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LICENCIATURA EM GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS

ANÁLISE DAS CONDIÇÕES DE HIGIENE E SEGURANÇA NO


TRABALHO: O CASO DO HOSPITAL RURAL DO SONGO (2018-2020)

Apresentado por: Justina José Vintani Miquithaio (14-445)

Orientador: Dr. Orlando Penicela

Junho de 2021
Justina José Vintani Miquithaio

Análise das Condições de Higiene e Segurança no Trabalho: O caso do Hospital Rural do


Songo (2018-2020)

Monografia apresentada à Faculdade de Gestão, Economia e


Contabilidade do ISM como requisito parcial para a obtenção do
grau de Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos.

Maputo, Junho de 2021


i

DECLARAÇÃO DE COMPROMISSO DE HONRA

Declaro por minha honra que o presente trabalho nunca foi apresentado na sua essência para
obtenção de qualquer grau académico e que constitui resultado da minha investigação pessoal
e independente, tendo respeitado as normas e regras académicas e indicadas no trabalho a
bibliografia utilizada.

Maputo, _____ de Junho de 2021

Justina José Vintani Miquithaio

__________________________________
ii

DEDICATÓRIA

Às minhas lindas filhas, Helga, Cleusa e Marina,


pois, são a razão do meu ser e viver!
iii

AGRADECIMENTOS

Tendo terminado com a organização dos requisitos necessários para a conclusão dos meus
estudos, tenho o dever de agradecer a todos aqueles que me prestaram apoio moral, material e
àqueles que se mostraram disponíveis a ceder um pouco dos seus conhecimentos que
permitiram com que chegasse a esta etapa. De certo modo, não seria possível sem a sua
colaboração. Assim:

 Agradeço à Deus pela saúde e protecção, que com a sua graça sempre me afastou do
mal e guiou a minha caminhada nesses longos anos de formação, pois, sem ele não
seria possível realizar mais uma conquista;
 Gostaria de expressar a minha gratidão ao Dr. Orlando Penicela, meu supervisor, pelas
sugestões, contribuições, acompanhamento e atenção prestada desde a concepção até a
conclusão do trabalho;
 Sempre faltarão palavras ou mesmo actos para expressar a minha gratidão à Dr. Elisa
Gundana pelo apoio que me concedeu e acolhimento para a realização deste trabalho,
para que este momento se tornasse realidade;
 Agradeço ao Instituto Superior Monitor por ter aceite a minha candidatura para
frequentar o curso de Gestão de Recursos Humanos;
 A todos Docentes do curso de Gestão de Recursos Humanos pela atenção e dedicação
que tiveram por mim durante a aprendizagem, deixo ficar o meu muito obrigado;
 A todos que directa ou indirectamente participaram nessa longa e difícil caminhada,
mas que não pude citar, os meus agradecimentos;
 Agradeço aos meus padrinhos Maxêncio e Felismina, pelo incentivo, apoio e estímulo
para ultrapassar as barreiras da vida;
 Por fim gostaria de agradecer ao meu esposo Ângelo Miquithaio pela paciência, pelo
apoio e constantes incentivos.
iv

RESUMO

Com o intuito de analisar as condições de HST do Hospital Rural do Songo, este trabalho
realçou a importância da HST para a produtividade laboral. O mesmo envolveu 34 elementos
como amostra. Para além de ser uma pesquisa descritiva, também se tratou de uma pesquisa
exploratória. Foi privilegiada a abordagem mista (qualitativa e quantitativa) tendo sido
utilizados para recolha de dados a entrevista, o questionário e a observação. Os resultados
mostram que a maioria dos funcionários está satisfeita com as condições de HST, apesar de
elementos negativos como a falta de uma Política de HST, as atitudes dos colaboradores, que
concorrem para a ocorrência de acidentes de trabalho no Hospital Distrital do Songo.

Palavras-chave: Higiene e segurança no Trabalho, Acidentes de Trabalho, Equipamentos de


protecção
v

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Opinião relativa ao equipamento de protecção no Hospital Rural do Songo 21

Tabela 2: Opinião relativa ao envolvimento em questões de Higiene e Segurança no 23


Trabalho

Tabela 3: Opinião relativa a consciencialização sobre aspectos de HST 25

Tabela 4: Opinião relativa a troca de impressões sobre a HST 26

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Distribuição da amostra por sexo 19

Gráfico 2 – Distribuição por faixa etária 20

Gráfico 3 – Distribuição por anos de experiência 21

Gráfico 4 – Opinião quanto ao comprometimento individual 23

Gráfico 5 – Opinião quanto a ter recebido treinamento sobre HST 24

Gráfico 6 – Principal factor de HST que considera positivo na organização 26

Gráfico 7 – Principal causa de acidentes no trabalho no Hospital Rural de Songo 28

Gráfico 8 – Principais riscos reportados como originando acidentes de trabalho 29

Gráfico 9 – Principal aspecto positivo da actuação da Gestão de Recursos Humanos 30


em relação a avaliação do desempenho
vi

LISTA DE ABREVIATURAS

EPC – Equipamento de Protecção Colectiva

EPI – Equipamento de Protecção Individual

HST – Higiene e Segurança no Trabalho

MISAU – Ministério da Saúde


vii

CONTEÚDO

DECLARAÇÃO DE COMPROMISSO DE HONRA.............................................................................i

DEDICATÓRIA.....................................................................................................................................ii

AGRADECIMENTOS..........................................................................................................................iii

RESUMO...............................................................................................................................................iv

LISTA DE TABELAS............................................................................................................................v

LISTA DE GRÁFICOS..........................................................................................................................v

LISTA DE ABREVIATURAS..............................................................................................................vi

CONTEÚDO........................................................................................................................................vii

CAPÍTULO I...........................................................................................................................................1

INTRODUÇÃO......................................................................................................................................1

1.1. Objecto de Estudo....................................................................................................................2

1.2. Objectivos................................................................................................................................3

1.2.1. Objectivo Geral...............................................................................................................3

1.2.2. Objectivos específicos.....................................................................................................3

1.3. Problematização......................................................................................................................3

1.4. Justificativa..............................................................................................................................5

CAPITULO II.........................................................................................................................................6

REVISÃO DA LITERATURA...............................................................................................................6

2.1 Política de Higiene, Saúde e Segurança no Trabalho.....................................................................6

2.2 Acidente e Doença do Trabalho....................................................................................................8

2.3 Importância da Higiene Saúde e Segurança no Trabalho.............................................................10

2.4 Cultura Organizacional................................................................................................................11

2.5 Riscos..........................................................................................................................................11

2.6 Equipamentos de Protecção.........................................................................................................12

CAPITULO III......................................................................................................................................14
viii

MODELO DE ANALISE.....................................................................................................................14

3.1. Definição dos conceitos..............................................................................................................14

Higiene e Segurança no Trabalho..................................................................................................14

Hospital.........................................................................................................................................15

3.2. Operacionalização de conceitos..................................................................................................15

3.3. Hipóteses....................................................................................................................................16

CAPITULO IV......................................................................................................................................17

METODOLOGIA.................................................................................................................................17

4.1. Tipo de estudo............................................................................................................................17

4.2. Tipo de abordagem.....................................................................................................................17

4.3. Colecta de dados.........................................................................................................................18

4.4. População e amostra...................................................................................................................19

CAPITULO IV......................................................................................................................................20

APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS..................................................................20

5.1. Hospital Rural do Songo.............................................................................................................20

5.2. Resultados do questionário.........................................................................................................21

CAPITULO VI......................................................................................................................................31

CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES...............................................................................................31

6.1. Conclusão...................................................................................................................................31

6.2. Recomendações..........................................................................................................................33

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................................34

Apêndice 1 - Questionário................................................................................................................37

Apêndice 2 – Guião de observação...................................................................................................40

Apêndice 3 – Guião de entrevista......................................................................................................41


CAPÍTULO I

INTRODUÇÃO

Os acidentes de trabalho e/ou doenças profissionais constituem preocupação nas organizações,


quer para os trabalhadores assim como para os empregadores. Aliás, o Governo também tem
esta preocupação como se nota pelos diferentes instrumentos legislativos incluindo a Lei
23/2007 de 01 de Agosto - Lei do Trabalho.

