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19/03/2024, 11:57 Fitoquímica - Núcleo de Estudos e Pesquisas de Plantas Medicinais

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Plantas Medicinais
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Estudo Fitoquímico
A fitoquímica é a área responsável pelo estudo dos princípios ativos de drogas vegetais. Esses princípios ativos são chamados de
metabólitos secundários ou metabólitos especiais, os quais fazem parte do metabolismo dos vegetais, conferindo proteção para as
plantas (proteção contra ataques de insetos e herbívoros, contra a radiação ultravioleta, proteção contra doenças, etc.). Além disso,
os metabólitos secundários possuem atividade biológica, oferecendo benefícios também à saúde humana.

É uma área de atuação de químicos, farmacêuticos, biólogos e botânicos, e tem como objetivo a extração, isolamento, purificação e
determinação da estrutura química dos constituintes presentes em extratos de plantas com atividade biológica. Entre as classes de
princípios ativos vegetais podemos citar: alcaloides, cumarinas, esteroides, flavonoides, glicosídeos cardioativos, lignanas, óleos
essenciais, saponinas, triterpenos, entre outros. Os métodos comumente usados para a extração, isolamento e purificação dos
constituintes químicos dos extratos e óleos essenciais são os métodos cromatográficos clássicos como a cromatografia de adsorção
em coluna, cromatografia de partição, cromatografia de exclusão molecular, cromatografia em camada delgada; e os métodos
modernos como a cromatografia gasosa (CG), cromatografia líquida (CL) e cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). O uso de
técnicas hifenadas como a cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (CG-EM ou do inglês GC-MS),
cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas (CL-EM ou do inglês LC-MS) e cromatografia líquida de alta eficiência
acoplada a detector de arranjo de diodos (CLAE-DAD ou do inglês HPLC-DAD) também tem sido bastante empregado.

Para a determinação da estrutura química dos compostos são usados métodos como espectrometria no ultravioleta (UV),
espectrometria no infravermelho (IV), espectrometria de massas (EM) e espectrometria de ressonância magnética nuclear (RMN),
utilizando métodos uni e bidimensionais (COSY, HMQC, HMBC, NOESY, entre outros).

No início dos estudos, informações da medicina popular são importantes, no intuito de nortear o estudo fitoquímico. Muito embora,
haja ainda uma ampla gama de plantas medicinais de uso tradicional que não foram investigadas, levando ao conhecimento dos
seus componentes químicos, o que reforça ainda mais a necessidade do estudo fitoquímico das diversas espécies vegetais
encontradas na natureza.

Preparação dos extratos

A preparação dos extratos vegetais visa o isolamento de constituintes químicos. Para isso, inúmeras metodologias podem ser
utilizadas, sendo que um dos métodos considerados mais adequados para a análise química-farmacológica é a preparação de um
extrato hidroalcoólico (etanol/água), por se aproximar do uso popular. Os extratos também podem ser obtidos com álcool etílico,
metanol ou solventes de diferentes polaridades (hexano, éter etílico, éter de petróleo, diclorometano, clorofórmio, acetato de etila, n-
butanol, entre outros).

Posteriormente à extração por maceração ou percolação, as soluções extrativas são filtradas e, em seguida, o solvente é evaporado
em evaporador rotativo (rotavapor), para posterior análise fitoquímica qualitativa.

Prospecção dos constituintes da planta (triagem fitoquímica preliminar)

Esta triagem procura sistematizar ou rastrear os principais grupos de constituintes químicos que compõem um extrato vegetal. É um
exame rápido e superficial através de reagentes de coloração ou precipitação que irão revelar ou não a presença de metabólitos
secundários em um extrato. A triagem fitoquímica preliminar, com vistas ao estabelecimento da possível natureza química dos
compostos existentes pode ser realizada com diversos extratos. São realizados testes para as classes específicas de constituintes
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químicos, tais como saponinas, esteroides, triterpenoides, alcaloides, flavonoides, taninos, etc.

