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IV

ÍNDICE
AGRADECIMENTOS ......................................................................................... i
LISTA DE SIGLAS / ABREVIAÇÕES ................................................................ ii
RESUMO........................................................................................................... iii
ABSTRACT ....................................................................................................... iv
INTRODUÇÃO ................................................................................................ 10
CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA SOBRE A ADOLESCÊNCIA,
SIGNIFICADO DO ABORTO E CONSEQUÊNCIAS DO ABORTO NA
ADOLESCÊNCIA. ............................................................................................ 14
1.1 Gravidezes Na Adolescência .............................................................................................. 14
1.2 Principais fatores pelos quais as adolescentes engravidam ............................................. 15
1.2.1 Causas E Consequências Da Gravidez Precoce ................................................................ 15
1.2.2 Características Socioeconómicas Das Adolescentes E Seu Impacto Na Sociedade. ........... 19
1.2.3 Fatores De Risco é ........................................................................................................... 21
1.3. Aborto, saúde pública em Angola e aspetos legais. ............................................................ 23
1.4. Complicações pós-aborto e sentimento das mulheres relacionadas ao aborto na adolescência
................................................................................................................................................ 24
1.5 Acesso e atenção recebida nos serviços de saúde ................................................................ 25
1.6 Diagnóstico de aborto ......................................................................................................... 25
1.6.1 Quadro clínico ............................................................................................................. 26
1.7. Cuidados de enfermagem a pacientes com aborto na adolescência ..................................... 27
Complicações no Aborto .......................................................................................................... 27
CAPÍTULO II: CARACTERIZAÇÃO DA ZONA EM ESTUDO, MÉTODOS E
PROCEDIMENTOS EMPREGADOS NA INVESTIGAÇÃO. ........................... 29
2.1. Materiais e métodos........................................................................................................... 29
2.2. Metodologia utilizada na investigação. .............................................................................. 29
2.3. Área de Estudo .................................................................................................................. 30
2.4. Visitas Técnicas ................................................................................................................ 31
2.5. Metodologias usadas para a execução da investigação científica. ....................................... 31
Os métodos abortivos ........................................................................................................... 31
CAPÍTULO III: RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................. 33
3.1. Resultados da análise documental. ..................................................................................... 33
3.1.2. Legislação do aborto em Angola ................................................................................. 33
3.2. Resultado da aplicação de observação científica................................................................. 34
IV

3.3. Dados do Cuando Cubango ............................................................................................... 34


3.4. Resultados da pesquisa feita pelo inquérito ....................................................................... 35
3.6.1. Proposta da prevenção da gravidez na adolescência ........................................................ 41
CONCLUSÃO............................................................................................................................. 40
RECOMENDAÇÕES: .................................................................................................................. 41
Bibliografia...................................................................................................... 42
ANEXOS Nº 1 ............................................................................................................................ 44
IX

AGRADECIMENTOS

Agradecemos em primeiro lugar a Deus o todo soberano, pelo folego de vida e pela
proteção que nos foi dada ao longo dos anos.

Aos nossos pais, pelo apoio incondicional em todos os momentos da nossa carreira
estudantil por não medirem esforços para chegarmos a essa etapa da nossa vida. Sem
dúvida esta conquista não seria possível sem a participação deles.

Ao nosso orientador Rafael Sangulungo Henrique, pelo direcionamento ao longo de


toda essa etapa e por suas sugestões de grande valia para a conclusão do trabalho.

Aos técnicos do hospital Geral do Cuando Cubango, por partilharem


conhecimentos e experiências e por todo o apoio no trabalho, aos nossos colegas de turma,
por compartilharem tantos momentos de aprendizado e por todo o companheirismo ao
longo deste percurso, e aos magnos docentes pelo conhecimento ensinados, o nosso muito
obrigado.
IX

LISTA DE SIGLAS / ABREVIAÇÕES

ONU- Organizações das Nações Unidas

OMS- Organização Mundial da Saúde

MINSA- Ministério da Saúde

HIV- Virus de Imunodificiencia Humana

TV- Televisão
IX

RESUMO

Ao desenrolar das pesquisas sobre a temática, os Principais Factores do Elevado


Índice de Aborto na Adolescência: Hospital Geral do Cuando Cubango - Menongue,
procurou-se reunir todas as condições epistemológicas, metodológicas e sistemáticas
necessárias de maneira a compreendermos e despertar a consciência social com maior
profundidade dos impactos psicoemocional, físico e social de adolescentes e até mesmo de
pessoas idôneas que incorrem a essa prática em alguns casos, específicos, sem o prévio
conhecimento dos riscos e consequências posteriores. Analisa-lo, certamente, não foi e
jamais será uma tarefa fácil dada a sua complexidade, sensibilidade impacto social, através
dos numerosos factores que o mesmo reúne. No Capítulo I, abordamos os fundamentos
teóricos e metodológicos que sustentamos o tema supracitado. No Capítulo II, apresenta-se
a análise exploratória dos resultados e, ali diremos propostas preventivas de solução do
problema identificado. Finalmente, apresentados, as conclusões, recomendações e
referências bibliográficas.

Palavras-chave: Adolescente, educação, gravidez, aborto, saúde e legislação.


IX

ABSTRACT

In the course of research on the subject, the Main Factors of the High Index

of Abortona Adolescence: Hospital Geraldo Cuando Cubango-Menongue, an


attempt was made to bring together all the epistemological, methodological and systematic
conditions necessary in order to understand and awaken social conscience with greater
depth of psycho-emotional, physical and social impacts of adolescents and even of suitable
people who incur this practice in some specific cases, without the prior knowledge of
rivers and subsequent consequences. Analyzing it certainly wasn't will never be an easy
task given its complexity, sensitivity and social impact, through the numerous factors that
it gathers. In Chapter I, we approach the theoretical and methodological foundations that
support the aforementioned theme. In Chapter II, an exploratory analysis of the results is
presented, and we will allude to preventive proposals for solution of the identified
problem. Finally, presented, the conclusions, recommendations and bibliographical
references.

Keywords: Adolescent, education, pregnancy, abortion, health and legislation.


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INTRODUÇÃO

A adolescência é uma fase muito conturbada na maioria das vezes, em razões das
descobertas, das ideias opostas às dos pais e irmãos, formação de identidade, fase na qual
as conversas envolvem namoro, brincadeiras e tabus. É uma fase de desenvolvimento
humano que está entre infância e a fase adulta. Muitas alterações são percebidas na
fisiologia do organismo, nos pensamentos e atitudes desses jovens (AGUIAR & R, 1994).

O verbo adolescer dá origem a palavra adolescência, no qual significa crescer em


direção a maturidade, é uma fase de desenvolvimento que trás transformações biológicas,
fisiológicas e sociais. Sendo um período difícil devido todas essas transformações e
construção de personalidade, devido essa temporada de várias mudanças e contradições
socias e psicológicas, existe uma euforia de vulnerabilidade à exposição não saudáveis
sendo evidentes a danos à saúde (AGUIAR & R, 1994).

A gravidez é um período de crescimento e desenvolvimento do embrião na mulher


e envolve várias alterações físicas e fisiológicas. Desde o crescimento do útero e alterações
nas mamas a preocupações sobre o futuro da criança que ainda irá nascer. (BELO, M, &
SILVA, 2004).

Quando adolescência e gravidez ocorrem juntas, podem acarretar sérias


consequências para todos os familiares, mas principalmente para os adolescentes
envolvidos, pois envolvem crises e conflitos. O que acontece é que esses jovens não estão
preparados para assumir tamanha responsabilidade, fazendo com que muitos adolescentes
saiam de casa, cometam abortos, deixem os estudos ou abandonem as crianças sem saber o
que fazer ou fugindo da própria realidade (BELO, M, & SILVA, 2004).

Os motivos que levam a essa união de adolescência e gravidez deveriam começar a


serem discutidos em casa, pois em alguns casos a negligência dos pais em conversar com
esses adolescentes e explicarem as consequências de uma relação sexual sem proteção
(AGUIAR & R, 1994). Mas sabemos que às vezes há essa explicação, porém é deixada de
lado pelos jovens que só querem saber de curtição e esquece-se de usar a inteligência e
responsabilidade que deveria existir (CAPUTO & BORDIN, 2014).

Devido a esse fato, a moça comete loucuras desde o aborto até o abandono da
criança em lugares improváveis por medo de serem identificadas, por motivos
psicológicos, afinal trata-se de uma gravidez na adolescência, o período mais conturbado
da vida de um jovem (CORREA, M, & COATES, 2013).
11

De acordo com (AGUIAR & R, 1994) afirmam que além dos fatores psicológicos
existe o fator chamado saúde, pois uma adolescente não tem o corpo preparado para
abrigar outro ser, de modo que possa.

Segundo a (OMS, 2008), o aborto é a interrupção da gravidez antes das 20 semanas


de gestação, ou com o peso fetal inferior a 500g. Cerca de 15 a 20% de gravidez
diagnósticas terminam em abortamento.

A Organização Mundial da Saúde OMS define o aborto como um procedimento


que interrompa a gravidez realizada por pessoas sem habilidades necessárias ou em
ambientes que não estejam em conformidade (OMS, 2008).