Estes stakeholders preocupam-se com os acidentes de trabalho e doenças profissionais,


procurando harmonizar o cumprimento das leis sobre a temática e encontrar formas de motivar
melhores práticas no trabalho (Chiavenato, 2005).

Na prática, implementar políticas e condições de trabalho adequadas é essencial para a


definição das acções, que visam minimizar os riscos que podem comprometer a saúde do
homem, do meio ambiente e a qualidade dos trabalhos, principalmente em actividades muito
sensíveis para a saúde do trabalhador e do utente, como é o caso das unidades sanitárias.

De Chiavenato (2005) e Silaba (2005), depreende-se que, a criação de condições de Higiene e


Segurança no Trabalho (HST) é crucial para a produtividade individual e colectiva nas
organizações, principalmente quando a preocupação é conseguir maximizar o lucro.
Condições de HST deficientes podem propiciar a ocorrência de acidentes de trabalho e
comprometer a produtividade do trabalhador.

Conforme Chiavenato (1999), é fundamental uma política de HST para a protecção da


integridade física e mental do trabalhador, preservando-o dos riscos de saúde inerentes às
tarefas e ao ambiente físico onde são executadas.

Dos autores acima, depreende-se que a implementação das políticas de HST e a avaliação das
condições de trabalho existentes em ambientes de saúde possibilita a adopção de
procedimentos adequados que protegem não só o trabalhador seja ele médico, enfermeiro,
pesquisador, dentista, como também os pacientes e os próprios consumidores e clientes dos
serviços hospitalares. A gestão dos materiais e ambientes deve ser uma das principais
preocupações em instituições de pesquisa e de atenção à saúde, uma vez que a limpeza, a

1
desinfecção, a esterilização entre outros cuidados é de extrema importância nesses ambientes
de trabalho.

Como aponta Santos (2003), a infecção hospitalar é um dos problemas mais sérios existentes,
foco de constante preocupação das equipas multidisciplinares de controlo de infecção dos
hospitais. A biossegurança é uma necessidade emergencial na prática da saúde, por estar na
base da pirâmide da atenção à saúde e afectar todos os níveis, da prevenção às doenças e aos
atendimentos de alta complexidade.

Por outro lado, esta questão é bastante complexa, pois lidar directamente com o
comportamento do ser humano antes, durante e depois dos atendimentos, sejam clínicos ou
cirúrgicos, nos hospitais públicos ou privados, em ambulatórios e consultórios de todos os
sectores sociais, possui uma estreita relação com a cultura da população, com os hábitos, com
as representações sociais.

Este trabalho visa essencialmente analisar as condições de Higiene e Segurança no Trabalho


no Hospital Rural do Songo, Distrito de Cahora-Bassa, Província de Tete. Desta feita, serão
descritas as condições de HST nesta unidade sanitária e analisar-se o estágio das condições de
HST.

O trabalho está dividido em seis capítulos. O primeiro capítulo dedica-se a apresentar aspectos
introdutórios destacando o objecto da pesquisa, os objectivos, a justificativa, o problema e a
pergunta de partida. O segundo capítulo dedica-se a abordar os principais conceitos e teorias
que sustentam a análise. O terceiro capítulo explica como será feita a análise apresentando o
respectivo modelo e operacionalizando os conceitos. O quarto capítulo foi reservado a
questões metodológicas. O quinto capítulo faz a apresentação e a discussão dos resultados
obtidos. O sexto e último capítulo dedica-se a conclusão e as recomendações.

1.1. Objecto de Estudo

O presente trabalho debruça-se em volta da análise da Higiene, Saúde e Segurança no


Trabalho, um tema importante no âmbito do subprocesso de manter pessoas dentro das
organizações.

2
Sob ponto de vista da delimitação espacial, o trabalho será realizado no Hospital Rural do
Songo, Distrito de Cahora-Bassa, Província de Tete.

O mesmo tem foco no período compreendido entre o ano 2018 e o ano 2020, por ser uma
altura em que a autora teve contacto com a instituição e verificou os factos que lhe inspiraram
a estudar este tema.

1.2. Objectivos

1.2.1. Objectivo Geral

 Analisar as condições de Higiene e Segurança no Trabalho no Hospital Rural do


Songo.

1.2.2. Objectivos específicos

 Identificar os principais riscos para a Higiene, Saúde e Segurança no Trabalho no


Hospital Rural do Songo.

 Identificar as principais causas dos acidentes de trabalho no Hospital Provincial de


Hospital Rural do Songo.

 Identificar as condições de HST positivas e negativas no Hospital Rural do Songo.


 Apresentar o nível de satisfação dos funcionários com a condições de HST no Hospital
Rural do Songo.

1.3. Problematização

Da pesquisa exploratória, constatou-se que, entre tantos factores que contribuem para o
comprometimento da saúde do funcionário, destacam-se as condições de trabalho, diversidade
de doenças relacionadas à natureza do próprio trabalho, condições de higiene e o uso de
equipamentos de protecção não adequada na função desempenhada. Sendo assim a Higiene e a
Segurança no Trabalho, surgem como actividades que estão intimamente relacionados com o

3
objectivo de garantir condições de trabalho, assim sendo capaz de manter um nível de saúde
dos trabalhadores de uma organização.

SILVA (2002:211), considera que

“promover a saúde no local de trabalho implica o desenvolvimento de


uma cultura organizacional dentro das empresas que considere o
investimento na melhoria da saúde e bem-estar dos trabalhadores como
fonte de ganhos sociais, de produtividade, de desenvolvimento
económico e de satisfação pessoal e profissional”.

Os funcionários na instituição em estudo, tendo em conta as diversas funções que


desempenham, sobretudo no manejo de artigos médicos e substâncias como reagentes, acabam
por estar expostos a um conjunto de riscos e, muitas vezes não estão cientes desses mesmos
riscos.

Os prejuízos com os acidentes são significativos e o tema levantado visará aprofundar


conhecimento sobre a temática em referência no Hospital Rural do Songo por constata-se
situações relacionadas com más condições de Higiene e Segurança no Trabalho.

Constatou-se também que, por vezes nestas situações os funcionários, embora possam
conhecer os riscos aos quais estão expostos em função das tarefas que desempenham na
instituição, nem sempre adoptam as melhores atitudes para a sua prevenção, por exemplo,
estes funcionários, mesmo conhecendo os riscos que estão expostos, muitas vezes podem não
testar a usar os equipamentos de protecção.

Assim, diante desta realidade, coloca-se a seguinte pergunta de partida:

 Quais são as condições de Higiene, Segurança e Saúde no Trabalho oferecidas pelo


Hospital Rural do Songo que podem ser consideradas positivas?

4
1.4. Justificativa

Este trabalho, sob ponto de vista acadêmico, constitui um esforço para aprofundar os
conhecimentos sobre Higiene e Segurança no Trabalho, ao mesmo tempo que poderá ser um
mais um contributo aos diversos estudos sobre a temática, particularmente numa área sensível
como o da saúde.

Sob ponto de vista prático, pretende-se contribuir para a melhoria da gestão hospitalar,
principalmente no Hospital Rural do Songo, e despertar a consciência dos gestores
hospitalares em relação a relevância da atenção a questões de HST.

