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Curso de especialização Saúde da Família

Fatores culturais que influenciam a


sexualidade na adolescência

Autor : Letícia de Souza Defácio

Provab

Orientador: Fernanda Cenci Queiroz

São Paulo 2014


SUMÁRIO

1. Introdução

1.1 Identificar e apresentar o problema............................................................3-5

1.2 Justificar a intervenção .................................................................................5

2. Objetivos

2.1 Geral .............................................................................................................6

2.2 Específicos ....................................................................................................6

3. Metodologia

3.1 Sujeitos envolvidos no benefício da intervenção ..........................................7

3.2 Cenário da intervenção .................................................................................7

3.3 Estratégias e ações ......................................................................................7

3.4. Avaliação e Monitoramento .........................................................................7

4. Resultados Esperados .................................................................................8

5. Cronograma ...................................................................................................9

6. Referências ..................................................................................................10
1. Introdução
1.1 Identificação e apresentação do Problema

Atualmente, dados mostram que a gravidez na adolescência vem aumentando


a cada dia, especialmente em países pobres. Apesar de esta frequência ser em
grupos mais pobres, este fenômeno vem acontecendo em todos os grupos
populacionais, porém as consequências são piores nos adolescentes vindos de
famílias pobres. (1)

Antigamente engravidar na adolescência era muito comum, porém hoje em dia


(2)
é considerado problema de saúde pública.

Segundo o estatuto da criança e do adolescente, o adolescente é todo


indivíduo com idade entre 12 e 18 anos. E para a Organização mundial de
Saúde (OMS), é entre 10 e 19 anos.

Gravidez na adolescência dos que já possuem uma situação de pobreza,


ultrapassa a simples constatação de riscos, pelo fato de, simplesmente já
existir os riscos envolvidos com a baixa condição socioeconômica. É preciso ter
uma teoria para avaliar a complexidade da gestação dessas adolescentes que
vivenciam estes riscos constantemente. O resultado de sua pesquisa diz que a
gravidez durante a adolescência, por si só, não é fator de risco, nem de
proteção. A baixa situação econômica aumenta a vulnerabilidade e a
exposição aos comportamentos sexuais de risco. Porém não significa que a
condição sócio econômica, seja motivo para não uso de métodos
anticoncepcionais, a iniciação sexual precoce e a gravidez na adolescência e
vice-versa. (3)

Conhecer a idade da iniciação sexual para cada sexo permite organizar ações
educativas com foco na vida sexual e reprodutiva saudável. Os programas de
prevenção à gravidez e doenças sexualmente transmissíveis precisam ser
ofertados e acessíveis nesses contextos. Por isso, também cabem à escola e a
família retomar o cuidado e orientar os adolescentes nas estratégias de
prevenção para minimizar os riscos. (3)

Os adolescentes tem dificuldade em procurar os pais para perguntar sobre


sexualidade com medo de sofrer represálias. E os pais, por acharem que falar
sobre sexualidade irá induzir o adolescente a praticá-lo, preferem não falar do
assunto, esperam ter algum “sinal” que indique que a jovem descobriu a
sexualidade, porém sexualidade é uma questão que deve ser abordada mesmo
no início da adolescência para evitar a prática sexual desprovida, baseada em
informações inadequada de outros adolescentes. Geralmente, após a
percepção tardia da iniciação sexual, a mãe passa a conversar com a filha
sobre o assunto. Esta vivência das adolescentes, baseada em ideias falsas e
sem fundamentos, desencadeiam consequências irreversíveis, como a
gravidez precoce e/ou a contração de alguma doença sexualmente
transmissível. (4)

