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LUANDA
2024
António Paiva Famoroso Manuel
Luanda
2024
RESUMO
Illness brings with it a module of questions and reasoning that can compromise the
existence of any individual. Hospitalization, hospital efficiency and failure are like situational
viruses that can further affect the user’s mental state.
This report addresses issues that may be useful in minimizing these factors through
psychological counseling. Knowing the patient’s mental state is one of the requirements for
the success of a therapeutic procedure, hence the importance of psychological monitoring and
assessment. The inclusion of the family in the treatment, the facilitation of exchange between
the medical team, family and patient, as shown in the steps of this report.
The contribution of this work will be essential in favor of leveraging other issues
related to this topic, thus aiming to improve hospital services, especially in public hospitals.
Introdução ................................................................................................................................. 8
PARTE I- CONTEXTUALIZAÇÃO DO LOCAL DO ESTAGIO ..................................... 9
1.1. Caracterização da Instituição ............................................................................... 9
1.2. Funcionamento da Instituição ............................................................................... 9
1.3. Organograma do Hospital Geral ............................................................................ 10
1.4. População Alvo ..................................................................................................... 11
1.5. Funções do psicólogo ............................................................................................ 11
1.6. A consulta de psicologia ....................................................................................... 11
1.7. O acompanhamento psicológico .......................................................................... 12
2. Descrição do projecto de estágio ................................................................................ 12
2.1. Objectivos .............................................................................................................. 13
2.2. Objectivos gerais .................................................................................................. 13
2.3. Objectivos específicos ........................................................................................... 13
2.4. Cronograma do estágio curricular ..................................................................... 14
PARTE II- ENQUADRAMENTO TEORICO .................................................................... 15
3. A Psicologia clínica ...................................................................................................... 15
4. A Psicologia da Saúde ................................................................................................. 15
5. Problemas mais comuns .............................................................................................. 17
5.1. Acidentes ............................................................................................................... 17
5.2. Outros Problemas ................................................................................................. 17
PARTE III- ATIVIDADES DESENVOLVIDAS AO LONGO DO ESTAGIO ............... 18
6. Observação ................................................................................................................... 18
7. Intervenção ................................................................................................................... 19
8. Modelo terapêutico ...................................................................................................... 19
8.1. TCC ....................................................................................................................... 19
8.2. 1. Terapia breve .................................................................................................... 20
9.1.1. Psicoeducação ................................................................................................... 20
PARTE IV- APRESENTAÇÃO DOS CASOS CLINICOS ............................................... 22
10. Caso 01- Acompanhamento Psicológico ................................................................ 22
10.1. Introdução ............................................................................................................. 22
10.2. História Clínica ................................................................................................. 22
10.3. História Família ................................................................................................ 22
10.4. Hipóteses e Critérios de Diagnostico ............................................................... 23
10.5. Determinar o subtipo ....................................................................................... 25
10.6. Ponto de Discussão ........................................................................................... 25
10.7. Discussão ........................................................................................................... 26
10.8. Conclusão .......................................................................................................... 26
11. Apresentação do Caso 02- Intervenção Psicológica .......................................... 26
11.1. Identificação ...................................................................................................... 26
11.2. História Clínica ................................................................................................. 26
11.3. História Pessoal ................................................................................................. 27
11.4. Historia Familiar .............................................................................................. 27
11.5. Hipótese de Diagnostico ................................................................................... 27
11.6. Determinar o subtipo ....................................................................................... 30
11.7. Ponto de Discussão ........................................................................................... 30
11.8. Discussão ........................................................................................................... 30
11.9. Conclusão do caso ............................................................................................. 30
12. Reflexão Critica ........................................................................................................ 31
13. Reflexão Pessoal do Estagio .................................................................................... 31
14. Conclusão .................................................................................................................. 32
REFERENCIAS ..................................................................................................................... 33
8
Introdução
Este relatório tem como finalidade, detalhar as principais etapas do estágio realizado
no hospital geral de Luanda, no final do segundo semestre de 2023, Novembro, Dezembro e
Janeiro. Foram realizados acompanhamento psicológico, intervenção e avaliação dos utentes
desta instituição.
Os casos clínicos serão abordados no capítulo seguinte, onde citarei dois casos
estudados com os seus possíveis diagnósticos. Dentre eles, farei um acompanhamento
psicológico e o outro caso, uma avaliação psicológica. E por fim, farei uma reflexão crítica e
pessoal do estágio.
