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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

MÁRCIA MARQUES VILELA

A ARTE DO BRINCAR

RONDONÓPOLIS
2023
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

MÁRCIA MARQUES VILELA

A ARTE DO BRINCAR

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito
parcial à obtenção do título
especialista em Educação infantil
e anos iniciais.

RONDONÓPOLIS
2023
A ARTE DO BRINCAR

Márcia Marques Vilelar1,

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo
foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).

RESUMO- O presente trabalho tem como finalidade identificar e analisar como a educação infantil pode
ser despertada em cada fase de desenvolvimento da criança. Desta forma, para isso, irar evidenciar o
brincar como componente de uma aprendizagem agradável não sendo exclusivamente lazer. A utilização
de atividades lúdicas além de auxiliar no processo de alfabetização compreende a criatividade,
desenvolvimento psicomotor, socialização, e outras diversas benfeitorias. A pesquisa foi desenvolvida
com base em livros referentes ao assunto, literaturas publicadas em revistas pedagógicas, e sites das
redes eletrônicas, Google acadêmico, biblioteca da Secretaria de Educação da cidade de Rondonópolis.
Ao finalizar é respeitável destacar o quanto os estudos colaboraram para percepção das diversas fases
do desenvolvimento infantil.

PALAVRAS-CHAVE: Criança. Desenvolvimento. Fases.

1
E-mail do autor
1 INTRODUÇÃO

É constatado em pesquisas e artigos que o brincar é essencial como meio de


comunicação, é por intermédio dessa ação que a criança pode reproduzir o seu
cotidiano. Sendo assim, o ato de brincar permite o processo de aprendizagem da
criança, uma vez que promove a construção da reflexão, da autonomia e da
criatividade, constituindo, assim, uma relação intima entre jogo e aprendizagem.
Para determinar a brincadeira infantil, advertimos a relevância do brincar para o
desenvolvimento integral do indivíduo nas concepções físicas, sociais, culturais,
afetivas, emocionais e cognitivas. Devido a isso, verifica-se a precisão da
conscientização dos pais, professores e comunidade em geral acerca da ludicidade que
deve estar sendo experimentada na infância, isto é, de que o brincar é o componente
de uma aprendizagem agradável não sendo exclusivamente lazer, mas também, um ato
de aprendizagem.
Dessa maneira, à criança poderá estar definindo desordens e adquirindo
conhecimento e, concomitantemente, ampliando a aptidão de compreender valores
diversos, se perceber e sua apreciação em relação aos outros. É significativo entender
e estimular a capacidade criativa das crianças, visto que está se estabelece numa das
configurações de relacionamento e compreendimento do mundo, na percepção da
lógica infantil.
Nota-se ainda que o emprego da ludicidade é necessário como facilitador para
cada etapa de aprendizagem da criança, uma vez que transforma o ensino mais
agradável, chamativo e divertido. Portanto, essa mediação de conhecimento entre o
professor e o aluno torna-se mais simplificada por despertar o interesse na turma.
Diante do exposto, acrescenta-se que trabalhar as brincadeiras é algo que contribui
para o desenvolvimento da criança, tanto na vida escolar quanto na vida pessoal, pois o
que ela aprende leva para a vida toda, diante disso a problemática se desenvolve em:
Como as brincadeiras podem impactar de forma positiva na educação infantil, com foco
no aprendizado, leitura e socialização?
Desse modo o artigo se justifica na relevância da pesquisa e como alfabetizar de
forma lúdica é proeminente, pois se observa o quanto o brincar é imprescindível para a
criança, e além disso o quanto ela aprende e assimila quando é algo que gosta. Usar
jogos, brincadeiras e recursos que saiam da rotina é motivar os alunos a quererem
estar na sala de aula, ter uma participação ativa e com um ótimo desempenho.
A finalidade deste artigo é ponderar a relevância do brincar na Educação Infantil,
dado que, de acordo os autores analisados, este é um período fundamental para a
criança no que se refere ao seu desenvolvimento e aprendizagem de modo expressivo.
Sendo assim, o ato de brincar permite o processo de aprendizagem da criança, uma
vez que promove a construção da reflexão, da autonomia e da criatividade,
constituindo, assim, uma relação intima entre jogo e aprendizagem.