Note-se que se trata de um tema relevante, considerando o facto de a unidade sanitária tratar-
se de um o local propenso a doenças e acidentes de trabalho que condicionam o desempenho
dos profissionais de saúde, considerando os riscos envolvidos.

Ditou a escolha do tema, sob ponto de vista pessoal, o interesse em estudar a temática da HST
numa realidade por si conhecida e considerando os aspectos verificados ao longo do seu
trabalho no Hospital Rural do Songo.

Com melhores condições de HST, sob ponto de vista social surgem ganhos para a comunidade
utente do hospital.

5
CAPITULO II

REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Política de Higiene, Saúde e Segurança no Trabalho

Política de Higiene, Saúde e Segurança no Trabalho é um plano definido de acções elaborado


para prevenir acidentes e doenças ocupacionais. A obrigação de implementar políticas dessa
natureza é prevista de diferentes formas na legislação da maioria dos países. Onde as políticas
devem incluir, no mínimo, os elementos requeridos pela legislação aplicável uma vez que as
instituições diferem entre si, as políticas desenvolvidas para uma organização não
necessariamente atenderão às necessidades da outra instituição. CCSSO (2006).

A Higiene, Saúde e Segurança no Trabalho (HSST) é uma área que se tem, ao longo das
últimas décadas, assistido à um grande desenvolvimento e crescimento, sendo considerada de
grande relevância no desenvolvimento de actividades profissionais, nos mais variados
contextos de trabalho (Filipe, 2012).

A promoção de maior qualidade e segurança do ambiente de trabalho é, por um lado, um


imperativo civilizacional para as instituições e socialmente consciente, e por outro uma
ferramenta fundamental para o desenvolvimento da competitividade, que leva à redução de
custos e melhora a produtividade.

De acordo com Chiavenato (1999), Higiene do trabalho refere-se a um conjunto de normas e


procedimento que visa à protecção da integridade física e mental dos funcionários,
preservando-os dos riscos de saúde inerentes às tarefas do cargo e ao ambiente físico onde são
executadas. Relaciona-se com o diagnóstico e prevenção das doenças ocupacionais a partir do
estudo e controlo de duas variáveis: homem e seu ambiente de trabalho”.

6
Para Marras (2004) a segurança do trabalho tem duas funções como preocupações
fundamentais: a prevenção de acidentes no trabalho e a eliminação de causas desses acidentes
no trabalho.

Araújo (2008) destaca três objectivos da segurança no trabalho. A identificação das principais
causas, a correcção e manutenção das estruturas físicas e a prevenção, redução e eliminação de
acidentes.

Para executar tais actividades relativas à Segurança no Trabalho, o subsistema de manutenção


de pessoas actua sob a perspectiva do estabelecimento de procedimentos de segurança
baseados em um conjunto de medidas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas,
empregadas para prevenir acidentes, seja eliminado as condições inseguras do ambiente, seja
por meio da implantação de práticas preventivas, sendo indispensáveis para o
desenvolvimento do trabalho (Chiavenato, 2005).

Com ênfase na segurança no trabalho Chiavenato (2005:438) advoga que:


“Segurança do trabalho é o conjunto de medidas técnicas, educacionais,
médicas e psicológicas, empregadas para prevenir acidentes, quer
eliminando as condições inseguras do ambiente, quer instruindo ou
convencendo as pessoas da implantação de práticas preventivas”.

A segurança do trabalho enfatiza a prevenção dos acidentes de trabalho decorrentes dos


inúmeros riscos operacionais existentes nos ambientes em que esse trabalho é executado, tais
como: electricidade, protecção de máquinas, armazenamento, dentre outros.

As organizações que implementam acções de Segurança e Saúde no trabalho têm como


vantagens: minimização dos riscos para os trabalhadores; agregação de autoestima, melhoria
da produtividade e da competitividade, criação de uma imagem de responsabilidade (Saliba,
2005).

7
Segundo Chiavenato (2005) higiene do trabalho é o conjunto de normas e procedimentos que
tem o intuito de proteger a integridade física e mental do trabalhador. Com isso, ela está
directamente ligada ao diagnóstico e prevenção de doenças ocupacionais. Levando isso em
conta, ocorre o estudo de duas variáveis: o homem e seu ambiente de trabalho.

Para Marras (2009) a higiene do trabalho é a área que relaciona directa e indirectamente com a
protecção a saúde do trabalhador.

Conforme preleciona Chiavenato (2009), a higiene do trabalho está relacionada com as


condições ambientais de trabalho que assegurem a saúde física e mental, com as condições de
saúde e bem-estar das pessoas. Quanto à saúde física, o local de trabalho constitui a área de
acção da higiene do trabalho, envolvendo aspectos ligados com a exposição do indivíduo a
agentes externos como ruído, ar, temperatura, humidade, luminosidade e equipamentos de
trabalho.

2.2 Acidente e Doença do Trabalho

Para que possamos conceituar acidente do trabalho de maneira satisfatória, é necessário que
antes entendamos uma característica marcante da palavra acidente, que antes de mais nada é
gênero do qual pertence a espécie acidente do trabalho.

A palavra acidente já imprime ao conceito a marca da casualidade, do acontecimento não


desejado nem ocasionado voluntariamente. (Coimbra apud Oliveira, 2007).

Acidente de trabalho é todo factor negativo que interfira ou interrompa o andamento normal
de uma atividade. O acidente sofrido pelo funcionário fora do local e horário de trabalho,
como por exemplo, em viagem a serviço da empresa (qualquer que seja o meio de
locomoção), nos períodos destinados a refeição ou descanso ou por ocasião da satisfação de
outras necessidades fisiológicas, também são considerados acidentes do trabalho. Sob o ponto
de vista do controlo de perdas, essas anomalias podem e devem ser banidas de todo e qualquer
processo de trabalho, refere Piza (1997).

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Por condições ambientais de trabalho queremos referir-nos as circunstâncias físicas que
envolvem o funcionário enquanto ocupante de um cargo, na organização. É o ambiente físico
que envolve o próprio funcionário, enquanto ele desempenha um cargo. Chiavenato (2005).

Aborda-se como causas de acidentes de trabalho bastante comuns quando relacionadas aos
funcionários da equipa de enfermagem, onde se estabelece que as principais causas de
acidente estão associadas ao risco biológico, relacionado ao uso de materiais perfuro cortantes
e o ergonômico quanto à movimentação constante de pacientes.

E é devido aos aspectos penosos das actividades peculiares à assistência de enfermagem e aos
riscos que o ambiente oferece, que há uma crescente preocupação com esses profissionais.

A exposição ao risco biológico é a principal forma de transmissão de doenças infecciosas


devido à exposição do trabalhador a sangue, secreções e fluidos corporais, a difusão por via
respiratória e ao contato direto entre cuidador-paciente.

Campos e Gutierrez (2005) abordam como principal causa os rodízios de escalas de turnos
noturnos e diurnos, os finais de semana e feriados, as duplas ou triplas jornadas em função,
fala de funcionários qualificados e do baixo salário, o envolvimento com as dores alheias e a
desvalorização de seu trabalho.

De acordo com Nishide e Benatti (2004), a exposição a produtos químicos (antibióticos,


quimioterápicos e antissépticos), radiação ionizante (raios-X no leito), quedas por piso liso
molhado, estresse, gravidade do paciente, parada cardiorrespiratória e emergências,
desconforto térmico, iluminação inadequada, agressividade dos pacientes e ruídos alarmes,
barulho são as grandes causas de acidentes de trabalho e que prejudicam o ambiente de
trabalho.

