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Curitiba
2016
Ficha Catalográfica elaborada pela Fael. Bibliotecária – Cassiana Souza CRB9/1501
1. Física I. Título
CDD 530
FAEL
Direção Acadêmica Francisco Carlos Sardo
Coordenação Editorial Raquel Andrade Lorenz
Revisão e Diagramação Editora Coletânea
Projeto Gráfico Sandro Niemicz
Capa Vitor Bernardo Backes Lopes
Imagem da Capa Shutterstock.com/Feng Yo/Jesus Cervantes
Revisão de diagramação Evelyn Caroline dos Santos Betim
Sumário
Carta ao Aluno | 5
Introdução | 7
1. Campo elétrico | 9
2. Lei de Gauss | 33
3. Potencial Elétrico | 53
4. Capacitores | 73
5. Circuito Elétrico | 95
7. Indução | 143
Conclusão | 229
Referências | 231
Carta ao Aluno
Prezado(a) aluno(a),
Este material foi elaborado pensando em deixar de forma
clara e de fácil entendimento os conceitos físicos abordados, com
textos leves e descontraídos, sem deixar o rigor cientifico que é exi-
gido pela física.
Os capítulos apresentam um breve histórico da evolução e aplicação da
teoria que será abordada, mostrando ao aluno a evolução e aplicação da física.
Após a abordagem dos conteúdos é realizada a fixação da teoria, com exem-
plos resolvidos e aplicações do cotidiano. Ao final de cada capitulo, encontra-
-se um quadro resumo, no qual estão as principais ideias e equações que
foram apresentadas.
O objetivo desse trabalho é colaborar no processo de ensino-aprendiza-
gem, e mostrar que a física não é uma ciência fria, e representa a própria evo-
lução do homem. Espero cumprir esse papel fornecendo ao aluno o conheci-
mento e, quem sabe, o gosto por estudar e entender a física.
Introdução
Por que as coisas caem? Por que a luz acende? Por que as estrelas apare-
cem de noite? Por quê...?
A curiosidade que move essas crianças é mesma curiosidade que levou
os homens a responder a questões sobre a natureza, buscando explicações
para fenômenos intrigantes. E nessa corrida para saciar a sede de curiosidade
dos homens a Física foi se desenvolvendo, tomando forma a cada ano, a cada
década, a cada século, e se tornando uma ciência importantíssima para o
desenvolvimento da humanidade.
As teorias evoluíram, determinado conhecimento foi superado por outro
e ideias antigas deram lugar para novas. Essa construção é crescente e nos leva
a um nível inimaginável.
Entender Física é entender o mundo que nos cerca, avaliar a direção em
que estamos caminhando e o quão longe podemos chegar no mundo das ideias.
– 8 –
1
Campo elétrico
Diz o ditado popular: “Um raio não cai duas vezes no mesmo
lugar”. Parte desse conhecimento é construído com base em obser-
vação, mas não é verdade que raios não caem nunca duas vezes
no mesmo lugar. Aliás, eles podem cair até mais de duas vezes no
mesmo lugar.
Física II
– 10 –
Campo elétrico
e = −1,6 ⋅ 10−19C
P =+1,6 ⋅ 10−19C
Exemplo 1.1
Um corpo eletricamente neutro perde elétrons em um processo. Deter-
mine a carga elétrica desse corpo.
Solução
Aplicando a equação (2) e considerando a carga elementar e, tem-se:
Q =±N ⋅ e
– 11 –
Física II
Q =±4,8 ⋅ 10−7 C
Como o corpo estava neutro e perdeu elétrons, prevalece a carga positiva dos
prótons. Logo, a carga desse corpo é:
Q = 4,8 ⋅ 10−7 C
Exemplo 1.2
Um pente de plástico é friccionado em um pedaço de lã e fica carregado
com uma carga elétrica igual a -10 µC. Quantos elétrons foram transfe-
ridos nesse processo?
Solução
Pode-se omitir o sinal negativo da carga elétrica na expressão e usar o valor da
carga elétrica em módulo na equação (2), pois o sinal negativo representa somente
a falta de elétrons ou o excesso de elétrons. Aplicando a equação (2) tem-se:
Q =±N ⋅ e
10 ⋅ 10−6
N=
1,6 ⋅ 10−19
– 12 –
Campo elétrico
– 13 –
Física II
– 14 –
Campo elétrico
Exemplo 1.3
Considere três corpos metálicos idênticos e isolados um do outro. Os
corpos A e B estão neutros e o corpo C contém uma carga elétrica Q=-8
µC. Realizando o processo de eletrização por contato, faz-se o corpo C
tocar o corpo A e depois o corpo B. Ao final do procedimento, qual será
a carga elétrica dos corpos A, B e C, respectivamente?
– 15 –
Física II
Solução
As cargas dos corpos são:
QA=0 C, QB=0 C e QC=-8 µC
Como os corpos são idênticos em forma e dimensão, após o contato dos corpos
A e C, os corpos ficam eletrizados com novas cargas QA e QC, tal que sejam
iguais e tenham soma algébrica igual à carga total inicial do processo:
Q A +QC 0 + ( −8µ )
Q A1 = Q 1 = = = −4 µC
C
2 2
Então, o corpo A e o corpo C ficam com a mesma carga elétrica de -4 µC.
Seguindo o mesmo raciocínio, para o contato do corpo A com o corpo B,
tem-se:
Q B + QC1 0 + ( −4 µ )
Q B1 = QC11 = = = −2 µC
2 2
Assim, o corpo C perde elétrons duas vezes nos dois processos e, ao final deles,
os corpos ficam carregados:
Q A1 − 4 µC Q B1 − 2 µC QC11 = −2 µC
, e
Exemplo 1.4
Uma esfera A, de carga elétrica Q=8 µC, é colocada em contato com
uma esfera idêntica B, inicialmente neutra. Após serem afastadas, a carga
elétrica da esfera B passa a ser igual a Q=5 µC. Determine a nova carga
da esfera A.
Solução
Fazendo o balanço antes e depois do contato, a soma das cargas tem de ter o
mesmo resultado. Assim, determina-se que, antes do contato:
QA + QB = 8 μC + 0 C = 8 μC
E, após o contato, o resultado continua o mesmo, logo:
Q A1 +Q B1 = 8 µC
– 16 –
Campo elétrico
QAt + 5 μC = 8 μC
QAt = 8 μC – 5 μC = 3 μC
A carga elétrica da esfera A após o contato é de 3 μC.
– 17 –
Física II
Exemplo 1.5
Um átomo de hidrogênio possui em sua composição atômica apenas um
próton e um elétron. Qual é a força elétrica exercida entre eles, supondo
que a distância que os separa seja de 5,3 ⋅ 10−11 m ?
Solução
Aplicando na equação (3) os dados fornecidos, considerando que a carga do
próton e do elétron tem o mesmo valor em módulo, tem-se:
Q1 ⋅ Q2
F =k⋅
d2
Exemplo 1.6
Determine a distância entre as cargas pontuais, | Q1 |=| Q2 |= 1,6 ⋅ 10−19C ,
sendo fixas, para que a força elétrica entre elas seja igual a 1 N.
Solução
Aplicando a equação (3) em função da distância d:
Q1 ⋅ Q2
F =k⋅
d2
d 2 = 23 , 0144 ⋅ 10−29 m 2
– 18 –
Campo elétrico
d = 23 , 0144 ⋅ 10−29 m
d = 1,517 ⋅ 10−14 m
Esse caso é chamado de sistema de cargas, no qual as forças F 1 , F 2 , F 3
e F 4 , na figura 1.5, estão sendo aplicadas na partícula de carga Q. A força
resultante nessa partícula é determinada por FR = F1 + F2 + F3 + F4 =∑F .
Também deve-se levar em consideração que cargas carregadas podem ser
positivas ou negativas. A força entre elas pode ser uma força de atração ou de
repulsão, dependendo dos sinais dessas cargas. Na figura 1.6 estão representa-
dos os modos de interação entre as cargas elétricas.
Figura 1.6 – Forças de atrações entre cargas elétricas
– 19 –
Física II
Exemplo 1.7
Duas cargas, Q1=4 µC e Q2=-2 µC, estão fixas e separadas por uma dis-
tância de 2 m, sendo que a carga Q2 está à direita da carga Q1. Uma ter-
ceira carga, Q3=2 µC, é colocada no ponto médio entre Q1 e Q2. Deter-
mine a força resultante sobre a carga Q3. Adote k = 9 ⋅ 109 N ⋅ m 2 / C 2 .
Solução
A força resultante sobre a carga Q3 é a soma das forças F13, que é a força
elétrica que a carga Q1 faz em Q3, e F23, que é a força elétrica que a carga
Q2 faz em Q3. Sendo a carga Q1 positiva e a carga Q3 positiva, a força entre
elas é de repulsão. Logo, a força F13 em Q3 está para a direita, sendo assim
uma força positiva. A carga Q2 é negativa, então a força F23 entre Q3 e Q2
é uma força de atração. Logo, a força em Q3 está para a direita também.
Determinando as forças individuais separadamente:
– 20 –
Campo elétrico
= 0,108 ⋅ i N
Exemplo 1.8
Considere três cargas fixas, Q1=-5 nC, Q2=6 nC e Q3=-2 nC, conforme
a figura. Determine a intensidade da força resultante sobre a carga Q2.
Adote k = 9 ⋅ 109 N ⋅ m 2 / C 2 .
Solução
A força F21 entre as cargas Q1 e Q2 é uma força de atração, e a força F23 entre
as cargas Q2 e Q3 também é uma força de atração.
Então o diagrama de forças sobre a carga Q2 fica:
– 21 –
Física II
= 1,68750 ⋅ 10−4 ⋅ j N
=1,2 ⋅ 10−4 ⋅ i N
| F ||= Fx 2 + Fy2
FR = (1,2 ⋅ 10−4 ) + (1,68750 ⋅ 10−4 ) =2,07 ⋅ 10−4 N
2 2
– 22 –
Campo elétrico
– 23 –
Física II
Exemplo 1.9
Considere uma carga pontual q=3 µC, que está sujeita, quando colo-
cada em um ponto A, a uma força de intensidade F=6 µN, de direção
horizontal e sentido da direita para a esquerda. Determine o módulo, a
direção e o sentido do campo elétrico no ponto A.
Solução
A força está no sentido da direita para a esquerda e a carga de prova é posi-
tiva:
– 24 –
Campo elétrico
Exemplo 1.10
Em determinado ponto P, há um campo elétrico de intensidade
E= 6 ⋅ 105 N / C , de direção horizontal e sentido da esquerda para a
direita. Determine o módulo, a direção e o sentido da força elétrica que
atua em uma carga q=-3 µC.
Solução
O campo elétrico está no sentido da esquerda para a direita e a carga de
prova é negativa:
– 25 –
Física II
– 26 –
Campo elétrico
Exemplo 1.11
Considerando um eixo x com duas cargas elétricas, Q1=+4 µC e Q2=+6
µC, nas coordenadas x=0 e x=4 m, respectivamente, determine o campo
elétrico resultante no ponto P sobre o eixo x em x=6 m.
Solução
Considerando o eixo x e as duas cargas positivas, os campos elétricos E1 e
E 2 estão no sentido da esquerda para a direita no ponto P:
Determinando o módulo do campo elétrico E1 e E 2 , tem-se:
Q1 9 N ⋅m
2
4 ⋅ 10−6
E1 =k ⋅ → E1 =9 ⋅ 10 ⋅ → E1 = 1000 N / C
d12 C2 62 m2
Q2 9 N ⋅m
2
6 ⋅ 10−6 C
E 2 =k ⋅ 2 → E 2 =9 ⋅ 10 ⋅ 2 2 → E2 =13500 N / C
d2 C2 2 m
– 27 –
Física II
A somatória dos vetores campos elétricos será a soma algébrica dos campos
elétricos E1 e E2, pois têm a mesma direção e o mesmo sentido. Logo, o campo
elétrico resultante é:
ER=E1+E2
ER =1000+13500 N/C
ER =14500 N/C
– 28 –
Campo elétrico
– 29 –
Física II
Síntese
– 30 –
Campo elétrico
– 31 –
2
Lei de Gauss
– 34 –
Lei de Gauss
– 35 –
Física II
1
k=
4πε 0
(7)
A grandeza ε 0 é chamada de constante de permissividade. Seu valor é:
2.2 Fluxo
O conceito de fluxo elétrico é muito parecido com o conceito de vazão
volumétrica que está relacionado com o escoamento de fluidos. Diz-se que
existe um fluxo de água ou de ar quando há uma corrente de ar ou água em
movimento atravessando uma malha ou uma superfície. Essa taxa de escoa-
mento depende do ângulo que a velocidade da partícula faz com o plano da
superfície, como representado na figura 2.3.
