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Nicolau Toledo Ronaldo

FÍSICA
BÁSICA

VOLUME
ÚNICO
W Layer/AGE Fotostock/Grupo Keystone
24 Introdução ao estudo da
Óptica
| pág. 336

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25 Reflexão da luz. O estudo
dos espelhos planos
| pág. 344
26 Os espelhos esféricos
| pág. 355

27 Refração da luz
| pág. 367

28 Lentes esféricas
| pág. 390

Photo Researchers /Getty Images


Thinkstock/Getty Images

unidade

5 ÓPTICA

Thinkstock/Getty Images
capítulo

Introdução ao estudo da
24 Óptica

Conceitos básicos lhes. A água e o vidro, em pequenas espessuras, são


transparentes.
Por meio dos nossos cinco sentidos, temos a Quando um meio não permite a propagação da
percepção do mundo que nos rodeia. Uma parcela luz, como uma parede de tijolos, é denominado opaco
considerável dessa percepção é proporcionada pela (fig. 3b).
visão, graças à luz que recebemos dos objetos de nosso
ambiente.

Paulo César Pereira


A parte da Física que estuda o comportamento
da luz propagando-se em diferentes meios é denomi-
nada Óptica Geométrica. Nesse estudo, a luz em
propagação é representada graficamente por linhas
orientadas denominadas raios de luz.
Thinkstock/Getty Images

(a) Meio transparente. (b) Meio opaco.

Figura 3

Há também meios intermediários entre os dois


casos citados, que são chamados de translúcidos. A
luz atravessa esses meios seguindo trajetórias irre-
gulares e mal definidas, de modo a não se perceberem
os detalhes de um objeto colocado atrás de um meio
Figura 1
translúcido. O vidro fosco e o papel vegetal são exem-
Um conjunto de raios de luz recebe o nome de plos de meio translúcido.
feixe de luz. Ele pode ser convergente, divergente ou
paralelo (fig. 2).
A velocidade da luz
Vapores de sódio em incandescência emitem luz
amarela. Moléculas ionizadas de hidrogênio emitem
luz vermelha. Assim, conforme a fonte emissora,
(a) Feixe de luz (b) Feixe de luz (c) Feixe de luz
podemos ter diferentes tipos de luz. Cada um desses
convergente. divergente. paralelo.
tipos constitui uma luz monocromática.
Figura 2
Há fontes que emitem simultaneamente dois ou
Uma fonte luminosa é pontual ou puntiforme mais tipos de luzes monocromáticas. Temos, então,
quando suas dimensões são desprezíveis, em rela- uma luz policromática. A luz branca, emitida pelo Sol
ção às distâncias que a separam dos outros corpos. e pelas lâmpadas comuns, é policromática.
É extensa, em caso contrário. Qualquer que seja o tipo de luz, sua velocidade
Um meio é transparente quando permite a de propagação no vácuo é igual, aproximadamente,
propagação da luz por distâncias consideráveis, a 300 000 km/s. Esse valor é uma constante impor-
segundo trajetórias bem definidas como mostra a tante da Física Moderna:
figura 3a. Um objeto colocado num meio transpar-
c 5 3 ? 105 km/s 5 3 ? 108 m/s
ente, ou atrás dele, pode ser percebido com deta-
336 UNIDADE 5 - Óptica
Num meio material, a velocidade da luz é • Fonte extensa
menor que no vácuo e seu valor depende do Quando a fonte é extensa, além da sombra,
tipo de luz que se propaga. Entre as luzes mono- for ma-se em torno dela uma região parcial-
cromáticas, a mais rápida num meio material é mente iluminada, denominada penumbra
a luz vermelha e a mais lenta é a luz violeta. Em (fig. 5).
ordem crescente de velocidade num meio mate-
penumbra projetada
rial, podemos escrever esta sequência: luz violeta,

Ilustrações: Walter Caldeira


luz anil, luz azul, luz verde, luz amarela, luz alaran-
jada, luz vermelha.
anteparo
penumbra

fonte sombra
Princípio da Propagação
penumbra
Retilínea da Luz
Num meio homogêneo e transparente a luz se sombra projetada
propaga segundo trajetórias retilíneas. Figura 5

Na verdade, as ondas luminosas, como qualquer


tipo de onda, sofrem o fenômeno da difração, con-
tornando obstáculos. Entretanto, as condições muito
Os eclipses
especiais em que acontece a difração não invalidam A formação de sombra e de penumbra envol-
o Princípio da Propagação Retilínea da Luz, nas situa- vendo o Sol, a Lua e a Terra, para um observador na
ções que serão analisadas. superfície terrestre, dá origem aos eclipses.
Se a sombra e a penumbra da Lua intercep-
tarem a superfície da Terra, ocorrerá eclipse solar,
Sombra e penumbra total ou parcial, conforme a posição do observador
(fig. 6).
Entre as muitas consequências e aplicações do
Princípio da Propagação Retilínea da Luz, vamos estu-
dar a formação de sombra e de penumbra, quando
uma fonte de luz se encontra em presença de um
corpo opaco.
Lua
Sol
• Fonte pontual Terra

Quando a fonte luminosa é pontual, ocorre for- Figura 6


mação de sombra, que é uma região do espaço que
não recebe luz da fonte em virtude da presença do A luz solar, tangenciando a Terra, determina
corpo opaco e de a luz se propagar em linha reta uma região de sombra: a sombra da Terra. Quando
(fig. 4). a Lua penetra nessa região, ela deixa de ser vista
por um observador na Terra, ocorrendo o eclipse
lunar (fig. 7).
sombra própria anteparo

sombra da Terra
P sombra

Lua
Terra
sombra projetada Sol

Figura 4 Figura 7

CAPÍTULO 24 - Introdução ao estudo da Óptica 337


AMPLIE SEU CONHECIMENTO

O ano-luz
Define-se ano-luz como a distância que a luz percorre no vácuo em 1 ano. É uma unidade usada para medir
distâncias astronômicas. Vamos transformar 1 ano-luz em quilômetro. Sabemos que a velocidade de propagação
da luz no vácuo é c 5 3 · 105 km/s. Vamos, a seguir, calcular quantos segundos há em 1 ano:
1 ano 5 123
365 ? 1
24 7
 23? 3 600
123 ⇒ 1 ano > 3,15 ? 10 s
dias horas segundos
do ano no dia na hora

De )s 5 v ? )t, vem: 1 ano-luz > 3 ? 105 km/s ? 3,15 ? 107 s

1 ano-luz > 9,45 ? 1012 km

O cintilar das estrelas

Radius/Glow Images
Devido à turbulência da atmos-
fera, isto é, devido às correntes móveis
de ar quente e de ar frio, há uma
mudança contínua na direção dos
raios de luz emitidos pelas estrelas.
Temos a sensação de que elas mudam
rapidamente de posição, parecendo
cintilar.

Aplicação
A1. Estabeleça a diferença entre os seguintes conceitos: A4. No esquema, a Lua é representada em duas posições
a) fonte luminosa pontual e extensa; de sua órbita em torno da Terra, correspondentes a
b) meio transparente e meio opaco; instantes diferentes (I e II). Admitindo que a Lua esteja,
c) luz monocromática e luz policromática. em relação à Terra, do mesmo lado que o observador,
caracterize que tipo de eclipse ocorre para um obser-
A2. Entre as luzes monocromáticas, qual se propaga mais
vador nas regiões A, B e C.
rapidamente na água?
órbita da Lua
A3. Um prédio projeta no solo uma sombra de 15 m de B
extensão no mesmo instante em que uma pessoa de
I
1,80 m projeta uma sombra de 2,0 m. Determine a Terra
II Sol
altura do prédio.
Ilustrações: Walter Caldeira

A C

H A5. A luz da estrela Alfa Centauri chega até nós em


1,80 m 4,5 anos. Determine a distância que separa essa
estrela da Terra, expressa em anos-luz e em qui-
15 m 2,0 m lômetros.

338 UNIDADE 5 - Óptica


Verificação
V1. Há cinco feixes de luz monocromática propagando-se fase deve estar a Lua para que possam ocorrer um
em um vidro: vermelho, amarelo, verde, azul e violeta. eclipse solar e um eclipse lunar.
a) Qual deles se propaga mais lentamente?
b) Se o meio fosse o vácuo, o que se poderia dizer a Quarto
respeito das velocidades de propagação? crescente

V2. Num dia ensolarado, um estudante conseguiu deter-


minar a altura (H) de uma torre medindo o compri-
mento da sombra (S), projetada por ela no chão, raios
e o comprimento de sua própria sombra (s), pro- do
jetada no chão no mesmo instante. Se os valores Lua Lua
Sol
por ele encontrados foram S 5 5,0 m e s 5 0,80 m nova Terra cheia
e sabendo que sua altura é h 5 1,8 m, determine o valor
que o estudante encontrou para a altura da torre.
Quarto
V3. Entre uma fonte puntiforme e um anteparo, coloca-se
minguante
uma placa quadrada de lado 30 cm, paralela ao ante-
paro. A fonte e o centro da placa estão numa mesma
reta perpendicular ao anteparo. Estando a placa a V5. Um feixe de luz monocromática é enviado a partir da
1,5 m da fonte e a 3,0 m do anteparo, determine a área Terra para um astro situado a 120 000 anos-luz de dis-
da sombra projetada no anteparo.  tância. A velocidade da luz no vácuo é 300 000 quilôme-
tros por segundo e admite-se que não se modifique a
V4. O esquema a seguir procura mostrar as diferentes posição relativa entre o astro e a Terra. Pergunta-se:
fases da Lua, observadas da Terra, que se alternam a) Após quanto tempo esse sinal luminoso será rece-
conforme a posição da Lua em órbita. Note que o bido pelo astro?
que se modifica é a parcela da face iluminada da Lua b) Qual a distância em quilômetros desse astro até a
observada por uma pessoa na Terra. Explique em que Terra?

Revisão
R1. (FGV-SP) O porão de uma casa antiga possui uma R2. (PUC-RJ) A certa hora da manhã, a inclinação dos
estreita claraboia quadrada de 100 cm2 de área, que raios solares é tal que um muro de 4,0 m de altura
permite a entrada da luz do exterior, refletida difusa- projeta, no chão horizontal, uma sombra de com-
mente pelas construções que a cercam. primento de 6,0 m. Uma senhora de 1,6 m de altura,
caminhando na direção do muro, é totalmente
Ilustrações: Studio Caparroz

Claraboia coberta pela sombra quando se encontra a quantos


metros do muro?

a) 2,0  b) 2,4  C) 1,5  d) 3,6  e) 1,1

R3. (U. E. Londrina-PR) A figura abaixo representa uma


fonte extensa de luz L e um anteparo opaco A disposto
paralelamente ao solo (S).
80 cm
L
Na ilustração, vemos uma aranha, um rato e um gato, 60 cm
que se encontram parados no mesmo plano vertical que
A 2,0 m
intercepta o centro da geladeira e o centro da claraboia.
Sendo a claraboia a fonte luminosa, pode-se dizer h
que, devido à interposição da geladeira, a aranha, S
o rato e o gato, nessa ordem, estão em regiões de:
a) luz, luz e penumbra. O valor mínimo de h, em metros, para que sobre o solo
b) penumbra, luz e penumbra. não haja formação de sombra é:
c) sombra, penumbra e luz. a) 2,0 d) 0,60
d) luz, penumbra e sombra. b) 1,5 e) 0,30
e) penumbra, sombra e sombra. c) 0,80

CAPÍTULO 24 - Introdução ao estudo da Óptica 339


R4. (U. E. Londrina-PR) Durante um eclipse solar, um a) Para que o eclipse seja anelar, isto é, para que a Lua
observador: impeça a visão dos raios emitidos por uma parte
a) no cone de sombra, vê um eclipse parcial. central do Sol, mas permita a visão da luz emitida
b) na região de penumbra, vê um eclipse total. pelo restante do Sol, a Lua deve estar mais próxima
c) na região plenamente iluminada, vê a Lua eclipsada. ou mais afastada do observador do que na situação
d) na região da sombra própria da Terra, vê somente da figura? Justifique sua resposta com palavras ou
a Lua. com um desenho.
e) na região plenamente iluminada, não vê o eclipse b) Sabendo que o raio do Sol é 0,70 ? 106 km, o da
solar. Lua, 1,75 ? 103 km, e que a distância entre o centro
do Sol e o observador da Terra é de 150 ? 106 km,
Walter Caldeira

calcule a distância d entre o observador e o centro


Lua Sol da Lua para o qual ocorre o eclipse total indicado
na figura.
Terra R6. (Puccamp-SP) Andrômeda é uma galáxia distante
2,3 ? 106 anos-luz da Via Láctea, a nossa galáxia. A luz
R5. (UF-RJ) A figura a seguir (evidentemente fora de
proveniente de Andrômeda, viajando à velocidade de
escala) mostra o ponto O em que está o olho de um
3,0 ? 105 km/s, percorre a distância aproximada até a
observador da Terra olhando um eclipse solar total,
Terra, em km, igual a:
isto é, aquele no qual a Lua impede toda a luz do Sol
a) 4 ? 1015
de chegar ao observador.
b) 6 ? 1017
c) 2 ? 1019
Luiz Rubio

d d) 7 ? 1021
o e) 9 ? 1023
Lua
Sol

AMPLIE SEU CONHECIMENTO

O raio laser
A palavra laser é formada pelas iniciais de light amplification

Stefan Sollfors/Alamy/Glow Images


by stimulated emission of radiation, que significa “amplificação da
luz pela emissão estimulada de radiação”. Ou seja: raios laser são
estreitos feixes de luz obtidos em condições tais que os fazem
transportar uma enorme quantidade de energia. O raio laser tem
aplicação em praticamente todas as áreas da atividade humana:
• Em Medicina, é usado em cirurgias, no tratamento de doenças
e como recurso diagnóstico em muitas especialidades.
• Furos e cortes extremamente precisos, em qualquer material,
podem ser feitos com raio laser, sem aquecimento apreciável das regiões vizinhas.
• Em telemetria, ele é usado para a medida exata de grandes distâncias. Por exemplo, a distância entre a Terra e
a Lua foi medida de maneira precisa por meio de um feixe de raio laser, que, emitido de nosso planeta, refletiu-
se num espelho, instalado na Lua durante a missão Apolo 11, e voltou para a Terra.
• Em comunicações, a transmissão de informações é feita com raios laser, percorrendo fibras ópticas.
• Os compact disc (CDs) são lidos por meio de um feixe de raios laser, assim como os videodiscos (DVDs).
• A holografia, fotografia em três dimensões, verdadeira escultura de luz, é obtida a partir de feixes de raios laser.
• O laser é usado também em danceterias, em espetáculos musicais, etc.

APROFUNDANDO

Por que no fundo dos oceanos é sempre escuro, seja dia, seja noite, se a água é transparente?

340 UNIDADE 5 - Óptica


Câmara escura de orifício Verifica-se que a imagem na câmara é tanto mais
nítida quanto menor o diâmetro do orifício. Entretanto,
A formação de imagens numa câmara escura se o orifício for muito pequeno, a luminosidade da
de orifício é também consequência do Princípio da imagem fica prejudicada.
Propagação Retilínea da Luz.
A câmara escura de orifício consta basicamente
de uma caixa de paredes opacas e enegrecidas
internamente, totalmente fechada, à exceção de um Princípio da Independência
pequeno orifício feito numa das paredes e pelo qual dos Raios de Luz
a luz pode penetrar (fig. 8).
Quando raios de luz se cruzam, cada um continua
sua propagação independentemente da presença
dos outros.

Assim, na figura 11a o raio de luz r1, emitido


Figura 8
pela fonte F1, atinge o ponto A. A fonte F2 está
A imagem invertida de um objeto luminoso ou desligada. Ao se ligar a fonte F2 (fig. 11b) o raio
bem iluminado colocado diante da parede com orifício de luz r2 que ela emite cruza com r1, que continua
forma-se na parede posterior ao orifício, graças à luz a se propagar como se r2 não existisse. O raio r1
que, saindo do objeto, penetra na câmara e atinge a continua atingindo o ponto A.
referida parede (fig. 9).

F1 F2 F1 F2

r1 r2 r1
A A
(a) (b)
Figura 11
Figura 9
As leis da reflexão e da refração que estudare-
Para enxergar a imagem formada, o observa-
mos adiante são também princípios da Óptica Geo-
dor deverá estar dentro da câmara ou, no caso de
métrica. Uma consequência dos princípios da Óptica
isso ser impossível, a imagem poderá ser vista se
Geométrica é a Reversibilidade dos Raios de Luz, que
a parede posterior for substituída por uma folha de
afirma:
papel vegetal.
É possível relacionar os tamanhos da imagem
(i) e do objeto (o) com as suas distâncias em rela- A trajetória que um raio de luz segue permanece
ção à parede provida de orifício ( p9 e p), estabele- a mesma quando se inverte o seu sentido de
cendo a proporcionalidade dos lados e das alturas propagação.
dos triângulos semelhantes formados pelos raios
luminosos, como se mostra esquematicamente na A figura 12 ilustra a reversibilidade da luz emi-
figura 10: tida por uma fonte F e que sofre reflexão em dois
espelhos planos.
i p9

o p
Ilustrações: Luis Moura

o i

p p9
(a) (b)
Figura 10 Figura 12

CAPÍTULO 24 - Introdução ao estudo da Óptica 341


Aplicação
A6. Qual a dimensão vertical da imagem de um poste de A9. Um raio de luz AB emitido por uma fonte sofre reflexão
5,0 m de altura colocado a 20 m de distância de uma em dois espelhos planos E1 e E2 e segue a trajetória
câmara escura de orifício cujo comprimento é 30 cm? ABCD (figura a). Esboce a trajetória seguida pelo raio
de luz DC, que incide no espelho E1, conforme mostra
A7. Quando uma pessoa está a 15 m do orifício de uma
a figura b.
câmara escura, forma-se na parede posterior desta E1
uma imagem de dimensão vertical 5,0 cm. De quanto C D
deve ser o deslocamento dessa pessoa para que a
referida dimensão se altere para 10 cm?

Luis Moura
A8. Considere uma câmara escura com orifício numa face e E2
A
um anteparo de vidro fosco na face oposta. Um cartão,
onde está escrita a letra b, é fortemente iluminado e B
Figura a
encontra-se em frente da face com orifício. E1
Esboce a imagem vista pelo observador O. C D

O
E2
Luis Moura

Figura b

Verificação
V6. Uma câmara escura tem 50 cm de comprimento. V9. Considere os seguintes fatos experimentais:
Determine a dimensão vertical da imagem que se I. Nos palcos, durante os shows, holofotes emitem
forma na câmara quando um homem de 2,0 m de raios de luz que se cruzam e iluminam os artistas.
altura se coloca a 10 m da parede com orifício. II. Um motorista olhando para o espelho retrovisor
vê um passageiro sentado no banco de trás. O
V7. A imagem formada em uma câmara escura tem 6,0 cm
passageiro, ao olhar para o espelho, vê o motorista.
quando o objeto está situado a 30 m da parede com
III. Quando a Lua penetra na sombra da Terra, deter-
orifício. Determine o deslocamento do objeto para que
minada pelo Sol, ocorre eclipse lunar.
o tamanho dessa imagem se reduza para 2,0 cm.
Esses fatos podem ser explicados utilizando-se:
V8. Considere uma câmara escura com orifício numa face a) o Princípio da Propagação Retilínea da Luz.
e um anteparo de vidro fosco na face oposta. Um car- b) o Princípio da Independência dos Raios de Luz.
tão, bem iluminado, é colocado em frente da face com c) a Reversibilidade dos Raios de Luz.
orifício, conforme mostra a figura. Esboce a imagem Associe cada número à respectiva letra.
vista pelo observador O.
Lettera Studio

O
Luis Moura

Revisão
R7. (Etec-SP) A fotografia é uma modalidade de comuni- rior de uma latinha de ervilhas, faz um furo central no
cação. De suas origens até hoje, o princípio da captura fundo da lata e, do outro lado, onde havia a tampa,
de uma imagem é o mesmo, diferenciado apenas por cola um disco de papel translúcido.
melhorias como uso de lentes e de sensores de luz. Ao apontar sua câmara escura de orifício para uma
A forma mais primitiva de máquina fotográfica é vela acesa, distante 30 cm do orifício da latinha, vê a
conhecida por câmara escura de orifício. projeção da imagem da vela sobre o papel, conforme
Um estudante, curioso para observar como a imagem mostra a figura a seguir.
em uma dessas câmaras é obtida, escurece o inte-

342 UNIDADE 5 - Óptica


O cenário imaginado, descrito poeticamente, indica
que o barraco era coberto de folhas de zinco, apre-

Luiz Rubio
4 cm sentando furos e, assim, a luz da Lua atingia o chão do
orifício
o barraco, projetando pontos ou pequenas porções ilu-
papel minadas – as “estrelas” que a Lua “salpicava” no chão.
12 cm 30 cm
Considerando o cenário descrito pelos versos, assinale
Observando as dimensões da latinha, a distância da as proposições corretas que apresentam explicações
vela ao orifício e o tamanho da imagem obtida, pode- físicas possíveis para o fenômeno, e dê como res-
se determinar que o tamanho da vela utilizada é de posta a soma dos números que as precedem.
a) 2 cm  b) 4 cm  c) 8 cm  d) 10 cm  e) 12 cm (01) A Lua poderia ser, ao mesmo tempo, fonte lumi-
nosa e objeto cuja imagem seria projetada no
R8. (Fuvest-SP) Um aparelho fotográfico rudimentar é
chão do barraco.
constituído por uma câmara escura com um orifício em
(02) O barraco, com o seu telhado de zinco furado, se
uma face e um anteparo de vidro fosco na face oposta.
estivesse na penumbra, ou completamente no
Um objeto luminoso em forma de L encontra-se a 2 m
escuro, poderia comportar-se como uma câmara
do orifício e sua imagem no anteparo é 5 vezes menor
escura múltipla, e através de cada furo produzir-
que seu tamanho natural.
se-ia uma imagem da Lua no chão.
(04) A propagação retilínea da luz não explica as

Luis Moura
imagens luminosas no chão – porque elas
somente ocorreriam em consequência da difra-
ção da luz.
(08) Os furos da cobertura de zinco deveriam ser
d muito grandes, permitindo que a luz da Lua ilu-
minasse todo o chão do barraco.
a) Esboce a imagem vista pelo observador indi-
(16) Quanto menor fosse a largura dos furos no
cado na figura.
telhado, maior a nitidez das imagens luminosas
b) Determine a largura d da câmara.
no chão do barraco.
R9. (UF-SC) Leia com atenção os versos a seguir, de Chão (32) Para que as imagens da Lua no chão fossem
de estrelas, a mais importante criação poética de Ores- visíveis, o barraco deveria ser bem iluminado,
tes Barbosa que, com Sílvio Caldas, compôs uma das com lâmpadas, necessariamente.
mais belas obras da música popular brasileira:
R10. (UF-AM) Um homem de altura y está a uma distância
D de uma câmara de orifício de comprimento L. A
A porta do barraco era sem trinco
sua imagem formada no interior da câmara tem uma
Mas a Lua, furando o nosso zinco,
y
Salpicava de estrelas nosso chão... altura . Se duplicarmos a distância entre o homem
20
Tu pisavas nos astros distraída
e o orifício, a nova imagem terá altura:
Sem saber que a ventura desta vida
y y y y y
É a cabrocha, o luar e o violão... a)   b)   c)   d)   e)
120 80 60 2 40

AMPLIE SEU CONHECIMENTO

Vermeer e a câmara escura


O famoso pintor holandês Johannes Vermeer (1632-1675) retratou
New York, The Frick Collection (Art Museum)/
The Bridgeman Art Library/Grupo Keystone

momentos da vida doméstica na Holanda do século XVII. Tornou-se mestre


na combinação entre cores e luz.
Segundo Philip Steadman, professor da University College London,
Vermeer usava uma câmara escura para visualizar suas telas, mas isso não
desvaloriza as obras do artista.
Em 2003, o diretor de cinema Peter Webber mostrou no filme Moça com
brinco de pérola uma cena de Vermeer com a câmara escura. A fotografia do
filme buscou reproduzir com o máximo de fidelidade possível a luminosidade
dos quadros de Vermeer. Griet, empregada de Vermeer,
retratada por ele na obra
Mistress and Maid, de 1666.

CAPÍTULO 24 - Introdução ao estudo da Óptica 343


capítulo

Reflexão da luz.
25 O estudo dos espelhos planos

Reflexão luminosa A cor de um corpo


Quando a luz, propagando-se num dado meio, A cor exibida por um corpo é determinada
atinge uma superfície e retorna para o meio em que pela luz que ele reflete difusamente. Dessa forma,
estava se propagando, dizemos que a luz sofreu um corpo iluminado com luz branca apresenta-se
reflexão (figura 1). amarelo, porque reflete difusamente a luz amarela,
absorvendo qualquer outra luz nele incidente. Se

Thinkstock/Getty Images
um corpo, iluminado com luz branca, refletir difusa-
mente todas as luzes nele incidentes, ele se apre-
sentará branco. Um corpo negro não reflete difusa-
mente nenhuma luz que nele incide, absorvendo-a
totalmente.

Leis da reflexão
Para representar graficamente a luz que se
reflete numa superfície, individualizam-se o raio
Figura 1 incidente (RI) e o raio refletido (RR) e desenha-se
Se a superfície for plana e perfeitamente polida uma reta perpendicular à superfície no ponto de
a um feixe incidente de raios paralelos corresponderá incidência, denominada normal (N) (fig. 3).
um feixe refletido de raios também paralelos. Dizemos N
que ocorreu uma reflexão regular (fig. 2a). RI RR
A reflexão regular é responsável pela formação
de imagens. A superfície plana e polida, que reflete a
luz regularmente, é chamada espelho plano. i r
Caso a superfície apresente irregularidade, ao
feixe incidente de raios paralelos irá corresponder
luz refletida em todas as direções do espaço. A Figura 3
esse tipo de reflexão damos o nome de reflexão
difusa (fig. 2b). O ângulo que o raio incidente forma com a nor-
mal é denominado ângulo de incidência (i), e o ângulo
formado entre o raio refletido e a normal recebe o
nome de ângulo de reflexão (r).
A reflexão luminosa é regida por duas leis:
1ª lei: O raio incidente, o raio refletido e a normal
(a) Reflexão regular. (b) Reflexão difusa. são coplanares, isto é, pertencem ao mesmo
Figura 2 plano.

Os objetos de nosso ambiente, em sua maioria, 2ª lei: O ângulo de reflexão é igual ao ângulo de
refletem difusamente a luz. Assim, a reflexão difusa incidência:
é a responsável pela percepção dos objetos que nos
r5i
cercam.

344 UNIDADE 5 - Óptica


Aplicação
A1. Você enxerga as pessoas ao redor porque elas: A4. Um raio de luz forma um ângulo de 40° com a super-
a) possuem luz própria. fície plana na qual incide. Determine o ângulo de refle-
b) refletem regularmente a luz. xão desse raio.
c) refletem difusamente a luz.
A5. Um raio de luz incide numa superfície S e sofre refle-
d) absorvem a luz.
xão, conforme mostra a figura. Determine o ângulo de
e) estão em movimento.
incidência i.
A2. Têm-se três cartões, um branco, um vermelho e N
um azul. Como se apresentam esses cartões num
ambiente iluminado pela luz vermelha?
A3. Sob luz solar você distingue perfeitamente um cartão i r i
vermelho de um cartão amarelo. No entanto, dentro de
2
um ambiente iluminado com luz violeta monocromática S
isso não será possível. Explique por quê.

Verificação
V1. Uma flor amarela, iluminada pela luz solar: V3. O raio refletido por uma superfície plana forma um
a) reflete todas as luzes. ângulo de 30° com ela. Determine o ângulo de inci-
b) absorve a luz amarela e reflete as demais. dência desse raio.
c) reflete a luz amarela e absorve as demais.
V4. O ângulo formado entre os raios incidente e refletido
d) absorve a luz amarela e, em seguida, a emite.
numa superfície S é de 60°. Determine os ângulos de
e) absorve todas as luzes e não reflete nenhuma.
incidência e de reflexão.
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60°

V5. Um raio de luz incide numa superfície S, como mostra


a figura abaixo.
a) Qual é o ângulo de incidência?
b) E o de reflexão?
c) Refaça a figura dada e desenhe o raio refletido.

V2. Um pedaço de tecido alaranjado, numa sala iluminada


por luz azul monocromática, parecerá:
a) alaranjado c) preto e) roxo
b) azul d) branco S

Revisão
R1. (UF-RN) Ana Maria, modelo profissional, costuma fazer d) vermelho, pois a cor do vestido independe da radia-
ensaios fotográficos e participar de desfiles de moda. ção incidente.
Em trabalho recente, ela usou um vestido que apresen-
R2. (Unirio-RJ) Durante a final da Copa do Mundo, um
tava cor vermelha quando iluminado pela luz do sol.
Ana Maria irá desfilar novamente usando o mesmo cinegrafista, desejando alguns efeitos especiais, gra-
vestido. Sabendo que a passarela onde Ana Maria vai vou cena em um estúdio completamente escuro, onde
desfilar será iluminada agora com luz monocromática existia uma bandeira da “Azzurra” (azul e branca) que
verde, podemos afirmar que o público perceberá seu foi iluminada por um feixe de luz amarela monocromá-
vestido como sendo: tica. Quando a cena foi exibida ao público, a bandeira
a) verde, pois é a cor que incidiu sobre o vestido. apareceu:
b) preto, porque o vestido só reflete a cor vermelha. a) verde e branca. d) preta e amarela.
c) de cor entre vermelha e verde devido à mistura das b) verde e amarela. e) azul e branca.
cores. c) preta e branca.

CAPÍTULO 25 - Reflexão da luz. O estudo dos espelhos planos 345


R3. (PUC-RS) Um raio de luz incide horizontalmente sobre
um espelho plano inclinado 20s em relação a um plano E'

Marco A. Sismotto
horizontal, como mostra a figura a seguir. N
I R
30°

E
20s
Que ângulo formam entre si as seções E e E' dos dois
espelhos?
Quanto ao raio refletido pelo espelho, é correto afirmar
a) 15s c) 45s e) 75s
que ele:
b) 30s d) 60s
a) é vertical.
R5. (Mackenzie-SP) Dois espelhos a
b) forma um ângulo de 40s com raio incidente. E1
c) forma um ângulo de 20s com a direção normal ao planos (E1 e E2) formam entre
espelho. si 50s. Um raio de luz incide no
espelho E1, e, refletindo, incide E2
d) forma um ângulo de 20s com o plano do espelho.
no espelho E2. Emergindo do 50°
e) forma um ângulo de 20s com raio incidente.
sistema de espelhos, esse raio
R4. (UF-RS) A figura a seguir representa as seções E e E' refletido forma, com o raio que incide no espelho E1,
de dois espelhos planos. O raio de luz I incide obliqua- o ângulo F, nas condições da figura. O valor desse
mente no espelho E, formando um ângulo de 30s com ângulo F é:
a normal N a ele, e o raio refletido R incide perpendicu- a) 40s c) 60s e) 80s
larmente no espelho E'. b) 50s d) 70s

Imagens num espelho Caso o objeto seja extenso, a imagem formada


pelo espelho tem tamanho igual ao tamanho do
plano objeto (fig. 5):
Considere um ponto luminoso P colocado diante i5o
de um espelho plano (fig. 4); os raios provenientes
dele sofrem reflexão regular. Um observador, olhando
objeto imagem
para o espelho, “terá a impressão” de que a luz por

Alberto De Stefano
ele recebida tem origem no ponto P9, situado nos
prolongamentos dos raios refletidos.
o i
d d9

P P9

d d9
Figura 5. No espelho plano, objeto e
imagem mantêm as mesmas dimensões.

Figura 4 Qualquer pessoa ao se olhar num espelho plano


percebe que sua imagem, embora pareça idêntica a
O ponto P9, de onde parecem provir os raios ela, apresenta uma interessante diferença: se a pessoa
que o observador recebe (refletidos), é denominado erguer sua mão direita, a imagem erguerá sua mão
ponto-imagem; no caso, por ser definido pelos pro- esquerda (fig. 6); se a pessoa estiver escrevendo com
longamentos dos raios refletidos, o ponto P9 é um a mão esquerda, a imagem aparecerá escrevendo
ponto-imagem virtual. O ponto luminoso P, de onde com a mão direita, etc. Nesses casos, não é possível
realmente vieram os raios luminosos, é chamado imaginar uma superposição da imagem com o objeto.
ponto-objeto real. Dizemos, então, que imagem e objeto no espelho
Na figura 4, da congruência dos triângulos som- plano apresentam “formas contrárias”, isto é, cons-
breados, concluímos que as distâncias do objeto e da tituem figuras enantiomorfas. Desse modo, o espelho
imagem à superfície do espelho são iguais: plano não inverte a imagem, mas troca a direita pela
d 5 d9 esquerda e vice-versa (fig. 7).

346 UNIDADE 5 - Óptica


Fernando Favoretto/Criar Imagem

Ilustrações: Alberto De Stefano


o I

(b)

Figura 6. A imagem no espelho de nossa


mão direita é igual à nossa mão esquerda.

o I

(c)
Figura 7. No espelho plano, objeto (o)
o I e imagem (i) são figuras enantiomorfas.
(a)

Aplicação
A6. A distância de um ponto-objeto à imagem fornecida A8. Considere um ponto luminoso P, situado em frente de
por um espelho plano, medida sobre a perpendicular um espelho plano E, e o olho, O, de um observador.
ao espelho que contém os dois pontos, vale 40 cm. Desenhe o raio de luz que, emitido por P, incide no
Determine: espelho, sofre reflexão e atinge o olho, O, do observador.
a) a distância do objeto à superfície do espelho;
P
b) a nova distância que separa objeto e imagem, no
O
caso de o objeto se aproximar 5 cm do espelho;
c) a velocidade com que a imagem se afasta do espe- E
lho, quando o objeto dele se afasta com velocidade
10 m/s.
A7. Dois pontos, A e B, estão diante de um espelho plano,
conforme indica a figura. A que distância do ponto B
se forma a imagem do ponto A?
A9. Um observador segura à sua frente um livro, com
A 40 cm B a capa voltada para o espelho plano. No livro está
impresso a palavra FÍSICA. Olhando por sobre o livro,
20 cm para o espelho, o observador lê: FÍSICA
a) ACISÍF c) FÍSICA e)
FÍSICA
b) d) ACISÍF

Verificação
V6. Num espelho plano, os pontos objeto e imagem estão V8. Dois pontos, A e A
separados por uma distância de 10 m. Determine: B, estão diante de
a) a distância da imagem à superfície do espelho; um espelho plano, 60 cm
b) a que distância ficam um do outro, objeto e imagem, conforme indica a
quando o objeto é afastado 2,0 m do espelho. figura. A que dis- B
tância do ponto B 50 cm
V7. Uma pessoa corre para um espelho plano vertical com
se forma a imagem
a velocidade de 1,5 m/s. Com que velocidade a ima-
do ponto A?
gem da pessoa se aproxima do espelho?

CAPÍTULO 25 - Reflexão da luz. O estudo dos espelhos planos 347


V9. Considere um ponto luminoso P a) Desenhe o raio de luz emitido por P e refletido por
P, situado em frente de um E que atinge O.
espelho plano E, e seja O o olho b) Calcule a distância percorrida por esse raio.
de um observador. 30 cm
V10. Coloca-se, diante de um espelho plano, um cartão
O no qual está escrita a palavra FELIZ. Como se vê a
10 cm imagem dessa palavra no espelho?
E
30 cm

Revisão
R6. (UES-PI) Uma bola vai do ponto A ao ponto B sobre dos a praticamente todos os aparelhos eletrônicos,
uma mesa horizontal, segundo a trajetória mostrada como aparelhos de som, televisores, micro-ondas e
na figura a seguir. Perpendicularmente à superfície da telemóveis*. (http://www.mundodosrelogios.com/
mesa existe um espelho plano. Pode-se afirmar que a tiposrelogios.htm)
distância do ponto A à imagem da bola quando ela se (*Nota do autor: telemóveis é como se chamam os
encontra no ponto B é igual a: telefones celulares em Portugal.)
a) 8 cm A figura representa a imagem produzida em um espe-
B 4 cm
b) 12 cm lho plano de um relógio digital.
c) 16 cm vista de cima

Hélio Senatore
d) 20 cm
12 cm

e) 32 cm
espelho plano

A Escrevendo a hora por extenso tem-se


12 cm a) 15 horas e 52 minutos. c) 15 horas e 25 minutos.
b) 12 horas e 25 minutos. d) 12 horas e 52 minutos.
R7. (PUC-SP) Num relógio de ponteiros, cada número foi R9. (AFA-SP) A figura mostra um objeto A, colocado a 8
substituído por um ponto. Uma pessoa, ao observar a m de um espelho plano, e um observador O, colocado
imagem desse relógio refletida em um espelho plano, a 4 m desse mesmo espelho.
lê 8 horas. Se fizermos a leitura diretamente no relógio,
8m
verificaremos que ele está marcando:
a) 6 h c) 9 h e) 10 h  A
b) 2 h d) 4 h

R8. (UE-RN) O relógio digital é um tipo de relógio que 9m


utiliza meios eletrônicos para controlar as horas. Uti-
liza energia elétrica, que é normalmente suprida por O
uma bateria de pequena carga. Ele utiliza um cristal 4m
piezoelétrico que gera pulsos elétricos a uma frequên-
cia constante (usualmente 50 ou 60 Hz). Um raio de luz que parte de A e atinge o observador
Geralmente, as horas são exibidas através de um O por reflexão no espelho percorrerá, nesse trajeto de
visor de LEDs ou cristal líquido. Relógios digitais são A para O:
pequenos, baratos e precisos. Por isso, são associa- a) 10 m   b) 12 m   c) 18 m   d) 15 m

APROFUNDANDO

• A palavra ambulância aparece escrita “ao contrário” – AICNÂLUBMA – no capô


Fabio Colombini

dos veículos de atendimento médico. Por quê?


• Por que as paredes internas de uma máquina fotográfica são totalmente
escuras?
• Para transitar por uma estrada à noite, é recomendável que o pedestre esteja
vestido com roupas claras. Por quê?
• Uma rosa vermelha parece negra, num ambiente iluminado apenas por uma
fonte de luz azul. Por quê?

348 UNIDADE 5 - Óptica


Se o espelho transladar uma distância d, passando
Campo visual de um para a posição E2, a imagem de o passará para i2
espelho plano (fig. 9). Vamos determinar a distância i1i2 que a ima-
gem se desloca:
Campo visual de um espelho plano, em relação a
um observador O, é a região do espaço que o obser- i1i2 5 2y 2 2x 5 2(y 2 x)
vador vê por reflexão no espelho. Para determinar o
Mas y 2 x 5 d, logo:
campo visual basta achar a imagem O9 de O e unir
O9 com os bordos do espelho. A região sombreada
da figura 8 é o campo visual. i1i2 5 2d

O
Portanto, se um espelho plano translada uma dis-
P
tância d, segundo uma direção perpendicular a seu plano,
a imagem de um objeto fixo translada 2d, no mesmo
Q sentido.
E1 E2

d
O9 o (fixo) i1 i2
Figura 8
O ponto P da figura 8 pertence ao campo visual.
O raio de luz que incide no espelho e cujo prolonga-
mento passa por O9 reflete-se e atinge o observador x x
O. Já o ponto Q não pertence ao campo visual. A reta
y y
definida por Q e O9 não intercepta o espelho.
Figura 9

Translação de um espelho
Como os deslocamentos são simultâneos,
plano podemos concluir que, se o espelho plano trans-
Considere um ponto-objeto o fixo e um espelho lada com velocidade v, a imagem de um objeto fixo
plano que ocupa a posição E1. Seja i1 a imagem de o. translada com velocidade 2v.

Aplicação
A10. Considere cinco pontos-objeto, A, B, C, D e F, um b) Determine a altura mínima do espelho que per-
espelho plano E e o olho O de um observador. mita à pessoa ver inteiramente sua imagem.
Quais pontos-objeto o observador vê por reflexão c) Nas condições do item anterior, determine a dis-
no espelho? tância do bordo inferior do espelho ao solo.
F
O A B A12. Um espelho plano vertical é afastado 2,0 m de uma
pessoa que permanece parada diante dele. Deter-
C D
mine a distância que separa a antiga e a nova ima-
E gem da pessoa.
A13. Uma pessoa está diante de um espelho plano vertical.
Em relação a um referencial ligado à Terra, a pessoa
A11. Uma pessoa de altura H e cujos olhos encontram- está em repouso e o espelho translada, numa direção
se a uma altura h do solo está em pé diante de um perpendicular a seu plano, com velocidade 2,0 m/s.
espelho plano vertical. Determine a velocidade da imagem da pessoa em
a) Faça um esquema dos raios que permitem ao relação a um referencial ligado:
observador ver o topo de sua cabeça e a ponta a) à Terra;
dos seus pés. b) ao espelho.

CAPÍTULO 25 - Reflexão da luz. O estudo dos espelhos planos 349


Verificação
V11. Uma formiga F percorre a reta r com velocidade b) Qual deve ser a distância do bordo inferior do
v 5 1,0 cm/s. O lado de cada quadradinho mede espelho ao chão, nas condições anteriores?
2,0 cm. Durante quanto tempo o observador O vê a
V13. Determine a dimensão mínima vertical que deve ter
imagem de F conjugada pelo espelho?
um espelho plano para que, disposto verticalmente
F
r a 1,0 m de um observador, permita a este ver intei-
o
ramente a imagem de um objeto vertical de altura
O 10 m, situado atrás dele, a 4,0 m de distância.
E
2,0 cm

V14. Num parque de diversões, Ana Beatriz se vê num


espelho plano vertical, a 5,0 m dele. Para sua sur-
2,0 cm presa, o espelho começa a se aproximar, deslo-
V12. Um jogador de basquete, com 2,10 m de altura e cando-se 3,0 m em sua direção durante 15 s, em
cujos olhos se encontram a 2,00 m do solo, está em movimento uniforme. Determine:
frente a um espelho plano vertical. a) quanto a imagem se aproxima de Ana Beatriz;
a) Qual deve ser o tamanho mínimo do espelho, na b) a velocidade do espelho em relação a Ana Beatriz;
direção vertical, para que o jogador veja sua ima- c) a velocidade da imagem em relação a Ana Beatriz;
gem de corpo inteiro? d) a velocidade da imagem em relação ao espelho.

Revisão
R10. (Unicamp-SP) A figura abaixo mostra um espelho Reproduza o esquema ilustrado abaixo e desenhe
retrovisor plano na lateral esquerda de um carro. O raios luminosos apropriados que mostre como João-
espelho está disposto verticalmente e a altura do seu zinho consegue ver a imagem de Maria.
centro coincide com a altura dos olhos do motorista.
E
Os pontos da figura pertencem a um plano horizontal
que passa pelo centro do espelho. B A
Nesse caso, os pontos
Luiz Rubio

que podem ser R12. (U. F. Juiz de Fora-MG) Um observador O de


Espelho
vistos pelo dimensões desprezíveis posta-se em repouso a
retrovisor
motorista são: uma distância de 3 m em frente ao centro de um
a) 1, 4, 5 e 9 6 9 Olhos do espelho plano de 2 m de largura, que também está
3
b) 4, 7, 8 e 9 motorista em repouso. Um objeto pontual P desloca-se uni-
c) 1, 2, 5 e 9 formemente com 4 m/s ao longo de uma trajetória
5 8
d) 2, 5, 6 e 9 2 retilínea paralela à superfície do espelho e distante
6 m desta (veja figura). Inicialmente, o observador
1 7
não vê o objeto.
4
1m 1m
espelho
R11. (UF-RJ) Os quadrinhos a seguir mostram dois
momentos distintos. No primeiro quadrinho, Maria
está na posição A e observa sua imagem fornecida
3m
pelo espelho plano E. Ela, então, caminha para a
posição B, na qual não consegue mais ver sua ima- 6m
gem; no entanto, Joãozinho, posicionado em A, con- O
segue ver a imagem de Maria na posição B, como
ilustra o segundo quadrinho. v = 4 m/s
P
Alberto De Stefano

A partir de um certo ponto de sua trajetória, o objeto


passa a ser visto pelo observador. Por quanto tempo
ele permanece visível?
a) 10 s
b) 1,5 s
c) 3 s
Maria na posição A. Maria na posição B e d) 4 s
Joãozinho na posição A. e) 4,5 s

350 UNIDADE 5 - Óptica


R13. (UE-CE) No esquema a seguir, é mostrado um espelho
homem de frente para um espelho plano S, verti- v 5 1,5 m/s

Ilustrações: Alberto De Stefano


cal, e de costas para uma árvore P, de altura igual a
4,0 m. Qual deverá ser o comprimento mínimo do
espelho para que o homem possa ver nele a imagem
completa da árvore?
a) 0,5 m   b) 1,0 m  c) 1,5 m  d) 2,0 m
P

Analisando a situação descrita, pode-se afirmar que:


S a) a imagem, de mesmo tamanho, afasta-se do espe-
4,0 m
lho com velocidade de 1,5 m/s.
b) a imagem, de mesmo tamanho, aproxima-se do
espelho com velocidade de 3,0 m/s.
4,0 m 2,0 m c) a pessoa e a sua imagem aproximam-se com velo-
cidade relativa de 3,0 m/s.
R14. (Efomm-RJ) Uma pessoa caminha em direção a d) a pessoa e a sua imagem afastam-se com veloci-
um espelho fixo com velocidade escalar constante, dade relativa de 3,0 m/s.
medida em relação ao solo, conforme mostra a figura e) a imagem, aumentada devido à aproximação da
a seguir. pessoa, tem velocidade de 1,5 m/s.

Do triângulo OI1I2, resulta:


Rotação de um espelho
plano Ô  Î 1  Î 2  180°
 90°  i1  90°  i2  180°
Considere um raio RI incidente num espelho plano
F  i2  i1 b
e seja RR1 o correspondente raio refletido. Girando-se
o espelho de um ângulo F, em torno de um eixo O O I1
α
pertencente ao plano do espelho, para o mesmo raio 90° 1 i1
incidente RI corresponde um novo raio refletido RR2 90° 2 i2
(fig. 10). Nessas condições, o raio refletido girou de
I2
um ângulo G, tal que: Figura 12

G 5 2F
De a e b: G  2F 
RI RR1
Na figura 13, girando-se o espelho de um ângulo
F, a imagem P do ponto-objeto P passa para P,
i1 i1 descrevendo um arco de circunferência de ângulo
O I1 central , tal que   2 .

α i2 RR2
i2 P

β
C I2

Figura 10
O
De fato, no triângulo CI1I2, temos:
I1
Ĉ  Î 1  Î 2  180° β α
  2i1  180°  2i2  180° 2i1

  2(i2  i1) a P9
180° 2 2i2 I2

b
P0
C
Figura 11 Figura 13

CAPÍTULO 25 - Reflexão da luz. O estudo dos espelhos planos 351


Imagens em dois espelhos • Quando a relação
360°
F
é um número ímpar,
planos estando o objeto exatamente no plano bissetor do
ângulo formado entre os espelhos.
Quando dois espelhos planos E1 e E2 se defron-
tam, de modo que suas superfícies formem um ângulo Vejamos alguns exemplos:
diedro F, a luz proveniente de um ponto-objeto P,
• Se o ângulo entre os espelhos for F 5 90°, como
colocado entre eles, como se indica na figura 14, sofre 360° 360°
várias reflexões, dando origem a várias imagens. O mostra a figura 16, teremos: 5 54
F 90°
número de imagens depende do ângulo entre os espe- (número par). O número de imagens será dado
lhos, como mostra a figura 15. pela fórmula anterior, sem restrições, isto é, para
E1 qualquer posição do objeto entre os espelhos:
360°
P N5 2 1 5 4 2 1  N 5 3 imagens
90°
α
Na figura 16, representamos graficamente as ima-
gens i1, i2 e i3, formadas pelo objeto P entre os
espelhos. Está indicada ainda a posição do globo
E2
ocular G de um observador e o trajeto dos raios
Figura 14
que lhe permitem ver as imagens.
Eduardo Santaliestra

E1

i1 P
G

E2

Figura 15
i3 i2
O número de imagens pode ser calculado pela Figura 16
fórmula:
• Se o ângulo entre os espelhos for F 5 40°, tere-
360° 360° 360°
N5 21   mos: 5 5 9 (número ímpar). Nesse
F F 40°
caso, o número de imagens só poderá ser calculado
Essa fórmula vale em duas situações: pela fórmula se o objeto estiver no plano bissetor,
360° isto é, no plano que divide ao meio o ângulo for-
• Quando a relação é um número par, qual- mado pelos espelhos. Nessa situação:
F
quer que seja a posição do objeto entre os dois 360°
N5 2 1 5 9 2 1  N 5 8 imagens
espelhos; 0°

Aplicação
A14. Um raio de luz RI incide num espelho plano que b) Refaça a figura e represente os raios refletidos RR1
está na posição E1. Gira-se o espelho de um ângulo e RR2 relativos às posições E1 e E2.
igual a 20° em torno do eixo (O) pertencente ao RI
plano do espelho. O espelho passa a ocupar a posi-
ção E2. O E1
a) Determine o ângulo que o raio refletido girou. 20°
E2

352 UNIDADE 5 - Óptica


A15. Ao girar um espe- P A17. De um objeto colocado no ângulo diedro F formado
lho plano, passando 360°
da posição E1 para a entre dois espelhos planos, tal que é par, indi-
F
posição E2, a imagem O E1 dualizam-se 35 imagens. Determine o ângulo for-
de um ponto-objeto mado entre os espelhos.
P passou de P9 a P0, 30° E2
conforme indica a A18. Dois espelhos planos estão dispostos de modo que
P9
figura. De que ângulo P0 suas faces refletoras formam entre si um ângulo
girou o espelho? diedro de 90°. Um raio incide em um dos espelhos
A16. Colocando-se um objeto entre dois espelhos planos de tal maneira que o raio refletido incide depois no
que formam entre si um ângulo diedro de 45°, qual o segundo espelho. Que ângulo há entre o primitivo
número de imagens virtuais formadas? raio incidente e o segundo raio refletido?

Verificação
V15. Um raio de luz RI incide num espelho plano que está V17. Um objeto é colocado sobre o plano bissetor do
na posição E1. Seja RR1 o correspondente raio refle- ângulo diedro F formado por dois espelhos planos,
tido. Gira-se o espelho de um ângulo F, em torno do produzindo-se 14 imagens do referido objeto. Qual
eixo (O) pertencente ao plano do espelho. O espe- 360°
o ângulo F entre os espelhos? Sabe-se que
lho passa a ocupar a posição E2. Para o mesmo raio F
incidente RI corresponde um novo raio refletido RR2. é ímpar.
Sabendo que o raio refletido girou de 40°, determine
V18. Na figura temos dois espelhos planos, E1 e E2, cujas
o ângulo F.
superfícies refletoras formam entre si um ângulo de
RI
RR1 60°. Um raio de luz incide no espelho E1 e, após se
refletir, vai incidir em E2. Qual o ângulo com que o
O α E1 raio se reflete de E2?
40° RR2
E2
E2

V16. Dois espelhos planos formam entre si um ângulo


de 18°. Qual o número de imagens que você poderá 60° 40°
obter de um objeto colocado entre eles? E1

Revisão
R15. (UFR-RJ) Considere a situação esquematizada abaixo, dois espelhos planos verticais A e B que fazem entre
na qual um pequeno espelho plano se encontra dis- si um ângulo de 60°. A figura 2 indica seis posições,
posto verticalmente, bem em frente ao rosto de uma 1, 2, 3, 4, 5 e 6, relativas aos espelhos. A criança se
pessoa. encontra na posição 1 e pode ver suas imagens nas
posições 2, 3, 4, 5 e 6.
Lettera Studio

Alberto De Stefano

30° 3 2

4 30° 1
30°

B
Para que essa pessoa consiga ver a imagem da lâm-
5 6
pada no teto, sem precisar se abaixar, o espelho deve
ser girado:
a) 60° c) 15° e) 45° Figura 1 Figura 2
b) 30° d) 90°
Em quais das cinco imagens a criança pode ver os
R16. (UF-RJ) Uma criança segura uma bandeira do Brasil dizeres ORDEM E PROGRESSO? Justifique a sua
como ilustrado na figura 1. A criança está diante de resposta.

CAPÍTULO 25 - Reflexão da luz. O estudo dos espelhos planos 353


R17. (UF-AC) A figura mostra uma vista superior de dois e uma região ou objeto que se deseja observar. Con-
espelhos planos, dispostos no canto de duas pare- sidere que, nesse periscópio, E1 e E2 são espelhos
des verticais, sendo suas superfícies perpendicula- planos.
res entre si. Sobre o espelho OA, incide um raio de
luz horizontal (raio incidente) formando um ângulo E1
F ⫽ 35° com o plano desse espelho. Após reflexão
nos dois espelhos (OA e OB), o raio emerge for-

Alberto De Stefano
mando um ângulo ␪ com o plano do espelho OB
de valor: O B
a) 0°
b) 15°
c) 55°
d) 35° α E2
raio
e) 65°
incidente
A
R18. (PUC-SP) Um aluno colocou um objeto O entre
as superfícies refletoras de dois espelhos planos
associados e que formavam entre si um ângulo ␪, A respeito do periscópio e dos fenômenos lumi-
obtendo n imagens. Quando reduziu o ângulo entre nosos que a ele podem ser associados são feitas
␪ afirmativas:
os espelhos para , passou a obter m imagens.
4 I. A colocação de espelhos planos, como indicada
A relação m e n é: na figura, permite que a luz proveniente da árvore
Marco A. Sismotto

a) m ⫽ 4n ⫹ 3 atinja o observador comprovando o princípio da


b) m ⫽ 4n ⫺ 3 propagação retilínea da luz.
u O
c) m ⫽ 4(n ⫹ 1) II. O ângulo de incidência do raio de luz no espe-
d) m ⫽ 4(n ⫺ 1) lho E1 é congruente ao ângulo de reflexão nesse
e) m ⫽ 4n mesmo espelho.
R19. (PUC-SP) O estudo da luz e dos fenômenos luminosos III. Como os espelhos E1 e E2 foram colocados em
sempre atraiu os pensadores desde a antiga Grécia. posições paralelas, os ângulos de incidência do
Muitas são as aplicações dos espelhos e lentes, obje- raio de luz no espelho E1 e de reflexão no espelho
tos construídos a partir dos estudos realizados em E2 são congruentes entre si.
Óptica. A figura representa um periscópio, instru- Dessas afirmativas, está correto apenas o que se lê em:
mento que permite a observação de objetos mesmo a) II c) I e III e) I, II e III
que existam obstáculos opacos entre o observador b) I e II d) II e III

APROFUNDANDO
Mark E. Gibson/Corbis/Latinstock

O termo “caleidoscópio” tem origem


grega e consiste na união das palavras kalos
(belo), eidos (imagem) e skopein (ver). Por-
tanto, “caleidoscópio” significa “ver belas
imagens”.
Faça uma pesquisa das partes essen-
ciais que constituem um caleidoscópio e
tente construir um.

