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ETERJ / NOVO RIO

Instrumentação I

Importância da tecnologia de sensores

O conhecimento da tecnologia de
sensores é fundamental para entender o
emprego destes em instrumentação aplicada.
As vantagens, desvantagens e custo podem
ser reconhecidos através do estudo realizado
neste capítulo sobre conhecimento de
técnicas e materiais empregados na
construção de cada sensor.

Sensores capacitivos e resistivos

Os sensores capacitivos consistem de


duas placas de metais paralelas com
dielétrico. O valor da capacitância pode ser
alterado pela proximidade de um objeto.
Esse princípio pode ser empregado para Sensores de correntes parasitas
detectar proximidade, conteúdo de misturas, consistem de uma ponteira contendo uma
umidade, nível de líquidos, pressão, bobina, a qual é excitada em alta frequência,
deslocamento, entre outros. tipicamente em 1 MHz. Isto é usado para
Os sensores resistivos indicam, medir a proximidade de um alvo metálico.
indiretamente, uma propriedade da variável a Devido à excitação em alta frequência,
ser medida pelo valor da resistência do elevadas correntes parasitas surgem na
material. Esse princípio é empregado em superfície do alvo, e a amplitude reduz-se
medidas de temperatura, usando resistências quase a zero em pequenas distâncias do
termométricas ou termistores, e medida de alvo. Isso permite que o sensor trabalhe com
proximidade, usando strain gauges. alvos bem pequenos, tais como diafragmas
de aço de um sensor de pressão. Esses
Sensores magnéticos sensores podem detectar, sem contato
direto, os elementos metálicos que passam
Utilizam os fenômenos da indutância, através de um campo magnético,
relutância ou correntes parasitas para indicar convertendo em um sinal elétrico que pode
valores de medida de alguma variável. ser interpretado por um CLP (Controlador
Sensores indutivos transformam o Lógico Programável) ou por uma máquina.
movimento numa variação da indutância Os sensores indutivos caracterizam-se por
entre os elementos magneticamente ter grande durabilidade, excelente precisão,
acoplados. Um exemplo disso é mostrado na alta frequência de comutação, e por não
figura. serem sensíveis a vibrações.
Em sensores de relutância variável,
uma bobina pode ser enrolada num núcleo Sensores de efeito Hall
ferromagnético ou, preferencialmente, num
imã permanente como um sensor de O sensor de Efeito Hall é usado para
indutância variável. Esses dispositivos são medir a magnitude de um campo magnético
usados normalmente para medir velocidades e consiste de um condutor, o qual é
angulares. Conforme à medida que a roda percorrido por corrente alinhada
dentada gira, é produzida uma sequência de perpendicularmente ao campo magnético,
pulsos proporcionais à variação do fluxo e como é mostrado na figura. Isso produz uma
assim varia a indutância. diferença de potencial diretamente
proporcional ao campo magnético e pode ser

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usado para medir determinada grandeza. transdutor de deslocamento é causado por
Para uma corrente de módulo I e de campo meio mecânico pela aplicação de uma força
magnético B, a tensão produzida é definida do transdutor piezoelétrico.
por V=KHBI, sendo KH a constante de Hall. Implantando eletrodos na superfície desses
O condutor do sensor de efeito Hall materiais, pode ser medida uma diferença de
normalmente é feito de materiais potencial. A polaridade da tensão produzida
semicondutores, pois produz uma tensão V depende de onde o material é comprimido ou
maior. estendido.

Sensores piezoelétricos

Os materiais piezoelétricos produzem


uma tensão em seus terminais quando uma Strain gauges
força é aplicada a eles. Esses são usados
frequentemente como receptores Baseiam-se no efeito piezoresistivo
ultrassônicos e também transdutores de apresentado pelos materiais quando
deslocamento em dispositivos que medem submetidos a uma força. São dispositivos
aceleração, força e pressão. que mudam a resistência quando são
Para um material retangular, a tensão estendidos ou comprimidos. Eles permitem
produzida é definida por: V=KpFd/A e é detectar pequenos deslocamentos, na faixa
diretamente proporcional à constante de 0 – 50 µm, e são usados como
piezoelétrica do material Kp, à força F transdutores, por exemplo, num diafragma de
aplicada, à espessura do material d, e é pressão que converte variações de pressão
inversamente proporcional à área A do em pequenos movimentos.
material. Erros na faixa de 0,15% são obtidos e
Os materiais que exibem essa são fabricados com vários valores nominais
propriedade são o quartzo, materiais de resistência, desde 20, 350 e 1000W.
sintéticos, como o sulfato de lítio e cerâmicas O tipo tradicional de strain gauge
ferroelétricas como o titanato de bário. Certos (Figura (a)) consiste de um fio metálico que
filmes poliméricos tais como polyvinylidine forma um zig-zag e é montado numa folha
também exibem as propriedades flexível. O fio normalmente é circular.
piezoelétricas. Esses produzem maiores Quando uma tensão mecânica é aplicada, a
tensões de saída que a maioria dos cristais e forma da seção transversal do fio muda. A
são muito úteis em aplicações de resistência do fio é inversamente
deslocamento que devem ser transformadas proporcional à área da seção transversal,
numa tensão. No entanto, apresentam portanto, existe uma variação na resistência.
limitações mecânicas de esforços e não são Os strain gauges do tipo fio têm sido
sujeitos em aplicações em que pode ocorrer substituídos pelos do tipo folhas metálicas ou
ressonância. O princípio piezoelétrico é semicondutores.
reversível, e, portanto, distorções podem
ocorrer aplicando uma tensão e vice-versa.
Em receptores ultrassônicos, as variações
senoidais ultrassônicas são convertidas em
forças aplicadas ao transdutor piezoelétrico.
Da mesma forma, o movimento de um
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Sensores ultrassônicos

São usados em muitos campos de


medidas, particularmente para medir vazão,
nível de líquidos e deslocamento. O
ultrassom consiste em frequências
superiores a 20 kHz. Consiste num
Esses sensores são amplamente dispositivo que emite o ultrassom e outro
empregados na medida de deformações e, dispositivo que recebe. As mudanças das
associados à ponte de Wheatstone, podem variáveis são detectadas pelo tempo de
ser empregados em uma série de aplicações viagem do ultrassom entre transmissor e
que envolvem medidas de pressão, tensão, receptor, ou mudança de fase. A forma mais
força, entre outras grandezas. Por ter um comum de elementos ultrassônicos é um
formato laminar, podem ser empregados em cristal piezoelétrico um invólucro. As
pequenos espaços e realizar medidas como frequências geralmente variam entre 20 kHz
limite de torção de um eixo metálico, sem e 15 MHz.
grandes modificações para adaptações na
medida. Exercícios
Sensores óticos 1. Descreva brevemente o princípio de
funcionamento de sensores resistivos e
Os sensores óticos são baseados na capacitivos.
modulação de uma fonte de luz e um ____________________________________
detector de luz. A luz pode ser transmitida ____________________________________
por um cabo de fibra ótica, distribuída e a ____________________________________
longas distâncias. Essa forma de
transmissão tem imunidade a ruídos 2. Descreva o funcionamento de sensores
induzidos eletromagneticamente e magnéticos.
proporciona grande segurança em ambientes ____________________________________
agressivos. ____________________________________
____________________________________

3. Como o sensor de efeito Hall é


empregado, isto é, qual o princípio que
permite usá-lo como sensor?
____________________________________
____________________________________
____________________________________
As fontes de luz (emissor) utilizadas
são lâmpadas com filamento de tungstênio,
4. Realize uma pesquisa rápida com
laser, e diodos emissores de luz (LEDs),
“buscador”, na Web, e verifique a variedade
usados preferencialmente por não serem
de aplicações dos sensores que empregam o
afetados pela luz do sol.
efeito Hall.
Foto-transistor e fotodiodos são
____________________________________
também usados, porém fotocélulas e
____________________________________
fototransistor são sensíveis à região
____________________________________
infravermelha.
Os sensores óticos são usados
5. Em que aplicações emprega-se o strain
comumente para medir proximidade,
gauge?
movimento e concentração de gás.
____________________________________
____________________________________
____________________________________

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6. Qual o princípio de funcionamento de O Quadro mostra resumidamente
sensores piezoelétricos, piezoresistivos, características para seleção dos sensores
ultrassônicos e óticos? eletrônicos e dos sensores eletromecânicos.
____________________________________
____________________________________ Sensores contínuos
____________________________________
São empregados para monitorar
7. Que características tornam o strain gauge grandezas físicas numa faixa contínua de
bastante atrativo em diversas aplicações que valores estabelecidos entre limite mínimo e
envolvam instrumentação industrial? máximo. Apresentam, na saída, sinal de
____________________________________ tensão, corrente ou resistência proporcional à
____________________________________ grandeza física “sensoriada”.
____________________________________

8. Que frequências são normalmente


empregadas em aplicações com ultrassom?
____________________________________
____________________________________
____________________________________

Seleção de Sensores Sensores de proximidade discretos

Importância da seleção dos sensores Detectam a presença de um


A seleção de sensores é uma das tarefas determinado objeto em determinado local. As
mais importantes, pois a partir dessa chaves eletromecânicas podem determinar a
escolha, determinam-se o custo e o êxito da posição dos movimentos que são
implementação de um processo em executados, porém com contato físico que
automação industrial. Nesta aula serão limita a velocidade de atuação. O
abordados os sensores e os detalhes que desenvolvimento da eletrônica trouxe
influenciam na seleção e nos cuidados para diversos modelos de sensores de
sua instalação. proximidade, com características específicas,
para diversas aplicações e que não
Classificação dos sensores necessitam de contato, como por exemplo:
sensores de proximidade magnéticos,
Os sensores podem ser identificados, indutivos, capacitivos, óticos e ultrassônicos.
de forma geral, quanto à natureza do tipo de
sinal a ser controlado ou identificado num
sistema: eles podem ser do tipo discreto ou
do tipo contínuo.

Sensores discretos
Esses sensores apresentam dois
estados devido à ocorrência de um evento,
isto é, ligado/desligado (presença/ausência)
como saída. Um exemplo desse tipo de
sensor é uma chave fim de curso.

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distância sensora nominal durante o
processo de fabricação do sensor.
e) Histerese – é a diferença entre o ponto
de acionamento (alvo aproxima-se da
face sensora) e o ponto de
desligamento (alvo afasta-se). Isso
garante uma diferença entre o ponto de
acionamento e desacionamento,
evitando que numa possível vibração
do sensor ou acionador, a saída oscile.
A figura ilustra a histerese, mostrando o
ponto de acionamento (ON), a uma
distância Da, e o ponto de
desacionamento (OFF), a uma
distância maior Dd.
Embora sejam conhecidas as características,
o custo, e as aplicações mais adequadas de
cada sensor, algumas particularidades e
definições são importantes para especificar e
instalá-los:

Definições básicas
a) Face sensora – é a superfície de onde
sai o campo eletromagnético dos
sensores indutivos ou o campo elétrico Configurações elétricas em corrente
dos sensores capacitivos. contínua

Os sensores de proximidade
apresentam várias formas de estágios de
saída. A configuração elétrica em corrente
contínua é bastante empregada em
automação de processos. Esses sensores
são alimentados por uma fonte de corrente
contínua e possuem, no estágio de saída, um
b) Distância sensora nominal (Sn) – é a transistor que comuta a carga conectada ao
distância sensora teórica, a qual utiliza sensor, isto é, liga ou desliga a carga de
um alvo padrão como acionador e não acordo com a sensibilização do sensor.
considera as variações causadas pela Existem ainda dois tipos de
industrialização, temperatura de transistores de saída, um que comuta o
operação e tensão de alimentação. É o terminal positivo da fonte de alimentação
valor em que os sensores de (PNP), e outro que comuta o terminal
proximidade são especificados. Como negativo da fonte de alimentação (NPN).
utiliza o alvo padrão metálico, a As configurações PNP e NPN
distância sensora nominal informa a apresentam um transistor de saída, conforme
máxima distância que o sensor pode mostra a figura.
operar.
c) Distância sensora operacional (Sa) – é
a distância segura de
operação,considerando-se todas as
variáveis de industrialização,
temperatura e tensão de alimentação.
d) Alvo padrão – é um acionador
normalizado utilizado para calibrar a

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Esses tipos de sensores apresentam sensores indutivos de pequenas dimensões,
características que dependem do nos quais circuitos eletrônicos mais
conhecimento das definições detalhadas a complexos e maiores não poderiam ser
seguir: montados.
Os sensores de CC geralmente A figura mostra a curva de corrente
possuem 3 ou 4 fios, dois da alimentação e versus a distância nominal.
os demais conforme o número de funções de
saída.

Normalmente Aberto (NA) – o transistor de


saída está normalmente cortado, ou seja,
com o sensor desativado (sem o acionador
na região de sensibilidade) a carga está
desenergizada, pois o transistor de saída
está aberto. A carga será energizada quando
o acionador entrar na região de sensibilidade
do sensor. Fonte de alimentação em sensores
CC determina a estabilidade de
Normalmente Fechado (NF) – quando o funcionamento e a vida útil do sensor. Uma
transistor de saída está normalmente boa fonte de alimentação deve possuir filtros
saturado (sensor desativado, sem o que diminuam os efeitos dos ruídos elétricos
acionador na região de sensibilidade) a carga gerados pelas cargas, os quais podem
está energizada, pois o transistor de saída danificar os sensores de proximidade e
está fechado (saturado). A carga será outros equipamentos eletrônicos conectados
desenergizada quando o acionador entrar na à mesma. Desse modo, deve-se preferir
região de sensibilidade do sensor. fontes reguladas ou chaveadas, as quais
apresentam custo inicial superior, porém
Saída reversora – em um mesmo sensor, proporcionam maior confiabilidade.
podemos ter uma saída NA e outra NF que
permutam quando o sensor é acionado. Configurações elétricas em corrente
Os principais parâmetros elétricos que alternada (CA)
devem ser considerados nesse tipo de
sensor são listados e definidos a seguir: Os sensores de corrente alternada
possuem o estágio de saída composto por
Corrente de chaveamento – é uma um tiristor próprio para chaveamento de CA.
característica importante dos sensores CC, O sensor de CA a 2 fios possui, no estágio
pois determina a potência da carga. Essa de saída, uma ponte retificadora juntamente
corrente consiste no valor máximo que pode com SCR, permitindo assim ao sensor
ser comutado pelo transistor de saída conduzir corrente não polarizada.
(seguro). Se o sensor não possui um circuito
de proteção contra curto-circuito, o transistor Sensores de proximidade indutivos
pode ser danificado.
Sensores de proximidade indutivos
Tensão de alimentação – os sensores de são dispositivos eletrônicos que detectam
proximidade indutivos apresentam, proximidade de elementos metálicos sem a
geralmente uma faixa para a tensão de necessidade de contato.
alimentação entre 10 a 30 V em corrente O princípio de funcionamento consiste em
contínua. gerar um campo eletromagnético de alta
Os sensores de corrente contínua do frequência desenvolvido por uma bobina
tipo Namur são bastante semelhantes aos ressonante instalada na face sensora. A
sensores convencionais, exceto por não bobina é parte de um circuito oscilador que,
apresentarem o estágio de saída com o em condição normal (desacionada), gera um
transistor de chaveamento. São usados em sinal senoidal. Quando um metal aproxima-
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se do campo, por correntes de Foulcault,
absorve a energia do campo, diminuindo a
amplitude do sinal gerado no oscilador. A
redução da amplitude deste sinal é
comparada com um valor padrão e aciona a
saída. A figura (a) mostra o esquema
simplificado de um sensor indutivo, em que
pode ser observado cada um desses
detalhes. A figura (b) mostra a simbologia
empregada para sensores indutivos.

Permissividade relativa dos materiais em relação


ao vácuo
Permissividade Relativa
Material
(ε)
Ar, vácuo 1
A distância sensora operacional depende do
Óleo, papel, petróleo,
tipo de material (metal), ou seja, é poliuretano, parafina, 2-3
especificada para o Fe ou aço e deve ser silicone e teflon
multiplicada por um fator de redução
mostrado na tabela.
Araldite, baquelite,
Exemplo: O aço inox tem um fator de 4-5
quartzo, madeiras leves
redução (FR) de 0,85. Com isso, o alcance
num alvo de aço inox é menor em relação a Mármores, pedras,
6-8
um alvo padrão de aço. madeiras pesadas
Fatores de redução da distância Água, alcoólicos, soda
9-80
sensora normalizados em relação cáustica
ao Fe e Aço
Material FR Material FR
Ferro e O ajuste de sensibilidade do sensor
1,0 Latão 0,5
Aço capacitivo é realizado por um parafuso
Cromo e localizado no sensor, conforme indica a
0,9 Alumínio 0,4
Níquel
figura (a). A figura (b) mostra uma aplicação
Aço Inox 0,85 Cobre 0,3
de sensores capacititvos.

Sensores de proximidade capacitivos

São dispositivos eletrônicos que


detectam a presença de materiais orgânicos,
pós, líquidos, entre outros. A parte ativa
compreende dois eletrodos metálicos
destacados na figura (a). As figuras (b) e (c)
mostram a simbologia e o diagrama básico
do sensor capacitivo, respectivamente. A
tabela indica a permissividade relativa do Sensores de proximidade fotoelétricos
dielétrico dos principais materiais.
Esses sensores também são
denominados sensores óticos, os quais
manipulam a luz para detectar a presença de

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um acionador o qual, na maioria das
aplicações, é o próprio produto.

Princípio de operação

O funcionamento desses tipos de


sensores está relacionado com a
transmissão e recepção de luz na região
infravermelha que é invisível para o ser
humano, de forma a detectar (por reflexão ou
interrupção) a presença do acionador. Sistema por barreira direta
Os sensores que necessitam
transmissor e receptor de infravermelho O transmissor e o receptor estão em
separado são denominados ativos, enquanto, unidades distintas e devem ser dispostos
os que apresentam somente receptores são frente a frente, de forma que o receptor
classificados passivos, pois não emitem sempre receba a luz do transmissor. A figura
ondas infravermelhas, apenas detectam a (a) mostra a interrupção do feixe de luz,
movimentação dessas nas suas áreas de situação na qual a saída será acionada
atuação. detectando o objeto.
Assim, sensores fotoelétricos ativos
de proximidade apresentam um transmissor
que envia um feixe de luz através de um
diodo emissor de luz. Esses emitem flashes
de alta potência e de curta duração, pois isso
evita que o receptor seja “sensibilizado” pela
luz ambiente. O receptor é composto por um
fototransistor que é sensível à luz que, em
conjunto com um filtro sintonizado na mesma
frequência de pulsação dos flashes do
transmissor, faz com que o receptor detecte
somente a luz do transmissor, conforme
mostra a figura.
Deve-se ficar atento às dimensões
mínimas recomendadas ao objeto, pois o
feixe de luz pode contorná-lo e atingir o
receptor, sem o acionamento conforme
ilustra a figura.

A seguir são apresentadas diversas


configurações desses sensores, conforme o
sistema empregado para detectar a presença
de um objeto ou produto.