1.1.Caracterização da Instituição
Desde o dia 1 de Março de 2015 que o hospital Geral atende mais de 20 especialidades
Começando pelos Bancos de Urgências, Cirurgia e Ortopedia, Hematologia, Oftalmologia,
Internamento Pediatria, Internamento Medicina, Internamento Ortopedia etc. Daí a sua
complexidade de serviços o que explica a demanda hospitalar.
Segundo Maria Beaumont (2016, p.51) As bases de estruturação, coordenação,
organização e funcionamento do Hospital estão definidas em conformidade com o Decreto
Presidencial nº260/ 10, de 19 de Novembro, do Regime Jurídico da Gestão Hospitalar. A
Tutela e superintendência administrativa estão sob alçada do Governo da Província de
Luanda, a superintendência metodológica compete ao Ministério da Saúde.
Os serviços estão organizados do seguinte modo:
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1.4.População Alvo
O Hospital Geral é classificado como um hospital de nível II, tendo em conta este
factor deve ter um mínimo de 5 (cinco) especialidades básicas (Medicina, Cirurgia,
Ginecologia, Obstetrícia e Pediatria) e um regime de internamento acima de 100 camas de
acordo.
A Lei 21-B/ 92, 28 de Agosto, estabelece os princípios que norteiam o Serviço de
Saúde:
A universalidade quanto à população abrangida;
A integralidade, no que concerne à prestação de cuidados globais ou à sua garantia;
A tendência gratuita para os usuários sem condições económicas e sociais;
A garantia da equidade no acesso dos usuários, no sentido de atenuar os efeitos das
desigualdades socioeconómicas, geográficas e quaisquer outras.
profissionais são solicitados a comparecer nestes locais para avaliação dos pacientes de
acordo a necessidades como no caso dos pacientes internados afim de procedimentos
cirúrgicos.
As consultas são distribuídas de acordo a especialidade de cada profissional ou seja, de
acordo a idade formando assim 3 grandes grupos: crianças, adultos e idosos. Outro factor
determinante na triagem destes pacientes em consulta, é a sua demanda. Como por exemplo:
pacientes vítimas de abuso sexual são atendidos por um profissional qualificado para estes
tipos de casos.
4. Prognostico
5. Acompanhamento psicoterapêutico: acompanhamento individual, aos
familiares
6. Realização de palestras e conferências: aos pacientes, familiares, aos
funcionários e colaboradores da instituição
7. Elaboração do diário de campo:
a) Intervir quando necessário e de forma cooperante na relação dos pacientes com
a equipe (médica e enfermeiros) e a família.
b) Elaboração do relatório do estagio (duas vias, sendo 1ª para a instituição
acolhedora e a 2ª para o ICISA), onde deverá constar:
Caracterização da instituição;
Funcionamento da instituição;
Descrição das actividades paralelas realizadas durante o período de estágio;
Descrição das actividades realizadas seguida de reflexões;
Explicações das situações observadas e dados recolhidos, fundamentando-os;
Fundamentação ou enquadramento teórico;
Anexar os relatórios, testes psicológicos utilizados e toda documentação
considerada necessária para fundamentação;
O relatório deverá ter no mínimo 25 páginas.
2.1. Objectivos
3. A Psicologia clínica
A psicologia como disciplina cientifica surge no séc. XIX com Wundt na Alemanha e
concomitantemente a James em Massachusetts, inaugura-se o primeiro laboratório de
psicologia destinado às manifestações psicológicas, cujo objetivo visava o estudo da formação
da mente humana em blocos, ou o estudo da psicologia como sendo uma experiencia
consciente, tendo como foco a perceção, as emoções, o pensamento, a consciência como
elementos principais, bem como outras formas e dinâmicas mentais. Desta forma, concedeu-
se à psicologia a condição plena de ciência (Papalia &Feldman, 2013 apud ).
Foi Lightner Witmer no final do séc. XIX que utilizou pela primeira vez o termo
psicologia clínica, com a fundação da primeira clínica de psicologia, onde eram tratadas
crianças cujas situações recaiam sobre queixas escolares (Ribeiro & Leal, 1996).
