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III

SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO......................................................................................................................5

1.1.Formulação do Problema......................................................................................................6

1.2.Justificativa...........................................................................................................................6

1.3.OBJECTIVOS.....................................................................................................................7

1.3.1. Objetivo geral....................................................................................................................7

1.3.2 Objectivos específicos.......................................................................................................7

2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................................................8

2.1. Definição de Termos e Conceitos........................................................................................8

2.2.Principais Etapas.................................................................................................................11

2.3.O Entendimento da Sexualidade.........................................................................................12

2.4.Gravidez na Adolescência...................................................................................................16

2.5.Factores que favorecem a gravidez na adolescência...........................................................16

2.6.Sinais da gravidez...............................................................................................................16

2.7.Tipos de gravidez................................................................................................................17

2.8. Factores de risco da gravides na adolescência...................................................................18

2.9.Saúde e cuidados na gravidez.............................................................................................20

2.10.Prevenção..........................................................................................................................23

2.10.4.Enfermagem E Gravidez na Adolescência....................................................................25

2.11. Consequência da gestação na adolescência.....................................................................26

2.12.Importância de boa alimentação durante a gestação.........................................................27

3.METODOLOGIA................................................................................................................29

3.1.Tipo de estudo.....................................................................................................................29

3.2.Local de estudo...................................................................................................................29

3.3.População de Estudo...........................................................................................................29

3.4.Amostra...............................................................................................................................29

3.5. Critérios de Inclusão..........................................................................................................29


IV

3.6.Critérios de Exclusão..........................................................................................................29

3.7.Procedimentos éticos..........................................................................................................29

3.8.Procedimentos de recolha de dados....................................................................................29

3.9.Análise e processamento de dados......................................................................................29

3.10. Variáveis em Estudo........................................................................................................30

APÊNDICE..............................................................................................................................46

ÂNEXO....................................................................................................................................53
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1. INTRODUÇÃO
Atualmente, a gravidez na adolescência é considerada um problema de saúde pública,
uma vez que os índices vêm crescendo gradativamente ano após ano. Com isso, o Enfermeiro
no processo de educar as adolescentes na ânsia de minimizar este problema, exerce um papel
de fundamental importância. Desse modo, entendese que a adolescência é uma etapa da vida
na qual ocorrem rápidas e muitas transformações, além de tudo ser vivido intensamente. Por
conseguinte, vem o amadurecimento, que é o objetivo desta fase marcada por duas aquisições
importantes: a capacidade reprodutora e a identidade pessoal (VILELA, 2012).
A vulnerabilidade desta faixa etária é outra questão que faz com que ela necessite de um
cuidado ainda mais amplo e sensível. Essa maior vulnerabilidade aos agravos, determinada
pelo processo de crescimento e desenvolvimento, pelas características psicológicas peculiares
dessa fase da vida e pelo contexto social em que está inserido, coloca o adolescente na
condição de maior suscetibilidade às mais diferentes situações de risco, como gravidez
precoce, doenças sexualmente transmissíveis (DST), acidentes, diversos tipos de violência,
maus tratos, uso de drogas, evasão escolar ( RESENDE ,2010).
A partir do exposto, levanta-se o seguinte questionamento: Como as ações educativas
do enfermeiro podem contribuir diretamente na prevenção da gravidez na adolescência?
Enfatizando que o profissional enfermeiro precisa estar consciente de que é fundamental uma
avaliação constante para motivar a prevenção por parte das jovens, logo, as orientações devem
ser reestruturadas de acordo com o entendimento das adolescentes, para que as mesmas
participem do gerenciamento de seu cuidado de maneira segura e adequada a sua situação
gestacional, haja vista que a educação para a saúde é importante para o cuidado do
enfermeiro, principalmente em relação a adolescentes (RIBEIRO, SANTANA, SANTOS E
SILVA,1014 ).
A adolescência se inicia com a maturação sexual, por volta dos onze ou doze anos. É
um período que ocorre muitas mudanças tanto fisiológicas como psicológicas e sociais e com
isso separa a criança do adulto. Sendo um período na vida que é de extrema importância a
atenção para que não se resulte em problemas futuros. A sexualidade na adolescência
geralmente é casual, sendo justificada pela falta do uso de anticoncepcional e muitas também
não têm a devida responsabilidade para com a sua sexualidade. Às vezes há a falta de diálogo
com a família sobre a sexualidade e também uma utilização inadequada dos métodos
contraceptivos. A gravidez e o risco de engravidar podem estar relacionados a uma baixa
autoestima e a falta de um bom funcionamento familiar (LACERDA, et al, 2009).
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1.1. Formulação do Problema


Durante a visita feita nos bairros do municipio de cacuaco constatamos que a um indice
elevado de adolescentes grávidas. Também ficou evidenciado através das conversas com as
mesmas que o tema não era bem difundindo e explicado, tanto nas escolas, hospitais,
comunidade, igrejas como também em casa, muitas vezes por falta de consenso com os pais
ou por causa de tabús. Essa situação levou-nos a seguinte pergunta de partida:

Que conhecimentos, atitudes e práticas têm os moradores do Bairro Belo Monte


sobre as medidas de prevenção da gravidez na adolescência, no período de Janeiro à
Maio 2023?

1.2. Justificativa
Escolhemos este tema com o intuito de aprofundarmos os nossos conhecimentos sobre a
gravidez na adolescência sendo um problema de saúde pública. Dada à importância do tema,
pensamos em fazer o estudo para descrever os conhecimentos dos moradores do bairro Belo
monte, visto que os pais tem sido uns dos elementos fundamentais na promoção da educação
sexual evitamdo assim casos do genero. Como futuros profissionais de saúde esperamos que
este tema sirva de fonte de investigação da nossa biblioteca, de incentivo as gerações
vindouras e sociedade em geral.
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1.3. OBJECTIVOS

1.3.1. Objetivo geral


 Descrever os conhecimentos, atitudes e práticas dos moradores do Bairro Belo Monte
sobre as medidas de prevenção da gravidez na adolescência, no período de Janeiro à
Maio 2023.

1.3.2. Objectivos específicos


 Caracterizar a amostra segundo os dados sociodemográficos (Sexo, Idade, Nível
acadêmico)
 Identificar os conhecimentos dos moradores quanto à definição, a diferença entre
Gravidez na Adolescencia e Indesejada; os principais factores que leva uma adolescente
a engravidar e as consequências da gravidez no Adolescente e família ;
 Mencionar as atitudes e práticas em relação a reação dos moradores no caso de gravidez
na adolescência e as medidas de prevenção;
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Definição de Termos e Conceitos


Gravidez: é o estado de desenvolvimento de um embrião ou feto dentro do corpo
Feminino. Ou também considerado como um estado fisiológico de uma mulher dita grávida
ou gestante.
Apesar de a gestação ser um fenómeno fisiológico, existem mulheres que desenvolvem
patologias associadas ao período gestacional, caracterizando-as como gravidez de alto risco.
(REZENDE, 2010)
Adolescência: é o período da vida caracterizado por intenso crescimento e
desenvolvimento, que se manifesta por transformações anatómicas, fisiológicas psicológicas e
sociais. Isto é: inicia com as mudanças corporais da puberdade caracterizada pela primeira
menstruação (menarca) e termina quando o indivíduo consolida seu crescimento e sua
personalidade, obtendo progressivamente sua independência, além da integração em seu
grupo social (RIBEIRO, SANTANA, SANTOS & SILVA, 2014).
Para Peres e Rosemburg (2010), adolescência, é descrita como uma fase do
desenvolvimento humano, pela qual, todos passam, e corresponde à fase de transição entre a
infância e a idade adulta, ocorrendo na segunda década da vida (entre os dez e os vinte anos
de idade). De acordo com Outeiral (2003), a palavra adolescência vem do latim, ad (a, para) e
olescer (crescer), e quer dizer “condição ou processo de crescimento”.
A adolescência possui algumas ambivalências quanto à definição de sua extensão, por
isso, a maioria dos teóricos a descrevem como fase intermediária entre a infância e a fase
adulta, ou como etapa de desenvolvimento, desencadeada pelo surgimento das transformações
orgânicas da puberdade que é encerrada através do amadurecimento psicossocial.
De acordo com Bock, Furtado e Teixeira (2012), a instituição é um conjunto de valores
e regras sociais reproduzidos no cotidiano e serve como um guia de padrão ético para as
pessoas. Os autores caracterizam o grupo como o lugar onde a instituição se realiza. Desse
modo, os autores dizem ainda que a coesão é a forma encontrada pelos grupos para que seus
participantes sigam as regras estabelecidas.
Para Peres e Rosemburg (2017), a presença do adolescente no grupo é relevante para o
seu autoconhecimento, onde compartilha experiências sociais e familiares por ele já
vivenciadas, contribuindo para a construção do seu projeto de vida e a obtenção da
maturidade. Em um grupo de amigos, por exemplo, o adolescente tende a se sentir mais a
vontade e se expressar com mais liberdade, facilitando esta troca de conhecimento.
9

