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Psicologia do Desenvolvimento
Conceito
A Psicologia do Desenvolvimento é uma área da Psicologia que estuda o desenvolvimento
humano. O desenvolvimento humano (desenvolvimento da personalidade) é o conjunto das
transformações psicológicas (cognitivas/intelectuais, emotivas/afectivas e psicomotoras/motoras)
e fisiológicas (biológicas/físicas) que ocorrem no ser humano desde a fecundação até a velhice.
Meio ambiente
-Físico
A localização geográfica, clima, relevo, etc, condicionam em parte o tipo de actividade que o
homem desenvolve. O tipo de actividade que a pessoa realiza por sua vez condiciona o
desenvolvimento da sua personalidade.
-Social
Dentro do meio social podemos destacar os seguintes factores:
-família;
-escola;
-meios de comunicação social; e
-sociedade.
Família
É na família onde ocorre o processo inicial de desenvolvimento humano (desenvolvimento da
personalidade). A criança aprende os horários das refeições, os gostos, os hábitos de higiene, a
fala, as normas de comportamento, etc.
Escola
O professor e os companheiros da mesma idade (grupo de coetâneos) irão desempenhar um papel
importante no desenvolvimento da personalidade da criança.
A escola é a instituição que transmite os conhecimentos científicos e técnicos que irão permitir
ao indivíduo exercer um papel produtivo.
Contudo, a escola tem uma outra função essencial: veicular os valores e as normas básicas da
sociedade.
Será todo este conjunto de aquisições que irá facilitar o desenvolvimento da personalidade da
criança.
Nas sociedades industrializadas, a escolarização tem-se prolongado, assumindo a escola por isso
cada vez mais importância no processo do desenvolvimento humano.
Sociedade
O processo do desenvolvimento humano não termina na infância. É um processo que ocorre ao
longo de toda vida. Sempre que seja necessária a adaptação a uma nova situação e a
interiorização de novos papeis: quando inicia ou muda de profissão, quando se casa ou divorcia,
quando tem um filho, quando ingressa num grupo cultural, político, desportivo, etc. Em todas
estas situações a pessoa tem que adoptar novos papeis, novos modos de agir, interiorizar normas
e modelos de comportamento, enfim desenvolver-se.
Hereditariedade
O padrão genético estabelecido no momento da concepção influencia as características da
personalidade que a pessoa desenvolverá. De forma muito óbvia, o dano encefálico herdado ou
os defeitos de nascença podem ter influência pronunciada sobre o comportamento da pessoa.
Além disso, os factores somáticos (orgânicos) como altura, peso, etc, o funcionamento dos
órgãos dos sentidos e outros podem afectar o desenvolvimento da personalidade.
Actividade
Actividade é a nossa reacção em relação aos estímulos do meio ambiente. Portanto nesta
abordagem o conceito de actividade refere-se ao trabalho, relacionamento com outras pessoas,
jogos, brincadeiras, etc.
A maneira como reagimos aos estímulos do meio ambiente condiciona em grande medida o
desenvolvimento da nossa personalidade.
Por exemplo, a acção exercida sobre os objectos, pela criança durante as brincadeiras,
desenvolve o intelecto e a motricidade propiciando o desenvolvimento da sua personalidade.
Desenvolvimento social
A socialização (educação) é um processo de dois sentidos no qual a mãe e a criança se
influenciam mutuamente. Quando se iniciam as relações sociais de uma criança com a sua mãe,
também se alargam a outros membros da família, como pai, os irmãos, familiares e sociedade em
geral.
Nesta fase a criança começa a seguir instruções simples e é capaz de distinguir entre
comportamento aceitável e não aceitável. A criança também imita algumas das coisas que
acontecem no ambiente onde vive.
Nesta fase descobre que alguns comportamentos (ktos) têm consequências definidas.
Implicações educacionais
Para esta fase (0 – 2 anos) a educação da criança está mais virada para a estimulação dos seus
órgãos dos sentidos e da coordenação dos movimentos musculares, bem como da fala.
Os meios de ensino mais usuais são brinquedos: coloridos, brilhantes, móveis, etc..
Educar a criança é uma responsabilidade que deve ser partilhada (mãe e pai).
As habilidades motoras finas (deitar água no copo, desenhar, usar talher, atar sapatos, etc), são
mais difíceis de dominar do que as habilidades motoras grossas.
Nesta fase, as crianças já não são totalmente dependentes de outrem e já sabem tomar conta de si
próprias. Isto faz senti-las bem acerca de si e dá-lhes um sentimento de sucesso. Os pais e os
professores devem facilitar este desenvolvimento, dando às crianças a liberdade suficiente para
que elas realizem o máximo número de tarefa possíveis, por elas próprias.
-mentalidade mágica;
-fala completamente.
Implicações educacionais
A escola assim como a comunidade deve ter espaço suficiente e segura para as crianças
brincarem (correr, jogar, saltar, etc.);
Durante as aulas, o professor deve contar pequenas fábulas como técnica de motivação;
Dar trabalhos em grupo e prover jogos colectivos para ajudar a criança a reduzir o seu
egocentrismo e fortalecer a sua capacidade de relacionamento (desenvolver a sociabilidade da
criança);
Criar condições para a criança experimentar sucesso durante actividades de aprendizagem, como
forma de fomentar o desenvolvimento de auto-estima da criança (sentimento de auto-realização).
Elas experimentam novos riscos, aumentam suas competências sociais (aprendem as normas da
escola e de convivência social), avançam nos relacionamentos, incomodam e perturbam outras
crianças e aprofundam o entendimento do mundo social.
Desenvolvimento emocional
À medida que as crianças se desenvolvem emocionalmente, tornam-se menos dependentes dos
pais e assumem maior independência nas suas actividades e tomadas de decisão.
As crianças identificam-se com os seus pais, adoptam os seus valores crenças e opiniões, como
se fossem seus! Esta é uma extensão da realização afectiva estabelecida durante a infância.
Nesta fase, as crianças são capazes de se valorizarem ou reprimirem na base do que aprenderam
com os seus pais. Elas desenvolvem os atributos de simpatia ou de empatia e são capazes de
identificar os sentimentos dos outros.
Podem vir a tornar-se mais receosas em relação a eventos sociais, notas da escola e dos
professores, podem mesmo vir a desenvolver alguma fobia em relação à escola. O
desenvolvimento destes medos surge sobretudo quando as tarefas e actividades da escola são
sentidas como muito exigentes e a criança percepciona elevada probabilidade de insucesso na
realização desses desafios, ou quando o ambiente da escola é sentido como pouco amigável ou
mesmo hostil.