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2.3 Importância da Higiene Saúde e Segurança no Trabalho

É evidente a importância da Higiene Saúde e Segurança no Trabalho no Hospital e para


prevenção dos acidentes de trabalho e doenças profissionais dos funcionários, devido os danos
e custos que os mesmos provocam dentro da instituição, conforme se apurou na pesquisa
exploratória. A saúde dos funcionários passou a ser uma preocupação verdadeira pela
valorização dos mesmos, como se percebe em Dinis (2005).

O reconhecimento da importância que a Higiene Saúde e Segurança do Trabalho tem na


instituição, designadamente ao nível das condições de trabalho, da qualidade dos de vida e dos
serviços fornecidos, é cada vez mais um factor fundamental para a excelência do hospital. Dai
que as medidas preventivas são fundamentais para a redução, controlo e eliminação de riscos
de acidentes e de doenças ocupacionais. (Diniz, 2005).

Associada à melhoria de tecnologias e processos de globalização, a implementação de sistema


de gestão da segurança nas instituições de saúde, tem certamente implicações diretas na sua
competitividade e produtividade, afirmando-se como um factor indispensável aos seus níveis
de desempenho. Chiavenato (1999).

Segundo Diniz (2005), a prevenção dos acidentes deve ser realizada através de medidas gerais
de comportamento, eliminação de condições inseguras e treinamento dos funcionários,
devendo o uso dos Equipamentos de Protecção Individual (EPI) e Equipamento de Protecção
Colectiva (EPC) seja obrigatório, havendo fiscalização em todas as actividades, feita pelas
entidades competentes treinados quanto ao seu uso correto. As tarefas devem ser previamente
avaliadas, os riscos e os padrões de trabalho identificados e todos devem ser responsáveis pela
segurança e prevenção dos acidentes.

Dos conceitos acima mencionados percebe-se que existe convergência no que tange ao factor
intrínseco quanto a segurança no trabalho no ser humano. Por outro lado, uma ligeira
divergência ao tratar da segurança no trabalho como factor de psicológico, ambiental e
biológico. No que tange a convergência, a segurança pode surgir como uma força que

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predispões um individuo a agir de certa maneira, tendo em vista a consecução de determinado
objectivo. No entanto, a definição de cada é mais clara e objectiva ao destacar a segurança no
trabalho como um factor que caracteriza por prevenir, e melhorar o desempenho individual ou
colectivo.

O funcionário protegido apresenta mais comprometimento e se destaca no desenvolvimento de


suas tarefas. Mas cabe salientar que os factores que vão determinar a segurança no trabalho
dos funcionários dependerão da eficácia da instituição em alinhar melhor política seja para o
funcionário assim como para a própria instituição.

2.4 Cultura Organizacional

A higiene, saúde e segurança no trabalho tem haver muito mais com a cultura organizacional,
isto é, para que haja melhor desenvolvimento e produtividade, no que tangem ao combate de
acidente e riscos profissionais, os funcionários devem desenvolver um ambiente saudável
dentro da instituição.

De acordo com Schein (2001) advoga que “cultura organizacional´ é o modelo de


pressupostos básicos, que determinado grupo tem inventado, descoberto ou desenvolvido no
processo de aprendizagem para lidar com os problemas de adaptação externa e adaptação
interna. Uma vez que os pressupostos tenham funcionado bem o suficiente para serem
considerados válidos, são ensinados aos demais membros como a maneira correta para se
perceber, se pensar e sentir-se em relação aqueles problemas.

2.5 Riscos

Os potenciais riscos aos trabalhadores do sector são de natureza biológica, química, física,
ergonómica e psicossocial que assim se caracterizam em (MISAU, 2008):
 Riscos biológicos: infecções causadas por picadas de agulhas e ossos humanos,
contaminação das mucosas por fluidos humanos.

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 Riscos químicos: agentes de substâncias químicas, sob forma liquida e gasosa, incluem
medicamentos utilizados no tratamento do cancro e desinfectantes;
 Riscos físicos: causados pela radiação ionizante e choques eléctricos, temperaturas
extremas (frio e calor);
 Riscos ergonómicos: como, por exemplo, postura inadequada, movimentação e
levantamento de material ou instrumentos usados tal como transporte de botijas de
oxigénio ou protoxido de azoto, equipamento de diálise, máquinas de Raios X ou
vários itens ao mesmo tempo; a movimentação de doentes (dar banho, vestir, alimentar
e realizar higiene pessoal, esforço físico, jornada de trabalho prolongada, etc.).
 Riscos psicossociais: que, incluem a violência psicológica e física que podem vir de
utentes, das suas companhias, visitas, colegas de trabalho, supervisores ou gestores e o
trabalho por turnos.

2.6 Equipamentos de Protecção

Comumente, os autores falam de equipamentos de protecção distinguindo Equipamentos de


Protecção Colectiva (EPIs) e Equipamentos de Protecção Colectiva (EPCs). Piza (1997),
considera equipamentos os dispositivos utilizados no ambiente laboral com o objectivo de
proteger os trabalhadores dos riscos inerentes aos processos.

Abordando o uso efectivo dos EPIs, Ribeiro (2005) aponta ser necessário:

 determinar o tipo adequado de EPI com base no risco que irá neutralizar;
 educar o empregado para o uso do equipamento de forma eficaz; e
 consciencializar ou convencer o trabalhador da necessidade do uso do EPI na sua
actividade.

Ramos (2012) aponta que, um aspecto de grande relevância diz respeito à educação e à
preparação prévia do trabalhador no tocante à aceitação do equipamento como rotina no
trabalho, de modo que o mesmo se torne, psicologicamente, conscientizado, da sua
importância e da necessidade do seu uso, em benefício de sua própria segurança.

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Chiavenato (2008), acrescenta que, o gestor necessita cumprir com suas obrigações em relação
ao uso de equipamentos devendo: alertar, cobrar, conscientizar os funcionários em tudo que
referir ao trabalho/compromisso com a organização.

Isto leva a pensar que, não basta disponibilizar os equipamentos (responsabilidade da


organização). É preciso consciencializar os trabalhadores para o uso adequado e conservação
do equipamento, para a própria segurança do trabalhador.

Segundo Gonzaga (2002), na análise dos Equipamentos de Protecção Individual (EPI) é de


fundamental importância considerar a diversidade das características físicas dos usuários, tais
como as antropométricas (dimensões dos segmentos corporais), o uso das mãos (destros e
canhotos), dificuldades de visão e os riscos reais durante a execução da actividade. Estes são
factores de suma importância para se avaliar a eficácia dos equipamentos de protecção
individual, já que o seu uso deve ser contínuo durante toda a jornada de trabalho.

Conforme aponta Brasil (2005), equipamento de protecção colectiva é toda medida ou


dispositivo, sinal, imagem, som, instrumento ou equipamento destinado à protecção de uma ou
mais pessoas.

De acordo com Brasil (2005), o equipamento de protecção, alem de proteger muitos


trabalhadores, optimiza os ambientes de trabalho, destacando-se por ser mais rentável e
durável para a hospital.

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CAPITULO III

MODELO DE ANALISE

3.1. Definição dos conceitos

Higiene e Segurança no Trabalho

Compreende normas e procedimentos adequados para proteger a integridade física e mental do


trabalhador, preservando-o dos riscos de saúde inerente às tarefas do cargo e ao ambiente
físico onde são executadas segundo (Matos, 2007).

Na perspectiva de Chiavenato (2009:136), a higiene no trabalho é “um conjunto de normas e


procedimentos que visam à protecção da integridade física e mental do funcionário,
preservando-o dos riscos de saúde às tarefas do cargo e ao ambiente físico onde são
executadas.

