UNA-2023/1 GUARDA DE FILHOS: Poder familiar: art. 1.631 do CC: compete aos pais, na falta ou impedimento de um deles, o outro exercerá com exclusividade. Art. 1.634 do CC. Proteção do interesse existencial do menor. Usufruto e administração dos bens de filhos menores: arts. 1.689 e 1.693, ambos do CC. A representação é um forma de suprimento da sua manifestação de vontade. Havendo colisão de interesses, deve o poder público ser acionado para apresentar a solução, conforme dispõe os arts. 1.690 e 1.692 do CC. Art. 1.691 do CC. GUARDA DE FILHOS: Extinção, suspensão e destituição do poder familiar: Extinção: Art. 1.635 do CC. Destituição: Art. 1.638 caput e parágrafo único, do CC. Suspensão: Art. 1.637 do CC. Limitação estatal sobre a forma de educação de filhos (Lei da Palmada Lei nº 13.010/2014): estabelece expressamente o direito da criança e do adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de castigos físicos ou de tratamento cruel ou degradante. – Alterou o arts. 18, 13 e 245 do ECA. Da Guarda de filhos: Apelação Cível. Representação de apuração de infração administrativa às normas de proteção à criança e ao adolescente. Sentença de procedência. Recurso dos genitores representados. Multa aplicada por descumprimento de dever inerente ao poder familiar. Evasão escolar do filho a partir dos 14 anos de idade. Maioridade já atingida no curso do feito. Aplicação da multa prevista no art. 249 do ECA. Alegado engajamento na continuidade dos estudos do filho. Acervo probatório que confirma os esforços empreendidos pelos genitores. Obstinação do adolescente em iniciar prematuramente sua vida autônoma. Constituição de núcleo familiar próprio e dedicação ao trabalho para sustentar companheira e filhos em detrimento dos estudos. Admissão pelo adolescente de que suas escolhas não refletiam a orientação de seus pais. Manifesto desinteresse do adolescente pelos estudos. Da Guarda de filhos: SENTENÇA REFORMADA. RECURSO PROVIDO. "Inclina-se a jurisprudência em não apenar os genitores que não conseguem obrigar os filhos, já adolescentes, a frequentar a escola. Como é proibido castigar os filhos, pelo advento da chamada Lei da Palmada (L 13.010/14), torna-se difícil aos pais cumprirem tal obrigação. Assim, em vez de punir o genitor, é dever do Estado intervir de forma mais efetiva, disponibilizando acompanhamento psicológico a quem se nega a estudar" (DIAS, MARIA BERENICE. Manual de direito das famílias. 12. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017. p. 492). (TJ-SC - APL: 09002876320178240012 Tribunal de Justiça de Santa Catarina 0900287-63.2017.8.24.0012, Relator: Marcus Tulio Sartorato, Data de Julgamento: 04/12/2020, Terceira Câmara de Direito Civil). (Destaquei). Da Guarda de filhos: GUARDA DE FILHOS: A culpa deixou de ser referência também, no âmbito da fixação da guarda de filhos, pois o que interessa é tão somente a busca do interesse existencial da criança ou do adolescente. Deve ser levado em conta o interesse da prole, e não a suposta responsabilidade de quem teria dado causa ao fim do casamento. No divórcio, a alegação de culpa para efeito de fixação de guarda somente tem sentido se o comportamento atacado interferir na esfera existencial dos filhos. A guarda unilateral só será possível depois de esgotada a tentativa de implementação da guarda compartilhada. Art. 1.583 do CC. Da Guarda de filhos: Temos quatro modalidades de guarda: 1ª-) unilateral ou exclusiva: modalidade em que um dos pais detém exclusivamente a guarda, cabendo ao outro direito de visitas. O filho passa a morar no mesmo domicílio do seu guardião; 2ª-) guarda alternada: modalidade comumente confundida com a guarda compartilhada, mas que tem características próprias. Quando fixada, o pai e a mãe revezam períodos exclusivos de guarda, cabendo ao outro direito de visitas. 3ª-) nidação ou aninhamento: pouco comum. Para evitar que a criança fique indo de uma casa a outra, o pai e a mãe moram em casas diferentes, mas a criança permanece no mesmo lar, revezando-se os pais em sua companhia. Da Guarda de filhos: 4ª-) guarda compartilhada ou conjunta: é a preferível em nosso sistema. Não há exclusividade em seu exercício. Tanto o pai quanto a mãe a detém e são corresponsáveis pela condução na vida dos filhos. Quando não houver acordo entre os genitores, e sendo ambos aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda compartilhada, salvo se um dos genitores não a desejar. O juiz não está adstrito à imposição da guarda compartilhada, quando verificar provável dano à esfera existencial da criança ou do adolescente. Da Guarda de filhos: AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. (...) Trata-se de agravo contra decisão que negou seguimento a recurso especial interposto em face de acórdão assim ementado: (...) 