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Físico-Química Experimental II
Resumo
Para ocorrer reações químicas entre duas substâncias na mesma solução é preciso
fornecer certa quantidade de energia para favorecer o encontro e a colisão entre elas. Por isso,
é necessário experimentos para se determinar a energia de ativação das reações. No
experimento realizado, foram misturadas quatro soluções, iodeto de potássio, peróxido de
hidrogênio, tiossulfato de sódio e amido, além do acido sulfúrico agindo com catalisador, com
intuito de se verificar experimentalmente a energia de ativação. O resultado obtido foi de
1. Introdução
A ocorrência de uma reação química está relacionada com o contato entre as moléculas
reagentes e a uma energia mínima necessária - a energia de ativação - para que ocorra a
reação e a formação de produtos, em termos de potencial em um passo intermediário da
reação necessário para que ocorra a transformação dos reagentes em produtos. A formação
dos produtos a partir dos reagentes é um processo gradual em que as ligações dos reagentes
são quebradas e ocorre a formação dos produtos.
Esse estado de formação é chamado de complexo ativado, sendo possível formular a
velocidade de reação em termos de propriedades dos reagentes e do estado de transição, no
qual as moléculas integrantes formam o complexo ativado, sendo a velocidade da reação o
número de complexos ativados que passam por segundo sobre o topo da barreira potencial
com uma energia mínima para a ocorrência da reação. Por exemplo, uma reação exotérmica
binária A + B = AB, o complexo ativado pode ser representado por AB*. Sendo o complexo
ativado superior à energia dos reagentes, a diferença entre a energia dos reagentes e da
energia do complexo ativado é denominada energia de ativação (ΔH*).
Para uma reação exotérmica onde se é fornecida energia para que seja superada a
energia de ativação e ocorra formação de produtos, o caminho da reação e sua energia de
ativação são demonstrados graficamente como no exemplo da figura abaixo:
Figura 1 - Representação gráfica de uma reação exotérmica demonstrando a energia de ativação para essa reação.
Quando uma reação é endotérmica, liberando energia para a formação dos produtos, seu
comportamento no caminho da reação é demonstrado de forma graficamente contrária à
reação exotérmica, fornecendo menos energia que o necessário para formação de produtos.
Figura 2 - Representação gráfica de uma reação endotérmica demonstrando a energia de ativação para essa reação.
Os catalisadores influenciam na velocidade de uma reação porque alteram a energia
envolvida na ocorrência da mesma; a energia de ativação necessária para que haja a formação
do complexo ativado a partir dos reagentes diminui, porque a presença do catalisador oferece
um caminho alternativo e menos energético para que a reação ocorra, e isto faz com que a
reação ocorra com maior velocidade.
Assim, a representação gráfica para uma comparação entre uma reação exotérmica
catalisada e a mesma reação não catalisada:
Figura 3 -Gráfico demonstrando a comparação energética entre uma reação exotérmica catalisada e uma reação
exotérmica não-catalisada.
A energia de ativação pode também ser aumentada com a adição de inibidores, que são
substâncias que diminuem a velocidade de reação. Um inibidor desvia um dos reagentes para
uma reação alternativa, de menor energia de ativação, sendo consumido preferencialmente
nesta reação do que na reação que ocorreria sem a presença do inibidor.
2. Objetivos
Determinar, a partir de dados experimentais, o valor da energia de ativação .
3. Procedimento experimental
Preparou-se a solução B da seguinte forma: Adicionou-se 1,00 g de amido a 2,00 mL de
água quente, de modo a fazer uma pasta e , adicionando-se em seguida 1 ml da solução de
acido sulfúrico e 0,1 g de NaHSO 3 e diluindo-se em um balão volumétrico de 250 ml. Mediu-
se 10 ml da solução A e 10 ml da solução B em frascos separados. Colocou-se os frascos com
as soluções A e B em uma chapa de aquecimento em diferentes temperaturas. Utilizando-se 5
temperaturas diferentes para esta experiência. Para cada temperatura misture as soluções,
adicionando-se a solução A à solução B e homogeneizando a solução. Medindo-se o tempo
para o aparecimento da cor azul, a partir das misturas das soluções.