2 DESENVOLVIMENTO

Para determinar a brincadeira infantil, notamos a significância do brincar para o


desenvolvimento absoluto do ser humano nos aspectos físico, social, cultural, afetivo,
emocional e cognitivo. As autoras Lima e Bernadi (2015, p. 2) complementam que: “As
brincadeiras atuam como ferramentas para proporcionar às crianças motivação,
desenvolvimento da criatividade, desinibição, revisão dos conhecimentos e
favorecimento e fortalecimento da formação da personalidade”.
A brincadeira na infância possibilita a criança situar normas e regras compostas
por si e em grupo, colaborando na relação do sujeito na sociedade. Deste modo, à
criança estará solucionando conflitos e proposições de conhecimento e, conjuntamente,
desenvolvendo a capacidade de abranger pontos de vista dessemelhantes, de fazer-se
apreender e de demonstrar seu julgamento em relação aos outros. É essencial
compreender e estimular a capacidade criadora das crianças, uma vez que está se
compõe numa das configurações de relacionamento e recriação do mundo, no aspecto
da lógica infantil (MORAIS, 2018).
Conforme cita o dicionário Aurélio (2003), brincar significa “divertir-se, recrear-se,
entreter-se, distrair-se, folgar", como ainda, "entreter-se com jogos infantis", isto é,
brincar é um ato muito presente nas nossas vidas. De acordo com Oliveira (2000) o
brincar é uma das maneiras mais complexas que a criança contém de comunicar-se
entre si, e com o mundo, sendo assim, o desenvolvimento advém pelo meio de trocas
mútuas que se constituem por toda sua vida. Por intermédio de brincadeiras as crianças
desenvolvem capacidades relevantes como, por exemplo, a atenção, a memória, a
imitação, a imaginação, e também o desenvolvimento da criança nas áreas da
individualidade, afetividade, motricidade, inteligência, sociabilidade e criatividade.
De acordo com Vigotsky (1998, p. 187) é através da brincadeira que a criança
vence seus desafios e limites, experimenta experiências novas independente de sua
idade e realidade a qual está inserida, proporcionando seu desenvolvimento integral e
de sua consciência. O autor complementa ainda afirmando que: “[...] brincando a
criança é capaz de satisfazer as suas necessidades e estruturar-se à medida que
ocorrem transformações em sua consciência”. Através da imaginação a criança se
liberta de sentimentos que a oprimem, de limites, convenções e exigências impostas
pelo mundo que a rodeia.
Também é possível constatar que o ato de brincar advém em verificados
ocasiões do cotidiano infantil, nesse caso, Oliveira (2000) distingue o ato de brincar,
como a constituição de um processo de humanização, em que a criança aprende a
harmonizar a brincadeira de modo efetivo, designando vínculos mais morosos. Desta
forma, as crianças ampliam sua capacidade de raciocinar, de avaliar, de argumentar, de
como chegar a um consenso, distinguindo o quanto isto é relevante para dar abertura à
atividade em si.
Segundo o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998,
p. 27):
O principal indicador da brincadeira, entre as crianças, é o papel que assumem
enquanto brincam. Ao adotar outros papéis na brincadeira, as crianças agem
frente à realidade de maneira não literal, transferindo e substituindo suas ações
cotidianas pelas ações e características do papel assumido, utilizando-se de
objetos substitutos.

