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Começando...

Prezados Estudantes,

A formação de recursos humanos para a saúde tem representado um desafio Per-


manente. Em breve vocês iniciarão sua carreira profissional, e deverão estar bem pre-
parados para superar os desafios. Já estão na penúltima etapa. Parabéns, para chegar
ao Módulo IV já venceram vários desafios.

As mudanças no perfil da população brasileira, a cada dia mais envelhecida,o sin-


gular quadro sanitário do país, que apresenta tanto doenças típicas dos países de-
senvolvidos como doenças decorrentes da pobreza, o aumento da oferta de serviços
e a necessidade de organização das Redes de Atenção à Saúde vêm demandando
transformações no processo de trabalho a fim de assegurar, com rapidez, respostas
eficazes às necessidades de saúde.

Neste cenário de transformações destacam-se, principalmente, duas situações per-


tinentes ao mundo do trabalho que envolve a formação profissional. Uma refere-se à
criação de número expressivo de novos postos de trabalho na área da saúde, consi-
derando os investimentos realizados e a capilaridade do modelo de atenção à saúde
adotado no país. Outra revela o grande número de trabalhadores que necessitam, ten-
do em vista a mudança do perfil de saúde da população e os avanços tecnológicos
agregados pelos serviços, de aprimoramento na sua formação profissional.

O presente conjunto de Apostilas tem o propósito de contribuir para a formação dos


profissionais de enfermagem, com uma proposta pedagógica que privilegia a constru-
ção coletiva do conhecimento, articulando saberes, práticas e atitudes a partir da expe-
riência do aluno e do contexto em que trabalha e vive. Trata-se de instrumento essen-
cial para o aluno e professor que buscam uma formação profissional transformadora e
significativa, capaz de provocar mudanças no seu processo de trabalho.

Reflita sempre: O aprendizado não é uma atividade teórica. Em alguns casos serão
necessárias várias horas para garantir uma evolução da competência. Lembre-se: a
persistência supera o talento! Você é que tem que tomar a iniciativa de querer apren-
der!

Direção do IEP
Sumário

ENFERMAGEM EM SAÚDE MENTAL E PSIQUIATRIA.................................... 9

ENFERMAGEM EM TERAPIA INTENSIVA.................................................... 85

ENFERMAGEM GERIÁTRICA....................................................................133

ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA.............................................................183

PSICOLOGIA DO TRABALHO................................................................. 229

INFORMÁTICA BÁSICA PARA PROFISSIONAIS........................................287

INGLÊS INSTRUMENTAL PARA PROFISSIONAIS...................................... 383

GESTÃO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE......................................... 469

ENFERMAGEM EM ATENDIMENTO DOMICILIAR - HOME CARE.............. 529


ENFERMAGEM

Enfermagem em Saúde Mental e Psiquiatria


EM SAÚDE MENTAL
E PSIQUIATRIA
Ao final desta disciplina, espera-se que os alunos apresentem:
Competências:
- Conhecer a evolução histórica da psiquiatria e a sua assistência;
- Conhecer leis específicas da saúde mental e o código de Direitos Humanos, no que diz respeito aos
tratamentos psiquiátricos;
- Conhecer as categorias, sinais e sintomas e tratamentos de transtornos mentais e do comportamen-
to;
- Conhecer a evolução histórica, as políticas públicas e os princípios que regem a assistência à saúde
mental, identificando os diversos níveis de atuação e as alternativas de tratamento;
- Conhecer sobre o trabalho multidisciplinar com os cliente/pacientes portadores de transtorno mental;
- Conhecer os aspectos específicos relacionados aos procedimentos e cuidados de enfermagem ao
cliente/paciente com intercorrências psiquiátricas;
- Conhecer as vias de administração e as reações decorrentes do uso de psicofármacos.

Habilidades:
- Estabelecer comunicação eficiente com o cliente/paciente e seus familiares;
- Prestar cuidados de enfermagem que atendam às necessidades básicas do cliente/paciente portador
de transtorno mental, transtornos psicóticos, depressivos e outros;
- Administrar medicamentos pelas diversas vias;
- Prestar cuidados de enfermagem que atendam às necessidades básicas do cliente/paciente portador
de transtornos mentais e diversas patologias psiquiátricos.

Recomendamos
Ao aluno: nortear seus estudos para obter aprendizagem de acordo com o perfil profissional
que lhes será requerido.

Aos professores: direcionar o ensino e principalmente a avaliação da aprendizagem para


obtenção das competências e habilidades específicas dessa disciplina.
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Índice
Evolução Histórica...................................................................................................... 13
1. Antiguidade e Idade Media.............................................................................................. 13

Enfermagem em Saúde Mental e Psiquiatria


2. Idade Moderna................................................................................................................. 14
3. Atualidade......................................................................................................................... 15
Exercícios......................................................................................................................... 15

Políticas Relativas à Saúde Mental.................................................................... 17


1. Estruturação dos Níveis de Assistência......................................................................... 17
2. Dever do SUS.................................................................................................................. 18
3. Premissas......................................................................................................................... 19
Exercícios......................................................................................................................... 19

Transtornos Orgânicos........................................................................................... 21
1. Demência na Doença de Alzhaimer............................................................................... 21
2. Demência causada pelo HIV.......................................................................................... 22
3. Delirium............................................................................................................................. 23
4. Alucinose Orgânica.......................................................................................................... 23
Exercícios......................................................................................................................... 25

Transtornos Esquisofrênicos.............................................................................. 28
1. Sintomas........................................................................................................................... 29
2. Fases da Doença............................................................................................................. 29
Exercícios......................................................................................................................... 30

Tipos de Transtornos Esquizofrênico.............................................................. 32


1. Esquizofrenia Catatônica................................................................................................ 32
2. Esquizofrenia Paranoide................................................................................................. 32
3. Esquizofrenia Indiferenciada........................................................................................... 33
4. Esquizofrenia Residual.................................................................................................... 33
5. Esquizofrenia Hebefrênica está incluida em Esquizofrenia, atualmente..................... 33
Exercícios......................................................................................................................... 34

Transtornos Afetivos................................................................................................ 36
1. Humor............................................................................................................................... 36
2. Afeto.................................................................................................................................. 36
3. Causas............................................................................................................................. 37
Exercícios......................................................................................................................... 37

Tipos de Transtorno Afetivo.................................................................................. 40


1. Transtorno Bipolar............................................................................................................ 40
2. Transtorno Ciclotímico..................................................................................................... 43
3. Transtorno Depressivo Maior.......................................................................................... 44
4. Transtornos Distímicos.................................................................................................... 45
Exercícios......................................................................................................................... 46

11
Transtorno do Pânico................................................................................................ 48
1. Causas............................................................................................................................. 48
2. Sinais e Sintomas............................................................................................................ 48
Exercícios......................................................................................................................... 49

Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC)......................................................... 51


1. Causas............................................................................................................................. 51
2. Sinais e Sintomas............................................................................................................ 52
Exercícios......................................................................................................................... 52
Enfermagem em Saúde Mental e Psiquiatria

Cuidados de Enfermagem nos Transtornos Mentais................................ 56


1. Transtornos Esquizofrênico............................................................................................. 56
2. Transtorno Bipolar............................................................................................................ 58
3. Paciente Ciclotímico........................................................................................................ 59
4. Paciente com Transtorno Depressivo Maior.................................................................. 59
5. Paciente Distímico........................................................................................................... 60
6. Transtorno do Pânico...................................................................................................... 60
7. Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC)..................................................................... 61
Exercícios......................................................................................................................... 62

Abuso de Drogas............................................................................................................ 65
1. Álcool................................................................................................................................ 65
2. Anfetaminas..................................................................................................................... 66
3. Cocaína............................................................................................................................ 67
4. Crack................................................................................................................................ 67
5. Cannabis (Maconha)....................................................................................................... 68
6. Sedativos, Ansiolíticos ou Hipnóticos............................................................................. 69
7. Alucinógenos.................................................................................................................... 70
8. Opioides........................................................................................................................... 71
9. Solventes Voláteis............................................................................................................ 71
Exercícios......................................................................................................................... 73

Contenção e Isolamento........................................................................................... 76
Exercícios......................................................................................................................... 76

Recreação com os Pacientes.................................................................................. 78


Exercícios......................................................................................................................... 79

Referências Bibliográficas.................................................................................... 82

12
Evolução Histórica

Enfermagem em Saúde Mental e Psiquiatria


http://www.cidadao.sp.gov.br - interessante pra verificar postos de
atendimento psiquiátrico no estado de São Paulo

1. Antiguidade e Idade Media

Na Antiguidade e na Idade Média, o grau de as cidades, punir a ociosidade e reeducar para


liberdade fazia parte do cenário e linguagens a moralidade mediante instrução religiosa e mo-
comuns - não existiam diferenças entre os indi- ral.
víduos doentes e sãos.
A loucura passou a ser enclausurada nos
A doença mental era de caráter privado, com porões das Santas Casas e dos Hospitais Ge-
o poder público somente interferindo em assun- rais, junto com os deserdados de toda sorte que
tos de direito – questões de roubo por exemplo. eram submetidos à punição e violência.

Na Grécia e Roma antigas, os tratamentos


eram restritos a poucos, ocorriam às práticas
mágico-religiosas. Os desequilibrados ricos
eram vigiados em casa e os pobres vagavam
pelas cidades e zona rural.

Com o declínio dos ofícios artesanais e da


classe social do campesino, a loucura passa a
ser vista como problema social – as cidades fi-
caram cheias de gente de toda a espécie.

Adotavam-se medidas repressivas com a


criação das casas de correção e de trabalho,
e os hospitais gerais que não tinham qualquer O hospital geral, apesar do nome, não se tra-
função curativa a não ser o objetivo de limpar tava de uma instituição médica, mas de justiça.

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Esse fenômeno, eminentemente moral, não se ral, onde não havia tratamento, o médico se
tratava de uma instituição médica, mas de uma preocupava com a possibilidade de a popula-
entidade assistencial e administrativa que se si- ção internada adoecer contraindo a “febre das
tuava entre a polícia e a justiça. prisões”: o tifo.
Em suas visitas esporádicas ao hospital ge-

2. Idade Moderna
Enfermagem em Saúde Mental e Psiquiatria

Ao final do século XVIII, com os princípios da Foi com sua classificação das doenças men-
revolução Francesa e da declaração dos direi- tais que pôde propor um novo rumo na aborda-
tos do homem nos EUA (primeira constituição gem das loucuras.
norte – americana), foram crescentes as denún-
cias das internações arbitrárias dos loucos; e Alicerçado em bases humanitárias, o movi-
seu confinamento promíscuo com toda a espé- mento ficou conhecido como: “tratamento mo-
cie de marginalizados sociais e as torturas de ral”, baseado na repressão dos vícios e na ex-
que eram vítimas. clusão, devia extinguir todas as irregularidades
e denunciar tudo que se opusesse às virtudes
Pinel na França, Tuke na Inglaterra, entre ou- da sociedade.
tros, foram protagonistas do movimento de re-
forma na época de então, separando os loucos A violência, antes franca, passou a ser uma
de presos e os que apenas não tinham trabalho violência velada de ameaças e privações. (A lou-
e moradia; cura e as épocas, Pessotti, Isaias, Editora 34).

Philippe Pinel formou-se em medicina em Nasce assim o manicômio, inspirando por


Toulouse, dirigiu os hospitais de Bicêtre e Sal- mais de trezentos anos a atenção ao portador
petrière, foi professor da Faculdade de Medicina de sofrimento mental. O Brasil importou os mo-
da Universidade de Paris, considerado o funda- delos vigentes no mundo;
dor da Psiquiatria com seu Tratado médico Fi-
losófico. O desenvolvimento da psiquiatria caminhou
lentamente, acompanhando as guerras e as
conjunturas;

Philippe Pinel

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No final do século XIX, Freud, um médico terminantes históricos do desenvolvimento da
neurologista (Pai da Psicanálise), interrogando pessoa através da repetição e da transferência,
os sintomas e buscando entender significados produziu uma mudança importante na história
inconscientes para determinadas manifesta- da assistência.
ções humanas sem sentido, reconstituindo de-

3. Atualidade

Enfermagem em Saúde Mental e Psiquiatria


Em sequência, logo após a segunda guerra Os rótulos aplicados aos portadores de trans-
mundial, em 1950, um grande avanço na psico- tornos mentais têm variado através do tempo e
far-macoterapia vem colaborar para melhorar o incluem termos como pecador, alienado, lunáti-
cuidado ao doente mental. co, insano, doente mental, entre outros;

A partir do ano de 1992se utilizam dos hos-


pitais psiquiátricos, porém, já se encontram ser-
viços extra-hospitalares como: os hospitais-dia,
hospitais-noite, pensões protegidas, ambulató-
rios de saúde mental, NAPS, CAPS, oficinas
assistidas, serviços de acompanhantes tera-
pêuticos para pacientes crônicos que podem
viver fora do espaço hospitalar, entre outros ser-
viços;

A tendência atual da assistência ao paciente


psiquiátrico está focalizada através da equipe
multiprofissional, na qual se inclui o auxiliar e/ou
o técnico de enfermagem.
http://www.cidadao.sp.gov.br - interessan-
te pra verificar postos de atendimento psi- A visão de homem hoje é de um ser bio, psi-
quiátrico no estado de São Paulo co, social, espiritual.

Exercícios

1- O modelo de assistência psiquiátrica no Brasil ainda hoje, está centrado no hospital psi-
quiátrico.
( ) verdadeiro ( ) falso

2- O movimento denominado “Reforma Psiquiátrica”, que propõe mudanças no modelo as-


sistencial da Saúde Mental, tem o dia 18 de maio como data nacional de conscientização da
Luta Antimanicomial.
( ) verdadeiro ( ) falso

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Aqui estão os seus direitos
Veja os principais direitos do paciente de hanseníase
Enfermagem em Saúde Mental e Psiquiatria

Tratamento especializado pelo SUS


A pessoa com hanseníase tem direito, pelo SUS, à assistência, ao tratamento, à reabilitação
e ao seguimento de seu caso, até o recebimento de alta.

Amparo legal:
- Portaria Conjunta nº 125/MS/SVS, de 26 de março de 2009;
- Portaria nº 586 MS/GM, de 06 de abril de 2004, Artigo1º, Inciso III.
Pensão
Toda pessoa com hanseníase que já foi submetida a isolamento ou à internação obrigatória,
tem direito a receber uma pensão especial.

Amparo legal:
- Lei nº 11.520, de 18 de setembro de 2007;
- Decreto nº 6.438, de 22 de abril de 2008.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/legislacao/hanseniase.php- acessado em novembro de 2012

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Políticas Relativas à Saúde Mental
mente capaz de induzir mudanças extensas.
Em alguns estados, a Lei Estadual que orien-

Enfermagem em Saúde Mental e Psiquiatria


ta a reforma psiquiátrica já existe, em outros,
projetos semelhantes estão em tramitação em
suas assembleias legislativas.

Dentro do processo de mudanças,foi insti-


tuído o 18 de maio como dia nacional da luta
antima-nicomial, tendo como lema: “Por uma
Sociedade sem Manicômios”. Uma data para a
reflexão diante da problemática, visando alertar
a sociedade em geral.

Apesar de o modelo de assistência psiquiátri- Não se coloca em questionamento a utilida-


ca no Brasil, ainda hoje, estar centrado no hos- de dos hospitais psiquiátricos e sim o seu verda-
pital psiquiátrico, muito já se conseguiu para que deiro compromisso de cuidar e assistir o doente
esse sistema mude. mental com um trabalho de qualidade.

No contexto atual da Reforma Sanitária Bra- É salutar saber refletir sobre as várias neces-
sileira, pelo Sistema Único de Saúde, (SUS), sidades nos determinados momentos da doen-
descentralizado, hierarquizado e sob o controle ça do paciente psiquiátrico para compreender
da sociedade, acontece outro movimento de- porque determinado tipo de tratamento é mais
nominado “Reforma Psiquiátrica”, que propõe acolhedor e mais eficaz.
mudanças no modelo assistencial da Saúde
Mental. É importante que o Técnico e /ou Auxiliar
saiba de todas as possibilidades de serviços
O “Projeto de Lei Paulo Delgado” (n. 3.657, de atendimento ao doente mental, assim como
de set./1987), que propõe a extinção gradativa sobre seus diretos para que possa orientar e in-
dos manicômios, substituindo esse tipo de trata- dicar a melhor possibilidade de tratamento para
mento por outros que garantam o respeito aos o mesmo, dentro das possibilidades existentes
direitos dos cidadãos portadores de transtornos em suas cidades ou serviços de referência, que
mentais, é considerado um elemento potencial- atuam de acordo com os níveis de prevenção.

1. Estruturação dos Níveis de Assistência

1.1 Cuidado preventivo primário A prevenção primária compreende:


Implica a alteração dos fatores causais ou de - Instrução dos pacientes e familiares;
risco para impedir o desenvolvimento de uma - Redução do estresse;
doença. Essas ações, geralmente, são realiza- - Apoio psicossocial;
das em ambulatórios de Saúde ou ambulatórios - Orientação quanto ao uso abusivo de álcool
de especialidade em Saúde Mental. e outras drogas, entre outras medidas.
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1.2 Cuidado preventivo secundário hospitalização por períodos reduzidos.
Está focalizado na redução ou eliminação
dos efeitos da doença mental. Essas ações são 1.3 Cuidado preventivo terciário
executadas nos hospitais psiquiátricos, hos- Implica reduzir ao máximo os efeitos residu-
pitais parciais e quando possível nos próprios ais da doença de longo prazo.
hospitais gerais. Esses cuidados são realizados nos:
- Programas de reabilitação;
A prevenção secundária compreende: - Centros de treinamentos vocacionais;
Enfermagem em Saúde Mental e Psiquiatria

- Recebimento do paciente e triagem; - Ambulatórios de saúde mental;


- Intervenção em crise; - Serviços comunitários de atendimento par-
- Auxílio na prevenção de suicídio; cial, CAPS, NAPS, oficinas abrigadas, entre ou-
- Cuidados de enfermagem de emergência e tros.

