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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CELSO SUCKOW DA FONSECA

Química I
Denise Gentili Nunes
Margarida Lourenço Castelló

Rio de janeiro
2016

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Sumário

1 Estrutura atômica...................................................................................................... ..3


2 1º lei da termodinâmica............................................................................................. 14

3 2º e 3º lei da termodinâmica ..................................................................................... 21

4 Equilíbrio Quimico........................................................................................................26

5 Equilíbrio em fase aquosa ........................................................................................ 35

6 Equilíbrio Físico............................................................................................................

7 Eletroquímica ............................................................................................................ 39

8 Cinética química ....................................................................................................... 48

Tabela Periódica ........................................................................................................... 56

Referências bibliográficas ............................................................................................. 57

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Capítulo 1
Estrutura Atômica
1. ÁTOMOS (MENOR PARTÍCULA QUE PODE EXISTIR DE UM ELEMENTO)
Porque conhecê-los? Quase todas as propriedades químicas podem ser explicadas em termos
das propriedades dos átomos.
Evolução dos modelos atômicos:

• Demócrito (400 ac): Toda matéria é formada por átomo

• Dalton (1803 dc): Representou os átomos como se fossem esferas do tipo de uma bola de
bilhar.

A descoberta do próton e do elétron. Comprovação da existência de elétrons no dia-a-dia: passar pente


no cabelo e atrair o papel, clarão do relâmpago, descarga em um dia seco ao encostar-se à maçaneta
do carro, dentre outros.

Tubo de Crookes (tubo de raios catódicos)

Brown, T.L., LeMay, H.E. e Bursten, B.E., Química –


Ciência Central, Trad. Horácio Macedo,7ed. Rio de Janeiro:

Aplicava uma voltagem e havia descarga elétrica do gás, emitindo um sinal luminoso do catodo para o
anodo.

• Thompson (1898 dc): Investigou os raios catódicos. Sugeriu o átomo como uma bolha
positiva gelatinosa com e- (elétrons) suspensos, como um pudim com passas.
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Como a matéria é neutra, surgiu a hipótese da carga + para neutralizar a carga -. A razão carga/ massa
dos íons positivos mudava com o gás utilizado. O H era que produzia raios anódicos de menor massa,
tendo apenas 1 próton. Os raios anódicos, então, foram descobertos.
• Rutherford (1911 dc): Determinou o átomo como uma densa carga positiva central (núcleo)
com e- (elétrons) ao redor parados.

Descoberta da partícula α, β, γ.

◼ Experimento de Rutherford

Atkins, P. e Jones, L., Princípios de Química. Questionando a Vida


Moderna e o Meio Ambiente. Trad. Ignez Caracelli, et. al. Porto

• Bohr (1913 dc): Descreveu o átomo como os elétrons orbitando em torno do núcleo como
planetas girando em torno do sol. Camadas eletrônicas.

Foi possível determinar a probabilidade de se encontrar um elétron numa certa região em


torno do núcleo. Não se pode de forma precisa localizar 1e - em um átomo, logo os elétrons
não estão em torno do núcleo como órbitas postulados por Bohr e sim são encontrados em
orbitais girando em torno do núcleo nas camadas eletrônicas.
Bohr descobriu que os átomos, quando adsorvem energia os elétrons, saltam para níveis
de energia mais altos e, ao retornarem, emitem luz, o que configura a transição eletrônica.
Bohr descobriu que a energia é quantizada, isto é, o elétron está restrito a certos valores
de enegia. O modelo do átomo prevê também os níveis de enegia principais (n), onde n=
1,2,...Em cada subnível os elétrons são encontrados em orbitais.
A emissao de energias ocorre na forma de Radiação Eletromagnética (RE).
- O e- move-se em órbitas circulares em torno do núcleo.
- A energia total de um e- não tem valor. É quantizada.
- O e- não emite energia ao percorrer a mesma órbita.
- Quando o e- passa de uma órbita para outra absorve ou emite energia (quantum de
energia).

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1.1 Radiação Eletromagnética ou energia radiante

Uma das formas pelas quais a energia se desloca no espaço é como radiação eletromagnética
(RE). Ex. de RE: luz do sol, raio X, microondas, ondas de rádio e TV, radiação térmica de uma
lareira.

A luz é uma forma de RE e é geralmente classificada pelo seu comprimento de onda (λ).

O espectro Eletromagnético:

c =   c = 3 108 m s

Brown, T.L., LeMay, H.E. e Bursten, B.E., Química – Ciência Central, Trad. Horácio Macedo,7ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999. 702p.

1.2 Diagrama de níveis de energia

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1.3 Orbitais Atômicos

Orbital s:

Orbital p:

Orbital d:

Orbital f:

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Capítulo 2
1ª LEI DATERMODINÂMICA

2.1 Conceito
Porque precisamos conhecer? A termodinâmica explica porque as reações ocorrem.
Estuda o calor requerido ou produzido pelas reações (1º e 2º lei).
A 2º lei estuda por que as reações ocorrem e se ocorrem em qual direção.
Carnot descobriu duas formas de energia: calor e trabalho. Pode-se aumentar a
temperatura das substâncias ou por aquecimento ou realizando trabalho, agitando
vigorosamente.

Sistema- Região na qual estamos interessados. (Ex.: recipiente com gás, corpo com água, etc.)

Vizinhança- Tudo ao redor. (Ex.: Banho Maria)

Existem três tipos de sistema:


➢ Aberto: Pode trocar energia e matéria com a vizinhança.
➢ Fechado: Pode trocar energia com a vizinhança, mas a matéria é fixa.
➢ Isolado: Não troca nem energia nem matéria com a vizinhança.

• Energia, trabalho e calor

✓ Energia interna (∆U) - É a energia armazenada em um sistema.


A energia não é criada nem destruída, é apenas transferida ou transformada. A energia do
Universo é conservada. Pode-se aumentar a energia de um sistema de duas maneiras:
Transferindo calor a ele ou realizando trabalho sobre ele. Joule conseguiu elevar a temperatura da
água agitando as pás. Ele mostrou que para mudar a temperatura de um sistema não é necessário
haver fluxo de calor, basta que a energia mecânica seja transformada em energia térmica.

✓ Trabalho mecânico - Movimento de um objeto contra a força. (Ex.: gás empurrando um pistão
ou pás movimentando água)

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W= F x D
Unidade : W (J)
1 J = 1kg.m²/s²
Na termodinâmica, a capacidade total de um sistema realizar trabalho é a sua energia interna (∆U).
∆U = W
W=-p. ∆V (Trabalho de expansão)
1atm.L = 101,3J

Joule conseguiu elevar a temperatura da água agitando as pás. Ele mostrou que para mudar a
temperatura de um sistema não é necessário haver fluxo de calor, basta que a energia mecânica
seja transformada em energia térmica.

✓ Calor- É a energia transferida como resultado de uma diferença de temperatura. É a energia


em trânsito. Uma vez estabelecido o equilíbrio térmico entre os sistemas, o trânsito do calor
cessa
O calor flui de uma região de temperatura alta para temperatura baixa.
Unidade: cal; 1 cal= 4,184J. para elevar 1oC, 1g de água são necessários 4,184J para cada grama
Quando a parede do sistema é isolada termicamente é adiabática.
Se ∆U for alterado por aquecimento isto é, pela transferência de energia como calor, ∆U=q.
q=Ccal.∆T c=Ccal/m q=m.c.∆T
Ccal é quanto calor é absorvido por oC de aumento de temperatura
c é calor específico

Ep=m.g.h
Ep é energia potencial
g é gravidade
h é altura

Exemplo 1: Analisando a figura abaixo, considere que as massas dos blocos que descerão são de
5Kg cada e que atingem uma altura de 10m. Quando os blocos caem, produzem o movimento das
pás, mergulhadas em 1Kg de água. Supondo que toda a variação de energia potencial gravitacional
do sistema foi totalmente transformada em calor, e que g=9,8m/s 2, determine a variação de
temperatura da água.

Resolução: Utilizando Ep=m.g.h, Ep= 10x9,8x10 = 980 Kg.m 2/s2 = 980J


Toda essa energia é transformada em energia térmica para aquecer a água. Se a energia é
transformada em calor e transferida paraa água, podemos determinar a variação nde temperatura
através da equação: q = m.c.ΔT (massaXcalor específicoXvariação de temperatura)
980 = 1000 x 4,18 x ΔT

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ΔT = 0,234oC
Portanto a água ficará 0,234oc mais quente.

W>0 vizinhança sobre o sistema


W<0 sistema sobre vizinhança
q>0 o sistema absorve energia (exotérmico)
q<0 o sistema libera energia (endotérmico)

Exemplo 2: Qual a quantidade de calor, em J, necessária para elevar meio litro de água de 20oC a
90oC? calor específico da água, c= 4,184J/g.oC
Resolução: Q = m.c. ∆T
Q = 500. 4,184.70
Q = 146,44KJ

2.2 1º Lei da termodinâmica

∆U= q + W
É a lei da conservação de energia.

✓ Funções de estado - Propriedade que depende somente do estado atual, independente do


caminho. ∆U é uma função de estado. W e q não são funções de estado.

Exemplo 3: Um recipiente contém 500g de hidrogênio sob pressão de 5 atm, a uma temperatura
de 27oC. O gás é aquecido em volume constante até 127 oC. Sabendo que o calor específico em
volume constante é de cv = 10,04 J/g.oC, calcule:
a) A quantidade de calor fornecida ao gás
b) O trabalho realizado
c) A variação de energia interna

Resolução: a) Q = m.cv. ∆T
Q= 500x10,04x100
Q= 502KJ
b) não houve variação de volume, logo W=0
c) ∆U= q + W = 502KJ

Termoquímica – Energia nas reações químicas

✓ Entalpia (∆H) – fluxo de calor nas mudanças químicas que ocorrem à pressão constante
quando nenhuma forma de trabalho é realizada.

∆U = q a Volume constante

Em termodinâmica estamos mais interessados em transferência de calor a p constante.


É a função de estado que permite obter informações. Sobre as variações de energia a pressão
constante:

∆H = ∆U + p ∆V

A variação de entalpia é equivalente a de energia corrigida pelo termo ∆V.


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A variação de entalpia de um sistema é igual ao calor liberado ou absorvido a pressão constante.

∆H = q

Quando transferimos energia de um sistema à pressão constante como calor, a entalpia do sistema
aumenta.

∆H < Reação exotérmica. Processo exotérmico- meio reacional tem sua temperatura aumentada.
Libera calor para o meio ambiente
∆H > 0 Reação endotérmica. Processo endotérmico- meio reacional tem sua temperatura
diminuída. Absorve calor do meio ambiente

• Entalpia de reação

A combustão do metano é dada pela seguinte reação:

CH4 + 2 O2 ➔ CO2 + 2 H2O ∆H=-890 KJ/mol

A queima de 1 mol de CH4 produz 890 KJ de calor.


A queima de 2 mols de CH4 produz 1780 KJ de calor.
108g de água quanto libera de calor? PM H2O=18g/mol
2x18 = 36 libera 890KJ, 108g libera 2670KJ de calor

• A relação entre ∆H e ∆U

∆H = q à pressão constante; ∆U = q à volume constante

Para reações que não envolvem gases, a diferença entre ∆H e ∆U é desprezível.


Se um gás é consumido ou formado na reação, muito trabalho é realizado de modo que a diferença
entre ∆H e ∆U é significativa.

∆H = ∆U +p ∆V
∆H = ∆U + ∆ngás R T

∆n = variação do número de mols na reação


R= 8,314 J/k.mol

Exemplo 4 – Um calorímetro a volume constante mostrou que a perda de calor acompanha a


combustão da molécula de glicose na reação C6H12O6 (s) + 6 O2 (g) ➔ 6 CO2 (g) + 6 H2O (g) é 2.559
KJ a 298 K, ou seja, ∆U= -2.559 KJ. Qual é a variação na entalpia para a mesma reação?