“Nesse contexto, cabe ressaltar as ideias de Novello (2010, p. 92), quando este diz que
o bom relacionamento social, cultivar amigos, a aceitação e reconhecimento de sua
personalidade são indispensáveis para atingir a maturidade”. Por outro lado, Bock, Furtado e
Teixeira (2012), explicam que o critério básico da passagem da adolescência para a fase
adulta é o determinante econômico.
De acordo com os autores, os adolescentes vindos de famílias com alto poder aquisitivo,
têm melhores opções e condições de estudo, podem escolher suas profissões e adiar o inicio
do exercício e a passagem para a fase adulta, prorrogando então a fase da adolescência.
Entretanto, os adolescentes advindos de famílias pobres, são obrigados pela sociedade
capitalista a assumirem responsabilidade de um adulto, pois tem que trabalhar para auxiliar na
manutenção das despesas do lar.
Porém, adiando ou antecipando esta passagem para a fase adulta, é necessário que se
adquira a maturidade, que de acordo com Novello (2010), nada mais é do que auto-realização,
com saúde física e mental, possuindo um comportamento de futuros pais, chefes de famílias,
sabendo e fazendo-se respeitar com liberdade, solidariedade e iniciativa. Desse modo Novello
(2010) ainda afirma que:
Maduro é aquele que age e reage racionalmente de acordo com as circunstâncias, num
sentido de superação das dificuldades, levando em consideração os outros. É um viver pleno e
autêntico, atuando de maneira constante, eficiente, responsável e coerente, tendo em vista o
bem-estar seu e dos seus semelhantes, havendo toda uma integração do emocional
(NOVELLO, 2010, p. 91).
Relacionando-se com a ideia de Rappaport (2011) coloca que a maturidade biológica
indica a capacidade do corpo para a reprodução.
No entanto, existem as relações humanas que exigem a maturidade intelectual e
psicológica que só será alcançada anos após a puberdade por ambos os sexos. Todavia,
Carvalho, Salles e Guimarães (2013) evidenciam que neste período de maturação psicológica,
biológica e social, se estabelece a aquisição de novas capacidades cognitivas,
responsabilidades e a inserção do jovem em novos papéis sociais, que se tornam mais
evidentes.
E em função disso são afloradas exigências e expectativas de familiares, amigos e da
própria comunidade sobre o adolescente, que se exercidas sob condições positivas e
apropriadas, podem instigar o desenvolvimento gradual de autonomia, que poderá vir a
facilitar a apropriação da fase adulta deste jovem.
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No caso de Hall (2014) este descreve que atualmente a imagem de cidadão vem se
definindo por comportamentos mais conectados ao consumo, tendo como alvo principal o
público adolescente, os quais são intensamente instigados ao consumismo e ao distanciamento
dos reais apelos e desejos comunitários. E em torno desta condição atual, os adolescentes vêm
aderindo um posicionamento mais reivindicatório e narcisista, que se dirige apenas a busca de
autossatisfação cuja extensão social não vai além de suas amizades.
Segundo Carvalho, Salles e Guimarães (2013) a adolescência não se define apenas
como transição entre a infância e a fase adulta, mas, como uma das etapas de
desenvolvimento. Suas transformações corporais são causadoras de grande impacto na
formatação da compreensão da auto-imagem corporal do adolescente, e podem ser
influenciadas por experiências anteriores, que o levaram a se compreender, como uma pessoa
atrativa ou não, forte ou fraca, masculina ou feminina, e a aderir uma percepção de si mesmo
em alguns casos contraditória a existente.
Portanto faz-se necessário advertir aos adultos, que estes possuem enorme influência na
construção de autoimagem e apropriação de identidade do adolescente. E que muitas vezes
aqueles que se intitulam adultos, é que acabam julgando os adolescentes sem capacidade de
autonomia ou de desenvolver orientações a partir de si mesmos, impedindo-os de deslanchar e
apresentar suas próprias construções e subjetividade. (CARVALHO; SALLES;
GUIMARÃES, et. al 2013).
Segundo Tiba (2015): Aborrescência é a adolescência tumultuada, que incomoda os
pais. Acostumados a lidar com filhos crianças, os pais agora tem que se reorganizar perante os
adolescentes, os pais também podem ser os “aborrecentes” dos filhos. É necessário que os
pais adolesçam (rejuvenesçam) junto com seus filhos adolescentes (crescentes).
Isto ocorre quanto se cria antecipadamente estereótipos, negando-os o direito de fala e
pouco se levando em consideração o que eles têm a dizer, por entendê-los como imaturos
demais para a compreensão de algo, que muitas vezes, já está ao alcance do seu entendimento,
e acabam por inúmeras vezes, criando possivelmente inconscientemente, caricaturas que são
incorporadas por eles e passam a ser aderidas como uma marca de auto reconhecimento,
traduzidas em estigmas que formam ou deformam sua identidade. (CARVALHO; SALLES;
GUIMARÃES,et.al 2013).
Ao proporcionar ao jovem a capacidade de expressar seu ponto de vista, seja de
concordância ou desacordo, lhe é concedida à possibilidade do desenvolvimento de sua
autoconfiança, autoestima, responsabilidade, o que o ajuda a se descobrir por meio do ato de
defender suas ideias, seus próprios posicionamentos, pois, tais escolhas e suposições exigirão
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deste, escolhas, reflexão, evidenciando suas crenças e ideologias pessoais, de maneira que
este jovem venha a diferenciar-se do coletivo e venha a se definir como tal (CARVALHO;
SALLES; GUIMARÃES, 2013).
Segundo Berger (2003, p.325): O jovem estabelece sua identidade como um indivíduo
enquanto mantém suas antigas conexões com elementos significativos do passado, formando
novas ligações com os valores de um determinado grupo (O grupo pode ser um grupo de
colegas, um grupo étnico, um time, um culto, uma turma ou algum grupo. O aspecto crucial é
que todo adolescente de certo modo se identifica com um grande número de indivíduos.
Portanto, pode-se concluir que os adolescentes possuem como referências, adultos,
colegas, pai, mãe, educador, irmãos mais velhos ou mais novos, que o ajudam a se auto-
organizar, reconhecer e por fim localizar-se no contexto social, psicológico e até mesmo
biológico. Eles passam por inúmeras inconstâncias e desafios, que não se restringem
simplesmente ao abandono de atributos infantis, mas, dizem respeito a toda uma nova posição
existencial, ao experimentar das desconhecidas emoções, capacidades de reflexão, interação
social e, sobretudo de reestruturação da concepção que possuem de si, pautada em suas novas
habilidades, as quais virão a definir sua autoimagem e noção de identidade própria.

