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COMO

TORNAR
SEU FILHO
RESISTENTE
AO ABUSO
SEXUAL
Por Roseli Mendonça
COMO
TORNAR
SEU FILHO
RESISTENTE
AO ABUSO
SEXUAL
Por Roseli Mendonça

Antes de começar a leitura do seu e-book, gostaria


que você respondesse à seguinte pergunta:

O que você acha que te falta para


proteger seu filho do abuso sexual?

Anote a resposta aqui:

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

e-book gratuito
AQUI, VOCÊ
ENCONTRARÁ:
4 Introdução

6 O primeiro erro.

10 A base para formar crianças


resistentes ao abuso sexual.

12 Primeiro passo: uma mudança de olhar.

16 Na prática.

18 Para diálogos sobre o corpo.

20 Enquanto o tempo passa.

21 0 a 2 anos
23 3 a 5 anos
25 6 a 8 anos
26 9 a 11

28 O curso.

30 Sobre mim.
INTRODUÇÃO
T
alvez nunca tenham falado sobre prevenção com você
da forma como falarei aqui. A leitura de todo ele não
leva mais que 15 minutos, mas sua percepção sobre
prevenção ao abuso sexual nunca mais será a mesma.

A nossa primeira fragilidade


é desconhecer a verdadeira
face do abuso sexual. Não
podemos proteger as
crianças de riscos que nós
mesmos desconhecemos.

Isso é o mesmo que entrar desarmados


numa batalha contra um inimigo camuflado,
cujas armadilhas não conhecemos.

5
O
PRIMEIRO
ERRO.
A
figura do abusador como alguém desconhecido, que
possua algum tipo de transtorno mental, próximo aos
portões das escolas oferecendo doces e brinquedos
para raptar crianças; esse foi, durante muito tempo, o
perfil que muitos acreditavam ser o típico do agressor.

Mas a realidade mostra que não há nada mais


típico em abusadores sexuais do que serem
pessoas comuns, acima de qualquer suspeita.

Em grande parte são conhecidos da criança e têm a


confiança dela. Embora o abuso sexual por uso da força
física exista, não é a forma mais praticada; a principal
estratégia é a sedução, o aliciamento da criança e da família.

O abuso pode acontecer em


qualquer ambiente, não importa
a etnia, classe social ou religião.
Infelizmente, não é raro (como
muitos pensam) de acontecer,
mas é uma realidade para milhões
de crianças em todo o mundo.

Homens, mulheres e adolescentes mais velhos


cometem abusos sexuais contra crianças.

Portanto, uma garantia que não temos sobre ninguém é:

Ele/ela jamais faria uma coisa dessas!

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Abusadores sexuais têm tido êxito em suas
investidas, pois encontram um palco muito bem
estruturado para que a trama do abuso aconteça.

Eles procurarão por crianças que:

→ Não possua forte conexão afetiva com seus


pais ou cuidadores, um núcleo familiar que não
tem entre si relação de confiança, mas onde
as crianças vivem com medo de punições.
→ Possua baixa auto-estima, sintam-se desvalorizadas,
desacreditadas e pouco interessantes.
→ Não recebam a devida educação afetiva e sexual
e, por isso, não sabem lidar com suas emoções e
sentimentos, muito menos com seu próprio corpo.
→ Não possuam informações sobre autoproteção.
Quanto menos informadas, mais risco elas correm.
→ Estejam constantemente sem a supervisão
de adultos responsáveis.
→ Possuam acesso irrestrito a telas.

Mas, eu trago boas notícias!


Ainda que não possamos ter total garantia de que
nossos filhos nunca sofrerão um abuso, podemos
diminuir as vulnerabilidades das nossas crianças
tornando o abuso menos provável de acontecer.

Caso aconteça, essas crianças estarão mais preparadas


para pedirem ajuda o mais rápido possível.

Você não é impotente na luta


contra o abuso sexual!

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O que você precisa é se capacitar para proteger e ensinar
seus filhos a se protegerem do abuso. Lutar contra esse
mal demanda um olhar treinado, um conhecimento
especializado que falta, inclusive, a muitos profissionais. No
despreparo do adulto e da criança está o êxito do abusador.

