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Junho de 2021
Justina José Vintani Miquithaio
Declaro por minha honra que o presente trabalho nunca foi apresentado na sua essência para
obtenção de qualquer grau académico e que constitui resultado da minha investigação pessoal
e independente, tendo respeitado as normas e regras académicas e indicadas no trabalho a
bibliografia utilizada.
__________________________________
ii
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
Tendo terminado com a organização dos requisitos necessários para a conclusão dos meus
estudos, tenho o dever de agradecer a todos aqueles que me prestaram apoio moral, material e
àqueles que se mostraram disponíveis a ceder um pouco dos seus conhecimentos que
permitiram com que chegasse a esta etapa. De certo modo, não seria possível sem a sua
colaboração. Assim:
Agradeço à Deus pela saúde e protecção, que com a sua graça sempre me afastou do
mal e guiou a minha caminhada nesses longos anos de formação, pois, sem ele não
seria possível realizar mais uma conquista;
Gostaria de expressar a minha gratidão ao Dr. Orlando Penicela, meu supervisor, pelas
sugestões, contribuições, acompanhamento e atenção prestada desde a concepção até a
conclusão do trabalho;
Sempre faltarão palavras ou mesmo actos para expressar a minha gratidão à Dr. Elisa
Gundana pelo apoio que me concedeu e acolhimento para a realização deste trabalho,
para que este momento se tornasse realidade;
Agradeço ao Instituto Superior Monitor por ter aceite a minha candidatura para
frequentar o curso de Gestão de Recursos Humanos;
A todos Docentes do curso de Gestão de Recursos Humanos pela atenção e dedicação
que tiveram por mim durante a aprendizagem, deixo ficar o meu muito obrigado;
A todos que directa ou indirectamente participaram nessa longa e difícil caminhada,
mas que não pude citar, os meus agradecimentos;
Agradeço aos meus padrinhos Maxêncio e Felismina, pelo incentivo, apoio e estímulo
para ultrapassar as barreiras da vida;
Por fim gostaria de agradecer ao meu esposo Ângelo Miquithaio pela paciência, pelo
apoio e constantes incentivos.
iv
RESUMO
Com o intuito de analisar as condições de HST do Hospital Rural do Songo, este trabalho
realçou a importância da HST para a produtividade laboral. O mesmo envolveu 34 elementos
como amostra. Para além de ser uma pesquisa descritiva, também se tratou de uma pesquisa
exploratória. Foi privilegiada a abordagem mista (qualitativa e quantitativa) tendo sido
utilizados para recolha de dados a entrevista, o questionário e a observação. Os resultados
mostram que a maioria dos funcionários está satisfeita com as condições de HST, apesar de
elementos negativos como a falta de uma Política de HST, as atitudes dos colaboradores, que
concorrem para a ocorrência de acidentes de trabalho no Hospital Distrital do Songo.
LISTA DE TABELAS
LISTA DE GRÁFICOS
LISTA DE ABREVIATURAS
CONTEÚDO
DEDICATÓRIA.....................................................................................................................................ii
AGRADECIMENTOS..........................................................................................................................iii
RESUMO...............................................................................................................................................iv
LISTA DE TABELAS............................................................................................................................v
LISTA DE GRÁFICOS..........................................................................................................................v
LISTA DE ABREVIATURAS..............................................................................................................vi
CONTEÚDO........................................................................................................................................vii
CAPÍTULO I...........................................................................................................................................1
INTRODUÇÃO......................................................................................................................................1
1.2. Objectivos................................................................................................................................3
1.3. Problematização......................................................................................................................3
1.4. Justificativa..............................................................................................................................5
CAPITULO II.........................................................................................................................................6
REVISÃO DA LITERATURA...............................................................................................................6
2.5 Riscos..........................................................................................................................................11
CAPITULO III......................................................................................................................................14
viii
MODELO DE ANALISE.....................................................................................................................14
Hospital.........................................................................................................................................15
3.3. Hipóteses....................................................................................................................................16
CAPITULO IV......................................................................................................................................17
METODOLOGIA.................................................................................................................................17
CAPITULO IV......................................................................................................................................20
CAPITULO VI......................................................................................................................................31
CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES...............................................................................................31
6.1. Conclusão...................................................................................................................................31
6.2. Recomendações..........................................................................................................................33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................................34
Apêndice 1 - Questionário................................................................................................................37
INTRODUÇÃO
Dos autores acima, depreende-se que a implementação das políticas de HST e a avaliação das
condições de trabalho existentes em ambientes de saúde possibilita a adopção de
procedimentos adequados que protegem não só o trabalhador seja ele médico, enfermeiro,
pesquisador, dentista, como também os pacientes e os próprios consumidores e clientes dos
serviços hospitalares. A gestão dos materiais e ambientes deve ser uma das principais
preocupações em instituições de pesquisa e de atenção à saúde, uma vez que a limpeza, a
1
desinfecção, a esterilização entre outros cuidados é de extrema importância nesses ambientes
de trabalho.
