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Alienação
Parental
Curso Psicodiagnóstico Infantil, Ludoterapia e Orientação de Pais 1
o Introdução
Como orientar os pais para
prevenção da Alienação Parental
É muito comum as crianças serem levadas à terapia no
processo de separação dos pais. É um momento delicado,
que pode gerar muita ansiedade e insegurança nos filhos,
causando sofrimento e muitas vezes sintomas.
Se por si só a separação dos pais trás estes sentimentos
desafiadores para os pequenos, imagine quando o casal
começa a atacar o outro, muitas vezes na tentativa de
descontruir a admiração e o afeto que a criança tem pelo pai
e pela mãe.

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o
Esta situação tão comum, muitas vezes chegam aos consultórios
psicológicos através de queixas como pesadelos, diminuição do
rendimento escolar, comportamentos desafiadores, enurese
noturna, e tantos outros sintomas que encobrem uma situação
que os pais não imaginam que podem estar causando.
O psicólogo ao suspeitar da origem dos sintomas pode intervir
orientando estes pais sobre a síndrome da Alienação Parental e
ajudando o casal a superar este momento de forma mais
saudável, de maneira a preservar a saúde emocional dos filhos.

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o
Entenda o que é a Alienação
Parental, o que é a Síndrome da
Alienação Parental e como
orientar os pais neste momento
delicado da vida da família.

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1. O que é a Alienação
Parental e quais suas
causas?

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1. O que é a Alienação
Parental e quais suas
causas?
Primeiramente precisamos diferenciar a Alienação Parental da
Síndrome da Alienação Parental.
A Alienação Parental é o conjunto de comportamentos que um
dos pais tem que denigre e distorce a imagem do outro pai
perante os seus filhos. Esta atitude é muito comum depois de uma
separação do casal devido às mágoas e ressentimentos que muitas
vezes acompanham as separações.

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Estes comportamentos podem ser a
princípio conscientes ou inconscientes.
Podem cessar após uma tomada de
consciência do cônjuge alienante sobre
os danos que podem causar aos filhos, ou
podem perdurar durante muito tempo,
variando em intensidade e gravidade.

O resultado da última hipótese pode ser


a instalação da Síndrome de Alienação
Parental, que é o conjunto de sintomas
que podem ser apresentados pelas
crianças decorrentes desta pressão
emocional.

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As causas deste comportamento, que pode acontecer vindo
do pai ou da mãe, normalmente tem origem em sentimentos
de vingança em relação ao cônjuge, e ao receio de perder o
amor e apoio dos filhos.

O índice de mães alienantes é significativamente maior,


porque ela detém a guarda dos filhos na grande maioria dos
casos, mas pode vir também do pai, ou dos dois ao mesmo
tempo.

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O momento de separação do casal é um
momento de muita fragilidade
emocional, e muitas vezes as pessoas,
fora de seu estado de serenidade, têm
atitudes que terão sérias consequências
para si mesmas, e principalmente para os
seus filhos.

Nestes casos, as crianças são usadas


como instrumento para que se imponha
ao cônjuge a mais terrível situação, que
é ver seus filhos rejeitando-o e
afastando-se dele.

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Este resultado de rejeição e afastamento é fruto
de uma incansável campanha que desconstrói a
boa imagem e referência positiva que o filho tem
de um de seus pais, fazendo com que ele se
afaste e mesmo rejeite estar com ele.

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Pais
A dependência emocional da criança,
normalmente com o genitor que detém a
guarda, faz com que ele estabeleça uma
“lealdade invisível”, como se estar com o
outro pai/mãe de forma prazerosa e
positiva seja uma traição com a pessoa
que ele mais ama e confia (normalmente
quem tem a guarda).

Apesar de gostar e sentir saudade do


genitor alienado, a criança não pode
deixar transparecer tal sentimento, sob
pena de decepcionar ou desagradar o
genitor com quem ela vive. É uma
situação que causa muito stress para a
criança.

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Esta campanha difamatória varia
de intensidade, e pode chegar ao
absurdo de implantar na criança
as chamadas “ falsas memórias” ,
que podem inclusive insinuar
abuso sexual, que é a maior e
mais absurda situação.

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2. Diagnóstico diferencial
entre Alienação Parental da
simples implicância e o
perigo real que pode estar
correndo uma criança?

