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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA

DIANA PACHECO

GEISY LOPES

LARISSA PEREIRA

CALOR DE REAÇÕES IÔNICAS (NEUTRALIZAÇÃO)

ITACOATIARA/AM

2021
DIANA PACHECO

GEISY LOPES

LARISSA PEREIRA

CALOR DE REAÇÕES IÔNICAS (NEUTRALIZAÇÃO)

Relatório apresentado à disciplina de


Físico- Química Experimental do curso
de Licenciatura em Ciências: Química e
Biologia da Universidade Federal do
Amazonas, Instituto de Ciências Exatas
e Tecnologia, como requisito parcial
para a obtenção de notas.

Docente: ELSON ALMEIDA DE SOUZA

ITACOATIARA/AM

2021
RESUMO

A determinação do calor de neutralização é através da reação entre um ácido e uma


base. Em solução aquosa, os ácidos e as bases fortes encontram-se completamente
dissociados, sendo assim o calor de neutralização é numericamente igual ao calor de
dissociação da água com sinal inverso. Quando o ácido ou a base não estão
completamente dissociados o calor de neutralização assume valores diferentes, se
afastando do valor padrão de dissociação da água quanto mais fraco eles forem. O calor
transferido em uma mudança de estado a pressão constante é igual a variação de
entalpia do sistema. A entalpia de um sistema é a soma da energia interna do mesmo e
da energia de expansão ou energia elástica. Quando reações químicas ocorrem em
condições de pressão constante, os calores envolvidos são iguais às variações de
entalpia dessas reações. O valor da variação de entalpia ou calor de neutralização será
sempre o mesmo para reações que ocorrerem entre ácidos e bases fortes. À medida que
os reagentes são diluídos, o calor de neutralização irá se aproximar de um valor limite.
Para a determinação do calor de neutralização de ácidos fortes e fracos a variação de
temperatura é essencial, uma vez que se tem o valor do equivalente em água no
calorímetro, é possível determinar o calor de neutralização. Supondo que a massa total
da solução é 200 g e que o calor especifico da solução é unitário o calor liberado pela
mistura do NaOH + HCl, foi igual a ΔH = -13,5 cal/mol, ficando próximo do valor
padrão, no qual seria de – 13, 71 ou -57,3. O valor de calor de neutralização para NaOH
e Ácido Acético resultou em ΔH = -12,5 cal/mol havendo uma liberação de calor
menor. A partir deste experimento, foi então possível determinar a entalpia de
neutralização (∆H) das reações entre NaOH e Ácido Acético e entre NaOH e HCl e
compará-las com o valor mais aceito de – 55,84 kJ mol -1.

Palavra-chave: Calor de neutralização, entalpia, ácidos e bases fortes e fracos.


SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...............................................................................................................6

PARTE EXPERIMENTAL............................................................................................7

RESULTADO E DISCUSSÕES.....................................................................................8

CONCLUSÃO................................................................................................................14

REFERÊNCIA...............................................................................................................14
ILUSTRAÇÕES

Tabela 1 - Variação da temperatura em função do tempo durante a determinação do


equivalente em água para volume de 100 ml, medida 01..................................................8

Gráfico 1- Variação da temperatura em função do tempo para o volume da água de 100


ml cerca de 10°C acima da temperatura ambiente............................................................9

Tabela 2 - Variação da temperatura em função do tempo durante a determinação do


calor de neutralização......................................................................................................11

Gráfico 2- Variação da temperatura em função do tempo durante a determinação do


calor de neutralização......................................................................................................12
6

INTRODUÇÃO
Historicamente, os cientistas identificam as substâncias ácidas ou básicas de
acordo com suas características, os ácidos cujo nome vem do latim acidus tem um sabor
azedo como o limão, por exemplo, já a base cujo nome vem do inglês arcaico rebaixar
tem um sabor amargo e são escorregadias como o sabão (BROWN, 2005, p. 565).
Ainda segundo o autor, a base tem a função de baixar ou fazer desaparecer as
propriedades características de substâncias ácidas que são misturadas as mesmas. Nesse
sentido Alcarde (1992) diz que a neutralização ocorre quando o ânion OH⁻ neutraliza o
H+ e assim forma água e sal como mostra a seguinte equação:

