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Educação e Formação de Adultos

Agente em Geriatria

Manual

3552 – Patologias e efeitos psicossociais decorrentes da


hospitalização da pessoa idosa

Formador: Filipe Miguel da Cruz Barros


Índice

Introdução...................................................................................................................................................................................... 3
Módulo I – Patologias da Pessoa Idosa ............................................................................................................................. 5
 Patologia Cardiovascular .................................................................................................................. 6
 Patologia Respiratória........................................................................................................................ 7
 Patologia Hematológica e Oncológica .......................................................................................... 9
 Patologia Neurológica e Sensorial.............................................................................................. 10
 Os acidentes ......................................................................................................................................... 12
Módulo II – Equilíbrio bio-psicossocial da pessoa idosa ............................................................................................ 13
 A pessoa idosa portadora de doença crónica ........................................................................ 13
 Situações de emergência ................................................................................................................ 14
Módulo III – Internamento da pessoa idosa em estado terminal................................................................................................... 16
 Abordagem multidimensional ..................................................................................................... 16
 Cuidados específicos ........................................................................................................................ 18
Módulo IV – Hospitalização – efeitos psicossociais ................................................................................................................................. 19
 A pessoa idosa e o hospital............................................................................................................ 19
 A hospitalização ................................................................................................................................. 20
Módulo V – Autonomia da pessoa idosa ........................................................................................................................... 21
 Minimizar os efeitos das hospitalizações na vida da pessoa idosa............................... 21
 A família da pessoa idosa ............................................................................................................... 21
Módulo VI – O apoio extra-hospitalar....................................................................................... 23 2
 O recurso a outros recursos da sociedade .............................................................................. 23
 A alta médica e a continuidade da prestação de cuidados ............................................... 25
Bibliografia ................................................................................................................................................................................. 26
INTRODUÇÃO

Público-alvo

No âmbito da unidade de formação de curta duração n.º 3552 – Patologia e efeitos psicossociais
decorrentes da hospitalização da pessoa idosa foi desenvolvido o presente manual de formação, o qual é
dirigido a formandos inscritos nesta UFCD, maiores de 18 anos, desempregados de longa duração.

A que necessidades visa dar resposta


Este manual de formação é uma ferramenta de apoio à aprendizagem e constitui um complemento aos
conteúdos programáticos abordados ao longo das sessões de formação da UFCD n.º 3552 - “Patologia e efeitos
psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa”.

Através da consulta do presente manual pretende-se que os formandos tenham acesso a uma
sistematização da informação apresentada no decorrer das sessões de formação.

Os objetivos, conteúdos programáticos e carga horária da ação de formação obedecem ao referencial da 3


UFCD, de acordo com o Catálogo Nacional de Qualificações.

Objetivos Gerais

Pretende-se com esta Unidade de Formação de Curta Duração fornecer aos formandos conhecimentos e
competências necessárias para:

 Identificar as principais patologias que conduzem à hospitalização da pessoa idosa;

 Detetar precocemente sinais de alteração ou equilíbrio bio-psicossocial da pessoa idosa;

 Adquirir conhecimentos sobre a situação do doente terminal no hospital;

 Identificar consequências psicológicas e sociais da hospitalização da pessoa idosa;

 Promover a autonomia da pessoa idosa.


Objetivos Específicos
No final desta ação de formação os formandos estarão aptos a:

 Enumerar, no mínimo, duas patologias que podem conduzir a pessoa idosa à hospitalização, a nível
cardiovascular, respiratório, hematológico e oncológico, neurológico e sensorial e os três principais
tipos de acidentes a que as pessoas idosas podem estar mais propensas, sem consulta do manual;

 Identificar sinais e sintomas de alteração ou equilíbrio bio-psicossocial da pessoa idosa portadora


de doença crónica e/ou em situações de emergência, sem apoio do formador;

 Reconhecer os cuidados específicos a prestar à pessoa idosa em estado terminal e conseguir


diferenciar os conceitos de morbilidade e mortalidade;

 Identificar os benefícios e consequências negativas da hospitalização na pessoa idosa a nível psicológico


e social, corretamente e sem apoio do formador;

 Conseguir descrever corretamente as formas de promoção da autonomia da pessoa idosa e quais


os recursos extra-hospitalares disponíveis, de acordo com as necessidades detetadas, sem
consulta do manual. 4

Benefícios e condições de utilização


Através da consulta deste manual os formandos poderão conhecer os conteúdos teóricos da UFCD e ter
acesso a informações adicionais às sessões de formação ministradas.

Este manual não pode ser reproduzido, sem autorização prévia e apenas poderá ser utilizado em ações ministradas pela
Mutação, Lda.
MÓDULO I – PATOLOGIAS DA PESSOA IDOSA

Segundo o relatório das Nações Unidas (2015), o envelhecimento populacional é um fenómeno que se
regista em todo o mundo, com 901 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, o que corresponde a 12% da
população global. Prevê-se que esse número cresça para 2,1 biliões em 2050. Em relação ao caso concreto de
Portugal, em 2015 registava-se uma percentagem de 27,1% de pessoas com 60 ou mais anos e de 5,9% de
idosos com 80 ou mais anos, valores cuja previsão será de 41,2% e 13,8% em 2050, respetivamente. (United
Nations, 2015) Ao analisar estes dados é necessária “uma reflexão e a adoção de novos paradigmas de
avaliação, intervenção e melhoria nos cuidados assistenciais”. (Prefácio de Firmino In: Sequeira, 2010:XIV)