– 36 –
Lei de Gauss
Uma análise dessa equação (9) mostra que, se o vetor velocidade tem a
mesma direção e o mesmo sentido do vetor área, então o ângulo será igual a
0º; logo, o valor do cosseno será máximo, ou seja, o fluxo é máximo (figura
2.4a). À medida que o vetor velocidade muda de direção em relação ao vetor
área, o ângulo também se altera, e o resultado do valor do cosseno diminui
(figura 2.4b). E se o vetor velocidade estiver passando paralelamente à super-
fície, então o ângulo entre os vetores velocidade e área será zero e o valor do
cosseno será zero, logo, o fluxo será zero (figura 2.4c).
Figura 2.4 – Linhas de fluxo atravessando uma superfície de área A
– 37 –
Física II
Para o caso do campo elétrico, o fato de essa ideia do fluxo não ser
um escoamento real se faz essencial, pois o campo elétrico não tem matéria,
não escoa, não é um fluido, mas tem o mesmo comportamento do fluxo do
campo de velocidade.
– 38 –
Lei de Gauss
O círculo na integral indica que a integração deve ser feita sob toda a
superfície fechada. O resultado da integral é o fluxo do campo elétrico que é
um escalar, tendo como unidade N ⋅ m 2 / C . O fluxo resultante sobre uma
superfície fechada pode ser positivo, negativo ou nulo, dependendo da pre-
dominância do vetor campo elétrico orientado para fora ou para dentro da
superfície gaussiana.
Exemplo 2.1
Um campo elétrico uniforme, igual a E = 100i N / C , atravessa uma
superfície gaussiana na forma de um cilindro de raio da base r=20 cm e
que tem seu eixo paralelo ao eixo x, conforme a figura. Qual é o fluxo ϕ
na superfície da base a, da lateral b e da base c? Qual é o fluxo resultante
em toda a superfície gaussiana fechada?
Solução
O vetor campo elétrico é paralelo ao eixo x, os vetores A da base a e c também
são paralelos ao eixo x e o vetor A da lateral b é ortogonal a x.
– 39 –
Física II
– 40 –
Lei de Gauss
Esse resultado mostra que a quantidade de vetores campo elétrico que entra
na superfície gaussiana é a mesma que sai da superfície gaussiana fechada,
portanto, o fluxo total através da superfície é zero.
Exemplo 2.2
Seja um campo elétrico dado por E1 = 50i N / C para o eixo positivo
de x e um campo elétrico E 2 = −100i N / C para o eixo negativo de x.
Uma superfície gaussiana, na forma de um cubo, com aresta igual a 10
cm, está posicionada no plano e tem seu centro geométrico na origem
dos eixos, e suas faces são paralelas aos planos xy, xz e yz. Determine o
fluxo elétrico que atravessa essa superfície fechada.
Solução
Como o cubo é formado por seis faces, duas a duas paralelas entre si, serão
analisadas apenas quatro faces (valendo, entretanto, a mesma ideia para as
seis faces). Os vetores campos elétricos são opostos no eixo x e estão saindo da
superfície gaussiana nos pontos 1 e 2, logo, o ângulo entre os vetores E e A
é 0º. Nos pontos 3 e 4, os vetores campos elétricos são paralelos às superfícies,
assim, o ângulo entre os vetores E e A é 90º.
– 41 –
Física II
Nas faces 3,4,5 e 6, o campo elétrico é o E1 se x>0 e E 2 se x<0. Escrevendo
na forma do produto escalar de vetores:
∫ E ⋅ cosθ
5
5 ⋅ dA+∫ E ⋅ cosθ 6 ⋅ dA
6
E ⋅ cosθ5 ⋅ A+ E ⋅ cosθ 6 ⋅ A
E ⋅ cos90º ⋅ A+ E ⋅ cos90º ⋅ A
φ = 0,5 + 1+ 0 + 0 + 0 + 0
N ⋅ m2
φ = 1,5
C
– 42 –
Lei de Gauss
Exemplo 2.3
Duas cargas elétricas, q1=6 µC e q2=-2 µC, estão no espaço, separadas
por uma distância d. Determine o fluxo do campo elétrico se uma super-
fície gaussiana envolve:
a) somente a carga q1.
b) somente a carga q2.
c) as duas cargas q1 e q2.
Solução
a) Imaginando uma superfície gaussiana qualquer envolvendo a carga q1,
aplica-se a equação (13) com ε 0 = 8,85 ⋅ 10−12C 2 / N ⋅ m 2 e tem-se:
ε 0 ⋅ φ = qliq
6 ⋅ 10−6 N ⋅ m2
8,85 ⋅ 10−12 ⋅ φ = 6 ⋅ 10−6 → φ = = 677966
8,85 ⋅ 10−12 C
– 43 –
Física II
−2 ⋅ 10−6 N ⋅ m2
8,85 ⋅ 10−12 ⋅ φ =−2 ⋅ 10−6 → φ = =−225988
8,85 ⋅ 10−12 C
4 ⋅ 10−6
8,85 ⋅ 10−12 ⋅ φ = 6 ⋅ 10−6 − 2 ⋅ 10−6 → φ = =
8,85 ⋅ 10−12
N ⋅ m2
= 451977
C
Exemplo 2.4
Duas cargas conhecidas, q1=-25 nC e q2=-13,2 nC, e uma carga desco-
nhecida q3 estão contidas em uma superfície gaussiana na qual o fluxo
N ⋅ m2
do campo elétrico resultante é igual a φ = 23 ⋅ 104 . Determine o
valor da carga q . C
3
– 44 –
Lei de Gauss
Solução
Aplicando a equação (13), com ε 0 = 8,85 ⋅ 10−12C 2 / N ⋅ m 2 , obtém-se:
ε 0 ⋅ φ = qliq
q3 = 203,932 ⋅ 10−8 C
q3 = 2,03932 μC
– 45 –
Física II
ε 0 ⋅ ∫ E ⋅ cos0º ⋅dA = q
ε 0 ⋅ E ⋅ ∫ dA = q
ε0 ⋅ E ⋅ A = q
– 46 –
Lei de Gauss
ε 0 ⋅ E ⋅ A = qliq
Substituindo, obtém-se:
ε0 ⋅ E ⋅ 2 ⋅π ⋅ r ⋅ h = λ ⋅ h
que se reduz a:
λ
E= (15)
2 ⋅ ð ε0 ⋅ r
– 47 –
Física II
– 48 –
Lei de Gauss
que se reduz a:
σ
E= (16)
2 ⋅ ε0
– 49 –
Física II
Solução
Fazendo uma aproximação dessa coluna de elétrons por uma linha de carga
e considerando que a carga liquida é negativa, então o campo elétrico aponta
para dentro. Assim, usando o valor absoluto de λ, pela equação (15), fica:
λ
E=
2 ⋅ ð ε0 ⋅ r
λ 1 ⋅ 10−3 (C / m )
r= = ≈ 6m
2 ⋅ ð ε 0 ⋅ E 2 ⋅ ð ⋅ 8,85 ⋅ 10−12 (C 2 / N ⋅ m 2 ) ⋅ 3 ⋅ 106 ( N / C )
Exemplo 2.6
Uma chapa não condutora está carregada com cargas elétricas negativas
distribuídas uniformemente em um dos lados dessa chapa. A densidade
superficial vale σ = −5,6 µC / m 2 . Determine o módulo do campo elé-
trico em um ponto P próximo à placa.
Solução
Como as cargas são fixas no caso da placa não condutora, pela equação (16),
e usando o valor absoluto de σ, determina-se o módulo do campo elétrico em
algum ponto próximo à placa por:
σ
E =
2ε 0
5,6 ⋅ 10−6
E = = 0,316384 ⋅ 106 = 3,16384 ⋅ 105 N / C
2 ⋅ 8,85 ⋅ 10−12
5,6 ⋅ 10−6
E = −12
= 0,316384 ⋅ 106 = 3,16384 ⋅ 105 N / C
2 ⋅ 8,85 ⋅ 10
– 50 –
Lei de Gauss
Síntese
Uma superfície gaussiana é uma superfície
imaginária com forma arbitrária que envolve
Superfície
um elemento carregado eletricamente. A
gaussiana
forma dessa superfície deve ser a mais conve-
niente à simetria do problema.
Fluxo é uma taxa que depende do ângulo que
a velocidade da partícula faz com o plano da
superfície.
φ = v ⋅ A ⋅ cosθ A vazão volumétrica é o produto escalar do
Fluxo vetor velocidade com o vetor área.
φ =v ⋅ A ⋅ cos θ =v ⋅ A Campo de velocidade é um conjunto de veto-
res velocidade que atravessa uma área.
O campo elétrico tem o mesmo comporta-
mento do fluxo do campo de velocidade.
O resultado do fluxo campo elétrico é um
escalar e é considerado como o conjunto de
linhas de campo elétrico que atravessa toda
Fluxo do uma superfície gaussiana.
campo φ = ∫ E ⋅ d A O fluxo resultante sobre uma superfície
elétrico fechada pode ser positivo, negativo ou nulo,
dependendo da predominância do vetor
campo elétrico sendo orientado para fora ou
para dentro da superfície gaussiana.
A lei de Gauss é uma relação entre o fluxo do
campo elétrico com a carga liquida existente
dentro da superfície gaussiana.
Lei de ε 0 ⋅ φ = qliq
Gauss Sendo a carga elétrica liquida positiva, o
fluxo será para fora da superfície. Sendo a
carga elétrica liquida negativa, o fluxo será
para dentro da superfície.
– 51 –
Física II
– 52 –
3
Potencial Elétrico
– 54 –
Potencial Elétrico
Exemplo 3.1
Para deslocar uma carga elétrica de 4C do infinito até o ponto A, realiza-
-se um trabalho de 100 J. Determine a energia potencial elétrica da carga
q0 no ponto A.
– 55 –
Física II
Solução
Como o trabalho realizado para mover a carga do infinito até o ponto A tem
o sinal contrário da energia potencial no ponto A, tem-se U=-100 J
Exemplo 3.2
Qual é a variação da energia potencial elétrica necessária para mover
uma carga q0=4 µC, inicialmente a uma distância de 0,1 m de uma carga
Q=0,8 µC, até o infinito?
Solução
Considere as cargas dispostas no espaço, separadas pela distância de 0,1m,
e a disposição do campo elétrico e da força elétrica atuando na carga de
prova, conforme a figura:
– 56 –
Potencial Elétrico
1
Fazendo o ponto B tendendo ao infinito, → 0 , a variação da energia
potencial elétrica é dada por dB
1
U = −W A∞ = −k ⋅ Q ⋅ q0
dA
1
U = −W A∞ = −8,99 ⋅ 109 ⋅ 0,8 ⋅ 10−6 4 ⋅ 10−6
0,1
U = −W A∞ = −0,28768 J
– 57 –
Física II
– 58 –
Potencial Elétrico
Exemplo 3.3
Considere dois pontos A e B, onde os potenciais são VA=60 V e VB=40
V. Qual é o trabalho da força elétrica necessário para transportar uma
carga qo=6 µC de A até B?
Solução
Como o potencial em A é positivo e tem maior valor, ele está mais próximo
da carga geradora positiva, como representado na figura.
Wi f
=− −6
→ −120 ⋅ 10−6 = −Wi f
6 ⋅ 10
Wi = 1,2 ⋅ 10−4 J
f
Exemplo 3.4
Aplica-se um trabalho sobre uma única carga elétrica elementar
e = 1,6 ⋅ 10−19 C por meio de uma diferença de potencial de 1 V. Qual é
a quantidade de trabalho, em módulo, que se realiza?