2. Dever do SUS

É dever do SUS garantirque os serviços de acesso igualitário às ações e aos serviços de


saúde mental possam: promoção, assistência e reabilitação, não ex-
cluindo o dever das pessoas, das famílias, das
empresas e da sociedade;

- Garantir a promoção, assistência e reabili-


tação às pessoas, por intermédio de ações in-
tegradas;

- Identificar e divulgar os fatores condicionan-


tes da Saúde Mental no Estado;

- TGarantir a reformulação e execução de


políticas econômicas e sociais que visem à re-
dução de doenças mentais e outros agravos;

- Regulamentar, controlar e fiscalizar as


Internação psiquiátrica - lei em vigor ações e serviços públicos e privados de saúde
LEI N° 10.216, DE 6 DE ABRIL DE 2001 mental;
(publicada no D.O.U. de 9.4.2001)
Dispõe sobre a proteção e os direitos das - Fomentar a pesquisa, o ensino e a capaci-
pessoas portadoras de transtornos men- tação das pessoas para a demanda e gerencia-
tais e redireciona o modelo assistencial mento dos serviços de saúde mental;
em saúde mental.
- Participar no controle e na fiscalização de
utilização de substâncias e produtos psicoati-
- Estabelecer condições que assegurem o vos, estabelecendo normas e critérios.

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3. Premissas

As políticas relativas à saúde mental devem - Na medida do possível, deve-se conceder a


ser regidas pelos princípios da assistência à todo paciente o direito de ser tratado e atendido
saúde mental, que, de acordo com o relatório da em sua própria comunidade;
organização mundial de saúde (OMS), devem

Enfermagem em Saúde Mental e Psiquiatria


ser baseados nas seguintes premissas: - Todo paciente deverá ter direito de ser trata-
- Não deverá existir discriminação em virtude do em um ambiente menos restritivo, com o tra-
de doenças mentais; tamento menos restritivo ou intrusivo possível.

Exercícios

1- O Técnico e/ou Auxiliar de enfermagem deve conhecer os serviços que sua cidade pro-
porciona ao doente mental, para possível orientação ao paciente ou familiar.
( ) sim ( ) não

2- O SUS estabelece condições que assegurem o acesso igualitário às ações e os serviços


de promoção, assistência e reabilitação, excluindo o dever das pessoas, das famílias, das
empresas e da sociedade.
( ) verdadeiro ( ) falso

3- O cuidado preventivo terciário implica reduzir ao máximo os efeitos residuais da doença


de longo prazo. Esses cuidados são realizados nos: – programas de reabilitação; centros de
treinamentos vocacionais; ambulatórios de saúde mental; serviços comunitários de atendi-
mento parcial, CAPS, NAPS, oficinas abrigadas, entre outros.
( ) certo ( ) errado

Câncer de Próstata
O câncer de próstata é o sexto tipo mais comum no mundo e o de maior incidência nos ho-
mens. As taxas da manifestação da doença são cerca de seis vezes maiores nos países de-
senvolvidos, quando comparados aos países em desenvolvimento.

Cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem em homens com mais de 65 anos. Quan-
do diagnosticado e tratado no início, tem os riscos de mortalidade reduzidos. No Brasil, é a
quarta causa de morte por câncer e corresponde a 6% do total de óbitos por esse grupo.

Segundo estimativa da pesquisa Incidência de Câncer no Brasil, em 2010/11, realizada pelo

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Instituto Nacional do Câncer, a população masculina do Rio Grande do Sul deve ser a que
apresentará mais casos de câncer de próstata até o final do ano – 80 para cada 100 mil ho-
mens.

Prevenção e tratamento
A próstata é uma glândula masculina localizada na parte baixa do abdômen. Tem a forma de
maçã e situa-se logo abaixo da bexiga e à frente do reto. A próstata envolve a porção inicial da
Enfermagem em Saúde Mental e Psiquiatria

uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada.

Uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais e com menos gordura,
principalmente, as de origem animal, ajuda a diminuir o risco do câncer. Especialistas reco-
mendam pelo menos 30 minutos diários de atividade física, manter o peso adequado à altura,
diminuir o consumo de álcool e não fumar.

Homens a partir dos 50 anos devem procurar um posto de saúde para realizar exames de
rotina. Os sintomas mais comuns do tumor são a dificuldade de urinar, frequência urinária
alterada ou diminuição da força do jato da urina, dentre outros. Quem tem histórico familiar da
doença deve avisar o médico, que indicará os exames necessários.

O toque retal é o teste mais utilizado, apesar de suas limitações: somente a porção posterior e
lateral da próstata pode ser palpada. É recomendável fazer o exame PSA (antígeno prostático
específico, na sigla em inglês), que pode identificar o aumento de uma proteína produzida pela
próstata, o que seria um indício da doença.

Para um diagnóstico preciso, é necessário analisar parte do tecido da glândula, obtida pela
biópsia da próstata.
Caso a doença seja comprovada, o médico pode indicar radioterapia, cirurgia ou até tratamen-
to hormonal. Para doença metastática (quando o tumor original já se espalhou para outras
partes do corpo), o tratamento escolhido é a terapia hormonal. A escolha do tratamento mais
adequado deve ser individualizada e definida após médico e paciente discutirem os riscos e
benefícios de cada um.

Rede pública
A Política Nacional de Atenção Oncológica garante o atendimento integral a todos aqueles
diagnosticados com câncer, por meio das Unidades de Assistência de Alta Complexidade em
Oncologia (Unacon) e dos Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Ca-
con).

Todos os estados brasileiros têm pelo menos um hospital habilitado em oncologia, onde o
paciente de câncer encontrará desde um exame até cirurgias mais complexas.

Mas para ser atendido nessas unidades e centros é necessário ter um diagnóstico já confirma-
do de câncer por laudo de biópsia ou punção.

Fontes:
Fundação do Câncer
Instituto Nacional do Câncer (Inca)
Tratamento no SUS

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Transtornos Orgânicos

Enfermagem em Saúde Mental e Psiquiatria


De maneira bem didática, com clareza, e tendo como referência a Classificação Internacional da
Organização Mundial de Saúde (OMS) – a CID 10 (Transtornos Mentais e de Comportamento), o
DMS-IV da Associação Psiquiátrica Americana (APA) e outras obrasconheceremos as categorias
de transtornos mentais e de comportamento, que são muitas. Por isso, algumas serão apenas
citadas sucintamente e, outras, por sua maior incidência, são mais detalhadas.

1. Demência na Doença de Alzhaimer

Histórico da Doença tida a exame anatomopatológico.


Alois Alzheimer, médico alemão que viveu en-
tre a segunda metade do século XIX e o início Alzheimer observou acúmulo de placas carac-
do século XX, publicou, em 1907, o artigo A cha- terísticas no espaço extracelular (placas senis)
racteristicseriousdiseaseofthe cerebral cortex, e lesões neurofilamentares no interior de neu-
em que apresenta os achados clínicos e anato- rônios, distribuídas difusamente pelo córtex ce-
mopatológicos de um caso peculiar. Auguste D. rebral. Cinco anos após, em 1912, o renomado
foi atendida, inicialmente, aos 51 anos, quando professor de Psiquiatria alemão E. Kraepelin faz
passou a apresentar sintomas delirantes (ciúmes pela primeira vez menção, em seu compêndio de
intensos) em relação ao marido. Alterações de Psiquiatria, a “esta doença descrita por Alzhei-
linguagem e de memória, além de desorientação mer”. A partir dessa época, o epônimo Doença
no tempo e no espaço instalaram-se logo em se- de Alzheimer passou a ser utilizado para os ca-
guida, com piora progressiva. A paciente faleceu sos de demência ocorrendo na faixa etária pré-
quatro anos e meio após o início dos sintomas, senil (antes dos 65 anos) e que apresentavam
em estágio avançado de demência, e foi subme- características clínicas e neuropatológicas seme-
21
lhantes à paciente inicialmente descrita. prejuízos da memória, cognitivos (aprendizado,
atenção, concentração, pensamento, uso da lin-
Durante várias décadas, esse diagnóstico fi- guagem e outras funções mentais) e ocupacio-
cou reservado a tais casos de demência dege- nais.
nerativa pré-senil, em oposição aos casos bem
mais frequentes - e já conhecidos no início do
século XX - de Demência Senil. Essa dicoto-
mia teve raízes em disputas acadêmicas entre
Enfermagem em Saúde Mental e Psiquiatria

diferentes escolas psiquiátricas alemãs naquela


mesma época. Foi apenas muitas décadas após,
no final dos anos 60, que diferentes estudos de-
monstraram que a então denominada Doença
de Alzheimer e a Demência Senil eram, na reali-
dade, a mesma condição clínico-patológica, em-
bora com algumas diferenças de apresentação
clínica. A partir da década de 70, o termo Doença
de Alzheimer passou a ser empregado de forma
indistinta para os casos de demência degenera-
tiva que apresentavam as lesões cerebrais des-
critas (placas senis e emaranhados neurofibrila-
res), independentemente da faixa etária de início
dos sintomas.

Em 1984, um grupo de pesquisadores propôs


critérios diagnósticos para a Doença de Alzhei- Seus sintomas são:
mer, que, a partir de então, passaram a nortear - Têminício rápido, a memória de curto prazo
as pesquisas e a atividade clínica de atendimen- (lembrança recente) fica afetada em primeiro lu-
to a esses pacientes. Esses critérios serão apre- gar;
sentados adiante. Com o aumento substancial da - Prejuízo de pensamento abstrato, julgamen-
expectativa de vida da população mundial verifi- to, personalidade e linguagem;
cado nas últimas décadas, a Doença de Alzhei- - Na evolução, aparecem distúrbios motores
mer tornou-se um sério e importante problema como tremores e fala incompreensível;
de saúde individual e coletiva, em decorrência - Desorientação espacial, não reconhecem os
da significativa incapacidade que acarreta aos caminhos costumeiros;
pacientes, das influências sobre os familiares e - Alterações comportamentais como: para-
cuidadores, além dos custos diretos e indiretos noia, agitação, insônia, ansiedade e depressão.
que ocasiona. - Frequentemente, a pessoa se perde na rua;
é importante ter o endereço na carteira ou em
É um processo decorrente de uma doença algum lugar com o indivíduo. Acidentes domés-
cerebral degenerativa primária, e o indivíduo tem ticos também são comuns.

2. Demência causada pelo HIV

Problemas neurológicos e psiquiátricos – aproximadamente, 90% das autópsiaseviden-


como estresse agudo e desordens de ajusta- ciamalterações no sistema nervoso central (Maj
mento - são frequentes em pessoas com AIDS. et al; 1991).
Cerca de 65% relataram problemas mentais, e, Do ponto de vista psiquiátrico, foram no-
22
tificadas reações de estresse agudo e de- denação motora fina, sustentação, atenção se-
sordens de ajustamento (Majet al; 1991), as- letiva, flexibilidade cognitiva e memória verbal,
sim comodepressão e ansiedade (Chandra, depressão neuropática sensorial, distúrbios so-
Desai&Ranjan,2005).Contudo, as informações máticos, ansiedade e queda de humor são as
que se tem a respeito são incompletas devido a alterações mais comuns em indivíduos sintomá-
questões metodológicas, como o tamanho das ticos com HIV (Maj et al; 1994).
amostras, o critério de diagnóstico para HIV,
além disso, algumas desordens psiquiátricas Sintomas:

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aparecem mais em grupos de risco do HIV, do - Distúrbio de memória (lentificação e esque-
que na população em geral, gerando confusões cimento);
a respeito da causalidade (Majet al, 1991). - Pequena dificuldade com a atenção, con-
Em relação ao funcionamento cognitivo, os centração, leitura, linguagem, capacidade vi-
estudos da OMS (1994) confirmam que os es- suoespacial, aprendizagem de movimentos
tágios sintomáticos da infecção do HIV são ca- motores (relacionados ao estado afetivo);
racterizados por um significante prejuízo nas - Apatia, espontaneidade reduzida e retrai-
funções cognitivas. Déficit relacionados à coor- mento social.

3. Delirium

É uma síndrome transitória e reversível, de - Intoxicação por metais pesados.


início agudo ou subagudo, com prejuízo cogniti-
vo global, e com uma grande quantidade de al- Sintomas:
terações no psiquismo e no comportamento do - Distúrbios do sono, irritabilidade e inquieta-
indivíduo. ção psicomotora (agitação);
- Perturbação da consciência e redução da
Pode ter como causa: capacidade de direcionar, manter ou deslocar a
- Tumor cerebral; atenção e grande distraibilidade;
- Traumatismo craniano (contusão, hemato- - Déficit de memória e desorientação, pertur-
ma subdural); bação da linguagem, com ilusões e alucinações
- Infecção (cerebral, sistêmica); visuais (bastante presentes);
- Cardiovascular (cerebral, geral); - Alguns pacientes apresentam amnésia an-
- Fisiológica ou metabólica (hipoxemia, dis- terógrada (ao que aconteceu anteriormente) e
túrbios eletrolíticos, insuficiência hepática, hipo lacunar (lembra – se de algumas coisas e não
ou hiperglicemia); de outras);
- Endócrino (perturbação da tireoide ou glico- - É bom saber que 10% a 15% dos pacientes
corticoides); hospitalizados por condição médica em geral
- Nutricionais (deficiência da tiamina, vitami- estão em delirium em algum momento (os pa-
na B12, pelagra); cientes geriátricos em porcentagem maior).
- Abstinência de drogas;

4. Alucinose Orgânica

Esse agrupamento compreende uma série de lesão cerebral ou outro comprometimento que
transtornos mentais reunidos tendo em comum leva à disfunção cerebral. A disfunção pode ser
uma etiologia demonstrável tal como doença ou primária, como em doenças, lesões e compro-
23
metimentos que afetam o cérebro de maneira di- - Personalidades múltiplas;
reta e seletiva; ou secundária, como em doenças - Despersonalização.
e transtornos sistêmicos que atacam o cérebro
apenas como um dos múltiplos órgãos ou siste- Observação: 1/3 dos pacientes com convul-
mas orgânicos envolvidos. sões parciais complexas, trauma intracraniano e
intoxicações podem apresentar essas alterações
4.1 Transtorno Delirante (Esquizofenifor- no comportamento.
me orgânico)
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São delírios que aparecem em muitas doen- 4.5 Transtorno Astênico (de labilidade emo-
ças orgânicas, menos complexos, acompanha- cional) Orgânico
dos de transtornos de percepção (visual, auditiva, Incontinência ou labilidade emocional mar-
alteração corporal, ciúme delirante). A consciên- cante e persistente, fatigabilidade ou uma varie-
cia e a memória estão preservadas. dade de sensações físicas desagradáveis como
tontura ou dores, com um substrato orgânico.
4.2 Transtorno Orgânico do Humor Geralmente, está associado com doenças cere-
Distúrbios de humor (uni ou bipolares), geral- brovasculares ou hipertensão.
mente, acompanhados por alterações no nível
global de atividade. É necessária a presença de 4.6 Transtorno Cognitivo Leve
transtornos físicos ou cerebrais que devem ser Precede e acompanha uma quantidade de
demonstrados ou presumidos. infecções e transtornos físicos, tanto cerebrais
como sistêmicos. É uma queda no rendimento
As causas, geralmente, se devem a uma de- cognitivo, com dificuldades de concentração (es-
pressão seguida de estado gripal, euforia em gotamento). Apresenta sintomas leves e é de
tratamento com corticoides, lesões cerebrais pós curta duração.
– traumáticas, tratamento com levodopa (para
doença de Parkinson) e lesões no hemisfério di- 4.7 Distimia Orgânica
reito. Alterações de humor que ocorre durante o
tratamento com esteroide ou antidepressivos e
4.3 Transtorno Orgânico de Ansiedade durante a psicose epiléptica.
Quadro de ansiedade generalizada ou de pâ-
nico, com base orgânica presente. 4.8 Transtorno Orgânico de Personalidade
Alterações de comportamento e personalida-
Associadas às seguintes condições médicas: de decorrentes de processos demenciais (dano
- Cardiovascular: angina, prolapso de válvula no lobo frontal), epiléticos (dano do lobo tempo-
mitral, hipertensão; ral) e outros.
- Neurológica - epilepsia do lobo temporal;
- Metabólica - hiper e hipocalcemia, hiponatre- Ocorre uma alteração significativa dos pa-
mia, porfiria; drões habituais de comportamentos anteriores
- Endócrinas - doença de Cushing, hipertireoi- como:
dismo, síndrome carcinoide, feocromocitoma; - Falta de perseverança em atitudes com fins
- Distúrbios infantis, como síndrome de Asper- determinados;
ger, transtornos de atenção e hiperatividade. - Labilidade emocional, alegria superficial e
imotivada;
4.4 Transtorno Dissociativo Orgânico - Explosões de raiva e agressão;
Aparecimento de dissociações em funções, - Alteração marcante da velocidade e fluxo da
normalmente, integradas de identidade, memó- linguagem;
ria e consciência. - Comportamento sexual alterado;
Sintomas: - Ideação paranoide;
- Transes; - Perseverança em torno de um tema;
- Fugas; - É importante a investigação neuropsicológi-
24
ca através de escalas objetivas e a avaliação do da maternidade deve ser considerado como fator
comportamento pela adequação. desencadeante apesar de não ser o único.

4.9 Transtornos Puerperais Além da psicose e da depressão puerperal,


Transtornos mentais agudos (psicose ou de- pode ocorrer a tristeza materna, que atinge dois
pressão) que se manifestam a partir do 20dia ou terços das puérperas, desenvolvendo – se até 10
aos 3 meses após o parto, com severidade sinto- dias após o parto, e que caracteriza – se por: irri-
mática inclusive alucinações. tabilidade, depressão, labilidade do humor, choro

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fácil e indisposição (é mais breve e menos seve-
A frequência de psicose pós – parto em primí- ra do que a depressão pós – parto).
para é de 1 em 500. No parto subsequente, em
mulheres afetadas, é de 1 em 3. O risco de de- A depressão pós – parto pode estender – se
pressão em primípara é de 10% a 15%. O risco até o 20 ou 30ano após o parto e causar morbi-
de recorrência é de 50%. dade e mortalidade significativas, e se não trata-
A incidência de transtorno mental aumenta das, tanto a depressão quanto a psicose podem
muito no primeiro mês após o parto. O estresse tornar – se crônicas e refratárias ao tratamento.

