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REDAÇÃO

TEMA DA
SEMANA
TEMA DA SEMANA
Alienação parental:
um obstáculo ao desenvolvimento
de crianças e de adolescentes no Brasil
EIXO TEMÁTICO: CULTURA E SOCIEDADE
TEXTO 1
É muito difícil lidar com casos nos quais os genitores não conseguem dialogar
para resolver as questões dos filhos e, com todos os tumultos oriundos da disputa
pela guarda ou convivência com a criança, efeitos e consequências aparecem,
sendo um deles a prática de alienação parental.
Casos de alienação parental são mais comuns do que se imagina, não sendo
difícil deparar-se atualmente com pais ou mães que estimulam o filho a repudiar o
outro pai alienado. Nos conflitos envolvendo alienação parental, a criança deve ser
protegida.
Este tema é objeto de muitas discussões nos dias atuais, uma vez que os casos
que chegam às Varas de Família são recorrentes e demandam muita cautela ao
serem analisados, pois a maioria dos problemas relativos à alienação parental não
é de cunho jurídico; tratam antes, de questões emocionais ou psicológicas.
O psiquiatra infantil Richard Gardner foi quem criou o termo “síndrome da
alienação parental”, por meio de estudos realizados na área da psiquiatria forense,
avaliando crianças de famílias em situações de divórcio.
Gardner descreveu a síndrome como sendo: “um distúrbio infantil, que
surge, principalmente, em contextos de disputa pela posse e guarda de filhos.
Manifesta-se por meio de uma campanha de difamação que a criança realiza contra
um dos genitores, sem que haja justificativa para isso.”
Entende-se, conforme mencionado acima, a alienação parental como a
programação de uma criança por um dos genitores, para que passe a enxergar e
idealizar o outro genitor de maneira negativa, nutrindo, a partir de então,
sentimentos de ódio e rejeição por ele, e externando tais sentimentos.
Embora haja questionamentos sobre o posicionamento de Gardner, para
ele, a síndrome da alienação parental seria referente à conduta do filho (e o quanto
ele já foi afetado pela manipulação do alienador), enquanto a alienação parental,
tão somente, diria respeito à conduta do genitor que desencadeia o processo de
afastamento.
A Lei 12.318 de 2010 dispõe acerca da alienação parental, conceituando-a
em seu artigo 2º: “Considera-se ato de alienação parental a interferência na
formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um
dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua
autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo
ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este 3º.”
Como se pode observar, o alienador procura o tempo todo monitorar o
sentimento da criança a fim de desmoralizar a imagem do outro genitor. Tal
situação faz com que a criança acabe se afastando do genitor alienado por
acreditar no que lhe está sendo dito, fazendo com que o vínculo afetivo seja
destruído, ao ser acometido pela síndrome da alienação parental.

[…]

Fonte: www.direitofamiliar.jusbrasil.com.br/ Acesso em 26/01/2020.


TEXTO 2
Usar filhos como instrumento de vingança pelo fim da vida conjugal é crime.
Não importa se são os pais, os avós e até mesmo os novos parceiros quem
manipulam psicologicamente a criança contra o pai ou a mãe, seja voluntariamente
ou não, bem como dificultam o convívio familiar. De acordo com a advogada
Edwirges Rodrigues, professora de direito de família na Unesp e membro do
IBDFAM, a lei 13.431/2017 considera os atos de alienação parental como violência
psicológica e assegura ao genitor alienado o direito de pleitear medidas protetivas
contra o autor da violência. O alienador não pode ser preso, mas pode receber
punições como uma advertência, pagamento de multa e modificação da guarda
para compartilhada ou sua inversão. Quando descumprida a medida protetiva que
assegure, por exemplo, o exercício da guarda compartilhada, além de o juiz
decretar a prisão preventiva do infrator – pai, mãe ou responsável –, ele fica sujeito
a processo criminal.

Disponível em: https://revistacrescer.globo.com/Familia/noticia/2018/09/alienacao-parental-e-crime.html (Adaptado)


TEXTO 3

https://kdimagens.com/imagem/por-que-os-adultos-dizem-coisas-que-a-gente-nao-
entende-907
TEXTO 4
Tratar do tema da alienação parental é delicado. Próximo a datas
comemorativas como o Dia dos Pais, são inúmeras as campanhas comerciais para
compra de presentes, restaurantes lotados, publicidades emotivas. Contudo, e
quando a relação entre os pais anda de mal a pior? Como ficam as crianças e os
adolescentes, filhos de pais e de mães que não se entendem? E os pais que usam
os filhos para tamponar seus fracassos amorosos?
A alienação parental causa danos psicológicos às vítimas. Desde 2010,
tornou-se possível, juridicamente, proteger crianças e adolescentes que sofrem
com determinadas ações dos pais. Podem ser sérias as consequências de uma
separação ou de um divórcio litigioso para seus filhos. A alienação parental
acarreta riscos para a saúde psíquica e emocional de uma criança ou adolescente.
Por isso, pode-se caracterizá-la como uma forma de abuso.

Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/geral/noticia/2013/04/entenda-os-riscos-da-alienacao-parental-


4111869.html
REPERTÓRIO
ARGUMENTATIVO
o A descrição da Síndrome de Alienação Parental (SAP) foi apresentada pelo
psiquiatra forense norte-americano Richard Gardner como uma perturbação da
infância ou da adolescência que surgiria no contexto de uma separação
conjugal e cuja manifestação preliminar seria uma campanha feita por um dos
pais junto à criança, para rejeitar e odiar o outro. Os casos mais frequentes da
Síndrome da Alienação Parental estão associados a situações em que, pós-
separação conjugal, um dos genitores inicia um processo de destruição, de
vingança, de desmoralização e de descrédito do ex-cônjuge. Neste processo
vingativo, o filho é usado como instrumento da agressividade direcionada ao
parceiro.
o Lei 12.318, de 2010. Art. 2º - Considera-se ato de alienação parental a
interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente
promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que
tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou
vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao
estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este.

o Proteger os filhos dos conflitos advindos da separação e não os envolver


em disputas e desafetos é fundamental para a saúde psíquica deles.

o De acordo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o


número de divórcios no Brasil saltou de 130,5 mil para 341,1 mil, entre
2004 e 2014. Isso significa um aumento de 161,4% em dez anos.
o Artigo 227 (CF/88): a convivência familiar e comunitária é
um direito fundamental de crianças e adolescentes.

o Artigo 19 (ECA): toda criança e adolescente tem direito a ser


criado e educado por sua família e, na falta desta, por
família substituta.

o A prática de ato de alienação parental fere direito


fundamental da criança ou do adolescente de convivência
familiar saudável; por isso, o genitor alienante deve ser
responsabilizado.
o Crianças vítimas de alienação parental são mais
propensas a apresentar distúrbios psicológicos, como
depressão, ansiedade e pânico; utilizar drogas e álcool
como forma de aliviar a dor e a culpa da alienação;
apresentar baixa autoestima; problemas escolares;
dificuldade em confiar nas pessoas; agressividade.
REPERTÓRIO
SOCIOCULTURAL
“O sonho de cada família é poder viver
junta e feliz, num lar tranquilo e
pacífico, em que os pais tenham
oportunidade de criar os filhos da
melhor maneira possível”.
Nelson Mandela, líder político.
O filósofo John Locke afirma que o
ser humano, ao nascer, é como
uma folha em branco - "tábula
rasa", que é escrita na medida em
que se vive e experiencia o mundo.
Émile Durkheim, filósofo francês,
encarava a família como uma
instituição fulcral (fundamental)
da sociedade e uma parte
importante da estrutura social e
incluiu a "sociologia da família"
no seio da "sociologia jurídica" e
da ciência dos fenômenos
morais.
Zygmunt Bauman, sociólogo polonês,
dizia que, a partir do século XX, o
significado e o propósito da vida e da
felicidade estava restrito a tudo
aquilo que acontece individualmente.
“A ideia de progresso foi transferida
da ideia de melhoria partilhada para
a de sobrevivência do indivíduo”.
Segundo o psicanalista Sigmund
Freud, as experiências da infância
têm uma forte influência sobre a
personalidade adulta.
No filme “História de um Casamento”, a
atriz Nicole e seu marido, o diretor de
teatro Charlie, estão se divorciando. Eles
optam por não contratar advogados, mas a
moça é influenciada por uma especialista
em litígios. O que deveria ser uma
separação amigável, acaba se tornando
uma verdadeira guerra judicial, em que o
maior prejudicado é Henry, filho do ex-
casal. A história permite uma abordagem
de temas fundamentais ao direito das
famílias contemporâneo, como alienação
parental.
O maniqueísmo é uma filosofia sincrética e
dualística fundada e propagada por Manes ou
Maniqueu, filósofo do século III, que divide o
mundo simplesmente entre Bom, ou Deus, e
Mau, ou Diabo. A matéria é intrinsecamente
má, e o espírito, intrinsecamente bom. Com a
popularização do termo, maniqueísta passou
a ser um adjetivo usado para descrever todas
as doutrinas fundamentadas nos dois
princípios opostos do Bem e do Mal.
Na tragédia grega Medeia,
de Eurípides, escrita em 431
a.C., a mãe mata seus
próprios filhos como
vingança contra seu marido
adúltero Jasão.
Na novela “Salve Jorge”, Antônia,
interpretada por Letícia Spiller,
tinha dificuldades para conviver
com sua filha Raíssa, pois Celso,
personagem de Caco Ciocler, fazia
de tudo para manipular a menina,
colocando a menor sempre contra
a mãe, causando prejuízo ao
estabelecimento ou à manutenção
de vínculos com esta.
Documentário “A Morte Inventada –
2009, de Alan Minas.

Documentário mostra o que


acontece quando os filhos são
usados como instrumento de
vingança. O filme revela o drama de
pais e filhos que tiveram seus elos
rompidos por uma separação
conjugal mal conduzida, vítimas da
Alienação Parental.
PROPOSTA DE
INTERVENÇÃO
Dado o exposto, é evidente, portanto, RETOME A TESE. Por isso, é
necessário que a escola - como importante espaço de socialização e por ser parte
fundamental no processo de formação do cidadão - instrua os responsáveis pelos
alunos, por meio de palestras ministradas por psicólogos e advogados, os quais
esclarecerão sobre o aspecto jurídico da problemática e sobre os prejuízos
psicológicos causados à criança e ao adolescente que vivem a alienação parental, a
fim de que esse comportamento seja reconhecido como nocivo, e não mais
reproduzido no seio familiar.

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