Como aponta Santos (2003), a infecção hospitalar é um dos problemas mais sérios existentes,
foco de constante preocupação das equipas multidisciplinares de controlo de infecção dos
hospitais. A biossegurança é uma necessidade emergencial na prática da saúde, por estar na
base da pirâmide da atenção à saúde e afectar todos os níveis, da prevenção às doenças e aos
atendimentos de alta complexidade.
Por outro lado, esta questão é bastante complexa, pois lidar directamente com o
comportamento do ser humano antes, durante e depois dos atendimentos, sejam clínicos ou
cirúrgicos, nos hospitais públicos ou privados, em ambulatórios e consultórios de todos os
sectores sociais, possui uma estreita relação com a cultura da população, com os hábitos, com
as representações sociais.
O trabalho está dividido em seis capítulos. O primeiro capítulo dedica-se a apresentar aspectos
introdutórios destacando o objecto da pesquisa, os objectivos, a justificativa, o problema e a
pergunta de partida. O segundo capítulo dedica-se a abordar os principais conceitos e teorias
que sustentam a análise. O terceiro capítulo explica como será feita a análise apresentando o
respectivo modelo e operacionalizando os conceitos. O quarto capítulo foi reservado a
questões metodológicas. O quinto capítulo faz a apresentação e a discussão dos resultados
obtidos. O sexto e último capítulo dedica-se a conclusão e as recomendações.
2
Sob ponto de vista da delimitação espacial, o trabalho será realizado no Hospital Rural do
Songo, Distrito de Cahora-Bassa, Província de Tete.
O mesmo tem foco no período compreendido entre o ano 2018 e o ano 2020, por ser uma
altura em que a autora teve contacto com a instituição e verificou os factos que lhe inspiraram
a estudar este tema.
1.2. Objectivos
1.3. Problematização
Da pesquisa exploratória, constatou-se que, entre tantos factores que contribuem para o
comprometimento da saúde do funcionário, destacam-se as condições de trabalho, diversidade
de doenças relacionadas à natureza do próprio trabalho, condições de higiene e o uso de
equipamentos de protecção não adequada na função desempenhada. Sendo assim a Higiene e a
Segurança no Trabalho, surgem como actividades que estão intimamente relacionados com o
3
objectivo de garantir condições de trabalho, assim sendo capaz de manter um nível de saúde
dos trabalhadores de uma organização.
Constatou-se também que, por vezes nestas situações os funcionários, embora possam
conhecer os riscos aos quais estão expostos em função das tarefas que desempenham na
instituição, nem sempre adoptam as melhores atitudes para a sua prevenção, por exemplo,
estes funcionários, mesmo conhecendo os riscos que estão expostos, muitas vezes podem não
testar a usar os equipamentos de protecção.