Solução
Aplicando a equação (23) tem-se
Wi f
∆V =
− → Wif = 1 ⋅ 1,6 ⋅ 10−19 → Wif =
∆V ⋅ q0 = 1,6 ⋅ 10−19 J
q0
– 59 –
Física II
Na figura 3.2, as distâncias dAQ e dBQ são iguais, então VA=VB. Assim,
pode-se imaginar uma infinidade de pontos que possam ter essa mesma dis-
tância da carga geradora. Se a carga geradora for uma carga pontual, haverá
uma circunferência de raio r, onde, em qualquer ponto sobre essa circunfe-
rência, o potencial elétrico será o mesmo, como representado na figura 3.3.
Figura 3.3 – Região em torno de uma carga pontual com mesmo potencial
– 60 –
Potencial Elétrico
– 61 –
Física II
Exemplo 3.5
Sejam dois pontos A e B situados a 0,2 m e 0,3 m de uma carga Q=40
µC. Qual é o trabalho realizado pela força elétrica para movimentar uma
carga q=3 µC de A até B e de B até A?
Solução
Determinando o potencial nos pontos A e B pela equação (24)
k ⋅Q 9 ⋅ 109 ⋅ 40 ⋅ 10−6
V= → VA = → V A = 1,8 ⋅ 106V
dA 0,2
k ⋅Q 9 ⋅ 109 ⋅ 40 ⋅ 10−6
V= → VB = → VB = 1,2 ⋅ 106V
dA 0,3
– 62 –
Potencial Elétrico
Exemplo 3.6
Sejam dois pontos A e B. O ponto A está situado sobre um eixo x na
posição 0,2 m e o ponto B, na posição –0,2 m do mesmo eixo x, com
uma carga Q=60 µC na origem. Nessas condições, qual é o trabalho
realizado por uma força elétrica externa para transportar a carga q=-2
µC de A até B?
Solução
Determinando o potencial nos pontos A e B pela equação (24):
k ⋅Q 9 ⋅ 109 ⋅ 60 ⋅ 10−6
V= → VA = → V A = 2,7 ⋅ 106 V
dA 0,2
k ⋅Q 9 ⋅ 109 ⋅ 60 ⋅ 10−6
V= → VB = → VB = 2,7 ⋅ 106 V
dA 0,2
Wi f = 0
Esse trabalho igual a zero já era esperado visto que os pontos A e B estão a
uma mesma distância da carga geradora, ou seja, estão na mesma superfície
equipotencial.
– 63 –
Física II
A força elétrica atuante na partícula, equação (5), é E ⋅ q0 . Quando
a partícula sofre um deslocamento d s , o campo elétrico realiza um traba-
lho dW. O deslocamento dado pelo diferencial d s refere-se a um desloca-
mento muito pequeno, então o trabalho dW também se refere a um trabalho
pequeno. Assim, pela definição de trabalho, obtém-se:
dW = F ⋅ ds → dW = q0 ⋅ E ⋅ d s (25)
Então, para cada deslocamento infinitesimal, encontra-se um trabalho
infinitesimal; e ao longo de toda a trajetória serão infinitos trabalhos realiza-
dos que, quando somados, resultarão no trabalho total realizado pelo campo
elétrico. Nessas condições, o trabalho realizado quando a carga se move de
um ponto i a ponto f é a soma de todos os diferenciais dW, que é determinado
por integração de i a f. Logo:
f f
Wif = ∫ dW =
i
∫ E ⋅ d s (26)
i
q 0 ⋅
– 64 –
Potencial Elétrico
Como a carga q0 é uma constante, ela pode ficar fora da integral. Divi-
dindo-se os dois membros por q0, o primeiro membro da equação (26) fica
Wi f
, que é igual a -ΔV pela equação (23). Logo:
q0
f
V f − Vi = − ∫ E ⋅ d s (27)
i
a) de A até B.
b) de B até C.
c) de A até C.
– 65 –
Física II
Solução
Usando a equação (28), resolvendo o produto escalar na integral, uma vez
que o campo elétrico é constante em todos os pontos, ele pode ser retirado da
integral, obtendo-se:
f
f f
a) No movimento de A para B, os vetores E e d s formam um ângulo de
90º. Assim, obtém-se
V f − Vi = − E ⋅ cosθ ⋅ d
V f − Vi = −20 ⋅ 0 ⋅ 0,15
V f − Vi = 0
b) No movimento de B para C, os vetores E e d s formam um ângulo
θ, que é determinado por meio da trigonometria, usando a definição
de tangente de α e observando-se que α+θ = 90°. Para encontrar a
distância d, pode-se aplicar o teorema de Pitágoras:
CA
tangα =
BA
0,2
tangα =
0,15
– 66 –
Potencial Elétrico
tangα = 1,3333...
α = 53,12º
Assim, o ângulo entre os vetores E e d s é:
θ = 90º −α = 90º −53,12º= 36,88º
Exemplo 3.8
Uma carga elétrica atravessa um campo elétrico =E 5i + 8 j N / C de
um ponto A até um ponto B, realizando um deslocamento d = 10i m .
– 67 –
Física II
Solução
O ângulo entre os vetores E e d é
E ⋅d 5 ⋅ 10 + 8 ⋅ 0 50
cos θ= = = = 0,53 → θ ≈ 58º
E ⋅d 52 + 82 ⋅ 102 + 02 94,33
Como o campo elétrico é constante, pois não sofre variação nem com o tempo
nem com a distância, aplica-se a equação (28), obtendo-se:
f f f
– 68 –
Potencial Elétrico
Exemplo 3.9
Uma esfera condutora tem raio de 20 cm. Considerando que está carre-
gada com uma carga de 10 µC, determine o potencial elétrico na super-
fície e em um ponto distante 5 cm da superfície da esfera.
Solução
O potencial na superfície é calculado usando a equação (29), que fica:
k ⋅ Q 9 ⋅ 109 ⋅ 10 ⋅ 10−3
Vs = = = 450 ⋅ 106 = 450000000V
r 0,20
– 69 –
Física II
Exemplo 3.10
Se uma esfera condutora, neutra, tem raio igual a 2 cm, qual é a quan-
tidade de elétrons que se deve retirar para adquirir um potencial de 1 V
na superfície? (carga do elétron = –1,6.10-19C)
Solução
Pela equação (29):
k ⋅Q 9 ⋅ 109 ⋅ Q 1 ⋅ 0,02
Vs = →1 = → = Q → Q = 2,22 ⋅ 10−12 C
r 0,02 9 ⋅ 109
Síntese
Uma carga se movendo de um ponto
i para um ponto f tem uma diferença
∆U =U f − U i = −Wif de energia que é igual ao negativo do
Diferença
de energia trabalho realizado.
q0Q
potencial U (r ) = k Energia potencial elétrica associada às
r
cargas q0 e Q, quando separadas por
uma distância r.
U
V=
q0 É a razão entre a energia potencial elé-
trica pela carga q0 em termos do traba-
Potencial ∆U Wi lho realizado pela partícula.
∆V = =− f
elétrico q0 q0 Potencial elétrico em um ponto a uma
distância r da carga Q geradora do
U Q campo elétrico.
V= =k
q0 r
– 70 –
Potencial Elétrico
– 71 –
4
Capacitores
4.1 Capacitância
Os capacitores são basicamente constituídos de condutores metálicos
separados por um isolante, como representado na figura 4.1. Esses conduto-
res metálicos são chamados de placas condutoras e podem assumir qualquer
tamanho e forma geométrica. A maneira convencional de se apresentar os
capacitores é na forma de placas paralelas, como na figura 4.1, chamado de
capacitor de placas paralelas, que se constitui de duas placas paralelas de área
A separadas por uma distância d.
Figura 4.1 – Capacitor de placas condutoras paralelas
– 74 –
Capacitores
– 75 –
Física II
– 76 –
Capacitores
– 77 –
Física II
– 78 –
Capacitores
onde a integral é calculada sobre qualquer trajetória de uma placa até a outra.
Escolhendo a trajetória da placa positiva para a placa negativa, trajetória que
acompanha a linha do campo elétrico, os vetores E e d s estarão na mesma
direção e no mesmo sentido.
O produto de E ⋅ d s terá um resultado positivo, e como a equação (27)
nos diz que o potencial terá um resultado negativo, podemos optar por tomar
apenas o valor absoluto do potencial, ficando:
−
V = ∫ E ⋅ ds (32)
+
Isolando C:
q
C= (34)
E ⋅d
A equação (34) representa a capacidade do capacitor em função do
campo elétrico. Substituindo a expressão (31) para q em q = C.E.d obtém-se:
ε0 ⋅ E ⋅ A = C ⋅ E ⋅ d
Isolando C:
ε0 ⋅ A
C= (35)
d
– 79 –
Física II
Exemplo 4.1
Um capacitor possui uma carga elétrica de 8 µC quando está sob um
potencial de 1000 V. Determine a capacidade desse capacitor
Solução
Aplicando a definição de capacitância, dada pela equação (30), obtém-se:
8 ⋅ 10−6 C
q = C ⋅V → 8 ⋅ 10−6 C = C ⋅ 1000V → C = = 8 ⋅ 10−9 F
1000V
Exemplo 4.2
Considere um capacitor formado por placas condutoras paralelas e pla-
nas com área A = 0,08 m², distantes 0,1 cm uma da outra. Se o meio
que separa as placas condutoras é o vácuo, então qual será o valor da
capacitância?
Solução
Substituindo as informações fornecidas na equação (35) obtém-se:
ε0 ⋅ A 8,85 ⋅ 10−12 C 2 / N ⋅ m 2 ⋅ 0,08 m 2
C= →C = = 708 ⋅ 10−12 F =
d 0,001m
= 708 pF
Exemplo 4.3
Um capacitor é projetado para ter uma capacidade de 60 nF. Se está
completamente carregado a um potencial de 9V, quantos elétrons há
sobre a placa negativa?
– 80 –
Capacitores
Solução
O número de elétrons em excesso é determinado por q = n ⋅ e , então, usando
a equação (30), tem-se:
C ⋅V 60 ⋅ 10−9 F ⋅ 9V
n= = = 3,375 ⋅ 1012 elétrons
e 1,6 ⋅ 10−19C
– 81 –
Física II
ab
C 4πε 0 ⋅
= (40)
b−a
Exemplo 4.4
Determine a capacitância de um capacitor esférico cujos raios das esferas
são 2 cm e 3 cm, carregadas com uma carga de 20 µF.
Solução
Aplicando a equação (40):
– 82 –
Capacitores
ab
C 4πε 0 ⋅
=
b−a
0,02 ⋅ 0,03
C = 4 ⋅ π ⋅ 8,85 ⋅ 10−12 ⋅ F
0,03 − 0,02
C 6,67 ⋅ 10−12 F
=
C = 6,67 pF
Exemplo 4.5
Sabendo que a Terra tem um raio de 6.370 km, qual seria o valor de sua
capacitância se fosse considerada uma esfera condutora isolada?
Solução
Aplicando a equação (41):
C 4πε 0 ⋅ r
=
C =4π ⋅ 8,85 ⋅ 10−12 ⋅ 6370000 F
=C 708422860,199 ⋅ 10−12 F
C 7,08 ⋅ 10−4 F
=
– 83 –
Física II
– 84 –
Capacitores
Q Q Q 1 1 1
E, como V =V1 +V2 +V3 = + + = Q + + , temos
C1 C 2 C 3 C1 C 2 C 3
uma capacitância equivalente dada por:
1 1 1 1
= + + (44)
C C1 C 2 C 3
– 85 –
Física II
V=V1=V2=V3 (45)
O potencial V é igual aos demais potenciais V=V1=V2=V3
e
Q=Q1+Q2+Q3 (46)
A carga Q é igual à soma das cargas dos demais capacitores.
De modo que Q = Q1 + Q2 + Q3 = C1V + C2V + C3V = (C1 + C2 + C3)
V. Ou seja:
C=C1+C2+C3 (47)
A capacitância equivalente do capacitor é a soma das capaci-
tâncias.
C=C1+C2+C3
Os resultados podem ser generalizados para qualquer número de capa-
citores ligados em paralelo.
