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SOBRE A MSD CARREIRAS NA MSD INVESTIGAÇÃO NO MUNDO TODO
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Última revisão/alteração completa dez 2020| Última modificação do conteúdo dez 2020
A negligência infantil é quando ocorre uma omissão de prestar cuidados essenciais às crianças. O abuso infantil é praticar
maltrato contra as crianças.
Alguns fatores que aumentam o risco de negligência e abuso infantil são a pobreza, o abuso de drogas e álcool, distúrbios de saúde mental e
situação de pai ou mãe solteira.
Crianças que sofreram negligência ou abuso podem aparentar estar cansadas, com fome, sujas ou apresentar lesões físicas ou problemas
emocionais ou mentais, ou elas podem ter uma aparência completamente normal.
Deve haver suspeita de abuso quando o padrão das lesões sugere que a lesão não foi acidental, quando as lesões não são compatíveis com a
explicação do cuidador, quando o nível de desenvolvimento de uma criança a impediria de fazer coisas que pudessem resultar em lesão (por
exemplo, um bebê acender o fogão) ou quando a criança tem tanto lesões novas como antigas que não parecem ser acidentais.
As crianças devem ser protegidas contra a continuidade do maltrato, incluindo por meio do envolvimento da Delegacia de Proteção à Criança
e ao Adolescente e/ou agências policiais, hospitalização, terapia psicológica para os pais e as crianças e ajudar a família a prestar cuidados
seguros e adequados.
A negligência envolve não atender às necessidades básicas da criança, sejam físicas, médicas, educacionais ou emocionais.
O abuso pode ser físico, sexual ou emocional. Ele também pode incluir o abuso infantil em um contexto médico.
A negligência e o abuso infantil com frequência ocorrem ao mesmo tempo e com outras formas de violência familiar, como o abuso do parceiro
íntimo. Além dos danos imediatos, a negligência e o abuso aumentam o risco de apresentar problemas de longa duração, incluindo problemas de
saúde mental e abuso de substâncias. O abuso infantil também está associado com problemas na idade adulta como, por exemplo, obesidade,
doença cardíaca e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
As pessoas que negligenciam ou abusam as crianças sob seus cuidados são chamadas agressoras. Isso significa, por exemplo, que pais e outros
familiares, pessoas que vivem na casa da criança e são responsáveis por cuidar da criança ocasionalmente, professores, motoristas de ônibus,
aconselhadores podem ser agressores. Outras pessoas que cometem violência contra crianças pelas quais elas não têm qualquer responsabilidade
(como, por exemplo, tiroteios em escolas) são culpadas pelos crimes de agressão e/ou assassinato em vez de abuso infantil.
A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (Child Protective Services, CPS) dos Estados Unidos recebeu, em 2018, 4,3 milhões de
denúncias sobre possível abuso infantil envolvendo 7,8 milhões de crianças. Dessas denúncias, aproximadamente 2,4 milhões foram investigadas
minuciosamente e, dentre essas, foram identificadas 678.000 crianças que sofreram abuso ou negligência. Em geral, meninos e meninas são
igualmente afetados, mas os meninos sofrem abuso físico mais frequentemente. Bebês e crianças pequenas têm o maior risco de sofrer abuso.
A maioria das crianças são vítimas de um tipo de abuso. Por exemplo, dentre as crianças que foram identificadas em 2018, 60,8% sofreram
negligência (incluindo negligência médica), 10,7% sofreram abuso físico e 7% sofreram abuso sexual. Contudo, muitas crianças (15,5%) foram
vítimas de vários tipos de abuso.
Aproximadamente 1.770 crianças morreram devido à negligência ou abuso nos Estados Unidos em 2018, das quais cerca da metade tinha menos
de um ano de idade. Cerca de 80% dessas crianças foram vítimas de negligência e 46% foram vítimas de abuso físico que ocorreu com ou sem
outras formas de abuso. Cerca de 80% dos agressores eram os pais agindo sozinhos, juntos ou com outras pessoas.
