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INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO DE ANGOLA

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E GESTÃO


CURSO DE CONTABILIDADE E ADMINISTRAÇÃO

O IMPACTO DO LIMIAR DE RENTABILIDADE NA TOMADA DE


DECISÃO ESTRATÉGICA

(Uma Abordagem Prática na Empresa Lactiangol, S.A. Janeiro e Fevereiro de 2017)

MILTON ANTÓNIO TINTA SALVADOR

LUANDA – VIANA
2021
O IMPACTO DO LIMIAR DE RENTABILIDADE NA TOMADA DE
DECISÃO ESTRATÉGICA

(Uma Abordagem Prática na Empresa Lactiangol, S.A. Janeiro e Fevereiro de 2017)

Monografia apresentada ao Departamento de


Economia e Gestão do curso de Contabilidade
e Administração do Instituto Superior Técnico
de Angola – ISTA como requisito para a
obtenção do grau de Licenciatura em
Contabilidade e Administração.

Orientador: Isaac Chimina Chinavi, Msc.

VIANA______/_______/2021
Folha de aprovação

MILTON ANTÓNIO TINTA SALVADOR

Esta monografia foi julgada e aprovada para a obtenção do grau de Licenciatura, no Curso de
Contabilidade e Administração, do Instituo Superior Técnico de Angola – ISTA.

O júri nomeado no Edital nº_____________20____________, está integrado pelos


professores:

Presidente:_______________________________

1º Arguente:______________________________

2º Arguente:______________________________

Depois de lido, discutido e apresentado o trabalho de fim de curso o júri decidiu a


classificação de ___________________Valores.
DEDICATÓRIA

Aos meus pais António Milagre Francisco


Salvador e Marcelina Beatriz Tinta, aos meus
irmãos, amigos e colegas, (em memória) de Elsa
Sófia Polo Simão e de Flávio Cardoso António.
AGRADECIMENTO

Prestamos os nossos agradecimentos a Deus pai todo-poderoso por nos conceder a graça de
vida e o sustento.
Ao Instituto Superior Técnico de Angola por prover qualidade, confiança e sucesso na
educação.
Ao meu tutor Mestre Isaac Chimina Chinavi pela paciência, dedicação, disponibilidade,
confiança e palavras de encorajamento e sugestões para concretização da dissertação.
A empresa Lactiangol, S.A. por fornecer as informações necessárias e essenciais para a feitura
da monografia.
Aos meus professores Doutor Gaspar João, Mestre Nelson Rodrigues, Doutora Paula Guerras,

Mestre Sozinho Carlos, Mestre Manuel Quindai, Mestre Jackson Sebastião, Engenheira
Ermelinda Tenente, entre outros, por educar, ensinar e auxiliaram-me durante o período de
formação.
Aos meus pais António Milagre Francisco Salvador e Marcelina Beatriz Tinta pelo esforço e
acompanhamento durante esses anos, pois apresento os frutos que a muito desejavam. Aos
meus irmãos Mauro Emanuel Pinto Gregório, Beatriz António Tinta Salvador e Edna António
Tinta Salvador e aos demais.
Aos colegas de formação, amigos e a todos que directa ou indirectamente contribuíram para a
feitura do mesma.

Muito Obrigado!
EPÍGRAFE

“A empresa é o lugar onde se aprende que a


mudança é uma oportunidade e as pessoas
crescem enquanto trabalham.”

Charles Handy
RESUMO

O limiar de rentabilidade é um tema de extrema importância para a gestão de uma


empresa a longo ou a curto prazo, contribuindo para apoiar a tomada de decisões e logo, para
o sucesso da empresa. A sua análise é feita a partir de indicadores cuja fonte de informação
está associada à demonstração dos resultados em custeio variável.

Assim, o estudo realizado teve como objectivo principal analisar o impacto do limiar
de rentabilidade na tomada de decisão estratégica na empresa industrial LACTIANGOL, S.A.
Desta feita, a metodologia utilizada para a elaboração do trabalho quanto à abordagem do
problema foi a pesquisa quantitativa e qualitativa, quanto aos procedimentos a pesquisa foi a
bibliográfica, estudo de caso, documental e questionário, quanto aos objectivos de estudo ou
natureza da pesquisa foi descritiva. Encontrou-se uma população total de 225 funcionários,
onde selecionou-se a amostra, aplicando a amostragem probabilística, seguindo-se da técnica
de colecta de dado que foi o questionário, terminando com as limitações e procedimentos.

Os resultados da pesquisa foram baseados no inquérito por questionário, fortificando


com a demonstração de resultado por funções da empresa LACTIANGOL, S.A. referentes aos
meses de Janeiro e Fevereiro de 2017. Concluiu-se que o método do custeio utilizado é o
custeio variável que compreende apenas os encargos variável e os encargos fixo no fim, que
possibilitou a determinação da utilização do limiar de rentabilidade pela empresa como
ferramenta de gestão, reforça o conhecimento dos produtos de forma detalhada, o que por sua
vez contribui para uma melhor estratégia através de análises feitas, a empresa consegue
controlar o comportamento dos preços, quantidades, custos fixos e variáveis, saber então qual
a quantidade necessária à produzir de forma a ter um determinado nível de resultado. Não
obstante as limitações concernente a metodologia de estudo utilizadas, em suma, concluímos
que os objectivos inicialmente propostos foram todos alcançados e as hipóteses foram todas
confirmadas, visto que na análise dos resultados da pesquisa, permitiu-nos fazer a articulação
dados.

Palavras-chave: Limiar de Rentabilidade. Custos. Custo completo. Custeio varável.

ABSTRACT
The break-even point is an extremely important issue for the management of a
company in the long or short term, contributing to support decision-making and, therefore, for
the company's success. Its analysis is based on indicators whose source of information is
associated with the statement of results under variable costing.

Thus, the main objective of the study was to analyze the impact of the break-even
point on strategic decision-making in the industrial company LACTIANGOL, SA This time,
the methodology used to elaborate the work regarding the approach to the problem was
quantitative and qualitative research, as for the procedures, the research was bibliographical,
case study, documental and questionnaire, as for the study objectives or nature of the research,
it was descriptive. A total population of 225 employees was found, where the sample was
selected, applying probabilistic sampling, followed by the data collection technique that was
the questionnaire, ending with limitations and procedures.

The survey results were based on the questionnaire survey, fortified with the income
statement by functions of the company LACTIANGOL, SA for the months of January and
February 2017. It was concluded that the costing method used is the variable costing which
comprises only the variable charges and the fixed charges at the end, which made it possible
to determine the use of the break-even point by the company as a management tool, reinforces
the knowledge of the products in a detailed manner, which in turn contributes to a better
strategy through analyzes carried out, the company can control the behavior of prices,
quantities, fixed and variable costs, then know what quantity is needed to produce in order to
have a certain level of result. Notwithstanding the limitations concerning the study
methodology used, in short, we conclude that the initially proposed objectives were all
achieved and the hypotheses were all confirmed, since in the analysis of the research results, it
allowed us to link the data.

Keywords: Break-even Point. Costs. Full cost. Variable costing.


LISTA DE MAPAS E TABELAS

Tabela 1: Comportamento dos Custos Fixos Global e Unitário..............................................36


Tabela 2: Comportamento dos Custos Variável Global e Unitário
Tabela 3: Custeio Variável Referente ao mês de Janeiro e Fevereiro de 2017 do Leite UHT
Tabela 4: Pontos Críticos do Leite UHT
Tabela 5: Margens de Segurança do Leite UHT
Tabela 6: Custeio Variável Referente ao mês de Janeiro e Fevereiro de 2017 da Manteiga
Tabela 7: Pontos Críticos da Manteiga
Tabela 8: Margens de Segurança da Manteiga
Tabela 9: Custeio Variável Referente ao mês de Janeiro e Fevereiro de 2017 do Sumo YA
Tabela 10: Pontos Críticos do Sumo YA
Tabela 11: Margens de Segurança do Sumo YA
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Comportamento dos Custos Fixos Global e Unitário..............................................35


Gráfico 2: O Comportamento dos Custos Variáveis Global e Unitário
Gráfico 3: Ponto Crítico
Gráfico 4: Representação gráfica dos pontos críticos do Leite UHT
Gráfico 5: Representação gráfica dos pontos críticos da Manteiga
Gráfico 6: Limiar de Rentabilidade do Sumo
Gráfico 7: A contabilidade de custos ou contabilidade analítica é o ramo da contabilidade que
se destina a produzir informações para diversos níveis gerências de uma entidade
Gráfico 8: Os custos directos, são aqueles que concorrem directamente para o fabrico de um
produto
Gráfico 9: Os custos indirectos compreendem os gastos gerais de fabricação aplicados
indirectamente na fabricação dos produtos
Gráfico 10: O custo variável é aquele cuja total vária na razão directa das alterações do nível
de actividade
Gráfico 11: Custo fixo é aquele cujo total permanece constante, independentemente das
alterações no nível de actividade
Gráfico 12: Qual é a valorimetria da existência utilizado
Gráfico 13: Qual é o método do custeio aplicado
Gráfico 14:O preço de compra é o preço líquido pago (ou a pagar quando a compra é a
crédito) que vem sobre a factura de compra?
Gráfico 15: O custeio variável, é um tipo de custeamento que considera como custo de
produção de um período apenas os custos variáveis incorridos, considerando os custos fixos
fim
Gráfico 16:O limiar de rentabilidade é a cifra de negócio (vendas) com a qual a empresa faz o
resultado nulo
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

A.C – Antes de Cristo


AECA – Asociación Española de Contabilidady Administración de Empresas
CF – Custo Fixo
CIPV – Custo Industrial do Produto Vendido
CN – Cifra de Negócio
CT – Custo Total
CUMP – Custo Médio Ponderado
Cvu – Custo Variável Unitário
CV – Custo Variável
FIFO – First In First Out
LIFO – Last In First Out
LR – Limiar de Rentabilidade
MC – Margem de Contribuição
MOD – Mão de Obra Directa
MS – Margem de Segurança
MSCV – Margem Sobre Custo Variável
MSCVu– Margem Sobre Custo Variável Unitário
MSSV – Margem Sobre Segurança em Valor
MSSQ - Margem Sobre Segurança em Quantidade
MSSVendas – Margem Sobre Segurança em Vendas
NIFO – Next In First Out
PCV – Ponto Crítico das Vendas
PEPS – Primeiro a Entrar Primeiro a Sair
Pvu– Preço de Venda Unitário
Q - Quantidade
UEPS – Último a Entrar Primeiro a Sair
TDM – Taxa da Margem
X–Cifra de Negócio
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................14
1.1. Objecto de Estudo..........................................................................................................14
1.2. Problemática da Pesquisa...............................................................................................14
1.3. Objectivos.......................................................................................................................15
1.3.1. Objectivo Geral........................................................................................................15

1.3.2. Objectivos Específicos............................................................................................15

1.4. Hipóteses........................................................................................................................16
1.5. Justificativa.....................................................................................................................16
1.6 Delimitação.....................................................................................................................17
1.7. Estrutura do Trabalho.....................................................................................................17
2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.........................................................................................18
2.1. Definição de Termos e Conceitos..................................................................................18
2.2. Perspectiva Histórica e Origem da Contabilidade Analítica..........................................20
2.3. Noção da Contabilidade Analítica..................................................................................21
2.4. Importância da Contabilidade Analítica.........................................................................22
2.5. Objectivos da Contabilidade Analítica ou de Custos.....................................................23
2.6. Custos: Terminologias e Classificação..........................................................................26
2.6.1. Custos Directos........................................................................................................26

2.6.2. Custos Indirectos.....................................................................................................26

2.6.3. Custos Fixos............................................................................................................27

2.6.4 Custos Variáveis.......................................................................................................27

2.6.5 Custos Semi-variáveis e Semi-fixos.........................................................................28

2.7. Métodos de Avaliação de Stocks...................................................................................28


2.7.1. FIFO.........................................................................................................................29

2.7.2. LIFO........................................................................................................................29

2.7.3. Custo Unitário Médio Ponderado (CUMP).............................................................29

2.8. Método de Custeio.........................................................................................................30


2.8.1. O Método do Custo Completo.................................................................................30
2.8.1.1 Composição do Custo Completo.......................................................................30
2.8.2. O Método de Custeio Variável................................................................................34

2.8.2.1. O Comportamento dos Custos Fixos................................................................35


2.8.2.2. O Comportamento dos Custos Variáveis..........................................................36
2.9. Limiar de Rentabilidade.................................................................................................37
2.9.1. Coeficiente do Custo Variável Sobre a Cifra de Negócio.......................................39

2.9.2. Margem Sobre Custo Variável................................................................................39

2.9.3. A Taxa de Margem..................................................................................................39

2.9.4 Limiar de Rentabilidade...........................................................................................40

2.9.4.1. Limiar de Rentabilidade em Valor....................................................................42


2.9.4.2. Limiar de Rentabilidade em Quantidade de Produto........................................43
2.9.4.3. Limiar de Rentabilidade em Tempo.................................................................44
2.9.4.4. Margens de Segurança......................................................................................44
2.9.4.5. Representação gráfica do ponto crítico.............................................................45
3. METODOLOGIA DE PESQUISA.......................................................................................47
3.1. Metodologia...................................................................................................................47
3.2 Pesquisa...........................................................................................................................47
3.2.1 Tipos de Pesquisa.....................................................................................................47

3.3. População e Amostra......................................................................................................48


3.4. Técnica de Instrumento de Colecta de Dados................................................................49
3.5. Limitações......................................................................................................................49
3.6. Procedimentos................................................................................................................49
4. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.............................50
4.1. Caracterização Institucional da Empresa.......................................................................50
4.2. Enquadramento classificativo da empresa.....................................................................51
4.3. Apresentação, Análise e Discussão dos Resultados.......................................................54
CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................................66
SUGESTÕES............................................................................................................................67
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIA..........................................................................................68
14

1. INTRODUÇÃO

A Contabilidade Analítica (de Custos), ainda hoje, é considerada por muitos autores
como um instrumento ao serviço da Contabilidade Financeira. A mesma é encarada como a
fonte de informação que deverá facilitar a valorização dos stocks (que figuram no activo) e o
custo das vendas por período (cujo valor se reflecte na demonstração de resultado por função).
Contudo, já em algumas décadas atrás, a progressiva emancipação da Contabilidade Analítica
(de Custos) face à Contabilidade Financeira, foi-se centrando nas funções de auxílio à gestão,
nomeadamente ao nível da tomada de decisões, relegando para segundo plano o objectivo de
valorização de stocks. Assumiu, paulatinamente, o papel de instrumento privilegiado ao
serviço da gestão. É neste contexto que surge o conceito de Contabilidade Analítica, de Custo
ou de Gestão.

A visão deste ramo específico da contabilidade passou a integrar também no seu


horizonte preocupação com o futuro. Projectar a médio e longo prazo tornou-se crucial para
uma empresa. Estar-se preparado e devidamente precavido, de forma a se adaptar rapidamente
às mudanças, afim de aproveitar as oportunidades, pode muito bem vir a constituir uma
vantagem poderosa perante os concorrentes mais directos. Trata-se de uma visão de foro
estratégico. Uma das funções mais importantes e atribuída como grande trunfo da
Contabilidade de Gestão é a vertente previsional. A Contabilidade de Gestão deve permitir
aos gestores preparar o leque de acções à levar a cabo.