– 86 –
Capacitores
Exemplo 4.6
Solução
a) Sendo essa a associação do tipo paralela, a capacitância equivalente
fica:
C = C1 +C 2 = 10 nF + 2 nF = 12 nF
Q2 = C 2 ⋅V = 10 ⋅ 10−9 ⋅ 80 C = 800 nC
– 87 –
Física II
Exemplo 4.7
Determine a capacidade equivalente na seguinte associação:
Solução
Sendo essa a associação do tipo paralela, a capacitância equivalente fica:
C = C1 +C 2 +C 3 = 5 pF + 6 pF + 12 pF = 23 pF
Exemplo 4.8
Determine a capacidade equivalente e a carga total na seguinte associação:
Solução
Neste caso, a associação é em série, então a capacidade equivalente é dada
por:
1 1 1 1 1 1 1 1 1 3+ 6+ 2
= + + → = + + → = →
C C1 C 2 C 3 C 4 µ F 2 µ F 6η F C 12 µ F
1 11
= → C = 12 µ F
C 12 µ F 11
– 88 –
Capacitores
C = 1,0909 µ F
Q = 1,0909 ⋅ µ F ⋅ 12 V
Q = 13 , 09 µC
Exemplo 4.9
Seja a associação dada pela figura. Determine a carga total desse
capacitor.
Solução
Determinando a capacidade equivalente na associação, resolve-se a associa-
ção que está em paralelo. Denotando por C3 o capacitor equivalente a essa
associação em paralelo tem-se:
C 3 = C1 +C 2 → C 3 = 6 F + 10F → C 3 = 16 µ F
– 89 –
Física II
– 90 –
Capacitores
q'
dW = ⋅ dq' (48)
C
Então o trabalho total para carregar esse capacitor com uma carga total
q será a soma de todos os pequenos trabalhos realizados, ou seja:
q
q'
W = ∫ dW = ∫ ⋅ dq' (49)
0
C
E, resolvendo a integral, chega-se a:
q2
W= (50)
2 ⋅C
Esse trabalho fica armazenado na forma de energia potencial no capaci-
tor, logo:
q2
U= (51)
2 ⋅C
Substituindo a equação (30) em (51), pode-se escrever a energia poten-
cial em função do potencial:
C ⋅V 2
U=
2 (52)
Exemplo 4.10
Seja um capacitor de placas paralelas com 0,2 m2 de área cada, separadas
por uma distância de 2 cm. Se a diferença de potencial entre as placas é
igual a 120 V, qual é a energia potencial do capacitor?
– 91 –
Física II
Solução
Para determinar a energia potencial do capacitor pela equação (52), há a
necessidade de primeiramente encontrar a capacitância. Pela equação (35)
tem-se:
8,85 ⋅ 10−12 ⋅ 0,2
C= = 88,5 ⋅ 10−12 F
0,02
e
88,5 ⋅ 10−12 ⋅ 1202
=
U = 6,372 ⋅ 10−7 J
2
Exemplo 4.11
Se no Exemplo 4.10 a distância entre as placas fosse reduzida para 1 cm,
qual seria a energia potencial do capacitor?
Solução
8,85 ⋅ 10−12 ⋅ 0,2
C= = 177 ⋅ 10−12 F
0,01
Síntese
– 92 –
Capacitores
– 93 –
5
Circuito Elétrico
22 Receptor elétrico
Um receptor elétrico é um dispositivo que transforma energia
elétrica em outra forma de energia, não exclusivamente térmica.
O motor elétrico é o principal tipo de receptor, transformando a
energia elétrica em energia mecânica. Sua representação é como na
figura 5.2.
– 96 –
Circuito Elétrico
22 Resistor elétrico
O resistor elétrico transforma toda a energia elétrica consumida em
calor. Os principais tipos de resistores são aquecedores elétricos,
ferros elétricos, chuveiro elétrico, lâmpadas comuns. Sua represen-
tação é dada na figura 5.3.
22 Dispositivos de manobra
São dispositivos que servem para ligar ou desligar um circuito elé-
trico, por exemplo, as chaves e os interruptores. Sua representação
é mostrada na figura 5.4.
22 Dispositivos de segurança
Dispositivos de segurança são utilizados para interromper a passa-
gem de corrente elétrica quando, no circuito, esta for maior que a
prevista, preservando assim os demais dispositivos no circuito. Os
exemplos mais comuns são os fusíveis e os disjuntores. Sua repre-
sentação é dada na figura 5.5.
– 97 –
Física II
22 Dispositivos de controle
Esses dispositivos são utilizados nos circuitos para medir a inten-
sidade da corrente elétrica e a diferença de potencial. Os mais
comuns são o amperímetro, que mede a intensidade de corrente
elétrica, e o voltímetro, que mede a diferença de potencial entre
dois pontos. Suas representações são mostradas na figura 5.6.
– 98 –
Circuito Elétrico
– 99 –
Física II
q = ∫ i ⋅ dt (54)
0
– 100 –
Circuito Elétrico
Exemplo 5.1
Uma corrente elétrica de intensidade igual a 4A percorre um condutor.
Qual foi a quantidade de elétrons que atravessaram uma secção transver-
sal reta em um intervalo de tempo de 5 segundos?
Solução
q = 4A ⋅ 5 s = 20 C
20
n= −19
= 1,25 ⋅ 1020elétrons
1,6 ⋅ 10
Exemplo 5.2
Determine a corrente elétrica i que atravessa um condutor, se uma quan-
tidade de carga elétrica igual a 2 µC atravessa uma secção transversal em
10 segundos.
Solução
2 µC
=i = 0,2 µ A
10 s
– 101 –
Física II
Exemplo 5.3
A corrente elétrica que atravessa um condutor é dada pela função
i = 0,2 + 0,3 ⋅ t . Determine a carga total que atravessa uma secção trans-
versal em 10 segundos.
Solução
Como a corrente é uma função do tempo, deve-se aplicar a equação (54) e
resolver integral no intervalo de tempo fornecido, ficando:
t
q = ∫ i ⋅ dt
0
10
q = ∫ [0,2 + 0,3t ] ⋅ dt
0
10 10
q = ∫ 0,2 ⋅ dt + ∫ 0,3t ⋅ dt
0 0
0,3t 2 10
q = 0,2 ⋅ t | +
10
|
0 2 0
q = 2 C + 15 C
q = 17 C
– 102 –
Circuito Elétrico
22 Corrente contínua
A corrente elétrica contínua, representada por CC, é a corrente
em que o sentido e a intensidade se mantêm constantes. Podem-se
tomar como exemplos as correntes elétricas estabelecidas por pilhas
e baterias.
22 Corrente alternada
A corrente elétrica alternada, representada por CA, é a corrente em
que o sentido e a intensidade variam periodicamente. Podem-se
tomar como exemplos as correntes elétricas utilizadas em residên-
cias, que são fornecidas por usinas hidrelétricas.
– 103 –
Física II
– 104 –
Circuito Elétrico
Solução
Resolvendo pela equação (56), tem-se:
V 110V
R= = ≈ 36,6Ω
i 3A
Exemplo 5.5
Seja a corrente elétrica uma função do tempo dada pela função
i 5µ ⋅ t A / s , atravessando um circuito elétrico que está ligado a uma
=
linha com uma diferença de potencial de 110 V, durante 20 segundos.
Determine o valor da resistência elétrica:
a) no tempo t = 10s
b) no tempo t = 20s
Solução
Para o cálculo da resistência elétrica, deve-se determinar a corrente elétrica
para os respectivos tempos, assim:
a) 5µ ⋅ t A / s =
i= 5µ ⋅ 10 sA / s =
50µ A
V 110V
R= = = 2,2 ⋅ 106 Ω
i 50 µ A
b) i = 5µ ⋅ t = 5µ ⋅ 20= 100 µ A
V 110V
R= = =1,1 ⋅ 106 Ω
i 100 µ A
– 105 –
Física II
– 106 –
Circuito Elétrico
Exemplo 5.6
Seja um resistor ôhmico, sob uma diferença de potencial de 60 V, per-
corrido por uma corrente elétrica de 5 A. Determine a resistência elétrica
desse resistor.
Solução
Aplicando a equação (57) obtém-se:
60 (V )
R= = 12Ω
5( A)
– 107 –
Física II
Exemplo 5.7
Considere uma barra de ferro na forma de um cilindro de 5 cm de
comprimento e 1,2 cm de raio. Qual é a resistência elétrica se a barra
de ferro possui uma resistividade igual 9,68 ⋅ 10−8 Ω ⋅ m em temperatura
ambiente de 20 ºC?
Solução
Sendo a barra na forma cilíndrica, então a área da secção transversal é dada
pela fórmula A = π ⋅ r 2 , logo:
L 0, 05 ( m )
R =⋅ = 9, 68 ⋅ 10−8 ( Ω ⋅ m ) ⋅ ≈ 1069 ⋅ 10−8 Ω ≈ 10, 69 µΩ
A π ⋅ 0, 012 (m )
2 2
Exemplo 5.8
Comparando dois condutores metálicos, feitos do mesmo material,
observa-se que têm comprimentos L e 2L e área de secção transversal S e
4S, conforme mostra a figura. Determine a razão entre R1 e R2 .
Solução
Para cada um dos resistores tem-se:
L 2L
R1 = ⋅ e R2 = ⋅
A 4A
– 108 –
Circuito Elétrico
L
⋅
R1 ⋅L 4A
= A = ⋅ =2
R2 ⋅ 2 L A 2L
4A
– 109 –
Física II
ou seja:
1 kWh=3,6 ⋅ 106 J (61)
Exemplo 5.9
Um circuito elétrico é constituído por um resistor de 20Ω e está ligado
a uma fonte de 400V . Qual é a potência consumida? Qual é a energia
consumida em 1 hora?
– 110 –
Circuito Elétrico
Solução
Da equação (59), substituindo a corrente elétrica i por V/R, tem-se:
V 400V ⋅ 400V
P= ⋅V = = 8000W = 8kW
R 20Ω
Exemplo 5.10
Se um chuveiro elétrico residencial de 220V dissipa uma potência de
2kW , então qual é o custo de um banho com 10 minutos de duração
se a tarifa paga é de R$ 1,20 por kWh ?
Solução
Transformando 10 minutos em hora e usando a definição de potência tem-
-se:
U ≈ 2 ⋅ 103W ⋅ 0,16h ≈ 0,33... kWh
– 111 –
Física II
i = i1 = i2 = i3
(63)
– 112 –
Circuito Elétrico
– 113 –
Física II
De fato, 1/R > 1/Rk para qualquer resistor k em particular, de modo que
R < Rk.
Exemplo 5.11
Determine a resistência equivalente nas associações representadas nas
figuras.
Solução
A associação está em série, logo:
R = R1 + R2 + R3
1 1 1 1
= + +
R 12Ω 8Ω 6Ω
– 114 –
Circuito Elétrico
1 8Ω ⋅ 6Ω + 12Ω ⋅ 6Ω + 12Ω ⋅ 8Ω
=
R 12Ω ⋅ 8Ω ⋅ 6Ω
12Ω ⋅ 8Ω ⋅ 6Ω 576
=
R = Ω ≈ 2,6 Ω
8Ω ⋅ 6Ω + 12Ω ⋅ 6Ω + 12Ω ⋅ 8Ω 216
5.7 Geradores
Os dispositivos de um circuito elétrico que são destinados a manter uma
diferença de potencial entre dois pontos e aumentar a energia potencial das
cargas elétricas para que haja movimentos são os geradores. Também são cha-
mados de fontes de força eletromotriz.
Pilhas e baterias são exemplos de geradores, nos quais a energia das
reações químicas que acontecem em seu interior é utilizada no circuito elé-
trico para a realização de trabalho, sobre as cargas elétricas, fazendo que elas
tenham potencial maior e capacidade de fornecer energia elétrica.
– 115 –
Física II
– 116 –
Circuito Elétrico
Exemplo 5.12
Um circuito elétrico é constituído de um gerador de fem igual a 12 V,
com uma resistência interna de 1Ω e um resistor de 3Ω e é atravessado
por uma corrente elétrica de 2 A. Determine a diferença de potencial
entre os terminais do gerador.
Solução
Aplicando a equação (72), obtém-se:
V= ξ − ri
V 12 (V ) − 1( Ω ) ⋅ 2=
= ( A ) 10V
onde se nota que isso não depende do resistir externo ao gerador.
Um circuito elétrico pode apresentar mais de um dispositivo entre seus
terminais, e assim pode-se dizer que o circuito tem uma única malha, se for
um circuito simples, ou tem várias malhas, se não for um circuito simples.
