerar os riscos associados a cada alternativa de investimento e de
financiamento. Afinal, as decisões se apoiarão em uma análise do impacto do risco e do retorno
do preço da ação.

Segundo Figueiredo e Caggiano (1997), a contabilidade de custos é um processo de


analisar, computar, registrar o custo, a lucratividade e como está o desempenho das operações.
Ela se assemelha a um centro processador de informações, que recebem dados, acumula-os de
forma organizada, para a análise e interpretação, produzindo assim informações gerenciais e
fiscais.

As informações de custos auxiliam na avaliação das alternativas de curso de ação, além


de demonstrar, em termos monetários, as mudanças patrimoniais decorrentes das transações de
ordem econômico-financeiras.

São vários os conceitos que podem ser utilizados no tratamento das informações pela
contabilidade de custos; assim, no modelo utilizado, deve ser contemplada a natureza
do processo produtivo, bem como as necessidades informacionais dos gestores, tendo
sempre em mente o modelo de gestão a ser objetivado (FIGUEIREDO; CAGGIANO,
1997, p.37).

Bierman e Dyckman apud Leone (2000), afirmam que a Contabilidade de Custos tem
função de agir como um arquivo em que à informação é guardada até que seja necessária e não
só fornecer dados constantes para tomada de decisões.

A Contabilidade de Custos obtém dados monetários e não monetários, mas também


quantitativos. Hoje, a Contabilidade de Custos está cada vez mais utilizando dados quantitativos
não monetários, organizando-os, trabalhando-os, combinando-os e produzindo informações
gerenciais, fundamentado nesses dados.
10

A Contabilidade de Custos é muito útil para os empresários hoje em dia, pois:

Projeta e opera sistemas de custos, determina os custos por departamentos, por função,
por centros de responsabilidades, por atividades, por produtos, por territórios, por
períodos e por outros segmentos, faz a estimação de custos, estabelece padrões,
manipula custos históricos, compara custos de diferentes períodos, compara custos
reais com custos calculados, determina custos de alternativas, interpreta e apresenta
informações de custos como um auxílio à gerência no controle de operações correntes
e futuras (LEONE, 2000, p.47).

A contabilidade gerencial, segundo Iudícibus (1998), para auxiliar os gerentes de


entidades em seu processo decisório pode ser caracterizada, em especial conferido a
procedimentos contábeis e técnicas já conhecidas na análise financeira e de balanços, na
contabilidade financeira, na contabilidade de custos, etc. Isto tudo visto em uma visão
superficial. Procurando informações que de maneira válida e efetiva no modo decisório do
administrador, a contabilidade gerencial num sentido mais profundo, está voltada
exclusivamente para a administração da empresa. No modelo decisório do administrador é
considerado em conta informe sobre situações passadas ou presentes, mas somente serão
insumos de valor para o modelo decisório à medida que o passado e o presente sejam
estimadores válidos daquilo que poderá acontecer no futuro, em situações comparáveis às já
ocorridas.

Conforme Iudícibus (1998, p.21), "[...] a Contabilidade Gerencial em suas aplicações,


aproveita conceitos da administração da produção, da estrutura organizacional, bem como da
administração financeira, onde toda a contabilidade empresarial se baseia".

Portanto, Iudícibus (1998), afirma que todo procedimento, técnica, informação ou


relatório contábil feito "sob medida" para que a administração os utilize na avaliação de
desempenho ou na tomada de decisões entre alternativas contraditórias, reincide na
contabilidade gerencial.

1.4 – Contabilidade Gerencial x Contabilidade Financeira

Para não confundir contabilidade gerencial com contabilidade financeira Iudícibus


(1998), diz que:
11

Na verdade devemos saber onde termina a Contabilidade Financeira e onde se inicia


a contabilidade Gerencial. O ponto de ruptura entre ambos não é tão fácil de ser
distinguir. Certos relatórios, tais como o balanço Patrimonial, a Demonstração de
Resultados e a Demonstração de Fontes e Usos de Capital de Giro Líquido,
representam, de certa forma, a fronteira entre contabilidade financeira e gerencial
(IUDÍCIBUS, 1998, p.22).

Um exemplo bem claro é na análise de balanços e as financeiras, tanto podem servir


para o financiamento como para a gerência na avaliação de tendência da empresa ou
emprestador de capital na avaliação da segurança do retorno de um empréstimo. É provável que
ambos, utilizarão índices calculados da mesma forma, com ênfases distintas, nos afirma
(IUDÍCIBUS, 1998).

A Contabilidade de custos, por sua vez, e todos os procedimentos contábeis e financeiros


ligados aos fundos empresariais, a planejamento empresarial, a fornecimento de informes
contábeis para decisão entre cursos de ações alternativas recaem, sem sombra de dúvida, no
campo da contabilidade gerencial. Decisões, como fabricar ou comprar, expansão de planta,
redução ou aumento de volume, combinações de produtos etc. requerem informações contábeis
além é claro das outras disciplinas que não são facilmente encontradas nos registros da
contabilidade financeira.

“A análise do ponto de equilíbrio permite compreender como o lucro pode ser afetado
pelas variações nos elementos que integram as receitas de vendas e os custos e
despesas totais” (BRAGA, 1995, p.179).

O ponto de equilíbrio corresponde a certo nível de atividade onde o lucro será nulo, ou
seja, é denominado o ponto em que o total da margem de contribuição da quantidade vendida
se iguala aos custos e despesas fixas, assim o ponto de equilíbrio calcula os parâmetros que
mostra a capacidade mínima em que a empresa deve operar para não ter prejuízo. Esse ponto
também pode ser denominado de ponto de ruptura.

A maneira para se achar o ponto de equilíbrio é ter o custo fixo e dividi-lo pelo total
obtido entre o preço de venda unitário menos o custo variável unitário.

Santos (2000) revela que, a análise do equilíbrio entre receitas de vendas e custos é de
grande valia como instrumento para decidir-se gerencialmente. Classificando de forma
adequada seus custos estruturais fixos, a empresa está praticamente determinando o ponto de
equilíbrio.
12

Santos relaciona o ponto de equilíbrio como um dos fatores de sucesso financeiro da


empresa:

O sucesso financeiro de qualquer empreendimento empresarial está condicionado à


existência da melhor informação gerencial. No rol das informações mínimas e
indispensáveis para a decisão, está a "análise do ponto de equilíbrio". O ponto de
equilíbrio será obtido quando o total dos ganhos marginais, que é a somatória de todos
os produtos comercializados, equivalerem ao custo estrutural fixo do mesmo período
de tempo objeto da análise. A informação, também conhecida como a do faturamento
mínimo que uma empresa precisa obter para não incorrer em prejuízo, é de
importância vital para o gerenciamento de um negócio (SANTOS, 2000, p.166).

1.5 – Fluxo de Caixa

Como se sabe, as empresas normalmente efetuam operações de compras,


industrialização e vendas dos mais diversos produtos, e certamente há períodos em que as
mesmas têm seu caixa com valor disponível e outras vezes com falta de disponibilidades.
Visando honrar seus compromissos em seus respectivos vencimentos, a empresa necessita de
um planejamento financeiro.

Na maioria das vezes as empresas só dão a devida importância ao Fluxo de Caixa,


quando se encontram em situação desagradável financeiramente, onde sua liquidez já não esta
em índices desejáveis, podendo comparar tal situação a um indivíduo que nunca deu
importância a sua saúde, e quando se encontra doente recorre a remédios pensando que estes
serão a salvação de tudo.

[...] parece que a empresa em situação de normalidade e grande perspectiva de viver


os princípios contábeis da continuidade se preocupam fundamentalmente com o
enfoque econômico dos resultados. Resultado nesse caso significa gerar lucro, dentro
dos melhores e mais adequados conceitos que a contabilidade possa e pode dispor.
Entretanto, nos casos limites, na crise, na fase terminal, o resultado importante é o
financeiro, o caixa disponível ou a ser disponível em dado horizonte de tempo
(FREZATTI, 1991, p.24).

Convém-se assim afirmar, que a empresa deve basear-se sempre no Fluxo de Caixa, pois
o mesmo apresenta a real situação financeira, apresentando os períodos bons e maus para a
correta tomada de decisão.
Com um perfeito acompanhamento e planejamento em conformidade com o Fluxo de
Caixa, a empresa reduz substancialmente as surpresas financeiras desagradáveis, como o
13

vencimento de um empréstimo em época sem recursos disponíveis, o que geraria mais um custo
em encargos financeiros para honrar este compromisso.

O Fluxo de Caixa é uma ferramenta que auxilia na programação de pagamentos e


ingressos futuros, e demonstrando qual o período que haverá deficiência ou disponibilidades de
caixa.

Assim sendo, pode-se afirmar que o Fluxo de Caixa, é uma ferramenta indispensável
para o bom andamento, planejamento e continuidade de uma empresa.

A principal função do contador é desenvolver e fornecer dados para medir o


desempenho da empresa, avaliar sua posição financeira e pagarem impostos. Baseando-se em
certos princípios padronizados e geralmente aceitos, o contador prepara as demonstrações
financeiras, que reconhecem as receitas no momento da venda e as despesas, quando incorridas.
Essa abordagem é comumente conhecida como regime da competência (GITMAN, 2002).

Diz ainda que, o administrador financeiro, por outro lado, enfatiza o fluxo de caixa, ou
seja, entradas e saídas de caixa. Ele mantém o a solvência da empresa, analisando e planejando
o fluxo de caixa para satisfazer as obrigações e adquirir os ativos necessários ao cumprimento
das obrigações e dos objetivos da empresa. O administrador financeiro adota o regime de caixa
para reconhecer as receitas e despesas que efetivamente representam entradas e saídas de caixa.

O fluxo de fundos (ou fluxo de recursos) tem conceito mais abrangente do que fluxo de
caixa. Enquanto o fluxo de caixa refere-se à movimentação de dinheiro, o fluxo de fundos
refere-se à movimentação do capital de giro (HOJI, 2004).

O valor de um investimento feito pela empresa depende do momento do que ocorrem


os fluxos de caixa. Uma das premissas mais importantes em finanças é a de que os indivíduos
preferem receber o fluxo de caixa mais cedo. Um dólar recebido hoje vale mais de que um dólar
recebido daqui a um ano. Essa preferência temporal desempenha um papel importante na
formação de preços de ações e obrigações (JAFFE, 2002).
A empresa precisa considerar o fator risco. O volume e a distribuição dos fluxos de caixa
no tempo geralmente não são conhecidos com certeza. A maioria dos investidores possui
aversão a risco (JAFFE, 2002).
14

1.5.1 – Tipos de Fluxo de Caixa

Segundo PADOVEZE (2000,p. 71), “[..]A construção do relatório de fluxo de caixa


deverá ser feita através do retrabalho dos dados das três demonstrações contábeis[...]”. Para
a elaboração do Fluxo de Caixa, a pessoa mais indicada é o administrador financeiro, que vive
o dia a dia da empresa, com o qual contribui Padoveze (2000, p.72), "[...] raramente vemos o
fluxo de caixa ser elaborado pelo setor de contabilidade. É considerado, inclusive peça-chave
na administração financeira”.

 Fluxo de Caixa Realizado ou Histórico - O Fluxo de Caixa Realizado ao


Histórico coloca-se como instrumento complementar às demais demonstrações
contábeis, como coloca Padoveze (2000, p.72), "Fluxo de caixa versus origens
e aplicações de recursos são demonstrativos complementares. Concordamos
que o fluxo de caixa é mais fácil de ser assimilado pelos usuários não muito
afeitos a técnica contábil". Sendo assim o mesmo estabelecendo o rastreamento
da atividade passada, com a possibilidade de sanar pontos críticos no
desempenho financeiro da empresa, sua análise permite avaliar a forma de como
vinham sendo aplicados os recursos da empresa visando um crescimento da
mesma.
 Fluxo de Caixa Descontado - Conforme Znadowicz (2000, p.294) "Uma forma
prática de analisar as alternativas de investimento de uma empresa, é através
do fluxo de caixa descontado, também denominado de fluxo de caixa liquido".
O fluxo de caixa descontado pode ser chamado de fluxo de caixa líquido, pois
apresenta a real disponibilidade ou necessidade de captação de recursos,
podendo assim o administrador financeiro, analisar e decidir antecipadamente
sobre os fluxos de investimentos e políticas de prazos, antes deles acontecerem.
 Fluxo de Caixa Projetado - Já o Fluxo de Caixa Projetado, antecipa
desembolsos futuros, prevendo períodos críticos que poderão ser tratados
antecipadamente, ou situações de excesso com ingressos futuros, que podem ser
analisados previamente, para direcioná-los da melhor forma possível, o que
condiz com Berti (1999, p.38) "O fluxo de caixa fornece informações de quais
são os dias de estrangulamento ou de excedentes de recursos, possibilitando
uma melhor administração do fluxo financeiro", porém como a maioria dos
15

dados futuros é projetada, estes não estão isentos de possíveis oscilações, devido
à observação do princípio da prudência na ocasião de sua elaboração.

É de suma importância o Fluxo de Caixa em uma empresa, pois é através dele que o
administrador financeiro, vê antecipadamente a necessidade de recursos para honrar seus
compromissos em seus respectivos vencimentos ou seus excessos de disponibilidade para a
escolha da melhor forma de aplicação. Outra função importante é que pelas informações
demonstradas no Fluxo de Caixa, pode-se evitar a programação de desembolsos desnecessários
em períodos de baixo ou nenhum ingresso, ou seja, programar os desembolsos conforme o grau
de sua importância.

Com base nos registros dos recebimentos e pagamentos de caixa, a empresa poderá
programar as suas necessidades financeiras, bem como aplicar os possíveis excedentes
de forma segura e rentável. O fluxo de caixa é o instrumento que permite demonstrar
as operações financeiras que serão realizadas pela empresa, facilitando a análise e
decisão, de comprometer os recursos financeiros, de selecionar o uso das linhas de
crédito menos onerosas, de determinar o quanto a organização dispõe de capitais
próprios, bem como utilizar as disponibilidades da melhor forma possível
(ZDANOWICZ, 2000, p.33).

A periodicidade para a elaboração do Fluxo de Caixa varia muito com o tamanho e o


ramo de atividade da empresa, empresas com atividades de grandes oscilações tem a tendência
de optarem por períodos curtos, já as que têm uma atividade mais estável preferem períodos
longos.

Discutir horizonte implica na definição do período pelo qual a empresa se preocupa e


mobiliza para obter resultados de caixa. Pode fazê-lo para 30 dias, 90, 360, enfim, o
horizonte que trouxer benefício ao processo decisório da empresa. O critério para se
definir horizonte não é o critério de "gosto", pelo simples fato de querer tê-lo. O
critério correto consiste em usar o horizonte que tenha utilidade em termos de decisão
para a empresa (FREZATTI, 1991, p.10).

Assim deduz-se que a periodicidade de um Fluxo de Caixa deve ser a que melhor se
adapte a empresa em questão.

A Demonstração dos Fluxos de Caixa tornou-se obrigatória no Brasil para as sociedades


anônimas com o advento da Lei n. 11.638/2007, não obstante o Instituto dos Auditores
Independentes do Brasil (IBRACON) ter recomendado sua publicação, por meio do
Pronunciamento n. 20, desde abril de 1999.
16

Em 2008, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) divulgou o Pronunciamento


Técnico CPC 03 – Demonstração dos Fluxos de Caixa, o qual possui o objetivo de “exigir o
fornecimento de informação acerca das alterações históricas de caixa e equivalentes de caixa”,
bem como apresenta os principais atributos dessa demonstração. Esse pronunciamento foi
aprovado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), conforme Deliberação n. 547/2008.

No setor público, a DFC passará a ser exigida a partir de 2010, em face do quanto
disposto na Resolução n. 1.133/2008 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), que
aprovou a NBC T 16.6 – Demonstrações Contábeis, bem como ao estabelecido na Portaria MF
nº. 184/2008.

Consoante a citada NBC, a DFC deve possibilitar “aos usuários projetar cenários de
fluxos futuros de caixa e elaborar análise sobre eventuais mudanças em torno da capacidade de
manutenção do regular financiamento dos serviços públicos”.

