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Debate Alienação Parental

Defesa
O que é alienação parental?
A alienação parental é um dos temas mais delicados tratados pelo direito de família,
considerando os efeitos psicológicos e emocionais negativos que pode provocar nas
relações entre pais e filhos. A prática caracteriza-se como toda interferência na
formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos
pais, pelos avós ou por qualquer adulto que tenha a criança ou o adolescente sob a sua
autoridade, guarda ou vigilância. O objetivo da conduta, na maior parte dos casos, é
prejudicar o vínculo da criança ou do adolescente com o genitor. A alienação parental
fere, portanto, o direito fundamental da criança à convivência familiar saudável, sendo,
ainda, um descumprimento dos deveres relacionados à autoridade dos pais ou
decorrentes de tutela ou guarda.

Como identificar a situação de alienação parental?


A observação de comportamentos, tanto dos pais, avós ou outros responsáveis, quanto
dos filhos, pode indicar a ocorrência da prática. No caso das crianças e dos adolescentes
submetidos à alienação parental, sinais de ansiedade, nervosismo, agressividade e
depressão, entre outros, podem ser indicativos de que a situação está ocorrendo. No caso
dos pais, avós ou outros responsáveis, a legislação aponta algumas condutas que
caracterizam a alienação parental.

Quais são as condutas que podem caracterizar a alienação parental?


Dentre as práticas capazes de configurar a alienação parental, a legislação prevê as
seguintes:
* Realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da
paternidade ou maternidade;
* Dificultar o exercício da autoridade parental;
* Dificultar o contato da criança ou do adolescente com o genitor;
* Dificultar o exercício do direito regulamentado à convivência familiar;
* Omitir deliberadamente ao genitor informações pessoais relevantes sobre a criança ou
o adolescente, inclusive escolares, médicas e alterações de endereço;
* Apresentar falsa denúncia contra o genitor, contra familiares deste ou contra os avós,
para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou o adolescente;
* Mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando dificultar a
convivência da criança ou do adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou
com os avós.
Casos de alienação parental são frequentes nas Varas de Família, principalmente em
processos litigiosos de dissolução matrimonial, onde se discute a guarda dos filhos, o
que ocasiona consequências emocionais, psicológicas e comportamentais negativas a
todos os envolvidos.

Quais são os prejuízos (psicológicos, afetivos etc.) para a criança?


Independentemente da relação que o casal estabeleça entre si após a dissolução do
casamento ou da união estável, a criança tem o direito de manter preservado seu
relacionamento com os pais. É importante, portanto, proteger a criança dos conflitos e
desavenças do casal, impedindo que eventuais disputas afetem o vínculo entre pais e
filhos. A figura dos pais geralmente é a principal referência de mundo e de sociedade
para os filhos e, em muitas situações de alienação parental, provoca-se a deterioração
dessa imagem, o que causa impactos não apenas na relação filial mas também na
formação da criança em seus aspectos intelectual, cognitivo, social e emocional.

Como a alienação parental deve ser coibida?


Tão logo seja identificada, a prática deve ser coibida e devem ser adotadas as medidas
para a preservação da integridade psicológica da criança, sendo importante o
acompanhamento psicológico de todos os envolvidos, podendo a questão ser tratada no
âmbito judicial.

Segundo a legislação, o que pode ser feito nestes casos?


