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Secretaria Municipal de Educação

Projeto
SEMÁFORO DO TOQUE

Boca do Acre-AM
2023
Projeto Semáforo do Toque

Público Alvo

Alunos das Escolas Municipais

Justificativa

O abuso sexual é considerado uma das formas mais graves de violência praticada
contra crianças e adolescentes. É um fenômeno universal que atinge todas as idades,
níveis sociais, etnias, gêneros, culturas e religiões e suas consequências acarretarem
muitos efeitos negativos ao desenvolvimento das crianças e adolescentes vitimizados,
necessitando de medidas de enfrentamento em todos os níveis: Familiar, Social, Saúde,
Educação, Político e Judicial. Tal fenómeno compreende o envolvimento de uma criança
ou adolescente em algum tipo de atividade sexual para a qual não está preparado(a) e que
não consegue ou não pode consentir.
É praticado por um adulto, criança ou adolescente que, por sua fase de
desenvolvimento psicossexual mais adiantado, apresenta-se numa posição de poder e
força física, de responsabilidade e/ou confiança em relação à sua vítima. A pessoa que
ofende sexualmente a outra busca sua satisfação sexual junto a sua vítima utilizando-se
da coerção, indução ou força (SANTOS, 2011)
A escola é um local de produção e circulação do conhecimento, portanto, é onde
se trata de todos os assuntos, por mais difícil que seja, devemos discutir esses assuntos da
maneira mais competente possível. É preciso ensinar as crianças que algumas condutas
dos adultos não devem ser aceitas, a criança não entende o que acontece numa situação
de abuso pois não foi explicado a ela, é importante inclusive, para que ela aprenda a
respeitar os limites do próprio corpo e do corpo do outro (FINKELHOR, 1994).
Uma ferramenta protetiva nas escolas, comprovada por estudos, é a educação
sexual, antes de qualquer coisa, é importante ter em mente que falar sobre sexualidade
com crianças não é falar sobre sexo, não se trata de ensinar as crianças a fazer sexo, pelo
contrário, a educação sexual em escolas retarda o início da vida sexual ativa e previne a
gravidez na adolescência.
As consequências negativas para o desenvolvimento das crianças e adolescentes
vítimas são inúmeras e podem prolongar-se por toda a vida. Esses resultados negativos
podem ser comportamentais, cognitivos, afetivos, físicos e/ou psicopatológico. Mais
especificamente, as crianças podem apresentar agitação psicomotora, dificuldade de
concentração e de memória, isolamento, agressividade, abuso de substâncias, queda do
rendimento escolar, comportamento hipersexualizado, sentimentos de vergonha, medo,
tristeza, raiva, além de possíveis problemas físicos decorrentes do abuso, como doenças
sexualmente transmissíveis e gravidez. Em termos de psicopatologia, a mais comum e
mais estudada é o Transtorno de Estresse Pós-Traumático, mas o desenvolvimento de
outras psicopatologias também é comum, como o transtorno depressivo e outros
transtornos de ansiedade (FINKELHOR, 1994).
Especialmente nos meninos as consequências, envolvem sentimentos acentuados
de vergonha quanto à identidade masculina, raiva extrema, culpa, e frequente uso de
drogas, um menino abusado sexualmente tem dez vezes mais chance de apresentar um
diagnóstico clínico na idade adulta do que aqueles que não sofreram a violência. Além
disso, há maior probabilidade de revitimização na idade adulta de uma pessoa que foi
vítima de qualquer forma de violência na infância, dentre elas, o abuso sexual, o que
confirma a hipótese da miltigeracionalidade. Esses dados indicam a importância da
intervenção precoce, no sentido de prevenir novas exposições a violências (PELISOLI;
PICCOLOTO, 2010).

Objetivos Gerais

A percepção do risco para ser vitimizada aumenta quando as crianças participam


de programas de prevenção na escola (JACOBS; HASHIMA, 1995). Para esses
programas, o ideal é que a percepção de risco aumente, tornando as crianças mais
vigilantes, mas não medrosas. Ensinar crianças sobre risco é uma tarefa difícil porque
elas entendem mais facilmente o que é determinístico do que o que é probabilístico. O
objetivo incluiu as habilidades de "dizer não", "contar para alguém", "procurar um adulto
de confiança", diferenciar "tipos de toques".
Essas informações tem o papel de auxiliar as crianças a se tornarem mais
conscientes da realidade que as cerca, principalmente quando se trata de crianças que
vivem situações difíceis. O enredo de uma história pode proporcionar aprendizado para a
criança pelos conflitos dos personagens, suas angústias e alegrias, auxiliando-a a
encontrar soluções para suas dificuldades e desafios ou apenas para diverti-las
(CRAVEIRO, 2009)
Objetivos Específicos