O objetivo principal desse demonstrativo contábil é, portanto, fornecer informações


relevantes sobre as entradas e saídas de caixa ou dos equivalentes de caixa em um determinado
período para possibilitar a tomada de decisões em cenários futuros.

Como forma de entender melhor os conceitos utilizados na elaboração da Demonstração


do Fluxo de Caixa, resumimos as principais definições abaixo:

 Equivalente de Caixa: por equivalentes de caixa se entende os depósitos


bancários e outras contas que possuam as mesmas características de liquidez e
de disponibilidade, tais como as aplicações financeiras de resgate imediato.
 Fluxo das Operações: compreende os ingressos, inclusive decorrentes de receitas
originárias e derivadas, e os desembolsos relacionados com a ação pública e os
demais fluxos que não se qualificam como de investimento ou financiamento.
Atividades operacionais são as principais atividades geradoras de receita da
entidade e outras atividades diferentes das de investimento e de financiamento1.
 Fluxo dos Investimentos: inclui os recursos relacionados à aquisição e à
alienação de ativo não-circulante, bem como recebimentos em dinheiro por
liquidação de adiantamentos ou amortização de empréstimos concedidos e

1 Definição contida no Pronunciamento Técnica CPC n. 03.


17

outras operações da mesma natureza. Atividades de investimento são os


referentes à aquisição e venda de ativos de longo prazo e investimentos não
incluídos nos equivalentes de caixa.
 Fluxo dos Financiamentos: inclui os recursos relacionados à captação e à
amortização de empréstimos e financiamentos. Atividades de financiamento são
aquelas que resultam em mudanças no tamanho e na composição do capital
próprio e endividamento da entidade.
 Fluxos Operacionais: De forma objetiva, as atividades ou fluxos operacionais
decorrem das transações relacionadas ao negócio da entidade pública, as
atividades de investimento estão relacionadas com os ativos não-circulantes, e
os fluxos de financiamento, com os passivos não-circulantes.
 Método Direto: O método direto possibilita apresentar os elementos mais
relevantes dos fluxos (entradas e saídas do caixa ou equivalentes de caixa) por
valores brutos. Assim, devem ser demonstrados os recebimentos de tributos, de
contribuições, de serviços; os pagamentos a fornecedores, de juros a instituições
financeiras, a servidores; a compra e a alienação de bens; a obtenção e a
amortização de empréstimos, entre outros recebimentos e pagamentos
relevantes.
 Método Indireto: O método indireto permite apresentar o fluxo de caixa a partir
do resultado patrimonial do exercício e é obtido por meio da movimentação
líquida das contas que influenciam os fluxos de caixa das atividades
operacionais, de investimento e de financiamento, devidamente ajustadas pelas
movimentações dos itens que não geram caixa ou equivalentes de caixa, tais
como: depreciação, amortização, exaustão, variação cambial de longo prazo,
entre outros. Conforme Iudícibus et al. (Manual de Contabilidade das
Sociedades por Ações, 2007, p. 446) afirmam que:

O método de obtenção indireta do caixa gerado pelas atividades operacionais é uma


continuação da seqüência utilizada na DOAR para se obter o capital circulante
gerado pelas operações. Por isso, a grande maioria das empresas de países com DFC
obrigatória prefere utilizar o método indireto, em razão do costume anteriormente
adquirido ao elaborar a DOAR, além de ser esse método bem mais fácil de ser
automatizado e informatizado. Ressalve-se, contudo, que os órgãos normatizadores
das práticas contábeis em todo o mundo recomendam a adoção do método direto,
principalmente pela maior facilidade de compreensão deste por parte do usuário.
18

A diferença entre esses dois métodos de elaboração da DFC – direto e indireto –


assemelha-se à diferença relativa aos conceitos “acima da linha “ e “abaixo da linha” utilizados
nas questões de finanças públicas, especialmente quando da apuração de resultados fiscais de
governo.

Assim é que o conceito “acima da linha” considera as estatísticas fiscais desagregadas,


que apresentam as variáveis de receita e de despesa, e o conceito “abaixo da linha” leva em
conta apenas a variação do endividamento público, sem identificar especificamente as causas
das mudanças ocorridas – nas receitas ou nas despesas. Ou seja, conhece-se o resultado final
advindo da variação entre duas posições, mas não são conhecidos, de fato, os dados “acima da
linha”, ou seja, as variáveis de receita e de despesa, provocando uma discrepância estatística,
devido a omissões incorridas.

A Estrutura da Demonstração do Fluxo de Caixa apresentada é a versão disponibilizada


para receber sugestões até o dia 31/10/09, podendo sofrer alterações.
19

<ENTE DA FEDERAÇÃO>

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA

EXERCÍCIO: MÊS: EMISSÃO: PÁGINA:

Exercício Exercício

Atual Anterior

FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES DAS OPERAÇÕES

INGRESSOS

RECEITAS DERIVADAS

Receita Tributária

Receita de Contribuições

Outras Receitas Derivadas

RECEITAS ORIGINÁRIAS

Receita Patrimonial

Receita Agropecuária

Receita Industrial

Receita de Serviços

Outras Receitas Originárias

Remuneração das Disponibilidades

TRANSFERÊNCIAS

Intergovernamentais

a Estados

a Municípios

Intragovernamentais

DESEMBOLSOS

PESSOAL E OUTRAS DESPESAS CORRENTES POR FUNÇÃO

Legislativa

Judiciária

Previdência Social

Administração

Defesa Nacional

Segurança Pública
20

Relações Exteriores

Assistência Social

Previdência Social

Saúde

Trabalho

Educação

(...)

JUROS E ENCARGOS DA DÍVIDA

Juros e Correção Monetária da Dívida Interna

Juros e Correção Monetária da Dívida Externa

Outros Encargos da Dívida

TRANSFERÊNCIAS

Intergovernamentais

a Estados

a Municípios

Intragovernamentais

FLUXO DE CAIXA LÍQUIDO DAS ATIVIDADES DAS OPERAÇÕES

FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO

INGRESSOS

ALIENAÇÃO DE BENS

AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS CONCEDIDOS

DESEMBOLSOS

AQUISIÇÃO DE ATIVO NÃO CIRCULANTE

CONCESSÃO DE EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS

FLUXO DE CAIXA LÍQUIDO DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO

FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO


21

INGRESSOS

OPERAÇÕES DE CRÉDITO

DESEMBOLSOS

AMORTIZAÇÃO/REFINANCIAMENTO DA DÍVIDA

FLUXO DE CAIXA LÍQUIDO DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO

GERAÇÃO LÍQUIDA DE CAIXA E EQUIVALENTE DE CAIXA

CAIXA E EQUIVALENTE DE CAIXA INICIAL

CAIXA E EQUIVALENTE DE CAIXA FINAL


22

Referências:

 BARBOSA. Ana Maria Ribeiro. As implicações da tecnologia da informação na


profissão contábil. In: Congresso Brasileiro de Contabilidade, XVI., Goiânia, 2000.
Anais… Goiânia, 2000. In: Cd-Room.

 BEUREN, Ilse Maria. Gerenciamento da informação: um recurso estratégico no


processo de gestão empresarial. São Paulo: Atlas, 1998.

 CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE (CFC). Quantos fomos? 2003.


Disponível em: http://www.cfc.org.br. Acesso em 10 de Janeiro de 2017.

 CORNACHIOBE, B. E., Das bases de sustentação da contabilidade e da informática.


1994. Dissertação (Mestrado em Controladoria e Contabilidade) – Faculdade de
Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo,
1994.

 CORNACHIONE JR, Edgard Bruno. Sistemas Integrados de Gestão: uma abordagem


da tecnologia da informação aplicada à gestão econômica (GECON). S.Paulo: Atlas.
2001.
 CORNACHIONE Jr., Edgar B. Informática aplicada às áreas de contabilidade,
administração e economia. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2001.

 CRUZ, Naiana V. S, José C. S. GALVÃO. Origem e Evolução do Pensamento


Contábil. UEFS, Feira de Santana- BA, 2001. Monografia. 72 p

 HENDRIKSEN, Eldon S.; BREDA, Michael F. Van. Teoria da Contabilidade. 5.ed. São
Paulo: Atlas, 1999.

 MACHADO, Sérgio Aprobato. Contabilidade na informática. Revista Brasileira de


Contabilidade, p.39-44. Ano XVI. n.º 56. Jan/Mar – 1986.

 OLIVEIRA, Edson. Contabilidade e Informática: Teoria e Pratica. 4ª ed. São Paulo:


Atlas, 2006.

 PADOVEZE, Cláudio Luís. Sistemas de informações contábeis. 2. ed. São Paulo: Atlas,
2000.

 PADOVEZE, Clovis Luiz. Sistema de Informações Contábeis: Fundamentos e Análise.


4ª ed. São Paulo: Atlas, 2004.

 PORTER, Michael E. Competição = on Competition: estratégias competitivas


essenciais. Rio de Janeiro: Campus,1999.

 SÁ, Antônio Lopes de . Teoria da Contabilidade. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

 SANTOS, Edilene Santana; CATELLI, Armando. Internet: desafio para uma


contabilidade interativa. Revista Contabilidade & Finanças. FIPECAFI, São Paulo:
FIPECAFI, v.14, n.25, p. 24-41, janeiro/abril 2001.
23

 SCHIMDT, Paulo, et al. História do Pensamento Contábil.. São Paulo: Atlas. 2.006.

 SCHMIDT, Paulo. Uma contribuição ao estudo da história do pensamento contábil:


1996. 2 v. 476 f. Tese (Doutorado em Controladoria e Contabilidade) – Faculdade de
Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo,
1996.

 TJADEN, Gary.. A TI muda. HSM Management. São Paulo: Editora Savana, n.17, p.
102-106, nov/dez. 1999.
24

EXERCÍCIOS DE ESTUDO DO CAPITULO I

1. Na frase “, sua análise permite avaliar a forma de como vinham sendo aplicados os recursos
da empresa visando um crescimento da mesma” estamos nos referindo ao:

a. ( ) Fluxo de Caixa Realizado


b. ( ) Fluxo de Caixa Descontado
c. ( ) Fluxo de Caixa Projetado
d. ( ) Fluxo de Caixa Bancário
e. ( ) Fluxo de Caixa Primário

2. Na frase “, pode ser chamado de fluxo de caixa líquido, pois apresenta a real disponibilidade
ou necessidade de captação de recursos, podendo assim o administrador financeiro, analisar e
decidir antecipadamente sobre os fluxos de investimentos e políticas de prazos, antes deles
acontecerem” estamos nos referindo ao:

a. ( ) Fluxo de Caixa Realizado


b. ( ) Fluxo de Caixa Descontado
c. ( ) Fluxo de Caixa Projetado
d. ( ) Fluxo de Caixa Bancário
e. ( ) Fluxo de Caixa Primário

3. Na frase “,, antecipa desembolsos futuros, prevendo períodos críticos que poderão ser tratados
antecipadamente, ou situações de excesso com ingressos futuros, que podem ser analisados
previamente, para direcioná-los da melhor forma possível,” estamos nos referindo ao:

a. ( ) Fluxo de Caixa Realizado


b. ( ) Fluxo de Caixa Descontado
c. ( ) Fluxo de Caixa Projetado
d. ( ) Fluxo de Caixa Bancário
e. ( ) Fluxo de Caixa Primário

4. Sobre a periodicidade para elaboração do fluxo de Caixa, podemos afirmar

a. ( ) Precisa ser diário, pois existe a necessidade de monitoramento do fluxo financeiro de


qualquer empresa.
b. ( ) Precisa ser semanal, pois existe a necessidade de monitoramento do fluxo financeiro
de qualquer empresa.
c. ( ) Varia muito com o tamanho da empresa, quanto maior a empresa menor a
periodicidade
d. ( ) Varia muito com o tamanho da empresa, quanto maior a empresa maior a
periodicidade
e. ( ) Varia muito com o tamanho e o ramo de atividade, atividades com menor sujeição a
oscilações podem ter períodos mais longos.

5. Complete a frase “O sucesso financeiro de qualquer empreendimento empresarial está


25

condicionado à existência da melhor informação gerencial. No rol das informações mínimas


e indispensáveis para a decisão, está...”

a. ( ) Analise do fluxo de caixa


b. ( ) Analise do Ponto de equilíbrio
c. ( ) Analise do Ativo
d. ( ) Analise do Passivo
e. ( ) Analise dos Resultados

6. Sobre o Fluxo de Caixa:

I. É uma ferramenta que auxilia na programação de pagamentos e ingressos futuros, e


demonstrando qual o período que haverá deficiência ou disponibilidades de caixa.
II. É uma ferramenta indispensável para o bom andamento, planejamento e continuidade de
uma empresa
III. Refere-se a Movimentação do Giro de Uma empresa

Está(ão) corretas

a. ( ) I e II
b. ( ) I e III
c. ( ) II e III
d. ( ) Todas estão corretas
e. ( ) Todas estão erradas

7. O que são Fluxo dos Financiamentos:

8. O que é ponto de equilíbrio?


26

9. O que são fluxos operacionais?

10. O que é planejamento financeiro?


27

CAPÍTULO II
2. A IMPORTÂNCIA DA INFORMÁTICA

A partir da perspectiva do saber fazer, neste capitulo você terá os seguintes objetivos de
aprendizagem:

 Como que a informática influencia e auxilia o trabalho Contábil.


 A importância da informática para os sistemas contábeis.

2.1 – A Evolução do Processo de Comunicação Contábil

A Contabilidade e suas práticas existem na sociedade desde tempos remotos, e seus


processos de registros foram evoluindo para acompanhar o próprio desenvolvimento social.

Antes que o homem soubesse escrever e antes que soubesse calcular, criou ele a mais
primitiva forma de inscrição que foi a artística, da qual se valeu para também
evidenciar seus feitos e o que havia conquistado para seu uso(SÁ, 1999, p.17).

Acredita-se que a gênese dos primeiros registros se encontra nos sulcos ou rabiscos e
sinais encontrados nas grutas e cavernas da Antiguidade, sendo esse fato um ponto de
divergência para os historiadores que defendem a ideia de que tais “figuras” serem
manifestações artísticas. Independentemente de serem manifestações artísticas, é inegável que
o mesmo tenha contribuído para o surgimento dos primeiros registros. O desenvolvimento das
civilizações, impulsionado pela economia de produção e o surgimento da escrita também foram
um dos fatores de influência para o desenvolvimento dos registros contábeis. A Contabilidade
primitiva, era utilizada como ferramenta de o controle e o registro bens, tanto a nível de relações
comerciais como de apoio as atividades do Estado, que necessitava de mecanismos de controle
para fins de arrecadação e meio controlar suas riquezas, cujas relações foram se intensificando
cada vez mais com o próprio progresso das civilizações.
28

Analisando o progresso das civilizações, e os próprios meios e recursos disponíveis de


evidenciação dos fatos, percebe-se que os registro e controles, nem sempre assumiram a mesma
característica, ou eram determinado de mesma forma, mais tão somente a lógica contábil
inserida em suas ações, caracterizam-se como a mesma.

Os Sumérios, segundo Schmidt (2000, p.76), utilizavam-se de tábuas para registrar as


transações efetuadas. Nessas tábuas, ou fichas de argila, eram mantidos os controles da
produção, dos bens, das transações. Essas fichas de barro foram classificadas em duas
categorias: fichas simples e complexas. As simples – eram esféricas, arredondadas, triangulares,
ou retangulares e traçam por volta de 8000 a. C, sendo criadas principalmente em zonas rurais;
as complexas – também possuíam uma variedade de formas, porém com incisões ou pontuações
e frequentemente perfuradas, eram usadas em muitas cidades e nos arredores dos templos.

Esse regime de classificação representava as relações entre o haver e o dever das


pessoas, ao realizar as transações, distribuíam-se fichas primitivas entre as partes, o que sugeria
a ideia de recibos primitivos, ficando o possuidor com a ficha definitiva do bem comercializado
quando da quitação correspondente.

