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DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
Experimentos 09, 10 e 11
Cromatografia Plana, em Coluna e Espectroscopia no UV-vis
Belo Horizonte
16 de Maio de 2023
1. Introdução
A Cromatografia (do grego χρώμα (chroma), cor, e γραφειν (graphein),
escrever) é um método físico-químico de separação de misturas baseado na
migração diferencial dos componentes por meio de uma fase estacionária que
compete com uma fase líquida (eluente) pelo analito.
Esta técnica foi idealizada pelo botânico russo Mikhail Semenovich Tswett
(1872 - 1919) no ano de 1906, quando Tswett almejava separar os pigmentos de
uma folha. Desde então, esta técnica teve diversas alterações, desdobrando-se em
várias variações de si mesma, classificadas quanto ao suporte, quanto à fase
estacionária e quanto ao eluente, conforme ilustrado pela Figura 01.1
3. Metodologia
3.1. Materiais
3.1.1. Algodão
3.1.2. Béqueres
3.1.3. Bastão de vidro
3.1.4. Cubas
3.1.5. Coluna cromatográfica
3.1.6. Folha de Alumínio
3.1.7. Graal e Pistilo
3.1.8. Lâminas de Vidro com Sílica Gel
3.1.9. Lâmpada de Luz UV
3.1.10. Micropipetas
3.1.11. Papel de Filtro
3.1.12. Pinça de Metal
3.1.13. Pipeta de Pasteur
3.1.14. Proveta
3.2. Reagentes
3.2.1. Acetato de Etila (CH3COOCH2CH3) P.A. — SAL®;
3.2.2. Amostra Comercial de Açafrão em Pó;
3.2.3. Amostra Comercial de Cafeína;
3.2.4. Amostra Comercial de Eugenol;
3.2.5. Amostra de Cafeína extraída em práticas anteriores;
3.2.6. Amostra de Eugenol extraída em práticas anteriores;
3.2.7. Diclorometano (CH2Cl2) — Honeywell;
3.2.8. Etanol (CH3CH2OH) 96º — Santa Cruz;
3.2.9. Folhas de Roseira;
3.2.10. Hexano (CH3(CH2)4CH3) P.A. — NEON;
3.2.11. Corante Alimentício Verde.
3.3. Procedimentos
Cromatografia em Papel
Num primeiro momento, as folhas de roseira foram maceradas,
adicionando-se gotas de etanol e recolhendo o extrato etanólico com uma
micropipeta. Simultaneamente, a amostra de açafrão em pó foi posta numa
superfície côncava de vidro e gotejada com etanol, recolhendo-se a solução
formada com uma outra micropipeta. Este processo foi realizado duas vezes.
Na primeira vez, as soluções coletadas nas micropipetas foram depositadas
num retângulo de papel de filtro (Figura 06), que depois foi colocado numa cuba
contendo uma solução 2:1 de acetato de etila e hexano. O papel de filtro foi retirado
da cuba ao fim do processo cromatográfico e submetido a um revelador físico, no
caso a luz ultravioleta (Figura 07).
Figura 06. Papel de Filtro com Amostras Figura 07. Papel de Filtro com Amostras
Antes do Processo Cromatográfico Submetido à Luz UV
Figura 08. Folha de Alumínio com Amostra Figura 09. Folha de Alumínio com Amostra
Antes do Processo Cromatográfico Depois do Processo Cromatográfico
Figura 11. Folha de Alumínio com Amostras de Cafeína Após Revelação Química.
Amostra Comercial (Abaixo) e Amostra Extraída (Acima)
Figura 12. Lâmina de Vidro com Amostras de Eugenol Após a Revelação Físico-Química
Amostra Comercial (Esquerda) e Amostra Extraída (Direita)
Cromatografia em Coluna:
Inicialmente, a coluna cromatográfica foi presa no suporte universal e foi
introduzido algodão na base da coluna, juntamente de um papel de filtro para a
formação de uma base plana.
A partir da base plana, com o auxílio de uma régua, foram medidos 10 cm e
foi feita uma marcação na coluna para a orientação da quantidade de sílica em gel
que deveria ser posta dentro da coluna.