Exercícios

1 - A demência na doença de Alzhaimer tem início rápido, e a memória de curto prazo (lem-
brança recente) fica afetada em primeiro lugar.
( ) certo ( ) errado

2 - Não é com frequência que a pessoa se perde na rua, por isso não é importante ter o en-
dereço na carteira ou em algum lugar com o indivíduo. Acidentes domésticos também não
são comuns.
( ) verdadeiro ( ) falso

3 - Na Demência causada pelo HIV, o indivíduo apresenta: pequena dificuldade com a aten-
ção, concentração, leitura, linguagem, capacidade visuoespacial, aprendizagem de movi-
mentos motores (relacionados ao estado afetivo).
( ) verdadeiro ( ) falso

4 - O Delirium é uma síndrome transitória e reversível, de início agudo ou subagudo, com


prejuízo cognitivo global, e com uma grande quantidade de alterações no psiquismo e no
comportamento do indivíduo.
( ) certo ( ) errado

5 - Uma puérpera que não quer ver seu filho, não quer amamentá-lo, só chora e diz que a
vida não tem mais sentido pode estar apresentando depressão pós-parto.
( ) verdadeiro ( ) falso

6 - O estresse da maternidade não deve ser considerado como fator desencadeante de de-
pressão ou psicose pós-parto.
( ) verdadeiro ( ) falso

25
7 - A depressão pós – parto pode estender – se até o 20 ou 30ano após o parto e causar
morbidade e mortalidade significativas, e se não tratadas, tanto a depressão quanto a psico-
se podem tornar – se crônicas e refratárias ao tratamento.
( ) verdadeiro ( ) falso

8 - Anápolis – Secretaria Municipal da Saúde – Co. No2 Prova V.


.Distúrbiomental relacionado com preocupação com os pensamentos intrusivos persisten-
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tes, obsessões, compulsão, sensação de impotência para resistir ao pensamento e rituais.


Qual o tipo de distúrbio descrito?
A) Estresse agudo.
B) Ansiedade generalizada.
C) Obsessivo-compulsivo.
D) Pânico.
E) Estresse pós-traumático.

Doenças da Terceira Idade


No Brasil, os idosos (pessoas com 60 anos ou mais) representam 8,6% da população total
do País. De acordo com o IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, da década de
1990 para os anos 2000, a população de terceira idade no Brasil cresceu 17%. O País tem
hoje cerca de 20 milhões de idosos. Em 2025, esse número deve passar para 32 milhões
de pessoas.

Segundo o Ministério da Saúde, as doenças do aparelho circulatório são a principal causa


de mortalidade em idosos, com mais de 37% do número de mortes. As mais comuns são
derrame, infarto e hipertensão arterial. Em seguida, vêm tumores e doenças do aparelho
respiratório, por exemplo, pneumonia e DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica, como o
enfisema e a bronquite crônica).

A médica geriatra da Santa Casa de São Paulo, Fabíola Borges, explica que o idoso tem
alteração da imunidade e maior risco de infecção. Diversas alterações são peculiares a cada
órgão. Características pessoais, questões sociais, dificuldades de higienização e alimenta-
ção também influenciam no envelhecimento do indivíduo.
Para evitar doenças e ter uma boa qualidade de vida é preciso ter uma alimentação adequa-
da, com a presença de frutas, verduras, leite e vitaminas, já que o idoso tem, naturalmente,
falta de vitamina B. “O exercício físico para aumento da força e da massa muscular está
diretamente relacionado à saúde do idoso”, afirma. A partir dos 40 anos, a chance de ter um
melhor envelhecimento está ligado a hábitos saudáveis.

Outro aspecto, não direcionado a doenças, mas que garante uma boa qualidade de vida ao
idoso é o suporte social. “As relações pessoais que ele conseguiu manter, o trabalho e as

26
condições financeiras vão ser diretamente ligados ao envelhecimento”, conclui.

Tumores também são frequentes fatores de mortalidade em idosos. Segundo o médico on-
cologista e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), HakaruTadokoro, os
casos de câncer no Brasil aumentaram porque a população está envelhecendo mais. A do-
ença é mais comum em pessoas com mais de 55, 60 anos, pois o organismo está exposto
a substâncias nocivas há muito mais tempo.

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O fumo é um dos principais fatores desencadeantes do câncer, além de comida gordurosa,
industrializada, alta ingestão calórica e obesidade. Os mais comuns aos idosos são os de
próstata (homens), de mama (mulheres) e no pulmão. Segundo o especialista, de 80% a
90% dos casos têm cura se o diagnóstico é precoce.

As pessoas se tornam mais vulneráveis com a idade. De acordo com o professor livre do-
cente em cardiologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP),
Maurício Wajngarten, as doenças crônicas não-transmissíveis vão se acumulando, assim o
diagnóstico na pessoa idosa é mais complexo e exige uma avaliação ampla.

Todas as doenças cardiovasculares, respiratórias, cerebrovasculares (AVC), diabetes e até


o câncer podem ser consideradas doenças crônicas. Elas representam no Brasil 72% das
causas das mortes. Quando se vive mais, há mais chance de ter uma doença crônica, daí a
preocupação para que haja controle e prevenção. “O indivíduo pode viver com hipertensão
e diabetes, por exemplo, mas precisa ter controle”, resume a gerontóloga.

A gerontologista e coordenadora nacional da Saúde do Idoso, do Ministério da Saúde, Luiza


Machado, diz que o envelhecimento não começa aos 60 anos e sim quando o bebê ainda
está no útero da mãe. Os hábitos saudáveis de vida desde a infância vão determinar a saúde
do idoso. Como a expectativa de vida aumentou muito e o envelhecimento no Brasil é um
fator relativamente novo, é preciso capacitar e formar profissionais de saúde para lidar com
os problemas. “Hoje a expectativa de vida é de cerca de 75 anos de idade no País e pode
chegar a 120 anos daqui a 50 anos”, diz.

A Área Técnica da Saúde do Idoso desenvolve ações estratégicas com base nas diretrizes
contidas na Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, para promover o envelhecimento
ativo e saudável, a manutenção e a reabilitação da capacidade funcional. Um idoso saudá-
vel tem a autonomia preservada, tanto a física como a psíquica.

Fontes:
Ministério da Saúde

27
Transtornos Esquisofrênicos
Esquizofrenia, também conhecida como psi- cada.
cose grave, é o termo utilizado para designar Como o indivíduo sofre de alterações dos
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um grupo de transtornos psiquiátricos graves e processos do pensamento e percepção da rea-


incapacitantes, marcados por: lidade, muitos negam que precisam de ajuda e
resistem em procurar cuidados de saúde. Geral-
a) Afastamento da realidade - indivíduo cria mente, são trazidos por familiares em situações
um mundo próprio com regras e crenças pró- bem avançadas da doença.
prias;
b) Pensamento ilógico – o pensamento do
indivíduo não tem sentido para as outras pesso-
as;
c) Delírios – falsas ideias ou crenças aceitas
como reais pelo paciente. Ele pode pensar que
tem uma doença somática (no corpo), ter delírio
de grandeza, achar que é Jesus, ou Napoleão,
etc., sentimento de perseguição, achar que al-
guém vai matá-lo, ou de referência, acha que
tudo diz respeito a ele;
d) Despersonalização – sentimento de que
a pessoa se distanciou da própria mente ou do
próprio corpo, ou perdeu a própria identidade;
e) Alucinações – falsas percepções senso-
riais (dos sentidos) sem base na realidade. As
alucinações podem ser visuais (ver alguma coi-
sa), auditivas (ouvir vozes, sons ou conversas),
olfativas (sentir odores), gustativas (sentir gostos
estranhos), ou táteis (tato, sensações no corpo);
f) Dificuldade em distinguir a realidade da fan-
tasia. A esquizofrenia, geralmente, afeta as popu-
lações mais pobres das áreas urbanas. Uma
Geralmente, os sintomas sãos graduais, po- possível ideia é a de que seus efeitos incapaci-
rém, podem surgir em alguns dias ou semanas. tantes acarretam frequentemente desemprego
A idade mais comum de início da doença é o e pobreza, fazendo com que se torne um ciclo
final da adolescência, porém, não são raros os na doença e pobreza.
inícios mais precoces (crianças) ou mais tar-
dios. A família do paciente é afetada profundamen-
Nos homens, a doença se inicia tipicamente te e os mesmos tendem a se afastar do paciente.
ao final da segunda ou início da terceira déca- Não é raro encontrar pacientes esquizofrênicos
da de vida. Nas mulheres, ela, geralmente, tem em hospitais psiquiátricos que foram abandona-
início no final da terceira e início da quarta dé- dos por seus familiares há muito tempo.

28
1. Sintomas

vel e inexpressiva. Com a progressão da do-


ença, o embotamento afetivo pode crescer de
forma acentuada. Lembre-se: incapacidade de
expressar emoções não significa incapacidade

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de sentir emoções;
- Fala empobrecida - refere - se a um discur-
so breve e pobre de conteúdo. O paciente dá
respostas simples e curtas às perguntas, dando
a impressão de um vazio interno;
- Anedonia - capacidade reduzida de sentir
prazer;
- Associalidade - evita relacionamentos. Um
esquizofrênico pode se retrair socialmente por
estar deprimido, sentir-se relativamente seguro
quando está sozinho ou estar totalmente envol-
vido em seus próprios sentimentos e temores,
a) Sintomas positivos: esses sintomas es- de modo que não consegue suportar a compa-
tão presentes, mas deveriam estar ausentes. nhia de outras pessoas;
Eles incluem, principalmente, o delírio e a alu-
cinação. Nesse contexto, positivo não significa c) Sintomas desorganizados incluem:
"bom", muito pelo contrário, significa que o pa- - Transtorno do pensamento e discurso con-
ciente perdeu o contato com a realidade; fusos, variando de uma fala ligeiramente desor-
ganizada a divagações incoerentes (sem senti-
b) Sintomas negativos: refletem a falta de ca- do total), geralmente, apresenta dificuldade para
racterísticas normais. São eles: conversar com outras pessoas;
- Apatia - falta de interesse por pessoas, coi- - Comportamento bizarro pode incluir tolices
sas e atividades; infantis, agitação e aparência, higiene ou condu-
- Falta de motivação - torna o paciente inca- ta inadequada. O paciente pode se mover deva-
paz de iniciar e terminar uma atividade; gar, repetir gestos rítmicos ou andar em círculo,
- Embotamento afetivo - achatamento das ele pode não conseguir dar sentido às coisas da
emoções. A face do paciente pode parecer imó- vida cotidiana que ele veja, ouça ou sinta.

2. Fases da Doença

A esquizofrenia evolui em três fases distintas: tempos e outros interesses. Pode apresentar um
a) Fase prodrômica: pode ocorrer por volta de comportamento peculiar, descuidar da higiene e
um ano antes da primeira hospitalização; a pes- da aparência pessoal e precisar de energia e ini-
soa evidencia um claro declínio em relação ao ciativa, pode ter um desempenho baixo no traba-
seu nível anterior de funcionamento. Exemplo: lho ou na escola;
o indivíduo pode se retrair dos amigos, passa-

29
bilidade). É desencadeada comumente por um
agente estressante;

c) Fase residual: durante a fase residual que


se seguem à fase ativa, os sintomas se asseme-
lham aos da fase prodrômica, entretanto podem
estar acentuados o embotamento afetivo e a al-
teração do funcionamento, podem persistir sin-
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tomas psicóticos, como alucinações, porém sem


um afeto forte. Nessa fase, o padrão da doença
pode se estabelecer, os níveis de incapacidade
podem se estabilizar ou podem aparecer melho-
ras tardias.

b) Fase ativa: o paciente apresenta sintomas Remissões: Embora poucos esquizofrênicos


psicóticos agudos, como alucinações, delírios, retornem a seu nível de funcionamento pré-do-
incoerência ou comportamento catatônico (imo- ença, já houve remissões completas.

Exercícios

1- A esquizofrenia também é conhecida como:


a) ( ) – uma depressão grave
b) ( ) – uma ansiedade intensa
c) ( ) – um transtorno da personalidade
d) ( ) – uma psicose grave

2- Nos transtornos esquizofrênicos, vamos encontrar: V ou F.


a) ( ) – afastamento da realidade
b) ( ) – realidade normal
c) ( ) – delírios
d) ( ) – ausência de despersonalização
e) ( ) – alucinação

Drogas
As drogas psicoativas fazem parte da história da humanidade. Apenas reprimir o uso não
resolve o problema. Por isso, as políticas públicas estão mais orientadas à redução de da-
nos. A ideia é informar e orientar o dependente químico para evitar as consequências ruins
do mau uso dessas drogas.
Cerca de 22% dos brasileiros acima de 18 anos já usaram drogas psicoativas além do álcool

30
e do cigarro alguma vez na vida. Entre os estudantes, o uso frequente de drogas (20 ou mais
doses por mês) é de 3,6%. A maconha é a mais usada das drogas ilícitas. Veja quais são as
outras:
•Alucinógenos;
•Anticolinérgicos (medicamentos e chás com plantas que possuem atropina e a escopola-
mina);
•Barbitúricos (sedativos);

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•Benzodiazepínicos (medicamentos que induzem o sono);
•Cocaína;
•Crack;
•Esteroides anabolizantes;
•Estimulantes (inclusive remédios para emagrecer);
•Heroína;
•Merla (pasta-base da cocaína);
•Opiáceos (à base de ópio);
•Orexígenos (medicamentos estimuladores de apetite);
•Solventes (cola de sapateiro, lança-perfume, loló);
•Xaropes (codeína).

Embora muitas pessoas consigam viver bem usando essas substâncias, todas apresentam
riscos potenciais de danos à saúde. O uso contínuo pode levar à tolerância (a pessoa fica
acostumada à droga e precisa aumentar a dose para obter o efeito inicial) e dependência.

Onde procurar ajuda


Milhares de instituições, muitas não-médicas, formam uma rede nacional de assistência
com ações de promoção, prevenção e proteção à saúde dos usuários. A maioria (70%) são
instituições de autoajuda, como os Alcoólicos Anônimos (AA). O SUS tem os Centros de
Atenção Psicossocial para álcool e drogas (CAPSad), de atendimento diário, com atividades
laborais, de lazer e de cidadania.

A internação em hospital psiquiátrico não é a principal forma de tratamento. Quando neces-


sária, a diretriz é que seja curta e aconteça, preferencialmente, em hospitais gerais, com
acompanhamento pelos CAPS.

As ações de redução de danos à saúde, desenvolvidas em mais de 600 instituições pelo


Brasil, já reduziram o número de casos notificados de Aids entre usuários de drogas injetá-
veis, sem aumentar o consumo de drogas injetáveis.

Saiba mais sobre como enfrentar o crack e as drogas na infância e adolescência.

Fontes:
Livreto Informativo Sobre Drogas Psicotrópicas da Senad
Relatório Brasileiro sobre Drogas 2010
Relatório de Mapeamento das instituições governamentais e não-governamentais de
atenção às questões relacionadas ao consumo de álcool e outras drogas no Brasil -
2006/2007 (Secretaria Nacional Antidrogas)
Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos

31
Tipos de Transtornos Esquizofrênico

1. Esquizofrenia Catatônica
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É uma forma rara da doença e se caracteriza O paciente pode ter breves explosões de
por uma tendência do paciente em permanecer agitação extrema, apresentando também um
numa mesma postura fixamente por longos pe- maior potencial de comportamentos destrutivo
ríodos. e violento.

Sinais e sintomas: - Pode soltar gritos incoerentes;


- Mudez - Geralmente, permanece mudo; - Agitar-se extremamente e parar (alternada-
- Recusa-se a mover-se; mente);
- Apresenta catalepsia (ausência de resposta - Apresenta menor sensibilidade à dor;
a estímulos externos e rigidez muscular); - Ecolalia - repetição de palavras ou expres-
- Não realiza suas necessidades pessoais sões ditas por outras pessoas;
sozinho; - Ecopraxia - imitação dos movimentos de
- Pode fazer movimentos como caretas fa- outras pessoas.
ciais e movimentos de sucção com a boca;

2. Esquizofrenia Paranoide

É o tipo mais brando de evolução da esqui-


zofrenia.
O conteúdo do pensamento delirante pode
ser de grandeza, persecutório, e, possivelmen-
te, delírio de ciúme.
A esquizofrenia paranoide pode causar ape-
nas um distúrbio mínimo no funcionamento do
indivíduo.
32
Sinais e sintomas: origem da ansiedade);
- Ideias delirantes - persecutórias (alguém - Tendência a discutir;
quer lhe fazer mal) ou de grandeza; - Formalidade ao interagir com outras pesso-
- Alucinações auditivas (alguém pode estar as;
falando mal dele); - Possível violência.
- Ansiedade não focalizada (desconhece a

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3. Esquizofrenia Indiferenciada

Quadro com sintomas que não se ajustam a - Encontram-se os sintomas básicos da es-
nenhum outro subtipo. Constatam-se a presen- quizofrenia, delírios e alucinações;
ça de delírios, alucinações. - Apresenta característica de mais de um
subtipo de esquizofrenia, não se enquadrando
Sinais e sintomas: em nenhuma.
- Presença de sintomas negativos;

4. Esquizofrenia Residual

É uma forma diferente da doença, geral-


mente, permanecem as manifestações sinto-
máticas, principalmente, as negativas, como
embotamento afetivo ou discurso empobrecido.
Geralmente, o indivíduo tem uma história de
episódios esquizofrênicos agudos.

Sinais e sintomas:
- Incongruência afetiva;
- Retraimento social;
- Comportamento excêntrico;
- Pensamento ilógico;
- Dissociação. www.eluniversal.com

5. Esquizofrenia Hebefrênica está incluida


em Esquizofrenia, atualmente

Tipo de esquizofrenia expansiva, mais preco- - Desinibição e desorganização do pensa-


ce, com maior chance de deterioração inicial. mento;
- Pronunciado transtorno do pensamento;
Sinais e sintomas: - Aparência pessoal e contato com a realida-
- Regressão acentuada a um comportamen- de precários;
to primitivo; - Respostas emocionais e sociais inadequa-
33
das; (agredir o outro);
- Comportamento hilário (infantilizado) e ma- - Distúrbios eróticos acentuados;
neirismos; - Atenção especial com distúrbios em adoles-
- Acentuado grau de heteroagressividade centes e adultos jovens.

Exercícios
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1- Quanto à esquizofrenia catatônica: é uma forma rara da doença e se caracteriza por uma
tendência do paciente em permanecer numa mesma postura fixamente por longos perío-
dos. Esse conceito está:
( ) certo ( ) errado.

2 - Na esquizofrenia paranoide, é importante conquistar a confiança do paciente, sendo


franco e confiável.
( ) certo ( ) errado.

3 - É necessário tocar no paciente primeiro para depois lhe explicar qual procedimento vai
ser realizado, principalmente, em se tratando de um paciente com esquizofrenia paranoide.
( ) certo ( ) errado.

4 - É esquizofrenia indiferenciada porque não se ajusta em nenhum outro subtipo de esqui-


zofrenia.
( ) certo ( ) errado.

5 - Na esquizofrenia indiferenciada, o paciente não apresenta os sintomas básicos da esqui-


zofrenia, que são: delírios e alucinação.
( ) certo ( ) errado.