Vivemos em uma geração mais disposta a


gastar com itens da moda para embelezar as
crianças do que preocupada em se capacitar
para oferecer a elas uma infância bem vivida.

Quando se fala em abuso


sexual contra crianças, a
maioria das famílias está
apenas contando com a sorte.

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A BASE PARA
FORMAR
CRIANÇAS
RESISTENTES
AO ABUSO
SEXUAL.
M
uitos imaginam que prevenção ao abuso sexual
consista de chamar a criança para uma conversa
sobre o tema, apresentar-lhes o perigo, as regras
de segurança em forma de proibições. Esperam encontrar
respostas para perguntas como: “O que devo dizer?”,
“Quando posso falar?”, “De que forma devo me expressar?”.

Por um acaso, essa, acima, teria sido sua


resposta à pergunta que fiz no início?
Muita gente com certeza respondeu que precisa aprender
o quê, quando e como falar sobre o assunto. Sei disso
porque são as perguntas que mais recebo de pais e
profissionais em palestras, entrevistas e rodas de conversa.

Por isso, é preciso que, antes de continuar, você saiba que:


Um trabalho realmente eficaz de prevenção ao abuso sexual
que se baseia apenas em dicas sobre o que, como e quando
falar é incompleto. Dar informações adequadas à criança
é extremamente importante, mas não é o todo. Pois elas
precisam de um contexto adequado para realmente fazerem
sentido para a criança. Falarei sobre isso nas próximas páginas.

Sua jornada como mãe, pai ou cuidador de uma criança


precisa ser personalizada para a realidade da sua família.
O maior especialista sobre sua criança é você. Vocês se
conhecem desde o dia em que sua criança nasceu. Sua
criança surgirá com perguntas e comportamentos diversos
e o que você precisa não é de respostas prontas, mas
de estabelecer critérios sobre como irá conduzir esse
caminho. Se você perder a confiança na sua maneira
de agir, estará à mercê de influências inadequadas
sobre a educação que oferece para os seus filhos.

O meu objetivo com este material é ajudar você a começar


a trilhar o caminho da prevenção verdadeiramente
eficaz contra o abuso sexual na infância.

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PRIMEIRO
PASSO: UMA
MUDANÇA
DE OLHAR.
A
criança resistente age como um farol, aquela
construção em forma de torre junto ao mar que
possui um foco luminoso para orientar navios. Usarei
esse símbolo para ilustrar para você sobre como reagirá a
criança que possui um espírito ágil, capaz de perceber o
que é adequado e o inadequado que se aproxima dela. Para
construir esse “farol” é preciso três operárias que trabalham
interligadas: a afetividade, a sexualidade e a razão. Precisam
ser edificadas diariamente para que construam a melhor
estrutura. Essas esferas da vida humana precisam ser
educadas diariamente para que construam a melhor estrutura.

O navio estará mais seguro no


porto, mas não foi para isso
que navios foram feitos.

Por que essas três?


Quando olhamos para um objeto não damos conta de
perceber todas as suas dimensões e com os fenômenos
também é assim. Geralmente, diante da notícia sobre
um caso de abuso sexual, analisamos a violência que se
materializa contra o corpo e somos levados a pensar que
fornecer informações sobre como protegê-lo basta. Mas
lembre-se de que as informações são extremamente
importantes e precisam ser dadas de forma correta, dentro
de um contexto que as revista de sentido para a criança.
Do contrário, serão instruções facilmente esquecidas
ou manipuladas por pessoas com más intenções.

Além disso, entenda que a violência sexual atravessa


vários aspectos do ser humano que não só o corpo em si,
mas envolve também os afetos. Se quisermos realmente

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fazer um trabalho que dará bons resultados precisamos
educar nessas três dimensões de forma personalizada.