A Higiene, do ponto de vista hospitalar é um conjunto de métodos não médicos que visam a
prevenção de doenças profissionais, através do controlo da exposição aos agentes físicos,
químicos e biológicos (Chiavenato, 1999).

Para Chiavenato (2009), a segurança no trabalho envolve um conjunto de medidas técnicas,


educacionais, médicas e psicológicas, empregadas para prevenir acidentes, eliminando as
condições inseguras do ambiente ou instruindo e convencendo as pessoas da implantação e
uso de práticas preventivas.

Como diz Chiavenato (1999), a higiene do trabalho tem caráter eminentemente preventivo,
pois busca a saúde e o conforto do trabalhador, evitando que ele adoeça e se ausente do
trabalho provisória ou definitivamente.

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Hospital

O hospital é parte integrante de um sistema coordenado de saúde cuja função é dispensar à


comunidade completa assistência médica, preventiva e curativa, incluindo serviços extensivos
à família em seu domicílio e ainda um centro de formação dos que trabalham no campo da
saúde e para as pesquisas biossociais. Portanto, o hospital é um lugar complexo que busca
proporcionar a manutenção do bem-estar físico, social e mental do ser humano (Gonzaga,
2002).

3.2. Operacionalização de conceitos

Conceitos Dimensões Subdimensão Indicadores


 Equipamentos  Fornecimento de EPIs
 Fornecimento de EPCs
 Uso correcto dos equipamentos de
protecção
 Condições/adequação dos
equipamentos
 Consciencialização  Promoção da troca impressões com
colegas sobre os factores de risco;
 Envolvimento na tomada de decisões
sobre aspectos da higiene e segurança
Implementação no trabalho;
da Politica de
 Sensibilização dos trabalhadores
Higiene, Saúde
Condições sobre a HST;
e Segurança no
para
Trabalho  Politica de HST  Directrizes de HST instituídas
Higiene,
Saúde e  Divulgação da Politica de HST
Segurança  Riscos  Biológicos
no Trabalho  Físicos
 Químicos
 Biológicos
 Ergonómicos
 Psicossociais
 Causas de  Atitude/comportamento humano
acidentes/doenças no  Equipamentos
trabalho hospitalar  Habilidades profissionais
 Condições de trabalho
 Qualidade da Politica de HST
Adaptado pela autora (2021)

15
3.3. Hipóteses

 Hipótese 1 – O Relacionamento entre os colegas, o treinamento/consciencialização


constituem condições positivas da HST no Hospital Rural do Songo.

 Hipótese 2 - A Politica de HST instituída e o envolvimento dos colaboradores na


tomada de decisão sobre a HST constituem condições positivas da HST no Hospital
Rural do Songo.

 Hipótese 3 - A principal causa dos acidentes de trabalho no Hospital Rural do Songo é


o factor humano.

16
CAPITULO IV

METODOLOGIA

4.1. Tipo de estudo

Este trabalho alicerçou-se na pesquisa descritiva. A pesquisa descritiva, como considera


Trivinos (2008), visa descrever criteriosamente os factos e fenómenos de determinada
realidade, de forma a obter informações a respeito daquilo que já se definiu como problema a
ser investigado.

Conforme Gil (2002), a grande contribuição das pesquisas descritivas é proporcionar novas
visões sobre uma realidade já conhecida, o que se ajusta ao trabalho que se pretende realizar.

A pesquisa realizada assume-se como um estudo de caso, permitindo testar a validade da


teoria adaptada a partir de diferentes conceitos ligados a efectividade da avaliação de
desempenho.

4.2. Tipo de abordagem

A abordagem escolhida para o estudo é principalmente de natureza qualitativa que segundo


Marconi e Lakatos (2008) permite uma compreensão detalhada dos significados e
características situacionais apresentadas pelos entrevistados, em lugar da produção de medidas
qualitativas de características ou comportamentos.

Os dados também foram analisados com base estatística, isto é, recorreu-se a pesquisa
quantitativa para sustentar a qualitativa, e neste caso, como referem Marconi e Lakatos (2008),
os dados foram tratados numericamente.

Para Duffy (1987) apud Marconi e Lakatos (2008), a utilização conjunta de metodologias
qualitativas e quantitativas nas pesquisas, tem a vantagem da possibilidade de congregar o

17
controlo dos enviesamentos (pelos métodos quantitativos), bem como compreender a
perspectiva dos agentes envolvidos no fenómeno (pelo método qualitativo).

4.3. Colecta de dados

Para o estudo utilizou-se o questionário para a recolha de dados no campo da pesquisa. O


questionário que segundo Marconi e Lakatos (2008), constitui um instrumento de colecta de
dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por
escrito e sem a presença do entrevistador, foi apresentado aos colaboradores do Hospital Rural
do Songo antes de ser plicado.

O recurso ao questionário permitiu que as pessoas o respondessem no momento que lhes


pareceu o mais apropriado e assegurar a confidencialidade. O questionário foi construído com
base na escala de Likert com o propósito de obter uma representação numérica do que seriam
as percepções sobre as condições de HST no Hospital Rural do Songo.

O estudo também foi alimentado por entrevista e pela observação. Marconi e Lakatos (2008)
definem observação como uma técnica de colecta de dados para conseguir informações e
utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em
ver e ouvir, mas também em examinar factos ou fenómenos que se desejam estudar. Já a
entrevista, conforme Gil (2008), representa uma técnica de colecta de dados na qual o
pesquisador tem um contato mais direto com a pessoa, no sentido de se inteirar de suas
opiniões acerca de um determinado assunto.

A observação partiu de um roteiro previamente elaborado, integrando os dados da


organização, suas actividades, a divisão da organização bem como as condições de HST na
organização. A entrevista foi dirigida à gestão principal da organização.

18
A pesquisa bibliográfica foi realizada para permitir construir o estado da arte e fundamentar
alguns resultados, a partir de um levantamento e seleção de livros, artigos, revistas científicas,
dissertações e teses nacionais e internacionais, permitindo uma cobertura ampla do assunto.

4.4. População e amostra

O estudo partiu de uma população de 111 elementos (42 homens e 69 mulheres), funcionários
do Hospital Rural do Songo.

Segundo Gil (2002), a amostra é o subconjunto do universo, por meio do qual se estimam as
características desse universo, ou seja, uma pequena parte dos elementos que compõem o
universo.

Deste universo foi constituída uma amostra de 15 elementos por acessibilidade/conveniência


respeitando-se a representatividade por sexo, idade, categorias e experiência profissional. Na
amostra, 62% são mulheres e 38% são homens, conforme se pode ver no gráfico 1:

Fonte: autora (2021)

19
CAPITULO IV

APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

5.1. Hospital Rural do Songo

O Hospital Rural do Songo localiza-se no Posto Administrativo do Songo e dista 30 km da


Sede do Distrito de Cahora-Bassa (Chitima) e 148 km da capital provincial - Tete. Está
inserida numa zona tipicamente com baixas temperaturas e com uma queda pluviométrica
muito significativa. Situa-se uma das maiores barragens e complexos hidroelétricos da África
e do mundo e configuração física da zona e dominada pelos planaltos que chegam a atingir
acima de 900 m de altitude.

Com 111 colaboradores, sendo 62% mulheres e 38% homens, a faixa etária se distribui
conforme o gráfico 2 que se indica abaixo:

Fonte: Autora (2021)

Observa-se que a maior parte dos colaboradores possui mais de 29 anos de idade o que revela
uma idade de pessoas crescidas que podem ter maior responsabilidade com o trabalho, os
equipamentos e a HST no geral.

20
Fonte: Autora (2021)

Observa-se também que a maioria dos funcionários possui 6 a 10 anos de experiência,


representada por 32%. Verifica-se na prática que a maioria tem experiência de trabalho que
justifica melhor integração na vida da organização e com a cultura desta, estando em
condições de opinar quando a aspectos como a HST da organização.

