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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA


INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE
SANTA CATARINA
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE LINGUAGEM, TECNOLOGIA,
EDUCAÇÃO E CIÊNCIA
CURSO TÉCNICO INTEGRADO DE QUÍMICA

Cromatografia em Coluna

Florianópolis, Abril de 2016


Albert St. John
Alexandra Melo

Cromatografia em Coluna

Relatório apresentado à
disciplina Análise Instrumental
II, do Curso Técnico Integrado
de Química, do Instituto Federal
de Educação, Ciências e
Tecnologia de Santa
Catarina-IFSC.
Profo Eduardo Niehues

Florianópolis, Abril de 2016


Introdução
Para a separação de componentes de uma mistura, como na separação ou na
purificação de produtos de uma reação, é necessário previamente utilizar métodos
físico-químicos para realizar tal tarefa, exemplos são os processos de filtração,
decantação, destilação e as análises cromatográficas (Figura 1)¹.

Figura 1 Representação ilustrativa do funcionamento dos métodos de separação.

Especificamente a análise cromatográfica ou cromatografia é utilizado para


separação de compostos que possuem interações diferenciados com um solvente
(líquidos ou gás) e um adsorvente (sólido ou líquidos). Ou seja, a mistura que se
queira separa é solubilizado ou arrastado, caso for um fluído ou um gás,
respectivamente, por uma fase móvel (FM) por dentro de um adsorvente, sólido ou
líquido, conhecido como também a fase estacionária (FE) (Figura 2). Entre as
variações do método para separar diferentes compostos uma das outras, existe as
cromatografias em camada delgada (CCD) e cromatografia em papel (CP).²

Figura 2 Ilustração do funcionamento de uma cromatografia em CCD. Disponível em:


<http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfgRMAE/aula9cromatografia-pps?part=3>.

Na CCD a FM e a FE são, respectivamente, um solvente ou uma mistura deles


e um sólido que tenham uma afinidade com os compostos e quando a fase móvel
penetrar na fase estacionaria (Figura 2) os compostos de uma mistura irão se
separando por adsorção em uma situação ideal, ou seja. conforme a mistura seja
arrastada pela coluna os compostos terão interações eletrostáticas, ligações de
hidrogênio ou forças de Van de Waals diferenciadas, resultando na separação da
mistura em frações. Enquanto na CP a FM e a FE são líquidos e a separação ocorre
por partição, um composto solubiliza-se em um solvente mais que o outro (Figura 3).³

Figura 3 Imagem ilustrativa de uma cuba cromatográfica com um béquer. Disponível


em:
<http://alunosonline.uol.com.br/quimica/analise-cromatografica-ou-cromatografia.html>
.
Portanto, tem-se como objetivo nessa prática separar os pigmentos de
espinafre utilizando os métodos cromatográficos explicados acima.
Materiais e Solventes

Materiais Solventes
● Béqueres de 100 mL e de 250 ● Éter de petróleo
mL

● Espátula ● Acetona

● Placa de aquecimento

● Papel absorvente

● Almofariz e pilhão

● Provetas de 10 mL e de 50 mL

● Pipetas graduadas de 10 mL

● Coluna cromatográfica

● Pipeta de Pasteur

● Funil

● Placa cromatográfica

● Suporte Universal

● Algodão
Procedimento Experimental

Preparação da amostra
Ferveu-se 50 g de folhas de espinafre, das quais as nervuras centrais foram
removidas, em 10 ml de água destilada, por 2 minutos. Após o resfriamento
decantou-se o líquido e secou-se com folhas de papel absorvente. Colocou-se as
folhas em um almofariz com uma mistura de acetona e éter de petróleo (4:1),
triturou-se até obter uma solução verde, decantou-se a solução para uma proveta de
10 ml.

Preparação da coluna
Colocou-se um chumaço de algodão dentro da coluna próximo a torneira e,
com a torneira fechada, colocou-se 10 ml de éter de petróleo no tubo. Em um béquer
de 100 ml, colocou-se 8 g de sílica e adicionou-se éter de petróleo até perfazer o
volume de 20 ml. Transferiu-se a suspensão para a bureta com o auxílio de um funil e
com a torneira aberta, permitir o empacotar a sílica.