Algumas regras da escola podem mesmo entrar em conflito com as emoções e necessidades das
crianças. Por exemplo usar métodos de ensino que exijam que a crianças mantenham-se inactivas
(quietas sem interagirem entre elas).
Outras das emoções desta fase são: afecto, felicidade e o prazer das brincadeiras e actividades
escolares.
Desenvolvimento cognitivo
Esta é a fase de operações concretas de Jean Piaget neste período a criança desenvolve:
-reversibilidade do pensamento;
-ambientes festivos;
-relacionamento com outras crianças o que é caminho para a socialização e tarefas em grupo;
-natureza;
Implicações educacionais
Rapaz
O pénis atinge o crescimento completo entre os 14 a 16 anos. À medida que o pénis se alonga e
se torna mais espesso, a glande (cabeça do pénis) cresce ao ponto de rebentar a sua bainha,
nalguns casos.
O adolescente tem tendência a ter mais erecções, o que pode ser causado por estímulos eróticos
(fotos, cheiro, musica, etc), fantasias, pressão provocada pelas roupas, vista de algumas partes da
mulher e discussões sobre sexo.
Uma erecção cria desejo de ejaculação e periodicamente, um rapaz pode ter emissões nocturnas
(sonhos molhados ou húmidos).
Tanto nos rapazes como nas raparigas os odores corporais tornam-se mais intensos.
Possibilidades reprodutivas
A menarca e a 1ª ejaculação não significam que a reprodução está completamente desenvolvida,
pois esse desenvolvimento é alcançado vários anos mais tarde. Os primeiros ciclos menstruais
são anovulatórios, ou seja, sem ovulação. Até mesmo um ano depois da menarca a maioria das
adolescentes ainda é relativamente infértil: a ovulação é irregular, ocorrendo apenas
ocasionalmente, ao invés de a cada 28 dias. E se a fertilização de facto ocorre, todos os riscos da
gravidez (aborto espontâneo nascimento prematuro) são maiores do que para as adolescentes
mais velhas.
Esta infertilidade relativa não exclui a gravidez. Mas sim torna a reprodução menos provável e
mais arriscada tanto para a mãe quanto para a criança do que seria numa idade mais madura, aos
16 a 35 anos.
Para os meninos a concentração de esperma necessária para fertilizar um óvulo não é alcançada
até meses ou mesmo anos após a espermatogênese.
O adolescente ao tentar encontrar a sua identidade experimenta vários “eus” possíveis. Muitas
vezes opta por um “eu” falso (agindo de maneira contrária ao seu ser).
O eu falso aceitável (surge quando o “eu” é rejeitado pelos pais e/ou colegas).
O eu falso experimental (experimenta varias formas de ser apenas para ver como se sente).
Tanto os pais como amigos têm influência no comportamento (kto) do adolescente. Os pais têm
maior influência em termos de matérias duradouras, como valores morais, pensamento político,
religiosos, etc, enquanto os amigos e pares têm maior influência no kto que se relaciona com o
estatuto imediato do adolescente como o vestuário, penteado, diversões (filme, jogos, musica,
etc).
O adolescente investe muito nas amizades (envolve-se em pequenos grupos de amigos) para
buscar apoio para enfrentar novos desafios e novas aventuras (namoro, droga, etc).
Segundo Erik Erikson no fim da adolescência há duas soluções possíveis: identidade (solução
positiva) versus confusão (solução negativa).
Desenvolvimento emocional
Nesta fase o adolescente pode experimentar as seguintes emoções:
-ansiedade (as vezes por causa da sua aparência física: cabelo, altura, peso, etc);
-sentimentos narcísicos (pode observar-se frequentemente no espelho, nas vitrinas das lojas,
janelas de carros, etc);
-fanatismo;
-desejo de auto-afirmação (ser diferente da maioria. Pode procurar destacar-se em boas coisas.
ex: vestir bem, ser o melhor aluno da turma; assim como em comportamentos indesejados. Ex:
ser o mais indisciplinado da turma.
Desenvolvimento intelectual
Segundo Jean Piaget esta é a fase das operações formais ou abstractas, pois nesta fase o
adolescente pode lidar-se com noções abstractas.
-sexo;
-raciocinar, discutir;
Implicações educacionais
Actividade
Actividade refere-se a uma série de acções que as crianças precisam para desenvolverem-se
saudavelmente. Todas as crianças precisam de mover-se, mexer nos objectos que existem à sua
volta, correr, saltar, perguntar, etc, isto é brincar.
A criança pode realizar estas acções participando em jogos (sobretudo jogos colectivos),
actividades laborais, passeios, relações com outras pessoas (crianças e adultos), etc.
A necessidade de realizar estas acções está presente logo a nascença e vai se tornando cada vez
maior à medida que a criança vai crescendo.
Assim, com as crianças mais novas (0 – 3 anos) podemos cantar, ler pequenas histórias
ilustradas, bater palmas segundo um certo ritmo, mostrar-lhes objectos de cores vivas, etc.
Para as mais velhas (3 – 6 anos) podemos contar histórias educativas, organizar jogos, criar
condições para desenhos, moldagens, construções com barro ou areia, etc.
Dentre as várias actividades que a criança deve realizar para o seu desenvolvimento saudável
destaca-se: jogo, desenho e relacionamento com outras pessoas.
Jogos colectivos
Nos jogos colectivos a criança aprende:
A ser sociável;
Ser comunicativa
Respeitar os outros;
Controlar as suas emoções
Reduzir a timidez;
Negociar (resolver problemas através da dialogo);
Cooperar (trabalhar por equipe);
Aprende a liderar e/ou ser liderado, etc.
Quando as crianças têm uma vida inactiva é muito perigoso, porque esta conduz ao atraso no
desenvolvimento físico, psíquico e cria graves transtornos emocionais.
Uma vida activa e bem organizada proporciona à criança um sonho profundo e reparador e que,
por sua vez um sono profundo permite-lhe uma vigília activa e feliz.
A essência deste princípio consiste na ideia de que a personalidade não nasce, mas sim forma-se.
A criança nasce como indivíduo. Ela só tem as premissas biológicas para se tornar personalidade
somente com actividade (jogos, brincadeiras, trabalho e relações sociais).
Novo tipo de conhecimentos e de meios da sua aquisição. Tudo isso muda a esfera cognitiva e
afectiva da criança;
A passagem de uma actividade dominante para outra pressupõe a substituição do período etário.
Idade escolar média ou adolescência (11 – 15 anos): actividade dominante, relações íntimas
interpessoais, contacto na aprendizagem escolar e em outras actividades;
Idade escolar mais velha ou juventude (15 – 18 anos): actividade dominante aprendizagem da
profissão.