O processo de envelhecimento é algo que devemos aceitar como um processo intrínseco da nossa
existência e que é constituído por três componentes, o processo de envelhecimento biológico “que resulta da
vulnerabilidade crescente e de uma maior probabilidade de morrer, a que se chama senescência”; o
envelhecimento social “relativo aos papéis sociais” que a sociedade atribui a este nível etário e o envelhecimento
psicológico. (Schroots & Birren, 1980 cit. por Paúl, 2005:275) Segundo Sequeira (2010) o processo de
envelhecimento psicológico relaciona-se com a “avaliação do equilíbrio entre as limitações e as potencialidades do
indivíduo” e este depende do “contexto sociocultural em que se encontra inserido e da forma como cada um
organiza e vivencia o seu projeto de vida.” (2010:23)
5
Para que os cuidadores de idosos, formais ou informais, prestem um apoio eficiente é necessário que
conheçam as transformações relacionadas com o processo de envelhecimento e as patologias que poderão
estar associadas, com vista à identificação dos procedimentos a adotar perante cada patologia e como
personalizar o cuidado de acordo com cada situação. Assim como entender a diferença entre sinais e sintomas
no processo de diagnóstico.

Neste módulo será ainda abordada a temática relacionada com a diabetes, co mo detetar situações de
hipoglicemia ou hiperglicemia e como agir e identificar a sintomatologia de acidente vascular cerebral.

Para além da abordagem sobre estas patologias, será transmitido aos formandos a importância da
ingestão de água, os sinais de desidratação e o cuidado em relação à dieta específica do idoso, devendo o
cuidador informar-se sobre as patologias da pessoa idosa e se existe uma dieta específica, receitada pelos
profissionais de saúde.

Ao longo desta UFCD serão abordados, de forma sucinta, os sinais e sintomas destas patologias e as
medidas a adotar para o seu devido tratamento, de acordo com a prescrição médica.
 Patologia Cardiovascular
Ao falarmos de envelhecimento e das patologias que podem afetar a população idosa existem
algumas que identificamos como mais propensas. Apesar de não serem exclusivas da população idosa,
existem alguns factores de risco mais evidentes para a manifestação de algumas destas patologias na
população mais velha. Tais como as doenças cardiovasculares, doenças do coração que se manifestam
geralmente por arritmia, enfarte do miocárdio e hipertensão arterial.

Arritmia:

Os sintomas de arritmia podem variar, contudo destaca-se a sensação de batimentos cardíacos


“esmagadores” ou acelerados, desconforto com os próprios batimentos ou sensação de falta ou interrupção
desses batimentos e o ritmo cardíaco pode ser sentido no tórax, garganta ou pescoço. Esta patologia pode
causar no doente a sensação de fadiga, tonturas, desmaios ou palpitações.

As causas de arritmia podem ser de origem cardíaca, pulmonar ou sistémica pré -existente, pode
resultar como um efeito secundário de medicamentos ou ter origem numa situação de stress ou ansiedade.

Enfarte Agudo do Miocárdio: 6

O enfarte agudo do miocárdio resulta da morte das células do miocárdio por falta de oxigénio, por
obstrução total ou significativa da artéria coronária.

Uma das principais causas deste episódio é a aterosclerose, uma doença das artérias elásticas,
caracterizada pela presença de ateromas (lesões com aspecto de placas) nos grandes vasos, resultando no
estreitamento progressivo do calibre arterial e que está na origem de doenças arteriais como a hipertensão
arterial, a doença coronária, o aneurisma da aorta ou a doença arterial dos membros inferiores. Esta doença
pode surgir em idades jovens e tem um longo período de progressão, constituindo como fatores de ri sco
níveis elevados de colesterol no sangue, níveis baixos de colesterol HDL e níveis elevados de proteína C
reativa, hipertensão arterial, diabetes, história familiar de doença coronária, tabagismo, obesidade e idade
avançada. A adoção de medidas preventivas, como realização periódica de análises clínicas e hábitos de
vida saudáveis poderão diminuir os efeitos desta patologia e aumentar o bem-estar do doente.

Os sintomas de enfarte agudo do miocárdio manifestam-se geralmente por:

 Dor forte no peito, normalmente do lado esquerdo com irradiação para o braço, pescoço e
mandíbula ou para a zona abdominal;

 Dor epigástrica (acima do umbigo);


 Dificuldade em respirar;

 Mal estar, náuseas e vómitos

 Palpitações (sentir as batidas do coração);

 Ansiedade;

 Sensação de morte iminente

 Sensação de desmaio

Sinais de enfarte agudo do miocárdio:

 Pele pálida, húmida e viscosa;

 Suores;

 Agitação

Hipertensão Arterial:

A hipertensão arterial é uma patologia que está na origem de outras doenças, sendo a principal 7
causa de insuficiência renal e cardíaca e um dos principais fatores de risco de enfarte agudo do miocárdio,
acidente vascular cerebral e aneurisma.

É uma doença crónica e é determinada por valores elevados de pressão arterial, a força exercida
pelo sangue nas paredes das artérias por onde circula, que leva a que o coração necessite de fazer mais
esforço para desempenhar a sua função de fazer circular o sangue por todo o corpo. A pressão arterial pode ser
avaliada em termos de valor sistólico, que se refere ao valor máximo alcançado com a contração do
coração, e de valor diastólico, o valor mínimo quando o coração relaxa entre contrações.