Ícones os padrões sanitários mínimos, é classificado como sério problema, uma vez
que é responsável por expressiva parcela de morte materna relacionada ao aborto (OMS,
2008).

A organização Das Nações Unidas ONU calcula que anualmente ocorrem cerca de
3,2 milhões de abortos em países em desenvolvimento, envolvendo adolescentes. Além
disso e em comparação às Mulheres adultas, as adolescentes são mais propensas em
problemas como hemorragias, septicemia, esterilidade e morte devido uso de métodos
perigosos e adiamento na procura por ajuda médica quando surgem complicações (OMS,
2008).

Embora a gestação possa a ser um motivo de grande alegria para os jovens e suas
famílias, a gravidez inesperada, é bastante comum entre os adolescentes e pode gerar
impactos em seus relacionamentos interpessoais devido a não aceitação da gravidez pela
família, amigos e pai da criança, que, em parte das vezes também um adolescente, em
função disso algumas famílias propõem o aborto as adolescentes mesmo realizadas em
condições precárias Inseguras, para que ela não tenha seu futuro comprometido e seus
Sonhos pessoais não sejam interrompidos (OMS, 2008).

O aborto induzido ou provocado é um assunto conhecido de todo um ato ilegal no


nosso país um caso típico de controvérsia enquanto ao fundamento ético; um problema,
porém, de saúde pública pela frequência com que ocorre.
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Justificativa

No município de Menongue, o aborto na adolescência chamou-nos a atenção


durante a realização do diagnóstico situacional realizado nos relatórios anuais feitos no
hospital geral do Cuando Cubango. Segundo dados situacionais, o número de abortos em
menores de 18 anos vem aumentando ao longo dos anos. Assim o problema de aborto na
adolescência foi escolhido devido ter apresentado uma média elevada de 2022-2023.

Situação problemática

Esta investigação foi comprovada de conhecimento adquirido no momento do


processo de pesquisa realizada no hospital geral de Menongue. Depois de terem nos
fornecido os dados que necessitávamos na pesquisa mencionamos as faixas etária mais
diagnosticada nos 12 meses do ano em curso utilizou-se a entrevista aos técnicos de
enfermagem do hospital geral de Menongue, observou-se as seguintes situações
problemáticas:

 Elevados números de aborto na adolescência;

Problema de investigação

 Quais são os principais fatores de aborto na adolescência, registado no


hospital Geral do Cuando Cubango no período de 2022-2023?

Pelo que, tem se como Objeto de investigação: aborto na adolescência e como


Campo de Acão hospital Geral do Cuando Cubango.

Objetivo geral

 Identificar os principais fatores que estão na base do elevado índice de


aborto na adolescência.

Objetivos específicos

 Fundamentar sobre o aborto, principais fatores e consequências do aborto na


adolescência;
 Aplicar inquéritos as pacientes com aborto em curso ou ameaça de aborto
nas adolescentes que acorrem ao hospital Geral do Cuando Cubango

Hipóteses

 A falta de educação paternal e religiosa é um fator que pode desencadear um


aborto na adolescência.
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 O baixo nível social, económico e académico são fatores que contribuí para
o índice elevado de aborto na adolescência.
 A falta de apoio dos familiares é tida como um fator que pode desencadear
um aborto a uma adolescente grávida.

Estrutura do trabalho

O presente trabalho estrutura-se em: Introdução, três capítulos, conclusões gerais,


recomendações, referências bibliográficas, e anexas.

No primeiro capítulo, apresentam-se as considerações teóricas sobre a


adolescência e o significado do aborto e consequências do aborto na adolescência.

O segundo capítulo, contém a caracterização da zona em estudo, métodos e


procedimentos empregados na investigação.

No terceiro capítulo constam as análises dos resultados obtidos, assim como a sua
viabilidade de implementar diálogo à adolescente.

Finalmente, expõem-se as conclusões, recomendações, as referências


bibliográficas, bibliografia consultada e catalogada no corpo do trabalho, assim como os
anexos que integram e ilustram a memória do trabalho, incluindo nele as metodologias
aplicadas, o processamento estatístico realizado, figuram tabelas e gráficos que
complementam os estudos efetuados no percurso da investigação.
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CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA SOBRE A ADOLESCÊNCIA,


SIGNIFICADO DO ABORTO E CONSEQUÊNCIAS DO ABORTO NA
ADOLESCÊNCIA.

Este capítulo oferece fundamentação teórico-prática do objeto de investigação,


apresentam-se definições básicas que facilitam o entendimento da investigação, assim
como os estudos sobre a adolescência, significado do aborto e consequências do aborto na
adolescência.

1.1 Gravidezes Na Adolescência

Segundo (CORREA & M, Noções práticas da obstetrícia, 1994)a adolescência “é


uma fase do desenvolvimento que marca a passagem da infância à vida adulta,
caracterizada por transformações biopsicossociais, determinadas por fatores genéticos e
ambientais”.

De acordo (FRASER, A, BROCKERT, & WARD) afirmam que a adolescência é


uma fase de desorganização psíquica. O adolescente não possui ainda a capacidade de
organizar os conflitos e aspectos primitivos que vêm à tona e, ao lidar com seus impulsos
agressivos e sexuais, ao invés de elaborá-los internamente, ele, muitas vezes os descarrega
em uma ação para satisfazer os desejos imediatos (CORREA & M, 1994).

Segundo (CORREA & M, 1994) afirmam que é nesta fase da vida, a adolescência
ocorre mudanças intensas e impulsivas na área psicológica, física e social do ser humano.
Sobre o desenvolvimento psicossocial, na medida em que a idade adulta se aproxima, o
adolescente deve estabelecer relacionamentos íntimos ou permanecer socialmente isolado.

Segundo (FERREIRA & E, 2004) a atividade sexual na adolescência pode cumprir


papéis diversos como: aliviar angústia, meio de obter uma aceitação perante o parceiro ou
grupo, forma de suprir carências de afeto, instrumento para conseguir autoafirmação,
maneira de manifestar inconformismo e rebeldia e tentativa de alcançar um maior grau de
independência.

Nesse contexto do exercício da sexualidade, a gravidez na adolescência, planejada


ou não, torna-se importante e tem merecido atenção por parte da comunidade científica,
por ameaçar o bem-estar e o futuro dos adolescentes devido aos riscos físicos, emocionais
e sociais que acarreta, estimulando pesquisas que possam colaborar para a melhor
assistência aos jovens (GUIMARÃES & E, 2014).
15

Segundo (HOGAB, L, & PINTO, 2011) concluíram que, um dos fatores que levam
as adolescentes a engravidar é a falta de auto continência para lidar com suas angústias e
impulsos, capacidade que não foi suficientemente favorecida por suas famílias e pelo meio
social em que vivem. Embora o desejo consciente ou inconsciente de engravidar seja um
dos fatores que levam à gravidez na adolescência, ele pode estar sendo influenciado por
fatores internos e externos.

Um deles é o tipo de relacionamento familiar, especialmente entre pais e filhos, que


propicia determinados comportamentos. Algumas pesquisas apontam que a maioria das
adolescentes que engravidam são filhas de mães que também engravidaram durante a
adolescência (HOGAB, L, & PINTO, 2011).

Conforme (ESTEVES & A, 2017) afirmam que é um fenômeno psicológico


(inconsciente) de repetição da história materna, podendo ser a gravidez uma tentativa de
reconciliação entre mãe e filha.

Conforme (FERREIRA & E, 2004) mais da metade das adolescentes engravida por
outras causas que não o desejo pela maternidade em si. Engravidar para não perder o
namorado, para sair da casa dos pais e evitar o clima familiar desagradável, para afirmar
sua feminilidade através da fertilidade, para encontrar nos cuidados com o filho um
objetivo para sua vida, para aplacar a solidão na companhia do filho, dentre outros, por
uma vida tortuosa, a tentativa de preencher um vazio interior.

1.2 Principais fatores pelos quais as adolescentes engravidam

Destacam-se também, dentre os principais fatores pelos quais as adolescentes


engravidam as variáveis demográficas, falta de acesso a serviços específicos para atender
essa faixa etária (FRASER, A, BROCKERT, & WARD)

Quanto menor a idade da adolescente ao iniciar a vida sexual, menor a chance de


ela utilizar algum método anticoncepcional e, consequentemente, maior a probabilidade de
ocorrer uma gravidez logo nas primeiras relações. (BELO, M, & SILVA, 2004).

1.2.1 Causas E Consequências Da Gravidez Precoce

A adolescente é considerada como uma gestante de alto risco, que decorre


principalmente, de uma incidência maior de toxemia. (pré-eclâmpsia e eclâmpsia), e
desproporção Céfalo-pélvica. Esses problemas dizem respeito às carências nutricionais,
deficiência de cuidados pré-natais, ganho de peso excessivo, trabalho de parto prolongado,
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laceração de colo uterino aumenta a incidência de cesáreas e prematuridade, anemias e


doenças venéreas (CORREA & M, 1994).

Para o lado do concepto, diversos autores vêm chamando a atenção para a


associação entre a gravidez na adolescência e o risco maior de baixo peso ao nascer
(FERREIRA & E, 2004). Além da maior chance dos filhos de mães adolescentes nascerem
com baixo peso. (menor do que 2.500g), alguns estudos revelam maiores taxas de
morbidade e mortalidade nesse grupo (FRASER, A, BROCKERT, & WARD).