354 UNIDADE 5 - Óptica


capítulo

26 Os espelhos esféricos

Definições e elementos Sendo derivado de uma superfície esférica, um


espelho esférico apresenta os seguintes elementos
Espelho esférico é uma calota esférica na qual uma geométricos (fig. 4):
de suas superfícies é refletora. Quando a superfície
refletora é a interna, o espelho é côncavo (fig. 1a). • centro de curvatura (C);
Quando a superfície refletora é a externa, o espelho • raio de curvatura (R);
é convexo (fig. 1b). • vértice (V): o polo (parte mais externa) da calota;
• eixo principal: reta comum ao centro de curvatura
e ao vértice;
• eixo secundário: qualquer reta que contém o centro
de curvatura (exceto o eixo principal).
(a) Espelho côncavo. (b) Espelho convexo.
eixo
Figura 1 secundário
Tom Langlands Photography/Alamy/Glow Images

C V
eixo
R principal

Figura 4

Para que as imagens fornecidas pelos espelhos


esféricos não apresentem deformações, os raios inci-
dentes devem ser paralelos ou pouco inclinados em
relação ao eixo principal e próximos dele. Isso significa
Figura 2. A esfera espelhada funciona como um espelho que trabalharemos somente com a parte do espelho
esférico convexo. As imagens formadas, por reflexão da em torno do vértice, constituindo o chamado espelho
luz, têm dimensões menores que as dos correspondentes esférico de Gauss. Essa parte útil dos espelhos aparece
objetos. ampliada nos esquemas a seguir.
Simbolicamente, representaremos os espelhos
esféricos como está indicado na figura 3.

C
V V C

(a) Representação de (b) Representação de


espelho esférico côncavo espelho esférico convexo
(a) Côncavo. (b) Convexo. de Gauss. de Gauss.
Figura 3 Figura 5

CAPÍTULO 26 - Os espelhos esféricos 355


O foco principal (F ) é um elemento importante
dos espelhos esféricos de Gauss. É o ponto do eixo
principal pelo qual passam os raios refletidos (ou seus R R
prolongamentos) quando no espelho incidem raios C F V V F C
f f
luminosos paralelos ao eixo principal (fig. 6).
No espelho côncavo, o foco F é um ponto-ima-
gem real, pois é definido pelo cruzamento efetivo
dos raios luminosos refletidos. No espelho convexo, (a) (b)
o foco F é um ponto-imagem virtual, pois é definido
Figura 8
pelo cruzamento dos prolongamentos dos raios
refletidos. A relação R 5 2f é válida para os espelhos esfé-
ricos de Gauss.
Os eixos do espelho esférico são perpendi-
culares à superfície do espelho. Daí podemos con-
F V V F cluir a seguinte propriedade para os espelhos esfé-
ricos (fig. 9):

(a) (b)
Figura 6

Podemos enunciar:
C C

Todo raio de luz que incide num espelho esférico


paralelamente ao eixo principal reflete numa direção
que passa pelo foco principal F. (a) (b)

Pela Reversibilidade dos Raios de Luz, podemos Figura 9


enunciar:
Um raio de luz incidindo na direção do centro de
Todo raio de luz que incide num espelho esférico curvatura de um espelho esférico reflete-se na
numa direção que passa pelo foco principal F reflete mesma direção (i 5 0° e, portanto, r 5 0°).
paralelamente ao eixo principal como mostra a
figura 7. Se um raio de luz incidir no vértice V do espelho
(fig. 10), a igualdade entre os ângulos de reflexão r e
de incidência i permite enunciar:

Todo raio de luz que incide no vértice do espelho


F V V F
esférico reflete simetricamente em relação ao eixo
principal.

(a) (b)
As duas últimas propriedades são válidas para
Figura 7 todos os espelhos esféricos (de Gauss ou não).
A distância do foco principal F ao vértice V
do espelho é denominada distância focal e repre-
sentada por f. i V i V
O foco principal F está aproximadamente a meia C F r r F C
distância entre o vértice V e o centro de curvatura C
(fig. 8). Nessas condições, o raio de curvatura R é
praticamente o dobro da distância focal f:
(a) (b)
R 5 2f
Figura 10

356 UNIDADE 5 - Óptica


Aplicação
A1. Nos esquemas, V é o vértice, F é o foco e C é o centro b) convexo; foco principal.
de curvatura. Complete-os desenhando o raio refletido c) côncavo; foco principal.
correspondente. d) convexo; centro de curvatura.
a) c) e) côncavo; centro de curvatura.
A3. Um tema de grande atualidade, em vista da escas-
C F C F
sez do petróleo, é o aproveitamento da energia solar.
V V
Várias experiências são realizadas em todo o mun-
do, inclusive no Brasil, visando à concentração dessa
energia. Essa concentração poderia ser realizada com
b) d) o auxílio de:
a) espelhos planos.
F C b) espelhos côncavos.
V V F C c) espelhos convexos.
d) espelhos esféricos, não importando se côncavos ou
convexos.
A2. Uma pequenina lâmpada emite luz que incide num A4. Constrói-se um farol de automóvel utilizando um espe-
espelho. Toda luz que nele incide reflete-se e volta para lho esférico e um filamento de pequenas dimensões
a própria lâmpada. O tipo de espelho e a posição do que pode emitir luz.
filamento da lâmpada são, respectivamente: a) O espelho utilizado é côncavo ou convexo?
a) plano; centro de curvatura. b) Onde se deve posicionar o filamento?

Verificação
V1. Nos esquemas, V é o vértice, F é o foco e C é o centro b) Onde deve ser colocado o pavio da vela que se quer
de curvatura. Indique quais estão corretos. acender?
a) d) V3. Na figura, representamos dois espelhos esféricos, E1 e
E2, com eixos principais coincidentes. P é uma fonte de
luz puntiforme.
F V C F V
E1

E2
b) e)
P V2
β C F V1
V
β V

c)
Considerando-se os raios de luz emitidos por P e indi-
cados na figura, determine os raios de curvatura dos
espelhos E1 e E2. São dadas as distâncias: V1P 5 10 cm
V F
e V2P 5 2,0 cm.

V4. Obtém-se um espelho esférico côncavo, niquelando


V2. Pretende-se acender uma vela, concentrando-se a luz uma das superfícies de uma calota retirada de uma
solar por meio de um espelho esférico. esfera de 60 cm de raio. Determine o raio de curvatura
a) O espelho deve ser côncavo ou convexo? e a distância focal do espelho obtido.

Revisão
R1. (UF-AM) Um raio de luz, i, incide paralelamente ao eixo
Marco A. Sismotto

principal de um espelho côncavo de raio de curvatura


de 60 cm. O raio refletido vai atravessar o eixo princi-
pal no ponto de abscissa, em cm, igual a: x(cm) 80 60 40 20 0
a) 30 c) 20 e) 40
b) 10 d) 60

CAPÍTULO 26 - Os espelhos esféricos 357


R2. (UF-AM) Um feixe de raios paralelos incide frontal- a) Convexo d) Côncavo
mente sobre um espelho esférico convexo, produzindo
raios refletidos, cujos prolongamentos convergem para
o ponto P, como mostrado na figura. A
O raio de curvatura R desse espelho, em termos do B
segmento OP, vale:
1
a) R 5  OP
4
1 10m 20m
b) R 5  OP
2
O
P b) Côncavo e) Convexo
c) R 5 2OP
d) R 5 OP
e) R 5 4OP
A
R3. (Etec-SP) Os investimentos tecnológicos em energia A
solar estão crescendo. Por exemplo, o projeto da foto
apresentada tem como objetivo utilizar a energia solar
para o derretimento do alumínio.
10m
Considere os seguintes detalhes desse gigantesco 10m
“forno solar”. c) Convexo
• É constituído de uma superfície esférica revestida de
lâminas espelhadas.
• As lâminas refletem os raios do sol, supostamente B
paralelos. 20m
• Depois de refletidos, os raios incidem numa região
a 10 metros do ponto central da superfície, onde o
derretimento do alumínio ocorre.
• A superfície refletora é, supostamente, um espelho
R4. (U. F. Juiz de Fora-MG) Um holofote é construído
esférico de foco A e centro de curvatura B.
com um sistema óptico formado por dois espelhos
Sergey Subbotin/RIA Novosti/Easypix

esféricos E1 e E2, como mostrado na figura, com


o objetivo de fazer com que os raios luminosos saiam
paralelos ao eixo óptico.

E1

E2
eixo óptico

Com base na figura, a localização da lâmpada do farol


deve ser:
a) nos focos de E1 e E2.
Assinale a alternativa que melhor representa o tipo de b) no centro de curvatura de E1 e no foco de E2.
espelho, os raios incidentes e refletidos e a posição c) no foco de E1 e no centro de curvatura de E2.
correta da região A ou B, para que haja o derretimento d) nos centros de curvatura de E1 e de E2.
do alumínio. e) em qualquer lugar entre E1 e E2.

Imagens nos espelhos esféricos


A imagem fornecida por um espelho esférico de
P
um objeto real colocado à sua frente é determinada
pela reflexão da luz nele.
Consideremos um objeto PQ, com base no eixo Q V
principal e perpendicular a este (fig. 11). Dizemos que
o objeto é frontal ao espelho. Figura 11

358 UNIDADE 5 - Óptica


Tratando-se de um espelho esférico de Gauss,
P
a imagem P'Q' também será frontal ao espelho. Para
obtê-la graficamente, basta determinar a imagem P' Q'
da extremidade superior P do objeto. Dos inúmeros Q C F V
raios que partem de P, traçamos para a construção P'
geométrica da imagem apenas dois, dando preferên-
cia àqueles cujo raio refletido pode ser individualizado   Figura 14. Imagem em um espelho côncavo.
com facilidade.
Na figura 12, construiu-se a imagem P'Q' do
objeto PQ, fornecida por um espelho convexo, uti-
lizando um raio paralelo ao eixo principal que se
refletiu numa direção que passa pelo foco F e um
raio que incidiu no vértice, refletindo-se simetrica-
mente em relação ao eixo principal.

P
P'
i
Q r V Q' F
C — Centro de curvatura
f — Foco principal
Figura 15
Figura 12. Imagem em um espelho convexo.
Para essa posição do objeto, a imagem que o espe-
Fotos: Edson Sato

lho côncavo fornece é real (intersecção efetiva de


raios), invertida (em semiplano contrário ao objeto)
e menor que o objeto (fig. 15).
• Objeto PQ situado sobre o centro de curvatura C
A imagem P'Q' foi obtida utilizando-se um raio
incidente paralelo ao eixo principal e outro que
incide passando pelo foco principal F (fig. 16).

Q
C Q' F V

P'
Figura 16
Figura 13

Observe que a imagem fornecida por um espe-


lho convexo de um objeto real é sempre uma imagem
virtual (prolongamento de raios), direita (no mesmo
semiplano que o objeto, definido pelo eixo principal)
e menor que o objeto (fig. 13).
No espelho côncavo, conforme a posição do
objeto em relação ao centro de curvatura C e ao foco
principal F, podemos individualizar vários tipos de
imagem.
• Objeto PQ situado antes do centro de curvatura C
A imagem P'Q' foi obtida utilizando-se um raio
paralelo ao eixo principal que se refletiu numa dire-
ção que passa pelo foco principal F e um raio que Figura 17
incidiu na direção do centro de curvatura C e se A imagem fornecida é real, invertida e de mesmo
refletiu sobre si mesmo (fig. 14). tamanho que o objeto (fig. 17).
CAPÍTULO 26 - Os espelhos esféricos 359
• Objeto PQ situado entre o centro de curvatura C e o
foco F P

Neste caso, a imagem P'Q' é real, invertida e maior Q i V


do que o objeto, como mostram as figuras 18 e 19. F r

P
i`

Q' C F Figura 20
Q V
• Objeto PQ situado entre o foco principal F e o vér-
tice V
Observe que a imagem P'Q' é virtual, direita e maior
P'
do que o objeto (fig. 21).
Figura 18 P'
P
Fotos: Edson Sato

i
F Q r V Q'

Figura 21

Figura 19

• Objeto PQ situado sobre o foco principal F


Nesta situação, os raios de luz que partem de qual-
quer ponto do objeto, após a reflexão, são paralelos
entre si. Diz-se então que a imagem é imprópria
(imagem no infinito), como mostra a figura 20. Figura 22

Aplicação
A5. Construa graficamente a imagem do objeto c) e)
PQ, representado nos esquemas seguintes, clas-
sificando-a em real ou virtual, direita ou invertida P P
CQ F V C FQ V
e em maior, menor ou do mesmo tamanho que o
objeto. Nos esquemas, V é o vértice, F é o foco
principal e C é o centro de curvatura.

a) b) d) f)

P P P P
Q C F V Q C F V C QF V Q V F C

360 UNIDADE 5 - Óptica


A6. O esquema representa o objeto real e sua correspon- A7. Somente a imagem real, por ser definida pelo cruza-
dente imagem fornecida por um espelho esférico. mento efetivo de raios, pode ser recebida sobre uma
Graficamente, encontre a posição do espelho, indi- tela. Então, podemos projetar em uma tela a imagem
cando o seu vértice. de um objeto real:
o a) colocado diante de um espelho côncavo, em qual-
quer posição.
b) colocado entre o foco F e o vértice V de um espelho
eixo côncavo.
principal c) colocado em frente de um espelho convexo, em
qualquer posição.
i d) colocado entre o foco F e o centro de curvatura C
Assinale ainda a posição do centro de curvatura e do de um espelho côncavo.
foco. e) colocado atrás de um espelho côncavo.

Verificação
V5. Encontre graficamente a imagem do boneco no espe-
lho esférico, ambos representados em escala. Sendo F
o foco do espelho, a imagem do boneco é (e está): o
a) real (à direita do boneco).
D A F B V C
b) real (à esquerda do boneco).
c) virtual (à direita do foco).
d) virtual (à esquerda do foco). d d
e) imprópria (no infinito).
V8. Se um objeto real se encontra entre o centro de cur-
vatura e o foco de um espelho esférico côncavo, a
sua imagem vai se formar:
a) no vértice do espelho.
b) no centro de curvatura do espelho.
c) antes do centro de curvatura.
V F d) entre o centro de curvatura e o foco do espelho.
e) entre o foco e o vértice do espelho.

V9. De um objeto real, um espelho esférico côncavo


forma imagem virtual, direita e maior quando o
V6. A figura apresenta um objeto o colocado defronte a objeto está colocado:
um espelho côncavo. C é o centro de curvatura e F, o a) no foco do espelho.
foco do espelho. b) entre o foco e o espelho.
c) no centro óptico do espelho.
d) entre o foco e o centro óptico do espelho.
e) entre o centro óptico e o infinito.
o V10. O esquema representa o objeto real e sua corres-
pondente imagem fornecida por um espelho esfé-
C F V
rico de eixo principal XX9. Graficamente, encontre
a posição do espelho, indicando o seu vértice. Assi-
nale ainda a posição do centro de curvatura e do
foco do espelho.
Onde se forma a imagem do objeto? i
a) à esquerda de o. o
b) entre o e C. X X'
c) entre C e F.
d) entre F e o espelho. V11. Não é possível projetar sobre uma tela a imagem de
e) à direita do espelho. um objeto colocado:
a) na frente de um espelho côncavo.
V7. Um objeto o está em frente a um espelho côncavo de b) entre o foco e o centro de curvatura de um espe-
foco F. A imagem desse objeto está formada em: lho côncavo.
a) A c) sobre o centro de curvatura de um espelho côn-
b) B cavo.
c) C d) entre o foco e o vértice de um espelho côncavo.
d) D e) antes do centro de curvatura de um espelho côn-
e) F cavo.

CAPÍTULO 26 - Os espelhos esféricos 361


Revisão
R5. (UF-MG) Uma pequena lâmpada está na frente de um b) o espelho da figura 1 é convexo, o da figura 2 é côn-
espelho esférico, convexo, como mostrado na figura. cavo e o boneco está entre o centro de curvatura e
O centro de curvatura do espelho está no ponto O. o foco deste espelho.
c) o espelho da figura 1 é convexo, o da figura 2 é côn-
espelho
lâmpada cavo e o boneco está entre o foco e o vértice deste
K espelho.
M d) o espelho da figura 1 é côncavo, o da figura 2 é con-
N
L vexo e o boneco está entre o centro de curvatura e
O o foco deste espelho.
R8. (FGV-SP)

Paulo Leminski
Nesse caso, o ponto em que, mais provavelmente, a
imagem da lâmpada será formada é o:
a) K c) M
b) L d) N

R6. (FGV-SP) Vendido como acessório para carros e cami-


nhões, um pequeno espelho esférico convexo autoa-
(Paulo Leminski: La vie en close, 1991.)
desivo, quando colocado sobre o espelho retrovisor
externo, permite ao motorista a obtenção de um maior
campo visual. Nesse poema, Paulo Leminski brinca com a reflexão
Analise as afirmações com base na utilização desse das palavras, dando forma e significado a sua poesia
pequeno espelho para a observação de objetos reais. ao imaginar a reflexão em um espelho-d’água. Para
I. As imagens obtidas são menores que o objeto. obter o mesmo efeito de inversão das letras, se os
II. A imagem conjugada é virtual. dizeres da primeira linha estiverem sobre o eixo prin-
cipal de um espelho esférico côncavo, com sua escrita
III. Há uma distância em que não ocorre formação de
voltada diretamente à face refletora do espelho, o
imagem (imagem imprópria).
texto corretamente grafado e o anteparo onde será
IV. Para distâncias muito próximas ao espelho, a ima-
projetada a imagem devem estar localizados sobre o
gem obtida é invertida.
eixo principal, nessa ordem:
É verdadeiro o contido apenas em:
a) no mesmo lugar e sobre o foco.
a) I e II d) III e IV
b) no mesmo lugar e sobre o vértice.
b) I e III e) I, II e IV
c) no centro de curvatura e sobre o foco.
c) II e IV
d) no foco e sobre o centro de curvatura.
R7. (UF-RN) Deodora, aluna do 4º ano do ensino fun- e) no mesmo lugar e sobre o centro de curvatura.
damental, ficou confusa na feira de ciências de sua
R9. (PUC-PR) Um objeto real, representado pela seta, é
escola, ao observar a imagem de um boneco em dois
colocado em frente de um espelho, que pode ser plano
espelhos esféricos. Ela notou que, com o boneco
ou esférico, conforme as figuras. Indique a alternativa
colocado a uma mesma distância do vértice dos
correspondente ao caso em que a imagem fornecida
espelhos, suas imagens produzidas por esses espe-
pelo espelho será virtual:
lhos apresentavam tamanhos diferentes, conforme
mostrado nas figuras 1 e 2, reproduzidas abaixo. (I) (IV)
Eduardo Santaliestra

C F

(II) (V)

C F C F

(III)

Figura 1 Figura 2
C F
Observando-se as duas imagens, é correto afirmar:
a) o espelho da figura 1 é côncavo, o da figura 2 é con- a) nos casos I, IV e V. d) nos casos I e II.
vexo e o boneco está entre o foco e o vértice deste b) somente no caso I. e) nos casos I e III.
espelho. c) somente no caso II.

362 UNIDADE 5 - Óptica


Fórmulas dos espelhos imagem real é invertida: p9 . 0; i , 0

esféricos imagem virtual é direita: p9 , 0; i . 0

Para referir a posição do objeto e da imagem Nos espelhos esféricos, a distância focal f e o raio
em relação ao espelho esférico, adotamos o sistema de curvatura R são considerados abscissas do foco
de referência de Gauss, esquematizado na figura 23. principal F e do centro de curvatura C, respectiva-
mente. Sendo assim, o espelho côncavo tem distância
o, i o, i
luz luz focal e raio de curvatura positivos, enquanto o espelho
convexo os tem negativos.

p, p9 V p, p9 V Equação de Gauss
A Equação de Gauss relaciona as abscissas (p e p9)
com a distância focal f do espelho:
Figura 23
1 1 1
ⴝ ⴙ
Eixo Origem Direção Sentido f p p9

abscissas eixo contrário ao da


vértice (V) Aumento linear transversal da imagem
(p, p9) principal luz incidente
Chama-se aumento linear transversal da imagem
perpendicular
ordenadas de baixo (A) a relação entre as ordenadas i e o:
vértice (V) ao eixo
(o, i) para cima
principal
i
Aⴝ
o
Por exemplo, nos esquemas representados nas
figuras 24 e 25, estão anotadas as dimensões referen- i 12
No exemplo da figura 24, temos: 5 ,
tes ao objeto e à imagem e os valores das abscissas o 16
e das ordenadas, de acordo com o referencial acima. 1
A 5 1  . Significa que a imagem é direita e tem altura
3
objeto três vezes menor do que a do objeto.
imagem p 5 130 cm i 210
6 cm Para a figura 25, vem: 5 , A 5 22. Por-
2 cm p9 5 210 cm o 15
30 cm 10 cm o 5 16 cm tanto, a imagem é invertida e tem altura duas vezes
i 5 12 cm
maior do que a do objeto.
Entre as abscissas (p e p9) e as ordenadas (o e i)
Figura 24 vale a relação seguinte, obtida da semelhança dos
triângulos sombreados na figura 26:
objeto
p 5 110 cm i p9 p9
5 cm 10 cm
p9 5 120 cm
ⴝⴚ ⇒ Aⴝⴚ
o p p
10 cm 20 cm o 5 15 cm
i 5 210 cm
imagem p

Figura 25

De acordo com esse referencial, imagem real C o


tem abscissa positiva e imagem virtual tem abscissa F V
i
negativa:

 imagem real: p9 . 0
imagem virtual: p9 , 0 p9

Figura 26
Observe ainda que, admitindo p e o como sendo
sempre positivos (objeto real, acima do eixo principal), O sinal negativo é acrescido à relação geomé-
a abscissa da imagem p9 e sua ordenada i têm sempre trica, em vista de i e p9 terem sempre sinais opostos
sinais contrários. Assim: (para o e p positivos).
CAPÍTULO 26 - Os espelhos esféricos 363
Aplicação
A8. Um espelho esférico côncavo tem distância focal igual a Determine:
30 cm. Um objeto é colocado frontalmente a 50 cm do a)a distância focal do espelho;
espelho. Determine a posição e a natureza da imagem. b)a abscissa da imagem formada;
c)a altura (ordenada) da imagem;
A9. Um espelho esférico convexo tem distância focal d)a natureza da imagem.
de módulo igual a 20 cm. Um objeto luminoso é
colocado a 40 cm do vértice do espelho, perpen- A11. Um espelho esférico convexo tem distância focal de
dicular ao eixo principal. Determine a posição e a módulo igual a 30 cm. Um objeto luminoso é colo-
natureza da imagem. cado a 30 cm do vértice do espelho, perpendicular-
mente ao eixo principal.
A10. Um espelho côncavo tem 80 cm de raio de curvatura. Determine:
Um objeto com 10 cm de altura é colocado frontal- a) a posição e a natureza da imagem;
mente a 60 cm do espelho. b) o aumento linear transversal da imagem.

Verificação
V12. Um objeto está frontalmente colocado diante de um c) a natureza da imagem;
espelho esférico côncavo, de distância focal 20 cm, a d) o aumento linear transversal da imagem.
30 cm de seu vértice.
V14. Um objeto está frontalmente colocado diante de um
a) A que distância do vértice do espelho se forma a
espelho esférico convexo, cuja distância focal tem
imagem? Qual a sua natureza? módulo igual a 20 cm. A imagem se forma a 15 cm
b) Faça um esquema onde apareçam o espelho, o do espelho.
objeto e a correspondente imagem. Para obten- a) Determine a distância do objeto ao espelho.
ção da imagem, utilize dois raios de luz. b) Faça um esquema onde apareçam o espelho, o
V13. O raio de curvatura de um espelho côncavo é objeto e sua imagem. Para a obtenção da ima-
R 5 100 cm. À sua frente, situado perpendicular- gem, utilize dois raios de luz.
mente ao eixo principal e a 150 cm de seu vértice, V15. Um espelho esférico convexo apresenta raio de cur-
está um objeto. vatura cujo módulo é igual a 12 cm. Diante dele está
Determine: um objeto perpendicular ao eixo principal com 6,0 cm
a) a distância focal do espelho; de altura e a 3,0 cm do vértice do espelho. Determine
b) a abscissa da imagem formada; a posição, a altura e a natureza da imagem formada.

Revisão
R10. (Unifal-MG) Um objeto real, direito, situado no eixo
espelho
principal de um espelho esférico côncavo, 20 cm objeto
distante do vértice do espelho, forma uma imagem p
real situada a 60 cm do vértice do espelho. Assinale
a alternativa correta. p9
a) A imagem formada está entre o foco e o centro da
curvatura. 20 cm
b) A imagem formada é maior do que o objeto e
direita. imagem
c) A distância focal do espelho é de 30 cm.
d) A imagem é menor que o objeto e invertida.
As posições do objeto e da imagem são, respectiva-
e) O objeto está situado entre o foco e o centro de
mente:
curvatura do espelho.
a) 10 cm e 20 cm.
R11. (Unimontes-MG) A figura ao lado representa um b) 20 cm e 30 cm.
espelho esférico côncavo em que a imagem tem uma c) 10 cm e 30 cm.
altura três vezes maior que a do objeto. d) 30 cm e 40 cm.

364 UNIDADE 5 - Óptica


R12. (PUC-SP) Um objeto é inicialmente posicionado

Alex Argozino
entre o foco e o vértice de um espelho esférico
côncavo, de raio de curvatura igual a 30 cm, e H R
distante 10 cm do foco. Quando o objeto for repo-
sicionado para a posição correspondente ao cen- h
tro de curvatura do espelho, qual será a distância C
entre as posições das imagens formadas nessas
duas situações?
a) 37,5 cm
b) 22,5 cm 4,0 m
20 cm
c) 7,5 cm
d) 60 cm Em particular, espelhos convexos são úteis por
e) zero permitir o aumento do campo de visão e por essa
razão são frequentemente empregados em saídas
R13. (Unicamp-SP) Para espelhos esféricos nas condições de garagens e em corredores de supermercados.
de Gauss, a distância do objeto ao espelho, p, a dis- A figura acima mostra um espelho esférico con-
tância da imagem ao espelho, p⬘, e o raio de curva- vexo de raio de curvatura R. Quando uma pes-
tura do espelho, R, estão relacionados pela equação soa está a uma distância de 4,0 m da superfície
1 1 2 do espelho, sua imagem virtual se forma a 20 cm
⫹ ⫽ . O aumento linear transversal do
p p⬘ R deste, conforme mostra a figura. Usando as expres-
⫺p⬘ sões fornecidas acima, calcule o que se pede.
espelho esférico é dado por A ⫽ , onde o sinal
p a) O raio de curvatura do espelho.
de A representa a orientação da imagem, direita b) O tamanho h da imagem, se a pessoa tiver
quando positivo e invertida quando negativo. H ⫽ 1,60 m de altura.

APROFUNDANDO

Em grandes lojas e supermercados, utilizam-se espelhos convexos estrategicamente colocados. Por


que não se utilizam espelhos planos ou côncavos?

Outra fórmula para o aumento linear transversal


Da Equação de Gauss podemos tirar o valor de f⭈p
p⬘ e substituí-lo na fórmula do aumento: i p⬘ p⫺f
Em ⫽ ⫺  , resulta: A ⫽ ⫺ 
o p p
1 1 1 1 1 1
⫽ ⫹ ⇒ ⫽ ⫺ ⇒
f p p⬘ p⬘ f p f
f⭈p A5
f2p
⇒ p⬘ ⫽
p⫺f

Aplicação
A12. Mediante um espelho localizado a 1,0 m de um objeto b) a distância do espelho à parede.
luminoso frontal, deseja-se obter uma imagem direi-
A14. Uma pessoa diante de um espelho esférico de raio
2
ta cuja altura seja da do objeto. 120 cm vê sua imagem direita quatro vezes maior.
3
Determine sua distância ao espelho.
Determine o tipo de espelho que deve ser adotado e
sua distância focal. A15. Um espelho côncavo fornece de um objeto real uma
imagem invertida e quatro vezes maior. A distância
A13. Um espelho côncavo projeta sobre uma parede a
entre a imagem e o objeto é 45 cm. Determine as abs-
imagem vinte vezes maior de um objeto real colo-
cissas do objeto e da imagem e o raio de curvatura do
cado a 42 cm de seu vértice. Determine:
espelho.
a) a distância focal do espelho;

CAPÍTULO 26 - Os espelhos esféricos 365


Verificação
V16. O espelho retro- V18. Um espelho de maquia-

rotoGraphics/Kalium/
Grupo Keystone

Marga Buschbell Steeger/


Photographer's Choice
RF/Getty Images
visor de uma gem fornece uma imagem
motocicleta direita e aumentada três
fornece, de uma vezes do rosto de uma
pessoa situada pessoa. O raio de curva-
a 60 cm dele, tura do espelho é igual a
uma imagem 90 cm. Determine a dis-
direita quatro tância entre a pessoa e o espelho.
vezes menor.
Qual o tipo de V19. A distância entre o objeto e sua imagem fornecida
espelho e qual o seu raio de curvatura? por um espelho côncavo é 72 cm. Objeto e imagem
são ambos reais e a imagem é cinco vezes maior que
V17. Um objeto está colocado frontalmente a um espelho
o objeto. Determine o raio de curvatura do espelho.
a 20 cm de seu vértice. A imagem formada é real e
quatro vezes maior que o objeto. Determine: V20. Um objeto é colocado frontalmente a 20 cm de um espe-
a) a distância focal do espelho; lho esférico côncavo de raio de curvatura igual a 60 cm.
b) a distância entre o objeto e a imagem. Determine o aumento linear transversal da imagem.

Revisão
R14. (UFF-RJ) Um rapaz utiliza um espelho côncavo, de b) calcule o raio de curvatura do espelho, conside-
raio de curvatura igual a 40 cm, para barbear-se. rando a informação de que Afrodite costuma ficar
Quando o rosto do rapaz está a 10 cm do espelho, o a 50 cm do referido espelho.
aumento linear transversal da imagem produzida é:
R17. (U. F. Pelotas-RS) Um objeto de 6 cm de altura é
a) 1,3 c) 2,0 e) 40
colocado perpendicularmente ao eixo principal e a
b) 1,5 d) 4,0
24 cm do vértice de um espelho esférico côncavo, de
R15. (ITA-SP) Um objeto linear de altura h está assentado raio de curvatura 36 cm. Baseado em seus conheci-
perpendicularmente no eixo principal de um espelho mentos sobre óptica geométrica, a altura e natureza
esférico, a 15 cm de seu vértice. A imagem produzida da imagem são, respectivamente:
h a) 2 cm; virtual e direita. d) 18 cm; real e invertida.
é direita e tem altura de . Esse espelho é:
5 b) 12 cm; real e invertida. e) 2 cm; virtual e invertida.
a) côncavo, de raio 15 cm. c) 18 cm; virtual e direita.
b) côncavo, de raio 7,5 cm.
c) convexo, de raio 7,5 cm. R18. (Aman-RJ) Um fabricante de automóveis deseja
d) convexo, de raio 15 cm. colocar em seus veículos um espelho retrovisor que
e) convexo, de raio 10 cm. forneça ao motorista uma imagem do veículo que o
segue, reduzida à metade do seu tamanho natural,
R16. (UF-RN) A bela Afrodite adora maquiar-se. Entretanto, quando ele estiver a 5,0 m de distância do vértice do
não está satisfeita com o espelho plano que há em seu espelho. A opção que contém as características do
quarto, pois gostaria de se ver bem maior para poder espelho a ser utilizado é:
maquiar-se mais adequadamente. Com essa ideia, ela a) espelho esférico côncavo com raio de curvatura
procurou você, que é um fabricante de espelhos, e igual a 2,50 m.
encomendou um espelho em que pudesse ver-se com b) espelho esférico côncavo com distância focal de
o triplo do tamanho da imagem do espelho plano. 2,50 m.
Para as finalidades pretendidas pela jovem: c) espelho esférico côncavo com distância focal de
a) determine se o espelho deve ser côncavo ou con- 5,0 m.
vexo, bem como onde Afrodite deve se posicionar d) espelho esférico convexo com distância focal de
em relação ao vértice (V), ao foco (F) e ao centro (C) 2,50 m.
do espelho. Faça um diagrama representando a for- e) espelho esférico convexo com raio de curvatura
mação da imagem, conforme o desejo de Afrodite. igual a 10,0 m.

APROFUNDANDO
Faça uma pesquisa sobre as aplicações práticas dos espelhos esféricos: côncavos e convexos.

366 UNIDADE 5 - Óptica


capítulo

27 Refração da luz

O que é refração da luz

Jerome Wexler/Photo Researchers/Getty Images


Consideremos um feixe de luz monocromática
atingindo a superfície de separação S entre dois meios
homogêneos e transparentes, como o ar e a água (fig. 1).
Uma parcela dessa luz sofre reflexão, uma parcela
(não representada) é absorvida pelo meio material e
uma terceira parcela muda seu meio de propagação.
A parte da luz que muda de meio e que, em conse-
quência, tem sua velocidade de propagação alterada,
dizemos que sofreu refração.

luz Figura 3
refletida luz
incidente
ar
água
S
Índice de refração
luz Para caracterizar cada um dos meios envol-
refratada vidos no fenômeno da refração, definimos uma
grandeza adimensional denominada índice de refra-
Figura 1 ção absoluto (n), que corresponde a uma com-
paração entre a velocidade da luz no meio con-
Quando a incidência da luz na super fície
siderado (v) e a velocidade da luz no vácuo (c).
de separação é oblíqua, a refração ocorre com
Define-se índice de refração absoluto (n) de um
mudança de direção do feixe luminoso. No caso
meio pela relação entre a velocidade da luz no vácuo
de a incidência ser perpendicular, não há mudança
(c) e a velocidade (v) da luz monocromática que se
de direção. Na figura 2, representamos as duas
propaga no meio considerado:
situações, omitindo, como faremos daqui para a
frente, o raio refletido que sempre acompanha o c
n5
fenômeno da refração. v

Como a velocidade da luz no vácuo é sempre


maior que a velocidade da luz em qualquer meio
material, o índice de refração absoluto de um meio
ar
é sempre maior que 1, indicando quantas vezes a
água velocidade da luz no meio é menor que a velocidade
da luz no vácuo.

n . 1, pois c . v  ; meio material


Figura 2
Exemplificando, o índice de refração absoluto
A refração da luz é responsável por uma série da benzina (a 20 °C) é 1,5. Isso quer dizer que a
de fenômenos ópticos, como, por exemplo, o fato de velocidade da luz na benzina (a 20 °C) é uma vez e
uma colher parecer quebrada quando mergulhada meia menor que a velocidade da luz no vácuo:
na água (fig. 3) e de a profundidade de uma piscina c c c
n 5 ⇒ 1,5 5 ⇒ v 5
parecer menor do que realmente é. v v 1,5
CAPÍTULO 27 - Refração da luz 367
O índice de refração absoluto de um meio Como o fenômeno da refração sempre envolve
depende da cor da luz monocromática que se pro- dois meios, é costume definir-se o índice de refração
paga. No exemplo acima, o valor considerado corres- relativo entre dois meios como o quociente entre os
ponde à luz amarela. Para o mesmo meio, o índice de seus índices de refração absolutos. Assim, conside-
refração absoluto apresenta o maior valor para a luz rando os meios A e B de índices de refração absolutos
violeta e o menor valor para a luz vermelha. nA e nB (fig. 4), definimos o índice de refração relativo
Por exemplo, o denominado vidro crown apre- nAB do meio A em relação ao meio B e o índice de
senta, para diferentes luzes monocromáticas, dife- refração relativo nBA do meio B em relação ao meio
rentes índices de refração absolutos: A pelas relações:

Luz Índice de refração (n)


nB
vermelha 1,513 nBA 5
nA A nA
alaranjada 1,514 n   B nB
nAB 5 A
amarela 1,517 nB
verde 1,519
Figura 4
azul 1,526
Em função das velocidades da luz nos meios
anil 1,528 A e B (vA e vB), os índices relativos são expressos
violeta 1,532 por:

O índice de refração absoluto do vácuo é unitário: vA v


nBA 5  e  nAB 5 B
vB vA
n 5 1, pois v 5 c

Para o ar tem-se também, como boa aproxi- Entre os dois meios considerados na refração,
mação: diz-se mais refringente o que apresenta maior índice
de refração absoluto. O outro é, logicamente, o
nar 5 1
menos refringente.

Aplicação
A1. Certa luz monocromática apresenta num meio material A4. Usando feixes de luz monocromáticos de cores azul,
velocidade igual a 1,5 ⭈ 108 m/s. Sendo a velocidade da amarela e vermelha, mediu-se o índice de refração n
luz no vácuo 3,0 ⭈ 108 m/s, determine o índice de refra- de uma placa de vidro comum. Certamente, a relação
ção absoluto desse meio para a luz que se propaga. entre os valores obtidos foi:
a) nazul ⫽ namarelo ⫽ nvermelho
4
A2. O índice de refração absoluto da água é n ⫽ para b) nazul ⬎ nvermelho ⬎ namarelo
3
c) nvermelho ⬎ nazul ⬎ namarelo
certa luz monocromática.
d) nazul ⬎ namarelo ⬎ nvermelho
Qual a velocidade de propagação dessa luz na
e) nvermelho ⬎ namarelo ⬎ nazul
água, se no vácuo ela se propaga com velocidade
c ⫽ 3 ⭈ 105 km/s? 4
A5. O índice de refração absoluto da água é e o do vi-
A3. A velocidade da luz amarela num determinado meio é 3
3
dro é . Determine os índices de refração relativos da
4 2
da velocidade da luz no vácuo. Qual o índice de
5 água em relação ao vidro e do vidro em relação à
refração absoluto desse meio? água.

Verificação
V1. Determine o índice de refração absoluto de um V2. O índice de refração absoluto do vidro é 1,5 para certa
líquido onde a luz se propaga com a velocidade luz monocromática. Qual a velocidade de propagação
de 2,0 ⭈ 105 km/s. A velocidade da luz no vácuo é dessa luz no vidro, se no vácuo ela se propaga com
3,0 ⭈ 105 km/s. velocidade c ⫽ 3,0 ⭈ 108 m/s?

368 UNIDADE 5 - Óptica


2
V3. A velocidade da luz azul em certo líquido é da sua V5. Numa substância A, a velocidade da luz é
3
velocidade no vácuo. Determine o índice de refração 250 000 km/s; numa substância B é 200 000 km/s; e
absoluto desse líquido para a luz azul. no vácuo é 300 000 km/s. Determine:
a) o índice de refração absoluto da substância A;
V4. Dois feixes de luz monocromáticos, um vermelho e b) o índice de refração absoluto da substância B;
outro violeta, atravessam uma placa de vidro. c) o índice de refração relativo da substância A em
a) Qual dos feixes atravessa o vidro com maior veloci- relação à substância B;
dade de propagação? d) o índice de refração relativo da substância B em
b) Para qual dos feixes o vidro apresenta maior índice relação à substância A.
de refração absoluto?

Revisão
R1. (UE-PB, adaptado) Para caracterizar os meios envolvi- ângulo de incidência da luz numa superfície plana de
dos no fenômeno da refração, define-se uma grandeza vidro transparente de índice de refração 1,5. A figura
adimensional denominada índice de refração absoluto 2 mostra três direções possíveis — I, II e III — pelas
(n) de um meio material como sendo a razão entre a quais o observador O olha para a vitrine plana de vidro
velocidade da luz no vácuo (c) e a velocidade (v) da transparente V.
luz que se propaga no meio considerado: Radiação refletida (R)
c ou transmitida (T)
n⫽
v
A tabela a seguir relaciona o índice de refração 100° T
para sete meios diferentes. Se necessário, adote
c ⫽ 3 ⭈ 108 m/s.
50°
Meio Índice de refração
Vácuo 1,0000 R

Ar 1,0003 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 0 (graus)
figura 1
Água 1,3300
Álcool etílico 1,3600 O

Óleo 1,4800 O

Marco A. Sismotto
Vidro (crown) 1,5000
O I
Vidro (flint) 1,6600 II

Com base nessa tabela, é correto afirmar que: III


a) a velocidade da luz não se altera quando muda de V
meio.
b) a velocidade da luz no vidro (crown) é a mesma figura 2
que no vidro (flint).
c) o ar é o meio onde a luz apresenta maior veloci- Comparando as duas figuras, pode-se concluir que
dade. esse observador vê melhor o que está dentro da vitrine
d) o vidro (flint) é o meio onde a luz viaja mais rápido quando olha na direção:
do que no óleo. a) I e vê melhor o que a vitrine reflete quando olha na
e) na água a luz viaja mais rápido do que no álcool direção II.
b) I e vê melhor o que a vitrine reflete quando olha na
etílico.
direção III.
R2. (Mackenzie-SP) Um raio luminoso monocromático, ao c) II e vê melhor o que a vitrine reflete quando olha na
passar do ar (índice de refração ⫽ 1,0) para a água, direção I.
reduz sua velocidade de 25%. O índice de refração d) II e vê melhor o que a vitrine reflete quando olha na
absoluto da água para esse raio luminoso é de aproxi- direção III.
madamente: e) III e vê melhor o que a vitrine reflete quando olha
a) 1,2 c) 1,4 e) 1,6 na direção I.
b) 1,3 d) 1,5
R4. (Fuvest-SP) No esquema a seguir, temos uma fonte
R3. (Vunesp-SP) O gráfico da figura 1 representa a intensi- luminosa F no ar, defronte a um bloco de vidro, atrás
dade da radiação transmitida ou refratada (curva T) e do qual se localiza um detector D. Observe as distân-
a intensidade da radiação refletida (R) em função do cias e as dimensões indicadas no desenho.

CAPÍTULO 27 - Refração da luz 369


1,0 m São dados: índice de refração absoluto do ar ⫽ 1,0;
índice de refração do vidro em relação ao ar ⫽ 1,5;
módulo da velocidade da luz no ar ⫽ 3,0 ⭈ 105 km/s.
vidro
a) Qual o intervalo de tempo para que a luz se propa-
F D
gue de F a D?
3,0 m 3,0 m b) Represente graficamente o módulo da velocidade
da luz, em função da distância, a contar da fonte F.

Lei de Snell-Descartes Verifica-se que o raio incidente, o raio refratado e


a normal são coplanares, isto é, pertencem ao mesmo
Na refração, individualizam-se o raio incidente, plano.
RI, e o raio refratado, RR, sendo costume desenhar, na O ângulo formado entre o raio incidente e a nor-
representação gráfica do fenômeno, uma reta per- mal é denominado ângulo de incidência (i), e o formado
pendicular à superfície de separação entre os meios, entre o raio refratado e a normal é denominado ângulo
denominada normal (N), como mostra a figura 5. de refração (r), como indica a figura 5.
Se a inclinação do raio incidente for modificada,
alteram-se os valores dos ângulos de incidência e de
N RI refração. No entanto, o produto do índice de refração
absoluto do meio pelo seno do ângulo que o raio faz com
i
a normal nesse meio permanece constante. Na situação
A nA
da figura 5, sendo nA e nB os índices de refração abso-
B nB
lutos, respectivamente, dos meios A e B, teremos:
r
nA ? sen i 5 nB ? sen r
RR
Essa expressão traduz analiticamente a Lei de
Figura 5 Snell-Descartes.

Aplicação
A6. Um raio luminoso monocromático incide na super- A9. Um raio de luz monocromática se propaga de certo
fície que separa o meio A do meio B, formando um líquido para o ar (nar ⫽ 1).
ângulo de 60° com a normal no meio A. O ângulo
de refração vale 30° e o meio A é o ar, cujo índice N
1
de refração é nA ⫽ 1. Sabendo-se que sen 30° ⫽ r
2 ar
™3
e sen 60° ⫽ , determine o índice de refração do
2 líquido
meio B (nB). i

A7. Na refração de um raio luminoso monocromático os


ângulos de refração e de incidência valem, respecti- Em experiências sucessivas, mediu-se o ângulo de
™2 incidência e o ângulo de refração, tendo sido obtido
vamente, 45° e 30°. Sabendo-se que sen 45° ⫽ o gráfico de correspondência entre os senos que
2
1 aparece abaixo.
e sen 30° ⫽ , determine o índice de refração relativo
2
do meio que contém o raio refratado em relação ao sen i
meio que contém o raio incidente.
1
A8. A figura ao lado
3,0 cm N 0,75
indica a trajetória
de um raio de luz 0,5
que se propaga i
ar 0,25
do ar para o vidro. vidro
r
Qual é o índice de 0 0,25 0,5 0,75 1 sen r
refração do vidro
em relação ao ar? 2,0 cm Determine o índice de refração do líquido.

370 UNIDADE 5 - Óptica


Verificação
V6. Quando se propaga de um meio A para um meio B, V8. Foram feitas diversas medidas do ângulo de inci-
incidindo sob ângulo de 45° com a normal, um raio dência i e do ângulo de refração r para um raio lumi-
luminoso se refrata formando com a normal um ângulo noso monocromático que se propagava do vácuo
de 60°. Sendo igual a ™2 o índice de refração do meio para certa substância transparente. Com os valores
B, determine o índice de refração do meio A. obtidos foi construído o gráfico abaixo do sen i em
™2 ™3 função do sen r.
Dados: sen 45° ⫽ e sen 60° ⫽ .
2 2 sen i

V7. Uma garota aponta sua lanterna que emite um estreito 1


feixe luminoso tentando iluminar um objeto no fundo
0,5
de um recipiente cheio de líquido transparente.
0 0,5 1 sen r

Lettera Studio
Determine o índice de refração da substância. O índice
de refração do vácuo é 1.

30° V9. A figura indica a tra- N


60° jetória de um raio de
luz que se propaga
i
de um meio A para
um meio B. A
O feixe forma, no ar, um ângulo F ⫽ 30° com a superfí- Qual o índice de refra- B
cie do líquido e, dentro do líquido, esse feixe forma um ção relativo do meio B r
ângulo G ⫽ 60° com a mesma superfície. Determine o em relação ao meio
índice de refração do ar em relação ao líquido. A?
™3 1 d
Dados: sen 60° ⫽ e sen 30° ⫽ .
2 2 d

Revisão
R5. (UF-RS) No diagrama abaixo, i representa um raio 2m
luminoso, propagando-se no ar, que incide e atravessa
um bloco triangular de material transparente desco- 3m
ar
nhecido.
líquido
i
3m
Marco A. Sismotto

30°
1m

30° Sendo 3,0 ⭈ 108 m/s a velocidade da luz no ar, conclui-


se que a velocidade da luz, no líquido, será:
Com base na trajetória completa do raio luminoso, o a) 2,0 ⭈ 108 m/s
índice de refração desse material desconhecido é: b) 1,5 ⭈ 108 m/s
c) 3,0 ⭈ 108 m/s
Dados: índice de refração do ar ⫽ 1; d) 0,5 ⭈ 108 m/s
1 3 e) 2,5 ⭈ 108 m/s
sen 30s ⫽ cos 60s ⫽ ; sen 60s ⫽ cos 30s ⫽
2 2
3 R7. (UF-AL) Um raio de luz monocromático, propagando
a) c) 3 e) 2 3 no ar, incide na superfície plana de uma lâmina de
2
vidro. Verifica-se que os correspondentes raios refle-
2 4
b) d) tido e refratado formam entre si um ângulo de 90°.
3 3 Sabendo que os índices de refração do ar e do vidro,
R6. (UF-PB) Um feixe de luz contínuo e monocromático para essa luz, valem, respectivamente, 1 e ™3, deter-
incide do ar para um líquido transparente, conforme o mine os ângulos de incidência e de refração. Dados:
diagrama a seguir, onde as distâncias estão dadas em 1 ™3
sen 30° ⫽ cos 60° ⫽ ; sen 60° ⫽ cos 30° ⫽ .
metros. 2 2

CAPÍTULO 27 - Refração da luz 371


R8. (Cefet-RJ) Um tanque cilíndrico, com topo aberto, tem Dados: índice de refração do ar " 1;
o diâmetro de 4,0 m e está completamente cheio de 1
sen 30° ⫽ cos 60° ⫽
água (índice de refração n " 1,3). Quando o Sol atinge 2
um ângulo de 60s acima do horizonte, a luz solar deixa ™3
sen 60° ⫽ cos 30° ⫽
de atingir o fundo do tanque. Nessas condições, a pro- 2
fundidade do tanque vale: sen 90s ⫽ 1; cos 90s ⫽ 0
Dados:
␪ sen ␪ tg ␪
eixo de ur
18° 0,30 0,32 simetria ui

20° 0,34 0,36

22° 0,38 0,40


90
24° 0,40 0,44
a) 9,0 m   b) 10,0 m   c) 12,5 m   d) 11,0 m
60

ur (graus)
R9. (UF-PE) Um raio de luz incide na parte curva de um
cilindro de plástico de seção semicircular formando
um ângulo ␪i com o eixo de simetria. O raio emerge na 30
face plana formando um ângulo ␪r com mesmo eixo.
Um estudante fez medidas do ângulo ␪r em função 0
do ângulo Vi e o resultado está mostrado no gráfico ␪r 0 5 10 15 20 25 30 35
versus Vi. Determine o índice de refração desse plástico. ui (graus)

Desvio da luz Quando a luz se propaga do meio menos refringente


para o meio mais refringente, o raio de luz se
Da Lei de Snell-Descartes concluímos que, para aproxima da normal (fig. 6a). Reciprocamente,
uma incidência não perpendicular, há uma proporcio- quando a luz se propaga do meio mais refringente
nalidade inversa entre o seno do ângulo e o índice de para o meio menos refringente, o raio de luz se
refração absoluto do meio correspondente. De fato, afasta da normal (fig. 6b).
de nA ⭈ sen i ⫽ nB ⭈ sen r resulta que, se nA ⬍ nB, vem
N nA N nA
sen i ⬎ sen r e, portanto, i ⬎ r.
A A
Desse modo, o raio de luz forma menor ângulo no
B B
meio mais refringente. nB . nA nB . nA
Em conclusão, podemos estabelecer, para a inci-
(a) (b)
dência oblíqua:
Figura 6

Aplicação
A10. A figura representa um raio de luz se propagando
de um meio A para outro meio B. Sejam nA e nB
os índices de refração absolutos e vA e vB as velo- 1
cidades de propagação da luz nos meios A e B,
ar 2
respectivamente.
3
4 vidro
5
A
B
A12. Um raio luminoso incide na superfície de separação
Tem-se: entre dois meios A e B, formando com a normal à
a) nA ⫽ nB e vA ⫽ vB. d) nA ⬍ nB e vA ⬍ vB. superfície um ângulo de 60°. Os índices de refração
b) nA ⬎ nB e vA ⬎ vB. e) nA ⬍ nB e vA ⬎ vB. absolutos dos meios A e B valem, respectivamente,
c) nA ⬎ nB e vA ⬍ vB. 1 ™2
™ 2 e ™3, e são dados: sen 30° ⫽ , sen 45° ⫽ e
2 2
A11. Um raio de luz monocromática propagando-se no ar ™3
sen 60° ⫽ .
incide na face de um bloco de vidro. Dos raios apresen- 2
tados, qual é o raio refratado que corresponde ao raio a) Faça um esquema da refração.
incidente? b) Determine o ângulo de refração.

372 UNIDADE 5 - Óptica


A13. Uma luz monocromática se propaga com a veloci- a) Faça um esquema da refração.
dade 2,0 ⭈ 105 km/s em determinado meio. Ao passar b) Determine o ângulo de refração. Aceita-se uma
desse meio para o ar, onde a velocidade da luz é função trigonométrica do ângulo como resposta.
3,0 ⭈ 105 km/s, um raio luminoso incidente forma um É dado sen 30° ⫽ 0,50.
ângulo de 30° com a normal.

Verificação
V10. Um raio de luz monocromática atravessa três meios Estão de acordo com a situação descrita:
homogêneos e transparentes, A, B e C, conforme a) somente o esquema II.
indica a figura abaixo. b) somente o esquema III.
c) os esquemas I e II.
75°
d) os esquemas I e III.
A
e) somente o esquema I.

V12. Um raio de luz monocromática incide, como mostra


30° B
o esquema abaixo, na superfície de separação entre
C os meios A e B, cujos índices de refração valem, res-
45° pectivamente, nA ⫽ ™ 6 e nB ⫽ ™ 2. Dados:
1 ™2 ™3
a) Qual dos meios é o mais refringente? sen 30° ⫽ ; sen 45° ⫽ ; sen 60° ⫽ .
2 2 2
b) Em qual dos meios é maior a velocidade de pro-
A
pagação da luz?
B 30°
V11. Um raio de luz monocromática se propaga de um
meio A para um meio B. O meio B é mais refrin-
gente do que o A. Observe os esquemas a seguir. a) Como se comporta o raio luminoso em questão ao
se refratar? Faça um esquema.
N
b) Determine o valor do ângulo de refração.
A A V13. A luz vermelha se propaga no vácuo com velocidade
B B 3 ⭈ 108 m/s e no vidro com velocidade 2,5 ⭈ 108 m/s.
(I) (II) Um raio de luz que se propaga do vidro para o vácuo
incide com ângulo de 30°.
N
a) Faça um esquema da refração.
A b) Determine o ângulo de refração.
B Aceita-se o seno do ângulo como resposta.
Dado: sen 30° ⫽ 0,5.
(III)

Revisão
R10. (UE-CE) Um raio luminoso monocromático propaga- R11. (Mackenzie-SP) Um raio de luz monocromático que
se através de quatro meios materiais com índices de se propaga no ar (índice de refração ⫽ 1) atinge a
refração n0, n1, n2 e n3, conforme mostra a figura a superfície de separação com um meio homogêneo e
seguir: transparente, sob determinado ângulo de incidência,
diferente de 0s.

Meio Índice de refração


Marco A. Sismotto

n3
Água 1,33

Álcool 1,66
n2 Diamante 2,42

Glicerina 1,47
n1
Vidro comum 1,52
n0

Nessas condições, é correto afirmar que: Considerando os meios da tabela acima, aquele para
a) n0 ⬎ n1 ⬎ n2 ⬎ n3 o qual o raio luminoso tem o menor desvio é:
b) n0 ⫽ n1 ⬎ n2 ⬎ n3 a) Água. d) Glicerina.
c) n0 ⫽ n1 ⬍ n2 ⬍ n3 b) Álcool etílico. e) Vidro comum.
d) n0 ⬍ n1 ⬍ n2 ⬍ n3 c) Diamante.

CAPÍTULO 27 - Refração da luz 373


R12. (UF-PR) A figura ao A R13. (Vunesp-SP) A figura a seguir mostra a trajetória
lado representa um de um raio de luz, dirigindo-se do ar para o vidro,
raio luminoso comum α juntamente com a reprodução de um transferidor,
ar B
AB, proveniente do que lhe permitirá medir os ângulos de incidência e
vidro
ar e incidente numa γ de refração.
C
placa de vidro plana β superfície
que tem índice de de separação Tabela
D 0°
refração maior que o
␪ seno ␪
do ar. Considere G ⬍ F ⬍ L. Julgue as proposições.
(01) O trajeto do raio no interior do vidro é melhor 30° 0,500
90° 90°
representado por BD.
40° 0,643
(02) BC pode representar o trajeto do raio no interior
do vidro. 50° 0,766
180°
(04) O ângulo de incidência é igual ao de refração. 60° 0,866
esquerda direita
(08) A velocidade da luz no vidro é menor que no ar.
(16) O raio que penetra no interior do vidro, o raio a) De que lado está o vidro, à direita ou à esquerda da
AB e a perpendicular à placa em B estão todos superfície de separação indicada na figura? Justifi-
no mesmo plano. que.
Dê como resposta a soma dos números que prece- b) Determine, com o auxílio da tabela, o índice de
dem as proposições corretas. refração do vidro em relação ao ar.