Relatos e achados históricos comprovam que por volta do ano 2000 a.C. no Egito (Sá,
2006, p.16), já existia a obrigação da existência de livros e documentos fiscais, cuja guarda
eram dos funcionários do Estado, os escribas. A influência do Estado como instrumento de
intervenção econômica e controle tributário foi um fator de importante para o desenvolvimento
e evolução dos registros no Egito, onde a Contabilidade pública se desenvolveu
consideravelmente. Apesar de bastante disseminada, as escrita egípcia e mesopotâmica não
eram de fácil assimilação, o que resultava num monopólio de conhecimento, e isso dificultava
muito as transações que surgiam.

Ao passo que as sociedades foram evoluindo, o comércio entre elas foi se intensificando,
passou a existir a necessidade de, não só ao Estado, mas também o comerciante compreender
tudo o que estava fazendo. Por volta de 2000 a.C. foi criado o alfabeto fenício, que segundo
Schmidt, (1996, p.76): “a principal contribuição dos fenícios para o processo de comunicação
contábil está no fato de que a sua escrita representou um considerável avanço”, devido à
redução do número de caracteres e a eliminação das complicadas combinações das escrita
egípcia e mesopotâmica, a leitura e escrita tornara-se extremamente simples, deixando de ser
29

monopólio de uma minoria. O pequeno proprietário ou negociante pode aprender mais


facilmente a assinar o nome pelo menos e a fazer as suas contas.

Além dos egípcios e dos sumérios, várias outras civilizações, também contribuíram para
o processo de comunicação contábil e a consolidação dos procedimentos contábeis, como por
exemplo, na civilização romana se desenvolveu muito a Contabilidade pública, através do
controle das riquezas, de onde já se produziam balanços e prestações de contas.

Analisando o progresso das civilizações, observa-se que as condições econômicas,


sociais e políticas de cada sociedade, foram fatores de influência a evolução dos procedimentos
contábeis. Com o desenvolvimento do comércio, na Idade Média, o apogeu e queda do
Feudalismo, surgimento do Mercantilismo, das Rotas de Comércio, cada vez mais se tornou
necessário o conhecimento contábil tanto para controle das atividades, como para registrar as
operações entre credor e devedor, como eram feitos desde as antigas civilizações. Com a
decorrer do tempo, as velhas tábuas de barro ou madeira deram espaço aos manuscritos, o papel
já inventado se transformava no “gérmen” das informações, que mais tarde Gutemberg
consolida quando aperfeiçoa a imprensa, surgindo os primeiros manuscritos contábeis.

Mais tarde, por volta do século XV, com a evolução social, o surgimento dos métodos
de partidas dobradas, compilado por Pacciolli em 1494, o registro contábil assume uma
preponderante característica; segundo a qual, para cada crédito haveria um débito
correspondente e vice-versa. O método assinala um fator primordial, para o entendimento dos
lançamentos contábeis, num momento em que não havia números negativos e nem o zero.
O desenvolvimento do sistema de partidas dobradas deve-se a:

1º - desenvolvimento econômico na área abrangida entre as cidades de Veneza,


Gênova e Florença, criando um ambiente de negócios e um nível comercial bem mais
sofisticados que o conhecido ate então, dando origem a uma demanda de sistemas
contábeis sofisticados;
2º - a aprendizagem da tecnologia de impressão de livros na Alemanha e sua rápida
disseminação para os grandes centros comerciais da Europa, principalmente no
norte a Itália(SCHMIDT, 1996 P. 26-27)

Com a difusão do método das partidas dobradas, por toda a Europa, as bases do
conhecimento contábil fortalecem as fronteiras científicas. Na medida em que as relações
sociais, econômicas e políticas da sociedade foram se intensificando a Contabilidade também
se evoluiu, a busca pela interpretação dos fatos e transações realizadas, fez surgir a necessidade
de se averiguar as bases próprias desse conhecimento, as meras técnicas de registros e
30

escrituração dão lugar a Ciência, que se desenvolve ao passo em que surgem diversas teorias e
doutrinas para explicar o fenômeno da riqueza, dentre elas podemos citar: Contismo,
Personalismo, Aziendalismo, Patrimonialismo, Reditualismo, Controlismo,
Neopatrimonialismo, entre outras.

A grande contribuição da evolução das doutrinas e teorias contábeis para o processo de


comunicação está no fato do valor dado a importância da informação, a partir de então, as
transações passam a assumir papéis bem mais complexos, os registros passam a não ser apenas
um meio de controle ou de escrituração, mas a base de informação para diversas análises, acerca
do patrimônio tanto em seu modo estático como dinâmico.

Tudo indica que foram os desenvolvimentos da sociedade, apoiados nos dos Estados,
dos Poderes religiosos e de suas riquezas, somados a das artes de escrever e contar
que influíram, decisivamente, na evolução dos registros contábeis.(SÁ, 1999, p23)

Avaliando o processo de comunicação contábil, percebe-se que com a evolução das


sociedades, os registros contábeis vão assumindo característica decisiva nas relações humanas,
o que antes era apenas um registro de posse particular, toma corpo e forma dentro da civilização
tanto como mecanismo de poderio econômico-financeiro, como suporte para o Estado,
consolidando-se dentro das necessidades da própria sociedade. Verifica-se isso, na análise dos
primeiros registros, que descreviam uma só operação, sendo que a medida que foram se
intensificando as relações comerciais, passaram a registrar mais de uma operação, surgindo
mecanismos de controle que procuravam aprimorar cada vez mais modos de relatar e
interpretar, até enfim chegarem na evolução da escrita; se dinamizarem com o progresso
tecnológico e, finalmente chegando a chamada “Era da Informação” com a introdução de
computadores, dos sistemas de informação , da Internet e das redes de comunicação.

Assim, os sistemas de informações utilizam os recursos humanos, de hardware, dados e


rede de comunicações para coletar em uma organização.
31

2.2 – O Impacto na Contabilidade

Utilizando-se das máquinas processadoras (os computadores), a informática tem sido


um dos ramos do conhecimento que mais tem se desenvolvido na atualidade, contribuindo de
forma relevante para o desenvolvimento de outras ciências.

Na história da informática, segundo relata Machado(1986,p.39-40), vários


acontecimentos marcaram o desenvolvimento tecnológico, dentre eles vale destacar:

 A invenção da calculadora de Pascal em 1642, que através de procedimentos ainda


rudimentar, com ganchos para digitação dos números efetuava as operações de
soma e subtração.
 Em 1812, o matemático Babbage dá um segundo passo quando ao consultar
tabelas de logaritmos percebeu a existência de erros e decidiu construir uma
máquina para computar tabelas matemáticas. Ele só não esperava que ao criar
comandos específicos, sua máquina não se comportasse apenas como uma
simples calculadora, mas como uma máquina analítica que podia ser
programada, tanto que em 1859 quando finalmente foi construída foi adotada
por várias empresas e companhias de seguros.
 A partir de 1940, surge na história da humanidade os primeiros computadores
eletrônicos, do tamanho de uma sala inteira e trabalhando através do uso de
válvulas, conhecidos como os computadores de primeira geração. No fim da
década de 50, com o advento dos transistores surge os computadores de segunda
geração, cujo período vai de 1955 a 1965.
 Em 1965, com o surgimento do circuito integrado, um componente eletrônico
que contém vários transistores integrados em um único componente, começa a
terceira geração de computadores. Esses com melhor acesso e significativamente
menor que o das gerações anteriores, possibilitando compartilhar o mesmo
espaço que os profissionais ocupam nos escritórios e nas empresas .
 Em 1970, a INTEL lança nos EUA, o primeiro microcomputador conhecido
como 8008.
32

De lá até os dias atuais, o microcomputador, vêm cada dia mais sendo inserido no fluxo
das operações e serviços das empresas, através da distribuição de processamentos de dados nos
diversos programas à disposição do usuário. Evidentemente, a Contabilidade não poderia deixar
de sofrer a influência desse desenvolvimento.

Com a progressiva evolução da tecnologia os computadores tem se tornado cada vez


mais imprescindíveis no mundo dos negócios, e consequentemente o campo contábil tem sido
impactado por estes aspectos. Sobre isto, assim descreve Cornachione Jr. (2001,p.105): “hoje
não é mais possível aceitar o eficaz desempenho profissional em um amplo leque de atividades
econômicas, científicas e educacionais , e mesmos esportivas, sem o apoio da informática , a
contabilidade não foge a regra”.

Diante desse contexto, a globalização pode ser considera como uma parte resultante da
evolução tecnológica, pois atualmente, podemos receber e enviar informações online, manter
uma conversação em tempo real, e até fechar um negócio em poucos minutos, sem que se
necessite o deslocamento ou viagem para outros locais. Com o advento da informática,
mudaram-se os processos organizacionais, o volume de dados antes desperdiçado no processo
mecanizado que era insuficiente, passa a ter um tratamento específico, o fluxo de informação
transforma-se na mola propulsora da tomada de decisões das empresas e é empregado em seus
sistemas nos seus diversos níveis, para os mais variados usuários. Segundo uma pesquisa
realizada através de um banco de dados com cerca de 1.000 (mil) empresas norte-americanas
(Tjaden, 1999, p.102), aproximadamente 80% (oitenta por cento) estão gastando mais com
atividades de informação e criação de ativos intelectuais do que para buscar retorno sobre o
capital investido.

A Contabilidade desenvolveu-se em resposta a mudanças no ambiente, novas


descobertas e progressos tecnológicos. Não há motivo para crer que a Contabilidade
não continue a evoluir em resposta a mudanças que estamos observando em nossos
tempos. (HENDRIKEN & BREDA, 1999, P.38)

Com as constantes mudanças no contexto econômico, social e político, e na estrutura


organizacional das empresas, como é o caso das empresas virtuais, a Contabilidade passa a
assumir novos desafios, traduzidos pelo volume e pela complexidade das transações que
envolvem as operações das empresas em geral. Segundo relata Padovezze (2000, p.59-63), um
dos reflexos do desenvolvimento tecnológico na Contabilidade, pode ser verificado no aumento
do grau de automação. Tarefas que anteriormente realizadas por processos manuais já são
33

desenvolvidas dentro de softwares específicos, diminuindo o fluxo de papéis e documentos na


empresa, um exemplo disso, são as rotinas mais frequentes que passaram a ser realizadas dentro
dos sistemas, como é o caso de: lançamentos de débito e créditos, escrituração de livros fiscais,
balancetes mensais, Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, entre
outros.

Porém, esses sistemas somente serão eficazes, se puderem através dos dados
condensados fornecerem as informações que se esperam da realidade patrimonial. Nesse
contexto, é o Contador, responsável em dar relevância aos dados que servirão de base para as
informações. Contudo, apesar dos benefícios oriundos da automação nas rotinas contábeis,
necessitamos avaliar alguns pontos, como por exemplo:

 Com as novas tecnologias, os sistemas apesar de fornecerem informações com


precisão e rapidez, se tornam ferramentas vulneráveis ao ataque de “vírus” que
podem ocasionar na perda parcial ou total dos dados, o que levaria um retrabalho
por parte da contabilidade;
 Operar com um sistema informatizado exige uma qualificação adequada do
usuário;
 Devido à vulnerabilidade dos sistemas, mediante a invasão de hackers ou
apropriação indevida de informações por partes dos funcionários, a empresa
necessita criar meios e/ou instrumentos de garantir para salvaguarda suas
informações; e
 O crescente número de informações e usuários que utilizam as redes de
computadores implica maiores custos de desenvolvimento e manutenção dos
sistemas para as empresas;
34

Sistema de
Informações

Sistema de
Sistema de
Apoio às
Apoio Gerencial
Operações

Sistema de Sistema de Sistema de Sistema de Sistema de


Sistema de
Processamento Controle Informações Apoio a Informação
Colaboração
de Transações de Pessoas Gerenciais Decisão Executiva

Segundo Padovezze (2000, p. 68-69) os sistemas contábeis usuais podem ser


classificados em:

 Manual - utiliza livros ou fichas a serem escrituradas;


 Mecanizado - utiliza a máquina de datilografia, a máquina de soma e um
formulário denominado “Ficha Tríplice”; e
 Eletrônico - utiliza o computador e demais equipamentos eletrônicos a partir de
programas específicos.

Por possuir maior flexibilidade e capacidade de armazenamento de dados e informações,


permitindo o processamento de várias unidades administrativas, centros de custos e empresas,
simultaneamente, e a integração aos demais meios de comunicação, o sistema eletrônico passou
a ser intensivamente utilizado pelos profissionais contábeis.

Os sistemas contábeis existentes no mercado, segundo Oliveira (1997, p.34-38) são:

 Sistema de Contabilidade Comercial - são geralmente desenvolvidos para


pequenas empresas comerciais, pouco versáteis, não possibilitam o bom
acompanhamento das transações realizadas limitando-se ás operações simples;
35

 Sistema de Contabilidade Fiscal - são desenvolvidos com o fim de fazer a escrita


fiscal das empresas, escriturando livros, emitindo guias de recolhimento dos
impostos e contribuições. Dependendo do porte da empresa, podem ser muito
úteis, porque além de produzir os relatórios que são utilizados pela
Contabilidade, produzem informações ficais em nível estadual, municipal e
federal;
 Sistema de Contabilidade de Custos – são muito utilizados nas indústrias, onde
a complexidade de custos é maior. Contém programas que geram demonstrativos
de custos por produtos, canalizam informações para a Contabilidade gerencial e
alimentam relatórios de controle de produção e consumo;
 Sistemas de Contabilidade Gerencial- são mais completos, apresentam muitas
opções de relatórios e é direcionado a médias e grandes empresas ou escritórios
de Contabilidade. Exigem o bom conhecimento do usuário, e possuem um leque
de atividades, tais como: possibilitar o cadastro de eventos e históricos
padronizados, apresentam o balanço patrimonial com termo de abertura e
encerramento, geram balancetes em diferentes níveis, permitem a elaboração de
gráficos, possibilitam a consulta on-line a qualquer informação, têm capacidade
de processar informações para mais de 100 filiais, podem processar
Contabilidade atrasada em até cinco anos, etc;
 Sistema de Administração de Pessoal ou de Recursos Humanos- é um sistema
com programas que geram a folha de pagamento, a consignatários, com alugueis,
pensões alimentícias, contribuições, etc;
 Sistema de Controle de Estoque- sistema que gera o inventário físico e
financeiro, relatórios de entradas e saídas, por fornecedor, região, setor,
departamento ou área, controla as vendas por vendedor, etc;
 Sistema de Faturamento – emitem faturas de venda ou prestação de serviços,
alem de prepara e gerar relatórios do faturamento mensal por item ou produto,
por filial ou região;
 Sistema de Contas a Pagar- contém programas que geram relatórios de controle
geral das obrigações da empresa. Os bons programas permitem até a implantação
de um calendário de feriados para facilitar o acompanhamento de pagamentos,
que no caso dos impostos e contribuições, precisam ser antecipados quando
caírem em um dia não útil para o sistema bancário;
36

 Sistema de Contas a Receber – geram relatórios de contas a receber da empresa


que devem ser separados por natureza, por cliente, filial ou região. Os
aplicativos, ainda proporcionam informações de créditos a receber por data de
vencimento, indicando os dias de atraso e eventuais cobranças de juros e multas,
enviando essas informações para a tesouraria e a Contabilidade;
 Sistema de Controle do Imobilizado- alimentam informações relativas á
movimentação dos bens integrantes do ativo imobilizado da empresa, gerando
relatórios de adições, baixas, transferências, depreciação e correção, se houver;
 Sistema de Gerência ou Gestão Financeira- é um sistema que geralmente
centraliza informações da Contabilidade, faturamento, contas a pagar e a
receber, tesouraria, sendo que essas atividades são desenvolvidas em cada área
especifica, e gerenciadas pela administração financeira ou controladoria,
dependendo da estrutura adotada na empresa.

Processamento Recebimento Relatórios


Faturamento Contas a Livro
de Pedidos de de Caixa Financeiros
Receber Razão Geral
Vendas

Sistema de Processamento
Análise das Desembolso de Livros e Relatórios
Vendas Contas a
de Caixa
Pagar

Sistema de Processamento de Sistema de Recebimentos e


Transações de Vendas
de Desembolso de Caixa

Compras Folha de
Pagamento

Processamento Controle de
de Inventário Ponto

Sistema de Processamento de Sistema de Processamento de


Transações de Compras
Folha de Pagamento

Os sistemas atualmente, se constituem no corpo básico de disseminação dos


procedimentos contábeis dentro das organizações. Dentre os sistemas que mais tem se
introduzido nas empresas, os sistemas gerenciais, merecem destaque.