Em seguida, com o auxílio de um um funil, a coluna foi completada com sílica
até que se alcançasse a marcação feita e, novamente, foi introduzido algodão junto
com papel de filtro dentro da coluna (Figura 13) para evitar que a sílica subisse
durante o empacotamento.
Após isso, foi feito o empacotamento para a transformar a sílica em gel e,
logo depois, o eluente (água) foi introduzido no sistema para passar pela fase
estacionária (sílica em gel). Ao longo de todo esse processo, houve adição
constante de eluente para que a sílica não se secasse e que não aparecessem
“rachaduras” na coluna. Além disso, durante o processo de empacotamento, foi-se
retirando as bolhas de ar da fase estacionária com um bastão de vidro para
homogeneizar a passagem da amostra pela coluna.
Mais adiante, foi-se adicionada uma ponta de uma espátula da corante
alimentício verde em sílica à coluna com o auxílio de um funil, sendo logo em
seguida fixada com algodão e papel de filtro (Figura 14).
Figura 13. Coluna Cromatográfica com Sílica Figura 14. Coluna Cromatográfica com a
em Gel Amostra
Após a coleta do corante amarelo, foi iniciada a coleta do corante azul (Figura
17) e o eluente foi trocado de água para Etanol 96°.
Figura 17. Corante Azul
4. Resultados e Discussões
Cromatografia em papel
Para a realização da cromatografia em papel, uma amostra líquida flui por um
pedaço de papel adsorvente colocado verticalmente. Sabe-se que o papel é
composto por um polímero de celulose, que possuem forte afinidade com a água
presente no ar, que formaria a fase estacionária deste processo cromatográfico.
Conforme o eluente flui através do papel por capilaridade, uma parte do
analito miga, sendo arrastado pelo eluente orgânico, que é pouco polar, através
fase estacionária aquosa.
Logo, uma parte do analito é arrastado da fase estacionária pela fase móvel e
quando a fase móvel alcança uma seção do papel que não contém analito, o
fenômeno de partição ocorre novamente, cessando o arraste.4
Após o fluxo contínuo de solvente, o efeito de distribuição entre a fase móvel
e estacionária permite a transferência do soluto do seu ponto de aplicação no
papel, para um outro ponto localizado a alguma distância do local de aplicação no
sentido do fluxo de solvente, onde os compostos da mistura se separam a partir
da diferença de afinidade com o solvente da fase estacionária e móvel sob a ação
capilar dos poros no papel. Como o eluente percorre por capilaridade, esse
processo é chamado de Cromatografia Ascendente.
Um parâmetro frequentemente usado em cromatografia é o fator de retenção,
abreviado como Rf, onde é a função da fase estacionária utilizada e do eluente,
sendo definido como a razão entre a distância percorrida pela mancha do
componente e a distância percorrida pelo eluente.
Cromatografia em Coluna
Os diferentes componentes da mistura vão se mover com velocidades
diferentes dependendo da sua maior afinidade com a fase móvel ou a fase
estacionária.6 Dessa forma, conclui-se que o corante amarelo possui mais afinidade
com a água, portanto é mais polar; pois ele dissolve primeiro em água e é coletado
primeiro (Figura 15). Já o corante azul não possui mais afinidade com a fase
estacionária e assim sendo usado outro tipo eluente, no caso o Etanol 96°, assim
sendo coletado após o corante amarelo. Assim concluindo-se que o corante
alimentício verde era feito de uma mistura de dois corantes, amarelo e azul.
Figura 15. Processo de Separação da amostra
Figura 18. Espectro do Corante Amarelo Figura 19. Espectro do Corante Azul
5. Conclusão
As técnicas cromatográficas são métodos relativamente simples de
separação de misturas que também podem ser usados como análises preliminares
não determinativas de substâncias químicas, no caso da cromatografia plana, ao
analisar-se a Razão de Fluxo (Rf) da substância e/ou ao comparar o cromatograma
de uma substância qualquer com seu padrão.