2.2. Principais Etapas


Segundo Tiba (2015) as crianças hoje estão adolescendo, cada vez mais cedo, e
entrando na fase jovem - adulto ainda mais tarde. Essas expansões para menos idade e mais
idade são novidades psicológicas, familiares, culturais, sociais. A maioria dessas crianças
emancipadas para adolescência, ainda nem passaram pela puberdade encontrando-se na faixa
de 08 a 12 anos. O referido autor, ainda descreve que esta fase é composta por três momentos,
segundo Tiba (2015, p.123):
 Inicial (10 a 14 anos): quando ocorrem as alterações corpóreas e psíquicas;
 Média (14 a 17 anos): surgem os pontos relacionados à sexualidade;
 Final (17 a 20 anos): período do estabelecimento dos novos vínculos com os pais e a
aceitação do novo corpo e dos processos psíquicos do mundo adulto, entre eles, a
questão profissional (TIBA, 2015, p. 123).
Para o Estatuto da Criança e do Adolescente, o adolescente é considerado como tal entre
os doze e dezoito anos de idade. Dessa maneira, a adolescência é uma fase de transição, “[...]
é um novo nascimento. Os jovens saltam em vez de crescerem para a maturidade” Hall (apud
SANTROCK, 2010, p. 3).
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“É uma fase de descobertas, com conflitos e oscilações de humor. A transição inicia-se


fisicamente com a puberdade, período do desenvolvimento humano em que as características
sexuais aparecem gradativamente” (NOVELLO, 2010, p. 20); Idade em que surgem os pêlos
genitais; quando ocorrem modificações não só sexuais, mas também corporais e psíquicas
(TIBA, 2015, p. 6).
É quando se pode dizer que iniciou a adolescência. Já para Papalia, Olds e Feldman
(2006) a adolescência dura aproximadamente 10 anos, dos 11 (onze) até pouco antes até
depois dos 20 anos, considerando o fato de que seu 12 início e término não podem ser
claramente definidos atualmente.
No entanto, considera-se que o início do adolescer se dá com a entrada na puberdade,
processo que conduz a maturidade sexual ou fertilidade, ou seja, a capacidade de reprodução.
O cuidado com um delinear do início e término da adolescência, pode ser bastante relevante, e
até o século XX, as crianças das culturas ocidentais se deparavam com o mundo adulto,
quando amadureciam fisicamente ou apenas quando iniciavam um aprendizado vocacional, e
hoje, o ingresso na idade adulta leva mais tempo. E em virtude disso, devem-se levar em
consideração o contexto que envolve o amadurecimento do adolescente sempre que se fizer
menção a sua durabilidade.
Autores como Papalia, Olds e Feldman (2006) enfatizam que uma das razões da
puberdade começar mais cede do que antes, pode estar ligada a entrada na vida profissional
que tende a ocorrer mais tarde, por causa da sociedade que atualmente exige períodos mais
longos de educação ou treinamento profissional para que o jovem possa assumir
responsabilidades adultas.
Assim sendo Bock, Furtado e Teixeira (2012, p.294), dão o nome de adolescência ou
juventude à fase caracterizada pela aquisição de conhecimentos necessários para o ingresso do
jovem no mundo do trabalho e de conhecimentos e valores para que ele constitua sua própria
família. A flexibilidade do critério, que nos pode levar a categorizar alguém com vinte e cinco
anos como adolescente e alguém com quinze como adultos.
Nesse sentido, Martins (2011) esclarece que delimitar a adolescência não é uma tarefa
muito fácil, em razão dos fatores biológicos específicos, atuantes na faixa etária, se somarem
as determinantes sócio - culturais, advindas do ambiente em que o fenômeno da adolescência
ocorre.
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2.3. O Entendimento da Sexualidade


A vida emocional adquire uma grande intensidade e um colorido especial na
adolescência, em nenhum outro período da vida as emoções são experimentadas com tanta
intensidade, sensibilidade e contradição. A excitação sexual surge como um fenômeno novo
na adolescência, e é importante considerar a sexualidade um aspecto normal do
desenvolvimento do adolescente (FELDMAN, 2003 apud SANTROCK 2003, p.240).
O desenvolvimento sexual na adolescência – desde o autoerotismo até a sexualidade
genital adulta sofre influência de fatores biológicos, psicológicos e sociais. As características
da puberdade, a infância, o ambiente familiar, o desenvolvimento psicológico, e o meio sócio
cultural em que vivem moldam a experiência sexual do adolescente.
A sexualidade aqui tratada não se restringe ao comportamento sexual, mas engloba
também a dimensão do desejo e das atitudes. A sexualidade impera quase que totalmente na
vida dos adolescentes. Tanto os adolescentes como as adolescentes sentem uma curiosidade
quase que insaciável pelos mistérios do sexo e milhares de pensamentos surgem
freneticamente em seus “mundos particulares”, pensamentos do tipo: se são sexualmente
atraentes, se saberão fazer sexo, se é bom, se é ruim, etc. (LOPES; MAIA, 2011).
A atratividade e o interesse sexual estão ligados à popularidade e a aceitação dos pares,
pois a sexualidade não é um comportamento individual e ocorre no contexto de
relacionamentos com o sexo oposto ou com o mesmo sexo. Chipkevitch (1994) explica que o
comportamento sexual sofreu uma significativa mudança nas últimas décadas, principalmente
entre os adolescentes, jovens e adultos. Essa mudança se deu a partir de uma ressignificação
de valores na sociedade, como a valorização do papel da mulher, o aparecimento dos métodos
anticoncepcionais e uma maior atenção ao mundo dos adolescentes.
O autor a cima relata que, essa liberação também trouxe problemas como o aumento de
doenças sexualmente transmissíveis e a gravidez precoce, com isso, veio também, a atitude de
repressão dos adultos frente ao sexo na adolescência. A educação sexual nas escolas se tornou
uma prática aconselhada e real, embora alguns pais e autoridades ainda se coloquem contra a
educação sexual de crianças e adolescentes temendo que ela possa estimular o comportamento
sexual precoce. Mas o que se pode perceber é que a informação nem sempre gera mudanças
de atitudes e comportamentos, que são influenciados em grade parte por outros fatores de
ordem psicológica, social e cultural. A mídia e o grupo de amigos exercem um papel muito
forte trazendo informações sobre a sexualidade, frequentemente, distorcida e/ou
fragmentadas, que as famílias e os pais dispõem a dar.
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2.4. .Lembranças anatómicas do sistema reprodutor feminino