As mudanças ocorridas nas organizações, aumentando a complexidade das atividades,


aliada ás novas exigências do mercado e a competitividade, passaram a exigir das empresas
37

maior quantidade de informações para controlar seu processo produtivo e tomar decisões a nível
estratégico e operacional.

Por outro lado, a introdução da Internet e dos avanços tecnológicos da informação


propiciaram muitas mudanças nos aspectos contábeis, tanto pela infinita capacidade de dados
de seus servidores como pela apropriação rápida da informação, o chamado tempo real.
Interligadas em rede empresas operam no mercado, mantém uma estrutura patrimonial
integrada a partir de informações compartilhadas entre matriz e filiais em diversas partes do
mundo. Dessa forma, se desmistifica a ideia estática das informações contábeis contidas em
seus relatórios básicos, como é o caso do Balanço Patrimonial, a posição econômica, financeira
e patrimonial da empresa não é mais aquela demonstrada a cada final de exercício, e sim a mais
recente e atualizada. Isto é um reflexo da evolução dos próprios processos de desenvolvidos
pela economia de mercado, principalmente dentro do mercado de ações, onde a cada segundo
se tem uma nova realidade.

O grande desafio da Contabilidade é nesse enfoque consubstanciar-se e manter-se dentro


de um determinado padrão no momento em que diversos fatores influem em tempo real para a
análise efetiva do patrimônio. Sem levar em conta que o nível de informações contábeis é
destinado a uma eclética classe de usuários, que delas necessitam também em tempo real. Na
revolução da informação, o papel de um profissional contábil bem-sucedido é descobrir como
satisfazer essas diferentes necessidades dos usuários da Contabilidade.

2.3 – A informatização e o Contador

As mudanças no cenário mundial, com a globalização, os avanços da tecnologia,


influenciaram sobremaneira o mundo dos negócios, essas mudanças não só afetaram o perfil
das relações empresariais, como vieram acarretar mudanças no perfil do profissional contábil,
cujo trabalho não só se diferenciou no uso das informações, como também na relevância de
suas atividades.

As diversas funções realizadas pela Contabilidade, como escrituração, elaboração


divulgação, análise e controle dos dados contábeis, foram afetadas profundamente em suas
metodologias. Os procedimentos atuais utilizados na Contabilidade para alcançar os seu
objetivos evoluíram sobremaneira. A introdução das redes, tornou possível a comunicação
38

virtual dos Contadores com os órgãos públicos, ao passo em que se verifica mudanças na
composição e estrutura das organizações.

A tecnologia de informação foi acrescida ao universo contábil como forma de resposta


às novas exigências do mercado, traduzindo mudanças no perfil do profissional.

O profissional contábil, como um elemento que integra a organização, também está


inserido nesse contexto, e vem sofrendo uma forte pressão diante das mudanças, pois
a sua função está sendo reformulada a cada passo desse processo de transformação.
Esse profissional deve buscar alternativas para agregar valor não só a empresa com o
seu trabalho, utilizando a Tecnologia da Informação como uma aliada na aquisição e
desenvolvimento de competências” (Barbosa, 2000, p.2).

Os avanços tecnológicos, a informática e os sistemas avançados de comunicação


contábil, acabaram por destituir aquela velha figura do guarda-livros dada ao profissional
contábil por muitos anos. Os programas já realizam as quatro operações, assimilam as
informações e elaboram os demonstrativos contábeis, adequando-os conforme a realidade
escolhida. E também elaboram análises estatísticas. Cabendo, portanto, ao Contador, a
explicação e interpretação dos fenômenos patrimoniais, sendo necessário para isso cada vez
mais a reformulação do discurso lógico e dominação do conhecimento contábil.

Se por um lado, a informática possibilitou o fluxo de dados através de diversos sistemas,


por outro, as empresas passaram a necessitar mais das habilidades do profissional. Tornando-
o um consultor dentro das organizações, cujo papel é imprescindível para o desenvolvimento
da empresa, uma vez que ao assumir responsabilidade, principalmente ligadas a gestão de
informação, ele terá como meta a obtenção, o tratamento e difusão de informações relevantes
para a organização dentro de um espaço de tempo hábil.

Vale ressaltar que não é a quantidade de informações que importa e sim a qualidade
destas informações. Segundo PORTER (1999,p.91) “ o impacto da tecnologia da informação
é tão difuso que os executivos se defrontam com um problema difícil: excesso de informação”.
O contador, Gestor da Informação, deverá realizar a triagem destas informações dizendo quais
são relevantes ou não para o futuro desenvolvimento da organização.

Analisando-se o progresso tecnológico, visualiza-se que as rotinas antes dedicadas


exclusivamente ao Contador, como declaração de IRPJ- Imposto de Renda da Pessoa Jurídica,
cálculos trabalhistas, folhas de pagamento, rescisões, hoje são abertas a sociedade pela Internet,
39

deixando ao leigo o direito de usar a informação para qual não tem conhecimento específico e
até subjugar o trabalho contábil. No entanto, sejam esses apenas reflexos do uso de técnicas,
que com certeza jamais deveriam ter sido ou se figurado como a essência das atividades
contábeis.

Se por um lado, a Contabilidade apresenta novas tendências devido ao novo contexto


sócio econômico vivido, e aos avanços tecnológicos, direcionando um novo perfil para o
profissional. Por outro, tornou-se uma das páreas de conhecimento de mais abrangente leque.
Ao Contador é possível atuar nos mais variados segmentos, conforme demonstrado em quadro
abaixo, desmitificando-se assim a ideia de que a introdução tecnológica possibilitou a fechar
as oportunidades na área contábil.

Nota-se, portanto, que o trabalho do contador não está perdendo espaço e nem tão pouco
tende a desaparecer. Este pensamento pode surgir de profissionais não capacitados, que se
limitam a técnica de “debitar e creditar”, esquecendo-se do aspecto científico que a
contabilidade possui.

Verifica-se que o perfil do Contador moderno é o de um homem de valor que precisa


acumular muitos conhecimentos, mas que tem um mercado de trabalho garantido. É um
elemento importantíssimo na agregação de valor a empresa, fazendo parte imprescindível do
processo de tomada de decisões, pois aos seus conhecimentos está a responsabilidade pela
“triagem” das informações colhidas das empresas e pela alocação destas ao desempenho
operacional. Essas novas características fizeram surgir e ascender a Contabilidade denominada
Contabilidade Gerencial, como ferramenta na gestão de negócios e a evolução do segmento de
Consultoria na área contábil.

Segundo Cornachione Jr. (1994 a, p.143-144) com o adequado tratamento da


informática em sua formação, o profissional da área contábil poderá obter, entre outras, as
seguintes vantagens competitivas no mercado de trabalho:

 Compreender os sistemas computacionais, aprender a ‘enxergar’ os problemas


complexos das empresas, das organizações sob enfoque sistêmico;
 Ocupar seu espaço de profissional que gerencia os sistemas de informações em
geral e os sistemas de informações contábeis das empresas;
40

 Dominar a operacionalização dos microcomputadores e redes de


microcomputadores, que representam a realidade empresarial atual e base da
tendência para o futuro; além de compreender e utilizar a terminologia desta
área;
 Operar aplicativos que atendam ás suas necessidades de cálculos (planilhas
eletrônicas), de textos (processadores de textos, editoração eletrônica), de banco
de dados (gerenciadores de bancos de dados) e necessidades gráficas (aplicativos
gráficos).
 Tornar-se mais participativo consequentemente, produtivo nas etapas de
desenho, geração e criação de sistemas de informações estratégicas e
operacionais;
 Analisar e participar ativamente da análise de sistemas contábeis que em breve
estarão funcionando sob a sua responsabilidade;
 Visualizar e compreender os ‘componentes’ da informática como partes do
processo de informação e não como uma “caixa preta”;
 Acompanhar, participar e entender o moderno ambiente computacional;
 Utilizar a informática como meio eficiente para otimizar as soluções contábeis e
gerenciais num ambiente empresarial competitivo;
 Proporcionar informações integradas aos usuários, que reflitam realidades de
diversas áreas da organização;
 Participar ativamente da geração de sistemas de avaliação de desempenho,
acompanhamento de gestão por áreas de responsabilidade, avaliação de
resultados, etc;

Em outras palavras, o que referido autor procura expor, é evidenciar que a informação
não trouxe apenas modificações para o horizonte das negociações empresariais, devido a
competitividade, o acirramento de mercados e a relevância das informações em tempo real. Não
é apenas necessário possuir informações, mas saber elaborar e interpretar de forma adequada e
em tempo hábil para que se possa obter o melhor proveito, maximização a relação custo-
benefício da informação.

A área contábil foi uma das que mais sofreram impactos com a introdução tecnológica,
tendo que se adaptar as mudanças ocorridas nas organizações e no desenvolvimento das
atividades contábeis. No entanto, é preciso que o profissional contábil tenha em mente que o
41

processo de transformação promovido pelas inovações tecnológicas em sua atuação


profissional é um processo dinâmico e contínuo; pois este assume a responsabilidade pelo
gerenciamento das informações que auxilia no desenvolvimento das atividades empresarias,
devendo ter consciência da sua necessidade de atualização contínua a fim de acompanhar a
evolução dos procedimentos, que envolvam o fluxo das atividades da Contabilidade.
42

Referências:

 BARBOSA. Ana Maria Ribeiro. As implicações da tecnologia da informação na


profissão contábil. In: Congresso Brasileiro de Contabilidade, XVI., Goiânia, 2000.
Anais… Goiânia, 2000. In: Cd-Room.

 BEUREN, Ilse Maria. Gerenciamento da informação: um recurso estratégico no


processo de gestão empresarial. São Paulo: Atlas, 1998.

 CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE (CFC). Quantos fomos? 2003.


Disponível em: http://www.cfc.org.br. Acesso em 10 de Janeiro de 2017.

 CORNACHIONE JR, Edgard Bruno. Sistemas Integrados de Gestão: uma abordagem


da tecnologia da informação aplicada à gestão econômica (GECON). S.Paulo: Atlas.
2001.

 CORNACHIONE Jr., Edgar B. Informática aplicada às áreas de contabilidade,


administração e economia. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2001.

 CRUZ, Naiana V. S, José C. S. GALVÃO. Origem e Evolução do Pensamento


Contábil. UEFS, Feira de Santana- BA, 2001. Monografia. 72 p

 HENDRIKSEN, Eldon S.; BREDA, Michael F. Van. Teoria da Contabilidade. 5.ed. São
Paulo: Atlas, 1999.

 MACHADO, Sérgio Aprobato. Contabilidade na informática. Revista Brasileira de


Contabilidade, p.39-44. Ano XVI. n.º 56. Jan/Mar – 1986.

 OLIVEIRA, Edson. Contabilidade e Informática: Teoria e Pratica. 4ª ed. São Paulo:


Atlas, 2006.

 PADOVEZE, Cláudio Luís. Sistemas de informações contábeis. 2. ed. São Paulo: Atlas,
2000.

 PADOVEZE, Clovis Luiz. Sistema de Informações Contábeis: Fundamentos e Análise.


4ª ed. São Paulo: Atlas, 2004.

 PORTER, Michael E. Competição = on Competition: estratégias competitivas


essenciais. Rio de Janeiro: Campus,1999.

 SÁ, Antônio Lopes de . Teoria da Contabilidade. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

 SANTOS, Edilene Santana; CATELLI, Armando. Internet: desafio para uma


contabilidade interativa. Revista Contabilidade & Finanças. FIPECAFI, São Paulo:
FIPECAFI, v.14, n.25, p. 24-41, janeiro/abril 2001.

 SCHIMDT, Paulo, et al. História do Pensamento Contábil.. São Paulo: Atlas. 2.006.

 SCHMIDT, Paulo. Uma contribuição ao estudo da história do pensamento contábil:


1996. 2 v. 476 f. Tese (Doutorado em Controladoria e Contabilidade) – Faculdade de
43

Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo,


1996.

 TJADEN, Gary.. A TI muda. HSM Management. São Paulo: Editora Savana, n.17, p.
102-106, nov/dez. 1999.
44

EXERCÍCIO DE ESTUDO DO CAPITULO II

1. “São geralmente desenvolvidos para pequenas empresas comerciais, pouco versáteis, não
possibilitam o bom acompanhamento das transações realizadas limitando-se ás operações
simples ”, estamos nos referindo ao:

a. ( ) Sistema de Contabilidade Comercial


b. ( ) Sistema de Contabilidade Fiscal
c. ( ) Sistema de Contabilidade de Custos
d. ( ) Sistema de Contabilidade Gerencial
e. ( ) Sistema de Gerencia

2. “São muito utilizados nas indústrias, onde a complexidade de custos é maior. Contém
programas que geram demonstrativos de custos por produtos, canalizam informações para a
Contabilidade gerencial e alimentam relatórios de controle de produção e consumo ”, estamos
nos referindo ao:

a. ( ) Sistema de Contabilidade Comercial


b. ( ) Sistema de Contabilidade Fiscal
c. ( ) Sistema de Contabilidade de Custos
d. ( ) Sistema de Contabilidade Gerencial
e. ( ) Sistema de Gerencia

3. “São mais completos, apresentam muitas opções de relatórios e é direcionado a médias e


grandes empresas ou escritórios de Contabilidade. ”, estamos nos referindo ao:

a. ( ) Sistema de Contabilidade Comercial


b. ( ) Sistema de Contabilidade Fiscal
c. ( ) Sistema de Contabilidade de Custos
d. ( ) Sistema de Contabilidade Gerencial
e. ( ) Sistema de Gerencia

4. “São desenvolvidos com o fim de fazer a escrita fiscal das empresas, escriturando livros,
emitindo guias de recolhimento dos impostos e contribuições. ”, estamos nos referindo ao

a. ( ) Sistema de Contabilidade Comercial


b. ( ) Sistema de Contabilidade Fiscal
c. ( ) Sistema de Contabilidade de Custos
d. ( ) Sistema de Contabilidade Gerencial
e. ( ) Sistema de Gerencia

5. Observe as definições de sistemas:

I. Utiliza livros ou fichas a serem escrituradas;


II. Utiliza a máquina de datilografia, a máquina de soma e um formulário denominado “Ficha
Tríplice”;
III. Utiliza o computador e demais equipamentos eletrônicos a partir de programas específicos.
45

Estamos falando respectivamente dos sistemas:

a. ( ) Manual, eletrônico, mecanizado.


b. ( ) Eletrônico, Manual e mecanizado.
c. ( ) Eletrônico, mecanizado e Manual.
d. ( ) Manual, Mecanizado e Eletrônico.
e. ( ) Mecanizado, Manual e eletrônico.

6. Com a modernização dos processos tecnológicos, caber ao contador:

a. ( ) Realizar as quatro operações;


b. ( ) Guardar os demonstrativos contábeis
c. ( ) Explicar e interpretar os fenômenos contábeis
d. ( ) Assimilar as informações
e. ( ) Nenhuma das anteriores

7. O que PORTER quis dizer com “ o impacto da tecnologia da informação é tão difuso que os
executivos se defrontam com um problema difícil: excesso de informação”?

8. Em que consiste o método das partidas dobradas?

9. Qual(is) foi(am) a(s) grande(s) contribuição(ões) da evolução da contabilidade para os sistemas


de informação?
46

10. Com o adequado tratamento da informática o profissional da área contábil poderá obter
vantagens competitivas no mercado de trabalho. Que vantagens são essas?
47

CAPÍTULO III
3. INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS

A partir da perspectiva do saber fazer, neste capitulo você terá os seguintes objetivos de
aprendizagem:

 Compreender a importância da informática na integralização dos sistemas contábeis.

3.1 – A Informatização da Contabilidade

A informática tem contribuído, e muito na vida dos homens, nas realizações de seus
afazeres diários em seus trabalhos, bem como tem sido também uma grande fonte de laser para
entretenimento em jogos, bate-papo etc. Esta contribuição ocorre, também, no campo da
contabilidade, tornando mais prática e rápida as realizações dos trabalhos exigidos por ela. A
informática está praticamente presente em todas as empresas, e as que não são informatizadas,
não possuem competitividade, estarão sempre atrás daquelas informatizadas.

