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Tema 2.

Propriedades de substancias puras

2.1 Substância pura


2.2 Fases de uma substância pura
2.3 Processos de mudança de fase de substâncias puras
2.4 Entalpia
2.5 Tabelas de propriedades

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2.1 Substância pura
SUBSTÂNCIA PURA: é uma substância que
tem a mesma composição química em toda
a sua extensão é chamada de substância
pura. A água, o nitrogênio, o hélio e o
dióxido de carbono, por exemplo, são
substâncias puras.

Uma substância pura não precisa ser


constituída por um único elemento ou
composto químico Uma combinação de
diversos elementos ou compostos químicos
também se qualifica como substância pura,
desde que a mistura seja homogênea.
Uma mistura de duas ou mais fases de uma
substância pura ainda é uma
substância pura desde que a composição
química de todas as fases seja igual.
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2.1 Substância pura
O postulado de estado enuncia quantas variáveis independentes definem um
sistema. Mas para os substancias puras pode ser mais simples usar a regra de
Gibbs:
A REGRA DAS FASES DE GIBBS
A regra das fases de Gibbs diz:
L+F=C+2
L nº de graus de liberdade.
F nº de fases no sistema.
C nº de componentes.

Nas substancias puras só há um componente (C = 1)


• Se F = 1, L = 2: para só uma fase. P e T são grandezas independentes;
• Se F = 2, L = 1: quando há duas fases. P é função de T (ou vice-versa);
• Se F = 3, L = 0: o equilíbrio de três fases, é um estado invariante (ponto
triplo). 3
2.2 Fases de uma substância pura

FASE: Uma fase é una parte homogénea de uma mistura.


Na fase sólida as moléculas estão arrumadas, muito ligadas
umas as outras e têm uma forma própria.
Na fase liquida as moléculas têm um pequeno movimento, estão ligadas entre
elas, mas não tão forte como no estado sólido e não têm uma estrutura rígida
como na fase sólida.

Na fase gasosa, as moléculas movem livremente, e batem umas com as outras.


Nesta fase não têm uma estrutura rígida.

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2.3 Processos de mudança de fase de substâncias puras
a) fusão: é a passagem de uma substância do estado sólido para o estado
líquido;
b) solidificação: é a passagem
do estado líquido para o
estado sólido;
c) vaporização: é a passagem
do estado líquido para o
estado gasoso;
d) condensação ou liquidação:
passagem do estado gasoso
para o estado líquido;
e) sublimação: é a passagem
direta do estado sólido para o
estado gasoso ou do estado
gasoso para o estado sólido.
e) Cristalização: mudança do estado gasoso para o sólido, também sem antes
passar por líquido.

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2.3 Processos de mudança de fase de substâncias puras

Para perceber melhor as mudanças de uma substancias


puras vamos ver alguns estados interessantes:

1. Líquido comprimido
Considere um pistão cilindro contendo água no
estado líquido a uma pressão de 1 atm estado 1. Nessas
condições, a água está na fase líquida e é chamada de
líquido comprimido ou líquido sub resfriado. Isso significa
que ela não está pronta para se converter em vapor.

2. Líquido saturado
À medida que mais calor é transferido, a temperatura
continua subindo até atingir 100°C, estado 2. Nesse ponto,
a água ainda é um líquido, mas qualquer adição de calor
fará com que o líquido se converta em vapor. Um processo
de mudança de fase de líquido para vapor está para ocorrer.
Um líquido que está pronto para se vaporizar é chamado
de líquido saturado. 6
2.3 Processos de mudança de fase de substâncias puras

3. Mistura saturada líquido-vapor


Após o início da ebulição, a temperatura para de subir
até que o líquido se converta inteiramente em vapor
(T= constante se P=constante no processo de mudança
de fase). Uma substância durante o processo de
mudança de fase líquido vapor é chamado de mistura
saturada de líquido vapor uma vez que as fases líquidas
e de vapor coexistem em equilíbrio.

