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FACULDADE DE

CIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS

REGÊNCIA DO CURSO DE CONTABILIDADE E GESTÃO

As Demonstrações Contabilísticas no funcionamento de Empresas e sua


utilidade no Processo de Tomada de Decisão; Um Estudo de caso “Colégio
Melv” Namibe-Moçâmedes.

José Paulino Faustino Abel


FACULDADE DE
CIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS
REGÊNCIA DE CONTABILIDADE E GESTÃO

As Demonstrações Contabilísticas no funcionamento de Empresas e sua


utilidade no Processo de Tomada de Decisão; Um Estudo de caso “Colégio
Melv” Namibe-Moçâmedes.

José Paulino Faustino Abel

Trabalho de Fim de Curso elaborado para obtenção de grau de


licenciado em Contabilidade e Gestão, no Departamento de Economia,
sob orientação científica do professor Florentino C. Domingos, MSc

Moçâmedes/2022
UNIVERSIDADE DO NAMIBE

Unidade Orgânica___________________________________

Departamento de____________________________________

Projecto de Fim de Curso apresentado à Faculdade de Ciências


Sociais e Humanidade da Universidade do Namibe, como parte dos
requisitos para aquisição do grau de Licenciado em Contabilidade e
Gestão.

As Demonstrações Contabilísticas no funcionamento de Empresas e sua


utilidade no Processo de Tomada de Decisão. Estudo de caso “Colégio Melv”
Namibe-Moçâmedes.

Apresentado por:

José Paulino Faustino Abel

Nº de Estudante:___________________

Nº do Registo do Trabalho:____________________

Orientado por:
_____________________

Prof: Florentino C. Domingos, MSc

Moçâmedes 2022
Dedico este trabalho aos meus avós (José Mbeu Miange “em
memória” e Helena João Isabel) professores meus da vida, sempre
me motivando e ensinando o ABC da vida.

i
AGRADECIMENTO

Apresento os mais profundos e honestos agradecimentos primeiramente a Deus o todo-


poderoso por permitir que este dia se tornasse realidade.

A todos os meus familiares, em particular aos meus avós, José Nbeu Miange (em momória) e
Helena João Isabel pelo apoio e por estarem sempre presentes na minha vida académica e não
só, e aos meus irmãos pelo companheirismo e apoio incondicional.

Ao meu orientador, professor Florentino Canjuluca Domingos que soube elogiar e criticar,
orientar, aguentar e incentivar, pelo apoio e disponibilidade, paciência, formação, rigor e
amizade demonstrados ao longo das várias etapas da elaboração do trabalho, o meu muito
obrigado.

Agradeço também ao meu Co-Tutor Professor e Contabilísta Celestino Watyilenge pelo


imenso apoio, disponibilidade, paciência e profissionalismo nas diferentes fases de elaboração
do referido projecto, o meu muito obrigado.

Gostaria de agradecer imensamente aos meus colegas Bruno Faria, Jorge Fonseca, Simão
Tchananga, Hilário Custódio, Alívio Daimone e Esmeralda Bartolomeu pela amizade,
companhia, ajuda e pelos conselhos ao longo dos quatro anos de formação.

Agradeço também a UNIBE em particular a Faculdade de Ciências Sociais e de Humanidade


do Namibe e a todo seu corpo docente em geral (com particular menção à professora Piedade
José “em memória”), pelo seu rigor científico, pela competência, comprometimento na
transmissão de conhecimentos científicos.

Não me esquecendo de agradecer a minha Namorada Luísa Patrícia pelo imenso apoio e
motivação para a realização do trabalho. Aos meus queridos colegas e amigos pelo apoio,
amizade e incentivos.

Quero de igual modo agradecer ao colectivo de trabalhadores da empresa Colégio Melv-


Namibe que dispensaram o seu tempo e responderem as questões que possibilitaram a
realização do estudo de caso.

A todas as pessoas que directa ou indirectamente contribuíram para este trabalho.

Só Deus consegue retribuir.

Muito obrigado!
ii
RESUMO

Informações são ferramentas importantes para melhorar a organização, o desempenho e a


maximização dos resultados de uma empresa através de decisões baseadas em dados de fácil
compreensão. Este trabalho tem por objectivo avaliar o nível de conhecimento e interpretação
dos fundamentos referentes às demonstrações contabilísticas por parte dos funcionários, por
formas a elucidá-los sobre a sua utilidade no processo de tomada de decisão. Inicialmente foi
feito uma pesquisa bibliográfica enfatizando o conceito e o histórico da contabilidade e da
análise das demonstrações contabilísticas e aspectos importantes para que se possa conhecer
mais acerca deste instrumento contabilístico. Foram levantadas os conceitos de empresa,
sistema de informação, contabilidade analítica e financeira, demostrações obrigatória e não
obrigatórias, os índices de capacidade de pagamento, de actividade e de rentabilidade, bem
como o processo decisório. Ao final elaborou-se um estudo de caso no colégio Melv, Lda;
onde foram apresentados os resultados e as análises da investigação feita e chegou-se a
conclusão de que o estudo avaliou o grau de conhecimento e interpretação dos fundamentos
referentes às demonstrações contabilísticas por parte dos funcionários da referida empresa,
por formas a elucidá-los sobre a sua utilidade no processo de tomada de decisão.

Palavras-chave: Demonstrações Contabilísticas; Decisões Empresariais; Gestão; Índices;


Informações.

iii
ABSTRACT

All of the information’s are important to improve the organization, performance and
maximization of a company's results, through decisions based on easily understood data. The
purpose of this report is to assess the employees’ level of knowledge and interpretation of the
fundamentals referring to the accounting statements in order to elucidate them about their
usefulness in the decision-making process. Initially, bibliographic research was carried out,
emphasizing the concept, history and the analysis of accounting statements as well as the
important aspects to learn more about this accounting instrument. To this end, the concepts of
company, information system, analytical and financial accounting, mandatory and non-
mandatory statements, indicators of ability to pay, activity and profitability, as well as the
decision-making process were raised. At the end, a case study was carried out at the Melv,
Lda college; where the results and analyzes of the investigation were presented and the
conclusion was reached that the study evaluated the knowledge degree and interpretation of
the fundamentals referring to the accounting statements by the employees of the referred
company in order to elucidate them about their usefulness in the decision-making process.

Key-Words: Accounting statements; Business decisions; Management; Indicators;


Informations.

iv
LISTAS DE TABELAS E QUADROS

Tabela1: Balanço Patrimonial 2020-2019, Colégio Melv, Lda-Namibe-


Moçâmedes.............35

Tabela 2: Demonstração de Resultado do Exercícios 2020-2019, Colégio Melv, Lda-Namibe-


Moçâmedes...............................................................................................................................36

Quadro1: Principais demonstrações contabilísticas..................................................................4

Quadro2: Indicadores de capacidade de pagamento..........................................................17-18

Quadro3: Indicadores de actividades.......................................................................................20

Quadro 4: Indicadores de Rentabilidade..............................................................................................22

v
LISTAS DE FIGURAS

Figura 1: Índices de Prazos Médios.........................................................................................19


Figura 2: 4 etapas do processo de tomada de decisão..............................................................23
Figura 3: Organigrama da empresa..........................................................................................28

Figura4: Sexo e /ou Género.....................................................................................................29

Figura 5: Pessoal da Empresa..................................................................................................30

Figura 6: Grau Académico.......................................................................................................30

Figura 7: Idade e/ou Estrutura Etária.......................................................................................31

Figura 8: Tem algum conhecimento de contabilidade.............................................................31

Figura9: Qual o departamento e/ou secção onde está colocado..............................................32

Figura 10: Conhece ou já ouviu falar das demonstrações contabilísticas................................32

Figura 11: Quais as demonstrações que


conhece.....................................................................33

Figura12: As Demonstrações Contabilísticas têm sido úteis para a tomada decisão..............33

Figura 13: As informações geradas por este instrumento contabilístico têm sido..................34

Figura 14: Consideras que as análises feitas pelos contabilístas e/ou gestores da empresa têm
surtido efeito naquilo que é a boa gestão do
negócio................................................................34

vi
LISTAS DE SIGLAS

PGC- Plano Geral de Contabilidade

DF´s- Demonstrações Financeras

BP- Balanço Patrimonial

DRE- Demonstração de Resultado do Exercício

DFC- Demonstração do Fluxo de Caixa

ROI- Return On Investment ou Retorno do Investimento

S.I- Sistema de Informação

TI- Tecnologia de Informação

TIC´s Tecnologia de Informação e Comunicação

ERP- Enterprise Resource Planning ou Sistema Integrado de Gestão Empresarial

LC- Liquidez Corrente

LR- Liquidez Reduzida

LI- Liquidez Imediata

EG- Endividamento Geral

C.E- Composição de Endividamento

PMR- Prazo Médio de Recebimento

PMP- Prazo Médio de Pagamento

MOV- Margem Operacional sobre as Vendas

MLV- Margem Líquidas sobre as Vendas

R.A- Rentabilidade do Activo

PL-Património Líquido

vii
Sumári

o
Introdução..............................................................................................................................................1

Problema................................................................................................................................................2

Objectivo Geral......................................................................................................................................2

Objectivos específicos............................................................................................................................2

Hipótese.................................................................................................................................................2

Justificativa............................................................................................................................................2

Estrutura do trabalho..............................................................................................................................3

Capítulo I: ENQUADRAMENTO TEORICO - CIENTIFICO.............................................................4

1.1- Conceito e história das Demonstrações Contabilísticas...............................................................4


1.1.1- História.................................................................................................................................5
1.2- Utilizadores da informação contabilística...................................................................................6
1.3- A Empresa: Propriedade e Gestão...............................................................................................7
1.4 - Fontes de dados para análise – Contabilidade Financeira e Contabilidade de Analítica.............9
1.5- Sistemas de Informação............................................................................................................11
1.5.1- Sistemas Integrado de Gestão Empresarial (Enterprise Resource Plannnig – ERP)..........11
1.6-As Demonstrações Contabilísticas.............................................................................................12
1.6.1- As Demonstrações Obrigatórias.........................................................................................13
1.6.2- As Demonstrações não Obrigatórias..................................................................................15
1.7- Métodos dos Rácios..................................................................................................................15
1.8- Processo decisório.....................................................................................................................23
CAPÍTULO 2: ENQUADRAMENTO TÉCNICO - METODOLOGIA E ANÁLISE DOS
RESULTADOS....................................................................................................................................26

2.1 - Tipo de Investigação:...............................................................................................................26


2.2 - METODOLOGIA E MÉTODOS.............................................................................................26
2.3 - Caracterização Geral da Empresa (Colégio MELV, Lda).....................................................27
2.4- Análise dos dados......................................................................................................................28
2.5- População e Amostra.................................................................................................................28
2.5.1- Apresentação e Análise dos Resultados..............................................................................29
Conclusões...........................................................................................................................................38

Sugestões..............................................................................................................................................39
viii
Bibliográficas...........................................................................................................................................