Cromatografia

Cromatografia em Coluna

A cromatografia é um método físico-químico de separação. Ela está fundamentada na migração diferencial dos componentes de
uma mistura, que ocorre devido a diferentes interações, entre duas fases imiscíveis, a fase móvel e a fase estacionária. A
cromatografia pode ser utilizada para a identificação de compostos, por comparação com padrões previamente existentes, para a
purificação de compostos e para a separação dos componentes de uma mistura.

Em se tratando da fase móvel, são três os tipos de cromatografia: a cromatografia gasosa, a cromatografia líquida e a cromatografia
em fluido supercrítico (CSC), usando-se na última um vapor pressurizado, acima de sua temperatura crítica. A cromatografia líquida
apresenta uma importante subdivisão: a cromatografia líquida clássica (CLC),na qual a fase móvel é arrastada através da coluna
apenas pela forçada gravidade, e a cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), na qual se utilizam fases estacionárias de
partículas menores, sendo necessário o uso de uma bomba de alta pressão para a eluição da fase móvel. No caso de fases móveis
gasosas, separações podem ser obtidas por cromatografia gasosa (CG) e por cromatografia gasosa de alta resolução (CGAR).

As separações cromatográficas se devem à adsorção, partição, troca iônica, exclusão ou misturas desses mecanismos. Para se ter
uma visão mais ampla dos diferentes tipos de cromatografia, os mesmos estão dispostos no diagrama da Figura 1.

Figura 1. Representação esquemática dos diferentes tipos de cromatografia.

​Cromatografia líquida clássica (CC)

Esta técnica é muito utilizada para isolamento de produtos naturais e purificação de produtos de reações químicas. As fases
estacionárias mais utilizadas são sílica gel e alumina, entretanto estes adsorventes podem servir simplesmente como suporte para
uma fase estacionária líquida. Fases estacionárias sólidas levam à separação por adsorção e fases estacionárias líquidas por
partição. A Fig. 2 ilustra uma coluna cromatográfica empacotada com sílica.

Figura 2. Ilustração de uma coluna cromatográfica

Cromatografia em Camada Delgada (CCD)

A cromatografia em camada delgada (CCD) é uma técnica de adsorção líquido–sólido. Nesse caso, a separação se dá pela
diferença de afinidade dos componentes de uma mistura pela fase estacionária. Por ser um método simples, rápido, visual e
econômico, a CCD é a técnica predominantemente escolhida para o acompanhamento de reações orgânicas, sendo também muito
utilizada para a purificação de substâncias e para a identificação de frações coletadas em cromatografia líquida clássica. O
parâmetro mais importante a ser considerado em CCD é o fator de retenção (Rf), o qual é a razão entre a distância percorrida pela
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substância em questão e a distância percorrida pela fase móvel (Fig.3).

Figura 3. Esquematização de um cromatograma obtido por CCD.

As amostras a serem analisadas por CCD devem ser diluídas, geralmente entre 1 a 2% em solvente volátil, e aplicadas sobre a
placa com o auxílio de um capilar de vidro, a cerca de um centímetro da base da placa (fase estacionária). A placa então é
introduzida numa cuba cromatográfica contendo a fase móvel adequada. (Fig. 4).

Figura 4. Esquema das etapas operacionais da CCD (TLC)

A cromatografia se desenvolve com a fase móvel migrando através da fase estacionária por ação da capilaridade, a este processo
chama-se "corrida". Ao ascender, o solvente irá arrastar mais os compostos menos adsorvidos na fase estacionária, separando-os
dos mais adsorvidos. Assim, a partir de uma única mancha, obtém-se um cromatograma com várias “manchas”, tantas quantas os
componentes da mistura. Como a maioria dos compostos orgânicos é incolor, faz-se necessária a utilização de um processo de
revelação para que se possa analisar o resultado obtido via CCD.

Para conhecer mais um pouco sobre os métodos cromatográficos, sugerimos a leitura do artigo Cromatografia: um breve ensaio, publicado na Revista Química
Nova na Escola, n. 7, 1998. Clique aqui

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