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UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


FACULDADE DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS
PÓS-GRADUAÇÃO

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL

ELISANGELA SOUZA MAIA NEVES

A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS E BRINCADEIRAS NA


EDUCAÇÃO INFANTIL

RESUMO (etapa 3)
É através do lúdico que a criança vai incorporando certos valores à sua
personalidade, e a partir também dos jogos que elas podem ir conhecendo regras
que poderão contribuir para a formação do caráter, do conhecimento da própria
capacidade, aprendendo a respeitar a si e aos colegas, despertando a curiosidade, a
criatividade e as várias formas de procurar solucionar problemas vivenciados por
eles. Para a criança, o brincar, não é apenas um passatempo; seus jogos estão
relacionados com um aprendizado fundamental: o conhecimento e vivência do
mundo que a cerca. O brincar e a prática dos jogos vão colaborar para que se
desenvolvam todas as potencialidades da criança de forma prazerosa. O trabalho
tem por objetivo reconhecer a importância das brincadeiras bem como dos jogos e
sua relação como facilitadores do desenvolvimento integral da criança e demonstrar
que tanto os jogos como as brincadeiras, são ferramentas que contribui na formação
corporal, afetivo e cognitivo. Utilizou-se uma pesquisa bibliográfica, onde
compreendeu-se que o brincar e o jogar são ferramentas importantes para o
desenvolvimento integral da criança.

PALAVRAS-CHAVE: : Jogos – Brincar – Educação infantil


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1 INTRODUÇÃO (etapa 1)

Esse artigo tem como tema a importância dos jogos e brincadeiras na


educação infantil.
Esse tema se justifica, pois para a criança, o brincar, não é apenas um
passatempo; seus jogos estão relacionados com um aprendizado fundamental: o
conhecimento e vivência do mundo que a cerca (FORTUNA, 2000).
É possível que os educadores possam compreender de forma significativa o
reconhecimento da importância dos jogos e brincadeiras, em suas aulas, podendo
assim obter resultados positivos?
Esse artigo tem por objetivo reconhecer a importância das brincadeiras bem
como dos jogos e sua relação como facilitadores do desenvolvimento integral da
criança e demonstrar que tanto os jogos como as brincadeiras, são ferramentas que
contribui na formação corporal, afetivo e cognitivo.
O estudo foi desenvolvido a partir de metodologia da pesquisa bibliográfica,
em textos científicos da literatura da área.
Essa pesquisa iniciou com levantamento de dados, através dos sites e livros
propostos, buscando na literatura o devido embasamento para que outras pessoas
que tenham o mesmo interesse possam ter material suficiente para pesquisa.
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (BRASIL, 1998),
aponta a necessidade do brincar e jogar, pois são fundamentais para o
desenvolvimento da identidade e autonomia, como também consciência do próprio
corpo. Para Wajskop (2012) é preciso brincar de forma significativa nas escolas
infantis, e, assim, aceitar a brincadeira das crianças como um elemento importante
no currículo e em suas ações pedagógicas. Kishimoto (2011), mostra a importância
do brincar para a criança da educação infantil.
Assim, neste artigo, apresentaremos a descrição do desenvolvimento infantil;
aspectos atuais da educação infantil; O papel do jogo e brincadeiras na educação
infantil, considerações finais e referências.
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2 DESENVOLVIMENTO (etapa 2)

O DESENVOLVIMENTO INFANTIL

É de grande valia que a criança desde seu nascimento encontre um ambiente


facilitador para o seu desenvolvimento pleno. Assim sendo, o ambiente pode
caracterizar-se desde a família até a escola sendo sua extensão a comunidade em
que vive.
A criança desenvolve-se pela experiência social, nas interações que
estabelece, desde cedo, com a experiência sócio-histórica dos alunos e do
mundo por eles criado. Dessa forma, a brincadeira é uma atividade humana
na qual as crianças são introduzidas constituindo-se em um modo de
assimilar e recriar a experiência sociocultural dos adultos (WAJSKOP, 2012,
p.31).

Portanto, sabe-se que os primeiros anos de vida de uma criança são


essenciais para a sua formação, pois são marcados por muitas transformações
como também descobertas. Iniciam assim a descoberta do mundo que as cercam e
aos poucos vão construindo seu conhecimento.