1.1. Objecto de Estudo


O objecto de estudo diz respeito aquilo que se «pretende conhecer em maior amplitude
e profundidade, com o objectivo de se encontrar a solução para um problema existente,
eliminar uma dificuldade, ou ainda, aumentar os conhecimentos em uma determinada área de
interesse profissional, contribuindo para o desenvolvimento da ciência. (NASCIMENTO,
2012, p. 38).

O objecto de estudo é o foco central do trabalho, o trabalho teve como foco principal o
impacto do limiar de rentabilidade na tomada de decisão estratégica.

1.2. Problemática da Pesquisa


Segundo Marconi e Lakatos (2003) definem que: A formulação do problema prende-
se ao tema proposto:
15

ela esclarece a dificuldade específica com a qual nos defrontamos e que


pretendemos resolver por intermédio da pesquisa. Para ser cientificamente válido,
um problema deve passar pelo crivo das questões seguintes. O problema: - Pode ser
enunciado em forma de pergunta? - Corresponde a interesses pessoais (capacidade),
sociais e científicos, isto é, de conteúdo e metodológicos? Esses interesses estão
harmonizados? - Constitui-se o problema em questão científica, ou seja, relacionam-
se entre si pelo menos duas variáveis? - Pode ser objecto de investigação
sistemática, controlada e crítica? - Pode ser empiricamente verificado em suas
consequências?

Agora, mais do que nunca, em uma época de ruptura e crise, sente-se a necessidade de
estudar melhor e entender o sector de transformação, principalmente no que diz respeito à
administração de custos, que levam muitas empresas à falência. Este aspecto realmente abalou
a estrutura da empresa Lactiangol, dando sinal de que a empresa estava com dificuldade no
mercado, visto que a Lactiangol trabalha com custos muito elevados, decorrentes da
necessidade alta de exigências por parte de seus usuários. Para a empresa em estudo, é
importante uma vez que servirá de base para conhecer como os gestores podem racionalizar
seus custos e analisarem possíveis alternativas estratégicas.: Até que ponto o limiar de
rentabilidade influência na tomada de decisão estratégica na empresa LACTIANGOLA,
S.A.?

1.3. Objectivos

Depois de definido o tema e o problema, sucede-se a etapa de elaboração dos


objectivos, visto que é de suma importância para o desenvolvimento da pesquisa e o mesmo
está ligado a uma visão global e abrangente do tema. Relaciona-se com o conteúdo intrínseco,
quer dos fenómenos e eventos, quer das ideias estudadas. Vincula-se directamente à própria
significação da tese proposta pelo projecto (MARCONI e LAKATOS, 2003).

1.3.1. Objectivo Geral


De acordo com Carvalho (2009) apud Marconi e Lakatos (2010), o objectivo geral
foca de forma mais generalizada o tema, ou seja, faz uma abordagem mais alargada e
profunda.

 Analisar o impacto do limiar de rentabilidade na tomada de decisão estratégica na


empresa industrial LACTIANGOL, S.A.

1.3.2. Objectivos Específicos


O objectivo específico por sua vez, é caracterizado por ser mais concreto, preciso e
limitado, deslocalizando o tema, para o direccionar num espaço e fenómeno preciso (BIAGI,
2005 apud BACHELARD, 2013).
16

 Determinar o custeio variável para poder chegar aos resultados da empresa


LACTIANGOL, S.A.
 Comparar as terminologias e classificação dos custos e a valorimetria da existência da
empresa LACTIANGOL, S.A.
 Identificar o limiar de rentabilidade em valor, quantidade, tempo, as margens de
segurança e a representação gráfica para a tomada de decisões precisas na empresa
LACTIANGOL, S.A.

1.4. Hipóteses

A formulação de hipóteses é comum no campo de estudo experimental, visto que: O


passo seguinte consiste em oferecer uma solução possível, mediante uma proposição, ou seja,
uma expressão verbal susceptível de ser declarada verdadeira ou falsa. A essa proposição dá-
se o nome de hipótese. Assim, a hipótese é a proposição testável que pode vir a ser a solução
do problema (GIL, 2002).

As hipóteses foram:

H1 – O limiar de rentabilidade é uma das ferramentas ideais para se ter o controlo mais
adequado através do método do custeio variável, em que se determina a margem sobre
o custo variável de maneira que se pode adicionar melhor o resultado da empresa.
H2 - Uma das principais funções do limiar de rentabilidade é de fornecer informações
seguras, que visa facilitar a tomada de decisão.
H3 - Essas informações e dados fornecidos pelo limiar de rentabilidade representam
uma ferramenta que servirá de apoio à tomada de decisão no gestor.

1.5. Justificativa

Para Cervo e Bervian (2002, p. 127) a justificativa “compreende a apresentação de


forma clara e objectiva as razões de ordens teóricas e práticas que fundamentam a pesquisa.
Justificam-se a escolha do tema, a delimitação realizada e a relação que o pesquisador possui
com ele”.

As empresas trabalham visando maior lucro e menor custo, por isso tornou-se
necessário uma explanação sobre o limiar de rentabilidade. A relevância deste estudo é de
mostrar as vantagens alcançadas, da utilização do ponto crítico, visto que o mesmo tem a
função de fornecer informações que ajudará os gestores numa determinada organização ou
empresa. Como profissional o interesse por este tema surgiu na perspectiva em que o
17

pesquisador vê-se em actuar na área de contabilidade e gestão, para tal constatamos que foi
necessário saber as teorias através das pesquisas feitas a respeito do tema. Este estudo possui
ainda, como relevância académica o intuito de auxiliar docentes e principalmente discentes
sobre a relevância do limiar de rentabilidade ou ponto crítico na tomada de decisão
estratégica.

1.6 Delimitação
No entanto a leitura pré-liminar sobre o tema é primordial, uma vez que não se pode
delimitar o que não se conhece. A leitura de livros, revistas científicas e técnicas, teses,
dissertações publicações em meios electrónicos pode contribuir para melhor delimitação do
tema, logo:

A delimitação da pesquisa pode ser feita pela sua decomposição em partes. Essa
decomposição possibilita definir a compreensão dos termos, o que implica na
explicação dos conceitos. Ela também poder ser feita por meio da definição das
circunstâncias, de tempo e de espaço. Além disso, o pesquisador pode definir sob
que ponto de vista irá focalizá-lo. “Um mesmo tema pode receber diversos
tratamentos, tais como psicológicos sociológico, histórico, filosófico, estatístico,
etc.” (CERVO e BERVIAN, 2002, p. 83)

E assim limitamo-nos na empresa industrial da Lactiangol S.A., situada em Angola -


Luanda na Avenida Deolinda Rodrigues, com os dados referente aos meses de Janeiro e
Fevereiro de 2017.

1.7. Estrutura do Trabalho

No seguinte trabalho abordamos sobre o impacto do limiar de rentabilidade na tomada


de decisão estratégica. Este trabalho encontra-se dividido em três partes que são: Elementos
pré-textuais, textuais e pós-textuais. Nos elementos pré-textuais constam a capa, contra-capa,
folha de rosto, dedicatória, agradecimento, epígrafe, resumo, abstract, lista de figuras e
quadros, lista de mapas e tabelas, lista de gráficos, lista de abreviaturas e siglas e o sumário.
Nos elementos textuais encontramos o primeiro ponto introdutório onde consta o objecto de
estudo, a problemática da Pesquisa, os objectivos, hipóteses, justificativa, delimitação e
estrutura do trabalho, o segundo ponto retrata da fundamentação teórica, onde encontramos a
definição de termos e conceitos, perspectiva histórica e origem da contabilidade analítica,
noção da contabilidade analítica, importância da contabilidade analítica, objectivos da
contabilidade de custos, custos: terminologias e classificação, métodos de avaliação de stocks,
método de custeio, limiar de Rentabilidade, no terceiro ponto retrata sobre a metodologia
científica utilizada para a elaboração da mesma que teve como estrutura a pesquisa, tipos de
18

pesquisa, população e amostra, técnica de instrumento de colecta de dados, limitações e


procedimentos, apresentação, análise e discussão dos dados da empresa Lactiangol, S.A. Os
elementos pós-textuais são: Referências bibliográficas, apêndices e anexos.

2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Definição de Termos e Conceitos


A contabilidade de custos ou contabilidade analítica é o ramo da contabilidade que se
destina a produzir informações para diversos níveis gerências de uma entidade, como auxílio
às funções de determinação de desempenho e de planeamento e controlo das operações de
tomada de decisões, bem como tornar possível a alocação mais criteriosamente possível dos
custos de produção aos produtos.

A Contabilidade de Gestão, caracteriza-se como componente do processo de gestão


centrada na utilização eficiente e eficaz dos recursos, acrescentando valor à organização,
confirmando de modo continuo se os mesmos estão a ser utilizados de forma correcta
(FRANCO, 2005).

Utiliza-se a denominação de Contabilidade de Gestão, principalmente nos meios


académicos. O conceito de Contabilidade de Gestão, temporalmente, evoluiu com
base em quatro fases: antes de 1950 consistia essencialmente na determinação dos
custos e do seu controlo; depois de 1965 centrava-se no fornecimento de informação
para o planeamento e controlo da gestão; a partir de 1985 baseava-se na utilização
eficiente dos recursos nos processos empresariais; e por fim, em 1995, a perspectiva
focou-se para a criação de valor com a utilização eficaz dos recursos (FRANCO,
2005).

Horngren (2000) entende que a Contabilidade de Gestão “mede e comunica


informação financeira e não financeira para ajudar os gestores no processo de
tomada de decisões para atingirem os fins da organização”, focando a informação
interna. A Contabilidade de Custos, por outro lado, “fornece informação para as
contabilidades de gestão e financeira, e mede e comunica informação financeira e
não financeira relacionada com a aquisição e consumo de recursos pela
organização”.

Segundo Caiado (2011) a Contabilidade Analítica “abarca todos os aspectos relativos


à contabilidade de custos ou interna e todos os gastos, rendimentos que digam respeito às
restantes áreas da empresa”.

Empresa é a organização técnico-económica que se propõe a produzir mediante a


combinação dos diversos elementos, natureza, trabalho e capital, bens ou serviços
destinados a troca ou venda, com a esperança de realizar lucros, correndo os riscos
por conta do empresário, isto é daquele que reúne, coordena e dirige esses elementos
sob a sua responsabilidade (BERTOLDI e RIBEIRO, 2011, p. 49).

Empresa é a unidade económica organizada, que combinando capital e trabalho,


produz ou faz circular bens e presta serviços com finalidade lucrativa. Adquire
personalidade jurídica pela inscrição de seus actos constitutivos nos órgãos de
19

registo próprio, adquirindo dessa forma capacidade jurídica para assumir direitos e
obrigações. A empresa deve ter sua sede, ou seja, deve um domicílio, local onde
exercerá seus direitos e responderá por suas obrigações. (FABRETTI, 2003, p.36)
Caiado (2011) afirma que o custo completo, “são todos os custos introduzidos no
circuito contabilístico analítico. Ou seja, o conjunto dos custos variáveis e fixos são
encaminhados até ao CIPV”.

O custo completo compreende todos os encargos suportados pela empresa para um


produto até a sua entrada em stock, incluindo, assim, todos os encargos de distribuição que
apenas são imputados aos produtos vendidos (TEPA, 2008).

Para Crepaldi (2009 p. 221) “o custeio variável, é um tipo de custeamento que


considera como custo de produção de um período apenas os custos variáveis incorridos,
desprezando os custos fixos”.

O custeio variável permite também a análise das relações de custo, volume e lucro.
Para Crepaldi (2009), esta é uma técnica que permite avaliar a influência do custo e do nível
de actividade sobre o lucro.

Esta análise é uma ferramenta gerencial relevante para o planeamento e a tomada de


decisão, pois reúne informações financeiras importantes da empresa ao estudar os inter-
relacionamentos que existem entre os custos, o volume de vendas e os preços. (HANSEN E
MOWEN, 2001).

Conforme Iudícibus (2000), citado por Souza (2007) o ponto de equilíbrio é


fundamental para a empresa calcular qual o mínimo que precisa produzir para não ter
prejuízo.

O ponto de Equilíbrio também denominado Ponto de Rotura (Break-even Point) nasce


da conjugação dos custos totais com os proveitos totais. (MÜLLER e HENDGES, 2006
citado por MARTINS, 2001).

Para Jiambalvo (2002), “o ponto de equilíbrio, é uma das principais ferramentas para a
análise do custo volume lucro”.

Define ainda Jiambalvo (2002), o ponto de equilíbrio como sendo o número de


unidades que precisam ser vendidas para uma empresa atingir o equilíbrio, ou seja, ter um
resultado que não implique em lucro ou prejuízo, mas sim um resultado zero.
20

2.2. Perspectiva Histórica e Origem da Contabilidade Analítica


A contabilidade tem procurado acompanhar a evolução operada no desenvolvimento
da própria sociedade ao longo dos séculos, designadamente na satisfação de informações de
carácter financeiro, determinadas pela complexidade dos negócios empresariais.

As pessoas em todas as civilizações utilizaram vários tipos de registos de actividade


comerciais, os mais antigos que reconhecem são os registos nas tábuas de barro referentes ao
pagamento de salários na Babilónia por volta de 3600 anos A.C. também existem diversas
provas guardadas de registos e de sistemas de controlo contabilístico no antigo Egipto e nas
cidades, estados gregas.

No século XV, a civilização europeia experimentou uma expansão comercial sem


precedentes, consequência da evolução das actividades mercantis. «Foi nessa época (1494)
que frade Luca Paccioli escreveu o livro “summa de arithmetica, geométrica proportionalitea”
que incluía o capítulo” tractatus XI Articulares de computis et scritpury onde constavam os
fundamentos da partida dobrada» (CAIADO, 2011).

Até meados do século XVIII, altura em que ocorreu em Inglaterra a Revolução


Industrial, não se conhecem progressos na contabilidade de custos. As muitas e variadas
mudanças que então aconteceram, designadamente na substituição do método manual de
produção pelo método fabril, determinaram crescentes necessidades de informações. A
utilização da máquina na fabricação de muitos produtos idênticos deu origem à necessidade
de determinar o custo de um grande número de produtos produzidos, em vez do custo de um
relactivamente pequenos números de produtos fabricados manualmente.

A contabilidade de custo de produção era bastante primitiva e tratava primeira a dar à


gestão registos e relatórios sobre as operações do passado. A maior parte das decisões eram
tomadas com base em informações históricas combinadas com a intuição sobre o potencial
sucesso das propostas de acção.

A contabilidade analítica nasceu no século XIX, se bem que ela já existia em práticas
isoladas antes dessa data como foi citado acima. A designação instrumento de gestão vem da
indústria, porque o primeiro objectivo da contabilidade analítica é de ajudar os responsáveis
da empresa na resolução dos novos problemas que surgiram com a revolução industrial. Foi
em 1815 que nasceu o primeiro sistema elaborado de custo.
21

Com as novas realidades nas empresas, diferentes fases caracterizaram a evolução


da contabilidade analítica, que se tornou contabilidade de gestão, lembrando que a
contabilidade geral é denominada pelos ingleses financial accouting ou seja
contabilidade financeira, enquanto que a contabilidade analítica é chamada
costaccouting contabilidade de custo ou management cost contabilidade de gestão
(TEPA, 2008).

