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DIVERSIDADE E INCLUSÃO NA SOCIEDADE

Desafios sociopolíticos da inclusão de grupos vulnerabilizados


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DESAFIOS SOCIOPOLÍTICOS DA INCLUSÃO DE


GRUPOS VULNERABILIZADOS
Aula 3 – Desafios sociopolíticos da inclusão de Crianças e Adolescentes

Desafio: Violência Física

• A VIOLÊNCIA FÍSICA E A NEGLIGÊNCIA contra crianças podem ocorrer mesmo em


lugares pensados como seguros – casas, escolas, centros de atendimento e comuni-
dades – e por perpetradores que podem ser tanto conhecidos quanto desconheci-
dos para a criança.
• Dada a sua falta de proteção parental, crianças e adolescentes separadas/os e desa-
companhadas/os podem estar em elevado risco de violência física, particularmente
quando estão vivendo em ambiente impróprio, ou em situações de cuidado abusivo.
• Aquelas que estão em situação de trabalho infantil podem estar mais vulnerabiliza-
dos a situações de abuso físico por supervisores ou pares, dada a ausência de pais
para defendê-las ou protegê-las.
• Pode haver também um aumento na violência entre as crianças, que podem expressar sua
raiva, frustração ou outras emoções através da violência. A violência física contra crian-
ças é muitas vezes um problema invisível; entre crianças separadas e desacompanhadas,
pode ser ainda mais difícil de ser descoberta, pois as crianças podem ter poucas informa-
ções sobre como ter acesso à ajuda ou podem, ainda, ter medo de denunciar abusos.
https://www.unicef.org/brazil/media/27746/file/guia-protecao-de-criancas-desacompanha-
das-e-separadas.pdf

O que é violência física contra criança e adolescente?

• A violência física é entendida como a ação infligida à criança ou ao adolescente que ofenda
sua integridade ou saúde corporal ou que lhe cause sofrimento físico. Está relacionada
com a utilização de força física contra à pessoa, criança ou adolescente, por cuidadores,
pessoas do convívio familiar ou terceiros. Para caracterizar violência física, é necessário
que a ação seja de forma intencional, com o objetivo de causar dor, sofrimento, lesão
ou destruição da vítima. Perceba que esse tipo de violência é diferentes dos “tapinhas”
comuns, pois têm a intenção de causar dor e sofrimento, não de educar.
5m
• A agressão física é incitada pela posição de poder e autoridade que o adulto possui
sobre a criança e o adolescente, sendo um meio de exigir obediência, disciplina e impor
a submissão do mais vulnerável. É o tipo de violência visível, que se escreve na pele, no
corpo, pelos hematomas, queimaduras, ferimentos, etc. Por isso, é mais fácil identi-
ficar e comprovar a violência física em comparação aos outros tipos de violência. No

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entanto, a violência física acontece concomitantemente com outros tipos de violên-


cia, também ocasionando traumas psicológicos para a criança e o adolescente.
https://www.infanciasegura.pr.gov.br/Pagina/
Tipos-de-Violencia-Contra-Criancas-eAdolescentes#:~:text=A%20agress%C3%A3º%20
f%C3%ADsica%20%C3%A9%20incitada,%2C%20queimaduras%2C%20ferimentos%2C%20etc.

1. (VUNESP/2018/IPSM/ANALISTA DE GESTÃO MUNICIPAL/ASSISTENTE SOCIAL) A violência


física contra crianças e adolescentes se caracteriza pela ação intencional e uso da força por
um adulto que provoque dor ou ocasione consequências leves ou extremas, como a morte. No
seu espaço de trabalho, o assistente social se defronta com casos dessa natureza, de forma
recorrente. O procedimento é a denúncia, por meio da notificação compulsória, podendo
elaborar relatório ao Conselho Tutelar, para os devidos encaminhamentos. A notificação
compulsória de violência contra crianças e adolescentes é um importante instrumento de
combate a essa questão, cuja comunicação à autoridade sanitária é obrigatória
a. quando comprovada por laudo médico.
b. em situações suspeitas ou confirmadas.
c. perante testemunho de pessoa adulta.
d. em casos de maior gravidade.
e. mediante autorização da família.