APÊNDICE..............................................................................................................................................

ix
Introdução
A Contabilidade possibilita a obtenção de informações económicas e financeiras acerca da
empresa e sua principal finalidade consiste em controlar e analisar o património das entidades.
Com as mudanças aceleradas e o crescimento económico, tornam-se necessários profissionais
da área contabilística cada vez mais capacitados e actualizados para atender à demanda e às
constantes exigências do mundo em que o trabalho se tornou tão competitivo.
A contabilidade é o processo onde são registadas todas as transações que ocorrem dentro das
organizações. Com os avanços tecnológicos, muita coisa mudou desde os primórdios da
humanidade; isto é, a Contabilidade também evoluiu junto com a tecnologia, saindo da
contabilização manuscrita dos processos contabilísticos, passando os dados serem
processados eletronicamente; daí veio os sistemas informatizados. Por fim o código geral
tributário, por efeito desse progresso as empresas neste momento têm uma grande economia
de papel, de gastos operacionais e melhor gestão do tempo.

Num mercado cada vez mais competitivo e exigente, as empresas precisam adaptar-se à
realidade factual, relactivo a análise contabilística, por esta ser de suma importância no
posicionamento estratégico e funcional da organização no sistema em que actua; assim, a
contabilidade é o carro chefe para chegarmos às análises contabilísticas. É nelas que se
colectam todos os dados, esses por sua vez se transformam em demonstrações financeiras ou
económicas. Marion (2003, p.23), “enfatiza que a Contabilidade é o grande instrumento que
auxilia a administração a tomar decisões”.

A demonstração contabilística consiste em técnicas que permitem a comparação e a


interpretação dos demonstrativos da empresa, podendo apresentar informações úteis nas
transacções realizadas. Nesse sentido, é necessário que se tenha um conhecimento da
empresa, pois os dados são sequências variáveis. Para que o analista consiga interpretá-las é
preciso observá-las à luz das políticas da empresa, ou seja, analisar essa variável de acordo
com o letrado da organização. Santos (apud KILIAN, 2010, p.10), destaca que o
conhecimento para a interpretação dos dados gerados por meio da aplicação contabilística,
certamente, será um diferencial durante a tomada de decisões pela empresa.

1
Problema
A falta de conhecimento sobre as demonstrações contabilísticas, constitui uma problemática
constrangedora na funcionalidade e optimização das organizações no processo de tomada de
decisão. Face a situação vivenciada e constatada, formulou-se a seguinte questão:

Como tornar útil o processo das demonstrações contabilísticas em Empresas


(COLEGIO MELV, Lda) na tomada de decisão?

Objectivo Geral
Avaliar o nível de conhecimento e interpretação dos fundamentos referentes às demonstrações
contabilísticas por parte dos funcionários, por formas a elucidá-los sobre a sua utilidade no
processo de tomada de decisão.

Objectivos específicos
 Efectuar um levantamento bibliográfico diante às Demonstrações Contabilísticas;
 Identificar a utilidade das informações geradas pelas demonstrações contabilísticas
para tomada de decisão;
 Descrever os principais fundamentos que norteiam as demonstrações contabilísticas;
 Apresentar de modo prático o estudo teórico desenvolvido diante das informações
contabilísticas.

Hipótese
 O recurso das demonstrações contabilísticas por parte das empresas, poderão ser úteis
no processo de tomada de decisão por proporcionarem ferramentas específicas na
melhoria do sistema organizacional e funcional.

Justificativa
A importância das demonstrações contabilísticas nas empresas é cada vez mais evidente,
enquanto a área que permite analisar e avaliar o desempenho económico e financeiro de uma
organização e canalizar as suas acções a fim de que a estratégia definida seja conseguida.

O fraco domínio e conhecimento dos fundamentos das demostrações contabilísticas por parte
dos agentes e funcionários de empresas, constitui a principal razão da definição do presente
trabalho investigativo com o tema“As Demonstrações Contabilísticas no funcionamento de
2
Empresas e sua utilidade no Processo de Tomada de Decisão; Um Estudo de caso
“Colégio Melv” Namibe-Moçâmedes, por formas a contribuir na melhoria do sistema
organizacional e funcional da Empresa.

Estrutura do trabalho
A estrutura do presente trabalho tem o seu ponto de partida a introdução, evidenciando o
problema e os objetivos pretendidos pela pesquisa; além da hipótese e da justificativa do
tema. No primeiro capítulo será expelhado a fundamentação teórica, onde naturalmente se
fará o levantamento bibliográfico em torno do tema. E no segundo capítulo será feito um
estudo de caso no colégio Melv, Lda, reçaltando os aspectos metodológicos, bem como a
caracterização da empresa em estudo; apresentando os resultados e as referidas análises.

E por final, apresentar a conclusão e as sugestões do estudo feito.

3
Capítulo I: ENQUADRAMENTO TEÓRICO - CIENTÍFICO
Neste capitulo, faz-se um enquadramento teorico e cientifico dos principais fundamentos que
norteiam o presente trabalho investigativos com referênciais conceituais e opcionais nas mais
variadas dimensões da funcionalidade das empresas.

1.1- Conceito e história das Demonstrações Contabilísticas


Antes de abordarmos o histórico, precisamos conceituar o que são demonstrações
contabilísticas ou financeiras; segundo o PGC (2001, p. 17) 1 as demonstrações financeiras são
“uma representação financeira esquematizada da posição financeira e das transacções de uma
entidade”.

“As Demonstrações Financeiras representam um conjunto de peças emitidas pela


contabilidade das empresas, onde alguns são obrigatórios por lei, outros a empresa desenvolve
especialmente para evidenciar com clareza a situação da entidade”. (SEGET, 2010, p. 5).

As DF´s nem sempre atingem os fins informativos a que se destinam. Todavia, elas
individualmente produzem informações isoladas e que se observadas dessa forma não trazem
grande proveito em uma análise da situação em que a empresa se encontra. Portanto é
necessário fazer-se uma comparação de diversas peças de DF´s em diversos períodos e
analisados sucessivamente, para a partir do seu resultado se extrair informações necessárias
para o conhecimento da situação económica e financeira da empresa. Como principais
demonstrativos podemos citar:

Quadro 1: Principais demonstrações contabilísticas

Balanço Patrimonial (BP) Indica os resultados das actividades de


investimentos e financiamentos em um momento
no tempo.
Demonstração de Resultado do Reflete o sucesso da empresa na utilização de
Exercício (DRE) activos para gerar lucros durante um período.

Apresenta as entradas e as saídas líquidas de caixa


Demonstração de Fluxo de Caixa das actividades operacionais, de investimentos e de
(DFC) financiamentos para o mesmo período.

1
Plano Geral de Contabilidade, aprovado pelo Decreto nº 82/2001, de 16 de Novembro.
4
Fonte: Elaborado pelo autor

Certamente que ao falarmos de demonstrações contabilísticas, vale frisar acerca da sua


análise. De forma resumida, podemos conceituá-la como uma técnica que nos auxilia a avaliar
a situação económico-financeira das organizações, pois fornece diversos tipos de informações
financeiras aos tomadores de decisão. Essa técnica consiste na análise do resultado das
actividades empresariais de uma empresa. Essas actividades estarão delineadas nas
demonstrações financeiras de uma empresa.

1.1.1- História
A Contabilidade é uma Ciência muito antiga que teve seu crescimento à medida que a
humanidade foi se desenvolvendo sendo um importante instrumento para a tomada de
decisões dentro e fora das empresas, assim é comum que se trate do surgimento da Análise
das Demonstrações Contabilísticas com o surgimento da Contabilidade, demonstrando que a
mesma é tão antiga quanto à própria Ciência.

Para tratar do surgimento da Análise das Demonstrações Contabilísticas deve-se começar com
a necessidade que os homens possuíam no ano aproximado de 4000 a.C. (início provável da
Contabilidade) quando a principal actividade económica era o pastoreio gerando a
preocupação com o inventário dos rebanhos e a variação da riqueza, ou seja, a variação do
rebanho.

Assim ao existir a comparação entre dois inventários em diferentes momentos pode-se


verificar um indício de que a análise possa ser tão antiga quanto a Contabilidade. Porém para
constatar o surgimento da análise de uma maneira mais sólida, se utilizara informações do
século XIX quando banqueiros americanos começam a solicitar as demonstrações
contabilísticas, naquela época praticamente o Balanço, às empresas que desejassem contrair
empréstimos em instituições financeiras. Conforme cita Marion (2002, p. 21): “E por se
exigir, de início, apenas o Balanço para a Análise é que se introduz a expressão Análise de
Balanços, que perdura até nos nossos dias”. Com crescente conhecimento contabilístico a
exigência de outros documentos começaram a surgir para que as empresas pudessem obter a
concessão de crédito, como por exemplo: a Demonstração do Resultado do Exercício, que era
conhecida como Balanço de Resultado e o Fluxo de Caixa, chamado como Balanço
Financeiro, ou seja, toda documentação era conhecida como Balanço.

Quando os Bancos Governamentais começaram a demonstrar interesse na situação


económico-financeira das empresas que buscavam empréstimos, o desenvolvimento da
5
Análise das Demonstrações Contabilísticas, mais conhecida naquele momento como Análise
das Demonstrações Financeiras foi ainda maior, tendo um contínuo crescimento em sua
importância quando as empresas tiveram a abertura de seu capital, levando investidores à
escolha de empresas bem-sucedidas analisando as mesmas a partir das suas demonstrações
contabilísticas, sendo ferramenta de relevante utilidade para a tomada de decisões diante de
investimentos a serem realizados. No ano de 1919 o então considerado pai da Análise de
Balanços, Alexander Wall apresentou um modelo através do estudo de índices demonstrando
a necessidade em se relacionar o Activo Circulante contra o Passivo Circulante. Em 1931 os
índices-padrão começaram a ser divulgados em diversos ramos de actividades dos Estados
Unidos. Nesse mesmo período conforme (Matarazzo, 2010, p. 10): “surgiu dentro da empresa
Du Pont, de Nemours, um modelo de análise da rentabilidade da empresa que decompunha a
taxa de retorno em taxas de margem de lucro e giro dos negócios, chamado análise ROI
(Return on Investment)”.