3.1 - Materiais
Amido Termômetros
Solução de iodeto de potássio Pipeta de 10 ml
0,01 mol.L-1 (a) Cronometro
Solução de acido sulfúrico 1,0 Béqueres
mol.L-1 (b) Balão volumétrico de 250 ml
Hidrogenossulfito de sódio
4. Resultado e Discussão
Após a retirada de 5 alíquotas de 10,00 mL das soluções (a) e (b) esta soluções
foram aquecidas em um determinado intervalo de tempo como mostrado na tabela 1, de
modo a se fornecer energia aos componentes da solução para que se possa transpassar a
barreira de energia de ativação o que significa a transformação de reagentes em
produtos.
A reação entre as soluções (a) e (b) ocorre como descrito abaixo:
IO3- + 3 HSO3- I- + 3 SO4 + 3 H+ etapa lenta
Após a formação do íon I- este reage rapidamente com o íon IO- para produzir o I2
o qual apresenta uma coloração específica. A solução de iodo em iodeto aquoso tem
uma cor amarela intensa, assim em soluções que, de outro modo sejam incolores, o iodo
serve como seu próprio indicador. O teste torna-se muito mais sensível com o uso de
uma solução de amido. O amido reage com o iodo na presença de iodeto, formando um
complexo de cor azul intensa, que é visível em concentrações mínimas de iodo. A
sensibilidade da reação de cor é tal que ocorre o aparecimento de uma coloração azul
bem visível e definida.
Os resultados obtidos neste experimento estão expressos na tabela1.
Tabela 1. Resultados obtidos do experimento de efeito da temperatura na velocidade de
reação.
Temperatura Temperatura Tempo (s) t-1 (s-1)
(°C) (K)
12 285,15 94 0,01063
17 290,15 68 0,01470
26,5 299,65 38 0,02631
31 304,15 40 0,02500
40 313,15 56 0,01785
Mediu-se no experimento a velocidade da reação entre o hidrogenossulfito de
sódio e o iodato de potássio a diferentes temperaturas. A reação pode ser representada
pela seguinte equação química:
Formando o íon I-, ele reage rapidamente com o íon IO3- para produzir o I2 que
muda a coloração das soluções para azul.
Como a segunda reação entre o iodo e o amido é muito mais rápida que a primeira
reação, considerou-se o tempo necessário para o aparecimento da coloração
característica como a medida do tempo que leva a formação dos íons I-.
As constantes de velocidade da maior parte das reações aumentam quando a
temperatura aumenta. Em termos de equação de velocidade tem-se que a causa da
velocidade variar com a temperatura é devido ao fato de que a constate K também varia
com a temperatura, como pode ser demonstrado pela equação de Arrhenius sob forma
de exponencial na (Eq. 01).
(Eq.01)
onde:
Ea é a energia de ativação;
T é a temperatura absoluta.
Energia de ativação é a energia cinética mínima que os reagentes devem ter para
que se formem os produtos. Por exemplo, em uma reação em fase gasosa são numerosas
as colisões a cada segundo, porém somente uma pequena fração dessas colisões possui
energia suficiente para provocar a reação. A fração das colisões com energia cinética
(Eq.02)
(Eq.03)
Através dos dados da Tabela 2 construiu-se o gráfico de 1/T em função de log 1/t
representado pela Figura 1.
Com o aumento da temperatura, pode ser verificado que a mistura ficou mias clara
do que em temperatura ambiente, então, provavelmente teve-se a degradação do amido
ao longo do tempo.
Através do gráfico da Figura 1 tem-se um coeficiente de linearidade de 0,9306
para a seguinte equação da reta:
y = -625,91x + 0,3797
6. REFERENCIAS BIBLIGRAFICAS
ATKINS, Peter; DE PAULA, Julio. Physical Chemistry. Oxford University Press.
8ªed. 2006.
MOORE, Walter Jonh. Físico-química. Vol. 1. Tradução de Helena Li Chun. São
Paulo: Edgard Bluncher, 1976