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ALIENAÇÃO PARENTAL: Como situações de disputa legal pela criança podem

afetar a sua saúde mental.

Abordarei no presente trabalho acerca da temática da alienação parental, que ocorre


quando um dos pais tenta denegrir a imagem do outro perante a criança em casos de
separação ou divórcio, prejudicando o vínculo entre a criança e o genitor alienado.
Mediante alienação a criança situa-se fragilizada na disputa pela sua guarda, e isso é
uma consequência da sociedade pós-moderna, fruto das transformações da sociedade e,
mais precisamente, da organização familiar.
A síndrome da alienação parental é um transtorno psicológico causado em um filho por
um dos genitores, conhecido como cônjuge alienador, que age de forma vingativa contra
o outro genitor, o cônjuge alienado, com o objetivo de romper os vínculos afetivos por
motivações de vingança passional. Essa situação ocorre especialmente quando há uma
separação conjugal conflituosa, na qual o cônjuge ressentido realiza uma campanha
depreciativa contra o outro, buscando enfraquecer ou até mesmo eliminar os laços
afetivos dos filhos com o alvo dos ataques. Atualmente, com a redefinição dos papéis
parentais, o poder familiar substituiu o antigo pátrio poder, como previsto no artigo
1.631 do Código Civil de 2002: "Durante o casamento e a união estável, compete o
poder familiar aos pais; na falta ou impedimento de um deles, o outro o exercerá com
exclusividade". Com isso, a disputa pela guarda dos filhos, que antes era algo natural,
passou a ser uma questão de disputa entre os pais. A proximidade e o vínculo afetivo
paterno com os filhos passaram a ter a mesma importância do vínculo materno. No
entanto, essa realidade traz consigo diversas problemáticas. O divórcio, que se tornou
mais acessível, pode levar a uma visão negativa do casamento, diminuindo o valor das
obrigações matrimoniais. Com isso, observa-se uma possível banalização do
matrimônio. Além disso, as famílias já constituídas enfrentam dificuldades durante o
processo de divórcio, especialmente quando se trata da guarda dos filhos. A separação
muitas vezes resulta em situações difíceis e disputas legais pela custódia das crianças.
Infelizmente, essa ruptura familiar pode levar à alienação parental, na qual a criança
sofre emocionalmente, prejudicando seu desenvolvimento. É crucial refletir sobre as
consequências dessas realidades em nossa sociedade e buscar soluções que promovam o
bem-estar das crianças envolvidas, garantindo um ambiente saudável e o respeito aos
laços familiares, mesmo diante da separação conjugal.

Hipóteses: - Contextualizar a importância da proteção dos direitos das crianças e


adolescentes em situações de conflito familiar.
- Jurisprudência da lei do divórcio: _E a importância da investigação e solução do
problema da alienação parental.
Objetivos: - Situar leitor ao contexto histórico que discorreu e fez germinar a prática.
- Nutrir a importância da jurisprudência acerca da lei do divórcio e suas especificidades.
- Apontar prejuízos que a alienação parental pode causar na saúde mental e a eventual
dificuldade em estabelecer relações saudáveis, assim como distúrbios emocionais,
psicológicos e comportamentais provenientes.
- Alertar sobre a importância da prevenção e combate à alienação parental.

O artigo intitulado "Alienação parental: Como situações de disputa legal pela criança
podem afetar sua saúde mental" aborda a problemática da alienação parental, que ocorre
quando um dos pais tenta denegrir a imagem do outro perante a criança em casos de
separação ou divórcio, prejudicando o vínculo entre a criança e o genitor alienado.
Busca alicerçar seu embasamento no manual do Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA) para contextualizar a importância da proteção dos direitos das crianças e
adolescentes em situações de conflito familiar e, nos escritos dos autores “Caroline de
Cássia Francisco Buosi e Reynaldo José Castilho Paini” que apresentam casos de
jurisprudência da lei do Divórcio e a importância do papel do juiz na investigação e
solução do problema da alienação parental. Buscando com primazia elencar os prejuízos
que a alienação parental pode causar na saúde mental das crianças, como a dificuldade
em estabelecer relações saudáveis, distúrbios emocionais, psicológicos e
comportamentais. Portanto, o artigo é um alerta sobre a importância da prevenção e
combate à alienação parental, a fim de garantir o bem-estar das crianças envolvidas.

Levantamento dados (...)

Alienação Parental é a interferência da família conflituosa no processo de


desenvolvimento psicológico da criança. Essa interferência se dá especificamente pela
manipulação psicológica da criança com intuito de promover a ela um asco em relação
ao outro genitor.
A alienação parental foi observada pela primeira vez nos trabalhos do psiquiatra infantil
Richard Gardner que, em 1985, desenvolveu o termo “Síndrome da Alienação Parental"
(SAP). Gardner conceitua a Síndrome da Alienação Parental como “um distúrbio
infantil, que surge, principalmente, em contextos de disputa pela posse e guarda de
filhos. Manifesta-se por meio de uma campanha de difamação que a criança realiza
contra um dos genitores, sem que haja justificativa para isso”.
Vale ressaltar que para se caracterizar de fato como Alienação Parental, a prática da
difamação em relação ao outro genitor deve se dar de forma contínua, causando
prejuízos no convívio com o outro genitor.

Nesse contexto, visando à efetivação do Princípio da Proteção Integral da Criança e do


Adolescente, foi promulgada a Lei 12.318, de 26 de agosto de 2010, que dispõe sobre
alienação parental. A referida norma delimita o conceito de alienação parental em seu
artigo

2°: Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou do


adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou
adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo
ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este.