• Lei de Hess

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O calor absorvido e liberado por uma reação depende do estado físico dos reagentes e
produtos.
As entalpias de reação encontram-se no estado padrão (∆Hº - entalpia padrão da reação)
onde os reagentes e produtos estão no seu estado (puros e à 298 K e 1 bar).
Uma seqüencia de reações pode ser combinada para fornecer a equação termoquímica para
reação.

C(s) + O2 (g) ➔ CO2 (g) (Equação total ou global)

C(s) + ½ O2 (g) ➔ CO (g) ∆Hº= -110,5 KJ

CO(g) + ½ O2 (g) ➔ CO2 (g) ∆Hº= -283 KJ

C(s) + O2 (g) ➔ CO2 (g) ∆H= -393,5 KJ

Exemplo 5 – Calcule o ∆H da reação do propano a partir das sínteses de combustão abaixo:


3 C(s) + 4 H2 (g) ➔ C3H8 (g)

C3H8 (g) + 5 O2 (g) ➔ 3 CO2 (g) + 4 H2O (l) ∆H= -2.220 KJ

C (s) + O2 (g) ➔ CO2 (g) ∆H= -394 KJ

H2 (g) + ½ O2 (g) ➔ H2O (l) ∆H= - 286 KJ

Exemplo 6 - A entalpia de combustão de C em CO2 é – 393,5 KJ/mol de C, e a entalpia de


combustão de CO em CO2 é -283,0 KJ/mol de CO. Calcule a entalpia de combustão de C para CO:
C (s) + ½ O2 (g) ➔ CO (g)

C (s) + O2 (g) ➔ CO2 (g) ∆H= -393,5 KJ


CO (g) + ½ O2 (g) ➔ CO2 (g) ∆H= -283,0 KJ

Exemplo 7 – Calcule ∆H para a reação:


2 C (s) + H2 (g) ➔ C2H2 (g)

Dadas as seguintes reações e suas respectivas variações de entalpia:

C2H2 (g) + 5/2 O2 (g) ➔ 2 CO2 (g) + H2O (l) ∆H= -1.299,6 KJ

C (s) + O2 (g) ➔ CO2 (g) ∆H= -393,5 KJ

H2 (g) + ½ O2 (g) ➔ H2O (l) ∆H= -285,8 KJ

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• Entalpia padrão de formação (KJ/mol)

É a entalpia de reação para a formação de uma substância a partir de seus elementos na sua
forma mais estável.
A entalpia padrão de formação serve para calcular a entalpia padrão da reação.

∆H°= ∑ n ∆H°f (produtos) - ∑ n ∆H°f (reagentes)

Exemplo 5– Calcule o ∆H° combustão a partir das entalpias-padrão de formação.

2 C6H6 (l) + 15 O2 (g) ➔ 12 CO2 (g) + 6 H2O (l)

Substâncias ∆Hºf (KJ/mol)


Benzeno - C6H6 (l) + 49,0
Oxigênio - O2 (g 0
Dióxido de carbono - CO2 (g) -393,51
Água - H2O (l) -285,83

Exemplo 8 - A variação de entalpia para a reação:

CaCO3 (s) ➔ CaO (s) + CO2 (g)

é 178,1 KJ. A partir dos valores para as entalpias padrão de formação de CaO (s) e CO2 (g) dados ,
calcule a entalpia padrão de formação de CaCO3 (s).

Substâncias ∆Hºf (KJ/mol)


CaO (s) -635,5
CO2 (g) -393,5

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2ª Lista de Exercícios (A) Quanto calor é absorvido na reação de 0,20mol de


S8? (B) Calcule o calor absorvido na reação de 20,0g de
1ª Lei da Termodinâmica
carbono com excesso de enxofre. (C) Se o calor
absorvido na reação foi de 217kJ, quanto CS2 foi
1- A equação termoquímica para a combustão do
produzido?
ciclohexano, C6H12 é:
C6H12(l) + 9 O2 (g) ➔ 6 CO2 (g) + 6 H2O(l)
4- A combustão do octano é expressa pela equação
Temos ΔH = -3.920kJ a 298K. Qual é a variação na
termoquímica:
energia interna para a combustão de 1,00 mols de
2C8H18(l) + 25O2(g) ➔ 16CO2(g) + 18H2O(l)
C6H12(l) a 298K?
ΔH° = -10.943kJ
(A) Calcule a massa de octano que precisa ser
2- Gasolina, que contém octano como um
queimada para produzir 12MJ de calor. (B) Quanto
componente, pode queimar a monóxido de carbono se
calor será gerado na combustão de 1,0 gal de gasolina
o fornecimento de ar for restrito. Obtenha a entalpia-
(assumindo exclusivamente octano)? A densidade do
padrão de reação para a combustão incompleta do
octano é 0,70g∙mL-1 e 1gal = 3869mL. (Densidade= m/v)
octano líquido no ar a monóxido de carbono e água
líquida a partir das entalpias-padrão de reação para
5- Dois estágios sucessivos na manufatura industrial do
combustão do octano e monóxido de carbono:
ácido sulfúrico são a combustão do enxofre e a
oxidação do dióxido de enxofre a trióxido de enxofre.
2C8H18(l) + 25O2(g) ➔ 16CO2(g) + 18H2O(l)
A partir da entalpia-padrão de reação:
ΔH° = -10.942kJ
S(s) + O2(g) ➔ SO2(g)
2CO(g) + O2(g) ➔ 2CO2(g)
ΔH° = -296,83kJ
ΔH° = -566,0kJ
2 S(s) + 3 O2(g) ➔ 2 SO3(g)
Equação global: 2C8H18 +17O2 ➔ 16CO + 18H2O
ΔH° = -791,44kJ
Calcule a entalpia de reação para a oxidação do dióxido
3- Dissulfeto de carbono pode ser preparado a partir de
de enxofre a trióxido de enxofre na reação:
coque (uma forma impura de carbono) e do enxofre
2 SO2(g) + O2(g) ➔ 2 SO3(g)
elementar:
4 C(s) + S8(s) ➔ 4 CS2(l) ΔH° = 358,8kJ
PM= 12 PM= 76g/mol
6- Calcule a entalpia da reação:
P4(s) + 10 Cl2(g) ➔ 4 PCl5(s)

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A partir das seguintes reações: N2(g) + 4 H2(g) + Cl2(g) ➔ 2 NH4Cl(s)
P4(s) + 6 Cl2(g) ➔ 4 PCl3(l) ΔH° = -628,86kJ
ΔH° = -1278,8kJ
PCl3(l) + Cl2(g) ➔ PCl5(s)
ΔH° = -124kJ GABARITO:

7- Calcule a entalpia de reação para a síntese do gás 1- ΔU = -3.912kJ.


cloreto de hidrogênio a partir dos elementos: 2- ΔH° = -6.414kJ e a equação global é:
H2(g) + Cl2(g) ➔ 2 HCl(g) 2 C8H18(l) + 17O2(g) ➔ 16CO(g) + 18H2O(l)
A partir das seguintes informações: 3- a) 71,76kJ / b) 149,5kJ / c) 183,8g
NH3(g) + HCl(g) ➔ NH4Cl(s) 4- a) 250g / b) 1,3×105kJ
ΔH° = -176,0kJ 5- ΔH = -197,78kJ
N2(g) + 3 H2(g) ➔ 2 NH3(g) 6- ΔH = - 1774,8kJ
ΔH° = -92,22kJ 7- ΔH = -184,64kJ

Capítulo 3

2ª E 3ª LEI DA TERMODINÂMICA
A 1º lei da termodinâmica nos diz somente quanta energia é transferida em uma reação.
Nada revela sobre as condições necessárias para que a reação ocorra, nem por que segue em
uma direção particular.
A 2º lei explica por que as mudanças químicas ocorrem e quais os efeitos de mudança na
temperatura e na pressão. Dois conceitos importantes: Entropia (S) e Energia livre (G).

Mudança espontânea- É uma mudança que tem a tendência de ocorrer sem estar sendo
induzida por uma influência externa.
Algumas coisas ocorrem naturalmente (processo espontâneo) outras não.

✓ Entropia (S) - medida de desordem. A entropia está relacionada a situações mais


prováveis
Ex.: na figura abaixo onde é a situação mais provável para distribuição de moléculas de um gás?

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Um sistema altamente desordenado tem elevada probabilidade de ocorrer e , portanto, elevada


entropia. Resposta D

✓ Energia livre (G)- espontaneidade.

A entropia de um sistema isolado aumenta em qualquer processo espontâneo.

• Para uma temperatura fixa:

↑T as moléculas já estão chocando muito e não sentem a variação de calor,logo a variação de


S é baixa.

↓T as moléculas estão mais organizadas e sentem muito qualquer variação de calor, logo a
variação de entropia é alta

qrev
∆S =
T
Onde q é a energia transferida como calor e T é a temperatura. O subíndice rev em q representa
que a energia foi transferida reversivelmente.

• Para uma variação de temperatura:

𝑇2
∆𝑆 = 𝐶 ln
𝑇1
Onde: C= Capacidade Calorífica
C = m.Cs (Massa x Calor específico)
C= n.Cm (Número de mol x Capacidade calorífica molar)

Logo a entropia aumenta com o aumento da temperatura.

• Para uma variação de pressão:

Quanto maior a pressão mais os gases estão confinados, com menos espaço possível, logo a
entropia é baixa.

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De acordo com a segunda lei, a entropia do Universo (sistema + vizinhança) sempre aumenta em
uma transformação espontânea.

Exemplo 1- Um frasco grande de água foi colocado em contato com um aquecedor e 100J de
calor de energia foram transferidos reversivelmente à água a 250C. Qual o ΔS da água?

Exemplo 2- Uma amostra de 0,04mol de gás N2 tem sua temperatura aumentada de 20 a 400 0C a
volume constante. Qual o ΔS do N2?
Dado: Cv,m = 20,81 J/K/mol (CV,m é a capacidade calorífica molar a volume constante do N 2)

• A variação de entropia acompanha a mudança no estado físico (ocorre à pressão constante).


∆Hvap
∆Svap =
Tb
∆Hfus
∆Sfus =
Tf

3.1 3ª Lei da termodinâmica


É possível imaginar um estado perfeitamente ordenado da matéria sem desordem alguma
correspondente a entropia zero. Um zero absoluto da entropia que ocorre a 0k (-273 ºC). O zero
absoluto ocorre em um cristal perfeito, onde todos os átomos estão em um arranjo perfeitamente
ordenado.

• As entropias padrão de reação (ΔSºr)

ΔSºr = ∑ n ΔSº (produtos) - ∑ n ΔSº (reagentes)

Exemplo 1 – Calcule a entropia-padrão para a reação N2 (g) + 3 H2 (g) ➔ 2 NH3 (g) .

Substâncias Sºm (J./K.mol)


Nitrogênio N2 191,6
Hidrogênio H2 130,7
Amônia NH3 192,4

• Energia Livre ou Energia de Gibbs (G)

ΔG = ΔH – T ΔS
ΔG < 0 processo espontâneo
ΔG > 0 processo não espontâneo

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ΔG é a quantidade máxima liberada em um processo ocorrendo a T e P constantes que


está livre ou disponível para realizar W.

• O efeito da temperatura

ΔG depende da temperatura. Uma reação não espontânea pode tornar-se espontânea


alterando a temperatura.

ΔG = ΔH – T ΔS

Efeito da temperatura na espontaneidade de reações.

ΔH ΔS -T ΔS ΔG= ΔH – T ∆S Características da reação


- + - Sempre negativo Espontânea a todas as temperaturas
+ - + Sempre positiva Não espontânea a todas as temperaturas;
reação inversa sempre espontânea
- - + Negativa a baixas T; Espontânea a baixa T; torna-se não
positiva a altas T espontânea a altas T
+ + - Positiva a baixas T; Não espontânea a baixas T; torna-se
negativas a altas T espontânea a altas T

Exemplo 2 – Um processo não-espontâneo exotérmico com ΔS negativo pode tornar-se


espontâneo se a temperatura for aumentada?