Similarmente, a espectroscopia no UV-vis, ou espectrofotometría do UV-vis,
também constitui numa análise preliminar não determinativa de uma substância,
analisando sua absorção de energia no espectro do Ultravioleta-Visível,
evidenciando apenas a presença de grupos cromóforos (grupos insaturados
conjugados), que são responsáveis pela absorção/emissão de radiação
eletromagnética, provendo cor a uma molécula.7
Por fim, conclui-se que a prática desenvolvida e descrita neste relatório
apresenta satisfatoriamente estas técnicas, empregando diferentes analitos para
melhor ilustrar as propriedades de cada tipo de cada de Cromatografia e para
simplificar o entendimento seu entendimento juntamente com a espectroscopia no
UV-vis.
6. Questionário
1. Apresente um desenho do cromatograma obtido e descreva o resultado
observado.
A amostra da direita é a mais impura por causa das manchas (Figura 12),
portanto ela é a amostra extraída. Enquanto, a amostra da esquerda é a amostra
comercial por possuir menos manchas.
Figura 12. Lâmina de Vidro com Amostras de Eugenol Após a Revelação Físico-Química
Amostra Comercial (Esquerda) e Amostra Extraída (Direita)
1
OKUMA, A. A.; LUCAS, E. M. F.; SANTOS, M, S.. Apostila de Laboratório de
Química Orgânica. Departamento de Química (DEQUI), Centro Federal de
Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG). Belo Horizonte, 2019. 42 p.
Acesso em: 25 maio 2023.
2
PAVIA, L. D.; et al. Química Orgânica Experimental: Técnicas de Escala
Pequena. 3 ed. CENGAGE Learning. São Paulo (SP), 2012. p. 229-251. Acesso
em: 25 maio 2023.
3
MARTINHO, J. M. G.. Espectroscopia de Absorção no Ultravioleta Visível.
Boletim da Sociedade Portuguesa de Química. n 52. 1994. Disponível em:
https://d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net/50349247/3000622-libre.pdf?1479301390=&
response-content-disposition=inline%3B+filename%3DEspectroscopia_de_Absor
cao_no_Ultraviole.pdf&Expires=1685027105&Signature=DkwJbxOLi9c9bZjeyigutl
LPOikw20GwWxekmD-PztHjvTrhy61pX~hJv9-aw2mLtg18OyXHeUe4xlrWTZifPA
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Y0XZqDPImqhq4h35vNmPT5yyo5SuJfKrgD1VlaDG8ZSwH4Y7P4QIJCzaqG80e0
nXMA__&Key-Pair-Id=APKAJLOHF5GGSLRBV4ZA. Acesso em: 25 maio 2023.
4
PERES, B.T. Noções Básicas de Cromatografia. Biológico, São Paulo, v.64,
n.2, p.227-229, jul./dez., 2002. Disponível em:
http://www.biologico.agricultura.sp.gov.br/uploads/docs/bio/v64_2/peres.pdf.
Acesso em: 05 junho 2023.
5
Aula 5 Laboratório de Fundamentos de Química. https://www2.ufjf.br/,
março., 2018. Disponível em:
https://www2.ufjf.br/quimica/files/2018/03/Aula-5-Laborat%c3%b3rio-de-Fundame
ntos-de-Qu%c3%admica.pdf. Acesso em: 06 junho 2023.
6
Separação de Substâncias Cromatografia. https://www2.ufjf.br/, agosto.,
2018. Disponível em: https://www2.ufjf.br/quimica/files/2018/08/Cromatografia.pdf.
Acesso em: 06 junho 2023.
7
BARBOZA, D. A. P.; MERLO, A. A.; PAZINATO, M. S.. Plano Orientador:
“Grupos Cromóforos e sua Relação com a Cor”: Produto Educacional para
uma Abordagem Experimental Investigativa da Química Orgânica no Ensino
Médio. Rio Grande do Sul, Brasil. 2021. 11 p. Disponível em:
https://s3.sa-east-1.amazonaws.com/static.sites.sbq.org.br/rvq.sbq.org.br/pdf/v13
n3a06.pdf. Acesso em: 07 jun 2023.