 Patologia Respiratória

Outra tipologia de doenças que afetam um número considerável de idosos é a patologia respiratória, que
podem ser crónicas, como a bronquite crónica ou asma, ou agudas, resultante por exemplo de infeção
respiratória.

As dificuldades respiratórias podem ser consequência de um problema sistémico, sendo agravadas por
stress fisiológico ou psicológico.
Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica:

Esta patologia resulta de uma obstrução crónica, não totalmente reversível, à passagem do ar nas vias
respiratórias, associada a uma resposta inflamatória do aparelho respiratório.

A DPOC é a doença crónica do pulmão mais frequente, que atinge um em cada dez adultos acima dos
40 anos de idade.

Os principais fatores de risco para o desenvolvimento de DPOC são o tabagismo, a exposição continuada 8

a gases, poeiras ou produtos químicos poluentes e historial familiar desta patologia.

Esta doença caracteriza-se por não provocar sintomas na sua fase inicial, provocando apenas uma
incapacidade mínima. O agravamento é progressivo, à medida que o doente vai envelhecendo e/ou surgem
infeções respiratórias. Numa fase avançada da doença pode surgir deformidade torácica, grau elevado de
incapacidade, hipertensão pulmonar, dilatação ventricular direita, e insuficiência respiratória grave, levando à
morte.

O diagnóstico desta patologia é realizado através de espirometria, que mede o fluxo de ar nos pulmões.
Bronquite Crónica:

A bronquite pode ser descrita como um processo de inflamação nos brônquios e que provoca um
estreitamento dessas vias, dificultando a respiração e dando origem a sintomas como a tosse, resultante da
hipertrofia das glândulas que produzem muco. Este processo pode ser agudo, que ocorre durante um curto
período de tempo, ou crónico, em que os sintomas ocorrem durante a maioria dos dias do mês, ao longo de pelo
menos três meses do ano em 2 anos consecutivos.

A bronquite pode ser causada por vírus ou bactérias, pelo consumo de tabaco ou pela inalação da pó ou
agentes poluentes. E com o avanço da doença a limitação ao fluxo de ar aumenta, podendo provocar enfisema
pulmonar.

Asma:

A asma é uma doença inflamatória crónica das vias respiratória, uma resposta imunológica resultante da
exposição a diversos estímulos, como ácaros do pó, pólen, agentes poluentes e consequente dificuldade em
respirar. Esta doença pode afetar pessoas de todas as idades e não for devidamente detetada e controlada pode
provocar limitações à vida quotidiana dos utentes.
9
Os principais sintomas desta patologia são “chiadeira” ou “apito” no peito, dificuldade em respirar
(dispneia), e tosse.

 Patologia Hematológica e Oncológica


As patologias hematológicas têm origem no sangue, como por exemplo a anemia. No âmbito da doença
oncológica a Hematologia clínica intervém no diagnóstico e tratamento de leucemias e linfomas.

Anemia:

A anemia ocorre quando a quantidade de hemáceas no sangue, os glóbulos vermelhos que contêm
hemoglobina, uma proteína que transporta o oxigénio pelo corpo, se encontra abaixo do valor de referência.

Esta situação pode resultar da falta de ferro, vitamina B12 ou ácido fólico, como consequência de dietas
nutricionais deficientes em nutrientes derivados de animais, por abuso excessivo de álcool e surge por vezes
durante a gravidez. A anemia pode ainda ser hereditária ou efeito de doenças crónicas, como doenças renais e do
fígado.
Leucemia:

A leucemia é categorizado como um tumor maligno hematológico e pode ser definido com uma
multiplicação anormal e desorganizadas das células do sangue.

Esta doença pode ser aguda ou crónica, dependendo da velocidade de instalação e das células
envolvidas, podendo ser classificada como leucemia mieloide aguda, leucemia mieloida crónica, leucemia
linfoblástica aguda e leucemia linfocitica crónica.

Os principais sintomas de leucemia são anemia, episódios repetidos de febre, infeção e abcessos,
hematomas ou equimoses, principalmente na mucosa oral, retina e membros inferiores e ocasionalmente
aumento dos gânglios e do baço.

 Patologia Neurológica e Sensorial

Quando abordamos o tema de patologias neurológicas importa referir que “os doentes idosos estão
sujeitos ao mesmo amplo espectro de perturbações mentais que os adultos jovens” contudo a população idosa
apresenta um maior risco de défice cognitivo, e verificam-se um grande número de casos de depressão,
ansiedade e abuso de álcool nesta população. (Spar & La Rue, 2005:24) Várias investigações revelam que esta 10
síndrome é relativamente incomum “em pessoas com menos de 60 anos” (Ritchie & Kildea, 1995; Nunes, 2005)
e que se verifica uma duplicação da incidência por cada cinco anos, “atingindo taxas perto dos 40% a partir dos
90 anos.” (Spar & La Rue, 2005; Nunes, 2005; Garrett, 2005, cit. por Sequeira, 2010:93), pelo que é pertinente
identificar a relação desta síndrome com o processo de envelhecimento.