Para compreender melhor o funcionamento das empresas e da informática, é necessário


explicar alguns conceitos, tais como: tecnologia de hardware; tecnologia de software;
tecnologia de bancos de dados; sistema de informação contábil e tecnologia de
telecomunicação.

Um domínio que contém todo e qualquer recurso e solução computacional que visa
suportar e, sempre melhorar o processo de concepção, sensoriamento, geração,
transporte e entrega da informação desejada ao seu interlocutor principal. Nesse
sentido, todos os elementos disponibilizados com a finalidade de corroborar e
suportar as diversas fases pelas quais permeia a informação são objetos de discussão
no âmbito da tecnologia da informação.(CANOCHIONE Jr, 2001, P 113).

A tecnologia da informação na concepção de Padovese (2004, p.51) é entendida como:

Do modo como é utilizada nos locais de trabalho, a TI abrange uma gama de produtos
de hardware e software que proliferam rapidamente, com a capacidade de coletar,
48

armazenar, processar e acessar números e imagens, para o controle de equipamento


e processos de trabalho, e para conectar pessoas, funções e escritórios, tanto dentro
quanto entre as organizações.
Na fábrica, a tecnologia da informação engloba os instrumentos de manufatura (ex:
robôs, sensores e dispositivos automáticos de teste), movimentação de materiais
(sistema de armazenamento e busca automática), desenho (desenho, engenharia e
planejamento de processos assistidos por computador), planejamento e controle
(planejamento das necessidades e recursos de manufatura) e gestão (sistema de
suporte a decisão). As implementações de TI vão desde as ilhas de automação ou
outras tecnologias isoladas, até os sistemas integrados de manufatura, que interligam
as atividades de desenho, manufatura, movimentação de materiais e planejamento e
controle. (PADOVESE, 2004, p.51)

Percebe-se, então, que a tecnologia da informação diz respeito a todos os recursos


tecnológicos (hardwares, softwares, e outros) para coletar, armazenar, processar, acessar e
transportar as informações. Hardware é a parte física da tecnologia da informação, ou seja, a
estrutura física essencial para o seu funcionamento. Ele é de suma importância para a tecnologia
de informação, pois depende dela a integração de diversos hardwares, propiciada pela
tecnologia de telecomunicação. È ele que trará as restrições e as potencialidades para o sistema
de informação.

Tão relevante é o papel do hardware que podemos destacar o fato de que o software
(especialmente o aplicativo) é concebido a partir de demandas e necessidades por
parte de usuários e seus problemas, mas, em seu desenvolvimento, são variáveis
essenciais às características do hardware, ou seja, software aplicativo é feito para
um determinado sistema operacional, que por sua vez é preparado para
operacionalizar um dado hardware especifico, com características próprias.
CORNACHIONE,2001, . 21)

É necessário ter a compreensão do hardware, para poder decidir qual deles deverá ser
adquirido para um sistema de informação específico. Ele é composto de três grandes partes:
UCP (unidade central de processamento), memória e periféricos. É importante saber, ainda, o
que cada uma dessas partes fazem, bem como saber as características dessas partes, pois irá
facilitar na escolha de qual equipamento comprar para funcionar os sistemas que a empresa
pretende comprar, ou caso já se tenha adquirido o hardware, queira adquirir um software, a
decisão por essa aquisição será acertada, pois presume que a mesma seja de acordo com as
características dos hardwares existentes na empresa.

Cornachione Jr (2.001, p. 129) esclarece que “a tarefa fundamental do software é a de


extrair o máximo potencial oferecido pelo recurso físico (hardware) e colocá-lo a disposição
do usuário”. Com as instruções certas nos momentos apropriados, podem-se fazer tudo com
um quase tudo com um computador. Os softwares são responsáveis em comandar essas
operações. Elas são a alma da informática. Um computador (hardware apenas) sem software é
49

como uma caixa vazia. Graças aos softwares, o computador torna-se uma máquina de escrever,
máquina de envio e recepção de mensagens eletrônicas, fotocopiadora, banco de dados, tela de
pintura, prancheta de desenho, máquinas de jogos, planilhas de cálculos, controle de finanças,
etc. Comenta ainda que o computador é “uma máquina com recursos tais, programável para
realizar as tarefas desejadas pelo usuário, quando por ele pretendido, permitindo também a
alteração dos programas no momento que melhor lhe aprouver. Recursos excelente, especial,
para funções repetitivas”.

Por trás do software estão as linguagens de programação, que são responsáveis


integrais e buscam um ótimo relacionamento entre o software, o hardware e as pessoas. Todas
as linguagens de programação possuem algo em comum entre elas: a instrução, que é a base
das linguagens de programação. A instrução é composta por dois elementos: operação e
operando.

A operação que diz respeito à indicação da atitude a ser tomada, ou até da ação a ser
executada (por exemplo: somar, multiplicar, gravar, ler etc.). Já o operando é o elemento que
informa onde se dará a ação, ou até um item cujo conteúdo será modificado (por exemplo:
arquivo venda, registro 52, número 12 e número 34, campo 4 etc).

Para operacionalizar o hardware, deverá ter de alguma forma a comunicação entre o


homem e a máquina. O homem tem que ser capaz de expressar o seu raciocínio, sua lógica para
a máquina, e esta deve ser capaz de realizar o que foi ordenado pelo homem. Essa comunicação
entre o homem e a máquina é possível por diversas formas, como por exemplo: o acionamento
de teclas do teclado, seleção de uma parte do texto com o mouse, realização de cálculos em
uma calculadora ou planilhas eletrônicas. Etc.

Muito bem definido por Cornachione Jr (2.001, p. 221), que a tecnologia de bancos de
dados como “um conjunto de dados organizados de maneira lógica, visando permitir a
otimização dos processos referentes a seu armazenamento e recuperação”.

Por outro lado Padoveze (2.004, p. 56) comenta que banco de dados é um “conjunto de
dados organizados de maneira lógica, visando permitir a otimização dos processos referentes
a seu armazenamento e recuperação”. O banco de dados é uma tecnologia, pode-se dizer
obrigatória para todas as organizações, especialmente pelas grandes corporações. Não é
possível ter um ótimo programa de contabilidade sem a existência de um banco de dados, ou
50

seja, uma empresa informatizada e competitiva terá além dos programas ou sistemas, um banco
de dados onde ficarão armazenados todos os dados da organização, dados esses os mais diversos
possíveis, como por exemplo, dados dos seus clientes, fornecedores, materiais que estão em
estoque, as suas vendas, custos, equipamentos imobilizados etc.

Com relação à utilização do banco de dados Cornachione Jr (2.001, p. 221) comenta


que: “o banco de dados pode: 1 – servir tanto a um único usuário, quanto para vários usuários
simultaneamente; 2 – atuar de forma integrada e/ou compartilhada face aos aplicativos; 3 –
ser armazenado por diversas plataformas distintas de hardware; 4 – ser processado por
diversos tipos de hardware; 5 – conviver com diferentes tecnologias de conectividade etc”.

3.1.1 – Sistema de Informação Contábil

Antes de falar a respeito deste sistema, faremos uma rápida abordagem dos conceitos de
sistemas, para se ter uma melhor visão do que vem a ser sistema de informação contábil.

Padoveze (2.004, p. 30) comenta que o “sistema pode ser definido como um complexo
de elementos em inteiração” e também “considera-se sistema um conjunto de partes
interdependente, ou um todo organizado, ou partes que interagem formando um todo unitário
e complexo”. Comenta ainda, que “o todo dever ser mais que a soma das partes”. Ou seja, em
uma empresa, com diversos setores (áreas) estão em uma ação conjunta, onde todos os setores
relacionam entre si, o resultado alcançado será melhor do que o resultado alcançado
isoladamente. Explica ainda: “por mais que se estudem as partes para entender o todo, é
necessário considerar as inter-relações e o contexto em que estão inseridas. Dessa maneira, as
inter-relações existentes permitem que o todo seja maior que a soma isolada das partes, ou seja,
no agregado encontramos características muitas vezes não encontradas nos componentes
isolados”.

O funcionamento básico de um sistema consiste em um processamento de recursos


(entrada do sistema) e com esse processamento obterá uma saída ou produtos do sistema.
Padovese (2.002, p. 31) explica que o “sistema traz automaticamente a noção de conjunto.
Assim, ele é composto de elementos. Além disso, o sistema existe para a produção de algo, com
base nas funções a que ele se destina”.
51

Um sistema é composto por: objetivos do sistema, ambiente do sistema, componentes


do sistema, recursos ou entradas do sistema, componentes do sistema, saída do sistema,
administração ou controle e avaliação do sistema. Os objetivos do sistema são o que se deseja
com o sistema, ou seja, para que o sistema foi criado.

Padovese (2.004, p.33) define ambiente do sistema como um “conjunto de elementos


que não pertencem ao sistema, mas: qualquer alteração do sistema pode mudar ou alterar os
elementos; e qualquer alteração nos elementos pode mudar ou alterar o sistema”. Os
ambientes são elementos que estão fora do sistema, mas que interagem com o sistema e possui
uma grande influência sobre ele.

Recursos do sistema são tudo o que entra no sistema para ser utilizado durante o
processo de transformação. São os recursos físicos, humanos, materiais, energia, tempo,
serviços, equipamentos, tecnologia etc.

O processo de transformação ou componentes, segundo Padoveze (2.004, p.33), é “o


processo de transformação do sistema e pode ser definido como a função ou as funções, que
possibilitam a transformação dos insumos em um produto ou serviço final”.

As saídas do sistema são os resultados dos processos de transformação, é o fruto do


objetivo do sistema, aquilo que se quer que ele faça.

Já o controle e avaliação, servem para verificar se as saídas estão coerentes com os


objetivos estabelecidos. Assim pode-se observar que as empresas podem ser classificadas como
um sistema aberto, que interagem com o ambiente e a sociedade, onde há recursos introduzidos,
processados e resultando em suas saídas em produtos ou serviços.

Deste modo o sistema de informação contábil, segundo Padovese (2.004, p.55), “o


sistema de informação contábil é o grande sistema de informação contábil”, é nele que passam
todos os dados contábeis que são processados, gerando assim informações capazes de dar
suporte às decisões que serão tomadas. Esse sistema pode ser utilizado por vários usuários.
O sistema de informação contábil é composto de vários subsistemas:

 Subsistema de Contabilidade Societária e Fiscal – chamado, também, de


Sistema de Contabilidade Geral, ele é o coração do sistema de informação
52

contábil. Seus objetivos são os mais conhecidos. Presta-se a criar e estruturar a


base de dados e informações para atender as informações de caráter legal, seja
da legislação comercial (societária) ou seja de legislação fiscal. Este subsistema
gera os seguintes relatório e arquivos: lançamentos contábeis, livro diário, livro
razão e fichas razão, balancetes, plano de contas com saldos, balanço
patrimonial, demonstração de resultados e arquivo contábil. Deve possuir as
seguintes operacionalidades: flexibilidade, integridade, parametrização, bem
como a capacidade de atender todas as empresas do grupo (multiempresa) e a
todos os usuários da empresa (multiusuários). Deve ter a capacidade de gerar
vários relatórios, permitindo os lançamentos contábeis automáticos, gerar e
formatar o plano de contas da empresa, fazer o encerramento automático das
contas contábeis de resultado.
 Subsistema de Controle Patrimonial – Como a empresa possui vários itens de
ativo permanente, esse subsistema faz-se necessário, para o melhor controle
desses itens, tanto em aspectos legais como fiscais. Ele deve assegurar, entre
outros, o controle físico e escriturar de todos os itens considerados como ativo
permanente dentro da empresa. Permitir o processo de valoração contábil e
gerencial e controle dos recursos do ativo permanente. Armazenar todas as
informações necessárias para todas as gestões relacionadas com o ativo
permanente e ainda permitir o processo de segurança e responsabilidade dos
bens e direitos à disposição dos funcionários da empresa. E, ainda, a
operacionalidade, responsável pelo módulo de calculo de atualização, que é
responsável em “calcular as atualizações monetárias e as depreciações”.
 Subsistema de Controle e outros Padrões Monetários – este subsistema busca
atender tanto às necessidades gerenciais como às legais, tendo como base a
transformação dos valores da contabilidade societária e fiscal, que são
contabilizados em moeda corrente do país, para outros denominadores
monetários. Ele transforma os dados monetários existentes em moeda nacional
do subsistema de contabilidade societária e fiscal, para outros padrões
monetários, permite gerar informações e relatórios contábeis em outras moedas
ou padrões monetários e ainda, açula e armazena as informações geradas para
posterior comparabilidade. As vezes a empresa precisa converter seus dados para
UMC, UFIR, dólar, marco alemão etc. essa conversão é feita de uma única vez.
 Subsistema de Valorização de Inventários ou Custo Contábil – é um dos
subsistemas que mais exige o conhecimento da ciência contábil. Isto se deve
53

pelo fato de haver um cuidado especial nos critérios de valoração de inventários,


sob o risco de inviabilizar a eficácia das informações geradas, não sendo possível
ter informações gerenciais confiáveis para tomada de decisões. A principal
função deste subsistema é a determinação dos valores dos estoques do ativo
circulante. Entre as operacionalidades deste subsistema estão: emissão dos livros
dos inventários valorizados pelos diversos critérios de valor e, a possibilidade de
fazer a valorização dos estoques a cada transação, pelo movimento diário ou pelo
movimento mensal.
 Subsistema de Gestão de Impostos – a existência deste subsistema se faz
necessário devido a grande quantidade de impostos, taxas e contribuições
existente no país. Acrescenta-se a esses fatos as inúmeras possibilidades de
exceções tributárias, como isenções, suspensões, não-incidências, não-
tributação etc., o que torna necessário um detalhamento eficaz dos tipos de base
de cálculos (despesas, receitas, resultados, saídas, entradas etc.), de modo a
permitir um gerenciamento eficaz dos impostos gerado pela empresa, buscando
a otimização do impacto financeiro ocasionado por eles. Como operacionalidade
básica deste subsistema está a alimentação automática do sistema. Isso se deve
ao número muito grande de informações geradas pelos impostos, sendo assim,
ele deve ser totalmente integrado, através do interfaceamento com o subsistema
de contabilidade fiscal e societária, para que todos os lançamentos contábeis
feitos naquele subsistema sejam lançados automaticamente neste subsistema.
 Subsistema de Análise Financeira e de Balanços – como parte do subsistema
de análise financeira está: fluxo de caixa, e as demonstrações das
movimentações do capital e dos investimentos. O subsistema de análise de
balanço é composto por: análise de valor patrimonial e das ações, análise de
valor da empresa etc. Tem como função, segundo Padoveze (2.004, p.276),
possibilitar o monitoramento da empresa vista de seu conjunto patrimonial e de
resultados, em relação a diversos mercados em que ela atua. Em relação a
operacionalidades o subsistema está ligado aos tratamentos matemáticos das
informações da empresa. Ele deve ser flexível, capaz de prever o que poderá
ocorrer em períodos futuros.
 Subsistema de Orçamento - é muito simples, já que reproduz as estruturas do
sistema de contabilidade geral, entretanto, o sistema orçamentário precisa de um
controle para analisar as variações, para isso, faz se necessário confrontar os
dados reais que estão na contabilidade geral com os dados do orçamento. Ele
54

possui os seguintes segmentos: orçamento operacional, orçamentos de


investimento e financiamento e orçamento de caixa e projeções dos
demonstrativos contábeis básicos. As principais peças orçamentárias são:
orçamentos de vendas e produção, estudo de capacidade e logística, orçamento
de materiais – compras e consumo, orçamento de mão de obra, de despesas
gerais, de depreciações, de despesas financeiras, de investimento, de caixa e
projeções dos demonstrativos contábeis.
 Subsistema de Custos – o principal objetivo de um sistema de custos gerencial
é apurar os custos unitários dos produtos fabricados pela empresa, deste modo
este subsistema deve gerar e fornecer informações e relatórios para tomada de
decisão. As principais operacionalidades deste subsistema devem ser a rapidez
e a flexibilidade a fim de reunir as informações dos custos para uma correta
tomada de decisão.
 Subsistema de Contabilidade por Responsabilidade – assim como o
subsistema de custos, este é, também, um subsistema gerencial. Padoveze
(2.004, p. 297), define contabilidade por responsabilidade como toda informação
contábil que tem como objetivo apresentar a contabilidade para segmentos da
empresa onde exista um responsável por determinados custos e receitas. O
objetivo principal é identificar e separar as informações contábeis, dentro do
sistema de contabilidade geral, para cada um dos responsáveis por alguma área
de responsabilidade dentro da empresa. Pode-se entender como área de
responsabilidade um departamento, um setor, uma filial, uma divisão ou uma
unidade de negócio. A principal operacionalidade deste subsistema, consiste no
máximo aproveitamento que se pode ter dos dados dos demais sistemas de
informação operacionais e de apoio à gestão da empresa.
 Subsistema de Acompanhamento do Negocio - este subsistema reúne
informações para o planejamento estratégico da empresa, para análise das
oportunidades e ameaças do ambiente, bem como para a ênfase dos pontos fortes
e francos da empresa. Essas informações podem ser encontradas nas mais
diversas partes dentro da empresa, porém, para um acompanhamento mais
eficaz, é essencial buscar informações fora da empresa, tais como os dados dos
concorrentes, da conjuntura econômica etc.