1 H+(aq) + 1 OH-(aq) → H2O(ℓ)

Para que essa reação aconteça é preciso que ocorra liberação de calor, e isso quer
dizer que a energia do produto é menor do que a do regente sendo assim, denominado
de reação exotérmica (WOLF et al, 2011, p. 70). Nesse sentido, Mahoney et al. (1981,
p. 730-731, apud ASUMPÇÃO et al, 2010, p.64) ressalta que “a entalpia de
neutralização pode ser definida como o calor liberado durante a neutralização de uma
solução diluída de ácido por uma solução diluída de base.’’ Para saber quantidade de
calor liberada dependerá das propriedades das soluções ácidas e básicas que são
colocadas no experimento. Dessa forma, Magalhães e Cesar (2010, p. 18) explica que:

“Para soluções aquosas, é esperado que o calor de neutralização entre


um ácido forte e uma base forte seja maior que entre um ácido (ou base) forte
e uma base (ou ácido) fraca, que por sua vez, deve ser maior que o calor de
neutralização entre um ácido fraco e uma base fraca. A razão para esta

tendência é que parte da energia liberada no processo de


neutralização é utilizada para ionizar os ácidos ou bases fracas
presentes na solução.”

Quando o volume não é constante a variação de energia interna é diferente da


energia liberada em forma de calor e assim essa energia volta para a vizinha em forma
de trabalho e expansão (ATKINS; DE PAULA, 2008, p. 37). No entanto esse tipo calor a
pressão constante, a variação de entalpia, H, se dá pela diferença entre a entalpia dos
produtos e dos reagentes (WOLF et al, 2011, p. 70).

Dessa forma temos a seguinte equação:


7

H = ∑Hf (produtos) - ∑Hf (reagentes)

Então, para medir a entalpia de neutralização, utiliza-se o calorímetro que é um


recipiente fechado, com um termômetro e um agitador, este tem a função de estudar a
transferência de energia em forma de calor, portanto, é importante saber a capacidade
calorífica no interior do mesmo, para isso o calor cedido/liberado pela água deve ser o
mesmo calor cedido/recebido pelo calorímetro (WOLF et al, 2011, p. 72). Sendo assim, a
variação de temperatura ocorrerá de acordo com que a reação disponibiliza ou absorve,
nesse sentindo Atkins e De Paula (2008, p. 35) ressalta que “a energia interna varia com
a temperatura e o volume da amostra”. Quando a temperatura do sistema se eleva a
variação de entalpia é negativa, sendo assim, este relatório teve como objetivo a
determinação do calor de neutralização de ácidos fortes e fracos.

PARTE EXPERIMENTAL
 Material e Reagentes
1 béquer de 600 ml
2 béqueres de 50 ml
1 proveta de 250 ml
1 bureta de 25 ml
Calorímetro (termômetro)

 Procedimento Experimental
a) Procedimento experimental para determinação do equivalente em água
do calorímetro:
Colocou-se no calorímetro 100 ml de água destilada na temperatura
ambiente. Agitou-se moderadamente e em seguida iniciou-se rapidamente o
registro da temperatura do sistema a cada 20 segundos até que a mesma se
mantivesse constante. Com uma proveta previamente aquecida tomou-se
uma amostra de 100 ml de água destilada aquecida e de temperatura
rigorosamente conhecida, cerca de 10°C acima da temperatura ambiente.
Esta amostra de água morna foi rapidamente adicionada á água do
calorímetro. Agitou-se a mistura e anotou-se a temperatura a cada 10
segundos, até que a mesma permaneceu constante.
b) Determinação do calor de neutralização usando os ácidos clorídrico e
acético e a base hidróxido de sódio:
Adicionou-se ao calorímetro 100 ml de solução 0,5 M de NaOH
padronizado. Agitou-se a solução moderadamente e registrou-se a
temperatura a cada 20 segundos até que o equilíbrio térmico foi atingido.
Adicionou-se 100 ml de solução de HCL 0,5 M com temperatura igual a da
solução contida no calorímetro. Agitou-se e iniciou-se rapidamente a leitura
8

da temperatura desta mistura, anotou-se em intervalos de 10 segundos até


que permanecesse constante, ou diminuísse lentamente.