Na ocorrência de indícios de ato de alienação parental em ações conduzidas pelas Varas
de Família, é conferida prioridade na tramitação do processo, com a participação
obrigatória do Ministério Público, sendo adotadas pelo juiz as medidas necessárias à
preservação da integridade psicológica da criança ou do adolescente.
Neste sentido, o juiz determinará, com urgência, ouvido o Ministério Público, as
medidas provisórias necessárias para a preservação da integridade psicológica da
criança ou do adolescente, inclusive para assegurar sua convivência com o genitor
prejudicado ou viabilizar a efetiva aproximação entre ambos, se for o caso. Se for
verificado indício de ocorrência da prática, o juiz poderá determinar a elaboração de
laudo da situação, feito a partir de perícia psicológica ou biopsicossocial.
Para a formulação do laudo de identificação de alienação parental, podem ser realizadas
avaliação psicológica, entrevista pessoal com as partes, análise documental, histórico do
relacionamento do casal e da separação, cronologia de incidentes, avaliação da
personalidade dos envolvidos e exame da forma como a criança ou o adolescente se
manifesta sobre eventual acusação contra o genitor.
A legislação prevê que seja assegurada aos filhos a garantia mínima de visitação
assistida, exceto nos casos em que sejam identificados possíveis riscos à integridade
física ou psicológica da criança ou do adolescente. Tanto os pais quanto os filhos são,
ainda, encaminhados para acompanhamento psicológico realizado por profissionais
especializados.

Quais são as providências podem ser adotadas pelo juiz?


Conforme prevê o art. 6º da Lei 12.318/10, que trata do tema, uma vez caracterizados
atos típicos de alienação parental ou qualquer conduta que dificulte a convivência da
criança ou do adolescente com o genitor, o juiz poderá, cumulativamente ou não, sem
prejuízo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e segundo a gravidade do
caso, adotar as seguintes medidas:
* advertir o alienador;
* ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado;
* estipular multa ao alienador;
* determinar acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial;
* determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua inversão;
* determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente;
* declarar a suspensão da autoridade parental.
Por outro lado, se for caracterizada a mudança abusiva de endereço, inviabilização ou
obstrução à convivência familiar (visitas), o juiz também poderá inverter a obrigação de
levar para ou retirar a criança ou o adolescente da residência do genitor, por ocasião das
alternâncias dos períodos de convivência familiar.
O objetivo consiste em preservar o direito fundamental da convivência familiar
saudável, preservando-se o afeto devido nas relações entre filhos e genitores no seio do
grupo familiar.

Fontes
https://mppr.mp.br/Pagina/Direito-de-Familia-Alienacao-parental

- De acordo com ECA, considera-se infância a pessoa até 16 anos de idade incompletos.
Desse modo, consta no judiciário brasileiro que, até atingir a maioridade, a criança não
possui capacidade civil, não podendo falar por si mesma com clareza e
responsabilidade.

Ela está regulamentada no Código Civil (lei 10.406/02), que estabelece, no art. 4º, que
todos os menores de 16 anos são absolutamente incapazes para exercer pessoalmente os
atos da vida civil, ou seja, aqueles que produzem efeitos jurídicos, sendo necessária a
representação por um dos pais ou responsável legal.

Dessa forma, compreendendo um fator social, é favorável a alienação parental, visto


que o genitor possui capacidade civil e é responsável pela criança.

O Brasil consta de um judiciário eficaz para lidar com alienação parental?

" De oito em cada dez processos da família, a expressão alienação parental está
presente. Na maioria dos casos, contudo, quando chega na perícia não há comprovação
de alienação da criança" - Perita da Vara Da família em SP

- número de processos elevados


- sucateamento dos núcleos envolvendo proteção a criança, como o " Conselho Tutelar "
[07:25, 6/15/2023] Amor Da Vida: Tema base de defesa - A IMPORTÂNCIA EM
PROTEGER NOSSAS CRIANÇAS E O ERRO NA LEI DE ALIENAÇÃO
PARENTAL
• Problema da lei de alienação Parental

Primeiro, análise a lei por um contexto psicológico e social, é certo que de novo, O
BRASIL ERROU. A legislação não pode ser punitivista, padronizando condutas e
respostas, reprovando comportamentos, por meio da judicialização, frente ao não
cumprimento de normas sociais.
A lei acirra conflitos, simplifica relações familiares, que são complexas, ambivalentes e
contraditórias, e promove a individualização de questões que são muito mais amplas e
profundas, de caráter social, histórico e político.

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