Algumas regras são aplicadas nesses tipos de circuitos e são conhecidas como:
22 Regra das malhas
Também mencionada como regra das malhas de Kirchhoff, signi-
fica que, ao se partir de um ponto e voltar a ele, a soma algébrica
das variações dos potenciais deve ser nula:
Σξ − ΣRi = 0 (73)
– 117 –
Física II
22 Regra da resistência
Percorrendo um resistor no sentido da corrente elétrica, a variação
do potencial é − Ri , e no sentido oposto é +Ri .
22 Regra da fem
Percorrendo um dispositivo ideal de fem, no sentido da seta interna
da fem, a variação do potencial é +ξ , e no sentido oposto é −ξ .
22 Regra dos nós
Também conhecida como a regra dos nós de Kirchhoff, é um enun-
ciado da conservação da carga elétrica.
Exemplo 5.13
– 118 –
Circuito Elétrico
Solução
Pode-se observar que as duas baterias estão dispostas de tal modo que uma
se opõe à outra, e como a fem da bateria 2 é maior que a fem da bateria
1, a fem ξ 2 controla o sentido da corrente elétrica. Pela regra das malhas,
percorrendo o circuito no sentido horário, a partir do ponto a, nos dá:
Σξ −ΣRi = 0
−ξ1 − r1 ⋅ i − Ri − r2 ⋅ i + ξ 2 =0
−10 ( Ω ) ⋅ i + 2,5(V ) =0
−2,5(V)
i=
−10 ( Ù )
i = 0,25A
Síntese
– 119 –
Física II
– 120 –
Circuito Elétrico
– 121 –
6
Campo Magnético e
Forças Magnéticas
– 124 –
Campo Magnético e Forças Magnéticas
– 125 –
Física II
– 126 –
Campo Magnético e Forças Magnéticas
– 127 –
Física II
Exemplo 6.1
Na figura a seguir está descrito o movimento de um elétron quando este
entra perpendicularmente em um campo magnético B uniforme, des-
crevendo uma trajetória circular com a força magnética atuando como
força centrípeta, perpendicular à velocidade v da partícula. Determine o
módulo da força que atua sobre o elétron.
V = 3 ⋅106 m / s
B = 8 ⋅10−5 T
Solução
Aplicando a equação (75) tem-se:
FB = q ⋅ v ⋅ B ⋅ senθ
FB = 38,4 ⋅10−18N
Exemplo 6.2
Seja um campo magnético de intensidade 4 ⋅102T . Uma carga elé-
trica de 2 ⋅ µC atravessa esse campo com uma velocidade de 200 m/s,
entrando em um ângulo de 30º com a direção do campo magnético.
Qual é a intensidade da força magnética que atua sobre a carga?
– 128 –
Campo Magnético e Forças Magnéticas
Solução
FB = q ⋅ v ⋅ B ⋅ senθ
FB = 800 ⋅10−4N
FB = 0,08N
– 129 –
Física II
– 130 –
Campo Magnético e Forças Magnéticas
– 131 –
Física II
FB = q ⋅ v ⋅ B ⋅ senθ
L
FB = i ⋅ ⋅ v ⋅ B ⋅ senθ
v
FB =i ⋅ L ⋅ B ⋅ senθ (77)
Se o ângulo entre o vetor velocidade e o vetor campo magnético for 90º,
a força magnética assume a forma:
FB = i ⋅ L ⋅ B (78)
Se o ângulo entre o vetor velocidade e o vetor campo magnético for 0º,
a força magnética será zero, FB = 0 , pois o valor numérico de seno de zero
é zero.
Exemplo 6.3
Considere um fio metálico, com 40 cm de comprimento, colocado
perpendicularmente próximo a um campo magnético uniforme de
6 ⋅ 10−3T . Qual é a força magnética que o campo exerce sobre o fio con-
dutor quando é atravessado por uma corrente elétrica de 2A?
Solução
FB = i ⋅ L ⋅ B
Exemplo 6.4
Um condutor de 0,5 m de comprimento está imerso em um campo
magnético de 2 ⋅ 10−3T , formando um ângulo de 60º com o vetor
campo magnético. Determine a intensidade da corrente elétrica que
atravessa o condutor quando uma força magnética de intensidade 0,01
N atua sobre o fio.
– 132 –
Campo Magnético e Forças Magnéticas
Solução
FB =i ⋅ L ⋅ B ⋅ senθ
0,01N
i= ≈ 11,5A
0,5m ⋅ 2 ⋅ 10−3T ⋅ sen60º
Exemplo 6.5
Um fio condutor está sobre o eixo x e suas extremidades têm coordena-
das x1 = 4cm e x 2 = −4cm . Uma corrente elétrica i = 1,2 A percorre o
condutor no sentido positivo de x. Se o campo magnético que atravessa
o fio condutor é dado pelo vetor B =−3 ⋅ µT j , determine o módulo, a
direção e o sentido da força magnética que atua sobre o condutor.
Solução
Esquematizando graficamente o vetor campo magnético e a corrente elétrica
em um plano tridimensional tem-se:
– 133 –
Física II
FB = 0,288µ N
– 134 –
Campo Magnético e Forças Magnéticas
T ⋅m
onde µ=
0 4π ⋅ 10−7 é a constante de permeabilidade magnética no
A
vácuo e r é a distância do ponto P até fio condutor.
Exemplo 6.6
Um fio condutor retilíneo é percorrido por uma corrente elétrica de 0,2
A. Determine a intensidade do campo magnético gerado em um ponto
P que está a:
a) 5 cm
b) 10 cm
Solução
Pela equação (79) tem-se:
µ0 i 4π .10−7 0,2
=B =. . = T 8.10−7 T
2π r 2π 0,05
µ0 i 4π .10−7 0,2
=B =. . = T 4.10−7 T
2π r 2π 0,1
Exemplo 6.7
Dois fios condutores paralelos são percorridos por correntes elétricas de
i1 = 2A e i2 = 5A . Determine a intensidade do vetor campo magnético
em um ponto P, conforme mostra a figura.
– 135 –
Física II
Solução
A intensidade do campo magnético no ponto P, devido a cada corrente elé-
trica, é:
B1 = 8 ⋅ 10−7T
B2 ≈ 33 , 33 ⋅ 10−7T
– 136 –
Campo Magnético e Forças Magnéticas
Exemplo 6.8
Uma bobina de 300 espiras é percorrida por uma corrente elétrica de 0,2
A. Determine a intensidade do campo magnético no plano em uma das
extremidades da bobina se o raio for:
a) 10 cm
b) 20 cm
Solução
µ0 i 4π ⋅ 10−7 ⋅ 0,2
a) B=N. . =300 ⋅ T ≈ 3,769 ⋅ 10−4T
2 r 2 ⋅ 0,1
– 137 –
Física II
µ0 i 4π ⋅ 10−7 ⋅ 0,2
b) B =N . . =300 ⋅ T ≈ 1,885 ⋅ 10−4T
2 r 2 ⋅ 0,2
Exemplo 6.9
Determine a intensidade, a direção e o sentido do vetor campo magné-
tico no centro da espira, considerando que está no plano xz e é atraves-
sada por uma corrente elétrica igual a 1 A, como mostra a figura.
Solução
A intensidade é calculada pela equação (80):
4π ⋅ 10−7 ⋅ 1
=B ≈ 3,14 ⋅ 10−5T
2 ⋅ 0,02
– 138 –
Campo Magnético e Forças Magnéticas
Exemplo 6.10
Um solenoide é formado por 10 espiras e tem comprimento de 20 cm.
Determine a intensidade do campo magnético no interior do solenoide
quando é atravessado por uma corrente elétrica igual 0,5 A.
Solução
Aplicando a equação (82) tem-se:
– 139 –
Física II
µ0 ⋅ N ⋅ i
B=
L
4 ⋅ π ⋅ 10−7 ⋅ 10 ⋅ 0,5
B=
0,2
B ≈ 3,14 ⋅ 10−5T
Exemplo 6.11
Um solenoide de 30 cm de comprimento tem um campo magnético de
intensidade de 12 ⋅ π ⋅ 10−5T quando é percorrido por uma corrente elé-
trica de 2 A. Determine por quantas espiras é constituído esse solenoide.
Solução
µ0 ⋅ N ⋅ i
B=
L
4π ⋅ 10−7 ⋅ N ⋅ 2
12π ⋅ 10−5 =
0,30
N = 0,45 ⋅ 102
N = 45espiras
Síntese
Os ímãs são considerados dipolos, ou seja, têm dois
polos: norte e sul.
Fenômenos
Polos magnéticos iguais se repelem e polos magné-
magnéticos
ticos contrários se atraem.
Um imã não pode ter um único polo isoladamente.
– 140 –
Campo Magnético e Forças Magnéticas
– 141 –
7
Indução
– 144 –
Indução
Exemplo 7.1
Um solenoide tem um comprimento de 20 cm e um raio de 2,5 cm,
com 300 voltas. Determine o fluxo magnético através do solenoide quando
este é atravessado por uma corrente de 3A.
Solução
O campo magnético através do solenoide é dado pela equação (82), assim:
µ0 ⋅ N ⋅ i 4ð ⋅ 10−7 (T ⋅ m / A ) ⋅ 300 ( voltas ) ⋅ 3 ( A )
B= = ≈ 5,654 ⋅ 10−3T
L 0,2 ( m )
Φ ≈ 3,33 ⋅ 10−3Wb
– 145 –
Física II
– 146 –
Indução
Exemplo 7.2
Seja um solenoide com 300 espiras e um raio de 2 cm. O módulo do
campo magnético aumenta a uma taxa de 20 T/s e sua direção, perpen-
dicular ao plano do solenoide, permanece constante. Determine a força
eletromotriz em módulo.
Solução
Aplicando a equação (88) e substituindo o fluxo magnético tem-se:
dΦ
ξ = −N ⋅
dt
d ( B ⋅ A ⋅ cosθ )
ξ = −N ⋅
dt
dB
ξ =− N ⋅ π ⋅ r 2 ⋅ cos0º ⋅
dt
| ξ | ≈ 7,54V
Exemplo 7.3
12rad
Uma corrente elétrica com intensidade i = 0,2 A ⋅ sen ⋅ t per-
s
corre um solenoide de 25 cm de comprimento com 25 espiras. Uma
espira circular de raio 2 cm é posicionada no interior do solenoide de
maneira que seu eixo coincida com o eixo do solenoide. Nessas condi-
ções, qual é o valor do módulo da força eletromotriz induzida na espira
nos instantes t = 0 e t = 2s?
Solução
Aplicando a equação (82) para o campo magnético do solenoide e substi-
tuindo a corrente elétrica i obtém-se:
– 147 –
Física II
d ( sen (12 ⋅ t ) )
ξ = 3,2π 2 ⋅ 10−9 ⋅
dt
Substituindo t = 0
ξ 3,2π 2 ⋅ 10−9 ⋅ cos (12 ⋅ 0 ) ⋅ 12 ≈ 3,79 ⋅ 10−7V
=
Substituindo t = 2 s
=ξ 0,032π 2 ⋅ 10−7 ⋅ cos (12 ⋅ 2 ) ⋅ 12 ≈ 1,6 ⋅ 10−7V
– 148 –
Indução
– 149 –
Física II
Solução
ξ
A corrente induzida está relacionada pela força eletromotriz por i = . Para
R
calcular a força eletromotriz, é preciso determinar a variação do fluxo. Tem-se:
Φ = N ⋅B ⋅a ⋅ x
E o módulo da fem é dado por:
d Φ d (N ⋅ B ⋅ a ⋅ x ) dx
ξ= = = N ⋅B ⋅a = N ⋅B ⋅a ⋅v
dt dt dt
Logo:
ξ N ⋅ B ⋅ a ⋅ v 40 ⋅ 2T ⋅ 0,1m ⋅ 3m / s
i= →i= = = 1,2A
R R 20Ω
Conforme a espira se move, o fluxo do campo magnético através da superfície
aumenta. Esse campo magnético induzido é direcionado no sentido contrá-
rio ao campo magnético, ou seja, saindo do plano, e então a corrente elétrica
induzida deve ter sentido anti-horário.