Afetividade
A afetividade se forma, sobretudo, na infância e nós, pais,
modulamos a realidade para as crianças. Educar o campo
emocional dos nossos filhos demanda, portanto, que nos
reeduquemos. O objetivo é que as crianças aprendam a
identificar seus sentimentos, suas emoções e saibam lidar com
o que ocorre dentro delas. Que descubram que, do coração
humano, pode partir coisas grandes e boas, mas também
coisas pequenas e ruins. É preciso ajudá-los a aprender a amar
o que precisa ser amado e a rejeitar o que precisa ser rejeitado.

Sexualidade
Fomos ensinados a pensar que sexualidade começa na
adolescência, que esse aspecto não faz parte da vida infantil.
O que devemos compreender é que a sexualidade de um ser
humano começa no ventre. Que esse termo não é sinônimo
de ato sexual. Portanto, a sexualidade infantil é totalmente
diferente da sexualidade do adolescente e do adulto. Na
infância se formam as bases da sexualidade e nesse período ela
está focada nos órgãos dos sentidos, na informação sensorial
e afetiva que a criança recebe e se propõe a buscar. Educar a
sexualidade é ajudar a criança a formar uma visão positiva
de si mesma, conhecer e valorizar seu corpo, reconhecer os
limites de contato e sobre como se proteger dos perigos.

RAZÃO
Preparamos o desenvolvimento da razão a partir dos hábitos
que constroem as virtudes. E essas, por sua vez, formam
o trilho por onde as crianças aprenderão a caminhar. As
virtudes são atitudes humanas e disposições estáveis que
formam o entendimento e a vontade, regulando nossos
atos e ordenando nossas paixões. O desenvolvimento da

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razão ajuda a criança a fazer escolhas adequadas
ao invés de simplesmente agir por impulso.

Percebe a importância desse tipo de visão?


Ao falarmos de prevenção ao abuso, falamos de educação
integral da criança, não somente da dimensão corporal,
pois o ser humano não é só corpo físico. Os afetos, a
sexualidade e razão estão entrelaçados. A desordem
nesses aspectos da vida humana vulnerabiliza a pessoa
a diversos perigos; o abuso sexual é um deles.

Veja:
Mesmo que uma criança ouça constantemente que não
deve deixar ninguém tocar em suas partes íntimas (e
que essa orientação seja boa!), se a recebe fora de um
ambiente favorável ao seu fortalecimento como pessoa,
essa informação pura e simples não a livrará do perigo. 

Ocorre que, se algo acontecer, os adultos dirão que


ela já havia sido avisada. É isso que muitas vezes
ocorre. O abusador trabalha com as vulnerabilidades
que identifica na criança: a busca por afeto,
reconhecimento, a curiosidade e a falta de informação.
Se essa pessoa consegue estabelecer com a criança
uma amizade especial e a convence que só ela
a ama de verdade, conseguirá manipulá-la.

A criança nunca consente


com o abuso, o que a
fragiliza é o despreparo dos
adultos em fortalecê-la.
15
NA PRÁTICA.
Estabilidade na resposta afetiva
Se formos pais e mães que reagem a uma mesma
situação ora de uma forma, ora de outra, causaremos
alguma confusão na percepção da criança sobre
como lidar com seus próprios sentimentos e emoções.
Nossas respostas modulam a realidade sempre da
mesma maneira. Esse comportamento é o mais natural
de ocorrer quando nos vemos diante da missão de
educar, e talvez nunca tivéssemos nos atentado para
isso antes. Veja como filhos trazem consigo esse poder
de nos convidar a evoluir como pessoa. Tudo o que
quisermos transmitir aos nossos filhos passará primeiro
por um processo da nossa própria reeducação.

Ajuda para entender os sentimentos que


passam por eles, interiormente
Nomeando as emoções e os sentimentos que
surgem, mostrando pelo exemplo e pela palavra
como se deve lidar com cada um deles. As explosões
emocionais da criança são, por exemplo, oportunidades
de ajudá-las a compreender como devem fazer
para buscar calma e agir corretamente.

O desenvolvimento de bons hábitos


A criança precisa crescer em um ambiente ordenado
em relação a sua alimentação, higiene e sono. Neste
contexto, ela aprende a fazer o que é correto com
alegria e disposição e, assim, sente-se útil e cada
dia mais forte, mais capaz de olhar para dentro
e para fora de si e perceber como deve agir.