• Energia livre da reação

ΔGr = ∑ n ΔGº (produtos) - ∑ n ΔGº (reagentes)

Exemplo 3 – Calcule a energia livre padrão de formação do HI (g) a 25 ºC usando sua entropia-
padrão e sua entalpia-padrão de formação.
½ H2 (g) + ½ I2 (s) ➔ HI (g)
Dados: ΔHf HI = 26,48 KJ/mol
ΔHf H2 e I2 = 0
S0HI = 206,6 J/K.mol
S0H2 = 130,7
S0I2 = 116,1

Exemplo 4 – Considerando a desordem nos reagentes e produtos, determine se ΔS é positivo ou


negativo para cada um dos seguintes processos:
a) H2O (l) ➔ H2O (g)
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b) Ag+ (aq) + Cl- (aq) ➔ AgCl (s)

c) 4 Fe (s) + 3 O2 (g) ➔ 2 Fe2O3 (s)

Exemplo 5 – Escolha a amostra de matéria que tem a maior entropia em cada par, e justifique
sua escolha. (a) 1 mol de NaCl (s) ou 1 mol de HCl (g) a 25 ºC; (b) 2 mols de HCl (g) ou 1 mol de
HCl(g) a 25 ºC; (c) 1 mol de HCl (g) ou 1 mol de Ar (g) a 25 ºC ; (d) 1 mol de N2 (s) a 273 k ou 1 mol
de N2 (s) a 298 k.

3ª Lista de Exercícios calor são removidos reversivelmente dela a 0°C em


uma geladeira.
2ª e 3ª Leis da Termodinâmica
2- A temperatura de 1,00 mols de He(g) é aumentada
1- Calcule a variação na entropia de uma amostra
de 25°C para 300°C à pressão constante. Qual é a
grande de gelo quando 50J de energia na forma de
variação na entropia do hélio?

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Assuma comportamento ideal e usar CP,m = 5/2 R. S°CO = 197,67 J/Kmol
S°CO2 = 213,74 J/Kmol
3- Calcule a entropia-padrão da reação a 25°C:
N2O4(g) ➔ 2 NO2(g) 9- Calcule a variação de entropia das vizinhanças
ΔSNO2 = 240,06J/K quando:
ΔSN2O4 = 304,29J/K (A) 1mJ é liberado para as vizinhanças a 2×10-7 K; (B) 1J,
a energia de uma única batida de coração, é liberada
4- Um processo não-espontâneo exotérmico com ΔS para as vizinhanças a 37°C (temperatura normal do
positivo pode tornar-se espontâneo se a temperatura corpo); (C) 20J, a energia liberada quando 1,0mol de He
for aumentada? congela a 3,5K é absorvido pelas vizinhanças.

5- Calcule a energia livre padrão de reação de: 10- (A) Calcule a variação de entropia de um bloco de
2 CO(g) + O2(g) ➔ 2 CO2(g) cobre a 25°C que absorve 5J de energia de um
a partir das energias livres de formação. aquecedor; (B) Se o bloco de cobre estiver a 100°C e
ΔGCO2=-394,36kJ/mol e ΔGCO=-137,17kJ/mol absorver 5J de energia do aquecedor, qual seria a
variação de entropia? (C) Explique qualquer diferença
6- Qual substância em cada par tem maior entropia na variação de entropia.
molar a 298K: (A) HBr(g) ou HF(g); (B) NH3(g) ou Ne(g);
(C) I2(s) ou I2(l); (D) 1 mol de Ar(g) a 1atm ou 1mol de 11- Assumindo que ΔHr° e ΔSr° são constantes com a
Ar(g) a 2atm. temperatura, use os dados fornecidos abaixo para
calcular ΔGr° da seguinte reação a 80°C. Em que
7- Sem realizar cálculos, diga se a entropia do sistema intervalo de temperatura cada reação poderia ser
aumenta ou diminui durante cada um dos seguintes espontânea?
processos: B2O3(s) + 6 HF(g) ➔ 2 BF3(g) + 3 H2O(l)
(A) oxidação do nitrogênio:
N2(g) + 2 O2(g) ➔ 2 NO2(g) ΔH°B2O3 = -1272,8kJ/mol
(B) a sublimação do gelo seco: ΔH°H2O = -285,83kJ/mol
CO2(s) ➔ CO2(g) ΔH°HF = -271,1kJ/mol
(C) o resfriamento da água de 50°C a 4°C. Explique seu
ΔH°BF3 = -1137kJ/mol
raciocínio.
S°B2O3 = 53,87J/Kmol
8- Calcule a variação na entropia-padrão para cada S°BF3 = 254,12J/Kmol
uma das reações a 25°C, interprete o sinal e a grandeza S°HF = 173,78J/Kmol
da variação na entropia: S°H2O = 69,91J/Kmol
(A) a formação de 1mol de H2O(l) a partir dos
elementos no seu estado mais estável a 298K:
GABARITO:
H2 + ½ O2 ➔ H2O
1- -0,18J∙K-1 / 2- 13,6J∙K-1 / 3- 175,83J∙K-1∙mol-1 / 5- ΔG°
= -514kJ∙mol-1 / 8- a) ΔS = -163,35J/Kmol; b) ΔS = -
S°O2 = 205,1J/Kmol 86,48J/Kmol. / 9- a) ΔS = 5kJ/K; b) ΔS = 3,2x10-3J/K; c)
S°H2 = 130,7J/Kmol ΔS = 5,75J/K. / 10- a) ΔS = 0,016J/K; b) ΔS =
S°H2O = 69,9J/Kmol 0,013J/K.Para uma temperatura fixa alta a variação da
(B) a oxidação de 1mol de CO(g) a dióxido de carbono: entropia é baixa / 11- ΔG = -98,326kJ e T<613.
CO + ½ O2 ➔ CO2
S°O2 = 205,10J/Kmol

Capítulo 4
19
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EQUILÍBRIO QUÍMICO
Reação direta e reação inversa ocorrendo com a mesma velocidade.
Condições: sistema fechado e temperatura e pressão constantes
Podemos controlar a direção de uma reação e o rendimento do produto.
N2 (g) + 3H2 (g) → 2NH3 (g)
∆Gº = -32,90 KJ/mo (Reação espontânea)

N2 (g) + 3H2 (g) ← 2NH3 (g)


A velocidade da reação inversa aumenta à medida que mais amônia é formada. No equilíbrio a
amônia é decomposta tão rapidamente quanto é formada.
No equilíbrio:
N2 (g) + 3H2 (g) ↔ 2NH3 (g)

4.1 A termodinâmica e o equilíbrio químico


Para uma reação:
∆𝐺𝑟 = ∆𝐺°𝑟 + 𝑅 𝑇 ln 𝐾
Lei da ação das massas:
P produto [ ] produto
Kp= P reagente 𝐾𝑐 = [ ]reagente
P= pressão
[ ] = concentração

N2 (g) + 3H2 (g) → 2NH3 (g)


(𝑃 𝑁𝐻3 )²
∆𝐺𝑟 = ∆𝐺°𝑟 + 𝑅 𝑇 ln ( )
(𝑃 𝑁2 )(𝑃 𝐻2 )³
No equilíbrio ∆𝐺𝑟 = 0, logo:
ΔGr0 = - RT ln K

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Equilíbrio homogêneo, reagentes e produtos estão na mesma fase


Equilíbrio heterogêneo, reagentes e produtos não estão na mesma fase.
Reagentes ou produtos no estado sólido não entra, nos cálculos de K c ou Kp

Exemplo 1 - A energia livre padrão da reação para 2 SO2 (g) + O2 (g) → 2 SO3 (g) é ∆Gºr= -141,74
KJ/mol a 25ºC . Qual é a energia livre de reação quando a pressão parcial de cada gás é 100 bar?
Qual a direção espontânea da reação nestas condições?

Exemplo 2 – O valor da energia livre padrão para ½ H2 (g) + ½ I2 (s) → HI (g) é ∆Gºr= +1,70 KJ/mol
a 25ºC. Calcule a constante de equilíbrio quando esta equação chega ao equilíbrio.

4.2 Relação entre Kp e Kc


K = (R T)∆n Kc
𝑙.𝑏𝑎𝑟
R = 0,08314
𝑚𝑜𝑙.𝑘

Exemplo 3 - Quando se analisou a mistura da reação no equilíbrio a 25 0C:


N2 (g) + 3H2 (g) ↔ 2NH3 (g)
Encontrou-se: 0,796 mol/L de NH3 , 0,305 mol/L de N2 e 0,324 mol/L de H2 .
Qual a constante de equilíbrio Kp para a reação?

4.3 As Tabelas de Equilíbrio


Em muitos casos, conhecemos a composição inicial da reação e são dadas informações
aparentemente incompletas sobre a composição do equilíbrio. De fato, a informação que falta
pode usualmente ser inferida pela estequiometria da reação. O caminho mais fácil é fazer uma
tabela de equilíbrio, na qual seja mostrada a composição inicial, as mudanças necessárias para
atingir o equilíbrio e a composição final do equilíbrio.

Exemplo 4 – Uma mistura consistindo de 0,500 mol/L de N2 e 0,800 mol/L de H2 reage até atingir
o equilíbrio com o produto, amônia (NH3). No equilíbrio, a certa temperatura, a concentração de
NH3 era de 0,150 mol/L. Calcule a constante de equilíbrio Kc para esta reação:
N2 (g) + 3H2 (g) → 2NH3 (g)

Exemplo 5 – Suponha que foram colocados 31,2 g de PCl5 (PM=208,5g/mol) em um recipiente


de 500 mL e que deixamos a amostra atingir o equilíbrio com seus produtos de decomposição

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tricloreto de fósforo e cloro a 25ºC, quando K=1,80 . a)Qual é a composição da mistura no
equilíbrio? b)Qual a porcentagem de decomposição?
PCl5 (g) ↔ PCl3 (g) + Cl2 (g)

Exemplo 6 – Sob certas condições, nitrogênio e oxigênio reagem para formar óxido de
dinitrogênio, N2O. Suponha que uma mistura de 0,0482 mol de N 2 e 0,0933 mol de O2 seja
colocada em um recipiente de 1 L e deixada para formar N 2O a uma temperatura para a qual Kc =
2,0 x 10-13. Qual será a composição da mistura no equilíbrio?
2N2 (g) + O2 (g)↔ 2N2O(g)

4.4 As repostas do Equilíbrio as mudanças nas condições


Princípio de Le Chatelier: Quando uma perturbação exterior é aplicada a um sistema em
equilíbrio dinâmico, o equilíbrio tende a se ajustar para minimizar o efeito dessa perturbação.
Quando um reagente é adicionado a uma mistura em equilíbrio, a reação tende a formar
produtos. Quando um reagente é removido, mais reagente tende a se formar. Quando um produto
é adicionado, a reação tende a formar reagente. Quando um produto é removido, mais produto é
formado.

Exemplo 7 – Considere o equilíbrio: 4 NH3 (g) + 3 O2 (g) ↔ 2 N2 (g) + 6 H2O (g)


Preveja o efeito sobre cada concentração no equilíbrio de:
(a) Adição de N2;

(b) A remoção de NH3;

(c) A remoção de H2O.

Exemplo 8 – Suponha que a mistura em equilíbrio no Exemplo 5 seja perturbada pela adição de
0,100 mol de Cl2 (g) ao recipiente de 0,500 L; então o sistema será mais uma vez deixado para
que atinja o equilíbrio. Use estas informações e os dados do Exemplo 5 para calcular a nova
composição do equilíbrio.

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Para o qual KC = 32 a 500K. Se inicialmente BrCl puro


está presente a concentração de 3,30×10-3mol·L-1, qual
é sua concentração molar no equilíbrio?