O autor Zanluchi (2005, p. 89) sustenta que “Quando brinca, a criança prepara-
se a vida, pois é através de sua atividade lúdica que ela vai tendo contato com o mundo
físico e social, bem como vai compreendendo como são e como funcionam as coisas.”
Dessa maneira, verifica-se que quando a criança brinca, apresenta mais amadurecida,
visto que penetra, mesmo que de forma simbólica, no mundo adulto que cada vez se
abre para que ela lide com as diferentes circunstâncias.
Sendo assim, a brincadeira é de grande significância para o desenvolvimento
infantil podendo ser transformador num mundo cheio de conhecimentos, trazendo
consigo novos significados. Nas situações em que a criança é estimulada, é possível
averiguar que rompe com a relação de subordinação ao objeto, conferindo-lhe um novo
significado, o que demonstrada seu caráter ativo, no decorrer de seu próprio
desenvolvimento.
O ato de brincar é indispensável para a saúde física, emocional e intelectual da
criança, proporcionando a ela eficiência e o equilíbrio para o desempenho futuro,
portanto, os brinquedos têm muita importância para o desenvolvimento e a educação
da criança, proporcionando a ela o valor simbólico, a estimulação da imaginação e a
capacidade de raciocínio (VIGOTSKY, 1998).
O método lúdico é considerado por Lima (2008), uma das ferramentas mais
importantes para o processo de ensino aprendizagem na alfabetização, ajudando a
superar o antiquado método decoreba que torna o aprendizado algo nada atrativo.
Santos (1997) descreve que a formação lúdica valoriza a criatividade, cultiva
sensibilidade e afetividade. As Atividades lúdicas no processo de alfabetização
trabalham com a imaginação, criatividade e muito mais com as crianças. Apesar da
dificuldade de se trabalhar o lúdico em sala há muitos professores que se dedicam e
planejam as atividades de tal forma que os alunos por verem que é divertido se
interessam pelo conteúdo passado para a turma.
A Educação Infantil ocasiona um novo caminho e uma nova perspectiva quando
se trata do desenvolvimento global da criança, onde se observa a necessidade nas
escolas de modo geral e principalmente as de Educação Infantil de um trabalho com
qualidade na área motora, para que haja a compreensão por parte dos educadores
sobre os fenômenos que os envolve, a maneira adequada e efetiva de se trabalhar com
o desenvolvimento da psicomotricidade, principalmente de crianças de educação infantil
e séries iniciais (LEVIN, 1997).
Dessa forma o educador pode adotar práticas lúdicas e brincadeiras antigas para
que o aprendizado e o conhecimento sejam inseridos da mesma forma. Algumas
escolas, em sua maioria de tratando de rede pública, exigem o conhecimento
tecnológico e usual do professor, porém, não oferta as condições e treinamentos para
tal atitude. Os computadores são alocados nas salas de aulas e em laboratórios de
informática conectando as escolas com o mundo virtual e acreditam que somente esse
“avanço” irá melhorar os impasses do ensino. A escola precisa ter ciência que ela é
uma transmissora de informação e conhecimento devendo então direcionar suas
intenções e tarefas com a busca da informação de modo significativa, com pesquisas,
projetos e treinamentos e não somente com o repasse de conteúdo. A tecnologia deve
ser um instrumento para o repasse da aprendizagem auxiliando o educador em sala de
aula (ROSALES e MAGALINI, 2007).
Os profissionais da educação devem sempre buscar aperfeiçoar um novo
método de aprender e ensinar, onde todos se englobam como emissores e receptores
de informação onde os professores e os alunos constroem juntos um conhecimento
ensinando de forma reciproca. O ato de aprender não é mais um trabalho mecânico,
onde deve ser um processo de construção e transformação de conhecimento onde o
papel do professor se torna essencial para que se propague o questionamento e a
investigação dessa construção. O professor deve mudar e se aperfeiçoar repensando
suas técnicas pedagógicas trabalhando para que expresse suas ideias e informações
de aula (CHIAPINNI, 2005).
Brincar não é exclusivamente ter um momento particular para deixar a criança à
vontade em um ambiente com ou sem brinquedos e sim uma ocasião que é possível
lecionar e desenvolver várias capacidades. É interessante aludir que, a importância que
os pedagogos têm estimulando a brincadeira na educação, por ser um artifício
essencial no desenvolvimento da personalidade, sucedendo-se uma forma de
constituição de conhecimento. O autor Gonzaga (2009, p. 39), explica que:

(...) a essência do bom professor está na habilidade de planejar metas


para aprendizagem das crianças, mediar suas experiências, auxiliar no uso das
diferentes linguagens, realizar intervenções e mudar a rota quando necessário.
Talvez, os bons professores sejam os que respeitam as crianças e por isso
levam qualidade lúdica para a sua prática pedagógica.