1.2- Utilizadores da informação contabilística


Os resultados obtidos através da Análise das Demonstrações Contabilísticas se destinam a
utilizadores internos, principalmente como instrumento de decisões e externos, pessoas físicas
ou jurídicas que possuam algum tipo de relacionamento com a empresa, geralmente para
obtenção de financiamentos e investimentos. O que os diferencia, portanto, são que possuem
diferentes objectivos a serem alcançados através dessas informações, cada utilizadores
procurará detalhes específicos que lhe convêm melhor obtendo conclusões próprias e
específicas, que geralmente nunca serão iguais umas das outras. Seguem os principais
utilizadores dessas informações, sendo que cada qual com a sua finalidade e objectivos
específicos:

 Fornecedores: estão voltados para a capacidade de pagamento da empresa, ou seja,


sua liquidez, porém buscam ainda dados sobre a rentabilidade e o endividamento além
de outras informações consideradas importantes para a concessão do crédito. Para
Matarazzo (2010, p.16): “A profundidade da análise do fornecedor depende da
importância do cliente.”
 Clientes: geralmente as empresas compradoras analisam seus fornecedores quando
possuem uma forte dependência no fornecimento ou o mercado oferece um número
pequeno de fornecedores. Para Matarazzo (2010, p.17): “Em geral ocorre análise por
parte do comprador quando depende de fornecedores que não possuam o mesmo porte
dele ou que possam de alguma forma oferecer riscos.”
6
 Bancos: bancos comerciais e de investimento são os principais utilizadores da análise,
segundo (Neto, 2010, p. 40) “ sabe-se que o processo de avaliação de empresas foi
desenvolvido, em grande parte, no sistema bancário americano, o qual procurava
relacionar o risco das diversas empresas com suas solicitações de empréstimos.”
Buscam a posição de curto e longo prazo em relação a endividamento, solvência,
rentabilidade, entre outros. Para Matarazzo (2010, p.18): “Os bancos sabem que o grau
de endividamento é forte indicador de insolvência.”
 Concorrentes: é fundamental comparar a sua situação económico-financeira com a de
seus concorrentes, possibilitando a construção de índices-padrão importantes para a
auto-avaliação da empresa comparando também sua liquidez e rentabilidade.
 Governo: necessidade de conhecer a posição financeira dos diferentes ramos e
sectores de actividades para traçar a situação económica do país. Também é muito
utilizado para concorrência aberta acompanhando as empresas vencedoras ao longo
dos trabalhos desenvolvidos verificando a capacidade em continuar fornecendo os
trabalhos aos quais se candidatou.
 Empregados: segundo o (PGC, 2001) consiste em avaliar a capacidade da entidade
de proporcionar emprego, remuneração e benefícios de reforma.
 Público: segundo o (PGC, 2001) consiste em ajudar a avaliar a utilidade da entidade
em diversos níveis como por exemplo a capacidade de emprego e de desenvolvimento
de negócios como cliente.
 Gestores: é um instrumento complementar, acompanhando e avaliando as decisões
financeiras tomadas pela empresa, conseguindo verificar os resultados obtidos diante
das suas políticas de investimento e financiamento. Para Matarazzo (2010, p.21): “A
Análise das demonstrações financeiras pode servir de guia para os dirigentes”.

A análise é valiosa, pois proporciona aos seus utilizadores informações para que possam
avaliar a situação e a solidez das empresas e baseando-se nisso possam tomar as suas
decisões.

1.3- A Empresa: Propriedade e Gestão


Quando pensamos em negócios, surge logo nas nossas mentes a empresa, mas o que é uma
empresa, que conceitos devem ter dessa palavra? Diversos autores mostram os mais variados
conceitos para definir e conceituar esta palavra, entretanto a mais usual seja a de que:
Empresa é a unidade económica organizada, que combinando capital, produz ou faz circular

7
bens ou presta serviços com finalidade de lucro. Adquire personalidade jurídica pela inscrição
de seus actos constituitivos nos órgãos de registo próprio, adquirindo dessa forma capacidade
jurídica para assumir direitos e obrigações. De acordo (Fabretti, 2003) a empresa deve ter sua
sede, ou seja, deve ter um domicílio, local onde exercerá seus direitos e responderá por suas
obrigações.

Sendo a empresa uma unidade económica cuja finalidade é o lucro, torna-se necessário a
utilização de ferramentas que optimizem as oportunidades de sucesso da organização e assim
obtenha o lucro esperado, ou o retorno do que foi investido, ou que pelo menos reduza as
possibilidades de fracasso, ou que uma decisão equivocada possa prejudicar a sua
continuidade.

Torna-se então necessária a adopção de estratégias, ou seja, um conjunto de acções articuladas


para que as decisões articuladas sejam seguras e levem o gestor a alcançar os objectivos
previamente estabelecidos.

Para que os objectivos sejam alcançados as empresas contam com alguns recursos, de acordo
com Fabretti (2003), a empresa contrata força de trabalho, com ou sem vínculo laboral,
combinando capital e trabalho e adoptando tecnologias e métodos de administração eficientes,
organiza sua actividade económica, objectivando a produção ou circulação de bens ou a
prestação de serviços, visando obter lucro que lhe permite desenvolver-se e remunerar
adequadamente o capital nela investido.

Neste aspecto a empresa surge como a maneira estruturada, organizada e gerida a fim de
atingir um determinado resultado, e isto acontece através da combinação dos diferentes
recursos que integram o processo.

Para Padoveze (2005), as empresas nascem a partir de investimentos nas operações


necessárias para vender os produtos e serviços escolhidos. Nesta nova visão, para que haja os
recursos necessários que façam crescer e desenvolver a empresa, são necessários
investimentos que servirão como parâmetros iniciais da etapa financeira da empresa.

Ainda, segundo Padoveze (2005), a finalidade da empresa é criar valor para seu proprietário.
Este valor é o lucro que o investidor espera, ou ainda o preço pelo risco que este está correndo
ao aplicar seu capital em um determinado investimento.

Portanto; muitas empresas cresceram nos últimos anos, e esse crescimento acarreta mudanças
de muitas coisas no seu ambiente interno. Uma importante mudança pode ser destacada pela
8
dispersão do controlo dos accionístas, realizada através da subscrição pública de novas
acções. Quando isso acontece a empresa não é mais gerida por seus fundadores e são
contratados executivos próprios para tal função. O poder das companhias modernas é exercido
pelos executivos (gestão) e não pelos proprietários (accionistas), surgindo dessa separação um
conflito, chamado conflito de agentes. Nesse conflito de um lado ficam os agentes executivos,
que, apesar de deterem o poder e representarem os controladores, não possuem os mesmos
interesses dos proprietários, e de outro lado, os agentes controladores, com objetivo e
interesses próprios que nem sempre convergem com os executivos.

De acordo com (Rossetti & Andrade, 2011) vários problemas de conflitos de interesses
passam a ocorrer no ambiente das grandes companhias, como consequência do divórcio
descrito entre propriedade e controlo, dando origem a uma nova forma de organizar
companhias. Os controladores desligam-se das empresas e executivos são contratados para
exercerem sua gestão, não sendo mais a propriedade e controlo exercidos pelas mesmas
pessoas. Segundo (Neto, 2012) os agentes buscam, em essência, os melhores resultados,
porém com objectivos nem sempre simétricos. Fica sempre presente a ideia de que os
executivos priorizam decisões que atendam melhor seus objectivos próprios, procurando
maximizar a satisfação de suas preferências. Para a solução desses conflitos surge a gestão
Corporativa, visando aperfeiçoar os mecanismos de controlo e levar os executivos a um
comportamento voltado à maximização da riqueza dos accionistas.

Em um ambiente de separação de propriedade e controlo, os métodos de gestão procuram


criar as melhores condições de relação entre gestores e accionistas, reduzindo os conflitos de
agentes. A gestão Corporativa está preocupada também com a qualidade das informações
contabilísticas, a estrutura de seus demonstrativos financeiros e a interpretação de seus
resultados apurados.

1.4 - Fontes de dados para análise – Contabilidade Financeira e Contabilidade de


Analítica
Os relatórios contabilísticos elaborados periodicamente pelas organizações são as principais
fontes de dados para o processo de análise financeira. De acordo com Neto (2010), tais
relatórios podem ser classificados em obrigatórios e não obrigatórios. Todavia, as empresas
prestam e cede bens e serviços numa dada actividade económica onde actuam outros agentes
económicos. Os factos patrimoniais resultantes destas relações incluem-se no âmbito da
Contabilidade geral, que nos dá uma informação sobre a situação económico-financeira da

9
empresa e a sua situação perante o exterior. No desenvolvimento da actividade da empresa, há
a considerar um meio económico onde se desenvolve a actividade produtiva. Estas relações
que se estabelecem no interior da empresa, desde a combinação dos factores produtivos à
produção de bens, dizem respeito à Contabilidade analítica de exploração. Assim, estamos na
presença de uma divisão da Contabilidade, tendo em conta o âmbito de actuação e os
objectivos a atingir.

A Contabilidade recolhe e processa a informação financeira, para fornecer aos gestores,


investidores e credores. Nabais e Nabais (2013, p. 19) consideram dois ramos da
Contabilidade:

 Contabilidade geral ou financeira: elabora as demonstrações periódicas (balanço,


Demonstração de resultados, Demonstração de fluxos de caixa e demonstração de
alterações do Capital próprio;
 Contabilidade analítica e de gestão: apura os custos de produção por centros de
custos e por produtos, fornece uma gama de informação específica sobre a actividade
interna da entidade e facilita a tomada de decisões.