4. Vapor saturado
À medida que calor é transferido, o processo de
vaporização continua até que a última gota de líquido
seja convertida em vapor ( estado 4 ). Nesse ponto,
todo o cilindro está cheio de vapor no limite com a fase
líquida, ou seja, qualquer perda de calor por parte
desse vapor fará com que parte dele se condense
(mudando de fase de vapor para líquido).
Um vapor que está pronto para condensar é chamado
de vapor saturado. 7
2.3 Processos de mudança de fase de substâncias puras

5. Vapor superaquecido
Após a conclusão do processo de mudança de fase,
volta-mos novamente a uma região de única fase (o
vapor), e qualquer transferência de calor para o vapor
resulta em um aumento tanto de temperatura quanto
de volume específico.
No estado 5 se removermos parte do calor do vapor, a
temperatura poderá cair um pouco mas nenhuma
condensação ocorrerá desde que a temperatura seja
mantida acima dos 100°C (para P= 1 atm).
Um vapor que não está pronto para se condensar (ou
seja, um vapor não saturado) é chamado de vapor
superaquecido.

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2.3 Processos de mudança de fase de substâncias puras
Diagrama T-v do processo de aquecimento a pressão constante

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2.3 Processos de mudança de fase de substâncias puras
Temperatura de saturação e pressão de
saturação
A temperatura na qual uma substancia pura
começa a ferver depende da pressão. Se a P
for fixa, a T de ebulição também é fixa.

Temperatura de saturação Tsat. Para uma


determinada pressão, a temperatura
na qual uma substância pura muda de fase.
Pressão de saturação Psat. Para uma
determinada temperatura, a pressão na qual
uma substância pura muda de fase.

Há tabelas de saturação que relacionam a


pressão de saturação em função da
temperatura (ou a temperatura de saturação
em função da pressão). Encontram-se
disponíveis para praticamente todas as
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substâncias.
2.3 Processos de mudança de fase de substâncias puras
Temperatura de saturação e pressão de
saturação
Durante um processo de mudança de fase,
pressão e temperatura são propriedades
dependentes existindo uma relação entre
elas,
ou seja Tsat = f(Psat)

Fica claro que Tsat aumenta com Psat

Assim, uma substância a pressões mais


altas entra em ebulição a temperaturas
mais altas.

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2.3 Processos de mudança de fase de substâncias puras
Diagrama T-v

Foi descrito o processo de mudança


de fase da água à pressão de 1 atm em
um diagrama T-v.
Agora repetiremos esse processo a
pressões diferentes para desenvolver o
diagrama T-v. O ponto no qual os estados
de líquido saturado e vapor saturado são
idênticos é chamado de ponto crítico.

A pressões acima da pressão crítica,


não existe um processo identificável de
mudança de fase. Em vez disso, o volume específico da
substância aumenta continuamente sempre existindo uma única fase
presente.
A partir de um determinado momento ela se parecerá com vapor, mas
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nunca poderemos dizer quando a mudança ocorreu.
2.3 Processos de mudança de fase de substâncias puras
Diagrama T-v

* Linha de líquido saturado: os


estados de liquido saturado.
Linha de vapor saturado: os
estados de vapor saturado.
* Região de líquido
comprimido: Os estados de
líquido comprimido.
* Região de vapor
superaquecido: Os estados de
vapor super aquecido.
* Região de mistura líquido-
vapor saturada: os estados que
contenham ambas as fases em
equilíbrio. 13
2.3 Processos de mudança de fase de substâncias puras

O diagrama P-v
Um pistão cilindro que contenha água líquida a 1 MPa
e 150°C. A água se encontra como líquido comprimido.
Agora os pesos na parte superior do pistão são
removidos um a um, para que a pressão dentro do
cilindro diminua gradualmente. A água pode trocar
calor com a vizinhança, de modo que sua T=constante.