4ª Lista de Exercícios 6- Considere o equilíbrio:


4 NH3(g) + 3 O2(g) ↔ 2 N2(g) + 6 H2O(g)
Equilíbrio Químico
Preveja o efeito sobre cada concentração no equilíbrio
de (a) a adição de N2; (b) a remoção de NH3 e (c) a
1- A energia livre padrão de reação para:
remoção de H2O.
H2(g) + I2(g) ➔ 2 HI(g)
é ΔGr°= -21,1kJ·mol-1 a 500K (quando RT = 4,16 kJ·mol-
1 7- Considere o equilíbrio:
). Qual é o valor de ΔGr quando as pressões parciais
SO3(g) + NO(g) ↔ SO2(g) + NO2(g)
dos gases são PH2 = 1,5 bar; PI2 = 0,88 bar e PHI = 0,065
Preveja o efeito sobre o equilíbrio de (a) adição de NO;
bar? Qual é a direção espontânea da reação?
(b) a remoção de SO2 e (c) a adição de NO2.
2- A 400°C, a constante de equilíbrio K para:
8- Calcule a constante de equilíbrio a 25°C para cada
2 SO2(g) + O2(g) ↔ 2 SO3(g) é 3,1×104
uma das seguintes reações a partir dos dados abaixo:
Qual é o valor de Kc nesta temperatura?
(a) a combustão do hidrogênio:
2 H2(g) + O2(g) ➔ 2 H2(g)
3- Uma importante reação na gaseificação do carvão é:
(b) a oxidação do monóxido de carbono:
2 CO(g) + 2 H2(g) ↔ CH4(g) + CO2(g)
2 CO(g) + O2(g) ➔ 2 CO2(g).
Determine as constantes de equilíbrio K e Kc para esta
Dados: GH2O = -228,57 kJ/mol; GCO = -137,17 kJ/mol;
reação a 298K, dadas as concentrações de equilíbrio:
GCO2 = -394,36 kJ/mol.
CO = 4,30×10-9 mol/l; H2 = 1,15×10-8 mol/l; CH4 =
5,14×10-2 mol/l e CO2 = 4,12×10-2 mol/l.
9- Calcule a energia livre padrão de reação de cada uma
das seguintes reações:
4- Uma amostra gasosa de N2O4 com uma pressão
(a) N2(g) + 3 H2(g) ↔ 2 NH3(g)
parcial inicial de 3,0 bar é preparada a certa
Kp = 41 a 400K;
temperatura e deixada para dissociar-se em moléculas
(b) 2 SO2(g) + O2(g) ↔ 2 SO3(g)
de NO2:
Kp = 3,0×104 a 700K.
N2O4(g) ➔ 2 NO2(g)
Uma vez que o equilíbrio:
10- Calcule a energia livre de reação de:
N2O4(g) ↔ 2 NO2 (g)
N2(g) + 3 H2(g) ➔ 2 NH3(g)
tenha-se estabelecido, verifica-se que a pressão parcial
quando as pressões parciais de N2, H2 e NH3 são 1,0; 4,2
de N2O4 caiu para 1,0 bar. Use uma tabela de equilíbrio
e 63 bar respectivamente e a temperatura é 400K.
para encontrar a pressão parcial de NO2 no equilíbrio e
então calcule K.
11- Determine Kc a partir do valor de Kp para cada um
dos seguintes equilíbrios:
5- Cloreto de bromo, BrCl, decompõe-se em bromo e
(a) 2 NOCl(g) ↔ 2 NO(g) + Cl2(g)
cloro e atinge o equilíbrio:
Kp = 1,8×10-2 a 500K;
2 BrCl(g) ↔ Br2(g) + Cl2(g)
(b) CaCO3(s) ↔ CaO(s) + CO2(g)
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Kp = 167 a 1073K. PM= 78 g/mol PM= 44g/mol

12- Use os seguintes dados, os quais foram coletados a 16- A constante de equilíbrio Kc = 1,1×10-2 para a
460°C e estão em concentrações molares de equilíbrio, reação:
para determinar Kc para a seguinte reação: PCl5(g) ↔ PCl3(g) + Cl2(g)
H2(g) + I2(g) ↔ 2 HI(g) PM= 208,5g/mol
Kc = 1,1×10-2 a 400K
[H2], mol·L-1 [I2], mol·L-1 [HI], mol·L-1 (a) Dado que 1,0g de PCl5 é colocado em um recipiente
de reação de 250mL, determine as concentrações
6,47×10-3 0,594×10-3 0,0137
molares na mistura no equilíbrio. (b) Qual a
3,84×10-3 1,52×10-3 0,0169
porcentagem de PCl5 que é decomposta a 400K?
1,43×10-3 1,43×10-3 0,0100

13- Em uma mistura gasosa de H2, I2 e HI em equilíbrio


a 500K, [HI] = 2,21×10-3mol·L-1 e [I2] = 1,46×10-3mol·L-1.
Dado o valor da constante de equilíbrio Kc = 160,
calcule a concentração de H2. GABARITO:
H2 + I2 ↔ 2HI
1- -45kJ·mol-1; na direção dos produtos.
2- Δn = -1, então Kc = 1,7×106.
14- Quando 0,0172 mol de HI é aquecido até 500K em 3- Kc = 8,66×1029, K = 1,41×1027.
um recipiente fechado de 2,00L a mistura em equilíbrio 4- PNO2 = 4,0 bar e K = 16.
resultante contém 1,90g de HI. Calcule Kc para a reação 5- 9×10-4mol·L-1
de decomposição de 2 HI(g) ↔ H2(g) + I2(g). PM HI = 6- a) Reagente / b)Reagente / c)Produto
128g/mol 7- O equilíbrio tende a se deslocar para: a) produtos; b)
𝑛 𝑚 produtos e c) reagentes.
Lembrete: 𝑀 = =
𝑉 𝑃𝑀 𝑥 𝑉 8- a) K = 1,35×1080 e b) K = 1,47×1090.
9- a) ΔG = -12,3kJ/mol e b) ΔG° = -60kJ/mol.
10- ΔGº = -13,2 KJ/mol
11- a) Kc = 4,3×10-4 e b) KC = 1,87.
12- Kc = 48,83
15- Uma amostra de 25,0g de carbamato de amônio, 13- |H2| = 2,09×10-5
NH4 (NH2CO2) foi colocada em um frasco de 0,250L a 14- Kc = 6,3×10-3
vácuo e a 25°C. No equilíbrio o frasco continha 17,4mg 15- Kc = 1,2×10-8
de CO2. Qual é o valor de Kc para a decomposição de 16- a) |PCl5| = 0,005; |PCl3| = |Cl2| = 0,014
carbamato de amônio em amônia e dióxido de b) Porcentagem = 73%.
carbono? A reação é:
NH4(NH2)CO2 (s) ↔ 2NH3 + CO2

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Capítulo 5

EQUILÍBRIO EM FASE AQUOSA

5.1 KW, pH e pOH

Pela teoria de Bronsted-Lowry, um ácido é um doador de prótons e a base é um receptor de


prótons.
A água pode ser um tipo de ácido ou de base. Ela aceita um próton para formar H 3O+ e doa
um próton para formar OH-. A água é anfiprótica.

2 H2O (l) ↔ H3O+ + OH-

∆Gº = ∆𝐺Hº 3O+ + ∆𝐺𝑂𝐻


º −
− 2 ∆𝐺Hº
2O

∆Gº = -79,89 KJ/mol

−∆𝐺 º −7,989 𝑥 104


ln 𝐾 = =
𝑅𝑇 8,314 𝑥 298
K= 1,0 X 10-14

• Constante de autoprotólise (constante de equilíbrio para a água)

Kw = [H3O+] x [OH-]

Em água pura a 25 ºC

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[H3O+] = [OH-]
Kw = 10-7 x 10-7 = 1,0 x 10-14

Se adicionarmos ácido, aumenta [H3O+], logo [OH-] diminui para manter Kw= 1,0 x 10-14 . Se
adicionar base, aumenta [OH-] e diminui [H3O+].

• Calculando a Concentração Molar (M) dos íons em uma solução de base forte

Exemplo 1 – Quais são as molaridades de H3O+ e OH- em Ba(OH)2 (aq) 0,0030 M, a 25 ºC?

• Escala de pH e pOH

pH= - log [H3O+]


pH da água pura a 25 ºC
pH= - log 10-7
pH = 7,0

Água pura pH = 7,0 / Solução ácida pH < 7,0 / Solução básica pH > 7,0
pOH = - log [OH-]
pkw = - log Kw = - log 10-14 = 14
pkw = pH + pOH = 14

• Calculando pH a partir da molaridade [ M ]

Exemplo 2 – Qual é o pH de: (a) sangue humano, no qual a molaridade dos íons H 3O+ é igual a
4,0 x 10-8 mol/L ; (b) HCl (aq) 0,020 M ; (c) KOH (aq) 0,040 M ?

• Ácidos e bases fracas sem solução aquosa

CH3COOH (aq) + H2O ↔ H3O+ (aq) + CH3CO-2 (aq)

Base conjugada FORTE


[ H3 O+ ] [ CH3 CO−
2]
Ka =
[ CH3 COOH ]

pKa = - log ka

NH3 (aq) + H2O (l) ↔ NH4+ (aq) + OH- (aq)

Ácido conjugado FORTE


[ NH+ −
4 ] [ OH ]
Kb=
[ NH3 ]

pKb = - log Kb

Quanto maior Ka, mais forte o ácido.


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Quanto maior Kb, mais forte a base.

pkw = pKa + pkb

• O pH de soluções de ácido e bases fracas

Estimando o pH de um ácido fraco e a % de deprotonação usando a tabela de equilíbrio

Exemplo 3– Calcule o pH e a porcentagem de deprotonação de CH 3COOH (aq) 0,10 M sabendo


que Ka para ácido acético é 1,8 x 10-5.

• Calculando o pH e a porcentagem de protonação de uma base fraca

Exemplo 4- Calcule o pH e a porcentagem de protonação de uma solução aquosa de metilamina,


CH3NH2. O Kb= 3,6 x 10-4.

• Solução mista

O pH de uma solução de um ácido fraco aumenta quando um sal contendo sua base
conjugada é adicionado.
O pH de uma solução de uma base fraca diminui quando um sal contendo seu ácido
conjugado é adicionado.

Exemplo 5 – Calcule o pH de uma solução que é HNO2 (aq) 0,500 M e KNO2 (aq) 0,100 M. Ka= 4,3x10-
4
para HNO2.

5.2 A ação do tampão


É o tipo de solução mista mais importante, uma solução na qual o pH resiste à mudança
quando ácidos ou bases fortes são adicionados.

• Planejando um tampão

HA + H2O ↔ H3O+ + A-

[ H3 O+ ] [ A− ]
Ka =
[ HA]

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Ka [ HA]
[H3O+] =
[ A− ]

[ HA]
- log [H3O+] = - log Ka - log
[ A− ]

[ A− ]
pH = pKa + log
[ HA]

Exemplo 6 – Suponha que estejamos cultivando bactérias que requeiram um ambiente ácido e que
desejemos preparar um tampão com pH aproximadamente igual a 4. Como primeira tentativa,
preparamos uma solução-tampão constituída de NaCH3CO2 (aq) 0,040 M e CH3COOH (aq) 0,080 M
a 25 ºC e então prepare-se para adicionar mais ácido ou base para ajustar o pH ao valor que req
ueremos. Qual é o pH da solução-tampão original?

5.3 Equilibrio de solubilidade

Até agora trabalhamos com equilíbrio aquoso envolvendo transferência de prótons. Agora
veremos o mesmo princípio aplicado ao equilíbrio que existe entre um sal sólido e seus íons
dissolvidos em uma solução saturada.
Podemos prever a solubilidade de um sal e controlar a formação de precipitado.

• O produto de solubilidade (Kps)


É a constante de equilíbrio para um equilíbrio de solubilidade.

Bi2S3 (s) ↔ 2 Bi3+ (aq) + 3 S-2 (aq)


3+ 2 -2 3
kps= [Bi ] x [S ]

A solubilidade molar de Bi2S3 é S


A solubilidade molar de Bi é 2S
A solubilidade molar de S é 3S
Logo:
Kps= [2S]2 x [3S]3 = 108 S5
5 𝐾𝑝𝑠
S= √
108

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Exemplo 7- A solubilidade molar do cromato de prata, Ag 2CrO4, é 6,5 x 10-5 mol/L . Determine o
valor de kps.

Exemplo 8- Estime a solubilidade molar do Cr(IO3)3 em água, sendo kps= 5,0 x 10-6.

Exemplo 9- Suponha que se dissolva AgCl em NACl 0,10M na qual [Cl-] = 0,10M. Qual a [Ag+] para
que AgCl ainda se dissolva?