4. A prevalência do melhor interesse da criança impõe aos pais o dever de pensar de forma conjugada no bem estar dos filhos, para que possam usufruir harmonicamente da família que possuem; tanto a materna, quanto a paterna, sob a premissa de que toda criança ou adolescente tem o direito de ter amplamente assegurada a convivência familiar, conforme previsto no artigo 19, a Lei nº 8.069, de 13/07/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). 5. Entretanto, há situações nas quais se justifica a guarda unilateral dos filhos, prevendo o artigo 1.593, § 1º, do Código Civil, que "compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o substitua (art. 1.584, § 5º) e, por guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns", sendo que "a guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a supervisionar os interesses dos filhos, e, para possibilitar tal supervisão, qualquer dos genitores sempre será parte legítima para solicitar informações e/ou prestação de contas, objetivas ou subjetivas, em assuntos ou situações que direta ou indiretamente afetem a saúde física e psicológica e a educação de seus filhos"(§ 5º). Da Guarda de filhos: 6. Na espécie, embora seja possível verificar a existência de indícios da prática de alienação parental, tal situação, neste momento processual, não é suficiente para permitir a concessão da guarda unilateral das crianças, em favor do agravante. 7. A situação versada na presente demanda apresenta extrema delicadeza, uma vez que, ao que consta, as crianças, com pouca idade (2 e 3 anos), tiveram sua residência alterada, de forma brusca, por pelo menos (três) vezes, de forma que a determinação de nova alteração nesse sentido, deve preceder de contundente e seguro acerco probatório, bem como de estudo psicossocial a ser realizado perante ambos os genitores, como forma de preservar, ao máximo, o psicológico dos menores envolvidos. 8. Além disso, no caso, não há qualquer prova de que o genitor tenha capacidade psicológica de ter os filhos sob seu poder. (...) (STJ - AREsp: 1907196 MS 2021/0163857-0, Relator: Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, Data de Publicação: DJ 28/10/2021. (Destaquei). Da Alienação Parental: Síndrome de Alienação Parental – SAP. Cunhada por Richard Gardner, Professor do Departamento de Psiquiatria Infantil da Faculdade de Columbia, em Nova York, EUA, em 1985: “A SAP é um distúrbio da infância que aparece quase exclusivamente no contexto de disputas de custódia de crianças. Sua manifestação preliminar é a campanha denegritória contra um dos genitores, uma campanha feita pela própria criança e que não tenha nenhuma justificação. Resulta da combinação das instruções de um genitor (o que faz a ‘lavagem cerebral’) e contribuições da própria criança para caluniar o genitor-alvo. Quando o abuso e/ou a negligência parentais verdadeiros estão presentes, a animosidade da criança pode ser justificada, e assim a explicação de Síndrome de Alienação Parental para a hostilidade da criança não é aplicável”. Da Alienação Parental: No dizer de Jussara Meirelles: “Se o filho é manipulado por um dos pais para odiar o outro, aos poucos, suavemente se infiltrando nas suas ideias, uma concepção errônea da realidade, essa alienação pode atingir pontos tão críticos que a vítima do ódio, já em desvantagem, não consegue revertê-la”. Art. 2º, parágrafo único da Lei nº 12.318/2010: _ Realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade ou maternidade; _ Dificultar o exercício da autoridade parental; _ Dificultar contato de criança ou adolescente com genitor; _ Dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar; Da Alienação Parental: _ Omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre a criança ou adolescente, inclusive escolares, médicas e alterações de endereço; _ Apresentar falsa denúncia contra genitores, contra familiares deste ou contra os avós, para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou adolescente; _ Mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avós. Sanções impostas ao alienador, sem prejuízo da responsabilidade civil ou criminal: Poderá o juiz: _ Declarar a ocorrência de alienação parental e advertir o alienador; Da Alienação Parental: _ Ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado; _ Estipular multa ao alienador; _Determinar acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial; _ Determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente; _ Declarar a suspensão da autoridade parental. Parágrafo único. Caracterizado mudança abusiva de endereço, inviabilização ou obstrução à convivência familiar, o juiz também poderá inverter a obrigação de levar ou retirar a criança ou adolescente da residência do genitor, por ocasião das alternâncias dos períodos de convivência familiar.