Sistema por reflexão


Sistema por difusão (fotosensor)
Detecta a presença do objeto a cerca
de um metro sem definir a distância do objeto Nesse sistema o transmissor e o
conforme mostra a figura. receptor são montados na mesma unidade.
O acionamento da saída ocorre quando o
objeto a ser detectado entra na região de
sensibilidade e reflete para o receptor o feixe
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de luz emitido pelo transmissor, conforme Exemplo: Madeira (Fm = 0,7), branca (Fc =
mostra a figura (a). A figura (b) mostra a
simbologia desse tipo de sensor. Nesse 1) gera F = 0,7 x 1 = 0,7.
sistema pode-se detectar desde poucos
centímetros até vários metros. A zona morta é definida como a área
próxima ao sensor na qual não se detecta o
objeto, pois nessa região não existe um
ângulo de reflexão da luz que chegue ao
receptor. A figura mostra uma ilustração da
zona morta que é definida normalmente entre
10 e 20 % da distância sensora nominal Sn.

O alvo padrão no caso dos sensores


por difusão é uma folha de papel fotográfico
branco com índice de refletividade de 90%,
com dimensões especificadas para cada
modelo de sensor, o qual é empregado
durante a industrialização para calibrar a
distância sensora nominal (Sn).
A distância sensora operacional (Sa), Sistema retro reflexivo
para modelos tipo fotosenseor, tem fatores
que influenciam no seu valor, dado por: O emissor e receptor estão na mesma
unidade. O feixe de luz refletido por um
𝑆𝑎 = 0,81. 𝑆𝑛 . 𝐹 espelho prismático.
A cor, o material e a rugosidade
determinarão o valor de Sa. As tabelas
mostram os fatores de redução em função do
material e da cor do objeto a ser detectado.

Fatores de redução em função do tipo de material


(Fm)
Material Fm Material Fm
Metal polido 1,2 Borracha 0,4
1,8 0,7
Metal usinado 0,95 Papelão 0,5
1,0 0,6
Papéis 0,95 Pano 0,5
O espelho prismático tem superfícies
1,0 0,6 inclinadas com ângulo de 45 graus, o que
Madeira 0,7
permite que o feixe de luz emitida e refletida
0,8 seja paralelo, o que não ocorre quando a luz
é refletida diretamente por um objeto, pois
Fatores de redução em função da cor (F c) ocorre um espalhamento da luz em diversos
ângulos. A distância sensora para modelos
Cor Fc Cor Fc reflexivos é função da área de reflexão e o
Branca 0,95 1 Azul Clara 0,6 tipo de espelho prismático.
0,7 A detecção de objetos transparentes,
Amarela 0,9 Violeta 0,5 tais como garrafas de vidro e vidros planos
0,95 0,6 pode ser realizada com a angulação do feixe
Verde 0,8 Preta 0,2 em relação ao objeto ou através de ajustes
0,9 0,5 de sensibilidade por meio de potenciômetros.
Vermelha 0,7 Quando o sistema reflexivo detecta objetos
0,8 brilhantes ou de superfícies polidas, tais
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como engradados plásticos e etiquetas
brilhantes, cuidados especiais devem ser Fatores de redução em função da atmosfera (F atm)
tomados, pois o objeto pode refletir o feixe de
luz e falhar na detecção. Para evitar a falha, Material Fatm
aconselha-se a montagem angular. Na Ar puro (com umidade e
montagem angular ou filtro polarizado, o feixe 1
condensação)
de luz forma um ângulo de 10 a 30o em
relação ao eixo perpendicular ao objeto, Fumaça e fibras em
conforme mostra a figura. 0,4
suspensão (com alguma
0,6
condensação)

Fumaça pesada (muito


0
pó em suspensão muita
0,1
condensação)

Sensores de proximidade magnéticos


A figura mostra sensores com filtros
polarizados incorporados, os quais servem São sensores em que a presença de
para orientar a luz emitida, permitindo um ímã, corresponde a uma chave fechada
apenas a passagem dessa luz na recepção, em seus terminais e, na ausência, comporta-
que é diferente da luz refletida pelo objeto, a se como uma chave desligada. Um exemplo
qual se espalha em todas as direções. disso é o reed-switch mostrado na figura.

Os sensores óticos normalmente


possuem imunidade à iluminação ambiente,
pois operam em frequências diferentes,
porém podem ser afetados por uma fonte
muito intensa como um raio solar incidindo Sensores de proximidade ultrassônicos
diretamente sobre as lentes.
O meio de propagação define onde a
luz do sensor deverá percorrer, porém a Os sensores de proximidade
atmosfera em alguns casos pode estar ultrassônicos empregam ondas acústicas
poluída com partículas em suspensão, com frequência superior a audível e detectam
dificultando a passagem da luz. objetos sem necessidade de contato, assim
A Tabela apresenta os fatores de como nos sensores fotoelétricos que
atmosfera que devem ser acrescidos para empregam a luz infravermelha que é invisível
definir o valor da distância sensora para o ser humano.
operacional Sa.
Princípio de operação

A operação do sensor ultrassônico é


baseada na emissão e recepção de ondas
acústicas ultrassônicas na faixa de
frequência de 30 a 300 kHz, inaudíveis para
o ser humano. A detecção de um objeto é
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realizada quando a onda incide sobre um separados. Esses sensores apresentam
objeto e é capaz de produzir eco. O tempo de várias vantagens em relação a sensores
recepção do eco é medido, processado e fotoelétricos. Esses sensores não podem ser
convertido num sinal elétrico. A repetição dos percebidos, o que não ocorre com a luz de
pulsos ultrassônicos depende do projeto do sistemas fotoelétricos.
sensor e fica na faixa de 1 a 100Hz. Refletem em muitos objetos e não
Deve-se ter atenção com a distância formam nenhum padrão visível como os
mínima do sensor para proporcionar um sensores fotoelétricos.
atraso de tempo, de forma que os ecos As aplicações desses sensores são
sejam reconhecidos. Caso contrário, pode-se os sistemas de armazenagem; de transporte;
entrar na zona cega e o objeto não será a indústria alimentícia; processos que
detectado. A zona cega depende da envolvem metais, vidro e plásticos; e
frequência de operação do sensor. A figura monitoramento de presença de materiais.
mostra os pulsos emitidos e os tempos dos Desse modo, pode-se citar as
pulsos e do eco definidos na mesma. seguintes vantagens dos sensores de
proximidade ultrassônicos:

• Detecção sem contato direto.


• Detecção de objetos à distância (até
alguns metros).
• Detecção independente da cor.
Detecção de materiais transparentes.
• Pouca sensibilidade à poeira.
• Aplicações em ambiente externo.
Os sensores ultrassônicos apresentam
como desvantagens:
• Difícil detecção se a superfície do
objeto a ser detectado apresentar
A figura mostra um sensor irregularidades na reflexão da onda
ultrassônico, o ângulo de seleção a área de acústica.
detecção do sensor ultrassônico, o cone de • O sensor ultrassônico é relativamente
som, o ângulo de detecção e a área de lento.
detecção do sensor. • Apresentam um custo maior se
comparados aos fotoelétricos.
• Podem ser influenciados pela
temperatura.

Características técnicas

A tabela mostra resumidamente


algumas informações técnicas importantes
para sensores ultrassônicos.
Os sensores ultrassônicos
apresentam como vantagem a variedade de
materiais que são capazes de detectar, pois
independe da forma e da cor e se é sólido,
líquido ou pó. Nem mesmo atmosferas
poluídas por fumaça, poeira ou umidade
impedem a detecção. Pode-se encontrar
sensores ultrassônicos onde o emissor e o
receptor fazem parte do mesmo conjunto.
Entretanto, também existem as barreiras
ultrassônicas onde emissor e receptor estão

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a onda refletida. Assim, existirá uma zona
Dados técnicos de sensores ultrassônicos de um fabricante morta próxima ao sensor que deve ser
Parameter Value evitada.

any, with the exception of Posição do objeto – o ângulo de reflexão


Object material
sound absorving materials passa a ser limitado a uma variação de
poucos graus em relação à posição
Operating voltage typ. 24 V DC
perpendicular ao anteparo conforme mostra a
100 mm - 1m, max. up to 10 figura. A mesma figura mostra também que
Nominal switching distance superfícies irregulares como líquidos e a
m, usually a adjustable
areia também podem provocar problemas na
Switching current (transistor detecção.
100 - 400 mA
output)
Sensitivity to dirt moderate
Service life long
Ultrasonic frequency 40 - 200 kHz

Switching frequency 10 - 125 Hz

Design cylindrical, block-shaped

Protection (IEC 529, DIN


typ. lp65, max. up to IP67
40050)

Ambient operating 0 - + 70oC, partly as low as -


temperature 10oC Cuidados na instalação e operação de
sensores

A seguir, são relacionadas algumas Na instalação e operação dos


observações práticas em relação ao emprego sensores eletrônicos de proximidade,
de sensores ultrassônicos considerando: devemse observar alguns cuidados conforme
é apresentado a seguir e ilustrado na figura:
Tamanho mínimo do objeto – dependendo
do tamanho do objeto a ser detectado, não Cabo de conexão – evitar que o cabo de
ocorrerá a reflexão das ondas acústicas. conexão do sensor seja submetido a
Portanto, um teste prático deve ser realizado esforços mecânicos.
para a aplicação.
Oscilação – como os sensores são
Tipos de objetos – preferencialmente, o impregnados de resina, pode-se empregá-los
material deve ser sólido, líquido, pulverizado em máquinas e equipamentos com
ou granulado. O sensor não é capaz de movimentos, porém deve-se fixar o cabo
detectar materiais absorventes de som. Com junto ao sensor com braçadeiras ou suporte
o emprego de barreiras ultrassônicas, podem com parafuso.
ser detectados tecido grosso, algodão,
espuma de borracha e lã de rocha. É Suporte de fixação – evitar que o sensor
possível detectar também materiais sofra impactos com outras partes ou peças e
transparentes, pretos ou reflexivos que, no que seja utilizado como apoio.
caso de sensores fotoelétricos, podem
causar problemas de detecção. Partes móveis – ao instalá-los, observar a
distância sensora e sua posição para evitar
Distância mínima do objeto – o sensor impactos com o acionador.
necessita de um tempo mínimo para detectar
Instrumentação I – Pág. 12 / 63.
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Porcas de fixação – evitar o aperto devem utilizar os mesmos eletrodutos de
excessivo das porcas. circuitos de acionamento.

Produtos químicos – nas instalações em Sensores de CA – não se devem utilizar


ambientes agressivos, especificar o sensor lâmpadas incandescentes, pois a resistência
mais adequado para a aplicação. do filamento, quando frio, provoca alta
corrente que pode danificar o sensor. As
Condições ambientais – evitar submetê-los cargas indutivas, tais como contatores, relés,
a temperaturas de operação acima do seu solenóides devem ser bem especificadas,
limite. pois tanto correntes de chaveamento como
de surto podem danificar o sensor. Os cabos
A não observação desses itens pode dos sensores devem preferencialmente
provocar o mau funcionamento e até mesmo utilizar canaletas e eletrodutos separados
um dano permanente ao sensor. dos elementos de potência, evitando a
Cada tipo de sensor tem características indução de correntes parasitas. As figuras (a)
específicas que determinam cuidados e (b) ilustram os principais erros cometidos
diferentes listados a seguir: na operação e instalação de sensores
discretos, respectivamente.
Sensores capacitivos – são influenciados
pela densidade do meio onde o sensor está
instalado. A poeira, a umidade e o acúmulo
de detritos próximos ao sensor devem ser
observados, devendo-se redobrar os
cuidados nesse caso. O potenciômetro de
ajuste de sensibilidade do sensor capacitivo
deve ser precisamente calibrado e lacrado
pelo parafuso de proteção.

Sensores fotoelétricos – são sujeitos à


poeira e umidade, portanto, devem-se limpar
os espelhos e lentes periodicamente. Embora
o grau de proteção dos sensores óticos
permita respingos de água, deve-se evitar
acúmulo de líquidos junto a lentes, pois pode
provocar um acionamento falso.

Sensores de CC – utilizados para acionar


altas cargas indutivas podem danificar
permanentemente o estágio de saída dos
sensores sem proteção contra curto-circuito,
além de gerar altos picos de tensão na fonte.

Fontes de alimentação não reguladas –


não se devem empregar sensores de
proximidade e circuitos de acionamento com
altas cargas indutivas ligadas à mesma fonte.
Cablagem – deve ser realizada conforme as
recomendações das normas técnicas. Os
cabos de sensores de proximidade,
instrumentos de medição e controle não
Instrumentação I – Pág. 13 / 63.
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Transformador linear diferencial variável Transformador rotacional diferencial
(LVDT) variável (RVDT)

A figura (a) mostra o esquema básico O RVDT é um sensor eletromecânico que


de um LVDT, o qual consiste num conjunto proporciona uma saída de tensão CA
de núcleo magnético variável com três proporcional ao deslocamento angular. A
bobinas que formam um transformador. Uma figura (a) mostra o esquema básico que
das bobinas é o primário, as demais ilustra o princípio de funcionamento do
compõem o secundário que modificam a RVDT, o qual varia os valores de tensão de
tensão de saída do transformador, à medida saída Vout em função da posição do rotor. A
que o núcleo desliza a fim de identificar um figura (b) mostra também um exemplo de
deslocamento através da tensão produzida RDVT.
na saída. A figura (b) ao contrário da anterior,
mostra um deslocamento inferior através do
valor da tensão em Vout, pois a tensão
produzida na bobina do secundário do
transformador é menor devido ao núcleo
estar presente somente numa das bobinas. A
figura (c) mostra uma foto de um LVDT.

Synchros e resolvers

São empregados para obter posições


angulares e informações de rotações
precisas. A figura mostra diagramas típicos
de um synchro e de um resolver. Tanto
synchros como resolvers empregam um
enrolamento único no rotor que envolve um
estator.

Os sensores LVDT apresentam a


possibilidade de medir deslocamentos, com
alcances típicos de 100 mm a 25 cm e
sensibilidade de 100mV/cm a 40 mV/mm.
São vantagens do LVDT o custo
relativamente baixo, dispositivos sólidos e
robustos que apresentam grande vida útil.
Uma das principais desvantagens do LVDT é
o núcleo estar obrigatoriamente em contato
com a superfície para medir o deslocamento.
O LVDT é aplicado em deslocamentos, O synchro tem três enrolamentos
deflexão de vigas, variação de espessuras de distribuídos em 120° e são conectados em Y.
peças, nível de fluido (posição de cilindros O resolver apresenta dois enrolamentos
hidráulicos) e em velocidade de aceleração posicionados a 90°. Os synchros apresentam
(suspensão automotiva). O LVDT é usado maior custo devido a maior dificuldade de
também em posicionadores de precisão construção, razão pela qual tem sido
como em máquinas, ferramentas, CNC e reduzido sua aplicação na indústria. Os
robôs industriais. resolvers modernos têm sido fabricados sem
escovas, de forma que empregam um
transformador para acoplar o sinal do estator
para o rotor. O enrolamento primário do
Instrumentação I – Pág. 14 / 63.
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transformador fica no estator, e o secundário
no rotor. Outros resolvers usam as
tradicionais escovas ou anéis deslizantes
para acoplar o sinal ao enrolamento do rotor,
porém apresentam maior manutenção. A
maioria dos resolvers são especificados para
tensões de 2 a 40 VRMS e frequências de
400 Hz até 10 kHz.

Sensores potenciométricos

O deslocamento linear ou angular


pode ser determinado através da variação da Existem encoders do tipo incremental
resistência de um potenciômetro, conforme a e absoluto. Os sensores incrementais
configuração de sensor mostrado nas figuras medem o deslocamento somente em relação
(a) e (b). A figura (c) mostra o símbolo ao ponto de partida. Encoders absolutos
representativo dos potenciômetros medem o deslocamento em relação a um
apresentados. ponto de referência interno fixo.

Encoder incremental – nesse tipo de


encoder a posição é demarcada por
contagem de pulsos transmitidos acumulados
ao longo do tempo. O encoder emprega trem
de pulsos gerados como informação de
posição. O número de segmentos determina
a resolução do movimento e,
Encoders consequentemente, a precisão da posição.
Um encoder típico gera dois canais de
Encoders óticos rotativos informação (canais A e B), além de um pulso
a cada giro completo e que é a referência
Encoders são dispositivos que zero ou simplesmente Z. Esses dois canais
convertem deslocamento angular em pulsos. estão defasados entre si em 90 graus, para
Produzem uma saída discreta, sem que se tenha uma maior precisão na
necessidade de um conversor A/D. A figura resolução do sistema. Nos canais A e B a
ilustra o emprego do emissor de luz (LED) e geração da quantidade de pulsos por volta
do receptor (fototransistor). varia de 50 a 5000 pulsos, conforme a
Encoders óticos rotativos consistem aplicação. A figura mostra a foto de encoders
de um diodo emissor de luz (LED), um disco, óticos.
e de um detector de luz (fototransistor) no
lado oposto ao disco. O disco fica montado
no eixo e tem perfurações regulares, as quais
são repetidas continuamente formando
segmentos codificados no disco com
recepção ou não do sinal. À medida que o
disco gira, os segmentos bloqueiam ou
permitem a passagem de luz. Isso gera
pulsos de onda quadrada que podem ser
interpretados como informação de velocidade
e de posição.
Encoders lineares

Consistem de réguas (escalas) de aço


inoxidável, de tamanhos variados, montadas
num perfil de alumínio com borrachas de
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vedação para proteger cabeças sensoras ____________________________________
conforme ilustra a figura (a). Esses ____________________________________
transdutores são hermeticamente selados; ____________________________________
resistentes a choque e vibração; suportam
altas taxas de deslocamento. O mais comum 5. O que é alvo padrão?
é o encoder linear do tipo magnético. A figura ____________________________________
(b) mostra a foto de um encoder do tipo
____________________________________
linear.
____________________________________

6. O que é histerese? Faça um esquema


para explicá-la.

____________________________________
____________________________________
A seguir são destacadas algumas ____________________________________
considerações sobre a instalação de
encoders: 7. Quais são os tipos de saídas de sensores
• O encoder tem sua resolução definida a transistores?
na velocidade de seu eixo e frequência de
pulsos.
• Não se deve aplicar forças radiais ou ____________________________________
axiais no eixo além da que foi especificada ____________________________________
pelo fabricante. ____________________________________
• Utilizar cabo blindado com malha para
transmissão de sinais e evitar fontes de 8. O que é o ajuste de sensibilidade de
ruídos. sensores capacitivos e como procedê-lo?
• O desalinhamento do dispositivo deve ____________________________________
ser o menor possível e nunca maior do que a ____________________________________
tolerância fornecida pelo fabricante. ____________________________________

Exercícios 9. O transistor pode acionar qualquer carga?