Dentre os mecanismos explicativos, encontram-se os de natureza biológica, como


imaturidade do sistema reprodutivo, ganho de peso inadequado durante a gestação e fatores
socioculturais, como pobreza e marginalidade social, combinados ao estilo de vida adotado
pela adolescente.

Apesar da relevância de ambos os motivos biológicos e socioculturais, a falta de


cuidados pré-natais das adolescentes, associada à pobreza e níveis baixos de instrução, tem
mostrado papel preponderante na cadeia causal de recém-nascidos de baixo peso
(GUIMARÃES & E, 2014).

A complexidade das mudanças provocada pela vinda de um bebê não se restringe


às variáveis psicológicas e bioquímicas, pois os fatores socioeconômicos também são
fundamentais (GUIMARÃES, E, & COLLI, Gravidez na adolescência, 2018).

Segundo Moreira et al., (2008), a gravidez na adolescência, antes um problema


resolvido por um casamento às pressas ou exílio temporário com parentes em locais
distantes, hoje ameaça o futuro dos jovens, considerando os riscos físicos, emocionais e
sociais dela decorrentes. Atinge tamanha proporção que é considerada um problema social,
revelando a prática de uma sexualidade não segura, com riscos de infeção pelo vírus da
imunodeficiência humana (HIV) e outras doenças sexualmente transmissíveis.

Percebe-se, portanto, que a gestação em si é um momento delicado que requer


atenção, semelhante à adolescência, possui particularidades próprias. Quando se juntam
estes dois momentos adolescência e gravidez, é obtido um leque de transformações que
levam a um turbilhão de emoções e acontecimentos (JORGE & M, 2014).

A gestação na adolescência é, de modo geral, enfrentada com dificuldade porque a


gravidez nessas condições significa uma rápida passagem da situação de filha para mãe, do
querer colo para dar colo. Nessa transição abrupta do seu papel de mulher, ainda em
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formação, para o de mulher-mãe, a adolescente vive uma situação conflituosa e, em muitos


casos, penosa (FERREIRA & E, 2004).

A grande maioria é despreparada física, psicológica, social e economicamente para


exercer o novo papel materno, o que compromete as condições para assumi-lo
adequadamente e, associado à repressão familiar, contribui para que muitas fujam de casa e
abandonem os estudos (FRASER, A, BROCKERT, & WARD).

Segundo (CORREA, M, & COATES, Implicações sociais e o papel do pai, 2013)


afirmam quem em contar com as que são abandonadas pelo parceiro, muitas vezes também
adolescente destacam que a falta de apoio, despreparo ou abandono por parte do parceiro,
causando a interrupção do processo normal do desenvolvimento psico-afetivo-social: na
maioria dos casos a gestante não tem vínculo com o parceiro, e nem o apoio da família.

Ao contrário, frequentemente sofrem críticas de familiares, seja pelas pressões


sociais envolvidas, seja por problemas financeiros. Ademais, muitas vezes, não podem
contar com o apoio de amigos ou vizinhos, sentem-se envergonhadas, culpadas e têm
dúvidas quanto ao seu futuro e ao de seu filho. “A interrupção de seus estudos durante a
gestação ou após o nascimento da criança acarreta perdas de oportunidades e piora da
qualidade de vida no futuro (GUIMARÃES, E, & COLLI, 2018)”.

A mãe adolescente vê-se numa situação bastante perturbadora. Muitas delas não
podem contar para seus pais e estes, quando sabem, expulsam-nas de casa, ou usavam de
agressões físicas. Quando contam para o companheiro, eles as abandonam. Muitas são
obrigadas a parar de estudar, outras nunca estudaram. “(LEVENO & K, 2016)”.

Entre os inúmeros danos relacionados à gestação precoce é apontada, a exposição a


abortos e os distúrbios de ordem afetiva, tanto em relação à mulher quanto ao bebê. Uma
maior propensão à baixa autoestima e à depressão também vem sendo citadas como
contribuintes para resultados adversos durante a gestação, o parto e o período neonatal,
além de consequências emocionais advindas de relações conjugais instáveis (LONGO, C,
& ANDRAUS, 2016).

A gravidez representa uma das principais causas de morte de mulheres entre 15 e


19 anos seja por complicação na própria gravidez, no parto ou pela prática clandestina do
aborto. O aborto torna-se, então, a única saída para estas adolescentes e, neste desafio, elas
arriscam suas próprias vidas, quando decidem interromper a gravidez utilizando-se de
quaisquer recursos que tenham à mão (HOGAB, L, & PINTO, 2011).
18

Esta decisão muitas vezes é vivida de forma solitária e clandestina, ou sobre


pressão dos parceiros ou familiares. O sentimento de abandono não significa
necessariamente que sejam deixadas sozinhas, mas sim porque o parceiro e familiares são
os primeiros a propor o aborto, sem maiores indagações. (CORREA & M, 1994).

De acordo com o (GUIMARÃES & E, 2014) aborda algumas consequências


psicossociais da gravidez na adolescência. São elas: limitação de oportunidades
vocacionais, estudo interrompido, persistência na pobreza, separação dos pais do bebê e
repetição da gravidez.

Na adolescência ocorrem mudanças significativas, em curto período de tempo,


muitas vezes desenvolvendo no adolescente um sentimento de estranheza em relação ao
próprio corpo. Nesse sentido entre os elementos que estruturam a imagem corporal estão
presentes os fatores sociológicos, estabelecidos pelo papel que é dado ao corpo em uma
determinada cultura (GUIMARÃES & E, 2014).

Geralmente, durante a adolescência, está presente um conflito entre a imagem


idealizada e aquela real do corpo em transformação, gerando assim insatisfação e a prática
de hábitos de saúde inadequados, tais como jejum, uso de laxantes e diuréticos
(LOWDERMILK, D, & PERRY, 2018).

A gravidez é um período de grandes transformações para a mulher. Seu corpo se


modifica e seus níveis de hormônios se alteram para a manutenção do feto.

Com tantas novidades, essa fase pode acabar gerando dúvidas e sentimentos de
fragilidade, insegurança e ansiedade na futura mamãe. Alguns dos principais temores são
alterações na autoimagem corporal e não ter uma criança saudável (LOWDERMILK, D, &
PERRY, 2018).

Segundo o (FRASER, A, BROCKERT, & WARD) afirmam que o descuido do


planeamento familiar na adolescência ocorre nos setores de saúde pela visível falta de
preparo, desconhecimento e a existência de uma assistência mecanicista prestada ao
cliente, sem levar em consideração o contexto em que se está inserido.

Para a assistência adequada da gestante adolescente, é imprescindível que, além do


conhecimento da obstetrícia, o profissional detenha também conhecimentos acerca da
adolescência (FERREIRA & E, 2004).
19

De acordo com (GUIMARÃES & E, 2014) combater a gravidez de adolescentes,


constitui grande desafio das políticas de planeamento familiar, em especial na
adolescência, porque quando não se alcança a inclusão social da adolescente grávida, há
maior tendência de reincidir e, muitas vezes, em pior situação que a primeira
(GUIMARÃES & E, 2014).

A autora acrescenta que as mães reincidentes apresentaram 17 vezes mais chance


de ter conhecimento mais alto sobre o método de utilização da pílula do que as que
estavam na primeira gestação. A atuação dos profissionais de saúde no campo do
panejamento deve permear uma assistência embasada no princípio da paternidade
responsável e no direito à livre escolha, tendo como pressuposto a oferta dos métodos
anticoncetivos aprovados no país (GUIMARÃES & E, 2014).

Os métodos atualmente disponíveis e autorizados no Brasil incluem os


comportamentais, hormonais orais e injetáveis, preservativo masculino e feminino,
diafragma, espermicida, laqueadura e vasectomia. Portanto, uma adequada política de
planeamento familiar envolve a atuação educativa direta do profissional de saúde, mas
também um fornecimento regular dos métodos contracetivos e o acesso aos serviços de
saúde, garantidos através de uma adequada gestão em saúde (LOWDERMILK, D, &
PERRY, 2018).

1.2.2 Características Socioeconómicas Das Adolescentes E Seu Impacto Na


Sociedade.

Atualmente, a gravidez na adolescência tem se tornado um grande problema de


saúde pública, assumindo proporções significativas. A maternidade precoce pode acarretar
muitos problemas na saúde das adolescentes, que param de estudar, não conseguem obter
sua independência financeira e passam a ter problemas sociais (LOWDERMILK, D, &
PERRY, 2018).

A gravidez na adolescência traz sérias implicações biológicas, familiares,


psicológicas e econômicas além das jurídico-sociais, que atingem o indivíduo adolescente
e a sociedade como um todo, limitando ou adiando as possibilidades de desenvolver o
engajamento destas jovens na sociedade. (LOWDERMILK, D, & PERRY, 2018).

Hoje, quando uma jovem inicia sua vida reprodutiva entre os 15 e 20 anos, como na
época de suas avós e bisavós, tem-se o sentimento que ela está deixando de aproveitar as
oportunidades que o mundo lhe oferece, principalmente em relação ao estudo e ao
20

trabalho. Para os rapazes, que assumem juntamente com a parceira a gravidez, acontece o
mesmo, tendo que parar de estudar e começar a trabalhar para sustentar a sua nova família
(LOWDERMILK, D, & PERRY, 2018).