Ainda os mesmos autores frisam que as duas Contabilidades são independentes uma da
outra, mas complementam-se. Contudo, há diferanças:

 A Contabilidade geral apresenta uma visão global e sintética do património da


empresa
 A Contabilidade analítica analisa pormenorizadamente a exploração da mesma;
 A Contabilidade geral é essencialmente financeira, havendo uma preocupação em
registar os recebimentos e os pagamentos;
 A Contabilidade analítica apura os custos dos produtos, das funções e dos centros de
custos;
 A Contabilidade analítica reparte os gastos, os rendimentos e os proveitos registados e
classificados por natureza na Contabilidade geral em gastos e rendimentos por
destino.

Tal como a Contabilidade financeira, a Contabilidade analítica é uma importante técnica de


gestão. Como a Contabilidade financeira nem sempre fornece as informações adequadas e
com a periodicidade desejável, a empresa recorre à Contabilidade analítica. Actualmente, há
uma tendência para falar em Contabilidade de gestão, que compreende também a preparação

10
de relatórios financeiros para as várias entidades, directa ou indirectamente interessados na
actividade da empresa, é uma parte integrante do processo de gestão.

1.5- Sistemas de Informação


“As organizações necessitam de Tecnologias e Sistemas de Informação para desenvolver sem
as suas funções” López (2013, p. 25). Ainda autora afirma que na sociedade da informação na
qual vivemos, é imprescindível que gestores e funcionários usem de forma razoável e
eficiente as tecnologias e sistemas de informação.

A gestão dos sistemas de informação e tecnologia de informação pode ser considerada como
uma importante área funcional para operações das empresas, tornando os SI e Ti componentes
vitais para o sucesso das organizações.

Na actualidade, o mundo vive na era da informação, exigindo das organizações uma gestão
estratégica eficiente, a qual pode ser facilitada pela utilização de recursos inteligentes
oferecidos pela tecnologia de informação e sistemas de informação.

A tecnologia de informação oferece recursos tecnológicos e computacionais para a criação de


informações, e os sistemas de informação estão cada vez mais sofisticados, propondo
mudanças nos processos, estrutura e estratégia de negócios.

Não se admite hoje uma empresa que queira competir com vantagem sem a utilização dessas
ferramentas. Estes factos abrem lacunas para que os novos gestores, com novas visões,
procurem o aperfeiçoamento contínuo para as suas empresas.

O uso intensivo do computador e das TIC´S em todos os processos económicos e


empresariais, juntamente com as características do ambiente actual, deram aos sistemas de
informação e ao seu estudo um papel e uma dimensão nunca antes alcançados.

1.5.1- Sistemas Integrado de Gestão Empresarial (Enterprise Resource Plannnig – ERP)


Os sistemas ERP (enterprise resource planning) podem ser definidos como sistemas de
informação integrados, adquiridos na forma de um pacote de software comercial, com a
finalidade de dar suporte à maioria das operações de uma empresa. São geralmente divididos
em módulos que se comunicam e actualizam numa mesma base de dados central, de modo
que informações alimentadas em um módulo são instantaneamente disponibilizadas para os
demais módulos que delas dependem. Os sistemas ERP permitem ainda a utilização de
ferramentas de planeamento que podem analisar o impacto de decisões de manufactura,
suprimentos, finanças ou recursos humanos em toda a empresa.
11
A Deloitte Consulting (1998) define ERP como “ um pacote de software de negócios que
permite a uma companhia automatizar e integrar a maioria de seus processos de negócio,
compartilhar práticas e dados comuns através de toda a empresa e produzir; permitindo
acessar informações num ambiente em tempo real”. Segundo a (TechEnciclopedya, 1999) o
ERP é “ um sistema de informações integrado que serve a todos os departamentos em uma
empresa. Tendo sido desenvolvido a partir de indústrias de manufactura, o ERP implica o uso
de pacotes de software ao invés de sistemas desenvolvidos internamente ou apenas para um
cliente”. Os módulos do ERP podem ser capazes de interagir com outros sistemas da
organização, com o grau de dificuldade variável, e, dependendo do fornecidor, o ERP pode
ser alterado através de programação. A sigla ERP foi criada por uma empresa americana de
pesquisa, o Gartner Group.

1.5.1.1- Características do Sistema ERP


Os sistemas ERP possuem uma série de características que tomadas em conjunto claramente
os distinguem dos sistemas desenvolvidos internamente nas empresas e de outros tipos de
pacotes comerciais. Essas características, são importantes para a análise dos possíveis
benefícios e dificuldades relacionados com a sua utilização e com os aspectos pertinentes ao
sucesso de sua implementação, são:

 Os sistemas ERP são pacotes comerciais de software;


 Os sistemas ERP são desenvolvidas a partir de modelos-padrão de processos;
 Os sistemas ERP são integrados;
 Os sistemas ERP tem uma grande abragência funcional;
 Os sistemas ERP utilizam uma base de dados corporativa;
 Os sistemas ERP requerem procedimentos de ajuste.

1.6 -As Demonstrações Contabilísticas


Conforme consta no (PGC, 2001) , as demonstrações contabilísticas representam a posição
patrimonial e financeira das empresas através do Balanço Patrimonial (BP), apresentam o
desempenho empresarial através da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e da
Demonstração dos Fluxos de Caixa das entidades.

As Demonstrações Contabilísticas, também conhecidas como Demonstrações Financeiras,


fornecem valiosas informações sobre a situação financeira e patrimonial das empresas, sendo
útil sua interpretação para os mais diversos utilizadores no momento da tomada de decisões.

12
Neste ponto de vista e tendo em conta ainda o (PGC, 2001, p. 5) vale frisar que a
responsabilidade pela preparação e apresentação das DF´s cabe a Gerência e/ou outro orgão
de gestão da entidade. Embora as DF´s dêem informação sobre a forma de condução dos
negócios pela Gerência e sobre a forma como esta geriu os recursos que lhe foram confiados,
esta poderá necessitar de preparar informações adicionais que vão de encontro às suas
próprias necessidades. Tais informações, por terem uma utilidade limitada, não têm que
respeitar as disposições do presente plano. Todavia; “têm portanto, por finalidade, revelar, a
todas as pessoas interessadas, as informações sobre o património e os resultados da empresa, a
fim de possibilitar o conhecimento e a análise da sua situação patrimonial, económica e
financeira”. (Braga, 2009, p. 65).

Ainda este autor afirma que as demonstrações contabilísticas devem ser preparadas e
apresentadas para utilizadores externos de uma maneira geral visando suas finalidades
distintas e necessidades diversas. Se o foco for elaborar demonstrações que forneçam
informações úteis na tomada de decisões e avaliações para utilizadores em geral sem atender
as finalidades e necessidades específicas, uma vez que a maioria as utiliza para tomada de
decisões económico-financeiras, as demonstrações devem ser elaboradas segundo a estrutura
conceitual.

1.6.1- As Demonstrações Obrigatórias


De acordo com o PGC (2001) são consideradas como demonstrações obrigatórias: o balanço,
a demonstração de resultado e a demonstração do fluxo de caixa.

a) Balanço: “é uma demonstração contabilística destinada a evidenciar,


quantitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira de uma
entidade”. (PGC, 2001, p. 6). Segundo Matarazzo (2010) o balanço patrimonial
apresenta todos os bens e direitos da empresa, denominado como Activo, bem como
suas obrigações, dito Passivo, em um determinado período de tempo, em geral, num
exercício económico, verificando ainda a diferença entre os mesmos, apresentada
como Património Líquido ou capital próprio, remetendo a ideia de quanto capital foi
investido na empresa, seja de um recurso externo ou refletindo suas operações de
ganho interno. O BP é a mais importante demonstração contabilística onde se visualiza
o equilíbrio do património, a igualdade patrimonial, devendo ser elaborado com
precisão para obter dados que espelham a realidade da empresa obedecendo sempre os
princípios contabilísticos.

13
O Balanço Patrimonial compreende diversos grupos aonde as contas são agregadas com o
intuito de facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da empresa. Conforme
Braga (2009) as contas do Activo são dispostas em ordem decrescente de realização ou
conversibilidade (grau de liquidez) e as contas do Passivo e Património Líquido em ordem
decrescente de exigibilidade.

b) Demonstração de resultado: “é uma demonstração contabilística destinada a


evidenciar a composição do resultado formado num determinado período de operações
de uma entidade”. (PGC, 2001, p. 7).

Segundo Iudícibus (2010) a Demonstração do Resultado do Exercício é um resumo ordenado


das receitas e despesas, sendo apresentada de forma dedutiva, apresentando os aumentos e as
reduções causadas no Património Líquido através das operações da empresa em um
determinado período de tempo. Assim, a partir das receitas subtraem-se as despesas para que
se possa assim indicar o resultado; isto é, lucro ou prejuízo.

Por se tratar de uma demonstração que retrata apenas o fluxo económico é uma importante
ferramenta de análise para gerar informações para a tomada de decisões, pois segundo
Matarazzo (2003) todas as receitas (proveitos) e despesas (custos) estarão na DRE ordenadas
por sua natureza, o que contribuirá de maneira significativa com informações sobre a
empresa.

Como apresenta os grupos de despesas de maneira evidente, fica fácil identificar em qual
grupo está à maior concentração de despesas e/ou custos. Matarazzo (2010, p.30) frisa que:
“para a Demonstração de Resultado não importa se uma receita ou despesa tem reflexos em
dinheiro, basta apenas que afecte o Património Líquido.”

c) Demonstração do fluxo de caixa: “é uma demonstração contabilística destinada a


evidenciar como foi gerado e utilizado o dinheiro no período em análise”. (PGC, 2001,
p. 8).

A Demonstração do Fluxo de Caixa segundo Matarazzo (2010, p.33): “ mostra as fontes e


aplicações verificadas durante o exercício e que resultam afinal na variação do saldo de
caixa.” Demonstra os números apresentados no BP e na DRE em termos de movimentação
financeira, representados monetariamente e identificando os recursos adicionais que a
empresa utilizou e onde os aplicou.

14
1.6.2- As Demonstrações não Obrigatórias
Para além das demonstrações obrigatórias (exigido por lei), existem também as
demonstrações não obrigatórias (não exigível por lei). Segundo o PGC (2001), contemplam as
seguintes demonstrações não obrigatórias:

 Inventário;
 Diário;
 Demonstração de Resultados por Funções (excepto nas empresas com
actividades industriais);
 Demonstração de Alteração do Capital próprio.