4
1.4. Justificativa
Este trabalho, sob ponto de vista acadêmico, constitui um esforço para aprofundar os
conhecimentos sobre Higiene e Segurança no Trabalho, ao mesmo tempo que poderá ser um
mais um contributo aos diversos estudos sobre a temática, particularmente numa área sensível
como o da saúde.
Sob ponto de vista prático, pretende-se contribuir para a melhoria da gestão hospitalar,
principalmente no Hospital Rural do Songo, e despertar a consciência dos gestores
hospitalares em relação a relevância da atenção a questões de HST.
Note-se que se trata de um tema relevante, considerando o facto de a unidade sanitária tratar-
se de um o local propenso a doenças e acidentes de trabalho que condicionam o desempenho
dos profissionais de saúde, considerando os riscos envolvidos.
Ditou a escolha do tema, sob ponto de vista pessoal, o interesse em estudar a temática da HST
numa realidade por si conhecida e considerando os aspectos verificados ao longo do seu
trabalho no Hospital Rural do Songo.
Com melhores condições de HST, sob ponto de vista social surgem ganhos para a comunidade
utente do hospital.
5
CAPITULO II
REVISÃO DA LITERATURA
A Higiene, Saúde e Segurança no Trabalho (HSST) é uma área que se tem, ao longo das
últimas décadas, assistido à um grande desenvolvimento e crescimento, sendo considerada de
grande relevância no desenvolvimento de actividades profissionais, nos mais variados
contextos de trabalho (Filipe, 2012).
6
Para Marras (2004) a segurança do trabalho tem duas funções como preocupações
fundamentais: a prevenção de acidentes no trabalho e a eliminação de causas desses acidentes
no trabalho.
Araújo (2008) destaca três objectivos da segurança no trabalho. A identificação das principais
causas, a correcção e manutenção das estruturas físicas e a prevenção, redução e eliminação de
acidentes.
7
Segundo Chiavenato (2005) higiene do trabalho é o conjunto de normas e procedimentos que
tem o intuito de proteger a integridade física e mental do trabalhador. Com isso, ela está
directamente ligada ao diagnóstico e prevenção de doenças ocupacionais. Levando isso em
conta, ocorre o estudo de duas variáveis: o homem e seu ambiente de trabalho.
Para Marras (2009) a higiene do trabalho é a área que relaciona directa e indirectamente com a
protecção a saúde do trabalhador.
Para que possamos conceituar acidente do trabalho de maneira satisfatória, é necessário que
antes entendamos uma característica marcante da palavra acidente, que antes de mais nada é
gênero do qual pertence a espécie acidente do trabalho.
Acidente de trabalho é todo factor negativo que interfira ou interrompa o andamento normal
de uma atividade. O acidente sofrido pelo funcionário fora do local e horário de trabalho,
como por exemplo, em viagem a serviço da empresa (qualquer que seja o meio de
locomoção), nos períodos destinados a refeição ou descanso ou por ocasião da satisfação de
outras necessidades fisiológicas, também são considerados acidentes do trabalho. Sob o ponto
de vista do controlo de perdas, essas anomalias podem e devem ser banidas de todo e qualquer
processo de trabalho, refere Piza (1997).
8
Por condições ambientais de trabalho queremos referir-nos as circunstâncias físicas que
envolvem o funcionário enquanto ocupante de um cargo, na organização. É o ambiente físico
que envolve o próprio funcionário, enquanto ele desempenha um cargo. Chiavenato (2005).
Aborda-se como causas de acidentes de trabalho bastante comuns quando relacionadas aos
funcionários da equipa de enfermagem, onde se estabelece que as principais causas de
acidente estão associadas ao risco biológico, relacionado ao uso de materiais perfuro cortantes
e o ergonômico quanto à movimentação constante de pacientes.
E é devido aos aspectos penosos das actividades peculiares à assistência de enfermagem e aos
riscos que o ambiente oferece, que há uma crescente preocupação com esses profissionais.
Campos e Gutierrez (2005) abordam como principal causa os rodízios de escalas de turnos
noturnos e diurnos, os finais de semana e feriados, as duplas ou triplas jornadas em função,
fala de funcionários qualificados e do baixo salário, o envolvimento com as dores alheias e a
desvalorização de seu trabalho.