Segundo Lacerda, et. al. (2009), relata que o sistema reprodutor feminino é constituído
por dois ovários, duas tubas uterinas (trompas de Falópio), um útero, uma vagina, uma vulva.
Todos estes órgãos estão localizados no interior da cavidade pélvica.
O mesmo autor realça ainda que, a pelve constitui um marco ósseo forte que realiza uma
função protectora. A vagina é um canal de 8 a 10 cm de comprimento, de paredes elásticas,
que liga o colo do útero aos genitais externos. Contem de cada lado de sua abertura, porem
internamente, duas glândulas denominadas glândulas de bartholin, que secretam um muco
lubrificante. A entrada da vagina e protegida por uma membrana circular - o hímen - que
fecha parcialmente o orifício vulvo - vaginal e é quase sempre perfurado no centro, podendo
ter formas diversas. Geralmente, essa membrana se rompe nas primeiras relações sexuais.
Para o ALMEIDA, et al. (2007-2010), os órgãos que fazem parte do sistema reprodutor
feminino são:
 Vagina: é o local onde o pénis deposita os espermatozóides no acto da relação sexual.
Alem de possibilitar, a penetração do pénis, possibilita a expulsão da menstruação e,
na hora do parto, a saída do bebe.
A genitália externa ou vulva é delimitada e protegida por duas pregas cutaneomucosas
intensamente irrigadas e enervadas - os grandes lábios. Na mulher reprodutivamente madura,
os grandes lábios são recobertos por pelos pubianos. Mais internamente, outra prega cutaneo
mucosas envolve a abertura da vagina - os pequenos lábios - que protegem a abertura da
uretra e da vagina. Na vulva encontra se também o clítoris, formado por tecido esponjoso
eréctil, homologo ao pénis do homem.
 Ovários: são as gónadas femininas. Produzem estrógeno e progesterona, hormônios
sexuais femininos. No final do desenvolvimento embrionário de uma menina, ela já
tem todas as células que irão transformar-se em gâmetas nos seus dois ovários. Estas
células, os ovócitos primários encontram-se dentro de estruturas denominadas
folículos de graaf ou folículos ovariános.
Segundo LACERDA, et.al. (2009) a partir da adolescência, sob acção hormonal, os
folículos ovariános começam a crescer e a desenvolverem-se. Os folículos em
desenvolvimento secretam o hormônio estrógeno. Mensalmente, apenas um folículo
geralmente completa o desenvolvimento e a maturação, rompendo-se e liberando o ovo cito
secundário (gâmeta feminino): fenómeno conhecido como ovulação. Após seu rompimento, a
massa celular resultante transforma-se em corpo lúteo ou amarelo, que passa a secreta os
hormônios progesterona e estrógeno. Com o tempo, o corpo lúteo regride e converte-se em
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corpo albicans ou corpo branco, uma pequena cicatriz fibrosa que ira permanecer no ovário. O
gâmeta feminina liberada na superfície de um dos ovários e recolhido por finas terminações
das tubas uterinas as fímbrias.
 Tubas uterinas, ovidutos ou trompas de falópio: são dois ductos que unem o ovário
ao útero. Seu epitélio de revestimento é formado por células ciliadas. Os batimentos
dos cílios microscópicos e os movimentos peristálticos das tubas uterinas impelem os
gâmetas femininos até o útero.
 Útero: é órgão oco situado na cavidade pélvica anteriormente a bexiga e
posteriormente ao recto, de parede muscular espessa (miomério) e com formato de
pêra invertida. E revestido internamente por um tecido vascularizado rico em
glândulas. É no útero onde se implanta o óvulo fecundado.
 Gonadotrofina coriônica humana (HCG): é um hormônio glicoproteico, secretado
desde o inicio da formação da placenta pelas células trofoblásticas, após nidação
(implantação) do blastocisto. A principal função fisiológica deste hormônio é manter o
corpo lúteo, de modo que as taxas de progesterona e estrogénio não diminuam,
garantindo, assim, a manutenção da gravidez (inibição da menstruação) e a ausência de
nova ovulação. Por volta da 15ª semana de gestação, com a placenta já formada e madura
produzindo estrógeno e progesterona, ocorre declínio acentuado na concentração de HCG
e evolução do corpo lúteo.
Segundo NEME (2016) o HCG também concede uma imunossupressão a mulher, para
que ela não rejeite o embrião (inibe a produção de anticorpos pelos linfócitos); tem atividade
tireotrofica e também estimula a produção de testosterona pelos testículos fetal (estimula as
células de leydig a produzirem maior quantidade de androgénios), importante para a
diferenciação sexual do feto do sexo masculino.
 Blastócito: é um estágio inicial do desenvolvimento embrionário, formado por uma
camada de células denominada trofoblasto ou células trofoblásticas que envolve o
botão embrionário. Após a nidação, o trofoblasto forma projecções na mucosa uterina
chamadas vilosidades coriônicas, principais responsáveis pela produção de HCG
(RIBEIRO, SANTANA, SANTOS & SILVA, 2014). .
 Hormônio lactogênio placentário humano: é um hormônio proteico, de estrutura
química semelhante à da prolactina e da somatotrofina hipofisária. É encontrado no
plasma da gestante a partir da 4ª semana de gestação. Tem efeito lipolítico, aumenta a
resistência materna a acção da insulina e estimula o pâncreas na secreção de insulina,
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ajudando no crescimento fetal, pois proporciona maior quantidade de glicose e de


nutrientes para o feto em desenvolvimento (ANDRADE, 2009).
Para o ALMEIDA, et al. (2007-2010) a associação de vários factores, mesmo que de
pequena importância, podem levar a uma gestação de alto risco. O risco gravídico deve ser
encarado sob dois aspectos, o risco materno e o fetal.
A gestação de alto risco ocorre quando existe alguma doença na gestante ou qualquer
outra condição sociobiológicas que possa prejudicar a sua evolução. A importância do estudo
das gestações de risco decorre do facto de estarem relacionadas com uma maior morbi-
mortalidade materna e perinatal. Uma vez identificadas algumas condições de risco podem ser
tratadas e eliminadas, enquanto outras podem ser controladas (ABICALAFFE, et al, 2009).
De acordo com o mesmo autor, a cada hora, morrem mulheres acometidas por
patologias relacionadas à gestação. A vivência da gestação de alto risco é uma experiência
única, que se estende ao companheiro, família e sociedade, uma vez que envolve
transformações fisiológicas, psicológicas, sociais, económicas, culturais, espirituais e
alterações de papéis, implicando na aceitação ou não da gravidez.

2.5. Gravidez na Adolescência


Segundo Neme (2016) afirma que, considera-se gravidez na adolescência ou precoce
aquela que ocorre em meninas de 14-19 anos de idade. Devido ao aumento crescente dessa
condição, a gravidez na adolescência é considerada um problema de saúde pública.
Independentemente de qualquer factor, idade, vantagem ou desvantagem, ser mãe é um
momento único na vida de uma mulher e requerer atenção especial, para garantir a saúde da
mãe e do bebé.

2.5.1. Factores que favorecem a gravidez na adolescência


De acordo o CARVALHO (2017) os factores que favorecem essa condição são:
 Falta de educação e consciência sexual;
 Inicio da atividade sexual precocemente;
 Pressão do parceiro ou do grupo social;
 Álcool e drogas;
 Casamento em crianças;
 Pobreza.
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2.6. Sinais da gravidez


Segundo Carvalho (2017), os sinais da gravidez consistem em sinais de presunção e
certitude.
 Sinais de presunção ou desconfiança:
 Atraso menstrual;
 Náuseas;
 Vómitos;
 Tonturas;
 Salivação excessiva;
 Mudança de apetite;
 Aumento da frequência urinária;
 Sonolência;
 Aumento do volume das mamas;
 Hipersensibilidade nos mamilos;
 Saída de colostro pelo mamilo;
 Aumento do volume abdominal.
 Sinais de certeza
Os sinais de certitudes consistem na confirmação dos resultados dos exames feitos,
como:
 Teste de gravidez;
 Ecográfia abdominopelvica:
Após confirmação da gravidez, em consulta médica ou de enfermagem, inicia-se o
acompanhamento de pré-natal.
 Sinais de riscos durante a gravidez
 Hipertensão;
 Forte dor de cabeça, com visão embaralhada;
 Ausência de movimento fetal por mais de 12 horas;
 Sangramento ou perda de líquido pela vagina, mesmo sem dor;
 Corrimento vaginal escuro (marrom ou preto);
 Inchaço nos pés, pernas e no rosto, principalmente ao acordar;
 Dor ou ardor ao urinar;
 Contracções fortes, dolorosas e frequentes (ALMEIDA, 2010).
18

2.7. Tipos de gravidez


Enquanto a gravidez pode parecer um termo simples, existem diferentes tipos
das gestações. A maioria é resultado de diferenças físicas entre as mulheres,
mas alguns estão relacionados a várias liberações de óvulos, entre outros motivos
(REZENDE, 2010).

 Gravidez intra-uterina
Estas são as gravidezes normais, quando o feto ou fetos implantar no interior do útero.
A placenta é ligada ao interior do útero, para o músculo uterino.

 Gravidez ectópica ou tubária


A gravidez ectópica ocorre quando o óvulo fertilizado se implanta em um lugar
diferente do da trompa de Falópio ou útero . Pode ser no pescoço do útero ou no abdômen. A
gravidez não é viável eo corpo provavelmente irá abortar espontaneamente o feto.

Gravidez tubária ocorrer quando os implantesóvulo fertilizado em trompa de Falópio


em vez do útero. Essas gestações não são viáveis e devem ser terminados se um aborto
espontâneo não ocorre naturalmente.

 Gravidez intra-abdominal
A maioria das gravidezes intra-abdominais ocorre depois de um C-seção anterior. A
cicatriz C- seção pode enfraquecer e desgaste, permitindo que o feto a escorregar para dentro
da cavidade abdominal. A viabilidade da gravidez dependerá da idade gestacional do feto,
quando ocorre o desgaste. Houve casos de gravidez intra- abdominais não detectadas que
foram a prazo, mas era necessária uma histerectomia completa após o nascimento.