Explique.
1.Como são classificados sensores ____________________________________
considerando o tipo de sinal a ser ____________________________________
controlado? ____________________________________
____________________________________
____________________________________ 10. Quais são as características dos objetos
____________________________________ empregados com sensor de proximidade
indutivo?
2. O que são sensores contínuos? ____________________________________
____________________________________ ____________________________________
____________________________________ ____________________________________
____________________________________
11. Quais são as características dos objetos
3. O que são sensores discretos? empregados com sensor de proximidade
____________________________________ capacitivo?
____________________________________ ____________________________________
____________________________________ ____________________________________
____________________________________
4. O que são distâncias sensora nominal e
operacional?
Instrumentação I – Pág. 16 / 63.
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12. O que significa fator de redução, isto é, ____________________________________
para que serve? ____________________________________
____________________________________ ____________________________________
____________________________________
____________________________________ 21. Que cuidados devem ser observados na
aplicação de sensores ultrassônicos?
13. Como funionam os sensores ____________________________________
ultrassônicos? ____________________________________
____________________________________ ____________________________________
____________________________________
____________________________________ 22. Quais são as principais configurações de
sensores fotoelétricos e suas características?
14. Quais as vantagens dos sensores ____________________________________
ultrassônicos? ____________________________________
____________________________________ ____________________________________
____________________________________
____________________________________ 23. Assinalar V ou F.
(__) Um sensor discreto interpreta a
15. O que é um sensor LVDT? Como existência ou não de grandezas, portanto
funciona? permanece desligado ou ligado.
____________________________________ (__) Um transdutor converte uma grandeza
elétrica em outra.
____________________________________
(__) Um sensor é denominado transdutor
____________________________________
quando converte uma grandeza em outra.
(__) Os sensores podem ser impregnados de
16. O que é o sensor RVDT? resina quando empregados em máquinas
____________________________________ rotativas, porém devem ser fixados juntos ao
____________________________________ cabo.
____________________________________ (__) Os sensores fotoelétricos são sujeitos à
poeira e umidade, portanto, devem-se limpar
17. Para que servem resolvers e syncros? os espelhos e lentes periodicamente.
____________________________________ (__) Sensores ópticos permitem respingos
____________________________________ d’água, porém isso não implica acionamento
____________________________________ falso.
(__) Os cabos de sensores de proximidade,
instrumentos de medição e controle podem
18. O que são encoders? Quais são os
utilizar os mesmos eletrodutos de cabos de
principais tipos? circuito de força.
____________________________________ (__) Os sensores capacitivos de proximidade
____________________________________ são ideais para detectarem materiais
____________________________________ orgânicos.
(__) Os sensores indutivos de proximidade
19. Quais os cuidados que devem ser são ideais para detectar materiais de
considerados na instalação de sensores de natureza metálica.
proximidade? (__) As tensões típicas de sensores com
____________________________________ alimentação de corrente contínua é de 10 V a
____________________________________ 30 V de CC.
____________________________________ (__) Sensores eletromecânicos em geral
necessitam de contato físico com o alvo.
(__) Sensores eletrônicos apresentam
20. Quais frequências são normalmente
velocidade de resposta maior que sensores
empregadas em ultrassom? eletromecânicos.
Instrumentação I – Pág. 17 / 63.
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(__) Sensores eletromecânicos apresentam de líquido empregado e a sensibilidade
vida útil de seus contatos ilimitada. desejada. O mercúrio apresenta grande
diferença entre ponto de ebulição e
Medida de temperatura solidificação de forma que pode ser
empregado em faixa bem ampla de
Importância dos sensores de temperatura, o que o torna um dos elementos
temperatura mais utilizados. O elemento de medição mais
empregado na indústria para registro e
A variável temperatura é empregada indicação é o tubo de Bourdon. No entanto,
em vários setores da indústria. Desse modo, não são recomendáveis para controle, pois
serão apresentadas as principais formas de apresentam respostas lentas.
medida da mesma, os principais sensores e
transmissores.

Termômetros à dilatação de líquidos


em recipiente de vidro

Apresentam um reservatório, cujas


dimensões determinam a sensibilidade
desejada. É preenchido por líquidos:
mercúrio, álcool, tolueno ou acetona. Quando
se utiliza mercúrio, podem ser empregados
até 550ºC, desde que se adicione gás inerte
sob pressão a fim de evitar a vaporização do
Mercúrio. O líquido é inserido num tubo
capilar uniforme, fechado na parte superior. Termômetros à pressão de gás
Após a calibração, a parede do tubo é
graduada em graus ou frações. Nos
É idêntico ao termômetro de líquido,
termômetros industriais o bulbo de vidro é
porém preenchido com gás em alta pressão.
protegido por um poço metálico e o tubo
A figura mostra o esquema desse
capilar por um invólucro metálico.
termômetro composto pelos elementos
sensor e bulbo, interligados através do
capilar. Ao variar a temperatura, o gás varia a
pressão e o elemento de medição atua como
medidor de pressão por sua dependência
linear com a temperatura, sendo o volume
constante. O gás mais empregado é o N2, na
Termômetro à dilatação de líquido em faixa de temperatura entre -100 a 600ºC,
recipiente metálico com o limite inferior limitado pela temperatura
crítica.
No termômetro de dilatação de
líquidos o tubo capilar apresenta o menor
diâmetro possível e evita a influência da
temperatura externa.
Nesse tipo de termômetro o líquido
preenche todo o recipiente, e pelo efeito do
aumento da temperatura o líquido dilata-se. A
temperatura é medida com sensor de volume
através de um elemento que se estende pela
expansão do líquido. A figura ilustra bem
essa situação. O termômetro consiste de um
bulbo capilar e de elemento de medição. O
bulbo varia suas dimensões conforme o tipo
Instrumentação I – Pág. 18 / 63.
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Termômetro bimetálico medição) surge uma fem nas suas
extremidades, representado pelo voltímetro V
Consiste de lâminas de coeficiente de na figura.
dilatação linear diferente, as quais são
unidas a fim de proporcionar um movimento
resultante. Ao variar a temperatura, as
lâminas apresentarão uma curvatura
proporcional que pode ser empregada para
indicar temperatura. Os termômetros
bimetálicos podem ser enrolados em espiral
ou hélice. O termômetro mais empregado é o
de lâmina helicoidal, que consiste de um tubo
ligado por um eixo e um ponteiro conectado
na parte superior que indica a temperatura. A Isso se deve ao comportamento de
faixa de trabalho desses termômetros é de - elétrons livres ser diferente de um material
50º a 800º C, sendo sua escala bastante para outro, e dependentes da temperatura.
linear e apresenta precisão de ±1%. A figura Desse modo, a difusão dos elétrons se dá de
(a), (b) e (c) mostram o corte, a foto e forma diferente e surge uma fem. Quando a
detalhes do elemento bimetálico helicoidal de temperatura da JR é mantida constante, a
termômetros bimetálicos, respectivamente. fem térmica depende diretamente da
temperatura T1 da JM.
A relação entre temperatura e fem
gerada de um termopar depende dos tipos
de termoelementos que a compõem. Uma
grandeza conhecida é a potência
termoelétrica ou coeficiente de Seebeck. A
unidade desse coeficiente é mV/oC, e essa
informação se refere a sensibilidade do
termopar.
No entanto, a fem tem origem em dois
fenômenos separados: o Efeito Peltier e o
Efeito Thomson.

Efeito termoelétrico de Peltier Quando


uma corrente elétrica i flui na junção entre
dois metais diferentes, calor é gerado ou
absorvido nesse local em quantidade
Termopares proporcional à corrente. O circuito poderá
gerar ou absorver calor, dependendo do
Para entender o funcionamento de sentido da corrente. Portanto, poderá ser
termopares é importante conhecer os efeitos gerado a fem, tanto no aquecimento, como
termoelétricos. Quatro efeitos conhecidos no resfriamento da junção, porém com
ocorrem quando junções de materiais sentidos opostos de condução conforme
distintos são mantidas a temperaturas pode ser observado na figura (a) e (b).
diferentes entre a junção de medição e a
outra extremidade: o efeito Seebeck, o efeito Um exemplo de aplicação do efeito
Peltier, o efeito Thomson e o efeito Volta. Peltier é a refrigeração termoelétrica.
Destacam-se a seguir, os efeitos de Seebeck
e Peltier.
Efeito termoelétrico de Seebeck Dois
condutores ferro (Fe) e cobre (Cu) quando
estão submetidos a temperaturas diferentes
na JR (junta de referência) e JM (junta de

Instrumentação I – Pág. 19 / 63.


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Princípio de funcionamento do termopar Existem várias combinações de
condutores para obter termopares com
A figura mostra o esquema básico de características que atendam às aplicações
um termopar que consiste de dois metais, ou industriais mais simples, de uso especial ou
ligas, diferentes, unidos por uma junção restrito. Cada tipo de termopar corresponde a
soldada, chamada de junta quente ou de uma aplicação que envolve o tipo de
medição (JM). As extremidades dos fios, ambiente e faixa de temperatura em que o
chamadas de junta fria ou de referência (JR), mesmo será empregado. Assim, os
são levadas a um medidor de fem, formando termopares são divididos em três grupos: o
um circuito elétrico. Ao ser submetido a uma tipo básico, o tipo nobre e o tipo especial,
temperatura diferente da outra extremidade, detalhados a seguir.
o termopar produz uma tensão proporcional à
variação de temperatura em seus terminais. a) Termopares do tipo básico
Podem ser empregados em atmosferas
inertes, oxidantes ou redutoras. Acima de
300ºC, a oxidação do cobre provoca desvios
em sua resposta original.
Ex. Termopar tipo T (Cobre-Constantan).

b) Termopares do tipo nobre São


chamados nobres por usar a platina como
elemento básico. Podem ser empregados em
atmosferas inertes, oxidantes ou redutoras a
altas temperaturas. Apresentam estabilidade
Fios de compensação e extensão ao longo do tempo, para altas temperaturas.
Os termolementos não devem ficar expostos
Em aplicações industriais, o a atmosferas redutoras ou vapores metálicos.
instrumento de medida e o termopar, Não devem ser inseridos diretamente em
geralmente estão afastados. Dessa forma, tubos de proteção metálica, mas sim em tubo
podem ocorrer erros de leitura devidos a de proteção cerâmica denominada 799. Para
longa conexão entre a JR e JM. Desse modo, temperaturas acima de 1500ºC, utiliza-se
é necessário que o termopar seja ligado com tubo de platina. Abaixo de zero grau não se
fios capazes de compensar essa distância. recomenda utilizá-lo por apresentar
Assim, são adaptados fios de compensação, instabilidade na resposta.
os quais têm, praticamente, as mesmas Ex: Termopar tipo S (Platina-Rhodio/PtRh
características dos fios do termopar, porém 10%).
com menor custo.
Os fios ou cabos de compensação c) Termopares do tipo especial São
que são fabricados com ligas diferentes dos termopares específicos desenvolvidos para
termopares a que se destinam, apresentam atender a aplicações restritas.
uma curva de fem x temperatura equivalente Ex: Termopar com liga (Tungstênio-Rhênio)
aos dos termopares. Ex: Tipo SX e BX.
Os fios de extensão ou cabos de Correlação da fem em função da
extensão são fabricados com as mesmas temperatura
ligas dos termopares a que se destinam.
Ex: Tipo TX, JX. Esses apresentam O termopar apresenta uma correlação
custo inferior, pois são limitados a uma de fem em função da temperatura. A partir de
temperatura ambiente máxima de 200°C. tabelas definidas na norma ANSI, pode-se
A maioria dos instrumentos utilizados plotar curvas de diversos termopares, nas
para medir a temperatura geralmente faz a quais são relacionadas as grandezas de
sua correção automática. tensão gerada (fem) e a temperatura, com a
Classificação dos termopares junta de referência do termopar mantida a

Instrumentação I – Pág. 20 / 63.


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0ºC. A figura mostra essa correlação para Termopar convencional – a junta metálica
vários termopares. do termopar pode ser exposta ao meio ou
protegida. Os termolementos são
acomodados em isoladores cerâmicos,
usualmente denominados missangas, as
quais apresentam alta condutividade térmica
e também alta resistência de isolação.
 A proteção dos termolementos fornecem
ao sensor maior vida útil e repetitividade;
 Da mesma forma que os termoresistores,
um elemento de grande condução térmica é
colocado entre o invólucro e os
termolementos.

Termopar isolação mineral – é constituído


As tabelas definidas em norma para de um ou dois pares termoelétricos,
termopares são obtidas mantendo a junta de envolvidos por um pó isolante de óxido de
referência a 0ºC. No entanto, na prática, a JR magnésio, altamente compactado em uma
normalmente encontra-se na temperatura bainha externa metálica. Devido a esta
ambiente, podendo sofrer variação de construção, os condutores do par
temperatura. Desse modo, é necessário fazer termoelétrico ficam totalmente protegidos
uma correção da JR, a qual poderá ser contra a atmosfera exterior.
manual ou automática. Consequentemente, a durabilidade do
termopar depende da resistência à corrosão
Associação de termopares da sua bainha e não da resistência à
corrosão dos condutores. Em função dessa
Dois ou mais termopares podem ser característica, a escolha do material da
associados mediante necessidade de obter bainha é fator importante na especificação
adição, subtração ou média aritmética de dos condutores.
temperatura, conforme a configuração de Os termopares com isolação mineral
associação dos mesmos. Termopares apresentam vantagens relacionadas aos
conectados em série funcionam como pilhas materiais empregados, tais como:
ou fontes em série, ou seja, tem a fem nos estabilidade da tensão, resistência mecânica,
terminais somadas. Por outro lado, se for dimensão reduzida, impermeabilidade à
invertida a polaridade, tem-se a subtração água, óleo e gás, facilidade de instalação,
das tensões nos seus terminais. A resposta rápida, resistência à corrosão,
configuração paralela de termopares ligados resistência de isolação elevada e blindagem
a um mesmo instrumento de medição eletrostática. As desvantagens consistem no
permite que se obtenha a média aritmética custo superior, deterioração com maior
das tensões desde que a resistência interna facilidade, excesso na temperatura máxima
dos termopares seja a mesma. de utilização que é limitada a 630°C.

Montagem de termopares Termorresistências (RTD)

São várias as configurações de Um dispositivo de medida de


termopares que podem ser especificadas e temperatura resistivo, RTD, é um resistor que
fornecidas, cada uma adequada à sua muda seu valor de resistência em função da
explicação específica. São configurações temperatura, geralmente um metal, de custo
básicas de termopares: menor, robusto e alta faixa de temperatura (-
 Termopar convencional; 180 a 600ºC). Geralmente tem se empregado
 Termopar com isolação mineral. a platina, devido sua linearidade e
estabilidade.

Instrumentação I – Pág. 21 / 63.


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Os principais metais empregados são Comparações entre sensores de
ligas compostas por Níquel ou Platina com temperatura
várias faixas de medida e de custo. O Pt100,
Pt1000, Ni100 e Ni1000 são exemplos de A seguir é apresentado um quadro
termorresistências. Um tipo bastante comparativo entre alguns sensores
difundido de RTD é o Pt100. O Pt100 tem destacados nessa aula.
resistência elétrica de 100 W a temperatura
de 0ºC.
Circuitos eletrônicos ou em ponte de
Weathstone são usados para determinar a
resistência dos RTDs. Esses podem
apresentar 2, 3 ou 4 fios, sendo mais
empregado 3 fios.

Termistores

São semicondutores que variam a


resistência em função da temperatura. São
fabricados com óxido de níquel, cobalto,
magnésio, sulfeto de ferro, alumínio ou
cobre.

Exercícios
Apresentam como característica baixo
custo e sensibilidade. São restritos a 1. Por que o tubo de Bourdon é aplicado para
temperaturas menores que 300ºC. O tipo medida/registro e não para controle de
mais comum é o NTC (Negative Temperature temperatura?
Coeficient), que se caracteriza por reduzir a ____________________________________
resistência à medida que a temperatura ____________________________________
aumenta, ou seja, um coeficiente de variação ____________________________________
da temperatura negativo. No PTC (Positive
Temperature Coeficient) o aumento da
2. Como funcionam termômetros
temperatura faz com que sua resistência
aumente, tem custo maior e por isso bimetálicos?
apresentam-se em menor variedade ____________________________________
comercialmente. ____________________________________
____________________________________
Circuitos integrados (Cl)
3. O que são termopares?
Os parâmetros elétricos de ____________________________________
semicondutores variam com a temperatura. ____________________________________
Desse modo, pode-se construir sensores ____________________________________
com auxílio de outros elementos de forma
linear, porém com limitação de temperatura 4. Para que serve o fio de compensação e
devido à sensibilidade do semicondutor à
extensão?
temperatura. O sensor CI LM35 apresenta,
____________________________________
além da linearidade, um baixo custo.
____________________________________
____________________________________

Instrumentação I – Pág. 22 / 63.


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5. O que é efeito termoelétrico de Seebeck? ____________________________________
____________________________________ ____________________________________
____________________________________ ____________________________________
____________________________________
14. O que são termorresistências?
6. O que é efeito termoelétrico de Peltier? ____________________________________
____________________________________ ____________________________________
____________________________________ ____________________________________
____________________________________
15. O que são termistores?
7. Pesquisar na Web o que é efeito ____________________________________
termoelétrico de Thomson? ____________________________________
____________________________________ ____________________________________
____________________________________
____________________________________ 16. Pesquise a folha de dados do CI LM35 e
observe seus dados e possíveis aplicações,
8. Pesquisar na Web o que é o efeito segundo o fabricante.
termoelétrico de Volta? ____________________________________
____________________________________ ____________________________________
____________________________________ ____________________________________
____________________________________
17. Qual sensor você empregaria se fosse
9. Como pode ser obtida a temperatura necessário utilizá-lo para temperatura em
média entre dois pontos com termopares? torno de 100ºC, sendo necessário ainda uma
____________________________________ ótima linearidade de resposta?
____________________________________ ____________________________________
____________________________________ ____________________________________
____________________________________
10. Como pode ser obtida a soma da
temperatura entre dois pontos utilizando 18. O que é um NTC? Citar exemplos de
termopares? aplicação.
____________________________________ ____________________________________
____________________________________ ____________________________________
____________________________________ ____________________________________

11. Quais são os principais tipos de 19. O que é um PTC? Citar exemplos de
termopares? aplicação.
____________________________________ ____________________________________
____________________________________ ____________________________________
____________________________________
12. Pesquise folha de dados considerando
um termopar de cada tipo. 20. Que tipo de termopar você empregaria
____________________________________ se fosse necessária grande durabilidade,
____________________________________ resistência à corrosão e temperatura na faixa
____________________________________ de 500°C?
____________________________________
13. Que tipos de erros são comuns ao ____________________________________
empregar termopares? ____________________________________

Instrumentação I – Pág. 23 / 63.


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21. O que é um Pt100? Manômetro tubo de Bourdon

____________________________________ Consiste em transformar a pressão de


____________________________________ um líquido em deslocamento a fim de
____________________________________ fornecer um sinal elétrico proporcional à
pressão.
A figura mostra detalhes de diferentes
22. Em que aplicações é empregado o
tipos de tubo de Bourdon. Ele pode ser em C,
Pt100?
helicoidal ou em espiral. Com a pressão na
____________________________________ entrada a ser medida agindo em seu interior,
____________________________________ o tubo tende a ter um formato circular com
____________________________________ movimento na extremidade fechada. Esse
movimento pode ser transmitido a uma
Medida de pressão escala graduada de pressão através de um
ponteiro.
Dispositivos de medida de pressão

O instrumento para medir pressão é o


manômetro, e pode ter vários elementos
sensíveis utilizados por transmissores e
controladores. A seguir são apresentados os
principais elementos.