• O efeito do íon comum

Aplicação do principio de Le Chatelier diminui a solubilidade do sal através da adição de


outro sal ou ácido que tenha o íon em comum. A tendência é formar precipitado de AgCl.

AgCl (s) ↔ Ag+ (aq) + Cl- (aq)


+ -
Kps=[ Ag ] x [Cl ]

Experimentalmente, Kps= 1,6 x 10-10 a 25 ºC, e a solubilidade molar de AgCl em água é 1,3
x 10-5 mol/L . Se adicionarmos NaCl , a [Cl-] aumenta, logo [ Ag+] decresce para que a constante
de equilíbrio permaneça constante. Como há agora menos Ag + em solução, a solubilidade de AgCl
é menor em solução de NaCl do que em água pura.

5ª Lista de Exercícios Assegure-se de verificar a aproximação para ver se


Equilíbrio em Fase Aquosa é válida.
Ka= 8,4x10-4
1- Estime as molaridades do H3O+ e do OH- a 25°C
em HI (aq) 6,0×10-5м. 4- Estime o pH e a porcentagem de base
protonada na NH2OH(aq) 0,15м (hidroxilamina
2- Calcule o pH de (a) amônia para limpeza caseira, aquosa). Dado Kb = 1,1×10-8.
para qual a molaridade do OH- é de 3×10-3mol·L-1;
(b) HClO4(aq) 6,0×10-5м. 5- Calcule a molaridade inicial do Ba(OH)2 e as
molaridades de Ba2+, OH- e H3O+ em uma solução
3- Calcule o pH do ácido lático (CH3CH(OH)COO) aquosa que contém 0,50g de Ba(OH)2 em 0,100L
0,20м. Consulte tabela para encontrar Ka. de solução. Dado PM Ba (OH)2=171,5g/mol.

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6- Calcule os valores de pH e pOH da seguinte
soluções aquosa: CH3COOH(aq) 0,15м. Dado Ka =
1,8×10-5.

7- Calcule o pH, pOH e a porcentagem de


protonação do soluto na seguinte solução aquosa: GABARITO:
NH3(aq) 0,10м. Dado Kb = 1,8×10-5.
1- 6,0×10-5mol·L-1 e 1,7×10-10mol·L-1
8- Quando o pH de uma solução de HClO2(aq) 2- a) 11,5 e b) 4,22.
0,10м foi medido encontrou-se 1,2. Quais são os 3- Ka = 8,4×10-4 e pH = 1,90 (deve ser usado o
valores de Ka e pKa para o ácido cloroso? cálculo exato).
4- 9,61 e 0,027%.
9- Calcule o pH de uma solução CH3NH2(aq) 5- |BA(OH)2|=|Ba2+|=0,029M
0,300м e CH3NH2Cl(aq) 0,146м. Dado Kb do |OH-|=0,058M
CH3NH2 = 3,6×10-4. |H3O+|=1,7x10-13

10- Calcule o pH da solução-tampão de NH4Cl(aq) 6- pH=2,87


0,040м e de NH3(aq) 0,030м. Dado Kb do NH3 = pOH=11,12
1,8×10-5 e pKb = 4,75.
7-pH=11,12
11- O produto de solubilidade do sulfato de prata, pOH=2,87 ; 1,34 %
Ag2SO4, é 1,4×10-5. Estime a solubilidade molar do
sal. 8- pKa=1,0 Ka=0,1

12- A solubilidade molar do iodato de chumbo (II) 9- 10,87.


Pb(IO3)2, a 26°C é 4,0×10-5mol·L-1. Qual é o valor da 10- 9,1.
Kps para iodato de chumbo (II)? 11- 1,5×10-2mol·L-1.
12- 2,6×10-13.
13- Qual é a solubilidade molar aproximada de 13- 4,4×10-8mol·L-1.
carbonato de cálcio em CaCl2(aq) 0,20м? Dado Kps
do CaCO3 = 8,7×10-9.

Capítulo 6
EQUILÍBRIO FÍSICO
Equilíbrio entre as diferentes fases de uma substância.
A presença de soluto altera as propriedades físicas do solvente. Ex: A água do mar congela a uma
temperatura mais baixa que a água pura.

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Equilíbrio Físico- Estado no qual duas ou mais fases de uma substância coexistem sem uma
tendência para mudar.

Equilíbrio Químico- Equilíbrio entre reagentes e produtos de uma reação química.

Transição de fase- Conversão de uma substância de uma fase à outra. (fusão do gelo, vaporização
da água, etc.)
As transições de fase ocorrem em T e P específicas e depende da pureza da substância.

6.1 Pressão de Vapor (Pv)


O vapor de um líquido exerce uma pressão quando o vapor e líquido estão em equilíbrio
dinâmico entre si.
Líquido com alta Pv são os mais voláteis.
Quando o líquido e o vapor estão em equilíbrio dinâmico em um recipiente fechado, a taxa
na qual as moléculas deixam o líquido é igual à taxa na qual elas retornam. O vapor condensa tão
rápido quanto o líquido se vaporiza.
Taxa de vaporização = taxa de condensação

6.2 A volatilidade e as propriedades moleculares

Volatilidade alta FI fraca ↓ PE


(PV alta)

Volatilidade baixa FI forte ↑ PE


(PV baixa)

FI- força Intermolecular


PE- Ponto de Ebulição

A Pressão de vapor (Pv) de um líquido é uma indicação de quão rapidamente as moléculas em


líquido podem escapar das forças que as mantêm juntas.
Podemos calcular a Pv do líquido através da Termodinâmica.
Quando o líquido e o vapor estão em equilíbrio o ΔG para a formação do vapor é zero.

∆Gvap = Gm(g) − Gn(l) = 0


No equilíbrio:
∆𝐺𝑣𝑎𝑝 = ∆𝐺°𝑣𝑎𝑝 + 𝑅 𝑇 ln 𝑝 = 0
Equação de Clausius-Clapeyron:

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-∆𝐺°𝑣𝑎𝑝
ln 𝑃 =
𝑅𝑇

Onde: ∆𝐺°𝑣𝑎𝑝 = ∆𝐻° 𝑣𝑎𝑝 – 𝑇∆𝑆°𝑣𝑎𝑝

−∆𝐻° 𝑣𝑎𝑝 ∆𝑆°𝑣𝑎𝑝


Logo: ln 𝑃 = 𝑅𝑇
+
𝑅

6.3 A variação da Pv com a temperatura

Aumenta a Pv do líquido com o aumento da temperatura pois está dando energia para as
moléculas escaparem.

𝑝2 ∆𝐻°𝑣𝑎𝑝 1 1
ln = ( − )
𝑝1 𝑅 𝑇1 𝑇2

R= 8,3145 J/k.mol
1 atm = 760 Torr

Exemplo 1 - A entalpia de vaporização de CCl4 é 33,05 KJ/mol e sua pressão de vapor a 57,8 ˚C
é 405 Torr. Qual é a pressão de vapor a 25 ˚C?

6.4 Diagramas de fase

A fase da substância depende da P e T. Um diagrama de fase


mostra qual a fase é mais estável.

Ponto triplo é um ponto onde as três fases coexistem em


equilíbrio dinâmico. No caso da água, o ponto triplo das fases sólida,
líquida e vapor estão em 4,6 Torr e 0,01 ºC.

6.5 A pressão e a solubilidade do gás: Lei de Henry


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A lei de Henry mostra que a dissolução do gás em um líquido depende da pressão.


Exemplo: Os peixes sobrevivem debaixo d’água porque o gás O2 está dissolvido na H2O.
A pressão do gás surge dos choques de suas moléculas. Como o número de choques
aumenta com o aumento da pressão do gás, a solubilidade do gás aumenta conforme sua
pressão aumenta.
Se o gás sobre o líquido é uma mistura então a solubilidade de cada componente depende
da sua pressão parcial.

A solubilidade do gás é diretamente proporcional a sua pressão


parcial (P) porque um aumento na sua pressão corresponde a um
aumento na taxa com a qual moléculas de gás se chocam com a
superfície do solvente.

𝑆 = 𝐾𝐻 𝑃

KH constante de Henry depende do gás, da temperatura e do


solvente.
P em atm.

Exemplo 2 – Podemos usar a lei de Henry para verificar que a concentração de água de lago
normalmente é adequada para sustentar vida aquática que requer uma concentração de pelo
menos 1,3. 10-4 mol/ l. A pressão parcial de oxigênio é de 0,21 atm ao nível do mar. Qual a
solubilidade molar do oxigênio? (KH O2= 1,3. 10-3 mol/l.atm).

6.6 Propriedades coligativas


Dependem dos números relativos de moléculas de soluto e solvente e não da identidade
química do soluto.
A presença do soluto afeta as propriedades físicas do solvente.

6.6.1 Abaixamento da Pv do solvente


Lagos salgados evaporam mais lentamente que lagos doces.

Lei de Rault:
𝑃𝑣 = 𝑥𝑠𝑜𝑙𝑣𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑃𝑝𝑢𝑟𝑜

𝑃𝑝𝑢𝑟𝑜 - Pv do solvente puro


P – Pv do solvente na solução
𝑥𝑠𝑜𝑙𝑣𝑒𝑛𝑡𝑒 - fração molar do solvente

na nb
xa = xb =
na + nb na + nb
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a – soluto
b- solvente
n – número de mols

Exemplo 3 – Calcule a pressão de vapor da água a 20 °C em uma solução preparada pela


dissolução de 10g de sacarose (C12H22O11) em 100g de água (H2O).
Pm (C12H22O11) = 342 g/mol
Pm (H2O) = 18 g/mol
Ppuro = 17,54 Torr

6.6.2 Elevação do PE e abaixamento do PC

↑ 𝑃𝐸 = 𝐾𝑏 𝑥 𝑚𝑜𝑙𝑎𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒

↓ 𝑃𝐶 = 𝑘𝑐 𝑥 𝑚𝑜𝑙𝑎𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒

Kb – Constante do Ponto de ebulição


Kc – Constante do Ponto de Congelamento
↑ PE – Elevação do PE (Variação da TE)
↓ PC – Abaixamento do PC (Variação da TC)
mol soluto
molalidade =
Kg solvente

Exemplo 4 - A adição de 0,24g de enxofre (Sx) a 100g de CCl4 abaixa o ponto de congelamento
do CCl4 de 0,280C. Qual o peso molecular a forma molecular do Sx?
Kc = 29,80C.Kg/mol
PMS = 32 g/mol

6.7 Misturas binárias líquidas

6.7.1 Pv de uma mistura binária

Imagine uma mistura binária ideal de dois líquidos voláteis, A e B. Um exemplo seria usar
A como Benzeno e B como Tolueno. Como a mistura é ideal, cada componente tem a Pv parcial
dada pela lei de Rault.

Pa= xa Ppuro Pb= xb Ppuro

Pa = Pv parcial do componente A.

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Segundo Dalton, a Pressão total de vapor é a soma das pressões parciais, logo:

Ptotal = Pa + Pb

Exemplo resolvido:

1 2
xa = xb =
3 3
Pv a = 94,6 Torr
Pv b = 29,1 Torr
1 2
𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑥 94,6 + 𝑥 29,1
3 3

𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 50,9 𝑇𝑜𝑟𝑟

O vapor da mistura é mais rico no componente mais volátil (com maior Pv parcial). O
Benzeno é mais volátil que o Tolueno logo se a Pv parcial do Benzeno for maior tem mais Benzeno
no vapor que na mistura líquida.

Cálculo da fração molar na fase vapor (y)

Pa Pa
ya = =
Ptotal Pa + Pb

xa Pa puro
ya =
xa Pa puro+ xb Pb puro

6.8 A destilação
Como a Pv varia com a composição o PE também varia a medida que a mistura ferve.
Benzeno puro PE : 80,1 ºC a 1 atm

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Tolueno puro PE: 110,6 ºC


PE da mistura; é a PE intermediária do Benzeno e Tolueno.

Diagrama de temperatura x composição da mistura Benzeno-


Tolueno.