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2. Diagnóstico diferencial entre
Alienação Parental da simples
implicância e o perigo real que
pode estar correndo uma criança?

Este é um grande desafio, porque muitas vezes a alienação


acontece de forma velada. Alguns exemplos comuns são: a mãe
fala mal do pai com uma terceira pessoa, e deixa a criança ouvir
“sem querer”. A mãe programa atividades muito atraentes com a
criança justamente no dia e hora da visita, “esquecendo-se” do
compromisso com o pai.

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A mãe faz com que a criança ache que o
pai a abandonou ou se separou dela
também, colocando as frases na 3a
pessoa: “seu pai quis se separar de
nós”; “sua mãe não nos ama mais”; a
mãe não cita o pai em momento algum
quando se refere à família da criança,
como se ele não pertencesse mais a ela;
a mãe cerca os filhos de presentes e
mimos e desqualifica os agrados do pai;
o pai critica a competência profissional
e a situação financeira da mãe; a mãe
apresenta o novo companheiro à criança
como sendo seu novo pai, etc.

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Nestes casos é mais difícil
provar a alienação do que nos
casos em que ela é explícita,
mas com uma boa avaliação já se
pode detectar e interromper o
processo de instalação da
síndrome.

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Existem instrumentos de avaliação que
permitem esta conclusão, que deve ser
conduzida por uma equipe multidisciplinar
composta de psicólogos, assistentes sociais,
médicos e advogados.

Os psicólogos avaliam o perfil psicológico e a


personalidade dos envolvidos na questão.
Existem testes e outros instrumentos de
avaliação utilizados pelos psicólogos, que
dão um parâmetro muito importante para
que os assistentes sociais façam sua análise,
considerando toda estrutura familiar.

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Os médicos fazem perícias em relação a
saúde e integridade física da criança. Os
advogados tomam as providências jurídicas
em relação a proteção aos alienados e às
crianças.
Estes podem desempenhar também um
importante papel juntamente com os
psicólogos na mediação do conflito e na
resolução amigável e pacífica do problema.

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Em casos mais leves, deve-se fazer um
trabalho de conscientização dos pais sobre o
que está acontecendo (muitas vezes eles não
têm consciência do mal que podem estar
causando), e das possíveis consequências para
os filhos.

Em casos em que se constata a alienação


parental instalada, com ou sem a síndrome já
acontecendo, medidas judiciais devem ser
tomadas, sempre visando a proteção da
criança.

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• 3. Quais podem ser as consequências da Alienação Parental?

3. Quais podem ser as


consequências da
Alienação Parental?

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3. Quais podem ser as
consequências da
Alienação Parental?
Quanto maior a intensidade da alienação parental, maiores as
consequências para as crianças, e quanto menor a idade também.
Quanto mais imatura for uma criança, maior é a sua dependência
física e emocional, e menor é seu senso crítico em relação às
supostas “verdades” que lhe são apresentadas.

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As consequências desta situação podem ser
avassaladoras para o desenvolvimento da criança.
Além de ser privada da presença, convivência
saudável e proteção de um dos pais, além de não
poder usufruir deste prazer, a criança passa a ter
uma referência negativa do seu pai (na maioria das
vezes) ou da sua mãe (em muitos casos).

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Esta referência negativa pode fazer com que o
desenvolvimento de sua personalidade seja alterado, podendo
ter dificuldade no processo de identidade de gênero,
identificação sexual, isto sem falar do sentimento de culpa, e
outras emoções negativas, que além do desconforto que
causam a qualquer pessoa de qualquer idade, pode
desencadear inúmeros problemas como depressão, fobias,
transtornos de ansiedade, dificuldades escolares, dificuldades
de socialização, manifestações psicossomáticas, tendências
auto-destrutivas dentre outros.

Futuramente, na adolescência ou na idade adulta pode causar


problemas sexuais, dificuldades de estabelecer vínculos
afetivos saudáveis, uso de drogas, depressão etc.

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4. Porque o alienador
não enxerga que ao
separar o genitor
do filho, o principal
prejudicado é a
criança?