A tecnologia de telecomunicação atualmente é essencial para as empresas, trazendo uma


agregação de alto valor ao produto final: a informação útil e tempestiva nas mãos de seus
55

usuários finais. Ela é entendida como sendo as comunicações de informações, entre dois ou
mais elementos, envolvendo alguma distância, por meio de recursos de informática
(eletrônicos). As redes de computadores fazem parte da tecnologia de telecomunicação, e
podem dizer que as redes de computadores é uma das ferramentas mais importantes para
empresa, especialmente as grandes companhias. Com o uso de uma rede de computares é
possível compartilhar todas as informações para todos os funcionários, gestores, etc. de uma
empresa bem como interligar várias companhias do grupo corporativo (matriz, filiais etc).

Com as redes de computadores, também, é possível fazer a integrações de todos os


subsistemas de uma empresa. Essa integração traz um grande benefício e agilidade para a
empresa.

Por exemplo, uma empresa que possui redes de computadores com sistemas integrados,
ao efetuar uma compra de mercadoria para revenda e registra os dados (produto que foi
adquirido, a quantidade comprada, custo do frete, valor dos impostos pagos etc), será preciso
fazer a inclusão dos dados dessa compra em apenas um subsistema (no caso no subsistema de
valorização de inventários ou custos contábil). Através do interfaceamento esses subsistemas
enviará as informações para os demais subsistemas que utilizam os dados dessa transação (por
exemplo: o subsistema de gestão de impostos receberá automaticamente o valor dos impostos
a recuperar; no subsistema de contabilidade societária e fiscal serão registrados todos os
lançamentos contábeis provocados por essa transação automaticamente).

As principais vantagens da integração dos sistemas dizem respeito à agilidade com que
as informações são processadas na empresa, fluindo rapidamente entre as áreas envolvidas ou
interessadas por elas. Associada a isso está a facilidade de conferência, sendo, em alguns casos,
desnecessário conciliar as contas movimentadas pelos controles paralelos. Isso é possível por
que não existe repetição de lançamento, que em muitos casos, é motivo da divergência de um
setor para outro.

Diante das mudanças tecnológicas que estão conquistando o mundo com soluções
práticas e inteligentes, melhorar o padrão de qualidade de seus serviços tornou-se uma
imposição para os contadores.

A informática atualmente é fundamental em todos os segmentos da sociedade. Por outro


lado, a contabilidade é um segmento que não vive sem a ajuda dos computadores e, hoje se
56

percebe um investimento crescente nas organizações em softwares e hardwares ligados à área


contábil.

As grandes empresas e os escritórios de contabilidade adotam fortemente a informática


como ferramenta de trabalho. Já não se admite mais os antigos métodos da escrituração contábil
feito a mão. Com a grande concorrência, as empresas de contabilidade investem na informática
para oferecerem um serviço mais rápido e de melhor qualidade.

A informática permitiu uma mudança sensível na atuação do profissional contábil.


Antes este perdia muito tempo com lançamentos e com isso estava mais sujeito a erros
inadmissíveis nos dias atuais.

Graças ao computador, o contador está mais para um analista de contabilidade. Isso se


deve ao fato de que os softwares fazem de tudo dentro do departamento de contabilidade, dentro
de uma empresa ou em um escritório de contabilidade. Assim o profissional dedica mais tempo
a leitura pertinente à área contábil e consegue executar um trabalho mais preciso e seguro em
um intervalo de tempo menor.

São incontáveis os benefícios gerados pela informatização de uma empresa. Entre esses
benefícios estão:

 Aumento de produtividades;
 Melhoria da qualidade dos serviços;
 Mais estímulos para os profissionais da área;
 Facilidade para a leitura prévia dos relatórios;
 Atendimentos às exigências dos órgãos quanto ao cumprimento de prazos;
 Facilidade de acesso às informações da empresa;
 Maior segurança das informações;
 Menos espaço físico nos ambiente de trabalhos; e
 Mais facilidade no processo de tomada de decisão.

Enfim, no campo contábil, sua utilização vem contribuindo para a melhoria, como
também, para a valorização da profissão pela disponibilidade do contador em gerenciar
informações para auxiliar a alta administração a trabalhar em bases melhores.
57

A contabilidade, atualmente tem um elo altíssimo com a informática, onde esta


transformou o modo de executar o processamento contábil dos fenômenos que afetam o
patrimônio das entidades. E falando em termos de desenvolvimento, ela evoluiu
significantemente, trazendo grandes avanços para a sociedade em geral. Ainda na década de 80,
para fazer uma transação de empréstimo em um banco em Mato Grosso, a pessoa, física ou
jurídica, entrava em contato com o banco onde este registrava o pedido, e pedia ao cliente que
retornasse dias depois para ver se o pedido estaria aprovado. Para verificar se poderia conceder
esse empréstimo, as vezes o banco entrava em contato com o Banco Central, onde este analisava
o pedido para deferir ou indeferir esse pedido. Essa transação levava vários dias para que o
empréstimo fosse liberado.

Hoje simplesmente o cliente acessa o banco via Internet, consulta a melhor opção, faz
simulações do valor que está disponível para o empréstimo e, imediatamente o empréstimo é
liberado em sua conta corrente. O pedido é feito em online, sem precisar enfrentar filas no
banco.

A informática assumiu um papel tão importante em escritório e empresas, que até a


atuação do profissional de contabilidade mudou sensivelmente. Hoje, mais do que nunca, é
preciso ter uma visão abrangente e profunda das novas situações exigidas pelo mercado
globalizado. Por isso, os recursos tecnológicos aliados à Contabilidade têm desenvolvido e
continuam desenvolvendo em ritmo acelerado, gerando mudanças significativas nas
organizações contábeis.

Dentre as inovações de natureza tecnológicas que se pode dispor, contatou-se que a


informática para a Contabilidade é, sem dúvida, um dos recursos potenciais indispensáveis. Na
aplicação da tecnologia na Contabilidade, ou seja, na utilização da tecnologia da informação,
encontram-se várias fontes de vantagens competitivas para atuar neste mercado globalizado -
como contribuir para a diversificação das informações com segurança, rapidez e eficiência e,
ainda para o crescimento dos profissionais da área contábil -, causando impactos positivos
direto na qualidade, na redução de custos e na produtividade dos serviços.

Mas é preciso estar conscientizado de que a informática, pura e simplesmente, apenas


processa dados em função de necessidades definidas no sistema contábil. No entanto, a
responsabilidade para que as operações sejam processadas de forma correta, em tempo hábil e
em conformidade com as normas e princípios contábeis, é exclusividade do contador.
58

Neste contexto, faz-se necessário mais do que nunca, uma formação profissional
adequada e voltada para a realidade em que se inserem as empresas. O aperfeiçoamento deve
ser permanente e contínuo, para que novos conhecimentos sejam adquiridos no objetivo de gerir
as informações centralizadas na contabilidade.

As vantagens do uso da Informática na área contábil são vastas e positivas, evidenciando


que as informações contábeis não podem ser mais escrituradas de forma manual ou mecânica,
há necessidade da atualização constante do Contador. Cabe aos contabilistas, confirmar sua
importância perante a sociedade, reafirmar o seu papel, utilizando a Internet de forma eficiente,
mostrando que essa aliança além de fortalecer o profissional, contribuirá para o enriquecimento
das informações geradas na área contábil.

Assim finalmente, pode-se verificar que a Contabilidade e Informática caminham juntas


em prol da qualidade e contribuem reciprocamente para profissionais, empresa e a sociedade
em geral, disponibilizando informações com rapidez e segurança, serviços e ideias,
possibilitando o imenso entrelaçamento das transações comerciais.

3.2 – A tomada de decisão

O processo de decisão de aquisição (pacote) ou desenvolvimento de um sistema de


informação exige uma série de passos a serem observados, que termina quase por se constituir
numa metodologia do processo de tomada de decisão sobre o sistema de informação. Esses
passos envolvem desde a constatação de que chegou o momento da mudança até a avaliação do
sistema, análise da tecnologia existente, funcionalidade e operacionalidade a serem acrescidas,
ou atual sistema e outros que abordaremos mais adiante.

É razoável pensar, atualmente, que a decisão de adquirir um pacote é apenas uma


questão de tempo: a necessidade vai surgir pela simples constatação de que os custos do
ambiente atual de processamento de dados já não são mais sustentáveis, e os resultados obtidos
não apresentam um retorno compatível com os investimentos realizados. Em suma, a empresa
está perdendo competitividade por utilizar sistemas caros e próximos à obsolescência.

Há muitos fatores que levam uma empresa a considerar seriamente a possibilidade de


substituir seus sistemas de informações por pacotes de software; a maior parte dos casos
origina-se, no entanto, na verificação de que a empresa precisa reduzir seus custos para
59

continuar competitiva. Outro fator que influencia essa decisão de implantar pacotes é a
constatação que os concorrentes e outras empresas com as quais a empresa possui
relacionamento já seguiram ou estão seguindo esse caminho.

É evidente que muitas empresas possuem em seus quadros de informática pessoas


capazes de absorver os conhecimentos necessários e com experiência para desenvolver sistemas
sofisticados, porém o problema é que esse não é negócio da empresa, elas precisam canalizar
seus recursos para melhorar o seu produto ou serviço, atender melhor os clientes, e criar os
diferenciais que vão lhes trazer vantagens competitivas únicas.

A qualidade da informação x custo dos sistemas atuais é a questão básica a ser


considerada pelos executivos de uma empresa quando estiverem avaliando a hipótese de um
investimento em pacote de software; o conceito de qualidade da informação pode ser
desdobrado em vários itens fundamentais:

 Os sistemas atuais são ferramentas de trabalho inseridas nos negócios da


empresa, intrinsecamente ligadas às atividades operacionais e gerenciais, ou
funcionam mais como um registro do ocorrido para posterior análise?
 A avaliação dos negócios é baseada diretamente nos resultados obtidos dos
sistemas atuais ou em planilhas montadas a partir dos relatórios gerados por
esses sistemas?
 Os diversos processos de negócios da empresa (Contas a Receber, Contas a
Pagar, Vendas, Faturamento, Estoque, Compras, Custo, Recebimento de Notas
Fiscais, Contabilidade, Livros Fiscais, Tesouraria, Engenharia, PCP -
Planejamento e Controle da Produção, etc) estão naturalmente integrados através
dos sistemas ou funcionam de maneira estanque, transferindo para algumas
pessoas a responsabilidade de garantir a consistência desse fluxo de
informações?
 A quantidade de pessoas envolvidas em atividades de apoio é razoável, quando
comparada a empresas com volumes de negócios similares?
 Os tempos de resposta a questionamentos de clientes são satisfatórios? As
informações necessárias estão disponíveis?
 Os sistemas atuais são realmente utilizados no processo de planejamento da
empresa?
60

Essa lista não esgota todos os possíveis itens associados à qualidade da informação, mas
dá uma boa dimensão de como os sistemas atuais devem ser avaliados. Vamos associar essas
perguntas, agora, à seguinte questão: Quanto custa para a empresa manter esses sistemas no
grau de contribuição ao negócio em que se encontram? Quanto custaria migrar dessa situação
atual para um ambiente de sistema “ideal”, baseado em pacotes de software? Qual seria o custo
de manutenção desse sistema “ideal”?

Analisar a combinação “qualidade de informação + custo dessa qualidade” x


“investimento na melhoria da qualidade da informação através de pacote de software + custo
da nova realidade” é o ponto-chave dessa decisão.

Quando uma empresa gasta muito em informação e não obtém grande coisa através de
seus sistemas, fica mais fácil tomar a decisão de mudar. Quando a qualidade da informação é
baixa, mas os custos associados parecem razoáveis, ou as ameaças de mercado não são
assustadoras, é preciso analisar quanto tempo a empresa pode sobreviver nessa situação antes
de tornar-se imperativo um investimento significativo nos processos e sistemas do negócio.
Outra situação é aquela em que existe satisfação com a qualidade da informação, porém, o custo
de manutenção é considerado muito alto.

A combinação “investimento em bons pacotes + tecnologia de diferenciação” é o


modelo que pode proporcionar o melhor retorno sobre os significativos e constantes
investimentos que estão associados à crescente exigência da aplicação da informação nos
negócios.

O ponto forte da informação contábil é a mensuração econômica das transações. É o


processo contábil de atribuir um ou mais valores a todos os eventos que acontecem na empresa
e têm significado patrimonial. Tudo será medido em termos de valor monetário.

Com isso, a contabilidade consegue reunir e interpretar as transações da empresa sob


uma única ótica, que é o valor econômico. Todos os dados são traduzidos em expressão
monetária/financeira.

A contabilidade, com a mensuração econômica (por meio do sistema de informação


contábil), é o único sistema de informação que consegue mostrar a empresa em sua totalidade,
61

pois é a única que consegue atribuir valor a tudo. Essa qualidade da contabilidade é que permite
o processo de gestão global de um empreendimento.

Contudo, para que a informação contábil seja aceita por todos dentro da empresa, é
necessário que ela possua outras qualidades, objetivando a tomada de decisão pelos usuários,
quais que sejam:

 A informação deve trazer mais benefício que o custo de obtê-la.


 Deve ser compreensível.
 Deve ter utilidade para o decisor.
 Deve possuir relevância e confiabilidade (verificabilidade, confiança,
neutralidade).
 Deve ter consistência (possibilitar a comparabilidade).
 Deve ser gerada no tempo adequado (não adianta ter a informação 3 meses
depois do fato acorrido).

A disponibilização de informações contábeis a todos os usuários e os relatórios


gerenciais são frutos do sistema de informação contábil. Sua finalidade é fornecer à
administração da empresa dados e informações adequadas ao controle global de suas operações
e à tomada de decisões.

A qualidade e a confiabilidade desses dados estão intrinsecamente ligadas a qualidade


da parametrização e do sistema integrado que a empresa utiliza. Daí a grande importância de
um envolvimento mais direto do controller nas fases de Modelagem, Preparação e Produção da
implantação do sistema integrado.

O título de Controller se aplica a diversos cargos na área de contabilidade, cujo nível e


cujas responsabilidades variam de uma empresa para outra. O termo controller, normalmente,
significa o principal executivo da área de contabilidade administrativa. O conceito moderno de
controladoria sustenta que, num sentido especial, o controller realmente controla: fazendo
relatórios e interpretando dados pertinentes, o controller exerce uma força ou influência ou
projeta uma atitude que impele a administração rumo a decisões lógicas e compatíveis com os
objetivos.
62

A essência da função de controller é uma visão proativa, permanentemente voltada para


o futuro. Essencial para a compreensão apropriada da função de controladoria é uma atitude
mental que energiza e vitaliza os dados financeiros por aplicá-los ao futuro das atividades da
companhia. É um conceito de olhar para frente, um enfoque analiticamente treinado, que traz
balanço entre o planejamento administrativo e o sistema de controle.