Por vezes revela-se um processo difícil fazer a separação entre as alterações cognitivas resultantes do
processo normal de envelhecimento e aquelas que resultam de uma perturbação a nível mental, como o caso da
demência, a qual pode ser definida como o “conjunto de situações clínicas, (…) que determinam um declínio
progressivo da capacidade de pensar, recordar e aprender e das atividades do dia-a-dia, em resultado de uma doença
ou lesão do sistema nervoso central.” (Programa Nacional para a Saúde Mental, 2016:75)

De acordo com Barreto (2005), “a demência não deve ser considerada uma doença, mas sim uma
síndrome”, um “conjunto de sinais e sintomas mais ou menos homogéneos, que podem ter várias etiologias e
englobar várias doenças”. (Barreto, 2005, cit. por Sequeira, 2010:90)

Para prestar um serviço de qualidade, baseado no bem-estar e segurança do cuidador e do idoso, é


fundamental que os formandos adquiram conhecimentos sobre patologias neurológicas, a sua tipologia,
sintomas e formas de lidar com alterações de comportamento resultante da doença ou de situações de
agudização, tais como agitação, delírio, acusações ou revolta.
Estadio Sintomatologia
1 Sem alterações significativas
Queixas mnésicas relacionadas com esquecimentos de nomes, local de objetos,
Queixas subjetivas de conversas/acontecimentos recentes;
2
memória O doente mantém-se autónomo;
Os sintomas passam despercebidos à família
Agravamento das queixas anteriores, dificuldades no desempenho social ou familiar;
Défice ligeiro da Esquecimento de nomes de pessoas próximas, perde-se em lugares familiares;
3
memória Negação em que a pessoa minimiza as suas queixas e tenta encontrar uma justificação
plausível
Os défices tornam-se mais visíveis e facilmente observáveis através da entrevista clínica;
Demência ligeira ou Algumas dificuldades ao nível das atividades de vida diária (conferir trocos, organizar as
4
inicial finanças, utilizar transportes);
Perda de alguma autonomia e os défices são notados pela família
Dificuldades ao nível das atividades básicas de vida diária (vestir a roupa, etc.);
Graves comprometimentos da memória (dificuldades em recordar momentos
importantes);
5 Demência moderada
O doente torna-se repetitivo, confunde objetos habituais (agnosia);
Não tem consciência dos seus défices (anosognosia);
Alterações no comportamento e psiquiátricos (agitação/agressividade, apatia, insónia)
O doente fica progressiva e totalmente dependente, a nível da higiene, vestir-se, deslocar-
se;
6 Demência grave Tem um discurso fragmentado, sem capacidade para reter informação e habitualmente
deixa de conhecer os familiares;
Agressividade/apatia, desconfiança, alucinações, alterações do ritmo sono-vigília
De forma progressiva, o doente perde totalmente a linguagem e a marcha, fica
Demência muito
7 incontinente;
grave
Necessita de ajuda total ao nível das atividades de vida diária
11
Estadios da Demência – Escala Global de Deterioração (Fonte: Sequeira, 2010:109-110)

Tipos de Demência:
 Doença de Alzheimer;

 Doença de Alzheimer Familiar (DAF);

 Doença de Pick;

 Coreia de Huntington;

 Demência Vascular;

 Doença de Parkinson;

 Síndrome de Korsakoff;

 Doença de CreutzfeldtJakob;

 Complexo Demencial associado ao Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH)


 Os acidentes
Na prestação de apoio a idosos é também essencial saber identificar os principais acidentes que poderão
afetar a população idosa, como o risco de quedas, resultantes de alterações a nível da mobilidade da pessoa
idosa, da diminuição sensorial, de uma falsa perceção da sua situação, que leva o idoso a minimizar a situação e não
pedir ajuda para a execução de uma determinada tarefa que poderá afetar a sua segurança, como por exemplo
subir um escadote. A deteção de fatores de risco e a prevenção deve ser feita no domicílio do idoso e no espaço
exterior, de forma a evitar acidentes mas respeitando a autonomia e p oder de decisão da pessoa idosa.

12
MÓDULO II – EQUILÍBRIO BIO-PSICOSSOCIAL DA PESSOA IDOSA

A forma como lidamos com o nosso próprio envelhecimento também está implícita na nossa vivência ao longo
dos anos, se conseguimos ou não estabelecer e atingir objetivos pessoais, profissionais e familiares, terum
papel social ativo e enquadrado na comunidade, de forma que consigamos vivenciar os nossos últimos anos de
vida de uma forma tranquila, sem o sentimento de frustração e ressentimento pelos obstáculos que não
conseguimos ou não quisemos ultrapassar ao longo da vida.

Neste módulo serão abordados assuntos como as tarefas biopsocossociais e de que forma a realização
dessas tarefas atuam como fator de proteção ou de risco para o equilíbrio psicológico e social da pessoa idosa;
a mudança de papéis sociais ao longo da vida e os estádios de desenvolvimento e a definição de idade
cronológica, jurídica, física e biológica, psicoafetiva e social.

 A pessoa idosa portadora de doença crónica

A nossa resiliência, a capacidade de ultrapassar os desafios, pode ser condicionada por alguns fatores,
como por exemplo o facto de sofrermos de uma patologia com hipótese de cura ou de uma patologia crónica.
Perante uma doença crónica é necessário uma atenção redobrada a sinais e sintomas de agudização da doença 13
e ter conhecimento acerca da forma de tratamento normal da patologia e o que fazer perante o agravamento da
doença, com o objetivo de prestar uma assistência eficiente ao idoso e preservar a sua qualidade de vida.