Abuso físico
Abuso sexual
Abuso emocional
Além disso, intencionalmente causar, mentir ou exagerar sintomas médicos em uma criança que resulta em intervenções médicas potencialmente
prejudiciais, é uma forma de abuso denominada abuso infantil em contexto médico .
Negligência
A negligência é a falha em prestar ou atender às necessidades básicas físicas, emocionais, educacionais e médicas de uma criança. Os pais ou
cuidadores podem deixar a criança sob o cuidado de pessoas reconhecidas como praticantes de abuso ou podem deixar a criança sozinha, sem
vigilância. Existem muitas formas de negligência.
Na negligência física, os pais ou cuidadores não fornecem adequadamente alimentação, vestuário, abrigo, supervisão e proteção contra possíveis
danos.
Na negligência emocional, os pais ou cuidadores não dão afeto, amor ou outros tipos de apoio emocional. As crianças podem ser ignoradas ou
rejeitadas ou impedidas de interagir com outras crianças ou adultos.
No caso de negligência médica, os pais ou cuidadores não fornecem os cuidados médicos adequados para a criança, como o tratamento
necessário para lesões ou distúrbios de saúde física ou mental. Os pais podem retardar os cuidados médicos da criança quando esta está doente,
colocando-a em risco de doenças graves e até de morte.
No caso de negligência educacional, os pais ou cuidadores não matriculam a criança na escola nem garantem que a criança esteja frequentando
uma escola em um contexto tradicional, como uma escola pública ou particular ou receba educação em casa.
A negligência é diferente do abuso pelo fato de que os pais e cuidadores não maltratam intencionalmente as crianças sob seus cuidados.
A negligência geralmente resulta de uma combinação de fatores como má criação, capacidade ruim de lidar com o estresse, sistemas familiares
sem assistência e circunstâncias de vida estressantes. Com frequência, a negligência ocorre em famílias pobres que estão passando por situações
financeiras ou ambientais difíceis, sobretudo aquelas em que os pais também têm distúrbios de saúde mental não tratados (tradicionalmente
depressão , transtorno bipolar ou esquizofrenia ), praticam o abuso de drogas ou álcool ou têm capacidade intelectual limitada. As crianças em
famílias de mãe ou pai solteiro têm mais risco de serem negligenciadas devido a uma renda mais baixa e menos recursos à disposição.
Abuso físico
Maltratar ou ferir uma criança, o que inclui infligir punição física excessiva, é abuso físico. Exemplos específicos incluem chacoalhar, deixar cair,
bater, morder e queimar (por exemplo, causar escaldões ou queimar com cigarros). Crianças de todas as idades podem sofrer abusos físicos, mas
bebês e crianças pequenas são particularmente vulneráveis. Os bebês e crianças pequenas, principalmente, têm um risco maior de sofrerem
episódios repetidos de abuso, porque essas crianças não conseguem se manifestar. Além disso, durante esses períodos, as crianças estão
geralmente passando por algumas fases que têm mais propensão de causar frustração aos cuidadores e fazer com que eles percam o controle
sobre seus impulsos. Esses causadores de frustração incluem crises de raiva , aprender a usar o banheiro , padrões de sono inconsistentes e cólica
.
O abuso físico é a causa mais comum de traumatismos cranianos graves nas crianças. As lesões abdominais resultantes de abuso físico são mais
comuns em crianças pequenas do que em bebês. O abuso físico (incluindo homicídio) está entre as dez principais causas de morte entre as
crianças. De modo geral, o risco de abuso físico da criança diminui durante os primeiros anos de escola.