No século XX começaram a surgir as teorias e técnicas de contabilidade de gestão na


Europa e posteriormente nos Estados Unidos. Passou-se a questionar o que muitos autores
chamavam de contabilidade tradicional de custos, basicamente as técnicas centradas na
realocação de custos indirectos. As novas propostas formariam a maior parte do escopo
atribuído a vertente da contabilidade de gestão, controlo Contabilístico (integração de
orçamento e contabilidade) e contabilidade estratégica (integração de orçamentos plurianuais
e contabilidade, havendo também propostas múltiplas que buscam identificar e sistematizar
tendências gerências de longo prazo).

2.3. Noção da Contabilidade Analítica


A contabilidade de custos colecta, classifica e regista os dados operacionais das
diversas actividades da entidade, denominados de dados internos, bem como, algumas vezes,
colecta e organiza dados externos. Os dados colectados podem ser tanto monetários como
físicos. Exemplos de dados físicos operacionais: unidade produzidas, horas trabalhadas,
quantidade de requisições de materiais e de ordens de produção, entre outros.

A Contabilidade Analítica reflecte, primordialmente, a valorização dos fenómenos


internos empresariais, preocupando-se com o registo de encargos e proveitos por função, por
actividades e pelos vários produtos.

A evolução da Contabilidade de Custos ou Analítica para a Contabilidade de Gestão


aconteceu para fazer frente a um aumento da procura de informação. Pode-se dizer que a
Contabilidade Analítica tinha como único objectivos o controlo dos custos, enquanto a
Contabilidade de Gestão alarga esse facto para um âmbito mais amplo, pois aborda o
planeamento e o orçamento. A Contabilidade Analítica constitui assim um subconjunto
fundamental da Contabilidade de Gestão. Os modelos de Contabilidade de Gestão têm que ser
ágeis e flexíveis, de forma a responder às necessidades da direção e permitir a tomada de
decisões com rapidez e eficácia.

Utiliza-se a denominação de Contabilidade de Gestão, principalmente nos meios


académicos.
22

O conceito de Contabilidade de Gestão, temporalmente, evoluiu com base em quatro


fases: antes de 1950 consistia essencialmente na determinação dos custos e do seu
controlo; depois de 1965 centrava-se no fornecimento de informação para o
planeamento e controlo da gestão; a partir de 1985 baseava-se na utilização eficiente
dos recursos nos processos empresariais; e por fim, em 1995, a perspectiva focou-se
para a criação de valor com a utilização eficaz dos recursos (FRANCO, 2005).

Os responsáveis pela gestão de uma empresa têm de conhecer os custos e os proveitos


ou resultados, relacionados com os seus objectivos. Esta necessidade não se aplica somente às
empresas, mas também a outras organizações. A Contabilidade Analítica estabelece um
sistema de informação, tendo em vista a medida e análise dos custos, proveitos e resultados,
relacionados com os objectivos que as organizações pretendem seguir. O contexto de
mudança que hoje caracteriza qualquer economia, seja em que parte do globo for, onde o
aumento da concorrência, derivado da crescente globalização da economia, a concepção de
novas estruturas organizacionais e sobretudo a explosão tecnológica, impõe uma nova atitude.

Vimos que:

actualmente a contabilidade de custos é um sistema de informações dentro do


sistema contabilístico que guarda em si a base fundamental para o desempenho
administrativo e operacional, por estar directamente relacionada com as funções de
planeamento, orçamento e controlo, tem como finalidade encontrar meios
economicamente viáveis para reduzir os gastos, controlar as despesas e contribuir
para tomada de decisão, criando, portanto, a necessidade de possuir uma abordagem
sistemática para solucionar os problemas ligados à decisão(MIRANDA et al., 2012).

O sucesso de uma empresa não depende apenas da implantação de um sistema de alta


tecnologia, para que a empresa torne-se competitiva é necessário que haja um aprimoramento
nos seus processos incluindo o processo de gestão de custos, um bom planeamento, boas
estratégias, facilita na tomada de decisão, ou seja, o sucesso da competitividade de um
organização ou de qualquer outra empresa depende fundamentalmente da gestão estratégica a
qual inclui a contabilidade de custos ou contabilidade analítica.

2.4. Importância da Contabilidade Analítica


A importância crescente da contabilidade analítica é visível não só nas empresas
industriais, mas também nas empresas de prestação de serviços, como vimos, pode ser
implementada.

A sua importância faz-se sentir principalmente na tomada de decisões em termos de:

 Redução de custos de fabricação (minimização de custos);


 Aumento da cifra de negócios (vendas e maximização de lucros).
23

Para além das razões evocadas, que são fundamentais para as empresas industriais e
que pensamos serem as mais importantes, passamos, a seguir a apresentar outras razões não
menos importantes, que figuram no domínio da contabilidade analítica:

 Determinar o custo das matérias-primas, mão-de-obra e outros encargos de fabricação


de:
 Uma secção específica;
 A fabricação de uma unidade ou várias unidades (de produtos).

 Determinar os custos unitários de produtos fabricados, tarefa esta que permitirá aos
gestores da empresa decidir sobre a sua minimização.
 Adequar os preços de venda aos custos de produção, situação que apenas é possível
conhecendo os custos unitários e a elaboração de custos padrões.
 Permite facilitar a preparação de uma série de informações fundamentais para a
tomada de decisões sobre:
 A comparação periódica das matérias-primas, mão-de-obra e outros encargos de
fabricação;
 A informação precisa relactiva a fugas, desperdícios e tempo perdido;
 O custo das operações de fabricação e das máquinas, elemento que permite
verificar a variabilidade da capacidade de produção da empresa;
 Os custos de distribuição que devem ser utilizados para a determinação dos
preços de custo dos produtos acabados destinados para a comercialização.

2.5. Objectivos da Contabilidade Analítica ou de Custos


É cordialmente aceitável que a contabilidade de custos tem como principal objectivo
fornecer informações para o processo de tomada de decisões económicas com a finalidade de
promover a eficiência global da organização, os sistemas de medidas que se utilizem e os
modelos de decisão que se apliquem em critérios económicos.

De acordo com Pereira e Franco (1987) a Contabilidade Analítica tem como objectivo
fornecer elementos para o controlo da gestão, tomada de decisões e, no caso das empresas
industriais, para avaliação das existências finais, com vista ao apuramento dos resultados no
fim dos períodos contabilísticos.
24

Ainda na perspectiva dos mesmos autores, os objectivos da Contabilidade Analítica


são: “Informação sobre custos”: os custos devem ser determinados segundo três ópticas
diferentes: estrutura organizativa da empresa, actividades que desenvolve e natureza de
custos. Uma organização é constituída por segmentos organizacionais, estando coligado a
cada um deles, funções a desempenhar e objectivos a atingir. Cada segmento tem um
responsável, capaz de motivar e coordenar o grupo, com vista a atingir os objectivos
definidos. Acima do responsável está uma entidade superior que avalia se os objectivos foram
ou não cumpridos. O funcionamento de cada segmento organizacional envolve custos, que
devem ser determinados e comparados com os benefícios oferecidos à organização.

Deste modo, compete à Contabilidade Analítica determinar, analisar e reportar aos


interessados os custos ocasionados pelo funcionamento dos órgãos que constituem a
organização.

Como já observado anteriormente, o objectivo principal da Contabilidade Analítica é o


de proporcionar informações úteis para o processo de tomada de decisões, de acordo com
AECA (2001) apud CARVALHO, COSTA e MACEDO (2008), podemos transpor esses
objectivos gerais e identificar os seguintes: clarificar a aplicação dos recursos desde uma
perspectiva de eficiência, eficácia e economia, possibilitando um controlo de gestão sobre
aspectos concretos da entidade; determinar o valor das taxas e dos preços; facilitar a
elaboração e avaliação dos orçamentos; fundamentar a valorização dos bens produzidos por
actividades; apoiar a tomada de decisões sobre a produção de bens e a prestação de serviços,
com conhecimento detalhado dos custos e proveitos; facilitar a elaboração da prestação de
contas da própria entidade; permitir realizar uma atribuição racional dos recursos mediante
uma adequada justificação das necessidades; permitir a comparação com outras entidades que
prestem serviços similares; facilitar a informação aos órgãos nacionais e supranacionais para
fundamentar a obtenção de subsídios e ajudas.

Para Carvalho, Costa e Macedo (2008), apesar de claras semelhanças com os já


identificados por AECA (2001), os grandes objectivos da Contabilidade Analítica para as
finalidades da gestão são os seguintes:

 “Justificar o valor das taxas e preços;


 Facilitar a elaboração do orçamento;
 Medir a eficiência, eficácia, economia, sub-actividades e sobre-actividades;
25

 Apoiar as decisões se a entidade deve continuar a ser responsável directamente por


determinado serviço ou actividade, ou entregá-lo (a) a entidades externas;
 Facilitar informações a entidades financeiras de produtos, serviços ou actividades;
 Comparar custos de produção ou serviços similares entre diferentes entidades;
 Comparar custos de produtos ou serviços similares entre diferentes exercícios
económicos;
 Comparar custos reais com custos previsionais”.

É também objectivo da Contabilidade Gerencial fornecer informações para os


administradores da empresa que lhes permitam gerenciar o desempenho da mesma, avaliando
se foram cumpridas as metas previstas no orçamento (função de controlo).

A contabilidade de custo visa atender às necessidades dos usuários internos da


empresa, não é preciso levar em conta de forma rígida os princípios contabilísticos geralmente
aceitos e as informações podem ser fornecidas de molde a atender o interesse dos
administradores. A Contabilidade Gerencial também se vale, em suas aplicações, de outros
campos de conhecimento não circunscritos à contabilidade (estatística, administração
financeira e de produção, análise das demonstrações financeiras, etc.).

A Contabilidade Gerencial é relativamente recente entre nós e pode se afirmar que a


Contabilidade Financeira é muito mais difundida e estudada que a Gerencial embora, como
foi visto, esta última seja estratégica na tarefa de fornecer subsídios à administração da
empresa.

A Contabilidade de Custos, cuja função inicial era de fornecer elementos para


avaliação dos stocks e apuração do resultado, passou, nas últimas décadas, a prestar duas
funções muito importantes na Contabilidade: a utilização dos dados de custos para auxílio ao
controlo e para tomada de decisões.

No que diz respeito à função administrativa de controlo, a função da Contabilidade de


Custos é fornecer informações para o estabelecimento de padrões, orçamentos ou previsões e,
a seguir, acompanhar o efectivamente acontecido com os valores previstos. Este tipo de
custeamento é chamado de Custeio Padrão, tem um papel muito importante no sentido de
detectar ineficiências ou desperdícios nas actividades produtivas.

Todos estes objectivos anteriormente mencionados podem ser simultâneos ou


alternativos, dependendo de que modelo contabilístico se implemente com a finalidade de ser
26

uma forma de comparação de dados entre diversas entidades relativos ao processo de


formação de custos, ou ser um instrumento de apoio a uma melhor gestão interna.

Sintetizando, diremos que a contabilidade analítica tem por objectivo fornecer


informações de natureza económica para planeamento e controlo de gestão, tomada de
decisões e, no caso de empresas produtoras, para a avaliação das existências finais com a vista
ao apuramento dos resultados no fim dos períodos contabilísticos.

2.6. Custos: Terminologias e Classificação


Segundo Caiado (2011) “custo é qualquer recurso sacrificado ou decidido para atingir
um objecto especifico”.

Custo é um gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou


serviços, conforme (MARTINS, 2006, p. 24 a 26).

Os custos de produção também conhecidos como custos de produtos são todos os


custos associados à produção dos produtos. Esses custos incluem três categorias: material
directo, mão de obra directa e custos indirectos de produção (JIAMBALVO, 2013).

2.6.1. Custos Directos


Borges e Rodrigues (2008) abordam que custo directo, correspondem ao valor dos
recursos consumidos ou utilizados pelo segmento, isto é, que possam ser claramente
identificáveis como estando afectos ao exercício da sua actividade.

Caiado (2011) diz que os custos directos, são aqueles que concorrem directamente
para o fabrico de um produto. Exemplo: Matérias subsidiárias aplicadas num produto,
amortização de uma máquina utilizada especificamente no fabrico de um produto.

2.6.2. Custos Indirectos


Caiado (2011) afirma que os custos indirectos, «apenas concorrem de forma
indirecta». Exemplo: Salário do pessoal, amortização do edifício, seguro de incêndio, etc.

De acordo com Ribeiro (2013) custos indirectos compreendem os gastos com


materiais, e gastos gerais de fabricação aplicados indirectamente na fabricação dos produtos.
São assim denominados porque, além de não integrarem os produtos, é impossível uma segura
identificação de suas quantidades e valores em relação a cada produto fabricado.
27

2.6.3. Custos Fixos


Custo fixo é aquele cujo total permanece constante, independentemente das alterações
no nível de actividade. Diferentemente dos custos variáveis, os custos fixos não são afectados
pelas alterações da actividade (GARRISON e NOREEN, 2001).

Borges e Rodrigues (2008) consideram como encargos fixos «os consumos de


recursos que apresentam alguma estabilidade, isto é, cujo valor que não depende totalmente
do nível de actividade do segmento, variando em função dos vários “graus” de capacidade
pretendido». Como exemplo: Os gastos com pessoal, as depreciações dos equipamentos, as
rendas de instalações, etc.

Existem outros gastos que tendem a variar com o tempo e não com os níveis de
actividade. Estes são denominados gastos fixos (CAIADO, 2011).

2.6.4 Custos Variáveis


Custo variável é aquele cujo total varia na razão directa das alterações do nível de
actividade, que pode ser expressa de muitas maneiras, como, por exemplo, unidades
produzidas, unidades vendidas, quilometragem percorrida, horas trabalhadas e assim por
diante (GARRISON e NOREEN 2001).

Na visão de Viceconti e Neves (2010) são aqueles cujos valores se alteram em função
do volume de produção da empresa». Exemplo: matéria-prima consumida. Se não houver
quantidade produzida, o custo variável será nulo. Os custos variáveis aumentam à medida que
aumenta a produção.

Em relação a Borges e Rodrigues (2008) os custos variáveis dizem respeito «a todos


os gastos cujo montante está correlacionado com o nível de actividade do segmento». Por
exemplo: O consumo de matérias em relação ao volume de produção, consumo de energia em
função do tempo de utilização dos equipamentos, etc.