6 - São sintomas da esquizofrenia residual.


a ( ) – incongruência afetiva, e delírios;
b ( ) – retraimento social e delírios;
c ( ) – pensamento ilógico e delírios;
d ( ) – dissociação e incongruência afetiva.

7 - Você encontra na rua um indivíduo que está sujo, fala sozinho sem se importar com os
outros, parece que não o vê. Você pode supor que ele apresenta:
a ( ) esquizofrenia catatônica;
b ( ) esquizofrenia residual;
c ( ) esquizofrenia hebefrênica;
d ( ) que ele apenas não tem nada e gosta de ser assim.

8 - Tipo de esquizofrenia expansiva, mais precoce, com maior chance de deterioração inicial,
é chamada de esquizofrenia catatônica.
( ) verdadeiro ( ) falso

9 - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA ”JÚLIO DE MESQUITA FILHO “ UNSP1101/097-

34
TécEnfermagem (2012)
A droga que atua no sistema nervoso central, reduzindo sintomas
de alucinação e ideia delirante é :
(A) antipsicótico.
(B) antidepressivo.
(C) anticonvulsivante.
(D) estabilizador do humor.

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(E) ansiolítico.

35
Transtornos Afetivos
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São alterações na regulação do humor, comportamento e afeto, que vão além das oscilações
normais que todos nós apresentamos.
Os transtornos afetivos são considerados no mundo todo como uma causa importante de inca-
pacidade.

1. Humor

Humor é um estado afetivo que predomina, persistente que interfere no funcionamento so-
como tristeza ou alegria. Num transtorno afeti- cial e psicológico.
vo, o humor da pessoa se torna tão intenso e

2. Afeto

Afeto significa a expressão externa (a ma- pressão emocional externa;


nifestação do choro, riso, irritabilidade, etc.) da - Afeto restrito: redução do grau de expres-
emoção ligada a ideias que incluem a expres- são externa;
são facial; a modulação da voz etc. é uma va- - Incongruência afetiva: afeto que não está
riação no afeto, como: adequado à situação ou ao conteúdo da men-
sagem verbalizada (exemplo: riso ao descrever
- Embotamento afetivo: grave redução na in- morte de um ente querido);
tensidade da expressão afetiva externa; - Labilidade afetiva: expressão afetiva rápida
- Diminuição do afeto ou aplainamento afeti- e facilmente alterada, sem relação com eventos
vo: ausência total ou praticamente total de ex- ou estímulos externos.
36
3. Causas

As causasbaseiam-se em fatores genéticos, frequência em familiares de primeiro grau;


biológicos e psicológicos. b) Biológico: focaliza deficiências ou anor-
malidades nos mensageiros químicos cerebrais,
a) Genética: papel importante nos transtor- que são os neurotransmissores;

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nos afetivos, depressivos maior, e nos transtor- c) Teorias psicológicas: também oferecem
nos bipolares, pois estes ocorrem com maior explicações para os transtornos afetivos.

Exercícios

1- Os transtornos do humor são caracterizados por alterações na regulação do humor, com-


portamento e afeto, que vão além das oscilações normais que todos nós apresentamos.
( ) verdadeiro ( ) falso

2- O indivíduo pode apresentar tristeza ou alegria de forma extremamente intensa.


( ) verdadeiro ( ) falso

3- A alteração do humor no indivíduo não interfere no seu funcionamento social ou psicoló-


gico.
( ) verdadeiro ( ) falso

4- Afeto significa a expressão externa (a manifestação do choro, riso, irritabilidade, etc.) da


emoção.
( ) verdadeiro ( ) falso

5- Você recebe na enfermaria um paciente que lhe conta uma história de vida muito triste e
durante essa conversa ele ri bastante. Alguma coisa está errada: você pode dizer que isso
se chama incongruência afetiva, pois, o afeto não está adequado com a situação ou com
o conteúdo da mensagem verbalizada (exemplo: rir de uma situação de tristeza).
( ) verdadeiro ( ) falso

37
Unidades de Pronto Atendimento (UPAs 24 horas)
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Sergio Andrade/Prefeitura de SP

UPAs têm capacidade para atender casos que exijam atenção médica intermediária.
Lançadas como parte da Política Nacional de Urgência e Emergência (2003), as Unidades
de Pronto Atendimento (UPA 24 horas) funcionam como unidades intermediárias entre as
Unidades Básicas de Saúde (UBS) e os hospitais e ajudam a desafogar os prontos-socor-
ros, ampliando e melhorando o acesso dos brasileiros aos serviços de urgência no Sistema
Único de Saúde (SUS).

Essas unidades atendem a casos de saúde que exijam atenção médica intermediária como
problemas de pressão, febre alta, fraturas, cortes e infartos, evitando que esses pacientes
sejam sempre encaminhados aos prontos-socorros dos hospitais.

As UPAs 24 horas trabalham de forma integrada com o Serviço de Atendimento Móvel de


Urgência (SAMU). Ao ligar para o número 192, o cidadão tem acesso a uma central com
profissionais de saúde que oferecem orientações de primeiros socorros, além de definir os
cuidados adequados a cada situação. Em muitos casos, o SAMU presta o primeiro atendi-
mento e encaminha o paciente a uma UPA.

Essa integração qualifica os atendimentos já que, ao prestar o primeiro socorro, as equipes


do SAMU identificam a real necessidade do paciente e o encaminham, se necessário, para
o serviço de saúde mais adequado.

As UPAs funcionam sete dias por semana, 24 horas por dia. Sua estrutura conta com equi-
pamentos de raios-X, eletrocardiografia, laboratório de exames e leitos de observação, e
soluciona em média 97% dos casos. Ao chegar a uma UPA, o paciente é assistido e pode
ser tratado na própria unidade ou, conforme o caso, encaminhado a um hospital ou para a
atenção básica.

Como surgiram
A Política Nacional de Urgência e Emergência integrou as unidades de saúde e dividiu a
atenção às urgências no SUS em quatro frentes. No nível da Atenção Básica, as equipes

38
de Saúde da Família (ESF) e as UBS têm como prioridade a orientação assistencial a um
número determinado de famílias e acolhimento das urgências de menor complexidade. O
componente móvel, por meio do SAMU 192, faz a estabilização dos pacientes no local da
ocorrência e o transporte seguro para as unidades de saúde indicadas. Já às UPAs cabe
o atendimento das urgências de média complexidade. E o setor de urgência dos hospitais
realiza o atendimento das urgências de maior complexidade.

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Fonte:
Ministério da Saúde

39
Tipos de Transtorno Afetivo
Classificação dos transtornos afetivos seguem uma classificação mais recente da 4a
São várias as formas de classificação dos edição com texto revisado do Manual Estatístico
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transtornos afetivos. Uma delas, mais antiga, e Diagnóstico das Doenças Mentais, publicado
sugere uma abordagem para distinguir depres- pela Associação Psiquiátrica Americana (DSM-
são e mania. Atualmente, os transtornos afetivos IV-TR/APA, 2000) (Tabela I).

Tabela I- Classificação dos transtornos afetivos de acordo com o DSM-IV-TR.


Transtorno depressivo maior (TDM)
Transtornos depressivos Transtorno distímico
Transtorno depressivo sem especificação
Transtorno bipolar I
Transtorno bipolar II
Transtornos bipolares
Transtorno ciclotímico
Transtorno bipolar sem especificação
Transtorno de humor devido a uma condição médica geral
Outros
Transtorno de humor induzido por substância

DSM-IV-TR/APA, 2000 – Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders.

www.eluniversal.com

1. Transtorno Bipolar

Também conhecido como Transtorno Manía- tológicas do humor. O início se dá, geralmen-
co-Depressivo. te, entre os 20 e 30 anos, embora os sintomas
Caracteriza-se por mudanças graves e pa- possam ocorrer no final da infância e início da
40
adolescência.

Muitos pacientes portadores de Transtorno


Bipolar têm episódios repetidos de mania e de-
pressão, com períodos assintomáticos entre os
episódios.

a) Fase Maníaca: (aspectos que se caracteri-

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zam em exagero).
- Alegria;
- Euforia;
- Agitação ou irritabilidade;
- Hiperexcitabilidade;
- Hiperatividade;
- Pensamento e discurso rápidos;
- Sexualidade exagerada;
- Diminuição do sono. 1.2 Fatores precipitantes
São fatores que podem ajudar na mudança
b) Hipomania (hipo = pequena): assemelha- dos humores:
se à mania, mas não é tão intenso. - Stress: ocasionado por uma perda grave
de um ente querido ou o emprego, uma doença
Alguns pacientes com transtorno bipolar têm crônica, problemas financeiros, podem levar a
graves episódios de mania ou depressão. Po- um episódio nas pessoas com pré - disposição
dem aparecer sintomas psicóticos como aluci- ao transtorno;
nações ou delírios e seu diagnóstico ser confun- - Uso de antidepressivos: paciente pode ter
dido com esquizofrenia. uma passagem para a fase maníaca se tiver pré
– disposição;
Os transtornos bipolares podem ter amplas - Privação do sono;
consequências emocionais e sociais como: di- - Hipotireoidismo.
vórcio, abuso de crianças, desemprego, falên-
cia e promiscuidade, entre outras. 1.3 Sinais e sintomas
Pode ser difícil diagnosticar o transtorno bi-
O risco de suicídio aumenta nesses casos, polar. Durante a avaliação de um paciente, é im-
devido à impulsividade durante a fase maníaca portante considerar que os sintomas variam de
ou após a resolução de um episódio depressi- acordo com a fase da doença.
vo.
Para a enfermagem é importante reconhecê-
1.1 Classificação los, pois é a partir daí que se formulará o plano
Os transtornos bipolares ocorrem em três ti- de cuidados para o paciente.
pos principais:
- Tipo I: Estados depressivos (leves a graves) a) Sintomas na Fase maníaca:
intercalados com normalidade e fases manía- - Humor expansivo, de grandeza ou excessi-
cas; vamente irritado;
- Tipo II: Estados depressivos (leves a gra- - Atividade psicomotora aumentada como:
ves) intercalados com normalidade e fases hi- agitação, andar de um lado para o outro ou tor-
pomaníacas; cer as mãos;
- Tipo ciclador rápido: mudança de humor rá- - Extroversão social excessiva;
pida ou em uma semana, ou ultrarrápida em um - Diminuição da atenção;
dia. - Fuga de ideias - fala rápida, com frequentes

41
mudanças de tema (o paciente começa a falar - Retraimento social;
sobre um assunto e vai para outro sem se dar - Sentimento de desespero, apatia ou autor-
conta); reprovação;
- Menor necessidade de sono e de alimen- - Dificuldade de concentração e de pensar
tos; (sem desorientação ou distúrbio intelectual evi-
- Alteração do juízo crítico (faz coisas que, dente);
normalmente, não faria); - Perda de peso;
- Respostas rápidas a estímulos externos, - Andar lento;
como ruídos no ambiente ou a um telefone to- - Constipação intestinal;
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cando. - Lentidão de movimentos físicos e ativida-


- Na mania máxima, o paciente pode ter de- des;
lírios, pensamentos paranoides e uma autoesti- - Lentificação da fala e das respostas;
ma bastante aumentada, variando da autocon- - Disfunção sexual, perda do desejo (libido);
fiança sem crítica (exemplo: achar que tudo vai - Distúrbio do sono (dificuldade para pegar no
sair conforme esperado), as ideias de grandeza sono ou para permanecer dormindo ou desper-
acentuadas. tar precoce);
- Diminuição do tônus muscular.
b) Sintomas na Fase Depressiva:
- Baixa autoestima; 1.4 Comparação entre Distúrbios Depres-
- Inércia total; sivos e Maníacos

Caracteristicas Disturbios depressivos Disturbios maniacos


Apetite alterado (aumentado ou dimi- Diminuigao do apetite devido a hipe-
nuido). ratividade.
Alteração dos padrões de sono (hiper- Pouco sono devido ao excesso de
sonia ou insônia). energia (insônia).
Constipação possivelmente por falta
Respostas Constipação devido a fator alimentar,
de atengao corn as necessidades
fisiologicas falta de exercício.
metabdicas.
Energia ilimitada, levando a exaus-
Fadiga.
tao fisica.
Queixas somaticas. Respostas fisiologicas ignoradas.
Atividade inquieta e sem direção. Hiperatividade sem direção.
Indecisão. Distúrbio do juízo crítico.
Diminuição da concentragao e do li-
Diminuição da concentração e do limi-
mite de atenção, distração, fuga de
te de atenção.
Respostas idéias.
cognitivas Ruminação (preocupagao constantes
corn os mesmos pensamentos), deli- Idéias e delírios de grandeza, pensa-
rios somaticos, pensamentos empo- mento tangencial.
brecidos.
Tristeza, desanimo. Euforia, alegria.
Raiva, agitação, ressentimento. Raiva, irritabilidade, ira.
Culpa e menos valia. Ausência de culpa, narcisismo.
Respostas
emocionais Nocão exagerada da própria capaci-
dade.
Desespero, impotência.
Labilidade emocional (choro e riso
rapidamente).
42
Apatia. Agitação psicomotora.
Higiene pessoal deficiente. Higiene pessoal deficiente.
Baixa motivagao. Impulsividade, falta de inibição.
Respostas
Hipersexualidade, aumento do com-
comportamen- Anedonia.
portamento sexual de alto risco.
tais
Queixas e exigências frequentes. Manipulador, dominador.
Cantar, dançar, brincar de modo ina-
Falta de espontaneidade.

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dequado.

2. Transtorno Ciclotímico

- Incapacidade de manter entusiasmo por


projetos novos;
- Um padrão de puxar para perto e depois
afastar nas relações interpessoais;
- Mudanças abruptas na personalidade, de
alegre, confiante e cheio de energia para triste,
na fossa ou mesquinho.

Outros sinais e sintomas se caracterizam


conforme as fases da doença:
a) Na fase hipomaníaca: O paciente pode re-
latar ou apresentar:
www.psicosite.com.br - Insônia;
- Hiperatividade;
Transtorno ciclotímico caracteriza-se por cur- - Autoestima aumentada;
tos períodos de depressão e com leves e curtos - Aumento da produtividade e da criativida-
períodos de hipomania, intercalados por breves de;
períodos de humor normal entre os episódios - Envolvimento excessivo em atividades que
depressivos e maníacos. dão prazer, incluindo o sexo;
- Inquietação física;
2.1 Causas - Fala rápida.
Os fatores genéticos influenciam muito pro-
vavelmente o desenvolvimento do transtorno b) Na fase depressiva: os sinais e sintomas
ciclotímico. Muitos pacientes têm uma história podem incluir.
familiar de transtorno bipolar, depressão maior, - Insônia ou hipersonia (dormir demais);
abuso de drogas ou suicídio. - Sentimentos de inadequação;
- Menor produtividade;
2.2 Sinais e sintomas - Retraimento social;
- Características da ciclotimia incluem: - Desinteresse por sexo e por atividades que
- Personalidade estranha, excêntrica ou des- dão prazer;
confiada; - Letargia (lentidão geral);
- Característica de personalidade dramática - Fala diminuída;
ou antissocial; - Choro.

43
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3. Transtorno Depressivo Maior

O transtorno depressivo maior, também de- muito ou não consegue dormir ou tem sono en-
nominado depressão maior unipolar (apenas trecortado);
uma fase), é uma síndrome de humor persis- - Letargia (lentidão geral);
tente, (durando duas semanas ou mais). - Perda do apetite;
- Anedonia (incapacidade de sentir prazer);
A tristeza é acompanhada de: - Perda da reatividade afetiva (incapacidade
- Sentimento de culpa, impotência e deses- de apresentar uma elevação do humor em res-
pero; posta a alguma coisa positiva);
- Distúrbios do sono são comuns, (dorme - Ideias de morte.

44
A depressão maior, geralmente, não é diag- correto.
nosticada e seus portadores comumente rece- No relato de um paciente com depressão
bem um tratamento inadequado. maior, podem-se encontrar relatos como:
A depressão maior pode alterar profunda- - Sentir- se para baixo;
mente o funcionamento social, familiar e ocupa- - Apetite aumentado ou diminuído;
cional de uma pessoa. O suicídio, a complicação - Distúrbio do sono (insônia ou despertar pre-
mais grave, pode ocorrer quando o sentimento coce);
de menos valia, culpa e impotência são extre- - Desinteresse pelo sexo

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mamente fortes e a pessoa considera que não - Dificuldade em se concentrar ou pensar cla-
vale mais a pena viver. De acordo com as esta- ramente;
tísticas, quase 15% dos pacientes com depres- - Distrai-se facilmente;
são maior não tratada cometem suicídio. - Indecisão;
- Baixa autoestima;
O início se dá, geralmente, no começo da - Enfrentamento deficiente;
idade adulta, com recorrências durante todo o - Constipação ou diarreia;
período de vida da pessoa. - O paciente pode relatar que os sintomas
Um episódio de depressão maior não tratado são piores pela manhã;
pode durar um mês a um ano, ou até mais. - Podem estar presente delírios persecutórios
ou de culpa, causando um efeito imobilizante no
3.1 Causas paciente;
Uma interligação dos fatores genéticos, bio- - Ideias de suicídio, uma preocupação com a
químicos, físicos, psicológicos e sociais foi apon- morte ou tentativas anteriores de suicídio;
tada como contribuindo para a depressão maior. - Reconhecer o potencial suicida: uma ansie-
A relação entre estresse psicológico, eventos dade avassaladora (o mais frequente desenca-
vitais estressantes e início da depressão não deante de uma tentativa de suicídio), retraimen-
foram esclarecidos. Entretanto, a história do pa- to social, despedir-se de familiares e amigos,
ciente revela com frequência uma perda pessoal colocar os negócios em ordem, dar pertences
significativa e importante ou um estresse grave. de valor, enviar mensagens ocultas de suicídio
e desejos de morte, expressar obvias ideias de
3.2 Sinais e sintomas suicídio ("Era melhor eu estar morto".), descrição
Levar em consideração que muitas pato- de um plano de suicídio, guardar medicações,
logias orgânicas e medicações podem levar a falar sobre morte e uma sensação de inutilidade,
um quadro depressivo, por isso um especialis- alterações do comportamento, especialmente,
ta deve ser consultado para fazer o diagnóstico quando a depressão começa a remitir.

4. Transtornos Distímicos

Uma depressão leve que dura pelo menos O transtorno distímico pode alterar o funcio-
2 anos em adulto e 1 ano em crianças. É uma namento no lar, na escola e no trabalho. A inter-
depressão relativamente leve e moderada, e nação raramente é necessária e, a não ser que
muitos pacientes não têm certeza quando co- esteja presente uma ideação suicida.
meçaram a sentir - se deprimidos.