No âmbito jurisdicional tenta-se priorizar a integridade tanto da criança/adolescente


quanto do familiar prejudicado. Exemplificando, há neste presente artigo a afirmativa
correspondente.

Art. 4o Declarado indício de ato de alienação parental, a requerimento ou de ofício, em qualquer


momento processual, em ação autônoma ou incidentalmente, o processo terá tramitação prioritária, e o
juiz determinará, com urgência, ouvido o Ministério Público, as medidas provisórias necessárias para
preservação da integridade psicológica da criança ou do adolescente, inclusive para assegurar sua
convivência com genitor ou viabilizar a efetiva reaproximação entre ambos, se for o caso.  

Art. 5 o Havendo indício da prática de ato de alienação parental, em ação autônoma ou incidental, o juiz,
se necessário, determinará perícia psicológica ou biopsicossocial.

Características de crianças alienadas: Apresenta um sentimento constante de raiva


e ódio contra o genitor alienado e sua família. Se recusa a dar atenção, visitar, ou se
comunicar com o outro genitor. Guarda sentimentos e crenças negativas sobre o outro
genitor, que são inconsequentes, exageradas ou inverossímeis com a realidade.

 Crianças Vítimas de SAP são mais propensas a:


-Apresentar distúrbios psicológicos como depressão, ansiedade e pânico.
-Utilizar drogas e álcool como forma de aliviar a dor e culpa da alienação.
-Cometer suicídio.
-Apresentar baixa autoestima.
-Não conseguir uma relação estável, quando adultas.
-Possuir problemas de gênero, em função da desqualificação do genitor atacado. 

A Lei no 12.318/2010 (BRASIL, 2010), dispõe sobre a alienação parental.

O direito e Alienação Parental entrelaçam-se a partir do momento que as doenças


psíquicas são diagnosticadas, e consideradas para sentença judicial. Uma
interdisciplinaridade resultará numa visão mais ampla acerca de diversificadas temáticas
que surgem na jurisprudência. Assim como tange a psicologia no âmbito do direito
familiar e da criança.

Portanto, no direito civil, direito da família e da proteção à infância e juventude também


apresentou espacialidade ampla para que as interfaces do Direito e Psicologia se
complementam.

Especificamente citando a vara da separação civil/divórcio que, na luta pela guarda


pode eventualmente ocasionar a condição denominada como Alienação Parental.

Alienação Parental é quando a família em conflito prejudica o desenvolvimento


psicológico da criança, manipulando-a com o objetivo de fazer com que ela sinta
aversão em relação ao outro genitor, isso pode resultar em danos severos a construção
individual e coletiva de uma criança. As consequências da alienação são tão extensivas
que vêm sendo reconhecidas como um transtorno, o SAP (transtorno da alienação
parental) entre as sintomáticas destaca-se dificuldade em relacionar-se, dificuldades
emocionais, na escola e altas probabilidades de problemas de saúde mental se
desencadearem. Por conseguinte, degradante que é, pois afeta tanto a criança como o
outro genitor, prescinde-se uma abordagem minuciosa de profissionais do direito em
relação a temática. Portanto, conclui-se que é uma trama pertencente e que vem sendo
dissertada amplamente no âmbito da Psicologia, mas notadamente há um enfoque no
cenário do direito.

Observa-se que a mesma viola do Princípio da Dignidade


da Pessoa Humana e do Princípio do Melhor Interesse da Criança e do Adolescente,
pois se trata de um abuso emocional e de um jogo psicológico que os deixa
desprotegidos, podendo-lhes causar graves transtornos psíquicos quando adultos.

Lei 12.318
de 26 de agosto de 2010. Essa Lei, além de basear-se nos princípios constitucionais
citados, também observou o Código Civil vigente e o Estatuto da Criança e do
Adolescente.

Com exponencial agravante de casos de divórcio abre-se precedentes para que casos de
alienação parental surgissem, fazendo-se necessário requerer auxílio de profissionais
das áreas da psicologia e da jurisprudência para resolução da problemática.
REFERENCIAL TEÓRICO:

DIGIÁCOMO, Murilo José, DIGIÁCOMO, Ildeara de Amorim. Estatuto da Criança e


do Adolescente. Criança mppr, em crianca.mppr.mp.br – acesso em 26 de maio de
2023.

BUOSI, Caroline de Cássia Francisco, FACHIN, Luiz Edson. Alienação Parental, uma
Interface do Direito e da Psicologia – Edição Juruá, 2012.

PAINI, Reynaldo José Castilho. Jurisprudência da lei do divórcio – Edição Jalovi.


Alienação parental e suas implicações psicossociais e jurídicas / Ministério Público do
Estado do Pará. Centro de Apoio Operacional Cível. – Belém, 2019.

AUGUSTO, Isabella Andreola, SCHERER, Daniel Corteline. Alienação Parental na


Interface do Direito e da Psicologia. Revistas Uniter, em
https://www.revistasuninter.com/revista-humanidades/index.php/revista-humanidades/
article/download/189/142 – Acesso em 26 de maio de 2023.

GUILHERMANO, Juliana Ferla. Alienação Parental: Aspectos Jurídicos e Psíquicos.


PUC-RS, em
https://www.pucrs.br/direito/wp-content/uploads/sites/11/2018/09/juliana_guilhermano.
pdf - acesso em 26 de maio de 2023.

BRASIL. Lei N. 12.318/10 de 26 de agosto de 2010. Planalto, em


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12318.htm - Acesso em
26 de maio de 2023.

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