A educação sexual busca promover a conscientização de crianças e adolescentes e quando
ensinada desde cedo em casa e nas escolas de forma mais detalhada com conversas, debates, palestras e dinâmicas, é capaz de evitar e ajudar a identificar situações de violência sexual, casos de gravidez na adolescência, doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), aborto praticado indiscriminadamente, entre outros. Além de entender como funciona o desenvolvimento do corpo e suas limitações, os métodos contraceptivos e a diversidade sexual desenvolvendo atitudes positivas e sadias sobre sua sexualidade e a do outro. A violência sexual é todo ato sexual, tentativa de consumir um ato sexual, insinuações sexuais indesejadas ou ações para comercializar ou usar de qualquer outro modo a sexualidade de uma pessoa por meio da coerção por outra pessoa, independente da relação desta com a vítima, em qualquer âmbito, incluindo o lar, o local de trabalho e escola. O abuso sexual de crianças e adolescentes geralmente é cometido por uma pessoa de confiança da vítima, como um parente, existe abuso mesmo quando não se tem o ato sexual consumado, como expor a criança a carícias impróprias ou a pornografia, ou se exibir para ela, que também é abuso sexual. Uma das formas de prevenção é ensinar seus filhos, desde pequenos, a nominar as partes do corpo e a diferenciar um toque de carinho de um toque erotizado. Também é importante lembrar que, com ou sem educação sexual nas escolas, adolescentes fazem sexo, nessa fase, também chamada de puberdade, eles começam a explorar os próprios corpos, sentem o desejo despertar e, muitas vezes, não sabem como lidar com ele. A questão é que, sem uma educação adequada, esses adolescentes acabam buscando os lugares errados para se informar, e geralmente, os caminhos escolhidos são os da pornografia, que leva informações distorcidas aos jovens sobre padrão de corpo, sexualidade e como tratar os parceiros, e/ou da orientação de colegas que já tiveram suas primeiras experiências e que podem acabar se aproveitando da falta de conhecimento do “amigo”. É importante salientar que a inexistência de educação sexual é um dos maiores fatores para o elevado número dos casos de gravidez precoce e de gravidez não-planejada, que na grande parte das vezes, encarada de forma negativa do ponto de vista emocional e financeiro das adolescentes e famílias, alterando drasticamente suas rotinas, além do trauma familiar e psicológico, a gravidez na adolescência traz diversos riscos à saúde da mãe e do bebe, e tudo isso por desconhecimento das informações básicas diante das primeiras relações sexuais, no caso de adolescentes, e da falta de acesso aos esclarecimentos e aos meios contraceptivos para que uma gestação não ocorra, como também alguma contração de DST, que são causadas por vírus, bactérias ou outros organismos e são transmitidas principalmente através do contato sexual com uma pessoa infectada sem o uso de preservativo. Os modos contraceptivos são, preservativos (masculinos e femininos), pílula anticoncepcional, DIU (dispositivo intrauterino), diafragma, entre outros, e alguns deles muitas mulheres acabam utilizando sem consultar um médico ginecologista para saber qual o melhor contraceptivo para ela, o que gera uma série de riscos como: alterações nos padrões menstruais e incômodos durante o ciclo, retenção de líquido, riscos de varizes e trombose, aumento da possibilidade de problemas no fígado, etc. E como qualquer outra adolescente muitas meninas resolvem interromper a gravidez de forma incorreta, o aborto clandestino, já que elas não têm acesso ao direito do aborto legal, em que até nos casos de estupros é difícil conseguir, devido à demora na justiça em conceder a autorização para a realização do procedimento ou a recusa do hospital local em realizar o aborto. E não menos importante, a falta da educação sexual afeta também no desenvolvimento do jovem acerca de sua sexualidade, que é algo que se manifesta no nascimento de cada indivíduo. Muitos alunos estão iniciando um processo de profundas transformações em suas vidas e outros já vivenciam efetivamente sua sexualidade, grande maioria até mesmo sem conhecimento do que está acontecendo. Dessa forma, faz-se necessário a criança e o adolescente terem direito à orientação sexual e a se descobrirem e no seu tempo e com autonomia. A educação sexual permite que entendam a diversidade sexual, orientação sexual, gênero e respeito aos diretos humanos no ambiente escolar sem discriminação ou LGBTfobia. Mas um dos maiores impasses para que tudo isso aconteça é o preconceito, a questão sexual é veiculada de forma intensa pelos meios de comunicação de massa, aos quais os alunos têm acesso em seu cotidiano, e nesses meios a sexualidade é tratada, na maioria das vezes, sem a mínima preocupação educativa, sendo utilizada apenas com o apelo consumista ou de forma preconceituosa e discriminatória, onde a educação sexual é sinônimo de incentivo à prática sexual, o que não é verdade. Tudo mostra que ela não promove a iniciação sexual precoce ou algo arriscado, pelo contrário, a educação sexual está relacionada à promoção dos direitos humanos, direito que a criança e o e adolescente possuem à saúde, à educação e à informação. Com isso, a sexualidade inicia-se com o nascimento, fazendo parte do desenvolvimento do ser humano, logo, é direitos de todas as crianças e adolescentes possuírem tal conhecimento. Dentro deste contexto, a ONU considera positivo a implementação de projetos de educação sexual no currículo escolar.