45
- Humor triste;
- Perda de interesse por atividades anterior-
mente apreciadas;
- Choro excessivo;
- Sentimento aumentado de culpa, impotên-
cia ou desespero;
- Alteração do peso ou do apetite;
- Mau desempenho profissional ou escolar;
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- Retraimento social;
- Conflitos com familiares e amigos;
- Inquietação e irritabilidade aumentada;
4.1 Causas - Dificuldade de concentração;
A combinação dos fatores biológicos, psico- - Incapacidade de tomar decisões;
lógicos e médicos (algumas doenças como o - Redução do nível de energia;
câncer, a diabetes, uso ou abuso de drogas), - Ideias de morte ou suicídio ou tentativas de
são fatores precipitantes. suicídio;
- Sintomas físicos, como cefaleia ou dores
4.2 Sinais e sintomas nas costas.

Exercícios

1 - O transtorno Bipolar do Humor caracteriza-se por mudanças graves e patológicas do hu-


mor. O início se dá, geralmente, entre os 20 e 30 anos, embora os sintomas possam ocorrer
no final da infância e início da adolescência.
( ) verdadeiro ( ) falso

2 - Um senhor apresenta-se ao serviço de saúde mental em que você trabalha, com


os sintomas: Alegria exagerada, quase eufórico, agitado e facilmente irritadiço, com
hiperatividade,pensamentos e fala rápida que você quase não entende, com a sexualidade
exagerada e referindo que não precisa dormir quase nada. Pode-se dizer que esse senhor
está na fase depressiva do Transtorno Bipolar?
( ) certo ( ) errado

3 - Alguns pacientes com transtorno bipolar têm graves episódios de mania ou depressão e
podem apresentar sintomas psicóticos como alucinações ou delírios e seu diagnóstico ser
confundido com esquizofrenia.
( ) certo ( ) errado

4 - Na fase depressiva, o paciente pode apresentar: baixa autoestima; Inércia total; retrai-
mento social; sentimento de desespero, apatia ou autorreprovação; dificuldade de concen-
tração e de pensar (sem desorientação ou distúrbio intelectual evidente); lentidão de movi-
mentos físicos e atividades; lentificação da fala e das respostas; disfunção sexual, perda do
desejo (libido), entre outros.
( ) verdadeiro ( ) falso

5 - O Transtorno ciclotímico caracteriza-se por curtos períodos de depressão e com leves e

46
curtos períodos de hipomania, intercalados por breves períodos de humor normal entre os
episódios depressivos e maníacos.
( ) verdadeiro ( ) falso

6 - Um dos sintomas do transtorno ciclotímico não é caracterizado por mudanças abruptas


na personalidade, de alegre, confiante e cheio de energia para triste, na fossa ou mesqui-
nho.

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( ) verdadeiro ( ) falso

7 - O transtorno depressivo maior, também denominado depressão maior unipolar (apenas


uma fase), é uma síndrome de humor persistente, (durando duas semanas ou mais).
( ) certo ( ) errado

8 - A depressão maior não altera profundamente o funcionamento social, familiar e ocupa-


cional de uma pessoa.
( ) verdadeiro ( ) falso

9 - O suicídio, a complicação mais grave da depressão maior, pode ocorrer quando o sen-
timento de menos valia, culpa e impotência são extremamente fortes e a pessoa considera
que não vale mais a pena viver.
( ) verdadeiro ( ) falso

10 - O transtorno distímico, por ser leve, não alterara o funcionamento no lar, na escola e no
trabalho.
( ) verdadeiro ( ) falso

47
Transtorno do Pânico
Ansiedade em sua forma mais grave. Ata-
ques de pânico recorrentes (várias vezes), que
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causam uma apreensão intensa e sentimentos


de morte iminente. A preocupação de que novos
ataques possam acontecer faz com que o indiví-
duo mude seu comportamento devido a eles.

Ocorrem subitamente sem aviso e atingem


sua intensidade máxima dentro de 10 a 15 mi-
nutos, podendo durar trinta minutos, raramente
mais. A pessoa pode ficar com medo de morrer,
enlouquecer ou perder o controle de suas emo-
ções ou seu comportamento.

1. Causas

Um estresse intenso ou perda súbita pode cológicos e algumas condições médicas (por
desencadear o transtorno do pânico, entretanto exemplo: síndrome pré-menstrual, apneia obs-
este envolve uma combinação de fatores que trutiva do sono).
são: genéticos, bioquímicos, autônomos, psi-

2. Sinais e Sintomas

- Palpitações e batimentos cardíacos rápi- ou outros transtornos;


dos; - Tonteiras, sensações de formigamento ou
- Sudorese; atordoamento;
- Fraqueza generalizada ou tremores; - Calafrios, palidez ou rubor facial;
- Falta de ar ou respiração rápida e superfi- - Menor capacidade de focalizar ou pensar
cial; com clareza, mesmo com orientação;
- Sensações de sufocação, estrangulamento - Inquietação ou andar de um lado para o ou-
ou bolo na garganta; tro;
- Dor ou pressão no peito; - Fala rápida;
- Dores abdominais, náuseas, azia, diarreia - Reação de sobressalto exagerada.

48
Exercícios

1- O ataque de pânico é:
a ( ) – a ansiedade em sua forma mais grave;

b ( ) – uma ansiedade leve;

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c ( ) – é uma invenção do paciente;

d ( ) – o início de um transtorno de humor.

2- O ataque de pânico ocorre nas mesmas horas do dia.


( ) certo ( ) errado

3- O ataque de pânico faz com que o indivíduo mude seu comportamento habitual.
( ) certo ( ) errado

4- Um estresse intenso ou perda súbita pode desencadear o transtorno do pânico.


( ) certo ( ) errado

Saúde nas Fronteiras


O Brasil tem 15,7 mil quilômetros de fronteiras, que compreendem 11 Estados brasileiros e
10 países da América do Sul. Nessas regiões, existem 121 municípios, onde vivem cerca
de 3 milhões de habitantes. Por serem localidades distantes dos centros urbanos e, muitas
vezes, de difícil acesso, a oferta de serviços públicos de qualidade fica prejudicada.
Nas regiões de fronteira, um grande fluxo de estrangeiros busca tratamento no território
brasileiro. Além de sobrecarregar o atendimento na área da saúde, esse número extra não
é contabilizado pelo Ministério da Saúde no cálculo do repasse de verbas para o Sistema
Único de Saúde (SUS), que segue critérios de contingente populacional.

Para melhorar o atendimento à população e reforçar a integração do atendimento de saúde


nos municípios fronteiriços foi criado o Sistema Integrado de Saúde das Fronteiras (SIS-
Fronteira).

O objetivo é planejar e lançar ações e acordos bilaterais ou multilaterais entre os países


fronteiriços, após diagnóstico da situação de saúde além do território nacional. Para isso, o
programa conta ainda com parcerias com universidades federais dos respectivos Estados.

49
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Veja os Estados e países que fazem fronteira:

• Amapá: Guiana Francesa;


• Pará: Guiana Francesa e Suriname;
• Roraima: Venezuela e Guiana;
• Amazonas: Peru, Colômbia e Venezuela;
• Acre: Bolívia e Peru;
• Rondônia: Bolívia;
• Mato Grosso: Bolívia;
• Mato Grosso do Sul: Paraguai e Bolívia;
• Paraná: Paraguai e Argentina;
• Rio Grande do Sul: Uruguai e Argentina.

Fonte:
Ministério da Saúde

50
Transtorno Obsessivo
Compulsivo (TOC)

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As obsessões e compulsões podem ser sim-
ples ou complexas e ritualizadas. As compul-
sões incluem comportamentos francos, como
lavar as mãos e verificar e atos mentais, como
rezar ou contar.

Rituais: os comportamentos e atividades ob-
sessivo-compulsivos consomem mais de 1 hora
por dia, em alguns pacientes levam horas para
serem completados, e tornam-se a principal ati-
vidade do dia.

O TOC afeta cerca de 2% da população ge-


ral, atingindo homens mulheres e pode surgir
em crianças.

Caracteriza-se por pensamentos e imagens Em muitos pacientes o transtorno tem uma


indesejados, recorrentes e invasivos (obses- evolução flutuante (melhora e piora) com pioras
sões), que a pessoa tenta aliviar por comporta- ligadas a eventos estressantes.
mentos ou atos mentais (compulsões). As com-
pulsões visam reduzir a ansiedade ou impedir a Muitos portadores do TOC apresentam tam-
ocorrência de algum evento temido. bém um transtorno depressivo maior.

1. Causas

- Fatores genéticos, biológicos e psicológicos nos distúrbios anatomofisiológicos;


podem estar envolvidos no desenvolvimento do - Fatores psicológicos – interpretados de
TOC; acordo com a formação do psicólogo;
- Fatores genéticos – tende a ocorrer em - Fatores de risco – por razões não compre-
famílias, é mais alto em familiares em primeiro endidas plenamente, fatores sociológicos como
grau; ser jovem, divorciado, separado ou desempre-
- Aspectos biológicos – evidências biológicas gado aumentam o risco de TOC.
também são fortes (nos exames radiológicos) e

51
2. Sinais e Sintomas

- Pensamentos repetidos que ocasionam es- com obsessões e compulsões;


tresse (obsessões); - Muitos pacientes têm consciência de que
- Comportamentos repetidos (compulsões) suas obsessões são excessivas ou irracionais e
como lavar as mãos, contar ou verificar muitas interferem nas atividades diárias, enquanto ou-
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e muitas vezes se uma porta está trancada; tros não chegam a perceber. Muitos pacientes
- Alteração social causada pela preocupação escondem seus sintomas por constrangimento.

Exercícios

1 - Caracteriza-se por pensamentos e imagens indesejados, recorrentes e invasivos (obses-


sões), que a pessoa tenta aliviar por comportamentos ou atos mentais (compulsões).
a) ( ) transtorno obsessivo compulsivo;

b) ( ) esquizofrenia residual;

c) ( ) depressão;

d) ( ) N. D. A.

2 - Fatores genéticos, biológicos e psicológicos podem estar envolvidos no desenvolvimento


do TOC.
( ) verdadeiro ( ) falso

3 - Os comportamentos e atividades obsessivo-compulsivos consomem mais de 1 hora por


dia, em alguns pacientes levam horas para serem completados, e tornam – se a principal
atividade do dia.
( ) verdadeiro ( ) falso

4 - Os pacientes portadores de TOC não têm alteração social em suas vidas causada pela
preocupação com obsessões e compulsões.
( ) verdadeiro ( ) falso

52
Doação
Óvulos e Sêmen
Diversos estudos apontam que entre 15% e 30% dos casais brasileiros precisam de algum

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tipo de tratamento médico para conseguir reproduzir. Cerca de um terço desses casais que
sofrem de alguma condição que os impede de ter filhos naturalmente acabam tendo de re-
correr às técnicas de reprodução assistida, segundo o médico João Ricardo Auler, integrante
da Rede Latino-Americana de Reprodução Assistida.

Seja com o uso da inseminação artificial – quando os espermatozoides são inseridos no


aparelho reprodutor feminino – ou da fertilização in vitro – quando o óvulo é retirado da mu-
lher e sua fecundação é feita externamente –, é crescente o número de pessoas no Brasil
que recorrem às clínicas especializadas. Estima-se que, por ano, 90 mil casais procurem
ajuda. Mas as clínicas e hospitais com capacidade para realizar procedimentos desse tipo
têm capacidade para atender a 20 mil casos por ano, aproximadamente.

Do ponto de vista técnico, os pacientes brasileiros têm acesso às práticas mais avançadas
de reprodução assistida, de acordo com o médico JojiUeno, do Instituto de Ensino e Pes-
quisa em Medicina Reprodutiva de São Paulo. A especialidade é bastante desenvolvida
no Brasil, que conta com uma rede de clínicas particulares de nível mundial. O tratamento,
porém, é caro para os padrões de renda brasileiros (embora seu custo tenha caído nos úl-
timos anos) e a oferta de vagas na rede pública é considerada insuficiente para o tamanho
da demanda.

A fila para o tratamento na rede pública pode chegar a dez anos, tempo que pode inviabilizar
a gravidez para uma mulher de idade mais avançada. O hospital Pérola Byigton, em São
Paulo, considerado referência para a saúde da mulher, é um dos poucos do País que ofere-
ce tratamento gratuito para os interessados.

O Brasil, ao contrário dos países desenvolvidos, não possui uma legislação específica para
a realização da reprodução assistida. Os especialistas consideram fundamental que o País
tenha sua própria legislação para o tema, pois ele envolve questões legais, éticas, familiares
e até religiosas. Vários projetos de lei estão em tramitação no Congresso Nacional.
Na ausência de leis específicas, o que rege a conduta dos especialistas no Brasil é uma re-
solução do Conselho Federal de Medicina (CFM) de 2010. O texto determina, por exemplo,
o número máximo de embriões que podem ser transferidos para a receptora (dois para mu-
lheres com até 35 anos; três para o intervalo entre 36 e 39 anos; e quatro para as mulheres
de 40 anos ou mais). O objetivo dessa medida é limitar o número de gêmeos múltiplos que
podem nascer após o procedimento.

O texto do CFM veta a exploração comercial da doação de sêmen ou de óvulos – prática co-
mum nos Estados Unidos, por exemplo. Outra regra importante estabelecida pela resolução
é aquela que impede que os receptores conheçam os doadores – e vice-versa. Espera-se
que, com isso, sejam evitados casos de contestação de maternidade ou paternidade.

53
A doação temporária do útero (prática conhecida popularmente como barriga de aluguel)
também ganhou regras: a doadora do útero deve ser parenta de até segundo grau da mu-
lher que deseja ter filhos e que tem algum problema médico que a impeça de engravidar.
Nesse caso, também não pode haver exploração comercial da prática.

Óvulos
Um avanço tecnológico recente revolucionou a prática de doação de óvulos. Até alguns
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atrás, a medicina não havia conseguido fazer com que os óvulos captados do corpo da
mulher sobrevivessem após seu congelamento. Criada há cerca de cinco anos, uma nova
técnica de congelamento permitiu que eles passassem a ser guardados da mesma maneira
que os espermatozoides, por muitos anos.
Com isso, as mulheres ganharam a chance de fazer a captação de seus óvulos em uma
idade considerada ótima para a reprodução (em geral, antes dos 30 anos) e fecundá-los no
momento que lhes convier. Estudos médicos mostram que a idade da mulher no momento
em que ela teve o óvulo extraído é determinante para o sucesso da fecundação, mesmo que
ele seja implantado em uma pessoa na faixa considerada de risco para a gravidez (após os
40 anos).

O congelamento de óvulos também favorece as mulheres que enfrentam algum tipo de en-
fermidade grave que possa afetar sua fecundidade – o tratamento de câncer, por exemplo,
costuma ser agressivo com os ovários. Os óvulos podem ser extraídos quando detectada
a doença e utilizados no futuro, seja no próprio corpo ou com o auxílio de uma doadora de
útero.

Apesar da facilidade na preservação dos óvulos, o processo para sua extração envolve a
realização de um tratamento médico de longa duração e com procedimentos invasivos. A
doação de óvulos, portanto, segue um ritmo diferente da doação de sêmen.
O mais comum é que as doadoras de óvulos realizem o ato quando elas próprias encontram
alguma dificuldade para engravidar e não têm condição financeira para custear o tratamen-
to. Várias clínicas particulares realizam o tratamento necessário nas doadoras para obter
óvulos saudáveis para suas clientes – uma relação de troca que é benéfica para todos e é
autorizada pelo CFM.

As principais razões conhecidas para a infertilidade feminina são a clamídia (uma doença
sexualmente transmissível provocada por uma bactéria), a endometriose (uma condição
que afeta o útero) e problemas ovulatórios (como o ovário policístico ou a idade avançada).

Sêmen
A literatura médica mostra que 40% dos casos de infertilidade de casais têm origem na mu-
lher, 40% no homem e 20% são de causa desconhecida. Não é nada desprezível, portanto,
o número de homens que precisam de auxílio para realizar o sonho da paternidade.
Os casais que passam por essa situação podem recorrer aos bancos de sêmen para rea-
lizar a concepção. Como a doação é fácil e indolor (a coleta é feita com masturbação) e os
espermatozoides mantêm suas características originais por até 50 anos após o seu conge-
lamento, a prática da doação é bastante comum no Brasil e no mundo.
Qualquer pessoa saudável do sexo masculino pode procurar um banco de sêmen para fazer
a doação – que deve ocorrer de maneira gratuita, segundo a resolução do CFM sobre repro-

54
dução assistida. As características físicas do doador são registradas para que os casais inte-
ressados na utilização do sêmen recebam uma carga genética semelhante à sua própria.

O congelamento do sêmen pode ser realizado também para sua utilização futura pelo pró-
prio doador. Pessoas que sofrem, por exemplo, de câncer de testículo ou de próstata podem
optar pelo congelamento para preservar a capacidade de reprodução mesmo que o trata-
mento da doença afete a produção de espermatozoides.

Enfermagem em Saúde Mental e Psiquiatria


Além das condições que afetam diretamente o testículo ou a próstata, doenças como a vari-
cocele e a caxumba e a exposição constante a determinados componentes químicos (como
pesticidas, herbicidas ou chumbo) são as principais causas da infertilidade masculina. Os
bancos de sêmen costumam ser ligados às clínicas de reprodução assistida ou a hospitais
de referência na especialidade.

Fontes:
Banco de Sêmen Pro-Seed
Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida

55
Cuidados de Enfermagem
nos Transtornos Mentais
Enfermagem em Saúde Mental e Psiquiatria

depressao.planetaclix.pt/

1. Transtornos Esquizofrênico

1.1 Estabeleça Confiança e Sintonia tidos com ele;


- Espere que o paciente a coloque em um perí- - Use uma linguagem clara e direta;
odo de teste rigoroso antes de demonstrar sinais - Mantenha o paciente sempre com esperan-
de confiança. Não provoque ou brinque com ele; ça de melhoras e transmita isso a ele.
- Não toque nele sem primeiro dizer - lhe exa-
tamente o que vai fazer. Por exemplo, explique 1.2 Aumentando ao Máximo o Nível de
claramente: "Vou colocar este manguito em seu Funcionamento
braço para poder verificar sua pressão; - Avalie a capacidade do paciente em realizar
- Se necessário, adie procedimentos que ne- atividades da vida diária;
cessitem contato físico com membros da equipe - Evite promover a dependência. Atenda às
do hospital até que o paciente esteja menos des- necessidades só se ele não conseguir fazer so-
confiado ou agitado; zinho;
- Utilize uma abordagem consistente e de - Recompense o comportamento positivo e
aceitação. Não evite o paciente nem o atropele. trabalhe com ele no sentido de aumentar seu
Lembre - se de que, até que a confiança seja es- sentimento de responsabilidade pessoal para
tabelecida, é melhor ter contatos breves e repe- melhorar seu nível de funcionamento.
56
1.3 Promovendo Habilidades Sociais como prescrito);
- Encoraje o paciente a envolver - se em rela- - Avalie o paciente quanto aos efeitos adver-
ções interpessoais significativas; sos da medicação. Documente - os e relate - os
- Dê apoio para que aprenda a desenvolver imediatamente;
habilidades sociais; - Instrua o paciente em uso de uma formula-
ção de liberação prolongada da medicação quan-
1.4 Assegurando a Segurança do retornar para a próxima dose. Insista para que
- Mantenha um ambiente seguro com estimu- não falte.