As crianças nascidas na pobreza para um pai ou mãe solteiro(a) e jovem correm risco mais elevado de sofrer abuso físico. O estresse familiar
contribui para o abuso físico. O estresse pode resultar de situações de desemprego, mudanças frequentes, isolamento social de amigos ou
parentes ou violência familiar contínua. Crianças com temperamento difícil (irritáveis, exigentes ou hiperativas) ou com necessidades especiais
(deficiências de desenvolvimento ou físicas) estão mais propensas a sofrer abuso físico.
O abuso físico é frequentemente desencadeado por uma crise em meio a uma situação de estresse. Uma crise pode ser causada pela perda de um
emprego, uma morte na família ou um problema de disciplina. Pais que usam drogas ou álcool podem se comportar impulsiva e
descontroladamente em relação a seus filhos. As crianças cujos pais têm problemas de saúde mental também correm um risco maior de sofrerem
abuso.
Os pais que foram vítimas de negligência ou abuso quando eram crianças podem não ter maturidade emocional ou podem ter baixa autoestima.
Os pais que praticam abuso podem considerar seus filhos como uma fonte de afeto ilimitado e incondicional e buscar obter com elas o apoio que
eles mesmos nunca receberam. Assim, eles podem ter expectativas não realistas do que seus filhos podem oferecer a eles, eles podem se frustrar
facilmente e ter pouco controle sobre seus impulsos, e talvez nunca consigam dar o que nunca receberam.
Abuso sexual
Qualquer ato com uma criança visando a gratificação sexual de um adulto ou de outra criança significativamente mais velha e mais poderosa é
considerado abuso sexual ( Pedofilia ). Isso inclui
Penetração da vagina, ânus ou boca da criança
Tocar a criança com uma intenção sexual, mas sem penetração (molestamento)
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21/09/2021 Considerações gerais sobre o abuso e negligência infantil - Problemas de saúde infantil - Manual MSD Versão Saúde para a Família
O abuso sexual não inclui brincadeiras sexuais. Nas brincadeiras sexuais, crianças com pouca diferença de idade veem ou tocam as zonas genitais
uma da outra sem uso de força ou intimidação. Quando uma tentativa está sendo feita no sentido de determinar se uma situação específica entre
crianças deve ser considerada abuso sexual, é importante levar em conta as diferenças de poder, como a idade, a força e o tamanho das crianças e
como elas são vistas pelos colegas. As leis sobre como considerações da idade ajudam a distinguir o abuso de brincadeira diferem de um estado
para outro. Tanto a idade real quanto a diferença de idade entre as duas crianças são fatores em diversas leis do estado. Quanto maior a diferença
de idade, maior é a diferença na maturidade emocional e intelectual e a posição social entre a criança mais velha e a mais nova E, em certo
momento (uma diferença de quatro anos em muitas jurisdições), essas diferenças são tão grandes que não é possível que uma criança mais nova
“concorde” de maneira legítima em praticar a atividade com a criança mais velha.
Por volta dos 18 anos de idade, 12 a 25% das meninas e 8 a 10% dos meninos já foram abusados sexualmente. A maior parte dos praticantes de
abuso sexual são pessoas conhecidas das crianças, frequentemente um padrasto, tio ou companheiro da mãe. O abuso por parte de mulheres é
menos comum.
Certas situações aumentam o risco de abuso sexual. Crianças que têm vários cuidadores ou um só cuidador com vários parceiros sexuais correm
risco mais elevado. Isolamento social, baixa autoestima, ter parentes próximos que também sofreram abuso sexual ou pertencer a uma gangue
também eleva o risco.
Abuso emocional
Utilizar palavras ou praticar atos com o intuito de maltratar psicologicamente uma criança é abuso emocional. O abuso emocional faz as crianças
se sentirem desprezíveis, erradas, não amadas, rejeitadas, em perigo ou que apenas têm valor quando satisfazem as necessidades de outra
pessoa.