9
2.3 Importância da Higiene Saúde e Segurança no Trabalho
Segundo Diniz (2005), a prevenção dos acidentes deve ser realizada através de medidas gerais
de comportamento, eliminação de condições inseguras e treinamento dos funcionários,
devendo o uso dos Equipamentos de Protecção Individual (EPI) e Equipamento de Protecção
Colectiva (EPC) seja obrigatório, havendo fiscalização em todas as actividades, feita pelas
entidades competentes treinados quanto ao seu uso correto. As tarefas devem ser previamente
avaliadas, os riscos e os padrões de trabalho identificados e todos devem ser responsáveis pela
segurança e prevenção dos acidentes.
Dos conceitos acima mencionados percebe-se que existe convergência no que tange ao factor
intrínseco quanto a segurança no trabalho no ser humano. Por outro lado, uma ligeira
divergência ao tratar da segurança no trabalho como factor de psicológico, ambiental e
biológico. No que tange a convergência, a segurança pode surgir como uma força que
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predispões um individuo a agir de certa maneira, tendo em vista a consecução de determinado
objectivo. No entanto, a definição de cada é mais clara e objectiva ao destacar a segurança no
trabalho como um factor que caracteriza por prevenir, e melhorar o desempenho individual ou
colectivo.
A higiene, saúde e segurança no trabalho tem haver muito mais com a cultura organizacional,
isto é, para que haja melhor desenvolvimento e produtividade, no que tangem ao combate de
acidente e riscos profissionais, os funcionários devem desenvolver um ambiente saudável
dentro da instituição.
2.5 Riscos
Os potenciais riscos aos trabalhadores do sector são de natureza biológica, química, física,
ergonómica e psicossocial que assim se caracterizam em (MISAU, 2008):
Riscos biológicos: infecções causadas por picadas de agulhas e ossos humanos,
contaminação das mucosas por fluidos humanos.
11
Riscos químicos: agentes de substâncias químicas, sob forma liquida e gasosa, incluem
medicamentos utilizados no tratamento do cancro e desinfectantes;
Riscos físicos: causados pela radiação ionizante e choques eléctricos, temperaturas
extremas (frio e calor);
Riscos ergonómicos: como, por exemplo, postura inadequada, movimentação e
levantamento de material ou instrumentos usados tal como transporte de botijas de
oxigénio ou protoxido de azoto, equipamento de diálise, máquinas de Raios X ou
vários itens ao mesmo tempo; a movimentação de doentes (dar banho, vestir, alimentar
e realizar higiene pessoal, esforço físico, jornada de trabalho prolongada, etc.).
Riscos psicossociais: que, incluem a violência psicológica e física que podem vir de
utentes, das suas companhias, visitas, colegas de trabalho, supervisores ou gestores e o
trabalho por turnos.
Abordando o uso efectivo dos EPIs, Ribeiro (2005) aponta ser necessário:
determinar o tipo adequado de EPI com base no risco que irá neutralizar;
educar o empregado para o uso do equipamento de forma eficaz; e
consciencializar ou convencer o trabalhador da necessidade do uso do EPI na sua
actividade.
Ramos (2012) aponta que, um aspecto de grande relevância diz respeito à educação e à
preparação prévia do trabalhador no tocante à aceitação do equipamento como rotina no
trabalho, de modo que o mesmo se torne, psicologicamente, conscientizado, da sua
importância e da necessidade do seu uso, em benefício de sua própria segurança.
12
Chiavenato (2008), acrescenta que, o gestor necessita cumprir com suas obrigações em relação
ao uso de equipamentos devendo: alertar, cobrar, conscientizar os funcionários em tudo que
referir ao trabalho/compromisso com a organização.