A gravidez na adolescência é desestruturante, pois apresenta pesada carga


emocional, física e social, onde importantes estágios de maturação psicossexual não são
vivenciados (LEVENO & K, 2016).

Quando a adolescente possui acesso à educação, maior escolaridade e mais


oportunidades de obtenção de renda, ela possui menos chances de ter uma gravidez não
planejada (LEVENO & K, 2016).

Em estudo realizado pela UNESCO, constatou-se que meninas escolarizadas


acreditam que a gravidez precoce leva a jovem ao abandono escolar e a necessidade de
cuidar do filho, atrapalha o estudo. Os dados revelam que 25% das adolescentes que
interromperam os estudos retornaram após a gravidez e apenas 17,3% pararam de estudar
definitivamente. Importante ressaltar que 79,8% das adolescentes que engravidaram antes
dos 20 anos viveram esta experiência em decorrência de um relacionamento estável, ou
seja, estavam ou sentiam-se casadas (LEVENO & K, 2016).

Muitas vezes, a evasão escolar é anterior à gravidez, sendo inclusive condição de


risco para a ocorrência de uma gravidez na adolescência (LEVENO & K, 2016).

Entre cinco jovens que engravidaram na adolescência, uma engravida novamente,


sem panejamento, o que demonstra que nem mesmo a vivência da gestação e suas
consequências são efetivas para o desenvolvimento de um comportamento sexual
responsável (LEVENO & K, 2016).

Sendo uma questão sociocultural, a gravidez na adolescência é enfrentada de


diferentes maneiras nas classes sociais. A adolescente que pertence a uma classe mais
favorecida é protegida, tem o apoio da família, continua seus estudos e não depende dos
serviços públicos de saúde. (LEVENO & K, 2016). Já aquelas que pertencem às classes
menos favorecidas, onde precisam lutar pela sua sobrevivência, tem que parar de estudar,
possuem mais dificuldades de conseguir um emprego, e são abandonadas à sua própria
sorte (LOWDERMILK, D, & PERRY, 2018).

Culturalmente, verifica-se uma contradição na definição de responsabilidades, onde


a imprudência é entendida como de responsabilidade da adolescente e não pelo seu
21

parceiro, o que pode ser reflexo da educação tradicional que privilegia atitudes e
responsabilidades diferentes aos dois gêneros (LOWDERMILK, D, & PERRY, 2018).

As mães adolescentes, normalmente apresentam o mesmo perfil, e a gravidez


geralmente é indesejada e não planejada. Na maioria das vezes engravidam dos namorados
e possuem poucos parceiros sexuais. As adolescentes começam a namorar cedo e
normalmente engravidam logo após a iniciação sexual, com idades entre 13 a 19 anos,
sendo a idade mediana da primeira gestação em torno de 17 anos. (LOWDERMILK, D, &
PERRY, 2018).

Pesquisas revelam que a idade média da menarca das adolescentes que


engravidaram precocemente ocorreu entre 10 e 13 anos e que apesar de muitas vezes
conhecerem algum método anticoncecional, não faziam uso deles (LOWDERMILK, D, &
PERRY, 2018).

As adolescentes mais jovens não apresentam trabalho remunerado, são dependentes


da família ou do namorado, mas quando elas estabelecem união com parceiros
adolescentes, desempregados, sua condição econômica torna se ainda pior (SABROZA et
al., 2004). Porém, quando a adolescente possui certa estrutura familiar, consegue continuar
seus estudos após o parto (LOWDERMILK, D, & PERRY, 2018).

1.2.3 Fatores De Risco é

Discutem-se muito quais os fatores relacionados com a gravidez na adolescência,


com o intuito de se tentar fazer sua profilaxia. Os mais citados são os seguintes (RIBEIRO,
G. G., & ALENCAR JÚNIORC, 2019).

O atual contexto sociocultural é mais liberal e permissivo que outrora. Pesquisa


realizada, junto com o Ministério da Saúde, no ano de. (2001), mostra, por exemplo, que
na década de 90 um entre cada quatro adolescentes tinha permissão para manter relações
sexuais dentro da própria casa (RIBEIRO, G. G., & ALENCAR JÚNIORC, 2019).

O início da puberdade e a menarca vêm ocorrendo cada vez mais cedo, além de a
iniciação sexual ser cada vez mais precoce. Em 1997, a média de idade da primeira relação
sexual entre os meninos era de 16 anos e entre as meninas de 19 anos. Em 2001, essa
média baixou para 14 e 15 anos, respetivamente (RIBEIRO, G. G., & ALENCAR
JÚNIORC, 2019).
22

Para (RIBEIRO, G. G., & ALENCAR JÚNIORC, 2019), a baixa escolaridade e o


abandono escolar são frequentemente citados como fatores predisponentes da gravidez. No
Brasil, segundo pesquisa realizada em 1998, metade das adolescentes sem estudo já eram
mães, o que só ocorreu com 4,2% das que tinham de 9 a 11 anos de estudo.

Segundo (GUIMARÃES & E, 2014), afirmam que, também, que meninas


provenientes de famílias de baixa renda são mais suscetíveis à gravidez precoce. A mesma
pesquisa refere que as meninas que recebem menos de um salário mínimo têm fecundidade
de 128/1000 e as que possuem renda igual ou superior a dez salários mínimos têm
fecundidade de 13/1000.

O desconhecimento sobre a sexualidade e a saúde reprodutiva faz com que as


adolescentes engravidem "sem querer" O uso incorreto de anticoncepcionais, devido a
diversos fatores, dentre eles a não compreensão do uso correto do contracetivo e o
esquecimento de tomá-lo também levam a altos índices de gestação (RICCI & S. S. ,
2020).

Existem, por outro lado, características próprias da adolescência que, por si


mesmas, colaboram na composição de tais números, como o "pensamento mágico", ou
seja, a sensação de invulnerabilidade e onipotência, a ideia de que "isso nunca vai
acontecer comigo". Além disso, o adolescente tem uma vivência singular do tempo,
caracterizada pela impulsividade e não preocupação com as consequências futuras dos atos
realizados aqui e agora (RICCI & S. S. , 2020).

As dificuldades de relacionamento familiar podem levar à gestação precoce, seja


por agressão aos pais, baixa autoestima ou falta de perspetivas. Para essas adolescentes
sem perspetivas, a gravidez pode ser a única possibilidade de mudança de status (RICCI &
S. S. , 2020).

Algumas adolescentes relatam ter engravidado por duvidar de sua fertilidade e até
mesmo para provar sua heterossexualidade. (ESTEVES & A, 2017), diz que atualmente, os
meios de comunicação são responsáveis por grande parte das informações recebidas pelos
jovens, que não têm o necessário discernimento para saber se são corretas, distorcidas,
imprecisas ou incompletas.

Enquanto os pais se calam e a escola prega orientações puramente científicas, a


Midia vende o sexo como mercadoria de consumo, encontrando ávidos fregueses entre os
adolescentes (HOGAB, L, & PINTO, 2011).
23

1.3. Aborto, saúde pública em Angola e aspetos legais.

Considera-se aborto a interrupção da gravidez com a consequente destruição do


produto da concepção. Consiste na eliminação da vida intrauterina. Não faz parte do
conceito de aborto, a posterior expulsão do feto, pois pode ocorrer que o embrião seja
dissolvido e depois reabsorvido pelo organismo materno, em virtude de um processo de
autólise; ou então pode suceder que ele sofra processo de mumificação ou maceração, de
modo que continue no útero materno.

A lei não faz distinção entre o óvulo fecundado (3 primeiras semanas de gestação),
embrião (3 primeiros meses), ou feto (a partir de 3 meses), pois em qualquer fase da
gravidez estará configurado o delito de aborto, quer dizer desde o início da concepção até o
início do parto.

A palavra aborto vem do latim ab-ortus que significa privação do nascimento a


interrupção voluntária da gravidez com a expulsão do feto do interior do corpo materno,
tendo como resultado a destruição do produto da concepção, assim também conceitua
(AGUIAR & R, 1994).

O abortamento deve ser considerado como a interrupção voluntária ou não da


gravidez até a vigésima semana de gestação, com o feto pesando menos de 500 gramas
(para os casos em que a idade gestacional é desconhecida) (AGUIAR & R, 1994).

O Ministério da Saúde de Angola adota a seguinte definição: abortamento é a


interrupção da gravidez entre a 20ª - 22ª semana de gestação e com o produto da concepção
pesando menos de 500g; aborto é o produto da concepção eliminado no abortamento
(Ministério da Saúde, 2017).

O aborto provocado, é a morte deliberada e direta. “Independente da forma como


venha a ser realizado, de um ser humano na fase inicial de sua existência, que vai da
concepção ao nascimento” (Ministério da Saúde, 2017). O abortamento pode ser
espontâneo, acidental e provocado. O aborto espontâneo, involuntário ou casual, é a
interrupção da gravidez oriunda de causas patológicas, que ocorre de maneira espontânea
(Ministério da Saúde, 2017).