– 150 –
Indução
Esse campo elétrico exercerá uma força elétrica sobre uma carga de prova
que se move em uma trajetória circular, conforme figura 7.3. O trabalho rea-
lizado pelo campo elétrico sobre a carga de prova, conforme a equação (86),
é W = ξ ⋅ q 0 , mas também pode ser determinado pela equação (26), sendo
f → →
W = ∫ F⋅d s = q 0 ⋅ E ⋅ 2π ⋅ r , onde 2π ⋅ r é a distância ao longo da qual a
i
– 151 –
Física II
E o fluxo é:
Φ= B ⋅ π ⋅ r 2
– 153 –
Física II
Exemplo 7.6
Considerando um solenoide com comprimento de 15 cm, área de 4 cm2
e 50 voltas, qual é a autoindutância desse solenoide?
Solução
Conhecendo a geometria do solenoide, aplica-se a equação (93), ficando:
L = µ0 ⋅ n 2 ⋅ A ⋅ l
2
50
L = ( 4π ⋅ 10 H / m ) ⋅
−7
voltas / m ⋅ ( 4 ⋅ 10−4 m 2 ) ⋅ ( 0,15m )
0,15
L ≈ 8,377 ⋅ 10−6 H
Exemplo 7.7
Se um solenoide tem 10 cm de comprimento, 5 cm² de área, 80 voltas
=
e é atravessado por uma corrente elétrica i 2 sen ( 2π ⋅ t ) , determine a
força eletromotriz em função do tempo.
Solução
Aplicando a equação (95) fica:
– 154 –
Indução
di
ξ =− L ⋅
dt
d ( 2 sen ( 2π ⋅ t ) )
ξ =− µ0 ⋅ n 2 ⋅ A ⋅ l ⋅
dt
2
80
ξ =−4π ⋅ 10−7 ⋅ ⋅ 5 ⋅ 10−4 ⋅ 0,1 ⋅ 2 ⋅ cos(2π ⋅ t ) ⋅ 2π
0,1
ξ= −5,12π 2 ⋅ 10−5 ⋅ cos(2π ⋅ t )
– 155 –
Física II
Exemplo 7.8
Um solenoide de 25 cm de comprimento, 5 cm2 de área e 100 voltas
é atravessado por uma corrente elétrica de 0,2 A. Determine a energia
armazenada no solenoide.
– 156 –
Indução
Solução
Calculando a indutância, tem-se:
2
100
L = µ0 ⋅ n 2 ⋅ A ⋅ l = 4 ⋅ π ⋅ 10−7 ⋅ ⋅ 5 ⋅ 10 ⋅ 0,25 = 8 ⋅ π ⋅ 10 H
−4 −6
0,25
Exemplo 7.9
Considere uma bobina com indutância de 1 H, resistência de 10
Ω , ligada a uma bateria de 12 V, sendo desprezível a resistência
interna da bateria. Qual é a corrente final que passa pelo circuito
e qual é a energia armazenada no indutor quando a corrente final
é atingida?
Solução
Como não há resistência interna na bateria, então V = ξ . Pela equação
di
(95), a força eletromotriz é igual a −L ⋅ . Aplicando-se a equação (96), a
corrente final fica: dt
di
ξ − iR − L =0
dt
12 − i10 + 12 = 0
10i = 24
i = 2,4 A
– 157 –
Física II
Síntese
O fluxo magnético através de uma superfície
é determinado de maneira análoga ao fluxo do
Φ = ∫ B ⋅d A
Fluxo campo elétrico.
S
magnético O fluxo magnético através de uma superfície limi-
Φ = N ⋅ B ⋅ A ⋅ cosθ tada por uma espira é diretamente proporcional
ao número de voltas que a espira contém.
– 158 –
Indução
– 159 –
8
Corrente alternada
– 162 –
Corrente alternada
Φ = N ⋅ B ⋅ A ⋅ cos (ω ⋅ t + δ ) (101)
dΦ d ( N ⋅ B ⋅ A ⋅ cos (ω ⋅ t + δ ) )
ξ =− =− = N ⋅ B ⋅ A ⋅ ω ⋅ sen (ω ⋅ t + δ ) (102)
dt dt
O termo N ⋅ B ⋅ A ⋅ ω é o valor máximo da fem. Então, a equação (102)
pode ser escrita como
ξ = ξ pico ⋅ sen (ω ⋅ t + δ ) (103)
Isso significa que se pode produzir uma fem senoidal no enrolamento
através da sua rotação com uma velocidade constante ω na presença de um
campo magnético. Nos diagramas de circuitos, um gerador de corrente alter-
nada é representado pelo símbolo .
– 163 –
Física II
Exemplo 8.1
Uma bobina de 200 voltas possui uma área de 4 cm2. Girando em um
campo magnético de 0,8 T, com uma frequência de 50 Hz, qual será a
força eletromotriz de pico gerada?
Solução
ω 2π ⋅ f , então
A velocidade angular é relacionada pela frequência f por =
ξ pico = N ⋅ B ⋅ A ⋅ ω
ξ pico = N ⋅ B ⋅ A ⋅ 2π ⋅ f
ξ pico
= ( 200 voltas ) ⋅ ( 0,8 T ) ⋅ ( 4 ⋅10 −4
m 2 ) ⋅ 2π ⋅ ( 50Hz )
ξ pico ≈ 20,1V
Exemplo 8.2
Seja um enrolamento tem 400 voltas com uma área de 4 cm2. Qual deve
ser o campo magnético em que o enrolamento deve girar, com uma fre-
quência de 50 Hz, para gerar uma fem máxima de 10 V?
Solução
ξ pico = N ⋅ B ⋅ A ⋅ ω
ξ pico = N ⋅ B ⋅ A ⋅ 2π ⋅ f
(10 V )
= ( 400 voltas ) ⋅ B ⋅ ( 4 ⋅10 −4
m 2 ) ⋅ 2π ⋅ ( 50Hz )
(10V )
B= 0,199T
( 400voltas ) ⋅ ( 4 ⋅10−4 m2 ) ⋅ 2π ⋅ (50Hz )
– 164 –
Corrente alternada
V Rpico = ξ pico
onde . Em alguns casos, é conveniente escolher a constante de
π
fase δ igual a zero ou a π . Se a constante de fase for δ = , então a equação
2 2
(105) fica
ð
VR = VR ⋅ sen ω ⋅ t + = V R ⋅ cos (ω ⋅ t ) (106)
pico
2 pico
– 165 –
Física II
VR pico ⋅ cos(ω ⋅ t )
i= → i= i pico ⋅ cos(ω ⋅ t ) (108)
R
onde i pico =V pico / R . Assim, pode-se observar que a corrente elétrica i oscila
em torno de um valor num fator cos (ω ⋅ t ) , e tem seu valor máximo, positivo
ou negativo, quando o valor do cosseno do argumento for igual a +1 ou -1.
Exemplo 8.3
Seja a corrente que atravessa um resistor dada pela equação
i = 2A ⋅ cos ( 8s −1 ⋅ t ) . Determine o primeiro instante, diferente de zero,
em que a corrente tem seu valor máximo atingido.
Solução
O valor máximo para a corrente acontece quando o fator cosseno do argu-
mento é igual a +1 ou -1, assim, cos ( 8 ⋅ t ) =±1 .
O cosseno de um ângulo é +1 quando o ângulo é 0,2π ,4π ,... , logo, tem-se
cos ( 8 ⋅ t ) =+1 → 8 ⋅ t =0, 2π , 4π ,...
8 ⋅ t= 0 → t= 0
π
t 2π → =
8 ⋅= t → t ≈ 0,78s
4
– 166 –
Corrente alternada
– 167 –
Física II
Exemplo 8.4
Num circuito, uma fem tem valor máximo 10 V e é aplicada a um resis-
tor de 20Ω . Nestas condições, determine imáx e iRMS .
Solução
Sendo V Rpico = ξ pico no resistor, então a corrente máxima fica
V pico 10V
i pico = = = 0,5A
R 20Ω
1 2 pico 1
iRMS = i = ⋅ 0,52 = 0,35A Usando a equação (112), tem-se
2 2
Exemplo 8.5
Se uma lâmpada de 100 W é conectada em uma tensão de 120 V, então
quais os valores da imáx e iRMS ?
Solução
Aplica-se a equação P = i ⋅ V , onde a potência será a potência média e a
corrente é iRMS , de onde segue que
100W
Pméd = iRMS ⋅ V RMS → 100W = iRMS ⋅ 120V → iRMS = ≈ 0,83 A
120V
Usando a equação (112)
1 2 1 2
=
iRMS i pico → =
0,83 i pico → =
0,83 2
⋅ 2 i pico
2 2
i pico ≈ 1,17 A
– 168 –
Corrente alternada
– 169 –
Física II
Exemplo 8.6
Uma força eletromotriz com um valor máximo de 12 V e uma frequ-
ência de 40 Hz é aplicada a um capacitor de 10µ F . Determine imáx e
iRMS .
Solução
Como ξ pico = VCpico , então aplicando i pico = ω ⋅ VCpico C , fica
ω ⋅VCpicoC =
i pico = 2π ⋅ f ⋅VCpicoC =
2π ⋅ 40 ⋅ 12 ⋅ 10 ⋅ 10−6 ≈ 0,0302 A
– 170 –
Corrente alternada
Exemplo 8.7
π
=
Seja uma corrente definida por i 0,02 A cos 10s −1 ⋅ t + atravessando
2
um capacitor de 20µ F . Represente o gráfico da corrente e da queda de
potencial.
Solução
ð
Pela função i = 0,02A cos 10s −1 ⋅ t + obtém-se i pico = 0,02A e
2
ω = 10rad / s .
A queda de potência é definida por VC = VCpico cosω ⋅ t , então, para se escre-
Os gráficos ficam
– 171 –
Física II
– 172 –
Corrente alternada
di Q
−L + =0 (119)
dt C
Assim, a indutância L é um fator que representa oposição à variação da
corrente, ou seja, quanto maior for à indutância, menor a variação da cor-
rente i. Substituindo a corrente i na equação (119), tem-se
d ( −dQ / dt ) Q
−L + =0 (120)
dt C
d 2Q Q
L + =0 (121)
dt 2 C
Dividindo cada termo por L, obtém-se
d 2Q Q (122)
2
=−
dt LC
A solução para a equação (122) é análoga à solução de um movimento
harmônico simples, sendo dada por
Q = Acos( ω ⋅ t − δ ) (123)
1
onde ω = , e A é a amplitude da função. Escolhendo as condições
LC
iniciais Q = Q pico , i = 0 , δ = 0 e A = Q pico para t = 0 , a solução é
Q = Q pico cos( ω ⋅ t) (124)
– 173 –
Física II
Exemplo 8.8
Considerando um circuito simples onde um capacitor de 4µ F é carre-
gado até 20 V e, então, é conectado a um indutor de 10µ H . Determine
a frequência de oscilação e o valor de pico da corrente.
Solução
Para a frequência de oscilação tem-se
1 1
ω = 2π ⋅ f → = 2π ⋅ f → f =
LC 2π ⋅ LC
1
f ≈ 25164Hz
2π ⋅ 10 ⋅ 10−6 H ⋅ 4 ⋅ 10−6 F
4 ⋅ 10−6 F ⋅ 20V
i pico ≈ 12,65 A
10 ⋅ 10−6 H ⋅ 4 ⋅ 10−6 F
– 174 –
Corrente alternada
Exemplo 8.9
Se um capacitor de 5µ F é carregado e descarregado através de um indu-
tor, qual deve ser o valor da indutância para que a corrente oscile com
frequência de 8 kHz?
Solução
ω 2π ⋅ f para a frequência de 8 kHz, tem-se
Aplicando a equação =
1 1
ω = 2π ⋅ f → = 2π ⋅ f → f =
LC 2π ⋅ LC
1
8 ⋅ 103 Hz =
2π ⋅ L ⋅ 5 ⋅ 10−6 F
1
L ⋅ 5 ⋅ 10−6 F =
2π ⋅ 8 ⋅ 103 Hz
2
1
π ⋅ ⋅ 3
L=
2 8 10 Hz
5 ⋅ 10−6 F
L = 7,92 ⋅ 10−5H
– 175 –
Física II
2 pico
1Q cos 2 ( ω ⋅ t)
Ue = (127)
2 C
A energia magnética armazenada no indutor é
1
U m = Li 2 (128)
2
e substituindo i, da equação (125), na equação (128), tem-se
1Q
2
pico sen 2 (ω ⋅ t )
Um = (129)
2 C
A energia elétrica oscila entre seu máximo Q 2 pico / 2C e zero, com uma
frequência angular de 2ω , e a energia magnética também oscila entre seu
máximo Q pico / 2C e zero com uma frequência 2ω . A energia total é a
2
– 176 –
Corrente alternada
Exemplo 8.10
Considerando que em um circuito há um capacitor 10µ F que é carre-
gado até 110 V, qual é a energia armazenada no sistema?
