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Tópico 1: Síndrome de Down e educação sexual

A Síndrome de Down surge através da má formação do feto, quando ocorre a presença de 3


cromossomos 21 na maior parte das células do indivíduo, sendo que o correto seria 23 pares. Muitas
crianças com SD não chegam nem a nascer, geralmente a gravidez é abortada espontaneamente devido
à má formação dos órgãos vitais, como rim e coração, já as crianças que nascem tem uma grande
chance de apresentar cardiopatias, má-formação renal, perda relativa de visão e audição, infecções de
ouvido, menos tônus muscular (hipotonia) e baixa estatura. Pessoas com SD tem uma deficiência
intelectual, porém isto não as impede de estudar ou aprender as coisas, apenas irão necessitar de um
tempo maior e uma didática diferente, para que corra o entendimento.

A sexualidade é de extrema importância, pois, é a estrutura interna e subjetivas dos indivíduos, sendo
vivenciada a partir de uma construção social, ligada inteiramente a contextos culturais e ambientais; a
mesma relaciona-se de maneira íntima, sendo influenciada por pensamentos, sentimentos, ações e
interações relacionadas a sexo, gênero, intimidade e reprodução. Por conseguinte, a educação sexual é
necessária, visando o amplo conhecimento sobre si e sobre o outro, explicar os sentimentos, valores e
atitudes, desenvolver ou fortalecer habilidades, e promover e sustentar comportamentos de redução de
risco; a educação sexual fornece informações científicas. O objetivo principal da educação sexual é
preparar os adolescentes para a vida sexual de forma mais segura, esclarecendo-os sobre preservativos,
ISTs, organismos masculinos e femininos, anticoncepcionais e gravidez; validando também, a
importância de cuidar do próprio corpo, para que não ocorram situações futuras indesejadas. Todos os
adolescentes e jovens tem o direito do acesso a informações sobre a educação sexual. É dever garantir
serviços de orientações e atender a adolescentes e jovens antes da sua atividade sexual, assim,
ajudando-os a lidarem com a sua sexualidade de forma positiva e responsável e incentivando
comportamentos de autocuidado. Em suma, precisa-se quebrar os tabus e as limitações sobre este
assunto.

Tópico 2: Dificuldade dos pais de pessoas SD em abordar a educação sexual

A questão sobre educação sexual em qualquer ambiente se tornou um tabu. A geração passada não
teve acesso a aulas sobre o assunto e o considera extremamente proibido. Muitos dos que são pais hoje
não foram educados em seus lares e temem educar seus filhos muitas vezes passando a educação para
terceiros, o que acaba prejudicando tanto o psicológico quanto o fisiológico dos filhos. Segundo
pesquisas pais de filhos com SD são ainda mais receosos quanto a educação sexual. Por não terem sido
instruídos eles não sabem como abordar o tema e também por acabar infantilizando seus filhos eles não
percebem como isso atrasa suas condições, uma vez que eles precisam de reforço para aprender
algumas coisas, como por exemplo cuidar de si mesmos e a diferença de intimidade para algo forçado.
Enquanto a isso, vale ressaltar que a sexualidade ocorre de forma natural com esse público, o fato de
possuírem tal síndrome não os incapacita dessas ações, eles sentem desejos e prazeres da mesma
forma, de maneira natural, mas, por questões de falta de conhecimento, muitas famílias não estão
capacitadas a instruir seus filhos a lidar com tal sexualidade. Todo esse receio também é visto entre a
sociedade que os rodeia, em que eles atravessam e enfrentam crenças, valores, normas morais e vários
tabus. Essa sexualidade é negada a esse público, quando deveria ocorrer com um auxílio profissional
para resultar no pleno desenvolvimento desses indivíduos, tornando a sexualidade importante para
eles. Vale ressaltar que a educação sexual deve iniciar nos primeiros anos de vida. Os pais devem
orientar seus filhos, dando os primeiros passos para que eles cresçam em um ambiente de liberdade,
sem repressão a sua sexualidade. A fim de conceberem uma sexualidade sadia que valorize o seu corpo,
impedindo de que a criança esteja exposta ao ridículo sendo objeto de desejo e exploração. Ensinar
educação sexual não é só falar de sexo, mas abordar assuntos para o conhecimento do próprio corpo e
para o convívio em sociedade.

Conclusão

É evidente que falar sobre sexualidade ainda é um grande tabu em algumas esferas da sociedade
brasileira. Nesse sentido, para as pessoas com Síndrome de Down, é negado a educação sexual bem
como as experiências sexuais, em virtude da insegurança e falta de preparo dos pais e responsáveis, o
que corrobora para o preconceito dos familiares e sociedade em geral. É comum o tratamento de forma
diferencial a pessoas com deficiência intelectual, por acreditar que essas pessoas são doentes e
incapazes, mas o que todos nós precisamos saber é que a Síndrome e Down não é uma doença e não
afeta a vida sexual, visto que a sexualidade faz parte da dimensão humana e está relacionada às nossas
estruturas internas e subjetivas. Entretanto, é necessário criar espaços para falar da sexualidade na
rotina de pessoas com síndrome de Down, e o caminho para quebrar esse paradigma é a educação
sexual, pois oferece o desenvolvimento da autoestima, responsabilidade, valores morais para que todos
possam compreender que o prazer está diretamente relacionado à responsabilidade. O primeiro passo
para a educação sexual é a aceitação de que todos temos a nossa individualidade, e inclusive a
sexualidade, que é algo natural e faz parte da vida, assim é importa trabalhar questões de autoestima,
responsabilidade e valores morais que os possibilitem ter uma naturalidade desses eventos. Por tanto, a
educação sexual deve fortalecer adolescentes e jovens, fomentando não só a parte sexual, mas
sentimentos de estima ao seu corpo, aos valores que optam, sensibilizando cada um para que possam
ter a mesma percepção com relação aos outros, garantindo assim uma sociedade sem tantos
preconceitos, uma sociedade com um olhar de sensibilidade aqueles que pode ter uma vida normal
apesar da doença. Para que isso aconteça de forma assertiva é necessário somar esforços entre as
unidades escolares, familiares ou responsáveis e serviços de saúde.

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