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Maputo
Maio de 2021
Eldina Estêvão Tivane (N º 11-989)
MAPUTO
MAIO DE 2021
i
Declaro por minha honra que o presente trabalho nunca foi apresentado na sua essência para
obtenção de qualquer grau académico e que constitui resultado da minha investigação pessoal
e independente, tendo respeitado as normas e regras académicas e indicadas no trabalho a
bibliografia utilizada.
______________________________________________
ii
DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia a minha familia em geral e em particular as minhas três filhas (Eunice,
Wilca e Wilva) pela fé, paciência e confiança demostrada.
Enfim a todos que de alguma forma tornaram este caminho mais fácil de ser percorrido.
iii
AGRADECIMENTOS
Agradeço a minha familia em geral por ter me apoiado nas horas difíceis a não desistir de
buscar meus sonhos.
Agradeço meu esposo Jorge Baptista Minez Donquene e minhas três meninas, que nos
momentos da minha ausência dedicada aos estudos, sempre fizeram entender que o futuro
efeito a partir da constante dedicação.
Obrigada meu orientador dr. Orlando Penicela, pelo incentivo e auxílio às actividades.
RESUMO
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE GRÁFICOS
LISTA DE SIGLAS
AD - Avaliação de Desempenho
AP - Administração Pública
Conteúdo
DECLARAÇÃO DE COMPROMISSO DE HONRA.........................................................i
DEDICATÓRIA..................................................................................................................ii
AGRADECIMENTOS.......................................................................................................iii
RESUMO............................................................................................................................iv
LISTA DE FIGURAS..........................................................................................................v
LISTA DE GRÁFICOS.......................................................................................................v
LISTA DE SIGLAS............................................................................................................vi
CAPITULO I........................................................................................................................1
INTRODUÇÃO...................................................................................................................1
1.1. Objectivo Geral.........................................................................................................2
1.2. Objectivos Específicos..............................................................................................2
1.3. Delimitação do objecto de estudo.............................................................................3
1.4. Problematização........................................................................................................3
1.5. Justificativa................................................................................................................4
CAPITULO II......................................................................................................................5
REVISÃO DA LITERATURA............................................................................................5
2.1. Avaliação de desempenho: Conceito e Importância.....................................................5
2.2. Processo de Avaliação de Desempenho........................................................................7
2.3. Responsabilidade pela avaliação do desempenho.........................................................8
2.4. Métodos de avaliação de desempenho........................................................................10
2.5. Problemas de avaliação de desempenho.....................................................................11
2.6. A gestão de desempenho.............................................................................................12
CAPITULO III...................................................................................................................14
MODELO DE ANÁLISE..................................................................................................14
3.1. Conceptualização........................................................................................................14
3.2. Esquema de modelo de análise...................................................................................14
3.3. Hipóteses.....................................................................................................................15
CAPITULO IV...................................................................................................................16
METODOLOGIA..............................................................................................................16
viii
INTRODUÇÃO
O sucesso das organizações está atrelado ao desempenho dos seus colaboradores, principal
recurso de qualquer organização. Medir o desempenho dos mesmos se mostra crucial para
conseguir acompanhar os resultados da sua acção e determinar medidas correctivas, daí
constituir uma das preocupações dos gestores das organizações.
Mais do que medir o desempenho é crucial a utilização dos resultados do processo para
motivar colaboradores, treiná-los, reorientá-los, e alcançar melhor produtividade individual e
colectiva.
De acordo com DALMAU e GIRARDI (2015), do ponto de vista dos empregados, destaca-se
que o desejo e o interesse pela avaliação de desempenho reflectem as mesmas expectativas das
gerências, isto é, gostariam que a empresa utilizasse critérios mais objectivos e transparentes
relacionados ao reconhecimento de seus esforços e de sua actuação no trabalho,
principalmente no que se refere ao seu futuro e à sua carreira dentro da organização.
Isto revela que o papel do gestor na avaliação do desempenho não deve estar desassociado as
expectativas dos colaboradores em relação a avaliação do desempenho levado a cabo na
organização.
O gestor de recursos humanos em particular, dentro das suas atribuições cabem tarefas de
natureza administrativa de uma organização relativas a gestão de pessoas, cujas estratégias
vale a pena abordar.