1.7- Métodos dos Rácios


Os rácios ou indicadores económicos e financeiros poderão evidenciar a posição actual da
empresa levando em consideração determinados factores. Neste sentido Padoveze (2010, p.
213) os define:

Os indicadores económico-financeiros são elementos que tradicionalmente representa o


conceito de análise de balanço. São cálculos matemáticos efectuados a partir do balanço
patrimonial e da demonstração de resultado, procurando números que ajudem no processo de
clarificação do entendimento da situação da empresa, em seus aspectos financeiros,
patrimoniais e de rentabilidade.

Desta forma fica evidente que os indicadores são fundamentais na administração de uma
organização, resultando em informações claras aos seus utilizadores através de cálculos
matemáticos.

Segundo Athar (2005), trata-se de um método analítico onde os valores patrimoniais são
comparados, dividindo-se um pelo outro. Nesta análise é estabelecida uma relação entre dois
factores das demonstrações contabilísticas, que indicam quantas vezes um valor contém o
outro, ou a proporcionalidade de um em relação ao outro.

Os índices económico-financeiros são fundamentais para as empresas manterem uma situação


financeira positiva. Os controlos gerenciais juntamente com o papel do gestor financeiro,
fazem com que as empresas mantenham-se competitivas e obtenham, não somente bons
resultados, mas aumentem a sua rentabilidade, demonstrando que todo o esforço e
investimento realizado foram compensados.

A análise de índices é o primeiro passo para uma análise financeira, sendo que eles
demonstram, através da verificação das demonstrações contabilísticas, condições passadas e
antecipação de situações futuras, possibilitando que sejam tomadas medidas antes dos factos
15
ocorrerem. Por meio das análises dos indicadores, se busca não apenas a determinação de um
índice, mas sim, sua interpretação.

As informações trazidas pelos indicadores são de interesse dos accionístas , credores e da


administração da empresa. Os accionístas têm interesse nos possíveis riscos e retornos que
poderão ter. Os credores estão interessados principalmente na liquidez de curto prazo da
empresa e na segurança que terão no recebimento de seus créditos. Já os administradores têm
interesse em toda a sua situação financeira da empresa, analisando seus resultados e possíveis
aspectos a serem corrigidos.

Para prazos curtos, os elementos importantes são a liquidez e a lucratividade, visto que eles
fornecem aquilo que são críticas para as operações de curto prazo da empresa. Os índices de
endividamento são úteis fundamentalmente quando o analista tem certeza de que a empresa
será bem-sucedida no longo prazo.

De acordo com Gitman (2010) a análise de indicadores envolve métodos, calculados e


interpretações de indicadores financeiros para compreender, analisar e monitorar a
performance das entidades. O autor acrescenta, ainda, que indicador é a relação entre um
grupo de contas das demonstrações financeiras que busca informar sobre a situação
económico-financeira da empresa. Dentre os vários grupos encontram-se indicadores de
rentabilidade, de liquidez, de endividamento. Assim em seguida vamos reflectir-se sobre estes
indicadores.

1.7.1- Indicadores de capacidade de pagamento


Ao abordarmos acerca dos índices ou indicadores de capacidade de pagamento; iremos
certamente, tratar acerca dos índices de liquidez. Entretanto, Os índices de liquidez possuem a
finalidade de avaliar a capacidade de pagamento que a empresa tem diante das suas
obrigações com terceiros mostrando a base da situação financeira, ou seja, o objectivo
principal do estudo da liquidez é visualizar o grau de solvência verificando a solidez
financeira da empresa para saldar seus compromissos. Para Braga (2009, p. 162):

A análise da liquidez tem o objetivo de avaliar a capacidade de financiamento da empresa em


relação as suas exigibilidades. A análise interna de liquidez constitui-se num dos mais valiosos
instrumentos de controlo financeiro, especialmente quando realizada em períodos curtos
(semanais, quinzenais, mensais).

Porém conforme Matarazzo (2010, p. 99): “Uma empresa com bons índices de liquidez tem
condições de ter boa capacidade de pagar suas dívidas, mas não estará, obrigatoriamente,
pagando suas dívidas em dia em função de outras variáveis como prazo, renovação de dívidas
16
etc.” Os índices de liquidez não são retirados do fluxo de caixa, são elaborados a partir do
confronto do activo circulante com as dívidas da empresa.

Portanto, para melhor destaques destes indíces, veremos no quadro a seguir:

Quadro 2: Indicadores de capacidade de pagamento

Índice Conceito Fórmula Significado


Liquidez Apresenta a relação mediante as LC=AC/ LC=liquide
Corrente disponibilidades e as contas conversíveis a PC z corrente
(LC) curto prazo em unidade de moeda corrente em AC= Activo
contrapartida das suas dívidas a curto prazo, ou Circulante
seja, quanto a empresa possui no Activo PC=
Circulante para cada unidade monetária do Passivo
Passivo Circulante. Circulante
Liquidez Tem por objectivo apresentar a capacidade de LR=(AC- LR=Liquide
Stocks)/
Reduzida pagamento da empresa no curto prazo, sem PC z Reduzida
(LR) levar em conta os stocks, que são considerados AC=Activo
como elementos menos líquidos do activo Circulante
circulante. Stock=
Merc. Em
armazém
PC=Passivo
Circulante
Liquidez Este índice tem a sua função revelada em seu LI=Disp LI= Liquidez
Imediata Imediata
(LI) nome, pois demonstra a percentagem que a onibilida PC= Passivo
empresa dispõe para saldar as suas dívidas a des/PC Circulante

curto prazo imediatamente ou


instantaneamente.
Liquidez Quanto a empresa possui no activo corrente e LG=(AC LG=
Geral(LG) +AÑC)/ Liquidez
no activo não corrente para cada unidade (PC+PÑC Geral
monetária de dívida total. Para Braga (2009, ) AC= Activo
Corrente
p.164):“Este quociente indica a capacidade AÑC=
Activo não
financeira da empresa para solver todos os Corrente
compromissos para com seus credores de curto PC= Passivo
Corrente

17
e longo prazo (passivo).” PÑC=
Passivo não
Corrente
Endividam É um dos indicadores financeiros mais básicos EG=P. T P.T= Passivo
ento Geral x100/ Total
(EG) utilizados na análise de endividamento da (A.T) A.T= Act
empresa. Ele determina a porporsão do
endividamento da empresa em comparação
com o total do seu activo.
Composiçã Este índice traça um perfil da dívida que a CE= P.C PC= Passivo
o do x100/ Circulante
endividame empresa possui no curto prazo em relação à (P.T) PT= Passivo
nto (CE) dívida total, verificando a necessidade de se Total

gerarem recursos em curto prazo para que se


possam pagar as obrigações dentro do prazo
estabelecido.
Fonte: Elaborado pelo autor

1.7.2- Indicadores de actividades


Segundo definição genérica constante do Dicionário Português Prático Ilustrado (2011, p.
287) indicador é “ um parâmetro, medida ou o valor de simplificação ou ainda sintetização de
fenómenos complexos através da sua quantificação”.

O termo actividade é uma palavra composta por justa posição que em economia e finanças,
representa qualquer processo que ocorre de maneira organizada com o objectivo de gerar
produtos, ou também bens e serviços, que em determinada situação contribui com o progresso
económico de um grupo, sociedade ou nação, podendo ser avaliada em unidade de tempo, que
pode ser, dia, mês e ano, no fim se resumem no tempo.

Importa realçar a similaridade das definições dos termos indíces e indicadores, peso, embora
sejam palavras com escritas diferentes têm o mesmo significado. Neste trabalho, fez-se
recurso ao termo índice que foi utilizado como indicador de actividade que se resume nos
prazos e ciclos.

Segundo SEGET (2010, p. 8) os índices de actividade permitem “analisar aspectos


relacionados com a rotação dos capitais da organização por meio do ciclo financeiro.
Permitem observar a velocidade com que a empresa recebe suas vendas, pagas as suas contas
ou renova seus stocks”.

18
Segundo (Silva, 2001, apud SEGET, 2010 p.8), os principais indicadores financeiros que nos
possibilitam conhecer a evolução da actividade operacional da empresa são “ os prazos de
rotação dos stocks, recebimento das vendas, pagamentos das compras, ciclo operacional, ciclo
financeiro e rotação de activo”. Esses indicadores indicam quantos dias em média a empresa
leva para pagar suas compras, receber suas vendas, renovar seus stocks e recuperar seu activo.

Para Barros (2003, p. 9) uma das principais contribuições dos indicadores de actividade é
“levar ao conhecimento dos interessados a situação operacional da empresa. Mostrando-se
estar com stocks vultuosos demais, se as vendas condizerem com a estrutura de produção, se
os prazos de pagamentos estão equivalentes aos prazos de recebimento. Há uma série de
informações fornecidas por esta análise capazes de optimizar a gestão do empreendimento.
Outra, seria, a comparação com a empresa no mesmo ramo de actividade”.

1.7.2.1- Caracterização de prazos


Basicamente existem 5 índices de prazos médios que podem ser determinados a partir das
demonstrações financeiras, dos quais destacam-se (Figura 1):

Figura 1: Índices de Prazos Médios

Índice de prazo médio Índice de prazo

de Recebimento médio de pagamento

(PMR) (PMP)

Índice médio de
Giro do Activo Total
Estocagem (PME)

Fonte: Elaborado pelo autor

Optou-se pelo indicador do prazo médio, na medida em que esta permite neutralizar os efeitos
de empolamentos das demonstrações financeiras no final de cada período.

19
Quanto a caracterização dos prazos médios seleccionados é possível obter seu significado a
partir da literatura consultada.