Ângulo limite nA
i 5 90°
nB
Consideremos inicialmente um raio de luz
monocromática propagando-se do meio menos
refringente (A) para o meio mais refringente (B), r5L
como indica a figura 7. Figura 8

Portanto, o ângulo limite L é um valor bem defi-


i
nido para cada par de meios e para cada luz mono-
nA A
nB
cromática.
B
Por exemplo, se os índices de refração dos meios
r nA , nB para determinada luz valerem nA ⫽ 1 e nB ⫽ 2, o cor-
respondente ângulo limite será:
Figura 7
1
sen L ⫽ ⇒ L ⫽ 30°
Aplicando a Lei de Snell-Descartes: 2
nA ⭈ sen i ⫽ nB ⭈ sen r
Como nA e nB são valores constantes, se
Reflexão total
aumentarmos o ângulo de incidência i, o ângulo No caso de a luz se propagar do meio mais refrin-
de refração r também irá aumentar, mantendo-se gente (B) para o meio menos refringente (A), na situa-
sempre válida a desigualdade i ⬎ r. ção extrema descrita no item anterior, o ângulo de
Verifica-se que, à medida que o ângulo de inci- incidência será igual ao ângulo limite L e o ângulo de
dência i tende para seu valor máximo, que é 90° refração será igual a 90° (emergência rasante), como
(incidência rasante), o ângulo de refração r tende para é indicado na figura 9.
um valor máximo L ⬍ 90°, denominado ângulo limite.
Essa situação extrema está representada na i 5 90°
A nA
figura 8. Substituindo na expressão da Lei de Snell- B nB
Descartes os valores dos ângulos correspondentes,
teremos: i5L
Figura 9
sen r ⫽ sen L e sen i ⫽ sen 90° ⫽ 1
nA ⭈ 1 ⫽ nB ⭈ sen L  Se o ângulo de incidência for superior ao ângulo
limite, quando a luz se propaga do meio mais refrin-
nA nmenor
sen L 5 5 gente para o meio menos refringente, não ocorre
nB nmaior
refração. A luz sofre então o fenômeno da reflexão

374 UNIDADE 5 - Óptica


total, como se representa na figura 10. É importante assinalar que, quando ocorre A nA
a reflexão total, não há refração de nenhuma parcela de luz. B nB
Há muitos instrumentos ópticos, como binóculos, máquinas fotográficas, etc., i i
em que o fenômeno da reflexão total é utilizado, por meio de sistemas denomi- i.L
nados prismas de reflexão total. Figura 10

Aplicação
A14. São dados os índices de refração nA 5 ™3 e nB 5 2 30°
de dois meios homogêneos e transparentes A e B,
respectivamente. Esses meios são separados por uma A
superfície plana. B
60°
a) Determine o ângulo limite para esse par de meios.
b) Para haver reflexão total, a luz deve se propagar
no sentido de A para B ou de B para A? A17. No fundo de um recipiente cilíndrico está uma fonte
™3 luminosa pontual F. O líquido, que ocupa o recipiente
Dado: sen 60° 5 .
2 até a altura de 10 cm, tem índice de refração igual a
™ 2. Determine o diâmetro da região circular através
A15. O maior ângulo de incidência que permite
da qual a luz emitida pela fonte emerge no ar. Dado:
à luz passar de um líquido para certo cristal é 30°.
™2
1 sen 45° 5 cos 45° 5 .
Sabendo-se que sen 30° 5 , determine o índice de 2
2
refração do cristal em relação ao líquido.
A16. A figura mostra um raio de luz monocromática propa-
L L
gando-se entre dois meios transparentes, A e B.
1 ™3
Sabendo-se que sen 30° 5 e sen 60° 5 , deter-
2 2
F
mine o seno do ângulo limite para esse par de meios.

Verificação
V14. Considere dois meios homogêneos e transparentes, V15. O ângulo limite para certo par de meios é 30°. Se um
A e B, de índices de refração nA 5 1 e nB 5 2. Dos dos meios tem índice de refração igual a 1,2, qual o
raios de luz indicados e que são emitidos pela fonte índice de refração do outro?
F, quais os que sofrem reflexão total? Dado: sen 30° 5 0,50.
1 V16. Quando um raio luminoso incide por um ângulo de
Dado: sen 30° 5 .
2 incidência 45°, ele se refrata por um ângulo de refra-
ção 30°, ao passar de um meio A para um meio B.
A ™2 1
Dado que sen 45° 5 e sen 30° 5 , determine
B 2 2
10° 30° 45° 60° o ângulo limite para esses dois meios.

1 2
V17. No interior de um líquido transparente de índice de
3 5
4
refração , a uma profundidade de 40 cm, se en-
4
5 contra uma fonte luminosa pontual. Indique o diâme-
tro da região circular determinada na superfície livre
F do líquido através da qual a luz emerge no ar.

Revisão
R14. (UF-MA) Quando um raio de luz passa para um meio Na situação ilustrada na figura, o ângulo limite vale:
menos refringente se refrata, afastando-se da nor- a)25° N
mal. Em determinado ângulo de incidência, o raio b)30°
vidro
emerge na superfície de separação entre os meios. c)35° L n5√ 2
Nessa situação, o ângulo de refração atinge seu valor d)40°
máximo e o ângulo de incidência é denominado e)45°
ar
ângulo limite L. n51

CAPÍTULO 27 - Refração da luz 375


R15. (Inatel-MG) Fibras ópticas são sistemas condutores R17. (UF-BA) As fibras ópticas são longos fios finos, fabri-
de luz. Elas são utilizadas com finalidades que vão cados com vidro ou materiais poliméricos, com diâ-
desde a transmissão de dados em sistemas de tele- metros da ordem de micrômetros até vários milíme-
comunicações até a captação de imagens dentro do tros, que têm a capacidade de transmitir informações
corpo humano. Uma fibra óptica é composta por dois digitais, na forma de pulsos de luz, ao longo de gran-
materiais de diferentes índices de refração montados des distâncias, até mesmo ligando os continentes
um sobre o outro como ilustra a figura a seguir. O através dos oceanos.
material interior denominamos “núcleo” e o mate- Um modo de transmissão da luz através da fibra
rial exterior denominamos “casca”. Uma luz injetada ocorre pela incidência de um feixe de luz, em uma
no núcleo em uma de suas extremidades é mantida das extremidades da fibra, que a percorre por meio
“presa” em seu interior devido às múltiplas reflexões de sucessivas reflexões. As aplicações das fibras ópti-
que acontecem na região de interface entre o núcleo cas são bastante amplas nas telecomunicações e em
e a casca. outras áreas, como na medicina, por exemplo. Uma
vantagem importante da fibra óptica, em relação
θi 5 84°
aos fios de cobre, é que nela não ocorre interferência
eletromagnética.
núcleo (n1)
casca (n2)
u
Considere a situação em que o ângulo de incidência

Marco A. Sismotto
sobre a casca seja de 84°, isto é, ui 5 84°, e que o
índice de refração do núcleo seja de 1,010 (n1 5 1,010).
Adote sen 84° 5 0,995.
a) Qual deve ser o mínimo valor de n2 para que a luz
permaneça no interior da fibra? Dê sua resposta
com 3 casas decimais.
b) Em qual das partes, núcleo ou casca, a velocidade
da luz é maior? Justifique sua resposta.
Supondo que uma fibra óptica encontre-se imersa
R16. (UF-ES)
no ar e que o índice de refração da fibra óptica é
3
Thinkstock/Getty Images

igual a , calcule o maior ângulo u de incidência


2
de um raio de luz em relação ao eixo da fibra, para
que ele seja totalmente refletido pela parede cilín-
drica.
R18. (Vunesp-SP) Uma placa com a palavra FÍSICA pin-
tada foi presa no centro de uma boia circular de raio
r 5 3 m e essa, colocada para flutuar sobre um líqui-
5
do de índice de refração , como mostra a figura.
3
A empresa ABC Xtal, instalada no Polo Tecnológico 3m
ar
de Campinas-SP, desenvolve tecnologia de qualidade
internacional na produção de fibras ópticas. líquido F Studio Caparroz
Í
“A fibra óptica é basicamente constituída de dois 1m S
tipos de vidros: a parte central, o núcleo, e o revesti-
I
mento que envolve o núcleo.”
C
(BRITO CRUZ, Carlos H. de. Física e Indústria no Brasil (1). A
Cienc. Cult. Vol. 57(3), São Paulo, 2005. Adaptado.)

Para que ocorra reflexão total em uma fibra óptica, Uma pessoa, colocada fora do líquido, não conse-
é necessário que: guirá ler completamente a palavra pintada na placa
a) o índice de reflexão do núcleo seja igual ao do devido à presença da boia e também devido ao
revestimento. fenômeno da reflexão total da luz. Indique a alter-
b) o índice de refração do núcleo seja igual ao do nativa que melhor representa o trecho da placa que
revestimento. poderá ser visto pela pessoa fora do líquido. Adote
c) o índice de reflexão do núcleo seja maior que o do nar 5 1.
revestimento.
a)  F    b)  S    c)  C    d)  F    e)  F
d) o índice de refração do núcleo seja maior que o do
revestimento. Í I A Í Í
e) o índice de refração do núcleo seja menor que o S C S
do revestimento. I A

376 UNIDADE 5 - Óptica


AMPLIE SEU CONHECIMENTO

As fibras ópticas
Atualmente, nas telecomunicações, utilizam-se “fios de vidro”, em vez dos tradicionais cabos metálicos,
geralmente de cobre. O funcionamento desses “fios de vidro”, chamados fibras ópticas, é simples. Cada filamento
constituinte de uma fibra óptica é formado basicamente de um núcleo central de vidro com índice de refração
elevado e de uma casca envolvente feita de vidro com índice de refração menor.

Kord.com/AGE Fotostock/
Grupo Keystone
casca núcleo

Studio Caparroz
As fibras ópticas transportam luz.

O feixe de luz que penetra no filamento sofre sucessivas reflexões totais na superfície de separação entre os
dois tipos de vidro e assim vai caminhando, podendo percorrer dessa forma até milhares de quilômetros, pois a
perda de energia nas reflexões não é apreciável. Por isso, de modo conveniente, essa luz pode ser transformada
em sinal elétrico, sonoro ou luminoso, conforme a informação transmitida.
As fibras ópticas têm muitas vantagens em relação aos cabos metálicos:
• elas multiplicam por mil, ou mais, a capacidade de transportar informações;
• sua matéria-prima (sílica) é muito mais abundante que os metais, baixando o custo de produção e eliminando
o perigo de escassez;
• elas não sofrem interferências elétricas nem magnéticas, o que dificulta os “grampeamentos” e as linhas
cruzadas;
• são imunes a falhas, tornando as comunicações mais confiáveis;
• os fios de vidro são mais resistentes à ação do ambiente: não enferrujam, não se oxidam e não são atacados
pela maioria dos agentes químicos.

APROFUNDANDO Thinkstock/Getty Images

O diamante, a mais valiosa das pedras preciosas, é constituído de


carbono puro cristalizado.
O brilho do diamante depende principalmente de sua lapidação.
O diamante é muito mais brilhante que um pedaço de vidro trans-
parente cortado e lapidado exatamente do mesmo modo. Faça uma
pesquisa e procure explicar por que isso acontece.

Refração atmosférica
A atmosfera não é um meio homogêneo, tornando-se cada vez mais rarefeita e, portanto, menos densa, à medida
que se afasta da superfície da Terra. Sabe-se que, quanto menor é a densidade, menor é o índice de refração. Como

CAPÍTULO 27 - Refração da luz 377


consequência, um astro visto da superfície da Terra é abrirá num leque multicor (fig. 13). A luz violeta é a
observado numa posição P9 aparente, diferente de sua componente que mais se desvia em relação à nor-
posição real P. Isso ocorre porque a luz proveniente mal, e a luz vermelha é a componente que menos se
do astro, ao penetrar na atmosfera terrestre, vai pas- desvia. Isso ocorre porque o índice de refração da
sando de camadas menos refringentes para camadas água depende da cor da luz, sendo máximo para a luz
sucessivamente mais refringentes, desviando-se de violeta e mínimo para a luz vermelha. O fenômeno é
sua direção inicial, até atingir o observador. Este, ao denominado dispersão luminosa.
receber a luz, terá a impressão de que ela provém de

Alex Argozino
uma direção tangente à trajetória descrita na atmos- luz branca
fera (fig. 11).

Paulo César Pereira


P'
ar
água
P

luz
luz violeta vermelha

Figura 13. A dispersão da luz.

Figura 11 A dispersão da luz solar em gotículas de água,


suspensas no ar, e a posterior reflexão no interior
A ilusão de existência de poças d9água em estra-
delas determinam a formação do arco-íris (fig. 14).
das asfaltadas em dias quentes e secos, assim como
No arco-íris, a região mais externa aparece ver-
a ocorrência de miragens no deserto, são fatos que
melha, e a mais interna, violeta. Entre esses extre-
podem ser explicados pela variação do índice de refra-
mos, aparecem as outras cores na seguinte ordem:
ção do ar atmosférico com a temperatura.
alaranjada, amarela, verde, azul e anil. Isso acontece
Nas condições em que acontecem tais fenôme-
porque a luz vermelha emerge de cada gotícula de
nos, o ar em contato com o solo fica muito quente e,
chuva por ângulo maior que aquele pelo qual emerge
por isso, menos refringente que as camadas supe-
a luz violeta (fig. 15).
riores. Então, os raios luminosos que partem de um
objeto a distância, ao descerem, passam de regiões luz solar gotícula de chuva
mais refringentes para regiões sucessivamente menos
refringentes (mais quentes), até sofrerem reflexão

Alex Argozino
total numa camada próxima ao solo. A partir daí, os
raios sobem e podem atingir um observador, que terá
luz violeta
a impressão de que existe uma imagem especular do
objeto (fig. 12), como se no solo tivesse uma poça
d’água. luz vermelha
Paulo César Pereira

Figura 14
vermelho
Alex Argozino

a1
alaranjado
amarelo
verde
Figura 12. Miragem numa estrada asfaltada. azul
anil

Dispersão luminosa. a2
violeta

Arco-íris
a1 . a2
Se um feixe de luz branca incidir na superfície
(vermelho) (violeta)
de separação entre dois meios, como por exemplo
na superfície livre da água, ao se refratar, o feixe se Figura 15

378 UNIDADE 5 - Óptica


Aplicação
A18. Geralmente, os astros são vistos por um observador I. O índice de refração do vidro é maior para a luz
na Terra numa posição diferente da posição real deles. violeta.
Isso ocorre porque a luz se desvia ao atravessar as II. O índice de refração do vidro é maior para a luz
diferentes camadas da atmosfera, as quais: vermelha.
a) são tanto mais refringentes quanto mais afastadas III. A velocidade da luz violeta dentro do vidro é
da superfície da Terra. maior que a da vermelha.
b) têm densidade e índice de refração uniformes. IV. A velocidade da luz vermelha dentro do vidro
c) são tanto menos refringentes quanto mais afas- é maior que a da violeta.
tadas da superfície da Terra. V. A velocidade das luzes vermelha e violeta é a
d) se comportam como um meio opaco, não sendo mesma dentro do vidro.
atravessadas pela luz.

Ilustrações: Alex Argozino


e) se comportam opticamente da mesma maneira
ar
que o vácuo.
A19. Nos desertos, em dias muito quentes, os viajantes vidro
costumam ver, nas planícies, imagens invertidas dos
luz
objetos, como se o chão fosse um espelho. luz vermelha
violeta

São verdadeiras as afirmativas:


a) II e IV c) I e III e) II e III
b) I e V d) I e IV

A21. Afirma-se que a formação do arco-íris está ba-


Você explicaria essa miragem pelos fenômenos:
seada em:
a) só de reflexão total.
I. fenômenos de refração da luz do Sol nas gotas de
b) só de refração.
água suspensas no ar.
c) de refração e dispersão.
II. fenômeno de reflexão da luz do Sol nas gotas de
d) de refração e difusão.
água suspensas no ar.
e) de refração e reflexão total.
III. fenômenos de difusão da luz do Sol nas gotas de
A20. Ao incidir um feixe de luz branca na superfície de água suspensas no ar.
um bloco de vidro, observamos a dispersão da luz, Qual(ais) das afirmações acima é (são) verda-
como indicado na figura a seguir, isto é, a luz violeta deira(s)?
sofre o maior desvio e a vermelha o menor. Analise a) Somente I. c) Somente III. e) II e III.
as seguintes afirmativas: b) Somente II. d) I e II.

Verificação
V18. Os fenômenos miragem e posição aparente dos quentes, são menos refringentes que as camadas
astros são consequências diretas: superiores.
a) da dispersão da luz pela atmosfera. c) reflexão da luz no próprio leito da estrada, que é
b) da grande distância em que se encontram os uma superfície plana e polida.
objetos. d) existência real de água sobre a estrada.
c) da variação do índice de refração do ar com a sua e) condições psicológicas desfavoráveis do obser-
densidade. vador, cansado da viagem, com sono ou mesmo
d) da forma esférica da Terra. doente.
e) do fato de a luz não se propagar em linha reta,
V20. Um raio de luz branca se propaga no ar e, ao pene-
nos meios homogêneos e transparentes.
trar no vidro, desvia-se conforme as diferentes luzes
V19. A visão de manchas brilhantes semelhantes a poças monocromáticas componentes, dando lugar à for-
d9água em estradas asfaltadas, nos dias quentes, é mação de um espectro. Neste, a ordem correta das
explicada como sendo determinada por: cores, conforme o grau de diminuição do desvio, é:
a) reflexão total da luz nas camadas de ar próximas a) vermelho, azul, amarelo.
ao solo, cujo índice de refração é superior ao das b) amarelo, azul, vermelho.
camadas superiores, por estarem mais quentes. c) azul, vermelho, amarelo.
b) reflexão total da luz nas camadas de ar próximas d) azul, amarelo, vermelho.
ao leito da estrada, as quais, por estarem mais e) amarelo, vermelho, azul.

CAPÍTULO 27 - Refração da luz 379


V21. A luz solar incidindo nas gotículas de água, sus- a) reflexão, refração, amarela, azul.
pensas no ar, sofre ▲  e posterior ▲ no interior delas. b) reflexão, dispersão, vermelha, violeta.
O observador recebe luz ▲ do arco mais externo e c) dispersão, reflexão, violeta, vermelha.
luz ▲ do arco mais interno. d) dispersão, reflexão, vermelha, violeta.
As palavras que preenchem as lacunas acima são, e) dispersão, reflexão total, vermelha, violeta.
respectivamente:

Revisão
R19. (UF-RJ) A figura mostra uma estrela localizada no
Índice de refração do vidro crown para algumas cores
ponto O, emitindo um raio de luz que se propaga até
a Terra. Ao atingir a atmosfera, o raio desvia-se da tra- Cor n
jetória retilínea original, fazendo com que um obser- Vermelha 1,51
vador na Terra veja a imagem da estrela na posição I.
O desvio do raio de luz deve-se ao fato de o índice de Verde 1,52
refração absoluto da atmosfera variar com a altitude. Violeta 1,53

Walter Caldeira
I
Nesse esquema, o feixe refratado 3 corresponde à cor:

atmosfera

ar

Marco A. Sismotto
vidro

Terra
1
3 2

Explique por que o desvio ocorre do modo indi-


cado na figura, respondendo se o índice de refração a) branca c) verde
absoluto cresce ou diminui à medida que a altitude b) violeta d) vermelha
aumenta. (Na figura, a espessura da atmosfera e o
desvio do raio foram grandemente exagerados para R22. (UF-SC) A aparência do arco-íris é causada pela dis-
mostrar com clareza o fenômeno.) persão da luz do sol que sofre refração pelas (apro-
ximadamente esféricas) gotas de chuva. A luz sofre
R20. (UE-PB) Ao viajar num dia quente por uma estrada uma refração inicial quando penetra na superfície
asfaltada, é comum enxergarmos ao longe uma da gota de chuva, dentro da gota ela é refletida e
“poça d’água”. Sabemos que em dias de alta tempe- finalmente volta a sofrer refração ao sair da gota.
ratura as camadas de ar, nas proximidades do solo, (Disponível em: <http//pt.wikipedia.org/wiki/
são mais quentes que as camadas superiores. Como Arco-%C3%Adris>. Acesso em: 8/6/2009.)
explicamos essa miragem?
Com o intuito de explicar o fenômeno, um aluno
a) Devido ao aumento de temperatura, a luz sofre
desenhou as possibilidades de caminhos ópticos
dispersão.
de um feixe de luz monocromática em uma gota
b) A densidade e o índice de refração absoluto dimi-
d’água, de forma esférica e de centro geométrico
nuem com o aumento da temperatura. Os raios
O, representados nas figuras A, B, C, D e E.
rasantes incidentes do Sol alcançam o ângulo
limite e há reflexão total. ar ar ar
c) Devido ao aumento de temperatura, ocorre refra-
ção com desvio. O O O
d) Ocorre reflexão simples devido ao aumento da água água água
temperatura.
e) Devido ao aumento de temperatura, a densi- Fig. A Fig. B Fig. C
dade e o índice de refração absoluto aumentam.
Os raios rasantes incidentes do Sol alcançam o ar ar
ângulo limite e sofrem reflexão total.
R21. (U. F. Uberlândia-MG) A figura a seguir representa um O O
feixe de luz branca viajando pelo ar e incidindo sobre água água
um pedaço de vidro crown. A tabela apresenta os índi-
ces de refração (n) para algumas cores nesse vidro. Fig. D Fig. E

380 UNIDADE 5 - Óptica


Admitindo-se que o índice de refração do ar (nar) (02) A e D são caminhos ópticos aceitáveis.
seja menor que o índice de refração da água (nágua), (04) B e C são caminhos ópticos aceitáveis.
assinale a(s) proposição(ões) correta(s). (08) D e E são caminhos ópticos aceitáveis.
(01) A velocidade da luz no ar é maior do que na (16) A e C são caminhos ópticos aceitáveis.
água. (32) B e E são caminhos ópticos aceitáveis.

AMPLIE SEU CONHECIMENTO

As cores do céu
O fato de, no decorrer do dia, o céu se apresentar azul e, no alvorecer e no entardecer, com coloração aver-
melhada deve-se a um mesmo fenômeno: o espalhamento da luz solar.
As moléculas do ar, ao serem atingidas pela luz do Sol, espalham com maior intensidade as luzes azul e violeta,
em todas as direções. Enquanto a posição do Sol for tal que a distância percorrida pela luz não seja muito grande, a luz
espalhada será recebida por nossos olhos e tornará o céu azul (nossa retina é pouco sensível à luz violeta).
No entardecer e no alvorecer, a distância que a luz

Alex Argozino
percorre na atmosfera é muito grande, pois os raios sola- céu azul céu avermelhado
res incidem sobre a Terra muito inclinados. Por serem
espalhadas mais intensamente pelo ar, as luzes azul e
violeta vão sendo eliminadas da luz que chega aos olhos do
observador. Predominam, então, as luzes do lado oposto
do espectro — o alaranjado e o vermelho —, e o céu se
tinge desses tons.

APROFUNDANDO

Por que, para um astronauta na Lua, o céu se apresenta negro, e não azul, como quando é visto da Terra?
LEIA MAIS

Paulo Toledo Soares. O mundo das cores. São Paulo: Moderna, 1991. (Coleção Desafios)
Israel Pedrosa. Da cor à cor inexistente. Rio de Janeiro: Léo Christiano, 2002.
. O universo da cor. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2004.

Dioptro plano por uma superfície plana, constitui um sistema óptico


denominado dioptro plano (fig. 16).
Quando olhamos para um objeto que se acha
Martyn F. Chillmaid/SPL/Latinstock

dentro da água, temos a impressão de que ele se


encontra mais perto da superfície. A profundidade de
uma piscina cheia, por exemplo, parece menor do que
realmente é. Nesse caso, o que vemos é uma imagem
do objeto, determinada pela luz que se refratou ao
atravessar a superfície de separação entre o ar e a água.
O conjunto de dois meios homogêneos e trans-
parentes (ar e água, no exemplo citado), separados Figura 16. Ar e água formam um dioptro plano.

CAPÍTULO 27 - Refração da luz 381


Na figura 17a, representamos a formação da ima- No caso de o objeto estar no ar (fig. 17b):
gem de um objeto real P colocado dentro da água,
d nar
fornecida pelo dioptro ar-água e observada por uma 5 , com d⬘ ⬎ d e nágua ⬎ nar
d⬘ nágua
pessoa no ar. Note que a imagem P⬘ está mais perto
da superfície, tendo natureza virtual.
Demonstração
A figura 17b mostra como se forma a imagem
P⬘ de um objeto real P no ar, estando o observador Pela Lei de Snell-Descartes, temos:
dentro da água. A imagem é virtual e está mais longe nágua ⭈ sen i ⫽ nar ⭈ sen r
da superfície.

P9
nar
P d9 r
ar I1 S
ar d I2
ar S r
S água d9
água
água d9 i P9 d nágua
P9 d d . d9 i
P
d . d9
P d9 . d
Considerando os raios que definem a imagem
(a) (b) pouco inclinados em relação à perpendicular à super-
Figura 17 fície, podemos fazer a aproximação: sen i > tg i e
sen r > tg r. Logo:
Quando os raios que definem a imagem são II II
nágua ⭈ tg i ⫽ nar ⭈ tg r ⇒ nágua ⭈ 1 2 ⫽ nar ⭈ 1 2
pouco inclinados em relação à perpendicular, as d d⬘
distâncias do objeto à superfície (d) e da imagem
d nágua
à superfície (d⬘) são proporcionais aos índices de 5
d⬘ nar
refração dos dois meios.
No caso de o objeto estar na água (fig. 17a): Para o objeto P no ar, temos analogamente:
d nágua d n
5 , com d ⬎ d⬘ e nágua ⬎ nar 5 ar
d⬘ nar d⬘ nágua

Aplicação
A22. Suponhamos que um pescador queira fisgar de fora A23. Um mergulhador dentro d⬘água olha um pássaro
da água um peixe com um arpão. Se o pescador que sobrevoa a região onde ele se encontra. Para o
jogar o arpão obliquamente, ele deve visar: mergulhador, o pássaro parece estar:
a) uma posição acima daquela em que vê o peixe. a) mais afastado da superfície da água.
b) na posição em que realmente se encontra.
b) diretamente a posição em que vê o peixe.
c) mais próximo da superfície da água.
c) uma posição abaixo daquela em que vê o peixe.
d) dentro da água.
d) uma posição abaixo da posição real do peixe. e) invisível.
e) uma posição acima da posição real do peixe.
A24. Qual a profundidade em que é vista, por um obser-
vador no ar, uma moeda situada no fundo de uma
Lettera Studio

piscina de profundidade 1,80 m? O índice de refra-


4
ção da água em relação ao ar é e os raios que
3
determinam a imagem são pouco inclinados em rela-
ção à normal.
A25. Um peixe dentro da água, cujo índice de refração é
1,3, vê uma andorinha que está a uma distância de
10 m da superfície livre do líquido. Determine a altura
aparente em que o peixe vê a andorinha. Considere
que a linha de visada do peixe é quase normal.

382 UNIDADE 5 - Óptica


Verificação
V22. Um lápis é mergulhado num copo contendo água. que o pássaro vê o peixe e em que o peixe vê o pás-
Dos três esquemas abaixo, qual corresponde ao saro. O índice de refração da água em relação
aspecto que o lápis assume para o observador fora 4
ao ar é .
da água? 3

b
ar
água
a

V25. Os azulejos de uma piscina são quadrados de


20 cm de lado. Um banhista, na borda da piscina
4
V23. Um reservatório de 0,8 m está cheio de um líquido
de índice de refração 1,6. A que profundidade parece
1
cheia de água índice de refração igual a
3
, 2
olhando perpendicularmente a superfície da água,
estar um objeto no fundo desse reservatório visto
verá o lado vertical do azulejo com comprimento
numa direção quase vertical por uma pessoa no ar?
aparente de:
V24. A figura a seguir mostra um pássaro e um peixe 80
a)  cm c) 12 cm e) 6,0 cm
que se veem. Se as posições reais dos dois são 3
a 5 12 cm e b 5 15 cm, determine as posições em b) 15 cm d) 9,0 cm

Revisão
R23. (Fuvest-SP) Dois esquemas ópticos, D1 e D2, são uti- c) o pássaro somente poderá ver a pedra enquanto
lizados para analisar uma lâmina de tecido biológico estiver voando sobre a superfície da água.
a partir de direções diferentes. Em uma análise, a luz d) o pássaro, ao passar sobre a piscina, verá a pedra
fluorescente, emitida por um indicador incorporado numa posição mais profunda do que aquela em
a uma pequena estrutura, presente no tecido, é cap- que ela realmente se encontra.
tada, simultaneamente, pelos dois sistemas, ao longo e) o pássaro nunca poderá ver a pedra.
das direções tracejadas. Levando-se em conta o des- R25. (Unifesp-SP) Na figura, P representa um peixinho no
vio da luz pela refração, dentre as posições indicadas, interior de um aquário a 13 cm de profundidade em
aquela que poderia corresponder à localização real relação à superfície da água. Um garoto vê esse pei-
dessa estrutura no tecido é: xinho através da superfície livre do aquário, olhando
a) A   D1 de duas posições: O1 e O2.
Marco A. Sismotto

b) B  
ar O1 O2
c) C  
D2
d) D  
Alex Argozino

e) E
A lâmina de
P
tecido biológico
E D B

C
Suponha que o tecido biológico seja transparente à
luz e que tenha índice de refração uniforme, seme-
lhante ao da água. Sendo nágua 5 1,3 o índice de refração da água, pode-
se afirmar que o garoto vê o peixinho a uma profun-
R24. (Fuvest-SP) Um pássaro sobrevoa em linha reta e a didade de:
baixa altitude uma piscina em cujo fundo se encontra a) 10 cm, de ambas as posições.
uma pedra. Podemos afirmar que: b) 17 cm, de ambas as posições.
a) com a piscina cheia, o pássaro poderá ver a pedra c) 10 cm em O1 e 17 cm em O2.
durante um intervalo de tempo maior do que se a d) 10 cm em O1 e a uma profundidade maior que
piscina estivesse vazia. 10 cm em O2.
b) com a piscina cheia ou vazia, o pássaro poderá ver e) 10 cm em O1 e a uma profundidade menor que
a pedra durante o mesmo intervalo de tempo. 10 cm em O2.

CAPÍTULO 27 - Refração da luz 383


R26. (Unirio-RJ) Um cão está diante de uma mesa, obser- a) O cão observa o olho do peixinho mais próximo
vando um peixinho dentro do aquário, conforme da parede P, enquanto o peixinho observa o olho
representado na figura. do cão mais distante do aquário.
b) O cão observa o olho do peixinho mais distante da

Lettera Studio
parede P, enquanto o peixinho observa o olho do
cão mais próximo do aquário.
c) O cão observa o olho do peixinho mais próximo
da parede P, enquanto o peixinho observa o olho
do cão mais próximo do aquário.
d) O cão observa o olho do peixinho mais distante da
parede P, enquanto o peixinho observa o olho do
Ao mesmo tempo, o peixinho também observa o cão. cão também mais distante do aquário.
Em relação à parede P do aquário e às distâncias reais, e) O cão e o peixinho observam o olho um do outro,
podemos afirmar que as imagens observadas por cada em relação à parede P, em distâncias iguais às
um dos animais obedecem às seguintes relações: distâncias reais que eles ocupam na figura.

Lâmina de faces paralelas Chamemos i1 o ângulo de incidência do raio de


luz e i2 o ângulo de emergência. Sejam r1 e r2 os ângu-
A lâmina de faces paralelas é formada por dois
los no interior da lâmina.
dioptros planos paralelos. A vidraça de uma janela é
exemplo de lâmina de faces paralelas: ela é consti- Mas r1 ⫽ r2, pois são ângulos alternos internos.
tuída pelos dioptros ar-vidro e vidro-ar, sendo para- Aplicando a Lei de Snell-Descartes às duas faces,
lelas as superfícies de separação (fig. 18). temos:

ar
n1 ⭈ sen i1 ⫽ n2 ⭈ sen r1
n2 ⭈ sen r2 ⫽ n1 ⭈ sen i2
vidro

ar Comparando: sen i1 ⫽ sen i2 e, portanto:

Figura 18
i1 5 i2
Portanto, uma lâmina de faces paralelas é cons-
tituída por três meios homogêneos e transparentes, Concluímos, assim, que na lâmina de faces
separados por duas superfícies planas e paralelas. paralelas, sendo iguais os meios externos, o raio
Só nos interessa o caso em que os meios extre- emergente é paralelo ao raio incidente, ocorrendo ape-
mos são idênticos e o meio intermediário é o mais
nas um desvio lateral (translação) do raio luminoso
refringente. É a situação correspondente ao exemplo
apresentado. ao atravessar a lâmina (fig. 20).
Na figura 19, representamos o trajeto de um raio
luminoso que incide obliquamente numa das faces
i
de uma lâmina de faces paralelas, sendo n2 e n1 os a
A
índices de refração, com n2 ⬎ n1. b
D
i2r
r
i1 e
a r d
b
r1 C B a
i
r2
i1 5 i2 5 i
a r1 5 r2 5 r
i2 d 5 desvio lateral
n2 . n1 e 5 espessura da lâmina

Figura 19 Figura 20

384 UNIDADE 5 - Óptica


Cálculo do desvio lateral d Formação de imagens através
No triângulo ABD da figura 20, o seno do ângulo da lâmina de faces paralelas
(i – r) é dado por:
Se um objeto real é observado através de uma
d lâmina de faces paralelas, a imagem vista é virtual
sen (i 2 r) 5  (I)
AB e mais próxima da lâmina, como está indicado na
No triângulo ABC (fig. 20), sendo e a espessura figura 21.
da lâmina, o cosseno do ângulo r é dado por:
e
cos r 5  (II)
AB
Dividindo membro a membro (I) e (II), vem:
P P9
P: ponto-objeto real
sen (i 2 r) d
5 P9: ponto-imagem virtual
cos r e Figura 21
Geralmente, ao olharmos um objeto através de
sen (i 2 r)
d5e? uma vidraça, não percebemos que a imagem é deslo-
cos r
cada porque a espessura da placa é pequena.

Aplicação

A26. Dois raios de luz, emitidos por uma fonte F, incidem Determine:
numa lâmina de vidro, de faces paralelas e imersa no ar. a) o índice de refração relativo do meio que constitui
Refaça a figura dada e complete as trajetórias dos a lâmina em relação ao meio que a envolve;
raios de luz, atravessando a lâmina. b) o desvio lateral sofrido pelo raio luminoso ao atra-
F vessar a lâmina.
Dados: sen 30° 5 cos 60° 5 0,50;
sen 60° 5 cos 30° 5 0,87.
ar
A29. Uma pessoa A observa um inseto B através de uma
placa de vidro de faces paralelas, como mostra a
vidro
figura.

ar A
B
A27. Numa lâmina de faces paralelas de vidro (n 5 1,5)
colocada no ar (n 5 1) incide um raio de luz mono-
cromática por um ângulo de incidência i 5 60°. Qual
o ângulo que o raio emergente da lâmina forma com
A imagem desse inseto, nessas condições, será:
a normal à segunda face?
a) virtual e mais afastada do vidro.
A28. Numa lâmina de faces paralelas de espessura 1,5 cm, b) real e mais próxima do vidro.
um raio luminoso incide numa das faces por um c) virtual e mais próxima do vidro.
ângulo de 60° com a normal e se refrata por d) real e mais afastada do vidro.
um ângulo de 30° com a normal. e) real e à mesma distância do vidro.

Verificação

V26. Têm-se duas lâminas de vidro imersas no ar. Um raio


de luz monocromática incide na lâmina 1, conforme
a figura ao lado. 1
Copie o desenho dado e complete a trajetória do
raio de luz, atravessando as lâminas e emergindo da
lâmina 2.
2

CAPÍTULO 27 - Refração da luz 385


V27. Numa lâmina de faces paralelas de vidro (n ⫽ 2) e o desvio lateral sofrido pelo raio após atravessar a
imersa no ar (n ⫽ 1) incide um raio de luz mono- lâmina.
cromática. O ângulo de incidência é de 45°. 1 ™3
Dados: sen 30° ⫽ ; cos 30° ⫽ .
2 2
i 5 45° V29. Obtenha graficamente a imagem do ponto-objeto P
r conjugada pela lâmina de faces paralelas de vidro e
imersa no ar, conforme a figura.
i9
1 2 1
Determine os ângulos r e i⬘ indicados na figura.
V28. Um raio de luz monocromática, propagando-se no ar, P
incide numa lâmina de faces paralelas constituída de
um material cujo índice de refração é 3. O ângulo
de incidência é de 60°. O índice de refração do ar é
1 e a espessura da lâmina é igual a 3 cm. Calcule

Revisão
R27. (UF-PB) Em um laboratório de óptica, um estudante Sabendo-se que a linha AC é o prolongamento do
faz incidir, sobre uma placa retangular de vidro de raio incidente, d ⫽ 4 cm e BC ⫽ 1 cm, assinale a
espessura d, um raio de luz monocromática. Sabendo alternativa que contém o valor de n.
que essa placa encontra-se em uma câmara de vácuo 3 3
a) 2 3 c)  
e que o ângulo formado entre o raio de luz e a nor- 2
mal à placa é de 30°, identifique as afirmativas cor- 5 2
b) d) 1,5
retas: 6
I. O ângulo entre o raio refletido e a normal à placa
R29. (Fuvest-SP) Um raio luminoso proveniente do ar
é maior do que 30°.
atinge uma lâmina de vidro de faces paralelas com
II. A velocidade da luz no interior da placa será a
8,0 cm de espessura e 1,5 de índice de refração. Esse
mesma que no vácuo.
raio sofre refração e reflexão ao atingir a primeira
III. O ângulo de refração do raio independe da cor da
superfície; refração e reflexão ao atingir a segunda
luz incidente.
superfície (interna).
IV. O ângulo que o raio de luz faz com a normal, no
a) Trace as trajetórias dos raios: incidente, refratado
interior da placa, é menor do que 30°.
e refletido.
V. O raio de luz, após atravessar a placa, seguirá uma
b) Determine o tempo para o raio refratado atraves-
trajetória paralela à direção de incidência.
sar a lâmina, sendo o seno do ângulo de incidên-
R28. (UE-CE) Um raio de luz propagando-se no ar incide, cia 0,9.
com um ângulo de incidência igual a 45°, em uma Dado: c ⫽ 3 ⭈ 108 m/s (no vácuo).
das faces de uma lâmina feita com um material
R30. (Inatel-MG) Um raio de luz monocromática incide,
transparente de índice de refração n, como mostra a
segundo um ângulo de 60° com a normal, em
figura.
uma lâmina de faces paralelas de espessura 6 cm.
Sabendo que a lâmina está imersa no ar e o índice de
refração absoluto do material de que é constituído é
ar A 3, o desvio lateral do raio de luz incidente é de:
a) 8 3 cm d) 3 5 cm
n d b) 7 5 cm e) 2 3 cm
c) 5 3 cm
C 1 3
ar O B Dados: sen 30° ⫽ ; sen 60° ⫽ .
2 2

Prisma
O sistema óptico constituído por três meios homogêneos e transparentes, separados por duas superfícies
planas não paralelas, é denominado prisma. O ângulo entre as superfícies de separação é denominado ângulo
de refringência (A). Só estudaremos o caso em que os meios extremos são idênticos e o meio intermediário
é o mais refringente.

386 UNIDADE 5 - Óptica


Um raio luminoso monocromático incidindo na O desvio mínimo )m ocorre quando o ângulo
primeira face de um prisma por um ângulo i refrata-se de incidência (i) é igual ao ângulo de emergência
por um ângulo r. Na segunda face, seja rí o ângulo de (i'). Logicamente, os ângulos formados com as
incidência e ií o ângulo de refração correspondente, normais dentro do prisma (r e r') também serão
também denominado ângulo de emergência (fig. 22). iguais (fig. 24):
1 1 i 5 i'  e  r 5 r'
A
C
2 As fórmulas apresentadas no item anterior assu-

mem, em condições de desvio mínimo, o aspecto
i r r' i' seguinte:
I1 I2
A
B
n2 . n1
A 5 2r  e  )m 5 2i 2 A
Figura 22
Entre os ângulos individualizados pelo raio com
as normais às faces no interior do prisma (r e r'),
podemos tirar a seguinte relação geométrica: Prismas de reflexão total
Eventualmente, o raio luminoso no interior do
r 1 r' 5 A
prisma pode sofrer reflexão total. Realmente, a luz
De fato, no triângulo I1I2B o ângulo externo A é dentro do prisma se propaga do meio mais refrin-
a soma dos ângulos internos r e rí, isto é, A 5 r 1 r'. gente para o menos refringente, podendo o ângulo
Observe que, ao atravessar o prisma, o raio lumi- de incidência na segunda face ser maior que o ângulo
noso sofre um desvio angular ), que é o ângulo formado limite (r' . L).
pelas direções do raio incidente e do raio emergente. Há situações em que essa reflexão total é dese-
Para obtermos a fórmula do desvio angular, devemos jável. Por exemplo, em instrumentos ópticos, como
considerar o triângulo I1 I2 C. Nesse triângulo, os ângulos binóculos, máquinas fotográficas, etc., utilizam-se os
internos não adjacentes a ) valem i 2 r e i' 2 r'. Logo: prismas de reflexão total. O mais comum é o prisma
de vidro cuja seção é um triângulo retângulo isósce-
) 5 i 2 r 1 i' 2 r'
les. Para os raios que incidem perpendicularmente
) 5 i 1 i' 2 (r 1 r')
a uma das faces há reflexão total, obtendo-se raios
) 5 i 1 i' 2 A emergentes paralelos (fig. 25a) ou perpendiculares
(fig. 25b) aos raios incidentes.
Desvio mínimo
Se o ângulo de incidência i for aumentado a partir
de um valor pequeno, verifica-se que o desvio angular
) inicialmente diminui, passa por um valor mínimo
)m para, em seguida, aumentar, obtendo-se o gráfico
da figura 23.
  
A
∆  
∆m
    
i r i
r
∆m (a) Raios emergentes (b) Raios emergentes
0 i i paralelos. perpendiculares.
Figura 23 Figura 24 Figura 25

Aplicação
A30. Um raio luminoso monocromático se propaga no b) o ângulo de emergência;
ar e incide por um ângulo de incidência igual a 38° c) o desvio angular.
™6 ™6 1
num prisma de índice de refração e ângulo de Dados: sen 38° 5 ; sen 30° 5 ;
2 4 2
refringência 75°. Determine:
™2 ™3
a) o ângulo de refração na primeira face e o ângulo sen 45° 5 ; sen 60° 5 .
2 2
de incidência na segunda face;

CAPÍTULO 27 - Refração da luz 387


A31. Considere um prisma de ângulo de refringência igual a A33. A seção de um prisma é um triângulo retângulo isós-
30°, mergulhado no ar. Qual o valor do índice de refra- celes. Estando ele imerso no ar, qual a condição que
ção do material do prisma para que o raio luminoso se deve impor ao índice de refração n do prisma para
monocromático, incidindo normalmente sobre uma de que um raio de luz monocromática perpendicular a
suas faces, saia tangenciando a face oposta? uma de suas faces sofra reflexão total? O índice de
1 refração do ar é 1.
Dado: sen 30° 5 .
2 1
Dado: sen 45° 5 .
™2
A32. Um prisma tem índice de refração em relação ao ar
igual a 3. Seu ângulo de refringência é 60°. S
1 ™3 45°
Sabendo que sen 30° 5 e sen 60° 5 , deter-
2 2
mine o desvio mínimo sofrido por um raio luminoso
ao atravessá-lo. 45°

Verificação
V30. Um raio de luz monocromática que se propaga no tangenciando a face oposta (emergência rasante).
ar incide, como mostra a figura, num prisma de 2
Dado que sen 45° 5 , determine o índice de re-
™3 2
índice de refração 3. Sabendo que sen 60° 5 e
2 fração do prisma.
1
sen 30° 5 , determine, para esse raio de luz: V32. Em um prisma cujo ângulo de refringência é 60°, o
2
menor desvio que sofre um raio de luz monocromática
é 30°. Estando o prisma imerso no ar, determine seu
60° índice de refração para a luz incidente.
60° 2 1
Dados: sen 45° 5 ; sen 30° 5 e nar 5 1.
2 2
V33. Os dois prismas associa-
a) o ângulo de refração na primeira face;
dos no ar, como indica o
b) o ângulo de incidência na segunda face;
esquema, têm índice de
c) o ângulo de emergência;
refração maior que 2 e
d) o desvio angular.
suas seções são triângulos
V31. Um raio de luz monocromática incide perpendicular- retângulos isósceles. Esque-
mente em uma das faces de um prisma, cujo ângulo matize a trajetória do raio
de refringência é 45°, colocado no ar, e emerge indicado.

Revisão
R31. (Puccamp-SP) Um prisma de vidro, cujo ângulo de 1 2 3
refringência é 70°, está imerso no ar. Um raio de luz Dados: sen 30° 5 ; sen 45° 5 ; sen 60° 5 .
2 2 2
monocromática incide em uma das faces do prisma
sob ângulo de 45° e, em seguida, na segunda face sob R32. (Unimontes-MG) Um raio
ângulo de 40°, como está representado no esquema. luminoso, vindo do ar, cujo
índice de refração é igual 30°
N
a 1, incide perpendicular-
70° N
mente sobre uma das faces
45° de um prisma de ângulo
40° de refringência 30° (veja a
ar
ar figura).
vidro
O valor máximo do índice de refração, para que o
Nessas condições, o índice de refração do vidro em raio possa emergir na outra face, é:
relação ao ar para essa luz monocromática vale: 1 4 3
a)    b)    c)    d) 2
3 2 2 3 2 3 2
a) c) 2 e)
2 3 1 3
3 Dados: sen 30° 5 ; sen 60° 5 .
b) 3 d) 2 2
2

388 UNIDADE 5 - Óptica


R33. (U. F. Uberlândia-MG) Deseja-se determinar o índice a) A d) A

Marco A. Sismotto
de refração absoluto de um prisma de seção trans- ar 45° ar 45°
versal triangular equilátera. Para tanto, faz-se incidir ar
ar
um raio luminoso monocromático numa das faces do ° 45°
45°
prisma, de tal modo que a incidência corresponda à B C B C
(v) (v) (a)
do desvio mínimo, no caso igual a 60°. Sabendo que
o prisma encontra-se num meio onde o módulo da
velocidade da luz é o mesmo que no vácuo, o índice
b) A e) A
de refração absoluto procurado é:
ar 45° ar 45° (v)
3 (v)
a) ™3 d) ar ar
2 (a) 45°
45°
™3 1 B C B C
b) e)
2 3 (a)
™2
c) c) A
2
ar 45° (v)
R34. (UF-GO) Com a finalidade de obter um efeito visual,
ar
através da propagação da luz em meios homogê- 45°
neos, colocou-se dentro de um aquário um prisma
B C
triangular feito de vidro crown, conforme mostra a
(a)
figura abaixo.
Paulo César Pereira

R36. (Vunesp-SP) Um feixe de luz composto pelas cores


vermelha (V) e azul (A), propagando-se no ar, incide
líquido num prisma de vidro perpendicularmente a uma de
45° suas faces. Após atravessar o prisma, o feixe impres-
A B siona um filme colorido, orientado conforme a figura.
90°
45° A direção inicial do feixe incidente é identificada pela
C
posição O no filme.

Um feixe de luz violeta, após refratar-se na parede feixe


do aquário, incidiu perpendicularmente sobre a face incidente
O O
A do prisma, atingindo a face B. V1A
Com base nesses dados e conhecidos os índices de
refração do prisma e do líquido, respectivamente, 1,52

Luis Moura
e 1,33, conclui-se que o efeito obtido foi um feixe de prisma filme vista frontal
luz emergindo da face: do filme
a) B, por causa da refração em B.
b) C, por causa da reflexão total em B. A V
c) B, por causa da reflexão total em B e C. V
V A
d) C, por causa da reflexão em B seguida de refração O O O O O
em C. V A
e) A, por causa das reflexões em B e C e refração A V A
em A.
1 2 3 4 5
R35. (Unifesp-SP) Dois raios de luz, um vermelho (v) e
outro azul (a), incidem perpendicularmente em pon-
tos diferentes da face AB de um prisma transparente Sabendo que o índice de refração do vidro é maior
imerso no ar. No interior do prisma, o ângulo limite para a luz azul do que para a vermelha, a figura que
de incidência na face AC é 44s para o raio azul e 46s melhor representa o filme depois de revelado é:
para o vermelho. A figura que mostra corretamente a) 1 c) 3 e) 5
as trajetórias desses dois raios é: b) 2 d) 4

CAPÍTULO 27 - Refração da luz 389


capítulo

28 Lentes esféricas

Definição de lente esférica


Lente esférica é o conjunto de três meios
homogêneos e transparentes separados por duas
superfícies não simultaneamente planas. Essas su-
perfícies de separação, denominadas faces da lente,
ou são ambas esféricas ou uma é esférica e a outra
é plana. A reta comum aos centros de curvatura das (a) Biconvexa. (b) Plano-convexa. (c) Côncavo-convexa.
faces esféricas (fig. 1a) ou que passa pelo centro de
curvatura da face esférica, sendo perpendicular à
face plana (fig. 1b), é denominada eixo principal da
lente. Vamos sempre considerar os meios externos,
a e c, idênticos.

a c
b
(d) Bicôncava. (e) Plano-côncava. (f) Convexo-côncava.
Figura 2
O2 eixo O1
principal As três primeiras são chamadas lentes de bordas
finas e as três últimas, lentes de bordas espessas.

(a)
Comportamento óptico
Existem dois grupos de lentes: o das lentes con-
vergentes, que fazem convergir um feixe luminoso
a c incidente paralelo ao eixo principal, e o das lentes
divergentes, que fazem divergir um feixe luminoso inci-
b
dente paralelo ao eixo principal.
Sendo n1 o índice de refração absoluto do meio
eixo O a, isto é, do meio onde a lente está imersa, e n2 o
principal índice de refração absoluto do meio b, isto é, da lente
propriamente dita, temos:

Se n2 . n1, as lentes de bordas finas são convergentes


(b) e as de bordas espessas são divergentes; se
n2 , n1, os comportamentos ópticos se invertem: as
Figura 1
lentes de bordas finas são divergentes e as de bordas
espessas, convergentes.

Nomenclatura e tipos Vamos constatar essa propriedade conside-


O nome de cada lente é atribuído nomeando-se rando a trajetória de um raio de luz que incide numa
as faces voltadas para o meio externo, indicando-se lente plano-convexa, paralelamente ao eixo principal
em primeiro lugar a face menos curva (fig. 2). (fig. 3).

390 UNIDADE 5 - Óptica


normal
raio emergente
raio incidente (aproxima da
normal se n2 , n1)
eixo raio emergente
principal n1 (afasta da normal
n2
se n2 . n1)

(a) Lente delgada convergente. (b) Lente delgada divergente.

Figura 3. Lentes de bordas finas: convergentes se n2 . n1 e Figura 6. Representação das lentes delgadas.
divergentes se n2 , n1.
O ponto em que a lente delgada corta o eixo
Na figura 4, vamos considerar um raio de luz principal constitui o centro óptico O da lente. Seja a
que incide numa lente plano-côncava, paralelamente lente convergente ou divergente, vale a seguinte pro-
ao eixo principal. priedade representada na figura 7:
raio emergente
(afasta da normal Todo raio de luz que atravessa a lente delgada,
raio incidente se n2 . n1)
passando pelo centro óptico, não sofre nenhum
raio emergente desvio.
eixo normal (aproxima da
principal normal se n2 , n1)
n2 n1

Figura 4. Lentes de bordas espessas: divergentes se O O


n2 . n1 e convergentes se n2 , n1.

(a) (b)
Lente esférica delgada
Figura 7
Quando a espessura e de uma lente for despre-
zível, quando comparada com seus raios de curvatura,
R1 e R2 (fig. 5), a lente será chamada lente delgada. A Focos principais da lente
lente delgada pode ser de bordas finas ou de bordas
espessas. esférica delgada
O ponto F' do eixo principal é denominado foco
principal imagem da lente. Nele convergem os raios
emergentes da lente convergente, quando nela incide
R1
um feixe luminoso paralelo ao eixo principal (fig. 8a),
e e por ela passam os prolongamentos dos raios que
divergem ao atravessar a lente divergente, quando
R2 nela incide um feixe luminoso paralelo ao eixo prin-
cipal (fig. 8b).

Figura 5. Lente delgada. F'


f F' f
O O
Nas representações gráficas das lentes del-
gadas, não se indica o percurso do raio de luz no
interior da lente. (a) (b)
A lente é representada por um simples segmento Figura 8
de reta perpendicular ao eixo principal. Na figura 6a, está
representada uma lente delgada convergente e o com- A distância f do foco principal imagem F' ao cen-
portamento de um feixe luminoso paralelo ao eixo tro óptico da lente constitui sua distância focal.
principal ao atravessá-la. Na figura 6b, representa-se Simetricamente ao foco imagem F', considera-
uma lente delgada divergente e o comportamento de se sobre o eixo principal da lente um ponto F,
um feixe luminoso, paralelo ao eixo principal, que a denominado foco principal objeto da lente. Se por
atravessa. esse ponto passarem os raios incidentes na lente
CAPÍTULO 28 - Lentes esféricas 391
convergente (fig. 9a) ou seus prolongamentos na
Todo raio de luz que incide na lente, passando
lente divergente (fig. 9b), os raios emergentes
efetivamente (fig. 9a) ou por seus prolongamentos
serão paralelos ao eixo principal. Convenciona-se,
(fig. 9b) pelo foco principal objeto F, emerge da lente
de acordo com o referencial de Gauss que veremos
paralelamente ao eixo principal.
posteriormente, que:
• a lente convergente, que tem focos reais, apresenta
distância focal positiva (f . 0); Pontos antiprincipais
• a lente divergente, que tem focos virtuais, apre- Os pontos A e A', sobre o eixo principal e cujas
senta distância focal negativa (f , 0). distâncias ao centro óptico O são o dobro da dis-
tância focal, são denominados pontos antiprincipais
objeto e imagem, respectivamente (fig. 10).
Vale a seguinte propriedade:
F f f F
O O
Todo raio de luz que incide na lente passando
efetivamente (fig. 10a) ou por seu prolongamento
(a) (b) (fig. 10b) pelo ponto antiprincipal objeto A emerge
Figura 9 passando efetivamente ou por seu prolongamento
pelo ponto antiprincipal imagem A'.
Resumindo, podemos enunciar de acordo com
as figuras 8 e 9:

A F O F' A' A' F' O F A


Todo raio de luz que incide na lente, paralelamente f f f f
ao eixo principal, emerge efetivamente (fig. 8a) ou
por seus prolongamentos (fig. 8b) pelo foco principal (a) (b)
imagem F'.
Figura 10

APROFUNDANDO

Um explorador, perdido na Antártida, conseguiu acender uma fogueira usando um bloco de gelo que obteve
congelando água num pires. Como ele procedeu?

Aplicação

A1. Há três lentes de vidro imersas no ar: biconvexa, bicôn- d) na água, a lente é divergente e no outro líquido,
cava e convexo-côncava. Indique o comportamento convergente.
óptico de cada lente, isto é, classifique-as em conver- e) a lente é de bordas espessas.
gente ou divergente.
A3. É possível acender um palito de fósforo com uma
A2. Uma lente plano-convexa é feita de um material cujo lente no sol. Que tipo de lente se deve usar e onde
índice de refração é 1,50. A lente é colocada sucessi- deve estar a ponta do palito? Esquematize.
vamente na água, cujo índice de refração é 1,33 e num
A4. Se um ponto luminoso for colocado a 25 cm de uma
líquido de índice de refração 1,72. Pode-se afirmar que:
lente convergente, sobre o eixo principal, o feixe
a) nos dois meios a lente é convergente.
emergente é paralelo ao eixo principal da lente.
b) nos dois meios a lente é divergente.
Determine a distância focal dessa lente.
c) na água, a lente é convergente e no outro líquido,
divergente.