O presente trabalho constitui um estudo de caso realizado no Serviço dos Assuntos Sociais de
Maputo – Cidade, no período 2015 – 2018, abordando o Papel do Gestor de Recursos
Humanos na Avaliação de Desempenho dos Funcionários Públicos. Espera-se, com apoio a
literatura, discutir a intervenção dos recursos humanos nos diversos estágios de gestão de
pessoas, desde a provisão dos recursos humanos.
1
De acordo com ÁVILA & STECCA (2015), a função da área de recursos humanos como
agente de mudança é catalisar os esforços de transformação organizacional para que ela se
torne mais competitiva. Este elemento é motivador para aprofundar o estudo da intervenção do
gestor de recursos humanos, e neste caso focalizando-se na avaliação do desempenho.
Em termos de estrutura, o trabalho irá incluir seis capítulos. O primeiro capítulo dedica-se a
apresentar aspectos introdutórios destacando o objecto da pesquisa, os objectivos, a
justificativa, o problema e a pergunta de partida. O segundo capítulo dedica-se a abordar
principais conceitos e teorias que sustentam a análise. O terceiro capítulo explica como será
feita a análise apresentando o respectivo modelo. O quarto capítulo foi reservado a questões
metodologias. O quinto capítulo faz a apresentação e a discussão dos resultados obtidos. O
sexto e último capítulo dedica-se a conclusão e as recomendações.
2
1.3. Delimitação do objecto de estudo
Em termos espaciais o trabalho foi realizado no Serviço dos Assuntos Sociais de Maputo –
Cidade, local escolhido por acessibilidade e por reunir as condições para verificar os
objectivos do presente trabalho.
Sob ponto de vista de tempo, o trabalho aborda elementos referentes ao período 2015-2018,
altura que a autora teve acesso a elementos que inspiraram a realização do presente trabalho,
mormente no que toca a dificuldades de avaliação do desempenho.
1.4. Problematização
A pesquisa exploratória revelou parte destes elementos no Serviço dos Assuntos Sociais da
Cidade de Maputo, no período estudado, que nortearam a realização deste estudo.
3
▪ Qual tem sido o papel do gestor de recursos humanos na avaliação do desempenho dos
funcionários no Serviço dos Assuntos Sociais de Maputo – Cidade?
1.5. Justificativa
Acções de desenvolver e publicar estudos que apontam para os pontos positivos e negativos da
avaliação do desempenho, assim como a divulgação do papel do gestor de recursos humanos,
são relevantes, pois contribuem para a consciencialização das pessoas envolvidas num sistema
de avaliação de desempenho.
Este trabalho também pretende ser um contributo aos esforços para enriquecer a discussão
sobre a avaliação do desempenho e sobre os principais intervenientes no processo,
principalmente atendendo os desafios enfrentados na implementação do SIGEDAP,
constatados na pesquisa exploratória.
4
CAPITULO II
REVISÃO DA LITERATURA
5
▪ permite comunicar aos funcionários como eles estão indo no seu trabalho, sugerindo
quais as necessidades de mudanças no comportamento, nas atitudes, habilidades ou
conhecimentos;
▪ permite que os subordinados conheçam aquilo que o chefe pensa a seu respeito.
Da apreciação dos conceitos acima, pode-se concluir que não existe discordância entre os
autores e que a avaliação do desempenho constitui a comparação de resultados pretendidos
com os resultados alcançados.
VROOM (1997) aponta três necessidades que estão alinhadas ao acima apontado por
CHIAVENATO (2010):
6
2.2. Processo de Avaliação de Desempenho
7
5.º. Acções pós-avaliação, necessárias para fechar o ciclo.
Para mostrar esta interligação, BERGAMINI e BERALDO (1998) falam da existência de três
métodos através dos quais se pode concretizar o procedimento de avaliar as pessoas nas
organizações:
8
▪ Avaliação conjunta – esse método traz intrinsecamente a possibilidade de participação,
uma vez que o avaliador e o avaliado desde logo conversem sobre seu desempenho e,
quando é o caso, preencham juntos a ficha de avaliação de desempenho. Trata-se de
uma possibilidade de troca extremamente rica e que, quando o contexto organizacional
permite, não deve ser desprezada;
▪ Auto-avaliação – é a possibilidade de avaliação que ao longo do tempo foi menos
utilizada, tornando-se mais conhecida e mais amplamente praticada recentemente, “…”
Esse método implica uma participação mais activa do avaliado.