Separação dos pigmentos


Deixou-se escoar o eluente até a camada superior ficar com aproximadamente
0,5 cm de altura, adicionou-se a solução de 2 ml da solução de pigmentos a separar.
Abriu-se a torneira para a amostra penetrar na sílica, coletou-se o eluente em um
erlenmeyer, até que restasse 0,1 cm de líquido acima da coluna de sílica.
Iniciou-se a eluição com a mistura de éter de petróleo, recolhendo o eluente em
um béquer. Distinguiu-se a descida de um anel amarelo (carotenos) ao longo da
coluna, mantendo-se na parte superior um anel verde. Recolheu-se para o béquer a
banda amarela. Após recolher a banda amarela trocou-se o eluente para a acetona,
até observar a desaparição da banda verde na FE.
Resultados e Discussão
Durante preparação do extrato das folhas de espinafre conseguiu-se extraí as
substâncias orgânica de interesse, visto que na adição da mistura de solvente ao
almofariz a coloração transparente passou a ser esverdeada. Logo com a adição do
éter de petróleo, na coluna cromatográfica, ocorreu a separação de dois anéis, um de
coloração verde e outro amarela. O anel de coloração amarelo permaneceu na parte
inferior a banda verde, como bem podemos observa na Figura 4.

Figura 4 Coluna cromatográfica.

Ao iniciar a eluição com o éter de petróleo, recolhendo o eluente em um


béquer, não foi possível visualizar de forma clara o solvente arrastando o anel amarelo
através da coluna, por conta da utilização de uma coluna muito grossa quando
relacionada a quantidade de produto a ser purificada. Entretanto, depois de repetir a
eluição algumas vezes, com éter de petróleo percebeu-se a apenas a diminuição do
anel amarelo na coluna, caracterizando o mesmo como o caroteno (figura 5), devido a
sua interação com o solvente também de característica apolar, interagindo menos com
a fase estacionária e mais com a fase móvel. E observou-se por CDD, uma especie de
cor amarela acima de uma de cor verde representando, respectivamente, o
betacaroteno e a clorofila.

Figura 5 Betacaroteno Disponível em:


<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0366-69132014000200002>.
Em seguida, eluiu-se o anel de coloração verde com a acetona como FM, por
estarmos tratando com uma substancia e um solvente orgânico polar, visto na CDD
anterior que a coloração verde possuía um fator de retenção (Rf) muito baixa.
Portanto, sabendo que a substância retida trata-se ser a clorofila (Figura 6) e que
observa-se centros polares (ligações carbono e oxigênio) na sua estrutura, a acetona
(FM) e a substância apresentarão interações mais forte que a interação clorofila e a
sílica.

Figura 6 Estrutura da clorofila α Disponível em:


<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422010000200005>

Conclusões
Por meio da técnica de cromatográfica em coluna foi possível extrair a clorofila
e o caroteno presentes no espinafre, devido a diferença de polaridade entre as duas
substâncias, sendo assim, cada uma foi adsorvida de forma diferente quando
adicionada um eluente apolar e polar. A adição de um eluente apolar, o éter de
petróleo, interagiu de forma mais eficiente com o caroteno, logo esta substância foi a
primeira a ser extraída e a acetona extraiu a clorofila, por ambos serem polar.
Porém, durante a adição do éter de petróleo não observou-se a descida da
banda amarelada, por conta da utilização de uma coluna muito espessa para uma
pequena quantidade de produto, dificultando a visualização da banda.

Referência bibliográfica
1. FOGAÇA, Jennifer Rocha Vargas. Separação de misturas. Disponível em:
<http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/separacao-misturas.ht
m>. Acesso em: 08 maio 2016.
2. DEGANI, Ana Luiza G.; CASS, Quezi B.; VIEIRA, Paulo C.. Cromatografia:
Um breve ensaio. Disponível em:
<http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc07/atual.pdf>. Acesso em: 08
maio 2016.
3. LABVIRTUAL. Cromatografia: Fundamentos. Disponível em:
<http://labvirtual.eq.uc.pt/siteJoomla/index.php?Itemid=451&id=103&op
tion=com_content&task=view>. Acesso em: 08 maio 2016.

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