13
CAPITULO III
MODELO DE ANALISE
A Higiene, do ponto de vista hospitalar é um conjunto de métodos não médicos que visam a
prevenção de doenças profissionais, através do controlo da exposição aos agentes físicos,
químicos e biológicos (Chiavenato, 1999).
Como diz Chiavenato (1999), a higiene do trabalho tem caráter eminentemente preventivo,
pois busca a saúde e o conforto do trabalhador, evitando que ele adoeça e se ausente do
trabalho provisória ou definitivamente.
14
Hospital
15
3.3. Hipóteses
16
CAPITULO IV
METODOLOGIA
Conforme Gil (2002), a grande contribuição das pesquisas descritivas é proporcionar novas
visões sobre uma realidade já conhecida, o que se ajusta ao trabalho que se pretende realizar.
Os dados também foram analisados com base estatística, isto é, recorreu-se a pesquisa
quantitativa para sustentar a qualitativa, e neste caso, como referem Marconi e Lakatos (2008),
os dados foram tratados numericamente.
Para Duffy (1987) apud Marconi e Lakatos (2008), a utilização conjunta de metodologias
qualitativas e quantitativas nas pesquisas, tem a vantagem da possibilidade de congregar o
17
controlo dos enviesamentos (pelos métodos quantitativos), bem como compreender a
perspectiva dos agentes envolvidos no fenómeno (pelo método qualitativo).
O estudo também foi alimentado por entrevista e pela observação. Marconi e Lakatos (2008)
definem observação como uma técnica de colecta de dados para conseguir informações e
utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em
ver e ouvir, mas também em examinar factos ou fenómenos que se desejam estudar. Já a
entrevista, conforme Gil (2008), representa uma técnica de colecta de dados na qual o
pesquisador tem um contato mais direto com a pessoa, no sentido de se inteirar de suas
opiniões acerca de um determinado assunto.
18
A pesquisa bibliográfica foi realizada para permitir construir o estado da arte e fundamentar
alguns resultados, a partir de um levantamento e seleção de livros, artigos, revistas científicas,
dissertações e teses nacionais e internacionais, permitindo uma cobertura ampla do assunto.
O estudo partiu de uma população de 111 elementos (42 homens e 69 mulheres), funcionários
do Hospital Rural do Songo.
Segundo Gil (2002), a amostra é o subconjunto do universo, por meio do qual se estimam as
características desse universo, ou seja, uma pequena parte dos elementos que compõem o
universo.
19
CAPITULO IV
Com 111 colaboradores, sendo 62% mulheres e 38% homens, a faixa etária se distribui
conforme o gráfico 2 que se indica abaixo:
Observa-se que a maior parte dos colaboradores possui mais de 29 anos de idade o que revela
uma idade de pessoas crescidas que podem ter maior responsabilidade com o trabalho, os
equipamentos e a HST no geral.
20
Fonte: Autora (2021)
Os resultados são na sua maioria apresentados conforme a escala de Likert, baseada em cinco
pontos, nomeadamente: Discordo Plenamente (DP); Discordo (D); I (Indeciso); Concordo
(C) e Concordo Plenamente (CP).
N. Proposição DP D I C CP
1 O hospital fornece Equipamentos de Protecção Colectiva 9% 44% 6% 38% 3%
2 O hospital fornece Equipamentos de Protecção Individual 3% 35% 21% 41% 0%
3 No trabalho, usa correctamente o equipamento de protecção 0% 6% 24% 50% 21%
4 Os equipamentos de protecção colectiva e individual são 6% 35% 21% 29% 9%
adequados
Tabela 1: Opinião relativa ao equipamento de protecção no Hospital Rural do Songo
Fonte: Dados da pesquisa
21
Conforme os dados da tabela 1, o Hospital Rural do Songo fornece EPCs com deficiência
pois, 53% dos funcionários considera que o hospital não fornece EPCs, contrariamente a 41%
que tem opinião negativa. Os EPCs eliminam ou minimizam riscos ambientais que poderiam
provocar acidentes e ocasionar doenças.