Coluna de líquido

O deslocamento de um líquido em Sensores de pressão capacitivos


função da pressão, aplicada numa das
extremidades de um tubo contendo líquido, A figura (a) mostra os detalhes
pode ser empregado para medi-la, sendo construtivos de um sensor de pressão
empregado manômetro de tubo em “U”, de capacitivo. A armadura móvel, ao sofrer uma
tubo inclinado e de reservatório conforme variação de pressão, altera o valor da
pode ser observado através da figura. capacitância. Isso pode ser medido através
de um circuito eletrônico, o qual gera um
sinal proporcional à pressão aplicada.

A figura (b) mostra a foto de um


transmissor eletrônico de pressão capacitivo
e a figura (c) mostra o detalhe de um
diafragma sensor. O emprego desse tipo de
sensor elimina os problemas de sistemas
com alavancas que formam os sistemas
tradicionais, pois se baseia na deformação
Instrumentação I – Pág. 24 / 63.
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das armaduras do capacitor, porém ficam
sujeitos às condições de temperatura do
processo.

Sensores de pressão indutivos

O tipo de transdutor de pressão mais


empregado é o transformador diferencial
variável (LDVT) mostrado na figura (a). O
Movimento associado à pressão exercida
Sensor de pressão piezoelétrico
sobre o LVDT faz com que o núcleo
ferromagnético do LVDT se movimente
São pequenos e de construção
proporcionando uma tensão de saída
robusta, bastante estável e exata. O sinal de
proporcional à pressão aplicada, permitindo
resposta é linear com a pressão e pode ser
que esse dispositivo seja utilizado como um
em alta frequência. Podem medir pressões
transmissor. Esses sensores podem medir
de 1 mbar até mais de 10 kbar. A Figura
faixa de pressão bem ampla. No entanto, são
4.6(a) mostra o esquema básico do sensor
sensíveis a vibrações e campos magnéticos.
piezoelétrico. A Figura 4.6(b) mostra uma
foto de um sensor de pressão piezoelétrico.
A figura (b) mostra uma foto de um
transmissor eletrônico de pressão.

Manômetros tipo membrana ou diafragma

É constituído por um disco de material


elástico (metálico ou não), fixo pela borda.
Uma haste fixa ao centro do disco está ligada
a um mecanismo de indicação. Quando uma
pressão é aplicada, a membrana desloca-se
e esse deslocamento é proporcional à
Sensor de pressão piezorresistivo
pressão aplicada. A figura (a) e (b) mostram
o esquema de um manômetro tipo membrana
Utiliza o strain gauge, muito
e sua foto, respectivamente.
empregado nas chamadas células de cargas
empregadas sob condições de flexão,
cisalhamento e compressão dependendo da
aplicação. A figura (a) mostra uma situação
em que o strain gauge sofre um processo de
flexão. Uma das extremidades da lâmina é
fixada num ponto de apoio rígido, enquanto a
outra é o ponto de aplicação da força. Ao
inserir uma pressão no strain gauge, a lâmina
sofre deformação proveniente da força
aplicada que, como consequência, provoca a
variação da resistência. A figura (b) mostra O pressostato é um dos elementos
um transmissor de pressão de uso geral que mais empregados que utiliza como sensor o
transforma a saída em sinais elétricos diafragma. Apresenta mecanismo de ajuste e
analógicos de 4-20mA. chave de duas posições (ligada e desligada).
Instrumentação I – Pág. 25 / 63.
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Normalmente, um mecanismo de mola 2. Por que a medida de pressão é uma das
permite seu ajuste. Em aplicações sujeitas a mais importantes?
pressões elevadas num processo industrial, ____________________________________
os equipamentos ficam sujeitos a possíveis ____________________________________
deformações. Desse modo, deve-se evitar ____________________________________
danos e rupturas que podem causar
acidentes e prejuízos. A manutenção da
3. Que dispositivos primários podem ser
pressão dentro de determinados limites de
empregados para medir pressão?
segurança pode ser realizada de forma
automática com o pressostato. Esse ____________________________________
dispositivo pode controlar a pressão em ____________________________________
qualquer processo que necessita controle do ____________________________________
tipo on-off ou liga-desliga, pois pode enviar
ou cessar sinais para controle de bombas, 4. O que é um manômetro do tipo fole?
atuadores, motores. Pode oferecer ____________________________________
segurança, evitando a entrada em locais ____________________________________
quando o nível de pressão não é seguro ou ____________________________________
comutar circuitos elétricos de acordo com a
necessidade de um processo controlado. 5. O que é um manômetro do tipo
membrana?
Manômetro tipo fole ou mola
____________________________________
O fole é também muito empregado na ____________________________________
medição de pressão. Ele é basicamente um ____________________________________
cilindro metálico, corrugado ou sanfonado.
Quando uma pressão é aplicada no interior 6. Qual o sinal padrão geralmente
do fole, provoca sua distensão. Como ela empregado em transmissores de pressão
precisa vencer a flexibilidade do material e a capacitivo?
força de oposição da mola, o deslocamento é ____________________________________
proporcional à pressão aplicada à parte ____________________________________
interna. Da mesma forma, a mola, através da ____________________________________
sua deformação, indicará a pressão em uma
escala graduada. Veja a figura que mostra o Medidores de vazão
esquema do manômetro tipo fole.
Importância dos medidores de vazão

Nas instalações industriais o


transporte de materiais se dá em grande
parte através de tubulações. A medida de
vazão é muito importante para
monitoramento de processos industriais.
Existem duas formas básicas de medir
vazão: quantidade (massa) e volumétrica
(volume). A quantidade transportada pode
Exercícios
ser medida em unidades de volume ou
unidades de massa (litros, m3 ou kg,
1. Qual o instrumento utilizado para medir toneladas). No entanto, a vazão instantânea
pressão? é medida em l/m, kg/h e m3/h. A seguir, são
____________________________________ apresentados os medidores de quantidade e
____________________________________ volumétricos.
____________________________________

Instrumentação I – Pág. 26 / 63.


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Medidores de quantidade

Em bombas de gasolina e
hidrômetros, por exemplo, não há interesse
em saber a vazão instantânea, mas a
quantidade de combustível abastecido ou
água consumida.
A seguir são apresentados medidores
de quantidade por pesagem e de quantidade
volumétrica.

Medidores de quantidade por pesagem – Placa de orifício


esses dispositivos são empregados para
medir geralmente sólidos em kg e toneladas. A figura mostra uma placa de orifício.
Um exemplo desse tipo de medida é uma É um dos elementos mais simples e
balança industrial. comumente empregados para medir pressão
diferencial.
Medidores de quantidade volumétrica –
esses dispositivos são empregados como
elementos primários de medida, pois à
medida que o fluido passa em quantidades
sucessivas pelo elemento de medição, um
mecanismo de indicação é acionado. As
bombas de gasolina e hidrômetros
empregam esses dispositivos. Assim, a
vazão pode ser medida, conforme os
dispositivos de medida volumétrica A placa é perfurada e instalada
mostrados na figura. perpendicularmente ao eixo da tubulação. As
Ex: disco nutante. bordas do orifício são perfeitas para garantir
a precisão da medida. Os materiais
Medidores volumétricos empregados para fabricação são,
geralmente, os aços inox, monel, latão,
São aqueles que exprimem a vazão dependendo do fluído empregado. Esse
por unidade de tempo (m3/h e kg/h). dispositivo é caracterizado pela fácil
instalação, baixo custo, pouca manutenção e
Medida de vazão por pressão diferencial troca simples, porém apresenta altas perdas
de carga e baixo alcance.
A pressão diferencial é produzida por A figura mostra a forma de instalação
vários tipos de elementos primários, da placa de orifício para medir a diferença de
colocados nas tubulações de tal forma que o pressão entre os pontos P1 e P2.
fluido passe através deles com o objetivo de
aumentar a sua velocidade e, diminuir a área
da seção em um pequeno comprimento para
ocorrer uma queda de pressão.
Podem ser aplicados a uma grande
variedade de medições, envolvendo a
maioria de gases e líquidos, fluidos com
A figura mostra os tipos de orifícios
sólidos em suspensão, fluidos viscosos, em
amplas faixas de temperatura e pressão, empregados em placas de orifício. O tipo
porém apresentam perda de carga, concêntrico é utilizado para líquidos, gases e
vapor sem sólidos suspensos. O excêntrico é
ocasionada pela placa de orifício do
empregado em fluido com sólidos em
dispositivo.
suspensão, que podem ser retidos e
acumulados na base da placa. Assim, o
Instrumentação I – Pág. 27 / 63.
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orifício é posicionado na parte inferior do químicas, papel e celulose, mineração e
tubo. No segmentado, a placa tem a abertura alimentícias. A desvantagem desse medidor
para passagem de fluido, disposta num restringe-se à necessidade do fluido ser
semicírculo, destinado a fluidos laminados e condutivo, e às propriedades magnéticas do
com alta percentagem de sólidos em mesmo adiciona um erro de medida.
suspensão.

Medidores de vazão tipo turbina


Tubo de Venturi
A figura (a) mostra um medidor do
A figura mostra o tubo Venturi, o qual tipo turbina, o qual é constituído por um rotor
apresenta redução de seção que resulta em montado na tubulação, o qual apresenta
aumento de velocidade do fluido e reduz a aletas que giram durante a passagem de
pressão. Assim, pode-se medir a pressão fluido na tubulação. Um sensor de efeito Hall
entre os pontos P2 e P1. A recuperação de capta a passagem das hélices da turbina. A
pressão em um tubo Venturi é eficiente e frequência dos pulsos gerados é proporcional
melhora o restabelecimento de pressão, o à velocidade do fluido, sendo a vazão
que favorece fluidos que carregam sólidos determinada pela medida desses pulsos. A
em suspensão. O tubo de Venturi produz figura (b) mostra uma foto de um transmissor
uma medida mais regular que a placa de do tipo turbina.
orifício para uma mesma vazão e diâmetro.

Medidores de vazão eletromagnético

A figura mostra um medidor


eletromagnético típico. Trata-se de um dos
mais flexíveis e universais métodos de
medidas de vazão. A perda de carga é
equivalente à de um trecho reto de
tubulação, pois não apresenta obstrução. Outros tipos de medidores e
Apresenta pouca sensibilidade à densidade e transmissores, utilizando tubo de Pitot, efeito
à viscosidade do fluido medido. Esses Coriolis e ultrassônico, podem ser
medidores são ideais para produtos químicos empregados para aplicações que envolvem
corrosivos, fluidos com sólidos em medida de vazão.
suspensão, lama e água.
As aplicações desse dispositivo
compreendem saneamento, indústrias
Instrumentação I – Pág. 28 / 63.
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Exercícios ____________________________________
____________________________________
1. O que são medidores de quantidade por ____________________________________
pesagem?
____________________________________ Medida de nível
____________________________________
____________________________________ Importância das medidas de nível

2. O que são medidores de quantidade As medidas de nível permitem avaliar


volumétrica? quantidades em tanques que contêm líquidos
ou sólidos. Permitem também determinar
____________________________________
limites de materiais estocados, fundamentais
____________________________________
para continuidade da operação nos vários
____________________________________ ramos de atividades.

3. Por que a placa de orifício é um dos Medida de nível


elementos mais empregados para medir
vazão? É chamada de monitoramento de
____________________________________ nível contínuo, quando a saída é
____________________________________ proporcional ao nível que se pretende medir,
____________________________________ e discreta quando indica uma faixa ou
presença de material armazenado. No
4. Quais são as desvantagens do emprego quadro a seguir são mostradas as
da placa de orifício? aplicações, considerando-se necessidade de
medida conforme a classificação direta ou
____________________________________
indireta, a tecnologia empregada e sua
____________________________________ aplicação para líquidos ou sólidos.
____________________________________

5. Quais são os tipos de orifícios empregados


na placa de orifício e em que são utilizados?
____________________________________
____________________________________
____________________________________

6. Quais são as principais aplicações de


medidores eletromagnéticos?
____________________________________
____________________________________
____________________________________

7. Que tipo de sinal é gerado no medidor do


tipo turbina para realizar a medida?
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________

8. Em que sensores importantes são


empregados medidores e transmissores de
vazão?
____________________________________
Instrumentação I – Pág. 29 / 63.
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Classificação de medida de nível


Tecnologia aplicada Líquidos Sólidos
Medição por visores
x x
de nível
Medição por bóias e
x
flutuadores
Medição por contatos
x
de eletrodos
Medição por sensor
x
por contato
Medição por unidade
x
de grandeza
Medição por
x X
capacitância
Medida Direta

Medição por empuxo X


Medição por pressão
hidrostática
Medição por célula
d/p CELL
Medição por caixa de
X
diafragma
Medição por tubo em
U
Medição por
borbulhamento
Medição por
x X
radioatividade
Medição por ultrasson x X
Medição por vibração x X
Medição por pesagem x X

Instrumentação I – Pág. 30 / 63.


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Medida de nível direta exercida P, a qual é definida por P = h.d. Isso


é empregado em tanques não pressurizados.
A medida é realizada tendo como
referência o nível superior. São empregados
réguas, visores de nível e bóias, podendo ser
contínuo ou discreto.

Régua ou gabarito

Consiste numa regra graduada com


comprimento adequado ao reservatório que
permite a leitura direta sobre a mesma.

Visores de nível
Para facilidade de manutenção e
acesso ao instrumento o transmissor pode
Nos visores de nível, emprega-se o
ser instalado abaixo do tanque, porém o nível
princípio de vasos comunicantes. O nível é
indicado poderá ser superior. A figura mostra
observado por um visor de vidro, com escala
a medida de nível por pressão hidrostática
graduada acompanhando o visor. Tem como
com supressão zero.
característica a simplicidade, baixo custo e
precisão. A medida pode ser realizada tanto
em tanques abertos como fechados.

Bóia ou flutuador

A figura mostra o emprego de uma


boia para medida de nível. A boia fica
conectada a um contrapeso, o qual indica o
nível numa escala. A boia é empregada,
geralmente, em tanques abertos. Medida de nível por pressão diferencial
em tanques pressurizados

A figura mostra a medida de nível


realizada por pressão diferencial em tanques
pressurizados. A pressão que atua na
câmara de alta pressão é a soma da pressão
da superfície do líquido e da coluna de
líquido no fundo do reservatório. A câmara de
baixa pressão é conectada na tubulação de
impulso da parte superior do tanque. Mede-
se somente a pressão sob a superfície do
Medida de nível indireta líquido.
Outras grandezas físicas, tais como
pressão, empuxo e radiação são usados para
indicar o nível indiretamente.

Medida de nível por pressão hidrostática

A figura mostra a medida de nível por


pressão hidrostática. A altura da coluna do
líquido h indica o nível segundo a pressão

Instrumentação I – Pág. 31 / 63.


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Medida de nível por empuxo
Na figura mostra-se um sistema de
medida de nível com selagem (para fluidos Utiliza-se um deslocador, que sofre o
corrosivos), no qual deve ser feita uma empuxo do nível de um líquido, transmitindo
elevação, a qual consiste em anular a para um indicador esse movimento conforme
pressão da coluna líquida na tubulação de o nível. Assim, para diferentes alturas, tem-
impulso da câmara de baixa pressão do se diferentes variações de empuxo pela
transmissor de nível. tensão provocada no dispositivo. A figura (a)
mostra deslocamentos diferentes em função
da quantidade de água, assim como as
medidas.

Medida de nível por borbulhador Medida de nível por capacitância

A figura mostra o sistema de O medidor de nível capacitivo mede


borbulhador. Esse sistema detecta nível de as capacitâncias do capacitor formadas pelo
líquidos viscosos e corrosivos, sendo eletrodo submergido no líquido em relação às
possível instalar o medidor a distância, paredes do tanque. O elemento sensor,
inclusive. geralmente, é uma haste ou cabo flexível de
Uma válvula libera ar ou gás com metal, conforme mostra a figura.
vazão constante no fundo do tanque. A
pressão do conduto é medida e varia de A medida de nível por capacitância
acordo com o nível da coluna líquida. Quanto pode ser feita sem contato. A sonda consiste
maior for a pressão, maior será o nível do num disco que é uma das placas do
tanque. capacitor e a outra é a superfície do produto
ou a base do tanque. Podem ser usados dois
tubos concêntricos mergulhados no tanque,
sendo o externo aberto e o interno fechado.
Quanto mais líquido tiver no tubo externo,
maior será o valor da capacitância.

À medida que o nível do tanque


aumenta, o valor da capacitância também
aumenta devido ao dielétrico ar ser
substituído pelo líquido. A capacitância é
convertida por um circuito eletrônico numa
corrente elétrica, sendo este sinal indicado
num medidor.

Instrumentação I – Pág. 32 / 63.


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Medida de nível descontínua

É empregada para alarme e


segurança e para definir nível alto ou baixo.
A medida de nível descontínua emprega a
propriedade condutiva de líquidos, sendo
mergulhados eletrodos metálicos de
comprimentos diferentes. Para ocorrer
condução, o nível de líquido deve atingir o
Medida de nível por ultrassom último eletrodo. Assim, a lâmpada acenderá
Os dispositivos ultrassônicos podem indicando o nível máximo, conforme se
ser empregados tanto para medida de nível observa na figura.
contínua como para descontínua. A figura mostra o sistema que
Normalmente, são empregados no topo, sem emprega uma boia acoplada a contatos
contato com o produto a ser medido. Ao elétricos, porém outros sensores eletrônicos
emitir o som, o aparelho calcula o tempo de como do tipo capacitivo ou ultrassônico,
retorno para avaliar o nível. Se o tempo for podem ser utilizados, pois são mais
maior, indica um nível menor de líquido. A sensíveis.
figura apresenta o funcionamento do sensor
de nível ultrassônico.

Medida de nível por radar

O radar emite pulsos


eletromagnéticos de alta frequência ao alvo a
ser detectado, conforme mostra a figura. A
distância entre a antena e a superfície é
calculada em função do tempo de atraso
entre o sinal emitido e a recepção do mesmo.
Esse tipo de medidor tem imunidade a efeitos
provenientes de gases, pó e espuma entre a
superfície e o detector, porém, tem custo
relativamente alto.

Exercícios

1. O que é uma medida de nível contínua?


____________________________________
____________________________________
____________________________________

2. O que é uma medida de nível discreta?


____________________________________

Instrumentação I – Pág. 33 / 63.