Para BERGAMINI (1999) aponta que a responsabilidade pela Avaliação do Desempenho das
pessoas pode ser atribuída ao gerente, ao próprio indivíduo, ao indivíduo e seu gerente
conjuntamente, à equipa de trabalho, ao órgão de recursos humanos ou a uma comissão de
avaliação do desempenho:
9
2.4. Métodos de avaliação de desempenho
10
▪ Avaliação de 360 Graus - participam nela todos os que interagem com o avaliado.
Deste modo, abrange o superior hierárquico, os colaboradores, os pares, os colegas e
todos os demais que estão à volta do avaliado, numa abrangência de 360º.
▪ Avaliação por objectivos - consiste na negociação e no estabelecimento de metas
individuais ou grupos, entre executores de tarefas e respectivos lideres. É uma espécie
de contrato bilateral de resultados; é um método objectivo e voltado para o futuro,
sendo que a retro-informação ao avaliado pode ser concomitante com a execução das
tarefas.
11
avaliação podem ser reduzidas através de definições precisas de cada item no
formulário de avaliação.
▪ Efeito halo - este tem uma tendência comum de dar notas altas ou baixas aos
subordinados em todas as medidas de desempenho tendo por base uma das suas
características. Por exemplo, um empregado que sempre trabalhe até tarde pode
receber nota alta em produtividade e qualidade de produto, bem como em motivação,
empregado atraente ou popular pode receber uma alta avaliação geral. Avaliar os
empregados separadamente em cada uma de várias medidas de desempenho e
encorajar os avaliadores a se precaverem contra o efeito halo são dois meios de reduzir
esse problema.
Para LUCENA (1992), o melhor dos sistemas conseguirá pouco êxito se o avaliador
demonstrar ignorância quanto aos objectivos, problemas e conceitos básicos que envolvem a
Avaliação de Desempenho. MARRAS (2009) concorda com LUCENA (1992) e acrescenta
que os principais problemas da avaliação de desempenho estão mais ligados àquele que avalia
do que ao instrumento propriamente dito.
13
CAPITULO III
MODELO DE ANÁLISE
3.1. Conceptualização
O termo Desempenho pode ser entendido como a aplicação dos esforços das pessoas em busca
de produtividade efectiva. Refere-se, conforme OLIVEIRA-CASTRO (1994) aos
conhecimentos e habilidades aplicados ao contexto do cargo à execução de uma obrigação ou
tarefa, ou à maneira como actua ou se comporta um indivíduo em termos de eficiência,
rendimento e actuação em relação a algo.
14
Diário, semanal, mensal, anual,
Periodicidade constante
3.3. Hipóteses
15
CAPITULO IV
METODOLOGIA
Quanto ao objectivo segundo GIL (1999) a pesquisa pode ser exploratória, que visa
proporcionar maior familiaridade com o problema de modo a torná-lo mais explícito, assim
como esclarecer conceitos e ideias com intuito de formular hipóteses. E a pesquisa descritiva
visa descrever as características de determinada população ou fenómeno, ou estabelecer
relações entre variáveis.
VERGARA (2007) concorda com GIL (1999) ao afirmar que a pesquisa descritiva expõe
características de determinada população ou fenómeno, estabelece a correlação entre variáveis
e define a sua natureza.
16
foram processados, mas podem receber outras interpretações, como relatórios de empresas,
tabelas etc.
▪ a entrevista que, de acordo com GIL (1999), pode ser definida como uma técnica na
qual o investigador se apresenta frente ao investigado e formula perguntas para obter
as informações necessárias, sendo assim, uma forma de interacção social;
▪ o questionário que é uma técnica de investigação composta por um conjunto de
questões que são submetidas a pessoas com o propósito de obter informações conforme
aponta GIL (1999). O uso do questionário possibilitou a compilação de respostas
similares;
▪ observação, que conforme Gil (1999) possibilita contacto directo com a realidade que
se pretende estudar.
Deste universo estabeleceu-se uma população correspondente a 10% do universo, formada por
acessibilidade, embora se tenha tido o cuidado de respeitar a faixa etária, a distribuição por
sexo e a experiência, totalizando 40 individuos.