5.2. Resultados do questionário

Os resultados são na sua maioria apresentados conforme a escala de Likert, baseada em cinco
pontos, nomeadamente: Discordo Plenamente (DP); Discordo (D); I (Indeciso); Concordo
(C) e Concordo Plenamente (CP).

Em relação a opinião sobre equipamentos de protecção, foram obtidos os resultados constantes na


tabela 1 abaixo, apresentadas percentualmente.

N. Proposição DP D I C CP
1 O hospital fornece Equipamentos de Protecção Colectiva 9% 44% 6% 38% 3%
2 O hospital fornece Equipamentos de Protecção Individual 3% 35% 21% 41% 0%
3 No trabalho, usa correctamente o equipamento de protecção 0% 6% 24% 50% 21%
4 Os equipamentos de protecção colectiva e individual são 6% 35% 21% 29% 9%
adequados
Tabela 1: Opinião relativa ao equipamento de protecção no Hospital Rural do Songo
Fonte: Dados da pesquisa

21
Conforme os dados da tabela 1, o Hospital Rural do Songo fornece EPCs com deficiência
pois, 53% dos funcionários considera que o hospital não fornece EPCs, contrariamente a 41%
que tem opinião negativa. Os EPCs eliminam ou minimizam riscos ambientais que poderiam
provocar acidentes e ocasionar doenças.

Cerca de 38% dos colaboradores manifestou opinião negativa também em relação a


disponibilidade de EPIs, contrariamente a 41% dos funcionários que considerou que o
Hospital Rural do Songo fornece EPIs. Na prática, a opinião negativa dos 38% se deve ao
facto de não existir uma constância no fornecimento de EPIs, pois, segundo os pesquisados,
muitas vezes trabalham desprovidos destes, por ausência dos mesmos, ou por estarem
deteriorados. Também pode ter a ver com a adequação ou qualidade dos equipamentos
fornecidos, como se depreende da opinião de 41% dos colaboradores da organização, que se
manifestaram descontentes em relação a adequação dos EPIs e EPCs fornecidos pelo Hospital
Rural do Songo.

A utilização da observação como técnica de recolha de dados, também mostrou dificuldades


no fornecimento de EPIs e EPCs, aliadas a dificuldades de identificação ou sinalização de
espaços com perigo, e instalação de equipamentos que protejam os colaboradores de
intoxicação, de incêndios, eliminar vapores, gases e poeiras contaminantes; detectores de
fumaças, sistemas de ventilação e exaustão; etc.

EPCs quando presentes devem estar devidamente posicionados em áreas que oferecem perigo,
de forma a orientar e instruir quem frequenta o local e, assim, contribuir com a segurança de
todos. para chamar a atenção dos funcionários em caso de o ambiente representar algum risco;
e ao mesmo tempo devem ser permanentemente reabilitados (manutenção preventiva) ou
substituídos.

Para 71% dos funcionários do Hospital Rural do Songo, usa-se correctamente os EPIs
disponibilizados, sendo os casos de mau uso, algo que é fruto da indisponibilidade de material
completo e de qualidade, muitas vezes por razões de limitação orçamental ou ainda casos de
atitudes individuais.

22
Não obstante as dificuldades orçamentais que são uma realidade da maior parte das unidades
sanitárias em Moçambique, urge imprimir maior atenção as acções de sensibilização buscando
a redução de acidentes e doenças no trabalho, focadas nas atitudes ou no comportamento dos
indivíduos.

N. Proposição DP D I C CP
5 Participa na tomada de decisão sobre matérias de Higiene e 29% 32% 12% 12% 15%
Segurança no Trabalho do Hospital
Tabela 2: Opinião relativa ao envolvimento em questões de Higiene e Segurança no Trabalho
Fonte: Autora (2021)

A participação na tomada de decisão se revela importante pois o envolvimento assegura o


comprometimento dos funcionários, e no caso em concreto, significa fazer com que os
funcionários se apliquem em relação a politica de HST que for instituída, pois se sentem parte
dele. No caso do Hospital Rural do Songo, a maioria dos funcionários, 61% dos funcionários,
revela que não se sente envolvida na tomada de decisões sobre a HST no Hospital Rural do
Songo, contrariamente a 27% dos funcionários que mostrou concordância. O envolvimento
deve incluir escutar a opinião e as reclamações dos funcionários sobre a HST.

O comprometimento organizacional é como um desejo de permanecer, de poder continuar, ter


orgulho por pertencer, ser identificado, estar envolvido com valores e objectivos, estar
engajado e disposto para exercer o seu empenho em favor de um todo.

Fonte: Autora (2021)

23
Observa-se que grande parte dos colaboradores, representada por 44,1% dos funcionários, se
sentem comprometidos e 23,5% se sentem muito comprometidos com a HST. Houve interesse
em esclarecer este resultado, tendo os funcionários revelado que, apesar do fraco
envolvimento na tomada de decisões em matéria de HST na organização, estão preocupados
com a sua saúde e segurança, pelo que, se aplicam na medida do possível para evitar doenças e
acidentes de trabalho. O comprometimento organizacional, em um escopo amplo, pode ser
entendido como forte vínculo do indivíduo com a organização, que o incita a dar algo de si, a
saber: sua energia e lealdade (Bandeira; Marques; Veiga, 2000).

Sensibilizar e dotar os trabalhadores com conhecimentos é importante para o


comprometimento dos trabalhadores assegurando seu melhor desempenho. Para Montenegro e
Santana (2013), a grande dificuldade para o cumprimento de normas de HST é o
convencimento de que a prevenção de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais é um
investimento que interfere directamente na produtividade e qualidade do produto produzido ou
serviço prestado. Isto serve também para os colaboradores que devem ter em mente que, a sua
produtividade e qualidade do produto produzido ou serviço prestado por eles são influenciados
por regras de HST.

Fonte: Autora (2021)

O gráfico 5 revela que 67,6% dos funcionários já recebeu treinamento de HST. O treinamento
é importante para reforçar o comprometimento dos funcionários e assegurar que os
funcionários não somente busquem equipamentos de protecção, mas também os saibam usá-
los, conservá-los e consertá-los. 14,7% dos funcionários referiu que ao recebeu formação
sobre a matéria, o que requer a sua integração nas próximas acções.

24
Os treinamentos em matéria de HST são reforçados com ou nos encontros para sensibilizar os
trabalhadores a cumprirem regras de HST para a sua própria protecção e melhoria de seu
desempenho. Segundo foi apurado, o Hospital Rural do Songo promove encontros entre os
funcionários onde se abordam matérias tendentes a assegurar o uso adequado de equipamentos de
protecção.

N. Proposição DP D I C CP
6 Conhece a Política de Higiene e Segurança no Trabalho do 0% 68% 12% 6% 12%
hospital
7 Os conhecimentos que possui são suficientes para evitar 37% 24% 4% 35% 0%
acidentes/doenças no trabalho
Tabela 3: Opinião relativa a consciencialização sobre aspectos de HST
Fonte: Autora (2021)

A tabela 3 revela que 68% dos funcionários que participaram da pesquisa considera que
desconhece a Politica de Higiene e Segurança no Trabalho do Hospital. Somente 18% dos
funcionários revelou conhecer a mesma. Com base na observação não foi possivel encontrar
um documento que provasse tratar-se de Politica de Higiene e Segurança no Trabalho, embora
seja importante realçar o esforço em divulgar elementos de HST através de panfletos e
comunicados para os funcionários do hospital.