Nas ações com adolescentes, seja na escola, nas oficinas, nas consultas de
enfermagem ou mesmo nas conversas informais, o tema de maior interesse
entre eles era a sexualidade, a partir da descoberta de sua própria sexualidade
e das mudanças presentes nessa fase, como o desenvolvimento do seu corpo,
dos relacionamentos. Nesses contatos, observou-se a falta de experiência e a
resistência de alguns professores ou familiares em conversar sobre estes
assuntos. Considerou que os adolescentes relataram que seus interesses em
relação a sexualidade estão ligados a busca de um parceiro e a afetividade, e
relataram também sobre a preocupação com a prevenção de doenças
sexualmente transmissíveis e a gravidez na adolescência. Falaram também
sobre os conflitos que essa fase proporciona, como um momento de transição.
Nesta fase eles não querem ser tratados como crianças, desejam ter a
independência de um adulto. (5)

Hoje em dia os jovens tem mais facilidade para buscar informações, devido
aos meios de informação, como internet, livros, revistas. Porém a discussão
com pessoas capacitadas continua sendo a forma mais indispensável para
ajudá-los no entendimento sobre sexualidade. E também é importante que a
educação sexual seja abordada em conjunto pela escola, família e a rede de
saúde, com todos tendo a mesma linguagem e preocupação com este tema. E
a pretensão é mostrar caminhos que minimizem suas dúvidas, porém se deve
problematizar este assunto para que busquem alternativas responsáveis diante
de seus interesses. (5)
Relatou também que os adolescentes sentiram-se a vontade para falar, e que
foi a primeira vez que tiveram como esclarecer suas dúvidas e serem
escutados. Muitos disseram que já haviam participado de palestras monótonas
onde somente os palestrantes falavam, sem que pudesses perguntar algo.
Ressaltou também a importância de construir uma critica entre os
(5)
adolescentes, que ajuda a desenvolver suas identidades.

1.2 Justificativa da intervenção

A adolescência é uma fase em que ocorrem mudanças biopsicossociais,


especialmente relacionadas à maturação sexual.

Sexualidade é um tema Cercado de tabus, pois devido a sua relevância,


deveria ser um tema discutido entre adultos e adolescentes, entretanto, os
adultos e familiares acabam acreditando que, o dever de discutir e ensinar
sobre este tema é da escola, ou dos serviços de saúde. Onde acaba resultando
que, os adolescentes, por serem inexperientes, acabam discutindo o tema com
outros adolescentes também inexperientes, contribuindo para a prática do sexo
inseguro e desprotegido. Também existe a forte influência cultural, que impede
(4)
que este tema seja discutido abertamente entre familiares.

Os resultados também mostraram a necessidade de considerar os fatores de


risco e criar um fortalecimento da rede de prevenção e as ações tenham
repercussão no desenvolvimento desses. (3)

Os resultados mostraram a importância da realização de atividades voltadas


para educação sexual, não somente com os adolescentes, porém também com
os familiares, focalizando crenças, mitos e tabus, mostrando que estes valores
(4)
exercem forte influencia sobre o comportamento de seus filhos.
2. Objetivos

2.1 Objetivos Gerais:

Promover educação em saúde com adolescentes da unidade de saúde.....


sobre gravidez na adolescência e doenças sexualmente transmissíveis

2.2 Objetivos específicos:

Localizar os fatores culturais que influenciam a sexualidade na adolescência


nesta área de abrangência

Mostrar quais fatores culturais podem influenciar a sexualidade na


adolescência.

Realizar intervenção em saúde a fim de minimizar este problema nesta região


3. Metodologia

3.1 Sujeitos envolvidos no benefício da intervenção

Irá tratar de um projeto de intervenção, será realizada no período 2015. Irão


participar como sujeitos do estudo mulheres da unidade de saúde, que
iniciaram sua sexualidade precocemente.
Os Dados serão obtidos através de entrevista, realizada na unidade, seguindo
roteiro preestabelecido, onde o objetivo será mostrar qual a percepção dos
mesmos sobre o assunto.

3.2 Cenário da intervenção

O estudo será realizado no Centro de saúde escola, uma unidade mista (UBS e
ESF) localizado no município de Santo André - São Paulo. Credenciado ao
SUS – Sistema Único de Saúde. Este local possui a colaboração de médicos,
enfermeiros, técnicos/ auxiliares de enfermagem, agentes comunitário de
saúde na equipe de estratégia de saúde da família.