A Psicologia Clínica é a subdisciplina da psicologia que se preocupa com o estudo dos
transtornos mentais e as suas manifestações psíquicas. Assim, inclui a psicoterapia,
aconselhamento, encaminhamento, prevenção e promoção. Distingue-se das outras áreas da
psicologia pela forma de pensar e atuar. A personalidade, as normas de ação e os seus desvios,
o comportamento, as relações interpessoais, os processos grupais, evolutivos e de
aprendizagem são objeto de estudo também das ciências humanas no geral (Macedo, 1984).
Assim, a Psicologia Clínica surgiu, como alternativa ao modelo médico, propondo-se
procurar e explorar explicações para os comportamentos de certos pacientes que eram até
então desconhecidas (Ribeiro & Leal, 1996; Brito, 2008; Miranda, 2013).
A psicologia clínica considera o indivíduo na sua singularidade e em função do seu
contexto de vida e da sua história analisa os comportamentos e as atitudes de forma
aprofundada (Monteiro, & Ribeiro, 1999).
4. A Psicologia da Saúde
A Psicologia da Saúde tem como objectivo compreender como os factores biológicos,
comportamentais e sociais influenciam os indivíduos na saúde e na doença (APA, 2003).
A psicologia interessa-se pela forma como o sujeito experiencia e vivencia o seu
estado de saúde ou de doença, a relação com os outros, com o mundo e consigo. Tem como
objectivo ajudar as pessoas a incluírem-se no seu projecto de vida, a promover a saúde e
prevenir a doença através de atitudes e comportamentos activos, bem como aperfeiçoar
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5.1. Acidentes
Os casos de acidentes são dos mais recorrentes no hospital geral, dentre os quais os
mais frequentes são os de viação, trazendo danos físicos e mortais.
De acordo com os dados apresentados pela CNVOT (Conselho Nacional de Viação e
Ordenamento do Transito) no portal do Governo de Angola, página oficial do vice-presidente
da república, de 16 de Janeiro de 2023, a província de Luanda tem liderado com casos
frequentes de acidentes. Um dos dados que comprova a descrição deste facto é a estatística
anual de 2022 que descreve 3.356 acidentes, 952 mortos e 3.302 feridos.
Na maioria dos casos são atendidos no HGL, vindo de outras unidades subjacentes
daquela subscrição. Segundo o jornal de Angola de 15 de Outubro de 2021; “Cerca de 60
casos de traumas causados por acidentes de viação, com particular incidência na Avenida
Raul Castro. Ruz, vulgo Via Expressa, são atendidos, em média, todos os dias, no Hospital
Geral de Luanda (HGL), revelou, ao Jornal de Angola, o director-geral da instituição. Barnabé
Lemos realçou que, apesar do HGL dispor apenas de três médicos ortopedistas, a maioria dos
casos de traumas são resolvidos localmente, incluindo os que exigem cirurgias.”
6. Observação
Por cada serviço nos foi apresentado os seus responsáveis a fim de criar a o
intercâmbio e dar a conhecer a disponibilidade do serviço e do técnico estagiário lá presente.
Em alguns sectores não havia técnicos permanentes em actuação mesmo havendo a
necessidade naquele local, como foi o caso do internamento cirurgia sendo meu primeiro
posto de trabalho.
7. Intervenção
8. Modelo terapêutico
Como se verificou nas intervenções, foram possíveis varias técnicas baseado na teoria
cognitivo comportamental. Sendo a humanização um recurso a disposição
8.1. TCC
A Terapia Cognitivo-Comportamental - TCC integra técnicas e conceitos vindos de
duas principais abordagens tais como a cognitiva e a comportamental. Para Beck (1963;
1964), de acordo com a Terapia Cognitiva os indivíduos atribuem significado a
acontecimentos, pessoas, sentimentos e demais aspectos de sua vida, com base nisso
comportam-se de determinada maneira e constroem diferentes hipóteses sobre o futuro e
sobre sua própria identidade. As pessoas reagem de formas variadas a uma situação específica
podendo chegar a conclusões também variadas.
O objetivo da Teoria Cognitiva, segundo Bahls (1999); Biggs e Rush (1999) Beck e
Alford (2000) é descrever a natureza de conceitos (resultados de processos cognitivos)
envolvidos em determinada psicopatologia de maneira que quando ativados dentro de
contextos específicos podem caracterizar-se como mal adaptativos ou disfuncionais.
20
9.1.1. Psicoeducação
10.1. Introdução
podem ocorrer em um continuum, com a expressão mais extrema na forma de uma perda
completa de percepção do ambiente ao redor.) Nota: Em crianças, a reencenação específica do
trauma pode ocorrer na brincadeira.