Normalmente são classificados em três categorias sendo elas:

 Proporcionais – variam na mesma proporção que o nível de actividade do segmento,


como é o caso das comissões pagas sobre as vendas, sempre que a sua taxa não varie.
 Degressivos – variam menos que proporcionalmente ao nível de actividade do
segmento, como é o caso do custo das matérias-primas quando existem descontos
sobre as quantidades compradas, ou o consumo de matérias subsidiárias. Este tipo de
28

gastos, ao aumentarem menos que proporcionalmente que o nível de rendimentos,


contribuem para as denominadas “economias de escalas”.
 Progressivos – variam mais que proporcionalmente ao nível de actividade do
segmento, como é o caso dos encargos com horas extraordinárias não apenas em
resultado da subida da taxa horária, como também da baixa de produtividade
provocada pelo cansaço.

Tais gastos que acompanham directamente e no mesmo sentido as variações no


volume de produção ou venda têm o nome de gastos variáveis (CAIADO, 2011).

2.6.5 Custos Semi-variáveis e Semi-fixos


Para Viceconti e Neves (2010) custos semivariáveis, «são custos que variam com o
nível de produção que, entretanto, têm uma parcela fixa mesmo que nada seja produzido». É o
caso, por exemplo, da conta de energia eléctrica da fábrica, na qual a concessionária cobra
uma taxa mínima mesmo que nada seja gasto no período, embora o valor total da conta
dependa do número de quilowatts consumidos e, portanto, do volume de produção da
empresa. Outros exemplos: aluguer de uma copiadora no qual se cobra uma parcela fixa
mesmo que nenhuma cópia seja tirado; gasto com combustível para aquecimento de uma
caldeira, que varia de acordo com o nível de actividade, mas que existirá, mesmo que seja
num valor mínimo, quando nada se produza, já que a caldeira não pode esfriar.

Ainda na perspectiva de Viceconti e Neves (2010) custos semifixos ou Custos por


degraus, «são custos que são fixos numa determinada faixa de produção, mas que variam se
há uma mudança desta faixa». Considere, por exemplo, a necessidade de supervisores de
produção da Empresa A. Empresa A expressa na tabela a seguir: O custo dos supervisores
será de 240.000,00, fixo na faixa de produção de 20.000 a 40.000 unidades. Se, entretanto, a
produção aumentar para 50.000 unidades, o custo pula para outro degrau (360.000,00).

Alguns autores não fazem uso da nomenclatura de custos semivariáveis e custos


semifixos, preferindo denominá-los de custos que possuem uma parcela fixa e uma parcela
variável ou de custos mistos.

2.7. Métodos de Avaliação de Stocks


Existem, porém vários métodos de avaliação das existências. Os mais utilizados são os
seguintes: FIFO ou PEPS, LIFO ou UEPS e CUMP.
29

2.7.1. FIFO
O FIFO é a designação inglesa (First In First Out) Este método preconiza que o
primeiro que entra é o primeiro que sai. Este método permite valorizar as saídas ao custo do
artigo mais antigo em stock. Assim, os produtos finais são avaliados aos últimos custos de
aquisição ou de produção.

Este método é criticado porque teoricamente supõe que os custos de cada entrada são
conhecidos separadamente. Outro aspecto negativo deste método é a valorização das saídas
aos custos antigos e a valorização dos stocks finais aos custos recentes, situação que tem
implicações nefastas nas situações inflacionistas. Outra consequência desta situação é o nível
de imposto a pagar quando os lucros são sobreavaliados.

2.7.2. LIFO
O LIFO é a designação inglesa (Last In First Out) o método consiste em priorizar o
seguinte: o último a entrar é o primeiro a sair. Este método permite valorizar as saídas ao
custo do artigo mais novo em stock. Assim, os stocks finais são avaliados aos últimos custos
de aquisição ou de produção.

Este método é simetricamente criticado como o do FIFO. As saídas, tal como os


custos, são valorizadas a partir dos últimos preços, e os stocks a partir dos antigos. Ele é mais
satisfatório nos momentos de inflação os stocks finais são subavaliados e os resultados são
deduzidos. Esta situação implica a redução dos impostos a pagar, como também menos
dividendos distribuídos aos accionistas.

2.7.3. Custo Unitário Médio Ponderado (CUMP)


Este método consiste no cálculo de uma média de todas as entradas. Ele é a relação
entre o total dos custos de aquisição e as quantidades compradas num período que não
ultrapassa, em princípio, uma duração média de stock.

Cump =stock inicial em Valor + Compras ou entradas em Valor / Stock inicial em


Quantidades + Entradas em Quantidades.

Fonte: Tepa (2008)

Este é método é muito criticado pela sua simplicidade. Sublinhamos que o CUMP
pode ser calculado após cada entrada.
30

2.8. Método de Custeio


2.8.1. O Método do Custo Completo
Este processo começa desde o aprovisionamento e a entrada das matérias-primas no
armazém, até a sua venda em forma de produto acabado, tendo o produto passado por várias
fases de transformação.

Do mesmo modo, o custo de fabricação a considerar não deve incluir as despesas que
não estão ligadas directamente à fabricação do produto em análise.

Ele não inclui as despesas comerciais. São também consideradas para o cálculo do
custo de fabricação parte das despesas gerais ou de administração que são para a fabricação.
O custo completo tem a sua importância pela informação que fornece aos dirigentes da
empresa.

É por isso que o custo completo pode ser determinado a posterior. Ele constitui um
instrumento de controlo da evolução das condições de exploração por produtos, ou por centro
de actividade. Trata-se de um custo global ou de um custo médio calculado periodicamente,
quer dizer, mensalmente ou anualmente.

O custo completo ou o preço do custo é igual ao conjunto dos custos

2.8.1.1 Composição do Custo Completo


O custo completo é determinado em quatro fases, trata-se de:

 Aprovisionamento
 Produção
 Distribuição; e
 Venda.

 Primeira fase intermediária – Aprovisionamento

Custo de Compra das Matérias-primas = Preço de Compra + Encargos Directos


da Compra + Encargos Indirectos sobre a Compra das Matérias-primas

O preço de compra é o preço líquido pago (ou a pagar quando a compra é a crédito)
que vem sobre a factura de compra. O preço líquido é deduzido após todos os descontos.
Trata-se dos descontos sobre a qualidade, o hábito de comprar, os pagamentos adiantados.
31

Os encargos sobre as compras é o conjunto de encargos pago ou a pagar relacionados


com transportes, despesas aduaneiras, o desalfandegamento, as comissões, despesas de
carregamento e de descarregamento, os direitos, as embalagens marítimas, despesas de
recepção das matérias-primas.

Sublinhamos que estás matérias-primas entram no armazém antes de serem utilizadas


para a produção. Neste ponto deve-se apresentar o inventário permanente das matérias-
primas, utilizando para todas o método de avaliação de stock escolhido.

O inventário permanente fornece:

 O custo total das matérias-primas em stock;


 O custo das matérias-primas utilizadas para a produção planificada;
 O custo do stock final, que é a diferença entre as existências e as saídas.

Se houver um stock inicial antes da nova compra, teremos a seguinte situação:

Consumo das Matérias-Primas = Stock Inicial + Compra das Matérias-Primas – Stock


Final

Deve-se determinar o custo de compra por cada matéria-prima ou cada matéria


consumível comprada durante o período considerado.

Por cada tipo de matéria-prima ou produto deve existir uma ficha de stock que
apresenta as quantidades valorizadas na sua entrada como na sua saída. No fim, a mesma
ficha apresenta o stock existente com a sua valorização conforme abaixo apresentada. Este
mapa é mais utilizado no sistema de Custo Unitário Médio Ponderado.

Diferenciação é devido ao facto de que a empresa pode ter várias entradas e várias
saídas. Com outros sistemas valorimetricos teremos cada vez uma apresentação de produtos
conforme a sua entrada.

 Segunda fase intermediária: Produção

Custo de produção dos Produtos Acabados = Custo de Compra das Matérias-Primas


Consumidas + Encargos Directos + Encargos Indirectos de Produção dos Produtos
Acabados + Outras Despesas de Produção dos Produtos Acabados
32

Nesta fase entram os encargos de mão-de-obra e outros encargos ligados directamente


a esta produção. Nesta fase são considerados todos os encargos de mão-de-obra que fazem
parte da exploração normal e que são apresentados na contabilidade geral. Trata-se dos
encargos brutos.

O custo de compra de um tipo de matéria-prima compreende:

 Elementos directos (preço de compra propriamente dito, mais os encargos ligados a


esta compra. Trata-se dos encargos de transportes, de desalfandegamento, etc.)
 Elementos indirectos (trata-se da imputação dos encargos de funcionamento dos
serviços de aprovisionamento, dos serviços de aprovisionamento, dos serviços de
compra, etc.)

Isto quer dizer que o custo de compra é a soma de todos os custos de aprovisionamento,
incluindo os custos da sua entrada em armazém. São os encargos de manutenção no momento
da recepção das matérias-primas.

Desta fase saem os produtos acabados, para os que chegaram à sua fase de acabamento.
Para os produtos que não ficaram prontos, estando em curso.

Após esta fase, os produtos acabados entram no armazém dos produtos acabados. A estes
produtos é dado o mesmo tratamento que é dado às matérias-primas.

Os produtos acabados vão ser avaliados com o inventario permanente dos produtos
acabados. Nesta fase, deve-se apresentar-se:

 Custo de produção dos produtos acabados actualmente produzidos;


 Custo dos produtos consumidos (no nosso caso, vendidos ou saídos).

Lembramos que:

Produto acabado é o produto que passou por todas as fases de transformação e que está
pronto a entrar no armazém dos produtos acabados, a espera de ser vendido (TEPA, 2013).

Produtos semi-acabados são os produtos que atingiram a fase de produção e que


podem ser guardados em stock no armazém (TEPA, 2013).

Estes produtos como tais, não podem ser utilizados sozinhos. Exemplo: o vidro da
viatura não pode ser utilizado sem ser incorporado num conjunto chamado viatura.
33

O exemplo é o mesmo para o chassi e as velas da viatura. Mas, na realidade, o produto


chegou a sua fase final de produção e está a espera para ser colocado. Neste caso, o custo dos
produtos semi-acabados será apresentado da seguinte maneira:

Custo de produção semi-acabado, custo de compra das matérias-primas consumidas +


encargos directos de produção dos produtos semi-acabados.

- Produto em curso: considerando que as previsões na contabilidade analítica são feitas em


períodos mensais, trimestrais ou semestrais, é possível chegar ao fim do período sem que o
produto em fabricação tenha chegado ao seu termo. Deste modo, este produto inacabado entra
em stock no estado em que ele se encontra. Assim sendo, o produto está em curso, porque está
inacabado.

 Terceira fase intermediária: Distribuição

Custo de Distribuição dos Produtos Vendidos = Encargos Directos e Indirectos de


Distribuição.

Neste ponto abordaremos sobre os encargos ligados à distribuição ou à venda dos


produtos acabados. São despesas de transportação; a comissão paga aos vendedores; a
comissão dos representantes; etc.

Como para as matérias-primas e os produtos acabados, deve-se determinar um custo


de distribuição para cada produto vendido durante o período.

O custo de distribuição do produto compreende:

 Elementos directos (comissão dos vendedores, encargos de expedição aos clientes).


 Elementos indirectos (imputação dos encargos de funcionamento de serviço
comerciais, da publicidade, etc.).

O custo de distribuição é a soma de todos os encargos suportados para a comercialização


de um produto.

 Fase final: Venda

Preço de custo dos produtos vendidos = Custo de Produção dos Produtos Vendidos +
Custo de Distribuição dos Produtos vendidos
34

2.8.2. O Método de Custeio Variável


No custeio variável, somente os custos de produção que variam com a produção são
considerados custos do produto. Isto normalmente abrange materiais directos, mão-de-obra
directa e a parte variável do custo indirecto de fabricação (GARRISON e NOREEN, 2001).

Para Miranda e Souza (1999, p. 5) apud Tepa (2013, p. 305) o custeio variável origina
um conceito de gestão muito importante: a margem de contribuição (MC), que deve contribuir
tanto para absorção dos custos fixos como para a obtenção do lucro total da empresa. A
margem de contribuição que é definida como a diferença entre o preço de venda (Cifra de
Negócio) e os custos e despesas variáveis.

O seu estudo é fundamental para a determinação do Limiar de Rentabilidade que é o


nosso foco fundamental.

Para Moura (2005) apud Koliver (2000), o custeio variável está alicerçado na
apropriação de todos os custos variáveis, quer sejam directos ou indirectos, aos portadores
finais dos custos (...). Ainda de acordo com o mesmo autor citando Datar (2000), o custeio
variável é o método de custeio de inventários em que todos os custos de fabricação variáveis
são considerados custos inventariáveis e onde todos os custos de fabricação fixos são
excluídos dos custos inventariáveis sendo sempre custos do período em que ocorrem.

O princípio básico deste método é de considerar apenas os encargos variáveis durante


todo desenvolvimento de análise a efectuar. Isto quer dizer que o método prioresa apenas os
cruzamentos 3 e 4 quando consideramos as indicações feitas no desenvolvimento deste
capítulo.

No quadro abaixo apresentado, o princípio da variabilidade pode ser verificado. Isto


significa que para este método são apenas considerados os cruzamentos variáveis – directo e
variável indirecto (TEPA, 2013).

Quadro 1: Encargos

Encargos Directos Encargos Indirectos

Encargos Fixos Não Considerados (1) Não Considerados (2)

Encargos Variáveis A Afectar (3) A Imputar (4)


Fonte: Tepa (2013, p.306)
35

Para este método, apenas entram nos custos os encargos variáveis. Este princípio faz
com que os encargos fixos sejam considerados durante a determinação dos custos. Isto não
significa que os encargos fixos não venham a entrar nos custos dos produtos acabados, mas a
ideia é de apresentar (tratar) em primeiro lugar os encargos variáveis que se consideram
importantes para o método, relativamente aos encargos fixos que apenas consideram no fim.
Por isso, o método considera:

 Os encargos variáveis directos; e


 Os encargos variáveis indirectos.

Sublinhamos que os encargos indirectos têm o mesmo tratamento que nas análises
precedentes, onde eles são objecto de estudo e de análise nos centros de análise. Com a versão
simplificada, este método baseia-se na distinção entre os Encargos Fixos e os Encargos
Variáveis. Na versão dita “evoluída” reintroduz-se a distinção entre encargos Directos e
Encargos Indirectos. Pode-se dizer que a expressão inglesa “directcosting” pode conduzir a
uma confusão na medida em que o adjectivo “direct” deve ser traduzido por método dos
Custos Variáveis. Neste método os custos são considerados na determinação dos custos dos
produtos, certos custos, sobretudo os custos fixos indirectos, não são imputados nos custos de
diferentes produtos.

2.8.2.1. O Comportamento dos Custos Fixos


Os custos fixos são custos de estrutura que dependem da capacidade de produção.
Estes custos são independentes do volume de actividade. Graficamente, estes custos fixos
podem ser apresentados a nível global, unitário como em função da actividade estas
apresentações podem ser as seguintes:

Gráfico 1: Comportamento dos Custos Fixos Global e Unitário

Custos Fixo Global Custos Fixo Unitário

Actividade Actividade

Fonte:Tepa (2013)
36

A situação acima apresentada é possível apenas quando estamos a falar de um curto


período até um certo nível de produção. Com o desenvolvimento da empresa e da sua
produção, a um certo nível de produção a empresa vai precisar de aumentar o volume dos seus
investimentos. Neste ponto deve haver uma deslocação das curvas e linhas dos custos fixo.