O abuso emocional inclui
Repreender severamente, com tom de voz elevado ou aos gritos
Incentivar o comportamento transgressor ou criminoso, como cometer crimes ou consumir álcool ou drogas
Fatores culturais
Culturas diferentes têm maneiras diferentes de disciplinar as crianças. Algumas culturas praticam punição corporal, que é qualquer punição física
que causa dor. A punição corporal grave, que inclui dar chibatadas, queimar e causar escaldões, constitui abuso físico. Contudo, a linha entre um
comportamento socialmente aceito e o abuso não é muito nítida entre as diferentes culturas, no caso de punição corporal mais leve, como bater.
Alguns especialistas sugerem que a punição corporal que é feita quando a pessoa está com raiva ou com o intuito de machucar a criança ou que
resulta em lesões visíveis não é algo legítimo em nenhuma cultura.
As práticas médicas também variam entre as culturas. Algumas práticas culturais (como a mutilação dos órgãos genitais femininos ) são tão
extremas que elas constituem abuso nos EUA. Contudo, alguns remédios caseiros (como a cunhagem e ventosaterapia ) frequentemente causam
hematomas ou queimaduras leves que podem parecer o resultado de punição corporal grave, mas não são.
Em algumas ocasiões, os praticantes de algumas religiões e membros de alguns grupos culturais não buscaram tratamento para uma criança com
um problema de saúde com risco de morte (como, por exemplo, cetoacidose diabética ou meningite ), resultando na morte da criança. Essa falha
em obter tratamento é tradicionalmente considerada como sendo negligência, independentemente da intenção dos pais ou dos cuidadores.
Quando a criança está doente ou mal de saúde, a recusa em prestar tratamento médico com frequência exige uma investigação mais aprofundada
e, em algumas ocasiões, intervenção legal. Além disso, algumas pessoas e grupos culturais nos Estados Unidos têm se recusado cada vez mais a
vacinar seus filhos, porque elas estão preocupadas com a segurança ou por motivos religiosos (consulte Preocupações relacionadas a vacinações
na infância ). Não se sabe ainda se essa recusa em vacinar pode ser considerada ou não uma negligência médica de fato.
Negligência física
As crianças que sofrem negligência física podem aparentar estar desnutridas, cansadas, sujas ou não ter vestuário apropriado ou podem não se
desenvolver normalmente . Elas podem faltar à escola com frequência. Em casos extremos, as crianças podem ser encontradas vivendo sozinhas
ou com irmãos sem a vigilância de um adulto. As crianças sem supervisão podem ficar doentes ou sofrer lesões. Pode haver atraso no
desenvolvimento físico e emocional. Algumas crianças negligenciadas morrem de fome ou por exposição ao frio.
Abuso físico
Hematomas queimaduras equimoses marcas de mordida ou arranhões são alguns sinais comuns de abuso físico Essas marcas podem ter a
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Hematomas, queimaduras, equimoses, marcas de mordida ou arranhões são alguns sinais comuns de abuso físico. Essas marcas podem ter a
forma do objeto utilizado para infligi-las, como um cinto ou um cabo elétrico. A pele da criança pode mostrar a marca da palma da mão ou da
ponta dos dedos causadas por tapas ou quando a criança é agarrada e chacoalhada. Queimaduras por cigarros ou escaldões são visíveis nos
braços ou pernas ou em outras partes do corpo. As crianças que foram amordaçadas podem ter uma pele mais espessa ou cicatrizes nos cantos da
boca. Pode haver partes da cabeça sem cabelo ou o couro cabeludo pode estar inchado nas crianças que sofreram puxões de cabelo. Pode haver
lesões graves não visíveis na boca, nos olhos, no cérebro ou em outros órgãos internos. Contudo, frequentemente os sinais de abuso físico são
sutis. Por exemplo, pode aparecer uma pequena contusão ou pontos vermelho-arroxeados no rosto, pescoço ou ambos. As crianças podem ter
sinais de lesões antigas, como fraturas que já começaram a cicatrizar. Às vezes, as lesões resultam em desfiguração.