RESULTADO E DISCUSSÕES
Resultados do Equivalente em água

Tabela 1 – Variação da temperatura em função do tempo durante a determinação do


equivalente em água para volume de 100 ml, medida 01.
10°C
T Medida Fonte: Próprio autor
(S)
0 27 A partir dos dados coletados na primeira medida
2 27 obteve-se a curva tempo em função da variação da
0
temperatura, montou-se o gráfico (Gráfico 1) para melhor
6 27
0 visualização e analise.
8 27
0 Gráfico 2- Variação da temperatura em função do tempo
1 27
para o volume da água de 100 ml cerca de 10°C acima da
00
1 27 temperatura ambiente.
20
1 27 Fonte: Próprio autor.
40
1 37 A variação de temperatura de água quente é dada
50
1 31 por:
60
1 31 |ΔTq|= |Tequilibrio – Tq inicial|
70
1 31 Na qual é substituída pelos valores:
80
1 31 |ΔTq|= | 31 - 37| = 6°C
90
2 31 A variação de temperatura de água fria é dada
00
por:
2 31
10
|ΔTf|= |Tequilibrio – Tf inicial|
2 31
20
2 31 Na qual é substituída pelos valores:
30
|ΔTf|= | 31 - 27| = 4°C
9

Pode-se analisar a partir deste experimento que a água fria após ser introduzida
no calorímetro, com a temperatura inicial de 27°C, permaneceu constante até que se
elevou a 37°C, a partir de 150 segundos, e depois sofre um declínio de temperatura, até
permanecer constante em 31°C a partir de 160 segundo ΔTf= 4°C.

Com a introdução de água quente (Tq) no calorímetro, com temperatura de 38,


observa-se um aumento de temperatura, que no decorrer do tempo cai e permanece em
uma temperatura constante de 31°C, ΔTq= 6°C.

Conhecendo os princípios da igualdade das trocas de calor, na qual explica que


o calor cedido pela água morna deve ser igual ao calor recebido pela água fria e pelo
calorímetro sendo então que a soma das quantidades de calor do calorímetro e da água é
igual a zero. Para uma mistura pode ser aplicada a seguinte reação:

Substituindo os valores, obtém-se:

W= (100°g X 1 cal/g X °C X 6°C) – (100°g X 1 cal/g X °C X 4°C) / 4°C

W= 50 Cal/°C

Ao analisar o valor encontrado do equivalente em água, W=50 Cal/°C, é


preciso considerar a seguinte situação, existe valores que não são esperados, como por
exemplo, ao adicionar água quente em uma porção de água fria, o calor da parte quente
vai em direção à água fria e parte desse calor vai em direção do recipiente. A parte que
vai para a direção do recipiente, é o valor esperado a partir da variável equivalente em
água do calorímetro. O calorímetro participara da igualdade, pois recebe a quantidade
de calor doado pela porção quente.

Ao relaciona-lo a massa, há dois extremos, em um certo cálculo pode obter um


valor igual à zero. Se o valor das parcelas foi igual a diferença entre elas, será zero, não
sendo um valor esperado. Outro extremo seria o valor igual o valor de entrada, se o
valor for igual a 100 significa que todo calor absorvido pelo calorímetro foi cedido pelo
calor da porção quente. Em tese calorímetros mais eficientes apresentam um valor
menor do equivalente em água, pois envolve a participação do calorímetro no equilíbrio,
10

quanto menor o valor, mais eficiente é o calorímetro. Sendo esperado um valor entre a
faixa de 0 e 100, diante disso, o valor obtido se mostra eficiente, pois se encontra dentro
do resultado esperado.

Calculo do calor de neutralização

Tabela 2 – Variação da temperatura em função do tempo durante a determinação do


calor de neutralização.
T(S) Medida NaOH + HCl NaOH +
Ácido
Acético
0 27 25,5 25
20 27 25,5 25
60 27 25,3 25
80 27 25,3 25
100 27 25,3 25
120 27 25,3 25
140 27 25,3 25
150 37 25,3 25
160 31 26 27
170 31 28 27,5
180 31 28 27,5
190 31 28 27,5
200 31 28 27,5
210 31 28 27,5
220 31 28 27,5
230 31 28 27,5
De acordo com os dados da tabela acima montou-se o gráfico 2 para melhor
Fonte: Próprio autor
visualização e análise.
11

Gráfico 2: Variação da temperatura em função do tempo durante a determinação do


calor de neutralização.

Medidas de NaOH+ HCl e medidas de NaOH+ ácido acético

Fonte: Próprio autor.