 Gestações múltiplas
Vários podem ocorrer como resultado de múltiplos ovos serem fertilizados ao mesmo
tempo , quando dois espermas entrar um ovo ou quando um ovo está fertilizado através de um
esperma , que se divide em dois zigotos. Se mais de um óvulo é fertilizado, as gravidezes irão
resultar em gêmeos fraternos. Se um óvulo foi fecundado por dois espermatozóides, gêmeos
fraternos irão resultar. Se um óvulo se divide em vários zigotos.
19

 Gravidez ectópica:
Uma gravidez em que o feto se desenvolve fora do útero, geralmente desenvolve-se
numa das trompas de Falópio, embora em casos raros se possa desenvolver no canal serviçal,
na cavidade pélvica ou na cavidade abdominal.

 Gravidez Gemelar:
Os gémeos idênticos são chamados de monozigoticos (por resultarem da fertilização de
apenas um óvulo). Os gémeos diferentes são conhecidos por dizigoticos (resultam da
fertilização de dois óvulos, por dois espermatozóide distintos).

2.8. Factores de risco da gravides na adolescência


2.8.1. .Hipertensão arterial
A hipertensão é a principal complicação na gravidez e a maior causa da morbi-
mortalidade. Define-se hipertensão na gravidez, nos níveis pressoricos superior a
140x90mmHg, ou um momento de 30mmHg e 15mmHg nas pressões sistólicas e diastólicas
respeitavelmente.

2.8.2. Pré-eclâmpsia
Definida como ocorrência de hipertensão, proteinuria e edema após 20ª semana de
gestação. Em mulheres com pré-eclâmpsia a pressão sanguínea habitualmente retorna a
valores normais dia e semana após o parto.

2.8.3. Eclâmpsia
É o aparecimento de convulsões na mulher grávida com sinais de pré-eclâmpsia. Pode
ocorrer na metade da gestação ou no pós-parto.
Os Sinais predominantes da eclâmpsia são: convulsões; cefaleia, dor no hipocôndrio
direito; confusão mental; proteinunria; Oligúria; Insuficiência cardíaca; Pressão Arterial igual
ou superior a 160/110mmHg, entre outros.

2.8.3.1. Tratamento anticonvulsivo para pré-eclâmpsia grave ou eclâmpsia


O tratamento consiste na utilização de sulfato de magnésio para pré-eclâmpsia grave e
da eclâmpsia; ou diazepam/intravenosos ou intramusculares.

2.9. Fazes da gravidez


Segundo Fonseca (2018), a gravidez possui 3 fases, que são:
20

 Primeiro trimestre: o período é geralmente marcado por sintomas parecidos aos da


tensão pré-menstrual. Os seios podem inchar e sensações de sonolência, cansaço,
náuseas, vontade de urinar, ou desejo e repulsa por certos alimentos podem aparecer.
Próximo ao final do terceiro mês, o bebê mede entre 6,25 e 7,5 cm e pesa entre 14 a 18
gramas. Ao final do primeiro trimestre, a cabeça já está bem delineada e as pálpebras
começam a se formar.
 Segundo trimestre: partir do quarto mês, as estruturas principais dos órgãos do bebê
completam a sua formação. A vontade de urinar começa a diminuir e pode ocorrer
prisão de ventre. Nesta fase, os rins do bebê começam a funcionar e ele faz xixi pela
primeira vez. Surgem os primeiros fios de cabelo e, por volta do quinto mês, finalmente,
é possível saber qual o sexo dele. Por volta do sexto mês já será possível sentir pontapés
dentro da barriga, o bebê reage a estímulos e estão em desenvolvimento a audição,
olfato, tato e paladar.

 Terceiro trimestre: dentro da barriga, o bebê abre e fecha os olhos, percebendo a luz.
A mãe sente cada vez mais a criança e planeja mais detalhadamente o parto. Nessa fase,
a mulher pode sentir dificuldade para respirar e falta de ar. No nono mês, o bebê se
mexe menos e ganha peso, ficando pronto para nascer. Nesses últimos meses, um
profissional de fisioterapia especializado pode orientar a grávida a se preparar,
fisicamente, para o parto. Com manobras e exercícios específicos, o bebê se posiciona
corretamente, enquanto a mãe aprende técnicas de respiração e posições que facilitarão
o nascimento.

2.10. Saúde e cuidados na gravidez


A saúde da gravidez é fundamental para proteger e estimular o desenvolvimento
saudável do bebé.Viver uma gravidez feliz é o objetivo de qualquer mãe e dos médicos que
acompanham a gravidez ou gestação (RIBEIRO, SANTANA, SANTOS & SILVA, 2014).
Segundo Fonseca et. al, (2018), afirma que após o diagnóstico da gravidez, deve-se
marcar uma consulta médica para iniciar o pré-natal, e contar com a família para obter o apoio
necessário. Os médicos, psicólogos, obstetras, enfermeiros e assistentes sociais, devem ser
informados para que haja uma correcta vigilância pré-natal para reduzir as complicações na
mãe e no bebé, este tipo de acompanhamento também ajuda a evitar uma nova gravidez na
adolescência e a incentivar a jovem mãe a voltar a escola.
21

No entanto a gravidez não esta livre de transtorno, incomodo, doenças típicas da


gravidez, e possível complicações que por vezes implicam a intervenção do ginecologista ou
outro especialista.
Exemplo: toxoplasmose, diabetes gestacionais, contrações prematuras, placenta
anterior, pré-eclámpsia, gravidez ectópicas, aborto espontânea. Existem muitas questões
relacionada com a saúde durante a gravidez e sobre os quais devemos estar bem informados
sobre o estado de saúdeda gestante (ANDRADE, 2009).
É função dos serviços de saúde implantar programas especiais à disposição dos jovens,
para informá-los e cuidar deles, se necessário. Os adolescentes não precisam sentir vergonha.
Além de ser um direito, os profissionais de saúde têm prazer em recebê-los e, através dos
serviços oferecidos, possibilitar-lhes informação a respeito dos vários métodos
anticoncepcionais existentes. Todavia, bom lembrar que, desde a primeira relação, será
necessário se proteger. A superação das dificuldades de comunicação e diálogo entre os pais e
os filhos pode ajudar em muito a diminuir a ocorrência da gravidez indesejada entre
adolescentes.
De acordo com Borges (2008) não se pode negar os adolescentes estão inseridos em
uma rede dede vínculos de amizade, que entre inúmeros outros, um espaço fundamental de
socialização para a sexualidade é a convivência com os pares. E são esses pares que, muito
possivelmente, não apenas estão sujeitos aos padrões normativos em relação ao
comportamento sexual, mas também os reforçam em suas relações com seu grupo de iguais.
Segundo Coelho (2015) faz necessário que a Enfermagem, enquanto categoria
profissional, articule, discuta e reivindique a assistência à saúde e não se deixe imobilizar
pelas precárias condições dos serviços de saúde. Esta precisa conquistar espaços para que o
Planejamento Familiar seja amplamente discutido, contrapondo-se ao discurso da Igreja,
reivindicando, do Estado, o atendimento preconizado e o cumprimento das Leis e, articule-se,
com grupos organizados da sociedade para que possa ser reconhecida enquanto profissão
comprometida com a sociedade.
Segundo Mendonça (2010) diz que o profissional de enfermagem como membro da
equipe, tem papel significativo na saúde sexual e reprodutiva da adolescente. Entretanto faz-
se necessário que esses profissionais sejam preparados para assumir tal função. A saúde
sexual do adolescente precisa ser discutida no contexto, dependem de uma série de condições
socioculturais propícias, como adequadas condições de vida, serviços de saúde de qualidade,
pois existem poucos programas destinados a essa faixa etária da população, haja vista que a
abrangência maior em termos de programas se destina à criança, mulher e idoso, ficando
22