Bebês que foram intencionalmente colocados em água quente (por exemplo, em uma banheira) podem apresentar escaldões. Essas queimaduras
podem estar localizadas nas nádegas e podem ter a forma de uma rosquinha. As queimaduras não são visíveis na pele que não entrou em contato
com a água ou que foi pressionada contra o chão mais frio da banheira. Os salpicos de água quente podem provocar queimaduras em outras
partes do corpo.
Os bebês podem apresentar lesão cerebral resultante do que é modernamente denominado traumatismo craniano por abuso (TCA). O TCA é
causado quando a criança bebê é sacudida violentamente e/ou ao bater a cabeça da criança contra um objeto sólido. O traumatismo craniano por
abuso substituiu o termo “síndrome do bebê sacudido”, porque o ato pode incluir mais do que apenas sacudir o bebê. Os bebês com TCA podem
estar choramingando ou apresentar vômitos, ou podem não ter sinais visíveis de lesão, porém parecem estar dormindo profundamente. Essa
sonolência se deve a danos cerebrais e edema cerebral, que podem resultar de hemorragia entre o cérebro e o crânio (hemorragia subdural ). Os
bebês também podem apresentar sangramento na retina (hemorragia retiniana), na parte posterior do olho. Costelas e outros ossos podem estar
quebrados.
Crianças que sofreram abuso durante muito tempo podem parecer amedrontadas e irritáveis. Elas, com frequência, dormem mal. Elas podem se
sentir deprimidas ou ansiosas e ter sintomas de estresse pós-traumático . São muito mais propensas a agir de forma violenta ou suicida.
Abuso sexual
Mudanças no comportamento são sinais comuns de abuso sexual. Essas alterações podem ocorrer bruscamente e de forma extrema. As crianças
podem se tornar agressivas, retraídas ou desenvolver fobias ou distúrbios do sono. As crianças que sofreram abuso sexual podem demonstrar
comportamento sexual, como tocarem-se excessivamente ou tocar outras pessoas de maneira indevida. Crianças abusadas sexualmente pelo pai
ou pela mãe ou outro parente podem ter sentimentos de conflito. Elas podem se sentir emocionalmente próximas ao agressor, ainda que se
sintam traídas.
O abuso sexual também pode provocar lesões corporais. As crianças podem ter contusões, rupturas ou hemorragias na região dos genitais, ânus
ou boca. As lesões nas zonas genitais e do reto podem, a princípio, dificultar a marcha e o ato de sentar. As meninas podem ter corrimento,
sangramento ou coceira vaginal. Doenças sexualmente transmissíveis, como gonorreia , clamídia , infecção pelo vírus da imunodeficiência humana
(HIV) ou outras infecções podem estar presentes. Elas podem engravidar.
Fotografias de lesões
No caso de abuso físico, às vezes, exames de laboratório ou de imagem, como radiografias e exames de tomografia computadorizada (TC)
No caso de abuso sexual, realização de exames para triar quanto à presença de infecções e, às vezes, coleta de amostras de líquidos
corporais, cabelo e pelo e outros materiais como evidências forenses
A negligência e o abuso são frequentemente difíceis de reconhecer, a menos que as crianças aparentem desnutrição grave ou lesões óbvias, ou
que outras pessoas testemunhem a negligência e o abuso. A negligência e o abuso podem não ser reconhecidos durante anos. Existem vários
motivos que evitam o reconhecimento da negligência e do abuso. Crianças abusadas podem pensar que o abuso é parte normal da vida e não
mencioná-lo. Crianças vítimas de abuso físico e sexual mostram-se muitas vezes relutantes em informar a respeito voluntariamente por vergonha,
ameaças de retaliação ou até por acharem que merecerem o abuso. Crianças que sofreram abuso físico que conseguem falar bem frequentemente
identificam seus agressores e descrevem o que aconteceu com elas se forem feitas perguntas diretas. Contudo, as crianças que sofreram abuso
sexual podem ter jurado guardar o segredo ou estão tão traumatizadas que elas não conseguem conversar a respeito do abuso e podem até
mesmo negar o abuso quando questionadas especificamente.