O professor deve saber que a passagem de um período para o outro pode acontecer calmamente
ou com a crise. A crise pode surgir nas diferentes etapas do desenvolvimento.
A transição da vida interna para a externa antes de tudo é uma reconstrução de todos mecanismos
fisiológicos da criança. A criança cai num meio mais frio e claro, entra na nova forma de
alimentação e troca de oxigénio. Esta exige um processo de adaptação. A marca desta adaptação
é a perda de peso nos dois primeiros dias do nascimento.
Durante este período a criança não tem nenhum modo de acção recíproca com os adultos; a
maior parte da vida do recém – nascido e acompanhado de sono.
Crise de adolescência
Esta crise surge da contradição entre sentimento que o adolescente tem de que é adulto e a falta
de possibilidades de viver como adulto, pois ainda é dependente dos pais. A isto acrescenta-se o
facto de a sociedade exigir do adolescente que comporte-se como adulto quando ainda não
atingiu maturidade psicológica adequada para tal.
Referencia
OLIVEIRA, M. K. Vygotsky: Aprendizado e Desenvolvimento um Processo Sócio-Histórico.
Editora Scipione, São Paulo.
A escolha de um cônjuge;
Aprender a viver com o cônjuge;
Iniciar sua própria família;
Educar sua família;
Estabilizar-se profissionalmente;
Encontrar um grupo social congenial.
Dentre as muitas preocupações dessa fase da vida podemos mencionar o ajustamento sexual e
profissional.
Características físicas
É o período mais alto das capacidades físicas do ser humano (agilidade, rapidez e força);
Nesta idade ocorrem várias transformações físicas que podem afectar a auto-imagem do
indivíduo. As mais evidentes são:
Acúmulo de gorduras, queda e embranquecimento dos cabelos e rugas;
Redução das habilidades sensoriais (visão, audição, olfacto e o paladar);
É nesta fase que na mulher surge a menopausa e no homem o climatério. A menopausa é
geralmente acompanhada de certo desconforto físico: dores de cabeça, fadiga,
nervosismo e frigidez;
Os homens se queixam com certa frequência de depressão, ansiedade, irritação, dores de
cabeça, insónia, distúrbios intestinais, fadiga, etc.
Mudanças intelectuais
Redução da memória;
Perda de interesse nos eventos actuais;
O pensamento torna-se menos flexível;
-Redução de atenção;
Redução de habilidades verbais e numéricas.
Tarefas evolutivas
Ajustamento à aposentadoria e à consequente redução salarial;
O ajustamento à morte do cônjuge;
O estabelecimento de relações sociais com pessoas da mesma idade;
O planeamento de novas condições de residências que sejam adequadas às suas
condições físicas e às suas possibilidades financeiras (silêncio, perto de serviços sociais:
igreja, hospital, paragem, etc.).
Princípios andragógicos
Necessidade – Aplicabilidade
Os adultos são estimulados a aprender conforme vivenciam as necessidades que a aprendizagem
satisfará. Portanto, o curso ou treinamento deve ser relevante, deve estar relacionado com as
actividades profissionais e contribuir para a solução de problemas reais.
Autonomia – Autodiretividade
Os aprendizes adultos têm forte necessidade de se autodirigir, de decidir quando, como e o que
querem aprender. Porém, nem todos os adultos aprendem da mesma forma. As diferenças
individuais entre as pessoas aumentam com a idade. Portanto, dentro dos princípios da
andragogia, deve-se prever as diferenças de estilo, tempo, lugar e ritmo de aprendizagem.
Experiências prévias
Os adultos gostam de compartilhar suas experiências e conhecimentos acumulados. Os relatos
podem servir como base para a construção de novos conhecimentos.
Interactividade
Reflexão – Feedback
Os aprendizes devem ter a oportunidade de praticar os novos conhecimentos e de reflectir sobre
sua prática, analisar e avaliar seu próprio desempenho. Só assim poderão descobrir novas
perspectivas e opções de aprimoramento. Nesse sentido, o feedback do instrutor ou dos colegas é
muito valioso.
Psicologia da Aprendizagem
Psicologia da Aprendizagem é um ramo de Psicologia que estuda:
Como se aprende;
Quais as condições (internas e externas) necessárias para se aprender;
O que se pode aprender.
Algumas das leis psicológicas que regulam a aprendizagem, em Pedagogia (Didáctica) são
designadas por princípios didácticos, e são as seguintes:
A aprendizagem começa do fácil (simples) para o difícil (complexo);
Do próximo para o distante;
Do concreto para o abstracto;
Ligação entre a teoria e a prática;
Carácter sistemático (organizado) dos conteúdos de ensino;
Carácter científico (factual) dos conteúdos de ensino.
Características da aprendizagem
A aprendizagem tem as seguintes características:
Na escola, o aluno aprende pela participação em actividades, tais como leitura de textos
escolares, redacções, resoluções de problemas, ouvindo as explicações do professor,
respondendo oralmente às questões fazendo exames escritos, pesquisando, trabalhando nas
oficinas, fazendo experiências no laboratório, participando de actividades de grupo, etc.
Assim, a aprendizagem escolar depende não só do conteúdo dos livros, nem só do que os
professores ensinam, mas muito mais da reacção dos alunos a factores, tais como livros e
ambiente social da escola.
2- Processo contínuo: desde o início da vida, a aprendizagem acha-se presente. Ao sugar o seio
materno, a criança enfrenta o primeiro problema de aprendizagem: terá que coordenar
movimentos de sucção, deglutição e respiração. As horas de sono, as de alimentação, os
diferentes aspectos de criação impõem, já ao infante, numerosas e complexas situações de
aprendizagem. Na idade escolar, na adolescência, na idade adulta e até em idade mais avançada,
a aprendizagem está sempre presente.
Em suma a aprendizagem é um processo contínuo porque o homem aprende desde que nasce até
a morte.
4- Processo pessoal: ninguém pode aprender por outrem, pois a aprendizagem é intransferível,
de um indivíduo para outro. Actualmente, a compreensão do carácter pessoal da aprendizagem
levou o ensino a concentrar-se na pessoa do aprendiz, tornando-se paidocentrica (o aluno no
centro do P.E.A.) a orientação da escola moderna.
admitir que o conteúdo hoje aprendido depende do conteúdo aprendido anteriormente. Se diz ao
aluno que 2 + 2 = 4, supõem que ele sabe o que é 2, o que é “+” e o que é “=”.