Quanto a politica, torna-se indispensável e urgentemente necessária à sua implementação,


pois, conforme a tabela 3, cerca de 61% dos trabalhadores indicou que não possui
conhecimentos suficientes para evitar acidentes/doenças no trabalho, o que é bastante
negativo. Houve 35% de concordância, e em muitos casos os funcionários revelaram que o
conhecimento que detém provem da sua formação; isto é, não deriva das acções do
empregador.

Embora os funcionários refiram não conhecer alguma politica de HST no Hospital Rural do
Songo, constatou-se que, em acções de formação e reuniões, é comum a divulgação de normas
de biossegurança; isto é, normas, procedimentos e boas práticas que determinam a segurança
de quem trabalha no hospital, com foco nos profissionais da área da saúde.

25
A tabela 4 revela um posicionamento dos trabalhadores em relação a troca de impressões com
os colegas sobre aspectos de HST, sendo positivo, como já tinha sido referido em parágrafos
anteriores.

N. Proposição DP D I C CP
8 Troca impressões com os colegas sobre os aspectos de Higiene 0% 12% 4% 52% 32%
e Segurança no Trabalho
Tabela 4: Opinião relativa a troca de impressões sobre a HST
Fonte: Dados da pesquisa

De facto, 84% dos colaboradores revelou que tem discutido questões relativas a HST com os
colegas. Este resultado também acaba mostrando a relevância dos encontros entre os
funcionários promovidos pela instituição, visando abordar questões relativas a HST. Não
obstante, houve relatos de a maior parte do conhecimento sobre a HST estar a ser partilhada
informalmente entre os funcionários, ao longo do desempenho das suas tarefas.

Fonte: Autora (2021)

O gráfico 6 indica que, para os funcionários do Hospital Rural do Songo, os principais


aspectos positivos de HST são a troca de impressões sobre a matéria com os colegas e o
treinamento e consciencialização sobre HST que tem recebido.

26
Além dos benefícios mais óbvios da formação, tais como o desenvolvimento de competências,
o reconhecimento dos riscos do local de trabalho etc., um programa de formação abrangente
em cada local de trabalho ajudará os trabalhadores a reconhecer os sinais/sintomas iniciais de
quaisquer potenciais doenças profissionais, antes que estas se tornem uma situação crónica ou
permanente; a avaliar o seu ambiente de trabalho; insistir para que os órgãos de gestão
realizem mudanças, antes do desenvolvimento das condições perigosas; elementos cruciais
para incentivar ou despertar a organização para uma necessidade de alguma acção (OIT,
2009).

Perguntou-se aos funcionários do Hospital Rural do Songo, quais eram as principais causas de
acidentes de trabalho no hospital. Em resposta a esta pergunta foram divulgadas várias
respostas as quais foi possivel agregar conforme o gráfico 7, onde se observa que o
comportamento/ atitude dos funcionários é considerado a principal causa dos acidentes. Isto
tem a ver com o facto de existirem casos em que, por negligencia, os funcionários não
descartam adequadamente o lixo hospitalar, não usam o equipamento de protecção ou quando
fazem não o fazem adequadamente, dentre outros exemplos que poderiam ser apresentados.
Ou seja, acidentes de trabalho que tem ocorrido se devem maioritariamente ao factor humano.
Os funcionários têm, por erro humano colocado em risco a segurança e saúde dele e de seus
colegas no ambiente de trabalho.

Para ANVISA (2018), o erro humano é uma decisão ou comportamento indesejável que reduz
ou tem potencial para reduzir a eficácia, segurança ou performance de um sistema.

Em seguida foi indicada a falta de uma politica de HST eficaz. Este resultado tem a ver com o
constatado no local, pois não existe uma Politica de HST escrita e partilhada com os
funcionários. As acções esporádicas de treinamento e sensibilização são importantes, mas
devem estar alicerçadas em uma Politica clara e objectiva de HST para surtam melhor efeito.
Nenhum trabalhador se referiu a deficientes habilidades profissionais dos funcionários embora
a autora tenha questionado.

27
Fonte: Autora (2021)

Alguns colaboradores referiram ser urgente assegurar que não falte equipamento de protecção
pois, pode ser utilizada como desculpa pelos funcionários com atitudes negativas relativas a
HST, em caso de acidentes de trabalho.

Em relação as condições de trabalho, os funcionários entendem que existe um esforço por


parte da organização e de parceiros no sentido de assegurar condições condignas, limitadas por
questões orçamentais conjunturais.

Em relação a comportamentos/atitudes de risco no Hospital Rural do Songo, observou-se que


podem estar associados à falta de medidas de controlo eficientes para protecção e prevenção
de acidentes; as quais poderiam fazer parte de uma politica de HST elaborada obedecendo as
directrizes da Organização Mundial da Saúde, da Organização Internacional do Trabalho, do
Ministério da Saúde e de outras instituições públicas moçambicanas responsáveis pela
temática.

Os comportamentos ou atitudes indesejadas, incluem uso inadequado do equipamento de


trabalho, negligencia na execução de tarefas, atitudes de apetência ao risco e não uso do
equipamento de protecção.

Relativamente aos riscos que mais tem causado acidentes ou doenças de trabalho, no Hospital
Rural do Songo, os funcionários indicaram:

28
 1.º - Riscos biológicos (infecções causadas por picadas de agulhas e contaminação das
mucosas por fluidos humanos)

 2.º - Riscos ergonómicos (principalmente por postura inadequada, movimentação e


levantamento de material ou instrumentos ao mesmo tempo; movimentação de
doentes).

 3.º - Riscos químicos (nomeadamente resultantes de substâncias químicas, sob forma


liquida e gasosa, incluem medicamentos utilizados e desinfectantes).

Fonte: Autora (2021)

A prática da esterilização e o manuseio correcto dos equipamentos quando na higienização


continuam sendo preceitos básicos na tentativa de diminuir os registros de infecções causadas
durante cirurgias ou mesmo durante o tratamento interno hospitalar. Por fim, é necessário que
sejam realizados rotineiramente testes em aparelhos médicos atestando o seu bom
funcionamento e testes que verifiquem se há presentes microrganismos responsáveis por
infecções e diagnosticar qual o tipo, e qual o melhor agente para contê-lo. (ANVISA, 2018).

Das sugestões apresentadas pelos funcionários pode-se aferir que, para conseguir evitar os
comportamentos de risco dos funcionários que podem comprometer toda a gestão de
segurança de uma organização, é fundamental, a par da consciencialização, possuir políticas
de segurança desenvolvidas dentro da própria organização. Deve haver orientação, supervisão
e atenção contínua em relação às actividades e aos trabalhadores.

29
Uma das sugestões que merece atenção tem a ver com a higiene hospitalar. Segundo os
entrevistados, o sector de limpeza e higiene, deve ser rigorosamente averiguado para a saúde
de todos os funcionários e dos utentes do hospital. Outra referida diz respeito a atenção que deve
ser dada a dispensa de materiais contaminados, a qual deve seguir rígidos padrões de descarte.

A grande maioria dos acidentes pode ser evitada por meio de medidas de protecção e
prevenção, logo, cabe aos profissionais da área e aos gestores identificarem os
comportamentos de risco e reeducarem os trabalhadores para que possam cuidar de sua
segurança e a dos colegas (OIT, 2009).

Houve interesse em apresentar o grau de satisfação dos funcionários em relação as condições


de Higiene e Segurança no Hospital Rural do Songo. Não obstante os elementos negativos
apresentados, no geral as condições de HST são consideradas satisfatórias pelos funcionários.

Segundo o gráfico 8, as condições de HST no Hospital Rural do Songo são satisfatórias.


Contudo, observa-se um nível elevado de indecisão situado em 35%, revelando que a
organização precisa prestar atenção a HST, de forma a evitar índices de descontentamento e
baixos índices de produtividade na organização.