A partir do gráfico, foi possível observar que ao adicionar a base, a medida


inicial de 25 e 25,5 é a medida da base fora do calorímetro. Quando se adiciona o par de
base forte e ácido fraco a temperatura permanece constante até perto de 150 segundos.
Já em relação à base forte e ácido forte, percebe-se que houve uma pequena diminuição
de temperatura, de 25,5 houve um declínio para 25,3 e então, havendo uma constância
de temperatura.

Uma vez que se tem o valor do equivalente em água no calorímetro, é possível


determinar o calor de neutralização. Supondo que a massa total da solução é 200 g e que
o calor específico da solução é unitário então o calor liberado pela mistura do ácido com
a base será igual a:

200 X ΔT + W X ΔT = Q (cal)

ΔH = Q cal/mol / N (moles de base)

Para NaOH + HCl temos os seguintes resultados:

ΔT= 28 – 25,3 = 2,7

200 ΔT + W ΔT = Q (cal)

200 X 2,7 + 50 X 2,7 = Q (cal)


12

540 + 135 = Q (cal)

675 = Q (cal)

ΔH = Q cal/mol / N (moles de base)

ΔH= 675 cal/mol / 0,05

ΔH = -13,5 cal/mol

A variação de temperatura é essencial para a determinação de neutralização,


neste caso há uma variação de 2 décimos, de 2,7 para 2,5. Estes resultados acarretam e
uma variação sensível no valor final, ficando próximo do valor padrão, no qual seria de
– 13, 71 ou -57,3. Desta forma, com o valor do calor de neutralização -13,5 observa-se
que o valor é negativo, o que significa que houve uma liberação de calor entre o ácido
forte uma base forte. Este resultado se dá devido ao ácido e a base serem forte, o que faz
com que a ionização dos ácidos e a dissociação das bases ocorrerem de forma completa,
no qual no meio aquoso eles fornecem íons H+ e OH+.

NaOH + Ácido Acético

ΔT= 27,5 – 25 = 2,5

200 ΔT + W ΔT = Q (cal)

200 X 2,5 + 50 X 2,5 = Q (cal)

500 + 125 = Q (cal)

625 = Q (cal)

ΔH = Q cal/mol / N (moles de base)

ΔH= 625 cal/mol / 0,05

ΔH = -12,5 Cal/mol
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O valor de calor de neutralização para NaOH e Ácido Acético resultou em


-12,5 cal/mol havendo uma liberação de calor menor que a reação do NaOH e HCl, mas
isso se dá devido ao NaOH ser uma base forte e o Ácido acético ser um ácido fraco,
então a energia liberada é usada para ionizar o ácido por ser fraco.

CONCLUSÃO
A entalpia de neutralização pode ser definida como o calor liberado durante a
neutralização de uma solução diluída de ácido por uma solução diluída de base. A partir
deste experimento, foi então possível determinar a entalpia de neutralização (∆H) das
reações entre NaOH e Ácido Acético e entre NaOH e HCl e compará-las com o valor
mais aceito de – 55,84 kJ mol -1. Podemos concluir que o experimento foi realizado
com sucesso, pois o valor experimental encontrado na reação com ácido e base forte,
como visto na literatura, ficou próximo ao valor teórico e enquanto que reações de
neutralização que envolvendo ácidos ou bases fracas, o valor da entalpia de
neutralização, como esperado, foi menor que – 57,7 kJ/mol ou – 13, 71 Cal/mol.

REFERÊNCIA

ALCARDE, J.C. Corretivos de acidez dos solos: Características e interpretações


técnicas. ANDA. São Paulo, p. 1-9, 1992.

ASSUMPÇÃO, M. H. M. T. et al. Construção de um calorímetro de baixo custo para a


determinação de entalpia de neutralização. Eclética Química, v. 35, p. 63-69, 2010.

ATKINS, P.W.; PAULA, J. Físico-Química. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008.

BROWN, T. L. et al.. Química: a ciência central. 9. ed. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2005.

MAGALHÃES, W. F.; CESAR, A. Físico química experimental 1: Determinação de


entalpia de reações de neutralização. Curso de licenciatura em Química, modalidade á
distância, UFMG. Aula 2, 2010.
14

WOLF, L. D. et al. Construção de um calorímetro simples para determinação da


entalpia de dissolução. Eclética Química, v. 36, p. 69-83, 2011.

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