Solução
Admitindo que a queda de potencial fornecida seja o valor máximo, o valor
da carga elétrica está relacionado com potencial no capacitor pela equação
(114), segue que
Q pico
VC = → Q pico = VC ⋅ C = 110V ⋅ 10 ⋅ 10−6 F = 1100 ⋅ 10−6 C
C
Substituindo na equação da energia total, fica
1 (1100 ⋅ 10 C ) pico
−6 2
=
U T = 6,05 ⋅ 10−2 J
2 10 ⋅ 10−6 F
Síntese
– 177 –
Física II
V R = ξ pico ⋅ sen (ω ⋅ t + δ )
A queda de diferença de potencial
VR = VR ⋅ cos (ω ⋅ t ) através do resistor será igual à fem do
pico
gerador
i = i pico ⋅ cos (ω ⋅ t )
π
Para a constante de fase δ =
i pico = V pico / R 2
Corrente Corrente elétrica no resistor
alternada 2 pico
– 178 –
Corrente alternada
– 179 –
9
Equações de
Maxwell e ondas
eletromagnéticas
– 182 –
Equações de Maxwell e ondas eletromagnéticas
d ΦE
id = ε 0 (134)
dt
em que ϕ E é fluxo do campo elétrico através da superfície limitada pela
curva C, e ε 0 ≈ 8,85 ⋅ 10−12C 2 / N ⋅ m 2 é a permissividade no espaço livre,
a constante que está nas leis de Coulomb e Gauss. Tem dimensão de cor-
rente elétrica e, portanto, é expressa em ampères no Sistema Internacional
de Unidades.
Exemplo 9.1
Considerando que um capacitor de placas paralelas tem for-
mas circulares de raio r = 2cm e a variação do campo elétrico é
dE / dt = 80 ⋅ 1012V / m ⋅ s , determine a corrente de deslocamento.
– 183 –
Física II
Solução
Pela equação (134), tem-se
dE
id = ε 0 ⋅ A ⋅
dt
id ≈ 0,8897A
Exemplo 9.2
Certa quantidade de carga está fluindo de uma placa negativa para uma
placa positiva, num circuito com um capacitor de placas paralelas circu-
lares de raio r. Se a taxa de movimento das cargas é i = dQ / dt = 1,2A ,
determine a corrente de deslocamento entre as placas.
Solução
Aplicando a equação (134), tem-se
dE
id = ε 0 ⋅ A ⋅
dt
Q / A
d
ε 0 dQ
id = ε 0 ⋅ A ⋅ = = 1,2A
dt dt
– 184 –
Equações de Maxwell e ondas eletromagnéticas
∫ B dA = 0 (137)
S
n
d ΦB
∫ E ⋅ d l = −
C
dt
(138)
d ΦE
∫ B ⋅ d l = µ
C
0 ⋅ i + µ0 ⋅ ε 0
dt
(139)
– 185 –
Física II
– 186 –
Equações de Maxwell e ondas eletromagnéticas
E = cB (140)
em que c = 1/ µ0ε 0 é a velocidade da onda. Os vários tipos de ondas eletro-
magnéticas diferem apenas no comprimento de onda λ e na frequência f e
são relacionados à velocidade c na forma
c = λ ⋅ f (141)
Nossos olhos são sensíveis às ondas eletromagnéticas com comprimentos
de ondas de aproximadamente 400 nm até 700 nm. A luz visível, como é cha-
mada essa faixa, em seus menores comprimentos de onda, corresponde à luz
violeta, e os maiores comprimentos de onda, correspondem à luz vermelha.
Quando a onda eletromagnética tem seus comprimentos de onda abaixo
do menor comprimento da faixa visível, são chamadas de raios ultravioletas.
Quando o comprimento de onda está acima no maior comprimento da faixa
visível, são chamados de ondas infravermelhas.
Exemplo 9.3
Determinar a frequência de uma onda eletromagnética com um com-
primento:
λ = 400 nm
λ = 700 nm
Solução
Aplicando a equação (141) e c = 1/ µ0ε 0 tem-se
1
= λ ⋅f
µ0ε 0
1
=400 ⋅ 10−9 m ⋅ f
T ⋅m
4π ⋅ 10−7 ⋅ 8,85 ⋅ 10−12 C 2 / N ⋅ m 2
A
– 187 –
Física II
2,9986338 ⋅ 108 m / s
f =
400 ⋅ 10−9 m
f ≈ 7,49 ⋅ 1014 Hz
1
= λ ⋅f
µ0ε 0
1
=700 ⋅ 10−9 m ⋅ f
T ⋅m
4π ⋅ 10−7 ⋅ 8,85 ⋅ 10−12 C 2 / N ⋅ m 2
A
2,9986338 ⋅ 108 m / s
f =
700 ⋅ 10−9 m
f ≈ 4,28 ⋅ 1014 Hz
– 188 –
Equações de Maxwell e ondas eletromagnéticas
– 189 –
Física II
Exemplo 9.4
Uma lâmpada de 40 W emite ondas eletromagnéticas em todas as dire-
ções. Determine a intensidade e densidade média de energia para um
ponto que está a 5 metros de distância dessa lâmpada.
Solução
Como a lâmpada emite as ondas em todas as direções, imagina-se uma
região formada por uma esfera que vai aumentando com a propagação da
onda. A uma distância de 5 metros, a esfera terá um raio de 5 metros, e a
área por onde os feixes de luz passam, sobre a esfera, é
A 4π ⋅ r 2
=
1 B2
um = ⋅ (146)
2 µ0
– 190 –
Equações de Maxwell e ondas eletromagnéticas
B2 EB
u = ε0 E 2 = = (147)
µ0 µ0c
A densidade de energia média é determinada substituindo os valores
instantâneos do campo elétrico e campo magnético, pelos seus valores em
rms, que são iguais aos valores máximos dos módulos dos campos, E0 e B0,
divididos por 2 , obtendo-se
ERMS BRMS
umédia = (148)
µ0c
e, substituindo (148) na equação (144), a intensidade fica
ERMS BRMS
I= ⋅c
µ0c
1 E0 B0
I= (149)
2 µ0
– 191 –
Física II
Exemplo 9.5
Se uma onda eletromagnética tem a intensidade de 80 W/m2, qual serão
os valores de ERMS e BRMS ?
Solução
Aplicando a equação (150), encontra-se a pressão de radiação
2
I 80 W / m
Pr = = ≈ 26,6 ⋅ 10−8Pa
c 3 ⋅ 10 m / s
8
T ⋅m
⋅ ( 3 ⋅ 108 m / s ) ≈ 245,29 V / m
2
=
E0 26,6 ⋅ 10−8 Pa ⋅ 2 ⋅ 4π ⋅ 10−7
A
e
B2
26,6 ⋅ 10−8 Pa = 0
T ⋅m
2 ⋅ 4π ⋅ 10−7
A
T ⋅m
=
B0 26,6 ⋅ 10−8 Pa ⋅ 2 ⋅ 4π ⋅ 10−7 ≈ 8,18 ⋅ 10−7T
A
e
B0 8,18 ⋅ 10−7T
BRMS = ≈ ≈ 5,78 ⋅ 10−7T
2 2
– 192 –
Equações de Maxwell e ondas eletromagnéticas
Exemplo 9.6
Uma onda eletromagnética tem um campo elétrico de amplitude
E0 = 103V / m . Determinar a intensidade I e a pressão de radiação Pr .
Solução
Encontra-se a pressão de radiação pela equação (151)
(103V / m )
2
1 E02
=
P = ≈ 4,42 ⋅ 10−6 Pa
r
2 µ0 ⋅ c 2 T ⋅ m
⋅ ( 3 ⋅ 108 m / s )
2
2 ⋅ 4π ⋅ 10−7
A
– 193 –
Física II
– 194 –
Equações de Maxwell e ondas eletromagnéticas
→ → → →
=
E× B ( E0 cos ( k ⋅ x − ω ⋅ t ) ) k × ( B0 cos ( k ⋅ x − ω ⋅ t ) ) j
E × B = E0 ⋅ B0 cos 2 ( k ⋅ x − ω ⋅ t ) k × j
→ → → →
E × B = E0 ⋅ B0 cos 2 ( k ⋅ x − ω ⋅ t ) −i
→ → →
→
Então B ( 0,0 ) está na direção de y negativo.
e
B ≈ − 6,7 ⋅ 10−7 cos ( 5 ⋅ 10−8 x − 2 ⋅ 10−12t ) j
Exemplo 9.8
Uma onda eletromagnética tem o seu campo elétrico dado por
→ → →
=E 80sen ( 2 ⋅ 10−8 ⋅ x − 4 ⋅ 10−12 ⋅ t ) j + 80cos ( 2 ⋅ 10−8 ⋅ x − 4 ⋅ 10−12 ⋅ t ) k .
– 195 –
Física II
Solução
Pela equação fornecida no problema, a direção de propagação é a
direção de x, sentido positivo. O campo elétrico é uma superposi-
→ →
E 1 80sen ( 2 ⋅ 10−8 ⋅ x − 4 ⋅ 10−12 ⋅ t ) j
ção de duas ondas, sendo= e
→ →
=E 2 80cos ( 2 ⋅ 10−8 ⋅ x − 4 ⋅ 10−12 ⋅ t ) k . Como os campos estão em fase,
as componentes do campo magnético, associadas a cada um desses campos,
devem ser tais que o produto interno entre E e B seja nulo (ou seja, deve
satisfazer o fato dos campos magnético e elétrico serem perpendiculares entre
si). Assim,
→ →
B 1 80sen ( 2 ⋅ 10−8 ⋅ x − 4 ⋅ 10−12 ⋅ t ) k
=
→ →
B 2 =−80cos ( 2 ⋅ 10−8 ⋅ x − 4 ⋅ 10−12 ⋅ t ) j
→ →
= 80 sen ( 2 ⋅ 10−8 ⋅ x − 4 ⋅ 10−12 ⋅ t ) k − 80cos ( 2 ⋅ 10−8 ⋅ x − 4 ⋅ 10−12 ⋅ t ) j
Síntese
– 196 –
Equações de Maxwell e ondas eletromagnéticas
Q liq
∫ E dA =
S
n
ε0 As equações de Maxwell são um
grupo de equações que compõem a
∫ B dA = 0
S
n
base do eletromagnetismo.
As equações Lei de Gauss
de Maxwell d ΦB
∫
C
=−
dt
Lei de Gauss para o magnetismo
Lei de Faraday
dΦ
C∫ B ⋅ d l = µ0 ⋅ i + µ0 ⋅ ε 0 dt E Lei de Ampère modificada
– 197 –
Física II
U média = u média ⋅ V
Pmédia = u média ⋅ A ⋅ c
Energia média da onda eletromag-
I = umédia ⋅ c nética
– 198 –
Equações de Maxwell e ondas eletromagnéticas
– 199 –
10
Luz e suas
propriedades
– 202 –
Luz e suas propriedades
– 203 –
Física II
Todo o processo idealizado por Galileu estava correto, porém não obteve
êxito na obtenção do valor da velocidade da luz. A velocidade da luz é tão
grande que, nestas condições, o intervalo de tempo é muito pequeno para a
luz percorrer essa distância. Na verdade, para se ter uma ideia, a luz consegue
percorrer, aproximadamente, 7 voltas em torno do planeta terra em 1 s. E
também, devem-se levar em consideração os instrumentos e as condições em
que o experimento foi realizado. Como Galileu fez para marcar o tempo em
1600? Seria possível o assistente descobrir a lanterna imediatamente após ver
a luz da lanterna de Galileu? Porém, mais tarde, outros cientistas, na tentativa
de determinar a velocidade da luz, utilizaram o método de Galileu, contudo,
utilizando equipamentos mais sofisticados.