Cabe acrescentar que o aborto espontâneo ou natural é geralmente causado por


doenças no curso da gravidez por péssimas ou precárias condições de saúde da gestante
preexistentes a fecundação, alguns exemplos são: sífilis, anemia profunda, cardiopatia,
24

diabetes, nefrite crônica entre outras. Ou por defeitos estruturais no ovo, embrião ou feto
(Ministério da Saúde, 2017).

O abortamento espontâneo é, basicamente, o resultado de um problema de ordem


médica que afeta a saúde da mulher, e que também pode implicar consequências
psicológicas e sociais. O aborto acidental também pode ser chamado de ocasional ou
circunstancial, acontece quando inexiste qualquer propósito em interromper o ciclo
gravídico, geralmente provocado por um agente externo, como emoção violenta, susto,
queda, ocasionando traumatismo, não existindo ato culposo, ou seja, negligência
imprudência ou imperícia (Ministério da Saúde, 2017).

O termo aborto provocado, aborto induzido ou aborto voluntário, refere-se à


interrupção da gravidez causada por uma intervenção externa e intencional. O abortamento
induzido, é geralmente encarado como um problema pessoal e social, com complexas
implicações médicas, culturais, religiosas, éticas, políticas e psicológicas (CORREA & M,
Noções práticas da obstetrícia, 1994).

Em contrapartida o aborto legal ou permitido se subdivide em; terapêutico ou


necessário e eugenésico ou eugênico. Assim conceitua aborto legal, realizado pelos
médicos nos casos em que a gravidez decorreu de um crime de estupro. O estado não pode
obrigar a mulher a gerar um filho que é fruto de um coito vagínico violento, dados os
danos maiores, em especial psicológicos, que isso lhe pode acarretar (CORREA & M,
Noções práticas da obstetrícia, 1994).

Sendo assim a ilegalidade do aborto ocorrerá quando esse aborto for provocado de
maneira intencional, a não ser nos casos que tem o amparo da lei.

1.4. Complicações pós-aborto e sentimento das mulheres relacionadas ao


aborto na adolescência

As mulheres grávidas decorrentes de estupro vivem em uma espécie de via crucis


no Brasil, justamente pela má informação e os serviços para o atendimento desse aborto
“semiclandestino” ser praticamente invisíveis, mesmo se tratando de aborto legal sendo o
Código Penal Angolano.

Para (ESTEVES & A, 2017) os sentimentos de mulheres que cometeram aborto


podem variar muito, todavia, os principais são a tristeza, o arrependimento e o desespero
pelo fato de “tirar a vida” de uma criança, fato esse que é julgado e criminalizado pela
sociedade. Já existem mulheres que relatam alívio, indiferença e tranquilidade. Parece que
25

o objetivo foi alcançado e de estarem “livres” de uma gravidez não desejada. A expressão
de alívio, na maioria dos casos de aborto, mostra que essas mulheres não sentem apenas
arrependimento e culpa nesse processo, mas ressalta que a maioria recorre ao aborto como
uma maneira de exercer o direito sobre o seu corpo e eliminar uma gravidez indesejada.

1.5 Acesso e atenção recebida nos serviços de saúde

A atenção recebida nesses serviços de saúde foi relatada como péssima ou ruim,
ressaltando a discriminação e o mau atendimento pelos profissionais de saúde quando
percebem que o aborto foi provocado é importante enfatizar que o cuidado à mulher que
interrompe a gravidez diz respeito à garantia do direito à saúde, que é constitucional.

O profissional de saúde, no exercício de sua prática profissional, seja na atenção


hospitalar ou na atenção básica, é representante do Estado, e seus valores não deveriam
sobrepor-se à Lei. Nessa perspetiva, quando uma mulher que provocou um aborto é mal
atendida nos serviços públicos de saúde, seus direitos reprodutivos estão sendo violados
(ESTEVES & A, 2017).

O aborto provocado fora dos limites da lei aponta para uma falha na atenção a esse
direito, ou seja, para o caso de uma mulher (ou um casal) que teve pouco ou nenhum
acesso à informação e aos meios possíveis de controle reprodutivo (ESTEVES & A, 2017).

Todavia, autores como (CAPUTO & BORDIN, 2014) reconhecem que por uma
questão criminal, cultural e religiosa para as mulheres em situação de abortamento nas
unidades hospitalares, muitas são descriminadas, julgadas, culpabilizadas, e violentadas
pela escolha legal ou pela ilegalidade do ato. Dessa forma, os profissionais de saúde não
devem ter sua prática fundamentada em seus aspectos morais e religiosos, que favoreçam
atos contraditórios aos ditames legais da profissão.

Visto que esse momento se torna uma importante oportunidade de oferecer um


cuidado qualificado, em todo seu aspecto: físico, psicológico, emocional, na integralidade,
de uma equipe multiprofissional.

1.6 Diagnóstico de aborto

O aborto oculto eu confirmado se a ultrassonografia mostrar quaisquer umas 2


seguintes:

1) Desaparecimento da atividade cardíaca embrionária, previamente detetada.


26

2) A ausência dessa atividade quando o cumprimento craniocaudal feital é >7


mm.

A ausência de um polo fetal (Determinada por ultrassonografia transvaginal)


quando a média do diâmetro do saco gestacional (Média do diâmetro medido em 3 planos
ortogonais) é >25 mm.

Para o aborto recorrente é necessário a avaliação para determinar a causa dos tipos
de abortos frequentes tais como:

 Aborto completo: um aborto completo significa que o corpo expeliu todos


os produtos da gravidez (Sangue, tecido, embrião) E não há necessidade de uma cirurgia
(Aspiração por vácuo);
 Aborto incompleto e inevitável: nesse caso, só deve ser feita a curetagem
uterina após a saída do feto, seja espontaneamente ou induzida com drogas ocitócicas;
 Colo aberto: Não há necessidade de preparo para a dilatação do colo
cervical;
 Colo fechado: Nessas pacientes a conduta irá depender da idade gestacional;

1.6.1 Quadro clínico

Toda paciente em idade reprodutiva com queixa de dor pélvica, acompanhada de


sangramento vaginal, deve ter um abortamento como a parte do diagnóstico diferencial. Os
aspetos a serem abordados são relacionados a seguir:

1. Confirmação dê uma gestação intrauterina a afastar menstruação normal e


gravidez ectópica
2. Presença de febre processos infeciosos
3. História de manobras abortivas
4. Presença de leucorreia (infeção pélvica)
5. Uso de medicamentos (misoprostol as substâncias abortivas).
6. Eliminação (de material amorfo pela vagina pode orientar o diagnóstico de
aborto incompleto ou completo).
7. Sintomas urinários (infeção, litíase como causa do sangramento e da dor).

É importante que cada um destes itens seja confirmado pelo médico e registrado
num prontuário dá paciente.
27

1.7. Cuidados de enfermagem a pacientes com aborto na adolescência

O Código de ética de enfermagem descreve em seu Art. 15 que o profissional de


enfermagem deve prestar assistência de enfermagem sem discriminação de qualquer
natureza. Porém quando se trata de aborto esse código de ética que deveria ser seguido é
esquecido e é nesse momento aonde as mulheres passam por a receber um tratamento
negligenciado foi realizada uma pesquisa para saber o tipo de atendimento e tratamento
recebido quando as mulheres jovens que praticaram o aborto os de cuidados de
enfermagem são:

 Deixar a paciente em repouso;


 Monitorizar os sinais vitais;
 Promover segurança a paciente;
 Controlar a hemorragia;
 Auxiliar o médico em procedimentos complexos (Curetagem);
 Prevenir complicações
 Dar medicações corretas segundo a prescrição médica.

A pesquisa abordou pontos essenciais, tais como a procura dos serviços de saúde
depois de cometerem o aborto e se desse aborto quais complicações ocorreram. Uma das
principais insatisfações tem relação com a qualidade dos serviços, que boa parte das
pacientes descreveu ser péssimo a ruim e denunciando gestos de discriminações por parte
dos profissionais de saúde, quando este descobre tratar-se de aborto provocado, inferindo
ter havido um julgamento crítico por parte dos enfermeiros (ESTEVES & A, 2017).

Complicações no Aborto

As complicações do aborto são raras quando ele é realizado por um profissional


de saúde qualificado, em um hospital ou clínica. Ainda, as complicações ocorrem com
muito mais frequência após um aborto do que após o parto de um bebê a termo.
Complicações graves ocorrem em menos de 1% das mulheres que fizeram um aborto.

A morte após um aborto ocorre muito raramente. Aproximadamente seis de cada


milhão de mulheres que fizeram um aborto morrem, em comparação com
aproximadamente 140 de cada milhão de mulheres que dão à luz um bebê a termo.
Quanto mais avançada a gestação, maior é o número de complicações o risco de
complicações está relacionado ao método utilizado tais como:
28

 Evacuação cirúrgica: Complicações são raras quando os abortos


cirúrgicos são feitos por profissionais treinados. Uma laceração (perfuração) no útero por
um instrumento cirúrgico ocorre em menos de um em cada mil abortos. Lesão ao
intestino ou a outro órgão é ainda mais rara. Hemorragia grave durante ou imediatamente
após o procedimento ocorre em seis em cada dez mil abortos. Muito raramente, o
procedimento ou uma infeção posterior causa a formação de tecido cicatricial no
revestimento do útero, resultando em infertilidade. Esse distúrbio se chama síndrome de
Asherman.

