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QUESTÃO 1 – Tema: Áreas da psicologia e a psicologia do desenvolvimento

De acordo com Martorell (2014, p. 20-27), cientistas associam o desenvolvimento de

cada pessoal e de cada faixa etária a elementos inatos (hereditários e

maturacionais) e fatores ambientais (adquiridos com as experiências de vida). Liste

os elementos e fatores citados pela autora.

Os cientistas encontraram formas de medir as contribuições da hereditariedade, ou

natureza, e do ambiente, ou educação, para o desenvolvimento de traços específicos

em uma população. Por exemplo, ainda que a hereditariedade afete fortemente a

inteligência, fatores ambientais - tais como estimulação parental, educação e

influências dos pares - também a afetam. Teóricos e pesquisadores contemporâneos

estão cada vez mais interessados em explicar como natureza e criação operam juntas

em vez de discutir sobre qual fator é mais importante.

Muitas mudanças típicas da primeira infância, tais como o aparecimento da

capacidade de andar e falar, estão atreladas à maturação do corpo e do cérebro - o

desdobramento de uma sequência natural universal de mudanças físicas e padrões de

comportamento. Esses processos maturacionais que são observados mais claramente

nos primeiros anos de vida ocorrem em harmonia com as influências da

hereditariedade e do ambiente. À medida que as crianças tornam-se adolescentes e

adultos, as diferenças individuais nas características pessoais inatas (hereditariedade)

e na experiência de vida (ambiente) desempenham um papel crescente durante sua

adaptação às condições internas e externas.

QUESTÃO 2 - Tema: Áreas da psicologia e a psicologia do desenvolvimento

Com fundamento em Martorell (2014, p. 20-27), descreva resumidamente a Teoria

sociocultural de Lev Vygotsky.

O psicólogo russo Lev Semyonovich Vygotsky (1896-1934) concentrou-se nos


processos sociais e culturais que orientam o desempenho cognitivo das crianças.

Vygotsky via o crescimento cognitivo como um processo colaborativo. As crianças,

segundo ele, aprendem por meio da interação social e de atividades compartilhadas.

Mais do que acreditar em aspectos universais do desenvolvimento, Vygotsky

acreditava que há tantas formas de se desenvolver quanto existem culturas diferentes

e experiências distintas.

Segundo Vygotsky, adultos ou pares mais avançados devem ajudar a dirigir e

organizar o aprendizado de uma criança. Essa orientação é mais eficaz para ajudar as

crianças a atravessarem a zona de desenvolvimento proximal (ZDP), o espaço

psicológico imaginário entre o que as crianças são capazes de fazer e o que poderiam

realizar com o auxílio de outra pessoa. No decorrer do tempo, à medida que as

habilidades de uma criança aumentam, a responsabilidade pelo direcionamento e

monitoramento da aprendizagem gradualmente passa do adulto para a criança - por

exemplo, quando um adulto ensina uma criança a flutuar, o adulto primeiramente

apoia a criança na água e depois a solta de forma gradual à proporção que o corpo

relaxe em uma posição horizontal. Esse apoio temporário que país, professores ou

outros dão à criança é conhecido como provisão de andaimes.

QUESTÃO 3 – Tema: O ciclo da vida humana (primeira infância)

Martorell (2014, p. 146-148) demonstra que, para Vigotski, o desenvolvimento é um

processo psicossocial que resulta do entrelaçamento das relações sociais, do

temperamento e do modo único que cada um tem de sentir emoções. Descreva

sucintamente de que modo os autores definem o temperamento e as emoções.

O recém-nascido Zev foi um bebê feliz. Ele chorava pouco, dormia em horários

relativamente regulares e passava grande parte do tempo tranquilo, observando o

mundo com seus grandes olhos castanho. Amigos e família comentavam sobre sua
tranquilidade perguntando aos pais como eles conseguiram moldar o comportamento

dele dessa forma. “Não moldamos” os pais respondiam, “ele parece ter nascido

assim”.

Ainda que os bebês compartilhem padrões de desenvolvimento, cada um,

desde o início, demonstra um modo relativamente consistente e previsível de

responder ao ambiente. Cada bebê tem seu próprio temperamento único. Um bebê

pode em geral ser alegre; outro, facilmente irritado. Uma criança pode brincar

alegremente com outras; outra prefere brincar sozinha. Esses modos característicos

de sentir, pensar e agir afetam a maneira como as crianças respondem aos outros e se

adaptam a seu mundo. A partir do primeiro ano de vida, o temperamento se

entrelaça com as relações sociais, combinação chamada de desenvolvimento

psicossocial. [...].

Emoções são reações subjetivas à experiência que estão associadas a

mudanças fisiológicas e comportamentais. O medo, por exemplo, é acompanhado por

aceleração dos batimentos cardíacos. [...] O desenvolvimento emocional segue um

cronograma [relativamente] padronizado que [se] inicia nos primeiros meses de vida.

Trata-se de um processo ordenado; emoções complexas desdobram-se de emoções

mais simples. As emoções também se tornam cada vez mais sociais e incluem as

emoções de autoconsciência, como vergonha e constrangimento.