O físico Armand Fizeau, em 1849, fez a primeira medição não astronô-
mica da velocidade da luz. Em uma montanha montou um sistema de len-
tes arranjadas e uma fonte de luz. Sobre outra montanha, aproximadamente
8,63 km de distância, colocou espelhos para refletir a luz, de modo a ser vista
por um observador (figura 1). A roda dentada era girada e gradativamente a
velocidade de rotação era aumentada. A luz refletida passava entre os espaços
vazios da roda, e então se relacionava o tempo para a roda girar o ângulo entre
espaços vazios ao tempo para a luz fazer o percurso de ida e volta.
Figura 10.1 – Método utilizado pelo Armand Fizeau para a determinação
da velocidade da luz.
– 204 –
Luz e suas propriedades
c = 299792458m / s
Exemplo 10.2
Uma galáxia na constelação de Andrômeda está a uma distância de
2 ⋅ 1019 km da Terra. Qual é a distância em anos luz?
Solução
Fazendo uma relação entre as distâncias, tem-se que se um ano luz é igual
9,46 ⋅ 1015m , então 2 ⋅ 1019 km será
2 ⋅ 1019 km
≈ 2,11 ⋅ 103 anos − luz
9,46 ⋅ 10 m15
Exemplo 10.3
A distância média do sol até a Terra é de 1,5 ⋅ 1011m . Quanto tempo leva
para a luz chegar até a Terra?
Solução
∆x
v=
∆t
1,5 ⋅ 1011 m
3 ⋅ 108 m / s ≈
∆t
1,5 ⋅ 1011 m
∆t ≈
3 ⋅ 108 m / s
∆t ≈ 500 s
∆t ≈ 8,3min
– 205 –
Física II
– 206 –
Luz e suas propriedades
que é a razão entre a velocidade da luz no vácuo e velocidade que a luz tem
no meio. Como a velocidade luz em qualquer outro meio não será maior que
a velocidade da luz no vácuo, o menor valor que se encontra para o índice de
refração é 1. Pode-se imaginar que quanto maior o índice de refração n, maior
é a dificuldade da luz em atravessar o objeto.
Para a água o índice de refração é 1,33, para o vidro varia de 1,5 até 1,66,
aproximadamente, dependendo do tipo de vidro. O índice de refração do
diamante é aproximadamente 2,4, o que é um valor muito alto. No ar, o valor
do índice de refração é 1,0003, assim, a luz quase não tem dificuldade de
atravessar o ar, e então assume-se que a velocidade da luz no ar tem o mesmo
valor que a velocidade da luz no vácuo.
Um feixe de luz atingindo a superfície plana da fronteira que separa dois
meios diferentes, tem parte de sua energia luminosa refletida e parte de sua
energia luminosa refratada, ou seja, entrando no segundo meio. O ângulo de
incidência θ1 do raio que está incidindo na interface, que separa dois meios,
é o ângulo entre o raio de luz e a reta normal à superfície, como mostrado na
figura 3. O ângulo de reflexão θ1' é o ângulo formado com o raio refletido e
a reta normal.
Figura 10.3 – Ângulo de incidência e ângulo de reflexão
– 207 –
Física II
valida para qualquer tipo de onda, tanto para onda mecânica quanto para
onda eletromagnética.
– 208 –
Luz e suas propriedades
1,55 ⋅ senθ 2
1 ⋅ sen 45º =
1 ⋅ sen 45º 0,707
senθ 2= ≈ ≈ 0,456
1,55 1,55
Fazendo o arco seno do valor obtido, encontramos um ângulo dado por
=θ 2 arcsen0,456 ≈ 27º
Exemplo 10.5
Uma gaivota, sobrevoando uma praia a 1 m da superfície, avista um peixe
em uma direção que faz um ângulo de 30º em relação à normal. Se o peixe
estiver a 50 cm de profundidade, qual dever ser o ângulo em relação à normal
que fornece a direção em que a gaivota deve mergulhar para pegar o peixe?
Solução
O esquematizando o problema, tem-se
– 209 –
Física II
n1 senθ1 = n2 senθ 2
0,5
=
1.sen30 ° 1,33 senθ 2 → sen=
θ2 → 0,376 → θ 2 ≈ 22°
1,33
x
tan30º = → x = 0,577m
1
y
tan22º = → y = 0,202m
0,5
1 + 0,5
tan α
= → α ≈ 63º
0,202 + 0,577
– 210 –
Luz e suas propriedades
– 211 –
Física II
n1 senθC = n2 sen90º
n2 sen90º
senθC =
n1
n2
senθC = (161)
n1
De acordo com a equação (161), n2 não pode ser maior que n1, pois não
existe valor real para o ângulo cujo seno é maior que 1.
Exemplo 10.6
A luz se propaga num vidro que tem índice de refração n = 1,6. Deter-
mine o ângulo crítico para a reflexão interna total para a luz deixando o
vidro e indo para o ar.
Solução
Considerando o índice de refração do ar igual a 1, aplica-se a equação
(161), ficando
n2
senθC =
n1
θC ≈ 38,7º
– 212 –
Luz e suas propriedades
Exemplo 10.7
A luz se propaga na água e tem índice de refração n = 1,33. Determine
o ângulo crítico para a reflexão interna total para a luz deixando a água
e indo para o ar.
Solução
Considerando o índice de refração do ar igual a 1, aplica-se a equação
(161), ficando
n2
senθC =
n1
θC ≈ 48,8º
Uma aplicação para a reflexão interna total é a fibra ótica. Um feixe
de luz é transmitido através de uma longa e fina fibra de vidro. Quando o
feixe é transmitido, inicialmente, paralelo ao eixo da fibra, ele ira incidir
nas paredes da fibra com ângulos maiores que o ângulo crítico, e não se
perde energia luminosa para o meio externo. Arruma-se um conjunto de
fibras óticas que pode ser usado para transportar imagens. Em um sistema
de transmissão, por exemplo, usando a luz de frequência da ordem de
1014 Hz, podem-se transmitir informações em uma taxa mais elevada do
que em um sistema de ondas de rádio, que possui frequência da ordem
de 106 Hz.
10.5 Polarização
A luz natural emitida por uma lâmpada incandescente ou pelo sol é um
tipo de luz não polarizada. Este tipo de luz é formado por ondas eletromagné-
ticas que vibram em infinitos planos perpendiculares à direção da propagação
do feixe luminoso, ou seja, os vetores campo elétrico e campo magnético
estão se propagando em varias direções diferentes no espaço. Na figura 10.7
está representado um raio de luz, com os vetores campos elétricos, se propa-
gando na direção x. Um observador que esteja ao longo do eixo x enxerga os
vetores campo elétrico em todas as direções.
– 213 –
Física II
– 214 –
Luz e suas propriedades
– 215 –
Física II
Exemplo 10.9
Considerando três películas superpostas que tem eixos de transmissão
formando ângulo θ entre si, como mostra a figura.
– 216 –
Luz e suas propriedades
Solução
A luz, ao passar pela primeira película, tem sua intensidade reduzida na
metade, ficando
I0
I1 =
2
ficando
I0
I2 = cos 2 θ
2
1 I
I 0 = 0 cos 4 θ
4 2
1
θ 4 ≈ 0,84
cos=
2
– 217 –
Física II
O vetor campo elétrico da luz pode ser decomposta nas componentes para-
lela e perpendicular ao plano de incidência. Na figura 10, a luz refletida está
totalmente polarizada, enquanto o raio refratado está parcialmente polarizado.
Considerando n1 o índice de refração no primeiro meio e n2 o índice de refração
do meio 2, a lei de Snell fornece, para o ângulo polarizante, n1 senθ P = n2 senθ 2 .
– 218 –
Luz e suas propriedades
o que resulta em
n2
tgθ P = (163)
n1
Exemplo 10.10
Uma luz não polarizada incide sobre um reservatório de água. Deter-
mine o ângulo de incidência para que a luz refletida seja totalmente
polarizada.
Solução
Sendo o meio 1 o ar, com n = 1, e o meio 2 a água, com índice de refra-
ção n=1,33, aplica-se a equação (163), obtendo-se
n2 1,33
tgθ=
P = = 1,33
n1 1
– 219 –
Física II
– 220 –
Luz e suas propriedades
– 221 –
Física II
– 222 –
Luz e suas propriedades
expressão, ocorrerão mais pontos onde a intensidade será zero, porém, o que
interessa é a primeira ocorrência, pois quase toda a energia luminosa estará
contida no máximo de difração central.
A distância y1 entre o máximo central e o primeiro mínimo de difração
y
está relacionada ao ângulo θ1 e à distância L por tgθ1 = 1 .
L
Exemplo 10.12
Um feixe de luz, com comprimento de 600 nm, passa através de uma
fenda de 0,4 cm de largura. Determine a largura do máximo central, se
a tela está afastada uma distância de 5 m da fenda.
Solução
Com “largura” do máximo central devemos entender a distância entre o
primeiro mínimo e esquerda eu primeiro à sua direita. Assim, devemos cal-
cular:
λ 600 ⋅ 10−9 m
senθ1 = = −2
= 1,5 ⋅ 10−4 → θ1 ≈ 0,0085°
a 0,4 ⋅ 10 m
Logo,
5m.tg 0,0085° ≈ 7,4 ⋅ 10−4 m
– 223 –
Física II
Pode-se observar pela figura 10.13, que o máximo central é formado por
certa quantidade N de franjas claras. Em cada lado do máximo central, o total
de N franjas é dado por
N = 2m − 1 (167)
em que m = d / a , com d sendo a separação entre as fendas e a a largura das
fendas. Nesse fenômeno, o m-ésimo máximo de interferência coincide com o
primeiro mínimo de difração.
Exemplo 10.12
Uma luz ilumina duas fendas, com larguras de a = 0,02mm cada uma,
separadas por uma distância d = 0,4mm . Determinar a quantidade de
franjas claras que são detectadas no máximo de difração central.
Solução
Determinando o valor de m quando o m-ésimo máximo de interferência
coincide com o primeiro mínimo de difração
d 0,4mm
m= = = 20
a 0,02mm
– 224 –
Luz e suas propriedades
N = 2 ⋅ 20 − 1
N = 39
Síntese
Maxwell propôs a ideia de que a luz é uma
onda eletromagnética. Mais tarde, experiên-
cias comprovaram a ideia de Maxwell
Com o efeito fotoelétrico, no qual uma partí-
cula, chamada de fóton, possui energia, Albert
Einstein propôs a natureza da luz como par-
Dualidade h ⋅c
E =h ⋅ f = tícula
da luz λ
Nos dias atuais, sabe-se que a luz tem sua pro-
pagação governada pelas propriedades ondu-
latórias, e a troca de energia entre a luz e a
matéria e tem propriedades próprias de par-
tículas
Equação de Einstein
– 225 –
Física II
– 226 –
Luz e suas propriedades
– 227 –
Conclusão
Física II
– 230 –
Referências
Física II
– 232 –
Na história da ciência, explicar os fenômenos que nos cercam levou significa-
tivos períodos de tempo. Foi uma evolução lenta, que demorou muito tempo,
até chegar no conhecimento que temos hoje. O conhecimento físico deve
ser percebido como uma construção. Também deve ser percebido como
uma criação do intelecto do homem, e assim, submetido a uma avaliação de
natureza ética.
A física utiliza-se de uma linguagem própria para traduzir seus conceitos e
estabelecer relações entre grandezas. Um conjunto de palavras e expressões
que não são utilizados com frequência no cotidiano, aparecem nas aborda-
gens para explicar os fenômenos que serão estudados. Os termos massa e
peso, por exemplo, parecem ter o mesmo significado, porém na física, são
dois conceitos totalmente diferentes, assim como temperatura e calor.
Neste livro são abordados conceitos de eletricidade e magnetismo, mostran-
do que a descoberta da eletricidade, e o fato dela estar associada a outra das
forças mais fundamentais da natureza, o magnetismo, fez com que a humani-
dade desse um salto gigantesco. Essa descoberta nos possibilita gerar uma
quantidade aparentemente ilimitada de energia elétrica, que podemos usar
para impulsionar máquinas, nos comunicarmos através dos continentes e
iluminar nossas casas.
Com uma abordagem didática, em que após a cada teoria, há aplicações
com exemplos resolvidos, o estudante, através dos passos envolvidos na
análise do problema, suas soluções e verificação de resultados, consegue
aprimorar o entendimento do assunto.
ISBN 978-85-60531-62-2
9 788560 531622