Para além dos conhecimentos acerca dos procedimentos a adotar perante situações de agudização, o
formando deve aprender, nesta formação, a importância da sua postura perante o doente, os efeitos que a
comunicação verbal e não verbal poderão ter na recuperação do doente. Em situações de descompensação
e/ou agudização da doença o cuidador deve encorajar o doente, sem dar falsas esperanças, ajudar a lidar com
as emoções, mostrar a sua disponibilidade para ouvi-lo caso queira falar sobre a sua situação, respeitar sempre
a privacidade e a confidencialidade das informações transmitidas, estabelecer uma comunicação empática e
assertiva, ajudar a manter a auto-estima do doente, reforçando os aspectos positivos da sua vivência e o que
ainda tem para viver, ajudar o doente a manter-se consciente e calmo.

Algumas das doenças crónicas que poderemos encontrar na população idosa são as doenças
cardiovasculares, diabetes, cancro e doenças respiratórias. Estas doenças não são exclusivas da população
idosa, contudo apresentam uma grande incidência nesta faixa etária devido a fatores de risco relacionados com níveis
elevados de colesterol, tensão arterial elevada, obesidade, tabagismo e consumo de álcool (atual ou historial
desses hábitos em excesso).
 Situações de emergência
Para além da informação sobre que patologias poderão ser crónicas ou não e dos cuidados a ter perante
doenças crónicas, é importante que o cuidador saiba identificar possíveis situações de emergência, como
acidentes e intoxicações, a forma de prevenção destas situações e os procedimentos a adotar quando a
prevenção não se revela eficaz. Na sequência dessas informações, será disponibilizado aos formandos os dados que
é necessário avaliar perante situações de agudização de doenças pré -existentes ou sintomas novos, os sinais
vitais e quais os valores de referência.

14
Neste módulo será ainda feita referência ao Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM), permitindo aos
formandos adquirir conhecimentos sobre este sistema, coordenado pelo Instituto de Emergência Médica, as fases
da prestação de cuidados desde o alerta de uma situação de emergência médica até à chegada ao hospital e
a importância de saber quais os dados a transmitir durante a chamada de emergência. Os conhecimentos
apreendidos poderão ser fulcrais para uma rápida ação em situações de acidente, agudização de uma determinada
patologia e situações de intoxicações, sendo estas transmitidas a um centro específico coordenado pelo
INEM.

15
MÓDULO III – INTERNAMENTO DA PESSOA IDOSA EM
ESTADOTERMINAL

Segundo Anselm Grun (2010), citado por Rodrigues, (2012: 52), podemos identificar sete medos típicos
da velhice, nomeadamente o medo de ficar demente, o medo generalizado de viver, medo da existência, medodo
desamparo, medo da doença, medo de mudanças incontroláveis e o medo de tarefas de desenvolvimento. Ao falar
de medos em relação à velhice, temos que falar obrigatoriamente do medo em relação à morte, da sua própria
morte e de quem lhe é próximo. Apesar de sabermos que é um processo lógico e natural do nosso ciclo biológico,
não estamos verdadeiramente preparados, independentemente do momento da nossa vida em que isso
aconteça.

A atuação dos profissionais de saúde visa, de uma forma geral, a manutenção da qualidade de vida do
doente através do combate à doença. Contudo por vezes não é possível a cura, pelo que é necessário
proporcionar aos cidadãos com doença prolongada, incurável e progressiva respostas que promovem o seu
bem-estar, dignidade e a autonomia do doente em fim de vida e dos seus familiares, como é o caso dos
Cuidados Paliativos.

Esta resposta surgiu nos anos 60, após a insistência de movimentos que alertavam para o sofrimento dos
16
doentes incuráveis, para a ausência de respostas nos serviços de saúde para estas situações e para a
especificidade dos cuidados a prestar a esta população.

 Abordagem multidimensional

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2002), “cuidado paliativo é a abordagem que
promove qualidade de vida dos pacientes e dos seus familiares diante de doenças que ameaçam a continuidade
da vida, através de prevenção e alívio do sofrimento. Requer a identificação precoce, avaliação e tratamento
impecável da dor e outros problemas de natureza física, psicossocial e espiritual”. O primeiro conceito de
cuidados paliativos, em 1990, definia os cuidados totais e ativos dirigidos a doentes fora de possibilidade de
cura. Contudo essa definição era limitativa da importância destes cuidados para os doentes paliativos e para os seus
familiares e limitava esses cuidados à fase final da vida, quando “não há mais nada a fazer”.

Nos cuidados paliativos o foco da atenção dos profissionais não é a doença, a sua cura, mas sim o
doente, “entendido como um ser biográfico, ativo, com direito a informação e a autonomia plena para as
decisões a respeito do seu tratamento”. (Oliveira, 2008)

A prestação de cuidados paliativos tem início na fase de diagnóstico da doença, com a prescrição de
tratamento pelo profissional de saúde. Com a progressão da doença e quando o tratamento se revela ineficaz é
solicitada a intervenção de uma equipa multiprofissional, capacitada para o cuidado ao doente terminal e à
família, desenvolvendo “ações coordenadas e bem desenvolvidas de cuidados paliativos ao longo de todo o
processo, do adoecer ao morrer”, “prevenindo uma morte caótica e com grande sofrimento”. (Oliveira, 2008:17)

A atualização do conceito de cuidados paliativas veio também cortar com a ideia de que o doente terminal não
precisa de medicação, por não apresentar possibilidade de cura. Na fase avançada da doença é necessário
proporcionar ao doente bem-estar, até ao final da vida, através de procedimentos, medicamentos e abordagens.

