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Serviço Público Federal

Ministério da Educação
Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do
Sul

INSTITUTO DE QUÍMICA

QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I

DANIELA SAORY YAMAGUCHI DA SILVA

RELATÓRIO Nº 1
EXTRAÇÃO DE PIGMENTOS VEGETAIS E CROMATOGRAFIA

Professor: Dr. Jamal Rafique

Campo Grande - MS
2019
RESUMO

A cromatografia é um método físico-químico de separação dos componentes de


uma mistura. Baseia-se nas diferentes distribuições destes componentes em
duas fases: uma fase estacionária, que nesse experimento é tida com sílica-gel,
e uma fase móvel, onde foi utilizado solventes como hexano, metanol e acetona.
O objetivo do experimento é a obtenção dos pigmentos vegetais do espinafre
(Spinacia oleracea), a clorofila, extrato de cor verde e os carotenoides, cor
amarelada, expostos a luz ultravioleta e vapores de iodo para serem melhor
observados.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 4

2 OBJETIVOS.................................................................................................... 4

2.1 Objetivo geral .............................................................................................. 4

2.2 Objetivos específicos ................................................................................... 4

3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL .............................................................. 5

3.1 Materiais....................................................................................................... 5

3.2 Métodos ....................................................................................................... 6

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................... 8

5. CONCLUSÃO ................................................................................................ 9

REFERÊNCIAS ............................................................................................... 10
1 INTRODUÇÃO

Extração é uma operação que tem por objetivo separar substancias de um


material sólido ou líquido que os contém. Implica no tratamento do material bruto
com um solvente apropriado que deverá dissolver preferencialmente a substancia
desejada. Podendo ser obtida por diversos processos de extração, bem como:
percolação, decocção, extração contínua e a cromatografia.
A extração de produtos naturais e sua separação cromatográfica podem ser
utilizadas para ilustrar vários fenômenos envolvendo interações moleculares ou
forças intermoleculares. Uma coluna cromatográfica clássica é constituída
basicamente por uma fase estacionária, empacotada em um tubo, e uma fase
móvel ou eluente (COLLINS et al, 2006). Existem várias técnicas cromatográficas
que são o resultado de combinações entre diferentes fases estacionárias e fases
móveis (DEGANI et al, 1998). Uma destas técnicas é a cromatografia em camada
delgada, que é utilizada na separação de substâncias hidrofóbicas. Entre as fases
estacionárias utilizadas, a sílica é a mais comum. E também a cromatografia em
coluna, que dependendo do tamanho da coluna utilizada, é facilmente aplicada
para fins preparativos, monitorada por cromatografia em camada delgada.

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Obtenção de pigmentos vegetais por meio de técnicas de purificação de


substâncias.

2.2 Objetivos específicos

• Extração de pigmentos vegetais do espinafre (Spinacia


oleracea).

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• Utilização da técnica de cromatografia em camada delgada
e cromatografia em coluna.

3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

3.1 Materiais
Reagentes
• Acetona;
• Álcool metílico;
• Folhas de espinafre fresco (50 gramas);
• Hexano;
• Sílica-gel;
• Vapores de iodo.

Instrumentos e Vidrarias utilizados:

• Algodão;
• Almofariz e pistilo;
• Balança semi-analítica;
• Béquer;
• Capilares de vidro;
• Centrífuga;
• Coluna de vidro;
• Cuba;
• Erlenmeyer;
• Funil de vidro;
• Luz ultravioleta;
• Pipeta de Pasteur;
• Placa de sílica-gel ativada;
• Tubo de ensaio.

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3.2 Métodos

I) Montou-se a aparelhagem para a extração por cromatografia em coluna


conforme mostrado na apostila de Química Orgânica- Experimental 1 (fig.1);
II) Adicionou-se na balança 50 gramas de folhas frescas de espinafre, das
quais foram removidas as nervuras centrais;
III) Cortou-se as folhas em pedaços pequenos, adicionando ao almofariz,
juntamente com 5mL de Acetona, maçerando-se com pistilo;
IV) Adicionou-se outra porção de acetona, amassando até que as folhas se
fragmentaram em partículas minúsculas;
V) Em seguida, transferiu-se o conteúdo para um tubo de centrifugação (tubo
de ensaio) e foi colocado na centrífuga para misturar;
VI) Com uma pipeta de Pasteur, foi removida a parte superior do extrato, sem
retirar o material particulado do fundo do tubo de ensaio.

Cromatografia em coluna
VII) Inicialmente, adicionou-se um pequeno chumaço de algodão para evitar
a saída da fase estacionária pela torneira;
VIII) Como fase estacionária utilizou-se 1,5 gramas de sílica gel (em hexano
por 20 minutos) empacotados em uma coluna de vidro;
IX) Empacotou a fase estacionária e adicionou-se o solvente inicial a coluna
(Hexano), equilibrando-a;
X) Transferiu-se a amostra diluída ao topo da coluna, abrindo a torneira até o
eluente atingir o nível do recheio. Foi coletada a banda amarela quando saiu da
coluna;
XI) Utilizou-se um gradiente de polaridade crescente para a eluição da
coluna. Com 10 mL de hexano; 10 mL de uma mistura de hexano:acetona na
proporção 1:1; 10 mL de acetona e 10 mL de álcool metílico;
XII) Mudou-se a fase móvel para acetona, coletou-se a banda verde.