4. Sofrimento psicológico intenso ou prolongado ante a exposição a sinais
internos ou externos que simbolizem ou se assemelhem a algum aspecto do evento
traumático.
5. Reações fisiológicas intensas a sinais internos ou externos que simbolizem ou
se assemelhem a algum aspecto do evento traumático.
10.7. Discussão
10.8. Conclusão
11.1. Identificação
Pedro (nome fictício), de 21 ano de idade, sexo masculino, residente no bairro zango
II, com os pais
11.2. História Clínica
Pedro sempre foi determinado a ajudar a sua família a fim de deixar seus pais
orgulhosos. Sempre desejou ser grande em todos os aspectos por isso terminaram o ensino
médio apesar de viver num bairro tóxico em que a inclinação é negativa.
Pedro (nome fictício) sempre viveu com os pais e seus 3 irmãos, sendo o segundo filho
mais velho, sentiu-se obrigado desde cedo a ajudar seus pais após ter terminado o ensino
médio. Sempre teve apoio de seus pais e sente-se grato por isso. Tem o pai como modelo e
sempre fez os possíveis para se responsabilizar pelo futuro que daria a sua mãe e pai. “ meu
pai é muito rígido e isso me ensinou a ser homem desde cedo. Minha mãe é muito amorosa e
meus irmãos também. As vezes brigamos mas não há nada que não possa nos unir novamente
e minha mãe não deixa que fiquemos sem falar uns com os outros.
Nota: Isso não se aplica à exposição por intermédio de mídia eletrônica, televisão,
filmes ou fotografias, a menos que tal exposição esteja relacionada ao trabalho.
B. Presença de nove (ou mais) dos seguintes sintomas de qualquer uma das cinco
categorias de intrusão, humor negativo, dissociação, evitação e excitação, começando ou
piorando depois da ocorrência do evento traumático:
Sintomas de intrusão
1. Lembranças angustiantes recorrentes, involuntárias e intrusivas do evento
traumático. Nota: Em crianças, pode ocorrer a brincadeira repetitiva na qual temas ou
aspectos do evento traumático são expressos.
Humor negativo
5. Incapacidade persistente de vivenciar emoções positivas (p. ex., incapacidade de
vivenciar sentimentos de felicidade, satisfação ou amor).
Sintomas de evitação
8. Esforços para evitar recordações, pensamentos ou sentimentos angustiantes acerca
do, ou fortemente relacionados ao, evento traumático.
Sintomas de excitação
10. Perturbação do sono (p. ex., dificuldade de iniciar ou manter o sono, sono agitado).
11. Comportamento irritadiço e surtos de raiva (com pouca ou nenhuma provocação)
geralmente expressos como agressão verbal ou física em relação a pessoas ou objetos.
12. Hipervigilância.
13. Problemas de concentração.
14. Resposta de sobressalto exagerada.
C. A duração da perturbação (sintomas do Critério B) é de três dias a um mês depois
do trauma.
Nota: Os sintomas começam geralmente logo após o trauma, mas é preciso que
persistam no mínimo três dias e até um mês para satisfazerem os critérios do transtorno.
D. A perturbação causa sofrimento clinicamente significativo e prejuízo no
funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
E. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex.,
medicamento ou álcool) ou a outra condição médica (p. ex., lesão cerebral traumática leve) e
não é mais bem explicada por um transtorno psicótico breve.
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Características Diagnósticas
A característica essencial do transtorno de estresse agudo é o desenvolvimento de
sintomas típicos que duram de três dias a um mês após a exposição a um ou mais eventos
traumáticos. Eventos traumáticos vivenciados diretamente incluem, mas não se limitam a,
exposição a guerra
Características Associadas que Apoiam o Diagnóstico
Indivíduos com transtorno de estresse agudo costumam adotar pensamentos
catastróficos ou extremamente negativos a respeito do seu papel no evento traumático, da sua
resposta à experiência traumática ou da probabilidade de danos futuros. Por exemplo, uma
pessoa com transtorno de estresse agudo pode sentir culpa excessiva por não ter impedido o
evento traumático ou por não se adaptar à experiência com mais êxito. Essas pessoas também
podem interpretar seus sintomas de maneira catastrófica, de forma que recordações em
flashback ou entorpecimento emocional podem ser interpretados como um sinal de
capacidade mental reduzida.