Os cuidados paliativos são prestados com base nas necessidades do doente e da família e não com base
no seu diagnóstico. O problema da doença terminal atravessa todas as faixas etárias, incluindo a infância e
todos os estratos sociais. Esta resposta adequa-se a doentes de cancro avançado, doentes de SIDA em estadio
avançado, doentes com insuficiência cardíaca, respiratória, hepática, renal em estadio avançado, doentes com
patologias neurológicas degenerativas e graves e doentes com síndrome demencial em estadio muito avançado.

A prestação de cuidados paliativos requer formação e treino específicos dos profissionais que integram a
equipa, e também dos restantes especialistas que compõem o sistema de saúde, como obstetrícia,
dermatologia, cirurgia, entre outras. (Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos)

Em Portugal foi criada em 2012 a Rede Nacional de Cuidados Paliativos, uma rede funcional, integrada
nos serviços do Ministério da Saúde e é baseada num modelo de intervenção integrada e articulada que envolve 17
vários tipos de unidades e equipas para a prestação de cuidados paliativos, incluindo recursos comunitários e
domiciliários. Um dos princípios defendidos pela Lei de Bases dos Cuidados Paliativos é a de que o doente tem
direito a escolher o local de prestação de cuidados paliativos e os profissionais, exceto em casos urgentes. O
que leva à necessidade de existirem várias tipologias de recursos especializados, organizados de forma a dar
resposta às necessidades dos doentes o mais próximo possível da sua residência, nomeadamente:

 Unidade de cuidados Paliativos;

 Equipa Hospitalar de suporte em cuidados paliativos;

 Equipa comunitária de suporte em cuidados paliativos


 Cuidados específicos
A prestação de apoio pela equipa de cuidados paliativos obedece a sete princípios:

 Promove o alívio da dor e de outros sintomas stressantes;

 Reafirma a vida e vê a morte como um processo natural (sentido da terminalidade da vida;


compreender o processo de morrer como natural e pacífico e tomar decisões importantes paraviver
melhor o tempo que resta);

 Não pretende antecipar e nem adiar a morte (nenhum tratamento pode significar maisdesconforto
ao doente de que a sua própria doença);

 Integra aspectos psicossociais e espirituais ao cuidado (cada profissional da equipa tem o seupapel
específico, mas agindo de forma integrada e com decisões tomadas em conjunto; discussões de
caso);

 Oferece um sistema de suporte que auxilie o paciente a viver tão ativamente quanto possível, até à
sua morte (prescrição de sedativos fortes apenas quando não é possível tratar os sintomas de outra
forma);

 Oferece um sistema de suporte que auxilie a família e entes queridos a sentirem-se amparados 18

durante todo o processo da doença (o alvo dos cuidados é o doente e também a sua família;
deve existir uma comunicação clara e sincera entre família e equipa; processo de luto sereno);

 Deve ser iniciado o mais precocemente possível, junto com outras medidas de prolongamento de
vida, como quimioterapia e radioterapia, e incluir todas as investigações necessárias para uma
melhor compreensão e gestão dos sintomas (plano de cuidados, desde o diagnóstico até à morte).

Como referido anteriormente, a prestação de cuidados paliativos engloba a atuação de vários profissionais, de
acordo com as necessidades específicas de cada doente/família, nomeadamente: Médico, Enfermeiro,
Fisioterapeuta; Terapeuta Ocupacional; Nutricionista; Assistente Social, Psicólogo, Capelão. Ao longo da
formação será analisada a importância de cada uma das áreas de atuação.
MÓDULO IV – HOSPITALIZAÇÃO – EFEITOS PSICOSSOCIAIS

 A pessoa idosa e o hospital


Uma situação de hospitalização resulta sempre de uma complicação do estado de saúde de qualquer
indivíduo, colocando a pessoa numa situação de fragilidade, física e emocional, que se encontra em situação de
dependência, ainda que em alguns casos temporariamente, e que poderá necessitar da ajuda de outras pessoas
para a realização das atividades de vida diárias, a nível da higiene, locomoção, eliminação. (Juan, 2007)

Esta situação de fragilidade é agravada quando se trata de pessoas idosas que, sem o devido
acompanhamento e explicação da situação que motiva o internamento, estão sujeitas a situações de ansiedade
e medo, resultante de qualquer situação nova ou desconhecida, as sequelas, a perda de autonomia, o tempo
que demora a regressar à sua casa.

Perante esta fragilidade, o Enfermeiro assume um papel importante ao estabelecer um relacionamento


adequado e construtivo com o utente/família, colegas e outros elementos da equipa, de forma a perceber sinais
não verbais por parte do doente que revelem desconforto e angústia pela situação de dependência, dúvidas que
não são verbalizadas por vergonha ou receio da resposta, situações que podem resultar em transtornos a nível
da saúde mental, tal como a depressão. No desenvolvimento da sua atividade profissional, o Enfermeiro deve
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estar preparado emocionalmente para não se envolver demasiado com o sofrimento do doente, mas o
distanciamento afetivo e emocional e a prestação de cuidados de forma mecanizada pode resultar em
negligência nos cuidados, perda de qualidade dos serviços prestados e agravamento da situação emocional do
doente. (Rosa & Couto, 2015)

Ao longo da formação os formandos deverão perceber a importância do acompanhamento da pessoa


idosa, desde que é dado o alerta de emergência até ao acompanhamento na hospitalização, respeitando as
regras do estabelecimento de saúde e no período pós alta.
 A hospitalização

Uma situação de hospitalização leva, na grande maioria das vezes, a que tenhamos que dividir o nosso
espaço privado com outras pessoas, em quartos com várias camas. A mudança, ainda que temporária, de
rotinas, da existência de ruídos constantes, da necessidade de exposição a pessoas estranhas, nomeadamente 20

aos profissionais de saúde para a realização de exames ou apoio na higiene, levam a situações de stress no
doente. Situações que podem resultar na perturbação do sono.