Produção
(Quantidades) 1 000 2 000 4 000 5 000 10 000
Custo Fixo
Total 20 000,00 20 000,00 20 000,00 20 000,00 20 000,00
Custo Fixo
Unitário 20,00 10,00 5,00 4,00 2,00
Tabela 1: Comportamento dos Custos Fixos Global e Unitário

Fonte: Tepa (2013, p.310)

Abordando sobre o curto prazo, o quadro acima mostra que os Custo Fixo Total são
fixos a qualquer que sejam as quantidades produzidas, quando se produz 1 000 unidades o
Custo total Fixo é sempre 20 000,00. No entanto, quando tratamos do Custo Fixo Unitário,
verificamos que ele varia quando as quantidades aumentam. Isso é devido ao facto que
estarmos a dividir o mesmo montante pelas quantidades que estão em crescimento. Exemplo:
o vencimento do docente é fixo porque ele não depende de nenhum erro de estudantes na sala
de aula. Como também o vencimento do administrador da escola não depende do número dos
alunos.

2.8.2.2. O Comportamento dos Custos Variáveis


Os custos variáveis são custos que dependem do nível de actividade. São custos
proporcionais. No entanto, está proporcionalidade também não é sempre linear. Porque pode
haver aumento da produção sem haver um aumento dos encargos directos. Por exemplo, a
contratação da mão-de-obra suplementar para uma produção adicional numa empresa

Gráfico 2: O Comportamento dos Custos Variáveis Global e Unitário

Custos Variável Global Custos Variável Unitário

Actividade Actividade
37

Fonte: Tepa (2013)

Custos de Mão-de-Obra Directa Global Custos MOD Unitário

Actividade Actividade
Fonte: Tepa (2013)

Tabela 2: Comportamento dos Custos Variável Global e Unitário

Produção
(Quantidades) 1 000 2 000 4 000 5 000 10 000
Custo Variável
Total 20 000,00 40 000,00 80 000,00 100 000,00 200 000,00
Custo Variável
Unitário 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00

Fonte: Tepa (2013, p. 312)

O quadro acima mostra que o Custo Variável Total varia em função das quantidades
produzidas. Quando se produz 1 000 unidades o Custo Total Variável é de 20 000,00 e
quando as quantidades passam de 1000 à 10 000 unidades, multiplica-se o custo variável
unitário por 10 000 e é igual a 200 000,00. No entanto, quando tratamos o Custo Variável
Unitário, verificamos que ele é fixo 20,00 qualquer que sejam as quantidades produzidas. Por
diferença com os Custos Fixos, os Custos Variáveis não se modificam quando se trata de
unitário. Isso, mesmo a longo prazo, a menos que haja modificação dos preços no mercado.
Por exemplo o número de carteiras numa sala de aula é um custo variável porque ele aumenta
quando o número de estudantes aumenta.

2.9. Limiar de Rentabilidade


O limiar de rentabilidade é a cifra de negócio (vendas) com a qual a empresa faz o
resultado nulo (resultado igual a zero). Trata-se de um resultado onde a empresa não tem
lucro nem prejuízo. O ponto crítico ou ponto de equilíbrio (Poin Mort segundo os franceses
ou break even point segundo os ingleses) é o ponto a partir do qual a empresa começa a ter
lucro ou prejuízo.
38

Segundo Tepa (2013) é o ponto que apresenta um determinado volume de actividade


em que a empresa não tem lucro nem prejuízo.

Já Caiado (2003) diz que o nível de actividade (operações) de uma organização


(empresas) para o qual os custos igualam os proveitos é designado ponto crítico, isto é não há
lucro nem prejuízo.

Trata-se do ponto a partir do qual os custos fixos (CF) são iguais à margem sobre os
custos variáveis (MSCV). O volume de vendas apresentado no Ponto Crítico é o volume
abaixo do qual as vendas têm um resultado negativo.

O limiar de rentabilidade é a cifra de negócio com o qual a empresa cobre na


totalidade dos seus custos, quer dizer, ele é o ponto onde a cifra de negócio é igual ao Custo
Total (CN = CT) ou ainda ele é o ponto onde a cifra de negócio é igual à soma dos Custo
Variável e do Custo Fixo (CN = CV + CF), tendo um resultado igual a zero. Por outras
palavras, pode se dizer que o ponto crítico é o ponto a partir do qual a empresa começa a ser
rentável.

O ponto crítico pode também ser considerado como sendo o facto de determinação de
um nível mínimo de actividade ou de vendas da empresa, que equilibra a exploração da
mesma.

Pode-se definir o limiar de rentabilidade, ponto crítico ou ainda «Le Point-Mort» da


seguinte maneira:

Cifra de Negócio = Custo total = Custo Variável + Custo Fixo

Margem Sobre Custo Variável = Custo Fixo Total

Resultado Total = Zero


Fonte: Tepa (2013)

Para poder determinar o limiar de rentabilidade devemos ter os seguintes elementos a


saber:

Coeficiente do custo variável sobre a cifra de negócio. Trata-se do quociente entre o


custo variável e a cifra de negócio. Está relação é representada pela letra “a”.
39

Coeficiente da margem sobre custo variável. Trata-se da relação ou quociente entre a


margem sobre o custo variável e a cifra de negócio. Esta relação é representada pela letra
“a'”.

Estas duas letras são fundamentais, quer na determinação como na apresentação


gráfica do limiar de rentabilidade sem as quais a determinação do limiar de rentabilidade é
impossível.

2.9.1. Coeficiente do Custo Variável Sobre a Cifra de Negócio


No custeio variável, só são alocados aos produtos os custos variáveis, ficando os fixos
separados e considerados como despesas do período, indo directamente para o Resultado; para
os stocks só vão, como consequência. (MARTINS, 2003).

Servan (1994) apud Tepa (2013) pode-se dizer que o ponto de partida deste capítulo é
a determinação do coeficiente de custo variável sobre a cifra de negócio. Ele é a relação que
existe entre o custo variável e a cifra de negócio.

Quer dizer que: a = Custo Variável / Cifra de Negócio = Custo Variável / Vendas Totais =
CV / CN = a

2.9.2. Margem Sobre Custo Variável


Outro elemento fundamental para a determinação do limiar de rentabilidade é o
conhecimento da margem sobre custo variável, ela é a diferença entre a cifra de negócio e o
custo variável. Esta margem vai permitir calcular a taxa de margem que é o segundo elemento
fundamental para a determinação do limiar de rentabilidade.

2.9.3. A Taxa de Margem


Além da taxa da margem sobre os encargos variáveis, outro elemento importante para
a determinação do ponto crítico é a taxa de margem, ela é a relação que existe entre a margem
sobre o custo variável e a cifra de negócio. A sua determinação é feita da seguinte maneira:

a' = Margem Sobre Custo Variável / Cifra de Negócio = Margem Sobre Custo Variável /
Vendas Totais = MSCV / CN = a'

A cifra de negócio pode ser apresentada por CN ou X. sendo a cifra de negócio igual a
X, sabe-se que os encargos variáveis são proporcionais à cifra de negócio. Pode-se dizer que
os encargos variáveis são em função da cifra de negócio. Ou ainda, os encargos variáveis
variam em função da cifra de negócio.
40

Neste caso, pode apresentar-se que os custos variáveis são função da cifra de negócio;
CV = aX, onde teremos o “a” que é uma constante: o “a” é a proporção da cifra de negócio
representada pelos encargos variáveis.

Isto quer dizer que a margem sobre o custo variável será igual à diferença entre a cifra
de negócio e os custos variáveis.

MSCV = X – aX

MSCV = (1-a) X onde: (1-a) é igual a a'

Substituindo o (1-a) por a', pode ser representada da seguinte maneira Servan (1994, apud
TEPA 2013)

a' = MSCV / X

Sublinhamos, no entanto, que:

a = CV / X e a' = MSCV / X

A relação a = CV / X é o coeficiente dos encargos variáveis.

A relação entre a' = MSCV / X chama-se Taxa de Margem. Ela representada a


margem sobre custo variável de uma unidade da cifra de negócio.

2.9.4 Limiar de Rentabilidade


Sabe-se que a cifra de negócio é caracterizada pelas duas relações a seguir: Cifra de
Negócio = Custo Variável + Custo Fixo e Margem Sobre Custo Variável = Custos Fixos

Estes dois princípios básicos servem para a determinação do limiar de rentabilidade ou


ponto crítico ou ainda ponto de equilíbrio.

Casos Gerais Adaptação dos casos gerais ao Ponto


Crítico
Cifra de Negócio = Pvu*Q ou seja CN = Pvu*Q CN0 = LR = Pvu*Q0
-Custo Variável = Cvu*Q ou seja CV = Cvu*Q - CV0 = Cvu*Q0
= Margem Sobre Custo Variável = MSCVu*Q =MSCV0 = MSCVu*Q0
-Custo Fixo -Custo Fixo
= Resultado Analítico = Resultado Analítico = 0
Quadro 2: Custo Variável e Margem Sobre Custo Variável

Fonte: Tepa (2013, p. 329)


41

Este quadro apresenta duas situações diferentes:

 Em primeiro lugar temos o caso geral. Trata-se dum caso onde a cifra de negócio é
obtida pela multiplicação do preço de venda unitário pelas quantidades vendidas;
 E a margem sobre o custo variável é obtida pela multiplicação do custo variável
unitário (conhecido) às quantidades vendidas.

A diferença entre a primeira relação e a segunda permite determinar a margem sobre o


custo variável. Está última também é igual a margem sobre custo variável unitário
multiplicado pelas quantidades vendidas.

A diferença entre a margem sobre custo variável e os custos fixos permite determinar
o Resultado Analítico. Após este caso geral, pode-se projectar o caso particular do ponto
crítico onde temos o resultado nulo. Em analogia ao caso geral, iniciamos a nossa análise pela
determinação da cifra de negócio no ponto zero; quer dizer, no ponto onde o resultado é nulo.

Cifra de Negócio no ponto onde o Resultado é igual a Zero

Preço de Venda Unitário * Quantidade no Ponto Zero

CN0 = Pvu * Q0
Fonte: Tepa (2013)

Sublinha-se que a cifra de negócio no ponto zero é igual ao ponto crítico ou limiar de
rentabilidade. Após a apresentação da cifra de negócio no ponto zero, temos os custos
variáveis no ponto zero.
Custo Variável no ponto do Limiar de Rentabildade

Custo Variável Unitário * Quantidade no Ponto Zero

CV0 = Cvu * Q0
Fonte: Tepa (2013)

A diferença entre a primeira e a segunda relação permite determinar a margem sobre o


custo variável no ponto zero.

Margem Sobre o Custo Variável no ponto Zero

=
42

Fonte: Tepa (2013)

Está relação pode ser obtida com a multiplicação da margem sobre o custo variável no
ponto zero pelas quantidades no ponto zero

MSCV0 = MSCVu * Q0

A diferença entre está relação e os encargos fixos (CF) permite determinar o resultado
analítico.

 No ponto crítico o resultado analítico é nulo;


 Cifra de negócio é igual ao custo total;
 Custo fixo total é igual a margem sobre custo variável.

A situação acima analisada pode ser apresentada duma outra forma. Assim sendo, o
ponto de partida é Taxa da Margem Sobre Custo Variável, sabe-se que a taxa de Margem
(TDM) é igual a relação que existe entre a Margem Sobre Custo Variável e a Cifra de
Negócio.

Taxa da Margem = TDM = MSCV / X

2.9.4.1. Limiar de Rentabilidade em Valor


Como já foi referido anteriormente, sabe-se que a determinação do limiar de
rentabilidade só é possível apenas com a existência de dois tipos de encargos e que estes
mesmos encargos são fixos e variáveis. Sendo os encargos fixos (provisoriamente)
independentes das actividades e os encargos variáveis são proporcionais as actividades, quer
dizer que variam conforme as actividades.

Se: X = Cifra de Negócio, CV = Custos variáveis que são proporcionais as actividades

F = Encargos fixos que são independentes

Em princípio:
43

CN = X = aX+F

No ponto crítico:

CN0 = X0 = aX0 +F

X0 – aX0 = F

X0(1-a) = F

X0= F/(1-a)

(1-a) = a'

a' = Coeficiente de MSCV ou Taxa de MSCV

Com estes elementos, pode definir-se que:

a'X = CF

Quer dizer:

MSCV = Custos Fixos

Seja:

X = CF/a'

Isto implica que:

LR = Encargos fixos / Taxa de margem sobre custo variável.

2.9.4.2. Limiar de Rentabilidade em Quantidade de Produto


A determinação do limiar de rentabilidade em quantidade ela é feita em valor
monetário, quando se sabe que o valor a ser apresentado pela quantidade produzida ou pela
actividade total fornecida pela empresa.

Para determinar o limiar de rentabilidade em quantidade deve-se aplicar o seguinte


raciocínio:

Devemos primeiramente determinar o limiar de rentabilidade em valor que foi:

LR (o valor) / Pvu
44

Depois de feita a determinação do limiar de rentabilidade em valor podemos achar em


quantidade que foi:

LR (quantidade) = LR (valor) / Pvu

Sabe-se que:

LR (valor) = CF/a' ou LR (valor) = CF /MSCV/Pvu isto implica que dividir a última relação
do LR (valor) pelo Pvu conforme se segue:

LR = CF/MSCV/Pvu /Pvu = CF*Pvu /MSCV/Pvu = CF*Pvu / MSCV*Pvu = CF/MSCV

Isto significa que o limiar de rentabilidade em quantidade é igual a relação entre os


encargos fixos e à margem sobre custo variável.

2.9.4.3. Limiar de Rentabilidade em Tempo


O mesmo que foi feito no limiar de rentabilidade em quantidade em que o ponto de
partida foi o limiar de rentabilidade em valor o mesmo ponto de partida foi aplicado para a
determinação do limiar de rentabilidade em tempo, sendo uns dos elementos a considerar e
muito considerado na contabilidade analítica. Trata-se do período contabilístico que é de um
ano.

O limiar de rentabilidade em tempo é o tempo necessário para que a empresa possa


cobrir ou recuperar todos os seus custos variáveis e fixos. Sendo o limiar de rentabilidade uma
cifra de negócio que em princípio, é inferior à cifra de negócio da empresa, ela deve ser
atingida antes dos doze meses.

Para a sua determinação foi feito o seguinte:

CN total da empresa correspondente aos 12 meses

LR vai corresponder a x meses

LR (tempo) = LR (valor)*12 / CN*x

x sendo o tempo procurado em mês.

x = LR (valor)*12 / CN (total)
45

2.9.4.4. Margens de Segurança


O ponto crítico das vendas ajuda-nos a determinar o nível das vendas para o qual
obtemos resultado nulo, mas não indica quanto é que, face ao volume de vendas actuais,
podemos descer o volume de vendas até ter resultado zero. Deste modo, surge a Margem de
Segurança, que é um indicador de risco que indica o nível de vendas que a empresa pode
descer até atingir o ponto crítico.