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____________________________________ 11. Como é realizada a medida de nível por
____________________________________ radar?
____________________________________
3. Diferencie medidas feitas com régua ou ____________________________________
gabarito de visores de nível.
____________________________________ 12. Para que aplicações podem ser
____________________________________ empregadas medidas de nível descontínuas?
____________________________________ ____________________________________
____________________________________
4. Quais grandezas são usadas também para ____________________________________
medida de nível de forma indireta?
____________________________________ Metrologia
____________________________________
____________________________________ Noções de metrologia

5. O que é medida de nível por pressão Metrologia é ciência que estuda a


medição. Ela trata do estudo e aplicação dos
hidrostática?
meios adequados à quantificação de
____________________________________
magnitudes tais como: comprimento, ângulo,
____________________________________ massa, tempo, velocidade, temperatura, etc.
____________________________________ A Execução de uma medição é um
procedimento experimental onde o valor de
6. O que é medida de nível por pressão uma grandeza físico será apurado por
diferencial em tanques abertos? comparação com a grandeza de referência.
____________________________________ Para executarmos uma medição, três
____________________________________ condições são necessárias:
____________________________________  A existência de um sistema
numérico.
7. O que é medida de nível por pressão  A definição da grandeza da medida.
diferencial em tanques pressurizados?  Estabelecimento da unidade de
____________________________________ base.
____________________________________ Instrumento de Medição é um aparelho
destinado a fazer medições, sozinho ou
____________________________________
complementado por outro equipamento.
8. Como é realizada a medida de nível por Papel da metrologia no sistema da
empuxo? qualidade
____________________________________
____________________________________ O desempenho satisfatório de um
____________________________________ sistema da qualidade depende,
fundamentalmente, da avaliação ou
9. Como é realizada a medida de nível por quantificação de características específicas
capacitância? de processos ou produtos. Estas
____________________________________ características constituem as variáveis de
____________________________________ interesse. Observe abaixo o ciclo de
____________________________________ gerenciamento convencional das atividades
que compõem um Sistema de Qualidade.
Destaca-se o papel do processo de medição
10. Como é realizada a medida de nível por para o efetivo funcionamento do sistema.
ultrassom?
____________________________________ NBR ISO 9001:2000
____________________________________

Instrumentação I – Pág. 34 / 63.


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O que significa ISO? NBR ISO 9000:2000: Sistemas de gestão da
qualidade – Fundamentos e vocabulário.
ISO vem do grego isos e significa
igualdade, homogeneidade ou uniformidade. Etapas para obtenção do certificado
Ao contrário do que muitos pensam, ISO não
vem da abreviatura de International A obtenção da certificação tem um
Organization for Standardzation. Até a prazo médio de 12 meses e engloba as
edição de 1994 existiam 3 normas (ISO seguintes etapas:
9001, ISO 9002 e ISO 9003) passíveis de 1. Decisão e compromisso gerencial.
certificação. A ISO 9001 era aplicada quando 2. Indicação dos responsáveis: grupo
a empresa necessitar garantir a dirigente, coordenadores de setores,
conformidade em relação às atividades de divulgação para toda empresa, e
projeto, desenvolvimento, produção, definição dos termos da auditoria.
instalação e serviços associados. É a mais 3. Início das auditorias internas, indicação
completa de todas, possuindo 20 requisitos das áreas a serem melhoradas e
básicos. estabelecimento do grupo de
A ISO 9002 era aplicada quando a documentação.
empresa necessitar garantir a conformidade 4. Primeiro esboço do Manual da
em relação às atividades de produção, Qualidade: procedimentos para as
instalação e serviços. A ISO 9003 era melhorias recomendadas, articulação e
aplicada quando a empresa necessitar aprovação dos procedimentos,
garantir a conformidade em relação, implementação dos procedimentos.
somente, à inspeção e ensaios finais. Com a 5. Procedimentos estabelecidos e
edição das normas em 2000, estas três documentados.
normas foram agrupadas em somente uma, 6. Visita inicial do órgão certificador:
denominada de ISO 9001:2000. revisão e aprovação do Manual da
Qualidade, auditorias e ações
O que significa Certificado ISO corretivas.
9001:2000? 7. Pré-auditoria: correção das deficiências
e não conformidades.
Consiste em uma avaliação geral do 8. Auditoria final.
sistema da qualidade das empresas por uma 9. Certificação, a ser efetuada por um
entidade especializada e independente. Após órgão ou empresa credenciada como
as visitas de auditoria (normalmente três a certificador, obrigatoriamente
cinco dias) os auditores informarão à independente da ISO.
empresa se esta atende às exigências dos
requisitos ISO 9001:2000. Os seguintes Uma vez conseguida a certificação,
documentos compõem a família ISO reconhecida internacionalmente e com
9001:2000: validade para três anos, o órgão certificador
executará auditorias periódicas em intervalos
NBR ISO 9001:2000: Sistemas de gestão da de seis meses. Ao final do período de três
qualidade - Requisitos anos, o sistema da qualidade é reavaliado,
NBR ISO 9004:2000: Sistemas de gestão da inclusive considerando-se os resultados das
qualidade – Diretrizes para melhorias de visitas semestrais, que podem determinar até
desempenho na redução do número de dias de avaliação
requerido em comparação ao da avaliação
NBR ISO 19011:2002: Diretrizes para inicial.
auditorias de sistema de gestão da qualidade
e/ou ambiental Terminologia na metrologia (Segundo
portaria Inmetro No 029 de 10/03/1995 )
ABNT NBR ISO 10012:2004: Comprovação
Metrológica para Equipamentos de Medição A seguir iremos mostrar os termos
mais utilizados dentro da área de

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instrumentação de acordo com V.I.M. - PADRÃO PRIMÁRIO - Padrão que é
Vocabulário Internacional de Termos designado ou amplamente reconhecido como
Fundamentais e Gerais de Metrologia. tendo as mais altas qualidades metrológicas
e cujo valor é aceito sem referência a outros
AJUSTE - Operação destinada a fazer com padrões de mesma grandeza.
que um instrumento de medição tenha
desempenho compatível com seu uso. PADRÃO SECUNDÁRIO - Padrão cujo valor
é estabelecido por comparação com padrão
CALIBRAÇÃO - Conjunto de Operações que primário da mesma grandeza.
estabelece, sob condições especificadas, a
relação entre os valores indicados por um PADRÃO DE REFERÊNCIA - Padrão,
instrumento de medição ou sistema de geralmente tendo a mais alta qualidade
medição ou valores representados por uma metrológica disponível em um dado local ou
medida materializada ou material de em uma dada organização, a partir do qual
referência, e os valores correspondentes das as medições lá executadas são derivadas.
grandezas estabelecidos por padrões.
PADRÃO DE TRABALHO - Padrão utilizado
ERRO - Resultado de uma medição menos o rotineiramente para calibrar ou controlar
valor verdadeiro do mensurando. medidas materializadas, instrumentos de
medição ou materiais de referência.
ESTABILIDADE - Aptidão de um instrumento
de medição em conservar constantes suas PADRÃO DE TRANSFERÊNCIA - Padrão
características metrológicas ao longo do utilizado como intermediário para comparar
tempo. padrões.

EXATIDÃO - Grau de concordância entre o REPETITIVIDADE DAS MEDIÇÕES - Grau


resultado de uma medição e um valor de concordância entre os resultados de
verdadeiro do mensurando. medições sucessivas de um mesmo
GRANDEZA - Atributo de um fenômeno, mensurando efetuadas sob as mesmas
corpo ou substância que pode ser condições de medição.
qualitativamente distinguido e
quantitativamente determinado. REPRODUTIBILIDADE DAS MEDIÇÕES -
Grau de concordância entre os resultados
GRANDEZA DE INFLUÊNCIA - Grandeza das medições de um mesmo mensurando,
que não é o mensurando, mas que afeta o efetuadas sob condições variadas de
resultado da medição deste. medição.

INCERTEZA DA MEDIÇÃO - Parâmetro, RESOLUÇÃO - Menor diferença entre


associado ao resultado de uma medição, que indicações de um dispositivo mostrador que
caracteriza a dispersão dos valores que pode ser significativamente percebida.
podem ser fundamentalmente atribuídos a
um mensurando. RASTREABILIDADE - Propriedade de um
MENSURANDO - Grandeza submetida à resultado de medição ou do valor de um
medição. padrão estar relacionado a referências
estabelecidas, geralmente padrões nacionais
PADRÃO - Medida materializada, ou internacionais, através de uma cadeia
instrumento de medição, material de contínua de comparações, todas tendo
referência ou sistema de medição destinado incertezas estabelecidas.
a definir, realizar, conservar ou produzir uma
unidade ou um ou mais valores conhecidos TEMPO DE REPOSTA - Intervalo de tempo
de uma grandeza para servir como entre o instante em que um estimulo é
referência. submetido a uma variação brusca e o
instante em que a resposta atinge e

Instrumentação I – Pág. 36 / 63.


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permanece dentro de limites especificados critérios de aceitação e a ação a ser tomada
em torno do seu valor final estável. quando os resultados forem insatisfatórios.
d) Identificar equipamentos de inspeção,
NBR ISO 9001:2000 e metrologia medição e ensaios com um indicador
adequado, ou registros de identificação
As empresas que pretendem se qualificar aprovados, para mostrar a situação da
conforme a NBR ISSO 9001:2000 tem que calibração.
demonstrar proficiência em metrologia, e) Manter registros de calibração para os
atendendo aos requisitos do item 4.11. O equipamentos de inspeção, medição e
item 4.11 é subdividido em 2 sub-itens: ensaios.
f) Avaliar e documentar a validade dos
Generalidades resultados de inspeção e ensaios anteriores
quando os equipamentos de inspeção,
O fornecedor deve estabelecer e medição ou ensaios forem encontrados fora
manter procedimentos documentados para de calibração.
controlar, calibrar e manter os equipamentos g) Assegurar que as condições ambientais
de inspeção, medição e ensaios (incluindo sejam adequadas para calibrações,
software de ensaio) utilizados pelo inspeções, medições e ensaios que estejam
fornecedor para demonstrar a conformidade sendo executados.
do produto com os requisitos especificados. h) Assegurar que o manuseio, preservação
Os equipamentos de inspeção, medição e e armazenamento dos equipamentos de
ensaios devem ser utilizados de tal forma, inspeção, medição e ensaios sejam tais, que
que assegurem que a incerteza das a exatidão e a adequação ao uso sejam
medições seja conhecida e consistente com mantidas.
a capacidade de medição requerida. i) Proteger as instalações de inspeção,
medição e ensaios, incluindo tanto materiais
e equipamentos como software para ensaios,
Procedimento de controle contra ajustes que possam invalidar as
condições de trabalho.
O fornecedor deve:
Nota: O sistema de comprovação metrológica
a) Determinar as medições a serem feitas e para equipamentos de medição da ABNT
a exatidão requerida e selecionar os NBR ISO 10012 pode ser usado como
equipamentos apropriados de inspeção, orientação.
medição e ensaios com exatidão e precisão
necessárias ABNT NBR ISO 10012:2004
b) Identificar todos os equipamentos de
inspeção, medição e ensaios que possam Objetivos
afetar a qualidade do produto e calibrá-los e
ajustá-los a intervalos prescritos ou antes do Objetivo desta norma é:
uso, contra equipamentos certificados que  Assegurar que medições sejam
tenham uma relação válida conhecida com realizadas com a exatidão
padrões nacional ou internacional pretendida.
reconhecidos. Quando não existirem tais  Especificar as principais
padrões, a base utilizada para calibração características do sistema de
deve ser documentada. comprovação a ser utilizado para os
c) Definir os procedimentos empregados equipamentos de medição do
para a calibração de equipamentos de fornecedor.
inspeção, medição e ensaios, incluindo  Aplicar-se apenas a equipamentos
detalhes como: tipo do equipamento, de medição utilizados na
identificação única, localização, freqüência demonstração da concordância
de conferência, método de conferência, com a especificação.

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Obs.: ABNT NBR ISO 10012:2004 não se Diretrizes para determinação de intervalos
abrange extensivamente outros elementos de comprovação para equipamentos de
que possam afetar resultados de medições, medição.
como: métodos de medição, competência do
pessoal, etc... De acordo com a Norma NBR ISO
10012:2004, um grande número de fatores
Onde aplicar a ABNT NBR ISO 10012:2004? influência a frequência de calibração. Os
mais importantes, são:
 Laboratórios de ensaio.  Tipo de equipamento
 Prestadores de serviço de aferição.  Recomendações do fabricante
 Laboratórios possuidores de um  Dados de tendência conseguidos
sistema da qualidade em por registros de aferições anteriores
conformidade com o ISO Guide 25.  Registro histórico de manutenção e
 Fornecedores de produtos serviços assistência técnica
possuidores de um sistema da  Extensão e severidade de uso
qualidade no qual resultados de  Tendência a desgaste e derivação.
medição são utilizados para  Frequência de verificação cruzada
demonstrar conformidade com com outros equipamentos de
requisitos especificados nas medição, em especial, padrões de
normas ISO 9001:2000. medição.
 Outras organizações.  Frequência e formalismo das
aferições em uso
Os requisitos da ABNT NBR ISO 10012:2004  Condições ambientais
estão descritos nos seguintes itens da (temperatura, umidade, vibração e
norma: etc.)
 Exatidão pretendida da medição.
1. Objetivo e campo de aplicação.
2. Referências normativas.  Consequências de um valor medido
3. Termos e definições. incorretamente ser aceito como
4. Requisitos gerais. correto devido a defeito do
5. Responsabilidade da direção. equipamento.
5.1 Função metrológica.
5.2 Foco no cliente. De modo geral, não se pode ignorar o custo
5.3 Objetivos da qualidade. ao se determinar os intervalos de
5.4 Análise crítica pela direção. comprovação, tornando-se este, portanto um
6. Gestão de recursos. fator limitador. Existem dois critérios básicos
6.1 Recursos humanos. e opostos que precisam estar em equilíbrio
6.2 Recursos de informação. quando da decisão sobe os intervalos de
6.3 Recursos materiais. comprovação para cada equipamento de
6.4 Fornecedores externos. medição. São eles:
7. Comprovação metrológica e
realização do processo de medição.  Risco de o equipamento de
7.1 Comprovação metrológica. medição não estar em
7.2 Processo de medição. conformidade com a especificação,
7.3 Incerteza de medição e quando em uso, dever ser tão
rastreabilidade. pequeno quanto possível.
8. Análise e melhoria do sistema de  Os custos de comprovação devem
gestão de medição. ser mantidos no mínimo.
8.1 Generalidades.
8.2 Auditoria e monitoramento. Escolha inicial dos intervalos de
8.3 Controle de não-conformidades. comprovação
8.4 Melhoria.
A base para a decisão inicial na
determinação de intervalos de comprovação
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é invariavelmente, a chamada intuição Método do tempo de uso
técnica. Alguém com experiência em
medições em geral ou no equipamento de Este método é uma variação dos
medição a ser comprovado em particular e, métodos anteriores. O método básico
de preferência, com conhecimento de permanece inalterado, mas o intervalo de
intervalos usados por outros laboratórios, faz comprovação é expresso em horas de uso
uma estimativa para cada equipamento, ou em vez de meses decorridos.
grupo de equipamentos, quanto à extensão
de tempo em que ele deve-se manter dentro Normas para tagueamento
da tolerância após a comprovação. Os
fatores a serem considerados são: Generalidades
Recomendação do fabricante do O propósito desta norma é
equipamento: estabelecer uma padronização, visando a
 Extensão e severidade de uso uniformização dos procedimentos para
 Influência do ambiente identificação de instrumentos e
equipamentos, bem como da Simbologia de
 Exatidão pretendida pela medição
Instrumentação, conforme a norma ISA S5.1,
Métodos para análise crítica dos 5. 2 , 5.3 e 5.4 (1992).
intervalos de comprovação
Público alvo
Um sistema que mantém intervalos de
Destina - se a todas as pessoas
comprovação sem análise crítica,
envolvidas, direta ou indiretamente, com o
determinada tão somente pela intuição
gerenciamento de projetos, controle e
técnica, não é considerado suficientemente
confiável. Uma vez que a comprovação automação de processos, especialistas em
processos produtivos, ou outros que de
esteja estabelecida de forma rotineira, deve
alguma forma estariam ligados às descrições
ser possível um ajuste nos intervalos, a fim
e/ou especificações de um determinado
de se otimizar o equilíbrio entre riscos e
custos, como já foi mencionado. processo de tagueamento de uma planta,
onde são necessários identificar os
Existe uma gama de métodos
equipamentos e instrumentos de controle
disponíveis para análise crítica dos intervalos
utilizados.
de comprovação. Não existe um método
ideal adequado a toda a gama de
Aplicações industriais
equipamentos existentes.
Método do ajuste automático
Esta norma deve ser utilizada para:
Cada vez que um equipamento é  Fluxogramas de Processos.
comprovado de forma rotineira, o intervalo  Diagramas de Instrumentação e
subsequente pode ser estendido, caso seja Tubulação.
considerado dentro dos limites de tolerância,  Diagramas de Sistemas de
ou reduzido, se estiver fora destes limites. Instrumentação.
 Listas de Instrumentos /
Método do gráfico de controle Equipamentos, Especificação
Técnica para Compras, etc.
São escolhidos os mesmos pontos de  Identificação de Instrumentação e
calibração de cada comprovação e os Equipamentos.
resultados são levados a um gráfico em  Desenhos ligados a instruções de:
função do tempo. A partir do gráfico são instalação, manutenção e
analisadas as dispersões e conforme os operação.
resultados das mesmas faz-se à mudança no  Diagramas de Loops de controle e
intervalo de comprovação. outros congêneres.

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Antes de apresentarmos os formatos e estão envolvidos todos os demais locais que
características do código de identificação do serão objetos de estudos de divisão para
que denominamos de TAGNAME, vamos efeito de tagueamento. Portanto, a Planta
abordar sucintamente as características da concentra todos os locais existentes na
Estrutura Hierárquica da Planta, ou as implantação, os contenham ou não
divisões que podemos efetuar em uma elementos que serão objetos de identificação
determinada planta de Processos para que Intencional, ou seja, que devem ser
possamos aplicar regras lógicas que tagueados.
permitam uma identificação sem a ocorrência
de multiplicidade de equipamentos ou Área
instrumentos com o mesmo nome. Isto é
muito importante para a implantação de um A área define dentro da região um
sistema de qualidade, evitando assim, uma setor específico, que será tomada como uma
não conformidade devido à duplicidade de identidade e submetida a subdivisões que
tags. permitam de forma lógica uma divisão que
procura contemplar a execução de atividades
Estrutura hierárquica da planta específicas do processo.