A privação do sono pode resultar em falhas de concentração, cansaço, maior sensibilidade à dor,
irritabilidade e alucinações.
MÓDULO V – AUTONOMIA DA PESSOA IDOSA

 Minimizar os efeitos das hospitalizações na vida da


pessoa idosa

As atividades de vida diária fazem parte dos nossos hábitos quotidianos. São atividades de autocuidado
que necessitam ser realizadas para a satisfação das necessidades de cuidados pessoais diários. Estas
atividades visam a autonomia do indivíduo na satisfação das suas necessidades básicas fundamentais. A forma como
cada pessoa realiza estas atividades depende de vários fatores, entre os quais o grau de autonomia e a sua
etapa de vida (faixa etária). Durante a hospitalização a pessoa idosa vê-se desenquadrada do seu espaçofísico
habitual e das suas rotinas, pelo que é necessário que os profissionais do estabelecimento hospitalar criem empatia
com o doente, no sentido de lhe transmitir tranquilidade.

Para sobreviver o bebé nasce logo com o reflexo de sucção e deglutição por forma de a nutrição ser
obtida, pois sem isso, poria em causa a sua sobrevivência. A vida humana não pode ser mantida durante muito tempo
sem se alimentar. Esta atividade, tal como a respiração, é essencial. A necessidade de ter uma dieta diferente
da habitual, que realiza na residência, pode levar à diminuição do apetite. Contudo, mais uma vez, os
profissionais devem insistir para que o doente coma e a família/cuidadores devem demonstrar também essa
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preocupação.

Deve existir o envolvimento da pessoa idosa no seu próprio processo de hospitalização e recuperação.
As informações devem ser dadas aos familiares mas também, e principalmente, ao doente. Pode pensar-se que
o idoso não irá entender o que foi transmitido, mas o facto de ser incluído nas conversas sobre o seu estado de saúde
proporciona o aumento da auto-estima e o sentimento de ainda ser válido.

 A família da pessoa idosa

A rede informal de apoio pode ser constituída pela família, vizinhos, amigos, pessoas com quem a pessoa
se sente bem e a manutenção dessas relações favorece o bem-estar psicológico e social dos idosos. Ao
longo da vida a pessoa idosa depara-se com várias perdas, dos pais, geralmente do cônjuge, de irmãos,
amigos. E também a perda de papéis sociais, o patriarca ou matriarca da família deixa de decidir, por vezes
deixa de ter o poder de decisão sobre a própria vida.

A manutenção de hábitos anteriores à situação de diminuição de autonomia, como ir ao café ou à


padaria, por exemplo, ou manifestar a sua opinião sobre assuntos familiares promove a auto-estima do idoso e
funciona como um fator de proteção da sua saúde mental.

Durante a hospitalização a família desempenha o duplo papel de prestar apoio emocional ao idoso e o de
compreender as informações transmitidas pelos enfermeiros e médicos nos ensinos, para a preparação da alta.
Módulo VI – O apoio extra-hospitalar

 O recurso a outros recursos da sociedade

Com a tendência cada vez mais acentuada do envelhecimento da população, torna-se necessária uma
resposta conjunta e eficaz às problemáticas identificadas em relação aos idosos, neste caso em particular aos
idosos dependentes.

Podem desenvolver respostas sociais as Instituições Particulares de Solidariedade Social e “outras de


fins idênticos e de reconhecido interesse público, sociedades e empresários em nome individual que prestam
serviços de apoio à comunidade. Para o desenvolvimento de respostas sociais a entidade tem que requerer
licença ou autorização de utilização na Câmara Municipal da área onde se localiza o equipamento” e formalizar
no Centro Local da Segurança Social da área de instalação do equipamento o pedido de licença de
funcionamento. (Instituto da Segurança Social, I.P.)

Nesse sentido, segundo o Instituto da Segurança Social, I.P., podemos identificar várias respostas sociais
a nível formal, direcionadas às pessoas idosas, nomeadamente:

Centros de Convívio – desenvolvidos em equipamentos, de apoio com equipamentos sociais onde se


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desenvolvem atividades sócio-recreativas e culturais, organizadas e dinamizadas com participação ativa das
pessoas idosas de uma comunidade;

Centros de Dia – desenvolvidos em equipamentos, que prestam um conjunto de serviços que contribuem para
a manutenção das pessoas idosas no seu meio sóciofamiliar;

Centros de Noite – desenvolvidos em equipamentos, que têm como finalidade o acolhimento noturno,
prioritariamente para pessoas idosas com autonomia que, por vivenciarem situações de solidão, isolamento ou
insegurança necessitam de suporte e acompanhamento durante a noite;