Quadro 3: Indicadores de actividades

Índices Conceito Fórmula Significado


Índice de Segundo Barros (2003, p. 6) PMR PMR= Clientes DRm= Dividas a
Prazo Médio “é o período compreendido entre o (DRm)x 365 receber médias (média
de momento em que foram efectuadas (DP)/VL do período).
Recebimento as vendas e o momento do VL=Vendas líquidas
(IMR) pagamento dessas vendas”). ( ou receitas líquidas)
DP= Dias do período
considerado (365 dias)

Índice de Gama (2007, p. 5) define que “ o PMP=FORNm FORNm=


Prazo Médio prazo médio de pagamento das x365 (DP)/C Fornecedores médios
de compras expressa quantos dias, em (média do período)
Pagamento média, a empresa demora para pagar C= Compras
(PMP) seus fornecidores de matéria prima, DP= Dias do período
produtos ou mercadorias. “ considerado
C=CMV+Ef-Ei
Índice de Segundo Barros (2003, p. 6) o PMR PME=STm x STm= stock médio
Prazo Médio “é o período compreendido entre o DP/CMV (stock inicial-stock
de tempo em que permanece final/2)
Estocagem armazenado até o momento da CMV= Custo das
(PME) venda”. mercadorias vendidas
DP= Dias do período
considerado (365 dias)
Giro do Segundo Marion ( 2010), é um VL x100/(AT) VL= Vendas Líquidas
Activo Total indicador muito utilizado e indica AT= Activo total
quanto a empresa vendeu para cada
unidade monetária de investimento
total
Fonte: Elaborado pelo autor

20
1.7.3- Indicadores de Rentabilidade
Ao contrário do que trataram os índices de endividamento e de liquidez que demonstram a
posição financeira da empresa, os índices de rentabilidade ou também conhecidos como de
lucratividade e retorno sobre o investimento determinam a situação económica da empresa
concentrando a atenção na geração de resultados, Savytzky (2007, p. 79) diz: “Pode-se dizer
que o lucro é o alimento da empresa e que, sem ele, ela não sobrevive.”

É possível determinar qual a rentabilidade dos capitais investidos, ou seja, quanto renderam os
investimentos, e assim qual o grau de sucesso económico da empresa. Pode-se definir
conforme Savytzky (2007, p.79):

O índice de rentabilidade refere-se ao lucro gerado pela empresa e é de interesse de seus


sócios, que por ele verificam a remuneração do capital aplicado, e de terceiros, como os
Bancos e Fornecedores, que medem a capacidade de pagamento das dívidas assumidas pela
empresa. A empresa que apresenta baixa rentabilidade compromete a sua capacidade de
pagamento e a tendência é do seu definhamento.

De uma maneira geral esses índices relatam a eficiência e rentabilidade da empresa, diante do
seu potencial de vendas, sua habilidade de gerar resultados e evolução das despesas.

Segundo Marion (2002) para comparar-se o lucro com o Activo, ou o lucro com o PL temos
que considerar que é importante que o numerador seja coerente com o denominador, ou seja,
se utilizar-se o Lucro Líquido no numerador o Activo Total será o denominador. Se utilizar-se
o Lucro Operacional no numerador o Activo Operacional será o denominador, e assim
sucessivamente. Em seguida, iremos ilustrar a tabela dos indicadores de rentabilidade:

21
Quadro 4: Indicadores de Rentabilidade

Índice Conceito Fórmula Significado


Margem Apresenta quanto à empresa obtém de MOV=LB- MOV= Margem
Operacio retorno das vendas, retirando os custos CVM Bruta sobre as
nal sobre das mercadorias vendidas e dos serviços Vendas
as prestados. a MOV representa quanto LB= Lucro Bruto
Vendas sobra após considerar estes custos. CMV= Custo da
(MOV) Quanto maior for o MOV, maior é a Mercadoria
rentabilidade das vendas. Vendida
Margem Também conhecida como Retorno sobre MLV= L.L M.L.V= Margem
Líquida as Vendas, é uma comparação entre o x100/(V.L) Líquida sobre as
sobre as Lucro Líquido em relação as Vendas Vendas
Vendas Líquidas, fornecendo o percentual de L.L= Lucro
(M.L.V) lucro que a empresa está obtendo em Líquido
relação ao seu facturamento. V.L= Vendas
Líquidas
Rentabili Pode-se verificar através do R.A quanto a R.A = L.L R.A=
dade do empresa obtém de lucro para cada x100/ (A.T) Rentabilidade do
Activo unidade monetária de investimento na Activo
Total empresa, ou seja, demonstra quanto a L.L= Lucro
(R.A) empresa obteve de Lucro Líquido em Líquido
relação ao Activo. A.T= Activo Total
Rentabili Também conhecida como Retorno sobre R.P.L= L.L R.P.L=
dade do o Património ou Retorno do Capital x100/(P.L) Rentabilidade do
Patrimón Próprio demonstra qual a taxa de Património
io rendimento dos recursos próprios, ou Líquido
Líquido seja, qual o retorno que os sócios estão L.L= Lucro
obtendo em relação aos investimentos Líquido
feitos na empresa. P.L=Património
Líquido
Fonte: elaborado pelo autor

22
1.8 - Processo decisório
O planeamento só fica completo quando for tomada as decisões necessárias à sua
implementação. De acordo com Teixeira ( 2013, p. 99) “o processo de tomada de decisões
consiste precisamente em gerar e avaliar alternativas, cuja escolha conduza a um curso de
acção”. No entanto, a tomada de decisão é uma constante no dia-a-dia dos gestores, os quais
são avaliados fundamentalmente pelos resultados dessas mesmas decisões.

Ainda de acordo com o autor, o processo de tomada de decisões de forma racional envolve
quatro etapas: identificação do problema, desenvolvimento de alternativas de solução,
avaliação das alternativas selecionando a melhor, e implementação da alternativa escolhida.
Ver figura 2:

Figura 2: 4 etapas do processo de tomada de decisão

Identificação Desenvolvim
ento de Escola da Implementação
do problema
alternativa melhor da melhor
alternativa alternativa

Feedback

Fonte: (Teixeira, 2013, p. 99) “Gestão das organizações”

Conforme Peleias (2002), ao realizar a gestão eficaz de seus resultados de forma contínua, a
empresa assegura sua sobrevivência como sistema económico, além de garantir sua
continuidade e crescimento. Assim, a sobrevivência de uma empresa depende da capacidade
da organização adaptar-se ao meio ambiente em que actua, ao importar energia e transformá-
la em produtos e serviços que proporcionem meios para novas entradas. As necessidades para
que um modelo de gestão seja eficaz se renovam conforme o ambiente em que a empresa está
inserida. Schier (2005, p. 9) cita o desenvolvimento que criou a necessidade dessa adaptação
das empresas:

A necessidade de organização e utilização de modelos de gestão por parte das empresas é decorrente de
alguns fenómenos ocorridos de forma muito dinâmica, aonde como principais podemos elencar: o
advento da globalização, abertura de mercado interno para produtos importados, avanços tecnológicos,
diminuição da margem de lucro e fim da ciranda financeira. Todos esses fenómenos em conjunto com
uma administração de negócios, às vezes familiar e não tão profissional quanto deveria ser, evidenciam
23
a necessidade de adaptação das médias e pequenas empresas a nova realidade mercadológica, sob pena
de que, se não forem tomadas medidas corretivas e preventivas por parte destas, haverá fatalmente
perda de competitividade e tendências de desaparecimento do mercado para quem não adequar as tais
exigências.

Visando atingir esses objetivos segundo Schmidt (2002) devem reconhecer que a
Contabilidade é um instrumento gerencial importante diante da gestão eficaz de uma empresa.
O processo de gestão visa garantir que as decisões dos gestores contribuam para aperfeiçoar o
desempenho da organização. Aqui são contempladas as etapas de planeamento estratégico e
operacional, execução e controlo, desenvolvidos de acordo com o modelo de gestão da
empresa. Actualmente as necessidades em relação a gestão empresarial, já não se limitam
somente em estar presente dentro da empresa resolvendo pequenos problemas que surgem ao
longo do cotidiano empresarial. O melhor modelo de gestão empresarial exige que o seu
gestor esteja conectado com cada acontecimento da empresa, tendo uma visão generalizada da
mesma, aonde as decisões tomadas conduzam a empresa aos resultados efectivamente
planeados, assegurando assim a continuidade da organização. Para Sá (1981, p.18): “as
responsabilidades são muito grandes, exigindo bases concretas para que se tomem directrizes
seguras, a análise de balanços, demonstrações e peças contabilísticas são decisivas para
efeitos gerenciais e amplo é o seu uso.” Para se ter um bom processo de gestão aonde se possa
proporcionar à empresa a eficácia organizacional é necessário que se tenha informações
oportunas, correctas e confiáveis, com periodicidade necessária ao auxílio da tomada de
decisão por parte dos gestores da empresa. A partir dos resultados da análise das
demonstrações contabilísticas de uma empresa, pode-se diante dos dados colectados e dos
índices calculados, interpretálos e revertê-los em prol de melhorias da empresa. Aonde Silva
(2008, p. 225) diz que “os índices financeiros são relações entre contas ou grupos de contas
das demonstrações contabilísticas, que têm por objectivo fornecer-nos informações que não
são fáceis de serem visualizadas de forma directa nas demonstrações contabilísticas”.

Porém, para que se possam converter esses dados em informações é necessário interpretá-los
de maneira correcta transformando números em demonstrativos fáceis de ser interpretados
pelos utilizadores. Conforme Franco (1992, p.94): “analisar, portanto, não é suficiente, sem
que a análise seja completada com a precisa interpretação dos elementos analisados. Essa
interpretação decorre da comparação entre os componentes de que fazem parte.”

Portanto para que os números se tornem informações, é necessário que se comece a avaliar os
índices provenientes da análise das demonstrações contabilísticas, destacando os principais e
o que cada um remeterá de fonte válida dentro da organização.
24
Conforme define Ludícibus (2010, p. 93):

Como todos os quocientes ou grupos de quocientes, perdem em significação se não


forem analisados em conjunto com outros grupos. No caso específico, os quocientes de
rentabilidade e de actividade têm, ao longo dos anos, um efeito muito grande sobre os
de liquidez. Já no que se refere à posição de endividamento, muitas vezes ela é o foco
inicial de uma boa ou má situação de rentabilidade futura. Na verdade, liquidez e
rentabilidade integram uma sobre a outra, levando a uma determinada configuração
empresarial.

Para Silva (2008) um administrador precisa avaliar os resultados da sua gestão, portanto a
análise financeira é uma ferramenta que possibilita uma visão abrangente e detalhada dos
resultados alcançados, proporcionando internamente o controlo dos resultados e se caso
necessário modificar tendências na vida da empresa, caso esses administradores sejam os
proprietários da empresa eles podem efectuar uma autoavaliação.