0bjetivos Setor

Como objetivo de auxiliar a definição O Setor divide dentro da área locais


e os procedimentos que interligam uma específicos de execução de urna fase do
planta de processo, com os recursos que processo. Dentro do setor podem ou não
este possui, tais como: tanques, vasos, existir vários equipamentos de operação
válvulas, instrumentos, painéis e outros, diversificada que podem ter sua identidade
torna-se necessário adotarmos uma filosofia própria.
que permita dividir hierarquicamente todas as
partes de uma planta de processos, ou seja, Grupo
uma fábrica em sua totalidade ou somente as
partes de interesse, em atendimento ao O grupo define o menor conjunto do
projeto a ser desenvolvido. processo que possui em geral a
Esta filosofia a qual chamaremos de característica de executar urna tarefa
ESTRUTURA HIERÁRQUICA DA PLANTA, definida. Assim sendo, pode ser urna
explica quais são as divisões suficientes, máquina ou um conjunto de equipamentos
para definir, de forma clara e objetiva uma que execute uma função específica. Por
dada área produtiva na sua totalidade ou exemplo um grupo de tanques que contenha
parcialmente. suas bombas, agitadores, motores,
Com o intuito de adotarmos uma indicadores, transmissores ou outros
terminologia o mais simples quanto possível medidores ou ainda uma ou várias malhas de
listamos a seguir, os cincos (5) termos mais controles relativas a este grupo de tanques.
comuns sem prejuízo das sugestões das
normas oficiais. São estes: Instrumentos / equipamentos
• PLANTA
• ÁREA São os componentes físicos que
• SETOR estão contidos no Processo, compondo todas
• GRUPO as suas partes funcionais. Estes dispositivos
• INSTRUMENTOS/ podem ser classificados como segue:
EQUIPAMENTOS
Equipamentos
Planta
Bombas, vasos, tanques, vibradores,
O termo Planta define por si só a misturadores, pasteurizadores, silos,
implantação como um todo. Dentro da planta motores, clarificadoras, máquinas diversas e

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muitas outros. Equipamentos são portanto, Este documento vai permitir definir a
todos os recursos que uma bomba , por localização dos equipamentos e instrumentos
exemplo , têm para realizar urna determinada de um modo geral, por possuírem códigos
tarefa produtiva mesmo que esta seja ligada que direcionam a sua localização.
indiretamente à fabricação de um No segundo documento deverão constar
determinado produto. simbolicamente todos os elementos e seus
relacionamentos com os processos. Estes
documentos podem também descrever
Instrumentos simbolicamente um setor de utilidades e vai
nos permitir definir a identidade dos
Indicadores, controladores, equipamentos, ou seja, o local e a função
registradores, sensores, variadores, especifica que a mesmo está efetuando.
atuadores, transmissores, conversores, A importância destes documentos
válvulas de controle e etc. instrumentos são, transcende ao tagueamento, pois o mesmo
portanto, todos os dispositivos utilizados para também será à base dos sinópticos
medir, registrar, monitorar e / ou controlar as operacionais que poderão ser desenvolvidos
variáveis de processo de uma determinada nas telas das interfaces homem máquina
planta industrial ou não. (monitores de Sistemas Supervisórios ou
outros).
Sufixo Portanto é de suma importância que
este documento sofra o menor número de
O sufixo é um caractere alfanumérico mudanças, e que possua o maior número de
que será aplicado no final do código que detalhes referentes às variáveis de controle
compõe o Tagname sendo de aplicação do processo, tais como : potência dos
opcional e destinada a definir aplicações ou motores, set-points de temperatura ou
localizações, eventos, como por exemplo: um pressão, dados de vazão, nível e outras, bem
local onde na planta temos mais que uma como as tolerâncias máximas permitidas
unidade fabril e queremos evitar a ocorrência para cada variável .
de Tagnames idênticos. Podemos utilizar o
sufixo para melhor identificar a aplicação e Tagname
localização de determinados instrumentos e
equipamentos. Objetivos

Como vimos o Tagname é um código


Divisão da fábrica para tagueamento alfanumérico, cuja finalidade é a de identificar
equipamentos ou instrumentos, dentro de
A fim de que se promova o uma planta de processos. Com ele podemos
tagueamento, dois documentos básicos, são saber quais são os recursos, ou seja,
necessários: equipamentos e instrumentos componentes
de um processo produtivo, de uma malha de
 Lay-out Geral da Unidade Fabril controle, de um loop de controle de uma
(Planta) máquina de um grupo de máquinas de uma
 Fluxograma Operacional ou planta ou um grupo de plantas e como este
Fluxogramas de Processos controle está sendo executado.
O Tagname também é a identificação
No primeiro documento deverão física de um instrumento ou equipamento.
constar todos os locais onde serão Por meio deste podemos localizar onde o
implantados equipamentos instrumentos, instrumento / equipamento está instalado, se
sejam eles, prédios ou parte de prédios, que há painel, se instalado no campo ou numa
estejam ou não ligados diretamente ao sala de controle, se faz parte de uma tela de
processo, independentemente de vir a serem um Sistema Supervisório etc.
considerados objeto das regras de Para isto, o Tagname deve ser
tagueamento. flexível, possuindo um código tal, que este

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possa ser facilmente lembrado, escrito e tanto os equipamentos, elementos ou
trabalhado, não demasiado longo. instrumentos da mesma área recebam
Esta norma pretende tornar livre e igualmente os mesmos dígitos de
flexível a identificação de elementos, porém identificação de área, setor e grupo.
deve-se ter em mente que o bom senso
sempre deverá estar presente num trabalho Formato do Tagname
consciente; portanto cuidado com tags
confusos, ou aleatórios, longos demais e na De acordo com a International Society
possibilidade de tags iguais ou coincidentes, for Measurement and Control norma ISA -
difíceis de interpretar e etc. S5.1 e a ABNT norma NBR-8190, é sugerido
A qualidade de um bom projeto o seguinte formato:
depende do grau de exatidão e confiabilidade
de sua documentação técnica, portanto o
Tagname deve ser definido no início do
mesmo, para não se perder o exato controle
das informações, necessárias para o bom
andamento dos trabalhos. Portanto sempre
que uma implantação seja realizada a
aplicação das regras de identificação
poderão ser utilizadas independentemente
do porte da implantação. Procedimentos para a formação das letras
Não é necessário para a aplicação do de prefixo do tagname de instrumentos
Tagname que sejam obrigatoriamente
definidos Tagnames para as áreas já A identificação funcional é formada
existentes, estejam elas tagueadas ou não, o por um conjunto de letras cujo significado é
importante é verificar se há ocorrência de dado na tabela em anexo. A primeira letra
equipamentos ou instrumentos que coincida identifica a variável medida ou iniciadora.
com o número de Tagname a ser definido na São letras que identificam qual é o tipo de
nova implantação. medição ou indicação que se esta efetuando.
Fica claro que uma vez definido os Assim um controle de temperatura inicia com
principais números do Tagname, ou seja, a letra “T”, o mesmo para pressão “P”, as
Número da Área, número do Setor e Grupo, demais letras são representadas conforme
estes devem sempre ser indicados no código indicado na tabela em anexo na coluna
de identificação do equipamento ou do “Variável Medida ou Inicial”.
instrumento. As letras subsequentes identificam as
funções do instrumento ou ainda fazem o
Tagname para instrumentação papel letras modificadoras, pois modificam o
nome original do instrumento.
O Tagname para instrumentação, Por exemplo um TE, tem sua primeira
deve apresentar a mesma filosofia que o letra identificando a variável temperatura e a
Tagname para equipamentos, ou seja, segunda letra E chamada de subsequente,
identificar a sua função e a localização do no caso um elemento primário, que pode ser
instrumento numa malha de controle ou um sensor de temperatura seja PT-100 ou
medição. termopar ou outro princípio de medição de
Formado por um código alfanumérico, temperatura.
onde cada instrumento é identificado Outro exemplo, um FI = Indicador de
primeiramente por um prefixo de letras. Este Vazão, tem como primeira letra a variável
prefixo inicial identifica e classifica vazão = F. Ao acrescentarmos a letra Q,
intencionalmente o instrumento. Os dígitos coluna “Modificadora”, esta modificará o
subsequentes localizam o instrumento. Esta nome original do FI, pois acrescenta ao
localização deverá ser sempre coerente com instrumento um dispositivo de Totalização,
a sistemática adotada para o Tagname dos portanto ficando a identificação funcional =
elementos ou equipamentos, de forma que FQI.
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A identificação funcional é Como no caso de um LILL, onde se
estabelecida de acordo com a função do deseja explicar que o instrumento está
instrumento e não de acordo com sua indicando um nível muito baixo, utilizam-se
construção. De maneira que um registrador uma quarta letra, um “L” de “low”. Veja que
de pressão diferencial quando usado para se o instrumento indicasse apenas um
registrar a vazão é identificado por FR. Se alarme de nível baixo, teríamos: LIL.
um indicador de pressão ou um pressostato O caso acima mostra que é possível
forem conectados num tanque onde se incluir-se uma quarta letra na identificação
deseja indicar nível e um alarme de nível por intencional do instrumento, sendo que esta
chave, estes são identificados com LI e LS, opção deve ser apenas utilizada em casos de
respectivamente. extrema necessidade.
A primeira letra da identificação A sequência de formação da
funcional é selecionada de acordo com a identificação Intencional de um instrumento é
variável medida e não a variável manipulada. a seguinte:
A variável manipulada é a variável controlada A primeira letra deve sempre indicar a
pela variável medida. Logo, uma válvula de variável medida. Veja a coluna, “Variável
controle que varia a vazão para controlar um medida ou Inicial" na Tabela em anexo. Se a
nível, comandada por um controlador de primeira letra possuir sua função modificada,
nível, é identificada como LV e não FV. veja a coluna Modificadora.
As letras subsequentes identificam as As letras subsequentes indicam as
funções do instrumento, podendo ser: funções do instrumento na seguinte ordem:
• Funções passivas – elemento a) Letras que designam funções passivas ou
primário, orifício de restrição, poço; de informação, veja a coluna "função de
• Funções de informação - informação ou passiva” na tabela em anexo.
indicador, registrador, visor; b) Letras que designam funções ativas ou
• Funções ativas ou de saída - saídas, veja a coluna "função final".
controlador, transmissor, chave e c) Letras que modificam a função do
outros; instrumento ou que funcionam como
• Funções modificadoras - alarmes complemento de explicação de função, veja a
ou indicação de instrumento coluna "Modificadora" dentro da coluna de
multifunção. letras subsequentes.
Se houver letras modificadoras, estas
As letras subsequentes usadas como devem ser colocadas imediatamente após a
modificadoras podem atuar ou complementar letra que modificam.
o significado da letra precedente. A letra A identificação funcional deve ser
modificadora modifica a primeira letra ou uma composta de no máximo três (3) letras.
das subsequentes.
Uma Quarta letra somente será identificação funcional. Assim um
permitida no caso de extrema transmissor registrador de razão de
necessidade de explicar vazões, com uma chave atuada pela
completamente qual é a função do razão, em fluxogramas, pode ser
instrumento: identificado por dois círculos
a) Para instrumentos mais tangenciais (vide símbolos gerais de
complexos, as letras podem ser instrumentação), contendo as
divididas em subgrupos. identificações FFRT e FFS. Em outros
b) No caso de um instrumento com documentos, onde são usados
indicação e registro da mesma símbolos gráficos, o instrumento pode
variável, a letra I, pode ser ser identificado por FFRT / FFS.
omitida. Todas as letras da identificação
funcional, devem ser maiúsculas. A
Um instrumento complexo, com tabela, a seguir, é a transcrição original
diversas medições ou funções, pode da norma ISA- 55.
ser designado por mais de urna

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1ª Letra Letras Subsequentes
Variável de Letra de Função de Função de Letra de
Letras
Medida Modificação Leitura Passiva Saída ou Final Modificação
A Analisador (4) Alarme
Queimador
B Indefinida Indefinida Indefinida
(Chama)
Condutibilidade
C Controlador
Elétrica
Densidade ou
D Diferencial (3)
Peso Específico
Elemento
E Tensão (Fim)
Primário
Razão (Fração)
F Vazão
(3)
Medida
G Visor (7)
Dimensional
Comando
H Alto (5, 11, 12)
Manual
Corrente Indicação ou
I
Elétrica Indicador
J Potência Varredura
Tempo ou Estação de
K
Programa Controle
Baixo (5, 11,
L Nível Lâmpada Piloto
12)
Médio ou
M Umidade Interm. (5, 11,
12)
N
Orifício de
O
Restrição (8)
P Pressão Ponto de Teste
Q Quantidade Integração (3)
R Radiotividade Registrador
Velocidade ou Chave ou
S Segurança (6)
Frequencia Interruptor
T Temperatura Transmissor
Multivariáveis
U Multifunção Multifunção Multifunção
(1)
V Viscosidade Válvula
W Peso ou Força Poço
Não Não Não
X (2)
classificada classificada classificada
Relê ou
Y Computador (9,
10)

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Elemento Final
Z Posição
de Controle

Notas da tabela
5. O uso dos termos modificadores alto,
1. O uso da letra U para variáveis ou baixo, médio ou intermediário e
instrumentos que executam varredura é preferido, porém opcional.
multifunção, em lugar de uma Muito utilizado para explicar se uma
combinação de letras, é opcional. variável apresenta uma determinada
2. A letra não classificada X é própria condição de alarme, como por exemplo
para indicar variáveis que serão usadas um TAL, um instrumento que indica um
somente uma vez. Se usada como alarme baixo de temperatura. Note que
primeira letra, poderá ter qualquer a letra A funciona como letra de função
significado, e qualquer significado passiva, pois na realidade o
como letra subsequente. Por exemplo: instrumento pode ser um simples
Um XR pode ser um registrador de indicador de temperatura, onde não é
amplitude; ou um TX pode ser um P/I importante dizer que este também
ou um I/P, montado no corpo de uma indica, caso contrário sua
válvula de controle de temperatura, ou representação seria TIAL= indicador de
pode estar montado no campo. Outro temperatura com alarme de
exemplo, um XR pode ser um temperatura baixa.
registrador de tensão mecânica, e etc. 6. O termo segurança se aplicará
3. Qualquer primeira letra se usada em somente para elementos primários de
combinação com as letras proteção de emergência. Então, uma
modificadoras D (diferencial), F (vazão) válvula auto - operada que previne a
ou Q (Totalização ou integração), ou operação de um sistema acima da
qualquer combinação delas, pressão desejada, aliviando a pressão
representará uma nova variável medida do sistema, será uma PCV, mesmo que
e a combinação será tratada como a válvula não opere continuamente, ou
primeira letra seja, uma válvula proporcional.
4. A primeira letra A, para analise, Entretanto esta válvula receberá a
cobre todas as análises não listadas na representação de PSV se for usada
Tabela. Cada tipo de análise deverá para proteger o sistema contra
ser definida fora do seu círculo de condições de emergência, isto é,
identificação no fluxograma símbolos condições que colocam em risco o
tradicionalmente conhecidos como pH, pessoal e o equipamento, ou ambos, e
02 e CO, têm sido usado que não são esperados acontecer
opcionalmente em lugar da primeira normalmente. A designação PSV se
letra A. Esta pratica pode causar aplica para todas as condições de
confusão, particularmente quando as emergência em termos de pressão ou
designações são datilografadas por temperatura “TSV”, não importando a
máquinas mecânicas. Como exemplo construção e o modo de operação da
podemos citar um AT, ou seja, um válvula de alívio ou válvula de
Analisador de concentração de ácido, segurança ou outra. Obs.: É comum
pode ser simbolizado como mostramos encontrarmos a designação “PV ou TV
na figura abaixo: ou LV e etc.”, para válvulas
proporcionais ou outro tipo e que estão
efetuando controle da variável
manipulada. No caso mencionado
acima, indicamos PCV ou TCV ou LCV
e etc., quando as válvulas são auto -

Instrumentação I – Pág. 45 / 63.


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controladas, auto - operadas, auto - 12. Os termos alto e baixo, quando
pilotadas etc. aplicados a posições de válvulas, são
7. A função passiva visor, aplica-se a definidos como:
instrumentos que indicam diretamente a) alto - denota que a válvula está ou
o processo e normalmente não aproxima-se da posição totalmente
possuem escala. Por exemplo os aberta.
visores de vidro acoplados a tanques b) baixo - denota que a válvula está, ou
para indicar a existência de fluido aproxima-se da posição totalmente
interno ou tubos de vidro, plásticos, ou fechada.
outros materiais, conectamos a um Esta notação não é comumente
tanque para indicar o nível. utilizada para válvulas de controle
8. A letra O é usada precedida da letra proporcionais, porém no caso de
F, significando orifício de restrição, válvulas Um / Of que possuam
independente da finalidade a que se sensores de proximidade e deseja-se
destina, isto é, reduzir pressão ou indicar que está atingirá a posição
limitar vazão. O orifício de restrição não "Aberta" ou "Fechada”, pode ser
é usado para medição. possível.
9. Dependendo da aplicação, um
dispositivo que conecta, desconecta ou Exemplos de formação da
transfere um ou mais circuitos pode ser identificação funcional de
uma chave, um relê, um controlador de instrumentos
duas posições.
10. As funções associadas com o uso O objetivo é dar alguns
da letra subsequente Y, devem ser exemplos sucintos de formação da
definidos fora do círculo de identificação funcional de instrumentos.
identificação. Este procedimento não é Esta identificação é muito importante,
necessário quando a função for pois descreve qual é a variável que
evidente, tal como uma válvula está sendo medida qual é o tipo de
solenóide em uma linha de sinal. A instrumento e qual recurso que este
letra Y descrita na tabela, coluna “letras está utilizando. Vejamos os seguintes
subsequentes função final” refere-se a exemplos:
relês ou funções de computação, ou
seja, funções lógicas e/ou etc., funções PI = Indicador de pressão: “P” é a
diversas tais como “Multiplicação variável medida (Pressão), e “I” é a
/Divisão /Soma/ Subtração / Extração função de informação ou passiva.
de raiz Quadrada e etc." ou ainda Neste caso pode-se ter vários tipos de
funções matemáticas especiais. É instrumentos. Desde um manômetro
importante notar que estas funções mecânico a instrumentos eletrônicos
devem ser representadas fora do sofisticados. Note que ao indicar PI em
círculo de identificação do instrumento um fluxograma a intenção é descrever
(11) O uso dos termos modificadores que naquele determinado ponto deseja-
alto, baixo, e médio, corresponde a se somente indicar a pressão,
valores das variáveis medidas e não independentemente do tipo de
dos sinais. Como abordado instrumento utilizado.
anteriormente, são muito frequentes Outros exemplos podem ser:
para indicar o parâmetro de alarmes de
uma variável. TI = Indicador de Temperatura;
Por exemplo, um alarme de nível alto LI = Indicador de Nível;
atuado pelo sinal de um transmissor de SI = Indicador de Velocidade;
nível será um RI = Indicador de Radioatividade;
LAH. MI = Indicador de Umidade;
AI = Indicador de Condutividade, ou
pH, ou 02 e etc.;

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VI = Indicador de Viscosidade; complementa esta informação
PIC = Indicador controlador de indicando o parâmetro do alarme, no
Pressão: Neste caso a função final é o caso nível alto.
controle de uma malha, portanto, letra
"C" da coluna “função final” e a letra “I” Outros exemplos podem ser:
somente uma função passiva
mencionando que o instrumento TAH = Alarme de Temperatura Alta;
também está indicando de alguma SAL = Alarme de Baixa Velocidade;
forma a variável "P" pressão. WAL = Alarme de Peso Baixo;
HV = Válvula de controle manual: A
Outros exemplos podem ser: letra “V” indica a função final e a letra
“H” indica a variável inicial. Note que
TIC = Indicador Controlador de neste caso esta válvula não é
Temperatura; proporcional;
LIC = Indicador Controlador de Nível; LCV = Válvula de controle de nível auto
FIC = Indicador Controlador de Vazão; - operada: Neste exemplo a letra ' “C"
JIC = Indicador Controlador de pode estar indicando que a válvula é
Potência; auto – operada;
SIC = Indicador Controlador de LV = Válvula de nível: Geralmente essa
Velocidade; notação determina que se trata de uma
BIC = Indicador Controlador de Queima válvula de controle proporcional.
ou Combustão (Queimadores de Obs.: A primeira letra sempre indica a
caldeiras ou fomos ou outros); variável medida e não a variável que
LAH = Alarme de Nível Alto: Neste está sendo manipulada.
exemplo a letra "A" define a função de
informação, indicando que o Símbolos utilizados nos fluxogramas
instrumento está sendo utilizado para de processo
um alarme. A letra modificadora “H”

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Simbologia geral em instrumentação

Painel
Painel auxiliar Painel auxiliar
Principal Montado no
acessível ao não acessível
acessível ao Campo
operador ao operador
operador

Instrumentos
Discretos

Instrumentos
Compartilhados

Computador de
Processo

Controlador
Lógico
Programável

Algarismos significativos

Instrumentação I – Pág. 48 / 63.