 Medicamentos: A mifepristona e a prostaglandina misoprostol têm efeitos


colaterais. Os mais comuns são dor pélvica tipo cólica, sangramento vaginal e problemas
gastrointestinais, como náusea, vômito e diarreia.

 Qualquer um dos métodos: Hemorragia ou infeção pode ocorrer se parte


da placenta permanecer no útero. Se ocorrer hemorragia ou houver suspeita de infeção, o
profissional de saúde usa uma ultrassonografia para determinar se parte da placenta
permanece no útero.

Posteriormente, especialmente se a mulher estiver inativa, é possível que surjam


coágulos sanguíneos nas pernas.

1.8 As complicações do aborto mais frequentes são:

 Tríade pós-aborto: dor, sangramento e febrícula são as mais comuns. Essa


tríade é causada por retenção dos produtos de concepção retidos. O tratamento inclui
curetagem e antimicrobianos.
 Hemorragia: o sangramento uterino geralmente é causado devido a atonia
uterina, laceração cervical, perfuração uterina, gestação cervical, presença de restos
ovulares ou coagulopatia.
 Perfuração uterina: na suspeita de perfuração uterina o procedimento deve
ser interrompido
 Complicações do aborto clandestino: Perfuração do útero, retenção de restos
de placenta, seguida de infeção, peritonite, tétano e septicemia. Pode incluir a esterilidade e
inflamação das trompas de Falópio e sinequias uterinas.
29

CAPÍTULO II: CARACTERIZAÇÃO DA ZONA EM ESTUDO, MÉTODOS E


PROCEDIMENTOS EMPREGADOS NA INVESTIGAÇÃO.

2.1. Materiais e métodos

De acordo ao desenho teórico formulado na presente investigação, no capítulo em


destaque, procurou-se abordar de uma forma resumida sobre os seguintes pontos:
procedimentos e métodos utilizados para o desenvolvimento da investigação. Seguiu-se
falando da caracterização da zona de estudo, e finalmente da metodologia seguida para a
execução da investigação científica.

2.2. Metodologia utilizada na investigação.

A metodologia a utilizar tem como o objetivo de orientar ou guiar uma análise da


situação do objeto de investigação em sua relação com o problema científico, determinou-
se que o tipo de investigação a realizar é do tipo explorativo, pois estuda sobre principais
fatores que contribuem no índice elevado de aborto na adolescência Aplicam-se métodos e
técnicas como, entrevista aos pacientes na faixa etária de adolescente e aos técnicos de
enfermagem e responsáveis dos turnos do hospital e análises de documentos assim como
relatórios de procedimentos dos últimos 2 anos realizados pelo Hospital Provincial do
Cuando Cubango. Durante a investigação se empregaram diferentes métodos de
investigação dos níveis teóricos, empíricos, matemáticos sustentados todos num enfoque
sistémico e dialético. Os métodos do nível teórico fazem com que o investigador tenha
objetividade e suporte conceptual em sua investigação e simultaneamente guiar ao
investigador para acautelar confusões nas variáveis utilizadas durante o desenvolvimento
da mesma (SELLTIZ, C, WRIGHTSMAN, & COOK, 2022).

O marco teórico tem dois aspetos diferentes: por uma parte, permite localizar o
tema objeto de investigação dentro do conjunto das teorias existentes com o propósito de
precisar em que corrente de pensamento se inscreve e em que medida significa algo novo
ou complementar. Por outro lado, o marco teórico é uma descrição detalhada de cada um
dos elementos da teoria que serão diretamente utilizados no desenvolvimento da
investigação (THIOLLENT & Michel., 2007).

Desta maneira, o marco teórico está determinado pelas características e


necessidades da investigação. Constitui-o a apresentação de postulados segundo os autores
que fazem referência ao problema investigado e que permite obter uma visão completa das
30

formulações teóricas sobre as quais tem que fundamentar o conhecimento científico


proposto nas fases de observação, descrição e explicação.

Sendo assim, o histórico-lógico, utilizou-se para o estudo do comportamento do


objeto de investigação no decurso do tempo em Angola especialmente no hospital Geral do
Cuando Cubango, até na atualidade, sua tendência, às etapas mais significativas de seu
desenvolvimento de forma cronológica e lógica. A análise-sínteses permitiu a
decomposição do objeto em diferentes partes ou qualidades, descobrir as relações
essenciais e características gerais e sintetizar aqueles que resultem mais adequados para
seu desenvolvimento.

A indução-dedução empregou-se para relevar a relação entre o particular e o geral


no processo de análise de conceitos e formulações teóricas. Os métodos empíricos
permitiram aprofundar nas possíveis causas que deram origem ao problema cientifico
declarado. Neste sentido, a observação científica foi a de maior utilização, permitindo
mediante a perceção e registro planejado e sistemático da situação das alternativas para
principais fatores que contribuem no índice elevado de aborto na adolescência, o
recolhimento de informação e dados em prática do problema estudado. A entrevista se
aplicou aos técnicos de enfermagem diretamente relacionados com o tema, com o
propósito de obter critérios a respeito das dificuldades que se apresentam concernente aos
principais fatores que contribuem no índice elevado de aborto na adolescência,
concretamente na província do Cuando Cubango. Tanto a encosta como a entrevista se
empregaram também para obter uma validação de possível viabilidade da proposta na
solução do problema científico exposto. Outro método foi a análise documental, utilizado
na revisão, leis e documentos oficiais tais como relatórios de 2 anos atrás do Ministério da
Saúde e da localidade em estudo, assim como investigações relacionadas com a temática
de estudo e relatórios com o propósito de garantir o cumprimento das orientações e
legislações vigentes na proposta.

2.3. Área de Estudo

A área de estudo foi determinada na etapa de determinação da unidade-caso e


determinação do número de casos analisados. As unidades-caso no presente trabalho
consistem no Hospital Geral do Cuando Cubango.
31

2.4. Visitas Técnicas

As Visitas técnicas foram realizadas no período de estágio profissional, com


acompanhamento dos técnicos da saúde, para analisar a temática sobre o aborto na
adolescência, bem como caracterizá-la visando auxiliar nos estudos sobre o aborto, estas
visitas foram realizadas pelos pesquisadores. Teve como objetivo conhecer a realidade
hospitalar e coletar amostras dos números de adolescentes gravidas.

2.5. Metodologias usadas para a execução da investigação científica.

As metodologias usadas para a execução da investigação e apresentação do


relatório final em forma de trabalho de diploma, constou de 4 etapas:

Primeira etapa: na primeira etapa da investigação científica se procedeu a


identificar a situações problemáticas, o tema a desenvolver, seus objetivos, e elaboração do
seu cronograma de trabalho com uso dos métodos de investigação;

Segunda etapa: nesta etapa fez-se o procedimento e o resumo dos métodos


empíricos de investigação tais como: a observação científica, análise documental, a
entrevista e as pesquisas correspondentes à investigação;

Terceira etapa: durante a terceira etapa se aplicaram técnicas de investigação


como a entrevista e questionário aos profissionais de enfermagem, adolescentes gravidas
ou com aborto em curso, para conhecer as opiniões sobre o aborto na adolescência.
Elabora-se a proposta sobre o principal fator que contribuem no índice elevado de aborto
na adolescência na província do Cuando Cubango.

Quarta etapa: nesta etapa se fez análise do cumprimento dos objetivos riscados,
resultados esperados e se elaboraram as conclusões e recomendações.

Os métodos abortivos

 Aborto cirúrgico (evacuação cirúrgica): Remoção do conteúdo do útero


através do colo do útero

 Medicamentos que causam (induzem) o aborto: Uso de medicamentos para


estimular contrações do útero, que expelem o conteúdo do útero.

O método usado depende, em parte, do tempo de gestação.


32

Ultrassonografia costuma ser realizada para estimar o tempo de gravidez. O


aborto cirúrgico pode ser usado na maioria das gestações com até 24 semanas de
duração.

Os medicamentos podem ser usados nas gestações de menos de 11 semanas de


duração (um procedimento que costuma ser chamado de aborto medicamentoso) ou com
mais de 15 semanas de duração (um procedimento que costuma ser chamado de
indução).

No caso de abortos realizados no início da gravidez, talvez seja necessária apenas


anestesia local.

A sedação consciente (medicamentos que aliviam a dor e ajudam a mulher a


relaxar, mas permitem que a mulher permaneça consciente) também pode ser usada.
Anestesia geral é raramente necessária.

Antes de um aborto cirúrgico, a mulher recebe antibióticos que combatem


infeções no aparelho reprodutor.

Depois de todo aborto (quer cirúrgico ou medicamentoso), as mulheres com


sangue Rh negativo recebem uma injeção de anticorpos Rh denominada imunoglobulina
Rho (D). Se o feto tiver sangue Rh positivo, uma mulher com sangue Rh negativo pode
vir a produzir anticorpos contra o fator Rh.

Esses anticorpos podem destruir os glóbulos vermelhos do feto. O tratamento com


a imunoglobulina Rho(D) reduz o risco de que o sistema imunológico da mulher produza
esses anticorpos e coloque em risco gestações posteriores. O tratamento com
imunoglobulina pode ser opcional antes da oitava semana de gravidez.
33

CAPÍTULO III: RESULTADOS E DISCUSSÃO

No presente capítulo apresentou - se os resultados obtidos dos diferentes métodos


de investigação empregados e se expõem as valorizações qualitativas e quantitativas
expostas por um grupo de pessoas relacionado com aborto na adolescência.