392 UNIDADE 5 - Óptica


A5. Duas lentes delgadas, L1 e L2, estão a uma distância d b) a lente L1 é convergente e tem distância focal
uma da outra. Um feixe de raios paralelos ao eixo prin- f1 5 20 cm; a lente L2 é divergente e sua distância
cipal incide em L1 e emerge de L2 segundo um feixe de focal tem módulo uf2u 5 12 cm.
raios também paralelos ao eixo principal. Determine a
distância d. Analise os casos:
a) as lentes L1 e L2 L1 L2 L1 L2
são convergen-
tes e possuem
distâncias focais
f1 5 20 cm e
f2 5 12 cm, res- d d
pectivamente.

Verificação
V1. São lentes de vidro divergentes no ar: situado a 40 cm do centro óptico da lente, sobre o
a) a biconvexa e a plano-côncava. eixo principal. Se o feixe incidente era constituído de
b) a biconvexa e a plano-convexa. raios paralelos ao eixo principal, qual a distância focal
c) a plano-côncava e a plano-convexa. da lente? Faça um esquema explicativo.
d) a plano-côncava e a bicôncava.
V5. Nos esquemas abaixo, a lente L1 tem distância focal
e) a biconvexa e a bicôncava.
f1 5 25 cm. Determine a distância focal das lentes L2
V2. Uma lente feita de um material cujo índice de refração e L3.
é 1,5 é convergente no ar. Quando mergulhada num
líquido transparente cujo índice de refração é 1,7: L1 L2
a) ela será convergente.
b) ela será divergente.
c) ela passa a se comportar como um prisma.
d) ela passa a se comportar como uma lâmina de faces
paralelas.
d 5 35 cm
e) ela não produzirá nenhum efeito sobre os raios
luminosos.
L1 L3
V3. Um feixe de raios paralelos ao eixo principal de uma
lente, após atravessá-la, converge num ponto situado a
10 cm do centro óptico da lente. Determine a distância
focal da lente. Faça um esquema explicativo.
V4. Ao atravessar uma lente divergente, os prolonga-
d 5 20 cm
mentos dos raios emergentes passam por um ponto

Revisão
R1. (UF-MG) Na figura chida com um líquido, também
Alberto De Stefano

está representado o transparente, de índice de refra-


vidro
perfil de três lentes ção n. A figura ao lado mostra um 1,4
de vidro. perfil do objeto.
Nessas condições, quando a luz líquido
(I) (II) (III) n
visível incide perpendicularmente
Rafael quer usar essas lentes para queimar uma folha em uma das faces do bloco e
de papel com a luz do sol. Para isso, ele pode usar atravessa a bolha, o objeto se
apenas: comporta, aproximadamente,
a) a lente I. c) as lentes I e III. como
b) a lente II. d) as lentes II e III.  
a) uma lente divergente, somente se n . 1,4.
R2. (Fuvest-SP) Um objeto decorativo consiste de um b) uma lente convergente, somente se n . 1,4.
bloco de vidro transparente, de índice de refração igual c) uma lente convergente, para qualquer valor de n.
a 1,4, com forma de paralelepípedo, que tem, em seu d) uma lente divergente, para qualquer valor de n.
interior, uma bolha, aproximadamente esférica, preen- e) se a bolha não existisse, para qualquer valor de n.

CAPÍTULO 28 - Lentes esféricas 393


R3. (Cefet-MG) As figuras 1 e 2 representam um raio de
P Q'
luz monocromática propagando-se entre dois meios caixa A
materiais.

Marco A. Sismotto
Q P'

sulfeto Figura a
ar de carbono
acrílico acrílico P
caixa B Q'

Figura 1 Figura 2 P'


Q

Nessa situação, uma lente de acrílico será Figura b


_____________ no _____________ , se suas bordas
forem mais _____________ do que sua parte central. Para produzir esses efeitos, dispunha-se de um con-
As palavras que completam, respectivamente, as junto de lentes convergentes e divergentes de diversas
lacunas são: distâncias focais.
a) convergente, ar, largas. a) Copie a figura a no seu caderno. Em seguida, dese-
b) divergente, ar, estreitas. nhe no interior da caixa uma lente que produza o
c) divergente, sulfeto de carbono, largas. efeito mostrado. Complete a trajetória dos raios e
d) divergente, sulfeto de carbono, estreitas. indique a posição do foco da lente.
b) Copie a figura b no seu caderno. Em seguida,
R4. (Vunesp-SP) As figuras representam feixes paralelos desenhe no interior da caixa um par de lentes
de luz monocromática incidindo, pela esquerda, nas que produza o efeito mostrado. Complete a tra-
caixas A e B, que dispõem de aberturas adequadas jetória dos raios e indique as posições dos focos
para a entrada e a saída dos feixes. das lentes.

Construção geométrica de imagens


A imagem fornecida por uma lente delgada Conforme a posição do objeto em relação ao foco
esférica é determinada pela luz que, partindo do objeto F e ao ponto antiprincipal objeto A da lente
objeto situado à sua frente, atravessa a lente. convergente, podemos individualizar vários tipos de
Considerando um objeto frontal PQ, diante de imagem:
uma lente esférica delgada, convergente ou diver- • Objeto PQ situado antes do ponto antiprincipal A
gente, para obter graficamente a imagem P'Q' , tra-
Neste caso, a imagem P'Q' é real, invertida e menor
çamos a trajetória dos raios que partem da extremi-
do que o objeto (fig. 12).
dade superior do objeto P. Para isso, basta considerar
apenas dois raios, dando-se preferência àqueles cujo P

raio refratado pode ser individualizado com facilidade.


Q' A'
Na figura 11, construiu-se a imagem P'Q' do objeto
Q A F O F'
PQ, fornecida por uma lente divergente, utilizando um
P'
raio luminoso paralelo ao eixo principal que se refra-
tou na direção do foco imagem F' e um raio que incidiu Figura 12
na direção do centro óptico e não sofreu desvio.
Observe na figura 11 que a imagem fornecida por
Edson Sato

uma lente divergente de um objeto real é sempre uma


imagem virtual (prolongamento de raios), direita (no
mesmo semiplano que o objeto, definido pelo eixo
principal) e menor que o objeto.
P
P'
Figura 13
Q F' Q' O F
O sistema óptico de uma máquina fotográfica e de
Figura 11 uma filmadora é basicamente constituído por uma

394 UNIDADE 5 - Óptica


lente convergente, que, de um objeto real colocado

Edson Sato
à sua frente, projeta sobre o filme uma imagem real,
invertida e menor.
O globo ocular funciona, opticamente, de modo
semelhante à máquina fotográfica. Seus vários
constituintes transparentes (córnea, cristalino,
etc.) funcionam como uma lente convergente que
forma sobre a retina uma imagem real, invertida e
menor de um objeto real. Figura 17
• Objeto PQ situado sobre o ponto antiprincipal A O projetor cinematográfico e o projetor de slides são
A imagem P'Q' é real, invertida e do mesmo tamanho constituídos, opticamente, de uma lente conver-
que o objeto e situa-se em A' (fig. 14). gente, simples ou composta (associação de len-
tes), que fornece de um objeto real (filme ou slide)
P
uma imagem real, invertida e maior que o objeto,
Q F' A' projetada sobre uma tela.
A F O Q'
• Objeto PQ situado sobre o foco principal objeto F
P' Neste caso, a imagem é imprópria (imagem no
Figura 14 infinito), como mostra a figura 18.
P
Edson Sato

Q
F O F'

Figura 18

• Objeto PQ situado entre o foco principal objeto F e o


Figura 15 centro óptico O
• Objeto PQ situado entre o ponto antiprincipal A e o A imagem P'Q' é virtual, direita e maior do que o
foco principal objeto F objeto (fig. 19).
Nesta situação, a imagem P'Q' é real, invertida e Este é o tipo de imagem formada na lupa ou lente
maior do que o objeto (fig. 16). de aumento.
P'
P P
F' A' Q' F'
A Q F O Q' F Q O

P' observador
Figura 16 Figura 19

Aplicação
A6. Nos esquemas, F e F' são os focos principais, O é o
centro óptico e A e A' os pontos antiprincipais. Cons- o
c)
trua a imagem do objeto (o) e classifique-a. A F O F' A'

A' o F' O F A
a) Ao F O F' A'
d)

o A F O F' A' A Fo O F' A'


b) e)

CAPÍTULO 28 - Lentes esféricas 395


A7. É possível projetar sobre um anteparo a imagem for- A8. A figura representa um objeto real o e sua imagem i
necida por: produzida por uma lente delgada. Utilizando exclu-
a) uma lente divergente de um objeto real, qualquer sivamente construções gráficas, determine:
que seja sua posição. a) a posição do centro óptico da lente;
b) a posição do foco imagem da lente;
b) uma lente convergente de um objeto real colocado
c) a distância focal da lente, utilizando o quadriculado
entre o foco objeto e a lente.
fornecido.
c) uma lente convergente de um objeto real colocado
entre o foco objeto e o ponto antiprincipal objeto
da lente. o
d) uma lente convergente de um objeto real, qualquer
i
que seja sua posição.
e) qualquer tipo de lente para qualquer posição de um 1 cm
objeto real.
1 cm

Verificação
V6. Uma lente divergente de um objeto real fornece sem- V8. Qual dos instrumentos ópticos a seguir fornece ima-
pre uma imagem: gem virtual?
a) real, invertida e ampliada. a) projetor de cinema.
b) real, invertida e diminuída. b) máquina fotográfica.
c) virtual, direita e ampliada. c) projetor de slides.
d) virtual, direita e diminuída. d) ampliador de fotografias.
e) real, direita e diminuída. e) lente de aumento simples.

V7. Um objeto real é colocado entre o foco objeto e o V9. Dados o objeto real o e sua imagem i fornecida por
centro óptico de uma lente delgada convergente. Esta uma lente delgada de eixo principal xx', determine
fornece uma imagem: graficamente o centro óptico e os focos objeto e ima-
a) direita, virtual e maior. gem da lente.
b) direita, real e maior.
c) invertida, real e menor. o
x x'
d) direita, virtual e menor. i
e) invertida, real e maior.

Revisão
R5. (PUC-SP) Na figura a seguir, em relação ao instru- c) virtual, formada por uma lente divergente, com o
mento óptico utilizado e às características da imagem objeto (livro) colocado entre o foco objeto e a lente.
nele formada, é possível afirmar que é uma imagem: d) real, formada por uma lente convergente, com o
objeto (livro) colocado entre o foco objeto e o
ponto antiprincipal objeto da lente.
Fernando Favoretto/Criar Imagem

e) virtual, formada por uma lente convergente, com o


objeto (livro) colocado sobre o foco objeto da lente.
R6. (Vunesp-SP) Na figura a seguir, AB é o eixo princi-
pal de uma lente convergente, e FL e I são, respec-
tivamente, uma fonte luminosa pontual e sua ima-
gem produzida pela lente. Determine:
a) a distância d entre a fonte luminosa e o plano que
contém a lente;
b) a distância focal f da lente.

FL

A B

a) real, formada por uma lente divergente, com o


1 cm

objeto (livro) colocado entre o foco objeto e a lente.


b) virtual, formada por uma lente convergente, com o 1 cm I
objeto (livro) colocado entre o foco objeto e a lente.

396 UNIDADE 5 - Óptica


R7. (UF-SC) Um estudante, utilizando uma lente, consegue (64) A imagem é real, necessariamente, para que
projetar a imagem da chama de uma vela em uma possa ser projetada na parede.
parede branca, dispondo a vela e a lente na frente da R8. (UTF-PR) Um objeto é colocado frente ao sistema
parede conforme a figura a seguir. óptico representado abaixo. Esboce a imagem for-
lente parede mada:

A F O F' A'

Analise as proposições seguintes, assinale as corretas


Assinale as afirmativas abaixo com V se verda-
e dê como resposta a soma dos números associados deira e F se falsa.
às proposições marcadas. ( ) A formação de imagem esquematizada é comum
(01) Tanto uma lente convergente quanto uma lente nas câmeras fotográficas.
divergente projetam a imagem de um ponto ( ) A imagem é invertida, maior e pode ser projetada
luminoso real na parede. num anteparo.
(02) A lente é convergente, necessariamente, porque ( ) A imagem forma-se geometricamente entre o
somente uma lente convergente fornece uma ima- foco imagem e o ponto antiprincipal.
gem real de um objeto luminoso real.
(04) A imagem é virtual e direita. A sequência correta será:
(08) A imagem é real e invertida. a) V, F, V
(16) A lente é divergente, e a imagem é virtual para b) V, F, F
que possa ser projetada na parede. c) F, V, F
(32) Se a lente é convergente, a imagem projetada na d) F, F, F
parede pode ser direita ou invertida. e) V, V, F

Fórmulas das lentes embaixo, os valores das abscissas e das ordenadas,


de acordo com o referencial de Gauss:
esféricas delgadas
Para referir a posição do objeto e da imagem objeto
em relação à lente delgada, adotamos o sistema de 6 cm
imagem
referência de Gauss, esquematizado na figura 20. 3 cm
O
1 1 10 cm
luz o, i luz o, i
20 cm
p p' p p'
O O p ⫽ ⫹20 cm
p' ⫽ ⫺10 cm
(a) (b) o ⫽ ⫹6 cm
i ⫽ ⫹3 cm
Figura 20
Figura 21
Eixo Origem Direção Sentido
abscissas contrário
centro objeto
do objeto eixo principal ao da luz
óptico (O)
(p) incidente 5 cm
abscissas coincidente O
centro
da imagem eixo principal com o da luz 10 cm 20 cm 10 cm
óptico (O)
(p') incidente
perpendicular imagem
ordenadas centro de baixo para
ao eixo p ⫽ ⫹10 cm
(o, i) óptico (O) cima
principal p' ⫽ ⫹20 cm
o ⫽ ⫹5 cm
i ⫽ ⫺10 cm
Por exemplo, nos esquemas seguintes, anotamos
as dimensões referentes ao objeto e à imagem, e, Figura 22

CAPÍTULO 28 - Lentes esféricas 397


De acordo com esse referencial, imagem real Aumento linear transversal
tem abscissa positiva e imagem virtual tem abscissa
negativa: da imagem
O aumento linear transversal da imagem A é dado
imagem real: p' . 0
imagem virtual: p' , 0 i
pela relação entre as ordenadas i e o: A ⴝ  
o

Admitindo que p e o são sempre positivos Da figura 23, pela semelhança dos triângulos
sombreados, obtemos:
(objeto real, acima do eixo principal), a abscissa da
imagem p' e sua ordenada i têm sempre sinais con-
i p' p'
trários. Assim: ⴝ ⴚ  ⇒ A ⴝ ⴚ 
o p p

imagem real é invertida:  p' . 0; i , 0


imagem virtual é direita: p' , 0; i . 0 p'
o

Nas lentes esféricas, a distância focal f é con- O


siderada abscissa do foco principal objeto ou do foco i
p
principal imagem. Sendo assim, a lente convergente
tem distância focal positiva e a lente divergente tem
distância focal negativa. Figura 23

O sinal negativo é acrescido à relação geomé-


Equação de Gauss trica, em virtude de i e p' terem sempre sinais opostos
(para o e p positivos).
As abscissas do objeto ( p) e da imagem (p') Analogamente aos espelhos esféricos, temos
relacionam-se com a distância focal da lente (ƒ) pela também outra fórmula para o aumento linear trans-
Equação de Gauss: versal:

1 1 1 f
ⴝ ⴙ Aⴝ
f p p'    fⴚp

Aplicação

A9. Uma fonte luminosa está a 30 cm de uma lente con- b) Classifique a imagem formada.
vergente de distância focal 20 cm. c) Calcule o aumento linear transversal da ima-
a) Determine a que distância da lente deve ser colo- gem.
cado um anteparo a fim de obter sobre ele a ima-
A12. Num laboratório, utilizando-se um banco óptico,
gem real nítida do objeto.
coloca-se uma pequena lâmpada a 90 cm de uma
b) Classifique a imagem formada.
tela de projeção. Entre a lâmpada e a tela é disposta
c) Calcule o aumento linear transversal da imagem.
uma lente delgada, numa posição tal que a imagem
A10. Para que se possa obter uma fotocópia em obtida na tela é duas vezes maior do que o objeto
tamanho natural de um documento, este é foto- (lâmpada).
grafado a uma distância de 20 cm da objetiva da a) A lente é convergente ou divergente?
máquina fotográfica. Determine a distância focal b) Qual é a distância focal da lente?
da lente.
A13. Uma lente delgada divergente fornece de um objeto
A11. Uma lupa tem 20 cm de distância focal. situado a 60 cm de seu centro óptico uma imagem
a) Determine a abscissa da imagem produzida por quatro vezes menor. Determine:
essa lente quando um objeto real é colocado a a) a distância entre a imagem e a lente;
4 cm de seu centro óptico. b) a distância focal da lente.

398 UNIDADE 5 - Óptica


Verificação
V10. Determine a dimensão e a posição da imagem de Determine:
um estilete de 10 cm de altura fornecida por uma a) a distância do filme ao centro óptico da lente do
lente convergente de distância focal 10 cm, estando projetor;
o estilete colocado em relação à lente como indica b) o aumento linear transversal da imagem.
a figura. Classifique a imagem formada e calcule o
V13. Com uma lente de aumento, Patrícia vê a imagem
aumento linear transversal.
de um pequeno animal com seu tamanho triplicado.
Sabendo que o animal está situado a 30 cm da lente,
10 cm
determine:
30 cm a) a abscissa da imagem formada;
b) a distância focal.
V11. Uma lente delgada convergente fornece de um
V14. Tem-se uma lente divergente cuja distância focal é
objeto real imagem também real, invertida e de
40 cm. Um objeto real de altura 10 cm é colocado
mesmo tamanho que o objeto. Sendo a distância do
frontalmente a 40 cm da lente. Determine:
objeto à imagem, nesse caso, igual a 200 cm, deter-
a) a abscissa da imagem, classificando-a em real ou
mine a distância focal da lente.
virtual;
V12. Uma sala de projeção tem 25 m de comprimento. b) a altura da imagem, classificando-a em direita ou
A distância focal da lente do projetor é 8,0 cm. invertida.

Revisão
R9. (Unifesp-SP) A figura abaixo representa um banco em função da distância do objeto para uma deter-
óptico didático: coloca-se uma lente no suporte e minada lente. Aproximadamente, a que distância
varia-se a sua posição até que se forme no ante- (p) da lente deve ficar o objeto para produzir uma
paro uma imagem nítida da fonte (em geral uma imagem virtual, direita e com ampliação (m) de 4,0
seta luminosa vertical). As abscissas do anteparo, vezes?
da lente e do objeto são medidas na escala, que tem
p' (cm)
uma origem única. 50 1 1 1
⫽ ⫹
40 f p p'
Luis Moura

anteparo 30 p'
m⫽⫺
20 p
suporte da lente
10
fonte de luz 0
(objeto) ⫺10 0 10 20 30 40 50 60
p (cm)
⫺20
⫺30
escala ⫺40
⫺50

a) 10 cm c) 8,0 cm e) 5,5 cm
a) Represente graficamente no caderno de respostas b) 20 cm d) 7,5 cm
(sem valores numéricos) a situação correspon- R11. (U. F. Triângulo Mineiro-MG) As figuras mostram um
dente ao esquema da figura, em que apareçam: mesmo texto visto de duas formas: na figura 1 a olho
o objeto (seta luminosa da fonte); a lente e seus
nu, e na figura 2 com auxílio de uma lente esférica.
dois focos; a imagem e pelo menos dois raios de
As medidas nas figuras mostram as dimensões das
luz que emergem do objeto, atravessem a lente e
letras nas duas situações.
formem a imagem no anteparo.
b) Nessa condição, determine a distância focal da
lente, sendo dadas as posições dos seguintes
componentes, medidas na escala do banco óptico:
Lettera Studio

anteparo, na abscissa 15 cm; suporte da lente, na 10 mm


abscissa 35 cm; fonte, na abscissa 95 cm.
4 mm
R10. (PUC-PR) A equação de Gauss relaciona a distância
focal (f) de uma lente esférica delgada com as dis-
tâncias do objeto (p) e da imagem (p') ao vértice da
lente. O gráfico dado mostra a distância da imagem figura 1 figura 2

CAPÍTULO 28 - Lentes esféricas 399


Sabendo que a lente foi posicionada paralelamente à a) A partir da figura, determine a distância focal da
folha e a 12 cm dela, pode-se afirmar que ela é lente.
a) divergente e tem distância focal 220 cm. b) Determine o tamanho e a posição da imagem de
b) divergente e tem distância focal 240 cm. um objeto real de 3,0 cm de altura, colocado a
c) convergente e tem distância focal de 15 cm. 6,0 cm da lente, perpendicularmente ao seu eixo
d) convergente e tem distância focal de 20 cm. principal.
e) convergente e tem distância focal de 45 cm.
R13. (UF-PE) Um objeto luminoso e uma tela de pro-
R12. (Vunesp-SP) Na figura, MN representa o eixo prin-
jeção estão separados pela distância D 5 80 cm.
cipal de uma lente divergente L; AB, o trajeto de
Existem duas posições em que uma lente con-
um raio luminoso incidindo na lente, paralela-
vergente de distância focal f 5 15 cm, colocada
mente ao seu eixo; e BC, o correspondente raio
entre o objeto e a tela, produz uma imagem real na
refratado.
tela. Calcule a distância, em cm, entre estas duas
posições.
C

A lente tela
B
objeto
M N
1 cm
1 cm
D
L

Vergência ou convergência A unidade usual de vergência é a dioptria (di),


que corresponde ao inverso do metro (m21).
de uma lente Por exemplo, uma lente convergente de distância
Define-se vergência ou convergência V de uma focal igual a 50 cm terá vergência:
lente como a grandeza definida pelo inverso de sua 1 1 21
f 5 50 cm 5 0,5 m A V 5 5
distância focal ƒ: f 0,5 m  

V 5 2 di
1
V5 No caso de a lente ser divergente, a vergência
f
será negativa, como a distância focal.

OBSERVE

A vergência e a distância focal de uma lente podem ser calculadas em função dos raios de curvatura de suas
faces R1 e R2 e dos índices de refração da lente (n2) e do meio que a envolve (n1) pela equação dos fabricantes de
lentes:

1 n 1 1
V5
f 1
5 2 21
n1 21
R1
2
R2 2

Para a aplicação dessa equação, utilize a seguinte convenção de sinais:


• face convexa: raio positivo
• face côncava: raio negativo
Uma face plana tem raio infinitamente grande e, portanto, seu inverso será considerado nulo.

400 UNIDADE 5 - Óptica


Aplicação
A14. Observe os esquemas abaixo: lente, convergindo no mesmo ponto P. A ocorrência
L1 L2 não se modifica quando o espelho é aproximado ou
afastado da lente. Determine a distância focal e a
vergência da lente.

P
O
Qual das lentes, L1 ou L2, possui maior vergência?
L E
A15. A imagem fornecida por uma lente convergente de
vergência 10 di é real, invertida e quatro vezes menor A17. Uma lente biconvexa tem faces com raios de curva-
que o objeto real, frontal à lente. Determine: tura iguais a 10 cm cada uma. O índice de refração
a) a distância focal da lente; da lente é 1,5 e ela se encontra imersa no ar, cujo
b) a distância da imagem e do objeto ao centro índice de refração é 1,0. Determine a distância focal e
óptico da lente. a vergência dessa lente.

A16. O arranjo da figura consiste numa lente conver- A18. Tem-se uma lente plano-convexa de índice de
gente L e num espelho plano E, perpendicular ao refração 1,5 e imersa no ar, cujo índice de refração é
eixo principal da lente. Uma fonte pontual P é colo- igual a 1,0. O raio da face convexa é de 5,0 cm. Um
cada sobre o eixo principal da lente a 50 cm de seu objeto luminoso é colocado a 20 cm da lente. A que
centro óptico. A luz emitida pela fonte atravessa distância da lente se forma a imagem correspon-
a lente, reflete-se no espelho, volta a atravessar a dente?

Verificação
V15. Utilizando-se uma lente convergente de vergência a lente e volte a convergir no ponto P, qualquer que
10 di é possível concentrar a luz do sol num ponto seja a distância entre o espelho e a lente.
do eixo principal. Qual a distância desse ponto à
lente?
P
V16. Um objeto real de altura o ⫽ 20 cm está colocado
O
frontalmente e à distância p ⫽ 25 cm de uma lente
divergente de vergência V ⫽ ⫺4,0 di. Determine: x
a) a distância focal da lente;
b) a posição e a natureza (real ou virtual) da imagem V18. Os raios das faces de uma lente bicôncava têm
formada; módulo 50 cm cada um. O índice de refração da
n2
c) a altura da imagem formada, classificando-a em
direita ou invertida relativamente ao objeto.
lente em relação ao meio que a envolve 1 2
n1
vale 2,0. Determine a vergência e a distância focal
V17. Uma lente convergente de vergência 5,0 dioptrias é da lente.
colocada diante de um espelho plano perpendicu-
lar ao eixo principal da lente, como indica a figura. V19. Uma lente esférica de vidro, delgada, plano-côncava,
Determine a que distância x do centro óptico da tem o raio da superfície côncava de módulo igual a
lente deve ser colocada uma fonte luminosa pon- 10 cm. O índice de refração do vidro é 1,5 e o do ar,
tual P, para que a luz emitida, após atravessar a onde a lente está imersa, é 1,0. Um objeto luminoso
lente, se reflita no espelho, atravesse novamente é colocado a 20 cm da lente. Qual o aumento linear
transversal da imagem formada?

Revisão
R14. (Mackenzie-SP) Uma lente esférica delgada de da lente, para se obter uma imagem invertida de
convergência 10 di é utilizada para obter a ima- 3 cm de altura, é de:
gem de um objeto de 15 cm de altura. A distân- a) 60 cm c) 42 cm e) 12 cm
cia, a que o objeto deve estar do centro óptico b) 50 cm d) 24 cm

CAPÍTULO 28 - Lentes esféricas 401


R15. (U. F. Uberlândia-MG) Em um dado experimento R17. (UF-CE) Uma lente esférica delgada, construída de
de óptica, um grupo de estudantes tem como uma um material de índice de refração n, está imersa no ar
tarefa determinar a distância focal de uma lente del- (nar 5 1,00). A lente tem distância focal f e suas
gada de bordas finas, feita de um material transpa- superfícies esféricas têm raios de curvatura R1
rente, com índice de refração igual a 1,5. Para isso, e R2. Esses parâmetros obedecem a uma rela-
eles colocam o objeto em diversas posições (p) ao ção, conhecida como “equação dos fabricantes”,
longo do eixo principal da lente e determinam a mostrada abaixo.
posição p' da imagem em relação à lente. 1 1 1
A tabela indica os módulos dos valores medidos (em f
5 (n 2 1)
1
R1
1
R2 2
cm) e a figura representa um esquema do aparato Suponha uma lente biconvexa de raios de curvatura
experimental. iguais (R1 5 R2 5 R), distância focal f e índice de

Marco A. Sismotto
refração n 5 1,8 (figura I). Essa lente é partida dando
objeto origem a duas lentes plano-convexas iguais (figura II).
p p'

15 30

20 20

30 15 P

(I) (II)
Com base nas informações dadas, julgue as alterna-
tivas abaixo como Verdadeira (V), Falsa (F) ou Sem A distância focal de cada uma das novas lentes é:
opção (SO). 1 
a) f c) f e) 2f
2
1. Para as posições do objeto (p) à esquerda da
lente, indicadas na tabela acima, a imagem irá se 4  9 
b) f d) f
formar em um anteparo à direita da lente, pois se 5 5
trata de uma imagem real. R18. (UF-MG) Usando uma lente convergente, José
2. A distância focal obtida pelo grupo de alunos é Geraldo construiu uma câmera fotográfica simpli-
igual a 20 cm. ficada, cuja parte óptica está esboçada nesta figura:
3. Ao se colocar o objeto em uma posição (p) menor
do que 10 cm, a imagem desse objeto deixará de
se formar em um anteparo. x

Luis Moura
4. Se o experimento fosse realizado dentro da água
(nágua 5 1,3) para o mesmo conjunto de posições
do objeto (p), as posições das imagens (p') seriam lente
maiores, resultando em um maior valor da distân-
cia focal para a mesma lente.
filme
R16. (Unifesp-SP) Um estudante observa uma gota de Ele deseja instalar um mecanismo para mover a lente
água em repouso sobre sua régua de acrílico, como
ao longo de um intervalo de comprimento x, de
ilustrado na figura.
modo que possa aproximá-la ou afastá-la do filme e,
Marco A. Sismotto

5,0 mm assim, conseguir formar, sobre este, imagens nítidas.


gota 1. Sabe-se que a distância focal da lente usada é de
4,0 cm e que essa câmera é capaz de fotografar
objetos à frente dela, situados a qualquer distân-
Curioso, percebe que, ao olhar para o caderno de cia igual ou superior a 20 cm da lente.
anotações através dessa gota, as letras aumentam ou Considerando essas informações, determine o
diminuem de tamanho conforme afasta ou aproxima valor de x.
a régua do caderno. Fazendo alguns testes e algumas 2. Pretendendo fotografar a Lua, José Geraldo posi-
considerações, ele percebe que a gota de água pode ciona a lente dessa câmera a uma distância D do
ser utilizada como uma lente e que os efeitos ópticos filme. Em seguida, ele substitui a lente da câmera
do acrílico podem ser deprezados. Se a gota tem raio por outra, de mesmo formato e tamanho, porém
de curvatura de 2,5 mm e índice de refração 1,35 em feita com outro material, cujo índice de refração
relação ao ar. é maior.
a) Calcule a convergência C dessa lente. Considerando essas informações, responda:
b) Suponha que o estudante queira obter um Para José Geraldo fotografar a Lua com essa nova
aumento de 50 vezes para uma imagem direita, montagem, a distância da lente ao filme deve ser
utilizando essa gota. A que distância d da lente menor, igual ou maior que D?
deve-se colocar o objeto? Justifique sua resposta.

402 UNIDADE 5 - Óptica


Associação de lentes Na luneta astronômica, a objetiva tem grande
distância focal (geralmente da ordem de metros),
Os instrumentos ópticos, geralmente, são cons- maior que a distância focal da ocular:
tituídos por uma associação de duas ou mais lentes,
tendo em vista o tipo ou a qualidade da imagem que fOB ⬎ fOC
se quer obter.
O microscópio composto e a luneta astronômica
são dois instrumentos que podem, esquema- Em virtude do grande afastamento do objeto
ticamente, ser considerados, em sua parte óptica, observado através de uma luneta, a imagem i1 for-
como a associação de duas lentes convergentes necida pela objetiva se forma praticamente no seu
dispostas de modo a terem o mesmo eixo principal. foco imagem F'OB. Essa imagem serve de objeto para
A lente que fica do lado do objeto é denominada a ocular, que fornece, então, uma imagem final i2,
objetiva, e a que fica do lado do olho do observador virtual e invertida do objeto. Na figura 25, está
é denominada ocular. esquematizada a formação da imagem na luneta
No microscópio composto, a objetiva tem pequena astronômica.
distância focal (da ordem de milímetros), menor que Nas denominadas lunetas terrestres, a ima-
a distância focal da ocular (da ordem de centí- gem final i2 é tornada direita por meio da associa-
metros). A figura 24 mostra um esquema sem ção, ao sistema óptico da lente, de dispositivos
escala. especiais.
fOB ⬍ fOC

L1 L2
observador
Lentes justapostas
O F'OB FOC O eixo Dificilmente a objetiva e a ocular dos instru-
A FOB O i1 F'OC mentos ópticos são constituídas por uma única
lente. Se assim consideramos no item anterior, foi
i2 apenas visando à simplificação do esquema de for-
mação da imagem.
Figura 24. L1 é a objetiva e L2 é a ocular do microscópio Geralmente, cada objetiva e cada ocular de um
composto.
aparelho óptico são formados por um conjunto de
A imagem final i2 obtida no microscópio com- lentes delgadas, sem separação entre elas, ou seja,
posto de um objeto situado entre o foco FOB e o são constituídas por lentes justapostas.
ponto antiprincipal A da objetiva é virtual, invertida Cada conjunto de lentes justapostas funciona
e maior que o objeto. O trajeto dos raios luminosos opticamente como uma única lente delgada, cuja
que determinam a formação dessa imagem está vergência V é dada pela soma das vergências das
esquematizado na figura 24. Observe que a imagem lentes associadas, qualquer que seja o número
intermediária i1 (real, invertida e maior que o objeto) dessas:
fornecida pela objetiva funciona como objeto para a
ocular (que funciona como lupa). V 5 V1 1 V2 1 ... 1 Vn
O aumento linear transversal A do microscópio é
dado pelo produto dos aumentos lineares da objetiva
Como a vergência é dada pelo inverso da distân-
(AOB) e da ocular (AOC):
cia focal, podemos escrever, para a distância focal f
A 5 AOB ? AOC da associação, a expressão seguinte:
L1 L2
observador
objeto 1 1 1 1
muito 5 1 1 ... 1
FOC F'OB F'OC f f1 f2 fn
afastado O
O i1 eixo

Na maioria dos casos, o número de lentes asso-


i2
ciadas é de apenas dois e o conjunto é denominado
Figura 25. L1 é a objetiva e L2 é a ocular da luneta astronômica. doublet.
CAPÍTULO 28 - Lentes esféricas 403
APROFUNDANDO

Nos últimos anos, os astrônomos têm usado em suas


pesquisas informações obtidas por telescópios espaciais,
como o Hubble. Faça uma pesquisa sobre o Hubble e
descubra suas características, sua importância e quanto

Thinkstock/Getty Images
tempo ele ficará em órbita.

Telescópio espacial Hubble.

Aplicação
A19. No microscópio composto: Analise as seguintes afirmações referentes a esse
I. a imagem fornecida pela objetiva é real, invertida aparelho.
e maior que o objeto; I. A imagem fornecida pela objetiva se forma no
II. a imagem final fornecida pelo microscópio é vir- plano focal dessa lente.
tual, invertida e maior que o objeto; II. A ocular é uma lente convergente de vergência
III. a distância focal da objetiva é maior do que a da maior que a da objetiva.
ocular. III. A imagem final fornecida pela luneta é real e
Tem-se: invertida.
a) Só I é correta. Dessas afirmações:
b) Só I e II são corretas. a) todas são corretas.
c) Só I e III são corretas. b) apenas a I e a III são corretas.
d) Todas são corretas. c) apenas a II e a III são corretas.
e) Só III é correta. d) apenas a I e a II são corretas.
e) apenas uma é correta.
A20. Um microscópio composto consta de duas lentes
convergentes. A lente localizada próximo do objeto A22. Justapõem-se duas lentes delgadas convergentes
é a objetiva, e aquela através da qual se observa a de vergências 5 dioptrias e 15 dioptrias, respectiva-
imagem é a ocular. Considere uma situação na qual a mente. Determine a vergência e a distância focal da
objetiva amplia 40 vezes o objeto e a ampliação total associação.
do microscópio é de 500 vezes. Qual a ampliação
A23. Justapõem-se duas lentes delgadas, uma convergen-
devida à ocular?
te de distância focal f1 ⫽ 10 cm e outra divergente de
A21. A luneta astronômica é um instrumento óptico uti- distância focal f2 ⫽ ⫺20 cm. Determine a vergência
lizado para a observação de objetos a distância. e a distância focal da associação.

Verificação
V20. Um microscópio composto é constituído por V21. A distância entre a objetiva e a ocular, numa luneta
duas lentes convergentes: a objetiva, de distân- astronômica, é 105 cm. A distância focal da obje-
cia focal f1 ⫽ 0,5 cm, e a ocular, de distância focal tiva é 100 cm e a da ocular, 6,0 cm. A que distância
f2 ⫽ 2,5 cm. Colocando-se um objeto a 0,51 cm da da ocular se forma a imagem de um objeto muito
objetiva, forma-se uma imagem final a 30 cm da afastado que está sendo observado através da
ocular. Determine: luneta?
a) os aumentos lineares transversais da objetiva, da V22. Responda às seguintes perguntas de acordo com
ocular e do microscópio; as características de quatro lentes apresentadas na
b) a distância entre as duas lentes. tabela.

404 UNIDADE 5 - Óptica


a) Que lentes você escolheria para construir um V23. Uma lente convergente de vergência V1 ⫽ 10 di é
microscópio composto? Qual seria a objetiva e justaposta a uma lente divergente de vergência
qual a ocular? V2 ⫽ ⫺5 di. Determine a vergência e a distância
b) E se você quisesse construir uma luneta astronô- focal da associação.
mica, qual seria a sua escolha?
V24. Justapõem-se duas lentes delgadas, uma de vergên-
Lente Tipo Distância focal cia 10 di e outra de distância focal ⫺25 cm. Qual a
vergência da associação?
L1 convergente 10 mm

L2 convergente 10 cm

L3 convergente 100 cm

L4 convergente ⫺10 cm

Revisão

R19. (Udesc-SC) Você, como aluno do curso de Física, Numa certa luneta, as distâncias focais da objetiva
construirá dois instrumentos ópticos que serão e da ocular são de 60 cm e 30 cm, respectiva-
usados em experiências demonstrativas em sala de mente, e a distância entre elas é de 80 cm. Nessa
aula. luneta, a imagem final de um astro distante se for-
a) Primeiramente, faça o esquema óptico de uma mará a:
lupa, ou seja, uma única lente convergente que a) 30 cm da objetiva. d) 60 cm da objetiva.
produz uma imagem virtual, maior e direita. Use b) 30 cm da ocular. e) 60 cm da ocular.
os raios principais em seu esquema. c) 40 cm da objetiva.
b) Depois, faça o esquema de um microscópio
R22. (U. E. Ponta Grossa-PR) Têm-se duas lentes, uma
óptico, um instrumento que tem como objetivo plano côncava e outra plano convexa, conforme é
ampliar um objeto. A imagem fornecida por ele mostrado abaixo, designadas por lente A e lente B.
deve ser virtual, maior e invertida. Construa o Sobre a associação dessas lentes, assinale o que for
microscópio utilizando 2 lentes convergentes. A correto.
1ª lente fornecerá uma imagem real, invertida e
ampliada, e será objeto da 2ª lente. Use os raios

Marco A. Sismotto
principais em seu esquema.
R20. (UF-PI) Um microscópio óptico composto é um
instrumento constituído basicamente de dois
sistemas convergentes de lentes associadas coa-
xialmente: o primeiro é a objetiva e o segundo
é a ocular. Considere um microscópio óptico
composto com as distâncias focais da obje- A B
tiva e da ocular, respectivamente, 4 mm e 5 cm.
Nesse microscópio, um objeto posicionado a (01) Se a lente B for associada à lente A pelas partes
5 mm da objetiva conjuga uma imagem virtual a planas, estando essas imersas no ar, a associação
80 cm do olho, que está junto à ocular. A distân- será convergente.
cia de separação dos dois sistemas de lentes e a (02) A convergência da associação é dada em diop-
distância da imagem final ao objeto, valem em cm, trias e é igual à soma dos inversos das distâncias
respectivamente: focais das lentes tomadas em metros.
a) 2,5 e 79,5 d) 6,7 e 79,5 (04) Se os raios das lentes forem de valores diferen-
b) 6,7 e 75,3 e) 6,7 e 72,8 tes, a associação funcionará como se fosse uma
c) 2,0 e 72,8 lâmina de faces paralelas.
(08) Associadas as lentes de forma a torná-las diver-
R21. (Puccamp-SP) O esquema a seguir mostra a forma- gentes, tanto o foco como a imagem serão reais.
ção da imagem em uma luneta astronômica. (16) Se a lente A for associada à lente B de tal
maneira que as curvas se encaixem perfeita-
objeto mente, nelas incidindo um raio luminoso for-
distante F2 F'1 O F2' mando um ângulo qualquer com a normal e que
O I1 não seja perpendicular à face [...], o raio emer-
gente sofrerá um desvio e o ângulo com que o
I2 raio luminoso emerge será igual ao ângulo com
objetiva (1) ocular (2) que o raio incide.

CAPÍTULO 28 - Lentes esféricas 405


Óptica da visão A posição mais próxima vista nitidamente é
denominada ponto próximo, situado, para a pessoa
O olho humano é um sistema complexo, formado de visão normal, à distância mínima de visão distinta,
por inúmeros constituintes (fig. 26a). No entanto, estabelecida convencionalmente como d 5 25 cm.
para efeito de análise da formação de imagens, Para essa situação, a distância focal é mínima e o olho
usamos um esquema extremamente simplificado, realiza esforço de acomodação máximo.
denominado olho reduzido (fig. 26b).
cristalino
íris
corpo
esclera
retina L
Defeitos da visão
córnea vítreo
humor
aquoso eixo óptico Miopia
O
A pessoa míope sofre de uma diminuição na
músculos nervo distância focal do olho, que apresenta, portanto, um
ciliares óptico 5 mm 15 mm
aumento na vergência, quando não está sendo reali-
(a) (b) zado esforço de acomodação. Em consequência, a
Figura 26 imagem de um objeto infinitamente afastado se forma
Nesse esquema, os meios transparentes do olho antes da retina, prejudicando assim a visão de objetos
(córnea, humor aquoso, cristalino, corpo vítreo) são situados ao longe (fig. 29). Isso significa que o ponto
representados por uma lente convergente delgada remoto do míope se encontra numa distância finita
L, cujo centro óptico está a 5 mm da parte anterior do olho.
(córnea) e a 15 mm do fundo do olho (retina). objeto no
A formação da imagem é semelhante à da infinito L
máquina fotográfica: projeta-se sobre a retina uma F'
imagem real, invertida e menor do objeto (fig. 27). i

L
Figura 29
o

i A correção da miopia é feita com lente diver-


gente, que, associada ao olho, “leva” o foco imagem
F' para a retina, diminuindo a vergência do olho
Figura 27 (fig. 30).
Para que a imagem se forme sempre na retina,
objeto no
independentemente da posição do objeto, o olho infinito
dispõe de um mecanismo, denominado acomoda- L
ção visual, pelo qual a distância focal da lente L é F'
i
modificada. Esse mecanismo consiste no seguinte: à
medida que o objeto se aproxima, os músculos cilia-
res se contraem fazendo com que se modifiquem as
Figura 30
curvaturas das faces do cristalino, isto é, se alterem
seus raios de curvatura e consequentemente sua Sendo D a distância do ponto remoto do míope
distância focal. ao olho, concluímos que a distância focal da lente
A posição mais afastada que uma pessoa vê corretora deve ter módulo igual à distância do ponto
nitidamente é denominada ponto remoto, estando remoto ao olho (fig. 31).
infinitamente afastada para a vista normal. Para essa
situação, o foco imagem do globo ocular está exata- uf u 5 D
mente na retina, a distância focal é máxima e o olho
não realiza esforço de acomodação (fig. 28). ponto remoto
do míope
objeto no L
objeto
infinito L no
F' infinito
i
|f|

Figura 28 Figura 31

406 UNIDADE 5 - Óptica


Por exemplo, se um míope só vê nitidamente distância d maior que 25 cm. Então, sua visão próxima
até 5 m, a lente corretora deve ter distância focal e fica prejudicada.
vergência: A correção da hipermetropia é feita com a lente
convergente, que, associada ao olho, “leva” o foco
1 1 imagem F' para a retina, quando não há esforço de
f ⫽ ⫺5 m A V ⫽ ⫽   V ⫽ ⫺0,2 di
f ⫺5 acomodação, aumentando assim a vergência.
Para um objeto colocado no ponto próximo de
Hipermetropia um olho normal, a lente corretora fornece uma ima-
gem virtual I sobre o ponto remoto do olho hiper-
Se o olho hipermetrope não estiver realizando
metrope (fig. 34). I funciona como objeto para a lente
esforço de acomodação, o foco imagem F' situa-se
L, que origina a imagem i na retina. Assim, sendo f a
além da retina, havendo pois um aumento na distância
distância focal da lente corretora, p ⫽ 25 cm ⫽ 0,25 m
focal e uma diminuição na vergência do globo ocular.
e p' ⫽ ⫺d, vem:
Então, a imagem de um objeto infinitamente afastado
se forma além da retina (fig. 32). 1 1 1
5 2
f 0,25 d
objeto no
infinito L
F' L
i
i
o
0,25 m i
Figura 32 d

No entanto, realizando esforço de acomodação, a Figura 34


pessoa hipermetrope pode diminuir a distância focal,
trazendo o foco imagem F' (e, portanto, a imagem do Presbiopia
objeto no infinito) para a retina, permitindo a visão
nítida (fig. 33). Com a idade, diminui a capacidade de acomoda-
ção do cristalino. Por isso, o ponto próximo se afasta,
objeto no embora a visão a distância se mantenha normal.
infinito L A correção da visão próxima da pessoa presbiope
F'
(ou presbita) é feita com lente convergente.
i

Astigmatismo
Figura 33
Devido a uma imperfeição do olho, principal-
Como o hipermetrope já começa a realizar mente da córnea, o astigmata recebe na retina uma
esforço de acomodação para ver ao longe, seu ponto imagem sem nitidez.
próximo se afasta. Realmente, a pessoa vai estar reali- A correção do astigmatismo é feita com lente
zando esforço máximo de acomodação para uma cilíndrica.

Aplicação
A24. Na figura, a mulher A é vista pelo homem B, repre- a) o raio de curvatura do cristalino aumenta para
sentado pelo seu olho em corte. À medida que A se aumentar a distância focal.
aproxima de B e supondo que o olho seja normal: b) o raio de curvatura do cristalino diminui para dimi-
nuir a distância focal.
Lettera Studio

A c) o raio de curvatura do cristalino não se altera por-


B
que o olho é normal.
d) o raio de curvatura do cristalino aumenta para
diminuir a distância focal.
cristalino e) o raio de curvatura do cristalino diminui para
aumentar a distância focal.

CAPÍTULO 28 - Lentes esféricas 407


A25. As figuras 1, 2 e 3 representam as formações de ima- A26. O ponto remoto de uma pessoa míope está situado
gens nos olhos em indivíduos: a 50 cm de seus olhos.
a) míopes, normais e hipermetropes. a) Que tipo de lente o míope deve usar para corrigir
b) hipermetropes, míopes e normais. o defeito?
c) normais, míopes e hipermetropes. b) Qual a distância focal e a vergência das lentes dos
d) normais, hipermetropes e míopes. óculos?
e) míopes, hipermetropes e normais.
A27. Uma pessoa com hipermetropia usa óculos para cor-
rigir sua deficiência visual.
a) Que tipo de lente é usada para essa correção?
b) Se a pessoa tem seu ponto próximo a 200 cm de
seus olhos, qual a vergência das lentes de seus
óculos para que possa ver, nitidamente, um objeto
Figura 1 Figura 2 Figura 3 situado a 25 cm de distância?

Verificação
V25. À medida que um objeto se aproxima de uma pes- a) divergente e divergente.
soa, é realizado esforço de acomodação, para que a b) divergente e convergente.
imagem se forme sempre sobre a retina. Esse esforço c) convergente e convergente.
produz: d) convergente e divergente.
a) aumento da distância focal do globo ocular. e) cilíndrica e prismática.
b) aumento da vergência do globo ocular. V27. Qual a vergência das lentes dos óculos de uma pes-
c) modificação na posição da retina. soa míope cujo ponto remoto está situado a 25 cm
d) alteração na transparência dos meios que cons- de seus olhos?
tituem o globo ocular.
V28. Uma pessoa hipermetrope tem seu ponto próximo
e) aumento da pressão arterial.
a 50 cm de seus olhos. Qual a vergência das lentes
V26. A correção da miopia e a correção da hipermetropia de seus óculos para que a pessoa possa ver, nitida-
são feitas com lentes, respectivamente: mente, um objeto situado a 25 cm de distância?

Revisão
R23. (U. F. São Carlos-SP) “... Pince-nez é coisa que usei Supondo que Machado, míope, só conseguisse ver
por largos anos, sem desdouro. Um dia, porém, nitidamente objetos à sua frente desde que esses se
queixando-me do enfraquecimento da vista, alguém encontrassem a até 2 m de seus olhos, e que ambos
me disse que talvez o mal viesse da fábrica. ...” os olhos tivessem o mesmo grau de miopia, as lentes
(Machado de Assis. Bons Dias, 1888.) corretivas de seu pince-nez deveriam ser de vergên-
cias, em dioptrias,
Machado de Assis via-se obrigado a usar lentes cor- a) 12,0 d) 21,5
retivas que, em sua época, apoiavam-se em arma- b) 20,5 e) 22,0
ções conhecidas como pince-nez ou lorgnon, que c) 21,0
se mantinham fixas ao rosto pela ação de uma débil
força elástica sobre o nariz. R24. (U. F. Pelotas-RS) O olho humano é um sofisticado
sistema óptico que pode sofrer pequenas variações
na sua estrutura, ocasionando os defeitos da visão.
Com base em seus conhecimentos, analise as afir-
mativas a seguir.
I. No olho míope, a imagem nítida de um objeto
distante se forma atrás da retina, e esse defeito
da visão é corrigido usando uma lente diver-
gente.
Hélio Senatore

II. No olho com hipermetropia, a imagem nítida de


um objeto distante se forma atrás da retina, e
esse defeito da visão é corrigido usando uma
lente convergente.

408 UNIDADE 5 - Óptica


III. No olho com astigmatismo, que consiste na perda R26. (Vunesp-SP) Observe a foto abaixo.
da focalização em determinadas direções, a sua

Fernando Favoretto/Criar Imagem


correção é feita com lentes cilíndricas.
IV. No olho com presbiopia, ocorre uma dificuldade
de acomodação do cristalino, e esse defeito da
visão é corrigido mediante o uso de uma lente
divergente.
Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s)
a) I e II
b) III
c) II e IV
d) II e III
e) I e IV

R25. (PUC-SP) José fez exame de vista e o médico oftal-


mologista preencheu a receita abaixo. Nesta situação o cidadão consegue ler nitidamente
a revista. Pode-se supor que o cidadão retratado
possui qualquer um dos seguintes defeitos visuais:
Olho Esférica Cilíndrica Eixo a) presbiopia e hipermetropia.
b) hipermetropia e miopia.
OD 20,50 22,00 140°
c) miopia e presbiopia.
Para longe
d) astigmatismo e miopia.
OE 20,76
e) estrabismo e astigmatismo.
OD 2,00 22,00 140° R27. (Inatel-MG) Os olhos de uma pessoa com hiperme-
Para perto tropia ou com presbiopia (“vista cansada”) conse-
OE 1,00
guem ver nitidamente objetos afastados, mas não
conseguem se acomodar para enxergar objetos
Pela receita, conclui-se que o olho: muito próximos, isto é, o ponto próximo da pessoa
a) direito apresenta miopia, astigmatismo e “vista está situado a uma distância maior do que 25 cm.
cansada”. Supondo que o ponto próximo de uma pessoa esteja
b) direito apresenta apenas miopia e astigmatismo. a 100 cm de seus olhos, os “graus” dos óculos dessa
c) direito apresenta apenas astigmatismo e “vista pessoa, em valor e sinal, para que ela consiga ler um
cansada”. livro a 25 cm de distância, devem ser de:
d) esquerdo apresenta apenas hipermetropia. a) 15 c) 25 e) 14
e) esquerdo apresenta apenas “vista cansada”. b) 23 d) 13

APROFUNDANDO

• Além da miopia, da hipermetropia e da presbiopia, há outros defeitos da visão. Faça uma pesquisa a esse
respeito.
• Pesquise e estabeleça uma correspondência entre o olho humano e os diferentes componentes de uma
câmara fotográfica.
• Como a moderna cirurgia ocular, principalmente a que usa raios laser, pode corrigir os defeitos da visão?
• Para ler sem óculos, uma pessoa muito míope quase encosta o livro no rosto, enquanto um hipermetrope
estica ao máximo os braços para afastar o livro. Por que isso acontece?

CAPÍTULO 28 - Lentes esféricas 409


Desafio Olímpico

1. (OPF-SP) Durante um eclipse lunar total, qual é a posi- d) a imagem é real e você se encontra entre o vértice e
ção correta dos astros envolvidos nesse fenômeno o foco do espelho.
astronômico? e) a imagem é virtual e você se encontra exatamente
a) O Sol está entre a Terra e a Lua. no centro de curvatura do espelho.
b) A Terra está entre a Lua e o Sol.
c) A Lua está entre a Terra e o Sol. 5. (OBF-Brasil) Na figura abaixo são mostrados um
d) Todos os planetas do sistema solar estão ali- espelho esférico, um objeto e sua imagem. Deter-
nhados. mine a distância focal f e o raio de curvatura R do
e) Impossível de se prever. espelho.

2. (OBF-Brasil) Um homem está em pé em um ponto M, objeto


próximo a um espelho plano AB (figura a seguir). espelho

5 30 10
60 50 40 20 distâncias
3 (em centímetros)
imagem
1
Alberto De Stefano

M
2 4 a) f 5 20 cm e R 5 40 cm
b) f 5 30 cm e R 5 60 cm
c) f 5 60 cm e R 5 120 cm
face espelhada d) f 5 20 cm e R 5 20 cm
A B e) f 5 20 cm e R 5 30 cm

6. (OBF-Brasil) Um quadrado está localizado sobre o eixo


Qual dos objetos, colocados nas posições de 1 a 5, não principal de um espelho esférico côncavo, como ilus-
será visto pelo homem por reflexão no espelho? trado na figura a seguir. Sabe-se que o vértice inferior
a) 1 d) 4 esquerdo do quadrado está localizado exatamente
b) 2 e) 5 sobre o centro de curvatura do espelho.
c) 3
centro de
3. (OPF-SP) Dois espelhos planos estão dispostos de tal curvatura
maneira que suas faces refletoras formam um ângulo
de 90°. Um par de vasos idênticos colocados entre os
espelhos é fotografado por uma câmera digital. Quan-
foco
tos vasos aparecem na foto (incluindo imagens e vasos
reais)?
espelho esférico
a) 12 d) 6 côncavo
b) 10 e) 8
c) 3

4. (OBF-Brasil) Se você, ao se olhar através de um espelho


côncavo, vir sua imagem direita e maior, então: Pode-se afirmar que a imagem do quadrado tem a
a) a imagem é real e você se encontra entre o foco e o forma de um:
centro de curvatura do espelho. a) quadrado.
b) a imagem é real e você se encontra entre o centro e b) triângulo.
o infinito. c) retângulo.
c) a imagem é virtual e você se encontra entre o vértice d) trapézio.
e o foco do espelho. e) losango.