• Promover ações de prevenção;


• Articular e mobilizar, visando o fim da violência sexual;
• Aumentar a percepção de ricos;
• Fortalecer o sistema de defesa e responsabilização;
• Fortalecer o efetivo envolvimento infantil;
• Ensinar o respeito ao próprio corpo;
• Ensinar a respeitar o corpo do outro.

Metodologia

A ideia é trabalhar noções de conhecimento corporal e ensinar que as pessoas não


podem tocar no corpo delas se elas não quiserem, e que elas podem dizer não; diferenciar
toques bons de ruins e instruí-las sobre o que fazer diante de um toque ruim. Muitos casos
de violência vêm à tona na escola quando lá são desenvolvidos trabalhos de educação
sexual, e o aluno percebe que o que está sendo feito com ele, muitas vezes dentro de casa,
é inadequado.
O Projeto se dará dentro de sala de aula, em uma roda de conversa, na qual as
crianças terão a possibilidade de falar o que entende sobre o tem, durante a palestra será
explicado as crianças a diferença entre toques carinhosos em lugares permitidos e toques
invasivos em lugares não permitidos. Será abordado a importância de comunicar a um
adulto caso esteja passando por algo parecido, instruções claras serão dadas a cada
criança.
Quando falamos em criança na Educação Infantil, não podemos deixar de
trabalhar esses assuntos muitas vezes complexos de forma lúdica, visto que dessa forma
a absorção do conteúdo para elas será de maior proveito e interação. Iremos falar e
conhecer as partes de corpo e como funciona um semáforo de trânsito, e depois vamos
passar a falar sobre o semáforo do toque, que se assemelha ao de trânsito, com as cores
(Vermelho - Parar, Amarelo - Atenção, Verde - Pode passar). Com o Semáforo do toque,
eles vão poder identificar quais partes do corpo podem ser tocadas, e quais as partes eles
devem estar atentando e não deixar que toquem em determinadas partes de seu corpo.
Um vídeo musical e de divertido será apresentado no final, o vídeo fala sobre as
partes do corpo e sobre onde não podem ser tocadas, e opções de pessoas nas qual elas
podem falar caso se encontre em situação de risco.

Resultados Esperados

Apesar de todas essas dificuldades, a escola pode ser um ambiente que auxilie as
crianças vítimas de abuso sexual a revelarem, espontaneamente, os abusos que possam
estar sofrendo. Afinal de contas, grande parte de suas vidas desenvolvem-se no ambiente
escolar, o que permite que sejam criados laços de confiança com todos os profissionais
de ensino. Espera-se que as crianças aprendam sobre as partes de seu corpo e qual a
importância de cuidar delas, e saber dizer para as pessoas quais partes do seu corpo que
não podem ser tocadas por outras pessoas, com o intuito de que eles estejam preparados
caso ocorra, e que saibam a quem pedir ajuda, informando sobre o ocorrido a pessoas de
sua confia. Que assim os índices de abuso possam diminuir, diminuindo também as
possíveis consequências negativas que o abuso pode gerar na vida dessas crianças.

Projeto desenvolvido por: Psicóloga Monaliza Oliveira da Silva

Referencias

CRAVEIRO, C. C. Efeito da exposição continuada a regras descritivas sobre o


comportamento escolar de crianças (Dissertação de mestrado, Universidade Federal do
Pará, Belém, PA, 2009.

FINKELHOR, D. A epidemiologia internacional do abuso sexual infantil. Abuso e


negligência infantil, 1994.

JACOBS, J. E. HASHIMA, P. Y. A percepção das crianças sobre o risco sexual.


Abuso e negligência infantil, 1995.

PELISOLI, C; PICCOLOTO, L. B. Prevenção do abuso sexual infantil: estratégias


cognitivo-comportamentais na escola, na família e na comunidade. Terapias Cognitivas,
2010.

SANTOS, B. R. et al. Guia escolar: identificação de sinais de abuso e exploração sexual


de crianças e adolescentes. Rio de Janeiro, 2011.

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