Exemplo 5- (a) Detetermine a Pv a 250C de uma solução de


tolueno (T) em benzeno (B) na qual a fração molar do benzeno é
0,9
(b) Calcule as frações molares do benzeno e tolueno no
vapor
PvB = 94,6 Torr
PvT = 29,1 Torr

TABELAS

Pressão de vapor da água

Temperatura Pressão de vapor


ºC Torr
0 4,58
10 9,21
20 17,54
21 18,65
22 19,83
23 21,07
24 22,38
25 23,76
30 31,83
37* 47,08
40 55,34
60 149,44
80 355,26
100 760,00
*Temperatura do corpo

Constantes do ponto de ebulição e ponto de congelamento

Ponto de kf , Ponto de Kb,


Solvente
congelamento, ºC ºC.Kg/mol ebulição, ºC ºC.Kg/mol
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Acetona -95,35 2,40 56,2 1,71


Benzeno 5,5 5,12 80,1 2,53
Cânfora 179,8 39,7 204 5,61
Tetracloreto de
-23 29,8 76,5 4,95
carbono
Ciclohexano 6,5 20,1 80,7 2,79
Naftaleno 80,5 6,94 217,7 5,80
Fenol 43 7,24 182 3,04
Água 0 1,86 100,0 0,51

Constantes de Henry para gases em água a 20º

Gás kH , mol.L-1.atm-1
Ar 7,9 x 10-4
Argônio 1,5 x 10-3
Dióxido de carbono 2,3 x 10-2
Hélio 3,7 x 10-4
Hidrogênio 8,5 x 10-4
Neônio 5,0 x 10-4
Nitrogênio 7,0 x 10-4
Oxigênio 1,3 x 10-3

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1- A pressão de vapor da água a 25°C é 23,76 Torr e sua


entalpia de vaporização àquela temperatura é
44,0kJ∙mol-1. Calcule a pressão de vapor da água a
35ºC.

2- Na elevação do Lago do Urso no Parque Nacional


Montanha Rochosa, a 2.900m, a pressão parcial de
oxigênio é 0,14atm. Qual é a solubilidade molar do
oxigênio no Lago a 20°C? KH O2 = 1,3×10-3mol/L∙atm.

3- Calcule a pressão de vapor de água a 90°C para uma


solução preparada dissolvendo-se 5,00g de glicose
(C6H12O6) em 100g de água. A pressão de vapor da água
pura a 90°C é 524 Torr.
P.M. GLICOSE = 180g/mol
P.M. H20 = 18g/mol

4-Determine a que temperatura uma solução de


0,20mol∙Kg-1 de codeína, C18H21NO3, congelará em
benzeno.

5- A pressão de vapor de azoteto de hidrogênio, HN3, é


58 Torr a -22,75 0C e 512 Torr a 25,0 0C. Calcule: (A) a
entalpia-padrão de vaporização; (B) a entropia-padrão
de vaporização; (C) a energia livre padrão de
vaporização.
Dado: ΔS vap = ΔH vap/ TE
TE HN3 = 309k = 36 0C

6- O ponto de ebulição normal do fluoreto de


hidrogênio é 19,5ºC e sua pressão de vapor a 0 0C é 359
Torr.
Calcule: (A) a entalpia-padrão de vaporização; (B) a
entropia-padrão de vaporização; (C) a pressão de vapor
do fluoreto de hidrogênio a 8,5 0C.
Dado: PE à 1atm =760 Torr.

7- Diga a solubilidade molar em água de (A) O2 a 50kPa;


(B) CO2 a 500 Torr; (C) CO2 a 0,10 atm. A temperatura
em cada caso é 20ºC e as pressões são pressões
parciais do gás.
Dado: 1 atm = 101,325 KPa
KO2 = 1,3x10-3mol/l.atm
KCO2 = 2,3x 10-2mol/l.atm

8- O dióxido de carbono gasoso dissolvido em uma


amostra de água em um recipiente parcialmente cheio
6ª Lista de Exercícios e lacrado alcançou equilíbrio com sua pressão parcial
no ar sobre a solução. Explique o que acontece à
Equilíbrio Físico solubilidade do CO2 se: (A) a pressão parcial do CO2
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gasoso é dobrada pela adição de mais CO2; (B) a ponto de congelamento de uma solução aquosa que
pressão total do gás sobre o líquido é dobrada pela contém um não-eletrólito dissolvido em 2x10²g de
adição de nitrogênio. água é -1,94 0C. Quantos mols de soluto estão
presentes? TC=5,12°C
9- Calcule a pressão de vapor do solvente em cada uma Kb=2,53°C.kg/mol
das soluções seguintes. (A) Uma solução aquosa a Kc=5,12°C.kg/mol
100°C na qual a fração molar de sacarose é 0,100; (B)
Uma Solução aquosa a 100°C na qual a molalidade da 17- Benzeno (C6H6, PM= 78g/mol) e tolueno (C6H5CH3,
sacarose é 0,100mol∙Kg-1. PM Sacarose = 342g/mol PM PM=92g/mol) formam uma solução ideal. A pressão de
H2O= 18g/mol vapor do benzeno é 94,6 Torr e a de tolueno é 29,1 Torr
a 25°C. Calcule a pressão de vapor de cada uma das
10- (A) Calcule a pressão de vapor de uma solução seguintes soluções e a fração molar de cada substância
aquosa 1,00% em massa de etileno glicol, C 2H4(OH)2 a na fase vapor sobre essas soluções: (A) 1,50mol de
0 0C. (B) Qual é a pressão de vapor de NaOH(aq) 0,100m benzeno misturado com 0,5mol de tolueno; (B) 15g de
a 80 0C? (C) Determine a mudança na pressão de vapor benzeno misturado com 64,3g de tolueno.
da água quando 6,60g de CO(NH2)2 (PM = 60g/mol)é
dissolvido em 100g de água a 10 0C. 18- 1,1-dicloroetano, CH3CHCl2 (PM= 171g/mol), tem
uma pressão de vapor de 228 Torr a 25ºC,
11- Quando 8,05g de um composto X desconhecido considerando que, a mesma temperatura, 1,1-
foram dissolvidos em 1,00×102g de benzeno, a pressão diclorotetrafluoroetano, CF3CFCl2 (PM= 99g/mol), tem
de vapor do benzeno diminuiu de 100 Torr para 94,8 uma pressão de vapor de 79 Torr. Que massa de 1,1-
Torr a 26 0C. Quais são: (A) a fração molar e (B) a massa dicloroetano deve ser misturada com 100g de 1,1-
molar de X? PM Benzeno = 78g/mol diclorotetrafluoroetano para dar uma solução que tem
uma pressão de vapor de 157 Torr? Assuma
12- Estime a elevação do ponto de ebulição e os pontos comportamento ideal.
de ebulição normais de: (A) C12H22O11(aq) 0,10m; (B)
NaCl(aq) 0,22m; (C) solução saturada de LiF a 100 0C (a
solubilidade do LiF é 230mg/1,00×10²g de água a 100
0
C. Assuma que os compostos iônicos sofrem
dissociação completa. Kb = 0,51°C.kg/mol

13- Uma amostra de 1,05g de um composto molecular


é dissolvida em 100g de tetraclorometano
(tetracloreto de carbono). O ponto de ebulição normal
da solução é 61,51 0C; o ponto de ebulição do CCl 4 é
61,20 0C. Qual é a massa molar do composto? Kb=
4,95°C.kg/mol
GABARITO:
14- Estime o abaixamento do ponto de congelamento
e o ponto de congelamento de cada uma das soluções 1- 42 Torr
do exercício 12 (a solubilidade do LiF perto de 0ºC é 2- 1,8×10-4mol∙L-1
120mg/100g de água). Kc= 1,86 °C.kg/mol 3- 521 Torr
4- 4,5 0C
15- Uma solução contendo 1,14g de uma substância 5- a) ΔH = 28,3kJ/mol
molecular dissolvida em 100g de cânfora congela a b) ΔS = 91,2J/Kmol
177,3 0C. Qual é a massa molar da substância? C.kg/mol c) ΔG = 1,1kJ/mol
6- a) ΔH = 25,5kJ/mol
16- (A) Qual o ponto de congelamento de uma solução b) ΔS = 87J/Kmol
de benzeno que ferve a 820C? (B)Uma solução aquosa c)504 Torr.
congela a -3,040C, qual a molalidade da solução? 7- a) S = 6,4×10-4mol/L
Assuma que não ocorre dissociação do soluto, (C) O b) S = 0,015mol/L
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c) S = 0,23×10-2mol/L b) ↓PC = 0,4092; PC = -0,4092
8- a) aumenta b)não altera c) ↓PC = 0,086; PC = -0,086
9- a) P = 684 Torr; b) P = 758 Torr 15- 181g/mol
10- a) Pv = 4,57 Torr; b) Pv = 354 Torr; c) Pv = 9,03 Torr. 16- a) PC = 1,65 b) m = 1,63mol/kg c) n = 0,209
11- a) Xx = 0,052; b) MM = 115g/mol 17- a) PV benzeno = 70,95Torr; YB = 0,91Torr
12- a) ↑PE = 0,051; PE = 100,051 PV tolueno = 7,27Torr; YT = 0,09Torr
b) ↑PE = 0,1122; PE = 100,1122 b) PV benzeno = 20,3Torr; YB = 0,47Torr
c) ↑PE = 0,046; PE = 100,046 PV tolueno = 22,8Torr; YT = 0,53Torr
13- MM = 167,7g/mol 18- m = 61,87g
14- a) ↓PC = 0,186; PC = -0,186

Capítulo 7
ELETROQUÍMICA

7.1 As células galvânicas


É um tipo de célula eletroquímica. Uma reação química espontânea que produz uma
corrente.
Bateria- células unidas em série, onde a voltagem produzida é a soma das voltagens de
cada célula.
Uma célula galvânica é constituída de dois eletrodos (ou condutores metálicos) que fazem
contato com o conteúdo da célula e um eletrólito que é uma solução aquosa de um composto
iônico.
A oxidação ocorre em um eletrodo chamado anodo (-) e a espécie oxidada perde e- para o
eletrodo. A redução ocorre no eletrodo chamado de catodo (+) e a espécie reduzida coleta e- do
eletrodo. Isso resulta em um fluxo de e- que une os eletrodos. Essa energia pode ser usada para
realizar trabalho ou ser dissipada como calor.

40
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• Célula ou pilha de Daniel
É um tipo de célula galvânica.
Daniel provou que uma reação redox é espontânea.

Znº (s) + Cu2+ (aq) ➔ Zn2+ (aq) + Cuº (s)

Elétrons do Znº são transferidos para Cu2+ na solução, reduzindo Cu2+ a Cu0. O pedaço de Zn
desaparece vagarosamente enquanto seus átomos doam e- e formam íons Zn2+ indo para a solução.

Daniel separou as semi-reações:

Cu2+ (aq) + 2 e- ➔ Cuº (s) Eº = 0,34 V

Znº (s) ➔ Zu2+ (aq) + 2 e- Eº= -0,76 V

• A notação para células


Diagrama de célula.

Zn (s) | Zn2+ (aq) || Cu2+ (aq) | Cu (s)

Os e- passam através de um circuito externo (o fio e a lâmpada). Através do fluxo de e - realizam


trabalho acendendo a lâmpada.

• O potencial da célula (E)


É a indicação do poder de empurrar e puxar e - de uma reação. É a voltagem da célula e é medida
através de um voltímetro.

• O potencial da célula e a energia livre da reação

∆Gº = - n F Eº
n = no de elétrons na oxirredução
F= 96500 C/mol (constante de Faraday)
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Eº é o potencial padrão da célula

Exemplo 1 – Calcule a energia livre (∆Gº) da célula de Daniel.

• Os Potenciais-Padrão do Eletrodo e as Constantes de Equilíbrio

Cada eletrodo contribui com um potencial padrão (Eº), logo o potencial padrão da célula é:

Eº= Eº (catodo) – Eº (anodo)


para medir o potencial individual usamos o eletrodo de H como referência, pois Eº (H +, H2)=0

∆Gº= -R T ln 𝑘 ∆Gº= -n F Eº

-R T ln 𝑘 = -n F Eº

𝑛 𝐹 𝐸0 𝑛 𝐸0
ln 𝑘 = =
𝑅𝑇 0,025693

Exemplo 2 – O potencial-padrão de um eletrodo de zinco é -0,76 V e o potencial-padrão da célula


Zn (s) | Zn2+ (aq) || Cu2+ (aq) | Cu (s) é 1,10 V. Qual é o potencial-padrão do eletrodo de cobre?