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4. Porque o alienador não
enxerga que ao separar o
genitor do filho, o principal
prejudicado é a criança?
Porque na maioria das vezes o alienador está tão cego pelo ódio e
rancor, por desejos de vingança, que toda esta perturbação
emocional não permite que ele esteja sensível às necessidades
óbvias da criança naquele momento, que é o de ter o direito de
conviver com ambos os pais.

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Também, o medo que o
alienador tem de
perder o afeto de seu
filho para o “ outro”
também é um fator
que impede que ele
perceba o sofrimento
da criança, apesar de
amá-la de fato.

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5. De que forma pode-
se ajudar estes pais
que sofrem, com os
filhos separados de
seu convívio?

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5. De que forma pode-se ajudar
estes pais que sofrem, com os
filhos separados de seu convívio?
Estes pais muitas vezes se sentem rejeitados pelos filhos e
tem a reação de afastamento e mágoa com esta situação.
Isto é compreensível, mas neste momento é hora de
exercitar a empatia.

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O papel da pessoa que está acompanhando o
caso, seja profissionalmente ou não, é de
ajudá-los, antes de tudo, a compreender que
o filho separado pode estar vivenciando um
conflito de lealdade invisível, em que ele se
sente com o coração literalmente dividido,
sem que consiga se dar conta disso.

É papel do adulto compreendê-lo. É também


importante que estes pais estejam disponíveis
e sensíveis à necessidade da criança, mesmo
que à distância, tentando se fazer presentes
de outras formas, enquanto a presença física
ainda não é possível ou é limitada.

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Seria possível escrever cartas, enviar vídeos, comunicar-se pela
internet, enfim, tentar criar meios de participar de alguma forma da
vida da criança e passar a mensagem de que está disponível, que a
ama e não desistiu dela.
E, claro, uma ajuda profissional para lidar com esta ausência
poderia ser muito benéfica também.

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6. Como deve ser o
tratamento da
criança depois que
ela descobre que
todo aquele
sentimento sobre o
alienado era falso?

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6. Como deve ser o tratamento da
criança depois que ela descobre
que todo aquele sentimento sobre
o alienado era falso?
A criança pode vir a se sentir culpada por ter sido injusta com
um dos genitores, ou pode sentir-se aliviada ao perceber que
este genitor não era aquele monstro que estavam falando.
Ou ainda, podem surgir sentimentos de raiva contra o
genitor alienador. Ou, o mais provável, é que tudo isto
apareça junto.

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Então, o tratamento deve abordar
toda esta gama de sentimentos, a
culpa, a raiva, o alívio, e
especialmente, deve buscar ajudar
a criança a reintegrar o genitor
alienado em sua história de vida,
sem que ela precise, para isso,
renunciar ao outro genitor.

É ajudá-la a construir e recontar a


sua história, agora com pai e mãe,
mesmo que pai e mãe não sejam
mais marido e mulher.

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7. Qual conselho
poderia se dar para
pessoas que afastam
os filhos dos pais?

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7. Qual conselho poderia se dar
para pessoas que afastam os
filhos dos pais?
Sugerir a estas pessoas que fizessem uma sincera revisão de
vida, e buscassem honestamente um divórcio emocional de
seu ex-cônjuge, além do divórcio judicial. Afinal, ex-cônjuges
que ficam eternamente lutando entre si, estão mostrando
que ainda não se divorciaram de fato.

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• 2. Diagnóstico diferencial entre Alienação Parental da simples implicância

O litígio muitas vezes, é


apenas uma maneira de
continuarem vinculados
um ao outro.

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8. No caso de um pai/mãe que
recupera o direito de morar com o filho,
como esse pai/mãe poderia agir para
auxiliar o filho neste momento difícil de
ausência do outro genitor e mudança
de residência?

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Este pai/mãe deve reestruturar
sua vida para dar toda segurança
psicológica a essa criança,
buscando todos os recursos
possíveis para que ela tenha
meios de lidar com estas
mudanças, e especialmente, não
reagir à ex-esposa/marido da
mesma maneira com que ela/ele
possa ter agido, ou seja, não
denegrir o outro e não privar a
criança do contato e convívio com
ele e nem com sua família.

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O importante é parar a
guerra em benefício de
todos, principalmente
dos filhos.

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Ciclo CEAP - Avenida do Contorno 4852 – Funcionários /Belo Horizonte

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