Quando médicos suspeitam de negligência ou de qualquer tipo de abuso, procuram sinais de outros tipos de abuso. Eles também fazem uma
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avaliação completa das necessidades físicas, ambientais, emocionais e sociais da criança. Os médicos observam as interações entre a criança e os
cuidadores sempre que possível. Os médicos documentam o histórico da criança ao anotar as citações exatas e tirando fotografias de eventuais
lesões.
Abuso físico
Pode haver suspeita de abuso físico quando um bebê que ainda não está navegando (ou seja, caminhado apoiado em móveis) apresenta contusões
ou lesões graves ou lesões aparentemente leves no rosto e/ou pescoço. Os bebês que apresentam uma sonolência ou letargia não características
são avaliados quanto à presença de lesão cerebral. Pode haver suspeita de abuso quando uma criança pequena ou mais velha apresenta
contusões em locais incomuns, como na parte posterior das pernas e nas nádegas. Contusões ocorrem com frequência quando as crianças estão
aprendendo a andar, mas essas lesões normalmente ocorrem nas proeminências ósseas na frente do corpo, como nos joelhos, canelas, queixo e
testa.
Pode também haver suspeita de abuso quando os pais parecem saber pouco sobre a saúde da criança ou não parecem se preocupar ou se
preocupam demais com lesões sérias. Os pais que abusam dos seus filhos podem relutar em descrever ao médico ou amigos como a lesão
aconteceu. A descrição pode não ser adequada à idade e à natureza da lesão ou pode mudar cada vez que a história é contada. Os pais abusivos
podem não procurar imediatamente tratamento para a lesão de uma criança.
Quando o médico suspeita de abuso físico, ele geralmente fotografa as lesões externas (como hematomas). O médico pode realizar um exame de
imagem do cérebro (uma tomografia computadorizada [TC] ou um exame de ressonância magnética [RM]). Eles às vezes fazem radiografias para
detectar sinais de lesões anteriores. Se a criança tiver menos de três anos, geralmente são feitas radiografias de todos os ossos para verificar se há
fraturas.
Ocultar detalhes
Esta radiografia mostra fraturas de costelas (realçadas em vermelho) em um bebê, que são sugestivas de abuso infantil.
Abuso sexual
O abuso sexual é muitas vezes diagnosticado com base na descrição do incidente pela criança ou por uma testemunha. No entanto, visto que
muitas crianças se mostram relutantes em falar do abuso sexual, a suspeita pode surgir somente porque o comportamento da criança se torna
anormal. O médico deve suspeitar que houve abuso sexual se uma criança pequena tiver uma doença sexualmente transmissível.
Se os médicos suspeitarem que uma criança sofreu abuso sexual, eles examinam a criança. Quando o abuso sexual de que se suspeita ocorreu nas
96 horas anteriores à sua chegada à instituição de saúde, os médicos costumam recolher provas legais de possível contato sexual, como swabs de
fluidos corporais e superfícies cutâneas. Essa coleta de provas costuma ser feita com o chamado exame para coleta de evidência de estupro. Tiram-
se fotografias de todas as lesões visíveis. Em algumas comunidades, esse exame é realizado por profissionais de saúde especialmente treinados
para avaliar o abuso sexual infantil. Os médicos também costumam fazer exames para detectar doenças sexualmente transmissíveis e, se for o
caso, exames de gravidez.