3.1. Resultados da análise documental.

Durante a análise realizada para conhecer a situação do aborto a nível do Hospital


Geral do Cuando Cubango, analisamos legislação e relatórios com os técnicos do turno.
Segundo os livros de doentes foi registado 46 casos de aborto no período de 6 meses de
outubro de 2022 a abril de 2023.

3.1.2. Legislação do aborto em Angola

O artigo 128 define as hipóteses do aborto legal, ou seja, àquela que puderam ser
praticados por médico, auxiliado por sua equipe médica. Portanto, a enfermeira não será
punida, visto que a norma penal é extensiva a ela neste caso.

Artigo 139 (Aborto) quem, por qualquer meio e sem o consentimento da mulher
grávida, a fizer abortar será punido com prisão de 2 a 8 anos.

Artigo 140 (Aborto consentido)

1. Quem, por esse meio e com consentimento da mulher grávida, a fizer


abortar será punido com prisão de até 3 anos.
2. Na mesma pena incorre a mulher grávida que der consentimento ao aborto
causado por terceiro ou que, por facto próprio ou de outrem, se fizer abortar.
3. Se o aborto previsto nos números anteriores tiver o objetivo de ocultar a
desonra da mulher, será punido com prisão de até 2 anos.

Artigo 141 (Aborto agravado)

1. Quando o aborto ou dos meios empregados resultar a morte ou uma grave


lesão para o corpo ou para a saúde da mulher grávida, o máximo da pena aplicável será
aumentado de um terço.
2. A mesma pena será aplicada ao agente que se dedicar habitualmente à
prática do aborto ou o realizar com intenção lucrativa.
34

3. A agravação prevista neste artigo não será aplicável a própria mulher


grávida.

O aborto não é crime em caso de violação ou de risco de vida na gestante e


anencefalia fetal.

3.2. Resultado da aplicação de observação científica.

As adolescentes foram questionadas através de um inquérito por questionário, de


elaboração própria, tendo em consideração modelos de inquéritos de estudos relevantes
encontrados na literatura pesquisada (GUIMARÃES & E, 2014).

Para o questionário foram usadas perguntas fechadas e abertas no total de 13


perguntas. O mesmo foi dividido em duas secções, sendo a primeira reservada ao
preenchimento de aspectos sociodemográficos como a idade, estado civil, escolaridade,
situação laboral, religião e com quem vivia. A segunda secção ficou reservada para as
questões específicas da pesquisa.

Com vista a caracterizar aspectos biopsicossociais, o questionário incluiu questões


como: qual foi a reação da família antes a notícia da gravidez, Qual foi o seu sentimento
após ter descoberto que está grávida e por último se tem pretensão de ter outros filhos.

Na terceira das subsecções procurou saber-se se as adolescentes conversavam com


os familiares sobre sexualidade e se conheciam os principais métodos anticoncecionais.

Uma prova piloto antes da aplicação do questionário foi realizada para certificação
da compreensibilidade do questionário. Procedimentos e Estratégia analítica A aplicação
do instrumento apenas foi feita após aprovação e validação do mesmo e do protocolo pelo
Comité de Ética do Hospital Geral do Cuando Cubango.

A recolha de dados teve lugar no período de estágio profissional realizado no


Hospital Geral do Cuando Cubango.

3.3. Dados do Cuando Cubango

A amostra do inquérito no município de Menongue é constituída por individuo de


14 á 17 anos, dos dois gêneros, com uma média de idade 13 á 17 anos. Menongue teve 57
por cento de amostra e reuniu 596 indivíduos. A pesquisa mostra que 31 % das
adolescentes da capital da província do Cuando Cubango entrevistados já tiveram a
primeira relação sexual.
35

O inquérito serviu para medir a magnitude da experiencia sexual e o nível da


gravidez nos adolescentes, avaliar a influência da vida familiar, dos amigos e das escolas
na vida sexual dos adolescentes, descrever fatores psicossociais, e analisar os fatores e as
práticas de projeção de pretensão contra VHI.

O histórico sexual dos adolescentes no Cuando Cubango mostra que as primeiras


relações sexuais acontecem aos 13 anos, facto que eleva o índice de gravidez na
adolescência, de acordo com os resultados preliminares de uma pesquisa apresentada na
cidade de Menongue, a pesquisa realizada nos meses de maio e abril de 2022 pelo Instituto
Superior politécnico da Universidade Cuíto Cuanavale, nos municípios de Menongue.

O inquérito revela que 11 % das adolescentes tiveram a primeira relação sexual


com um familiar sobretudo primo, tio padrasto e, em muitos casos forçadas. A motivação
para a primeira relação, a curiosidade em experimentar e a ignorância.

3.4. Resultados da pesquisa feita pelo inquérito

60 adolescentes participantes do estudo (Tabela 1) corresponderam a 100% com a


idade mínima de 14 á 18 anos, sendo as de 16 e 17 as idades apresentadas com maior
percentagem (33,33%). Ainda no que concerne à idade.

A maioria das adolescentes era solteira, tinham como nível de escolaridade entre o
ensino primário e o primeiro ciclo do ensino secundário.

A adolescência é uma fase muito complicada, de experimentação e curiosidades,


onde elas querem conhecer várias coisas e muitas acabam por perder controlo e ficam
grávidas tal como mostra o gráfico 1.

É muito importante saber com quem a adolescente vive, através da educação que é
passada pelos seus familiares, as ameaças e promessas as levam a cometer aborto tal como
mostra o gráfico 2.

A Religião é um fator preponderante para as adolescentes fazerem o aborto por


causa da vergonha, julgamento e afastamento das atividades religiosas por pertencerem a
um grupo da igreja, e não querer perder amizades e a fobia humana. Por esta razão algumas
adolescentes recorrem ao aborto tal como mostra o gráfico 3.

O uso de medicamentos com efeitos abortivos é uma prática que as adolescentes


usam para atingir seus objetivos, sem saber das consequências tal como mostra o gráfico 4.
36

O apoio que a adolescente tem tido em falta, depois de engravidar é tido como um
fator preponderante para o aborto na adolescência, os familiares deviam ser, mas flexíveis
quando a adolescente aparece já grávida um apoio incondicional pode fazer diferença. Faz
com que ela nasça a criança, sem provocar um aborto. Lembrar que esse aborto pode levar
a morte da adolescente e do feto quando o segmento não for rigoroso tal como mostra o
gráfico 5.

A pressão dos familiares é tida como o fator principal ao indagar as adolescentes o


motivo que levou ela a fazer o aborto, depois de estar grávida a adolescente sofre uma
grande pressão, tendo em conta as perspetivas que são criadas em torno da adolescente, e
elas se sentem envergonhadas tal como mostra o gráfico 6.

O início precoce das relações sexuais chega a ser um dos fatores que pode levar a
adolescente a se engravidar na idade inapropriada, tal como mencionado anteriormente
muitas adolescentes sua primeira relação foi feita com um familiar nomeadamente tios e
primos, segundo pesquisas documentais tal como mostra o gráfico 7.

Tabela 1 Caracterização Sociodemográfica de uma Amostra de Adolescentes


Grávida

VARIÁVEIS Números %
Idade  14 4 7
 15 11 18.
 16 20 34
 17 20 33
 18 5 8.

Com quem vive?  Mãe 10 16.66


 Pai 6 10
 Pai e 22 36.66
Mãe
 Outros 22 36.66

Frequenta alguma  Sim 59 98.33


seita religiosa?
 Não 1 1.66
37

Usou um  Sim 56 96.33


medicamento para 
abortar?  Não 4 6.66

Reação da família  Positiva 0 0


 Negativa 12 20
 Não deu 48 80
a conhecer

Motivo que lhe  Não 23 38.33


levou a causar esteve
aborto preparada
 Pressão 27 45
familiar

 Outros 10 16.66

Idade da primeira  13 20 33.33


relação sexual.  14 5 8.33
 15 14 23.33
 16 13 21.66
 17 8 13.33
 18 0 0

Idade Ø 14 Idade Ø 15 Idade Ø 16 Idade Ø 17 Idade Ø 18

8% 7%
18%

33%

34%

Gráfico: 1- Indica as percentagens das idades, mostrando a percentagem elevada de


adolescentes que participaram no estudo.
38

Com quem vive? Ø Mãe Com quem vive? Ø Pai


Com quem vive? Ø Pai e Mãe Com quem vive? Ø Outros

17%
37%
10%

36%

Gráfico: 2 – Indica com quem vive a adolescente, para perceber o nível de


educação que tem a adolescente.

Frequenta alguma seita religiosa? Ø Sim Frequenta alguma seita religiosa? Ø Não

2%

98%

Gráfico: 3 – Indica o número de adolescentes que frequenta uma denominação


religiosa, para avaliar a influencia da educação religiosa.
39

Usou um medicamento para abortar? Ø Sim


Usou um medicamento para abortar? Ø Não

7%

93%

Gráfico: 4- Indica o Número de adolescentes que usaram um medicamento para


abortar.