410 UNIDADE 5 é DESAFIO OLÍMPICO


7. (OBF-Brasil) Em uma experiência de laboratório de b)
física um feixe estreito de luz foi direcionado para

Desafio Olímpico
incidir normalmente à superfície curva de uma peça
semicilíndrica feita de um material transparente e
considerado opticamente homogêneo e isótropo. O 135° 90°
trajeto do raio luminoso que caracteriza o feixe está 90°
representado no desenho.
ar

c)
37°

O índice de refração do material do semicilindro em 135° 90°


relação ao ar é um valor próximo de: 90°
a) 1,25 c) 1,75 e) 1,55
b) 1,35 d) 1,45
Dados: sen 37° 5 0,60; sen 53° 5 0,80

8. (OBF-Brasil) Uma fonte laser se caracteriza por emi-


tir radiação monocromática. Um tipo bem conhecido d)
dessa fonte é a chamada “canetinha laser”, que emite
luz vermelha. Diferentemente da “luz branca” de uma
fonte comum, pode-se verificar que com a luz deste
135° 90°
laser não é possível obter a:
a) reflexão num espelho plano. 90°
b) refração num vidro transparente.
c) interferência com uma rede de difração.
d) difração num objeto de pequenas dimensões.
e) decomposição num prisma óptico.
e)
9. (OBF-Brasil) A figura abaixo ilustra a secção longitudi-
nal de um objeto transparente, cujo índice de refração
vale n 5 2,4. Um feixe luminoso propagando-se no ar
incide perpendicularmente à face superior. 135° 90°
90°
luz

135° 90°

90°

10. (OBF-Brasil) Um objeto O é colocado a uma distância


de 40 cm de uma lente delgada convergente, de dis-
tância focal f1 = 20 cm. A imagem é formada no ponto P
da figura. Retirando-se apenas a lente e colocando em
V um espelho convexo, com seu eixo coincidente com
Indique qual a trajetória possível para o raio de luz: a reta OP, a imagem de O é formada no mesmo ponto
a) P. Determine a distância focal do espelho.

135° 90°
O V P
90°

40 cm 10 cm

UNIDADE 5 é DESAFIO OLÍMPICO 411


RESPOSTAS

Capítulo 24 A3. Ambos os cartões serão vistos como R6. d


pretos. R7. d
A4. 50° R8. a
Aplicação A5. 60° R9. d
A1. Ver teoria. A6. a) 20 cm b) 30 cm c) 10 m/s R10. c 
A2. Luz vermelha. A7. 40™E 2 cm R11. B'
A3. 13,5 m A8. P O E
A4. A: Eclipse lunar B A
B: Eclipse solar total
C: Eclipse solar parcial I
R12. b
A5. d 5 4,5 anos-luz R13. b
d > 4,26 ? 1013 km R14. c
P9
A6. 7,5 cm R15. c
A9. a R16. O espelho plano fornece para reflexão
A7. 7,5 m
A10. C, B e F simples uma imagem com lateralidade
A8. b H h trocada.
A11. a) Ver teoria.  b)   c)
2 2 Para uma reflexão dupla, a imagem
A12. 4,0 m retorna à posição original. Para uma
C D A13. a) 4,0 m/s b)  2,0 m/s imagem formada por tripla refle-
A9.
A14. a) 40° b) RR1 xão, volta-se a inverter a lateralidade
RR2 (direita/esquerda) e assim sucessiva-
A
B mente.
E1 Conclui-se, assim, que as imagens 3 e
5 (formadas por dupla reflexão) forne-
Verificação E2 cem os dizeres ORDEM E PROGRESSO.
V1. a) Mais lento: feixe de luz violeta. A15. 15° R17. c
b) Vácuo: todos têm a mesma velo- A16. 7 imagens R18. a
cidade. A17. 10° R19. e
V2. 11,25 m A18. 180°
V3. 0,81 m2
V4. Eclipse solar: Lua nova Capítulo 26
Verificação
Eclipse lunar: Lua cheia
V5. a) 120 000 anos b)  d > 1,13 · 1018 km V1. c
V6. 10 cm V2. c  
Aplicação
V7. 60 m V3. 60° A1. Ver teoria.  
V8. V4. 30°; 30° A2. e  
V5. a) 0° A3. b
b) 0° A4. a) espelho côncavo
c) b) filamento no foco
V9. I. b II. c III. a A5. Ver teoria.
S
A6.
V6. a) 5,0 m b) 14 m
Revisão V7. 1,5 m/s o
B"

R1. d V8. 160 cm F


V
R2. d C i
V9. a) P b) 50 cm
R3. b = B'
O
R4. e
R5. a) A Lua deve estar mais afastada do A7. d
=
observador O. A8. 75 cm; real  
b) d 5 375 ? 103 km P9 A9. 213,3 cm; virtual
R6. c V10. ZILEF A10. a) 40 cm  b) 120 cm  c) 220 cm
R7. d V11. 18 s d) real, invertida e maior
R8. a)  L b) 0,4 m V12.
V13.
a) 1,05 m b)
1,67 m
1,00 m A11. a) 215 cm; virtual
b) 10,5; imagem duas vezes menor que
V14. a) 6,0 m c) 0,40 m/s o objeto, direita.
b) 0,20 m/s d) 0,20 m/s A12. convexo; 22,0 m
R9. 19 (01 1 02 1 16)
V15. 20° A13. a) 40 cm b) 840 cm
R10. e
V16. 19 imagens A14. 45 cm  
V17. 24° A15. 15 cm; 60 cm; 24 cm
V18. 10°
Capítulo 25
Verificação
Revisão V1. b, c e e são corretos.
Aplicação R1. b V2. a) espelho côncavo
A1. c R2. d b) pavio da vela no foco
A2. Branco → vermelho R3. d V3. R1 5 20 cm; R2 5 2,0 cm
Vermelho → vermelho R4. b V4. 60 cm; 30 cm
Azul → preto R5. e V5. d

412 RESPOSTAS
V6. c A8. 1,5 V14. raios 4 e 5 
V7. d A9. 1,33 V15. 2,4 
V8. c A10. c V16. 45°
V9. b A11. Raio 2 V17. d ⬵ 106,7 cm
V10. B' A12. a) b) 45° V18. c  
i
B V19. b
i A
B V20. d  
o V
C
F
r V21. d
V22. Esquema III
A13. a) V23. 0,5 m  
B" r V24. a' ⫽ 9 cm; b' ⫽ 20 cm
V11. d ar
V25. b
V12. a) 60 cm; real b) Ver teoria. meio
V26. raio emergente I
V13. a) 50 cm c) real, invertida e menor i
paralelo ao raio
b) 75 cm d) ⫺0,5
b) sen r ⫽ 0,75 incidente:
V14. a) 60 cm b) Ver teoria.
A14. a) 60°
V15. ⫺2,0 cm; 2,0 cm; imagem vir tual,
b) Para haver reflexão total, a luz deve
direita e menor E
V16. convexo; ⫺40 cm se propagar de B para A.
V27. r ⫽ 30°; i' ⫽ 45° (raio emergente para-
V17. a) 16 cm b) 60 cm 1
A15. lelo ao incidente)
V18. 30 cm 2
V28. 1 cm
V19. 30 cm ™
E3
A16. V29. Ver teoria.
V20. 3 3
A17. 20 cm V30. a) 30°  b) 30°  c) 60°  d) 60°
A18. c V31. ™
E2
Revisão V32. ™
E2
A19. e  
R1. a A20. d V33.
R2. c A21. d
R3. b A22. c
R4. c A23. a
R5. b
A24. 1,35 m
R6. a
A25. 13 m
R7. c
A26. F
R8. e
R9. a
R10. e
Revisão
R11. c
R12. a R1. e
R13. a) ⫺42 cm (o sinal (⫺) indica que o R2. b
espelho é convexo) R3. a) 2,5 ⭈ 10⫺8 s
A27. i2 ⫽ i1 ⫽ 60°
b) 8,0 cm b) v (105 km/s)
A28. a) 1,74 b) ⬵ 0,86 cm 3,0
R14. c A29. c 2,0
R15. c A30. a) 30°; 45° b) 60° c) 23° 1,0
R16. a) Espelho côncavo      A31. 2   0 1 2 3 4 5 6 7 s (m)
A32. 60°  
R4. b
i A33. n⬎™ E2
o R5. c
V F R6. b
Verificação R7. 60° e 30°
b) 1,5 m V1. 1,5   R8. b
R17. d V2. 2,0 ⭈ 108 m/s   R9. 2
R18. e V3. 1,5 R10. c  
V4. a) vermelho b) violeta R11. a  
V5. a) 1,20 b) 1,50 c) 0,80 d) 1,25 R12. 25 (01 ⫹ 08 ⫹ 16)
Capítulo 27 V6. ™
E3 R13. a) esquerda  b) 1,532
™
E3 R14. e
V7.   
3 R15. a) ⬵ 1,005  
Aplicação
V8. 2 b) maior velocidade na casca
A1. 2 V9. 0,75 R16. d
A2. 2,25 ⭈ 105 km/s V10. a) nB ⬎ nC ⬎ nA b)  vA ⬎ vC ⬎ vB R17. 45°
A3. 1,25 V11. c R18. c 
A4. d V12. a) O raio aproxima-se da normal. R19. Ver teoria.
8 9 b) 30° R20. b
A5.   ;
9 8 V13. a) r  b) sen r ⫽ 0,6 R21. b
A6. ™
E3 vácuo R22. 37 (01 ⫹ 04 ⫹ 32)
vidro
™
E2 R23. c
A7. i
2 R24. a

RESPOSTAS 413
R25. e Verificação b) L1 L2
R26. a P
V1. d
R27. Corretas: IV e V. F Q'
V2. b
R28. b P'
V3. f ⫽ 10 cm Q
R29. a) i
F'L > FL
1 2
r f
F9 R5. b   
o
R6. a) 3 cm b)  2 cm
r
R7. 74 (02 ⫹ 08 ⫹ 64)  
V4. f ⫽ ⫺40 cm R8. c
i R9. a)
anteparo
b) 5,0 ⭈ 10⫺10 s F' f
o o
R30. e A' F'
R31. c F A
R32. d  V5. f2 ⫽ 10 cm; f3 ⫽ ⫺5 cm
R33. a V6. d
R34. a V7. a 0 15 35 95 cm
R35. e V8. e
R36. d b) 15 cm
V9. B
R10. d
O F' R11. d
X O X'
Capítulo 28 A F i R12. a) ⫺3,0 cm b)  1,0 cm; ⫺2,0 cm
B' R13. 40 cm
R14. a
V10. i ⫽ ⫺5,0 cm; p⬘ ⫽ 15 cm
Aplicação i R15. V; F; V; V 
⫽ ⫺0,50 (imagem real, invertida e R16. a) 140 di b)  7 mm  
A1. biconvexa: convergente o
R17. e
bicôncava: divergente menor)
R18. a) 1 cm b) menor do que D.
convexo-côncava: divergente V11. 50 cm
R19. a) Lupa (ou lente de aumento)
A2. c V12. a) p > 0,0802 m > 8,02 cm
A3. Lente convergente, ponta do palito no i
foco. b) > ⫺312 i
o A F o F' A'
A4. 25 cm   V13. a) ⫺90 cm  b) 45 cm 0
A5. a) 32 cm b)  8 cm V14. a) ⫺20 cm (imagem virtual)
A6. Ver teoria.    b) 5,0 cm (imagem direita)
A7. c Objeto entre F e O.
V15. f ⫽ 10 cm; a luz do sol se concentra no
A8. a) e b) B A imagem: virtual, direita e maior do
foco da lente
que o objeto.
O V16. a) ⫺25 cm
O F' b) Microscópio óptico composto
b) ⫺12,5 cm (imagem virtual)
i objetiva ocular (lupa)
c) 10 cm (imagem direita)
B' V17. x ⫽ f ⫽ 20 cm
O: foi obtido unindo B e B'. V18. V ⫽ ⫺4,0 di; f ⫽ ⫺0,25 m  o F'ob Foc F'oc
i1
c) 3 cm V19. 0,50 Aob Fob
i2
A9. a) 60 cm V20. a) ⫺50; 13; ⫺650  
b) imagem real, invertida e maior b) 27,8 cm
c) ⫺2 V21. ⫺30 cm R20. e
A10. 10 cm V22. a) Microscópio composto: R21. e
A11. a) ⫺5 cm L1 é objetiva e L2 é ocular R22. 18 (02 ⫹ 16)
b) imagem virtual, direita e maior b) Luneta astronômica: R23. b
c) 1,25 L3 é objetiva e L2 é ocular R24. d
A12. a) convergente b) 20 cm V23. V ⫽ 5 di; f ⫽ 0,2 m R25. a
A13. a) ⫺15 cm b) ⫺20 cm V24. 6,0 di R26. a
A14. L1 possui maior vergência. R27. d
V25. b
A15. a) 0,10 m   b) 0,50 m; 0,125 m
V26. b
A16. f ⫽ 0,50 m; V ⫽ 2,0 di
V27. ⫺4,0 di
A17. f ⫽ 0,10 m; V ⫽ 10 di   Desafio Olímpico
V28. 2,0 di
A18. 20 cm
A19. b 1. b  
A20. 12,5 Revisão 2. a
A21. d R1. c 3. e
A22. V ⫽ 20 di; f ⫽ 5 cm R2. b 4. c  
A23. V ⫽ ⫺5,0 di; f ⫽ 0,20 m R3. d 5. a
A24. b R4. a)   P 6. d
Q'
A25. c F' 7. a
A26. a) Lente divergente. 8. e
b) f ⫽ ⫺0,50 m; V ⫽ ⫺2,0 di Q
P' 9. c
A27. a) Lente convergente. b) 3,5 di 10. f ⫽ ⫺75 cm

414 RESPOSTAS
Image Source/Latinstock
29 Introdução ao estudo
das ondas
| pág. 416

30 Os fenômenos
ondulatórios
| pág. 431
31 As ondas sonoras
| pág. 447

32 As ondas
eletromagnéticas
| pág. 468

Fotos: Thinkstock/Getty Images


unidade

6 ONDAS

Richard Megna/Fundamental Photographs


capítulo

Introdução ao estudo
29 das ondas

Movimento harmônico

Ilustrações:
Marco A. Sismotto
simples (MHS)
A' ⫺ ⫹ A

Imagebroker/Alamy/Glow Images
x ⫽ ⫺a 0 x⫽ a x
Figura 4
O máximo valor da elongação corresponde à posi-
ção mais afastada do corpo em relação à origem no
sentido positivo do eixo e é denominado amplitude (a):
x5a
Observe que os valores extremos da elongação
são x ⫽ a e x ⫽ ⫺a, que correspondem às posições
do móvel nas extremidades de sua trajetória.
A função horária do MHS, isto é, a função que
relaciona a elongação x do móvel com o correspon-
dente instante t é:
x 5 a cos (\t 1 O0)
Figura 1
cuja demonstração se encontra no quadro a seguir:
Consideremos um corpo de massa m preso à
extremidade de uma mola de constante elástica k,
como mostra a figura 2.
OBSERVE

O MHS e o MCU
Quando um móvel descreve um movimento cir-
Figura 2 cular uniforme (MCU) com velocidade angular \,
Se o corpo for deslocado de sua posição de equi- sua projeção sobre um dos diâmetros descreve um
líbrio, distendendo-se a mola, e a seguir libertado, movimento harmônico simples (MHS).
desprezados os atritos e as resistências, o corpo P
vai oscilar em torno da posição de equilíbrio inicial
P0
(fig. 3), descrevendo um movimento retilíneo e perió-
w
dico ao qual damos o nome de movimento harmônico w0
simples (MHS). A' O Q A
x
a

Figura 3 No triângulo OPQ: x ⫽ a ⭈ cos O


Para individualizar as posições do móvel ao rea- Mas O ⫽ O0 ⫹ \t
lizar o MHS, adotamos um eixo de abscissas x com Logo: x ⫽ a cos (O0 ⫹ \t)
origem na posição de equilíbrio do corpo (fig. 4). As x 5 a cos (\t 1 O0)
abscissas do móvel são denominadas elongações.

416 UNIDADE 6 - Ondas


O termo (\t ⫹ O0) é denominado fase do MHS e t⫽0 t⫽0
é expresso em radianos (rad). No instante inicial, t ⫽ 0, P0
a fase corresponde a O0 e é denominada fase inicial. P0
ϕ0
A grandeza \ é denominada pulsação do MHS e A' A x A' A x
O O
é expressa em radianos por segundo (rad/s).
O período T do MHS é o menor intervalo de
tempo para o móvel repetir seu movimento. (a) Corpo parte de (b) Corpo parte de O em
No caso descrito, se o móvel no instante t ⫽ 0 A: ϕ0 ⫽ 0 movimento retrógrado:
estava na posição x ⫽ a, o período T corresponde ao ␲
ϕ0 ⫽ rad
2
intervalo de tempo decorrido até ele estar novamente
na posição x ⫽ a.
t⫽0 t⫽0
O período T e a pulsação \ de um MHS rela-
cionam-se por meio da fórmula: ϕ0
ϕ0
P0
2␲
\5 A' O A x A' O A x
T
1
A frequência f do MHS é dada por: f ⫽
T P0
(c) Corpo parte de O (d) Corpo parte de
Determinação da fase em movimento A': ϕ0 ⫽ ␲ rad
progressivo:
inicial O0 ϕ0 ⫽
3␲
rad
2
Na figura 5, destacamos alguns valores da fase
inicial O0, isto é, da fase do MHS no instante t ⫽ 0. Figura 5

Aplicação

A1. Dada a função horária de um MHS em unidades SI, A3. Um corpo preso a uma mola oscila entre os pontos A
e B indicados na figura, em torno da posição de equi-
x ⫽ 2 cos 1␲
2
 t ⫹

22:
líbrio O.
a) determine a amplitude, a pulsação, a fase inicial, o

Marco A. Sismotto
período e a frequência do movimento;
b) construa o gráfico da elongação x, em função do
tempo t. A O B
x
A2. Um corpo preso a uma mola oscila com amplitude
0,50 m, tendo fase inicial de ␲ rad. Sendo o perío- Não há resistência ao movimento e no instante t ⫽ 0
do de oscilação desse corpo igual a 4␲ ⭈ 10⫺2 s, o corpo se encontra na posição A. Determine a fase
escreva a função horária da elongação desse mo- inicial desse MHS.
vimento.
A4. No exercício anterior, sendo a distância AB igual a
2 m e percorrida pelo corpo em 2␲ segundos, escreva
a função horária do MHS.

Verificação

V1. A função horária de um movimento harmônico simples V2. Um corpo realiza MHS com amplitude 1 m, fre-
é: x ⫽ 3 cos (␲t ⫹ ␲), sendo x medido em metros e t, ␲
quência 2 Hz e fase inicial rad. Determine a
2
em segundos. função horária desse movimento.
a) Determine a amplitude, a pulsação, a fase inicial, o
período e a frequência do movimento. V3. A amplitude de um MHS é 5 m. Seu período é de
b) Construa o gráfico da elongação x em função do 2 s e sua fase inicial é nula. Determine a função horária
tempo t. desse movimento.

CAPÍTULO 29 - Introdução ao estudo das ondas 417


V4. O corpo da figura, preso a uma mola, realiza um a) a fase inicial do movimento;

Ilustrações:
Marco A. Sismotto
MHS de período 2 s entre os pontos P e Q, dis- b) a função horária desse MHS.
tantes 0,50 m, em torno da posição de equilí-
brio O. No instante t ⫽ 0, o corpo está na posição O
indicada. Determine:
P O Q

Revisão
R1. (Unicamp-SP) Enquanto o ponto P se move sobre uma a) 0,125 s d) 1,00 s
circunferência, em movimento circular uniforme com b) 0,250 s e) 2,00 s
velocidade angular \ ⫽ 2␲ rad/s, o ponto M (projeção c) 0,500 s
de P sobre o eixo x) executa um movimento harmônico
R4. (UPE–PE) O gráfico abaixo mostra o movimento osci-
simples entre os pontos A e A'.
latório de um bloco de massa m ⫽ 2,0 kg acoplado a
P uma mola de constante elástica k ⫽ 18 N/m.
x(t) (m)

A' C D BM A x
5

0 t (s)
a) Qual é a frequência do MHS executado por M? p
b) Determine o tempo necessário para o ponto M des- 6
locar-se do ponto B ao ponto C.
–5
Nota: B e C são os pontos médios de AD e DA', res-
pectivamente.
R2. (U. F. Lavras-MG) Um corpo executa um movimento har-
Analise as afirmações a seguir:
mônico simples descrito pela equação x ⫽ 4 cos (4␲t),
com x dado em metros e t em segundos. I. A função horária do movimento oscilatório do
a) Identifique a amplitude, a frequência e o período do
movimento.
bloco é dada por x(t) ⫽ 5 cos 3t ⫺

6 1 2
b) Em que instante, após o início do movimento, o II. A frequência angular é dada por 3 rad/s.
corpo passará pela posição x ⫽ 0? ␲
III. Em t ⫽ s, a posição atingida pelo bloco é de 5 m.
R3. (E. Naval-RJ) Uma partícula realiza um MHS (mo- 6
vimento harmônico simples) segundo a equação 2␲
IV. O período é s.
3
1
x ⫽ 2,0 cos  4␲t ⫹

2 2
, no SI. A partir da posição Está incorreto o que se afirma em
de elongação máxima, o menor intervalo de tempo a) III e IV. d) I.
que essa partícula gastará para passar pela posição b) IV. e) I, II, III e IV.
de equilíbrio é: c) II, III e IV.

Velocidade e aceleração aos instantes em que sen (␻t ⫹ O0) ⫽ ⫺1, valendo,
portanto:
no MHS vmáx ⴝ \a
A velocidade escalar no movimento harmônico
simples varia com o tempo, segundo a função: A figura 6 indica os valores da velocidade nos
pontos extremos e no ponto médio do MHS.
v ⴝ ⴚ\a sen (\t ⴙ O0)

A velocidade escalar se anula, no MHS, nos vmáx


v50 v50
pontos de inversão, isto é, nos extremos da trajetó- A'
2vmáx
A
ria A e A', apresentando módulo máximo no ponto 2a 0 a x
médio O. O valor máximo da velocidade corresponde Figura 6

418 UNIDADE 6 - Ondas


A aceleração escalar no movimento harmônico Fmáx ⴝ \2 ⴢ a (quando x ⴝ ⴚa)
simples varia com o tempo segundo a função:
α α
ⴚ\2a cos (\t ⴙ O0)

Marco A. Sismotto
Fⴝ

Comparando essa fórmula com a função horária α ⫽ ω2 a α⫽0 α ⫽ ⫺ω2a


da elongação, obtemos a relação: A' A
⫺a 0 a x
F ⴝ ⴚ\2x
Figura 7
Em resumo:
Em vista disso, concluímos que a aceleração
se anula onde a elongação se anula, isto é, no ponto Elongação (x) ⫺a 0 ⫹a
médio da trajetória. Podemos concluir ainda que a Velocidade (v) 0 \a ou ⫺\a 0
aceleração é máxima onde a elongação é mínima
Aceleração (F) ⫹\2a 0 ⫺\2a
e vice-versa (fig. 7):

Aplicação
A5. Um móvel realiza um MHS obedecendo à função horá- b) os valores máximos da velocidade e da aceleração.
ria, expressa em unidades SI:
A7. A função horária do MHS de um corpo é

1
x ⫽ 0,3 cos ␲t ⫹

2 2 x ⫽ 6 cos (5␲t ⫹ ␲) em unidades SI. Escreva as fun-
ções horárias da velocidade e da aceleração desse
Escreva as funções horárias da velocidade e da acele- movimento.
ração desse movimento.
A8. Para o MHS do exercício anterior, determine:
A6. No exercício anterior, determine: a) o período e a frequência;
a) o período e a frequência do movimento; b) os valores máximos da velocidade e da aceleração.

Verificação
V5. A função horária da elongação de um MHS é V7. Um móvel realiza MHS obedecendo à função horá-
3␲
x ⫽ 2 cos (2␲t ⫹ ␲), sendo x medido em metros e t
em segundos. 1
ria (em unidades SI) x ⫽ 4 cos  3␲t ⫹
2
. 2
Escreva as funções horárias da velocidade e da acele- Escreva as funções horárias da velocidade e da acele-
ração desse movimento. ração desse movimento.

V6. No exercício anterior, determine: V8. Para o MHS do exercício anterior, determine:
a) o período e a frequência do movimento; a) o período e a frequência;
b) os valores máximos da velocidade e da acele- b) os valores máximos da velocidade e da acele-
ração. ração.

Revisão
R5. (UF-RS) Uma massa M executa um movimento har- a) A velocidade é nula; a aceleração é nula.
mônico simples entre as posições x ⫽ ⫺A e x ⫽ A, con- b) A velocidade é máxima e aponta para a direita; a
aceleração é nula.
forme representa a figura.
c) A velocidade é nula; a aceleração é máxima e
esquerda direita aponta para a direita.
2A 0 A x d) A velocidade é nula; a aceleração é máxima e
Qual a alternativa que se refere corretamente aos aponta para a esquerda.
módulos e aos sentidos das grandezas velocidade e e) A velocidade é máxima e aponta para a esquerda;
aceleração da massa M na posição x ⫽ ⫺A? a aceleração é máxima e aponta para a direita.

CAPÍTULO 29 - Introdução ao estudo das ondas 419


R6. (UE-CE) A figura a seguir mostra uma partícula P, em Nessa circunstância, esse bloco é puxado até uma
movimento circular uniforme, em um círculo de raio r, distância de 6 cm da posição de equilíbrio da mola.
com velocidade angular constante \, no tempo t ⫽ 0. O mesmo é solto a partir do repouso no tempo t ⫽ 0.
Dessa forma, o bloco passa a oscilar em torno da posi-
v ção de equilíbrio, x ⫽ 0, com período de 2 s:
Para simplificar os cálculos ␲ ⫽ 3.
P
Com relação a esse sistema massa-mola, identifique as
r
ϕ afirmativas corretas:
I. O bloco tem a sua velocidade máxima de 0,18 m/s
na posição x ⫽ 0.
II. A amplitude do movimento do bloco é de 12 cm.
III. O módulo máximo da aceleração desenvolvida
pelo bloco é de 0,54 m/s2 e ocorre nos pontos
2r O r x x ⫽ ⫾0,06 m.
A projeção da partícula no eixo x executa um movi- IV. O bloco oscila com uma frequência de 0,5 Hz.
mento tal que a função horária vx(t), de sua veloci- V. A força restauradora responsável pelo movimento
dade, é expressa por: do bloco varia com o quadrado da distância do
a) vx(t) ⫽ \ r deslocamento do bloco em relação a x ⫽ 0.
b) vx(t) ⫽ \ r cos (\t ⫹ O) R8. (UF-CE) Um carrinho desloca-se com velocidade
c) vx(t) ⫽ ⫺\ r sen (\t ⫹ O) constante, v0, sobre uma superfície horizontal sem
d) vx(t) ⫽ ⫺\ r tg (\t ⫹ O) atrito, como mostra a figura. O carrinho choca-se
contra uma mola de massa desprezível, ficando preso
R7. (UF-PB) Uma mola considerada ideal tem uma das
a ela. O sistema mola ⫹ carrinho começa então a
suas extremidades presa a uma parede vertical. Um
oscilar em movimento harmônico simples, com ampli-
bloco, apoiado sobre uma mesa lisa e horizontal, é
tude de valor a. Determine o período de oscilação do
preso a outra extremidade da mola (ver figura abaixo).
sistema.
v0
Ilustrações:
Marco A. Sismotto

Energia no MHS A energia mecânica EM 5 EC 1 EP permanece


constante durante o movimento.
A energia potencial no MHS é do tipo elástica:
Vamos determinar esse valor constante consi-
kx2 derando, por exemplo, a posição A:
EP 5
2
2
EM ⫽ EC ⫹ EP ⇒ EM ⫽ 0 ⫹ ka ⇒
2
ka2 ka2 EM 5 ka
A energia poten- EP ⫽
2
EP ⫽ 0 EP ⫽
2 2 2
cial se anula onde a
Essa equação é válida para qualquer que seja
elongação é nula, isto 2
é, no ponto O médio a posição do corpo em MHS. De EP ⫽ kx e EC ⫽
2
da trajetória. A ener- ka2 kx2
A' A ⫽ EM ⫺ EP , isto é, EC ⫽ ⫺ , concluímos que
gia potencial é máxima ⫺a 0 ⫹a x
2 2
o gráfico de EP em função de x é um arco de pará-
nos pontos onde x2 é Figura 8
bola com concavidade voltada para cima e o gráfico
máximo, isto é, nos
EC ⫽ 0 ECmáx EC ⫽ 0 de EC em função de x é um arco de parábola com
extremos A e A' da tra-
concavidade vol- energias
jetória (fig. 8). Nesses
tada para baixo ka2
ka2 EM
pontos EP ⫽ . (fig. 10). O gráfico 2
2
A energia cinética A' A EM em função de EP
⫺a 0 ⫹a x x é um segmento EC
EC é nula nos extre-
Figura 9
mos A e A' e tem valor de reta paralelo
2a 0 1a x
máximo no ponto médio O (fig. 9). ao eixo dos x. Figura 10

420 UNIDADE 6 - Ondas


Período do MHS Observe que o período do MHS em questão não
depende da amplitude com que o corpo oscila. Assim,
Consideremos o MHS executado por um corpo o período de oscilação do sistema pode ser calculado
de massa m preso à extremidade de uma mola de antes de o corpo começar seu movimento, desde
constante elástica k (fig. 11). que se conheça sua massa m e a constante elástica
k da mola.
k
Uma outra situação, em que o período pode ser
m expresso por uma fórmula simples, é quando um pên-
dulo simples oscila, realizando oscilações de pequena
Figura 11 abertura. Note que, na verdade, ao oscilar, o pêndulo
descreve um movimento circular cujo centro é o ponto
A força que age sobre o corpo durante o movi-
de suspensão e cujo raio é o comprimento L do fio
mento é elástica e tem intensidade diretamente
do pêndulo. Somente quando as oscilações são sufi-
proporcional à elongação:
cientemente pequenas é que o movimento pode ser
F ⫽ ⫺kx considerado aproximadamente retilíneo e harmônico
No entanto, como vimos no item anterior, a ace- simples (fig. 12).
leração escalar no MHS é dada por:

Ilustrações: Marco A. Sismotto


F ⫽ ⫺\2 ⭈ x
O Princípio Fundamental da Dinâmica nos per- L
mite escrever: F ⫽ mF.
Substituindo: ⫺kx ⫽ m ⭈ (⫺\2x). Assim:  
Figura 12
k 5 m\2
Sendo L o comprimento do fio do pêndulo e g
a aceleração local da gravidade, a fórmula que nos
Mas a pulsação no MHS é dada em função do
dá o período de oscilação do pêndulo para pequenas
período:
oscilações é:
2␲
\5   L
T T 5 2␲
g
2
m
Substituindo: k ⫽ m ⭈ 2␲ 冢 冣 ⇒ T 5 2␲ Observe que, para essa situação, o período não
T k depende da massa pendular.

Aplicação
A9. Um corpo de massa 0,50 kg, preso a uma mola de a) Determine o período dessa oscilação.
constante elástica 12,5 N/m, realiza MHS em torno da b) O mesmo sistema é levado à Lua, onde a ace-
posição de equilíbrio O, pela qual passa com veloci- 1
leração da gravidade é da terrestre. Qual o
dade 2,0 m/s. 6
período de oscilação do corpo, se for colocado em
oscilação na Lua?
A11. Um pêndulo simples, de comprimento 40 cm, rea-
liza oscilações de pequena abertura num local onde
a) Determine a energia mecânica total do sistema. g ⫽ 10 m/s2.
b) Determine a amplitude e o período desse MHS. a) Determine o período dessas oscilações.
c) Esboce o gráfico das energias potencial, cinética b) Se o pêndulo for levado a um planeta onde a
e total do sistema, em função da elongação. aceleração da gravidade é dezesseis vezes maior
que a da Terra, qual será o período das osci-
A10. Um corpo de massa 2,0 kg oscila preso à extremi- lações de pequena abertura realizadas pelo
dade de uma mola de constante elástica 32 N/m. pêndulo?

CAPÍTULO 29 - Introdução ao estudo das ondas 421


Verificação
V9. O corpo da figura, de massa 0,40 kg e preso a uma V10. Um corpo de massa 1 kg preso à extremidade de uma
mola de constante elástica 10 N/m, oscila em MHS em mola realiza oscilações cujo período é ␲ s. Determine
torno da posição de equilíbrio O, pela qual passa com a constante elástica da mola.
velocidade 5,0 m/s.
V11. Um pêndulo simples realiza pequenas oscilações de
período igual a 4␲ s. Determine seu comprimento.
A aceleração local da gravidade é g ⫽ 10 m/s2.

0 V12. Considerando o pêndulo do exercício anterior, qual


a) Qual a energia mecânica total do sistema? seria seu período de oscilação se fosse levado a um
b) Determine a amplitude e o período desse MHS. 1
planeta cuja aceleração da gravidade é da ter-
c) Represente graficamente, em função da elongação, 4
as energias cinética, potencial e total do sistema. restre?

Revisão
R9. (U. F. Juiz de Fora-MG) Considere um sistema osci- Sendo T1 o período da mola de constante k1 e T2 o
lante, composto por uma massa presa a uma mola. período da mola de constante k2, é correto afirmar:
Na posição de afastamento máximo do ponto de
T1 T1
1 2
k 2
equilíbrio, a velocidade da massa e a intensidade da a) ⫽1 d) ⫽ 2
T2 T2 k1
força sobre a massa são, respectivamente:
a) nula, nula. T1 T1
k2
1 2
k 2
b) máxima, máxima. b) ⫽ e) ⫽ 1
T2 k1 T2 k2
c) máxima, nula.
d) nula, máxima. T1 k1
c) ⫽
e) são iguais, mas não nulas nem máximas. T2 k2
R10. (PUC-MG) Uma partícula de massa 0,50 kg move-
se sob a ação de apenas uma força, à qual está R12. (U. F. Juiz de Fora-MG) A figura abaixo mostra
associada uma energia potencial EP , cujo gráfico em três massas penduradas por fios presos ao teto.
função de x está representado na figura abaixo: As massas serão postas para oscilar e se movi-
mentarão como pêndulos simples. No pêndulo 1,
EP (J)
da esquerda, o comprimento do fio é L e a massa
1,0 é m. No pêndulo 2, do meio, o comprimento é L,
mas a massa é 2 m. No pêndulo 3, da direita, o
comprimento é 2 L e a massa é 2 m. Assinale a
alternativa correta, quanto ao período de cada
21,0 0 1,0 x (m) pêndulo:
a) Os três períodos serão distintos entre si.
Esse gráfico consiste em uma parábola passando
b) Os períodos dos pêndulos 1 e 2 serão iguais, e
pela origem. A partícula inicia o movimento a partir
diferentes do período do pêndulo 3.
do repouso, em x ⫽ ⫺2,0 m. Sobre essa situação, é
c) Os períodos dos pêndulos 1 e 3 serão iguais, e
falso afirmar que:
diferentes do período do pêndulo 2.
a) a energia mecânica dessa partícula é 8,0 J.
d) Os períodos dos pêndulos 2 e 3 serão iguais, e
b) a velocidade da partícula, ao passar por x ⫽ 0, é
4,0 m/s. diferentes do período do pêndulo 1.
c) em x ⫽ 0, a aceleração da partícula é zero. e) Todos os pêndulos terão o mesmo período.
d) quando a partícula passar por x ⫽ 1,0 m, sua ener-
Ilustrações: Marco A. Sismotto

gia cinética será 3,0 J.


R11. (UF-PB) Duas molas ideais têm massas desprezíveis e L L
constantes elásticas k1 e k2, respectivamente. A cada
uma dessas molas encontram-se presos corpos de
m 2m
massas idênticas (figura abaixo), os quais estão em 2L
MHS.
k1 a

2m

422 UNIDADE 6 - Ondas


Movimento ondulatório havendo transporte de matéria. No caso descrito,
se houver uma pequena rolha de cortiça flutuando
A cada ponto de um meio é possível associar uma na água, verificaremos que, quando a perturbação
ou mais grandezas físicas. Quando pelo menos uma
a atinge, ela não é transportada: apenas repete o
dessas grandezas se altera, dizemos que o meio está
movimento do primeiro ponto que foi perturbado, ao
sofrendo uma perturbação.
receber energia da onda.
Verifica-se que a perturbação não se restringe
necessariamente ao ponto em que foi produzida,
podendo propagar-se através do meio. A perturba- Classificação das ondas
ção em propagação constitui uma onda. Há vários critérios para se classificar uma onda.
De acordo com o número de direções em que se

Phil Ashley/Stone/Getty Images


propaga num meio, uma onda pode ser unidimensio-
nal, bidimensional e tridimensional.
Uma onda é unidimensional quando se propaga
ao longo de uma única dimensão. Por exemplo, uma
perturbação na extremidade de uma corda tensa
(figs. 15a e 15b) propaga-se ao longo da corda
(figs. 15c e 15d). Perceba que, à medida que a onda se
propaga, cada ponto da corda repete o movimento da
Figura 13 fonte (mão do operador), subindo e, a seguir, descendo.

Por exemplo, se lançarmos um objeto nas águas (a)

Studio Caparroz
tranquilas de um lago, o ponto atingido sofrerá uma
perturbação (fig. 14a). A partir de então notaremos a
formação de uma linha circular, com centro no ponto (b)
perturbado, cujo raio vai crescer à medida que o
tempo passa (figs. 14b e 14c). Estaremos observando
uma onda se propagando. É possível observar que o
ponto perturbado logo volta ao repouso inicial (cessa (c)
a causa), mas a perturbação continua a se propagar
(não cessa o efeito).
(d)
Lettera Studio

Figura 15. Onda unidimensional.

Quando a onda se propaga ao longo de uma


superfície, como a superfície da água, ela é dita bidi-
mensional.
(a) As ondas bidimensionais podem ser retas ou cir-
culares, conforme a forma das frentes de onda. Ondas
retas podem ser produzidas, por exemplo, quando se
bate na superfície da água com uma régua (fig. 16).
Ondas circulares se formam quando se bate com a
extremidade de um lápis num ponto da superfície da
água (fig. 17).
(b) (c) régua
Studio Caparroz

raio de onda
Figura 14

No exemplo citado, a linha circular é constituída


pelos pontos que naquele instante são atingidos
pela perturbação, sendo denominada frente de onda.
É importante observar que, durante a propaga-
ção da onda, ocorre apenas transporte de energia, não  Figura 16. Onda bidimensional reta.

CAPÍTULO 29 - Introdução ao estudo das ondas 423


Ilustrações: Studio Caparroz
frente de onda esférica

raio de raio de onda


onda Figura 19

Nas figuras 16, 17, 18 e 19 representamos, além


Figura 17. Onda bidimensional circular. das frentes de onda, os denominados raios de onda,
que são linhas orientadas perpendiculares às frentes
Quando a onda se propaga no espaço, portanto
de onda em cada ponto, usados para indicar a dire-
nas três dimensões, temos uma onda tridimensional.
ção e o sentido de propagação da onda. Os raios de
É o caso das ondas produzidas por uma fonte sonora
onda são retas paralelas nas ondas retas e planas; são
ou uma fonte luminosa.
radiais nas ondas circulares e esféricas.
As ondas tridimensionais, conforme a forma das
Há ainda outros critérios para a classificação das
frentes de onda, podem ser planas ou esféricas. Uma
ondas. Assim, temos:
membrana vibrando no ar produz ondas planas (fig.
18). Uma fonte luminosa pontual, emitindo luz em • Onda mecânica: produzida pela deformação de um
todas as direções do espaço, produz ondas esféricas meio material (ex.: onda na superfície da água,
(fig. 19). ondas sonoras, ondas em uma corda tensa, etc.).
membrana frente de raio de • Onda eletromagnética: produzida por cargas elétri-
vibrante onda plana onda cas oscilantes (ex.: ondas luminosas, raios X, raios
gama, etc.).
• Onda transversal: a vibração do meio é perpendi-
cular à direção de propagação (ex.: ondas em uma
corda, ondas luminosas).
• Onda longitudinal: a vibração do meio ocorre na
mesma direção que a propagação (ex.: ondas sono-
Figura 18 ras no ar).

Aplicação
A12. Conceitue perturbação e onda. Dê exemplos. propaga uma onda. O intervalo de tempo entre as
duas fotografias foi de 2 s. A marcação das distân-
A13. Explique por que um pequeno barco de papel flu-
cias foi feita posteriormente sobre as fotos reveladas.
tuando na água apenas sobe e desce quando atin-
Determine a velocidade de propagação da onda ao
gido por ondas que se propagam na superfície do
longo da corda.
líquido.
A14. Deixa-se cair uma pequena pedra num tanque con-
tendo água. Considere t 5 0 no instante em que
a pedra atinge a superfície da água. Observa-se 15 cm
uma onda circular (frente de onda) de raio 30 cm em
t 5 1 s; em t 5 3 s, o raio da onda circular é 90 cm.
Determine a velocidade de propagação da onda.
A15. A figura a seguir representa duas fotografias instan-
10 cm
tâneas de uma mesma corda ao longo da qual se

Verificação
V13. Conceitue frente de onda. Como podem ser classifi- V14. “Durante a propagação da onda não há transporte de
cadas as ondas de acordo com a forma da frente de matéria, mas sim transporte de energia.”
onda? Dê exemplos que comprovem essa afirmação.

424 UNIDADE 6 - Ondas


V15. Uma onda circular propaga-se num determinado Sobre essas fotos foram feitas, depois da revela-
meio, obedecendo à função horária s ⫽ 2t, com ori- ção, as marcações indicadas. Determine a velo-
gem no ponto perturbado, em unidades do Sistema cidade de propagação dessa onda ao longo da
Internacional. Determine: corda.
a) a velocidade de propagação dessa onda;
b) o diâmetro das frentes de onda nos instantes 1 s, t1
2 s e 5 s. 4,5 cm

V16. Duas fotografias foram tiradas, nos instantes t 1 6,0 cm


e t2, de uma mesma corda ao longo da qual se t2
propaga uma onda. Sabe-se que t2 ⫺ t1 ⫽ 3 s.

Revisão
R13. (UF-MA) Um estudante de Física vai passear na
A B
Lagoa da Jansen. Ao apreciar a superfície da
água, ele percebe as ondas causadas pelo vento e t50s
0
resolve, então, classificá-las quanto à natureza e
quanto à direção de propagação, respectivamente.
Como resultado, ele encontrou que essas ondas t 5 2,0 s
são: 0
10 cm 10 cm 10 cm
a) mecânicas e tridimensionais.
a) Qual a velocidade de propagação do pulso?
b) eletromagnéticas e tridimensionais.
b) Indique, em uma figura, a direção e o sentido das
c) eletromagnéticas e bidimensionais.
velocidades dos pontos materiais A e B no ins-
d) mecânicas e bidimensionais.
tante t ⫽ 0 s.
e) mecânicas e unidimensionais.
R16. (UF-RJ) A figura representa a fotografia, em um
R14. (U. F. Juiz de Fora-MG) Qual a propriedade que
determinado instante, de uma corda na qual se pro-
caracteriza a diferença entre ondas mecânicas lon-
paga um pulso assimétrico para a direita. Seja tA o
gitudinais e transversais?
intervalo de tempo necessário para que o ponto A
a) a velocidade de propagação
da corda chegue ao topo do pulso; seja tB o intervalo
b) a direção de propagação
de tempo necessário para que o ponto B da corda
c) a frequência
retorne à sua posição horizontal de equilíbrio. Tendo
d) a direção de vibração do meio de propagação em
em conta as distâncias indicadas na figura, calcule a
relação à direção de propagação da onda t v
e) o período razão A .
tB B
R15. (Fuvest-SP) A figura representa, nos instantes t ⫽ 0 s
e t ⫽ 2,0 s, configurações de uma corda sob tensão
A
constante, na qual se propaga um pulso cuja forma
não varia. 60 cm 20 cm

Ondas periódicas numa Na figura 20, a mão do operador (ponto A) fun-


ciona como fonte, realizando MHS. Observe pela
corda tensa sequência de “instantâneos” representada que, à
Uma onda é dita periódica quando a pertur- medida que a onda produzida se propaga, os demais
bação que a produz se repete periodicamente. É o pontos da corda repetem o movimento da fonte. Ao
caso de uma corda tensa na qual uma extremidade lado de cada “instantâneo” representa-se esquemati-
é presa a uma fonte, que realiza continuamente camente o MHS dos três pontos destacados, A, B e C.
movimentos harmônicos simples. Quando o ponto A completa o primeiro ciclo do
A onda na corda é uma onda transversal, pois MHS, a perturbação atinge o ponto C. Isso ocorre ao
cada partícula da corda, ao reproduzir o movimento fim de um intervalo de tempo igual ao período T do
da fonte à medida que a onda se propaga, desloca-se MHS realizado. A partir desse instante, o ponto C
numa direção perpendicular à direção de propagação. começa a realizar MHS “em fase” com a fonte A. A dis-
Os conceitos que vamos estabelecer a seguir para tância que a perturbação percorreu durante o período
a onda que se propaga na corda são válidos para T é denominada comprimento de onda e representada
qualquer onda periódica. pela letra grega Q (lambda), destacada na figura 21.
CAPÍTULO 29 - Introdução ao estudo das ondas 425
v

Studio Caparroz
A B C A B C
x
A B C

y
λ

Figura 21

Logo:

Comprimento de onda (Q) é a distância entre dois


pontos consecutivos do meio que vibram em fase.

Numa onda em propagação na corda tensa, o


ponto de elongação máxima (x na figura 21) é deno-
minado crista da onda e o ponto de elongação mínima
(y na figura 21) é denominado vale da onda.
O movimento da onda em propagação na corda é
uniforme, sendo v a velocidade de propagação. Apli-
cando o conceito de velocidade média, vem:

)s )s 5 Q Q
v5   冧
)t )t 5 T
⇒ v5
T

Do mesmo modo que o período da onda (T ) é o


período do MHS realizado pela fonte e pelos pontos
da corda, a frequência da onda ( ƒ) é a frequência do
MHS realizado pela fonte.

Figura 20. À medida que a onda se propaga na direção 1


Como f 5 , temos: v 5 Qf
horizontal os pontos da corda oscilam na direção vertical. T

OBSERVE

• A frequência de uma onda é sempre igual à frequência da fonte que a emitiu. Assim, qualquer que seja o meio
em que a onda se propague, sua frequência não se modificará.
• A velocidade das ondas mecânicas, como as que se propagam ao longo de uma corda tensa, na superfície de
um líquido, as ondas sonoras, etc., não depende da frequência das ondas que se propagam. Depende apenas
das características do meio.
• Sendo frente de onda o conjunto de pontos do meio atingidos simultaneamente pela perturbação, esses
pontos estão em fase.
É costume representar, nas ondas bi e tridimensionais, as frentes de onda separadas duas a duas por uma
distância igual ao comprimento de onda Q, como se mostra nas figuras a e b. Portanto, os pontos dessas frentes
de onda estão sempre vibrando em fase.

λ
λ P

λ λ λ λ
Figura a. Onda reta ou plana. Figura b. Onda circular ou esférica.

426 UNIDADE 6 - Ondas


• O comprimento de onda Q, sendo uma distância, é medido em unidades de comprimento (metro, cen-
tímetro, etc.). Uma unidade utilizada para a medida de comprimentos de onda pequenos é o angstrom
(símbolo Å):
1 A 5 10210 m

• As grandezas v, Q e f não dependem da energia transportada pela onda. A maior ou menor energia determina
maior ou menor amplitude (a) da onda, que corresponde à amplitude do MHS realizado pela fonte.

Aplicação
A16. “Comprimento de onda é a distância que a onda per- b) Qual a amplitude das ondas?
corre em um intervalo de tempo igual ao período.” c) Sabendo que o ponto A da corda foi atingido
Partindo dessa definição, estabeleça a relação mate- 9 s após o início das oscilações da fonte, deter-
mática entre comprimento de onda, velocidade de mine o período e a velocidade de propagação das
propagação e período da onda. ondas ao longo da corda.
A17. Uma fonte F presa à extremidade de uma corda tensa A18. Certa onda eletromagnética tem comprimento de
produz as ondas representadas na figura. onda igual a 6,0 · 10–7 m. Expresse esse comprimento
de onda em angstrons.
A
2 cm F A19. Uma onda luminosa de frequência 1,5 · 1015 Hz
propaga-se no vácuo, onde sua velocidade é
6 cm 3,0 · 108 m/s. Determine seu comprimento de onda
a) Qual o comprimento de onda das ondas produzi- em angstrons.
das pela fonte?

Verificação
V17. “Período de uma onda é o intervalo de tempo em A figura representa ondas propagando-se numa
que a onda percorre uma distância igual ao seu com- corda tensa 8 s após o início das oscilações da
primento de onda; frequência de uma onda é igual ao fonte F que as produz. Determine para essas ondas:
inverso do período.” a) a amplitude;
Partindo das definições acima, estabeleça a relação b) o comprimento de onda;
matemática entre comprimento de onda, velocidade c) o período e a frequência;
de propagação e frequência da onda. d) a velocidade de propagação.

V18. V19. Expresse em metros o comprimento de onda de uma


F onda eletromagnética de 7 500 A.
3 cm
V20. Uma onda luminosa tem comprimento de onda igual
a 6 000 Å, no vácuo, onde sua velocidade de propa-
8 cm gação é 3 · 108 m/s. Determine sua frequência.

Revisão
R17. (U. F. de Ponta Grossa-PR) Estão presentes, no nosso (04) Ondas transversais são aquelas em que as par-
cotidiano, fenômenos tais como o som, a luz, os ter- tículas do meio oscilam paralelamente à direção
remotos, os sinais de rádio e de televisão, os quais, de propagação da onda.
aparentemente nada têm em comum, entretanto, (08) A frequência de uma onda corresponde ao
todos eles são ondas. Com relação às características número de oscilações que ela realiza numa uni-
fundamentais do movimento ondulatório, assinale o dade de tempo.
que for correto. (16) Comprimento de onda corresponde à distância
(01) Onda é uma perturbação que se propaga no percorrida pela onda em um período.
espaço transportando matéria e energia.
(02) Ondas, dependendo da sua natureza, podem se
propagar somente no vácuo.

CAPÍTULO 29 - Introdução ao estudo das ondas 427


R18. (UF-MG) Bernardo produz uma onda em uma corda,

Variação da pressão
cuja forma, em certo instante, está mostrada na
figura I.
Na figura II, está representado o deslocamento ver-
tical de um ponto dessa corda em função do tempo.
y (cm)
5ms tempo (3 1026 s)

20
A tabela a seguir representa os intervalos de frequên-
10 cia audíveis para diferentes seres vivos.
50
0 25 75 100 x (cm)
210 Ser vivo Intervalo de frequência
220 Cachorro 15 Hz – 45 000 Hz
(I)
Ser humano 20 Hz – 20 000 Hz
y (cm)
Gato 60 Hz – 65 000 Hz

20 Esse apito pode ser ouvido por:


a) seres humanos e cachorros
10
0,75 b) seres humanos e gatos
0 0,25 0,50 t (s) c) apenas por gatos
210
d) apenas por cachorros
220
(II) R20. (UF-PE) A figura abaixo mostra esquematicamente
as ondas na superfície d’água de um lago, produ-
Considerando-se essas informações, é correto afirmar zidas por uma fonte de frequência 6,0 Hz, loca-
que a velocidade de propagação da onda produzida lizada no ponto A. As linhas cheias correspondem às
por Bernardo, na corda, é de: cristas, e as tracejadas representam os vales em um
a) 0,20 m/s certo instante de tempo. Qual o intervalo de tempo,
b) 0,50 m/s em segundos, para que uma frente de onda percorra
c) 1,0 m/s a distância da fonte até o ponto B, distante 60 cm?
d) 2,0 m/s 2,0 cm

R19. (UF-RN) O som emitido por um apito foi analisado


através de um equipamento apropriado que, em sua
A 60 cm B
tela, produziu o gráfico apresentado a seguir. Esse
gráfico representa a variação da pressão da onda
sonora emitida pelo apito sobre o detector do equi-
pamento em função do tempo.

Exercícios complementares
Como vimos anteriormente, a velocidade v de uma onda periódica que se propaga em dado meio, seu com-
primento de onda Q, seu período T e sua frequência f relacionam-se pelas fórmulas:

Q
v5   e   v 5 Q f
T

A seguir, são apresentados mais alguns exercícios cuja resolução envolve a utilização dessas fórmulas.

Aplicação
A20. Numa corda tensa, propaga-se uma onda de com- fonte
primento de onda 20 cm com velocidade igual a
8,0 m/s. Determine a frequência e o período dessa
onda. Determine:
a) o período e a frequência da fonte;
A21. Em 25 s, uma fonte de ondas periódicas determina b) o comprimento de onda das ondas que se propa-
numa corda tensa o aspecto apresentado na figura. gam na corda com velocidade igual a 8 cm/s.

428 UNIDADE 6 - Ondas


A22. A figura representa uma corda tensa num dado ins- f (Hz)
tante. Sabendo que, nessa corda, as ondas perió-
dicas se propagam com a velocidade de 12 cm/s,
determine para essas ondas: 120
a) a amplitude;
b) o comprimento de onda;
c) a frequência;
d) o período.
60

30

0 2,0 4,0 8,0 λ (m)

1 cm A24. Num grande lago, correntes de ar produzem ondas


periódicas na superfície da água, que se propagam
1 cm à razão de 3,0 m/s. Se a distância entre duas cristas
A23. Num dado meio material, propagam-se ondas mecâ- sucessivas dessas ondas é 12 m:
nicas, cujos comprimentos de onda (Q) e respectivas a) qual o período de oscilação de um barco anco-
frequências ( f ) relacionam-se pelo gráfico esque- rado?
matizado, isto é, uma hipérbole equilátera. Qual a b) qual o período de oscilação de um barco que se
velocidade com que essas ondas se propagam nesse movimenta em sentido contrário ao das ondas
meio? com velocidade de 10 m/s?

Verificação
V21. Numa corda tensa, qualquer onda que se propague Determine, para essa onda:
nela tem velocidade igual a 20 cm/s. Se essa corda a) a amplitude;
for posta em vibração por meio de uma fonte de b) o comprimento de onda;
frequência 5,0 Hz, qual o comprimento de onda das c) a frequência;
ondas que se estabelecem na corda? d) o período.

V22. A figura representa ondas periódicas propagando-se V24. Um rapaz está num barco ancorado no meio de um
ao longo de uma corda tensa. Os pontos A e E distam lago e percebe que por ele passa uma crista de onda
40 cm um do outro. a cada 0,50 s. Ao recolher a âncora e se mover com
velocidade de 12 m/s em sentido contrário ao de
fonte propagação das ondas, o rapaz registra a passagem
de uma crista de onda a cada 0,20 s.
A B C D E

Lettera Studio
Determine:
a) o comprimento de onda;
v 5 12 m/s
b) o período e a frequência das ondas, sabendo que
o instante figurado foi obtido 4 s após o início da
vibração da fonte;
c) a velocidade de propagação das ondas ao longo
da corda.
V23. A figura representa, num dado instante, a forma de
uma corda tensa ao longo da qual se propaga uma
onda periódica com a velocidade de 2 cm/s.
1 cm

1 cm

Determine:
a) o comprimento de onda das ondas que se propa-
gam na superfície da água do lago.
b) a velocidade de propagação dessas ondas.