Quando a pressão atinge o valor de saturação à


temperatura especificada 0.4762 MPa), a água
começa a ferver. Durante esse processo de vaporização,
a temperatura e a pressão permanecem constantes,
mas o volume específico aumenta.
Durante o processo de mudança de fase, não
removemos nenhum peso. Isso faria com que a pressão, e portanto a
temperatura, caísse ( Tsat = Psat o processo não mais seria isotérmico).
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2.3 Processos de mudança de fase de substâncias puras

O diagrama P-v

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2.3 Processos de mudança de fase de substâncias puras

Incluindo a fase sólida


A maioria das substâncias se contrai durante o processo de solidificação.
Outras, como a água, se expandem à medida que congelam.

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2.3 Processos de mudança de fase de substâncias puras

Incluindo a fase sólida


Sob determinadas
condições todas as três
fases de uma substância
pura podem coexistir em
equilíbrio. Nos diagramas P-
v ou T-v, esses estados de
fases triplas formam uma
linha chamada linha tripla.

As linhas triplas aparecem


como um ponto dos
diagramas P-T e, chamadas
de ponto triplo.

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2.3 Processos de mudança de fase de substâncias puras

Incluindo a fase sólida


O diagrama P-T
Esse diagrama é
frequentemente chamado
de diagrama de fase
uma vez que todas as três
fases são separadas umas
das outras por três linhas.

Essas três linhas se


encontram no ponto triplo,
onde todas as três fases
coexistem em equilíbrio.

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2.3 Processos de mudança de fase de substâncias puras
Incluindo a fase sólida
Superficie P-T

O estado de uma substância


compressível simples é
determinado por duas
propriedades intensivas
independentes.
Após a determinação a
dequadadas duas
propriedades,todas as outras
propriedades tornam-se
dependentes.

Todos os diagramas
bidimensionais que discutimos
até agora são apenas projeções
dessa superfície tridimensional 19
nos planos apropriados .
2.4 Entalpia
A entalpía (H) define-se como:

H = U + PV [J] h=u+Pv [J/kg]


Onde U é a energia interna, P a pressão e V o volumem.
ΔH= ΔU+Δ(PV)=ΔU+P ΔV+V ΔP ΔH= Q + V ΔP
Q = ΔU + PΔV

* Se ΔV = 0 (processo isocoro) ⇒ Q = ΔU, a mudança de energia interna = o


calor trocado nos processos a volumem constante.
* Si P1 = P2 (processo isobaro) ⇒ Q = ΔH, a mudança de entalpía = o calor
trocado no processo a pressão constante.

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2.4 Entalpia
Coeficientes termodinâmicos ou calóricos
É a energia precisa para aumentar a T de uma substancia em uma unidade.
Indica facilidade ou dificuldade de um corpo de mudar de T quando aquece-se.
Os coeficientes calóricos são a primeiras derivadas das equações de estado
energéticas U(T,V) e H(T,P):

cV = cV(T,v)=1/m(∂U/∂T)V calor específico isocoro [J kg–1 K–1]


cP = cP(T,P)=1/m(∂H/∂T)P calor específico isobaro [J kg–1 K–1]
CV = mcV=(∂U/∂T)V capacidade calorífica isocora [J K–1]
CP = mcP=(∂H/∂T)P capacidade calorífica isobara [J K–1]
lT = lT(T,v)=(∂U/∂V)T coef. energético de expansão isoterma [J m–3]
λT = λT(T,P)=(∂H/∂P)T coef. entálpico de compressibilidade isoterma [J kg–1 Pa–1]

Processo isocoro: aquecimento dum recipiente rígido. Mudam T e P


Processo isobaro: aquecimento com pressão constante. Mudam T e V
Processo isotermo: compressão (ou expansão) a temperatura constante.
Mudam V e P 21
2.5 Tabelas de propriedades
A. Liquido saturado e vapor saturado
As propriedades das substancias puras
nos estados de líquido e vapor saturados
estão listadas nas tabelas.