EPCs quando presentes devem estar devidamente posicionados em áreas que oferecem perigo,
de forma a orientar e instruir quem frequenta o local e, assim, contribuir com a segurança de
todos. para chamar a atenção dos funcionários em caso de o ambiente representar algum risco;
e ao mesmo tempo devem ser permanentemente reabilitados (manutenção preventiva) ou
substituídos.
Para 71% dos funcionários do Hospital Rural do Songo, usa-se correctamente os EPIs
disponibilizados, sendo os casos de mau uso, algo que é fruto da indisponibilidade de material
completo e de qualidade, muitas vezes por razões de limitação orçamental ou ainda casos de
atitudes individuais.
22
Não obstante as dificuldades orçamentais que são uma realidade da maior parte das unidades
sanitárias em Moçambique, urge imprimir maior atenção as acções de sensibilização buscando
a redução de acidentes e doenças no trabalho, focadas nas atitudes ou no comportamento dos
indivíduos.
N. Proposição DP D I C CP
5 Participa na tomada de decisão sobre matérias de Higiene e 29% 32% 12% 12% 15%
Segurança no Trabalho do Hospital
Tabela 2: Opinião relativa ao envolvimento em questões de Higiene e Segurança no Trabalho
Fonte: Autora (2021)
23
Observa-se que grande parte dos colaboradores, representada por 44,1% dos funcionários, se
sentem comprometidos e 23,5% se sentem muito comprometidos com a HST. Houve interesse
em esclarecer este resultado, tendo os funcionários revelado que, apesar do fraco
envolvimento na tomada de decisões em matéria de HST na organização, estão preocupados
com a sua saúde e segurança, pelo que, se aplicam na medida do possível para evitar doenças e
acidentes de trabalho. O comprometimento organizacional, em um escopo amplo, pode ser
entendido como forte vínculo do indivíduo com a organização, que o incita a dar algo de si, a
saber: sua energia e lealdade (Bandeira; Marques; Veiga, 2000).
O gráfico 5 revela que 67,6% dos funcionários já recebeu treinamento de HST. O treinamento
é importante para reforçar o comprometimento dos funcionários e assegurar que os
funcionários não somente busquem equipamentos de protecção, mas também os saibam usá-
los, conservá-los e consertá-los. 14,7% dos funcionários referiu que ao recebeu formação
sobre a matéria, o que requer a sua integração nas próximas acções.
24
Os treinamentos em matéria de HST são reforçados com ou nos encontros para sensibilizar os
trabalhadores a cumprirem regras de HST para a sua própria protecção e melhoria de seu
desempenho. Segundo foi apurado, o Hospital Rural do Songo promove encontros entre os
funcionários onde se abordam matérias tendentes a assegurar o uso adequado de equipamentos de
protecção.
N. Proposição DP D I C CP
6 Conhece a Política de Higiene e Segurança no Trabalho do 0% 68% 12% 6% 12%
hospital
7 Os conhecimentos que possui são suficientes para evitar 37% 24% 4% 35% 0%
acidentes/doenças no trabalho
Tabela 3: Opinião relativa a consciencialização sobre aspectos de HST
Fonte: Autora (2021)
A tabela 3 revela que 68% dos funcionários que participaram da pesquisa considera que
desconhece a Politica de Higiene e Segurança no Trabalho do Hospital. Somente 18% dos
funcionários revelou conhecer a mesma. Com base na observação não foi possivel encontrar
um documento que provasse tratar-se de Politica de Higiene e Segurança no Trabalho, embora
seja importante realçar o esforço em divulgar elementos de HST através de panfletos e
comunicados para os funcionários do hospital.
Embora os funcionários refiram não conhecer alguma politica de HST no Hospital Rural do
Songo, constatou-se que, em acções de formação e reuniões, é comum a divulgação de normas
de biossegurança; isto é, normas, procedimentos e boas práticas que determinam a segurança
de quem trabalha no hospital, com foco nos profissionais da área da saúde.