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CAPITULO V
O Decreto n.º 65/2020 de 7 de Agosto regulamenta a Lei n.º 15/2019 de 24 de Setembro, que
estabelece o quadro legal da organização e do funcionamento dos órgãos de representação do
Estado na Cidade de Maputo.
O Serviço dos Assuntos Sociais da Cidade de Maputo é coberto por este dispositivo legal com
a principal missão de garantir a implementação do Sistema Nacional de Educação,
exceptuando o ensino primário.
A pesquisa revela que a maioria dos funcionários do Serviço dos Assuntos Sociais da Cidade
de Maputo é do sexo feminino, representada por 54% dos funcionários.
Homens Mulheres
Percebe-se no gráfico 1 que, existe um certo equilíbrio de género pois a diferença entre
homens e mulheres presentes na instituição é de apenas 4%, o que está alinhado a politica de
género no país.
O gráfico 2 revela que a maioria dos funcionários tem acima de 35 anos. De facto, a faixa
etária de 35 a 45 anos representa 46% dos pesquisados. 34% dos funcionários possui de 18 a
35 anos de idade.
19
Já o gráfico 3 revela a distribuição por anos de experiência onde percebe-se que apenas 3%
tem de 0 a 5 anos de experiência. Ou seja, a maioria dos funcionários possui experiencia de
trabalho que lhe habilita a opinar sobre o processo de avaliação do desempenho na instituição,
bem como aplicar-se em função da motivação percebida.
Pelo gráfico também pode-se aferir que os funcionários podem ter passado por vários
momentos de gestão de desempenho, incluindo da avaliação do desempenho.
O Decreto nº. 55/2009 de 12 de Outubro, nos números 1 e 2 do Artigo 2.º estabelece que o
SIGEDAP aplica-se aos Funcionários e Agentes do Estado que exercem as suas actividades
nos órgãos centrais e locais, nas Embaixadas, Consulados, Altos Comissariados,
representações permanentes e delegações permanentes no estrangeiro. Aplica-se também aos
Agentes do Estado cujos contratos foram visados pelo Tribunal Administrativo e a todos
aqueles que são regidos pela Lei do Trabalho e que prestam serviços ao Estado.
20
De acordo com o artigo 8 do Decreto nº. 55/2009 de 12 de Outubro, o SIGEDAP é orientado
para os resultados, característica que se pode constatar nos diversos instrumentos que o
operacionalizam, desde o acordo de desempenho a ficha de classificação do funcionário.
1.º. Planificação - Este conceito deve ser entendido como o acto de registo num plano
sistematizado de tudo aquilo que deve ser realizado pelo funcionário ou agente de
estado, num determinado período de tempo, considerando o resultado esperado, o
tempo necessário para alcançar as metas propostas e a qualidade dos resultados. O
período de planificação decorre de 1 de Novembro a 31 de Dezembro após a aprovação
do PES pela Assembleia da República.
2.º. Gestão do Desempenho - Consiste na apreciação sistemática e participativa (incluindo
as observações e reparos do avaliador ao longo do período da avaliação) de todas as
acções inclusas no Plano Individual de Actividades Anuais do avaliado, o que implica
a integração de aspectos humanos, dos objectivos da instituição, dando ênfase a
motivação, desenvolvimento e evolução profissional do avaliado.
3.º. Revisão - Consiste na análise pelo avaliador das diferentes fases do processo de
avaliação, tomando em consideração os aspectos positivos e negativos do
acompanhamento trimestral e/ou semestral, com objectivo de tecer recomendações
com vista a tomada de decisões referentes a avaliação para o ano seguinte, tais como
necessidades de capacitação, troca de experiências, formação e outros.
21
Gráfico 4 - Frequência da avaliação do desempenho
47.5%
50.0% 42.5%
40.0%
30.0%
20.0%
10.0% 7.5%
2.5%
0.0%
O gráfico 4 revela que a gestão de recursos humanos promove uma avaliação de desempenho
trimestral e anual, com destaque para a anual. De acordo com 47% dos indivíduos está
presente a avaliação anual e outros cerca de 42% revelaram estar presente a avaliação
trimestral. A entrevista revelou que, a avaliação trimestral não substitui a anual, que é a
avaliação que se revelou sempre presente e muitas vezes fazendo-se um apuramento não
baseado no registo ao longo do ano, por ausência do preenchimento das fichas de
acompanhamento.