Acolhimento Familiar para Pessoas Idosas – atividade desenvolvida por famílias consideradas aptas
pelos serviços competentes, que consiste no acolhimento familiar de pessoas idosas ou de pessoas adultas com
deficiência, de forma temporária ou permanente. Tem como objetivo assegurar ao utente um meio sóciofamiliar e
afetivo adequado à satisfação das suas necessidades básicas sempre que não seja possível a manutenção do utente
no seu domicílio e não exista suporte familiar adequado;

Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas - desenvolvidas em equipamento, destinado a alojamento


coletivo, de utilização temporária ou permanente, para pessoas idosas ou outras em situação de maior risco de perda
de independência e/ou de autonomia;
Serviços de Apoio Domiciliário – desenvolvidos a partir de um equipamento, que consiste na prestação de
cuidados individualizados e personalizados, no domicílio, a indivíduos e famílias quando, por motivo de doença,
deficiência ou outro impedimento, não possam assegurar temporária ou permanentemente, a satisfação das
necessidades básicas e/ou as atividades da vida diária;

Centro de Férias e Lazer - resposta destinada a todas as faixas etárias e à família, para satisfação de
necessidades de lazer e quebra da rotina;

Nos casos específicos de pessoas com doença do foro mental ou psiquiátrico, existem outras respostas
sociais, nomeadamente:

Forum Sócio-Ocupacional – Resposta destinada a pessoas com desvantagem, transitória ou permanente,


de origem psíquica, visando a sua reinserção sóciofamiliar e ou profissional ou a sua eventual integração em
programas de formação ou de emprego protegido;

Unidade de Vida Protegida – Resposta dirigida a pessoas adultas com problemática psiquiátrica grave ede
evolução crónica que necessitam de treino de autonomia;

Unidade de Vida Autónoma – Respostas desenvolvida em equipamento destinada a pessoas adultas com
problemática psiquiátrica grave e de evolução crónica com um grau de autonomia que permita a sua integração
em programas de formação profissional ou oportunidade de emprego; 24

Unidade de Vida Apoiada – Resposta destinada a pessoas adultas que necessitam de apoio para a
realização de atividades da vida diária, devido a limitação mental e inexistência ou inabilidade de suporte familiar
e social para o desempenho dessas tarefas.

Poderemos, igualmente, encontrar respostas sociais direcionadas à população em situação de


dependência na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, adiante designada como RNCCI, que
surgiu em 2006 (Decreto-lei 101/2006 de 06 de junho) como uma “resposta de cuidados globais a pessoas que
se encontrem em situação de dependência” e que tem como principal objetivo “capacitar os seus utentes no
sentido da promoção da autonomia através do trabalho integrado e pró-ativo de equipas de saúde e de apoio
social, com o necessário envolvimento dos utentes e familiares/cuidadores informais” (ARSAlgarve). A sua
estrutura de funcionamento consiste na ação conjunta de unidades (internamento e ambulatório) e equipas que
prestam cuidados continuados de saúde e de apoio social a pessoas em situação de dependência com falta ou perda
de autonomia” (ARSAlentejo).

Para ter acesso a este serviço o utente é referenciado pela Equipa de Gestão de Altas (EGA), dos
cuidados de saúde primários “preferencialmente nas 48 horas após o internamento; ou 48 horas antes da data
prevista para a alta hospitalar”, “mediante avaliação médica, de enfermagem e social” e este pedido fica sujeito a
validação pela Equipa Coordenadora Local, ou ECL, da área de residência do utente. A Unidade que irá receber
o utente deverá ser selecionada, sempre que possível, tendo em conta a proximidade com o local de residência
do utente e a sua preferência. (UMCCI, 2011:17).

Ao analisar a situação do utente referenciado, a ECL encaminha o utente para uma das tipologias
existentes, de acordo com as necessidades do utente, as quais se apresentam como:

 - Unidade de Convalescença

 - Unidade de Média Duração e Reabilitação

 - Unidade de Longa Duração e Manutenção

 - Unidade de Cuidados Paliativos

 - Unidade de Ambulatório

 - Equipas Domiciliárias de Cuidados Continuados Integrados

Com a criação deste serviço, foi possível dar resposta a utentes que necessitam de cuidados, quer sejam
seniores ou não, através da “prestação de cuidados de saúde e de apoio social de forma continuada e integrada
a pessoas que, independentemente da idade, se encontrem em situação de dependência”, tendo como linhas
orientadoras a “Reabilitação, Readaptação e Reinserção de forma a permitir o regresso da pessoa a sua casa” e 25

a promoção da sua funcionalidade geral no âmbito da situação de dependência em que se encontra


(ARSAlentejo).

 A alta médica e a continuidade da prestação de cuidados


Dada a importância da manutenção do bem-estar do idoso após a alta, a equipa de gestão de altas do
hospital deve assegurar a continuação dos cuidados, uma intervenção realizada durante a hospitalização e em
articulação com o doente, familiares e serviços de saúde. Deve ser realizada uma entrevista com o doente e os
familiares com o objetivo de elaborar o diagnóstico da condição socioeconómica, habitacional e relacional que
envolve o idoso.

Durante a formação será transmitido aos formandos conhecimentos para que estejam aptos a analisar
uma nota de alta médica e compreender as informações relativas à continuidade da prestação de cuidados no
domicílio ou numa resposta social.
BIBLIOGRAFIA

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Detalhe/3121

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Spar, J. & La Rue, A. (2005). Guia Prático Climepsi de Psiquiatria Geriátrica. Lisboa:

Climepsi Editores United Nations, Department of Economic and Social Affairs (2015).

World Population Prospects: The 2015


Revision

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