Cromatografia em camada delgada


XIII) Aplicou-se com o auxílio de um capilar de vidro o extrato e as duas
soluções de pigmentos nas extremidades de uma placa de sílica-gel ativada;

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Após secar, colocou-se as placas nas cubas cromatográficas (fig.2), que
continham respectivamente:
Cuba A: fase móvel- acetona/hexano 1:4
Cuba B: fase móvel- acetona/hexano 1:11

XIV) Foi aguardado até o solvente atingir 1 centímetro antes do topo da placa;
XV) Retirou-se as placas das cubas e foram reveladas com luz ultravioleta e
vapores de iodo.

Figura 1: Aparelhagem utilizada na cromatografia em coluna

Figura 2: Método utilizado na cromatografia em camada delgada

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
As clorofilas e carotenoides são pigmentos envolvidos na fotossíntese, e ficam
armazenados nos cloroplastos que são as organelas onde ocorre o processo
fotossintético. Com o processo de maceração de tecidos vegetais com solventes
orgânicos polares, como acetona, ocorre o rompimento das ligações entre estas
moléculas e assim elas são liberadas destas estruturas celulares.
Além das clorofilas, há também os carotenoides, que têm este nome devido
estarem presentes em grande quantidade em cenouras (Daucus carota), já foram
descritos cerca de 600 tipos de carotenoides, entre eles um que se destaca é o
β-caroteno, que é um dos precursores da vitamina A ou retinol.

Figura 3.a: Estrutura química da clorofila Figura 3.b: Estrutura química arotenoide

Tabela 1. Propriedades físico-químicas dos reagentes


MASSA DENSIDADE PONTO DE PONTO DE
FÓRMULA
SOLVENTES MOLAR g cm-3 FUSÃO EBULIÇÃO
MOLECULAR
g mol -1 a 20ºC ºC ºC
Acetona
CH3COCH3 58,08 0,79 -95 56
Álcool metílico CH4O 32,04 0,79 -98 65
Hexano
C6H14 86,18 0,66 -90 68
FONTE: Centro Nacional de Informações sobre Biotecnologia – PUBCHEM, acesso em 2019.

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Figura 4: Resultado cromatografia em camada Figura 5: Resultado da cromatografia em CCD

Pode-se perceber que a separação e purificação dos pigmentos utilizando a


técnica de cromatografia em camada foi eficaz. Na FIG. 4 é possível observar
claramente que os pigmentos foram separados adequadamente, pois na área
onde foi aplicada a amostra que deveria conter apenas clorofilas a única área
observada foi a que apresentava coloração verde, e na área onde foi aplicada a
porção que conteria os carotenos foi visualizada apenas uma região com
coloração amarela.

Após a eluição das placas, foi possível verificar duas áreas com colorações
distintas: amarela e verde. A coloração amarela se deve à presença de
carotenoides. A área com tonalidade verde é devido à presença de clorofilas a e
b. As clorofilas a e b possuem uma porfirina contendo magnésio em seu centro,
o que faz com que ela apresente interação mais forte com a fase estacionária
(FONSECA; GONÇALVES, 2004). Dessa forma, elas têm tendência a ficar mais
retidas, enquanto os carotenos tendem a eluir mais rapidamente, ficando
localizados na parte superior da placa, conforme pode ser observado na FIG. 5.

5. CONCLUSÃO

Neste trabalho percebeu-se que com o uso de materiais simples, como folhas
vegetais, é possível preparar aulas práticas interessantes, obtendo bons
resultados no ensino de cromatografia em camada e de cromatografia em
camada delgada. Nessa prática, pode-se combinar ainda com a discussão de
outros temas, como a importância desses pigmentos para as plantas, abordando
também fenômenos envolvendo interações intermoleculares.

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REFERÊNCIAS

1 CAMPOS, R. C. Extração dos pigmentos do espinafre e separação em coluna


de açúcar comercial. Química nova na escola, N.20, 2010. Disponível
em:http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc20/v20a10.pdf
2 Centro Nacional de Informações sobre Biotecnologia. Banco de Dados
Composto PubChem; CID =887, Metanol. Site. Disponível em: <
https://pubchem.ncbi.nlm.nih.gov/compound/887> (acessado em 10 de
outubro de 2019).
3 Centro Nacional de Informações sobre Biotecnologia. Banco de Dados
Composto PubChem; CID =318692120, Acetona. Site. Disponível em: <
https://pubchem.ncbi.nlm.nih.gov/substance/318692120> (Acesso em 10 de
Outubro de 2019).
4 Centro Nacional de Informações sobre Biotecnologia. Banco de Dados
Composto PubChem; CID =8058, Hexano. Site. Disponível em: <
https://pubchem.ncbi.nlm.nih.gov/compound/8058> (Acesso em 10 de
Outubro de 2019).
5 COLLINS, C. H.; BRAGA, G. L.; BONATO, P. S. Fundamentos de
cromatografia. Campinas: Editora da UNICAMP, 2006.
6 DEGANI, A. L. G.; CASS, Q. B.; VIEIRA, P. C. Cromatografia: um breve
ensaio. Química Nova na Escola, São Paulo, n. 7, 1988. Disponível em: .
Acesso em: 20 jun. 2015.
7 Departamento de química- UFSC. QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL
A,2006.Site.Disponívelem:<https://qmc.ufsc.br/organica/docs/qmc5230_2_a
postila2006_2.pdf> (Acesso em 26 de setembro de 2019).
8 FONSECA, S. F.;GONÇALVES, C. C. S. Extração de pigmentos do espinafre
e separação em coluna de açúcar comercial. Química Nova na Escola, São
Paulo, n. 20, p. 55-58, nov. 2004. Disponível em: . Acesso em: 30 jul. 2015.

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