Prevalência
A prevalência do transtorno de estresse agudo em populações recentemente expostas a
trauma (i.e., dentro de um mês da exposição ao trauma) varia de acordo com a natureza do
evento e o contexto no qual é avaliado. Tanto na população norte-americana como na não
norte-americana, o transtorno de estresse agudo tende a ser identificado em menos de 20%
dos casos após eventos traumáticos que não envolvem agressão interpessoal, em 13 a 21%
dos acidentes automobilísticos, em 14% das lesões cerebrais traumáticas leves, em 19% dos
furtos, em 10% das queimaduras graves e em 6 a 12% dos acidentes industriais. Taxas mais
elevadas (i.e., 20 a 50%) são descritas após eventos traumáticos interpessoais, incluindo
assalto, estupro e testemunho de tiroteio em lugar público.
Desenvolvimento e Curso
O transtorno de estresse agudo não pode ser diagnosticado até três dias depois de um
evento traumático. Apesar de o transtorno poder progredir para o transtorno de estresse pós-
traumático depois de um mês, ele também pode ser uma resposta de estresse temporária que
cede dentro de um mês da exposição ao trauma e não resulta em TEPT. Aproximadamente
metade dos indivíduos que acabam desenvolvendo TEPT apresenta-se inicialmente com
transtorno de estresse agudo. A piora dos sintomas durante o mês inicial pode ocorrer, com
frequência em virtude de estressores de vida presentes ou outros eventos traumáticos
subsequentes. As formas de revivência podem variar de acordo com o desenvolvimento
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Diagnóstico Diferencial
Transtornos de adaptação. No transtorno de adaptação, o estressor pode ser de
qualquer gravidade em vez da gravidade e do tipo exigidos pelo Critério A do transtorno de
estresse agudo.
11.8. Discussão
Em conformidade com a relação entre o TEA e o TSPT, este caso nos levou a
compreensão e desmistificação das particularidades de cada aspecto presentes. Foi possível
estabelecer e aperfeiçoar a prática e atenção aos critérios, o que nos levou ao diagnóstico
concreto e a determinação de outros factores que me levou a dar seguimento, tendo em conta
a delicadeza deste caso.
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O estágio foi realizado em meio as dificuldades que por fim foram superadas graças ao
incansável esforço dos profissionais efectivos do HGL e dos colegas do ICISA, que visando
os seus objectivos, dedicaram-se incansavelmente para a concretização da mesma.
Durante o estágio, foi possível detectar falhas pessoais e como também da instituição
acolhedora. A necessidade dos serviços de psicologia em hospitais públicos é visível o que
levou-me a perceber a longitude do alcance da implementação e promoção dos serviços.
Hoje a psicologia é real no nosso contexto, embora pouco incluída por ter sido
constantemente supostamente substituída por profissionais e não profissionais. É importante
aqui realçar que a psicologia é insubstituível, no que diz respeito aos traumas emocionais. A
personalidade é um emaranhado de pressupostos eventos supostamente superados de forma
autónoma. Só um profissional de psicologia pode compreender tal situação e desenvolver
aspectos que possam ser úteis em situações futuras.
Na actuação como futuro profissional da saúde mental ao longo deste estágio, como
parte de uma maioria em virtude da realidade menosprezada por razões e forças maiores,
descrevo a precária condição em que são submetidos a integridade do humanismo que devia
servir como razão para um sistema de saúde mais humanizado.
Sou parte de um conjunto de pessoas fragilizadas, preocupa-me saber que infelizmente
não temos um sistema de saúde capaz de atender uma população como a nossa.
Há no país bons profissionais de saúde postos em funcionamento em condições
precárias. O que mais me inquieta é o facto de saber que parte da ansiedade, estresse, medo
excessivo é causado pelo histórico e relato de casos de fracassos que muitas das vezes estão
na base das dificuldades enfrentadas por profissionais capacitados.
Não me compete relatar as dificuldades enfrentadas por vários profissionais no
contexto hospitalar, preocupa-me saber que da água que bebo, para alguns é usada apenas
para lavar. Não estou com essa declaração querer provocar um ato de rebelião mas sim pedir
encarecidamente que haja mais humanização e responsabilidade por parte daqueles que
respondem pelo bom funcionamento da mesma.
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14. Conclusão
REFERENCIAS