Exemplo 3- Determine a constante de equilíbrio para a seguinte célula: Cr3+(aq), Cr2+(aq) || Cu2+(aq)
| Cu (s), com base nas semi-reações de redução encontradas na tabela de potencial de redução em
anexo no final do capítulo 6 da apostila. Se as concentrações de Cr3+(aq), Cr2+(aq) e Cu2+(aq) fossem
0,1M, qual o potencial E da pilha?

• Equação de Nernst

∆G= ∆Gº + R T ln 𝑘

-n F E = -n F Eº + R T ln 𝑘

𝑅 𝑇 ln 𝑘
E= Eº -
𝑛 𝐹

0,025693 ln 𝑘
E = Eº -
𝑛

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Exemplo 4- Calcule o potencial da célula galvânica Zn | Zn2+ (1,50 mol·L-1) || Fe2+ (0,10 mol·L-1) | Fé,
com base nas semi-reações de redução encontradas na tabela de potencial de redução em anexo
no final do capítulo 5 da apostila.

• Corrosão

É a oxidação não desejada de um metal.


O principal culpado pela corrosão é a água.

2 H2O (l) + 2 e- ➔ H2 (g) + 2 OH- (aq)

Eº= -0,83 V para pH=14


Eº= -0,41 V para pH=7

Qualquer metal com potencial mais negativo que -0,41 V pode reduzir a água. Quase todos
os metais podem ser oxidados pela água.

Fe2+ (aq) + 2 e- ➔ Fe (s) Eº= -0,44 V

O potencial do Fe2+ é muito próximo de -0,41 V, logo tem pequena tendência para ser oxidado
pela água. Por essa razão o Fe pode ser usado em encanamentos de sistema de abastecimento de
água livre de oxigênio sem enferrujar.
Quando o Ferro é exposto ao ar úmido:

O2 (g) + e- ➔ Fe2+ (aq) Eº= 1,23 V


Eº= 0,82 V a pH=7

O e H2O juntos podem ajudar o Fe2+ e depois oxidar Fe2+ a Fe3+ pois:
Fe3+ (aq) + e- ➔ Fe2+ (aq) Eº= +0,77 V

O Fe3+ precipita como óxido de Fe III hidratado, Fe 2O3 . H2O substâncias marrom insolúvel,
conhecida como ferrugem.
Como a corrosão é eletroquímica pode-se prevenir. Ou protege a superfície do metal da
exposição ao ar e água com pintura ou utiliza a proteção galvânica ou proteção catódica. O metal
utilizado para proteger o Ferro é chamado de ânodo de sacrifício (cobre o metal com um filme de
Zn). O Zn fica abaixo de Fe, logo o Zn é oxidado e não o Fe.

7.2 Eletrólise

É o processo de forças uma reação a ocorrer na direção não espontânea pelo uso da corrente
elétrica.

43
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• Célula eletrolítica

É uma célula eletroquímica onde o arranjo dos componentes é diferente da


célula galvânica. Os dois eletrodos estão no mesmo compartimento e há somente
um tipo de eletrólito

Como em uma célula galvânica a oxidação ocorre no anodo e a redução no


catodo, os e- passam por um fio do anodo para o catodo, os cátions movem-se
através do eletrólito na direção do catodo e os ânions na direção do anodo. Mas
ao invés da corrente espontânea da célula galvânica, uma corrente deve ser
fornecida por uma fonte elétrica externa. Essa corrente movimenta e- pelo fio em
uma direção predeterminada.

Para forçar uma reação em um sentido não espontâneo, a fonte externa deve gerar uma ddp
(diferença de potencial) maior que a ddp que deveria ser produzida pela reação inversa.

• Os produtos da eletrólise

Calcula a quantidade de produtos formada por uma quantidade conhecida de eletricidade com
base na Lei de Faraday.

Lei de Faraday – O número de mols de produtos formado por uma corrente elétrica é
estequiometricamente equivalente ao número de mols de elétrons fornecido.

Cu2+ (aq) + 2 e- ➔ Cu (s)

2 mols de e- -------------- 1 mol de Cu


4 mols de e- -------------- 2 mols de Cu

A quantidade de eletricidade (Q) que passa pela célula da eletrólise é determinada pela
medida da corrente (i) e do tempo (t), pelo qual a corrente flui e é calculada por:
Carga fornecida (C) = corrente (A) x tempo (s) ou Q=it

Como Faraday (F) é a quantidade de carga por mol de e-, logo:


Q I t
Mol de e- = =
F F

Exemplo 5- O alumínio é produzido por eletrólise de seu sal dissolvido em criolita fundida (Na3Al3+
F6). Encontre a massa de alumínio que pode ser produzida em 1,00 dia em uma célula eletrolítica
operando continuamente a 1,00x10 5 A. PMAl = 27g/mol

Potenciais–padrões a 25 0C
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7ª Lista de Exercícios
9- O potencial-padrão da célula Cu(s) | Cu2+(aq) ||
Eletroquímica
Pb2+(aq) | Pb(s) é -0,47V. Se o potencial-padrão do
eletrodo de cobre é +0,34V, qual é o potencial-padrão
1- A reação que ocorre em uma célula nicad (níquel-
do eletrodo de chumbo?
cádmio) usada como bateria em um laptop é: Cd(s) + 2
Ni(OH)3(s) ➔ Cd(OH)2(s) + 2 Ni(OH)2(s) e o potencial de
10- Suponha que os seguintes pares de redox são
célula de bateria é 1,25V. Qual é a energia livre da
unidos para formar uma célula galvânica que gera uma
reação?
corrente elétrica sob condições-padrão. Identifique o
agente oxidante e o agente redutor, escreva o
2- O potencial-padrão do eletrodo Ag+/Ag é +0,80V e o
diagrama da célula e calcule o potencial-padrão da
potencial-padrão da célula Pt(s) | I2(s) | I-(aq) || Ag+(aq)
célula: Co2+/Co(-0,28v) e Ti3+/Ti2+(-0,37v).
| Ag(s) é 0,26V a mesma temperatura. Qual é o
potencial-padrão do eletrodo I2/I-?
11- Determine as constantes de equilíbrio para as
seguintes reações e células: Dados: Mn=(-1,18v), Ti=(-
3- Calcule o potencial da célula galvânica Zn | Zn2+ (1,50
1,63v).
mol·L-1) || Fe2+ (0,10 mol·L-1) | Fe. Dados:E0 Zn=-0.76v,
(a) Pt(s) | Cr3+(aq), Cr2+(aq) || Cu2+(aq) | Cu(s);
E0 Fe=-0,44v.
(b) Mn(s) + Ti2+(aq) ➔ Mn2+(aq) + Ti(s)
4- Determine o tempo, em horas, requerido para
12- Calcule o quociente de reação K, para a reação da
depositar 7,00g de magnésio metálico a partir de
célula, dado o valor do potencial medido para a célula:
cloreto de magnésio fundido, usando corrente de
Pt(s) | Sn4+(aq), Sn2+(aq) (0,15V)|| Pb4+(aq), Pb2+(aq)
7,30A. MMMg = 24g/mol
(1,67V) | C(gr); E = +1,33V.
5- Complete as seguintes afirmações: (a) Em uma
13- Uma célula de concentração consiste no mesmo
célula galvânica, a oxidação ocorre no [anodo/catodo];
par redox atuando como anodo e catodo, com
(b) O catodo é o eletrodo [positivo/negativo].
diferentes concentrações de íons nos respectivos
compartimentos. Calcule o potencial da célula para:
6- Escreva as semi-reações de catodo e anodo, a
Cu(s) | Cu2+(aq; 0,0010mol·L-1) || Cu2+(aq; 0,010mol·L-
equação balanceada para as reações de célula e o 1
) | Cu(s).
diagrama de célula para as seguintes reações não-
balanceadas:
14- Determine o quociente de reação K, e o pH na
(a) Ni2+(aq) + Zn0(s) ➔ Ni(s) + Zn2+(aq)
seguinte célula: Pt(s) | H2 (g; 1,0atm) | H+ || Cl- (aq;
(b) Ce4+(aq) + I-(aq) ➔ I2(s) + Ce3+(aq)
1,0mol·L-1) | Hg2Cl2(s) | Hg(l); E = 0,33V. H=(0v),
HgCl=(0,27v).
7- Preveja o potencial-padrão para cada uma das
seguintes células galvânicas: Dados:Cr=(-0,41v),
15- Determine a quantidade de elétrons (em mols)
Cu=(0,34v), Sn=(0,15v), Pb=(1,67v).
necessária para produzir a substância indicada na
(a) Pt(s) | Cr3+(aq)/ Cr2+(aq) || Cu2+(aq) | Cu(s)
célula eletrolítica: (a) 5,12g de cobre a partir de solução
(b) Sn4+(aq)/ Sn2+(aq) || Pb4+(aq) /Pb2+(aq)
de sulfato de cobre II; (b) 200g de alumínio a partir de
óxido de alumínio fundido dissolvido em criolita. MMCu
8- Preveja o potencial-padrão de célula e calcule a
= 63,5g/mol e MMAL = 27 g/mol
energia livre padrão das seguintes células galvânicas (o
potencial-padrão dessas células foi obtido no exercício
16- (a) Quanto tempo é requerido para depositar
anterior):
4,4mg de prata a partir de uma solução de nitrato de
(a) Pt(s) | Cr3+(aq)/ Cr2+(aq) || Cu2+(aq) | Cu(s)
prata, usando uma corrente de 0,50A? (b) Quando a
(b) Sn4+(aq)/ Sn2+(aq) || Pb4+(aq)/ Pb2+(aq)
mesma corrente é usada na mesma extensão de
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tempo, qual é a massa de cobre que será depositada a 10- E0 = 0,09V
partir de uma solução de sulfato de cobre II? 11- (a) K = 2,2×1025; (b) K = 1,6×1015
MMAg = 107 g/mol 12- Q = 2,6×106
13- E = 0,030V
17- (a) Qual a corrente necessária para produzir 4,0g 14- Q = 9,3×10-3 e pH = 1,0.
de cromo metálico a partir de óxido de cromo IV em 15- (a) X = 0,161 mols de elétron;
24h? (b) Qual é a corrente requerida para produzir 4,0g (b) X = 22,2 mols de elétron.
de sódio metálico a partir de cloreto de sódio fundido, 16- (a) t = 7,9s e (b) m = 1,3mg.
no mesmo tempo? 17- (a) I = 0,34A e (b) I = 0,19A.
MMCr = 107 g/mol

GABARITO:

1- -241 kJ.mol
2- +0,54V
3- +0,29V
4- 2,11h
5-( a)anodo; (b) positivo.
6-( a)Ni2+/Ni0||Zn0\Zn2+; (b)2Ce3+/2Ce4+||2I2-\2I2.
7- (a) E0 = 0,75V; (b) E0 = 1,52V.
8- (a) ΔG = -144,7kJ/mol;(b) ΔG = -293,3 kJ/mol.
9- E0 = -0,13V

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Capítulo 8

CINÉTICA QUÍMICA
É o estudo das velocidades das reações químicas.
Na termodinâmica consideramos apenas o estado inicial e final de um processo químico.
Na cinética estamos interessados nos estágios intermediários do processo, os detalhes das
mudanças que átomos e moléculas sofrem diante as reações.

8.1 Velocidades de reação

• A concentração e a velocidade de reação

Reação rápida- forma produto rapidamente. Ex.: precipitação

Reação lenta- forma produto lentamente. Ex.: corrosão

Quantitativamente, velocidade é uma mudança de propriedade devida pelo tempo.


Para reação química estamos interessados em quão rapidamente reagentes são
consumidos e produtos são formados.