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PARA
DIÁLOGOS
SOBRE O
CORPO.
Leveza
A criança é altamente sensível ao ambiente, ela percebe o
clima ao seu redor. Percebe nosso estado através das nossas
reações, da nossa fisionomia, tom de voz. Por isso, seu estado
emocional transmitirá segurança ou terror para a criança.

Naturalidade
Assim como a leveza, a naturalidade com que lidamos
com o assunto transparece segurança para criança.
Falar com ela sobre o corpo, intimidade e proteção
com naturalidade é deixar claro que estamos falando
de aspectos pessoais nossos e dos quais não temos de
que nos envergonhar, mas cuidar, respeitar e valorizar.

Respeito
Muita gente confunde leveza e naturalidade com uso de
brincadeiras e piadas. As partes íntimas e sua privacidade
não são assuntos cômicos. Mostre sempre o quão
especial é cuidar de cada parte de todo o nosso corpo.

Recorrência
Você não precisa marcar um dia para falar do assunto com
seu filho. Isso não é muito eficaz. Mas a frequência com que
conversam sobre o assunto em situações do dia a dia é que
fará a mensagem ser mais bem assimilada pela criança.

A criança nunca consente com o abuso, o que a


fragiliza é o despreparo dos adultos em fortalecê-la.

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ENQUANTO O
TEMPO PASSA.
0 a 2 anos
Já são especialistas em linguagem não verbal,
por isso não espere que cresçam e dialoguem
com você para então começar a orientar.

Narre os cuidados
Na troca de fraldas, durante o banho você pode
ir explicando o que está fazendo. Ressalte que
aquele é um toque de cuidado com corpo.

Assim, a criança vai aprendendo qual é a


maneira adequada de ser tocada.

“Agora vou cuidar de você limpando seu corpinho, vou


limpar suas partes íntimas com um lencinho. Terei
bastante cuidado porque essas partes são bem sensíveis”.

“Agora é a hora do banho, vamos deixar o


corpinho limpo e cheiroso? Para lavar as
partes íntimas é bem rapidinho...”

Ensine o nome de cada parte do corpo


Não apenas as partes íntimas, mas fale sobre todo o
corpinho. Procure por músicas e ilustrações que possam
ajudar, elas assimilarão melhor com esses recursos.

Faça perguntas:

→ Que parte do corpo é essa?


→ Para que ela serve?
→ Como cuidamos dela?
→ De quem é esse pezinho? (sempre dizemos
que cada parte é da criança)

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Quem pode tocar
Sempre diga para a criança quem são as pessoas
que podem trocar a fralda dela ou dar banho.

Como pode tocar


“Para limpar a sua parte íntima é assim que
faz, rapidinho. Nada de beijo, cócegas ou
passar a mão. Essa parte de limpa com
um lencinho, com bastante cuidado.”

Oriente sobre o banho e sobre passar


remédios nas partes íntimas. Não se
esqueça de falar sobre a higiene e o tipo de
toque do restante do corpo também.

A criança aprende sobre o


adequado e o inadequado
a partir da forma como é
tratada e orientada . Assim
como sabemos que é noite
quando o sol de põe, as
crianças entenderão o que
é abuso pela ausência do
respeito ao corpo com
qual está acostumada.

22
3 a 5 anos
Nessa fase a curiosidade sobre os genitais aumentam.
As crianças já percebem as diferenças entre o sexo
masculino e feminino, mostram maior interesse nas
diferenças entre o corpo do adulto e da criança.

Continue trabalhando com as abordagens da


fase anterior, ampliando o diálogo e utilizando
recursos lúdicos apropriados para essas idades.

Autonomia no banho
Você já pode ensinar a criança a tomar banho sozinha,
faça do banho um momento divertido. Dê uma esponja
com bastante espuma e escolham as partes que
serão lavadas primeiro, por último. A espuma ajudará
a criança a perceber as partes que foram limpas
e as que ainda não foram, assim ela vai entendo
como deve cuidar do corpo através da higiene.