CAPÍTULO 29 - Introdução ao estudo das ondas 429


Revisão
R21. (UEA-AM) Gotas de água pingam, periodicamente, A V
sobre a superfície tranquila de um lago produzindo
ondas planas circulares. As gotas pingam em interva- 0,4 m
los regulares de tempo, de modo que 8 gotas tocam

Studio Caparroz
a superfície da água do lago a cada 10 segundos. 0,4 m

Altrendo Images/Altrendo/
Getty Images
3,6 m
Sabendo que o período de oscilação dos pontos
dessa onda é de 0,5 s e que a amplitude das ondas
vale 0,4 m, calcule:
a) a velocidade média do ponto A da corda em seu
deslocamento até o ponto B, em um intervalo de
Considerando que a distância entre duas cristas tempo menor do que seu período de oscilação.
sucessivas dessas ondas seja de 20 cm, pode-se afir- b) a velocidade de propagação V das ondas por essa
mar que a velocidade de propagação das ondas na corda.
água, em cm/s, é igual a:
R25. (Vunesp-SP) A figura reproduz duas fotografias
a) 8 c) 16 e) 25
instantâneas de uma onda que se deslocou para a
b) 12 d) 20
direita numa corda.
R22. (Unifev-SP) O eletrocardiograma registra a varia- y
ção da tensão elétrica (ddp) em pontos do corpo 40 80
humano em função do tempo. A figura representa 0 20 60 x (cm)
de forma simplificada o registro da onda de pulso de
y
um paciente obtido em um eletrocardiograma.
Na figura, a grade quadriculada apresenta, na ver-
0 20 40 60 80 x (cm)
tical, intervalos de tensão elétrica de 1,0 mV e, na
horizontal, intervalos de tempo de 0,1 s.
a) Qual o comprimento de onda dessa onda?
b) Sabendo que, no intervalo de tempo entre as duas
1 mV
fotos,
1 s, a onda se deslocou menos de um
10
comprimento de onda, determine a velocidade de
Studio Caparroz

propagação e a frequência dessa onda.


R26. (U. F. Viçosa-MG) Um formulário contínuo move-
0,1 s se com velocidade de módulo constante e igual a
14 cm/s, como mostrado abaixo. Ao mesmo tempo,
Analisando a representação gráfica da onda, deter-
um lápis colocado verticalmente sobre a folha oscila
mine:
com frequência e amplitude constantes numa dire-
a) a amplitude máxima, em mV, o período, em
ção perpendicular à direção de movimento do papel,
segundos, e a frequência cardíaca do paciente,
como também é mostrado.
em batimentos por segundo. movimento do
b) o comprimento de onda, em metros, supondo que formulário contínuo lápis
a velocidade de propagação da onda é igual a
10 m/s.
R23. (Fuvest-SP) Um vibrador produz, numa superfície
Luís Moura

líquida, ondas de comprimento 5,0 cm que se pro-


pagam à velocidade de 30 cm/s.
a) Qual a frequência das ondas?
b) Caso o vibrador aumente apenas sua amplitude
de vibração, o que ocorre com a velocidade de Analisando a figura, faça o que se pede:
propagação, o comprimento de onda e a fre- A figura abaixo mostra o registro do lápis no for-
quência das ondas? mulário. Determine a amplitude A, o período T e a
R24. (U. F. do Triângulo Mineiro-MG) Ondas transversais frequência f do movimento do lápis.
propagam-se por uma corda esticada com veloci- 21 cm
dade constante V. A figura representa uma fotografia
8 cm

tirada de um pedaço dessa corda em um determi-


nado instante.

430 UNIDADE 6 - Ondas


capítulo

30 Os fenômenos ondulatórios

Reflexão de ondas queda produz a onda refletida “não invertida”, repre-


sentada na figura 2b.
Quando uma onda que se propaga num dado No caso de ondas bidimensionais (como as que
meio encontra uma superfície que separa esse meio se propagam na superfície da água) ou tridimensionais
de outro, essa onda pode, parcial ou totalmente, retor- (como as sonoras e as luminosas), o estudo fica mais
nar para o meio em que estava se propagando. Esse simples se analisarmos o comportamento dos raios
fenômeno é denominado reflexão. de onda, em vez das frentes de onda.
Analisemos inicialmente a reflexão da onda uni-
dimensional que se propaga numa corda tensa (fig.
1a). Vamos admitir que uma extremidade da corda
esteja presa a uma parede rígida (ponto P). P

Ao atingir o ponto P, a onda se reflete, produzindo (a)


a onda refletida indicada na figura 1b. Observe que a
onda incidente, à medida que se propaga, produz
nos pontos da corda deslocamento “para cima”. No
entanto, a onda refletida produz, nos mesmos pontos,
deslocamentos “para baixo”. Dizemos, então, que P
ocorre uma reflexão com inversão de fase.
(b)

P Figura 2. Reflexão sem inversão de fase.

(a) A figura 3 mostra ondas na superfície da água


atingindo uma barreira plana. São representadas
P as frentes de onda incidentes, as frentes de onda
refletidas e os respectivos raios de onda, incidente
(b)
AI e refletido IB. Chamamos de ângulo de incidência
o ângulo i que uma frente de onda incidente forma
com a superfície refletora ou que o raio incidente
Figura 1. Reflexão com inversão de fase.
AI forma com a normal IN à superfície no ponto de
Explica-se essa inversão com base no princí- incidência I. O ângulo de reflexão r é o ângulo que
pio da ação e reação: quando atingiu P, a onda agiu uma frente de onda refletida forma com a super-
nesse ponto com uma força F, tendendo a produzir um fície refletora ou que o raio refletido IB forma com
deslocamento para cima; a parede reagiu com uma a normal IN.
força de mesma intensidade e sentido contrário ⫺F,
Ilustrações: Marco A. Sismotto

N
que, agindo sobre a corda, produziu a onda refletida
o
“invertida”. inci ndas as
A
den
tes ond tidas B
fl e
Se, na extremidade P, a corda for livre, ocorrerá re
uma reflexão sem inversão de fase. Na figura 2a, uma
onda se propaga numa corda tensa cuja extremidade i r
P termina num anel, que se pode mover livremente i r

ao longo de uma haste vertical. Ao atingir esse ponto, I


a onda produz uma elevação do anel e sua simples Figura 3

CAPÍTULO 30 - Os fenômenos ondulatórios 431


O fenômeno da reflexão é regido por duas leis,  
r5i
já apresentadas na Óptica, denominadas leis da re-
flexão:
• 1ª lei: O raio incidente AI, o raio refletido IB e a Na reflexão, a frequência, a velocidade de
normal IN pertencem ao mesmo plano. propagação e o comprimento de onda não
• 2ª lei: O ângulo de reflexão r é igual ao ângulo de variam.
incidência i:

Aplicação
A1. Uma onda é produzida na extremidade A de uma 45°. No instante t 5 0, uma frente AB ocupa a posição
corda tensa, como mostra a figura, e, após percorrer indicada na figura.
a corda, reflete-se na extremidade B presa a uma
parede.
A
45°
1m
A B
P
B 2m

Desenhe essa onda após a reflexão na extremida-


a) Depois de quanto tempo, a partir do instante t 5 0,
de B.
essa frente atingirá o ponto P, após ser refletida na
A2. Uma corda AB, de comprimento L 5 10 m, tem ambas parede?
as extremidades fixas. No instante t 5 0, o pulso trian- b) Esboce a configuração dessa frente quando passa
gular esquematizado inicia-se em A e atinge o ponto por P.
2
P no instante t 5 0,0040 s. Sendo AP 5 8,0 m: Considere sen 45° 5 cos 45° 5  .
2
a) determine a velocidade de propagação do pulso;
b) desenhe o perfil da corda no instante t 5 0,0070 s. A4. A figura indica uma onda circular que, num dado
instante (t 5 0), partiu de uma fonte P na superfície
da água. Essa onda, cuja velocidade é igual a 0,5 m/s,
reflete-se numa barreira situada a 50 cm da fonte.
A P B
Desenhe o perfil dessa onda no instante t 5 1,5 s.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
P

A3. Ondas planas propagam-se na superfície da água com


velocidade igual a 2 m/s e são refletidas por uma 50 cm
parede plana vertical, onde incidem sob o ângulo de

Verificação
V1. A figura representa um “pulso” produzido na extremi- numa parede na extremidade B. A partir do instante
dade A de uma corda tensa. Desenhe o “pulso” refle- representado na figura, a onda leva 2 s para atingir o
tido na extremidade B, que pode movimentar-se livre- ponto B.
mente por estar presa a um anel que se movimenta ao
longo de uma haste.
A C B
A B

corda 6m 8m 10 m

a) Determine a velocidade de propagação da onda.


b) Reproduza a figura em seu caderno e desenhe o
V2. O pulso triangular, representado na figura, movimenta- perfil dessa onda 4 s após o instante considerado
se para a direita, ao longo de uma corda tensa, fixa na figura.

432 UNIDADE 6 - Ondas


V3. Uma onda cujo comprimento de onda é Q incide numa c) Considerando a frente de onda à qual pertence o
superfície refletora, como mostra a figura a seguir, ponto P, que dista 10 m do ponto de incidência I, e
onde estão indicadas as frentes de onda e o raio de sendo 3,0 m/s a velocidade da onda, determine a
onda. que distância do ponto de incidência I vai estar o
ponto P da referida frente após 5,0 s.
V4. Uma pequena pedra, ao cair na superfície da água
60°
contida numa cuba, gera uma onda que se propaga
com velocidade de 10 cm/s. O ponto A, onde a pedra
atingiu a superfície da água, está a 1 m de uma barreira
P
xy. Reproduza a figura em seu caderno e represente a
λ onda em questão, 10 s após o impacto.
x y
a) Reproduza a figura em seu caderno e desenhe as
frentes de onda após a reflexão, mostrando se houve
ou não alteração do comprimento de onda.
b) O que acontece com a frequência e a velocidade da
onda após o fenômeno da reflexão? A

Revisão
R1. (FEI-SP) As figuras representam dois pulsos que se R2. (FGV-SP) A figura mostra um pulso que se aproxima
propagam em duas cordas I e II. Uma das extremida- de uma parede rígida onde está fixada a corda.
des da corda I é fixa e uma das extremidades da corda
II é livre. v
v v

(I) (II) Supondo que a superfície reflita perfeitamente o


pulso, deve-se esperar que no retorno, após uma
reflexão, o pulso assuma a configuração indicada
As formas dos pulsos refletidos em ambas as cordas
são, respectivamente: em:
a)
a) v
v

v b)
b) v v

c)
v v
c) v v

d)
v
d)

e)
v
v v

e) Não há reflexão na corda II.

CAPÍTULO 30 - Os fenômenos ondulatórios 433


R3. (Fuvest-SP) Provoca-se uma perturbação no centro de Essa figura representa uma onda plana que se propaga
um recipiente quadrado contendo líquido, produzindo- na superfície da água de uma piscina e incide sobre
se uma frente de onda circular. O recipiente tem 2 m uma barreira.
de lado e a velocidade da onda é de 1 m/s. Qual das A alternativa que melhor representa a propagação da
figuras a seguir melhor representa a configuração da onda, após ser refletida pela barreira, é:
frente de onda, 1,2 segundo após a perturbação? a) d)
a) d)

90° 90°

b) e)

b) e)

90° 90°
c)

c)

R4. (UF-MG) Observe a figura.


90°

90°

Refração de ondas Como a frequência não se modifica:

O fenômeno segundo o qual uma onda muda seu v1 v


f5 5 2 5 constante
meio de propagação é denominado refração. Q1 Q2
Havendo refração, modificam-se a velocidade
de propagação da onda v e seu comprimento de

Studio Caparroz
onda Q. No entanto, a frequência f permanece cons-
F a b
tante.
Como é indicado na figura 4a, duas cordas,
a e b , de mesmo material, mas de diferentes (a)
seções transversais, são ligadas, estando o con-
junto submetido a uma força de tração F. Se uma
v1 v2
onda for produzida na extremidade livre do con-
a b
junto (fig. 4b), ela se propagará com uma veloci-
dade dada por: F

F
v5
dS λ1 λ2
(b)
onde d é a densidade do material da corda e S a área
da seção transversal da corda. Como a corda b tem Figura 4
maior área de seção transversal que a corda a, a
onda refratada tem velocidade menor que a onda Portanto, a onda refratada tem menor compri-
incidente: mento de onda que a onda incidente:

S2 . S1 ⇒ v2 , v1   Q2 , Q1

434 UNIDADE 6 - Ondas


OBSERVE

m
Chama-se densidade linear (R) da corda ao quociente da massa da corda pelo seu comprimento L: R ⫽ .
L
m m m
Sendo V o volume da corda, dado por V 5 S ⭈ L  , vem: d ⭈ S ⫽ ⭈S⫽ ⭈S⫽ ⫽R
V S⭈L L

F F
Nessas condições, a fórmula v ⫽ fica: v5
dS R

Na corda tensa, a onda é unidimensional e, por-


tanto, a onda refratada tem a mesma direção da onda B

incidente.
No caso de ondas bi e tridimensionais, geral- a i
A r B'
mente ocorre mudança de direção da onda ao ocorrer b
a refração. Na figura 5, representamos uma onda bi A'
ou tridimensional (e os respectivos raios de onda),
ao passar de um meio, a, onde sua velocidade é v1, (b)
para outro meio, b, onde a velocidade é v2, de modo
Figura 6
que v2 ⬍ v1. Observe que há mudança de direção e o
comprimento de onda (distância entre as frentes de Observe que, no intervalo de tempo )t ⫽ t ⫺ t0, o
onda) diminui. ponto B percorre a distância BB' com velocidade v1 no
meio a, enquanto o ponto A percorre a distância AA'
v1 λ1 com velocidade v2 no meio b. Como os movimentos
são uniformes:
a
BB' ⫽ v1 ⭈ )t e AA' ⫽ v2 ⭈ )t
b
λ2 Nos triângulos retângulos ABB' e AA'B', temos:
v2 AB' sen i ⫽ v1 )t  I
AB' sen r ⫽ v2 )t  II
Figura 5
Dividindo membro a membro I e II :
Consideremos uma frente de onda em dois ins-
tantes diferentes de sua propagação. No instante t0, o sen i v
5 1
ponto A dessa frente de onda atinge a superfície de sen r v2
separação entre os meios, enquanto um outro ponto Portanto, na refração, a relação entre os senos
(B) ainda não o fez (fig. 6a). No instante t posterior, dos ângulos de incidência (i) e de refração (r) é igual
esse outro ponto atinge a superfície (B'), enquanto o à relação entre as velocidades. Considerando que a
primeiro já está na posição A' dentro do meio b (fig. frequência da onda não se modifica, essa relação é
6b). Seja i o ângulo que a frente forma com a superfí- também igual à relação entre os comprimentos da
cie de separação no meio a (ângulo de incidência) e onda.
r o ângulo que a frente forma com a mesma superfície Realmente, como v1 ⫽ Q1f e v2 ⫽ Q2f, vem:
no meio b (ângulo de refração).
sen i Qf sen i Q
⫽ 1 ⇒ 5 1
B sen r Q2f sen r Q2

a Observe que o ângulo de incidência i corres-


i B'
b A ponde ao ângulo que o raio de onda incidente forma
com a normal à superfície no ponto de incidência, e
o ângulo de refração r corresponde ao ângulo que
o raio de onda refratada forma com essa mesma
(a) normal (fig. 7).
CAPÍTULO 30 - Os fenômenos ondulatórios 435
Se a incidência for perpendicular, não há mudança de direção. No entanto, há variação de velocidade e
de comprimento de onda. Na figura 8, admitiu-se que v1 ⬎ v2 e, portanto, Q1 ⬎ Q2. Nesse caso, são nulos os
ângulos de incidência e de refração: i ⫽ 0° e r ⫽ 0°.

i λ1
S v1 S
v2
r λ2

Figura 7 Figura 8

OBSERVE

sen i v
No caso das ondas luminosas, a partir da fórmula ⫽ 1 , podemos chegar à Lei de Snell-Descartes,
sen r v2
vista no estudo da refração da luz, em Óptica. Realmente, sendo n1 o índice de refração do meio a e n2 o
índice de refração do meio b, temos:
c c c c
n1 ⫽ ⇒ v1 ⫽ e n2 ⫽ ⇒ v2 ⫽
v1 n1 v2 n2
Na fórmula anterior:
c
sen i n1 sen i n2
⫽ ⇒ ⫽
sen r c sen r n1
n2
Logo: n1 ? sen i 5 n2 ? sen r

Aplicação
A5. Um fio de aço é esticado por uma força de inten- a) a velocidade de propagação da onda nas cordas
sidade 288 N. O fio tem seção constante de área 1 e 2;
2,5 ⭈ 10–4 m2 e a densidade do aço é 8,0 ⭈ 103 kg/m3. b) a frequência da onda na corda 2;
Determine a velocidade com que uma onda trans- c) o comprimento de onda na corda 2.
versal se propaga ao longo dessa corda.
parede
A7. Uma onda periódica propaga-se na superfície de um
líquido, como é mostrado na figura.
F aço
λ1 5 4,0 cm
a
b
λ2 5 2,0 cm
A6. Considerando as duas cordas esquematizadas na fi-
gura, verifica-se que a velocidade da onda na corda 2
é um terço da que apresenta na corda 1.
parede
a e b são regiões de diferentes profundidades e
onde, em consequência, a onda apresenta diferentes
velocidades. Os comprimentos de onda Q1 e Q2 nas
corda 1 corda 2
diferentes regiões estão indicados na figura.
Se a velocidade da onda no meio a é 36 cm/s,
Considerando que a onda tem frequência igual a determine:
30 Hz e comprimento de onda igual a 0,30 m, quando a) a frequência da onda;
se propaga na corda 1, determine: b) a velocidade de propagação na região b.

436 UNIDADE 6 - Ondas


A8. A figura ao lado representa uma onda de frequência
120 Hz e comprimento de onda 2,0 cm, num meio a,
passando para um meio b. 45°
1 2 a
Sendo dado que sen 30° ⫽ e sen 45° ⫽ ,
2 2 b
determine:
a) a velocidade da onda no meio a ; 30°
b) a velocidade da onda no meio b;
c) o comprimento de onda no meio b.

Verificação
V5. Uma corda tem seção transversal igual a 0,02 m2 2 cm
e a densidade do material de que é feita é igual a
2,5 ⭈ 103 kg/m3. A
Determine com que velocidade se propagam ondas B
transversais nessa corda quando ela é submetida a
uma força de tração de intensidade 450 N.
água
V6. Uma onda tem sua velocidade quadruplicada ao pas- 1 cm
sar da corda 1 para a corda 2, como se representa na
O comprimento de onda antes e depois do fenômeno
figura. Se a frequência da onda na corda 1 é 50 Hz,
está indicado. Se a frequência dessas ondas é 5 Hz,
determine:
determine a velocidade de propagação nos dois meios.
a) a velocidade de propagação dessa onda nas cordas
1 e 2; V8. Ondas que se propagam num meio a atingem
b) a frequência da onda na corda 2; a superfície que separa esse meio do meio b e se
c) o comprimento de onda na corda 2. refratam, como mostra a figura. Os ângulos F e G são
sen F
2,0 cm tais que ⫽ 0,8. A frequência da onda é 100 Hz e
sen G
no meio b sua velocidade é 250 m/s. Determine:
a) a velocidade da onda
corda 1 corda 2
no meio a ;
α
b) o comprimento de a
onda no meio a ; b
V7. Ondas que se propagam na superfície da água sofrem c) o comprimento de β
refração, como indica a figura a seguir. onda no meio b .

Revisão
R5. (U. F. Uberlândia-MG) Sabe-se que a velocidade v de Fazendo oscilar a extremidade da corda quatro vezes
propagação de uma onda em uma corda é dada por por segundo, Clara produz uma onda que se propaga
F em direção à corda fina. Na sua brincadeira, ela mantém
v⫽ , em que F é a tensão na corda e R, a densi- constante a tensão na corda. A densidade linear da
R
dade linear de massa da corda (massa por unidade de corda grossa é quatro vezes maior que a da corda fina.
comprimento). Considere que as duas cordas são muito longas.
Uma corda grossa tem uma das suas extremidades Com base nessas informações:
unida à extremidade de uma corda fina. A outra extre- a) determine a razão entre as frequências das ondas
midade da corda fina está amarrada a uma árvore. nas duas cordas e justifique sua resposta;
Clara segura a extremidade livre da corda grossa, b) determine a razão entre os comprimentos de onda
como mostrado nesta figura: das ondas nas duas cordas.
Lettera Studio

R6. (UC-GO) A figura mostra o esquema composto


por uma fonte de vibração ligada a duas cordas
conectadas e tracionadas, uma corda PQ com den-
sidade linear R1 e a uma corda QR com densidade
linear R2 ⬎ R1. Uma onda senoidal se propaga a

CAPÍTULO 30 - Os fenômenos ondulatórios 437


partir da fonte com velocidade v1 5 15 m/s e com- meio I para o meio II, como mostra a figura, foi veri-
primento de onda Q1 5 1,5 m na corda PQ. A onda ficada uma mudança na direção de propagação das
continua a se propagar com uma velocidade ondas.
v2 5 6 m/s na corda QR. Qual a frequência de vibração
da fonte e o comprimento de onda na corda QR?
λ1 v1
45°

Studio Caparroz
meio I
µ2 v2 λ2 30°
fonte de meio II
vibração P µ1 Q R

No meio II os valores da frequência e do comprimento


R7. (UEA-AM) Como não dispunham de muito barbante, de onda serão, respectivamente, iguais a:
para montar seu telefone de latinhas, duas crianças a) 10 Hz; 14 cm d) 15 Hz; 14 cm
precisaram emendar dois fios diferentes, sendo o fio b) 10 Hz; 20 cm e) 15 Hz; 25 cm
2 mais denso que o fio 1. Nessa brincadeira, durante a c) 10 Hz; 25 cm
conversa, os fios devem ser mantidos esticados. Dados: sen 30° 5 cos 60° 5 0,5; sen 60° 5 cos 30° 5
3 2

Alberto De Stefano
5 ; sen 45° 5 cos 45° 5 e 2 5 1,4.
2 2
R9. (UF-PB)
fio 1 fio 2 meio I
45° √
2
sen 45° =
2

1
sen 30° =
2
30°
Antes de começarem a conversar, quando os fios esta- meio II
vam esticados, uma delas provocou uma perturbação
no fio 1, produzindo um pulso transversal que se pro-
Uma onda plana atravessa a superfície de separação
pagou por ele com velocidade v1. Considerando que
entre dois meios, como se mostra na figura. Sabe-se
quando o pulso refratou para o fio 2, se propagou por
que no meio I a frequência da onda é 10 Hz e seu com-
Q
ele com velocidade v2 e que v1 5 1,5 · v2, a razão 1 primento de onda é 28 cm. Os valores do índice de
Q2
refração relativo, do comprimento de onda e da velo-
entre os comprimentos de onda dos pulsos nos fios
cidade de propagação no meio II são, respectivamente:
1 e 2 é igual a:
a) 1,4; 14 cm; 140 cm/s
a) 2,0 c) 1,5 e) 3,0
b) 1,4; 20 cm; 200 cm/s
b) 3,5 d) 2,5
c) 1,4; 20 cm; 140 cm/s
R8. (Unirio-RJ) Um vibrador produz ondas planas na d) 2,8; 14 cm; 200 cm/s
superfície de um líquido com frequência f 5 10 Hz e) 2,8; 20 cm; 200 cm/s
e comprimento de onda Q 5 28 cm. Ao passarem do Dado: 2 5 1,4.

Interferência Assim, o deslocamento resultante d no ponto P


é a soma algébrica dos deslocamentos individuais d1
Suponhamos que duas ondas sejam produzidas e d2 que as ondas produziriam isoladamente:
numa corda tensa, uma gerada numa extremidade e a
d 5 d1 1 d2
outra na extremidade oposta. Seja d1 o deslocamento
que a primeira determina nos pontos da corda e d2 o
deslocamento produzido pela segunda onda nesses 1 P
(a) 0 d1 d2
pontos (figs. 9a e 10a). 2
P
Seja P o ponto da corda atingido simultanea-
mente pelas duas ondas. A superposição das duas
ondas nesse ponto constitui o fenômeno denominado (b) 0
1 d
interferência e obedece ao seguinte princípio: 2

No ponto em que ocorre a superposição de duas ou 1


(c) 0 d2 P d1
mais ondas, o efeito resultante é a soma dos efeitos
2
que cada onda produziria sozinha nesse ponto.
Figura 9

438 UNIDADE 6 - Ondas


Observe que, quando as duas ondas produzem podendo haver uma completa aniquilação dos
deslocamentos no mesmo sentido (fig. 9b), há um efeitos se os módulos dos deslocamentos forem
reforço no efeito produzido pelas ondas. Dizemos iguais (ud1u 5 ud2u). Falamos então em interferência
então que ocorreu uma interferência construtiva. destrutiva.
No caso de as ondas produzirem desloca- É importante salientar que, após a superposi-
mento em sentidos opostos (fig. 10b), ocorre um ção, cada onda continua sua propagação através do
enfraquecimento do efeito produzido pelas ondas, meio, como se nada tivesse acontecido. Portanto, o
fenômeno de interferência é local, só modificando as
+ P
características do meio nos pontos atingidos pelas
(a) 0 d1
– d2 perturbações. Esse fato costuma ser designado como
Princípio da Independência das Ondas.
+ Quando a interferência ocorre com as ondas lumi-
P
(b) 0
– nosas, os pontos onde a interferência é construtiva
aparecem brilhantes e os pontos onde a interferência
+ é destrutiva aparecem escuros. A interferência cons-
P d1
(c) 0 d2
– trutiva ou destrutiva com ondas sonoras é evidenciada
por um aumento ou uma diminuição, respectivamente,
Figura 10 da intensidade do som ouvido.

Aplicação
A9. Duas ondas propagam-se ao longo de um fio homo-
gêneo, como se indica na figura abaixo. Quando as
ondas estiverem exatamente superpostas, qual será
a amplitude da “onda” resultante no ponto P?
Sendo a amplitude de cada onda a 5 2,0 cm,
1 cm quando ambas estiverem exatamente superpostas,
1 cm isto é, crista com crista e depressão com depressão,
P que tipo de interferência estará ocorrendo e qual o
aspecto da figura de interferência resultante?
A12. As ondas a e b representadas na figura propa-
gam-se ao longo de uma corda tensa com velocidade
A10. As ondas representadas na figura propagam-se ao
v1 e v2 em sentidos opostos. A frequência da onda
longo de uma corda tensa, com velocidade 5 m/s e
a é 20 Hz e o comprimento da onda b é 2,0 m.
apresentando as amplitudes indicadas.
As amplitudes são iguais: a1 5 a2 5 4,0 cm.
a b
12 cm
8 cm
A B
v1 v2
P
a) Faça um esquema mostrando a figura de interferên-
a) Qual a amplitude da “onda” resultante no ponto P?
cia quando as ondas estiverem exatamente super-
b) Qual a velocidade das ondas após a superposição?
postas de modo que o ponto A da onda a coincida
c) Faça um esquema da “onda” resultante no ponto P.
com o ponto B da onda b.
A11. A figura representa duas ondas unidimensionais b) Determine as velocidades v1 e v2 das duas ondas
de mesma frequência, mesma amplitude e mesmo antes e depois da superposição.
comprimento de onda, propagando-se em sentidos c) Determine a frequência da onda b e o compri-
opostos num mesmo meio. mento da onda a após a superposição.

Verificação
V9. As ondas indicadas têm a mesma amplitude e se pro-
pagam num mesmo meio, com velocidade de 10 m/s. No 4 cm
ponto P elas se superpõem. Determine a amplitude da
P
“onda” resultante no ponto P e a velocidade das ondas
após a superposição.

CAPÍTULO 30 - Os fenômenos ondulatórios 439


V10. A figura representa duas ondas que se propagam apresentando a mesma frequência, o mesmo compri-
num mesmo meio com velocidade 4 m/s e apresen- mento de onda e a mesma amplitude (a 5 8 cm).
tando as amplitudes indicadas.

A B C D
6 cm
Analise as características da figura de interferência
que se estabelece quando as duas ondas estão exa-
P tamente superpostas, isto é, o ponto A da primeira
3 cm
onda coincidindo com o ponto C da segunda. Que
tipo de interferência estará ocorrendo?
a) Faça um esquema representando a “onda” resul-
tante quando essas ondas se superpõem no pon- V12. No exercício anterior, a velocidade das ondas que se
to P. superpõem é, antes da superposição, igual a 5 m/s.
b) Determine a amplitude da “onda” resultante. a) Qual a velocidade das ondas após a superposição?
c) Qual a velocidade das ondas após a superposição? b) Determine a amplitude de cada uma das ondas
d) Qual a amplitude de cada uma das ondas após a após a superposição.
superposição em P? c) O que acontece com as frequências e os compri-
V11. Duas ondas periódicas unidimensionais propagam-se mentos de onda das duas ondas após a superpo-
em sentidos opostos ao longo de um mesmo meio, sição?

Revisão
R10. (UF-MG) Duas pessoas esticam uma corda, puxando (02) Decorridos 2,0 segundos, haverá sobreposição
por suas extremidades, e cada uma envia um pulso dos pulsos e a amplitude será máxima nesse
na direção da outra. Os pulsos têm o mesmo formato, instante e igual a 2,0 cm.
mas estão invertidos como mostra a figura. Pode-se (04) Decorridos 2,0 segundos, haverá sobreposição
afirmar que os pulsos: dos pulsos e a amplitude será nula nesse instante.
a) passarão um pelo outro, cada qual chegando à (08) Decorridos 8,0 segundos, os pulsos continua-
outra extremidade. rão com a mesma velocidade e forma de onda,
b) se destruirão, de modo que nenhum deles chegará independentemente um do outro.
às extremidades. (16) Inicialmente as amplitudes dos pulsos são idên-
c) serão refletidos, ao se encontrarem, cada um ticas e iguais a 2,0 cm.
mantendo-se no mesmo lado em que estava com Dê como resposta a soma dos números que prece-
relação à horizontal. dem as proposições corretas.
d) serão refletidos ao se encontrarem, porém inver-
tendo seus lados com relação à horizontal. R12. (U. F. São Carlos-SP) A figura mostra dois pulsos numa
corda tensionada no instante t 5 0 s, propagando-se
Alberto De Stefano

com velocidade de 2 m/s em sentidos opostos:


v
1 cm 1 cm
2 cm 7 cm 2 cm

R11. (UF-SC) A figura representa dois pulsos de onda, v


inicialmente separados por 6,0 cm, propagando-se A configuração da corda no instante t 5 20 ms é:
em um meio com velocidades iguais a 2,0 cm/s, em a)
sentidos opostos.
v

b)
2,0 cm
6,0 cm 2,0 cm

2,0 cm c)
2,0 cm
d)
v
Considerando a situação descrita, assinale as propo-
e)
sições corretas:
(01) Quando os pulsos se encontrarem, haverá inter-
ferência de um sobre o outro e não mais haverá
propagação dos mesmos. Dado: 1 ms 5 10–3 s.

440 UNIDADE 6 - Ondas


R13. (Unesp-SP) A figura mostra um fenômeno ondulatório produzido em um

Richard Megna/Fundamental Photographs


dispositivo de demonstração chamado tanque de ondas que, neste caso, são
geradas por dois martelinhos que batem simultaneamente na superfície da
água 360 vezes por minuto. Sabe-se que a distância entre os dois círculos
consecutivos das ondas geradas é 3,0 cm.
Pode-se afirmar que o fenômeno produzido é a:
a) interferência entre duas ondas circulares que se propagam com velocidade
de 18 cm/s.
b) interferência entre duas ondas circulares que se propagam com velocidade
de 9,0 cm/s.
c) interferência entre duas ondas circulares que se propagam com velocidade
de 2,0 cm/s.
d) difração de ondas circulares que se propagam com velocidade de 18 cm/s.
e) difração de ondas circulares que se propagam com velocidade de 2,0 cm/s.

Ondas estacionárias Observe que, em qualquer instante conside-


rado, alguns pontos da corda (A, C e E) têm sempre
Quando ocorre a interferência de duas ondas de amplitude nula, o que significa que permanecem em
mesma frequência e mesma amplitude, que se propa- repouso. Tais pontos constituem os nós ou nodos da
gam ao longo de uma mesma direção, mas em senti- onda estacionária individualizada. Por outro lado, os
dos opostos, individualizam-se as denominadas ondas pontos B e D realizam MHS com máxima amplitude
estacionárias, que constituem a figura de interferência (2a, sendo a a amplitude de cada onda). Esses pon-
resultante dessa superposição. tos constituem os ventres da onda estacionária. Os
Essa condição pode ser obtida quando, numa demais pontos da corda realizam MHS com amplitude
corda tensa, ocorre a superposição das ondas periódi- menor que 2a. A frequência desses MHS é igual à das
cas produzidas numa das extremidades com as ondas ondas que se superpõem.
refletidas na extremidade fixa. Na figura 11, represen- O movimento harmônico simples dos pontos
tamos separadas as ondas incidentes (a) e as ondas da corda é relativamente rápido. Por isso, em virtude
refletidas (b), num mesmo trecho da corda, em instan- da “persistência retiniana”, as várias imagens mos-
T 2T 3T tradas na figura 11c se superpõem em nossa retina,
tes sucessivos t1 5 0, t2 5 , t3 5 e t4 5 ,
4 4 4 originando a visualização do aspecto apresentado na
sendo T o período das ondas interferentes. A seguir, figura 12a. Por isso, é costume usar a representação
é representada a situação final no mesmo trecho de da figura 12b para caracterizar uma onda estacionária.
corda e nos mesmos instantes (fig. 11c). A distância entre dois nós consecutivos (entre
A e C ou entre C e E, na figura 12b) equivale a meio
B C D
冢 冣
comprimento de onda Q das ondas que interferem.
A E

A C E B D A E 2
C B D Igualmente, a distância entre dois ventres consecuti-
D A E
B C
vos (entre B e D, na figura 12b) é igual a meio com-
(a)
B
A E
D C
primento de onda Q .冢 冣
2
Richard Megna/Fundamental
Photographs

A C E A E B D
B D C B D

D A E
(b) C B

B D A C E

C B C D C B C D B D
A E A E A E A E
(a) (b)
Figura 12

(c) D B Em instrumentos musicais, são produzidas ondas


T 2T 3T estacionárias em cordas tensas (cordas sonoras) e em
t1 5 0 t2 5 t3 5 t4 5
4 4 4 colunas de ar (tubos sonoros), como estudaremos
Figura 11 adiante.
CAPÍTULO 30 - Os fenômenos ondulatórios 441
Aplicação
A13. As ondas incidentes e refletidas, que se superpõem
numa corda tensa, apresentam comprimento de onda
igual a 4,0 cm e amplitude igual a 1,0 cm. Qual a
amplitude das ondas estacionárias resultantes e qual
a distância entre um ventre e um nó consecutivos? 7,5 m

A14. A velocidade das ondas que se propagam numa A16. Numa corda de 8,0 m de comprimento, estabele-
corda tensa é 20 m/s. Na corda formam-se ondas cem-se ondas estacionárias, sendo possível verificar
estacionárias, nas quais os nós consecutivos ficam a formação, ao todo, de cinco ventres e seis nós. A
distanciados 4,0 cm, e sua amplitude vale 5,0 cm. amplitude das ondas estacionárias é de 2,0 m. Nessa
Determine: corda, as ondas apresentam velocidade de 6,4 m/s.
a) o comprimento de onda das ondas que se super- Para as ondas que se superpõem e dão origem às
põem; ondas estacionárias, calcule:
b) a frequência das ondas que se superpõem; a) a amplitude;
c) a amplitude das ondas que se superpõem. b) o comprimento de onda;
c) a frequência.
A15. A figura a seguir representa o perfil de uma onda
estacionária. Determine: A17. Uma corda de comprimento L 5 1,5 m com extre-
a) o comprimento de onda das ondas que se super- mos fixos é posta a vibrar com frequência de
põem originando a situação esquematizada; 60 Hz. Formam-se ondas estacionárias com 3 ven-
b) a frequência das ondas que se superpõem, sabendo tres. Determine a velocidade de propagação das
que sua velocidade de propagação é 10 m/s. ondas na corda.

Verificação
V13. A figura representa o estado estacionário numa corda Determine:
tensa, onde as ondas se propagam com velocidade igual a) o comprimento de onda das ondas que se super-
a 10 m/s. Determine, para as ondas que se superpõem: põem;
a) a amplitude; c) a frequência. b) a velocidade de propagação das ondas na corda.
b) o comprimento de onda;
V15. Ao longo de uma corda tensa formam-se ondas esta-
cionárias, sendo possível reconhecer cinco ventres.
Sendo o comprimento da corda 2,0 m, determine
0,40 m o comprimento de onda das ondas que se super-
puseram.
V16. Considerando a situação do exercício anterior,
0,20 m determine a frequência das ondas, sabendo que na
corda as ondas se propagam com a velocidade de
V14. Uma corda de comprimento L 5 1,2 m vibra com fre-
5,0 m/s.
quência de 150 Hz no estado estacionário esquemati-
zado abaixo. V17. Uma corda tensa com extremos fixos tem com-
primento de 4,0 m. Ao vibrar com frequência de
100 Hz, estabelecem-se ondas estacionárias com 5
ventres. Determine a velocidade de propagação das
L 5 1,2 m
ondas na corda.

Revisão
R14. (Urca-CE) Em uma onda sonora estacionária de um b) Depende da amplitude da onda.
instrumento musical, qual é a distância entre dois nós c) Metade do comprimento de onda.
consecutivos? d) Um comprimento de onda.
a) Faltam dados para responder. e) Um quarto do comprimento de onda.

442 UNIDADE 6 - Ondas


R15. (Vunesp-SP) Uma corda tem uma extremidade cada por uma força de 900 N. Os suportes fixos dis-
amarrada a um gancho fixo numa parede e a outra é tam 90 cm. Faz-se vibrar a corda transversalmente
posta a vibrar transversalmente ao seu comprimento. e esta produz ondas estacionárias, representadas na
Para determinado valor da frequência de vibração, figura a seguir.
observa-se a formação de ondas estacionárias como
se vê na figura.

90 cm
A frequência das ondas componentes, cuja superpo-
sição causa esta vibração, é:
Nessas condições, a relação entre o comprimento da a) 100 Hz c) 300 Hz e) 500 Hz
corda e o comprimento de onda das ondas formadas b) 200 Hz d) 400 Hz
na corda vale:
R18. (F. M. Jundiaí-SP) A figura mostra uma montagem
a)
5 c)
5 e)
4  para obtenção de ondas estacionárias numa corda
2 8 5 mantida tracionada entre uma haste vibrante, presa
b)
5 d)
1 a um alto-falante, e uma barra B. Para oscilar adequa-
4 5 damente, a corda passa por uma ranhura existente na
R16. (Unimontes-MG) Num tubo fechado barra A.

Studio Caparroz
de comprimento L 5 1,5 m, observa- haste
vibrante A B

Studio Caparroz
se a formação de uma onda esta-
cionária representada na figura. O
comprimento da onda é igual a:
a) 1,0 m L
b) 4,0 m
c) 3,0 m Se a distância entre as barras A e B é igual a 1,8 m e
d) 2,0 m a velocidade de propagação das ondas na corda é
de 60 m/s, a frequência de vibração do alto-falante
será, em Hz, igual a:
R17. (Mackenzie-SP) Uma corda feita de um material cuja a) 33 c) 60 e) 108
densidade linear é 10 g/m está sob tensão provo- b) 50 d) 72

Difração de onda. A figura 13b apresenta o esquema desse


fenômeno.
As ondas não se propagam obrigatoriamente

Richard Megna/Fundamental Photographs


em linha reta a partir da fonte emissora. Elas apre-
sentam a capacidade de contornar obstáculos,
desde que estes tenham dimensões comparáveis
ao comprimento de onda. Esse desvio que permite às
ondas atingirem regiões situadas atrás do obstáculo
é denominado difração.
As ondas sonoras apresentam valores elevados
para o comprimento de onda (de 2 cm a 20 m para as
ondas audíveis no ar). Por isso, elas se difratam com
relativa facilidade, contornando muros, esquinas, (a) Difração de ondas numa cuba de ondas.
etc. Pelo contrário, a difração da luz é pouco acen-
tuada, porque o comprimento de onda das ondas
luminosas é muito pequeno (da ordem de 1027 m),
só ocorrendo quando as dimensões dos obstáculos
são pequenas. Assim, a difração luminosa ocorre
quando a luz incide no orifício de uma agulha, no
fio de uma lâmina, etc.
A figura 13a mostra uma foto do fenômeno da
difração ocorrendo com uma onda reta na super-
fície da água, quando essa atinge um orifício cujas (b) Representação esquemática da difração.
dimensões são comparáveis ao seu comprimento Figura 13

CAPÍTULO 30 - Os fenômenos ondulatórios 443


Ressonância acesa. Os átomos dos vapores dentro da ampola,
ao vibrarem em ressonância com a luz emitida, tam-
Todo sistema físico apresenta uma ou mais fre- bém emitem o mesmo tipo de luz, característica da
quências naturais de vibração. Desse modo, quando o substância.
sistema oscila livremente, ele o faz com uma de suas

Library of Congress/SPL/Latinstock
frequências naturais.
No entanto, quando um sistema vibrante é subme-
tido a uma série periódica de impulsos cuja frequência
coincide com uma das frequências naturais do sistema,
a amplitude de suas oscilações cresce gradativamente,
pois a energia recebida vai sendo armazenada. A esse
fenômeno dá-se o nome de ressonância.
O aumento contínuo da amplitude das oscila-
ções do sistema, na ressonância, pode ocasionar o
seu rompimento. Nos Estados Unidos, em julho de
1940, a Ponte de Tacoma, no estado de Washington,
rompeu-se ao entrar em ressonância com rajadas do
vento que soprava periodicamente na região (fig. 14).
Ao empurrarmos um balanço, podemos pro-
duzir uma ressonância mecânica, se a frequência

AP Photo/Glow Images
dos empurrões periódicos aplicados coincidir com a
frequência natural do balanço, que depende do seu
comprimento. Nesse caso, a amplitude das oscilações
aumentará gradativamente.
Ao tangermos a corda de um violão, o ar contido
na sua “caixa de ressonância” ressoa com a mesma
frequência, produzindo o som que ouvimos. Esse é
um exemplo de ressonância sonora.
Ao sintonizar uma emissora de rádio, fazemos
com que a frequência das oscilações elétricas no
receptor se torne igual à frequência das ondas ele-
tromagnéticas emitidas pela estação. Dizemos que
ocorreu uma ressonância eletrônica.
Uma ressonância luminosa pode ocorrer quando
uma ampola contendo vapores de mercúrio é colo- Figura 14. As imagens mostram o rompimento da Ponte
cada em presença de uma lâmpada de mercúrio de Tacoma ocorrido em julho de 1940.

Aplicação
A18. Marta consegue conversar com seu namorado, apesar e) ocorrem fenômenos de dispersão da luz ao con-
de um muro de dois metros e meio de altura estar tornar a lâmina.
entre eles. Explique como é possível que isso acon-
A20. Quando um carro se aproxima de uma esquina, ouve-
teça.
se o som de uma buzina, embora o carro não possa
A19. Se uma lâmina for colocada diante de uma fonte ser visto, porque:
luminosa pontual, a sombra que se projeta num ante- a) o som se difrata mais dificilmente que a luz.
paro colocado do lado oposto não tem contornos b) o som sofre difração, enquanto a luz não se
nítidos porque: difrata.
a) a luz se propaga rigorosamente em linha reta, não c) a difração do som é mais acentuada que a da
contornando obstáculos. luz, uma vez que as ondas luminosas apresentam
b) as ondas luminosas sofrem difração nas bordas da menores comprimentos de onda.
lâmina. d) a difração do som e da luz ocorre com a mesma
c) em volta da região de sombra forma-se a região intensidade.
de penumbra. e) apenas a luz se difrata, não ocorrendo difração
d) a luz não tem natureza ondulatória. do som.

444 UNIDADE 6 - Ondas


A21. A caixa de ressonância dos instrumentos de corda cias, são incorporados ao que foi emitido pela
tem a finalidade de: corda.
a) alterar a frequência do som emitido pela corda. d) apenas enfeitar o instrumento.
e) produzir difração mais intensa dos sons emitidos.
b) aumentar a amplitude do som, pelo fenômeno da
ressonância. A22. Conta-se que um famoso tenor italiano, ao soltar a
c) determinar o fenômeno de ressonância, atra- voz num agudo, conseguia romper um copo de cristal.
vés do qual os novos sons, de novas frequên- Como é possível explicar fisicamente essa ocorrência?

Verificação
V18. Difração é o fenômeno pelo qual: V22. Se aproximarmos um diapasão (fonte sonora) da
a) duas ondas se superpõem, ocorrendo ampliação borda de um recipiente contendo água até uma certa
ou redução na onda resultante. altura, como indica a figura, o som será ampliado,
b) um sistema vibra com a mesma frequência de ocorrendo ressonância, se a frequência da fonte for:
uma fonte.
c) uma onda contorna um obstáculo cujas dimen-

Studio Caparroz
sões são da ordem de grandeza do seu com-
primento de onda.
d) uma onda muda seu meio de propagação.
e) a energia transportada por uma onda converte-se
em energia térmica.
V19. Alice está conversando com sua mãe, embora um
muro de 3 metros de altura esteja entre elas. Isso é a) igual à frequência natural da coluna de ar dentro
possível graças ao fenômeno de: do recipiente.
a) refração. d) interferência. b) igual a 435 Hz.
b) difração. e) absorção. c) menor que a frequência natural da coluna de ar
c) reflexão. dentro do recipiente.
V20. As ondas luminosas também podem sofrer difração, d) maior que a frequência natural da coluna de ar
como as ondas sonoras. Explique por que é mais dentro do recipiente.
fácil perceber a difração sonora do que a difração e) maior que 435 Hz.
luminosa. V23. Conta-se que na Primeira Guerra Mundial uma
V21. Ao ligar um aparelho de TV, imediatamente surge na ponte de concreto desabou quando soldados, em
tela uma imagem. Como se pode explicar fisicamente marcha cadenciada, passaram sobre ela. Como é
essa recepção? possível explicar essa ocorrência?

Revisão
R19. (UF-MG) O muro de uma casa separa Laila de sua mostram uma fenda de dimensões próximas ao com-
gatinha. Laila ouve o miado da gata, embora não primento de onda das ondas propagadas, por onde
consiga enxergá-la. Nessa situação, Laila pode ouvir, parte do pulso pode atravessar.
mas não pode ver sua gata, porque: Posicionamento das cristas das ondas produzidas
a) a onda sonora é uma onda longitudinal e a luz é em determinado instante:
uma onda transversal.
b) a velocidade da onda sonora é menor que a velo-
Studio Caparroz

cidade da luz.
c) a frequência da onda sonora é maior que a fre-
quência da luz visível.
d) o comprimento de onda do som é maior que o
comprimento de onda da luz visível.
R20. (UEA-AM) Um fruto desprende-se da árvore e cai
sobre as águas tranquilas e de profundidade cons-
tante de uma região alagada, produzindo ondas cir-
culares concêntricas. Próximo ao centro das ondas,
dois troncos caídos, dispostos como indica a figura,

CAPÍTULO 30 - Os fenômenos ondulatórios 445


O padrão de cristas de onda esperado, após a traves- Assinale a alternativa que contém os fenômenos
sia dos pulsos pela fenda, é mais próximo de ondulatórios esquematizados na figura.
a) d) a) Reflexão e difração.

Studio Caparroz
b) Difração e interferência.
c) Polarização e interferência.
d) Reflexão e interferência.

R22. (UF-RS) Quando você anda em um velho ônibus


urbano, é fácil perceber que, dependendo da fre-
quência de giro do motor, diferentes componentes
do ônibus entram em vibração. O fenômeno físico
que está se produzindo nesse caso é conhecido
como:
a) eco. d) ressonância.
b) e) b) dispersão. e) polarização.
c) refração.

R23. (U. E. Londrina-PR) Cantores e cantoras líricas che-


gam a ter tal controle sobre sua qualidade musi-
cal que não é incomum encontrar entre eles quem
consiga quebrar taças de cristal usando a voz. Esse
fenômeno é ocasionado por um efeito conhecido
como ressonância. Assinale a alternativa que apre-
senta uma característica física essencial da resso-
nância.
a) Som muito intenso.
c) b) Som de frequência muito baixa.
c) Som de frequência específica.
d) Som de timbre agudo.
e) Som de frequência muito alta.

Steve Bronstein/The Image Bank/Getty Images


R21. (UE-CE) Na figura abaixo, C é um anteparo e S0, S1 e
S2 são fendas nos obstáculos A e B.
máx.
Paulo César Pereira

máx.
onda máx.
incidente máx.
S2 máx.
máx.
S0 máx.
máx. R24. (Unip-SP) A ponte de Tacoma, nos Estados Unidos,
máx. ao receber impulsos periódicos do vento, entrou em
S1
máx. vibração e foi totalmente destruída. O fenômeno que
máx. melhor explica esse fato é:
máx. a) o efeito Doppler. d) a difração.
máx. b) a ressonância. e) a refração.
A B C c) a interferência.

446 UNIDADE 6 - Ondas


capítulo

31 As ondas sonoras

Natureza das ondas


sonoras
As ondas sonoras nos fluidos são ondas longitu-
dinais mecânicas, isto é, são ondas em que a direção
de propagação coincide com a direção de vibração
das partículas do meio. Por exemplo, ao ocorrer
uma explosão num dado ponto, as moléculas do ar
em volta desse ponto são comprimidas. Essa com- Figura 2
pressão é uma perturbação que vai se propagando,
Há animais, como os cães e os morcegos, cujos
originando uma onda sonora. Nosso ouvido, ao ser
ouvidos são sensíveis aos ultrassons.
atingido por uma onda sonora, tem a capacidade de
É importante frisar que as ondas sonoras, sendo
converter a variação de pressão no ar em estímulo
de natureza mecânica, não se propagam no vácuo.
nervoso, o qual, ao alcançar o cérebro, dá-nos a
As ondas sonoras nos sólidos são ondas mistas,
sensação auditiva, o som.
isto é, as partículas do meio vibram longitudinal e
transversalmente.
Ilustrações: Lettera Studio

Velocidade das ondas


sonoras
A velocidade das ondas sonoras depende das
características do meio onde se propagam. Verifica-
se que, sendo ondas mecânicas, sua velocidade é
tanto maior quanto mais rígido o meio de propagação.
Assim, de um modo geral, as ondas sonoras são mais
rápidas nos sólidos e mais lentas nos gases, apresen-
Figura 1 tando valores intermediários nos líquidos:

Na figura 2 representamos uma situação que vsólidos . vlíquidos . vgases


pode dar origem a uma onda sonora. O êmbolo,
movimentando-se periodicamente, produz na coluna Por exemplo, à mesma temperatura de 15 °C,
de ar do tubo compressões e rarefações sucessivas. a velocidade de propagação do som no ferro é
Individualiza-se assim uma onda de pressão perió- 5 130 m/s, na água é 1 450 m/s e no ar, 340 m/s.
dica, isto é, uma onda sonora que produz a sensação A citação da temperatura é importante, porque a
auditiva denominada som. maior ou menor agitação térmica das moléculas
No entanto, nosso ouvido não é capaz de regis- altera o valor da velocidade do som no meio.
trar ondas sonoras cuja frequência seja inferior a A velocidade de propagação do som no ar
aproximadamente 20 Hz. Essas ondas sonoras inaudí- (340 m/s a 15 °C) é muito pequena se comparada
veis de baixa frequência são denominadas infrassons. com a da luz, cujo valor é de aproximadamente
Igualmente, nosso ouvido não é sensível às ondas 300 000 km/s. Por essa razão, o som de um trovão
sonoras de frequência superior a 20 000 Hz, deno- é ouvido alguns segundos após a visualização do
minadas ultrassons. relâmpago.
CAPÍTULO 31 - As ondas sonoras 447
Aplicação
A1. No filme Guerra nas estrelas, as batalhas travadas entre damente, 20 Hz e 20 000 Hz. Determine a relação
as naves são acompanhadas pelo ruído característico entre os comprimentos de onda da onda sonora de
das armas disparando e dos veículos explodindo. Fisi- maior frequência e da onda sonora de menor fre-
camente, isso realmente poderia ocorrer? Por quê? quência, no ar.
A2. Uma fonte sonora emite ondas de frequência 100 Hz no ar, A4. Uma fonte sonora emite ondas sonoras de compri-
que se propagam com velocidade v1. Outra fonte sonora mento de onda igual a 10⫺2 m no ar, onde a velocidade
emite ondas de frequência 200 Hz no ar e à mesma tem- de propagação é 340 m/s. Essas ondas são audíveis
peratura, sendo v2 a velocidade de propagação. pelo ouvido humano? Explique a resposta.
v
Qual a relação 1 entre as velocidades? A5. Uma pessoa ouve o som de um trovão 2,0 segundos
v2
depois de ver o relâmpago. Determine a que distância
A3. As ondas sonoras audíveis pelo ouvido humano aproximada do observador caiu o raio. Considere a
têm frequências compreendidas entre, aproxima- velocidade do som no ar igual a 3,4 ⭈ 102 m/s.

Verificação
V1. Uma onda sonora de frequência 250 Hz propaga-se na V3. A velocidade de propagação do som no ar é 340 m/s.
água e apresenta comprimento de onda igual a 5,8 m. Uma onda sonora de comprimento de onda no ar igual
Determine: a 34 m é audível pelo homem? Justifique a resposta.
a) a velocidade dessa onda na água;
b) o comprimento de onda de outra onda sonora de
V4. Em um filme americano de faroeste, um índio colou
frequência 1 000 Hz que se propaga no mesmo meio. seu ouvido ao chão para verificar se a cavalaria estava
se aproximando. Há uma justificativa física para esse
V2. Ultrassons são ondas sonoras de frequência superior procedimento? Explique.
a 20 000 Hz e infrassons são ondas sonoras de fre-
quência inferior a 20 Hz. Estabeleça os limites para os V5. Se uma pessoa ouve o som da explosão de um
comprimentos de onda dessas ondas ao se propaga- rojão 1,5 s após tê-lo visto explodir, qual a distân-
rem num líquido onde a velocidade de propagação do cia entre o ouvinte e o local da explosão? Considere
som é 2 000 m/s. vsom ⫽ 3,0 ⭈ 102 m/s.

Revisão
R1. (UC-MG) Uma cena comum em filmes de ficção cientí- c) aumentará 29,3%. d) diminuirá 29,3%.
fica é a passagem de uma nave espacial em alta veloci- e) será mantida a mesma.
dade, no espaço vazio, fazendo manobras com a ajuda
R3. (UF-ES) Os morcegos emitem ultrassons (movimento
de foguetes laterais, tudo isso acompanhado de um
vibratório, cuja frequência é superior a 20 000 Hz).
forte ruído. Assinale a alternativa verdadeira.
Considere-se que o menor comprimento de onda
a) A cena é correta, pois não há problema com o fato
emitido por um morcego é de 3,4 ⭈ 10⫺3 m. Supondo-
de uma nave voar no espaço vazio.
se que a velocidade do som no ar é de 340 m/s, a
b) A cena é correta, porque é perfeitamente perceptí-
frequência mais alta que um morcego emite é de:
vel o ruído de uma nave no espaço vazio.
a) 104 Hz c) 106 Hz e) 108 Hz
c) A cena não é correta, pois o som não se propaga no
5
b) 10 Hz 7
d) 10 Hz
vácuo.
d) A cena não é correta, pois não é possível que uma R4. (UF-MG) Mariana pode ouvir sons na faixa de 20 Hz
nave voe no espaço vazio. a 20 kHz. Suponha que, próximo a ela, um morcego
e) A cena não é correta, pois não é possível fazer emite um som de 40 kHz.
manobras no espaço vazio. Assim sendo, Mariana não ouve o som emitido pelo
R2. (Mackenzie-SP) As ondas sonoras são ondas mecâ- morcego, porque esse som tem:
nicas e, a 16 °C de temperatura, propagam-se no a) um comprimento de onda maior que o daquele que
ar com uma velocidade aproximadamente igual a ela consegue ouvir.
341 m/s. Se a temperatura desse ar diminuir até b) um comprimento de onda menor que o daquele
0 °C, a velocidade de propagação dessas ondas que ela consegue ouvir.
sonoras será aproximadamente 331 m/s. Nesta c) uma velocidade de propagação maior que a
redução de temperatura, a frequência das referidas daquele que ela consegue ouvir.
ondas: d) uma velocidade de propagação menor que a
a) aumentará 2,93%. b) diminuirá 2,93%. daquele que ela consegue ouvir.