Tipos de aprendizagem
O homem aprende através de todo o seu ser, isto é, através de todo o seu organismo e mente ao
mesmo tempo. Não há aprendizagem puramente motora, emotiva (afectiva) ou intelectual
(cognitiva), uma vez que o homem aprende através de toda a sua realidade existencial. O que há
é predomínio da motricidade, emotividade ou intelectualidade nesta ou naquela aprendizagem. A
aprendizagem, didacticamente, pode ser dividida em 3 formas: motora (psicomotora), afectiva
(emotiva) e cognitiva (intelectual).
Aprendizagem motora
Aprendizagem motora é a que evidencia os movimentos musculares. Ex: pedalar, moldar o barro
e saltar corda.
Transferência de aprendizagem
Diz-se que há transferência de aprendizagem quando a aprendizagem do “A” influencia a
aprendizagem do “B”.
Exercício
Identifique 3 situações pedagógicas de aprendizagem onde pode ocorrer a transferência positiva
de aprendizagem e 3 de transferência negativa de aprendizagem.
Modos de aprendizagem
O homem aprende por sete maneiras que são: aprendizagem por reflexo condicionado ou
condicionamento clássico, por condicionamento operante ou instrumental, por memorização, por
ensaio – erro, por observação, por intuição e por reflexão.
Se uma criança recolhe uma colher do chão e a coloca sobre a mesa, e o acto for elogiado, ela
tenderá a repeti-lo.
A memorização pode ser mecânica ou lógica: memorização mecânica consiste em fixar na mente
dados sem compreender a sua essência. Memorização lógica consiste em memorizar dados
depois de compreender a sua essência.
Esta modalidade de aprendizagem resulta quando o indivíduo é colocado diante de uma situação
problemática mais complexa, que o deixe perplexo, tendo inicio, então um esforço para superar a
dificuldade com base em tentativas.
Exemplo: você está numa loja para comprar sapatos mas não conhece o seu número. Vai
experimentar vários sapatos até encontrar o par lhe serve. Deste modo terá aprendido por ensaio
e erro o seu número de sapato.
O ensaio e erro pode ser aplicado em todos os tipos de aprendizagem, principalmente na motora
e intelectual. Alguns autores querem ver na própria reflexão uma espécie de ensaio e erro, em
que os movimentos são substituídos por ideias ou conceitos.
Aprendizagem por ensaio e erro ocorre no homem e nos animais.
Quando os comportamentos dos modelos são reforçados, tende-se a imitá-los e quando punidos,
são evitados.
Os factores que influenciam uma criança a imitar ou não este ou aquele comportamento são:
Características da faixa etária;
Tipo de educação recebida;
Tipo de estímulos socioculturais e ambientais;
Estilo de personalidade;
Motivação;
Recompensas sociais;
Frustrações e conflitos vividos.
Este modo de aprendizagem ocorre no homem e nos animais.
Segundo Watson (1967) referenciado por Berger (2003:25), o campo da psicologia devia limitar-
se a coisas observáveis e mensuráveis. Portanto alertava os psicólogos que deveriam preocupar-
se em formular leis referentes apenas a coisas que possam ser observadas. É possível observar
por exemplo, o comportamento, o que um organismo faz ou diz.
Watson, citado pelo mesmo autor, considerava as crianças como uma tábua rasa a ser impressa
pelas experiencias. Segundo watson o que as crianças serão no futuro depende inteiramente do
ambiente onde são criadas e da maneira com que seus pais e outras pessoas significativas as
tratam. De acordo com este autor, todo o comportamento é aprendido: ódio, ciúme, medo,
honestidade, etc.
No entanto, seguindo este ponto de vista, dificilmente se poderia explicar porque num mesmo
meio social teríamos como resultado indivíduos de diferentes perfis.
Os behavioristas, nos seus estudos, enfatizam o modo como determinados comportamentos são
aprendidos. Trata-se de formas que podem ser descritas, analisadas e previstas com uma precisão
científica. As leis básicas desta teoria exploram a relação entre um estímulo e a resposta
manifesta de seguida; que é a reacção comportamental com a qual o estimulo está relacionado.
Segundo os behavioristas, a vida é um processo continuo de aprendizagem onde novos eventos e
experiencias evocam novos padrões de comportamento. Assim, a aprendizagem ocorre através
do condicionamento, processo em que uma resposta particular é desencadeada por um estímulo
particular. Existem dois tipos de condicionamento: o condicionamento clássico e o
condicionamento operante.
fortalecidos pelo uso ou pela natureza satisfatória das suas consequências ou então enfraquecidas
por desuso ou pelo facto de estas levarem a consequências desagradáveis.
Com base em varias experiências, Thondike formulou três leis de aprendizagem: a lei do efeito, a
lei do exercício e a lei da disposição (maturidade especifica).
A lei do efeito: quando se estabelece uma conexão estimulo – resposta (E – R), esta conexão
fortalece-se se for seguida de uma consequência agradável e se debilita se for seguida de uma
consequência desagradável.
Na vida quotidiana, tanto animais como pessoas tendem a repetir os actos que têm como
consequência resultados favoráveis e a suprimir os actos que produzem resultados desfavoráveis.
O condicionamento operante é descrito como a forma de aprendizagem, base de formação da
maioria dos hábitos.
O processo de repetir uma consequência, para que o comportamento em causa seja mais provável
de voltar a ocorrer chama-se reforçamento.
Tipos de reforço
Como se pode ver, Sknner serviu-se da lei do efeito definida por Thorndike e a denominou
reforço. Ele entende por reforçador todo estimulo que segue imediatamente à resposta e que
eleva a possibilidade de esta se repetir.
Os estímulos que actuam como reforçadores, segundo Skinner, podem ser de dois tipos:
reforçadores positivos e reforçadores negativos.
Reforçadores positivos: são aqueles eventos que seguem após a manifestação de um
comportamento e que aumentam a sua frequência, por exemplo um premio, um gesto de
aprovação.
Reforçadores negativos: são estímulos cuja remoção fortalece a resposta, por exemplo, eliminar
um forte ruído, uma luz muito brilhante, uma corrente eléctrica, frio ou calor excessivo.
Tanto os reforçadores positivos, como os negativos, têm o mesmo efeito: aumentar a
probabilidade da resposta.
secundários, adquirem valor reforçante por associação com um reforçador primário. Exemplo,
dinheiro. Estes reforçadores, contrariamente aos primeiros, são adquiridos ou aprendidos.
Dentre os reforçadores primários, uma classe importante é constituída pelos reforçadores sociais,
que são os que provém de outras pessoas. A aprovação e o reconhecimento, a atenção e o afecto,
entre outros. Facilmente se compreende que os reforçadores sociais não dão o mesmo efeito em
todas as pessoas e em todas as situações o que para uns pode ser uma recompensa, para outros
pode não sê-lo; o que pode ser recompensa em uma situação, em outra pode ter efeito contrário.