Promover essa autonomia aos poucos ajuda a criança a


dispensar intervenções em seu próprio corpo. É importante
que você ensine sobre a higiene do corpo pós xixi e coco.

As crianças ficam muito felizes


quando aprendem a cuidar de
si, sentem-se mais fortes.

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As palavras NÃO e PARE
Ensine que as palavras “NÃO” e “PARE” precisam
ser atendidas imediatamente tanto pelos outros,
quanto pela criança ao brincar com outras pessoas
adultas ou crianças. Diga a ela que quando não
gostar de algo, ela tem o direito de dizer “Não”.

Se, durante alguma brincadeira,


a criança pedir para
parar, atenda seu pedido e
intervenha quando ela estiver
brincando com outra pessoa
e pedir para parar. Isso vale
para cócegas também.

Ensine a pedir permissão antes


de abraçar o coleguinha.
Diga que não deve aceitar toques ou brincadeiras
que o deixem triste ou com medo, mesmo que
sejam de amigo, conhecido ou vizinho.

24
6 a 8 anos
Por volta dos 6 anos o senso de pudor começa a se solidificar
e a criança passa a ter vergonha de tomar banho ou trocar
de roupa na frente dos outros. As perguntas se tornam
mais elaboradas e mesmo que não perguntem, elas tem
curiosidades que precisam ser sanadas em fontes seguras.

Público e privado
É importante respeitar o espaço da criança e não fazer
piadinhas ou dizer frases como: “Deixa de besteira! Eu sempre
te vi sem roupa... agora vem com essa frescura!”. O respeito ao
corpo é o fundamento do trabalho de prevenção ao abuso.

Ajude a criança entender os conceitos de público e


privado, a distinguir as situações em que pode expor
sua nudez das que jamais deve. Ela começará a
entender, através das suas orientações, que mesmo
que uma pessoa a convide a mostrar sua nudez ele
jamais deve aceitar, mesmo que seja um “amigo”.

Segredos
Durante toda a infância é importante orientar a criança
a não guardar segredos sobre seu corpo, que deve falar
com alguém de confiança. Nessa idade de 6 aos 8 anos é
possível trabalhar esse assunto de forma mais detalhada,
usando as expressões segredos bons e segredos maus.
Relacione o segredo bom a tudo o que será revelado mais
tarde e deixará todos felizes como, por exemplo, uma
festa de aniversário surpresa. Sobre o segredo mau, o
relacione a segredos sobre o corpo, sentimentos, pois
impedem a criança de receber a ajuda que precisa.

25
9 a 11
Desde aproximadamente 7 anos começaram a buscar
pessoas com quem se identificam, pessoas diferentes de
seus pais, como: professores, personagens de filmes, atores,
cantores e youtubers. Essas figuras exercem influência
direta na formação da sexualidade da criança nessa fase.

Curiosidades
Nesse período tornam-se cada vez mais tímidos e
constrangidos em relação ao corpo. Ao aproximar-se dos
10 anos, conversam entre si sobre namoro e a curiosidade
aumenta para esse tipo de relacionamento e é provável
que já tenham ouvido falar de sexo em algum lugar.

Seus filhos buscarão as respostas para cada dúvida


que tiverem. O problema não é a curiosidade,
mas em que fonte as crianças vão buscar as
informações. Converse abertamente com seus filhos
sobre as dúvidas deles. Entenda, também, que não
perguntar, não significa que não tenham dúvidas.

Consentimento
O consentimento pode ser abordado como permissão
e só pode ser concedido quando conhecemos e
sabemos o que significa aquilo que nos oferecem.

De acordo com o Estatuto da Criança e do


Adolescente, não há consentimento antes dos 14 anos
de idade, pois, até essa idade, não há maturidade
para discernir sobre determinadas escolhas.
Portanto, mesmo que uma adolescente de 13 anos
diga que quer praticar ato sexual com alguém, se
isso ocorrer, configura estupro de vulnerável.

26
Se você conversa com seu filho com leveza, naturalidade e
levando as informações corretas sobre o corpo, se responde
suas dúvidas e curiosidades sobre o desenvolvimento sexual,
você estará abrindo uma rota incrível de segurança para ele.