O uso do lúdico propõe uma nova forma de se atuar em sala de aula, onde o
professor pode explorar novas formas de ensinamento, deixando este de ser um
transmissor de conhecimento para um facilitador, através das aulas diferentes,
dinâmicas e que atendam a nova geração (FREIRE, 2005).
No ambiente escolar as atividades recreativas visam sempre o desenvolvimento
de forma integral onde os educandos focam nos aspectos afetivos, sociais e motores,
sendo desta forma a pesquisa deste projeto que busca abordar as brincadeiras dentro
do ambiente da educação física como forma de contribuição ao desenvolvimento da
aprendizagem da criança (FERREIRO, 2001).
As atividades recreativas, desde brinquedos lúdicos até jogos corporais são
caracterizadas como organizações lúdicas essenciais para o desenvolvimento das
crianças que possibilitam flexibilização de regras, espaço, tempo, movimentos,
concentração e coletividade, promovendo desenvolvimento geral na criança. Por ser
uma atividade prazerosa que a criança aprende brincando, as práticas recreativas, o
brincar, busca formas de comunicação da criança com os demais (ZANLUCHI, 2005).
Chiapinni (2005) enfatiza a importância de todos os docentes a abordarem os
brinquedos e a ludicidade na fase infantil de ensino-aprendizagem. Esse mesmo autor,
ainda relatou em sua pesquisa na rede pública, ao fato de não se ter tanta abordagem
das brincadeiras devido a algumas barreiras das próprias crianças, como ‘birras’ e falta
de entendimento entre as mesmas. Porém, o autor ainda ressalta que cabe ao
professor o processo de aprendizado e interação com a brincadeira e os demais,
devendo ainda intervim quando necessário.
O brincar de forma conduzida pode sugerir provocações por meio da escolha dos
jogos, brinquedos e aí o professor faz toda a diferença, intermediando as situações e os
conflitos existentes, agregando a aprendizagem que o jogo deve proporcionar. É de fato
que não se deve abordar qualquer jogo e brincadeira. Os mesmos precisam ter
fundamentos e objetivos como propagação da matemática, linguística, história, cultural
e outros (PEREIRA, 2007).
Os educandos aprendem com muito mais facilidade quando se sentem
motivados e interessados pelo que lhes é ensinado, a educação realizada em formato
de brincadeira, se tornando uma proposta educacional de confronto aos obstáculos do
processo de ensino e de aprendizagem, uma vez que na infância, brincar e aprender
são sinônimos e o uso dos brinquedos, jogos e brincadeiras contribuem para a
produção de conhecimentos (FREIRE, 2005).
2.1 A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NO UNIVERSO LÚDICO (JOGOS,
BRINCADEIRAS E BRINQUEDOS)

O ato de brincar advém em verificadas situações do cotidiano infantil, deste


modo, o autor Oliveira (2000) elucida que o ato de brincar, nada mais é que um
processo de humanização, em que a criança desenvolve a capacidade de harmonizar a
brincadeira de forma eficaz, designando vínculos mais efetivos e duradouros. Sendo
assim, as crianças desenvolvem e melhoram sua capacidade de pensar, de ponderar,
de argumentar, de como chegar a um acordo, distinguindo o quanto isto é relevante
para dar início à atividade em si.
O brincar se apresenta formidável no desenvolvimento da criança de modo que
as brincadeiras e jogos que vão aparecendo gradualmente no cotidiano da criança
desde os mais funcionais até os de regras. Estes são subsídios organizados que
possibilitarão experiências, permitindo a conquista e o desenvolvimento da sua
identidade. Como é possível constatar, os brinquedos e as brincadeiras são fontes
inexauríveis de interação lúdica e afetiva. Assim, para uma aprendizagem eficaz é
necessário que o aluno desenvolva o conhecimento, absorva os conteúdos. E o jogo é
uma importante porta para solicitar a aprendizagem, sendo assim, o autor Carvalho
(1992, p.14) assevera que:

(...) desde muito cedo o jogo na vida da criança é de fundamental importância,


pois quando ela brinca, explora e manuseia tudo aquilo que está a sua volta,
através de esforços físicos se mentais e sem se sentir coagida pelo adulto,
começa a ter sentimentos de liberdade, portanto, real valor e atenção as
atividades vivenciadas naquele instante.