A gestão e o controlo estratégico da empresa podem combinar os indicadores financeiros com

outros indicadores. A análise com base nas demonstrações contabilísticas avalia o passado.

Internamente, a empresa precisa também (e principalmente) estar voltada para o futuro.

(SILVA, 2008, p. 27).

Assim, os dados contabilísticos são transformados em valiosas informações, apontando aos


gestores os pontos fortes e fracos da organização. E com base nesses dados, o administrador
tem mais segurança no momento da tomada de decisões, considerando que elas sempre
provocam mudanças, sejam elas positivas ou negativas.

25
CAPÍTULO 2: ENQUADRAMENTO TÉCNICO - METODOLOGIA E
ANÁLISE DOS RESULTADOS
Neste capitulo, faz-se um enquadramento metodologico associado a analise reflexiva dos
resultados obtidos mediante o instrumento de investigação, por formas a apresentar em termos
praticos a utilidadde das demostrações contabilistabilisticas no sistema organizacional e
funcional de empresas.

2.1 - Tipo de Investigação: Em função do estudo e da sua finalidade a uma investigação é do


tipo de pesquisa - acção; do ponto de vista gneológico é Exploratória e do ponto de vista do
controlo das variáveis, e para responder o referido problema, tratou-se de uma investigação do
tipo Descritiva-explicativa. Segundo Gil (2010), a pesquisa descritiva vela pela descrição das
características de determinada população ou fenómeno, e pode ser elaborada visando a
identificar possível relação entre variáveis. Afirma Andrade (2010) que a característica desse
tipo de pesquisa é que os factos são observados, registados, analisados e interpretados sem
que o pesquisador interfira neles.

2.2 - METODOLOGIA E MÉTODOS

Considerando o objecto de estudo, hipótese e objectivos definidos, recorreu-se na


investigação de tipo - qualitativo e quantitativo – Bibliográfico, Descritivo e Documental
reflectido em dois níveis:

(1) A nível teórico – que corporiza:


 Analise – Síntese, na caracterização do objecto de estudo;
 Síntese – Estrutural – Funcional, na elaboração do procedimento
metodológico;
 Histórico – Lógico ou Fenomenológico – Hermenêutico, na determinação
dos fundamentos voltadas a análise e demostrações contabilísticas pelos
funcionários da Empresa
(2) A nível empírico corporiza:
 Análise documental, no estudo dos normativos, regulamentos, Estratégias,
modelos de organização e gestão de empresas dos diferentes sistemas
económicos e Mercados. Segundo (Lakatos & Marconi 2003, p. 174) a análise
documental “é a fonte de colecta de dados restrita a documentos, escritos ou
não, constituindo o que se denomina de fontes primárias”;
26
 Técnicas de Inquéritos por questionários, Segundo Lakatos e Marconi
(2003) justificam a sua utilização, sendo o questionário um instrumento de
recolha de dados que é constituído por uma série ordenada de perguntas, que
devem ser respondidas por escrito e sem a presença do pesquisador. para
obtenção de informações e opiniões dos intervenientes ao processo de análise e
demostrações contabilísticas da empresa (Gestor da Empresa, funcionários e
outros intervenientes no processo Organizativo do Colegio MELV no
Município de Moçâmedes) com fim de diagnosticar o objectivo do trabalho
investigativo.
 Estudo de caso: Segundo Ponte (2006), o estudo de caso é uma investigação
que se assume como particularista, isto é, que se debruça deliberadamente
sobre uma situação específica que se supõe ser única, pelo menos em certos
aspectos, procurando analisar afincadamente as suas características e, desse
modo, contribuir para a compreensão global de um certo fenómeno de
interesse. Este tipo de estudo visa preservar o carácter único, específico,
diferente e complexo do caso, sendo que o investigador recorre
obrigatoriamente a fontes múltiplas de dados e, muitas vezes a métodos de
recolha também diversificados, conforme (Coutinho, 2002).

2.3 - Caracterização Geral da Empresa (Colégio MELV, Lda)


A empresa Colégio Melv, Lda é uma sociedade por quota privada, que tem a sua sede no
Município de Moçâmedes-Namibe, tendo como objecto social o exercício de Formação e
Prestação de Serviço, começou a funcionar no dia 02 de Fevereiro de 2015 com o NIF:
5161161361.

A empresa está localizada na rua Eurico Gonçalves, nas imediações do Hospital Sanatório de
Moçâmedes-Namibe; a empresa conta com 50 trabalhadores qualificados para as diversas
funções inerentes as suas actividades; sendo 1 Director geral, 1 Sub-director Pedagógico e 1
Administrativo, 2 Secretários (sendo 1 pertencente a área administrativa e outro de suporte
pedagógico), 2 na secção de Finanças, R.H e Tesouraria, 2 na secção pedagógica, 36
Professores, 2 Auxiliares de limpezas e 3 Seguranças. Conforme a figura 3:

27
Figura 3: Organigrama da empresa

Organigrama da empresa

Director Geral

Sub-Director Secretaria Geral Sub-Director

pedagógico administrativo

Secção de Finanças, Secção Pedagógica


R.H e Tesouraria

Professores
Auxiliares de limpeza e
Seguranças

Fonte: Adaptada pelo autor

2.4- Análise dos dados


A análise e interpretação dos dados desenvolveu-se a partir das evidências observadas de
acordo com a metodologia, com relações realizadas por meio do referencial teórico, sem
deixar de observar o posicionamento do pesquisador. A etapa de análise de dados da pesquisa
antecede a fase final de apresentação das considerações finais. Após a etapa de colecta de
dados, o pesquisador dispõe de todas as informações necessárias à conclusão de seu trabalho.
Significa que, nessa etapa, as hipóteses já terão sido verificadas e a resposta ao problema de
pesquisa foi obtida.

2.5- População e Amostra


O trabalho teve como população 50 trabalhadores, sendo a sua amostra para o objecto de
tratamento de dados estatístico 15 trabalhadores.

28
De acordo com (Roberto, Carlos, & Maria, 2006), a amostra é um subconjunto de elementos
que pertencem a um conjunto definido pelas mesmas características que se chama população.

A amostragem pode ser aleatória (método probabilístico) ou não aleatória (método não
probabilístico). A amostragem aleatória caracteriza-se por qualquer elemento da população ter
igual probabilidade de ser selecionado para a amostra. Na amostragem não aleatória os
indivíduos a selecionar têm diferentes probabilísticos de vir a ser incluídos na amostra.

2.5.1- Apresentação e Análise dos Resultados


A apresentação e análise de resultados são seguidos da lógica da cadeia de relações de causa e
efeito, para analisar o contributo das demonstrações contabilísticas no processo decisório das
empresas. Os resultados foram por intermédio de gráficos e tabelas.

Em seguida, vamos apresentar e analisar os resultados das pessoas inqueridas.

Figura 4: Sexo e/ou Género

20%

Masculino
Feminino

80% Fonte: Elaborado pelo autor

No que diz respeito ao género, a


amostra é constituída por 12
elementos do género masculino e 3 do género feminino, o que conclui, 80% do género
masculino e o género feminino com 20%. Podemos afirmar que, na empresa colégio Melv,
Lda-Namibe tem mais funcionários do género masculino em relação ao género feminino.

29
Figura 5: Pessoal da Empresa

33% Colaborador
Efectivo
67%

Fonte: Elaborado pelo autor

No que concerne ao pessoal da empresa, podemos afirmar que 67% do pessoal inquerido
possui a categoria de colaborador, e 33% do pessoal inquerido possui a categoria de efectivo.

Figura 6: Grau Académico

20%
Técnico base
40%
Técnico Médio
27% Técnico Superior e/ou
Bacharel
13% Licenciado

Fonte: Elaborado pelo autor

Ainda dentro da caracterização dos Funcionários inqueridos, 20% dos inqueridos têm o ensino
base feito, 27% dos inqueridos têm o ensino médio feito, 13% dos mesmos têm o grau de
técnico superior e/ou bacharel, e por fim 40% dos inqueridos possuem o grau de licenciatura
feito.

30
Figura 7: Idade e/ou Estrutura Etária

6% 12%

24%
18 à 25
25 à30
30 à 35
35 à 40
12% 47%
Mais de 40

Fonte: Elaborado pelo autor

Quanto a idade, dos 18-25 anos de idade representam 12% dos funcionários, dos 25-30 anos
de idade representam 47% dos funcionários, dos 30-35 anos de idade representam 12% dos
funcionários, dos 35-40 anos de idade representam 23% dos funcionários e acima dos 40 anos
de idade representam 6% dos funcionários.

Figura 8: Tem algum conhecimento de contabilidade

40% Sim
Não
60%

Fonte: Elaborado pelo autor

A figura 8 ilustra-nos que 40% dos funcionários inqueridos responderam que sim. Ao passo
que 60% dos funcionários inqueridos responderam que não.
31
Figura 9: Qual o departamento e/ou secção onde está colocado

7
13% %
7
% Tesouraria
Adm e Finanças
60% Fiscalidade
Auditoria
13 Outros
%

Fonte: Elaborado pelo autor

Quanto ao departamento
e/ou secção onde está
colocado, verifica-se na figura 9 que 13% dos funcionários inqueridos responderam para
Tesouraria, 7% dos funcionários inqueridos responderam para área da Administração e
Finanças, 7% dos funcionários inqueridos vão para Fiscalidade, 13% dos funcionários
inqueridos vão para Auditoria, e por fim 60% do funcionários inqueridos pertencem a outras
áreas.

Figura 10: Conhece ou já ouviu falar das demonstrações contabilísticas

27%

Sim
Não
73%

Fonte: Elaborado pelo autor

A figura 10 mostra-nos que, 27% dos funcionários inqueridos responderam que sim, ao passo
que 73% dos funcionários inqueridos responderam que não a questão exposta.

32
Figura 11: Quais as demonstrações que conhece

27%

BP, DRE e DFC


53% Notas às Contas
13% Outros
Nenhuma
7%

Fonte: Elaborado pelo autor

Diante a figura 11, pode-se afirmar que 27% dos funcionários inqueridos reponderam ser
(BP, DRE e DFC). 13% dos funcionários inqueridos responderam Notas à Contas. 7% dos
funcionários inqueridos responder ser outros demonstrativos. E por fim 53% dos inqueridos
responderam nenhuma.