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lação mínima;
- Quando necessário, use contenção física de
acordo com a orientação da instituição e prescri-
ção médica, sempre com a ajuda de outros mem-
bros da equipe, para a segurança do paciente e
das outras pessoas;
- Monitore o estado nutricional. Pese - o regu-
larmente;
- As medicações devem ser dadas em doses
unitárias, de preferência, que o paciente as abra
sozinho.
- Prevenir risco de suicídio caso haja alguma
ideação.

1.5 Mantenha o Paciente na Realidade


- Inclua o paciente em atividades orientadas
para a realidade, que envolvam contatos huma-
nos, como grupos de treinamento de habilidades 1.7 Encoraje a Participação da Família
sociais no hospital, cuidados/ dia ambulatoriais, - Envolva a família do paciente no tratamento,
oficinas protegidas, etc; especialmente porque ele estando com o pensa-
- Dê explicações baseadas na realidade para mento alterado pode ser difícil a orientação;
as imagens corporais distorcidas ou as queixas - Ensine aos membros da família a reconhe-
hipocondríacas; cer uma recaída iminente (nervosismo, insônia,
- Esclareça a linguagem particular, os gestos menor capacidade de concentração e perda de
ou as palavras inventadas e esclareça que as ou- interesse, orientem para que monitorem o uso da
tras pessoas não as compreendem. medicação).

1.6 Promova a Aderência e Monitore a Far-


macoterapia
- Administre a medicação prescrita para con-
trolar os sintomas esquizofrênicos ou aliviar a an-
siedade;
- A medicação utilizada pelos pacientes esqui-
zofrênicos são os antipsicóticos conhecidos tam-
bém como neurolépticos;
- Encoraje o paciente a aderir ao regime de
medicação, para evitar recidivas;
- Se ele estiver tomando uma droga que exi-
ja monitoramento do nível sanguíneo, enfatize a
importância do retorno ao contexto do hospital ou
ambulatorial para o monitoramento semanal (ou

57
2. Transtorno Bipolar

Os cuidados variam de acordo com a fase do sentido de dar respostas consistentes às mani-
transtorno bipolar. pulações ou atuações do paciente;
- Quando o paciente ficar muito irritado po-
dem ocorrer desde ameaças verbais até quebra
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de objetos. Cuidado, esteja atento e não o de-


safie;
- Diga com calma e seguramente que agres-
sões não são permitidas e se for necessário,
peça ajuda a outros membros da equipe;
- Se o paciente estiver usando o lítio, orien-
te-o para que o faça após o almoço;
- Dirigir, ou operar equipamentos perigosos
não será possível;
- Oriente quanto aos sinais de toxicidade do
Figuraretirada:psiquiatriaetoxicodependencia.blogspot.com lítio e para que ele avise ao médico imediata-
mente se ocorrer algum distúrbio.
2.1 Durante uma Fase Maníaca
- Atender às necessidades físicas do pacien- 2.2 Durante um Episódio Depressivo
te; envolvê-lo em atividades de movimentos mo- - Atenda às necessidades físicas do paciente;
tores grandes, por exemplo, jogar bola; se necessário, ajude-o em sua higiene pessoal;
- As atividades recreativas devem ser ade-
quadas, com um limite curto de atenção; lem-
bre-se de que o paciente está com a atenção
prejudicada, não daria para ele jogar damas ou
xadrez;
- Encorajar a alimentação, mesmo pulando
de um lado para o outro você o lembrará de co-
mer;
- Sugerir pequenas sonecas diurnas e ajudá-
lo na higiene pessoal, vá aos poucos solicitando
que assuma - a sozinho;
- Mantenha um ambiente calmo, sem estimu-
lação excessiva como grandes grupos, ruídos
altos e cores vivas;
- Desviar a conversa com "tato" se ele ficar - Encoraje-o a alimentar-se ou lhe dê a refei-
intimamente envolvido com outros pacientes ou ção, se necessário;
membros da equipe (lembre-se de que ele fica - Observar constipação intestinal que pode
com hipersexualidade e crítica prejudicada); ocorrer com frequência e também pelo uso de
- Estabeleça de maneira clara e autoconfian- alguns antidepressivos;
te limites para os comportamentos exigentes, - Encoraje-o a realizar atividades físicas;
hiperativos, manipulativos e de atuação do pa- - A participação em atividades grupais e a in-
ciente; teragir com os demais pacientes ou membros
- Evite brigas, não dê brecha para o paciente da equipe deverá ser encorajada;
testar ou brigar com você; - Um paciente deprimido precisa de reforço
- Colabore com os membros da equipe no positivo contínuo para aumentar sua autoesti-
58
ma; tal de regime parcial (hospital - dia ou outros);
- Proporcione uma rotina estruturada; - Mantenha vigilância velada (sem que ele
- Assuma um papel ativo na comunicação, perceba) e supervisione suas medicações;
encorajando o paciente a conversar ou a escre- - Se o paciente estiver fazendo uso de lítio,
ver seus sentimentos; oriente-o a seguir uma dieta normal, com in-
- Ouça com atenção e respeito, dê-lhe tempo gestão normal de sal e água. Informe-o de que
para formular seu pensamento e suas respos- restringir a ingestão de sódio aumenta a toxici-
tas; dade;

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- Para evitar autoagressões ou suicídio, re- - Sempre reforce a importância da continui-
mova objetos prejudiciais (vidro, cintos, cordas, dade da medicação, mesmo que ele não sinta
e grampos de cabelo, etc.) do ambiente do pa- necessidade disso;
ciente; - Verifique possível sinal e sintoma de mania,
- Institua precauções em relação ao suicídio, quando o paciente estiver fazendo uso de anti-
conforme ditado pela orientação da instituição e depressivo.
oriente a família se o paciente estiver em hospi-

3. Paciente Ciclotímico

- Ajude o paciente a reconhecer suas mudan- possibilitem horas de trabalho flexíveis;


ças frequentes de humor; - Expressões artísticas são bem toleradas
- Encoraje oportunidades vocacionais que por esses pacientes.

4. Paciente com Transtorno Depressivo Maior

- Atender às necessidades físicas do pacien-


te e ajudá-lo no cuidado pessoal, se for preciso,
estimulando a sua colaboração;
- Encoraje-o a comer, a realizar atividade físi-
ca e a ingerir líquidos;
- Registre todas as observações e conversas
com o paciente; para se avaliar sua resposta ao
tratamento;
- Planeje as atividades para ocasiões em que
o nível de energia do paciente estiver mais alto;
- Assuma papel ativo na comunicação;
- Compartilhe suas observações sobre o
comportamento dele - exemplo: "Você está sen-
tado sozinho, parece triste. É assim que você se
sente"?
- Espere o tempo de resposta do paciente,
ele está lentificado; - A rotina deve ser estruturada, incluindo ativi-
- Evite uma alegria fingida, mas não hesite dades não competitivas, para aumentar a auto-
em rir com ele e apontar o valor do humor; confiança do paciente e promover sua interação
59
com outras pessoas. Insista para que participe velhecido, arenque defumado, fígado, figos em
das atividades grupais; lata, passas, bananas, abacate, chocolate, soja,
- Tomar providência quanto ao potencial sui- peixe defumado, salsicha, mortadela, favas, ex-
cida: manter aberta as vias de comunicação, trato de lêvedo, amaciante de carne, café e re-
garantir um ambiente seguro; certificar-se da frigerante à base de cola), pois podem causar
observação do paciente por 24 horas; crise hipertensiva;
- Em uso de medicação, o paciente deve ser - Aconselhar o paciente a não ingerir álcool
orientado a não abandoná-la; enquanto estiver tomando antidepressivo;
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- Verificar a pressão do paciente antes de ad-


ministrar a droga e depois monitorar de 2 a cada
4 horas durante o início da terapia; instruir o pa-
ciente a mudar de posição lentamente;
- Orientar quanto ao uso das medicações: al-
guns antidepressivos favorecem um limite baixo
para convulsões isso é importante ser avisado
ao paciente;
- Informe que os antidepressivos podem le-
var algumas semanas para produzir o efeito de-
sejado; - Saber que na aplicação de ECT, antes da
- Avise para evitar o uso de bebida alcoólica sessão, remova as próteses, óculos, aparelhos
durante o uso do medicamento; de audição, lentes de contato e grampos de ca-
- Um tipo especial de antidepressivo que é o belo e peça ao paciente que esvazie sua bexiga.
IMAO (Inibidor da Monoamino Oxidase) requer A aplicação do ECT é um ato médico, cabendo
orientação especial quanto à utilização de ali- à enfermagem apenas essas orientações. Atu-
mentos que contenham tiramina (queijos cura- almente, os ECT são realizados em centros ci-
dos, iogurte, cerveja, vinho Chianti, xerez en- rúrgicos.

5. Paciente Distímico

- Medidas de apoio, com reconforto, calor hu- - Orientação em relação à doença e à medi-
mano, disponibilidade e aceitação – ainda que o cação antidepressiva prescrita;
paciente fique hostil; - Insista para que ele se engaje em atividades
que aumentem seu sentido de realização;
- Encoraje hábitos de saúde positivos, como
ingerir refeições balanceadas, evitar drogas e
álcool (que podem agravar sua depressão) e fa-
zer exercícios físicos (que podem melhorar seu
humor).

6. Transtorno do Pânico

- Durante o ataque de pânico, fique com o pode ficar ainda mais ansioso;
paciente até que o ataque termine; sozinho ele - Evite tocar nele até que tenha estabelecido
60
contato com o mesmo, a não ser que ele peça;
- Se o paciente perder o controle, leve – o a
uma área menor e mais tranquila;
- Evite expressões pouco sinceras de recon-
forto;
- Mantenha uma abordagem calma e sere-
na;
- Fale frases curtas e simples, evitando expli-

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cações longas;
- Reduza os estímulos externos, como gru-
pos de pessoas;
- Proporcione um ambiente seguro;
- Se necessário, diminua as luzes fortes;
- Encoraje o paciente a expressar seus senti-
mentos e a chorar, se necessário;
- Possibilite a ele andar de um lado para o
outro do aposento (desde que ele não esteja
agressivo) para ajudá-lo a gastar energia. www.revelacaoonline.uniube.br

7. Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC)

- Fale com o paciente sem pressa. Faça per- ficar envolvido em pensamentos e comporta-
guntas específicas sobre seus pensamentos e mentos ritualísticos a ponto de descuidar de si
comportamentos, especialmente, se você ob- próprio;
servar indicações físicas, como mãos esfoladas - Faça o paciente saber que você conhece
e vermelhas ou queda de cabelo devido a arran- o comportamento dele. Você pode dizer, por
car compulsivamente os mesmos; exemplo: “Eu vi que você ficou lavando a mão
por dez minutos antes do almoço, isso deve ser
muito difícil para você”;
- Ajude – o a explorar os sentimentos asso-
ciados e pergunte: ”O que você pensa enquanto
realiza sua tarefa”?;
- Dê tempo para o paciente executar os com-
portamentos ritualísticos. Bloquear esse com-
portamento pode aumentar a ansiedade em
níveis insuportáveis;
- Estabeleça limites e faça exigências razoá-
veis. Não crie situações que aumentam a frus-
- Identifique temas de conversa perturbado- tração e venham a provocar raiva, que podem
res que refletem ansiedade ou pavor. Tenha em intervir no tratamento;
mente a saúde física do paciente. Por exemplo, - Encoraje distrações ativas como assobiar
lavar compulsivamente as mãos pode fazer a ou cantarolar uma melodia, para desviar a aten-
pele se romper; rituais ou preocupações podem ção dos pensamentos indesejados e promover
causar uma ingestão inadequada de alimentos uma experiência prazerosa;
sólidos e líquidos e exaustão física. Atenda às - Explique como canalizar a energia emocio-
necessidades básicas, como repouso, nutrição nal para aliviar o estresse (por esforços criati-
e cuidado da aparência pessoal, se o paciente vos, por exemplo);
61
- Ajude o paciente a explorar novas ma- concreto, e podem ser parcialmente suprimidos
neiras de resolver problemas e desenvolver ha- pela vontade (se o indivíduo se concentrar, ele
bilidades adaptativas mais eficazes. consegue parar de fazer o movimento por um
curto período de tempo).
E tique...: São movimentos irresistíveis, em que a pes-
O que é Tique? soa não tem controle dos seus impulsos. São
O tique é um transtorno do movimento de um conhecidos popularmente como tique nervoso,
ou mais grupos musculares e que se caracte- porque podem ser exacerbados em períodos de
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rizam por movimentos repetitivos, estereotipa- mais ansiedade. Iniciam, geralmente, na ado-
dos (ou seja, não possuem nenhum significado lescência e, algumas vezes, na infância.

Exercícios

1 - No tratamento dos pacientes esquizofrênicos, são utilizadas: medicações antipsicóticas,


também chamadas de neurolépticos.
( ) verdadeiro ( ) falso

2 - Você deve ajudar no treinamento e assistência das atividades diárias.


( ) verdadeiro ( ) falso

3 - Você pode participar, e é importante que o faça, das atividades de terapia ocupacional,
recreacional e outras que normalmente são indicadas.
( ) verdadeiro ( ) falso

4 - Não é importante envolver a família do paciente no tratamento, mesmo ele estando com
o pensamento alterado.
( ) verdadeiro ( ) falso

5 - Não é importante avaliar o paciente quanto aos efeitos adversos das medicações.
( ) verdadeiro ( ) falso

6 - Não é necessário tomar cuidado com esse tipo de paciente, quanto à alimentação e hi-
giene, pois ele consegue realizar tudo sozinho.
( ) verdadeiro ( ) falso

7 - Não é necessário estar atento quanto ao potencial suicida e nem observar o paciente por
24 horas, pois ele mente quanto a isso.
( ) verdadeiro ( ) falso

8 - Durante um episódio de mania, é importante manter um ambiente calmo, sem estimula-


ção excessiva como grandes grupos, ruídos altos e cores vivas;
( ) verdadeiro ( ) falso

9 - Observar constipação intestinal que pode ocorrer com frequência e também pelo uso de
alguns antidepressivos, necessários na fase depressiva.
( ) verdadeiro ( ) falso

62
10 - É importante verificar possível sinal e sintoma de mania quando o paciente estiver fa-
zendo uso de antidepressivo.
( ) verdadeiro ( ) falso

11 - Com o paciente com transtorno depressivo maior, você pode e deve: assumir papel ativo
na comunicação, compartilhar suas observações sobre o comportamento dele – exemplo:
“Você está sentado sozinho, parece triste. É assim que você se sente”? E, espere o tempo

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de resposta do paciente, ele está lentificado.
( ) verdadeiro ( ) falso

12 - No transtorno depressivo maior, é necessário apenas verificar a pressão do paciente an-


tes de administrar a droga e depois não é preciso monitorar mais durante o início da terapia;
instruir o paciente a mudar de posição rapidamente.
( ) verdadeiro ( ) falso

13 - Durante o ataque de pânico, ficar com o paciente até que o ataque termine, pois ele
pode ficar ainda mais ansioso.
( ) verdadeiro ( ) falso

14 - Se o paciente perder o controle, levá-lo a uma área menor e mais tranquila é pior.
( ) verdadeiro ( ) falso

15 - É importante falar frases curtas e simples, evitando explicações longas.


( ) verdadeiro ( ) falso

16 - No transtorno obsessivo compulsivo, é importante para o paciente saber que você co-
nhece o comportamento dele. Você pode dizer, por exemplo: “Eu vi que você ficou lavando
a mão por dez minutos antes do almoço, isso deve ser muito difícil para você”.
( ) verdadeiro ( ) falso

17 - Ajudar o paciente a explorar os sentimentos associados ao TOC e perguntar: ”O que


você pensa enquanto realiza sua tarefa”, é dever da enfermagem?
( ) verdadeiro ( ) falso

18 - Estabelecer limites e exigências razoáveis, não criar situações que aumentem a frus-
tração e venham a provocar raiva, que pode intervir no tratamento, melhoram a condição do
paciente com TOC.
( ) verdadeiro ( ) falso

63
Saúde da pessoa com deficiência
Relacionados
Tipos de deficiência
Nem sempre as crianças se desenvolvem plenamente ou da forma esperada pelos pais. Al-
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gumas limitações podem se manifestar logo ao nascer, outras vão sendo identificadas aos
poucos.

A deficiência visual, por exemplo, é constatada quando o bebê não fixa os olhos em nada nem
ninguém, parece alheio ao que acontece a sua volta ou demora a se movimentar sozinho pela
casa. Já os bebês com deficiência auditiva tendem a continuar dormindo mesmo com barulho
e a não responder quando chamados, além de não falar muito.
Diagnosticada a doença, é fundamental buscar informação correta para ajudar a criança a se
desenvolver da forma mais independente possível.

No Brasil, segundo o IBGE, existem 24,5 milhões de pessoas (14,5% da população) com algu-
ma deficiência: 48% com deficiência visual, 23% com deficiência motora, 17% com deficiência
auditiva, 8% com deficiência intelectual e 4% com deficiência física. Desse total, 4,3 milhões
(2,5% da população) possuem limitações severas. A maioria delas poderia estudar e trabalhar,
se tiver oportunidade.

As deficiências podem ter origem genética, surgir no período de gestação, em decorrência


do parto ou nos primeiros dias de vida do bebê. Podem ainda ser consequência de doenças
transmissíveis ou crônicas, perturbações psiquiátricas, desnutrição, abusos de drogas, trau-
mas e lesões.
Algumas medidas preventivas podem evitar muitos casos. Os exames pré-natais e pós-natais,
como os testes da orelhinha e do pezinho, servem para verificar se alguma doença genética
se manifestou.