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De facto, a observação e a pesquisa documental, revelaram a presença de fichas de
classificação trimestrais e anuais preenchidas, mas mostrou que raras vezes se dá um
tratamento adequado as fichas de acompanhamento do desempenho e não forma encontradas
evidencias de registo permanente do desempenho do colaborador, que facilitem e alimentem
os principais momentos da avaliação de desempenho.
23
Gráfico 6 - Frequência em que é dado o feedback da avaliação do
desempenho
80.0% 72.5%
60.0%
40.0%
20.0% 12.5%
5.0% 7.5%
2.5% 0.0%
0.0%
Diário Semanal Mensal Trimestral Semestral Anual
Fonte: Autora (2021)
24
Relativamente aos aspectos que consideram negativos, os funcionários apontaram os aspectos
agrupados em categorias apresentadas no gráfico 7. Nele observa-se que 45% apontam a
recompensa do desempenho considerando-a insuficiente; seguida de informações deficientes a
respeito do desempenho real de um funcionário (20%); feedback deficiente (17,5%) e
preparação do avaliador (15%). Somente cerca de 2,5% apontou que os padrões não eram
claros.
Para os funcionários, deveria ser atribuída uma melhor compensação do desempenho, o que
poderia ser feito por diversas formas de reconhecimento do desempenho, como o
reconhecimento público, bolsas de estudo, treinamentos, viagens, etc., recompensas que
poderiam elevar a satisfação dos funcionários ao serem aliadas ao salario e remunerações que
são considerados baixos.
A questão relativa informação deficiente do desempenho real do funcionário tem a ver com o
facto de não existir um registo permanente do desempenho do funcionário e não se fazer
atempadamente o preenchimento do acompanhamento do desempenho do mesmo. Esta prática
deve ser instituída e promovida com acções de consciencialização ou sensibilização dos
avaliadores e dos avaliados. Na ausência de registo permanente do desempenho do
funcionário, o gestor corre o risco de cair na armadilha de basear a avaliação num
acontecimento recente. O avaliador pode anotar todas as informações pertinentes à medida
que elas ocorrem. Rever essas anotações no momento da avaliação ajuda a criar uma imagem
mais realista e precisa do funcionário.
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Verificou-se tambem que, alguns avaliadores tendem a evitar dar feedback negativo. Outros
tendem a aumentar as classificações dos funcionários para evitar conversas difíceis ou para
fazer com que seu departamento pareça bom contra seus pares. Cabe a gestão de recursos
humanos o papel de consciencializar os avaliadores e treiná-los em aspectos éticos e rigor na
avaliação do desempenho.
Sem conhecer as especificidades, os funcionários não recebem um feedback útil que possam
usar para melhorar seu desempenho nem entendem por que não receberam o aumento ou a
promoção de remuneração que desejavam. Faça comentários claros e evite declarações
excessivamente ambíguas, tanto positivas quanto negativas.
Outro aspecto a merecer a atenção da Gestão de Recursos Humanos diz respeito a preparação
dos avaliadores. É importante que a gestão aposte em acções de capacitação dos avaliadores
aliadas as acções de sensibilização dos mesmos, visando um melhor desempenho em todo o
processo da avaliação do desempenho dos funcionários.
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Os funcionários opinaram em relação a finalidade da avaliação do desempenho na instituição.
O desconhecimento da finalidade dos resultados da avaliação do desempenho registou o maior
número de indicação, com 35% dos funcionários, seguida de transferências com indicação
feita por 25% e treinamento/desenvolvimento de funcionários com 20%.
Por outras palavras, existem muitos funcionários que não percebem a o que a instituição faz
com os resultados da avaliação do desempenho, já que na prática poucas vezes resulta em
premiações, acções de treinamento para melhoria do desempenho fraco, desligamentos,
transferências ou promoções. A organização precisa disseminar a utilidade da avaliação do
desempenho e o que tem feito com os resultados da avaliação do desempenho. Desta forma
poderá ter funcionários mais motivados e engajados com o alcance de melhores resultados.
Constatou-se que, em parte, as acções da Gestão de Recursos Humanos são limitadas por dois
factores: a exiguidade de fundos e dependência de determinações centralizadas.