assim adolescente enquadrado muitas vezes nos programas destinados a crianças. Nesse
sentido, é necessário que o governo faça exerce os direitos sexuais e reprodutivos desses
adolescentes, fazendo-se respeitar os princípios de ética, confidencialidade e confiabilidade,
para que eles se sintam fortalecidos amparados e confiantes e possam assim discutir seus
problemas e dúvidas relativos à sua sexualidade sem medos e culpas podendo ter uma vida
sexual saudável e livre de comportamentos de riscos.
De acordo com Alves (2008) é sabido que não basta apenas informar, mas para tanto se
precisa conhecer o que os adolescentes pensam e saber onde estão as maiores lacunas entre o
conhecimento e a pratica, fica-se necessário a urgência para desenvolvimento de estratégias
especificas que tenham impacto sobre a prática. Apesar das inúmeras campanhas de
conscientização realizadas, o preservativo ainda é substituído ou abandonado ainda na
adolescente. É necessária a implantação de políticas públicas voltadas para a saúde sexual e
reprodutiva do adolescente, bem como uma ampliação curricular e capacitação docente na
área de educação sexual, discutindo não somente os aspectos fisiológicos, mas também, a
afetividade, o amor e os relacionamentos.
É de fundamental importância também que, os sistemas de saúde possam contar com
profissionais, especialmente de enfermagem, realizando o planejamento e execução de
atividades educativas para os adolescentes, enfocando a saúde sexual e reprodutiva, no
sentido de reduzir o índice de gravidez indesejada, e de doenças sexualmente transmissíveis.
(ALVES, 2009).
Longo (2011) diz que primeiramente, a educação sexual deve estar mais presente no
início da vida sexual de uma jovem, orientando suas práticas contraceptivas antes mesmo da
decisão de se engajarem na vida sexual, para que quando o façam, o façam de maneira
adequada, evitando uma gravidez indesejada. Em segundo lugar, cabe aqui novamente
salientar o papel da escola e da família, presentes desde os primeiros anos de vida de um
indivíduo. Mesmo quando a educação sexual na família falha (seja por falta de diálogo ou
outro motivo) é fundamental destacar a importância da educação sexual nas escolas, apoiando
a jovem antes mesmo dela se iniciar sexualmente, oferecendo as informações precisas de
como evitar uma gravidez indesejada. Por fim, ressalta-se a importância da televisão
desempenhando um papel-chave, na medida em que muitos programas voltados para a
conscientização das atitudes sexuais de adolescentes e pré-adolescentes servem para orientar
os primeiros passos da vida sexual de uma jovem, assim, prevenir é melhor do que remediar.
Ainda segundo Alves (2009) o comportamento sexual inicial irá guiar o futuro da vida
sexual da jovem. As práticas sexuais estão intimamente ligadas ao fato de ser ter ou não
23

filhos. Filhos não desejados ou planejados podem implicar consequências negativas em nível
educacional, econômico ou biológico. Portanto, a melhor forma de evitar esses efeitos
perversos de uma gravidez não desejada é garantir à jovem os meios adequados para a adoção
de práticas contraceptivas seguras, principalmente no início de sua vida sexual. Assim,
prevenir é melhor do que remediar. Quanto mais cedo a prevenção ocorrer, melhor.
Rocha (2010) reforça que profissionais da educação e da saúde precisam considerar que
o exercício da sexualidade, além de um grande prazer, é um grande risco, influenciado pela
cultura, pelo grupo e pelas questões de ser homem ou ser mulher. Neste sentido, é possível
entender a importância de se conhecer a idade na primeira relação sexual e as relações de
gênero que se estabelecem entre adolescentes, para que sejam estimulados comportamentos
responsáveis em relação à sexualidade e reprodução, ou seja, esclarecendo adolescentes sobre
formas de prevenção de riscos biológicos, sociais e comportamentais, aos quais eles estão
expostos. Com isso, objetivam-se melhorar e ampliar sua qualidade de vida, e ultrapassar os
riscos, com liberdade e responsabilidade.
Rocha (2010) ainda discorre que a falta de informações sobre métodos
anticoncepcionais é eminente e particularmente importante, haja vista que o número
significativo de gravidez na adolescência vem se elevando, trazendo muitas complicações.
Nessa linha de entendimento, a família deve ser incorporada ao processo de formação dos
adolescentes devendo, desse modo, a escola e serviços de saúde encontrar estratégias para
atraí-las. A escola, reconhecida como um dos principais responsáveis pela educação do
indivíduo, não vem de fato assumindo seu papel, que é também participar das transformações
socioculturais ligadas, dentre outras, à questão sexual.

2.11. Prevenção
Segundo Abicalaffe, et. Al (2009), considera que a prevenção é o conjunto de meios ou
medidas necessárias para salvaguardar a saúde dos indivíduos. E ela consiste em manter a
adolescência mais informada sobre os riscos, evitando assim as relações sexuais precoces.

2.11.1. Políticas públicas de prevenção da gravidez na adolescência


A proposta da prevenção da gravidez na adolescência pode ser realizada de diversas
maneiras, sendo que uma delas consiste em retardar o início da actividade sexual bem como a
utilização de métodos contraceptivos (CARVALHO, 2012).
Além do mais, há necessidade de se adequar os serviços de saúde às necessidades
específicas das adolescentes, às características da comunidade e aos aspectos
24

socioeconómicos e culturais, além do perfil epidemiológico da população local, estimular a


participação activa e empoderamento dos adolescentes no planeamento, desenvolvimento, e
avaliações das acções, em programas de saúde na comunidade, escolas, etc (RIBEIRO,
SANTANA, SANTOS & SILVA, 2014).
O período da adolescência é uma fase do desenvolvimento no qual o sujeito encontra-se
numa posição transitória entre a infância e a vida adulta. Neste processo, conflitos podem se
manifestar enquanto busca pela identidade, busca pela sexualidade que quase sempre resulta
em uma gravidez na adolescência causando assim, preocupação aos pais, profissionais e
comunidade em que vivem esses jovens.
A descoberta da sexualidade associada ao momento histórico em que influências
relacionadas ao convívio social, aos valores presentes, à mídia, dentre outros, tem como
resposta uma iniciação sexual cada vez mais precoce, tendo como consequência o aumento do
número de adolescentes grávidas. A gravidez na adolescência é um fator que pode trazer
dificuldades psicossociais e biológicas, por isso a preocupação especial das várias
especializações sociais para com esse fenômeno. Esses achados demonstram que a prevenção
da gravidez na adolescência constitui um tema relevante para os participantes do estudo, pois
refletem sobre a repercussões da gravidez nessa fase da vida. Outras pesquisas salientam a
importância de prevenir a gravidez para propiciar maiores oportunidades de um futuro
melhor, de emprego e continuidade dos estudos.
Autores como, Gurgel et al (2010) discorrem que, em muitas pesquisas, os adolescentes
reconhecem os benefícios da prevenção da gravidez, o que, no entanto, mostra um
preconceito próprio sobre mães e pais adolescentes, algo preocupante que também vem
necessitando de abordagem específica.
Segundo Joffily (2003), a gravidez entre adolescentes nem sempre é fato inconsequente
ou desastroso, principalmente quando ocorre com adolescentes que tenham uma vida afetiva
estável.
Essas adolescentes encontram na gestação um impulso para alcançar sua autonomia,
independência e liberdade, contrariando assim, o senso comum que julga a gravidez
adolescente como um sério problema social. Porém é imprescindível que se tenha um
acompanhamento e que se ofereça subsídios para aquelas adolescentes que são obrigadas a
sair de casa expulsas pelos pais vendo ameaçados seu bem-estar e futuro devido aos riscos
físicos, emocionais e sociais acarretados por este fato.
25

2.11.2. Atenção Primária na Saúde do Adolescente


A atribuição do enfermeiro na Estratégia de Saúde da Família (ESF) engloba o apoio e
supervisão do trabalho dos agentes comunitários de saúde (ACS), o oferecimento de
assistência aos que necessitam de cuidados, a organização cotidiano da ESF, a programação
de ações e a execução de atividades juntamente à comunidade. (SOUZA, et. al., 2012).
Henriques, Rocha e Madeira (2010) afirmam que o enfermeiro julga o atendimento aos
adolescentes um trabalho árduo, pois, muitas vezes o mesmo não sabe lidar com a situação e
atribuem ao próprio adolescente o obstáculo no atendimento. Entende-se, pois, que a atenção
primária constitui-se como um importante e considerável espaço de atuação, no qual os
profissionais enfermeiros podem trabalhar desencadeando o estímulo às potencialidades do
adolescente, através do exercício da promoção da saúde, visando fazê-los capazes de cuidar
da sua saúde.
Os supracitados autores, destacam que é necessária uma comunicação satisfatória entre
enfermeiro e o adolescente, uma vez que o modo pelo qual os homens se expressam é de
grande importância no processo de entendimento. Portanto, a comunicação é elemento
fundamental na relação entre o profissional e o adolescente. Para a aceitação do adolescente
no espaço de saúde, é importante permitir que ele seja escutado e que possa expor suas ideias,
sentimentos e experiências, sendo respeitado e valorizado. (SANTOS, et.al., 2012).
Outra questão a ser evidenciada é que a relação existente entre o profissional e o
adolescente é permeada por conflitos e questionamentos. Por ser um sujeito em
transformação, seu atendimento é dificultoso.