Reação da familia Ø Positiva Reação da familia Ø Negativa


Reação da familia Ø Não deu a conhecer

0%

20%

80%

Gráfico: 5- Indica a reação dos familiares a quanto ao surgimento de uma gravidez.


40

Ø Não esteve preparada Ø Pressão familiar Ø Outros

17%
38%

45%

Gráfico: 6 – Indica as percentagens dos motivos que levaram as adolescentes a


causar o aborto.

Idade da primeira relação. Ø 13 Idade da primeira relação. Ø 14


Idade da primeira relação. Ø 15 Idade da primeira relação. Ø 16
Idade da primeira relação. Ø 17 Idade da primeira relação. Ø 18

0%

13%
34%
22%

8%
23%

Gráfico: 7 – indica as idades em que as adolescentes tiveram a primeira relação


sexual.
41

3.6.1. Proposta da prevenção da gravidez na adolescência

A prevenção da gravidez na adolescência pode ser realizada de diversas maneiras.


Uma delas é tentar retardar o início da experiência sexual; já no caso das adolescentes que
iniciaram o intercurso sexual, é o uso de contraceptivos. Essas duas medidas, a educação
sexual e a utilização de contracetivos, são de caráter individual (GUIMARÃES & E, 2014)
afirmam outras medidas de prevenção da gravidez na adolescência de caráter mais geral
envolvem ações sociais: melhoria da educação, das condições econômicas, das condições
de moradia e a diminuição da pobreza.

A educação sexual pode ser realizada através de diversas frentes: os pais, as


escolas, os hospitais e inclusive como acontece em países como Estados Unidos, por meio
de programas de prevenção da gravidez na adolescência vinculados a instituições federais e
estaduais como são os serviços públicos de saúde, hospitais.

Entre as recomendações para a prevenção da gravidez na adolescência podem ser


citadas as seguintes:

 Criação ou melhoria e ampliação dos programas já existentes de assistência


à adolescência.
 Ênfase no papel da família, estimulando a participação dos pais (pai e mãe)
no processo educativo dos adolescentes.
 Integração da educação sexual dentro dos programas de assistência aos
adolescentes, inclusive considerando os pais dos adolescentes.
 Melhoria dos serviços de assistência pública pré-natal às grávidas
adolescentes, incluindo-se orientação contraceptiva e prevenção de nova gravidez precoce.
 Incentivo à realização de pesquisas que tenham como finalidade um maior
conhecimento da maternidade na adolescência bem como educação sexual, iniciação
sexual, prática contracetiva.

Considerando que a gravidez na adolescência e a sua recorrência podem ser


prevenidas, é necessário considerar a inclusão da população de adolescentes nos programas
de assistência à saúde da mulher com ênfase em anticoncepção e orientações sexuais, e
considerar a assistência a esta faixa etária como uma das prioridades na atenção primaria à
saúde.
40

CONCLUSÃO

Contudo concluímos que a metodologia adotada para o levantamento dos dados


bem como para principais fatores que contribuem no índice elevado de aborto cumpriram
com os objetivos traçados.

Aspetos sociais relacionadas com a pressão familiar, a pressão dos irmãos da igreja,
as exclusões sociais foram achadas como os principais fatores que levam as adolescentes a
incorrerem na prática do aborto.

Tendo em conta que a adolescência é um período conturbado entre a curiosidade do


querer experimentar e o desejo de seguir novos rumos a adolescente se sente no direito de
vivenciar experiências nunca vividas e muitas vezes seguindo caminhos incertos que levam
a gravidez indesejada.
41

RECOMENDAÇÕES:

É de fundamental importância às actividades educativas juntamente com outra


parceria com outros setores da sociedade como escolas e instituições não governamentais,
podem ser de grande auxílio, mas há que se considerar que é a família o porto seguro do
adolescente, os pais devem falar mais com os filhos sobre sexualidade, este aspecto não
pode ser ignorado, uma vez que é fundamental no processo de condução dos jovens.

Educações muitos rígidas levam os adolescentes a temerem pelos pais, e uma


educação religiosa baseada simplesmente em apontar os erros dos outros e não mostrar
cristo como o salvador da humanidade afasta mais os pecadores em vez de congregar rever
alguns comportamentos de alguns dirigentes religiosos seriam fulcral para minimizar o
índice elevado de abortos nas adolescentes.
42

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43

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44

ANEXOS Nº 1

INSTITUTO POLITÉCNICO PRIVADO PITÁGORAS DE MENONGUE


QUESTIONÁRIO SOBRE O ABORTO
1) Idade_______
2) Sexo M____ F____
3) Estado civil_________________________________ Nº de Filhos:__________
4) Habilitações Literaria:______________________________________________
5) Profissão _______________________________________________________
6) concorda com atual lei de aborto?
Concordas Plenamente
Concordas
Não Concordas nem Discordo
Não Concordas
Discordo Plenamente
7) Para si a legalização do aborto pode trazer consequências para a nossa sociedade?
Sim
Não
_______________________________________________________________
45

ANEXOS nº2
INSTITUTO POLITÉCNICO PRIVADO PITÁGORAS DE MENONGUE
INQUERITO SOBRE CASOS DE ABORTO NA ADOLESCÊNCIA NO HOSPITAL
GERAL DO CUANDO CUBANGO
1) Idade____2) Sexo : M____ F____3) com
que vives:
Pai Mãe Outro
4) Qual é a sua religião:
Catolica Protestante Petecostal Outro
5) Você ja usou um medicamento para abortar?
Sim Não
5.1 Qual medicamento você usou?
Resposta___________________________________________________
6. Obteve algum resultado?
Sim Não
Nota: Se sim qual?__________________________________
7. Durante quanto tempo você usou este método
Seis meses Um ano Um ano e seis meses
8. Com quem você obteve o resultado de que este método é eficaz para ajudar na
interrupção da gravidez?Amiga Escola Posto de saúde
Membro Familiar
9. Quais foram os motivos que levaram a fazer isso?
R: Não esteve preparada Pressão Familiar Outro
10. Qual foi a reação dos familiares depois da noticia?
R: Má boa
11- qual foi o teu sentimento após descobrir que estás gravida?
R: De tristeza De alegria
12- onde mais adquir conhecimento sobre sexualidade?
R: Familiares Escola namorado amigas
13- Ainda pretende ter filhos?
R: Sim Não
46

Tabela 1 Caracterização Sociodemográfica de uma Amostra de Adolescentes Grávida


VARIÁVEIS Números %
Idade  14 4 6.66
 15 11 18.33
 16 20 33.33
 17 20 33.33
 18 5 8.33

Com quem vive?  Mãe 10 16.66


 Pai 6 10
 Pai e 22 36.66
Mãe
 Outros 22 36.66

Frequenta alguma  Sim 59 98.33


seita religiosa?
 Não 1 1.66

Usou um  Sim 56 96.33


medicamento para 
abortar?  Não 4 6.66

Reação da família  Positiva 0 0


 Negativa 12 20
 Não deu 48 80
a conhecer

Motivo que lhe  Não 23 38.33


levou a causar esteve
aborto preparada
 Pressão 45
47

familiar 27

 Outros 10 16.66

Idade da primeira  13 20 33.33


relação sexual.  14 5 8.33
 15 14 23.33
 16 13 21.66
 17 8 13.33
 18 0 0

ANEXOS nº3

n
Idade Ø 14
7%

Idade Ø 17 Idade Ø 15
36% 20%

Idade Ø 16
37%

Gráfico: 1- Indica as percentagens das idades, mostrando a percentagem elevada de


adolescentes que participaram no estudo.
48

ANEXOS nº4

Com quem
vive? Ø Mãe
17%

Com quem vive? Com quem


Ø Outros vive? Ø Pai
37% 10%

Com quem vive?


Ø Pai e Mãe
36%

Gráfico: 2 – Indica com quem vive a adolescente, para perceber o nível de educação que
tem a adolescente.

ANEXOS nº5

Frequenta alguma seita religiosa? Ø Sim Frequenta alguma seita religiosa? Ø Não

2%

98%

Gráfico: 3 – Indica o número de adolescentes que frequenta uma denominação religiosa,


para avaliar a influencia da educação religiosa.
49

Anexo nº 6

Usou um medicamento para abortar? Ø Sim


Usou um medicamento para abortar? Ø Não

7%

93%

Gráfico: 4- Indica o Número de adolescentes que usaram um medicamento para abortar.

Anexo nº 7

Reação da familia Ø Positiva Reação da familia Ø Negativa


Reação da familia Ø Não deu a conhecer

0%

20%

80%

Gráfico: 5- Indica a reação dos familiares a quanto ao surgimento de uma gravidez.


50

Anexo nº 8

Ø Não esteve preparada Ø Pressão familiar Ø Outros

17%
38%

45%

Gráfico: 6 – Indica as percentagens dos motivos que levaram as adolescentes a causar o


aborto.
Anexo nº 8

Idade da primeira relação. Ø 13 Idade da primeira relação. Ø 14


Idade da primeira relação. Ø 15 Idade da primeira relação. Ø 16
Idade da primeira relação. Ø 17 Idade da primeira relação. Ø 18

0%

13%
34%
22%

8%
23%

Gráfico: 7 – indica as idades em que as adolescentes tiveram a primeira relação sexual.

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