448 UNIDADE 6 - Ondas


R5. (UF-MG) Uma martelada é dada na extremidade t (min)
ondas S
de um trilho. Na outra extremidade, encontra-se 20
uma pessoa que ouve dois sons separados por um
15
intervalo de tempo de 0,18 s. O primeiro dos sons
se propaga através do trilho com uma velocidade
10 ondas P
de 3 400 m/s, e o segundo através do ar, com uma
velocidade de 340 m/s. O comprimento do trilho, em 5
metros, será de:
a) 340 m c) 168 m
b) 68 m d) 170 m 0 1 2 3 4 d (× 103 km)

R6. (UF-PA) Um terremoto é um dos fenômenos natu- Considerando o texto e o gráfico representados acima,
rais mais marcantes envolvidos com a propagação de analise as seguintes afirmações:
ondas mecânicas. Em um ponto denominado foco (o I. As ondas P são registradas na estação sismológica
epicentro é o ponto na superfície da Terra situado na antes que as ondas S.
vertical do foco), há uma grande liberação de energia II. A energia de uma onda sísmica ao se propagar no
que se afasta pelo interior da Terra, propagando-se ar, sob forma de ondas sonoras, é transportada
através de ondas sísmicas tanto longitudinais (ondas através de ondas P.
P) quanto transversais (ondas S). A velocidade de uma III. As ondas S podem propagar-se tanto em meios
onda sísmica depende do meio onde ela se propaga sólidos como em meios líquidos ou em meios
e parte da sua energia pode ser transmitida ao ar, sob gasosos.
forma de ondas sonoras, quando ela atinge a superfí- IV. Quanto à direção de vibração, uma onda P se com-
cie da Terra. O gráfico abaixo representa as medidas porta de forma análoga a uma onda que é produ-
realizadas em uma estação sismológica, para o tempo zida em uma corda de violão posta a vibrar.
de percurso (t) em função da distância percorrida (d) Estão corretas apenas:
desde o epicentro para as ondas P e ondas S, produzi- a) I e II c) I, II e III e) II, III e IV
das por um terremoto. b) I e III d) II e IV

APROFUNDANDO

• Quando passa um avião voando a grande altitude, temos a impressão de que o som que ele produz vem de
um ponto situado atrás dele, e não da posição que ocupa quando o vemos. Por quê?
• Por que os soldados que estão na retaguarda de um desfile militar, com a banda à frente, não marcham no
mesmo passo dos que vão nas primeiras fileiras?

Qualidades fisiológicas do som


Podemos individualizar, para as ondas sonoras, três qualidades relacionadas com a sensação produzida em
nosso ouvido e, por isso, denominadas fisiológicas: a altura, a intensidade e o timbre.

Altura
A altura é a qualidade que nos permite classificar os sons em graves e agudos, estando relacionada com a
frequência do som.
Tristram Kenton/Lebrecht Music & Arts/Diomedia

Figura 3. Os cantores de
ópera apresentam vozes com
frequências diferentes: uma
voz soprano varia aproxima-
damente de 240 a 1 000 Hz;
uma voz contralto, de 200 a
750 Hz; uma voz tenor, de 160
a 500 Hz e uma voz barítono,
de 120 a 380 Hz.

CAPÍTULO 31 - As ondas sonoras 449


Um som é tanto mais grave quanto menor for I
Nível sonoro
sua frequência e tanto mais agudo quanto maior for a I0
frequência. A voz do homem (frequências entre 100 e 1 zero (silêncio)
200 Hz) geralmente é mais grave que a voz da mulher
101 1 B ⫽ 10 dB
(frequências entre 200 e 400 Hz).
102 2 B ⫽ 20 dB
Denominamos intervalo entre dois sons a relação
entre suas frequências: 103 3 B ⫽ 30 dB
104 4 B ⫽ 40 dB
f A A
i 5 1 (f1 ⭓ f2)
f2
10n n B ⫽ 10n dB

Os intervalos são muito utilizados em música Matematicamente, o nível sonoro em decibel é


para a comparação das frequências de diferentes dado pela fórmula:
notas musicais. Quando o intervalo é igual a 2, ele
I
é chamado intervalo de uma oitava, porque entre os NS 5 10 log
I0
dois sons, na escala musical natural, sucedem-se
seis notas musicais: portanto, o primeiro som é a O controle dos níveis sonoros é um dos proble-
primeira nota da escala e o segundo é a oitava nota. mas mais sérios a serem resolvidos em nosso mundo.
Se o intervalo entre dois sons for igual a 1 (frequências Realmente, a poluição sonora nos dias atuais é um
iguais) ele é denominado uníssono. fato inconteste. Se uma pessoa for exposta durante
longo tempo a níveis sonoros superiores a 80 dB, além
Intensidade de lesões irreparáveis do aparelho auditivo, ocorrem
distúrbios de personalidade, como fadiga, neurose e
A intensidade é a qualidade que nos permite clas- mesmo psicose. Para níveis superiores a 120 dB, a sen-
sificar um som em forte ou fraco. Essa qualidade está sação auditiva é substituída por uma sensação dolo-
relacionada com a energia transportada pela onda. rosa. Para comparação, observe, na tabela seguinte,
Assim, o som de uma explosão é forte para uma pes- alguns níveis sonoros em nossa vida diária.
soa nas proximidades, mas é fraco para um ouvinte
distante do local da explosão. Thinkstock/Getty Images
No entanto, verificou-se que a sensação audi-
tiva não varia linearmente com a energia transpor-
tada pela onda sonora. Assim, se, em igualdade
das demais condições, dobrarmos a energia trans-
portada pela onda, a sensação não será a de um
som duas vezes mais forte. Por isso, definem-se
dois tipos de intensidade: a intensidade física ou
intensidade energética e a intensidade fisiológica ou
nível sonoro.
A britadeira produz
• A intensidade física I, expressa em watts por alto nível de ruídos.
metro quadrado (W/m2), é a medida numérica Figura 4
da energia transportada por uma onda na uni-
dade de tempo, por unidade de área da superfície Relógio de parede (tique-taque) 10 dB
atravessada. A menor intensidade física audível Interior de um templo 20 dB
é I0 ⫽ 10⫺12 W/m2, sendo denominada limiar de
Conversa a meia voz 40 dB
audibilidade.
Rua de tráfego intenso 70 a 90 dB
• A intensidade fisiológica ou nível sonoro (NS) é uma
grandeza, medida em bel (B) ou decibel (dB), defi- Britadeira 100 dB

nida a partir da relação I , entre a intensidade fí-


Buzina de caminhão 100 dB
I0 Salão de danceteria 120 dB
sica I do som considerado e o limiar de audibilidade
Avião a jato aterrissando 140 dB
I0, de acordo com a seguinte tabela:

450 UNIDADE 6 - Ondas


AMPLIE SEU CONHECIMENTO

Proteção auditiva
O Ministério do Trabalho e Emprego estabelece o tempo
Nível sonoro Tempo máximo
máximo diário que um trabalhador pode ficar exposto a ruído con-
(dB) de exposição (h)
tínuo ou intermitente a fim de evitar lesões irreversíveis, segundo
a tabela ao lado. 85 8
Observe, portanto, que a cada aumento de 5 dB no nível sonoro, 90 4
o tempo máximo de exposição cai para a metade.
95 2
(Dados extraídos do site www.mtb.gov.br/Temas/SegSau/Legislacao/ 100 1
Normas/conteudo/nr15/default.asp. Acesso em 5/8/2004.)

Timbre Na figura 6, observe a representação da mesma


nota musical emitida por diferentes fontes.
O timbre é a qualidade que permite ao ouvido
distinguir dois sons de mesma altura e mesma intensi-
dade emitidos por instrumentos diferentes como, por diapasão
exemplo, a flauta e o cavaquinho da figura 5. Essa dife-
rença é devida ao fato de ouvirmos o som resultante da
superposição de
Thinkstock/Getty Images

vários sons de fre- fonte A


quências diferen-
tes. No entanto, a
frequência do som
ouvido é igual à fonte B
do som de menor
frequência emi-
tido, denominado
Rogerio Reis/Tyba

som fundamen- fonte C

tal. Os sons que


o acompanham
caracterizam o
timbre da fonte e fonte D
são denominados
sons harmônicos. Figura 5. Flauta e cavaquinho. Figura 6

Aplicação
A6. Três ondas sonoras, A, B e C, apresentam as seguintes A9. Sabe-se que a intensidade física de 10216 W/cm2 de um
características: som corresponde a um nível sonoro nulo. Determine o nível
A – amplitude 1 cm, frequência 800 Hz sonoro de um som cuja intensidade física é 10210 W/cm2.
B – amplitude 0,8 cm; frequência 1000 Hz
A10. Numa estação do metrô de São Paulo, o nível sonoro
C – amplitude 0,6 cm; frequência 800 Hz
é de 80 dB. Sendo o limiar de audibilidade igual a
Qual dos sons, A ou C, é o mais forte? E o mais
1026 mW/m2, determine a intensidade física do som
agudo?
no interior da estação.
A7. Determine o intervalo entre os sons A e B do exercício
A11. Num curso de Música, um piano e um violão emi-
anterior.
tem a mesma nota musical. Um aluno consegue
A8. Um som A está uma oitava acima de um som B cuja distinguir perfeitamente as notas emitidas pelos
frequência é 200 Hz. Qual a frequência do som A? dois instrumentos. Explique como isso é possível.

CAPÍTULO 31 - As ondas sonoras 451


Verificação
V6. Analise a tabela e identifique, entre os sons apresen- V9. O silêncio corresponde à intensidade energética
tados, o mais agudo e, entre os sons III e IV, qual é o de 10⫺12 W/m2. Numa oficina mecânica, a intensi-
mais forte. dade é 10⫺3 W/m2. Determine o nível sonoro nessa
oficina.
Som Amplitude (cm) Frequência (Hz)
V10. Um avião a jato aterrissando produz um nível sonoro
I 0,2 800
de 140 dB. Determine a intensidade física correspon-
II 0,4 1 000 dente desse som. O limiar de audibilidade corres-
ponde à intensidade física de 10⫺16 W/cm2.
III 0,6 500
IV 0,8 500 V11. Calcule os níveis sonoros que completam a tabela
seguinte:
V 1,0 100
Intensidade Nível sonoro
V7. Comparam-se dois sons, um de frequência f1 ⫽ 300 Hz Fonte
(W/m2) (dB)
e outro de frequência f2 ⫽ 450 Hz.
a) Qual deles é o mais agudo e qual é o mais grave?
Limiar de audibilidade 10⫺12 zero
Justifique. Jardim silencioso 10⫺10 ▲▲
b) Calcule o intervalo entre esses dois sons.
Restaurante 10⫺7 ▲▲
V8. Certo som x está uma oitava abaixo de um som y
Estádio de futebol 10⫺3 ▲▲
de frequência 600 Hz. Qual a frequência do som x?

Revisão
R7. (F. M. Jundiaí-SP) A figura do teclado mostra uma R9. (Vunesp-SP) Atualmente, há uma preocupação cada
escala de frequências, em Hz, associadas à sua exten- vez maior com a poluição sonora. Suponha que uma
são. lei penalize quem produza ruídos que ultrapassem os
níveis de intensidade sonora, estabelecidos na tabela
Studio Caparroz

a seguir.

Diurno Noturno
Áreas residenciais 50 dB 45 dB
Áreas industriais 70 dB 60 dB

Níveis de intensidade sonora de situações comuns do


cotidiano são listados na próxima tabela.
32 64 128 256 512 1 024 2 048 4 096
frequências Fonte do som Nível de intensidade sonora
A ordem crescente dessa escala representa um som Sirene 110 dB
que vai do Cortador de grama 100 dB
a) fraco para o forte
b) grave para o agudo Buzina 90 dB
c) ruidoso para o harmonioso Aspirador de pó 70 dB
d) forte para o fraco Carro silencioso 50 dB
e) agudo para o grave

R8. (PUC-MG) Em linguagem técnica, um som que se Considere os seguintes grupos de pessoas que utilizas-
propaga no ar pode ser caracterizado, entre outros sem, nas áreas residencial e industrial:
aspectos, por sua altura e por sua intensidade. Os I. Um cortador de grama no período diurno;
parâmetros físicos da onda sonora que correspondem II. Um carro silencioso no período noturno;
às características mencionadas são, respectivamente: III. Um aspirador de pó no período noturno.
a) comprimento de onda e velocidade. Se não houver nenhum outro atenuante na lei, seriam
b) amplitude e velocidade. considerados infratores o(s) grupo(s)
c) velocidade e amplitude. a) I, apenas. d) I, II e III.
d) amplitude e frequência. b) I e II, apenas. e) I e III, apenas.
e) frequência e amplitude. c) II e III, apenas.

452 UNIDADE 6 - Ondas


R10. (UE-RJ) Seja NS o nível sonoro de um som, medido a) A que distância mínima da britadeira os tra-
em decibels. Esse nível sonoro está relacionado com balhadores podem permanecer sem proteção
a intensidade do som, I, pela fórmula abaixo, na auditiva?
qual a intensidade padrão, I0, é igual a 10⫺12 W/m2. b) A frequência predominante do som emitido pela
britadeira é de 100 Hz. Sabendo-se que a veloci-
NS ⫽ 10 ⭈ log  1 II 2
0
dade do som no ar é de 340 m/s, qual é o com-
primento de onda para essa frequência?
Observe a tabela a seguir. Nela, os valores de I foram
c) Qual é a intensidade da onda sonora emitido pela
aferidos a distâncias idênticas das respectivas fontes
britadeira a uma distância de 50 m?
de som.
R12. (UEA-AM) O teatro Amazonas, localizado no cen-
Fonte de som I (W/m2) tro de Manaus, é um importante ícone arquitetônico.
Possui uma acústica notável que dispensa o uso de
Turbina 1,0 ⭈ 102
amplificadores, valorizando o som de instrumentos
Amplificador de som 1,0 acústicos e o canto.
Triturador de lixo 1,0 ⭈ 10⫺4

G. Evangelista/Opção Brasil Imagens


TV 3,2 ⭈ 10⫺5

Sabendo que há risco de danos ao ouvido médio


a partir de 90 dB, quais as fontes da tabela cuja
intensidade de emissão de sons está na faixa de
risco?
R11. (Unicamp-SP) O nível sonoro S é medido em decibéis
I
(dB) de acordo com a expressão S ⫽ (10 dB) log ,
I0
onde I é a intensidade da onda sonora e I0 ⫽ 10⫺12 W/m2
é a intensidade de referência padrão correspon-
dente ao limiar da audição do ouvido humano.
Numa certa construção, o uso de proteção auditiva
é indicado para trabalhadores expostos durante um
dia de trabalho a um nível igual ou superior a 85 dB.
O gráfico abaixo mostra o nível sonoro em função
da distância a uma britadeira em funcionamento A característica física que possibilita a distinção
na obra. dos sons emitidos por um clarinete e por um oboé,
ambos instrumentos de sopro, é um fenômeno asso-
100
ciado
95 a) aos diferentes comprimentos de onda, conhecido
90 por frequência.
nível sonoro (dB)

b) aos diferentes formatos das ondas, conhecido por


85
comprimento de onda.
80 c) à intensidade sonora do instrumento, conhecido
75 por altura.
d) às diferentes vazões do ar nesses instrumentos,
70
conhecido por velocidade.
65 e) às diferentes formas de interferência entre os har-
0 10 20 30 40 50 60
distância (m) mônicos, conhecido como timbre.

APROFUNDANDO

• Pesquise a respeito da incidência da surdez nos profissionais expostos a sons de alta intensidade e as leis
existentes para a sua proteção.
• Pesquise as escalas musicais e os intervalos entre as notas que as compõem.
• Procure informações a respeito dos termos: harmonia musical, acorde, sustenido, bemol, clave.

CAPÍTULO 31 - As ondas sonoras 453


Reflexão das ondas Admitindo que a velocidade do som no ar seja
340 m/s, o obstáculo refletor deve estar a uma distân-
sonoras. Eco cia superior a 17 m para que uma pessoa ouça o eco do
seu próprio grito, como é indicado na figura 7. Vejamos:
Quando um impulso sonoro, como o estam-
∆s ∆s
pido de uma arma de fogo, atinge o nosso ouvido, v⫽ ⇒ ∆t ⫽ ⬎ 0,1 s ⇒
∆t v
a sensação que deixa permanece por aproximada-
mente 0,1 s (persistência auditiva). Se outro impulso ⇒ 2d ⬎ 0,1 s ⇒ d ⬎ 17 m
340
sonoro nos atingir dentro desse intervalo, ele não

Ilustrações: Lettera Studio


obstáculo
poderá ser identificado. Uma nova sensação sonora
só vai se manifestar se o segundo impulso atingir o
ouvido em um intervalo de tempo superior a 0,1 s
em relação ao primeiro.
Dessa maneira, quando, além do som direto emi-
tido por uma fonte sonora, recebemos o som refle-
tido por um obstáculo, podem ocorrer três situações
diversas: o reforço, a reverberação e o eco. d ⬎ 17 m
Figura 7
• O reforço do som ocorre quando a diferença entre
os instantes de recebimento do som refletido e do Navios e submarinos utilizam a reflexão de
som direto é praticamente nula. O ouvinte apenas ondas sonoras, geralmente ultrassons, para medir
percebe um som mais intenso, pois recebe maior profundidades oceânicas ou para detectar obstáculos,
quantidade de energia. por meio de um aparelho denominado sonar (fig. 8).
Sabendo-se a velocidade da onda sonora na água e
• A reverberação ocorre quando a diferença entre
medindo-se o intervalo de tempo entre a emissão
os instantes de recebimento dos dois sons é
pouco inferior a 0,1 s. Não se percebe um novo do sinal sonoro e a recepção do seu reflexo, pode-se
som, mas há um prolongamento da sensação medir a distância entre o aparelho e o obstáculo.
sonora. A reverberação, quando não exage-
rada, ajuda a compreender o que está sendo
dito por um orador num auditório. No entanto,
o excesso de reverberação pode atrapalhar o
emissor emissor receptor
entendimento.
receptor
• Por fim, o eco se manifesta quando os dois sons,
direto e refletido, são recebidos num intervalo de
tempo superior a 0,1 s. Nesse caso os dois sons
são percebidos distintamente. Figura 8

Aplicação
A12. Qual(is) das seguintes afirmações é (são) correta(s)? A14. Se a velocidade do som no ar fosse igual a 800 m/s,
I. O tempo de persistência auditiva é de 0,1 s. qual a distância mínima a que deveria se situar um
II. Eco e reverberação são consequências da refle- obstáculo refletor para que o eco pudesse ser ouvido?
xão das ondas sonoras.
A15. O esquema a seguir ilustra o funcionamento do “eco-
III. Para que uma pessoa ouça o eco de seu grito,
batímetro”, instrumento que se destina a medir a
no ar, a distância entre ela e o obstáculo refletor
profundidade do mar por meio de som.
deve ser igual a 34 m, admitindo que no ar o som
tenha velocidade de 340 m/s.
IV. Ocorre reverberação sonora quando o intervalo
de tempo entre a percepção do som direto e do
som refletido é menor que 0,1 s.
emissor receptor
A13. Num stand de tiro ao alvo, o atirador ouve o eco do tiro
que ele dispara 0,6 s após o disparo. Sendo a veloci-
dade do som no ar igual a 340 m/s, determine a dis-
tância entre o atirador e o obstáculo que reflete o som.

454 UNIDADE 6 - Ondas


O emissor irradia um pulso sonoro intenso e breve. Sendo )t ⫽ 4,0 s, qual a profundidade registrada
Após reflexão no fundo do mar (ou em outro obs- pelo medidor para a região pesquisada?
táculo extenso), o pulso retorna e atinge o receptor.
Pelo tempo )t decorrido entre a emissão e a recep- A16. Os morcegos têm uma visão extremamente defi-
ção, o medidor indica a profundidade. ciente, orientando-se, em seus voos, pelas vibrações
Admita que a velocidade de propagação do som na ultrassônicas. Explique como isso é possível.
água seja v ⫽ 1,5 km/s.

Verificação
V12. Para que a acústica de um auditório seja boa, não V14. O som se propaga na água com velocidade igual
deve haver nem excesso nem carência de reverbera- a 1 450 m/s. Qual a distância entre uma pessoa e a
ção dos sons. Explique por que e sugira soluções que barreira refletora, para que ela possa perceber o eco
possam melhorar a acústica de um ambiente. nesse meio?
V13. Num passeio ao “vale do eco”, um turista percebe V15. Com o “sonar”, verifica-se, numa dada região do oceano
que o primeiro eco de seu grito é ouvido 4 s após Atlântico, que o intervalo de tempo entre a emissão
a emissão. Sendo a velocidade do som no ar igual a de um pulso sonoro e sua posterior recepção é de 2 s.
340 m/s, determine a que distância dele se encontra Se a velocidade do som na água do mar é 1 500 m/s,
o obstáculo refletor. qual a profundidade da região pesquisada?

Revisão
R13. (Unirio-RJ) Em recente espetáculo em São Paulo, a) Determine a distância x para a qual o eco é ouvido
diversos artistas reclamaram do eco refletido pela 3,0 s após a emissão da voz.
arquitetura da sala de concertos que os incomodava b) Determine a menor distância para que a pessoa
e, em tese, atrapalharia o público que apreciava o possa distinguir a sua voz e o eco.
espetáculo. Considerando a natureza das ondas
R15. (PUC-SP) Para determinar a profundidade de um
sonoras e o fato de o espetáculo se dar em um
poço de petróleo, um cientista emitiu com uma fonte,
recinto fechado, indique a opção que apresenta uma
possível explicação para o acontecido: na abertura do poço, ondas sonoras de frequência
a) Os materiais usados na construção da sala de espe- 220 Hz. Sabendo-se que o comprimento de onda,
táculos não são suficientemente absorvedores de durante o percurso, é de 1,5 m e que o cientista
ondas sonoras para evitar o eco. recebe como resposta um eco após 8 s, a profundi-
b) Os materiais são adequados, mas devido à super- dade do poço é:
posição das ondas sonoras sempre haverá eco. a) 2 640 m c) 2 880 m e) 330 m
c) Os materiais são adequados, mas as ondas esta- b) 1 440 m d) 1  320 m
cionárias formadas na sala não podem ser elimi- R16. (Fatec-SP) Os morcegos são cegos. Para se guiarem
nadas, e assim, não podemos eliminar o eco. eles emitem um som na faixa de frequências ultras-
d) A reclamação dos artistas é infundada porque não sônicas que é refletido pelos objetos, no fenômeno
existe eco em ambientes fechados. conhecido como eco, e processado, permitindo a
e) A reclamação dos artistas é infundada porque
determinação da distância do objeto. Considerando-
o que eles ouvem é o retorno do som que eles
se que a velocidade do som no ar é de 340 m/s e
mesmos produzem e que lhes permite avaliar o
sabendo que o intervalo temporal entre a emissão
que estão tocando.
do grito e o seu retorno é de 1,0 ⭈ 10⫺2 s, a distância
R14. (Unicamp-SP) O menor intervalo de tempo entre na qual um objeto se encontra do morcego é de:
dois sons percebidos pelo ouvido humano é de a) 3,4 m c) 17 m e) 340 m
0,10 s. Considere uma pessoa defronte a uma parede b) 34 m d) 1,7 m
em um local onde a velocidade do som é de 340 m/s.
R17. (UE-PB) O sonar (sound navigation and ranging)
é um dispositivo que, instalado em navios e sub-
Lettera Studio

marinos, permite medir profundidades oceânicas e


detectar a presença de obstáculos. Originalmente,
x foi desenvolvido com finalidades bélicas durante a
Segunda Guerra Mundial (1939-1945), para permitir a
localização de submarinos e outras embarcações do
inimigo. O seu princípio é bastante simples, encon-
trando-se ilustrado na figura a seguir.

CAPÍTULO 31 - As ondas sonoras 455


dominante é normalmente 10 kHz a 40 kHz. O sinal
sonoro propaga-se na água em todas as direções até
encontrar um obstáculo. O sinal sonoro é então refle-
tido (eco) dirigindo-se uma parte da energia de volta

Studio Caparroz
para o navio onde é detectado por um hidrofone.
(Adaptado de JUNIOR, F. R. Os Fundamentos da
Física. 8. ed. Vol. 2. São Paulo: Moderna, 2003, p. 417)
Acerca do assunto tratado no texto, analise a
seguinte situação-problema:
Um submarino é equipado com um aparelho denomi-
h nado sonar, que emite ondas sonoras de frequência
4,00 ? 104 Hz. A velocidade de propagação do som
na água é de 1,60 ? 103 m/s. Esse submarino, quando
em repouso na superfície, emite um sinal na direção
vertical através do oceano e o eco é recebido após
0,80 s. A profundidade do oceano nesse local e o
comprimento de ondas do som na água, em metros,
são, respectivamente:
a) 610 e 3,5 ? 1022 d) 640 e 4 ? 1022
Inicialmente, é emitido um impulso sonoro por um b) 620 e 4 ? 10 22 e) 600 e 3 ? 1022
dispositivo instalado no navio. A sua frequência c) 630 e 4,5 ? 1022

APROFUNDANDO

• Por que o som do eco é mais fraco que o som emitido?


• Por que, nos estandes de tiro, os atiradores usam tampões nos ouvidos?

Refração e interferência comprimento de onda Q (fig. 10). Num ponto genérico


X, onde as ondas se superpõem, poderemos ter inter-
de ondas sonoras ferência construtiva (som mais forte), se a diferença de
A refração das ondas sonoras ocorre quando caminhos percorridos pelas ondas for múltiplo par de
muda o meio no qual elas se propagam. Como a velo- meio comprimento de onda:
cidade das ondas sonoras é maior nos meios mais
Q
rígidos, ao passar, por exemplo, do ar para a água, o F1X 2 F2X 5 p  (p 5 0, 2, 4, 6...)
2
raio de onda sonora se afasta da normal à superfície
no ponto de incidência, ao contrário do que acontece F1 F2
com as ondas luminosas (fig. 9).

ar
X
água
r
Figura 10

i,r
A interferência no ponto X será destrutiva (silên-
Figura 9
cio ou som muito fraco), se a diferença de caminhos
A interferência de ondas sonoras ocorre quando das ondas for múltiplo ímpar de meio comprimento
um ponto do meio é atingido, ao mesmo tempo, por de onda:
mais de uma perturbação de natureza sonora (fig. 10).
Consideremos duas fontes sonoras F1 e F2 emi- Q
F1X 2 F2X 5 i  (i 5 1, 3, 5, 7...)
tindo em fase ondas de mesma amplitude e de mesmo 2

456 UNIDADE 6 - Ondas


Essas condições de interferência construtiva e batimentos que ocorrem na unidade de tempo (fre-
destrutiva, embora estejam sendo estabelecidas para quência dos batimentos) é dado pela diferença entre
as ondas sonoras, valem para outros tipos de ondas as frequências dos sons que se superpõem:
periódicas, como as ondas na superfície da água, as
ondas luminosas, etc.
N 5 fb 2 fa
Um tipo importante de interferência sonora
ocorre quando há superposição de ondas sono-
ras cujas frequências são ligeiramente diferentes. (a) t
Ouvem-se então os denominados batimentos, que
consistem em flutuações periódicas da intensidade (b) t
do som resultante ouvido. Representamos a seguir
duas ondas de frequências quase iguais (figs. 11a e
11b) e a resultante obtida (fig. 11c). Observe a flu- (c) t
tuação da amplitude (responsável pela intensidade
ouvida), registrada na linha tracejada. O número de Figura 11

Aplicação
A17. Uma onda sonora que se propaga no ar apresenta No meio a, a velocidade é 1 200 m/s. Sabendo-se
velocidade v1, comprimento de onda Q1 e frequência 1 ™3
f1. Ao passar para a água, como mostra a figura, os que sen 30° ⫽ e sen 60° ⫽ , determine a velo-
2 2
valores daquelas grandezas tornam-se, respectiva- cidade da onda no meio b .
mente, v2, Q2 e f2.
Indique como variam as grandezas consideradas. A19. A figura representa dois pequenos alto-falantes, A1 e
A2, que emitem ondas sonoras em fase de frequência
50 Hz. A velocidade dessas ondas no meio em ques-
(v1, λ1, f1)
tão é 400 m/s.

ar 50 m
A1 X
água

(v2, λ2, f2)


62 m

A2

A18. Uma onda sonora se refrata como indica a figura.


No ponto X, situado a 50 m do alto-falante A1 e a
62 m do alto-falante A2, é colocado um pequeno
microfone sensível. Esse microfone deverá acusar
a um enfraquecimento ou um reforço sonoro? Por
30°
quê?
60° b
A20. Determine o número de batimentos que ocorrem
por segundo quando um diapasão de frequência
1 020 Hz vibra nas proximidades de outro de fre-
quência 1 024 Hz.

Verificação
V16. Uma onda sonora sofre refração, como indica a
figura, passando de um meio A, onde tem velo-
cidade vA, frequência fA e comprimento de onda A
QA, para um meio B, onde a velocidade é vB, a B
frequência é fB e o comprimento de onda é QB.
Indique como variam essas grandezas carac te-
rísticas da onda.

CAPÍTULO 31 - As ondas sonoras 457


V17. Uma onda sonora se refrata como indica a figura. da fonte F2 e a 4,0 m da fonte F1. Determine o tipo de
interferência que ocorre nesse ponto P.
F1 F2

ar 60°
líquido 45°
r

1 ™2
Sabendo-se que sen 30° ⫽ ; sen 45° ⫽ e
2 2
™3
sen 60° ⫽ , e que, no ar, a velocidade de propa-
2
P
gação é 340 m/s, determine a velocidade de pro-
pagação da onda no líquido.
V19. Ouvem-se 3 batimentos por segundo quando uma
V18. As fontes sonoras F1 e F2 emitem ondas em fase de fonte sonora de frequência 700 Hz vibra nas proxi-
frequência 400 Hz. O ponto P do meio, em que a midades de outra de frequência menor. Determine a
velocidade das ondas é 800 m/s, está situado a 10 m frequência da segunda fonte.

Revisão
R18. (PUC-PR) Assim como os humanos, as baleias tam- propagação do som no ar é de 355 m/s, enquanto,
bém se comunicam entre si. A maioria das espécies na água, é de 1 500 m/s.
de baleia produz uma vasta gama de sons. Embora A figura mostra o raio incidente, e as linhas 1 e 2 repre-
isso não possa ser comparado com a linguagem sentam possíveis raios da onda sonora refratados na
humana, é, contudo, um articulado sistema de comu- água. Considere que as leis de refração para ondas
nicação, no qual cada som é modulado em tons e sonoras sejam as mesmas para a luz. Com fundamento
frequências e repetido constantemente durante nessas afirmações, assinale a alternativa correta.
específicos atos e situações particulares. Uma baleia a) A linha que representa corretamente o raio refra-
emite um som de 50,0 Hz para dizer ao seu descui- tado na água é a linha 1, e o ângulo de refração ␪
dado filhote que deve voltar ao grupo. A velocidade com a normal é menor que 10°.
do som na água é de cerca de 1 500 m/s. b) A linha que representa corretamente o raio refra-
Considerando que a baleia e o filhote estão em tado é a linha 2, e o ângulo de refração ␪ com a
repouso, marque a alternativa correta. normal é maior que 46°.
a) O comprimento de onda desse som na água é de c) A frequência da onda sonora que se propaga na
60 m. água é maior que a frequência da onda sonora
b) O tempo que o som leva para chegar ao filhote se que se propaga no ar.
ele está afastado 1,2 km é de 0,80 s. d) O comprimento de onda do som que se propaga
c) Se as baleias estão próximas da superfície parte no ar é maior que o comprimento de onda do som
da energia pode refratar para o ar. A frequência que se propaga na água.
do som no ar é maior que na água. e) Se o meio ar não é dispersivo para a onda sonora,
d) O comprimento de onda do som emitido quando então a velocidade do som depende da frequên-
passa para o ar é igual ao comprimento de onda cia nesse meio.
do som na água. Dados: sen 10° > 0,173; sen 46° > 0,719.
e) O som emitido pela baleia é um tipo de onda
R20. (UF-PE) Duas fontes sonoras F1 e F2, separadas entre
eletromagnética.
si de 4,0 m, emitem em fase e na mesma frequência.
R19. (UF-MS) Um alto-falante emite ondas sonoras com Um observador, se afastando lentamente da fonte
uma frequência constante, próximo à superfície F1, ao longo do eixo x, detecta o primeiro mínimo de
plana de um lago sereno, onde os raios das fren- intensidade sonora, devido à interferência das ondas
tes de ondas geradas por F1 e F2, na posição x ⫽ 3,0 m. Sabendo-
incidem obli- normal se que a velocidade do som é 340 m/s, qual a fre-
quamente 10° quência das ondas sonoras emitidas, em Hz?
à superfície y
do lago com ar F2
um ângulo
água primeiro mínimo
de incidên- θ2 4,0 m
cia V1 ⫽ 10°.
Sabe-se que a θ1 2
F1 x
velocidade de 1 3,0 m

458 UNIDADE 6 - Ondas


R21. (UF-MG) Dois alto-falantes idênticos, bem peque- Igor mede a distância entre o ponto M e cada um
nos, estão ligados ao mesmo amplificador e emitem dos alto-falantes e encontra 8,0 m e 10,0 m como
ondas sonoras em fase, em uma só frequência, com indicado na figura.
a mesma intensidade, como mostrado nesta figura: 1. Explique por que, ao longo da linha OM, a inten-
sidade do som varia da forma descrita e calcule
o comprimento de onda do som emitido pelos
alto-falantes.

Luiz Rubio
2. Responda: Se a frequência emitida pelos alto-fa-
lantes aumentar, o ponto M estará mais distante
ou mais próximo do ponto O?
Justifique sua resposta.
8,0 m 10,0 m
R22. (UF-MT) Na questão a seguir julgue os itens como V,
se for verdadeiro, ou F, se for falso.
I. O batimento é um fenômeno decorrente da inter-
ferência ou superposição de duas ondas periódi-
M O cas com frequências próximas.
1,0 m II. Caso ocorra batimento com ondas periódicas
Igor está posicionado no ponto O, equidistante sonoras de mesma amplitude A, notaremos
dos dois alto-falantes, e escuta o som com grande reforço no som somente quando a onda resul-
intensidade. Ele começa a andar ao longo da linha tante da superposição apresentar amplitude
paralela aos alto-falantes e percebe que o som vai máxima positiva 2A.
diminuindo de intensidade, passa por um mínimo III. A frequência dos batimentos, quando há super-
e, depois, aumenta novamente. Quando Igor chega posição de duas ondas periódicas com frequên-
ao ponto M, a 1,0 m do ponto O, a intensidade do cias próximas, é dada pela diferença entre as
som alcança, de novo, o valor máximo. Em seguida, frequências das duas ondas superpostas.

APROFUNDANDO

Pesquise a utilização do fenômeno do batimento para a afinação de instrumentos musicais.

Cordas vibrantes dendo a nós nas extremidades e um ventre no ponto


médio. O segundo modo de vibração corresponde
Se uma corda tensa for vibrada, estabelecem- aos nós extremos e mais um nó no ponto central.
se nela ondas transversais que, superpondo-se às O terceiro modo corresponde a mais um nó entre os
refletidas nas extremidades, originam ondas esta- extremos e, assim, a cada novo modo de vibração
cionárias. A vibração da corda transmite-se para o surge mais um nó intermediário, como se percebe
ar adjacente, originando uma onda sonora. Nos ins- na figura 12.
trumentos musicais de corda, como violão, violino,
L
piano, etc., a intensidade do som é ampliada por meio
de uma caixa de ressonância.
Embora, nos instrumentos, o som fundamen-
tal seja produzido junto com os sons harmônicos,
vamos analisar separadamente os vários modos
possíveis de vibração da corda. É importante lem-
brar que a frequência do som resultante emitido é
determinada pela frequência do som fundamental e
o timbre é definido pelos harmônicos que o acom-
panham.
O modo mais simples de vibração da corda
caracteriza sua frequência fundamental, correspon- Figura 12

CAPÍTULO 31 - As ondas sonoras 459


Lembrando que a distância entre dois nós conse- para N ⫽ 3 o terceiro harmônico; e assim suces-
sivamente.
cutivos é igual a meio comprimento de onda Q e que 122 v
a frequência é dada por f ⫽ v , onde v é a velocidade da L Q f5
Q
Q
onda na corda, podemos organizar a tabela ao lado. Q v
1º modo de vibração 2L
Portanto, na corda vibrante, as várias frequências 2 2L
naturais de vibração podem ser expressas por: Q 2L v
2º modo de vibração 2  2 
2 2 2L
v Q 2L v
f 5 N  (N 5 1, 2, 3...) 3º modo de vibração 3  3 
2L 2 3 2L
Observe que para N ⫽ 1 temos a frequência Q 2L v
Nº modo de vibração N  N 
fundamental; para N ⫽ 2 o segundo harmônico; 2 N 2L

OBSERVE

Como já foi visto no estudo dos fenômenos ondulatórios, sendo F a intensidade da força que traciona
a corda de comprimento L, de seção transversal com área S e constituída de um material de densidade d
como na figura abaixo, a velocidade de propagação v das ondas na corda é dada por:

Conceitograf
L
F F F
v⫽   
dS S
Substituindo as frequências naturais na corda na expressão anterior, obtemos a denominada Fórmula
de Lagrange:
N F
f5  
2L dS

Nessa fórmula, o produto dS ⫽ R é igual à densidade linear da corda, correspondendo numericamente


à massa por unidade de comprimento da corda, isto é, R ⫽ m/L, sendo m a massa da corda e L o seu com-
primento.

Aplicação
A21. Uma corda de violão apresenta comprimento A22. Ondas transversais se propagam numa corda tensa
L ⫽ 0,60 m. Determine os três maiores com- de comprimento 1,0 m, com velocidade 10 m/s. Deter-
primentos de ondas estacionárias que se podem mine a frequência do som fundamental, do segundo
estabelecer nessa corda. e do terceiro harmônico emitidos por essa corda.
Thinkstock/Getty Images

A23. Uma corda de aço para piano tem 50 cm de com-


primento e 5,0 g de massa. Determine a frequência
do som fundamental emitido por essa corda quando
submetida à força tensora de intensidade 400 N.
A24. Uma corda de 0,50 m de comprimento tem seção
transversal de área 1,0 ⭈ 10⫺9 m2 e é feita de um mate-
rial de densidade 1,0 ⭈ 104 kg/m3. Estando fixa nas
extremidades, essa corda emite o som fundamental
quando submetida a uma força de tração de 10 N.
Determine a frequência desse som fundamental
emitido.

460 UNIDADE 6 - Ondas


Verificação
V20. Numa corda de um instrumento musical, cujo compri- V22. Numa corda de comprimento 0,50 m, propagam-
mento é L, estabelecem-se ondas estacionárias. Qual se ondas transversais com velocidade de 5,0 m/s.
o máximo comprimento de onda que essas ondas Determine o comprimento de onda e a frequência
podem ter? do 4º harmônico entre as ondas estacionárias que se
estabelecem na corda.
V21. Uma corda de violão tem comprimento L ⫽ 50 cm.
Tangida a corda, estabelecem-se nela ondas estacio- V23. Uma corda metálica com 0,10 kg de massa mede
nárias. Determine os dois maiores comprimentos de 1,0 m de comprimento. Calcule a intensidade da força
onda estacionária nessa corda. de tração a que deve ser submetida para estar afi-
nada com diapasão de frequência 100 Hz.

Revisão
R23. (UF-PB) A superposição de ondas incidentes e refle-

Studio Caparroz
tidas com mesmas amplitudes, dá origem a uma
figura de interferência denominada onda estacioná-
X
ria. Nesse sentido, considere uma situação em que
uma corda tem uma das suas extremidades fixa a Y
uma parede e a outra extremidade conectada a um A
oscilador (fonte de vibração) que vibra com uma
frequência de 80 Hz. A distância entre o vibrador e a
parede é de 8 m.
Sabendo que as velocidades de propagação das
ondas na corda são de 320 m/s, a onda estacionária
na corda está melhor representada na figura: Assinale a alternativa que preenche, correta e res-
pectivamente, as lacunas do texto que descreve esse
Studio Caparroz

processo. Verifica-se, nesse processo, que o som


a) Fonte a emitido fica mais _______________________,
pois ao __________________ o comprimento da
corda, _____________________ a frequência do
som emitido.
a) grave...aumentar...diminui
b) Fonte b b) grave...diminuir...aumenta
c) agudo...diminuir...aumenta
d) agudo...diminuir...diminui
e) agudo...aumentar...diminui

c) Fonte c R25. (UF-MG) Bruna afina a corda mi de seu violino, para


que ela vibre com uma frequência mínima de 680 Hz.
A parte vibrante das cordas do violino de Bruna mede
35 cm de comprimento, como mostrado nesta figura.
35 cm
d) Fonte d
Conceitograf

e) Fonte e

Considerando essas informações:


1. Calcule a velocidade de propagação de uma onda
R24. (Fatec-SP) Um artista, para apresentar uma canção, na corda mi desse violino.
toca (faz vibrar) a corda de um violão no ponto A 2. Considere que a corda mi esteja vibrando com
com uma das mãos e com a outra tensiona, com uma frequência de 680 Hz.
o dedo, a mesma corda no ponto X. Depois disso, Determine o comprimento de onda, no ar, da onda
começa a percorrer a corda da posição X até a posi- sonora produzida por essa corda.
ção Y, com o dedo ainda a tensionando, conforme a Dado: velocidade de propagação do som no
figura a seguir, ar ⫽ 340 m/s.

CAPÍTULO 31 - As ondas sonoras 461


R26. (UF-MG) Ao tocar um violão, um músico produz de 5 cm. Sendo de 30 ms–1 a velocidade da onda,
ondas nas cordas desse instrumento. Em conse- calcule:
quência, são produzidas ondas sonoras que se pro- a) a frequência da vibração;
pagam no ar. Comparando-se uma onda produzida b) as frequências ressonantes menores.
em uma das cordas do violão com a onda sonora
R28. (U. E. Ponta Grossa-PR) A corda de um instrumento
correspondente, é correto afirmar que as duas têm:
musical teve de ser substituída às pressas durante
a) a mesma amplitude.
um concerto. Foi dada ao músico uma outra, de
b) a mesma frequência.
mesmo material, mas com o dobro do diâmetro.
c) a mesma velocidade de propagação.
Calcule em quantas vezes deverá ser aumentada a
d) o mesmo comprimento de onda.
intensidade da força de tração na corda para que a
R27. (UF-MT) Uma corda vibrante com 15 cm de compri- frequência das suas oscilações continue igual à da
mento forma onda estacionária com nós separados corda original.

Tubos sonoros L Q f5
v
Q
Basicamente, um tubo sonoro é uma coluna de
ar na qual se estabelecem ondas estacionárias longi- Q v
tudinais, determinadas pela superposição de ondas 1º modo de vibração 2L
2 2L
de pressão geradas numa extremidade com as ondas
refletidas na outra extremidade. Q 2L v
2º modo de vibração 2  2 
A produção da onda de pressão numa extremi- 2 2 2L
dade é devida a um dispositivo denominado embo- Q 2L v
cadura. Um jato de ar dirigido contra a embocadura 3º modo de vibração 3  3 
2 3 2L
é afunilado e determina a vibração que dá origem
às ondas. Q 2L v
Nº modo de vibração N  N 
Conforme a extremidade oposta à embocadura, 2 N 2L
seja aberta ou fechada, podemos ter dois tipos de
tubos sonoros: os tubos abertos e os tubos fechados. Assim, num tubo aberto, as frequências naturais
Nas figuras seguintes, só representamos a coluna de vibração são dadas pela fórmula:
gasosa vibrante, omitindo a embocadura.
v
f 5 N  (N 5 1, 2, 3...)
2L
Tubos abertos
A onda estacionária longitudinal que se forma Para N ⫽ 1, temos a frequência fundamental; para
apresenta um ventre em ambas as extremidades. O N ⫽ 2, o segundo harmônico; para N ⫽ 3, o terceiro
modo mais simples de vibrar corresponde a um nó no harmônico; e assim por diante.
ponto central. A cada novo modo de vibração, surge
mais um nó intermediário, como mostra a figura 13. Tubos fechados
A onda estacionária longitudinal que se estabe-
L
lece apresenta um ventre na extremidade da embo-
cadura e um nó na extremidade fechada. Em todos
os modos de vibração, essa situação se mantém,
aumentando apenas o número de nós intermediários,
como se nota na figura 14.
L

Figura 13

Como a distância entre dois ventres consecutivos


é igual a meio comprimento de onda Q e a frequên-
122
cia é dada por f ⫽ v , onde v é a velocidade da onda
Q
no gás do tubo, podemos estabelecer a tabela: Figura 14

462 UNIDADE 6 - Ondas


A distância entre um ventre e o nó consecutivo Portanto, num tubo fechado, as frequências natu-
Q
equivale a um quarto do comprimento de onda . 142 rais são múltiplos ímpares da relação v , como se
4L
v depreende da fórmula:
Como a frequência de vibração é dada por f ⫽ ,
Q
podemos organizar a seguinte tabela:
v
v f 5 i  (i 5 1, 3, 5...)  
f5 4L
L Q
Q
Q v Para i ⫽ 1, temos a frequência fundamental; para
1º modo de vibração 4L
4 4L
i ⫽ 3, o terceiro harmônico; para i ⫽ 5, o quinto
Q 4L v
2º modo de vibração 3  3  harmônico; etc. Tubo fechado não emite harmônico
4 3 4L
de ordem par.
Q 4L v
3º modo de vibração 5  5 
4 5 4L
Q 4L v
Nº modo de vibração i  i 
4 i 4L

Aplicação
A25. Um tubo sonoro aberto mede 1,20 m de compri- A27. Determine o menor comprimento de um tubo aberto e
mento. Determine o comprimento de onda do som de outro fechado para que entrem em ressonância no
fundamental que ele emite e a sua frequência, ar com um diapasão de frequência 330 Hz. A veloci-
sabendo que no seu interior foi colocado um gás no dade do som no ar é 330 m/s. Compare os resultados.
qual o som se propaga com velocidade de 360 m/s.
A28. Dois tubos sonoros, o primeiro fechado e de com-
A26. Num tubo fechado de 1,20 m de comprimento, o som primento L1, o segundo aberto e de comprimento L2,
se propaga com velocidade 360 m/s. Determine o emitem a mesma frequência fundamental.
comprimento de onda e a frequência do som funda- L
Determine a relação 2 .
mental e do 3º harmônico. Esquematize esses modos L1
de vibração.

Verificação
V24. Um tubo aberto apresenta 1,70 m de comprimento A velocidade do som no ar do tubo é 300 m/s.
e emite um som fundamental de frequência 100 Hz. Determine o comprimento de onda e a frequência
Determine o comprimento de onda do som emitido do som que esse tubo emite.
e a velocidade com que se propaga no ar do tubo.
V26. Determine o menor comprimento de um tubo fechado
V25. Na figura está esquematizada uma onda estacionária e de outro aberto para que entrem em ressonância
que se forma num tubo fechado de comprimento com uma fonte de frequência 680 Hz. A velocidade do
L ⫽ 2,40 m. som no ar é 340 m/s. Compare os resultados obtidos.
V27. Um tubo fechado de comprimento L emite um som
fundamental de frequência dupla do som fundamen-
tal emitido por um tubo aberto. Determine o compri-
mento do tubo aberto.

Revisão
R29. (UF-CE) Considere um tubo sonoro aberto de R30. (Mackenzie-SP) Considere a velocidade do som no
40 cm de comprimento, cheio de ar, onde as ondas ar igual a 330 m/s. O menor comprimento de um
sonoras se propagam com velocidade de 340 m/s. tubo sonoro aberto que entra em ressonância com
Sabendo que a capacidade de audição de uma pes- um diapasão de frequência 440 Hz é aproximada-
soa vai de 20 Hz a 20 000 Hz, determine quantos mente:
harmônicos esta pessoa pode ouvir, produzidos no a) 19 cm c) 38 cm e) 75 cm
tubo considerado. b) 33 cm d) 67 cm

CAPÍTULO 31 - As ondas sonoras 463


R31. (UF-PE) A figura mostra uma onda estacionária em R34. (Vunesp-SP) Na orelha externa do aparelho audi-
um tubo de comprimento L ⫽ 5 m, fechado em uma tivo do ser humano encontra-se o meato acústico,
extremidade e aberto na outra. Considere que a canal auditivo que realiza a comunicação entre o
velocidade do som no ar é 340 m/s e determine a meio externo e a orelha média. A figura mostra
frequência do som emitido pelo tubo, em hertz. um esquema simplificado do aparelho auditivo
humano.

orelha externa orelha orelha


média interna
ossículos janela
oval
L
nervo
auditivo
R32. (UF-PR) Uma cerca elétrica foi instalada em um
muro onde existe um buraco de forma cilíndrica e
fechado na base, conforme representado na figura.
Os fios condutores da cerca elétrica estão fixos em
ambas as extremidades e esticados sob uma tensão
de 80 N. Cada fio tem comprimento igual a 2,0 m e
massa de 0,001 kg. Certo dia, alguém tocou no fio cóclea
da cerca mais próximo do muro e esse fio ficou osci-

Studio Caparroz
lando em sua frequência fundamental. Essa situação
fez com que a coluna de ar no buraco, por ressonân-
pavilhão meato membrana
cia, vibrasse na mesma frequência do fio condutor. auricular acústico timpânica
As paredes do buraco têm um revestimento ade-
quado, de modo que ele age como um tubo sonoro As ondas sonoras que atingem o pavilhão auricular
fechado na base e aberto no topo. Considerando formam ondas estacionárias no canal auditivo e
que a velocidade do som no ar seja de 330 m/s e fazem o tímpano vibrar com a mesma frequência.
que o ar no buraco oscile no modo fundamental, Esse canal pode ser comparado a um tubo sonoro
assinale a alternativa que apresenta corretamente a semifechado que apresenta frequência fundamental
profundidade do buraco. correspondente à frequência de uma onda sonora
de menor nível de intensidade que pode ser ouvida
Luiz Rubio

pelo ser humano.


cerca Analise o gráfico com valores médios do nível de
intensidade sonora, em decibéis (dB), em função
da frequência percebida pelo aparelho auditivo
humano.

limiar da dor
nível de intensidade sonora (dB)

muro 120
buraco 100

80

60
a) 0,525 m d) 1,250 m
40 limiar da
b) 0,650 m e) 1,500 m
audição
c) 0,825 m
20
R33. (UF-PI) Um tubo sonoro de 2 m de comprimento
emite um som de várias frequências, entre elas, a 10 20 40 100 200 400 1 000 4 000 10 000 20 000
frequência de 297,5 Hz. Considere a velocidade do
frequência (Hz)
som no ar igual a 340 m/s. Analise as afirmativas a
seguir em V (verdadeira) ou F (falsa). O limiar da dor é apresentado pela linha vermelha
a) O tubo sonoro é aberto nas duas extremi- superior e o limiar da audição é representado pela
dades. linha verde inferior.
b) O tubo sonoro é aberto em uma extremidade e Com base nessas informações e considerando que
fechado na outra. as ondas sonoras se propagam no ar com velocidade
c) A frequência correspondente ao harmônico fun- de 340 m/s, estima-se que o comprimento do canal
damental deste tubo sonoro é 42,5 Hz. auditivo vale, em cm, aproximadamente:
d) O harmônico de maior ordem na faixa do audível a) 0,4 d) 2,8
(20 Hz a 20 000 Hz), produzido por este tubo, é b) 1,7 e) 4,2
o harmônico de número 469. c) 2,1

464 UNIDADE 6 - Ondas


AMPLIE SEU CONHECIMENTO

As notas musicais
Os nomes usados hoje para as notas musicais

Thinkstock/Getty Images
foram estabelecidos no século XI pelo monge bene-
ditino Guido de Arezzo, a partir das letras iniciais dos
versos de um hino latino em homenagem a São João:

Ut queant laxis
Resonare fibris
Mira gestorum
Famuli tuorum
Solve polluti
Labii reatum
Sancte Ioannes

Posteriormente, o ut foi substituído por dó, iniciais de dominus (senhor).

Efeito Doppler menor número de frentes de onda na unidade de


tempo. A figura 16 indica como as frentes de onda
É comum a verificação de que, quando uma fonte se afastam umas das outras, quando a fonte sonora
sonora (uma ambulância com a sirene ligada, por se afasta de um observador parado.
exemplo) se aproxima ou se afasta de nós acelerando,
o som que ouvimos não mantém uma frequência
constante. Nota-se que, à medida que a fonte se apro-

Avelino Guedes
xima, o som ouvido vai se tornando mais agudo e, à
medida que se afasta, o som ouvido vai se tornando
mais grave.
Esse fenômeno, segundo o qual o observador Figura 16
ouve um som de frequência diferente da que foi emi- Se a velocidade relativa de aproximação ou
tida pela fonte, em virtude do movimento relativo afastamento entre fonte e observador se mantiver
entre a fonte e o observador, é denominado efeito constante no decorrer do tempo, a frequência ouvida
Doppler. (maior ou menor que a frequência real emitida) se
Explica-se o aumento da frequência ouvida em manterá constante.
relação à emitida quando há aproximação entre fonte Nesse caso, sendo f a frequência real emitida, vF
e observador, pelo fato de o ouvinte receber maior a velocidade da fonte, vO a velocidade do observador
número de frentes de onda na unidade de tempo. A e vS a velocidade do som, a frequência ƒ⬘ouvida pelo
figura 15 mostra como as frentes de onda se aproxi- observador será expressa pela fórmula:
mam umas das outras, na situação em que a fonte
sonora se aproxima de um observador parado. vS t vO
f’ 5 f ?  
vS t vF
Avelino Guedes

Para utilização dessa fórmula, o sinal positivo


ou negativo que precede as velocidades vO e vF deve
ser usado de acordo com a seguinte regra: orienta-se
Figura 15
um eixo do observador para a fonte; se o movimento
A diminuição da frequência ouvida em rela- for a favor desse eixo, usa-se o sinal positivo; se o
ção à emitida, quando há afastamento entre fonte e movimento for contra esse eixo, usa-se o sinal nega-
observador, é explicada em vista de o ouvinte receber tivo (fig. 17).
CAPÍTULO 31 - As ondas sonoras 465
Verifica-se que o efeito Doppler ocorre também

Ilustrações: Lettera Studio


com as ondas luminosas. Evidentemente, para que
esse efeito seja perceptível em relação à luz, é neces-
sário que a velocidade relativa entre fonte e observa-
dor seja da ordem de grandeza da velocidade da luz.
Quando a fonte de luz se afasta, a frequência vista
é menor que a emitida (desvio para o vermelho) e
ouvinte
: +v0
fonte
: +vF
quando a fonte de luz se aproxima, a frequência vista
: –v0 : –vF é maior que a emitida (desvio para o violeta).
Figura 17

Aplicação
A29. A frequência do som emitido por uma fonte é de
4 000 Hz. Se a fonte se aproxima de um observador
com velocidade de 70 m/s em relação à Terra, e este
se aproxima da fonte com velocidade de 5,0 m/s em
relação à Terra, qual a frequência por ele ouvida? A
velocidade do som no ar é 340 m/s.
A30. Quando uma ambulância passou por uma pessoa
parada, o som que ela ouvia teve sua frequência A31. Quando um observador se desloca entre duas
diminuída de 1 000 Hz para 800 Hz. Sendo a velo- fontes paradas que emitem sons de mesma fre-
cidade do som no ar igual a 340 m/s, determine quência, ele percebe que as frequências ouvidas
a velocidade da ambulância e a frequência real 4
estão na razão de . Sendo a velocidade do som no
emitida. 3
ar 340 m/s, determine a velocidade do observador.