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Se 3 observadores fossem anotar o A medida do comprimento AB
comprimento AB: apresenta 3 algarismos significativos,
Todos anotariam 14 unidades sendo 2 corretos e 1 duvidoso.
completas. Mas poderiam avaliar a AB = 14,5 cm
fração de u de 3 modos diferentes:
Fração de u = 0,6 u
Fração de u = 0,5 u Algarismo duvidoso
Fração de u = 0,4 u
A aderência da medição ao fenômeno
Nenhum dos três estão errados! físico associado deve ser indicada pela
Portanto o comprimento AB pode ser: quantidade de algarismos significativos
do resultado da medição. Os
AB = 14,4 cm 134,5 algarismos significativos de um número
AB = 14,5 cm contam-se da esquerda para a direita,
AB = 14,6cm a partir do primeiro não nulo.
Exemplos:

0,002500 4 a.s.
83 2 a.s.
78,0 3 a.s.
0,18 2 a.s.
134,5 4 a.s.
26,10 4 a.s.
28,1 3 a.s.
0,0105 3 a.s.

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Regras básicas de arredondamento REGRA 4.2 - Quando o último
(NBR-5891) algarismo por conservar for par, ele
permanecerá conservado sem
REGRA 1 - Quando o algarismo modificação. Exemplo:
imediatamente seguinte ao último
algarismo por conservar é menor que 2,850 ⇒ arredondada a 1a decimal ,
5, ele permanecerá conservado sem será 2,8.
modificações.
Exemplo: 1,333 ⇒ 1,33 ⇒ 1,3 1,650 ⇒ arredondada a 1a decimal ,
será 1,6.
Menor que 5 Menor que 5
REGRA 2 - Quando o algarismo 4,550 ⇒ arredondada a 1a decimal ,
imediatamente seguinte ao último será 4,6.
algarismo por conservar é superior a 5,
ele deverá ser aumentado uma 3,350 ⇒ arredondada a 1a decimal ,
unidade. será 3,4.
Exemplo: 1,666 ⇒ 1,67 ⇒ 1,7
REGRA 4.2 - Quando o último
Maior que 5 Maior que 5
algarismo por conservar for par, ele
REGRA 3 - Quando o algarismo permanecerá conservado sem
imediatamente seguinte ao último modificação. Exemplo:
algarismo por conservar é igual a 5, e
for seguido de no mínimo um algarismo 2,850 ⇒ arredondada a 1a decimal ,
diferente de zero, o último algarismo será 2,8.
por conservar deverá ser aumentado
de uma unidade. 1,650 ⇒ arredondada a 1a decimal ,
Exemplo: 4,8512 ⇒ 4,9 será 1,6.

Confiabilidade metrológica
Algarismo diferente de zero
Algarismo seguinte igual a 5
Um programa de confiabilidade
metrológica consiste em manter
REGRA 4 - Quando o algarismo sistemas de medição estáveis (sob
seguinte ao último algarismo por controle), efetuando verificações
conservar é um 5 seguidos de zeros, programadas em seus equipamentos,
por exemplo: métodos e operadores envolvidos.
O controle das variações dos
4,550; 2,750; 3,650; 1,25 resultados de medições é importante
para:
É necessário observar dois casos:  Verificar a sua qualidade,
estabelecendo médias e
REGRA 4.1 - Quando o último desvios;
algarismo por conservar é ímpar,  Verificar a estabilidade no
arredonda-se para o algarismo par decorrer do tempo;
mais próximo, ou seja, aumenta-se de  Estabelecer a previsibilidade;
uma unidade o último algarismo por  Obter coerência.
conservar. Exemplo:
4,550 ⇒ arredondada a 1a decimal , Todo resultado de uma medição possui
será 4,6. erros e desvios. Essas diferenças
podem ser causadas por:
3,350 ⇒ arredondada a 1a decimal ,
será 3,4.  Métodos e procedimentos
inadequados;
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 Condições do operador; perceptíveis dos aparelhos, do objeto
 Condições do ambiente; que será medido e do ambiente onde é
 Imperfeição do objeto a ser efetivada a medição. Os erros
medido; acidentais não podem ser
 Variações causadas em determinados isoladamente, mas
função do tempo. podem ser analisados
quantitativamente, em geral, mediante
Erros cálculos estatísticos.
Exemplos:
O erro consiste na diferença
entre o valor medido e o valor real. É  Erros de leitura de escalas;
impossível medir sem cometer erros.  Influência do cansaço do
Efetuando-se medidas com operador ao longo de uma
instrumentos perfeitos, com operadores série de medições;
experimentados e tomadas todas as  Erro de paralaxe na leitura de
precauções, os resultados encontrados uma escala.
nessas medidas não são exatamente
iguais, ainda que o operador utilizasse Precisão e exatidão
o mesmo instrumento para medir a
mesma grandeza. Grandezas precisas significam
Os erros cometidos numa medidas com pouca dispersão e estão
medição podem ser: relacionadas com a repetitividade e
estabilidade.
 Sistemáticos; A exatidão está associada à
 Aleatórios ou acidentais. média de uma série de medidas. O
termo "exatidão" pode ser usado para
caracterizar processo (aparelho,
Erros sistemáticos método e operador), medição e
instrumento.
São erros que ocorrem com
uma certa constância ou de forma Na figura abaixo se tem um
previsível. São originários de falhas de exemplo clássico de precisão e
métodos empregado ou de defeitos do exatidão.
operador. Podem ser corrigidos, uma
vez identificados.
Exemplos:
 Erros decorrentes da falta de
aferição de instrumentos;
 Erros devido a imperfeições
dos procedimentos de
medição (vício do operador);
 Erros devido a influências do
ambiente, por exemplo,
variação de temperatura.

Erros aleatórios ou acidentais

São erros devido a causas


sempre desconhecidas e imprevisíveis,
independentes do operador, do
instrumento ou do método utilizado na Exemplo 1: Um manômetro de range
medição, ou seja, são erros de 0 a 100 psi, quando comparado com
provocados por alterações não o seu padrão, no valor de 50 psi,

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apresentou o seguinte resultado, após 3ª Medida: 46 psi
três calibrações:
Conclusão: O instrumento não é
1ª Medida: 40 psi 2ª Medida: 45 psi exato, pois a média dos valores não é
50, porém é preciso, pois houve uma
3a Medida: 50 psi pequena dispersão, ou seja, apresenta
repetitividade.
Conclusão: O instrumento não é
exato, pois a média dos valores não é Exemplo 4: Um manômetro de range
50, também não é preciso, pois houve de 0 a 100 psi, quando comparado com
uma dispersão muito grande, ou seja, o seu padrão, no valor de 50 psi,
não apresenta repetitividade. apresentou o seguinte resultado, após
três calibrações:
Exemplo 2: Um manômetro de range 0
a 100 psi, quando comparado com o 1ª Medida: 51 psi 2ª Medida: 50 psi
seu padrão, no valor de 50 psi,
apresentou o seguinte resultado, após 3ª Medida: 49 psi
três calibrações:
Conclusão: O instrumento é exato,
1ª Medida: 40 psi 2ª Medida: 60 psi pois a média dos valores é 50, também
é preciso, pois houve uma pequena
3ª Medida: 50 psi dispersão, ou seja, apresenta
repetitividade.
Conclusão: O instrumento é exato,
pois a média dos valores é 50, porém Estatística aplicada à metrologia
não é preciso, pois houve uma grande
dispersão, ou seja, não apresenta Conceitos básicos
repetitividade.
Estatística é ciência que se
Exemplo 3: Um manômetro de range preocupa com a organização,
de 0 a 100 psi, quando comparado com descrição, análise e interpretação dos
o seu padrão, no valor de 50 psi, dados experimentais. A confiabilidade
apresentou o seguinte resultado, após metrológica utiliza-se de ferramentas
três calibrações: estatísticas para avaliar a eficiência de
ensaios e produzir resultados
1ª Medida: 44 psi 2ª Medida: 45 psi confiáveis, ou seja, são técnicas que
poderão ser utilizadas em
Um laboratório metrológico em suas
atividades, visando à obtenção da
confiabilidade nas medições por ele
executadas. O objetivo da inferência
estatística é tirar conclusões
probabilísticas sobre aspectos das
populações, com base na observação
de amostras extraídas dessas
populações. População é o conjunto global de
medidas.
Amostra é um subconjunto da
população, um pequeno número de
elementos que serão examinados e
medidos.

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Utilizando-se a regra de arredondamento


Caracterização da amostra para 3 algarismos significativos o resultado
da média é de 4,04 mA.
Média
Medida de dispersão
Se um conjunto de medições de um
mesurando fornece “n” valores individuais Variância da amostra
independentes x1, x2, x3, o resultado do
valor mais provável para o conjunto, é A variância da amostra avalia o
expresso como sendo a média aritmética quanto os valores observados estão
amostral dos “n” valores individuais, a qual é dispersos ao redor da média.
definida pela expressão:
 (x − x̅)2
S2 =
n−1

Onde:
S² = Variância
x = valor de cada amostra
x̅ = média aritmética das amostras
Onde: n = números de elementos da amostra
𝑥̅ = média aritmética Exemplo: Após o ajuste de um transmissor
xi = valores da amostra de pressão, foram feitas três leituras
n = números de elementos da amostra seguidas, a 1a foi 4,02 mA, a 2a foi 3,99 mA
e a 3a foi 4,10 mA. Calcule a variância das 3
Exemplo: Após o ajuste de um transmissor leituras.
de pressão, foram feitas três leituras
seguidas, a 1a foi 4,02 mA, a 2a foi 3,99 mA X X - x̅ (X - x̅)²
e a 3a foi 4,10 mA. Calcule a média das 3
4,02 – 4,04 = -
leituras. 4,02 mA 0,0004
0,02
4,02+3,99+410 = 4,036 mA 3,99 – 4,04 = -
𝑥̅ = 3,99 mA 0,0025
3 0,05
4,10 – 4,04 = +
4,10 mA 0,0036
0,06
 -------- 0,0065
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Distribuição normal
0,0065
S2 = = 0,00325 Os valores das medições de um
3−1
mesurando distribuem-se simetricamente em
Utilizando-se a regra de arredondamento torno de um valor central (média). Pequenos
para 2 algarismos significativos o resultado desvios em relação a este são mais
da variância é de 0,0032. frequentes. Para estudar uma distribuição
normal devemos conhecer dois parâmetros:
Desvio padrão média e desvio padrão.
A distribuição tem as seguintes
A variância é uma média dos desvios características:
( xi - x ) ao quadrado .O desvio padrão é a
raiz quadrada positiva da variância.  Forma de sino
 Simétrica em relação à média
S = √S²  A probabilidade tende a zero nas
extremidades
 Altura ordenada no centro

Onde:
S = desvio padrão
S² = variância da amostra

Exemplo: A partir da variância da amostra


de 0,0032, calcule o desvio padrão.
Onde:
S = √0,0032 = 0,05656 μ = média aritmética
𝛿 = desvio padrão
Utilizando-se a regra de arredondamento
para 2 algarismos significativos o resultado O gráfico acima nos mostra que para
do desvio padrão é de 0,057 mA. a faixa da µ ± δ (lê-se: a média ± um desvio
padrão), a 68% de probabilidade de ocorrer
Distribuições um evento nesta faixa, ou seja, para o
exemplo utilizado no transmissor de pressão
As grandezas de influência atuantes cuja média das leituras foi de 4,04 mA, há
na medição de um mesurando provocam 68% de probabilidade de que novas leituras
uma aleatoriedade em seus valores medidos. neste instrumento ocorram na faixa de 4,04 ±
Assim sendo, esses valores aparecem de 0,057 mA.
modo razoavelmente ordenado, dentro de
uma certa uniformidade, com alguns deles Distribuição normal padronizada
tendo uma frequência maior ou mais
provável. A frequência desses valores Para cada média e desvio padrão
distribuídos, origina geralmente uma existe uma distribuição, consequentemente
distribuição de probabilidades denominada haverão tantas distribuições quantos forem
de normal. os experimentos que têm o comportamento
normal. Com o objetivo de se evitar a
utilização de um número infinito de famílias
Instrumentação I – Pág. 54 / 63.
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de normais com seus números reais, recorre- Tabela de distribuição normal
se à operação com valores relativos,
originando então a distribuição normal A tabela permite estimar a
padronizada. porcentagem de medidas que estarão
A distribuição normal padronizada tem contidas dentro de limites pré-determinados
média “zero” e sua abscissa a contar do (através da área), ou seja, a tabela permite
ponto central é definida pela expressão: com uma maior facilidade a determinação da
probabilidade de ocorrer um evento. É
interessante salientar que a tabela da
Distribuição Normal Padronizada (que se
encontra no anexo 1, no final da apostila),
nos oferece valores entre 0,0000 e 0,5000,
pois como a curva da Distribuição Normal é
simétrica, ela pode ser utilizada para os dois
lados a partir da média.

Exemplo de um cálculo de probabilidade


utilizando a Distribuição Normal:
𝑥−𝜇
z= Na medição da temperatura ambiente
𝜎 de um laboratório, foram medidos valores
Onde: que resultaram em uma temperatura média
z = número de desvios padrão a contar da de 20,2℃ e desvio padrão de 0,2℃.
média Admitindo-se que o conjunto de temperaturas
x = valor individual considerado tenha uma distribuição normal, determinar a
µ = média da distribuição normal probabilidade de que a temperatura do
σ = desvio padrão da distribuição normal laboratório seja menor que 20,0 oC.

A Distribuição Normal Padronizada x̅ = 20,2℃ e σ = 0,2℃


normalmente é utilizada quando trabalhamos 𝑥−𝜇
com um número igual ou superior a 30 z=
𝜎
amostras. É bom salientar que o valor da 20,0−20,2
z= = −1
área total definida pela curva é igual a 1, ou 0,2

seja, a probabilidade de ocorrer um evento


dentro desta faixa é de 100% e que a partir
da média, tendendo ao infinito, que são os
extremos da curva de Distribuição Normal,
temos metade da área para cada lado, pois a
mesma é simétrica.

A normal padronizada é simétrica em


torno da média, então o valor da Tabela de
distribuição normal em anexo para z = 1 é de
0,3413. Sendo a área sob a curva a partir da
média igual 0,5 unidade, conclui-se que a
O valor da área total definida pela curva é probabilidade para ocorrerem valores de
igual 1. temperatura abaixo de 20,0 oC é de:

% probabilidade = 0,5 – 0,3413 = 0,1587

% probabilidade = 15,87 %
Instrumentação I – Pág. 55 / 63.
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Intervalo de confiança

Intervalo de confiança é aquele que,


com probabilidade conhecida (chamada nível
ou grau de confiança) deverá conter o valor
real do parâmetro considerado. Limites de
Confiança são os limites superior e inferior do
intervalo de confiança. O estudo do cálculo
do Intervalo de confiança fornecerá o
embasamento teórico para a determinação
das Incertezas de Medição.

xi − x̅
tv =
S⁄√n
Onde:
𝑡𝑣 (Valor tabelado) que determina a
Onde: probabilidade de ocorrer um evento
xi = intervalo de confiança v = n – 1 (graus de liberdade)
𝑥̅ = média amostral 𝑥𝑖 = valor individual do conjunto x =
1 - α = intervalo de confiança, se 1 - α = 0,95, média amostral
então o nível de confiança é de 95% S = desvio padrão amostral
± e0 = Incerteza da Medição n = quantidade de repetições do conjunto

Distribuição de Student ( tv ) Conhecendo-se então a distribuição


“𝑡𝑣 ”, será efetuado um procedimento de
Como geralmente na calibração e cálculo análogo ao da distribuição normal
ajustes nos instrumentos não há padronizada. Para identificar o valor “𝑡𝑣 ” na
possibilidade da utilização dos parâmetros da tabela em anexo, é necessário conhecer o
distribuição normal, já que o desvio padrão grau de liberdade associado a um nível de
da população, a média são desconhecidos e confiança.
o número de amostras é menor que 30,
estima-se então o desvio padrão e a média a
partir do desvio padrão amostral e da média
amostral respectivamente.
Neste caso um valor similar à “z” é
definido pela expressão:

Uma vez que a média de um conjunto


de “n” de repetições tem um valor fixo, o
“enésimo” valor medido 𝑥𝑛 é definido pela
média amostral e pelos outros
(n–1) valores medidos. Deste modo os graus
de liberdade de um conjunto de “n”
repetições é igual a n-1.

Instrumentação I – Pág. 56 / 63.