25
A tabela 4 revela um posicionamento dos trabalhadores em relação a troca de impressões com
os colegas sobre aspectos de HST, sendo positivo, como já tinha sido referido em parágrafos
anteriores.
N. Proposição DP D I C CP
8 Troca impressões com os colegas sobre os aspectos de Higiene 0% 12% 4% 52% 32%
e Segurança no Trabalho
Tabela 4: Opinião relativa a troca de impressões sobre a HST
Fonte: Dados da pesquisa
De facto, 84% dos colaboradores revelou que tem discutido questões relativas a HST com os
colegas. Este resultado também acaba mostrando a relevância dos encontros entre os
funcionários promovidos pela instituição, visando abordar questões relativas a HST. Não
obstante, houve relatos de a maior parte do conhecimento sobre a HST estar a ser partilhada
informalmente entre os funcionários, ao longo do desempenho das suas tarefas.
26
Além dos benefícios mais óbvios da formação, tais como o desenvolvimento de competências,
o reconhecimento dos riscos do local de trabalho etc., um programa de formação abrangente
em cada local de trabalho ajudará os trabalhadores a reconhecer os sinais/sintomas iniciais de
quaisquer potenciais doenças profissionais, antes que estas se tornem uma situação crónica ou
permanente; a avaliar o seu ambiente de trabalho; insistir para que os órgãos de gestão
realizem mudanças, antes do desenvolvimento das condições perigosas; elementos cruciais
para incentivar ou despertar a organização para uma necessidade de alguma acção (OIT,
2009).
Perguntou-se aos funcionários do Hospital Rural do Songo, quais eram as principais causas de
acidentes de trabalho no hospital. Em resposta a esta pergunta foram divulgadas várias
respostas as quais foi possivel agregar conforme o gráfico 7, onde se observa que o
comportamento/ atitude dos funcionários é considerado a principal causa dos acidentes. Isto
tem a ver com o facto de existirem casos em que, por negligencia, os funcionários não
descartam adequadamente o lixo hospitalar, não usam o equipamento de protecção ou quando
fazem não o fazem adequadamente, dentre outros exemplos que poderiam ser apresentados.
Ou seja, acidentes de trabalho que tem ocorrido se devem maioritariamente ao factor humano.
Os funcionários têm, por erro humano colocado em risco a segurança e saúde dele e de seus
colegas no ambiente de trabalho.
Para ANVISA (2018), o erro humano é uma decisão ou comportamento indesejável que reduz
ou tem potencial para reduzir a eficácia, segurança ou performance de um sistema.
Em seguida foi indicada a falta de uma politica de HST eficaz. Este resultado tem a ver com o
constatado no local, pois não existe uma Politica de HST escrita e partilhada com os
funcionários. As acções esporádicas de treinamento e sensibilização são importantes, mas
devem estar alicerçadas em uma Politica clara e objectiva de HST para surtam melhor efeito.
Nenhum trabalhador se referiu a deficientes habilidades profissionais dos funcionários embora
a autora tenha questionado.
27
Fonte: Autora (2021)
Alguns colaboradores referiram ser urgente assegurar que não falte equipamento de protecção
pois, pode ser utilizada como desculpa pelos funcionários com atitudes negativas relativas a
HST, em caso de acidentes de trabalho.
Relativamente aos riscos que mais tem causado acidentes ou doenças de trabalho, no Hospital
Rural do Songo, os funcionários indicaram:
28
1.º - Riscos biológicos (infecções causadas por picadas de agulhas e contaminação das
mucosas por fluidos humanos)
Das sugestões apresentadas pelos funcionários pode-se aferir que, para conseguir evitar os
comportamentos de risco dos funcionários que podem comprometer toda a gestão de
segurança de uma organização, é fundamental, a par da consciencialização, possuir políticas
de segurança desenvolvidas dentro da própria organização. Deve haver orientação, supervisão
e atenção contínua em relação às actividades e aos trabalhadores.