A criança que conversa com seus pais sobre esses assuntos,


conversa com eles sobre qualquer coisa. Por isso, aposte
no diálogo, ancore seus filhos em informações adequadas.

Deixe claro que você é responsável por protegê-la e que


por isso não deve haver segredos sobre ter tocado ou
ter visto as partes íntimas. Demonstre que você está
sempre de abraços abertos para tirar suas dúvidas e
para acolhê-la caso alguém queira lhe fazer algum mal.

Ninguém melhor que você conhece tão bem sua


criança. Ninguém tem maior responsabilidade em
orientá-la do que você. Então não adie essa conversa,
não adie sua preparação para fortalecer seus filhos.

27
O CURSO.
Um espírito ágil, capaz de diferenciar o adequado do
inadequado e de se esquivar dos perigos é o maior bem
que você pode ajudar seu filho a construir. Meu corpo, meu
corpinho! O curso é o caminho até lá, com leveza e alegria.

O ebook que você acabou de ler é, na verdade, a abertura a


um novo olhar sobre o caminho para verdadeira prevenção
ao abuso sexual. Um olhar consciente de que a proteção
está ligada a formação saudável da afetividade, da razão e
da sexualidade. Sem isso, seu trabalho estará incompleto.

Fazendo parte dessa comunidade, você terá acesso a


mais de 30 aulas sobre o desenvolvimento e a educação
da sexualidade na infância, prevenção ao abuso sexual
e educação da afetividade. Receberá resumos das
aulas, cartilhas com atividades práticas para fazer
com seus filhos e bônus especiais sobre a sexualidade
na vida adulta, uso de telas e formação do caráter.

Em sua casa você receberá o livro “Meu corpo, meu


corpinho!” com uma dedicatória para sua criança +
um certificado (em seu nome) ilustrado em aquarela
com os personagens do livro na versão adulta.

Ser efetivamente treinado para a


proteção dos nossos filhos tem um
valor impossível de ser calculado.

INSCREVA-SE JÁ!

29
SOBRE MIM.
S
ou Roseli Mendonça,
esposa do Roberto,
mãe da Izzie de 3
anos e enquanto escrevo
esse material para você
estou com 12 semanas da
minha segunda gestação.

Eu amo estudar sobre a


infância, desenvolvimento
infantil e educação. Sou
psicóloga em formação,
especializanda em
sexualidade humana,
palestrante e autora do
livro infantil “Meu corpo,
meu corpinho!” publicado
pela editora Matrescência.

Ouvir crianças e me conectar com esse mundo colorido em


que a nuvem é de algodão doce, o cavalo tem asas e em
que você pode fazer, além da sua voz, a voz do brinquedo
(e não ser chamada de louca) me cativa o coração!

Foi ouvindo esses pequenos e suas histórias que


tive contato com uma das maiores dores que uma
criança pode carregar: a do abuso sexual. Além
de incríveis, engraçadas, curiosas e espertas, as
crianças são as pessoas mais vulneráveis a
maus-tratos. De repente se veem no misto de
desamparo, silêncio, culpa, vergonha e medo.

Escutar, acolher e agir naquelas situações foi fundamental


e aprendi que precisava me mover por mais crianças,
por mais famílias e por isso hoje faço o que faço:

Cuido dos meus e estudo cada vez mais


para ajudar você com os seus.

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© Todos os direitos reservados

Autora Roseli Mendonça


Design Chico Maciel
Ilustrações Série Surr by Olha Khomich, do site icons8.com
Talvez nunca tenham falado sobre prevenção
com você da forma como falarei aqui. A
leitura de todo ele não leva mais que 15
minutos, mas sua percepção sobre prevenção
ao abuso sexual nunca mais será a mesma.

A nossa primeira fragilidade é desconhecer


a verdadeira face do abuso sexual. Não
podemos proteger as crianças de riscos
que nós mesmos desconhecemos.

Isso é o mesmo que entrar desarmados


numa batalha contra um inimigo camuflado,
cujas armadilhas não conhecemos.

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