As tabelas oferecem informações do


volume especifico do liquido saturado
e/ou vapor saturado em função da
temperatura e em função da pressão.

Sub índice l = líquido saturado e


o Sub índice v = do vapor saturado.

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2.5 Tabelas de propriedades
B. Mistura liquido saturado e vapor saturado
Durante um processo de vaporização, uma substância existe parte como
líquido e parte como vapor, uma mistura de líquido saturado e vapor
saturado.

Para analisar essa mistura adequadamente, é definido uma nova grandeza


adimensional chamada de título x.

O título é definido como sendo uma relação entre a massa do vapor e a


massa total da mistura:

Seu valor está entre 0 (liquido saturado) e 1 (vapor saturado). Nas misturas
saturadas o título pode ser uma das duas propriedades intensivas
independentes necessárias para descrever um estado. 23
2.5 Tabelas de propriedades
B. Mistura liquido saturado e vapor saturado
As propriedades de uma mistura saturada é definida
como as propriedades médias da mistura líquido-
vapor saturada.

Considere um tanque contendo um mistura de


líquido e vapor saturado. O volume ocupado pelo
líquido saturado é Vl e o volume ocupado pelo vapor
saturado é Vv. O volume total V é a soma dos dois:

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2.5 Tabelas de propriedades
B. Mistura liquido saturado e vapor saturado
O título x pode ser relacionado às distâncias
horizontais de um diagrama P-v ou T-v.
A análise anterior pode ser repetida para a
energia interna e para a entalpia.

Todos os resultados estão no mesmo formato e podem ser resumidos em


uma única equação:

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2.5 Tabelas de propriedades
C. Vapor superaquecido
A região superaquecida é de única fase
(vapor), a temperatura e a pressão não
são mais propriedades dependentes. T
e P são duas propriedades
independentes das tabelas.
Nessas tabelas, as propriedades estão
listadas em função da temperatura para
pressões selecionadas, começando a
partir dos dados de vapor saturado.
A temperatura de saturação é mostrada
entre parênteses após o valor da
pressão.

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2.5 Tabelas de propriedades
C. Vapor superaquecido
Quando comparado ao vapor saturado, o vapor superaquecido é
caracterizado por:

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2.5 Tabelas de propriedades
D. Liquido comprimido
Tabelas de líquido comprimido não são encontradas tão facilmente, pela
relativa independência das propriedades do líquido comprimido em relação à
pressão.

Na ausência de dados para o líquido comprimido, uma aproximação geral


seria tratar o líquido comprimido como líquido saturado à mesma
temperatura.

Para o volume v e a energia interna u a aproximação tem erro desprezáveis.


Mas para a entalpia h, cujo valor é mais sensível a variações na pressão, os
erros podem ser altos. Entretanto, a pressões e temperaturas de baixas a
moderadas, o erro em h pode ser reduzido significativamente pela
aproximação:

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2.5 Tabelas de propriedades
D. Liquido comprimido
Em geral, um líquido comprimido é caracterizado por:

Entretanto, ao contrário do vapor superaquecido, as propriedades do líquido


comprimido não são tão diferentes dos valores correspondentes ao líquido
saturado.

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Referências
1 . Física II. Termodinâmica e Ondas. Young & Freedman. 10ª Edição
– São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2003. ISBN: 85-88639-03-3

2. Fundamentals of Physics , D. Halliday, R. Resnick, J. Walker, 2004,


ISBN: 0-471-23231-9

3. Introdução à Física , J.D. Deus et al, 2000, ISBN: 972-7730-35-3

4. Wylen, G.V., Sonntag, R. & Borgnakke, C., 2004. Fundamentos da


Termodinâmica. São Paulo: Editora Edgard Blücher, 6ª Edição.

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