−∆ [R]
Velocidade média de desaparecimento de R =
∆t

Velocidade média de aparecimento de P = ∆ [P]

∆t

• As leis de velocidade e a ordem de reação

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a) 2 N2O5 ➔ 4 NO2 + O2
Pela lei da velocidade:
Velocidade = k [concentração]a
v= k [N2O5] (Reação de 1º ordem)

k = constante de velocidade (calculado experimentalmente a cada


temperatura independente das concentrações dos reagentes, mas
depende da temperatura); a é a ordem da reação.

b) 2 NO2 (g) ➔ 2 NO (g) + O2 (g)


v= k [NO2]2 (Reação de 2º ordem)

N2O5 - Reação de 1º ordem. Se dobrarmos a concentração de N 2O5, a velocidade dobra.

NO2 – Reação de 2º ordem. Se dobrarmos a concentração de NO 2, a velocidade aumenta 4x.

As maiorias das reações são de 1º e 2º ordem, mas a decomposição da amônia ocorre em


velocidade constante até toda amônia desaparecer.

2 NH3 (g) ➔ N2 (g) + 3 H2 (g)


v= k (Reação de ordem zero. Velocidade independe da concentração)

A ordem da reação não é determinada pela estequiometria da reação. É determinada


experimentalmente.
A velocidade também pode depender de mais de um reagente.

S2O82- (aq) + 3 I- (aq) ➔ 2 SO42- (aq) + I3- (g)


v= k [S2O82-] [I-]

v é de 1º ordem em relação a S2O82- e de 1º ordem em relação a I-, logo a ordem total é 2.

Exemplo 1- Quando a concentração de NO é dobrada, a velocidade da reação 2 NO (g) + O2 (g) ➔


2 NO2 (g) aumenta por um fator de 4. Se as concentrações de NO e O 2 são dobradas, a velocidade
aumenta por um fator de oito. Quais são as ordens dos reagentes e a ordem total da reação?

Exemplo 2 - Quatro experimentos foram realizados para descobrir como a velocidade inicial de
consumo de íons BrO3- (aq) na reação BrO3- (aq) + 5 Br- (aq) + 6 H+ (aq) ➔ 3 Br2 (aq) + 3 H2O (l) varia à
medida que as concentrações dos reagentes são mudadas. Use os dados experimentais da tabela
seguinte para determinar a ordem da reação em relação a cada reagente e a ordem total. Escreva
a lei de velocidade para a reação e determine o valor de k.
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Concentração inicial (mol/L) Velocidade inicial


Experimento BrO3- Br -
H+ (mol BrO3).L-1.s-1
1 0,10 0,10 0,10 1,2 x 10-3
2 0,20 0,10 0,10 2,4 x 10-3
3 0,10 0,30 0,10 3,5 x 10-3
4 0,20 0,10 0,20 9,6 x 10-3

8.2 Concentração e tempo

• Leis de velocidade integradas de 1º ordem


Precisamos saber a variação de concentração em relação ao tempo.

A ➔B

d [A] t
v= = ∫0 – k [A]
dt
A t
d [A]
∫ = ∫ −k dt
[A]
Ao 0

𝐴
ln [𝐴]𝐴0 = −𝑘 𝑡
ln [𝐴] − ln [𝐴0] = −𝑘 𝑡

[𝐴]
ln = −𝑘 𝑡
[𝐴0]

[𝐴]
ln
𝑒 [𝐴0] = 𝑒 −𝑘 𝑡

[A]
= e−k t
[A0]

[A] = [A0] e−k t

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A variação de concentração com o tempo tem um comportamento
chamado de decaimento exponencial.

Exemplo 3 - Calcule a concentração de N2O5 remanescente 600 s (10 min) após o início de sua
decomposição de 65 ºC quando sua concentração era 0,040mol/L . A reação e sua lei de velcidade
são:
2 N2O5 (g) ➔ 4 NO2 (g) + O2 (g)
velocidade de desaparecimento de N2O5 = k [N2O5]
com k= 5,2x10-3 s-1.

Exemplo 4- Uma amostra de N2O5 é deixada para se decompor. Quanto tempo levará para que a
concentração de N2O5 decresça de 20 mol/L para 2,0 mol/L a 65 ºC? k= 5,2x10 -3 s-1

• Meia vida de reação de 1º ordem


t ½ - É o tempo necessário para sua concentração cair à metade do valor inicial.

[𝐴]
ln = −𝑘 𝑡
[𝐴𝑜]

[𝐴]
ln = −𝑘 𝑡1
2 [𝐴𝑜] 2

ln 1 – ln 2 = −𝑘 𝑡1
2

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ln 2
𝑡1 =
2 𝑘

Quanto maior o k, mais rápido decresce o reagente, menor sua meia-vida.

• Lei da Velocidade Intregadas de 2º ordem

A² ➔ 2ª

d [A]
v= = −k [A]²
dt
A t
d [A]
∫ = ∫ −k dt
[A]²
Ao 0

1
− 𝐴 = −𝑘 𝑡
[𝐴]𝐴0
1 1
− + = −𝑘 𝑡
[𝐴] [𝐴0]
1 1
kt+ =
[A0] [A0]
1/[Ao]

tempo

1 k t [A0] + 1
=
[A] [A0]

[𝐴0]
[𝐴] =
𝑘 𝑡 [𝐴0] + 1

• Meia vida de reação de 2º ordem

[A0]
[A] =
1 +[A0]k t
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[A0] [A0]
=
2 1 + [A0]k t1
2
1 + [A0] k t1 = 2
2

[A0] k t1 = 1
2
1
t1 =
2 k [A0]

Exemplo 5 - A meia-vida para a reação de segunda ordem de uma substância A é 50,5s quando
[A]0 = 0,84mol·L-1. Calcule o tempo necessário para a concentração de A cair para um dezesseis
avos.

8.3 Modelos de reação


Efeito da temperatura
Muitas reações acontecem mais rápido quando a temperatura é aumentada.
Equação de Arrhenius:

𝐸𝑎
ln 𝑘 = ln 𝐴 − Energia de ativação e A são fatores pré-exponenciais
𝑅𝑡

A e Ea são parâmetros de Arrhenius e são encontradas experimentalmente.

𝐸𝑎
ln 𝑘1 = ln 𝐴 −
𝑅 𝑇1

𝐸𝑎
ln 𝑘2 = ln 𝐴 −
𝑅 𝑇2

𝐸𝑎 𝐸𝑎
ln 𝑘1 − ln 𝑘2 = − +
𝑅 𝑇1 𝑅 𝑇2

𝑘1 𝐸𝑎 1 1
ln = ( − )
𝑘2 𝑅 𝑇2 𝑇1

• Acelerando as reações

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Catalisador – substância que acelera a reação sem ser consumida na reação.

A constante de equilíbrio (k) fica inalterada porque acelera as reações direta e inversa
diminuem a Ea.

Exemplo 6 - A hidrólise da sacarose, na qual uma molécula de sacarose é quebrada em uma


molécula de glicose e uma molécula de frutose, é parte do processo digestivo. Quão fortemente a
velocidade depende da temperatura do nosso corpo? Calcule a constante de velocidade para a
hidrólise da sacarose a 35 ºC, sabendo que k=1,0x10-3 mol/L.s a 37 ºC e que energia de ativação
é 108 KJ/mol.

8ª Lista de Exercícios C4H9Br(aq) + OH-(aq) ➔ C4H9OH(aq) + Br-


aumenta por um fator de 2. Se as concentrações de
Cinética Química
C4H9Br e OH- são dobradas, o aumento da velocidade é
o mesmo, um fator de 2. Quais são as ordens dos
1- Quando a concentração de 2-bromo-2-metilpropano
reagentes e a ordem total da reação?
(C4H9Br) é dobrada, a velocidade da reação:

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2- Escreva a lei de velocidade para o consumo de íons 1 0,60 0,30 12,6
persulfato na reação: 2 0,20 0,30 1,4
S2O82-(aq) + 3 I-(aq) ➔ 2 SO42-(aq) + I3-(aq) 3 0,60 0,10 4,2
com relação a cada reagente e determine o valor de k, 4 0,17 0,25 ?
sendo fornecidos os seguintes dados:
(a) Qual é a ordem com respeito a cada reagente e a
[C] inicial, ordem global da reação?
Velocidade inicial,
Exp. mol·L-1 (b) Escreva a lei de velocidade para a reação;
(mol S2O82-)·L-1·s-1
S2O82- I- (c) Dos dados, determine o valor da constante de
1 0,15 0,21 1,14 velocidade;
2 0,22 0,21 1,70 (d) Use os dados para predizer a velocidade de reação
3 0,22 0,12 0,98 do experimento 4.

3- Calcule a concentração de N2O remanescente após a 9- A meia-vida para a decomposição de primeira ordem
decomposição de primeira ordem ter ocorrido a 780°C de A é 200s. Quanto tempo decorrerá para a
por 100ms, se a concentração inicial de N2O era concentração de A cair para:
0,20mol·L-1 e k = 3,4s-1. (a) metade;
2 N2O(g) ➔ 2 N2(g) + O2(g) (b) um dezesseis avos;
Velocidade = k [N2O] (c) um nono da concentração inicial?

4- Quanto leva para a concentração decrescer para 10- Determine as constantes de velocidade para as
1,0% do seu valor inicial em uma reação de primeira seguintes reações de primeira ordem:
ordem com k = 1,0s-1? (a) A ➔ B, sabendo-se que a concentração de A
decresce à metade do seu valor inicial em 1000s;
5- Calcule o tempo necessário para a concentração de (b) A ➔ B, sabendo-se que a concentração de A
N2O cair a: decresce de 0,33mol·L-1 a 0,14mol·L-1 em 47s;
(a) metade;
(b) um oitavo do seu valor inicial, quando ele se 11- A meia-vida para a reação de segunda ordem de
decompõe a 1000K. Use k = 0,76. uma substância A é 50,5s quando [A]0 = 0,84mol·L-1.
Calcule o tempo necessário para a concentração de A
6- A meia vida do metilmercúrio no nosso corpo é 70 cair para um dezesseis avos.
dias. Quantos dias são necessários para a quantidade
de metilmercúrio cair a 10% do valor inicial após a 12- A constante de velocidade da reação de primeira
ingestão acidental? ordem:
2 N2O(g) ➔ 2 N2(g) + O2(g)
7- O pentóxido de dinitrogênio, N2O5, se decompõe por é 0,38s-1 a 1000K e 0,87s-1 a 1030K. Calcule a energia de
uma reação de primeira ordem. Qual é a velocidade ativação da reação.
inicial para a decomposição de N2O5, quando 2g de
N2O5 estão confinados em um recipiente de 1,0L e
aquecidos a 65°C (338K)? Da tabela, temos que k =
5,2×10-3s-1 a 65°C.
Dado: Conc. = m/(PM*V(l))

8- Os seguintes dados cinéticos foram obtidos para a


reação:
A(g) + 2 B(g) ➔ produto

[C] inicial, GABARITO:


Velocidade inicial,
Exp. mol·L-1
mol ·L-1·s-1
[A]0 [B]0 2- velocidade = k[S2O82-][I-], k = 36L·mol-1·s-1
3- 0,14mol·L-1
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4- 4,6s.
5- (a) 0,91s e (b) 2,7s.
6- 230 dias.
7- 9,63x10-5 mol/l.s
8- (a) A=2 , B=1 ; Total =3
(b)v=k*A²*B
(c) k= 1,2x10-2
(d) v=0,87 mol/l*s
9- (a) 801 s
(b) 635s
(c) 2,35x10-2 s-1
10- (a) k=6,9x10-4
(b) k=1,8x10-2
(c) k=7,6x10-3

11- 757 s
12- Ea= 2,4x102 KJ/mol

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Referências Bibliográficas

[1] Theodore L. Brown, H. Eugene Lemay, Bruce E. Bursten. Química: A ciência central
. 9ed. Editora Pearson Prentice Hall.

[2] ATKINS, P.; LORETTA, J. Princípios de Química: Questionando a vida moderna e


o meio ambiente. 2ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.

[3] Daltamir Justinoi Maia e J.C. de A. Bianchi. Química Geral- Fundamentos. Editora
Pearson.

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