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registo actualizado de desempenho de colaboradores, este último apontado por um numero
muito reduzido de pessoas (apenas 3).
De acordo com MFP (2011), cabe aos gestores de recursos humanos de cada órgão ou
instituição proceder à distribuição das fichas, monitorar o cumprimento das fases do seu
preenchimento, actualizar o cadastro após homologação e o arquivo. A pesquisa documental e
a observação permitiram testemunhar a realização desta actividade nos exercícios analisados.
Contudo, a entrevista revelou falhas na monitoria do cumprimento das disposições
mencionadas, o que levou a avaliar se:
Concordo 25.0%
Discordo 22.5%
Outro ponto positivo em relação a este aspecto, é o facto de ter-se verificado que, a entrevista
(assim como a auto-avaliação), consiste na busca de consenso entre o avaliador e o avaliado,
baseado nas avaliações intermédias (semestrais ou trimestrais), tendo em vista a classificação
final, como prevê o SIGEDAP.
Concordo 47.5%
Discordo 12.5%
0.0% 5.0% 10.0% 15.0% 20.0% 25.0% 30.0% 35.0% 40.0% 45.0% 50.0%
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A actualização do cadastro e arquivo, permite que os funcionários possam ser incluídos em
qualquer processo de consulta visando promoções, mudança de carreira, premiações ou até em
processos disciplinares. Ao mesmo tempo, é importante para fornecer informação histórica aos
gestores da empresa e demais interessados.
Concordo 17.5%
Discordo 40.0%
0.0% 5.0% 10.0% 15.0% 20.0% 25.0% 30.0% 35.0% 40.0% 45.0%
Conforme o gráfico 12, a Gestão de Recursos Humanos do Serviço dos Assuntos Sociais da
Cidade de Maputo não tem cumprido os prazos relativos as diferentes fases do processo de
avaliação de desempenho dos funcionários. 52,5% mostraram discordância, contrariados por
22,5% de funcionários que tiveram opinião positiva.
(…)
Não obstante, reconhece-se que o gestor de recursos humanos pode ser mais interventivo
encontrando formas de melhorar o processo de avaliação de desempenho, pois faz parte das
suas atribuições.
31
CAPITULO VI
CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
6.1. Conclusão
Neste trabalho, realizado no Serviço dos Assuntos Sociais da Cidade de Maputo, analisou-se o
papel da Gestão de Recursos Humanos no âmbito da avaliação do desempenho.
A instituição estudada, faz parte da Administração Pública moçambicana, pelo que rege-se
pelas normas por esta instituída e para o caso da avaliação do desempenho, é o Decreto n.º
55/2009 de 12 de Outubro o documento orientador, o qual define o Sistema de Gestão de
Desempenho na Administração Pública. Como tal, a avaliação do desempenho é por
objectivos, considerando acordos de desempenho, acompanhamento do desempenho, e
avaliação periódica que é realizada trimestralmente e anualmente.
Apesar de ter muitos aspectos positivos, o papel da Gestão de Recursos Humanos nesta
organização peca por aspectos como: ausência de memória permanente do desempenho dos
funcionários, deficiente prestação dos avaliadores, insuficiente utilização dos resultados da
avaliação do desempenho, imposições da Administração Pública e exiguidade de fundos.
Nota-se que, a maioria dos aspectos apontados não são decorrentes directamente da actuação
do gestor de recursos humanos.
32
Sob ponto de vista positivo, considerou-se que a gestão tem conhecimento do conteúdo dos
cargos, respeita a diversidade e realiza a observação do desempenho dos funcionários para
melhor realizar o seu papel de assessoria.
Desta feita, fica validada a HIPÓTESE 1 – O gestor de recursos humanos tem o papel de
assegurar a eficácia da avaliação do desempenho no Serviço dos Assuntos Sociais da Cidade
de Maputo; e a HIPÓTESE 3 – O gestor de recursos humanos tem um papel limitado pelos
constrangimentos orçamentais e de decisões tomadas a nível central na Administração Pública.
Não é válida a HIPÓTESE 2 – O gestor de recursos humanos tem um papel passivo na gestão
de recursos humanos ao seguir somente directrizes emanadas a nível central, no Serviço dos
Assuntos Sociais da Cidade de Maputo; pois, apesar das directrizes emanadas, a Gestão de
Recursos Humanos tem desenvolvido actividades que concorrem para o sucesso do processo
de avaliação do desempenho.