As atividades das brincadeiras necessitam ser elaboradas e recriadas, para que


constituam continuamente um novo descobrimento e sucessivamente se modifiquem
em uma nova brincadeira ou em uma nova forma de brincar. Quando a criança brinca,
sem saber, viabiliza diversos elementos ao seu respeito, entretanto, o brincar pode ser
benéfico para excitar seu desenvolvimento integral, tanto no meio familiar, quanto no
meio escolar.
É por intermédio das brincadeiras e jogos que as crianças aprendem a acatar
normas, a expandir o seu relacionamento social e a respeitar a si mesmo e ao amigo.
Através do universo lúdico que a criança desenvolve melhor a capacidade de
expressar-se com maior desenvoltura, escutar, respeitar e discordar de forma
adequada. Em contrapeso, em um ambiente sem estímulos ou brincadeiras, os alunos
acabam esquivando-se de expressar seus pensamentos e sentimentos e alcançar
qualquer outra atitude com medo de serem compelidos. O autor Zanluchi (2005, p. 91)
assegura que “A criança brinca daquilo que vive; extrai sua imaginação lúdica de seu
dia-a-dia”, assim, as crianças, tendo a ocasião de brincar, estarão mais preparadas
emocionalmente para controlar suas atitudes e emoções dentro do contexto social,
obtendo assim melhores resultados gerais no desenrolar da sua vida.
O ato de brincar é especial da infância, é a forma de estar perante o mundo
social e físico, evidenciando o modo como a criança relaciona com objetos e pessoas,
reflete como ela irar lidar com seus conflitos e questionamentos. A criança tem o direito
de brincar, ao passo que o educador tem a obrigação de permitir o exercício desse
direito, asseverando seus sonhos e o prazer de conviver com as pessoas. Vygotsky
(1998, p. 137) ainda assegura “A essência do brinquedo é a criação de uma nova
relação entre o campo do significado e o campo da percepção visual, ou seja, entre
situações no pensamento e situações reais”. Essas relações irão penetrar durante toda
a atividade lúdica da criança, serão além disso efetivos identificadores do
desenvolvimento da mesma, permitindo o estimulo de sua forma de enfrentar o mundo
e suas ações futuras.
O autor Santos (2002, p. 90) delineia que “(...) os jogos simbólicos, também
chamados brincadeira simbólica ou faz-de-conta, são jogos através dos quais a criança
expressa capacidade de representar dramaticamente.” Sendo assim, a criança degusta
de diversos papéis e funções sociais difundidas por intermédio da observação do
mundo dos adultos. É por meio desse brincar que a criança atua em um mundo
imaginário, administrado por normas similares ao mundo adulto autêntico.
Vygotsky (1998) explana sobre a existência de uma relação entre um
determinado nível de desenvolvimento e a competência possível de aprendizagem.
Protege a concepção de que, para examinar o nível de desenvolvimento da criança, é
necessário determinar pelo menos, dois níveis de desenvolvimento. Para melhor
compressão é preciso entender que o primeiro deles seria o nível de desenvolvimento
efetivo, ou seja, que se faz por intermédio dos testes que constituem a idade mental,
isto é, aqueles que a criança é apropriada de conseguir por si mesma, já o segundo
deles se estabeleceria na área de desenvolvimento potencial, que se alude a tudo
aquilo que a criança é adequada de fazer com o auxílio dos demais, seja por imitação,
demonstração, entre outros. Sendo assim, verifica-se que a criança pode fazer hoje
com a ajuda dos adultos ou dos iguais seguramente fará amanhã sozinha. Conforme
afirma Oliveira (2000, p. 19):

O brincar, por ser uma atividade livre que não inibe a fantasia, favorece o
fortalecimento da autonomia da criança e contribui para a não formação e até
quebra de estruturas defensivas. Ao brincar de que é a mãe da boneca, por
exemplo, a menina não apenas imita e se identifica com a figura materna, mas
realmente vive intensamente a situação de poder gerar filhos, e de ser uma mãe
boa, forte e confiável.