Pinho e Tavares (2005, p. 76) afirmam que, “é comum também analisar o risco
tendo em conta o grau de segurança que uma dada empresa apresenta na obtenção de
resultados positivos. Quer isto dizer, que uma dada empresa apresenta resultados
positivos pois o volume de negócios realizado é tal, que permite a obtenção de um
resultado bruto que financia todos os custos de estrutura. Tal indicador denomina-se
margem de segurança, e traduz em que medida o volume de negócios está acima do
chamado ponto crítico das vendas, ou seja, o volume das vendas mínimo a partir do
qual se obtém resultado positivo.”

Margem de segurança (MS): Exprime o distanciamento do nível de atividade


alcançado pela empresa relativamente ao ponto crítico (CALDEIRA, 2013).

Para Caiado (2011) refere que uma empresa com uma MS elevada é menos vulnerável
a variações da procura, atendendo a que o PCV está mais longe das vendas esperadas.

Quando a MS for elevada, significa que o risco do negócio é menor e quando for
reduzida, o risco será maior. Portanto, uma MS próximo do PCV significa que a empresa está
próxima de ter prejuízo. Este indicador possibilita a determinação de um valor que evidencia a
segurança que existe para a empresa trabalhar acima de uma rentabilidade de exploração nula
(no caso de a margem de segurança ser positiva). Quanto mais baixa for a margem de
segurança, maior será o do negócio, visto a empresa funcionar muito próximo do ponto crítico
das vendas.

2.9.4.5. Representação gráfica do ponto crítico


Assim, o limiar de rentabilidade, ponto crítico das vendas, ponto de equilíbrio, ou
ponto morto entre outras denominações, é um indicador que nos permite identificar qual é o
nível de vendas abaixo do qual há prejuízo e acima do qual, há lucro, ou seja, no nível de
vendas do ponto crítico, o resultado é zero. “O ponto de Equilíbrio também denominado
Ponto de Rotura (Break-even Point) nasce da conjugação dos custos totais com os proveitos
totais” (MÜLLER e HENDGES, 2006 citando MARTINS, 2001).
46

“O nível de actividade (operações) de uma organização (empresa) para a qual os


gastos igualam os réditos/rendimentos é designado ponto crítico de vendas, isto é, não há
lucro nem prejuízo” (CAIADO, 2011 p. 410).

Munaretto e Diedrich (2007, p. 77) afirmam que “o ponto de equilíbrio indica o valor
em que os custos totais são iguais aos proveitos totais”. Os mesmos autores citando

Gráfico 3: Ponto Crítico

Fonte: Tepa (2013)


47

3. METODOLOGIA DE PESQUISA

3.1. Metodologia

Nesta secção metodológica é preciso escolher a tipologia da pesquisa que coaduna


com a pergunta formulada (o problema) ou as afirmativas objecto de confirmação ou rejeição.
E nota-se que:

Todas as ciências caracterizam-se pela utilização de métodos científicos; em


contrapartida, nem todos os ramos de estudo que empregam estes métodos são
ciências. Dessas afirmações podemos concluir que a utilização de métodos
científicos não é da alçada exclusiva da ciência, mas não há ciência sem o emprego
de métodos científicos. Assim, o método é o conjunto das actividades sistemáticas e
racionais que, com maior segurança, permite alcançar o objectivo - conhecimentos
válidos e verdadeiros -, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e
auxiliando as decisões do cientista (MARCONI e LAKATOS, 2003).

3.2 Pesquisa

Para Nascimento (2012, p. 14) define que “a pesquisa é o principal caminho para o
saber, o pensar, o criar e construir. É o caminho para a descoberta de novas oportunidades e
novos conhecimentos”.

3.2.1 Tipos de Pesquisa


Com o intuito de identificar procedimentos metodológicos aplicáveis às ciências
sociais, particularmente à contabilidade, observou-se que diversas tipologias de delineamentos
de pesquisas são preconizadas por diferentes autores.

A pesquisa quanto à abordagem do problema foi a pesquisa quantitativa e qualitativa.

Pesquisa quantitativa-Considera que tudo pode ser quantificável, o que significa


traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Requer
o uso de recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana,
desvio-padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão etc.) (PRODANOV e
FREITAS, 2013).
48

O principal objectivo da pesquisa qualitativa é o de conhecer as percepções dos


sujeitos pesquisados acerca da situação-problema, objecto da investigação.

A pesquisa qualitativa requer do pesquisador uma atenção muito maior às pessoas e


à suas ideias, procurando fazer sentido de discursos e narrativas que estariam
silenciosas, tendo como foco entender e interpretar dados e discursos, mesmo
quando envolve grupos de participantes e ficando claro que ela (a pesquisa
qualitativa) depende da relação entre o observador e o observado (D´AMBROSIO,
2004, p. 11)

A pesquisa quanto aos procedimentos a pesquisa foi a bibliográfica, estudo de caso e


documental.

Bibliográfica, quando elaborada a partir de material já publicado, constituído


principalmente de: livros, revistas, publicações em periódicos e artigos científicos,
jornais, boletins, monografias, dissertações, teses, material cartográfico, internet,
com o objectivo de colocar o pesquisador em contacto directo com todo material já
escrito sobre o assunto da pesquisa. Em relação aos dados colectados na internet,
devemos atentar à contabilidade e fidelidade das fontes consultadas
electronicamente. Na pesquisa bibliográfica, é importante que o pesquisador
verifique a veracidade dos dados obtidos, observando as possíveis incoerências ou
contradições que as obras possam apresentar (PRODANOV e FREITAS 2013).

No entendimento de Gil (2002, p. 45-47), “a pesquisa documental vale-se de materiais


que não recebem ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de
acordo com os objectos da pesquisa”.

Ainda Gil (2002, p 54) diz que:


O estudo de caso é uma modalidade de pesquisa amplamente utilizada nas ciências
biomédicas e sociais. Consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos
objectos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa
praticamente impossível mediante outros delineamentos já considerados.

A pesquisa quanto aos objectivos de estudo ou natureza da pesquisa foi descritiva.

As pesquisas descritivas têm como objectivo primordial a descrição das


características de determinada população ou fenómeno ou, então, o estabelecimento
de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados
sob este título e uma de suas características mais significativas está na utilização de
técnicas padronizadas de colecta de dados, tais como o questionário e a observação
sistemática. (GIL, 2002).

3.3. População e Amostra

População ou universo da pesquisa é a totalidade de elementos distintos que possui


certa paridade nas características definidas para determinado estudo. Gill (1999) define
49

população ou universo como o conjunto de elementos que possuem determinadas


características. A população foi de 90 funcionários da empresa Lactiangol, S.A.

A amostra é uma parcela convenientemente seleccionada do universo (população); é


um subconjunto do universo (MARCONI e LAKATOS, 2003). A amostra foi 50% da
população, ou seja, dos funcionários que trabalham na empresa Lactiangol, S.A.
correspondente a 45 funcionários que serviram de base para o estudo.

3.4. Técnica de Instrumento de Colecta de Dados


“Toda pesquisa implica o levantamento de dados de várias fontes, quaisquer que sejam
os métodos ou técnicas empregadas. Os dois processos pelos quais se podem obter os dados
são a documentação directa e a indirecta” (MARCONI e LAKATOS, 2006, p. 43).

Técnicas de pesquisa são os procedimentos operacionais que servem de medição


prática para a realização de pesquisas. Como tais podem ser utilizadas em pesquisas
conduzidas mediante diferentes metodologias e fundadas em diferentes
epistemologias. Mas obviamente precisam ser compatíveis com os métodos
adoptados e com os paradigmas epistemologias adoptados (SEVERIANO, 2012, p.
124).

Dentre os inúmeros instrumentos para a colecta de dados, utilizou-se o questionário,


através de formulário estruturado e preenchido pelos funcionários.

De acordo com Marconi e Lakatos (2006, p. 14) “questionário é um instrumento de


colecta de dados constituído por uma série ordenada de pergunta que deve ser respondida por
escrito e sem a presença do pesquisador, tem como objectivo identificar as sociabilidades e a
motivação profissional”.

3.5. Limitações
Houve algumas limitações na pesquisa porque os inquiridos não quiseram ser
identificados para evitar represália na empresa.

3.6. Procedimentos
Para a elaboração do trabalho precisou-se de um computador na qual usamos o
programa Microsoft Office onde constou os pacotes do Word e Excel para a utilização dos
dados colectados, instrumentos estes que nos facilitaram na feitura de gráficos quadro e
tabelas, para interpretação dos dados obtidos da pesquisa.
50

4. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.1. Caracterização Institucional da Empresa


A empresa LACTIANGOL Lacticínios de Angola, S.A.R.L, fundada a 15 de Julho de
1994, situa-se na Avenida Deolinda Rodrigues, Km 5.5 na Província de Luanda, distrito do
Kilamba - Kiaxi. O seu objecto social é a produção e comercialização de produtos lácteos,
tendo alargado a sua actividade comercial pela venda de produtos de países da União
Europeia – EU e Brasil, com a transacção de queijo em barra do tipo Flamengo, sobremesas
lácteas de diversos sabores, dentre outros.

A Lactiangol é uma empresa de lacticínios, sendo uma indústria pioneira defensora da


produção nacional, a Lactiangol situa-se no Estado angolano no qual produz diversos
produtos que são: Leites, Iogurtes, Manteigas, Queixos, Sumos e Sobremesas Lácteas.

Procede igualmente à distribuição de produtos de fabrico nacional que tenham sede em


Luanda (água da chela, água do Cristo rei e sumos de marca laranjinha), cujas fábricas estão
sediadas no município da Humpata, província da Huíla.

O seu quadro de pessoal, a 28 de Abril de 2011, estava composto de 225 trabalhadores


com contrato permanente, dos quais 172 do género masculino e 53 do género feminino.

 Missão

A missão da Lactiangol, S.A é de produzir e comercializar produtos lácteos visando a


satisfação das necessidades e expectativas dos seus clientes e a diminuição da dependência da
importação de produtos alimentares de primeira necessidade, em especial o leite, alimento
básico de crianças e idosos.
51

 Valores
A empresa rege-se por, em primeiro lugar, ter um critério de justiça relativamente a
remuneração dos seus colaboradores, proporcionando um conjunto de benefícios sociais como
seja a alimentação com um refeitório para os trabalhadores, assistência médica com um posto
médico, subsídio de transporte e formação Professional contínua.

Para além da valorização dos seus recursos humanos, a empresa tem como objectivo
colocar no mercado, produtos de qualidade que constituem elemento chave na dieta alimentar
da população (leite e seu derivados), conseguindo a melhor relação preço/qualidade, para que
sejam acessíveis à maioria da população, incluindo a de baixa renda.

Finalmente, valoriza a produção nacional, apoiando a exploração agro-pecuária de


gado leiteiro, garantindo a compra de todo leite em natureza indisponível pelos agricultores e
empresários agro-pecuários.

 Visão
A empresa pretende ser uma alavanca na melhoria da dieta alimentar da população e
na promoção do desenvolvimento da produção de leite por parte dos agricultores e
empresários nacionais, diminuindo assim a dependência alimentar do país em relação ao
exterior.

Como a empresa pioneira de lácteos ao nível nacional a LACTIANGOL, S.A tem uma
estratégia de crescimento que lhe permite manter a liderança no mercado.

4.2. Enquadramento classificativo da empresa


Vamos ver aqui a empresa Lactiangol, quanto a sua dimensão ou porte, a sua
propriedade, sector de actividades, estrutura organizacional.

 Quanto a Dimensão ou Porte

A Lactiangol caracteriza-se juridicamente como uma empresa de pequeno porte, pelo


número de volume de negócio que ostenta e o número de trabalhadores efectivos de que
possui.

 Quanto a sua Propriedade

Actualmente, a Lactiangol é de propriedade mista, sendo que o sector privado detém a


maioria do capital em números de acções, estimado em aproximadamente a 40 por cento das
52

acções da empresa, sendo a empresa estrangeira Agro promotora, a detentora do maior


número de acções (40 por cento) e o restante distribuído por outros sócios desde individuais e
estatal (estado).

 Quanto ao seu Sector de Actividade

Quanto ao sector de Actividade, a Lactiangol se situa na categoria do sector


secundário, por se tratar de uma empresa industrial, onde transforma as matérias-primas em
produtos acabados e fazer chegar aos seus clientes e consumidores.

 Estrutura Organizacional

A LACTIANGOL, Lacticínios de Angola, S.A. tem uma estrutura organizacional,


baseada num desempenho piramidal, tendo à cabeça a Direcção Geral, de que dependem
directamente as 4 áreas funcionais da empresa.

Com efeito, a Direcção, é composta por um Director Geral e um Director Adjunto o


qual acumula a função de Director fabril, bem como por um Director Administrativo e
Financeiro, um Director de qualidade e um Director Comercial.

Esta é a estrutura executiva que está encarregue da gestão corrente desta empresa,
sendo que cabe ao Director Geral a gestão global e a cada um dos restantes a gestão da
respectiva área funcional.

Cada área funcional tem assim um Director que gere os respectivos serviços adstritos à
sua área funcional, que se estruturam em departamentos, sectores e secções.

 Direcção Administrativa e Financeira

Esta tem a seu cargo o Departamento Financeiro, que por seu lado abarca duas
actividades distintas – Contabilidade e Tesouraria; o Departamento de Recursos Humanos que
gere os aspectos administrativos dos seus recursos humanos e toda a área social da empresa,
estruturado em 4 Sectores; o Departamento de Gestão de Stock que tem a seu cargo a função
compra; gestão e controlo dos armazéns, o Sector de Transporte e ainda a Oficina Auto.
53

Finalmente a Direcção Administrativa tem ainda a seu cargo o Departamento de


Importação, responsável por toda a tramitação operacional e documental dos processos de
abastecimento técnico e material, que dependem do exterior.

 Direcção Fabril

A Direcção Fabril, tem a seu cargo 3 Departamentos, a saber: Produção, que por sua
vez se subdivide por cada uma das linhas de fabrico, Manutenção que é responsável por toda a
manutenção técnica industrial e ainda o Departamento de Redes e Serviços, encarregue de
fornecer à área fabril os serviços técnicos auxiliares, nomeadamente, água, vapor e frio.

 Direcção de Qualidade

Com objectivo de garantir a máxima independência em relação a estrutura produtiva,


por parte da função Controlo de Qualidade, esta importante actividade, que determina a
validade ou não do que é produzido, é objecto de uma Direcção própria que superintende
todas as vertentes da qualidade, desde as condições higiene -sanitárias, qualidade da produção
até à segurança e higiene no trabalho. Tem a seu cargo o Laboratório, que fisicamente ocupa
uma posição central na área fabril, de modo a ter fácil acessibilidade a todas as áreas de
fabrico e armazenagem.

 Direcção Comercial

Responsável por todas as vendas da empresa, pela distribuição dos produtos junto dos
clientes, dos consumidores e pela marca e imagem das respectivas gamas junto ao público
consumidor, a Direcção Comercial está dividida em 2 Departamentos distintos: Distribuição e
Vendas e Departamento de Marketing.

De notar que os armazéns de produto acabado, estão sob a gestão do Departamento


comercial, os quais recebem os produtos manufacturados, depois de os mesmos serem
libertados pela Direcção de Qualidade, uma vez verificada a sua conformidade.