29
Uma das sugestões que merece atenção tem a ver com a higiene hospitalar. Segundo os
entrevistados, o sector de limpeza e higiene, deve ser rigorosamente averiguado para a saúde
de todos os funcionários e dos utentes do hospital. Outra referida diz respeito a atenção que deve
ser dada a dispensa de materiais contaminados, a qual deve seguir rígidos padrões de descarte.
A grande maioria dos acidentes pode ser evitada por meio de medidas de protecção e
prevenção, logo, cabe aos profissionais da área e aos gestores identificarem os
comportamentos de risco e reeducarem os trabalhadores para que possam cuidar de sua
segurança e a dos colegas (OIT, 2009).
30
CAPITULO VI
CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
6.1. Conclusão
Com 111 colaboradores, o Hospital Rural do Songo revelou-se um espaço onde a maioria dos
funcionários é do sexo feminino, e um local onde a direcção e os agentes de cooperação tem
contribuído para criar melhores condições de trabalho, não obstante constrangimentos de
natureza orçamental.
31
oposto, o comportamento e atitudes dos colaboradores, aliados a falta de uma politica de HST
se mostram elementos que mais contribuem para causar acidentes de trabalho no Hospital
Rural do Songo, e por essa via, factores negativos da HST.
Infecções causadas por picadas de agulhas e contaminação das mucosas por fluidos humanos;
postura inadequada, movimentação e levantamento de material ou instrumentos ao mesmo
tempo; movimentação de doentes; substâncias químicas, sob forma liquida e gasosa, incluindo
medicamentos utilizados e desinfectantes; são apontados como os principais factores de risco
no Hospital Rural do Songo.
Os funcionários que participaram nesta pesquisa revelaram satisfação, na sua maioria, com as
condições de HST apresentadas no Hospital Rural do Songo, muito por força dos factores
positivos e pelo reconhecimento das limitações da direcção do hospital, tocante a questões de
natureza orçamental.
Face ao exposto, conclui-se que, as condições de HST no Hospital Rural do Songo são
satisfatórias, não obstante os diversos aspectos negativos que merecem a atenção dos
tomadores de decisão.
Fica invalidada a hipótese 2 segundo a qual, a Politica de HST instituída e o envolvimento dos
colaboradores na tomada de decisão sobre a HST constituem condições positivos da HST no
Hospital Rural do Songo, visto estes se presentarem precários ou inexistentes. É válida a
hipótese 1, por considerar que, o relacionamento entre os colegas, o
treinamento/consciencialização constituem condições positivos da HST no Hospital Rural do
Songo. Também fica validada a hipótese 3, segundo a qual, a principal causa dos acidentes de
trabalho no Hospital Rural do Songo é o factor humano, visto ter sido apresentado que, o
comportamento, o erro humano e atitudes negativas do profissional tem causado na maioria
das vezes, os acidentes de trabalho reportados.
32
6.2. Recomendações
33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
35
TRIVINOS, A.N.S. (2008). Introdução a Pesquisa em Ciências Sociais: A pesquisa
qualitativa em educação. SP; Atlas.
36
Apêndice 1 - Questionário
Indica
Sexo ________
Idade _______
Nivel académico ________
Anos de experiencia na área agrícola de Xinavane
Discordo Plenamente
Discordo
Indeciso
Concordo
Concordo Plenamente
8. A hospital realiza encontros para sensibilizar a praticar ou a cumprir regras de Higiene e Segurança
no Trabalho
Discordo Plenamente
Discordo
Indeciso
Concordo
Concordo Plenamente
11. Troca impressões com os colegas sobre os aspectos de Higiene e Segurança no Trabalho
Discordo Plenamente
Discordo
Indeciso
38
Concordo
Concordo Plenamente
Muito insatisfatório
Satisfatório
Indeciso
Satisfatório
Muito Satisfatório
39
Apêndice 2 – Guião de observação
Localização
Estrutura
Históricos
40
Apêndice 3 – Guião de entrevista dirigido à gestão da organização
41