Deste modo, acompanhando este estudo os processos de desenvolvimento


infantil assinalam que o brincar é um formidável processo psicológico, fonte de
desenvolvimento e aprendizagem.

2.2 ENSINO-APRENDIZAGEM ATRAVÉS NA INFÂNCIA

De acordo como já mencionado no próprio trabalho, é possível verificar que o


brincar auxilia a criança no processo de aprendizagem. Por intermédio do brincar, a
criança vai auferir circunstâncias imaginárias em que incidirá no desenvolvimento
cognitivo e solicitando a interação com pessoas, as quais cooperarão para um
acréscimo de conhecimento.
Brincar não é exclusivamente ter um momento particular para deixar a criança à
vontade em um ambiente com ou sem brinquedos e sim uma ocasião que é possível
lecionar e desenvolver várias capacidades. É interessante aludir que, a importância que
os pedagogos têm estimulando a brincadeira na educação, por ser um artifício
essencial no desenvolvimento da personalidade, sucedendo-se uma forma de
constituição de conhecimento. O autor Gonzaga (2009, p. 39), explica que:

(...) a essência do bom professor está na habilidade de planejar metas para


aprendizagem das crianças, mediar suas experiências, auxiliar no uso das
diferentes linguagens, realizar intervenções e mudar a rota quando necessário.
Talvez, os bons professores sejam os que respeitam as crianças e por isso
levam qualidade lúdica para a sua prática pedagógica.

Vygotsky (1998) afiança que o jogo infantil acarreta em grandes modificações na


criança, por consequência da estimulação da imaginação, os objetivos produzidos
socialmente. Segundo o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL,
1998, p. 23):
Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidado, brincadeiras e
aprendizagem orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o
desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal de ser e
estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e
o acesso, pelas crianças aos conhecimentos mais amplos da realidade social e
cultural.

Educar não se reduz em transferir informações ou mostrar apenas um caminho,


mas auxiliar a criança a tomar consciência de si mesmo, e da sociedade. É propor
diversas ferramentas para que a pessoa possa escolher caminhos, aquele que for
compatível com seus valores, sua visão de mundo e com as situações adversas que
cada um irá encontrar. Nessa perspectiva, segundo o Referencial Curricular Nacional
da Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 30):

O professor é mediador entre as crianças e os objetos de conhecimento,


organizando e propiciando espaços e situações de aprendizagens que articulem
os recursos e capacidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas de cada
criança aos seus conhecimentos prévios e aos conteúdos referentes aos
diferentes campos de conhecimento humano. Na instituição de educação infantil
o professor constitui-se, portanto, no parceiro mais experiente, por excelência,
cuja função é propiciar e garantir um ambiente rico, prazeroso, saudável e não
discriminatório de experiências educativas e sociais variadas.

O brinquedo é a essência da infância e admite um trabalho pedagógico que


possibilita a produção de conhecimento da criança. Ela estabelece com o brinquedo
uma relação natural e consegue extravasar suas angústias e entusiasmos, suas
alegrias e tristezas, suas agressividades e passividades.
É papel do educador criar um ambiente que alie os subsídios de motivação para
as crianças. Desenvolver atividades que proporcionam conceitos que ajudem para o
conhecimento para a leitura, para os números, conceitos de lógica que envolve
classificação, ordenação, dentre outros. Incentivar e motivar os alunos a trabalhar em
grupo na resolução de problemas, desenvolvendo o meio de assim expressar seus
próprios pontos de vista em relação ao outro.
Oliveira (1997, p. 61) acena que:

A implicação dessa concepção de Vygotsky para o ensino escolar é imediata.