A aplicação de um reforçador, após a manifestação da conduta operante, pode fazer-se de
distintas formas e sua efectividade depende, sobretudo, do modo de efectuá-la. O
condicionamento é mais eficaz se o reforçador se aplica de forma intermitente, o que por outra
parte se assemelha ao que ocorre na vida ordinária, tanto com os animais como com as pessoas.
Seus pontos de vista sobre as recompensas ou reforçadores, são de grande interesse para os
professores.
Controlo de reforçadores
Segundo Skinner, se os reforçadores não se controlam, ou se são dados por mera casualidade, os
organismos aprenderão a fazer aquilo que faziam no momento em que se aplica o reforçador. E
desta maneira que os alunos adquirem condutas ou determinados modos de comportamento. Por
exemplo, se um aluno é elogiado por um trabalho que tenha copiado do outro companheiro, o
reforçador recebido fará com que, em situações semelhantes, trate de repetir a mesma conduta.
Dai a importância de o professor saber claramente o que está recompensando e a necessidade de
controlar adequadamente a administração dos reforçadores.
Assim, o professor na aula, ao princípio deve reforçar todas as respostas desejadas e, logo, uma
vez que a aprendizagem esteja bastante consolidada, passar a reforçar essas respostas de maneira
intermitente.
A tecnologia condutista
A aplicação dos princípios condutistas de aprendizagem ao ensino na aula tem-se estendido a
diversos campos, dentre os quais se destaca o ensino programado, a definição e delimitação de
objectivos educacionais, o ensino assistido por computador, o ensino personalizado e a
modificação de conduta.
Este princípio é facilmente verificável no nosso quotidiano. Como já foi referido, as pessoas
tendem a repetir comportamentos que possuem consequências favoráveis e a limitar aqueles
cujas consequências são desagradáveis.
Na vida prática, quase todos os comportamentos quotidianos de uma pessoa, desde a socialização
com outros até a realização de tarefas profissionais podem ser compreendidos como um
resultado do condicionamento operante. Por exemplo, se uma criança sorri na presença de um
adulto que passa a brincar com ela, a tendência será de voltar a sorrir para ver se o adulto
continua a prestar-lhe atenção.
Nesse caso, a atenção lúdica, provavelmente servirá como um reforço para sorrir. Deste modo,
na sala de aula é possível, através do reforço, estimularmos a ocorrência de comportamentos
desejáveis por parte dos nossos alunos, por exemplo, fazendo um elogio ao aluno que apresenta
os trabalhos dentro dos prazos, ou aquele que é pontual aos horários de início das actividades
escolares.
dessa finalidade. É uma teoria que realça o “saber fazer”, o comportamento exterior, observável
e susceptível de ser medido. Assenta num processo atomístico e mecanicista que perde
frequentemente a noção da actividade no seu conjunto. Baseia-se no comportamento exterior do
aluno e na análise minuciosa da estrutura da tarefa a aprender. Pressupõe uma determinação
precisa, não apenas da meta a atingir (comportamento terminal) mas também das capacidades do
aluno no início da aprendizagem (comportamento inicial) e assenta numa sequência lenta e
programada das actividades a realizar para percorrer o caminho entre o comportamento inicial e
o comportamento final, sem considerar os processos mentais que esse percurso envolve.
Não será difícil associar a estes princípios algumas técnicas de ensino que permitem concretizá-
los na sala de aula. Entre alas referimos: exercícios de repetição, ensino individualizado de tipo
Teorias cognitivas
Tal como acontece com as teorias behavioristas também neste caso será mais correcto subdividir
as teorias cognitivas. Referir-nos-emos a dois subgrupos: a teoria da forma ou da configuração
(Gestalt) e a teoria de campo. Faremos ainda referência a três psicólogos que isoladamente
abordam fenómenos cognitivos: Piaget, Bruner e Ausubel.
A psicologia da forma está associada ao nome dos especialistas alemães Max Wertheimer (1880
– 1943), Wolfgang Kohler (1887 – 1967) e Kurt Koffka (1886 – 1941).
Reagindo contra a visão mecanicista dos psicólogos behavioristas, estes autores exploram uma
teoria segundo a qual o sujeito interpreta e organiza o que se passa à sua volta em termos de
conjuntos e não apenas de elementos isolados. A experiência do mundo é assim percebida e
organizada em estruturas, em formas completas, em esquemas de acção a que o sujeito atribui
um determinado significado.
Piaget
Sobre Piaget é bom primeiro reler a sua teoria do desenvolvimento humano.
De acordo com Piaget o papel da escola é integrar e enriquecer o desenvolvimento normal da
criança e, nessa medida, o currículo deve acompanhar o ritmo normal do seu desenvolvimento,
as experiencias de ensino formal não devem dissociar-se das experiencias naturais, sendo
desejável que, sempre que possível, um determinado tópico seja ensinado a diferentes níveis,
consoante o estádio de desenvolvimento. Este psicólogo chama ainda a atenção dos educadores
para que os assuntos a aprender sejam apresentados tendo em conta o ponto de vista da criança
que se ensina e não a maneira como nós, adultos, compreendemos o conhecimento. E isto porque
as crianças não são adultos em miniatura, mas têm as características próprias da sua idade e uma
lógica diferente porque são diferentes dos adultos.
Piaget chama também a atenção para o facto de que o ensino deve estar de acordo com os
interesses e a curiosidade da criança, deve ser significativo para ela e não apenas um papaguear
de palavras proferidas por outrem, o que conduziria a um mero verbalismo. Nem demasiado
difícil para não ser frustrante nem demasiado fácil par não ser maçador.
As tarefas e o material a aprender devem ser seleccionados e organizados de tal modo que a
criança sinta uma certa tensão (benéfica) que a leva em busca da equilibração e que se traduz
num desejo de aprender, é aquilo que os educadores designam muitas vezes por motivação da
aprendizagem.
Bruner
Para Bruner a aprendizagem é um processo activo do sujeito que aprende, organiza e guarda a
informação recebida. O conhecimento adquire-se a partir de problemas que se levantam,
expectativas que se criam, hipóteses que se avançam e verificam, descobertas que se fazem e
depois organizado em categorias e relacionado com conhecimento previamente adquiridos e
armazenados no cérebro.
Deste modo, o educando vai construindo, pouco a pouco, o seu modelo de realidade, a totalidade
do seu saber. É o chamado ensino pela descoberta que pressupõe actividades de pesquisa,
observação e exploração, análise de problemas e resultados, integração de novos dados em
conceitos anteriormente adquiridos e princípios mais gerais, explicações de causa e efeito ou
outras que ajudem a estabelecer relacionações. É um ensino que tem como corolário uma
aprendizagem activa. Um ensino que pressupõe, da parte do professor, uma capacidade de lançar
perguntas que despertam a curiosidade, mantenham o interesse, provoquem e desenvolvem o
pensamento.