Medidas para assegurar a segurança da criança, incluindo denunciar a uma agência responsável e, às vezes, removê-la do lar
Todas as lesões e distúrbios físicos são tratados. Algumas crianças são hospitalizadas para tratamento de lesões, desnutrição grave ou outros
distúrbios. Algumas lesões graves exigem cirurgia. Geralmente, os bebês que sofreram traumatismo craniano por abuso são internados no
hospital. Bebês com boa saúde são, às vezes, hospitalizados para protegê-los contra abuso adicional até que um local seguro consiga ser
encontrado. O abuso físico, principalmente o traumatismo craniano, pode ter efeitos duradoiros sobre o desenvolvimento. Todas as crianças que
sofreram traumatismo craniano devem ser avaliadas, porque elas podem necessitar serviços de intervenção precoce, como fonoaudiologia e
terapia ocupacional.
Algumas crianças que sofreram abusos sexuais recebem medicamentos para prevenir doenças sexualmente transmissíveis, incluindo
ocasionalmente infecção pelo HIV. As crianças em que há suspeita de estarem sofrendo abuso precisam de assistência imediata. As crianças que
sofrem abusos sexuais, mesmo aquelas que de início parecem não estar afetadas, são encaminhadas a um profissional de saúde mental, já que
problemas de longa duração são comuns. Aconselhamento psicológico de longo prazo é, com frequência, necessário. Os médicos encaminham
crianças que sofreram outros tipos de abuso para aconselhamento caso problemas emocionais ou comportamentais se desenvolvam.
Cuidados de acompanhamento
Uma equipe de médicos, outros profissionais de saúde e assistentes sociais tentam lidar com as causas e os efeitos da negligência e do abuso. Esta
equipe trabalha com o sistema legal para coordenar a assistência à criança. A equipe ajuda os familiares a compreender as necessidades da
criança e os ajuda a acessar recursos locais. Uma criança cujos pais não podem pagar por serviços de saúde, por exemplo, pode se qualificar para
receber assistência médica pública. Outros programas comunitários e governamentais podem proporcionar assistência com alimentos e abrigo.
Pais com problemas de abuso de substâncias ou de saúde mental podem ser encaminhados para programas de tratamento apropriados.
Programas de aconselhamento e grupos de apoio para pais estão disponíveis em algumas áreas. Pode ser necessário que um assistente social, um
defensor da vítima ou ambos mantenham contato periódico ou contínuo com a família.
Remoção do lar
O objetivo essencial da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente é fazer com que a criança retorne a um ambiente familiar seguro e
saudável. Dependendo da natureza do abuso e de outros fatores, as crianças podem ir para casa com seus parentes ou podem ser retiradas de
casa e colocadas com parentes ou em ambientes de acolhimento, em situações em que os cuidadores têm a capacidade de proteger a criança de
sofrer mais abuso. Esta situação é frequentemente temporária, até que se possa obter moradia ou emprego para os pais, por exemplo, ou até se
estabelecer um regime de visitas residenciais regulares por um assistente social. Infelizmente, é comum a recorrência de negligência e/ou abuso.
Em casos graves de negligência ou abuso, pode ser cogitada a suspensão de longo prazo ou a perda do poder familiar. Nesses casos, a criança
permanece em um ambiente de acolhimento até ser adotada ou se tornar adulta.
Mais informações
Seguem alguns recursos em inglês que podem ser úteis. Vale ressaltar que O MANUAL não é responsável pelo conteúdo desses recursos.
Linha direta de denúncia nacional de abuso infantil (1-800-4-A-CHILD) : Uma linha direta confidencial que funciona 24 horas por dia, 7 dias por
semana e conta com aconselhadores profissionais para crises capazes de ajudar a fornecer intervenção, informações e encaminhamentos para
emergência e recursos de suporte
The Kempe Foundation for the Prevention and Treatment of Child Abuse and Neglect : Um recurso para informações sobre prevenção e
conscientização sobre o abuso infantil e defesa das crianças
National Parent Helpline® (1-855-4-A-PARENT) : Um recurso para os pais procurarem orientação e apoio para se tornarem pais mais fortes
Prevent Child Abuse America : Uma caridade focada na prevenção do abuso e da negligência infantil fornece recursos e informações para pais e
cuidadores
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