Verificação
V28. Uma fonte sonora se aproxima de um observador Determine a velocidade desenvolvida pela viatura
com velocidade absoluta de 72 km/h, enquanto e a frequência emitida por sua sirene. A velocidade
este se afasta da fonte com velocidade absoluta de do som no ar, no caso, é igual a 350 m/s.
18 km/h. A velocidade do som no ar é 340 m/s e a
V30. Dois alto-falantes estão emitindo sons com mesma
frequência emitida pela fonte é de 12 000 Hz. Deter-
frequência. Um observador se desloca ao longo da
mine a frequência ouvida pelo observador.
reta comum aos dois, aproximando-se de um e afas-
V29. A frequência do som que um indivíduo parado ouve tando-se do outro. Determine a velocidade desse
quando passa por ele uma viatura oficial com a sirene observador, a fim de que a relação entre as frequên-
ligada diminui de 600 Hz para 500 Hz. cias ouvidas seja 1,5. A velocidade do som no ar, nas
condições da experiência, é 340 m/s.

Revisão
R35. (UF-MG) Este diagrama representa cristas consecuti- b) Considere duas pessoas, uma situada em M e a
vas de uma onda sonora emitida por uma fonte que outra em N. Indique se a pessoa em M vai ouvir
se move em uma trajetória retilínea MN. o som com frequência maior, menor ou igual à
frequência ouvida pela pessoa em N. Justifique
sua resposta.
M N R36. (UnB-DF) Um indivíduo percebe que o som da buzina
de um carro muda de tom à medida que o veículo se
aproxima ou se afasta dele. Na aproximação, a sen-
sação é de que o som é mais agudo, no afastamento,
a) Indique o sentido do movimento da fonte sonora, mais grave. Esse fenômeno é conhecido em Física
se de M para N ou de N para M. Justifique sua como efeito Doppler. Considerando a situação des-
resposta. crita, julgue os itens que se seguem.

466 UNIDADE 6 - Ondas


I. As variações na tonalidade do som da buzina d) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.
percebidas pelo indivíduo devem-se a variações e) Todas as afirmativas são verdadeiras.
da frequência da fonte sonora.
R38. (UF-PA) Dois automóveis cruzam-se em sentidos
II. Quando o automóvel se afasta, o número de cris-
opostos, à velocidade de 60 km/h e 80 km/h, res-
tas de onda por segundo que chegam ao ouvido
pectivamente. O mais rápido emite um som com fre-
do indivíduo é maior.
quência de 680 hertz. Qual a frequência, em hertz,
III. Se uma pessoa estiver se movendo com o mesmo
percebida pelos ocupantes do outro carro antes do
vetor velocidade do automóvel, não mais terá a
cruzamento? A velocidade do som no ar é 340 m/s.
sensação de que o som muda de tonalidade.
IV. Observa-se o efeito Doppler apenas para ondas R39. (PUC-PR) Uma fonte de ondas mecânicas F está emi-
que se propagam em meios materiais. tindo infrassons de frequência 16 Hz. A fonte apro-
xima-se com velocidade de 72 km/h, em relação ao
R37. (Udesc-SC) Na figura estão representadas, fora de
solo e se direciona para o observador. Esse observa-
ordem, as seguintes ondas sonoras: a emitida por
dor aproxima-se da fonte com velocidade constante
uma fonte estacionária; a refletida por um veículo
de intensidade vO em relação ao solo e direcionada
que se aproxima dessa fonte; e a refletida por um
para F. Sabe-se que a velocidade do infrassom no ar
veículo que se afasta dessa fonte.
é de 340 m/s e que a faixa de frequência audível do

Studio Caparroz
onda A observador é de 20 Hz a 20 000 Hz. Qual é o mínimo
valor de vO para que o infrassom se transforme em
som audível para o observador?
onda B
a) 60 m/s c) 60 km/h e) 30 km/h
b) 110 m/s d) 30 m/s

R40. (ITA-SP) Um violonista deixa cair um diapasão de


frequência 440 Hz. A frequência que o violonista
onda C
ouve na iminência de o diapasão tocar no chão é de
436 Hz. Desprezando o efeito da resistência do ar, a
Analise as proposições sobre essas ondas sonoras. altura da queda é:
I. A onda B é a de menor amplitude. a) 9,4 m
II. A onda A é a de menor frequência. b) 4,7 m
III. Sendo Q o comprimento de onda, QB ⬎ QC ⬎ QA. c) 0,94 m
IV. Um observador junto à fonte detecta o efeito d) 0,47 m
Doppler nas ondas A e B. e) Situação impossível, pois a frequência deve
Assinale a alternativa correta. aumentar à medida que o diapasão se aproxima
a) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras. do chão.
b) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras. Dados: velocidade do som no ar v ⫽ 330 m/s;
c) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras. aceleração da gravidade g ⫽ 9,8 m/s.

APROFUNDANDO

• Faça uma pesquisa a respeito de instrumentos musicais que se baseiam em tubos sonoros.
• Você conhece marimba? Marimba é um instrumento musical que você mesmo pode construir. Ponha
água dentro de várias garrafas iguais: na primeira, pouca água, na segunda, um pouco mais, e assim por
diante. Batendo nelas com uma vareta, você vai obter diferentes sons; então, controlando as quantidades
de água, estabeleça uma escala musical.
• Qual o princípio de funcionamento do silenciador do automóvel? E o do silenciador de uma arma de
fogo?
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CAPÍTULO 31 - As ondas sonoras 467


capítulo

32 As ondas eletromagnéticas

A teoria eletromagnética plano de vibração de E plano de vibração


de B

de Maxwell E

Marco A. Sismotto
raio de onda
Vimos que as ondas sonoras são produzidas
por sistemas mecânicos que oscilam. De modo B
análogo, cargas elétricas oscilantes dão origem às
Figura 1
ondas eletromagnéticas.
De acordo com a teoria eletromagnética esta- Sendo determinadas pela variação de campo elé-
belecida pelo físico escocês Maxwell (1831-1879) trico e de campo magnético, as ondas eletromagnéticas
em meados do século XIX, quando uma carga elé- podem se propagar no vácuo. Nesse meio, a velocidade
trica oscila há produção de um campo elétrico, de propagação das ondas eletromagnéticas é máxima
caracterizado pelo vetor campo elétrico E, e de e vale 300 000 km/s. Nos meios materiais, as ondas
um campo magnético, caracterizado pelo vetor eletromagnéticas se propagam com velocidades infe-
indução magnética B. Esses campos são variáveis riores a esse valor.
e essa variação determina uma perturbação que De um modo geral, qualquer carga elétrica que
se propaga através do espaço, constituindo a onda esteja acelerada (isto é, que possui aceleração), emite
eletromagnética. onda eletromagnética. A carga elétrica oscilante é um
Uma onda eletromagnética é determinada pela exemplo de carga elétrica acelerada.
variação periódica do vetor campo elétrico E e do A seguir, apresentamos vários tipos de ondas
vetor indução magnética B, sendo representada como eletromagnéticas, em ordem crescente de frequência
se mostra na figura 1. Observe que as direções dos e decrescente de comprimento de onda no vácuo.
vetores E e B são perpendiculares. Observe que diferentes tipos de fontes geram os dife-
rentes tipos de ondas eletromagnéticas.
direção de aumento de frequência

Studio Caparroz
direção de diminuição de período
luz visível raios
ondas de rádio micro-ondas raios infravermelhos raios ultravioleta raios X gama

ondas AM
longas FM radar
TV
ondas
curtas lâmpada ampola
comum de raios X
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468 UNIDADE 6 - Ondas


A luz visível 3,8 ⭈ 1014 Hz e 8,3 ⭈ 1014 Hz. Os comprimentos de onda
no vácuo, em correspondência, estão compreendidos
A retina de nossos olhos não é sensível a todas entre 7 800 A (ou 780 nm) e 3 600 Å (ou 360 nm).
as ondas eletromagnéticas. A luz visível corresponde Os diferentes tipos de luzes monocromáticas se dis-
a um pequeno trecho do espectro eletromagnético, tribuem, então, do seguinte modo: luz vermelha, luz
constituído pelas ondas eletromagnéticas com fre- alaranjada, luz amarela, luz verde, luz azul, luz anil,
quências compreendidas aproximadamente entre luz violeta.

101 103 105 107 109 1011 1013 1015 1017 1019 1021 1023 1025
f (Hz)

ondas de micro- infra- ultra- raios X raios


rádio ondas vermelho violeta gama

107 105 103 101 1021 1023 1025 1027 1029 10211 10213 10215 10217
λ (m)

luz visível

λ (nm)
700 650 600 550 500 450 400
Figura 2

OBSERVE

Os comprimentos de onda da luz visível, por serem muito pequenos, costumam ser expressos nos submúl-
tiplos do metro:
angstrom (A): 1 A ⫽ 10⫺10 m
nanômetro (nm): 1 nm ⫽ 10⫺9 m

Polarização da luz luz polarizada. A figura 4 mostra, de modo simplificado,


o processo de polarização da luz ao atravessar uma
Geralmente, uma fonte luminosa emite luz cons- substância polarizadora.
tituída por ondas eletromagnéticas que apresentam
vibrações em diversos planos perpendiculares a cada
raio de onda. A luz, nessas condições, é denominada
luz natural, podendo, de modo simplificado, ser repre-
sentada como indica a figura 3.

P
luz natural luz
polarizador polarizada
Figura 4

É importante observar que o polarizador fun-


Figura 3
ciona como uma espécie de fenda, só se deixando
Ao atravessar certas substâncias, essa luz natu- atravessar pelas vibrações num dado plano. Assim,
ral pode sofrer o fenômeno denominado polarização, se a luz que emerge do primeiro polarizador incidir
de modo que a luz emergente passa a apresentar num segundo polarizador não alinhado com o pri-
vibrações em um único plano, sendo denominada meiro, não haverá emergência de luz (fig. 5).
CAPÍTULO 32 - As ondas eletromagnéticas 469
luz natural luz polarizada A ocorrência de polarização com a luz eviden-
cia ser ela constituída por ondas transversais, pois
esse fenômeno só pode ocorrer para esse tipo de
onda. As ondas sonoras, sendo do tipo longitudinal,
não sofrem polarização.

1º polarizador 2º polarizador não


Figura 5 alinhado com o 1º
Aplicação
A1. As radiações eletromagnéticas, no vácuo, se caracteri- A3. Uma onda luminosa tem frequência de 7,5 ⭈ 1014 Hz. Qual
zam por possuírem: seu comprimento de onda no vácuo, onde se propaga
a) mesma frequência. com velocidade 3 ⭈ 108 m/s?
b) mesma velocidade.
c) mesmo comprimento de onda.
A4. Conforme está sendo amplamente divulgado pela
d) mesma amplitude. imprensa, a camada de ozônio que envolve a Terra
e) diferentes amplitudes. está sendo destruída e isso pode causar sérios prejuí-
zos ao homem e aos demais seres vivos. Que tipo de
A2. Das radiações eletromagnéticas a seguir, qual a que onda eletromagnética está ligado ao problema? Que
apresenta maior frequência? prejuízos pode causar?
a) micro-ondas
b) raios infravermelhos A5. Os “reflexos” produzidos por certas superfícies podem
c) raios X ser reduzidos para um observador ou fotógrafo pela
d) luz ultravioleta utilização de óculos ou filtros polaroides. Qual o prin-
e) luz visível cípio de funcionamento desses dispositivos?

Verificação
V1. As substâncias radioativas apresentam três tipos de c) Azul, violeta, vermelha.
emissão, indicados pelas três primeiras letras do alfa- d) Verde, vermelha, azul.
beto grego: alfa, beta e gama. De que são constituídas e) Violeta, verde, vermelha.
essas três emissões? Qual delas é a mais prejudicial
V4. Justifique os nomes infravermelho e ultravioleta dados
aos seres vivos?
às ondas eletromagnéticas limítrofes com a faixa de luz
V2. Determine a frequência dos raios X que apresen- visível.
tam comprimento de onda 0,1 Å no vácuo. A velo-
V5. A principal diferença entre o comportamento das
cidade das ondas eletromagnéticas no vácuo é
ondas longitudinais e das ondas transversais é que as
3 ⭈ 108 m/s.
primeiras:
V3. Entre as radiações monocromáticas visíveis apresenta- a) não sofrem interferência.
das a seguir, qual a sequência em ordem crescente de b) não se propagam no vácuo.
comprimento de onda? c) não sofrem polarização.
a) Amarela, vermelha, azul. d) não sofrem difração.
b) Vermelha, verde, violeta. e) não apresentam ressonância.

Revisão
R1. (Fatec-SP) Estabelecer uma ligação no celular, sintonizar músicas no rádio ou assistir a um jogo da Copa do Mundo com
transmissão ao vivo são fenômenos decorrentes da utilização de ondas eletromagnéticas que podem ser representadas
pelo espectro eletromagnético a seguir.
Luz visível
Luiz Rubio

Infravermelho Raios X
Raios
Ondas de rádio Micro-ondas Ultravioleta gama (γ)

10 kHz 1 MHz 100 MHz 10 GHz 103 GHz 105 GHz 107 GHz 109 GHz Frequência

470 UNIDADE 6 - Ondas


As ondas de frequências destinadas às telecomunicações recebem o nome de radiofrequência e estão inseridas numa
parte desse espectro eletromagnético. A tabela seguinte mostra alguns intervalos dessas ondas.

TV aberta (VHF) e TV (via Transmissões por


Rádio AM Telefonia celular
Rádio FM satélite) fibras ópticas
530 kHz 30 MHz 3 GHz 300 MHz 105 GHz
Intervalos de Frequência
a a a a a
(valores próximos)
1 600 kHz 300 MHz 30 GHz 3 GHz 106 GHz
De acordo com as informações da tabela e com o espectro eletromagnético, pode-se afirmar que as ondas de radiofre-
quência
a) de transmissões por fibras ópticas estão na faixa dos raios X.
b) de rádio AM e FM estão na faixa do infravermelho.
c) de TV (via satélite) estão na faixa das ondas de rádio.
d) de telefonia celular estão na faixa das micro-ondas.
e) de rádio AM estão na faixa das micro-ondas.

R2. (Vunesp-SP) A luz visível é uma onda eletromagné- A cor depende basicamente do elemento químico
tica, que na natureza pode ser produzida de diver- em maior abundância no material que está sendo
sas maneiras. Uma delas é a bioluminescência, um queimado. A mais comum, vista em incêndios e em
fenômeno químico que ocorre no organismo de simples velas, é a chama amarelada, resultado da
alguns seres vivos, como algumas espécies de pei- combustão do sódio, que emite luz amarela quando
xes e alguns insetos, em que um pigmento chamado aquecido a altas temperaturas. Quando, durante a
luciferina, em contato com o oxigênio e com uma combustão, são liberados átomos de cobre ou bário,
enzima chamada luciferase, produz luzes de várias como em incêndio de fiação elétrica, a cor da chama
cores, como verde, amarela e vermelha. Isso é que fica esverdeada.
permite ao vaga-lume macho avisar para a fêmea (Superinteressante, março de 1996. Adaptado.)
que está chegando, e à fêmea indicar onde está, A luz é uma onda eletromagnética. Dependendo
além de servir de instrumento de defesa ou de atra- da frequência dessa onda, ela terá uma coloração
ção para presas. diferente. O valor do comprimento da onda da luz
é relacionado com a sua frequência e com a energia
Gail Shumway/Photographer's Choice/
Getty Images

que ela transporta: quanto mais energia, menor é o


comprimento de onda e mais quente é a chama que
emite a luz. Luz com coloração azulada tem menor
comprimento de onda do que luz com coloração ala-
ranjada.

Sina Farhat/Flickr Open/Getty Images


I

As luzes verde, amarela e vermelha são consideradas


ondas eletromagnéticas que, no vácuo, têm: II
a) os mesmos comprimentos de onda, diferentes fre-
quências e diferentes velocidades de propagação.
b) diferentes comprimentos de onda, diferentes fre-
quências e diferentes velocidades de propagação.
c) diferentes comprimentos de onda, diferentes fre- Baseando-se nas informações e analisando a ima-
quências e iguais velocidades de propagação. gem, é correto afirmar que, na região I, em relação
d) os mesmos comprimentos de onda, as mesmas fre- à região II:
quências e iguais velocidades de propagação. a) a luz emitida pela chama se propaga pelo ar com
e) diferentes comprimentos de onda, as mesmas fre- maior velocidade.
b) a chama emite mais energia.
quências e diferentes velocidades de propagação.
c) a chama é mais fria.
R3. (Vunesp-SP) Cor de chama depende do elemento d) a luz emitida pela chama tem maior frequência.
queimado. Por que a cor do fogo varia de um material e) a luz emitida pela chama tem menor comprimento
para outro? de onda.

CAPÍTULO 32 - As ondas eletromagnéticas 471


R4. (Unifesp-SP) Quando adaptado à claridade, o olho R5. (UTF-PR) Relacione as informações do 2º grupo de
humano é mais sensível a certas cores de luz do que acordo com os fenômenos numerados no 1º grupo:
a outras. Na figura, é apresentado um gráfico da (1) Difração (5) Polarização
sensibilidade relativa do olho em função dos com- (2) Interferência (6) Onda Estacionária
primentos de onda do espectro visível, dados em (3) Refração (7) Ressonância
nm (1,0 nm ⫽ 10⫺9 m). (4) Reflexão (8) Efeito Doppler-Fizeau
(▲) Pode ocorrer apenas com ondas transversais.
100 (▲) Encontro de pulsos de ondas onde existe o reforço
80 das ondas.
sensibilidade

60 (▲) Capacidade de um objeto vibrar com a mesma


relativa

40 frequência de um outro corpo vibrante que se


20 encontra nas proximidades.
0 (▲) Fenômeno bastante comum, no qual a pessoa
390 440 490 540 590 640 690
λ (nm) ouve distintamente o som direto e posteriormente
o som refletido em um obstáculo.
Considere as cores correspondentes aos intervalos de (▲) Pode ocorrer em cordas e apresenta pontos de
frequências a seguir, expressas em hertz: nós e antinós.
Violeta: 6,9 ⭈ 1014 a 7,5 ⭈ 1014 (▲) Perceptível quando o comprimento de onda e o
tamanho do obstáculo a ser transpassado são da
Azul: 5,7 ⭈ 1014 a 6,9 ⭈ 1014
mesma ordem de grandeza.
Verde: 5,3 ⭈ 1014 a 5,7 ⭈ 1014
(▲) Durante a passagem da onda de um meio para
Amarelo: 5,1 ⭈ 1014 a 5,3 ⭈ 1014
outro, a velocidade se altera e a direção de pro-
Laranja: 4,8 ⭈ 1014 a 5,1 ⭈ 1014
pagação pode alterar-se.
Vermelho: 4,3 ⭈ 1014 a 4,8 ⭈ 1014
(▲) Consiste na mudança aparente da frequência de
Assim, com o valor de 3,0 ⭈ 108 m/s para a velocidade uma onda percebida por um observador.
da luz e as informações apresentadas no gráfico, pode- A sequência correta será:
se afirmar que a cor à qual o olho humano é mais a) 5 ⫺ 8 ⫺ 7 ⫺ 4 ⫺ 6 ⫺ 1 ⫺ 3 ⫺ 2
sensível é o: b) 2 ⫺ 6 ⫺ 3 ⫺ 8 ⫺ 7 ⫺ 1 ⫺ 5 ⫺ 4
a) violeta d) verde c) 3 ⫺ 7 ⫺ 4 ⫺ 2 ⫺ 8 ⫺ 5 ⫺ 6 ⫺ 1
b) vermelho e) amarelo d) 5 ⫺ 2 ⫺ 7 ⫺ 4 ⫺ 6 ⫺ 1 ⫺ 3 ⫺ 8
c) azul e) 6 ⫺ 2 ⫺ 3 ⫺ 7 ⫺ 8 ⫺ 1 ⫺ 5 ⫺ 4

APROFUNDANDO

• O que vem a ser “luz laser”? Quais suas principais aplicações no mundo atual?
• Uma pessoa não consegue se bronzear se o Sol atingi-la através de uma placa de vidro transparente.
Por quê?
• Pesquise as aplicações da polarização da luz.

Interferência luminosa F2X 2 F1X 5 p 


Q
(p 5 0, 2, 4, 6...)
2
Considerando a superposição de ondas lumino-
sas em fase, com a mesma amplitude e o mesmo
comprimento de onda Q (emitidas por fontes coe-
X
rentes), valem as mesmas condições de interferência F1
estabelecidas para as ondas sonoras.
Assim, na figura 6, as fontes luminosas coerentes
F1 e F2 emitem ondas luminosas que se superpõem
nos vários pontos do meio que as envolve. Um ponto
genérico X desse meio será sede de interferência cons- F2
trutiva e se apresentará como um ponto claro ou bri-
lhante, se: Figura 6

472 UNIDADE 6 - Ondas


O ponto genérico X será sede de interferência Considerando as distâncias indicadas na figura 9
destrutiva e se apresentará como um ponto escuro, se: (a entre os anteparos, d entre as fontes F1 e F2, y do
ponto X onde ocorre a interferência ao ponto central
Q O), o comprimento de onda da luz utilizada pode ser
F2X 2 F1X 5 i  (i 5 1, 3, 5, 7...)
2
calculado pela fórmula abaixo.
O físico e médico inglês Thomas Young (1773-1829)
idealizou um dispositivo especial para que a interferência 2dy
Q5
Na
luminosa pudesse ser observada e estudada. A figura 7
esquematiza esse dispositivo: a luz monocromática emi-
A2 A3
tida por uma fonte pontual P se difrata na fenda F de um
primeiro anteparo, A1; as ondas nascidas em F atingem
X
as fendas F1 e F2 de um segundo anteparo, A2, ocor-
rendo novas difrações; as ondas luminosas geradas F1
em F1 e F2 vão se superpor num terceiro anteparo, A3, y

onde a figura de interferência resultante será observada.


d
O
frentes de onda

F2

a
F1
P Figura 9
O
F
Nessa fórmula, N representa o número de ordem
F2 da interferência, podendo ser par (p) ou ímpar (i),
conforme a interferência seja construtiva (franja
clara) ou destrutiva (franja escura).
Figura 7 A1 A2 A3 Se a luz utilizada for branca, a figura de inter-
Na figura de interferência obtida no anteparo A3, ferência vai apresentar uma faixa central branca
a região central será sempre clara, pois a diferença (interferência construtiva para todas as cores),
de caminhos percorridos pelas ondas provenientes apresentando-se coloridas as demais faixas, pois
de F1 e F2 é nula, ocorrendo interferência construtiva: a interferência será, em cada ponto, construtiva
F2O ⫺ F1O ⫽ 0. para algumas cores e destrutiva para outras.
Ao lado dessa região central alternam-se faixas Uma película de óleo sobre o solo ou sobre a
(ou franjas) claras e escuras, conforme a diferença de água e as bolhas de sabão (fig. 10) apresentam-se
caminhos seja múltiplo par ou ímpar de meio com- coloridas pela ocorrência de interferência entre as
primento de onda (fig. 8). ondas que se refletem em suas superfícies internas
e externas.
Paul Brown/Alamy/Glow Images

Figura 8 Figura 10. Bolhas de sabão.

CAPÍTULO 32 - As ondas eletromagnéticas 473


OBSERVE

A2 A3
X Triângulo F1 XA:
F1 2
1F1X2 ⫽ 1y ⫺ d 2 ⫹ a2 a
2
A y
d
2
2
d
d O
2 Triângulo F2 XB:
B 2
F2
1F2X2 ⫽ 1y ⫹ d 2 ⫹ a2 b
2
a
2
2 2
b ⫺ a: 1F2X2 ⫺ 1F1X2 ⫽ y ⫹ d ⫺ y ⫺ d
2 2
12 2 2 1 2
1F2X ⫺ F1X2 1F2X ⫹ F1X2 ⫽ 2yd
Considerando d e y muito menores do que a, podemos escrever: F2X ⫹ F1X ⫽ 2a
Portanto:

yd
1F2X ⫺ F1X22a ⫽ 2yd ⇒ F2X 2 F1X 5
a

Mas, F2X ⫺ F1X ⫽ N ⭈ Q , sendo N par ou N ímpar, conforme a interferência seja construtiva ou destrutiva.
2
Logo:
Q yd 2yd
N ⭈  ⫽ ⇒ Q5
2 a Na

Aplicação
A6. Duas fontes luminosas coerentes emitem ondas que se A7. Num dispositivo de Young, as fendas estão situadas a
superpõem no ponto P, como indica a figura, situado 1,0 ⭈ 10⫺3 m uma da outra, os anteparos estão sepa-
a 5,2 Rm de F1 e a 5,8 Rm de F2. Se o comprimento de rados por 5,0 ⭈ 10⫺1 m e a distância entre a faixa clara
onda da luz emitida é igual a 0,6 Rm, determine se a central e a primeira faixa clara vizinha, que se observa
interferência em P é construtiva ou destrutiva. na figura de interferência, vale 2,3 ⭈ 10⫺4 m. Determine
P o comprimento de onda da luz utilizada, expresso em
angstrons.
F1
A8. Como explicar o fato de as bolhas de sabão apresen-
tarem-se coloridas?
F2

Verificação
V6. Duas fontes luminosas coerentes emitem luz de com- V7. No arranjo experimental proposto por Young, as fai-
primento de onda igual a 4 000 A. xas claras, na figura de interferência obtida, distam
Determine se a interferência é construtiva ou destru- 6,0 mm uma da outra. As fendas estão separadas por
tiva: 1,0 mm e os anteparos por 10 m. Sendo 3,0 ⭈ 108 m/s
a) num ponto equidistante das fontes; a velocidade da luz no meio onde se realiza a expe-
b) num ponto situado a uma distância tal das fontes riência, determine a frequência da luz monocromática
que a diferença de caminhos entre as ondas que se utilizada.
superpõem seja 2,0 ⭈ 10⫺7 m.
V8. Explique por que manchas de óleo no asfalto apresen-
tam-se coloridas quando iluminadas pelo Sol.

474 UNIDADE 6 - Ondas


Revisão
R6. (Urca-CE) Frequentemente nos deparamos com A luz que atinge essa fenda se espalha sofrendo
pessoas em aeroportos, bibliotecas, restaurantes, difração. Atrás da primeira tela, ele colocou outra tela
etc. utilizando dispositivos eletrônicos, como, por opaca B, com duas fendas muito estreitas e conve-
exemplo, notebooks, para acessarem a internet sem nientemente próximas (S1 e S2), sendo que cada uma
utilizar cabos para a conexão. delas funciona como uma fonte primária de ondas
exatamente iguais (mesma frequência, mesmo com-
primento de onda, mesma velocidade e em fase), ou

Fuse/Getty Images
seja, ondas coerentes, condição necessária para que
ocorra a interferência.
Em seguida, a uma distância d do obstáculo B, o cien-
tista colocou um anteparo C (alvo, película fotográ-
fica), de tal modo que a separação d entre as fendas S1
e S2 é muito menor que a distância entre o obstáculo
B e a tela C.
Então ele observou na tela C uma figura de interfe-
rência formada por franjas brilhantes coloridas (inter-
ferência construtiva) alternadas por franjas escuras
(interferência destrutiva). O padrão de faixas de luz
projetado na tela é chamado franjas de interferência.

B D
A chamada rede Wi-Fi é uma rede sem fio (também

Ilustrações: Studio Caparroz


chamada de wireless) na qual podemos ter acesso à
internet apenas por sinal de:
a) ondas sonoras. d
b) ondas harmônicas.
A
c) ondas eletromagnéticas.
d) polarização.
e) interferência. fonte de luz
monocromática
R7. (Facid-PI) O físico e médico inglês Thomas Young
(1773-1829) fez um pincel de luz monocromática (uma Com relação ao experimento de Young é correto afir-
só cor) incidir sobre uma tela opaca (obstáculo) A, mar que:
uma estreita fenda S0. a) a luz possuía natureza ondulatória, pois os fenô-
menos de difração e interferência descritos nessa
Máx experiência são de características exclusivamente
ondulatórias.
Máx
b) a luz possuía natureza corpuscular, pois os fenô-
Máx menos de difração e interferência descritos nessa
onda experiência são de características exclusivamente
Máx
incidente ondulatórias.
S2 Máx c) através da experiência se demonstrou que a
Máx luz possuía natureza ondulatória, pois os fenô-
luz menos de refração e interferência descritos nessa
S0 d Máx experiência são de características exclusivamente
monocromática
Máx ondulatórias.
d) a luz não possuía natureza ondulatória, pois os
Máx
S1 fenômenos de difração e interferência descritos
Máx nessa experiência são de características exclusiva-
mente corpusculares.
Máx
e) a luz possuía natureza corpuscular, pois os fenô-
Máx menos de refração e interferência descritos nessa
Máx experiência são de características exclusivamente
D
A B C corpusculares.

CAPÍTULO 32 - As ondas eletromagnéticas 475


R8. (UF-BA) Na experiência de Thomas Young, a luz O anteparo onde as franjas são projetadas fica a
monocromática difratada pelas fendas F1 e F2 se a ⫽ 50 cm das fendas. Admitindo-se que as franjas
superpõe na região limitada pelos anteparos A2 e são igualmente espaçadas e que a distância entre
A3, produzindo o padrão de interferência mostrado duas franjas claras consecutivas é de y ⫽ 4 mm,
na figura. o comprimento de onda da luz incidente, em nm,
x é igual a:
a) 200
P b) 400
c) 800
a
d) 1 600
F1
fonte F0 b 0 I R10. (UF-CE) Junto a um posto de gasolina, muitas vezes
de luz vemos poças d’água com manchas coloridas em vir-
F2 tude do óleo nelas contido. Tais manchas são explica-
das por:
a) refração. d) difração.
b) polarização. e) ressonância.
A1 c) interferência.
A2
R11. (Vunesp-SP) Quando se olha a luz branca de uma
A3
lâmpada incandescente ou fluorescente refletida na
Sabendo que a luz utilizada tem frequência igual a superfície de um CD, pode-se ver o espectro contí-
6,0 ⭈ 1014 Hz e se propaga com velocidade de módulo nuo de cores que compõem essa luz.
igual a 3,0 ⭈ 108 m/s, determine, em unidades do Sis-

Thinkstock/Getty Images
tema Internacional, a diferença entre os percursos
ópticos, a e b, dos raios que partem de F1 e F2 e atin-
gem o ponto P.
R9. (UE-CE) Através de franjas de interferência é possível
determinar características da radiação luminosa, como,
por exemplo, o comprimento de onda. Considere uma
figura de interferência devida a duas fendas separadas
de d ⫽ 0,1 mm. Esse efeito ocorre nos CDs devido à
a) difração dos raios refratados nos sulcos do CD,
que funcionam como uma rede de difração.
b) interferência dos raios refletidos nos sulcos do CD,

5
que funcionam como uma rede de difração.
y
c) interferência dos raios refletidos nos sulcos do CD,
d5 que funcionam como um prisma.
d) polarização dos raios refletidos nos sulcos do CD,
que funcionam como um polarizador.
e) refração dos raios refletidos nos sulcos do CD, que
a
funcionam como uma rede de prismas.

Paulo Cunha, Valdir Montanari. Nas ondas da luz. São Paulo: Moderna, 1996.
LEIA MAIS

 . Nas ondas do som. São Paulo: Moderna, 1996.


Vanderlei Salvador Baguato. Laser e suas aplicações em Ciência e Tecnologia. São Paulo: Livraria
da Física, 2008.

476 UNIDADE 6 - Ondas


CRONOLOGIA DOS ESTUDOS SOBRE A LUZ

A propagação retilínea da luz e a reflexão da luz já eram conhecidas pelos antigos gregos. A lei que estabe-
lece que o ângulo de reflexão é igual ao ângulo de incidência foi descoberta experimentalmente por Heron de
Alexandria, que viveu na Grécia, século II.

Século XVII
• René Descartes (1596-1650), filósofo e mate-

Granger/Other Images
mático francês, apresenta em sua obra Dioptrica,
publicada em 1637, a lei que relaciona os ângulos de
incidência e de refração, descoberta pelo matemático
holandês Willebrord Snell (1580-1626).
• O cientista inglês Isaac Newton (1642-1727) formula a
primeira teoria científica sobre a natureza da luz, conhe-
cida como “teoria corpuscular”. Segundo essa teoria,
uma fonte luminosa emite pequeníssimos corpúsculos
em todas as direções, com velocidade muito elevada,
atravessando os meios transparentes. Newton fez as
primeiras experiências sobre a decomposição da luz
solar por um prisma, estabeleceu a teoria das cores
e construiu um telescópio cuja objetiva é um espelho
côncavo.
• O cientista holandês Christian Huygens (1629-1695),
na mesma época de Newton, estabelece outra teo-
ria sobre a natureza da luz, a “teoria ondulatória”,
segundo a qual a luz se propaga no espaço por meio
de ondas, de modo análogo ao som. Em virtude do
prestígio que Newton desfrutava no meio científico, a
teoria corpuscular prevalece sobre a teoria ondulatória
praticamente durante todo o século XVIII. Newton em experimento com raios de luz.

Século XIX
• O físico escocês James Clerk Maxwell (1831-1879) apresenta, em 1860, a “teoria ondulatória eletromagnética”,
segundo a qual a luz é uma onda eletromagnética.
• Em 1887, o físico alemão Heinrich Rudolf Hertz (1847-1894) descobre o “efeito fotoelétrico”: quando a luz
incide na superfície de determinados metais, elétrons são expulsos dessa superfície. Esse fenômeno não é
explicado pela teoria ondulatória.
• Carl Friedrich Gauss (1777-1855), matemático, físico e astrônomo alemão, estabelece, em 1840, a teoria das
lentes.

Século XX
• Em 1905, o físico alemão Albert Einstein (1879-1955) explica o efeito fotoelétrico, retomando o aspecto cor-
puscular, diferente porém do caráter mecânico proposto por Newton. Segundo Einstein, a luz, e toda onda
eletromagnética, não é emitida ou absorvida de modo contínuo, mas sim em porções descontínuas, na forma
de “corpúsculos” que transportam uma quantidade de energia bem definida. Esses “corpúsculos energéticos”
são denominados fótons. A energia de um fóton é chamada quantum.
Atualmente, as duas teorias são aceitas, admitindo-se que a luz apresenta dupla natureza: corpuscular e
ondulatória.

CAPÍTULO 32 - As ondas eletromagnéticas 477


Desafio Olímpico

1. (OBF-Brasil) Uma partícula executa um movimento 5. (OBF-Brasil) As ondas podem ser divididas em longi-
harmônico simples descrito pela função horária tudinais e transversais. Qual dos itens abaixo melhor
␲ descreve a luz (onda eletromagnética) e o som (onda
2 3 4
x ⫽ 2 cos   t , em unidades do S.I.
acústica se propagando no ar)?
A amplitude e o período desse movimento são, res- a) ambas são ondas longitudinais.
pectivamente: b) ambas são ondas transversais.
2 c) a luz é transversal e o som é longitudinal.
a) 2 m e 4 s d) 1 m e  s
␲ d) o som é transversal e a luz é longitudinal.
␲ e) nenhuma das alternativas anteriores é correta
b) 1 m e 4 s e) 2 m e  s
2 porque a luz e o som se propagam de forma dife-
2 rente.
c) 2 m e  s

6. (OBF-Brasil) O menor intervalo de tempo entre dois
2. (OBF-Brasil) Num certo local, um pêndulo simples de sinais sonoros consecutivos para que uma pessoa
comprimento L oscila com um período T. Aumentando consiga distingui-los é de 0,1 s. Considere uma pes-
quatro vezes o comprimento do pêndulo, seu período soa à frente de uma parede num local onde a veloci-
de oscilação ficará igual a: dade do som é de 340 m/s.
1
a) T d)  T

Lettera Studio
4 Ah!
Ah!
1
b)  T e) 2T
2
c) 4T

3. (OCF-Colômbia) Em um mesmo intervalo de tempo


um pêndulo simples realiza 5 oscilações e outro,
3 oscilações. Se a diferença entre seus comprimentos
é 48 cm, o comprimento do mais curto é:
a) 12 cm d) 75 cm x
b) 27 cm e) 96 cm
c) 48 cm a) Determine a menor distância x para que a pessoa
possa ouvir o eco de sua voz.
4. (OBF-Brasil) O gráfico abaixo representa o movimento b) Determine a distância x na qual o eco é ouvido 4,0 s
Harmônico Simples de um corpo. Em qual dos pontos após a emissão da voz.
da trajetória (deslocamento como função do tempo) o
módulo da velocidade do móvel é máximo: 7. (OBF-Brasil) A reflexão do som é aplicada pelos navios,
submarinos e alguns barcos pequenos para determinar
0,3 II a profundidade do mar ou a presença de obstáculos.
0,2 Para isso, essas embarcações dispõem de um aparelho
deslocamento (m)

⫺ o sonar ⫺ que emite ultrassons e tem um mecanismo


0,1
especial para captar os sons refletidos.
0,0 III V
Luis Moura

I
20,1 sonar

20,2

20,3 IV

0 1 2 3 4 5 6 7 som
original eco
tempo (s)
a) I, III e V d) I, IV e V
b) II e IV e) III
c) I e V

478 UNIDADE 6 ã DESAFIO OLÍMPICO


Imagine que um sinal sonoro foi emitido de um navio, 10. (OBF-Brasil) A figura a seguir representa duas fontes
perpendicularmente ao fundo do mar e, após 1,0 s, sonoras pontuais e coerentes emitindo na mesma
o som refletido foi captado. Considerando a veloci- frequência (indicadas por 1 e 2). As linhas circula-
dade do som na água do mar igual a 1 500 m/s, qual res representam as posições das cristas das ondas.
a profundidade do mar onde o navio se encontra? Considere as seguintes afirmações com relação à
interferência de ondas.
8. (OBF-Brasil) A figura representa um tanque com uma
I. na interferência construtiva a intensidade da onda
lâmina de água de espessura constante e as frentes de
resultante é máxima.
onda das ondas provocadas logo após uma pedra ter
II. os pontos A e B são pontos onde ocorre interfe-
caído no ponto P desse tanque. As ondas geradas na
rência construtiva.
superfície da água pela pedra movem-se de encontro
III. na interferência destrutiva a intensidade da onda
a três obstáculos fixados ao tanque e que formam duas
resultante é mínima.
passagens.
IV. os pontos A e B são pontos onde ocorre interfe-
rência destrutiva.
P

Paulo César Pereira


Luis Moura

Depois de atravessarem as passagens, será possível


observar os fenômenos de:
a) dispersão e refração.
b) difração e dispersão.
c) refração e interferência.
d) difração e refração.
e) difração e interferência.

9. (OBF-Brasil) Na figura a seguir você vê um objeto Qual dos itens abaixo melhor representa as afir-
movendo-se da sua esquerda para a sua direita, ao mações?
mesmo tempo em que produz ondas superficiais cir- a) somente as afirmativas I e III estão corretas.
culares na água. Esta imagem pode representar uma b) somente as afirmativas I, II e III estão corretas.
ambulância com a sirene funcionando. c) somente as afirmativas II e IV estão corretas.
d) todas as afirmativas estão corretas.
Paulo César Pereira

e) todas as afirmativas não estão corretas.

11. (OBF-Brasil) Ao entrar num longo corredor onde existe


um motor elétrico funcionando, um aluno percebeu que
este emitia um ronco constante e desagradável. Perce-
beu também, curiosamente, que, conforme caminhava
ao longo do corredor, ele ouvia o ronco ora muito
intenso, ora pouco intenso e assim sucessivamente, e
que a distância entre dois pontos de pouca intensidade
sucessivos era aproximadamente 2,5 m.
A partir dessa observação e tomando a velocidade de
propagação do som como 340 m/s, a frequência do
ronco do motor deve estar por volta de:
Em relação a este fenômeno, qual das respostas a) 68 Hz d) 102 Hz
abaixo está incorreta? b) 34 Hz e) 136 Hz
a) Chama-se efeito Doppler. c) 17 Hz
b) O som da sirene fica mais grave do lado esquerdo e
mais agudo do lado direito. 12. (OBF-Brasil) Um som de frequência 640 Hz e compri-
c) As duas ondas propagam-se, necessariamente, em mento de onda 0,500 m se propaga em um meio com
meios materiais. uma velocidade de:
d) A velocidade do som na água e no ar são iguais. a) 160 m/s d) 1  280 m/s
e) A sirene, ao funcionar parada, gera ondas esféricas b) 320 m/s e) 2  560 m/s
sonoras. c) 640 m/s

UNIDADE 6 - DESAFIO OLÍMPICO 479


RESPOSTAS

Capítulo 29 b) x (m) R3. a


3
R4. d
1 2
Aplicação 0 t (s) R5. c
  23 R6. c
A1. a) a  2 m; \   rad/s    O0  2  rad;
2  R7. I, III, IV
T  4 s; f  0,25 Hz 冢
V2. x  cos  4t 
2
(SI) 冣 2a
b) x (m) R8. T 
2 V3. x  5 cos (t) (SI) v0
3 R9. d
V4. a) O0   rad
1 2 3 4 2
0 t (s) 1 3 R10. a
b) x 
4 冢
cos t 
2
(SI) 冣 R11. b
22
V5. v  4 sen (2t  ) (SI) R12. b
A2. x  0,50 cos (50t  ) (SI) F  82 cos (2t  ) (SI) R13. d
A3. O0   rad V6. a) T  1 s; f  1 Hz R14. d
A4. x  cos  冢 2t  冣 (SI) b) vmáx  4 m/s; máx  82 m/s2
R15. a) v  10 cm/s
3 b)
A5. v  0,3 sen  t 


(SI) 冣
V7. v  12 sen  3t 
2 冢
(SI) 冣 vB
2 3 vA t50s
F  0,32 cos  t 

(SI) 冢 冣
F  362  cos  3t 
2 冢
(SI) 冣 0
2 tA 1
2 R16. 
A6. a) T  2 s; f  0,5 Hz V8. a) T  s; f  1,5 Hz tB 3
3
b) vmáx  0,3 m/s; Fmáx  0,32 m/s2 R17. 24(08  16)
b) vmáx  12 m/s; Fmáx  362 m/s2
A7. v  30 sen (5t  ) (SI) R18. c
V9. a) EM  5,0 J 
F  1502 cos (5t  ) (SI)
b) a  1,0 m; T  0,40 s R19. c
A8. a) T  0,4 s; f  2,5 Hz c) E (J)
EM 5,0 R20. 5 s
b) vmáx  30 m/s; Fmáx  1502 m/s2
EP R21. c
A9. a) EM  1,0 J 
b) a  0,40 m; T  0,40 s EC R22. a) A  4 mV; T  0,6 s; f ⬵ 1,67 Hz
c) E (J) 21,0 0 1,0 x (m) b) 6 m
EM 1,0
EP V10. k  4 N/m R23. a) f  6,0 Hz b) Não se alteram.
V11. L  40 m R24. a) 3,2 m/s b) 4,8 m/s
EC
V12. T  8 s R25. a) Q  40 cm
20,40 0 0,40 x (m)
b) v  200 cm/s e f  5,0 Hz
  V13. Ver teoria.
A10. a) T  s b) T  s R26. A  4,0 cm; T  0,50 s; f  2,0 Hz
2 2 V14. Uma rolha de cortiça na água, uma
A11. a) T  0,4 s b) T  0,1 s pedra amarrada em uma corda per-
turbada.
A12. Ver teoria. Capítulo 30
V15. a) v  2 m/s
A13. O barco de papel repete o movimento
b) 1 s → 4 m; 2 s → 8 m; 5 s → 20 m
da perturbação que sofreu. A onda não
transporta matéria. V16. v  3,5 cm/s Aplicação
A14. v  30 cm/s v A1.
V17. Q  A B
f
A15. v  2,5 cm/s
V18. a) a  1,5 cm
A16. Q  vT
b) Q  4 cm A2. a) v  2,0  103 m/s
A17. a) Q  4 cm c) T  4 s; f  0,25 Hz b) 1 2 3 4 5 6 7 8 9
b) a  1 cm d) v  1 cm/s A B
P9
2
c) T  6 s; v    cm/s V19. Q  7,5  107 m
3 A3. a) )t  2 s
V20. f  5  1014 Hz
A18. 6,0  103 A b) 1m I
V21. Q  4,0 cm A
A19. Q  2,0  103 A 45° 45° 45°
1m

V22. a) Q  20 cm c) v  10 cm/s V
A20. f  40 Hz; T  0,025 s Q P
b) T  2 s; f  0,5 Hz B9
A21. a) T  5 s; f  0,2 Hz b) Q  0,4 m
V23. a) a  2 cm c) f  0,25 Hz B
A22. a) a  2 cm c) f  1 Hz b) Q  8 cm d) T  4 s A9
b) Q  12 cm d) T  1 s A4.
V24. Q  4,0 m v  8,0 m/s
A23. v  240 m/s
P P'
A24. a) T  4,0 s b) T ⬵ 0,92 s Revisão
1
Verificação R1. a) 1 Hz b) s
6
V1. a) a  3 m;    rad/s; f  0,5 Hz R2. a) a  4 m; f  2 Hz; T  0,5 s 25 cm 50 cm
O0   rad; T  2 s b) 0,125 s 50 cm

480 RESPOSTAS
R24. b
A5. v ⫽ 12 m/s V8. a) v1 ⫽ 200 m/s c) Q2 ⫽ 2,5 m Capítulo 31
A6. a) v1 ⫽ 9,0 m/s; v2 ⫽ 3,0 m/s
b) Q1 ⫽ 2 m
b) f ⫽ 30 Hz V9. ar ⫽ 8 cm; v ⫽ 10 m/s
Aplicação
c) Q2 ⫽ 0,10 m V10. a) 3 cm
A7. a) f ⫽ 9,0 Hz b) v2 ⫽ 18 cm/s A1. Não. Porque o som não se propaga no
b) a ⫽ 3 cm vácuo.
A8. a) v1 ⫽ 240 cm/s
b) v2 ⫽ 120™ 2 cm/s c) v ⫽ 4 m/s v1
d) Não se alteram. A2. ⫽1
c) Q2 ⫽ ™2 cm v2
A9. a ⫽ 2 cm V11. As ondas se aniquilam mutuamente; Q2
interferência destrutiva. A3. ⫽ 10⫺3
A10. a) a ⫽ 20 cm Q1
b) v ⫽ 5 m/s V12. a) v ⫽ 5 m/s A4. Não; frequência acima da máxima
c) b) a1 ⫽ a2 ⫽ 8 cm audível.
20 cm c) Voltam a ser os mesmos de antes
A5. d ⫽ 6,8 ⭈ 102 m
da interferência.
A11. interferência construtiva A6. A é mais forte; B é mais agudo (alto).
V13. a) a ⫽ 0,10 m
4,0 cm
b) Q ⫽ 0,40 m A7. i ⫽ 1,25
c) f ⫽ 25 Hz A8. fA ⫽ 400 Hz 
V14. a) Q ⫽ 0,80 m b) v ⫽ 120 m/s
A12. a) interferência destrutiva A9. NS ⫽ 60 dB
A V15. Q ⫽ 0,80 m
W
B A10. I ⫽ 102 R 
V16. f ⫽ 6,25 Hz m2
b) v1 ⫽ v2 ⫽ 40 m/s
V17. v ⫽ 160 m/s A11. Pelo timbre.
c) f2 ⫽ 20 Hz; Q1 ⫽ 2,0 m
V18. c A12. I, II, IV
A13. a ⫽ 2,0 cm; d ⫽ 1,0 cm
V19. b A13. d ⫽ 102 m
A14. a) Q ⫽ 8,0 cm c) a ⫽ 2,5 cm
b) f ⫽ 250 Hz V20. Porque as ondas sonoras possuem A14. d ⫽ 40 m
maior comprimento de onda.
A15. a) Q ⫽ 5,0 m b) f ⫽ 2,0 Hz A15. d ⫽ 3,0 km
V21. Há ressonância eletrônica.
A16. a) a ⫽ 1,0 m c) f ⫽ 2,0 Hz A16. O morcego emite ultrassons que são
b) Q ⫽ 3,2 m V22. a refletidos pelos obstáculos e nova-
A17. v ⫽ 60 m/s V23. Ressonância da cadência da marcha mente recebidos pelo animal.
com a frequência natural da ponte. A17. v2 ⬎ v1; Q2 ⬎ Q1; f2 ⫽ f1
A18. As ondas sonoras difratam contor-
nando o muro. A18. v2 ⫽ 400™ 3 m/s
A19. b   Revisão A19. Enfraquecimento. N ímpar.
A20. c   R1. b   A20. N ⫽ 4 Hz
A21. b R2. d   A21. Q1 ⫽ 1,20 m; Q2 ⫽ 0,60 m; Q3 ⫽ 0,40 m
A22. A frequência da onda sonora da voz R3. d   A22. f1 ⫽ 5,0 Hz; f2 ⫽ 10 Hz; f3 ⫽ 15 Hz
do cantor coincidiu com a frequência R4. b A23. f ⫽ 200 Hz
natural de vibração do copo, entrando,
f1 Q1 1 A24. f ⫽ 1 000 Hz
assim, em ressonância. R5. a) ⫽1 b) ⫽
f2 Q2 2 A25. Q ⫽ 2,40 m; f ⫽ 150 Hz
R6. 10 Hz; 0,60 m A26. som fundamental: Q1 ⫽ 4,80 m;
Verificação
R7.  c  f ⫽ 75 Hz
V1.
R8.  b 3º harmônico: Q3 ⫽ 1,60 m;
A B
f3 ⫽ 225 Hz
R9.  b  
A27. LA ⫽ 0,50 m; LF ⫽ 0,25 m
R10. a  
V2. a) v ⫽ 5 m/s O tubo fechado deve ter comprimento
b) A C B R11. 28 (04 ⫹ 08 ⫹ 16) igual à metade do comprimento do
R12. d tubo aberto.
14 m 8m 2m R13. a
A28.
L2 ⫽ 2
V3. a) I R14. c L1
λ não varia. R15. a
60° 60° P' A29. f' > 5  111 Hz
P λ
λ λ R16. d A30. vf > 37,8 m/s; f > 888,8 Hz
λ
b) Não variam. c) 5,0 m R17. e A31. vO > 48,6 m/s
V4. x y R18. b
R19. d   Verificação
R20. a
V5. v ⫽ 3 m/s V1. a) v ⫽ 1  450 m/s b) Q ⫽ 1,45 m
R21. b 
V6. a) v1 ⫽ 100 cm/s; v2 ⫽ 400 cm/s V2. ultrassom: Q ⫽ 0,1 m
b) f2 ⫽ 50 Hz R22. d   infrassom: Q ⫽ 100 m
c) Q2 ⫽ 8,0 cm R23. c V3. Não; frequência abaixo da audível pelo
V7. vA ⫽ 10 cm/s; vB ⫽ 5 cm/s R24. b homem.

RESPOSTAS 481
V4. Sim. A velocidade do som no solo é R10. turbina e amplificador A8. Há interferência das ondas que se refle-
maior que a velocidade do som no ar. R11. a) 10 m   tem nas superfícies internas e externas
V5. d ⫽ 4,5 ⭈ 102 m b) 3,4 m   das bolhas.
V6. II é mais agudo; IV é mais forte W
c) 10⫺5 2
V7. a) f2 é o mais agudo; f1 é o mais grave m Verificação
b) i ⫽ 1,5 R12. e   V1. De ondas eletromagnéticas; os raios
V8. fx ⫽ 300 Hz gama.
R13. a
V9. NS ⫽ 90 dB V2. f ⫽ 3,0 ⭈ 1019 Hz  
R14. a) 510 m
V10. I ⫽ 10–2 W/cm2 b) 17 m V3. e
V11. jardim silencioso: NS ⫽ 20 dB R15. d V4. Infravermelho: ondas com frequência
restaurante: NS ⫽ 50 dB abaixo da luz vermelha, que é a luz visí-
R16. d
estádio de futebol: NS ⫽ 90 dB vel de menor frequência.
R17. d
V12. Excesso de reverberação: prolonga- Ultravioleta: ondas com frequência
mento do som ouvido; superposição R18. b   acima da luz violeta, que é a luz visível
do som direto com o refletido. Falta R19. b   com maior frequência.
de reverberação: o ouvinte só conta V5. c
R20. 85 Hz
com o som direto, que se extingue
R21. 2,0 m. Mais próximo. V6. a) Interferência construtiva.
rapidamente. Solução: equilíbrio entre
superfícies lisas que refletem o som e b) Interferência destrutiva.
R22. V ⫺ F ⫺ V
superfícies forradas que o absorvem. V7. f ⫽ 5,0 ⭈ 1014 Hz
R23. d
V13. d ⫽ 680 m   V8. Há interferência das ondas que se refle-
R24. c
V14. d ⫽ 72,5 m tem nas superfícies interna e externa
R25. 1) 476 m/s 2) 0,50 m  das camadas das manchas.
V15. d ⫽ 1  500 m
R26. b
V16. vB ⬍ vA; QB ⬍ QA; fB ⫽ fA
R27. a) f ⫽ 300 Hz  Revisão
V17. v2 ⫽ 340™ 2 m/s b) f1 ⫽ 100 Hz; f2 ⫽ 200 Hz
V18. Interferência construtiva. R1. d
R28. Quatro vezes
V19. fB ⫽ 697 Hz R2. c
R29. 47 harmônicos
V20. Qmáx ⫽ 2L R3. c
R30. c
V21. Q1 ⫽ 1,0 m R4. d  
R31. f ⫽ 85 Hz
Q2 ⫽ 0,50 m R5. d
R32. c
V22. Q ⫽ 0,25 m; f ⫽ 20 Hz  R6. c
R33. F ⫺ V ⫺ V ⫺ V
V23. F ⫽ 4  000 N R7. a
R34. d
V24. Q ⫽ 3,40 m; v ⫽ 340 m/s R8. 7,5 ⭈ 10⫺7 m
R35. a) de M para N
V25. Q ⫽ 3,20 m; f ⫽ 93,75 Hz R9. c
b) fM ⬍ fN
V26. LA ⫽ 0,25 m; LF ⫽ 0,125 m. O tubo R10. c
fechado deve ter comprimento igual R36. Apenas III é correta. 
R37. b R11. b
à metade do comprimento do tubo
aberto. R38. f' > 763,2 Hz
V27. LA ⫽ 4L R39. a
Desafio Olímpico
V28. f' ⫽ 12 562,5 Hz R40. d
V29. vF > 31,8 m/s; f > 545,5 Hz 1. a
V30. vO ⫽ 68 m/s 2. e
Capítulo 32 3. b
Revisão 4. a 
R1. c Aplicação 5. c
R2. e A1. b    6. a) 17 m
R3. b A2. c    b) 680 m
R4. b A3. 4 ⭈ 10⫺7 m 7. 750 m
R5. b A4. Raios ultravioleta. Podem causar quei- 8. e
R6. a maduras e câncer de pele. 9. d  
R7. b A5. Polarização da luz. 10. b
R8. e A6. Interferência construtiva. 11. a
R9. d  A7. Q ⫽ 4,6 ⭈ 103 A 12. b

482 RESPOSTAS

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