Bruner não deixou também de estudar os problemas de organização curricular nos seus trabalhos.
Pensa que o currículo deve ser organizado em espiral, isto é, o mesmo tópico deve ser ensinado a
vários níveis e a abordagem deve ser feita periodicamente e em círculos concêntricos cada vez
mais alargados e profundos. Tal como Piaget, ele entende que o ensino deve acompanhar o
desenvolvimento humano; a ser assim, a aprendizagem começaria por experiências activas como
a manipulação de objectos para depois passar ao estudo das representações dos objectos e suas
características e, mais tarde, aos conceitos mais complexos, lógicos e abstractos e as suas
diferentes combinações e organização em sistemas.
Ausubel
Ausubel se dedicou ao estudo da aprendizagem significativa ou compreendida, conceito que
opõe a aprendizagem memorizada ou mecânica. Discordando da opinião bastante generalizada
de que ao ensino de tipo expositivo se associa uma aprendizagem receptiva, memorizada ou
mecânica, enquanto o ensino pela descoberta corresponde a uma aprendizagem dinâmica,
significativa ou compreendida, Ausubel chega à identificação de quatro tipos de aprendizagem.
a) Aprendizagem por recepção significativa ou compreendida: em que o professor
organiza a matéria a ensinar de uma forma lógica e, ao apresentá-lo ao aluno, relaciona-a
com os conhecimentos que este já possui de tal modo que ele possa perceber o que está a
aprender e integra os novos conhecimentos na sua estrutura cognitiva existente:
b) Aprendizagem por recepção mecânica ou memorizada: em que o professor apresenta
a matéria de tal forma que o aluno apenas tem de a memorizar.
c) Aprendizagem pela descoberta significativa ou compreendida: em que o aluno
“descobre” o conhecimento por si próprio, chega à solução de um problema que se lhe
põe ou a qualquer outro resultado e relaciona o conhecimento que acaba de adquirir com
os conhecimentos que já possuía.
d) Aprendizagem pela descoberta mecânica ou memorizada: em que, apesar de chegar
por si próprio à descoberta da solução de um problema, o aluno depois apenas a
memoriza de um modo mecânico sem a integrar na estrutura cognitiva que já possuía.
Em sua opinião, o ensino expositivo não leva necessariamente a uma aprendizagem de tipo
memorizado ou mecânico e, embora reconheça vantagens no ensino pela descoberta, crê no
entanto tratar-se de um ensino muito moroso e pouco económico, pelo que propõe aquilo a que
chama de ensino pela descoberta guiada estratégia segundo a qual o professor funciona como
Para tal fim, preconiza o uso de “organizadores avançados”, sumários no final das lições e
questionários de revisão como auxiliares que ajudam a criar expectativas, a sintetizar os novos
elementos aprendidos e a integrá-los nos conhecimentos já existentes.
Princípios psicopedagógicos das teorias cognitivas
Motivar o aluno para a aprendizagem, relacionando-a com as suas necessidades
pessoais e os objectivos da própria aprendizagem;
Reconhecer que a estrutura cognitiva do educando depende da sua visão do
mundo e das experiências que ele teve anteriormente (por isso deve-se relacionar
a aula com a vivencia do aluno);
Adequar o ensino ao nível de desenvolvimento dos alunos e ajudá-los a relacionar
conhecimentos e habilidades que tenham previamente adquirido;
Ajudar o aluno a perceber a estrutura da tarefa a aprender e a estrutura da sua
própria aprendizagem, informando-o sobre a tarefa de aprendizagem que lhe é
proposta e apresentando-a na sua estrutura, na sua totalidade, nos seus elementos
e nas relações das suas partes com o todo.
Fornecer informações, indicar factos, abrir pistas que facilitem a compreensão, a
organização e a retenção dos conhecimentos;
Não pedir ao aluno que decore sem compreender aquilo que ele tem possibilidade
de compreender antes de decorar;
Começar o ensino por conjuntos significativos e descer gradualmente aos
pormenores, que devem ser devidamente relacionados com o conjunto.
Não equacionar prática com repetição, mas concebê-la como uma série de
tentativas sucessivos e variadas que facilitem a transferência de habilidades e
conhecimentos na sua aplicação a situações novas.
Técnicas de ensino preconizadas: ensino pela descoberta, ensino pela descoberta guiada,
apresentação de sumários, introduções, questionários organizadores, questionários de revisão,
esquemas, objectivos, organização de detalhes, discussões e trabalho de grupo, estudo de caso,
etc.
Quadro comparativo das teorias behavioristas e cognitivas
Aspecto a comparar Behavioristas Cognitivas
Mudança de comportamento Aquisição de conhecimento
Conceito de aprendizagem (processo de (processo de compreensão dos
condicionamento) conteúdos)
Demonstração, exposição (o Trabalho em grupo,
Técnicas de ensino aluno é passivo) experimentação, debate, etc (o
aluno é activo / participativo)
A aprendizagem começa das A aprendizagem começa do
Marcha de aprendizagem partes para o todo (a aula não todo para as partes (a aula é
é ligada a vivencia do aluno) ligada a vivencia do aluno)
Prémios e punições (a Relaciona-se a aula com o
Motivação motivação é extrínseca) interesse do aluno (motivação
intrínseca)
Só o professor conhece o O professor compartilha o
Objectivos da aula objectivo da aula objectivo da aula com os
alunos
Enfatiza-se mais o saber fazer, Enfatiza-se mais a
compreensão (o saber)
Movimento humanista
Outra tendência nas correntes actuais da psicologia da aprendizagem manifesta-se no que alguns
chamam de teoria humanista inspirada na teoria psicológica da terceira força e que está patente
nas chamadas escolas abertas ou escolas em que os alunos escolhem as actividades em que vão
participar, de que Summerhill é um exemplo. Se o termo “humanista” é, por si mesmo, evidente,
a designação de “terceira força” carece, pensamos, de alguns esclarecimentos. Explica-se pelo
facto de os defensores da psicologia humanista terem criticado duas outras escolas da psicologia
actual, bem relevantes (a psicanálise e o behaviorismo) e terem enveredado por uma concepção
do homem, de tipo existencial ou situacional.
A nosso ver, o termo teoria é demasiado ambicioso para designar o que consideramos um
conjunto de vozes discordantes, mais ou menos isoladas entre os quais mencionamos Maslow,
Bulher, Carl Rogers e Arthur Combs.