O organigrama (que está em anexo) constitui a parte visível da estrutura


organizacional acima retratada.
54

4.3. Apresentação, Análise e Discussão dos Resultados


Para apresentação análise e discussão dos resultados fez-se análise de apenas três
produtos que foram: O leite, a manteiga e o sumo, referente ao mês de Janeiro e Fevereiro de
2017 pelo custeio variável aplicado pela empresa, desta feita possibilitou determinar os pontos
críticos em valores, quantidade e tempo, as margens de segurança sobre valor, quantidade e
vendas, e a representação gráfica dos pontos de equilíbrio, contudo depois destes resultados os
inquiridos responderam um questionário de 10 perguntas para dar mais subsídio na
investigação. Assim sendo tem-se os seguintes resultados.

a) Analises e discussão dos três produtos seleccionados.

Tabela 3: Custeio Variável Referente ao mês de Janeiro e Fevereiro de 2017 do Leite


UHT

JANEIRO FEVEREIRO
Quantidade Quantidade
Elementos Preço Valores Preço Valores
(caixas) (caixas)
Vendas 275 000 1 710,00 470 250 000,00 286 000 1 710,00 489 060 000,00
Custo Variável 275 000 664,85 182 833 750,00 286 000 687,78 196 705 080,00
MSCV 275 000 1 045,15 287 416 250,00 286 000 1 022,22 292 354 920,00
MSCV Em % 0,61 0,60
Custo Fixo 275 000 263,55 72 476 250,00 286 000 263,55 75 375 300,00
Resultado 275 000 781,59 214 937 250,00 286 000 758,67 216 979 620,00
Fonte: Própria

A tabela acima mostrou o resultado mensal do Leite UHT, no mês de Janeiro


apresentou uma produção de 1.650.000,00 litros de 1/6 equivalente a 275.000 caixas de leite.
55

Teve uma venda de Akz: 470.250.000,00 e o preço unitário de Akz: 1.710,00 por caixa, o
custo variável de Akz: 182.833.750,00 e o custo unitário de Akz: 664,85 por caixa, com uma
margem sobre o custo variável de Akz: 287.416.250,00 e a margem unitário de Akz: 1.045,15
por caixa, sendo a MSCV em percentagem de 61%, o custo fixo de Akz: 72.476.250,00 e o
custo fixo unitário de Akz: 263,55. O resultado da empresa de Akz: 214.937.250,00 e o um
resultado unitário de Akz: 781,59 por caixa. Já no mês de Fevereiro a empresa apresentou
uma produção de 1.716.000,00 litros de 1/6 equivalente a 286.000 caixas de leite. Teve uma
venda de Akz 489.060.000,00 e o preço unitário de Akz 1.710,00 por caixa, o custo variável
de Akz 196.705,080,00 com o custo unitário de Akz 687,78, a margem sobre o custo variável
foi de Akz 292.354.920,00 com o custo unitário de Akz 1.022,22, sendo a MSCV em
percentagem de 60%, o custo fixo de Akz 75.375.300,00 com o custo unitário de Akz 263,55,
o resultado da empresa foi de Akz 216.979.620,00 com o resultado unitário de Akz 758,67.

Tabela 4: Pontos Críticos do Leite UHT


RESULTADO
DESIGNAÇÃO FÓRMULA
JANEIRO DESIGNAÇÃO FEVEREIRO
CF 72 477 018,31
V* = = = 118 814 784,11 V* = 125 625 500,00
á 0,61
V* 118 814 784,11
Q* = = = 69 482 Q* = 73 465,00
Pvu 1 710,00
Q* x n 69 482 x 22
T* = = = 6 T* = 6
Produção 275 000
Fonte: Própria

Face a tabela acima, verificou-se o limiar de rentabilidade em valores mês de Janeiro


de Akz: 118.814.784,11 e em quantidades de Akz: 69.482 caixas de Leite UHT, num período
de 6 dias e foi a partir desta cifra que a empresa começou a ser rentável. Já no mês de
Fevereiro o limiar de rentabilidade em valores foi de Akz 125.625.500,00, em quantidades foi
de Akz 73.465,00, teve um período de 6 dias para recuperar os custos.

Tabela 5: Margens de Segurança do Leite UHT


56

RESULTADO
DESIGNAÇÃO FÓRMULA JANEIRO FEVEREIRO
Q - Q* 275 000 - 69 482 205 518
MSSV = = = = 296% MSSV = 289%
Q* 69 482 69 482
V - V* 470 250 000,00 - 118 814 784,11 351 435 215,89
MSSQ = = = = 296% MSSQ = 289%
V* 118 814 784,11 118 814 784,11
MSSVen V - V* 470 250 000,00 - 118 814 784,11 351 435 215,89 MSSVen
= = = = 75% = 74%
das V 470 250 000,00 470 250 000,00 das
Fonte: Própria

A margem de segurança sobre valores em Janeiro foi de 297%, sobre as quantidades


foi de 297% e sobre as vendas foi de 75%. Já em Fevereiro foi de 289%, sobre as quantidades
foi de 289% e sobre as vendas foi de 74%, estes resultados apresentam uma segurança
confortável para empresa, pois quanto maior for a margem menor será o risco de negócio.

Gráfico 4: Representação gráfica dos pontos críticos do Leite UHT

Fonte: Própria

Concernente ao gráfico acima do limiar de rentabilidade do Leite UHT constatou-se


que, a partir do ponto de intersecção do CF com a MSCV, é onde consistiu no equilíbrio ou
57

resultado nulo das vendas do Leite UHT. Em que a empresa suportou uma perda quando
produz uma quantidade abaixo de 69.482 caixas e no valor abaixo de Akz: 118.814.784,11 e
começou a ter lucro quando começou a produzir acima das quantidades mencionadas isso
referente no mês de Janeiro. Já no mês de Fevereiro a empresa suportou uma perda quando
produz uma quantidade abaixo de 73.465 caixas e no valor abaixo de Akz: 125.625.500,00 e
começou a ter lucro quando começou a produzir acima das quantidades mencionadas que é de
73.465.

Tabela 6: Custeio Variável Referente ao mês de Janeiro e Fevereiro de 2017 da


Manteiga

JANEIRO FEVEREIRO
Quantidade Quantidade
Elementos Preço Valores Preço Valores
(caixas) (caixas)
Vendas 8 800 23 600,00 207 680 000,00 10 010 23 600,00 236 236 000,00
Custo Variável 8 800 10 428,83 91 773 704,00 10 010 11 771,33 117 831 013,30
MSCV 8 800 13 171,17 115 906 296,00 10 010 11 828,67 118 404 986,70
MSCV Em % 0,56 0,50
Custo Fixo 8 800 5 305,41 46 687 608,00 10 010 5 305,41 53 107 154,10
Resultado 8 800 7 865,76 69 218 688,00 10 010 6 523,25 65 297 732,50
Fonte: Própria

A tabela acima mensal de Manteiga, apresentou a produção de 352.000 pacotes de


1/40 equivalente a 8.800 caixas de Manteiga. Teve uma venda de Akz: 207.680.000,00 e o
preço unitário de Akz: 23.600,00 por caixa, o custo variável de Akz: 91.773.704,00 e o custo
unitário de Akz: 10.428,83 por caixa, com uma margem sobre o custo variável de Akz:
115.906.296,00 e a margem unitário de Akz: 13.171,17 por caixa, sendo a MSCV em
percentagem de 56%, o custo fixo de Akz: 46.687.608,00 e o custo fixo unitário de Akz:
5.305,41. O resultado da empresa foi de Akz: 69.218.688,00 e um resultado unitário de Akz:
7.865,76 por caixa no mês de Janeiro. Já no mês de Fevereiro apresentou a produção de
400.400 pacotes de 1/40 equivalente a 10.010 caixas de Manteiga. Teve uma venda de Akz:
236.236.000,00 e o preço unitário de Akz: 23.600,00 por caixa, o custo variável de Akz:
117.831.013,30 e o custo unitário de Akz: 11.771,33 por caixa, com uma margem sobre o
custo variável de Akz: 118.404.986,70 e a margem unitário de Akz: 11.828,67 por caixa,
sendo a MSCV em percentagem de 50%, o custo fixo de Akz: 53.107.154,10 e o custo fixo
unitário de Akz: 5.305,41. O resultado da empresa foi de Akz: 65.297.732,50 e um resultado
unitário de Akz: 6.523,25 por caixa.
58

Tabela 7: Pontos Críticos da Manteiga

RESULTADO
DESIGNAÇÃO FÓRMULA
JANEIRO DESIGNAÇÃO FEVEREIRO
CF 46 687 608,00
V* = = = 83 370 728,57 V* = 106.214.308,20
á 0,56
V* 83 370 728,57
Q* = = = 3 533 Q* = 4 501,00
Pvu 23 600,00
Q* x n 3 533 x 22
T* = = = 9 T* = 9
Produção 8 800
Fonte: Própria

Face a tabela acima, no mês de Janeiro o limiar de rentabilidade em valores foi de


Akz: 83.370.728,57 e em quantidades de Akz: 3.533 de caixas de Manteiga, num período de 9
dias que é a partir desta cifra que a empresa começou a ser rentável. Em fevereiro o limiar de
rentabilidade em valores foi de Akz: 106.214.318,20 e em quantidades de Akz: 4.501,00 de
caixas de Manteiga, num período de 9 dias.

Tabela 8: Margens de Segurança da Manteiga


RESULTADO
DESIGNAÇÃO FÓRMULA JANEIRO FEVEREIRO
Q - Q* 8 800 - 3 533 5 267
MSSV = = = = 149% MSSV = 123%
Q* 3 533 3 533
V - V* 207 680 000,00 - 83 370 728,57 124 309 271,43
MSSQ = = = = 149% MSSQ = 123%
V* 83 370 728,57 83 370 728,57
MSSVen V - V* 207 680 000,00 - 83 370 728,57 124 309 271,43 MSSVen
= = = = 60% = 55%
das V 207 680 000,00 207 680 000,00 das
Fonte: Própria

A margem de segurança sobre valores foi de 149%, sobre as quantidades idem e sobre
as vendas foi de 60% referente ao mês de Janeiro. Em Fevereiro a margem de segurança sobre
valores foi de 123%, sobre as quantidades foi de 123% e sobre as vendas foi de 55%, estes
resultados apresentam uma segurança confortável para empresa, pois quanto maior for a
margem menor será o risco de negócio.

Gráfico 5: Representação gráfica dos pontos críticos da Manteiga


59

Fonte: Própria
Em relação ao gráfico acima apresentado, o limiar de rentabilidade da Manteiga,
vimos que a partir do ponto de intersecção do CF com a MSCV, é onde constou o equilíbrio
ou resultado nulo das vendas da Manteiga. Em que a empresa suportou uma perda quando
produziu uma quantidade abaixo de 3.533 caixas e o valor abaixo de Akz: 83.370.728,57 no
mês e Janeiro. No mês de Fevereiro a empresa suportou uma perda quando produziu uma
quantidade abaixo de 4.501 caixas e o valor abaixo de Akz: 106.214.308,20 e começou a ter
um lucro quando começou a produzir acima das quantidades mencionadas.

Tabela 9: Custeio Variável Referente ao mês de Janeiro e Fevereiro de 2017 do Sumo


YA
JANEIRO FEVEREIRO
Quantidade Quantidade
Elementos Preço Valores Preço Valores
(caixas) (caixas)
Vendas 36 674 1 650,00 60 512 100,00 44 000 1 650,00 72 600 000,00
Custo Variável 36 674 992,51 36 399 311,74 44 000 1 160,62 51 067 280,00
MSCV 36 674 657,49 24 112 788,26 44 000 489,32 21 530 080,00
MSCV Em % 0,40 0,30
Custo Fixo 36 674 199,77 7 326 364,98 44 000 199,77 8 789 880,00
Resultado 36 674 457,72 16 786 423,28 44 000 289,60 12 742 400,00
Fonte: Própria
A tabela mensal do Sumo YA no mês de Janeiro apresentou a produção de 220.000
pacotes de 1/6 equivalente a 36.674 caixas de Sumo YA. Teve uma venda de Akz:
60.512.100,00 e o preço unitário de Akz: 1.650,00 por caixa, o custo variável de Akz:
36.399.311,74 e o custo unitário de Akz: 992,51 por caixa, com uma margem sobre o custo
60

variável de Akz: 24.112.788,26 e a margem unitária de Akz: 657,49 por caixa, sendo a MSCV
em percentagem de 40%, o custo fixo de Akz: 7.326.364,98 e o custo fixo unitário de Akz:
199,77. O resultado da empresa foi de Akz: 16.786.423,28 e o um resultado unitário de Akz:
457,72 por caixa. No mês de Fevereiro apresentou a produção de 264.000 pacotes de 1/6
equivalente a 44.000 caixas de Sumo YA. Teve uma venda de Akz: 72.600.000,00 e o preço
unitário de Akz: 1.650,00 por caixa, o custo variável de Akz: 51.067.280,00 e o custo unitário
de Akz: 1.160,62 por caixa, com uma margem sobre o custo variável de Akz: 21.530.080,00 e
a margem unitária de Akz: 489,32 por caixa, sendo a MSCV em percentagem de 30%, o custo
fixo de Akz: 8.789.880 e o custo fixo unitário de Akz: 199,77. O resultado da empresa foi de
Akz: 12.742.400,00 e o um resultado unitário de Akz: 289,60 por caixa.

Tabela 10: Pontos Críticos do Sumo YA


RESULTADO
DESIGNAÇÃO FÓRMULA
JANEIRO DESIGNAÇÃO FEVEREIRO
CF 7 326 364,98
V* = = = 18 315 912,45 V* = 29 299 600,00
á 0,40
V* 18 315 912,45
Q* = = = 11 100,55 Q* = 17 757,33
Pvu 1 650,00
Q* x n 11.100,55 x 22
T* = = = 7 T* = 9
Produção 36.674,00
Fonte: Própria
Na tabela acima, verificou-se o limiar de rentabilidade em valores foi de de Akz:
18.315.912,45 e em quantidade de Akz: 11.100,55 de caixas de Sumo YA, no período de 7
dias no mês de Janeiro. A partir de Fevereiro o limiar de rentabilidade em valores foi de de
Akz: 29.299.600,00 e em quantidade foi de Akz: 17.757,33 de caixas de Sumo YA e é a partir
desta cifra que a empresa começou a ser rentável.

Tabela 11: Margens de Segurança do Sumo YA


RESULTADO
DESIGNAÇÃO FÓRMULA JANEIRO FEVEREIRO
Q - Q* 36 674 - 11 101 25 573
MSSV = = = = 230% MSSV = 148%
Q* 11 101 11 101
V - V* 60 512 100,00 - 18 315 912,45 42 196 187,55
MSSQ = = = = 230% MSSQ = 148%
V* 18 315 912,45 18 315 912,45
MSSVen V - V* 60 512 100,00 - 18 315 912,45 42 196 187,55 MSSVen
= = = = 70% = 60%
das V 60 512 100,00 60 512 100,00 das
Fonte: Própria
61

A margem de segurança sobre valores referente ao mês de Janeiro foi de 230%, sobre
as quantidades 230% e sobre as vendas foi de 70%, a margem de segurança sobre valores
referente ao mês de Fevereiro foi de 148%, sobre as quantidades 148% e sobre as vendas foi
de 60% estes resultados apresentam uma segurança confortável para empresa, pois quanto
maior for a margem menor será o risco de negócio.