O ECA determina que os serviços de saúde e de educação têm a obrigação de comunicar


para o Conselho Tutelar todas as situações de violência contra a criança e o adolescente,
seja a violência física, psicológica, moral ou a negligência. A comunicação deve ser feita tanto
em casos confirmados, como se existirem suspeitas. A autorização da família é dispensável
para essa comunicação.
10m

2. (CESPE/CEBRASPE/2018/EBSERH/ENFERMEIRO/SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE)


Com relação a situações de violência contra crianças, julgue o seguinte item.

Situação hipotética: Uma criança que estava chorando muito foi levada pela mãe a um serviço
de saúde, a qual relatou que a criança foi agredida pelo pai por ter tido baixo rendimento
escolar. No exame, não foram observadas lesões corporais. Assertiva: Nessa situação, os
fatos descritos não permitem considerar que tenha havido violência física contra a criança.

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Essa situação não permite considerar que tenha havido violência física contra a criança,
mas deve ser comunicada ao Conselho Tutelar.

Desafio: Violência Sexual baseada no Gênero

Crianças e adolescentes são uma grande parcela das vítimas de violência sexual.
Embora as meninas sejam frequentemente alvo, é importante ter em mente que meni-
nos também podem sofrer violência sexual, o que muitas vezes ocorre em ambientes
de acolhimento. Casos de violência sexual também trazem uma carga estigmatizante e
tendem a ter seus registros subnotificados. Isto pode ocorrer entre as crianças e adoles-
centes separadas/os, desacompanhadas/os e/ou indocumentadas/os que podem hesi-
tar em falar sobre o que aconteceu com elas e acessar assistência. Crianças e adolescen-
tes separadas/os, desacompanhadas/os e/ou indocumentadas/os podem ser vítimas de
violência sexual precisamente porque lhes falta a proteção familiar. O casamento infan-
til e as uniões precoces podem ser um mecanismo perverso encontrado por famílias que
experimentam dificuldades econômicas; crianças e adolescentes separadas/os, desa-
companhadas/os e/ou indocumentadas/os que vivem com a família estendida podem
ser particularmente vulnerabilizadas a este risco, porque podem ser utilizadas por seus
cuidadores para ganhos financeiros. Há também a possibilidade de que o casamento
infantil constitua exploração sexual e/ou tráfico de pessoas. O casamento infantil acar-
reta consequências negativas para o desenvolvimento físico e psicológico da criança,
podendo incluir a gravidez precoce, doenças sexualmente transmissíveis, entre outros.
15m
https://www.unicef.org/brazil/media/27746/file/guia-protecao-de-criancas-desacompanha-
das-e-separadas.pdf

Além disso, a evasão escolar é frequente entre meninas que se casam precocemente.
Em processos de deslocamento, nos casos em que meninas adolescentes estão em
uniões precoces com parceiros com uma grande diferença de idade, e muitas vezes com
seus/suas filhos/as, uma-abordagem familiar é difícil, pois as normas sociais e de gênero
podem considerar aceitável tal estrutura familiar. Às vezes elas sofrem violência, mas
as leis e os serviços não as protegem e podem dar a custódia legal da adolescente a seu
parceiro mais velho, que pode ser seu agressor.
https://www.unicef.org/brazil/media/27746/file/guia-protecao-de-criancas-desacompanha-
das-e-separadas.pdf

Meninas com idades entre 13 e 14 anos comumente se relacionam com rapazes mais
velhos, acima de 18 anos ou mais, o que gera grande possibilidade de existir entre eles
20m uma desigual relação de poder por conta do machismo existente na sociedade.