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Exemplo: estão os valores que poderão ser atribuídos
razoavelmente ao mensurando com uma
A média do conjunto de dez medições de determinada probabilidade. A incerteza de
pressão é 374,9992 mmHg e um desvio medição é a indicação quantitativa da
padrão 0,00065 mmHg. Qual a probabilidade qualidade dos resultados da medição, sem a
que uma medição seja menor que 374,9993 qual os mesmos não poderiam ser
mmHg? comparados entre si, com os valores de
referência especificados ou com um padrão.
𝑥𝑖 = 374,9993 mmHg
𝑥̅ = 374,9992 mmHg Avaliação da incerteza de medição
S = 0,00065 mmHg
n = 10 Na maioria dos casos o mensurando
não é medido diretamente, mas é
xi − x̅ determinado por "n" outras grandezas de
tv =
S⁄√n entrada Xi, X2,...,Xn, através de uma relação
funcional.
374,9993 − 374,9992
tv = Y = f (Xi , X2 , ..... Xn)
0,00065⁄√10
t v = 0,487
 Aquelas cujos valores e incertezas
De acordo com a tabela de Student (que está ao diretamente determinados
no final da apostila no anexo 1) para nove durante a medição, tais como:
graus de liberdade (10 – 1 = 9, consultar na temperatura ambiente, pressão
tabela v = 9), o valor 0,487 não existe mas barométrica, umidade, etc...
está entre t 0,60 e t 0,70, e então por  Aquelas cujos valores e incertezas
interpolação temos: são trazidos de fontes externas
para a medição, tais como: de
t = probabilidade 0,60 ? 0,70 padrões, de certificados de
v = valor da tabela 0,261 0,487 0,543 materiais de referência e de dados
de referência obtidas de literaturas.
Valor pedido
v − valor inicial da faixa A estimativa do desvio padrão
= associado da saída Y, denominada incerteza
valor final da faixa − valor inicial da faixa
padrão combinada uc(y), é obtida a partir
0,487 − 0,261 dos desvios padrão estimados (incerteza
Valor pedido = = 0,80 padrão) de cada grandeza de entrada Xi.
0,543 − 0,261
u (Xi) - incerteza padrão da grandeza Xi.
t = 0,8 . (0,70 – 0,60) + 0,60
t = 0,68 ou 68%
Cada incerteza padrão u (Xi) pode ser
Logo existe uma possibilidade de 68 % para estimada de duas maneiras: Avaliação Tipo
A, baseado num conjunto de observações de
que ocorram valores medidos menores do
Xi, através de um tratamento estatístico.
que 374,9993 mmHg.
Avaliação Tipo B, através de outros meios
Cálculo de incerteza que não dependam de um conjunto de
observações.
O resultado de uma medição é
Avaliação da incerteza padrão Tipo A
somente uma estimativa do valor do
mensurando. Sendo assim, a expressão
Quando são executadas medições
completa que representará o valor de tal
mensurando deverá incluir a incerteza da sob condições de repetitividade u(Xi ) = s(Xi ).
medição. A incerteza de medição é um É estimativa da incerteza padrão de cada
parâmetro que caracteriza o intervalo no qual
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medição do Tipo A u(𝑥̅ i ) =
𝑠(𝑥𝑖)
é estimativa  (x − x̅)2
√𝑛 S2 =
da incerteza padrão da n−1
Onde:
média das medições.
S² = Variância
Para calcularmos a incerteza de
x = valor de cada amostra
medição do Tipo A para pequenos valores de
x̅ = média aritmética das amostras
amostras (menores que 30 e não
n = números de elementos da amostra
conhecemos o desvio padrão da população),
devemos utilizar a seguinte equação:
X X - x̅ (X - x̅)²
Xi = 𝑥̅ ± e0
4,02 – 4,04 = -
4,02 mA 0,0004
Onde: 0,02
Xi = intervalo de confiança 3,99 – 4,04 = -
3,99 mA 0,0025
𝑥̅ = média aritmética 0,05
± e0 = Incerteza da Medição 4,10 – 4,04 = +
4,10 mA 0,0036
0,06
𝑆 (𝑥𝑖)  -------- 0,0065
± e0 = ±𝑡𝑣 .
√𝑛
0,0065
Onde: S2 = = 0,00325
3−1
xi = intervalo de confiança
x = média aritmética Utilizando-se a regra de arredondamento
𝑡𝑣 (Valor tabelado) que determina a para 2 algarismos significativos o resultado
probabilidade de ocorrer um evento da variância é de 0,0032.
S (xi) = desvio padrão da amostra √𝑛
= número de elementos da amostra 3º Passo: Calcular o Desvio Padrão.

Exemplo do cálculo de Incerteza de Medição: S = √S 2


Após o ajuste de um transmissor de pressão, Onde:
foram feitas três leituras seguidas, a 1a foi S = desvio padrão
4,02 mA, a 2a foi 3,99 mA e a 3a foi 4,10 mA. S² = variância da amostra
Calcule a incerteza de medição com nível de
confiança de 95%.
S = √0,0032 = 0,05656
1º Passo: Calcular a média aritmética
Utilizando-se a regra de arredondamento
∑𝑛 𝑥𝑖 para 2 algarismos significativos o resultado
𝑥̅ = do desvio padrão é de 0,057 mA.
𝑛
Onde:
𝑥̅ = média aritmética 4º Passo: Calcular a Incerteza de Medição
xi = valores da amostra com nível de confiança de 95%.
n = números de elementos da amostra S (xi)
e0 = ±t v .
√n
4,02 + 3,99 + 4,10
x̅ = = 4,036mA
3 Onde:
e0 = Incerteza da Medição
Utilizando-se a regra de arredondamento 𝑡𝑣 (Valor tabelado) que determina a
para 3 algarismos significativos o resultado probabilidade de ocorrer um evento
da média é de 4,04 mA. S (xi) = desvio padrão da amostra √𝑛
= número de elementos da amostra
2º Passo: Calcular a Variância da amostra.
Como temos apenas 3 amostras o grau de
liberdade a ser consultado na coluna v na
Instrumentação I – Pág. 58 / 63.
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Distribuição t de Student é 2 pois, v = n – 1, (k), a incerteza padrão é calculada da
ou seja, v = 3 – 1 = 2. seguinte forma:
Como o nível de confiança é de 95%, u(xi) = U(xi) / k
temos que consultar na coluna P 0,975,
porque a partir da média temos 47,5% ou Determinação da incerteza expandida
0,475 de probabilidade para ocorrer um
evento de cada lado da mesma, mas o valor uc(y) pode ser geralmente utilizada
fornecido na Distribuição de t de Student para expressar a incerteza em um resultado
corresponde a 50% ou 0,5 do lado esquerdo de medição. Em algumas aplicações
a partir média mais 47,5 % ou 0,475 do lado comercias, industriais, regulamentares e
direito a partir da média, portanto a quando a segurança e a saúde estão em
coluna a ser consultada deverá ser a P foco, é às vezes necessário se dar uma
0,975 (0,5 + 0,475 = 0,975). Portanto o valor incerteza que defina um intervalo em torno
de 𝑡𝑣 é 4,3030. do resultado de medição. Espera-se que este
intervalo englobe uma grande porção da
0,057 distribuição de valores que podem
e0 = ± 4,3030 .
√3 razoavelmente ser atribuídos ao
e0 = ± 0,141 mA mensurando. A incerteza expandida U é
dada por:
Utilizando a regra do arredondamento
para dois algarismos significativos o valor da U= k . uc(y)
Incerteza de Medição é de ± 0,14 mA.
Quando formos calcular a Incerteza O resultado de medição é: y ± U.
de Medição de um transmissor qualquer, k é o fator de "Student" que depende do nível
devemos colocar como valor final no laudo de confiança e dos graus de liberdade de
ou relatório de calibração, o maior valor de uc(y).
Incerteza que o instrumento fornecer. Uma vez determinado o número de
graus de liberdade efetivos obtém-se o valor
Avaliação da incerteza padrão Tipo B
de falar de abrangência através de uma
tabela para o nível de confiança
A estimativa da incerteza padrão Tipo aproximadamente 95%.
B pode ser feita assumido que xi, tem uma
determinada distribuição e um intervalo de Notas:
dispersão. Estas distribuições podem ser
uniforme, retangular, triangular, normal, etc. 1. Erro e incerteza não são sinônimos,
Assumindo-se que Xi tem distribuição representam conceitos
retangular num intervalo (a, b) a incerteza completamente diferente; não
padrão do Tipo B é dada por: podem ser confundidos entre si.
2. Na declaração de Incerteza
u²(xi) = (( b – a )² / 12 ) expandida deve constar o nível de
confiança com que ela foi
Se b - a = 2c, a equação acima se torna: u² determinada.
(Xi) = (2c)² / 12 = c² / 3 3. O grau de liberdade relativo à
Assumindo-se que xi, tem distribuição incerteza Tipo B geralmente é
triangular num intervalo (a, b) a incerteza considerado infinito
padrão do Tipo B é dada por:
Declaração de resultados de medição
u²(Xi) = (( b – a )² / 24 )
Após a incerteza expandida ser
Quando a incerteza expandida (U (xi)) calculada para um nível da confiança o valor
de x1 vem de um certificado de calibração, do mensurando e a incerteza expandida
com as informações do nível da confiança e deverão ser declarados como y ± U e
grau de liberdade ou fator de abrangência complementados com informação sobre o

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valor do fator de abrangência k, que depende Este sistema deve fazer parte do
dos graus de liberdade, e seu respectivo Programa de Qualidade que qualquer
nível da confiança, geralmente de 95%. Empresa venha a desenvolver e implantar,
As incertezas são geralmente tendo em vista a melhoria da qualidade de
expressas bilateralmente em termos da seus produtos e consequentemente ter como
unidade do mensurando ou de forma relativa objetivo final a sua Certificação Internacional
(%, ppm, ppb, etc.) nos padrões da lSO 9000. É constituído
O valor da incerteza deverá ser basicamente dos seguintes passos, que
declarado no máximo com dois algarismos serão descritos a seguir.
significativos, se for o arredondamento
deverá ser sempre para cima. Para entender Escolha dos instrumentos do processo
melhor consulte o Relatório de Calibração
que está no anexo I. A adequação da instrumentação de
processo obedece a um critério de análise do
Sistemas de calibração e ajuste processo ao qual será instalado, sendo feito
em conjunto com especialistas da áreas
Conceitos do sistema de calibração/ajuste envolvidas. Sabendo-se que sempre deverá
partir do seguinte princípio: uma malha de
Especificamente este capítulo trata dos Controle ou Medição crítica, faz sentido
Equipamentos de Medição e Ensaios onde dentro do conceito de QUALIDADE e é
os principais requisitos são: definida como uma grandeza de medida,
a) Identificação das medidas críticas a desde que, se o erro exceder do limite da
executar, a exatidão requerida do exatidão requerida, sua atuação no processo
processo produtivo e o equipamento causará uma incidência direta sobre a
apropriado para a execução das qualidade do produto. Características das
Calibrações e Ajustes. variáveis:
b) Identificação dos equipamentos de a. Ponto (faixa) de trabalho
controle de medida e ensaio, b. Limites permissíveis de variação;
Calibração e Ajuste em intervalos c. Exatidão e incerteza que garanta a
prescritos contra equipamentos qualidade do produto;
certificados e reconhecidos dentro da d. Repetibilidade da grandeza medida.
Cadeia Metrológica Nacional ou
Internacional. Pontos críticos de controle
c) Documentar e manter procedimentos
detalhados para freqüência, métodos, Para determinar quais equipamentos
critério de "conformidade" e/ou "não devem ser estar sujeitos à confirmação
conformidade' e de ações a serem metrológica, principalmente aqueles de
tomadas em qualquer caso. monitoração / controle de processo, é
d) Garantir que os equipamentos de importante estabelecer, ao longo da linha de
Medição e Ensaio tenham exatidão e produção e inspeção, pontos críticos de
precisão requeridas. controle. Isto é importante para se obter o
e) Manter identificados todos os máximo de resultado custo / benefício, visto
equipamentos de medição e que confirmação metrológica implica em
Calibração com marcação para investimento de capital proporcional ao
identificação da situação da número de equipamentos que deverão ser
Calibração. verificados.
f) Manter os registros das Calibrações e
Ajustes para os equipamentos de  Suficiência – Os pontos
Medição e Ensaio. selecionados como críticos devem
g) Fazer avaliação e documentar a ser capazes de garantir a qualidade
validade de medição e ensaios do produto, no que diz respeito a
anteriores quando estes fugirem das todas as propriedades
especificações. especificadas, com um mínimo de

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risco de se enviar inadvertidamente  Um controlador, que compara o
produto final não conforme. sinal do transmissor com o sinal do
 Relevância – Os pontos críticos set-point e com base em um
selecionados devem garantir o algoritmo, atua sobre o elemento
cumprimento integral da política e final de controle.
obtenção do objetivo de qualidade.  Um elemento final de controle, que
 Necessidade – Os pontos críticos comandado pelo controlador
selecionados não devem ser controla a variável manipulada.
impactados pelos equipamentos  Outros componentes podem ser:
dos outros pontos, tomados como um indicador, registrador, etc...
não críticos.
Dos componentes acima listados, por
Exemplo: exemplo, o sensor e o indicador são os
componentes que devem ter calibração
rigorosa, estando os demais sob calibração,
verificação ou mesmo manutenção, menos
rigorosa.

Rastreabilidade

É o mais importante passo do sistema


pois dele depende toda a confiabilidade do
sistema. A Rastreabilidade dos
equipamentos de área é feita no Laboratório
de Instrumentação da Empresa, e dos
Sendo a umidade a única equipamentos do Laboratório de
característica da Qualidade do produto, está Instrumentação deverá ser feita contra
claro que a malha de medição de umidade padrões externos em entidade pertencentes
constitui-se, por suficiência, um ponto crítico à Cadeia Metrológica Nacional ou
de controle, devendo estar sob confirmação Internacional. As normas exigem uma
metrológica. Dependendo da política e dos Rastreabilidade da medição, incluindo o
objetivos da qualidade: redução de perdas, processamento do sinal e a indicação, contra
retrabalho, tempo, etc... a malha de medição um padrão Nacional ou internacionalmente
de umidade poderia ser encarada como um reconhecido. Normalmente estes padrões
ponto crítico devido à sua relevância . As são do Inmetro ou da Rede Brasileira de
demais malhas poderiam ser considerados Calibração, mas podem ser também de
pontos críticos se impactassem a condição outras empresas que estejam fora da Rede,
de suficiência da malha de medição de desde que elas possuam Rastreabilidade ao
umidade e / ou por questões de relevância. Inmetro ou órgão internacionalmente
reconhecido. Esses padrões já possuem uma
Componentes da malha incerteza, mesmo que muito pequena, contra
o valor verdadeiro. Normalmente o setor de
Uma malha, se encarada como instrumentação ou a empresa especializada
equipamento, é constituída por um conjunto que fazem a Calibração das medições nas
de componentes interfuncionais, destacando- fábricas, possuem instrumentos padrões
se entre eles: próprios, os quais são calibrados contra esse
padrão reconhecido.
 Sensor, que mede primariamente
uma grandeza.
 Um transmissor, que transforma o
sinal enviado pelo sensor em sinal
telemétrico proporcional à
grandeza.

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conteúdo destes deve constar o que
realmente é executado. Todo controle da
documentação deverá ser centralizado em
um só órgão da Empresa e em qualquer
mudança dos mesmos deverão ser
obedecidos critérios, para que não haja duas
ou mais versões do mesmo documento.
Deverão também ser armazenados,
identificados e dispostos de maneira tal que
possam ser rapidamente recuperados e
consultados em instalações que garantam
um ambiente que não proporcione a
deterioração ou danos aos documentos. O
tempo de retenção dos registros deverá ser
determinado por escrito e após isto, por força
de contrato estar disponível para avaliação
pelos usuários. Todos os procedimentos
devem estar escritos de maneira fácil e
No diagrama de Rastreabilidade compreensível de forma que não haja
mostrado acima, observamos que no caso de dúvidas para quem os execute, e podendo
uma Calibração feita na área fabril, entra um fazê-los de maneira tal qual está escrita.
padrão de trabalho entre o instrumento
padrão e o instrumento da fábrica. A Sistema de medição
utilização desse padrão de trabalho é
necessária porque os instrumentos padrões Todo sistema de medição agrega
podem ser usados somente em ambientes erros ao valor real de uma medida.
adequados, vale lembrar que o diagrama de Considerando que a medição de uma
Rastreabilidade deve ser o mais estreito variável de processo envolve normalmente
possível, ou seja, a quantidade de uma série de instrumentos, falaremos um
instrumentos intermediários dessa sequência pouco sobre como se processa a propagação
deve ser bem limitada. de erros dentro de uma mesma malha de
medição.
Capacitação da mão de obra
Propagação de erros
Toda Calibração e Ajuste deverá ser
feita por pessoal com capacitação e Descontando-se os erros aleatórios
treinamento para tal, ou seja, isso dará a cometidos durante o processo de medição e
devida confiabilidade de que todo o processo eliminando-se os erros sistemáticos, a
de avaliação da precisão e incerteza da exatidão final de um sistema de medição
medida será garantido. será resultado das exatidões individuais de
cada elemento deste sistema, isto é,
Documentação dependerá somente dos erros aleatórios.

A documentação é ponto 𝐸𝑇 2 = 𝐸12 + 𝐸22 + ⋯ + 𝐸𝑛2


determinante para validação e qualidade de
todos os serviços executados dentro do Devemos ter cuidado ao escolher os
sistema, e também são chamados de instrumentos de um sistema de medição. É
registros da qualidade. Fazem parte dos necessário que todos os componentes da
registros da qualidade todos os malha tenham uma exatidão adequada pois
procedimentos de manuseio e execução de o erro resultante da medição do processo,
tarefas, registros de Calibração, avaliação e que na verdade é o que nos interessa, é
validade das Calibrações e Ajustes e é definido pelo erro de todos. Modificações
necessário tê-los todos escritos, e no nas plantas industriais objetivando a melhoria

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da qualidade dos produtos devem ser receber o padrão, a companhia deve
implementadas. Estas melhorias podem proceder a sua calibração com o seu próprio
obrigar a substituição da instrumentação padrão.
existente, porém, o que não podemos perder  Novos Instrumentos para Testes ou
de vista é que, quanto melhor a exatidão Ensaios
maior o custo e maior a dificuldade de obter Estes aparelhos recebidos devem ser
padrões para aferição. Recomenda-se que a calibrados pelos padrões de trabalho da
exatidão do padrão de medição seja no companhia (ou devem ser enviados para
mínimo três vezes superior à do instrumento calibração e ajuste por terceiros qualificados)
a ser aferido, isto para garantir que o erro do antes de serem colocados em uso. Devem
padrão não seja significativo no processo de estar acompanhados do Certificado de
aferição. Quanto maior a exatidão do Calibração juntamente com a respectiva
instrumento maior a exatidão do padrão e, Rastreabilidade.
consequentemente, maior o custo de
aquisição e/ ou manutenção destes padrões
na empresa. Aferições internas exigem
padrões adequados, mão de obra treinada e
qualificada e local de trabalho com condições
ambientais controladas. Em contrapartida,
podem ser realizadas com uma maior
frequência e rapidez, o que diminui os custos
do processo de aferição. Uma análise
criteriosa de custos / benefícios deve ser
realizada para se verificar a viabilidade de
efetuar aferições internas na empresa ou
utilizar laboratórios cujos padrões sejam
rastreados a padrões reconhecidos
racionalmente ou internacionalmente.

Condicionamento dos padrões

Tempo, uso e armazenagem causam a


deterioração da exatidão. Por estes motivos,
necessita-se de um programa de calibração e
ajuste, com procedimentos e instruções para
estas atividades.

 Padrões de Referência ou Padrões de


Trabalho - Ao receber novos padrões de
referência pode-se dispor de dois casos:
O padrão é o mais exato da companhia,
neste caso, o padrão deve estar
acompanhado de um certificado que mostre
a sua Rastreabilidade ao órgão reconhecido
em âmbito nacional ou internacional.
Qualquer calibração e ajuste devem ser
realizados fora da companhia em um órgão
devidamente credenciado e reconhecido. O
padrão não é o mais exato da companhia,
neste caso, o padrão também deve estar
acompanhado de um certificado que mostre
a sua Rastreabilidade ao órgão reconhecido
em âmbito nacional ou internacional. Ao

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