Na hora do parto, é importante que o obstetra tome cuidados contra a asfixia do bebê. “Quando
há asfixia perinatal, a criança pode ficar com sequela neurológica e atraso de desenvolvimen-
to”, diz o médico Renato Procianoy, presidente do Departamento Científico de Neonatologia
da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Procianoy ressalta que os exames e um bom atendimento pediátrico nas primeiras horas de
vida extrauterina são muito importantes. Durante e após o parto, também podem surgir infec-
ções que resultam em meningite e lesão do sistema nervoso central.
Além das deficiências identificadas na gestação, há também as causadas por acidentes. A
imprudência no trânsito, por exemplo, é a principal responsável por mutilar e provocar lesões
em milhares de pessoas todos os anos. Segundo o Denatran, mais de 501 mil brasileiros são
vítimas não fatais de acidentes em ruas e estradas todos os anos, muitos deles ficando com
lesões permanentes.
Fontes:
Ministério da Saúde
Caderneta Saúde da Criança, do Ministério da Saúde
Conselho Nacional dos Direitos da Pessoas Portadora de Deficiência (Conade)

64
Abuso de Drogas

1. Álcool

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É um depressor do Sistema Nervoso Central comportamento. É um fenômeno transitório com
(SNC); é a droga mais comumente usada de recuperação completa, relacionada aos níveis
forma abusiva. de doses da droga e sensibilidade individual.

O alcoolismo é uma doença grave que leva 1.3 Síndrome de dependência


ao desajuste orgânico, psíquico e social. É pro- A dependência manifesta-se quando o uso
gressiva e se expande em vários níveis, causan- da droga alcança uma prioridade maior que os
do repercussão na vida do indivíduo em todas outros comportamentos que antes tinham maior
as esferas: familiar, social, profissional. valor. Forte desejo ou compulsão para o consu-
mo, apresentando dificuldades para controlar o
comportamento de consumir a droga em termos
de seu início, término ou níveis de consumo. O
indivíduo passa a consumir o álcool com a in-
tenção de aliviar sintomas de abstinência, o que
evidencia a tolerância (precisa aumentar a dose
para alcançar os mesmos efeitos).

A síndrome de abstinência causa abandono


progressivo de prazeres ou interesses alterna-
tivos em favor do uso da droga; aumento da
quantidade de tempo necessária para obter ou
tomar a substância ou para se recuperar dos
seus efeitos.
1.1 Etiologia (origem)
É multifatorial, ou seja, comportamental (gra- 1.4 Complicações clínicas e psiquiátricas
tificação), psicológica (alívio de tensão), psicodi- no alcoolismo
nâmica (diminuição da repressão), genética (pré a) Complicações clínicas: é comum que no
- disposição aumentada em até 4 vezes), socio- transcorrer da doença o dependente do álcool
cultural (sociedade nas quais se bebe mais). apresente alguns problemas clínicos tais como:
hepatomegalia, hipertensão arterial, tremores,
A intoxicação pode ser aguda, patológica arritmias, perda de pelos,ginecomastia, pelagra
(sensibilidade ao álcool, mesmo ingerindo uma e outros;
pequena quantidade), apresentar síndrome de
dependência, uso episódico (bebe bastante e b) Complicações psiquiátricas: podem ser re-
fica longo tempo sem beber). correntes da síndrome de abstinência que pro-
voca tremores, sudorese intensa, insônia, pesa-
1.2 Intoxicação aguda delos, náuseas e vômitos.
Uso recente da droga que interfere nos níveis
de consciência, cognição, percepção, afeto ou A síndrome de abstinência evolui para Deli-

65
rium tremens (DT), e requer internação. O DT 1.5 Cuidados de enfermagem
pode acontecer mesmo que o indivíduo não te- O tratamento do alcoolismo, geralmente,
nha parado de beber. é realizado em ambulatório de saúde mental,
em grupos de alcoólicos, nos AAs (alcoólatras
Os sintomas desse quadro são: anôminos), nos CAPS de Álcool e drogas, e em
- Desorientação de tempo e espaço (perde casos mais graves nos hospitais psiquiátricos e
noção do tempo e do lugar); nos hospitais gerais.
- Alucinações visuais (ver bichos); Nas situações de internação hospitalar, os
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- Alucinações ocupacionais (como se estives- cuidados de enfermagem estão voltados para


se trabalhando); os cuidados básicos: alimentação, higiene, es-
- Tremores, nas mãos e braços; timulação, até que o paciente possa realizar so-
- Delírios de ciúmes; zinho seu autocuidado. Quando apresenta DT,
- Ideias de perseguição; é importante que o paciente não fique só, pois
ele, geralmente, alucina ou delira e pode se ferir.
Sintomas físicos: As luzes do quarto devem ficar acesas para evi-
- Desidratação; tar sombras que possam estimular a alucinação
- Hipertensão; visual.
- Hipertermia; Compreender, respeitar o paciente é funda-
- Taquicardia; mental para sua melhora, pois o alcoolismo é
- Sudorese. uma doença grave.

2. Anfetaminas

É um estimulante do Sistema Nervoso Cen- saço e de apetite, vigilância extrema, hostilidade


tral (SNC). e alteração do juízo crítico (a pessoa perde a ca-
pacidade de julgamento); elevação da pressão
arterial (às vezes, a níveis perigosos); taquicar-
dia; pupilas dilatadas; náuseas e vômitos.

2.2 Uso crônico


Pode ocasionar psicoses com ideação para-
noide; pode também levar a doenças infecciosas
relacionadas ao uso de drogas endovenosas,
como as do vírus da imunodeficiência humana
(HIV) e a síndrome de imunodeficiência adquiri-
da (AIDS) e as hepatites.

2.3 Complicações clínicas e psiquiátricas


no uso de anfetaminas
2.1 Efeitos imediatos A abstinência caracteriza-se por depressão
Devido à ação sobre o SNC, causam maior grave, sonhos vívidos, insônia ou hipersonia e
energia e euforia; diminuem a sensação de can- agitação psicomotora.

66
3. Cocaína

É um estimulante do SNC. são com risco de suicídio e doenças infecciosas


relacionadas ao uso endovenoso. (vírus da imu-
3.1 Efeitos imediatos nodeficiência humana (HIV) e a síndrome de
Devido à ação sobre o SNC, causa euforia, imunodeficiência adquirida (AIDS) e as hepati-

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ansiedade ou raiva; distúrbio do juízo crítico e tes). Pode causar ainda sintomas de coriza ou
pensamento paranoide; taquicardia; pupilas di- lesões das membranas mucosas do nariz por
latadas; elevação da pressão arterial; insônia. cheirar cocaína cronicamente.

3.3 As formas da droga


Comumente usada de maneira abusiva in-
cluem a cocaína em pó, que é cheirada ou inje-
tada, e o cristal de crack (derivado da cocaína),
que é, geralmente, fumado.

3.4 A Abstinência
Caracteriza-se por depressão grave, fadiga,
sonhos vívidos, hipersonia ou insônia e agitação
psicomotora.

3.2 Uso crônico 3.5 Uso e Gravidez


Pode levar à tolerância, com necessidade de A cocaína atravessa a barreira placentária e
uma quantidade maior da droga. A cocaína tam- podem causar dependência no feto e possíveis
bém pode causar fadiga crônica, irritabilidade, danos cerebrais. A criança tem de passar por
ansiedade, confusão mental, paranoia, depres- abstinência da cocaína.

4. Crack

COMPOSIÇÃO E AÇÃO NO ORGANISMO A chegada do crack ao sistema nervoso cen-


tral leva, em média, de oito a 15 segundos. A
ação da droga no cérebro dura entre cinco e dez
minutos.
O crack é obtido a partir da mistura da pasta-
base de coca ou cocaína refinada (feita com fo-
lhas da planta Erythroxylum coca), com bicarbo-
nato de sódio e água. Quando aquecido a mais
de 100ºC, o composto passa por um processo
de decantação, em que as substâncias líquidas
e sólidas são separadas. O resfriamento da por-
ção sólida gera a pedra de crack, que concentra
os princípios ativos da cocaína.
O nome ‘crack’ vem do barulho que as pe-
dras fazem ao serem queimadas durante o uso.

67
A diferença entre a cocaína em pó e o crack é ou maconha - o chamado mesclado, pitico ou
apenas a forma de uso. basuco.Enquanto a cocaína em pó leva cerca
Por ser produzido de maneira clandestina e 15 minutos para chegar ao cérebro e fazer efei-
sem qualquer tipo de controle, há diferença no to depois de aspirada, a chegada do crack ao
nível de pureza do crack, que também pode sistema nervoso central é quase imediata: de
conter outros tipos de substâncias tóxicas - cal, 8 a 15 segundos, em média. É por essa razão
cimento, querosene, ácido sulfúrico, acetona, que o crack pode ocasionar dependência mais
amônia e soda cáustica são comuns. rapidamente.
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A ação do crack no cérebro dura entre cin-


Forma de uso e ação no organismo co e dez minutos, período em que é potenciali-
O crack, geralmente, é fumado com cachim- zada a liberação de neurotransmissores como
bos improvisados, feitos de latas de alumínio e dopamina, serotonina e noradrenalina. O efeito
tubos de PVC (policloreto de vinila), que per- imediato inclui sintomas como euforia, agitação,
mitem a aspiração de grande quantidade de sensação de prazer, irritabilidade, alterações da
fumaça. A pedra, geralmente, com menos de 1 percepção e do pensamento, assim como alte-
grama, também pode ser quebrada em peque- rações cardiovasculares e motoras, como taqui-
nos pedaços e misturada a cigarros de tabaco cardia e tremores.

5. Cannabis (Maconha)

Altera a percepção sensorial devido ao ingre- pulmão).


diente ativo, tetra - hidrocanabiol (THC), que é
uma substância psicoativa.

5.3 As formas da droga


Comumente usadas incluem a maconha e o
haxixe, que são fumados.
5.1 Efeitos imediatos
Euforia, sensação de lentificação do tempo, 5.4 Sintomas de abstinência
distúrbio da coordenação motora, retraimento Os possíveis sintomas de abstinência podem
social, conjuntivas irritadas, aumento do apetite, aparecer associados ao uso crônico em altas
boca seca, taquicardia. doses, 8 horas após o último uso, com persis-
tência de 2 a 3 dias. Incluem o humor irritável ou
5.2 Uso contínuo ansioso, distúrbios do sono, anorexia, perda de
Pode causar diminuição dos níveis de testos- peso, acompanhado de alterações fisiológicas
terona em indivíduos do sexo masculino; doen- como tremores, transpiração, náusea, vômitos
ças pulmonares crônicas (enfisema e câncer do dores musculares e temperatura corporal au-
68
mentada. 5.7 Flashbacks
Sensações e percepções experimentadas
5.5 Uso e Gravidez na intoxicação são subitamente jogadas à cons-
A maconha atravessa a barreira placentária e ciência no período de não intoxicação.
aumenta o risco de baixo peso ao nascimento e
de menor circunferência cefálica em lactentes. 5.8 Comprometimentos cognitivos persis-
tente
5.6 Transtorno Psicótico Síndrome amotivacional caracteriza-se por

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Psicose induzida por uso da Cannabis é pou- apatia, fraca concentração, retraimento social e
co frequente, mas os tipos mais comuns são a perda de interesse por desafios.
ideação paranoide e a hipomania.

6. Sedativos, Ansiolíticos ou Hipnóticos

São depressores do SNC. a) Benzodiazepínicos: o uso recreativo des-


6.1 Efeitos imediatos sas drogas para desinibir a conduta pode levar a
Devidos à ação sobre o SNC (semelhantes atitudes agressivas, quando houver associação
ao do álcool). Causam sonolência, fala pastosa, com bebidas alcoólicas. Quando tomados sozi-
falta de coordenação motora, labilidade afetiva, nhos, são difíceis de alcançar a overdose, mas
logorreia (falar demais), hipotensão postural. quando associados com álcool e outras substân-
As altas doses causam depressão respiratória, cias, podem causar a morte mesmo em peque-
coma, morte. nas doses;

6.2 O uso crônico b) Barbitúricos: assemelha à intoxicação com


Causa depressão e paranoia. álcool; rápido desenvolvimento de tolerância; seu
uso traz manifestações de sedação e conduta
6.3 As formas da droga agressiva; indolência, descoordenação, dificulda-
Pode ser via oral ou intravenosa, principal- de para pensar, memória fraca, lentidão da fala e
mente os barbitúricos e os benzodiazepínicos compreensão, prejuízo no julgamento, desinibi-
(medicamentos de tarja preta). O uso intrave- ção dos impulsos sexuais e agressivos, perda de
noso é uma forma mais severa de abuso, pro- atenção, instabilidade emocional e exagero nos
duzindo rapidamente tolerância, dependência e traços básicos da personalidade.
abstinência.
Seus efeitos têm longa durabilidade (até 24
horas);

Efeitos neurológicos: nistagmo, diplopia, es-


trabismo, hipotonia, reflexos superficiais diminuí-
dos, entre outros.

6.4 Síndrome de dependência


Os barbitúricos causam dependência mais
rápida e severa do que os benzodiazepínicos.
Lorax (lorazepam), benzodiazepínico mais abu-
sado. Os dependentes de álcool ou de outras
drogas tendem a desenvolver maior tolerância
aos benzodiazepínicos.
69
6.5 Síndrome de abstinência rium
Cessação (ou redução) do uso prolongado Idêntica ao delirium tremensda abstinência
de benzodiazepínicos e hipnóticos. Apresentan- de álcool, mais frequente com barbitúricos do
do dois ou mais dos seguintes sintomas após que com benzodiazepínicos.
algumas horas ou até alguns dias: duração dos
efeitos por horas ou dias; taquicardia; sudorese; 6.7 Transtorno psicótico
insônia; tremor; náuseas e vômitos; alucinações Podem ocorrer sintomas psicóticos de intoxi-
ou ilusões (visuais, táteis ou auditivas) transitó- cação ou abstinência (após uma semana); são
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rias; agitação psicomotora e ansiedade; convul- mais comuns com barbitúricos e não podem ser
sões do tipo grande mal. diferenciados daqueles de delirium tremens in-
duzidos por álcool. Ocorre agitação, delírios e
6.6 Síndrome de abstinência com Deli- alucinações visuais ou táteis.

7. Alucinógenos

Drogas que alteram a mente e afetam a per- 15 horas.


cepção sensorial, como o LSD (ácido lisérgico
dietilamida) e derivados do ergot (sementes de Em doses pequenas apresentam sensações
ipomeia, mini pau - rosa havaiano), fenilaucila- de otimismo e bem-estar; conforme se aumenta
ninas (mescalina, ectasy e outras), alcaloides a dose outros fenômenos aparecem. As doses
de índoles (cogumelos mágicos ou psilocibina, altas produzem alucinações luminosas, estron-
rapé de cohaba, bufotenina da pele de certas dosas e caleidoscópicas.
rãs).
Na ressaca, aparecem: náusea, ansiedade,
tontura ou distanciamento.

7.2 As viagens
Podem ser más (badtrip), com intenso pavor,
sendo importante que o indivíduo fique acom-
panhado de alguém até o efeito passar espon-
taneamente ou com injeção de drogas neuro-
lépticas.

7.3 Tolerância
Desenvolve-se rapidamente com o uso diá-
rio, e regride rapidamente quando a administra-
ção cessa.

7.4 Intoxicação aguda


7.1 Efeito imediato Ideias de referência, medo de ficar louco, ide-
Logo após a ingestão, o usuário apresenta: ação paranoide, crítica prejudicada.
pupila dilatada, tremores, sudorese visão turva,
taquicardia, hipotermia e distúrbios de coordena- 6.5 Síndrome de dependência
ção motora. Após 30 a 40 minutos (dependendo É apenas psicológica e não física; normal-
da dose e da predisposição) ocorrem alterações mente, ela é de fácil manejo quando o usuário
mentais (viagens), que podem durar até mais de se dispõe a suprimi-la.

70
8. Opioides

São depressores do SNC, podem ser en- o uso da morfina, falta de apetite, náusea, olhos
contrados na natureza: extraídos da papoula do lacrimejantes, como com a heroína;
Oriente, produtora do ópio. Ou sintetizados em - Facilidade de overdose, em todas;
laboratório como a heroína, metadona, meperi- - A múltiplas doenças infecciosas relaciona-

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dina, codeína (encontrado em antigos xaropes), das ao uso de drogas endovenosas HIV, AIDS,
entre outros. hepatites B,C e D.

8.1 Efeitos imediatos 8.3 Perfil dos dependentes de opioides


Devido à ação no cérebro: causam euforia, É muito diferente quanto à sua inserção so-
distúrbio da atenção e da memória, sedação cial: eles podem estar integrados socialmente
aparente (balançar a cabeça), retardo psicomo- com ocupações e profissões estabelecidas,
tor, insensibilidade à dor, apatia, pupilas punti- mas também podem ser indivíduos criminosos
formes, fala pastosa, hipotermia. Podem ser e traficantes. Entre eles encontramos aqueles
consumidas por via oral ou endovenosa. que têm proximidade com a droga (profissionais
de saúde), além das pessoas excêntricas e por-
tadoras de patologia psiquiátrica e usuários de
tratamento médico.

8.4 Causa altos índices de recaída


Raramente os opioides são a única classe
de droga usada: (cocaína e álcool) são usados
alternados; os pacientes necessitam de hospita-
lização prolongada na maior parte; usualmente,
os usuários estão envolvidos com o crime; a ex-
pectativa de vida dos dependentes de heroína é
acentuadamente reduzida, principalmente, de-
vido à overdose, infecções e suicídio.

8.2 O uso crônico ou Síndrome de depen- 8.5 Síndrome de abstinência


dência Cessação (ou redução), geralmente, de 12
O ópio e a heroína são as drogas que mais a 48 horas do uso pesado e prolongado de
causam dependência física e desenvolvimento opioides (semanas ou mais). O indivíduo pode
de tolerância: apresentar humor disfórico (estado de humor
- O indivíduo se torna preguiçoso e sem am- descontrolado); náusea ou vômito; dores mus-
bição, magro e sem desejo sexual com o uso culares; lacrimejamento ou rinorreia (secreção
do ópio; do nariz); dilatação das pupilas; piloereção (pe-
- Apresenta: analgesia, sonolência, hiperter- los arrepiados) ou sudorese; diarreia; bocejos;
mia, rubor, xerostomia, disforia, ansiedade com febre; insônia. Dura de 7 a 10 dias.