6.2. Recomendações
33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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de Santa Maria, Colégio Politécnico; Rede e-Tec Brasil.
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Atlas.
BERGAMINI, C. W.; BERALDO, D. G. R. (2008). Avaliação de desempenho humano nas
organizações. 4 ed. São Paulo: Editora Atlas.
BITITCI, U.; ACKERMANN, F.; ATES, A.; DAVIES, J.; GIBB, S.; MACBRYDE, J.;
MACKAY, D.; MAGUIRE, C.; VAN DER MEER, R.; SHAFTI, F.; BOURNE, M. (2010).
Managerial processes: an operations management perspective towards dynamic capabilities.
Production Planning & Control, v. 22, n.2, p. 157-173.
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profissional dos colaboradores: um estudo de multicasos na Amazônia. Revista de
Administração de Roraima – RARR. v.1, n.1, p.67-83, 2011. ISSN 2237-8057. Disponível em:
<https://revista.ufrr.br/adminrr/article/view/587>. Acesso em: 23 Jun. 2021.
doi:http://dx.doi.org/10.18227/rarr.v1i1.587.
CAETANO, A. (1996). Avaliação de desempenho: metáforas, conceitos e práticas.
Lisboa:RH.Editora
CAMARA, P. B. da (2012). Manual de Gestão e Avaliação de Desempenho. 1.ª Edição.
Lisboa: Editora RH, Lda
CHIAVENATO, I. (2010). Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas
organizações. 3ª. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier.
DALMAU, M. B. L.; GIRARDI, D. M. (2015). Administração de Recursos Humanos I.
Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração, UFSC.
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LUCENA, M. D. S. (1992). Avaliação de desempenho. São Paulo: Atlas.
MARRAS, J. P. (2000). Administração de Recursos Humanos: do operacional ao estratégico.
3. ed. São Paulo: Futura.
MINISTÉRIO DA FUNÇÃO PÚBLICA - MFP (2011). Manual de Procedimentos do Sistema
de Gestão de Desempenho na Administração Pública (SIGEDAP). Maputo: DNEPA e ISAP.
34
OLIVEIRA-CASTRO, G. A. (1994). Avaliação de desempenho em psicologia: questões
conceituais e metodológicas. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v.10, n.3, p. 355-374.
TACHIZAWA, T.; FERREIRA, V. C. P; FORTUNA, A. A. M. (2001). Gestão com pessoas:
uma abordagem aplicada às estratégias de negócios. 2 ed. Rio de Janeiro: Editora FGV.
VERGARA, S. C. (2007). Projectos e relatórios de pesquisa em Administração. 8. ed. São
Paulo: Atlas.
VROOM, V. H. (1997). (Org.). Gestão de pessoas, não de pessoal. 11. ed. Rio de Janeiro:
Elsevier.
YIN, R. K. (2001). Estudo de caso – planejamento e métodos. (2Ed.). Porto Alegre: Bookman.
LEGISLAÇÃO
Decreto nº. 55/2009 de 12 de Outubro - Sistema de Gestão de Desempenho na Administração
Pública (SIGEDAP).
35
Apêndice 1 - Questionário
2. Idade
18-25 anos ____
26-35 anos ____
36-45 anos ____
46-55 anos ____
Mais de 55 anos ____
3. Tempo de trabalho
1-5 anos ____
5-10 anos ____
10-15 anos ____
15-20 anos ____
20-25 anos ____
25-30 anos ____
30-35 anos ____
Mais de anos ____
36
5. Estágio da promoção de feedback
Nunca
Raramente
Ás vezes
Muitas Vezes
Sempre
6. Frequência de feedback
Diariamente
Semanalmente
Mensalmente
Trimestralmente
Semestralmente
Anualmente
37
9. Os prazos nas diferentes fases do processo são cumpridos
Concordo Totalmente
Concordo
Não concordo, nem discordo
Discordo
Discordo Totalmente
10. Indica principais aspectos positivos e principais aspectos negativos do papel do gestor na
avaliação do desempenho.