No que respeita à aprendizagem trata-se mais de uma reacção contra algumas das teorias de
aprendizagem existentes e da maneira como a aprendizagem se realiza do que de uma teoria bem
formulada e consistente. É uma reacção que se baseia na crença de que o educando deve ter mais
responsabilidade para decidir o que quer aprender e para ser mais independente e auto-orientador
da sua aprendizagem.
Rogers, pelo contrário, entende que o educando cresce e adquire experiência se lhe deixa livre
iniciativa para descobrir o seu próprio caminho, numa atitude de auto-realização e auto-
avaliação, num processo de se tornar pessoa “tornar-se pessoa” é realmente a chave do processo
de aprendizagem na visão humanista. É um processo pessoal, de índole vivencial, no centro do
qual está a pessoa como ser que pensa, sente e vive. É um processo de descoberta do significado
pessoal do conhecimento que passa pelo interior da pessoa com as suas experiencias e as
imagens que tem de si própria e dos outros. É um processo que de forma alguma exclui os
aspectos emocionais, factores determinantes sobre o que se retém e o que se aprende.
O desenvolvimento social e emocional do educando é, à luz desta filosofia, tão importante como
o desenvolvimento intelectual. Mas deve realizar-se num clima de liberdade, criatividade,
colaboração, espontaneidade e empatia. As notas, os currículos fixos, a obrigatoriedade de
assistir as aulas, os planos de aula espartilhadores da espontaneidade serão aspectos que não se
coadunam com a aprendizagem dos humanistas.
Referencias
ISDB. (2007). Psicopedagogia, Módulo IV, Psicologia de Aprendizagem. Maputo.
TAVARES, J. & ALARCÃO, T. (1985). Psicologia do Desenvolvimento e da
Aprendizagem. Coimbra, Livraria Amedina.
Bibliografia
FALCÂO, G. M. (1994). Psicologia da Aprendizagem. Editora Ática S. A.
MWAMWENDA, T. S. (2007). Psicologia Educacional: uma Perspectiva Africana. Maputo.
NÉRICI, I. G. (1989). Didáctica: uma Introdução. 2ª Edição, São Paulo, Editora Atlas S. A.
3° Estágio: nos sec. XVIII e IXX são fundadas instituições para oferecer aos deficientes uma
educação à parte.
Antes das instituições próprias, as crianças com de impedimentos eram conservadas em asilos,
instituições de caridade ou em lares, sem acesso à educação.
A partir do sec. XVIII, por influência das ideias dos pioneiros da educação especial, de 1817 a
1870 muitos estados federais dos E. U. A. fundaram escolas residências para surdos, cegos,
retardados mentais, órfãos e outros à semelhança do que estava sendo feito na Europa.
Assim em 1817 foi criada uma instituição residencial para crianças surdas em Hartford,
denominada (Asilo Americano para a Educação e Instrução de Crianças Surdas), actualmente
designada Escola Americana para Surdos.
Em 1829 foi organizada uma escola para criança cega em Watetown Massachusetts, denominada
(Asilo para o cego de New England).
Em 1859 criou-se uma escola residencial para criança deficiente mental em Boston, a escola para
o jovem idiota e deficiente mental.
A primeira turma especial estabelecida 1869, foi em Boston e destinava-se às crianças surdas.
A primeira turma especial para o retardado mental foi criada em 1896 em Rhode Island. Em
1899 foi formada a 1ª turma para pessoas com deficiência física e outra em 1900, para cegos, em
Chicago.
A política defendida em Moçambique logo após independência, considerava não existir inúteis,
pois para cada um existem tarefas produtivas na sociedade de acordo com as suas possibilidades,
levantando-se assim a questão das crianças e jovens que não reúnem as condições exigidas para a
frequentar o ensino regula, por apresentarem qualquer alteração no seu desenvolvimento físico
e/ou psíquico.
Actualmente contamos com algumas escolas especiais tais como: Escola Especial №1, para
crianças e jovens com necessidades educativas auditivas, Escola Especial № 2, para crianças e
jovens com necessidades educativas intelectuais/deficiência mental (em Maputo); Escola
Especial № 3, para crianças e jovens com necessidades educativas visuais (na Beira); Centro de
Recursos de Educação Inclusiva Eduardo C. Mondlane, para todo tipo de necessidade
educativa (Gaza, Macia).
Conceitos básicos
Educação especial: conceito que define a forma de educação para aqueles que não alcançam ou
é improvável que alcancem através do ensino regular os níveis educativos, sociais apropriados
para a sua idade.
Educação especial, implica escola especial.
Pessoa com deficiência: é a que apresenta, em comparação com a maioria das pessoas,
significativas diferenças físicas, sensoriais, ou intelectuais decorrentes de factores inatos e/ou
adquiridas, de carácter permanente e que acarretam dificuldades em sua interacção com o meio
físico e social.
Aluno com necessidades educativas especiais: é aquele que, por apresentar dificuldades
maiores que os demais alunos, no domínio das aprendizagens curriculares correspondentes à sua
idade, (seja por causas internas, por dificuldades ou carenciais do contexto sóciofamiliar, seja
pela inadequação metodológica e didáctica ou por história de insucessos em sua aprendizagem),
necessita, para superar ou minimizar tais dificuldades de adaptações para o acesso físico
(remoção de barreiras arquitectónicas) e/ou de adaptações curriculares significativas, em várias
áreas do currículo.
Integração escolar: processo gradual e dinâmico que pode tomar distintas formas, segundo as
necessidades e habilidades dos alunos. A integração educativa (escolar) se refere ao processo de
educar-se / ensinar juntos as crianças com e sem necessidades educativas especiais, durante uma
parte ou na totalidade do tempo de sua permanência na escola.
Educação inclusiva: processo de educar juntos alunos com e sem necessidades educativas
especiais durante a totalidade do tempo de sua permanência na escola, criando condições para
que cada um aprenda segundo as suas possibilidades.
Educação inclusiva implica escola inclusiva.
Normalização: princípio que representa a base filosófica, ideológica da integração. Não se trata
de normalizar as pessoas, mas de normalizar o contexto em que se desenvolvem, ou seja,
oferecer aos alunos com necessidades educativas especiais modos e condições de vida diária os
mais parecidos possível às formas e condições de vida do resto da sociedade. Isso implica a
adaptação dos meios e das condições de vida às necessidades dos alunos com necessidades
educativas especiais.
Sugestões metodológicas
Enriquecimento curricular;
Admissão escolar precoce;
Professores itinerantes;
Aceleração (pular classes e abreviamento do ano lectivo);
Atendimento específico;
Atendimento interescolar;
Utilização de centros de recursos didácticos;
Colaborar com os pais na educação da criança;
Ajudar a criança a se integrar na turma através de jogos e outras actividades
socializantes.