Desenvolvimento humano é um processo de crescimento e mudança a nível


físico, do comportamento, cognitivo e emocional ao longo da vida. Em cada
fase surgem características específicas. As linhas orientadoras de
desenvolvimento aplicam-se a grande parte das crianças em cada fase de
desenvolvimento. No entanto, cada criança é um indivíduo e pode atingir
estas fases de desenvolvimento mais cedo ou mais tarde do que outras
crianças da mesma idade, sem se falar, propriamente, de problemáticas
(VASCONCELLOS, 2005, p. 02).

E para que ocorra um pleno desenvolvimento, a criança necessita desde bebê


vivenciar uma rotina bem planejada, estruturada e organizada para o seu melhor
para que isso ocorra, e assim lhe proporcionar conforto, segurança, maior facilidade
de organização, espaço temporal (VASCONCELLOS, 2005).
Sendo assim existem muitas práticas que podem ajudar a melhorar o
desenvolvimento infantil, e uma delas são o trabalho explorando o movimento na
criança (BRASIL, 1998).

O movimento para a criança pequena significa muito mais do que mexer


partes do corpo ou deslocar-se no espaço. A criança se expressa e se
comunica por meio de gestos e das mímicas faciais e interage utilizando
fortemente o apoio do corpo. A dimensão corporal integra-se ao conjunto da
atividade da criança. O ato motor faz-se presente em suas funções
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expressiva, instrumental ou de sustentação as posturas e aos gestos


(BRASIL, 1998, p. 18).

É muito interessante que os adultos reconheçam como é importante trabalhar


o movimento com a criança, em principal com os menores, pois elas precisam dessa
interação com o meio social e desse auxilio com os adultos para a satisfação de
suas necessidades.
Assim “a medida que a criança cresce, o desenvolvimento de novas
capacidade possibilita que ela atue de maneira cada vez mais independente sobre o
mundo a sua volta, ganhando maior autonomia em relação aos adultos” ( BRASIL,
1998, p.18).
A partir da interação com o meio que o cerca, a criança adquire o reforço de
sua cultura, e cada uma tem seu próprio jeito em preservar suas características
como os recursos expressivos do movimento, havendo variações na importância
das às expressões faciais, aos gestos e as posturas corporais, bem como nos
significados atribuídos a eles ( BRASIL, 1998).

É muito grande a influencia que a cultura tem sobre o desenvolvimento da


motricidade infantil, não só pelos diferentes significados que cada grupo
atribui a gestos e expressões faciais, como também pelos diferentes
movimentos aprendidos no manuseio de objetos específicos presentes na
atividade cotidiana, como pás, bolas de gude , corda, estilingue etc.
(BRASIL, 1998, p. 19).

Outro ponto da cultura que esta em destaque é com relação ao jogos e


brincadeiras entre outras que são atividades privilegiadas nas quais o movimento é
aprendido e significado (BRASIL, 1998).
O referencial curricular da educação infantil, destaca o movimento como um
aspecto importante , pois ele contempla a multiplicidade de funções e manifestações
ao ato motor, propiciando um amplo desenvolvimento de aspectos específicos da
motricidade das crianças, abrangendo uma reflexão acerca das posturas corporais
implicadas nas atividades cotidianas, bem como também nas atividades voltadas
para a ampliação da cultura corporal de cada criança (BRASIL, 1998).
A melhor maneira de evoluir o desenvolvimento de uma criança é explorar
seus movimentos deixando com que ela brinque e jogue de maneira natural, pois
ninguém nasce sabendo brincar, é assim que Kishimoto, afirma em seu vídeo;
porem ela tem essa necessidade, e além disso, hoje compreende-se que a criança
tem direito ao brincar e a brincadeira, para que haja um pleno desenvolvimento. O
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brincar e a brincadeira ajudam e facilitam todas as demais ações da criança, ela


estimula os membros, a liderança, favorece a linguagem, enfim tudo, o brincar e o
brinquedo ajuda a descobrir o mundo que a cerca (UNIVESP TV, 2011).