38
Apêndice 2 - Guião de Entrevista ao Funcionário do Serviço dos Assuntos Sociais
Esta entrevista tem como finalidade a recolha de informação para efeito do estudo do
caso, como parte integrante do trabalho final para obtenção do grau de Licenciatura em
Gestão de Recursos Humanos, cujo tema é “O Papel do Gestor de Recursos Humanos na
Avaliação de Desempenho dos Funcionários Públicos, com o Estudo do Caso no Serviço
dos Assuntos Sociais, Bairro da Malhangalene, Maputo Cidade (2015 – 2018)”. A
informação disponibilizada por si, servirá somente para efeitos académicos e garantimos
sigilo absoluto quanto aos dados nela constantes.
PARTE -I
Nome (opcional):_____________________________Sector de trabalho______________
1. Género: F/M__ 2. Idade: até 20 anos__ 21-30 anos __31- 40 anos__ 41-50 anos__ 51
ou +__
3. Nível académico: _______ 4. Formação Profissional:________ 5. Anos de
exp________
PARTE -II
1. Tem conhecimento da existência do profissional “Gestor de Recursos Humanos
(GRH)”?
a) No seu entender, o que é um GRH?_______________
b) Acha que esse profissional é importante? Justifica_________________
2. Tem se falado do Processo de Avaliação de Desempenho dos funcionários, mesmo aqui
na vossa instituição. Tem algo a dizer em relação ao tal processo?
4. Sempre que necessário o vosso desempenho é avaliado. Quando e quem tem realizado
essa avaliação?
39
5. O que seria das instituições se a figura do GRH fosse relegado ao terceiro plano por
exemplo?
40
Apêndice 3 - Guião de Entrevista aos Gestores de Recursos Humanos no Serviço dos
Assuntos Sociais
Esta entrevista tem como finalidade a recolha de informação para efeito do estudo do
caso, como parte integrante do trabalho final para obtenção do grau de Licenciatura em
Gestão de Recursos Humanos, cujo tema é “O Papel do Gestor de Recursos Humanos na
Avaliação de Desempenho dos Funcionários Públicos, com o Estudo do Caso no Serviço
dos Assuntos Sociais, Bairro da Malhangalene, Maputo Cidade (2015 – 2018)”. A
informação disponibilizada por si, servirá somente para efeitos académicos e garantimos
sigilo absoluto quanto aos dados nela constantes.
PARTE -I
Nome
(opcional):_______________________________________________________________
1. Género: F/M__ 2. Idade: até 20 anos__ 21-30 anos __31- 40 anos__ 41-50 anos__ 51
ou +__
3. Nível académico: _______ 4. Formação Profissional:___________ 5. Anos de exp___
PARTE -II
1. O que é ser Gestor de Recursos Humanos (GRH)?_______________
2. O que ententde por Avaliaçào de Desempenho (AD)?___________
3. O que é ser GRH especialmente quando se está na AD dos funcionários?_____
4. Quando e quem é o responsável pelo Processo de AD dos funcionários?______
5. Qual é o seu papel imediato depois de realização da AD dos funcionários?___
6. Na qualidade de GRH, como tem ajudado os funcionários no seu dia – a- dia?___
7. O seu papel como GRH engrandece os funcionários como homens e como
profissionais?____
Se sim, quais são os indicadores?________
8. Nas suas acções, tem noção de funcionários que progrediram ou foram promovidos?
________
41
9. Acha que todos os funcionários dispõem das mesmas expectativas em volta da AD?
________
10. Tem participado na construção de instrumentos de AD dos funcionários?______ Se
sim, que importância tem essa sua participação?_________________
11. Quais são os princípios gerais que norteiam o Processo de Avaliação de Desempenho?
_____
12. Qual tem sido o maior motivo para a realização da AD dos funcionários?
________________
14. De forma sumária, pode deixarnos alguns aspectos pertinentes em torno do impacto
que o seu papel de GRH na AD dos funcionários públicos e da vossa instituição em
especial tem_____
Agradecimentos
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Apêndice 4 – Guião de observação
1. Localização da instituição
2. Organograma
3. Legislação de base a avaliação do desempenho
4. Método de avaliação de desempenho
5. Registos da avaliação de desempenho
6. Fichas de avaliação de desempenho
7. Relatórios de tratamento de resultados da avaliação de desempenho
8. Produtividade laboral
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