Podemos dizer que hoje é a Controladoria a grande responsável pela coordenação de


esforços com vista à otimização da gestão de negócios das empresas e pela criação,
implantação, operação e manutenção de sistemas de informações que dêem suporte ao processo
de planejamento e controle.
63

Referências

 BARBOSA. Ana Maria Ribeiro. As implicações da tecnologia da informação na


profissão contábil. In: Congresso Brasileiro de Contabilidade, XVI., Goiânia, 2000.
Anais… Goiânia, 2000. In: Cd-Room.

 BEUREN, Ilse Maria. Gerenciamento da informação: um recurso estratégico no


processo de gestão empresarial. São Paulo: Atlas, 1998.

 Equipe de consultores da ABC71 Soluções em Informática. Metodologia de


Implantação do Omega.

 HORNGREN, Charles T. Introdução à contabilidade gerencial. 5a edição. Rio de


Janeiro. Editora Prentide-Hall, 1985

 LOZINSKY, Sergio. Software: tecnologia do negócio: em busca de benefícios e de


sucesso na implantação de pacotes de software integrados. Rio de Janeiro. Editora
Imago, 1996.

 PADOVEZE, Clóvis Luís. Sistemas de informações contábeis: fundamentos e análise.


3a edição. São Paulo. Editora Atlas, 2002.
64

EXERCÍCIOS DE ESTUDO DO CAPITULO III

1) Na frase “ponto forte da informação contábil é a mensuração econômica das transações”


, o autor quer dizer:

a. ( ) Que o salário do contador deve ser alto.


b. ( ) Que o único evento que tem importância na empresa é o ato da venda de produtos ou
serviços, devendo esse ser o foco da contabilidade.
c. ( ) Que todos os eventos que acontecem na empresa tem importância patrimonial e, por
consequência, contábil.
d. ( ) Que a medida econômica não é fundamental
e. ( ) Nenhuma das anteriores

2) “Para que a informação contábil seja aceita por todos dentro da empresa, é necessário
que ela possua outras qualidades.”, estão corretas:

a. ( ) A informação deve trazer mais benefício que o custo de obtê-la.


b. ( ) Deve ser compreensível.
c. ( ) Deve ter utilidade para o decisor.
d. ( ) Deve possuir relevância e confiabilidade.
e. ( ) Todas as anteriores estão corretas

3) Sobre o subsistema de controle patrimonial, podemos dizer:

a. ( ) É composto por: análise de valor patrimonial e das ações, análise de valor da empresa
etc.
b. ( ) Se faz necessário devido a grande quantidade de impostos, taxas e contribuições
existente no país
c. ( ) Principal função deste subsistema é a determinação dos valores dos estoques do ativo
circulante.
d. ( ) Transforma os dados monetários existentes em moeda nacional do subsistema de
contabilidade societária e fiscal, para outros padrões monetários, permite gerar informações
e relatórios contábeis em outras moedas
e. ( ) Deve assegurar, entre outros, o controle físico e escriturar de todos os itens
considerados como ativo permanente dentro da empresa.

4) Sobre o subsistema de controle e outros padrões monetários, podemos dizer:

a. ( ) É composto por: análise de valor patrimonial e das ações, análise de valor da empresa
etc.
b. ( ) Se faz necessário devido a grande quantidade de impostos, taxas e contribuições
existente no país
c. ( ) Principal função deste subsistema é a determinação dos valores dos estoques do ativo
circulante.
d. ( ) Transforma os dados monetários existentes em moeda nacional do subsistema de
contabilidade societária e fiscal, para outros padrões monetários, permite gerar informações
e relatórios contábeis em outras moedas
65

e. ( ) Deve assegurar, entre outros, o controle físico e escriturar de todos os itens


considerados como ativo permanente dentro da empresa.

5) Sobre o subsistema de valorização de inventários, podemos dizer:

a. ( ) É composto por: análise de valor patrimonial e das ações, análise de valor da empresa
etc.
b. ( ) Se faz necessário devido a grande quantidade de impostos, taxas e contribuições
existente no país
c. ( ) Principal função deste subsistema é a determinação dos valores dos estoques do ativo
circulante.
d. ( ) Transforma os dados monetários existentes em moeda nacional do subsistema de
contabilidade societária e fiscal, para outros padrões monetários, permite gerar informações
e relatórios contábeis em outras moedas
e. ( ) Deve assegurar, entre outros, o controle físico e escriturar de todos os itens
considerados como ativo permanente dentro da empresa.

6) Sobre o subsistema de gestão de Impostos, podemos dizer:

a. ( ) É composto por: análise de valor patrimonial e das ações, análise de valor da empresa
etc.
b. ( ) Se faz necessário devido a grande quantidade de impostos, taxas e contribuições
existente no país
c. ( ) Principal função deste subsistema é a determinação dos valores dos estoques do ativo
circulante.
d. ( ) Transforma os dados monetários existentes em moeda nacional do subsistema de
contabilidade societária e fiscal, para outros padrões monetários, permite gerar informações
e relatórios contábeis em outras moedas
e. ( ) Deve assegurar, entre outros, o controle físico e escriturar de todos os itens
considerados como ativo permanente dentro da empresa.

7) Todo sistema é adequado a quaisquer empresas?


66

8) Qual a importância de um subsistema pessoal em uma empresa?

9) Qual seria o custo ideal de um sistema?

10) Discorra sobra a importância de termos subsistemas contábeis.


67

CAPÍTULO IV
4. A ESTRUTURA CONTABIL

A partir da perspectiva do saber fazer, neste capitulo você terá os seguintes objetivos de
aprendizagem:

 Conhecer a estruturação contábil.


 Apreender analisar o patrimônio.
 Entender necessidade da estruturação das contas contábeis

4.1 – O Patrimônio

Dadas as afinidades entre os termos que compõem o patrimônio, é interessante


conceituá-los, para que se possa fazer perfeita distinção entre eles.
 Coisa: é o que simplesmente existe na natureza, independente da vontade e
intervenção humana. Ex. as florestas, o mar, a terra.
 Riqueza: é tudo o que é útil (tem valor econômico e de troca), limitado (existe em
quantidade relativamente pequena), material que possa ser permutável ou
apropriável.
 Bem: é qualquer coisa que satisfaz a necessidade humana e que pode ser avaliado
economicamente. Os bens são divididos em: tangíveis que representam os bens
materiais (têm forma física e são palpáveis) e intangíveis que têm como principal
característica a inexistência como coisa e seu valor vinculado a um bem tangível ou
a uma determinada situação da empresa (são incorpóreos e não palpáveis). Por
exemplo: bens tangíveis: destinados à instalação (prédios, terrenos, móveis e
utensílios), destinados a produção (máquinas, equipamentos, instrumentos e
acessórios), destinados a transformação (matéria-prima, material secundário e
material para embalagem), destinados ao consumo (material de escritório, material
de limpeza e selos postais), destinados à circulação (dinheiro, dinheiro em bancos e
aplicações financeiras) e destinados à venda (mercadorias e produtos comprados
68

para revenda). Já os bens intangíveis são marcas de comércio e patentes de invenção.


O Código Civil Brasileiro distingue os bens em: móveis que são os que podem ser
movidos por si próprios ou por outras pessoas, tais como: animais, máquinas,
equipamentos, estoques de mercadoria, entre outros, e bens imóveis que são os
vinculados ao solo e que não podem ser retirados sem destruição ou danos, tais
como: edifícios, árvores, entre outros.
 Direito: ato da pessoa ou empresa ceder algum bem ou serviço em troca do
pagamento não imediato, originando um direito correspondente. Portanto representa
os bens da empresa que estão em mãos de terceiros, como os créditos a receber de
terceiros.

O patrimônio constitui-se de uma parte com valores positivos, denominada ativo, e de


uma parte com valores negativos denominada passivo. O ativo é formado pelos bens e direitos
e o passivo pelas obrigações. O excesso do ativo sobre o passivo é o capital, conhecido como
patrimônio líquido que aparece no passivo, para completar a igualdade entre o total do ativo e
o do passivo, resultando na equação patrimonial.

 ATIVO: representa a parte dos valores positivos do patrimônio, tudo aquilo que a
entidade possui ou que ela tem a receber de terceiros. Abrange o conjunto de bens e
direitos da entidade. Os elementos que compõe o ativo são revestidos de algumas
características especiais, tais como: devem apresentar a potencialidade de gerar
benefícios econômicos para a entidade, devem ser um recurso econômico, devem
ser de propriedade ou estar na posse de alguma entidade contábil e devem ser
mensuráveis monetariamente, desta forma, todo o elemento ativo que não seja mais
útil à entidade e, portanto tenha perdido sua capacidade de gerar fluxo de caixa, não
deve ser classificado como um elemento ativo. Existem entidades que apresentam
de 10%a15% do seu ativo totalmente obsoleto, não tendo nenhuma utilidade,
devendo ser excluído do patrimônio.
 PASSIVO: representa todas as obrigações financeiras que uma empresa tem para
com terceiros, provenientes de transações passadas, realizadas a prazo, com data de
vencimento e beneficiário certo e conhecido. Todas as contas do passivo
representam os valores negativos do patrimônio. Neste grupo está incluído por força
de lei o capital próprio, apesar de não ser uma obrigação do patrimônio. A
classificação do capital próprio no grupo do passivo é uma mera questão para
atender à necessidade da Contabilidade para garantir a igualdade entre os dois
69

grupos (ativo e passivo). O passivo abrange então o capital de terceiros (obrigações)


e o capital próprio e suas variações. As obrigações constituem-se em ato da pessoa
ou empresa dispor de algum bem ou serviço e que em troca destes originam um
compromisso futuro de pagamento, representado por um documento, como as
duplicatas a pagar.
 PATRIMÔNIO LÍQUIDO: é a diferença entre os valores positivos do ativo (bens e
direitos) e os valores negativos do passivo (obrigações) de uma entidade em um
determinado momento. É a parte do balanço que representa o capital investido pelos
sócios e está graficamente localizado no seu lado direito. Sendo o patrimônio líquido
a diferença algébrica entre o ativo e o passivo, não tem sentido falarmos em ativos
ou passivos negativos. Assim concluímos que a entidade terá sempre seu Ativo,
Passivo e Patrimônio maiores ou iguais a zero.

4.2 – O Conceito do Patrimônio

É o conjunto de bens, direitos e obrigações vinculados a uma pessoa física ou jurídica,


com finalidade definida e mensurável economicamente. Tem-se do lado esquerdo o conjunto
de bens e direitos pertencentes a uma pessoa ou empresa, e o lado direito inclui as obrigações
a serem pagas por essa pessoa ou essa empresa. O patrimônio de uma entidade pode ser visto e
analisado sob os seguintes aspectos:

 Aspecto Qualitativo ou Específico: estuda a terminologia típica de cada um dos


elementos que compõem o patrimônio, tais como: bens numerários (caixa e bancos),
bens de venda (mercadorias, produtos acabados e matéria-prima), bens de renda
(veículos para alugar e imóveis para alugar) e bens de uso (máquinas e
equipamentos, materiais úteis e ferramentas), por exemplo, caixa, capital social, etc.
 Aspecto Quantitativo: os componentes patrimoniais devem ser expressos em valores
monetários.

O patrimônio é representado pelo Balanço Patrimonial, no qual do lado esquerdo


encontram-se os valores ativos e do lado direito os valores passivos, como mostra o exemplo
abaixo:
70

ATIVO PASSIVO
BENS OBRIGAÇÕES
Bens Imóveis(Edificios, terrenos, etc.) Fornecedores
Móveis e Utensilios Emprestimos
Marcas e Patentes Salários a Pagar
Bancos Impostos
DIREITOS PATRIMONIO LIQUIDO
Alugeis a Receber Capital
Duplicatas a receber Lucros
Outros recebimentos (-) Prejuizos

Sendo o patrimônio o conjunto de bens, direitos e obrigações com terceiros e capital


próprio, a equação fundamental do patrimônio é assim definida:

Capital Próprio = Bens + Direitos - Obrigações com Terceiros

Substituindo os termos bens e direitos por ativo, obrigações com terceiros por passivo,
e capital próprio por patrimônio líquido, podermos afirmar que:

Patrimônio Líquido = Ativo - Passivo

Supondo que a entidade venda todos os seus bens, receba todos os seus direitos e pague
todas as suas obrigações com terceiros, a sobra ou situação líquida é o capital próprio, que é
denominado pela Contabilidade de patrimônio líquido.

4.3 – As Variações do Patrimônio Líquido

A partir da equação fundamental do patrimônio, pode-se deduzir que em dado momento,


o patrimônio assume, invariavelmente, um dos cinco estados a saber:

1 - Quando o ativo é maior que o passivo, teremos patrimônio líquido maior que
71

zero, o que revela a existência de riqueza patrimonial.

Ativo = Passivo + Patrimônio Liquido

2 - Quando o ativo é maior que o passivo e o passivo é igual a zero, teremos


patrimônio líquido maior que zero, revelando inexistência de dívidas.

Ativo = Patrimônio Liquido

3 - Quando o ativo é igual ao passivo, teremos patrimônio líquido igual a zero,


revelando inexistência de riqueza própria.

Ativo = Passivo

4 - Quando o passivo é maior do que o ativo, teremos patrimônio líquido menor que
zero, revelando má situação financeira e existência de passivo a descoberto.

Ativo + Patrimônio Liquido = Passivo

5 - Quando o passivo é maior do que o ativo, e o ativo é igual a zero, teremos


patrimônio líquido menor que zero, revelando péssima situação financeira,
inexistência de bens e direitos e somente obrigações.

Patrimônio Liquido = Passivo

4.4 – Grupos do Ativo

De acordo com a Lei no 6.404/76 que regulamenta as sociedades por ações (S.A.), as
contas do ativo devem ser alocadas em ordem decrescente do grau de liquidez (capacidade de
pagamento), enquanto as contas do passivo devem ser alocadas de acordo com o prazo das
exigibilidades.

Podemos visualizar esta obrigação no balanço patrimonial que é um instrumento


contábil que indica em um determinado momento a situação financeira, econômica e
patrimonial de uma entidade e no qual as contas são classificadas nos seguintes grupos:
72

 Ativo Circulante: composto pelos bens e direitos que irão ser convertidos em
dinheiro, no prazo de até 12 (doze) meses. Divide-se nos subgrupos: disponível,
realizável a curto prazo, estoques e despesas antecipadas.
 Disponível: composto pelas exigibilidades imediatas, representadas pelas contas
de caixa, bancos conta movimento, cheques para cobrança e aplicações no
mercado aberto. Ex: caixa, bancos e fundo de aplicação financeira.
 Realizável a Curto Prazo: alocam os direitos a receber no prazo de até 12
(doze) meses. Ex: impostos a recuperar, duplicatas a receber ou clientes, (-)
duplicatas descontadas, (-) provisão para devedores duvidosos. Estas duas
últimas contas representam contas retificadoras da conta duplicatas a receber ou
clientes e são classificadas no ativo, tendo saldos credores, por isso são
demonstradas com o sinal (-).
 Estoques: representam os bens destinados à venda e que variam de acordo com
a atividade da entidade. Ex: produtos acabados, produtos em elaboração,
matérias-primas e mercadorias.
 Despesas Antecipadas: compreende as despesas pagas antecipadamente que
serão consideradas como custos ou despesas no decorrer do exercício seguinte.
Ex: seguros a vencer, alugueis a vencer e encargos a apropriar.
 Ativo Realizável a Longo Prazo: composto pelos direitos que serão recebidos
após o término do exercício seguinte, isto é, após 12 (doze) meses. Ex: duplicatas
a receber (+12 meses), aluguéis a receber e contas a receber. Independente do
prazo, ainda são classificadas neste grupo, de acordo com a Lei no 6.404/76, as
seguintes contas: adiantamentos a sócios, adiantamentos à acionistas,
empréstimos à coligadas, empréstimos à controladas, etc...
 Ativo Permanente: compreende os bens fixos necessários para que a entidade
alcance seus objetivos. Divide-se nos subgrupos: investimentos, imobilizado e
diferido.
 Investimentos: são todas as aplicações de recursos que não tem por finalidade
o objetivo principal da entidade. Ex: imóveis para aluguel, terrenos para
expansão, ações em outras empresas, participação em empresas coligadas,
participação em empresas controladas e obras de arte.
 Imobilizado: representam as aplicações de recursos em bens instrumentais que
servem de meios para que a entidade alcance seus objetivos. Os bens materiais
sofrem depreciação, os bens imateriais sofrem amortização e os terrenos sofrem
exaustão. Ex: veículos, máquinas e equipamentos, imóveis, embarcações,
73

marcas e patentes e direitos autorais.