2.12. Enfermagem E Gravidez na Adolescência


A gravidez da adolescência e como uma estratégia luta da adolescente para exerce
alguma forma de poder, justamente porque mostra ao seu meio social que ela realizou
justamente o que se espera dela naquele momento. As adolescentes buscam a gravidez para
adquirir valor social e, ao mesmo tempo, foi fundamental para a compreensão de que cuida na
adolescente implica considerar a adolescente um sujeito ativo em seu campo social.
(MATURANA 2011).
De acordo com Arcanjo et al (2016) é preciso conhecer, mas de perto a realidade da
gravidez na adolescência. Há questões muitas complexas que merecem atenção especial,
independentemente de quais motivos que levam a jovem engravidar é preciso prove de
serviço para adolescente. A capacidade dos provedores de serviços para adolescente deverá
incluir, além de aspectos técnicos, treinamento em técnica de comunicação.
26

Segundo Martins (2011) fica evidenciado que, embora as adolescentes grávidas e seus
filhos apresentem certa predisposição a vários fatores de risco, tanto biológico quantos
sociais, os serviços de saúde podem atuar de maneira decisiva através de medidas educativas,
preventivas e de acompanhamento pré-natal adequado com enfoque biopsicossocial, a fim de
prevenir e minimizar as intercorrências maternas.
Conforme Almeida et al (2008) a enfermeira como profissional capacitada para assistir
ao indivíduo em todas as etapas de vida, necessita estar inserida no Programa de Educação
Sexual das escolas, promovendo acções e programas voltados para a saúde do adolescente e
sua família os quais devem atender as reais necessidades de ambos. É fundamental que todos,
governo, profissionais de saúde e de educação, família, escola e sociedade não economizem,
não só para exercer sua sexualidade, mas, principalmente para exercer seus direitos com
responsabilidade, sendo respeitados e respeitando os outros.
A abordagem da humanização da assistência às adolescentes gestantes nos serviços de
saúde nos leva a refletir sobre questões fundamentais que podem orientar a construção das
políticas de saúde. Nesse contexto, podemos afirmar que humanizar é, então, ofertar
atendimento de qualidade, articulando os avanços tecnológicos com atitudes de acolhimento.
Deve ser encarada não somente como atendimento, mas também como planejamento de
políticas públicas que viabilizem a implantação e implementação de ações voltadas ao
enfrentamento da problemática (SANTOS, 2012).
No mesmo sentido de acordo com o Ministério da Saúde (2012), as formassem
estratégias de prevenção da gravidez e maternidade precoce, passam pela elaboração de
políticas de melhoria do acesso aos serviços de planeamento familiar, desenvolvimento de
acções dirigidas às adolescentes e os grupos mais vulnerados que apresentam piores
indicadores na área da saúde produtiva, reforço das actividades de educação nas áreas da
sexualidade e reprodução, nas escolas e com o apoio do serviço de saúde, utilizando a
abordagem de educação de pares formarem as adolescentes no domínio da saúde reprodutiva
para uma maior autonomia e tomada de decisão.

2.13. Consequência da gestação na adolescência


Durante a gestação precoce surge varias consequências a mãe e ao bebé, como:
emocionais; socioeconómicas.

2.13.1. Consequências emocionais


 Problema afectivo entre a mãe e o bebé;
27

 Diminuição de auto-estima na gravidez;


 Risco de depressão na jovem grávida.

2.13.2. As consequências socioeconómicas


 Baixo nível escolar e abandono de estudo;
 Dificuldade em encontrar emprego;
 Rejeição da jovem por parte da sociedade;
 Aumento da pressão para realizar o casamento.

2.13.3. As principais consequências para o bebé


 Prematuridade;
 Baixo peso ao nascer;
 Risco de má-formação;

2.14. Importância de boa alimentação durante a gestação


Os alimentos saudáveis são fundamentais para a vida da gestante e do seu filho. Mas
comer bem deve começar ainda antes, quando o bebe está no útero. Chamamos de um
ambiente gestacional favorável quando a estrutura fisiologia e metabolismo da criança são
formados de maneira mais saudável possível. Isso evita consequências futuras, como doenças
cardiovasculares, neuro degenerativas, obesidade e alergias alimentares. A alimentação da
grávida deve ser equilibrada em carbohidratos, proteínas, lipídeos, e em nutrientes (vitaminas
e minerais) (RIBEIRO, SANTANA, SANTOS & SILVA, 2014).
O mesmo autor afirma que o ferro é um mineral de extrema importância para o
desenvolvimento do feto. No terceiro trimestre da gestação essa necessidade aumenta ainda
mais, sendo comum o uso da suplementação a fim de evitar a anemia na mãe. O ferro
chamado "heme" é bem absorvido pelo nosso organismo. Presente principalmente na carne
vermelha. Por isso, mulheres vegetarianas devem ter um acompanhamento com uma
nutricionista. No entanto, é possível potencializar sua acção combinando esses alimentos com
outras fontes de vitamina C, como laranja, limão, frutas vermelhas e tangerina.

2.15. .Principais complicações


Segundo ANDRADE (2009), as complicações da gravidez podem afectar qualquer
mulher, mas as mais propensas são as que têm algum problema de saúde ou que não seguem
correctamente o pré-natal. As principais complicações de mães adolescentes são: doença
hipertensiva específica da gestação; anemia, diabetes gestacional, complicações no parto,
28

determinando aumento da mortalidade materna. Algumas das possíveis complicações que


podem surgir na gravidez são:
 Ameaça de parto prematuro: pode ocorrer quando a mulher passa por situações
stressantes ou faz muito esforço físico, por exemplo. Seus sintomas incluem:
Contracções antes das 37 semanas de gestação e corrimento gelatinoso que pode ou não
conter vestígios de sangue (tampão mucoso).
 Anemia ferropriva na gravidez: pode ocorrer se a mulher consumir poucos alimentos
ricos em ferro ou sofrer com a má absorção de ferro no intestino, por exemplo. Seus
sintomas incluem: Cansaço fácil, dor de cabeça e fraqueza.
 Diabetes gestacional: pode ocorrer devido ao consumo excessivo de açúcar ou fontes
de carbohidratos. Seus sintomas incluem: Visão turva ou borrada e muita sede.
 Eclampsia: pode ocorrer devido ao aumento excessivo da pressão sanguínea causado
pela má alimentação e falta de exercícios físicos. Seus sintomas incluem: Pressão
arterial acima de 140/90 mmHg, face ou as mãos inchadas e presença de uma
concentração anormalmente elevada de proteínas na urina.
 Placenta prévia: é quando a placenta recobre parcial ou totalmente a abertura do colo
do útero, impossibilitando o trabalho de parto normal. É mais comum em mulheres que
possuem miomas. Seus sintomas incluem: um sangramento vaginal indolor que pode ser
de cor vermelho vivo e inicia no final da gestação que pode ser leve ou intenso.
 Toxoplasmose: Infecção causada por um parasita chamado Toxoplasma gondi, pode ser
transmitida por animais domésticos como cães e gatos, e alimentos contaminados. A
doença não gera sintomas e é identificada num exame de sangue. Apesar de ser
potencialmente grave para o bebé, ela pode ser facilmente evitada com medidas simples
de higiene alimentar.
O mesmo autor realça afirma que pode-se evitar estas e outras complicações realizando
exames antes de iniciarem as tentativas para engravidar e realizar o pré-natal correctamente.
Assim a gravidez acontece normalmente, com muito menos risco de complicações, trazendo
alegria e paz para toda a família.
29

3. METODOLOGIA

3.1. Tipo de estudo


Será realizado um estudo observacional, descritivo e transversal. Estudo observacional,
é todo estudo que tem por base a mera observação do fenómeno biomédico ou social, não
existindo, por conseguinte, qualquer intervenção experimental sobre o homem sã ou doente
(ZASSALA, 2012).