9. Solventes Voláteis

São inalados solventes (colas e adesivos), tíveis, diluentes (para produtos de pintura e
gases anestésicos e lança-perfumes, combus- fluidos de correção datilográfica) e propelentes
71
(para tintas e sprays de cabelos). são: vômitos, euforia, tontura, tremores e fala ar-
rastada, nistagmo, dificuldade de coordenação
e orientação, ataxia, letargia, reflexos deprimi-
dos, presença de irritação da pele em volta da
boca, cheiro de inalante na pessoa e nas suas
roupas, diplopia, estupor e coma.

9.3 Síndrome de dependência


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Os indivíduos dependentes vão desenvol-


vendo tolerância e apresentam inúmeros proble-
mas clínicos de disfunções musculares, renais,
hepáticas, cardíacas, pulmonares, neurológicas
e outras.

9.4 Síndrome de abstinência


9.1 Usuários Leve abstinência, envolvendo perturbação
São, geralmente, jovens e até crianças, a do sono, irritabilidade, sudorese, ilusões passa-
maioria de rua, que virão a usar outras drogas geiras e náusea.
e o álcool.
9.5 Pode causar Transtorno Psicótico Re-
9.2 Intoxicação aguda sidual
Pode aparecer imediatamente após o uso do Ver transtornos Esquizofrênicos.
inalante e desaparece algumas horas depois, e

Saúde da pessoa com deficiência

O etanol, ou álcool etílico, (CH3CH2OH), em-


bora seja tóxico para o organismo humano, é
consumido em grande quantidade pelos bra-
sileiros. Estudos revelam que cerca de 10%
da população brasileira apresenta algum
grau de dependência alcoólica, que prejudi-
ca o convício social, profissional e familiar.

O etanol é uma substância incolor, inflamá-


vel e com odor característico. É um depres-
sor do Sistema Nervoso Central, e por isso o
indivíduo que bebe apresenta perda de coor-
denação motora, desequilíbrio, pensamento
desorganizado e confuso, fala arrastada e
descontrole emocional.

A sensação estimulante provocada pelo ál-

72
cool é ilusória. O álcool é depressivo e a sua ação pode induzir ao sono. Grande parte dos
acidentes de trânsito é causada por motoristas embriagados.

Diversos órgãos do corpo humano são atingidos pelos efeitos tóxicos do álcool, mas o mais
prejudicado é o fígado, onde são metabolizados mais de 90% do álcool consumido.

Quando uma bebida alcoólica é ingerida, o etanol é absorvido no intestino delgado e distri-

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buído pelo corpo, onde se concentra em maior quantidade no sangue e no cérebro, do que
nos músculos e tecidos adiposos.

Entre as doenças causadas pelo álcool, encontra-se a cirrose hepática, o câncer, a impotên-
cia sexual e doenças cardiovasculares.

Muitos indivíduos que bebem com frequência perdem a credibilidade, o respeito, a autoes-
tima e o autocontrole.

Ao invés de propaganda de bebidas alcoólicas, os meios de comunicação de massa deve-


riam veicular campanhas educativas, ensinando à população os malefícios do álcool e os
riscos de desenvolver dependência.

Muitas pessoas, inclusive das classes A e B, tomam sua primeira dose ainda na infância,
entre 10 e 14 anos.

Exercícios

1- O alcoolismo é uma doença grave que leva ao desajuste orgânico, psíquico e social. É
progressiva e se expande em vários níveis, causando repercussão na vida do indivíduo em
todas as esferas:familiar, social, profissional.
( ) verdadeiro ( ) falso

2- A síndrome de dependência no alcoolismoocorre quando o uso da droga alcança uma


prioridade maior que os outros comportamentos que antes tinham maior valor.
( ) verdadeiro ( ) falso

3- A síndrome de abstinência evolui para Delirium tremens (DT), e não requer internação.
( ) verdadeiro ( ) falso

4- Nas situações de internação hospitalares, os cuidados de enfermagem estão voltados


para o cuidados básicos: alimentação, higiene, estimulação, até que o paciente possa reali-
zar sozinho seu autocuidado.
( ) verdadeiro ( ) falso

5- Quando apresenta DT, é importante que o paciente não fique só, pois ele, geralmente,

73
alucina ou delira e pode se ferir. As luzes do quarto devem ficar acesas para evitar sombras
que possam estimular a alucinação visual.
( ) verdadeiro ( ) falso

6- A complicação psiquiátrica na abstinência por uso de anfetamina caracteriza – se por de-


pressão grave, sonhos vívidos, insônia ou hipersonia e agitação psicomotora.
( ) verdadeiro ( ) falso
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7- O uso crônico da cocaínapode levar à tolerância, com necessidade de uma quantidade


maior da droga. A cocaína também pode causar fadiga crônica, irritabilidade, ansiedade,
confusão mental, paranoia, depressão com risco de suicídio e doenças infecciosas relacio-
nadas ao uso endovenoso.
( ) verdadeiro ( ) falso

8- A cocaína não atravessa a barreira placentária e não causa dependência no feto e possí-
veis danos cerebrais da cocaína.
( ) verdadeiro ( ) falso

9- Transtorno Psicótico, psicose induzida por uso daCannabis, é pouco frequente, mas os
tipos mais comuns são a ideação paranoide e a hipomania.
( ) verdadeiro ( ) verdadeiro ( ) falso ( ) falso

10- O uso crônico de sedativos, ansiolíticos ou hipnóticos não causa depressão e paranoia.
( ) verdadeiro ( ) falso

11- O uso intravenoso dos sedativos, ansiolíticos ou hipnóticos é uma forma mais severa de
abuso, produzindo rapidamente tolerância, dependência e abstinência.
( ) verdadeiro ( ) falso

12- Não ocorretranstorno psicótico por uso de sedativos, ansiolíticos ou hipnóticos.


( ) verdadeiro ( ) falso

13- Os alucinógenos em altas doses provocam alucinações luminosas, estrondosas e calei-


doscópicas.
( ) verdadeiro ( ) falso

14- Síndrome de dependênciapor uso de alucinógeno é apenas psicológica e não física.


Normalmente, ela é de fácil manejo quando o usuário se dispõe a suprimi – la.
( ) verdadeiro ( ) falso

15- A tolerância a alucinógenos desenvolve – se rapidamente com o uso diário e regride


rapidamente quando a administração cessa.
( ) verdadeiro ( ) falso

16- O ópio e a heroína são as drogas que mais causam dependência física e desenvolvi-
mento de tolerância.
( ) verdadeiro ( ) falso

74
17- Na Síndrome de abstinência: Cessação (ou redução), geralmente, de 12 a 48 horas do
uso pesado e prolongado de opioides (semanas ou mais). O indivíduo pode apresentar ape-
nas humor disfórico (estado de humor descontrolado).
( ) verdadeiro ( ) falso

18- Geralmente, os usuários de Solventes voláteis são jovens e até crianças, a maioria de
rua, que virão a usar outras drogas e o álcool.

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( ) verdadeiro ( ) falso

19- A Síndrome de abstinência geralmente é leve, envolvendo perturbação do sono, irritabi-


lidade, sudorese, ilusões passageiras e náusea.
( ) verdadeiro ( ) falso

20- No pronto socorro, você recebe uma pessoa imediatamente após o uso de droga, que
você detectou através dos sintomas: vômitos, euforia, tontura, tremores e fala arrastada, nis-
tagmo, dificuldade de coordenação e orientação, ataxia, letargia, reflexos deprimidos, pre-
sença de irritação da pele em volta da boca, cheiro de inalante na pessoa e nas suas roupas.
Que droga ela usou?
a) ( ) Cocaína
b) ( ) Heroína
c) ( ) Álcool
d) ( ) algum tipo de solvente

75
Contenção e Isolamento
Contenções e isolamento só podem ser usa- de cada indivíduo como ser humano.
dos para impedir um paciente de ferir grave-
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mente a si próprio ou a outras pessoas. Para saber, muitos estados dos Estados Uni-
dos da América exigem que um médico redija a
As contenções podem ser químicas – com prescrição de contenção e a coloque no prontu-
medicamentos sedativos; físicas quando o pa- ário médico antes da sua aplicação. O uso da
ciente for restringido ao leito, por exemplo; e contenção em geral é limitado a um período es-
verbal, quando o paciente pode ser acalmado pecífico.
quando se conversa com ele – a mais usada
pela enfermagem. No Brasil, muitas vezes, ocorrem situações
do médico não estar presente, as condutas de
Se tiver que conter um paciente, use apenas contenção devem ser definidas pela instituição,
o grau de contenção necessário para protegê-lo que a colocará em prática na medida da neces-
e salvaguardar a equipe e outras pessoas. Nun- sidade.
ca use contenção como punição, para conveni-
ência da equipe ou em substituição a programas Não vamos por isso discorrer ou ensinar aqui
de tratamento. os tipos de contenção, pois isso pode variar
muito de instituição para instituição.
O uso de contenções ou do isolamento consi-
derados clinicamente necessários para proteger Em uma situação de emergência – como
o paciente, deve ser efetuado de acordo com as uma explosão de violência com danos efetivos
orientações da instituição e que obedeçam às ou potenciais a pessoas ou propriedades –
juntas e aos estatutos reguladores externos, isto qualquer pessoa pode aplicar a contenção no
é, deve seguir uma ética que não está só rela- paciente; na maioria das vezes, é necessária
cionada com a instituição e sim com os direitos mais de uma pessoa.

Exercícios

1- Se tiver que conter um paciente, use apenas o grau de contenção necessário para prote-
gê-lo e salvaguardar a equipe e outras pessoas.
( ) certo ( ) errado

2- As contenções podem ser químicas – com medicamentos sedativos e, físicas quando o


paciente for restringido ao leito, por exemplo, e verbal quando o paciente pode ser acalmado
quando conversamos com ele.
( ) verdadeiro ( ) falso

3- A contenção pode ser usada para “punir” o paciente que está tumultuando a unidade, ou
enfermaria.
( ) verdadeiro ( ) falso

76
Verdades e Mitos
O médico é obrigado a notificar a polícia quando atende um usuário em situação de intoxi-
cação aguda. Verdade ou mito?

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Mito. A legislação brasileira não obriga profissionais da área médica a notificar a polícia so-
bre os atendimentos realizados a usuários de drogas em situação de intoxicação aguda. As
autoridades policiais são chamadas apenas em casos extremos, em que o comportamento
do paciente põe em risco sua própria integridade física ou a saúde de terceiros.

http://www.brasil.gov.br/crackepossivelvencer/a-droga/verdades-e-mitos-acessado
em novembro de2012

77
Recreação com os Pacientes
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www.usp.br

Noções das diversas modalidades de re- O cuidado em realizar as atividades está liga-
creação: ludoterapia, musicoterapia, atividades do diretamente à possibilidade de cada paciente
físicas e artísticas, horticultura, jardinagem e o em corresponder à determinada recreação.
trabalho dos profissionais que estão envolvidos
com essas atividades e a importância da partici-
pação da equipe de enfermagem.

Os cuidados aos clientes/pacientes com


transtornos mentais são realizados por equipes
multidisciplinares que incluem muitos profissio-
nais de formação e especialização variáveis,
todos eles voltados para a promoção do bem
- estar biopsicossocial do paciente.

A recreação não serve apenas para distrair o www.ccs.saude.gov.br


paciente e sim, muitas vezes, como base para
o seu tratamento; não é, portanto, uma mera di- Muitas vezes, em determinado momento, o
versão para passar as horas. paciente não conseguirá interagir com a ativida-
de proposta. Por exemplo, um paciente muito
Através delas pode-se avaliar e observar o agitado não conseguirá participar de um jogo
comportamento do cliente, sua evolução no tra- com o grupo que exija concentração e atenção.
tamento e a interação com os demais, ou seja,
com a equipe e com os outros pacientes. Geralmente, o acompanhamento do tera-
peuta ocupacional ou o recreacional ajudará o
Os profissionais de enfermagem, técnicos cliente a melhorar a independência funcional
e auxiliares, acompanham esses profissionais (cuidados pessoais e de trabalho) e participar
na realização de várias atividades, que incluem de tarefas de convivência, assim como desen-
também, e, principalmente, a recreação. volver as suas habilidades motoras e a de auto-
78
estima, etc. portiva, e a integrar o paciente a um meio mais
O terapeuta recreacional (recreacionista), saudável.
geralmente, ajuda na implementação das ati-
vidades de recreação, organizando atividades Outro profissional que tenha especialização
festivas, passeios e outros. em terapia corporal pode aplicar técnicas de re-
laxamento, ou trabalhar terapeuticamente com
O musicoterapeuta adiciona ao seu conheci- o paciente psiquiátrico através da expressão
mento musical a especialidade do trabalho com corporal.

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pacientes portadores de distúrbio mental, favo-
recendo uma relação de proximidade através As práticas lúdicas (uso do brinquedo e brin-
da música. cadeiras) são muito utilizadas. Muitas vezes,
alguns pacientes conseguem "falar" sobre seus
O profissional de educação física pode tra- problemas no início do tratamento, somente
balhar o corpo, através da aprendizagem es- através delas.

Exercícios

1 - Vários profissionais compõem a equipe multidisciplinar dos serviços psiquiátricos, entre-


tanto, o técnico ou auxiliar de enfermagem não devem participar das atividades que esses
profissionais desenvolvem.
( ) verdadeiro ( ) falso

2 - Os serviços de saúde mental apresentam vários programas de atividades que envolvem


terapia ocupacional, ludoterapia, jardinagem, arte-terapia entre outros.
( ) verdadeiro ( ) falso

3 - O musicoterapeuta adiciona ao seu conhecimento musical a especialidade do trabalho


com pacientes portadores de distúrbio mental. Favorecendo uma relação de proximidade
através da música.
( ) certo ( ) errado

4 - AGENTE DO SISTEMA PRISIONALTÉCNICO EM ENFERMAGEM EDITAL Nº 003/2009


- SAD/MT, DE 27 DE JULHO DE 2009. Para que ocorra o bom entendimento das informa-
ções entre duas pessoas, é corretoafirmar que:
a. em relação às informações desagradáveis e críticas, o funcionário deve demonstrar
desinteresse e, na primeira oportunidade, interromper a pessoa.
b. o funcionário deve usar gírias e termos técnicos no meio profissional para garantir
o significado exato das informações.
c. para transmitir uma mensagem deve-se estar atento à tonalidade e altura da voz, à
receptividade de quem ouve e à linguagem que será utilizada.
d. o importante na comunicação é receber a mensagem, sendo desnecessário o
retorno.
e. deve-se compartilhar informações inoportunas com os envolvidos no trabalho.

79
5 - AGENTE DO SISTEMA PRISIONALTÉCNICO EM ENFERMAGEM EDITAL Nº 003/2009
- SAD/MT, DE 27 DE JULHO DE 2009. Pelo atendimento telefônico transmite-se tanto a ima-
gem profissional quanto a eficácia e obom atendimento da instituição. Sobre esse assunto,
assinale a alternativa correta.
a. Deve-se responder as dúvidas mais comuns das pessoas como se estivesse
respondendo pela primeira vez.
b. Deve-se ser gentil no atendimento, usando expressões como “coração”,
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“querido(a)” ou “meu bem”.


c. O funcionário deve fazer com que o tratamento seja distante, impessoal,
evitando envolvimento.
d. Deve-se evitar conflitos, demonstrando indiferença e apatia.
e. Ao deparar-se com alguém irritado e agressivo ao telefone, deve-se utilizar tom
de superioridade.

Medicamentos
Características
Medicamentos são produtos farmacêuticos produzidos com rigoroso controle técnico e que
auxiliam na prevenção, no diagnóstico e no tratamento das doenças.
Eles podem ser isentos de prescrição, tarja vermelha – vendidos sob prescrição médica com
receita retida na farmácia – ou tarja preta – além da prescrição, a receita é preenchida em um
formulário diferenciado e apresenta o alerta “Pode causar dependência física ou psíquica”.

Classificação
Medicamentos de referência são inovações. Após sua descoberta, a empresa registra a pa-
tente no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e garante os direitos exclusivos
de produção, exploração e comercialização por um período determinado.
Passado esse tempo, os medicamentos genéricos podem ser produzidos por outras empre-
sas. Mas antes passam por testes que comprovam sua eficácia. Eles têm na embalagem o
nome do princípio ativo e uma tarja amarela com a letra G.
Medicamentos similares possuem os mesmos princípios ativos, concentração, forma farma-
cêutica, posologia, via de administração e indicação que os de referência. Mas, mesmo com
a qualidade assegurada, não funcionam como substitutos, pois não passaram por análises
que atestassem efeitos iguais aos medicamentos de referência.

Uso adequado
Os medicamentos podem trazer riscos ao paciente se consumidos de forma errada. Por
isso, não consuma medicamentos vencidos e embalagens velhas, nem cápsulas abertas,
amolecidas ou endurecidas. Os comprimidos não devem ter farelos na embalagem ou man-
chas na superfície e só devem ser partidos com recomendação médica.

80
Evite cremes e pomadas que apresentem mudança de consistência, bolhas, bolor ou água.
Não tome soluções, xaropes e elixires com partículas sólidas no fundo do vidro ou presença
de bolhas e bolor. Não use supositórios que estejam derretidos ou com rachaduras.
Medicamentos em pó ou em suspensão não podem estar empedrados e devem se misturar
facilmente com agitação. Não use quando houver formação de pasta ou placas em soluções
e suspensões.

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Mantenha os medicamentos na caixa guardados longe da luz, umidade e calor, respeitando
a temperatura de armazenamento.

Registro
Lembre-se que todo medicamento deve ter um registro do Ministério da Saúde. Caso con-
trário, deve ser levado ao serviço local de vigilância sanitária.
Existem farmácias notificadoras capacitadas para comunicar às autoridades sanitárias re-
clamações dos consumidores sobre reações adversas e queixas técnicas relacionadas a
medicamentos.

Intoxicação
O medicamento é o principal agente tóxico no Brasil e lidera a lista das causas de intoxicação
humana desde 1994, segundo o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas
(Sinitox). As classes que mais causam intoxicações são os benzodiazepínicos, antigripais,
antidepressivos e anti-inflamatórios e a maioria delas ocasionadas pela automedicação.
Sempre leia a bula do medicamento quando tiver dúvidas. Fique atento em situações que
requeiram cuidados específicos, como gravidez e amamentação. É importante verificar se o
produto é de uso adulto ou pediátrico, a dosagem e contraindicações.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) criou o Disque-Intoxicação (0800-722-
6001) para prestar informações de urgência. A ligação é gratuita. Este telefone está em
rótulos e bulas dos produtos regulados pela agência e em avisos indicativos de hospitais,
laboratórios e clínicas.

Fontes:
Ministério da Saúde
Anvisa
Fiocruz

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