 Diferido: representa as aplicações de recursos em despesas que irão influenciar
o resultado de mais de um exercício. Ex: gastos de implantação, gastos pré-
operacionais, gastos com modernização e reorganização.

4.5 – Grupos do Passivo

 Passivo Circulante: composto por todas as obrigações com prazo de


vencimento em até 12 (doze) meses. Ex. fornecedores, duplicatas a pagar,
salários a pagar, provisão para férias, provisão para imposto de renda e
empréstimos bancários.
 Passivo Exigível à Longo Prazo: representa as obrigações com prazo de
vencimento após 12 (doze) meses. Ex: empréstimos bancários e financiamentos.
Neste grupo também são classificadas as seguintes contas: adiantamentos de
sócios, adiantamentos de acionistas, empréstimos de coligadas e empréstimos de
controladas.
 Resultado de Exercício Futuro: compreende as receitas recebidas
antecipadamente que de acordo com o regime de competência pertence a
exercício futuro. Ex: receita antecipada e custos atribuídos à receita antecipada.

4.5.1 – Grupos do Patrimônio Liquido

 Patrimônio Líquido: representa o capital que pertence aos proprietários. Ex:


capital social, reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros
(legal, estatutária, contingência, investimentos e lucros a realizar), lucros
acumulados ou prejuízos acumulados.
 Capital Social: discrimina o valor subscrito e o valor que ainda será realizado
pelos sócios ou acionistas.
 Reservas de Capital: são as contas que registram doações recebidas,
eventualmente, pela entidade. No caso de sociedades anônimas, o ágio na
emissão de ações, o produto da alienação de partes beneficiárias, entre outras.
 Reservas de Reavaliação: registram os aumentos de valor atribuídos a
elementos do ativo em virtude de novas avaliações feitas pela entidade com base
74

em laudo.
 Reservas de Lucros: são as contas formadas pela apropriação de lucro da
empresa.
 Lucros ou Prejuízos Acumulados: registra os resultados acumulados pela
entidade, quando ainda não distribuídos aos sócios, ao titular ou ao acionista.

4.6 – Balanço Patrimonial

Uma conta é um recurso contábil para reunir sob um único item todos os eventos e
valores patrimoniais de mesma natureza, por exemplo, a conta de um Banco reúne todos os
movimentos, depósitos e retiradas de dinheiro realizadas nesse Banco já conta Veículos informa
os movimentos, compras e vendas, de veículos. Desta forma, conta é o registro de débitos e
créditos da mesma natureza, identificados por um título que qualifica um componente do
patrimônio ou uma variação patrimonial.

As contas devedoras são as representativas dos bens, direitos, despesas e custos,


possuem permanentemente saldo devedor, devendo ser em primeiro lugar debitado e depois
creditado, são exemplos de contas devedoras: caixa, bancos, mercadorias, salários e custos dos
produtos vendidos.

Já as contas credoras são as representativas das obrigações, do patrimônio líquido, das


receitas e dos ganhos. Possuem permanentemente saldo credor, devendo ser primeiro creditados
e depois debitadas como por exemplo: salários a pagar, imposto a pagar, fornecedores e juros
recebidos.

A diferença entre o débito e o crédito é denominada de saldo. Se o valor dos débitos for
superior ao valor dos créditos, a conta terá um saldo devedor. Se ocorrer o contrário, a conta
terá um saldo credor. A conta é a representação gráfica da relação débito e crédito de um
determinado fato administrativo. Graficamente, podemos representá-la na forma da letra T,
Conta em T ou simplesmente Razonete.

Observe um exemplo de alguns lançamentos feitos na conta do ativo Caixa


(normalmente codificada como 1.1.10.001):
75

1.1.10.001 - Caixa
Débito Crédito Saldo
Venda efetuada 1.000,00 1.000,00 D
Frete (pago) 300,00 700,00 D
Café e Lanches 30,00 670,00 D

As operações registradas (de acordo com a natureza de cada conta) através de


lançamentos ocasionam aumentos e diminuições do ativo, do passivo e do patrimônio líquido.
As contas do ativo são debitadas quando bens ou direitos entram no patrimônio e creditadas
quando saem, já as contas passivas são creditadas quando o patrimônio assume obrigações e
debitada quando as liquida, O patrimônio líquido, como complemento do passivo para igualar
ao ativo, obedece ao mesmo mecanismo das demais contas passivas, ou seja, suas contas são
creditadas quando há aumento de patrimônio, e debitadas quando há redução

ATIVO PASSIVO
BENS Débito(+) ; Credito (-) OBRIGAÇÕES Débito(+) ; Credito
(-)
DIREITOS Débito(+) ; Credito (-) PATRIMONIO Débito(+) ; Credito
LIQUIDO (-)

As contas de despesas são debitadas, pois representam redução do patrimônio líquido,


enquanto as contas de receitas são creditadas, pois representam aumento do patrimônio líquido.

4.7 – Classificação das Contas

As contas são classificadas em dois grupos: patrimoniais e de resultado.


 Patrimoniais: representam os elementos ativos e passivos (bens, direitos,
obrigações e situação líquida). Ex: Caixa, Duplicatas a Receber, Fornecedores,
Empréstimos, Capital Social.
 Resultado: registram as variações patrimoniais e demonstram o resultado do
exercício (receitas e despesas). Ex: Salários, Juros Passivos, Receitas
Financeiras.
76

Para classificar as contas plano de contas é um elenco de todas as contas previstas como
necessárias aos registros (uma vez que é o instrumento que o profissional consulta quando vai
fazer um lançamento contábil, pois indica qual conta deve ser debitada e qual conta deve ser
creditada) contábeis de uma entidade, oferecendo a vantagem de uniformização das contas
utilizadas em cada registro, além de servir de parâmetro para a elaboração das demonstrações
contábeis, sua finalidade principal é estabelecer normas de conduta para o registro das
operações da organização, e na sua elaboração devem ser considerados três objetivos
fundamentais:

 Atender às necessidades de informações da administração da entidade;


 Observar formato compatível com os princípios contábeis e com a norma legal
que regula a elaboração do balanço patrimonial e das demais demonstrações
contábeis, ou seja, a Lei no 6.404/76;
 Adaptar-se tanto quanto possível às exigências dos agentes externos à entidade
(fornecedores, bancos, órgãos fiscais, auditoria externa) e, particularmente, às
regras da legislação do Imposto de Renda.

O plano completo deve apresentar o título das contas, a classificação, a função, explicar
o funcionamento, apontar a relação entre os grupos ou mesmo entre as contas, regular o registro
das contas, estabelecer a análise e os códigos das contas e prever as derivações das contas. O
título de cada conta deve expressar o significado adequado das operações nela registradas, pois
as demonstrações contábeis podem não ser apenas utilizadas pelos usuários internos, mas
também dos usuários externos. Além disso, no caso de sociedade anônima de capital aberto
(com ações negociadas em bolsas de valores), é fundamental que suas demonstrações tenham
uma linguagem precisa e clara para facilidade de seus acionistas em particular e do mercado
em geral.

A classificação das contas é dada em grupos que permitam a comparação entre si,
evidenciando a proporcionalidade entre bens, direitos e obrigações. O responsável pela
elaboração do plano de contas precisa ter absoluta consciência das necessidades da empresa e
das normas técnicas, fazendo com que o elenco apresente contas de função bem definida, ou
seja, esclareça para que serve cada conta e qual o papel que desempenha na escrituração, por
exemplo,
77

 Caixa - registra os movimentos de dinheiro em poder da empresa,


 Mercadorias - registra os movimentos de aquisição das mercadorias destinadas
à venda.

O funcionamento estabelece a relação da conta com as demais e evidencia como se


comporta perante seu objeto. Demonstra como se debita a conta, como se credita, qual a
natureza de seu saldo e quais as outras contas com que normalmente tem contato, observe:

Caixa
 D: pelo recebimento em dinheiro;
 C: pelo pagamento em dinheiro;
 Saldo: representa o numerário em poder da empresa e só pode ser devedor.

Quando da elaboração do plano de contas devem ser analisados os graus das contas que
são a medida de dependência na análise destas, sendo que a dependente deve ter sempre
classificação inferior com relação a principal. Normalmente são empregados dois graus: conta
sintética ou principal (1o grau) e conta analítica ou derivada (2o grau), por exemplo

1 - Ativo - sintética
1.1 - Ativo Circulante - analítica
Cada conta deve ser identificada por um código que a distingue das demais por exemplo
1 - Ativo
1.1 - Ativo Circulante
1.1.10.001 – Caixa

O plano varia de acordo com o tipo de cada entidade e não pode ser rígido e inflexível,
devendo permitir as alterações que se mostrarem necessárias por ocasião de sua utilização, pois
a rápida evolução da economia moderna gera constantes modificações e aperfeiçoamentos na
legislação comercial e fiscal, bem como nas normas e métodos que regulam a atividade
empresarial, o que exige a criação de novas contas, o cancelamento de algumas e o
desdobramento de outras, de modo que os registros acompanhem a evolução dos fatos e
permitam a constante atualização dos acontecimentos.

4.8 – Fatos Administrativos


78

O conjunto de acontecimentos que constituem a dinâmica patrimonial é proveniente dos


atos e fatos administrativos.

 Atos Administrativos: são as ocorrências que não alteram diretamente o


patrimônio, por exemplo: Admissão e demissão de funcionários e solicitação de
mercadoria.
 Fatos Administrativos: são todas as ocorrências que alteram o patrimônio
permutando os seus valores ou modificando o patrimônio líquido. A
Contabilidade tem como conteúdo o estudo e o registro contábil dos fatos
administrativos e através dos demonstrativos contábeis podem conhecer seus
efeitos sobre o patrimônio. Os fatos administrativos podem ser permutativos e
modificativos.
o Permutativos: são os fatos que provocam variações específicas,
permutando os elementos do ativo e do passivo, sem alterar a situação
líquida. Este fato altera a qualidade do patrimônio.
o Modificativos: são os fatos que produzem alteração na situação líquida
do patrimônio, ora diminuindo-o, ora aumentado-o. Assim, os fatos
modificativos podem ser aumentativos e diminutivos.
79

Referências

 BARBOSA. Ana Maria Ribeiro. As implicações da tecnologia da informação na


profissão contábil. In: Congresso Brasileiro de Contabilidade, XVI., Goiânia, 2000.
Anais… Goiânia, 2000. In: Cd-Room.

 BEUREN, Ilse Maria. Gerenciamento da informação: um recurso estratégico no


processo de gestão empresarial. São Paulo: Atlas, 1998.

 CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE (CFC). Quantos fomos? 2003.


Disponível em: http://www.cfc.org.br. Acesso em 10 de Janeiro de 2017.

 CORNACHIONE JR, Edgard Bruno. Sistemas Integrados de Gestão: uma abordagem


da tecnologia da informação aplicada à gestão econômica (GECON). S. Paulo: Atlas.
2001.

 CORNACHIONE Jr., Edgar B. Informática aplicada às áreas de contabilidade,


administração e economia. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2001.

 CRUZ, Naiana V. S, José C. S. GALVÃO. Origem e Evolução do Pensamento Contábil.


UEFS, Feira de Santana- BA, 2001. Monografia. 72 p

 HENDRIKSEN, Eldon S.; BREDA, Michael F. Van. Teoria da Contabilidade. 5.ed. São
Paulo: Atlas, 1999.

 MACHADO, Sérgio Aprobato. Contabilidade na informática. Revista Brasileira de


Contabilidade, p.39-44. Ano XVI. n.º 56. Jan/Mar – 1986.

 OLIVEIRA, Edson. Contabilidade e Informática: Teoria e Pratica. 4ª ed. São Paulo:


Atlas, 2006.

 PADOVEZE, Cláudio Luís. Sistemas de informações contábeis. 2. ed. São Paulo: Atlas,
2000.

 PADOVEZE, Clovis Luiz. Sistema de Informações Contábeis: Fundamentos e Análise.


4ª ed. São Paulo: Atlas, 2004.

 PORTER, Michael E. Competição = on Competition: estratégias competitivas


essenciais. Rio de Janeiro: Campus,1999.

 SÁ, Antônio Lopes de . Teoria da Contabilidade. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

 SANTOS, Edilene Santana; CATELLI, Armando. Internet: desafio para uma


contabilidade interativa. Revista Contabilidade & Finanças. FIPECAFI, São Paulo:
FIPECAFI, v.14, n.25, p. 24-41, janeiro/abril 2001.

 SCHIMDT, Paulo, et al. História do Pensamento Contábil.. São Paulo: Atlas. 2.006.
80

 SCHMIDT, Paulo. Uma contribuição ao estudo da história do pensamento contábil:


1996. 2 v. 476 f. Tese (Doutorado em Controladoria e Contabilidade) – Faculdade de
Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo,
1996.

 TJADEN, Gary.. A TI muda. HSM Management. São Paulo: Editora Savana, n.17, p.
102-106, nov/dez. 1999.
81

EXERCÍCIO DE ESTUDO DO CAPITULO IV

1. Diz-se que a situação líquida é negativa quando o Ativo total é:

a. ( ) Maior que o Passivo total;


b. ( ) Maior que o Passivo exigível;
c. ( ) Igual à soma do Passivo Circulante com o Passivo Exigível a Longo Prazo;
d. ( ) Igual ao Passivo Exigível;
e. ( ) Menor que o Passivo Exigível.

2. É correto afirmar que os recursos investidos pelos proprietários, serão classificados no seguinte
grupo:
a. ( ) Passivo circulante;
b. ( ) Passivo exigível a longo prazo;
c. ( ) Resultados de exercícios futuros;
d. ( ) Patrimônio líquido;
e. ( ) N.D.A.

3. Num balanço patrimonial, o capital próprio da empresa é representado pelo saldo:

a. ( ) Do grupo de contas do Patrimônio Líquido;


b. ( ) Do grupo de contas do Ativo;
c. ( ) Dá conta Caixa;
d. ( ) Das contas Caixa e Bancos com Movimento;
e. ( ) Dá conta Capital.

4. Se o Passivo Exigível de uma empresa é de R$ 19.650,00 e o Patrimônio Líquido de R$


9.850,00 o valor do seu Capital Próprio será de:

a. ( ) R$ 29.500,00
b. ( ) ZERO
c. ( ) R$ 9.800,00
d. ( ) R$ 9.850,00
e. ( ) R$ 19.650,00

5. No Ativo, conforme Lei 6.404/76, as contas serão dispostas em:

a. ( ) Ordem crescente de grau de liquidez;


b. ( ) Ordem do plano de contas;
c. ( ) Ordem decrescente da data de aquisição;
d. ( ) Ordem decrescente do grau de liquidez;
e. ( ) Ordem da ocorrência das transações (dia, mês e ano).
82

6. Na frase : “Projeta e opera sistemas de custos, determina os custos por departamentos, por
função, por centros de responsabilidades, por atividades, por produtos, por territórios, por
períodos e por outros segmentos, faz a estimação de custos, estabelece padrões, manipula
custos históricos, compara custos de diferentes períodos, compara custos reais com custos
calculados, determina custos de alternativas, interpreta e apresenta informações de custos
como um auxílio à gerência no controle de operações correntes e futuras (LEONE, 2000,
p.47).” , estamos falando :

a. ( ) Da Contabilidade Financeira
b. ( ) Da Contabilidade Publica
c. ( ) Da Contabilidade de Custos
d. ( ) Da Contabilidade Reflexiva.
e. ( ) Da Contabilidade Imobiliária.

7. Se você fosse obrigado a escolher apenas três quocientes para avaliar uma empresa, quais
seriam? Justifique sua resposta

8. Sob a visão contábil, defina patrimônio.

9. Defina Balanço Patrimonial.

10. O que são Demonstrações Contábeis?

Você também pode gostar