3.2. Local de estudo


Será realizado no bairro Belo Monte, situado na província de Luanda, município do
Cacuaco.

3.3. População de Estudo


A população será constituída todos os moradores do bairro acima mencionado

3.3.1. Amostra
Trataremos de uma amostra probabilística de 50 moradores selecionados de forma
aleatória simples.

3.4. Critérios de Inclusão


Serão incluídos todos os moradores que apresentarem condições favoráveis em fazer
parte da nossa pesquisa;

3.5. Critérios de Exclusão


Serão excluídos todos os moradores que não apresentarem condições favoráveis em
fazer parte da nossa pesquisa;

3.6. Procedimentos éticos


O trabalho será submetido à aprovação do departamento da coordenação do curso de
enfermagem do ITPSAE, posteriormente será enviado um ofício a Comissão dos moradores
para o pedido de autorização do referido estudo e depois da autorização será explicado o
consentimento livre e esclarecido aos participantes para salvaguardar os princípios éticos e só
depois efetuar-se-á o referido inquérito.
30

3.7. Procedimentos de recolha de dados


Serão recolhidos por meio de uma entrevista usando uma ficha de inquérito, elaborado
com perguntas abertas e fechadas.
3.8. Análise e processamento de dados
Primeiramente, os dados serão tratados manualmente, em seguida as variáveis
codificadas e integradas em banco de dados no programa Microsoft Word, Excel e
apresentados em forma de tabelas através do programa Microsoft Power Point.

3.9. Variáveis em Estudo


3.9.1. Variáveis sociodemograficos
 Sexo, Idade e Categoria Profissional, tempo de serviço e formação contínua;
3.9.2. Variáveis de estudo

 Definição; Diferença entre Gravidez na Adolescencia e Indesejada;


 os principais factores que leva uma adolescente a engravidar;
 as consequências da gravidez no Adolescente e família ;
 Reação dos moradores no caso de gravidez na adolescência e as medidas de prevenção;
31

7.REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
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32

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APÊNDICE
36

Apêndice 1- Cronograma

ACTIVIDADES Mês
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio
Revisão
Bibliográfica

Montagem de
Projecto
Análise do
Material

Elaboração do
relatório final

Colecta de dados
Análise e
processamento
de dados
colectado
Defesa
37

Apêndice 2- Cronograma

VALOR VALOR TOTAL


RECURSOS QUANTIDADE UNITÁRIO EM EM KWANZAS
KWANZAS
1. R. HUMANOS
Técnico de
informática 40 páginas 200 800
Revisor de
português 40 páginas 50 2000
SUBTOTAL 2.800,00
2. R. MATERIAIS
Resma de papel A4 01 unidade 3500 3500
Esferográficas 01 unidades 100 100
Borracha 01 unidade 50 50
Pen-drive 03 unidade 4000 12000
Bloco de anotações 10 unidade 250 2500
SUBTOTAL 18.150,00
3. R. FINANCEIROS
Encadernação 3 exemplares 3000 9000
Alimentação 14.000,00
Transporte 10.000,00
SUBTOTAL 24.000,00
TOTAL 45.850,00
38

Apêndice 3- Termo de consentimento

REPÚBLICA DE ANGOLA
GOVERNO DA PROVÍNCIA DE LUANDA
GABINETE PROVINCIAL DA EDUCAÇÃO E SAÚDE
INSTITUTO TÉCNICO PRIVADO DE SAÚDE ANA ESTRELA

TERMO DE CONSENTIMENTO

O grupo de estudantes finalista do curso Médio Técnico de Enfermagem, do Instituto Técnico


Privado de Saúde Ana Estrela (ITPSAE), está a realizar um trabalho de fim do curso, que tem
como título: Conhecimentos, atitudes e práticas dos moradores do Bairro Belo Monte
sobre as medidas de prevenção da gravidez na adolescência, no período de Janeiro à
Maio 2023.

O presente trabalho científico destina – se para obtenção de título de Técnicos Médio de


Enfermagem.

Depois de esclarecido sobre o estudo, aceita responder o instrumento oferecido?

Sim ( ) Não ( )
O participante Assinatura do Autor
_____________________ _____________________
__

LUANDA, 2022
39

Apêndice 4- Ficha de inquérito

REPÚBLICA DE ANGOLA
GOVERNO DA PR OVÍNCIA DE LUANDA
GABINETE PROVÍNCIAL DA EDUCAÇÃO/ SAÚDE
INSTITUTO TÉCNICO PRIVADO DE SAÚDE ANA ESTRELA

PROJECTO TECNOLÓGICO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO

CURSO: TÉCNICO DE ENFERMAGEM

FICHA DE INQUÉRITO

Conhecimentos, atitudes e práticas dos profissionais de saúde do Hospital Munipal do


Cacuaco sobre as acções de saúde para evitar gravidez na adolescência. No período de
Janeiro à Maio 2023.

INQUÉ RITO
O presente inquérito é anónimo e confidencial, visa recolher informações sobre os
Conhecimentos, atitudes e práticas dos profissionais de saúde do Hospital Munipal do
Cacuaco sobre as acções de saúde para evitar gravidez na adolescência. No período de Janeiro
à Maio 2022.
Agradecemos que responda as questões com sinceridade e marque um X dentro do
quadrado a sua resposta.
Iº DADOS SOCIODEMOGRÁFICOS
1- Sexo:
a) Masculino
b) Feminino
2- Idade: __________
40

3- Nível académico:
a) Sem formação
b) Ensino primário
c) 1º Ciclo
d) 2º Ciclo
e) Ensino superior
IIº VARIAVEIS DE ESTUDO
1- O que entendes por Gravidez na Adolescencia?
a) É toda gravidez que surge sem os desejos do casal que pretende ter filhos no futuro ()
b) É toda gravidez que surge nas meninas menores de idade para ter filhos ( )
c) É toda gravidez que surge durante o plano do casal que deseja ter filhos ( )
2- Existe diferença entre gravidez na Adolescencia e indesejada?
a) Sim ( )
b) Não ( )
3- As alineas abaixo assinala com x os factores que levam uma adolescente engravidar?
a) Baixo nível de escolaridade ( )
b) Gravidez indesejada ( )
c) Casamento Precoce ( )
d) A cultura Familiar ( )
e) Início Sexual Precoce ( )
f) Outras razões ( )
4- Quais são as consequências da gravidez na Adolescencia/família?
a) Aborto espontâneo ( )
b) Risco de morte materna e neonatal ( )
c) Sentimento de culpa ( )
d) Depressão ( )
e) Prematuridade ( )
f) Consequências socioeconómicas:(Baixo nível de escolaridade, Dificuldade de encontrar
emprego, Exclusão social, Dependência financeira) ( )
g) Outras ( )
5- Quais foram ou têm sido as suas atitudes ou práticas diante de uma adolescente
grávida?
a) Incentivar a interrupção ou aborto ( )
b) Cuidar da gravidez ( )
41

c) Incentivar as consultas pré-natal ( )


d) Levar a adolescente para educação a saúde no sentido da adolescente optar por um estilo
de vida saudável ( )
6- Como Evitar a Gravidez na Adolescencia
a) Educação Sexual ou Palestra sobre Sexologia ( )
b) Usar metodo contraceptivo ( )
c) Nenhuma Esta Certa( )
d) Outros ( )

Luanda aos______/______/2023

O pesquisador O participante
_________________________ ___________________________
42

ÂNEXO

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