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Meninas adolescentes desacompanhadas ou separadas que estão grávidas ou têm


filhos/as e que são declaradas “emancipadas” porque são consideradas como tendo res-
ponsabilidades adultas, podem ser frequentemente deixadas de fora do sistema de pro-
teção quando mais precisam dele. Adolescentes separados/as, desacompanhados/as e/
ou indocumentados/as LGBTQIA+ sofrem particularmente o risco de rejeição e discrimi-
nação. Há mais dificuldade na sua identificação pelos serviços de proteção, carecem de
redes de apoio e muitos acabam vivendo em situação de rua. Muitas vezes não acessam
as ofertas públicas devido à falta de informação, falta de compreensão do idioma, medo
de serem institucionalizados e de passarem situações de revitimização nos próprios servi-
ços. Quando acolhidos/ as em instituições, é recorrente situações de violência baseada no
gênero pela falta de compreensão, sensibilidade e formação dos serviços ao atendimento
com respeito a sua identidade de gênero, podendo ser este um dos motivos da alta taxa
de evasão deste público que se observa nestes serviços. Todo este contexto contribui para
que estejam mais vulnerabilizadas à exploração sexual e exploração laboral.
https://www.unicef.org/brazil/media/27746/file/guia-protecao-de-criancas-desacompanha-
das-e-separadas.pdf

Os diferentes conceitos têm grandes chances de serem questões de prova.

Violência Sexual: É a violação dos direitos sexuais, no sentido de abusar ou explorar


do corpo e da sexualidade de crianças e adolescentes. Pode ser classificado em abuso
sexual (extra ou intrafamiliar) ou exploração sexual. O abuso extrafamiliar se refere aos
casos em que o autor não tem vínculo de pertencimento familiar, e o intrafamiliar é o
praticado por autores que são responsáveis ou familiares da vítima.
Abuso Sexual: É a violação sexual homo ou heterossexual praticada por um adulto ou
alguém mais velho em relação a uma criança ou a um adolescente, com o intuito de satis-
fazer-se sexualmente, valendo-se de poder ou autoridade, envolvendo-os em quaisquer
atividades sexuais, tais como palavras obscenas, exposição dos genitais ou de material
pornográfico, telefonemas obscenos, sexo oral, vaginal ou anal. A criança ou o adoles-
cente vive uma experiência sexualizada que está além de sua capacidade ou de consentir
ou entender, baseada na extrapolação do limite próprio, no abuso de confiança e poder.
Exploração Sexual: É o uso sexual de criança ou adolescente para obter lucro, troca ou van-
tagem. Expressa-se de quatro formas: prostituição, pornografia, tráfico e turismo sexual. Tra-
ta-se de um fenômeno mundial, que atinge em especial o sexo feminino, mas não apenas.
25m
https://www.mpdft.mp.br/portal/pdf/imprensa/cartilhas/cartilha_violencia_contra_criancas_
adolescentes_web.pdf

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Uma estratégia brasileira contra esse tipo de violência é:


Plano Nacional de Enfrentamento da Violência contra Crianças e Adolescentes.

A partir da instituição desse Plano Nacional, o País vivencia uma série de avanços
importantes na área do reconhecimento e enfrentamento da violência sexual contra
crianças e adolescentes. O Plano serviu como referência para organizações não governa-
mentais, especialmente no âmbito da mobilização social e do monitoramento de políti-
cas públicas na perspectiva de formulação e efetiva implementação de ações nesta área
por parte das esferas estatais.
https://site.mppr.mp.br/sites/hotsites/arquivos_restritos/files/migrados/File/publi/
sedh/08_2013_pnevsca.pdf

Sistema de Garantia de Direitos (SGD)


O art. 3º do Decreto n. 9.603/2018 estabelece como atribuição do Sistema de Garan-
tia de Direitos intervir sobre as situações de violência contra crianças e adolescentes
com a finalidade de:

I – mapear as ocorrências das formas de violência e suas particularidades no terri-


tório nacional;
II – prevenir os atos de violência contra crianças e adolescentes;
III – fazer cessar a violência quando esta ocorrer;

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IV – prevenir a reiteração da violência já ocorrida;


V – promover o atendimento de crianças e adolescentes para minimizar as sequelas
da violência sofrida;
VI – promover a reparação integral dos direitos da criança e do adolescente.

Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente

O CRAS e o CREA fazem parte da Política de Assistência Social.


A Política de Saúde tem a PNSC (Política Nacional de Saúde da Criança).
O poder judiciário tem as varas da infância e da juventude.

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GABARITO
1. c
2. C

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Aline Menezes.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela lei-
tura exclusiva deste material.

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