O PAPEL DOS JOGOS E BRINCADEIRAS

O jogo é muito importante para o desenvolvimento da criança, como também


as brincadeiras. É como afirma Lopes (2011, p.33) “O jogo para a criança é o
exercício, é a preparação para a vida adulta. A criança aprende brincando, é o
exercício que a faz desenvolver suas potencialidades”.
De acordo com Huizinga (apud FORTUNA, 2000), o jogo uma atividade
voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço,
segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotada de
um fim em si mesma, acompanhada de um sentimento de tensão e de alegria e de
uma consciência de ser diferente da vida cotidiana (caráter fictício).

[...] o brinquedo não pode ser reduzido à pluralidade dos sentidos do jogo,
pois conota criança e tem uma dimensão material, cultural e técnica
(1996:21). É o suporte da brincadeira, que por sua vez é o lúdico em ação, a
ação que a criança desempenha ao concretizar as regras do jogo (id.). A
autora sustenta que brinquedo e brincadeira relacionam-se com a criança, e
não podem ser confundidos com o jogo - termo que, para ela, comporta uma
"grande família" (FORTUNA, 2000, p. 02).

Assim é preciso ressaltar que os educadores reconheçam a importância


desse brincar na educação infantil e realize atividades condizentes e que possam
trazer benefícios para o desenvolvimento da criança.
Portanto de acordo com Fortuna (2000), a brincadeira que hoje se defende
não se caracteriza por ser alienante, tampouco o prazer que proporciona, mas, para
que assim seja, é necessário que se inscreva em um projeto, tenha intencionalidade.
É preciso, de igual forma, que preserve suas características lúdicas, ou seja,
que continue sendo jogo.
Assim, tais características, entretanto, fazem forte oposição à sala de aula
convencional. É de Waskop (apud FORTUNA, 2000, p. 05), a análise das
contradições presentes no brincar que dificultam sua adoção com propósitos
educativos:
● enquanto o jogo é uma atividade livre e espontânea, o ensino é, por
excelência, uma atividade dirigida;
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● ao brincar a criança supera a infância (por ex., no jogo dramático


desempenha papéis que ultrapassam sua idade real), mas também
constitui-se como tal, visto que a brincadeira contribui para seu
desenvolvimento;
● no jogo estão presentes valores, a um só tempo, retrógrados e
inovadores;
● o jogo é uma atividade regulada e, ao mesmo tempo, espontânea
(retomar, para melhor entender esta questão, a análise anteriormente feita a
respeito da realidade e jogo);
● o sujeito que brinca se apropria do mundo de forma ativa e direta, mas
também através da representação, ou seja, da fantasia e da linguagem.

ASPECTOS ATUAIS DA EDUCAÇÃO INFANTIL

A Educação infantil é um ótimo espaço para colaborar com o desenvolvimento


das crianças, porem como afirma Kishimoto (2016, p. 01), “as propostas de
educação infantil dividem-se entre as que reproduzem a escola elementar com
ênfase na alfabetização e números (escolarização) e as que introduzem a
brincadeira valorizando a socialização e a re-criação de experiências”.
As brincadeiras e jogos são, por si só uma situação de aprendizagem através
de regras existentes em cada um e, também, através da imaginação, que leva a
criança a reproduzir situações de seu dia a dia
A importância do jogo no desenvolvimento da criança é uma questão
fundamental dentro do currículo da educação infantil. Existem inúmeras relações de
jogos, em que estes são classificados por faixa etária, por área de desenvolvimento,
por tipo de estímulo, pela origem, pela utilização ou não de objetos etc. Existe
também um tipo de classificação que se encontra na memória de cada um de nós:
são aqueles jogos que nossos pais e avós brincaram na infância, e que nos
transmitiram, jogos que não foram tirados de livros nem ensinados por um professor,
mas sim transmitidos pelas gerações anteriores à nossa ou aprendidos com nossos
colegas (LOPES, 2011).
Portanto, o professor tem um papel fundamental, deve ser o mediador, ou
seja, criar possibilidades para que a criança possa brincar, como equipamentos
adequados, materiais, brinquedos , onde a criança possa se movimentar explorar se
organizar, imitar e assim se desenvolver (UNIVESP TV, 2011).
O brincar não é só o lúdico e, sim, uma forma de proporcionar aos pequenos,
diversas fontes de aprendizado, onde os bebês deverão entrar em contato com
diversos materiais, brinquedos e situações que ajudarão em seu desenvolvimento.
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Portanto, ter a noção que o bebê, não é um ser estático e precisa dessa interação, é
favorecer sua inteligência e desenvolvimento (UNIVESP TV, 2011).
Fornecer a criança momentos e estímulos através de atividades lúdicas , pois
a criança é protagonista em procurar aquilo que lhe interessa, pois todas as
situações lhe oferecerão algo par o seu desenvolvimento com prazer através do
brincar, portanto o professor deve deixar o ambiente de forma a propiciar essas
brincadeiras (UNIVESP TV, 2011).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS (etapa 3)