3.3 Estratégias e ações

Serão elaborados grupos de sexualidade para os adolescentes, com ou sem


início de vida sexual, e também para seus familiares de uma determinada área
de abrangência. Nestes grupos serão trabalhados temas voltados para a
educação em saúde e sexualidade.

Também será possível realizar o agendamento de atendimento individual para


aqueles que não se sentirem seguros em esclarecerem suas dúvidas diante um
grupo de pessoas.

3.4. Avaliação e Monitoramento

Será aplicado um questionário com perguntas voltadas para os conhecimentos


da sexualidade, gravidez e doenças sexualmente transmissíveis antes dos
grupos e após estes, para avaliar a eficácia da ação realizada.
4. Resultados Esperados

Primeiramente espera-se o levantamento de dados para confeccionar e


implantar um diagnóstico educativo, visando retardar o início precoce da
sexualidade, identificando o fator cultural onde prevalece e aumentam estes
índices de gravidez na adolescência e prevenir as doenças sexualmente
transmissíveis.
Posteriormente a intervenção de trabalhos em grupos espera-se que esta
estratégias de saúde pública possam minimizar a incidência de gravidez na
adolescência e também reduzir os casos de DSTs entre jovens desta área de
abrangência
5. Cronograma

Atividades Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar


Elaboração do projeto x x x x x x
Aprovação x
Revisão bibliográfica x x x x x x
Coleta de dados x x x x x x
Discussão e análises dos X
resultados
Revisão final e digitação x x
Entrega de trabalho final x
Apresentação do x
Trabalho
6. Referências

1- Hoga LAK, Borges ALV, Reberte LM. Razões e Reflexos da gravidez na


adolescência: narrativas dos Membros da Família. 2010;14(1): 151-7.

2- Chalem E, Mitsuhiro SS, Ferri CP, Barros MCM, Guinsburg R , Laranjeira R.


Gravidez na adolescência: perfil sócio-demográfico e comportamental de uma
população da periferia de São Paulo, Brasil. Cad Saude Publica 2007 Jan;
23(1): 177-78.

3- Santos EC, Paludo SS, Schiro EDB, Koller SH. Gravidez na adolescência:
analise contextual de risco e proteção.2010: 73-85.

4- Sousa LB, Fernandes JFP, Barroso MGT. Sexualidade na adolescência:


análise da influência de fatores culturais presentes no contexto
familiar.2006;19(4):408-13.

5- Freitas KR, Dias SMZ. Percepções de adolescentes sobre sua


sexualidade.2010;19(2):351-7.

6- BeserraEP, pinheiro PNC, Barroso MGT. Ação educativa do enfermeiro na


prevenção de doenças sexualmente transmissíveis:uma investigação a partir
das adolescentes Esc Anna Nary Reve Enferm 2008 set;12(3): 522-28

7- Borges ALV, Latorre MRDO, Schor N. Fatores associados ao início da vida


sexual de adolescentes matriculados em uma unidade de saúde da família da
zona leste do município de São Paulo, Brasil. Cad Saude Publica2007
jul;23(7):1583-94.

8- Taquette SR. Sexo e gravidez na adolescência: estudo de antecedentes


biopsicossociais [ Dissertação de mestrado]. Ribeirão Preto: Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo; 1991.

9- Gama SGN, Szwarcwald CL, Leal MC.Experiência de gravidez na


adolescência, fatores associados e resultados perinatais entre puérperas de
baixa renda. Cad Saúde Pública 2002;18:153-61.

10- Borges, A. & Schor, N. Tragetória afetivo-amorosas e perfil reprodutivo de


mulheres adolescentes residentes no município de São Paulo. Revista
Brasileira de Saúde Materno Infantil, 5(2), 163-170.

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