Gráfico 6: Limiar de Rentabilidade do Sumo YA

Fonte: Própria

Em relação ao gráfico acima apresentado, o limiar de rentabilidade da Manteiga,


vimos que a partir do ponto de intersecção do CF com a MSCV, é onde consta o equilíbrio ou
resultado nulo das vendas da Manteiga. Em que a empresa suportou uma perda quando
produziu uma quantidade abaixo de 11.100,55 caixas e o valor abaixo de Akz: 18.315.912,45
no mês de Janeiro. Referente ao mês de Fevereiro a empresa suportou uma perda quando
produziu uma quantidade abaixo de 17.757,33 caixas e o valor abaixo de Akz: 29.299.600,00
e começou a ter um lucro quando começou a produzir acima das quantidades mencionadas.

b) Analises e discussão das questões respondidas funcionários.

Gráfico 7: A contabilidade de custos ou contabilidade analítica é o ramo da


contabilidade que se destina a produzir informações para diversos níveis gerências de
uma entidade?
62

22%
Concordo
Discordo
11% Sem opinião
67%

F
onte: Própria

O gráfico acima apresentado, vimos que 67% concordaram com a questão, 11%
discordaram e 22% ficaram sem opinião. Isto quer dizer que a contabilidade de custos está no
centro da empresa, ela nos informa de forma detalhada a situação interna da empresa
Lactiangol com o objectivo de tomar uma decisão precisa.

Gráfico 8: Os custos directos, são aqueles que concorrem directamente para o fabrico de
um produto?

27%
Concordo
51% Discordo
Sem opinião
22%

Fonte: Própria

No gráfico acima notamos que 51% dos funcionários concordaram com a questão, Isto
justifica-se pelo facto de que a empresa tem o cuidado de apresentar a destrinças entre os
custo directos e indirectos, razão pela qual os funcionários concordam com a afirmação
porque os custos directos são aquelas que entram directamento no processo produtivos como
por exemplo a matérias-primas e a mão-de-obra-directa. 22% discordaram e 27% ficaram sem
opinião, por falta de conhecimento dos mesmos.
Gráfico 9: Os custos indirectos compreendem os gastos gerais de fabricação aplicados
indirectamente na fabricação dos produtos?
63

31%
Concordo
Discordo
53%
Sem opinião

16%

Fonte: Própria

Em relação ao gráfico acima, 53% dos funcionários concordaram com a questão, 16%
discordaram e 31% ficaram sem opinião. Isto significa dizer que os responsáveis da empresa
tendem a cumprir com a separação dos custos para fazer um controlo detalhado, com o
objectivo de adequar melhor os gastos no processo de feitura ou transformação do produto.
De acordo com Caiado (2011) afirma que os custos indirectos, são aqueles que concorrem de
forma indirecta no processo produtivo como por exemplo: Salário do pessoal administrativo,
amortização do edifício, seguro de incêndio, etc.
Gráfico 10: O custo variável é aquele cuja total vária na razão directa das alterações do
nível de actividade?

36%
Concordo
47%
Discordo
Sem opinião

18%

Fonte: Própria
47% dos funcionários concordaram, pois segundo Wernke (2005), define ainda Custos
Variáveis como: os gastos cujo total do período está proporcionalmente relacionado com o
volume de produção: quanto maior for o volume de produção, maiores serão os custos
variáveis totais do período, isto é, o valor total dos valores consumidos ou aplicados na
produção tem seu crescimento vinculado à quantidade produzida pela empresa. 18%
discordaram e os 36% ficaram sem opinião.
Gráfico 11: Custo fixo é aquele cujo total permanece constante, independentemente das
alterações no nível de actividade?
64

36%
Concordo
53% Discordo
Sem opinião

11%

Fonte: Própria

De acordo com o gráfico acima, 53% funcionários concordaram com afirmação.


Contudo, segundo Leone, 2000 afirma que custos fixos é valor total dos custos que permanece
praticamente igual mesmo que a base de volume selecionada como referencial varie. 11%
discordaram com os mesmos e 36% ficaram sem opinião

Gráfico 12: Qual é a valorimetria da existência utilizado?

20%

FIFO
LIFO
58% CMP
22%

F
onte: Própria

De acordo com o gráfico acima 20% dos funcionários disseram que é o FIFO, 22%
LIFO e 58% concordaram que a empresa utilizava o CMP. Isto quer dizer que, a Lactiangol
utiliza a média ponderada para a determinação do preço.

Gráfico 13: Qual é o método do custeio aplicado


65

24% 22%

Custeio Total
Custeio Variável
Outros

53%

Fonte: Própria

De acordo com a questão supracitada 22% dos funcionários concordaram com o


método do custeio total, mas 53% dos funcionários concordaram com método do custeio
variável, sendo que os demais funcionários neste caso os 24% optaram em concordar que a
empresa tivera optado por outro tipo de custeio diferente dos dois acima mencionados. Isto
significa dizer que, utilizam o método do custeio variável porque lhes possibilita a
determinação do limiar de rentabilidade.

Gráfico 14: O preço de compra é o preço líquido pago (ou a pagar quando a compra é a
crédito) que vem sobre a factura de compra?

18%
Concordo
Discordo
16%
Sem opinião
67%

Fonte: Própria

O gráfico acima nos apresenta um indicador de 67% que concordam, 16% discordam e
18% sem opinião. Isto mostra-nos que, o preço de compra, pode ser designado também como
o valor da factura do bem sem adicionar outros encargos de pós compra. Rezão pela as
respostas positivas representaram 67%.

Gráfico 15: O custeio variável, é um tipo de custeamento que considera como custo de
produção de um período apenas os custos variáveis incorridos, considerando os custos
fixos fim?
66

24%

Concordo
Discordo
Sem opinião
13% 62%

Fonte: Própria
A questão acima, 62% dos funcionários concordaram, 13% discordaram e 24%
ficaram sem opinião. O que quer dizer que, o custeio variável segundo Tepa, 2013 origina um
conceito de gestão muito importante: a margem de contribuição (MC), que deve contribuir
tanto para absorção dos custos fixos como para a obtenção do lucro total da empresa. A
margem de contribuição que é definida como a diferença entre o preço de venda (Cifra de
Negócio) e os custos e despesas variáveis.

Gráfico 16: O limiar de rentabilidade é a cifra de negócio (vendas) com a qual a empresa
faz o resultado nulo?

29%

Concordo
51% Discordo
Sem opinião

20%

Fonte: Própria
Em relação a questão acima 51% dos funcionários concordaram, 20% discordaram e
29% dos funcionários ficaram sem opinião. Isto significa dizer que a empresa tem utilizado o
limiar de rentabilidade para determinar a estratégias dos custos. Razão pela qual têm aplicado
o método do custeio variável.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tendo por base a fundamentação teórica bem como o estudo de caso analisado,
procuramos ao longo do trabalho, trazer subsídios para responder ao problema de pesquisa
67

inicialmente proposto: Até que ponto o limiar de rentabilidade influência na tomada de


decisão estratégica na empresa LACTIANGOLA, S.A.?

Percebeu-se que a Lactiangol tem como orientação à utilização da contabilidade


analítica e por sua fez recorrendo o uso do limiar de rentabilidade, para obter certamente
melhores resultados dos produtos transformados e vendidos.

A utilização do limiar de rentabilidade pela empresa como ferramenta de gestão,


reforça o conhecimento dos produtos de forma detalhada, o que por sua vez contribuiu para
uma melhor estratégia através de análises feitas, a empresa consegue controlar o
comportamento dos preços, quantidades, custos fixos e variáveis, saber então qual a
quantidade necessária à produzir de forma a ter um determinado nível de resultado.

Com os resultados do estudo, mostrou-se que, o limiar de rentabilidade foi um


instrumento importante de gestão ao serviço da estratégia das empresas, visto que:

 Possibilita a determinação do nível da atividade que se precisa manter para cobrir todos os
custos e por outro, possibilita a determinação do lucro associado a vários níveis de
atividade.
 Pode ainda verificar-se que, quando o volume de vendas é acima deste ponto, há lucro e
que abaixo desse ponto, há prejuízo.
 Fornece aos gestores, as informações necessárias para a elaboração de estratégias de curto
e longo prazo, para tomada de decisões diárias que se referem a clientes, fornecedores e
inclusivamente o preço de venda e que são tomadas decisões com auxílio desta ferramenta
de gestão.
 Fornece à direcção de produção, directivas necessárias no sentido de delinearem estratégias
produtivas que visem a optimização dos custos à aumentar a produtividade, contribuindo,
assim para a maximização dos resultados da empresa.

Não obstante as limitações concernente a metodologia de estudo utilizadas, em suma,


concluímos que os objectivos inicialmente propostos foram todos alcançados e as hipóteses
foram todas confirmadas, visto que na análise dos resultados da pesquisa, permitiu-nos fazer a
articulação dados.
68

SUGESTÕES

Sabe-se que a contabilidade é eficaz e importante para qualquer empresa, promovendo


também a harmonia em uma entidade. Sugerimos que a empresa LACTIANGOL, S.A. venha
fazer mais o uso, da ferramenta limiar de rentabilidade ou ponto de equilíbrio a fim de dar
informações relevantes aos gestores e posteriormente soluções nos problemas de curto e longo
prazo da empresa.

Que os futuros pesquisadores procurem aprofundarem mais sobre o tema.


69

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72

APÊNDICES
73

INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO DE ANGOLA


DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E GESTÃO
CURSO DE CONTABILIDADE E ADMINISTRAÇÃO

QUESTIONÁRIO PARA A COLECTA DE DADOS (EMPRESA LACTIANGOL, SA)

Milton António Tinta Salvador

Sou Milton António Tinta Salvador, estudante do curso de Contabilidade e Administração


do Instituto Superior Técnico de Angola (ISTA). Tenho como objectivo colectar dados para a
elaboração do trabalho do fim do curso intitulado “O Impacto do Limiar de Rentabilidade
na Tomada de Decisão Estratégica na Empresa”

Os dados recolhidos serão tratados de forma confidencial e os resultados da pesquisa não


identificará os inquiridos garantido o anonimato.
Tendo em conta a escala abaixo, assinala (x) a opção que representa a sua opinião quanto aos
diferentes prognósticos relacionados com as questões que se seguem.

1- A contabilidade de custos ou contabilidade analítica é o ramo da contabilidade que se


destina a produzir informações para diversos níveis gerências de uma entidade?
( ) Concordo
( ) Discordo
( ) Sem opinião
2- Os custos directos, são aqueles que concorrem directamente para o fabrico de um
produto?
( ) Concordo
( ) Discordo
( ) Sem opinião
74

3- Os custos indirectos compreendem os gastos gerais de fabricação aplicados


indirectamente na fabricação dos produtos?
( ) Concordo
( ) Discordo
( ) Sem opinião
4- O custo variável é aquele cuja total vária na razão directa das alterações do nível de
actividade?
( ) Concordo
( ) Discordo
( ) Sem opinião
5- Custo fixo é aquele cujo total permanece constante, independentemente das alterações
no nível de actividade?
( ) Concordo
( ) Discordo
( ) Sem opinião
6- Qual é a valorimetria da existência utilizado?
( ) FIFO
( ) LIFO
( ) Custo médio ponderado
7- Qual é o método do custeio aplicado?

( ) Custeio total
( ) Custeio variável
( ) Outro

8- O preço de compra é o preço líquido pago (ou a pagar quando a compra é a crédito)
que vem sobre a factura de compra?
( ) Concordo
( ) Discordo
( ) Sem opinião
9- O custeio variável, é um tipo de custeamento que considera como custo de produção
de um período apenas os custos variáveis incorridos, considerando os custos fixos
fim?
( ) Concordo
( ) Discordo
75

( ) Sem opinião

10- O limiar de rentabilidade é a cifra de negócio (vendas) com a qual a empresa faz o
resultado nulo?
( ) Concordo
( ) Discordo
( ) Sem opinião
76

Tabela nº1 A contabilidade de custos ou contabilidade analítica é o ramo da


contabilidade que se destina a produzir informações para diversos níveis gerências de
uma entidade.

DESIGNAÇÃO AMOSTRA %

Concordo 30 67%
Discordo 5 11%
Sem opinião 10 22%
Soma 45 100%
Fonte: Própria
Tabela nº2 Os custos directos, são aqueles que concorrem directamente para o fabrico
de um produto.

DESIGNAÇÃO AMOSTRA %

Concordo 23 51%
Discordo 10 22%
Sem opinião 12 27%
Soma 45 100%
Fonte: Própria

Tabela nº3 Os custos indirectos compreendem os gastos gerais de fabricação aplicados


indirectamente na fabricação dos produtos.

DESIGNAÇÃO AMOSTRA %

Concordo 24 53%
Discordo 7 16%
Sem opinião 14 31%
Soma 45 100%
Fonte: Própria

Tabela nº4 O custo variável é aquele cuja total vária na razão directa das alterações do
nível de actividade.

DESIGNAÇÃO AMOSTRA %

Concordo 21 47%
77

Discordo 8 18%
Sem opinião 16 36%
Soma 45 100%
Fonte: Própria
Tabela nº5 Custo fixo é aquele cujo total permanece constante, independentemente das
alterações no nível de actividade.

DESIGNAÇÃO AMOSTRA %

Concordo 24 53%
Discordo 5 11%
Sem opinião 16 36%
Soma 45 100%
Fonte: Própria

Tabela nº6 Qual é a valorimetria da existência utilizado.

DESIGNAÇÃO AMOSTRA %

FIFO 9 20%
LIFO 10 22%
CMP 26 58%
Soma 45 100%
Fonte: Própria

Tabela nº7 Qual é o método do custeio aplicado.

DESIGNAÇÃO AMOSTRA %

Custeio Total 10 22%


Custeio Variável 24 53%
Outros 11 24%
Soma 45 100%
Fonte: Própria
Tabela nº8 O preço de compra é o preço líquido pago (ou a pagar quando a compra é a
crédito) que vem sobre a factura de compra.

DESIGNAÇÃO AMOSTRA %

Concordo 30 67%
Discordo 7 16%
Sem opinião 8 18%
78

Soma 45 100%
Fonte: Própria
Tabela nº9 O custeio variável, é um tipo de custeamento que considera como custo de
produção de um período apenas os custos variáveis incorridos, considerando os custos
fixos no fim.

DESIGNAÇÃO AMOSTRA %

Concordo 28 62%
Discordo 6 13%
Sem opinião 11 24%
Soma 45 100%
Fonte: Própria

Tabela nº10 O limiar de rentabilidade é a cifra de negócio (vendas) com a qual a


empresa faz o resultado nulo.

DESIGNAÇÃO AMOSTRA %

Concordo 23 51%
Discordo 9 20%
Sem opinião 13 29%
Soma 45 100%
Fonte: Própria
79

ANEXOS

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