Fonte: Autora (2021)

30
CAPITULO VI

CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

6.1. Conclusão

O trabalho analisa as condições de Higiene e Segurança no trabalho no Hospital Rural do


Songo, as quais, na prática constituem medidas preventivas relacionadas ao ambiente do
trabalho, visando a redução de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais.

Com 111 colaboradores, o Hospital Rural do Songo revelou-se um espaço onde a maioria dos
funcionários é do sexo feminino, e um local onde a direcção e os agentes de cooperação tem
contribuído para criar melhores condições de trabalho, não obstante constrangimentos de
natureza orçamental.

Constatou-se que a organização disponibiliza EPIs, embora observem-se momentos de rotura


de stock que requerem a atenção da organização, a julgar pelos riscos inerentes. O mesmo não
se pode dizer em relação aos EPCs que são considerados precários, contribuindo para os
funcionários considerarem que os equipamentos presentes no local não são adequados, no
sentido de sua eficácia para a protecção dos funcionários e dos utentes do hospital.

Um dos factores de menor acolhimento no seio dos funcionários é a ausência do seu


envolvimento na tomada de decisão relativamente a HST, no Hospital Rural do Songo,
contribuindo para menor comprometimento destes, embora tenham no geral afirmado estar
comprometidos com as condições de HST, visando a sua protecção contra doenças e acidentes
de trabalho. Este factor está aliado a ausência de uma Politica de Higiene e Segurança no
Trabalho, divulgada ou conhecida pelos funcionários, o que mina a aquisição de conhecimento
concretos e sistematizados sobre a temática.

O treinamento, a consciencialização e a troca de impressões entre os colegas se afiguram


elementos mais importantes da HST na organização, muito aplaudidos quando se solicitou a
indicação do principal factor de HST que é considerado positivo pelo funcionário. No lado

31
oposto, o comportamento e atitudes dos colaboradores, aliados a falta de uma politica de HST
se mostram elementos que mais contribuem para causar acidentes de trabalho no Hospital
Rural do Songo, e por essa via, factores negativos da HST.

Infecções causadas por picadas de agulhas e contaminação das mucosas por fluidos humanos;
postura inadequada, movimentação e levantamento de material ou instrumentos ao mesmo
tempo; movimentação de doentes; substâncias químicas, sob forma liquida e gasosa, incluindo
medicamentos utilizados e desinfectantes; são apontados como os principais factores de risco
no Hospital Rural do Songo.

Os funcionários que participaram nesta pesquisa revelaram satisfação, na sua maioria, com as
condições de HST apresentadas no Hospital Rural do Songo, muito por força dos factores
positivos e pelo reconhecimento das limitações da direcção do hospital, tocante a questões de
natureza orçamental.

Em termos de sugestões apresentadas pelos funcionários merecem destaque: a


consciencialização e as políticas de segurança, devendo haver orientação, supervisão e atenção
contínua em relação às actividades e aos funcionários.

Face ao exposto, conclui-se que, as condições de HST no Hospital Rural do Songo são
satisfatórias, não obstante os diversos aspectos negativos que merecem a atenção dos
tomadores de decisão.

Fica invalidada a hipótese 2 segundo a qual, a Politica de HST instituída e o envolvimento dos
colaboradores na tomada de decisão sobre a HST constituem condições positivos da HST no
Hospital Rural do Songo, visto estes se presentarem precários ou inexistentes. É válida a
hipótese 1, por considerar que, o relacionamento entre os colegas, o
treinamento/consciencialização constituem condições positivos da HST no Hospital Rural do
Songo. Também fica validada a hipótese 3, segundo a qual, a principal causa dos acidentes de
trabalho no Hospital Rural do Songo é o factor humano, visto ter sido apresentado que, o
comportamento, o erro humano e atitudes negativas do profissional tem causado na maioria
das vezes, os acidentes de trabalho reportados.

32
6.2. Recomendações

 Investir na disponibilidade atempada e permanente de EPCs e de EPIs.

 Envolver os funcionários na tomada de decisões relativas aos diversos aspectos de


HST, desde o planeamento até ao controlo.

33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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José Olympio.

35
 TRIVINOS, A.N.S. (2008). Introdução a Pesquisa em Ciências Sociais: A pesquisa
qualitativa em educação. SP; Atlas.

36
Apêndice 1 - Questionário

Indica

 Sexo ________
 Idade _______
 Nivel académico ________
 Anos de experiencia na área agrícola de Xinavane

NAS QUESTÕES ABAIXO INDICA A MAIS ADEQUADA NA SUA OPINIÃO


1. O hospital fornece Equipamentos de Protecção Colectiva.

 Discordo Plenamente
 Discordo
 Indeciso
 Concordo
 Concordo Plenamente

2. A hospital fornece Equipamento de Protecção Individual


 Discordo Plenamente
 Discordo
 Indeciso
 Concordo
 Concordo Plenamente

3. No seu trabalho, usa correctamente o equipamento de protecção


 Discordo Plenamente
 Discordo
 Indeciso
 Concordo
 Concordo Plenamente

4. Os equipamentos disponibilizados para protecção colectiva e individual são adequados


 Discordo Plenamente
 Discordo
 Indeciso
 Concordo
 Concordo Plenamente

5. Tem sido consultado sobre aspectos de Higiene e Segurança no Trabalho


 Discordo Plenamente
 Discordo
 Indeciso
37
 Concordo
 Concordo Plenamente

6. A gestão do hospital é aberta a reclamações ou queixas sobre a HST


 Discordo Plenamente
 Discordo
 Indeciso
 Concordo
 Concordo Plenamente

7. Recebeu/tem recebido treinamento sobre aspectos de Higiene e Segurança no seu Trabalho


 Discordo Plenamente
 Discordo
 Indeciso
 Concordo
 Concordo Plenamente

8. A hospital realiza encontros para sensibilizar a praticar ou a cumprir regras de Higiene e Segurança
no Trabalho
 Discordo Plenamente
 Discordo
 Indeciso
 Concordo
 Concordo Plenamente

9. Conhece a Política de Higiene e Segurança no Trabalho da Hospital


 Discordo Plenamente
 Discordo
 Indeciso
 Concordo
 Concordo Plenamente

10. Considera ter conhecimentos suficientes para evitar acidentes/doenças no trabalho


 Discordo Plenamente
 Discordo
 Indeciso
 Concordo
 Concordo Plenamente

11. Troca impressões com os colegas sobre os aspectos de Higiene e Segurança no Trabalho
 Discordo Plenamente
 Discordo
 Indeciso

38
 Concordo
 Concordo Plenamente

12. Indica a principal causa de acidentes no trabalho na área agrícola de Xinavane

13. Indica a tua satisfação em relação a Politica de HST

Muito insatisfatório
Satisfatório
Indeciso
Satisfatório
Muito Satisfatório

39
Apêndice 2 – Guião de observação

 Localização

 Estrutura

 Históricos

 Existência de Politica de HST

 Disponibilidade de EPI e do EPC

 Uso de EPI e do EPC

 Estado do EPI e do EPC

 Existência de acções de consciencialização sobre HST

 Condições no local de trabalho

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Apêndice 3 – Guião de entrevista dirigido à gestão da organização

1. Como avalia as condições de trabalho na organização?

2. Considera que o hospital tem incentivado os trabalhadores a


adoptarem normas de HST aprovadas?

3. Existe na organização alguma Politica de HST?

4. Como avalia a atitude dos funcionários da organização para com


a HST?

5. Que sugestões daria para a melhoria de condições de HST?

6. Como avalia a sua participação na tomada de decisões sobre


HST neste hospital?

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