Figura 12: As Demonstrações Contabilísticas têm sido úteis para a tomada decisão

7%
20%

Sim
Não
Abstinência
73%

Fonte: Elaborado pelo autor

33
Diante a figura exposta, pode-se aferir que, 20% dos funcionários inqueridos responderam
que sim a questão feita. 73% dos funcionários inqueridos responderam que não. E por final,
7% dos inqueridos optaram pela abstinência a resposta.

Figura 13: As informações geradas por este instrumento contabilístico têm sido

1
3
%

Muito bom
53% Bom
33% Razoável
Mal

Fonte: Elaborado pelo autor

Dianta da exposta e questão efectuada, podemos afirmar que, 54% dos funcionários
inqueridos responderam ser muito bom, 33% dos funcionários inqueridos responderam ser
bom, 13% dos funcionários inqueridos responderam ser razoável, e por final 0% dos
funcionários inqueridos respondem mal.

Figura 14: Consideras que as análises feitas pelos contabilístas e/ou gestores da empresa têm
surtido efeito naquilo que é a boa gestão do negócio

20%

13% Sim
Não
67% Abstinência

Fonte: Elaborado pelo autor

34
A figura 14 mostra-nos que, 67% dos funcionários inqueridos responderam que sim a questão
feita, 13% dos inqueridos dizem que não, e por final 20% dos funcionários inqueridos abstêm-
se a questão efectuada.

2.5.1.1- Padronização funcional das demonstrações contabilísticas. Estudo de caso


“colégio melv” Namibe/Moçâmedes.
Em seguida, iremos ilustrar as demonstrações contabilísticas obrigatórias por lei,
nomeadamente: o balanço do Colégio Melv, Lda e a Demonstração de Resultado dos
Exercicios (Exercícios 2019-2020). Ver as tabelas a seguir:

Tabela 1: Balanço Patrimonial 2020-2019, Colégio Melv, Lda-Namibe-Moçâmedes


(Valores expressos em kz)

Exercicios
Designação 31.12.2020 31.12.2019
ACTIVO
Activo não corrente
Imobilização Corpóreas 1 933 699,00 1 618 510,00
Amortizações Acumuladas - 390 918,28 - 322 978,00
Total do Activo não Corrente 1 542 780,72 1 295 532,00
Activo corrente
Existências - 707 003,00
Contas a Receber 93 151,00 3 931 057,00
Disponibilidades - 44 436 661,00
Total do Activo Corrente 93 151,00 49 074 721,00
Total do Activo 1 635 931,72 50 370 253,00
Capital Próprio e Passivo
Capital Próprio
Capital Social - 100 000,00
Resultados Transitados 5 321 445,64 25 253 820,00
Resultado Líquido do Exercício - 3 751 962,72 12 713 546,30
Total do Capital Próprio 1 569 482,92 38 067 366,30
Fonte: Elaborado pelo autor através dos dados fornecidos pela empresa

35
Tabela 2: Demonstração de Resultado do Exercícios 2020-2019, Colégio Melv, Lda-Namibe-
Moçâmedes
(Valores expressos em kz)

Exercícios
Designação 31.12.2020 31.12.2019
Vendas - 325 000,00
Prestação de Serviço 464 000,00 38 047 200,00
Soma 464 000,00 38 372 200,00
Custos das Existências Vendidas - 224 997,00
Custo com Pessoal 1 102 054,10 13 874 287,00
Amortizações 390 918,28 322 978,00
Outros Custos Operacionais 2 722 990,34 5 708 594,00
Soma 4 215 962,72 20 130 856,00
Resultados Operacionais - 3 751 962,72 18 241 344,00
Resultados Financeiros - - 79 135,00
Resultados Antes do Imposto (RAI) - 3 751 962,72 18 162 209,00
Imposto sobre o Rendimento Lei
nº19/14 de 22 de Outubro - 5 448 662,70
Resultados Líquidos das Actividades
Correntes - 3 751 962,72 12 713 546,30
Resultados Extraordinários - -
Imposto sobre o Rendimento Lei
nº19/14 de 22 de Outubro - -
Resultados Líquidos do Período - 3 751 962,72 12 713 546,30
Fonte: Elaborado pelo autor através dos dados fornecidos pela empresa

2.6 - Reflexões a luz dos dados analisados


Tendo em conta o Decreto Presidencial nº 30/11 de 13 de Setembro (lei das micro, pequenas e
médias empresas) coadjuvado com o decreto Decreto nº 82/2001, de 16 de Novembro ( lei
que aprova o Plano Geral de Contabilidade), que fazem mensão aos conceitos de empresa, sua
actividade, capacidade instalada e responsabilidade jurídica, bem como a contabilidade, a
política contabilística a adoptar na preparação e a apresentação das demonstrações
contabilística e os seus objectivos.

A empresa seleccionada para o presente estudo investigativo pouco se tem importado no


cumprimento da divulgação desses demonstrações contabilísticas aos seus utentes, algo que é
indispensável para uma empresa da dimensão do colégio Melv, Lda. Daí que achamos

36
relevante levantar o pressuposto pelo facto dela representar uma posição de grande capital no
mercado empresarial, pelas seguintes razões:

 Apresentam a situação actual da empresa;


 Mostra a capacidade financeira de quitar e/ou contrair dívidas e financeamentos, sem
crescimento ou endividamento e a tendência para investimentos;
 Auxilam os gestores na tomada de decisões que afectarão a situação financeira da
organização;
 Proporcionam informações acerca da posição financeira, do desempenho e das
alterações na posição financeira de uma entidade, que seja útil a um vasto leque de
utentes na tomada de decisões económicas.

37
Conclusões
O presente trabalho teve como propósito a utilidade das demonstrações contabilísticas pelos
trabalhadores para tomada de decisões, particularmente na empresa Colégio Melv, Lda. Em
que o seu principal objectivo consiste em avaliar o nível de conhecimento e interpretação dos
fundamentos referentes às demonstrações contabilísticas por parte dos funcionários, por
formas a elucidá-los sobre a sua utilidade no processo de tomada de decisão. Durante o
desenvolvimento desse trabalho foram expostas duas partes da pesquisa (teórica e prática).
Para tal foram efectuadas pesquisas em vários livros e documentos que dizem respeito ao
assunto tratado e a realização do questionários no Colégio Melv, Lda. Com o enquadramento
da teoria e prática podemos constatar-se que muitos dos funcionários inqueridos não têm o
conhecimento sobre a contabilidade, nem muito menos das demonstrações contabilísticas,
razão pela qual a maior parte das respostas dos inqueridos ser não. E por outra em resposta
das duas últimas questões, verificamos que há um feedback positivo nas respostas; algo que
mostra de certa forma a utilidade destes fortes instrumentos contabilísticos.

Em relação aos demonstrativos expelhados no trabalho, nomeadamente o Balanço Patrimonial


e a Demonstração de resultado (fazendo menção aos exercícios de 2019-2020), podemos
aferir que houve uma queda significativa no capital prório e no resultado líquido do exercício
(isto é, de 2019-2020). Mostrando um património líquido muito baixo do perído mais recente
(2020) em relação ao período anterior (2019); e também uma variação negativa do resultado
líquido do exercício do período mais recente (2020) em relação ao período anterior (2019).

Ao finalizar a investigação conclui-se que:

Desta forma, cumpriu-se com os objectivos e a hipótese, visto que com base no estudo feito
conseguiu-se identifcar a utilidade das informações geradas pelas demonstrações
contabilísticas para tomada de decisão do Colégio Melv, Lda.

Acredita-se que com esta pesquisa deixamos os nossos humildes contributos, principalmente
para os gestores e os demais profissionais das áreas afins.

38
Sugestões
Baseando-se nos resultados obtidos sugere-se ao Colégio Melv o seguinte:

Sugerir aos agentes responsáveis e fucionários do Colégio a elaboração de um plano


de acção encaminhado a dar solução às deficiências detectadas;
Implementar palestras e workshopps relacionados com o tema, a fim de terem noções
de contabilidade e saberem a importância e a utilidade das demostrações
contabilística para o sucesso da empresa;
Incentivar a adopção de políticas e estratégias de gestão mais eficente e eficaz, capaz
de responder as debilidades encontradas;
Divulgar as demonstrações contabilísticas diante dos seus utilizadores, de modo a
proporcionar a eles informações para que possam avaliar a situação e a solidez da
empresa.

39
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APÊNDICE
Inquérito-Questionário

As informações constantes neste inquérito, destina-se meramente a um trabalho científico, de


forma abrir uma investigação, para defesa de tese de monografia na obtenção do grau de
licenciatura, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanidade. O objectivo deste inquérito é de
avaliar o nível de conhecimento e interpretação dos fundamentos referentes às demonstrações
contabilísticas por parte dos funcionários, por formas a elucidá-los sobre a sua utilidade no
processo de tomada de decisão.

A sua colaboração é preciosa para a realização deste trabalho. Pedimos-lhe que a responda
com sinceridade todas as questões, tendo em atenção que as suas respostas serão
confidenciais.

Sexo: M______ F______

Pessoal da empresa: Colaborador______ Efectivo_______

Grau académico: Técnico Base____ Ténico Médio____ Técnico Superior e/ou Bacharel____
Licenciado____

Idade: De 18 à 25___ De 25 à 30___ De 30 à 35 De 35 à 40___ Mais de 40

Assinale com X as alternativas que achares correctas

1. Tem algum conhecimento de contabilidade:


 Sim____
 Não____
a. Qual o departamento e/ou secção onde está colocado:
 Tesouraria____
 Adm e Finanças____
 Fiscalidade____
 Auditoria____
 Outros____
2. Conhece ou já ouviu falar das demonstrações contabilísticas:
 Sim_____
 Não_____

a. Quais as demonstrações que conhece:


 Balanço, Demonstração de Resultado e Demonstrações de Fluxo de
Caixa_______
 Balancete, notas às contas_____
 Outros_____
 Nenhuma_____
b. As Demonstrações Contablísticas têm sido úteis para a tomada decisão:
 Sim____
 Não____
 Abstinência_____

3. As informações geradas por este instrumento contabilístico têm sido :


 Muito bom_____
 Bom
 Razoável
 Mal

4. Consideras que as análises feitas pelos contabilístas e/ou gestores da empresa têm
surtido efeito naquilo que é a boa gestão do negócio:
 Sim_____
 Não_____
 Abstinência_____

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