Se o aprendizado impulsiona o desenvolvimento, então a escola tem um papel
essencial na construção do ser psicológico adulto dos indivíduos que vivem em
sociedades escolarizadas. Mas o desempenho desse papel só se dará
adequadamente quando, conhecendo o nível de desenvolvimento dos alunos, a
escola dirigir o ensino não para as etapas de desenvolvimento, ainda não
incorporados pelos alunos, funcionando realmente como um motor de novas
conquistas psicológicas. Para a criança que frequenta a escola, o aprendizado
escolar é elemento central no seu desenvolvimento.

A ludicidade, as brincadeiras, os brinquedos e os jogos são meios que a criança


emprega para se relacionar com o ambiente físico e social de onde vive, despertando
sua curiosidade e ampliando seus conhecimentos e suas habilidades, em todos os
aspectos.

3 CONCLUSÃO

É papel do educador criar um ambiente que alie os subsídios de motivação para


as crianças. Desenvolver atividades que proporcionam conceitos que ajudem para o
conhecimento para a leitura, para os números, conceitos de lógica que envolve
classificação, ordenação, dentre outros. Incentivar e motivar os alunos a trabalhar em
grupo na resolução de problemas, desenvolvendo o meio de assim expressar seus
próprios pontos de vista em relação ao outro. A ludicidade, as brincadeiras, os
brinquedos e os jogos são meios que a criança emprega para se relacionar com o
ambiente físico e social de onde vive, despertando sua curiosidade e ampliando seus
conhecimentos e suas habilidades, em todos os aspectos.
A abordagem das brincadeiras com foco no pedagógico devem valorizar os
jogos, as contações de histórias, músicas, dança e o que mais julgar necessário para a
turma. Cada elemento abordado em sala de aula provém de algo que deve agregar ao
aluno, como representações simbólicas, culturas, desenvolvimento íntegro, curiosidade,
criatividade e outras. Essas formas de abordar o conteúdo em sala de aula são
fundamentais para que a criança possa despertar suas habilidades.
Nessa fase, no ensino fundamental, a avaliação aplicada é desnecessária, o que
é relacionada a avaliação contínua desses alunos e seu processo de evolução, bem
como ainda quanto a participação nas atividades, constatando por meio das
percepções de desenvolvimento da leitura, escrita, reconhecimento das letras e silabas.
Conforme o desenvolvimento do trabalho, foi possível constatar que a criança
aprende enquanto brinca. As brincadeiras e os jogos apresentam-se e acrescentam-se
como subsídios indispensáveis ao relacionamento com outras pessoas. Desta forma, a
criança estabelece com os jogos e as brincadeiras uma analogia natural e consegue
extravasar suas tristezas e alegrias, angústias, entusiasmos, passividades e
agressividades, é por meio da brincadeira que a criança envolve-se no jogo e partilha
com o outro, se conhece e conhece o outro.
Por fim, é possível concluir que a ludicidade é uma precisão do ser humano em
qualquer idade, mas especialmente na infância, em que ela deve ser vivenciada, não
apenas como diversão, mas com a finalidade de desenvolver as potencialidades da
criança, dado que o conhecimento é edificado pelas relações interpessoais e trocas
mútuas que se constituem durante toda a formação integral da criança
Conforme o desenvolvimento do trabalho, foi possível constatar que a criança
aprende enquanto brinca. As brincadeiras e os jogos apresentam-se e acrescentam-se
como subsídios indispensáveis ao relacionamento com outras pessoas. Desta forma, a
criança estabelece com os jogos e as brincadeiras uma analogia natural e consegue
extravasar suas tristezas e alegrias, angústias, entusiasmos, passividades e
agressividades, é por meio da brincadeira que a criança envolve-se no jogo e partilha
com o outro, se conhece e conhece o outro.
Por fim, é possível concluir que a ludicidade é uma precisão do ser humano em
qualquer idade, mas especialmente na infância, em que ela deve ser vivenciada, não
apenas como diversão, mas com a finalidade de desenvolver as potencialidades da
criança, dado que o conhecimento é edificado pelas relações interpessoais e trocas
mútuas que se constituem durante toda a formação integral da criança.

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