Identificação
Alunos com dificuldades de aprendizagem:
Demonstram insegurança e auto-estima baixa no que fazem e na relação com os outros;
São ansiosos e têm medo de fracassar;
Apresentam dificuldades na compreensão e memorização de conceitos matemáticos;
Têm aprendizagem lenta em relação aos demais colegas;
Fazem confusão na orientação espácio-temporal e na coordenação motora fina e grosa;
Têm alto índice de absentismo escolar.
Sugestões metodológicas
Fornecer ao aluno actividades escolares práticas, realísticas e significativas para a sua
vida a partir de exemplos de sucesso de outras pessoas que já tiveram fracasso escolar e
social;
Enriquecer o vocabulário do aluno através da estimulação da leitura, da escrita, do
cálculo e da exercitação física;
Elogiar sempre os progressos do aluno;
Colocar os alunos com dificuldades próximo do professor;
Promover a aprendizagem cooperativa entre pares de alunos com aprendizagem rápida e
lenta;
Causas
Hereditariedade;
Congénitas;
Adquiridas (doenças, acidentes, etc).
Classificação
As características de transtornos de atenção aparecem na 1ª infância e elas subdivide em 4 tipos.
Tipo desatento
Apresenta pelo menos 6 das seguintes características:
Não se importa com os detalhes ou comete erros por falta de cuidado;
Dificuldade em manter atenção;
Parece não ouvir;
Dificuldades em seguir instruções;
Dificuldades na organização;
Evita, não gosta de tarefas que exige um esforço mental prolongado;
Frequentemente perde os objectos necessários para uma actividade
Distrai-se com facilidade;
Esquecimento nas actividades diárias.
Tipo combinado
É caracterizado pela presença das características dos 2 tipos (desatento e hiperactivo).
Tipo não especificado
A criança apresenta algumas características, mas em número insuficiente de sintomas para se
chegar a um diagnóstico completo. Esses sintomas, no entanto desequilibram a vida diária.
Sugestões metodológicas (estratégias educacionais)
Encorajar a criança com muita frequência;
Iniciar sempre com actividades simples;
Manter a criança próximo do professor;
Elogiar os progressos da criança;
Reduzir o trabalho de casa;
Esforçar-se em ganhar a confiança da criança, através de diálogo;
Deixar a criança apenas com o material necessário para a tarefa que estiver a realizar;
Colocar a criança num lugar em que não sofre distracções com o que se passa fora da
sala;
Colaborar com os pais na educação da criança;
Ajudar a criança a se integrar na comunidade escolar através de jogos e outras actividades
socializantes.
Sinais de alerta
Os distúrbios de KTO tem 3 categorias:
Distúrbios de KTO leve
Não tem interesse com escola;
Preocupado com tendências ao devaneio;
Sonolento;
Preguiçoso.
Estratégias educacionais
Esforçar-se em ganhar a confiança da criança, através de diálogo;
Relacionar o ensino com o que a criança gosta de fazer;
Delegar alguma responsabilidade (cargo de chefia);
Colaborar com os pais na educação da criança
Causas
Genéticas (hereditariedade)
Congénitas (consumo de drogas, falta de nutrientes por parte da mãe, problemas durante
o parto, etc);
Adquiridas (doenças, acidentes, desnutrição, etc).
A estratégia de intervenção deve partir daquilo que a criança pode e gosta de fazer;
Actividades manuais (carpintaria, costura, artesanato, ofícios, trabalho agrícola, etc);
Prática desportiva (diversas modalidades);
Diferentes exercícios para desenvolver a motricidade fina (pintura, desenho, moldagem,
etc);
Exercícios simples com números;
Exercícios de leitura com textos simples para activar o seu vocabulário;
Colocar o aluno perto do professor;
Colaborar com os pais na educação da criança;
Ajudar a criança a se integrar na turma através de jogos e outras actividades socializantes.
Causas
Hereditariedade
Congénita
Adquirida
Sinais de alerta
Incapacidade de perceber objectos distancia ou perto;
Passividade;
Olhos avermelhados;
Olhos que tiram lágrimas ou sujo;
Esforço adicional para observar o que está no quadro;
Tropeça ou choca-se com os objectos frequentemente.
Papel do professor
Escrever no quadro em letras grandes;
Colocar a criança numa posição em que se sinta confortável em relação ao quadro;
.Basear o ensino em objectos concretos;
Colaborar com os pais na educação da criança;
Ajudar a criança a se integrar na turma através de jogos e outras actividades socializantes.
Causas
Hereditariedade
Congénitas
Adquirida
Sinais de alerta
A criança faz um esforço para ouvir o se diz;
Linguagem muito pobre para a sua idade;
Pronuncia mal algumas palavras;
Tem tendência a falar em voz alta;
Pede sempre para se repetir o que se diz;
A criança é inactiva e distraída.
Adaptações educacionais
Falar em voz alta e devagar;
Colocar o aluno perto do professor;
Falar gesticulando e virado para o aluno;
Sinais de alerta
Movimento corporal rígido ou flácido e descoordenado;
Postura corporal desajustada total ou parcialmente no sentar ou na realização de
movimentos;
Lentidão no andar e na realização de alguns movimentos corporais;
Uso de meios de facilitação da locomoção: cadeira de rodas, bengala, muletas e outros;
Movimento da cabeça involuntários e rígidos;
Movimentos faciais involuntários e incomuns (caretas);
Ocorrência de desequilíbrios corporais e quedas frequentes;
Dificuldade no controlo dos movimentos dos membros inferiores e superiores;
Dificuldades na realização de actividades que exigem coordenação motora fina;
Dificuldades para se sentar, se levantar e subir degraus.
Orientações metodológicas
Colocar a criança perto do professor para prestar ajuda sempre que necessário;
Sensibilizar os demais alunos para prestarem apoio sempre que for necessário, por
exemplo na entrada ou saída da sala, ida a casa de banho, etc.;
Colocar rampas nos lugares onde há degraus, na escola (remoção de barreiras
arquitectónicas);
Colocar os lugares mais frequentados pelos alunos (cantina, biblioteca, secretaria,
gabinetes da direcção) no rés-do-chão;
Organizar as carteiras de modo que a criança tenha espaço para circular.
Bibliografia
KIRK, S. e GLLAGHER, J. (1996). Educação da Criança Excepcional. São Paulo, Martins
Fontes.
MINISTERIO DA EDUCAÇÃO. (2014). Ensinar Alunos com Necessidades Educativas
Especiais: Guia de Apoio ao Professor.