QUESTÃO 4– Tema: O ciclo da vida humana (segunda infância)

Para Pilleti e Rossato (2017, p. 130-131), as mudanças do mundo moderno e

contemporâneo demandam a máxima do desenvolvimento infantil desde muito

cedo. De que modo, segundo os autores, a escola e os especialistas da infância

atuam nessa direção?

As mudanças do mundo moderno e contemporâneo (econômicas, tecnológicas,

dentre outras), as necessidades de preparo para o futuro mercado de trabalho e, com


isso, cada vez mais cedo institucionalizar as crianças, a compreensão de que elas são

seres com capacidade (desde muito cedo) de desenvolvimento e de aprendizagem e a

organização de políticas de atendimento e de proteção à infância, essas são algumas

das questões que promoveram as crianças desse período ao status de seres com

grande potencialidade, da qual depende projetar-se um adulto "melhor ou não".

Assim, são programadas inúmeras atividades apoiadas por especialistas da infância, a

fim de promover ao máximo o seu desenvolvimento. A criança vai para a escola não

somente para ser cuidada, protegida, mas também para que sejam garantidas suas

possibilidades de socialização, de descoberta de si e do mundo, de se colocar no

mundo, de agir nele, como ser possuidor de necessidades próprias e com capacidade

para desenvolver novas. Desenvolve sua autonomia, a capacidade de planejamento

de suas ações, descobre o mundo dos objetos, explora-os, utiliza-os para além de sua

função própria.

QUESTÃO 5 – Tema: O ciclo da vida humana (terceira infância)

De que modo, de acordo com Martorell (2014, p. 267-268), a violência que

predomina nos meios de comunicação de massa pode afetar o comportamento?

Existe alguma mídia de entretenimento que se destaca nesse contexto?

"Ah, mãe, por favor, por favor, por favor!", implorou Emily, "Eu realmente quero

assistir! É proibido só até 13 anos e todos meus amigos já assistiram!” Devido ao fato

de cada vez mais a televisão, os filmes, os videogames, os celulares e os

computadores assumirem um papel significativo no cotidiano da criança, é vital

compreender o impacto que os meios de comunicação de massa têm sobre o

comportamento infantil. As crianças passam mais tempo com mídias de

entretenimento do que realizando qualquer outra atividade que não seja o tempo

passado na escola e dormindo. [Especialistas recomendam] que os pais limitem a

exposição da criança às mídias para 1 a 2 horas por dia; contudo, na média, crianças

passam cerca de 4 horas por dia na frente da televisão ou do computador (Anderson


et al., 2003).

A violência é predominante nos meios de comunicação norte-americanos,

Cerca de 6 em cada 10 programas de televisão retratam violência, em geral

glamourizada, glorificada ou banalizada (Yokota e Thompson, 2000). Os videoclipes

musicais apresentam uma quantidade desproporcional de violência contra mulheres e

negros. As indústrias cinematográficas, fonográficas e dos videogames utilizam uma

estratégia de marketing agressiva, focada em crianças, para vender produtos

violentos, com classificação para adultos (AAP Committee on Public Education, 2001).

Em um estudo recente com crianças norte-americanas, 40 filmes com classificação R

(menores de 17 anos apenas acompanhados pelos pais), com forte conteúdo de

violência, foram assistidos por uma média de 12,5% das crianças entre 10 e 14 anos

de idade [...].

Devido à quantidade significativa de tempo que a criança passa interagindo

com mídias, as imagens a que está exposta podem se tornar os principais modelos de

vida e fontes de informação sobre como as pessoas se comportam. Evidências de

pesquisas conduzidas ao longo dos últimos 50 anos sobre exposição à violência na

televisão, em filmes e em videogames sustentam uma relação causal entre violência

nos meios de comunicação e comportamento violento do expectador (Huesmann,

2007).

Como a violência nas mídias leva à agressividade a longo prazo? Estudos

longitudinais evidenciaram que a exposição da criança a mídias violentas aumenta o

risco de efeitos de longo prazo com base em aprendizado por observação,

dessensibilização e aprendizado pela prática que ocorre automaticamente em

crianças (Huesmann, 2007). As mídias proporcionam uma excitação profunda sem

mostrar o custo humano e levam a criança a encarar a agressão como aceitável. A

criança que observa personagens utilizando violência para atingir seus objetivos pode

concluir que a força é um modo eficaz de resolver conflitos. Reações negativas a cenas
violentas diminuem em intensidade quando a exposição é frequente (Huesrnann e

Kirwil, 2007). Quanto mais realista for o retrato da violência, mais chance ela tem de

ser aceita (AAP Committee on Public Education, 2001; Anderson et al., 2003). No caso

de crianças que já são agressivas, a situação é pior. A criança com alto nível de

agressividade é afetada mais intensamente pela violência nas mídias do que a criança

menos agressiva (Anderson et al., 2003).

Pesquisas sobre os efeitos dos videogames e da internet sugerem que

aumentos de longo prazo no comportamento violento podem ser ainda maiores no

caso de videogames do que da televisão e dos filmes. Usuários de jogos violentos são

participantes ativos que recebem um reforço positivo para ações violentas

(Huesrnann, 2007). Em estudos experimentais, jovens usuários de videogames

apresentaram diminuição no comportamento pró-social e aumento de pensamentos

agressivos e de retaliação violenta a provocações (C. Andersen, 2000).

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