É importante compreender que a educação infantil é a etapa mais importante


da infância; por ela a criança inicia seu contato com o mundo que a cerca, e também
seus primeiros momentos socializadores, suas descobertas, seu aprendizado,
buscando assim experiências para formar seus conceitos, organizando seu
esquema corporal. Assim a psicomotricidade vai ter um valor fundamental em ajudar
o desenvolvimento motor, afetivo e psicológico dessa criança em sua base da
educação.
Dessa forma, entende-se que as brincadeiras e os jogos infantis, podem ser
considerados elementos essenciais na formação de uma criança. Através do lúdico
que ela vai incorporando certos valores à sua personalidade, além dos jogos
permitirem a aplicação e o conhecimento de regras, contribuindo para a formação do
caráter, do conhecimento da própria capacidade, aprendendo a respeitar a si e aos
colegas, despertando a curiosidade, a criatividade e as várias formas de procurar
solucionar problemas vivenciados por eles.
Com todas essas descobertas e possibilidades de se utilizar o jogo e o lúdico,
como forma de aprender prazerosamente e de todos os benefícios que ele traz para
a vida infantil do pré-escolar, é preciso mudar a concepção e fazer com os demais
educadores possam entender e contribuir de forma mais abrangente, questionando
os tipos de jogos e brincadeiras que podem estar planejando e executando em sala
de aula, no recreio, na escola, pois se sabe que a criança através das brincadeiras
e dos jogos, é capaz de fazer a representação da vida e do mundo que a cerca, de
suas fantasias, de seus medos e seus sentimentos.
É preciso que todos os educadores possam estar conscientes de sua prática
educacional – pedagógica, e assim podendo comprometer-se a mudar e estar
oferecendo oportunidades, para que haja a interação com os jogos e brincadeiras,
para que a criança possa estar buscando através deles a valorização e o
desenvolvimento de sua personalidade, auto-estima, da interação com o outro,
podendo assim criar e reinventar conceitos que ajudem na construção de seu
conhecimento e de seu crescimento como pessoa humana.
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REFERÊNCIAS (desde a etapa 1)

BRASIL, Referencial curricular nacional para a educação infantil/ Ministério da


Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF,
1998. – vol. 01, vol. 02, vol. 03.

FORTUNA, T. R. Sala de aula é lugar de brincar? In: XAVIER, M. L. M. e DALLA


ZEN, M. I. H. (org.) Planejamento em destaque: análises menos convencionais.
Porto Alegre: Mediação, 2000. (Cadernos de Educação Básica, 6) p. 147-164

WAJSKOP, Gisela. Brincar na educação Infantil: uma história que se repete. 9.


ed. São Paulo: Cortez, 2012.

KISHIMOTO, T. M. (org.) Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 14 ed. São


Paulo: Cortez, 2011.

__________________. Escolarização e brincadeira na educação infantil. 2016.


Disponível em: http://www.labrinjo.ufc.br/phocadownload/artigo_005.pdf. Acesso em:
25 Ago 2016.

LOPES, Maria da Glória. Jogos na educação – criar fazer jogar. São Paulo: Cortez,
2011.

UNIVESP TV. A importância do brincar. São Paulo: Fundação Padre Anchieta,


2011. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=HpiqpDvJ7-8

VASCONCELLOS, Maria De Fátima Barboza. As fases do desenvolvimento da


criança. Disponível em: http://www.ceap.br/material/MAT25092013113236.pdf
Acesso em: 25 Ago 2016.

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